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Análise das Demonstrações Financeiras 1

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini2

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRASTEORIA E PRÁTICA

2ª Edição

• Novas Estruturas das Demonstrações Financeiras (Lei 11.941/09)• Novos Princípios Contábeis (Res. 1.282/10)• Fácil Entendimento

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini4

CONSELHO EDITORIAL:Aderbal N. MüllerDoutor pela UFSC em Engenharia de Produção eMestre em Contabilidade pela UNISC; Professor eCoordenador dos Cursos da Pós-graduação emContabilidade Gerencial e Auditoria e de Controlado-ria da UNIFAE, em Curitiba; Auditor e Perito Judicial;Autor com 7 livros publicados.Geraldo PeçanhaDoutor em Teoria Literária e Mestre em EstudosLiterários pela UFSC; Professor da Pós-graduação doIBPEX - Instituto Brasileiro de Pós-graduação; Autorde mais de 20 livros.José Henrique de FariaPós-Doutorado em Labor Relations pela ILIR - Uni-versity of Michigan; Doutor em Administração pelaUniversidade de São Paulo - FEA/USP; ProfessorTitular da UFPR, Programa de Pós-graduação emEducação (Mestrado e Doutorado); Pesquisador eLíder do Grupo de Pesquisa Economia Política doPoder e Estudos Organizacionais - UFPR/CNPq edo Grupo de Teoria Crítica em EPPEO - PMOD--FAE/CNPq; Membro do Conselho Científico da Áreade Estudos Organizacionais - EOR-C, da ANPAD;Autor de 9 Livros científicos.Lauro Brito de AlmeidaDoutor e Mestre em Controladoria e Contabilidadepela USP; Professor Doutor Adjunto da UFPR.Lúcia Helena Briski YoungFormada em Direito, com Especialização em DireitoTributário; Contadora, com Especialização emAuditoria e Controladoria Interna; Administradora,com Especialização em Gestão Empresarial e Direito;Instrutora/Palestrante de Cursos Tributários; Mem-bro Honorário do Instituto Brasileiro de PlanejamentoTributário IBPT; Membro Consultivo da AssociaçãoPaulista de Estudos Tributários APET; Membro

Consultivo do ICBrasil - Instituto de Contabilidadedo Brasil; Autora com 18 livros publicados.Luciano SalamachaDoutorando em Administração; Mestre em Engenhariade Produção pela UFPR; Pós-graduado em GestãoIndustrial e MBA em Gestão Empresarial; Professor daPós-graduação da FGV; Autor com 2 livros publicados.Luiz Carlos de SouzaMestre em Ciências Contábeis e Atuariais pelaPUCSP; Especialista em Administração Financeira eem Política e Estratégia; Professor do Departamentode Ciências Contábeis da UFPR nos cursos deGraduação e Pós-graduação; Membro da Academiade Ciências Contábeis do Paraná; Membro-Fundadordo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário;Autor com 2 livros publicados.Marcos KahtalianMestre em Multimeios pela UNICAMP e Pós-gradua-do em Administração de Marketing pela FAE/PR; Pro-fessor de Graduação e Pós-graduação da UNIFAE,em Curitiba.Sady Ivo Pezzi JúniorMestrando em Educação e Trabalho pela UFPR;Pós-graduado em Gestão da Qualidade pelo Institutode Tecnologia do Paraná e em Marketing pelaUNIFAE; Professor e Coordenador do Curso deAdministração da UNIFAE.Wilson Alberto Zappa HoogMestre em Ciência Jurídica; Perito Contador; Audi-tor; Consultor Empresarial; Palestrante; Especialistaem Avaliação de Sociedades Empresárias; Professor--doutrinador de Perícia Contábil, Direito Contábil e deEmpresas em cursos de Pós-graduação; Bacharelem Ciências Contábeis; Autor com 16 obras publi-cadas.

ISBN: 978-85-362-

Brasil: Av. Munhoz da Rocha, 143 – Juvevê – Fone: (41) 3352-3900Fax: (41) 3252-1311 – CEP: 80.030-475 – Curitiba – Paraná – BrasilEuropa: Rua General Torres, 1.220 – Loja 15 – Centro ComercialD’Ouro – 4400-096 – Concelho de Vila Nova de Gaia – Porto – Portugal

Editor: José Ernani de Carvalho PachecoEditor adjunto: Luiz Augusto de Oliveira Jr.

Cruz, June Alisson Westarb.C957 Análise das demonstrações financeiras: teoria e prática./ June

Alisson Westarb Cruz, Emir Guimarães Andrich, Alexandre Mugnaini./ 2ª edição./ Curitiba: Juruá, 2011.

???p. 1. Demonstrações financeiras. 2. Contabilidade. I. Andrich,

Emir Guimarães. II. Mugnaini, Alexandre. III. Título.CDD 657 (22.ed)CDU 657

Visite nossos sites na internet: www.jurua.com.br e www.editorialjurua.come-mail: [email protected]

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June Alisson Westarb CruzMestre e Doutorando em Administração Estratégica pela PUCPR.

Emir Guimarães AndrichMestre em Educação e Graduado em Ciências Contábeis pela Unifae – Curitiba.

Alexandre MugnainiMestre em Administração Estratégica e Professor da PUCPR

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRASTEORIA E PRÁTICA

2ª Edição

• Novas Estruturas das Demonstrações Financeiras (Lei 11.941/09)• Novos Princípios Contábeis (Res. 1.282/10)• Fácil Entendimento

CuritibaJuruá Editora

2011

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AUTORES

Prof. June Alisson Westarb CruzDoutorando em Administração pela Pontifícia Universida-de Católica do Paraná (PUCPR), Mestre em AdministraçãoEstratégica pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná(PUCPR), Pós-graduado em Contabilidade e Finanças pelaUniversidade Federal do Paraná (UFPR), Especialista emDocência Universitária pela Fundação Getúlio Vargas(FGV) e Graduado em Ciências Contábeis pela UNIFAE –Business School. Ex-oficial do Exército Brasileiro (R-2),atualmente é coordenador do Instituto Superior de Admi-nistração e Professor da Pontifícia Universidade Católi-ca do Paraná, integrante do conselho de gestão da Cor-porate Accounting Contabilidade e associado da BusinessManagement-Brazil. Autor dos livros: A união faz a força:a cooperação como estratégia de sobrevivência organiza-cional, Contabilidade introdutória descomplicada; Incre-mentando a Estratégia: uma abordagem de BSC; Gestão deCustos: perspectivas e funcionalidades; Planejamento Or-çamentário Público e Finanças pessoais e organizador dolivro Redes sociais e organizacionais em administração.

Prof. Emir Guimarães AndrichGraduado em Ciências Contábeis pela UNIFAE – Curitiba(2003), teve seu desempenho acadêmico reconhecido e cer-tificado por essa instituição e pelo Conselho Regional deContabilidade do Paraná. Atuou de forma independente naárea Contábil e atualmente leciona disciplinas da área de

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Contabilidade para os cursos superiores de Administraçãoe Ciências Contábeis. Possui também sólida formação nasáreas de Ciências Humanas e Educação, tendo concluídopela Universidade Federal do Paraná (UFPR) os cursos degraduação em História (1995), Especialização em Sociolo-gia Política (2004) e Mestrado em Educação (2006). FoiCoautor, em 2006, do Senso da educação superior do Pa-raná, publicado pelo INEP/MEC. Pela Juruá Editora publi-cou, em 2008, o livro “Contabilidade Introdutória Des-complicada”. Atualmente trabalha como gestor de organi-zação do segmento varejista.

Prof. Alexandre MugnainiMestre em Administração Estratégica pela PUCPR, atual-mente é Professor de graduação da PUCPR e colaboradorda ITAIPU-Binacional.

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APRESENTAÇÃO

Análise das demonstrações financeiras ou, simplesmente,análise de balanços. Estes são os títulos mais comuns das obrasde cunho didático que enfocam o estudo, a interpretação e análi-se dos relatórios produzidos pela Contabilidade. Embora sejampredominantes, nenhuma das terminologias acima traduz comfidelidade a amplitude e importância do trabalho de análise. Asdemonstrações contábeis são muito mais do que meros relatóriosfinanceiros, e também não se reduzem a um simples balanço pa-trimonial. Além dos aspectos financeiros, os relatórios contábeisoferecem informações sobre a situação econômica, patrimonial esocietária das entidades. É claro que a maioria das obras sobre otema oferece muito mais do que uma simples análise financeira.Também vão além da interpretação básica da principal peçacontábil, que é o balanço patrimonial. No entanto, mesmo saben-do que o título é um mero detalhe, e que atende, via de regra, auma padronização do mercado editorial, decidimos batizar estemanual com uma expressão que sintetiza de forma mais precisa oconteúdo da maioria dos manuais sobre o tema, inclusive desteque você tem em mãos.

Análise das Demonstrações Financeiras: Teoria e Práticaé uma obra de cunho didático, voltada para estudantes de gradua-ção dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Economia eáreas afins. Também pode ser utilizada como manual de consultapor todos aqueles que, profissionalmente, são desafiados a inter-pretar e analisar a riquíssima fonte de informações que são os re-latórios contábeis.

Falar sobre a importância de conhecer os fundamentos daanálise é uma tarefa desnecessária. O gestor, de qualquer seg-

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mento econômico, incapaz de extrair informações úteis dos relató-rios contábeis para tomar decisões está fadado ao insucesso. AContabilidade é a linguagem do mundo dos negócios. Mesmo paraaqueles que não dominam os fundamentos da Contabilidade, e que,portanto não são capazes de produzir um relatório contábil, preci-sam aprender a analisá-los.

Já que é impossível negligenciar o estudo das demonstra-ções contábeis, oferecemos esta obra, de linguagem simples eacessível, com o intuito de tornar esse processo mais fácil e praze-roso. Nela você encontrará os principais indicadores utilizadospelo mercado para avaliar o desempenho das organizações, comou sem fins lucrativos. Nesse sentido a presente obra foi dividida,basicamente, em três grandes blocos.

▪ No primeiro, compreendido pelos capítulos 1, 2 e 3, es-clarecemos alguns conceitos utilizados ao longo dotexto e apresentamos um pouco de teoria, revisando osrelatórios contábeis mais importantes;

▪ No segundo, que vai do capítulo 4 ao 9, apresentamos eexemplificamos os principais indicadores utilizadospelo mercado. Neste bloco, ao final de cada capítulo,você poderá observar a prática através de um estudo decaso e exercitar seus conhecimentos resolvendo osexercícios de fixação.

▪ Os capítulos 10 e 11 apresentam uma visão integradade tudo o que foi estudado ao longo do livro. Sem essavisão geral fica difícil de perceber que os vários índicese indicadores estudados estão, na verdade, intrinseca-mente relacionados, apesar de aparecerem didatica-mente isolados ao longo do texto.

A análise de balanços quase sempre suscita discussõesacaloradas. Utilizando como base os mesmos relatórios, não éincomum encontrarmos opiniões divergentes sobre determinadosaspectos, dependendo da visão subjetiva de cada analista. AContabilidade, ao contrário do que o senso comum acredita, nãoé uma ciência exata. Por isso, as interpretações que aparecem aolongo do texto não podem nunca ser consideradas como definiti-vas. Em um manual didático, jamais conseguiremos reproduzir o

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número de variáveis que o mundo real apresenta. Muito mais doque os números, em muitos casos condições externas à empresa,como a conjuntura econômica e outros fatores, são determinantesno processo de análise. É necessário levar todos os fatores emconsideração para se interpretar com mais coerência os relatórioscontábeis.

Além desta ressalva importante, que acentua o carátersubjetivo da obra que você, caro leitor, tem em mãos, lembramosque os conteúdos apresentados a seguir, como o próprio título in-dica, são de caráter introdutório. Por isso enfatizamos apenas aanálise dos relatórios contábeis básicos, que são o Balanço Patri-monial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Se conside-rarmos que todos os outros relatórios são derivações do balanço eda DRE, e que surgiram apenas para destacar determinados as-pectos desses dois relatórios, que dão origem aos demais, percebe-remos que estamos dando, indiscutivelmente, um grande passo.

Boa leitura!

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SUMÁRIO

Capítulo 1 – FORMAS DE ANÁLISE DE DESEMPENHO .................... 17

Afinal, o que é desempenho?........................................................... 18Medida de sobrevivência.................................................................. 20Desempenho do ponto de vista dos múltiplos stakeholders ........... 21Medidas financeiras .......................................................................... 22Medidas contábeis ............................................................................ 24

Capítulo 2 – ENTENDENDO AS DEMONSTRAÇÕES ......................... 27

Como integram-se as diversas demonstrações .............................. 29Balanço Patrimonial .......................................................................... 30Demonstração do Resultado do Exercício – DRE........................... 41Descrição das Informações da DRE................................................ 44DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados......... 46DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ....... 48DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos... 49DVA – Demonstração do Valor Adicionado..................................... 50NE – Notas Explicativas ................................................................... 51DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa ................................... 52

Capítulo 3 – CONTEXTO GERAL DE ANÁLISE................................... 61

Um breve histórico sobre análise de demonstrações contábeis..... 61Quais as demonstrações contábeis analisáveis?............................ 64Apresentação das técnicas de análise............................................. 65

Capítulo 4 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ..................................................... 73

Mas afinal, em qual demonstração contábil devo observar asinformações para o cálculo e avaliação dos Índices de Liquidez? ... 73

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Índice de Liquidez Corrente.............................................................. 75Índice de Liquidez Seca.................................................................... 79Índice de Liquidez Imediata.............................................................. 82Índice de Liquidez Geral ................................................................... 86Quadro de análise dos Índices de Liquidez ..................................... 90Observando a prática – Passo a passo ........................................... 91Exercício de Fixação......................................................................... 96

Capítulo 5 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ....................................... 99

Identificação da origem das informações cálculo do índiceanálise e interpretação.................................................................... 100Mas afinal, em qual demonstração contábil eu devo observaras informações para o cálculo e avaliação dos índices deendividamento................................................................................. 100Mas como eu faço para calcular o Exigível Total? ........................ 102Índice de participação de capital de terceiros................................ 106Composição do endividamento ...................................................... 111Quadro de análise dos Índices de Endividamento ........................ 116Observando a PRÁTICA – Passo a passo .................................... 116Exercício de Fixação....................................................................... 120

Capítulo 6 – ÍNDICES DE ATIVIDADE ................................................ 123

Identificação da origem das informações cálculo do índiceanálise e interpretação.......................................................................124Mas afinal, em qual demonstração contábil eu devo observar asinformações para o cálculo e avaliação dos Índices de Atividade? 125Prazo médio de recebimento.......................................................... 127Prazo médio de pagamentos.......................................................... 130Rotação de estoques...................................................................... 134Giro dos ativos ................................................................................ 136Quadro de análise dos Índices de Endividamento ........................ 138Observando a prática – passo a passo.......................................... 139Exercício de Fixação....................................................................... 143

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Capítulo 7 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE ...................................... 147

Identificação da origem das informações cálculo do índiceanálise e interpretação.......................................................................147Mas afinal, de qual demonstração contábil eu devo retirar asinformações para o cálculo e avaliação dos Índices deRentabilidade? ............................................................................... 148Retorno sobre o investimento......................................................... 149Retorno sobre o Patrimônio Líquido .............................................. 153Quadro de análise dos Índices de Rentabilidade .......................... 158Observando a prática – Passo a passo ........................................ 159Exercício de Fixação....................................................................... 163

Capítulo 8 – ANÁLISE DESCRITIVA DA DRE.................................... 165

Mas afinal, como realizar uma boa análise descritiva da DRE?... 168Exercício de Fixação....................................................................... 170

Capítulo 9 – ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL ......... 171

Calculo dos índices análise e interpretação .................................. 172Mas afinal, em qual demonstração contábil eu devo observar asinformações para realizar a Análise Vertical e a AnáliseHorizontal? ...................................................................................... 172Como se faz o cálculo dos quocientes, dentro de cadademonstração contábil, durante o processo de Análise Verticale Análise Horizontal?...................................................................... 173Análise Horizontal ........................................................................... 174Análise Vertical ............................................................................... 177Quadro de análise dos Índices de Endividamento ........................ 180Exercício de Fixação....................................................................... 180

Capítulo 10 – OBSERVANDO A PRÁTICA......................................... 183

Estudo de caso ............................................................................... 183Índices de Liquidez ......................................................................... 187Estrutura de capitais ....................................................................... 188Índices de Atividade........................................................................ 191Índices de Rentabilidade ................................................................ 195

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Análise Vertical e Horizontal........................................................... 198Pontos positivos .............................................................................. 201Pontos negativos............................................................................. 202Considerações gerais ..................................................................... 203

Capítulo 11 – EXERCÍCIO INTEGRADO............................................. 205

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 209

FECHAMENTO ..................................................................................... 211

ÍNDICE ALFABÉTICO .......................................................................... 213

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Capítulo 1

FORMAS DE ANÁLISEDE DESEMPENHO

A análise das demonstrações contábeis tem como principalobjetivo avaliar o desempenho de uma organização. Mas antes deentendermos as formas de análise organizacional com base nasdemonstrações contábeis, é importante lembrar que existem váriasmaneiras de mensuração de desempenho organizacional, dentreelas destacam-se algumas principais:

Medida de sobrevivênciaDesempenho do ponto de vista dos múltiplos stakeholdersMedidas financeirasMedidas contábeis

Para compreender cada uma das principais formas dedesempenho reconhecidas é necessário entender o conceito dedesempenho.

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Afinal, o que é desempenho?

Se fizermos esta pergunta a um atleta de qualquer modali-dade, provavelmente ele irá dizer que desempenho é o resultadoobtido em uma determinada tarefa em confronto com a expec-tativa preestabelecida. Nesse caso o desempenho pode ser mensu-rado por meio do número de gols marcados ou pelas marcas e tem-pos obtidos.

Mas como mensurar o desempenhoorganizacional?

Para responder a esta pergunta é necessário que tenhamos opleno entendimento da complexidade da mensuração de desempe-nho nas organizações, levando em consideração a demonstração dealgumas das principais abordagens existentes.

Para começar, é importante lembrar que nenhuma medidade desempenho pode ser considerada plena e completa para servir auma análise estratégica. Sendo assim, é necessário o pleno enten-dimento de cada uma das abordagens, que em conjunto podemacrescentar de forma mais consistente relações sobre formas estra-tégicas de desempenho.

Para conceituar desempenho organizacional primeiramente énecessário entender o conceito de organização apresentado a seguir:

Organização

É um conjunto de ativos produtivos (inclusive indivíduos)que se reúnem voluntariamente para obter vantagens

econômicas.

Sendo assim, o desempenho de uma organização dá-se pelasatisfação dos envolvidos em relação aos recursos inicialmenteaplicados.

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Partindo deste pressuposto, um possível conceito para de-sempenho é:

DesempenhoO resultado da comparação entre o valor criado

pela organização e o valor esperado pelossócios ou acionistas.

Se o resultado for satisfatório, os recursos continuarão dis-poníveis; caso contrário, os sócios poderão procurar formas alter-nativas de retorno.

Resumidamente, o desempenho é a diferença entre o valorgerado e o valor esperado pelos acionistas ou sócios proprietários.Assim, há três possibilidades de desempenho: desempenho normal(o resultado é equivalente ao esperado); superior (o resultado é supe-rior ao esperado) e inferior (resultado abaixo do esperado).

Esta visão é muito semelhante à visão tradicional da microe-conomia que, em um mercado de economia perfeita, considera umaempresa em estado de sobrevivência quando se encontra em situaçãode equilíbrio (valor obtido – considerado normal – é suficiente apenaspara compensar os sócios ou acionistas pelos recursos investidos); umoutro estado é a extinção da empresa (os acionistas migram para ou-tras possibilidades, pois a empresa está gerando um valor abaixo donormal); e, a terceira situação – a prosperidade – ocorre quando a em-presa mantém seus ativos produtivos e é capaz de atrair mais recursos,pois está gerando um valor superior ao normal.

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Observe a seguir algumas abordagens de desempenhoorganizacional.

Medida de sobrevivência

Nesta abordagem, sugere-se que a própria sobrevivência daempresa é uma medida de desempenho normal. Esta medida é sim-ples e fácil de usar.

Desempenho normal

Desempenho inferior

Medida de sobrevivência

No entanto, ela apresenta algumas limitações. Veja a seguir:

1) Não é fácil precisar quando uma empresa deixa de existir. Sua“morte” pode acontecer através do início da venda de ativospara manter seu circulante;

2) Não há como mensurar o desempenho superior, apenas a so-brevivência (desempenho médio) ou o desempenho inferior,pois seu indicador máximo é a própria sobrevivência, conside-rada como um desempenho médio;

3) Não se aplica às organizações novas;4) O foco exclusivo na sobrevivência da empresa pode levar a

perda de foco nos objetivos da organização.

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Desempenho do ponto de vista dosmúltiplos stakeholders

Nesta abordagem o desempenho da organização é avaliadoem relação às preferências e desejos dos stakeholders (clientes,mão de obra, gerência, alta direção, fornecedores, sócios, acionis-tas, investidores e a sociedade em geral).

Mas afinal, o que são stakeholders?

Stakeholders são todos os envolvidos num processo, ou seja, équalquer pessoa ou organização que esteja direta ou indiretamenteenvolvida num projeto. Diante disso, os stakeholders fornecem recur-sos para determinada organização por terem algum tipo de interesseno desempenho dela. Esses interesses são diversos e dificilmente satis-feitos como um todo. Logo, a concepção de desempenho da empresaserá diferente entre os diferentes stakeholders.

Observe a seguir alguns dos principais interessados no desem-penho de uma organização, segundo a abordagem de stakeholders:

Esta abordagem tem como principal característica o fato de nãoreconhecer algo chamado “desempenho organizacional”, mas váriosdesempenhos organizacionais associados a grupos de stakeholders.

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Neste caso, para mensurar um tipo de desempenho é neces-sário primeiro entender o contexto geral dos stakeholders, suasexpectativas, objetivos e aspirações.

Medidas financeiras

Dentre as principais medidas financeiras reconhecidas po-demos destacar duas:

Valor Presente Líquido;Q de Tobin.

Valor Presente Líquido

O Valor Presente Líquido tem como foco principal o valorpresente do fluxo de caixa gerado pela empresa. Para calcular ovalor presente, dois números são muito importantes: o fluxo decaixa e a taxa de desconto aplicada a esse fluxo.

O chamado VPL tem o objetivo de levar cada valor envol-vido no Fluxo de Caixa da empresa para o momento presente, sen-do que este é comparado ao investimento inicial. Trata-se de umaferramenta que possibilita perceber quanto os futuros pagamentossomados a um custo inicial estariam valendo atualmente.

Observe a seguir a fórmula do VPL:

VPL = Valor do fluxo de caixa - Investimento inicial(1+ i) t

Onde:i = taxat = prazo

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Empresas que procuram um VPL positivo aparentemente semostram preocupadas em gerar riqueza para os acionistas. Estaabordagem também assemelha-se muito à definição conceitual dedesempenho, ou seja, uma comparação entre o desempenho acorri-do e o que se esperava.

Assim como as demais, essa forma de análise de desempe-nho apresenta algumas limitações. A principal é a escolha da taxade desconto a ser observada (Taxa Mínima de Atratividade –TMA), que é fruto da análise pessoal de cada gestor.

Q de Tobin

O Q de Tobin é uma combinação entre o valor da empresano mercado e o custo de reposição da empresa. Observe a seguira definição de cada um dos itens envolvidos:

Valor de mercado: é a soma de ações ordinárias, preferenciais edébito.

Custo de reposição dos ativos da empresa: é a soma de todos oscustos de reposição (fábrica e equipamentos, inventário e outrosativos).

O Q de Tobin apresenta uma relação interessante de men-suração de desempenho, pois sua construção baseia-se em itensreais da empresa (custo de reposição dos ativos) e análises demercado (valor de mercado). Observe a seguir a fórmula do Q deTobin:

Q de Tobin = Valor de mercadoCusto de reposição dos ativos

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Dessa forma a resultante dessa equação se apresenta emreais, e caso tal resultante seja apresentada com valor acima de R$1,00, isso representa que o Mercado tem avaliado a empresa comuma perspectiva acima do seu custo efetivo de reposição. Já nocaso do valor apresentar uma resultante abaixo de R$ 1,00, issorepresenta que a avaliação do Mercado se apresenta inferior aocusto efetivo de reposição da empresa.

Medidas contábeis

As medidas contábeis são consideradas uma das princi-pais formas de análise de desempenho. Suas abordagens funda-mentam-se nos acontecimentos passados, possibilitando o enten-dimento do histórico da organização. As análises contábeis ba-seiam-se, em geral, na análise de quocientes, que abordam dife-rentes realidades. Essas realidades são separadas em quatro tiposde índices e duas formas de análise:

Índices de liquidezÍndices de endividamentoÍndices de atividadeÍndices de rentabilidadeAnálise verticalAnálise horizontal

Tratam-se de cálculos matemáticos que são aplicados a par-tir das informações apresentadas, basicamente, pelas duas princi-pais demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial e Demons-tração do Resultado do Exercício.

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Conforme se pode observar na figura acima, o fato daprática de análise de demonstrações contábeis estar predominante-mente focada no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Re-sultado do Exercício, explica-se pelo motivo de que tais demonstra-ções apresentam de forma clara e objetiva toda a perspectiva patri-monial e de resultado da empresa, o que resulta em uma boa rela-ção de tempo, custo e benefício da análise.

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Capítulo 2

ENTENDENDO ASDEMONSTRAÇÕES

Por meio da obediência aos seus princípios (Resolução1.282/10 do Conselho Federal de Contabilidade), a Contabilidadeé a Ciência que organiza, em demonstrações padronizadas, dadosreferentes à situação patrimonial, financeira e econômica das en-tidades. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, sua funçãoprincipal não se restringe à apuração de impostos e à informaçãofiscal. Estas, na verdade, são apenas algumas das funções daContabilidade, certamente não as mais importantes.

A Contabilidade surgiu e desenvolveu-se ao longo dosséculos muito mais para atender a necessidade das organizaçõesde administrar seus ativos de forma eficiente do que propria-mente pelo interesse estatal na sua aplicação como ferramenta decontrole fiscal. Neste sentido, a maioria das demonstrações con-tábeis ou financeiras exigidas pelo governo possui uma impor-tância muito maior como instrumentos de gestão do que comorelatórios fiscais.

Neste capítulo, entenderemos um pouco melhor qual a fun-ção de cada um desses relatórios. Afinal, para realizar-se uma boaanálise é necessário, antes de tudo, saber onde devemos buscarcada um dos indicadores que servirão de subsídio para as conclu-sões apresentadas.

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Contábeis Obrigatórias no Brasil

As demonstrações contábeis exigidas pela legislação brasi-leira compreendem:

● O Balanço Patrimonial;● A DRE – Demonstração do Resultado do Exercício;● A DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acu-

mulados (que pode ser substituída pela DMPL – De-monstração das Mutações do Patrimônio Líquido);

● A DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações dosRecursos (facultativa a partir da Lei 11.638/07);

● A DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa;● A DVA – Demonstração do Valor Adicionado;● As Notas Explicativas.

No quadro a seguir sintetizamos as regras para elaboração epublicação dos relatórios acima mencionados:

Sociedades de Capital Aberto(Sociedades Anônimas)

São obrigadas a elaborar e publicar, ao final decada exercício social, todas as demonstraçõescitadas acima.

Sociedades de Grande Porte(Com ativo total superior a R$ 240milhões ou receita bruta anual

São obrigadas a elaborar todas as demonstraçõescitadas, com exceção da DVA. Se a empresa degrande porte possuir, na data do encerramento do

De acordo com as Leis

6.404/7611.638/0711.941/09

Demonstrações

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superior a R$ 300 milhões) Balanço, Patrimônio Líquido superior a R$ 2milhões, deverá também apresentar a DFC.

Demais Sociedades Devem elaborar apenas o Balanço Patrimonial, aDRE e a DLPA, não sendo obrigadas a publicá-las.

A função de todas as demonstrações obrigatórias, assimcomo a de todos os outros relatórios gerenciais que a Contabilidadepode elaborar, é a de tornar mais clara a leitura e interpretação doseventos registrados pela Contabilidade, facilitando a interpretaçãodas variações demonstradas, de forma sintética, no Balanço Patri-monial e na DRE.

Vale ressaltar, que além das Demonstrações Financeirasdestacadas pela legislação, existem ainda várias outras ricas fontesde informações, dentre estes, especial destaque deve-se dar aosRelatórios da Administração, que descrevem e explicam as principaiscaracterísticas do desempenho e da posição financeira e patrimonialda empresa, destacando suas principais incertezas e variações.

A existência de diversos tipos de demonstração e relatórioscomprova que a Contabilidade é uma ciência rica em possibilida-des. Por isso, o trabalho de análise é uma tarefa árdua, que exigeconhecimento da empresa, do contexto no qual ela está inserida e,sobretudo, da estrutura e função dos relatórios por ela produzidos.

Como integram-se as diversasdemonstrações

Fica bem mais fácil de compreender a função dos diversosrelatórios se conseguimos perceber que a origem de todos eles estáno Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exer-cício. Todos os relatórios mencionados neste capítulo (DOAR,DVA, DFC, DMPL, DLPA e NOTAS EXPLICATIVAS) são, naverdade, formas detalhadas de apresentar aspectos do Balanço Pa-trimonial e da DRE. Assim, se precisamos compreender melhor asvariações ocorridas no Patrimônio Líquido, decompomos essa parte

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do balanço em um relatório chamado DMPL – Demonstração dasMutações do Patrimônio Líquido; se precisamos entender melhoras variações ocorridas no CCL (Capital Circulante Líquido), vol-tamos nossa atenção para a DOAR – Demonstração das Origens eAplicações de Recursos.

Observe na figura abaixo como os outros relatórios relacio-nam-se com o Balanço Patrimonial e a DRE:

DOAR DMPL

DFC

DLPA

DVA

(-) Desp. Financeiras3) Lucro Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa

Capital SocialResultados Acumulados

Não Circulante

BALANÇO PATRIMONIAL

Circulante

DRE1) Receita com Vendas

Não CirculantePatrimônio Líquido

(-) Desp. Administ.

(-) Impostos(-) CMV2) Lucro Bruto(-) Desp. Comerciais

Circulante

Como a origem de todos os relatórios encontra-se no Balan-ço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício, ini-ciaremos nosso estudo por eles.

Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é um dos mais importantes relatórioscontábeis. Por meio dele é possível se perceber a situação patrimoniale financeira de uma entidade. Trata-se de uma demonstração estáti-

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ca. Seus números refletem a situação de uma entidade em um mo-mento específico.

É possível demonstrar graficamente a situação patrimonial efinanceira de qualquer tipo de entidade (pessoa física, jurídica, denatureza pública ou privada, com ou sem fins lucrativos).

Para tornar essa primeira aproximação com a estrutura pa-trimonial mais fácil, imaginemos o caso do Sr. Pedro Silva, que emjaneiro de 2011 possuía os seguintes bens:

Imóveis no valor de $ 80.000,00Veículos no valor de $ 25.000,00

Móveis e utensílios domésticos no valor de $ 20.000,00Recursos em conta corrente no valor de $ 15.000,00

Total: $ 140.000,00

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Imaginemos, ainda, que o Sr. Pedro Silva tivesse empresta-do a um amigo próximo a importância de $ 20.000,00, e que hou-vesse emitido, como garantia de recebimento do empréstimo, umanota promissória de idêntico valor. Esse dinheiro representaria,então, um direito a receber:

Promissórias a Receber: $ 20.000,00Total: $ 20.000,00

Para que pudéssemos demonstrar a situação patrimonialdo Sr. Pedro seria necessário, ainda, identificar a existência depossíveis dívidas em seu nome. A título de exemplo, imagine-mos que 50% do seu veículo ainda não tivesse sido quitado.Nesse caso, teríamos que deduzir do total de bens e direitos umaobrigação:

Prestações do veículo a pagar: $ 12.5000,00Total: $ 12.500,00

Através deste exemplo simples fica fácil de entender osignificado de patrimônio líquido, situação líquida patrimonialou riqueza líquida, que na verdade significam a mesma coisa. Opatrimônio líquido representa a soma de todos os bens e direitosdeduzido das obrigações a pagar. A quantidade de riqueza deuma determinada entidade, então, nada mais é do que a soma detudo o que ela tem (em seu poder ou a receber) menos tudo oque ela deve. Tudo isto pode ser representado pela seguinteequação.

Patrimônio Líquido Bens Direitos Obrigações

Ou, utilizando os dados do exemplo anterior:

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Patrimônio Líquido = 140.000 + 20.000 – 12.500

Patrimônio Líquido = 147.500

Utilizamos, acima, o exemplo de uma pessoa física parademonstrar a Equação Patrimonial, mas se tivéssemos falando deum ente jurídico nada mudaria na nossa representação. Para retratara situação financeira e patrimonial de qualquer entidade, então,poderíamos simplesmente utilizar essa equação. Se tivéssemos queescolher entre duas empresas para fazer um investimento, sem dú-vida nenhuma ela nos forneceria elementos claros e objetivos paraembasar nossa decisão.

Embora simples e objetiva, a Equação Patrimonial teria oinconveniente de apresentar os dados de forma muito resumida.Através dela, ficou fácil de perceber que o Sr. Pedro Silva possuiuma situação patrimonial equilibrada. Do seu patrimônio total, de160.000, apenas 12.500 ainda estavam por ser liquidados. Issoequivale a dizer que mais de 90% dos bens de usufruto do Sr. PedroSilva lhe pertencia, efetivamente, na data de apuração da sua Equa-ção Patrimonial.

Sem ter o detalhamento dos bens e obrigações do Sr. Pedro,no entanto, não teríamos como mensurar a sua situação financeira.É possível que a promissória a receber, de 20.000, referente ao em-préstimo feito ao amigo próximo, estivesse ainda sem data para serresgatada. Para complicar ainda mais a situação, é possível que adívida do veículo adquirido, de 12.500, estivesse por vencer nospróximos dias. Nesse caso, mesmo gozando de boa situação pa-trimonial, o Sr. Pedro Silva estaria prestes a ter sérios problemasfinanceiros.

Demonstrar o patrimônio de uma entidade através de umarepresentação gráfica denominada de Balanço Patrimonial foi omeio que a Contabilidade encontrou para apresentar de formamais detalhada a objetiva – mas excessivamente sintética – Equa-ção Patrimonial.

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Em linguagem contábil, os bens e direitos discriminados noprimeiro quadro representariam os ATIVOS do Sr. Pedro Silva. Aobrigação de liquidar a dívida do veículo, seu PASSIVO EXIGÍ-VEL, e a diferença entre ambos, seu PATRIMÔNIO LÍQUIDO.Chegaríamos, então, à mesma equação demonstrada acima, só queagora utilizando novos termos:

O Balanço Patrimonial, de qualquer entidade, pode ser re-sumido nesta simples equação. É claro que, por necessidade deapresentar as informações de forma mais detalhada, ele foi estrutu-rado, por mera convenção, de outra forma:

ATIVO (Aplicação) PASSIVO (Origem)PASSIVO EXIGÍVEL

Obrigações (b)Bens e (a)

DireitosPATRIMÔNIO LÍQUIDO

Através da figura acima podemos perceber que o tamanho (ouos valores) do Ativo e do Passivo são exatamente iguais. Por conven-ção, o lado direito representa a origem dos recursos. O lado esquerdo,as aplicações. Todos os bens de usufruto do Sr. Pedro Silva foramadquiridos mediante o investimento de uma determinada importância,que pode ter se originado das mais diversas fontes (salários, juros re-cebidos de empréstimos, venda de outros bens, entre outros). Sabemosque o veículo do Sr. Pedro Silva ainda não havia sido totalmente qui-tado. Neste caso, parte de suas origens constituíam-se, em janeiro de2010, sob a forma de obrigação. Por essa razão, seu patrimônio líqui-do, nessa data, podia ser representado por (A) – (B).

Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo Exigível

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O importante a observar, até o momento, é que o total dasOrigens (Passivo Exigível + Patrimônio Líquido), é exatamenteigual ao total das Aplicações (Total do Ativo). Isso ocorre por umarazão óbvia: a contabilidade não cria valores. Se o Sr. Pedro Silvausufrui de um patrimônio de 160.000, é porque de algum lugar saiuesse dinheiro.

Essa igualdade matemática justifica o nome de Balanço Pa-trimonial. A ideia de balanço remete justamente à posição deequilíbrio de uma balança de pratos, onde origens e recursos seequivalem.

Do lado esquerdo temos os elementos do Ativo, do lado di-reito o Passivo Exigível e o Patrimônio Líquido. Em obediência aoprincípio da objetividade, a Contabilidade só registra os bens e di-reitos mensuráveis em moeda. Por isso a maioria dos bens intangí-veis não são contabilizados.

De forma simplificada, podemos dividir o Balanço Patri-monial em dois grandes grupos:

Ativo: composto pelos bens e direitos mensuráveis em moe-da. Numa empresa, as contas mais comuns do ativo são: caixa,banco, estoques, veículos, móveis e utensílios, instalações, edifica-ções, entre outras.

Passivo: O Passivo Total, ou simplesmente Passivo, divide--se em:

Passivo Exigível, que reúne as obrigações assumidaspela entidade, como contas a pagar, fornecedores a pa-gar, salários, impostos e taxas a pagar, entre outras.Patrimônio Líquido, que compreende os recursos dosproprietários investidos na empresa (Capital Social). OPatrimônio líquido pode aumentar mediante novos in-vestimentos realizados pelos sócios, mediante a vendade ações, no caso das empresas com capital aberto e,também, através dos lucros gerados pelo próprio negó-cio que são reinvestidos no empreendimento.

Na sequência vamos conhecer um pouco melhor a estruturados dois grandes grupos do Balanço Patrimonial (Ativo e Passivo).

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ATIVO

O grupo do ativo representa as aplicações de recursos. Todocapital (seja próprio ou de terceiros) demonstrado no PASSIVOestá aplicado diretamente no ATIVO.

Mas como o ATIVO é organizado?

As contas do ATIVO apresentam-se organizadas de acordocom o seu grau de liquidez (capacidade de conversão em moeda),sendo dispostas nos seguintes grupos:

1) Ativo Circulante;2) Ativo Não Circulante (este apresenta-se subdividido em: AtivoRealizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível)

Observe abaixo os grupos do ATIVO estruturados no Ba-lanço Patrimonial:

Ativo Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

Balanço PatrimonialAtivo Passivo

Ativo Circulante

Ativo Não Circulante

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ATIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadas ascontas disponíveis e realizáveis a curto prazo, ou seja, as contasque representam bens e direitos conversíveis em moeda dentro domesmo exercício social (com vencimentos no próprio ano). Paraficar mais fácil o entendimento, observe algumas contas classifica-das nesse grupo:

Bens: Caixa, Contas Bancárias, Estoques de Matérias--Primas, Estoques de Materiais de Expediente, Estoques de Mate-riais de Limpeza, Poupanças, entre outras.

Direitos: Duplicatas a Receber, Clientes, Notas Promissó-rias a Receber, Empréstimos a Receber, entre outros (desde quevençam no prazo máximo de 12 meses).

ATIVO NÃO CIRCULANTE

● REALIZÁVEL A LONGO PRAZO: Apresenta os di-reitos cuja velocidade de conversão em moeda sejamsuperiores a 12 meses. Desta forma, as contas classifi-cadas neste grupo possuem seu vencimento (conversãoem moeda) após o término do exercício seguinte. Pode--se destacar os seguintes exemplos: Duplicatas a Rece-ber, Clientes, Notas Promissórias a Receber, Emprésti-mos a Receber, entre outros.

● INVESTIMENTOS: Neste subgrupo são classificadasas contas que representam a designação de capital parafins de rendimentos, ou seja, é o dinheiro destinado aaplicações com o objetivo de conseguir um rendimentoextra. Exemplo: compra de um imóvel para locação, in-vestimento em outras empresas, entre outros.

● IMOBILIZADO: Neste subgrupo são classificadas ascontas que representam os bens ou valores permanentese estáveis do patrimônio. Exemplo: imóveis, veículos,máquinas e equipamentos, entre outros.

● INTANGÍVEL: Trata-se do mais novo subgrupo doBalanço Patrimonial (Lei 11.638/08); neste subgrupo

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são classificadas as contas que representam os bens e di-reitos intangíveis. Exemplo: fundo de comércio adquiri-do, marcas e patentes, direitos de exploração de servi-ços públicos.(para classificação de contas nesse grupo,deve-se consultar as Normas Brasileiras de Contabilida-de – NBCT específicas).

PASSIVO

O grupo do Passivo representa a origem dos recursos, ouseja, as fontes de recursos que serão aplicados diretamente noATIVO da empresa.

Mas como o PASSIVO é organizado?

As contas do PASSIVO apresentam-se dispostas nos se-guintes grupos:

1) Passivo Circulante;2) Passivo Não Circulante;3) Patrimônio Líquido;

* Capital Social;* Reservas de Capital;* Reservas de Lucros;* Ações em Tesouraria;* Prejuízos Acumulados.

Observe abaixo os grupos do PASSIVO estruturados noBalanço Patrimonial:

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Balanço Patrimonial – BP

Patrimônio Líquido

Passivo Não Circulante

Balanço PatrimonialAtivo Passivo

Passivo Circulante

PASSIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadasas contas que representam obrigações com vencimento a curto pra-zo, ou seja, com vencimento em até 12 meses. Exemplo: Duplica-tas a Pagar, Notas Promissórias a Pagar, Salários a Pagar, Ener-gia Elétrica a Pagar, entre outras.

PASSIVO NÃO CIRCULANTE: Neste grupo são classi-ficadas as contas que representam obrigações com vencimento alongo prazo, ou seja, com vencimento superior a 12 meses. Exem-plo: Duplicatas a Pagar, Notas Promissórias a Pagar, Salários aPagar, Energia Elétrica a Pagar, entre outras.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Trata-se do grupo que re-presenta os valores do capital próprio da empresa, sendo a dife-rença aritmética entre a soma dos bens e direitos menos as obri-gações. O Patrimônio Líquido é dividido nos seguintes grupos:Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Pa-trimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e PrejuízosAcumulados.

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O que é Capital Próprio e Capital de Terceiros?

Capital Próprio e Capital de Terceiros: é bastante comumas pessoas se referirem ao Patrimônio Líquido como sendo o capi-tal próprio, e ao Passivo Exigível como o capital de terceiros in-vestido no empreendimento. Essa denominação é bastante coerente.Se lembrarmos do conceito de PL (bens + direitos – obrigações)perceberemos facilmente que esta parte do Balanço representa osrecursos investidos na sociedade que, efetivamente, pertencem aossócios. O restante das origens (isto é, o Passivo Exigível), repre-senta, então, os recursos de terceiros.

Capital Próprio: é todo capital oriundo dos sócios (capital social)ou gerado na empresa (lucro).

Capital de Terceiros: é todo capital oriundo de fontes externas àempresa, ou seja, qualquer valor pertencente ao patrimônio daempresa classificado no Passivo Circulante (curto prazo) ou noPassivo Não Circulante (longo prazo).

VEJA A SEGUIR A ESTRUTURA DE UMBALANÇO PATRIMONIAL

(de acordo com a Lei 11.941/09)

Ativo Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido Investimentos Imobilizado Intangível

Balanço PatrimonialAtivo Passivo

Ativo Circulante

Ativo Não Circulante

Passivo Não Circulante

Passivo Circulante

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Demonstração do Resultado doExercício – DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício é um dos prin-cipais relatórios contábeis. Esta demonstração, de caráter obrigató-rio, mostra o RESULTADO da empresa após o encerramento decada exercício. Desta forma, a DRE, como é chamada, agrupa so-mente as contas de Resultado, demonstrando através de sua estrutu-ra o Lucro ou Prejuízo do Exercício.

É importante lembrar que o resultado é sempre uma infor-mação de caráter econômico. Por isto as receitas, custos e despesasque são confrontadas para a obtenção do lucro ou prejuízo doexercício são lançadas sempre de acordo com o Regime de Com-petência, isto é, independentemente de terem sido efetivamenterecebidas ou pagas. Para exemplificar, podemos citar o caso dasvendas a prazo realizadas em um determinado mês. Mesmo queelas sejam recebidas no mês seguinte, devem ser apropriadas nadata em que efetivamente ocorreram (Princípio de Competência –Resolução 1.282/10 do Conselho Federal de Contabilidade).

Podemos, então, chegar a um conceito geral de Demonstra-ção do Resultado do Exercício – DRE:

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

É um relatório contábil de caráter obrigatório, elaborado de acor-do com o Regime de Competência, que através do confronto en-tre receitas, custos e despesas demonstra o lucro ou prejuízo deum determinado período.

Trata-se de um resumo das receitas e despesas da empresadurante um período determinado. Desta forma, as despesas e custossão subtraídas das receitas, chegando-se a um resultado final posi-tivo (lucro) ou negativo (prejuízo).

(+) Receitas(-) Custos(-) Despesas(=) Lucro ou Prejuízo do Exercício

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Receitas: trata-se da renda que a empresa obtém pelas vendasde mercadorias e/ou produtos, pela prestação de serviços, entre outros.

Custos: são os gastos relativos a aquisição ou produção de umbem destinado a venda.

Despesas: são os gastos que a empresa tem com suas áreasfuncionais/administrativas, que correspondem a área de vendas, admi-nistração e financeira.

Lucro ou Prejuízo do Exercício: trata-se do resultado da se-guinte equação:

Lucro ou Prejuízo do Exercício = Receitas – Custos – Despesas

Sendo considerado Lucro se o resultado for positivo, ou seja,as receitas forem maiores do que a totalidade de custos e despesas esendo considerado Prejuízo se o resultado for negativo, ou seja, asreceitas foram menores do que a totalidade de custos e despesas.

A DRE é apresentada através de uma estrutura vertical, quepossibilita a percepção de várias informações gerenciais. Observe aseguir a estrutura completa de uma Demonstração do Resultado doExercício:

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DESCRIÇÃO DAS INFORMAÇÕESDA DRE

(1) Receita Bruta: representa a soma das receitas operacionais daempresa. Exemplo: Receitas de Serviços e Vendas de Mercadorias.

(2) Deduções: representa as despesas relacionadas a impostos edevoluções de mercadorias. Exemplos: ICMS sobre Vendas, IPI,Devolução de Vendas, Abatimentos, entre outros.

(3) Receita Operacional Líquida (1–2): representa o valor dasReceitas Brutas menos as Deduções.

(4) Custo das Mercadorias Vendidas: representa a soma dos va-lores referentes ao custo das mercadorias que já foram vendidas.Baseia-se nos valores das baixas do estoque e apresenta a seguintefórmula: CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final.

(5) Lucro Bruto (3-4): representa o valor da Receita OperacionalLíquida (3) menos o valor do custo das mercadorias vendidas (4).

(6) Despesas Operacionais: representa a soma dos valores refe-rentes às despesas operacionais que foram incorridas ou pagas emdecorrência do esforço para administrar a empresa. As despesasoperacionais são divididas em três tipos: de vendas; financeiras eadministrativas. Observe abaixo o contexto geral de cada tipo ealguns exemplos:

● De vendas: representam os valores gastos no esforçopara gerar vendas. Exemplo: comissões de vendedores,despesas com publicidade e propaganda, despesas geraiscom departamento comercial, entre outras.

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● Financeiras: representam os valores gastos com despe-sas financeiras. Exemplos: despesas bancárias, juros deempréstimos, entre outras.

● Administrativas: representam os valores gastos na ges-tão da empresa. Exemplo: salários do pessoal da admi-nistração, despesas com material de expediente para aadministração, entre outras.

(7) Lucro Operacional (5-6): representa o valor do Lucro Bruto(5) menos os valores das Despesas Operacionais (6). O valor cons-tante no Lucro Operacional representa o Lucro proveniente dasatividades principais da empresa.

(8) Outras Despesas: representam o valor das Despesas não ope-racionais, ou seja, os valores que correspondem às despesas quenão têm relação direta com a atividade fim da empresa. Aborda umnúmero reduzido de contas, pois somente poderão ser consideradascomo outras as despesas referentes à comercialização de bens doAtivo Permanente. Exemplo: Perda na venda de imobilizado, perdana venda de investimentos.

(9) Outras Receitas: representam o valor das Receitas não opera-cionais, ou seja, os valores que correspondem às receitas que nãotêm relação direta com a atividade fim da empresa. Assim como asDespesas não operacionais, as Receitas abordam um número redu-zido de contas, pois somente poderão ser consideradas como outrasas receitas referentes à comercialização de bens do Ativo Perma-nente. Exemplo: Ganho na venda de imobilizado, ganho na vendade investimentos.

(10) Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda e da Contribui-ção Social (7-8+9): representa o valor do Lucro Operacional (7)somado ao valor das Receitas Não Operacionais (9) e subtraído dovalor das Despesas Não Operacionais (8).

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(11) Imposto de Renda e Contribuição Social: representam osvalores referentes à despesa de Imposto de Renda e da Contribui-ção Social do exercício.

(12) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício (10-11): repre-sentam os valores do efetivo Lucro ou Prejuízo Líquido do Exer-cício. Trata-se do resultado final do exercício e demonstra se aempresa obteve um Lucro ou Prejuízo. Relaciona todas as contasde Resultado que ocorreram no exercício, sejam elas operacio-nais ou não operacionais. Em caso de Lucro, este valor repre-senta o Lucro deduzido do seu Imposto de Renda e da Contribui-ção Social devida.

DLPA – Demonstração dos Lucros ePrejuízos Acumulados

Para entendermos a DLPA é necessário prestarmos aten-ção na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e noBalanço Patrimonial (BP). É preciso perceber que a ligação entreesses dois importantes relatórios ocorre por meio da conta Lu-cros ou Prejuízos Acumulados. Esta conta patrimonial é o “elode ligação” entre a DRE e o BP, pois representa o resultado his-tórico da empresa. O resultado obtido ao final de cada exercícioé sempre incorporado ao patrimônio da empresa, seja ele positi-vo ou negativo.

Vale observar que por força da Lei 11.941/09 a conta deLucros Acumulados passa a não ser mais relacionada na estrutu-ra do Balanço Patrimonial, dessa forma, em caso de resultadopositivo no exercício (Lucro no Exercício), este deve ser desti-nado as reservas específicas constantes no grupo do PatrimônioLíquido.

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Análise das Demonstrações Financeiras 47

LUCRO OU PREJUÍZOEXERCÍCIO

LUCRO DISTRIBUIDOOU

PREJUÍZO ACUMULADO

ATIVO 0 1 PASSIVO 0 1Ativo Circulante 2.399.000 1.818.000 Passivo Circulante 2.305.000 1.768.000

Caixa e Bancos 116.000 94.000 Fornecedores

740.000 705.000Banco - ContaCorrente

875.000 632.000 Financiamentos 750.000 413.000Contas a Receber 640.000 412.000 Duplicatas a Paga 465.000 350.000Estoques 720.000 600.000 Salários a Pagar 180.000 160.000Tributos a Recupera 48.000 80.000 Impostos 170.000 140.000

Ativo Não Circulante 1.356.000 960.000 Passivo Não Circulante 790.000 580.000

Contas a Receber 75.000 45.000 Empréstimos e Finan. 790.000 580.000Investimentos 730.000 550.000Ativo Imobilizado 351.000 240.000 Patrimônio Líquido 660.000 430.000Intagível 200.000 125.000

Capital Social 390.000 250.000Reservas de Lucros 270.000 180.000

- -TOTAL DO ATIVO 3.755.000 2.778.000 TOTAL DO PASSIVO 3.755.000 2.778.000

Balanço Patrimonial

1 RECEITA OPERACIONAL BRUTA – ROB (1.1 + 1.2)- 172.000,00R$1.1 Venda de Mercadorias 172.000,00R$1.2 Serviços Prestados -R$

2 (- ) DEDUÇÕES (2.1 + 2.2 + 2.3) 50.580,00R$2.1 Devolução de Vendas 5.000,00R$2.2 Impostos sobre vendas 45.580,00R$

3 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA - ROL (1 - 2) 121.420,00R$4 (- ) CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDOS – CMV 41.420,00R$5 (=) LUCRO BRUTO (3 - 4) 80.000,00R$6 (- ) DESPESAS OPERACIONAIS (6.1 + 6.2 + 6.3) 9.277,00R$

6.1 Despesas com Vendas 3.245,00R$6.2 Despesas Financeiras 1.032,00R$6.3 Despesas

Ad i i t ti5.000,00R$

7 (=) LUCRO OPERACIONAL (5 - 6) 70.723,00R$8 (- ) OUTRAS DESPESAS 133,00R$9 (+) OUTRAS RECEITAS 90,00R$

10 (=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR E DA CS (7 - 8 + 9) 70.680,00R$11 (- ) IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 12.722,40R$12 (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10 - 11) 57.957,60R$

Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Nem sempre o resultado positivo (lucro), no entanto, é rein-vestido na sociedade. Na maioria das vezes, parte dele é distribuídoaos sócios, que assim obtêm o retorno pelo investimento de capitale trabalho que fizeram na empresa.

Quando essa distribuição acontece entra em cena a DLPA.Ao encerrar a DRE com lucro, a contabilidade transporta o saldopositivo encontrado para a DLPA, a fim de realizar a distribuiçãodos lucros.

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Em palavras mais simples, então, podemos dizer que aDLPA torna mais transparente o destino dado ao lucro da empresa,demonstrando os efeitos que modificam o saldo do resultado acu-mulado da empresa. Observe abaixo a estrutura de uma Demons-tração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados:

DLPA – DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOSExercício Atual Exercício Anterior

Saldo inicial do exercício( ) Ajustes critérios contábeis

(=) Saldo ajustadoReversões de reservas Contingênciais De lucros a realizar

Lucro ou prejuízo líquido do exercícioTransferências para reservas

Reserva LegalReservas EstatutáriasReservas para contingênciaRetenção de lucros (Reserva Orçamentária)Reserva de lucros a realizar

(-) DivendendosSaldo de lucro acumulado no final do período

DMPL – Demonstração das Mutações doPatrimônio Líquido

Esta demonstração, se utilizada pela empresa, dispensa aelaboração da DLPA, pois tem o objetivo de demonstrar a compo-sição de todas as contas existentes no grupo do Patrimônio Líquido,revelando a evolução dessas contas e os eventos que influenciaramna modificação de seus saldos. Os motivos da não utilização daDLPA são óbvios, pois a conta de Lucros e Prejuízos Acumulados,objeto principal da referida demonstração, também é classificadano grupo do Patrimônio Líquido. Desta forma, se estivermos anali-sando todo o grupo, estaremos também analisando os lucros ouprejuízos acumulados. Podemos afirmar que a DMPL é muito maiscomplexa e completa do que a DLPA. Observe a seguir a estruturade uma DMPL:

±

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Análise das Demonstrações Financeiras 49

DMPL – DEMONSTRAÇÃO MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CapitalReserva deCapital

ReservaLegal

ResevaEstatutárias

Reserva Con-tingêncial

Reserva de Lucrosa Realizar

LucrosAcumulados

Total

Saldo inicial doexercício(±) Ajustes crité-rios contábeis(=) Saldo ajus-tadoReversões de re-servasContingênciasDe lucros a rea-lizarLucro ou pre-juízo líquido doexercícioProposta da ad-ministraçãoReserva legalReservasEstatutáriasReservas paracontingênciaRetenção de lu-cros (ReservaOrçamentária)Reserva de lu-cros a realizar(-) DivendendosSaldo final doexercício

DOAR – Demonstração das Origens eAplicações de Recursos

A DOAR tem como principal desafio analisar a liquidez decurto prazo de uma empresa, contribuindo na avaliação das varia-ções da capacidade de pagamento dentro desse período. Vale lem-brar que as obrigações de curto prazo são aquelas que possuemvencimento até o término do exercício social subsequente (12 me-ses). Observe a seguir a equação do Capital Circulante Líquido(CCL): CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante.

A DOAR é dividida em quatro partes: 1) Origens; 2) Apli-cações; 3) Aumento ou Diminuição do CCL e; 4) Variação doCCL. Veja a seguir a estrutura dessa Demonstração:

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Discriminação Saldo Inicial Saldo Final VariaçãoAtivo Circulante(-) Passivo CirculanteCapital Circulante Líquido

4. VARIAÇÃO DO CCL

DVA – Demonstração do ValorAdicionado

A Demonstração do Valor Adicionado é um relatório contá-bil que deve ser elaborado e publicado, obrigatoriamente, pelasempresas de capital aberto (Sociedades Anônimas). De forma sim-plificada, podemos dizer que a DVA tem por objetivo demonstrarquanto a empresa agregou de valor em um determinado período.

Muito embora seja elaborada a partir dos relatórios contá-beis, sobretudo da DRE, a DVA distingue-se, e ao mesmo tempocomplementa os outros relatórios, apresentando informações deta-lhadas sobre a forma de distribuição aos vários agentes econômicos(governo, trabalhadores, acionistas etc.) das riquezas produzidaspela entidade.

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Análise das Demonstrações Financeiras 51

Observe a estrutura da DVA, no quadro abaixo, e percebacomo a destinação do valor adicionado pela entidade pode ser cla-ramente identificada no item 8:

NE – Notas Explicativas

As notas explicativas têm o objetivo de evidenciar as infor-mações adicionais necessárias à compreensão das Demonstrações

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Contábeis. Servem como um complemento ao entendimento dasDemonstrações, e tem como principal finalidade a explicação depossíveis mudanças de critérios utilizados durante a elaboração dasDemonstrações Contábeis.

DFC – Demonstração dos Fluxosde Caixa

O controle dos fluxos de caixa é uma tarefa necessária e in-dispensável para todas as empresas, das mais elementares às maiscomplexas. Mesmo empresas bem estruturadas, que operam comboa margem de lucro e não sofrem problemas de inadimplênciapodem quebrar se não souberem planejar bem suas entradas e saí-das de caixa.

O descompasso entre pagamentos e recebimentos e afalta de controle dos recursos investidos em estoque pode forçara empresa a buscar o mercado financeiro como alternativa paraa liquidação de suas obrigações. Em geral, decisões dessa natu-reza vão lentamente corroendo os lucros gerados pela atividadeoperacional, até comprometer o patrimônio da sociedade. Daídecorre a importância da administração financeira em qualquerentidade.

Embora outros relatórios contábeis, como o próprio BalançoPatrimonial, deem conta de traduzir a situação financeira de umadeterminada entidade, nenhum é tão eficiente para monitorar asvariações ocorridas nas disponibilidades como a DFC. O Balanço,como visto anteriormente, é apenas um retrato estático da empresa.Ele revela, é verdade, a situação financeira da entidade, mas nãodemonstra de maneira clara quais foram os eventos que contribuí-ram para a construção do cenário observado.

A Demonstração dos Fluxos de caixa, publicação de ca-ráter obrigatório para as empresas de capital aberto e para algu-mas empresas de grande porte1, oferece como diferencial a apre-sentação de forma sistemática de todos os eventos que contribuí- 1 As empresas de grande porte que possuírem Patrimônio Líquido superior a R$ 2 milhões,

na data de encerramento do Balanço Patrimonial, deverão apresentar a DFC.

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Análise das Demonstrações Financeiras 53

ram para que a empresa chegasse à posição financeira expressano Balanço Patrimonial.

Elaborada a partir do Balanço Patrimonial e da DRE, a De-monstração dos Fluxos de Caixa pode ser apresentada pelo métododireto e indireto. Por ambos os métodos, sua estrutura básicacompreende três partes:

ATIVIDADES OPERACIONAIS

ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

Pelo método direto parte-se da receita com vendas à vista.No modelo resumido a seguir podemos ter uma ideia da estruturada DFC elaborada através da aplicação do método direto:

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R$

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO DIRETO

(+) Juros e dividendos recebidos

(-) Pagamentos a funcionários

CAIXA EM X2

(-) Pagamento de empréstimos realizados

(=) Caixa líquido gerado pelas atividades de financiamento

AUMENTO LÍQUIDO EM CAIXACAIXA EM X1

(-) Empréstimos concedidos

(=) Caixa líquido gerado pelas atividades de investimento

DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

(+) Empréstimos realizados

DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

(+) Venda de bens do Ativo Permanente

(+) Recebimento de cobranças

(-) Compra de bens do Ativo Permanente

(+) Vendas à vista

(+) Cobrança de duplicatas

(-) Pagamentos a fornecedores

(=) Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais

FLUXOS

DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

Pelo método indireto, partimos do lucro líquido do exercícioe efetuamos os ajustes necessários para reconstituir esse lucro aosaldo de caixa líquido gerado pelas operações da empresa. Observeabaixo um modelo resumido do método indireto:

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Análise das Demonstrações Financeiras 55

R$

AUMENTO LÍQUIDO EM CAIXA

CAIXA EM X1CAIXA EM X2

DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

(+) Empréstimos realizados

(-) Pagamento de empréstimos realizados

(=) Caixa líquido gerado pelas atividades de financiamento

(+) Recebimento de cobranças

(-) Compra de bens do Ativo Permanente

(-) Empréstimos concedidos

(=) Caixa líquido gerado pelas atividades de investimento

(=) Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais

DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

(+) Venda de bens do Ativo Permanente

(+) Lucro Líquido do Exercício

(+) Depreciação

(+) Variação ativas

(+) Variação passivas

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO

FLUXOS

DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

A utilização de qualquer um dos métodos apresentados aci-ma levará, obviamente, ao mesmo resultado. Seja qual for a esco-lha, o mais importante é aproveitar a DFC para perceber com clare-za os eventos que contribuíram para a variação dos recursos dispo-níveis na empresa.

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Observando as demonstrações de formaintegrada

Todas as demonstrações apresentadas neste capítulo desta-cam alguma particularidade do resultado da empresa. Dependendodo que estamos buscando (informações econômicas, financeiras,patrimoniais, de retorno social, entre outras) podemos fazer opçãopela análise de um ou outro relatório. A escolha da demonstraçãoadequada para realizar a análise é um passo importante, mas é pre-ciso se ter em mente que todas elas retratam o mesmo resultado e,portanto, estão relacionadas entre si.

Assim, é bem possível que em um determinado exercíciosocial a situação de liquidez da empresa não seja afetada por umresultado negativo, mas certamente um impacto nas disponibilida-

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Análise das Demonstrações Financeiras 57

des será sentido no longo prazo, caso esse resultado persista. Ouseja, nem sempre a resposta para os nossos questionamentos apare-cerá de forma clara e evidente. A análise de balanço é uma tarefaque a princípio parece simples, mas exige muita atenção, sensibili-dade e, acima de tudo, conhecimento da estrutura interna dos váriosrelatórios. Esperamos que este capítulo tenha contribuído para umprimeiro passo no atendimento deste último requisito por meio doentendimento das características e das principais Bases das De-monstrações Financeiras, que conforme figura a seguir, apresen-tam-se relacionadas de forma direta ao objetivo de possibilitar aoanalista o pleno entendimento das abordagens patrimoniais e deresultado das entidades.

ENTIDADE

PATRIMÔNIO RESULTADO

BP DRE

DLPA DMPL DOAR

DVA DFC

BASES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

CONTABILIDADE

Exercícios de Fixação

1) Classifique os itens a seguir em bens, direitos ou obriga-ções, elabore o Balanço Patrimonial e responda as questõespropostas:a) Qual o valor do Ativo?b) Qual o valor do Passivo Exigível?

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c) Qual o valor do Patrimônio Líquido?d) Qual o valor do Passivo Total?e) Qual o valor do Capital Próprio?f) Qual o valor do Capital de Terceiros?g) Qual o valor dos bens?h) Qual o valor dos direitos?i) Qual o valor das obrigações?

* Capital Social: 50.000* Fornecedores a pagar: 5.000* Caixa: 12.000* Empréstimos a pagar: 7.000* Salários a pagar: 3.000* Duplicatas a receber: 8.000* Banco: 12.000* Móveis e utensílios: 5.000* Estoque: 8.000* Veículo: 20.000

2) Assinale a alternativa incorreta:(a) As empresas de capital aberto são obrigadas a publicar suas

demonstrações financeiras;(b) As sociedades limitadas devem elaborar o Balanço Patri-

monial ao final de casa exercício social;(c) As empresas de capital aberto podem optar em elaborar a

DMPL ou a DLPA;(d) O Patrimônio Líquido é o resultado da soma entre Ativo e

Passivo;(e) Duplicatas a receber e empréstimos a receber podem ser

classificados como Direitos.

3) A partir dos dados abaixo, elabore a Equação Patrimonial:* Caixa: 20.000* Fornecedores a pagar: 15.000

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Análise das Demonstrações Financeiras 59

* Empréstimos a pagar: 5.000* Veículos: 40.000* Imóveis: 52.000* Promissórias a receber: 17.000* Duplicatas a receber: 18.000

4) Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda:(1) Bens ( ) Passivo Exigível(2) Direito ( ) Empréstimos a pagar(3) Patrimônio Líquido ( ) Devem ser mensuráveis

monetariamente(4) Capital Próprio ( ) Veículos e terrenos(5) Ativo Total ( ) Patrimônio Líquido(6) Obrigações ( ) Bens + Direitos(7) Capital de terceiros ( ) Tipo de relatório contábil(8) Ativos ( ) Duplicatas a receber(9) DRE ( ) Capital próprio

5) Relacione as colunas da esquerda com as colunas da direita:(a) Receita Bruta ( ) Receita de Serviços(b) Lucro Bruto ( ) Salários do pessoal da

Administração(c) Despesas de Vendas ( ) ROL - CMV(d) Despesas Administrativas ( ) Ganho na venda de imo-

bilizado(e) Outras Receitas ( ) É um demonstrativo de ca-

ráter obrigatório(f) DRE ( ) Comissões de vendedores

7) Se uma empresa tem uma Receita Total de R$ 1.000,00 e umvalor total das Despesas de R$ 780,00, qual o valor do LucroLíquido Antes do IR e CS?

( ) R$ 230,00

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( ) R$ 220,00( ) R$ 120,00( ) R$ 320,00( ) R$ 210,00.

8) Relacione as colunas da esquerda com as colunas da direita:(a) Ativo ( ) Aplicações de Recursos(b) Passivo ( ) Capital Social, Prejuízos Acumula-

dos e Reservas(c) Contas Patrimoniais ( ) Origens de Recursos(d) Imobilizado ( ) Imóveis, Veículos, entre outros.(e) Balanço Patrimonial ( ) Duplicatas a pagar, salários a pa-

gar, entre outros.(f) Ativo Circulante ( ) Caixa, Banco, Estoques, entre

outros.(g) Passivo Circulante ( ) Demonstrativo Contábil.(h) Patrimônio Líquido ( ) São representadas no Balanço Pa-

trimonial.

9) Segundo a legislação brasileira, quais demonstrações devemser publicadas pelas empresas de grande porte?

10) Por que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líqui-do pode substituir a Demonstração dos Lucros e PrejuízosAcumulados?

11) Em qual Demonstração Contábil podemos perceber mais cla-ramente as variações ocorridas no Capital Circulante Líquidoda entidade?

12) Qual a diferença entre o Fluxo de Caixa Direto e Indireto?

13) Qual a principal função da DVA – Demonstração do ValorAdicionado?

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Análise das Demonstrações Financeiras 61

Capítulo 3

CONTEXTO GERAL DE ANÁLISE

No capítulo anterior foram descritas as principais demons-trações contábeis elaboradas pela contabilidade. Porém, mais doque buscar expressar em números a situação econômica e financei-ra de uma organização, estas demonstrações devem ser analisadascom o objetivo de auxiliar seus gestores na tomada de decisão den-tro das organizações. Neste capítulo serão apresentados os princi-pais métodos de análise das demonstrações contábeis.

Um breve histórico sobre análise dedemonstrações contábeis

É coerente afirmar que o surgimento das metodologias deanálises das Demonstrações Contábeis se confunde com o surgi-mento da Contabilidade. A forma de análise destas demonstraçõesao nível que temos atualmente, no entanto, só aparece com relevân-cia a partir do início do século XX. Antes, porém, de apresentarmosum contexto inicial sobre o surgimento da análise de demonstra-ções contábeis, achamos interessante fazer um breve histórico daContabilidade, seu aparecimento e estabelecimento como uma ciênciade grande importância para a sociedade humana.

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Para diversos autores, evidências da existência da Contabi-lidade já podiam ser vistas dentro de sociedades antigas que vive-ram em períodos anteriores ao nascimento de Cristo. Nestas socie-dades, onde a principal fonte de economia era a agricultura e a pe-cuária, métodos rudimentares de contabilização puderam ser identi-ficados (por exemplo, a quantificação de cabeças de gado).

Neste caso, os pastores buscavam identificar se havia ocor-rido ou não um crescimento de seu rebanho e em qual quantidade,comparando-se o tamanho do rebanho em dois períodos de tempoespecíficos. É interessante salientar que este tipo de contabilizaçãonão se deu em uma determinada região, mas sim em várias partesdo mundo nas quais as sociedades humanas já praticavam estasatividades de modo organizado.

Esta contabilização podia ser feita mesmo que os povos emquestão ainda não tivessem um sistema numérico desenvolvido.Por exemplo, o pastor poderia identificar cada animal pertencenteao seu rebanho por uma pedra, conforme abaixo. A diferença daquantidade de pedras entre os dois períodos daria ao pastor a ideiada evolução da quantidade de animais em seu rebanho.

Figura ilustrativa de método de contabilização de animaissem utilização de sistema numérico

Quantidade de animais noperíodo 1.

Quantidade de animais noperíodo 2.

Diferença de animaisentre períodos 1 e 2.

Posteriormente, já no século XV, surgiu um livro que maistarde passou a ser considerado como o primeiro manual contábil.Em 1494, um frei Italiano chamado Luca de Pacioli publicou Sum-ma de arithmetica geométrica, proportioni et proportionalitá. Estetrabalho era, basicamente, sobre matemática, mas continha um ca-

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Análise das Demonstrações Financeiras 63

pítulo sobre o sistema de escrituração por partidas dobradas. Embo-ra esta sistemática das partidas dobradas já estivesse em uso emalgumas cidades da Itália, foi com a Summa que passou a ter desta-que para os lançamentos “contábeis” da época.

Deve ficar claro ao leitor que diversos outros fatores contri-buíram para o desenvolvimento da contabilidade e de suas ferra-mentas de análise, como por exemplo, o desenvolvimento da es-crita e da matemática, o surgimento da prensa para a publicação delivros e as mudanças econômicas e tecnológicas que foram aconte-cendo ao longo dos séculos. Porém, somente no século XIX é que acontabilidade passa a ter a feição mais moderna com a qual esta-mos acostumados.

Neste século, surgem associações nacionais de contadorestanto na Inglaterra como nos Estados Unidos, as quais ajudaram narepresentatividade e delimitação das atividades do contador. Alémdisso, deve-se ter em mente que na virada para o século XX, a In-dustrialização, fenômeno social e econômico que teve como origema Revolução Industrial, na Inglaterra no século XVII, estava viven-do o seu auge.

Desta forma, seja por pressão de organizações financeiras,que necessitavam de informações mais completas e detalhadas deseus credores para poderem realizar operações de financiamento,seja pela necessidade dos gestores das empresas da época, de teremum melhor controle de seus custos e uma melhor visão do uso deseus ativos, a contabilidade passou a assumir um papel fundamentalcomo ferramenta de gestão das organizações. Mais ainda, não eramais suficiente a simples apuração de resultados contábeis. Fazia--se necessário o desenvolvimento de ferramentas que possibilitas-sem apurar o desempenho financeiro e econômico das organiza-ções. Grupos de indicadores passam a ser empregados, buscandofornecer uma visão mais detalhada do desempenho organizacional.

Durante o século XX, diversos foram os aperfeiçoamentosintroduzidos à ciência contábil. A sociedade e suas organizaçõesforam desenvolvendo-se, e consequentemente, obrigavam a conta-bilidade a acompanhar esse movimento. Um conjunto de novasferramentas de análise e indicadores contábeis foi criado, visandoaperfeiçoar as informações necessárias para a tomada de decisãodos gestores. Além disso, outros grupos de interessados (stakehol-ders) nas organizações ganharam força e também passaram a de-

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mandar maior transparência na sua gestão, o que exigiu a criaçãode novas formas de governança nas organizações e, consequente-mente, novas ferramentas contábeis e novas formas de análise dedesempenho organizacional, empregando-se as informações dispo-níveis nas Demonstrações Contábeis.

Vê-se, portanto, o papel relevante que a ciência contábilpossui atualmente. Além de seus integrantes, as organizações de-vem prestar contas a muitos outros atores que possuam interessesnas suas atividades (stakeholders). Um complexo sistema de in-formações está disponível, por meio da contabilidade, a todas estaspartes interessadas. E a Análise das Demonstrações Contábeisassume, desta forma, um papel fundamental na compreensão e ava-liação dos resultados organizacionais. Razão pela qual deve serbem compreendida para sua correta utilização.

A seguir, faremos uma breve apresentação sobre os princi-pais grupos de indicadores utilizados para fazer a análise das De-monstrações Contábeis. Antes, porém, identificaremos quais são asdemonstrações passíveis de análise.

Quais as demonstrações contábeisanalisáveis?

Em geral, todas as demonstrações contábeis são analisáveis,ou seja, podem ser empregados para a análise de desempenho osrelatórios descritos anteriormente no capítulo 2, sendo eles:

• Balanço Patrimonial – BP;• Demonstração do Resultado do Exercício – DRE;• Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC;• Demonstração do Valor Adicionado – DVA;• Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos –

DOAR;• Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados –

DLPA;

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Análise das Demonstrações Financeiras 65

As pessoas que buscam fazer a análise de desempenho pormeio das demonstrações contábeis normalmente concentram suasatenções nos dois primeiros relatórios, ou seja, no Balanço Patri-monial e na Demonstração do Resultado do Exercício. Emboraneste livro seja dada maior ênfase nestas duas demonstrações, suge-rimos que se empreguem não apenas estes dois relatórios, mas simo maior número possível de documentos que esteja disponível paraanálise. Isto porque cada demonstração contábil fornece diferentestipos de informação, que se complementam umas às outras, tornan-do a avaliação mais completa e detalhada.

Além disso, embora não faça parte do escopo deste livro,outros documentos podem ser consultados com vias a fornecer umamelhor visão do desempenho organizacional. São eles:

• Relatórios da Diretoria;• Notas Explicativas;• Parecer de Auditores.

Estes documentos são publicados por pessoas internas eexternas à organização, com o objetivo de fornecer informaçõesmais detalhadas aos acionistas e stakeholders, sendo um comple-mento importante àquelas dadas pelas demonstrações contábeis. Osdois primeiros relatórios são publicados pela direção da empresaenquanto o terceiro documento é publicado por auditores externos àorganização, cujo principal objetivo é atestar a veracidades dasdemonstrações financeiras publicadas, sendo obrigatório naquelasde capital aberto.

Apresentação das técnicas de análise

Observe agora uma apresentação inicial das principais ferra-mentas empregadas para que se possa realizar uma análise adequa-da das demonstrações contábeis. Antes, contudo, é interessantedefinir como será o processo de avaliação dos documentos à dispo-sição, ou seja, quais as etapas necessárias e sua sequência lógicapara que uma boa análise de desempenho seja feita.

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Processo básico para a análise dasdemonstrações financeiras

A primeira etapa a cumprir diz respeito às informaçõesdisponíveis para análise. Ao avaliador interessa reunir a maiorquantidade de informações possíveis da organização em questão.Se possível, não devemos nos ater somente às demonstrações con-tábeis, mas também aos demais relatórios e documentos publicadospela organização e auditores externos.

Além disso, é interessante buscar documentos não apenasdo último exercício, mas de pelo menos dois anos anteriores. Estaexigência traz-nos um aspecto importante da análise, que é a tem-poralidade. Este aspecto é importante, pois fornece ao analista asevoluções positivas e negativas do desempenho da organização aolongo do tempo. Desta forma, é possível verificar a obtenção ounão dos objetivos estabelecidos pela empresa, bem como identificarpossíveis tendências de desempenho para o futuro, o que certa-mente irá afetar as decisões estratégicas a serem tomadas pela altaadministração.

Também pode ser vista como relevante nesta primeira etapaa busca de informações similares de organizações de porte e áreade atuação semelhante à organização em análise. Neste caso, bus-ca-se também realizar uma Avaliação Setorial, ou seja, comparar odesempenho da organização com outras similares, com o objetivode identificar se o seu desempenho está compatível com a média doseu ramo de atuação.

A segunda etapa diz respeito aos grupos de indicadores emetodologias de análise que serão empregados. É importante que oanalista tenha bem claro quais as ferramentas que serão emprega-das para avaliação do desempenho organizacional. Mais ainda, re-comendamos ao analista a busca pelo conhecimento necessário emrelação a cada indicador ou ferramenta empregada, pois só assimpoderá ter a correta interpretação de seus resultados.

O passo seguinte diz respeito à comparação dos resultadosobtidos de acordo com a análise feita com aqueles considerados

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Análise das Demonstrações Financeiras 67

ideais ou que tenham sido estabelecidos como metas pela direçãoda organização. Neste momento, o analista passa a ter uma boavisão daquilo que a empresa desempenhou ao longo dos últimosanos e se os resultados obtidos estão de acordo com aquilo que foipreviamente estabelecido.

Posteriormente, tendo os dados em mãos, ao analista épossível interpretá-los e fazer conclusões a respeito daquilo que foiencontrado. Neste momento, é fundamental que o diagnóstico desen-volvido seja coerente com o que os indicadores estão demonstran-do. Para tanto salientamos novamente que, ao analista, cabe conhe-cer muito bem o significado de cada indicador empregado, para quenão sejam tiradas conclusões equivocadas.

Finalmente, tendo os resultados em mãos e as conclusõespertinentes aos mesmos, caberá ao analista tomar as decisõesjulgadas necessárias. Lembramos que este analista poderá sertanto alguém de dentro da organização como de fora dela(Stakeholders). Sendo assim, sua decisão será de acordo com seuposicionamento em relação à empresa. Por exemplo, um forne-cedor que tenha identificado que a empresa (seu cliente) está emdificuldades financeiras pode rever sua política de vendas, alte-rando condições e prazos de pagamento ou mesmo se recusandoa vender. O quadro a seguir nos traz um resumo destas etapascitadas anteriormente:

Quadro resumo do processo de análise dedemonstrações financeiras

Tomada de

decisão.

Coletar asinformações

necessárias.

Escolher ametodologia

de análise.

Comparaçãodos

resultados.

Conclusõescom base

nosresultados.

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Principais técnicas para a análise dasdemonstrações financeiras

Apresentaremos agora as principais técnicas empregadas naanálise de demonstrações financeiras. Antes de se iniciar este tra-balho, sugerimos ao analista que organize seu processo de avalia-ção, levando em conta os seguintes aspectos:

• Público-alvo: deve o analista identificar a quem irão sedestinar as informações resultantes de seu trabalho.Lembramos que é preciso sempre levar em conta os in-teressados internos e externos à organização. No primei-ro grupo estão aqueles que integram e dirigem a organi-zação, tomando as decisões relacionadas às suas ativi-dades. Já no segundo grupo, estão aqueles que não inte-gram a organização, mas por algum motivo possueminteresse nela, podendo ser credores, acionistas, forne-cedores, governo, concorrentes, consumidores, entre ou-tros. São os chamados Stakeholders;

• Objetivos e metodologia de avaliação: ao analistadeve estar muito claro os objetivos de sua análise, oque ele busca com as informações disponíveis e quaisas interpretações reais de seus resultados. Isto porquenão basta, simplesmente, a geração de um sem núme-ro de dados e indicadores sem a plena consciência doque significa cada indicador empregado e quais asconclusões que efetivamente podem ser associadasaos resultados apurados. O conjunto das informaçõespublicadas devem ser relevantes e úteis para que aspessoas que tiverem acesso a elas possam fazer bomuso de seus resultados;

• Qualidade: As informações geradas pelo analista de-vem provir de fontes confiáveis, contendo a abrangêncianecessária, sendo objetivas e de fácil interpretação.Nesta questão, é fundamental o papel do profissional

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Análise das Demonstrações Financeiras 69

contábil, que é o responsável pela apuração e contabili-zação de boa parte dos dados apresentados nos relatórioscontábeis;

• Temporalidade: sugerimos ao analista que não seatenha a apenas um exercício da organização em estu-do. Uma análise torna-se mais útil e completa quandopossibilita a comparação de resultados dentro de umperíodo de tempo. (sugerimos de 3 a 5 anos). Alémdisso, permite a verificação de possíveis tendênciasfuturas em relação aos resultados analisados, o que irácertamente auxiliar na avaliação e tomada de decisãodo público-alvo do processo de análise das demons-trações financeiras;

Tendo em questão os aspectos citados anteriormente, pode-mos agora fazer uma primeira apresentação das principais técnicasempregadas para a análise das demonstrações contábeis. Numavisão mais simplificada, podemos dividir estas técnicas em doisgrandes grupos:

• Análises Horizontal e Vertical;• Análise por meio de Indicadores Contábeis (ou por

Quocientes);

A seguir faremos uma breve apresentação destes dois gru-pos de análise. Maiores detalhes serão apresentados nos capítulosseguintes.

A) Análise horizontal e vertical

A Análise Vertical possibilita a avaliação da participação,em termos percentuais, de cada item que compõe a demonstraçãofinanceira em análise. Tendo como base um valor total inicial, con-

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siderado como 100%, busca-se identificar quanto cada um dos itenstem de participação em relação aos 100%. A análise diz-se verticalporque a comparação se dá dentro de um mesmo ano do relatórioem análise. O exemplo a seguir ilustra o processo para a análisevertical.

Empresa Edite Baggio: Balanço Patrimonial – Ativos Ativo Circulante ANO 1 ParticipaçãoCaixa 100 1%Aplicações Financeiras 300 3%Contas a Receber 200 2%Estoques 400 4%Total do AtivoCirculante 1.000 10% Ativo Não Circulante ANO 1 ParticipaçãoInstalações 3.000 30%Máquinas eEquipamentos 4.000 40%Veículos 2.000 20%Total do Ativo NãoCirculante 9.000 90% Total do Ativo 10.000 100%

Já a Análise Horizontal busca identificar a variação outendência que um mesmo item componente da demonstração finan-ceira em análise possui ao longo dos períodos (anos). Normalmentetoma-se como base para as comparações o resultado do períodomais antigo. O exemplo a seguir ilustra o processo para a análisehorizontal.

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Análise das Demonstrações Financeiras 71

Empresa Edite Baggio: Balanço Patrimonial – AtivosAtivo Circulante ANO 1 ANO 2 ANO 3 Variação

Caixa 50 45 55 10,0%Aplicações Financeiras 500 540 700 40,0%Contas a Receber 600 620 480 -20,0%Estoques 400 300 200 -50,0%Total do Ativo Circulante 1550 1505 1435 -7,4% Ativo Permanente ANO 1 ANO 2 ANO 3 VariaçãoInstalações 2000 2000 2000 0,0%Máquinas e Equipamentos 5000 5000 7000 40,0%Veículos 500 550 600 20,0%Total do Ativo Permanente 7500 7550 9600 28,0% Total do Ativo 9.050 9.055 11.035 21,9%

B) Análise por indicadores (ou quocientes)

A análise empregando-se indicadores busca mostrar ascondições econômicas e financeiras de uma organização. Nestecaso, dividem-se duas grandezas que compõem determinada de-monstração contábil, sendo seu resultado um dos indicadores aserem utilizado na análise. Por exemplo, na tabela a seguir temosos resultados apurados da empresa Edite Baggio para o ativo e opassivo circulante:

Total do Ativo Circulante $1550 Total do Passivo Circulante $1350

Estas duas grandezas podem ser divididas uma pela outra,no caso, o ativo circulante pelo passivo circulante, sendo o resulta-do apurado igual a aproximadamente 1,15. Este indicador é maisconhecido como de Liquidez Corrente (LC) e será detalhado no

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Capítulo 04. Em resumo temos, na composição de um indicador, aseguinte situação:

Indicador (X) = Grandeza A / Grandeza B

No nosso exemplo temos que:

LC = Ativo Circulante / Passivo Circulante = 1550 / 1350 = 1,15.

Os indicadores ou quocientes podem ser divididos em 4grupos principais, sendo eles:

• Indicadores de liquidez: mostram a situação financeirada empresa em relação à sua capacidade de honrar suasobrigações no curto e longo prazo;

• Indicadores de endividamento: mostram a situação fi-nanceira da empresa em relação à sua estrutura de fi-nanciamento, ou seja, qual a origem dos recursos por elaempregados e sua proporção de capital próprio e de ca-pital de terceiros;

• Indicadores de rentabilidade: mostram a situação eco-nômica da empresa em relação ao retorno do capital in-vestido, ou seja, os resultados apurados pela empresa.Estes indicadores permitir-nos-ão uma ideia aproximadado nível de eficiência da empresa na aplicação de seusrecursos;

• Indicadores de atividade: mostram a situação da em-presa com relação ao recebimento de suas vendas, pa-gamentos de suas obrigações e também sobre o giro eutilização de seus estoques;

Os capítulos a seguir trarão um maior detalhamento da utili-zação destes indicadores, e de como se deve proceder para umacorreta interpretação de seus resultados.

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Análise das Demonstrações Financeiras 73

Capítulo 4

ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez têm o objetivo de avaliar e demons-trar a capacidade de pagamento da empresa, seja no curto, médioou longo prazos. Vale lembrar que para realizar uma boa análise deliquidez é necessário observar as seguintes etapas:

1) Coleta dos dados2) Cálculo dos índices3) Análise e interpretação

Primeiramente, para calcular os índices de liquidez é preci-so identificar as informações necessárias na demonstração contábilrespectiva.

Mas afinal, em qual demonstraçãocontábil devo observar as informaçõespara o cálculo e avaliação dos Índices

de Liquidez?

A avaliação de liquidez é realizada com base nas infor-mações constantes no Balanço Patrimonial da empresa, sendo

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini74

que para cada tipo de liquidez calculada se utilizam informaçõesdiferentes.

Através do confronto de algumas contas e grupos patrimo-niais pode-se avaliar a capacidade de pagamento da empresa anali-sada em vários períodos. A capacidade de pagamento pode sermensurada pelos seguintes índices de liquidez:

Liquidez CorrenteLiquidez SecaLiquidez ImediataLiquidez Geral

Antes de analisar a capacidade de pagamento da empresaatravés dos índices de liquidez, é necessário entender os grupos doAtivo e do Passivo utilizados no cálculo desses índices:

ATIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadas ascontas disponíveis e realizáveis a curto prazo, ou seja, as contasque representam bens e direitos conversíveis em moeda dentro domesmo exercício social (com vencimentos no próprio ano).

ATIVO NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZO: Apresenta os direi-

tos cuja velocidade de conversão em moeda sejam superiores a 12meses. Desta forma, as contas classificadas neste grupo possuemseu vencimento (conversão em moeda) após o término do exercícioseguinte.

PASSIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadasas contas que representam obrigações com vencimento a curto pra-zo, ou seja, com vencimento em até 12 meses.

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Análise das Demonstrações Financeiras 75

PASSIVO NÃO CIRCULANTE: Neste grupo são classi-ficadas as contas que representam obrigações com vencimento alongo prazo, ou seja, com vencimento superior a 12 meses.

Observe a seguir o contexto geral de cada um dos índicesapresentados:

Índice de Liquidez Corrente

O índice de liquidez corrente demonstra a capacidade daempresa em cumprir com suas obrigações no curto prazo. Valelembrar que contabilmente o curto prazo corresponde ao período de12 meses.

Liquidez Corrente = Ativo CirculantePassivo Circulante

A resultante do cálculo da liquidez corrente apresenta-se emReais. O índice de liquidez corrente pode ser considerado bomquando o resultado obtido é superior a R$ 1,00.

Observe:

Liquidez Corrente maior que R$ 1,00: significa que aempresa possui mais de R$ 1,00 em seu ativo circulante para cadaR$ 1,00 de dívida de curto prazo.

Liquidez Corrente igual a R$ 1,00: significa que paracada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valor igual aR$ 1,00 disponível no curto prazo, não havendo sobra de ativos enem obrigações a serem pagas.

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini76

Liquidez Corrente menor que R$ 1,00: significa quepara cada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valormenor do que R$ 1,00 disponível no curto prazo.

Antes de analisar a capacidade de pagamento da empresano curto prazo por meio deste índice, é necessário observar suaslimitações:

Limitações da Liquidez Corrente:1. Umas das principais limitações da avaliação da liquidez

corrente é a falta de informações sobre os prazos devencimento dos recebíveis e das obrigações no períodocorrente (12 meses);

2. Outra importante limitação é a consideração dos esto-ques no cálculo da liquidez corrente. Eles podem com-prometer a validade da análise no curto prazo. Além denão representarem recursos que podem ser convertidosem moeda de forma imediata, o saldo da conta estoquespode não refletir a realidade, tendo em vista a probabili-dade da existência de produtos obsoletos.

3. Por fim, outra importante limitação é a consideraçãoda totalidade dos recebíveis no cálculo da liquidezcorrente, sugerindo que 100% dos títulos serão rece-bidos, desconsiderando-se a taxa média de inadim-plência. Balanços que observam a boa técnica contá-bil sempre possuem uma estimativa de perda de seusrecebíveis

Praticando a Liquidez Corrente:Para elaborar uma correta análise da liquidez corrente é

necessário, primeiramente, identificar os valores no BalançoPatrimonial:

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Análise das Demonstrações Financeiras 77

Liquidez Corrente = Ativo Circulante

Passivo Circulante

Balanço Patrimonial

Observe os exemplos práticos a seguir:

1) Empresa Acacilda Vianna Ltda.

Ativo Circulante 64.000,00R$ Passivo Circulante 60.000,00R$ Caixa 12.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 22.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 5.000,00R$ Fornecedores 22.000,00R$ Estoques 22.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$ Tributos a Recuperar 2.000,00R$ Financiamentos 12.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Corrente = Ativo Circulante = 64.000,00Passivo Circulante = 60.000,00

.Liquidez Corrente = R$ 1,07

.Análise: Relacionando o ativo circulante com o passivo circu-lante da empresa Acacilda Vianna Ltda., obtemos o valor deR$ 1,07 de disponibilidades (recebíveis, estoques, créditos tri-butários e despesas antecipadas) para cada R$ 1,00 de obriga-ções a curto prazo. Sendo assim, a empresa pode quitar todas as

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini78

suas obrigações, obtendo uma sobra de R$ 0,07 para cadaR$ 1,00 de dívida.

2) Empresa Jayme Muller Cruz Ltda.

Ativo Circulante 60.000,00R$ Passivo Circulante 60.000,00R$ Caixa 12.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 18.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 5.000,00R$ Fornecedores 22.000,00R$ Estoques 22.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$ Tributos a Recuperar 2.000,00R$ Financiamentos 12.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Corrente = Ativo Circulante = 60.000,00= Passivo Circulante = 60.000,00

Liquidez Corrente = R$ 1,00

Análise: Relacionando o ativo circulante com o passivo circulante daempresa Jayme Muller Cruz Ltda., obtemos o valor de R$ 1,00 dedisponibilidades (recebíveis, estoques, créditos tributários e despesasantecipadas) para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo.

3) Empresa Eloi Baggio Ltda.

Ativo Circulante 51.000,00R$ Passivo Circulante 60.000,00R$ Caixa 8.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 14.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 4.000,00R$ Fornecedores 22.000,00R$ Estoques 22.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$ Tributos a Recuperar 2.000,00R$ Financiamentos 12.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Corrente = Ativo Circulante = 51.000,00= Passivo Circulante = 60.000,00

Liquidez Corrente = R$ 0,85

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Análise das Demonstrações Financeiras 79

Análise: Relacionando o ativo circulante com o passivo circu-lante da empresa Eloi Baggio Ltda., obtemos o valor de R$ 0,85 dedisponibilidades (recebíveis, estoques, créditos tributários e despe-sas antecipadas) para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo.Neste caso, os recursos disponíveis no circulante, mesmo que fos-sem totalmente realizados, não seriam suficientes para cobrir asobrigações de curto prazo.

Índice de Liquidez Seca

A Liquidez Seca proporciona uma visão mais real da situa-ção financeira da empresa. Assim como a Liquidez Corrente, elaconfronta Ativo Circulante com Passivo Circulante, porém descon-sidera o valor das contas estoque e despesas antecipadas (aluguéis,seguros etc.).

Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoques – Desp. Antecipadas

Passivo Circulante

A Liquidez Seca também apresenta seu resultado em Reais.Assim, sempre que a empresa apresentar uma Liquidez Seca maiordo que R$ 1,00 estaremos diante de um bom índice. Veja a seguir:

Liquidez Seca maior que R$ 1,00: Significa que paracada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valor maiordo que R$ 1,00 disponível no curto prazo, excluindo-se os estoquese as despesas antecipadas.

Liquidez Seca igual a R$ 1,00: Significa que paracada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valor igual aR$ 1,00 no curto prazo para o pagamento das suas obrigações,excluindo-se os estoques e as despesas antecipadas. Neste caso aempresa não apresenta sobra de valores.

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Liquidez Seca menor que R$ 1,00: Significa quepara cada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valormenor do que R$ 1,00 no curto prazo para pagamento das suasobrigações, excluindo-se os estoques e as despesas antecipadas.Neste caso, o índice está evidenciando que a empresa não conse-gue quitar suas obrigações de curto prazo.

Limitações da Liquidez Seca:Assim como na liquidez corrente, a liquidez seca apre-

senta como limitação a impossibilidade de mensuração dos ven-cimentos dos recebíveis e das obrigações no período corrente (12meses);

Outra limitação está na consideração da totalidade dosrecebíveis, sugerindo que 100% dos títulos serão recebidos,negligenciando-se, neste caso, a taxa média de inadimplência.

Praticando a Liquidez Seca:Para elaborar uma correta análise da liquidez seca é ne-

cessário, primeiramente, identificar os valores no Balanço Pa-trimonial:

Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoques – Desp. Antecipadas

Passivo Circulante

Balanço Patrimonial

Observe os exemplos práticos a seguir:

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Análise das Demonstrações Financeiras 81

1) Empresa Mario Gordo Ltda.

Ativo Circulante 77.000,00R$ Passivo Circulante 60.000,00R$ Caixa 18.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 24.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 17.000,00R$ Fornecedores 22.000,00R$ Estoques 12.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$ Tributos a Recuperar 5.000,00R$ Financiamentos 12.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Seca = A.C – est. – D. Ant. = 77.000,00 – 12.000,00-1.000,00Passivo Circulante = 60.000,00

Liquidez Seca = R$ 1,06

Análise: Relacionando o ativo circulante (menos estoques edespesas antecipadas) com o passivo circulante obtemos o valorde R$ 1,07 de disponibilidades para cada R$ 1,00 de obrigaçõesa curto prazo. Neste caso, a empresa pode quitar todas as suasobrigações, obtendo uma sobra de R$ 0,06 para cada R$ 1,00 dedívida.

2) Empresa Nelinho Ltda.

Ativo Circulante 72.000,00R$ Passivo Circulante 60.000,00R$ Caixa 14.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 23.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 17.000,00R$ Fornecedores 22.000,00R$ Estoques 12.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$ Tributos a Recuperar 5.000,00R$ Financiamentos 12.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Seca = A.C – est. – D. Ant. = 72.000,00 – 12.000,00-1.000,00Passivo Circulante = 60.000,00

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Liquidez Seca = R$ 0,98

Análise: Relacionando o ativo circulante (menos estoques e despe-sas antecipadas) com o passivo circulante obtemos o valor de R$0,98 de disponibilidades para cada R$ 1,00 de obrigações no curtoprazo. Nesse caso, os recursos disponíveis no circulante, depoisdas exclusões, são insuficientes para quitar as dívidas de curtoprazo, embora a diferença seja irrisória (R$ 0,02).

3) Empresa Matheus Chineque Ltda.

Ativo Circulante 63.000,00R$ Passivo Circulante 60.000,00R$ Caixa 11.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 13.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 12.000,00R$ Fornecedores 22.000,00R$ Estoques 23.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$ Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 12.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Seca = A.C – est. – D. Ant. = 63.000,00 – 23.000,00-1.000,00Passivo Circulante = 60.000,00

Liquidez Seca = R$ 0,65

Análise: Relacionando o ativo circulante (menos estoques e despe-sas antecipadas) com o passivo circulante obtemos o valor deR$ 0,65 de disponibilidades para cada R$ 1,00 de obrigações nocurto prazo. Nesse caso, observamos uma diferença mais relevante,que poderia sinalizar um problema apenas se a empresa passasse porum período de retração completa de suas vendas.

Índice de Liquidez Imediata

O índice de liquidez imediata confronta as disponibilida-des da empresa (Caixa + Bancos + Aplicações Financeiras) com

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Análise das Demonstrações Financeiras 83

todas as obrigações a curto prazo (Passivo Circulante). Veja afórmula:

Liquidez Imediata = Disponibilidade

Passivo Circulante

Assim como os demais índices de liquidez, a liquidez imediatatambém apresenta seu resultado em Reais. Nesse caso uma LiquidezImediata superior a R$ 1,00, neste sentido, revela uma ótima situaçãofinanceira, pois demonstra que a empresa possui recursos em caixadisponíveis para a quitação de suas dívidas de curto prazo (12 meses).Vale ressaltar apenas, que uma alta liquidez imediata, pode evidenciara falta de uma política de fundo fixo de caixa, o que poderia gerarcusto de capital próprio a medida que as disponibilidades estejam sen-do acumuladas em aplicações de alta liquidez e pouco rendimento.

Liquidez Imediata maior do que R$ 1,00: significa quepara cada R$ 1,00 de obrigações a empresa possui um valor maiordo que R$ 1,00 em suas disponibilidades (caixa, banco e aplicaçõesfinanceiras).

Liquidez Imediata igual a R$ 1,00: significa que paracada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valor igual aR$ 1,00 em suas disponibilidades.

Liquidez Imediata menor do que R$ 1,00: significa quepara cada R$ 1,00 de obrigações a empresa apresenta um valormenor do que R$ 1,00 em suas disponibilidades.

Limitações da Liquidez Imediata:A análise do Passivo Circulante permite que conheçamos a

composição de nossas obrigações de curto prazo, mas não a distri-

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini84

buição dos vencimentos ao longo dos 12 meses que compõem oexercício social. Assim, é possível que um índice de liquidez ime-diata baixo seja recuperado ao longo deste período com os recursosgerados pela atividade operacional da empresa.

Praticando a Liquidez Imediata:

Para elaborar uma correta análise da liquidez imediata énecessário, primeiramente, identificar os valores no BalançoPatrimonial:

Liquidez Imediata = Disponibilidades

Passivo Circulante

Balanço Patrimonial

Observe os exemplos práticos a seguir:

1) Empresa Careca Ltda.

Ativo Circulante 73.000,00R$ Passivo Circulante 38.000,00R$ Caixa 11.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$ Banco - Conta Corrente 13.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Banco - Poupança 22.000,00R$ Fornecedores 6.000,00R$ Estoques 23.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 3.000,00R$ Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 8.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Imediata = Disponibilidade = 11.000,00 + 13.000,00 + 22.000,00Passivo Circulante = 38.000,00

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Análise das Demonstrações Financeiras 85

Liquidez Imediata = R$ 1,21

Análise: Relacionando as disponibilidades com o passivo circu-lante da empresa Careca Ltda., obtemos o valor de R$ 1,21 paracada R$ 1,00 de obrigações. Isso quer dizer que a empresa podequitar todas as suas obrigações imediatamente, obtendo uma sobrade R$ 0,21 para cada R$ 1,00 de dívida.

2) Empresa Toninho Ltda.

Ativo Circulante 73.000,00R$ Passivo Circulante 46.000,00R$ Caixa 11.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 14.000,00R$ Banco - Conta Corrente 13.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Banco - Poupança 22.000,00R$ Fornecedores 6.000,00R$ Estoques 23.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 1.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 3.000,00R$ Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 8.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Imediata = Disponibilidade = 11.000,00 + 13.000,00 + 22.000,00Passivo Circulante = 46.000,00

Liquidez Imediata = R$ 1,00

Análise: Relacionando as disponibilidades com o passivo circu-lante da empresa Toninho Ltda., obtemos o valor de R$ 1,00 paracada R$ 1,00 de obrigações. O quociente encontrado revela umaposição de equilíbrio, demonstrando que a empresa pode quitartodas as suas obrigações imediatamente.

3) Empresa Simonex Ltda.

Ativo Circulante 48.000,00R$ Passivo Circulante 46.000,00R$ Caixa 2.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 14.000,00R$ Banco - Conta Corrente 3.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Banco - Poupança 13.000,00R$ Fornecedores 6.000,00R$ Estoques 23.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 4.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 3.000,00R$ Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 8.000,00R$

PASSIVOATIVO

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini86

Liquidez Imediata = Disponibilidade = 2.000,00 + 3.000,00 + 13.000,00Passivo Circulante = 46.000,00

Liquidez Imediata = R$ 0,39

Análise: Relacionando as disponibilidades com o passivo cir-culante da empresa Simonex Ltda., obtemos o valor de R$ 0,39de disponibilidades para cada R$ 1,00 de obrigações. Nestecaso, contando apenas com as disponibilidades a empresa nãoconseguiria liquidar suas obrigações de curto prazo de formaimediata.

Índice de Liquidez Geral

O índice de liquidez geral evidencia a capacidade da empre-sa em pagar suas obrigações no curto, médio e longo prazos. En-tretanto, a análise deste índice merece bastante cuidado, pois seuresultando impossibilita a compreensão dos prazos de liquidaçãodos passivos e de recebimento dos ativos.

O índice de liquidez geral relaciona os valores constantes noativo circulante e no realizável a longo prazo, em confronto com osvalores do passivo circulante e do exigível a longo prazo, conformea fórmula a seguir:

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

A liquidez geral também expressa seu resultado em Reais,sendo assim, sempre que a empresa apresentar uma liquidez geralmaior do que R$ 1,00, em geral podemos dizer que se trata de umbom índice. Veja a seguir:

Liquidez Geral maior que R$ 1,00: significa que paracada R$ 1,00 de obrigações, seja a curto, médio ou longo prazos, a

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Análise das Demonstrações Financeiras 87

empresa apresenta um valor maior do que R$ 1,00 de disponibili-dades (estoques, créditos de tributos ou recebíveis a curto e longoprazos) para pagá-las.

Liquidez Geral igual a R$ 1,00: significa que para cadaR$ 1,00 de obrigações a curto, médio ou longo prazos, a empresaapresenta um valor igual a R$ 1,00 de ativos, no mesmo período,para efetuar os pagamentos.

Liquidez Geral menor que R$ 1,00: significa que paracada R$ 1,00 de obrigações, seja no curto, médio ou longo prazos,a empresa apresenta um valor menor do que R$ 1,00 de disponibi-lidades no curto ou longo prazo para pagá-las.

Limitações da Liquidez Geral:

1. Assim como citado anteriormente, a principal limitaçãodo índice de liquidez geral é a impossibilidade de men-suração dos vencimentos de seus ativos e passivos,principalmente no longo prazo, que pode ocorrer emqualquer período acima de 12 meses.

2. No índice de liquidez geral, assim como no índice de li-quidez corrente, os estoques são considerados no cál-culo. Isso pode diminuir a realidade e a validade daanálise no curto prazo, pois os estoques, embora mensu-rados em valores, não representam efetivamente recur-sos disponíveis de imediato para quitação das obriga-ções. Outro fator relevante é a subavaliação do valor dosestoques, que podem se apresentar obsoletos.

3. Com relação aos recebíveis, a consideração da totalida-de dos recebíveis no cálculo da liquidez geral sugereque 100% dos títulos serão recebidos, não sendo consi-derada a taxa média de inadimplência.

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Praticando a Liquidez Geral:

Para elaborar uma correta análise da liquidez geral é neces-sário, primeiramente, identificar os valores no Balanço Patrimonial:

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Balanço Patrimonial

Observe os exemplos práticos a seguir:

1) Empresa Tobias Ltda.

Ativo Circulante 48.000,00R$ Passivo Circulante 46.000,00R$Caixa 2.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 14.000,00R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$Contas a Receber 13.000,00R$ Fornecedores 6.000,00R$Estoques 23.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$Despesas Antecipadas 4.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 3.000,00R$Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 8.000,00R$

Ativo Não Circulante 12.000,00R$ Passivo Não Circulante 10.000,00R$Contas a Receber 12.000,00R$ Financiamentos 10.000,00R$

PASSIVOATIVO

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Longo Prazo = 48.000,00 + 12.000,00Passivo Circulante + Longo Prazo = 46.000,00 + 10.000,00

Liquidez Geral = R$ 1,07

Análise: Relacionando o ativo circulante e o ativo realizável alongo prazo com o passivo circulante e o passivo exigível a longo

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Análise das Demonstrações Financeiras 89

prazo da empresa Tobias Ltda., pode-se perceber a proporção deR$ 1,07 de ativos para cada R$ 1,00 de obrigações. Sendo assim, aempresa apresenta uma boa capacidade de pagamento de suasobrigações, seja no curto, médio ou longo prazos, obtendo umasobra de R$ 0,07 para cada R$ 1,00 de dívida.

2) Empresa Leitoso Ltda.

Ativo Circulante 48.000,00R$ Passivo Circulante 50.000,00R$ Caixa 2.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 18.000,00R$ Banco - Conta Corrente 3.000,00R$ Duplicatas a Pagar 4.000,00R$ Contas a Receber 13.000,00R$ Fornecedores 6.000,00R$ Estoques 23.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$ Despesas Antecipadas 4.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 3.000,00R$ Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 8.000,00R$

Ativo Não Circulante 12.000,00R$ Passivo Não Circulante 10.000,00R$ Contas a Receber 12.000,00R$ Financiamentos 10.000,00R$

ATIVO PASSIVO

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Longo Prazo = 48.000,00 + 12.000,00Passivo Circulante + Longo Prazo = 50.000,00 + 10.000,00

Liquidez Geral = R$ 1,00

Análise: Relacionando o ativo circulante e o ativo realizável alongo prazo com o passivo circulante e o passivo exigível alongo prazo da empresa Leitoso Ltda., pode-se perceber a pro-porção de R$ 1,00 de ativos para cada R$ 1,00 de obrigações.Sendo assim, a empresa apresenta uma quantidade de ativos(circulante e realizável), em valores, idênticos a quantidade deobrigações.

Page 90: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini90

3) Empresa Heitor Ltda.

Ativo Circulante 44.000,00R$ Passivo Circulante 64.000,00R$Caixa 2.000,00R$ Notas Promissórias a Pagar 18.000,00R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$ Duplicatas a Pagar 14.000,00R$Contas a Receber 13.000,00R$ Fornecedores 6.000,00R$Estoques 19.000,00R$ Salários a Pagar 11.000,00R$Despesas Antecipadas 4.000,00R$ Contas Diversas a Pagar 7.000,00R$Tributos a Recuperar 3.000,00R$ Financiamentos 8.000,00R$

Ativo Não Circulante 11.000,00R$ Passivo Não Circulante 13.000,00R$Contas a Receber 11.000,00R$ Financiamentos 13.000,00R$

ATIVO PASSIVO

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Longo Prazo = 44.000,00 + 11.000,00Passivo Circulante + Longo Prazo = 64.000,00 + 13.000,00

Liquidez Geral = R$ 0,71

Análise: Relacionando o ativo circulante e o ativo realizável alongo prazo com o passivo circulante e o passivo exigível a longoprazo da empresa Heitor Ltda., pode-se perceber a proporção deapenas R$ 0,71 de ativos para cada R$ 1,00 de obrigações. Sendoassim, a empresa apresenta uma incapacidade de quitar suas obri-gações no curto, médio ou longo prazos.

Quadro de análise dos Índices deLiquidez

Observe no quadro de análise a seguir, o contexto geral dosíndices de liquidez.

Page 91: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 91

ÍNDICE FÓRMULA RESULTADO CONCEITO

LiquidezCorrente LC = AC / PC R$ Capacidade de pagamento a

curto prazo.

LiquidezSeca

LS =(AC - Estoques - Desp. Antecipadas) / PC R$

Capacidade de pagamento acurto prazo, excluindo-se osestoques e as despesasantecipadas.

LiquidezImediata LI = Disponibilidades / PC R$

Capacidade de pagamento dasobrigações a curto prazo,envolvendo somente osrecursos disponíveis.

LiquidezGeral LG = AC + RLP / PC + ELP R$

Capacidade de pagamento dasObrigações a curto, médio elongo prazos, envolvendo asdisponibilidades, estoques,créditos tributáveis, despesasantecipadas e recebíveis acurto e longo prazos.

Observando a prática – Passo a passo

Com base no Balanço Patrimonial da Empresa VitóriaLtda., observe o cálculo e a análise dos índices de liquidez.

Page 92: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini92

Ativo Circulante 67.000,00 R$Caixa 2.000,00R$Banco - Conta Corrente 22.000,00R$Banco - Poupança 13.000,00R$Contas a Receber 5.000,00R$Estoques 22.000,00R$Despesas Antecipadas 1.000,00R$Tributos a Recuperar 2.000,00R$

Ativo Não Circulante 115.000,00 R$Contas a Receber 12.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 100.000,00R$ImóveisIntangível 3.000,00R$Marcas e patentes

TOTAL DO ATIVO 182.000,00 R$

Passivo Circulante 60.000,00R$

Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$Duplicatas a Pagar 4.000,00R$Fornecedores 22.000,00R$Salários a Pagar 11.000,00R$Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$Financiamentos 12.000,00R$

Passivo Não Circulante 10.000,00 R$Financiamentos 10.000,00R$

Patrimônio Líquido 112.000,00R$Capital Social 100.000,00R$Reserva de Capital 6.000,00R$Reserva de Lucros 6.000,00R$

TOTAL DO ATIVO 182.000,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

100.000,00R$

3.000,00R$

Page 93: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 93

Liquidez Corrente

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Ativo Circulante: R$ 67.000,00Passivo Circulante: R$ 60.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Liquidez Corrente = Ativo Circulante = 67.000,00 = R$ 1,12Passivo Circulante = 60.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: Relacionando o ativo circulante com o passivo circulanteda empresa Vitória Ltda., obtemos o valor de R$ 1,12 de disponi-bilidades (recebíveis, estoques, créditos tributários e despesas an-tecipadas) para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo. Assim,a empresa pode quitar todas as suas obrigações, obtendo uma so-bra de R$ 0,12 para cada R$ 1,00 de dívida.

Liquidez Seca

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Ativo Circulante: R$ 67.000,00Estoques: R$ 22.000,00Despesas Antecipadas: R$ 1.000,00Passivo Circulante: R$ 60.000,00

Page 94: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini94

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Liquidez Seca = A. Circ. – Est. – Desp. Ant. = 67.000,00-22.000,00-1.000,00 = R$ 0,73Passivo Circulante = 60.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: relacionando o ativo circulante (menos os estoques) como passivo circulante da empresa Vitória Ltda., obtemos o valor deR$ 0,73 de disponibilidades recebíveis e créditos tributários paracada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo. Assim, para cada R$ 1,00de obrigações a empresa tem somente R$ 0,73 para pagar, excluin-do-se os estoques e as despesas antecipadas.

Liquidez Imediata

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Caixa: R$ 2.000,00Banco – Conta Corrente: R$ 22.000,00Banco – Poupança: R$ 13.000,00Passivo Circulante: R$ 60.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Liquidez imediata = Disponibilidade. = 2.000,00 + 22.000,00 + 13.000,00 = R$ 0,61Passivo Circ. = 60.000,00

Page 95: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 95

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: relacionando as disponibilidades com o passivo circu-lante da empresa Vitória Ltda., obtemos o valor de R$ 0,61 de dis-ponibilidades para cada R$ 1,00 de obrigações. Assim, se for ne-cessário, a empresa não conseguirá quitar suas obrigações imedia-tamente, contando somente com suas disponibilidades (Caixa +Banco + Poupança).

Liquidez Geral

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Ativo Circulante: R$ 67.000,00Ativo Realizável a Longo Prazo: R$ 12.000,00Passivo Circulante: R$ 60.000,00Passivo Exigível a Longo Prazo: R$ 20.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Longo Prazo = 67.000,00 + 12.000,00 = R$ 0,98Passivo Circulante + Longo Prazo = 60.000,00 + 20.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: relacionando o ativo circulante e o ativo realizável a lon-go prazo com o passivo circulante e o passivo exigível a longo pra-zo da empresa Vitória Ltda., pode-se perceber a proporção de R$0,98 de ativos para cada R$ 1,00 de obrigações. Sendo assim, aempresa apresenta uma incapacidade de quitar suas obrigações nocurto, médio ou longo prazos.

Page 96: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini96

Exercício de Fixação1) Com base no Balanço Patrimonial a seguir, e utilizando os indi-

cadores de liquidez, realize a análise da empresa Suzi Ltda.

Ativo Circulante 30.380,00R$Caixa 17.000,00R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$Banco - Poupança 290,00R$Contas a Receber 5.000,00R$Estoques 3.000,00R$Despesas Antecipadas 2.000,00R$Tributos a Recuperar 90,00R$

Ativo Não Circulante 105.000,00R$Contas a Receber 2.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 100.000,00R$ImóveisIntangível 3.000,00R$Marcas e patentes

TOTAL DO ATIVO 135.380,00R$

Passivo Circulante 34.880,00R$

Notas Promissórias a Pagar 9.000,00R$Duplicatas a Pagar 145,00R$Fornecedores 3.987,00R$Salários a Pagar 4.067,00R$Contas Diversas a Pagar 681,00R$Financiamentos 17.000,00R$

Passivo Não Circulante 5.000,00R$Financiamentos 5.000,00R$

Patrimônio Líquido 95.500,00R$Capital Social 89.500,00R$Reserva de Capital 3.000,00R$Reserva de Lucros 3.000,00R$

TOTAL DO ATIVO 135.380,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

100.000,00R$

3.000,00R$

Page 97: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 97

2) Com base nos Balanços Patrimoniais a seguir e utilizando osindicadores de liquidez, realize a análise da empresa Dine Ltda.

Ativo Circulante 19.503,00 R$Caixa 7.000,00R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$Banco - Poupança 500,00R$Contas a Receber 5.000,00R$Estoques 3.000,00R$Despesas Antecipadas 1.000,00R$Tributos a Recuperar 3,00R$

Ativo Não Circulante 105.000,00R$Contas a Receber 2.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 100.000,00R$ImoveisIntangivel 3.000,00R$Marcas e patentes

TOTAL DO ATIVO 124.503,00R$

Passivo Circulante 19.003,00R$

Notas Promissórias a Pagar 3.426,00R$Duplicatas a Pagar 23,00R$Fornecedores 3.987,00R$Salários a Pagar 4.567,00R$Contas Diversas a Pagar 1.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$

Passivo Não Circulante 10.000,00R$Financiamentos 10.000,00R$

Patrimônio Líquido 95.500,00R$Capital Social 89.500,00R$Reserva de Capital 3.000,00R$Reserva de Lucros 3.000,00R$

TOTAL DO ATIVO 124.503,00R$

Balanço PatrimonialATIVO

PASSIVO

100.000,00R$

3.000,00R$

Page 98: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini98

Page 99: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 99

Capítulo 5

ÍNDICES DEENDIVIDAMENTO

Os índices de endividamento têm o objetivo de mostrar aproporção da utilização de capitais próprios e de capitais de tercei-ros em uma entidade. Vale lembrar que o capital próprio é repre-sentado pelo Patrimônio Líquido e o capital de terceiros pelo Passi-vo Circulante somado ao Passivo Exigível a Longo Prazo. Veja:

Capital Próprio = Patrimônio LíquidoCapital de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Capital Próprio: é o capital oriundo dos sócios (capital so-cial), gerado pela atividade operacional da empresa (lucro) ou porreavaliações de ativos (reservas de reavaliação).

Capital de Terceiros: é todo capital oriundo de fontesexternas à empresa, ou seja, qualquer valor pertencente ao patrimô-nio da empresa classificado no Passivo Circulante (curto prazo) ouno Passivo Exigível a Longo Prazo (longo prazo).

Page 100: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini100

BALANÇO PATRIMONIAL

CAPITAL DETERCEIROS

CAPITAL PRÓPRIO

ATIVO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE

PASSIVO CIRCULANTE

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Para analisar os índices de endividamento é preciso obser-var as etapas a seguir:

Identificação da origem das informaçõesCálculo do Índice Análise e

InterpretaçãoPrimeiramente, para calcular os índices de endividamento é

necessário identificar as informações necessárias na demonstraçãocontábil respectiva.

Apresentação dos índices de envolvimento

Mas afinal, em qual demonstraçãocontábil eu devo observar as informações

para o cálculo e avaliação dos Índicesde Endividamento?

A avaliação de endividamento pode ser realizada com basenas informações constantes no Balanço Patrimonial da entidade.

Por meio do confronto dos grupos Patrimoniais do Passivopodem ser mensurados os seguintes índices de endividamento:

Page 101: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 101

Grau de EndividamentoÍndice de Participação de Capital de TerceirosComposição do Endividamento

Antes de analisar a capacidade de pagamento da empresaatravés dos índices de endividamento é necessário entender os gru-pos do Passivo utilizados no cálculo destes índices:

PASSIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadasas contas que representam obrigações com vencimento a curto pra-zo, ou seja, com vencimento em até 12 meses.

PASSIVO NÃO CIRCULANTE: Neste grupo são classi-ficadas as contas que representam obrigações com vencimento alongo prazo, ou seja, com vencimento superior a 12 meses.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: trata-se da parcela do capitalpertencente aos acionistas ou sócios.

Observe a seguir o contexto geral de cada um dos índicesapresentados:

Grau de endividamento

O grau de endividamento mostra a dependência da empresaem relação ao capital de terceiros, através da relação entre o Exigí-vel Total e o Patrimônio Líquido. Veja:

Grau de Endividamento = Exigível Total

Patrimônio Líquido

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini102

A resultante do cálculo do grau de endividamento é um va-lor em Reais, sendo assim, um índice maior do que 1 sugere umadependência de capital de terceiros.

Mas como eu faço para calcular oExigível Total?

Basta somar o Passivo Circulante com o Passivo Exigível aLongo Prazo.

Exigível Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Antes de analisar o grau de endividamento é necessário ob-servar as limitações deste índice:

Limitações do Grau de Endividamento:Ele sugere apenas a relação de R$ 1,00 de capital próprio

para cada valor “X” de capital de terceiros.

Praticando o Grau de Endividamento:Para elaborar uma correta análise do grau de endividamento é

preciso, primeiramente, identificar os valores no Balanço Patrimonial:

Grau de Endividamento = Exigível Total

Patrimônio Líquido

Balanço Patrimonial

Page 103: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 103

Observe os exemplos práticos a seguir:1) Empresa Heitor Ltda.

Ativo Circulante 8.251,00R$Caixa 1.500,00R$Banco - Conta Corrente 2.000,00R$Banco - Poupança 800,00R$Contas a Receber 475,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 20,00R$Ativo Não Circulante 20.300,00R$Contas a Receber 300,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 20.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

Passivo Circulante 12.330,00R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.000,00R$Salários a Pagar 1.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 6.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$Patrimônio Líquido 10.221,00R$Capital Social 9.000,00R$Reserva de Lucros 600,00R$Reserva de Capitais 621,00R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

20.000,00R$(200,00)R$

Page 104: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini104

Grau de Endividamento = Exigível Total = 12.330,00 + 6.000,00Patrimônio Líquido = 10.221,00

Grau de endividamento = 1,79

Análise: Relacionando o exigível total com o patrimônio líquidoda empresa Heitor Ltda., obtemos o valor de R$ 1,79 de capital deterceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio. Isto significa que aempresa tem uma predominância de origens de terceiros em suaestrutura de capitais.

Page 105: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 105

2) Empresa Wesley Ltda.

Ativo Circulante 60.410,99R$Caixa 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.450,67R$Banco - Poupança 27.890,99R$Contas a Receber 1.000,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.280,00R$Ativo Não Circulante 112.000,00R$Contas a Receber 23.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 89.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

Passivo Circulante 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.990,99R$Salários a Pagar 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 42.000,00R$Financiamentos 42.000,00R$Patrimônio Líquido 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$Reserva de Lucros 18.090,00R$Reserva de Capitais 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

91.000,00R$(2.000,00)R$

Page 106: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini106

Grau de Endividamento = Exigível Total = 14.320,00 + 42.000,00Patrimônio Líquido = 116.090,00

Grau de endividamento = 0,48

Análise: Relacionando o exigível total com o patrimônio líquidoda empresa Wesley Ltda., obtemos o valor R$ 0,48 de capital deterceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio. Esse indicadorrevela uma predominância de origens próprias em sua estrutura decapitais.

Índice de participação de capital deterceiros

O índice de participação de capital de terceiros possibilitaa observação do percentual do capital total que é financiado pelocapital de terceiros, ou seja, que proporção do capital total a em-presa tem somente a posse e não a propriedade. Veja na fórmula aseguir:

Índice de participação = Exigível Totalde capital de terceiros Ativo Total

Este índice apresenta seu resultado em porcentagem (%).Assim, quanto maior o quociente, maior a participação de capitalde terceiros na empresa.

Antes de analisar o índice de participação de capital de ter-ceiros é necessário observar as limitações desse índice:

Limitações do índice de participação de capital de terceiros:Este índice apenas identifica a proporção de capitais de ter-

ceiros investidos na sociedade. Em muitas situações, no entanto,uma proporção maior de capitais de terceiros não significa, neces-

Page 107: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 107

sariamente, que o negócio é inviável. Dependendo do retorno pro-porcionado, o custo dos investimentos realizados por terceiros podeser tranquilamente absorvido pelo negócio, proporcionando, ainda,uma boa margem de lucro no final.

Praticando o índice de participação de capital de terceiros:Para elaborar uma correta análise do índice de participação

de capitais de terceiros é necessário, primeiramente, identificar osvalores no Balanço Patrimonial:

Índice de participação = Exigível Totalcapital de terceiros

Ativo Total

Balanço Patrimonial

Observe os exemplos práticos a seguir:

Page 108: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini108

1) Empresa Heitor Ltda.

Ativo Circulante 8.251,00R$Caixa 1.500,00R$Banco - Conta Corrente 2.000,00R$Banco - Poupança 800,00R$Contas a Receber 475,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 20,00R$Ativo Não Circulante 20.300,00R$Contas a Receber 300,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 20.000,00R$Imóveis

(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

Passivo Circulante 12.330,00R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.000,00R$Salários a Pagar 1.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 6.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$Patrimônio Líquido 10.221,00R$Capital Social 9.000,00R$Reserva de Lucros 600,00R$Reserva de Capitais 621,00R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

20.200,00R$(200,00)R$

Page 109: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 109

Índice de participação = Exigível Total = 12.330,00 + 6.000,00de capitais de terceiros Ativo Total = 28.551,00

Índice de Participação de Capital de Terceiros = 64%

Análise: Relacionando o exigível total com o total do ativo a em-presa Heitor Ltda., apresenta o percentual de 64% de capital deterceiros na sua estrutura de capitais, sendo o restante (100% -64%) correspondente ao capital próprio (36%).

Page 110: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini110

2) Empresa Wesley Ltda.

Ativo Circulante 60.410,99R$Caixa 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.450,67R$Banco - Poupança 27.890,99R$Contas a Receber 1.000,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.280,00R$Ativo Não Circulante 112.000,00R$Contas a Receber 23.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 89.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

Passivo Circulante 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.990,99R$Salários a Pagar 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 42.000,00R$Financiamentos 42.000,00R$Patrimônio Líquido 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$Reserva de Lucros 18.090,00R$Reserva de Capitais 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

91.000,00R$(2.000,00)R$

Índice de Participação = Exigível Total = 14.320,00 + 42.000,00de Capitais de Terceiros Ativo Total = 172.410,99

Page 111: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 111

Índice de Participação de Capital de Terceiros = 33 %

Análise: Relacionando o exigível total com o total do ativo a em-presa Wesley Ltda., apresenta o percentual de apenas 33% de ca-pital de terceiros na sua estrutura de capitais, sendo o restante(100% - 33%) correspondente ao capital próprio (67%).

Composição do endividamento

Com a finalidade de verificar a composição do endivida-mento da empresa, este índice demonstra o percentual de capitaisde terceiros que se encontra no curto prazo (Passivo Circulante) eno longo prazo (Exigível a Longo Prazo). Veja a fórmula:

Composição de endividamento = Passivo Circulante

Exigível Total

Assim como o índice de participação de capital de tercei-ros, a composição do endividamento apresenta seu resultado emporcentagem (%). Assim, quanto maior o quociente, maior é aconcentração de capitais de terceiros no curto prazo (PassivoCirculante).

Mas antes de analisar a composição do endividamento é ne-cessário observar as limitações deste índice:

Limitações da composição do endividamento:

1. Este índice identifica o percentual do endividamento nocurto prazo (12 meses) e no longo prazo (acima de 12meses), não possibilitando o conhecimento da distribui-ção das dívidas nesses períodos de acordo com seusvencimentos.

Page 112: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini112

Praticando a composição do endividamento:

Para elaborar uma correta análise da composição do endivi-damento é preciso, primeiramente, identificar os valores no Balan-ço Patrimonial:

Composição do = Passivo Circulanteendividamento

Exigível Total

Balanço Patrimonial

Observe os exemplos práticos a seguir:

Page 113: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 113

1) Empresa Heitor Ltda.

Ativo Circulante 8.251,00R$Caixa 1.500,00R$Banco - Conta Corrente 2.000,00R$Banco - Poupança 800,00R$Contas a Receber 475,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 20,00R$Ativo Não Circulante 20.300,00R$Contas a Receber 300,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 20.000,00R$Imóveis

(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

Passivo Circulante 12.330,00R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.000,00R$Salários a Pagar 1.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 6.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$Patrimônio Líquido 10.221,00R$Capital Social 9.000,00R$Reserva de Lucros 600,00R$Reserva de Capitais 621,00R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

20.200,00R$(200,00)R$

Composição do Endividamento = Passivo Circulante = 12.330,00 = 67%Exigível Total = 12.330,00 +6.000,00

Page 114: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini114

Composição do Endividamento = 67%

Análise: Relacionando o passivo circulante com o exigível total daempresa Heitor Ltda., observamos um percentual de concentraçãode 67% do seu endividamento no curto prazo (com vencimento ematé 12 meses), sendo o restante (100% - 67%) correspondente avencimentos no longo prazo (33%).

Page 115: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 115

2) Empresa Wesley Ltda.

Ativo Circulante 60.410,99R$Caixa 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.450,67R$Banco - Poupança 27.890,99R$Contas a Receber 1.000,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.280,00R$Ativo Não Circulante 112.000,00R$Contas a Receber 23.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 89.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

Passivo Circulante 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.990,99R$Salários a Pagar 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 42.000,00R$Financiamentos 42.000,00R$Patrimônio Líquido 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$Reserva de Lucros 18.090,00R$Reserva de Capitais 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

91.000,00R$(2.000,00)R$

Composição do Individamento = Passivo Circulante = 14.320,00Exigível Total = 14.320,99 +42.000,00

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini116

Composição do endividamento = 25%

Análise: Relacionando o passivo circulante com o exigível total daempresa Wesley Ltda., observamos um percentual de concentraçãode 25% do seu endividamento no curto prazo (com vencimento ematé 12 meses), sendo o restante (100% - 25%) correspondente avencimentos no longo prazo (75%).

Quadro de análise dos Índices deEndividamento

Observe no quadro de análise a seguir, o contexto geral dosíndices de endividamento.

ÍNDICE FÓRMULA RESULTADO CONCEITO

Grau deEndividamento GE = Exigível Total / PL R$

Dependência da empresaem relação ao capital deterceiros.

Índice deParticipação deCapital deTerceiros

IPCT = Exigível Total / AtivoTotal %

Demonstra o percentual docapital total financiado pelocapital de terceiros.

Composição doEndividamento CE = PC / Exigível Total %

Demonstra a composiçãodo endividamento daempresa no curto (PC) eno longo prazo (PELP).

Observando a PRÁTICA – Passo a passo

Com base no Balanço Patrimonial da Empresa VitóriaLtda., observe o cálculo e a análise dos índices de endividamento.

Page 117: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 117

Ativo Circulante 67.000,00R$Caixa 2.000,00R$Banco - Conta Corrente 22.000,00R$Banco - Poupança 13.000,00R$Contas a Receber 5.000,00R$Estoques 22.000,00R$Despesas Antecipadas 1.000,00R$Tributos a Recuperar 2.000,00R$

Ativo Não Circulante 115.000,00R$Contas a Receber 12.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 100.000,00R$ImóveisIntangível 3.000,00R$Marcas e patentes

TOTAL DO ATIVO 182.000,00R$

Passivo Circulante 60.000,00R$Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$Duplicatas a Pagar 4.000,00R$Fornecedores 22.000,00R$Salários a Pagar 11.000,00R$Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$Financiamentos 12.000,00R$

Passivo Não Circulante 20.000,00R$

Financiamentos 20.000,00R$

Patrimônio Líquido 102.000,00R$Capital Social 90.000,00R$Reserva de Lucros 6.000,00R$Reserva de Capital 6.000,00R$

TOTAL DO PASSIVO 182.000,00R$

Balanço PatrimonialATIVO

PASSIVO

100.000,00R$

3.000,00R$

Page 118: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini118

Grau de endividamento

1º Passo – Identifique as informações necessárias ao cálculo doíndice solicitado:

Exigível Total: R$ 60.000,00 (PC) + R$ 20.000,00 (PELP)Patrimônio Líquido: R$ 102.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Grau de Individamento = Exigível Total = 60.00,00 + 20.000,00 = R$ 0,78Patrimônio Líquido = 102.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: Relacionando o exigível total com o patrimônio líquidoda empresa Vitória Ltda., obtemos o valor de R$ 0,78 de capital deterceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio. É possível afirmar,então, que a empresa tem uma predominância de origens própriasem sua estrutura de capitais.

Índice de participação de capital de terceiros

1º Passo – Identifique as informações necessárias ao cálculo doíndice solicitado:

Exigível Total: R$ 60.000,00 (PC) + R$ 20.000,00 (PELP)Total do Ativo: R$ 182.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Page 119: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 119

Índice de Participação = Exigível Total = 60.00,00 + 20.000,00 = 44%de Capital de Terceiros Ativo Total = 182.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: Relacionando o exigível total com o total do ativo da em-presa Vitória Ltda., obtemos o percentual de 44% de capital deterceiros na sua estrutura de capitais, sendo o restante (100% -44%) correspondente ao capital próprio (56%).

Composição do endividamento

1º Passo – Identifique as informações necessárias ao cálculo doíndice solicitado:

Passivo Circulante: R$ 60.000,00Exigível Total: R$ 60.000,00 (PC) + R$ 20.000,00 (PELP)

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Composição do Endividamento = Passivo Circulante = 60.000,00 = 75%Exigível Total = 60.000,00 + 20.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: Relacionando o passivo circulante com o exigível total daempresa Vitória Ltda., obtemos o percentual de concentração de75% do seu endividamento no curto prazo (com vencimento em até12 meses), sendo o restante (100% - 75%) correspondente a ven-cimentos no longo prazo (25%).

Page 120: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini120

Exercício de Fixação1) Com base no Balanço Patrimonial a seguir, e utilizando os indi-

cadores de endividamento, realize a análise da empresa JoãoPedro Ltda.

Ativo Circulante 12.700,00R$Caixa 10.000,00R$Banco - Conta Corrente 200,00R$Banco - Poupança 230,00R$Contas a Receber 230,00R$Estoques 2.000,00R$Despesas Antecipadas 40,00R$Ativo Não Circulante 21.500,00R$Contas a Receber 1.500,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 20.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 34.200,00R$

Passivo Circulante 6.640,00R$Notas Promissórias a Pagar 1.000,00R$Duplicatas a Pagar 140,00R$Fornecedores 1.000,00R$Salários a Pagar 2.500,00R$Contas Diversas a Pagar 1.000,00R$Financiamentos 1.000,00R$Passivo Não Circulante 2.000,00R$Financiamentos 2.000,00R$Patrimônio Líquido 25.560,00R$Capital Social 25.000,00R$Reserva de Lucros 360,00R$Reserva de Capitais 200,00R$TOTAL DO ATIVO 34.200,00R$

Balanço PatrimonialATIVO

PASSIVO

20.200,00R$(200,00)R$

Page 121: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 121

2) Com base nos Balanços Patrimoniais a seguir, e utilizando os in-dicadores de endividamento, realize a análise da empresa SofiLtda.

Ativo Circulante 64.000,00R$Caixa 15.000,00R$Banco - Conta Corrente 23.000,00R$Banco - Poupança 8.000,00R$Contas a Receber 3.000,00R$Estoques 13.000,00R$Despesas Antecipadas 2.000,00R$Ativo Não Circulante 115.000,00R$Contas a Receber 35.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 80.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 179.000,00R$

Passivo Circulante 42.000,00R$Notas Promissórias a Pagar 20.000,00R$Duplicatas a Pagar 1.000,00R$Fornecedores 3.000,00R$Salários a Pagar 5.000,00R$Contas Diversas a Pagar 6.000,00R$Financiamentos 7.000,00R$Passivo Não Circulante 35.000,00R$Financiamentos 35.000,00R$Patrimônio Líquido 102.000,00R$Capital Social 95.000,00R$Reserva de Lucros 3.500,00R$Reserva de Capitais 3.500,00R$TOTAL DO ATIVO 179.000,00R$

Balanço PatrimonialATIVO

PASSIVO

90.200,00R$(10.200,00)R$

Page 122: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini122

Page 123: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 123

Capítulo 6

ÍNDICES DE ATIVIDADE

Os índices de atividade têm como principal objetivo verifi-car a eficiência da empresa no uso dos seus recursos quando dodesenvolvimento de suas atividades operacionais. Ou seja, busca-seidentificar se a empresa possui um gerenciamento eficiente dosseus estoques, do uso de seus ativos permanentes e dos prazos derecebimentos e pagamentos.

Deve-se ressaltar que os índices de atividade são represen-tados por prazos médios, os quais terão seus resultados apresenta-dos em dias, meses ou anos, dependendo do caso em análise. Afigura a seguir resume as etapas operacionais de uma empresa ana-lisada pelos Índices de Atividade:

Page 124: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini124

Ciclo operacional em uma empresa.As etapas do ciclo operacional compõem-se, inicialmente,

da aquisição da matéria-prima necessária à fabricação dos produtosoferecidos pela empresa, onde ela contrai obrigações com fornece-dores que serão registradas no passivo circulante. Posteriormente aempresa beneficia a matéria-prima empregando o seu ativo perma-nente, tendo como resultado os produtos acabados, que ficam nosestoques e são registrados no ativo circulante.

Tendo bens acabados em estoque, a empresa passa a buscarclientes para vendê-los. Quando isto ocorre, se a venda for à vista,os recursos financeiros provenientes da venda entram diretamenteno caixa. Caso contrário, se a venda for a prazo, ficam os valoresfinanceiros a receber registrados no ativo circulante como contase/ou duplicatas a receber. Nesse momento, inicia-se um novo ciclooperacional para a empresa, o qual se espera que seja contínuo aolongo do tempo.

Ainda em relação ao ciclo operacional da empresa, pode-seobter algumas conclusões iniciais importantes. Ao gestor da empre-sa caberá buscar com que os prazos médios de giro de estoque e derecebimento das receitas de vendas seja o menor possível, poiscontribuem para que a empresa fique numa posição de liquidezsaudável. Já em relação ao pagamento de fornecedores, espera-seque seus prazos médios sejam maiores que os de recebimento, oque facilitará a gestão do fluxo de caixa da empresa.

Assim como os demais, para analisar os índices de atividadedeve-se observar as etapas a seguir:

Identificação da origem das informaçõesCálculo do Índice Análise

e Interpretação

Primeiramente, para calcular os índices de atividade, é ne-cessário identificar as informações necessárias ao cálculo na de-monstração contábil respectiva.

Page 125: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 125

Mas afinal, em qual demonstraçãocontábil eu devo observar as

informações para o cálculo e avaliaçãodos Índices de Atividade?

A avaliação dos prazos médios de atividade ocorre combase nas informações constantes no Balanço Patrimonial e noDemonstrativo de Resultados do Exercício da empresa.

Por meio do confronto de algumas informações do BalançoPatrimonial e da DRE, podem ser mensurados os seguintes índicesde endividamento:

Prazo médio de recebimentosPrazo médio de pagamentosRotação de estoquesGiro dos ativos

Os grupos de contas do Balanço utilizados para o cálculodos índices de atividade são os seguintes:

ATIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadas as contasdisponíveis e realizáveis a curto prazo, ou seja, as contas que repre-sentam bens e direitos conversíveis em moeda dentro do mesmoexercício social (com vencimentos no próprio ano).

ATIVO NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZO: Apresenta os direitos cujavelocidade de conversão em moeda sejam superiores a 12 meses.Desta forma, as contas classificadas neste grupo possuem seuvencimento (conversão em moeda) após o término do exercícioseguinte.

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini126

PASSIVO CIRCULANTE: Neste grupo são classificadas as con-tas que representam obrigações com vencimento a curto prazo, ouseja, com vencimento em até 12 meses.

Já os grupos de contas do Demonstrativo de Resultados utilizadospara o cálculo dos índices de atividade são os seguintes:

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV): esta contarepresenta todos os custos operacionais diretamente relacionadoscom as vendas dos produtos acabados.

VENDAS DO PERÍODO: este grupo representa o total de vendasapurados pela empresa durante o período.

COMPRAS ANUAIS: esta conta representa o total de comprasdiretas feitas junto a fornecedores de matérias-primas e insumosutilizados na produção dos bens e serviços da empresa. Este itemapresenta um fator limitante, pois não é encontrado diretamente nasdemonstrações contábeis. Mesmo assim, pode ser estimado pelaseguinte equação:

CMV = EI + C – EF

Onde:EI = Estoque InicialC = ComprasEF = Estoque FinalCMV = Custo da Mercadoria Vendida

Observe, na sequência, o contexto geral de cada um dos ín-dices apresentados:

Page 127: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 127

Prazo médio de recebimento

O prazo médio de recebimento mostra o tempo médio que aempresa leva para receber os valores decorrentes de suas vendas aprazo. Para isso ele relaciona o Contas a Receber com o total devendas no exercício do período. Veja abaixo:

Prazo Médio de Recebimento = Contas a Receber x 360 dias(PMR) Vendas

A resultante do cálculo do prazo médio de recebimentoapresenta-se em dias, sendo assim, quanto menor o número de dias,mais rápido a empresa recebe seus direitos.

Limitações do prazo médio de recebimento:1. Este indicador apresenta-se diretamente dependente do

cálculo do Prazo Médio de Pagamento (PMP), não apre-sentando uma contribuição relevante na análise da em-presa se não for comparado com o PMP.

Praticando o prazo médio de recebimento:Para elaborar uma correta análise do grau de endivida-

mento, tem-se primeiramente que identificar os valores do Balan-ço Patrimonial:

PMR = Contas a Receber X 360 dias

Vendas

Balanço Patrimonial

DRE

Observe os exemplos práticos a seguir:

Page 128: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini128

1) Empresa Vilma Linda dos Santos Ltda. Apresenta as se-guintes demonstrações financeiras:

Ativo Circulante 60.410,99R$Caixa 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.450,67R$Banco - Poupança 27.890,99R$Contas a Receber 1.000,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.280,00R$Ativo Não Circulante 112.000,00R$Contas a Receber 23.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 89.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

Passivo Circulante 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.990,99R$Salários a Pagar 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 42.000,00R$Financiamentos 42.000,00R$Patrimônio Líquido 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$Reserva de Lucros 18.090,00R$Reserva de Capitais 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

91.000,00R$(2.000,00)R$

Page 129: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 129

1 RECEITA OPERACIONAL BRUTA - ROB (1.1 + 1.2) 172.000,00R$1.1 Venda de Mercadorias 172.000,00R$1.2 Serviços Prestados -R$

2 (-) DEDUÇÕES (2.1 + 2.2 + 2.3) 50.580,00R$2.1 Devolução de Vendas 5.000,00R$2.2 Impostos sobre vendas 45.580,00R$

3 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA - ROL (1 - 2) 121.420,00R$4 (-) CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDOS - CMV 41.420,00R$5 (=) LUCRO BRUTO (3 - 4) 80.000,00R$6 (-) DESPESAS OPERACIONAIS (6.1 + 6.2 + 6.3) 9.277,00R$

6.1 Despesas com Vendas 3.245,00R$6.2 Despesas Financeiras 1.032,00R$6.3 Despesas Administrativas 5.000,00R$

7 (=) LUCRO OPERACIONAL (5 - 6) 70.723,00R$8 (-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 133,00R$9 (+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 90,00R$

10 (=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR E DA CS (7 - 8 + 9) 70.680,00R$11 (-) IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 12.722,40R$12 (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10 - 11) 57.957,60R$

Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

1 RECEITA OPERACIONAL BRUTA - ROB (1.1 + 1.2) 172.000,00R$1.1 Venda de Mercadorias 172.000,00R$1.2 Serviços Prestados -R$

2 (-) DEDUÇÕES (2.1 + 2.2 + 2.3) 50.580,00R$2.1 Devolução de Vendas 5.000,00R$2.2 Impostos sobre vendas 45.580,00R$

3 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA - ROL (1 - 2) 121.420,00R$4 (-) CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDOS - CMV 41.420,00R$5 (=) LUCRO BRUTO (3 - 4) 80.000,00R$6 (-) DESPESAS OPERACIONAIS (6.1 + 6.2 + 6.3) 9.277,00R$

6.1 Despesas com Vendas 3.245,00R$6.2 Despesas Financeiras 1.032,00R$6.3 Despesas Administrativas 5.000,00R$

7 (=) LUCRO OPERACIONAL (5 - 6) 70.723,00R$8 (-) OUTRAS DESPESAS 133,00R$9 (+) OUTRAS RECEITAS 90,00R$

10 (=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR E DA CS (7 - 8 + 9) 70.680,00R$11 (-) IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 12.722,40R$12 (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10 - 11) 57.957,60R$

Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Page 130: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini130

Prazo médio de recebimento = Contas a Receber = (1.000,00 + 23.000,00) X 360)Vendas 172.000,00

Prazo médio de recebimento = 50,23 dias

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa finan-ciou seus clientes, em média, por 50 dias. Esta informação é rele-vante para que o gestor financeiro possa verificar as disponibili-dades de caixa, visando honrar com as obrigações de curto, médioe longo prazos da empresa.

Prazo médio de pagamentos

O prazo médio de pagamentos (PMP) mostra o tempo mé-dio que a empresa leva para pagar suas obrigações com os fornece-dores de matéria-prima e insumos destinados às atividades operacio-nais da empresa. Para isso ele relaciona o Contas a Pagar com ototal de vendas no exercício anual. Veja abaixo:

Prazo médio pagamento = Fornecedores + D. Pagar + N. P. Pagar x 360

Compras do Período

A resultante do cálculo do prazo médio de recebimentoapresenta-se em dias, sendo assim, quanto maior o indicador, me-lhor será a situação financeira da empresa.

Mas antes de analisar o índice de prazo médio de paga-mentos é necessário observar as limitações deste índice:

Limitações do Índice de Prazo Médio de Pagamentos:

1. O cálculo do prazo médio de pagamento depende di-retamente do cálculo do prazo médio de recebimento

Page 131: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 131

(PMR), não apresentando uma contribuição relevantena análise da empresa se não for comparado com oPMR.

Praticando o Índice de Prazo Médio de Pagamentos:

Para elaborar uma correta análise do índice de Prazo Médiode Pagamentos é preciso primeiramente identificar os valores noBalanço Patrimonial e na DRE:

PMP = Fornecedores + Dupl. a Pagar + N. P. a Pagar X 360 dias

Compras Anuais

Balanço Patrimonial

C = CMV – EI + EF

Onde:

EI = Estoque Inicial

C = Compras

EF = Estoque Final

CMV = Custo da Mercadoria Vendida

Observe os exemplos práticos a seguir

Page 132: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini132

1) Empresa Vilma Linda dos Santos Ltda.

ATIVO 1 2Ativo Circulante 37.850,00R$ 60.410,99R$Caixa 12.000,00R$ 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$ 3.450,67R$Banco - Poupança 18.000,00R$ 27.890,99R$Contas a Receber 2.000,00R$ 1.000,00R$Estoques 1.500,00R$ 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.350,00R$ 1.280,00R$Ativo Não Circulante 115.200,00R$ 112.000,00R$Contas a Receber 25.200,00R$ 23.000,00R$Investimentos -R$ -R$Ativo Imobilizado 90.000,00R$ 89.000,00R$Imóveis 91.000,00R$ 91.000,00R$(-) Depreciação (1.000,00)R$ (2.000,00)R$Intangível -R$ -R$TOTAL DO ATIVO 153.050,00R$ 172.410,99R$

PASSIVO 1 2Passivo Circulante 15.917,60R$ 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 7.600,00R$ 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 1.097,60R$ 240,00R$Fornecedores 2.399,00R$ 3.990,99R$Salários a Pagar 1.800,00R$ 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 21,00R$ 1.200,00R$Financiamentos 3.000,00R$ 4.000,00R$Passivo Não Circulante 79.000,00R$ 42.000,00R$Financiamentos 79.000,00R$ 42.000,00R$Patrimônio Líquido 58.132,40R$ 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$ 78.000,00R$Prejuízo Acumulado (19.867,60)R$Reserva de Lucros -R$ 18.090,00R$Reserva de Capitais -R$ 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 153.050,00R$ 172.410,99R$

Balanço Patrimonial

Page 133: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 133

Calculando o valor das compras:

EI + C - EF = CMV

1.500,00 + C – 3.456,00 = 41.420,00

C = 41.420,00 – 1.500,00 + 3.456,00

Compras do período = 43.376,00

PMP = Fornecedores/D. a pagar/N.p. a pag. = (3.990,99 + 240,00 + 2.000,00) x 360)Compras do Período = 43.376,00

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini134

Prazo médio de pagamento = 51,71 dias

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa foifinanciada por seus fornecedores, em média, por 52 dias no segun-do período. Esta informação é relevante para que o gestor finan-ceiro possa verificar a existência de possíveis descompassos entreos prazos de recebimentos e de pagamento. Neste caso, como oprazo médio de pagamentos é maior do que o prazo médio de rece-bimento, numa análise inicial pode-se afirmar que a empresa seencontra numa situação confortável para gerenciar suas obriga-ções.

Rotação de estoques

De maneira bem simples, pode-se afirmar que o índice Ro-tação de Estoques procura identificar a eficiência das atividadesoperacionais da empresa, ou seja, se ela produz bens acabados e osvende rapidamente. Neste caso, o indicador irá mostrar o tempoque leva este processo. Veja abaixo:

Rotação de estoques = Custo das Mercadorias Vendidas

Estoques

No caso do índice de Rotação de Estoques, o resultado apu-rado irá representar a quantidade de vezes ao ano que o estoque“gira”. Posteriormente, para saber qual o prazo médio vinculado aeste indicador, basta dividir a quantidade de dias do ano, ou seja,360, pelo valor apurado pelo indicador.

Sendo assim, quanto maior o quociente, maior o tempo queos produtos acabados permanecem no estoques, o que pode indicarineficiência nas estratégias de vendas da empresa, ou mesmo umafalta de planejamento entre as quantidades produzidas e as quanti-dades previstas de vendas.

Page 135: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 135

Mas antes de analisar a rotatividade do estoque é necessárioobservar as limitações desse índice:

Limitações da rotatividade do estoque:

1. Como este índice apresenta um resultado médio emdias para um determinado ano, fatores de sazonalida-de não conseguem ser captados no seu cálculo. Sendoassim, uma análise em períodos menores deverá serfeita para poder identificar a ocorrência de eventos desazonalidade.

Praticando a rotação de estoques:

Para elaborar uma correta análise da rotação de estoques épreciso primeiramente identificar os valores no Balanço Patrimoniale na DRE:

Observe os exemplos práticos a seguir:

Rotação do estoque = Custo da Mercadoria Vendida

Estoques

DRE

BALANÇO PATRIMONIAL

Observe um exemplo de como calcular este indicador a seguir:

Page 136: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini136

Rotação de Estoques (RE) = CVM = 41.420,00

Estoques 3.456,00

Rotação de Estoques (RE) = 12 vezes no período

Rotação de Média dos Estoques (RME em dias) = 360 = 30 dias

12

Rotação Média dos Estoques (RME) = 30 dias

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa conse-gue girar seus estoques de produtos acabados por 12 vezes duranteo ano, ou seja, em média, ela leva 30 dias para vender todo o esto-que de produtos acabados produzidos.

Giro dos ativos

O indicador giro dos ativos informa a eficiência com a quala empresa utiliza todos seus ativos para produzir os seus produtosfinais e gerar as suas receitas de vendas. Veja abaixo:

Giro dos Ativos = Receitas de Vendas

Ativos Totais

Da mesma forma que o índice de rotação de estoques, o re-sultado apurado para o giro dos ativos irá representar a quantidadede vezes ao ano que os ativos como um todo “giram”. Posterior-mente, para saber qual o prazo médio vinculado a este indicador,

Page 137: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 137

basta dividir a quantidade de dias do ano, ou seja, 360, pelo valorapurado pelo indicador.

Neste caso, tem-se uma grande influência do ativo perma-nente para o resultado final do indicador. Sua interpretação irámostrar em quanto tempo estes ativos deverão ser repostos. Nocaso do ativo permanente, não se deve imaginar que estes já estariamtotalmente depreciados ao final do prazo médio apurado, mas simque, após este prazo, eles podem passar a trabalhar com menor efi-ciência que o desejado.

Praticando o giro dos ativos:Para elaborar uma correta análise do giro do ativo, tem-se

primeiramente que identificar os valores no Balanço Patrimonial ena DRE:

Observe os exemplos práticos a seguir:

Giro dos ativos = Receitas de Vendas

Ativos Totais

DRE

Balanço Patrimonial

Observe um exemplo de como calcular o giro do ativo.Podemos iniciar o cálculo apurando o indicador somente para oativo permanente:

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini138

Giro do artivo (GA) = Receitas de Vendas = 172.000,00

Total do Ativo 172.410,99

Giro do Ativo = 0,99 vezes no período.

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa giraseus ativos aproximadamente uma vez no período.

Quadro de análise dos Índices deEndividamento

Observe no quadro de análise a seguir, o contexto geral dosíndices de atividade.

ÍNDICE FÓRMULA RESULTADO CONCEITO

Prazo Médiode Recebimento

PMR = Contas a Receber X 360/ Vendas

Dias Representa o prazo médio derecebimento em dias.

Prazo Médio dePagamento

PMP = Fornecedores + D.Pagar + N. P. a Pagar X 360 /Compras do Período

Dias Representa o prazo médio depagamento em dias.

Rotação deEstoques

RE = Custos das MercadoriasVendidas / Estoques

Vezes no período

Giro dos Ativos GA = Receitas de Vendas /Ativos Totais

Vezes no período

O indicador Giro dos Ativosinforma a eficiência com a quala empresa utiliza todos seusativos para produzir os seusprodutos finais e gerar as suasreceitas de vendas.

Demonstra a eficiência dasatividades operacionais daempresa, identificando aquantidade de rotações in-tegrais do estoque no pe-ríodo.

Page 139: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 139

Observando a prática – passo a passo

Com base no Balanço Patrimonial (02) da Empresa VilmaLinda dos Santos Ltda., observe o cálculo e a análise dos índices deatividade.

ATIVO 1 2Ativo Circulante 37.850,00R$ 60.410,99R$Caixa 12.000,00R$ 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$ 3.450,67R$Banco - Poupança 18.000,00R$ 27.890,99R$Contas a Receber 2.000,00R$ 1.000,00R$Estoques 1.500,00R$ 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.350,00R$ 1.280,00R$Ativo Não Circulante 115.200,00R$ 112.000,00R$Contas a Receber 25.200,00R$ 23.000,00R$Investimentos -R$ -R$Ativo Imobilizado 90.000,00R$ 89.000,00R$Imóveis 91.000,00R$ 91.000,00R$(-) Depreciação (1.000,00)R$ (2.000,00)R$Intangível -R$ -R$TOTAL DO ATIVO 153.050,00R$ 172.410,99R$

PASSIVO 1 2Passivo Circulante 15.917,60R$ 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 7.600,00R$ 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 1.097,60R$ 240,00R$Fornecedores 2.399,00R$ 3.990,99R$Salários a Pagar 1.800,00R$ 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 21,00R$ 1.200,00R$Financiamentos 3.000,00R$ 4.000,00R$Passivo Não Circulante 79.000,00R$ 42.000,00R$Financiamentos 79.000,00R$ 42.000,00R$Patrimônio Líquido 58.132,40R$ 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$ 78.000,00R$Prejuízo Acumulado (19.867,60)R$Reserva de Lucros -R$ 18.090,00R$Reserva de Capitais -R$ 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 153.050,00R$ 172.410,99R$

Balanço Patrimonial

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini140

Prazo médio de recebimento

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Contas a Receber: R$ 24.000,00 (1.000,00 + 23.000,00)Vendas: R$ 172.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Prazo médio de = Contas à Receber = (1.000,00 + 23.000,00) x 360recebimento Vendas 172.000,00

Page 141: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 141

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa finan-ciou seus clientes, em média, por 50 dias. Esta informação é rele-vante para que o gestor financeiro possa verificar as disponibili-dades de caixa, visando honrar com as obrigações de curto, médioe longo prazos da empresa.

Prazo médio de pagamento

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Fornecedores: R$ 3.990,99Duplicatas a Pagar: R$ 240,00Notas Promissórias a Pagar: R$ 2.000,00Compras: R$ 43.376,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

PMP = Fornecedores/D. a pagar/N.p. a pag. = (3.990,99 + 240,00 + 2000,00) x 360)Compras do Período = 43.376,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa foifinanciada por seus fornecedores, em média, por 52 dias. Nestecaso, como o prazo médio de pagamento é maior do que o prazomédio de recebimento (50 dias), numa análise inicial pode-se afir-mar que a empresa se encontra numa situação confortável paragerenciar suas obrigações.

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Rotação de estoques

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Custo da mercadoria vendida: R$ 41.420,00Estoques: R$ 3.456,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Rotação de estoque (RE) = CMV = 41.420,00

Estoques 3.456,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa conse-gue girar seus estoques de produtos acabados por 12 vezes duranteo ano, ou seja, em média, ela leva 30 dias para vender todo o esto-que de produtos acabados produzidos.

Giro dos ativos

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Receita de Vendas: R$ 172.000,00Ativos Totais: R$ 172.410,99

Page 143: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 143

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Giro do ativo (GA) = Receitas de Vendas = 172.000,00

Total do Ativo 172.410,99

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: O resultado encontrado demonstra que a empresa giraseus ativos aproximadamente uma vez no período (0,99).

Exercício de Fixação

1) Com base no Balanço Patrimonial e na DRE a seguir, e utili-zando os indicadores de atividade, realize a análise da empresaSueli Cruz Ltda.

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini144

ATIVO 1 2Ativo Circulante 6.294,00R$ 12.265,24R$Caixa 3.000,00R$ 3.333,00R$Banco - Conta Corrente 290,00R$ 678,00R$Banco - Poupança 1.390,00R$ 3.000,00R$Contas a Receber 230,00R$ 1.000,00R$Estoques 1.234,00R$ 4.000,00R$Despesas Antecipadas 50,00R$ 23,00R$Tributos a Recuperar 100,00R$ 231,24R$Ativo Não Circulante 33.456,00R$ 31.380,00R$Contas a Receber 3.456,00R$ 2.380,00R$Investimentos -R$ -R$Ativo Imobilizado 30.000,00R$ 29.000,00R$Imóveis 31.000,00R$ 31.000,00R$(-) Depreciação (1.000,00)R$ (2.000,00)R$Intangível -R$ -R$TOTAL DO ATIVO 39.750,00R$ 43.645,24R$

PASSIVO 1 2Passivo Circulante 3.968,00R$ 3.622,00R$Notas Promissórias a Pagar 678,00R$ 670,00R$Duplicatas a Pagar 78,00R$ 240,00R$Fornecedores 1.000,00R$ 1.300,00R$Salários a Pagar 780,00R$ 1.090,00R$Contas Diversas a Pagar 32,00R$ 2,00R$Financiamentos 1.400,00R$ 320,00R$Passivo Não Circulante 4.000,00R$ 3.500,00R$Financiamentos 4.000,00R$ 3.500,00R$Patrimônio Líquido 31.782,00R$ 36.523,24R$Capital Social 28.782,00R$ 28.782,00R$Prejuízo Acumulado -R$Reserva de Lucros 1.500,00R$ 3.000,00R$Reserva de Capitais 1.500,00R$ 4.741,24R$TOTAL DO ATIVO 39.750,00R$ 43.645,24R$

Balanço Patrimonial

Page 145: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 145

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini146

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Análise das Demonstrações Financeiras 147

Capítulo 7

ÍNDICES DERENTABILIDADE

Os índices de rentabilidade têm o objetivo de identificar oretorno obtido pela empresa sobre o capital investido, seja elepróprio ou de terceiros. Vale lembrar que o capital próprio é re-presentado pelo Patrimônio Líquido e o capital de terceiros érepresentado pelo Passivo Circulante somado ao Passivo Exigí-vel a Longo Prazo.

Para analisar os índices de rentabilidade é preciso observaras etapas a seguir:

Identificação da origem das informaçõesCálculo do Índice Análise e

Interpretação

Para calcular os índices de rentabilidade é necessário, pri-meiramente, identificar as informações necessárias na demonstra-ção contábil respectiva.

Page 148: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini148

Mas afinal, de qual demonstraçãocontábil eu devo retirar as informaçõespara o cálculo e avaliação dos Índices

de Rentabilidade?

A avaliação de rentabilidade é realizada com base nas in-formações constantes no Balanço Patrimonial e na Demonstra-ção do Resultado do Exercício (DRE) da empresa.

Através do confronto das contas patrimoniais e de resultadopodem ser mensurados os seguintes índices de rentabilidade:

Retorno sobre o InvestimentoRetorno sobre o Patrimônio Líquido

Antes de analisar a rentabilidade do empreendimento é ne-cessário entender os itens que compõem o cálculo:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: trata-se do valor contábil pertencenteaos acionistas ou sócios, sendo composto pelas seguintes contas:Capital Social; Reservas de Capital; Reservas de Lucros; Ajustesde Avaliação Patrimonial e Prejuízos Acumulados.

ATIVO TOTAL: compreende todas as aplicações (Bens e Direitos)da empresa. Divide-se em: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.

LUCRO LÍQUIDO: é o resultado líquido apurado por meio daDemonstração do Resultado do Exercício. Trata-se da Receita Ope-racional Bruta deduzida dos impostos diretos, do custo da mercado-ria vendida ou dos serviços prestados, das despesas operacionais edos impostos indiretos (Imposto de Renda e Contribuição Social).

Observe a seguir o contexto geral de cada um dos índicesapresentados:

Page 149: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 149

Retorno sobre o investimento

O chamado ROI (Return On Investment), ou retorno sobre oinvestimento, tem como principal finalidade demonstrar o desem-penho do capital investido (próprio e de terceiros). Para isto elerelaciona o Lucro Líquido com o Ativo Total. Veja:

Retorno sobre o investimento = Lucro líquido

Ativos Totais

A resultante do cálculo do retorno sobre o investimentoapresenta-se em Reais. Assim, um índice maior do que 1 indica umretorno sobre o investimento acima de 100%.

Antes de analisar o retorno sobre o investimento é necessá-rio observar as limitações desse índice:

Limitações do retorno sobre o investimento:O retorno sobre o investimento não considera em sua base

de cálculo a desvalorização do dinheiro no tempo.

Praticando o retorno sobre o investimento:Para elaborar uma correta análise do retorno sobre o investi-

mento é necessário, primeiramente, identificar os valores do BalançoPatrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE):

Retorno sobre o investimento = Lucro Líquido

Ativo Total

Balanço Patrimonial

DRE

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini150

Observe os exemplos práticos a seguir:

1) Empresa Heitor Ltda.

Ativo Circulante 8.251,00R$Caixa 1.500,00R$Banco - Conta Corrente 2.000,00R$Banco - Poupança 800,00R$Contas a Receber 475,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 20,00R$Ativo Não Circulante 20.300,00R$Contas a Receber 300,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 20.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

Passivo Circulante 12.330,00R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.000,00R$Salários a Pagar 1.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 6.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$Patrimônio Líquido 10.221,00R$Capital Social 9.000,00R$Reserva de Lucros 600,00R$Reserva de Capitais 621,00R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

20.200,00R$(200,00)R$

Page 151: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 151

Retorno sobre o investimento = Lucro Líquido = 1.123,40 = R$ 0,03Ativo Total 28.551,00

Retorno sobre o investimento = R$ 0,03

Análise: Relacionando o lucro líquido com o ativo total da empresaHeitor Ltda., obtemos um retorno de R$ 0,03 para cada R$ 1,00 in-vestido, ou seja, a empresa apresenta um retorno médio de 3% sobreseu capital total investido (capital próprio e capital de terceiros).

Page 152: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini152

2) Empresa Wesley Ltda.

Ativo Circulante 60.410,99R$Caixa 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.450,67R$Banco - Poupança 27.890,99R$Contas a Receber 1.000,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.280,00R$Ativo Não Circulante 112.000,00R$Contas a Receber 23.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 89.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

Passivo Circulante 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.990,99R$Salários a Pagar 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 42.000,00R$Financiamentos 42.000,00R$Patrimônio Líquido 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$Reserva de Lucros 18.090,00R$Reserva de Capitais 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

91.000,00R$(2.000,00)R$

Page 153: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 153

Retorno sobre o investimento = Lucro Líquido = 57.957,60 = R$ 0,34Ativo Total = 172.410,99

Retorno sobre o investimento = R$ 0,34

Análise: Relacionando o lucro líquido com o ativo total da empresaWesley Ltda., obtemos um retorno de R$ 0,34 para cada R$ 1,00 in-vestido, ou seja, a empresa apresenta um retorno médio de 34% sobreseu capital total investido (capital próprio e capital de terceiros).

Retorno sobre o Patrimônio Líquido

O chamado ROE (Return On Equity), ou retorno sobre opatrimônio líquido, tem como principal objetivo demonstrar o re-

Page 154: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini154

torno auferido pelo acionista sobre o capital investido (patrimôniolíquido). Para isso ele relaciona o Lucro Líquido com o PatrimônioLíquido. Veja:

Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro líquido

Patrimônio Líquido

A resultante do cálculo do retorno sobre o patrimônio líqui-do apresenta-se em Reais. Assim, um índice maior do que 1 indicaum retorno sobre o patrimônio líquido acima de 100%.

Antes de analisar o retorno sobre o patrimônio líquido é ne-cessário observar as limitações deste índice:

Limitações do retorno sobre o patrimônio líquido:1. O retorno sobre o patrimônio líquido não considera em

sua base de cálculo a desvalorização do dinheiro notempo.

Praticando o retorno sobre o patrimônio líquido:Para elaborar uma correta análise do retorno sobre o patri-

mônio líquido é necessário, primeiramente, identificar os valoresdo Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exer-cício (DRE):

Retorno sobre o patrimônio Líquido = Lucro Líquido

Patrimônio Líquido

Balanço Patrimonial

DRE

Page 155: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 155

Observe os exemplos práticos a seguir:

1) Empresa Heitor Ltda.

Ativo Circulante 8.251,00R$Caixa 1.500,00R$Banco - Conta Corrente 2.000,00R$Banco - Poupança 800,00R$Contas a Receber 475,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 20,00R$Ativo Não Circulante 20.300,00R$Contas a Receber 300,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 20.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

Passivo Circulante 12.330,00R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.000,00R$Salários a Pagar 1.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 6.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$Patrimônio Líquido 10.221,00R$Capital Social 9.000,00R$Reserva de Lucros 600,00R$Reserva de Capitais 621,00R$TOTAL DO ATIVO 28.551,00R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

20.200,00R$(200,00)R$

Page 156: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini156

Retorno sobre Patrimônio Líquido = Lucro Líquido = 1.123,40 = R$ 0,11Patrimônio Líquido 10.221,00

Retorno sobre o Patrimônio Líquido = R$ 0,11

Análise: Relacionando o lucro líquido com o patrimônio líquidoda empresa Heitor Ltda., obtemos um retorno de R$ 0,11 paracada R$ 1,00 de capital próprio da empresa, ou seja, a empresaapresenta um retorno médio de 11% sobre o capital próprioinvestido.

Page 157: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 157

2) Empresa Wesley Ltda.

Ativo Circulante 60.410,99R$Caixa 23.333,33R$Banco - Conta Corrente 3.450,67R$Banco - Poupança 27.890,99R$Contas a Receber 1.000,00R$Estoques 3.456,00R$Despesas Antecipadas 1.280,00R$Ativo Não Circulante 112.000,00R$Contas a Receber 23.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 89.000,00R$Imóveis(-) DepreciaçãoIntangível -R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

Passivo Circulante 14.320,99R$Notas Promissórias a Pagar 2.000,00R$Duplicatas a Pagar 240,00R$Fornecedores 3.990,99R$Salários a Pagar 2.890,00R$Contas Diversas a Pagar 1.200,00R$Financiamentos 4.000,00R$Passivo Não Circulante 42.000,00R$Financiamentos 42.000,00R$Patrimônio Líquido 116.090,00R$Capital Social 78.000,00R$Reserva de Lucros 18.090,00R$Reserva de Capitais 20.000,00R$TOTAL DO ATIVO 172.410,99R$

PASSIVO

Balanço PatrimonialATIVO

91.000,00R$(2.000,00)R$

Page 158: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini158

Retorno sobre Patrimônio Líquido = Lucro Líquido = 57.957,60 = R$ 0,50Patrimônio Líquido 116.090,00

Retorno sobre o Patrimônio Líquido = R$ 0,50

Análise: Relacionando o lucro líquido com o patrimônio líquido daempresa Wesley Ltda., obtemos um retorno de R$ 0,50 para cada R$1,00 de capital próprio da empresa, ou seja, a empresa apresenta umretorno médio de 50% sobre o capital próprio investido.

Quadro de análise dos Índices deRentabilidade

Observe no quadro de análise a seguir, o contexto geral dosíndices de rentabilidade.

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Análise das Demonstrações Financeiras 159

ÍNDICE FÓRMULA RESULTADO CONCEITO

Retorno sobre oInvestimento

ROI = Lucro Líquido / AtivoTotal

R$Demonstra o desempenho docapital investido (próprio e deterceiros).

Retorno sobre oPatrimônio Líquido

ROE = Lucro Líquido / PL R$Demonstra o retorno auferidopelo acionista sobre o capitalinvestido (patrimônio líquido)

Observando a prática –Passo a passo

Com base no Balanço Patrimonial e na Demonstração doResultado do Exercício da Empresa Vitória Ltda., observe o cál-culo e a análise dos índices de rentabilidade.

Page 160: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini160

Ativo Circulante 67.000,00R$Caixa 2.000,00R$Banco - Conta Corrente 22.000,00R$Banco - Poupança 13.000,00R$Contas a Receber 5.000,00R$Estoques 22.000,00R$Despesas Antecipadas 1.000,00R$Tributos a Recuperar 2.000,00R$

Ativo Não Circulante 115.000,00R$Contas a Receber 12.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 100.000,00R$ImóveisIntangível 3.000,00R$Marcas e patentes

TOTAL DO ATIVO 182.000,00R$

Passivo Circulante 60.000,00R$Notas Promissórias a Pagar 6.000,00R$Duplicatas a Pagar 4.000,00R$Fornecedores 22.000,00R$Salários a Pagar 11.000,00R$Contas Diversas a Pagar 5.000,00R$Financiamentos 12.000,00R$

Passivo Não Circulante 20.000,00R$Financiamentos 20.000,00R$

Patrimônio Líquido 102.000,00R$Capital Social 90.000,00R$Reserva de Lucros 6.000,00R$Reserva de Capital 6.000,00R$

TOTAL DO PASSIVO 182.000,00R$

Balanço PatrimonialATIVO

PASSIVO

100.000,00R$

3.000,00R$

Page 161: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 161

Retorno sobre o Investimento

1º Passo – Identifique as informações necessárias ao índice corres-pondente:

Lucro Líquido do Exercício: R$ 15.902,67Ativo Total: R$ 182.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Retorno sobre o Investimento = Lucro Líquido = 15.902,67 = R$ 0,08Ativo Total 182.000,00

Page 162: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini162

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: Relacionando o lucro líquido com o ativo total da empre-sa Vitória Ltda., obtemos um retorno de R$ 0,08 para cada R$ 1,00investido, ou seja, a empresa apresenta um retorno médio de apro-ximadamente 8% sobre seu capital total investido (capital próprioe capital de terceiros).

Retorno sobre o Patrimônio Líquido

1º Passo – Identifique as informações necessárias para o cálculo doíndice solicitado:

Lucro Líquido do Exercício: R$ 15.902,67Patrimônio Líquido: R$ 102.000,00

2º Passo – Aplique as informações na fórmula:

Retorno sobre o Investimento = Lucro Líquido = 15.902,67 = R$ 0,16PL 102.000,00

3º Passo – Descreva a análise:

Análise: Relacionando o lucro líquido com o patrimônio líquidoda empresa Vitória Ltda., obtemos um retorno de R$ 0,16 paracada R$ 1,00 de capital próprio da empresa, ou seja, a empresaapresenta um retorno aproximado de 16% sobre o capital próprioinvestido.

Page 163: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 163

Exercício de Fixação1) Com base no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Re-

sultado do Exercício a seguir, e utilizando os indicadores derentabilidade, realize a análise da empresa João Pedro Ltda.

Ativo Circulante 19.503,00 R$Caixa 7.000,00R$Banco - Conta Corrente 3.000,00R$Banco - Poupança 500,00R$Contas a Receber 5.000,00R$Estoques 3.000,00R$Despesas Antecipadas 1.000,00R$Tributos a Recuperar 3,00R$

Ativo Não Circulante 105.000,00 R$Contas a Receber 2.000,00R$Investimentos -R$Ativo Imobilizado 100.000,00R$Imóveis R$ 100.000,00Intangível 3.000,00R$Marcas e patentes R$ 3.000,00

TOTAL DO ATIVO 124.503,00 R$

Passivo Circulante 19.003,00 R$

Notas Promissórias a Pagar 3.426,00R$Duplicatas a Pagar 23,00R$Fornecedores 3.987,00R$Salários a Pagar 4.567,00R$Contas Diversas a Pagar 1.000,00R$Financiamentos 6.000,00R$

Passivo Não Circulante 10.000,00 R$Financiamentos 10.000,00R$

Ativo Permanente 95.500,00 R$Capital Social 89.500,00R$Reserva de Capital 3.000,00R$Reserva de Lucros 3.000,00R$

TOTAL DO ATIVO 124.503,00 R$

Balanço PatrimonialATIVO

PASSIVO

100.000,00R$

3.000,00R$

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini164

Page 165: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 165

Capítulo 8

ANÁLISE DESCRITIVA DA DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE é um dosprincipais relatórios contábeis, pois além de ser de caráter obrigatório,evidencia o RESULTADO da empresa após o encerramento de cadaexercício. Sendo assim, a DRE apresenta em sua estrutura somente ascontas de Resultado (Receitas, Custos e Despesas).

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini166

É importante lembrar que o resultado é sempre uma infor-mação de caráter econômico. Sendo assim, confrontam-se as re-ceitas com os custos e despesas para a obtenção do lucro ou pre-juízo do exercício.

RECEITAS (-) CUSTOS (-) DESPESAS (=) LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO

Observando o quadro acima podemos perceber que a DRE éum resumo das receitas e despesas da empresa durante um períododeterminado. Desta forma, as despesas e os custos são subtraídosdas receitas, chegando-se a um resultado final positivo (lucro) ounegativo (prejuízo).

Ao observar a estrutura da DRE de forma mais criteriosa,podemos perceber a seguinte separação:

RECEITAS OPERACIONAIS (-) CUSTOS (-) DESPESAS OPERACIONAIS (=) LUCRO OPERACIONAL (-) OUTRAS DESPESAS (+) OUTRAS RECEITAS (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

Conforme observado no capítulo dois, a DRE é apresentadaatravés de uma estrutura vertical, que possibilita a percepção devárias informações gerenciais. Observe a seguir a estrutura com-pleta de uma Demonstração do Resultado do Exercício:

Page 167: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 167

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini168

Mas afinal, como realizar uma boaanálise descritiva da DRE?

Para perceber as “entrelinhas” da DRE é necessário com-preender os seguintes conceitos:

RECEITA: é o valor oriundo da multiplicação da quantidade vendi-da pelo preço de venda. Podem ser operacionais e não operacionais.

CUSTOS: são os sacrifícios financeiros realizados para o financia-mento das operações da empresa. Se estivéssemos falando de umaempresa industrial, todos os gastos relacionados à produção seriamclassificados como custos.

DESPESAS: são os sacrifícios financeiros realizados para o finan-ciamento da administração da empresa. Dividem-se em administra-tivas, de vendas e financeiras. Cada uma delas podendo ser dividi-das em operacionais e não operacionais.

Neste sentido, vale a pena compreender a DRE em suas di-visões de operações principais (OPERACIONAIS) e não principais(OUTRAS), pois essa percepção evidenciará a contribuição da ope-ração principal e acessória da empresa para o RESULTADO FI-NAL. Assim, ao se analisar uma empresa, pode-se conhecer quantocada tipo de operação (operacional ou não operacional) está contri-buindo para a formação do Resultado apresentado, conforme a fi-gura a seguir:

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Análise das Demonstrações Financeiras 169

RECEITAS OPERACIONAIS

CUSTOS

DESPESAS OPERACIONAIS

OUTRAS DESPESAS

OUTRAS RECEITAS

RESULTADO

ATIVIDADEOPERACIONALDA EMPRESA

ATIVIDADENÃO

OPERACIONALDA EMPRESA

RESULTADO FINALOPERACIONAL + NÃO OPERACIONAL

Outra importante análise a ser feita corresponde ao enten-dimento da Atividade Operacional, procurando evidenciar o per-centual da Atividade Operacional que está sendo destinada à Ope-ração (Custos) e à Administração da Empresa (Despesas).

DESPESAS OPERACIONAIS

CUSTOS

GASTOS COM AADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA

GASTOS COM PRODUÇÃODE BENS E SERVIÇOS

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini170

Exercício de Fixação

1) Com base na Demonstração do Resultado do Exercício a se-guir, responda as seguintes questões:

a) Identifique a relevância da atividade operacional e daatividade não operacional da empresa;

b) Identifique a relevância da estrutura de Produção eAdministrativa na formação do Lucro Operacional daempresa;

c) Elabore um relatório gerencial, abordando as principaiscaracterísticas do resultado apresentado pela empresa.

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Análise das Demonstrações Financeiras 171

Capítulo 9

ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISEHORIZONTAL

Tendo em mãos os dados proporcionados pelos diversosdocumentos contábeis, é de grande valia ao gestor financeiro a co-leta de informações que possibilitem avaliar o desempenho econô-mico-financeiro da empresa, tendo como principal objetivo melho-rar sua governança e possibilitar a identificação de pontos positivosou negativos.

Um dos instrumentos utilizados com fins de avaliar este de-sempenho é a Análise Vertical e a Análise Horizontal dos docu-mentos contábeis. Estas ferramentas possuem duas característicasbásicas: a primeira diz respeito à busca de possíveis tendências(positivas, negativas ou de estabilidade), ao longo do tempo, nasdiversas contas que compõem os documentos contábeis. Já a se-gunda característica diz respeito às variações na participação relati-va de cada conta contábil em seu respectivo relatório, ou seja, a suarepresentatividade.

Neste sentido, emprega-se a Análise Horizontal para seavaliar a primeira característica, ou seja, determinar possíveis ten-dências de crescimento, queda ou estabilidade dos elementosconstantes nas demonstrações contábeis. Já a Análise Vertical é

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini172

utilizada para avaliar a segunda característica apontada anterior-mente, ou seja, identificar a estrutura ou participação relativa decada conta nos relatórios contábeis.

Os quocientes obtidos, em valor percentual, quando darealização das Análises Vertical e Horizontal, permitem umaidentificação rápida e detalhada da situação atual da empresa,possibilitando a projeção de cenários futuros, bem como o em-basamento para tomadas de decisão e planos de ações por partedos seus gestores, com o objetivo de melhorar o desempenho daempresa ou mesmo corrigir problemas que tenham sido identifi-cados durante a análise.

Para realizar ambas as análises é importante que tenhamosem mãos documentos contábeis de dois ou mais períodos, de igualduração, e que estejam expressos na mesma moeda corrente.

Acompanhe a seguir como trabalhar com a Análise Verticale a Análise Horizontal.

Cálculo dos Índices Análisee Interpretação

Primeiramente, para calcular os quocientes da Análise Ver-tical e da Análise Horizontal, é necessário identificar as informa-ções necessárias na demonstração contábil respectiva.

Mas afinal, em qual demonstraçãocontábil eu devo observar as

informações para realizar a AnáliseVertical e a Análise Horizontal?

As Análises Vertical e Horizontal podem ser realizadascom base nas informações constantes em quaisquer dos docu-

Page 173: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 173

mentos contábeis descritos no Capítulo dois. Usualmente, asanálises concentram-se no Balanço Patrimonial e no Demons-trativo de Resultados do Exercício da empresa. Porém, osmesmos estudos podem ser feitos nos demais documentos, casoseja necessário.

E quais são os quocientes, dentro de cada demonstraçãocontábil, que eu devo utilizar para realizar a Análise Vertical e aAnálise Horizontal?

Quaisquer das contas integrantes dos documentos contábeispodem gerar quocientes de análise. A escolha dos quocientes a se-rem avaliados depende dos objetivos do gestor financeiro que esti-ver fazendo a avaliação. Normalmente, calculam-se os quocientesde todas as contas que estejam representadas no respectivo relatóriocontábil, cabendo posteriormente ao gestor fazer as análises com osquocientes que achar mais conveniente.

Como se faz o cálculo dos quocientes,dentro de cada demonstração contábil,

durante o processo de Análise Vertical eAnálise Horizontal?

Responderemos esta pergunta resolvendo o exemplo práticoa seguir:

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini174

1) Empresa Metal e Plástico S/A.

ATIVO 0 1 PASSIVO 0 1Ativo Circulante 2.399.000 1.818.000 Passivo Circulante 2.305.000 1.768.000

Caixa e Bancos 116.000 94.000 Fornecedores 740.000 705.000Banco - Conta Corrente 875.000 632.000 Financiamentos 750.000 413.000Contas a Receber 640.000 412.000 Duplicatas a Pagar 465.000 350.000Estoques 720.000 600.000 Salários a Pagar 180.000 160.000Tributos a Recuperar 48.000 80.000 Impostos 170.000 140.000

Ativo Não Circulante 1.356.000 960.000 Passivo Não Circulante 790.000 580.000

Contas a Receber 75.000 45.000 Empréstimos e Finan. 790.000 580.000Investimentos 730.000 550.000Ativo Imobilizado 351.000 240.000 Patrimônio Líquido 660.000 430.000Intagível 200.000 125.000

Capital Social 390.000 250.000Reservas de Lucros 270.000 180.000

- -TOTAL DO ATIVO 3.755.000 2.778.000 TOTAL DO PASSIVO 3.755.000 2.778.000

Balanço Patrimonial

Tomando como base o Balanço Patrimonial da empresa Metale Plástico S/A., efetuaremos a análise vertical e a análise horizontal.

Análise Horizontal

A Análise Horizontal dos documentos contábeis, conformejá descrito no início deste capítulo, compara a evolução dos valoresdas contas de um período para outro, verificando, desta forma, aposição econômico-financeiro da empresa durante o período daanálise. Além disso, busca identificar possíveis tendências relacio-nados a estes valores, as quais podem ser de crescimento, queda oude estabilidade.

Para efetuar a Análise Horizontal, um dos períodos analisados,o primeiro ou o último, terá o valor de suas contas atribuído comobase 100. Para os demais períodos será calculado a variação de cadaconta ao longo do tempo, de acordo com a seguinte relação:

Page 175: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 175

Análise horizontal no ano 2 = Valor conta ano 2 – Valor conta ano 1(AH2%) Valor conta ano 1

A resultante do cálculo para a Análise Horizontal apresenta--se em valor percentual (%). Para o Balanço Patrimonial da em-presa Metal e Plástico S/A., o resultado encontrado da Análise Ho-rizontal encontra-se a seguir:

ATIVO 1 AH% 0 AH%Ativo Circulante 2.399.000 32,0% 1.818.000 100Caixa e Bancos 116.000 23,4% 94.000 100Banco - Conta Corrente 875.000 38,4% 632.000 100Contas a Receber 640.000 55,3% 412.000 100Estoques 720.000 20,0% 600.000 100Tributos a Recuperar 48.000 -40,0% 80.000 100Ativo Não Circulante 1.356.000 41,3% 960.000 100Contas a Receber 75.000 66,7% 45.000 100Investimentos 730.000 32,7% 550.000 100Ativo Imobilizado 351.000 46,3% 240.000 100Intagível 200.000 60,0% 125.000 100TOTAL DO ATIVO 3.755.000 35,2% 2.778.000 100

PASSIVO 1 AH% 0 AH%Passivo Circulante 2.305.000 30,4% 1.768.000 100Fornecedores 740.000 5,0% 705.000 100Financiamentos 750.000 81,6% 413.000 100Duplicatas a Pagar 465.000 32,9% 350.000 100Salários a Pagar 180.000 12,5% 160.000 100Impostos 170.000 21,4% 140.000 100Passivo Não Circulante 790.000 36,2% 580.000 100Empréstimos e Finan. 790.000 36,2% 580.000 100Patrimônio Líquido 660.000 53,5% 430.000 100Capital Social 390.000 56,0% 250.000 100Reservas de Lucros 270.000 50,0% 180.000 100TOTAL DO PASSIVO 3.755.000 35,2% 2.778.000 100

BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE HORIZONTAL

Page 176: Livro de Analise

June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini176

Praticando a Análise Horizontal:Como exemplo, vamos fazer o cálculo para a Análise Hori-

zontal da conta Estoques. Observe abaixo:

AH(%) Estoques = (720.000 – 600.000) / 600.000 = 0,20AH(%) Estoques = 20,0 %

Análise: Em relação à conta estoque, especificamente, observa-seque de um ano para outro houve uma evolução positiva dos valoresdesta conta. Numa primeira análise, observando esta conta deforma isolada, este crescimento pode indicar que as vendas nãoforam tão boas de um ano para outro. Sendo assim, a empresaacabou ficando com um número significativo de produtos acabadosencalhados no seu estoque. Porém, numa análise mais detalhada,observando-se todas as contas que compõem o Balanço Patrimonial,verifica-se que outras contas tiveram crescimento semelhante, ouaté mesmo superior em relação à conta estoque. O ativo circulante,por exemplo, teve um crescimento de 32%. Já o ativo total cresceu35,2%. Estes valores podem indicar que, na realidade, ao contrá-rio do que pensávamos anteriormente, a empresa deve ter aumen-tado de maneira significativa as suas vendas e, muito provavel-mente, seus lucros.

Desta forma, este provável crescimento nas vendas e noslucros levou a empresa a investir mais em seu negócio, por meioda aquisição de máquinas, equipamentos, entre outros bens quecompõem o seu ativo permanente, o que certamente expandiu suacapacidade de produção e estimulou esta tendência de crescimentopositivo em seus indicadores.

Sendo assim, como a conta estoque cresceu menos que oativo circulante, por exemplo, somos levados a modificar nossaconclusão inicial. Ou seja, na verdade, tendo os estoques crescidoem menor proporção, e as vendas aumentado em maior propor-ção, ocorreu que, na prática, houve uma diminuição da quantida-de dos produtos estocados em comparação com a posição do anoanterior. Esta situação poderá ser confirmada por meio da Análi-se Vertical.

Page 177: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 177

Análise Vertical

A Análise Vertical dos documentos contábeis, conforme jádescrito no início deste capítulo, compara a participação relativa decada conta contábil em relação ao valor total do grupo de contas doqual ela faz parte. Desta forma, faz-se uma comparação entre umaconta, ou grupo de contas, com um valor total identificado nomesmo demonstrativo contábil.

Por meio dessa análise pode-se conhecer a participação re-lativa de cada conta no Ativo, no Passivo, na Demonstração deResultados do Exercício ou em qualquer outro documento contábil.Também é possível fazer uma análise de variação no tempo da es-trutura das contas por item, dentro de cada grupo de contas.

Sendo assim, a Análise Vertical também possibilita umaanálise de tendência ao longo do tempo, indicando se a participaçãode determinada conta, em relação ao total do grupo de contas ondeela faz parte cresceu, diminui ou se manteve estável.

Para se fazer os cálculos da Análise Vertical é preciso ob-servar a seguinte relação:

Análise Vertical da Conta X = Valor da Conta X(AV%) Valor total do grupo de contas

A resultante do cálculo para a Análise Vertical apresenta-seem valor percentual (%). Para o Balanço Patrimonial da empresaMetal e Plástico S/A., o resultado encontrado da Análise Horizontalencontra-se a seguir:

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ATIVO 1 AV% 0 AV%Ativo Circulante 2.399.000 63,9% 1.818.000 65%Caixa e Bancos 116.000 3,1% 94.000 3%Banco - Conta Corrente 875.000 23,3% 632.000 23%Contas a Receber 640.000 17,0% 412.000 15%Estoques 720.000 19,2% 600.000 22%Tributos a Recuperar 48.000 1,3% 80.000 3%Ativo Não Circulante 1.356.000 36,1% 960.000 35%Contas a Receber 75.000 2,0% 45.000 2%Investimentos 730.000 19,4% 550.000 20%Ativo Imobilizado 351.000 9,3% 240.000 9%Intagível 200.000 5,3% 125.000 4%TOTAL DO ATIVO 3.755.000 100,0% 2.778.000 100%

PASSIVO 1 AV% 0 AV%Passivo Circulante 2.305.000 61,4% 1.768.000 64%Fornecedores 740.000 19,7% 705.000 25%Financiamentos 750.000 20,0% 413.000 15%Duplicatas a Pagar 465.000 12,4% 350.000 13%Salários a Pagar 180.000 4,8% 160.000 6%Impostos 170.000 4,5% 140.000 5%Passivo Não Circulante 790.000 21,0% 580.000 21%Empréstimos e Finan. 790.000 21,0% 580.000 21%Patrimônio Líquido 660.000 17,6% 430.000 15%Capital Social 390.000 10,4% 250.000 9%Reservas de Lucros 270.000 7,2% 180.000 6%TOTAL DO PASSIVO 3.755.000 100,0% 2.778.000 100%

BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE VERTICAL

Praticando a Análise Vertical:Como exemplo, vamos continuar com a conta estoque e fa-

zer o cálculo para a Análise Vertical. Observe abaixo:

AV(%) Estoques em 2007 = Estoque / Ativo TotalAV(%) Estoques em 2007 = 720.000 / 3.755.000,00 = 0,20AH(%) Estoques em 2007 = 19,2 %

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Análise das Demonstrações Financeiras 179

Análise: Em relação à conta estoque, especificamente, observa-seque no ano de 2007 a sua participação em relação ao total dosativos da empresa, que é considerado como 100%, foi de 19,2%.Outras contas importantes como contas a receber e bancos estãocom participação de 17,0% e 23,3% respectivamente, em relaçãoao valor total dos ativos.

Ao fazer a análise vertical, cabe ao gestor ter o pleno co-nhecimento do ramo de negócio ao qual a sua empresa pertence, afim de verificar se os percentuais de participação encontrados, emrelação ao ativo total, estão condizentes com o esperado pela dire-ção da organização e com a média das demais empresas partici-pantes de seu ramo de negócios.

De toda forma, é possível identificar que a estratégia daempresa prioriza o curto prazo, visto que a participação do ati-vo circulante em relação ao ativo total é muito superior ao ativopermanente. Desta forma, verifica-se que a direção da empresaMetal e Plástico S/A possui uma estratégia de investimento dire-cionada a ativos de maior liquidez, como estoques e valores emespécie aplicados em bancos, e não em ativos relacionados àprodução dos seus produtos, como máquinas, equipamentos,entre outros.

Em relação à observação feita ao final da análise Hori-zontal, é possível comprovar que a participação dos estoques, emrelação aos ativos totais, diminuiu de 21,6% em 2006 para 19,2%em 2007. Desta forma, proporcionalmente falando, a empresa pos-sui menos produtos em estoque no ano de 2007, em relação a 2006.Um dos possíveis motivos seria um aumento das vendas dos seusprodutos.

De certa forma, pode-se inferir que a possibilidade do au-mento de vendas é concreta, visto que a participação da conta“contas a receber” cresceu em 2007, em comparação a 2006, de14,8% para 17%. Além disso, percebe-se que a conta “Banco –Conta-Corrente” também cresceu, de 22,8% para 23,3%, sendoque esta conta pode representar o resultado de um aumento delucros da empresa no período.

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Quadro de análise dos Índices deEndividamento

Observe no quadro de análise a seguir, o contexto geral daAnálise vertical e da Análise Horizontal.

ÍNDICE FÓRMULA RESULTADO CONCEITO

Análise HorizontalAV% conta X em 20xx= Valor Conta X /Ativo Total

Percentual (%)

Compara a evolução dos valores dascontas de um peíodo para outro, verifi-cando, desta forma, a posição econômi-co-financeira da empresa durante operíodo de análise. Além disso, buscaidentificar possíveis tendências relacio-nadas a estes valores, as quais podemser de crescimento, queda ou deestabilidade.

Análise Vertical

AH% no ano X =[valor da conta ano(X) – valor conta ano(X-1)] / valor contaano (X1)

Percentual (%)

Compara a participação relativa de cadaconta contábil em relação ao valor totaldo grupo de contas a qual ela faz parte.Desta forma, faz-se uma comparaçãoem uma conta, ou grupo de contas, comum valor total identificado no mesmodemonstrativo contábil.

Exercício de Fixação

1) Com base no Balanço Patrimonial a seguir e utilizando os mé-todos de análise vertical e horizontal, realize a análise da em-presa Sueli Cruz Ltda.

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Análise das Demonstrações Financeiras 181

ATIVO ANO 1 ANO 0Ativo Circulante 174.456 145.000Caixa e Bancos 2.000 3.000Banco - Conta Corrente 3.000 9.000Contas a Receber 33.456 30.000Estoques 134.000 100.000Tributos a Recuperar 2.000 3.000Ativo Não Circulante 169.000 118.200Contas a Receber 15.000 13.000Investimentos 2.000 3.000Ativo Imobilizado 150.000 100.000Intagível 2.000 2.200TOTAL DO ATIVO 343.456 263.200

PASSIVO ANO 1 ANO 0Passivo Circulante 84.456 56.200Fornecedores 34.456 11.200Financiamentos 30.000 30.000Duplicatas a Pagar 13.000 8.000Salários a Pagar 7.000 7.000Impostos - -Passivo Não Circulante 39.000 45.000Empréstimos e Finan. 39.000 45.000Patrimônio Líquido 220.000 162.000Capital Social 200.000 150.000Reservas de Lucros 20.000 12.000TOTAL DO PASSIVO 343.456 263.200

BALANÇO PATRIMONIAL

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Análise das Demonstrações Financeiras 183

Capítulo 10

OBSERVANDO A PRÁTICA

Depois de estudar todos os índices isoladamente, nos capí-tulos anteriores, você já deve ter percebido que existe uma relaçãointrínseca entre eles. Todas as decisões tomadas numa empresaacabam, cedo ou tarde, repercutindo em sua situação patrimonial efinanceira. Se em um determinado caso concreto você encontrouproblemas nos índices de atividade, não será nenhuma surpresa seno futuro a empresa que você está analisando passar por problemasfinanceiros. Se a sua análise já encontrou problemas de ordem fi-nanceira, certamente impactos serão identificados também nos seusindicadores de endividamento.

Se até o momento expusemos os índices individualmente, ofizemos apenas para assegurar a didática do texto. No presente ca-pítulo apresentaremos um estudo de caso que retomará de formaintegrada todos os índices estudados até aqui. A leitura minuciosado exemplo integrado que apresentaremos na sequência o creden-ciará para enfrentar o capítulo 11, onde você terá a oportunidade deresolver um exercício semelhante sozinho.

Estudo de caso

Iniciaremos nosso estudo de caso com a análise dos relató-rios contábeis da empresa Comercial Curitibana Ltda., referentesaos meses de março e abril de 2008.

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Observe que para facilitar a análise estamos apresentandouma DRE simplificada. Você encontrará um modelo mais detalha-do se retornar ao capítulo dois. Na essência, independentemente doramo do negócio ou do tamanho da empresa, a Demonstração doResultado do Exercício é o relatório que apresenta de forma siste-matizada o resultado econômico da entidade. Assim, na sua formamais sintética ela se resume a:

Receita(-) Despesas

Lucro ou Prejuízo

Outro detalhe a se observar é que, para fins de análise, tra-balharemos com relatórios sucessivos. Observe abaixo a DRE dosmeses de março e abril de 2010:

Abril Março(1) RECEITA BRUTA 164.000 152.145

106.502 13.693

31.9509.200

844360

1.2008056

3205.400

540400

22.750

(-) CMV 131.200 (-) Impostos (simples federal) 14.760(2) LUCRO BRUTO 18.040(3) DESPESAS OPERACIONAIS 9.558 (-) despesas financeiras 722 (-) seguros 360 (-) aluguel 1.200 (-) energia elétrica 96 (-) água 58 (-) telefone 520 (-) salários 5.620 (-) encargos sociais 562 (-) honorários 420(4) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 8.482

Demonstração do Resultado do ExercícioComercial Curitibana Ltda. – Março e abril de 2010

Page 185: Livro de Analise

Análise das Demonstrações Financeiras 185

Nosso Balanço Patrimonial, embora contenha quase todosos grupos exigidos pela legislação, também é um modelo simplifi-cado. É importante relembrar que a sua estrutura é a representaçãográfica da equação patrimonial:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES

Veja abaixo:

OBRIGAÇÕES

BENS EDIREITOS

PATRIMÔNIOLIQUIDO

Capital de Terceiros

Capital Próprio

Observe agora o Balanço Patrimonial da nossa empresa:

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini186

Abril AV AH Março AV AH

352.968 65,15 18,66 297.460 60,77 100,00

570 0,11 119,23 260 0,05 100,00

57.158 10,55 360,95 12.400 2,53 100,00

1.200 0,22 0,00 1.200 0,25 100,00

183.200 33,82 20,53 152.000 31,05 100,00

96.800 17,87 -16,55 116.000 23,70 100,00

3.240 0,60 -10,00 3.600 0,74 100,00

10.800 1,99 -10,00 12.000 2,45 100,00

188.800 34,85 -1,67 192.000 39,23 100,00

10.000 1,85 -24,24 13.200 2,70 100,00

10.000 1,85 -24,24 13.200 2,70 100,00

70.000 12,92 0,00 70.000 14,30 100,00

70.000 12,92 0,00 70.000 14,30 100,00

70.200 12,96 0,00 70.200 14,34 100,00

15.000 2,77 0,00 15.000 3,06 100,00

18.000 3,32 0,00 18.000 3,68 100,00

13.200 2,44 0,00 13.200 2,70 100,00

24.000 4,43 0,00 24.000 4,90 100,00

38.600 7,12 0,00 38.600 7,89 100,00

541.768 100,00 10,69 489.460 100,00 100,00

Abril AV AH Março AV AH

PASSIVO CIRCULANTE 288.536 53,26 21,38 237.710 48,57 100,00

102.000 18,83 0,00 102.000 20,84 100,00

164.500 30,36 43,04 115.000 23,50 100,00

14.760 2,72 19,03 12.400 2,53 100,00

96 0,02 -56,36 220 0,04 100,00

58 0,01 -17,14 70 0,01 100,00

520 0,10 -27,78 720 0,15 100,00

5.620 1,04 4,07 5.400 1,10 100,00

562 0,10 -53,17 1.200 0,25 100,00

420 0,08 -40,00 700 0,14 100,00

30.000 5,54 -18,92 37.000 7,56 100,00

30.000 5,54 -18,92 37.000 7,56 100,00

223.232 41,20 3,95 214.750 43,87 100,00

180.000 33,22 0,00 180.000 36,78 100,00

22.232 4,10 18,57 18.750 3,83 100,00

21.000 3,88 31,25 16.000 3,27 100,00

541.768 100,00 10,69 489.460 100,00 100,00

Salários a pagar

Encargos sociais a pagar

Honorários a pagar

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

BALANÇO PATRIMONIAL

Capital social

Reserva de Lucros

Água a pagar

Telefone a pagar

ATIVO

Reserva de Capital

Simples Federal a pagar

Energia elétrica a pagar

ATIVO NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Caixa

Empréstimos a pagar

IMOBILIZADO

Móveis e utensílios

Duplicatas a receber

Seguros a apropriar

Aluguéis antecipados

Banco Itaú

ATIVO CIRCULANTE

TOTAL DO ATIVO

PASSIVO

Equipamentos de Informática

Móveis

Veículos

INTANGÍVEL

INVESTIMENTOS

Imóveis

Aplicações financeiras Itaú

Duplicatas a receber

Estoques

Fornecedores a pagar

TOTAL DO PASSIVO

Empréstimos a pagar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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Análise das Demonstrações Financeiras 187

Após apresentar os dois principais relatórios da empresaComercial Curitibana podemos começar a nossa análise. Para obe-decer a mesma sequência adotada até aqui, iniciaremos pelos índi-ces de liquidez (veja teoria no capítulo quatro).

Índices de Liquidez

Os índices ou quocientes de liquidez evidenciam a situa-ção financeira da empresa. No quadro resumo abaixo, você po-derá observar os principais indicadores financeiros utilizadospelo mercado:

FÓRMULA ABRIL MARÇOAtivo Circulante

Passivo CirculanteAtivo Circulante - Estoques - Despesas Antecipadas

Passivo CirculanteDisponibilidades

Passivo CirculanteAtivo Circulante + Realizável a Longo PrazoPassivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

ÍNDICE

1,22 1,25Liquidez Corrente

0,06

Liquidez Seca

Liquidez Imediata

Liquidez Geral 1,14 1,13

0,84 0,70

0,20

Observações: a análise dos índices de liquidez apresentados noquadro acima revela que, sob o ponto de vista financeiro, a empre-sa Comercial Curitibana encontra-se em situação de equilíbrio.

• Os recursos disponíveis, tanto no curto quanto no longoprazo, são suficientes para saldar os compromissos as-sumidos pela empresa. Se observarmos o índice de Li-quidez Corrente, perceberemos que para cada real dedívida de curto prazo a empresa possuía, no mês deabril, R$ 1,22 disponível no seu Ativo Circulante. Emmarço esse índice apresentou uma pequena elevação,passando a R$ 1,25.

• No longo prazo observamos um índice um pouco inferior,mas ainda assim superior ao ponto de equilíbrio. Nesseindicador, os números encontrados para abril e março

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foram, respectivamente, R$ 1,14 e R$ 1,13. É impor-tante lembrar que o analista externo não conhece osvencimentos dos ativos e passivos de longo prazo, fatoque torna a análise um pouco menos precisa. É possívelque a empresa tenha recursos a serem realizados nolongo prazo dentro dos 24 meses subsequentes à elabo-ração do balanço, em contrapartida às dívidas que seestendem por 48 meses. Neste caso, haveria uma folgafinanceira considerável.

• Índice de Liquidez Seca próximo de R$ 1,00 também éum bom sinal. Ele revela que a empresa teria condiçõesde saldar boa parte de seus compromissos, mesmo con-siderando a hipótese de uma estagnação total das ven-das. Neste indicador, os números encontrados paraabril e março foram, respectivamente, R$ 0,84 e 0,70.

• Ainda caberia considerações sobre a Liquidez Imediata.Este índice revela pouco, pois não é comum que as empre-sas mantenham grandes recursos em caixa. Dinheiroguardado pode, inclusive, ser um mau sinal, pois via deregra a atividade operacional da empresa gera retornossuperiores ao do mercado financeiro. Se isso não ocorres-se ou não tivesse perspectivas de ocorrer no futuro, tería-mos um típico caso de inviabilidade econômica em nossaentidade. De qualquer forma, não custa incluir no nossorelatório a informação de que a Liquidez Seca reduziu deabril para março, passando de R$ 0,20 a R$ 0,06. Pode-mos dizer, então, que o percentual das dívidas de curtoprazo em condições de serem liquidadas imediatamentevariou, no mesmo período, de 20% para 6%.

Estrutura de capitais

Um segundo aspecto importante a ser analisado é a estruturade capitais. Através dela é possível conhecer-se a proporção doscapitais próprios e de terceiros investidos na sociedade. Lembra-mos que esse indicador deve também ser ponderado. Uma propor-ção superior de capitais de terceiros não significa, necessariamente,

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Análise das Demonstrações Financeiras 189

que a empresa está condenada. O importante é que ela consiga re-munerar os capitais de terceiros e gerar lucros ao mesmo tempo.Uma grande idéia ou um produto inovador pode dar origem a umaempresa nova com investimentos de terceiros majoritários. O dese-quilíbrio inicial entre os capitais (próprios e de terceiros), nestecaso, pode ser compensando com os lucros gerados pelo negócio.

Observe abaixo os subgrupos do Balanço Patrimonial en-volvidos na análise da estrutura de capitais:

Participação de capitais de terceiros

* 100

Bens e Direitos

BENS EDIREITOS

OBRIGAÇÕES

PATRIMÔNIOLIQUIDO

Obrigações

Exigível TotalAtivo Total

Grau de endividamento

BENS EDIREITOS

OBRIGAÇÕES Patrimônio LíquidoObrigações

PATRIMÔNIOLIQUIDO

Capital PróprioExigível Total

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Agora veja a situação da empresa Comercial Curitibananesses dois indicadores:

Abril Março

Exigível Total

Ativo Total

PCExigível Total

* 100Composição do endividamento 90,58% 86,53%

56,13%

Grau de endividamento 1,43 1,28Exigível TotalCapital Próprio

Participação de capitais de terceiros * 100 58,80%

Observações: Se observarmos o quadro acima, perceberemos quea empresa Comercial Curitibana, sob o ponto de vista da estruturade capitais, ou do grau de endividamento, retrocedeu em seus indi-cadores do mês de março para abril. Em março, os capitais deterceiros investidos na sociedade representavam 56,13% do totalde capitais. Em abril, esse percentual se elevou para 58,80%. Umavariação pequena, é claro, mas como se trata de um retrocesso, éconveniente que seja monitorada no futuro.

• Outra forma de perceber essa variação é através dograu de endividamento, também demonstrado no qua-dro acima. Em março, para cada real de capital própriohavia R$ 1,28 de capital de terceiros investidos na socie-dade. Em abril esse quociente elevou-se para R$ 1,43.

• A única variação positiva, em se tratando de estruturade capitais, refere-se à diminuição das dívidas de curtoprazo, que representavam 86,53% em março e passa-ram a 90,58% em abril.

Mas atenção, é preciso tomar cuidado com as conclusõesprecipitadas. Como todos os outros índices, os que refletem o endi-vidamento da entidade também não podem ser analisados de forma

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Análise das Demonstrações Financeiras 191

isolada. O aumento da participação de capitais de terceiros nãorepresenta, necessariamente, um problema. Se os lucros proporcio-nados forem superiores aos custos financeiros gerados pela suautilização, não há, em princípio, com o que se preocupar.

No caso concreto da empresa Comercial Curitibana, per-cebemos que não houve variação significativa nas despesas finan-ceiras de um exercício para o outro. Isso é um bom indicador deque a utilização de capitais de terceiros pode estar sendo um bomnegócio para a nossa empresa. Por outro lado, tivemos um au-mento do custo das mercadorias vendidas. Será que a elevação noscustos das mercadorias não foi consequência de uma dilatação dosprazos de pagamento, que por sua vez ampliaram nosso passivoexigível, alterando a estrutura de capitais?

Este questionamento é um alerta para a importância dasanálises históricas. O enfoque de apenas dois meses de operaçãoda nossa empresa não é suficiente para que obtenhamos conclu-sões mais aprofundadas. O ideal é sempre trabalhar com um nú-mero maior de períodos. Só assim descobriremos se determinadossintomas, identificados pela análise, são tendências ou apenas re-presentam uma situação de momento.

Passemos agora à análise dos índices de atividade. Elesfornecer-nos-ão novas pistas para matar esta charada.

Índices de Atividade

Os Índices de Atividade (vide capítulo seis) auxiliam o ana-lista a identificar problemas na compatibilização dos prazos de re-novação dos estoques, recebimento de duplicatas e pagamento defornecedores. Conforme estudamos anteriormente, disfunções nes-tes prazos podem levar a empresa a enfrentar sérios problemas fi-nanceiros, comprometendo inclusive a continuidade do negócio.Observe abaixo como estes indicadores comportam-se na empresaComercial Curitiba Ltda.

Antes de iniciar, vamos recordar as siglas utilizadas:

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PMR – Prazo Médio de RecebimentoPMP – Prazo Médio de PagamentoRE – Rotatividade do EstoqueGA – Giro do Ativo

É importante lembrar, também, que a soma do RE com oPMR constitui o que chamamos de Ciclo Operacional, que nadamais é do que o tempo decorrido entre a compra e o recebimento damercadoria. No gráfico abaixo apresentamos como exemplo umasituação de equilíbrio, onde o término do ciclo operacional coincidecom a data de vencimento das compras. Observe:

PMRE PMRV

PMPC

15 dias 25 dias

40 dias

15 + 2540

PA = = = 1PMRE + PMRVPMPC

Se a empresa tivesse que pagar suas contas antes de recebersuas vendas o denominador de nossa fração seria, obviamente, infe-rior a 40. Neste caso, teríamos um resultado superior a 1 (um).Neste sentido, podemos afirmar que o PA ideal deve ser igual ouinferior a 1 (um). Quando este índice apresenta resultado superior,certamente há problemas na compatibilização dos prazos.

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Análise das Demonstrações Financeiras 193

Agora que já recordamos o significado do Índice de Posicio-namento de Atividade, vamos voltar para a nossa empresa exemploe ver como ela comporta-se neste indicador.

Para chegar-se ao Posicionamento de Atividade é necessáriocalcular todos os prazos médios (RE, PMR e PMP). Não esqueçaque estamos trabalhando com balanços mensais, por isso multipli-caremos as médias encontradas por 30. Observe abaixo:

• RE = (30 dias X Média de estoques) / CMV do Exercício• RE = (30 X 160.400) / 131.200

RE = 36,68 ou 36 dias

• PMR = (30 dias X Média de Duplicatas a Receber) /Vendas Brutas

• PMR = (30 X 167.600) / 164.000

PMR = 30,66 ou 30 dias

Antes de calcularmos o PMP é preciso descobrir o valor das Com-pras. Se não tivermos acesso aos relatórios gerenciais podemosencontrar este valor através da fórmula do CMV. Observe abaixo:

• CMV de Abril = Estoque Inicial (+) Compras ( –) Esto-que Final

• 131.200 = 116.000 + Compras – 96.800• Compras = 112.000

Agora sim, podemos calcular o PMP:

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• PMP = (30 dias X Média de Fornecedores) / Comprasdo Exercício

• PMP = (30 X 139.750) / 112.000• PMP = 37,43 ou 37 dias

E, finalmente, o Posicionamento de Atividade:

• PA = (RE + PMR) / PMP• PA = (36 + 30) / 37• PA = 1,78

Observe agora a representação gráfica dos cálculos efetuados:

36 dias 30 dias

RE PMR

PMPC

37 dias

Observações: a representação gráfica do Posicionamento de Ativi-dade da empresa Comercial Curitibana não deixa dúvidas sobre odescompasso existente entre o ciclo operacional e o prazo médio dequitação das compras em nossa empresa exemplo. Este tipo de dis-função pode levar a empresa a enfrentar problemas de ordem finan-ceira, uma vez que seus pagamentos são sempre realizados antes daentrada de recursos no caixa.

• Ao que parece, a dificuldade maior da nossa empresaestá na administração de seus estoques, uma vez que

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Análise das Demonstrações Financeiras 195

há um certo equilíbrio entre o PMR e o PMP (30 e 37dias). Ou seja, se nosso estoque fosse renovado acada 7 dias, no máximo, teríamos uma situação maisconfortável.

• Se observarmos os custos das mercadorias vendidas nosmeses de abril e março (106.502 e 131.200, respectiva-mente) e compararmos com a média de estoques, de160.400, conseguiremos identificar parte do problemaantes mesmo de fazer os cálculos. Basta notar que aquantidade de produtos em estoque é bem superior àcapacidade de venda mensal da empresa. Ou seja, oestoque disponível é capaz de suprir as necessidades daempresa por um período superior a 30 dias. Em virtudede todos os custos agregados à manutenção de um esto-que elevado (custo de armazenamento, seguro, deprecia-ção, custo financeiro etc.), podemos imaginar que al-guns fatores contribuíram para essa situação, como aexistência de produtos obsoletos ou a falta de controlesinternos nesse setor da empresa. Seja qual for a origemdo problema, de alguma forma ele está interferindo noresultado econômico ou financeiro da empresa. Muitasvezes só se percebe o prejuízo quando a despesa é pagaatravés do consumo visível de algum ativo, como asdespesas financeiras, por exemplo. Poucos gestoresconseguem perceber o que estão deixando de ganharpor aplicarem mal o seu dinheiro. O excesso de estoqueé um típico exemplo desta última situação.

E por falar em resultado, vejamos o que pode ser dito sobreo retorno econômico de nossa empresa nos dois exercícios sociaisanalisados.

Índices de Rentabilidade

Os Índices de Rentabilidade (vide capítulo sete) são os quemais chamam a atenção dos analistas externos e internos. Isso ocor-

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini196

re por um motivo muito simples: através deles podemos comparar oresultado econômico final da entidade

• com os concorrentes;• com as metas estipuladas; e• até mesmo com outras opções de investimento disponí-

veis no mercado.Em nosso estudo de caso vamos utilizar apenas os Índices

de Rentabilidade considerados mais importantes:• Rentabilidade sobre o Ativo Total; e o• Rentabilidade sobre o Capital Próprio.Através deles será possível comparar o retorno proporcio-

nado por nossa empresa, em termos relativos, em relação ao capitalpróprio e de terceiros.

Observe abaixo:Rentabilidade do Ativo Total:

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Análise das Demonstrações Financeiras 197

Rentabilidade do Capital Próprio:

Observações: o primeiro ponto a destacar-se é a queda acentuadana rentabilidade de um exercício para o outro. Em relação aoAtivo Total, a redução foi de 4,65% para 1,57%. Em relação aocapital próprio, a queda foi de 10,59% para 3,80%. Os fatoresque justificam essa redução serão desvendados na próxima eta-pa, quando efetuarmos a análise vertical e horizontal.

Embora o resultado de abril não tenha sido satisfatório, deum modo geral podemos dizer que a empresa Comercial Curitiba-na proporcionou, nos dois meses, retorno superior ao de uma apli-cação financeira de perfil conservador. Se considerarmos a pers-pectiva de resultados mais promissores no futuro e o aspecto social,isto é, a geração de empregos e a distribuição de rendas, temosuma empresa saudável, que necessita apenas de alguns ajustespara alavancar seus negócios.

Os percentuais encontrados também revelam o tempo ne-cessário para que os capitais investidos na sociedade, próprios oude terceiros, sejam recuperados. No caso dos capitais próprios, semantivéssemos nos meses subsequentes a mesma média de retornoobtida em março (10,59%), em menos de 10 meses recuperaríamoso capital investido (10 x 10,59% = 105,90%).

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini198

Importante: Não esqueça de considerar as variáveis de mer-cado na sua análise. Em certas situações, a queda nos índices derentabilidade pode ocorrer por uma decisão estratégica da empresa,que opta pela redução da margem com o intuito de ganhar mercadoe dificultar a vida da concorrência. Como este não é o caso da nos-sa empresa exemplo, vamos tentar identificar, no tópico seguinte,as variações que contribuíram para a redução dos seus Índices deRentabilidade.

Análise Vertical e Horizontal

A análise vertical e horizontal (vide capítulo oito) permiteao analista identificar, de forma objetiva, as variações que maisimpactaram no resultado econômico e financeiro da entidade.Quando observamos os indicadores sobre liquidez, rentabilidade,endividamento, entre outros, conseguimos ter apenas uma visãogenérica das demonstrações. Quando realizamos a análise verti-cal e horizontal identificamos as contas que apresentaram varia-ção mais significativa, permitindo, assim, a compreensão maisclara dos indicadores.

Para perceber um pouco melhor de que forma esta ferra-menta pode ser útil ao nosso trabalho, observe sua aplicação emnossa empresa exemplo:

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Análise das Demonstrações Financeiras 199

Abril AV AH Março AV AH

352.968 65,15 18,66 297.460 60,77 100,00

570 0,11 119,23 260 0,05 100,00

57.158 10,55 360,95 12.400 2,53 100,00

1.200 0,22 0,00 1.200 0,25 100,00

183.200 33,82 20,53 152.000 31,05 100,00

96.800 17,87 -16,55 116.000 23,70 100,00

3.240 0,60 -10,00 3.600 0,74 100,00

10.800 1,99 -10,00 12.000 2,45 100,00

188.800 34,85 -1,67 192.000 39,23 100,00

10.000 1,85 -24,24 13.200 2,70 100,00

10.000 1,85 -24,24 13.200 2,70 100,00

70.000 12,92 0,00 70.000 14,30 100,00

70.000 12,92 0,00 70.000 14,30 100,00

70.200 12,96 0,00 70.200 14,34 100,00

15.000 2,77 0,00 15.000 3,06 100,00

18.000 3,32 0,00 18.000 3,68 100,00

13.200 2,44 0,00 13.200 2,70 100,00

24.000 4,43 0,00 24.000 4,90 100,00

38.600 7,12 0,00 38.600 7,89 100,00

541.768 100,00 10,69 489.460 100,00 100,00

Abril AV AH Março AV AH

PASSIVO CIRCULANTE 288.536 53,26 21,38 237.710 48,57 100,00

102.000 18,83 0,00 102.000 20,84 100,00

164.500 30,36 43,04 115.000 23,50 100,00

14.760 2,72 19,03 12.400 2,53 100,00

96 0,02 -56,36 220 0,04 100,00

58 0,01 -17,14 70 0,01 100,00

520 0,10 -27,78 720 0,15 100,00

5.620 1,04 4,07 5.400 1,10 100,00

562 0,10 -53,17 1.200 0,25 100,00

420 0,08 -40,00 700 0,14 100,00

30.000 5,54 -18,92 37.000 7,56 100,00

30.000 5,54 -18,92 37.000 7,56 100,00

223.232 41,20 3,95 214.750 43,87 100,00

180.000 33,22 0,00 180.000 36,78 100,00

22.232 4,10 18,57 18.750 3,83 100,00

21.000 3,88 31,25 16.000 3,27 100,00

541.768 100,00 10,69 489.460 100,00 100,00

Salários a pagar

Encargos sociais a pagar

Honorários a pagar

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

BALANÇO PATRIMONIAL

Capital social

Reserva de Lucros

Água a pagar

Telefone a pagar

ATIVO

Reserva de Capital

Simples Federal a pagar

Energia elétrica a pagar

ATIVO NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Caixa

Empréstimos a pagar

IMOBILIZADO

Móveis e utensílios

Duplicatas a receber

Seguros a apropriar

Aluguéis antecipados

Banco Itaú

ATIVO CIRCULANTE

TOTAL DO ATIVO

PASSIVO

Equipamentos de informática

Móveis

Veículos

INTANGÍVEL

INVESTIMENTOS

Imóveis

Aplicações financeiras Itaú

Duplicatas a receber

Estoques

Fornecedores a pagar

TOTAL DO PASSIVO

Empréstimos a pagar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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June Alisson Westarb Cruz; Emir Guimarães Andrich; Alexandre Mugnaini200

Abril AV AH Março AV AH

164.000 100 7,79 152.145 100 100,00

131.200 80,00 23,19 106.502 70,00 100,00

14.760 9,00 7,79 13.693 9,00 100,00

18.040 11,00 -43,54 31.950 21,00 100,00

9.558 5,83 3,89 9.200 6,05 100,00

722 0,44 -14,45 844 0,55 100,00

360 0,22 0,00 360 0,24 100,00

1.200 0,73 0,00 1.200 0,79 100,00

96 0,06 20,00 80 0,05 100,00

58 0,04 3,57 56 0,04 100,00

520 0,32 62,50 320 0,21 100,00

5.620 3,43 4,07 5.400 3,55 100,00

562 0,34 4,07 540 0,35 100,00

420 0,26 5,00 400 0,26 100,00

8.482 5,17 -62,72 22.750 14,95 100,00

DEMONSTRAÇÃO DO RESULT ADO DO EXERCÍCIO

(1) RECEITA BRUTA

(-) CMV

(-) Impostos (simples federal )

(2) LUCRO BRUTO

(3) DESPESAS OPERACIONAIS

(-) seguros

(-) despesas financeiras

(-) aluguel

(4) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

(-) energia elétrica

(-) água

(-) telefone

(-) salários

(-) encargos sociais

(-) honorários

Antes de tecermos considerações sobre os cálculos apre-sentados acima é bom lembrar que o processo de análise não é umprocedimento totalmente objetivo. É possível que você consigaidentificar aspectos positivos ou negativos não abordados pela nos-sa análise. Embora este seja um trabalho de cunho científico, isto é,que busca se aproximar o máximo possível da realidade, há sempreo risco de que ocorram equívocos ou omissões.

Também é importante que você observe, todas as vezes quese deparar com um relatório de análise, quem o elaborou. O con-selho de administração de uma empresa, interessado em ressaltaraspectos positivos para os acionistas, nunca apresentará um relató-rio semelhante ao elaborado por uma empresa de auditoria externa,que tem como meta principal identificar e apontar as falhas cometi-das pela entidade.

No caso específico da empresa Comercial Curitibana vamosconcentrar nossa análise nos fatores capazes de esclarecer a acentua-da redução na rentabilidade de um exercício para o outro. Nestesentido, é natural que nos atenhamos mais à DRE, relatório contábilque sintetiza o resultado econômico da entidade. Como estamos

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Análise das Demonstrações Financeiras 201

enfocando apenas dois meses de atividade da empresa, poucas alte-rações poderão ser identificadas no Balanço Patrimonial. Se esti-véssemos trabalhando com vários exercícios sucessivos, certamenteteríamos muito mais a destacar neste relatório.

Há, ainda, outro detalhe de suma importância que você develevar em consideração antes de realizar a sua análise: nunca apre-sente suas conclusões baseadas apenas em um tipo de indicador(vertical ou horizontal). Somente a análise conjunta dos indicadoreso levará a uma interpretação coerente. Se você observar na DREacima a variação de março para abril, nos gastos com telefone,certamente ficará surpreso com o percentual de 62,50% apontadopela análise horizontal. Se verificar a representatividade dessaconta no total de despesas, no entanto, perceberá que, proporcio-nalmente, ela não é tão importante, uma vez que representou emmarço e abril, respectivamente, apenas 0,21% e 0,32% do total dasvendas efetuadas pela empresa.

Sugerimos sempre que você realize a análise por partes.Assim, o seu texto ficará mais claro e organizado. Uma boa estra-tégia é começar identificando os pontos positivos e negativos. Ob-serve abaixo:

Pontos positivos

• Aumento dos recursos disponíveis para o giro da em-presa, que representavam 60,77% em março e passa-ram a 65,15% em abril (vide análise vertical, balançopatrimonial, total do ativo circulante). Como conse-quência natural tivemos a diminuição, em termos pro-porcionais, do capital imobilizado, de 36,53% para33% (vide análise vertical, balanço patrimonial, totaldo ativo permanente). Via de regra, o aumento de re-cursos no ativo circulante é um bom negócio para aempresa. O excesso de imobilização pode comprometera disponibilidade de capital de giro. Evidentemente, emalguns ramos de negócio essa análise perde a validade.Uma transportadora, por exemplo, terá seu imobilizadosempre superior ao seu circulante, já que seu patrimô-

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nio principal, que são os veículos, estarão registradosno imobilizado.

• Crescimento das vendas em 7,79% (vide análise hori-zontal, DRE, receita bruta). Um crescimento da ordemde 7,79% é um aspecto relevante a ser destacado. Seprojetássemos essa variação para o período de um anoteríamos quase a duplicação do faturamento da empre-sa. A elevação da receita bruta sempre contribui para adiminuição das despesas fixas, como o aluguel, porexemplo.

• Redução das despesas financeiras em 14,45% (videanálise horizontal, DRE, despesas financeiras). Asdespesas financeiras corroem o patrimônio de formasilenciosa e irreversível. Em geral, decorrem da máadministração dos prazos de pagamento e recebimento.A necessidade de saldar compromissos antes da entradade receitas exige a captação de recursos no mercado,que geralmente cobra juros altos.

• Diminuição das dívidas de longo prazo em 18,92% demarço para abril (vide análise horizontal, balanço pa-trimonial, passivo exigível a longo prazo). A falta defôlego financeiro quase sempre implica na ampliaçãodas obrigações de longo prazo. Normalmente as empre-sas renegociam seus vencimentos para períodos maislongos e acabam assumindo o ônus financeiro da faltade caixa.

Pontos negativos

• Ampliação das obrigações de curto prazo. Em março,os capitais de terceiro de curto prazo investidos na em-presa representavam 48,57% do total de recursos. Emabril, elevaram-se para 53,26% (vide análise vertical,balanço patrimonial, total do passivo circulante). Aconta que mais contribuiu para essa variação foi a de“fornecedores a pagar”, que cresceu 43,04% no perío-do (vide análise horizontal, balanço patrimonial).

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Análise das Demonstrações Financeiras 203

• Aumento de 10% da representatividade do CMV emrelação ao faturamento bruto (vide análise vertical,DRE, CMV). Esse, certamente, foi um ponto crucialpara a queda nos índices de rentabilidade. O acom-panhamento desse indicador é crucial para o sucessode qualquer empresa. Há várias hipóteses para suaelevação. Na prática, todas devem ser verificadascom cuidado:

– é possível que tenha havido uma elevação real nopreço das mercadorias que a empresa comercializa;– é preciso verificar se a concentração das comprasem poucos ou apenas em um fornecedor não estáfacilitando a prática de preços acima do mercado;– checar a possibilidade de alta sazonal também érecomendado. Há produtos, como certos gênerosalimentícios, por exemplo, que ficam mais caros emdeterminados períodos do ano. Nem sempre a em-presa consegue repassar esse aumento para seusclientes. E, finalmente,– é recomendável verificar a possibilidade de frau-des no setor de compras. Infelizmente não é inco-mum a ocorrência desse tipo de problema.

• Aumento de 20% na fatura de energia elétrica e de62,50% na de telefone (análise horizontal, DRE). Em-bora não sejam contas representativas, uma vez que emconjunto não representam nem 0,5% do faturamentobruto da empresa, toda variação deve ser investigada.Despesas que individualmente são tratadas como irrisó-rias podem, em conjunto, ou quando acumuladas, re-presentar um gasto relevante.

Considerações gerais

A maior dificuldade do trabalho de análise está na associa-ção dos indicadores calculados. É necessário sempre extrair algu-mas conclusões gerais de todo o processo. Nem sempre o leitor

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terá tempo ou interesse em folhear dezenas de páginas com núme-ros e tabelas. No caso concreto da empresa Comercial Curitibananão podemos encerrar nosso trabalho sem destacar alguns aspec-tos essenciais identificados:

De um modo geral, não houve grande alteração, de umexercício para o outro, nos índices de liquidez e endivi-damento, ainda que a variação deste último tenha cha-mado um pouco mais a atenção. Como aspecto negativodestacamos a queda acentuada nos indicadores de ren-tabilidade. Toda alteração na estrutura de custos pro-voca, de imediato, um impacto na rentabilidade. Nonosso caso, a mudança mais significativa foi o cresci-mento, em termos proporcionais, do CMV. No longoprazo, a redução da rentabilidade pode levar a resulta-dos negativos. Neste caso, temos uma consequência umpouco mais grave, que é a redução do patrimônio.Como não chegamos a este ponto, pouca alteração foipercebida, em termos patrimoniais, de um exercíciopara o outro.

Outro aspecto importante a ser considerado é a compo-sição dos prazos de pagamento, recebimento e renova-ção dos estoques. Ao que tudo indica, a empresa estátrabalhando com excesso de estoque. Atualmente, comsistemas de transporte mais ágeis e o grande número defornecedores, é possível trabalhar-se com níveis maisbaixos de estoque. Esta medida proporciona a sobra derecursos para o giro do negócio.

Finalmente, é preciso lembrar que o trabalho de análise emonitoramento dos indicadores, que são iniciativas essenciais paraa eficiência e longevidade de qualquer empreendimento, dependeda existência de controles internos bem estruturados. Sem eles,faltará a matéria-prima básica para todas as considerações quetecemos ao longo deste capítulo.

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Análise das Demonstrações Financeiras 205

Capítulo 11

EXERCÍCIO INTEGRADO

No capítulo anterior você revisou toda a teoria através deum estudo de caso. Agora você terá a oportunidade de praticar oque aprendeu elaborando seu próprio relatório de análise.

Antes de pôr a mão na massa, no entanto, é importantelembrar que cada processo de análise é único. Quando vários es-pecialistas se debruçam sobre os mesmos relatórios, nem semprechegam a resultados semelhantes. Assim, você poderá inspirar-senos exemplos apresentados ao longo do texto, mas terá que serperspicaz e original para provar que realmente assimilou os temasestudados.

Além de diferenciarem-se no conteúdo, os vários relatóriostambém possuem estruturas diferentes. Para efeito didático, suge-rimos que você organize o seu relatório obedecendo a mesmaordem de exposição dos temas ao longo do livro:

• 1º passo: calcular e analisar os índices de liquidez: cor-rente, seca, imediata e geral;

• 2º passo: calcular e analisar os índices de endivida-mento: participação de capitais de terceiros, grau de en-dividamento e composição do endividamento;

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• 3º passo: calcular e analisar os índices de atividade:prazo médio de recebimento das vendas, prazo médio depagamento das compras, prazo médio de renovação dosestoques e posicionamento de atividade;

• 4º passo: calcular e analisar os índices de rentabilidade:rentabilidade sobre o ativo total e rentabilidade sobre ocapital próprio;

• 5º passo: efetuar uma análise descritiva da Demonstra-ção do Resultado do Exercício;

• 6º passo: efetuar a análise horizontal e vertical, identifi-car pontos positivos e negativos e destacar as variaçõesque mais impactaram no resultado econômico e finan-ceiro da empresa;

• 7º passo: ressaltar em um texto sintético as principaisconclusões do processo de análise.

Na sequência, apresentamos os relatórios que servirão debase para a sua análise. Deixamos por sua conta a tarefa de criarum nome fictício para a empresa a ser analisada.

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Análise das Demonstrações Financeiras 207

Fevereiro Janeiro277.000,00R$ 242.900,00R$

1.000,00R$ 900,00R$23.000,00R$ 22.000,00R$30.000,00R$ 29.000,00R$

100.000,00R$ 99.000,00R$120.000,00R$ 89.000,00R$

3.000,00R$ 3.000,00R$180.000,00R$ 147.200,00R$10.000,00R$ 13.200,00R$10.000,00R$ 13.200,00R$40.000,00R$ 40.000,00R$40.000,00R$ 40.000,00R$

118.000,00R$ 82.000,00R$12.000,00R$ 9.000,00R$10.000,00R$ 3.000,00R$56.000,00R$ 48.000,00R$40.000,00R$ 22.000,00R$12.000,00R$ 12.000,00R$

457.000,00R$ 390.100,00R$

Fevereiro JaneiroPASSIVO CIRCULANTE 224.299 203.100

90.000 73.000109.000 94.82010.000 20.000

120 14979 151

1.520 1.40012.000 12.000

1.000 1.000580 580

27.701 22.00027.701 22.000

205.000 165.000155.000 155.00025.000 5.00025.000 5.000

457.000 390.100

BALANÇO PATRIMONIAL

Capital socialReserva de LucrosReserva de CapitalTOTAL DO PASSIVO

Salários a pagarEncargos sociais a pagarHonorários a pagarPASSIVO NÃO CIRCULANTEEmpréstimos a pagarPATRIMÔNIO LÍQUIDO

Empréstimos a pagarFornecedores a pagarSimples Federal a pagarEnergia elétrica a pagarÁgua a pagarTelefone a pagar

Equipamentos de informática Móveis Veículos INTANGÍVEL

TOTAL DO ATIVO

PASSIVO

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Duplicatas a receber INVESTIMENTOS Imóveis IMOBILIZADO Móveis e utensílios

Aplicações financeiras Banco do BrasilDuplicatas a receberEstoquesSeguros a apropriarATIVO NÃO CIRCULANTE

ATIVOATIVO CIRCULANTECaixaBanco Itaú

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Fevereiro Janeiro590.000 300.000472.000 240.00053.100 27.00064.900 33.00024.900 23.000

5.900 4.000701 720

3.000 3.000120 14979 151

1.520 1.400

12.000 12.0001.000 1.000

580 580

40.000 10.000

(-) encargos sociais (-) honorários(4) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

(-) seguros (-) aluguel (-) energia elétrica (-) água (-) telefone (-) salários

(1) RECEITA BRUTA (-) CMV (-) Impostos (simples federal)(2) LUCRO BRUTO(3) DESPESAS OPERACIONAIS

(-) despesas financeiras

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Análise das Demonstrações Financeiras 209

REFERÊNCIAS

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Análise das Demonstrações Financeiras 211

FECHAMENTO

Este livro foi concebido com o intuito de facilitar o acessoaos temas e conceitos da disciplina de Análise das DemonstraçõesFinanceiras, ofertada em todos os cursos de graduação da área deCiências Sociais Aplicadas. Trata-se de um manual escrito em lin-guagem acessível e repleto de recursos visuais. Análise das De-monstrações Financeiras: Teorias e práticas surge em um mo-mento de grandes transformações na legislação contábil. Em sinto-nia com essas mudanças, apresenta todos os relatórios atualizadospela legislação vigente. Para facilitar a compreensão, os temasapresentados ao longo desta pequena obra são reprisados de formaintegrada ao final dos capítulos conceituais. Este recurso permite aaplicação e visualização de todos os conceitos em um caso concre-to. Além dos exercícios de fixação sugeridos para cada unidade, aobra oferece a oportunidade de revisão de todos os temas aborda-dos ao longo do livro por meio da elaboração de um exercício inte-grado. Este recurso didático – muito pouco utilizado nos livros deAnálises de Demonstrações – ao mesmo tempo em que auxilia narevisão dos conceitos, proporciona uma macro-visão do produtofinal de todas as rotinas e procedimentos de análise.

Boa Leitura.

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ÍNDICE ALFABÉTICO

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Esta obra foi impressa em oficinas próprias,utilizando moderno sistema de impressão digital.

Ela é fruto do trabalho das seguintes pessoas:

Editoração: Acabamento:Elisabeth Padilha Afonso P. T. NetoEmanuelle Milek Anderson A. MarquesKarla Knihs Bibiane A. RodriguesRodrigo Michel Ferreira Carlos A. P. Teixeira

Luana S. OliveiraÍndices: Lucia H. RodriguesEmilio Sabatovski Luciana de MeloIara P. Fontoura Luzia Gomes PereiraTania Saiki Maria José V. Rocha

Marilene de O. GuimarãesImpressão: Maurício MicalichechenLucas Fontoura Nádia SabatovskiMarcelo Schwb Terezinha F. OliveiraWillian A. Rodrigues

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