LINGUA PORTUGUESA Ensino Médio, 3º Ano Textos literários (eruditos e populares): análise das...

LINGUA PORTUGUESAEnsino Médio, 3º Ano

Textos literários (eruditos e populares): análise das características próprias dos

movimentos estéticos a que pertencem

Vamos construir conhecimentos?

Textos literários

O que é um texto erudito? O que é um texto popular?

Língua Portuguesa, 3º Ano, Textos literários (eruditos e populares): análise das características próprias dos movimentos estéticos a que pertencem

(Imagem disponível em http://www.betobrito.com/wp-content/uploads/2013/11/5-Violeiros-do-Futuro.jpg. Acesso em 03-08-2015)

(Imagem disponível em http://3.bp.blogspot.com/-MrC2vIf3x6M/UIVLCpIPAlI/AAAAAAAAAsU/ul82-PjIL4o/s400/SH-04.04-Marcos_Bizzotto+07.jpg. Acesso em 04-08-2015)

ERUDITO e POPULAR: duas formas de se fazer arte


http://www.betobrito.com/wp-content/uploads/2013/11/5-Violeiros-do-Futuro.jpg

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Textos literários eruditos

Textos literários populares

Duas artes que merecem nossa atenção


Para início de conversa, leia com atenção os textos abaixo:

Texto 01: O bichoVi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.(Manuel Bandeira)

Texto 02: Agruras da lata d'água

...E eu que fui enjeitada

Só porque era furada.

Me botaram um pau na boca,

Sabão grudaram no furo,

Me obrigaram a levar água

Muitas vezes pendurada,

Muitas vezes num jumento.

(Jessier Quirino)


Nos textos que acabamos de ler, você certamente percebeu que ambos apresentam diferenças marcantes, embora em termos de linguagem estejam um tanto próximos.

Quem é Manuel Bandeira? Quem é Jessier Quirino?

Poeta pernambucano modernista. Participante

da Semana de Arte moderna, escreveu vários

poemas dentro da estética modernista.

Poeta paraibano da cultura popular atual. Além de poeta,

Jessier é um intérprete de mão cheia, que leva o público às lágrimas e às gargalhadas

em seus recitais.


Pois bem, a composição literária engloba textos pomposos, de autores que primam por “obedecer” às regras de uma determinada época, reconhecidos nas academias, bem como de outros que, muitas vezes seguem no anonimato, mas

que nem por isso seu valor seja mínimo. Na aula de hoje iremos tratar exatamente disso:

Textos literários (eruditos e populares): análise das características próprias dos movimentos

artísticos a que pertencem


O texto literário - A literatura permite ver o mundo sob outro prisma. E a palavra é a sua matéria prima. Os textos literários, diferentes de textos como notícias, receitas, manuais, documentos etc, possuem intencionalidade estética, ou seja, persegue-se o belo, provoca-se o estranhamento, através de uma organização original de palavras.

Assim é que, tomando os textos “O bicho”, de Manuel Bandeira e “Agruras da lata d´agua”, de Jessier Quirino podemos afirmar que ambos são textos literários, sendo o primeiro erudito (Moderno) e o segundo popular (contemporâneo).


Texto erudito: é o texto literário conhecido como “culto”. É produzido por um autor historicamente conhecido, que obedece as normas do movimento literário a que pertence.

Texto popular: é o texto escrito em linguagem familiar e simples, geralmente conhecida e próxima da oralidade. Como exemplo disso, têm-se, na literatura popular, o discordância da gramática normativa vigente (que é uma lei oficial) e as impressões em tipografias elaboradas pelos próprios autores de forma artesanal, fugindo aos modelos impostos pela cultura oficial.

Para dominar o conteúdo da nossa aula, aproprie-se desses termos:


Diferença entre arte erudita e arte popular

Arte popular: é aquela em que o artista aprende seu oficio como estrutura, modelagem e outros, sem ter frequentado escolas de artes. Mas criam obras de reconhecido valor estético e artístico. A arte popular é também intuitiva e trata de valores locais, regionais, representa crenças, lendas, costumes típicos de determinada cultura. O artista popular traduz o universo no qual ele vive, seu dia-a-dia humilde e, muitas vezes difícil [...]

Arte erudita: cria obras de valores universais, é fruto do trabalho de grandes artistas que possuem conhecimento técnicos e formais apurador, As obras eruditas são marcos de determinadas épocas e trazem reflexões acerca dos modos de expressão plástica e de inovações conceituais[...]

(Texto disponível em http://larissasakamoto.blogspot.com.br/2009/05/diferenca-entra-arte-erudita-e-arte.html. Acesso em 03-08-2015)


http://larissasakamoto.blogspot.com.br/2009/05/diferenca-entra-arte-erudita-e-arte.html

(Imagem disponível em http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/9a7c07b84d8b2edfe925f83a96ee259d273.jpg. Acesso em 04-08-2015)

(Imagem disponível em https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS-_VCKvPzAQzYaFwGRZ5KmL--zoX1UM9sKng3LVNO5f7JoqtZoJA. Acesso em 04-08-2015)

Arte erudita e arte popular – o que importa são as sensações que elas causam em quem as cria e em quem as observa...

Obra do Mestre Vitalino

Obra de Leonardo da Vinci


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Para prosseguirmos nossa aula, tomemos pois como norte dois movimentos literários da poesia brasileira: o modernismo da 1ª geração e a poesia contemporânea dos cordelistas de nossa literatura.

Características da poesia da 1ª geração moderna: destacou-se pela ruptura com os padrões estabelecidos com a literatura tradicional. A poesia dessa geração esteve intimamente relacionada com as vanguardas europeias e com suas ideias de destruição e instauração do novo, do original. Os autores da 1ª geração propunham ainda uma valorização da cultura popular brasileira: sua linguagem, seu ritmo, suas especificidades.

Características da poesia de cordel: feitas em xilogravuras, com forte essência cultural, pois relata tradições culturais regionais, contribuindo para continuidade do folclore brasileiro. Penduradas em barbantes, são vendidas nas feiras livres, por um baixo preço, o que favorece sua leitura. Quando tratam de romance, utilizam alguns recursos da narrativa como: descrição das personagens, monólogos, súplicas. Suas histórias têm como ponto central uma problemática a ser resolvida com inteligência e astúcia do personagem. Sempre há um herói, que apesar de sofrer no decorrer da narrativa, ao final sempre sai ganhando, favorecido de alguma forma.


Agora, leia com atenção os textos 03 e 04:

Texto 03: Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.

Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:

— Diga trinta e três.

— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três ...

— Respire.

...............................................................

— O senhor tem uma escavação no

pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.

— Então, doutor, não é possível tentar o

pneumotórax?

— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango

argentino.

(MANOEL BANDEIRA)

Esse poema de Manuel Bandeira tem como tema a doença que o acompanhou durante toda a vida – a tubeculose. A expectativa de morte marca toda a vida de bandeira.

Em todo o poema há desorganização consciente da arte, como propunha o movimento Modernista. Rompimento na escrita com a estética parnasiana e Simbolista.

Presença de versos livres, aproximação com a cultura popular, apesar de ser erudito .

Inovação poética

Influência do Dadaísmo - nega radicalmente a lógica no último verso.

Demonstra de maneira suave sua preocupação com os pulmões.


Texto 04: A peleja do cérebro com o coração (fragmento)

O Cérebro e o Coração

Um dia marcaram encontro

E como dois violeiros

Pelejaram num confronto

Pra disputar qual dos dois

Pra vida estava mais pronto

Essa história agora eu conto

Meu leitor sinta e entenda

Com o coração e o cérebro

Pra que você compreenda

Que essa briga é verdadeira

Não é invenção ou lenda

O Cérebro abriu a contenda

Dizendo pro Coração

Eu fiz o homem crescer

Ter lucidez e razão

Graças a mim ele pôde

Dominar a criação (...)

(Marcus Lucenna)

Versos rimados, o que torna a leitura expressiva e prazerosa.

Presença de marcas típicas da oralidade

Apresenta o leitor como interlocutor primordial, marcando aproximação entre ambos.

O poeta apresenta a contenda entre dois órgãos do corpo humano: o coração e o

cérebro.

O texto se realiza na forma de desafio

No cordel acima, o cordelista apresenta a contenda entre o cérebro, associado à

razão e o coração, associado à emoção. Faz uso de uma linguagem simples e cotidiana,

ligada aos falares humanos populares.


Para ler o poema “A peleja do cérebro com o coração”, de Marcus Lucenna, acesse: http://www.ablc.com.br/popups/cordeldavez/cordeldavez036.htm

Adquira

cultura

hoje: A literatura de cordel teve origem em Portugal e, aqui, ganhou características próprias.

O poeta Marcus Lucenna também é músico e conhecido pelos críticos como “O Cantador dos Qu4tro Cantos”, por utilizar diferentes ritmos em suas apresentações, do forró pé de serra à cantoria de viola, entre outros que representam com bastante propriedade a cultura popular.


Cordel quer dizer “corda fina, barbante”. A literatura de cordel tem esse nome porque é exposta em cordéis, na forma de folhetos, nas feiras populares do nordeste.

Cordel é um gênero de poesia popular impressa que nasce, em geral , para ser declamado. É, muitas vezes, nas feiras populares que o cordelista pega a viola e inicia a cantoria dos seus versos.Originados na literatura portuguesa, os primeiros folhetos do brasil foram publicados no final do século XIX, na região nordeste e passaram a fazer parte da cultura local. Como viajavam por todos os lugares, até os mais ermos, divulgando e vendendo a sua produção, os cordelistas daquela época tornaram-se uma importante fonte de informação para as pessoas que viviam no interior, onde nem mesmo o rádio era bem difundido. Assim, o folheto de cordel também ganhou a forte função social de informar a população. Ainda que hoje TV e rádio sejam bem acessíveis, muitos folhetos continuam tratando de temas eu são notícia, como os fatos políticos, o mundo artístico e esportivo.O produtor desse gênero tem um papel social bem definido: é o cordelista. Ele é reconhecido por usar versos, rimas, inversões e jogos de palavras para tratar em seus textos dos mais variados temas: a saga de heróis, a vida de santos, acontecimentos fantásticos e maravilhosos, fatos cômico, satíricos e pitorescos, o cotidiano das pessoas, a política, o amor, a fidelidade entre outros.


A intenção do cordel é chegar às mãos do povo, informando, divertindo e encantando. Por isso sua linguagem é acessível e cheia de ritmo e musicalidade, observe

O saci e o eucalipto

Um dia fui passearLá no reino encantadoE em cima de um cupimEu vi o saci sentadoCom os olhos cheios d´águaQue há pouco tinha choradoEntão lhe pergunteiPor que estava desolado (...)(VIRGÍLIO, Ditão. Estórias de uma perna só. Nº 19, agos. 2007. Livreto de cordel. São Luiz do Paraitinga, SP)

Organizado em versos e estrofes, possui musicalidade, graças ao ritmo dado ao

texto.

Título conhecido, popular.

(Imagem acima disponível em http://www.alagoas24horas.com.br/wp-content/uploads/2012/09/c56c22be5ccf47c2811c98e1fe5d7ea4_osacipereracrlicasobretela60x50cm.jpg. Aceso em 07-08-2015)


http://www.alagoas24horas.com.br/wp-content/uploads/2012/09/c56c22be5ccf47c2811c98e1fe5d7ea4_osacipereracrlicasobretela60x50cm.jpg





Um dia fui passearLá no reino encantado

E em cima de um cupimEu vi o saci sentado

Com os olhos cheios d´águaQue há pouco tinha chorado

Então lhe pergunteiPor que estava desolado

(...)

Observe que há nos versos do poema expressões que indicam tempo, localização. O poeta construiu rimas alternadas com o som final “ado”.

Neste verso há uma informação completa

O verso mostra uma informação circunstancial

A estrofe é organizada a partir de uma ação/informação nuclear, ponto importante em que algo acontece ou alguém faz alguma coisa.

Os versos seguintes trazem mais detalhes da informação nuclear. Este verso inteiro mostra como o saci estava.

O motivo para o choro será um tema que deverá ter continuidade no cordel.

A ação de “perguntar” é consequência de o eu lírico ter visto o saci chorando e também uma informação que caminha

para a próxima estrofe. iNo último verso da estrofe temos o complemento do verso anterior, aquilo que foi perguntado pelo eu lírico.

Observe a análise interpretativa da estrofe lida anteriormente:

(Imagem disponível em http://1.bp.blogspot.com/-Fgq--SVTviw/VAZ6Bz7VzxI/AAAAAAAA0ug/Qql3XYHVwlo/s1600/md.0000007425.gif. Acesso em 07-08-2015)


http://1.bp.blogspot.com/-Fgq--SVTviw/VAZ6Bz7VzxI/AAAAAAAA0ug/Qql3XYHVwlo/s1600/md.0000007425.gif

COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa, Série 3º ano Tópico: Textos literários (eruditos e populares): análise das características próprias dos movimentos estéticos a que pertencem

Do Trovadorismo ao cordel

Como já vimos, as origens da literatura de cordel estão ligadas à Europa do século XI. A produção dessa época chegou ao Brasil trazida pelos conquistadores portugueses e sofreu influência das diferentes culturas que aqui já existiam. Diversos autores de cordel se autodenominam trovadores, artistas do trovadorismo, muitos cordelistas também se apresentam usando um instrumento musical.Os assuntos tratados no cordel são bastante variados, de histórias de amor e valentia a histórias que envolvem personagens da época medieval, além dos cordéis informativos e de protesto. Por tudo isso, podemos perceber que o Trovadorismo pode ter sido fonte para a literatura de cordel.

(Imagem disponível em https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Literatura_de_cordel.jpg. Acesso em 07-08-2015)

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Literatura_de_cordel.jpg

COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa, Série 3º ano Tópico: Textos literários (eruditos e populares): análise das características próprias dos movimentos estéticos a que pertencem

Características das cantigas do Trovadorismo

As cantigas do trovadorismo se dividiam em quatro categorias: cantigas de amor, cantigas de amigo, cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.

Cantigas de Amor - Nesse tipo de cantiga o trovador coloca-se em uma posição inferior à da mulher amada. Pode ser interpretada como uma cantiga de um vassalo apaixonado por uma moça da nobreza. Outras características dessa cantiga são: • Eu lírico masculino• Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu lírico perante uma mulher idealizada e distante;• Amor impossível;• Ambientação aristocrática das cortes;• Forte influência provençal.

(imagem disponível em http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2012/11/A-Trovadorismo.png. Aceso em 07-08-2015)

http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2012/11/A-Trovadorismo.png


Cantigas de Amigo - Neste tipo de cantiga o eu-lírico é uma mulher que canta o amor por seu amigo, que na verdade era seu namorado. Algumas cantigas tinham como tema a tristeza da mulher que via seu amado partir para a guerra. Outras características desse tipo de cantiga são: • Predomínio da musicalidade;• Amor natural e espontâneo;• Amor possível;• Deus é o elemento mais importante do poema;• Pouca subjetividade.

Cantigas de escárnio - As cantigas de escárnio faziam uma sátira indireta a alguém e era cheia de duplos sentidos. Nesse tipo de cantiga o objeto da sátira não era revelado, apenas havia um jogo de palavras e indiretas. A ironia também era um recurso utilizado nesse tipo de cantiga.

Cantigas de Maldizer - Ao contrário da cantiga de escárnio a cantiga de maldizer era direta. Nessa cantiga o trovador citava nomes e até mesmo palavrões eram usados.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado (http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/51363/o-trovadorismo-e-as-suas-caracteristicas-literarias#ixzz3i9TIgkhm. Acesso em 07-08-2015)

(Disponível em http://1.bp.blogspot.com/-SlExlihPIV4/U96r9GulfsI/AAAAAAAAD7w/VOhgcGfECc0/s1600/trovadorismo.jpg. Aceso em 07-08-2015)


http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/51363/o-trovadorismo-e-as-suas-caracteristicas-literarias#ixzz3i9TIgkhm

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As letras de música também são textos literários, nas quais seus compositores se deixam levar pela emoção e por isso conquistam milhões e milhões de adeptos. Independente de serem populares ou clássicas / eruditas, quem nunca se deixou levar por elas? Quem nunca riu ou chorou com a melodia das músicas? Como bem afirma o Rei, Roberto Carlos, em uma de suas composições: “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”...

Vamos prosseguir nosso estudo com música? Você encontrará a seguir um trecho de uma letra de música contemporânea e um cantiga composta na Idade Média. Observe que, quanto ao conteúdo, a cantiga medieval poderia ser associada à canção contemporânea. Vamos fazer juntos essa associação?!

Metade (...)eu perco as chaves de casaeu perco o frioestou em milhares de cacoseu estou ao meioonde será que você está agora?(CACANHOTO, Adriana. Metade. In: A fábrica do poema.(S.I): Sony Music, 1994. 1 CD. Faixa 4)

Presença da função emotiva da linguagem, por meio de verbos e pronome na 1ª pessoa, marcando a voz do eu lírico.

Música da chamada MPB (Música Popular Brasileira)

O eu lírico desconhece o paradeiro do ser amado.


CantigaAi eu coitada!Como vivo em gran cuidadopor meu amigoque ei alongado!Muito me tardao meu amigo da guarda (...)(D. SANCHO I. In: SPINA, Segismundo. Lírica Trovadoresca. São Paulo: EDUSP, 1996)

Trata-se de uma cantiga de amigo em que o eu lírico está triste por não ter o amigo / namorado.

Como na música de Adriana Calcanhoto, o eu lírico de ambas encontra-se distante da pessoa amada. Entretanto em “Ai eu coitada”, o eu lírico é uma jovem que sabe onde está aquele eu ama, mas ele tarda.

Ao contrário desse texto, em “Metade” o eu lírico não sabe do paradeiro do seu amado.

Hora de pesquisar: Em livros de Português / Literatura do 1º Ensino Médio você encontrará o tema “Trovadorismo”, seguido de suas cantigas (de amor, de amigo, de escárnio e maldizer). Em grupos, façam uma breve leitura e listem as características dessas cantigas, expondo-as num cartaz na sua sala de aula. Boa leitura!


Ainda sobre as cantigas medievais...

Elas eram, inicialmente, cantadas para as damas em ambientes palaciano. Com o tempo, mesclaram-se às modas populares, e o instrumento que as

acompanhava acabou tornando-se uma versão simplificada da viola usada nos castelos.

(Disponível em http://mlb-s2-p.mlstatic.com/violo-giannini-trovador-awnt2-anos-70-14490-MLB4192145911_042013-F.jpg. Acesso em 07-08-2015)

imagem disponível em http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2012/11/A-Trovadorismo.png. Aceso em 07-08-2015)


http://mlb-s2-p.mlstatic.com/violo-giannini-trovador-awnt2-anos-70-14490-MLB4192145911_042013-F.jpg






Agora é com você...

Leia e analise a letra da canção de Djavan, “Meu bem-querer”

Meu bem-quererÉ segredo, é sagradoEstá sacramentado

Em meu coração(...)

Meu bem-quererMeu encanto,

Estou sofrendo tanto

Amor, e o que é o sofrerPara mim estou

Jurado pra morrer de amor?

(DJAVAN. Meu bem-querer. In: Djavan ao vivo. V.1. (S.I): Sony Music, 1999. 1 CD. Faixa 3)

1- A qual cantiga trovadoresca você associaria

a música de Djavan. Responda e compare por

escrito a música com a cantiga escolhida.

2- Encontre na música uma marca da oralidade que a

aproxima dos falares populares.

3- o que quis dizer o músico com a expressão “Está sacramentado no meu

coração”?(Imagem disponível em http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/capas/DI00810.JPG. Aceso em 07-08-2015)


http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/capas/DI00810.JPG

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Agora um pouco de textos literários do regionalismo...

Em primeiro lugar cabe esclarecer que, por regionalismo, entende-se a literatura que põe o seu foco em determinada região do Brasil, visando retratá-la, de maneira mais superficial ou mais profunda. Os primeiros autores do gênero não focalizavam propriamente uma região, no sentido geográfico, não visavam mostrar a vida no sertão do Nordeste, ou de São Paulo ou do Rio Grande do Sul.

O regionalismo tem uma tradição de quase 150 anos na literatura brasileira. Surgiu em meados do século 19, nas obras de José de Alencar, de Bernardo Guimarães, de Alfredo d'Escragnole Taunay e de Franklin Távora e pode-se dizer que há textos de cunho regionalista em nossa literatura até o final do século 20. Pode-se dizer que as obras do século 20 são os grandes textos do regionalismo no Brasil. Entretanto, para se chegar a expoentes como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Guimarães Rosa, o gênero percorreu um grande caminho, cujas raízes estão na época do romantismo, como foi o caso da obra de José de Alencar.

Nossos escritores regionalistas


CARACTERÍSTICAS DO ROMANCE REGIONALISTA DE 30 Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins

do Rego, Erico Verissimo e os demais

autores adotaram alguns princípios básicos

do romance realista: • a verossimilhança; • o retrato direto da realidade em

seus elementos históricos e sociais;• A linearidade narrativa;• a tipificação social (indivíduo que

representasse classes sociais)• Construção ficcional de um mundo

que deve dar a ideia de abrangência, totalidade.

Baleia

"Vivia longe dos homens, só se dava bem com

animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e

não sentiam a quentura da terra. Montado

confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava

uma linguagem cantada, monossilábica e gutural,

que o companheiro entendia. A pé, não se agüentava

bem. Pendia para um lado, para o outro lado,

cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações

com as pessoas a mesma língua com que se dirigia

aos brutos – exclamações, onomatopéias. Na

verdade falava pouco. Admira as palavras compridas

e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir

algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e

talvez perigosas." (Graciliano Ramos) Acentua a rudeza do personagem em nível físico.

Animal tratado como gente no romance.


Além de “Vidas Secas”, Graciliano também escreveu outras obras de cunho regionalista. Pesquise no seu livro de estudos de Literatura e liste-as no seu caderno.

Outro texto literário regionalista da nossa literatura, chama-se “Menino de Engenho”, obra em que José Lins do Rego nos apresenta o personagem-narrador Carlos de Melo, um menino que perde a mãe e vai morar no engenho do avô.

A narrativa se dá em primeira pessoa e o menino Carlos conta suas peripécias no Engenho Santa Rosa, retratando fielmente a vida de todos aqueles que povoavam as fazendas que cultivavam cana-de-açúcar. O livro apresenta também personagens que serão retomados em outros romances do autor, como o Coronel Lula de Holanda, o Coronel José Paulino, o negro Passarinho, o sapateiro José Amaro, entre outros.

(Imagem ao lado disponível em http://marijane.com.br/wp-content/uploads/2011/11/96a5bc1e4b177c4cfe952047b77be930197.jpeg. Acesso em 07-08-2015)

(Disponível em http://mlb-s2-p.mlstatic.com/menino-de-engenho-jose-lins-do-rego-pague-com-carto-2608-MLB4810906496_082013-F.jpg. Acesso em 07-08-2015)


http://marijane.com.br/wp-content/uploads/2011/11/96a5bc1e4b177c4cfe952047b77be930197.jpeg




http://mlb-s2-p.mlstatic.com/menino-de-engenho-jose-lins-do-rego-pague-com-carto-2608-MLB4810906496_082013-F.jpg



Coitado do Santa Fé! Já o conheci de fogo morto. E nada é mais triste do que engenho de fogo morto. Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado. Na bagaceira, crescendo, o mata-pasto de cobrir gente, o melão entrando pelas fornalhas, os moradores fugindo para outros engenhos, tudo deixado para um canto, e até os bois de carro vendidos para dar de comer aos seus donos. Ao lado da prosperidade e da riqueza do meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade, aquele simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda, com o seu Santa Fé caindo aos pedaços. Todo barbado, como aqueles velhos dos álbuns de retratos antigos, sempre que saía de casa era de cabriolé e de casimira preta. A sua vida parecia um mistério. Não plantava um pé de cana e não pedia um tostão emprestado a ninguém. (33. ed. , Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984, p.121-3)

O Santa Fé Referência ao engenho em decadência.Engenho vizinho ao do seu avô

Todo o trecho é uma descrição minuciosa da decadência do engenhoEm linguagem simples, o autor compara a

prosperidade o seu avô e a decadência do seu vizinho .


EXERCÍCIOS

Erro de português

Quando o português chegouDebaixo de uma bruta chuva

Vestiu o índioQue pena!

Fosse uma manhã de solO índio tinha despido

O português. (Oswald de Andrade)

4-Sobre o poema de Oswald de Andrade, estão corretas as seguintes proposições:I. Faz uma crítica contra a colonização portuguesa na Brasil. Essa crítica pode ser confirmada a partir do título do poema, o qual contém uma ambiguidade intencional.II. Nesse poema, a temática do relacionamento amoroso é abordada de maneira inovadora, distante da idealização romântica proposta pelos ultrarromânticos.III. O poema utiliza elementos como o humor, a ironia e o sarcasmo para relatar a chegada do português em terras brasileiras.IV. Apropria-se de uma linguagem simples e prosaica para fazer uma reflexão profunda e complexa.V. No poema de Oswald nota-se a preocupação com a métrica, a versificação e a rima, embora o conteúdo do poema seja inovador.a) I, II e IV. b) II, III e V. c) I, III e IV. d) III e IV, e) II e V.


5- Excelente sonetista, é um dos poucos representantes da poesia sensual, erótica, com fortes imagens: "Nunca mulher nenhuma foi tão bela (...) / Essa mulher é um mundo! — uma cadela, / Talvez... — mas na moldura de uma cama (...)". O trecho pode ser associado a:a) Oswald de Andrade.b) Carlos Drummond de Andradec) Murilo Mendesd) Vinicius de Moraese) Mário de Andrade.

6- Use os conhecimentos construídos na aula e, pelas características dos textos, escreva a palavra adequada. Para isso consulte as palavras do retângulo:

a)Cantiga trovadoresca em eu o eu lírico é masculino e aborda uma amor não correspondido. Estamos falando da cantiga __________________________b) Poesia popular vendida e cantada nas feiras livres, expostas em cordão. _____________c) Tipo de composição brasileira a ser cantada em shows e muita vendida em cds. Adriana Calcanhoto, Djavan compõem esse tipo de música:_____________________d)Cantiga cuja característica era ironizar pessoas e costumes da época medieval:___________e)Escritores da década de 1930 foram os maires representantes desse tipo de texto literário:________________

Cordel – cantiga de amor – cantiga satírica – Música popular brasileira- romance regionalista


7- Segue o poema abaixo, pertencente à primeira geração moderna. Pesquise as características dessa geração e analise o poema, como fizemos na aula. Use setas para indicar a característica que você deseja frisar. Boa análise.

Vício da fala

Para dizerem milho dizem mioPara melhor dizem mió

Para pior pióPara telha dizem teia

Para telhado dizem teiadoE vão fazendo telhados.

(ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971)

8- Faça a mesma análise com os versos de Patativa do Assaré. Para isso, tente se recordar das

características do cordel: Aos poetas clássicos

(...)Eu nasci aqui no mato, vivi sempre de trabaiá,

neste meu pobre recato,eu não pude estudá.

No verdô da minha idade,só tive a felicidade

De dá um pequeno insaioIn dois livro do iscritô,

O famoso professôFilisberto de Carvaio.


BIBLIOGRAFIA consultada:

CAMPOS, Elisabeth Marques(et all). Viva Português: ensino médio. Vol 1. São Paulo: Ática, 2013.

CEREJA, William Roberto. Ensino de literatura: uma proposta dialógica para o trabalho com literatura. São Paulo: atual, 2005.

FARACO, Carlos Alberto. Português – língua e cultura. Língua Portuguesa 1º ano ensino médio: manual do professor. Curitba, PR: Base Editorial, 2013.

TAKAZAKI, Heloísa Harue. Língua Portuguesa – volume único. São Paulo:IBEP, 2005.

VIRGÍLIO, Ditão. Estórias de uma perna só. Nº 19, agos. 2007. Livreto de cordel. São Luiz do Paraitinga, SP.


Sites consultados:http://www.betobrito.com/wp-content/uploads/2013/11/5-Violeiros-do-Futuro.jpg http://3.bp.blogspot.com/-MrC2vIf3x6M/UIVLCpIPAlI/AAAAAAAAAsU/ul82-PjIL4o/s400/SH-04.04-Marcos_Bizzotto+07.jpghttp://larissasakamoto.blogspot.com.br/2009/05/diferenca-entra-arte-erudita-e-arte.htmlhttp://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/9a7c07b84d8b2edfe925f83a96ee259d273.jpghttps://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS-_VCKvPzAQzYaFwGRZ5KmL--zoX1UM9sKng3LVNO5f7JoqtZoJAhttp://www.ablc.com.br/popups/cordeldavez/cordeldavez036.htmhttp://www.alagoas24horas.com.br/wp-content/uploads/2012/09/c56c22be5ccf47c2811c98e1fe5d7ea4_osacipereracrlicasobretela60x50cm.jpg http://1.bp.blogspot.com/-Fgq--SVTviw/VAZ6Bz7VzxI/AAAAAAAA0ug/Qql3XYHVwlo/s1600/md.0000007425.gif https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Literatura_de_cordel.jpg PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado (http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/51363/o-trovadorismo-e-as-suas-caracteristicas-literarias#ixzz3i9TIgkhm . http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2012/11/A-Trovadorismo.pnghttp://1.bp.blogspot.com/-SlExlihPIV4/U96r9GulfsI/AAAAAAAAD7w/VOhgcGfECc0/s1600/trovadorismo.jpg - trovadorismo 2http://mlb-s2-p.mlstatic.com/violo-giannini-trovador-awnt2-anos-70-14490-MLB4192145911_042013-F.jpg http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/capas/DI00810.JPG http://marijane.com.br/wp-content/uploads/2011/11/96a5bc1e4b177c4cfe952047b77be930197.jpeg http://mlb-s2-p.mlstatic.com/menino-de-engenho-jose-lins-do-rego-pague-com-carto-2608-MLB4810906496_082013-F.jpg http://mlb-s2-p.mlstatic.com/menino-de-engenho-jose-lins-do-rego-pague-com-carto-2608-MLB4810906496_082013-F.jpg


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LINGUA PORTUGUESA Ensino Médio, 3º Ano Textos literários (eruditos e populares): análise das...

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