LITERATURA

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LITERATURA Monitora: Sara S. Almeida Gurupi - To, Outubro de 2011

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LITERATURA. Monitora: Sara S. Almeida Gurupi - To, Outubro de 2011. A casa: (IN) Cômodos (DI) versos. Osmar Casagrande. Por dentro da obra. Lançamento: 2009 Autor: Osmar Casagrande Literatura moderna Gênero literário: Lírico - PowerPoint PPT Presentation

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LITERATURAMonitora: Sara S. Almeida

Gurupi - To, Outubro de 2011

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A casa: (IN) Cômodos (DI)

versos

Osmar Casagrande

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Lançamento: 2009Autor: Osmar CasagrandeLiteratura modernaGênero literário: Lírico Livro de poemas que descreve cada

cômodo de uma casa, o texto é escrito em verso

Por dentro da obra

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Características do autor:

Poeta plural e que tem por diretriz não se prender a temas ou estilos pré-estabelecidos. Produz uma poesia vibrátil e ao mesmo tempo multiforme e irisada, combinações essas que contribuem sobremaneira para cativar ainda mais o leitor.

Por dentro da obra

“Estudar uma obra literária é muito difícil, pois o texto nos possibilita inúmeros olhares”.

- Osmar Casagrande

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Características do autor:

Osmar Casagrande é natural de Presidente Epitácio (SP). Graduado em Publicidade e Propaganda, tem ainda destacada atuação como ator, dramaturgo, contista, apresentador em TV, documentarista e poeta. É membro fundador da Academia Palmense de Letras (APL), da qual é o atual vice-presidente. Trabalha na Fundação Cultural do Estado do Tocantins, na função de gerente de Literatura.

Por dentro da obra

"No livro faço a apresentação de cada cômodo. Desse modo o visitante saberá sempre o

que há em cada um deles antes de aventurar-se. Aliás,

penso que isso ajuda em muito orientar o sentido da

idéia casa.“- Osmar Casagrande

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ANÁLISEAs informações contidas nesta análise tiveram como base o artigo O VERBAL E O NÃO-VERBAL EM A CASA: (IN)CÔMODOS (DI)VERSOS, DE OSMAR CASAGRANDE, de Maria Alice Descardeci. Publicado na revista Entrelinhas do curso de Mestrados em Ensino de Línguas e Literatura da UFT.

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O livro se baseia em uma leitura verbal e não verbal. Uma ligação entre texto e as figuras refletidas nos componentes da Casa. Não está dividido em capítulos, mas sim em cômodos.

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Os cômodos da casa: na visão e nas palavras do poetaA Sala

De início o autor apresenta a Sala. Segue-se então uma sequência de poemas atrelados a esse subtítulo refletindo o que esta parte da casa representa para ele. A cada texto, a cada verso, descrevem-se os signos que compõem a realidade “sala de estar”.

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As pessoas, a bebida, a TV, o passar do tempo, o silêncio, o som ambiente, os assuntos, algumas guloseimas. Todos os componentes da sala vão sendo apresentados a cada página preenchendo o vazio da sala. Para ele a televisão é algo indesejável ele a chama de “janela eletrônica” e a abomina, pois julga que a TV é responsável pela transformação dos humanos em robôs, em massa amorfa como o mar.

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‘’Meus olhos esvaziam-se, secos,

órbitas lunares, cavernosas,

cheias do nada que vêem na TV ‘’ (p. 17).

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A BibliotecaApesar de ser um grande anfitrião, não há nada na sala que o prenda por muito tempo, nada muito profundo fica das visitas que ocorrem ali, para o poeta: “-nada detém meu desejo” (p. 38). E muda-se, então, para outro cômodo da Casa.

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A BibliotecaA coletânea de poemas apresentadas nesse subtítulo é a maior de todo o livro. A visão da biblioteca é passada ao leitor como algo restrito a poucos, pois ela é o local do recolhimento, da intimidade reservada a alguns escolhidos. Não é a sala, que recebe a todos. É o local da privacidade, ainda que coletiva.

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A BibliotecaNo livro, este é o lugar da utopia, da recordação, memória e reflexão; do artesanato com a palavra; e do passar do tempo ou de sua permanência; do envelhecimento. Apesar de ser visualmente apresentada como um local simples, de poucos livros, o próprio texto trata de preenche-la através de ricos poemas.

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O QuartoO quarto apresentado no livro é simples, nele não há globo na lâmpada, nem cortinas na janela, tudo contempla a simplicidade. Os poemas inspirados neste cômodo da Casa apresentam a temática da separação conjugal, dos sonhos, das lembranças e das orações.

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O QuartoÉ no quarto que o poeta leva ao conhecimento do leito os possíveis motivos de uma separação conjugal, que em as visão são a falta de amor, traição ou morte. A crueza da cama, que não possui colchas, almofadas aconchegantes ou marcas pessoais de quem as usa, remete a um conjunto de poemas que tem por tema a separação, um momento frio e árido pelo qual o cônjuge já passou ou irá passar.

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O QuartoOs sonhos, que são próprios deste cômodos, são apresentados em poemas que por vezes os fazem ser confundidos com pensamentos de uma insônia. A religiosidade da oração é bem representada tanto verbal como não - verbalmente. Isto fica nítido quando se observa o crucifixo em destaque na gravura do livro. É importante observar que o autor reservou o lado romântico do quarto para um cômodo que ele chama de “Alcova”, termo arcaico que entrou em desuso nos dias de hoje.

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“Quando os lábios se descerram em preces, e a calma envolve o coração do ser, a alma se lança, qual hino de amor, em êxtase e louvação ao Pai criador”. (p. 87)

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A AlcovaNo século XIX, o termo alcova era utilizado para designar o quarto dos relacionamentos amorosos, o ambiente mais restrito da casa, com acesso limitado. Cheia de calor e de cor, a visão da Alcova se destaca no livro. Nela sente-se a presença do eu - lírico, o pulsar das suas emoções, o calor de suas paixões, seu requinte.

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“É na alcova que, em vez de dormir, vivo sexo. Muitas

vezes, sexo dos anjos, é certo,

mas ainda assim, sexo ”(p. 95).

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A AlcovaTanto o amor, quanto o sexo são tratados como ideais, são bons e morais; ambos elevam ao céu. Os poemas, como já era de se esperar, estão repletos desse amor e desse sexo ideais, refletindo toda a sensualidade da alcova. Trazendo em seus títulos, palavras que remetem a entrega e às paixões: “Fecundo”; “Tatear”;“Cio”; “Boca pintada”; “Prazer”; entre outros.

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“As impossíveis curvas do teu corpo Forçam, em levíssimo movimento,

O curvar de meus lábios em sorriso.” (p. 96)

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O BanheiroNo passeio pela casa, chega-se ao banheiro, lugar também de privacidade, mas de forma diferente. Mais do que a alcova, o banheiro do poeta é o local de sua total privacidade enquanto indivíduo: “É no banheiro que faço coisas que não faria em qualquer outro lugar, na casa ou fora dela” (p. 121). Na ilustração de banheiro do autor as linhas retas – características da simplicidade da Casa – contrastam com as linhas curvas que dão conta do “despir-se de corpo e alma”. Pouco espaço físico é reservado ao banheiro.

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“Desculpe-me, antecipadamente, pelas

dimensões deste banheiro, mas em qualquer metro

quadrado já me caibo” (p. 121)

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O BanheiroO pouco espaço físico dedicado ao banheiro evidencia-se no livro com os espaço ocupados pelos poemas referentes a ele, que totalizam apenas quatro. Apesar de na ilustração não ser possível ver o espelho, dois dos poemas fazem menção a ele, no primeiro o espelho mostra o correr da vida e certeza da morte. No segundo, as muitas faces que possuímos. A presença do espelho é imprescindível para que se possa de fato despir corpo e alma.

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O BanheiroA menção feita ao chuveiro traz forte o tema da censura, em um poema no qual o autor inconformismo diante do fato.

Por dentro da obra“A água do chuveiro

não é capaz de apagar, de teu semblante, a

censura. Nem tua nudez me toca

tão intimamente quanto teu recato’’. (p.

125)

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A cozinhaA cozinha assim como a sala esta repleta de formas arredondadas. Representa para o poeta um local onde ele recebe suas visitas mais queridas: “os amigos da casa (...) os compadres, os afilhados, os parentes” (p. 127). A composição visual da página da cozinha congrega, em perfeito balanço, todos os elementos da coesão multimodal, informando ao leitor que a cozinha é o coração da Casa – eis aí o supra-sumo do entrosamento, da comunhão” (p. 127). A ela também são dedicados apenas quatro poemas, mas que nem por isso são menos importantes.

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Considerações finaisA Casa representada e apresentada na obra não é uma casa do senso-comum. A Casa do poeta nos remete à classe média alta dos anos 60 da sociedade paulista, mas, ao mesmo tempo, se desenha com extrema simplicidade, apenas alguns riscos nos revelam o interior da casa, poucos móveis, poucos objetos, poucos detalhes (à exceção da alcova e da cozinha). Um detalhe que vale a pena ser mencionado é o titulo do livro que tem parênteses, cuidadosamente colocados no intuito de fazer o leitor ter um leque de possíveis interpretações.

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