Lingua em uso linguagem e lingua

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Profa. Dra. Rosana Helena Nunes

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Profa. Dra. Rosana Helena Nunes

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A) Imagens construídas pela/na comunicação verbal

B) Uso da língua nas diferentes esferas sociais

C) Comunicação verbal e suas implicações: modalidade oral e escrita da linguagem

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Como a comunicação verbal é também uma relação social, ela se submete como tal às regras que costumamos chama de polidez. Transgredir uma lei do discurso (falar fora do assunto, ser hermético, não dar as informações solicitadas etc.) é ser chamado de “mal-educado”. O simples fato de dirigir a palavra a alguém, de monopolizar sua atenção já é uma intrusão no seu espaço, um ato potencialmente

agressivo.

Esses fenômenos de polidez estão integrados na teoria denominada “das faces”, desenvolvida desde o final dos anos setenta principalmente por Brown e Levinson, que se inspiraram no sociólogo americano E. Goffman.

Politeness, Cambridge, Cambridge University Press, 1987.

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Língua

em

Uso

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Teoria de Faces (Goffman, 1985)Considera-se que todo indivíduo possui duas

faces; o termo “face” deve aqui ser tomado no sentido que este termo possui uma expressão como “perder a face”:

Uma face negativa, que corresponde ao “território” de cada um (seu corpo, sua intimidade, etc.);

Uma face positiva, que corresponde à “fachada” social à nossa própria imagem valorizante que tentamos apresentar aos outros.

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Aprenda a falar em públicoUma atuação eficiente exige capacidade de

comunicação – seja para falar com uma pessoa ou uma plateia cheia. Aprenda a preparar as apresentações com cuidado, manter-se calmo e avaliar o desempenho com honestidade. Isso também envolve o aspecto linguístico da escrita.

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Eficácia comunicativaEstudos comprovam que a eficácia comunicativa de

algumas empresas proporcionará uma vantagem competitiva capaz de elevar a imagem perante a sua clientela, os seus colaboradores, os seus fornecedores e, também, perante a concorrência. Trata-se de uma competência especial na comunicação, uma preocupação em fazer o melhor, produzir produtos e prestar serviços que tenham arraigados em si um patrimônio cultural que é a Língua Portuguesa, na clareza e objetividade dos textos, na gramática correta, na certeza de que a mensagem transmitida não será geradora de dúvidas, e sim de uma interpretação adequada a outrem.

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A partir dessas considerações, quais as consequências, para a formação do profissional EM GESTÃO, do USO INADEQUADO DA LÍNGUA?

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Língua, cultura e comunicação não podem ser vistas de modo isolado. Há uma interdefinição recíproca entre esses três aspectos. As representações simbólicas inerentes à cultura - seja ela organizacional ou de qualquer outra maneira que se manifeste – constituem a fonte comum do pensamento, da linguagem e da sociedade.

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Texto é uma unidade linguística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.

Discurso é a atividade comunicativa capaz de gerar sentido entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto.

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1. Texto é um objeto de significação: organização ou estruturação que faz do texto um todo de sentido.

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2. Texto é um objeto de comunicação: a interação que se estabelece entre destinador e destinatário.

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3. O ato da escrita requer

conhecimento a respeito de especificidades do texto.

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4. Todo texto nasce de outro texto; isso denota o trabalho com a leitura de textos a partir de diferentes gêneros textuais.

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5. O texto encontra seu lugar no contexto sócio-histórico que o envolve e que lhe atribui sentido.

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6. O texto é considerado o próprio lugar da interação e da constituição dos interlocutores.

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7. Atividade de leitura de um texto representa lugar social, vivências, relações com o outro, valores da comunidade, conhecimentos textuais.

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8. É fundamental que o leitor considere na e para a produção de sentido as “sinalizações” do texto, além dos conhecimentos que possui.

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9. Quem escreve o texto? Quem é seu interlocutor?

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10. O uso da língua, para finalidades específicas, norteia-se na “figura” do interlocutor como (co)produtor do texto a ser desenvolvido.

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Se o texto é um tecido verbal estruturado para que as ideias formem um todo coeso, uno e coerente, cabe ao bom profissional se utilizar da linguagem de forma sugestiva, atraente para atingir o seu objetivo. (MEDEIROS, 2007).

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Modalidade oral e/ou escrita da linguagem A língua materna encontra-se em todas as

áreas do conhecimento e do saber humano: na troca de ideias sobre determinado assunto, nas negociações, na compra e venda de produtos ou serviços, na roda de amigos, nos bancos acadêmicos, no comércio, na indústria, nas organizações públicas, enfim, em todos os locais onde há seres humanos, seja na modalidade oral ou escrita da linguagem.

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LINGUAGEM LÍNGUA

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre os sujeitos.

Língua é o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.

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Língua: modalidades oral e escritaLíngua e Escrita

Fatores em relação às duas modalidades de língua (oral e escrita)

Condições de produção e uso da linguagem

Interação face a face e interlocutor não presente na escrita

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Fala e escrita (Marcuschi, 2001)

Fala = Escrita

Fala = Fala

Escrita = Fala

Escrita = Escrita

entrevista oral = entrevista impressa

conferência, tradução simultânea

texto escrito, exposição oral

texto escrito, resumo escrito

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Língua e reescrita no ensino superior

Produção de artigo, resenha, resumo

Reelaboração no plano textual-discursivo

Processo de construção e refacção da escrita

Apropriação dos gêneros textuais em contextos de situações de escrita

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Língua e reescrita no ensino superior

Gêneros acadêmicos

Atividade de escrita e reescrita

Operações linguístico-discursivas

Recursos linguísticos, variedade linguística

Processo sócio-interativo

Processo de refacção como indício de reflexão sobre a linguagem

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A atividade de reescrita corresponde aos processos de retextualização que não é um processo mecânico, uma vez que envolve processos de textualização.

Segundo Marcuschi (2001, p. 47), a passagem da fala para a escrita não é a passagem do caos para a ordem: é a passagem de uma ordem para outra ordem.

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Língua e vidaO destinatário deve supor que o produtor do

enunciado respeita certas “regras do jogo”, ou seja, a produção do enunciado se dá pela própria intenção de comunicar algo que diz respeito àqueles a quem é dirigido.

A língua penetra na vida através dos enunciados concretos que a realizam, e é

também através dos enunciados concretos que a vida penetra na língua. (Mikhail

Bakhtin, 1992, p. 282)

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Referências BAKHTIN, M. (1979). Os gêneros do discurso. Estética da criação verbal. SP: Martins

fontes, 1992. pp. 277-326. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua

Portuguesa. Positivo, 2009. GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes,

1985. GOLD, Mirian. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização.

São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2005. KOCK, I. V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1998. KOCH, I. Villaça & ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever – estratégias de produção

textual. SP: Contexto, 2009. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita – atividades de retextualização.

São Paulo: Cortez, 2001. MARTINS; ZILBERKNOP. Português Instrumental: de acordo com as atuais normas

da ABNT. Atlas, 2009 . MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental: para cursos de contabilidade,

economia e administração. 6. ed. São Paulo, Atlas, 2007. NUNES, Rosana Helena. Construção da identidade política – discursos de Luiz

Inácio Lula da Silva. Tese de Doutorado. Língua Portuguesa/PUC-SP, 2006. NUNES, Rosana Helena, OLIVEIRA, Paulo César, VIVAN, Élide G. S., FURTADO, Otávio

Luis P. C. Percursos e práticas – (re)leituras de produções acadêmicas. Sorocaba: CREARTE, 2009. 

NUNES, Rosana Helena, OLIVEIRA, Paulo César. Semiótica: (res)significação do saber via imagem. Sorocaba: CREARTE, 2010