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LISTA DE EXERCÍCIOS DE PRIMEIRA REPÚBLICA E ERA VARGAS PROF BEL 1. (Fuvest 2010) O conceito de revolução, aplicado ao movimento de 1930 no Brasil, e alvo de polêmica entre historiadores. Independentemente da controvérsia, não há como negar que houve mudanças importantes, nessa década, com relação as diretrizes da política econômica e a questão social. Explique as mudanças no que se refere a a) política econômica. b) questão social. 2. (Unicamp 2013) Em janeiro de 1932, o aniversário de São Paulo foi comemorado com enorme comício na Praça da Sé. A multidão empunhava bandeiras do Estado, além de cartazes com palavras de ordem como “Tudo pelo Brasil! Tudo por São Paulo!”, “Abaixo a ditadura!”, ou ainda “Constituição é Ordem e Justiça!”. (Ilka Stern Cohen, “Quando perder é vencer”. Revista de História da Biblioteca Nacional, RJ, jul. 2012. http://www.revistadehis toria.com. br/secao/dossie-imigracao-italiana/ quando- perder-e-vencer. Acessado em 05/10/2012.) a) Aponte dois aspectos que contribuíram para a tensão entre o governo Vargas e o Estado de São Paulo, em 1932. b) Explique por que a Constituinte era uma reivindicação dos paulistas. 3. (Unicamp 2014) Na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 9 de abril de 1942, podemos ler: 1. É recomendável que a educação secundária das mulheres se faça em estabelecimentos de ensino de exclusiva presença feminina. 2. Incluir-se-á nas terceira e quarta séries do curso ginasial e em todas as séries dos cursos clássico e científico a disciplina de economia doméstica. 3. A orientação metodológica dos programas terá em mira a natureza da personalidade feminina, bem como a missão da mulher dentro do lar. (Adaptado de Carla Bassanezi Pinsky e Joana Maria Pedro (orgs.), Nova História das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2012, p. 337.) a) Cite duas mudanças na legislação que afetaram a condição feminina no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. b) Qual o papel desejado para a mulher durante o Estado Novo (1937-1945)? 4. (Unicamp) "Com 800 mil habitantes, o Rio de Janeiro era uma cidade perigosa. Espreitando a vida dos cariocas estavam diversos tipos de doenças, bem como autoridades capazes de promover sem qualquer cerimônia uma invasão de privacidade. A capital da jovem República era uma vergonha para a nação. As políticas de saneamento de Oswaldo Cruz mexeram com a vida de todo mundo. Sobretudo dos pobres. A lei que tornou obrigatória a vacinação foi aprovada pelo governo em 31 de outubro de 1904; sua regulamentação exigia comprovantes de vacinação para matrículas em escolas, empregos, viagens, hospedagens e casamentos. A reação popular, conhecida como Revolta da Vacina, se distinguiu pelo trágico desencontro de boas intenções: as de Oswaldo Cruz e as da população. Mas em nenhum momento podemos acusar o povo de falta de clareza sobre o que acontecia à sua volta. Ele tinha noção clara dos limites da ação do Estado." (Adaptado de José Murilo de Carvalho, "Abaixo a vacina!". "Revista Nossa História", ano 2, n- 13, novembro de 2004, p. 74.) A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, responda às questões a seguir: a) De que maneira as medidas sanitárias, no Rio de Janeiro do início do século XX, "mexeram com a vida de todo mundo, sobretudo dos pobres"? b) Indique dois fatores que restringiam a participação política dos trabalhadores na Primeira República. 5. (Puc) "Até aqui, era um fato elementar (...) que a Europa dominava o mundo com toda a superioridade de sua grande e antiga civilização. Sua influência e seu prestígio irradiavam, desde séculos, até as extremidades da terra (...) Quando se pensa nas consequências da Grande Guerra (1914 - 1918), que agora finda, pode-se perguntar se a estrela da Europa não perdeu seu brilho, e se o conflito do qual ela tanto padeceu não iniciou para ela uma crise vital que anunciava a decadência." (Texto adaptado de A. Demangeon. "O declínio da Europa", pp. 13-14) Para os que viveram a Primeira Grande Guerra (1914 - 1918), tal conflito veio a representar o fim de uma época. Para alguns, iniciavam-se tempos sombrios e de decadência; para outros, era o alvorecer de mudanças muito projetadas.

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Exercicios de história - Republica e Era Vargas

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LISTA DE EXERCÍCIOS DE PRIMEIRA REPÚBLICA E ERA VARGAS – PROF BEL 1. (Fuvest 2010) O conceito de revolução, aplicado ao movimento de 1930 no Brasil, e alvo de polêmica entre historiadores. Independentemente da controvérsia, não há como negar que houve mudanças importantes, nessa década, com relação as diretrizes da política econômica e a questão social. Explique as mudanças no que se refere a a) política econômica. b) questão social. 2. (Unicamp 2013) Em janeiro de 1932, o aniversário de São Paulo foi comemorado com enorme comício na Praça da Sé. A multidão empunhava bandeiras do Estado, além de cartazes com palavras de ordem como “Tudo pelo Brasil! Tudo por São Paulo!”, “Abaixo a ditadura!”, ou ainda “Constituição é Ordem e Justiça!”.

(Ilka Stern Cohen, “Quando perder é vencer”. Revista de História da Biblioteca Nacional, RJ,

jul. 2012. http://www.revistadehis toria.com. br/secao/dossie-imigracao-italiana/ quando-perder-e-vencer. Acessado em 05/10/2012.)

a) Aponte dois aspectos que contribuíram para a tensão entre o governo Vargas e o Estado de São Paulo, em 1932. b) Explique por que a Constituinte era uma reivindicação dos paulistas. 3. (Unicamp 2014) Na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 9 de abril de 1942, podemos ler: 1. É recomendável que a educação secundária das mulheres se faça em estabelecimentos de ensino de exclusiva presença feminina. 2. Incluir-se-á nas terceira e quarta séries do curso ginasial e em todas as séries dos cursos clássico e científico a disciplina de economia doméstica. 3. A orientação metodológica dos programas terá em mira a natureza da personalidade feminina, bem como a missão da mulher dentro do lar.

(Adaptado de Carla Bassanezi Pinsky e Joana Maria Pedro (orgs.), Nova História das

Mulheres. São Paulo: Contexto, 2012, p. 337.) a) Cite duas mudanças na legislação que afetaram a condição feminina no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. b) Qual o papel desejado para a mulher durante o Estado Novo (1937-1945)? 4. (Unicamp) "Com 800 mil habitantes, o Rio de Janeiro era uma cidade perigosa. Espreitando a

vida dos cariocas estavam diversos tipos de doenças, bem como autoridades capazes de promover sem qualquer cerimônia uma invasão de privacidade. A capital da jovem República era uma vergonha para a nação. As políticas de saneamento de Oswaldo Cruz mexeram com a vida de todo mundo. Sobretudo dos pobres. A lei que tornou obrigatória a vacinação foi aprovada pelo governo em 31 de outubro de 1904; sua regulamentação exigia comprovantes de vacinação para matrículas em escolas, empregos, viagens, hospedagens e casamentos. A reação popular, conhecida como Revolta da Vacina, se distinguiu pelo trágico desencontro de boas intenções: as de Oswaldo Cruz e as da população. Mas em nenhum momento podemos acusar o povo de falta de clareza sobre o que acontecia à sua volta. Ele tinha noção clara dos limites da ação do Estado."

(Adaptado de José Murilo de Carvalho, "Abaixo a vacina!". "Revista Nossa História",

ano 2, n- 13, novembro de 2004, p. 74.) A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, responda às questões a seguir: a) De que maneira as medidas sanitárias, no Rio de Janeiro do início do século XX, "mexeram com a vida de todo mundo, sobretudo dos pobres"? b) Indique dois fatores que restringiam a participação política dos trabalhadores na Primeira República. 5. (Puc) "Até aqui, era um fato elementar (...) que a Europa dominava o mundo com toda a superioridade de sua grande e antiga civilização. Sua influência e seu prestígio irradiavam, desde séculos, até as extremidades da terra (...) Quando se pensa nas consequências da Grande Guerra (1914 - 1918), que agora finda, pode-se perguntar se a estrela da Europa não perdeu seu brilho, e se o conflito do qual ela tanto padeceu não iniciou para ela uma crise vital que anunciava a decadência."

(Texto adaptado de A. Demangeon. "O declínio da Europa", pp. 13-14)

Para os que viveram a Primeira Grande Guerra (1914 - 1918), tal conflito veio a representar o fim de uma época. Para alguns, iniciavam-se tempos sombrios e de decadência; para outros, era o alvorecer de mudanças há muito projetadas.

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a) Identifique um acontecimento que expresse a ideia central do texto acima transcrito, EXPLICANDO-O. b) Na sociedade brasileira, durante os anos vinte do século passado, diferentes acontecimentos projetaram mudanças econômicas, políticas e culturais na ordem vigente. Identifique duas dessas manifestações. 6. (Unesp) "Existiam poucos ilheenses de nascimento que já tivessem importância na vida da cidade. [...] De todo o [Nordeste] do Brasil descia gente para essas terras do Sul da Bahia. A fama corria longe, diziam que o dinheiro rodava na rua, que ninguém fazia caso, em Ilhéus, de prata de dois mil réis. Os navios chegavam entupidos de emigrantes, vinham aventureiros de toda a espécie, mulheres de toda a idade, para quem Ilhéus era a primeira ou a última esperança".

(Jorge Amado. "Terras do sem fim", 1943.) Considerando as condições sociais do sul do estado da Bahia nos primeiros decênios do século XX, referidas pelo escritor Jorge Amado, responda. a) Qual atividade econômica tornou possível, nessa região, a absorção deste contingente populacional expressivo? b) Quais as condições históricas do nordeste brasileiro que explicam a saída e o direcionamento de milhares de pessoas para os centros economicamente mais dinâmicos do país? 7. (Ufrj)

Os governos da Primeira República (1889-1930) atuaram de diversos modos para integrar territórios e indivíduos ao Brasil. Entre muitas medidas, foi criado o Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais, o qual abrangia - além da proteção aos aborígines - a mão-de-obra rural não estrangeira (os trabalhadores brasileiros, muitos deles descendentes de escravos). Mais tarde, esse órgão passou a ser conhecido apenas como SPI, dedicado exclusivamente à questão indígena.

a) Identifique uma ação do governo brasileiro que tenha contribuído para ampliar fisicamente o território nacional. b) Cite uma das dificuldades, encontradas à época pelo governo, para integrar os povos indígenas à nação brasileira. 8. Maria Isaura Pereira de Queirós resumiu da seguinte forma a estrutura coronelista como fundamento do poder político da Primeira República no Brasil: A pergunta: "Quem é você?" recebia invariavelmente a resposta: "Sou gente do coronel fulano". Esta maneira de redarguir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para conhecer o lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política. O termo "gente" indicava primeiramente que não se tratava de alguém do mesmo nível que o "coronel" ou sua família; caso contrário, o parentesco seria invocado logo de início para situar o indivíduo dentro do grupo (diria por exemplo "sou primo do coronel Fulano").

QUEIRÓS, M. I. P. de. "O coronelismo numa interpretação sociológica." In: Fausto,

Boris (org.). História Geral da Civilização Brasileira. v. 8. São Paulo: Difel, 1985, p. 185.

a) Aponte duas características do coronelismo. b) Comente a importância do coronelismo para a "Política dos governadores". GABARITO 1. a) Durante a Era Vargas, decorrente do movimento de 1930, a política econômica concentrou-se no estimulo a diferentes atividades produtivas, visando minimizar os efeitos da hegemonia da cafeicultura e, sobretudo promover a industrialização com vistas à substituição das importações. b) No plano social, no início do governo Vargas foram concedidos os primeiros direitos trabalhistas e mais tarde, foram criadas a Previdência Social e a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Também foram legalizados os sindicatos, porém mantidos sob a tutela do Estado no que se convencionou chamar de “peleguismo”. Verifica-se ainda na Era Vargas, o início da aceleração do processo de urbanização. 2. a) A tensão entre o governo Vargas e o Estado de São Paulo em 1932 pode ser observada no descontentamento dos paulistas com os rumos políticos após a derrubada de Washington Luís em 1930, com a política de interventores de Vargas e com as práticas

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autoritárias do governo central. O intervencionismo estatal na política de valorização do café desagradou aos produtores que compunham a base da elite econômica do Estado. Também houve manifestações populares e trabalhistas denunciando o caráter repressor do governo. b) Para os paulistas, a convocação de uma Constituinte deveria restabelecer a ordem legal, encerrar o caráter excepcional e autoritário do governo provisório, incorporar a pauta trabalhista e, ao restaurar o federalismo, recuperar o prestígio político anterior. 3. a) A condição da mulher, nessas décadas, foi afetada pela lei que estabeleceu seu direito ao voto e pela regulamentação do trabalho, com direitos específicos previstos nas leis trabalhistas do período. b) O enunciado apresenta a ambiguidade do Estado Novo ao desejar um perfil conservador para a mulher (organizadora do lar, cuidadora da família e da economia doméstica) em contradição com a ampliação dos seus direitos no período. 4. a) As medidas decorrentes das políticas de saneamento propostas por Osvaldo Cruz para a cidade do Rio de Janeiro durante a administração do presidente Rodrigues Alves (1902-1906), afetaram a vida das camadas mais pobres, quando se promoveu a mobilização da população na caça de ratos que seriam comprados pelo governo e quando os agentes sanitários, para desinfetar ruas e cortiços, tiveram que adentrar às casas, com poderes de interditar moradias e até mesmo determinar sua demolição. A obrigatoriedade da vacina, pode ser considerada o auge das interferências sobre a vida da população, o que justifica, juntamente com as demais, a violenta reação expressa na Revolta da Vacina. b) A restrição do direito de voto aos homens alfabetizados, o que reduzia consideravelmente número de eleitores e o voto aberto assegurava aos coronéis o controle do eleitorado em seus domínios, configurando-se o "voto de cabresto" e o "curral eleitoral", indicam fatores de restrição política às classes populares. Pode-se acrescentar ainda, a violência policial usada pelo governo contra as formas de representação dos trabalhadores urbanos (sindicatos, jornais, agremiações) e a seus líderes, implicando em dificuldades para a organização das classes trabalhadoras. 5. a) Entre os efeitos e significados da Primeira Guerra Mundial para as sociedades europeias

destaca-se, como mencionado no texto, a crise, de diversas naturezas, que se manifestou a partir de 1918-1919, traduzida pela metáfora de que a estrela da Europa havia perdido seu brilho. As dimensões dessa crise se materializaram em variados acontecimentos e transformações, tais como: a desorganização da economia e das finanças europeias, em paralelo à projeção norte-americana; o aumento das críticas e revisões quanto aos valores do liberalismo político, em paralelo ao surgimento e proliferação de projetos autoritários e totalitários de governo; a difusão internacional do comunismo; o debate, nos meios intelectuais e artísticos, sobre as mudanças em curso, fosse elo viés da tematização da decadência, fosse pela tematização da modernidade em curso. b) Entre as mudanças que afetaram a sociedade brasileira, na década de 1920, podemos identificar: as manifestações de grupos operários contra as instituições do Estado oligárquico; as revoltas tenentistas, entre 1922 e 1927; as mobilizações de intelectuais e artistas associadas à discussão sobre cultura moderna, exemplificadas, entre outros acontecimentos, pela Semana de Arte Moderna de 1922; o aumento das divergências entre as facções políticas oligárquicas. 6. a) A lavoura do cacau. b) As condições de miséria e marginalização entre o campesinato nordestino, devido a estrutura socioeconômica baseada no latifúndio e no patriarcalismo, herdados do período colonial, além dos efeitos prejudiciais do clima semiárido, como as prolongadas e devastadoras secas. 7. a) Entre as ações empreendidas pelo governo brasileiro estão a incorporação do Acre (longa negociação que terminou com o Tratado de Petrópolis, firmado com a Bolívia em 1903. b) Dificuldades geradas pela precariedade de meios de transportes e comunicação e pelo caráter autoritário que norteava muitas iniciativas - dificultando sua aceitação pelos indígenas e, portanto, gerando conflitos. E ainda: enfermidades; desconhecimento de línguas nativas etc. 8. a) Política clientelística, baseada na troca de favores; dependência da pessoa; apadrinhamento; hierarquia social. b) O controle do eleitorado rural nas respectivas localidades em que atuavam os "coronéis", em que estes forneciam votos aos candidatos do estado e da União, em troca de proteção econômica e liberdade de atuação política nos municípios.