Listeria spp. Corynebacterium spp. Bacillus spp...
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Bacilos Gram-positivos
Listeria spp.
Corynebacterium spp. Bacillus spp.
Clostridium spp.
Lista de Doenças de Notificação Compulsória
Botulismo Carbúnculo ou Antraz
Cólera Coqueluche
Difteria Doença Meningocócica e outras Meningites
Febre Tifóide Hanseníase
Meningite por Haemophilus influenzae Peste
Tétano Tuberculose
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Bacillus spp. - Antraz, intoxição alimentar, sepse e pneumonia em
imunossuprimidos e neutropênicos
C. diphtheriae - endocardite, bacteremia
Listeria spp. - meningite, sepses, aborto
Clostridium botulinum – Botulismo
Clostridium perfringens – Gangrena gasosa
PRINCIPAIS DOENÇAS ASSOCIADAS AOS BACILOS
GRAM POSITIVOS
CORINEBACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Corynebacterium diphtheriae
Causador da difteria (vacinação compulsória, a difteria na
atualidade é uma doença rara em pacientes imunizados, mas de
importância epidemiológica quando detectada).
Vacina tetravalente: Difteria, coqueluche, tétano e meningite
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Bacilos Gram + de aspecto claviforme
Não esporulados
Fermentam carboidratos produzindo ácido
Bactérias se associam em ângulos retos = “arranjos em
paliçada” ou “letras chinesas”
Aeróbios
Microbiotas da naso-orofaringe e pele
Corynebacterium spp.
Difteria (C. diphtheriae)
Trato Respiratório: Transmissão por perdigoto (gotículas de saliva).
Acomete faringe, laringe, traquéia e tonsilas.
Ocorre dor de garganta, dificuldade de deglutição, presença de
pseudomembrana purulenta, dor no corpo, cefaléia, náuseas e
febre.
Ocorrem manifestações tóxicas no coração e nervos periféricos.
A morte pode ocorrer por obstrução respiratória ou por miocardite.
Pode ocorrer difteria cutânea com lesões necróticas e,
eventualmente, presença de pseudomembrana.
O maior o risco de complicações ocorre em
crianças e idosos.
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CORINEBACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Coleta: O material de orofaringe ou nasofaringe deve ser colhido
das bordas, abaixo da pseudomembrana purulenta.
Não deve-se fazer raspagens destas pseudomembranas devido ao
perigo de septicemia e sangramentos.
Semear em Ágar sangue e chocolate (não específicos);
Os meios específicos são:
-Meios de enriquecimento de Loeffler
-Meio seletivo e diferencial ágar sangue cistina- telurito
Coloração de Gram de bacilos difteróides
Coloração de Albert-Laybourn (Azul de metileno de Laybourn).
Produzem toxina diftérica: possuem porções A e B ligadas por
pontes dissulfídicas que inibem a síntese protéica das células
epiteliais e causam efeito necrosante.
A identificação bioquímica das Corynebactérias (produtoras de
toxina) deve ser encaminhada para Laboratório de Referência.
IDENTIFICAÇÃO LABORATORIAL
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A espécie importante para o homem é a L. monocytogenes.
Tem importância clínica particularmente para idosos e
imunocomprometidos causando meningite, encefalite ou
septicemia.
Na grávida a infecção pode causar amnionite, infecção do feto com
aborto, parto prematuro, meningite neonatal e sepse neonatal.
Pode ocorrer em surtos, em geral relacionados a contaminação de
alimentos.
LISTERIA
Bacilos Gram positivos, anaeróbios facultativos, catalase positivos,
oxidase negativo, que produz ácido (fermenta glicose).
Móvel a temperatura ambiente (25 a 28C) e imóvel a 37C.
Não ramificados, apresentando-se só ou em pequenas cadeias.
Encontrada na natureza no solo, em matéria orgânica em
decomposição, água, leite e derivados, carne, etc. Sendo
encontrada como microbiota de diversos mamíferos, aves, peixes, e
insetos.
LISTERIA
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Material: hemoculturas, LCR, placenta, alimentos, água, etc.,
Crescem em ágar sangue (carneiro, coelho ou cavalo), ágar
Chocolate, CLED, ágar nutriente, TSA e ágar Mueller Hinton.
Não crescem em MacConkey.
As colônias são pequenas, crescendo melhor entre 30 a 37C, e
crescem também à temperatura ambiente e a 4C em três a quatro
dias.
LISTERIA
Hemólise beta em ágar sangue de carneiro,
CAMP positivo
Motilidade positiva à temperatura ambiente,
Hidrólise da esculina e NaCl 6,5% positivos.
Prova da esculina positiva,
Uréia, indol e H2S negativas.
LISTERIA
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Gênero Bacillus compreende cerca de 50 espécies de bacilos
anaeróbios facultativos que podem exibir a forma esporulada,
corando-se mal pela violeta, quando em colônia mais velhas.
As formas vegetativas são retas largas, podendo ser grandes,
isolados ou em cadeias.
A forma e localização dos endosporos são úteis para sua
classificação:
podem ser cilíndricos, ovais, redondos, e eventualmente com
forma de feijão
posição central, sub-terminal, terminal
dilatando ou não a célula mãe
BACILOS ESPORULADOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS FACULTATIVOS
Todos são móveis, exceto o B. anthracis e B. mycoides e a maioria é
catalase positiva.
Na presença de íon bicarbonato (HCO3 -) e em anaerobiose ou CO2
os B. anthracis e B. subtilis apresentam cápsula polipeptídica.
Os Bacillus spp. encontram-se basicamente no solo, água, matéria
orgânica animal e vegetal nas condições mais variadas de
temperatura, umidade, pH, etc.
As duas espécies mais importantes e que devem ser reconhecidas
pelo laboratório de microbiologia são:
BACILOS ESPORULADOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS FACULTATIVOS
B. antrhacis B. cereus
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Pode apresentar dois tipos de intoxicação:
Bacillus cereus
Caracterizado por náuseas e vômitos que aparecem 1
a 5 horas após a ingestão do alimento contaminado,
principalmente arroz, mas pode ser os mesmos
alimentos acima.
Caracterizado por diarréia, dor abdominal, que
aparecem 8 a 16 h após a ingestão do alimento
contaminado (carnes, vegetais, leite, molhos, massas,
doces, bolos).
O nome específico anthracis advém da palavra grega anthrax, que
significa carvão, fazendo referência às lesões da pele que provoca
(a pele fica escura).
Bacillus anthracis
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Forma cutânea: se não tratada pode ser fatal, principalmente quando
a lesão é próxima a cabeça ou pescoço.
O edema pode ser importante, mas tem a característica de ser indolor
e sem pus.
Forma intestinal: é semelhante à forma cutânea atingindo a mucosa
com lesões e eventualmente gastroenterite.
Bacillus anthracis – cutânea e intestinal
Forma cutânea aparece após 2 a 3 dias uma pequena mancha ou
pápula, seguida no dia seguinte de um anel de vesículas em torno
da pápula, que ulcera, seca, escurece formando uma escara
característica que cresce, fica mais espessa e aderente aos planos
profundos.
No antraz pulmonar o esporo inalado é transportado pelos
macrófagos do pulmão para o sistema linfático onde os esporos
germinam e causam septicemia que é fatal.
Repentinamente se instala dispnéia,
cianose, febre elevada, desorientação,
falência circulatória, choque, coma e
morte em poucas horas (bacteremia).
Bacillus anthracis - pulmonar
Sintomas:
Desde leves como fadiga, mal-estar e febre baixa, ou às vezes até
sem sintomas.
Formas pulmonares e intestinais:
são mais graves pela dificuldade de
diagnóstico.
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A bactéria produz uma potente e complexa exotoxina, composta por
três frações termolábeis.
Bacillus anthracis
A toxina do Bacillus anthracis é composta de três tipos de proteínas:
EF = fator de Edema, é uma adenilase-ciclase sendo responsável
pela formação de edemas (fator I);
PA = fator Antígeno Protetor, pode prevenir a formação do edema.
São enzimas que potencializam as outras frações, sendo inativas
quando sozinhas (fator II);
LF = fator Letal, toxina essencial para o efeito letal do Bacillus
anthracis (fator III).
Estes fatores quando sozinhos não possuem efeitos tóxicos mas sim
suas combinações são extremamente potentes causando efeito letal
(PA + FL), efeito edematosso (PA + EF) e edema, necrose e efeito letal
quando presente os três fatores juntos (EF+ PA + LF).
Os três principais componentes que determinam a virulência do
Bacillus anthracis são a cápsula bacteriana, o fator edema e o fator
letal de sua toxina, que são fundamentais para a instalação e
proliferação junto ao ponto de infecção
Nos animais, a doença é conhecida
como carbúnculo.
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O homem pode adquirir a doença em contato com animais doentes,
no manuseio industrial de ossos, lã, crina, e outros produtos animais
e de forma eventual, sendo a forma cutânea quase a totalidade dos
casos, com raros episódios intestinais pela ingestão de carne
contaminada.
Potencial risco elevado na comunidade quando usado como arma
biológica.
Bacillus anthracis
Coleta de material
Swab do exudato de lesões podem ser úteis; na escara, remover a
crosta e colher material com swab ou com tubo capilar, usando luvas.
Na forma intestinal, fezes podem ser colhidas.
Sangue venoso ou de sangramento de mucosas (sangue não coagula)
pode evidenciar o bacilo na bacterioscopia.
No antraz pulmonar a hemocultura é útil nos casos graves, mas o
material pulmonar oferece menor chance de isolamento.
Bacillus anthracis
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Em casos clínicos os Bacillus estão na forma vegetativa.
Em alimentos, produtos secos de animais (ossos, crina, pelo) o
Bacillus deverá estar em forma esporulada.
Haverá a necessidade de ativá-los a 62,5C por 15 minutos (choque
térmico).
Os Bacillus crescem com facilidade em meios pobres ou ricos.
Dependendo do material (ex: fezes) poderá haver necessidade de
usar meio seletivo com adição de polimixina (100.000U/L).
Colônias grandes de cor creme crescem no
ágar sangue.
Bacillus anthracis
O B. antrhacis virulento pode ser testado para
produção de cápsula.
Semeando-se em ágar nutriente com 0,7% de
bicarbonato de sódio em jarra com vela.
O crescimento será mucóide e a cápsula poderá ser
evidenciada com a tinta da china.
Bacillus anthracis
Espécies Colônia no
ágar Sangue
*
Motilidade Hemólise Penicilina Citrato
B. cereus esverdeado
claro
+ + R +
B. anthracis branco
acinzentado
neg neg S Variável
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No gênero Clostridium, representado por bactérias Gram-
positivas, anaeróbias estritas, esporuladas, encontramos pelo
menos 4 espécies de importância médica:
Clostridium tetani,
Clostridium botulinum,
Clostridium perfringens
Clostridium difficile
Fazem parte da microbiota normal do TGI (presentes nas fezes),
sendo encontradas no meio ambiente contaminado por estes
(solo, vegetais, água) na sua forma esporulada, podendo, em
condições especiais, produzir doenças graves no homem e nos
animais.
Clostridium
Responsável pelo desenvolvimento do tétano que, nos indivíduos
susceptíveis (não vacinados), vítimas de contusões traumáticas
que favoreçam um ambiente de anaerobiose.
Se caracteriza por contrações espásticas da musculatura,
ocasionada por uma toxina denominada tetanoespasmina.
Esta toxina inibe a liberação da glicina que é responsável pela
inibição da neurotransmissão, fazendo com que exista uma
constante ação da acetilcolina, causando uma contração espástica
dos músculos extensores e flexores simultaneamente.
Clostridium tetani
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No tétano do recém-nascido, tétano neonatal, os sintomas em geral,
aparecem entre o 5 e o 12 dia, mais freqüentemente em torno do 7º
dia (mal de sete dias), surge da contaminação do coto umbilical.
A espécie C. botulinum é compreendida por vários subtipos, sendo
que, somente os dos grupos A, B, E e F ocorrem no homem.
As vias de transmissão destas bactérias são alimentos enlatados,
embutidos, ou conservas caseiras feitas, mormente com carne e
vegetais.
Os esporos do C. botulinum são bastante resistentes à fervura e, em
alimentos em conservas, os mesmos germinam e produzem uma
toxina que tem ação inibidora da liberação de acetilcolina, que é a
mediadora da contração muscular, causando uma paralisia flácida.
A morte se dá por paralisia respiratória.
Clostridium botulinum
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O C. perfringes tem vários tipos, sendo os dos tipos A e C, os
patogênicos para o homem.
Estão envolvidos em casos de gangrena gasosa no homem,
sempre como conseqüência de ferimentos profundos (estrepe de
madeira, pregos enferrujados), que comprometam a circulação
local, contribuindo para uma anoxia tecidual que favorece a
germinação dos esporos.
Há presença de edema e crepitação no local da lesão com acúmulo
de gás.
Clostridium perfringens
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A bactéria produzirá várias toxinas, entre elas, a toxina α, que é
uma lecitinase.
Em mulheres que provocam o aborto em condições precárias de
higiene, pode ocorrer o chamado aborto séptico, que se trata de
uma mionecrose do útero, sempre rápida e fatal.
Clostridium perfringens
Os tipos A e C produzem uma enterotoxina responsável por
intoxicações alimentares. Tipo C = enterite necrótica (rara)
O C. difficile ocorre somente em casos de indivíduos submetidos a
uma antibioticoterapia intensa e demorada, em especial quando se
usa a clindamicina, embora possa ocorrer com qualquer antibiótico
de largo espectro.
Todos os clostrídios são Gram-positivos, porém as células
bacterianas são Gram-negativas na fase de esporulação.
Clostridium difficile
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Gênero Esporo Anaer. AAR * Ramif. Hemólise Catalase Obs.
Bacillus + neg neg neg variável +
Clostridium + + neg neg variável neg
Corinebacterium neg neg neg neg neg variável paliçada
Listeria neg neg neg neg beta + móvel
Diferenças entre Bacilos Gram positivos
Bacillus spp.
Endosporos em aerobiose ـ
Catalase positivos ـ
Clostridium spp.
Endosporos em anaerobiose ـ
Catalase negativos ـ