Linha de crédito de 1600 milhões já ... · Huawei ultrapassa Apple como segundo maior fabricante...

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Nº 1749 / 24 de agosto 2018 / Semanal / Portugal Continental 2,40 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa CONTRATO Nº 594655 9 720972 000037 01749 PUB 27 janeiro Lisboa 9h00-13h00 | 14h00-17h00 Cobrança de dívidas a clientes Informações: patriciafl[email protected] | Telefone: 223 399 437/00 24 setembro Lisboa 25 setembro Porto BUSINESS SCHOOL SUPLEMENTO IMOBILIÁRIO Venda de casas arrefere mas concessão de crédito atinge recorde Pág. 8 SUPLEMENTO VIDA JUDICIÁRIA Governo quer harmonizar o Código de Processo do Trabalho com o direito laboral Pág. III TECNOLOGIAS Falhas de segurança e pirataria aumentam com o RGPD Pág. 16 EMPRESAS Projeto europeu de “robô da vinha” regressa ao Douro Pág. 17 MERCADOS Banca emprestou 47 milhões por dia às famílias no primeiro semestre Pág. 27 Linha de crédito de 1600 milhões já está disponível Burocracia compromete capitalização das pequenas empresas Págs. 6 e 7 Ana Paula Marques, investigadora da Universidade do Minho, considera Empresas familiares contribuem para dois terços do PIB ERS tem lucros de 3,8 M€ Pág. 3 AICCOPN quer AIMI fora do OE2019 Pág. 4 Em Portugal, estima-se que as empresas familiares se situem entre 70% a 80%, absorven- do 50% da força de trabalho e contribuindo para dois terços do PIB. Estas conclusões cons- tam de um estudo liderado pela Universidade do Minho. Após oito workshops realizados em localidades diversas, segue-se o Seminário Internacional Road- map para Empresas Familiares, com o tema “Mapeamento, Pro- fissionalização e Inovação”. O encontro realiza-se no dia 19 de setembro, às 9 horas, na Plata- forma das Artes e Criatividade, em Guimarães. Pág. 14 Lentidão na banca e nas SGM pode atrasar execução dos projetos PUB JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO-GERAL DA ARAC, AFIRMA Rent-a-car espera menor crescimento Págs. 34 e 35

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Nº 1749 / 24 de agosto 2018 / Semanal / Portugal Continental 2,40 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

CONTRATO Nº 594655

9 720972 000037

0 1 7 4 9

PUB

27 janeiro Lisboa

9h00-13h00 | 14h00-17h00

Cobrança de dívidas a clientes Informações: patriciafl [email protected] | Telefone: 223 399 437/00

24 setembro Lisboa25 setembro Porto

BUSINESS SCHOOL

SUPLEMENTO IMOBILIÁRIO

Venda de casas arrefere

mas concessão

de crédito atinge

recordePág. 8

SUPLEMENTO VIDA JUDICIÁRIA

Governo quer

harmonizar o Código

de Processo do Trabalho

com o direito laboralPág. III

TECNOLOGIAS

Falhas de segurança

e pirataria aumentam

com o RGPDPág. 16

EMPRESAS

Projeto europeu

de “robô da vinha”

regressa ao DouroPág. 17

MERCADOS

Banca emprestou

47 milhões por dia

às famílias no primeiro

semestrePág. 27

Linha de crédito de 1600 milhões já está disponível

Burocracia compromete capitalização das pequenas empresas

Págs. 6 e 7

Ana Paula Marques, investigadora da Universidade do Minho, considera

Empresas familiares contribuem para dois terços do PIB

ERS tem lucros de 3,8 M€

Pág. 3

AICCOPN quer AIMI fora do OE2019

Pág. 4

Em Portugal, estima-se que as empresas familiares se situem entre 70% a 80%, absorven-do 50% da força de trabalho e contribuindo para dois terços do PIB. Estas conclusões cons-tam de um estudo liderado pela Universidade do Minho. Após oito workshops realizados em

localidades diversas, segue-se o Seminário Internacional Road-map para Empresas Familiares, com o tema “Mapeamento, Pro-fi ssionalização e Inovação”. O encontro realiza-se no dia 19 de setembro, às 9 horas, na Plata-forma das Artes e Criatividade, em Guimarães. Pág. 14

• Lentidão na banca e nas SGM pode atrasar execução dos projetos

PUB

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO-GERAL DA ARAC, AFIRMA

Rent-a-car espera menor crescimentoPágs. 34 e 35

ANTÓNIO COSTA

O primeiro-ministro está em campanha eleitoral, ainda que de forma discreta. Costa continua

a revelar uma enorme habilidade política. Nem sequer os vários problemas na Saúde, da Educação, os incêndios ou o desempenho menos bom dos seus ministros baixam a sua popularidade. A realidade é que o desempenho económico e a criação de emprego estão a fazer com que o Governo seja encarado com bons olhos pelos eleitores. A isto junta-se uma oposição praticamente inexistente. O política conta com ventos a seu favor, em grande parte devido à sua atuação e à sua competência em termos económicos.

2 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

ABERTURA

Top da semana

EXPANSIÓN

Economia espanhola dá sinais de abrandamento

O ritmo de crescimento da economia espanhola está a dar sinais de fadiga, advertiu a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). O que acontece em linha com as perspetivas de desaceleração detetadas para o resto das principais economias da Zona Euro. Tal como acontece em Espanha, os indicadores das grandes economias da região da moeda única, como a Alemanha, a França e a Itália, também apresentam sintomas de moderação da sua atividade económica.

INVESTIR

Washington revela uma ”mentalidade mafiosa”

Os Estados Unidos dão conta de uma “mentalidade mafiosa” ao quererem impor à China direitos alfandegários suplementares, referiu o “China Daily”. Este jornal oficial prevê que o conflito comercial entre Washington e Pequim venha a registar

uma escalada. As taxas alfandegárias estão a conhecer agravamentos constantes, com os norte-americanos a liderarem este movimento. O objetivo de Trump é reduzir as importações chinesas e reforçar a indústria do seu país. Pequim diz que continua a fazer todos os possíveis para evitar uma verdadeira guerra comercial.

INVESTIR

Défice comercial é calcanhar de Aquiles da economia francesa

O défice comercial francês degradou-se em 200 milhões de euros, em junho, face ao mês anterior, para 6,2 mil milhões de euros. É um valor que revela um mal profundo, o comércio externo mantém-se o calcanhar de Aquiles da economia francesa. Em mais de 14 anos, a França compra muito mais ao estrangeiro do que vende os seus próprios produtos. No conjunto do primeiro semestre, o défice da balança comercial atingiu quase 33,5 mil milhões de euros, o que compara com 29,6 mil milhões do semestre anterior. O défice anual não será melhor do que no ano anterior, em que se chegou aos 62,3 mil milhões.

ImprensaEM REVISTA

Imobiliário ...................Pág. 4

AICCOPN: “AIMI tem de ser eliminado do OE 2019”

Portugal 2020 ..............Pág. 7

Paulo Vaz: “Análises das candidaturas não se deveriam limitar aos balanços”

Tecnologias .................Pág. 8

Huawei ultrapassa Apple como segundo maior fabricante de telemóveis

Negócios e Empresas Pág. 11

Comic Com Portugal ficará em Oeiras até 2020

Inovação empresarial Pág. 14

Empresas familiares contribuem para dois terços do PIBPME ............................Pág. 17

Projeto europeu de “robô na vinha” regressa aos Douro

Automóvel .................Pág. 26

SIVA acelera prejuízos da SAG

Crédito à habitação ..Pág. 27

Banca emprestou 47 milhões por dia às famílias no primeiro semestre

A nossa análise .........Pág. 29

Aplicações em ações europeias e dólar americano oferecem até 3,5%

Nesta edição

03AtualidadeTaxas da ERS

proporcionam ganhos excessivos e desnecessários

08InternacionalAeroportos europeus sem

capacidade de resposta25Mercados

Leonor Freitas ganha Prémio Mulher Empresária do BPI

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADOR EDIÇÃO João Luís de Sousa REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; FOTOGRAFO Rui Marinho; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 2º 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 1000 - 081 Lisboa • Tel 210 129 550 • E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 400 • E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

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Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 •

ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

DONALD TRUMP

As tropelias de Donald Trump começam a fazer sentir-se no comércio internacional. Há já

um abrandamento no volume de transações e, sobretudo, as incertezas ameaçam os investimentos e até os financiamentos. O mundo está dependente das variações de humor de um presidente que mostra uma forma de ser e de estar instável. O mais grave é o facto de haver uma apatia por parte dos opositores do presidente dos Estados Unidos. O regresso de férias para os europeus não se adivinha fácil, ao mesmo tempo que as questões geopolíticas assumem contornos mais preocupantes do que há escassos meses. Trump continua a revelar-se um dos maiores perigos globais da atualidade.

MARCELO REBELO DE SOUSA

O período de verão tem-se revelado complicado, inclusivamente para

o presidente da República. Este ano, Marcelo Rebelo de Sousa está menos presente nas desgraças, não colocando em causa a operacionalidade das foças públicas. Sem deixar de estar perto das populações, as tragédias não podem funcionar como um circo mediático. Enquanto político inteligente, está a medir de forma mais racional as suas intervenções. Tudo aponta para que mantenha o “apoio” ao Governo, ainda que as eleições se aproximem, numa base do bom senso.

Durante muitos anos após Abril de 1974 os partidos políticos do que se viria a designar por “arco da governação” satisfizeram as ambições, os interesses e os egos de muita gente que nela militava ou deles se fazia ou estava próximo. Os partidos canalizavam, então, os pedidos, as “cunhas” e muitos indizíveis desejos – também as invejas e os ódios – dos prosélitos do regime num de quase monopólio e em estado de total impunidade. Recordo nitidamente alguns empresários que tinham sempre na manga cartas de filiação em dois ou três desses partidos e como as jogavam nas melhores alturas. Não esqueci os curricula que jotas alienados da realidade elaboravam e faziam chegar pelos aparelhos do “spoil system” aos detentores de um qualquer poder, de preferência a muitos. Ainda me

lembro o quanto se “pagava” para obter, através de uma conveniente entrevista ao nível dos governos para obter um perdão fiscal. E de quantas coisas parecidas não me consigo esquecer…

O mundo e o mercado político foram mudando, porém, e a intermediação partidária entrou em declínio. Apareceram os lobistas mais ou menos profissionais; alguns gabinetes de advogados da capital tomaram tal negócio nas mãos; certas consultoras passaram a vender passadeiras vermelhas para entrada nos circuitos políticos de decisão; e por último, mas não por fim, emergiu e alargou-se o lote dos ex (ex-ministro, ex-secretário de Estado, ex-presidentes de institutos ou empresas públicas) disponíveis e com excelentes carteiras de contactos para essas mesmas tarefas. Tudo negócios da China, antes de a China chegar para fazer negócios. Por via dessa mudança, os partidos políticos foram perdendo mercado, ou seja, militantes e a política perdeu atração também, para elas, que muitos eram.

O que vai dito explicará, ainda que apenas em parte, a abstenção que cresceu seguidamente em cada ato eleitoral e não para de aumentar. Os partidos já não prestam, ou não se prestam a esses negócios, pelo menos com o descaramento de antes, face, também, à judicialização da política entendida, aqui, no melhor sentido: melhores leis; magistrados mais

atentos e competentes; outros e mais eficazes meios de investigação criminal.

Os expedientes mudaram, mas os operacionais não e, uma delicada questão política, de natureza democrática também, se coloca agora relativamente à representação política, consabidamente a passar por momentos difíceis em tempos de um ainda tímido, mas real, sobressalto cívica. Os cidadãos desconfiam cada vez mais dos políticos e não encontram, também, grande utilidade em geral, nos partidos políticos tradicionais. Por isso, por todo o lado, estes estão a fragmentar-se e a perder a hegemonia política de outrora em sucessivas crises de identidade. O perigo da ascensão do populismo já é, no transe, mais do que mera possibilidade: está aí à vista de todos em múltiplas formas e com uma recetividade social alarmante. Vai depenando a democracia e, até, com a bengala de muitos democratas que invocam o povo eleitoral para lhes dar o poder sem, porém, apresentarem soluções políticas concretas nem, sequer, uma doutrina, numa diferença ideológica. São meras alternativas pessoalizadas, muitas vezes ao que está estabelecido e nada mais.

Entretanto o país real arde e o país político está de férias. A única coisa que não muda no essencial é a incompetência de muitos que estão instalados nos galhos do poder e, sobretudo, a natureza humana.

A fuga aos partidos

ANTÓNIO VILAR [email protected]

À Esquina do Tempo

As receitas da ERS - Entidade Reguladora da Saúde em 2017 ascenderam a 7,95 milhões de euros, apresentando custos de atividade na ordem dos 4,13 mi-lhões de euros, resultando num lucro de 3,8 milhões de euros. Este valor segue-se a resultados lí-quidos positivos de 2,37 milhões de euros em 2016 e 3,59 milhões de euros em 2015.

Segundo Óscar Gaspar, pre-sidente da APHP – Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, “o lucro da ERS tem como única causa as elevadas taxas pagas pelas entidades regu-ladas e, desde logo, os hospitais privados, os médicos, médicos dentistas, entre outros profi ssio-

nais com atividades privadas”. Tendo em conta o valor que

os hospitais privados têm que suportar - que não tem refl exo na atividade do regulador em resultado dos cortes e cativações estatais na ordem dos 43% - a APHP propôs, na última reunião do Conselho Consultivo daquele órgão, uma redução até 50% nas taxas da ERS.

Receitas excessivas e desnecessárias

“Não é possível analisar o orça-mento da ERS para 2019 sem ter em conta a experiência passada, os valores acumulados e a atual situação, que criticamos, de uma

forte cativação e redução do or-çamento para 2018. Tendo em conta que se demonstrou que as receitas da ERS têm sido clara-mente excessivas e desnecessárias, no atual enquadramento seria possível reduzir até 50% o valor das taxas pagas pelos regulados, sem colocar em causa a atividade da ERS”, assegura Óscar Gaspar.

O presidente da APHP consi-dera que o Plano de Atividades da ERS está “bem estruturado e o trabalho desenvolvido pelo Conselho de Administração me-rece louvor e apoio, mas um voto a favor em relação ao Orçamen-to para 2019 seria acomodar de forma acrítica a relação entre as receitas e as despesas da ERS”.

ÓSCAR GASPAR DEFENDE REDUÇÃO NA ORDEM DOS 50%

Taxas da ERS proporcionam ganhos excessivos e desnecessários

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 3

Porto com 12 nomeações para os Publituris Portugal Travel Awards

O Porto recebeu 12 nomeações para a 15ª edição dos Publituris Portugal Travel Awards: Six Senses Douro Valley, The Yeatman, Porto A.S. 1829, Grande Hotel do Porto, Torel Avantgarde, Intercontinental Porto – Palácio das Cardosas, Porto Palácio Congress Hotel & Spa, Sheraton Porto Hotel & Spa, Gallery Hostel Porto e The Passenger Hostel. Os galardões serão entregues a 21 de setembro, no Hotel Aqualuz, em Tróia.

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Presidente da APHP aponta para o excesso de receitas da Entidade Regula-dora da Saúde.

“A Lei do Orçamento do Estado para 2019 deverá pôr fim ao Adicional ao Imposto Municipal sobre Imoveis”, defende Reis Campos, presidente da AICCOPN. Esta é uma das medidas, entre outras, que aquela associação irá apresentar ao Governo.

“A manutenção de uma tribu-tação que se reconduz a uma ver-dadeira duplicação do IMI, com a diferença de que, se num caso o imposto reverte para as autar-

quias, noutro reverte diretamente para a Administração Central, para além de carecer de qualquer racionalidade, conduz a situações de manifesta injustiça”, acrescen-ta Reis Campos, recordando que “têm sido conhecidas decisões de tribunais que obrigam a Auto-ridade Tributária à anulação da taxa adicional do IMI cobrada a fundos de investimento, quan-do estão em causa terrenos para

construção de comércio e servi-ços”.

“Estamos a falar de um duplo IMI, que potencialmente in-cide, no caso das empresas do setor, sobre todo o tipo de casas e de terrenos para construção. Ora, isto significa que as em-presas são obrigadas a suportar pesados encargos sobre os sto-cks de imóveis que não conse-guem vender.”

AIMI é um “imposto cego” Segundo a AICCOPN, “o

AIMI não se traduziu numa mera tributação dos patrimónios de luxo, mas antes num imposto cego, que se reconduz a efetiva pe-nalização do imobiliário, em espe-cial, do património habitacional detido pelas empresas, incluindo os terrenos para construção, inde-pendentemente da sua afetação, sem qualquer patamar de isen-ção. Uma vez que não se aplica qualquer limiar de isenção, como acontece com os particulares, cujo património imobiliário só é tribu-tado a partir dos 600 mil euros, este novo IMI agravou o custo fiscal relativo à detenção ou cons-trução de casas que se destinam à generalidade das famílias”.

PME mais penalizadas No entender da AICCOPN,

“esta situação é ainda mais gra-ve no caso das PME do interior, uma vez é nestas regiões que há uma maior dificuldade no escoa-mento das casas”.

“Para as empresas que se dedi-cam à construção de habitação para venda, esta é uma inconce-bível penalização. A nossa ativi-dade é a única que paga impostos por manter em stock mercadorias – casas – que não consegue ven-der. E ao injusto IMI, somou-se, nestes casos, o AIMI”, afirma o Presidente da AICCOPN.

“O imobiliário não pode con-tinuar a ser visto como uma fonte inesgotável de receitas.” Por isso, “a AICCOPN reclama uma vi-são estratégica e equilibrada para o mercado imobiliário e espera que o Governo e os partidos do arco da governação aproveitem a oportunidade criada pela Lei do Orçamento do Estado para 2019, para atenuar os desequilíbrios in-duzidos pela carga fiscal excessiva que incide sobre o património. Está em causa a capacidade de atrair investimento, nacional e estrangeiro, para aumentar e ree-quilibrar a oferta de casas tanto para aquisição, como para colo-car no mercado arrendamento”, conclui Reis Campos.

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4.3.2 – Uso e habitação 4.3.3 - Quinhão hereditário5. Doação 5.1 – Noção 5.2 – Forma – 5.3 – O registo – o pedido e a prova documental 6. Habilitação e Partilha 6.1 – Noção de Habilitação 6.1.1 – Forma 6.1.2 – O registo – o pedido e a prova documental 6.2 – Noção de Partilha 6.2.1 – Forma 6.2.2 – O registo – o pedido e a prova

documental 7. Casos Práticos dos conteúdos formativos – Títulos e

Registo

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

“Novo IMI agravou o custo fiscal relativo à detenção ou construção de casas”

“O imobiliário não pode continuar a ser visto como uma fonte inesgotável de receitas”, afirma Reis Campos.

REIS CAMPOS, PRESIDENTE DA AICCOPN, DEFENDE

“AIMI tem de ser eliminado do OE 2019”

Perante os crescentes desafios estruturais, trazidos à tona pela mais recente crise de lira, a Turquia precisa de uma resposta mais forte, caracterizada por uma política fiscal e monetária mais rígida e uma política externa menos confrontacional, estima Neil Dwane, estratega global da AllianzGI.

O que devem esperar os investidores da situação turca? Neil Dwane comenta: “A evolução da situação na Turquia vai depen-der das medidas ‘certas’ introduzidas pelos seus responsáveis políticos para reequili-brar o crescimento, enfrentar os desequi-líbrios macroeconómicos e reconquistar a confiança dos investidores. Para fazer isso, a Turquia necessita de uma resposta macroeconómica forte. Tipicamente, em tempos de pressão sobre a balança de pa-gamentos, um país recorre ao FMI para obter apoio financeiro, possivelmente até para ancorar a orientação política. A me-nos que o governo turco faça uma inversão de marcha completa, não há sinais de que isso venha a acontecer.

Dada a baixa taxa de poupança na Tur-quia e a dependência de capital estrangeiro para financiar o seu modelo de crescimen-to, a possibilidade de impor controlos de capital tem sido sempre descartada. No entanto, desenvolvimentos recentes – e a relutância das autoridades em tomar as medidas necessárias – aumentam a proba-

bilidade de impor restrições à compra de moeda estrangeira, pelo menos enquanto medida temporária.

Os cenários possíveis

Segundo Neil Dwane, existem três cená-rios possíveis.

Primeiro, “o Governo e o banco central da Turquia poderiam adotar uma política monetária e fiscal mais rígida, juntamen-te com uma política externa menos con-frontacional, para apoiar a lira, restaurar a credibilidade dos decisores monetários e fiscais e gerir o reequilíbrio da economia. Se isso acontecer, a Turquia pode ter um crescimento menor no curto a médio pra-zo (‘soft landing’), mas evitar assim uma recessão (‘hard landing’)”.

Segundo, “se a política monetária e fiscal permanecer demasiado folgada, a lira deve desvalorizar ainda mais para ajustar o défi-ce da balança de transações correntes. Isso pressionaria ainda mais os balanços dos setores empresarial e bancário. Nesse ce-nário, a economia da Turquia teria maior probabilidade de enfrentar um ‘hard lan-ding’, o que prejudicaria as expectativas de lucros e o desempenho dos preços dos ativos da Turquia”.

Terceiro, “o pior resultado seria a Tur-

quia enfrentar uma súbita paragem dos fluxos de capital. Isso resultaria em mais pressão sobre a lira e num retraimento do défice da balança de transações correntes à custa da contração das importações, o que poderia levar a uma depressão eco-nómica”.

Ações concretas necessárias

“A Turquia tem uma série de desafios a superar a curto e médio-prazo, e mui-to depende da resposta dos legisladores. Enquanto a situação permanece frágil, o anúncio do ‘novo modelo económico’ está a caminhar na direção certa. Contudo, para restaurar a credibilidade das autorida-des turcas, esses anúncios devem ser acom-panhados de ações concretas. Tirando isso, os investidores podem assistir a reduções acentuadas nos lucros e a uma taxa sem risco mais alta. Juntamente com o conti-nuado confronto da Turquia com os países ocidentais, isso poderia secar os fluxos de capital da Turquia.”

“A situação enfrentada pela Turquia faz lembrar a crise de 2013. O anúncio da Fed de que reduziria o seu programa de com-pra de obrigações desencadeou uma vola-tilidade generalizada no mercado, particu-larmente nos mercados emergentes. Aos ‘frágeis cinco’ mercados impactados na época, podemos agora juntar países como Argentina, Chile, Colômbia e Rússia, cujos níveis mais elevados de dívida em dólares os tornam vulneráveis ao aperto quantita-tivo da Fed e ao aumento dos juros nos EUA. Combinado com uma agenda mais vigorosa do presidente Trump, as tensões e a volatilidade podem permanecer altas por algum tempo”, conclui Neil Dwane.

ALLIANZGI ESTIMA TRÊS CENÁRIOS POSSÍVEIS

Turquia necessita de uma resposta macroeconómica forte

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 5

Taxa de juro do crédito à habitação sobe para 1,038%A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação aumentou 0,6 pontos base (p.b.) face ao observado em junho, para 1,038%, revela o INE. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro aumentou 4,4 p.b. no mês em análise, para 1,471%. A presta-ção média vencida foi 242 euros, mais 1 euro que no mês anterior. O capital médio em dívida para a totalidade dos contratos de crédito à habitação aumentou 108 euros, para 52 016 euros.

Sonae Sierra distinguida com o Prémio Silver StevieA Sonae Sierra foi distinguida com o Prémio Silver Stevie® na categoria “Inovação do Ano na Indústria de Energia” na 15ª edição anual dos International Business Awards®, um dos maiores programas de reconhecimento empresarial do mundo. O “Programa Bright - Melho-rar a pegada de carbono no mercado imobiliário” é um projeto inovador na área da eficiência energética concebido pela Sonae.

Dada a baixa taxa de poupança na Turquia e a dependência de capital estrangeiro para financiar o seu modelo de crescimento, a possibilidade de impor controlos de capital tem sido sempre descartada.

“O pior resultado seria a Turquia enfrentar uma súbita paragem dos fluxos de capital”

Candidaturas

de apoio à aquisição

de viaturas elétricas

crescem 50%

Até 22 de agosto, o Fundo Ambiental recebeu 1243 candidaturas de apoio à aquisição de veículos elétricos, valor em cerca de 50% superior ao período ho-mólogo. Este ano, o programa também apoia a aquisição de veículos de duas rodas elétricos (ciclomotores e motoci-clos).

O Fundo Ambiental, criado em 2016 a partir de quatro outros fundos geridos pelo Ministério do Ambiente, tem por finalida-de apoiar políticas para a prossecução dos objetivos de desenvolvimento sustentável, contribuindo para o cumprimento dos compromissos nacionais e internacionais, designadamente os relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos, aos resí-duos e à conservação da natureza e da bio-diversidade.

Ao abrigo do despacho 1607/2018, o incentivo pela introdução no consumo de veículos de baixas emissões de quatro ro-das é traduzido na forma de atribuição de unidades de incentivo no valor de 2 250J (dois mil duzentos e cinquenta euros), de-vido pela introdução no consumo de um veículo 100% elétrico novo, sem matrícu-la, isto é, cujo primeiro registo tenha sido feito em nome do candidato, a partir de 1 de janeiro de 2018.

O incentivo pela introdução no consu-mo de motociclos de duas rodas e ciclo-motores elétricos é traduzido na forma de atribuição de unidades de incentivo no valor de 20% do valor do veículo, até ao máximo de 400J, devido pela introdução no consumo de um veículo 100% elétrico novo, isto é, cujo primeiro registo tenha sido feito em nome do candidato, a partir de 1 de janeiro de 2018.

O programa está aberto a candidaturas de pessoas singulares (apoio à aquisição de uma unidade) ou coletivas (máximo de cinco unidades).A dotação global do pro-grama é de 2650 mil euros.

Beneficiários

Podem beneficiar deste programa de in-centivos as pessoas singulares, limitadas a uma unidade de incentivo cada.

Relativamente às pessoas coletivas, com exceção das empresas cujo ramo de ativi-dade seja o comércio de veículos automó-veis ligeiros, limitadas a cinco unidades de incentivo cada.

Novidades

Além de um incentivo para a aquisição de veículos ligeiros elétricos passa a existir também um incentivo para a aquisição de veículos de duas rodas (motociclos de duas rodas e ciclomotores) elétricos.

As candidaturas só poderão ser efetuadas após aquisição do veículo e com os docu-mentos finais, deixando de ser possível fa-zer candidatura apenas com fatura profor-ma. Passa a ser exigida um comprovativo de matrícula em nome do candidato.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

A Linha de Crédito Capitalizar 2018 está em marcha. Desde o passado dia 31 de julho que as empresas se podem candidatar a financiamentos bonificados. Embora com critérios de elegibilidade mais acessíveis para a generalidade dos casos, a burocracia de análise, sobretudo relacionada com a prestação da garantia mútua, pode comprometer os financiamentos a quem mais deles necessita, ou seja, as micro e pequenas empresas. Esta é a convicção das consultoras Sibec e Gorin.VIRGÍLIO [email protected]

A nova Linha Capitalizar 2018, gerida pela PME Investimentos, abriu a 31 de ju-lho. Esta linha de financiamentos a juros bonificados para apoio de micro, pequenas e médias empresas dispõe de uma dotação de 1600 milhões de euros que estão distri-buídos por cinco linhas específicas: Micro e Pequenas Empresas (450 milhões), Indús-tria 4.0 (100 milhões), Fundo de Maneio (700 milhões), Tesouraria (150 milhões) e Investimento (geral [100 milhões] e projetos PT2020 [100 milhões]).

Dos valores globais destas dotações, até 10% destinam-se exclusivamente a empre-sas do setor primário.

Com montantes de financiamento entre 50 mil e dois milhões de euros por empresa e prazos que variam entre três e 10 anos, a Li-nha de Crédito Capitalizar 2018 está dispo-nível nos balcões dos bancos aderentes.

Apesar das condições de acesso à Linha “Micro e Pequenas Empresas” estar mais fácil relativamente à Linha de Crédito Ca-pitalizar de 2017 - pois as empresas com situação líquida negativa no último balan-ço aprovado poderão aceder à Linha caso apresentem esta situação regularizada em balanço intercalar aprovado até à data de enquadramento da operação; as empresas precisam de apresentar resultados líquidos positivos em dois dos últimos quatro anos (em vez de dois dos últimos três anos) - o mesmo sucedendo com as Linhas “Fun-do de Maneio”, “Plafond de Tesouraria” e “Investimento”, que também foram faci-litadas no que respeita à situação líquida positiva - as empresas com situação líquida negativa no último balanço aprovado po-derão aceder à Linha caso apresentem esta situação regularizada em balanço intercalar aprovado até à data de enquadramento da operação -, o certo é que existem aspetos que podem comprometer a boa execução do programa.

“Esta linha de crédito bonificado, a par de outras que existiram em moldes seme-lhantes, exigem aprovação pelo banco e aprovação pela SGM. Não é pouco co-mum a entidade bancária estar interessada na operação, mas a mesma não avançar por questões levantadas pela SGM, por exem-

plo, considerar que se trata de um setor de atividade com fraca rentabilidade ou com elevado risco de negócio, este último mui-tas vezes associado aos projetos de criação de empresa, devido à ausência de históri-co”, afirmou à “Vida Económica” Arsénio Leite, gestor da Sibec.

“A Dotação ‘Projetos 2020’ da Linha ‘Investimento’ continua a apoiar apenas os investimentos elegíveis no âmbito do Portugal 2020. De facto, o montante de financiamento corresponde, no máximo, a 75% das despesas elegíveis deduzido do incentivo aprovado, o que pode correspon-der a um montante de financiamento mui-to aquém das necessidades. Deveria existir financiamento para os investimentos não elegíveis, por exemplo, para os montantes de obras que ultrapassem os limites de-finidos pelos avisos de concurso (o aviso determina a elegibilidade de obras apenas até 35% das despesas elegíveis no caso de empresas industriais, por exemplo).”

“No caso dos Projetos 2020, a SGM pode exigir a realização antecipada dos capitais próprios previstos na candidatura aprovada pelo Portugal 2020. Para efeitos

do Portugal 2020, estes capitais apenas têm de ser comprovados na conclusão do projeto, no entanto, a SGM pode exigir a sua realização como condição de aprova-ção da operação à Linha de Crédito Ca-pitalizar 2018”, acrescenta Arsénio Leite.

Para António Cabrita, gestor da Gorin, “estas linhas de crédito são sempre vanta-josas para as empresas desde que as insti-tuições bancárias respeitem o direito de acesso a todos os promotores, dentro do estipulado”.

Para responsável, existe um senão: “Te-mo-nos deparado com muita lentidão na análise da banca [o mais frequente] mas também nas SGM”.

Redução de verba na linha dedicada aos projetos 2020

Os valores dos financiamentos afetos a cada uma das linhas poderão ser reavaliados periodicamente, em função da utilização, numa lógica “first come first serve”, po-dendo ser feitas reafetações de verbas entre linhas específicas e dotações. Este mecanis-mos poderá ter de ser acionado mais cedo do que o previsto.

As dificuldades iniciais podem ter a ver com a elevada concorrência ao financiamen-to. “A dotação orçamental global da Linha Capitalizar 2018 é igual à da Linha Capi-talizar lançada em 2017, no entanto, apesar de existir uma linha específica para micro e pequenas empresas, cuja dotação orçamen-tal foi aumentada em 50 milhões de euros, a linha dedicada aos projetos 2020 viu a sua dotação orçamental ser reduzida em 200 milhões de euros, o que pode prejudicar as micro e pequenas empresas que necessitam de financiamento extra para o seu projeto 2020”, considera Arsénio Leite.

“Acresce que esta redução na Linha ‘In-vestimento’ Dotação ‘Projetos 2020’ foi parcialmente transferida para a criação da Linha ‘Indústria 4.0 / Apoio à Digitaliza-ção’, a qual pode ser acedida por Não PME, o que aumenta o risco das operações apro-vadas não se destinarem a micro e pequenas empresas”, acrescenta

“O mesmo acontece nas linhas ‘Fundo de Maneio’, ‘Plafond de Tesouraria’ e ‘in-vestimento’, sendo agravado na Dotação ‘Geral’ da Linha Específica ‘Investimento”’ para a qual as empresas devem: Ser não PME tal como definido na Recomendação 2003/361/CE da Comissão Europeia; ou ter projetos de investimento localizados na Região NUT II de Lisboa ou Algarve; ou ter projetos de investimento nas atividades enquadradas em CAE relacionadas com a produção agrícola e com a transformação de produtos agrícolas.

LINHA DE CRÉDITO DE 1600 MILHÕES JÁ ESTÁ DISPONÍVEL

Burocracia pode comprometer das pequenas empresas

A nova Linha de Crédito Capitalizar 2018 abriu a 31 de julho.

Ser ou não ser PME LíderExemplo:

Pedido de financiamento à Linha “Investimento” Dotação “Projetos 2020”, no montante de 1.700.000J:

- no caso de PME Líder:• Montante de financiamento

dentro dos limites máximos (2 milhões de euros para PME Líder);

• Spread de 2,06%, 2,69% ou 3,275% consoante a empresa se enquadre no escalão de risco A, B ou C, respetivamente;

• Comissão da garantia mútua de 0,62%, 0,89% ou 1,34% consoante

a empresa se enquadre no escalão de risco A, B ou C, respetivamente.

- no caso de PME não Líder:• Montante de financiamento

excessivo: para as PME não Líder, está limitado a 1.500.000J;

• Spread de 2,26%, 2,79% ou 3,375% consoante a empresa se enquadre no escalão de risco A, B ou C, respetivamente;

• Comissão da garantia mútua de 0,72%, 0,99% ou 1,44% consoante a empresa se enquadre no escalão de risco A, B ou C, respetivamente.

SGM podem condicionar aprovação à realização antecipada dos capitais próprios

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 7

“As linhas de crédito são sempre positi-vas para as empresas, especialmente quan-do contêm condições melhoradas de aces-sibilidade e custos mais baixos, até porque o financiamento ao tecido empresarial continua muito abaixo do necessário, constrangendo o crescimento económico e o investimento. Os dados do Banco de Portugal não mentem, pois são objetivos: o financiamento bancário às empresas tem baixado sistematicamente desde a in-tervenção da “troika”. Apesar dos bancos dizerem que há dinheiro e faltam projetos, a verdade é que a disponibilidade é mais do que muita para quem não necessita e nenhuma para quem precisa”, afirma à “Vida Económica” Paulo Vaz.

“As linhas de crédito deveriam estar orientadas a ajudar as empresas que mais necessitam, precisamente porque as suas condições de elegibilidade se encontrarem condicionadas pela sua situação finan-ceira. Estas linhas de crédito deveriam apostar no apoio às empresas que têm po-tencial económico e projeto empresarial, mas que, por razões diversas, as condições financeiras não lhes permitem aceder ao sistema em paridade com outras mais saudáveis sobre este prisma”, acrescenta o diretor-geral da ATP.

Ajudar quem precisa de ajuda

Considerando que “as linhas de crédito são sempre positivas para as empresas” e que a triagem entre empresas PME Líder e não Líder “é um critério de seleção tão válido como qualquer outro”, Paulo Vaz interroga: “Devermos apoiar aquelas que já não precisam de apoio e podem recorrer

ao sistema bancário sem qualquer espécie de ajuda, ou um conjunto de outras, que,apesar de terem viabilidade económica, precisam de um suporte adicional em ter-mos financeiros para singrar? Julgo que agrande discussão, nunca resolvida, andaem torno disto, não existindo nenhum governo com coragem para fazer as esco-lhas difíceis que se impõem”.

Sobre os aspetos da Linha Crédito Ca-pitalizar 2018 que mais poderão compli-car a análise e a aprovação de candidatu-ras, Paulo Vaz entende que “a análise das candidaturas, neste e outros casos seme-lhantes, tem apenas em consideração o histórico, o passado e nunca o projeto ou o futuro, embora seja nesta dimensão queos projetos são implementados e que po-derão ou não vingar. O risco destas aná-lises baseadas simplesmente no balanços é que ficam limitadas à lupa do analista derisco financeiro, que normalmente nada percebe dos negócios reais e se recusa atéa perceber. Era fundamental dar esta di-mensão à análise e aprovação das candida-turas, mas não me parece que seja isso quevá suceder”.

Desafiado a dizer o que gostaria de ver melhorado e a funcionar bem nesta linhade crédito, Paulo Vaz entende que deve-ria haver “abertura, vontade de conhecer o negócio e o projeto, por parte de quemanalisa as candidaturas, orientando asaprovações para quem realmente precisa,equilibrando risco e oportunidade, olhan-do o projeto e não apenas o histórico,pois, de outra maneira só serão aprovadasquem tem trajetos irrepreensíveis, mesmo que não nenhuma visão relativamente aofuturo”.

capitalização

“A fraca estrutura de capitais próprios da generalidade das micro e pequenas empresas (por exemplo, capital social de baixo valor para um financiamento de valor muito elevado) e o nível de endividamento prévio constituem pontos fracos das empresas que as prejudicam no momento da avaliação do pedido de finan-ciamento”, remata o responsável da Sibec.

Já na perspetiva de António Cabrita, a discriminação entre PME Líder e Outras “é uma forma de premiar as empresas com melhores resultados; o senão, é que existem setores de atividade que dificilmente conse-guem atingir o status de PME Líder ou até Excelência”.

Atrasos der execução chegam a atingir um ano

O tempo de espera entre a apresentação/aprovação/financiamento pode comprome-ter os investimentos a realizar.

“Conhecemos um caso que está à espera de decisão há mais de cinco meses, tendo sido enviada resposta a um pedido de ele-mentos da Norgarante há mais de quatro meses. Estamos a contar que demore pelo menos seis meses, no total. Como se trata de uma empresa com um projeto ao Portugal

2020 aprovado, a execução do projeto está a ser atrasada”, refere ainda Arsénio Leite.

“Na altura do PME Crescimento 2015, tive-mos um caso que fez três candidaturas à linha de crédito, uma vez que dois bancos negaram o financiamento. O projeto Portugal 2020 desta empresa atrasou um ano”, concluiu.

Questionado sobre os aspetos a melhorar na Linha Crédito Capitalizar 2018, Antó-nio Cabrita defende: “Em primeiro lugar, a celeridade. Portugal é dos países mais lentos na Europa e decidir nestes processos; em segundo lugar, uma avaliação mais na ótica da Inovação e Produtividade das empresas [logo mais económicas] e menos análise de risco financeiro”.

“O problema que aqui se põe é que os bancos nunca estiveram preparados para fa-zer este tipo de análise (excepto do tempo do BFE, BNU e BBI)”, remata.

PAULO VAZ DEFENDE

“Análises das candidaturasnão se deveriam limitar aos balanços”

“As linhas de crédito deveriam estar orientadas a ajudar as empresas que mais necessitam”, afirmaPaulo Vaz, diretor-geral da ATP.

Garantia mútua ajuda a ultrapassar necessidade de garantias reais

A garantia mútua pode revelar-se uma boa alavanca para a concretização dos projetos, reconhece Arsénio Leite. “A obtenção de financiamento bancário tem, regra geral, como consequência a realização de hipotecas de imóveis ou penhor de bens. No entanto, os negócios estão cada vez mais desmaterializados, o que acresce dificuldade de acesso a financiamento. A garantia mútua pode ajudar a ultrapassar a necessidade de garantias reais”, salienta o responsável da Sibec.As operações de crédito a celebrar no âmbito da Linha DE Crédito Capitlizar 2018

beneficiam de uma garantia autónoma à primeira solicitação prestada pelas SGM, destinada a garantir: até 70% do capital em dívida em cada momento do tempo na Linha Específica “Micro e Pequenas Empresas” e Dotação Projetos 2020 da Linha “Investimento”; até 65% do capital em dívida em cada momento do tempo na Dotação Geral da Linha Específica “Investimento” e na Linha Específica “Indústria 4.0 /Apoio à Digitalização”; até 50% do capital em dívida em cada momento do tempo na Linha Específica “Fundo de Maneio” e “Plafond de Tesouraria”.

A ausência de histórico da empresa pode dificultar o acesso à garantia mútua

PME líder pagam juros mais baixos

Linha Específica EscalãoSpread global do Banco

PME Líder Não PME Líder

”Micro e Pequenas Empresas”

- 3,230%

“Indústria 4.0 / Apoio à Digitalização”

A 1,822% 1,922%

B 2,465% 2,565%

C 3,005% 3,105%

“Fundo de Maneio”

A 1,928% 2,028%

B 2,608% 2,708%

C 3,178% 3,278%

“Plafond de Tesouraria”

A 1,943% 2,043%

B 2,631% 2,731%

C 3,178% 3,278%

“Investimento” Dotação “Geral”

A 2,180% 2,280%

B 2,845% 2,945%

C 3,463% 3,563%

“Investimento” Dotação “Projetos

2020”

A 2,060% 2,160%

B 2,690% 2,790%

C 3,275% 3,375%

A Apple teve resultados recordes no últi-mo trimestre fi scal, mas não foi sufi ciente para que a chinesa Huawei a ultrapassas-se enquanto segundo maior fabricante de telemóveis inteligentes do mundo, depois da sul-coreana Samsung. Há sete anos que não se verifi cam alterações no pódio global das vendas de “smartphones”.

A Samsung tem 20% de quota de mercado, mas a distância para a Huawei (15%) e a Apple (11%) é cada vez mais curta. Entre abril e junho, a Apple comer-cializou 41,3 mil milhões de aparelhos, apenas mais um ponto percentual do que em igual período do ano passado, de acordo com a consultora Counterpoint. O que contrasta com as vendas da sul--coreana, que dispararam 41%, para 54,2 milhões de unidades. O que aconteceu foi que a Huawei teve um êxito superior às expetativas nos telefones inteligentes, no segmento Premium e no segmento de nível médio. Também está a aproveitar o aumento das vendas na China, cujo mer-cado está em retração. No exterior, tem conseguido sucessos invejáveis, como foi o caso do mercado indiano.

Quanto à Samsung, teve um recuo de 11%, entre abril e junho, devido às vendas fracas da sua marca Galaxy S9. De facto, a tecnológica sofreu, no trimestre, a pri-

meira quebra nos respetivos lucros dos úl-timos sete trimestres. Quanto às restantes marcas, o destaque vai para a Xiaomi, que aumentou as vendas em 43%, passando a deter cerca de 9% do mercado global. O fabricante chinês comercializou mais de 33 milhões de terminais. Manteve-se as-sim como uma das marcas de mais rápido crescimento, em especial devido às vendas

recordes na Índia. A HMD, o novo fabri-cante de telemóveis da Nokia, foi outra das empresas com o melhor desempenho durante o período em análise. As restantes marcas tiveram comportamentos muito desiguais. Claramente, este é um mercado que se revela cada vez mais competitivo e em que a evolução tecnológica tem de ser constante.

Os aeroportos não terão capacidade para fazer face ao crescimento do tráfego nos próximos 20 anos. A saturação dos aero-portos vai travar o crescimento das com-panhias e agravar os atrasos para os pas-sageiros. Isto apesar do apelo aos capitais privados, por via de privatizações.

Os grandes grupos aeroportuários euro-peus têm motivos para estar preocupados. A diferença entre a capacidade aeroportuá-ria e as necessidades das companhias aéreas poderão representar cerca de 1,5 milhões de voos, no horizonte até 20140, ou seja, perto de 160 milhões de passageiros per-didos e 8% da procura que não será sa-tisfeita. E isto apesar dos investimentos e das obras que estão a ser realizados em 111 aeroportos europeus. Neste momento, já existem seis aeroportos a funcionar no li-mite da sua capacidade. Todos os países europeus sofrem este problema. Em 2040, serão 28 aeroportos a atingir o seu limite.

Para os passageiros, esta saturação vai traduzir-se em atrasos cada vez mais fre-quentes. O número de voos atrasados entre uma e duas horas será multiplicado por sete, passando o número de passagei-ros abrangidos por este atraso de 50 mil

para 470 mil. Os governos apelam ao in-vestimento, através de privatizações totais ou parciais. A Europa está na liderança das privatizações no que toca a este setor. De uma maneira geral, os aeroportos privados investem mais do que os seus homólogos públicos. Mas não é menos verdade que

alguns dos aeroportos privados estão na primeira linha dos mais caros, quer para os passageiros, quer para os agentes de mercado. O problema da sobrecapacidade não será de fácil resolução. Certo é que as privatizações não são o remédio para todos os males.

Huawei ultrapassa Apple como segundo maior fabricante de telemóveis

Aeroportos europeus sem capacidade de resposta

Indústria da Zona Euro melhoraO crescimento do setor industrial acelerou ligeiramente na Zona Euro, em julho. Mas con-tinuou limitado, sobretudo devido às incertezas relacionadas com as tensões comerciais e o aumento dos preços. Depois de ter recuado durante seis meses consecutivos, o índice fi xou--se em 55,1 pontos. Alguns analistas começam a revelar preocupações face a estes números. Com efeito, acreditam que podem estar para breve tempos mais complicados e, como tal, um abrandamento nas taxas de crescimento das principais economias da região da moeda única.

Endividamento das famílias espanholas disparaA dívida das famílias espanholas junto da banca cresceu 1,3%, em junho, para 712 mil mi-lhões de euros. Foi o ritmo de crescimento mais elevado desde outubro de 2007, antes da crise. Este aumento fi cou a dever-se sobretudo ao crescimento de quase 4,8% das dívidas rela-cionadas com o crédito ao consumo, para cerca de 186,3 mil milhões de euros, em máximos desde dezembro de 2012, de acordo com dados do Banco de Espanha. Também se verifi cou um aumento das dívidas hipotecárias.

Reserva Federal prepara mais dois aumentosdas taxas de juro

As taxas da maior economia do mundo fi caram entre os 1,75% e 2%, como fi xadas em junho. Mas não por muito tempo. Se as previsões se cumprirem, a Reserva Fede-ral dos Estados Unidos aprovará um novo aumento na reunião de 26 de setembro e aplicará outro ajustamento em dezembro. Serão quatro aumentos num ano.

Ao contrário da Administração Trump, que tem criticado a política monetária se-guida pela Fed, a instituição admite que o dinheiro vai continuar a encarecer, tendo em conta um mercado laboral sólido, uma infl ação próxima do objetivo e os riscos re-lativamente controlados. A Reserva Fede-ral defende que o melhor caminho é con-tinuar a aumentar gradualmente as taxas de juro. Este é o melhor rumo para manter a infl ação próxima dos dois pontos per-centuais, num contexto de solidez laboral e macroeconómica. O banco central está consciente dos riscos que implica a guer-ra comercial encetada pelo presidente dos Estados Unidos e está a tentar adequar o melhor possível a política monetária a uma nova realidade. Importante é que não se-jam tomadas decisões precipitadas.

China quer manter crescimento com política mais efi caz

A China quer manter uma trajetória de crescimento razoável, através de uma polí-tioca mais suave e efi caz. As intenções go-vernamentais passam por estabilizar o em-prego, as fi nanças, o comércio externo e o investimento. A segunda maior economia do mundo defronta-se com novos desafi os e difi culdades.

Sobretudo, terá de contar com uma al-teração considerável do contexto exter-no. O Executivo admite que a economia está em condições de fazer face aos riscos e garantir a confi ança. O crescimento do PIB abrandou ligeiramente para 6,7%, no segundo trimestre, ainda assim superior às expetativas do Governo. O país quer equilibrar melhor a prevenção dos riscos e o seu apoio à economia real, tendo sempre a preocupação de desendividamento. Por sua vez, a política orçamental terá um pa-pel mais importante para estimular a pro-cura interna e promover os ajustamentos estruturais. O que implica um orçamen-to mais pró-ativo. Serão aumentados os investimentos em infraestruturas, fi cou a garanto do Governo chinês.

ATUALIDADE/Internacional

8 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

Alguns aeroportos europeus já atingiram, neste momento, o seu limite de capacidade de resposta.

Apple continua a liderar vendas mundiais de “smartphones”

Fontes: Counterpoint/Expansión

Samsung Huawei Apple Xiaomi Oppo Vivo LG Lenovo HMD

20%

15%

11%

9% 8%

7%

3% 3%

1%

Porto de Leixões com o melhor semestre de sempreO Porto de Leixões continua a fazer história. Entre janeiro e junho, obteve o melhor resultadosemestral de sempre no movimento de mercadorias. Perto de 10 milhões de toneladas circularamem Leixões, num crescimento homólogo de 1,3%, adianta a sua administração em comunicado.Refere a este propósito: “Estes indicadores representam o representam o trabalho realizado paracontinuar a afi rmar Leixões como o maior e o melhor porto do noroeste peninsular.”

Preços da produção industrial sobem na Zona EuroOs preços da produção industrial, na Zona Euro e na União Europeia, aumentaram quatro décimas, em junho, face ao mês anterior. Em termos homólogos, o crescimento foi 3,6% nos países da moeda única e de 4,4% nos Vinte e Oito. Em termos mensais, as maiores subidas foram para a Dinamarca, a Estónia, a Hungria e a Letónia. Já as maiores quebras couberam ao Luxemburgo, à Grécia e à Croácia, de acordo com o Eurostat.

A mediática transferência de Cristiano Ronaldo do Real Madrid

para a Juventus, além do inquestionável reforço na qualidade e peso futebolístico que representou para a histórica equipa Italiana, teve igualmente um brutal impacto fi nanceiro e no número de seguidores nas redes sociais dos dois clubes. A equipa espanhola perdeu quase um milhão no Twitter em apenas 24 horas, passando de 31,97 para 31,02 milhões num curto espaço de tempo, com a Juventus a registar um aumento muito signifi cativo de seguidores: tem mais 1,4 milhões no Instagram, mais 1,1 milhões no Twitter e mais 500 mil no Facebook. O Twitter da Juventus tem 6,1 milhões de seguidores enquanto Cristiano tem 74,5 milhões… O Instagram da Juventus tem 11.5 milhões de seguidores com Cristiano a contar com 135 milhões…Cristiano Ronaldo é o rei indiscutível das redes sociais no que diz respeito a jogadores de futebol. O capitão da Selecção Nacional tem mais de 74 milhões de seguidores, deixando a larga distância Neymar, com pouco mais de 40 milhões e Piqué, com quase 19 milhões. Lionel Messi limita-se a fazer concorrência dentro de campo, estando um pouco “offl ine” de todo este fenómeno mediático, contando apenas com 2.64 milhões de fãs na internet. Para além das fi las intermináveis para comprar a agora camisola mágica da Juventus, foi criado um sabor

de gelado assim como uma pizza com a marca CR7. A ‘Ronaldomania’ parece ter-se apoderado completamente de Turim, numa transferência onde os valores envolvidos parecem ser o factor menos relevante, com o foco a estar apontado nos efeitos desportivos, fi nanceiros e sociais que esta contratação já provocou, mas também nos que pode ainda provocar. A Juventus até já começou a “amortizar” os milhões pagos para contratar Cristiano Ronaldo, com a venda das camisolas a atingir números absolutamente transcendentes em todo o país, sendo que até em lojas em Milão, é vendida uma camisola por minuto. A contratação de Cristiano não é apenas um reforço de plantel. A contratação do jogador português é também uma aposta do futebol Italiano em trazer de volta os seus tempos áureos, que tanto se caracterizou pela presença de jogadores como Ronaldo (o Brasileiro!) Nedved, Shevchenko, Cannavaro ou Kaká, tudo jogadores que venceram bolas de ouro. Desde 2009/2010 que o campeonato Italiano não tem jogadores a vencer bolas de ouro, equipas a ganhar a Champions League ou a Liga Europa e mesmo a selecção italiana, que se sagrou campeã mundial em 2006, tem vindo a desaparecer do grande panorama Europeu, algo que culminou numa não classifi cação para o campeonato do Mundo de 2018.A Juventus quer maior presença nos mercados, quer

as suas acções a subir em bolsa, pelo que se trata de um golpe negocial capaz de infl uenciar várias áreas de actuação, podendo este vir a tornar-se o marco mais determinante na história do clube transalpino, tendo um impacto superior ao sucesso na Champions League. A relevância é tanta que há trabalhadores e sindicatos a organizar manifestações contra os valores envolvidos na transferência, apontando para o salário do astro português e para as desigualdades sociais que tudo isto cria junto da industrial cidade italiana. Trata-se de algo inédito, uma vez que não estamos perante adeptos insatisfeitos com a ratio preço/qualidade do jogador contratado, mas sim trabalhadores revoltados pelo facto da sua entidade empregadora, o dono da FIAT (família Agnelli) estar por trás do fi nanciamento da transferência de CR7, levanto os seus operadores fabris ao desespero tendo em conta os precários ordenados que recebem no seio da empresa em comparação com o salário principesco do Português. A Juventus tem três ligas dos campeões, Cristiano tem cinco. A Juventus, clube que melhor tem representado Itália nas competições europeias nos últimos anos, desde 2007, tem 102 golos marcados na Champions League, CR7 tem 119. Ponderado tudo isto a conclusão é simples: Cristiano não se transferiu para a Juventus, a Juventus é que foi transferida para o Cristiano FC.

O Norte de Portugal é composto por 86 municípios e possui cerca

de 3,6 milhões de habitantes, isto é, concentra quase 35% da população residente em Portugal, assegura perto de 39% das exportações nacionais e representa cerca de 29% do PIB da economia nacional.O Norte de Portugal é uma região com enorme potencial, uma região competitiva, terra de gente com garra e ambição, possui boas infraestruturas, uma rede qualifi cada de equipamentos de ciência e tecnologia e uma localização geográfi ca única. Além disso, nesta região existem algumas das melhores universidades, onde é desenvolvida investigação científi ca de topo e onde são dados grandes contributos ao desenvolvimento nacional e internacional.Mas para onde caminha o Norte? Quais os desafi os que se colocam a esta região?Desde logo há um novo paradigma para a competitividade, que passa por explorar novos serviços ou negócios, produtos e esquecer o princípio da competitividade assente na oferta e na mão de obra a custos reduzidos. Cada vez mais as regiões têm que se afi rmar pela qualidade dos seus recursos, no conhecimento e competência da sua mão de obra. Esta competitividade não pode surgir dissociada das novas áreas a explorar, nomeadamente o Turismo (área que se tem vindo desde já a afi rmar), a inovação, desenvolvimento tecnológico, reinvenção de indústrias tradicionais.Outro desafi o que se coloca assenta no incentivo e cooperação com as indústrias emergentes. Existe

um número muito elevado de empresas de base tecnológica o que pode infl uenciar decisivamente a tomada de decisão de localização de investimentos por investidores internacionais. Também a alteração de cultura, isto é, a mudança a nível cultural que vá desde a base do nosso sistema de ensino, nomeadamente a nível da cultura para o empreendedorismo, para a gestão, para a globalização efetiva de serviços, entre outros. É necessário formar os nossos recursos humanos para uma afi rmação na perspetiva empresarial, promovendo os fatores de competitividade no Norte.O tecido empresarial existente necessita, também, de um “refresh”, para uma adaptação evolutiva do sistema produtivo existente nesta região, juntamente com um investimento na reputação, dado que vivemos na era do marketing, onde a reputação e a estratégia são essenciais para a afi rmação de uma região.As iniciativas de apoio como a que está a ser desenvolvida pela Associação Empresarial de Portugal onde está a ser estabelecida uma rede colaborativa, com mais quatro dezenas de associações representativas do tecido empresarial nortenho, para incrementar a competitividade e a coesão territorial da região Norte. Por último, mas não menos importante, a necessidade de fi xar os jovens. Todos os desafi os mencionados anteriormente criarão emprego. Só há emprego, se houver mercado de trabalho. Só há riqueza se reforçarmos os laços identifi cativos para com a nossa região. Populações felizes e realizadas produzem mais!

O futuro do Norte. Que desafi os?

O grito social da Vecchia Signora

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 9

ATUALIDADE/Opinião

DIOGO SOARES LOUREIROJurista no Departamento de Direito de Desporto da Sociedade de Advogados Nuno Cerejeira Namora, Pedro Marinho Falcão & Associados

PROFESSORA DOUTORA LILIANA PEREIRAFunções: Docente do ISAG – European Business School

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE

22 setembro até 26 janeiro

90 horas | sábados

candidaturas até 31 de agostomais informações: www.apotec.pt

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“A nossa grandeza de outrora é uma auréola ao redor da nossa pequenez.”

(Fernando Pessoa)

1.Reler os clássicos portugueses é um hábito que possuo há vários anos durante o período de férias. Um hábito que recomendo, por ser lúdico, já que nos distrai e diverte, através de páginas ímpares, que contam estórias magnifi camente escritas, plenas de substância e de estilo, nunca suplantadas na modernidade, mesmo quando premiadas com um Nobel, mas, sobretudo, por ser pedagógico, já que tantos títulos relidos nos devolvem o caráter nacional com uma inquietante atualidade, mesmo quando já passaram mais de cem ou cento e cinquenta anos desde as suas primeiras edições. Assustador.Isto diz muito de nós, da nossa sociedade e da forma como nos organizamos. Somos avessos à mudança, mesmo – ou sobretudo - quando esta nos pode projetar um futuro melhor, e, também por força dessa resistência atávica à evolução, somos incapazes de reconhecer os defeitos e agir sobre eles. Ler Eça ou Camilo é como ler uma crónica contemporânea e vívida dos costumes indígenas: um aparelho de Estado incapazmente dirigido, uma classe política lamentável, pouco interessada no interesse comum e muito empenhada na sua promoção pessoal ou na do partido a que pertence, a condescendência com os seus próprios defeitos, a começar pela falta de carácter e de princípios de muitos da que a compõe, de todas a cores e convicções ideológicas, sendo ainda mais chocante naqueles que, autoenaltecidos em superioridade moral, acabam por não evidenciar mais do que hipocrisia e manipulação de consciência, não por causas mas por simples instigação da inveja e mesquinhez. Que páginas magnífi cas não teria escrito Eça de Queiroz sobre o vereador Robles? A “Queda de um Anjo”, de Camilo Castelo Branco, teria com ele, hoje, um “remake” extraordinário, houvesse alguém com talento e graça para o escrever inspirado neste escândalo de verão, que desmascarando a verdadeira face do “Bloco de Esquerda”, pode ter dado a António Costa o “empurrão” que lhe faltava para aspirar a uma maioria absoluta e o fi m da “geringonça”. Reler os clássicos é afi nal um excelente exercício de previsão para o futuro...um prognóstico, que, afi nal, mudando as circunstâncias e personagens, com as necessárias adaptações que a cronologia impõe, se vem repetindo décadas atrás de décadas, um século atrás de outro.

2.Uma das melhores entrevistas realizadas nos últimos anos, foi publicada há cerca de três semanas, na revista do “Expresso”, sendo o entrevistado Vasco Pulido Valente, provavelmente o melhor – e mais livre - comentador político que o país contemporâneo conheceu. Profundamente culto, arguto, rebelde e inconformado, dono de um estilo único e corrosivo, a bater no “tremendismo”, mais para impressionar do que para vaticinar, Pulido Valente deixou ao país algumas das crónicas mais críticas, impiedosas e cruas da

realidade portuguesa, não apenas da sua classe política, mas de todo o colectivo, do povo que somos, de limitadas qualidades e minguado discernimento. Impiedoso, sarcástico, mas sobretudo, desencantado e desesperançado, Vasco Pulido Valente parece muitas vezes a reincarnação dos “velhos do Restelo”, revelando pouca crença no futuro do país, no futuro da Europa e no futuro do mundo. Talvez por esta ordem, mas com a mesma trágica consequência, por estar no limiar da verdade.Recomenda-se a leitura, para quem a quiser recuperar, pois nela há muitas observações lúcidas sobre temas que importam ao país e que abrangem o mundo, especialmente aquele, regulado por uma ordem pretérita que o Presidente norte-americano Donald Trump se afadiga a reduzir a escombros, para, numa lógica Schumpeteriana, a refazer de acordo com os interesses dos Estados Unidos, com os interesses de quem o elegeu, em coerência e consistência.Trump não é tonto, tontos têm sido os que o consideram assim. No fi nal do seu mandato veremos quem benefi ciará da sua intervenção: certamente os EUA, a China que se lhe contrapõe, de forma paciente e calculista, e a Rússia que procura regressar à ribalta do mundo, embora sem os recursos que dispôs no passado, mas com o mesmo estilo de liderança autocrática e consequente, tendo, em todo este cenário que se forma, como grandes perdedores a Europa, que, entrincheirada na convicção da sua superioridade intelectual e moral, parece esquecida que foi no seu seio que defl agraram duas guerras de alcance mundial, que, por pouco, não destruíram o planeta, devendo estar mais preocupada em tratar de si do que criticar os demais.O mundo que está a gerar-se é mais complexo e implacável, menos dados a hesitações diplomáticas e mais a atos de liderança, tudo aquilo que não encontramos em Bruxelas e menos ainda em Lisboa.

3.Afi nal o drama dos incêndios de verão regressou. Desta vez a Sul. Para já sem a mesma dose trágica de sangue, mas resultando dos erros redundantes do passado: desorganização, descoordenação e impreparação, em suma a velha máxima da incompetência do sistema e de quem o governa, que, normalmente, é tolerado quando não há vítimas ou muitas vítimas. Até haver.Menos de um ano depois aprendemos pouco ou nada. Há uma infl exibilidade na nossa forma de ser e de estar no mundo, que não pode ser confundida com tradição, mas apenas com rigidez. Somos reacionários no pior sentido do termo, pois recusamo-nos a ver o erro, mesmo quando ele nos vitima, vezes sem conta. Por isso revistar os clássicos, como comecei esta crónica, ou ler a entrevista de Vasco Pulido Valente que nos disseca a alma com a mestria de um experiente cirurgião, que nos abre apenas para nos fechar e dizer que nada há a fazer, ou assistir, ano atrás de ano, às tragédias que os fogos de Verão nos trazem, faz parte da mesma cosmologia de se ser português, na sua fatalidade como povo e nação, essencialmente pela sua patológica incapacidade de aprender.

Incapacidade de aprender

PAULO VAZJurista e Gestor

“Produtos onde os nomes de clientes ou amigos possam ser inseridos sãopopulares. Há muitos canais para vender na net”

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

Na Ibéria pratica-se o clientelismo, i.e, governos

dão apoios através dos seus boys consultores e muita burocracia para justifi car empregos desnecessários. Ganha-se com cunhas ou imensa paciência. P.ex, para um jovem iniciar uma empresa. O Norteuropeu não tem apoios nem burocracias. Aqui o desemprego jovem real é de uns 25%, lá é 8%. Eis alternativas:1. Freelance pela FiverrÉ o melhor site para o freelancer vender serviços, p.ex, revisão de texto, criação de logótipo, edição de videoclip, babbysitting. Lá procura-se todas as competências.2. DropshippingNo E-commerce você vende produtos usando o Shopfy. Em vez de ter stock próprio, use o do fornecedor. Faça o upload dos produtos na sua e-loja e, ao

receber um pedido, o fornecedor envia-o direto ao cliente. Veja os portais Aliexpress e Droshi. Foque nos nichos que conhece e use o marketing das redes sociais, onde de borla ou a baixo custo chega ao seu público-alvo.3. Artesanato próprioÉ um bom passatempo. Pode ser jóias, doces, roupas, prendas. Produtos onde nomes de clientes ou amigos possam ser inseridos são populares. Há muitos canais para vender na net. P.ex, Etsy, Ebay, Blocket e Tradera.4. Pesquisas pagasHá pesquisas de mercado pagas por PME. Às vezes é a forma certa de, com fl exibilidade de horário, realizar uma tarefa, ganhar algo e ainda aprender muito sobre nichos altamente lucrativos. Consoante o segmento de mercado, pode ser por telefone, pela net ou pessoal.5. Ações e fundosPara quem gosta de ações ou fundos e tem tempo, estudar as variações diárias, após aprender quem são os que mais infl uenciam as bolsas, é um jogo prazeiroso. Há muitos

investidores que não têm conhecimento nem tempo para isto. Precisa ganhar a confi ança deles, p.ex, com uma newsletter semanal gratuita onde alerta para as tendências da semana vindoura e aponta para as suas previsões e o real da semana anterior. Há muitos grupos destes nas redes sociais onde obtém os mails.6. Arrende o que possuiArrenda os seus pertences quando não os usa. Ou dos seus pais e amigos, se o quiserem. A Airbnb aluga sua casa ou quarto, por dia ou semana. Na Hygglo aluga-se equipamento de camping e de pesca. Se há grandes eventos perto da sua casa alugue quarto, bicicleta, carro, tenda. 7. Faça um blogVocê tem paixão ou competência numa área? Crie um blog, atraia seguidores

apaixonados e venda publicidade. Publicite os que vendem para o seu público. Um mês de borla, meça os resultados e comece a cobrar. Para jovens: mulheres, moda e produtos de beleza; homens motos e carros. Idosos: suplemento alimentar e viagens. Muitos blogueiros fi caram ricos. Veja Share no Algarve.8. Compre barato - venda caroProcure entre os usados itens subvalorizados, há muitos. E prendas que podem estar na moda neste Natal. Ponha-as na Tradera, Blocket ou sua página local de compra e venda no Facebook. Veja o preço vendido de itens similares para vender e ainda lucrar.9. Uber, CabfyGanha-se bem na Uber em dias e horas inusitadas. P.ex, umas 20h/semana, i.e, uns 50 clientes, pode dar 30.000/ano. Se tem carro próprio ou pode emprestar de pais ou amigos, lave-o bem antes e depois do seu uso, pague um valor pelo empréstimo e vá ganhar a sua vida!YES, YOU CAN – STARTUP WITH NO CAPITAL.

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Jack Soifer* [email protected]

J.Soifer é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e Social do Brasil, Banco Interamericano. É especialista em PME. Entre os seus manuais:COMO SAIR DA CRISE, EMPREENDER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e PORTUGAL PÓS--TROIKA.

Questões: [email protected] terá resposta individualizada ou nesta coluna

Créditos: OJE-Victor Machado

FERNANDA SILVA [email protected]

De 6 a 9 de setembro, Oeiras acolhe, pela primeira vez, a quinta edição do maior evento de cultura pop do país, a Comic Con Por-tugal. O evento irá manter-se no Passeio Marítimo de Algés, pelo menos até 2020. “Conseguimos um espaço único, que acreditamos que será uma plataforma de cresci-mento para a Comic Con Portu-gal”, afi rma Paulo Rocha Cardoso, responsável pela organização do evento.

“Este espaço permite-nos pro-porcionar a todos os visitantes mais experiências memoráveis e inéditas. Um universo nunca antes visto está a ser criado para garan-tir que a 5ª edição da Comic Con Portugal seja apenas o ponto de partida para novas e melhores edi-ções”, começou por explicar Paulo Rocha Cardoso quando questiona-do pela “Vida Económica” sobre o porquê da mudança do evento de Matosinhos para Algés.

Lembrando que alguns dos ob-jetivos do evento são “promover a indústria da cultura pop no nosso país, crescer enquanto marca e che-gar a novos fãs do universo da cul-tura pop”, o diretor geral da Co-mic Con Portugal salientou que a organização acredita que o Passeio Marítimo de Algés “oferece condi-ções para alcançarmos esses objeti-vos”. “É, de facto, uma localização privilegiada que nos permitirá cres-cer a todos os níveis. Esta mudança para Oeiras permitiu-nos criar um recinto completamente novo, com cerca de 100 mil m², mais 40 mil m² em relação à última edição”, realizada na Exponor.

Maior evento de cultura pop do país

Na última edição, a Comic Con Portugal contou com mais de 100 mil participantes pelo que nes-ta edição pretendem superar esse número porque acreditam ter to-das as condições para o fazer. Para isso, foram estabelecidas parcerias destinadas a proporcionar uma melhor experiência aos visitantes. “Por exemplo, esta será a primei-ra Comic Con Portugal cashless, em resultado da parceria com o serviço de MB Way. Outra gran-de vantagem foi a parceria com a CP – Comboios, que irá facilitar o acesso de norte a sul do país ao festival”, explica o responsável.

Quando questionado sobre o sucesso deste evento, Paulo Rocha Cardoso é perentório: “A Comic

Con Portugal é o maior evento de cultura pop do país, que tem cres-cido de ano para ano, ganhando destaque no calendário nacional, atraindo fás de várias nacionali-dades, que anseiam por uma nova edição”.

Outra oportunidade única que a Comic Con Portugal proporciona,

é a possibilidade de os fãs intera-girem com os seus ídolos. Edição após edição tem existido um grande crescimento por parte de visitantes internacionais, nomeadamente de países como Espanha, Brasil, In-glaterra, França, Bélgica, Suíça, Irlanda, Alemanha, Itália, Polónia, Áustria, Japão, Angola e EUA.

NOVO RECINTO TEM CERCA DE 100 MIL M2 DE ÁREA

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O presente curso pretende dotar os participantes de ferramentas para manusear o novo Código dos Contratos Públicos em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados.

A produção de efeitos do regulamento aconselha o conhecimento das suas implicações (e imposições!) na Contratação Pública, dando-se um especial enfoque prático à tramitação dos principais procedimentos de formação de contratos – o Ajuste Direito, a Consulta Prévia e o Concurso Público.

Este breve curso promove, ainda, o esclarecimento de dúvidas relativamente ao novo Código dos Contratos Públicos.

ORADOR: PEDRO SANTOS AZEVEDO, Advogado

VALOR INSCRIÇÃO (IVA Íncluido): Assinantes VE G75 Público em Geral G120

NOVO REGULAMENTO DE PROTEÇÃO DE DADOS E CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Formação Jurídica para Negócios e Empresas

Com a organização de:

PROGRAMA I) Introdução1. Considerações gerais sobre o RGPD2. Considerações gerais sobre o novo CCP

PRIMEIRA PARTEII) RGPD: definição e discussão de algunsconceitos

1. Âmbito de aplicação2. Dados pessoais e tratamento3. Pseudonimização4. Responsável pelo tratamento e Data Protection

Officer5. Subcontratante, destinatário e terceiro6. Dados genéticos, dados biométricos e dados de

saúde7. Consentimento

III) CCP: definição e discussão de alguns conceitos1. Âmbito de aplicação2. Consulta preliminar3. Impedimentos4. Classificação de documentos da proposta5. Gestor do contrato6. Faturação eletrónica

SEGUNDA PARTEIV) Análise prática da tramitação dos principais

procedimentos de contratação à luz do RGPD1. Ajuste direto2. Consulta prévia3. Concurso públicoV) Resolução de casos práticosVI) Conclusões

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NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 11

Toys “R” Us Ibéria em EspanhaA operação da Toys “R” Us Ibéria continuará em funcionamento e desenvolvimento em Espanha, após um processo de aquisição por investidores portugueses, a Green Swan, representada por Paulo Andrez, que se junta à atual Management Team, como novos proprietários. Este processo garante a continuidade do ne-gócio da Toys “R” Us em Espanha e Portugal.

O novo espaço “ será uma plataforma de crescimento para a Comic Con Portugal, garante Paulo Rocha Cardoso.

Sanofi investe dois milhões em OeirasA Sanofi assinou recentemente um acordo de parceria com o iBET - Instituto de Biologia Ex-perimental e Tecnológica, em Oeiras, no valor de dois milhões de euros, para estabelecimento de um laboratório satélite Sanofi onde se irão desenvolver duas linhas de investigação, duran-te os próximo dois anos.

Uber Eats expande serviço no PortoO Uber Eats - aplicação de entrega de comida ao domicílio da Uber - está agora disponível em zonas como Aldoar, Parque da Cidade, Ramalde e Paranhos na cidade do Porto. A nova sele-ção de restaurantes inclui opções como Cufra Grill, O Forno do Leitão do Zé, Crumbs, Ze Picolé e Tasquinha do Caco assim como a parceria exclusiva com o Mcdonald’s.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

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Como se poderia conhecer na atualidade o real significado de democracia sem termos à nossa mão em qualquer livraria, “A República” de Platão escrito há 2.000 anos atrás. Ou ainda o “Tratado de Arquitetura” de Vitrúvio escrito nesse tempo.

Não é propriamente verdade que “ Os Maias”, obra fundamental de Eça de Queirós (1845-1900) , tenha saído do programa curricular do 11.º ano do ensino

secundário. Efetivamente as escolas ficam agora com a liberdade de colocar esta peça literária entre outras do mesmo autor , como “A ilustre casa de Ramires” nos seus programas para o próximo ano letivo 2018/2019. Isto segundo um esclarecimento recente do Ministério da Educação. A ver vamos se assim será…

A presente questão levanta no entanto, uma realidade gravosa que se tem vindo a verificar nos últimos anos. Ou seja, os alunos não têm

de ler integralmente qualquer peça literária. Basta passar os olhos pelos resumos dos ditos livros. Uma espécie de condensados do tipo “ fast-food” literário o qual o aluno é bombardeado com conceitos literários dispares, desconexos e abstractos. Todos os ingredientes necessários para que depois não tenha vontade alguma em ler um livro integralmente. No fundo como se quisessem avisar: atenção: ler é chato !

Não me admira pois, que em tempos próximos tenham que ler só os primeiros parágrafos dos “livros curriculares” pois os jovens de hoje estão cada vez mais dependentes e viciados em telemóveis trocando entre si mensagens do tipo telepático aonde prevalecem monossílabos e frases de quatro palavras. Como consequência encontramos pessoas que não conseguem verbalizar um raciocínio com clareza, com desenvolvimento, sem omissões de palavras, e com boa construção oral. Um pouco como a música “pimba” estrangeira, que se ouve na rádio; murmúrios com safanões vocabulares.

Esta realidade deve-se muito à redução dos hábitos de uma leitura regular por parte das pessoas em geral, mesmo daqueles l icenciados e instruídos.

Ler um bom romance de ficção pode constituir um enorme prazer para quem o disfruta. É como se de uma viagem mental se tratasse, em que cada leitor absorve o conteúdo a seu modo, tudo aquilo que o escritor criou intensamente e que depois lhe

oferece. Nada comparável à visualização de um filme em que as imagens penetram no cérebro sem esforço algum para quem o vê, incitando o espectador à preguiça mental.

A leitura de temas especializados enriquece substancialmente todo o “individuo” levando-o a ver o mundo de forma mais inteligente e saudável. Pode até moldar a perspetiva de percurso de vida de uma pessoa. Porque LER implica “ Conhecimento” que por si é o oposto da ignorância.

O livro será sempre o maior instrumento de cultura intergeracional. O grande testemunho de civilizações, acontecimentos históricos, descobertas de avanços tecnológicos. O maior registo para que nada fique esquecido de geração em geração.

Um “livro” é o resultado de uma pesquisa imensa por parte do seu autor, às vezes o resultado de milhares de horas de investigação, revisão de textos, e na procura na veracidade dos factos apresentados quando o seu conteúdo não é ficcional.

Como se poderia conhecer na atualidade o real significado de democracia sem termos à nossa mão em qualquer livraria, “A República” de Platão escrito há 2.000 anos atrás. Ou ainda o “Tratado de Arquitetura” de Vitrúvio escrito nesse tempo.

Por tudo isto caro leitor, desligue a televisão, o “facebook” , o “Instagram” , ou outra virtualidade aditiva qualquer, e leia por exemplo um bom livro de Eça de Queirós, como “Os Maias”, ou o “Crime do Padre Amaro”

que relata a paixão de um padre por uma adolescente - Amélia, livro que foi uma “pedrada no charco” em 1875. E irá sorrir com a atualidade das situações ali descritas.

Ficará surpreendido com o que este genial escritor português tem para lhe dar.

Excertos de Eça de Queirós:

… Lisboa é Portugal - gritou o outro ( Ega ) – Fora de Lisboa não há nada. O País está todo entre a Arcada e S. Bento.

(Os Maias- 1888)

- Lisboa é uma cidade doceira, como Paris é uma cidade intelectual. Paris cria a ideia e Lisboa o pastel.

(As Farpas – 1872)

- A arte é o resumo da Natureza feita pela imaginação

(Correspondência de Fradique Mendes- 1900 )

… Só chamarei a sua atenção para este facto: existem seres que se chamam Mulheres – diferentes daqueles que conhece, e que se denominam Fêmeas. Estes seres, Teodoro, no meu tempo, a página 3 da Bíblia, apenas usavam exteriormente uma folha de vinha. Hoje, Teodoro, é toda uma sinfonia, todo um engenhoso e delicado poema de rendas, “baptistes”, cetins, flores, jóias, caxemiras, gazes e veludos… Compreende a satisfação inenarrável que haverá, para os cinco dedos de um cristão, em percorrer, palpar estas maravilhas macias; mas também percebe que não é com o troco de uma placa honesta de cinco tostões que se pagam as contas destes querubins…

(O Mandarim – 1880)

Eça de Queirós e a leitura

MÁRIO PESSEGUEIROArquiteto

Estátua de Eça de Queirós da autoria de Teixeira Lopes, em Lisboa (1903).

FERNANDA SILVA [email protected]

De 6 a 9 de setembro, a Expo-nor reúne mais de 130 marcas de decoração e brinde para apresen-tar as últimas novidades e suges-tões, antecipando a época natalí-cia. Dedicado exclusivamente a profi ssionais, a edição deste ano da Ceranor conta ainda com uma agenda paralela de palestras e showcookings.

O evento divide-se em quatro áreas principais: “Living”, dedica-da a decoração de interiores, ilu-minação e têxteis-lar, “Giving”, onde se encontram os artigos de festa, presentes, bijuteria e acessó-rios, “Feeling”, com sugestões de fragâncias, acessórios de decora-ção, decoração de Natal e fl ores e ainda “Table & Kitchen”, onde se incluem as utilidades de cozinha.

Este ano, pela primeira vez, o evento prolonga-se para o início da noite de sábado e os visitantes poderão desfrutar de um cocktail noturno até às 21h. O Ceranor by night irá permitir que os ex-positores tenham um contacto mais alargado com o público e possibilitar a visita em horário pós-laboral.

Outra das novidades desta edi-ção é a parceria com o ISAG – European Business School, que estará a promover showcookings, ao longo de todo o evento.

Exponor alargou portfólio

Atraindo cada vez mais visitan-tes estrangeiros, nomeadamente provenientes de Espanha, a an-terior edição da Ceranor contou com a presença de mais de nove mil profi ssionais, entre os quais decoradores, retalhistas e arqui-tetos/designers de interiores. Por esse motivo, a organização da fei-ra acredita que este ano poderá atingir os 10 mil visitantes.

Para a 28ª edição da Ceranor, o diretor da feira assume igualmen-te que os expositores têm cada vez mais “cuidado na sua apresenta-ção, preparam a sua imagem e a sua decoração, de forma a acres-centar valor aos seus produtos e a atrair cada vez mais os visitantes”.

Filipe Guimarães relembrou que a fi leira casa decorre em dois momentos, em setembro com a Ceranor, e em fevereiro com a In-terdecoração, que aposta nos Dias dos Namorados, Páscoa e decora-ção para o verão. O diretor da fei-ra admite contudo que, se “olhar-mos para os últimos 20 anos, a feira está mais pequena pois esta é o refl exo da crise económica re-cente que vivemos”. E acrescenta, “nessa altura muitas empresas da construção civil desapareceram, o setor caiu, arrastando consigo o setor da fi leira casa”.

Admitindo que “difi cilmente a feira voltará a ter a dimensão do passado”, pois “estruturalmente a

economia mudou radicalmente”, o diretor da Ceranor salienta con-tudo que o certame tem mantido uma certa “estabilidade” e que isso “é bom”, e que tem “ existido um ligeiro crescimento, uma vez que algumas empresas estão a re-gressar”.

Demonstrando acreditar na importância deste setor, a Expo-nor alargou o seu portfólio, intro-duzindo uma nova feira orientada para o segmento premium em Lisboa, a Homing, expandindo o seu negócio e a sua atividade.

CERTAME DECORRE NA EXPONOR DE 6 A 9 DE SETEMBRO

Ceranor atrai cada vez mais visitantes estrangeiros

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 13

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Acreditação a nível internacional em marketing digital.

A Ceranor atrai cada vez mais visitantes provenientes de Espanha.

Anterior edição registou mais de nove mil profi ssionais

Em Portugal, estima-se que as empresas familiares se situem entre 70% a 80%, absorvendo 50% da força de trabalho e contribuindo para dois terços do PIB. É de destacar, a par da diminuição da necessidade de autofi nanciamento e de fundos familiares, o aumento do peso das exportações, da capacidade de I&D assim como a certifi cação de qualidade e o envolvimento em processos de inovação – revela Ana Paula Marques, investigadora da Universidade do Minho, responsável pelo projeto Roadmap das Empresas Familiares. Estas conclusões constam de um estudo liderado por esta universidade. Após oito workshops realizados em localidades diversas, segue-se o Seminário Internacional Roadmap para Empresas Familiares, com o tema “Mapeamento, Profi ssionalização e Inovação”. O encontro realiza-se no dia 19 de setembro, às 9 horas, na Plataforma das Artes e Criatividade, em Guimarães.

Vida Económica - Porquê a necessi-dade de aprofundamento da realidade empresarial familiar?

Ana Paula Marques - Este projeto, li-derado pela Universidade do Minho, em co-promoção com a AEP e fi nanciado pelo Norte 2020/Feder, vem responder à ausên-cia de conhecimento exaustivo e investiga-ção consistente sobre o perfi l das empresas familiares com particular destaque para os fatores de emprego, internacionalização e profi ssionalização. O estudo orienta-se para as especifi cidades e desafi os das em-presas familiares, atendendo aos impactos da globalização dos mercados e da Revo-lução 4.0, em especial da economia digital

e a desmaterialização dos processos produ-tivos.

VE - Qual a importância atual das em-presas familiares?

APM - Em Portugal, estima-se que as empresas familiares se situem entre 70% a 80%, absorvendo 50% da força de tra-balho e contribuindo para dois terços do PIB. É importante destacar a heterogenei-dade interna destas empresas em termos de dimensão, setores de atividade, antiguida-de, mercados de exportação, grau de pro-fi ssionalização e governo. São maioritaria-mente PME e encontram-se distribuídas praticamente por todos os setores da eco-nomia. É de destacar o seu papel na coesão socio-territorial pela capacidade de atração e fi xação de recursos humanos localmente, dada a estabilidade que apresentam a lon-go prazo e a ligação especial que desenvol-vem com as comunidades locais.

VE - Quais as explicações para um tão elevado número de empresas familiares no Norte?

APM - As empresas familiares são ex-pressão de projetos de vida tanto a nível económico e profi ssional, como familiar e educacional. É uma realidade comple-xa e desafi ante dada a sua singularidade quando comparadas com as empresas não

familiares. Diferem das demais devido à infl uência da família na mobilização de recursos, humanos e fi nanceiros, e na con-fi guração estratégica e cultural da empresa. Uma empresa familiar expressa sempre um projeto profi ssional assumido de forma au-tónoma, gerada através de identifi cação de uma oportunidade de negócio e do desen-volvimento do espírito empreendedor, seja com o envolvimento direto da família, seja na eventual (re)distribuição dos dividen-dos para a sustentar, ou complementar a renda familiar.

VE - O que se pode esperar da con-ferência internacional fi nal a realizar no dia 19 de setembro em Guimarães?

APM - Após oito workshops em loca-lidades diversas, vamos apresentar, nesta conferência internacional, os principais resultados do estudo realizado. Estes serão comentados por um painel de convidados especialistas na temática. Foi nosso propó-sito abrir esta temática à academia, com uma conferência inaugural sobre a gover-nança das empresas familiares, por Manuel Bermejo, reputado especialista nesta área. Igualmente, abriu-se espaço para que co-legas investigadores de áreas disciplinares como direito, economia, gestão, engenha-ria, etc. partilhassem o seu conhecimento, experiências e casos práticos focados na temática das empresas familiares. Os esfor-ços de aproximação às empresas, sobretudo por via da mobilização de contactos privi-legiados e da importância da Universidade do Minho e da AEP como promotoras do estudo, facilitaram todo o nosso trabalho de mapeamento das empresas familiares e sua caracterização.

VE - Quais as principais conclusões desse estudo?

APM - Resumidamente, pode-se afi rmar que a “performance” empresarial das em-presas familiares tende a ser infl uenciada pela sua dimensão e antiguidade. Enquan-to a necessidade de autofi nanciamento e de fundos familiares diminuiu, registou--se um aumento do peso das exportações, da capacidade de I&D assim como a certifi cação de qualidade e o envolvimento em processos de inovação, consoante a di-mensão da empresa, e à medida que a sua gestão regista uma renovação de gerações. As empresas familiares criaram empre-go – apesar do período crítico da Troika (2001-2015). Por outro lado revela-se uma reduzida taxa de feminização na força de trabalho, sobretudo nos quadros executi-vos, verifi cando-se, no entanto, a propen-são para a existência de maior proporção de mulheres em empresas jovens e uma propensão para elevados níveis de escolari-dade dos proprietários e gestores.

ANA PAULA MARQUES, INVESTIGADORA DA UNIVERSIDADE DO MINHO, CONSIDERA

Empresas familiares contribuem para dois terços do PIB

“As empresas familiares criaram emprego– apesar do período crítico da Troika (2001-2015)”

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

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“As empresas familiares são expressão de projetos de vida tanto a nível económico e profi ssional, como familiar e educacional”, afi rma Ana Paula Marques.

“A ‘performance’ empresarial das empresas familiares tende a ser infl uenciada pela sua dimensão e antiguidade”

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As férias de verão não têm de terminar em agosto, pelo que a Emirates está a oferecer tarifas es-peciais em Classe Económica para destinos bem conhecidos dos por-tugueses. Será possível desfrutar de novas experiências e culturas em mais de 40 destinos da Emirates para viagens entre 8 de setembro e 12 de dezembro de 2018.

Aqueles que procuram realizar os sonhos de uma aventura afri-cana, explorar a rica história do Extremo Oriente, explorar ilhas sob o sol tropical ou conhecer destinos asiáticos, podem aproveitar esta promoção, reservando com antecedência. Esta oferta especial inclui mais de 40 destinos em toda a rede global da Emirates, podendo as re-servas serem feitas entre 6 e 12 de agosto de 2018.

Para viajar neste outono, os passageiros

vão encontrar mais de 40 destinos, entre os quais: Luanda, a partir de 539J; Xangai, a partir de 589 euros; Dubai, a partir de 599 euros; Banguecoque, a partir de 619 euros; Hong Kong, a partir de 619 euros; e Tóquio, a partir de 709 euros.

Os passageiros poderão ganhar o dobro das milhas no programa Skywards da Emi-rates.

Emirates propõe tarifas especiais

De acordo com o Portuguese Housing Ma-rket Survey (PHMS), o início do verão trou-xe um abrandamento ao mercado residencial em Portugal, com o crescimento das vendas e da procura de casas a desacelerar em junho. O inquérito mensal realizado pelo RICS e pela Confi dencial Imobiliário (Ci) evidencia ainda que a falta de oferta é uma das razões para esta desaceleração da atividade, ao limi-tar as escolhas dos potenciais compradores.

“Alguns agentes inquiridos notam haver agora um novo clima entre os investidores, que estarão mais cautelosos quer devido ao atual nível de preços, como em resultado das

alterações legais que têm estado em perspe-tiva nos meses mais recentes”, diz Ricardo Guimarães, diretor da Ci.

Na comparação regional, os preços no Por-to são vistos como aqueles que poderão regis-tar os maiores ganhos num horizonte de 12 meses e, em média, ao longo dos próximos cinco anos.

Quanto ao mercado de arrendamento, o PHMS de junho mostra que a procura conti-nua fi rme, pressionando a subida das rendas, particularmente num contexto de escassez de colocação de novas ofertas por parte dos proprietários.

Procura e venda de casas desacelera

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 15

Crédito Agrícola fi nancia expansão do Glicínias PlazaA Vougainvest, empresa de investimentos na área dos centros co-merciais, acaba de formalizar um acordo com o Grupo Crédito Agrícola, que prevê o fi nanciamento de 60 milhões de euros. Foi, assim, dado um passo decisivo ao projeto de requalifi cação e ex-pansão do centro comercial Glicínias Plaza, em Aveiro, cujo ar-ranque das obras está previsto até ao primeiro trimestre de 2019.

NERSANT tem 30 projetos aprovados no SI2EA NERSANT - Associação Empresarial da Região de San-tarém, no âmbito do seu apoio à candidatura das empresas da região do Ribatejo ao SI2E - Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego, já viu aprovados mais de 30 projetos de investimento, que representam cerca de 3,1 milhões de euros de investimento.

Seguramente este é um dos objetivos mais perseguidos por todas as empresas, independentemente do setor em que operem. De facto, provavelmente existem atores nestes mercados que pensam que já estão a ativar dinâmicas de inteligência. E a realidade, quase que com toda a segurança, nos diz que são poucas as que realmente o conseguem.Como comenta Stuart Russel, professor de Berkeley e uma das pessoas que mais conhece e trabalhou com a inteligência artifi cial, há empresas e consultoras que oferecem serviços baseados na inteligência artifi cial e big data que na realidade não são capazes de o realizar. “Investir em compilar grandes quantidades de dados não pode ser a solução mágica para tudo”, afi rma.O dado como unidade de valor individual, ou a informação como extensão, já não é sufi ciente. Ou não deveria sê-lo. A

inteligência de mercado aparece quando, sobre esta capa necessária, incorporamos a visão estratégica. No momento em que se tem toda a clareza sobre o objetivo fi nal dessa compilação de dados, o famoso “para que queres a informação”, podemos criar a inteligência de mercado. Esta responde a um conceito simples: unir o ponto de partida, a origem (objetivo que perseguimos) com o ponto fi nal. Qualquer atividade de inteligência de mercado deve derivar num fi nal: uma ação.Desta forma, poderíamos defi nir a inteligência de mercado como a arte (não só a ciência) que permite conectar esse ponto inicial (o objetivo) com a decisão fi nal (uma ação).Na medida em que essa união seja coerente, contundente e alinhada com o propósito estratégico fi nal, estaremos a aplicar a inteligência de mercado. Criaremos uma

forma de o efetuar, uma recorrência e um processo contínuo que permitirá à empresa, seja qual for o seu âmbito de atuação, atingir uma posição superior.Encontramos um exemplo claro na indústria. A chamada quarta revolução industrial, a revolução 4G, através da Internet of Things, está a levar em muitos casos a uma corrida por compilar o maior volume possível de informação. Aparecem e desenvolvem-se continuamente tecnologias que permitem armazenar mais, ir mais rápido e conectar mais coisas. O propósito fi nal não deve ser este, o da recolha pura e dura, que acabará por derivar num “e agora o que fazemos”.A arte está em estruturar um processo que defi na em primeira instância o que queremos conseguir, qual o nosso objetivo, que seguramente terá implicações económicas. Uma vez defi nida esta

primeira etapa, que ajudará a ter uma visão sobre a ação anterior, comecemos a procurar a melhor tecnologia, os melhores dados e criaremos os melhores algoritmos. Serão o caminho que nos levará à decisão e aí poderemos passar à ação. Trata-se portanto de um processo tangível com implicações reais sobre o negócio. Criar estes processos de servitização industrial, por exemplo, é atuar com inteligência de mercado.Na Loop, defendemos trabalhar nesta direção, criando procedimentos inteligentes que elevem a posição dos nossos clientes. A inteligência de mercado será construída pela intersecção entre o conhecimento do setor e mercado, a tecnologia e informação disponível ou criada e o processo analítico coerente. Quanto maior for a sua justaposição, maior a oportunidade e mais sentido terá proceder de forma inteligente.

Criar inteligência de mercado

CUGAT BONFILLResponsável da área de Análise de Dados da LOOP

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

16 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Abordar a temática das empresas em qualquer país da União Europeia é indis-sociável de se falar das empresas familia-res. Reconhece-se que estas entidades são a grande maioria das sociedades comer-ciais, mas sobre as quais existem reduzi-dos estudos aprofundados, em especial em Portugal, que permitam uma análise mais aprofundada das suas realidades.

O Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS) da Universidade do Mi-nho, em copromoção com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e con-tando com o fi nanciamento do NORTE 2020/FEDER, assumiu em 2017 o gran-de desafi o de mapear mais de 41.000 em-presas familiares, da região Norte do país,

e efetuar um amplo estudo de um con-junto de caraterísticas que inerentes as es-tas organizações. Este trabalho, apesar de focalizado geografi camente nas NUTS III da região norte, é o mais abrangente e de-talhado realizado no país, pelo que os seus resultados serão evidenciadores do retrato das empresas familiares portuguesas.

A apresentação dos principais resul-tados ocorrerá a 19 de setembro, com a realização do Seminário Internacional “Roadmap para Empresas Familiares: Mapeamento, Profi ssionalização e Inova-ção”, num dia de distintas, mas comple-mentares, abordagens, de que se salienta:

• Uma conferência dedicada ao tema da governança das empresas fa-miliares, apresentada por Manuel Bermejo, consultor e professor do IE de Madrid;

• Quatro sessões de apresentações de trabalhos de investigadores e especialistas de Portugal, Espanha e Brasil, agrupados em outras tan-tas temáticas, a saber: Sucessão da Liderança e da Propriedade; Go-vernance e Família Empresária; In-ternacionalização, Financiamento e Redes e Comunicação e Gestão de Confl itos;

• A apresentação dos resultados fi -nais “Roadmap para as Empresas Familiares Portuguesas” pela coor-denadora do projeto e professo-ra do CICS Ana Paula Marques, onde entre muitas outras variáveis se contabiliza a sua distribuição por dimensão e localização geográ-fi ca concentra numa faixa ao longo do litoral.

• Uma mesa redonda moderada por Isabel Folhadela Furtado, CEO da TMG, com participação de José Esperança, Diretor do ISCTE Business School; Ester Silva, Vice--Presidente da CCDRN e Carva-lho da Silva, Diretor do Observa-tório sobre Crises e Alternativas do CES.

• Uma sessão de encerramento com a presença da Ana Teresa Lehmann, Secretária de Estado da Indústria, e com a participação de Rui Cas-tro, Reitor da UM, Paulo Almeida, Presidente da AEP, Domingos Bra-

gança e Ricardo Rio, Presidentes das Câmaras de Guimarães e de Braga, respetivamente.

A assistência ao seminário é gratuita (inscrição prévia em www.roadmapef.pt) e dá acesso à publicação do estudo e a um dia preenchido e certamente enri-quecedor para os empresários, as famílias empresárias, os líderes e trabalhadores em empresas familiares, pertençam ou não à família proprietária, e naturalmente tam-bém para o meio académico que terá uma excelente base de dados para o desenvolvi-mento de estudos ainda mais detalhados.

Apresentação do grande estudo das empresas familiares do norte de Portugal

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas Familiareswww.efconsulting.pte [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

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A AIG, companhia de seguros norte-americana, acaba de revelar os maiores sinistros provocados por ataques cibernéticos feitos contra empresas em 2017. De acordo com o relatório publicado recentemente, no ano passado re-gistaram-se tantos sinistros como os verifi cados no conjunto dos últimos quatros anos, o equiva-lente a um sinistro por dia. Deste modo, é expetável um aumento do número de falhas de seguran-ça e de pirataria de dados com a recente entrada em vigor do Re-gulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).

De acordo com o estudo, 26% dos sinistros reportados estiveram relacionados com a ciber-extorsão e 12% foram relativos a pirataria de dados confi denciais. Da lis-ta dos sinistros mais reportados constam ainda as falhas de segu-rança e acessos não autorizados (11%), falsifi cação de identidade (9%) e acesso a dados por negli-gência ou erro de colaboradores (7%).

O estudo revela que nenhum setor esteve imune a um ataque cibernético. Em 2017, foram re-gistados sinistros em oito setores que não constavam nas estatísticas

anteriores da AIG. Os serviços fi -nanceiros e profi ssionais surgem como os mais afetados pelos ata-ques cibernéticos (18%), acom-panhados pelos sectores de reta-lho (12%) e pelo manufatureiro (10%).

Mark Camillo, diretor de Cyber da AIG EMEA, afi rma que o novo RGPD “poderá tornar-se numa nova ferramenta de negociação para extorsão, uma vez, à luz da nova lei, as consequências para as empresas que sofram violações de segurança são mais elevadas”.

Para responder a esta situação, a AIG disponibiliza o CyberEdge.

Falhas de segurança e pirataria aumentam com o RGPD

Caso a sua empresa seja uma PME de produção de bens e serviços transacionáveis e internacionalizáveis, poderá existir enquadramento do seu projeto no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação das PME.No entanto, o limite mínimo de despesa elegível é de 25 000G, pelo que a candidatura teria de incluir mais despesas de investimento elegíveis, que se consubstanciem num plano de investimentos integrado e coerente.Para serem elegíveis, as despesas de investimento devem enquadrar-se nas seguintes tipologias:Inovação organizacional e gestão– introdução de novos métodos ou

novas filosofias de organização do trabalho, reforço das capacidades de gestão, estudos e projetos, redesenho e melhorias de layout, ações de benchmarking, diagnóstico e planeamento;

Economia digital e tecnologias de informação e comunicação (TIC)– desenvolvimento de redes modernas

de distribuição e inserção da PME na economia digital que permita a concretização de processos desmaterializados com clientes e fornecedores;

Criação de marcas e design – conceção e registo de marcas

e coleções e melhoria das capacidades design;

Desenvolvimento e engenharia de produtos, serviços e processo – criação ou reforço das capacidades

laboratoriais;Proteção de propriedade industrial – patentes, invenções, modelos de

utilidade e desenhos ou modelos;Qualidade – certificação da qualidade,

certificação de produtos;Transferência de conhecimento – aquisição de serviços de consultoria

e assistência técnica, nos domínios da transferência de conhecimentos e certificação de sistemas de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação;

Distribuição e logística – introdução de sistemas de

informação aplicados a novos métodos de distribuição e logística;

Ecoinovação – incorporação nas empresas dos

princípios da ecoeficiência e da economia circular, certificações de sistemas, serviços e produtos na área do ambiente, obtenção

do Rótulo Ecológico e sistema de ecogestão e auditoria (EMAS).

De realçar que não são elegíveis quaisquer adiantamentos para sinalização, nem despesas realizadas em data anterior à candidatura, incluindo os estudos de viabilidade. O concurso que se encontra aberto não considera elegíveis as despesas com formação. A contratação de técnicos qualificados está sujeita a um salário base mensal máximo de 1850 G por técnico. A taxa de apoio é de 45% das despesas elegíveis, exceto em Lisboa, onde a taxa máxima é de 40%.De referir que os projetos devem apresentar inovação de marketing (implementação de uma nova abordagem ao marketing-mix da empresa) e/ou organizacional (implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou nas suas relações externas).O concurso encerra a 28/09/2018.

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QUALIFICARPretendo implementar um software de controlo dos stocks de produto acabado que me vai custar

20 000G. Poderei obter apoio do Portugal 2020?

APOSTAS DE BRUXELAS IMPULSIONAM UMA AGENDA DE FUTURO PARA PORTUGAL

Novos desafios para a ciência

Muito se tem falado sobre a crise na ciência em Portugal. A mensagem que vem dos grandes mercados internacionais é muito clara – só com uma aposta séria numa ciência inteligente será possível desenvolver uma economia inteligente, com efeitos no mercado. Portugal precisa de estar nesta rota e importa mostrar que há um novo capital de competência estratégica de base nacional capaz de agarrar este desafio. Numa época de crise complexa, o objectivo da aposta numa ciência inteligente implica uma mobilização das competências nacionais para uma nova agenda. Portugal tem que saber agarrar esta nova oportunidade associada às opções europeias e a participação integrada das empresas, universidades e centros de inovação será fundamental.A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um carácter reprodutivo limitado criou a ilusão no final da década de 90 de um “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projectar no futuro.Portugal precisa efetivamente de potenciar a sua presença ativa nas novas redes inteligentes de inovação e competitividade, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos “pólos de competitividade” em que atuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de “redes ativas” de comercialização das competências existentes para captação de “IDE de inovação”.O investimento direto estrangeiro desempenha, neste contexto, um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de inovação” associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia, automóvel e aeronática, entre outros. Trata-se de uma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas sectoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de inovação” é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.

FRANCISCO JAIME QUESADOEconomista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade

Depois de uma primeira fase de testes no verão de 2017, o robô VineScout regressa novamente ao Douro para dar continuidade aos ensaios no terreno, nomeadamente na Quinta do Ataíde, propriedade da Symington Family Estates.

A família é a única parceira na-cional e o único player do setor vi-tivinícola a nível europeu a integrar este projeto.

O VineScout destaca-se pela ca-pacidade de monitorizar a vinha de forma autónoma e com recur-so a propulsão elétrica e energia solar, para garantir melhorias na vitivinicultura no Douro e em outras regiões da Europa, tendo em conta as práticas sustentáveis necessárias para garantir o futuro do setor.

A versão aperfeiçoada do VineS-cout que está agora em testes no Douro incorpora os ensinamentos e as conclusões dos primeiros ensaios realizados em contexto real no ano passado. No dia 29 de agosto, os vários parceiros – que, para além da Symington, incluem a Universida-de Politécnica de Valencia e a Uni-versidade de La Rioja (Espanha); a Wall-YE Robots & Software (Fran-

ça); e a Sundance Multiprocessor Technologies (Reino Unido) – con-vidam várias empresas nacionais produtoras de vinho, universidades e institutos de investigação, consul-tores internacionais, associações de produtores e empresas tecnológicas para participarem nas demonstra-ções em campo e darem feedback do que ainda pode ser melhorado. Todos os dados recolhidos serão

essenciais para o avanço do proje-to que deverá estar concluído em2019.

O projeto VineScout foi iniciadoem dezembro de 2016 e é finan-ciado em cerca de 1,7 milhões deeuros (dos dois milhões de eurostotais) pelo Horizonte 2020, umPrograma-Quadro Comunitário deInvestigação e Inovação da Comis-são Europeia.

TESTES DECORREM A 29 DE AGOSTO NA QUINTA DO ATAÍDE

Projeto europeu de “robô da vinha” regressa ao Douro

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 17

KLOG aumenta faturação em 21%A KLOG fechou o primeiro semestre de 2018 com uma fatu-ração de 29 milhões de euros, obtendo assim um crescimento de 21% em comparação com o mesmo período de 2017. A divisão P&S Cargo continua a representar um maior peso nos resultados da empresa. Entre janeiro e junho, este segmento registou um incremento superior a 33%, com resultados que ascendem aos 14 milhões de euros.

Casino Espinho homenageia Amy WinehouseNas noites de hoje e amanhã, o Casino Espinho recebe o espec-táculo de tributo a Amy Winehouse, a artista que desapareceu em 2011 com 33 anos, deixando para trás um legado musical inesquecível que a tornou numas das maiores e mais emblemá-ticas cantoras do séc. XXI. Para esta homenagem juntou-se a voz da cantora Catarina Pinho.

O projeto VineScout tem como único parceiro nacional a Symington Family Estates.

David Catalán é um dos criadores emer-gentes mais sonantes da moda portuguesa e não lhe faltam conquistas para registar no currículo. Desde o lançamento na plata-forma Bloom, corria o ano de 2016, o jo-vem criador tem vindo a afirmar-se a nível nacional e internacional com uma marca contemporânea, colorida e irreverente, que lhe garantiu já participações na semana de moda da Altaroma e a transição para a passerelle principal do Portugal Fashion. A “Vida Económica” conversou com David Catalán sobre a carreira já preenchida e o sonho cumprido de ser designer.

“Quero ser designer desde que me lem-bro. Faço o que gosto e soube-o desde sem-pre”. Determinação é uma boa palavra para descrever David Catalán e o seu percurso profissional até aos dias de hoje. É natural de Espanha, mas foi em Portugal que en-controu a casa para as suas criações. A Esco-la de Artes de Corella e a Escola de Design de La Rioja foram as instituições onde rece-beu parte da sua formação em design, antes de decidir que o Porto seria a sua próxima paragem enquanto estudante de moda, ao integrar a Escola Superior de Artes e De-sign de Matosinhos (ESAD) e licenciar-se em Design de Moda e Vestuário, a última etapa da sua formação.

E foi precisamente através da ESAD que David Catalán ficou a conhecer o Concur-so Bloom do Portugal Fashion, competição na qual foi finalista e que lhe concedeu a oportunidade de integrar a plataforma, cor-ria o ano de 2016. Foi assim que o jovem criador se fixou no Porto, com o vislumbre de uma carreira promissora que, na verda-de, já tinha dado os primeiros passos em 2014, ao apresentar coleções na plataforma EGO na Mercedes-Benz Fashion Week

Madrid, a primeira experiência internacio-nal em formato de desfile. O Bloom, como aliás é o seu primordial objetivo, serviu de trampolim a David Catalán e ajudou a que o designer entrasse no circuito profissio-nal da moda, uma missão concluída com sucesso. “O Bloom foi uma preciosa aju-da inicial”, revela David. “Possibilitou-me mostrar o meu trabalho numa plataforma com visibilidade e assim foi determinante no lançamento da minha carreira”, conclui o criador.

Assim se afirmou a marca David Catalán: contemporânea e colorida. Uma identida-de única onde o streetwear é o principal protagonista, aliado à presença assídua dos detalhes clássicos e à forte influência do es-tilo vintage. Talvez seja pela estética muito própria da marca que David Catalán não tem dúvidas quanto à persona que a veste. “A pessoa que veste David Catalán é jovem e alternativa. Gosta de roupas diferentes, mas ainda assim práticas”, afirma o desig-ner, que nos últimos anos tem conseguido encontrar o seu público-alvo por mercados internacionais, dada a facilidade com que

os clientes se podem relacionar com o estilo e conceitos que estão na base das coleções. Tanto em contexto de showroom como em formato de desfile, David Catalán já con-cretizou ações internacionais em cidades como Madrid, Istanbul, Londres, Roma e Paris, destacando-se a participação na se-mana de moda da Altaroma, em janeiro do ano passado, e a exposição sazonal das suas coleções em conceituados showrooms da capital francesa. “Obviamente que a inter-nacionalização da marca num mercado glo-bal, que é hoje o que temos, é determinante para o sucesso e continuidade da mesma”, confessa David. Ainda assim, o criador es-panhol crê que o mercado europeu é ainda um campo pouco explorado, mas que pre-tende continuar a explorar.

Para David Catalán, a conquista inter-nacional não é apenas um dos objetivos da marca a longo prazo, mas também um dos momentos altos da sua carreira enquanto designer. Quando questionado sobre o me-lhor momento até agora, elege aquele que lhe permitiu estar hoje no Portugal Fashion. “Estar na semana de moda espanhola deu--me uma maior projeção e retorno de pos-sibilidades. Na verdade, permitiu-me estar onde estou agora no Portugal Fashion”, re-vela. O seu lugar é agora na passerelle prin-cipal da semana de moda portuguesa, onde se estreou em março último, após dois anos de incubação na plataforma Bloom, dedi-cada aos novos designers. E o que mudou até agora? “Apenas mudou um pouco em termos de responsabilidade, ao passar para o palco principal. Mas encarei isso como motivação adicional para evoluir ainda mais em termos criativos, assim como con-seguir surpreender e projetar ainda mais a marca”.

Vales Incubação: ANJE acolhe projetos candidatosA ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários é uma das en-tidades acreditadas para acolher novas empresas e prestar serviços de consultoria no âmbito dos Vales Incubação. O concurso abriu candi-daturas novamente em julho de 2018 e mantém os registos abertos em permanência. Na rede de incubadoras da ANJE há seis infraes-truturas elegíveis para o programa: Porto, Portugal Global, Évora, Faro, Lisboa e Gondomar. Mais informações em www.anje.pt.

ANJE disponível para apoiar projetos no Startup VoucherAs candidaturas para o StartUP Voucher já estão abertas. A medida integrada no programa StartUP Portugal Plus visa apoiar projetos empresariais inovadores na fase de ideia, disponibilizando um con-junto de apoios úteis para o desenvolvimento inicial no mercado. A ANJE é uma das entidades acreditadas para o acompanhamento dos projetos apoiados pelo StartUP Voucher e os registos encerram no dia 10 de setembro. Mais informações em www.anje.pt.

Projeto Next Step: ainda pode participar nas ações comerciais de moda em Milão e Paris

Como uma fashion week nunca vem só, são vários os eventos complementares e paralelos a explorar nas grandes capi-tais de moda europeias, a par dos mais aguardados desfiles. Seja em formato de feira ou showroom, saiba como pode fa-zer parte das ações comerciais apoiadas pelo Portugal Fashion e pela ANJE nas cidades de Paris e Milão, no âmbito da temporada SS19.

É na capital de moda italiana que o pro-jeto NEXT STEP – braço comercial do Portugal Fashion - concretiza a sua pri-meira ação comercial. Entre os dias 21 e 24 de setembro, todos os caminhos vão dar à White Milano, uma das principais feiras de moda italianas que abraça vários setores da indústria têxtil e tem vindo a afirmar-se internacionalmente como um local de visita obrigatório para compra-dores de todo o mundo, com particular

expressão no mercado oriental. Será na Tortona Fashion District que se realizará a edição SS19 do certame, no contexto das semanas de moda femininas, onde existem lugares disponíveis para projetos de moda de vestuário feminino.

Posteriormente, o NEXT STEP dei-xa o solo italiano para rumar à cidade--luz, completando uma ação na vertente de showroom aquando da conceituada Paris Fashion Week, entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro. É mais uma vez no âmbito da temporada de apresen-tações de propostas femininas que se de-senrola esta participação em Paris, uma cidade que prima pela relação forte com a fileira moda e pela afluência de buyers internacionais, proporcionada pela con-sagrada fashion week francesa.

Os projetos de moda interessados em fazer parte das ações comerciais levadas a cabo pelo projeto NEXT STEP, pro-movido pela ANJE, devem contactar o endereço [email protected]. O Next Step é um projeto da responsabilida-de da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários e é financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 - Programa Operacional da Com-petitividade e Internacionalização, com fundos provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvol-vimento Regional.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

18 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

“O Bloom foi uma preciosa ajuda inicial. Possibilitou-me mostrar o meu trabalho numa plataforma com visibilidade e assim foi determinante no lançamento da minha carreira” – David Catalán

O projeto NEXT STEP, braço comercial do Portugal Fashion, assinala ações comerciais em Milão e Paris, no contexto das semanas de moda internacionais

David Catalán: o designer que escolheu o Porto para dar vida às suas criações

FISCALIDADE

Criada nova estampilha para os produtos de tabacoFoi publicada a portaria estabelece a cor e o preço da estampilha especial, aplicável à primeira parte do ano económico de 2019, para os produtos de tabaco cuja produção e importação em território nacional, bem como a sua entrada no referido território, quando provenientes de outro Estado membro, ocorra até 20 de maio de 2019. A estampilha especial para os produtos de tabaco é fornecida aos operadores económi-cos pela Imprensa Nacional -Casa da Moeda, até àquela data. A cor de fundo da estampilha especial para os produtos de tabaco é o rosa.

AGENDA FISCAL

AGOSTO

Até ao dia 31

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Envio do pedido de restituição IVA pelos sujeitos passivos do imposto suportado, no próprio ano civil, noutro Estado Membro ou país terceiro, quando o montante a reembolsar for superior a J 400 e respei-tante a um período não inferior a três meses conse-cutivos, tal como refere o Decreto-Lei n.º 186/2009, de 12 de agosto. - Envio, do pedido de restituição IVA pelos sujeitos passivos do imposto suportado, no ano civil anterior, noutro Estado Membro ou país terceiro desde que o montante a reembolsar seja igual ou superior a J 50, tal como refere o Decreto-Lei n.º 186/2009, de 12 de agosto.• Contribuição setor energético Envio da Declaração Modelo 27, por transmissão ele-trónica de dados, referente ao apuramento da contri-buição extraordinária sobre o setor energético a que se refere o n.º 1 do artigo 7.º do RCESE• IUC - Imposto Único de CirculaçãoLiquidação, por transmissão eletrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no presente mês.

SETEMBRO

Até ao dia 10

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-gulares - Entrega da Declaração Mensal de Remunerações pelas entidades devedoras de rendimentos do tra-balho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, para comuni-cação daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via In-ternet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de julho. Conjuntamente com a de-claração periódica deve ser enviado o Anexo Recapi-tulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efetuadas nesse mês.

Até ao dia 15

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-gulares- Entrega da Declaração Modelo 11 - pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profis-sionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

INSPEÇÃO TRIBUTÁRIADetetados 884 milhões de euros de

impostos em falta

De acordo com um relatório do da administração Tributária entregue na Assembleia da República, a inspeção tributária detetou 884 milhões de euros de impostos em falta no passado ano passado de 2017, mais 7,3% do que no ano anterior, quando foram en-contrados 824 milhões de euros em falta., Em 2017, a grande maioria (72%) do imposto em falta verificou-se no IVA, seguindo-se o IRC e IRS, representando 15% e 5% do total, respetivamente.No ano passado, a Inspeção Tributária e Aduaneira efetuou correções inspetivas tributárias no valor de 1.731,5 milhões de euros e aumentou o número to-tal de ações de 82.731 em 2016 para 114.759 em 2017 (mais 38,7%).

A maioria das economias da Organi-zação para a Cooperação e o Desenvol-vimento Económico (OCDE) tem uma tributação mais elevada, relativamente ao PIB, do que em qualquer momento des-de o início dos anos noventa. Novos da-dos recolhidos pela OCDE dão conta de alguns factos surpreendentes no que toca aos impostos sobre os rendimentos. Agra-var ainda mais os impostos não será uma opção realística.

A começar pelo facto de cerca de 80% dos países terem registado um aumento da tributação entre 1990 e 2016, espe-cialmente no que respeitou ao IVA e ao IRC, o que colocou o rácio da taxa em re-lação ao PIB num valor recorde de 34%. As razões para isto são complexas, par-ticularmente o forte agravamento desde a crise financeira. Até porque não é ne-

cessário os governos endividados aumen-tarem os impostos para obterem mais receita. O segundo facto teve a ver com a guerra das taxas. Os países ofereceram as taxas mais baixas numa tentativa para atrair as empresas. Os impostos sobre as empresas baixaram de forma abrupta durante um certo período de tempo. No entanto, outras taxas acabaram por anu-lar as descidas em sede dos rendimentos das sociedades.

Apesar da quebra nos impostos sobre as empresas, as taxas não baixaram relati-vamente ao PIB, desde 1990. Dada a sua fraca contribuição para as receitas globais, cortar nestes impostos é menos custoso do que reduzir os impostos sobre os ren-dimentos. Os Governos também esperam que reduzir o IRC encoraje as empresas a expandirem a sua atuação num dado país,

a criar emprego, sendo que estas pessoas vão pagar IRS e adquirir bens e serviços ta-xados. Naturalmente, o IVA e outras taxas sobre bens e serviços levam a um muito maior encaixe por parte dos cofres estatais, daí o seu agravamento, nos últimos anos.

Tomando como base os países da OCDE, é curioso verificar que as receitas fiscais derivadas do imobiliário são mais elevadas no Reino Unido, enquanto per-centagem do PIB. Este país chega a atingir o dobro da média da OCDE. Por sua vez, a Grécia e a Itália são dois estados mui-to criticados, mas geram mais em receita fiscal do que quaisquer outras grandes economias. Conclui a organização que aumentar a tributação não faz sentido. A solidez fiscal só pode ser alcançada através de cortes na despesa ou de esforços para aumentar a produtividade.

NESTE MOMENTO

Países da OCDE têm tributação mais elevada de sempre desde os anos noventa

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 19

No que concerne à recuperação de IVA no estrangeiro, de uma empresa Portuguesa enquadrada no regime trimestral, cuja atividade é o transporte de passageiros: 1. Como se processa o pedido de reembolso de IVA no estrangeiro; 2. Quais os requisitos para proceder ao pedido de reembolso de IVA; 3. Que tipo de despesas poderão ser consideradas; 4. Quais os países em que é possível recuperar o IVA? 5. Que formulários/Modelos deverão ser preenchidos? Quer em Portugal, quer noutros países? 6. O pedido de reembolso está sujeita a inspeção tributaria? 7. Como se contabilizam os documentos que foram alvo de pedido de reembolso?

Resposta do Assessor FiscalOs sujeitos passivos estabelecidos em território nacional que pretendam obter o reembolso do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) suportado em importações, transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas noutros Estados membros da Comunidade, devem cumprir os procedimentos referidos no capítulo II (n.º 1 do artigo 1º do DL 186/09, de 12.08). Transcreve-se em seguida o referido Capitulo II: «Capítulo II – Reembolso do imposto suportado noutros Estados membros a sujeitos passivos estabelecidos em território nacional Artigo 2º – Apresentação do pedido 1 – Os sujeitos passivos que disponham de sede, estabelecimento estável ou domicílio em território nacional, e que pretendam obter o reembolso do imposto suportado em operações tributáveis efetuadas noutro Estado membro da Comunidade, devem apresentar junto da Direção-Geral dos Impostos, por via electrónica, o correspondente pedido, no prazo a que se refere o artigo 8º, de acordo com as condições fixadas no Estado membro ao qual é solicitado o reembolso. 2 – O pedido só se considera apresentado quando contenha todas as informações referidas nos nºs 1 e 2 do artigo 7º 3 – Após a recepção do pedido, a Direção-Geral dos Impostos envia ao sujeito passivo, por via electrónica, um aviso de recepção, indicando a data em que o pedido foi recebido. Artigo 3º – Remessa do pedido A Direção-Geral dos Impostos procede à remessa do pedido para o Estado membro de reembolso, acompanhado das demais informações que

considere úteis, no prazo de 15 dias após a recepção do pedido, depois de verificada a validade do número de identificação fiscal do requerente e a sua qualidade de sujeito passivo enquadrado no regime normal de tributação. Artigo 4º – Recusa do pedido 1 – Não obstante o disposto no artigo anterior, a Direção-Geral dos Impostos não procede ao envio do pedido para o Estado membro de reembolso quando, durante o período a que respeita o reembolso, o requerente se encontrasse numa das seguintes situações: a) Não fosse um sujeito passivo para efeitos do IVA; b) Estivesse abrangido pelo regime de isenção previsto no artigo 9º do Código do IVA; c) Esteja abrangido pelo regime especial de isenção previsto no artigo 5º ou pelo regime especial dos pequenos retalhistas previsto no artigo 6º do Código do IVA. 2 – Verificada qualquer uma das situações referidas no número anterior, o requerente é notificado, por via electrónica, da decisão de não envio do pedido para o Estado membro de reembolso. 3 – Da decisão referida no número anterior, cabe reclamação para o diretor de serviços de reembolsos ou impugnação judicial, de acordo com o disposto no Código de Procedimento e de Processo Tributário». Transcreve-se, ainda, o teor dos artigos 7º e 8º , a que se referem os nºs 1 e 2 do artigo 2º supra referido: «Artigo 7º – Apresentação do pedido 1 – O pedido de reembolso deve ser apresentado, por via electrónica, no Estado membro de estabelecimento do sujeito passivo, para efeitos do seu envio à Direção-Geral dos Impostos, e conter os seguintes elementos: a) A identificação do sujeito passivo, incluindo o respectivo número de identificação para efeitos de IVA; b) Os endereços, postal e electrónico; c) A descrição da sua atividade profissional através dos códigos harmonizados da nomenclatura estatística das atividades económicas (NACE); d) A identificação da conta bancária, incluindo o número de conta bancária internacional (IBAN) e o código identificador bancário (BIC); e) O período de reembolso a que respeita o pedido; f) Uma declaração do requerente em como reúne as condições referidas no n.º 1 do artigo 5º 2 – O pedido de reembolso deve conter, relativamente a cada documento de importação ou fatura emitida em território nacional, nos termos dos artigos 36º ou 39º

do Código do IVA, as seguintes informações: a) O nome, endereço e, exceto no caso de importação, o número de identificação fiscal do fornecedor ou prestador dos serviços, precedido do prefixo PT; b) A data e o número da fatura ou do documento de importação; c) O valor tributável e o montante do IVA, expresso em euros; d) O montante do IVA dedutível e, quando aplicável, a percentagem de dedução; e) A natureza dos bens e serviços adquiridos, definidos por códigos de identificação. 3 – O pedido deve também conter, quando seja caso disso, o nome, endereços postal e electrónico, bem como o respectivo número de identificação para efeitos de IVA do representante fiscal do requerente. 4 – O pedido de reembolso é apresentado em língua portuguesa ou inglesa. 5 – A Direção-Geral dos Impostos notifica o requerente, por via electrónica, da data em que o pedido foi recepcionado. Artigo 8º – Período e prazo para apresentação do pedido 1 – O período de reembolso deve reportar-se ao ano civil imediatamente anterior, desde que o montante a reembolsar não seja inferior a (euro) 50. 2 – Não obstante o disposto no número anterior, pode ser solicitado o reembolso referente ao imposto suportado no próprio ano civil, respeitante a um período não inferior a três meses consecutivos, desde que o montante a reembolsar seja superior a (euro) 400. 3 – O pedido de reembolso pode ser apresentado por um período inferior ao referido no número anterior, desde que esse período termine em 31 de Dezembro do ano civil imediatamente anterior e o montante a reembolsar não seja inferior a (euro) 50. 4 – O pedido de reembolso deve respeitar ao imposto suportado em aquisições de bens ou serviços faturadas ao sujeito passivo não estabelecido em território nacional durante o período a que o reembolso respeita, quando o IVA se tenha tornado exigível nesse período, ou em importações de bens efetuadas durante esse período, podendo também incluir faturas ou documentos de importação não incluídos em pedidos anteriores, desde que referentes a operações concluídas durante o ano civil em questão. 5 – Em qualquer dos casos referidos nos números anteriores, o pedido deve ser apresentado ao Estado membro de estabelecimento até 30 de Setembro do ano civil seguinte àquele em que o imposto se tornou exigível».

PRÁTICA FISCAL

REEMBOLSO IVA ESTRANGEIRO

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

IRC incidente sobre uma

cooperativa de solidariedade

social

Para efeitos de IRC, as cooperativas de solidariedade social não são consideradas

entidades sem fins lucrativos, pelo que o enquadramento

fiscal da situação apenas se rege pelo disposto no artigo 66.º-A do Estatuto dos Benefícios

Fiscais

Uma cooperativa de solidariedade social, cuja atividade principal é o apoio domiciliário a pessoas doentes e/ou com deficientes, credenciada pela CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, ao abrigo do art.º 66.º-A do EBF, está isenta de IRC, com exceção dos resultados provenientes de operações com terceiros e de atividades alheias aos próprios fins. O que é que o legislador entende de resultados provenientes de operações com terceiros? Só estão isentas as quotas e os subsídios? Ou também os serviços ao domicílio faturados aos seus clientes? No caso de todos os serviços estarem isentos de IRC, é necessário algum comprovativo da Segurança Social?As regras de incidência subjetiva constantes do artigo 2.º do Código do IRC resultam na tipificação de quatro tipologias de sujeitos passivos. Assim, para efeitos da definição do rendimento que se encontra sujeito a IRC, há, naturalmente, que tomar como ponto de partida o facto de ter de ser feita uma distinção fundamental, conforme se trate de entidades residentes e de entidades não residentes.As entidades residentes são divididas em duas categorias, conforme exerçam ou não a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. Quanto às que exerçam, a título principal, essas atividades (e considera-se que é sempre esse o caso das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, das cooperativas e das empresas públicas), o IRC incide sobre o respetivo lucro. Assim, importa desde logo esclarecer que, para efeitos de IRC, as cooperativas de solidariedade social não são consideradas entidades sem fins lucrativos, pelo que o enquadramento fiscal da situação apenas se rege pelo disposto no artigo 66.º-A do Estatuto dos Benefícios Fiscais. O n.º 1 desta disposição legal, estabelece uma isenção de IRC para diversas cooperativas, excluindo-se deste âmbito, os resultados provenientes de operações com terceiros e de atividades alheias aos próprios fins.É nosso entendimento que se inserem no conceito de operações com terceiros, todas as que não são efetuadas com cooperantes/associados. Nestes termos, as quotas dos associados constituem rendimentos isentos de IRC, mas o mesmo não se aplica aos subsídios. Quanto aos serviços há que aplicar o referido anteriormente, consoante o beneficiário seja ou não associado.

CONTAS & IMPOSTOS

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, EM CONFORMIDADE

COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O Livro de Reclamações Eletrónico

Porto comemora Dia Nacional dos ContabilistasA 21 de setembro assinala-se o dia de São Mateus, padroeiro dos Contabilistas. Para come-morar a efeméride, a Ordem dos Contabilistas Certificados promove uma conferência no seu auditório do Porto para refletir sobre o presente e o futuro da profissão de contabilista certificado. Caberá a Paula Franco, bastonária da Ordem, abrir a sessão com uma intervenção sobre o futuro da profissão. Segue-se-lhe o ex-ministro das Finanças, António Bagão Félix, que dissertará sobre a ética e a responsabilidade social. As inscrições são gratuitas, mediante registo prévio no sítio da Ordem.

Grandes da auditoria ganham milhões com a Comissão EuropeiaAs “big for” da autoria e consultoria – KPMG, EY, PwC e Deloitte – ganham milhões de euros, todos os anos, por serviços de assessoria na área fiscal prestados à Comissão Europeia. Só em 2016, as multinacionais ganharam contratos de oito milhões de euros da Direção-Geral de Fiscalidade e União Aduaneira para realizarem estudos, de acordo com o jornal Financial Times. Esta publicação alerta que existe conflito de interesses, já que também prestam serviços a algumas empresas que estão envolvidas em casos de fraude e evasão fiscais, como é o caso dos “Panama Papers”.

FISCALIDADE

20 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

RICARDO OLIVEIRA VENÂNCIOJurista da Ordem dos Contabilistas [email protected]

Com o intuito de modernizar e simplificar o regime afeto ao Livro de Reclamações (criado pelo Decreto-Lei

n.º 156/2005, de 15 de setembro), assim como para o desmaterializar, nos termos previstos no programa “SIMPLEX+2016”, o Governo criou o “Livro de Reclamações Eletrónico” (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 74/2017, de 21 de junho), traduzindo-se numa plataforma digital que visa permitir aos utentes/consumidores apresentarem reclamações, submeterem pedidos de informação e consultarem informação estruturada. A partir do dia 1 de julho de 2017 tornou-se obrigatória a disponibilização do formato eletrónico do livro de reclamações aos prestadores de serviços públicos essenciais definidos na Lei n.º 23/96, de 26 de julho, na sua última versão atualizada pela Lei n.º 10/2013.Para os demais fornecedores de bens/prestadores de serviços (doravante designados por operadores económicos) (identificados no anexo ao Decreto-Lei n.º 74/2017, de 21 de junho), está em curso a segunda fase de implementação do Livro de Reclamações Eletrónico, no período entre 1 de julho de 2018 e 1 de julho de 2019.Este nosso contributo tem por objetivo dotar os operadores económicos das informações necessárias assim como para desafiá-los a procederem ao registo eletrónico do livro de reclamações atempadamente, evitando os constrangimentos de última hora quando o prazo estiver prestes a terminar.

Registo na plataforma digital

O livro de reclamações eletrónico encontra-se disponível, localizado e acessível ao consumidor no portal: www.livroreclamacoes.pt (doravante Plataforma Digital).Uma primeira nota para informar que a existência e disponibilização do formato eletrónico do livro de reclamações não afasta a obrigatoriedade de disponibilização, em simultâneo, do formato físico do livro de reclamações. Em termos operacionais, os operadores económicos devem registar-se na plataforma digital, seguindo todos os passos indicados no processo de registo do portal. É obrigatório facultarem um endereço de email no registo para onde rececionarão as queixas dos utentes/consumidores, notificações da entidade reguladora e através do qual enviarão as respetivas respostas.Concluído o registo, devem os operadores económicos, sempre que disponham de site, divulgar de forma destacada e visível, o acesso à Plataforma Digital (através de hiperligação, por exemplo). Quando o mesmo não seja possível, da mesma forma que estão obrigados a afixar o livro de reclamações no seu estabelecimento, passam a estar obrigados a afixar a informação de que dispõem, igualmente, de livro de reclamações eletrónico. Também as entidades reguladoras e as entidades de controlo de mercado competentes ficam obrigadas a disponibilizar e divulgar, em lugar de destaque, nos respetivos sítios na Internet, o acesso à plataforma digital que disponibiliza o formato eletrónico do livro de reclamações.Nos termos estabelecidos no normativo em análise, além dos operadores económicos identificados no anexo, também as associações sem fins lucrativos que exerçam atividades idênticas àqueles passam a estar obrigadas a possuir livro de reclamações em suporte físico, bem como proceder à sua constituição em suporte digital.

Perante uma situação em que um determinado consumidor ou utente solicite e escreva uma queixa no Livro de Reclamações, deve o operador económico proceder ao envio dos originais das folhas de reclamação à entidade reguladora no prazo de 15 dias úteis, salvo se for estabelecido prazo distinto em lei especial. Recordamos que, até então, o prazo era de 10 dias úteis, pelo que se verifica uma dilação do prazo a favor do operador económico. Além deste documento, uma outra novidade prende-se com a necessária junção àquele documento do exemplar da mensagem publicitária, através de suporte físico ou digital, quando o objeto da reclamação incidir sobre publicidade. Acresce que o novo Decreto-Lei vem estipular que o operador económico poderá enviar (só será obrigatório quando existir indicação prévia da entidade reguladora setorial ou da entidade de controlo do mercado competente) a folha de reclamação e demais elementos à entidade reguladora do setor ou entidade de controlo do mercado competente por via eletrónica (email). Se o envio não for possível, por motivos técnicos, deverá o operador económico proceder ao envio do original da folha de reclamação em papel no prazo de 15 dias úteis a contar da data em que foi feita a reclamação. No igual período de 15 dias úteis deverá o operador económico responder (por carta ou através de email, em função dos contactos disponibilizados na queixa) ao utente/consumidor, para a morada (ou email) que este indicou no formulário onde apresentou a queixa, informando-o, quando aplicável, sobre as medidas adotadas na sequência da queixa apresentada.

Extravio e perda

Prevê o novo normativo legal que o operador económico deverá manter, por um período de três anos, um arquivo devidamente organizado dos documentos originais e dos comprovativos da respetiva remessa no formato eletrónico, salvo se prazo superior for fixado em legislação especial. Uma outra novidade prende-se com o facto de que, sempre que os utentes/consumidores estejam impossibilitados de preencher a folha de reclamação (física ou eletrónica) por razões de analfabetismo ou incapacidade física, o operador económico (ou qualquer pessoa responsável pelo atendimento) deve, no momento da apresentação da reclamação e a pedido do utente/consumidor, efetuar o respetivo preenchimento nos termos descritos oralmente por este. É uma regra que até aqui encontrava suporte apenas no “bom senso” mas que o legislador sentiu, agora, necessidade de legislar. Na anterior redação da lei, sempre que um operador económico estivesse perante a perda ou extravio do livro de reclamações, deveria comunicar esse facto por escrito à entidade reguladora do setor ou à entidade de controlo de mercado competente. Contudo, inexistia um prazo legal estabelecido para o efeito. Na nova redação do normativo, pode ler-se que este reporte deverá ser efetuado no prazo máximo de 5 dias úteis. Mantém-se, durante esse prazo de extravio ou perda do livro de reclamações, a obrigação do operador económico em informar o utente/consumidor sobre a entidade reguladora do setor ou de controlo de mercado competente para apresentar a reclamação. A nova redação do Decreto-Lei vem esclarecer também que a mudança de morada do

estabelecimento, a alteração da atividade ou do respetivo CAE ou a alteração da designação do estabelecimento não obriga à aquisição de um novo livro de reclamações. Contudo, deve o operador económico, em qualquer uma destas situações, comunicar eletronicamente, à Imprensa Nacional-Casa da Moeda S.A., a alteração efetuada, para efeitos de averbamento no livro de reclamações. Em matéria contraordenacional, o Decreto-Lei 74/2017, de 21 de junho vem reduzir as coimas previstas para as pessoas coletivas, de 3.500,00 euros a 30.000,00 euros para 1.500,00 euros a 15.000,00 euros, quando estiver em causa a violação do disposto nas alíneas a), b) e e) do número 1 do artigo 3.º, nos números 1 e 2 do artigo 5.º, no número 3 do artigo 5.º-A, nos números 1 a 3 do artigo 5.º-B e nos números 1 e 3 do artigo 8.º. No que concerne às coimas aplicadas às pessoas singulares, o novo Decreto-Lei veio reduzir o limite mínimo da coima de 250,00 euros para 150,00 euros, mantendo-se o limite máximo fixado em 2.500,00 euros, para o caso da violação do disposto no n.º 3 do artigo 1.º, nas alíneas c) e d) do n.º 1 e nos números 2, 3 e 5 do artigo 3.º, nos números 3 e 4 do número 4.º, nos números 4 e 5 do artigo 5.º, no número 4 do artigo 5.º-B, no número 6 do artigo 6.º e nos números 2 e 5 do artigo 8.º.Na redação anterior previa-se que, sempre que uma infração fosse sancionada, fosse pulicada num jornal local ou nacional a expensas do infrator. Disposição que, com a entrada em vigor do novo Decreto-Lei, foi revogada. Revogada foi também a estipulação da duração máxima de dois anos da sanção acessória aplicada além da coima – nos termos estabelecidos no Regime Geral das Contraordenações –, contados a partir da data da decisão condenatória definitiva.Com o aumento de entidades obrigadas à aquisição e disponibilização do livro de reclamações, o novo Decreto-Lei previu, igualmente, o poder fiscalizador do cumprimento das regras referentes ao Livro de Reclamações a novas entidades, nomeadamente, a Autoridades e Entidades reguladoras dos serviços públicos essenciais (setores da água, transportes, telecomunicações, energia, saúde, etc.).Uma outra novidade introduzida pelo novo Decreto-Lei foi a eliminação da possibilidade da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) ter acesso à Rede Telemática de Informação Comum (RTIC), criada pela Direção-Geral do Consumidor para registo e tratamento das reclamações dos utentes/consumidores constantes do livro de reclamações (e que, com a entrada em funcionamento do Livro de Reclamações Eletrónico), passam a constar na Plataforma Digital. Entendemos que, se por um lado o governo pretendeu, com esta alteração legislativa, continuar o processo de modernização e desmaterialização da Administração e, assim, abreviar os tempos de contacto e resposta entre esta e os agentes económicos e seus utentes/consumidores; por outro, estas novas obrigações a que os operadores económicos passam a estar sujeitos, perante os seus utentes/consumidores, bem como perante as entidades reguladoras, poderão configurar um novo leque de obrigações que incidem sobre a sua esfera, aumentando a sua responsabilidade perante as entidades reguladores e os seus utentes/consumidores, ao mesmo tempo que diminui a disponibilidade para a prossecução da sua atividade comercial.

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 21

Agrimútuo realiza conferência no BombarralA Agrimútuo – Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, FCRL, promoveno próximo dia 30 de agosto, uma conferência subordinada ao tema “A Banca e a Terra – As Dinâmicas do Crédito Agrícola”. O encontro, que terá lugar pelas 10 horas no Auditório da Caixa Agrícola de Bombarral tem como principal objetivo debater a realidade cooperativaportuguesa e sobretudo dar a conhecer a realidade das Caixas Agrícolas Independentes.

Estamos ainda em férias parlamentares.Quando os nossos deputados regressarem ao Parlamento, fi ca a

faltar pouco mais de um ano para terminar a legislatura.É, por isso, uma boa altura para refl ectirmos todos sobre aquilo que queremos dos nossos parlamentares eleitos, afi nal aqueles que têm o poder de legislar e decidir sobre a nossa vida colectiva.Muito do bom e do mau que se faz no nosso país, com as inevitáveis consequências, têm lugar ali, na Assembleia da República. Pasmo, por isso, a condescendência com que se olha para o trabalho dos deputados.Os portugueses não têm a melhor opinião sobre os deputados, mas a atitude é a de desprezo, desinteresse, afastamento. Eu

quero ir por outro lado.O trabalho de um deputado é importante para o país. Ele tem nas mãos o poder de gizar, elaborar, decidir, votar, sobre a legislação mais simples e a mais complexa, sobre as leis que vão orientar a nossa vida toda. Tem de possuir competências para perceber a compexidade da sociedade moderna e os eventuais caminhos alternativos que nos podem tirar a nós portugueses da letargia e da cauda do desenvolvimento económico e social no grupo dos países desenvolvidos e sobretudo, elaborar e fazer aprovar legislação que nos leve a esse sucesso que coletivamente ambicionamos e ao qual temos direito. É neste sentido que julgo importante lançar algumas propostas sobre aquilo que devia

ser o quadro orientador do trabalho de um parlamentar. Desde logo: a) um deputado devia ter uma agenda pública, facilmente consultável, onde fi casse claro tudo aquilo que é especialista, temas que mais trabalha, bem como aquilo que está a fazer;b) um deputado devia ter como regra o desalinhamento partidário, ou seja, os temas que deviam obrigar a obediência partidária deviam estar explícitos no compromisso com o partido, tudo o resto devia ser deixado à liberdade individual de cada deputado, tendo como objetivo a defesa do interesse público;c) um deputado devia estar em exclusivo no Parlamento, não podendo exercer qualquer outra atividade;d) um deputado devia ter o respetivo staff

de apoio próprio em lugar de tê-lo em função do alinhamento que possui com a direção da respetiva bancária partidária.Estas são as minhas propostas gerais, depois podemos fechar a malha e criar um modelo de trabalho de deputado mais transparente, mais efi ciente e mais dedicado à defesa dos superiores interesses coletivos de quem o elege e não orientado pelo interesse partidário ou meramente pessoal.Temos sempre que nos lembrar que os deputados são “deputados da Nação” e não “deputados do partido”. Sem esta e outras reformas políticas do Estado há grande risco do atual regime político colapsar por não resolver os principais problemas dos portugueses.

Os “nossos” deputados

JOSÉ MARTINO Empresário e consultor agrícolajosemartino.blogspot.pt

EMPRESAS

22 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

A Merck Portugal tem tido “um crescimento sustentado e continuo ao longo dos últimos cinco anos” e “a perspetiva é continuarmos com esta tendência este ano”, afirma Pedro Moura, “managing director” da empresa. A celebrar o seu 350º aniversário, a farmacêutica quer continuar a investir em Portugal.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica - Com 350 anos, a Merck é a farmacêutica mais antiga do mundo. Qual o segredo desta longevida-de?

Pedro Moura - Desde a sua fundação, em 1668, o forte sentido de responsabili-dade e a curiosidade científica têm sido as grandes forças motrizes que permitiram à Merck crescer. Hoje, ainda é essa mesma curiosidade que nos desafia diariamente a olharmos para os próximos 350 anos. Ou-tro dos pontos fundamentais deste sucesso tão duradouro, e que conduziu a Merck a ser a empresa farmacêutica mais antiga do mundo, é o facto de ter permanecido nas mãos da família do fundador até à atuali-dade. Considero que esta herança históri-ca a par com o permanente compromisso com a missão de ajudar a criar vidas, au-mentar a qualidade de vida e a prolongar a vida dos doentes, fazem da Merck aquilo que é hoje: uma empresa líder em ciência e tecnologia.

VE - Em que medida esta herança fa-miliar foi essencial ao sucesso da em-presa?

PM - A Merck é desde a sua constituição uma empresa de base familiar. Esta dimen-são familiar, que percorre 13 gerações, com a família a deter 70% do controlo acionis-ta, assume-se como um ponto distintivo da empresa relativamente às demais mul-tinacionais farmacêuticas.

A Merck combina, assim, o melhor de dois mundos: o pensamento a longo prazo da família fundadora e uma atitude mais dinâmica característica da exigência dos mercados internacionais. Desde 1668, a Merck tem arduamente trabalhado para promover a inovação, mantendo sempre a capacidade de olhar para o futuro e de identificar os desafios e as novas oportuni-dades de hoje e de amanhã, reinventando--se sempre que necessário, apostando em outras áreas para além da indústria farma-cêutica, mas nunca perdendo o seu ADN.

VE - De que forma é que a “curiosida-

de e a visão para o futuro” têm definido a estratégia da empresa?

PM - Três séculos e meio é um núme-ro incrível com tudo o que aconteceu no mundo, desde 1668 até hoje. A Merck passou por duas Guerras Mundiais, uma Guerra Fria e sobreviveu à evolução da ciência, mas o que nunca mudou foi a curiosidade científica e a vontade de criar o que ainda está para vir. A curiosidade sempre foi e continuará a ser a força mo-triz que impulsiona a Merck a usar o seu ‘expertise’ em ciência e tecnologia para al-cançar o progresso humano. Somos uma empresa composta por mentes curiosas e

utilizamos esta curiosidade como base da relação com os parceiros e como força con-dutora do destino da empresa. É a curio-sidade que permite olhar para o futuro e identificar os desafios e as novas oportuni-dades de hoje e de amanhã.

VE - Outra das particularidades que diferencia a Merck da concorrência tem sido a expansão da empresa para áreas fora do setor da saúde. Porquê esta aposta na diversificação?

PM - Ao contrário da maioria das far-macêuticas multinacionais, a estratégia da Merck tem passado nos anos mais recen-tes por se expandir fora do setor de saúde, nomeadamente através do investimento numa nova área de negócio que denomi-namos Performance Materials. Esta nova área dedica-se à próxima geração de ma-térias de alta tecnologia e químicos espe-cializados para aplicações em materiais. As aplicações destes produtos são transversais às áreas de arquitetura, automóvel, cosmé-

tica, optoeletrónica, semicondutores, entre outras.

Esta área é uma nossa clara aposta do gru-po fora da indústria farmacêutica e que per-mite alargar a nossa missão de ajudar a criar, prolongar e melhorar a vida das pessoas. Por isso, apostamos continuamente em manter-mo-nos na vanguarda da inovação. Desde a década de 2000 que a Merck tem feito al-terações significativas no seu portfólio, com transações de aproximadamente 40 mil mi-lhões de euros, incluindo as aquisições da Serono, Millipore e Sigma Aldrich.

Aposta na inovação permanente

VE - Na sua perspetiva, quais serão as principais tendências, em termos nacio-nais e globais, do mercado farmacêutico a curto/médio prazo?

PM - O crescimento da população e da média de esperança de vida das pessoas são dois aspetos que, sem dúvida, são e con-tinuarão a ser aspetos críticos para quem atua neste setor.

O setor da saúde, a par com a tecnolo-gia, é uma das áreas onde se tem verificado maior evolução e inovação. Atuamos num mercado que está em constante mudança e que tem evoluído a uma velocidade como nunca antes vista. Sabemos que esta ino-vação não vai refrear, reflexo disso são os cerca de sete mil medicamentos que estão em desenvolvimento neste momento. Há, consequentemente, uma grande preocu-pação em garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, pois todos sabemos que os recursos são finitos e têm que ser canali-zados de forma criteriosa para apostas com impacto positivo marcado no prolonga-mento e qualidade de vida dos doentes.

VE – E como se tem preparado a Mer-ck para esses desafios?

PM - Para corresponder às exigências do mercado e nos conseguirmos adaptar à dinâmica do setor transformámo-nos sig-nificativamente para garantir que desen-volvemos e disponibilizamos tratamentos inovadores com um impacto positivo para a vida dos doentes.

Assistimos hoje aos primeiros passos da medicina personalizada, ou medicina de precisão. O conhecimento da expressão do genoma humano permite-nos individuali-zar e personalizar as terapêuticas e chegará o dia em que teremos fármacos que não se dirigem à patologia per si, mas sim ao doente/indivíduo, o que potencia a eficá-cia e a segurança do tratamento ao mesmo tempo que se minimizam efeitos adversos. Para além destas existem ainda outras van-tagens como não expor os doentes a trata-mentos que não lhes aportem benefícios e baixar os custos associados ao tratamento.

Em 2017 a Merck investiu em Investi-gação e Desenvolvimento (I&D) 2,1 mil

PEDRO MOURA, “MANAGING DIRECTOR” DA MERCK PORTUGAL, AFIRMA

Merck continuará a investir

“A Merck tem uma presença forte em Portugal essencialmente na área da saúde”, assegura Pedro Moura.

Hotel Dolce CampoReal recebe galardão Green KeyO hotel Dolce CampoReal, situado em Torres Ve-dras, acaba de receber, pelo segundo ano consecu-tivo, o galardão Green Key – um prémio interna-cional atribuído a empreendimentos turísticos que realizam um esforço acrescido para proteger o meio ambiente e, por conseguinte, o clima.

Rumos realiza workshops temáticos gratuitosA Rumos vai realizar, em setembro, workshops temáticos gratuitos em áreas das Tecnologias de Informação críticas no mercado atual, como programação e segurança da informação. Os workshops têm lugar nas lojas FNAC das cidades de Lisboa, dias 8, 12 e 16, e Porto, dia 14. Estes workshops estão integrados na campanha de Regresso às Aulas da FNAC e4 os partici-pantes recebem um certificado de participação e um voucher de 75G em formação, válido na oferta formativa da Rumos.

Merck é uma empresa familiar que vai na 13ª geração

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 23

em Portugal

milhões de euros, o que demonstra bem a nossa vontade em nos mantermos um pas-so à frente daquelas que são as tendências do mercado farmacêutico. Nesse sentido, as áreas de investigação onde temos apos-tado mais são a oncologia, a imuno-onco-logia e a imunologia pois consideramos que estas serão áreas críticas nesta indústria nos próximos anos.

Crescimento sustentado

é para manter

VE - Qual a importância relativa do mercado nacional para a Merck?

PM - A Merck Portugal é uma afiliada com uma expressão muito significativa na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e é, portanto, um elemento cru-cial para o sucesso da Merck na Europa. Temos tido um crescimento sustentado e continuo ao longo dos últimos cinco anos e a perspetiva é a de continuarmos com esta tendência este ano. A Merck tem uma presença forte em Portugal es-sencialmente na área da saúde. Na área de esclerose múltipla, por exemplo, tivemos recentemente o parecer positivo sobre um tratamento totalmente inovador e revolu-cionário. Temos medicamentos líderes na área cardiometabólica, com soluções para a diabetes, para os distúrbios da tiroide e para a insuficiência cardíaca. Somos líde-res com os nossos tratamentos e tecnolo-gias na área da fertilidade, onde introdu-zimos recentemente um novo tratamento para as mulheres que atua na estimulação ovárica e facilita o processo de engravidar, tornando-o mais fácil e eficaz. Na área da imuno-oncologia também recebemos re-centemente uma autorização por parte da Comissão Europeia para um tratamento inovador para doentes adultos com carci-noma de células de Merkel, um cancro de pele raro e agressivo.

VE - Qual o volume de negócios regis-tado no último ano? E quais os objetivos definidos para o ano em curso?

PM - Em 2017, as vendas da Merck a nível mundial rondaram os 15 mil mi-lhões de euros. A área de Healthcare atin-giu no ano passado vendas que rondavam os seis mil milhões de euros, o que equi-vale a cerca de 46% das vendas da Merck. A área de negócio Life Science tem de-senvolvido e produzido mais de 300 mil produtos para investigadores, empresas de biotecnologia e farmacêuticas. A Per-

formance Materials, uma das áreas de negócio em que a Merck mais tem inves-tido, atingiu em 2017 vendas mundiais que ultrapassaram os 2 mil milhões de euros, 80% delas na região Ásia-Pacífico. Esta área empregou 5600 pessoas e inves-tiu cerca de 220 milhões em investigação e desenvolvimento. Quanto a Portugal, a evolução está em linha com o crescimen-to verificado a nível global.

VE - Quais os principais desafios que a empresa tem enfrentado na sua ativida-de no nosso país?

PM - Durante a crise económica e fi-nanceira, o Governo implementou uma serie de medidas de contenção e redução de custos na área da saúde, como a redução dos preços dos medicamentos e incentivos a utilização de genéricos, que impactaram a indústria farmacêutica, não sendo a Mer-ck exceção.

Atualmente o diálogo entre a indústria e a tutela foca-se no acesso à inovação em Portugal com medicamentos e tecnologias vitais para os doentes. Penso que hoje em dia existe entre os intervenientes do setor mais diálogo, cooperação e tem-se regista-do um esforço notório no que diz respeito ao número de aprovações de medicamen-tos, prazos de aprovação e comparticipa-ções por parte do Estado. Apesar de ainda achar que temos um longo caminho pela frente, estamos hoje a caminhar para atin-gir melhores resultados.

VE - Até que ponto os crónicos atrasos nos pagamentos e os longos processos de aprovação de novos medicamentos condicionam a atividade da empresa em Portugal?

PM - Esses são problemas transversais aos vários players da indústria farmacêu-tica. Nesse sentido, ccompete-nos definir estratégias que permitam colmatar estes atrasos e ultrapassar as dificuldades exis-tentes para que consigamos continuar a trazer para o mercado novas terapêuticas que visam responder às necessidades por satisfazer e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida dos doentes.

VE - A Merck tenciona continuar a in-vestir no mercado nacional? Que novi-dades poderemos esperar a curto/médio prazo?

PM - Sem dúvida que a Merck conti-nuará a investir em Portugal, prova disso, foi a visita recente do CEO da companhia, Stefan Oschmann, para a comemoração dos 350 anos da Merck num evento rea-lizado em Lisboa. Estamos a operar em Portugal desde 1934, ou seja, há mais de 80 anos e a perspetiva é de nos mantermos ativos no mercado nacional pois muitos têm sido os avanços que a companhia tem trazido ao país.

Apesar das inqualificáveis e gigantescas tragédias que o ser humano espoletou, têm sido

notáveis os progressos da Humanidade nos últimos duzentos anos: se, em 1820, 95% da população mundial vivia em extrema pobreza, hoje esta percentagem está abaixo dos 10%; em 1800 quase 90% da população mundial era analfabeta e hoje tal valor ronda apenas os 15%; e se, no início do século XIX, quase uma em cada duas crianças (perto de 45%) não chegava aos cinco anos de idade, no início deste nosso século XXI a mortalidade infantil não ultrapassa os 5%. Poderíamos apresentar muitos outros valores elucidativos deste inegável progresso. São avassaladores, por exemplo, os índices da população mundial que hoje vive em regimes democráticos quando em 1816 era apenas 1% . Ora, é neste contexto que devemos compreender os números do Turismo. Entendida, ainda nas primeiras décadas do século XX, como uma prática exclusiva das reduzidas elites sociais do mundo ocidental, a atividade turística disparou de um modo exponencial após o segundo conflito mundial convertendo-a numa indústria dominante, hoje, à escala planetária. Impulsionando este gigantesco crescimento encontram-se três fatores cruciais: as inegáveis conquistas sociais das últimas décadas; o desenvolvimento dos transportes e das vias de comunicação; e uma explosão demográfica que não cessou ainda e que vem abrindo enormes mercados de procura até há poucos anos inimagináveis, de que são exemplo o asiático, nomeadamente o chinês, mas também o sul-americano e mesmo o africano. Com efeito, no pós-guerra, assistiu-se não só a uma generalizada imposição por parte dos Estados do direito a férias para os seus cidadãos, mas também à posterior adoção em muitos deles do direito a subsídio de férias, permitindo o desenvolvimento de práticas de turismo a uma crescente classe média até aí impossibilitada de tais usos. Concomitantemente também se foi assistindo a uma revolução nos transportes, públicos e privados, e a uma crescente qualificação das vias de comunicação, contribuindo de um modo decisivo para a democratização do Turismo. Hoje, fruto dos velozes e cada vez mais baratos meios de transporte (de que os voos low-cost são apenas exemplo), o nosso mundo sedentário está em permanente deslocação. Viaja-se, e não raras vezes para destinos longínquos, para trabalhar, para negociar, para estudar

e, obviamente, para fazer Turismo. Vivemos, à escala planetária, numa sociedade de sedentariedade em trânsito. Com todas as consequências positivas, mas também negativas, que daí resultam. E, entre estas, muito se tem falado sobre o exponencial crescimento do turismo nas cidades, de que são exemplo, entre nós, Lisboa e o Porto. Não irei enunciar nestas breves linhas tudo o que se tem escrito e descrito sobre o que o turismo tem “arrastado” de negativo para as cidades. É tema e inventário por todos sobejamente conhecido. Queria apenas refletir sobre algum discurso que, como consequência, se vem ouvindo (e por vezes de onde menos se esperaria), defendendo a necessidade de se “controlar” ou limitar o acesso dos turistas aos centros das cidades. É um tema e são propostas que me parecem perigosas. Desde logo porque restringindo a liberdade de acesso e criando “numerus clausus” à permanência nesses locais acabaremos, de novo, por estar a limitar o seu usufruto às elites sociais com capacidade para a pagarem. No que será um retrocesso nos números da “democratização” e da prática do Turismo e, logo, um retrocesso civilizacional. Entendo, por isso, que será mais honesto reconhecermos que esta “explosão turística” e esta nossa sedentariedade em trânsito é um fenómeno novo na História da Humanidade. Nunca nos havíamos confrontado com tais cenários. E se é verdade que urge encontrar soluções, também é certo que há muitos valores, que não os meramente económicos, que estão em causa. Importa por isso, antes de pensarmos em “fechar” as nossas cidades, reconhecer que quando somos nós os turistas, temos dificuldade em perceber porque nos impedem o acesso. Importa reflectir em experiências como a de Amesterdão e numa clara aposta na diversificação das ofertas culturais, patrimoniais e de ócio por todo o tecido urbano, e não apenas nos seus centros históricos, permitindo a sua maior permeabilidade à mobilidade dos turistas. A História pode-nos ensinar algumas coisas. E uma delas é que as soluções não passam por fechar fronteiras ou impedir a livre circulação e fruição das cidades. Até porque antes de sermos cidadãos de uma cidade somos, antes de tudo, cidadãos do mundo.* JOEL CLETO. ARQUEÓLOGO. DOCENTE DA ÁREA

DE HISTÓRIA E TURISMO NO ISAG/PORTO. AUTOR E APRESENTADOR DO PROGRAMA “CAMI-

NHOS DA HISTÓRIA” DO PORTO CANAL

PROFESSOR ESPECIALISTA JOEL CLETOPROFESSOR DO ISAG-EUROPEAN BUSINESS SCHOOL*

Meu Super tem nova loja em PenafielO concelho de Penafiel, mais precisamente Oldrões, acolhe mais a loja Meu Super, loja de proximidade em formato de franchising, da Sonae MC. Com uma área de vendas de 179m2, a nova loja Meu Super Oldrões, está inserida na estratégia de expansão da marca, que pretende aproximar-se das comunidades locais.

Paço dos Cunhas de Santar recebe Festa das VindimasO Paço dos Cunhas de Santar vai ser o palco, no próxi-mo dia 9 de setembro, da Festa das Vindimas de Santar, um evento que pretende celebrar as colheitas na Região Demarcada do Dão, de onde brotam vinhos de carac-terísticas únicas e que vão conquistando cada vez mais adeptos nacional e internacionalmente.

Em 2017 a Merck investiu 2,1 mil milhões de euros em I&D

Cidades, sedentaridade em trânsito e turismo

O Grupo TRUMPF, especiali-zado em soluções de fabrico nas áreas de máquinas-ferramentas, lasers e eletrónica, fechou o exer-cício fi scal de 2017/2018 (que vai de julho de 2017 a junho de 2018) com um crescimento de 15% nas vendas, que totalizaram 3,6 mil milhões de euros. As en-comendas em carteira aumenta-ram 13%, para 3,8 mil milhões de euros e o número de funcioná-rios cresceu 10%. O grupo conta com 13 500 colaboradores em mais de 70 países.

Esta tendência de crescimento também se verifi cou no merca-do português. “Registámos um crescimento de 14% no volume de faturação, devido ao aumento do volume de negócios da divisão laser, que praticamente duplicou

o resultado, e ao aumento muito signifi cativo de novos clientes”, explica Pedro Henriques, “offi ce manager” da TRUMPF Portugal.

O mesmo responsável mostra--se satisfeito com os resultados e otimista em relação ao futuro. “Na nossa atividade existe uma relação direta entre a dimensão e desempenho económico do país e a dimensão da TRUMPF que opera nesse mesmo país. A TRUMPF Portugal não é ex-ceção e tende para uma partici-pação nos resultados do grupo ajustada à dimensão da economia portuguesa”, afi rma.

Empresa recruta engenheiros

Pedro Henriques sublinha que

a empresa “tem uma presença di-reta no país desde 2015, sendo que o balanço destes três anos é extremamente positivo”. Acres-centa ainda que “prova disso é o número crescente de empresas com quem temos vindo a tra-balhar e o seu reconhecimento pelo contributo que a TRUMPF tem dado para o crescimento dos seus próprios negócios. Prevemos que esta tendência se mantenha nos próximos anos, aumentando a participação das soluções para produção aditiva e para a Indús-tria 4.0.”

Para fazer face a este acelerado crescimento, a TRUMPF Portu-gal está a reforçar a sua estrutura técnica, com o recrutamento de engenheiros para a tecnologia la-ser e software.

TRUMPF cresce 14% em Portugal

AgendaJurídica 2019

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Quercus

lança Topten A Quercus lançou recentemen-

te, a nova plataforma do projeto Topten que ajuda os consumido-res a pesquisar os eletrodomésti-cos, equipamentos e também au-tomóveis com melhor efi ciência energética.

O novo portal é de fácil acessibi-lidade e consulta através das fun-ções de pesquisa e está otimizado para visualização em smartphones e tablets. O utilizador pode recor-rer aos vários fi ltros disponíveis para selecionar o modelo efi ciente mais adequado às suas exigên-cias, numa grande diversidade de equipamentos do dia-a-dia, como máquinas de lavar roupa e louça, aspiradores, frigorífi cos, automó-veis, lâmpadas, entre outros.

Apesar do preço ser ainda o fator determinante na escolha de um novo equipamento ou eletro-doméstico, a efi ciência energéti-ca começa a ganhar importância enquanto critério de compra. De salientar que a efi ciência energé-tica não se limita à compra de equipamentos com a melhor clas-se energética, há também que ter em conta o consumo e correspon-dente despesa desses equipamen-tos, durante o seu tempo de vida ou a forma mais efi ciente de os utilizar. Estes conteúdos, e outra documentação facultada no por-tal, ajudam também a esclarecer dúvidas relacionadas com as eti-quetas energéticas e a descobrir algumas curiosidades sobre estes equipamentos de uso diário, com um peso importante na fatura mensal.

Nova área para profi ssionais

Uma vez que a efi ciência ener-gética não é relevante apenas para o consumidor doméstico, a plata-forma Topten.pt conta agora com uma área totalmente dedicada aos grandes compradores profi ssio-nais. O projeto Topten.pt é fi nan-ciado pelo programa da União Europeia Horizonte 2020.

EMPRESAS

24 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

MERCADOS

Dow Jones 22/ago .....25792,59

Var Sem ................................2,53% Var 2018 ................................4,37%

Nasdaq 22/ago ............7885,371

Var Sem ................................1,46% Var 2018 ..............................14,26%

IBEX 35 22/ago ............9580,20

Var Sem ................................2,06% Var 2018 ...............................-4,62%

DAX 22/ago ..................12385,7

Var Sem ................................1,83% Var 2018 ...............................-4,12%

CAC40 22/ago ..............5420,61

Var Sem ................................2,18% Var 2018 ................................2,03%

1,84% Var. Semana

COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER TOTTA

PSI-20 (22.08) 5516,98

2,39% Var. 2018

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 25

AQUILES [email protected]

A empresária Leonor Freitas, que lidera a Casa Ermelinda Freitas, venceu a primei-ra edição do Prémio Mulher Empresária 2018 do BPI. O galardão visa reconhecer o percurso das gestoras portuguesas e dar visibilidade às lideranças no feminino no mundo dos negócios.

“A nomeação de Leonor Freitas é um reconhecimento pelo seu percurso pro-fi ssional, pelo seu compromisso social e a postura inspiradora e empreendedora, que tornou a Casa Ermelinda Freitas numa re-ferência no mercado vinícola português e internacional”, refere o comunicado.

A empresária representa a quarta gera-ção de mulheres à frente da empresa agrí-cola fundada em 1920. Sob a sua lideran-ça, a Casa Ermelinda Freitas registou um notável crescimento. Antes de assumir o comando da sua empresa, Leonor Freitas trabalhou durante mais de 20 anos para o Ministério da Saúde, em Setúbal, onde se dedicou, especialmente, à prevenção do alcoolismo e de outras toxicodependên-cias.

Leonor Freitas sucedeu à sua mãe, Er-melinda Freitas, na liderança da empresa. Foi com a atual gestão que se deu a gran-de aposta estratégica na criação de marcas próprias e no mercado de exportação, uma área liderada atualmente pela fi lha, Joana Freitas. Assim, em 1997, iniciou-se um novo ciclo com o ”Terras do Pó” tinto, primeiro vinho produzido e engarrafado da Casa Ermelinda Freitas. Desde 1999, a Casa Ermelinda Freitas já recebeu mais de mil prémios a nível nacional e internacio-nal.

A 10 de junho de 2009, Leonor Freitas foi distinguida com a comenda de Ordem

de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial Classe do Mérito Agrícola Comendador conferida pelo então Presidente da Repú-blica Aníbal Cavaco Silva.

O espaço museológico Casa de Memó-rias e Afetos Ermelinda Freitas é outro dos projetos da empresária e representa uma aposta na área do enoturismo e da educa-ção.

Representante portuguesa nos IWEC Awards

O Prémio Mulher Empresária BPI 2018

nasce no âmbito do 11º aniversário da Conferência International Women’s Entre-preneurial Challenge (IWEC), uma rede internacional de mulheres empresárias de sucesso que pretende apoiar as suas em-presas a expandirem-se e acederem a novos mercados internacionais. A conferência será presidida pela Princesa Noor da Jor-dânia.

Leonor Freitas representará Portugal nos IWEC Awards 2018, em conjunto com outras 40 empresárias de 20 países. O even-to de entrega de prémios vai decorrer em Xangai, entre os dias 9 e 12 de setembro.

AllianzGI volta a receber pontuação máxima de investimento responsável

A Allianz Global Investors (AllianzGI)recebeu, pelo segundo ano consecutivo, um A+ pela sua abordagem abrangenteà Estratégia ASG & Boa Governança. ORelatório de Avaliação anual da Associa-ção PRI (da sigla em inglês, Princípiospara o Investimento Responsável) anali-sa a forma como as empresas estão a pro-gredir quanto à incorporação de fatoresAmbiente, Sociais e Governança (ASG)nas suas decisões de investimento e tem por objetivo facultar-lhes informação de apoio ao desenvolvimento contínuo das suas credenciais ASG.

A AllianzGI obteve uma pontuaçãoA em todos os módulos e a mais alta possível de A+ em ‘Estratégia e BoaGovernança’ (Strategy & Governance).Esta categoria abrange as políticas, ob-jetivos e adesões em organizações ASGda Allianz Global Investors, e valoriza o quanto a empresa promove os esfor-ços interna e externamente nesta área. A empresa recebeu, além disso, um A+em rendimento variável de infraestrutu-ras (Infrastructure Equity), o que é uma grande conquista, tendo em conta que éo primeiro ano em que participa nestacategoria.

“Estamos convencidos de que os fato-res ASG são importantes motores para odesempenho do investimento, que só po-dem ser implementados plenamente porvia de uma abordagem verdadeiramenteativa à gestão de ativos. Reconhecendoo valor que os fatores ASG podem adi-cionar às carteiras e aos nossos clientes,estamos empenhados em integrá-los em todas as decisões de investimento e clas-ses de ativos da nossa plataforma de in-vestimento global”, afirma Steffen Hoer-ter, diretor global de ESG na AllianzGI.

Leonor Freitas ganha Prémio Mulher Empresária do BPI

A empresária vinícola representará Portugal nos prémios internacionais IWEC Awards 2018

5430 5440 5450 5460 5470 5480 5490 5500 5510 5520 5530

16/ago 17/ago 18/ago 19/ago 20/ago 21/ago 22/ago

Pon

tos

A nostalgia de Elon Musk não é uma boa ideia

Elon Musk surpreendeu a comunidade empresarial ao afi rmar que tinha garantido

fi nanciamento para tornar a Tesla uma empresa privada. A administração estará agora a avaliar esta opção.Musk argumenta que a pressão dos “short sellers” e a volatilidade do stock da Tesla o está a distrair e aos seus funcionários do rumo traçado: não se conseguem concentrar no longo prazo. Compreende-se a nostalgia de Musk dos seus dias de “startup”, quando era o único administrador. Mas, atingido um novo estádio de crescimento, a Tesla necessita de escala, de fi nanciamento e de

compromissos de governação para fazer face aos concorrentes chineses, como a NIO e a BYD, que a poderão superar muito rapidamente. Nostalgia é a última coisa que a Tesla necessita. Isto porque:- Além do constrangimento, a pressão dos mercados e dos analistas fi nanceiros também garante que uma empresa não pode procrastinar o fornecimento, de acordo com a sua visão. A Tesla falhou repetidamente os prazos de lançamento e de produção, uma indicação de que necessita dessa disciplina. - Numa organização bem gerida, o CEO deve delegar operações, de modo ao foco

incidir numa visão de longo prazo. Em empresas como a Apple ou a LVMH, duas organizações de enorme sucesso, o nível de descentralização da gestão e a clara distribuição de papéis asseguram que estas empresas se podem concentrar no longo prazo e executar e disponibilizar resultados trimestrais no curto prazo. Temos indicações que a autoridade será concentrada nas mãos de Musk e tal não é saudável. Num mundo complexo, em que a imprevisibilidade é a norma, nenhum CEO pode criar o necessário nível de agilidade em si mesmo. - Numa estrutura privada, Musk será ainda mais constrangido pelos

seus investidores do que atualmente. De facto, como todas as empresas tecnológicas cotadas que obtiveram mais clemência dos analistas e dos mercados do que as indústrias tradicionais, Musk pode acabar com a paciência dos seus investidores privados muito mais rapidamente do que nos mercados fi nanceiros. Se tal acontecer, poderá ser afastado pelos novos proprietários. - Estabelecer uma nova estrutura de propriedade será perda de tempo. Durante algum tempo, poderá distrair Musk e a Tesla de competirem contra os novos concorrentes chineses (e europeus).

STÉPHANE J. G. GIRODprofessor de Estratégia no IMD

AQUILES [email protected]

O grupo SAG fechou o primeiro semestre com um prejuízo de 10,1 milhões de euros, bastante acima dos 600 mil euros registados no mesmo período de 2017. Um dos grandes motores dessa quebra foi a SIVA, importador das marcas Volkswagen, Audi, Skoda, Lam-borghini e Bentley.

“Continuou a verifi car-se, durante o pri-meiro semestre de 2018, a tendência de agravamento do risco de liquidez, que contri-buiu para o declínio da atividade operacional da SAG Gest e, em especial, da subsidiária SIVA”, refere o comunicado enviado pela SAG à CMVM.

O Conselho de Administração da SAG Gest continua, de acordo com a mesma nota, “a desenvolver negociações com potenciais investidores e outros ‘stakeholders’ no sentido de encontrar soluções que permitam garantir a sustentabilidade das principais atividades desenvolvidas na área do comércio e distribui-ção automóvel”.

A empresa salienta, porém, não existir até à data “qualquer decisão ou acordo, nem garan-tia de que os termos de um eventual acordo

venham a permitir salvaguardar a continui-dade do grupo SAG Gest tal como presen-temente tem vindo a operar, nem garantia de que tal acordo venha a existir no futuro”.

O “Jornal Económico” avançou, no fi m de julho, que a SAG Gest estava a negociar a venda da SIVA com a Porsche Holding Salz-burg. Detida na totalidade pela Volkswagen, trata-se da maior distribuidora automóvel da Europa.

Faturação desce

O volume de negócios consolidado do gru-po SAG no primeiro semestre de 2018 foi de 323,6 milhões de euros, menos 2,3% do que os 7,7 milhões do período homólogo. Do ano passado. Já o EBITDA foi de -3,1 milhões de euros, contra 9,7 milhões (positivos) no mesmo período de 2017. Menos mal que o EBITDA estava nos -3,6 milhões no primeiro trimestre, pelo que o valor de janeiro a junho é menos negativo.

Quanto ao valor da dívida líquida consoli-dada, estava, a 30 de junho, em 122,1 milhões de euros, uma redução de 2,4% em relação a 31 de dezembro (125,2 milhões).

SIVA acelera prejuízos da SAG

Banco de Portugal e CMVM criam guia para organismos estrangeiros

O valor sob gestão dos fundos de investi-mento imobiliário (FII), dos fundos espe-ciais de investimento imobiliário (FEII) e dos fundos de gestão de património imo-biliário (FUNGEPI), em julho, atingiu 10,859 mil milhões de euros, menos 12,0 milhões (0,11%) do que em junho.

O montante investido nos fundos de in-vestimento imobiliário recuou 0,2% para 7,814 mil milhões de euros. Nos FEII, o valor aumentou 0,4% para 2,554 mil mi-lhões de euros e nos FUNGEPI desceu

1,0% para 490,3 milhões de euros.No pe-ríodo em análise, os países da União Eu-ropeia foram o destino da totalidade do investimento feito em ativos imobiliários, tendo 44,1% da carteira dos FII e FEII abertos sido aplicados em imóveis do setor dos serviços. Os investimentos realizados pelos FUNGEPI destinaram-se sobretudo ao setor do comércio (44,4% do total). A Interfundos (14,9%), a Norfi n (12,0%) e a GNB (10,1%) detinham as quotas de mer-cado mais elevadas.

MERCADOS

26 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

EURIBOR 3M (22.08) -0,3190EURODÓLAR (22.08) 1,1593 PETRÓLEO BRENT (22.08) 74,73

2,19% Var. Semana 0,00% Var. Semana 5,54% Var. Semana

-3,43% Var. 2018 3,04% Var. 2018 11,68% Var. 2018

Euro/Libra 22/ago .....0,8977

Var Sem ........................ -0,46% Var 2018 ........................ -1,07%

Euro/Iene 22/ago 128,1200

Var Sem ........................ -1,96% Var 2018 .........................5,56%

Euribor 6M 22/ago . -0,3190

Var Abs Sem ..................0,00% Var 2018 .........................1,85%

Euribor 1Y 22/ago .. -0,1670

Var Abs Sem ................. -0,60% Var 2018 ....................... 10,22%

Ouro 22/ago ...........1196,13

Var Sem .........................1,81% Var 2018 ........................ -8,20%

Prata 22/ago ...............14,75

Var Sem ......................... 2,15% Var 2018 ...................... -12,92%

COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER TOTTA

Elon Musk, o Tony Stark da vida real?

Elon Musk está na berlinda com a notícia de que quer privatizar a Tesla, a empresa que conseguiu tornar os

automóveis elétricos num automóvel de prestígio.

Os condutores do Model 3 sentem-se como se conduzissem um carro de coleção, mas sem poluir (desculpem os afi cionados de carros clássicos) utilizando toda a tecnologia e conforto disponível no século XXI e gastando apenas 35 mil dólares e não há desculpas de que a bateria não dure. Consegue ir de Lisboa ao Algarve sem reabastecer, com uma bateria que resiste a 350 km.

O Tony Stark da vida real, para além de ser CEO da Tesla, fundou a SpaceX, no ano 2000, a empresa que o leva à Lua, literalmente. A SpaceX foi a primeira empresa a vender um voo comercial à Lua, mas também faz foguetões, da série Falcon. Alguns fazem missões secretas para os Estados Unidos, mas o grande objetivo de Musk é levar o Homem a Marte.

Mas o currículo de Musk não se fi ca por aqui, em 1995 fundou a Zip2 que criava software para jornais e foi comprada em 1999

pela Compaq, fabricante de computadores, por 370 milhões de dólares. Logo de seguida fundou a X.com, uma plataforma de pagamentos e transferências online de capital, que se fundiu posteriormente com a Confi niti e deu origem à conhecida PayPal. Em 2002, a eBay comprou a Paypal por 1.5 mil milhões de dólares. É vice-presidente da OpenAI, empresa de inteligência artifi cial e fundou também a Neuralink, empresa de pesquisa médica que pretende criar um cérebro-máquina, ou será, um homem de ferro?!

Voltando à atualidade, por que Elon Musk pretende retirar a Tesla da bolsa? No blog da empresa, o CEO explica que, por um lado, ter que divulgar informação periódica sobre o negócio é prejudicial a nível da concorrência direta e, por outro lado, o facto de ser uma empresa cotada em bolsa tem como objetivo apresentar bons resultados trimestrais aos acionistas, fazendo com que se esqueçam os propósitos principais e de longo prazo da empresa e ainda por cima tem que enfrentar os shorts da bolsa.

Para retirar a empresa da bolsa, os

acionistas poderão vender as suas ações a 420 dólares, criando oportunidades de compra neste momento em que as ações estão a valer à volta dos 355 dólares. No dia em que Musk tweetou a intenção de privatizar a Tesla por 420 Dólares por ação, a Tesla subiu mais de 10%, de 342 para 379 dólares. Esta intenção de privatização de Musk foi publicada diretamente na sua página do Twitter, ao jeito do presidente Donald Trump, enquanto a bolsa estava aberta, levando mesmo à suspensão da negociação das ações da empresa para esclarecimentos sobre o seu tweet.

Outra alternativa para os acionistas é fi carem com as ações da empresa privada, mas aí os acionistas terão mais difi culdade em se desfazerem das suas posições, mas poderão votar em assembleias gerais e receber dividendos. Para comprar as ações no mercado, a Tesla pode recorrer a uma operação de LBO – leverage buyout – ou seja, endividando-se no montante da compra.

Já houve alguma empresa que tenha saído de bolsa? Sim, a Dell, utilizando a operação LBO. Michael Dell, fundador e

CEO da Dell, também utilizou os mesmos argumentos que Musk. Precisava de mais liberdade para tomar decisões inovadoras, sem ter que justifi car tudo aos investidores e pressionado pelos relatórios trimestrais. Mas passados cinco anos, a Dell já começou a entrar em bolsa com as suas empresas dependentes e faz planos para colocar a Dell em bolsa. Ser privado tem as suas limitações!

Mas quem irá emprestar tal valor à Tesla? Elon Musk diz que já tem o fi nanciamento garantido.

Mas quem irá fi nanciar uma empresa que nunca apresentou resultados líquidos positivos anuais e apresenta um défi ce de 10 mil milhões de dólares?! Um dos grandes problemas da empresa foi não conseguir responder à procura do Model3. No ano passado, Musk teve que criar uma nova empresa para fazer baterias face à procura inesperada de 500 mil novos pedidos do Model 3. No último comunicado, a empresa diz que já conseguiu assegurar a produção de 5031 carros por semana. Se este nível de produção se mantiver, podem esperar-se lucros para 2019.

CARLA MAIA SANTOSGestora da XTB Portugal

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O importador de marcas como a Volkswagen está em apuros.

Valor dos fundos de investimento imobiliário desce

O Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disponibilizam, nos respetivos sítios na In-ternet, um guia de boas-vindas com os pro-cedimentos para a obtenção da autorização e registo necessários para o exercício da ati-vidade em Portugal por parte de entidades gestoras de organismos de investimento co-letivo.

Os supervisores fi nanceiros querem criar condições para que as sociedades gestoras que pretendam instalar-se em Portugal, nomeada-mente no âmbito de processos de deslocaliza-ção decorrentes da saída do Reino Unido da União Europeia, disponham de acessos fáceis a informação clara quanto aos procedimentos exigidos para operarem no país. De salientar que, em Portugal, o exercício de atividade por parte de sociedades gestoras de organismos de investimento coletivo depende de autoriza-ção e registo junto do Banco de Portugal e de

subsequente registo junto da CMVM. Ainda assim, os processos podem decorrer em para-lelo nos dois supervisores, garantindo maior efi ciência processual e redução do tempo de tramitação. “Trata-se de um único repositó-rio de informação sobre como as entidades interessadas devem contactar os reguladores, quais os procedimentos de autorização e re-gisto em cada um dos supervisores, a legis-lação aplicável e a documentação necessária, bem como o horizonte temporal expectável para a conclusão do processo”, referem as duas entidades em comunicado conjunto.

Os dois reguladores criaram ainda equipas específi cas de contacto com entidades can-didatas a operar em Portugal, que prestarão apoio no esclarecimento de questões abran-gidas pelas suas áreas de competência nos processos de autorização e registo, bem como durante os primeiros meses do exercício de atividade no país.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 27

Altri adquire EDP Produção BioelétricaA Altri chegou a acordo com a EDP para adquirir a totalidade do capital social da EDP Produ-ção Bioelétrica, num valor de 55 milhões de euros. “Este acordo permitirá à Altri prosseguir asua estratégia de melhoria contínua na integração entre a fileira florestal produtora de biomas-sa e a produção de energia a partir deste recurso renovável, aumentando a sua capacidade de contribuição activa para a melhor ia do ordenamento e da limpeza da floresta e, consequen-temente, para a sua sustentabilidade, preocupação actual e absolutamente premente no nossopaís, o que para a Altri, desde há largos anos, constitui uma das suas prioridades”.

Comercialização de produtos financeiros tem novas regrasEstá em vigor a lei que altera as regras de comercialização de produtos financeiros e de orga-nização dos intermediários financeiros e que transpõe para o ordenamento jurídico nacional a nova Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF II). Considera a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que o diploma assume como tema central o reforço da proteção dos investidores não profissionais e a responsabilização de todos os agentes de mercado. Além do aumento dos deveres de informação a ser prestada ao cliente, aumentam também os deveres de conhecimento do cliente e dos produtos e serviços que melhor se adequam ao seu perfil.

O Crédito Agrícola renovou o seu pa-trocínio à FATACIL - Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indús-tria de Lagoa. Considerada a maior feira do sul do país, o evento arrancou no dia 17 e decorre até domingo (dia 26), no Parque Municipal de Feiras e Exposições daquela cidade algarvia.

O banco indica, em comunicado, que, “através desta presença, reforça a sua proxi-midade às comunidades locais e aos setores agrícola e industrial da região”.

A 39ª edição da FATACIL destaca, uma vez mais, os vinhos da região e a aposta na valorização da gastronomia local. Durante dez dias, cerca de 700 expositores mostra-ram exemplos de agricultura, comércio, indústria, artesanato e gastronomia. Além disso, os visitantes podem assistir a concer-tos musicais com artistas do top nacional, espetáculos de arte equestre, atuações de ranchos folclóricos e de outras intérpretes genuínos da cultura portuguesa. A edição deste ano do certame conta com uma pro-gramação musical para todos os gostos,

onde se encontram nomes como Gabriel O Pensador, Mariza, Virgul, HMB, José CID, Quim Barreiros, Amor Electro, Ri-chie Campbell, Carolina Deslandes e C4 Pedro.

No certame é ainda possível visitar o stand do Crédito Agrícola e conhecer a oferta de produtos e serviços do banco. O dia 18 foi o Dia do Crédito Agrícola, pelo que a instituição dinamizou passatempos com oferta de brindes aos visitantes e aos clientes. “A renovação deste patrocínio vai ao encontro da política de apoio do grupo CA ao desenvolvimento e à promoção das regiões, cultura e tradições locais”, indica a nota de imprensa do banco.

Crédito Agrícola volta a apoiar

FATACIL

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AQUILES [email protected]

O crédito à habitação e ao consumo to-talizaram cerca de 8500 milhões de euros durante o primeiro semestre de 2018, o que corresponde a um ritmo diário de 47 milhões de euros por dia, segundo o jor-nal “Público”. Nos primeiros seis meses de 2017, o valor foi de 6951 milhões de euros, correspondentes a 38,6 milhões de euros por dia.

Entre janeiro e junho, o crédito à habi-tação acumulado ascendeu a 4774 milhões de euros, seguido muito de perto pelos 3688 milhões do crédito ao consumo.

Só em em junho, os bancos portugueses emprestaram mil milhões para crédito à habitação (o valor mais alto desde 2010) e 631 milhões para consumo (um cresci-mento de 16% em termos homólogos)

Para a aceleração no volume de créditos

pedidos em junho contribuiu “a menorrestritividade [ou maior flexibilidade] dos critérios de concessão de empréstimos às famílias para aquisição de habitação”, deacordo com um inquérito do Banco dePortugal, realizado em julho, junto dos principais cinco bancos nacionais. Junho foi, recorde-se, o mês anterior à entradaem vigor de regras mais apertadas, criadaspelo regulador para evitar o endividamen-to excessivo das famílias.

Banca emprestou

47 milhões por dia às famílias

no primeiro semestre

AQUILES [email protected]

A morte de Pedro Queiroz Pe-reira, no sábado (dia 19) à noite, apanhou o mundo empresarial de surpresa. O dono do grupo Se-mapa (proprietário da papeleira Navigator e da cimenteira Secil) e de uma das maiores fortunas do país faleceu após cair das escadas de um iate, em Ibiza.

“Mais do que um património, Pedro Queiroz Pereira deixa força e deixa valores. Força numa estru-tura empresarial robusta e com uma liderança profissional organi-zada e empenhada em continuar o caminho em curso, mas princi-palmente valores como a coragem, independência, frontalidade e ho-nestidade, com que sempre geriu as suas empresas e que deixa como legado a todos os mais de seis mil

colaboradores da Semapa e das suas participadas Navigator, Secil e ETSA”, refere um comunicado da Semapa. A comunicação es-panhola deu conta que agentes da

polícia local fizeram uma inspeção à embarcação e abriu uma investi-gação ao caso. “A Polícia nacional abriu uma investigação aos factos, embora tudo aponte para que se

tenha tratado de um acidente fa-tal”, escreveu o “Diário de Ibiza”. Com efeito, isso parece ser um procedimento habitual nestes casos. O semanário “Expresso” adiantou, aliás, que a causa para a queda e morte do empresário de 69 anos terá sido um “ataque car-díaco fulminante”.

De acordo com a edição portu-guesa da revista “Forbes”, Pedro Queiroz Pereira tinha a quinta maior fortuna de Portugal, esti-mada em 1129 milhões de euros. Já no ranking da “Exame”, Quei-roz Pereira estava no sétimo lugar, com um património avaliado em mais de 700 milhões de euros.

Paixão pela competição automóvel

Além de um dos maiores em-

presários do país, teve também umpercurso invejável como piloto,mundo onde era conhecido comoPêQuêPê. Tal como o irmão Mê-quêpê (Manuel Queiroz Pereira),correu nos ralis e velocidade, che-gando a fazê-lo na Fórmula 2. Foicampeão nacional velocidade, nogrupo Turismo em 1987 e 1988,com o inesquecível BMW M3 daPoligrupo.

Pedro Queiroz Pereira foi ami-go de Ayrton Senna. A amizadearranca no Brasil, onde o empre-sário chegou a viver depois do 25de Abril e começou com a carreirade piloto, que viria a dividir como mundo dos negócios. A relaçãocom o mítico piloto brasileiro foi,de resto, um dos grandes impul-sionadores para Ayrton Sennaescolher Portugal para viver naEuropa.

Pedro Queiroz Pereira: perdeu-se “liderança com valores”

O empresário tinha 69 anos.

Critérios apertaram a partir de julho. O Banco de Portugal aprovou recomendações mais restritas

Portugal decidiu, nas últimas semanas, impulsionado pela vaga ensaiada por “espanha”, com a

abertura de fronteiras promovida por Pedro Sánchez à entrada de dezenas de milhar de migrantes – com o fim da invasão, por deliberação, frontal e corajosa, do Governo italiano, impulsionada pelo mandato expresso que lhe foi conferido pelos eleitores transalpinos, nas eleições realizadas a 4 de março de 2018 e que conferiu uma maioria esmagadora à LN (liderada por Matteo Slavini) e ao M5S (liderado por Luigi di Maio), que tomou posse 88 dias depois, e após, as sucessivas tentativas do Politburo de Bruxelas para o impedir –, ensaiar o convite a que parte dos que são transportados no Mediterrâneo por organizações criminosos de traficantes fossem acolhidos em território nacional.Não é uma novidade. Já anteriormente, desde 2014, tinham ocorrido algumas tentativas para um acolhimento propagandístico de ditos “refugiados” (então uma designação na moda, pois eram tidos como “sírios”, sem embargo a esmagadora maioria nem sequer saber onde se localiza a Síria…). Um logro, sem sucesso, pois rapidamente se apercebeu que os ditos “refugiados” apenas usavam o nosso país como plataforma para migrarem para outras paragens, bem mais atractivas, por essa “europa”… e as escassas dezenas que foram recebidos nos chamados “Centros de Acolhimento”, seja na Bobadela, seja em Aveiro, para além de serem brindados com os habituais subsídios e alojamentos financiados pelos contribuintes portugueses, usavam tais prebendas para condutas ilícitas (lavagem de dinheiro, falsificação de cartões de crédito e de documentos de identificação, auxílio à imigração ilegal,…) e, em vários casos, para a prossecução de actividades terroristas.Eram, já então, conhecidas as redes em que vários destes terroristas islâmicos operavam. Entre estes, os mais famosos (entre outros que às mesmas se dedicavam na sombra), acabaram por ser identificados e, mais tarde, detidos ou mortos, por autoridades policiais e militares, não em Portugal, mas em França, na Alemanha e no Luxemburgo, ou nos territórios então controlados pelo Daesh. Beneficiando do estatuto de “refugiados”, do regime de asilo e de autorizações de residência, Hicham El-Hanafi, Abdesseam Tazi, Abdessamad Anbaoni Yahya Nouri, Abderrahman Bazouz, Yahya Nouri, El Mehdi Kassim, Yassine Bousseria e, entre outros (uns já identificados, outros que continuam a sua missão), todos apresentam algumas características comuns: nunca foram “refugiados” (apesar de terem obtido, com o beneplácito das autoridades portuguesas, tal “estatuto” e benesses associadas), muito menos “sírios” (apesar de ostentarem passaportes e vários outros

documentos forjados, com vários nomes e idades falsas), todos apresentados e considerados como “muçulmanos moderados”, “simpáticos bons rapazes” e com fundos bastantes para viajarem e circularem de e para Portugal, com passagens pela França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Turquia, Iraque, Síria (e, mesmo, pelo Brasil, Venezuela, Colômbia, entre outros destinos mais ou menos “turísticos” e onde o terrorismo anda de mão dada com gangs de tráfico de seres humanos, drogas e armas), a expensas dos tais subsídios concedidos pelo Estado português, complementados por quantias recolhidas junto de outros elementos desta rede terrorista islâmica, a mando e sob coordenação de Boubaker El-Hakim, Wallid Hamam, Mohamed Abrini e Abdelhamid Abbaoud, para compra de armas e explosivos e atentados terroristas que se viriam a perpetrar, em 2016 (apesar de alguns terem sido, a tempo, evitados), mormente em Paris e em Bruxelas.Muitos (embora cada vez menos) ainda dirão que é “fascismo, xenofobia, racismo, islamofobia, etc…), associar esta “vaga “ de ditos “refugiados” (agora, finalmente, já suavizaram a adjetivação para “migrantes”), ao terrorismo islâmico, pois

haveria, entre eles, “muitos” muçulmanos “moderados” e que, entre aqueles e estes, muitas “mulheres, crianças e idosos”… só que, como se vai evidenciando, a esmagadora maioria não são, de todo, nem mulheres, nem crianças (usadas, à exaustão, como meros figurantes desta fábula para as câmaras de TV), mas, outrossim, jovens mancebos em idade militar que de “moderados” nada têm! Porém, nem assim, se consegue dissociar esta verdadeira fábula de uma realidade que, cada vez mais, se vai impondo como uma manobra que, de facto, é uma pura e simples propaganda populista, demagógica e hipócrita, adoptada por idiotas úteis e charlatães do Jihadismo, que, como Sadiq Khan, se foram aproveitando da ingenuidade de mutos, cedendo ao ideário que se vem formando, em torno de “causas fracturantes”, gizadas, desde a década de 60 do século passado, em torno da chamada “Escola de Frankfurt” e dos seus hodiernos financiadores, seja no Irão, na Arábia Saudita, no Qatar e, no próprio Ocidente, onde George Soros surge como o mais conhecido, e a quem, entre outros, Merkel, Macron, Junker, e agora Sánchez, ainda teimam seguir, com um único,

singelo e objetivo propósito: a erosão (que não foi alcançada com o desmoronar da ex-URSS) das democracias liberais que ainda sobrevivem na civilização ocidental, no continente europeu.Afinal, os mesmos que procuram apagar que esta realidade foi determinada, como “Hijrah”, em fevereiro de 2014, por uma “Fatwa” lavrada por Abu Bakr Al-Baghadi, em que se determinou, meticulosamente, todo este processo que se foi desenvolvendo até aos dias de hoje e que, a não ser que, de uma vez por todas, os povos e as nações que são o seu alvo, recuperem as suas soberanias e, em eleições, livre e democráticas, respondam a este desafio (como o já têm deixado claro, seja na Áustria, na Hungria, na Polónia, na República Checa, na Eslováquia, em Itália e, mesmo, com sinais inequívocos, na própria Alemanha, em França, no Reino Unido ou na Holanda e, como se espera, em setembro, num dos países que mais vem sofrendo com esta verdadeira invasão: a Suécia).Dirão, ainda assim, alguns deserdados do império soviético, que a maioria destes “refugiados” (ora catalogados como “migrantes”) – na realidade jovens mancebos ao serviço do Islão – são

“pobres” muçulmanos “moderados” que “apenas querem encontrar no Ocidente um espaço para fugir à guerra e à miséria de que são vítimas nos países que foram colonizados por nós”… outra falácia! A vários títulos que a narrativa “politicamente correta” pretende fazer iludir: se foram “colonizados”, foram “descolonizados” por poderes totalitários que se revelam sanguinários, assassinos, corruptos e permeáveis seja a novos impérios (cujo espaço, depois da queda do Muro de Berlim, foi paulatinamente ocupado pela China), seja os teocráticos regimes ditatoriais do Irão e da Arábia Saudita e seus satélites. E, nestes casos, importa questionar o mito do “Islão moderado”! Onde existe? Quem o perfilha? Quem o “representa”? O Hamas? O Hezbollah? O Daesh? A Al-Qaeda? As organizações terroristas suas afiliadas? Quem as financia? Que países muçulmanos acolheram ou acolhem estes “refugiados”? (Dirão alguns dos habituais idiotas úteis que a Turquia do novo Sultão Erdogan acolheu e ainda tem no seu território “milhões de refugiados sírios”… mas “esquecem” que foram injetados, pelo menos, seis mil milhões de euros, de impostos dos contribuintes europeus

para pagar a chantagem deste títere, cedidos por Merkel, Junker, Hollande e Macron, e pela decrépita “onu”, naquela que foi e continua a ser uma das mais vergonhosas, populistas, demagógicas e hipócritas operações de tráfico humano que a História conheceu, como moeda de troca para o genocídio dos Povos Curdos, Yasidis, Drusos e, mesmo, dos cada vez menos Cristãos que ainda sobrevivem na região, que o novo Império Otomano pretende, com o beneplácito da Rússia e do Irão, promover, à semelhança do que sucedeu aos Povos Judeu e Arménio, na primeira metade do Séc. XX!). Algum muçulmano aceita ou se reconhece (sem se considerar insultado, sabendo que a Apostasia é um crime punido com a morte de acordo com a Sharia) como “moderado”? Será que é necessário relembrar que o Islão, é, como sempre foi, uma ideologia política, religiosa e militar, belicista e imperial, supremacista, cujo propósito é claro: o Califado Mundial, com imposição da Sharia como ordenamento jurídico, seja no seu seio, seja nos territórios visados pela Hijrah, ditada no Al-Corão?! A propalada “religião da paz” que é sempre invocada pelos tais muçulmanos “moderados” – os tais que se propagandeia que são “bons rapazes, sem antecedentes criminais” até que se descobre que decidem perpetrar atentados terroristas em nome de Allah, violações de jovens ocidentais (sob o pretexto que são “infiéis” por não cobrirem o corpo de acordo com os cânones prescritos pela Sharia), que, deliberadamente, se excluem de qualquer tentativa de “integração multicultural” (por entenderem que a cultura dos povos que os acolhem é “promíscua” e “decadente”), mas que, sem rebuço ou pecado, optam por se locupletar de subsídios, prestações sociais e alojamento gratuito, que acumulam com atividades de economia subterrânea (tráfico de seres humanos, droga e armas, pedofilia, lavagem de dinheiro sujo, etc.), sempre sob o espectro da chantagem de acusar de “islamofobia” quem ousa denunciar estas práticas. Enfim, os anátemas que junto à miríade dos demais rótulos (“racismo” – como se não houvesse, entre muçulmanos, indivíduos de todas as raças, inclusivamente, arianos –, ou o costumeiro “fascismo” – como se o nazijihadismo não fosse mais do que a evolução das concepções hitlerianas e antissemitas nos tempos modernos). Haverá, ainda, paciência, tempo e dinheiro para dar cobertura a este populismo, demagógico e hipócrita, que ainda campeia nos M(ain)S(tupidity)M(edia)? O tempo o dirá!... E, como ainda estamos em tempo de férias, uma recomendação de leitura esclarecedora deste fenómeno: a recente obra de Douglas Murray, “A estranha morte da Europa: Imigração, Identidade Religião”, Ed. Saída de Emergência.

O Islão, é, como sempre foi, uma ideologia política, religiosa e militar, belicista e imperial, supremacista, cujo propósito é claro: o Califado Mundial

A “fábula” dos ditos “refugiados” e o mito do Islão “moderado”

M. JORGE C. CASTELA Economista e [email protected]

Investor Relations

Valor negociado em day-trading cai quase 29%O valor total negociado em day-trading na Euronext Lisbon caiu 28,6%, no segundo tri-mestre, face aos três meses anteriores. Em média, o valor negociado por intermediário finan-ceiro decresceu 33,1%, refere a CMVM. No segmento acionista, estas transações registaram uma descida de 1,4 pontos percentuais, representando 3% do valor negociado.No mesmo período, 98,5% do valor da negociação em “day-trading” foi efetuado por investidores não institucionais.

Banco de Espanha defende moeda digital emitida por um banco centralO Banco de Espanha defende que uma moeda digital emitida por um banco central poderia ter importantes efeitos sobre a transmissão da política monetária. No entanto, pede cautela devido à incerteza dos riscos associados, que considera significativos. Através da melhoria da condução da política monetária seria possível um maior controlo das rentabilidades do mer-cado, face às que se defrontam os aforradores e os credores.

MERCADOS

28 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

VÍTOR [email protected]

Acredita na valorização de ações europeias? O plano é espe-rar que os três títulos europeus, o Intesa Sanpaolo, o Deutsche Telekom, e a Anheuser-Busch In-Bev valorizem durante os próxi-mos 12 meses e será possível uma remuneração da ordem dos 3,5% TANB.

A proposta é do Millennium bcp através dos títulos de dívida “Millennium Cabaz 3 Ações se-tembro 2023” e que têm um pra-zo de cinco anos, com garantia de capital no vencimento e uma remuneração anual mínima. O investimento mínimo é de mil euros e o período de subscrição termina a 5 de setembro próxi-mo.

O que tem de particular esta aplicação é o facto de ter um prazo de cinco anos mas existe um reembolso antecipado au-tomático durante os quatro pri-meiros anos se o preço de fecho de todas as ações que compõem o cabaz nas respetivas datas de observação anual for igual ou superior ao registado na data de início do produto é que é 10 de setembro. Ora, em caso de su-cesso total, com os três títulos a registarem uma performance positiva haverá lugar ao reem-bolso antecipado automático e que poderá acontecer logo no primeiro ano. A remuneração de 3,5% TANB é para este cenário, mas se o resultado for negativo para um dos títulos o retorno médio será negativo de 1,735% no primeiro ano, podendo diluir

para os 0,3% negativos ao fim de três anos e ao fim de cinco anos haverá um retorno mínimo positivo de 0,1% em termos de TANB. Mas será preciso esperar pelos cinco anos para recuperar o capital investido e obter uma pequena remuneração, caso o cenário seja negativo ao longo dos cinco anos, com uma das empresas a registar uma evolu-ção negativa. Caso o resultado seja positivo nas três empresas, a remuneração será muito inte-ressante mas a aplicação apenas irá durar um ano. Se a situação positiva acontecer ao fim de três anos a remuneração em termos de TANB cairá para 1,798% e se apenas houver um resultado po-sitivo no quinto ano de vigência do contrato, a remuneração será de 1,232% ANB.

Este depósito estruturado tem o risco de “bail-in”, com perda de capital, para além do risco de liquidez e ainda o risco de alte-ração das condições contratuais por parte das autoridades. As em-presas que servem de ativo sub-jacente são conhecidas. A Intesa é um grupo financeiro italiano, com sede em Turim, enquanto o Deutsche Telekom atua nas áreas das telecomunicações, e a InBex é um grupo cervejeiro belga que produz na Europa, Américas e Ásia.

Santander Totta propõe investir no dólar

Uma alternativa de aplicação de fundos é o “Depósito USD--Cabaz Índices de Ações” do Santander Totta. Esta é uma

aplicação a dois anos em dólares, com um mínimo de mil dólares e um prazo de subscrição até 21 de setembro próximo. Como depósito estruturado tem como base um cabaz e que são os índi-ces acionistas Euro Stoxx 50 e o S&P 500. Refere a ficha técnica que a remuneração na data de vencimento será igual a 85% da rendibilidade média trimestral do cabaz, com um mínimo de 0,8% e um máximo de 12%.

Este produto tem a o respaldo do Fundo de Garantia de Depósi-tos até ao valor equivalente a 100 mil euros, mas durante os dois anos não é possível a mobilização antecipada. Os cenários indicam que em condições ótimas a remu-neração será de 5,918% TANB e em más condições a remuneração será de 0,395% TANB.

A NOSSA ANÁLISE

Aplicações em ações europeias e dólar americano oferecem até 3,5%

VW menos confiante quanto aos resultados anuaisA VW está menos confiante quanto aos seus objetivos anuais, sobretudo devido aos desafioscolocados pelo protecionismo no setor automóvel. O construtor alemão previa, para a globali-dade do ano, uma margem de exploração entre os 6,5% e os 7,5%, um objetivo que será agoramais difícil de alcançar. A margem operacional será moderadamente em baixa. As exigências emtermos regulatórios são cada vez maiores, alertou o construtor automóvel.

Mota Engil obtém contrato na ArgentinaA Mota Engil obteve a adjudicação de um contrato de construção e concessão do Corredor Sur, em Buenos Aires, na Argentina. A concessão tem uma extensão de 247 km e um período de vigência de 15 anos. A obra tem um valor estimado de cerca de 900 milhões de dólares. O perfil financeiro da concessão inclui pagamentospor disponibilidade, os quais asseguram o valor das obras de reabilitação e de alargamento em 80% do investimento total.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 29

Os mercados internacionais despertaram para episódios de volatilidade abrupta no verão, com a emergência de

novos riscos nas economias emergentes. Após três meses da Argentina negociar um pacote de assistência com o FMI, desta feita surge a Turquia a centrar os holofotes da imprensa global pelos piores motivos. Não podemos considerar este fenómeno totalmente surpreendente em função dos desequilíbrios macroestruturais acumulados pela Turquia – num momento desajustado face à nova era de tightening quantitativo liderado pela economia líder (EUA). Diagnóstico da crise: política fiscal relaxada, défices de conta corrente persistentes, inflação descontrolada (três vezes acima do objetivo), elevado endividamento do sector privado, nomeadamente em moeda estrangeira – o que fragiliza muito o país com esta crise cambial que se agudizou com o escalar das tensões diplomáticas e comerciais vigentes com os EUA. Para além disso, o país perdeu credibilidade política (dúvidas também sobre a independência do Banco Central), após o líder do país Erdogan ter reforçado os seus poderes executivos na sequência do sufrágio eleitoral realizado em Junho. Neste particular, é público que Erdogan já manifestou a sua veemente oposição a qualquer subida da taxa de juro de referência que atualmente se situa muito próxima do nível de inflação (15.85%). Ainda assim, na semana passada assistimos a um rebound moderado da Lira Turca,

nomeadamente depois do Governo ter anunciado uma flexibilização das condições de financiamento às empresas do país, bem como a aplicação de medidas mais restritivas em torno de swaps cambiais que envolvem a Lira Turca e do Banco Central ter restringido as operações repo semanais que se traduzem num agravamento “escondido” das condições de financiamento, uma vez que obriga as instituições financeiras a recorrerem a “funding” via taxas overnight mais elevadas. Estima-se que o Banco Central da Turquia poderá agravar as condições de financiamento até 300 p.b. recorrendo estritamente a medidas de “tightening” monetário que não envolvam a subida da taxa de juro de referência. Não obstante, o cenário de subida da taxa de referência parece-nos provável para conter a espiral descontrolada da inflação, o agravamento das condições de financiamento do país, os outflows massivos de capital e a significativa desvalorização da lira turca. Entre as medidas de resposta tradicionais à crise, apenas o cenário de taxas de juro mais altas poderá devolver a médio prazo uma maior estabilidade ao país. Já a política orçamental deverá ser gradualmente mais restritiva, apontando-se já cortes na despesa de EUR seis mil mn até final de 2018. Outras medidas de resposta à crise poderão passar pelo apoio de parceiros internacionais, tendo sido veiculado a possibilidade do Qatar conceder linhas de financiamento até EUR 15 mil mn, sendo que o recurso a um programa de assistência

ao FMI parece-nos uma possibilidade inverosímil. Recordamos que a Turquia tem necessidades de refinanciamento (agregando dívida pública e privada) próximas de USD 100 mil mn até 2020. Já a introdução de medidas de controlo de capitais e/ou a nacionalização de dívida do sector privado afiguram-se medidas pouco prováveis, a não ser que a espiral da crise continue a agravar-se.A importante questão é, portanto, aquela que colocámos no título deste artigo. Ficará a crise da Turquia confinada ao país, ou poderá a situação deteriorar-se e implicar consequências mais graves nos mercados internacionais. Os dois mecanismos de transmissão são óbvios: 1) via sector financeiro Europeu; 2) eventual “spillover” para outras economias emergentes;No que respeita ao sector financeiro Europeu, a exposição dos Bancos do Velho Continente à Turquia ascende a EUR 160 mil mn. É um valor que não sendo desprezível, também não é excessivo, para além desta exposição ser confinada a um número de players restritos (BBVA, Unicredit, BNP Paribas e ING). Pensamos que grande parte dos riscos já se encontra descontados, justificando esta perspetiva com o exemplo do ING: desde a eclosão da crise, a instituição Holandesa já perdeu mais de EUR cinco mil mn da sua capitalização bolsista, o que equivale praticamente a metade do total do seu “loan book” naquele país! Estamos em crer que a recuperação dos bancos europeus ao nível da rendibilidade, liquidez e capitalização não fica em causa

perante o episódio sísmico na Turquia.No que respeita às economias emergentes, o contágio ao nível de sentimento parece-nos natural nesta fase, mas convém ressalvar o cariz idiossincrático do caso turco. A nível agregado, a taxa de inflação da região encontra-se a níveis historicamente baixos e os saldos de conta corrente são globalmente confortáveis. Já a volatilidade do bloco emergente atingiu níveis de 2015 (crise na China) e o mercado acionista da região entrou praticamente em bear market, pelo que o mercado não tem sido complacente com a região. Parece-nos que a tendência até final do ano será ditada pelo evoluir da direção do USD e não tanto pelo que será o desenlace específico da crise turca. Parece-nos um sinal dos tempos, com a realidade do bloco emergente a tornar-se, assim, um epifenómeno progressivamente divergente.Em conclusão, pensamos que a resposta à questão colocada no título do texto afigura-se um parcial “NIM”, tendo em conta que a Turquia não acarreta uma dimensão sistémica, mas não deixa de ser um “peixe graúdo” que sucumbe à nova era de tightening quantitativo – menor liquidez e custos de financiamento mais elevados. Países com idênticas fragilidades poderão enfrentar destino similar (África do Sul, Colômbia, etc.), mas esta sequência de crises no bloco emergente ainda nos parece insuficiente para fazer “disparar os alarmes” sobre a evolução macroeconómica de países sistémicos e geograficamente distintos, como são o caso de China, Itália e os próprios EUA.

Verão quente na Turquia – Risco endógeno ou sistémico?

JOÃO LAMPREIAhead of Research do BiG

Eur/Usd ressalta em mínimos de 13 meses

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Após a consolidação nos níveis em torno dos 5600 pontos e muito próximo da linha superior do canal descente, o PSI 20 acabou por recuar cerca de 200 pontos, testando o limite inferior do canal descendente. O teste aos 5400 pontos foi muito breve, tendo o índice ressaltado, libertando alguma pressão bearish ao atingir níveis oversold. O índice nacional segue a negociar ligeiramente acima dos 5500 pontos e os indicadores técnicos apontam para a continuidade do ressalto e, posterior, teste aos 5600 pontos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX recupera ligeiramente em alta, após ter atingido mínimos de finais de junho no dia 15 do presente mês, quebrando a linha de tendência ascendente que já perdurava desde inícios de 2016. Apesar de ter recuperado para valores um pouco acima da mesma, não poderá ser descartada uma inversão da tendência crescente que se tem verificado ao longo dos últimos dois anos e meio. O índice alemão testa agora a linha de retração fibonacci dos 38.2% nos 12 436 pontos. O MACD parece apontar para uma valorização do DAX. Caso a referida barreira seja quebrada, poderá vir a ocorrer um teste à resistência dos 12 600 – 12 660 pontos.

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/UsdO Eur/Usd quebrou o limite

inferior do triângulo descenden-te e testou os $1.1300 – míni-mos não vistos há mais de 13 meses. Com este o ressalto nos $1.13, o par definiu um canal descendente, no qual se encon-tra a negociar. O par ao romper a retração 23.6% de fibonac-ci, juntamente com o sinal de compra do MACD, aumenta a perspetiva de um possível teste à zona de negociação entre os $1.1650 e o nível de retração de 38.2%.

Eur/JpyO Eur/Jpy ressaltou no supor-

te dos 124.60 ienes, tendo pos-teriormente derrubado a barrei-ra de retração fibonacci dos 50% nos 126.16 ienes. O MACD a poderá vir a apontar em breve para uma valorização do par,

caso o cruzamento das médias móveis seja mais evidente. Caso isso se confirme, será possível um teste ao nível de retração fi-bonacci dos 61.8% nos 128.85 ienes, próximo da média móvel de 50 dias.

Eur/GbpO Eur/Gbp recupera de for-

ma ligeira, depois de ter regis-tado uma queda após os má-ximos de nove meses atingidos no início de agosto. O câmbio negoceia agora dentro do canal ascendente iniciado meados de junho e acima da linha de tendência crescente com co-meço em abril. Caso prossiga em alta, será relevante observar se o câmbio irá conseguir der-rubar com sucesso a barreira dos £0.90. Caso isso suceda, a próxima barreira situa-se nos £0.9030.

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,00%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,25% Euro Deposit Facility -0,40%

*desde 10 de março 2016

EUA FED Funds 2,00%R.Unido Repo BoE 0,75%Brasil Taxa Selic 6,50%Japão Repo BoJ -0,10%

EUR/USD

DIOGO MEIRA [email protected] | RAFAEL CALHEIROS [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses implícita

setembro 18 -0,310%novembro 18 -0,290%

março 19 -0,275%dezembro 19 -0,125%

junho 20 0,025%dezembro 20 0,180%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 -0,320 -0,3003X6 -0,310 -0,2901X7 -0,270 -0,2503X9 -0,250 -0,230

6X12 -0,230 -0,21012X24 -0,010 0,011

*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y -0,150 -0,1403Y -0,020 -0,0105Y 0,265 0,2708Y 0,656 0,666

10Y 0,873 0,878

Obrigações 5Y 10Y 0,59 1,80

0,35 1,390,03 0,69-0,28 0,342,31 3,061,00 1,262,71 2,83-0,08 0,10

Fontes: Reuters e IMF

Nas duas últimas semanas, as referências Euribor alteraram-se muito pouco, mas vai prosseguindo lentamente a subida destes indexantes. Não há ainda materialidade na subida, porque as taxas continuam bem negativas e apenas alguns pontos base acima dos mínimos. Mas, em todo o caso, parece evidente que os mínimos já foram vistos no final de 2017 no que respeita à Euribor a 12 meses e no primeiro trimestre de 2018 para os indexantes até seis meses.As taxas fixas em swap têm-se mantido bastante estáveis durante este verão, praticamente ignorando alguma volatilidade que tem caracterizado a evolução dos rendimentos das obrigações soberanas na zona euro. A crise da lira turca continua a ser um fator importante no curto prazo, precisamente por introduzir alguma volatilidade nas taxas de juro das obrigações dos países da Zona Euro. Até agora, aparentemente, os títulos soberanos até têm conseguido beneficiar com a turbulência nos mercados emergentes. Este benefício parece ser contraditório com algum

pânico observado na semana passada devido à alegada exposição da banca europeia, especialmente a italiana, à economia turca.Na Alemanha, os juros aproximaram-se de mínimos de um mês, tocando nos 0.3% a 10 anos, ainda que já se encontrem a ganhar algum terreno. Qualquer sinal de turbulência, especialmente nos mercados emergentes, tende a empurrar os investidores para ativos mais seguros, como é o caso da dívida alemã. Os juros da dívida francesa a 10 anos também recuaram para tocar num mínimo de quatro semanas nos 0.65%. Nos países mais periféricos, as dúvidas face à Itália permanecem, depois de a Moody’s ter anunciado que estenderá o período de avaliação do rating italiano. Esta notícia renovou o interesse dos investidores por dívida italiana, levando a que os juros recuassem da barreira dos 3% pela primeira vez desde 10 de agosto. Note-se que o motivo para esta extensão é a incerteza face ao plano orçamental do novo governo e não uma maior confiança no governo em si. Como consequência, o spread entre

Alemanha e Itália caiu 12 pontos base. A dívida portuguesa seguiu o mesmo caminho, com os juros a tocarem em mínimos de 30 de julho. O destaque da semana veio da Grécia, que finalizou formalmente o programa de ajuda externa, ainda que existam muitas dúvidas face à capacidade de o país estar agora numa situação sustentável.Nos EUA, Donald Trump voltou a “alfinear” a FED, alegando que as subidas das taxas de juro têm levado à valorização do USD e são prejudiciais à economia. A consequência imediata, foi o recuo do USD dos máximos de 13 meses face ao euro, ainda que esta reação seja algo exagerada. A independência da FED e a força das instituições americanas faz com que as interferências do Presidente na política monetária sejam muito difíceis de se materializar. Nos últimos meses, a subida dos juros do dólar têm dado uma ajuda ao BCE, visto que um Eur/Usd mais baixo favorece uma maior inflação na Zona Euro.

ANÁLISE PRODUZIDA A 22 DE AGOS-TO DE 2018

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE GARCIAEconomista da IMF – Informação de Mercados [email protected]

Taxas de juro estáveis no verão, mas Euribor já viram o seu mínimo

22.agosto./18Var. Semanal

(%)

Var. a 30 dias

(%)

Var. desde

1 jan (%)

EUR/USD 1,1589 2,37% -2,33% -3,37%

EUR/JPY 128,08 1,92% -4,35% -5,13%

EUR/GBP 0,8993 0,90% 2,51% 1,36%

EUR/CHF 1,1401 0,99% -2,26% -2,57%

EUR/NOK 9,6808 1,36% -1,89% -1,62%

EUR/SEK 10,5075 1,00% 5,46% 6,74%

EUR/DKK 7,4588 0,02% 0,23% 0,19%

EUR/PLN 4,2821 -1,07% 1,89% 2,52%

EUR/AUD 1,5785 0,74% 1,28% 2,86%

EUR/NZD 1,7319 0,30% 0,22% 2,78%

EUR/CAD 1,5126 1,98% 0,61% 0,58%

EUR/ZAR 16,5803 0,06% 2,52% 11,99%

EUR/BRL 4,6912 5,98% 21,67% 18,08%

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)21.agosto 2018 26.janeiro 2018 16.fevereiro 2018

1M -0,371% -0,369% -0,002 -0,369% -0,002

3M -0,319% -0,328% 0,009 -0,328% 0,009

6M -0,266% -0,278% 0,012 -0,274% 0,008

1Y -0,167% -0,191% 0,024 -0,192% 0,025

MERCADOS

30 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

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PAINEL BANCO SANTANDER TOTTATÍTULOS EURONEXT LISBOA

Este relatório foi elaborado pela Tesouraria do Banco Santander Totta, telf 21 381 65 80, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fi dedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de com-pra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

TítuloÚltima

Cotação

Variação

Semanal

Máximo

52 Sem

Mínimo

52 Sem

EPS Est

Act

EPS Est

Fut

PER Est

Act

PER

Est Fut

Div. Yield

Ind

Div. Yield

EstData Act Hora Act

INDUSTRIA DE DISENO TEXTIL 28,410 3,35% 33,739 23,000 1,148 1,257 24,747 22,601 1,90% 2,82% 22-08-2018 16:38:00

REPSOL SA 16,515 2,04% 17,510 13,670 1,647 1,257 24,747 22,601 1,90% 2,82% 22-08-2018 16:38:00

TELEFONICA SA 7,340 -0,43% 9,265 7,160 0,709 0,777 10,353 9,447 5,45% 5,50% 22-08-2018 16:38:00

SIEMENS AG-REG 110,940 1,13% 125,950 99,780 7,380 7,913 15,041 14,028 3,33% 3,42% 22-08-2018 13:40:54

CARREFOUR SA 15,550 3,70% 20,830 12,955 0,980 1,153 15,867 13,487 2,96% 3,02% 22-08-2018 16:35:13

BAYER AG-REG 83,430 3,27% 118,042 75,500 6,188 7,830 13,549 10,708 3,30% 3,38% 22-08-2018 16:35:05

DEUTSCHE BANK AG-

REGISTERED10,000 1,78% 17,125 8,755 0,449 0,881 22,281 11,355 1,10% 1,40% 22-08-2018 13:40:36

RWE AG 21,440 1,28% 22,600 14,000 1,498 1,674 14,266 12,766 - 3,26% 22-08-2018 16:35:12

VOLKSWAGEN AG 137,700 0,73% 191,800 128,100 24,817 28,433 5,537 4,832 2,83% 3,87% 22-08-2018 16:35:06

ING GROEP NV-CVA 11,990 1,96% 16,692 11,600 1,331 1,375 9,008 8,720 5,59% 5,72% 22-08-2018 16:35:26

TítuloÚltima

Cotação

Variação

Semanal

Máximo

52 Sem

Mínimo

52 Sem

EPS

Est Act

EPS Est

Fut

PER Est

Act

PER Est

Fut

Div. Yield

Ind

Div. Yield

EstData Act Hora Act

ALTRI SGPS SA 8,370 1,33% 9,310 3,620 0,810 0,829 10,333 10,097 3,58% 4,10% 22-08-2018 16:35:28

IBERSOL SGPS SA 9,880 2,92% 11,042 8,833 0,692 0,742 14,277 13,315 0,84% 0,98% 22-08-2018 16:28:00

BANCO COMERCIAL

PORTUGUES-R

0,257 2,07% 0,336 0,186 0,023 0,032 11,165 8,025 - 1,17% 22-08-2018 16:35:29

F. RAMADA INVESTIMENTOS

SGPS SA

10,200 2,00% 13,900 7,275 - - - - 21,86% - 22-08-2018 16:21:30

CORTICEIRA AMORIM SA 10,820 0,93% 12,199 9,670 0,575 0,590 18,817 18,339 1,71% 2,50% 22-08-2018 16:35:26

CTT-CORREIOS DE

PORTUGAL

3,360 6,19% 5,283 2,680 0,228 0,248 14,737 13,548 11,31% 8,33% 22-08-2018 16:35:20

EDP-ENERGIAS DE

PORTUGAL SA

3,393 -0,21% 3,549 2,631 0,217 0,233 15,636 14,562 5,60% 5,63% 22-08-2018 16:35:03

EDP RENOVAVEIS SA 8,725 0,00% 9,170 6,502 0,257 0,297 33,949 29,377 0,69% 0,84% 22-08-2018 16:35:03

GALP ENERGIA SGPS SA 17,695 2,58% 17,995 13,540 0,887 1,027 19,949 17,230 3,39% 3,22% 22-08-2018 16:35:06

JERONIMO MARTINS 13,090 3,31% 17,705 11,785 0,678 0,746 19,307 17,547 4,68% 3,55% 22-08-2018 16:35:21

MOTA ENGIL SGPS SA 2,875 3,79% 4,195 2,292 0,160 0,307 17,969 9,365 - 1,57% 22-08-2018 16:35:16

NAVIGATOR CO SA/THE 4,436 3,26% 6,010 3,504 0,331 0,374 13,402 11,861 5,34% 6,83% 22-08-2018 16:35:07

NOS SGPS 4,992 2,42% 5,739 4,528 0,260 0,303 19,200 16,475 6,01% 6,57% 22-08-2018 16:35:23

PHAROL SGPS SA 0,212 -4,07% 0,510 0,173 - - - - - - 22-08-2018 16:35:26

REDES ENERGETICAS

NACIONAIS

2,452 1,07% 2,678 2,316 0,178 0,176 13,775 13,932 6,97% 6,93% 22-08-2018 16:35:23

SEMAPA-SOCIEDADE DE

INVESTIM

18,140 0,55% 24,250 14,860 1,714 2,014 10,583 9,007 2,82% 2,92% 22-08-2018 16:35:15

SONAE CAPITAL SGPS SA 0,891 3,97% 1,094 0,741 -0,005 0,015 - 59,400 6,73% 8,98% 22-08-2018 16:35:14

SONAE 0,962 2,78% 1,300 0,928 0,087 0,095 11,057 10,126 4,37% 4,16% 22-08-2018 16:35:14

Quando escolhemos a Na-vigator para tema desta

crónica, estávamos longe de ima-ginar que a empresa iria perder o presidente do conselho de admi-nistração, um dos mais emblemá-ticos empresários do país e um dos poucos grandes industriais que nos restavam. A partida súbita e inesperada de Pedro Queiroz Pe-reira deixa um vazio no panorama empresarial português.

A Navigator é uma das joias do grupo criado por Queiroz Pereira. É a maior empresa papeleira e de pasta de papel em Portugal, em re-sultado da fusão da Portucel e da Soporcel. Ao ganhar a privatiza-ção da Portucel, em 2004, Pedro

Queiroz Pereira quis criar uma empresa para competir com as pa-peleiras do norte da Europa como as fi nlandesas e suecas, que domi-nam sector mundial. Consideran-do apenas as empresas europeias com receitas anuais superiores a 1,5 mil milhões de euros, Portu-gal tem uma quota aproximada de 5% das receitas face ao domínio de quase 50% da Finlândia e de 40% da Suécia.

Com as restrições ao cultivo do eucalipto e a limitação do territó-rio nacional, que obrigam a obter matéria-prima noutras localiza-ções como Moçambique, a empre-sa apostou, inteligentemente, no segmento de produtos de elevada qualidade e orientou as suas ven-das para os mercados com maior

potencial.Para o conseguir, aplicou um

plano de investimentos que a tor-nou na produtora mais efi ciente em termos de custos de produção e lhe permite conseguir margens de receitas bastante interessantes. Basta ver o elevado free cash fl ow, ou meios libertos líquidos (o que liberta de recursos para pagar a acionistas e investir, na quarta co-luna do quadro abaixo que rela-ciona com as receitas totais) face ao sector.

Os investidores têm reconhe-cido a efi ciência, valorizando a ação, que negoceia a prémio face à média do sector (EV/EBITDA de +19,7%). Face aos máximos

deste ano a 6,05 euros, a ação va-lorizou perto de 60% em apenas 12 meses.

Face aos preços competitivos da Navigator, e por razões protecio-nistas, os EUA decidiram aplicar uma taxa à empresa portuguesa, entre agosto de 2015 a fevereiro de 2017. Esse encargo extraordi-nário estimado em 66 milhões vai ser litigado e pode terminar com um acordo de valor inferior.

A empresa é muito relevante no PIB e nas exportações nacionais e é uma das indústrias cujo merca-do pode continuar a crescer, so-bretudo num contexto de maior sensibilidade contra a poluição do plástico. Assim saibam os seus gestores honrar o legado de Pedro Queiroz Pereira.

China Tower faz maior oferta pública inicial em dois anosA China Tower obteve quase sete mil milhões de dólares com a introdução de ações na bolsa de Hong Kong, tendo sido a maior oferta pública inicial, a nível global, nos dois últimos anos. O primeiro operador mundial de torres de telecomunicações colocou no mercado mais de 43 mil milhões de novas ações, o correspondente a um quarto do seu capital. A bolsa de Hong Kong está a assumir um papel cada vez mais relevante no que se refere a operações de grande envergadura.

JOÃO QUEIROZdiretor da banca online do Banco Carregosa

The Navigator Company

Pfi zer aumenta ganhos em 26%A Pfi zer aumentou o seu lucro trimestral em 26%, para 3,87 mil milhões de dólares. Este valor superou as melhores expetativas dos analistas. O maior grupo farmacêutico dos Estados Unidos aumentou o volume de negócios em 4,4%, para perto de 13,5 mil milhões de dólares. A Pfi zer anunciou ainda que as novas previsões têm em conta o resgate de ações num valor de 6,1 mil milhões de dólares, já realizado este ano.

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PAINEL BANCO SANTANDER TOTTATÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 31

Empresa País EV/EBITDA

%FCF_MARGIN

%12 meses(c/ dividendos)

ReceitasG milhões

Preço/Book Value

% Retornoesperado

THE NAVIGATOR Portugal 11,35 19,45 26,67 1.636,83 4,54 26%

ARCTIC PAPER SA Polónia 2,98 1,16 0,72 2.952,81 0,55 29%

AHLSTROM-MUNKSJO OYJ Finlândia 7,24 2,07 1,75 1.959,90 5,67 17%

UPM-KYMMENE OYJ Finlândia 9,03 10,86 40,11 10.010,00 1,99 3%

HOLMEN AB Suécia 19,09 10,01 22,73 16.133,00 1,68 3%

ROTTNEROS AB Suécia 7,39 - 0,05 66,81 1.912,00 1,32 ----

STORA ENSO OYJ Finlândia 9,33 6,74 26,58 10.045,00 2,01 13%

Fonte: Bloomberg & GoBulling

A Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, acolheu a primeira edição do MOB LabCongress, um evento que reuniu profissionais dos sectores dos transportes, tecnologia, energia, telecomunicações, ambiente e inovação, que debateram os desafios e as ameaças de todo este novo mundo da Transformação Digital. SUSANA MARVÃ[email protected]

Estamos a passar por uma transformação profunda quer das comunidades, das socieda-des, mas também no conceito de empresa, de organização e das tecnologias associadas ao desen-volvimento económico.

A mensagem foi transversal a praticamente todos os orado-res presentes na primeira edição do MOB Lab Congress que de-correu na cidade do Porto.

José Pedro Rodrigues, verea-dor dos Transportes e Mobili-dade da Câmara Municipal de Matosinhos, acredita ter che-gado o momento da necessida-de de avaliar o impacto destas transformações na vida das em-presas, das instituições e organi-zações, nos seus modos de fun-cionamento e, naturalmente, nas oportunidades criadas mas também nas ameaças que estas

roturas em termos de transfor-mação digital geram.

Num painel que debateu pre-cisamente as oportunidades e ameaças inerentes a uma transfor-mação digital, Alcino Lavrador, general manager da Altice Labs, assevera que o ritmo dessa trans-formação tecnológica e digital a que hoje assistimos é “elevadíssi-mo”, classificando-as mesmo de “alucinante”. E deu alguns curio-sos exemplos. O telefone demo-rou 75 anos a chegar a cinquenta milhões de pessoas. A rádio, já só demorou 38 e a televisão, 13 anos, número que a Internet al-cançou em quatro anos, o Face-book em dois e o Twitter... em dez meses. “Este ritmo é provo-cado pela hiperconetividade que hoje existe. Estamos ligados uns aos outros e às coisas. E as coisas estão ligadas entre si”.

A era pós-Netflix

Alcino Lavrador diz que este novo poder de conetividade basi-camente permite que um conhe-cimento ou um evento gerado em determinado local seja facilmente conhecido em outro, ao qual se acrescenta mais algum valor. “Esta espiral de criação de conhecimen-to resulta em inovações constan-tes, em transformações que mu-dam a nossa forma de trabalhar, de viver, de nos divertirmos e de nos relacionarmos”.

Algo que, confessa, tem im-pacto nos negócios. “Lembro--me de ir a clubes de vídeo bus-car cassetes para ver filmes, com a Blockbuster a ser uma grande multinacional de aluguer, entre-tanto desaparecida, substituída pelo streaming de vídeo, sendo a plataforma Netflix o exemplo mais conhecido”.

A mesma situação se passa na música. Ainda há muitas lojas, mas de facto “o seu futuro não será muito promissor” tendo em conta que também já existe este serviço em streaming, permitindo comprar uma música e não um conjunto de dez ou quinze fai-xas, como antes. “Vivi uns anos em São Paulo. Em 2003, quando cheguei, a primeira coisa que tive de fazer foi comprar o então ‘Guia Quatro Rodas’, que me ajudava a ir para todo o lado. Quando saí de lá, em 2007, já havia GPS”.

A revolução no sector dos tá-xis, com os Uber e Cabify do mercado, serviços assentes em plataformas digitais, é outra das inovações. “Já não me recordo de ir a uma agência de viagens e também já não vou a bancos.Tudo se está a transformar”. O exemplo mais paradigmático de uma entidade que não se adap-tou a esta transformação foi a Kodak.

Inventou a fotografia digi-tal, mas acabou por sucumbir à “criatura” que criou porque não

se conseguir adaptar a essa trans-formação.

“Diria que estes ‘enablers’, estas alavancas de transformação, se sustentam na conectividade. De-pois, igualmente têm uma forte base no poder computacional. Hoje, temos no bolso um com-putador muito mais potente do que os primeiros, que ocupavam salas inteiras. Todo este mix de tecnologias resultaram numa brutal transformação”. O poder da sensorização

A sensorização é outros dos as-petos que mais tem vindo a “ga-nhar terreno”, potenciando a tão afamada Internet das Coisas. “No smartphone temos hoje doze sen-sores que nos permitem identifi-car 36 atividades distintas. Prevê--se que nos próximos três anos esses sensores passem para 21, sendo por isso capazes de identi-ficar muitas mais coisas”, ilustrou Alcino Lavrador. Além de que tudo isto, todas estas coisas, pro-duzem uma generosa capacidade de dados.

Acontece que 90% dos da-dos gerados desde a origem da humanidade foram produzi-dos... nos últimos dois anos. “E nem sequer 1% desses dados foi analisado. Há todo este co-nhecimento que é possível ex-trair através da informação que geramos mas que tem de ser tratada e analisada por forma a se transformar em informação válida e útil.

Obviamente que esta capaci-dade inteligente, seja inteligên-cia artificial ou aprendizagem

MOB LAB CONGRESS

A transformação digital na era da

Este foi o primeiro evento MOB Lab Congress, onde foram ainda discutidos temas como as opções da mobilidade, a mobilidade sem fronteiras, a interoperabilidade entre todos os meios ou a mobilidade elétrica

TECNOLOGIAS

TomTom atinge 1,5 mil milhões de atualizações de mapas durante um mêsA TomTom anunciou que, num mês apenas, realizou 1,5 mil milhões de atualizações nos seus ma-pas digitais, que são disponibilizados aos clientes da marca numa base semanal. A empresa garante que este marco é de grande relevo para a sua missão de moldar o futuro da mobilidade num mun-do que depende cada vez mais de mapas digitais como forma de representação precisa da realidade.

32 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

Alcino Lavrador, “general manager” da Altice Labs.

André Dias, “head of intelligent systems e moblity business unit” no CEiiA.

José Pedro Rodrigues, vereador dos transportes e mobilidade da CM Matosinhos.

automatizada, vai trabalhar esses dados”.

André Dias, head of inte-lligent systems e moblity bu-siness unit no CEiiA ilustra o avançar do tempo uma ima-gem icónica muito interessante. Uma rua de Nova Iorque que em uma imagem de 1900 tinha apenas um carro e o resto eram carruagens, enquanto na imagem

de 1920 fi gurava apenas uma carruagem naquela rua, sendo o resto automóveis. “Hoje, o fe-nómeno é o mesmo. Na Praça do Vaticano, quando antes se viam isqueiros e velas, hoje vêem-se smartphones”.

O mesmo responsável lem-brou o facto desta transformação ser muitas vezes adjetivada de ‘de-sumanização’, “já que nos afas-

tamos cada vez m ais do mundo real, manifestando valências que muitas vezes não as conseguimos manifestar de outra forma”.

A questão do trabalho e a for-ma como hoje atraímos o talento para criar desafi os nestes domí-nios é outro dos reptos da atua-lidade, diz o responsável. “Há ainda que analisar quais as novas lógicas de trabalho que a trans-

formação digital induziu, como por exemplo o uso das novas pla-taformas de comunicação. Hoje, usamos o WhatsApp como ferra-menta imediata de comunicação de resolução de problemas mes-mo nas empresas”.

Diz André Dias que as pes-soas que hoje querem trabalhar no CEiiA, e em outras institui-ções deste género, procuram fl e-

xibilidade no local de trabalho, no ambiente. “Trabalhar em con-junto estando longe e integrados em rede é um enorme desafi o.Atualmente é muito difícil juntar quarenta ou cinquenta pessoas no mesmo dia, no mesmo local”. Todas estas novas dinâmicas doentender deste responsável, ”es-tão a transformar-nos enquantoorganização”.

Comércio Internacional – Enquadramento Técnico e Fiscal

Nome Morada C. Postal - Nº Contribuinte E-mail

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Pago por transferência bancária para o NIB 0033 0000 4531 3889 1130 5 (é necessário enviar comprovativo) Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de G

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Informações/Inscrições Patrícia Flores (Dep. Formação) | Vida Económica - Editorial SA.Rua Gonçalo Cristóvão, 14 R/C 4000-263 Porto | Tlf: 223 399 437/00 | Fax: 222 058 098 | Email: [email protected]

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Internacional• Funcionários das áreas de

Comércio Internacional• Técnicos fiscais (CC)• Auditores (ROC)

TEMAS• Mercados• Exigências Declarativas• Enquadramento Aduaneiro/

Fiscal• Classificação de Mercadorias

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Formador: Dr. Ricardo OliveiraGestor da P&RO – Consultoria, Formador externo na Espaço Atlântico, Professor Assistente na disciplina Comércio Internacional no IESF, Professor de IRS, IRC e IVA no IESF. Contabilista Certificado (82568), Economista (14793), Formador (CAP nr.12/2004), Curso Despachante Oficial (inscrição em curso na Ordem Despachantes Oficiais). Curso Técnico Profissional de Contabilidade e Gestão (Colégio de Gaia), Bacharelato Gestão de Negócios Internacionais (IESF), Bacharelato Gestão Financeira e Fiscal (IESF), Licenciatura Gestão e Negócios (IESF), Curso Intensivo Direito Aduaneiro (Universidade Católica).

BUSINESS SCHOOL

mobilidade

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 33

Ongenda promete acabar com as marcações em papelO grupo português Bystart, sediado no distrito de Braga, lançou o software Ongenda, uma plataforma desenvolvida para negócios que trabalham com agendamentos e marcação. O objetivo é apro-ximar os estabelecimentos dos seus clientes, podendo fazer as mar-cações quando e onde quiserem, agilizando a gestão da agenda.

Flag promove tournée de workshops gratuitos na FnacDurante o mês de setembro, a Flag, empresa de for-mação nas áreas de comunicação, criatividade e ma-rketing, regressa às principais lojas Fnac das cidades de Lisboa, Almada, Porto e Gaia para a realização de workshops gratuitos sobre temas diversos que fazem cada vez mais parte do nosso dia-a-dia.

Colecionar dados parece ser um novo “desporto” empresarial. André Dias fala em “frenesim de recolha de dados”, levando a uma inevitável difi culdade no seu armazenamento. “Mas há um potencia gigantesco nestes dados. O problema é que não temos capacidade de os analisar em contexto e criar valor. No nosso caso, já temos projetos em vários continentes e com milhares de veículos e coisas conectadas. Gerir o manancial de potencial

conhecimento que está ali inserido é algo que nos desafi a”. Outra questão interessante que esta transformação tem trazido é a da valorização quando falamos em bitcoins, no fenómeno Blockchain e em geral na criação de novas moedas.“Tudo isto leva à criação de novas economias, agora geradas em activos digitais. A nossa esperança em particular é conseguirmos fazer esta articulação entre o mundo físico e digital e

conseguimos recompensar e criar valor efetivo. No caso do CEiiA, o desafi o é como conseguir, a partir da transformação da mobilidade - que queremos e as cidades querem - gerar economias para o planeta e contribuir para alcançar a sustentabilidade ambiental no futuro. Isto enquanto transformamos todos estes desafi os em valor transacionável. Porque o valor é, e será cada vez mais, em torno da qualidade de vida das pessoas”.

No evento falou-se na revolução no sector dos táxis, com os Uber e Cabify do mercado, para além dos serviços assentes em plataformas digitais, como é o caso do Netfl ix ou do Spotify

O frenesim da recolha de dados

O setor do rent-a-car vai ter um novo ano de crescimento em 2018, mas a subida será menos forte do que no ano passado. A previsão é feita, em entrevista à “Vida Económica”, por Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC). “A atividade de rent-a-car deverá registar um menor crescimento do que o registado em 2017 acompanhando o também menor crescimento do turismo no nosso país, ficando tal situação a dever-se à quebra do mercado britânico”, indica o representante da ARAC.AQUILES [email protected]

Vida Económica - Como foram os pri-meiros sete meses de 2018 para o setor português do rent-a-car?

Joaquim Robalo de Almeida – Nos primeiros sete meses do corrente ano, a atividade de rent-a-car manteve uma dinâ-mica semelhante à registada no mesmo pe-ríodo do ano anterior, registando-se um li-geiro crescimento de aquisição de viaturas novas destinadas à atividade (cerca de 5%, ou seja, 43 319 em 2018 face a 41 446 em 2017). No entanto, de acordo com os ele-mentos estatísticos disponíveis registou-se um período médio de aluguer ligeiramente inferir ao do ano transato no período em análise. Acho, no entanto, que vamos ter um bom verão. Temos assistido a um ali-geiramento do crescimento, mas não de-vemos esquecer que nos últimos anos, o turismo cresceu a taxas bastante elevadas. A frota de pico deverá ser de cerca de 100 mil veículos.

VE – Como antecipa a totalidade de 2018?

JRA – A atividade de rent-a-car, como já referi, regista um menor crescimento do que o registado em 2017 acompa-nhando o também menor crescimento do turismo no nosso país, ficando tal si-tuação a dever-se à quebra do mercado britânico. O turismo continua, porém, a subir, devido à recuperação do Brasil, EUA e Canadá.

VE – Por regiões, os polos Algarve e Lisboa têm hoje um destaque menor do que no passado?

JRA – Não, pelo contrário Lisboa conti-nua a registar crescimento e o Algarve uma consolidação.

VE – Que regiões mais crescem?JRA – As regiões que mais crescem no

setor representado pela ARAC são sem dú-vida: Lisboa, Porto e Açores

VE – Ainda faz sentido falar em época alta?

JRA – Efetivamente, a sazonalidade tem tendência a diminuir no turismo, embora no rent-a-car os meses de ve-rão continuam a ser seguramente, os de maior ocupação e de maior rentabilidade. No entanto, temos registado nos meses de maio, junho e outubro boas taxas de ocupação, o que é muito positivo. Por-tugal não é apenas um destino de sol e praia, mas também de turismo de natu-reza, monumentos e as muito procuradas escapadinhas (city breaks), tendo o nosso país sido premiado nestas categorias. Em

suma, Portugal está na moda e é um des-tino de qualidade.

VE - O mercado empresarial continua a ganhar destaque no mercado?

JRA – Ao nível do mercado empresarial, o rent-a-car tem ganho, ou, melhor di-zendo, recuperado importância a nível da escolha deste produto como o mais ade-quado às empresas. No ano em curso, o aluguer de curto e médio prazo tem vindo a aumentar a sua procura – O empresário tem uma grande flexibilidade de ajustar a frota às suas necessidades. Com o agra-vamento operado na fiscalidade incidente sobre os veículos utilizados pelas empresas (os chamados veículos de serviço) a utili-zação de veículos pelas empresas tem de ser cada vez mais rigorosa, para que a uti-lização seja a estritamente necessária, isto é não ter veículos que não se destinem à atividade produtiva da empresa. O aluguer de curto e médio prazo verá certamen-te aumentar a sua procura, à semelhança dos últimos anos. O empresário tem uma grande flexibilidade de ajustar a frota às suas necessidades. Se o cliente, por exem-

plo, celebrar um contrato de aluguer de veículo por um período de dois anos e tiver que ajustar a frota, não conseguirá fazê-lo sem penalizações.

VE – O setor compra cada vez mais veículos, o que significa, inevitavelmen-te, que também tem de escoar as via-turas mais antigas. Há alterações nesse processo?

JRA – Os canais de escoamento das via-turas utilizadas na atividade de rent-a-car consistem atualmente na devolução das viaturas às mercas de automóveis (by-back e rent-back), venda direta a particulares, venda a grossistas, pequenos e médios co-merciantes de automóveis e leiloeiras.

VE – Continuam a ter concorrência, alegada pela ARAC há alguns anos, de empresas espanholas do setor que alu-gam os automóveis em localidades junto à fronteira (sobretudo perto do Algarve) para serem sobretudo utilizadas em Por-tugal?

JRA – Continua a verificar-se a circu-lação de viaturas de matrícula estrangeira

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO-GERAL DA ASSOCIAÇÃO DO SETOR, INDICA

Rent-a-car espera ano de menor crescimento

O secretário-geral da ARAC recorda que os últimos anos têm sido de subida forte para este mercado.

AUTOMÓVEL

DriveNow atinge 150 mil viagens A um mês de celebrar o seu primeiro ano de atividade, o servi-ço de carsharing da DriveNow, representada pela Brisa, atin-giu 150 mil viagens. A empresa tem uma média de 1500 re-gistos mensais e tem como objetivo chegar aos 30 mil registos no final do primeiro ano da operação. Lisboa foi 13ª cidade europeia, e primeira ibérica, a receber a DriveNow.

34 SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018

AQUILES [email protected]

O mercado português de automóveis ligeiros (veículos de passageiros e comer-ciais) aumentou 6,2% nos primeiros sete meses de 2018 em comparação com o pe-ríodo homólogo do ano passado, para um total de 176 779 unidades. Em julho, o mercado teve uma subida mais forte, de 11,3% relativamente a igual mês do ano anterior, ascendendo a um total de 22 914 veículos ligeiros.

Por marcas, a líder Renault manteve a posição de liderança, com a Peugeot a se-gurar, também, a posição de vice-líder do mercado. No último lugar do “pódio”, voltou a ficar a Fiat. A Citroën, a quarta marca do ranking de ligeiros, foi, de novo, o construtor que mais cresceu entre os do “top” dez no acumulado do ano. Em sen-tido contrário, Volkswagen continuou a ser, entre as dez marcas mais vendidas, a que registou uma perda mais acentuada em relação ao período de janeiro a julho de 2017.

Ligeiros de passageiros sobem

Por segmentos, em julho foram vendidos em Portugal 19 961 automóveis ligeiros de passageiros, ou seja, mais 13,6% do que no mês homólogo do ano anterior. Nos sete primeiros meses de 2018, as vendas de veículos ligeiros de passageiros totalizaram

154 521 unidades, o que se traduziu numa variação positiva de 6,7% relativamente a período homólogo de 2017.

Quanto aos comerciais ligeiros, no mês passado venderam-se no nosso país 2953

unidades, uma quebra de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2017. As vendas acumu-ladas do ano foram de 22 258 veículos, o que representou um acréscimo de 2,6% emrelação ao período homólogo do exercícioanterior.

Quanto aos veículos pesados de passagei-ros e de mercadorias, verificou-se em julhouma descida de 25% em relação ao mês homólogo do ano anterior, tendo sido co-mercializados 386 veículos desta categoria.No acumulado do ano, as vendas situaram--se nas 2956 unidades, menos 3% face ao mesmo período do ano passado.

(matrícula de trânsito) no nosso país, com especial destaque na época alta, as quais são transportadas para Portugal para serem alugadas a cidadãos não domiciliados no nosso país. Este tipo de atuações distorce completamente a concorrência no setor de rent-a-car sobretudo pela via fiscal. Esta situação está a causar graves prejuízos económicos às empresas de rent-a-car na-cionais representadas pela ARAC, as quais estão a perder a clientela para este tipo de empresas

VE – Como vê a ARAC as novas formas de mobilidade, como o car-sharing ou o ride-hailing como a Uber ou a Cabify?

JRA – A ARAC, enquanto associação representativa da mobilidade sem con-dutor, entende que a legislação publicada sobre rent-a-car e sharing traduz-se numa evolução positiva, ao concretizar medidas de desmaterialização contratual para a ati-vidade de rent-a-car e ao estabelecer num mesmo diploma legal dois sistemas de locação de veículos (rent-a-car e sharing) destinados a utilização por períodos de tempo diferentes e circunstâncias também diferentes. Quanto às plataformas referidas na questão encontram-se as mesmas em processo legislativo, o qual reputamos da maior importância para a qualificação, re-gulamentação para uma concorrência legal entre os operadores.

Mercado nacional cresceu 6,2% até julho

A Ctroën (na foto o C3 Aircross) foi a marca que mais cresceu entre as do “top” dez.

“Temos assistido a um aligeiramento do crescimento, mas não devemos esquecer que nos últimos anos o turismo cresceu a taxas bastante elevadas”

Sem surpresa, a Renault mantém-se como líder

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO 2018 35

Kia voltou a estar em destaque no Marés VivasA Kia foi a viatura oficial do Meo Marés Vivas pelo quinto ano con-secutivo. O modelo oficial foi o Stonic. Além das já habituais boleias de alguns pontos de Gaia em direção ao recinto do festival – este ano um pouco acima –, a marca sul-coreana teve como grande novidade na edição de 2018 o palco KIA Digital Stage. Kazzio, youtuber com mais de cinco milhões de seguidores, foi um presentes.

BMW 320, Mercedes C220 e VW Golf lideram buscar onlineBMW 320, Mercedes C220 e VW Golf foram os modelos mais pro-curados pelos portugueses nos primeiros seis meses do ano, de acordo com dados do portal de usados Standvirtual. Renault Clio, Smart For-two, Audi A4 Avant, VW Polo, Opel Corsa, BMW 520 e Seat Ibiza completam o “top” dez dos automóveis mais procurados durante o período analisado.

229 404 025Porto • Lisboa

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Volkwagen continua em queda do “top” dez Julho Janeiro a Julho

Unidades % % no Mercado Unidades % % no Mercado

2018 2017 Var. 2018 2017 2018 2017 Var. 2018 2017

Renault 3.220 2.749 17,1 14,05 13,36 27.422 24.873 10,2 15,51 14,94

Peugeot 2.255 2.063 9,3 9,84 10,02 18.895 17.163 10,1 10,69 10,31

Fiat 1.875 1.219 53,8 8,18 5,92 12.843 11.017 16,6 7,27 6,62

Citroën 1.515 1.234 22,8 6,61 6,00 12.312 10.427 18,1 6,97 6,26

Mercedes-Benz

1.430 1.559 -8,3 6,24 7,58 11.110 11.558 -3,9 6,29 6,94

Opel 1.412 1.528 -7,6 6,16 7,42 10.196 9.847 3,5 5,77 5,92

Nissan 1.327 1.119 18,6 5,79 5,44 9.732 8.759 11,1 5,51 5,26

Fonte: ACAP

Alojamento deslocado

A lei do alojamento local criada em 2014 foi alterada, depois da última votação no Parlamento.

Até agora, as regras de alojamento local eram iguais em todo o país. A partir de agora, as câmaras passam a ter um papel preponderante na gestão desta atividade, fi cando com o direito de estabelecer “áreas de contenção”.Podem decidir o encerramento de algumas unidades, podem multar em caso de incumprimento de algumas regras e podem impedir a abertura de novas unidades de alojamento local.Ao nível dos condomínios, as regras também mudam. A partir de agora, se os vizinhos não estiverem contentes podem, por maioria de votos representativos do capital de condomínio, impedir o alojamento local no prédio.

Mas, a quem servem estas alterações? Aos munícipes, aos condóminos ou a ninguém? Às cidades e aos investidores não servem, ao município e a quem lá vive muito menos. E o turismo é a atividade mais prejudicada.

Vamos por partes. Quem viu os centros históricos há uns anos atrás, com edifícios em ruínas e ruas sujas e abandonadas, e vê hoje percebe claramente a diferença. Veja-se o caso do Porto ou de Lisboa e zonas limítrofes. Os prédios foram reabilitados e as estruturas dos edifícios profundamente melhoradas. Vemos muita gente nas ruas que movimentam o comércio de rua, a restauração, a hotelaria e o alojamento local. Os museus e os locais turísticos multiplicaram-se, dando nova vida às cidades, criando mais emprego e impulsionando a economia portuguesa como nunca outrora visto.

Um estudo da HomeAway revela que 60% dos viajantes portugueses estão a optar pelo alojamento local para passarem férias em família, esta procura lidera as preferências quando comparada com outras opções

disponíveis, como os hotéis, parques de campismo e “hostels”. Mais de 40% dos sondados destaca que o alojamento local é igualmente mais adaptado para quem não prescinde de viajar com os animais de estimação.

Segundo a pesquisa realizada pela plataforma HomeAway, passar férias num alojamento local é sinónimo, para 65,3% dos respondentes, a ter acesso a habitações mais espaçosas, que permitem realizar refeições em grupo ou em família, para 61,2% fortalece o sentimento de pertença e de união familiar e 55% salienta ter mais espaço para realizar atividades de lazer com todos os viajantes.

A a isto junte-se o facto de existirem em Portugal cerca de 70 mil unidades registadas como alojamento local que, só em Lisboa, que representam cerca de 30% da oferta disponível. Acresce que, em 2016, este tipo de alojamento teve um impacto na economia da capital de mais de 1,6 milhões de euros. Pergunta-se, para quê matar esta “galinha dos ovos de ouro” que é o alojamento local?

Certamente não é em nome dos portugueses, daqueles cujo rendimento não permite frequentar com a família os melhores hotéis do país, nem muito menos dos que aproveitam esta onda do turismo para “ganharem o sustento” com algum comércio de rua. Tal como se diz na gíria futebolística, quando uma equipa joga bem não se mexe, sob pena de se estragar tudo.

Porquê fomentar a confl itualidade nos condomínios, já de si rica em confl itos e maus episódios de vizinhança? Vejam o que se passa nos julgados de paz, com os juízes atulhados de processos deste género.

Criar “áreas de contenção” nas cidades também não trará grandes benefícios. Ou trará? Vamos aguardar para ver.

Construção

mantém

dinamismo

No segundo trimestre de 2018, o desempenho do se-tor da construção manteve--se positivo, com a evolução dos diversos indicadores associados à sua atividade a revelar-se favorável. No que respeita ao investimen-to privado, o número de fogos habitacionais licen-ciados cresceu, em termos homólogos, 36% durante os primeiros seis meses do ano, a par de um aumento de 33% na respetiva área de construção licenciada.

No que concerne à cons-trução não residencial privada, o crescimento da respetiva área licenciada foi de 6% até junho, com aumentos mais expressi-vos nas áreas destinadas ao comércio (+48%) e à in-dústria (+16%). Em con-trapartida, as áreas de edi-fícios destinados a turismo e a transportes decaíram de forma acentuada: -51% e -82%, respetivamente, face ao mesmo período de 2017.

No mercado das obras públicas, o montante total dos contratos de empreita-das de obras públicas cele-brados cresceu 12% em ter-mos homólogos, até junho.

Número de ações

cíveis pendentes

cai 13,8%

Os resultados estatísti-cos recentemente divulga-dospela Direção Geral de Política da Justiça (DGPJ) revelam que, no primeiro trimestre de 2018, o núme-ro de ações cíveis pendentes registou um decréscimo de 13,8% face ao mesmo pe-ríodo de 2017, registando o valor mais reduzido dos períodos homólogos desde 2007.

A taxa de resolução processual situou-se nos 116,5% e o saldo proces-sual foi de menos 7715 processos, representando o nono trimestre homólogo consecutivo com registo de evolução favorável. O in-dicador “disposition time” que mede, em dias, o tem-po que seria necessário para concluir todos os processos, registou um valor de 274 dias, o número mais reduzi-do dos registados nos perío-dos homólogos desde 2007.

As estatísticas agora pu-blicadas confi rmam igual-mente uma redução da du-ração média das ações cíveis fi ndas, com uma evolução positiva para 15 meses de duração, valor que repre-senta metade do tempo necessário face ao mesmo período em 2007

Euros por litro

P / UE-28 105,3%

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedráticowww.vasconcellosesa.com

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa https://twitter.com/VasconcelloseSa

Vide artigos e gráfi cos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO: Portugueses: mal pagos mas bem apreçados.

Instituto de Liberdade Económica

Preço da gasolina sem chumbo 95 – Julho 2018

Fonte: Eurostat. Consultado em Julho 2018.Notas: Os preços incluem taxas de imposto.

1,8

1,242 1,28 1,3181,407 1,43 1,439 1,45 1,451

1,527 1,529 1,532 1,5521,629 1,639 1,649 1,658

1,6

1,4

1,2

0,8

0,6

0,4

0,2

1

0

NOTA DE FECHO

Nº 1749 / 24 de agosto 2018 Semanal 2,40 J Portugal Continental

Uma edição

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Existem em Portugal cerca de 70 mil unidades registadas como alojamento local

VIRGILIO FERREIRA CHEFE DE REDAÇÃ[email protected]

Imobiliáriosexta-feira, 24 de agosto 2018

Mais de mil unidades em Lisboa e Porto

Registo de novas unidades de alojamento local disparou no último mêsPág. 4

A meta é ultrapassar os 2500 agentes comerciais

“Os novos franqueados da ERA são empreendedores com competências de liderança”Págs. 6 e 7

Ricardo Sousa, CEO Century 21 considera

“Poder de compra da maioria dos portugueses não suporta os níveis de preços da habitação”Págs. 6 e 7

Atividade imobiliária abranda

Venda de casas arrefece nos meses de verão mas concessão de crédito atinge recordePág. 8

2 | Imobiliário | sexta-feira, 24 de agosto 2018

As associações de proprietá-rios e a Associação de Inqui-linos Lisbonense aplaudiram

o veto presidencial, realizado no início de agosto, ao diploma sobre o exercício do direito de preferên-cia pelos arrendatários.

O Presidente da República, Mar-celo Rebelo de Sousa, vetou o di-ploma que dava direito de prefe-rência aos arrendatários, alegando que este poderia ser invocado “não apenas pelos inquilinos para defen-derem o seu direito à habitação”, mas também para outras ativida-des.

A Associação de Inquilinos Lis-bonense (AIL) manifestou-se, na al-tura, a favor da decisão defenden-do que a lei pode ser melhorada antes da promulgação. “É impor-tante a promulgação do diploma, agora deve ter alguns aspetos cla-rificadores”, afirmou à Lusa o pre-sidente da AIL, Romão Lavadinho, explicando que existem “algumas dúvidas” sobre como é que se apli-ca esta lei.

O responsável adiantou ainda que é necessário esclarecer todo o procedimento para o exercício do direito de preferência pelos arren-datários, nomeadamente “quem é que transforma o prédio em pro-

priedade horizontal, se é o inquili-no ou se é o senhorio que vende a casa”.

Segundo a associação de inqui-linos, no diploma “nada está com-pletamente claro” em relação aos casos de prédios de propriedade total em que, por exemplo, num conjunto de 10 ou 12 inquilinos, só um é que exercesse o direito.

Também os proprietários aplau-diram a decisão de veto ao diplo-ma. “Qualquer jurista com conhe-cimentos mínimos sabe que esta alteração estava condenada ao

fracasso”, declarou à Lusa o presi-dente da Associação Nacional de Proprietários (ANP), António Frias Marques, indicando que o diploma carece de fundamentação jurídica.

Com uma posição semelhante, o presidente da Associação Lis-bonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, disse que o diploma “não só era uma aberra-ção jurídica como também mais um elemento do combate contra os direitos legítimos dos proprie-tários relativamente à sua proprie-dade”.

Falhas no pagamento de rendas motiva 90% dos despejos

Na grande maioria dos ca-sos (90,6%), os senhorios co-locam um ponto final an-tecipado nos contratos de arrendamento e justificam os despejos dos inquilinos com faltas de pagamen-to das rendas ou atrasos no cumprimento dessa obriga-ção contratual.

De acordo com a notícia do jornal Publico, estes têm sido os fundamentos legais que mais sustentam os Pedidos Especiais de Despejo (PED) validados pelo Banco Nacio-nal de Arrendamento (BNA), desde 2014.

Nos últimos dois anos, têm sido denunciados despejos de moradores nas zonas his-tóricas por alegada intenção dos senhorios desalojarem os inquilinos para transfor-mar as habitações em alo-jamento local — o levou os partidos como o PCP e o PS a pedirem a suspensão dos despejos e a criminalização do “bullying imobiliário”, como lhe chamou o Bloco de Esquerda.

Contudo, os dados oficiais do BNA demonstram que a esmagadora maioria dos ca-sos está relacionada antes com o facto de os inquilinos deixarem de pagar as rendas.

A profissão de agente imobiliário tem estado nas bocas do mundo, fruto

do dinamismo que se vive neste mercado e, diga-se também, das polémicas que regularmente saltam para o foco da comunicação social. São tomados por autênticos predadores, pessoas sem o mínimo coração, em busca de um lucro fácil e rápido. Esta imagem não corresponde à verdade, mesmo admitindo a existência de pessoas menos conscienciosas na forma como desempenham a sua atividade. Mas isso acontece em todas as profissões. Há sempre bons e maus profissionais, seja em área for.

A verdade é que, até há bem pouco tempo, ser agente imobiliário era fazer parte de uma profissão de desgaste rápido, com reflexos imediatos

na vida pessoal e familiar. Ao fim de menos que uma década, a maioria queria abandonar a atividade, ou saía mesmo, no sentido de estabelecer uma vida autónoma e de qualidade. Por isso, é fundamental alterar-se o paradigma da profissão, permitindo a quem nela está uma qualidade de vida condizente com os padrões atuais da vida em sociedade.

A formação é um ponto fulcral. Longe vão os tempos em que o agente imobiliário se limitava a maquinalmente mostrar imóveis a potenciais clientes. Hoje em dia, o agente é uma das partes integrantes de todo o processo, um complemento de ajuda a quem procura uma casa que já idealizou. Para isso, tem que estar munido das ferramentas essenciais para

responder a todas as questões e para assumir um papel determinante no momento em que há uma decisão. Na KW Business, por exemplo, a formação é uma preocupação diária, com diferentes sessões a possibilitarem a partilha de experiências e conhecimento.

Ao mesmo tempo, queremos que os agentes imobiliários que trabalham connosco tenham vida própria, criando uma base de sustentação para casos de doença, assistência à família ou o mero gozo de férias. Daí que seja fundamental o estímulo de nas corporações promover a delegação de tarefas, criando equipas coesas, com elementos especializados em cada fase de um processo que culminará numa venda. Todos ganham, ninguém entra em ebulição.

Na KW Business, está montado um sistema que se assemelha a uma incubadora de empresas, permitindo aos agentes imobiliários terem perspetivas de carreira, muito além da mera contagem repetitiva de divisões de uma casa ou de metros quadrados de um terreno.

O agente imobiliário é uma pessoa como qualquer outra, com os mesmos problemas, qualidades e defeitos. Não é um “tubarão” implacável, a rondar a presa e à esperada melhor oportunidade para o golpe fatal. Tem anseios e todo o sector devia olhar para eles como parte fulcral de uma engrenagem que, bem trabalhada, dá a ganhar a todos. E isso passa também por estas pessoas terem vida. Ou como dizemos na KW Business, ter vidas que valham a pena.

MIGUEL AGUIARCEO KW BusinessVidas que valham a pena

Opinião

NotíciasProprietários e inquilinos satisfeitos

Direito de preferência dos arrendatários não convenceu Presidente da República

As associações de proprietários e inquilinos estão de acordo com a posição do Presi-dente da Republica, no direito de preferência dos arrendatários.

sexta-feira, 24 de agosto 2018 | Imobiliário | 3

Quando falamos em condomínio reportamo-nos a

um edifício com unidades ou frações autónomas, distintas e isoladas entre si e que podem ter diferentes proprietários: os condóminos.

Cada condómino é, então, proprietário exclusivo da sua fração autónoma e comproprietário das partes comuns do edifício.

Tal como resulta da lei, são partes obrigatoriamente comuns de um prédio o solo, bem como os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes restantes que constituem a sua estrutura; o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso do último pavimento; as entradas, vestíbulos, escadas e corredores de uso ou passagem comum a dois ou mais condóminos; e ainda as instalações gerais de água, eletricidade, aquecimento, ar condicionado e semelhantes.

Presumem-se ainda comuns os pátios e jardins anexos ao edifício, os ascensores, as dependências destinadas ao uso e habitação do porteiro, as garagens e, em geral, as coisas que não sejam de uso exclusivo de um dos condóminos.

As partes comuns imperativas e presuntivas, distintamente elencadas nos números 1 e 2 do artigo 1421.º do Código Civil, estão sujeitas a regimes também eles diferenciados.

Desde logo, se, por um lado, a presunção pode ser ilidida, por outro, as partes comuns como o solo, as colunas e pilares, o telhado, as escadas ou corredores nunca podem deixar de o ser. São, pois, imperativamente comuns, não podendo tal natureza ser modifi cada.

Por essa razão, existe quanto às segundas uma

impossibilidade total de apropriação individual, não sendo sustentável uma aquisição por usucapião. Porém, no que respeita às partes presuntivamente comuns, já foi defendido pelos nossos tribunais que, em certos casos, a presunção podia ser ilidida e a aquisição da propriedade podia efetivar-se através de usucapião.

Para tal seria necessário que o condómino invocasse e comprovasse ter a posse exclusiva dessa determinada parte comum, durante um certo período de tempo – variável em

função da natureza das características da posse, de boa ou má-fé, titulada ou não titulada – revelada numa intenção de agir como titular do direito e num comportamento idóneo à inversão do título da posse, isto é, à atuação com “animus possidendi”.

A aquisição de uma parte comum por usucapião fi caria ainda dependente da verifi cação dos requisitos previstos no artigo 1415.º do CC. Assim, essa parte comum sempre teria de se assumir como uma fração ou unidade distinta, independente e isolada,

devendo ainda ter acesso próprio e direto à via pública ou a uma parte comum do edifício.

Apesar de em abstrato existir esta possibilidade, os circunstancialismos levam-nos a sustentar que difi cilmente existirá uma parte comum passível de ser adquirida por usucapião, pois não podemos ignorar que não bastará a posse exclusiva e efetiva daquela parte comum, uma vez que esta tem sempre de “andar de mãos dadas” com o “animus possidendi”, ou seja, a intenção com que se exerce aquela posse!

Um condómino pode exercer a posse efetiva sobre uma parte comum, porém difi cilmente ignora que a mesma é compropriedade dos demais, não tendo por isso como demonstrar que tem o tal “animus possidendi”.

Ainda, sem conceder em todos os obstáculos, difi culdades e questões que tal assunto nos suscita, sempre se dirá que a aquisição de uma parte comum por esta via não poderá ignorar todos os outros pressupostos de verifi cação e cumprimento obrigatório em qualquer caso.

INÊS TOMÉ PINHEIROAssociada da PRA -Raposo, Sá Miranda & Associados

O usucapião e as partes comuns

Opinião Jurídica

Ficha Técnica: Edição e coordenação:

Elisabete Soares | Paginação: Célia César e Flávia Leitão | Periodicidade: Quinzenal

4 | Imobiliário | sexta-feira, 24 de agosto 2018

Desde que o Parlamento apro-vou, a 17 de julho, um con-junto de alterações à lei

do Alojamento Local (AL), já fo-ram registadas 836 novas unida-des em Lisboa e 297 no Porto. Ou seja, até meados de agosto e em menos de um mês foram regista-dos mais de mil unidades novas nas cidades de Lisboa e Porto. Fei-tas as contas são 34 novos aloja-mentos por dia na capital e 12 na Invicta, de acordo com a notícia do Jornal de Negócios. Este valor está bastante acima da média diária de 14 registada este ano até à data de aprovação no Parlamento da nova legislação.

A “corrida” aos registos acon-tece antes da entrada em vigor da nova lei, que vai trazer restrições à atividade.

Os números que constam do Re-gisto Nacional do Alojamento Lo-cal (RNAL), mostram um aumento dos investimentos nesta atividade económica, impulsionado, em par-te, pelas vantagens em apresentar a documentação antes da entra-da em vigor das novas regras, que nunca deverá acontecer antes do fi nal de outubro. Recorde-se que o Presidente da República promul-gou a lei a 2 de agosto e deverá ser publicada em Diário da República em breve.

Autarquias com mais poderes

As novas regras vão trazer mais restrições a este tipo de estabele-cimentos. As autarquias, por exem-plo, vão ter a possibilidade de criar quotas para áreas específi cas, ou

ainda o poder de suspender novas autorizações durante um ano em determinadas zonas. Em Lisboa, Fernando Medina já veio anunciar que bairros como Alfama, Mouraria e Castelo terão novos registos sus-pensos. Precisamente as freguesias onde de localizam a grande maio-ria dos registos aprovados no últi-mo mês.

Outra aspeto importante é que os condomínios vão poder opor-se ao exercício da atividade de alojamen-to local no prédio em propriedade horizontal, fi cando esta decisão de-pendente da aprovação de mais de metade da permilagem do edi-fício. Além disso, a queixa terá de estar fundamentada, podendo ser usado como argumento a “práti-ca reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio, que causem incómodo e afetem o descanso dos condómi-nos”.

Um estudo sobre o mapea-mento do AL realizado este verão pelo movimento “O Porto não se Vende”, e citado pela Lusa, reve-lou que entre os 6198 registos que existiam na cidade do Porto, até 18 de julho, mais de metade (51,3%) estavam em nome de empresas ou sociedades e sociedades unipes-soais.

O estudo mostra que há 84 titu-lares de AL com “mais de oito re-gistos” e que o titular coletivo com mais AL na cidade do Porto tem “70 registos” efetivos na página do RNAL. Os dados indicam ainda que a maioria das casas para turistas no Porto se inserem na categoria apar-tamentos – há 5376 disponíveis.

Mais de mil unidades em Lisboa e Porto

Registo de novas unidades de alojamento local disparou no último mês

Notícia

MERCADO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL – STª MARIA DA FEIRA

Apresentamos alguns indicadores médios e meramente orientativos do mercado de residencial (apartamentos) relativos ao concelho de Stª Maria da Feira. A zona onde os valores

registados são mais elevados no mercado de compra/venda é a zona da Cruz. No caso dos apartamentos, o mercado apresenta valores de compra/venda, médios de 950G/m2, sendo que para arrendamento corresponde o valor médio a rondar entre os 5,5G/m2/mês. Os valores mínimos correspondem a freguesias como São João de Ver e Nogueira e rondam os 475G/m2. O mercado de arrendamento habitacional tem pouca oferta e há uma escassez de frações para este fi m.

Como indicativo, o mercado disponibilizou para arrendamento valores máximos na ordem dos 7,0G/m2/mês, representado um valor máximo de venda de fração na ordem dos 1.500G/m2, enquanto a média de área por fração ronda cerca de 120 m2.

Os valores dizem respeito ao 2º trimestre de 2018. Num total de 189 frações de várias tipologias que contribuíram para esta análise.

Santa Maria da Feira: dinâmica imobiliária é uma realidade

A cidade de Santa Maria da Feira é um dos municípios com maior área e onde o crescimento populacional tem aumentado ano após ano, estando atualmente muito próximo dos 150 mil habitantes. Trata-se

dum concelho com uma forte tradição e atividade industrial, sobretudo no têxtil, calçado e transformação de cortiça.

Em termos imobiliários a evolução dos preços e dinâmica do mercado imobiliário é uma realidade. Para além da procura de casa para habitação própria, alavancada pela maior abertura na concessão de crédito à habitação, há também a procura de imóveis para investimento nos segmentos dos armazéns e terrenos. De salientar a excelente localização e boas acessibilidades viárias, que permitem fácil e rápido acesso para o Porto e Aveiro.

O mercado imobiliário na componente residencial, em Santa Maria da Feira, está distribuído por três zonas principais, nomeadamente: zona central da cidade (centro histórico), zona da Cruz, com construção mais recente e com boas infraestruturas, e a zona do Cavaco, mais deslocada do centro da cidade.

Atualmente, a zona da Cruz é que tem denotado maior interesse e expansão imobiliária residencial com construções recentes e outras em curso. A zona central é a que ainda concentra maior número de serviços administrativos e também conta com a vertente noturna de bares/restaurantes/hotelaria. A zona do Cavaco convive com um misto de diferentes usos, nomeadamente armazéns e retalho.

A recuperação dos preços na habitação não foi tão imediata tal como nos grandes centros (Porto e Lisboa). Contudo, na atualidade está já a acompanhar esse crescimento. Nas zonas e freguesias mais periféricas do concelho os preços e a dinâmica imobiliária não são tão imediatos, mas surgem alguns sinais positivos.

O interesse imobiliário pela cidade é impulsionado pelo preço ainda acessível da habitação, boa qualidade construtiva e boas áreas das frações. Estes são fatores de interesse para que esta seja uma boa localização para quem se desloca diariamente para Gaia ou Porto em trabalho e escolhe residir nesta localização.

Apartamentos G/m2

Critério Venda Renda

Máximo 1.500 G 7,00 G

Média 950 G 5,50 G

Mínimo 475 G –

As novas regras, a aguardar publicação em Diário da Republica, vão trazer mais restrições a este tipo de estabelecimentos

6 | Imobiliário | sexta-feira, 24 de agosto 2018

DestaqueA meta é ultrapassar os 2500 agentes comerciais

“Os novos franqueados da ERA são empreen

Ricardo Sousa, CEO da Century 21, considera que o mercado imobiliário nacional continua a

enfrentar grandes desafios para dar uma resposta adequada às necessi-dades das famílias portuguesas, que procuram soluções de habitação em todo o país e, principalmente, no centro das principais cidades. “A oferta existente está bastante desa-justada da procura, sobretudo, em termos das reais capacidades finan-ceiras da classe média portuguesa, que é o principal segmento do mer-cado imobiliário, em Portugal”.

É nas zonas periféricas das cida-des que se está a registar uma maior dinâmica de transações imobiliárias. São zonas onde o acesso ao crédi-to à habitação tem uma maior in-fluência no número de transações, e onde o valor médio dos imóveis está mais ajustado ao rendimento disponível das famílias portuguesas. “A conjunção destes fatores influen-ciam as atuais dinâmicas do sector imobiliário nacional, e permite con-cluir que o poder de compra da maioria dos portugueses não supor-

ta os níveis de preços da habitação, nos centros das maiores cidades na-cionais”, acrescenta o responsável.

Recentemente num pequeno-al-moço da VI, no Porto, Ricardo Sousa afirmou que “hoje vive-se um exces-so de otimismo”. “É preciso acordar para a realidade”. O responsável

adverte, agora, que o sector imobi-liário está a viver um excelente mo-mento e que esta é a altura certa para se criar uma visão integrada, de longo prazo, para o desenvolvi-mento sustentado do mercado.

Sobre os preços elevados do imo-biliário, especialmente nos centros

das cidades de Lisboa e Porto, des-taca que “é necessário ter em consi-deração que a subida de preços em muitos mercados é a consequência de trabalhos de recuperação e rea-bilitação de edifícios e casas, que necessariamente valorizam os imó-veis. Por outro lado, é também im-portante ter em conta a regeneração urbana realizada, por exemplo, em várias zonas da cidade de Lisboa e do Porto, que igualmente valoriza o parque imobiliário”. Por fim, acres-centa, “deve considerar-se também que muita da reabilitação urbana e obra nova, realizada nos últimos tri-mestres, se centrou no segmento alto e de luxo, o que influencia o va-lor médio dos imóveis no mercado”.

Neste sentido, na sua opinião, “é expectável que nos segmentos, médio e médio baixo, os valores su-bam em consequência do aumento da procura, e porque são segmen-tos que só agora começam a regis-tar uma maior dinâmica. Porém, nos restantes segmentos de mercado é esperada uma estabilização de pre-ços”.

A rede ERA continua a ganhar terreno em Portugal e, neste momento, tem mais de 200

agências em todo o país, cada uma delas especializada numa zona geo-gráfica.

Nas últimas semanas a ERA abriu algumas novas agências, localizadas

em diferentes zonas do país, e prevê abrir mais cinco até ao final do ano. Contudo, de acordo com João Pe-dro Pereira, membro da Comissão Executiva da ERA Portugal, o núme-ro pode aumentar, já que o objeti-vo é responder às necessidades do mercado. “A ERA está a crescer for-

temente a quota de mercado. Não só estamos a aumentar o número de agências como, também, estamos a aumentar o número de equipas co-merciais de cada agência”, destaca.

As agências da ERA Portugal es-tão equipadas com a mais recente

tecnologia de mediação imobiliária, quer a nível de ferramentas digitais de procura de casa, quer a nível de atendimento especializado para ser-vir os clientes de forma rápida e fácil. Assim, destaca, “todos os agentes da ERA trabalham em full-time dedi-

Ricardo Sousa, CEO Century 21 considera

“Poder de compra da maioria dos portugueses não suporta de preços da habitação”

Paços de Ferreira cria 10 postos de trabalho

A região norte de Portugal continua a ser uma prioridade de crescimen-to da ERA Portugal. A empresa abriu no 25 de julho, uma nova agência em Paços de Ferreira, no distrito do Porto.

A abertura desta agência permite a criação de 10 postos de trabalho, entre comerciais e coordenadores, que vão trabalhar as 12 freguesias de Paços de Ferreira, com exceção de Freamundo, mas integrando uma ou-tra freguesia que fica fora do concelho: Lordelo / Parede. Com cerca de 150 m2, situada na rua principal de Paços de Ferreira: Rua Tenente Leo-nardo de Meireles, esta nova agência tem disponíveis 120 imóveis para comercialização. À semelhança das restantes agências da marca, a ERA Paços de Ferreira está equipada com a tecnologia mais inovadora de me-diação imobiliária e com recursos humanos qualificados. Patrícia Torcato e Pedro Moreira são os responsáveis pela nova agência. Com experiên-cia no setor vinícola, esta é a primeira vez que criam um negócio no setor imobiliário. Patrícia Torcato afirma que “resolveu apostar nesta área por-que gosta e porque se identifica com o método de trabalho da ERA. Um apoio imprescindível para fazer este investimento”.

Nas últimas semanas a ERA abriu algumas novas agências, localizadas em diferentes zonas do país, e prevê abrir mais cinco até ao final do ano.

Notícia

Faturação da Century 21 aumenta 30%

Tendo em conta as dinâmicas de sazonalidade que se verificam no mercado imobiliário, a Century 21 Portugal apresenta o balanço de resultados dos primeiros seis meses de 2018, e define como principal critério de comparação o período homólogo do ano passado, para analisar a evolução dos indicadores do negócio. No primeiro semestre de 2018, a Century 21 Portugal registou uma faturação de 19,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 30%, em comparação com os 14,9 milhões de euros alcançados no período homólogo do ano anterior.

O volume de negócios mediado, exclusivamente, na Century 21 Por-tugal aumentou cerca de 34% para os 462,1 milhões de euros, face aos 373,3 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2017. Já o indicador correspondente ao volume de negócios total em que a rede esteve envolvida - considerando a partilha de transações com outros ope-radores- atingiu os 770.223.046 euros nos primeiros seis meses do ano, e cresceu quase 180 milhões de euros.

sexta-feira, 24 de agosto 2018 | Imobiliário | 7

cados aos nossos clientes e são es-pecializados em zonas geográficas. Temos aproximadamente 12 agentes ERA em cada agência e temos casos de agências com mais de 30 agen-tes”.

Empresários renovam investimentos

As novas aberturas são feitas por empresários que renovam o inves-timento e também por empreende-dores que entram de novo. “Na ERA existem os dois casos. Há agências que já são segundos ou terceiros in-vestimentos de empresários na ERA, que pretendem fazer crescer o seu negócio. Depois, temos também ca-sos de empreendedores que nunca estiveram no setor imobiliário, com competências de gestão em dife-rentes áreas de atividade e decidi-ram começar o seu negócio com a ERA”, alerta João Pedro Pereira.

Acrescenta, “a ERA Portugal dis-ponibiliza todo o apoio necessário quer aos novos quer aos empresá-rios mais experientes, tendo já cria-

do 390 startups desde a sua presen-ça em Portugal”.

Na sua opinião, “os novos empre-sários, ou franqueados da ERA, são fundamentalmente empreendedo-res com competências de liderança. Querem criar a sua startup de suces-so e, como já referi, a ERA ajuda na concretização desse sonho”.

Refira-se que os franqueados da ERA, são quase todos licenciados e vêm das mais diferentes áreas. Des-de o turismo, ao ensino, à engenha-ria, à comunicação social. Até ao fi-nal do ano a ERA vai ultrapassar as 200 agências e cerca de 2500 agen-tes comerciais.

dedores com competências de liderança”

Arcos de Valdevez tem nova agência ERA

A nova agência ERA Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, tem as suas portas abertas desde finais de julho. O espaço tem cerca de 60 m2 e vem criar oito novos postos de trabalho de forma a dar resposta às necessidades sentidas pelos clientes de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca. Duas zonas do norte do país com grande potencial de crescimento.

Situada na Rua Conselheiro de Brito, a nova agência está equipada com a mais recente tecnologia de mediação imobiliária e com recursos huma-nos qualificados. Luís Pinheiro é o diretor comercial e as expetativas são as melhores. Em carteira tem já disponíveis 113 imóveis (sem contar com as casas dos bancos) e mesmo antes de abrir oficialmente as portas já vendeu dois imóveis. Formado em Gestão e Mestre em Marketing, Luís Pinheiro admite que “este é o grande negócio da minha vida, tem tudo para correr bem: bons imóveis e bons clientes”.

os níveis

Procura situa-se entre 75 mil e os 200 mil euros

De acordo com os indicadores re-gistados na rede Century 21 Portu-gal, a preferência dos consumidores está, sobretudo, direcionada para apartamentos de três quartos, com duas casas de banho, com áreas en-tre os 80 e os 150m2, com arrecada-ção, garagem, bons acessos, perto de serviços, de zonas verdes e em zonas seguras.

Ricardo Sousa destaca que o in-tervalo de preços para aquisição de imóveis que é efetivamente deseja-do, pela maioria dos portugueses, situa-se entre os 75 mil e os 200 mil euros. “Podemos concluir que exis-te uma sólida oportunidade de ne-gócio, no segmento médio e médio baixo, para habitações com preços ajustados ao poder de compra dos portugueses. É fundamental que os operadores privados estejam mais atentos às tendências do merca-do, às necessidades e ao poder de compra das pessoas que preten-dem comprar ou arrendar casa”.

8 | Imobiliário | sexta-feira, 24 de agosto 2018

Elisabete [email protected]

O início do verão trouxe um abrandamento ao merca-do residencial em Portu-

gal, com o crescimento das vendas e da procura de casas a desacele-rar em junho. Contudo, a conces-são de crédito à habitação conti-nua a crescer e no passado mês de junho os bancos concederam perto de mil milhões de euros. Um facto que permite elevar para mais de 4,5 mil milhões o montante concedido em empréstimos para a compra de casa nos primeiros seis meses do ano, indicam dados do Banco de Portugal. É necessá-rio recuar até ao mesmo período de 2010 para ver um nível de con-cessão mais elevado.

De acordo com o Portuguese Housing Market Survey (PHMS), inquérito mensal realizado pelo RICS e pela Confidencial Imobiliá-rio (Ci), a quebra na procura e ven-da de casas, registada em junho, “evidencia que a falta de oferta é uma das razões para esta desace-leração da atividade, ao limitar as escolhas dos potenciais compra-dores, mas também que tal de-sempenho acompanha a mode-ração das expetativas relativas à

atividade que se têm sentindo nos últimos meses”.

Assim, o sentimento dos opera-dores de mercado quanto à ativida-de tem vindo a arrefecer claramen-te nos últimos meses, apresentando o resultado mais modesto desde outubro de 2013, ainda que as expetativas relativas às vendas se mantenham positivas para todas a regiões no curto-prazo.

Ricardo Guimarães, diretor da Ci, destaca que “alguns agentes inquiridos notam haver agora um novo clima entre os investidores, que estarão mais cautelosos quer devido ao atual nível de preços, como em resultado das alterações legais que têm estado em perspe-tiva nos meses mais recentes”.

Alerta, no entanto, que “esta não é a primeira vez que a ativida-de no mercado imobiliário regista um declínio no período de verão,

designadamente no que respeita à procura por compradores poten-ciais. Foi assim este ano e nos an-teriores, mesmo no Algarve, ape-sar de esta ser a época alta do turismo”.

Assim, o inquérito da PHMS de junho mostra que a procura de ca-sas no país continuou a crescer, mas ao ritmo mais baixo desde dezembro do ano passado, e que

apesar de apresentar uma tendên-cia de crescimento acentuado no Porto, se manteve praticamente inalterada no Algarve e em Lis-boa. Também as vendas mostram alguma assimetria regional, com o Porto novamente a registar um crescimento firme nas transações, enquanto em Lisboa as vendas re-portadas cresceram apenas margi-nalmente e no Algarve houve mes-mo um ligeiro recuo em termos mensais.

A oferta continuou a recuar em junho, sendo este o 15º mês con-secutivo em que a entrada de no-vas casas para venda no mercado nacional apresenta um decrés-cimo. Neste cenário, os preços continuaram a subir em todas as regiões, com os inquiridos a ante-ciparem um novo crescimento nos diversos prazos. Na comparação regional, os preços no Porto são vistos como aqueles que poderão registar os maiores ganhos num horizonte de 12 meses e, em mé-dia, ao longo dos próximos cinco anos.

Banca e famílias ignoram alertas

De acordo com a entidade li-derada por Carlos Costa, em ju-nho, a banca concedeu 990 mi-lhões de euros em empréstimos para a compra de casa, naquele que é o valor mensal mais eleva-do desde o mesmo mês de 2010 (1005 milhões de euros). Foram ainda 175 milhões de euros a mais face à concessão registada em maio. Tal significa ainda que por cada dia que passou, as famílias

portuguesas foram buscar 33 mi-lhões de euros à banca para finan-ciar a aquisição de casa.

O elevado nível de concessão aconteceu precisamente no mês anterior à entrada em vigor do conjunto de recomendações do Banco de Portugal aos bancos no sentido de respeitarem um conjun-to de limitações nos critérios para a atribuição de empréstimos com vista a prevenir riscos de sobre-en-dividamento das famílias. Contu-do, os alertas do Banco de Portu-gal são já anteriores à entrada em vigor destas recomendações.

Atividade imobiliária está a arrefecer

Venda de casas arrefece nos meses de verão mas concessão de crédito atinge recorde

Notícia

Imobiliárias vão “vender” crédito

Ficou a saber-se, recentemente, que algumas das maiores imobiliá-rias a operar em Portugal estão já a tomar as medidas necessárias com vista a atuarem como intermediários dos bancos na disponibilização de crédito para a compra de casa. Contactadas pelo ECO, a ERA Por-tugal e a Century 21, duas das maiores imobiliárias nacionais, afirma-ram estar em fases diferentes do processo mas rumo ao objetivo co-mum de aderirem ao estatuto de intermediários de crédito. Em causa está o regime, criado no início deste ano, pelo Governo ao abrigo do qual, para além de outras entidades, também as imobiliárias podem passar a prestar serviços muito semelhantes aos possíveis de encontrar num stand de venda de carros, que normalmente têm por detrás uma financeira. Ou seja, estas vão poder intermediar o processo de contra-tação de crédito à habitação entre os seus clientes e a instituição finan-ceira que disponibiliza o financiamento.

A atividade imobiliária tem vindo a arrefecer claramente nos últimos meses, apresentando o resultado mais modesto desde outubro de 2013

Empresas de mediação imobiliária já são mais de seis mil

Com o boom do mercado imobiliário nacional, cresce o número de empresas de me-diação imobiliária no país, au-mentando 15% face ao ano passado. Em junho, o mercado imobiliário contava com 6025 empresas de mediação em atividade, o equivalente a um crescimento de 15,1% face ao mesmo mês do ano passado. Um número que, desde junho de 2015, tem vindo a subir de forma exponencial. De acordo com os dados da KW, junho representa o sexto mês conse-cutivo com mais de 140 novas empresas a serem criadas. “É a melhor série de sempre no mercado imobiliário nacional”, refere a empresa em comuni-cado.

Este suplemento faz parte integrante da Vida Económica nº 1749, de 24 de agosto 2018

ATUALIDADEMALWERE BANCÁRIO ATACA NA AMÉRICA LATINA

Crime informático está cada vez mais sofi sticado

Pág. II

NOTÍCIALISBOA E PORTO SÃO OS DISTRITOS

COM O ACUMULADO MAIS ALTO

Insolvências aumentam 6,9% Pág. II

LEGAL & ILEGALInterrupção do período de férias do trabalhador

Pág. II

CASOS DA VIDA JUDICIÁRIAPrisão, os números!

Pág. IV

Consultório MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Aprovação do modelo de contrato de mediação imobiliária

Pág. IV

PRAZOS DO TRIBUNAL DO TRABALHO PARA PROFERIR SENTENÇA OU INTERPOR RECURSO ALARGADOS DE 20 PARA 30 DIAS

Governo quer harmonizar o Código de Processo do Trabalho com o direito laboralPág. 3

Blockchain está a ter utilização crescente nas empresas nacionais

O Abreu Advogados Smart Contract Challenge e o EMEL Mobility Challenge entraram na terceira e última fase do de-safi o. Ao mesmo tempo, o BCSD Sustai-nability Challenge entrou na sua segunda fase.

A Aliança Portuguesa de Blockchain anunciou que três dos seus desafi os de inovação demonstraram enormes avanços, tendo sido apresentadas soluções inovado-ras. Através de vários desafi os de inovação, entidades como a Abreu Advogados, o BCSD Portugal e a EMEL têm recebido projetos verdadeiramente capazes de alte-rar a forma como estas se posicionam no mercado português e internacional.

“As propostas que têm sido apresentadas e desenvolvidas nos vários Challenges pro-movidos pela Aliança e pelos seus parcei-ros têm uma qualidade enorme e contam com uma grande exequibilidade”, explica Rui Serapicos da Aliança Portuguesa de Blockchain. “Cada uma das soluções tem os seus desafi os e estamos confi antes que as equipas os vão conseguir ultrapassar na próxima fase”.

Por um lado, o Challenge promovido pela Abreu Advogados tem como objetivo tornar o desenvolvimento de contratos e processos legais mais efi cientes e capazes de suportar novos modelos de utilização. No caso das soluções que foram selecionadas

para a fase seguinte, a opinião fi cou claro que as equipas “ compreendem o processo do que se pretende alcançar, sendo neces-sário existir uma demonstração clara da solução”, através de um PoC (“Proof-of--Concept”), por exemplo.

Já no caso da EMEL, cujo desafi o tem como objetivo a interligação dos registos de propriedade automóvel numa deter-minada área de infl uência e os registos de dísticos da EMEL para a mesma área de infl uência, “a abordagem apresentada está em linha” com o que a EMEL pretende. A empresa acredita que casos de uso fazem todo o sentido e que será muito benéfi co para a EMEL.

Para a próxima fase, as equipas irão apre-sentar no fi nal de setembro a sua solução ao júri do Challenge correspondente. De seguida, o júri irá avaliar as soluções apre-sentadas e deliberar sobre quais serão con-sideradas fi nalistas e, por isso, quais as que serão apresentadas e discutidas na Con-ferência de Blockchain, organizada pela Aliança no dia 12 de novembro, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.

Finalmente, o Challenge lançado pelo BCSD Portugal recebeu propostas “in-teressantes e muito ambiciosas” que de-senvolvem a criação de uma plataforma online através da qual os consumidores poderão aceder à informação relacionada

com a pegada de carbono de um determi-nado produto.

Registar e garantir transações

O Blockchain é uma maneira transpa-rente e descentralizada de registar listas de transações. A forma como as transações baseadas em Blockchain criam registos públicos rápidos, baratos e seguros, que podem ser usados para muitas tarefas de cariz fi nanceiro e não-fi nanceiro, como o voto eletrónico ou provar a existência de

um documento num dado momento.O Blockchain é particularmente ade-

quado para situações em que é necessário conhecer e rastrear um registo de proprie-dade de um determinado ativo. Também pode ajudar a resolver o problema da pi-rataria de ativos digitais, ao mesmo tempo que os medias digitais podem legitimar, vender, herdar e entregar livros em segun-da mão, vinil, entre outros. Este paradigma emergente também apresenta oportunida-des em todos os tipos de serviços públicos, como pagamentos de saúde e bem-estar.

II sexta-feira, 24 de agosto 2018

Em julho de 2018 registou-se um aumento de 28% no total de ações de insolvência, com

499 empresas insolventes, mais 109 que em igual período de 2017. O total acumulado até fi nal de julho é de 4042 empresas, mais 6,9% que em 2017, informa a Iberinform. Até julho, as declarações de in-solvência requeridas diminuíram 6,1% face a 2017, enquanto as apresentações à insolvência pelas próprias empresas registaram uma diminuição em 4,4% e os encerra-mentos com plano de insolvência uma redução de 34,2% relativa-mente a 2017. Apenas as declara-ções de insolvência (encerramento de processos) cresceram 19,4% nos primeiros sete meses do ano.Lisboa e Porto são os distritos com o acumulado de insolvências mais elevado, 1113 e 901 respe-tivamente. Em relação a 2017, es-tes valores traduzem aumentos de 1,8% para Lisboa e 21,4% para o Porto. Estes dois distritos repre-sentam 49,8% do total nacional.Os aumentos mais notórios até fi nal de julho verifi caram-se nos distritos de Beja (130,8%), Angra do He-roísmo (116,7%), Guarda (67,7%),

Castelo Branco (51,2%), Vila Real (40,5%) e Faro (40,4%). Dos 22 distritos, 15 registam aumentos e correspondem a 75% do total na-cional.

As diminuições face ao mesmo período de 2017 são registadas em seis distritos: Madeira (18%), Évo-ra (16%), Setúbal (13,9%), Leiria (11,5%), Viseu (11,6%) e, por último, Viana do Castelo (4,5%). Estes distritos representam 17,1% do total nacional de insolvências.Por setores, até fi nal de julho de 2018, só três apresentam um de-créscimo de insolvências: Teleco-municações (-33,3%), Transportes

(-7,2%) e Hotelaria e Restauração (-0,9%).

Constituições crescem 11,3%

Em julho de 2018 foram cons-tituídas 3171 novas empresas, mais 112 que em termos homólogos (crescimento de 3,7%). No acu-mulado o aumento face a 2017 é de 11,3%. O número mais signi-fi cativo de constituições regista--se no distrito de Lisboa, com 9647 novas empresas (aumento de 18,2%). O Porto ocupa a se-gunda posição, com 4981 novas constituições (aumento de 14,6%).

LISBOA E PORTO SÃO OS DISTRITOS COM O ACUMULADO MAIS ALTO

Insolvências aumentam 6,9%

LEGAL & ILEGAL

Interrupção do período de férias do trabalhadorIniciei no dia 1 de agosto o gozo das minhas férias.

Ontem recebi um telefonema do meu superior hierár-quico a informar que teria que interromper as férias para me apresentar ao trabalho amanhã. Como previa terminar as férias apenas no dia 30 de agosto já tinha pago o hotel até essa data e a viagem de regresso. Te-nho mesmo que ir trabalhar?

A entidade empregadora pode determinar a interrupção do período de férias do trabalhador ainda que a sua marcação tenha sido acordada entre eles.

De facto, o n.º 1 do artigo 243.º do Código do Trabalho permite à entidade empregadora interromper o período de férias já iniciado, desde que tal interrupção seja motivada por exigências imperiosas do funcionamento da empresa. Não é, pois, sufi ciente uma qualquer exigência, capricho ou mera conveniência da entidade empregadora, exigindo-se antes que se trate de uma exigência imprevisível e impreterível. A lei não tipifi ca quais são essas “exigências imperiosas do funcionamento da empresa”. O legislador optou por deixar a cargo da entidade empregadora o preenchimento de tal conceito mediante uma análise concreta da situação com que se depare.

O n.º 2 do mesmo preceito legal limita, porém, a ação da entidade empregadora ao estabelecer que a interrupção do período de férias deve permitir ao trabalhador o gozo de, pelo menos, metade do período de férias a que tem direito.

Se, depois de comunicada a interrupção do período de férias por motivos imperiosos ao funcionamento da empresa o trabalhador não se apresentar ao serviço da entidade empregadora será aplicável o regime das faltas injustifi cadas. A falta injustifi cada constitui uma violação ao dever de assiduidade do trabalhador e tem como consequência a perda de retribuição e de antiguidade correspondentes ao período de ausência do trabalhador. Acresce que uma falta injustifi cada é suscetível de fazer acionar o poder disciplinar da entidade empregadora sobre o trabalhador ausente, podendo mesmo constituir justa causa de despedimento se verifi cadas cinco faltas injustifi cadas seguidas.

Porém, não seria justo que a entidade empregadora pudesse interromper o período de férias do trabalhador (e muitas vezes de toda a sua família) sem o compensar dos prejuízos que daí advenham. O n.º 3 do artigo 243.º do Código do Trabalho prevê mesmo que o trabalhador tem direito a receber uma indemnização pelos prejuízos que resultem da interrupção do seu período de férias. O valor da indemnização poderá abranger, por exemplo, o montante da renda paga pela casa de férias que seja p roporcional ao tempo que o trabalhador já não irá puder usufruir em virtude da interrupção, assim como a viagem que já tinha sido comprada para regressar a casa apenas no fi m das férias.

Em síntese, em primeiro lugar, é preciso apurar se a interrupção do período de férias do trabalhador é o único meio que a entidade empregadora tem ao seu alcance para dar uma resposta adequada e necessária às exigências imperiosas do funcionamento da empresa. Em segundo lugar, deve verifi car-se se o trabalhador já gozou pelo menos metade do período de férias a que tem direito, pois a lei impede a interrupção do período de férias se o trabalhador não tiver já gozado, pelo menos, metade dos dias a que tem direito. Tratando-se de uma exigência imperiosa do funcionamento da empresa e tendo o trabalhador já gozado mais de metade dos dias de férias a que tem direito não lhe restaria alternativa se não ir trabalhar sob pena de a sua ausência ser considerada falta injustifi cada. Por fi m, deve determinar-se o montante da indemnização de modo a que o trabalhador veja ressarcidos os prejuízos causados pela interrupção das férias, nomeadamente o valor da renda proporcional ao tempo que o trabalhador já não irá puder usufruir em virtude da interrupção, assim como a viagem que já tinha sido comprada para regressar a casa apenas no fi nal das férias.

GONÇALO CAETANOAdvogado Associado na Vilar & Associados - Sociedade de Advogados, SP, RLE-mail: [email protected]

Uma sofi sticada ciberoperação com o nome de código Dark Tequila tem atacado utiliza-

dores no México nos últimos cinco anos, ao roubar credenciais bancá-rias, pessoais e dados corporativos através de um malware que pode movimentar-se através do compu-tador da vítima, mesmo sem estar conectado.

De acordo com os investigado-res do laboratório da Kaspersky, o código malicioso espalha-se através de dispositivos USB infetados e de “spear phishing”, tendo recursos para evitar a deteção. Acredita-se que o agente principal da amea-ça por detrás da Dark Tequila fale espanhol e tenha origem latino--americana.

O malware Dark Tequila e a sua infraestrutura de suporte são invul-garmente sofi sticadas para opera-ções de fraude fi nanceira. A ameaça está focada principalmente em rou-bar informações fi nanceiras, mas uma vez dentro de um computador,

também desvia credenciais para ou-tros sites, incluindo sites populares, extrai endereços de email profi ssio-nais e pessoais, domínios regista-dos, contas de armazenamento de arquivos, possivelmente para serem

vendidos ou utilizados em futuras operações. Os exemplos incluem emails de clientes da Zimbra e sites como Bitbucket, Amazon, GoDa-ddy, Network Solutions, Dropbox, RackSpace, entre outros.

“Modus operandi” O malware carrega uma carga

útil em diversos estágios e é dis-

tribuído aos utilizadores através de dispositivos USB infetados e emails de “spear phishing”. Uma vez dentro do computador, o mal-ware faz contacto com o servidor no comando por forma a receber

instruções. A carga útil é entregue à vítima apenas quando determi-nadas condições técnicas da rede são atendidas. Se o malware detetar uma solução de segurança instala-da, atividade de monitorização de rede ou sinais de que a amostra é executada num ambiente de análi-se, ele interrompe a infeção e apa-ga-se do sistema.

Se nenhum dos referidos é de-tetado, o malware ativa o local da infeção e copia um arquivo execu-tável para uma unidade removível, de forma a ser executado automa-ticamente. Isto permite que o mal-ware se mova em modo “offl ine” pela rede das vítimas, mesmo até quando apenas uma máquina foi comprometida através de “spear phishing”. Quando outro disposi-tivo USB é conectado no computa-dor infetado, automaticamente fi ca infetado e está pronto para espalhar o malware para outros alvos.

MALWERE BANCÁRIO ATACA NA AMÉRICA LATINA

Crime informático está cada vez mais sofi sticado

O malware Dark Tequila e a sua infraestrutura de suporte são invulgarmente sofi sticadas para operações de fraude fi nanceira

sexta-feira, 24 de agosto 2018 III

O Governo quer alterar o Código de Processo do Trabalho, adaptando-o aos desenvolvimentos recentes ocorridos em matéria de direito processual civil, organização judiciária e legislação substantiva laboral. Há duas importantes alterações, no caso de esta proposta de mudança do Código ser publicada. Uma, é o alargamento do prazo dado ao juiz para proferir sentença, que passa de 20 para 30 dias. Assim como o prazo para interpor recurso, que também passa de 20 para 30 dias. Outra, diz respeito à impugnação judicial, por parte dos trabalhadores, de sanções disciplinares aplicadas pelas entidades empregadoras. O prazo passa de um ano para apenas 15 dias.O projeto de diploma que procede à revisão deste Código está em discussão pública durante 30 dias, a contar da data da sua publicação (6 de agosto), até 6 de setembro, portanto.

TERESA [email protected]

O Artigo 73º do Código de Processo do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei nº 480/99, de 9 de novembro, prevê que, nas ações de trabalho, a sentença é proferida no prazo de 20 dias. Na proposta de alteração ao diploma, que agora está em apreciação pú-blica, o juiz passa a dispor de mais 10 dias para lavrar a decisão, ou seja, a sentença pode ser proferida no prazo de 30 dias a seguir ao julgamento. Além disso, e se a simplicidade das questões de facto e de direito o justifi car, a sentença pode ser proferida de imediato, regen¬do-se a sua gravação e transcrição para

a ata pelo disposto no artigo 155.º do Código de Processo Civil.

Também o prazo de interposição do re-curso de apelação ou de revista é alterado. Se, até aqui, ainda é de 20 dias, esse prazo será alargado para 30 dias, caso a alteração ao Có-digo se confi rme. Além disso, nos processos com natureza urgente, bem como nos ca¬sos previstos nos números 2 e 5 do artigo 79º-A do Código e nos casos previstos nos números 2 e 4 do artigo 671º do Código de Processo Civil, o prazo para a interposi¬ção de recurso é de 15 dias.

Além do mais, em caso de interposição de recurso com efeito suspensivo, a prestação da caução da importância em que foi condenado já não tem de ser feita através de depósito na Caixa Geral de Depósitos. Essa especifi cação cai, deduzindo-se que o depósito pode ser efetuado noutra instituição bancária que não o banco do Estado, desde que se proceda à correspondente prova da sua efetivação.

Obrigatoriedade da gravação das audiências de julgamento

Uma outra alteração diz respeito à impug-nação de sanções disciplinares aplicadas pelas entidades empregadoras. “O arguido em processo disciplinar que pretenda impug-nar a respetiva decisão deve apresentar no juízo do trabalho competente o seu requerimento no prazo de 15 dias, conta¬dos da notifi cação da decisão”, lê-se na proposta de alteração ao Código do Processo de Trabalho (Artº 170º) que agora está em discussão pública. Até aqui, a impugnação de sanções disciplinares diver-sas do despedimento pode ocorrer no prazo de um ano após a comunicação da decisão sancionatória pela entidade patronal, sob pena de caducidade.

Outra das novidades é o fi m da possibili-dade de as audiências de partes, destinadas a tentar a resolução do litígio por acordo antes de convocar julgamento, poder ser adiada

uma única vez por acordo das partes e combase em fundamento legal. Na proposta dealteração ao diploma, essa solução é revoga-da.

Por outro lado, nos casos de despedimen-to coletivo, por extinção de posto de trabalho e por inadaptação, o juiz passa a ser obrigado a ordenar a notifi ca¬ção das entidades empre-gadoras para, no prazo da oposição, juntaremaos autos os documentos comprovativos do cumprimento de todas as formali¬dades exi-gidas.

Outra das alterações propostas é a obri-gatoriedade da gravação das audiências de julgamento. O atual Código do Processo deTrabalho prevê que a gravação da audiência ou a intervenção do tribunal coletivo devamser “requeridas na audiência preliminar, se a esta houver lugar, ou até 20 dias antes da data fi xada para a audiência de julgamento”.

Empresas podem justifi car falta às audiências de partes no prazo de 10 dias

Quanto a testemunhas, tudo se mantém.As partes não podem oferecer mais de 10 paraprova dos fundamentos da ação e da defesa, sendo que, sobre cada facto que cada parte –trabalhador ou entidade patronal - se propõe provar não podem indicar mais do que três testemunhas.

Por fi m, um aligeiramento das condições para as entidades empregadoras. Até aqui, se houvesse falta à audiência de partes agendada antes do julgamento, não estava estipuladoqualquer prazo para justifi cação dessa ausên-cia. O Código referia até que, se a falta fosse injustifi cada, o empregador fi cava “sujeitoàs sanções previstas no Código de Processo Civil para a litigância de má fé”. Se a nova redação vier a entrar em vigor, o juiz “ordenaa notifi cação do empregador para, no prazode 15 dias, apresentar articulado para motivar o despedimento, juntar o procedimento dis-ciplinar ou os documentos compro¬vativos do cumprimento das formalidades exigidas, apresen¬tar o rol de testemunhas e requerer quaisquer outras provas” e, além disso, ainda lhe permite “justifi car a sua falta à audiênciade partes nos 10 dias subsequentes”.

PRAZOS DO TRIBUNAL DO TRABALHO PARA PROFERIR SENTENÇA OU INTERPOR RECURSO ALARGADOS DE 20 PARA 30 DIAS

Governo quer harmonizar o Código de Processo do Trabalho com o direito laboral

• Banco de horas individual – Desaparece, dando lugar ao banco de horas grupal. Desaparecem também os bancos de horas de grupos com origem em acordos individuais. O Governo fi xou um prazo de transição de um ano para a extinção dos bancos de horas instituídos por acordo individual, que têm, portanto, de ser extintos até, no máximo, 12 meses após a entrada em vigor das novas regras laborais.

• Período experimental. É alargado para 180 dias quando está em causa a contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego e de desempregados de longa duração. Antes, o período experimental era de 90 dias ou de 30 dias em contratos de duração igual ou superior a seis meses e de 15 dias em caso de contrato a termo certo com duração inferior a seis

meses. Os períodos experimentais de 180 dias estavam reservados para trabalhadores que exercessem cargos de complexidade técnica, elevado grau de responsabilidade ou que pressuponham uma especial qualifi cação, bem como os que desempenhem funções de confi ança. O período experimental mais alargado de 240 dias podia ser estipulado para cargos de direção ou quadros superiores.

• Taxa de rotatividade progressiva até 2% - Foi aprovada uma taxa de rotatividade, progressiva, até 2%, que começará a ser paga em 2020, para empresas cuja contratação a prazo exceda a média do setor. As empresas mais perto da média do setor pagam menos; as que estiverem mais longe da média pagam mais. Poderá haver exceções, nomeadamente no setor

da agricultura. • Contratos de muito curta duração

alargados. São contratos muito aplicados nos setores da agricultura e do turismo, por exemplo. São passíveis de serem utilizados “em situação de acréscimo excecional e substancial da atividade de empresa cujo ciclo anual apresente irregularidades decorrentes do respetivo mercado ou de natureza estrutural que não seja passível de assegurar pela sua estrutura permanente”.

• Contratos intermitentes encurtados. O período mínimo de prestação de trabalho anual do contrato intermitente, no caso de que exerçam atividade com descontinuidade ou intensidade variável, foi reduzido de seis meses para cinco. E é reduzido de quatro para três meses o tempo de trabalho

consecutivo.• Contratos de trabalho temporários

com seis renovações. Os contratos de trabalho temporário vão ter um limite máximo de seis renovações. Até aqui não havia limite. A empresa é obrigada a informar o trabalhador temporário do motivo que justifi ca a celebração do contrato e a empresa utilizadora será obrigada a integrar o trabalhador no seu quadro se as regras forem violadas.

• Caducidade das convenções coletivas mantém-se, mas com regras. O Governo mantém a possibilidade de caducidade das convenções coletivas, mas introduz regras que impeçam a denúncia das convenções sem fundamento. A partir de agora, a denúncia de um contrato coletivo de trabalho tem de ser acompanhada de fundamentação de ordem económica e estrutural.

Principais alterações ao Código do Trabalho aprovadas em 2018

Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

IV sexta-feira, 24 de agosto 2018

Conhecedores da realidade, da teoria e do “dever ser”, ao abordar o tema prisão

preventiva não podemos deixar de, desde logo, efectuar uma pe-quena resenha circunstancial da mesma.

Trata-se, a par de outras, de uma medida de coação imposta a um arguido em processo penal e desde que se verifi quem alguns dos requisitos ou condições: o pe-rigo de fuga o perigo de perturba-ção do inquérito, da paz social, da ocultação ou destruição de provas e o perigo de continuação da ac-tividade criminosa. Trata-se de medida excepcional que, por ser limitadora de direitos fundamen-tais, deve ser usada com a parci-mónia devida.

Entre nós, profi ssionais, mui-to consideramos o perigo cons-tante de tal medida de coação ser aplicada. Dizemos, mais ou menos conscientemente que se prende por pouco e muito. Que se generaliza o que deve ser ex-cepção.

Por outro lado, a “vox popu-li” é unanime em considerar que nunca se prende, que os suspeitos “vão ao Juiz” e acabam sempre soltos para, em liberdade, conti-nuarem o seu percurso criminoso. Diz-se muito tal coisa a propósito dos recentes e recorrentes incên-dios que, por mão criminosa ou não, vão grassando e destruindo a fl oresta, património edifi cado e colocando em risco a integridade física e, nalguns casos, a própria vida.

As restantes vozes vão-se le-vantando contra a impunidade dos conhecidos e poderosos e, ao invés, da perseguição penal célere e efectiva do cidadão anónimo ou menos favorecido.

Sempre assim foi e sempre as-sim será se, de algum modo, não atentarmos no rigor dos números. Pegar em números para perceber a evolução não é tarefa fácil, mui-to menos para quem não é deten-tor da arte da estatística. Mas, da apreciação podemos sempre infe-rir consequências e, claro, desco-brir caminhos.

Se em 1970, Portugal tinha 571 presos preventivos, em 1980 1583 presos preventivos, em 1990 2507 presos preventivos, já em 2000 salta-se para 3854 pre-sos preventivos. O “pico” atingiu--se em 1996 quando o número de presos preventivos dispara para quase 5000! (4977 para sermos exactos).

De 2000 em diante só no ano de 2002 se ultrapassou a barreira de 4000 presos preventivos, sen-do que, entre 2010 e 2017 o nú-mero de presos preventivos variou

entre 2661 como máximo e 2105 como mínimo.

A tendência dos últimos anos tem sido de uma maior estabilida-de (uma fl utuação de apenas 500) e sempre em números totais clara-mente perceptíveis e nada exacer-bados quer em relação ao histó-rico, quer em relação ao número total de presos, a cumprir pena e, por isso, não preventivos. Veja-se, apenas entre 2010 e 2017:

Esta análise permite-nos, des-de logo, demonstrar que a relação entre o número de reclusos nos estabelecimentos prisionais e os presos preventivos é tendencial-mente o mesmo. Isto é, se entre 2010 e 2018 aumenta e diminui quer um quer outro, no mesmo sentido. Exceptua-se o ano de 2013 no qual diminui o número de reclusos a cumprir pena e au-menta o número de presos pre-ventivos.

Mas, atenta a estabilidade dos últimos oito anos, podemos con-cluir que, face ao universo de pre-

sos a cumprir pena, o número de indivíduos a quem foi aplicada a medida de coação de prisão pre-ventiva não é, de forma nenhuma exagerada.

Sabemos que, nos anos em apreciação, muito por força do aperfeiçoamento das políticas de investigação criminal, da acresci-da preocupação dada à crimina-lidade económico-fi nanceira, do exponencial aumento de casos de

crimes contra as pessoas, dos quais se destaca a violência doméstica, não será crível ver diminuído o ratio de indivíduos em prisão pre-ventiva, podendo, eventualmen-te, os números disparar. Mas, não podemos daqui concluir que se vulgarizou a aplicação da medida excepcional de prisão preventiva, nem que, ao invés, não se prende ninguém, como é voz corrente, seja num sentido seja noutro.

Por último e apenas num sentido de mera apreciação so-ciológica, cumpre dizer que, nos últimos oito anos (2010 – 2017), o número de presos a cumprir pena de sexo masculino ocupa sempre mais de 90% do universo prisional mas, pese embora neste período se tenha verifi cado um aumento de 15,7% do nume-ro total de reclusos, o aumento verifi cou-se nos reclusos de sexo feminino (aumento de 36,5%) sendo que o aumento de reclu-sos do sexo masculino é apenas de 14,5%.

Estes são os números, que fa-lam por si e que, de algum modo, permitem desmistifi car a ideia da generalização da prisão preventiva ou, a ideia inversa da impunidade.

Fontes:DGPJ – Destaque estatístico de Maio de 2018, n.º 58Pordata: https://www.pordata.pt/Portugal/Reclusos+total+e+em+pris%C3%A3o+preventiva-269

Legal & Imobiliário MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Aprovação do modelo de contrato de

mediação imobiliária “Estou a pensar criar uma mediadora imobiliária e,

tanto quanto sei, a empresa só poderá trabalhar depois de assinar um contrato com os clientes.

Já estive ligado à mediação imobiliária e nessa al-tura a minuta desses contratos tinha que ser aprovada por entidades do sector.

Disseram-me que agora é possível utilizar uma mi-nuta contrato de mediação previamente aprovada pelo Governo para o efeito. É verdade?”

De acordo com o disposto na Lei 15/2013, que regulamenta a actividade, o contrato de mediação imobiliária é obrigatoriamente reduzido a escrito e

a inobservância da referida forma escrita gera a nulidade do contrato, não podendo esta ser invocada pela empresa de mediação.

Efetivamente, o diploma legal em referência mais dispunha que os modelos dos contratos com cláusulas contratuais gerais só podiam ser utilizados pela empresa de mediação após validação dos respectivos projectos pela Direcção-Geral do Consumidor.

Contudo, há cerca de um ano, com o objectivo de simplifi car as obrigações dos operadores económicos, o Decreto-Lei 102/2017, alterou o diploma em questão, que embora tenha continuado a prever que os modelos de contratos com clausulas contratuais gerais de mediação imobiliária só poderiam ser utilizados pela empresa após aprovação prévia dos respectivos projectos pelo IMPIC, I.P. (Instituto dos Mercados Públicos do Imobiliário e da Construção, I.P.), passou a prevêr que, sempre que a empresa utilize o modelo com cláusulas contratuais gerais

aprovado por portaria dos membros do Governo das áreas da justiça, do imobiliário e da defesa do consumidor, fi cará dispensada da referida aprovação prévia.

Não obstante tal hipótese já se encontrar legalmente prevista, há cerca de ano, só agora, em 13 de agosto do ano em curso, foi publicada, entrando em vigor no dia seguinte ao da publicação, a portaria 228/2018, que veio aprovar o modelo de contrato de mediação imobiliária a que se referia aquele diploma.

Pelo exposto e se o leitor não pretender sujeitar um modelo próprio de contrato, á aprovação prévia de pelo IMPIC,I.P., poderá optar por utilizar o modelo ora aprovado e anexo á referida portaria, cuja versão em suporte digital, este Instituto disponibiliza no seu sitio da Internet, para consulta e recolha pelos interessados.

Para o efeito, o leitor apenas terá que enviar, ao IMPIC, I.P., para depósito, o referido contrato, até cinco dias úteis antes da sua utilização, através do respectivo correio electrónico disponível em [email protected], devidamente preenchido com a identifi cação completa da empresa de mediação imobiliária, nomeadamente, designação social, NIPC, sede social e número de licença AMI junto do IMPIC,I.P., enviando, também, o endereço eletrónico de contacto da entidade.

“Não podemos daqui concluir que se vulgarizou a aplicação da medida excepcional de prisão preventiva, nem que, ao invés, não se prende ninguém, como é voz corrente, seja num sentido seja noutro”

Prisão, os números!

Casos da Vida Judiciária

MIGUEL MATIASAdvogado

Raposo Subtil e Associados, Sociedade de Advogados (membro fundador da RSA LP – Rede de Serviços de Advocacia de Língua Portuguesa)

Sempre que a empresa utilize o modelo com cláusulas contratuais gerais aprovado por portaria dos membros do Governo das áreas da justiça, do imobiliário e da defesa do consumidor, fi cará dispensada da referida aprovação prévia

Reclusos em cumprimento de pena: Presos preventivos:

2010 11613 2307

2011 12681 2470

2012 13614 2661

2013 14284 2592

2014 14003 2330

2015 14222 2303

2016 13779 2177

2017 13440 2105

*Dados PorData