LISBOA CULTURAL 148

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20 ANOS DA COMPANHIA TEATRAL DO CHIADO | ENTREVISTA COM JUVENAL GARCÊS | ENAMORADOS POR LISBOA | CARNAVAL EM LISBOA

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08/21 FEV’ 10 | n.º 148

Em Agenda

Editorial

Ar livreCarnaval

Itinerários Temáticos de Lisboa Enamorados por Lisboa

Ciclos e conferênciasChristopher Hitchens na Casa Fernando Pessoa

Exposições Desassossego no Museu da Marioneta

Exposições

Em destaque Companhia Teatral do Chiado

Curtas

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EditorialLISBOA CULTURAL

Ficha técnicaEdição Divisão de Programação e Divulgação Cultural | Direcção Municipal de Cultura | CML Editora Paula Teixeira Redacção Frederico Bernardino, Sara Ferreira, Susy Silva Capa e Paginação Bruno Moreira Contactos Rua Manuel Marques, 4F, Edifício Utreque - Parque Europa, 1750-171 Lisboa | Tel. 21 817 06 00 | [email protected]

Enquanto não chega a mais que merecida homenagem a Mário Viegas, um dos “arquitectos” do renascimento do Chiado nos anos que se seguiram ao incêndio que quase apagou o coração da cidade, a Lisboa Cultural foi ver o que se faz hoje com o seu legado. Falamos da Companhia Teatral do Chiado (CTC), um projecto a que Mário Viegas deu forma, juntamente com Juvenal Garcês, em 1990. Prestes a completar 20 anos, com espectáculos que se man-têm em cena anos a fio, e um público fiel, a CTC é um dos poucos palcos lisboetas onde a vocação para a comédia é assumida de forma consistente e apaixonada.

“E por falar em paixão”, citando o poeta Vinicius de Moraes, podemos dizer que, esta se-mana, a cidade vai viver sob a sua égide. A propósito do Dia dos Namorados, a Câmara promove, nos dias 13 e 14, a iniciativa “Enamorados por Lisboa”. Sozinho ou acompanhado, aproveite para conhecer os melhores miradouros, jardins e recantos da cidade, e dar asas à imaginação. E porque o amor também pode nascer de uma boa conversa, não se esqueça de agendar um passeio pelo Jardim da Estrela, onde Marta Crawford, Mónica Calle e Anísio Franco vão estar, no sábado, para falar da relação entre afectos e espaço público.

Na próxima semana a Lisboa Cultural tira umas merecidas férias de Carnaval. Ficam, no en-tanto, duas propostas para gostos diferentes: o desfile de Carnaval promovido pela EGEAC, no dia 16 de Fevereiro, que promete animar as ruas da Baixa; e o regresso à Casa Fernando Pessoa do ciclo de conferências Livres Pensadores que conta com a presença de Christopher Hitchens, jornalista, escritor e um dos mais importantes nomes do “novo ateísmo”.

Uma boa semana.

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Em destaqueLISBOA CULTURAL

Foi há quase 20 anos que Mário Viegas e Ju-venal Garcês, a convite do então vereador do Pelouro da Cultura, João Soares, aceitaram o desafio de sediar no Chiado uma nova com-panhia de teatro onde se recuperasse o es-pírito do teatro popular. Após duas décadas, o teatro humorístico produzido em Portugal confunde-se, inevitavelmente, com uma mar-ca: Companhia Teatral do Chiado.

Houve um dia em que o Chiado era uma zona ostracizada da cidade de Lisboa. O violento in-cêndio de 1988 devastara quarteirões inteiros, antevendo-se uma lenta recuperação deste ponto nevrálgico da vida comercial e cultural lisboeta. Juvenal Garcês (ver entrevista), actor e encena-dor, co-fundador com Mário Viegas da Compa-nhia Teatral do Chiado (CTC), recorda-nos esses dias incertos em que as pessoas temiam pela sua

segurança e davam conta de mil e um receios para não frequentar o Chiado para lá do cair da noite.

Em meados de 1990, entre edifícios ardidos e es-taleiros de obras, João Soares, à época vereador da Cultura, desafiou Mário Viegas a levar, de novo, o teatro àquela zona nobre da cidade, propondo que a nova companhia se instalasse no Teatro São Luiz. Naquelas circunstâncias, era uma aventura definir qualquer projecto cultural no local, porém, Viegas e Garcês aceitaram o desafio, embora re-cusando liminarmente a exploração da sala prin-cipal do São Luiz.

Os primeiros espectáculos da companhia acaba-ram por se realizar no espaço onde hoje se situa o restaurante daquele teatro municipal. Nascia assim, em Dezembro de 1990, a CTC, o terceiro e último projecto teatral fundado por Mário Viegas.

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No São Luiz, voltava a haver teatro e o público acorreu, criando-se um ver-dadeiro fenómeno de culto em torno da recém-criada companhia. O sucesso da primeira produção em nome próprio da CTC, A Birra do Morto, de Vicente Sanchez, permitiu que com escassos meios e contra todas as probabilidades, o teatro regressasse com sucesso ao Chiado. A cidade e os lisboetas agra-deceram, e assim se iniciou um percurso extraordinário no panorama teatral português.

Com o desaparecimento de Mário Viegas, em 1996, Juvenal Garcês assu-miu a direcção artística da CTC. Como não se cansa de sublinhar, o rumo estava traçado, era agora tempo de consolidá-lo! De entre grandes autores anglo-saxónicos (Becket, Osborne ou Godber), passando pelo teatro nórdico (Strindberg, Bergman ou Ibsen), a CTC teve o condão de levar à cena textos que pareciam talhados a ser sucessos improváveis. Nesse rol figuram três momentos já míticos do reportório teatral que permanecem ainda em cena: As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos (Adam Long, Jess Borgeson e Daniel Singer; estreado em 1996), As Vampiras Lésbicas de Sodoma (Charles Busch; estreado em 2006) e A Bíblia – Toda a Palavra de Deus (d´uma Assentada) (Adam Long, Austin Tichnor e Reed Martin; estrea-do em 2007).

Em 2003, após os trabalhos de reconstrução e requalificação da antiga Sala-estúdio do São Luiz, nasceu o espaço próprio da CTC. Desde a estreia de Oh Que Ricos Dias, de Beckett, a pequena sala do Largo do Picadeiro recebeu mais de 120 mil espectadores, distribuídos por cerca de 15 produções em nome próprio e pontuais acolhimentos. Resta sublinhar que, em homenagem ao homem e ao seu legado, a edilidade concedeu à sala o nome de Mário Viegas. FB

Esta semana, no projecto “Noites no Teatro”: As Vampiras Lésbicas de Sodoma, de Charles Busch, no Teatro-Estúdio Mário Viegas (dia 8, 20h15, com comentário prévio do encenador Juvenal Garcês); Salo-mé, de Oscar Wilde, no Teatro Ibé-rico (dia 10, 21h, com comentário da encenadora Márcia Cardoso e acto-res após o espectáculo). As sessões são gratuitas para estudantes, me-diante marcação prévia para o tele-fone 21 817 06 00.

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Com quase 20 anos de história, a Companhia Teatral do Chiado (CTC) mantém um trajecto muito peculiar em prol do teatro de comédia, princípio que presi-diu à sua criação. Ao aliar no reportório textos capazes de mobilizar o grande público a obras incontornáveis da dramaturgia contemporânea, o percurso da companhia só pode ser tido como impar na história do teatro português. Juvenal Garcês, um madeirense que abraçou o teatro profissional aos deza-nove anos e que dez anos depois, com Mário Viegas, fez nascer a CTC, falou à Lisboa Cultural.

De que modo definiria estas duas décadas de existência da CTC?Foram uma luta! Fazer teatro em Portugal é uma luta constante, um trabalho de re-sistência. Que eu conheça, não há em Portugal ninguém rico a fazer teatro e muito menos nós, na CTC, que temos uma sala de 100 lugares e só temos tido advogados e dívidas por pagar (risos). Mas como fazer teatro é uma vocação, este é um cami-nho irreversível. E, por isso, cá estamos!

Como é gerir esta companhia e, inevitavelmente, esta sala que tem o nome Mário Viegas?O Mário é uma referência no teatro português, e para além disso foi um cidadão notável e absolutamente genial. Gerir uma sala com o seu nome é uma respon-sabilidade acrescida. Para além disso, esta é uma sala municipal e por isso tenho que produzir espectáculos de qualidade e que digam qualquer coisa às pessoas. Logo, fazer teatro, e sobretudo comédia, nesta sala dá-me um gozo extraordinário. Hoje, a sala Mário Viegas, que só existe há pouco mais de 6 anos, é uma referên-

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Em destaqueLISBOA CULTURAL

cia no panorama cultural da cidade. Em relação à companhia, e porque eu não sou o substituto do Mário - o Mário Viegas não tem substitutos! -, assumo responsabilidades a dobrar, consideran-do que tenho de encenar bons espectáculos que tragam público ao teatro. Só desta forma posso garantir que a companhia não desaparece e que a sala, pelo nome que tem e por ser propriedade da Câmara Municipal de Lisboa, se mantém bem vista.

Qual é o segredo do sucesso de produções como As Obras Completas de William Shakes-peare em 97 Minutos ou As Vampiras Lésbi-cas de Sodoma, que permanecem há tantos anos em cena?Como é segredo não lhe posso contar (risos). Mas eu justifico os 14 anos de exibição do “Shakespe-are” ou os 4 anos das “Vampiras” pela sede de comédia que as pessoas têm. Em Portugal faz-se pouca comédia e o género ainda hoje é vota-do ao ostracismo. Os próprios actores parecem ter preconceitos em fazer comédia, que é efec-tivamente o género mais popular. Certamente, a comédia é também o género mais complicado de fazer, sobretudo para o actor, já que tem a ver com tempos de representação, com o ritmo das frases, com a entoação, etc. Como se não bas-tasse, na comédia há a participação do público, porque se num drama o público entra e sai cala-

do, na comédia, quando um actor entra e ninguém ri é porque alguma coisa está mal.

Que projectos se preparam para assinalar es-tes 20 anos da companhia?Para assinalar estes 20 anos comecei por trazer A Dama de Copas e o Rei de Cuba, do Timochenco [Whebi], um autor brasileiro, porque achei que sendo uma comédia com um humor menos óbvio, aborda de algum modo situações que reconhece-mos destes tempos difíceis que vivemos. Depois, e se tiver condições financeiras para isso, tencio-no fazer um Shakespeare, mais precisamente O Amansar da Fera. Até porque, ando há 14 anos a gozar com o Shakespeare e já é tempo de o fazer à séria!

E haverá algum evento que vise especialmen-te evocar o Mário Viegas?Sim, eu pelo menos gostaria muito de fazer uma grande exposição sobre o Mário aqui no São Luiz, até porque a CTC não tem capacidade para organizar um evento que abrangesse a grande-za da sua personalidade. O ideal seria fazer isso em Novembro, mês do seu nascimento e da fun-dação da companhia. Para além disso, e porque são poucos aqueles que deixaram o nome grava-do no Chiado, penso que uma grande exposição seria uma digna e justa homenagem ao Mário Viegas. FB

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Itinerários Temáticos de LisboaLISBOA CULTURAL

Como em tudo na vida, não se pode agradar a gregos e a troianos e se para uns até pode ser piroso, a verdade é que o amor é um sentimento que a todos contagia. Assim, o que temos para si são várias propostas para um Dia dos Namorados de afectos e descobertas.

Reza a história que o Dia de São Valentim “nasceu” em ho-menagem ao bispo Valentim, depois deste ter lutado contra as ordens do imperador Cláudio II, que proibiu o casamento no decorrer das guerras por acreditar que os solteiros eram melhores combatentes. Para além de continuar a celebrar casamentos, Valentim também se casou em segredo, ten-do sido descoberto, preso e condenado à morte. Enquanto estava preso e aguardava o cumprimento da sua sentença, o bispo apaixonou-se pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes de morrer, o que viria a acontecer a 14 de Fevereiro, Valentim escre-veu uma mensagem de adeus à sua amada, onde assinava como “Seu Namorado”.

Como prova de que Lisboa é uma cidade de amores, onde se pode namorar e até se apaixonar, a Câmara Municipal de Lisboa promove a iniciativa Enamorados Por Lisboa, que terá lugar no fim-de-semana de 13 e 14 de Fevereiro.

Assim, o que terá de fazer é agarrar na sua cara-metade e escolher uma das seguintes sugestões.

No dia 13, pelas 16h, o Jardim da Estrela convida a uma conversa com Marta Crawford. Subordinada ao tema “Amor na rua”, a sexóloga conta com a companhia da actriz e encenadora Mónica Calle e do historiador Anísio Franco, para falar sobre o amor e o espaço público, nomeadamente as mudanças que aí aconteceram. Se quiser levantar uma pontinha do véu do que versará esta conversa, aconselhamo-lo a ler a entrevista na Agenda Cultural deste mês.

Para o dia 14, são duas as propostas: os percursos Lisboa dos Amores e O nosso amor é verde, com o primeiro a levá-lo numa visita guiada, por uma técnica da Divisão de Programação e Divulgação Cultural da Câmara, pelas ruas e miradouros que permitirá a (re)descoberta de alguns cantos e recantos mais íntimos da nossa cidade. Este itine-rário realiza-se às 10h e às 14h, sendo necessária marcação prévia através do número 21 817 06 00. Por sua vez, O nosso amor é verde é um percurso por quintas e jardins de Lisboa, organizado pela Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental, a ter lugar às 11h e 14h. Também neste caso é necessária marcação, devendo ser feita para o número 21 817 02 00.

A par das conversas sobre o amor e dos percursos, sugerimos-lhe ainda que passe pela Fonte Luminosa da Praça do Império que, às 19h de dia 13, se iluminará, dando a conhecer o seu novo sistema de luz e som. Já que anda por Lisboa, aproveite também para visitar as várias floristas da cidade e surpreender-se com as cores e aromas que invadem os passeios. Este fim-de-semana deixe-se levar pelo amor!

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Ar livreLISBOA CULTURAL

Carnaval. Um ritual que se assume de diferentes formas e que continua a fazer sentido em várias partes do mundo. Desde Veneza a Nova Orleães, de Podence a Lisboa.

Este ano, na capital, vamos ter a XII Edição do Des-file de Carnaval de Lisboa, evento organizado pela EGEAC, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e as Juntas de Freguesia do Beato, Castelo, Lumiar, Madalena, Marvila, Stª. Justa, Stº Estêvão, S. Cristóvão/S. Lourenço, S. Paulo, Sé e Socorro.

A animação ficará a cargo do Chapitô, da Escola da Gaita-de-Foles da Casa Pia e dos grupos de percus-são Terra Nova e Tocándar. Com ponto de encontro marcado para a Praça do Município, o cortejo percor-rerá as ruas do Comércio e da Prata, terminando na Praça D. Pedro IV com o concerto da Gilbert´s Feed Band.

A participação do Chapitô no desfile terá um enfoque especial: o Centenário da Implantação da República. Uma recriação do que Bordalo Pinheiro caricaturou, na tentativa de problematizar a noção de que “o que o povo é e o que o povo pode ser”.

Em Belém, e para os mais jovens, o Padrão dos Descobrimentos promove, entre 13 e 16 de Feve-reiro, sempre às 15h, vários ateliês sob o tema O Carnaval à Volta do Mundo. Destinados a crianças e famílias, os ateliês têm como ponto de partida a ideia de máscara e as origens do Carnaval, propondo a construção de bonecas de pano (marafonas) e Care-tos, daqueles que se podem levar para casa.

Para lembrar as nossas tradições e algumas das suas raízes mais ancestrais. Para expulsar o Inverno e dar as boas-vindas à Primavera.

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16 Fevereiro | 15h Mais informações em www.egeac.pt

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De 12 de Fevereiro a 18 de Março

www.monstrafestival.comwww.sardinhaemlata.com

http://museudamarioneta.egeac.pt

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ExposiçõesLISBOA CULTURAL

A história encontra eco na vida do realizador e autor da ideia original, já que ele próprio trabalhou na sua cida-de natal, Florença, numa charcutaria. “Era um trabalho bastante pesado, os clientes chegam a ser insuportáveis porque pedem coisas inacreditáveis”, recorda Lorenzo degl`Innocenti. “Muitas vezes, as pessoas têm medo de seguir os próprios sonhos, mas todos temos opor-tunidade para começar o caminho que queremos”, mesmo que se tenha que “optar e até sacrificar determi-nadas coisas”.

No Museu da Marioneta vamos poder fazer uma viagem aos bastidores do cinema de animação a partir das várias personagens que enchem o ecrã de Desassossego. Per-mitindo ao público conhecer cenários, desenhos, mario-netas, materiais de película e adereços e assim compre-ender o paciente trabalho que está por trás de uma obra de animação, de resto portuguesa, pela mão da produto-ra Sardinha em Lata.

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O Museu da Marioneta, em parceria com a MONSTRA 2010 - Festival de Animação de Lisboa, inaugura dia 12 de Fevereiro a exposição Desassossego, dedicada aos bastidores do cinema de animação a partir das personagens da primeira curta de animação de volu-mes de Lorenzo degl’Innocenti. A entrada é livre.

Realizada pelo italiano Lorenzo degl`Innocenti, radicado há oito anos em Portugal, esta curta-metragem de 20 mi-nutos conta-nos a história de Ivan. Ivan sempre trabalhou na charcutaria da família. Uma herança que lhe pesa como o destino, porque o seu sonho é abrir uma loja onde possa vender e desenhar os seus próprios móveis. A sua frustra-ção é tão forte que o leva involuntariamente a começar a projectar a sua insatisfação nos clientes que, um dia, se transformam eles mesmos em objectos de design.

Desassossego no Museu da Marioneta

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Ciclos e conferênciasLISBOA CULTURAL

O próximo dia 18 de Fevereiro marca o regresso do ciclo de conferências Livres Pensadores à Casa Fernando Pessoa. Christopher Hitchens é o convidado de honra.

Hitchens é frequentemente considerado um dos mais proeminentes representantes do movimento do “novo ateísmo”, reputação que, em parte, se deve à obra Deus não é Grande - Como a religião envenena tudo, publicada em Portugal pela D. Quixote/LeYa, em 2007.

Juntamente com os ateístas Richard Dawkins, Sam Harris e Daniel Dennett, Christopher Hitchens é referido como um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse, apresentando-se como crente nos valores filosóficos do Iluminismo. Para o professor universitário, que também colabora com a Vanity Fair e é professor convidado de estudos liberais na New School, a livre expressão e a investigação científica deveriam substituir a religião como meio de ensinar ética e conduzir a civilização.

Urgência do Ateísmo/ Necessity of Atheism é o nome da conferência que dará na Casa Fernando Pessoa, cuja entrada é livre. Esta será a segunda conferência de um ciclo que teve como primeiros convidados, em Dezembro último, o músico brasileiro Caetano Veloso e o filósofo, também brasileiro, Antonio Cícero.

Na conferência, cujo início está marcado para as 18h30, e que conta com tradução simultânea, Hitchens apresentará a sua tese, cujo principal argumento assenta na ideia de que o conceito de Deus ou de um ser supremo é uma crença totalitária que destrói a liberdade individual.

Christopher Hitchens está neste momento a escrever um livro de memórias, Hitch-22 Some Confessions and Contradictions: A Memoir, cujo lançamento está previsto para Junho deste ano.

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Casa Fernando PessoaRua Coelho da Rocha, 16Campo de Ourique21 391 32 70

http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt

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CurtasLISBOA CULTURAL

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Poesia e Música no Jardim de InvernoPoetas lidos por actores, acompanhados por músicos. É esta a proposta do Jardim de Inverno, do São Luiz Teatro Municipal, para as tardes de sábado. Falamos do Ciclo Poesia e Música que acontece desde o passado dia 6 deste mês e se prolonga até 13 de Março. Os actores Luis Miguel Cintra, Graça Lobo, Beatriz Batarda e Maria João Luis recordam Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Sophia de Mello Breyner e Herberto Helder, ao mesmo tempo que são acompanhados pelos músicos João Paulo Santos, Olga Pratts, Bernardo Sassetti e Irene Lima, respectivamente. As palavras juntam-se à música por volta das 17h30, sendo a entrada livre.

Projecto Teatral apresenta CâmaraRegra geral, aparecem etiquetados em teatro, mas quem já os viu sabe que mais que teatro, produzem instalações ímpares. Câmara é assim uma criação conjunta de João Rodrigues, André Maranha, Gonçalo Ferreira de Almeida, Helena Tavares e Maria Duarte, que pode ficar a conhecer no Maria Matos Teatro Municipal entre os dias 9 e 14 de Fevereiro. Com entrada livre, vai poder assistir à construção de uma espécie de cabina, revestida de escamas esponjosas, que retém o som e o transporta para uma pequena urna no exterior, à qual não há acesso e deve ficar selada por um período não inferior a 100 anos, pois há segredos que não são para ser revelados. Pelo menos, por agora.

Heróis Independentes no IndieLisboa’10Heddy Honigmann, uma das maiores figuras do cinema documental no activo, e a secção “Fórum” do Festival Internacional de Cinema de Berlim, que em 2009 completou 40 anos, serão os homenageados deste ano na secção “Herói Independente” do IndieLisboa. A realizadora holandesa já confirmou a sua vinda a Portugal, aproveitando a ocasião para apresentar e debater os seus filmes com o público, e também para conduzir uma masterclass sobre o seu trabalho. Christoph Terhechte, o actual director do “Fórum”, também não vai faltar a esta festa do cinema que, entre 22 de Abril e 2 de Maio, estará na Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema Londres e Cinema City Classic Alvalade.

Eles andam aí!São mais de 200 nomeados em 45 categorias, numa noite que promete ser a mais monstruosa de sempre. Falamos d’ Os Monstros do Ano, iniciativa que este ano se realiza a 24 de Fevereiro, pelas 23h, no Jardim Zoológico de Lisboa. Joana Cruz, a apresentadora e repórter que deve conhecer de programas como Caia quem Caia ou de ouvir na RFM, e Fernando Alvim são os apresentadores de serviço desta 2.ª edição dos prémios. Sobre o Alvim o que podemos dizer? Que para além de mentor d’ Os Monstros, onde são eleitas, entre outras, “A melhor pergunta do ano” ou “A mais sexy do ano”, conduziu o Curto-Circuito, o Perfeito Anormal ou Boa Noite Alvim, entre outros. Actualmente pode vê-lo no programa 5 para a Meia-noite, na RTP2.

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ExposiçõesLISBOA CULTURAL

Bruno Santos Forest Area

Projecto fotográfico que agora se apresenta como livro de autor em construção, onde as pessoas são confrontadas com a possibilidade da imagem fotográfica se afirmar enquanto documento e ficção.

Até 20 de MarçoArquivo Municipal de Lisboa – Arquivo Fotográfico/BibliotecaRua da Palma, 246 21 884 40 60

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2.ª Fase da Mostra de Arte Urbana 2009

Exposição que integra um novo conjunto de intervenções realizadas nos seus sete painéis. Sphiza, Fábio Santos, José Fictício, Smile, Rui Ventura, Van / Klit (em co-autoria) e Skran, realizaram os trabalhos que encerram o ciclo.

Galeria de Arte Urbana Calçada da Glória e Largo da Oliveirinha, ao Bairro Alto http://gau-lisboa.blogspot.com

É Proibido Proibir!

Exposição que evoca o final dos anos 60 e o início dos anos 70. Itália, Inglaterra, Milão e Londres estão em destaque, com as peças apresentadas a espelharem a crise da sociedade de consumo, das instituições e da moral vigente que caracterizou aquela época.

Até 28 de Fevereiro MUDE – Museu do Design e da ModaRua Augusta, Piso 1www.mude.pt

Debret, de Vasco Araújo

São 15 esculturas, que par-tem da obra do pintor Jean-Baptiste Debret, artista francês do século XIX, cada uma delas resultado da combinação de quatro elementos distintos: mesas, ovos, figuras e citações de Padre António Vieira.

Até 7 de MarçoMuseu da Cidade - Pavil-hão BrancoCampo Grande, 245www.museudacidade.pt

DáDá-Zen

Como resultado da “paixão” pelo dadaísmo, Eurico Gonçalves, pintor, professor e crítico de Arte, analisou vários artistas e poetas dadaístas e surrealistas, que resultou em Dádá-Zen, um livro que agora empresta o nome à exposição antológica.

Até 21 de MarçoGaleria do Palácio GalveiasCampo Pequeno 21 780 30 43

Bordalo Pinheiro Cerâmica Dedicada

Juntas pela primeira vez sob o tema da dedicatória, 26 peças de cerâmica que integram a colecção do Museu Bordalo Pinheiro em Lisboa, estão patentes numa exposição com um cunho muito pessoal.

Até 14 de FevereiroGaleria do Museu Bordalo PinheiroCampo Grande, 3823.ªf a Domingo, das 10h às 18hhttp://museubordalopinheiro.olisipo.net

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em AGENDALISBOA CULTURAL

ExposiçõesExposição de Fotografia de Rui Caiado | Até 25 de Fevereiro | Quinta das Conchas | http://lisboaverde.cm-lisboa.pt/

O Lugar que o Corpo Ocupa | Até 27 de Fevereiro | Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro | Antigo Solar da Nora | Estrada de Telheiras, 146 | 21 754 90 30

Mostra bibliográfica Periódicos Lisboetas na Colecção da Hemeroteca (Séculos XVIII – XX) Até 20 de Março | Átrio e escadaria da Hemeroteca Municipal de Lisboa | 21 324 62 90 http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt

Scanning, de Samuel Rama | Até 26 de Março Arquivo Municipal de Lisboa - Arquivo Fotográfico Rua da Palma, 246 | 21 884 40 60

Lisboa Republicana Roteiro Patrimonial | Até 31 de Março | Galeria de Exposições dos Paços do Concelho | 2.ªf a 6.ªf, das 10h às 20h | Domingo, das 10h às 20h

Deixar de ver, de Pedro Cláudio | Até 30 de Abril Casa Fernando Pessoa | http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt

Tapeçarias de Portalegre | Até 30 de Abril | Edifício Central do Município de Lisboa | Campo Grande, 25 http://tapecariasdeportalegre.cm-lisboa.pt

MúsicaCafé-concerto de Chorinho com Raspa de Tacho 11 de Fevereiro | 22h | Casa da América Latina www.c-americalatina.pt

Ciclo Sexta, Meia-Noite e uma Guitarra Louro & Lima + Edgar Pêra | 12 de Fevereiro | 00h00 | Sala 2 Cinema São Jorge

Ciclo Sexta, Meia-Noite e uma Guitarra Alexandre Soares e Ana Deus | 19 Fevereiro | 00h00 | Sala 2 Cinema São Jorge

Tiago Sousa | 20 de Fevereiro | 22h | Maria Matos Teatro Municipal | http://teatromariamatos.pt

Quinteto com Piano | Solistas da Metropolitana | 26 de Fevereiro | 18h30 | casa Fernando Pessoahttp://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt

TeatroA Cidade | Até 14 de Fevereiro | São Luiz Teatro Municipal | www.teatrosaoluiz.pt

Hannah e Martin | encenação de João Lourenço Teatro Aberto | Até 28 de Fevereiro www.teatroaberto.com

O Corcunda de Notre Dame | pelo Teatro Infantil de Lisboa | Até final de Maio | Teatro Armando Cortez - Casa do Artista | 21 715 40 57 | www.til-tl.com

Lendas de Portugal | Trupilariante – Companhia de Teatro-Circo | Sábado e Domingo | 15h | Espaço Monsanto | Informações e marcações: 21 846 07 38 ou 96 600 42 27 | www.trupilariante.com

Cão que morre não ladra | Chapitô | 5.ªf a domingo | 22h | www.chapito.org

Outros eventosÀ conversa com… Filipe Papança, professor e poeta | Poesia na matemática e vida familiar | 9 de Fevereiro | 19h30 | Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias | 21 780 30 20

Comunidade de leitores | Conversa sobre O estrangeiro, de Albert Camus | 10 de Fevereiro | 18h30 | Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro | http://blx.cm-lisboa.pt

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