Livro - A Formação das Nações Latino-Americanas - Maria Ligia Prado 2

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• 1:IT~ Ligia I' ado

Cup'nghl dena ~dJriiD:

EDITORA A11JAL A.. SiD 1 ' z I o 1 o . 1998

Todes as drrenos I C . " C f V ' : I d o o

Dados lntcrn:;lA;lon3" de Cai.d0g3rlo rut Publicac,-ao {UP}

(Camara Brao;iJclra do J. .i vr '() , " , Rf"aSn)

l'r;do. ,iaria -

• rma~o c I . " l 5 na~ l.nno~merkan:1S I_"IariaIi ria Pr.wo. - 1L ed, rev. smal. - -:'0 Pau lo : At u! JI,

199 {D~"\Jtllldu " lmWna}

Hi liogr::t.fi..

15B. 8~-056~2j ~

1. m'rlel .:t Ul2 - L'ItOrb:!. mt<c~ La ln~ -

PUIitiCI e JI.erno. lTrtulu. 1LSc:TJe.

fndicC!' para c:u:ilogo L~_.• \Ir.~ L:nin.i _ IJ,lUIti

::! ':t~Oc rIO<X~m!\ • Form~ H' (im 9ro

dndo a l11stOrb

&blor- Henrique Felix

..uststemo eduonal: Inr lory Gomes

PntJaraf. -n ae t"~, aN~T...trrsRi!'I.'ilido: ,'ue G. Rib:' . e Kooo\'3..!

O > e f e de anc . •"lila Ferreira de . - \ 1 : euDwgramaraf}' ~t:m::m Punrcl de Ol."~r::l

Produ 'do :nlfica: .'illlon.io Cabdlu Q. !'illKl

una KI?gin3 E Almddt

sC I 1ogrno L de .mooe

. f:Iurido T. d e: • toraes['rojeW J!rtijtco, : . m i 3 fcm:'lr.l de _ . u (oIT.I)

• taroos Pulll(, de 01l\'ell:1 lJIlloJo,Fulu de C U P " . : jcsu.~Carlo: , ural de DK-go River.l

...llacto < . 1 0 Governo ~~k:u.

uapa« So vJ2

COmpu.i~'du. GrarhhO~Ita. Bi:uhu:..;rAP

BorroRA "

. .

LO.ll.98

1ate-papo com a utora . , , .

Introducao -.._ ..

L 0 istema colonial que a independencia veio

destruir .

2.A Igreja e 0 E stado '41 ' ional................................... 23

3. 0 caudilhi. mo e 0 f_ tado Tadonal ,... 38

. 0 imperiali: mo e0E! tado _ adona I 57

-.0 regime monarquico e 0Estado _-acional........... 68

6 . Consideracoes frnais .. 8

Cronologia 81

Bi liografia .

Discutindo 0 exto 91

-4

6

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Ao Gabriel e a Camlll.Para J·[aria Helena e Siluia.

Bate-papa co"., aa(,tfo~a

Lamar soberania al resultado de la ooiuntad

8e7U!Tll1del pueblo, al resumen de susfuerzas espirituale:

e corporales, meparecia un sueno. Pam quien essaba

acostumbrado a contemplaria estancada en eJempireo

enfavor de ciertaspersonas e-familias: era una tnolenciae1 ceria diseminada entre todos los bombres.y reconcen-

trada en las sociedades. Me aturdia eae inesperado

descendimleruo del 000 a fa tierra. este t rdnsiu» repen-

tino de los espacios imaginaries a las llanuras de fa

realtdad.

Mm . Lsgia Prado e formada em Hisr6ria

pela U P e comecou sua trajetona pn t ona l

trabalhando no Ginasio Experimental ci a Iapa, Foi

tambem profess ra e v a r i a faculdades e arual-

mente leciona Historia da America junto ao Departamento de Histona

cia C _ P .

Mestre e dourora tambem pela I_; 'P. e co-aurora <.10 Ii TO 0 braoo

matutino. Imprensa e 1deologta 0 jomal 0Bssado de Siio Paulo e

aurora de 0 populismo na America Latina e democracia tiusirada

- 0 Partido Democrdtico tie 5iioPaulo- 1926-1934.Adora dar aulas ("'leMo um grande prazer em dar a"tIl • em

estar numa al a debatendo com os alunos", diz) e e grande apreciado-

fa de lnerarura, ramo a do seculo "particula.rmeOle Iranceses,

em especial endhal") c mo a dos lanno-americanos conrempors-

nee . como Carpentier e Garcia M:inJue7- Tarnbem nao d ispensa

musica erudlta, da Renascence a contemporanea.Con idera seu trabalho uma realizacao. "Tenho paixao pela

histona da America Latina, fui sendo tomada por ela na medida em

que a descobrla. Essa incursao pelos caminhos da America Latina tern

sido lima veroadeira fascinacao", diz Ligia

seguir, a aurora responde a cinco questoes. ligadas ao

preserue texto, que lhe subme emos.P.Qual 0hrleres eemestudarmos 0ema deste liuro no Brasil

deboje?

R. Cn:.1()que e . em primciro lugar, pelo fa 0 de se rratar de um lema

latino-amcricano. America Latina tern que ser pensada, politicamen-

re. COmoa pane do mundo na qual 0 Em il esta inserido e cu

paises vivem processo economicos e politicos proximos e muita

VeT. • rmultaneos. Lembrern 0 exemplo recenre das dhadurasuan Gennio R05ClO, EI lritmJo de la libertadsoore el despottsmo 181' .

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militares que domioaram 0Brasil, 0Uruguat , a Argentina e () Chile no

rnesrno per iodo. Ou, ainda, J dfvidas exrernas e a 'e1c30 ao F:\1l. A

quesrao da formacao dos Estados nac iooa is pil l sa pela reflexao da

problernatica arual da democracia L mi'lL\'ditadura. E preci entender

como se formam esses Estados. para que se pos tee maier clarcza da

situacao polirica atual da rnerica Latina e e t a s r> < ibi lidades de uma

tran formacao rna efetiva da s nos s sodedade nurna irecao mals

j\ a e democratica.

P.As ntlf6es latino-amerlcmuu surgiram da mesmaforma e

pelas mesmas rQ.%de que as europetas?

R. In ependencia politica e a formacao do Estado Nacionais na

erica Latina ocorreram a partir do rompimen 0do isrema colonia l

e foram dingidas por setores dominantes da colonia desconrenres

com a impo ihilidad de usufruir as -no 'as varna zens" que 0

capitalismo do novo sCculo lh . ofe rec ia . Farranto. essas caracterf j-

ca. peculiares distanciam 0 proc 'SO larino-americano do proce .

pc lo qual a Europa passou. Alem d, . aqui havia, ames da ooloniza-

~o spanhola e pormguesa. cu rura autocton . que se rebelaram e

lutaram para s breviver depots do unpacto da che zada d europeus.

E JUnto a elas c. tavarn o: negros africanos, que tambem forarnincorporados a e e continerue. Espanha e Portugal quiseram M:

brepor e engolir as demais cuhuras, nurn processo de hornogenei-

zaeao praticado par meio ci a lingua. da religiio. do padroes econo-

micos. For-am vencedores apenas em parte: ess imhiose c:o ituiu 0

omen 0das fururas n.a~~ larino-americanas.

P.A independbu:ia dosBstado americanos representou oer-

dadeframe1fte UnJ rompimento da.estrusura coJotrialJ

Houve um rompimen 0politico cvidente, Discordo daqueles que

afinnam que Dada mudou depots ci a mdependencia 'ao mudou na

dire ilo qUI:: tarfamos, j. a q re a dorninacao social permaneceu, a svezes de forma mai violenra. na medida da s necessidad . unposta

pelo comercio capitalista in emaciooal sim, a CS<.1 '<mWo naodesapareceu, a rploracao do trabalho indigena se manteve, ~

sociedades nilo se tornararn igualitarias nern mesmo do ponte de , i . ' > l a

jurfdiro-polftico. De qualquer rnaneira, ha urn movimento que avan-

~u POl ' todo 0seculo • no senrido da destnri -0da trururas

pohuco-jurfdlcas eolonlae , 0 que permaneee nao me parece que seja

uptcamenre colonial: cominuarnos a set ( sooos nunontano no

wande i do capi r 0 inremactonal. A lnglarerra mantevc ~

redeas ci a economia latino-arnericana durante redo 0 seculo XIX,

passando depoi 0 cetro pard < > ' > Estackx Uni no seculo atual, t·,

igoifica que se : U! tentam as regras do capital, isro e. quem maoda eo lucro, a custa de quem quer que s e t a

P. 0mapa aa America Lasma esta promo ou podem surgir

alterlZflJes substanciais nos proximos anos?R.A America Latina sofreu moon 3\'ci' a11era~c)cr em seu mapa depois

da independencia politic-a. A. de putas por Ironteiras ent re os v a riopa larino-americanoe foram inumeraveis. Ciro apenas alguns

exemplos: a Amenca Central. apes a indepen encia. era urn so pal

que depois se dividiu em cinco ados. 0 Panama fazla parte cia

Colombia e ficou independente del' depoe de uma mrerferen .

direta dos EC , rnotivada pelos mtcresses da aberrura do canal. A

Bolfvia perdeu parte de seu rerruono e a consequenre saida para 0

mar em 1 3. numa guerra contra 0Chile 0 Brasil aumeruou sua

fronre iras. em disputa - vi roriosas com seus vrzinh f. hi reivindi 'a-

coes terrirorials que se su eruam ate hoje, como a da Bolivia, que

quer de volta a fd a para 0 mar.. im, 0 mapa da Ame n latina

pode vir a softer nova aheracoes, porque questao de fromeira e

urna questao detcrrrunada por interesses economico e polit icos detoda ordem, lembremos aqui tambem um elemen 0 extern 0: ~

Estados Unidos. pe lo emprego da for ,podem mtervir n.a America

Latina e provocar alteracoes. 'ao no:' t!5<)u(.?m d exemplos

recent de Granada, do Panama e do Ion 0 poio prestado aos

"contra" na . -icard!Ua,

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quase idintiCO. Alguns livros didatic de Historia da America

ressenrem, de orma particular, dessa perspecnva - brasi leirante" da

hbt6ria hispano-amencana Eruretauto, as disun oes S:}O rnuito rele-

.........~_ ... [en mos vivido itua oes semelhantes 030 pode-

r uma 'i IDRlifi < > nossas I' 6rias

AqUJ c-rula apresentacao dos capiiu l desre l iv ro . 0 p r ime i r o

vai mostrar alguns a pectos da coloma que os crtollos queriam

descruir e certas dimens6e do mundo novo" que sonhavam edificar.Os qualm seguinres referem-se aos projetos polmco-rdeologicos que

deram corpo a construcao dos Estados nacionais em al ns paises. 0

gundo capitulo trata do forrnidavel ernbate entre a Tgreja e 0

liberal no Mexico e na Colombia. 0 terceiro dlz respeito ao caudilhis-

mo como mamfesracao dos interes locais em conrraposicao aos

nacionais; refire-me fundarnentalmente a Argenuna e apresenro doi'

OU{fOS paises em que 0 processo foi inverse, 0 Chile eo Paraguai. .'0

quarto capitulo, traramos de Cuba e _lca.r.1gua. que e defronraram

com 0 enomeno do imperialismo de maneira espeoalmente direta. 0

quinto esta voltado para 0 Brasil, onde os interesses dos grandes

propnet:lnos rurais usientaram 0egime monarqurco.

tratamento que se rem dado ~ hi.' 6ria geral des paises ci a

America Latina no revela duas posicoes problemaucas. A

prirneira e a de a: sumir lima perspectiva homogeneizan-

e. que prerende englobar rodos os -casas" de paises

latino-america.n numa unica e coerente in erpretacao. Altm d nao

dar conta da hL-.toria nadonal de cada um, e. abordagem ainda se

depara com as eternai exceeees ao modelo stabelecido. A segun-

c ia , oposra, mas nao melhor, ~ a da unples enumeracao dos "caso ~

j:\ que se considera incorrero ou inadequado 0 vi e globalizan e.

Esses esrudos de "casos • alem de comumen e serem 1l1Ul(0 cansati-

vos, perdem alguns mar hist6rtcos mais ampl •que dao sustenta-

~o a uma analise da America Latina. A que ma r c o : estarnos nos

referindo? Todos os paises larino-americanos foram col6n~ por mal

de trezentos nos, ficaram polmcamente independenres no pnndpio

do seculo XIXe enfrentararn a dominaeao inglesa no seculo XIX e a

norte-americana no seculo x x . Alem disso, a formacao dos Estados

< adonais ocorreu praricamente no mesmo periodo, acompanbando

o processo de desen .olvimenro acelerado do capiralismo na reglao.

A proposta deste texto e a de tentar fugir aos dois caminh

acima mend nados esrudando a coostilUi~o dos Estados. 'acionai

na America Latina de forma cornparanva, insistlndo na especificidade

cb s contradieoes nacionai mas sem abandonar balizas historicasmais ....til Quante a delimira~o do periodo a ser esrudado, oeatrar-

rne-ei entre eeadas de 1820 e 18-0, n;s s e r a imprescindfvel a

volta aos anos aruerio a independencia e 0avaneo para alem da

metade do secnlo XIX. E interessante notar a perspeai a que

brasileiros, quase sempre temos com relacao a hist6ria cia Amenca

espanhola. Cremos q e. pelo f ino de tambem termos ido colonia,

passamos obrigaroriamenre por urn processo hist6rico identico ou

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osiste a colonial

qlAe C\ independeV\cia

ve.io dest~vd .....

fim do poder politico dal meiropole iberica sc deu

atrave de <lifld e longa lura. _ - da que 0- proces o.enham ndo difcrent no Bra ile na _-\mcn('~ espanhola.

des marcararn 0ponto ruprura do It cma colonial.

Comecarno: -taexposicao corn urnaperguna: 0 que veio 3

independencia polrnca desrrulr>

';1 -\merica e panhola n a primeira decada do seculo XIX a!

aparencias do poder espanhot permaneciam. . d 's-peito de ou a

e 'iden~iasda crisc que se aprofundava

Durante rodo 0 periodo colonial. a Coroa c. panhola foi a

auioridade maxima. co diuvada pelo Conselho das india; e pela C.a '>3

de Coruratacao de 'ilha. 0 poder in ;tiluido e rnanifestava nas

colonia na per oa dos qualm vice-reis, do:' zovernadores e do

corregedores, nomeados pelo rei e fiscalizado: pelo Conselho daiIndias . questoes [undica, e t3V3m subordinadai a R~I \udiencia e

no. cablldo: .onoentravam- c J orcas politic . municipal.

~ c. ura hunxra ico-adrmrustrartva e panhola ~ fazia pre-

'me na colonia de form solida, organizada e hierarquizada, Foi

-modcmiz..'lda pela chamada , re on113 do ...reis bourbo ieo. E . sa

refr rmas inroduzirarn () L ema 11llp1UIt";llcias em su sti tuicao

ao. ~\·emadon.: e correged sres. uniforrnizar do a adnurustracao t:

6

colonizafU-O espanbola no America

~

~.~~~

-r-

~ D"IbImI bmado pnr....

~ . !Da'P'I~ ... . ....,.pcb ....,cJa ... ua.uo. c. ~ loam.o cobo . t o .U1 ..lu caIrc"~ Curt..

cluninando a superposrcao de incoe e podere .'.J. erdade. a

intendencia tiveram por flnahdade r nngir a hberdades munici-pais, centralizar 0podcr e ontrolar energicamerue 0recolhimento

impastos. 0 proc '0foi inaugurado em 1- com a intendencia

e Hav na. espalhou-se por rod' 3 colonia alcan Oil ua plenim-

J.! tiru ional em l"'d As in endencias contrihuiram para qle 0

C:>JY,u;o polfti u do: criollos osse ainda r na - - stringido

Para finan iar as guerra exrerna . a Corea espanhola aum ntou

em muito as taxa: e unposu s no ultim() quartet do eculo :X'VlII e.

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como fa "MOS. aperfeicoou os 1llC1OS para extraf-Io . (;olonias

envia am em impasto para a F . panha 10milh6es de pesos por ano,

aproximadamente, cabendo ao ttixico a responsabilidade par t r e squarta partes dessa soma.

Muito irnportantes foram as a lt eracoes comerciai ' dos 111timl 3~

anos do St . ,uo. 'ill, Em 1-6~. cadiz. perdeu 0 monop6lio do

comercio com' roI6nias,. cndo oU£rOS nove portos panh6is

autonz dos a comerciar com 0Caribe. , a America. em oposicao ao

veU10 ustema de porto unico (Porto Belo. Vera Cruz e Cartagena).subiram para vinte OS porros legalmente auronzados, 'ova Espanha e

enezuela Iorarn mcluida: po enormerue, em 1 '9 . Em 1T" •estabe-

le eu-se 0ivre cornercio entre proprias colonia • respondendo a

velha, demandas, pou , ainda que Iosse prauca corrente, era consid .

rado ile '<IIpela metropole

Entretanto, 0 comercro com outra: nacoes continuava inter-

ditado. Esta era uma e t a s principals aspiracoes des produrores e

cornerciantes criollos ( i lhos de espanhois na. .dos na America), que

acrcditavam ser 0comerrio lin: a alavanca fundamental para 0

crescim mto da economia, ou, melhor dizendo. para o crescimenro deseus lucn .

Havia ainda outras proibicoes, como as relanvas . anvidadesmanufarureuas. sempre que esta, cohdissem com interesse: metro-

politan . Decreros, por emplo, etando a plaruacao de vinhedos e

olivais. Iorarn constanres duran e todo 0.perfodo colonial are0iniao

do seculo XIX,. manufatura exreis , chamadas ohra] oram

muhas vezes destruida sempre que houvesse irnilares rnetropoli a-

no, )_A producao da seda, para lembrar urn caso, quase desapareceu.

A Coroa tinha, ainda, alguns monopolio de produeao. co 0do I

e do rabaco, Dc fonna genetica, produ(6es manu arurei. ras ~alta

0,' crioi los enfrentavam ourro grande obstaculo iI a livre

asce . 0ocial, que co ii-ruano. prrvilegios ourorgadc aos nascidos

na .Espanha. Estes ocupa am os cargos mais irnportantes na burocra-cia administrativa. 00E"ercilo e na Igreia Em 1 . por exernplo. no

l Iexico el'3JDespanh6is 0vice-rei e rod . os sew dependentes, tod

( funcionarios graduado na escala da administracao, no Exerdlo.

(00 parenle de pitao para ctma e na lgreja havia urn bi po criollo .

B e farofoimulto unportante pam omenta- a insatisfacao, particular-

mente entre os serore medr lS das ctdades, muitas vezes culto eilustrados, mas que, e ndo alij d d quadro. pnvilegiados da

8

No periodo colonial. Iffilhori's d, indtgenas s ao r~tfll;itf()Sa ~"' idao tao f rmdpL 0 am:LHI-g nor rtJIll1lws II" s&ida ~S1r , ru

b lUDCTmico-admi1 f ist ram. 'O 111.1 pn~jlll pi 'O.'''''C'IOIWri()l

jt£DfJ a rOlUabilidD.i,. J Pin", <1 If" Jt Die ( )Ri, " 0 1 .PilI 10 do GOlerno .\Ii ico

class proprte a r i a OdO encontravarn possihilidad i c e a 'en:':to.

\'c:nJo de fechada a porta da carreiras adminisrrativa c politica,esse !>L'tOTL"!> lit: radi ~Hzaram passararn a critica ao . rema colonial,

tran formando-: ~ rrn em irnportarues gura do processo de eman-

cipacao.

o penodo colonial, dua: ouiras 1n:;tllui{,Oes de (3\ rn- • po e

prtvile rj : 0Exercito e a Igreja. 0. milnare possuf um oro

parncular que os livrava da submissao a J uca comum, ainda que

(. L"ITl1'Cw. de come. A c, -e foro militarso esravam afcuo o, 0103

I

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e subo lciais. e 030 a soldadesca Isso tran ormav e. oficiais

milirares, em sua grande maiona espanhois com direiu» e prrvilegios

corporatrvos vanados, num grupo com uma siruacao social superior.

Apenas no fun do periodo co onial fundou-se uma academia rnili tar

na Espanha para "nobres" american ,na qual e tudaram alguns dos

fururos Iidere ci a independ~ncia.. 19r9a, cXlrnordinariameme rica

na America C5P;!nhOl:k de. laca"'"3-seem importancia pcranle 0 res 0

da sociedade. -uas renda . muito a . ll i l. ! • eram obudas por meio de r . r e .s , : -fontes principal _A pnmeira delas oonstnula-se no. provenro de ua,

propried.ade ruw e urbanas, que eram murneraveis. Em Lima, ~ .

vesperas da independen tao a 19reja ern . dona 1 13· das 2 R06 ca as

existenres, enquaruo a rnetade da cidade da Guatemala pertencia aIgreja, segunda fonte eram os dizimc .Isto e , impostc obrigatonos

cobrados sobrc toda a produ > e rendas, Q;, dizimos. por ordem

papal eram adrninlstrados pela Coma e desunavam-se em parte arenda rca Ie em parte ~ construcao de tgrejas e hospitals e 30

pa memo dos prelados e curas, A t erceira - e em cert casos, a

principal - provinha da . . As capela-

nias eram ren perpetuas deixada a uma igrt!ja au converuo em

troca de missas, que deviam ser rezadas pela alma de quem haviadeixado. 0 oenso eel i a . : ti 0consistia na cessao da propriedade de

terras da 19re ja pam lares em troca de uma renda anual Isso

igrufkava a con ntracao nas nrl cia 19reja de um vasto capital,

responsavel por a rransformacso em urn verdadeiro banco, que

ernprestava dinheiro particularmente ao proprtetarios rurai .• peque-

no, comercianres e manufatureiros.

As ligacoes entre a Coroa c a Igreja na America espanhola forarn

muito estreitas C .- 'lidas. 0 papel evangehzador exercido sobre os

indios, popula '0em munos milhoer uperior a da America ponu-

guesa, era a Du t r a face da dominacao colonial da Coroa. Essa liga~o

tarnbem aparecia no charnado padroado. pelo qual 0 papa OUlOI},'3V3

aos reis espanb6is uma s e n e de prerrogativas, entre as quais sedestacava 0d.ireiroda nomeacao de bi e curas, da arrecadacao de

cellos unposr virnos 0 dfzimo). da cnacao e demarcacao de

dioceses e paroqtn . Alem de! rudo is . a I Jreja possuia urn toro

e pedal 0que a distinguia ainda mais do resranre da sociedade, £

facil prever que a Igreia tomana partido em favor da rnanutencao da

ordem colonial que [amos pri iIegio- Ihe oferecia. _f • on em como

hole, a lgrei MO era uma, 0baixo clero, vrcendo em iruacoes muito

10

proximas • dos pobres, tornou muita vezes. para OS padroes

\igenles, posic Oc. radical: e cont tadoras.

A Coma havra se colocado duran e 0 periodo colonial como

-pro{e ora" d indios . . '0entanro, estes tinham condrcoes de "ida

miseraveis, so riam discnminacoes de ioda natureza e recebiam urn

tratamento humilhante. Estavam iscnux de pagar OS dizimos a 19reja

na maior pane ci a Arnenca espanhola, rna eram obrigados a pagar

urn tributo individual ao rei. C3StaS - denommacao na malona da,

regioes hi. psnicas referente aos me ti~os -. alern de sofrerem 0

esugma de SU3 origem ~ilegitima~. estavarn prnibidas de usaf armas,

de reoeber as orde religiosas de usar nuro e seda. etc.

Os indi e tarnbern ca ta rinharn uma siruacao [erri\ el em

(CTOlO. de c()nUi~~ de rrabalho. 'as fazendas estavam St.."1T1prt: a urn

pru·Ml de ficar presos a eta. "escravos" por dividas. F~ erarn

con raida de maneira simple. atra ·C.de urn ernpresumo do patrao,

Se nao se consegui e com 0 trabalho IOOra dfvida durante a vida

- e para is so tarnbern contava 3 ·honesticbde~ do patrao ao fazer ru

comas -, filho a receberiam como heran

Yale lembrar aqui um documenro do periodo da grande orne

de rs- e I" .no _texico. Carlo. mhavia estabeleddo por let que ospatroes estaxam proibid de emprestar 305 indios mais do que -

peso . para evitar 0mal acima mencionado. Entretanto, em 1-86. ()

...ce-rei do ~l6jC'Oa endia a uma peticao dos fazendeir no sentido

de poder empresrar mais dinhcim a()I indi ,0 argumeruos para

iustificar tal atirude 0exernplares para que se entenda a perspecuva

des propnetario a r speno do trabalho indigena_ Dizia ()documento

do vice-rei:

f..J COmdata de 23 do m e s que se segue. participa-m u

alcaide dajurisdicao deApan q tecbega a tal extrema a uifelid-

dade e desdita dos pobres indios empregados P ro trabalbo das

fazendas daqueie distruo que quando ao meio-dia deixam 0

trabaibo e deueriam tamar algum susieruo, uns . sentam a

descansar, sem ter 0que lecar a boca, e ouiros a qtJ(!'I1l aperta a

necessidade L a o pelo campo em 1 1 1 1 . ..'.cade ertas siJvestrespara

mitigar afome r . . .J A ca que sediipara tudo isso eaproibkao

I...j de poder antecipar aos indios jornaleiros mawr quanudade

que Qde5pesos. Dizem os-fazendetros que, ja bacendo dado por

CO'WJ. de seus jornais cuea quota assinalada nao se atreoem a

11

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adiantar-lbes mass dmceiro, porque perdertam 0 direito decobra-lor,}

Veia-se qUI! a causa de toda a misena nao e a explord~O do

trabalhador, e sial a falta de ernpresrimos.

Vida tao ternvel quaruo a dos peoes das fazenda, levavarn os

trabalhadores dos obraje.r;. que eram tratados como verdadeiro

prisioneiros em seus estabelecimen os de trabalho. 0 que unham

uma '(U3(30 urn pouco rnais humanizada cram os mineiros. tlue,

como hornen li res, recebiarn um .' ario llgeiramenre superior ao.!dl. . 'mai

_ vespcras. ci a mdependencta, a escravidao negra era poucounportante na major pane e t a s col6nias espanholas do corninenre. Em

zeral erarn escravo. do icos, mas consutulam mao-de-obra

bi ica em farxas da costa ci a Colombia. no Equado e parucularmerue

na 'enezuela, onde a pro-

ducao do cacau florescta

. ~o Caribe, a escravidao

cominuava fundamental-

sendo as i1has espanhola,

ou ingle-as, franeesas ouholandesas, a nqucza do

a~(jcar era cnada pelos es-

craves

Po amo, ao despon-

tar 0 novo seculo, 0010 e deurpreender que o. explo-

rado (enham participado

do rnovimen 0 de inde-

pendencia para concreil-

zar ua: a pird~·()es.porem

diverss daquela pro-

pugnadas pela, li ranca,crioJlasdo movimen o..

12

R~Teknt On ~~dtHUO

w/oni J t:rirolfQ

Drli11"~do lfUUallfutDria d3

n&ncia mexi .C(1sulutU > chap< tepe«:

Jndepe",dencia: libe...dade paJ"ac p . . \ e . ?

Os hornens que, descontenre -com o "l!k'fll3. colonial. lideraram

o proce so de independencia poliuca estavam imbuidos da k eia:

liberals burguesas ~descoht!rta! nos esrudos realizados na Europa OU

em liHOS d ~ -france'· ~ entrados clandesrlnamente no continente

julgavarn-se absolutamenre hem preparado .. para alcanear seus obje-

uvos e acreditavam esperancosamente no fururo .-\5 ideias de Ilberda-

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de de igualdade fUri~CJ, da Ie it imiclade da propriedade prrvada, da

educacao como rcrnedio para n. grandes males. da necessidade do

imperio da let, do progresso e da elicidade geral do povo estavarn

toda presenre nos pro' OS desses lfderes liberals

Ta America espanhola , homens como Bolivar San "tanio

\Jariano \-loreno. Bernardo de Monrea tudo, Jose Cecilio del Valle ~

fTclTereza Servando de . tier aporuavam oposicoes bastarue claras 0

mundo ?OVO que ur.na era para des 0 lugar da l iberdade, que-eOP~ha a Espanha, reino do despote mo. da opres '0 c do arbftrto A

America era () espaco do nov 0, da e ...peranca do futuro.

Entre 0 aDOStie 1 10e 1 20os obieti\o, fundamentajs da lura

des:' grupos cram 'D esmo co inunigo comum era a'E p nha,

Tod os e for~ , concentravam-sc para acabar com 0 domfnio da

F . panha, e a tonica dos dlSC'l.IDiQera a hberdadc.

Liherdade. ent re anto, nao e urn concerto entendido de forma

(inica: tern significado diversos, apropriadr tambem de formas

particulares pelos diversos segmen os c ia soc edade. Pam Ull()n

Soli -ar urn representanre da, class pr pnetaria venezuetanas,

•quan < > . s o b 0c

ItSatr~t!SJaTIV'II os ~~

e derrot rom asjorcas un( jSlas. l I>muniJ( lo

"Kc·R~·"odt!, 'o\7:JGrtrned.JitttlqN cnudaE.~.

liberdade era s inorumo de rompimeoto com a R panha, pam a cria~()

de fulgumme- nacoes livres, que seriarn exemplos para 0 resto do

uruverso. Ma pnn :ipalmcoLC nacoes livre para comerciar com todos

os r a i s e s . livre. para produzir - iinlca po Ibilidade, segundo sua

\'i":\o, do desabrochar do Noyo fundo.

J :1 para Dessalin . urn u o . hderes da revolucao escrava do

Haiti, que alcan ou a indcpcndencia cia Franca em 1 . liberda e

queria dizer ante. de tudo °fun cia escravidao: rna carre va tarnbernum oorueudo radical de odio aos opr res franc .,.·u &curso

manifc. ta"a esses sentirnento; " Dizia De.. alines ao povo do Haiti:

General: mtrepido« que tnsensirets a s pr6pnas qrafa'

baiets restaurado a liberdade prodfgalldn./be 1000 m~u san-

gue. satbam que nada ba " iei/o se niit) derdes iisnar6es tim

exemplo terricel mas justo, cia cljll}!anf€l que dece exercer 11m

pot orgulho d ter recohrudo sua liberdade e zeioso de mante-

fa; amedrtnuem os qu e ten/alii nos arrebatd-ia comecemospe ! jro71cI!SeS..JQue tremam ao abordar 11 • a... a. ta: Sf!!laU

pela lembranca das crueldades que eles exerceram. ao 71U?1lOS

pela nossa e,.rf toel .>lr./ foode condenar ilmorte todo france:

que nus pisar com set p e s 'acn1egos 0 terruorio da Iiberdaae

Para OUlrOS dominados e

oprimidos, como os indios me-

xicanos. a liberdac p 3 . ! sava

LiI:o-Lmle da Espanba e r nuito

proxima da quesrao da terra, •'a

decada de 1 10. Hidalgo e .10-

relos, os lideres da rebehao

L'ampones.1 me.- Cln<l CUrCI

pohr .de pequen PO\'()3c!o,.

c lamavarn pm terra parA O. de-

serda do . eus ~ ercaos, que

levavarn a rente os esrandartes

d Virgern Guadalupe e do

rei espaohol Fernando \ IL lura -

Rnraro de I alusarfl1-1..oun~rtlU'C.

um dru lidere»

do Rt'\'(l/~ao HOlllatW

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QUDtiUI tk Slt111~i~us rlftindaJo E~

~ de. 1!!Ud Hid.1l e. Em I satinco, (Ipmtor escreve:"Por o{tnarta.ud ar . iim a . . pcrfidJri" do r~oI" Jo

~tniC'01rtm(t)j(J: poT pn!lnuiLf tomar (IMb:ico

i/ldt~nd t It do lmpino colomal Hpclnlwr.

ram para que a erra, m e l rve a da Jgreja. fosse drvidida entre 0

pobres .. torek . a irmava que os inimigo. da n~o cram 0 ricos. n.

nobres os a~0 Iuncronario, Deterrninou que, quando se ocupasse

uma povoacao grande 0 pequena, devia-sc iaformar bre OS ricos.

Os nobre e OS fuooonanos que nela houvesse "para despoia-los '10

momemo ~e rodo 0dinheiro e bens rafzes ou mover que teaham,

para reparnr m tade de seu produro entre os vizinhos pobres do

mesmo povoado I.1 reservando a ourra m de para a caixa militar".

Hidalgo, em de~mbm de 1 10, decretava, nas rerras Iires do [ugoespanhol, aboli 0da esc ravidao e do ttil uto indfgena e de ermma-

va que essa ~'po :~o fo . "5e cumpricia em ez dias, sob pena d emorte para os In f ra ores.

•. no oc ano das proposus polirlco·jdeo16gica: patrocinadas

pelos di eNOS se ore. <lasclasses propriclan~ poucas sao as mani-

fi acoes COn .re a que nos c egarn por parte do. dominados ·0

Ie .CO. 0 Aco 0 e Iguala, • beled 0 entre Iturbide. eneral

16

repressor dos exercir camponeses recem-con rertido a causa da

indcpendencia. e Guerrero, lid r remanescenre do grupos ernlhei-

lOS e populares, marcava a submissao do segundo ao pnmeiro:

mdependenda poltuca agora. reformas sociae depoi .

A independencia se fez em nome dos ideais Iiberau • I . cando

os IOten::SC do: ores dominantes cnollos que mannverarn a

dJl'l.?O poliuca do proc na America espanhola. Caiam os mono-

polios rears. abriam-se as llnhas de comeroo. a economia devia sereger sern a intervencao cia aruiga metr6pole. Algumas concessoes

a(). dormnad tarnbern foram aceitas, mesmo no periodo de lura:

Bolivar por exemplo. a .ede Iem oferecer alforrta aos escravos que M!

ligassem aos exercitos patrioucos.

o Estado, que comecava a se orgaruzar depoe de aringida a

independencia, miu como tarefa d rule a velha ordem colonial

Em primeiro lugar, tendo em vista os int criotlos dominan e

ambem as pressoe comerciarues ingleses, havta de derrubar

todo 0egime de monopolios, prrvilegios e restricoes ao comercio e

outro ram da producao em geral. Es s a foi uma inicianva realizada

com exno amda que ISSO nao renha jmificado como espera '3IJ1 os

cr iolios urn grand cresdmento economico imediato.Outro obietivo do B tado que surgia era :Ide lrui~o dos foros

espeoae do erciro e da Igre] Essa lu a desenvolveu-se com muiras

paIticularidad -nacionais, sendo a mais encarrucada aquela desenea-

deada contra a IgreJCIe que em alguns paf ctndiu a sociedadc

entre de ensores e acusad r ci a insritui~o todo-poderosa Es s a lura

terminou. em eral, ja no Am do seculo - em alguns paise oeste

seculo -, com a separacao total entre 0Estado e a Igreja e com a

ubordiaacao desta 0poder rnaior do Estado laico,

Os pri\'iJegiOs d espanh6is foram, na erdade, rapidamente

.aiplaruados nessa batalha, ;a que eles terrninaram por perder seus

Iavores politicos e economic . chegando mesmo a SCr expulsos de

a1 runs patses.

" Eseado esteve sempre preocupado com a manutencao da

ordem SOCIaJ,os setores mesmo drvergenn das classes dingentes

sempre se liaram, sustentando 0Esrado. em merit em que a

ordem i iruida foi arneacada pe l de abajo. As constant! Te\'ol -

de Indios, de camponeses e de escrav comribuiram para 0echa-

memo au ontario do Estado, Entretaruo. algurna concessoes ram

fe. \bohu-se 0triburo iniligeoa e acabaram-se. ou mdhor. aplaina-

ram-se as disuncoes de casus A e ravidao negra rei abolida. mais

1;

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redo OU mais tarde, n01 paises independentes, endo permaneeido

apena alem do Bras- oar ilhas de Cuba e Porto Rico. ai da sob 0

d mfnio espanl L

A colonizacao cl a Amen ponugue ~ guarda caractensnca,

bastante panicula res no con exro la tino -amencano, A importancia cia

producao do ac6Cat nos ois primeiros secul .- da colonia 030 se

cornparava a riqueza d metals preciosos explo rados em algumas

regioes da erica espanhola, como. texico e Peru. E diferenca

substancial marcou multo forternente desde cedo. as formas assumi-

d a s p e la s duas co oniza oes. _ lado disso, na Amer i ca e rpanhola a

presenca , 'goIT das cuhura pre-colombianas exigi ra um empenho

e um ri or na conquisra e na (!\ ngeliza. -0tnteirarnen e desconhecl-

dos no Brasil, A Coroa espanhola, de -e - e acrescentar . era aiada ma e

pode e mais r ica que a de Portu I.A organtzacao msuru ional de

Portugal exerceu em moldes men c r igidos qu 0 conhecidos na

America espanhola Do pon 0 de 1Sta administrative, ha cia urna

centralizacao exc iva em Li boa de toda as de ,- sobre a

colonia, com uma estrurura burocratica ri ida, me lm tanto

ine iciente. 0Conselho Ukramarmo era 0~o maximo encarregado

cia administra -0 das capitaruas de ) Bra il, cuidando de toda a

qu oes co oniats, com t.!X<'e(30 dos a ntos eclessisu O!'. que

ca am com a - Iesa de Go iencia e Ord n . enquaruo 0Desembar-

o do P 0 dedicava aos problemas da "pureza do s ngue" para

'r "puro, nao podia 0angue ser iudeu, mouro ou negro).

o "Brasil e. Cl\C1apena: onnatmenre dividido em do' uados 0

do B ~ eo do Para e Maranhao .E s ':1divisao era apenas nominal,';a

que 0 vice -rei do fi r. 'J excreta seu poder obre 0 rerrttorio . ois

Estados. A partir de 1"'63. 0Rio e Janeiro era a sede do vice-reinado,

A poliIica mercantilists ponu esa rr anteve 0 istema de mono-~Jjo ~ pml1egios duran e [O(.!() 0 periodo colonial porem sua prati

fat mais hem e me intransi erne que a e rpanhola.

0. poder loca l e ra monopoli7.ado, arra 'es do nado da camara

com sede nas 'ilai; e ddade:., pel . senhores de terra . OS "hornens

non . . q I de forma difL-renre da que OCOITC.'U na erica e panhola

a • da terra i iicav 0oesso a riqueza e a efenv pc ibilidade

do c; e ':in do poder l oca l ,

A Jgreja porruguesa rinha menos poder e menos riqueza que a

cia America panhola. 0 papa tarnbem havia cedi 0ao rei de

Portugal 0 direiro do padroado, pe 0 qual a Co podia intervir n

oeg6a eclesia ·COS. oomeando bispos. demarcando paroqui -, et

0. diz.imos ci a r rera orarn i ialmenre concedidos ao monarca

porrugue . que com el devia reahzar uma serie de bene Ido para

Igreja e, principalmenre, manter a ubsi c ci do clero com 0

pa. amento das congruas.

10Bra Il, 0 clero esreve muito ligado aos senhores de terra

local . Tornou-se me () lho CoI\l1J do azendetros por falta

de melhor opcao, ordcnarem-se padres. C.om () ~ .., r do tempo.

idcntidade entre 0clero e os senhores locais aceruuou-sc, Iato scm

parale 0na America espanho la. xo Brasil , a exp loracao cia populacao

rna' pobre por parte do clero oi pouco prancada. assim como a

ev n ,el i7.a\ iio de spiri to mili tante , a ruba caracte rfsrlcas do dero cia

America espanhola,

As tr opas de Iinha , a mae unponante na colonia, con itituiam

a 'orca mill ares regulares e profi ~onais . Erar composiai por

re iment portu ,que muna vezes compleeavam se efeu-

o poder local era exercido p los - ens

'0q dro, o ~naJu Ji J c : rano Rw d Janeiro:

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com os -00 terra ". Os oficsaf , sempre metropolitan 0 :- , nnharn

do pelo Coleglo do obres ou pela cademia de Marinha, que

iarn de seus alunos nobrezs de nascimenro. Em 1 -~, tnstnuiu-se

em P rtugal o cade . mo. que oferecia aos nobres que enrrar sem para

o Exerdro rodo: < , privileglos do posto de ofi ial, concedid no

m menro mesmo de u to 00 recnnamenro na colonia, para

soldado. s r 3. . '> 4 : • no principio M! restnngi .a aoi homens de Cor hranca;

postenonnenrc, pela dificuldadc de preenchim nto dos lugares e pela

quase unpossibilidade de encontn r ipos desejados, acertavam-se

ttl ti~() - e mularos clan _Os problema de ascensao de native na

hierarquia militar podem ser exemplifi dos om a ju queixas de

Tiradentes.

a segunda metade do sl.'Culo Ill, as idei~ reformistas

ilustradas chegaram a Coroa portuguesa, que co ooou em prauca

alguma, meclkbs para aprimorar 0 ema colonial Os principal

alvo dessas rcforrna foram 0 cornba e ao corurahando e uma maior

efic ienda na arrecadacao dos impost . Idealizou- como tenrativa

de sanear a cnse uma maior liberalizaci ci a economia . . T M! sentido,

suprimirarn-se as companhia: monopoJisus d cornercio. decretou-se

o fim do estanco do sal e da pesca da baleia, esnmulou-se 0comeroo

intercolonial e incen -ou-se 3 di cNfica\ao da produeao a 'colaEntretaruo, 3 manufarura connnuaram proib das, zelando-se mais

efeuv ente pelo cumprimeruo dessa ordem, 'a que os ilusrrado

trabalhavam no seruido do incremento cia industria metropolnana.

A reformas tlusira foram insuficientes para debelar a crise

do . rema colonial Eram constiruidas por medidas muna, vezes

ambiguas, pots, alem da rnanutencao da proibi 0da manufa turas e

de certos monopoli . tabaco, pau-brasil), a Coroa-recuava em certas

auru ";i tornadas como as referentes a facil iracao do comeroo

intercolonial

Os colones, insati eiros, reclama -a m do, efeiros de r r e s seculode d rninlo: queriam comerdo exte rior livre . liberdade de dtcu1a~o

inrercolonial e para importacao de escravos. Crit icavam a eorrupcaogeaeralizada, lentidao da justica, 0 descaso do, funcionarios cia

Corea, a discrimina 0 Ida pelos naturals da terra. 0umento dos

lmpos

Quando COrle porruguesa chegou ao Brai il, em 1 . havia

tensoes acumnladas. amareos ressennmen os e d n entamentos

visive is, como os mani festos na loco dencia .1ioeira ou na Conjura-

ca o Baiana A vinda ci a Corte, com todos 0." seus desdooramentos, Ioi

20

urn do. eleme (OS que contrihufram para amenizar 3. contradicoes e

rnarcar uma passagem poueo radicalizada da colonia para 0 Imperio

independenle.

Chegando. de irnediato D. joao abnu 1porto -3.- nacoc-

.uniga "ale dizer a Inglaterra, 0 que s ignificou () fim do pacto

colonial e a '3tL'ifa~o das a pir.l~~. de certos setores colonial , Es se

decreto, que se pretendia provisorio, para arender a s neces idad

co ocadas pela guerra 113 uropa. acabou sendo irreversivel

: vinda ci a Cone seguirarn- outras irucianva: . e m daquelase envada, na area da culrura (criacao da imprensa nacional, de

bibliorecas. ClC.), ocorreram intimeras tran erencias de urgao cia

burocrada colonial merropoli tana . como 0Con Iho da Fazenda, a

Junta de Comereio. a . Iesa de Consciencia e Orden , 0Desembargo

do Paco. Fm 1 1:. 0 Bra!i l se trans OIDU'<l admmistrativamenre em

Reino Uni () a Portugal e Algarves.

A penetracao comercia l inglesa, consagrada 00 Tratack de

Cornercio de 1 10, que garanriam ao In I. lamas protecionistas

preferenciais a s portugu as a en re 0comercio

No Brasil. 0 JNUSD d(' col""; "implrin indL~nd~1I1~

~CIIOU-y OItjricrou tspro/ultd

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monopohsta pormgues e 0 corneroo livre ingJ~· 0 fazendeiros

estavam inter - .. dos no livre cornercio, que lh trazia vanta en

cvidentes: entretanro. aU! alguns m .. antes de ~ de setemb de

1 22.sonhavarn, resguardad os seus Interesse, com a instalacao de

uma monarquia dual, sem rur ra definiuva rom Portugal,

Apenas quando a Cone porruguesas detnonstrararn claramen-

te que estavam decidida a recolonfzar 0 Bn il, pondo baixo

conquistas Iiberalizadoras alcancadas, for que dasse proprieranas

brasileiras p saram a ad 0zar0rompimemo definiuvo com a metro.pole. Dessa forma, eferuou-se lerna e rradualmeruc a passagem de

colonia a imperio mdependcrue, sem fric~ mais profundas, scm

guerras nern rebelioc,...e sob as ht!n~os de D, Pedro, filho do rei eherdeiro do trono portugues.

Entre lBOR, ano da aberrura dos porros, e 1831. ana da abdica-

9 ' 1 0 de D. Pedro J . xmsumou-se a quebra do monopoho porrugue e

o avanco econonuco da Inglaterra, mas poucas foram at al era oes

sofridas pelas instirui. 00· burocraucas, militares e edest sticas.

A esc ravidso, e~ 0 central ci a preocupacao dos senhores de

terra, foi preservada com cuidados e garanu 0 poder dos fazendei-

cos apcnas cresceu e amphou-se. 0 tripe que usreruava a economia

colonial permaneceu firme e mantcve-se inc6lume na pa! sa 'em pato Brasil independenre

hisroriogra 13 hispano ..americana. emou wn interessante

debare : ibre 0 earater revo ucionario ou 030 do proce de in e-

pendenci da er ica espanhola . Ques ionava-se are que pomo

tra ormacoes ocorridas herararn a estrururas economico-socta;

colonlats. 0 caso do Bra -II, essa hipotese 030 fOI levanrada, poi as

rnudanca, provoeadas pela independcncia polit ica de 1 "2 furam

rc tr i as e limuadas ~ranIiverdm-se 0 ~ndes fazendeiros e sua

escravana conSCIYOU-5ea producao agrana para exponacao emou-

se0 r l . 1 -rimemonarquloo, orno Ulna orma de permanencia da familiareal ponuguesa no Brasil .

21

A Jgreja e.

o Es+ado acio~al

Libe...ais e coY\se)"vado...es

, tare colocadas pela independenoa cram herculea .

diriarn 0: libertadores hispano-americanos, Eta precise

organizer ~ na~()es. dar forma aos Estados, fazer crescer

a economia. ,TO fun da decada de 1820. de iniam-se doisgrandes proieto para 0 Estado que comeeav a se con, ruir: 0co, e rvadores e () do liberal . Do ponto de vista da manurencao da

ordem social. ainda que com pequenas diferencas. liberais e ronser-

vadores convergiam, Tanto uns quanto outros se empenharam na

tare a de nao perrnnir que os dominado, 'q\lec em seu "lugar" naluerarquia social. _

o projeto conservador, a semelhanca do que ocorreu na Europa

pos-Rcvolucao Francesa, se apoiava onemen.e na Igreja c no B cra-(0, Era inaceitavcl para essa insnruicoes 0 desapareomento d

privilegios e dos rom. pen:m. que estavam ubmeddas Para os

defensore do conservadorismo, ~ fundarnentos da sooedade se

nuavam na ordern proposta pda Divina Providen 13 e - en adapela Igre ja Ca tol ica. A fe . a lr3di~o e a hicrarquia erarn as [usnficati-

\~ unica_ e plausivets dos atos do' go ernantes. 0 -dsicrna po itico

ideal era a monarquia, no qual Es ado e Igreia permanecenam unidos:

a educa ~o devia ser rcligio a. ja que advogavam 0 pnncipio do

fundamento sobrenatural da sociedade 0' conservadores arusav am

r . l iberais de levar, com sua- Idcia! . () lOU . c a anarquia fu, sociedades

launo ..americana: .... J :i na segunda IIerade do seculo '. tiguel

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Amonio Guo. um dos ideologos do conservadorismo colombiano

afirmava, 0iberalismo separa 0homem de Deus e 0declara arbi 0

soberano de IDa suite

O' liberals se opunham ao e conservador propondo a laiciza-

cao cia sodedade e do Esrado. Diziam que 0poder ernana do povo e

resul 3de um line contrato enrre a sociedade e sew 0 -ernanr • do

qual a divindadc passa ao lar o. Para 0 liberals de I.a-M: separar 0

E.tado da Igreja, ubordinando-a ao poder laico A educacao ambemdevia set leiga. abandonando a Igreja seu Iu Ta r privtlegiado n

campo

Em alguns pal cia America Latina. houve urn forte embare

entre serores liberau laic " e a Igreja e seu aliados conservadores

quanto ao proiet de COIll liLui~(} d()~ F_ ados. 'aClonai- Eram dots

caminhos. como ja vimo . que co 'td Tel am as quesroes sooais,

polfnea e ldeologicas de forma distlnta. A hegcmonia ideologica da

Igreja era urn traco particularmente noravel em vanos paises hispano-

amen , como o Equador, a Colombia. a Guatemala e 0_exico.

\ amos aqur tomar apenas 0Mexico t: a C.olomhia.

j, .eX1CO

s iruacao economrca mexicana depoe da indepen en ia ere!

das menu: animadoras: ia grande fonte de riqueza, as mina, •estava

com a preducao d sorganizada. desestruturada. minguada. como

fru 0de dez anos de guerra. pena por volta de 1 5 a media da

producao mmeira chegou ao nfvel da de 1 -1 10

A agricul ura estava estacionari permanecendo a qu ao cia

terra como cenrral, ;a Clue os propnetanos crtollos aumeruaram amda

mais seu poder de exploracao, espeoalmenre com a e: pub ao deY.->

espanho • ocorrida logo depoi da independencia. -a producao

t~ . so s miciou lim periodo de pro peridade a partir de I - . Amexu Lcncia de esrradas icienres e a preeariedade das comunica-

C; l>cs dificuhavam 3 cirrula () de mercadoria . Em 1 20. havia no pais

apenas tres importan - estradas c alnda em 1860 tao-"omente 2 km

e estradas ferro. A fragilidade econornka traduzida na dispersao

de zonas de ti idades que pouco au nada inham a Vet entre i.

ml!tiruiu uma constanre ameaca de d membrarnento do pais. A

peninsula do Yucatan. por exemplo enuou e saiu cia ederscao

mexicana algumas vezes. Durante a uerra contra 0 Esead Cnidos

ocaruter p op Wm - ~ rod' I dn 1m estoM

iIId~~1u:la &(11'111 pUtJC'llpoJl os

t'O/fMTWXWrrS( ri'll:lpa~1flcj I! ra1ftbhrl OJ Ii«< Lf.

1 --1 ). cuio uhado fune:..o para 0 \1exico con ~ iiu na perda

da meta e do seu rerruorio, 0:' dingentes yucareco dcdarararn que

nao podiam ajudar 0pa a sc d ender dos Esta Crudes porque

era u:ma guerra -entre estrangeiros"

Como ;a afirmam . a Igreja rnexicana era poderosi nma, abri-gando a metade do padre de oda a Amenca espanhola .. -aCidade

do le:xi( ;o. da s J .. ClSaS ex]'·;tenre5 em 1"'90 1 93 - perrenciam a

Igrela, no campo. e: suuaca 0 dominiu se repena. A lgreja, aliada

ao Exercito e a grandes propnetarios rurais, defendia uma propost3

conservadora em termos da formacao do Esrado 'acional mexicano.

Luca Alaman, grande ideol '0do conservadorismo me..xicano.

que escreveu sua Historia do .Henel)na decada de 1 O.execrava as

proposra de Hidalgo durante' Iura pela independi-nda. ~-a verdade

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o car.uer popular e radical do movimeruo de emancipat;'3o mexican.a

alimenrou, com base no temor, a perspectiva conservadora de que

penas urn governo monarquico. forte. coeso, impeneU':h·el. distante,

sena capaz de impor 0respeiro e a autoridade necessarir a esse:lexico tao rebelde.

Em conoaparnda. 0 l iberals que agrupavam setores mtdi

urbanos rnais imelectuallzados, setores do come io e setores da

mmeracao arruinado corn 0 dez anos d e lura, tinha.m em J ' Luis

.fora urn porta-voz muito arguto. Ad, ertia ele que os pro' tos

polit ico de 'lam se adlantar * a evolueao espontanea da sodedade •

para Impulsiona-la auvamenn . ~ma frase famosa, dizi.a: ·0 mais

sibio e seguro m io de precav e r a revolucoe dos homens ~ 0de

aprectar bent a do seu tempo e lembrar aque ela exige c lembrar nao

como senhor que cede. e sun como senhor que prescreve",

A luta polftico-ideol6gic.a entre liberai e cono;e~'ado . esten-

deu-se por cinquema arx . a ecendo muita, akera~Oes no ambiro

do poder instirufdo, que pa- u a notabil izar--se. ponanro, pelainstabilidade.

De modo geral, osconservadores maruiveram-se nos poseos

chave do Estado ar e 1 ~ data em que a chamada Revolu~o d

- nnla colocou Iiberai, 3 frente do verno do pail .yut l a abnu urn periodo de reformas para o : e' . Em U~-~.a

LeiJuarez abol iu os foms m di ares edestasnoos. em 1 56. pela Le t

Lerdo, os bens da Igreja eram desamornzados (desa1nortizar~ [eitar

ao direno comum os hem de miio-mOrta, que ~o be . inalicnav . ,

ism e. imra eri 'e l ) . aconrecendo 0 rnesmo com as [em das

comunidad indigenas. Em 1 5 . jurava-se Ulna nova Constiruicaovigente ate 19r

Pela Cons[i(ui~o de 18-', 0•exico oro u-se urn Estado

federative, que se dividia nos rres poderes liberals consagrados-

ecuu '0. Lege lativo e Judkiano. Acompanhava-a urn manif a denftida intencoes liberals.

A rgualdadesera debot. em diarue agrande lei da republt-CQ; ndo baoera mats merito que 0das tnr tudes. ndo mancbara 0

territorio nacional a escracidao. opr6brlo da bist6ria bumana. 0

domicilio sera sagrado. apropnedade i'tll.'wltit:el· a trabalbo e a

indusina l u r r e s ; a manifesra¢o dopensamento sem mats traoas

que 0respeito iimoral apaz publica ea Iidaprioada; 0 trdnsuo,o mouimento em dificuldades, 0comercio a agnew/lira sem

26

obstdculo..~ os neg6cU' do Bstado examinados por todos os

cldadiios; l. J e no Mexico, para >lUZ glOria arne Deus e ante 0

mundo. s e r a uma terdade prasica a inriolabtlidade da L do

humana r . . . /

Entretan o. os liberais no podcr. freram oposicao cerrada dos

conservador . miciando-se em 1 -~ uma em civil que esten-

deu ate 1861.Foi nesse period que a lura contra 3 I ':1 aungni

proporeoe mai! radicals, 'om a lei d 18~9.que nador~li.z:l\-a

bens eel ia. .'l ico em mdenizacao e supnrrua as ordens rcligiosa . 0

poder voltou, em1 .a scr exercido pelos ~f\ClU()~: ~ue d ssa

vez trouseram ao fClOCOrn unperador ausmaoo .. 1aximiliano com

o qual pretendi m obter a ordem c a paz. £\li<.kmem:nte, a,~ '~o

tornou-se ainda mai inte a, a: lutas continuararn a e a ,\110na, como

~ a: inalamos dos liberai: em 1 -. simbolizada n~ ~lamelllo de

. laximiliano, par ordem de Benito Juarez. ~ que _ignificado Lt. ' ,e a

nacionalizacao d bens da Igreja?Oc imedia 0,atendeu a .' ~:c da-

d flnanceiras pnornana, do Estado liberal. com a possibilidade ci a

1

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venda de - bens. A medio prazo, igniflcou uma vi oria l iberal e

uma real perda de poder para a I ·re,a. tan 0econorni 0comopoll 'CO_ A Igreja, no lexica a despeito de u i r os arranjr corn

certos go .erno tra forrnou-se na sombn do que h a Tja side ate :.t

metade do seculo XIX.

E difkil imagmar em ourro pat < . f a Am n Latina que nao 0

fexico 0c:pe aculo proporoonado po Ireiras cruzando a Cidadc do

,:fexico pela manhazmha em busca de no -a morada. depois de

deixarern - forca seu convenro, nacionalizado pelo E! tado, esgotadoo prazo oficial e horas para desocupa-lo, Era a expres 0do

embare entre liberai e conscrvadore .

COm relacao fu medidas Uberais tornadas enck em isla a

rura~ao das propriedade comunae indigenas, hom-e un a

difereaca basiea entre as in encoc e os resuhad efenv o d lei,

Os l ihera' consideravam as erras oletivas campo esas como "in-

compauveis rom 0 progre. liberal Era peed) que todo, e

trans orma, semen} proprietano, indivIdual. e que as terras enrrasscm

para 0mercado co 0mercadoria. . consequenejas foram entre .nto

inversas ao que Iiberai radicais speravam, pols em vez criar

urn fenco de pequen proprieranos, essas m idas contribuiram

pard a concenrracso da propriedade em cas milt). . serviado comoIncentive ao crescimento dos lanfundios . ·im. e ormas forarn

alvissareiras para 0- grandes p prie arias. que puder. m comprar a:

terras cam nes a preeo vil e aroda passaram a dispor cl mao-de-

obra, agora -Ii 'Je" dos meio, de sub i. tentia e apia a Ihes 'en er suaforca de rabalho.

Como pano de fundo da lura entre Ube . e conserv adores,

.endia- • uma oonstante rebcklla popular. represcntada por levan-

[ camponeses, n a maior parte das vezes raptdamente aiplantado

suble a¢es urbanas, ere. 'imemo do num ro de ban oleiros, _'0

ucatan. a h.amada Guerra e C"lSla! . cudiu a peninsula desde os

aDOS alC~praticamente a eel ao da Revolucao lexicana de 1910.

c m periodos calmana e agnacao.o lade d re' encia popular e das erras civ entre censer-

vadore e rberais conieceram ainda lUClS contra paise' >trangei.r(h:

Franca 1) do Frudos 1 6-1' ). I ervencao francesa

durarue 0peri xlo e r 1axImiliaoo 1 1"" _T do isso fez desses

da hi orta o , l exi 0urn periodo difkiJ de " 'er e

para e al ns idealizador da indepen-

dCncra ~ imC 13 possi 'el dianre do

d • Carl Bustamante outrora liberal. par c_emplo, nosfuturo 0palS. "" . •aDO'> 10 aflrma triste e d ladamenre:

L. J se os males ttcerem que ir (tio adiante a p onto ~e que a• • • A~ hi' estranseira e daatual nafiio mexicana; CtIIlM uu am ~ao 0--

desordem interna. desapareca para dar ngem a OIltTOS pot a

outros l ' SOS e costumes que-facam esqtu: . r ar e a IingllLlespanbo-

fa neste pais. mtnba obra aindapoderdser_utilPliTa que o~ ~a.~

rlo¢es amencanas. se e que a J. uma saberd ap =:as 1~que a experU.~c{a lbes apresenta, L'ejam par que mews se desua-

n e c em a s m a ts l is on j ei ra s e sp e ra n c as e como os enos d bomens

podem fazer iruiteis us mats bek» presentes da natureza.

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o -U:xico nao desapareceu e tnnra .era de prosperidade econo . .. aDOSdePOI' entrava ouma

'I'~ ...... Ill1ca e e • bilidad 1:-_,

Porfiri Diaz. Consollda e potmca com o eneralV'3-5e 0 Estado termina mac"l! ,00 entaruo, era atino1do a' . ems en J. •a roritari . 0 CUst3 de urn regime arbitra .

o, que subiugou pelos rnei " no ca vioienda _ [ o c t o os I a15 \ ariados - ci a COOPlacao

~ seu s ad ers3n< li.orma brutal os dommados .. e J po COS e submereu de

,.....,qu e governo .

da grandeRe '01 cao fexiam de 1910 . ~?~ com a edosao

o projeto encedor foi 0~ Iibe • . esta fa e outra Iustona,dinar a J reja ao E ado. medida, tal •que terrtunou por bor-

precomza~' pelo liberals,

quando no poder, contribufram para 0desen\'olvimenro do capitalis-

rno: orgam20U-SC 0 mercado de l13.balho C obri u-se 0 csmpones

indio a deixar sua erras comunais rransformando-se a a terra

em mercadoria. com 0 que desaparecerarn ai trava colonials ao

cresdmento da economia.A quesGlO da Jgreja 00 lli!xico e parncularmenre tnteressante,

pois a luta entre I iherais e conservadores n seculo XIX deixou

marcas profunda • muito acenruada pas eriorrnenre pe lo acorueci-

cnros cia Revolu¢o •~exicana (quando rnais urna vez a Jgreja

udotou posrura ulrracorn ervadora . 0 anticlerical

ho j c no M6ti<.. 'O tern. na minha opuuao, algum • de . raizes no

seculo XIX. Lembremos aqui qu e no centro da Cidade do •lexico

eD. e uma igreia, transformada em iblioteca. que [em nos ahares

laterais, no lugar das imageos de sanros. bu: os de sooalista . 1usr6 r i-

cOSe lklcres tanno-amertcanos, evidentemente nao significa que

o exico sera socialista e que n a o seta catolico, penas mo. tra que -

se concebe tal ~here ia" num pais onde a luta contra a Igreia tenha

unn () propor~f>es profundamerue ideo ' .cas e politicas,

Lcmbrem ainda que 00periodo de Porfirio Oiaz (I 6-1911

.0 lhic.o foi dominado pelas ideias positivistas, 0 posidvlsmo (dou-

trina filosof formulada por . ugu e c om r e . caracterizada por uma

orientacao cientif . ta do pensameruo il0s6 co e egundo a qual a

hb16ria da humanidade se constitui nurna suces ' ';>'0 de er~_gios_

m :.og:ressi : .0 ~ '), 0m eraf i .co eo' entffkQ2, com sua ot ica

materialista e i i~da a uma propoSi~o depro~ economico .e

ordem social. oi a ideologia adequada para responder ao- anSeios de

serores soda' orninan es mexican c, ao m smo empo, e opor ao

conservadorismo religlo . A viroria dos liberals ped ia uma ideologia

que garantisse a ordem social sernpre amea da pe k de abajo e ao

m mo empo il . ifkasse e cnrasse a dnadura porfinana. ~

id~' tambern dever iam dar pa.~ a e: i.o;{enciado antidericalismo c

indicar 0Iugar subaltemo da Igreja, vi diante do Estado como uma

instituicao do passado,

Consolid da a independencia politica, depoe da batalha de

Bo llci er 1819. constitufu- a Republica da Gran Colombia, que

compreendia a r e a s do \lce-Reinado de. ·.ovaGranada e di 'dia- em

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u -e departament : Quito, Venezuela e Cundinamarca, 0erritono

do Panama uniu-se a ela em 1 21.Em 1 30, a Gran Colombia. tendo

em ista os interess regi(mais ]>ecUI(:OS, embrou-se, dan 0

origem atuae republlcas da Co ombia (a e I 3 charnada de. 0

Granada e a t e 1903coru.liruida tambern pelo Panama . do Equador eda Venezuela.

A independenoa na Colombia se fez sob a ~ de . ores de

comercianres criolla que visavam' a l iberdade de comercio com

todas as nacoe.. mas particuJarmente com a Inglarerra.Aparcnremenre. a vida polftica colomhi na 0seculo XIX man-

teve uma certa estabil idade e legalidade COli! utucional foram pro-

mulgadas e Coostil.Ui(:oo· diferentes), 'ao houve ditadores que ..

n essem perpeuiado no poder e ~ golpe, de Estado restringiram-se

a ITA • Entretaruo. essa aparencia de estabil idade e legalidade nao

pode ocuhar a violenoa poIitica t:.'(l enre, que se traduziu em

tncoruaveis rebeli locae . 000 nierras CIV' C! du zuerras externas

con~ 0 li.~dor ~r ~.d~ fro.!!f~·.

o E tado oolombiano manreve a escravidao negra, oonsa rada

nas Consnnncoe de J 3 e 1 3. alem c ia tributacao mdigcna. Aqu ·:tao central ci a terra oi resol i ..Om a manuten '0 de seu

monop6ho pelo grande propnetirio·. terras das comurudaindigena chamadas na Colombia de resguardos iUpoItaraffi 0

processo de - de . truturacao de orma men traumanca que no

. H~ltico.A desarucula~.lo da propriedade d as em.' indi enas miciou-

se na segunda m de do seculo x\1TI e. ja em 1 21. logo depot da

indcpen enda. manife&:aVaID-e pressoe dos setores dominan es

para . dissolver os resguardos Em 1 39, tornou-se a insistir no

d paredmeruo, COm resulrad . ma. is hem- ucedldr do porno de

i';ta dos dominan es Fnrretanro, 0 problems fundam mal na Colom-

bia era a e ssez de mito-de-obra. pais ha i ainda terra desocupada

e uma popwacio relatJ\"amcnte pequena (pol' 'oIra de 1 os

habitarues aao Cheg.H"31l1 a 2 milhoes). - mao-de-oo-a, mediante

o empre 0 de medidas coercit iv" . como a "escra idao" por di ridas,foi obriga . 3 ficar presa ao trabalho na fazendas dominada pelo

poder do patrao e pela i uencia ideologica do demo

Desaloiade os e panhols, os crtoltos pa ararn a rerl ivre a esse

aos aim.' egos da burocraoa, do E ercito eda Igreja, e an.

o Estado colomb 0(eve uma orgaru.za~o centralizada, colocando

arnplos pod nas maos do Executivo.. Co ·tui~o tringia a

cidadania. na ionalidade e 0ufr<lgio.exigindo que cenas fun oe .

32

de presidente da Republica ou a de senador, (I m preenchi-como a • J d ci a

h et ivessemcerto nrve e reo .das po T omens qu rzaruzacao do Estado adonal tomaram

As p1'l"\J'VKf~C: para a orgaruzaca • •"'-l"'~. rtir c ia . dependen .a. pacem so se

conrafida c~a ~~~r:e ~ decada de 1840 em diante, com ar ur am m Llali::U.ll~

. '~o dos partidos liberal e conservador,collStJ~ liberals tinham um p rog rama bastan e deealhado, com pon-

bern marcados denrre os qua' vale lembrar a proposcas. de

abohcao ...t_ escravtdao liberdade de palavra, de imp de en.5UlOd'

...,,_ ...... . dimin:' - do poder 0

de culto, fim do foro e sp ec ia l ~ I~.' w~o .cos ulsao

E%ecutivo abolicao dos monopolies e dizim edes .' exp oresdos . - e livre cimbio. 0 (ores Ugad ao comercio, os

rnedios imelecruahzados, os artesaos d as ddades. formavam os seg-

ment e ta sociedade que sustentavam 0projeto bberal. d

Por outro lado, 0partidoconservadot'eracompost0i.sr;~~

proprietirios rurais escravistas, por aJ burocratas ~a ~se pode

Ex - . o. E evidenre que essas s a o aproxima geralSdorese~ba urnestabeleeer im' ¢esmecanicistas . Os eonserva m

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programs de r'Ilanuten~o do status quo e. portanio. da escravidao,

estando muiro proximo, da Igreja Catolica, Igreja era 0 m;uco

di >r mais claro ~~ conservador£!l e liberals. Os cono;eIV"3.do

defendiam a ordem 'i erne e seus irueresses economicos, apoiados

numa organv.a~o. ·i.al que acreditavarn estar garanrida pela reJigi30

e pelo excrcj 'do efettvo < fa auroridade. Combauam 0, liberai no

campo Ideologico. procurando desquahflcar seus principles. Urn do

Ide610g0s conservado ',. \1ariano Ospina Rodriguez, por exemplo,

aflrmava que "os conservadores formam urn partido sossegado ereflexivo, que estima mats 0 rC! ltado, da experlencra que as

conclusoes especulauvas da (eolia . Os liberais. por sua vez, Jutavam

COntra rudo 0 que a Igreja igniflcava, Procura limuar seu poder

politico e ideol6gico perante a sociedade, relirando-Ihe 0predominioabsolute sabre a educaeao

As propostas liberals para a aholi¢o dos dizimos ed iasticos

ou para a desamoJtiz:a~o das terras ci a Igreja traduziarn 0desejo

d e s s e s grupos de estabclecer as bases para desenvolver a producao e

o comercio, consolidando as novas relaeoe economlcas lnternacio-

nais. 0 alcance desses obietivos em irnpossiJ:ilitado pela Igreja, que

disputava pra camente [ados os rupeeto do conrrole sobre a 'ida

ci 'II, exer endo sobre a populacao uma dominacao ideok'igica que

1130 permnla mudancas reais e muiro menos urna nova visao domundo.

Em 1 9, depois do dominio quase absolute dot conservadores,

os liberals chegaram ao poder com Jose Hilario L6pez e. ate 1885.

mantiveram nia hegemonla polltica, com bre e inrervalo, _ e sse

pcrfodo ocorreu grande desen olvimenro e divcrsifica~o das expor-

ta~ colombianas constitufdas pnncipalm me par anil, cafe e

tabaco, produro este que. por volta d . anos "0, ann iu 0uge deproducao.

o go erno l iheraJ de L6pez p6s em pratica uma sene de

medidas preconizada pelo programa de seu part ido. E m 1 50 pro-

mu ou-se uma ei de descemraliza~o das rendas pUblkas, cedendo

o Estado \ ' r ios impostor a s provinctas, que, por rua vez, aboliram

cerro, Imposros. entre quais 0do dizimo: Tarnbem em 1850 os

jesui foram expulso no ramente, poi , tendo voltado a ColOmbia

em 1844 (depot de expulsao no seculo X\>ID),haviam se ligado

ortemente <I . conservado '. Em 1 51 a escravidao foi abolida

ximadamenie 26 mil escravos) e s tra.....!.S impo tas ao

3

comeroo do tabaco foram eliminadas, ~ imcomo [ados os imposto

de e_ POl1~O, . • ,

fun 18-3. 0 eosine rornou-se livre, isto e. 0 ern InO religiose

c le i x :a \ a de ser obrigatorio. Te. ."5e rnesmo ano. separav a-se a Igreja do

E..<;tado.or meio de lei pela qual chegava ao fun 0~d:oado e fica:~

proibida a cobranca de contribuicoes ~ 0 ~lO .r~hgtoso.,Em 1decrerou-se que deixava de haver na Colombta religiao o I C I a I , que 0

matrimonio ci i1 p: ssava a ser obri a 6no e que 0divorcio estava

mstirufdo.

questao do ensino deseneadeou uma Ion luta entre os

liberais e a Igreja, Houve discuss6es inrensas sabre os pianos de

esrudos mais adequade : a, alunos. e Bentham. cujas id6as uuhtans-

[as entraram na Colombia ci a mesrna forma que os comerciarues

ingleses, oi alvo de ferozes crtncas por parte do conse~adores, _"a o

aoeuavam suas propostas "material istas". que nao debcavarn Iugar

pa r a as "co' s d pirito". .

E irueressarue notar como urn do ide6logos do coaservadorts-

mo colombiano ~figuel Antonio Caru, em nome do catolictsmo,

inV()C2V"a 0 Equador como exemplo e modele a ser seguido, amda

que em outras ocasioes aquele pais fosse tornado como inimigo,

tendo em vista as disputas d nreiras.Lembre-se que 0Equador, na sua Consmulcao de 1869, impu-

nha que, para ser considerado cida 9 ~ imp.!escindivel que 0. di\ iduo f . antes de rudo. car6lico. Essa era uma nitida per pee-

trvaideol6gica ();;:~rvadora contrana"' aos principios liberal '0

Equador independeme. dividido em duas regioes ,~uiro d~Uli_das. a

cia costa e a da serra, ainda que houv se pred01Il1Jl1Oconomico da

fracao da burguesia cosrenha, a hegemoma polnica e ideologica

ficava com setores serranos conservadores. a costa. tendo como

centro a cidade de Guayaquil , a producao de cacau c de cafe contava

COmmao-de-obra . lariada, Inversoes de capital e produeao para 0

mercado inremacionaJ. A serra, corn uma grande populacao indigena

que nela VJVia desde os [empo, colonia ' . uma producao marcaclapela coleta de produros silvestres e um tradi ional padrao de domina-

<:20 social. de in Ia-se fortemenre ci a costa.

. Enrretanto, • regiao manteve 0 poder polit ico e a domlnacao

ideol ica ate 0inal do seculo 1895). A uma pos ru ra nindamenre

anticlen cia burguesia co tenha contrapunha 0catolidsmo

conservador e militante do serore proprietarioe, serran " A Consa-

lUio l o de 1869 represen.tou sua vitona.

5

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Conforme fOI mencionado. () i e61(, 0 conservador colombia no

Caro invocava e se exemplo equatonano-

Hoje em dia no Equador; ser catolico e condicdo para set'

cidadao. e isto para (pw? Para que ndo se facam. Como em

outras partes, infinidades de cidaddos que nunca tenbam ouci-

do falar em Deus. 0 santo temor de Deus e 0princtpio da

sabedoria. antes que 0 ter e 0 escreoer- e e s s e : dois tiltirn«

conbecimentos s a o condicoes qllf! impoem f,,1 uma (".onslltui¢oliberal para exercer (J primeiro dos direitos do republicano 0do

sufrtigl.O:por que estranbar, multo metros censurar. que uma

Consiiuncdo catolica comece com aqueie principio?

As cooquista liberais alcaneadas no m ....mo de l.6pez prosse-

guiram na pr 'idencl4 de Tomas CIpriano Mosquera. que em 1861.

determinou a desamoruzacao dos hens ci a Igreia e a Iiberacao do-

capitai: cclesiasticos provenientes dos censos e das capelanias. 0,

hens ci a 19reja colombiana n a o podiam ser cornparados aos do

.1exko em termos de exrensao, valor e importancia, mas isso signif i--

cava um aumemo ron ideravel d capnais em circulacao na - esfera

laica ,o l iberate mo desse periodo representava int.e ru.'St=. b: icos

da burguesia comercia l, e assun a medidas nnplaruadas propunham

uma liberalizacao do cornercio.j bretudo 0nternacional, e a organi-

zacao de urn F-<,tado lei 0 que pusesse em pratica a insercao da

economia coJomhiana no ambiro inrernacional .

E lmportante registrar que, duran e 0 perfodo liberal, mals

predsamen e em 1 54, hou v e em Bogo t a urn levante de artesaos que

deixou marcas indeleve is no componameruo do. s s etor sdomlnantes.

Em 1853. artesaos, cu;" producao estava sendo eada vez mais

prejudlcada pela concorrencia c ia producao inglesa, decidiram apre-

sentar ao governo liberal, an qual tinham dado apoio de forma

decisiva a epoca d as ele icoes. uma sohci tacao de aumenro d as tarifaaduaneiras. Com a oegativa do Parlamento. comecou uma tasurreicao

nas ruas de Bogota, 0 eneral Jose .\iaria Melo. ligado a setores

populates de B()goo1, lide rou urn olpe com 0apoio Mnesaos, em

1- de abril d 1 - . E levou as tarifas aduaneiras e exigiu empresnmos

dos ricos proprietaries de .Bogom para resolver probJ mas fiscais,

Contra e le, comerc iantes e fazende iros uniram-se, armaram urn exer-

ciro e 0 derrubaram. deseneadeando, em seguida. uma repressao

sangrenta. ~a memoria dos serores domlnantes ficou a imagem dessa

rebeliao, ligada :bideias dos sociale ur6picos, como um fantasma

aremorizante.

Entretanto. se Etado liberal enrrou em crise nos anos -'0. A

; irua9io econormca do pa is agravou-se com a decadenc ia da produ-

~o do tabaco par volta de 19-:'6; as exporrscoes comecararn a

decrescer e a econorrua a estagnar lJma outra guerra civil 18-6-

18-'), liderada por rrupos econormcarnenre deeadenres e que utili-

7..oU como pretexto a polemics qu ;;uo do ensino rehgioso, abalou aRepublica liberal

Urn novo proieto, charnado de Regeneraeao. com uma marca

co rvadora basrante evidente. veto per em cheque 0Estado liberal,

0.grandes fszendeln do cafe forarn C~ patrodnadores desse projeto

ccruralizador, que pretendia desenvolv er um istema barato e estaral

de credi 0e garantir uma lnfra-estrurura de expona o.

Rafael, ·unez. presidente nos aaos 80, antigo liberal, coloeou

em prau esse proieto, afirmando ser precise sacrificar a Ilberdade

para conseguir 0desenvolvimento economico. Apoiou-se for temerue

na Igreja, que se tomou sua ahada depoi da assinatura, em I . de

uma Concordata, Por esta, ficou determinado que - p articulares que

houvessern adquirido bern da Igreja nacionahzados pelos liberalsseriarn perdoados, mas 0Estado devolvena aqueles que esnv m

ern seu poder. A religiao catolica voltava a set 3 religiao of ic:ial do

pais, podendo cobrar os emolument que coasiderasse necessaries.

E m todos os nivets da educacao, mduindo 0 universitario, 0 ensino

religioso passs a a set obrigat6rio, e se observanarn daf por diante "as

pc iti cas picdosas da rel i T ~0ar61ica ".

Do ponte de vista politico. os senadores e 0presidente passa-

ram a ser eleitos pelo . u fragio indireto, concenrrando-se os poderes

no 8ecunvo.

De anna muito diferente cia ocorrida no Mexico. na Colombia

as ideias posittvi tas pouco pene traram, Ideologicamente, a ~g re rd .fpi

a veneedora e em nome dela propunham-se0

progresso mate rial e0

advenro cia ~civil iza~o e da! luzes" As cia - . propr iecirias 'iram D3

greia conservadora a unica Iorca ideol6gica capaz. de manter a ordem

social, E imponanre fnsar que ar e hoie a influencia da Igre ja na

Colombia e exrraordinaria e que ela se d staea, no quadro das Igrej3

da America Latina, como uma das O1<l.iS conservadoras e tradicionais.

3

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Ocaudilhismo e

oEstado NacioV\al

OVice-Rei~ado do

Rio detP...ta

m 25 de maio de: 1 10 eclodia em Buenos Alres. liderado

pelos setores liberals e hgados ao comercio. urn movimen-

to pela ernancipacao do Rio da Prata do domlnlo espa-nhoJ Durante a pnmerra decada do seculo: 0vic -reinado

enfreruara - como repercussao das guerras napoleonicas na Europa

- duas mvasoes 10 esas. em l' e 180-, que foram rechacadas com

a participacao decisiva do serores crio/los.

o Vi .e-Reinado do Rio cia Prata abrangia durante 0periodo

colonial uma vasta regiao, da qua] faziam parte 0 ruais Es tados do

Uruguai, da Argentina, da Boliv ra, do Paraguai e () none do Chile.

Quando se iniciou 0prot: 0de mdependencia 0vice-reinado nao

formava urn todo economicarnente hornogeneo.

A atual Argenuna, por exemplo, compreendia e r e . re 'Oes bern

especificas, A primeira era a de Buen 'A. i. re:. e sua provincia, rica

Iundamentalmenre por SUa5 verdejanrei pastagen e seu porto, quemonopclizava 0 movimento da, exportacoes de toda a regiao. A

segunda, a do luoral do rios. que se estendia a s margens do P rami

( nta F e . Corrierues), tinha por aspiracao a hue 03'" acao desses

nos pard. escoar ua producao pecuaria. A terceira. chamada de

interior (COrdoba. I..a Rioja, Tu rurnan), cornpreendia 0 espacos que

se dedicavam a agricultura de sub istencra e ao ar tesanaro. A furura

Argentina estava. dessa forma. dividida em regioes com interesses

saItTa pllbhcadD mLondus noano tk J MOSrr.

Illumllwfao dn eneral i7 lg1lJ J.Whit t lDC: t

DO se r tkmNado ~l of p or le nJ I/I e m 1SQ6·1807 .

econornicos drversos e algumas veze: contradnort -.que acabaram

pur explodir numa longa hna polirica pela direcao do poder poliueo.

o Paraguai, uma pane do vice-reinado. a partir da independen-

cia , orocurou isolar- e do resto do Rio da Prata, mediante a prauca de

urna economia com caractcrfsncas autarquicas. re a formacao do

Paraguai volraremos a falar mais adiarue.

o atual Lruguai, a epoca Banda Oriental do Rio da Prata..sofreu.

como 0Paraguai, as ambicoes expansionistas do Brasil e de Bueno.

Aires, De!.de () ~lo X\1ll. seu porto principal, tonrev 'dell, locali-

zado no esmario do RIO cia Praia, consriruia grande rival de Buenos

Aires Os ponugueses. por ua vez. j:1 no perfodo colonial almejavam

o dominio cia Banda Oriental, Com a chegada da Corte ao Bra 1 1 . em1808. as in encoes de anexacao ficaram ainda mai: evtderues.

Durante 0processo de tadependence, as lutas pe emancipa-

eao, lideradas porJose Gena 10Artigas, que rinha propostas de forte

cunho agrarista e t ambem federal ista, e enderarn-se pela regiao do

Iioral argentino. rornando dif ici l qualquer tlistinQlo de fruntciras_ A

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proposiolo de -"rUga de reforma grana. n:w~rada no predoso

documeruo RegJamemo Prooisorio de Tierras; sigmficava para os

serores dominant porrenhos uma real amea ca , 0comeco de 1 15.

. bandcrra artiguista rremulava de Mome\ 'idcu 3 Cordoba , de Entre

Rlo.·a.ri.~.

A rival idade ent re Buenos Ai res e Monte\ideu pelo dominic dr u

e. rportacoes, aliada ao "pengo" representado pelo radicall smo agrano

artiguista. que podia ampliar. ua a r e a de influencia, levou os porte-

nho a ~ surmr uma pe e i~o frontal corura Anigas. De urn !ado estavaBuenos Aires e de outro, 0 Imperio Portugues no Brasil. que conflui-

ram para por tim ao poder de Artiga, .. em 1 16. As disputas pela Banda

Oriental, co 0 veremos nao parara rn 31. lncorporado ao Br a sil, COm

o nome de Provinc ia Cisplanna, antes a inda da independencia polftica

brasdeira, 0Uruguai urgiu como Estado independeme apenas em

1828. depots de uma guerra que envolveu a Argentina c 0Brasi l e

terrrunou com medlacao diplomatica inglesa.

o rnovimenro de indepeadencia M! consolidava em BuenosAires e. sob ua dire~o. se expandia para outra parte. do domiruo

espanhol , Mas, apesar do resultado posiuvo das hrtas contra os

espanh6i. s, 3 drvergenoas entre as rres regioes da futura Argen ina

comeeavam a se definlr , POt exemplo, havia uma ope i~o dara entre

Buenos Aires - que dominava 0cesso a (exit a bacia fluvial do Praia

utilizando 0principio de soberania exclu '''3sabre rios inreriores

- e as provfnoas do literal - que viam fechada a possibilidade de

urn comercio direto com 0mercado mtemacional

Grupos politico. de Buenos Aires t inham para a organizacao do

Estado uma proposta l ibe ral que se baseava oa divisao em u e spoderes e no i ema representau '0. urn pc lbilldade que

erueudiam como \'i:1\'el coosist ia na centralizacao poli tica, tendo

como nucleo Buen Aires. 1;0 entamo, desde multo cedo, essa

po, '~o despertou sennmenu s localistas e regie istas exacerbados,

al icercado nos mteresse particulares das demai regioes. A bandeira

da federacao levantou-s entao con ra BUenos Aires, que para Iazer

valer sua ldeia usou da forca e da violenda como vimos no caso de

Artigas , ao lado domenosprezo pelas proposras de seu adversaries.

} o~1

Em Buenos ire" chegou a orrnar-se uma corrvnte monarquis-

ta, a qual estava ligado San . 1artin. que · ia como Uoica saida para 3

i ruacao urn regime que impusesse a auroridade de urn monarca,

Em 1 16. dedarou-se formalmenre a independen ia da E : pa-

nh•• quando an '-ia rtin preparava em ~Iendoza sua expedicao para

libertar 0Chile. Em lR19 , sancionou-se a prime) •a car ta consnrucio-

nat que continha rodos os elementos para acornodar-se a um regime

monarquico, caso as gestoes nesse sentido fossem bem-sucedidas. A

operacao logo se fez sennr, e em 19de evereiro de 1 20 ( caudilhosdo litoral denubaram 0~ovemo de Buenos Aye. dando inicio a urn

lon:s() perfodo de!auu nomia das provincias,

Na Argentina houve apenas um breve periodo. entre 1826 e

1 2-. em que se tentou uniflcar e centralizar o Estado sob a

presidencia de Bernardino Rivadavia. l'0entaruo, fOIprecise c: perar

au~1862 para que 0pal. se consatuisse em um Esrado organizado e

estruturado em moldes nacionais. Assinale-se que a remincia de

Ri dav ia esreve ligada as di ficu1dades insuperavei s eolocadas pe la

guerra contra 0Brasil, A Banda Ortenral havia em 1 21 aceitado

incorporar-se ao Brasil. sob pressao das armas. pianos tavam

sendo preparados pelos portu res esde a" pnmemu intcrvcncoes

armadas. em 1811 e 1 16. (jue coruribuiram para 3 derrota completacia: for~-a.. aniguistas. Em 1 25.na lura pels reconquista, liderada por

Lavalleja, os portugueses (ou j3 brasileiros) toram expulsos e 0

Uruguai ligou-se a Argentina. Desencadeou-se a guerra. no meio c ia

qual Rrvadavia renunciaria. mas 030 houve vitorio:.().: em 1828. por

inrervencao fundamental da In rlarerra. a Banda Oncntal nao M: ligou

nern ao Brasil nem a Argenuna, (rem Iormando- e no Eseado livre do

Uruguai.

t, 0 periodo que se seguiu 03 Argentina foi 0 do dominic

{.f': ~ eompleio dos caudilhos Quem eram eles/ ~a que muita vez

/" fosse urn grande fazendeiro. 0caudilho confundia-se. pela sua vida

rude e pelas qualidades pessoois de com gem e desrreza, com seus

seguidores. aos qua ,no e r i t a r O O . tii" ,n .comindi ll\"d autonda-de O caudilh rep ntavam sernpre mtere: St:. n :w mass: portanro

eram, ern . rut grunde maioria, arcloroso. defensores do federalismo

como forma de orgaruzacao politica. As ideias l iberals. ao lado e

uma posrura mais utbanizada e ilustrada, passaram a ser morumos de

estrangeirismo e e rouca Imposicao. Os caudilhos nnharn apoio popu-

lar. Como mostra a composicao e t a s tTO~ irregulares conhecidai

como montoneras.

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Foi nessa conjunrura <II e, em Bueno ...Aires, surgiu 0 caudilho

federalism uan ~tan()eI de Ro:as, persona 'em que concentrou em

su maos grande poder e dfvidiu 0pa l ! em duas correntes polirica: ,

roststas e anti-rn as. Parte unportante da tw toriogra 13 argentina

lrilhou es, a mesrna senda atribuindo ao caudllho ou qualidades

exiraordinana ou cr mais derestavcis e birbaro~ crimes, Rosas, aepoc a , de endia serem as rendas alfandegarias C 3 riquezas da

provincia apena patrimOnio desta, e nao de coda a na4}:ao Che tou ao

roverno da provfncra em 1 29 contando com () apoio popular que

empre 0 mstentou pohucarnerue. Essa nreira Ii cao oi a lvo d e

muuas critica de seus advcrsanos liberais. que terniam a po enciali-

dade das coruestacoes populares. Eruretaruo, Rosa! trata a esses

al iados sernpre pa emalmerue. rut certeza de re-Ios sob seu controle.

Em 1 29 escrevia a urn correhgionario.

[i.] Pareceu-me que nos lances da m'Oluftio. os mesmos

partid ~baoiam de dar Jugar a que essa classelclasse baixa} se

sobrepusesse e causasse (AS maiores males. tie 0 senbor c

nbece a dl..o;posi¢oque lui~ l Ipre naquele que nada / e111 , contra

o s mas e sulJeriores, Pareceu-me: desae entao, muito importante

conseguir IIma injlu&,cla grande sobre essa class para conte-laau para dtrigi-la. pam isso joi preciso trabalbar com muita

C011StiIlU.'Ia, com muitos sacriftcia>de comodtdades e de dlnbei-

ro.fazer-me "gaucbo ncomo eles. falar como elesefaxer quanto

eles faztam. I )TOtege-los. fazer-me seu "apoderado ", cuidar de

seus tnteresses; enfim ndo economizar trabalbo nem metos para

c re sc er m a ts e m s eu c on c ei to .

Em 1830, a \rgemma estava dividida polmcamente em duas

Iigas, uma sob a lideran a do general jose Maria Paz (COrdoba), que

compreendia parte da provincia , do interior. e outra sob a Itde ranca

de Rosas (Buenos Aires e Estamslao LOpez • fa Fe) -\ primcira

defendia um E ! do umrano centrahzado, e a segunda empunhava abandeira federale tao

Em 1831 0 general Paz [01derrotado pelo general Lopez e a

partir d . se momento 0poder politico na Argennna ficou di 'kiido

entre r r e caudllhos federalistas- Juan Facundo Quiroga de La Rioja .

que noha 0dominio do in enor L6pez e Rosas. E set tn! grandes

caudilhos submereram os caudilhos menores ao .ell cornando. e,

po enormenre, com 0 a 103(0 de Quiroga em lR3Se a morte de

42

L6pe7.em 18 , a . auroridade sobre todo 0par passou a ser exerclda

por Rosa: . Poder que. a despeiro da proposta Icderalista, era exerado

de forma aurorttaria, .m Consuruicao. sem lets, em Dome des

mteresses de Buenos Aire.. Fntreran O. os governadorc ....de odas as

provincia delegaram a Rosa . n periodo. a direcao da polinca

externa da irura na~o.

Ro foi governador de Bueno Aire: de 1 29 a 1832 Em 1 rvoltou a esse posto para al permanecer ale 1 -2. quando aconteceu a

derrota de seu cxer to. na batalha de C'\SeTO._

fnquamo Quiroga advogas a necessidade cia constituicao de

um Estado demro do .istema fedcraltsta, Rosa. postergava essa

decisao. afirmando:

/ . . J 110 presence e I.:iio damar por um Congresso epor lima

, Constituicdo sob 0sistema federal. enquanto aula Estado "a o seorgamzar intemamente e t,ao der, sob uma ordem estol.tele

permanente, procas praucas e po: -ilil.'OS de sua aptiddo para

formar uma federaaio com os demais.

>b as orderu e 0 arbitrio de Rosas, o terntono 'rg n ino

permane eu alkercado em urn - ema de pactos .. c irumigos cramperseguido- de orma iolenta e mnto de seus opo ntore poliu < ) ' >

foram para 0 exilio, de onde verberavarn contra 0opressor e

propunham uma nova ordem polinca. i n sp i rada nas idc l<C liberals.

Para rnostrar 0 antiliberalism de Rosas. conta-se que ( eneral

Mansilla, ao descol ric seu ilho LUciO lendo Rousseau. a firrnou. Meu

amigo quando alguem e sobrinho de Rosas, OU nao Ie 0 Contrato

social. sc quer permane er no pa~ , ou deixa-o, ~ quiser l e - Io com

pro 'ei{o-

Formou-se no exterior-c- no Uruguai e no Chile, principalmente

- urn importarue grupo d opositore ferrenhos ao overno de

Rosa . conhecido posteriormenre como a geracao de 1 3' " Entre uas

igura rna) importan es destacavam-se Juan Bautista Alberdi e Este-ban Echeverria, Dutro exilado farnoso 01Domin 0Faustino Sarmien-

to. futuro prestdentc da Republica. auror de um dos Uno de maier

impacto na geruina, no seculo x1X: Facundo ou- Cu:iliza¢o e

barbdrie. .. .ele , rmiento fazia0 retrato cia vida de y. cundo Q liroga

caudilho de La Rioja. e ao mesrno tempo procurava explr ar )

fenomeno do caudilhis mo e Iazer lima critica demolidora 30 govemo

de Ro • - Para Sarrnieruo. 0mal d .a rgentioa era 0caudilhismo rural,

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lugar da ignonlncia do atraso, dar trevas, cia violencia. cia anarquia.

Ao caudilh mo porraolo.rugar da barb:bie. se comrapunha 0 unua-

nsmo, nascido n a: cidades, onde havia progresso, luzes saber,

i1~~o, ou, numa palavra ci\iliza~o . .E : as duas Argenuna, se

debatiam e sua, lvacao estava na viroria das luzes I~, 0 projclO

sarmrentista detxava bern evidentes Q!- concertos liberal que embasa-

vam uas proposta, 0 Immlgo conservado; era 0caudflhlsmo ruralannlibe ral,

A Argentina sem duvida se disrancia\'a multo de pafses como

o ~c!xico e a Colombia, onde a Jgn:ja [eve urn papel mUHO mai nitido

e efeuvamenre multo mais poder A "evan eliza<,"3o·dos indios foi

tarefa que a Tgreja exerceu ao lado da conquista feita pela Coroa

espanhola A Argentina, 1rea seQlndana do Imperio colonial espa-

Mol, limu livre dessa dominacao e ta Igreja, _ 'j~ 0confluo funda-

m~nl.aJnao se__Q~e~l£f:It.be~e cOnset'\adore'ligado!' a intcresses

da. J e' ~ e , ~ Cll~ rur:rem ..:._in~eresso 'iQci~n6mjcos ~<?-

~ Sem duvida, e possivel estabe ecer algumas ligacoe entre os

caudilho fedcrallsra, e a Jgreja. 0 lema das lutas de Qurroga, por

exernplo, era ~Religiao ou morte" ~ias nao se pode tornar a oposicao

entre a Igreja e os Iiberai como central e ha ica.

Note-se que a 19reja argentina ad sem chhida antiliberal e IS

representanre, oonrestaram 0 pensamento de Sarmiento .. uas pro-

posta de uma Argentina catolica e conservadora passa am pela

cri tica dos regim . Iiberais vi torioso . .. Em 1 _o se J. Ianuel Estrada.

emtoeme n..presemanre do catolicismo rna . conservador, vociferavacontra os l iberais-

A Repliblica exige para restaurar 0reinado SOCialdeJesu .Cristo a c011StJtui¢o de um tocemo consertador e cristdo.

Si!nbores, a conquist.a-Io_'A a o meperguntem como. Nmso.s paisquiseram ser independetues e 0foram. Haoeis degener-ad() de

sua estirpe e de seu sanguer [: JQueremos ser lil '17!S sob 0 Jmperiodo Et ' { lngelhCJ; eo, eremos/

Rosas e Sarrmenm sao ate0presente duas figuras histortcas queconsriruem ponros de re erencia polinca multo fortes, .E m geral, 3

tradicao liberal defende Sarnuenro e Mitre, enquanro tores naoona-

listas, identif lcados com setores populares. rec perarn R 0 5 . que

aparece como C! emplo 3ser seguido no que se re ere a sua postura

anriesrran seirista e a suas medidas tomadas COntra 0: JmeTl.. 'SSeSexternos.

armienro, no Iivro cnado, Pacundo, apresenrava a OPOSl~

entre 0overno vigenre. 0de Rosas, eo funrro. i..<;to. aquele que eleidealizava para a nacao Dizia de:

Porque ele {Ro..; Q . S / perseguiu 0nome europeu e bostilizou 0

il11lgrQfOOde estrangein»; 0 Nom GOL'f?rTlO estabelecera grande:

assocra¢es para irurodurir l)Qpula~ao e dtstribui-la em ternto-

nos fertei.s f .._J Porque elefez do crime, do assassinio. do. castra-

~ao e do degola um. sistema de80 1 emo I. ./a .\'avoGotemo farada justtca. das formas recebidas dos povos citnlirados 0meio de

corrigir os delisc« publico« LJ

A lura armada contra Rosas comecou em 1839 mas so foi

vitoriosa ern I :-2. quando se uniram 0go 'ernador de Entre Rios.

Urquiza, 0caudilho do Partido Blanco uruguaio. Rivera, e 0Bra il.

Para que se pusesse fi m ao caudilhi rno regional e rom base n

pnncipi l iberals da dlvisao dos poderes e do regime representativo,

os viroriosos propuseram a formacao de urn E ado national com

elementos de urudadc e elementos de federacao

rquiza propunha a paz, a unidade e a conciliacao e pensava

que a nova Consriruicao deveria cnar condicoes polaicas para0

crescimeruo do paj' . fun fins de 1, 52 a unidade estava de novo

rompida porque Buenos Aires se separou do resto da provincias.

E m 1 -3 a Constilui~20argentina foi jurada, tendo 0 pro em

na ional anti-rosista, proposto por Alberdi em seu Bases} punto: departida /xua fa organizacton nacional. ido0grande inspirador do

texro constitucional, A Argentina, pela tetra da lei. tornou-se um

Estado l ibera l . rcpubllcano e federal Os n irueriores passaram a ref

livre navegacao, resol 'endo-se assim 0velho problema ci a provin-

a d . : > do literal, 0 Poder xecuevo tornou-se forte e as elelcoes

iodin:' . pois rraduziam o rernor dos liberais diann: t!os ".eIO~

popul r que sempre haviarn apolado os caudilhos. espe almente

Rosas. 0 arti '06'" da Constiruicao indicava as ' "tatefas- do Esmdo.

f..J prumocer (l industria; a imigrofiio, a construaio de

estradas de ferro, canais 110l>egcWeis, colonizar terras de pm-

priedade nacional. iruroduztr e estabelecernoras ind.istrias,

importar capitais eslrallgeiros e explorar nos irueriores, per leis

protetoras e por concessoes tempordrias depri l: iligfOs e 1UCom -

pensas de €Stimulus

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Em 1860. depot de muiras u' ~ discussoe ' 'B ., . . _ . e unpasses,u~ . es JUtOua.ConstJ.tlli~dOnacional, e seu govemador , Barto-

I me Mitre pronunaou 0seguirue <hs cu r s o :

Depots de meio seculo de afos e iutas de ldgrimas e de

sangue, uamos cumpnr 0testamento de tlO$SOS pais, executanda

S l _ 1 a tiltima l J 0 1 : ~ nor: d_eConstilUir a naCiOllalidade {I'8en-tinasob 0imperio dospHnctptos, Depo t s de tantos dias deprocas

e de ~(mflilos.podemos dizer ComjUbi/Q na a/nul e COm a

co r a cao p len a de esperanca . esta e a Con s li t uir7i,. das Pro •• _ Y - .,........ tsnctas

Clluias~oR1f:ci a Praia, cuja independencta /0/ proclamada em

Tucumdn ba quarenta anos, no dia 9dejuJho de 1816.

Mas ainda haver ia discordancias. e 56 depois da \;l6ria de ~litre

sobre Lrqul7.a na batalha de Pavon, em 1861. e que 0 pais foi

uruficado. • TO ano seguinte •• titre foi eleno pre derue da Republica

Unida. ea Constirui~o ormal do F...uado 1-a tonal se encerrou com a

rransformacao de Buen Aires em capital federal do ~i:,. em 1 1.

. Argentina viveu depois e ta independencia, em virrude do

estragos causados pela guerra, uma grave crisc ecoo6mica. Asocieda-

de empobreceu-se, pais os cornerciarnes tiveram que manciar a

guerra , e a dest ruicao U a . : esraOcias , com a ID3tan91 de ) do parasustentar tropas, arruinou multo azendei ,Ao lado desse

empobrecimemo geral, assisua- a 'nclnl~lo comercial in esa.

ue taJ' l1berp derrubaV3 0 artesanato do interior, rules mercados iam

scndo didospra os rodut te..xreis ese rna' barat "

A economia foi SC recuperando lenramenre. '0 pai.s, e.

mente povoado - pelo primeiro censo nacional, 0 de 1 9. a

:\.rg;;:nlina tinha pouco mais de 1 milhao e -00 mil habitanres -, havia

alguma producao importante (abastecimcnto do mercado chileno de

alfafa. de vtdeiras e de rrulho. 1-0 luoral, nos anos , as tia- ao

ascenso cia cria 'a o do gado, do qual se exportavam couro e chifres.

Em Bueno Aires. alem do gado, no un do perfodo ro ista, desenvol-

veu-se uma importante cnacao ovinos, cu la 0: criadores-i rlandese imigrados - exponavarn, Entretanto, grande prosperida-

de economica so pode ser datada a partir dos anos • quando

producao do mgt) postcnormente a cnacao de gada para exporta-

¢o da carne! uansformaram a Argentina - que entao recebia enor-

rues coruingenres de unigraares - Dum pai nco e pn'i ...pero,

o governos a partir de I ir re t iveram, assim, preocupacoes

bastanre definida no senrido de fazer crescer a economia: propu-

nharn a con ru~o de ·u-.uJa...d ferro, a vinda de mao-de-obra

imigrante, 0 fomeruo da agropecuaria. Ao lado disso, empenhavam-

se na ordenacao legal do B tado e na dedicacao a educaeao puhli -

Concluindo. pode-se dizer que os anos que vao das lutas pela

indepeadencia a consolidacao do 'Estado. Itadecada de 1860. foramtempos de submissao oral ao caudilhismo I()cali..ra e eleieao de cerros

irueresses econornlcos - os da agropecuaria - como sendo 0:'

inreresses oacionai _Forarn esse scgmenros das classes proprietarue

que se apossaram do aparelho do Eseado para por em pr:itica 0

projero econorruco-sodal a eles mais con 'enien e. A Argentina da

pro speridade econornica era a Argenuna do. pampas timid . de

Buenos Aires e do liroral cereahsta.

i

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Chile

De forma oposta ao que aconteceu rut Argentina. a formacao do

Esrado : aoonal chileno ocorreu mar raptda e sohdamenre. Muitos

htsronadores expl icam essa precoce consolidacao do Estado pela

propria situacao eografica do Chile. esprernido entre 0oceano e as

cordilheiras do Andes Mas para al~ do fenomeno 7~ r ra fi co . ~ _

UDportanIe gue se assinale a uniforrnldade dos inreresses economk.v:

e a eficida' na 5Ubordiru!~::ao do, dominadC:;S_.Eflcacra. do porno devista d{)~dominanres, que conseguirarn manter , com excecao dos

ind ios araucanr , a capirania do Chile "em paz". Desde 0seculo X\ ill

estava eferuada uma alianca, baseada em inreresses comuns, entre os

grandes proprieta ries e 0, cornercrantes.

oChile [01.durante 0 periodo colonia l um unpor tanre produtor

denknS9.!"que abastecia os mercados mineiros do _ to Peru. Essa

p u~o marue v e-se depois da independencia. permaneoendo 0

pai: como exportador do cereal, inclusive para a Alltenlina, a te a

decada de lR/O. quando a producao ernrou em deeadencia.

Mas 0 eiJ 0 principal da economia chi lena for lenramenre pas-

sando para a miaeracao. Em lR31. de;cobriu-~pr<Ha em Chanarcillo

e, em seguida, cobre..nc norte dopais. ,'()

principio. os capitalsempregados nas mina eram nacionais. e 0 in[Crl.:,· • extern s .

fundamemalmente mgle estavam ooncenrrados em como do co-

memo e de seu porto mai" rmportanre, Valparaiso.

• conquista da independencia, ern 181 . sob a lideranca de

o Hi ins, alcancada com 0 apoio do e, en.;lO de San Martin. nao foi

mo traumarica quanto na Argent ina . A desrruicao causada pela guerra

fol menos avassaladora, e as luras foram menos demorada, .

A decada de 1820 Ioi, do ponto de vista politico, in: live!.

Caracrerizou-se pela luta entre l iberai chamados pipiolos. e censer-

vador . ~ pelucones. Houve nc M! curto periodo quatro Consurui-

¢CS. dcrnonstrando s: alteracoes [ur idico-poll JC<!S ocorridas.

0- liberais propunham 0sistema federauvo e a abolkao de

medidas coloruai . como a In: nnncao do morgadio (propriedade que

nao se pode dividir e que. por direito com a motte do possuidor,

p' . para ()mho mae.. velho, exdwndo os demais). a ubordinacao

cia f~1a an E.'i ladoe uma educacao livre e laica

_ Em 1 30. na batalha de Lr r cay , os conservadores sob as ordens

de ,lanuel Prieto, venceram os liberals. abrindo urn periodo de

dominio conservador que se esrendcu a e a decada < i t : 1860, Diego

Portal ministrO do presidente Prieto, C aponrado pela hbloriografia

como 0constnnor- do Estado chileno Portales. ri 0comerciarue de

Valparai so foi. na verdade 0articulador de urna proposta politica

que traduzia U1> anseios dos grandes propric.: tarios rural e dos

comercianle ua proPOS1~0 de urn E: tado unitano. centralizado.

com poderes excepoonai. do Executive sabre u Lcgislatrvo e 0

[udiciario, consagrou-sc na Consmuicao aprovada em 1833. - ' ifem

·disso. pela Con-. t. ilw~o. 0 Executivo tinha direiro de decre rar 0 e. tado

de sino, constituir conselhos permanentes de guerra ou tornar medi-<las energicas contra os opositon; polit icos . no caso, u hberais

, ' esse se rnido, vale lernbrar a lguns esc riros de Portales. que, o caf:l de roamer a ordem publica e salvag\l3rdar 0Estado de se~

coruesradores.aHrmav3 texruiliente que a I t . . ' l servla a uta e :l

Constiruicao devta ser ·iol.adaem case de. neccs sidade: A necessidade

acomecia quando. por exemplo. urn grupo de oposuores se marufes-

3 " ' " contra () regime. Dizia Porta le que era necessario precaver- e do

perigo: ~ im, havendo a imple . uspeita de que uma <t9to contra 0

f_ tado tria ocorrer devia-se .lgi r com energia e rapidez mesmo cont ra

a lei. ~-ao detxa de : r ironico 0faro de Ponal ter momdo assas-

smado por urn inimigo pohnco. em 1 3-

Lembrernosainda

que foi0

F ·tado portaleano que rec~heu osexilados polit ico- argennnos , como Sarmiento. os quai apresentavam

o Chile como exemplo idcahzado. em contraposi~o ao regime . ~

rosista, E evidente que para eles a unidade, a ordern e a prosperidade ~_

economica erarn os pontes fundamernae que ~ seduziam, enquanto t ItII L •

as proposes e posicoes antiliberal 00 regime chileno acabavarn per

'er vista; como secundaria .

Ainda pela Co ltui~o de 1 33. revogaram-se algumas medi -

das akancada pela Consatuicao liberal de 182 . c omo. por exemplo.

o r im dos mo zadios. que volraram a e - tir. Org-.anizou-se tambern 0

Exercito chueno, que. caso raw na America Latina submeteu-sc,

desde ~ anos, a autor idade civil 0 E:<l:rci to se legiumava rambem

em £"cV~O da vitoria do Chafe sobre a Confederacao Peru-Boli"ia

(1 36-1839).

Os governos conservadores de Prie o. de Manuel Bulnes e de

tanuel Monn tomaram uma sene de medidas que promoveram 0

deserrvolvirnento economko Ao lado da prosperidade cia agriculrura

(central izada no tngo. pnncipalmerue). houve estimulo : prod\J~o

nuneira e ~ rnanufatura: lexll."1.s , alem da construcao de esrradas de

ferro. abenuta de caminhos e uma efeuva prolC<; 0a frota mercanre,

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~-i .Ouuo sinal significativo do orralecuneruo do Estado e de seu

dorniru ) sabre 0 temtono consisuu na expansao f Y d J ' 2 0 extreme ul

com a ocupaeao do estreno de ~1agaJhae e a funda~() de Puerto

Ionrt e. logo em seguida, de Puma Arena s 1 3).

E: se re ime aurontano e forte. que propiciava 0crescimento

economico dos setores que 0 aporavsm, agucou a oposkao do-

liberals. A susreruaeao de uma proposta liberal pro inha fundamen-

talrnen e dos serores rnedio da sociedade chilena. alijados da pc .j-

bilidade de exeroer funcoes politicas importanres, e dos segmentos denovos proprietaries mineirr , e manufarureiros que sziarn frenre a

certos intere: ses d os fazendeiros. Os grupos politicos liberal conse-

guiram 0apoio eleitoral do nascenre proletariado mineiro do none e

do sul, isolados do, grandes centres urbanos, como anuago cValparaiso.

A decada de 860 marcou, d forma. a pa, sagem legal- sem

guerras ou golpes - do poder para os liberals, cujo dominio

e sr en d eu -s e a te : 0ina l dos anos perfodo deu-se urna virada

no eixo mais dinamico da economia chilena, que passou da agricuhu-

ra pam a mineracao. A Guerra do Pacifico, ntre 0Chile e a ahanca

Peru-Bolivia (1 9-1 3), consolidou 0 dominio da producao minei-

ra. ~ que com a guerra 0Peru perdeu para 0Chile lJ3,!, n terrasalnreiras (e a Bol ivia cou sem saida para 0mar . A econorrua d

pais passou a girar em lorno da explora~() do c : : : a n . " : i o . do salitre c.

.·ormerue. ~o ~re. capitais nacio~l!. qu e ha 'iam sid~pioneer» n ~~cnt~) .. comeearam entao a er uplan ados

pot capltals estran eiros. iogl6es nurn primeiro momcruo e norte-a .m g:L can o s e m s e r uid a

Os inreresses ingleses estiveram preserues no Chile desde ()

perfodo da independencia, porem ligad a esfera do corneroo.

valparaiso distin zuia-se por ser UlD3 cidade com zrande afluencia de

ingleses endinheirad " portanto com poder suficienre para terern ate

mesmo liberdade de culro.. t raves d comerciantes inglcses. 0Chile

~ntinh~ relaeoes cc:>ma J istralia, da rn ma maneira que porm[CnnCdIO do negociante norte-americanr mantinha relacoes com

a Calif6mia.. 0 incremento da producao rmneira .1znificou igualmenre

uma entrada de capitals externos investidos diretamcnte na e era daproducao.

Pode- ter uma ideia ci a inAuencia.mglesa no Chile pela leitura

00' es c ruc do con:' rvador ceruro-americano An onio Jo s e de Irisar-

ri, que viveu um Ion tempo no pais. ua posi9ioirnpatica aos

mglcses se manlfestava na nega::ao das "qualidadcs inerenrei - aos

c panh6i . Dizia ele:

/ . . . / E s te Cbtle com sua agricultura com 'ell extenso comer-

cia, com SIlaS nocas artes, com sua crescente prospendade,

cultura e riqueza e a obra exclusica da relacdo com OS ingleses.

com osfranceses e com todo: 01' esirangeiros que inrroduxiram

ali sell gelSla,seus tJSOSe costumes. \ 'alparaiso [_} e uma popula-filo de cosmopolitai de negociantes de todo 0 mundo. que

fizeram de 11m miserdiel If/gar. que era aquele no tempo do:;

espanbois . lima cidade importatuissima de onde se espalbou par

todo 0pais a cu-iltzaoao e a riqueza.

[0 in leses, 030 nos ~u os .

Conduin o. 0que caracrerizou a formacao d )Estado . 'adona!

chileno oi a ausencia do caudilhis rno e a precoce organlzacao de um

Esrado one C centralizado. que traduzia exaermente 3 uniformidade

d lrueresses econornico-sociais dominanres. ua articula~o L" 'OI l l oscentres economico, mundiais levou n anos a um embare entre

interesses naoonais anteriormente consolidado: e irueresses inter-

nacionai .0 tragico desfecho da cnse. que cuJrninou com 0 lodio

do pr idente Jose Mana Balmaceda, em 1891. representou a i(6ria

el m Trupes intemactonais.

o Chile, com caracteristicas r a o particulates no conrexto do

seculo X L X lanno-americano, anunciava - iod ive pela organizacao

operana aguerrida e combaterne e pelo debate icleoJ6gico deoorrente

da exi encia. de pamdos poli ticos efenvos - a abertura d caminhos

urn tanto drversos d rrilhados por ou pa ises do conunente.

Depoe de apresentar doi, upos distin 0 de formacao economi-

co-social-a da Argentma e a do Chile- vamo .nos deter numa outra

re rj'0que Iazia pam: do Vice-Reinadc do RIoda Prats () Paraguai.

o Paraguai rem ido tratado pela hi toriogra sa de forma muiro

apaixonada. Foi durante muiro tempo considerado 0ugar da urania,

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da hart,..ric e do atraso. Po tenorrnente, recuperado POl ' uma particu-

lar corrente com tendencias esquerdistas. tornou-se 0grande exem-

plo de nacionalu mo frustrado na America Latina,

A Guerra do Paragual, de tao rerrivel lembranca, imp6 uma

jusuficanva hist6rica muito forte, da parte do Bra ile da Argentina

De s s a forma. construiu-se, tomando como I ase algum caracreristi-

cas reau do Paraguai, uma unagem absoluramenre negauva dos

"tiranc .~ Francia e LOpez, pai e filho. E ra Ulna terra que "devia" ser

desrruida porque, alern d e to o os "males" de sua formacao. era

aguerrida e a iva.

Em dire o oposta. a corren-

te esquerdista mencionada elegeu

o Paraguai como a viIima por ex-

celencia do imperialismo ingles.

Taanali que faziam, 0pais apa-

reoa como aquele que po ula

todas as condicoes ne es:iri~

para rer urn desen 'OlnIllenlO au-

tonomo, com urn futuro brilhante.

Entretaruo possibilidade oi

conada bnnalrn me pela inter-

ven 0britanica, que usou como

restas-de-ferro 0Brasil e a Argen-

E di.f fci l fugtr a s imphf ica-

~Oe: e aos modelos esquemaucos,

rna: rou procurar refletir SO re a

formacao do Estado paraguaio so

a perspecti a que tent 0 adoiado.

oParaguai colonial. area sec n~-

ria na otica da Coma espanhola,

teve sua economia e organizacao

' tal mtimameme ligadas aos ie-

.·ui~·.Organizado em redu O e s "

o Uldfgc~., tr abs l hav ar n n a cole-

ta da erva-mate. que ahru ecia 0 . . < ;

mercad regionais proximo. A

producao cia erva-mare em bern

estrururada, ao m mo tempo que

se praricava uma agricultura de

'S in.:fios C(}fJr~ cI

" ' a -m a t« , oJJllutkJ dhii~os r cpos

rolDlIlDJS !'1fI largo t~aJo IIQS

!DTtU IimitJas do P, f'I1 i,

subsisrencta, plaruavam-se milho. legumes e al ,(xlilo. Alero dt > .

cada aldeia po . uia urn rebanho de ovelh ., para confeccao do

vesruario, e chegou-se a produzir arrnas de fogo e insuumentos

agri olas,

o dominio iueol{ 'cod padres sobre os Indi • aparecia no

condiano de [ormas variadas. POl' exemplo. 0: tigos corpon

aziam parte da -esrrategia de trabalho" e de iamsec rece iu():'pelos

indio. como uma prati ca pa ernal , que . .isava acima de tudo ensinar 3

de 0born e iinico caminho para a sal ·actio.Os je...ulta!conse iram

nas redu('6es, ahada a manurencao de uma f~rrea disciplina, Um3

consideravel rOs~ndade economlca.

Fm 1-'6' par drvergenci . com a Coroa e nos marco, das

reformas bourb6nica . 0 jesui foram expulsos de toda a America

espanhola, As terra das missoes passaram entao p::tra as maos da

COma

Em 1811. 0cahil 0de Assuacao, acornpanhando 0movimento

geral pela eman 'pa~o do vice-Reinado do Rio da Prata, d larou a

independenoa do Paraguai. 0 poder passou para a mao de uma

junta.. da qual fazia parte G~JYM Rodriguez de Fran ia, que desde

rnuito cedo romou partido corurario a s pretensoes dominadoras de

Buenos Aires. Iruciou-sc, assun, 0 ech memo" do Paraguai 0

exterior. 0 que na \ erdade condizia multo apropnadamen e com seu

pa 0colonial e com a defesa contra as ambicoe portenhas. ;ao

pode c uecer que Bueno Airel' [email protected]!l.f 1 w_Uni<:a_' i_9a_

flu\ial de_q_uedi nha 0 - M ' 3 . uai

Em 1 13. urn Ccngne em. SUIl(30 prodamou a republica.

adotando 0con ado, a moda francesa, como regime polinco. Em

1 H. Francia foi declarado ditador. t itulo ao qual acrescentou. do'

anos depot . 0de Perperuo. Poder excepcionais concentraram-se

em ~ mllos: n:io havia Consnnncao, MO existia divisao de podere

nem uma burocracia administra iva orgaruzada.Havia apenas o poder

pessoal de Francia. que era quase absoluro.

Em 1 1-. Francia nacionalizou os hens da Igreja, em 1 2....

uprimiu as comunidad religiosas conflscando- he (~ hens. que

passaram para 0d irninio do Estado J:.m 1 30. decretou 0 fun dosdizimos eclesia, uco, .

o poder de Francia tazia s ntir em todas a e era: da

eoonomia, 0monopoho bre a erva-mare e as madeiras, dais d

principals produros paraguai " era {Oral. e 0do cnmercio exten r

quase comp eto. Muitas das t r a n s a c o e s comerciaJs eram realizada In

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natura. poi hav ia escassez de moeda circulan e. e odas as hcencas

comerciais centrahzavam-se em Assuncao.

abundan na de rerras nas mao do Estado penninu a Francia

criar ll! -cst3.ncias da p:1tr ia-. arrendadai aos camponeses. Reses e

ferramentas eram fomecidas pelo governo aos arrendatarios. s6lidos

susreaeiculos socials do Esrado. As terras esratais cresceram durante

seu governo, devido a poliuca de coofisco das propriedades dos

pan hoi. e de seus i rurni polit icos. fundamen almenre os ·porte-nhis tas"•. -0:, aqueles que advogavam, em fun~o de se in er

economicos, uma aproximacao com Buenos Aires. 0 poder de

Francia era garanndo pelos milltares. que guardavam rmnto mat: uma

posicao de lealdade 30 chefe maior. 1: .7Supremo. do que propnamen-

le a na~o. -oventa por cento dodo governo destinavam-seos rrulitares,

_'a dec-ada de 1 '30,0Paraguai enfreruav uma seric de prohle-

mas com seus viz inhos: a definicao de Ironreiras, a proibicao ci a Ii-re

navegacao dos nos e uma surda ensao em relacao a Buenos Aires.

Quando Francia rnorreu, em 1 . seu sucessor. Carlo tonio

Lopez, fez um balance no qual criuca a aspects do govemo anterior.

propondo-se a sanea-los. conoeruracao de poderes, nsterna adrnini '-

trativo acanhado. despreparo dos quadros burocr:itico . descaso pela

in · tru~o publica. ausencia de formacao rellgiosa, mau estado de

conservacao d vi las e caminho ...

Lopez pO s em pcltica moderadas medidas de moderruzacao cia:

estrurura colonials paraguaias. procuraodo resolver os problemas

mencionados. umentou a frora naval mercante, que chegou a contar

:Qmonze navir a vapor e cinquenta veleiros, e coosuuiu uma

fundi¢o para 0tratarnemo de carvao de madeira e de mine rio deferro. Dati saiam as am pam 0 CXCTCil()C ()!, implement . a rfc ~

para as fazendas

Em 1862. com a morte do pai, chegou ao poder Francisco

Solano L6pe71 que deu conrinuidade a poliIica vigente.o Paraguai, L'Ol razao d sua politica autarquica e do poderio

milit.ar e econOmico de que ill.punha, amedronta '3 seus vizlnhos.

Buenos Aires ternra. de orma parti cular. que cornra os portenhos se

efetivassem pos ;lvel. aliancas entre os paraguaic e as provlnciar do

litoral au do interior. A entrada da z\!:ge.nIinana guerra contra 0_

Para lli ins' encja e. titre re . nrou a d ·:to de Buenos

omfni ta

W U 1 l 1 a : > manifestacoes

Penaloza ou Felipe Varela, aeon eceram n se m rno periodo ..!Ld .' ! il ll ficou V]comil3 ternente a \'itorla final cia

Bueno' Air de Mitre 2bre0restanIe~d<~)~~

o Brasil tioha problema de frometras com 0Paraguai e consi-

derava a livre navegac 0 dos r ios Parana e Paraguai uma quesrao vira l

para 0 imperio e imprescindi 'el para atin ir Maro Grosso e toda a

regiao central do pais Em 158. depoi de inslstente po1>i¢o ci a

diplomacia bra-si leira foi : marla entre as duas oa~ uma COQ\'en-

<;ito pela livre navegacao dos rios. lnaugurou-' . em seguida, uma

linha de vapores bra 'bros que, subindo 0rio Paraguai, chegavam a

. taro Gro ). Toda~ta,as ten..oes. ent_re os_dQi ~ manrrveram-se

nstante a eo rada do lk.u;il na er ra .m.r respo ru: . l j aQ.S.el.!degj9

de rer hegononia sobre a bacia d . ses nos.A guerra que se esiendeu entre 1 I e 1 -0 contou com 0

afiancamento da Ingiatetra em favor c ia Triplu..C Alianca - Brasil,

Argentina e l:rugual -. formada contra 0 Paraguai, sa d~enrura ..

da guerra. fruto lrnediato de urn mal compreendido acordo. feito com

o Partido Blanco uruguaio, 0 Pardgtlru oi reduzido a cinzas, De uma

populacao que era de aproximadamerue milhabitantes. em 1864

55

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perdeu metade durante a guerra, f icando reduzida, em I /2, a 231 mil

pessoa.. ..sendo a grande maiona composta por mulheres, crianra e

velhos. Essa foi, sem duvida. a mais terrivel das guerras ocorrida,

entre paises Iat ino-americanos. tendo derxado marca indel~-eis nasociedade paraguaia.

o Estado paraguaio. organizado de forma 311tOriL3 ria e centrali-

zado na gura do ditador, rradnzia, de urn Iado. a ausencia de uma

c~ proprtetana poderosa que poderia rer impasto uma direcao

di\'e~ ao processo politico do pais; c, de outro, reagia de forma

defensiva a seus vizinhos. espccialmenre Buenos AJ1'C

. polltica estatizanre do ovemanre paraguaio oi a ourra

face,~ o~~o colonial das reducoes jesuiticas, que impunha urn

rradioonal esnlo de domioa~o sobre a populacao indigena campo-

nesa 0aro de a Coma e depot 0Estado paraguaio possuirem terras

e~ ~nde quaruidade resulrou na configura<;4iode urn poder extraor-dinario. que, enrretanto, se dmorooou diame da fO f \<i miliIarsuperior dos innnigos exiernos,

lnglaterra reve na guerra tmponanre papel para a su tenta\.io

da Triplice \lian~a, mas n ao foi n a ~ha 0 w ao a 'causadora" doconfliIo, Se podemos alinhar a; "causas" proximas da tra e r u a . mai

apropnado c indicar ambicoes da A eatina e do Brasil e por outre

lado. a a\. '3lia~() incorreta do Paraguai quanro ~ forca real de seus

vizinhos. que 0 irnpelru a urna sohicao armada. em lugar de urn

possivel er:caminhamento diplomauco. A guerra r.ambem deixou

dam 0 3P.:QIO e a lealdade do o a aio 010 seu \eman e, 0

hi! oriadores sa o todos unanirnes em falar cia COra em, da tenacidade

e do empenho dos soldado paragualos, que. ao que rudo indica.

compreendiam melhor que ~ demais aquilo que estavarn defenden-do e sabiam POI'que estavam lutando.

o imperialismo e

o c.stado acional

uitas da, an3..la:··'correntes sobre 0imperiaiismo [en-

dem a mosrra-lo como forca exrremameme poderosa.

que a rudo domina e subordina Para essa analises. 0

centro hegemoruco e determmante d e todos ( aconte-

cimenros esta fora cia America latina, e esia, humilde e passiva . nao

tern ourra Orx;3O c,en;)() ceder e obedecer

Diversas e var iadas criticas [em 'do fenas a essa inrerpretacao,

Do ponro de vista histoneo. como enrender entao as revolu

cubana e nicaraguensei Como es..'>t!l> paise puderam "li\' tat-se- do

dominic do irnperialisrno norte-ar encano' Se existem forcas externas

que tudo determinam, 03.0 ha como fugir a seus efeitos. Se 0

imperiahsmo none-americana tomou e continua romando pOS1(';~

daramenre conrrarias a revolucoes, "eles" nao tenam -pennin-

do" nem rn mo que -ela..,·acoruecessem, E evidenre tambem que 0

irnperialismo tern remade po.r todos os meios derrubar os regimes que

lhe..., 0 contraries, mas 0 exiro nao (em sido 0 iimco resultado.

Estou me re enndo a essas revolucoes - que nao preiendo

analisar aqw - como tendo um evidente cara te r antiimperiahsta,

porque nesses dois pal ,Cuba e . -jcaragua. a penetracao dos

inter . rmperialtsta, e, rnai, que isso, a mterven -0armada de

forcas norte-americanas atingiu nfveis rams vezes observados na

Amer i ca Latina Ln a abordagem do lema da formacao d Estados

naoonais pode trazer elemento inter nt para a reflexao sabre a

prob emanca das relacoes entre: 0impenali,...mo e as Ioreas sooais

inrernas

Au analisar as relacoes enrre as forcas economico-polft icas

enemas e imemas, nao se pode reduzi-las a uma £mplifica~()

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meclruca au a uma visao unilateral dos fenomenos. De modo geral,

duran eo seculo XIX . ( ~ interesses ingleses forarn os predornmantes

na America latina. enquanto. no seculo XX . os capitals none-america-

nos suplaruaram ingleses e tomaram-se hegem6nicos. \!as esses

predorninios nao foram iguais em todos os paises, nem se fizeram

sem opostcoes internas c sem dtvergencias de inreresses,

Um exemplo interessante e 0do Bra: iI no comeco do seculo

) . . 1 X . Tendo em vista as relacoes economicas entre a Inglaterra e

Portugal, com a bordinacao dos interesses portugueses aos Ingle-ses. estes obtrveram grande facilidade para estabelecer tratados de

comeroo e "amlzade" com 0Brasil antes mesmo da independencia

polftica. Com a E panha. a Inglaterra manunha relacoes de mirnizade

secular, e as tentativas de invasao de Buenos Aires em 1806 e 180-

mostraram esse antagorusmo, Ainda que depois da independencia da

America espanhola houvessem sido stabeJecidos tratado de corner-

do e "arnizade" com os novo paises mdependenres, e. > tratados

nunca t iverarn as mesmas facil idades que a: encontradas no B uPassando a discutir a quesiao cia formacao do Estado . 'ationa1 e

da forcas econormcas e poliIicas externas temos algumas quesroes

cerura a serem apresentadas. Os Estados Nacionais mais bern

organizados, que traduziam assim mteresses de gropes econorrucos

homogeneo .• puderam afirmar sua soberarua sern fazer muna, con-

cessoes, ~1as. quando tomamos paises como Cub-d. e Porto Rico. no

Caribe. o u ~icar.igua. n a America Central, a situacao muda de figura.

C",ba

o ult imos basnoes do poder espanhol na Ameria foram Cuba

e POltO Rico. Conqw.stada a independenc ia em relacao a F . panha, as

colonias da America conunental pouco fizeram ou pudcram fazer

para que as i l h a . . . . ficassem independenres,

Em Cuba, aconteceu uma pnmeira, longa e difici l renrariva de

libertacao em 1 . Durante dez an os cuban lutaram, sem exno,

para se I iber tar da Espanha, t\. independencia de Cuba passava por

urn outro problema cemral: a eseravidao. 0 auge da escravidao em

Cuba aconteceu no seculo XLX.ligado ao grande desenvolvimenro e taproducao acucareira ... c. sa primetra tentat ive de independencia os

grande; fazende iros acabaram por nao apoiar a causa e ta independen-

cia. devido ~ arneacas espanholas de libertar os escravos Mas a

hbertacao destes chegoo na decada de 1880, a despeito das tentauv

dos proprietanos para 0eu adiamento.

Em 1895 recomecava a hna pela independencia, Uma corrente

liderada por J o s e ~tlrr1 propunha a independencia total em rela~o aEspanha e advertia para 0pengo de uma possfvel lngerencia norte-

americana na vida cuhana. Martimorreu logo depots de inidada a lura

armada e ~o assistiu, portanto, a i ruenen¢.o norre-amencana, que

ocorreu em 1898. quando a guerra ainda nao se havia definido.

Os norte-americanos. em nome do anncolonialismo, c lec la ra ra .mguerra a Espanha depoi de um inddeme no porto de Havana,

quando urn navio americano. 0Mome, foi afundado, segundo consta,

por forcas espanholas. Em poucos meses a luta definju~, com a

derrota da Espanha e a ~l.iberta~o" de Cuba.

EmPorto Rico, 0movimento pela lndependencia nunca akan-

cou a mesma in em idade e vigor do cubano. Em 1868, tambem Porto

Rico tentou, em vao, hbertar-se da Espanha. Aquela ilha era 0posto

avancado do podet espanhol, localizado mass a leste cia -\menca. E,

ponanto, uma ilha-fortaleza, com uma guarrucao rnilitar fortissima.

Porto Rico iamais alcancou 0crescimento economico de Cuba, nao

coruando com uma classe de proprietaries real.merue poderosa

Os Esta l;md tinham em Cuba. desde 0omeco do seculo

XIX. grandes interesses em termos do comerdo do a~T. If .

inIeresses aumenraram com 0correr do seculo XIX.surgmdo in 'CSU-

memos direros tambem na esfera da produ~. com a compra de

terra e a monta em de W>~ . A{~ a revolucao socialista, os Estados

Void forarn 0 prmcipal mercado consumidor desse produto. Isso

explica, ao lado ci a importancia geogrifica estraregica das i 1 h a s 00

Caribe para um pais ex:pansionista como os Estad Unidos. a entrada

dos none-americanos na guerra contra 0....espanhois.

f muito interessante constatar que. durante 0 seculo XIX.

desenvolveu-se em Cuba uma corrente politica que propunha sua

anexacao ao sui escrav ta do Esrados Lrudos. E m torno dessa

<.Jue:tao hou ve urn debate intense, que envolveu se tores medics e <las

classes proprietarias cubanas. Jose Antonio Saco, urn liberal cubano

que se opunha a anexacao, apresentava em seus escritos uma

perspecnva de nascente nacionalu mo. Dizia de. em 1 ' ~

Pelo que toea a mint e sem que se creta que pretendo

convener a/gum cubano a minba opimiloparticular; deoo dizer

francamente que, apesar de reconbecer as oantagens que Cuba

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C~Uiria formando parte daqueies Estados /EsradQs Unfdosl,flcaria ~IOundo do cora¢o urn senlimenlo de desgasto p e k zperda do TUlCionaJidade cubana.

E~mais ,adi3nre ~larJ.va. M ( . . _ ] em Ultimo resultado, nao seria

anexa6 e

0 e SUTI abso~o de Cuba pel Eslados linidos"

outro lado, durante 0seculo XIX. nos Estados Inrdoscorrente advoeava d _ . WTl3

-0- em nome 0 Destino IIanif sro". a absor~o d e

A ~~ non~~ na i1rtk~N1ItlClO deCItbo

foi ~ ~fI1o uguitbJ

nn neon 'lIN i)00~a-imto libutador-.

60

Cuba Considcravam que OS Estad Unidos tinharn 0 "direi£o de ter

Cuba sob. u dominie: em 18-9. 0 expansionista Seward, defenden-

do a idtaa de que Cuba devta ser anexada afirmava no Congr _. que

~cadapedra e cada grao de areia d ilha forarn arrastados do solo

americano pelo fluxo do _ l i ss - Ipi e dos restanres es tuar ies que

desemhocam no golfo do Mexico·_

Dessa rnaneira, a intervencao none-americana na luta de inde-

pendencia cubana tinha objerivos bastanre claros, Pe lo Tratado de

Paris, que pas fu n a guerra entre Estados Unidos e Espaaha, estacedeu aos norte-americanos a ilha de Porto Rico e tambern as

FiJipinas. Quaruo a Cuba, Q,<; norte-arnericanos - que haviarn erurado

na lura a favor de sua independenoa - nao puderam transforma-la

em colonia. porem, enconrraram uma saida bastanre eficiente para

ezercer dominio sobre ela. .-\Coo.stiIuj~o cubana fol acrescida de

uma emenda - conhecida como Emenda Platt -, votada e apro ada

pelo Congres cubano em 1901. que no paragrafo terceiro consagra-

va 0principio ci a intervencao legal do govemo dos Es tad Unidos

nos a unros inte de Cuba

Em 1903. inou-seoTratadodeArrendamenlockBases 'a i!

e 1ilitares. que constiruiu mais um dos elementos da ubmissao de

Cuba aos Estados Unid . Nesse m mo ano foi assmado tambem um

Tratado de Redprocidade, pelo qual os f.st;ld Unidos nnpuseram

tarifas preferenciai a seus produtos no mercado cubano. encendo

assim a concorrenoa alerna, em conrrapart ida it preferencia dada a

alguns poucos produtos cubanos no mercado norte-amencaao.

Desde 19 de janeiro de 1m,Cuha estava ocupada por tr pa s

norte-arnericanas, so b 0 romando do general Broo e. urn ano depots

substitui'do pelo agressivo anexionista general leonard Wood Em

1902 chegou ao poder 0 prirneiro pr Idente de nacionalidade

cubana, Estrada Palma: entretanto, entre 1906 e 1909. den-se outra

intervencao de tropas norte-americanas, sob ordens de Charles . ' la-

goon, em decorrencia de urn levante do Pamdo Liberal, fun 19P.

depo is de outra insurrelcao liberal. no amente desernbarcararn mari-

nes norte-amencano na ilba.

l 'esse periodo pos-independencia, 0eosino da l ingua inglesa e

d .a hisr6ria dos Estados Lnidos passou a ser obngar6rio em Cuba e 0

dolar transformou-se em moeda corrente, tendo apenas em 1915-sido

eoutida moeda nacional,

'um contexte igual este, como falar em Estado 'adonal

soberano?

61

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id Emodo 1 0giiY do doirwtaran

none-americana, g~rvll fDr{Q~ ~OIIlrtirias. ~ It.urtDftan

r. tpl1llffl1D dJI dtHtrulQ,'iiD,

Xa minha opiniao, Cuba e urn exernplo ba tarue clare para

enrender o que e uma intervencao concreta de urn pais nos negocios

inremos d e: outro Cuba e urn casu extreme na America latina poi

p3.."50U diretarnen e do dorniruo merropolnano e panhol para outra

donunacao cxterna _sem . u rerfugios OU mediacoes.

Os Inrerc-e . norte-americanor na ilha cresceram multo no

seculo . alcancando seu apke na decada de 1920. Levando em

coma 0tamanho c a popular () de Cuba, comparativarnente aos tie

ourros pal da America Latina. e pcsstvel aval iar a imporrancia d

in restimenu norte-amencanos feiu ali. Em 1930. quando inves-

timentos norte-amencanos tavam de modo geral suplaruando OS

i~ eses, CUba Q>ncenr:av3 os valores rna' alt desses capitals.

: : . e ano os Estados 1 nidos imc!'Hram 64.q milhoes de dolare no

6 1

Bra: il, -()C.) milhoe no. l eX ICO . 7 rni lhoes na Argentina e 1 bilhao e

66 milb6es em Cuba .

Entrctanro. a ilha caracterizou-se pela existencia de wna oposi-

~o atuanre e de emida aoi governos instiruidos, 3. J sim como de

movimentos soc ia l ' que desempenharam urn importante papel h i to -rico a despeito da tutela none-americana,

Pard concluir. Iembremos que ( analista que propoem uma

interpretacao cenrrada no poder das for . economicas externas

deparam com a impo, ibilidade -'as veze: conrornada pur explica-~)c esquernatlcas - de compreender de que modo urn Estado como

o cubano, nascido e criado sob a cgide da donnnacao norte-america-

na. possa Let gerado forcas contrarias que levaram ao rompimeruo

de Sill ligacces . respo ta deve ser buscada na analise <las condicoes

intcrnas das lura de classes e da convergencia dos in eres ses trope-

rialista com aqueles da classes 0 1de f r o ! ()e <las cI d iminantes

nacional . Apartir dai, e possfvel constatar que na merica latina a

cla populates oprimidae !l"d{) (em seu desuno escnto em Washin •

(on ()U •-ova lorque.

• I

ICQt"Q9UQ

A America Central aparece munas vezes ao nossos olh como

uma regiao uniforme e homogenea. Fntretanto. e preciso que S(! r u g a .a despeito < . l A c scmelhanca que 0:. p....ses centro-arnericanos ofere-

cern ao C! tudioso. ha siruacoes hi 6ricas bastan e dispares. Entre E.l

Salvador, com uma al - ima densidade demo afica 090 habitanies

por km-) e re Idu . de uma forte organiT.a~() das comunidades

mdi ena . e a Co ....a Rica, om uma rala popula -0e a importancia da

pequena propnedadc. M diferenca que se rraduzem em problema

economico-sociai especificos, icaragua, da qual varno aqui no

ocupar. e urn pais em que 05 Iniens ' S < . . " ' S inrernacionai apareceram de

fOT1T1l! basrante notavel, ja no seculo XIX ilua~o esta ba . nte

peculiar ern ierrnos de America Central,

A independencia da America Central, regiao pouco importarue

para a Coroa espanhola, nao ocorreu da mesma orma que nos

demai pal' sob aquele domiruo, Ela Ioi assumida pelos criollos

ceruro-amencano: como urn decorrencia da mdependencia me -i -

na, A capuania gem Ido Reino ci a Guatemala transformou - c em

'u~mhro de 1 1.naRepublica federal da America Cerural. Indepen-

6 .3

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denoa realizada pelo alto confonne demon! traram ( criollos ci a

Junta de , 'Ol.<1veis.na Ala de In epen encia. quando afirmavarn que

a emancrpa '0 devia se consumar -anle: que 0 povo anarquizado 0

f ize-·:.c par ua propria con a ",

A Iegmmidade da dirL,\-aO cl setore nao C podia [ustificar,

como em outras partes da America espanhola, pelas lutas de indepen-

dencia. Alern disso, tal rores 1130 nnham de nido uma no ra

proposta economica alternauva a dorninacao espan1 OhL:\ Guatema-

la. por exemplo, decidiu unir-se :0imperio mexicano de Iturbide enjaneiro de 1822. pard 10 0 em seguida separar-se, ten em vista a

queda do imperador mexicano Co s a Rica propos ua incorporarso

a Gran Colombia, e em El salvador decidra- sobre sua anexacao am

Estado Lnidos. .

As condicoes eografi cia America Central nao coruribufrarn

pam sua integracao durante 0periodo colomal, problema que a

Coroa \ sacom indi ereaca Como a: relacoes com a rnetropole MO

eram unporta res. desenvolveram-se na regiiio econonuas pobres,

auto- ficienres. local e sem comunlcarao entre -i Depoi ci a

mdepen Lllcia. permaneceu ralamente po oada, pnncipalmente na

COMaatlantica, 0 inte disperse- e localizados c, tavarn mba-

hando em f vor cia desinregracao da Republica Federal d America

Central . 0 ana cia con ederacao foram um tempo de agiracao,

mareados por Iutas avis entre Uberais e cons -adores Em 1 29.

depoe de r r e s ano de guerras. triunfou 0 liberal hondurenho

francisco, f0l'372 ardoro, }de ensor da urndade centro-americana

,1a!', em 1 j9 pre ionado pek» conservador . apoiados pcla Igreia,

Morazan renunciou a pr tdenaa e, em abnl do m mo ano freu

no -a derroca, des a vez pela: armas. com a qual {eve 11ma coafede-radio.

.. ,"car.' igua se disunguiu desde murto cedo entre 0 paise' da

\ m : n ca Central pela ua ra c -(:3 posicao 700gr3.fi mUI 0 propi-

CIaa abe~ra tie UPl canal que. utilizando 0 rio, an juan e ua regiao

lacu U'C, h zasse 0 AIhlnLico ao Paci ICO.E mesmo depoi de abeno 0

canal do Panama, em 191' . a 'icarli ia permaneceu como possivelloc para a abertura de ourro canal.

Em 1 13 a lnglaterra ocupou uma regiao da a adanuca

mcara ruense denommada ))osqui ia, ai viviam 0 indio mosquitos.

que haviam mi rurado b:a tempos 0 ne os c.' 1":)\'0 fu zidos do

Caribe, pecialmcntc da Jamaica. ,f()~UlLia permaneceu como

pre erorado in ~ a e 1 . rna: ja em 1 -0 d lngla terra a sina ra com

L'nidos urn tratado (Clayton-Huh er pelo qual abria mao

do direito de cons ruir sozinha urn canal na 'iC3cigua.

rcferencias em zeral feuas a expedicao de 'Wilham \\alkerT

a enrureiro none-america no que chegou ao zoverno da .1ca.r3g1.U

em 1 -~ apresenram-no como sc u \ esse caido do c e l l . De faro.

Walker foi :hamado pelos liben i'.ue se achavam em di put! com

o. conservadore .Ele veio. tornou 0poder, teve u governo nnedia-

rarncnte reconhecldo reins norre-arnericano . a < . - U J C ) ! intere fY.i!-

sou a responder ie forma multo adequ da roi precise que urnexercno ceruro-amencano. apoiado pekx ingleses e lklerado pelo

p rd Ole da Co 3 Rica. fo . se or nizai para e. pulsa-lo e (I

seu mercenario .. 0que ocorreu em 1 --.

o que hav ia 'do 0 . ado nlcaraguense ate L'SSe period > ? Lm

Estado debil rnal-estrururado. m um exeroto orgamzado e que

iraduzia a ausencia de projetos polllko-IdeoI6gic05 aentados por

UUJa classe ou urna ("A~O de c lasse na iona l Essa fraqueza do Estado

c. pel 13\'3 na reahdade, a Iragil idade da economia nicara _.ense.

ali ercada em uma tradicion: produ -0de anil c na cnacao de do

para . 0mercado re ional bastante restnro

A xtcaragua 010 ultimo pais do istrno a se dedicar a cultura

=modemizadora" do c a f e posieri rmente a Guatemala. a C < Rica ea EI l v a d o r lsso ocorreu apcnal no fun do seculo • X. 1 < 1 no

governo liberal de Jose Santos Zelaya ll893-19(9), que havia che, ado

ao poclcr dcpoi de mara anos de dorninio '0 servador anto

Zelaya pf, em pranca uma sene de medida: Iiberais, como a

d mortizacao das terras c lesia ticas e a desarucula 0cia proprie-

c. l ade comunal mill rena. A -icacl.gua. desde os tempos oolornais,

sempre fora uma r iao pobre e com populacao escassa, A Igreja nao

tinha 0 poder e a riqueza que presentava em OUU3S partes cia

America Central. como na Guatemala .omunidades indigenas

tarnbern nao eram numerosas e sua desestruturacao nao atingiu -

proporcoes oem pro ocou rebelioes como a de El alvador De loeb

fonna a produ o do caf~. e msercao do J X 1 l s nas correnres < .I

mercado internacional, se fez. como em ouira, part . da America

espaahola. a em a da rpropnacao do carnponeses.

am Zelaya tambem promoveu 0 reaparelh rnento dl por-

ros. a abenura de esrradas e ferrovias e tomou outra medidai nc

mesmo sentido, 0 pnncipal mercado consumidor do cafe ni a lien-

se era a In!tatem. que dorrunava 0 sen-icc de exponacao do pnxluto.

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t-:ntretan1o. amos Zelaya tomou fumes posicoes COntra certas

ingerencias externas inclusive da Inglaterra. Expulsou 0 in eses da

. fn'>quiua em 189 -1 t: nao correspondeu a s expectativ - norte-amen-

cana com relacao a ~ eu direitos" naaberrura do canal Al6n dlSSO.

procurou intercssar outros paise na execucao de tal tarefa. () que

provocou a i ra dos norte-americano, ... anIQ5 Zelaya acabou derruba-

do por urn golpe oonservador em 1909. Ie 'ado a e euo com 0apoiodiplornauco do Estado- Urnd .

no ponto de vista do interess economicos domtnantes, aNicaragua esiava drvtdida. Ao lado do setor cafeetro. que ntos

Zelaya represenrava, encorurava-se urn setor mais tradicional, 0dos

criadores tit: gado. O~ inreresses dos cafeicultore; nao foram suficien-

ternenre fortes para imporern- 'e nacionalmente como ~ dominarues.

Essa Iaha de unidade oum conjunto j2 multo debil possibilitou a

penetracao aberta t: direta do dominio nortc-arn~nt:ano.

66

o marines desembarcaram na icari igua em 1912 e ali penna-

neceram, com breves intervalos . ate 1933. A permaneooa da s tropas

norte-americanas em rerruorio nicaragaense por ~o Ion 0tempo foi

acompanhsda pm uma. sene de outras medidas, como 0 conrrole

e trangeiro das alfandega . do Banco .;'adona" da: tradas de ferro

e da: linhas de vapore do 'UH.'TnO. Imediatarueme ap6s 0 desembar-

quenorte -arnencano, a . 'icar.igua ~ inou com os E tados Cnidos um

acordo pel t> qual lhes concedia 0 dire ito perpetuo ci a abertura de u.m

canal ern suas terras.A lura de Sandmo. j3 no m dos anos • representou um

levanre popular contra a dormnacao norte-arnencana. A rebeliao

iniciou-se por uma dt puta erure libera e conservadores - que logo

enconrracam. com () auxilio norte-arnencano. urn modus oioendt-s--,

mas tornou corpo e vigor com a luia guerrilheira ndine ta. andino

colocou como condicao para enrregar as arrnas a saida dos ianqu

c ia . 'icar:igua Concordou em oonversar pa ra chegar a um acordo

quando marinessairarn do pai porem e conversa causou-lhe a

motte, poi Anastazio moza- comandarue da recem-criada Guar-

da . -anonal. sob Qau: pico. dos Estados Unl - rraicoeiramente

lhe preparara urna emboscada

Da mesma forma que Cuba. a Tit:ar.1guasofreu ingerenoa direta

do Esrados Lnidos. rebeldia contra es mgerencia indevida este 'c

sempre presente na h t6ria nicaraguense, rom Zeled<in em 1912,

Sandino em 197 . a Frente Sandinisra a partir de 1961. A •-c:aragua.

que antes de se conformar mteiramente como Estado . acional

uportou 0peso de uma intervencao annada. perdeodo a im sua

soberania, defmntou-sc com conrradicoes de tal ordem que acabaram

por romrx:r deia que a prendia aos ado' Unick . A oposicao

ao interesses none-amencanos passava fundarnemalmenre por uma

oposicao iarema a cerros setores dommantes. A derrubada de • ID0-

za, l.iderada pelas c las . populares, representou a derrubada de

inle externos e mtcrnos convergeme .

6

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o • i

. . - . e 9 1 emona~ql4tco e.

oEstad aciono.l

periodo que se abriu com a indepen cnc..ia . em 1822 nao

apresentou a1rcra~()e ubsrannvas no quadro cconorruco-

social brasileiro. como j - l . fOJ re endo no primeiro capuulo.

E. I rualrnerue no wei jundico-politico, a mudancas, ale a

abdicacao de 0Pedro I, em 18 1. foram pouco significa va ,

~ Carta Constiru ional de 1824. ourorgada pelo imperador D .

Pedro I d poi cia disso u~o ~ Iorca cia Assernbleia Consntuinte no

ano anterior pauta ra-se por uma proposicso au oruaria, Como sus-

tentaculo do r., ema economico, a esc ravidao permane ;ia intocada , A

monarquia consagrava a divisao tradkional em r r e s poderes ecuo-

vo. Legislarlvo e judioano e criava UfD3 6rmuJa nova. 0 Poder

Moderador do proprio monarca), 0 Senado ern vaalicio e 0\0(0

censirario.

o Conselho de B (ado havia 'do criado por D Pedro I logo

depois da di olucao ci a Core tituinte; a ncao dos conselheiro erna

de serem ouvi em todos 0 ne TOO • graves e medidas geraa da

publica admirustracao, pnncipalmeme sobre a declaracao de guerra,

ajus e de paz. negooacoes com as nacoes estrangeiras, a lID como

em todas as ocasioes em que 0mperador se propunha a exercer

qualquer da . alrihui~Oes do Po(iL'TModerador". 0 conselhei eram

vnahcios. nomeados pelo lmperador e 030 devenam ultrapassar 0

mimero de dez.

A ex' encia do Conselho de Esrado Ioi sernpre multo atacada

pelos liberals, que conseguiram sua exnncao pclo Ato dicional de

134, mas nao puderam ohstar a sua volta logo depois da rnaioridade

de 0, PedIO lL 0 Poder Moderador conferia ao imperador podere;

excepcionai , como 0de dissolver a camar.l., nomear e demitir

..._. . . . .----

muustros, pender magistrado . e consriruia para seus adepu -a

chave de r o da orgamzacao po l f t ica" . Alvo de criticas acerbas do

liberais, jamais foi [acado. permanecendo como firme basuao do

poder monarquico. Feci Caneca, liberal e rcpublicano, afirmava

acremenre: -0 Poder Moderador da OO\'a lnvencao maquiavelica e achave-mestra da op ~0da na~o brasileira".

E m m a iotri da Costa anreuza de forma exemplar esse periodo:

A presenca do berdeiro da CQS(J de BraganfO no Brasil

ofereceu-lbes la s elites br4siJeirasJa oportunidade dealcancar aindependencia SL'7T1 recorreramobillztlfdo das massas.Organl-

zaram um istemapdittco fonemenie ceturalixado. que coloca-

oa os municipios '10dependencia dos gonmws prooinciais e as

6 9

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procincie lUI dependencia do 1m . 'nlO central, Continuando II

tradifiin colonial, subordinaram a Igreja ao Bstado e mantire-

ram 0 catolici 'n10 como re/igido oficial. ' bern que, mona

cone ~o aopensamento ilustrado, tenbam autorizado 0culto

pruado de outras 1T!il'(r)ps dotaram Lim sistema de eteicoe:

indireta. s ha..eado no toto qualificado (ceusitario I. excluindo II

maio]' parte da p()IJIIla~ii(Jdo processocleitarat. Disputaram

atidamente t itulos de nobre:a I! monopolizaram posicoe na

" Camara. no Senado. 110Conselbo de Estado e IIf); mint..terios

o penodo regenci.rl. <Ill e iniciara em 1 31. tcve nn '0

Adicional de t.~ urn alento de .ibcnura liberal e um en aio de

re irne rnenos centrahzado. Para 0.. manarquisras conscrv Cldor . a

Regenc ia Ioi uma "ve..rcladeua repul lica. Imdo mostrado sua inefi-

cicnrta 0_[0AdK10W abohu 0Conselho de Estado e Inuuiu a

Assembleia, Provincia - . a votacso n .a ('.amara. a reforma aprova-

da: erarn rnais arnpla, . mciuindo a exuncao do Poder , lou .rad lr e do

Senado italicio, msnnn oes. 110 cruaruo, rnanrida pelo senado

conserv dor.:\ monarqura permanecia como regime politi '0

Regencia foi sacudida por aria rclx:IK'l t' _ localizadas : aCal anae m, no Para a U' laiada. no taranhao. a abmada, na Bahia

e ~I rna grave e d e mac onga duracao. com claros tnruno seccioais-

{as.a Guerra. do Farrapos (que durou dez aDOS). no RioGrand do

lit I : .s .s a rebelioes, que a esravam 0 descoruen amento com 0

governo central. ambern Co : pclhavarn a tensoes sooae do Bra sil

independenie. An: 'po taa essas marufehla_·('lC.' veio com a antecipa-

cao da maiondade do impcrador, em 1 . para Ill! ificar <I nova

cenrralizacao do poder 0 medo 3 "desordcm" e iI anarquia" congre-

gou anugos opo, uo r e s politico-, nurn "orca coniunto [y.Jr..! a recupe-

ra~-ao ci a ordem nacional. joaquun 'abu('o. em l. m estadista du

Imperio. fez scu balance "monarqui a- sobre0perfodo:

'0 Brasil ponhn a Regellcia joi a republica de [ato, a

n?jniblict1 prorisoria IEut~/{m(oJ Q desastre Jura completo. Se a

matoridade nao 1"('5 uardasse a nacao como um p ar ap eu o; e la

ter-se...o cit pi!llbtw} 110 ab mo. A unidade nactonal, que se

nt.: tara em 1 ~ '5pela ponta do Rio Gra nde do Sill tor-so-ia feito

toda em pedacos.

. . . . 0

o Esr.ado que ~ c 15OliooV3 com 0 nov 0 imper .ldor fazia uso.

au-aves de r ormas polit ico-admini . t rativas 1 ·21-1 .2), do velh l . '>

meios para impor aurondade. Volta a 0 C o ns el ho de Estado, fortale-

cia- () Poder .loder,l(lor. reforcava-se 0 x~r d l o " A repre ' i< . . ' J1lac.io

poliuca perman ia clitista e ensiniria e a concihacao d . dominan-

It: tomava se~ra a exploracao do dominados. ~'.lvava-se a unidadc

remtorial. ·u..renr.a\'3- e a escrn\Olc£lo como in 'l1lUi)lO e garan ia~ c a

proprit:dadc cia terra na ma n s do grande, ~azendeiros, com a Lei de

Ierrai de 1 50 .o Conselho de Estado. entao com doze membros. guardava

prancamen a! me: n3S fun' que as do Primeuo Reinado Entre-

tano. dernonstrou er grande \ nalidade na! crises poliuca- que

envolviarn 0- parud e (~ muusrenos.

Tl:6fJJoOnoni hberal mineiro. em 1 fazia a crit ira ~ es

strutura poh -(-;J •

oCon 'thodeEsrodol italicio. criatura e auxiliar nato do

Poder stoderador; E.'tara sempre em descoufiancas contra os

represeutantes imediatos do poder 0 Senado t'lralfcio. que eessenciatmente eaaciondrio. fica reforcado em extrema com a

exi..qe17ciatJ, um Conselbo de beada riial ic io. Apoiar-se-aoreciprocumente e0comunbdo de interesses facilmeute Sf ? estabe-

lecerd entre as duas corporacoes 1.. .J Com us duas corporQ{:Cx-:'

assim orgam=amt: 1000 ministerio que ndo esteja f il iado tla

confraria ritalic 'r.e impossit I, E lotioprogreso ;gila/mellie,

o ... ndo Imperio marneve uma estrurura humcratico-admi-

rustranva muiro centrahzada A: provincia unham pou a autonorma,

- u p r e ! idem e er a norneado peIo unpersdor e ~ despesas provlOdau

c. tavam incluida no or .ameuro geral do Imperio. Ainda que exi £IS-

scm Assembleia Provincia is. e la mharn pcqueno poder efeuvo. A

arrecadacao do: rrnpo 0- ambern e.Lavadiretamente brneuda ao

arbnno centra) Outro exemplo muito cuado e concernerue aUambitodo Jt1dloariO l:0 que ocorreu com . jw.zes de paz el itc localmen-

te. maior parte de se poderes .01transferida p ra() delegados de

polfci; que passaram a ser n01 .eados diretarnerue pelo ~1inisteno da

1u.'>li9l.Foi esa a erne a bandeira da autonomia provincial que

usten ou murta dx comestacoes 30 re me rnonarqutco.

D esde n 1 1m do periodo regen tal con ecaram a se organizer de:

forma mais rutida OS panld Liberal e Conservad rv O liberais e 0

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Can tura tk ipoca YJbIy ospartidos U~rull' COIIUrvador.

qutmdn do I'pis6tho do Q stdo RI'Ji iaso

conservadores bra, ileiro 030 podern ser comparados aos colombia-

n ou mexrcanos Aqui, a Igreia nunca foi urn marco divisor nltido

entre do' blocos ideolOgicos. Pelo contrario. 00 B...sil 0 clero

muitas 'ezes preferiu 0Partido liberal. guns gabinetes conservado-

res tomaram atirud hostis contra a Igreja. como, por exemplo, na

chamada Questao Reli iosa, ja no fu n do Imperio. em que foram

conservado que levaram ao ufbunal os bl J X > S "desobedienr ..

defendidos por Zacarias de Goes, urn hberal, E preaso lembrar que a

Igreja do Brasil, tanto na Colorua como, depoe . no Imperio, este e

firmemente subordlnada ao Estado. ~ SlID. 03.0 podem alinhar tao

marcadarnente e defirur posi~()es l ibetai . ou conservadoras toma ndo

a Igreia como parimetro.Os Iiberals, no primeiro reinado, combatiam fundamentalmeme

o "absolutismo" do imperador. Desejavam ampl iar os poderes do

Legislanvo, retirando do Executive certas arr ibui¢es. como o direi ro

de veto e a direcao das Forcas Armadas, Forcas Armadas. zundo

os liberals, que remiam 0: exercuos permanenres e poderososdeviam estar ubordinada ~ ~ mbleia. .

2

Os 1.iberais cri ticavam ainda a preferenda do imperador pelos

portugueses, a falta de liberdade e a perseguicao 30S opositores

politicos. Propunham 0federalismo e eram favoraveis a Ipr ".0de

resquicios coloruais, como 0morgadlo exunro em 183-) ( ) Desem-

bargo doPaco e a Mesa de Consciencia c Ordens, Desejavam 0fun

<las corporaeoes de of'icio e das restncoes a livre ctrculacao interna.

Depois da CoIl!Litui~() de 182 , conforme ja mencionam , tomaram

posieao contra as medidas antidemocraticas configuradas no Senado

vitalfcio, no Conselho de Estada e 00 Poder .1oderador.

Com raras excecoes. os liberals do Imperio foram adotandopo:>i¢es eada vez rnai conservadoras, tanto social quanta poli lea-

mente. 'm homem como E ri: 0da Veiga, ainda que liberal. ~mprc

defendeu a monarquia consurucional como 0 t1nico regime capaz de

garantir a uoidade nacional, A unldade temtorial aparecia como uma

exrraordinarta conquista, que precisava ser preservada a quaJquer

preco. m nome deja, muita concess6es 30 eonservadonsmo foram

Ieiras. 0 exemplo republicano da -\merica panhola, com 0caudi-

lhismo e a fragmeruacao. atemoriza va nao apenas proprietarios

rurais, mas rambem os setores urbanos liberais. mais intelectualiza-

dos. t:n.idade e monarquia vtaham juntas; para salvar uma, era preciso

entar a ourra, Ern Evaristo quem afirmava. 11 3 decada de 1830:

-_rao temo qu a Brasil se despouze, terno que se anarquize, temomais hoje os conesaos da gentalha que aqueles que cheiram capas

ao monarca",

posicoes l iberals mais radicals foram minorirarias e 030

tiveram um . po r t e politico forte. 0 liberals que as defendiam

pediam a divisao das terras tomavam po.; j~o contra 0 avanco da

penetracao dos comeroanre ingleses, que desrruiam 0artesanato e 0

pequeno comercio nacionais. exigiam a abolicao cia escravarura e

eram ferrenhos federalistas, Mas MO se opunham 1 1 monarquia

cons ltucional. 0 republicanismo foi uma bandeira importante ate os

an . 0 apenas nas rebelioes separari . como a Confederacao doEquador de 1 2 . n o ·oruesle. e a Revolucao Farroupilha de 1835, no

Rio Grande do ul.Ja durante 0periodo regencial. marulesra -se a tendencia ao

-regresso",' 0e , a uma volta dos liberais a posicoes mais conserva-

doras, 0 ~regr; isrno" rinha em Bernardo Pereira de asconcel a

flgura central, que caminhou d e urn liberalismo combative para a

aceitacao da neoessidade da ordern a 'rna de tudo. Em seu mais

celebre discurso. dizia:

3

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Fui liberal; e rudo a l iberdade era not'Q no pais. estaca nas

aspirafi5es de todos mas 1z00 nos leis; 0poder era tudo. Fill

liberal. Hoje, porem e dJverso 0aspecto da sociedade: o: prmci-

pios democrdticos tudo ganbauam, e muito comprometiam; a

sociedade que en ta o coma risco pe w poder; corre risco pela

desorganizacdo epela anarquia. Como etudo quis, quero senn-

fa. q ue ro s alo a- ta p or ISSO so u regressista.

o -regret imo" . ignitkou, no segundo imperio. 0abandono dealguma s das medidas mai: liberahzanres e a volta arras em relacao a

algumas conquista, rnais dernocrauca • como na a r e a do )udiciario.

como ja vim •em que 0poder central abafou a autonomia alcancada

e ubmereu-a ao seu controle.

Aqui nao se pode deixar de fazer referencia iGuarda NacionaJ,

que entre 1 31 e 1 3 e eve encarregada do policiamemo local,

consuruindo urn elemenro fundamental ci a manutencao da ordem

social a rvico dos grandes fazendei escra i as. 0 oficialato da

Guarda era composto por filhc de propriet - - e de comerrianres

unportanres. Pode-se notar, portaruo. que a estrurura pollcial do

Imperio estava lidamente mom.ada para garantir os mteress - dos

fazenderm escravistas,o Bn il, nem a escravidao. nern a Igre] nem a bandeira

republicana drvidlram polincamen e liberal e conservador s, Dai 0

ditado popular: 'ada tao parecido a urn '. qua r ema (conservador)

como UID lulia (liberal) no poder". distin ees . ainda que ex"}15-

sern, eram realmerue enue. Que p pos r a s d conservadore os

disiancravam dos liberal ? 0 conservadores defendiam a rnonarquia

como Unico regime capaz de garannr a ordem xial, a integridade

territorial e 0imperio da lee coidera am 0poder do imperador

como zrado e MO viam pengo al m no carater i tal lcio e heredi-

tiirio do re e.

Os liberals enrendiam que a monarquia era "Urn idenre Uti! •

como dina rna' tardeRUl

Barbosa, e. portanro. d endiam, masSL~

a rn srna convic -o. Aporuavam para 0pengo da rransformacao do

unperad r em despota, recordando a figura de D. Pedro L Eram.

portanro. sennnelas alertas do regime, porem senunelas, e nunca

rebeldes,

0. conservadores paniam do principio de que era precise

aceitar 0Bra iltal qual de er a e que as mudanc s ocorreriarn por si

mesma s , com 0empo. Acusavam os liberals de terem a cabeca presa

't dq~ndiamQ monarquiD para Q ma1lliU1If<io da urdOl l

SOCIal t! OJ lib er ai » c on siiH 1 '( 1Il J. m- tJ D ~Q(:idl ' 1£ t iti l _

a {coria estrangeiras, que nao se adaptavarn ao Brasil. Para os

conservadores, as teona nan levariam a parte al rna

Qual era a composicao soda} desse part idos? 0 que os dlferen-

ciava de forma mais de Ulida?Para reno. hi oriadores. como Caio

Prado Jr. e Wemeck Soc l re . nao ha\ ia dlStioc;oc. substantivs . entre osdoc partidos no que se refere a s pro rturas e a' praricas politicai ,

Outros aurores. como Ra 'mundo Far ru e. joao Camllo de Olive ira

5

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Torres. adrnl em difercncas na ori em social do compon me

parud . Para Faoro, 0partido conservadoi era 0representan e do

=esramern0 burocrati 0-, enquanro 0 pam !oliberal correspondia aos

irueresses agrar io contrario a central izacao do podcr advogada

peio: conservadores, Jooo Carrillo abelece Ulna dl tin9lo rural-

urbana. 0Partido Conservador unba grande penetra au e dominlo nocampo. sendo a cidades 0 reduto dos liberal

Tomo aqui (I anal de J ose • Iurilo de Can alho, que aponia

algumas diferenos De mteres [c, . Pard.ele, 0Partido Conservadorrepresentava uma coalizao d burocra as It proprtetario: rurais, e 0

Parudo liberal uma coalizao de profis ronais liberai e propnerari

rurai A., rnedida ccntralizadora defendidas pelo. conservadores

respondiam a s aspiracoes dos razendetro- de a r e a agrario-exporta-

doras de coloruzacao mai annga, como Pernambuco, Bahia e

principalrnente, Rio de Janeiro . _ area, ~mai' nov s • como _lm2.S

Gerais, '0Paulo e Rio Grande do uJ nnharn seus fazendeiros

preferencsalrneme no Partido Liberal que eram favora ei 3 me idas

desceruralizadora . Duran e 0 period de 1 31 a 18- posi 'oes

rnais 'eemt:nl~mente corurarias a centrahzaeao for-elm provenieni

de '3.0 Paulo. Iina, e Rio Grande do ul, que eram a r e r u menoi

lizadas au COl erdo externo. com eco muas pouco dinanuzadas.ramo 3Gu rra ( Farrapos q nto : rebelioe liberais de 1 ~,em

-0Paulo c tiaas. demon avam . es; desconten memo e . lll:lm

entre .ua l ideran~~ propr ieranos de tetras

Quaruo a c1em.;a fO J indicada ua preferenoa pelo Partido

liberal. Durante OS primeiros tempos do imperio alguns de seus

inte me oram responsa ..ei pela apresentacao na Camara de

propo tas e reforma sociais Posten rmente, com 0desaparecimen-

o do clero ci a .ena polinca, esse lugar (.xiube '< lOS pro ionais liberal

(vale alar a Iuta pela abolicao).

0. militarc.. duran e u periodo e tudado,

da vida poU ico-parudaria. 0 erciro ampliava 3 s003( de

recrutameruo de of ciai concedendo 0 drreuo de 0 tismo ao

f llhos de oft 'bis de n iKia .e ordenanca e. po tenormerue. os Iilh

e oficia da Guarda .- cional. ,0mal do Imperio, seur quadro:

provinham de farnfl ias d milttares au e bai 'a renda ou pou

Influencia politi _Por outro lado. a , Iarinha manunha urn padrao de

recruiameruo eliti ta, 0que evou a urn, di uncia coasiderave entre

seu 0I iars e ( . mann el105. Aa tua au pohuca ala destacada das

FOf\a5 Armadas, parncularmente do Exercito ') se fez senor depo

i 6

da Guerra do Paraguar, com Ulna tornada de ~o contra a

monarqul3 e 3 favor ci a Republica.Creio que foi po sfvelmarcar algumas especifi ida des da forma-

cao do Estado " cional brasileiro no con e 0 latino-americano. 0

regime monarquico, a manerencao cia unidade territo,rial. ~ ~rd.J-

nacao cia IgeLid e das for Armadas ao Estado, a Iluidez Ideol<>glca

do~ partidos politico: raduziam a fOf9l e a coesao dos interesses

escravis dorninanrcs. F . foram capaze: de es abelecer uma

~lfansi~o pad lea" da Coloma an Imperio. feita scm randes perrur-bacoes socials e de modo a manter intactos seu poder e vi or e a

trocar odas as marn e a~ coruestadora: da ordem igente.

teruativas de re orma acabararn sendo sempre mat' brandas e tenues

do que a .ua proposicao micial, ,a em itimida.

o mito do Imperio, da ordem, cia hierarquia e da unidade

prevaleceu me roo depois da chegada da republica. JUlio de ~e.squita

Filh , um liberal republi no convicto. lembrava em 1925. com

saudade, tl Imperio e suas -figura impolutas e pa rioricas", suas

grandes realizac - . ua paz e pnx peridade imaeem odmisra

escondia 3 realidade crua da escra idao, a miserta do trabalhador

livre, a elimlnacao do indio.

Em term da America e. anho a,0

milo do Imperio rambemfez nascer wn certo preconceno e urn cerro esptnro de upenondade

em relacao 30 nossos vizinhos hispano-americanos. que sofriarn

"males" cia fragmenta~o. do federalismo exahado, do republicanis-

mo. Eslcre6tipos es e que deix.aram marcas pro undas 03 sociedade

brasilerra em geral.

(

pelos vencedores. • :\0 porque houvessem demonstrado passividade

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Co~side~a~oes fi~ais

presenro. por tim, a partir do que oi exposto nos capituJos

anteriores, algumas reflexoes em tomo da questao do

Estado adona! na America Latina.

Os homen que lideraram 0processo nacional de inde-

pendencia poliIica na America Latina estavarn imbuidos do ideario

burgu liberal como ju: i f lcadva de se w atos, Alguns por reno

acrediIavam profundamenie naquilo que pregavam. Em nome das

ideias de llberdade, igualdade juridica, Legitimidade da propnedade

prrvada, entre outras, fizeram 3 independencia e aceiraram mesmo

algumas alteracoes mai! profundas nas rclac.;Oes sociais porqu trve-

ra m que e n r e n ta r s it ua c o es - ltm l te s , BoliY31'. por exemplo, concordouem libertar escravos desde que eles se l igassem aos exercirospatri6ticos.

10entanto, conquistada a independeneia, esses homen que

tinham acreditado que ru ideias fa r iam rudo mudar e se transformar

comecavam a refleur amargamenre sabre 0ra de seus projetos.

Como a realidade nao se alterava na medida de sua vontade, 0

culpado era eocontrado rapidamerue, 0povo, 0 povo e seu atraso, 0

povo e sua igoorincia. 0povo e seu despreparo politico, Sooravam

muitas aiticas tambem ~ merropoles, identificadas. nessa perspecriva

liberal, com 0que havia de mais retr6grado na Europa: a religiao, a

Igreja, a InqWsi~(), 0bsolutisrno real Essa heranca havta marcado o

povo indelevelmentc, a desordern, 0 caos, a anarquia foram as"respostas do povo" a ~or ia de liherdade. A conrra-resposta possi-

vel, t ida como a vi a unica de pO r cobro aos "abusos", foi 0auroritarts-

mo, 0governo forte e 0ali jamento dos dominados das dedsoespoliticas,

, 'esse Longo caminho, OS serores populates mo pudera.m fazer

race. aos projetos antidemocr.U.icos ideahzados e leva a pratica

78

ou submi..sao, mas porque sua rebeldia n : a o pode ser canahzada poruma propoSla alrernarrva vnoriosa e porque nao nveram forca poJitica

suficiente pard irnprimir uma d.ir~o disunta a s decisoes dominantes,

que acabararn por exclui-los d~ direi tos de cidadarua,

Os liberals puderam, assi:m, impor suas condicoes sobre coda a

sociedade, a partir da direcao do Estado. Enrreran 0, a dominacao

nunca se fez de forma tranquila; ao lado da preocupacao COOl' rue

com a manutencao do submeumenro dos dominados e da organiza-

~o do trabalho, os l iberais t iveram que enfrentar os conservadores.como virnos nos casos mexicano e colombiano. E rn outras ituacoes,

como em Cuba c na , lc:arlgua, hom e ainda.. a ingerencia externa

direta none-americana, que colocou em questao a propria existencta

de urn Estado acional soberano ... .'a Argentina. 0projero liberal so

pOde ser vitonoso depots da queda de Rosas e dos acertos f inats entre

Buenos Aire:. e as demais pro inda s, XO Brasil, a rnanutencao da

escravidao e do regime monarquico. aJiada a defesa da unidade

nacional, levou os gropes liberals modecados a buscar uma aproxima-

~o com os conservador

No flm do .eculo XIX, esse embate entre conservado e

liberai..s chegou a um arranio. , 1 \ 5 economias larino-americanas. inseri-

das de forma mais completa e complexa no capitalismo como sistemainternacional, atravessavam urn fuse de cresdmemo economico.

manutencso da dorrunacao social arraves da regularnentacao da s

relacoes de trabalho procurava acompanhar sse crescimeruo. Do

ponro de vista ideologico. e importante notar que em paises como 0

Mexico, em que 0enfrerua.memo com 0conservadonsmo. e, portae-

to, com a lgreja, foi multo violento. 0posinvismo como ideol 'a

representava a jusrificauva ideal do "progresso eeonomlco" aliado aordem social. Em p'd.i~ corno 0Brasil, em que foi preciso combatcr

a monarquia, 0posiuvi smo teve 0mc. mo papel. Ern contraparuda,

em paises em que nao houve essa opo. '~o, 0reordenamento se fez

so b a egide conservadora, como na Colombia,

Em SUfD3. procurei mosrrar que a questao da formacao dosEstados Naciona! na America latina so pode ser enrendida a luz ci aaruilise de SIIUa~oo.histoncas especfficas, com enfase na queslllo das

lutas sodais e dos confhr politico.s que a envolve, Se buscarmos

explica~oo a partir de conceiruacoes genericas. como a dependencia

ou a heranca colonial. estaremos presos a esquemas pre-construidcs.

que nos darao apriori re o'postas que buscamos.

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Finalmente, se boje sabernos que 0 aurontansmo e ainda UOl

fantasma que nos espreita, lembrem que ele 030 e ~congenito~-como tanto se afumou - nem esc! determinado bistor tcamente pela

heranca" que as metr6pol . ibericas nos legaram. A Iuta pan

derruba-lo ~t3 na relacao direta do nosso esforco para entende-lo e

critici-Io e na disposi~() de lodes os serores sociats, especia1mente os

dominados. de lutar pela corntru~o de ahernativas poli ticas rna'

jw e democrancas,

C..onologia

1804

• Jean-Jacques Dessalines dedara a lndependencia do Haiti

1806

• Primeira invasao inglesa de Buenos Aire-

1807

• lnvasao da Espanha e de Portugal pela tropas de _ a poleao

Fernando vn e feito pr e ioneiro.• Segunda invasao inglesa de Buenos Aires.

1808

• Transferencia da Corte porruguesa para 0 Brasil, abertura dosportos as -na~Oes amigas".

1810

• Iniao dos movimentos de i:ndepend€ncia na Argentina. no Mex..co.

na Colombia e na 'enezuela.

• Rebeliao camponesa liderada por Hidalgo. no Me.'tico.

1811

• Invasao portuguesa do Uruguai, sitio de ~lontevideu; resistencia de

Artigas,

• Formacao da junta de Govemo do Paraguai lndependenre.

1814

• Resrauracao de Fernando \ ll; rea~o espanhola a s lutas pelamdependencia na America..

• Inicio do governo de Jose Gaspar de Francia.

1815

• Congresso de Vierra.

• Brasi l: Reino Unido a Portugal e Algarves,

• ProPOSIa de refor rna 3gran3 de Artigas,

81

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1816

• Declaracao de independencia argentina.

• ova in 0portuguesa no Uruguai; encia de Artigas.

1817

• Insurreicao Pernambucana no Brasil.

1818

• Declaracao de independcncia do Chile.

1819

• Batalha de Boyaci: consolidacao da indcpendencia da Col6mbia;

Bolivar torna-se presidente,

1820

• Revolucoes liberal em Portugal e na Espanha.

1821

• Dedaracao de independCncia do • texico.

• Regresso de D. Joao VI a Portugal,

• A Banda Orien al se incorpora ao Brasil com 0nome de Provincia

C. platina.

• Declaracao de independencia da , fuca Central.

1822

• Prodamacao da independencia do Brasil; D. Pedro 1 rorna-se

imperador.

• Agust in Tturbide rorna-se imperador do ~Cxico poe breve periodo.

1823

• Doumna j tonroe: "AAmerica para os america nos '.

1 82

• Batalha d Aya icho: Ultima batalha pela indcpendencia da Arne-

ri espanhola.

• Constirui 0brasileira outorgada por D. Pedro L

1825

• Conzres ) reconhece a Banda Oriental como m egran e daArgentina.

• Dedaracao de guerra do Brasil i Argentina.

1826

• Bernardino Rrvadavia rorna- presiderueda gennna.

182

• Remmcia de Rivadavia.

2

1828

• Pazentre o Brasil e a Argentina: formacao do Estado mdependente

do Lruguai.

1829

• Juan .1anuel de Rosas toma- governador de Buenos Aires.

1830

• Gran Colombia se divide em Colombia, Venezuela e Equador.

• Vi toria em Li tc:ay dos conserv dor sobre os liberae no Chile.

1831

• AIxlinI~o de D. Pedro I.

1833

• Inglate rra ocupa as ilhas ~alvina.s

• Constiruicao conservadora chilena.

1834

• AlO Adicional a Constitui~o brasileira.

183S

• R(' tem grande poder polit ico re os demais caudilh argen-

tinOs.

• Insurreieoes no P a r a Cabanada) e no Rio Grande do Sui (Guerra

dos Farrapos).

1836

• Guerra entre 0Chile e a Confederacao Peru-Bolivia.

• Separacao do Texas do Estauo mexicano.

• Jo se Luis Mora publica Las reooluciones de. Iexico.

1838

• Esteban Echeverria funda a. -S(x;ia\30 de Maio e publica Dogma

socialista:

• Bloqueio de Buen Aires por Irota francesa.

• Interveneao fran em Vera Cruz, no texico.

1 8 9

• V ItOna do Chile. bre a Confederacao Peru=Bolfvia.• Declaracao de guerra do Uruguai a Ro:

• Desmembrameruo da Confederacao Centro-Americana.

1840

• _laioridade de D. pedro Il,

• torte de Froncia no Paraguai

• Fim cia intervencao fraacesa na r ennna,

83

1 2 185S

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• Fundacao cia Unrversidade do Chile.

1843

• Ingleses ocupam a ~losqUllia. na ' icaragua

1845

• Tenruno da Guerra dos Farrapo: no Rio Grande do ul.

• Sarmiento publica Facundo

• Guerra entre 0~1btico e os Estados Unido .

1847

• Inicio ci a Guerra de Casta no Yucatan .. iexico.

• Pr irne lra, assoctacoes rnuruali stas operanas no Chile.

1848

• Termina a guerra entre 0 .\fexico e os Estadoi I "nid . com a

cessao do Te: , do 'O\'O \fexiro e da California aos Esrndos

Unidos.

• Iuta pela defesa cia; terra cornunai em. torelos. no ~Iexico.

19

• Os liberau a!' rurnern 0 poder 0.1Colombia comjose Hilario Lopez,

abolicao dos foros da Igreja repartieao ~ terra: da: ' comunidades

indigenas : pri .mciro. dune. socialistas .

1850

• Tratado C Ia 1on-Rulwer, entre Estados t.nidos e Inglaterra, sabre

a consrrucso de um canal interoceanico na ~kaci rua.

• Abolicao do Irlfko de escravo e lei de Terras no Brasil

1851

• Aboli~o ci a cscravidao na Colombia.

1852

• Queda de Rosas, depois da vuoria de Urquiza em Caseros.

• Formacao cia Confederacao entina. Buenos Aires fica de fora.

18S3

• Constiruicao liberal argentina.

• Con itui~o liberal colombiaea.

• Fundacao da primeira sociedade murualisla no Mhico.

18S

• Revolucao de Ayutla no • {e:ow; liberals no poder,

• Levante artesao em So

• illiarn Walker invade a , . caragua,

• boli<.:ao do: foros rmhtare, t.: cdc: ~ ucos no .\texlco.

18S6

• lei de desamoruzacao de terra,...no , teXICO,

• 'iUiam Walker torna-se presidente da . "lcaragua

I8S'

• Constituicao liberal rnexicana.

• Guerra entre l lbera e .oonservadores.• illiam 'alker e expulso da ,-ic r-J.guapor urn exero 0centro-

america no

• Levante campones contra fazendeir c " em ~tichoacin .. texico

1858

• Levante araucano no Chi le

• .iacioruiliza¢o das terras eta Igreja no ~ fe dco

1860• Bueno Aire> jura a Conslitui~o argentina.

1 8 6 1

• Bartolome Mme torna- e presidente da Argentina.

• Acordo entre Espanha, In laterra e Franca para a inrervencao no

Mexico.

• Desamortizacao das terra da Tgreja na Colombia.

1862

• Francisco Solano Lopez torna-se prestdente do Para zuai.

• Unidade do £stado argentino: Buenos Aires se integra a confe-

dera~l().

1864• .1aximiliano de Ha sbur J() torna-se unperador do "1exico.

• Inicio cia guerra entre Paraguai t: Brasil,

1 8 6 5

• Tra tado da Tripl ice Al ianca Brasil Argentina e Uruguai) contra 0

Paraguai

• urgimenro do jomaJ operario Aurora em Havana; leirura de

texu po lit ico . rue. oflcinas de tabaco.

18 6

• Reurada d< franceses, fuzilarnento de taxaniliano, vitona d

hberae . cum Benito Juarez

18681895

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• Primeira guerra de independencia de Cuba.

1869

• 0 coronel Hermes da Fonseca ocupa ncao.

• Conslitui,.:ao conservadora equa onana.

1870

• Fim da Guerra do Paraguai; derrota dos paraguaios; rnorte de

Solano LOpez.

18'12

• Formacao do Grande Cirrulo Operario, no Mexico.

187

• u c igio unive Ino Chile

1876

• Porfirio Dtaz, presidente do texico.

1878

• paz de Z a n i < > n . pondo fun a guerra de independencia em Cuba,

que permaneee colonia espanhola.

1879

• GUeJl(I do Pacifico entre o Chile e a alian91 Peru=-Bolfvia.

1880

• Federalizacao de Buenos res.

• AboJj~o gradativa da escravidao em Cuba 1880-1

1883

• Terrnino da Guerra do Pacifico, vitoria do Chile.

1886

• Constltulcao conservadora colornbiana

1888

• Aboli~o da escravidao no Brasil.

1889

• Prodamacao da republica no Brasil.• I Conferencia Pan-Arnericana em ashmgton.

1891

• Suicidio do presidente Balmaceda, no Chile.

1894

• Inglaterra deixa a 1osquitia.

• Inicio da segunda guerra de independenda de Cuba.

1 98

• Os Estados Unidos declaram guerra a Espanha, por causa de Cuba:

vuona dos Esrados linidos

• Independertcia nominal cubana

• Tncorporacso de POrto Ricocomo colonia aos Estados nidos.

1899

• Go emo milirar norte-americano em Cuba.1901

• Emenda Plan a Constiruicao :\mana.

1902

• Prirneiro pre: iderue de nacionalidade cubana. Estrada Palma, assu-

me ~o de Cuba.

1903

• separacao do Panama da Colombia; cessao a . E dos Unido: da

zona do canal,

1910

• Revotu~o Mexicana,

1912• Ocupacao miliIar da ~icaragua pelos norte-america no .

1914

• Aberrura do canal do Panama.

86 87

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1. ideologia liberal justificava a a r ua c ao dos lideres cia indepeaden-

cia politica ci a America latina. E"1Cpliquessa aflrmacao.

2. A independenoa politica destruiu 0sistema colonial rnetropolita-

no. Voce concorda com essa aflI1D3~o? Por que!

3. 0 conoeiro de liberdade era 0mesrno para toda a sociedade no

momen 0cia independen . ,

. Q uais os projet politico-ideol6gicos que encaminharam as

propostas de constinncao dos Estados adona'?

5. As classes dominantes. no seus projet de organizacao dos

Estados ..acionais, tiveram sempre a preocupacao com a esrruru-

ra~o do rnundo do t rabalho. Desenvolva essa afinnacao.

6. Analise algumas das difereneas entre liberais e conservadores

mexicanos e seus pares brasileiros.

.... 0 caudilhisrno e urn fenomeno em era I mal compreendido.

. Explicire a relacoes entre 0caudilhi mo e a formacao 'do Estado

nacional na Argentina.

8. Igreja desempenhou no seculo XIX urn papel fundamental no

M~. ico e na Colombia. Indique sua aruacao politica e eus

obieuvos principais.

9. Como se explicam as dificuldades para a co '(Ui91odo Estado

acional na Argentina e a rapida institUJ~o do Estado • aciona!

do Chile?

10. Apresente a -ilua~o pecu l ia r do Paraguai na bacia do Prata e

expUque por que aquele pais atraiu tantos inimigos extern

91

11 0 im~rialismo norte-americano desempeohou urn papel central

1 no momemo da COflSlirui~o do Estado "a ional cubano. Desen,

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rolva idela.

12. A • 'icanigua podia set con iderada nas pIimel!"dS decadas desteseculo urn Estado sobemno? Por que?

13, Explime r.!zOesque levaram 0Brasila m o efetuar mudan~ ...estruturajs significati\'as depots da mdependcncia.

1 . 0 regime rnonarquico e substancialmeme divcrso do regime

republican&.

15. E possfvel estahe1eceT rela~Oe" entre 0 autoritarismo politico

\igente na Amer ica latina e a form.a~o do- Estadosadon . ~

92