Livro Completo Citros No Sergipe

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citros no semiarido

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  • Aspectos Tcnicos dosCitros em Sergipe

    Editores TcnicosMarcelo Brito de MeloLuiz Mrio Santos da Silva

    AGROPECURIO DE SERGIPEAGROPECURIO DE SERGIPE

    DEAGRODEAGRODEPARTAMENTO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTODEPARTAMENTO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO

  • Embrapa Tabuleiros CosteirosAracaju, SE

    2006

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Embrapa Tabuleiros Costeiros

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Departamento Estadual de Desenvolvimento Agropecurio de Sergipe

    Aspectos Tcnicos dosAspectos Tcnicos dosAspectos Tcnicos dosAspectos Tcnicos dosAspectos Tcnicos dosCitros em SergipeCitros em SergipeCitros em SergipeCitros em SergipeCitros em Sergipe

    Editores Tcnicos

    Marcelo Brito de MeloLuiz Mrio Santos da Silva

  • Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa Tabuleiros CosteirosAv. Beira-Mar, 3250, Caixa Postal 44, CEP 49001-970, Aracaju, SETel. (0**79) 4009-1300Fax (0**79) 4009-1369E-mail: [email protected]

    Comit Local de PublicaesPresidente: Edson Diogo TavaresSecretria-Executiva: Maria Ester Gonalves MouraMembros: Emanuel Richard Carvalho Donald, Jos Henrique deAlbuquerque Rangel, Julio Roberto Araujo de Amorim, Ronaldo SouzaResende, Joana Maria Santos Ferreira

    Superviso Editorial: Maria Ester Gonalves MouraEditorao eletrnica: Diego Corra Alcntara MeloCapa: Diego Corra Alcntara MeloFotos da capa: Fernando Luis Dultra CintraReviso de texto: Luiz Mrio Santos da SilvaNormalizao bibliogrfica: Josete Cunha Melo

    1 Edio1 Impresso (2006): 200 exemplares

    Todos os direitos reservados.A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte,constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610)

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Embrapa Tabuleiros Costeiros

    Melo, Marcelo Brito deAspectos tcnicos dos citros em Sergipe / editores, Marcelo

    Brito de Melo, Luis Mrio Santos de Silva - Aracaju : EmbrapaTabuleiros Costeiros, Deagro, 2006. 1 CD-ROM ISBN 978-85-85809-23-2

    1. Citricultura. 2. Citros Sergipe. 3. Citricultura Manejodo Solo. 4. Citricultura Irrigao. I. Melo, Marcelo Brito de. II.Silva, Luis Mrio Santos da. III. Ttulo CDD 634.3

    Embrapa 2006

  • AUTORES

    Antonia Fonseca de Jesus MagalhesEng. Agrnoma, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

    Antnio Carlos BarretoEng. Agrnomo, Dr., pesquisador da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Fernando Luiz Dultra CintraEng. Agrnomo, Dr., pesquisador da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Ivandro de Frana da SilvaEng. Agrnomo, Professor Dr., Centro de Cincias Agrrias, UFPBE-mail: [email protected]

    Jozio Luiz dos AnjosEng. Agrnomo, Dr., pesquisador da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Jos Unaldo Barbosa SilvaEng. Agrnomo, Supervisor do [email protected]

    Lafayette Franco SobralEng. Agrnomo, Ph.D., pesquisador da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Luiz Francisco da Silva SouzaEng. Agrnomo, MSc., Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

    Luiz Mrio Santos da SilvaEng. Agrnomo, MSc., pesquisador do DEAGRO - Departamento Estadual deDesenvolvimento Agropecurio de Sergipe / Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Luzia Nilda TabosaEng. Agrnoma, MSc., pesquisadora do DEAGRO - Departamento Estadual deDesenvolvimento Agropecurio de Sergipe / Embrapa Tabuleiros Costeiros.E-mail: [email protected]

    Marcelo Brito de MeloEng. Agrnomo, MSc., pesquisador do DEAGRO - Departamento Estadual deDesenvolvimento Agropecurio de Sergipe / Embrapa Tabuleiros Costeiros.E-mail: [email protected]

  • Marcelo Ferreira FernandesEng. Agrnomo, Ph.D., pesquisador da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Marcelo da Costa MendonaEng. Agrnomo, MSc., pesquisador do DEAGRO - Departamento Estadual deDesenvolvimento Agropecurio de Sergipe / Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Ronaldo Souza ResendeEng. Agrnomo, Dr., pesquisador da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

    Roosevelt Menezes PrudenteEng. Agrnomo, MSc., pesquisador do DEAGRO - Departamento Estadual deDesenvolvimento Agropecurio de Sergipe / Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]

  • APRESENTAO

    O Brasil soube muito bem aproveitar as oportunidades de mercadopara citricultura e temos hoje a maior estrutura voltada para a produoe processamento de frutos ctricos do mundo.

    Nesse panorama, Sergipe se destaca por ter o segundo maior plocitrcola do pas produzindo uma mdia anual de setecentas mil toneladasque tm destino para o mercado interno e externo, neste caso comosuco concentrado. So cerca de 50 mil hectares, bem distante, deve-sefrisar, do primeiro que est em So Paulo, mas, de uma imensaimportncia social e econmica para o Estado.

    A partir de 1970 at 1990 tivemos uma citricultura pujante ecrescente, porm, no evolumos em todos os elos da cadeia produtivae os entraves apareceram.

    Hoje nos deparamos com o desafio de mudar para sobreviver.Precisamos identificar bem os gargalos e os meios de super-los paraassegurar o futuro dessa importante cadeia produtiva. De antemo,sabemos que os problemas so muitos e entre os quais os aspectostecnolgicos so uma parte importante.

    O Deagro e a Embrapa Tabuleiros Costeiros tm atuado em conjuntoem diferentes frentes com o objetivo de levar tecnologia ao campo paraa promoo de um desenvolvimento rural sustentvel. A presentepublicao um dos frutos dessas aes em parceria e tem comoproposta oferecer ao assistente tcnico pelo menos uma pequena partede todo cabedal de conhecimentos que ele deve se munir para promovera necessria mudana tecnolgica da nossa citricultura.

    Edmar Ramos SiqueiraChefe-Geral

    Embrapa Tabuleiros Costeiros

    Roberto AlvesPresidente

    Deagro

  • SUMRIO

    CAPTULO 1Caracterizao da Regio Produtora: Solo e Clima

    Fernando Luis Dultra Cintra 11

    CAPTULO 2Manejo do Solo em Citros

    Jozio Luiz dos Anjos, Fernando Luis Dultra Cintra, Antnio CarlosBarreto, Roosevelt Menezes Prudente e Ivandro de Frana da Silva 19

    CAPTULO 3Uso de Leguminosas

    Antnio Carlos Barreto, Jozio Luiz dos Anjos, Marcelo FerreiraFernandes e Lafayette Franco Sobral 25

    CAPTULO 3Uso de Leguminosas

    Antnio Carlos Barreto, Jozio Luiz dos Anjos, Marcelo FerreiraFernandes e Lafayette Franco Sobral 25

    CAPTULO 4Nutrio e Adubao da Laranja

    Lafayette Franco Sobral, Jozio Luiz dos Anjos, Antonia Fonseca deJesus Magalhes, Luiz Francisco da Silva Souza, Antonio Carlos

    Barreto e Jos Unaldo Barbosa Silva 29

    CAPTULO 5Porta-enxertos Ctricos

    Roosevelt Menezes Prudente e Luiz Mrio Santos da Silva 41

    CAPTULO 6Aspectos da Irrigao em Citros

    Ronaldo Souza Resende 51

    CAPTULO 7Pragas dos Citros em Sergipe

    Marcelo da Costa Mendona e Luiz Mrio Santos da Silva 61

    CAPTULO 8Principais Doenas da Citricultura em Sergipe e seu Controle

    Marcelo Brito de Melo e Luzia Nilda Tabosa Andrade 71

  • INTRODUO

    A citricultura que temos atualmenteem Sergipe teve seus primrdios h cercade oitenta anos passados quando mudas delaranja Bahia (laranja de Umbigo) enxertadasem laranja Azeda (L. da Terra) foram trazidaspor tropeiros de Alagoinhas-BA. As plantasformadas por essas mudas certamente fo-ram dizimadas pelo vrus da Tristeza. Con-tudo, os marcos da antiga citricultura queperduraram at o final da dcada de 60 foi ositio Garangau, do saudoso RaimundoFernandes Fonseca e o comeo da produ-o de mudas em Sergipe, implantada peloengenheiro agrnomo Chastinet no antigoposto de fomento agropecurio de Boquim,ento pertencente ao Ministrio da Agricul-tura.

    Na dcada de 70 dois outros marcosficaram gravados na histria da citriculturado Estado. Na verdade uma nova fase seiniciou ainda no final dos anos 60 quando aento ANCARSE passou a incentivar o plan-tio de citros trazendo os clones nucelaresproduzidos em Cruz das Almas-BA. Logo emseguida, como resultado dos estudos bsi-cos realizados no CONDESE, o governo doestado decidiu apostar no desenvolvimentoda cultura dos citros e implantou no antigoposto de fomento do Ministrio a EstaoExperimental de Boquim, vinculada SUDAP,contando com a colaborao da SUDENE edo IPEAL que logo se transformou no Cen-tro da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

    De 1970 a 1985 a citriculturasergipana tomou um vulto surpreendente naagricultura nordestina. Os dois mil hectaresde citros, implantados em Boquim, principal-mente, Pedrinhas e Riacho do Dantas, le-vantados pelo CONDESE em 1968, se trans-formaram em 50 mil hectares distribudospor cerca de 14 municpios do centro sul do

    estado, de Itaporanga dAjuda at a fron-teira da Bahia em Tomar do Geru. A novacitricultura avanou sobre os espaos an-tes ocupados por pastagens, matas secun-darias e remanescentes da mata atlntica.Sustentados pelas novas tecnologiasaportadas pela pesquisa e pela extenso osprodutores aproveitaram com grande xitoa oportunidade de um mercado demandantede frutas ctricas nos principais centros ur-banos do Nordeste e da oferta farta e bara-ta de crdito agrcola para implantarem naregio o segundo plo citricola do pas.

    A partir de 1990 uma conjuno defatores como a falta de investimento pbli-co na pesquisa e na extenso, saturao domercado, perodos de seca, falta de evolu-o tecnolgica dos produtores, principal-mente no setor de comercializao e organi-zao, resultou em anos de inadimplncia nocrdito, no desnimo, na estagnao.

    Juntamente com a rea contgua daregio de Rio Real-BA, o plo citricola de sulde Sergipe constitudo por um grande em-preendimento formado por milhares de pe-quenos agricultores, talvez o maior de todaa citricultura tropical do mundo, no qual es-to centrados direta ou indiretamente, em-prego e condio social de milhares de pes-soas. necessrio que aes sejam empre-endidas para que uma nova etapa venha aser trilhada por essa importante regio pro-dutora.

    Essa publicao no tem o propsitode ser um manual tecnolgico, mais focaapenas alguns pontos importantes para seanalisar e discutir como contribuio ao pro-cesso de gerao de uma nova necessriacitricultura em Sergipe.

    Marcelo Brito de Melo e Luiz Mrio Santos da Silva

  • CARACTERIZAO DA REGIOPRODUTORA: SOLO E CLIMA

    Em todas regies produtoras decitros o pressuposto bsico para explora-o competitiva dessa cultura a presen-a de solos profundos, sem impedimentofsico, com boa drenagem epreferentemente ricos em nutrientes. So-los rasos e reas susceptveis aoencharcamento no so indicados para aexplorao de citros. Para que sejam faci-litadas as operaes mecanizadas e redu-zidos os riscos de eroso, o relevo deveser, preferencialmente, plano suave on-dulado. Na prtica, no entanto, muito di-fcil conciliar esse conjunto de variveis emuma mesma localidade, sendo que, o maiscomum a explorao da cultura em re-as onde as plantas apresentem bom de-senvolvimento vegetativo e produtivo o quepode incluir condies nem sempre favo-rveis mas que, no balano total, permi-tem produtividades elevadas e/ou compa-tveis com as exigncia de mercado.

    No estado de Sergipe nas regiesprodutoras de citros do Centro sul e doNorte os pomares esto concentrados nossolos dos tabuleiros costeiros que apre-sentam desvantagens e vantagens. Essessolos so, em geral, arenosos, pobres emnutrientes e em matria orgnica e socaracterizados pela presena de camadasadensadas (camadas coesas) em muitasclasses de solo, localizadas quase sempreentre 20 e 60 cm de profundidade(Jacomine, 2001). No entanto, apresentamcomo condies favorveis exploraodos citros a topografia, predominante pla-na a suave ondulada, o que facilita bastan-te as operaes mecanizadas, a precipita-o pluvial total ao redor de 1200 mm anu-ais, apesar de ser bastante concentradana maioria dos anos, e a proximidade domercado consumidor.

    As camadas coesas nos solos dostabuleiros so um dos principais entraves produo dos citros nas regies produ-toras do Estado pelas alteraes que cau-sam no movimento de gua e ar no solo epelo aumento que promovem na resistn-cia mecnica penetrao das razes. Es-sas camadas, que se apresentam duras amuito duras quando o solo est seco, soresponsveis por grande parte dos proble-mas ligados produtividade dos pomares,peso e qualidade dos frutos, como tam-bm reduo da vida til das plantas. Suaformao tem origem pedogentica, sema participao do homem, portanto, e re-sulta das manifestaes climticas emorfopedolgicas existentes nas diferen-tes unidades geoambientais que compema unidade de paisagem dos tabuleiros cos-teiros.

    Na Figura 1, so apresentados umsolo com camada coesa e, no detalhe, aposio dessa camada no perfil. Na maio-ria das vezes h dificuldade para identifi-cao da camada coesa, desde quando, asimples observao visual no leva constatao da sua existncia. Profissio-nais mais experientes, pedlogos na maio-ria das vezes, conseguem distingu-las dasoutras camadas do solo observando o es-tgio de dureza, entre outros recursos. Noentanto, para se ter a confirmao defini-tiva da existncia dessa camada, neces-srio a amostragem de solo para determi-nao da densidade global ou a realizaoda medida da resistncia penetrao,feita diretamente no campo, com equipa-mento especial, denominado penetrmetro.Outras determinaes a exemplo da taxade infiltrao de gua no solo,condutividade hidrulica saturada e nosaturada e porosidade, entre outras, con-tribuem para identificao da existncia de

    Captulo 1

    Fernando Luis Dultra Cintra

  • 12

    camadas coesas e do seu grau deadensamento.

    Outro problema recorrente na iden-tificao das camadas coesas no solos dos

    tabuleiros a sua localizao no perfil dosolo que, na maioria das vezes, bastantevarivel podendo situar-se, mesmo que emreas muito prximas umas das outras, a20, 30, 40, 50, ou 60 cm de profundida-de. Em casos mais graves resultantes deprocessos erosivos devido a uso intensivodo solo ou posio no relevo, a camadacoesa pode localizar-se muito prximo superfcie do solo. Na Figura 1 a camadaest localizada a 20 cm de profundidadelogo aps a camada arvel a qual pode seridentificada pela colorao mais escura do

    Fig.1. Perfil de solo de tabuleiro com camada coesa com detalhe dalocalizao da camada dentro do perfil.

    Na Figura 2 possvel observar asuperficializao das razes de laranjeiraPra imposta pela presena de camadascoesas no solo, enquanto que na Figura 3,pode-se verificar alteraes no sistemaradicular, provocadas pela dificuldade queas razes encontram ao tentar penetrar acamada de solo adensada. Quando a situ-ao apresentada nessas Figuras aconte-ce, significa que a presso exercida pelas

    razes foi inferior resistncia mecnicaoferecida pelo solo impedindo-as assim dese aprofundarem e, em muitos casos, cau-sando danos expressivos em parte ou natotalidade do sistema radicular das plan-tas.

    Fig. 2. Distribuio superficial das razes delaranjeira Pra em solo com camada coesa daregio Centro sul do Estado de Sergipe.(Umbaba, SE).

    Fig. 3. Alteraes morfolgicas no sistemaradicular de razes de laranjeira Pra cultivadaem solo com cama coesa. (Umbaba, SE).

    Na Tabela 1 esto apresentados osresultados de algumas caractersticas f-sicas de um solo de tabuleiro da regio Cen-tro Sul do Estado. A existncia de uma pos-svel camada coesa pode ser observada,principalmente, a partir dos dados de den-sidade do solo e porosidade total. Toman-do-se como referncia a densidade do solodo horizonte Ap (1,52 kg dm-3), nota-seque houve um aumento em torno de 17%entre os horizontes Ap e BA. Esse mesmocomportamento pode tambm ser obser-vado com os dados de porosidade total osquais tiveram queda expressiva entre oshorizontes Ap e BA. possvel prever,portanto, que o elevado adensamento dacamada coesa, com menor quantidade deporos, promover alteraes sensveis nadinmica da gua no solo, vital para o cres-cimento e desenvolvimento das plantasctricas.

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  • 13

    O conhecimento por parte doscitricultores da existncia das camadas co-esas nos solos dos tabuleiros e de comoelas interferem nos processos fsicos,hdricos, qumicos e biolgicos, contribui-r para que adotem prticas de manejoajustadas s caractersticas dos seus po-mares. Trabalho conduzido por Cintra etal. (2004), em dois lotes prximos entre sino projeto de irrigao Plat de Nepolis,indicaram que apesar de situarem-se per-to um do outro, as propriedades fsicas ehdricas dos solos variaram bastante emfuno da posio das camadas coesas noperfil e do grau do adensamento que apre-sentaram. Os autores recomendam cuida-dos especiais na seleo das prticas demanejo do solo e da irrigao nos tabulei-ros, as quais devem levar em conta asespecificidades dos solos utilizados mes-mo que a paisagem se apresente muitohomognea.

    Nas regies onde as camadas coe-sas coexistem com longos perodos dechuva e seca, o que acontece na maioriadas reas cultivadas com citros emSergipe, o problema se agrava pois a reado solo explorada pelas razes passa dacondio excessivamente mida na pocachuvosa para a condio de baixo teor deumidade na estao seca. Nessas circuns-tncias, o sistema radicular superficializadoem funo da barreira criada pelas cama-das coesas, submetido a condies dem aerao e de falta de gua, respecti-vamente, gerando forte estresse para asplantas. Os dados apresentados no Figura4, demonstram essa tendncia para

    superficializao das razes de citros napresena de camadas coesas. Nessa Fi-gura observa-se que 61 % das razes lo-calizaram-se nos primeiros vinte centme-tros do solo o que deixar as plantas vul-nerveis ao regime hdrico, com possvelreflexo na reduo da produtividade e navida til.

    Fig. 4. Distribuio em profundidade do sistema radicular de citros, emsolo de tabuleiro da regio Centro Sul do Estado de Sergipe. CEU, EmbrapaTabuleiros Costeiros, Umbaba, SE.

    Tabela 1. Granulometria (g kg-1), densidade do solo (kg dm-3) e porosidade total (%), em solo de tabuleirocom camada coesa da regio Centro Sul do Estado de Sergipe.

    *AMG - Areia muito grossa (2 a 1 mm), AG - Areia grossa (1 a 0,5 mm), AM - Areia mdia (0,5 a 0,25 mm) AF - Areiafina (0,25 a 0,1 mm), AMF - Areia muito fina (0,1 a 0,05 mm).

    Horiz.

    Ap

    BA

    Bt

    Btx1

    Btx2

    Prof.

    (m)

    0,00-0,20

    0,20-0,42

    0,42-0,85

    0,85-1,40

    1,40-2,00

    AMG

    37,00

    26,40

    29,30

    19,30

    22,50

    AG

    200,45

    155,30

    130,15

    105,30

    94,25

    AM

    303,00

    249,00

    196,70

    170,70

    153,30

    AF

    196,65

    173,60

    147,80

    130,60

    130,60

    AMF

    61,50

    63,90

    63,55

    71,20

    75,80

    Areia

    Total

    798,60

    668,20

    567,50

    497,10

    476,45

    Silte

    60,90

    65,25

    79,75

    153,80

    203,85

    Argila

    140,50

    266,55

    352,75

    349,10

    319,70

    Densidade

    do solo

    1,54

    1,72

    1,63

    1,55

    1,53

    Porosidade

    Total

    40,95

    33,88

    36,76

    39,08

    40,00

    Fraes de Areia*

    40 - 60 cm7%

    12

    0 - 20 cm61%

    20 - 40 cm29%

    13

  • 14

    O movimento da gua no solo, pro-cesso que regula o suprimento de guapara as plantas, outra varivel bastanteafetada pela presena de camadas coesasnos solos de tabuleiro e ganha maior im-portncia face caracterstica de produ-o de citros no Estado, predominantemen-te, de sequeiro. Neste cenrio deve-sebuscar alternativas de baixo custo capa-zes de permitir o melhor uso possvel dosrecursos naturais existentes. Entre essasalternativas, destaca-se a busca por por-ta-enxertos adaptados e compatveis comas variedades utilizadas comercialmente,na medida em que, se o suprimento degua irregular nas diversas fases de cres-cimento da planta a necessidade hdricapassa a ser regida, em grande parte, pelosistema radicular do porta-enxerto utiliza-do.

    Trabalho conduzido por Cintra et al(1999) sobre esse tema ressalta que nem

    sempre o maior volume de razes est as-sociado a uma maior tolerncia das plan-tas ao dficit hdrico. Nesse estudo, fo-ram comparados vrios porta-enxertos decitros e cujos resultados so apresenta-dos na Figura 5, o porta-enxertoTangerineira Clepatra foi o que apresen-tou o maior volume de razes mas foi tam-bm o que promoveu o esgotamento maisrpido das reservas de gua no solo levan-do a planta ctrica ao dficit hdrico maisprecocemente. No lado oposto localizou-se o Limoeiro Cravo, com menor volumede razes e esgotamento mais lento dasreservas de gua, contribuindo assim paraum suprimento de gua para as plantasmais regular e duradouro. Verifica-se ain-da nesta Figura, a elevada concentraodas razes de todos os porta enxertos ava-liados nos 0,2m iniciais da superfcie dosolo demonstrando a obstruo da cama-da coesa penetrao das razes.

    0

    0,05

    0,1

    0,15

    0,2

    0,25

    0,3

    0,35

    0,4

    0,45

    0,5

    0 10 20 30 40 50 60

    Comprimento de razes (cm / 0,01 m2)

    Pro

    fund

    idad

    e (m

    )

    V. PalermoV. CatniaL. CravoL. RugosoT. Clepatra

    Fig. 5. Comparao entre porta-enxertos de citros quanto distribuio do sistema radicular emprofundidade. Regio Centro Sul do Estado de Sergipe. V= Volcameriano; L= Limo; T= Tangerina.

    14

  • 15

    Clima

    O regime climtico onde esto loca-lizados os pomares de citros em Sergipe,caracteriza-se pela alta concentrao daschuvas entre abril e setembro e presenade um perodo mais seco entre os mesesde outubro e maro (Figura 6), alm deapresentar temperatura mdia de 24oC eumidade relativa do ar ao redor de 81%.As culturas perenes, a exemplo dos citros,sofrem bastante com o regimepluviomtrico pois, no perodo chuvoso aumidade do solo alta o suficiente para

    promover saturao temporria da cama-da superficial promovendo m oxigenaodo solo e, no perodo seco, em geral maislongo, insuficiente para suprir as neces-sidade das plantas por gua. Pode-se no-tar na figura que a curva de evaporaotem comportamento inverso ao da precipi-tao pluvial o que significa dizer que jun-tas respondem pelos principais problemasrelacionados com fornecimento de guapara a citricultura desenvolvida sob regi-me de sequeiro nos tabuleiros costeiros.

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Meses

    Pre

    cipi

    ta

    o pl

    uvia

    l e E

    vapo

    ra

    o (m

    m)

    Precipitao pluvial (mm)

    Evaporao (mm)

    Fig. 6. Distribuio pluvial e evaporao (mdia mensal) durante os anos de 1998 a 2002. Plat deNepolis, SE.

    Junto com o baixo ndicepluviomtrico dos meses situados entresetembro e abril, outros fatores como abaixa capacidade de reteno de gua dossolos e a presena de camadas coesasimprimem grande vulnerabilidade citricultura praticada nessa regio. Esseconjunto de variveis atuando de formaintegrada, traz problemas ao desenvolvi-mento da planta ctrica, principalmentedurante o perodo seco, quando as reser-vas de gua na camada superficial, ondeest concentrada a quase totalidade do sis-tema radicular, chega a nveis crticos cau-sando danos, muitas vezes, irreversveis produtividade dos pomares.

    Para avaliar a disponibilidade de guaadequada para as culturas necessrio oconhecimento preciso da sua dinmica no

    solo, sem o que, no ser possvel desen-volver estratgias que levem melhoriados sistemas de produo. Em princpio,so as reservas de gua prontamente dis-ponveis e em teores adequados, que per-mitem s culturas atravessar sem gran-des danos ao seu desenvolvimento, osperodos de dficit hdrico. Nas Figura 7 e8, verifica-se uma curva de umidade de umsolo da regio Centro Sul de Sergipe emfuno da precipitao pluvial (Figura 7) eestaes climticas (Figura 8). Com pou-cas variaes, essas Figuras representama situao mdia encontrada em toda aregio produtora de citros do Estado. Combase nas curvas de umedecimento do solopode-se inferir sobre os meses do anoquando a interveno no manejo para con-servao da umidade do solo deve ser in-tensificada. Esse conhecimento gerado no

  • 16

    Fig. 7. Distribuio da umidade do solo em funo do tempo e emrelao precipitao pluviomtrica (media mensal). Umbaba, SE.

    Consideraes finais

    A presena de camadas coesas lo-calizadas prximas superfcie do solo naregio produtora de citros do estado deSergipe, associada ao regime climtico ca-racterstico dessa regio, pode ser consi-derado um dos fatores restritivos produ-tividade dessa cultura pelos efeitos quecausam no movimento e reteno de guano solo e no e aprofundamento do sistemaradicular.

    O impedimento que as camadas co-esas promove no movimento da gua, nosolo e no aprofundamento do sistemaradicular ganha grande relevncia na re-gio Centro Sul do Estado face caracte-

    rstica de produo, predominantemente desequeiro.

    O bom desempenho dos pomaresnas regies produtoras do Estado est con-dicionado ao conhecimento das peculiari-dades das reas em que esto implanta-dos e do ajuste das prticas de manejo dosolo e da cultura s condies especficasdo meio ambiente

    necessria a adoo de cuidadosespeciais na seleo das prticas de ma-nejo do solo e da irrigao na regio Cen-tro Sul do Estado, as quais devem levarem conta as especificidades dos solos uti-lizados e a presena de camadasadensadas superficiais.

    Recomendaes

    Nas reas de produo de citros daregio Centro Sul do Estado de Sergipe imprescindvel a utilizao de prticas demanejo do solo que impeam a perda rpi-da da gua aps a estao chuvosa e queconsiderem o baixo volume do sistemaradicular e sua superficializao impostapelas camadas coesas. A seguir algunsexemplos de prticas que podem ser com-patveis com essa realidade:

    Utilizao de porta-enxerto adapta-do e com caractersticas de resistncia aseca.

    Manuteno de cobertura morta nazona do coroamento utilizando estercos eresduos vegetais de baixo custo cuidandopara evitar amontoa junto ao colo da plan-ta.

    Minimizao das prticas mecaniza-das para evitar o revolvimento excessivodo solo e a acelerao das perdas de guada camada arvel.

    Utilizao de coberturas vegetaisleguminosas nas entrelinhas dos pomares,durante a estao chuvosa, como estra-tgia para melhoria das caractersticas f-sicas, qumicas e biolgicas da zona deexplorao do sistema radicular das laran-jeiras.

    meio real e seguido de aes preventivas,efetivamente implementadas, imprescin-dvel para o estabelecimento de pomaressustentveis e produtivos.

    Distribuio da umidade dos solo no perfil (mdia mensal de cinco repeties) em relao precipitao pluviomtrica (media mensal)

    0

    0,05

    0,1

    0,15

    0,2

    0,25

    0,3

    0,35

    dez/95 jan/96 fev/96 mar/96 abr/96 mai/96 jun/96 jul/96 ago/96 set/96 out/96 nov/96Meses

    Um

    idade

    vol

    umt

    rica

    (m3

    m-3

    )

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Precipitao pluvial (mm)

    Precipitao

    Mdia no perfilMdia da umidade do solo no perfil

    0,00

    0,05

    0,10

    0,15

    0,20

    0,25

    0,30

    0,35

    0,40

    out-95 nov-95 dez-95 jan-96 fev-96 mar-96 abr-96 mai-96 jun-96 jul-96 ago-96 set-96 out-96 nov-96Data

    Um

    idade

    V

    olu

    mt

    rica

    , ( c

    m c

    m-3

    )

    Estao chuvosa

    Estao seca

    Capacidade de campo

    Fig. 8. Distribuio da umidade do solo em funo em funo dasestaes climticas. Umbaba, SE.

  • 17

    Aumento das dimenses das covasde plantio e melhoria na qualidade da suapreparao, para aumentar a possibilida-de de expanso das razes alm das ca-madas coesas.

    Em situaes especificas, devido aoelevado custo, utilizao de subsolagemcomo estratgia para promoveraprofundamento do sistema radicular.

    Referncias bibliogrficas

    CINTRA, F. L. D.; LIBARDI, P. L.; JORGE,L. A. C. Distribuio do sistema radicularde porta-enxerto de citros em ecossistemade tabuleiro costeiro Revista Brasileira deFruticultura, Cruz das Almas, BA, v. 21,n. 3, p. 313-317, 1999.

    CINTRA, F. L. D.; PORTELA, J. C.;NOGUEIRA, L. C. Caracterizao fsica ehdrica em solos dos tabuleiros costeirosno distrito de irrigao Plat de Nepolis.Revista Brasileira de Engenharia Agrcolae Ambiental, Campina Grande, PB, v. 8,n. 1, p. 45-50, 2004.

    JACOMINE, P. K. T. Evoluo doconhecimento sobre solos coesos noBrasil. In: WORKSHOP COESAO EMSOLOS DOS TABULEIROS COSTEIROS,2001, Aracaju. Anais... Aracaju: EmbrapaTabuleiros Costeiros, 2001. 339 p. p. 19-45.

  • MANEJO DO SOLO EM CITROS

    As tcnicas de manejo do solo dospomares de citros j vm sendo estuda-das h mais de 40 anos. Mesmo assim,na atualidade ainda h pesquisas, indaga-es e controvrsias sobre a melhor prti-ca de manejo que resulte em maior renta-bilidade, assegure diminuio de impactoambiental e promova sustentabilidade.

    J na dcada de 60 Gallo eRodriguez apresentaram resultados de pes-quisa demonstrando a potencialidade daadubao verde e do uso de coberturamorta. Na Bahia, Passos et al. (1973) re-latam o potencial da grade e da adubaoverde. Cintra e Coelho (1983) estudaramo efeito do manejo na conservao do soloe j tinham preocupao com a escassezhdrica na citricultura nordestina, comenfoque na competio entre a vegetaoespontnea e as plantas ctricas. Em SoPaulo, na dcada de 90, alguns estudosressaltam o valor das leguminosas no ma-nejo do pomar e na disponibilizao de Npara os citros. Outros, porm, no obser-varam efeito dos sistemas de manejo naprodutividade dos citros.

    Pesquisadores e professores daUFBA e da Embrapa Fruticultura Tropical,respectivamente, tm orientado muitas dis-sertaes sobre o tema e divulgado o ma-nejo dos pomares com leguminosas,subsolagem e herbicida, e apresentamrestrio do manejo com grade. Tambma equipe de solo da Embrapa Tabuleiroscosteiros vem pesquisando o uso deleguminosas e sistemas de manejo empomares de citros. Apesar dessa gama depesquisa h nuances que precisam serdetalhadas, por exemplo, localizao dasubsolagem, umidade do solo etc.

    O objetivo desse captulo informar

    sobre os mtodos de manejo do solo emcitros pesquisados principalmente na re-gio citrcola de Sergipe e Bahia.

    Preparo do solo na Implan-tao

    Desmatamento

    A rea para implantao do pomardeve ser preparada com antecedncia deum ano, ou seja, retirada de rvores, ar-bustos, tocos e razes deve ocorrer bemantes do plantio seja para viabilizar os tra-tos culturais assim como para evitar do-enas fngicas nas razes dos citros cau-sadas pelo apodrecimento das razes re-manescentes, por esse motivo no re-comendvel a implantao do pomar logono ano do desmatamento, e sim o cultivode plantas anuais ou leguminosas (Koller,1994). No se deve esquecer o combates formigas cortadeiras antes do preparodo solo, evitar o fogo na rea e tambm aperda da camada superficial do solo du-rante o desmatamento.

    Preparo do solo

    Aps o desmatamento, o preparo desolo mais comum antigamente era comuma ou duas araes profundas em toda area seguida de destorroamento enivelamento com duas gradeaes. Atu-almente, com a maior conscientizao emrelao a conservao do solo commobilizao mnima, realiza-se osulcamento ou se necessrio a subsolagemna linha de plantio, para melhor incorpora-o de calcrio dolomtico e fsforo e tam-bm visando maior aprofundamento dasrazes das plantas ctricas.

    Captulo 2

    Jozio Luiz dos Anjos, Fernando Luis Dultra Cintra, Antnio Carlos Barreto, RooseveltMenezes Prudente e Ivandro de Frana da Silva

  • 20

    Subsolagem

    Processo de aplicao de subsoladora profundidade maior que 30cm para me-lhor arejamento, drenagem, maiorarmazenamento de gua em profundidade,e maior penetrao de razes em soloscompactados ou naturalmente adensados- a exemplo dos solos dos tabuleiros cos-teiros. A subsolagem serve tambm paraelevao da fertilidade do solo em profun-didade pela maior incorporao do calcrioe fsforo.

    Na citricultura paulista, asubsolagem mais utilizada em reascomprovadamente compactadas, de reno-vao ou implantao de pomar novo, pre-ferencialmente em faixa larga nas linhasde plantio devido o alto custo de aplicaocom mquinas de grande potncia (acimade 100 HP) para o rompimento do solo emprofundidade.

    Fig.2. Colheita de laranja em 4 anos sob efeito de grade(gd), roadeira (r) e feijo de porco (fp) com (c) e sem (s)subsolagem. (Anjos, 2006).

    Fig.1. Altura das plantas ctricas (cm) aos 10 anos de idade sob efeitode grade, roadeira e feijo de porco com e sem subsolagem (Anjos,2006).

    Em reas citrcolas dos tabuleiroscosteiros da Bahia, Rezende et al. (2002)relatam experincia positiva comsubsolagem na implantao de pomar dotangerina Murcott. A subsolagem foi apli-cada na linha de plantio e houve melhordesenvolvimento das plantas aos 2 anosde idade. Tambm Carvalho e Vargas(2004) relatam respostas positivas deproduo em pomar de citros (Pra / Cra-vo) com o manejo na entrelinha comsubsolagem e uso de feijo de porco(Canavalia ensiformis,(L), D.C.) tanto emSergipe como na Bahia, em Latossolo eArgissolo. Por outro lado, em pesquisa de10 anos sobre o mesmo assunto, Anjos(2006) no verificou efeito significativo dasubsolagem, aplicada na entrelinha do po-mar isoladamente, no desenvolvimento (Fi-gura 1) e produo (Figura 2) da laranjeiraPra sobre Cravo em Argissolo de ta-buleiro, em Sergipe, apesar de ter verifi-cado efeito positivo da subsolagem quan-do seguida do plantio de leguminosa ematributos fsicos do solo, assim como Car-valho et al.( ).Altura das plantas ctricas-10 anos

    AaaA

    aAaAaA aA

    220235250265280295310325

    Grade Roadeira F. porco

    co m sub so lag em sem subsolagem

    Colheita total de frutos em 4 anos

    1 1 7 a 1 1 7 a

    9 6 b 9 3 b

    1 2 2 a 1 2 4 a

    5 0

    6 5

    8 0

    9 5

    1 1 0

    1 2 5

    gd c gd s r c r s fp c fp s

  • 21

    Portanto, h ainda necessidade demaior aprofundamento de pesquisa sobreo manejo do solo com subsolador nos ta-buleiros costeiros.

    Como controlar o mato nalinha e na rua do pomar?

    O controle da vegetao espont-nea na linha e entrelinha do pomar visa aobteno de maior produtividade de citrospela diminuio da competio da vegeta-o espontnea por gua e nutrientes.Outro aspecto importante do manejo dosolo no pomar a manuteno ou melhoriafsica, qumica e biolgica do solo que con-tribuir para a conservao do solo esustentabilidade da atividade.

    O manejo ideal do solo em pomaresest em funo de fatores como clima,solo, topografia e aspectos econmicoscomo tamanho do pomar e disponibilidadede mquinas (Koller, 1994). Segundo Tersi(2003) em termos econmicos no hmuito impacto sobre o tipo de manejo numpomar de citros. Mesmo assim, deve-seconsiderar o impacto do tipo de manejo nadegradao do ambiente(solo,gua,etc).Dentre os sistemas de manejo mais utili-zados esto o uso de grade durante todo oano, alternncia entre roadeira no pero-do de chuva e grade no perodo seco, atu-almente o mais utilizado na citriculturasergipana e o consrcio de leguminosa nasguas plantadas a lano e grade no pero-do seco.

    Na linha de plantio ainda comumduas capinas com enxada e uma roagemem pequenas propriedades e uso doherbicida glifosato nas mdias e grandesreas cultivadas com citros, em mdia 2aplicaes , uma no incio das guas e ou-tra no incio do perodo seco. O uso doglifosato alm de evitar o corte de razesque possibilita o surgimento de doena(gomose), segundo Carvalho (2005), mais barato (20 a 30%) e no causa pro-blema ambiental por ser biodegradvel nosolo.

    Fig.3. Produo total de 4 anos de pomar - Pra/Cravo dos 7 aos 10 anos sob efeito de sistemasde manejo (Anjos,2006)

    Grade de disco

    Implemento agrcola mais utilizadonos pomares da Regio Nordeste. Nacitricultura paulista vem sendo substitu-da pela roagem da entrelinha por no ha-ver risco de competio da vegetao es-pontnea por gua com os citros, por cau-sa do clima. O tipo de grade mais utilizada a de arrasto com dois eixos em V e 20discos de 36cm. um dos mtodos maiseficientes para o controle do mato por pro-mover sua incorporao superficial no solo.

    O aspecto negativo da grade o ris-co de degradao do solo pela exposioao sol e chuva, principalmente quando oseu uso excessivo. A grade tambm pro-voca corte das radicelas superficiais pos-sibilitando infeco por fungos de solo. Oseu uso no perodo seco pulveriza o solopromovendo partculas suspensas ( poei-ra) que recobrem as folhas de citros dimi-nuindo a capacidade fotossinttica influ-enciando na diminuio da produtividade.O uso constante da grade pode estimularo surgimento de pragas por falta de abrigopara os insetos predadores de pragas peladiminuio da biodiversidade da vegetaoespontnea. Por tudo isso, vrios autoresno recomendam mais o uso de grade empomares, entretanto, o assunto no estainda esgotado pois, apesar desses aspec-tos, a praticidade da grade e boa respostade produtividade no pomar parecem supe-rar os inconvenientes sinalizando para ouso racional como uma opo principal-mente na Regio Nordeste onde a compe-tio por gua um dos principais fatoresna reduo da produtividade, conforme fi-gura 3 apresentada por Anjos (2006). Nes-se caso recomenda-se o uso criterioso,de maneira superficial, e no mximo 1 a 2vezes ao ano.

    C o lheita to tal em 4 ano s

    9 4 b

    1 2 3 a1 1 7 a

    5 0

    6 5

    8 0

    9 5

    1 1 0

    1 2 5

    Gr a de Ro a de i r a F. por c o

  • 22

    to de N s plantas ctricas quanto a adu-bao com uria, promovendo inclusive amesma produtividade mdia (30 t/ha/ano).

    Consideraes finais

    Dentre os sistemas de manejo es-tudados e divulgados nas condiesedafoclimticas da citricultura em Sergipee na Bahia, mesmo considerando que o as-sunto no est esgotado, pode se con-cluir que:

    O uso de leguminosas na entrelinhado pomar no perodo das guas e incorpo-rao com grade no incio do perodo secopromove produtividade de 30t/ha, melhoriafsica e na conservao do solo;

    O uso de grade o ano inteiro temprodutividade estatisticamente igual aomanejo com leguminosa, entretanto compotencial de degradao do solo a longoprazo.

    A subsolagem aplicada na entrelinha dopomar no influencia na produtividade, emborapromova alguma melhoria fsica no solo;

    A roagem do mato na entrelinha dopomar de citros, mesmo no perodo da chu-va, deve ser considerada com critrio ecautela devido ao risco de competio, nascondies da Regio Nordeste.

    Referncias bibliogrficas

    ANJOS, J. L. Sistemas de manejo emargissolo dos tabuleiros costeiros cultivadocom citros. 2006. 86 f. Tese (Doutorado)-Centro de Cincias Agrrias, UniversidadeFederal da Paraba, Areia. 2006.

    ANJOS, J. L. Atributos fsicos de umargissolo em pomar ctrico sob sistemasde manejo mecnico e biolgico nostabuleiros costeiros. CONGRESSOBRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 18.,2004, Florianpolis. Resumosexpandidos... Florianpolis, SC: SBF, 2004.

    CARVALHO, J. E. B. Manejo de plantasdaninhas. In: SANTOS FILHO, H. P.;MAGALHES, A. F. de J.; COELHO, Y. da

    Roadeira

    O uso de roadeira na entrelinha dopomar no perodo das guas em substitui-o a grade recomendado nos pomarespaulistas (Tersi, 2003) e tambm muitoutilizado na citricultura de Sergipe e Bahia.Referindo-se a questo ambiental, esse ma-nejo correto considerando que a manu-teno da vegetao espontnea no pomarpromove abrigo para inimigos naturais depragas, protege o solo contra a eroso epromove a conservao e melhoria das ca-ractersticas fsicas e hdricas, assim comoa possibilidade de reciclagem de nutrientese manuteno e/ou adio de matria or-gnica.

    Cintra et al. (1983) citam a impor-tncia da roagem da vegetao espont-nea para a conservao do solo, em po-mares da Regio Nordeste. Entretanto,ressaltam que h risco de competio des-sa vegetao por gua e nutrientes comas plantas ctricas, no perodo seco, devi-do sua melhor adaptao, por isso reco-mendam a sua incorporao nesse pero-do.

    Uso de leguminosas

    As leguminosas so bastantedivulgadas em todo o mundo pela capaci-dade de simbiose com bactrias fixadorasde nitrognio, principalmente, na atualida-de com a conscientizao ambiental j nombito tecnolgico. As leguminosas tam-bm so de grande importncia para a con-servao do solo pela rapidez da cobertu-ra, proteo do solo contra eroso e pos-sibilidade de reciclagem de nutrientes decamadas mais profundas para a superf-cie, aps a incorporao. H pesquisa emSo Paulo demonstrando que a sua utili-zao como cultura intercalar pode suprirtodo o nitrognio necessrio s plantasctricas at o quarto ano de idade (Silva,1995) . Em Sergipe, Anjos et al. (2004)relatam pesquisa em pomar adulto decitros consorciado com Canavaliaensiformis e Crotalaria juncea. Essasleguminosas controlaram totalmente a ve-getao espontnea, no perodo das guas.Foram tambm to eficientes no suprimen-

  • 23

    S. (Ed.). Citros: o produtor pergunta e aEmbrapa responde. Braslia, DF: EmbrapaInformao Tecnolgica, 2005. cap. 9.p.73-81.

    CARVALHO, J. E. B. de; VARGAS, L.Manejo e controle de plantas daninhas emfrutferas. In: VARGAS, L. ROMAN, E. S.Manual de manejo e controle de plantasdaninhas. Bento Gonalves, RS: EmbrapaUva e Vinho, 2004. p. 481-517.

    CINTRA, F. L. D.; COELHO, Y. da S.;SOBRINHO, A. P. da C.; PASSOS, O. S.Caracterizao fsica de solos submetidoa prticas de manejo em pomar de laranjaBaianinha. Pesquisa AgropecuriaBrasileira, Braslia, DF, v. 18, n. 2, p. 173-176, 1983.

    GALLO, R; RODRIGUEZ, O. Efeito dealgumas prticas de cultivo do solo nanutrio mineral dos citros. Bragantia,Campinas, SP, v. 19, n. 23, p. 345-359,1960.

    KOLLER, O. C. Citricultura-laranja, limo etangerina. Porto Alegre, RS: RIGEL, 1994.446 p.

    PASSOS, O. S.; CUNHA SOBRINHO, A.P.; COELHO, Y. da S. Manejo do solo empomar de citros. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2.Viosa, 1973. Anais... Viosa: SociedadeBrasileira de Fruticultura, 1973. v. 1, p.249-256.

    REZENDE, J. O. et al. Citricultura nos soloscoesos dos tabuleiros costeiros: anlisee sugesto. Salvador: SEAGRI/ SPA. 2002,97 p. (Srie de Estudos Agrcolas: 3).

    SILVA, J. A. A. A consorciao de adubosverdes na cultura de citros em formao.1995. 116 f. Dissertao (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz deQueiroz, Universidade So Paulo,Piracicaba, 1995.

    TERSI, F. E. A. Avaliao de mtodos demanejo do solo e de plantas daninhas emum pomar de laranjeira Valncia. 2001.78 f. Tese (Doutorado)-FCAV-UNESP,Jaboticabal, 2001.

  • USO DE LEGUMINOSAS

    Captulo 3

    Antnio Carlos Barreto, Jozio Luiz dos Anjos, Marcelo Ferreira Fernandes eLafayette Franco Sobral

    A prtica da adubao verde temsido considerada capaz de promover amelhoria de caractersticas fsicas, qu-micas e biolgicas dos solos. A litera-tura relata aumento dos teores de car-bono, da capacidade de troca de ctions(Testa et al., 1992; Debarda & Amado,1997; Bayer & Mielniczuk, 1997a) e daformao e estabilizao de agregados(Paladini & Mielniczuk, 1991), o quetorna os solos mais resistentes de-gradao pelo impacto da chuva eincrementa os teores de N total do solo(Bayer & Mielniczuk, 1997 b). Para ossolos dos tabuleiros costeiros, que emgeral apresentam baixos teores de ma-tria orgnica, a adubao verde cer-tamente tem potencial para promovermuitos benefcios.

    Na atualidade pode-se conceituara adubao verde como a utilizao deplantas em rotao, sucesso ouconsorciao com as culturas, incorpo-rando-as ao solo ou deixando-as nasuperfcie, visando-se a proteosuperficial, bem como a manuteno emelhoria de caractersticas do solo, in-clusive at profundidades significati-vas. Eventualmente, partes das plantasutilizadas como adubos verdes podemter outra destinao como, por exem-plo, produo de sementes, fibras, ali-mentao animal, etc. (Calegari et al.,1993).

    Leguminosas

    Quando a adubao verde feitacom leguminosas, alm de outros bene-fcios, quantidades expressivas de nitro-gnio podem ser adicionadas ao solo apsincorporao destas plantas, em funoda fixao biolgica deste nutriente, re-sultando em menor necessidade de utili-zao de adubos nitrogenados mineraispara que altas produtividades sejamalcanadas pelas plantas ctricas. A fa-mlia das leguminosas compe-se de nu-merosas espcies que apresentamcaractersticas diversas quanto ao ciclovegetativo, produo de fitomassa, por-te e ainda uma ampla diversidade de exi-gncias em relao a clima e solo. Naescolha de espcies a serem recomen-dadas para uma determinada regio, de-vem-se procurar combinaes dessesfatores que atendam s exigncias lo-cais, dando-se preferncia as que produ-zam maior volume de matria seca, asmenos sujeitas a pragas e doenas e asque possuam sementes relativamenteuniformes e fceis de semear, tanto ma-nualmente como atravs de mquinas.

    Caractersticas de espcies deleguminosas, testadas nas condies doEstado de Sergipe, entre as quais desta-cam-se o guandu comum, labe-labe e fei-jo-de-porco so apresentadas na Tabe-la 1 (Barreto & Fernandes, 1999).

  • 26

    Tabela 1. Produo mdia de matria seca da parte area, teor de nitrognio e caractersticas tcnicaspara o cultivo exclusivo de leguminosas, avaliadas nas condies dos tabuleiros costeiros do Estado deSergipe.

    Manejo das entrelinhas doscitros

    A utilizao de culturas intercalaresnas entrelinhas em nada prejudica a for-mao dos citros, desde que se tomemmedidas adequadas, principalmente, noplantio e na manuteno (limpas e aduba-o). J foram realizados diversos estu-dos com feijo, milho, amendoim, inhame,fumo, maracuj, abacaxi, mamo com re-sultados bastante positivos. Essa umaopo atrativa principalmente do ponto devista econmico e/ou de aumento de ofer-ta alimentar, em geral utilizada nos primei-ros anos de implantao do pomar, em fun-o do pouco sombreamento exercido pe-las plantas ctricas, sem no entanto, ne-cessariamente promover benefcios, emrelao preservao ou melhoria dascaractersticas do solo.

    O manejo tradicional das entrelinhas,com o uso excessivo de gradagem visan-

    do o manejo de plantas infestantes, temcontribudo para agravar problemas rela-tivos aos solos dos tabuleiros costeiros,tais como predominncia de teores bai-xos de matria orgnica, baixos valoresde CTC e baixa capacidade de retenode gua, que aliado ao adensamento ca-racterstico da camada coesasubsuperficial, tem afetado a dinmicada gua no perfil do solo, dificultando asua infiltrao. Esses fatores restringemo desenvolvimento do sistema radiculardas plantas, que fator condicionantepara obteno de altas produtividades,atravs da explorao de um maior volu-me de solo. Nos tabuleiros costeiros daBahia e Sergipe, vem se obtendo bonsresultados com o manejo do solo nasentrelinhas do citros, utilizando-se cober-tura vegetal com feijo-de-porco (Figura1), associada ao uso de herbicida ps-emergente base de glifosato nas linhase de subsolador nas entrelinhas, a inter-valos de quatro a cinco anos, para ate-

    (1)EC-Espaamento entre covas; (2)Sem/m - Quantidade de semente por metro linear; (3)Para plantio a lano usar mais 20%.

    Guandu comum

    Labe-labe

    Feijo-de-porco

    Mucuna preta

    C. juncea

    C. ochroleuca

    C.spectabilis

    Calopognio

    Mucuna rajada

    C. breviflora

    Guandu ano

    8,61

    8,21

    7,72

    6,27

    6,39

    6,23

    6,08

    4,34

    4,57

    4,53

    4,04

    2,28

    3,50

    3,43

    3,26

    2,25

    2,33

    2,38

    2,85

    3,28

    2,41

    2,26

    0,5-1,0

    0,50-0,80

    0,5-1,0

    0,5-1,0

    0,25-0,50

    0,25-0,50

    0,25-0,50

    0,5-1,0

    0,5-1,0

    0,25-0,50

    0,25-0,7

    20

    40

    40

    40

    20

    20

    20

    20

    40

    20

    20

    10-15

    8

    5

    5

    15-20

    20-25

    15-20

    20-25

    5

    15-20

    10-15

    15-25

    25-35

    150-170

    70-80

    5-10

    3-5

    3-7

    2-4

    55-65

    4-7

    5-15

    45-55

    45-50

    150-170

    70-80

    25-35

    13-18

    15-20

    8-15

    55-65

    15-20

    20-30

    1000 a 2000

    500 a 1000

    800 a 1200

    1000 a 1500

    1000 a 1300

    -

    1000

    500 a 800

    1500 a 2100

    -

    1000 a 2000

    146

    150

    130

    115

    56

    77

    96

    146

    83

    83

    77

    Espcies

    Prod. mdia demat. seca (MS)da parte area

    (t ha-1)

    N

    na MS(%)

    Espaamento entre linhas

    (m)

    Peso de100

    sementes (g)

    Quant. desementes para

    plantio(3)

    (kg/ha)

    Produo mdiade sementes

    (kg/ha)

    FloraoPlena(dias)

    Densidade

    EC(1)

    (cm)

    Sem./m(2)

    (no)

  • 27

    nuar o adensamento caracterstico da ca-mada coesa. Esse sistema tem promovi-do a melhoria de caractersticas do solo,aumento de produtividade e diminuiodos custos na explorao do citros (Car-valho et al, 1996).

    Fig. 1. Cultivo de feijo-de-porco nasentrelinhas do pomar ctrico.

    Com o plantio de leguminosas nasentrelinhas, tambm possvel a redu-o do uso de fertilizantes nitrogenadosminerais em at 50 % (Tabela 2), o quese reflete positivamente na diminuio decustos, alm de proporcionar condiesmais favorveis do ponto de vistaambiental (Anjos et al, 2004).

    Tabela 2. Produtividade mdia de frutosem quatro anos (2001-2004) consideran-do a fase de maior estabilizao do po-mar ctrico (7 a 10 anos de idade).

    Anjos et al, 2004

    A- mato + 100%N mineral

    B- Crotalaria juncea + 0% de N mineral

    C-Feijo de porco + 0% de N mineral

    D- Crotalria juncea + 25% de N mineral

    E- Feijo de porco + 25% de N mineral

    F- Crotalria juncea + 50% de N mineral

    G- Feijo de porco + 50% de N mineral

    H- Mucuna preta + 50% de N mineral

    I- Mato + 0% de N mineral

    t/ha

    33,76

    33,87

    34,56

    38,79

    36,35

    35,27

    37,22

    29,50

    23,09

    TratamentoProdutividade m-dia dos citros de2001 a 2004

    Recomendaes prticas

    Calagem e adubao

    Os solos dos tabuleiros costeiros emgeral so de baixa fertilidade e portanto,necessitam de correo da acidez e de adi-o pelo menos dos macronutrientes fs-foro e potssio nas entrelinhas, para a im-plantao das leguminosas, o que deve serfeito sempre quando possvel, tomando-sepor base resultados de anlises de solo.Vale ressaltar que essa adubao pode be-neficiar diretamente as plantas ctricas, medida que o desenvolvimento lateral dasrazes tenha alcanado as entrelinhas. Asleguminosas naturalmente dispensam ouso do nitrognio o qual obtm atravs dafixao simbitica com bactrias dos g-neros Rhizobium e Bradyrhyzobium.

    Plantio e manejo da biomassa

    O plantio das leguminosas deve serfeito no incio do perodo chuvoso (abril amaio), em geral a lano (Tabela 1), composterior incorporao das sementes comuma gradagem leve. No final desse pero-do, quando a competio por gua torna-se crtica, a massa vegetal desenvolvidanas entrelinhas roada e deixada sobrea superfcie.

    Produo de sementes

    A produo de sementes deleguminosas na prpria propriedade deveser incentivada, pois, alm da reduo doscustos, uma forma do agricultor se fa-miliarizar com as principais espcies quepodem ser utilizadas e gradativamenteperceber a importncia da adoo da pr-tica da adubao verde, no aumento ben-fico da diversidade biolgica e na melhoriada qualidade do solo, incorporando-a ao seuprocesso produtivo.

    Adotando-se as orientaes tcni-cas da Tabela 1, deve-se planejar a produ-o de sementes, em rea separada, deacordo com a quantidade necessria parautilizao da adubao verde na proprie-dade.

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  • 28

    Referncias bibliogrficas

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  • NUTRIO E ADUBAO DA LARANJA

    A citricultura uma das principaisatividades agrcolas de Sergipe, pois geraemprego e renda para a populao da re-gio Centro Sul do Estado. Na regiocitricola de Sergipe, os Latossolos Ama-relos e os Argissolos Amarelos so ossolos que ocorrem com maior freqncia.Ambos so originrios do Tercirio, comalto grau de intemperizao, com baixo teorde matria orgnica e predominncia dacaulinita na frao argila (Jacomine, 1996;Sobral, 1984). So solos de baixa fertili-dade e sem a prtica da adubao, a pro-dutividade dos pomares muito baixa(Sobral et al., 1974, 1998, 2000).

    Captulo 4

    Lafayette Franco Sobral, Jozio Luiz dos Anjos, Antonia Fonseca de Jesus Magalhes,Luiz Francisco da Silva Souza, Antonio Carlos Barreto eJos Unaldo Barbosa Silva

    Remoo de nutrientes e res-posta da laranjeira a aduba-o

    Cada tonelada de laranja Praacumula 2,080 kg de N, 0,185 kg de P,1,505 kg de K, 0,456 Kg de Ca, 0,114 Kgde Mg, 0,137 kg de S, 2,4 g de B, 0,6 g deCu, 0,9 g de Mn, 0,7 g de Zn e 5 mg deMo. (Malavolta & Violante Neto, 1989).

    Embora as recomendaes de ferti-lizantes no possam se basear somentenas quantidades de nutrientes exportados,estes nmeros do uma indicao do quenecessita ser reposto, pensando-se na ma-nuteno da capacidade produtiva do soloe na preservao ambiental. Experimentosde adubao tem sido conduzidos com oobjetivo de estudar a resposta da laranjei-ra aos nutrientes bem como calibrar as re-comendaes de adubao com base naanlise qumica do solo. Quaggio(1992)observou respostas significativas positivasda laranja aplicao de N. A dose calcu-lada para mxima produtividade foi de 220kg ha-1. Sobral et al., (2000) observaram

    resposta linear ao N. A deficincia do nu-triente diminuiu o tamanho dos frutos, noinfluenciando na qualidade dos mesmos.

    Apesar das quantidades de fsfororequeridas pela planta ctrica serem bemmenores quando comparadas com as declcio, nitrognio e potssio, em solos tro-picais, onde o teor de fsforo muito bai-xo e o mesmo um fator limitante da pro-duo. Quaggio (1992) observou respostalinear ao fsforo, at a dose de 140 kg ha-1 de P, quando o teor do nutriente no soloera 4 mg dm-3 , pelo mtodo da resina tro-cadora de ons. Nos solos onde os teoresde fsforo eram maiores que 9 mg dm-3

    pelo mesmo mtodo, no foram observa-das respostas. Em um Latossolo Amarelodos tabuleiros costeiros com 1,1 mg kg-1

    de P pelo mtodo Mehlich 1. Sobral et al.,(2000) observaram efeitos positivos do Pna produo, porcentagem de suco e narelao slidos solveis/acidez.

    A adubao potssica importanteparticularmente quando o objetivo pro-duzir para o mercado in-natura, pois a de-ficincia de potssio no somente causaqueda de frutos e impede o crescimentodos que permanecem, mas tambm por-que o nutriente que mais afeta a suaqualidade. Quaggio (1992) encontrou res-postas lineares ao potssio quando o teordo nutriente em um LE - distrfico era 27,3mg dm-3. Em relao qualidade de fruto,Du Plessis & Koen, (1984, 1989) obser-varam aumento do tamanho do fruto comaplicao de potssio. Em um LatossoloAmarelo dos tabuleiros costeiros com 47mg kg-1 de K pelo Mehlich 1, Sobral et al.,(2000) observaram que o K aumentou aproduo, o tamanho dos frutos e a aci-dez, diminuindo, porm a relao slidossolveis/acidez.

  • 30

    Fig. 1. Folha de muda de laranja pra com deficincia de N.

    Em Sergipe os micronutrientes cujasdeficincias ocorrem com maior freqn-cia so o Mn e o Zn. Em vinte e cincoporcento dos pomares h deficincia decobre, enquanto que s raramente cons-tata-se deficincias de boro.

    Funes e sintomas de defi-cincia dos nutrientes

    Nitrognio

    O nitrognio absorvido pelas plan-tas, preferencialmente, nas formas inicasde nitrato NO3- e amnio NH4

    +. O nitrog-nio mvel na planta e utilizado na snte-se de aminocidos que compem as pro-tenas, sendo tambm necessrio paraoutros compostos, como a clorofila, ci-dos nuclicos e enzimas. O nitrognio teminfluencia na fixao de frutos novos e naqualidade dos mesmos (Marschner, 1995).Os sintomas de deficincia de N caracte-rizam-se por clorose generalizada (cor verdeplido evoluindo para amarelecimento dasfolhas), conforme mostrado na Figura 1,retardamento do crescimento das plantase modificao da morfologia das folhastornando-as pequenas. Quando a deficin-cia se assevera as folhas velhas senesceme caem prematuramente e ocorre osecamento dos ponteiros dos ramos (Malavolta & Violante Neto, 1989 e MattosJunior et al., 2005).

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    Fsforo

    O fsforo absorvido pelas plantasprincipalmente na forma H2PO4

    -1 e o pro-cesso de absoro dependente do pH.Na planta, o fsforo participa das reaesligadas ao ADP, as quais envolvem o trans-porte de energia. A deficincia de fsforocausa a diminuio do crescimento, sendoobservado folhas maduras de tamanho au-mentado, sem brilho e coriceas. Frutosesponjosos com o columela aberta e ci-dos (Malavolta & Violante Neto, 1989 eMattos Junior et al., 2005).

    Potssio

    O potssio o nico nutriente queno um constituinte de estruturas org-nicas. O potssio absorvido na formainica e tende a permanecer na planta nes-ta mesma forma. O potssio essencialpara a translocao de acares e para aformao de amido e tambm necess-rio para os processos de abertura e fecha-mento dos estmatos. Folhas novas commargens secas, diminuio do tamanho dosfrutos os quais podem cair em caso dedeficincia severa so sintomas da defici-ncia de K (Malavolta & Violante Neto,1989 e Mattos Junior et al., 2005). Nacitricultura sergipana comum encontrar-se frutos com a parte superior ou total-mente sem suco, popularmente denomina-dos cabea seca os quais so resultan-tes de um suprimento inadequado de po-tssio.

    Fruto com cabea seca.

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  • 31

    Clcio

    O clcio absorvido na forma deCa+2 e de reduzida mobilidade. As fun-es do nutriente na planta esto relacio-nadas parede celular como constituinteda mesma. Na laranjeira, a concentraode clcio na folha maior que todos osdemais nutrientes. Plantas deficientes emclcio apresentam folhagem pouco densa,o que pode tambm esta relacionado a ou-tros nutrientes como o caso do N. Comoo sintoma no facilmente encontrado osteores de clcio no solo e na planta devemser monitorados (Malavolta & Violante Neto,1989 e Mattos Junior et al., 2005).

    Magnsio

    O magnsio absorvido na formade Mg+2 e faz parte da molcula da cloro-fila. Os sintomas de deficincia aparecemprimeiro nas folhas velhas os quais carac-terizam-se por uma clorose interneval emforma de V invertido ( Malavolta & ViolanteNeto, 1989 e Mattos Junior et al., 2005).

    Enxofre

    O enxofre absorvido principalmen-te na forma de SO4

    -2. Tambm pode serabsorvido pelas folhas na forma SO2, es-pecialmente em reas onde a atmosfera enriquecida atravs das indstrias. cons-tituinte de trs aminocidos (cistina,metionina e cisteina), sendo, portanto, es-sencial para a sntese de protenas. Atranslocao do enxofre no ocorre dasfolhas mais velhas para as mais novas(Marschner, 1995) e em funo disto ossintomas de deficincia ocorrem nas fo-lhas mais novas as quais tornam-se ver-de-amareladas (Malavolta, 1989).

    Boro

    O boro absorvido na forma deH3BO3 e relativamente imvel na planta.O boro tem funo no transporte de a-cares e na sntese de cidos nuclicos(Marschner 1995). A deformao das fo-lhas novas e a morte da gema apical comocorrncia de brotaes laterais oriundasde gemas axilares so os principais sinto-mas de deficincia de B. Os frutos oriun-

    dos de plantas deficientes em B apresen-tam o albedo mais espesso e bolsas degoma (Malavolta, 1989 e Mattos Junioret al., 2005).

    Cobre

    O cobre absorvido na forma deCu+2 e participa dos processos defotossntese, respirao e regulaohormonal, sendo pouco mvel na planta(Malavolta et al., 1989). Bolsas com gomanos ramos e frutos com erupespardacentas na superfcie da pele so osprincipais sintomas de deficincia de Cu(Malavolta, 1989 e Mattos Junior et al.,2005). Em Sergipe observa-se como sin-tomas mais destacados a presena de fru-tos no maduros com a casca com colora-o verde-plida e com pontuaesnecrticas que vo aumentando com o ama-durecimento do fruto formando uma cros-

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    Fig. 2. Frutos com deficincia de Cu.

    Mangans

    O mangans absorvido na formade Mn+2 e pouco mvel na planta, parti-cipando dos processos de fotossntese,respirao e sntese de protenas. Folhasde tamanho normal com clorose internevalcaracterizam a deficincia de Mn (Figura3)(Malavolta, 1989 e Mattos Junior et al.,2005).

    Fig. 3. Sintoma de deficincia de Mn em folhade laranja.

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  • 32

    Zinco

    O zinco absorvido na forma deZn+2 e pouco mvel na planta. Participados processos de respirao, controlehormonal e sntese de protenas. Cloroseinterneval nas folhas novas as quais sode tamanho reduzido, estreitas elanceoladas e ocorrem em ramos cominterndios curtos so os principais sinto-mas de deficincia de Zn (Figura 4)(Malavolta, 1989 e Mattos Junior et al.,2005).

    Fig. 4. Folhas com sintoma de deficincia de Zn.

    Ferro

    O ferro absorvido na forma deFe+3 e pouco mvel na planta. Participados processos de fotossntese, respiraoe assimilao de nitrognio e de enxofre.Os sintomas de deficincia de Fe caracte-rizam-se por clorose generalizada e tama-nho menor das folhas novas cujas nervurasso verde escuro (Malavolta, 1989 eMattos Junior et al., 2005). um sintomararo em condies de campo porm muitofreqente em viveiros telados quando no feito o suprimento adequado desse mi-neral.

    Determinao da necessida-de de calagem e adubao

    Anlise de Solo

    Fundamentos

    A anlise de qumica do solo parafins de recomendao de fertilizantes ba-seia-se no fato de que processos qumi-cos removem do solo quantidades de nu-

    trientes que se correlacionam com as quan-tidades extradas pelas razes das plantas.No Brasil dois mecanismos so utilizadosmais extensivamente. A dissoluo cidarepresentada principalmente pelo Mehlich1 (Kuo, 1996; Silva, 1999)e a troca inicarepresentada pela resina (Raij et al., 1986).Experimentos de campo so conduzidospara determinar a relao entre as quanti-dades de nutrientes aplicadas, a produoe o teor do nutriente no solo medido porum determinado mtodo.

    Coleta de amostras

    A amostragem constitui-se em im-portante fator de sucesso na anlise dosolo, pois, amostras no representativas,levaro a erros nas recomendaes de fer-tilizantes. Em pomares j instalados asamostras de solo devem ser coletadas naprojeo da copa das rvores - local deadubao - tomando-se cerca de 20 sub-amostras em cada rea homognea doplantio de at aproximadamente 10 ha, asquais comporo uma amostra. As amos-tras devem ser retiradas decorridos, nomnimo, sessenta dias da ltima adubaona profundidade de 0 a 20cm quando aamostragem tiver com objetivo a recomen-dao de adubao e na profundidade de20 40cm, quando o objetivo for identifi-car limitaes qumicas ao desenvolvimen-to radicular, como deficincia de clcio epresena de alumnio. Para fins decalagem, a amostragem dever ser efetu-ada tambm nas entrelinhas, na profundi-dade de 0 a 20cm. Quando da instalaodo pomar, a rea a ser plantada deve serdividida em talhes uniformes, retirando-se tambm cerca de 20 sub-amostras porcada talho, para compor uma amostra.Na coleta das sub-amostras a rea de cadatalho deve ser percorrida em ziguezague,buscando cobrir toda a superfcie da rea.As amostras assim coletadas serviro tan-to recomendao da calagem como daadubao. Na Figura 5 mostrada umaseqncia de fotografias do processo decoleta de amostras de solo em pomar delaranja.

  • 33

    Fig. 5. Coleta de amostra de solo em pomarde laranja.

    Interpretao dos resultados da anlisequmica do solo

    A interpretao da anlise qumicado solo efetuada comparando-se os re-sultados analticos encontrados, com fai-xas de teores dos nutrientes que repre-sentam condies de baixa, mdia e altafertilidade e servem de base para as reco-mendaes de calagem e adubao, visan-do a obteno de melhores produes.Estas faixas de teores so estabelecidasatravs de experimentos de calibrao con-duzidos no campo. Quando da interpreta-o de resultados de anlises de solo, asunidades que expressam os teores dosnutrientes no solo e os mtodos de anli-se devem ser considerados. Por recomen-dao da Sociedade Brasileira de Cinciado Solo, mais recentemente tm sido utili-zadas as unidades adotadas pelo SistemaInternacional de Unidades e deve-se estaratento para o caso do fsforo que agora expresso em mg dm-3 mas que e igual appm e para o caso dos cations trocaveisque agora sao expressos em mmolc dm-3

    que e igual a 10 x meq /100g, ou 10 xcmolc dm-3. Esta unidade facilita o clculoda capacidade de troca cationica, pois oclcio, o magnsio e o sdio tambm soexpressos em mmolc dm-3.

    Quanto aos mtodos o laboratriodo Instituto Tecnolgico de Pesquisa doEstado de Sergipe, utiliza o Mehlich 1 paraP e K, Mn, Zn e Cu, a extrao com KCl1 N para Ca+2, Mg+2, e Al+3. O pH e me-dido em gua e a matria orgnica e deter-minada pelo mtodo de Waklley & Black,cujos mtodos foram compilados por Sil-va(1999). As tabelas de interpretao dosresultados foram elaboradas para seremutilizadas quando estes mtodos foremutilizados. Entretanto, parte dos laborat-rios que efetuam analises de solo para finsde recomendao de fertilizantes no Bra-sil, medem o pH em CaCl2 (cujos resulta-dos so menores que os obtidos quando opH e medido em gua), utilizam o mtododa resina trocadora de ons para P, K Ca eMg e o DTPA para Mn, Zn e Cu (Raij et al.,1986). Portanto, para interpretao deanlises realizadas por estes mtodos, umespecialista dever ser consultado, pois,

  • 34

    os resultados obtidos, so diferentes da-queles obtidos pelos mtodos citados an-teriormente.

    Anlise Foliar

    Fundamentos

    A diagnose foliar consiste na deter-minao das quantidades dos elementosde uma folha previamente estabelecida. Omtodo baseia-se no fato de que um au-mento na concentrao de um determina-do elemento ou elementos na folhacorresponde a um aumento de produo.Essa correspondncia, em geral, medidaatravs de coeficientes de correlao e/ou determinao, de acordo com a formado grfico obtido quando so computadosteores de nutrientes na abcissa (x) e pro-duo na ordenada (y).

    Fig. 6. Indicao da posio do ramo e da folha a ser amostrada.

    Interpretao dos Resultados

    Os resultados da anlise foliar po-dem ser interpretados usando-se o nvelcrtico, valor abaixo do qual, a probabilida-de de resposta ao uso de fertilizantes alta. importante diferenciar nvel crticobiolgico, que calculado procurando-se oponto mximo de crescimento ou produ-o, e o nvel crtico econmico, que levaem considerao a relao preo do pro-duto/preo dos fertilizantes. A metodologiade clculo do nvel crtico consiste em ob-ter um modelo que melhor defina a relaoentre a quantidade de nutrientes aplicada,o teor deste na folha e a produo. Valelembrar que, para o clculo, so conside-rados perodos de 3 a 5 anos para que in-

    Coleta de amostras

    As amostras de folha da laranjeirapodem ser coletadas em ramos com e semfrutos. Neste trabalho, sugere-se a coletaem ramos com frutos, pois mais fcilidentificar a folha a ser coletada. As fo-lhas devem ser coletadas em cadaquadrante da planta (norte, sul leste e oes-te); os frutos dos ramos de onde serocoletadas as folhas devem ter em tornode 4 cm de dimetro; a folha a ser coleta-da deve ser a terceira a partir do fruto eno deve estar danificada, conforme indi-cado na Figura 6. Para cada dez hectaresde pomar homogneo, quanto idade, de-senvolvimento das plantas e variedades decopa e porta enxerto, amostrar 25 plan-tas. As folhas coletadas devem ser acon-dicionadas em sacos de papel e enviadasimediatamente ou armazenadas em refri-gerador, at o envio ao laboratrio.

    corporem as variaes que por venturaocorram. Na tabela 1 so mostradas fai-xas de teores dos nutrientes na folha dalaranjeira. O limite inferior da faixa ade-quada corresponde aproximadamente aonvel crtico.

    As analises qumicas do solo e dafolha so complementares e quando usa-das conjuntamente, fornecem uma visomelhor que cada uma separadamente. Osresultados das analises devem ser arma-zenados, preferencialmente na forma digi-tal, pois a serie histrica de resultados,juntamente com as anotaes de aduba-es realizadas, facilita a tomada de deci-so quanto s adubaes futuras (Quaggioet al., 2005).

  • 35

    Calagem e adubao da laranjeira

    Calagem

    Os solos onde est implantada acitricultura no Estado de Sergipe, sopedogeneticamente cidos, e essa acidezpode se agravar em funo de um manejoinadequado do pomar, o que causa a redu-o da produtividade da laranja em funoda toxidez do Al+3 e dos baixos teores deCa+2 e Mg+2 no solo. A calagem realiza-da para corrigir a acidez do solo atravsda insolubilizao do Al+3 e aumento dosteores de Ca+2 e Mg+2. O material utiliza-do o calcrio, que obtido pela moagemde rochas contendo carbonatos de clcioe de magnsio, cuja qualidade aferidaatravs do PRNT Poder Relativo deNeutralizao Total, o qual depende dasquantidades destes carbonatos e dagranulometria. A legislao brasileira exi-ge que os calcrios agrcolas apresentemPoder de Neutralizao (% de equivalenteem CaCO3) mnimo de 67 %, soma de %CaO + % MgO mnima de 38% e PRNTmnimo de 45%. Calcrios denominadoscalcticos apresentam teor de MgO menor

    que 5% e os dolomticos so aqueles quecontm mais de 5% de MgO.

    Clculo da necessidade de calagem

    Mtodo do alumnio trocvel

    O mtodo do alumnio trocvel continuasendo o mais amplamente utilizado em solos tro-picais, onde predomina minerais de argila de bai-xa atividade como a caulinita e xidos de ferro ealumnio, associado a baixos teores de matriaorgnica, nos quais a presena de alumniotrocvel considerada a principal causa da aci-dez dos solos. O mtodo visa alm da neutralizaodo alumnio trocvel, garantir um teor mnimo de2 cmolc dm

    -3 de Ca+2 + Mg+2, atravs das fr-mulas:

    NC = 2 x Al x f ou NC = 2 (Ca + Mg) x f(utilizando a que recomendar maior dose)

    onde

    NC = necessidade de calagem em t/ha(para calcrio com 100% de PRNT)

    f = 100/PRNT (correo do PRNT docalcrio comercial)

    Tabela 1. Faixas de teores dos nutrientes na folha da laranjeira.Adaptado de Malavolta& Violante Neto (1989) e Quaggio et al., (2005).

    Nutriente

    N

    P

    K

    Ca

    Mg

    S

    Mn

    Zn

    B

    Cu

    Mo

    Baixo

    2,0

    35

  • 36

    Mtodo da saturao por bases (V%)

    Baseia-se na estreita correlao existen-te entre o nvel de acidez do solo (pH) e V%, ouseja, quanto maior o pH, maior o V% do solo.Dessa forma, calculando-se as doses de calcriopara elevar V% at valores adequados, automa-ticamente se estar elevando o pH do solo e eli-minando as consequncias indesejveis do exces-so de acidez. Esse mtodo em relao ao anterior considerado mais flexvel, pois permite calcu-lar a quantidade de calagem necessria, para seatingir uma determinada percentagem de satura-o de bases, de acordo com as exigncias dasculturas. Em geral considera-se que aneutralizao do alumnio suficiente apenas parase alcanar cerca de 40% da saturao por ba-ses, segundo Raij e Quaggio, (1997). Sobral etal., (1998) observaram, que a elevao dos te-ores de Ca+2 + Mg+2 para 3,0 cmolc dm

    -3 equi-valeu a uma saturao por bases de 50%.

    O clculo da calagem por este m-todo feito atravs da frmula:

    NC = CTC (V2-V1)/ PRNT

    onde

    NC-necessidade de calagem em tha-1

    CTC - capacidade de troca de ctions ex-presso em cmolc dm

    -3

    CTC quantidade total de cargas negati-vas, ou seja, a soma das bases (Ca+2,Mg+2, K+ e Na+) + (H + Al+3). Esta CTC denominada CTC a pH 7,0 pois a anlisedo (H + Al+3) realizada a pH 7,0.

    V2 - saturao por bases a ser alcanada

    V1 - saturao por bases atual do solo anlise do solo

    PRNT - poder relativo de neutralizao total docalcrio impresso na sacaria do calcrio.

    Para citros procura-se elevar a saturaopor bases para 70 % na profundidade de 020cm (Quaggio et al., 1992). Os autores tambmsugerem que o teor de Mg no solo seja mantidono mnimo em 4 ou idealmente em 8 mmolcdm

    -

    3. O calcrio deve ser espalhado em toda a reae incorporado atravs de gradagem superficial em

    pomares j implantados Entretanto, resultadosobtidos por Anjos (1997) indicam que so neces-srias maiores quantidades de calcrio que asobtidas pela formula NC = CTC (V2-V1)/ PRNTutilizada para o clculo e que grande parte docalcrio aplicado e incorporado com gradeniveladora em um Argissolo Acinzentado deUmbaba Se, no ultrapassou a profundidadede 10 cm.

    Na implantao do pomar, quando a an-lise qumica do solo indicar necessidade decalcrio, o mesmo deve ser distribudo em toda area antes da arao e/ou gradagem. Entretanto,parte do calcrio tambm poder ser misturado terra superficial que encher a cova. A quantida-de de calcrio a ser aplicado em cada cova deve-r ser calculado com base na proporo volumede solo em um h considerando a profundidadede 10 cm e o volume da cova.

    Correo da acidez subsuperficial

    A ocorrncia de acidezsubsuperficial, caracterizada por alta satu-rao de Al+3 e baixos teores de Ca+2 e deMg+2 nas camadas mais profundas do solo,limita o crescimento radicular das plantas.Dados ainda no publicados pelo autor, ob-tidos em um Argissolo dos tabuleiros cos-teiros, indicam que a aplicao de gessomelhora o crescimento radicular da laran-jeira. Entretanto, como o mecanismo de atu-ao do gesso baseia-se no carreamentode ctions para camadas subsuperficiais,os teores de Ca, Mg e K devem sermonitorados atravs da anlise foliar. Tmsido propostos vrios critrios para calculara quantidade de gesso. Malavolta (1992)sugere que o gesso deve ser aplicado, quan-do a saturao de clcio na CTC for menorque 40% e quando a saturao do alum-nio for maior que 20%. Alvarez V. et al.,(1999) sugerem que o gesso deve ser utili-zado em solos com menos de 4 mmolc dm

    -

    3 de Ca+2 ou mais de 5 mmolc dm-3 de

    Al+3 . Em se tratando de citros, os citadosvalores devem ser observados na camada20 40cm. Alvarez V. et al., (1999) su-gerem que a quantidade de gesso a ser uti-lizada seja 25% da necessidade de calagemcalculada tanto pelo mtodo do Al+3

    trocvel, quanto pela saturao por bases.O valor obtido corrigido para a profundi-

  • 37

    dade, multiplicando-se a necessidade degesso pelo quociente obtido da diviso daespessura da camada que se quer corrigirpor 20 cm, que a profundidade para aqual foi calculada a calagem. Por exemplo,se a necessidade de calagem for 2 t ha-1 anecessidade de gesso ser 500 kg ha-1.Como se quer melhorar o ambiente radicularat 40 cm, a dose de gesso a ser aplicadaser 1000 kg ha-1 [QG = 500 * (40cm/20cm)]. Em solos com teor de argila menorque 20%, com predominncia de caulinitae baixos teores de matria orgnica, o quecompreende a grande maioria dos solosonde esta implantada a citricultura no Es-tado de Sergipe, a dose de gesso no deve-r ultrapassar 2 t ha-1.

    Adubao

    Adubao para pomar em formao

    Na implantao do pomar, nas re-as cultivadas com laranja no Estado deSergipe sugere-se a aplicao de 500 g desuperfosfato simples na cova de plantio.O fertilizante devera ser misturado a terrasuperficial que servir para encher a cova,

    juntamente com o calcrio. A aplicao deuma fonte de matria orgnica na cova deplantio e desejvel, observando-se o cus-to da mesma. No caso de aplicao de umafonte orgnica na cova de plantio, deve-seesperar no mnimo trinta dias para o plan-tio, pois o processo de mineralizao damatria orgnica exotrmico, o que podeprejudicar a muda.

    Convm lembrar, que o atual proces-so de produo de mudas em ambiente pro-tegido e em sacos plsticos, favorece opegamento das mesmas, pois praticamen-te no h estresse durante o processo detransposio do viveiro para o campo, pois,as razes so envoltas pelo substrato, uti-lizado na produo da muda.

    As sugestes de adubao para opomar do primeiro ao quinto ano so mos-tradas na tabela 2. Estas sugestes fo-ram elaboradas com base em curvas deresposta ao nutriente para N, enquanto paraP e K, considerou-se a anlise qumica dosolo.

    Tabela 2. Sugestes de adubao com N, P e K para a laranja em formao. Adaptado de Magalhes(1989).

    O N e K devem ser fracionados emduas aplicaes no inicio e no final do pe-rodo chuvoso enquanto que o P deve seraplicado de uma s vez (Silva et al 1984).

    Adubao para pomar em produ-o

    A adubao com N deve ser feita combase na anlise foliar e a com P e K com basena anlise qumica do solo, de acordo com a

    tabela 3, a qual, contm a primeira aproximaode recomendaes de fertilizantes para laranjaem produo, fruto de trabalhos desenvolvidosno Estado de Sergipe. O plantio de leguminosasnas entrelinhas do pomar, uma opo como fontesupridora de N, cujos detalhes so discutidos nocaptulo. A adubao com enxofre deve ser feitacom base na anlise foliar. Quando o teor de en-xofre na folha for menor que o teor adequado, oS deve ser aplicado. A primeira opo utilizar osuperfosfato simples ou o sulfato de amnio, que

    Idade

    Anos

    1

    2

    3

    4

    5

    N

    Kg ha-1

    60

    80

    100

    120

    160

    0 - 6

    40

    50

    50

    60

    60

    g dm-3

    7 - 12

    P2O5 kg ha-1

    30

    30

    30

    40

    40

    P no Solo Mehlich 1

    12 - 20

    20

    20

    20

    20

    30

    0 - 30

    60

    80

    100

    120

    140

    g dm-3

    31 - 50

    K2O kg ha-1

    40

    60

    80

    80

    100

    K no Solo Mehlich 1

    51 - 75

    -

    -

    40

    60

    80

  • 38

    contm 12 % e 24 % de S respectivamente. Ogesso tambm pode ser utilizado como fonte deS. Neste caso, as quantidades a serem utilizadasso mais baixas que aquelas usadas para corrigira acidez subsuperficial.

    Quando os teores de clcio emagnsio estiverem abaixo de 20 e 8 mmolcdm-3 respectivamente, provavelmente osolo estar necessitando de calagem, pr-tica que repe estes dois nutrientes. Quan-do o Mg estiver abaixo de 8 mmolc dm

    -3 ouquando o teor de Mg na folha estiver abai-xo do valor adequado, deve-se aplicarcalcrio dolomtico. Como a solubilidade doMgCO3 baixa, tornando a disponibilizaodo Mg mais lenta, o mesmo deve ser apli-cado no solo na forma de xido, ou atra-vs de adubao foliar na forma de sulfa-to de magnsio 4 g L-1 do sal.

    A adubao com Zn, Mn, Cu e Bdeve ser feita sempre que os teores no soloforem menores que o limite inferior da fai-xa mdia ou quando os teores na folha fo-rem menores que os respectivos nveis cr-ticos. Os micronutrientes podem ser apli-cados via solo ou via foliar. No solo os

    micronutrientes podem ser aplicados na for-ma de sais, quelatos sintticos e oxi-silicatos (fritas). Os micronutrientes tam-bm podem ser fornecidos atravs de for-mulas N:P:K, s quais so adicionados. Aadubao foliar tambm pode ser utilizada,porm, devido baixa translocao dosmicronutrientes na planta, precisa ser re-petida nas brotaes mais significativas,quando as folhas ainda so jovens, comcutcula pouco desenvolvida. As doses re-comendadas so: Zn na forma de ZnSO4. 7H2O 5 g L

    -1 do sal ; Mn na forma de MnSO43 g L-1 do sal e B na forma de H3BO4 1 g L-1 do cido. A adio de 5 g L-1 de uria calda e recomendada. A presena de Cuem fungicidas diminui a probabilidade deocorrncia de deficincia. Entretanto, ocor-rendo deficincia a adubao foliar comCu deve ser feita com oxicloreto de cobrena dosagem de 3 g L-1 do produto. A pulve-rizao com Cu tambm pode ser feita com3 g L-1 de CuSO4. Entretanto, para prevenirefeito txico do sulfato de cobre, e neces-srio adicionar 5 g L-1 Ca(OH)2. Este com-posto e denominado cal apagada, pois pro-vem da reao do CaO com a H2O, no pro-cesso de fabricao da cal.

    Tabela 3. Recomendaes de N, P e K para laranjeira em produo com base nas anli-ses de folha e solo. Adptado de Raij et al., (1997), Magalhes (1989) e conforme resul-tados obtidos para P e K por Sobral et al. (2000).

    N Folha - g kg-1

  • 39

    O N e K devem ser fracionados emduas aplicaes no inicio e no final do per-

    Tabela 4. Primeira aproximao de classes de teores de micronutrientes no solo. Zn.Mn e Cu pelo Mehlich 1 e B pelo mtodo da gua quente. Adaptado de Ribeiro et., al(1999) e Quaggio et., al (2003).

    odo chuvoso enquanto que o P deve seraplicado de uma s vez (Silva et al 1984).

    Agradecimentos

    Agradecemos ao Assistente de Pes-quisa Paulo Sergio Santos da Mota e aoAssistente de Operaes Raimundo Josedos Santos, pela colaborao nas foto-grafias.

    Referncias bibliogrficas

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    Micronutriente

    Zinco

    Mangans

    Cobre

    Boro

    Baixo

    0,9

  • 40

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  • PORTA-ENXERTOS CTRICOS

    Captulo 5

    Roosevelt Menezes Prudente e Luiz Mrio Santos da Silva

    Com a abertura de mercado, ocitricultor sergipano compete com produ-tores de outros estados e at de outros pa-ses, esses muitas vezes com melhores con-dies edafoclimticas, de infra-estruturae de crdito. Para tanto o citricultor temque buscar prticas e tecnologias para me-lhorar sua competitividade e rentabilidade,entre as quais se destaca a escolha do por-ta-enxerto adequado variedade copa es-colhida. Para que essa combinao copa/porta-enxerto proporcione rentabilidade elongevidade indispensvel que estejaadaptada s condies de solo e de climalocais. Portanto, a qualidade dessa combi-nao fundamental para o sucesso ouinsucesso da explorao. De nada bastaruma excelente muda, do ponto de vistavegetativo e fitossanitrio, se a mesma forformada com materiais copa e/ou porta-enxerto com caractersticas indesejveis,pois os prejuzos sero inevitveis. Muitasdessas caractersticas indesejveis no sopercebidas na hora da aquisio das mu-das, mas causaro grandes prejuzos ao re-duzir o desenvolvimento vegetativo, a pre-cocidade, a produtividade e a longevidadedo pomar, dentre outros.

    Ressalte-s