Livro de Ciências Florestais e Biológicas (CIFLORBIO)

download Livro de Ciências Florestais e Biológicas (CIFLORBIO)

of 202

Transcript of Livro de Ciências Florestais e Biológicas (CIFLORBIO)

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    1/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    2/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    3/202

    Cincias Florestais

    e Biolgicas(CIFLORBIO)

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    4/202

    Reitor: Carlos Eduardo Cantarelli.Vice-Reitor:Luiz Alberto Pilatti. Diretora de Gesto da Comunicao:

    Noemi Henriqueta Brando de Perdigo. Coordenadora da Editora:Camila Lopes Ferreira.Conselho Editorial da Editora UTFPR. Titulares: Bertoldo Schneider Junior, Hieda Maria Pagliosa

    Corona, Hypolito Jos Kalinowski, Isaura Alberton de Lima, Juliana Vitria Messias Bittencourt, Karen

    Hylgemager Gongora Bariccatti, Luciana Furlaneto-Maia, Maclovia Corra da Silva e Sani de Carvalho Rutz

    da Silva. Suplentes:Anna Silvia da Rocha, Christian Luiz da Silva, Jos Antonio Andrs Velsquez Alegre,

    Ligia Patrcia Torino, Mrcio Barreto Rodrigues, Maria de Lourdes Bernartt, Mrio Lopes Amorim, Ornella

    Maria Porcu e Rodrigo Lingnau.

    Editora fliada a

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    5/202

    lvaro Boson de Castro Faria

    Eleandro Jos Brun

    Fernanda Ferrari(Organizadores)

    Curitiba

    UTFPR Editora

    2015

    Cincias Florestais

    e Biolgicas(CIFLORBIO)

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    6/202

    Bibliotecrio: Maria Emlia Pecktor de Oliveira CRB-9/1510

    2015 Editora da Universidade Tecnolgica Federal do Paran.

    Esta obra est licenciada com uma Licena Creative Commons - Atribuio-NoComercial-SemDerivaes 4.0 Internacional.

    Esta licena permite o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribudos crditos ao(s)

    autor(es), mas sem a possibilidade de alter-la de nenhuma forma ou utiliz-la para ns comerciais.Disponvel tambm em: .

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao

    Coordenao editorial

    Camila Lopes Ferreira

    Emanuelle Torino

    Projeto grco, capa e editorao eletrnica

    Vanessa Constance Ambrosio

    Normalizao

    Camila Lopes Ferreira

    Reviso gramatical e ortogrca

    Sueli Nardes

    UTFPR EditoraAv. Sete de Setembro, 3165 RebouasCuritiba PR 80230-901

    www.utfpr.edu.br

    C569 Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO). / lvaro Boson de CastroFaria, Eleandro Jos Brun e Fernanda Ferrari (org.). Curitiba: Ed. UTFPR,2015.

    196 p. : il.ISBN: 978-85-7014-149-1

    1. Florestas. 2. Biodiversidade florestal. 3. Biodiversidade Conservao.4. Desbaste florestal. 5. Reflorestamento. 6. Biologia. I. Faria, lvaro Boson deCastro, org. II. Brun, Eleandro Jos, org. III. Ferrari, Fernada, org. IV. Ttulo.

    CDD (23. ed.) 577.3

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    7/202

    AGRADECIMENTOS

    Aps trs anos de trabalho e expectativa, o livro de Cincias

    Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO) da Universidade TecnolgicaFederal do Paran (UTFPR), apresentado e tornado acessvelgratuitamente para a sociedade.

    Saudaes so necessrias a todos que participaram destaproposta. Foram dezenas de revisores, professores e pesquisadores dediversas instituies de ensino e pesquisa, que empregaram seu tempona avaliao dos captulos.

    Aos autores, naturais das mais diversas regies, os organizadoresretribuem com agradecimentos pela conana, ao terem submetidoseus trabalhos avaliao por pares na seleo dos captulos, e poracreditarem no projeto.

    Ao Conselho da Editora da UTFPR, nossos sinceros cumprimentos.Com o lanamento do CIFLORBIO, a comunidade cientca passa adispor de mais uma alternativa para a disseminao do conhecimento

    cientco, universalizado para os mais diversos pblicos.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    8/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    9/202

    APRESENTAO ..............................................................................11

    CICLAGEM DE NUTRIENTES VIA SERAPILHEIRA EM

    ECOSSISTEMAS FLORESTAIS NATURAIS NO BRASIL ............. 13

    Tiago de Oliveira Godinho, Marcos Vinicius Winckler Caldeira e EleandroJos Brun

    EFEITOS NEGATIVOS NAS PROPRIEDADES DO SOLO EM

    TRILHAS DE REAS NATURAIS ................................................... 53

    Yukie Kabashima, Flvia Gizele Knig Brun, Ingo Isernhagen e TeresaCristina Magro

    EXTRATIVISMO FLORESTAL COMO FORMA DE REDUO DA

    VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ................................... 81

    Henrique Machado Dias

    ATRIBUTOS FSICOS DO SOLO SOB CULTIVO FLORESTAL ...127

    Suzana Ferreira da Rosa, Denise Andria Szymczak e Simone Filipini AbroGEOESTATSTICA APLICADA CARACTERIZAO DEFLORESTAS ....................................................................................159

    Lcio de Paula Amaral, Regiane Aparecida Ferreira, Michelle Dullius eLuciano Farinha Watzlawick

    ORGANIZADORES ........................................................................193

    AUTORES ........................................................................................195

    SUMRIO

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    10/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    11/202

    11

    APRESENTAO

    A Universidade Tecnolgica Federal do Paran Cmpus Dois

    Vizinhos (UTFPR-DV) oferta, atualmente, os bacharelados em EngenhariaFlorestal, Agronomia, Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia,

    Engenharia de Software e Zootecnia. Alm destes cursos, so tambm

    oferecidas as licenciaturas em Cincias Biolgicas e em Educao do Campo.

    A notvel proximidade de reas de conhecimento tem favorecido

    a criao de novas linhas de pesquisa e o desenvolvimento de projetos

    interdisciplinares na UTFPR-DV. Como resultado, visualiza-se hoje no

    Cmpus uma crescente ampliao da produo cientco-tecnolgica pelacomunidade acadmica, o que colabora para a sua consolidao como

    instituio de excelncia em ensino, pesquisa e extenso.

    Historicamente, parte dos trabalhos pedaggicos, tcnicos e

    cientcos desenvolvidos pelos professores e alunos da UTFPR-DV,

    individualmente ou em parceria com pesquisadores internos e externos,

    estavam sendo submetidos s edies de um livro publicado no mbito do

    Seminrio sobre Sistemas de Produo Agropecuria (SSPA). O SSPA foium evento de periodicidade anual, contextualizado principalmente pela

    produo cientca iniciante dentro dos cursos de Zootecnia e Tecnologia

    em Horticultura (encerrado). Entre os anos de 2007 e 2010, o SSPA publicou

    edies anuais do livro Sistemas de Produo Agropecuria, sendo que

    em 2010, a obra contou com 21 captulos abordando temas dentro da rea

    agropecuria, porm tambm envolvendo reas correlatas, como as das

    cincias orestais e biolgicas, em crescente desenvolvimento na poca.

    Estas ltimas reas, no entanto, fugiam do escopo do livro Sistemas de

    Produo Agropecuria.

    Nesse contexto, com a nalidade de abranger as demais temticas

    abordadas em pesquisa e extenso no Cmpus e que poderiam uir para

    uma publicao de cunho didtico, lanou-se em 2011, por ocasio do I

    Congresso de Cincia e Tecnologia da UTFPR-DV (I CCT), do I Simpsio

    de Cincias Florestais e Biolgicas (I SIFLORBIO) e do V SSPA, uma nova

    proposta de livro, direcionado para as Cincias Florestais e Biolgicas,

    denominado CIFLORBIO. Tal proposta, alm de possuir carter mais

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    12/202

    12

    amplo, foi idealizada para possibilitar tambm a incluso de temticas

    desenvolvidas em parceria com instituies externas.

    A chamada pblica do livro CIFLORBIO da UTFPR recebeu 22

    captulos abordando assuntos diversos dentro da temtica do livro, tanto de

    docentes do Cmpus como de parceiros de outras universidades e institutosde pesquisa, inclusive do exterior. Aps cuidadoso processo de reviso,

    do total de captulos, cinco foram aprovados, trazendo uma amostra

    consistente da produo dos autores, com resultados de pesquisa bsica e

    aplicada atualizada envolvendo as reas temticas.

    Todas essas contribuies so advindas de importantes pesquisadores

    de quatro universidades federais do Brasil (Universidade Tecnolgica Federal

    do Paran - UTFPR, Universidade Federal do Paran - UFPR, UniversidadeFederal do Esprito Santo UFES - e Universidade Federal de Santa Maria

    - UFSM), duas estaduais (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

    da Universidade de So Paulo - ESALQ/USP - e Universidade Estadual

    do Centro-Oeste - UNICENTRO), alm do Instituto Federal de Cincia e

    Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), do Instituto Capixaba de Pesquisa,

    Assistncia Tcnica e Extenso Rural (INCAPER) e da Empresa Brasileira de

    Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA), em reas abrangentes e fundamentais,contemplando as cincias orestais e biolgicas em vrios aspectos como

    os relativos s reas de Conservao da Natureza, Silvicultura, Manejo

    Florestal, Manejo e Conservao do Solo.

    Desta forma, a elaborao deste livro vem ao encontro do conceito de

    indissociabilidade entre pesquisa bsica e aplicada, uma das caractersticas

    prprias de uma universidade tecnolgica que se baseia na aplicao do

    conhecimento para a criao de inmeros processos, produtos e serviosque beneciam a sociedade.

    Neste sentido, a divulgao de tais conhecimentos sob o formato

    de livro, certamente contribuir com os processos educativos voltados ao

    desenvolvimento sustentvel nas reas concernentes, disponibilizando

    informaes sociedade, e universalizando o conhecimento gerado pela

    UTFPR e instituies parceiras.

    Os organizadores

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    13/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    14/202

    14

    GOMES; QUEIRZ, 2011). Esta realidade vem aumentando nas dcadas

    recentes em funo das altas taxas de desmatamento.

    O valor da biodiversidade das orestas secundrias um tema

    ainda rodeado de controvrsias e incertezas (BIHN, 2008). So pouco

    conhecidos muitos aspectos relativos dinmica de recuperao dessasorestas, as quais necessitam ainda de um rduo trabalho da comunidade

    cientca na misso de fornecer, com base em estudos, fundamentos

    para a recuperao, a restaurao e o manejo sustentvel para mltiplos

    produtos, das reas remanescentes ou restauradas.

    Esses estudos ecolgicos em orestas nativas so de vital

    importncia para o entendimento do comportamento das caractersticas

    intrnsecas ao ecossistema e devem ser realizados antes que esses

    ecossistemas tenham toda a sua rea original alterada pelo homem.

    Neste contexto, a dinmica nutricional das orestas, principalmente

    em relao ciclagem de nutrientes, que ocorre naturalmente, em

    parte pela lavagem das copas e troncos das rvores pela gua da chuva

    que atravessa o dossel da oresta e parte pela deposio de tecidos

    senescentes (serapilheira), aps a sua decomposio (BALIEIRO et al.,

    2004; CALDEIRA et al., 2007; CALDEIRA et al., 2008; CALDEIRA et al.,

    2010; HAAG, 1985) so aspectos fundamentais a serem estudados.

    A importncia da serapilheira para a ciclagem dos nutrientes

    em povoamentos orestais j foi reconhecida desde o sculo passado,

    quando foi observada uma diminuio gradual da produtividade

    de orestas de conferas europeias, que tiveram sua serapilheira

    frequentemente removida para o uso como cama de animais, prtica

    comum naquele sculo (PRITCHETT, 1979). de comum acordo por

    parte dos pesquisadores que o conhecimento da dinmica da ciclagem

    de nutrientes fundamental em vrios programas, por exemplo, na

    regenerao da oresta. Segundo Martins (2010), isto especialmente

    importante, tendo em vista o decreto que regulamenta a Lei da Mata

    Atlntica (Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006) cujo objetivo

    aumentar a rea de preservao da oresta de 7 para 20%.

    De acordo com Caldeira et al. (2010), ainda so poucos os

    conhecimentos sobre os ecossistemas naturais e sobre a ciclagem de

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    15/202

    15

    nutrientes em orestas naturais e plantaes orestais com orestas

    nativas no Brasil. Portanto, torna-se necessrio o desenvolvimento de

    novas pesquisas, principalmente naquelas regies do pas mais sujeitas

    aos impactos antrpicos, onde os ecossistemas primitivos se encontram

    em via de desaparecimento.

    Trabalhos sobre a produo e o acmulo de serapilheira fornecem

    subsdios para um melhor entendimento da dinmica dos nutrientes.

    Alm disso, permitem a escolha de espcies vegetais para a formao de

    macios orestais, com informaes sobre a sazonalidade, a quantidade

    e a qualidade da serapilheira produzida, e os fatores relevantes para

    a melhoria das propriedades qumicas, fsicas e biolgicas do solo

    (CALDEIRA et al., 2008; GODINHO et al., 2013).

    Diante do quadro de devastao das orestas no Brasil, entre elas

    a Mata Atlntica, ainda urgente o desenvolvimento e o conhecimento

    de tcnicas e processos que viabilizem a restaurao de parte do bioma

    e a conservao dos remanescentes ainda pouco afetados (GANDARA;

    KAGEYAMA, 2003). Portanto, estudos sobre a inuncia de variveis

    ambientais na vegetao podem gerar contribuies signicativas para oentendimento das relaes entre a vegetao e o ambiente, fornecendo

    subsdios necessrios ao desenvolvimento de estratgias de recuperao

    de reas degradadas, restaurao ambiental e de manejo e conservao

    da biodiversidade. A inexistncia ou a raridade de trabalhos sobre a

    dinmica dos processos que envolvem a ciclagem de nutrientes em

    orestas, principalmente as naturais, deve-se diculdade na coleta

    de dados, devido complexidade ambiental destas formaes, custoselevados para a realizao de estudos, grande nmero de pessoas

    necessrias ao desenvolvimento dos trabalhos e falta de metodologia

    adequada ou padronizada.

    Neste trabalho, so evidenciados os mecanismos que envolvem o

    aporte e o acmulo de serapilheira em ecossistemas naturais brasileiros,

    oferecendo subsdios para a restaurao e o manejo sustentvel de

    remanescentes orestais.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    16/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    17/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    18/202

    18

    pela serapilheira at a absoro dos nutrientes na forma inica. Nesse

    contexto, a matria orgnica do solo (MOS) passa a ter um papel

    primordial na liberao de nutrientes no solo, principalmente o fsforo,

    enxofre e nitrognio. Em solos tropicais e subtropicais altamente

    intemperizados, a MOS tem grande importncia para o fornecimentode nutrientes s espcies orestais, a reteno de ctions, a complexao

    de elementos txicos e de micronutrientes, a estabilidade da estrutura,

    a inltrao e reteno de gua, a aerao, e a atividade de biomassa

    microbiana, constituindo-se, assim, um componente fundamental da

    sua capacidade produtiva (BAYER; MIELNICZUK, 1999).

    O ciclo biogeoqumico desempenha um papel importante no

    conhecimento das condies e dinmica dos processos internos dosecossistemas naturais que auxiliam no entendimento das rpidas

    mudanas provocadas, por exemplo, pela explorao orestal no meio

    ambiente (FEGER; RASPE, 1998). Alm desses benefcios, o entendimento

    da ciclagem de nutrientes da serapilheira em orestas nativas um dos

    aspectos primordiais a serem estudados, com vistas ao planejamento

    do uso destas espcies para recuperao de reas degradadas ou para

    produo de madeiras nobres (POGGIANI; SCHUMACHER, 2005).

    Os ciclos de nutrientes na natureza ocorrem mediante a troca de

    energia entre organismos e entre estes e o ambiente fsico-qumico que

    o cerca, tendo como ponto de partida, no planeta Terra, na maioria dos

    processos, a energia do Sol, sendo que nos trpicos esta energia chega com

    mais intensidade at a superfcie. Assim, as orestas tropicais tm altas

    taxas de produtividade primria, processos de decomposio acelerado e

    uma grande reciclagem de materiais. Entre as principais caractersticas

    dos trpicos, esto as precipitaes abundantes, altas temperaturas, ora

    e fauna extremamente diversicadas e solos muito antigos, distintos e

    altamente intemperizados o que causa a liberao e reduo de minerais

    tornando a manuteno da oresta altamente dependente da ciclagem e

    reciclagem dos nutrientes (CABIANCHI, 2010).

    A produo e a decomposio de serapilheira est diretamenteassociada a entrada e a sada de nutrientes do solo, sendo um processo

    chave para a manuteno dos ambientes tropicais. Esse processo

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    19/202

    19

    possibilita o desenvolvimento de orestas em solos com baixos teores

    nutricionais (SCHUMACHER; BRUN; KNIG, 2004).

    Neste sentido, a produo e a decomposio de serapilheira

    so as principais entradas de nutrientes no sistema. A manuteno

    da produtividade de um ecossistema depende, essencialmente, dacapacidade que o ecossistema tem de circular e acumular nutrientes

    entre os compartimentos (EWEL, 1976; LEITO FILHO et al., 1993).

    Assim, nos ecossistemas, os elementos so continuamente transferidos

    entre os compartimentos biticos e os abiticos. A ciclagem de

    nutrientes abrange as trocas de elementos minerais entre os seres vivos e

    o ambiente que os circunda, centrando-se nas relaes entre a vegetao

    e o solo. Por meio dela, obtm-se informaes sobre a distribuio denutrientes no ecossistema, podendo-se inferir sobre os uxos entre os

    diferentes compartimentos (GOLLEY, 1983; SCHUMACHER et al., 2003;

    VITAL et al., 2004).

    A quantidade de cada nutriente presente na serapilheira durante

    um ano fornece boa estimativa da demanda de nutrientes da oresta e

    da quantidade que retorna ao solo durante a ciclagem (CALDEIRA et al.,

    2007; CALDEIRA et al., 2008; CALDEIRA et al., 2010; SCOTT; PROCTOR;

    THOMPSON, 1992). A comparao entre aporte e quantidade liberada

    na decomposio no mesmo perodo fornece o balano de nutrientes

    (VITOUSEK; SANFORD, 1986) e a quantidade anual de biomassa

    de serapilheira e nutrientes fornece a estimativa de produtividade

    (CABIANCHI, 2010).

    Segundo Burger e Delitti (1999), a biomassa vegetal presente emum dado momento a resultante de todas as caractersticas genticas

    das espcies, de todos os fatores biticos e abiticos e da histria de cada

    ecossistema. A deposio, o acmulo e a decomposio de serapilheira

    so inuenciados por diversas variveis. Entre elas, pode-se destacar:

    temperatura, precipitao, produtividade primria, diversidade da

    biota (macro, meso e micro), diversidade do material vegetal, qualidade

    qumica da serapilheira, concentrao de nutrientes, concentrao deCO2 atmosfrico e deposio de N (HTTENSCHWILER; TIUNOV;

    SCHEU, 2005; HOORENS; AERTS; STROETENGA, 2002).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    20/202

    20

    APORTE DE SERAPILHEIRA

    Os ecossistemas orestais desenvolvem um horizonte orgnico

    sobre o solo, que, segundo Koehler (1989), o resultado da queda

    peridica de folhas, galhos, frutos e, s vezes, rvores inteiras. ParaVibrans e Sevegnani (2000), serapilheira todo material vegetal

    depositado no cho da oresta, bem como restos de animais e material

    fecal, excluindo troncos e ramos acima de 10 cm de dimetro.

    Estudos realizados em vrias orestas nativas e em plantaes

    orestais com espcies nativas ou exticas evidenciam que a serapilheira

    composta por, de maneira geral, 60 a 80% de folhas, 1 a 15% de ramos e

    1 a 25% de casca. As folhas normalmente constituem a maior proporoda biomassa que caem ao solo, sendo que esse percentual aumenta com

    a idade, at certo ponto, quando ento, diminui devido ao aumento na

    queda de galhos e casca.

    Sabe-se que a quantidade de serapilheira aportada ou acumulada

    varia em funo da tipologia vegetal e da condio climtica. Vrios

    fatores, abiticos e biticos, afetam a produo de serapilheira, como

    tipo de vegetao, altitude, latitude, precipitao, temperatura,

    regimes de luminosidade, relevo, herbivoria, deciduidade, estgiosucessional, evapotranspirao, disponibilidade hdrica e caractersticas

    do solo. Segundo Correia e Andrade (1999), em escala mais ampla, a

    produtividade vegetal determinada pela distribuio de chuvas, que

    exerce forte inuncia sobre a disponibilidade de gua no solo e de

    nutrientes.

    A deposio de serapilheira o resultado da interao destes

    fatores e, conforme as peculiaridades de cada sistema, um fator pode

    prevalecer sobre os demais (BRUN et al., 2001). Assim, em diferentesecossistemas orestais podem ser depositadas diferentes quantidades

    de serapilheira e esta, por sua vez, pode apresentar diferentes propores

    de fraes pelo fato da oresta nativa ser mais heterognea, mudando de

    acordo com a tipologia e composio de espcies.

    Quanto sazonalidade da serapilheira, h variaes entre

    espcies nas regies tropicais e subtropicais, e sua derrubada causada

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    21/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    22/202

    22

    nas regies tropicais. As informaes obtidas por meio dessas avaliaespodem auxiliar o planejamento do manejo a ser adotado, principalmenteem regies fortemente degradadas, a m viabilizar futuros trabalhosvisando a sua recuperao.

    Biomassa de Serapilheira Aportada

    A comparao de resultados encontrados na literatura sobre aproduo de serapilheira por diferentes tipologias orestais complexadevido grande variao natural na deposio destas fraes e s formasde amostragem e triagem utilizadas. Alguns autores computaram

    os pesos dos ramos juntamente com os rgos reprodutivos, outrossepararam os rgos reprodutivos em frao ores e frao frutos,outros triaram a serapilheira somente em duas fraes, foliar e lenhosaou, ainda, no zeram distino entre os elementos reprodutivos e amiscelnea. Diante do exposto, as comparaes devem ser cautelosas,levando-se em conta estas possveis variaes. Mesmo assim, os padresgerais e tendncias encontrados nos diferentes trabalhos podem serapreciados no sentido do entendimento da dinmica dessas reas. ATabela 1 apresenta o aporte de serapilheira em diferentes tipologiasorestais brasileiras.

    Tabela 1 - Produo de serapilheira (Mg ha-1ano-1) em diferentes tipologiasorestais brasileiras

    Tipologia Florestal Caractersticas LocalDeposio

    (Mg ha-1ano-1)Referncia

    Floresta EstacionalSemidecidual

    Floresta secundriaCachoeiro de

    Itapemirim, ES9,3 Godinho et al.(2013)

    Floresta EstacionalSemidecidual

    Zona ripria Botucatu, SP 10,6 Vital et al.(2004)

    Floresta EstacionalSemidecidual

    Floresta preservada

    Ouro Preto, MG

    6,8

    Werneck, Pedralli eGieseke (2001)

    Floresta intermediria 6,6

    Floresta secundriajovem

    (40 anos)5,1

    (continua)

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    23/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    24/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    25/202

    25

    o processo de absciso foliar, que tem como incio do processo otransporte do cido abcsico (ABA), o qual provoca o fechamento dosestmatos. Alm disso, o aumento no grau de desidratao em funo dabaixa umidade pode ocasionar a senescncia precoce da folha e separao

    da mesma do vegetal. Na comparao realizada por Proctor (1983), emuma srie de estudos em orestas tropicais, o mesmo concluiu que noh relao simples entre queda anual de serapilheira e precipitaoincidente anual. A falta de correlao entre essas duas variveis deve-se ao atraso de resposta da vegetao ao estresse hdrico, que desloca opico da curva de queda de serapilheira para frente do pico de mnima daprecipitao pluviomtrica anual.

    Avaliando esse aspecto em Floresta Estacional Decidual na regionordeste do Rio Grande do Sul, Brun et al.(2001) encontraram indcios deque para uma maior disponibilidade de gua - aumento da diferena entreprecipitao (P) e evapotranspirao (ETP) -, ocorreu uma tendncia deuma maior devoluo simultnea da serapilheira para o piso da oresta.Porm, nas observaes desses autores, o aumento na devoluo deserapilheira na primavera (setembro at novembro) pode ser relacionado

    deteno do crescimento provocada pelo inverno, o qual se manifestou medida que a diferena P-ETP se elevou a partir de julho.

    O mesmo padro supracitado pde ser observado com anlisedo efeito trs meses mais tarde. Desta forma, pode-se inferir que oprincipal mecanismo que desencadeia o processo de derrubada de maiorquantidade de serapilheira na primavera foi a deteno do crescimentoprovocado no inverno, assim como o efeito do vento e do aumento da

    temperatura na derrubada de galhos e outros processos auxiliares naderrubada do material j senescente. Segundo Brun et al.(2001), esseprocesso tende a ser predominante nas orestas estacionais do Sul doBrasil, onde a estacionalidade predominante a trmica e no a hdrica.

    Tambm importante vericar a contribuio das fraes vegetaisao longo do ano. Do ponto de vista da ciclagem de nutrientes, as folhasrepresentam a via mais rpida de retorno e mais rica de nutrientes, o que

    congura uma estratgia das rvores na utilizao de nutrientes para seucrescimento (CALDEIRA et al., 2007; CALDEIRA et al., 2008; CALDEIRAet al., 2010; PINTO et al.2009). As folhas apresentam maiores teores da

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    26/202

    26

    maioria dos nutrientes, por ser um tecido siologicamente mais ativoe apresentar uma taxa de decomposio mais acelerada, pela sua altasuperfcie especca. Os picos de material lenhoso que contribuempara a formao da camada de serapilheira so, na maioria das vezes,

    atribudos ao das chuvas fortes ou dos ventos.Como a absciso de tecidos vegetais, alm dos fatores climticos e

    logenticos da planta, inuenciada por fatores pedolgicos (umidadee aerao do solo, decincia e toxicidade de constituintes minerais,salinidade e alcalinidade), poluentes atmosfricos, fogo, gravidade,insetos, microorganismos patognicos, doenas, competio entre folhasnovas e velhas (KOZLOWSKI; PALLARDY, 1996), o estabelecimento

    de padres de deposio baseados em apenas um ou poucos fatoresdeve ser visto com cautela. Na grande maioria dos casos, uma anlisemultivariada das relaes de causa e efeito mais aplicvel, devendo aspesquisas realizadas com esses aspectos terem ateno maior gamapossvel de fatores que interferem e que so inuenciados na deposioe sua sazonalidade.

    Nutrientes Aportados via Serapilheira

    A inuncia dos meses do ano na variao dos teores de nutrientesda serapilheira normalmente pequena. Este comportamento j foirelatado por diversos autores (BARBOSA, 2000; CUEVAS; MEDINA, 1986;CUNHA et al., 1993; GODINHO et al., 2013; PAGANO, 1989). Cunha et al.(1993) armaram que a estabilidade nos teores dos elementos demonstra

    que a qualidade da serapilheira pouco se altera durante o ano e que, ainuncia na dinmica anual de populaes de organismos do solo e ofornecimento de nutrientes esto mais relacionados com a quantidade deserapilheira depositada do que com a variao em sua qualidade.

    A literatura evidencia que os padres de sazonalidade so dedifcil entendimento, pois vrios fatores podem inuenciar nos teorescontidos nas fraes da serapilheira, por exemplo, a diversidade de

    espcies e partes da planta que compem a serapilheira, diferentesperodos de deposio, local da rvore de onde o material proveniente(posio na copa), lavagem das folhas, tipos de orestas, indicando

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    27/202

    27

    assim que elas apresentam caractersticas distintas e que fatores

    abiticos inuenciam os processos que controlam a disponibilidade

    de nutrientes (PAGANO; DURIGAN, 2000; VIERA; SCHUMACHER,

    2010a; VIERA; SCHUMACHER, 2010b). Existem outros fatores, tais

    como: a espcie, a capacidade de redistribuio de nutrientes antes dasenescncia, do solo e da proporo de folhas em relao aos demais

    componentes e o aumento da idade do povoamento (CALDEIRA et al.,

    2010; PRITCHETT, 1990; VIERA; SCHUMACHER, 2010c; GODINHO et

    al., 2013; SCHUMACHER et al., 2011).

    Epsteim e Bloom (2006) apresentam o padro de variao dos

    principais nutrientes pesquisados e com efeitos mais conhecidos em

    plantas cultivadas, sendo: de 5 a 60 g kg-1de N; de 1,5 a 5 g kg-1de P; de 8,0a 80,0 g kg-1de K; de 1,0 a 60,0 g kg-1de Ca; de 0,5 a 10,0 g kg-1de Mg e de 1,0

    a 15,0 g kg-1de S. Micronutrientes na matria seca: entre 20 e 600 mg kg-1

    de Fe; 10 a 600 mg kg-1de Mn; de 2,0 a 50,0 mg kg-1de Cu; de 10,0 a 250,0

    mg kg-1de Zn, de 0,2 a 800,0 mg kg-1de B e de 0,1 a 10,0 mg kg-1de Mo.

    A quantidade dos nutrientes transferida ao solo via deposio

    de serapilheira muito varivel entre as orestas tropicais e depende

    das caractersticas funcionais de cada elemento no metabolismo das

    plantas, da presena ou ausncia de mecanismos de conservao de

    nutrientes, variando de acordo com as condies edafoclimticas, das

    exigncias nutricionais das espcies, da parte da planta considerada,

    da fenologia, da poca do ano, da composio orstica, do estgio

    sucessional e da metodologia empregada na avaliao (BRUN et al.2010;

    CUEVAS; MEDINA, 1986; GOLLEY, et al. 1978; MEGURO; VINUEZA;

    DELITTI, 1979; VITOUSEK; SANFORD, 1986; VIERA et al., 2010; VOGEL;

    SCHUMACHER; TRUBY, 2007; VOGEL et al., 2008). Em estudo realizado

    por Brun, Schumacher e Vaccaro (2011), em trs fases sucessionais de

    uma Floresta Estacional Decidual no Rio Grande do Sul, observou-se

    que o retorno de nutrientes tinha maior razo de proporcionalidade

    com a quantidade de serapilheira devolvida do que com os teores dos

    nutrientes.

    O contedo dos nutrientes contidos na serapilheira transferido para

    o solo via deposio estimado pela Equao 1 (CUEVAS; MEDINA, 1986):

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    28/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    29/202

    29

    Tabela2-Contedodemacroem

    icronutrientesaportado

    sviaserapilheiraemalgumastipologiasorestais

    TipologiaFlorestal

    Caractersticas

    N

    P

    K

    Ca

    Mg

    S

    Fe

    Cu

    Mn

    Zn

    B

    Ref.

    kgha-1

    ano-1

    Flores

    taEstacionalDecidual

    Secund

    riainicial

    100,1

    5,8

    43,9

    101,3

    22,6

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Brun,SchumachereVaccaro

    (2011)

    Secundriatardia

    120,0

    6,8

    51,7

    98,5

    20,5

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Madura

    (Clmax)

    173,4

    9,3

    81,7

    175,0

    24,6

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Flores

    taEstacionalDecidual

    Estgio

    mdiode

    regen

    erao

    164,9

    9,2

    35,6

    124,3

    20,2

    12,0

    1,3

    -

    1,2

    0,4

    -

    Vogel,SchumachereTrby

    (2011)

    Floresta

    EstacionalSemidecidual

    Florestasecundria

    172,2

    4

    8,9

    1

    67,6

    6

    216,9

    1

    27,3

    3

    13,5

    5

    2,3

    2

    0,0

    5

    2,0

    5

    0,2

    4

    0,5

    1

    God

    inhoetal.(2014)

    Floresta

    EstacionalSemidecidual

    -

    217,7

    6

    11,5

    5

    52,7

    9

    199,8

    0

    38,8

    0

    -

    Vitaletal.(2004)

    Floresta

    EstacionalSemidecidual

    10anos

    165,5

    5,4

    50,1

    88,9

    29,1

    --

    10,0

    0,2

    6

    6,6

    5

    0,6

    5

    -

    Toledo

    ,PereiraeMenezes

    (2002)

    50anos

    218,9

    5,8

    67,4

    107,7

    37,6

    -

    10,6

    0,2

    7

    7,7

    4

    0,8

    1

    -

    Floresta

    EstacionalSemidecidual

    Florestainicial

    137,0

    9

    4,5

    2

    16,5

    8

    89,3

    7

    20,8

    5

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Pintoetal.(2009)

    Floresta

    madura

    179,7

    9

    7,8

    7

    45,4

    9

    179,2

    8

    26,1

    9

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Flores

    taEstacionalDecidual

    206,6

    8

    11,2

    0

    37,7

    5

    269,1

    5

    29,8

    4

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Cu

    nhaetal.(1993)

    FlorestaOmbrflaDensa

    Florestasecundria

    38,1

    8

    2,3

    9

    7,35

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Calvi,

    PereiraeEspndula

    Jnior(2009)

    Florestasecundria

    an

    tiga

    40,1

    6

    2,3

    9

    10,8

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    FlorestaTropicalmida

    -

    -

    8,6

    128,7

    239,7

    22,2

    -

    0,5

    0,1

    0,4

    0,3

    -

    Golleyetal.(1978)

    FlorestaTropicalBaixoMontanamida

    -

    -

    2,6

    90,6

    97,7

    32,9

    -

    2,3

    0,1

    3,3

    0,4

    -

    Fonte:Au

    toriaprpria(2011

    ).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    30/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    31/202

    31

    A Tabela 3 apresenta dados sobre ecincia anual de utilizao

    dos macro e micronutrientes em trecho de Floresta Estacional

    Semidecidual Submontana em Cachoeiro de Itapemirim, pelas fraes

    folhas/miscelneas, frao galhos e para a serapilheira total depositada:

    Tabela 3 - Ecincia de uso dos macro e micronutrientes (kg matria seca /kg de nutriente) pelas fraes folhas/miscelneas e frao galhos e totaldepositado na Floresta Estacional Semidecidual Submontana, Cachoeiro deItapemirim, ES

    FraoMacronutrientes

    N P K Ca Mg S

    Folhas/miscelneas 52 995 128 44 321 658

    Galhos 75 1608 324 36 615 989

    Total 54 1040 137 43 339 684

    Micronutrientes

    Fe Cu Mn Zn B

    Folhas/miscelneas 3824 169456 4284 40021 16840

    Galhos 6129 150900 7740 30123 39254

    Total 3994 167124 4512 38583 18007

    Fonte: Godinho et al. (2013).

    Nas fraes estudadas e para o total depositado, a melhor

    ecincia anual no uso de macro e micronutrientes foi respectivamente,

    P e Cu, sendo Ca e Fe no considerados como uma boa ecincia. A

    frao folhas/miscelneas mostrou-se mais eciente na utilizao de Ca,

    Cu e Zn, enquanto a frao galhos foi mais eciente em utilizar N, P, K,

    Mg, S, Fe, Mn e B (Tabela 3).

    Um maior teor de um nutriente na frao estudada propiciou

    menor valor de EUN para este nutriente, como pde ser observado

    para o Ca e o Fe, que foram o macro e micronutriente encontrados em

    maiores teores em todas as fraes do presente estudo. Enquanto que

    um menor teor de um determinado nutriente propiciou aumento na

    ecincia do seu uso, fato esse vericado para o P e Cu, sendo o macroe micronutriente encontrado em menores teores em todas as fraes do

    presente estudo (Tabela 3). Resultados semelhantes aos encontrados por

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    32/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    33/202

    33

    mesma desempenha um papel essencial, aumentando a capacidade de

    troca catinica (CTC) do solo. Alm disso, o material acumulado permite

    a existncia de uma grande variedade de nichos para a mesofauna,

    microora e microrganismo para o solo, sendo ainda fonte de coloides

    para o mesmo (PRITCHETT, 1990). Tambm exerce funes de isolantetrmico (melhora as condies trmicas dos horizontes mais profundos)

    e reteno de gua, atuando como atenuador de efeitos erosivos da gua,

    bem como tem grande efeito hidrolgico, funcionando principalmente

    como ltro e esponja da gua proveniente da atmosfera que penetra no

    solo (MOLCHANOV, 1963).

    De acordo com Caldeira et al.(2008), a quantidade de serapilheira

    sobre o solo varia em funo de diversos fatores, como a intensidadeda cobertura orestal, do estgio sucessional, da idade, da poca da

    coleta e do tipo de oresta. Alm desses, devem ser consideradas as

    condies edafoclimticas, o stio, as espcies de sub-bosque, o manejo

    silvicultural, a proporo de copa, a taxa de decomposio, os distrbios

    naturais - como fogo e ataque de insetos - ou articiais - como remoo

    da serapilheira e cultivos.

    Tambm inuencia no acmulo de serapilheira, o teor de

    nutrientes nos componentes, a fenologia das espcies, a intensidade do

    processo de lixiviao das copas pela gua da chuva e as estratgias de

    conservao (CALDEIRA et al., 2007; CALDEIRA et al., 2010; GODINHO

    et al., 2014; SCHUMACHER et al., 2011; VOGEL et al., 2008).

    A camada orgnica formada pela serapilheira tem sido a principal

    agente responsvel pela ciclagem de nutrientes em ecossistemas

    orestais tropicais (PRITCHETT, 1979), pois o compartimento formado

    pela serapilheira e pelo solo o stio de todas as etapas da decomposio

    da matria orgnica e da ciclagem de nutrientes. medida que as

    folhas, galhos e razes vo sendo incorporados serapilheira e sofrem o

    processo de decomposio, ocorre liberao desses nutrientes ao solo e,

    consequentemente, disponibilizao para as plantas.

    Quando muito espessa, a serapilheira pode atuar como barreirafsica ao estabelecimento inicial de determinadas espcies, dicultando

    a penetrao de sementes, impossibilitando a radcula de atingir o

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    34/202

    34

    solo ou impedindo que plntulas consigam emergir aps a germinao(CHAMBERS; MACMAHON, 1994). A presena de serapilheira podeno afetar diretamente a ocorrncia das espcies, mas altera condiesambientais e com isso pode inuenciar a interao entre populaes

    com diferentes sensibilidades sua acumulao, afetando a estrutura dacomunidade (FACELLI; PICKETT, 1991).

    A decomposio regulada pela interao de trs grupos devariveis: as condies fsico-qumicas do ambiente, que so controladaspelo clima e pelas condies edcas do stio, a qualidade (orgnicae nutricional) do substrato, que determina sua degradabilidade, e anatureza da comunidade decompositora (macro e microrganismos)

    (CORREIA; ANDRADE, 1999; HEAL; ANDERSON; SWIFT, 1997). Demodo geral, o clima controla o processo de decomposio em escalaregional, enquanto a composio qumica domina o processo em escalalocal (BERG, 2000). Assim, sob as mesmas condies edafoclimticas,a taxa de decomposio do folhedo de diversas espcies orestaispode variar conforme a qualidade (teor de lignina, por exemplo) dosubstrato (TAYLOR; PARKINSON; PARSONS, 1989). Os conjuntos de

    qualidade microambiental associados qualidade do substrato podemacelerar a decomposio.

    O processo de ciclagem de nutrientes pela decomposio daserapilheira to importante quanto o processo de fotossntese (HEAL;ANDERSON; SWIFT, 1997). Este processo mantm a funcionalidade dosecossistemas orestais, principalmente dos tropicais, que dependemfortemente da reciclagem interna dos mesmos, possibilitando, atravs

    da mineralizao da matria orgnica, que grande parte de seuscomponentes sejam incorporados novamente ao solo (ODUM, 2001).

    Segundo Schumacher, Brun e Knig (2004), a camada deserapilheira que se acumula sob a oresta funciona como uma grandeesponja sobre o solo, com capacidade de reter a gua da chuva, reduzira evaporao e as variaes bruscas de temperatura do solo, assimevitando a eroso, melhorando a estrutura do solo e promovendo a

    ciclagem de nutrientes.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    35/202

    35

    Biomassa de Serapilheira Acumulada

    Vrios fatores podem inuenciar nas variaes da quantidade deserapilheira acumulada sobre o solo de orestas nos diferentes meses

    do ano. Toda a dinmica do material acumulado na superfcie do solo inuenciada por fatores do ambiente, temperatura e umidade; pelaqualidade inicial do material formador como, por exemplo, peloscomponentes orgnicos; pelos macronutrientes e micronutrientes;pelos organismos do solo, como fauna, actomicetos e bactrias entreoutros (GODINHO et al., 2014; OCONNELL; SANKARAN, 1997).

    De acordo com OConnell e Sankaran (1997), em determinados

    locais da Amrica do Sul, para orestas tropicais naturais, a quantidadede serapilheira acumulada varia entre 3,1 e 15,5 Mg.ha-1. A Tabela 4mostra uma reviso sobre o acmulo de serapilheira em diferentestipologias orestais brasileiras.

    Tabela 4 - Biomassa de serapilheira acumulada sobre o solo (Mg ha -1) emdiferentes tipologias orestais brasileiras

    Tipologia Florestal Caractersticas Local Acmulo(Mg ha-1) Referncia

    Floresta EstacionalSemidecidual

    Floresta secundriaCachoeiro de

    Itapemirim, ES5,5 Godinho et al.(2014)

    Floresta EstacionalSemidecidual

    Floresta secundria So Gabriel, RS 8,4Vogel e Schumacher

    (2010)

    Floresta EstacionalSemidecidual

    Zona ripria Botucatu, SP 6,2 Vital et al.(2004)

    Floresta EstacionalDecidual

    Secundria inicial

    Santa Tereza,RS

    5,2

    Brun, Schumacher eVaccaro (2011)

    Secundria tardia 5,7

    Madura (clmax) 7,1

    Floresta EstacionalDecidual

    Secundria inicial Santa Tereza,RS

    5,6 Brun, Schumacher eCorrea (2011)Secundria tardia 4,7

    Floresta EstacionalDecidual

    Floresta secundria Santa Maria, RS 6,7 Cunha et al.(1993)

    Floresta Estacional

    DecidualFloresta secundria Santa Maria, RS 8,8

    Kleinpaul et al.

    (2005)

    (continua)

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    36/202

    36

    Tipologia Florestal Caractersticas LocalAcmulo

    (Mg ha-1)Referncia

    Floresta Ombrfla DensaSubmontana

    Floresta poucoalterada Silva Jardim, RJ7,0 Borm e Ramos

    (2002)Floresta muitoalterada

    8,5

    Floresta Ombrfla DensaSubmontana

    Estdio inicial

    Blumenau, SC

    4,5

    Caldeira et al.(2008)Estdio intermedirio 5,0

    Estdio avanado 5,3

    Floresta Ombrfla Densa

    Capoeira (6 anos)

    Capito Poo,PA

    6,7

    Hayashi (2006)Capoeira (10 anos) 5,6

    Capoeira (20 anos) 5,6

    Capoeira (40 anos) 3,7

    Floresta primria 3,6

    Floresta Ombrfla MistaSo Franciscode Paula, RS

    14,3Backes, Prates e

    Viola (2005)

    Floresta Ombrfla MistaMontana Floresta secundria GeneralCarneiro, PR 8,0 Caldeira et al. (2007)

    Fonte: Autoria prpria (2011).

    Segundo Meguro, Vinueza e Delitti (1979), a produo de serapilheiraem orestas sucessionais tropicais midas pode alcanar valores maisaltos do que em orestas maduras, pois nas orestas sucessionais, emgeral, ocorre maior nmero de espcies decduas, alm de mudanas na

    composio. Assim, a taxa de acumulao de serapilheira elevada noperodo de maior crescimento do povoamento, estabilizando-se com amaturidade da oresta.

    As caractersticas do material depositado sobre o solo inuenciamem grande parte sua capacidade de degradao por microrganismos. Emorestas com conferas existe a deposio de acculas com altos teoresde lignina, que diculta a ciclagem de nutrientes. Os dados de Backes,

    Prates e Viola (2005) mostram claramente isso, pela signicativa presenade araucria na rea pesquisada. Nestes casos, o clima mais frio dicultaainda mais a decomposio da serapilheira e causa o seu maior acmulo.

    (concluso)

    Tabela 4 - Biomassa de serapilheira acumulada sobre o solo (Mg ha -1) emdiferentes tipologias orestais brasileiras

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    37/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    38/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    39/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    40/202

    40

    Tabela 6 - Relao C/N, C/P e C/S na matria orgnica e potenciais deImobilizao (I) e Mineralizao (M) de nutrientes

    C/N C/P C/S Balano: I e M Disponibilidade de N, P e S

    > 30 > 300 > 400 I > M Diminuda

    20 30 200 300 200 400 I = M No alterada< 20 < 200 < 200 I < M Aumentada

    Fonte: Stevenson (1986).

    Os maiores teores e contedos, principalmente de Fe na serapilheira

    acumulada, podem ser justicados pela sua baixa mobilidade. Segundo

    Dechen e Nachtigall (2006), em relao ao metabolismo do Fe na planta,

    deve-se levar em conta que este apresenta baixa mobilidade nos tecidosvegetais. Essa mobilidade afetada, negativamente, por vrios fatores,

    como elevado contedo de P, decincia de K, quantidade elevada de

    Mn e baixa intensidade luminosa (DECHEN; NACHTIGALL, 2006).

    A outra justicativa pode ser em funo dos maiores teores nas folhas

    velhas de algumas espcies, bem como teores mdios maiores nas folhas

    da oresta em relao madeira, casca e galhos (CALDEIRA et al., 2007;

    CALDEIRA et al., 2008).A contaminao com o solo, ou seja, amostra de serapilheira com

    solo pode ser considerada outra justicativa. Os contedos de argila e

    matria orgnica no solo (MOS) inuenciam tambm na disponibilidade

    do Fe, j que solos argilosos tendem a reter o Fe, ao passo que os teores

    adequados de MOS proporcionam melhor aproveitamento do Fe pelas

    plantas, devido s suas caractersticas acidicantes e redutoras, bem como

    com a capacidade de determinadas substncias hmicas para formar

    quelatos em condies adversas de pH (DECHEN; NACHTIGALL, 2006).

    O segundo micronutriente com maior contedo na serapilheira

    acumulada o Mn. Esse fato pode ser tambm em funo da contaminao

    com o solo, ou seja, amostra de serapilheira com solo, pois o Mn no

    solo proveniente de xidos, carbonatos, silicatos e sulfetos. Os xidos

    e sulfetos de Mn so as formas encontradas com mais frequncia nossolos, sendo comum a sua ocorrncia em associao com Fe (DECHEN;

    NACHTIGALL, 2006).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    41/202

    41

    Cabe ressaltar tambm que os maiores teores e contedos de Mn na

    serapilheira acumulada podem ser justicados pelos seus maiores teores nas

    folhas de algumas espcies (CALDEIRA et al., 2007; CALDEIRA et al., 2008).

    Conforme Heenan e Campbell (1980), na condio de bom suprimento de

    Mn, as folhas acumulam altas concentraes conforme avana a idade daplanta, sendo uma pequena parcela do elemento translocada das folhas

    velhas para as novas em crescimento, onde o elemento se encontra em menor

    concentrao. Contudo, deve-se considerar que a concentrao de Mn na

    planta varia grandemente entre partes da planta e da espcie (CALDEIRA et

    al., 2007; CALDEIRA et al., 2008), bem como durante o perodo vegetativo

    (DECHEN; NACHTIGALL, 2006).

    A Tabela 7 apresenta valores de micronutrientes na serapilheira

    acumulada encontrados em diversas tipologias orestais brasileira.

    Tabela 7 - Contedo de micronutrientes na serapilheira acumulada emalgumas tipologias orestais brasileiras

    Tipologia

    Florestal

    Caractersticas Fe Cu Mn Zn B Ref.

    kg.ha-1

    FlorestaEstacional

    SemidecidualSubmontana

    Florestasecundria

    7,06 0,04 1,61 0,17 0,20Godinho et al.

    (2014)

    FlorestaEstacional

    Semidecidual- 4,46 0,10 6,50 0,25 0,21

    Vogel eSchumacher

    (2010)

    Floresta

    OmbrflaDensa

    Submontana

    Estdio inicial 9,53 0,06 5,91 0,19 0,10

    Caldeira et al.(2008)

    Estdiointermedirio

    10,00 0,08 9,57 0,17 0,11

    Estdio avanado 7,42 0,08 6,63 0,17 0,11

    FlorestaOmbrfla

    DensaSubmontana

    Floresta poucoalterada

    1,31 0,05 3,03 0,31 -Borm e

    Ramos (2002)Floresta muitoalterada

    1,70 0,07 2,50 0,31 -

    Floresta

    Ombrfla MistaMontana

    Florestasecundria 27,29 0,15 6,92 0,34 0,22

    Caldeira et al.(2007)

    Fonte: Autoria prpria (2011).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    42/202

    42

    O conjunto de nutrientes disponveis na serapilheira acumuladae no solo representa o total dos nutrientes disponveis para a vegetaodo ecossistema. Esses reservatrios representam o estoque de nutrientes

    que circulam no ecossistema e sobre o qual a vegetao exerce uma

    participao direta (CALDEIRA et al., 2007).Verica-se que a serapilheira responsvel pela reteno de

    grandes quantidades de nutrientes, constituindo uma importante formade retorno dos elementos minerais da vegetao para o solo (quandode sua decomposio), o que j foi constatado por outros estudos

    (TOLEDO; PEREIRA; MENEZES, 2002; VITAL et al., 2004).

    Ecossistemas que atingiram o equilbrio entre a absoro e retorno

    de nutrientes ao solo tm grande parte das necessidades nutricionaisdas plantas supridas pelo processo de ciclagem. De acordo com Fonseca(1984), as prticas de manejo da vegetao e do solo que, de algumaforma, alterem o estado de equilbrio alcanado pelos ecossistemas

    orestais, seja pelo aumento da velocidade de decomposio, peloacmulo ou mesmo pela destruio da serapilheira, devem ser evitadas.

    CONSIDERAES FINAIS

    Todos Todos os estudos at ento realizados, focando os citadosno presente trabalho, do conta de que inquestionvel o fato de quea serapilheira, em orestas nativas, um componente e indicador a serlevado em conta em estudos de diversidade e produtividade da oresta,

    bem como em planos de manejo orestal e de restaurao de orestasnativas degradadas, principalmente no foco da ciclagem de nutrientes, masconsiderando tambm outros aspectos da dinmica da oresta, incluindoas sementes, propgulos, microrganismos, entre outros aspectos.

    Nos aspectos nutricionais, so aportadas, via serapilheira, grandesquantidades de nutrientes ao solo, de forma praticamente contnua, e

    na serapilheira acumulada estes nutrientes esto estocados sobre o solo,

    sendo continuamente liberados em um complexo processo de troca, oque lhe confere uma importante via da ciclagem de nutrientes na oresta,melhorando ou mantendo os nveis de fertilidade e proteo fsica do solo,

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    43/202

    43

    proporcionando fonte indispensvel de energia a microrganismos, sendofundamental na regenerao da oresta.

    Ao que tudo indica, os fenmenos que desencadeiam o processo dedeposio de serapilheira esto intimamente ligados ao clima (variao

    de pluviosidade, temperatura, comprimento do dia, ventos, entre outros),j havendo bons indicadores nesse sentido, com correlaes expressivas,porm, como essas variaes climticas ao nvel micro, local ou regionalganham resposta nas plantas, no nvel siolgico interno, ainda podemser melhor quali-quanticados, principalmente ao nvel de espciesmenos conhecidas, mas nem por isso menos importantes no contexto dabiodiversidade dos ecossistemas orestais naturais.

    Ainda premente a necessidade da realizao de mais estudosque abordem a ciclagem de nutrientes pelo vis dos uxos de energiaque permeiam a serapilheira, uma vez que necessrio estabelecerpadres regionalizados para esse importante indicador e tornar seu usocorriqueiro em projetos de cunho direto, ou seja, tornar a serapilheira umindicador direto e regionalizado de sustentabilidade dos ecossistemasorestais, tanto nos aspectos do manejo sustentvel como da restaurao

    de orestas degradadas.

    REFERNCIAS

    AERTS, R.; CHAPIN I.; FRANCIS, S. The mineral nutrition of wild plants revisited:a re-evaluation of processes and patterns.Advances in Ecological Research, v.30, p. 1-67, 2000.

    ALMEIDA, F. S.; GOMES, D. S.; QUEIRZ, J. M. Estratgias para a conservao dadiversidade biolgica em orestas fragmentadas.Ambincia, v. 7, n. 2, p. 367-382, 2011.

    BACKES, A.; PRATES, F. L.; VIOLA, M. G. Produo de serapilheira em FlorestaOmbrla Mista, em So Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil.ActaBotnica Braslica, v. 19, n. 1, p. 155-160, 2005.

    BALIEIRO, F. C.; FRANCO, A. A.; PEREIRA, M. G.; CAMPELLO, E. F. C.; DIAS,L. E.; FARIA, S. M.; ALVES, B. J. R. Dinmica de serapilheira e transfernciade nitrognio ao solo em plantios de Pseudosamanea guachapele e Eucalyptus

    grandis. Pesquisa Agropecuria Brasileira,v. 39, n. 6, p. 597-601, 2004.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    44/202

    44

    BARBOSA, J. H. C. Dinmica da serapilheira em estgios sucessionaisde Floresta Atlntica. 2000. 195 f. Dissertao (Mestrado em Agronomia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropdica, 2000.

    BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Acmulo de resduos culturais na superfcie do solo,

    nutrio e rendimento do milho afetados por mtodos de preparo e sistemas decultura. Revista Pesquisa Agropecuria Gacha, v. 5, p. 331-339, 1999.

    BERG, B. Litter decomposition and organic matter turnover in northern forest soil.Forest Ecology and Management, v. 133, n. 1-2, p. 13-22, Aug. 2000.

    BIHN, J. H. The recovery of ant communities in regenerating tropical forests.2008. 97 f. Tese (Doutorado em Cincias Naturais) Marburg University, Marburg, 2008.

    BORM, R. A. T.; RAMOS, D. P. Variao estacional e topogrca de nutrientes naserapilheira de um fragmento de mata atlntica. Cerne, v. 8, n. 2, p. 42-59, 2002.

    BROWN, S.; LUGO, A. E. Tropical Secondary Forest.Journal of Tropical Ecology,v. 6, p. 1-32, Feb. 1990.

    BRUN, E. J. Biomassa na Floresta Estacional Decidual de Santa Tereza,RS. 2004. 152 f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Florestal) UniversidadeFederal de Santa Maria, Santa Maria, 2004.

    BRUN, E. J.; BRUN, F. G. K.; CORRA, R. S.; VACCARO, S.; SCHUMACHER, M. V.Dinmica de micronutrientes na biomassa orestal em estgios sucessionais deFloresta Estacional Decidual, RS, Brasil. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 38, n.86, p. 307-318, 2010.

    BRUN, E. J.; SCHUMACHER, M. V.; CORREA, R. S. Inventrio de biomassa enutrientes em orestas secundrias de Santa Tereza. In: SCHUMACHER, M.V.; LONGHI, S. J.; BRUN, E. J.; KILCA, R. V. (Org.).A Floresta EstacionalSubtropical:caracterizao e ecologia no rebordo do Planalto Meridional. SantaMaria: Os Autores, 2011.

    BRUN, E. J.; SCHUMACHER, M. V.; VACCARO, S. Aspectos da ciclagem domaterial orgnico e nutrientes na serapilheira de orestas secundrias em SantaTereza, RS. In: SCHUMACHER, M. V.; LONGHI, S. J.; BRUN, E. J.; KILCA, R. V.(Org.).A Floresta Estacional Subtropical: caracterizao e ecologia no rebordodo Planalto Meridional. Santa Maria: Os Autores, 2011.

    BRUN, E. J.; SCHUMACHER, M. V.; VACCARO, S.; SPATHELF, P. Relao entre a

    produo de serapilheira e variveis meteorolgicas em trs fases sucessionais deuma Floresta Estacional Decidual no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira deAgrometeorologia, Santa Maria, v. 9, n. 2, p. 277-285, 2001.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    45/202

    45

    BRUN, F. G. K.; BRUN, E. J.; LONGHI, S. J. Potencial de sequestro de carbono emespcies arbreas nativas em Santa Tereza. In: SCHUMACHER, M. V.; LONGHI,S. J.; BRUN, E. J.; KILCA, R. V. (Org.).A Floresta Estacional Subtropical:caracterizao e ecologia no rebordo do Planalto Meridional. Santa Maria: OsAutores, 2011.

    BURGER, D. M.; DELITTI, W. B. C. Fitomassa epiga da mata ciliar do Rio Mogi-Guau, Itapira - SP. Revista Brasileira de Botnica, v. 22, p. 429-435, 1999.

    CABIANCHI, G. M. Ciclagem de nutrientes via serapilheira em um fragmentociliar do rio Urup, Rondnia. 2010. 101 f. Dissertao (Mestrado em Cincias) -Universidade de So Paulo, Piracicaba, 2010.

    CALDEIRA, M. V. W.; SCHUMACHER, M. V.; VIEIRA, M.; GONALVES, E. O.;GODINHO, T. O. Ciclagem de nutrientes, via deposio e acmulo de serapilheira,em ecossistemas orestais. In: CHICHORRO, J. F. Tpicos em cincias orestais.Visconde do Rio Branco: Suprema, 2010.

    CALDEIRA, M. V. W.; VITORINO, M. D.; SCHAADT, S. S.; MORAES, B. R .Quanticao de serapilheira e de nutrientes em uma Floresta Ombrla Densa.Semina: Cincias Agrrias, Londrina, v. 29, n. 1, p. 53-68, 2008.

    CALDEIRA, M. V. W.; VITORINO, M. D.; SCHAADT, S. S.; MORAES, B. R.Quanticao de serapilheira e de nutrientes Floresta Ombrla Mista Montana

    Paran. Revista Acadmica, Curitiba, v. 5, n. 2, p. 101-116, 2007.

    CALVI, G. P.; PEREIRA, M. G.; ESPNDULA JNIOR, A. Produo de serapilheirae aporte de nutrientes em reas de Floresta Atlntica em Santa Maria de Jetib, ES.Cincia Florestal, Cascavel, v. 19, n. 2, p. 131-138, 2009.

    CHAMBERS, J. C.; MACMAHON, J. A. A day in the life of a seed: movements andfates of seeds and their implications for natural and managed systems.AnnualReview of Ecology and Systematics, v. 25, p. 263-292, Nov. 1994.

    CLEVELRIO JUNIOR, J. Distribuio de carbono e de elementos mineraisem um ecossistema orestal tropical mido baixo-montano. 1996. 135 f. Tese(Doutorado em Solos e Nutrio de Plantas) Universidade Federal de Viosa,Viosa, 1996.

    CORREIA, M. E. F.; ANDRADE, A. G. Formao da serrapilheira e ciclagem denutrientes. In: SANTOS, G.; CAMARGO, F. A. O. Fundamentos da matria orgnicado solo: ecossistemas tropicais e subtropicais. Porto Alegre: Gnesis, 1999.

    CUEVAS, E.; MEDINA, E. Nutrient dynamics within amazonian forest ecosystems.I. Nutrient ux in the ne litterfall and eciency of nutrient utilization.Oecologia, v. 68, p. 466-472, 1986.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    46/202

    46

    CUNHA, G. C.; GRENDENE, L. A.; DURLO, M. A.; BRESSAN, D. A. Nutrientcycling in a seasonal deciduous forest with special respect to the mineral contentproduced by the litter fall. Cincia Florestal, v. 3, n. 1, p. 36-64, 1993.

    DECHEN, A. R.; NACHTIGALL, G. R. Micronutrientes. In: FERNANDES, M. S.

    Nutrio mineral de plantas. Viosa: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo, 2006.

    DELITTI, W. B. C. Estudos de ciclagem de nutrientes: instrumentos para a anlisefuncional de ecossistemas terrestres. Oecologia Brasiliensis, v. 1, p. 469-486, 1984.

    DICKOW, K. M.C. Ciclagem de tomassa e nutrientes em sucessosecundria na Floresta Atlntica, Antonina, PR. 2010. 215 f. Tese (Doutoradoem Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paran, Curitiba, 2010.

    EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Nutrio mineral de plantas:princpios eperspectivas. Londrina: Planta, 2006.

    EWEL, J. J. Litter fall and leaf decomposition in a tropical forest succession inEastern Guatemala.Journal of Ecology,v. 64, n. 1, p. 293-308, Mar. 1976.

    FACELLI, J. M.; PICKETT, S. T.A. Plant litter: its dynamics and eects on plantcommunity structure. The Botanical Review, v. 57, n. 1, p. 1-32, Jan./Mar. 1991.

    FEGER, K. H.; RASPE, S. kosystemforschung im chwarzwald: Auswirkungen

    von atmogenen eintrgen und Restabilisierungsmassnahmen auf den Wasser-undStoaushalt von Fichtenwldern: Verbundprojekt Arinus. Landsberg: Ecomed, 1998.

    FONSECA, S. Propriedades fsicas, qumicas e microbiolgicas de umlatossolo vermelho-amarelo sob eucalipto, mata natural e pastagem. 1984.78 f. Dissertao (Mestrado em Solos e Nutrio de Plantas) Universidade Federalde Viosa, Viosa, 1984.

    GAMA-RODRIGUES, A. C.; BARROS, N. F. Ciclagem de nutrientes em oresta

    natural e em plantios de eucalipto e de dand no sudeste da Bahia, Brasil. Revistarvore, Viosa, v. 26, n. 2, p. 193-207, 2002.

    GANDARA, F. B.; KAGEYAMA, P. Y. Restaurao e conservao de ecossistemasorestais. In: CULLEN JUNIOR, L.; RUDRAN, R.; VALLADARES-PDUA, C.(Org.). Mtodos de estudos em biologia de conservao e manejo da vidasilvestre. Curitiba: UFPR, 2003.

    GODINHO, T. O.; CALDEIRA, M. V. W.; CALIMAN, J. P.; PREZOTTI, L.C.; WATZLAWICK, L. F.; AZEVEDO, H. C. A.; ROCHA, J. H. T. Biomassa,

    macronutrientes e carbono orgnico na serapilheira depositada em trechode Floresta Estacional Semidecidual Submontana, ES. Scientia Forestalis,Piracicaba, v. 41, n. 97, p. 131-144, 2013.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    47/202

    47

    GODINHO, T. O.; CALDEIRA, M. V. W.; ROCHA, J. H. T.; CALIMAN, J.P.; TRAZZI,P. A. Quanticao de biomassa e nutrientes na serapilheira acumulada em trechode Floresta Estacional Semidecidual Submontana, ES. Cerne, Lavras, v. 20, n.1, p.11-20, 2014.

    GOLLEY, F. B. Nutrient cycling and nutrient conservation. In: GOLLEY, F. B. (Ed.)Tropical forest ecosystems: structure and function. Amsterdam: Elsevier, 1983.

    GOLLEY, F. B.; McGINNIS, J. T.; CLEMENTS, R. G.; CHILD, D. L.; DUEVER, M. J.Ciclagem de minerais em um ecossistema de Floresta Tropical mida. SoPaulo: EPU; EDUSP, 1978.

    HAAG, H. P. Ciclagem de nutrientes em orestas tropicais. Campinas:Fundao Cargill, 1985.

    HTTENSCHWILER, S.; TIUNOV, A. V.; SCHEU, S. Biodiversity and litter

    decomposition in terrestrial ecosysistems.Annual Review of Ecology, Evolutionand Systematics, v. 36, p. 191-218, 2005.

    HAYASHI, S. N. Dinmica da serapilheira em uma cronossequncia deorestas no municpio de capito Poo-PA. 2006. 61 f. Dissertao (Mestradoem Botnica Tropical) - Universidade Rural da Amaznia, Belm, 2006.

    HEAL, O. W.; ANDERSON, J. M.; SWIFT, M. J. Plant litter quality anddecomposition: an historical overview. In: CADISCH, G. (Ed.). Driven by nature:plant litter quality and decomposition. Wallingford: CAB International, 1997.

    HEENAN, D. P.; CAMPBELL, L.C. Transport and distribution of manganese in twocultivars of soybean (Glycine max (L.) Merr.).Australian Journal of AgriculturalResearch, v. 31, n. 5, p. 943-949, 1980.

    HOORENS, B.; AERTS, R.; STROETENGA, M. Litter quality and interactive eectsin litter mixtures: more negative interactions under elevated CO2? The Journal ofEcology, v. 90, n. 6, p. 1009-1016, Dec. 2002.

    JACOBSON, T. K. B. Composio, estrutural e funcionamento de um cerrado

    sentido restrito submetido adio de nutrientes em mdio prazo. 2009. 172f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Universidade de Braslia, Braslia, 2009.

    KIMMINS, J. P. Forest ecology. New York: Collier Macmillan, 1987.

    KLEINPAUL, I. S.; SCHUMACHER, M. V.; BRUN, E. J.; BRUN, F. G. K.; KLEINPAUL,J. J. Sucincia amostral para coletas de serapilheira acumulada sobre o solo em Pinuselliottii engelm, Eucalyptus sp. e Floresta Estacional Decidual. Revista rvore, Viosa,v. 29, n. 6, p. 965-972, nov./dez. 2005.

    KOEHLER, C. W. Variao estacional da deposio de serapilheira e denutrientes em povoamentos de Pinus taeda na regio de Ponta Grossa PR.1989. 148 f. Tese (Doutorado em Cincias Florestais) - Universidade Federal do Paran,Curitiba, 1989.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    48/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    49/202

    49

    ODUM, E. P. Fundamentos de ecologia. 6. ed. Lisboa: Fundao CalousteGulbenkian, 2001.

    PAGANO, S. N. Produo de folhedo em mata mesla semidecdua no municpiode Rio Claro, SP. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 49, n. 3, p. 633-

    639, 1989.

    PAGANO, S. N.; DURIGAN, G. Aspectos da ciclagem de nutrientes em matasciliares do oeste do estado de So Paulo, Brasil. In: RODRIGUES, R. R.; LEITOFILHO, H. F. (Org.). Matas ciliares:conservao e recuperao. So Paulo:EDUSP, 2000.

    PINTO, S. I. C.; MARTINS, S. V.; BARROS, N. F.; DIAS, H. C. T. Ciclagem denutrientes em dois trechos de Floresta Estacional Semidecidual na ReservaFlorestal Mata do Paraso em Viosa, MG, Brasil. Revista rvore, Viosa, v. 33, n.

    4, p. 653-663, 2009.

    PINTO, S. I. C.; MARTINS, S. V.; BARROS, N. F.; DIAS, H. C. T. Produo deserapilheira em dois estdios sucessionais de Floresta Estacional Semidecidual naReserva Mata do Paraso em Viosa, MG. Revista rvore, Viosa, v. 32, n. 3, p. 545-556, 2008.

    POGGIANI, F. Alteraes dos ciclos biogeoqumicos em orestas. Revista doInstituto Florestal, v. 4, n. 3, p. 734-739, mar. 1992.

    POGGIANI, F.; SCHUMACHER, M. V. Ciclagem de nutrientes em orestas nativas.In: MORAES, J. L.; BENEDETTI, V. Nutrio e fertilizao orestal.Piracicaba:IPEF, 2005.

    PRITCHETT, W. L. Suelos forestales:propriedades, conservacin ymajoramiento. Mexico: J. Wiley, 1990.

    PRITCHETT, W. L. Properties and management of forest soils. New York: J.Wiley, 1979.

    PROCTOR, J. Tropical forest litterfall I: problems of data comparison. In: SUTTON,S. L.; WHITMORE, T. C.; CHADWICK, A. C. Tropical rain forest:ecology andmanagement. London: Blackwell, 1983.

    RIBEIRO, M. C.; METZGER, J. P.; MARTENSEN, A. C.; PONZONI, F. J.; HIROTA,M. M. The Brazilian Atlantic Forest: how much is left, and how is the remainingforest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation,v. 142,n. 6, p. 1141-1153, June 2009.

    SANTOS, P. F.; ELKINS, N. Z.; STEINBERGER, Y.; WHITFORD, W. G. Acomparison of surface and buried Larrea tridentata leaf litter decomposition inNorth American hot deserts. Ecology, v. 65, n. 1, p. 278-284, Feb. 1984.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    50/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    51/202

    51

    VIERA, M.; CALDATO, S. L.; ROSA, S. F.; KANIESKI, M. R.; ARALDI, D. B.;SANTOS, S. R.; SCHUMACHER, M. V. Nutrientes na serapilheira em umfragmento de Floresta Estacional Decidual, Itaara, RS. Cincia Florestal, v. 20, n.4, p. 611-619, 2010.

    VIERA, M.; SCHUMACHER, M. V. Deposio de serapilheira e de macronutrientesem um povoamento de accia-negra (Acacia mearnsii De Wild.) no Rio Grande doSul. Cincia Florestal, v. 20, n. 2, p. 225-233, 2010a.

    VIERA, M.; SCHUMACHER, M. V. Teores e aporte de nutrientes na serapilheirade Pinus taeda L. e sua relao com a temperatura do ar e pluviosidade. Revistarvore, v. 34, n. 1, p. 85-94, 2010b.

    VIERA, M.; SCHUMACHER, M. V. Variao mensal da deposio de serapilheiraem povoamento de Pinus taeda L. em rea de campo nativo em Cambar do Sul-

    RS. Revista rvore, v. 34, n. 3, p. 487-494, 2010c.VITAL, A. R. T.; GUERRINI, I. A.; FRANKEN, W. K.; FONSECA, R. C. B. Produode serapilheira e ciclagem de nutrientes de uma Floresta Estacional Semidecidualem zona ripria. Revista rvore, v. 28, n. 6, p. 793-800, 2004.

    VITAL, A. R. T.; LIMA, W. P.; CAMARGO, F. R. A. Efeitos do corte raso de umaplantao de Eucalyptus sobre o balano hdrico, a qualidade da gua e as perdasde solo e de nutrientes em uma microbacia no Vale do Paraba, SP. ScientiaForestalis, v. 55, n. 1, p. 5-16, 1999.

    VITOUSEK, P. M. Litterfall, nutrient cycling, and nutrient limitation in tropicalforests. Ecology, v. 65, n. 1, p. 285-298, 1984.

    VITOUSEK, P. M. Nutrient cycling and nutrient use eciency.AmericanNaturalist, v. 119, n. 1, p. 553-572, 1982.

    VITOUSEK, P. M.; SANFORD, R. L. Nutrient cycling in moist tropical forest.Annual Review of Ecology and Systematics, v. 17, n. 4, p. 137-167, 1986.

    VOGEL, H. L. M.; SCHUMACHER, M. V. Quanticao dos nutrientes na

    serapilheira em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em SoGabriel-RS, Brasil. In: FERTBIO, 2010, Guarapari.Anais... Guarapari: SociedadeBrasileira de Cincia do Solo, 2010.

    VOGEL, H. L. M.; SCHUMACHER, M. V.; TRUBY, P. Dinmica da serapilheirae nutrientes em uma oresta secundria de Itaara. In: SCHUMACHER, M.V.; LONGHI, S. J.; BRUN, E. J.; KILCA, R. V. (Org.).A Floresta EstacionalSubtropical: caracterizao e ecologia no rebordo do Planalto Meridional. SantaMaria: Os Organizadores, 2011.

    VOGEL, H. L. M.; SCHUMACHER, M. V.; TRUBY, P. Avaliao da devoluo deserapilheira em uma Floresta Estacional Decidual, em Itaara, RS, Brasil. CinciaFlorestal, v. 17, n. 3, p. 187-196, 2007.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    52/202

    VOGEL, H. L. M.; SPATHELF, P.; SCHUMACHER, M. V.; TRUBY, P. Biomass,litterfall and nutrients of tree species in a native forest in south Brazil. AustrianJournal of Forest Science, v. 125, n. 1, p. 157-182, 2008.

    WERNECK, M. S.; PEDRALLI, G.; GIESEKE, L. F. Produo de serapilheira emtrs trechos de uma oresta semidecdua com diferentes graus de perturbao naEstao Ecolgica do Tripu, Ouro Preto, MG. Revista Brasileira de Botnica, v.24, n. 2, p. 195-198, 2001.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    53/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    54/202

    54

    contaminao e assoreamento de corpos dgua, como exemplos de

    efeitos ao meio ambiente. Tambm podem ser citadas as inuncias

    na qualidade da experincia do visitante como o aumento dos riscos

    a acidentes (desde pequenas tores a quedas), o desconforto, a

    necessidade de ateno ao piso quando poderia haver a contemplaodo meio, o impacto visual, entre outros.

    Estudos sobre os impactos de visitao em trilhas so relativamente

    recentes no Brasil. Desde a criao dos parques nacionais, destacando-

    se o Parque Nacional do Itatiaia como o primeiro em 1937, o estudo e

    o manejo de impactos da visitao aconteceram de forma pontual

    (BRASIL, 2011). Esse foi, no entanto, o Parque que recebeu um dos

    primeiros trabalhos cientcos sobre avaliao de impactos da visitaoem trilhas com alguns trabalhos publicados (MAGRO, 1999; MAGRO,

    2003; MAGRO; GONALVES, 2003).

    O presente trabalho tem por objetivo avaliar o estado da arte dos

    estudos brasileiros e internacionais, relacionados com impactos de

    visitao nas trilhas de reas naturais, com foco no componente solo.

    Inicialmente apresentado um tpico sobre o manejo de trilhas,seu histrico e a descrio dos tipos de impactos do pisoteio no solo

    para subsidiar as anlises subsequentes. Em seguida, feita a anlise dos

    trabalhos levantados e por m a sugesto de indicadores que possam ser

    utilizados, considerando-se a realidade das reas naturais brasileiras. As

    informaes foram compiladas em tabelas para comparao de dados.

    MANEJO DE TRILHASSegundo o United States Department of the Interior (1966), as

    primeiras trilhas nos Estados Unidos da Amrica (EUA) formaram-se

    pelo pisoteio de animais e de ndios. Estes caminhos foram utilizados

    posteriormente por exploradores e caadores e, mais tarde, por pioneiros

    na colonizao.

    Atualmente as principais agncias federais de gesto de terrastm apoiado os programas de desenvolvimento e de manuteno de

    trilhas (UNITED STATES DEPARTMENT OF THE INTERIOR, 1966).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    55/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    56/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    57/202

    57

    Eroso

    Processo natural de transporte de partculas por ao de ventos ougua (PARKER, 2004), que pode ser intensicado por aes antrpicas ou

    eventos catastrcos. Como fatores naturais atuantes no processo pode-se citar o tipo de solo, o relevo, o clima e a intensidade dos ventos e daschuvas (MAGRO, 1999). Em relao ao tipo de solo, Parker (2004) armaque cada material que origina o solo reage de forma diferente s aescomo o pisoteio e os intemperismos.

    A textura do solo um dos temas centrais em se tratando doplanejamento e da manuteno de trilhas. Referem-se s partculas que

    constituem o solo e dependem das caractersticas do material originrioe dos agentes naturais de formao do solo. Lechner (2006) relaciona asprincipais texturas com caractersticas construtivas nas trilhas (Quadro 1).

    Quadro 1 - Adequabilidade dos diferentes tipos de texturas e solos para aconstruo de trilhasFonte: Adaptado de Lechner (2006).

    Muitas vezes, a textura do solo onde se planeja o uso intensivopara caminhadas no adequada ou impossibilita a implantao de

    uma trilha. Em casos especcos, pode ser necessria a remoo e asubstituio do material original ou a colocao de estruturas comopassarelas suspensas.

    Tipo de solo Descrio Adequabilidade para trilhas

    Siltoso Partculas fnas, pouco drenado.Pouca, quase sempre indica uma

    subestrutura fraca que deve ser evitada.

    Argiloso

    Partculas fnas, pouco drenado,

    altamente coeso quando molhado;pulverulento quando seco; altamente

    erosivo em encostas inclinadas.

    Pouca, especialmente em reas degrande declividade, e moderada quandomisturado a outros tipos de solo.

    Arenoso

    Partculas maiores com estruturagranulosa mais grosseira; bem drenado;

    suscetvel a eroso elica e hdrica.

    Pouca, especialmente em reas degrande declividade, e moderada quando

    misturado a outros tipos de solo.

    Textura Mdia

    Mistura de areia, silte e argilaem quantidades variadas; suas

    caractersticas vo depender das

    propores destas misturas, geralmenteso plsticos e bem drenados.

    Desejvel, especialmente quando aspropores da mistura oferecem coeso,

    drenagem e estabilidade.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    58/202

    58

    A eroso resultante da criao de uma trilha (planejada ou no)e/ou de seu uso com as aes naturais como chuva e vento pode terdiferentes consequncias e magnitudes. No ambiente, a eroso pode levar alterao da composio e da densidade de espcies e fragmentao

    de habitat, tanto pela rea erodida quanto pelos sedimentos deslocados.As partculas resultantes da eroso ainda podem ser carregadas pelovento e/ou pela chuva assoreando e contaminando corpos dgua. Aeroso um processo natural, mas as interferncias humanas tendem aintensicar seus efeitos.

    A qualidade da visitao pode ser prejudicada principalmentepelo piso irregular da trilha (Figura 1), o que faz com que o visitante

    preste mais ateno no local onde pisa do que no ambiente que se querconhecer ou contemplar. Aumenta-se tambm o risco de acidentes,desde pequenas tores que podem se tornar um grande problema emcaminhadas de longo percurso, at quedas com risco de vida em casoscomo voorocas.

    Ainda, o visitante, no intuito de desviar de reas erodidas para termaior conforto e/ou segurana, pode ampliar a rea de uso, contribuindo

    para a perda de cobertura vegetal e para a degradao do ambiente. A

    Figura 1 - Trilha erodida com piso irregularFoto: Autoria prpria (2011).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    59/202

    59

    criao de desvios pode ser desde trilhas paralelas s existentes, atgrandes desvios, resultando em malhas de trilhas (Figura 2) nas quais osusurios podem se perder. O risco ainda maior em regies com matasdensas ou sujeitas a fortes neblinas.

    Figura 2 - Criao de desvios resultando em mltiplos

    caminhosFoto: Autoria prpria (2011).

    Outros fatores como a declividade podem inuenciar na magnitudeda eroso. Helgath (1975), Birchard e Proudman (2000) e Parker (2004)relacionam o aumento da inclinao do terreno com o incremento daeroso, devido ao escoamento da gua com maior volume e velocidade.

    O traado da trilha tambm um fator atuante nos processoserosivos. Percursos feitos em linha de queda dgua, isto , que noacompanham as curvas de nvel do terreno, so segmentos que favorecemo processo erosivo, em casos mais graves, chegando a voorocas.

    Compactao

    Resultante da ao do peso do visitante, ao qual pode ser somado

    tambm o peso de animais de transporte como o cavalo e os veculosmotorizados (PARKER, 2004). Ocorre a diminuio da macroporosidade

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    60/202

    60

    e da cobertura vegetal, aumenta a resistncia penetrao de razes emenor a taxa de inltrao da gua (MAGRO, 1999; TAKAHASHI, 1998).

    Em se tratando de compactao, importante lembrar que existemduas situaes de caminhamento em reas naturais, a primeira a

    visitao dispersa, na qual o visitante tem a possibilidade de experinciaem ambiente pouco alterado. Neste caso, no existem trilhas denidas ea disperso tem a funo de permitir a recuperao das reas utilizadasno percurso, portanto a compactao representa um impacto negativoem longo prazo.

    No segundo, a visitao concentrada em reas selecionadase preparadas para receber uso intenso. Esse o caso da maioria dos

    parques que recebem visitantes no Brasil. A compactao do solo, outecnicamente endurecimento do local, neste tipo de trilha desejvel eno considerado um fator negativo.

    A compactao planejada permite que o leito mantenha-se comforma estvel por mais tempo, isto , piso relativamente uniforme deforma a proporcionar maior conforto e segurana aos usurios, com leveinclinao lateral para permitir a drenagem adequada da gua para fora da

    trilha. Lembrando que uma trilha devidamente projetada e implementadano deve permitir o escoamento da gua ao longo de seu leito.

    O simples recorte do terreno para a criao de uma trilhasem a compactao far com que o usurio acabe criando sulcos ouafundamentos (Figura 3) com maior velocidade, consequentementeprejudicando a drenagem adequada da gua para fora da mesma.

    Figura 3 - Afundamento do piso por compactaoFonte: Autoria prpria (2011).

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    61/202

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    62/202

    62

    a compactao do solo no momento da implantao da trilha podeminimizar os efeitos do deslocamento por maior tempo.

    A resistncia ao deslocamento varia entre as diferentes texturas,como pode ser visualizada no Quadro 2.

    Quadro 2 - Resistncia ao deslocamento lateral por tipo de textura de soloFonte: Adaptado de Parker (2004).

    *Brita - obtida pela triturao mecnica de determinadas rochas duras.

    Observa-se, que existem ainda as combinaes entre as mesmascomo a areia que, misturada com outros tipos de textura, proporcionamaior drenagem e resistncia compactao. Outro exemplo acombinao do silte com outras texturas aumentando a resistncia aodeslocamento e eroso.

    Manutenes peridicas so necessrias para o acerto do piso datrilha, seja pela retirada dos montes formados nas laterais das trilhas,seja pelo reposicionamento e compactao do material nos sulcosexistentes. A periodiocidade depender de fatores como tipo e texturade solo, clima e uso.

    Salpicamento por Gotas de Chuva

    Processo natural de deslocamento de partculas de solo exposto quepode ser intensicado por fatores como a prpria abertura da trilha, a limpeza

    Nome da

    textura

    Tamanho das

    partculasResistncia ao deslocamento lateral

    Argila 0,002 mm Quando compactado resistente ao deslocamento.

    Silte 0,002 mm a 0,05 mm Menos resistente ao deslocamento que a argila.

    Areia 0,05 mm a 2,0 mm Facilidade de deslocamento.

    Franca < 0,002 a 2,0 mmQuanto maior a parcela composta de argila e de silte, maisfrme se torna quando compactada, consequentemente fcandomais resistente ao deslocamento.

    Cascalho 2,0 mm a 7,6 cmQuanto maior a dimenso das partculas, mais resistente aodeslocamento.

    Pedra 76 mm a 60,9 cm Maior resistncia ao deslocamento que o cascalho.

    Brita* VariadoResistncia moderada ao deslocamento, aumentando

    juntamente com o tamanho das partculas.

    Hmus Sem dimenso Facilidade de deslocamento.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    63/202

    63

    da serapilheira e o deslocamento de material orgnico por pisoteio. Nota-se que no caso da exposio, a compactao de forma a uniformizar o pisopode minimizar o deslocamento de partculas de solo. Helming, Rmkens

    e Prasad (1998) em experimento relacionando declividade (17%, 8% e 2%),

    quantidade de chuva (60, 45, 30 e 15 mm h-1) e rugosidade (rugoso, mdio eliso) obteve como resultado a maior perda de solo em superfcie rugosa paraas maiores declividades (17% e 8%). Na menor inclinao, a quantidade de

    perda de solo no apresentou vnculo com a rugosidade.

    Para a proteo do piso da trilha contra os efeitos da chuva pode-

    se relacionar os teores de matria orgnica em sua superfcie. Autorescomo Gray e Leiser (1989) armam que a serapilheira importante

    para proteger o solo, sendo este fato relacionado principalmente manuteno das condies mais apropriadas para o crescimento de

    vegetao que pode proteger o solo da eroso.

    Ao mesmo tempo em que este material protege o solo de

    impactos diretos de gotas de chuva, pode oferecer problemas como oacmulo de umidade e de matria orgnica favorecendo que os usuriosdesviem e acabem alargando o leito da trilha por conta da umidade

    ou da proliferao de vegetao. Tambm, deixa o solo pouco coeso,facilitando o deslocamento e a compactao, favorecendo a formao desulcos/canais.

    Por m, os efeitos da visitao no solo podem causar impactosnegativos na fauna, ora e corpos dgua. O deslocamento de solopara a borda das trilhas, precedido da eroso, afeta a vegetao doentorno, seja alterando todo o sistema de drenagem natural, ou mesmo

    alterando o equilbrio de materiais orgnicos ou inorgnicos. Assim,com o assoreamento tem-se a alterao na turbidez da gua, podendoprejudicar a fauna aqutica.

    ESTUDOS NO BRASIL E NO EXTERIOR

    A anlise dos documentos, que relatam pesquisas e trabalhostcnico/cientcos feitos no Brasil, mostra que so poucos os que descrevema origem das trilhas. De certa forma, essa situao cria uma lacuna de

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    64/202

    64

    informao, pois se torna difcil dizer exatamente o quanto a visitao acausa direta dos impactos. Estes dados se referem ao histrico de uso datrilha anterior visitao, tcnicas construtivas que foram aplicadas, pormo de obra capacitada ou no, manutenes feitas, as respectivas datas

    das aes empregadas nas mesmas, entre outros.Em relao ao planejamento para a visitao, apenas um dos trabalhos

    relata a existncia de trilhas planejadas para este m (Quadro 3). Este fatopode contribuir para a intensicao dos processos naturais como a eroso.

    Quadro 3 - Informaes sobre o histrico das trilhas em trabalhos brasileirosFonte: Autoria prpria (2011).* Relativo a trilhas implantadas a partir do planejamento adequado, visando mnimo impacto

    ambiental e proporcionando qualidade na experincia do visitante, com cuidados comotraados acompanhando as curvas de nvel, presena de estruturas de drenagem, dimenses eequipamentos de acordo com o pblico, entre outros.

    Autor LocalCita origem

    das trilhas

    Trilhas

    planejadas

    para visitao*

    Binelli, Pinho e Magro(1997)

    Municpio de Brotas, SP No No consta

    Bonati et al.(2006)Floresta Nacional So Francisco de

    Paula, RSNo No consta

    Carvalho et al.(2000) Parque Estadual da Ilha Anchieta, SP No No consta

    Maganhotto et al.(2007) RPPN Reserva Ecolgica Itaytiba, PR No No consta

    Magro (1999) Parque Nacional do Itatiaia, RJ / MG No No consta

    Passold (2008) Parque Estadual Intervales, SP Sim Sim

    Ribeiro (2006) Parque Estadual de Dois Irmos, PE No No

    Rocha et al.(2007) Parque Estadual do Ibitipoca, MG No No consta

    So Mateus, Silva eIsmerim (2008)

    Parque Nacional da Serra daItabaiana, SE

    No No consta

    Sardinha et al.(2007) Municpio de Altinpolis, SP No No consta

    Souza e Martos (2008) Floresta Nacional de Ipanema, SP No No consta

    Takahashi (1998) Reserva Natural Salto Morato, PR No No consta

    Vashchenko, Biondi eFavaratto (2008)

    Campina Grande do Sul, PR No No consta

    Zeller (2004)Parque Nacional da Chapada

    Diamantina, BASim N o

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    65/202

    65

    A compilao das principais caractersticas avaliadas relacionadasao estudo de impactos de visitao no solo de trilhas mostrou a existnciade grupos similares em relao fase das caractersticas analisadas (Figura5), nomeadas de A a E. A mesma nomenclatura foi utilizada para os

    agrupamentos nos Quadros 4 e 5, de forma a facilitar a anlise.

    Figura 5 - Fluxograma do processo de impactos de pisoteio sobre o soloFonte: Autoria prpria (2011).

    Em (A) tm-se fatores que podem inuenciar no processo deimpactos no solo da trilha, a topograa, o clima e a ao antrpica, no

    caso o pisoteio de pedestres. Estes fatores atuam nos recursos (B), quetambm interagem entre si, e atravs de aes (C) como a compactaoe o deslocamento do solo, e a eroso de forma geral, levam a problemasde drenagem. Por m, os resultados do processo (D), como a presena derea de solo exposto, trilhas informais, razes e rochas expostas, sulcos/canais e pontos de alagamento.

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    66/202

    66

    Quadro 4 - Caractersticas relacionadas ao solo analisadas nas trilhas dostrabalhos nacionais levantadosFonte: Autoria prpria (2011). Paralela em relao trilha; Perpendicular em relao trilha.

    Autor

    Cara

    ctersticasrelacionadasaosoloanalis

    adosnastrilhas

    A

    B

    C

    D

    Traado da trilha

    Declividade paralela

    Declividade perpendicular

    Presena de serrapilheira

    Tipo de cobertura (vegetao)

    Caracterizao dos solos

    Compactao do solo

    Densidade do solo

    Resistncia penetrao

    Textura do solo

    Porosidade

    Microporosidade

    Umidade

    Eroso (efeito)

    rea de seo transversal

    Profundidade da trilha

    Sulcos / canais

    Rugosidade

    Razes expostas

    Rochas expostas

    Formao de degraus

    Pontos de alagamento

    Largura da trilha

    Largura de inuencia pisoteio

    N de trilhas informais

    rea de solo exposto

    Binelli,PinhoeMagro

    (1997)

    Bonatietal.(2006)

    Carvalhoetal.(2000)

    Maganhottoetal.(2007)

    Magro(1999)

    Passold(2008)

    Ribeiro(2006)

    Rochaetal.(2007)

    SoMateus,

    Silvae

    Ismerim(

    2008)

    Sardinhaetal.(2007)

    SouzaeMartos(2008)

    Takahashi(1998)

    Vashchenko,

    Biondie

    Favaretto(2008)

    Zeller(2004)

    Total

    0

    5

    3

    4

    2

    1

    6

    2

    2

    1

    4

    1

    2

    10

    2

    1

    4

    3

    5

    3

    3

    6

    5

    2

    6

    7

  • 7/25/2019 Livro de Cincias Florestais e Biolgicas (CIFLORBIO)

    67/202

    67

    Quadro 5 - Caractersticas relacionadas ao solo analisadas nas trilhas dostrabalhos internacionais levantadosFonte: Autoria prpria (2011). Paralela em relao trilha; Perpendicular em relao trilha; * Apud Jewell e Hammit (2000); ** ApudCole (1983).

    Autor

    Caractersticasrelacionadasaosoloanalisadosnastrilhas

    A

    B

    C

    D

    Traado da trilha

    Declividade paralela

    Declividade perpendicular

    Presena de serrapilheira

    Tipo de cobertura (vegetao)

    Caracterizao dos solos

    Compactao do solo

    Densidade do solo

    Resistncia penetrao

    Textura do solo

    Porosidade

    Microporosidade

    Umidade

    Eroso (efeito)

    rea de seo transversal

    Profundidade da trilha

    Sulcos / canais

    Rugosidade

    Razes expostas

    Rochas expostas

    Formao de degraus

    Pontos de alagamento

    Largura da trilha

    Largura de infuencia pisoteio

    N de trilhas informais

    rea de