7/26/2019 Livro Chove - Perguntas e respostas

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choveconversas de chuva

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Por que a chuva?

A chuva um objeto de fascnio h algum tempo por ser essa parte da natureza que s

bruta, que as linhas retas da cidade no conseguem controlar, e pela fora do imaginrio

em torno dela. Alm dessa questo pessoal, o fato de ser algo comum a todos poderia a

o alcance do trabalho, as chances dele ser entendido. E, por ser um evento mutvel, em

transformao, ainda poderia ampliar as possibilidades de uso da linguagem visual para imagens de teor diametralmente opostas.

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Como foram criados os desenhos para os sons dos elementos? Foram feitos registros d

sua captao?, foram usados mecanismos de converso desses sons para a forma grf

No, no exatamente. Muito do desenho atribudo a cada um desses sons est ligado a

caractersticas mais gerais, a como esses sons so percebidos, como se diferenciam um

e como podem ser descritos: a que palavras podem ser associados. Pode-se falar, aqui,

exerccio de dar forma a ideias, a conceitos, do jeito mais simples e direto possvel, com conceitos mais elementares trazidos pela Gestalt, de como percebemos o que vemos.

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Assim, o som pontual, descontnuo, de uma nica gota de chuva poderia ser definido em

ponto, e a sobreposio desses pontos poderia remeter ao som de milhares de gotas cai

contnuo, linear, dos troves precisaria se prolongar no espao compositivo, como uma lin

Sendo mais forte, intenso, agressivo, que o som da chuva, porm, essas linhas precisaria

desdobradas em figuras slidas que representassem essa intensidade. J a instabilidade

esses rudos sugeriria a construo de smbolos capazes de dotar a composio de certa

por sua orientao, diferenas de peso, de simetria.. Sons mais intensos deveriam ocupaque sons mais leves, que seriam representados por elementos grficos mais sutis.

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Outro aspecto importante para esse desenho que cada elemento da chuva precisava te

configurao distinta, para que fosse possvel distinguir um do outro com facilidade ao lo

narrativa. Por conta disso, o vento, som tambm linear, contnuo, foi apresentado sublim

como uma fora que atua sobre os outros elementos, mas sem um desenho prprio, par

pudesse ser confundido com os troves, e para que os troves no perdessem sua capac

choque quando aparecessem.

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Por que a restrio no uso das cores, usando apenas variaes tonais, branco, preto e

Existem algumas razes que se somaram para essa escolha, o que acabou por torn-la b

orgnica ao projeto, e que inclui, como comentei, a reduo substancial dos custos de im

livro. Essa, porm, no a mais importante: existia a opo clara por uma linguagem mo

permeada de cinzas, pela associao mais imediata da chuva a um dia cinza, melanclic

e mais importante que isso, havia tambm a ideia de construir essa narrativa com uma l

extremamente enxuta, sinttica, para tornar sua apreenso mais direta, e, com isso, evita

sua interpretao. As cores, pelas inmeras sensaes que podem despertar, muitas ligaculturais, e mesmo pessoais, trariam uma variedade de leituras que tornaria mais difcil o

mensagens visuais.

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Por que no associar a chuva a cores? Isso traria diferentes formas de perceber a chuv

Sim, certamente. Uma das possibilidades no desenvolvimento do livro era apresentar exp

chuva em narrativas mais curtas, e no necessariamente relacionadas umas s outras u

de episdios soltos que cobririam vrias formas de perceb-la, e que incluiriam o uso de

relatar uma chuva refrescante num dia quente, por exemplo. O uso apenas do preto, br

de cinza, alm das razes colocadas anteriormente, relaciona-se, tambm, escolha de c

nica narrativa. E a histria que se optou contar parecia no dar espao ao uso das coreperdesse algo de coerncia em sua estrutura.

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A histria contada no livro de uma chuva especfica?

No, at mesmo pela dificuldade de registrar e mensurar a chuva de forma objetiva, con

possvel na transposio de notas musicais para uma partitura, por exemplo. O que fiz

tipos ou experincias de chuva e as diferentes sensaes que cada uma delas poderia tra

catlogo de experincias pessoais, de pessoas que entrevistei e que me trouxeram suas p

impresses e memrias de chuva, de filmes, de relatos, livros. O passo seguinte foi selec

experincias mais comuns, e coloc-las em uma sequncia que fosse no somente fiel a

possvel de eventos, mas que tambm oferecesse um arco narrativo interessante. Por coapoio da estrutura narrativa clssica, e uma certa liberdade em dispor, nessa sequncia,

chuva que no costumam ocorrer exatamente da forma como foi mostrado.

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concepoHenrique MartinsLacuna - design + artes visuais

produo executivaAna Rocha | Art Projects

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