Livreto Mostra Guitarras do Brasil

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Sobre a mostraA jornada do surgimento da guitarra é tão cosmopolita e transgressora quanto o seu som! Ela - como a conhecemos - tem como antecessores os seguintes instrumentos: o violão, a guitarra barroca, o ud, a gitara, a cítara e a cozba, dentre muitos outros. A cumplicidade com as regiões por onde passa é outra de suas marcas registradas: do Egito a Itália, da Espanha aos Estados Unidos e Japão, a guitarra sempre estabeleceu estreitos laços de parceria!A II Mostra Guitarras do Brasil dá continuidade à primeira edição do evento, realizada de 03 de novembro a 07 de dezembro de 2010 e tem como objetivo contar a história do instrumento no país, reforçando a valiosa e fundamental contribuição de nossos músicos em sua história mundial.Com patrocínio da Sociedade da Cerveja e apoio institucional do Governo do Estado de São Paulo por meio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura, realização da Rhadar Cultural e produção executiva do guitarrista Mauricio Cailet, o projeto II Mostra Guitarras do Brasil apresentará 10 shows imperdíveis para quem é fã de guitarra e de boa música.Saiba mais acessando www.guitarrasdobrasil.com.br

Nos Estados Unidos, a empresa Rickenbacker começou a fabricar as primeiras guitarras nos primeiros anos da década de 30. O primeiro modelo de guitarra elétrica a ser comercializado foi a “Electro Spanish”, também conhecida como “frying pan” (frigideira). Contudo, o principal responsável pela produção em massa e popularização do instrumento foi Leo Fender, criador da mais tradicional fabricante de guitarras que leva seu

AGuitarra

sobrenome e inventor da mais lendária das guitarras, na opinião de muitos: a Fender Broadcaster. Outra marca emblemática foi a Gibson, que fabricava mandolins, banjos e outros instrumentos de cordas desde 1902 e na década de 50 deu início a produção de seu mais famoso modelo de corpo sólido, a Les Paul.Após a Segunda Guerra Mundial a guitarra se popularizou. Nos anos 50 e 60 foi nítido o enorme espaço que ganhou no mundo da música. Hoje em dia, estima-se que existam cerca de 100 milhões de guitarristas em todo o mundo.

Universal por natureza

O mais popular e versátil instrumento do mundo se originou a partir da “vilhuela”, instrumento musical espanhol. E este, por sua vez, surgiu a partir de dois outros instrumentos mais antigos ainda: o “ud”, com cinco cordas, muito popular no Oriente Médio; e a “cozba”, um instrumento musical romano. O violão ou guitarra clássica surgiu na Itália, em 1870, e a guitarra elétrica foi uma modificação do próprio violão. As guitarras elétricas surgiram em 1930. Geravam um som muito suave e baixo, bem diferente do que conhecemos atualmente. Para ampliar a potência sonora do instrumento - que não tinha volume

suficiente em seu formato acústico para se destacar dos demais instrumentos de sopro nas Big Bands, usou-se captadores magnéticos, que funcionavam como microfones e alimentavam amplificadores com o timbre do instrumento.Porém, esta amplificação do sinal dos captadores fazia os bojos das guitarras vibrarem, provocando a famosa alteração sonora chamada “feedback” ou “microfonia”. Para solucionar esse problema, o corpo maciço foi a saída e esta invenção tem sua autoria pleiteada pelo

famoso norte-americano Les Paul e também pela incansável e criativa dupla baiana Dodô e Osmar, enriquecendo ainda mais a história da evolução do instrumento. Por outro lado, quem popularizou os processos de fabricação, montagem e vendas das guitarras sólidas foi a Fender, na época a marca preferida por diversos guitarristas norte-americanos e ingleses. Fender e Gibson adotavam diversos diferenciais na concepção e construção de seus instrumentos, porém o corpo sólido era ponto comum entre as concorrentes.

AGuitarra no Brasil

A história do instrumento no Brasil é uma excelente demonstração do espírito de cumplicidade cultural que o violão e a guitarra assumem com inúmeras regiões em que estão presentes! E por se tratar de uma história brasileira, é natural que os elementos que a formem sejam pitorescos e contenham figuras genuinamente populares.

Nos anos 30 já existiam indícios de instrumentos musicais elétricos em bailes de importantes salões de dança de São Paulo, animados ao som de Big Bands. Segundo os registros de empresas de fabricação de instrumentos e importantes luthielerias, os primeiros violões elétricos (ou guitarras) brasileiros foram fabricados nesta década. Assim, assume-se esta data como a oficial no surgimento do instrumento no Brasil, já com a adoção de corpo maciço. Nos anos 50 em São Paulo surgiram algumas das principais marcas e modelos de instrumentos, bem como os principais luthiers

Os pioneiros

e empresas. O primeiro luthier a montar guitarra elétrica no Brasil foi Victório Quintillio, ou Sr. Vitório, como era chamado pelos guitarristas. Após 25 anos trabalhando na fábrica de violões “Del Vecchio”, passou a atender seus clientes em seu simpático atelier, onde construiu verdadeiras relíquias.A Del Vecchio e a Tranquillo Gianinni dominavam o mercado nacional, ao mesmo tempo em que outros fabricantes e luthiers também tentavam produzir modelos de guitarra de maneira artesanal ou em série, surgindo marcas como Phelpa e Begher. Nos anos 70 a Snake e Ookpik foram as mais relevantes. Na década de 80 as marcas mais emblemáticas eram Gianinni e Dolphin, que praticamente dominavam o mercado, e em 90 temos o surgimento da Phill.

O estudo comprometido do instrumento também foi largamente impulsionado pelo rock and roll, mas muitos outros gêneros musicais e movimentos culturais contribuíram com a formação de excelentes guitarristas brasileiros.Do Choro e Frevo, fomos presenteados com Dodô e Osmar. Da Jovem Guarda surgiram Gato (da Banda Jet Blacks), Aladdin (dos Jordans), Risonho e Mingo (dos Clevers, que depois se tornou Incríveis), para falar de alguns. Do tropicalismo e o rock, Sérgio Dias Batista e Lanny Gordin. De outros gêneros, temos Poly , Bola 7 (que é considerado nos EUA pelos estudiosos do assunto o principal guitarrista de Jazz da sua época na América do Sul) , Zé Menezes , o Alemão (Olmir Stocker – um grande representante da guitarra Brasileira) Edgar Gianullo , entre outros.Vamos conhecer, década a década, o resultado dessa troca entre este instrumento e a brasilidade, nas performances de músicos que fazem parte desta história!

Anos 40

Não se conta a história da guitarra brasileira sem se contar a história da dupla Dodo e Osmar. Osmar Álvares Macêdo (22 de março 1923 - 30 de junho de 1997) e Adolfo Antônio Dodô Nascimento (10 de novembro 1920 - 15 de junho de 1978) faziam parte do cenário musical de Salvador desde os anos 1930. Dodô havia ajudado a fundar o conjunto Três e Meio, do qual fazia parte Dorival Caymmi. Após a saída de Caymmi, Dodô chamou Osmar para substituí-lo.A divulgação do show “Benedito Chaves e seu Violão Elétrico” chamou muito a atenção da nova dupla, que ficou curiosa em saber o que seria o “violão elétrico”. Osmar acreditava, inclusive, que pudesse se tratar de um violão que tocava sozinho!Ao final do show, extasiados, foram em busca de informação e Benedito Chaves permitiu, prontamente, que eles conferissem a construção e a parte elétrica do instrumento. A formação de rádio técnico de Dodô permitiu uma análise tão minuciosa que em poucos dias a dupla, agora “Dupla Elétrica”, já se apresentava com o novo instrumento.Contudo, mesmo com o sucesso, o problema da microfonia (também sentido pelos norte-americanos) não havia sido resolvido. Após um ano de tentativas e erros, Osmar percebeu que o barulho estridente diminuía quando colocavam uma toalha no bojo do violão ou se cobriam sua frente e deduziram que o problema estaria no corpo oco do violão.Há duas versões para o teste final que comprovaria a tese. Uma - mais comportada - diz que após a dedução, Dodô prendeu as cordas do violão na bancada de sua oficina, com

um parafuso em cada extremidade. Colocou o microfone em uma das extremidades e ao tocar ouviu um som límpido. Já a segunda versão, mais apimentada, conta que Dodô, depois da descoberta, foi até a uma loja de instrumentos musicais de Salvador e pediu um violão e um cavaquinho, quebrou os bojos dos dois instrumentos e ficou só com os braços, pagou pelos dois sem nenhuma explicação, deixando todos os presentes assustados e curiosos. De volta para a oficina, Dodô montou cada braço numa tábua, colocou as cordas, ligou o som, e assim nasceu o pau elétrico!Outro ponto confuso diz respeito a real nacionalidade da invenção do corpo maciço, reivindicada pelos Estados Unidos, que afirmam ter solucionado o problema da microfonia antes dos baianos. Esta é uma peleja sem fim que os documentos e registros da época não ajudam a esclarecer! Mas, independente do resultado, pode-se afirmar duas coisas: Dodô e Osmar fizeram o pau elétrico sem os norte-americanos e o mais importante: a dupla abriu caminho tanto para a criação de um novo instrumento a partir do pau elétrico, a guitarra baiana, quanto para verdadeiros mestres como Armandinho Macêdo, Aroldo Macedo, Fred Menendez, Vicente Santana e muitos outros que abrilhantaram a música popular brasileira.

Anos 50Em 1958, o guitarrista Link Wray, primeiro a usar efeitos como distorção e feedback, fez sucesso com a instrumental “Rumble”. Era um fato inédito, pois foi a primeira vez que uma música instrumental de guitarra entra nas paradas de sucesso. Alguns anos antes, o Rock também fervia em terras brasileiras. As primeiras gravações foram feitas por cantores populares. Por exemplo, em 1955, Nora Ney lançou um disco de 78 rpm, pela Continental, a gravação em inglês de “Rock Around the Clock”. Até Cauby Peixoto chegou a gravar nos EUA com versões orquestradas e usando outros nomes artísticos. Em 1957, ele lançou a música “Rock and Roll em Copacabana”. Mas a guitarra no Brasil dos anos 50 não viveu apenas de rock...Incansáveis criativos, a dupla “Dodô e Osmar” marcou presença também na década de 50 não só na história da guitarra no Brasil, mas também por terem revolucionado e transformando o carnaval, além de demarcar a Bahia como seu território genuíno.E, mais uma vez, foi de uma profunda troca de experiências sonoras que outro processo inovador teve início: o trio elétrico!Dias antes do início do carnaval de 1951, Dodô e Osmar testemunharam a invasão do frevo na cidade de Salvador com o desfile do Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas do Recife, que fazia uma parada na cidade em meio uma turnê nacional.Com calorosa e volumosa platéia, o desfile reuniu inúmeras pessoas numa folia nunca vista, inspirando a dupla a preparar seu Ford 29, chamado de Fobica pelos soteropolitanos da época, para poder executar clássicos do frevo pernambucano

com seus exóticos paus elétricos em alto volume durante os festejos carnavalescos.O Fobica foi equipado com gerador de 2 quilowatts, alto-falantes nas partes traseira e dianteira, e devidamente decorado para o domingo de carnaval! Dodô, Osmar e mais seis percussionistas juntaram-se ao corso de automóveis do desfile oficial na famosa Praça Castro Alves, sendo seguidos por muitas pessoas. Segundo registros, esta foi a primeira vez que o carnaval popular da Bahia conquistou espaço na parte oficial de seus festejos que, embora público, eram reservados exclusivamente às atividades das elites.A Dupla Elétrica se tornou Trio Elétrico no ano seguinte, quando Dodô e Osmar substituíram a Fobica por uma pickup Chrysler Fargo e mudaram a formação de duo para trio, adicionando um triolim (violão tenor) eletrificado, tocado pelo amigo Temístocles Aragão. Os anos seguintes foram de evolução, aperfeiçoamento e difusão de um novo jeito de fazer carnaval: em cima de um automóvel e tocando paus elétricos em alto volume!

Anos 60O olhar mais politiza-do da década de 60 trouxe conceitos que influenciaram a estética de diversas linguagens artísticas brasileiras, que as-sumiram compro-misso com a valori-zação, divulgação e resgate de elementos nacionais nas artes plásticas, na litera-tura, no teatro e, sem dúvida, na música. As propostas foram marcadas por uma re-interpretação de influências estrangei-ras sob a ótica da brasilidade. Assim, o rock and roll, que foi o grande responsável por difundir mundialmente a guitarra elétrica e no Brasil trouxe como frutos bandas e movimentos culturais autênticos e genuínos, com a Jovem Guarda e o Tropicalismo.No repertório da música instrumental brasileira verificou-se também uma maior presença de gêneros regionais, com maior ênfase à música nordestina.

Algumas características pontuais podem ser observadas nesse período da consolidação da guitarra elétrica como um grande desenvolvimento do instrumento em seu espectro harmônico e a criação de algumas linguagens originais para improvisar novas melodias no instrumento. O repertório para a guitarra elétrica com certos idiomatismos foi ampliado e, apesar de todos os instrumentistas tocarem violão, a guitarra elétrica finalmente se dissocia desse instrumento, adquirindo contornos bem específicos.

Anos 70A década de 70 pode ser vista como os anos de amadureci-mento musical dos experimentos estéticos musicais iniciados nas décadas anteriores. As bandas e os guitarristas passam a despontar no cenário internacional.Neta década, a guitarra foi definitivamente incorporada a nova música popular brasileira, e um dos primeiros guitarristas que se destacou nesse cenário foi Sérgio Dias, do grupo Mutantes. O músico e seu irmão Cláudio Dias construíram e desenvolv-eram guitarras, pedais e amplificadores que contribuíram de-cisivamente na identidade do som tocado por Sérgio. O estilo de sua guitarra elétrica reflete um refinamento de alguns riffs influenciado por guitar-ristas estrangeiros como George Harrison, dos Beatles. Outro guitarrista impor-tante e que acompanhou vários músicos da Trop-icália foi Lanny Gordin. O músico iniciou sua trajetória atuando em ca-sas noturnas na capital paulistana como a boate Stardust, que era de propriedade de seu pai. Neste local se apresen-tava ao lado do músico Hermeto Paschoal to-cando música instrumen-

tal e acompanhando cantores. O estilo da guitarra elétrica de Lanny é inovador em contraste com seus contemporâneos, pois soube incorporar influências como Jimi Hendrix com um refinamento harmônico presente em alguns guitarristas e vio-lonistas brasileiros desde a década de 30. O instrumentista Pepeu Gomes também marcou a época, adotando um estilo voltado para o rock com influência da música brasileira, principalmente, do choro. Como integrante do grupo Novos Baianos, dedicou-se a outros instrumentos de corda como bandolim, cavaquinho e violão. Seu estilo na guitarra elétrica, verificado em suas improvisações, se carac-teriza por adaptações de células rítmicas oriundas do choro, misturadas a influência do timbre e linguagem estilística do guitarrista Jimi Hendrix.

Anos 80No mundo, as guitarras estavam em fúria com a consolida-ção do heavy metal como gênero musical admirado por uma grande massa de jovens. No Brasil esta década tem muitos destaques, que vão do surgimento da primeira banda de car-reira internacional deste gênero (Sepultura), ao surgimento considerável de guitarristas profissionais, comparado as décadas anteriores. Tal crescimento foi proporcionado por uma mistura das inúmeras escolas de ensino livre, já que as universidades se abrirão para o instrumento somente nos anos 90.Os anos 80 não são dos mais marcantes em inovações so-noras ou técnicas, todavia é muito rica na estética, formato, aporte de equipamentos de nível profissional e na pre-sença maciça da guitarra em gêneros musicais tipicamente brasileiros, da bossa nova ao sertanejo, do forró a lambada.Nos anos 80 tivemos o movimento Rock Brasil (ou BRock segundo Nelson Motta), de onde surgiram bandas com al-guns guitarristas de destaque no rock e pop, tais como: Wan-der Taffo (Rádio Táxi), Herbert Vianna (Para-lamas do Sucesso), Edgard Scandurra (Ira !), Roberto Frejat (Barão Vermelho), Lulu Santos, dentre tantos outros nomes no jazz, blues.

Anos 90 e 2000

As músicas eletrônicas saem do experimentalismo e chegam maciçamente às rádios, festas e gravadoras. Junto aos diver-sos outros gêneros musicais, este novo jeito de fazer música, usando somente computadores, fez com que a guitarra di-vidisse as atenções com os computadores. Mas a paixão dos guitarristas pelo instrumento ainda é responsável pelo expo-nencial aumento dos seus usuários, que cada vez mais apre-ndem a tocar o instrumento diretamente, sem passar por uma fase introdutória com o violão. No Brasil, o estudo do instrumento ganha cadeiras nas uni-versidades de música e renomadas instituições de ensino da música popular. A imagem dos guitarristas ganha em prestí-gio e reconhecimento social e novos formatos e experimentos tornam-se corriqueiros, como a presença da guitarra em for-mações clássicas como sinfônicas e cameratas.A guitarra passou a ser entendida como um instrumento que não celebra apenas a rebeldia, mas que pode encontrar um teor de nobreza relevante ao século 21.

Outro sintoma da profissionalização e aceitação do instru-mento é o surgimento da figura do “sideman” (instrumentista que acompanha determinado artista), devido principalmente ao uso de arranjos de guitarras distorcidas no sertanejo, algo antes impensável já que distorção (em níveis moderados) só cabia nas bandas de rock, blues e eventualmente no pop.

Guitarristas da II mostra

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Olmir StockerMinha vida de músico começou quando aos 6 anos tive o primeiro contato com o violão. Depois aos 10 anos o Cavaquinho, aos 17 anos a primeira Guitarra, mas antes já ouvia por radio o Oscar Alemán, um Guitarrista de Jazz Argentino através da Radio Belgrano de Buenos Aires. Quando veio em 1956 a febre do Rock ‘n’ Roll, também fui cúmplice desse movimento, muito mais pelas meninas da época que propriamente pela música... Quando ouvi pela primeira vez a cantora de jazz Julie London, e o som daquela guitarra com aqueles acordes, fiquei logo com a certeza de que era aquela música que eu queria. O Guitarrista era Barney Kessel, que foi meu ídolo por muito tempo. Logo depois, comecei a ouvir Jazz e outros guitarristas, e também outros instrumentistas. Em 1958 com o surgimento da Bossa Nova, vi que tinha uma música Brasileira de alto nível. Já me apresentei em mais de 23 países, passando pelos cinco continentes em mais de 160 concertos, inclusive no Festival de Jazz de Montreal, tocando minhas composições nos ritmos brasileiros (samba, xaxado, baião, choro, valsa e vários outros) com jazz. Com o tempo vi a evolução da nossa musica em geral, onde assumi a minha Brasilidade com a certeza de que a nossa musica e os nossos músicos estão entre os melhores do mundo.

Olmir “Alemão” Stocker

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Cheguei no Brasil em dezembro de 1964. Sou primo de Cláudio Slon, baterista Argentino com enorme importância na MPB. Gravou, entre outras jóias o “LP” Wave de Tom Jobim e o segundo de Jobim com Sinatra, tocou 11 anos com Sérgio Mendes, etc...portanto a música sempre esteve muito presente em minha vida. Comecei a tocar aos 12 anos de idade, e aos 13 fui assistir o show “Gal Fatal” no teatro Thereza Rachel, com o Lanny Gordin na guitarra. Não dá pra descrever o que senti e ouvi, mas a história da guitarra no Brasil, pra mim é essa: de Wes Montgomery a Hendrix em meio segundo! É o que o Lanny fazia, incluindo todo o nosso Brasil em seu tocar. Nosso país sempre foi vanguarda em tudo, e na guitarra também. As misturas da América do Sul geram este tipo de músico, portanto não precisamos nos “embasbacar” com os gringos (o Lanny nasceu na China!). Depois de estudar aí em “Sampa” no CLAM (do Zimbo Trio, ótima escola), fiz um curso de verão na Berklee e retornei ao Rio de Janeiro em 1977. Alfredo Dias Gomes - tremendo batera - me apresentou ao saudoso Márcio Montarroyos, que achou muito interessante o que eu já fazia na época. No Brasil você tinha ou um Sérgio Dias ou um Hélio Delmiro e eu, modestamente, já misturava os dois. Acho que fui o primeiro guitarrista a misturar rock e jazz, não com pitadas, mas com formação completa nos dois estilos. Nesse mesmo ano o Márcio me levou pra gravar com o Luiz Melodia (Mico de Circo). Comecei a gravar intensamente devido a minha versatilidade e a tocar ao vivo também. Creio que influenciei com meus discos toda uma geração, os que gostam da guitarra fraseada. Depois vieram outros estilos (Steve Vai, etc...) que prefiro não comentar...Gravei e toquei com toda a “fina flor” da MPB e nomes internacionais como: Manhattan Transfer, Lee Konitz, Steve Hackett, Andy Summers (02 CDs, em duo), John Hiseman, John Patitucci, Vicente Amigo, entre outros.

Victor Biglione

Victor Biglione

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Nasci e cresci no bairro da Pompéia em São Paulo, que não por acaso é considerado o berço do Rock Brasileiro. Na mesma rua moravam os garotos dos Mutantes (Arnaldo e Sérgio Dias Baptista) e os irmãos Celso e Oswaldo Vecchione (da banda Made In Brazil). Quando pequeno ganhei um compacto dos Beatles que não saía de perto de mim...Eu andava com o compacto, dormia com o compacto! Logo depois descobri os Rolling Stones e Keith Richards é um dos meus ídolos até hoje, junto a Johnny Winter. Após a saída de Rita Lee dos Mutantes, ela procurou uma banda e coincidentemente todos nós éramos vizinhos. Pois é, a banda que a acompanharia já existia, mas ainda não era conhecida como Tutti Frutti. A banda chamava “Lisergia” antes de ser batizada pelo teatrólogo Antônio Bivar em 1973, num dos ensaios no Teatro Ruth Escobar. Na década de 70 as maiores bandas de Rock do Brasil eram justamente essas 3 da Pompéia ! Quando a banda gravou o disco “Fruto Proibido” em 1975- o quarto de Rita Lee e o segundo com o Tutti Frutti - eu era novo, praticamente começando minha carreira. A música “Ovelha Negra” já estava praticamente finalizada, mas eu ouvia aquele final em fade out e sentia que era uma bela base para um solo.Certo dia acordei com o solo na cabeça e fui até o estúdio. Tentei convencer o produtor (Andy Mills) que queria gravá-lo no final daquela música, mas recebi um sonoro “não”. Imagine um garoto cabeludo, guitarrista, querendo “inventar” numa música já finalizada...Depois de muita insistência, Andy disse: “ok, toque o solo pra eu ouvir”. Entrei na sala, pluguei uma Gibson Les Paul num Fender Twin, pedir pra soltar a base e toquei o solo que surgiu na minha mente na noite anterior. Quando voltei pra técnica, ele disse: “pode ir... já gravei e ficou ótimo!”. Foi um solo em take único, que ficou perpetuado na história do Rock Brasileiro.

Luiz Carlini

Luiz Carlini

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: MR

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Bom, o meu pai me deu o nome de Mozart! Eu bem que tentei ser engenheiro civil, mas não consegui...Tudo começou na segunda metade dos anos 60. A minha irmã me apresentou um compacto duplo de 4 ingleses de Liverpool e então a minha vida nunca mais foi a mesma. Com 13 anos eu já tocava aos domingos na TV, na “Mini” Guarda! Governos militares se sucederam e de repente virei músico. Conseguir qualquer livro ou publicação específica para guitarra era muito difícil...o jeito foi botar a mão na massa e organizar algum material para estudar. De repente virei professor! Lá se vão 37 anos...rockeiro dos anos 70(Graças a Deus!), rockeiro progressivo, violonista erudito, músico de baile, cover, sideman, gravações, shows, música instrumental, cursos, workshops, livros, revistas, DVDs,CDs...a tal da carreira solo?! E muitas, muitas gerações de alunos. Honestamente falando: Continuo professor...eterno estudante!Acredito que na nossa breve passagem por esse planeta temos todos uma certeza: servir ao próximo, cada um da maneira que puder! Seguindo essa idéia acho tenho um trabalho por fazer. É como se tivesse alguém “lá em cima” me cobrando. Quando tenho um pedido de curso no Amapá, um pedido de compra do DVD “Fusion” feito há 25 anos atrás,um novo livro de harmonia para um país europeu, um ex-aluno na capa de uma revista, uma sessão de fotos e autógrafos após um “curso”, terminar 3 novos livros e correr atrás de possíveis patrocínios ou o simples prazer de compartilhar música numa aula...poder viajar em pesquisas sem compromisso com resultados. Tenho a verdadeira noção da responsabilidade e a preocupação do tanto por fazer e nenhuma dúvida em relação a tudo isso!

Mozart Mello

Mozart Mello

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Eu tinha sete ou oito anos e me lembro dos bailinhos que minhas irmãs íam na casa das amigas, vizinhas do bairro. Lá tocava na vitrola The Shadows e eu nem sabia que o guitarrista era Hank B. Marvin, influência dos meus ídolos Jeff Beck, Ritchie Blackmore, Eric Clapton, Jimi Hendrix, entre outros. Sempre achei a guitarra um instrumento tipicamente americano ou inglês assim como o violão é para a nossa música. Sem preconceito, adoro todo tipo de música. Desde que seja boa, não importa de onde vem. Cresci ouvindo The Beatles e todos esses guitarristas já citados aqui. Não sou do tipo que fica tentando descobrir novos estilos... Eu simplesmente procuro tocar os já existentes, sempre com um toque pessoal. Eu escuto os blues de doze compassos (e existem milhões deles) e um soa diferente do outro. Essa é a grande magia quando se toca com emoção e se adquire um estilo próprio. Na década de 80 entrei firme no instrumental tocando na banda do contrabaixista Celso Pixinga – a banda TNT (Todas Na Trave). Em 1990 gravei meu primeiro disco, o “Nevoeiro”, em 1994 o “Stratosfera”, em 2003 o “Bend” e em 2012 o “No Smoking”.O meu estilo é uma mistura de rock, country, jazz e blues. Desde aquela época eu sigo com minha carreira solo, fazendo shows com o Faiska Trio. Isso trouxe um interesse muito grande pelo meu estilo por parte dos guitarristas e acabei, por convite, gravando seis vídeo-aulas e um songbook.Lecionando já preparei muitos guitarristas que hoje estão no cenário musical acompanhando artistas em shows (sideman) e também em gravações.

Faiska

Faiska

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: MR

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Venho de uma família muito musical, minha mãe Bárbara Ardanuy foi cantora profissional e eu e meus irmãos mais velhos Átila e Marcus nos envolvemos com musica muito cedo.Tocar guitarra é a minha vida, consigo me expressar melhor tocando do que falando e não saberia o que fazer se não pudesse tocar. Na realidade, o Rock e seus grandes ícones como Jimi Hendrix, Deep Purple, Led Zeppelin e Van Halen (entre outros) foram os responsáveis por despertar meu interesse pela guitarra e quando me dei conta, isso já era minha profissão.Acho que minha principal importância na história da guitarra brasileira foi levantar a bandeira do Rock e mostrar que tocar bem um instrumento não depende de nacionalidade e sim de talento e dedicação. Optei por um estilo discriminado pela mídia e até por uma boa parte dos músicos brasileiros, mas fiz porque amo a guitarra e a forma como ela se expressa no Rock’n’Roll. Acabei me tornando uma referência para a nova geração de guitarristas que levam a guitarra a sério e amam o rock e suas vertentes, assim como eu.

Edu Ardanuy

Edu Ardanuy

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A guitarra foi sem dúvida a maior descoberta da minha vida. Quando percebi que podia dizer algo tocando guitarra e que a música decodificava os meus sentimentos nunca mais parei de tocar e a vontade de conhecer diversas linguagens musicais só aumentou.Passei boa parte da minha juventude estudando guitarra, trancado no meu quarto ou até mesmo no banheiro, onde achava um reverb mais natural e confortável para tocar com o instrumento desligado, principalmente durante a noite.Sempre fui ligado ao rock e até hoje é o estilo musical que fala mais alto entre as minhas escolhas. Quando vi Jimi Hendrix tocando tive certeza de que a música tem uma alquimia capaz de proporcionar possibilidades amplas. Vi que podia trabalhar formas e sonoridades a partir da comunicação entre estilos musicais diversificados, como por exemplo: fazer de um blues um baião e de um baião um blues sem nenhum tipo de estigma, pois as intenções modais são iguais (mixolídio). O fato de poder experimentar livremente foi o que me aproximou da música. E a liberdade que a guitarra proporciona em um mundo tão desgastado por certos padrões fez da música minha paixão.A minha importância como músico é criar composições com liberdade e transmitir meu conhecimento e experiência com dedicação aos meus alunos. Em 25 anos de carreira contribuí com a formação de inúmeros alunos, proporcionando a eles técnica aliada a liberdade de improvisação. Toquei com vários músicos aqui no Brasil e tive a oportunidade de tocar acompanhando Mark Boals (ex-vocal do Malmsteen) em São Paulo, Argentina e Uruguai. Toquei com o ex-batera do Extreme - Rodrigo Leal - em Lisboa. Participo da Expo Music desde 2009, trabalhando com empresas renomadas no seguimento musical. Faço workshops, shows, jingles para agências de publicidade, palestras sobre música, vida, carreira e dou aulas particulares de guitarra.Considero importante plantar a semente da arte com bom gosto e senso estético, independente do ritmo, melodia ou estilo. Já toquei forró, um pouco de jazz, muito blues, muito rock e sempre me senti bem tocando de tudo. A arte está acima das preferências pessoais.

Hard Alexandre

Hard Alexandre

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Comecei a tocar guitarra em 1986 sob a influência do meu irmão mais velho. Nessa época estavam pintando bandas como o Metallica e An-thrax e esse era o meu som. Fui estudar com o Fernando Piu (guitarrista de destaque na cena heavy metal na época, com sua banda “Vírus”, e com uma forma de tocar que lembrava muito Ritchie Blackmore) e com Marcelo Araújo. Fiz aquela busca natural e acabei chegando no Blues. No começo dos anos 90 minha primeira banda profissional foi o “Tomate Inglês”, depois veio o “Cheap Tequila” (onde gravei um CD) e foi quando cai de cabeça na viola caipira! Descobri que esse universo do blues que eu escutava tinha um braço aqui muito forte, daí veio o “Matuto Moderno” em 99. Temos quatro CDs lançados e graças a estas gravações viajamos muito e nos consolidamos no mercado, até que eu conheci o também violeiro Zé Helder - um parceiro com as mesmas vivências e influências que eu. Montamos o duo “Moda de Rock” como uma brincadeira, mas que se tornou séria, com uma extensa agenda de shows pelo país e participação em diversos programas de televisão, pois tocar um repertório de clássicos do rock com um duo de violeiros não é algo que se vê com muita freqüência... É o tipo de surpresa so-nora que só foi possível devido as diversas referências de músicos que ouviram muito rock, blues e as tradicionais modas de viola. Já fizemos centenas de shows por todo Brasil e nos EUA e atualmente o Zé Hel-der também faz parte do Matuto Moderno. Tive a sorte de aprender muito com os músicos que toquei, principalmente o violeiro Índio Ca-choeira (do qual produzi três CDs, um DVD e muitos shows), os norte-americanos Woody Mann e Bob Brozman, o gaitista Sérgio Duarte, o multi-instrumentista Christiaan Oyens, as cantoras Katya Teixeira, So-corro Lira e Maria Dapaz e os guitarristas Pepeu Gomes e Kiko Loureiro. Todo esse pessoal me influencia diretamente nos mais de 50 CDs que participei até hoje.

Ricardo Vignini

Ricardo Vignini

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Toco violão desde os seis anos, mas ganhei minha primeira guitarra elétrica justamente na época em que me apaixonei pelo blues: aos doze. Por consequência me viciei em música e descobri que queria fazer isso pelo o resto da vida. Admito ser tarefa complicada falar sobre a importância da guitarra na minha vida, pois praticamente não vivi sem ela, mas certamente ela é parte de mim e me traz apenas alegrias! Espero que o público também sinta isso!Não saberia dizer o quanto posso ter atingido outras pessoas com a minha música. Talvez sejam necessários mais anos de estrada para que eu possa mensurar, ou talvez simplesmente terei que viver sem essa resposta. Em contrapartida, me contento com as amostras dessa influência que aparecem no caminho. É uma satisfação saber ter estimulado outros músicos a perseguirem um alto nível na guitarra, que, para mim nada mais é do que uma simples mistura: técnica e coração. E falando em coração, não poderia deixar passar o velho Blues, que procuro tocar estampando minha personalidade...Assim misturo influências como o rock’n’roll, jazz e country, estilos que estudei e também gosto bastante. Nas composições próprias busco sempre apresentar elementos originais possibilitando trazer algo de novo ao ouvinte e além disso, faço questão de explorar bastante o slide guitar, usando essa técnica em boa parte do repertório com a guitarra em afinações variadas.Ao lado de outros “Blueseiros”, acredito fazer minha contribuição disseminando esse estilo que, apesar de não ser brasileiro, é certamente muito bem vindo para se mesclar a outros estilos característicos de nosso país. Além disso, é de grande riqueza conhecer e vivenciar o estilo musical que deu origem a tantos outros estilos populares como o rock’n’roll, a soul music e o Jazz. Assim, influência atrás de influência, esses estilos aparecem para temperar a história musical de nosso país, influenciando guitarristas brasileiros do passado e do presente.

Celso Salim

Celso Salim

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A guitarra e a música foram decisivas na minha vida...Comecei a tocar violão aos 13 anos e aos 18 comprei minha primeira guitarra. Tocando por hobby até aos 27 anos, decidi estudar e viver de música profissionalmente, e hoje sei que foi o melhor caminho que tomei.Ouvi e ouço de tudo, sem preconceitos, mas tive uma base de música brasileira e rock na adolescência, de Gilberto Gil a Deep Purple. A música instrumental veio aos poucos mas acabei me aprofundando mais nesse estilo. Hoje misturo em minhas composições e improvisos vertentes vindas do jazz, frevo, bossa, tango e influências do violão brasileiro.Acredito que influencio novos músicos através da minha vivência com o instrumento, pois sou professor a 14 anos do IG&T (Instituto de Guitarra e Tecnologia, da Escola de música e Tecnologia – EM&T) e passo o que aprendi e ainda aprendo aos guitarristas de uma nova geração..Tecnicamente, atualmente estudo ritmos brasileiros como o frevo e choro e tento adaptar para a guitarra...não é nada novo, mas estou gostando bastante dessa mistura !

Edu Letti

Edu Letti

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O produtorMAURICIO CAILET

Paulistano, nascido em 1972, começou seus estudos ao violão com 6 anos de idade, optando pela guitarra aos 11. Seu aprendizado musical teve início com sua madrinha (professora de violão). Após este período (dos 6 aos 16 anos) iniciou aprendizado autodidata. Em 1987 participou de uma das formações da banda de heavy-metal paulistana Harppia durante um curto período. De 1995 até 1998 gravou para diversas duplas sertanejas como músico contratado. Foi o primeiro guitarrista e um dos membros fundadores da banda Eterna. Em 1997 formou, ao lado de Ciro Visconti, Heraldo Paarmann e Márcio Alvez o primeiro quarteto de guitarras da América Latina a executar obras eruditas, o Quadrivium, que foi sucesso de crítica na Expomusic de 1997, sendo assunto principal de diversas matérias televisivas sobre o evento. Neste mesmo ano começou a tocar no circuito de country music e fez parte da formação de diversas bandas famosas no meio. Entre 1998 e 2001 foi transcritor da revista Cover Guitarra. Paralelamente ao Quadrivium e as bandas country, montou seu trio instrumental autoral - Time’s Up – que inclusive gravou um tema para o Filme “Lara” (2002), sob a batuta de Dori Caymmi e fez vários workshops entre 1999 e 2002, além de gravar alguns discos como banda de apoio. Como produtor executivo trabalhou na equipe técnica dos grupos do Ultraje a Rigor, Ira e Lobão, além de produzir musicalmente diversas bandas e artistas nos estúdios Paarmman, Creative Sound e Stúdio 11. Foi gerente e programador musical e artístico do Mr. Blues Bar, lendário bar em São Paulo que sempre apoiou o blues, jazz e música instrumental. Atualmente toca em diversas bandas na noite paulistana, colabora com desenvolvimento de produtos de alguns fabricantes nacionais de equipamentos musicais (Fire Custom Shop, cabos Tecniforte e Jam Cases), continua gravando trilhas e jingles para emissoras de rádio e televisão e foi produtor executivo da “I Mostra Guitarras do Brasil” (2010).

Acesse o sitewww.guitarrasdobrasil.com.br e veja a programação completa

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