LINDOS, NOJENTOS, RICOS CAPÍTULO 7

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7 A noite tinha chegado tão rápido que eles nem perceram. Em pouco tempo estavam is tres j;a em casa, sem nada para fazer. Sofia, olhava de minuto em minuto seu celular, esperando que um e-mail aparecesse do nada chamando-a para que ele fosse a alguma festa legal naquela noite, mas ela ja devia saber que näo havia festa nenhuma em uma segunda-feira (apenas alguma festa de alguma apresentaçäo ou estreia que ela era chamada). Portanto, ela teria que ficar naquela hora da noite — oito da noite — em casa, olhando para o nada, ou vendo TV. Ela pegou seu notebook da Apple — um que a mãe dela tinha dado á ela alguns meses antes, mas que já tinha sido ultrapassado e da última vez que o pai dela fosse para os Estados Unidos, ele traria um novo para ela —, abriu e entrou na Internet. Em sua caixa de e-mail havia um endereçado à ela com o endereço da redação do jornal escolar. Ela pode perceber que o e-mail não tinha sido endereçado apenas a ela, felizmente, porque ela já estava pensando se era para fazer uma matéria com ela por causa do ocorrido na festa no Copacabana Palace. Ela abriu o e-mail e o leu. Caros alunos da escola David para Meninos e Meninas, estava escrito. É com grande orgulho que venho trazer a notícia — no link abaixo — para o site da festa mais esperada de todos os tempos: a festa dos Salles! Espero que gostem e enjoy it! Sofia estava com medo, mas ao mesmo tempo sentia algo estranho no seu estomago; algo que ela nunca tinha sentido antes. Será que era nervoso? Não podia ser; Sofia nunca sentia nervoso em sua vida inteira. Era impossível que naquela vez ela estava tendo e principalmente por causa de uma simples festa. O mais estranho era que ninguém nunca podia deixar ela para baixo: principalmente ela, Sofia, filha de uma das melhores estilistas — e uma das mais conhecidas — do Brasil. Um mês atrás a mãe dela recebeu uma carta de pedido para que ela fizesse uma coleção de roupas para o desfile em Milão no final do ano. E era claro que Sofia também tinha seu lugar marcado no desfile, na primeira fila, pertinho da Anna Wintour e das outras editoras-chefes das Vogues do mundo todo. E nada mesmo podia fazê-la ficar para baixo; ela tinha tudo nas mãos. Ela teria que ligar para sua mãe agorinha mesmo, que estava no aeroporto pegando uma viajem para Milão para organizar tudo certinho, e pedir que ela trouxesse — ou mandasse de qualquer jeito — um lindo, não, o melhor vestido de festa que ela já encontrara para aquele super-baile. Até porque ela era A Sofia, e ela teria que ser convidada.

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Capítulo 7 do livro online.

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7A noite tinha chegado tão rápido que eles nem perceram. Em pouco tempo estavam is tres j;a em casa, sem nada para fazer. Sofia, olhava de minuto em minuto seu celular, esperando que um e-mail aparecesse do nada chamando-a para que ele fosse a alguma festa legal naquela noite, mas ela ja devia saber que näo havia festa nenhuma em uma segunda-feira (apenas alguma festa de alguma apresentaçäo ou estreia que ela era chamada). Portanto, ela teria que ficar naquela hora da noite — oito da noite — em casa, olhando para o nada, ou vendo TV. Ela pegou seu notebook da Apple — um que a mãe dela tinha dado á ela alguns meses antes, mas que já tinha sido ultrapassado e da última vez que o pai dela fosse para os Estados Unidos, ele traria um novo para ela —, abriu e entrou na Internet. Em sua caixa de e-mail havia um endereçado à ela com o endereço da redação do jornal escolar. Ela pode perceber que o e-mail não tinha sido endereçado apenas a ela, felizmente, porque ela já estava pensando se era para fazer uma matéria com ela por causa do ocorrido na festa no Copacabana Palace. Ela abriu o e-mail e o leu. Caros alunos da escola David para Meninos e Meninas, estava escrito. É com grande orgulho que venho trazer a notícia — no link abaixo — para o site da festa mais esperada de todos os tempos: a festa dos Salles! Espero que gostem e enjoy it! Sofia estava com medo, mas ao mesmo tempo sentia algo estranho no seu estomago; algo que ela nunca tinha sentido antes. Será que era nervoso? Não podia ser; Sofia nunca sentia nervoso em sua vida inteira. Era impossível que naquela vez ela estava tendo e principalmente por causa de uma simples festa. O mais estranho era que ninguém nunca podia deixar ela para baixo: principalmente ela, Sofia, filha de uma das melhores estilistas — e uma das mais conhecidas — do Brasil. Um mês atrás a mãe dela recebeu uma carta de pedido para que ela fizesse uma coleção de roupas para o desfile em Milão no final do ano. E era claro que Sofia também tinha seu lugar marcado no desfile, na primeira fila, pertinho da Anna Wintour e das outras editoras-chefes das Vogues do mundo todo. E nada mesmo podia fazê-la ficar para baixo; ela tinha tudo nas mãos. Ela teria que ligar para sua mãe agorinha mesmo, que estava no aeroporto pegando uma viajem para Milão para organizar tudo certinho, e pedir que ela trouxesse — ou mandasse de qualquer jeito — um lindo, não, o melhor vestido de festa que ela já encontrara para aquele super-baile. Até porque ela era A Sofia, e ela teria que ser convidada.

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Além do mais, ela sentia que teria que ligar para alguém àquela hora da noite, e fofocar. Tinha uma coisa que estavam falando — ela acabara de receber por DM no Twitter — que ela tinha que falar xom alguém. Seu telefone estava ainda conectado no Facebook, enquanto ela procurava por algo de bom para fazer quando ela avistara a mesma mensagem… aquilo a fez pensar em ligar mesmo para alguém e contar tudo aquilo. E ninguém melhor que sua nova-melhor amiga: Bianca. Ela saiu rapidamente do Facebook, com um toque, e discou o número da amiga. Em poucos toques, ela pode ouvir a viz de Bianca do outro lado (umna voz que ela ás vezes se enjoava, pois era mesmo enjoativa): — Oi querida! — Sofy disse, dando um sorriso para a parede e arrumando seu perfeito cabelo, cortado pelas mãos de um artista que tinha feito um corte muito bom, pois ela achava que ele estava um tanto desengonçado. E ela detestava que seu cabelo parecesse desengonçado. — Oi, Sofy! What’s up? — Bianca perguntou, rindo também. Bianca também não estava muito longe, olhando pela janela, tentando achar algo de bom para fazer naquele dia horrível. — Você viu a novidade do Facebook? — Sofy disse, pensando em como as pessoas sem classe chamava; “Face” — tão ridículo. — Não, o que foi? — Sofia conseguia perfeitamente ouvir o som das teclas sendo clicadas do outro lado da linha, enquanto Bianca entrava na Internet pelo seu Macbook Air, à procura da novidade que Sofia sabia e ela não, que estava passando pelo Facebook. — Bem, estão falando que os Salles não ficaram muito bem no primeiro dia. — Sofia não sabia se ria de felicidade ou de tristesa… talvez os dois. — Então… — Bianca não queria saber sobre eles; ela sentia como se algo de ruim fosse acontecer. Algo como perder seu lugar como o braço direito da Sofy para eles. — Bem, e, infelizmente, nós não estávamos para dar as boas vindas. — Ela continuou. — O que você acha de darmos as verdadeiras boas—vindas? — O que você quer fazer, Sofia? — Talvez escrever algo legal na primeira página do Classificados da escola. O que você acha? Bianca respirou tão profundamente que parecia que Sofia tinha ouvido do outro lado da linha. Felizmente, não era tão ruim quanto ela estava pensando. — Tudo ótimo. Quer que eu ligue para o jornal? — Não, obrigada. — Sofia deu de ombros. — Eu mesma ligo. — Ok — Bianca continuava à fitar o céu noturno, em estrelas, tentando achar alguma coisa para fazer —, já soube da festa que eles vão dar? — Já, e já estou preparando o meu vestido — dava para perceber que ela estava muito feliz com a festa. — Você já sabe o que vai vestir? — Que nada — Bianca respondeu, indo para sua cama e encostando a cabeça no travesseiro feito de penas de ganso; o mais macio que existia. — Tem como você me ajudar á comprar minha roupa? — Talvez… — Sofia disse. — Se eu tiver tempo. Bem, agora eu tenho que ir

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dormir. Mas primeiro, vou ligar para minha mãe. — Está bem — Bianca disse, chata —, então até amanhã. Ela desligou e tentou procurar por alguma coisa legal para fazer em seu celular. Enquanto fuxicava o Facebook das outras pessoas, percebeu uma mensagem um tanto empolgante: iria ter uma festa de Bandas em Botafogo àquela noite às 10 da noite. Ela olhou para o relógio e ficou estasiadamente feliz: ainda estava bem cedo para que ela chegasse na festa á tempo. Não tendo nada que fazer, até a mais chique e rica das pessoas vai à qualquer lugar.

Enquanto isso, Marcos e Edgar estavam vagando por aí com o carro do pai de Marcos, tentando achar algo divertido para fazer naquela noite no começo da semana, enquanto suas namoradas estavam em casa, sem fazer nada -- talvez até dormindo. Eles podiam até ligar, porém eles tinham certeza que os pais delas não iam deixa-las sair naquela hora da noite, quando as duas tinham que ir a escola no dia seguinte. Eles também não podiam ficar andando por aí, mas os dois eram meninos e 'meninos' tinham uma citação diferente. — Para onde vamos? — Edgar perguntou. Ele estava fumando um Marlboro que estava fazendo-o já ficar um tanto extasiado, e segurava uma carraça verde da mais cara cerveja; uma Heineken. — Eu não sei. — Mark respondeu, ainda dirigindo por entre as ruas de Copacabana, Aà procura de qualquer coisa que fizesse aquela segunda-feira melhor. Passando por lá, eles viam as prostitutas brocando e gritando mas com as outras por um pouco de espaço nas para seus clientes. Sempre que ele passava por lá naquela hora, ele pensava em quantas pessoas ricas, donos de grades empresas que ele conhecia, que parava ali algumas noites e pagava por um pouco de sexo. E,e achava aquilo tudo um tanto 'estranho' quando era pequeno. Mas naquela hora ele pensava que se não conseguisse ir para cama com Sofia, era ali mesmo que ele iria parar: pegando para perder a virgindade. — Estou vendo que nao tem nada de bom aqui. — Edgar observou. Marcos nao conseguia imaginar o porque o Ed era tão fiel... Era realmente muito estranho; eles eram jovens, tinham que aproveitar a fida antes de tudo. — É mesmo — foi a única coisa que Mark conseguiu dizer, antes de girar o volante para a esquerda e entrar numa rua mais escura ainda para poder dar a volta. — Vamos para a casa. Mas, antes que eles pensassem mais um pouco em ir para casa, ouviram um bipe vindo do iPhone que estava em cima .do painel do carro. Edgar pegou e celular e abriu, percebendo que Marcos tinha recebido um DM no Twitter de alguém que ele nao conhecia. — Sabe quem é? — Ed perguntou, mostrando o visor do celular pata o amigo que de um espiada e depois voltou à dirigir. — Nao. — Na verdade, Marcos sabia 'sim' quem era; era Maycon, um menino estranho da escola. Ele nao tinha e menor idéia que esse menino o seguia no Twitter. — O que é que esta doze do? — Mark perguntou. — Esta dando o endereço de ma festa. Quer ir?

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— Claro! Ed mostrou o endereço para Maços, que mudou sua rota e disse que na DM estava dizendo que era uma tal festa de bandas. O interessante é que nenhum dos dois tinham ido à uma festa como essa. Nada como a primeira vez.

- Esta bem — Sofia estava terminando de falar ao telefone -, fico esperando o anuncio amanha. Ok, tchau. Ela desligou sem que a pessoa da outra linha (que ela nem se lembrava do nome mais) classe mais alguma coisa. ela estava muito feliz por estar fazendo aquela cena de boas-vindas para os Salles; uma ótima família que ela conhecia desde criança. Porem ela ainda sentia algo muito estranho no peito e na barriga: como se fosse nervoso. Mas não chegava a ser nervosos, ate porque ela nunca se sentia nervosa. Nunca mesmo. Sofy já estava de pijamas, pronta para dormir, quando o celular dela tocou e ela viu o nome de quem ela mais queria falar naquela hora: a sua mãe. — Alo? — Ela atendeu calmamente, como se nada tivesse acontecendo. — Há, o querida, que bom que você atendeu. — Ela percebeu um tom nao muito bom na voz da sua mãe. — Já chegou em Milão? — Sofia perguntou, um pouco com o pé atras, sem saber direito porque sua mãe estava ligando; ela nunca ligava, só quando precisava de algo mito importante. — O que? Nao, eu nao fui para Milão, nao, querida — Sofy sentiu um embrulho no estômago. — O que foi, mãe? — Querida, eu preciso de uma ajuda sua. — Sofia estava certa quando pensava que sua mãe só ligava quando precisava dela. — O que foi, mãe? — Querida,eu estou num desfile que me chamaram em cima da hora e esqueci do meu melhor vestido. Tem como você trazê-lo para mim? — O que? — Sofy nao podia acreditar; sua mãe tinha ligado para ela naquela hora da noite par pedir um vestido? Pior, que ela levasse um vestido ate onde quer que ela estava? Aquilo só podia ser o fim do mundo. — Espera aí, você esta brincando, nao é? — Vê se eu estou com cara para brincadeira. — Sofia nao podia ver assim como sua mãe nao podia vê-la dar de ombros. — Mas, mãe... Eu estou de camisola, pronta para dormir! — Sofia tentou reclamar, mas sabia que nao ia dar jeito. — Querida, por mim! Esse desfile é muito importante! 'Todos os desfiles são muito importantes', Sofia pensou,mas preferiu deixar essa observação guardada em sua mente. Ela teve que levantar da cama e ir direto para o quarto da mãe, abrir o imenso closet e procurar pela roupa que sua mãe queria — infelizmente, ela teria que fazer aquilo. — Ok, aonde esta a roupa e como ela é? — Sofia perguntou, mexendo nas araras do closet da mãe.

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Sua mãe disse que era um vestido feito de seda, cheiro de renda no final e no busto. — O endereço do desfile esta em cima da mesa da sala, ok? — Ela adicionou no final. — Te espero aqui. Mamãe te ama. Humpf! Sofia duvidava que sua mãe gostava dela tanto assim para mandá-la fazer aquilo e depois falar como se ela fosse uma menininha de 5 anos de idade, tendo que ficar longe de mais por uns meses. — Ta bom, mas você vai ter que encontrar o melhor vestido para que eu possa usar esse final de semana. — Sofy disse, amargurada por ter que mudar de roupa e sair de sua aconchegante cama. — Você sabe que eu consigo tudo. — Eu espero — Foi a ultima frase qu ela disse antes de desligar o telefone. Em poucos minutos, Sofy estava bem arrumada para um evento elegante, com um cabide com vestido nas mãos, uma bolsa dourada com as iniciais do seu sobrenome no lugar da fechadura — um presente de família da avó -, abrindo a porta da casa e saindo para esse tal desfile.

Quando chegou no endereço que recebeu, Bianca percebeu que nao era nada uma festa de banda, mas sim, uma festa no Porto, em cima de um havia da marinha, cheio de gente que ela conhecia; todos da escola. Bianca nao sabia o que estava acontecendo. Talvez ela tivesse lido errado o nome da festa. Mesmo assim, se havia festa, ela estava convidada. então nao haveria problema nenhum em entrar. O motorista parou bem na frente da festa, e de baixo ela podia perceber que a festa acontecia em cima de um navio da marinha, daqueles antigos, que voce ouve falar nas aulas de história, no descobrimento do brasil – ou algo bem parecido com esse navio. Havia uma segurança todo de preto, com um mini-microfone no ouvido, no cás, pegando os convites dosconvidados, ou vendo o nome na lista, enquanto os mesmos subiam por um pedaço de madeira para dentro do barco. Sofia saiu do carro e andou até onde o segurança estava, olhando para ele com um sorriso cativante que o fez abrir um meio-sorriso e, indiscretamente, alargar a gravata, como todos os homens fazem quando encontram com mulheres bonitas que estão flertando com eles – mesmo que ela não estivesse fazendo isso… não exatamente. - Boa noite – Bianca disse, ainda com um sorriso no rosto. - Boa noite! – O segurança disse, já dando espaço para que ela passasse, porém, voltando ao normal e continuando: - Qual é o nome da senhorita? - Há, o senhor sabe ... - ela sorriu -, todos sabem! Depois ela estava andando para cima do barco, como um gato rebolando como se o mundo todo estivesse olhando para ela. Aquele charme era algo que passava de geração em geração; foi a mãe dela que tinha mostrado como conseguir as coisas daquele jeito e ela pensava em, quando sua querida filha linda, de olhos azuis e buchechas rosadas, filha do lindo pai Mark, estivesse pronta para aprender à usar aquele segredo.

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Bianca mal podia esperar por chegar lá. ela olhava descontroladamente pela janela do táxi esperando por qualquer brecha para que pudesse saber extatamente para onde ia. A pessoa que falou sobre a festa no Facebook, falou apenas sobre o endereço, e não deu nenuma pista de nada. Bianca era muito curiosa, queria muito saber sobre o que seria aquela festa; no meio da semana -- tinha que ser algo muito legal. Ela quase nunca passava ali, apenas para poder ir a uma loja Rolex que ficava um pouco escondida no centro do Rio de Janeiro (mesmo que existisse outras em outros lugares), mas ela sabia que estava no Centro do Rio (é óbvio) e indo em direção ao porto -- um dos lugares que ela raramente passa. Mesmo assim, ela sentia um friozinho na barriga, como se ela sentisse que alguma coisa muito boa ia acontecer -- pena dela! -- Senhora -- o taxista disse, parando na frente de um grande portão de metal --, aqui é o endereço. Primeiramente, Bianca olhou para o enorme portão de metal e pensou que ali não seria um bom lugar para ficar. Sentiu um arrepio e depois teve vontade de pedir para que o taxista desse a volta. Mas depois, viu um grupo de garotas lindas, magras, altas, com cara de modela, baterem no portão. Depois de um tempo, uma pequena porta foi aberta e esse grupo entrou. Bianca abriu a porta do carro, pegou uma nota de cem da carteira Prada comprada em Milão e entregou ao motorista. -- Fique com o troco. -- Ela disse, batendo a porta do carro e chegando mais perto do portão. Percebeu que havia uma campainha bem no canto, discretamente posta na parede. Depois de segundos de ter tocado na campainha, uma segurança de preto abriu a porta para ele, sorriu e deixou que ela entrasse. -- O seu nome, sehorita? -- Ele perguntou, olhando por uma pequena lista que ele tirou de algum lugar que Bianca não conseguiu ver. -- Hm... Bianca. Bianca Bittencourt. -- Ela disse, tremendo de medo de que seu nome não estivesse lá; com medo de que fosse mais alguma brincadeira, como era quando ela era menor, mais gordinha e não era popular. Quando ela olhava a linda Sofia com suas amigas, rindo dela e de outras pessoas e o quanto ela queria ser amiga daquela deusa grega, perfeita, sem nenhuma gordurinha a mais nem a menos. -- Ah, seja bem-vinda, senhorita Bianca, pode entrar. O segurança apontou para o mar. Então agora Bianca percebeu o lindo navio que estava parado no porto, brilhante, cheio de luzes... ela ficou embasbacada com a perfeição do navio. Ele parecia um navio antigo -- aquelas embarcações que você ouve falar nas aulas de História, quando os Portugueses estavam chegando à Terra Nova -- e estacva brilhando como se tivessem jogado pó mágico da Sinisho e ele estivesse prestes à viajar para a Terra do Nunca. -- Obrigada! -- Bianca estava muito feliz por estar ali. Ela subiu pela entrada do navio, quase pulando de alegria. Ela tinha certeza que aquela noite seria a melhor das melhores. Coitada.

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Mark e Edgar já estavam meio groggys quando o carro parou bem na frente do portão cujo endereço levava. Mark, que estava dirigindo, tocou a buzina e o portão automático logo, logo se abriu dando passagem a uma visão um tanto surreal... e linda: uma enorme embarcação de madeira estava parada no porto, toda brilhante, cheio de luzes de natal. Os dois ficaram de queixos caídos como se havia algo muito descomunal, mas alquilo era simplesmente uma festa -- e os dois estavam convidados. -- O nome dos senhores? -- O segurança perguntou, mas logo que viu quem estava dirigindo, nem precisava de mais informação. Mark apenas sorriu, piscou educadamente para o segurança e foi estacionar o carro. Quem não o conhecia, quer dizer, Marcos? E qualquer um que estivesse junto com ele, era alguém importante também. Felizmente, os dois não estavam tão bêbados te tombrem quando saíssem do carro; os dois andaram elegantemente -- é claro -- até o barco, e lá é que a festa começou.

Sofy ainda segurava o vestido nas mãos, olhava de um lado para o outro, procurando por sua mãe. Ela também estava ligando para ele várias e várias vezes, mas sua mãe não atendia. De qualquer maneira, ela procurava o camarim, que era onde, certamente, a sua mãe estaria arrumando as modelos. Sofia andava de um lado para o outro, procurando por qualquer lugar que sua mãe pudesse estar -- ela tentava também achar uma escada ou até mesmo uma porta que a levasse para um camarim. Foi quando ela a viu; sentada em umas das cadeiras de frente, das mais pertos do catwalk, da passarela. Ela respirou fundo pensando se deveria chegar lá. Ela não queria ser rude, é claro, e seria indelicado se apresentar sem nenhuma apresentação formal. Mas ela era a filha da mulher que estava fazendo aquele desfile, e aquela mulher sentada bem na frente dela era a DIRETORA DA VOGUE BRASIL! Sofia respirou fundo e andou para mais perto, mas de repente, alguém esbarrou nela. Aquela pessoa que a esbarrou era bem... legal, porém Sofy não estava com a mínima vontade de falar com ela nesse exato momento. -- Ah, Olá! -- Bianca disse, olhando para Sofia, que estava com aquele sorriso irônico. -- Você por aqui! -- É -- Sofia mostrou a sacola do vestido. -- Minha mãe me chamou. -- Ah... - Bianca parou. -- Então, que festa demais! -- É -- Sofy disse, querendo se esgueirar para chegar um pouco mais perto da editora chefe da Vogue Brasil que... estava levantando-se e saindo! Merda, Bianca, Sofy pensou. -- Bem, agora eu vou ter que sair e... Porém, Bainca não queria lergar Sofia. Segurou na mão dela e foi puxando-a para a mesa de bebida. Por alguma rasão, felizmente, a editora chefe da revista estava pegando um Martini com o barman. Infelizmente, ness hora Sofia não queria ficar perto. Ela estava com receio de falar com ela, pois ela era A editora da Revista. -- Querida Bianca -- Sofia continuou a falar --, vamos tentar procurar minha mãe,

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por favor? -- Clar... -- Bianca começou a dizer, mas não pode nem respirar já que a Sofy estava puxando-a para o outro lado do barco.

-- Oi meninas! O que estão fazendo aqui? -- Perguntou Marcos, que estava já vermelho de tanto ter bebido. Sofia não podia estar mais brava do que antes; todos estavam ali! Por que ninguém tinha falado nada para ela? E todos foram conviados, ela só chegou lá pois a mãe dela precisava do vestido! Nem mesmo a própria mãe tinha dado um ingrasso à ela -- mesmo que ela tinha dito, "festas apenas nos fins de semana". Mas todos estavam ali! -- O que vocês estão fazendo aqui!? -- Sofia falou, ela nem reparva que ainda estava com o vestido nas mãos. -- E... Eca! Você está fedendo a alcool! -- Sofia sentiu o, que antes era delicioso, agora fedorento halito do seu namorado. -- Oi querida! -- Mark disse, meio sem noção do que estava acontecendo e do que ele estava fazendo exatamente. O álcool já tinha entrado em seu cérebro. Sofia via cada um, pensando porque todos estavam naquela festa, o pior; ninguém tinha nem mesmo mandado uma mensagem para ela. Ela sentia como se fosse uma atriz esquecida em velhas capas de revistas e ninguém nunca mais a via. Depois, ela iria passear pela rua e ninguém mas a reconhecia. -- Ok, vocês fiquem aqui que eu tenho que procurar minha mãe. -- Sofy disse, olhando para cada um, mas precisamente para todos. -- Eu volto já, já. Enquanto Sofia saía como uma deusa, Bianca e os dois meninos estavam lá, sentados, ela no meio dos dois garotos bêbados que mal viam a própria passarela na frente deles. Enquanto isso, Sofia, estava chegando, finalmente, à porta que levava para o camarim, que era, obviamente, embaixo do barco. De qualquer maneira, Sofia ainda tinha esperanças de falar com a editora da Vogue Brasil que estava passeando pela festa de desfile da griff da sua mãe. Descendo as escadas de madeira envernizada da caravela (porque aquele barco parecia mesmo uma caravela), Sofia era empurrada para o canto enquanto gente passava para cima e para baixo. Mas ninguém reclama; talvez porque soubessem que ela era a filha da mulher que estava fazendo aquele desfile. Na segunda parte da escada, descendo, Sofia já podia ver as modelos todas andando de um lado para o outro como malucas, procurando tudo para ser arrumado perfeitamente. E lá ela viu: aquela senhora de quarenta anos, elegante, arrumando as roupas em cada modelo, particularmente, tentando fazer com que tudo ficasse perfeito. A Sra. von Hudsen olhou para sua filha, parou de costurar os remates da roupa da modelo para chegar perto de sua filha e pegar a arara com vestido da mãe da mão dela. -- Ah, querida! -- a mãe de Sofia comçou, voltando ao cabide onde outros vestidos estavam guardados. -- Pensei que você nunca mais ia vir! -- Eu tinha... -- Entrou na cabeça de Sofy, ela parando na frente dos seus amigos e namorado; todos naquela festa -- ...tive que fazer umas coisas antes.

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Sofia von Hudsen olhou para a mãe e deu seu sorriso carismático. Depois, virou para todas as modelos ali presentes, procurando por alguma coisa que ela mesma não sabia o que era. -- Então... que é a pessoa que vai vestir esse vestido? -- Sofy sabia contar muito bem, e tinha certeza que havia mais vestidos do que modelos. -- Bem, eu não posso contar nada sobre o desfile para as pessoas. -- Sua mãe disse, sem nem ao menos olhar para o rosto da filha, mas arrumando uma bainha de um vestido de uma modelo morena que mais parecia uma porca. -- Mas eu não sou as pessoas, eu sou sua filha! -- Sofia não gostava que alguém a chamasse de qualquer um, mesmo que fsse sua mãe. -- Querida, você poderia se retirar, por favor? Eu tenho muito trabalho a fazer e não quero que me atrapalhem. Além do mais, a editora-chefe da Vogue Brasil está aqui e eu quero que ela faça uma matéria-fotográfica sobre a griff Von Hudson na revista. -- E eu estou atrapalhando porque... Espera! Eu não estou atrapalhando! -- A ironia tinha se apoçado da voz de Sofia. -- Mas, deixa para lá, daixa a Qualquer-Uma da sua filha subir. -- No primeiro degrau da escada para subir, ela virou-se, fazendo como um palanque, e disse: -- Ah, e quebrem a perna, queridas. Depois, virou-se e subiu os degraus de madeira de cerejeira novamente. As modelas ficaram fitando-a sair, pensando se aquilo seria um desejo de boa-sorte, como no teatro, ou se ela estava sendo literária.

Bianca ficava andando de um lado para o outro bem perto dos meninos que queriam ir para a mesa de drinks beber mais alguma coisa um tanto mais forte que Heineken, mas ela não deixava; ela temia como eles iam sair daquele barco depois da festa. -- Ah, que bom que você voltou! -- Bianca disse quando avistou Sofy saindo de um portal de dentro do barco. Sofia não tinha uma cara muito boa e, sabendo como a amiga era, ela não se atreveria a perguntar o que tinha acontecido. -- Como está toda a preparação para o desfile? -- Bianca continuou, mas com medo do que Sofia, com seu mal-humor, iria falar. -- É. -- Sofia disse, dando de ombros. "É" não era uma resposta, mas Bianca preferia não aprofundar no assunto, já que ela tinha quase certeza porque Sofia estava daquele jeito. Bianca sentou-se ao lado da amiga. -- Então, quando isso vai começar? -- Ela olhou para frente, tentando achar alguma dica de que aquele clima iria logo se interrompido com o começo do desfile. Sofia respondeu com uma mexida de ombros. Mark e Ed estavam muito altos para falar qualquer coisa. -- Querem saber uma coisa? -- Começou Sofia, levantando-se da sua cadeira. -- Se essa é uma festa, vamos nos divertir! Vamos meninos. -- Ela disse, puxando os dois enquanto saía em direção à mesa de drinks. -- Sofy, você não acha que ele estão alterados demais? -- Bianca disse, olhando para os três que saíam sem a sua compania. Sofia olhou para os dois, depois virou-se para a amiga:

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-- Não. -- Logo depois, ela estava levando-os para a mesa de dribks.

Pouco tempo depois, Bianca, Sofia, Marcos, e Edgar estavam sentados nas cadeiras de trás, na frente da passarela, vendo imagens do começo do desfile. Nessa parte, todos ainda estavam conversando então não havia problema em falar um pouco. Bianca era a pessoa chata que estava com medo que algo acontecesse com seus amigos bêbados. Se bem que Sofia ia de taxi, ou talvez com sua mãe, mas os meninos estavam de carro -- como assim la deduziu -- e não poderiam andae por aí daquele jeito. -- Hum! Esse Bloody Mary está divino! -- Sofia dizia, bebendo a bebida vermelha, que parecia sangue. -- Querem um pouco, meninos? E então ela levantava o copo para que os dois bebessem. Sofy não estava exatamente bêbada, já que era muito difícil para que isso acontecesse (ela pensava que ter sangue azul fazia com ela não ficasse bêbada, já que ela teria que passar por muitas situações públicas), mas fingir que estava bêbada para que ficasse um pouco clichê era bom, não era? De repende a música mudou, todos pararam de cochichar e viraram-se para franta da passarela, onde as luzes também mudaram, favorecendo o desfile de modelos com suas roupas que ia comçar naquela hora. Por sobre os ombros das pessoas, Sofia conseguia ver do outro lado a editora-chefe da Vogue brasileira. Ela queria tanto levantar-se e chegar perto dela e falar sobre qualquer coisa relacionado a moda -- ela sabia que a editora-chefe ia adorar --, mas ela simplesmente não conseguia; era muito envergonhada para isso. Em pouco tempo, as modelos passeava como gatas em muros, em cima da passarela, usando vestidos da griff Von Hudson, da mãe de Sofia. Os vestidos e roupas eram todos baseados no verão, mesmo que ainda estivesse um pouco longe, Sofy sabia que era porque os editoriais fotográficos para temporadas eram feitos diferente das temporadas que querem ser mostradas. O desfile não demorou mais de trinta minutos e, entes que a Sra. von Hudson aparecesse, foi mostrado um outro vídeo para a marca. Logo depois, tudo se apagou. E derepente, uma luz apareceu no meio da passarela, perto de onde as modelos saíam para se "apresentar". A luz brilhavam uma modelo loira, vestida toda de macacão de tecido leve, longo com um cinto preto bem na cintura. E então, outra luz brilhou outra modelo, que vestia um vestido esvoaçante branco com um chapéu de palha. Não podia ser, Sofia pensou, arregalando os olhos. Mas ninguém viu, já que todas as luzes daquele lugar estavam mostradas às duas deusas gregas paradas na passarela. Ai meu Deus!, Bianca pensou com seus botões, olhando para as duas meninas loiras na passarela e depois para a expressão da amiga. Ela tinha certeza que aquela noite não ia ser boa -- logo depois que Sofia e os meninos começaram à beber. Marcos e Ed, já que estavam meio alterados, não ligavam. O que pensaram foi apenas um "UAU!" por ver meninas tão belas na frente deles. As duas Salles começaram à andar na passarela, feito gatas.

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Uma era a ex-amiga de Sofia, a que Sofia mais temia por medo de vingança, e que Bianca mais temia por pegar o lugar dela. A outra já estava na faculdade, mas isso não significava que não estava no mesmo grupinho. Pior; ela era mais velha. Sofia levantou-se e saiu, sem querer acabar com a festa, mas não foi sútil também. Bianca saiu atrás deixando os meninos sozinhos e enquanto a Sra. von Hudson e as outras modelos entravam na passarela atrás das irmãs Salles. De cima da passarela uma modelo olhava para aquel cena e vangloriava por isso. Fogos de artifício explodiam dentro dela, já que o que ela queria aconteceu. Mas... quem seria essa modelo?

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