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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA – UFPB CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS A DISTANCIA LINDAURA MACÁRIO DE OLIVEIRA CONRADO O USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA DE APOIO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM CAMPINA GRANDE - PB. CAMPINA GRANDE 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA – UFPB CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS A DISTANCIA

LINDAURA MACÁRIO DE OLIVEIRA CONRADO

O USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA DE APOIO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA

EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM CAMPINA GRANDE - PB.

CAMPINA GRANDE 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA – UFPB

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS A DISTANCIA

LINDAURA MACÁRIO DE OLIVEIRA CONRADO

O USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA DE APOIO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA

EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM CAMPINA GRANDE - PB.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Letras Virtual, da Universidade Aberta do Brasil – UFPB Virtual - para a obtenção do título de graduado em letras. Orientadora: Mônica Maria Ferreira Teles.

CAMPINAGRANDE 2013

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LINDAURA MACÁRIO DE OLIVEIRA CONRADO

USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA DE APOIO AO PROCESSO ENSINO

E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA NUMA ESCOLA PÚBLICA EM CAMPINA GRANDE – PB.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado ao curso de Letras Virtual, da Universidade Aberta do Brasil – UFPB Virtual para a obtenção do título de graduado em letras em 29/11/2013 por banca constituída pelos

professores:

________________________________________________________________________

Prof.ª Mônica Maria Ferreira Teles (orientadora)

______________________________________________________________________

Prof.ª Carol Serrano Andrade Maia (examinadora)

_________________________________________________________________________

Prof.ª Angélica Torres Vilar de Farias (examinadora)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela coragem e força que me concedeu para vencer as dificuldades, a meu esposo, Luiz Conrado e a meus filhos, Luana e Lucas por compreenderem que não estava com eles nos programas de final de semana porque tinha que me dedicar ao curso. Agradeço de modo muito especial, a minhas irmãs, Dalva, Marleide e Verônica que sempre me acrescentaram algo de grande valia aos meus conhecimentos, e por fim, agradeço a todos aqueles que contribuíram de forma indireta para que esse trabalho fosse realizado.

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RESUMO

Cada vez mais o computador tem feito parte do cotidiano da sociedade atual. A escola como parte integrante desta sociedade deve se adequar e incorporar seu uso nas suas atividades de ensino. Para verificar se essas mudanças acontecem na nossa realidade foi realizada uma pesquisa em uma escola pública em Campina Grande – PB com o objetivo de avaliar o uso do computador como ferramenta de apoio no processo de ensino e aprendizagem de língua portuguesa. Na pesquisa foi feito um levantamento das metodologias utilizadas pelos professores em sala de aula, e também quanto ao uso do computador, além de ser averiguada a dificuldade de manuseio do computador tanto por parte dos professores e dos alunos. As informações foram obtidas através de questionários com perguntas pré-estabelecidas, aplicados tanto aos professores como aos alunos, além da realização de aula de um conteúdo de língua portuguesa com utilização de aplicativos de computador. Percebe-se nos resultados que a maioria dos professores utiliza o computador como ferramenta de apoio no processo de ensino e aprendizagem, e que eles não têm dificuldade em manuseá-lo, o que também ocorre com os alunos, pois a maioria tem computador em casa favorecendo o acesso e o manuseio. Percebe-se uma tendência para a inserção cada vez maior do uso do computador e outras tecnologias no processo ensino e aprendizagem o que nos leva a concluir que não dá para ignorar essas ferramentas que efetivamente estão presentes em nossa sociedade.

Palavras-chave: Computador, Língua Portuguesa e Ensino e Aprendizagem.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 6

2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 7

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 7

2.1.1 A Escola e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s). ... 7

2.1.2 O computador e a acessibilidade digital do país ............................... 8

2.1.3 O computador como ferramenta de ensino ...................................... 9

2.2 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA .................................................................................. 14

2.2.1 Características da escola ................................................................ 14

2.2.2 Metodologia .................................................................................... 14

2.3 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .............. 15

2.3.1 Observação das aulas ..................................................................... 15

2.3.2 Questionário aplicado aos professores ........................................... 17

2.3.3 Questionários aplicados aos alunos ................................................ 21

3. CONCLUSÕES ............................................................................................. 23

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .......................................................................... 24

ANEXO 1 ........................................................................................................ 25

ANEXO 2 ........................................................................................................ 26

ANEXO 3 ........................................................................................................ 27

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1. INTRODUÇÃO A educação no Brasil, infelizmente, é uma área que os governantes não

têm dado a atenção que ela merece, pois os investimentos ainda são muito precários para se ter um ensino de qualidade. Vivemos em uma sociedade informatizada, que gera mudanças, transformações, e isso implica na educação. Diante desse panorama o professor também deve mudar sua prática, uma vez que sabemos que a concepção de ensino também mudou.

Apesar dos cursos de formação continuada oferecidos pelo MEC aos professores, em parceria com os estados e municípios, para que eles insiram em sua prática o uso das novas tecnologias, percebe-se que isso não ocorre efetivamente, uma vez que, mesmo existindo laboratório de informática na escola, nem sempre os computadores funcionam como deveriam, e, além disso, alguns professores ainda tem dificuldade com relação ao manuseio dos computadores o que ocorre também por parte de alguns alunos.

Problemas de ordem técnica, computador não funciona como devia, e de ordem pedagógica como, o que fazer e como fazer com o computador na sala de aula são quesitos que devem ser repensados por todos os sujeitos que estão envolvidos no processo educacional.

Diante desta problemática foi realizada uma pesquisa em uma escola pública em Campina Grande – PB com o objetivo de avaliar o uso do computador como ferramenta de apoio no processo de ensino e aprendizagem de língua portuguesa.

Este trabalho apresenta a realidade de uma escola pública em Campina Grande – PB, tendo como enfoque o uso do computador como ferramenta de apoio no processo ensino e aprendizagem de língua portuguesa. Foram aplicados questionários às duas peças fundamentais neste processo: professor e aluno. Como resultado da pesquisa realizada foram apresentados, entre outros itens, os relatos de alguns professores no tocante ao uso de recursos tecnológicos em sua prática, e também o resultado de um questionamento a respeito dos fins de utilização do uso do computador por parte dos alunos.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.1 - A Escola e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s).

As tecnologias são atualmente realidade presente na vida da maioria das pessoas. Equipamentos como celulares, cartões magnéticos, caixas eletrônicos bancários, senhas, leitores óticos, computadores, ipod, ifone, vídeo games, dentre outros, são coisas muito comuns e conhecidas das pessoas de uma maneira geral. Diante dessas inovações muitas mudanças recentes ocorreram no mundo e podem ser verificadas, principalmente no que diz respeito à comunicação, na sua forma, na sua qualidade e na sua velocidade. O avanço técnico tem desempenhado um papel importante no mundo das comunicações influenciando nossa maneira de perceber o mundo e nossa maneira de agir neste mundo.

Não há como atualmente deixar de fora da escola as tecnologias, principalmente as tecnologias de informação e comunicação (TIC), já que elas fazem parte do cotidiano das pessoas. Neste sentido, a escola tem se esforçado para avançar na inserção das tecnologias da informação dentro do processo de ensino-aprendizagem. Este é um dos desafios recentes da problemática educacional, já que como sabemos tanto as tecnologias como a escola fazem parte do mesmo universo das crianças e jovens estudantes, então não há como separá-los.

Fazer com que os alunos aprendam a utilizar as tecnologias de forma positiva tirando proveito para a melhoria de seu próprio desempenho no mundo tão competitivo de hoje é um desafio grandioso para a escola e os educadores. É necessário que cada vez mais as instituições de ensino reflitam acerca da utilidade das tecnologias da informação e comunicação nas atividades e currículos escolares.

A inserção das TIC’s no ensino veio a colocar os professores diante da necessidade de qualificação contínua, já que é da característica das tecnologias a sua rapidez nas mudanças, logo equipamentos tornam-se

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obsoletos, versões novas de softwares são lançadas, novas formas de uso são aperfeiçoadas. Com isso há a necessidade constante de requalificação dos professores.

2.1.2 - O computador e a acessibil idade digital do país

Diante da diversidade de tipos de tecnologias voltadas à comunicação

em uso na escola o computador foi a tecnologia escolhida para servir de ênfase neste estudo, cuja temática envolve o computador como ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem de língua portuguesa.

Segundo Neri (2012), no Mapa da Inclusão Digital no Brasil, a utilização da internet faz parte dos indicadores das Metas Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) em curso atualmente e os novos indicadores apontam para metas de melhoria de conectividade. Em estudo recente o Brasil se encontra em 63º lugar no ranking dos países pesquisados, com 33% de residências com acesso às internet em 2010 (NERI, 2012). De acordo com o Mapa da Inclusão Digital existe uma preocupação em massificar a banda larga digital por todo o país. Este fato favoreceria o desenvolvimento econômico do país com a virtualização de parte do processo produtivo o que favoreceria a rapidez nas transações eletrônicas por exemplo. Isto melhoraria a integração entre as empresas, eficiência do comércio, eficiência nas transações com o governo eletrônico e com os serviços financeiros de modo geral, reduzindo custos e aumentando a eficiência microeconômica do país. (NERI, 2012).

O Governo Brasileiro seguindo esta linha de intenções e visando a melhoria do acesso das classes baixas aos equipamentos de acessibilidade digital, aprova a ampliação da lista de produtos que podem ser comprados no âmbito do programa Minha Casa Melhor, com a inclusão de itens como tablets. (GOVERNO... 2013). Sobre isto Afonso e Soares (2012) afirmam que:

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Os dados revelaram, por exemplo, que 31% das famílias brasileiras não se beneficiarão com programas de redução de preços de computadores, pelo simples fato que estas não têm nenhuma sobra em seus rendimentos para qualquer gasto adicional, seja essencial ou não. Isso aponta para a importância ainda maior de centros de acessos coletivos, como os telecentros comunitários, redes de computadores em escolas e bibliotecas públicas, entre outros, que só poderão tornar-se efetivamente abrangentes com o apoio decisivo de políticas públicas. (AFONSO e SOARES, 2012, p. 28)

De acordo com o Mapa da Inclusão Digital (NERI, 2012) três fatores

dificultam o acesso digital do brasileiro, o custo elevado da posse de um computador, o custo elevado também para o acesso à internet e a falta de habilidade com a tecnologia. No entanto, desses três fatores o maior índice está na falta de habilidade em lidar com as novas tecnologias com 61% dos entrevistados afirmando ter esta dificuldade.

De acordo com os dados percebe-se a relevância de se educar mais e mais a população já dentro da realidade digital e tecnológica. Apesar dos avanços verificados na inclusão digital das escolas, é clara a precariedade na formação do brasileiro tanto no que diz respeito à alfabetização básica, como também à continuidade do processo formativo educacional de jovens e adultos, incluindo uma formação ampla que contemple a aquisição de habilidades de uso de tecnologias de comunicação.

2.1.3 - O computador como ferramenta de ensino

Existem controvérsias quanto à inclusão do computador no processo

ensino e aprendizagem. Pode-se apontar como argumentos dos céticos, o fato de o sistema educacional ser pobre e não dá conta de necessidades básicas, tais como: giz, merenda, carteiras, dentre outras. Nesse sentido, fica a pergunta: como falar em computador no ensino se nem materiais tão básicos muitas vezes faltam? Já por outro lado os otimistas apresentam como um dos argumentos, a presença do computador em nossas vidas, portanto, a escola deve estar preparada para lidar com essa tecnologia. Diante disso, surgem às visões céticas e otimistas da informática na educação

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(VALENTE, 2008, p. 137-139). No âmbito desse debate Yamamoto (2012, p.4) faz menção à tecnologia no sentido de que ela:

[...] não se resume no que é inovador, mas que a nossa mente é a melhor tecnologia. Computadores são ótimas ferramentas facilitadoras do ensino, mas a tecnologia se manifesta desde o tom de voz que o professor usa para ministrar uma aula, inclui uma folha que o professor usa para ilustrar um pé de tamarindo, até exploração de um vídeo produzido pelo aluno ou um blog criado para compartilhamento de dados de um projeto de pesquisa.

Devemos considerar que a utilização da tecnologia, em si, não significa inovação. Até porque, é comum perceber-se práticas extremamente tradicionais com o uso de novas tecnologias. A inovação na verdade precisa acontecer nas concepções de ensino e aprendizagem, nas metodologias empregadas, e não apenas no uso de recursos tecnológicos a exemplo do computador. A qualidade do processo de ensino aprendizagem vai variar de acordo com o educador para favorecer a aprendizagem e a cooperação entre a turma. Neste sentido, segundo Freire (1970) na educação democrática o educador e o educando tem saberes e a relação entre eles é geradora de novos saberes, ao contrário da educação bancária onde o educando é vazio de saberes sendo preenchido pelos saberes do educador. Neste sentido Freire (1970, p. 67) ainda nos diz que

Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro.

Dentro desta perspectiva, ao ensinar todo educador aprende, pois há uma troca de conhecimentos entre educando e educador. Freire cita o ensino “bancário” como maléfico para a educação no sentido de impedir a criatividade do aluno e do professor, defendendo que o docente não deve apenas transmitir conteúdos, mas contextualizá-lo à vida do educando. Ensinando-o a pensar e criticar aquilo que lê, pesquisar, a ser curioso e acima de tudo ser respeitado como uma pessoa que possui um saber adquirido previamente a partir de suas experiências e vivências. (FREIRE, 1970).

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Neste sentido, Coelho e Bonilla (2013) defendem a importância de o professor desenvolver atividades criativas utilizando linguagens diversificadas como forma de fomentar no aluno o interesse pelo novo. É por meio dessa prática que se efetiva o dinamismo no qual tanto o professor quanto o aluno se desenvolvem. Coelho e Bonilla (2013) ainda demonstram em sua pesquisa que o fato de uma pessoa não ser alfabetizada não a impede de usar o computador, no contexto da EJA. Dentre as pessoas, por elas entrevistadas, uma declarou: “o filho de minha patroa tem 4 anos, não saber ler, ele bota tudo no computador. Se ele fizer errado a mãe dele ensina, mexe aqui, mexe ali, ele não esquece de nada (Roberta, 27 anos)”.

Durante suas pesquisas, ainda Coelho e Bonilla (2013) também observaram que o público pesquisado ao se deparar com uma máquina e não saber utilizá-la descreveram sentimentos de desconforto e insegurança, como foi percebido na fala de alguns alunos:

‘Hoje eu já não tenho medo de enfrentar o computador. Muitas coisas eu aprendi depois das aulas aqui do Colégio’ (João Paulo, 19 anos). ‘Não vou mentir que quando entrei na aula de informática fiquei meio cabreiro, nunca tinha pego em computador’ (Valdeci, 47 anos). ‘Eu tremia tinha medo, isso não vou esquecer não’ (Jaurene, 35 anos). (COELHO e BONILHA, 2013, pp. 6-7).

Como se pode perceber o contato do aluno com o novo costuma gerar sentimentos como o medo, a insegurança, entre outros. Certamente, em se tratando dos professores não é diferente.

Uma das dificuldades dos professores em não utilizar o computador em sua prática pedagógica é fato de eles não serem preparados. Isso gera insegurança e os levam a resistir à inserção desse recurso no processo ensino e aprendizagem.

Segundo Fugimoto e Altoé (2010), a teoria construtivista propõe que o aluno seja visto como ser em desenvolvimento, ser ativo e capaz de construir o novo. Diante disso, faz-se necessário que o professor reveja sua prática tentando superar os desafios a que são submetidos contribuindo efetivamente para que a aprendizagem seja de forma significativa. Assim,

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a tecnologia amplifica as habilidades humanas e ajuda os professores a obterem os melhores resultados, mas que não pode ajudar muito se os mesmos não tiverem as habilidades ou competências adequadas. A capacidade das novas tecnologias de propiciar aquisição de conhecimento individual e independente implica em um currículo mais flexível, desafia o currículo tradicional e a filosofia educacional predominante. Para tal, depende dos professores a condução das mudanças necessárias. (FUGIMOTO e ALTOÉ, 2010, p. 2-3).

Numa pesquisa realizada pelos autores citados anteriormente, Fugimoto e Altoé (2010) nas escolas públicas da rede municipal de Maringá, os professores participantes da pesquisa afirmaram que os motivos que impedem a integração e apropriação do computador na realização de atividades na sala de aula, repercutindo em um processo de resistência ao uso do computador na de aula são: o despreparo de muitos professores que não sabem utilizar o computador na sala de aula, número de computadores é incompatível com o número de alunos na sala de aula, a dificuldade para integrar o computador na prática pedagógica está relacionada à falta de acesso ao laboratório de informática, e uma professora afirmou: “aquelas que não têm muito contato com essa ferramenta certamente terão dificuldade ou até mesmo receio em utilizar o computador com seus alunos”. Expressou, ainda, a dificuldade ou o receio devido à falta de domínio do computador por alguns professores.

Diante do exposto percebe-se que não existem políticas públicas voltadas para a implantação da informática no processo ensino e aprendizagem e que a participação do governo nessa ação deixa muito a desejar. Esse cenário envolve o empenho governamental na elaboração de políticas que favoreçam suprir a demanda emanada pela informatização dos serviços educacionais, dentre os quais se insere o trabalho na sala de aula. No que se refere à iniciativa do governo, Oliveira (2006) considera que:

são ainda muito tímidas as ações governamentais na área de informática na educação, assim como ainda continuam quase desconhecidas, para a maioria dos educadores, as contribuições que podem ser decorrentes da utilização desta tecnologia no processo de ensino-aprendizagem (Oliveira, 2006, p. 51).

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O referido autor aponta a falta de investimento nesse setor, bem como o despreparo dos profissionais para atuarem de forma significativa na área. Porém, considerando as iniciativas governamentais, podemos citar o maior programa de informática realizado no país, o PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação, implantado em 1997 pelo governo federal, em parceria com os estados e municípios. Esse programa tinha como objetivo “melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem”. Logo, foi no contexto da sua operacionalização que foi propostas a chamada “nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias da informação pelas escolas” (OLIVEIRA, 2006). Conforme declara o documento do Proinfo, há necessidade de se considerar o contexto atual no que tange ao desenvolvimento científico e tecnológico voltado para uma cidadania global.

Estas reflexões realizadas com base nas bibliografias consultadas servirão de alicerce para análise dos dados que serão obtidos no desenvolvimento desta pesquisa.

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2.2 - DESCRIÇÃO METODOLÓGICA

2.2.1 - Características da escola

A escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Sólon de Lucena, em Campina Grande – PB, na qual foi realizada a pesquisa fica bem localizada, no centro da cidade e sua estrutura é bem preservada, contendo salas de aula apropriadas, biblioteca, laboratório de informática, sala de vídeo, dentre outras. Oferece tanto o ensino fundamental e médio, como o Programa Mais Educação e o Revisitando. Funciona nos três turnos: manhã, tarde e noite com o total de 904 (Novecentos e Quatro) alunos. A escola conta com 56 (cinquenta e seis) professores, dentre eles, 6 (seis) são de Língua Portuguesa.

2.2.2 Metodologia

A pesquisa qualiquantitativa foi realizada no universo de seis professores através da aplicação de um questionário cujo objetivo estava em investigar se os professores de Língua Portuguesa fazem uso efetivamente do computador em sala de aula. Outras questões também foram investigadas como: as metodologias e recursos didáticos que são utilizados nas aulas de língua portuguesa, o nível de capacitação dos educadores.

Com relação aos alunos também foi aplicado questionário composto de 6 (seis) questões, abertas e fechadas aplicado a uma turma de 1º ano do Ensino Médio, composta por 26 alunos, no turno da manhã da referida escola para averiguar se a inserção do uso do computador nas aulas de Língua Portuguesa contribuem de forma significativa para a aprendizagem da disciplina em questão, na percepção dos alunos. Todos responderam ao questionário.

Foi elaborado um plano de aula a ser desenvolvida com os alunos com o objetivo de observar como está a capacidade dos alunos no uso de ferramentas computacionais destinadas às aulas de língua portuguesa. No

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tocante a aula ministrada, a mesma se deu, inicialmente, através de uma conversa informal a respeito da diversidade de gêneros textuais. Posteriormente, no laboratório de informática, em dupla, e usando um computador com acesso a internet foi feito uma pesquisa com o intuito de conhecer a estrutura de uma carta e de uma receita, bem como aprofundar mais o conhecimento, especificamente, desses gêneros. Em seguida, fazendo uso de um editor de textos foi possível fazer as produções, de acordo com a criatividade de cada dupla. Por fim, as produções foram socializadas.

2.3 - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo tem por objetivo apresentar a análise dos dados coletados

na pesquisa de campo realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Sólon de Lucena, situada em Campina Grande, Paraíba. A análise foi alcançada tanto a partir da aplicação dos questionários junto aos professores e aos alunos, como também dos resultados obtidos através da realização de uma aula prática para com o auxílio da ferramenta tecnológica, o computador. Ao longo da análise, serão apresentados os resultados desta investigação.

2.3.1 - Observação das aulas

Foi realizada uma aula no turno da noite. No tocante a aula ministrada, com intuito de justificar a importância do computador como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem, se deu, inicialmente, através de uma conversa informal a respeito da diversidade de gêneros textuais. Posteriormente, no laboratório de informática, em dupla, e usando um computador com acesso a internet foi feito uma pesquisa com o intuito de conhecer a estrutura de uma carta e de uma receita, bem como aprofundar mais o conhecimento, especificamente, desses gêneros.

Em seguida, fazendo uso de um editor de textos foi possível fazer as produções, de acordo com a criatividade de cada dupla. Por fim, as produções foram socializadas.

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A aula foi ministrada no turno da noite numa turma de 8º ano do ensino fundamental, tendo como tema: gêneros textuais, especificamente, carta e receita.

Apenas 10, dos 22 alunos da turma estavam presentes. Formaram duplas para realizar as atividades solicitadas que poderiam ser adaptadas, ou criadas, conforme a criatividade da dupla. Durante a pesquisa na internet para saber sobre, os gêneros referenciados acima, tais como, conceitos, tipos e estrutura, observei que apenas um aluno disse nunca ter mexido no computador, mas nem por isso deixou de participar nas atividades solicitadas. Os demais manusearam sem problema. A reclamação por parte dos alunos foi só no tocante a velocidade da internet que era lenta demais, e que acabou interferindo na conclusão das atividades, uma vez que, ficaram sem formatação.

Na hora de fazer a produção, apresentaram dificuldade no tocante ao caminho para chegar ao editor de texto, pois no laboratório de informática o sistema operacional era o Linux e eles disseram que usavam mais o Windows. No que se refere aos recursos do editor não tiveram problema ao utilizá-los, porém apenas um aluno despertou para os recursos de ortografia e concordância que o editor oferece na hora da digitação.

Com relação à socialização das atividades uma das duplas, por inibição, disseram que não iriam ler, mas permitiram que um voluntário lesse, com as demais não teve problema.

Acredita-se que o computador está presente na vida da maioria do alunado, e que existem diversas possibilidades de se trabalhar com ele no processo de ensino e aprendizagem e por isso não pode ser ignorado. No entanto, percebe-se a falta de conhecimento por parte do aluno quanto aos recursos oferecidos pelo o editor para se obter uma escrita mais aperfeiçoada.

A produção a seguir, de uma dupla, confirma a não formatação do texto, nem a utilização dos recursos oferecidos pelo editor no tocante à ortografia correta das palavras. receita da saudade

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10 colheres de choro 20 xicara de tristeza 50 xicara distancia 50 xicara abraço 50 xicara de amor 100 colheres de paciencia 20 colheres de perdao 20 xicara de onestidade 20 colheres de virtude 10 um litro de purificaçao modo de preparar : une todo ece sentimento icaminha para o meu amor. Ele ficou tao alegre que veio correndo para nus mata essa saudades . Thelby e Diana

2.3.2 Questionário aplicado aos professores

O questionário aplicado junto aos professores procurou identificar,

primeiramente os turnos nos quais os professores desenvolvem suas atividades. Num universo de 06 (seis) professores, apenas 04 (quatro) participaram da pesquisa, pois os demais não se encontravam na unidade escolar por motivos não relatados. Tal questionário continha 4 (quatro) questões distribuídas em fechadas e abertas que foram respondidas de modo satisfatório. Os outros dois professores não se encontravam na escola por motivo não informado, por isso não foram contados entre os que fizeram parte da pesquisa.

O levantamento dos dados apresentou os seguintes resultados:

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2.3.2.1 - Turnos que lecionam atualmente

A análise dos resultados demonstra que alguns professores lecionam em mais de um turno, o Quadro 1 demonstra a distribuição dos horários (turnos) em que os professores trabalham.

Quadro 1 – Distribuição dos turnos por professor

Manhã Tarde Noite

Professor 1 Sim Não Não Professor 2 Sim Sim Não Professor 3 Sim Professor 4

Sim

Professor 5 Não obtido Não obtido Não obtido Professor 6 Não obtido Não obtido Não obtido

2.3.2.2 Séries que lecionam Os professores pesquisados encontram-se lecionando tanto no ensino

fundamental quanto no ensino médio como pode ser observado no Quadro 2:

Quadro 2 – Professores de acordo com as séries que lecionam

Professores Ensino Fundamental Ensino Médio 6º 7º 8º 1º 2º 3º

Professor 1 Sim Sim Sim Sim Sim Professor 2 Sim Sim Sim Sim Sim Professor 3 Sim Professor 4

Sim

Professor 5 Não obtido Não obtido Não obtido Não obtido

Não obtido

Não obtido

Professor 6 Não obtido Não obtido Não obtido Não obtido

Não obtido

Não obtido

2.3.2.3 - Onde faz uso do computador no dia a dia

Com relação ao acesso de computadores em casa obteve-se os seguintes resultados que pode ser visualizado no Quadro 3, onde percebemos

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que apenas um dos professores utilizam o computador nos dois ambientes e demais o utilizam em casa.

Quadro 3 – Professores de acordo com o local de acesso ao computador

Em casa No trabalho

Professor 1 Sim Sim Professor 2 Sim Professor 3 Sim Professor 4 Sim

Professor 5 Dado não obtido

Dado não obtido

Professor 6 Dado não obtido

Dado não obtido

2.3.2.4 - Dificuldade no manuseio dos computadores

Quanto ao manuseio dos computadores e eventuais dificuldades, nenhum dos entrevistados relataram apresentar algum tipo de dificuldade o que podemos dizer que é um resultado satisfatório.

2.3.2.5 Descrição geral das aulas, metodologia e recursos didático.

Para conhecer de maneira geral o desenvolvimento das aulas foi questionado o tipo de metodologia e quais os recursos didáticos utilizados em sala de aula, os quais responderam: Respondente 01 – “Busco unir o ensino de Língua Portuguesa ao ensino moderno e uso das tecnologias para o auxílio nas minhas aulas. Como a mídia interativa está muito presente na vida do aluno, trabalho com os tablets doados pelo Governo usando os e-books e aplicativos educativos assim como mantenho com os alunos a atualização de blogs”.

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Respondente 02 – “Geralmente planejo as aulas com a ajuda do computador, de livros, revistas, etc. Depois de explicar o assunto, tirar as dúvidas, faço exercícios baseados nos assuntos vistos. Se necessário, fazemos pesquisa para aprofundar o assunto. Fazemos uso também de dicionários, filmes (CDS), gramáticas, etc.” Respondente 03 – “Aula expositiva, dialogada através de textos, data show, seminário, projetos”. Respondente 04 – “Uso uma metodologia diversificada de acordo com as necessidades e interesses dos alunos, como por exemplo: trabalhar em grupo para promover a interação entre os alunos, ora uso as tecnologias da educação como sala de vídeo”.

Estes indicadores apontam para a tendência do uso das tecnologias em sala de aula, juntamente com outros recursos. Contudo, percebe-se uma tendência para a inserção cada vez maior do uso do computador e outras tecnologias em sala de aula. Isso aponta para o que foi questionado na questão seguinte (questão 1.6) sobre o uso de recursos tecnológicos em sala de aula, em que 100% dos pesquisados informaram sim, utilizam estes recursos em sala de aula. Entre os recursos tecnológicos utilizados em sala de aula foram citados os tablets, doados pelo Governo, além da sala de vídeo, computadores, celulares, televisão, data show, DVD´s, etc.

2.3.2.6 - Participação em cursos do Proinfo.

Quando questionados sobre a participação nos cursos do Proinfo, foram obtidos os seguintes resultados expressos no Quadro 4. O percentual foi o mesmo 50%, tanto para os participantes como para os não participantes. Dos participantes, um fez o Linux Educacional e o outro, Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC.

Quadro 4 – Professores de acordo a participação em cursos do Proinfo.

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Cursos Proinfo

Professor 1 Sim Professor 2 Sim Professor 3 Não Professor 4 Não Professor 5 Dado não obtido

Professor 6 Dado não obtido

Os cursos relatados compreenderam o Linux Educacional e Tecnologias

na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC. Desse modo, percebe-se que nem todos os professores participam do maior programa de informática realizado no país, o PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação, implantado desde 1997 pelo governo federal, em parceria com os estados e municípios.

2.3.3 Questionários aplicados aos alunos

Com relação aos alunos também foi aplicado questionário composto de 6 (seis) questões, abertas e fechadas aplicado a uma turma de 1º ano do Ensino Médio, composta por 26 alunos do turno da manhã. O objetivo foi averiguar se a inserção do uso do computador nas aulas de Língua Portuguesa contribui de forma significativa para a aprendizagem da disciplina em questão, na percepção dos alunos. Todos responderam ao questionário.

2.3.3.1 Uso do computador no dia a dia

É notório observar que quase todos os alunos que responderam ao questionário usam computador no seu cotidiano. Fator importante, uma vez que, ao se deparar com essa ferramenta na escola, o aluno já tem um conhecimento prévio. Na amostra pesquisada, 96% afirmaram que usam, conforme o Quadro 5:

Quadro 5 – Alunos de acordo com o uso do computador no dia a adia

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Uso do computador no dia a dia

Quant. de alunos %

Sim 25 96% Não 1 4% Total 26 100%

2.3.3.2 - Local em que acessa o computador

Pode se considerar um dado positivo o fato de quase todos ter acesso ao computador em casa, pois demostrava que essa ferramenta utilizada no processo ensino aprendizagem não é estranha aos educandos. Isso pode ser comprovado através do Quadro 6.

Quadro 6 – Alunos de acordo com o local de acesso do computador.

Local de acesso Quantidade de alunos %

Casa 24 92% Casa e escola 1 4% Lan House 1 4% Total 26 100%

2.3.3.3 Com relação aos fins de util ização Percebe-se uma diversidade de uso no tocante ao computador, uma

vez que, eles não só o usam para fins educativos, mas também como forma de entretenimento. Isso demonstra que os alunos não tem uma visão limitada, pois conhecem as várias possibilidades de uso do computador. No entanto, a utilização para pesquisa na internet e trabalhos escolares foi superior às demais, conforme o Quadro 7 abaixo:

Quadro 7 – Alunos de acordo com a finalidade de uti l ização do computador.

Fins de util ização Quantidade de alunos %

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Jogos/Diversão 11 42% Redes Sociais 22 85% Pesquisa na internet 25 96% Trabalhos escolares 24 92% Outros 4 15%

2.3.3.4 Aula com uso de computador A maioria afirmou que já teve aula com o uso do computador,

representada por 77% dos investigados. Apenas 23% dos respondentes disseram que não tiveram aula com o uso de computador. Ver Quadro 8:

Quadro 8 – Alunos que afirmaram já ter tido aula com computador. Aula com uso de computador

Quantidade de alunos %

Sim 20 77% Não 6 23% Total 26 100%

2.3.3.5 Matérias ministradas com o uso do computador

Com relação às matérias que foram ministradas fazendo uso dessa ferramenta, dos 20 alunos que responderam sim, 70% informaram que foi na matéria de Língua Portuguesa, 15% em Língua Portuguesa e História, simultaneamente, e 10% responderam ter sido nas aulas de história, conforme Quadro 9 abaixo:

Quadro 9 – Matérias em que os alunos tiveram aulas com computador.

Matéria Quantidade de alunos %

Língua portuguesa 14 70% Língua Portuguesa e 3 15%

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História História 2 10% Não respondeu 1 5% Total 20 100%

2.3.3.6 - Dificuldade com o manuseio do computador Neste item todos informaram que não tem dificuldade o que pode ter

sido motivado pelo que foi informado na questão 2 (dois), em que praticamente todos têm computador em casa e observado no Quadro 10 logo abaixo:

Quadro 10 – Alunos segundo a dificuldade de manuseio do computador. Dificuldade com o manuseio

Quantidade de alunos %

Sim 0 0% Não 26 100% Total 26 100%

2.3.3.7 - Avaliação do uso de computador em sala de aula A maioria pesquisada considerou muito bom o uso do computador

como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem, representada por 81%. Apenas 19% dos respondentes consideraram regular o uso dessa ferramenta em sala de aula, e nenhum aluno informou que acha ruim. Esses dados apontam que há aceitação desse recurso tecnológico pela maioria dos alunos, conforme verificamos no Quadro 11:

Quadro 11 – Aceitação dos alunos ao uso do computador nas aulas

Avaliação Quantidade de alunos %

Ruim 0 0% Regular 5 19% Muito bom 21 81%

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Total 26 100%

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3. CONCLUSÕES

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral constatar a importância do uso do computador como ferramenta no processo ensino e aprendizagem de língua portuguesa.

Observou-se que os professores que responderam ao questionário não têm grandes problemas em operacionalizar o computador, e que esta ferramenta está presente em suas práticas pedagógicas, apesar de nem todos terem participado do curso de formação do Proinfo promovido pelo MEC em parceria com os Estados e Municípios.

Assim, o fato aponta, conforme Neri (2012), para o Mapa da Inclusão Digital no Brasil, no qual a utilização da internet faz parte dos indicadores das Metas Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) em curso atualmente e os novos indicadores apontam para metas de melhoria de conectividade.

Desse modo, a intervenção do Governo Brasileiro, seguindo esta linha de intenções e visando a melhoria do acesso das classes baixas aos equipamentos de acessibilidade digital, vem promovendo o fornecimento de equipamentos tecnológicos aos professores das escolas públicas, o que vem possibilitando maior acesso a tecnologia da informação e da comunicação, e consequentemente, melhorando o desempenho dos professores para o uso destas tecnologias, visando, assim, uma mudança no paradigma educacional brasileiro.

Essa questão do acesso também está presente no cotidiano dos alunos, verificou-se na pesquisa que a maioria tem computador em casa e não só o usam para fins educativos, mas também como forma de entretenimento. Isso demonstra que eles percebem as diversas possibilidades de utilização do computador.

Diante das mudanças que estão acontecendo na sociedade acredito que é necessário o professor tomar consciência de sua forma de atuação, superar os desafios e inovar a sua prática procurando motivar os alunos para utilizarem recursos tecnológicos, pois a presença desses é marcante nas nossas vidas e a atitude do professor é fator fundamental para uma efetiva aprendizagem.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AFONSO, Carlos A; SOARES, Luiz Fernando G. Desenvolvimento humano e a apropriação das TICs. In: CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil). Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação 2005. São Paulo, 2006, pp. 27-30. COELHO, Lívia Andrade; BONILLA, Maria Helena Silveira. Não sei ler, logo, não posso usar o computador? Alfabetização e letramento digital no contexto da EJA. Disponível em: <www.moodle.ufba.br/file.php/2/Alfabetiza_o_Letramento/Nao_sei_ler_logo_nao_posso_usar_o_computador_licia_coleho.pdf>. Acesso em: 22/10/2013. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 2. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1970. FUGIMOTO, Sonia Maria Andreto; ALTOÉ, Anair. O Computador na Sala de Aula: O Professor de Educação Básica e sua Prática Pedagógica. In: Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação, 9., 2010, Maringá. Anais... Maringá: UEM, 2010. Disponível em: <http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2009_2010/pdf/2010/014.pdf >. Acesso em 28 set. 2013. GOVERNO financia tablets para as classes C, D e E. Disponível em: http://www.fndc.org.br/clipping/governo-financia-tablets-para-as-classes-c-d-e-e-930859/>. Acesso em: 22 out. 2013. NERI, Marcelo Côrtes (Coord). Mapa da exclusão digital. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas/Centro de Políticas Sociais, 2012. OLIVEIRA, José Marcio Augusto de. Escrevendo com o computador na Sala de Aula. Coleção Questões da Nossa Época; v. 129. São Paulo: Cortês, 2006. VALENTE, José Armando. Por quê o computador na educação? Disponível em: <http://www.jamilsoncampos.com.br/dmdocuments/PorQueoComputadornaEducacao.pdf>. Acesso em: 28 set. 2013. YAMAMOTO, Márcio Issamu. O ensino de língua portuguesa, literatura e as novas Tecnologias. In: SIELP, 2012, Uberlândia. Anais... Uberlândia: EDUFU, 2012

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ANEXO 1

Roteiro de entrevista com as professoras

1. Em quais turnos você leciona atualmente?

2. Quais as séries que você leciona?

3. Você faz uso de computador no seu dia a dia? ( ) em casa ( ) no trabalho

4. Sente alguma dificuldade em manusear os computadores. ( ) Sim (Não). Caso

responda sim diga quais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Descreva de maneira geral como são suas aulas? Que tipo de metodologia e quais recursos didáticos você utiliza em sala de aula? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. 6. Faz uso de algum recurso tecnológico? ( ) Sim ( ) Não. Em caso afirmativo: Quais? O computador faz partes deles?. Em caso negativo: justifique porque não usa o computador no ensino dos conteúdos de língua portuguesa. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Participou de algum dos 3 (três) cursos do Proinfo Integrado promovido pelo MEC com parceria com as secretarias estadual e municipal? ( ) Sim ( ) Não. Em caso afirmativo. Quais? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO 2 Questionário aplicado aos alunos

1. Você usa computador no seu dia a dia? ( ) Sim ( ) Não 2. Em qual lugar você tem acesso à computador?

( ) Aqui na escola ( ) Na sua casa ( ) Lan House 3. Você utiliza o computador para quê?

( ) Jogos/ Diversão ( ) Redes Sociais ( ) Pesquisa na internet ( ) Trabalhos escolares ( ) Outros 4. Você já teve alguma aula aqui na escola em que foi usado o computador? Em caso afirmativo, em qual matéria?

( ) Não ( ) Sim Matéria: ________________ 5. Você tem dificuldade em manusear o computador?

( ) Não ( ) Sim Quais: __________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 6. O que você acha de uma aula usando o computador?

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( ) Ruim ( ) Regular ( ) Muito bom

ANEXO 3 Plano de aula Nome da escola: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio – Sólon de Lucena

Professor: Lindaura Macário de Oliveira Conrado

Data:_____________ Ano: 2013 Série: 8º ano

Tema: Gêneros Textuais (receita e carta)

Objetivos

Conhecer diferentes gêneros textuais;

Diferenciar o gênero textual carta e receita;

Argumentar as estrutura dos gêneros carta e receita.

Conteúdo

Conceito de gênero textual;

Estruturas do gênero textual carta e receita.

Metodologia

No primeiro momento, ter uma conversa informal com a turma a respeito da diversidade de gêneros textuais existentes, no segundo momento, dividir a turma em equipes e pedir para realizar uma pesquisa na internet sobre os gêneros em questão, e no terceiro momento pedir para umas equipes fazer uma carta para alguém do seu interesse, tratando do assunto que quiser, outras deverão fazer uma receita que poderá ser digitada, criada ou adaptada, em ambos os casos os alunos deverão usar um editor de texto, observando os recursos contidos neste que poderão ajuda-los na escrita correta. Para encerar a aula eles deverão socializar com os demais os gêneros e escolhidos e se a ajuda que encontraram no editor de texto lhes foi útil.

Recursos Computador com acesso a internet e com programa de editor de texto.

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Avaliação

Participação afetiva no que foi proposto, realização da escrita observando em que os recursos do editor podem ajudar, de forma que aprimore a escrita, bem como, objetividade e clareza na hora de socializar com os demais.