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ROTEIRO GASTRONÓMICO DO BAIXO TÂMEGA
Curso B2/B3 de Cozinheiro(a) 2008-2010
Associação Empresarial de Amarante
Índice
PREFÁCIO.....................................................................................................................................3
HISTÓRIA DE AMARANTE.............................................................................................................7
SÃO GONÇALO DE AMARANTE....................................................................................................8
GASTRONOMIA AMARANTINA...................................................................................................11
PÃO DE PADRONELO..................................................................................................................12
ENTRADAS..................................................................................................................................13
BOLINHOS DE BACALHAU.......................................................................................................13
PATANISCAS DE BACALHAU...................................................................................................14
PRATOS PRINCIPAIS....................................................................................................................20
CALDO VERDE.........................................................................................................................20
BACALHAU À ZÉ DA CALÇADA................................................................................................21
COZIDO À PORTUGUESA........................................................................................................22
ARROZ DE CABIDELA..............................................................................................................23
ROJÕES...................................................................................................................................24
SOBREMESAS.............................................................................................................................25
AMARANTINOS......................................................................................................................25
PAPOS DE ANJO......................................................................................................................27
PINGOS DE TOCHA DE AMARANTE.........................................................................................29
SUSPIROS DO TÂMEGA..........................................................................................................30
BOLOS DE SÃO GONÇALO......................................................................................................31
LÉRIAS DE AMARANTE............................................................................................................32
TOUCINHO-DO-CÉU DE SÃO GONÇALO..................................................................................34
FOGUETES DE AMARANTE.....................................................................................................35
ENTREVISTAS..............................................................................................................................36
RESTAURANTE “O PESCADOR”...............................................................................................36
CARNE DE PORCO À ALENTEJANA..........................................................................................37
ADEGA REGIONAL ”OS VALES”...............................................................................................38
RESTAURANTE “A QUELHA”..................................................................................................41
TÂMEGA BUCÓLICO...................................................................................................................43
CONCLUSÃO...............................................................................................................................47
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AGRADECIMENTOS....................................................................................................................48
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PREFÁCIO
Somos o grupo EFA de Cozinha e no decorrer da nossa formação optamos por
desenvolver o tema de vida ”Roteiro Gastronómico do Baixo Tâmega”.
Trata-se de um trabalho muito interessante, dado que fizemos pesquisa na biblioteca
Municipal e na Internet. Também nos deslocamos a Restaurantes conceituados do concelho
para fazer entrevistas e contactar directamente com os seus hábitos gastronómicos,
enriquecendo, pois, os nossos conhecimentos.
Assim, após a junção destes ingredientes, com uma boa dose de discussão e troca de
ideias entre nós, os nossos formadores e chefes de cozinha, apresentamos agora aquele que
esperamos ser um humilde mas um delicioso manjar: o nosso livro.
Esperamos, portanto, que este livro seja útil aos Amarantinos, uma vez que a
gastronomia deverá ser potenciada no sentido do desenvolvimento local e regional.
A todos os leitores, que quiserem fazer o favor de ler, desde já agradecemos o
privilégio da vossa atenção.
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Amarante no Passado
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"Ó Tâmega, de noite, és névoa etérea,
Batendo brancas asas.
Num grande amor te abrasas
E sonhas alcançar a luz sidérea!
Mas vai-se a noite, e as tuas asas descem;
Frouxas, empalidecem;
Fundem-se no teu seio; e, por desgraça,
São queixumes de dor, água que passa. (...)"
Teixeira de Pascoaes
Outrora, o nosso poeta Teixeira de Pascoaes "conversou" com as coisas
pertencentes a uma Amarante de outros tempos. Nos nossos dias, um misterioso
encanto permanece.
Ao visitar Amarante, podemos constatar que estamos perante uma cidade que
nos faz retroceder no tempo - caminhando na sua ponte românica e absorvendo a
história da sua arquitectura, imaginámo-nos noutras épocas. A sua frescura é
igualmente evidente. Envolvida pelo rio Tâmega e situada no vale que antecipa a tão
cantada serra do Marão, Amarante é cidade de encantos naturais.
Nessa envolvência surgem ainda variadas lendas ligadas à religião, ao padroeiro da
cidade - S.Gonçalo.
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Amarante no Presente
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HISTÓRIA DE AMARANTE
Amarante teve provavelmente a sua origem nos povos primitivos que
habitaram a serra da Aboboreira (habitada desde a Idade da Pedra), embora se
desconheça exactamente o nome dos seus fundadores. Contudo, só começou a
adquirir importância e visibilidade após a chegada de São Gonçalo (1187-1259),
nascido em Tagilde, Guimarães, que aqui se fixou depois de peregrinar por Roma e
Jerusalém. A este santo se atribui a construção da velha ponte sobre o Rio Tâmega.
Amarante torna-se alvo de peregrinações e a povoação foi crescendo. Já no
Século XVI, D. João III ordena a construção do Mosteiro de São Gonçalo sobre a
capela junto à ponte sobre o Rio Tâmega, onde segundo a tradição São Gonçalo terá
vivido e foi sepultado.
Em 1763, ocorre a derrocada da velha Ponte de São Gonçalo devido às cheias
do Rio Tâmega. Nos anos seguintes foi reconstruída com o aspecto que ainda hoje
apresenta.
No início do Século XIX, Napoleão Bonaparte tenta invadir Portugal e sobre
Amarante passaram também estas invasões francesas, sendo palco do heróico
episódio da Defesa da Ponte de Amarante que valeu ao General Silveira o título de
Conde de Amarante e a própria vila de Amarante teve a honra de ser agraciada com o
colar da Ordem Militar da Torre e Espada que reflecte no seu brasão municipal. Após
este episódio criam-se planos para a reconstrução da vila, pois os franceses tinham
incendiado quase a totalidade das casas.
As reformas liberais do séc. XIX reorganizaram administrativamente o território
e em 1855 extinguiram-se os municípios de Gouveia, Gestaçô e Santa Cruz de
Ribatâmega, tendo o de Amarante recebido a maioria das suas freguesias e ainda
algumas de Celorico de Basto.
O apogeu cultural dá-se nos inícios do Século XX, graças a amarantinos como
Teixeira de Pascoaes nas letras e Amadeo de Souza-Cardoso na pintura.
Amarante adquiriu estatuto de cidade a 8 de Julho de 1985, sendo esta
também a data do seu feriado municipal.
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SÃO GONÇALO DE AMARANTE
Nasceu Gonçalo de Amarante, da família dos Pereiras, no lugar de Arriconha,
freguesia de Tagilde, próximo do concelho de Vizela. Em Arriconha não falta, desde
tempos imemoráveis, a capela dedicada a S. Gonçalo. Os seus pais eram pessoas de
nobre linhagem e deram ao seu filho uma esmerada educação cristã não só pela
palavra como sobretudo pelos exemplos das suas virtudes cristãs.
Diz a tradição que «no dia do seu baptizado, ao entrar na igreja, ergueu os
braços para a imagem de Jesus Crucificado, o que a todos encheu de espanto. O
facto repetia-se sempre que o menino era levado à igreja».
Igreja e ponte de São Gonçalo sobre o rio Tâmega, Amarante
Depois de receber educação cuidadosa, vai para Braga onde é ordenado
sacerdote. É-lhe então entregue a paróquia de São Paio de Riba (Vizela). Anos depois
empreende uma longa peregrinação a Roma e à Terra Santa. Quando regressa,
catorze anos passados, resolve percorrer toda a região de Entre Douro e Minho para
efectuar as suas pregações. Conhecido pela sua bondade e beneficência, instala-se
em Amarante, fazendo da sua casa o refúgio para os pobres e doentes das
redondezas.
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Ponte de São Gonçalo, Amarante
São-lhe atribuídas a construção da Capela de Nossa Senhora da Assunção
num rochedo sobre o rio Tâmega – onde foi enterrado e que deu mais tarde lugar ao
Mosteiro de Amarante – e a edificação de uma ponte sobre o mesmo rio, que terá
ajudado a construir com as suas próprias mãos, para evitar os perigos de naufrágios.
Altar-mor da Igreja de São Gonçalo, Amarante
Após a sua morte, ocorrida ao que se supõe a 10 de Janeiro de 1262,
espalha-se por toda a parte a fama dos seus milagres, já acontecidos em vida, o que
leva até ao seu túmulo verdadeiras multidões. Beatificado em 16 de Setembro de
1561, o seu culto foi aprovado para Portugal pelos papas Júlio III e Pio IV e por toda a
Ordem Dominicana pelo papa Clemente X, em 1671.
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Claustros do Convento de São Gonçalo, Amarante
Na versão popular, São Gonçalo, o Piedoso, antes de efectuar a sua romagem
à Terra Santa, terá confiado a paróquia a um seu sobrinho também sacerdote.
Quando regressou, coberto de pó, esfarrapado, de barba branca, a denunciar os anos
decorridos, bateu à porta da sua antiga casa, mas foi escorraçado. O sobrinho tinha-o
dado como morto e apoderara-se de todos os seus bens. Fez então uma cabana junto
do rio Tâmega e ali, rezando, fazendo aos outros o bem que podia, acabou São
Gonçalo os seus dias.
O povo fê-lo o advogado dos ossos fracturados, dos males da vida conjugal e
dos casamentos das «velhas». Crença que provém de São Gonçalo ter casado
religiosamente alguns casais de uma aldeia chamada Ovelha que viviam
«maritalmente». Daí, designarem-no como o «casamenteiro dos de Ovelha», que
passou depois à versão «casamenteiro das velhas». Por muitas se contam também as
lendas e tradições que lhe são atribuídas. É celebrado em Amarante no segundo
domingo de Janeiro, numa pequena romaria, e com grandes festejos no primeiro
sábado e domingo de Junho.
São Gonçalo
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GASTRONOMIA AMARANTINA
No âmbito da gastronomia, em Amarante, os turistas procuram sobretudo
carnes, principalmente a vitela e o cabrito, mas também o bacalhau, havendo, no
entanto, pratos conhecidos, tais como o Bacalhau à Zé da Calçada e à Custódia. O
vinho verde é igualmente muito apreciado pelos amarantinos, bem como pelos turistas
que visitam esta cidade.
A doçaria, sobretudo a conventual, com origem no Convento de Santa Clara, é
também uma das referências de Amarante. A oferta é variada: papos d'anjo, foguetes,
brisas do Tâmega, lérias... Estes doces tanto regionais como conventuais são do
fabrico de várias Confeitarias da região.
Por tudo isto, Amarante é, cada vez mais, um destino a apreciar.
Foi a situação geográfica de Amarante que condicionou a sua gastronomia. Por
um lado, está situada na charneira entre o Minho e Trás-os-Montes. A sua comida
partilha assim características de ambas as províncias. Por outro lado, atravessava
Amarante a estrada real entre o Porto e o interior transmontano. Aí paravam, para
retemperar forças, viajantes sujeitos a penosas viagens de liteira, diligência ou a
cavalo. O facto é que, ainda hoje, a cozinha amarantina é baseada em pratos
substanciosos, como o cabrito serrano, o verde, a vitela arouquesa e maronesa, as
feijoadas, as tripas, o cozido à portuguesa, bem como o bacalhau... Para variar, a
delicadeza de umas trutas pescadas nas cachoeiras do Tâmega e o requinte de um
fumeiro bem temperado.
É célebre também o arroz de frango, vulgarizado pelas monjas de Santa Clara,
advogada das pessoas com dificuldades de fala, a quem eram oferecidas, em
pagamento de promessas, inúmeras aves de capoeira (que evocam, no seu cacarejar
estridente, a desenvoltura na fala que as pessoas rogavam e obtinham da santa...).
Ainda hoje é possível ver, umas vezes por outras, frangos e cestas com ovos junto da
sua imagem, no Museu de Arte Sacra da Igreja de São Domingos!
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PÃO DE PADRONELO
Ingredientes
farinha de trigo q. b. água q. b. sal fermento de padeiro
Preparação
Peneira-se a farinha. Deita-se a farinha na “gamela”, faz-se uma covinha e
deita-se a água, o fermento de padeiro e o sal; amassa-se muito bem; deixa-se
levedar durante algum tempo (a massa cresce bastante).
Após esse período, corta-se a massa em pedaços, fazendo moldes de 4
cantos. Colocam-se os moldes num tabuleiro e deixa-se repousar durante mais ou
menos 30 minutos.
Por fim, leva-se a cozer em forno a lenha durante aproximadamente 30
minutos.
Pão de Padronelo
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ENTRADAS
BOLINHOS DE BACALHAU
Ingredientes
500 g de bacalhau limpo de peles e espinhas
300 g de batatas cozidas
4 ovos
1 g de pimenta moída
1 ramo de salsa picada miúdo
Bolinhos de bacalhau
Preparação
Esmague o bacalhau ou passe-o pela máquina de picar carne; deite-o numa
tigela grande, misturando-o, com uma colher de pau, com as batatas passadas no
ralador, os ovos e a pimenta até tudo ficar numa massa bem lisa e homogénea; junte a
salsa.
Rectifique os temperos de sal e pimenta e com duas colheres, de sopa ou de
sobremesa, tire bocados de pasta, fazendo bolas redondas. Frite-os em azeite fino
muito quente, deixando escorrer depois de fritos num passador.
Como acompanhamento faça uma salada de alface, pepino, tomates crus
cortados às tiras e temperados com azeite e vinagre, ou ainda arroz de tomate ou de
grelos.
Estes bolos ou pastéis também se podem fazer, substituindo o bacalhau por carne
cozida de outros peixes tais como: pescada, pargo, salmão, robalo, garoupa, peixe-
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galo, linguado, etc.
PATANISCAS DE BACALHAU
Ingredientes
bacalhau (para cozer ou algum resto que tenha sobrado de outra refeição)
salsa q.b.
cebola
ovos
farinha
sal e pimenta q.b.
água q.b.
óleo para fritar
Pataniscas de bacalhau
Preparação
Desfia-se o bacalhau em lascas. Pica-se muito bem a salsa e a cebola.
À farinha juntam-se os ovos e mexe-se tudo. Junta-se a salsa e a cebola e rectifica-se
de sal e pimenta. Junta-se a água. Mexe-se bem. Frita-se às colheradas em óleo bem
quente, deixando escorrer sobre papel absorvente.
Nota: Sirva com um arroz de feijão e uma salada verde!
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MOELAS
Ingredientes
1 kg de moelas
2 cebolas
2 dentes de alho
3 colheres de sopa de azeite
3 tomates maduros
1 colher de sobremesa de salsa picada
sal e pimenta q.b.
Preparação
Lave bem as moelas e corte-as em pedaços. À parte, refogue as cebolas e os
dentes de alho picados, no azeite. Junte depois as moelas, o tomate picado e metade
da salsa. Tempere com sal e pimenta, regue com um pouco de água e deixe cozer.
Sirva-as, polvilhando com a restante salsa picada.
Moelas
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POLVO COM MOLHO VERDE
Ingredientes
1,200 kg de polvo
1 cebola picada finamente
2 dentes de alho
1 raminho de salsa picada
2 dl de azeite +-
1 dl de vinagre +-
Polvo com molho verde
Preparação
Limpe o polvo, lave-o e leve ao lume a cozer em pouca água. Quando estiver
cozido, escorra-o, deixe arrefecer e depois corte-o em pedaços e tempere com sal.
Disponha os bocados de polvo numa travessa e à parte, misture a cebola, os dentes
de alho e a salsa picada e tempere tudo com azeite, vinagre, sal e pimenta.
Deite o molho sobre o polvo.
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ORELHA DE PORCO
Ingredientes
orelha de porco
salsa q.b.
cebola q.b.
azeite q.b.
vinagre q.b.
Orelha de porco
Preparação
Coze-se a orelha de porco em água e sal; depois de bem cozida, parte-se aos
pedaços e serve-se com molho verde, salsa, cebola picada, vinagre e azeite a gosto.
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SALPICÃO
Ingredientes
tripas de porco
lombo de porco
sal q.b.
alho q.b.
louro q.b.
Salpicão
Preparação
Parte-se o lombo do porco aos pedaços e colocam-se em vinha de alhos (alho,
vinho tinto, bastante sal e folha de louro) durante mais ou menos oito dias.
Enche-se a tripa com os bocados de carne, ata-se com fio norte, numa ponta, e
fecha-se a outra com um palito.
Vai ao fumo durante mais ou menos um mês até ficarem bem secos.
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PRESUNTO
Ingredientes
presunto (1 peça)
sal q.b.
colorau q.b.
vinho (branco) q.b.
pimenta q.b.
vinagre q.b.
Presunto
Preparação
Desmancha-se o porco, apara-se o presunto e coloca-se o mesmo em
salmoura (vinho branco e sal) durante 8/12 horas. Retira-se da salmoura e coloca-se a
peça na salgadeira bem coberta com o sal (40/50 kg de sal para 1 presunto) cerca de
2 meses.
Passado este período, limpa-se o presunto do sal e faz-se uma pasta de
colorau, vinagre e um pouco de pimenta (ligar os ingredientes).
Por fim esfrega-se o preparado no presunto que vai ao fumo durante mais ao
menos 2 meses (até ficar bem durinho).
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PRATOS PRINCIPAIS
CALDO VERDE
Ingredientes
2 litros de água
450 g de batata
500 g couve-galega “cegada”
1colher (sopa) de sal grosso
2,5 dl de azeite
salpicão/chouriça
1 broa de milho
Preparação
Colocar ao lume uma caçarola com água. Quando ferver deitar o sal e as batatas, cortadas aos bocados.
Estando as batatas cozidas esmagam-se ou passa-se pela varinha e volta-se a colocar na água. Junta-se as couves, o azeite e deixa-se levantar fervura por 2 ou 3 minutos.
Servir com uma rodela de salpicão/chouriça e com o pão de milho.
Caldo verde
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BACALHAU À ZÉ DA CALÇADA
Ingredientes
bacalhau (lombos)
farinha
azeite
cebola
alho
louro
pimentos morrones
maionese
puré de batata
q.b. sal e pimenta
Preparação
Passe pela fritura do azeite os lombos do bacalhau envolvidos pela farinha.
Frite, de seguida, a cebola, o sal, a pimenta, o louro e o alho.
Coloque numa caçarola o bacalhau, a cebolada anterior por cima, a maionese
e finalizar com o puré de batata.
Leve ao forno cerca de 10 minutos, retire e decore com os pimentos morrones.
Sirva quente.
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COZIDO À PORTUGUESA
Ingredientes
carne de vaca para cozer
meia galinha
1 pé de porco, entrecosto, chispe
presunto, chouriço, farinheira, salpicão
toucinho salgado, bacon
orelheira fresca e fumada
couve portuguesa (penca) ou coração
cenouras
batatas
sal e azeite
Cozido à portuguesa
Preparação
Numa panela grande coza em água todas as carnes. Aquelas que forem salgadas
devem ficar de molho umas horas, só depois se podem pôr a cozer.
Regue com a água da cozedura, um fio de azeite e tempere a gosto.
Por ordem de cozedura mais rápida, vão-se tirando os enchidos, depois as carnes de
porco, e só no fim, depois de bem cozida, a carne de vaca.
Nesta água de cozer as carnes, meta os legumes já mencionados no início. Quando
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cozidos, retire a panela do lume, deixando os legumes dentro.
Para servir, corte as carnes, disponha numa travessa com os respectivos legumes.
Para acompanhamento arroz do forno ou branco.
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ARROZ DE CABIDELA
Ingredientes
1 frango de 1,5kg
2 cebolas médias picadas
3 fatias de salpicão
1 folha de louro
q.b. sal
q.b. azeite
q.b. arroz agulha
o sangue do frango, com vinagre q.b.
Preparação
Pique a cebola para um tacho. Junte o azeite e deixe refogar até ficar louro.
Deite um pouco de água no frango a refogar, misture o sal, o louro e o salpicão. Deixe
refogar e vá misturando água à medida que esta for diminuindo. Quando o frango
estiver cozido, complete com a água necessária; deixe ferver, prove para saber se
está bem temperado.
Deite o arroz. Quando o arroz estiver quase cozido, misture o sangue, deixe
ferver dois minutos e desligue o lume.
Sirva.
Arroz de cabidela
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ROJÕES
Ingredientes
300 g entrecosto de porco
650 g de barriga com courato
2 folhas de louro
3 dentes de alho
500 g de batatas
q.b. sal, pimenta e óleo para fritar
Preparação
Separe as tiras do entrecosto e corte a carne aos quadrados. Tempere-os com
os dentes de alho pisados, com o sal e o louro cortado aos bocadinhos.
Leve tudo ao lume, numa frigideira de ferro untada com banha, e frite na
própria gordura. À parte corte as batatas aos palitos grossos, que se fritam em óleo.
Misture-as aos rojões.
Sirva bem quente.
Rojões
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SOBREMESAS
Doces Conventuais de Amarante
AMARANTINOS
Ingredientes
massa folhada (de compra ou confeccionada em casa)
ovos moles
açúcar para polvilhar
Preparação
Faça e estenda uma massa folhada muito fina e com um recortador corte
porções às rodelas. Ponha no meio uma colher de sopa de ovos moles. Dobre a
“forma” a fazer um pastel e leve ao forno a cozer.
Depois de cozinhados, polvilhe-os com açúcar.
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Amarantinos (English translation)
Ingredients
Puff pastry (bought or cooked at home)
Soft eggs
Sugar to sprinkle.
Method of preparation
Make and extend the puff pastry very thin and with a trimmer cut portions on slices.
Put in the middle a tablespoon of soft eggs.
Bend the mould to make a pie and bake in oven.
After cooking, sprinkle with sugar.
Note: this recipe belongs to the Sta Clara Convent of Amarante.
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PAPOS DE ANJO
Ingredientes
9 gemas
1 ovo
500 g de açúcar
5 dl de água
1 pau de canela
1 casca de limão
1 colher de rum
Preparação
Num recipiente bata as gemas e o ovo até ganharem volume; verta em formas tipo
queques, já untadas com margarina e polvilhadas com farinha (até meio da forma).
Coza a temperatura de 230 graus durante 15-18 minutos. Desenforme os papos de
anjo depois de cozidos, pique-lhes a base, com um garfo ou palito, e mergulhe-os na
calda ainda quente. Sirva em taças.
Nota: Guarde a restante calda para regar os papos na altura de os servir.
Calda dos Papos de Anjo
A calda deve ser preparada com antecedência: ferva os ingredientes – açúcar,
água, canela, limão e rum durante 3 a 4 minutos.
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Papos de Anjo: (English translation)
Ingredients
9 egg yolks
1 egg
500 grams of sugar
5dl of water
1cinnamon stick
1 lemon peel
1 tablespoon of rum
Method of preparation
In a bowl beat the egg yolks and the egg to gain volume; pour into muffins type moulds already smeared with butter and sprinkled with flour (up to half of the way).
Bake at 230 degrees for 15-18 minutes.
Unmold the “Papos de Anjos” after cooked, prick them on the base with a fork or a tooth pick, and immerse them in the syrup still hot. Serve in bowls.
Note: save the remaining syrup to sprinkle the “Papos de Anjo” when serving.
Papos de Anjo: syrup
The syrup should be prepared in advance: boil the ingredients – sugar, water, cinnamon, lemon and rum for 3to4 minutes.
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PINGOS DE TOCHA DE AMARANTE
Ingredientes
Fios de ovos
15 gemas
300 g de açúcar
1 clara
Para a calda
600 g açúcar
300 g água
Preparação
Prepare um tabuleiro comprido, com dois suportes de 20cm de altura, sobre o
qual assenta um arame de ferro untado com manteiga. Pendure os fios de ovos sobre
o arame, em grumos separados. Depois leve o açúcar com a água ao lume até ter
ponto de pasta. Com uma colher, vai-se deitando sobre os fios, que se tiram do arame
só depois de secos.
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SUSPIROS DO TÂMEGA
Ingredientes
8 claras
600 g de açúcar
Preparação
Bata as claras com o batedor de varas. Quando começarem a estar em
castelo, misture metade do açúcar e continue a bater, sem parar, até estarem em
castelo bem firme. Nessa altura, junte o restante do açúcar, que se envolve com uma
colher de pau. Num tabuleiro untado com manteiga, deite colheradas de claras, que
vão ao forno em baixa temperatura a cozer.
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BOLOS DE SÃO GONÇALO
Ingredientes
500 g de açúcar
água
200 g de miolo de amêndoa
14 gemas
2 ovos inteiros
70 g de manteiga
25 g de farinha
Preparação
Num tacho, ponha o açúcar ao lume, com metade do seu peso de água, até
atingir ponto de pérola. Retire do lume, deite a manteiga e deixe arrefecer. À parte
misture os ovos com a farinha e a amêndoa pelada e passada pela máquina. Junta-se
ao xarope, envolvendo muito bem. Deite a mistura em formas de queques bem
untadas com manteiga e polvilhadas com farinha, que vão ao forno médio a cozer.
Cakes of S. Gonçalo (English translation)
Ingredients
500 gr. of sugar
Water
200 gr. of almonds kernel
14 yolks
2 eggs
70 gr. of flour
25 gr. of flour
Method of preparation
In a pan put the sugar at the fire with half its weight of water, until the point of pearl.
Remove of the fire join the butter and mixing very well turn the mixture into muffin moulds well greased with butter and sprinkled with flour and take them to the oven.
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LÉRIAS DE AMARANTE
Ingredientes
300 dl de água
1 kg e 250 g de açúcar
1 kg e 250 g de amêndoas
300 g de farinha
Preparação
Em cerca de 300 dl de água morna amasse 1 kg e 250 g de açúcar, 1 kg e
250g de amêndoas raladas e 300 gramas de farinha de trigo.
Depois de estar tudo bem amassado, faça uns rolinhos envolvidos em farinha;
corte aos bocados e espalhe com as mãos; as lérias vão ao forno num tabuleiro
polvilhado com farinha.
Depois de cozidas passe-as por uma calda de açúcar em ponto de espadana e
deixe secar e escorrer em cima de uma rede.
Nota: Esta receita pertence ao receituário do Convento de S. Clara de Amarante.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 36
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Lérias de Amarante (English translation)
Ingredients
300 dl. water
1kg. and 250 gr of sugar
1kg.and 250gr of almonds
300g. of flour
Method of preparation
In about 300 dl of tepid water knead 1kg and 250gr. of sugar, 1kg and 250gr. of grated almonds and 300 grams of wheat flour. Then with everything well kneaded cut in pieces and spread them with the hands. Take them to the oven in a tray sprinkled with flour then when they are cooked pass them through the syrup of sugar in “ponto de espadana” and let them dry and drain on a net.
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TOUCINHO-DO-CÉU DE SÃO GONÇALO
Ingredientes
1 kg de açúcar
500 g de miolo de amêndoa
Sumo de um limão
10 gemas
4 claras
Preparação
Misture um quilo de açúcar, 500 gramas de miolo de amêndoa, sumo de um
limão, 10 gemas e 4 claras; bata tudo muito bem e deite esta massa numa forma
untada com manteiga; polvilhe com farinha, polvilhe com açúcar por cima e leve ao
forno até que o toucinho fique bem alourado.
Nota: Esta receita pertence ao receituário do Convento de S. Clara de Amarante.
TOUCINHO-DO-CÉU DE S. GONÇALO (English translation)
Ingredients
1 kilogram of sugar
500 grams of almond kernel
Juice of one lemon
10 egg yolks
4 egg whites
Method of preparation
Mix a kilogram of sugar, 500 grams of almond kernel, juice of one lemon, 10 egg yolks and 4 egg whites; mix all very well, pour the dough in a mould greased with butter; sprinkle with flour and then sprinkle with sugar and take to the oven until the bacon is blondish.
Note: This recipe belongs to the S.Clara de Amarante Convent’s Cookbook.
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FOGUETES DE AMARANTE
Ingredientes
250 g de açúcar
125 g de amêndoas
2 ovos inteiros mais 7 gemas
folhas de obreira (hóstia)
250 g de açúcar para a calda
Preparação
Leva-se o açúcar ao lume com um pouco de água (1 dl mal medido) e deixa-se
ferver até fazer ponto de espadana. Juntam-se as amêndoas peladas e raladas e
deixa-se cozer até espessar.
Retira-se do calor e, depois de frio, adicionam-se os ovos. Mexe-se muito bem
e leva-se o doce novamente a lume brando, mexendo, só para cozer os ovos.
Cortam-se as folhas de obreia em quadrados com 5,5cm. Com um paninho
molhado em água fria humedecem-se um a um os quadrados de obreia. À medida que
se vão humedecendo, vão-se recheando com o preparado anterior bem frio e enrolado
em forma de charuto. Levam-se ao forno, devendo os topos ficar virados para o lado
do calor (fornos a gás).
Depois de frios, passam-se por uma calda de açúcar em ponto de pérola e
deixam-se secar.
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ENTREVISTAS
RESTAURANTE “O PESCADOR”
Data: 24/09/09
1) Quais os pratos típicos de Amarante?
Podem ser vários, mas para mim é “Verde de Cabrito”.
2) O prato típico também é o prato da casa?
Sim, principalmente ao domingo ao almoço.
3) Qual é o prato da casa?
O prato com mais procura é “Carne de Porco à Alentejana”, tornando-se assim o
prato da casa.
4) Qual a bebida que habitualmente acompanha os pratos referidos anteriormente?
Normalmente são acompanhados de vinho verde da região, branco ou tinto,
consoante o pedido.
5) Qual é a época do ano com maior procura?
No mês de Agosto e no Natal.
6) E no que toca a sobremesas quais as mais pedidas?
As mais apreciadas são “Bolo de Bolacha” e “Natas do Céu”.
7) Na sua opinião, quais os doces tradicionais de Amarante?
Os doces tradicionais são os papos de anjo, as lérias, os bolos de S. Gonçalo, os
foguetes e as brisas do Tâmega.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 40
Associação Empresarial de Amarante
CARNE DE PORCO À ALENTEJANAÀ moda do restaurante “O Pescador”
Ingredientes
5 kg de amêijoa
3 kg de carne de porco
alho
sal (q.b.)
colorau (q.b.)
louro
pimento
chouriço
polpa de tomate
cerveja
salsa
piripiri (q.b.)
vinagre (q.b.)
batata frita aos cubos
Carne de porco à alentejana
Preparação
Corte a carne de porco aos bocadinhos e tempere com alho, sal, louro e
colorau; deixe repousar de um dia para outro. Frite e deixe escorrer. Junte pimento,
chouriço, cerveja e polpa de tomate a gosto. Deixe ferver durante 5 minutos.
Num tacho junte a amêijoa, o sal, o alho, a salsa, o louro, o piripiri, a polpa de
tomate e algumas gotas de cerveja, tudo a gosto, deixando cozinhar durante 5
minutos. Acompanhe com batata frita aos cubos.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 41
Associação Empresarial de Amarante
ADEGA REGIONAL ”OS VALES”
Data: 08/10/ 09
1) Quais os pratos típicos de Amarante?
Na minha opinião, os pratos mais procurados nos restaurantes de Amarante e
arredores são o cabrito assado no forno, o bacalhau e as tripas à moda do Porto.
No meu restaurante é o cabrito assado no forno, que sai directamente do forno
para a mesa do cliente na própria assadeira.
2) Qual o vinho habitual que acompanha esses pratos?
O vinho tinto da região é o mais procurado.
3) O prato típico também é o prato da casa?
Habitualmente sim.
4) Sabe alguma história associada a esse prato?
Não propriamente, mas todos os clientes que procuram este prato noutros
restaurantes acabam sempre por voltar ao meu e dizem-me que este prato é
melhor porque se deve a facto de ser assado no forno de lenha.
5) Qual o prato da casa?
O bacalhau à moda da casa, assado na brasa com batata a murro; embora o cabrito
assado seja o prato mais procurado aos fins-de-semana.
6) Qual o prato que prefere confeccionar no seu restaurante?
Sem dúvida, o cabrito.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 42
Associação Empresarial de Amarante
7) Qual é a época do ano mais procurada para o prato típico da casa?
Todo ano.
8) Essa receita tem alguma característica particular ou segredo?
A imaginação e o toque de mão são o segredo.
9) Há alguma entrada ou acompanhamento especial associada ao prato típico da
casa?
Não.
10) Há alguma sobremesa especial da casa mais pedida pelos clientes?
Sim, o pudim caseiro.
11) Na sua opinião, em que época do ano é mais apreciada essa sobremesa?
Todo o ano.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 43
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“CABRITO ASSADO EM FORNO A LENHA”
À moda da Adega Regional Dos Vales - Vila Garcia
Ingredientes
1 cabrito de peso 4 kg a 4,5 kg
5 cebolas
5 dentes de alho
q.b. de sal
2 dl de vinho branco
meio litro de óleo
piripiri q.b.
2 dl de azeite
meia colher de sopa de vinho favaios
1folha de louro
1 raminho de salsa
meia colher de sopa de colorau
Cabrito assado no forno a lenha
Preparação
Depois do cabrito partido tem de ser lavado com água fria e limão, deixando
estar a demolhar durante 3 a 4 horas, depois lavar novamente com água fria e deixar
escorrer até ficar seco. Colocar num recipiente as cebolas às rodelas, o alho picadinho
e os restantes ingredientes. Mexer bem. Pôr o cabrito na assadeira e voltar a mexer.
Levar ao forno. Servir na própria assadeira.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 44
Associação Empresarial de Amarante
RESTAURANTE “A QUELHA”
1) Quais os pratos típicos de Amarante?
Sendo AMARANTE uma terra de forte tradição culinária, a verdade é que não existem
pratos típicos que sejam originais desta localidade. Mesmo assim, penso que os
rojões e o verde são verdadeiramente diferentes de todos os que se fazem noutras
regiões. Os rojões são feitos essencialmente com a carne da barriga do porco, frita
em banha, junta com as batatinhas pequenas.
2) Qual o vinho habitual que acompanha esses pratos?
O verde tinto, embora hoje não se considere tanto a cor do vinho para acompanhar
seja carne ou peixe.
3) O prato típico também é o prato da casa?
Sim, temos sempre esse prato.
4) Sabe alguma história associada a esse prato?
Sobre o verde aconteceu-me uma vez uns engenheiros marroquinos que depois de
me terem pedido muito para não lhes dar carne de porco, ao verem na mesa o verde
(que leva muita carne de porco) pedido pelos seus homólogos portugueses, pensando
que era acompanhamento da pescada, comeram até não poderem mais.
5) A receita sofreu alterações ao longo do tempo?
Não, penso que a receita não sofreu alterações.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 45
Associação Empresarial de Amarante
6) Essa receita tem alguma característica peculiar?
Não, trata-se, no caso dos rojões, duma receita simples que só necessita de bons
produtos. No caso do verde é um prato mais trabalhoso e que exige muito
conhecimento.
7) Qual o prato da casa?
Não temos prato especial, temos sim vários que os nossos clientes adoram.
8) Qual o prato que prefere confeccionar no seu restaurante?
Todos os que levem massas, tipo rancho, tripas, feijoadas.
9) Há alguma entrada ou acompanhamento especial associada ao prato típico da
casa?
Como já referido os pratos são vários e as entradas são numerosas.
10) Quais os doces típicos tradicionais de Amarante?
Folhados, barrigas de freira, papos de anjo, amarantinos, brisas do Tâmega.
11) Há alguma sobremesa especial da casa mais pedida pelos clientes?
Sim, o queijo com figos e a salada de fruta que é mesmo natural.
12) E qual a receita?
A salada de fruta só tem tanto sucesso porque hoje em dia há o péssimo hábito de se
recorrer ao enlatado.
13) Na sua opinião, em que época do ano é mais apreciada essa sobremesa?
Talvez no verão, embora hoje se consuma muitas sobremesas todo o ano.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 46
Associação Empresarial de Amarante
TÂMEGA BUCÓLICO
O Tâmega parte a correr
Mas descansa sob a ponte
Para depois ir benzer
A igreja que está defronte.
Fica a olhar as arcadas
Meditando um momento
As suas águas paradas
São espelho do convento.
Deleita-se melancólico
Do açude à ilha Aurora
E nesse local bucólico
Revive amores de outrora.
Abraça os lemes do bote
Que lhe agita a superfície
E recebe como um dote
As remadas de meiguice.
Espera que alguém se afoite
A embalá-lo de mansinho
E fica a sonhar de noite
Junto ao muro do Arquinho.
Os arvoredos junto à margem
Dormem com tranquilidade
E o rio segue viagem
Quando acorda a cidade.
(José Claudino da Silva – poeta de Amarante)
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 47
Associação Empresarial de Amarante
Cidade de Amarante – vista parcial do Rio Tâmega
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 48
Associação Empresarial de Amarante
Vista panorâmica da cidade de Amarante
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 49
Associação Empresarial de Amarante
Amarante à noite
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 50
Associação Empresarial de Amarante
CONCLUSÃO
Este manual “Roteiro Gastronómico do Baixo Tâmega”, elaborado pelas formandas do
curso EFA de Cozinha (B2/B3), da Associação Empresarial de Amarante, envolveu todo um
conjunto de actividades realizadas por estas, nomeadamente, pesquisas relacionadas com as
diversas temáticas gastronómicas e entrevistas direccionadas a proprietários de restaurantes
em Amarante.
Ao longo da elaboração do manual concluiu-se que a gastronomia amarantina não
contempla um único prato típico da região, inclui variadíssimas receitas; contrariamente, a
doçaria conventual é específica desta localidade e delicia todos os visitantes.
Foi com elevado empenho, esforço e dedicação que as formandas elaboraram este
manual, agradecendo desde já a colaboração de todos os intervenientes.
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 51
Associação Empresarial de Amarante
AGRADECIMENTOS
ENTREVISTAS:
RESTAURANTE - “A QUELHA”
RESTAURANTE - “O PESCADOR”
ADEGA REGIONAL - “OS VALES”
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 52
Associação Empresarial de Amarante
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 53
Associação Empresarial de Amarante
“Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem sentir-se melhor e mais feliz.”(Madre Teresa de Calcutá)
Período Lectivo: 2008/ 2010
EFA B2/B3 Curso de Cozinheiro(a) Página 54