LIVRO DE RESUMOS vers o final

273
2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013 LIVRO DE RESUMOS LIVRO DE RESUMOS LIVRO DE RESUMOS LIVRO DE RESUMOS II SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA II SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA II SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA II SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 28 de Fevereiroa 01 de Março de 2013 28 de Fevereiroa 01 de Março de 2013 28 de Fevereiroa 01 de Março de 2013 28 de Fevereiroa 01 de Março de 2013 IFNMG IFNMG IFNMG IFNMG – CAMPUS JANUÁRIA CAMPUS JANUÁRIA CAMPUS JANUÁRIA CAMPUS JANUÁRIA

Transcript of LIVRO DE RESUMOS vers o final

Page 1: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

LIVRO DE RESUMOSLIVRO DE RESUMOSLIVRO DE RESUMOSLIVRO DE RESUMOS II SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICAII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICAII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICAII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

28 de Fevereiroa 01 de Março de 201328 de Fevereiroa 01 de Março de 201328 de Fevereiroa 01 de Março de 201328 de Fevereiroa 01 de Março de 2013

IFNMG IFNMG IFNMG IFNMG –––– CAMPUS JANUÁRIACAMPUS JANUÁRIACAMPUS JANUÁRIACAMPUS JANUÁRIA

Page 2: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

Organizadores:

Renildo Ismael Félix da Costa

Marcelo Geraldo de Moraes

Laís Monteiro Sales

Gilberto de Souza Silva

Sérgio Ferreira Alcântara

Page 3: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

Page 4: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

Área temática: Agronomia

LEVANTAMENTO DE FUNGOS PRESENTES EM ESPÉCIES VEGETAIS DA MATA SECA NA MICRORREGIÃO DE JANUÁRIA - MG Amanda Dayanne Malta Matos, Viviane Alves Freitas, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues, Sérgio Avelino

Mota Nobre ..........................................................................................................................................................13

CULTIVARES DE SORGO E SUAS INTERAÇÕES COM BRAQUIÁRI A EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA Daniel Pereira Soares, Fábio Martins de Carvalho, Fredson Ferreira Chaves..............................................16

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MAMOMA NA REGIÃO DE JANU ÁRIA – MG

Heider Rodrigo Ferreira Silva, Luiz Felipe Nobre, Marcelo Geraldo de Morais Silva........................................20

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE Colletotrichum ORIUNDAS DE ANONÁCEAS COM BASE EM CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E TESTE DE PATOGENICIDADE Cláudia Alves de Almeida, Tatiane Carla Silva, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues.................................24 CRESCIMENTO E ACÚMULO DE FÓSFORO EM ABACAXIZEIROS P ÉROLA NO SEMIÁRIDO MINEIRO: RESPOSTA À IRRIGAÇÃO POR GOTEJO E MICROASPERSÃO Flávia Caroline Torres Rodrigues, José Diego da Silva Mendes, Ygho Jackson Muniz de Assis, Vinicius Lopes

de Melo, Dilermando Dourado Pacheco...............................................................................................28

TECNOLOGIA E INOVAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE UMBUZEIROS (Spondias tuberosas arr. CAM) NA MICRO-REGIÃO DE JANUÁRIA SUBMETIDOS À VARIAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO Gildarly Costa da Cruz, Dilermando Dourado Pacheco...........................................................................31

OCORRÊNCIA DE Fusarium solani EM MARACUJAZEIRO NA REGIÃO DO BAIXO JEQUITINHONHA Guilherme Silva Floriano, Raquel Nunes Cardoso, Fernanda Alves Costa, Stefany Ferreira Silva, Jeferson

Mateus Dariva......................................................................................................................................35

Page 5: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

QUALIDADE DO TOMATE CEREJA SOB CULTIVO ORGÂNICO Hilton Lopes Galvão, Sebastião Lourenço Henrique, Josedir Lopes Araújo, Vitória Rodrigues Teixeira,

Crescêncio F. de Souza Neto, Adriane Fernandes Rocha, Diego Figueiredo Vargas .........................................39

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE FÓSFORO EM ABACAXIZEIROS S MOOTH CAYENNE NO SEMIÁRIDO MINEIRO: RESPOSTA À IRRIGAÇÃO POR GOTEJO E MICROASPERSÃO José Diego da Silva Mendes, Flávia Caroline Torres Rodrigues, Dilermando Dourado Pacheco, Vinícius Lopes

de Melo, Fernando Mendes Barbosa........................................................................................................44

NUTRIÇÃO POTÁSSICA E MAGNESIANA EM BANANEIRA, CULTI VAR NANICA, IRRIGADA COM ÁGUA SUBTERRÂNEA NO NORTE DE M INAS GERAIS Kivison Raysllan Ferreira Sobral, Wallison Fagundes Jacome, Sérgio Ferreira Alcântara, Dilermando Dourado

Pacheco........................................................................................................................................................47

RESPONSIVIDADE DA CULTURA DO MILHO, CULTIVADA EM SO LO ARENOSO EUTRÓFICO, A DIFERENTES DOSES DE ESTERCO DE GALINHA POEDEIRA Maurício Ferreira Lopes, Márcio Adriano Santos, Reginaldo Santos Calixto, Orlando Gonçalves Brito, Jeane

Barbosa Martins, Neidson Dias da Mota, Alberto Luiz Ferreira Berto............................................................50

ACÚMULO DE POTÁSSIO E FÓSFORO EM FEIJOEIRO IRRIGADO COM ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA Rodrigo Nobre Santana, Ygho Jackson Muniz de Assis, Fernando Matos Pereira, Dilermando Dourado Pacheco,

Sérgio Ferreira Alcântara, Wallisson da Silva Freitas.........................................................................................54

BIODIVERSIDADE DE NEURÓPTEROS (NEUROPTERA: INSECTA) EM POMARES DE GOIABEIRA E FRAGMENTOS DE MATA SECA NO N ORTE DE MINAS GERAIS. Valdeir Celestino dos Santos Junior, Renildo Ismael Félix Costa, David Lopes Teixeira, Yndhira Sarmento de

Britto Vieira..............................................................................................................................................59

Área temática: Florestal CORRELAÇÕES ENTRE A DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA E PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO CARVÃO VEGETAL ( ETAPA II) Angélica Lorena dos Santos Oliveira, Wagner Patrício de Sousa Júnior, Vinicius Orlandi Barbosa Lima, Rian

Guilherme Correa Montalvão..............................................................................................................................64

Page 6: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DA CULTURA DO EUCALIPTO PA RA A PORÇÃO MINEIRA DA BACIA DO RIO PARDO Bárbara Mendes Oliveira, Ronaldo Medeiros dos Santos, Rhagnya Sharon Ferreira Martins, Marcelo Rossi

Vicente...........................................................................................................................................................68

QUALIDADE DE MUDAS DE Corumbya citriodora PRODUZIDAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS ORGÂNICOS Emerson Delano Lopes, Viviane Borges Soares, Lidiane Rodrigues da Silva..............................................72 MANEJO E ENRIQUECIMENTO COM ESPÉCIES FRUTÍFERAS DO CERRADO: ANÁLISE DO CRESCIMENTO E DA SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS D O USO O GEL HIDROREDENTOR Gabriel Müller Valadão, Franciele Cezar Silva Moura, Aline Cristina Marins, Maria Isabel Dantas

Rodrigues.......................................................................................................................................................76

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TURNOS DE REGA NO CRESCIME NTO INICIAL DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO Jéssica Costa de Oliveira, Tiago Reis Dutra, Marília Dutra Massad, Mateus Felipe Quintino Sarmento, Priscila

Silva Matos.....................................................................................................................................................80

FENOLOGIA DA COMUNIDADE ESPÉCIES ARBUSTIVAS E ARBÓR EAS EM ÁREA DE CERRADO, NA APA DA CHAPADA DO LAGOÃO, ARAÇU AÍ (MG). Joelbe Alves Cardoso, Juvenal Martins Gomes, Tarsila Esteves Gonçalves de Paula.......................................84

INFLUÊNCIA DO CONSÓRCIO COM COBERTURAS VEGETAIS NA RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES Laís Gonçalves Martins, Rafael Viana de Souza, Ane Marielle Monteiro Matos, Renildo Ismael Félix da Costa,

Ricardo Gonçalves Fernandes, Lidicy Macedo............................................................................................88

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA CILIAR COMO SUBSÍDIO À RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO DO RIO BA NANAL, SALINAS - MG Mariana Caroline Moreira Morelli, Maria Clara Oliveira Durães, Hugo Henrique Cardoso Salis.....................91

PRODUÇÃO DE MUDAS DE UMBURANA (Amburana cearensis) EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E FÓSFORO Mateus Felipe Quintino Sarmento, Tiago Reis Dutra, Marília Dutra Massad, Jéssica Costa de Oliveira, Priscila

Matos..........................................................................................................................................................95

Page 7: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

MUDAS DE CAVIÚNA-DO-CERRADO ( Dalbergia miscolobium) E CAROBINHA-DO-CAMPO (Jacaranda cuspidifolia) EM RESPOSTA A DOSES CRESCENTES DE NITROGÊNIO Priscila Silva Matos, Tiago Reis Dutra, Marília Dutra Massad, Mateus Felipe Quintino Sarmento, Jéssica Costa

de Oliveira............................................................................................................................................................99

CONFECÇÃO DE UM MOSAICO SEMI-CONTROLADO PARA A BACI A DO RIO PARDO – MINAS GERAIS Rhagnya Sharon Ferreira Martins, Ronaldo Medeiros dos Santos, Bárbara Mendes Oliveira.........................103

Área temática: Informática UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA AUXILIA R A GESTÃO EDUCACIONAL

Hevellin Ferreira Aguiar e Ferraz, Jansen Moreira Silva, Yuri Bento Marques..............................................108

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA Claudianne Myllene Morais de Almeida, Josiely Mendes Pereira, Cleiane Gonçalves Oliveira, Felipe Lisboa

Guedes, João Felipe Souza.........................................................................................................................110

DESENVOLVIMENTO DE PSEUDOCÓDIGO QUE VISA O MAIOR ENTENDIMENTO QUE TRATA SOBRE ALGORITMO DE AGRUPAMEN TO COM BASE EM COLÔNIA DE FORMIGAS. Gabriel Lopo Silva Ramos, Arthur Faria Porto...........................................................................................113

PROGRAMA DE TUTORIA NO IFNMG - CAMPUS ARINOS: FERRA MENTA DE AUXÍLIO AO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Hilton Lopes Galvão, Charles De Assis Oliveira Rocha, Maria Da Penha Laia, Alana Laís Boza, Thauane Ariel

Valadares De Jesus, Lara Cordeiro Pitangui, Larissa Cordeiro Pitangui.................................................116 SOFTWARE EDUCACIONAL PARA INTRODUÇÃO A PROGRAMAÇÃO WEB APRENDA BRINCANDO Jean Carlos Dias da Silva, Willan Orran Lacerda Soares, João Felipe Souza..................................................120

CONSTRUÇÃO DE UM HARDWARE PARA ENSINAR PRINCÍPIOS B ÁSICOS DE FUNCIONAMENTO DE UM COMPUTADOR Marcos Goncalves de Melo, Joaquim Pinto Gomes .................................................................................123

Page 8: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE EDUCATIVO SOBRE RESÍDUO S DE SERVIÇOS DE SAÚDE Tiago Mendes Rodrigues, Karine Fróes, João Felipe Souza.............................................................................126

Área temática: Meio Ambiente COTIDIANO SUSTENTÁVEL

Alice Soares Brito, Vinícius Orlandi Barbosa Lima........................................................................................131

COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DOS INDIVÍDUOS RESIDENT ES ÀS MARGENS DA VEREDA BARRA DA VACA EM ARINOS-MG Hilton Lopes Galvão, Ivo Dos Reis Quintal De Brito, Aline Cristina Marins, Sebastião Lourenço Henrique,

Gabriel Muller Valadao, Reginaldo Proque ..............................................................................................133

BIODIGESTORES EM GALÕES REMOVÍVEIS OPERANDO NA REMO ÇÃO DE SÓLIDOS TOTAIS, FIXOS E VOLÁTEIS NA CIDADE DE JANUÁ RIA, NORTE DE MINAS GERAIS Marcus Vinícius Araújo Marques, Willyan Caldeira Corte, Marco Aurélio Rodrigues de Souza, Wallison da

Silva Freitas..................................................................................................................................................138

ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DE EXEMPL ARES DA ICTIOFAUNA DO RIO SALINAS E DETERMINAÇÃO DE FATORES ABIÓTICOS NOS PONTOS COLETA (PERÍMETRO URBANO E RURAL) NO MUN ICÍPIO DE SALINAS-MG Rair Ramires Gomes, Jadston Crisóstomo e Guedes, Felipe Augusto Soares, Roberta Garibalde Clemente,

Luciano Xavier, Gabriel Domingos Carvalho...............................................................................................142

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO UMA FERRAMENTA PARA A POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS DOMÉSTICOS NO MUNICÍPIO DE A RAÇUAÍ - MINAS GERAIS Roseane Aparecida Santos, Marcelo Henrique F. de Faria Rocha, Christiany Pereira da Silva, Eliane Macedo

Sobrinho Santos, Hércules Otacílio Santos, Jéssyca de Fátima Macedo Sobrinho...........................................146

USO DE VERMICOMPOSTO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Corumbya citriodora Viviane Borges Soares, Emerson Delano Lopes, Lidiane Rodrigues da Silva, Wanessa Casteluber

Lopes......................................................................................................................................................151

Page 9: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

Área temática: Produção Animal PALMA FORRAGEIRA COMO ALTERNATIVA PARA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO

Alisson Araújo Vieira, Tiago Leal de Souza, Jussara Barros Silva..................................................................155

PERSPECTIVAS DE USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA PRODUÇÃO ANIMAL NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS Antonina de Fátima Esteves dos Santos, Roseane Aparecida Santos, Luane Stefane Miranda Santos, Nayane

Jorge Silva, Eliane Macedo Sobrinho Santos, Hércules Otacílio Santos.........................................................157

OCORRÊNCIAS DE MASTITE BOVINA EM REBANHOS LEITEIROS DO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ - MINAS GERAIS Camila Souza de Matos, Hugo Alves Rodrigues, Larissa Fernandes Reis, Roseane Aparecida Santos, Eliane

Macedo Sobrinho Santos, Hércules Otacílio Santos........................................................................................161

COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACAS MESTIÇAS RECEBENDO DIF ERENTES FONTES LIPÍDICAS Dérek Freitas Ferreira, Elber Gomes Sousa, Dermeval Magalhães Guedes Júnior, Fabio Lino dos Santos,

Rogério Mendes Murta, Fabiano Pereira Matos...............................................................................................164 CONSUMO E PRODUÇÃO DE LEITE DE VACAS MESTIÇAS RECEB ENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS Dermeval Magalhães Guedes Júnior, Dérek Freitas Ferreiras, Elber Gomes Sousa, Fábio Lino dos Santos,

Rogério Mendes Murta, Fabiano Pereira Matos............................................................................................168 COMPARAÇÃO ENTRE IOGURTE TAMPONADO E LEITE DESNATAD O COMO MEIO DILUIDOR DE SÊMEN CANINO RESFRIADO Elber Gomes Sousa, Wesley Ferreira Guimarães, Rebeca Marques Mascarenhas, Leonardo Lara e

Lanna...........................................................................................................................................................172

COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS LACTANTES RECEBEND O DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS Fábio Lino dos Santos, Rogério Mendes Murta, Fabiano Matos Pereira, Dermeval Magalhães Guedes Júnior,

Dérek Freitas Ferreira, Elber Gomes Sousa, Thales Felipe Lucas Sena...................................................175

LEVANTAMENTO DAS PLANTAS TÓXICAS DE INTERESSE PECUÁ RIO NA MICRORREGIÃO DE SALINAS-MG Felipe Matheus Ferreira Chagas, Gilmar Breno Oliveira Guimarães, Thales Felipe Lucas Sena, Gabriel

Domingos Carvalho.....................................................................................................................................179

Page 10: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

DIAGNÓSTICO SOBRE MANEJO SANITÁRIO ANIMAL EM PROPRI EDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS Luane Stefane Miranda Santos, Roseane Aparecida Santos, Antonina de Fátima Esteves dos Santos, Nayane

Jorge Silva, Eliane Macedo Sobrinho Santos, Hércules Otacílio Santos..........................................................183

ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DO SOLO SOB FORRAGEIRA I RRIGADA (Panicum maximum) E PASTEJO ROTACIONADO VISANDO A PRODUÇÃO DE LEITE NA REGIÃO DO BAIXO JEQUITINHONHA Mairon Neves de Figueiredo, Laureni Maria de Oliveira, Ricardo de Matos Silva, Joan Brálio Mendes Pereira

Lima, Vico Mendes Pereira Lima..............................................................................................................187 AVALIAÇÃO DE RECURSOS FORRAGEIROS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NO VALE DO JEQUITINHONHA Matheus Gobira Lacerda, Leandro Mendes Brito, Otavio Batista Neres Neto, Bianca Kastembal, Joan Brálio

Mendes Pereira Lima, Vico Mendes Pereira Lima...........................................................................................190

Área temática: Recursos Hídricos ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DO EUCALIPTO PARA A S REGIÕES DE TAIOBEIRAS E SALINAS (2008-2010) Glauson Wesley Lacerda Dutra, Pedro Henrique de Melo Rocha, Celina Arcanjo dos Santos, Marcelo Rossi

Vicente..................................................................................................................................................194

CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO USO DE ÁGUAS SUBTER RÂNEAS PARA CONSUMO HUMANO NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE S ALINAS - MG: QUANTIDADE E QUALIDADE Hugo Henrique Cardoso de Salis, Mariana Caroline Moreira Morelli, Isaac Alves Oliveira, Rafaela Letícia

Ramires Cardoso, Ronaldo Medeiros dos Santos, Wagner Patrício de Sousa Júnior....................................198 UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE HARGREAVES PARA A ESTIMATIV A DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O VALE DO JEQU ITINHONHA Juscelina Arcanjo dos Santos, Nondas Ferreira da Silva, Marcelo Rossi Vicente, Ronaldo Medeiros dos

Santos.......................................................................................................................................................202

PRODUÇÃO DE ÁGUA E ALIMENTOS NO SEMIÁRIDO MINEIRO Marco Aurélio Cardoso Murta, Taftiany Camila Blum e Silva, Natalino Martins Gomes, Adriene Matos dos

Santos, Andressa Silva Santos..................................................................................................................206

Page 11: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

QUALIDADE DA ÁGUA DE CHUVA ARMAZENADA EM CISTERNAS DE PLACA EM COMUNIDADES RURAIS DE ARAÇUAÍ – MG Natalino Martins Gomes, Taftiany Camila Blum e Silva, José Ramalho dos S. Neto, Marco Aurélio Cardoso

Murta, Adriene Matos dos Santos, André da Fonseca Tanure......................................................................210

ANALISE TÉCNICA DOS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO NO MUNICÍ PIO DE SALINAS/MG Nondas Ferreira da Silva, Juscelina Arcanjo dos Santos, Marcelo Rossi Vicente..........................................214 ACÚMULO DE MASSA SECA E PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris) IRRIGADO COM ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA Ygho Jackson Muniz de Assis, Heider Rodrigo Ferreira Silva, Sérgio Ferreira Alcântra, Rodrigo Nobre Santana,

Wallisson da Silva Freitas, Fernando Matos Pereira.................................................................................218

USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE AGROINDÚSTRIA NO CULTIVO DE CAFÉ CONILON NO SEMIÁRIDO MINEIRO Vinícius Lopes de Melo, Thais Carvalho Camelo, Mauro Franco Castro Mota, José Wilquer, José Alberto Alves

de Souza......................................................................................................................................................222

Área temática: Saúde AVALIAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE IDOSOS RESI DENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA Ariane Manoela Francisca Mendes, Thatiane Lopes Oliveira, Patrícia Sousa Fernandes, Karine Alencar

Fróes...........................................................................................................................................................227

LEISHMANIOSE EM CÃES NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ - MINA S GERAIS: QUAIS AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS? Brenda Gonçalves Pereira, Sarah Pereira Costa, Marco Túlio Jaques Pereira, Roberta Naany Dias Prates, Nayane Jorge Silva, Roseane Aparecida Santos, Eliane Macedo Sobrinho Santos, Hércules Otacílio

Santos..........................................................................................................................................................232

AVALIAÇÃO DO DÉFICIT COGNITIVO EM IDOSOS NSTITUCION ALIZADOS Dayane Pereira Félix, Thatiane Lopes Oliveira, Patrícia Sousa Fernandes, Karine Alencar

Fróes.........................................................................................................................................................236

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO DO MOSQUITO Aedes aegypti EM DOIS BAIRROS DE SALINAS – MG, E SUA IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NAS AÇÕES DE COMBATE À DENGUE Felipe Augusto Soares, Jefferson Bruno Bretas de Souza Oliveira, Jéssica Coutinho Silva, Filipe Vieira Santos

de Abreu..................................................................................................................................................240

Page 12: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA AO AUTOCUIDADO DE PACIENTES DIABÉTICOS Isla Naiane Melo Fernandes, Patrícia de Sousa Fernandes, Thatiane Lopes Oliveira, Karine Alencar

Fróes............................................................................................................................................................244

PREVALÊNCIA DO CONHECIMENTO DOS FATORES DE RISCO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA FEMININO Nágila Meneses Carvalho de Miranda, Patrícia de Sousa Fernandes, Thatiane Lopes Oliveira, Ariane Gonçalves

Oliveira.................................................................................................................................................248

Área temática: Social CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTOR, DO PROCESSO PRODUTIVO E DA COMERCIALIZAÇÃO DE HORTALIÇAS NO MUNICÍPIO DE JANUÁ RIA Geraldo Rodrigues dos Santos Neto Oliveira, Jomar Oliveira Vasconcelos..................................................253 PROCESSOS DECISÓRIOS NA ASSOCIAÇÃO DOS USUÁRIOS DA SUB-BACIA DO RIO DOS COCHOS: GESTÃO SOCIAL? Hévilla Karine Ribeiro Santos, André Aristóteles da Rocha Muniz...........................................................257

A INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO INTERNA NOS PROCESSOS D E APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL NAS MICRO E PEQUENAS EM PRESAS DE JANUÁRIA-MG Karine Andrade Fonseca, Marcos Sousa Rocha, Edson Oliveira Neves......................................................261

PROTOCOLO DE IMPLANTAÇÃO DE MOEDAS SOCIAIS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE CHAPADA GAÚCHA - MG Karine Dias Araújo, Karla Thaís Lima de Morais, Felipe Lisboa Guedes, Celimar Reijane Alves

Damasceno........................................................................................................................................................265

Page 13: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

11

Área temática: Agronomia

Page 14: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

12

LEVANTAMENTO DE FUNGOS PRESENTES EM ESPÉCIES VEGETAIS DA MATA SECA NA MICRORREGIÃO DE JANUÁRIA – MG

Amanda Dayanne Malta Matos1, Viviane Alves Freitas2, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues3 Sérgio

Avelino Mota Nobre4 1Acadêmica do curso de Agronomia – IFNMG/Januária. email:[email protected]; 2 Acadêmica do curso de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica CNPQ. email:[email protected]; 3Professora do IFNMG/Januária, Dra. Fitopatologia. e-mail: [email protected]; 4Professor da Unimontes/Montes Claros, Dr. Fitopatologia. e-mail: [email protected]. Resumo: A mata seca é caracterizada por apresentar um ritmo estacional qualificado pela queda de folhas durante o período seco seguido de recuperação do dossel das plantas no período chuvoso. Nesse ambiente existem estudos relacionados à caracterização vegetal da área, porém sua microbiota é pouco estudada. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento de espécies fúngicas fitopatogências e endofíticas encontradas em espécies vegetais da mata seca da microrregião de Januária-MG. Plantas com sintomas típicos de doenças foram coletadas e os fungos isolados em laboratório. Para obtenção dos fungos endofíticos foram coletados tecidos sadios. Análises morfológicas foram implementadas para caracterização do gênero. Adicionalmente, foi calculado o índice de velocidade de crescimento micelial, caracterização da cor e textura de micélio. Das treze espécies vegetais coletadas foram isoladas trinta e três colônias de fungos fitopatogêncios e treze colônias de fungos endofiticos. Foi possível a identificação do fungo fitopatogênico do gênero Pestalotia sp em plantas de cajuí (Anacardium humile), jatobá (Hymenaea courbaril) e periquiteira (Cochlospermum orinocense) e do fungo Penicilium, endofítico em plantas de mamoninha (Esenbeckia febrifuga). Palavras–chave: Esenbeckia febrífuga, etiologia, fungo endofítico, Pestalotia

Introdução

A mata seca ou floresta estacional decidual é caracterizada por apresentar uma acentuada queda das folhas durante o período seco. No Norte de Minas Gerais, na região de Januária, pode ser encontrada uma mata seca típica, nos limites do município com Cônego Marinho e Bonito de Minas.

O interesse no conhecimento de espécies fúngicas com potencial emprego em práticas agrícolas aumentou significativamente com a descoberta de microrganismos promotores de crescimento vegetal, agentes de controle biológico de pragas, patógenos e plantas daninhas. Estudos na área do controle biológico investem no uso de microrganismos como potenciais substitutos de produtos químicos nas lavouras, podendo favorecer desta maneira a preservação do ambiente (Peixoto Neto et al., 2002).

Devido ao fato da mata seca ser um bioma pouco explorado são grandes as chances de se encontrar novos microrganismos associados a espécies vegetais. O presente trabalho propôs isolar e identificar fungos fitopatogênicos e endofíticos presentes em espécies da mata seca na microregião de Januária/MG a partir da descrição caracterização morfológica do gênero, definição da taxa de crescimento micelial, cor e textura do micélio. Além disso, o trabalho objetivou montar uma micoteca e um herbário com tecidos lesionados para registro dos padrões de lesão causadas por fungos fitopatogênicos.

Material e Métodos

O trabalho foi realizado no IFNMG – Campus Januária – Laboratório de

Fitopatologia e na Universidade Estadual de Montes Claros - Laboratório de Epidemiologia e Biocontrole de Microrganismos. As amostras foram coletadas na mata

Page 15: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

13

seca em uma localidade situada às margens da rodovia municipal entre Brejo do Amparo e o trevo que dá acesso a Cônego Marinho e Bonito de Minas. As coletas foram feitas entre os meses de fevereiro a abril de 2012, em período chuvoso. O material foi retirado de caules e folhas de plantas com lesões necróticas e sadias. As árvores foram georeferenciadas. Em laboratório parte do material foi separado para confecção de exsicata.

O isolamento indireto do fungo foi realizado em meio batata dextrose ágar (BDA) e o material mantido a 25oC e fotoperíodo de 12 h. Com o objetivo de isolar fungos endofíticos propôs-se empregar diferentes meios de cultura na expectativa de selecionar o meio que permitisse maior recuperação desses microrganismos. Dessa forma, usou-se: BDA acidificado, Sabouraud, Agar Nutriente e Plate Count Agar (PCA). Durante três dias foi contado o número de colônias distintas desenvolvidas em cada placa. Uma colônia foi considerada diferente da outra de acordo com a cor e textura do micélio que apresentava. Os isolados obtidos em cultura pura foram transferidos para tubos de ensaio contendo BDA e armazenados a 4°C.

A identificação do gênero foi realizada a partir de caracteres morfológicos de acordo com chaves dicotômicas para os fungos imperfeitos (Barnett 1998).

Para definir o índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM), um disco de meio BDA com micélio fúngico (0,5 cm) foi depositado no centro de cada placa de Petri com meio BDA, sendo três placas utilizadas para avaliação do IVCM por isolado. Diariamente, durante sete dias, foram feitas medições em dois sentidos perpendiculares da colônia com auxílio de um paquímetro digital. Calculou-se o diâmetro médio de cada colônia/avaliação. Esses dados foram utilizados no cálculo do IVCM, conforme a fórmula:

IVCM = Σ (D – Da) x N -1 ,sendo: D= diâmetro médio atual da colônia; Da= diâmetro médio da colônia do dia anterior; N= número de dias após a inoculação

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três repetições. Para determinação da textura e cor das colônias quinze isolados foram colocados para crescer em meio BDA nas condições de incubação descritas anteriormente. Após sete dias, as colônias foram analisadas para definição da textura segundo metodologia de Nobles (1948) citado por Silva (2006). Para avaliação da coloração do micélio da superfície e reverso da colônia foi utilizada a Carta Munsell- Soil Color Charts.

Resultados e discussão

Amostras foram coletadas em doze espécies vegetais da mata seca na região de

Januária/MG dentre elas periquiteira, cagaita, joá, cajuí, jatobá e jacarandá do cerrado. A escolha das espécies vegetais foi feita em função da sua importância econômica ou medicinal. Destas, foram obtidas 33 colônias de fungos fitopatogênicos. Para obtenção dos fungos endofíticos foi selecionada a mamoninha (E. febrífuga), pois é uma espécie medicinal e não apresentava nenhuma lesão típica de patógenos, demonstrando que, por algum motivo, ela manteve-se resistente ao ataque de microrganismos mesmo estando em um ambiente onde várias outras espécies apresentavam. Cerca de treze colônias de fungos endofíticos foram obtidos das amostras de mamoninha. O meio Ágar Nutriente apresentou o menor desempenho na recuperação de colônias fúngicas.

Page 16: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

14

Tabela 1. Caracterização morfológica de 15 isolados provenientes de espécies vegetais da mata seca da região de Januária/MG com base no índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM), cor de micélio e textura.

O isolado endofítico AM 25 foi identificado como Penicillium sp. Este gênero é

muito comum como agente causal de mofos ou bolores azuis, porém, tem sido relatado como fungo endofítico produzindo compostos de características interessantes para diversos fins (Mathew et al., 2010; Intaraudom et al., 2012).

Os isolados apresentaram diferentes IVCM, sendo o AM 25 e AM 32 os que apresentaram menor e maior IVCM com 0,721 e 2,435 cm/dia, respectivamente (Tabela 1). A cor do micélio variou entre tons esverdeados, acinzentados, esbranquiçados e escurecidos e a textura camurça, cotonosa, lacunosa, aveludada, crostosa, farinácea, flocosa e plumosa (Tabela 1).

As exsicatas ficaram de boa qualidade permitindo a observação do padrão da lesão no tecido vegetal.

Conclusão

- O fragmento de Mata Seca próximo ao município de Januária-MG, encontra um

grande número de espécies vegetais acometidas por fungos fitopatogênicos. O gênero Pestalotia foi identificado em três espécies vegetais e o gênero Penicilium foi identificado como fungo endofítico em mamoninha.

- Os demais isolados obtidos devem ser identificados, pois acredita-se, com base na caracterização morfológica das colônias, que há uma grande variedade de espécies patogênicas e endofíticas no material coletado.

Agradecimentos

Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica à segunda autora. Ao

laboratório de Epidemiologia e Biocontrole de Microrganismos da Unimontes – Montes Claros/MG.

Literatura citada

BARNETT, H.L.; HUNTER, B.B. 1998 Illustrated genera of imperfect fungi. St. Paul: The American Phytopathological Society.

Page 17: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

15

BATISTA, M. A.; TIMMERS, J. F.; CUNHA, R. P. P. 2006 Os Estados da Mata Atlântica - Bahia. In: Maura Campanili; Miriam Prochnow. (Org.). Mata Atlântica - Uma rede pela floresta. Brasilia: Rede de Ongs da Mata Atlântica, p. 129-141.

INTARAUDOM, C.; BOONYUEN N.; SUVANNAKAD R.; RACHTAWEE, P.; PITTAYAKHAJONWUT, P. 2012 Penicolinates A- E from endophytic Penicillium sp. BCC16054, Tetrahedron Letters, Available online 23 November 2012, ISSN 0040-4039

MATHEW A.J.; JAYACHANDRAN K. 2010 Endophytic Penicillium citrinum Thom. from Scoparia dulcis Linn. Indian Journal of Microbiology, v 50, p 99-102.

PEIXOTO NETO, P. A. S.; AZEVEDO, J. L.; ARAÚJO, W. L. 2002 Microrganismos endofíticos. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, Brasília, v. 29, p. 62-77.

SILVA, C. F. B. 2006 Características culturais e agressividade de isolados de Alternaria solani de batateira e tomateiro. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia)-Universidade Federal de Viçosa-UFV.

Page 18: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

16

CULTIVARES DE SORGO E SUAS INTERAÇÕES COM BRAQUIÁRI A EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

Daniel Pereira Soares1, Fábio Martins de Carvalho2, Fredson Ferreira Chaves3

1Acadêmico de Agronomia-IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Agronomia/Fitotecnia. E-mail: [email protected] 3Pesquisador Embrapa Milho e Sorgo, M.Sc. Agronomia/Entomologia. E-mail: [email protected]

Resumo: A Integração Lavoura Pecuária (ILP) é uma alternativa para a maximização do uso do solo, com o aumento da diversificação da produção e, proporciona a melhoria da qualidade do solo, pois facilita a implantação de sistemas de plantio direto, com o uso da pastagem para a formação da palhada. Este projeto teve como objetivo avaliar os parâmetros produtivos de três cultivares de sorgo, BRS 610, BRS Ponta Negra e BRS 310, em sistema de cultivo solteiro e consorciado com braquiária. Foi utilizado o delineamento experimental em blocos casualizados com os tratamentos arranjados em parcelas subdivididas, totalizando seis tratamentos com quatro repetições. O cultivo consorciado proporcionou ao sorgo uma maior altura de planta e maior acumulo de matéria seca em dois tratamentos, enquanto que o cultivo solteiro proporcionou ao sorgo uma maior produção de matéria verde. A braquiária apresentou maior acumulo de matéria seca após a colheita do sorgo.

Palavras-chave: adaptabilidade, forragicultura, consorciação

Introdução Integração lavoura-pecuária (ILP) são sistemas produtivos de grãos, fibras, carne,

leite, lã, e outros, realizados na mesma área, em plantio simultâneo, sequencial ou rotacionado, onde se objetiva maximizar a utilização dos ciclos biológicos das plantas, animais, e seus respectivos resíduos, aproveitando os efeitos residuais de corretivos e fertilizantes, minimizar e otimizar a utilização de agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas, equipamentos e mão-de obra, gerar emprego e renda, melhorar as condições sociais no meio rural, diminuir impactos ao meio ambiente, visando a sustentabilidade. Várias culturas têm sido utilizadas e testadas para cobertura de solo, rotação, e pastejo no outono-inverno, e entre as mais promissoras estão: o milho, o milheto, o sorgo granífero e o forrageiro, o nabo forrageiro e as gramíneas forrageiras tropicais, consorciadas ou não, sobretudo as braquiárias (Macedo 2009). Contudo, apesar de largamente utilizada em diversas regiões do país, a escassez de pesquisas em ILP no norte de Minas Gerais tem colaborado para a manutenção de sistemas produtivos obsoletos de pastagens degradadas, o que gera baixa taxa de lotação, sérias dificuldades de alimentação animal na estação seca e problemas ecológicos relacionados à conservação do solo. Portanto, esta pesquisa objetivou avaliar a produtividade de três diferentes cultivares de sorgo, com e sem a presença de consórcio com braquiária, em sistema de integração lavoura pecuária sob plantio direto, bem como a produtividade da pastagem.

Material e Métodos

O experimento foi implantado na área experimental do Instituto Federal do Norte de

Minas Gerais – Campus Januária/MG. O município de Januária possui uma área territorial de 6.662 km2 e está localizado a 15°29’ de latitude Sul, 44°21’ de longitude Este e altitude

Page 19: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

17

de 434 m, com clima Aw, clima tropical com estação seca, de acordo com a classificação de köppen – Geiger.

Adotou-se o delineamento experimental em blocos casualizados com os tratamentos arranjados em parcelas subdivididas, com três variedades de sorgo, BRS 610, BRS Ponta Negra e BRS 310 Granífero, com e sem a presença de braquiária brizanta, totalizando seis tratamentos, com quatro repetições. A área útil da parcela, com 10,5 m2, foi formada por quatro linhas de 5 m de comprimento, com espaçamento de 0,7 m entre linhas. O plantio foi realizado em novembro de 2011 em solo preparado convencionalmente, com aração e gradagem. O espaçamento do sorgo foi de 0,70 m. O plantio da braquiária foi realizado no momento do plantio do sorgo, sendo as sementes misturadas junto ao adubo.

Resultados e Discussão

No sistema de cultivo solteiro a variedade BRS 310 apresentou o maior estande aos 20 dias após o plantio com 209.761 plantas ha-1. A variedade BRS 610 foi a que obteve a maior altura média de planta, com 0,99 m, sendo também responsável pela maior produção de matéria verde e matéria seca do sistema de cultivo solteiro, com 13,785 t ha-1 e 4,876 t ha-1, respectivamente. O maior teor de matéria seca foi obtido pela variedade BRS 310, com 39,925%. A variedade BRS 310 também apresentou no sistema de cultivo consorciado, o maior estande aos 20 dias após o plantio, com 252. 857 plantas ha-1. A maior altura média de planta foi alcançada pela variedade BRS 610 com 1,14 m, esta variedade também obteve a maior produção de matéria verde e matéria seca, com 10,952 t ha-1 e 3,652 t ha-1, respectivamente, sendo que o maior teor de matéria seca foi verificado na variedade BRS 310, com 46,752% (tabela 1).

Tabela 1: Estande aos 20 dias após o plantio (E20 DAP, Plantas ha-1), altura de planta na

colheita (AMP, metros), matéria verde (MV, t ha-1), matéria seca (MS, t ha-1) e teor de matéria seca (TMS, %)

Variedade Sistema de Cultivo E20DAP AMP MV MS TMS

BRS 610 Solteiro 151.666 a 0,99 a

13,785 a

4,876 a 35,375 a

Consorciado 127.380 a 1,14 b 10,952 a

3,652 a 33,350 a

BRS Ponta Negra Solteiro 129.285 b 0,95 c

11,642 b

3,972 b 34,125 b

Consorciado 167.380 c 1,06 c 9,809 b 3,563 b 36,325 b

BRS 310 Solteiro 209.761 d 0,68 d 5,619 c 2,243 c 39,925 c Consorciado 252.857 e 0,66 d 4,547 c 2,125 c 46,752 d

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5%. No sistema de cultivo solteiro, o menor estande aos 20 dias após o plantio foi da

cultivar BRS Ponta Negra, com 209.761 plantas ha-1, a maior altura média de planta, produção de matéria verde e de matéria seca, foi da cultivar BRS 610, com valores de 0,99 m, 13,785 t ha-1 e 4,876 t ha-1. O maior teor de matéria seca foi obtido pela cultivar BRS 310 com 39,925%. No sistema de cultivo consorciado o maior estande aos 20 dias após o plantio e teor de matéria seca, foi da cultivar BRS 310, com 252.857 plantas ha-1 e 46,752%, respectivamente. A maior produção de matéria verde, matéria seca e altura de planta, com valores de 10,952 plantas ha-1, 3,652 t ha-1 e 1,14 m, foi da cultivar BRS 610, tabela 2.

Page 20: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

18

Rodrigues et al (2004) obteve em cultivo solteiro da cultivar BRS 610, com o espaçamento de 0,7 m, uma produção de matéria verde de 68, 94 t ha-1, e de matéria seca, o valor de 22,06 t ha-1, obtendo um teor de matéria seca de 32%. No cultivo consorciado com braquiária brizanta, a produção de matéria verde foi menor, com o valor de 58,56 t ha-1 e 18,74t ha-1 de matéria seca, mas mantendo-se o teor de matéria seca de 32%. Com a cultivar BRS 310 em cultivo solteiro e consorciado, a obtenção da maior produção de matéria verde foi no sistema de cultivo solteiro, com 15,47 t ha-1, enquanto o consorciado obteve 7,78 t ha-1de matéria verde. O sistema de cultivo solteiro também se mostrou eficiente na produção de matéria seca, com 7,73 t ha-1, enquanto o consorciado atingiu uma produção de 3,89 t ha-1 de matéria seca. Apenas em relação ao teor de matéria seca, o sistema de cultivo consorciado, com 50%, superou o sistema de cultivo solteiro, que alcançou um teor de matéria seca de 49,96%. Santos et al (2007), em trabalho com a cultivar BRS Ponta Negra, em localidades distintas da região nordeste do Brasil, obtiveram valores de altura de planta de 1,95 m em São Gonçalo do Amarante-RN; 29,2 t ha-1 de matéria verde, 9,4 t ha-1 de matéria seca, com teor de matéria seca de 32,19% em São Bento do Una-PE; 34,5 t ha-1 de matéria verde, 11,2 t ha-1 de matéria seca e teor de matéria seca de 32,46% em Barreira-CE.

A maior produção de matéria verde e seca da braquiária foi obtida no consorcio com a cultivar BRS Ponta Negra, com 3,309 t ha-1 e 1,429 t ha-1, respectivamente. O maior teor de matéria seca da braquiária foi obtido no consorcio com a cultivar BRS 610. Aos 40 dias após a colheita (DAC), a maior produção de matéria verde e seca foi da braquiária em consorcio com a cultivar BRS Ponta Negra.

O maior teor de matéria seca foi obtido no consorcio com a cultivar BRS 310 e a maior altura da braquiária aos 40 dias após a colheita foi do consorcio com a cultivar BRS 610, tabela 3.

Tabela 2: Estande aos 20 Dias Após o Plantio (E20DAP, Plantas ha-1), Altura Média

de Planta (AMP, m), Matéria Verde (MV, t ha-1), Matéria Seca (MS, t ha-1) e Teor de Matéria Seca (TMS, %) Variedade Sistema de Cultivo E20DAP AP MV MS TMS BRS 610

Solteiro 151.666 a 0,99 a 13,785 a 4,876 a 35,375 a

BRS Ponta Negra 129.285 a 0,95 a 11,642 a 3,972 ab 34,125 a BRS 310 209.761 b 0,68 b 5,619 b 2,243 b 39,925 a BRS 610

Consorciado 127.380 c 1,14 c 10,952 c 3,652 c 33,350 b

BRS Ponta Negra 167.380 d 1,06 c 9,809 cd 3,563 c 36,325 b BRS 310 252.857 e 0,66 d 4,547 d 2,125 c 46,752 c Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5%.

Tabela 3: Matéria Verde (MV, t ha-1), Matéria Seca (MS, t ha-1), Teor de Matéria Saca (TMS, %), Altura da Braquiária aos 40 Dias Após a Colheita (AB40DAC, metros) Variedade MV MS TMS AB40DAC BRS 610/Braquiária 2,881 ab 1,247 ab 43,3 a - BRS Ponta Negra/ Braquiária 3,309 a 1,429 a 43,2 a - BRS 310/ Braquiária 1,785 b 0,771 b 43,2 a - BRS 610/ Braquiária 40 DAC 0,231 c 0,110 c 47,87 ab 0,20 a BRS Ponta Negra/ Braquiária 40 DAC 0,235 c 0,116 c 49,67 b 0,19 a BRS 310/ Braquiária 40 DAC 0,121 c 0,064 c 53,15 b 0,19 a Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5%.

Page 21: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

19

Conclusões

A cultivar BRS 610 mostrou-se mais propicia ao cultivo consorciado, obtendo a maior produção de matéria verde e matéria seca, mesmo com o menor estande. O sistema de cultivo consorciado proporcionou uma maior produção total de matéria verde e matéria seca, quando somadas a produção do sorgo e da braquiária, em relação ao sistema de cultivo solteiro, onde obteve-se somente a produção do sorgo.

Agradecimentos

À Fundação de Aparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Literatura Citada

MACEDO, M. C. M.; Integração lavoura e pecuária: o estado da arte e novações tecnológicas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.133-146, 2009. SANTOS, F.G. et al; BRS Ponta Negra Variedade de Sorgo Forrageiro. Comunicado Técnico 145, 1ª edição, setembro de 2007. RODRIGUES, J. A.; Implantação de braquiária brizanta consorciada com diferentes cultivares de sorgo. XXV Congresso Nacional de Milho e Sorgo, Cuiabá-MT, 2004.

Page 22: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

20

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MAMOMA NA REGIÃO DE JANU ÁRIA – MG

Heider Rodrigo Ferreira Silva1, Luiz Felipe Nobre2, Marcelo Geraldo de Morais Silva3

1Estudante técnico AgropecuáriaIFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica Jr. da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista IC- Fapemig . Email:[email protected] 3Professor do IFNMG/Januária, Doutor em Produção Vegetal. Email: [email protected]. Resumo: A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma oleaginosa de alto valor socioeconômico e ambiental, sendo importante fonte alternativa para a produção de energia renovável. Objetivou-se avaliar cultivares de mamoneira para recomendação de cultivo na região do semi-árido norte mineiro. O experimento foi conduzido na Unidade de Pesquisa do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Campus Januária. Foram avaliadas as cultivares EBDA MPA 11, EBDA MPA 34, Paraguaçu, IAC 80, IAC 226, BRS Nordestina e as de porte baixo Guarani, EBDA MPB 01, IAC 2028, AL Guarani e BRS Energia no sistema de cultivo sequeiro. Foram avaliadas as seguintes características de altura média da planta e de racemo primário, número de racemos por planta e percentual de plantas sobreviventes. Apenas as características de altura de planta e porcentagem de plantas sobreviventes apresentaram efeito significativo entre as cultivares. Não houve efeitos significativos entre as cultivares avaliadas para características altura do rácemo primário e número de rácemo por planta. Os materiais genéticos avaliados apresentaram desenvolvimento e crescimento comprometidos pelo déficit hídrico. Palavras–chave: Desenvolvimento, melhoramento genético e Ricinus communis L.

Introdução

A mamona (Ricinus communis) é uma oleaginosa de elevada importância socioeconômica e recentemente ambiental, justificada por se fonte alternativa para produção de energia renovável. Além disso, configura no cenário atual do agronegócio uma alternativa promissora e rentável para grandes e pequenos produtores e outros agentes da cadeia produtiva (NASCIMENTO, 2009).

A espécie apresenta grande variabilidade genética natural em características agronômicas e morfológicas, além dos aspectos quantitativos e qualitativos. Desde modo, identificação de materiais géneticos mais produtivos se configura uma ferramenta importante do melhoramento génetico, pois possibilita a obtenção de genótipos mais adaptados às várias condições de cultivo, garantindo adequação aos sistemas de produção agricola (CANTANHÊDE, 2009).

Para que a ampliação da oferta dos produtos e subprodutos dessa importante oleaginosa seja bem sucedida, de forma a atender à crescente demanda da indústria, é necessário desenvolver um pacote de conhecimentos que permitam a obtenção maiores produtividades. Sendo assim, uma opção dentro deste pacote tecnológico é a utilização de estratégias de melhoramento como a avaliação e seleção de cultivares adaptadas a região de cultivo, incluindo assim a região do semi-árido mineiro.

Material e Métodos O experimento foi realizado na Unidade de Pesquisa do Instituto Federal do Norte

de Minas Gerais (IFNMG), Campus Januária, localizado no município de Januária – MG, no período de novembro de 2010 a agosto de 2011. A Unidade fica localizada na latitude 15º 28’ 55’’ S e longitude 44º 22’ 41’’ W, altitude 474 m, clima Aw (tropical úmido com inverno seco e verão chuvoso) de acordo com a classificação de Köppen, apresenta

Page 23: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

21

precipitação média anual de 850 mm, umidade relativa média 60% e temperatura média anual de 27ºC.

Antes da instalação do experimento foi realizada amostragem de solo para a determinação das características químicas, na camada de 0-20 m. O preparo do solo constou de uma aração e duas gradagens. O solo da área experimental apresentava textura arenosa, cujos atributos químicos e físicos estão expressos na Tabela 1. Características químicas e físicas do solo utilizado na área experimental. Januária, MG, IFNMG – Campus Januária, 2013.

Extratores: pH: H2O (1:2, 5); P, K, Zn, Mn, Fe e Cu: Mehlich-x1; Ca2+, Mg2++: KCl 1 mol L1. H+Al: pH SMP; M.O (Matéria Orgânica): colorimetria.

Foram avaliadas as cultivares de porte alto EBDA MPA 11, EBDA MPA 34, Paraguaçu, IAC 80, IAC 226, BRS Nordestina e as de porte baixo Guarani, EBDA MPB 01, IAC 2028, AL Guarani e BRS Energia no sistema de cultivo sequeiro, sendo que cada cultivar representa um tratamento, perfazendo um total de nove.

Como delineamento experimental, utilizou-se o de blocos casualizados (DBC) com três repetições. As parcelas experimentais foram compostas de nove linhas de 6 m de comprimento, espaçadas entre si em 1,0 m e entre plantas de 1,0 m de acordo com as recomendações para a cultivares de porte baixo, totalizando 10.000 plantas ha-1. As cultivares de porte alto, utilizou-se espaçamento 3x1m, totalizando quatro linhas de seis metros de comprimento, perfazendo uma população de 6666 plantas ha-1.

A semeadura foi realizada utilizando três sementes por cova, as quais foram abertas manualmente com auxílio de enxadas. A adubação de semeadura foi realizada de acordo com a recomendação de adubação para a cultura segundo a CFSEMG (1999), a qual constou de 60 kg ha-1 de P2O5 e K2O, utilizados na forma de super simples e cloreto de potássio, respectivamente. A aplicação do adubo foi realizada no fundo de cada cova, sendo posteriormente, coberto com uma pequena camada de solo evitando o contato direto do mesmo com as sementes.

O manejo de plantas daninhas consistiu de capinas manuais, realizadas aos 20 e aos 45 dias após a emergência. As pragas e doenças não atingiram níveis de dano que justificasse controle.

Foram avaliadas as seguintes características de altura média da planta e de racemo primário, número de racemos por planta e percentual de plantas sobreviventes. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de SCOTT-KNOTT a 5% de probabilidade. Utilizou-se o software estatístico SAEG, versão 9.1 para as análises estatísticas (SAEG, 2007).

Resultados e Discussão Apenas as características de altura de planta e porcentagem de plantas

sobreviventes apresentaram efeito significativo (p<0,05) entre as cultivares. Não houve efeitos significativos entre as cultivares avaliadas para características altura do rácemo primário, percentual de plantas sobreviventes e número de rácemo por planta (tabela 2).

Page 24: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

22

Para a altura de planta, observou se que todos os genótipos de porte alto (EBDA MPA 11, EBDA MPA 34, Paraguaçu, IAC 80, IAC 226, BRS Nordestina) não diferiram estatisticamente entre si (tabela 3), apresentando valores médios de altura entre 97,5 a 119,2 cm. O mesmo resultado foi observado para os genótipos de porte baixo, os quais não apresentaram diferenças entre si, sendo os valores médios entre 49,8 e 70,4 cm. Tabela 2. Quadrado médio da altura de planta, porcentagem de sobrevivência, porcentagem de plantas sobreviventes em antese, altura de racemo primário e número de racemos plantas das cultivares de mamoneira. Januária, MG, IFNMG – Campus Januária, 2013.

*, ns significativo a 5% e não significativo.

A precipitação total obtido durante o experimento foi de 500 mm, inferior às

exigências da cultura (700 mmm). Provavelmente, o déficit hídrico tenha comprometido o desenvolvimento das plantas, justificando a grande variação na porcentagem de total de plantas sobrevivente e as em antese, (tabela 3). As cultivares de porte alto apresentaram maior porcentagem total de plantas sobreviventes, exceto a BRS Nordestina. Notou se, que a cultivar EBDA MPB 01 apresentou valor superior de porcentagem de sobrevivência em relação às cultivares de baixo porte (tabela 3). Tabela 3. Altura de planta (cm), sobrevivência (%), plantas sobreviventes em antese (%), altura de racemo primário (cm) e número de racemos plantas das cultivares de mamoneira em sistema de cultivo sequeiro. Januária, MG, IFNMG – Campus Januária, 2013.

/1 Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste SCOTT-KNOTT, ao nível de 5% de probabilidade.

As características de altura do rácemo primário e número de racemos nas cultivares avaliadas não apresentaram diferença significativa entre si. Observou-se que o coeficiente de variação experimental para a característica de número de racemos por planta (41,15) (tabela 2) apresentou valor superior ao relatado na literatura para este componentes de produtividade da cultura. No entanto, para características de produtividade, os coeficientes de variação são na sua maioria alta, determinada, muitas vezes, pelas condições climáticas reinantes (NOBREGA et al., 2010).

Page 25: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

23

Conclusões Houve diferenças significativas para as características altura de plantas e porcentagem de plantas sobreviventes, indicando possibilidade de seleção das cultivares superiores para a região em apreço.

Agradecimentos Á Fapemig pela concessão da bolsa de Iniciação Científica.

Literatura citada CANTANHÊNDE, I. S. de L. Avaliação de novos híbridos de mamona (Ricinus communis L.) em condições de safra e safrinha no município de BARIRI-SP. 2009.53 f. Tese (Doutorado Agronomia). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP. CFSEMG. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5ª Aproximação, CFSEMG, 1999. 359 p. NASCIMENTO, M. S. do. Marcha de absorção de nutrientes em dois híbridos de mamona de porte baixo, 2009. 100 p. (Tese de Doutorado, Agronomia), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP, 2009. NÓBREGA, M. B. de M.; GERALDI, I. O.; CARVALHO, A. D. F. de. Avaliação de genótipos de mamona (Ricinus communis L.) em cruzamentos dialélicos parciais, Bragantia, Campinas, v.69, n.2, p.281-288, 2010. SAEG. Sistema para Análises Estatísticas, Versão 9.1: Fundação Arthur Bernardes, UFV, Viçosa, 2007.

Page 26: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

24

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE COLLETOTRICHUM ORIUNDAS DE ANONÁCEAS COM BASE EM CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E T ESTE

DE PATOGENICIDADE

Cláudia Alves de Almeida1, Tatiane Carla Silva2, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues3 1Acadêmica do curso de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. e-mail: [email protected]; 2Acadêmica do curso de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista “Programa Ciência sem Fronteiras” PUC/Chile pelo CNPq. e-mail: [email protected]; 3Professora do IFNMG/Januária, Dra. Fitopatologia. e-mail: [email protected] Resumo: A antracnose, causada por Colletotrichum sp. pode ocasionar grandes perdas a nível de campo e em pós-colheita. O presente trabalho teve como objetivo identificar espécies de Colletotrichum associadas a pinha, graviola e atemóia com base em características morfológicas das colônias e teste de patogenicidade. Os isolados foram obtidos de tecido vegetal com sintomas de antracnose. A taxa de crescimento micelial e cor da colônia foram avaliadas a 25 e 28°C na ausência e presença de luz. Três isolados oriundos de pinha apresentaram menor TCM e cor da colônia salmão. Todos os isolados de graviola apresentaram maior TCM e cor da colônia cinza claro ou escuro. No teste de patogenicidade as maiores lesões foram observadas na pinha independente do isolado em questão e nos tratamentos com ferimento do tecido. Com base nos dados obtidos pode-se inferir que os isolados de pinha são na sua maioria C. acutatum e os isolados de graviola C. gloeosporioides. Entretanto, para validação dessas informações é necessária a avaliação de outras características. Palavras–chave: pinha, graviola, antracnose, Colletotrichum gloeosporioides

Introdução A família Annonaceae engloba um grupo de plantas frutíferas de importância

econômica no Brasil e em algumas regiões do mundo como a pinha, atemóia e graviola. A doença mais comum nessas culturas é a antracnose ou podridão negra dos frutos. No país, até o momento, só foi relatada a espécie C. gloeosporioides associada a esses hospedeiros, entretanto, há relatos de outras espécies infectando anonáceas em países vizinhos.

Uma proposta de manejo adequado da antracnose parte de conhecimento da diversidade de espécies associadas à doença. Apesar da análise morfológica isoladamente não apresentar resultados consistentes para definição das espécies de Colletotrichum, tem sido a ferramenta mais utilizada. Devido à ausência de estudos para esse patossistema o trabalho objetivou identificar as espécies do fungo associadas a anonáceas com base em características culturais e teste de patogenicidade.

Material e Métodos

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fitopatologia do IFNMG, Campus Januária. Foram obtidos 13 isolados de Colletotrichum, dos quais oito foram analisados. Os isolados IF092, IF098, IF099 foram obtidos de graviola (Annona muricata), o IF086, IF087, IF089 e IF094 de pinha (A. squamosa), o IF006 de atemóia (Annona cherimola x Annona squamosa) e o IF091 de araticum (A. cacans). As culturas monospóricas foram armazenadas em tubos de ensaio contendo meio BDA (Batata-Dextrose-Ágar) a 8°C.

Foi mensurada a taxa de crescimento micelial (TCM) dos isolados nas temperaturas de 25 e 28°C no escuro e a 25°C com 12h de luz. Para isso, um disco de micélio (5 mm) de cada isolado foi repicado para placas de Petri com meio BDA. Diariamente, foram feitas leituras de dois diâmetros ortogonais das colônias, com auxílio de um paquímetro digital. A TCM foi definida pelo incremento diário do diâmetro médio da colônia em relação a avaliação anterior. O experimento foi montado em blocos casualizados com três repetições, sendo cada placa uma repetição. Os valores médios da TCM foram submetidos

Page 27: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

25

à análise de variância e comparados pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% probabilidade.

Avaliou-se também a cor da colônia das placas do experimento descrito acima mantidas a 25oC e 12 h luz, quando estas apresentaram sete dias após a repicagem, com o auxílio da Carta Munsell- Soil Color Charts (Washable-Edition, 2000).

Para a caracterização patogênica folhas de pinha e graviola foram inoculadas com disco de micélio (5mm) dos isolados testados. Folhas apresentando ferimentos promovidos artificialmente e sem ferimentos foram inoculadas na face abaxial e mantidas em câmara úmida por oito dias. A cada dois dias mediram-se as lesões em dois sentidos perpendiculares com auxílio de um paquímetro digital. A testemunha foi inoculada com disco contendo apenas meio BDA. O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial triplo 2x7x2 (ferimento x isolado x hospedeiro) com quatro repetições. Para análise estatística os dados foram transformados para + 0,5. Os diâmetros médios de lesão foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de Scott-Knott ao nível de 1% probabilidade.

Resultados e Discussão

Ocorreu variação na TCM e cor da colônia de acordo com o isolado. A 25oC, independente de luz ou escuro, três dos quatro isolados de pinha apresentaram menor TCM em relação aos isolados de graviola que apresentaram maior TCM. Em relação a cor da colônia os isolados IF099, IF094, IF098 e IF092 apresentaram características semelhantes ao descrito para C. gloeosporioides e os isolados IF086, IF087 e IF089 apresentaram coloração salmão, características comuns de C. acutatum (Sutton, 1992; Brown et al., 1996). É relatado que isolados de C. acutatum crescem em um ritmo mais lento do que os isolados de C. gloeosporioides (Peres et al., 2002) e esta parece ser a única característica cultural realmente estável e que pode promover resultados reproduzíveis, auxiliando a separação das duas espécies (Vinnere, 2004). Neste trabalho, ambas as características, confirmam a identidade de pelo menos duas espécies de Colletotrichum.

Tabela 1. Taxa de crescimento micelial (TCM) e cor da colônia de isolados de Colletotrichum oriundos de anonáceas mantidos em diferentes temperaturas e regime de luz.

aMédias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

No teste de patogenicidade a análise estatística dos dados demonstrou que todos os fatores, independentes ou em interação, apresentaram-se significativos. As lesões desenvolvidas em pinha foram maiores que em graviola para todos os isolados (Tabela 2). Em folhas de pinha, os diâmetros médios de lesão foram iguais, independente da presença do ferimento (p<0.001). Interessantemente, os isolados de graviola foram mais agressivos

Page 28: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

26

em pinha do que no seu hospedeiro de origem. Nos tratamento sem ferimento a lignificação das folhas de graviola e seu revestimento com camada de cera pode ter sido uma barreira para penetração do fungo, demonstrado pelo tamanho reduzido das lesões. O isolado IF091 de Araticum desenvolveu a menor lesão, mesmo no tratamento com ferimento.

Tabela 2. Diâmetro médio da lesão (cm) aos oito dias após a inoculação de isolados oriundos de anonáceas em pinha e graviola em tecido com e sem ferimento.

* significativo ao nível de 1% de probabilidade; a Testemunha; b CF: com ferimento, SF: sem ferimento. Na coluna, em cada interação, as médias seguidas pela mesma letra minúscula e na linha, em cada interação, as médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nível de 1% de probabilidade.

Conclusões

- Com base na TCM e cor da colônia define-se que a maior parte dos isolados de

pinha é C. acutatum e os de graviola C. gloeosporioides; - O teste de patogenicidade não auxiliou na separação dos isolados em espécies,

pois independente da origem, os isolados foram patogênicos em pinha e graviola, porém mais agressivos em pinha;

- Posteriormente, outras características devem ser analisadas para confirmação desses resultados.

Agradecimentos

À FAPEMIG e ao CNPq pela concessão das bolsas de iniciação científica a primeira e segunda autora, respectivamente, e ao prof. Ludwig Heinrich Pfenning da Universidade Federal de Lavras pela orientação nas atividades desenvolvidas.

Literatura citada

LUBBE C.M.; DENMAN S; CANNON P.F.; LAMPRECHT S.C.; CROUS P.W. 2004. Characterization of Colletotrichum species associated with diseases of Proteaceae. Mycologia 96: 1268–1279. PERES, N. A. R..; SOUZA, N. L.; ZITKO, S. E.; and TIMMER, L. W. 2002.Activity of Benomyl for control of postbloom fruit drop of citrus caused by Colletotrichumacutatum. Plant Disease, v. 86, p. 620-624. SUTTON, B.C. 1992. The genus Glomerella and its anamorphColletotrichum In: BAILEY, J.A.; JEGER, M.J. Colletotrichum: biology, pathology and control. Oxon: CAB International. p. 1-26.

Page 29: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

27

VINNERE, O. 2004. Approaches to species delineation in anamorphic (mitosporic) fungi: A study on two extreme cases. Comprehensive Summaries of Uppsala dissertations from the Faculty of Science ad Technology, Uppsala. v.917. 72 p.

Page 30: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

28

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE FÓSFORO EM ABACAXIZEIROS P ÉROLA NO SEMIÁRIDO MINEIRO: RESPOSTA À IRRIGAÇÃO POR GOTE JO E

MICROASPERSÃO

Flávia Caroline Torres Rodrigues¹,José Diego da Silva Mendes¹,Ygho Jackson Muniz de Assis2,Vinicius Lopes de Melo2,Dilermando Dourado Pacheco3

1Acadêmico de Agronomia, IFNMG, campus Januária, Bolsista da FAPEMIG. e-mail: [email protected]@yahoo.com.br 2Acadêmico de Agronomia IFNMG, campus Januária. e-mail: [email protected]. 3Professor IFNMG, campus Januária. DSc. em Fitotecnia, e-mail: [email protected] Resumo: O cultivo do abacaxizeiro é uma alternativa para diversificar a produção agrícola nos perímetros irrigados do norte de Minas Gerais, sendo estimulado pela implantação de indústrias de processamento de polpas na região, sendo de fundamental selecionar cultivares adaptadas as condições climáticas da região. Neste trabalho testou-se o efeito da irrigação por microaspersão e gotejamento no crescimento e acúmulo de P em órgãos vegetativos da cultivar Pérola. Foram realizadas dez épocas de coletas de plantas, dividindo-as em caule e follha, a fim de determinar acúmulo e a partição da massa seca e teores de P nesses dois órgãos. A irrigação por gotejo se mostrou mais eficiente no acumulo de massa seca, enquanto para teores de P nas parte aérea das plantas existiram pouca diferença entre os tipos de irrigação. Palavras–chave: Ananas comosus L., biomassa de folha e caule, conteúdo de P, número de folhas.

Introdução

Recentemente a cultura do abacaxizeiro tem se expandido em áreas irrigadas de Minas Gerais, estimulada pela introdução de agroindústrias, sendo fundamental selecionar cultivares mais adaptadas às condições climáticas do semiárido e utilizar estratégias de convivência com as limitações edafo-climáticas da região.A planta de abacaxi é bastante exigente em nutrientes minerais apesar de o abacaxizeiro apresentar características de adaptação a seca, o uso da irrigação e o estado nutricional são importantes para o crescimento da planta e consequentemente a produção e a qualidade dos frutos (SOUZA, 2000). Entre o meios de economia hídrica encontram-se procedimentos de irrigação localizada por microaspersão e gotejamento. A eficiência desses tipos de irrigação pode ser estimada avaliando a capacidade da planta em acumular massa seca e P, um nutriente muito influenciado pela disponibilidade hídrica do solo.

O mercado para o abacaxizeiro no Brasil é favorável, a variedade Pérola, cultivada pela maioria dos pequenos e médios produtores, atende principalmente ao consumo interno na forma in natura, cuja preferência decorre do menor teor de acidez dos frutos (MANICA, 1999).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento e acúmulo de P em abacaxizeiro Pérola irrigado de modo localizado por microaspersão e gotejamento.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no setor de fruticultura no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas-Campus Januária, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa media de 60% e precipitação média anual de 850 mm.

O preparo do solo da área experimental consistiu em subsolagem-aração-gradagem para remover camadas compactadas. A adubação de plantio, de acordo com a interpretação

Page 31: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

29

da análise de solo,seguiu a recomendação proposta por REINHARDT et al. (2001).As mudas foram transplantadas em espaçamento de 1,5 m entre fileiras duplas, 0,4 m entre ruas na fileira dupla e 0,4 m entre plantas na linha de plantio.

Foram realizadas dez coletas aos 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330, 360, 390 e 420 dias após o transplantio (DAT).A coleta foi feita com a retirada uma planta inteira por parcela, desprezando-se as raízes. A parte aérea das plantas foram lavadas em água corrente e enxaguadas com água destilada. Após isso, procedeu-se a separação de caule e de folhas, e ambos os órgãos tiveram suas massas frescas mensuradas. Após determinar a massa fresca dos órgãos, as amostras foram levadas à estufa à 65°C por 72 horas, a fim de se determinar o acúmulo e a partição da massa seca entre os esses dois órgãos (caule e folha). Também foram determinados os teores de P no caule e nas folhas seguindo. Os teores de P e a produção de biomassa de caule e de folhas foram relacionados para determinar as quantidades acumuladas do nutriente. Todos os dados foram analisados mediante análise descritiva, ou seja, com base na média das observações, sem proceder análise estatística.

Resultados e Discussão

As características MSC, MSF e NFol, quando utilizada irrigação por gotejamento apresentaram maiores valores em todas as épocas, exceto a última, fato que se deve a senescência, ocorrência de doenças e morte de plantas, o que tornou a massa seca foliar menos consistente em comparação a massa do caule. Aos 270 DAT, Coelho et al. (2007) determinaram valores apenas de 26 a 42 g MS da parte aérea, muito inferior aos de 116 e 173 g registrado no cultivo com microaspersão e gotejamento, respectivamente.

Tabela 1: Produção de massa seca de caule e folhas (MSC e MSF), número de folhas (NFol), teores e conteúdos de P em caule e folhas de abacaxizeiro Pérola aos 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330, 360, 390 e 420 dias após o transplantio (DAT).

Fonte: IFNMG, campus Januária,2013.

Os teores de P não foram consistetemente superiores em um dos tipos de irrigação testado. Os teores foliares de 0,13 a 0,3 dag.kg-1 de P (1,3 a 3 g.kg-1) possuíram maior amplitude de variação comparado aos registrados na literatura 2,1 a 2,3 g.kg-1, Ramos (2006); 0,9 a 1,32 g.kg-1, e Coelho et al.(2007). Os teores de P no caule e nas folhas tendem a diminuir ao longo das coletas. Os maiores teores de fósforo foram encontrados

Page 32: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

30

no caule, porem devido a maior quantidade de massa seca nas folhas essas apresentaram maior conteúdo desse elemento. O fósforo (como fosfato) é um componente integral de compostos importantes das células vegetais, incluindo fosfato-acúcares, intermediários da respiração e fotossíntese, bem como os fosfolipídios que compõem as membranas vegetais (RAMOS, 2006).

Conclusões A irrigação por gotejo se mostrou mais eficiente no acumulo de massa seca e P no abacaxizeiro Pérola, possivelmente por ela proporcionar melhor eficiência na distribuição de água na planta, favorecendo seu desenvolvimento.

Agradecimentos A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pelo apoio financeiro na realização do trabalho e concessão de bolsas, ao Instituto Federal do Norte de Minas – campus Januária, pela disponibilização das instalações.

Literatura citada COELHO, R. I.;Lopes J. C.;, Carvalho, A.J.C.; Amaral, J.A.T.;Matta, F.P.;ESTADO NUTRICIONAL E CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO DOABACAXIZEIRO JUPI CULTIVADO EM LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO COM NPK ,Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 6, p. 1696-1701, nov./dez., 2007 MANICA, 1. Fruticultura tropical : 5 Abacaxi, Porto Alegre : Cinco Continentes, 1999. 501 p. RAMOS, M.J.M; CARACTERIZAÇÃO DE SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA DE MACRONUTRIENTES E DE BORO EM ABACAXIZEIRO CULTIVAR IMPERIAL, Universidade estadual do norte fluminense Darcy ribeiro- UENF Campos dos goytacazes- RJ Janeiro – 2006 REINHARDT, D.H.; SOUZA, L.F.S.; CABRAL, R.S. Abacaxi irrigado em condições semi-áridas. Cruz das Almas: EmbrapaMandioca e Fruticultura, 2001. 108p. SOUZA, L. F. Adubação. In: REINHARDT, H. D.; SOUZA, L. F. da 5.; CABRAL, J.R.S, org. Abacaxi. Produção: aspectos técnicos, 2000, Cruz das Almas. Brasília: Embrapa Comunicação e Transferência de Tecnologia, p.30-34, 2000.

Page 33: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

31

TECNOLOGIA E INOVAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE UMBUZEIROS (Spondias tuberosas Arr. Cam) NA MICRO-REGIÃO DE JANUÁRIA SUBMETIDOS À

VARIAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO

Gildarly Costa da Cruz1, Dilermando Dourado Pacheco1

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica e Tecnológica do CNPq Email: [email protected]; 1Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Nutrição mineral e adubação de plantas: [email protected]

Resumo: o umbuzeiro é submetido a pronunciado estresse hídrico durante a estação seca do ano e nas épocas de veranicos durante a estação chuvosa, que se permitem a floração, também restringe sensivelmente a capacidade produtiva de umbus. A hipótese desta pesquisa é que os efeitos negativos desses estresses podem ser diminuídos com irrigação em períodos críticos do desenvolvimento do umbuzeiro. Assim, o objetivo do presente trabalho é desenvolver tecnologias para umbuzeiro testando, em jardim clonal do IFNMG, campus Januária, os efeitos de cultivos sem uso de irrigação; irrigação tão somente durante os períodos de veranico; irrigação durante os meses de outubro a abril; de setembro a maio; e ao longo de todo o ano. Até o momento, após um ano de aplicação dos tratamentos, a irrigação aumentou o vigor vegetativo das plantas, aumentando, visivelmente, nestas o grau de enfolhamento.

Palavras–chave: Spondias tuberosas, irrigação, inovações

Introdução O umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam) é uma das plantas típicas no domínio de Mata Seca, sendo muito comum na micro-região de Januária, MG. O umbuzeiro caracteriza-se pela alta tolerância à seca, pois possui abundância de xilopódios nas raízes, uma estrutura especializada no armazenamento de água e de reservas orgânicas, as quais auxiliam a planta superar o período de estresse hídrico (Mendes, 1990) e caducidade de suas folhas. O principal problema existente hoje na cultura do umbuzeiro é o riscos de diminuição e extinção do germoplasma existente, em decorrência do extrativismo e da implantação de pastagens e agricultura irrigada nas áreas onde o umbuzeiro é nativo, razão pela qual se tornam necessárias medidas que visem à preservação de sua variabilidade genética. Para estabelecer um confiável sistema produção para umbuzeiro é fundamental que se minimize o risco de frustração de safra por clima adverso. Mesmo a planta sendo oriunda do semi-árido brasileiro, é prudente admitir que o período de estresse da estação seca do ano é elevado e incompatível para o umbuzeiro atingir produção satisfatória de frutos. Assim, o problema a ser estudado é minimizar o estresse hídrico pelo qual a cultura do umbuzeiro atravessa ao longo do ano, principalmente nos períodos críticos de desenvolvimento (frutificação) da planta. Este fator que é substancial para aumentar a sua capacidade produtiva. O objetivo do presente trabalho é desenvolver tecnologias para avaliar o estado nutricional de umbuzeiros presentes num jardim clonal do IFNMG, campus Januária, cultivados sob variações de disponibilidade hídrica no solo, comparando o efeito de tratamentos de plantas em cultivo de sequeiro, irrigadas tão somente durante os períodos de veranico, irrigadas durante os meses de outubro a abril, irrigadas durante setembro a maio, e irrigadas ao longo de todo o ano.

Page 34: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

32

Material e Métodos O experimento é conduzido no setor de fruticultura no Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Norte de Minas-Campus Januária, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa media de 60% e precipitação média anual de 850 mm.

A área de fruticultura do IFNMG possui 11 clones de umbuzeiros doados pela EPAMIG (SATURNINO e DIAS, 2011). Trata-se de um jardim clonal a partir da seleção, em todo o norte de Minas Gerais, de plantas que se destacassem na produção de frutos com características superiores quanto ao sabor, tamanho e massa de frutos, relação polpa:caroço, entre outras características. Deste trabalho, alguns materiais foram doados e implantados no IFNMG, campus Januária, estabelecendo-se nessa localidade uma unidade demonstrativa com 11 acessos de umbuzeiro, faz nove anos, distribuídos num espaçamento de 8 x 8 m, com cinco repetições, totalizando 55 plantas. Todas as plantas recebem as mesmas doses de adubo, mas em épocas distintas de acordo com o tratamento, respeitando um conveniente teor de umidade do solo.

O método proposto do seguinte trabalho é a análise de crescimento e nutricional de acessos de umbuzeiros submetidos à variação de disponibilidade hídrica no solo utilizando irrigação localizada por microaspersão:

• Tratamento 1: Irrigação durante todo o período chuvoso Este tratamento consiste no suprimento de irrigação somente nos períodos de

veranico (novembro a março), ou seja, a cada sete dias que não houver precipitação, será feita a irrigação suplementar. Esta irrigação pode ser feita antes do período de sete dias de acordo com o manejo de irrigação feito no experimento que é estabelecido pelas avaliações da estação meteorológicas do IFNMG – Campus Januária.

• Tratamento 2: Irrigação durante os meses de outubro a abril Este tratamento consiste em aumentar a disponibilidade hídrica no solo, com o intuito de reduzir o período de estresse hídrico da cultura do umbuzeiro, aumentando a disponibilidade hídrica um mês antes do período chuvoso e um mês depois do mesmo. Aqui também serão fornecidas as irrigações suplementares no período de veranico.

• Tratamento 3: Irrigação durante os meses de setembro a maio Tratamento que visa o aumento do período de disponibilidade hídrica no solo em quatro meses, ou seja, dois meses antes do período chuvoso que corresponde a novembro, e dois meses depois ao fim deste mesmo período que é o mês de março, observando as irrigações suplementares nos períodos de veranico.

• Tratamento 4: Irrigações durante o período de um ano Tratamento que consiste em irrigar durante o período de um ano e incluindo os períodos de veranico.

• Tratamento 5: Sequeiro Tratamento em que as plantas se sujeitarão ao cultivo de sequeiro, ou seja, sem qualquer suplementação de água de irrigação. Neste, a cultura terá somente a disponibilidade hídrica presente no solo decorrente da pluviosidade.

Os tratos culturais, excetuando a irrigação, serão comuns a todas as plantas. As adubações consistirão de aplicação de fertilizantes orgânicos e minerais de acordo com os teores de nutrientes obtidos através de análise de solo. Entre os tratos culturais, os umbuzeiros serão permanente coroadas, evitando a competição de ervas daninhas, especialmente corda de viola.

Page 35: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

33

Resultados e Discussão

O projeto segue um cronograma de trabalho de acordo com cada mês do ano,

destacando a coleta e analise foliar e biometria da planta. Visivelmente constatou-se que na irrigação iniciada em setembro, ou seja, os tratamentos 3 e 4, as plantas começaram a emitir novas folhas e florir no final de setembro e início de outubro, ressaltando que estas mesmas plantas começavam a florir no final de outubro para novembro de acordo com o ano anterior.

Após dezessete meses de aplicação dos tratamentos, as plantas continuamente irrigadas mantiveram suas folhas e vigor, ressaltando como ponto negativo a maior ocorrência de plantas daninhas devido o diâmetro da irrigação.

As plantas não tem um padrão definido, alguns são extremamente desenvolvidas do que outras, mas aquelas de porte pequeno, que muitas vezes aparentavam-se mortas no inicio da pesquisa, hoje estão totalmente revigoradas, não somente pela aplicação de agua, mas também pelo controle de ervas daninhas e aplicações de adubo.

O tratamento 1 que visa suprir necessidade de agua durante o período chuvoso, ou seja, os veranicos, foi crucial para a boa floração, devido os períodos de veranicos serem muito longos em nossa região e consequentemente acabam comprometendo o desenvolvimento da floração que compromete sua frutificação.

Aparentemente o tratamento 2 que visa irrigações durante o período os meses de outubro, reduziu o estresse hídrico da planta e as mesmas tiveram uma potencialidade maior no período de florescimento devido seu período de estresse hídrico ter sido reduzido As plantas sem uso de irrigação floresceram somente no inicio e final de dezembro, quando as chuvas tiveram uma maior intensidade.

Conclusões

A adoção da irrigação permitiu antecipação do florescimento e maior grau de

enfolhamento do umbuzeiro comparado ao cultivo de sequeiro.

Agradecimentos Agradeço ao CNPq Pela bolsa fornecida a este projeto, uma oportunidade e apoio no

seu desenvolvimento, uma ajuda crucial para a execução do mesmo. Ao professor orientador, Dilermando Dourado Pacheco pela confiança e apoio.

Literatura citada MENDES, B. V. Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.): importante fruteira do semi-árido. Mossoró: ESAM, 1990. 67 p. (Coleção Mosoroense, v. DLXIV). SATURNINO, H.M.; GONÇALVES, N.P. Spondias: umbu, cajá-manga, cajá e seriguela. Eds: RODRIGUES, M.G.V.; DIAS, M.S.C. In: Cultivo tropical de fruteiras. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.32, n.264, p.101-113, 2011. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5a Aproximação.

Page 36: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

34

RIBEIRO, A.C.; GUIMARAES, P.T.G.; ALVAREZ V., V.H. Viçosa, MG, 359p, 1999. LIMA FILHO, J. M. P.; SILVA, C. M. M. de S. Aspectos fisiológicos do umbuzeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.23, n. 10, p.1091-1094, out. 1988.

Page 37: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

35

OCORRÊNCIA DE FUSARIUM SOLANI EM MARACUJAZEIRO NA R EGIÃO DO BAIXO JEQUITINHONHA

Guilherme Sousa Floriano¹, Raquel Nunes Cardoso¹, Fernanda Alves Costa², Stefany Ferreira Silva¹, Jeferson Mateus Dariva³.

¹Estudante do curso Técnico em Agropecuária. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica Júnior (PIBIC-Jr). E-mail: [email protected], [email protected] ²Estudante do curso Técnico em Agropecuária. Bolsita do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM) – IFNMG/FAPEMIG. E-mail: [email protected]; ³Professor do IFNMG Campus Almenara, M. Sc. em Produção Vegetal. Email: [email protected]

Resumo: O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, e a cultura tem sido explorada em diferentes regiões do país. A ocorrência de doenças tem comprometido severamente a produção, e dentre elas, destacam-se as que afetam o sistema radicular das plantas causadas por Fusarium spp.. Em outubro de 2012, em um pomar no município de Almenara – MG, maracujazeiros apresentaram os sintomas de morte prematura, e nove plantas sobreviventes foram submetidos ao processo de isolamento fúngico. De duas plantas que apresentaram sintomas de necrose no sistema radicular, foram obtidos dois isolados de Fusarium sp.. Através do seu cultivo em meios BDA, CLA, SNA e MA, utilização de microscopia óptica e utilização de chave de identificação de espécies de Fusarium, estes dois isolados foram identificados como Fusarium solani. Este é o primeiro relato de F. solani em maracujazeiro na região do baixo Jequitinhonha.

Palavras-chave: Passiflorae edulis Sims f. flavicarpa, etiologia, agente causal

Introdução

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) com uma produção em 2010 estimada em 920.158 t de frutos em uma área de 62.019 ha. O Estado de Minas Gerais tem a quarta maior área colhida, com cerca de 2.432 ha, entretanto possui a quinta posição no ranking da produção com 37.001 t (IBGE, 2011). A cultura do maracujazeiro pode se apresentar como uma boa alternativa aos agricultores familiares da região do Baixo Jequitinhonha, por demandar intensa utilização de mão de obra e apresentar boa valorização do produto, o que viabiliza a produção de maracujá mesmo em pequenas áreas. Dentre os diversos fatores que afetam negativamente a produtividade do maracujazeiro, podem-se destacar as doenças que afetam o sistema radicular e/ou vascular das plantas, que levam as mesmas à morte, diminuindo assim a vida útil dos pomares atacados. A identificação correta do agente causal é etapa imprescindível para a tomada de decisão para a adoção das medidas de controle adequadas. Este trabalho tem como objetivo relatar a ocorrência de Fusarium solani (Mart.) Sacc., (teleomorfo: Nectria haematococca Berk e Br.) em plantas de maracujá com sintoma de morte prematura na região do Baixo Jequitinhonha.

Material e Métodos

Em outubro de 2012, plantas de um pomar de maracujá localizado na área de produção agropecuária, do IFNMG Campus Almenara, em Almenara – MG, apresentaram os sintomas de morte prematura. Após a morte de algumas plantas, foram coletadas nove plantas sobreviventes, sendo que destas, duas (2) se apresentavam em fase inicial de murcha, com sintomas de podridão na região de colo. De cada planta coletada foram retiradas três amostras: parte das raízes, região do colo e uma porção do caule localizada a

Page 38: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

36

aproximadamente dois metros acima da linha do solo. As 27 amostras foram identificadas, e acomodadas em sacos plásticos, armazenadas em caixa térmica e levadas no dia seguinte para análise laboratorial.

Os procedimentos de isolamento fúngico foram realizados no laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) Campus Janaúba. As amostras foram lavadas em água corrente, e cinco fragmentos de aproximadamente 5 mm foram retirados de cada amostra. Nas amostras onde os sintomas de necrose eram visíveis, os fragmentos foram retirados das regiões limítrofes entre tecido doente e tecido sadio. Em ambiente asséptico, em câmara de fluxo laminar, os fragmentos de tecido vegetal passaram pelo processo de desinfestação superficial, através de imersões em solução de etanol 70% por 30 segundos; e imersão em hipoclorito de sódio 1% de cloro ativo durante 30 segundos. Após, os fragmentos foram lavados por três vezes, em submersão em água destilada e autoclavada e colocados para secar em folhas de papel filtro esterilizadas. Após secos, os fragmentos foram transferidos para placas de Petri de 9 cm de diâmetro, contendo meio de cultura AA (Ágar Água). Em um intervalo de três dias, as placas foram observadas diariamente para a detecção do aparecimento de micélio no meio de cultura. Extremidades das hifas das colônias formadas em AA foram repicadas para placas de Petri contendo meio de cultura SNA (Synthetic Nutrient-poor Agar). Após isolamento fúngico, cada isolado foi transferido para quatro meios de cultura: SNA, CLA (Carnation Leaf – piece Agar), MA (Malte Ágar), e BDA (Batata Dextrose Ágar). O desenvolvimento dos fungos em BDA serviu para avaliar a coloração das colônias, e o desenvolvimento nos meios SNA, CLA e MA para produção de estruturas fúngicas utilizadas na identificação das espécies. As estruturas microscópicas foram avaliadas com auxílio de microscópio óptico, com aumentos de 50, 100 e 400 vezes. A identificação da espécie foi realizada seguindo a metodologia de Booth (1977).

Resultados e Discussão

Das nove plantas coletadas, somente duas deram origem a isolados de Fusarium sp. Estas duas plantas apresentavam sintomas de murcha e definhamento da parte aérea, e necrose no sistema radicular, principalmente na raiz pivotante (Figura 1 A). Em ambos os casos, obteve-se o isolamento de Fusarium sp. somente dos fragmentos retirados do sistema radicular. Os dois isolados apresentaram coloração creme em meio BDA, e para ambos foi possível visualizar a formação de microconídios em estruturas denominadas de “falsas cabeças”, em fragmentos de meio SNA (Figura 1 B). Ambos apresentaram abundância de micélio aéreo em meio SNA; microconídios com formatos variados, (oval e cilíndrico) com número de septos variando entre zero e um (Figura 1 C); clamidósporos lisos e ornamentados, em meios SNA (Figura 1 D); macroconídios em esporodóquios, formados nos meios CLA e MA, possuindo de três a seis septos, medindo entre 35 e 50 µm, e com formato fusóide com pouca curvatura (Figura 1 E); e finalmente, fiálides laterais longas e finas (Figura 1 F), típicas da espécie F. solani. As características de colônia e das estruturas microscópicas dos dois isolados estudados estão de acordo com aquelas descritas por Nelson et al. (1983) e Booth (1977) para a espécie F. solani.

Page 39: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

37

Figura 1. Raiz de maracujazeiro com sintoma de necrose na raiz pivotante (A); microconídios em “falsas cabeças” (B); microconídios (C); clamidósporos (D); macroconídios (E); e fiálide longa (F).

Este ainda é um resultado preliminar, o trabalho continua em fase de execução e para a determinação de F. solani como agente causal da doença que atacou as plantas analisadas está sendo realizado o teste de patogenicidade com os isolados em questão.

A cultura do maracujazeiro, bem como outras frutíferas tropicais como goiabeira e abacaxizeiro, apesar de apresentarem grande potencial para a atividade da fruticultura irrigada para regiões de clima tropical com déficit hídrico, como é o caso do Baixo Jequitinhonha, ainda encontram-se com produção muito restrita, e merecem maior atenção dos órgãos de pesquisa e extensão em agropecuária. É imprescindível que se conheçam os fatores que influenciam na produtividade destas culturas. Este é o primeiro relato da ocorrência de F. solani em maracujazeiro na região, e esta informação é de suma importância para o planejamento da instalação de novos pomares de maracujá na região. No campo, as doenças que afetam o sistema radicular do maracujazeiro são muitas vezes confundidas pelos agricultores e técnicos que trabalham com manejo da cultura. A falta de precisão na descrição dos sintomas prejudica a diagnose correta da doença, e muitas vezes resulta no equívoco quanto ao agente causal. A morte prematura do maracujazeiro pode ser provocada também por outros patógenos, como F. oxysporum Schelecht. f. sp. passiflora Purss e Phytophthora spp.. A etiologia correta da doença é imprescindível para a tomada de decisão do seu controle, levando em consideração que estes patógenos possuem gamas de hospedeiro e estratégias de sobrevivência diferentes. Ao contrário de F. oxysporum f. sp. passiflorae que é um patógeno específico a família Passifloracea (GARDNER, 1989), F. solani é capaz de infectar plantas de outras famílias, como leguminosas, cucurbitáceas e solanáceas (KOLATTUKUDY e GAMBLE, 1995), e desta forma, todo planejamento de rotação de culturas, tida como principal estratégia de controle da doença deve ser repensado, com base no agente causal.

Conclusões

Este é o primeiro relato de F. solani em maracujazeiro na região do Baixo Jequitinhonha.

Agradecimentos

Os autores manifestam agradecimento ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas gerais (IFNMG) pela concessão das bolsas. À Universidade Estadual de

Page 40: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

38

Montes Claros (UNIMONTES) pela disponibilização do laboratório de Fitopatologia do Campus Janaúba e ao IFNMG Campus Almenara pelo material, transporte e estrutura física para a realização deste trabalho. Os autores manifestam também agradecimento especial à professora Dra Adelica Aparecida Xavier, por todo apoio dado.

Literatura citada

BOOTH, C. Fusarium: Laboratory guide to the identification of the major species. Kew: Common Wealth Mycological Institute, 1977. 58 p..

GARDNER, D. E. Pathogenicity of Fusarium oxysporum f. sp. Passiflorae to banana poka and other Passiflora spp. in Hawaii. Plant Disease, Saint Paul, v. 73, p. 476-478, 1989.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Maracujá: área plantada e quantidade produzida. Brasília, 2011. (Produção Agrícola Municipal, 2010). Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pam/2010/PAM2010_Publicacao_completa.pdf > Acesso em: 10 de janeiro de 2013.

KOLATTUKUDY, P. E.; GAMBLE, D. L. Nectria Haematococca In: Pathogenesis and Host Specificity in Plant Diseases. Eds. KOHMOTO, K., SINGH, U. S.; SINGH, R. P. New York: 1995. v. 2, p. 83–101.

NELSON, P. E.; TOUSON, T. A.; MARASSAS, W. F. O. Fusarium species, an illustrated manual for identification. University Park: Pennsylvania State University Press, 1983. 193p.

Page 41: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

39

QUALIDADE DO TOMATE CEREJA SOB CULTIVO ORGÂNICO

Hilton Lopes Galvão1, Sebastião Lourenço Henrique2, Josedir Lopes Araújo3, Vitória Rodrigues Teixeira4, Crescêncio F. de Souza Neto5, Adriane Fernandes Rocha6, Diego Figueiredo Vargas7

1 Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Fitotecnia. Email: [email protected] 2 Professor do IFNMG/Arinos. Email: [email protected] 3 Tecnico em Agropecuária – IFNMG -Campus Arinos. [email protected] 4,5,6,7Acadêmicos do Técnico em Agropecuária - Campus Arinos4,5 Bolsistas PIBIJr – FAPEMIG 6,7 Bolsistas PIBIJr – CNPq

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do manejo orgânico sobre a qualidade do tomate cereja. O cultivar comercial ISLA® 261 foi produzido em sistema de cultivo orgânico na área experimental do IFNMG - Campus Arinos, em Arinos/MG, no período de maio a outubro de 2012. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições. O s tratamentos aplicados foram: Tratamento A: Com posto orgânico; Tratamento B: biofertilizante anaeróbico e consórcio com leguminosa; Tratamento C: Adubação verde incorporada e Biofertilizante anaeróbico; Tratamento D: Adubação química; e o Trat amento E - Testemunha. A época de colheita considerada foi 30 dias após aparecimento dos primeiros frutos maduros e logo após a colheita estes foram levados para o laboratório de química do Campus, para avaliação do seu peso médio e ratio (relação ºBrix/%acidez). Observou-se que não houve diferença significativa em relação ao peso médio dos frutos tomateiros sob os Tratamentos D, A, C e E, sendo que os frutos destes apresentaram peso médio significativa mente superior aos do Tratamento B. Observou-se que o manejo orgânico implicou em maiores valores de ratio de frutos comparado com os do convencional, apesar de apenas a adubação verde (Tratamento C) ser significativamente superior este manejo. Conclui-se que o manejo orgânico melhora a característica sensorial do tomate cereja se m implicar em diminuição significativa no peso médio dos frutos.

Palavras–chave: Biofertilizante, tomateiro, composto orgânico, adubação verde

Introdução

Atualmente, a crescente demanda por hortaliças de alta qualidade te m contribuído

para o investimento em novos sistemas de cultivo, como o sistema orgânico, já que cultivo convencional, como forma de garantir a produtividade, utiliza elevadas quantidades de insumos e agroquímicos referenciados como fonte de problemas ambientais e para a saúde humana (BORGUINI, 2006). Tais observações, por si mesmas, chamam a atenção para o potencial deste novo nicho de consumo e para a necessidade da implementação de análises sobre o tema, existindo controvérsias sobre os alimentos orgânicos, principalmente, quando são classificados como mais nutritivos e seguros devido à escassez de dados científicos que assegurem tais vantagens em relação ao convencional. Como ma terial de estudo para o projeto proposto sugerimos o fruto do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.), que atualmente é a principal hortaliça em termos de volume de produção e a segunda em termos de área plantada no Brasil (Food and Agricultural Organization - FAO, 2007), sendo uma das principais font es para o suprimento de diversos nutrientes importantes à dieta humana (WILLCOX et al., 2003). Embora a destacada importância do tomateiro no Brasil, ainda são escassas as informações sobre as características de qualidade deste produto, como atributos físico-químicos e nutricionais, principalmente dos produtos cultivados em sistema orgânico (BORGUINI, 2006). Considerando-se o aumento da demanda e também do interesse do consumidor pelos produtos da agricultura orgânica foi proposta a avaliação da qualidade do tomate cereja em diferentes sistemas de cultivo com a finalidade de verificarmos cientificamente as alegações de superioridade atribuídas aos orgânicos.

Page 42: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

40

Material e Métodos O tomate cereja cultivar comercial ISLA® 261 foi produzido em sistema orgânico

na área experimental do IFNMG - Campus Arinos, em Arinos/MG, (Latitude: -15.9054, Longitude: -46.1088 15° 54′) no período de maio a outubro de 2012. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições. A semeadura ocorreu em tubetes com substrato orgânico comercial e as mudas serão transplantadas com 25 a 30 d ias pós-emergência seguindo o espaçamento de 1,0 x 0,6 m, com um total de 24 plantas em cada parcela. A distância entre as parcelas respeitou a distância de 1,0 m. Os tratamentos foram: Tratamento A = composto orgânico constituído de esterco de galinha, esterco de gado fresco e grama esmeralda na proporção de 1:2:7. O preparo do composto orgânico foi realizado com 90 dias de antecedência ao transplantio. Na ocasião do transplantio foi aplicado cerca de 1,0 Kg do composto por cova e foram realizadas as adubações de cobertura com 15 e 25 dias após transplantio utilizando 250 g de composto por vez. Tratamento B = o plantio foi consorciado com feijão caupi ( Vigna unguiculata (L.)) que foi plantado concomitantemente ao transplantio das mudas do tomateiro, no meio de suas entrelinhas, em fileira dupla, seguindo o espaçamento 0,2 x 0,2 m. O biofertilizante foi anaerobicamente preparado somente com água e esterco bovino fresco, com 40 dias de antecedência ao transplantio. A aplicação continha cerca de 0,5 L de biofertilizante por cova no decorrer do transplantio da s mudas, seguindo duas aplicações, de 0,125 L cada , na cobertura (15 e 25 dias após transplantio). Tratamento C = adubação verde (feijão caupi) com 90 dias de antecedência ao transplantio do tomateiro. A incorporação deste adubo verde foi realizada urante a inflorescência do mesmo. Durante o transplantio foi utilizado biofertilizante anaeróbico (processo descrito no Tratamento B), assim como a adubação de cobertura (também descrito anteriormente no Tratamento B). Tratamento D = transplantio das mudas do tomateiro com adubação química nas c ovas, onde a quantidade e composição aplicada foi conforme o resultado da análise de solo seguindo a recomendação da 5ª APROXIMAÇÃO (RIBEIRO et al . 1999), assim como as adubações de cobertura, utilizando uréia aos 15 e 25 dias após o transplantio. Tratamento E (Testemunha) = não foi utilizado nenhum tipo de adubação. Todas as parcelas foram irrigadas por gotejamento e receberam cobertura morta de grama esmeralda, em toda sua produção, ainda no transplantio. As ervas daninhas foram removidas a mão e o controle de pragas e doenças foram realizados com aplicação foliar de solução de Nim (Azadirachta indica), calda bordalesa, leite, armadilhas luminosas e urina de vaca, além do biofertilizante anaeróbico citado anteriorment e, em todas as parcelas. Somente 04 plantas centrais de cada parcela foram amostradas para avaliação de produtividade e características de qualidade d e frutos. A época de colheita considerada foi 30 dias após aparecimento dos primeiros frutos maduros. O s frutos logo após a colheita foram levados para o laboratório de química do Campus Arinos para realização das avaliações físico-químicas. Os parâmetros avaliados foram: Peso médio dos frutos; Teor de sólidos solúveis totais (SST = º Brix) e acidez titulável (% ácido cítrico). Os dados foram submetidos a analise de variância e teste de Tukey de médias (p ≤ 0,05).

Resultados e Discussão

Observou-se que, com exceção do cultivo do tomate em consórcio

com o feijão caupi (Tratamento B), não houve diferença significativa em relação ao peso médio dos frutos tomateiros, independentemente dos trata mentos aplicados (Figura 1). Os valores de peso médio dos frutos encontrado foram: 24,4; 23,6; 23,6 e 23,1 g/fruto,

Page 43: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

41

respectivamente, para o cultivo convencional (Tratamento D), composto orgânico (Trata mento A), adubação verde incorporada (Tratamento C) e testemunha (Tratamento E). O consorcio do tomate cereja com o feijão caupi (Tratamento B) implicou em menor peso médio de frutos (18,3 g/ fruto), diferindo significativamente dos frutos dos de mais tratamentos.

O ratio, relação de ºBrix/acidez, nas amostras cultivadas nos sistemas convencional e orgânico variou de 13,45 a 16,53. Observou-se que cultivos do tomateiro sob diferentes tratamentos em sistema orgânico de produção apresentaram maiores valores para ratio 16,53; 15,33 e 14,96, respectivamente para os tratamentos C, A e B . Enquanto que os frutos produzidos sob sistema convencional apresentaram valor de ratio médio de 14,18 e frutos da testemunha tiveram menor valor de ratio (13,45). Uma das características negativas dos frutos do tomateiro está relacionada ao seu grau de acidez, pois o fruto que se revela excessivamente ácido é rejeitado para o consumo, principalmente pela população brasileira, cujo hábito parece priorizar o consumo de alimentos sem tal característica, conforme observado por Borguini (2006). A percentagem de sólidos solúveis totais, indicada pelo ºBrix, que inclui os açúcares, e a acidez total titulável, representada pelo ácido cítrico, influenciam o sabor deste fruto (BORGUINI, 2006).

Figura 1 – Efeito do manejo orgânico sobre o peso médio do tomate cereja. Arinos – MG, 2012. Médias seguidas de mesma letra não apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05).

Page 44: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

42

Figura 2 – Efeito do manejo orgânico sobre o ratio do tomate cereja. Arinos – MG, 2012. Médias seguidas de mesma letra não apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05).

Conclusões

Conclui-se que tanto a adubação verde quanto a utilização de composto orgânico

podem ser aplicados na produção de tom ate cereja como alternativa ao uso de fertilizantes quí micos sem implicar em diminuição significativa no p eso médio dos frutos. Conclui-se também que o manejo orgânico na cultura do tomateiro implicou na qualidade sensorial para a variedade estudada correlacionando-se com o sabor ácido e em melhor aceitação do produto.

Agradecimentos

FAPEMIG e CNPq pelo apoio Financeiro aos bolsistas PIBIC Jr.

Literatura citada

BORGUINI, R. G. Avaliação do potencial antioxidante e algumas características d o tomate (Lycopersicon esculentum) orgânico em co mparação ao convencional. 2006. 178 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública)– Faculdade de Saúde Públi ca, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em:< http://www.teses.usp.br/teses/di sponiveis/6/6133/tde-14082006-153722/pt-br.php>. Acesso em: 29/01/2013.

FOOD AGRICULTURE ORG ANIZATION. El codex alimentarius: directrices para la producción, elaboración, etiquetado y comercialización de alimentos producidos orgánicamente. Roma, 007. Disponível em: <http://www.fao.org>. Acesso em: 07 de fevereiro 2012.

WILLCOX, J.K.; CATIGNANI, G.L.; LAZARUS, S. Tomatoes and cardiovascular hea lth. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, .43, p.1-18, 2003. Disponível em: < http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/10408690390826437> . Acesso em; 27/01/20 13.

Page 45: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

43

RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES , P.T.G.; ALVAREZ, V.; V.H. (Ed.) Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5ª Aproximação. Viçosa: CFSEMG, 1999. 359 p

Page 46: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

44

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE FÓSFORO EM ABACAXIZEIROS S mooth cayenne NO SEMIÁRIDO MINEIRO: RESPOSTA À IRRIGAÇÃO POR GOTEJO

E MICROASPERSÃO

José Diego da Silva Mendes¹, Flávia Caroline Torres Rodrigues1, Dilermando Dourado Pacheco2, Vinícius Lopes de Melo1, Fernando Mendes Barbosa1

1Acadêmicos de Agronomia, IFNMG, campus Januária, Bolsista da FAPEMIG. e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; 2Professor IFNMG, campus Januária. Doutor em Fitotecnia, e-mail: [email protected]

Resumo: O cultivo do abacaxizeiro nos perímetros irrigados do norte de Minas Gerais é uma das principais alternativas para atender às demandas de indústria de processamento de polpa recentemente implantada na região. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e o acúmulo de fósforo (P) ao longo de estádios fenológicos de abacaxizeiro Smooth cayenne em cultivo irrigado por gotejo e microaspersão. As características MSC, MSF, número de folhas e conteúdo de P apresentaram maiores valores nas plantas irrigadas por gotejamento na miaoria das épocas. O teor de P no caule e folhas das plantas pouco diferiram em função do tipo de irrigação adotado.

Palavras–chave: Ananas comosus L., biomassa de folha e caule, número de folhas, teor

Introdução

Recentemente a cultura do abacaxizeiro tem se expandido em áreas irrigadas de

Minas Gerais, principalmente nos Perímetros Públicos de Irrigação, como o Projeto Jaíba e Gorutuba, localizados respectivamente nas cidades de Jaíba, Matias Cardoso e Nova Porteirinha, estimulada pela introdução de agroindústrias. O mercado para abacaxizeiro destinado à produção de suco – principalmente a partir da variedade Smooth cayenne – é favorável, mas é necessário que haja organização entre os produtores do norte de Minas Gerais para planejar crescimento da cultura e dimensionar a oferta ao mercado, sendo imprescindível a readequação do manejo cultural. Neste contexto é fundamental utilizar estratégias de convivência às restrições edafo-climáticas locais. Entre o meios de economia hídrica encontram-se procedimentos de irrigação localizada por microaspersão e gotejamento. A eficiência desses tipos de irrigação pode ser estimada avaliando a capacidade da planta em acumular massa seca e P, um nutriente muito influenciado pela disponibilidade hídrica do solo. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento e acúmulo de P em abacaxizeiro Smooth cayenne irrigados de modo localizado por microaspersão e gotejamento.

Material e Métodos

O experimento é conduzido no setor de fruticultura no Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas-Campus Januária, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa media de 60% e precipitação média anual de 850 mm. O preparo do solo da área experimental consistiu em subsolagem-aração-gradagem para remover camadas compactadas, destoroar e nivelar o solo. A adubação de plantio, de acordo com a interpretação da análise de solo, seguiu a recomendação proposta por REINHARDT et al. (2001). As mudas foram transplantadas em fileiras duplas (1,5 x 0,4 x 0,4 m). Testou-se a variedade Smooth cayene irrigado por microaspersão e gotejamento.

Page 47: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

45

Cada gotejador foi implantado ao centro de quatro plantas, distribuindo uma fileira de irrigação ao centro de cada fileira dupla. Os microaspersores foram distribuidos a cada 4 m, com as mangueiras de irrigação distribuídas ao centro das fileiras dupla.

Foram realizadas amostradas plantas aos 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330, 360, 390 e 420 dias após o transplantio (DAT). Após retirada das plantas, as raízes das mesmas foram desprezadas. As partes aéreas foram lavadas em água corrente e enxaguadas com água destilada. Após isso, separou-se o caule das folhas e ambos os órgãos tiveram suas massas frescas mensuradas. As amostras foram secadas em estufa à 65°C por 72 h e pesadas para determinar o acúmulo e a partição da massa seca entre os dois órgãos. Também foram determinados os teores de P no caule e nas folhas seguindo metodologia proposta por Malavolta et al. (1987). Os teores de P e produção de biomassa de caule e de folhas, foram relacionados para determinar as quantidades acumuladas do nutriente. Todos os dados foram analisados mediante análise descritiva, ou seja, com base na média das observações, sem proceder análise estatística.

Resultados e Discussão

As características MSC, MSF, número de folhas e conteúdo de P apresentaram

maiores valores nas plantas irrigadas por gotejamento em todas as épocas, exceto a última avaliada (Tabela 1). Apenas o teor de P não foi consistetemente superior em um dos tipos de irrigação testado. Coelho et al. (2007) obtiveram de 30 a 45 folhas aos 270 DAT de abacaxizeiro, coerentre ao encontado na presente pesquisa em semelhante época de avaliação, mesmo tendo os referidos autores trabalhado com mudas oriundas de seccionamento de caule, que demoram mais a se desenvolver comparado àquelas do tipo filhote adotadas neste trabalho. Em mesma época, tais autores determinaram valores apenas de 26 a 42 g MS da parte aérea, muito inferior aos de 174 e 298 g registrado no cultivo com microaspersão e gotejamento, respectivamente. Os teores foliares de 0,1 a 0,38 dag.kg-1 de P (1 a 3,8 g.kg-1) possuem maior amplitude de variação comparado aos registrados na literatura – 0,9 a 1,1 g.kg-1, Guaggio et al. (1996) apude Ramos (2006); 2,1 a 2,3 g.kg-1, Ramos (2006); 0,9 a 1,32 g.kg-1, Coelho et al. (2007) e 1,6 a 2,3 g.kg-1, Coelho (2009).

Tabela 1: Produção de massa seca de caule e folhas (MSC e MSF), número de

folhas (NFol), teores e conteúdos de P em caule e folhas de abacaxizeiro Smooth cayenne aos 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330, 360, 390 e 420 dias após o transplantio (DAT). Fonte: IFNMG, campus Januária, 2013.

Page 48: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

46

Conclusões O crescimento e o acúmulo de P foram mais expressivos no abacaxizeiro Smooth

cayenne irrigado por gotejamento quando comparada à microaspersão. A maior eficiência do gotejamento é explicada pela melhor distribuição de água no solo, favorecendo assim superior desempenho da planta.

Agradecimentos

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pelo

apoio financeiro na realização do trabalho e concessão de bolsas, ao Instituto Federal do Norte de Minas – campus Januária, pela disponibilização das instalações e equipamentos.

Literatura citada

REINHARDT, D.H.; SOUZA, L.F.S.; CABRAL, R.S. Abacaxi irrigado em condições semi-áridas. Cruz das Almas: EmbrapaMandioca e Fruticultura, 2001. 108p. Disponível em: https://www.google.com.br/#hl=pt&tbo=d&q=GUAGGIO+1996+calagem&oq=GUAGGIO+1996+cala gem&gs_l=serp.3...56761.58566.0.59089.0.0.0.0.0.0.0.> Acesso em 01/02/2013. COELHO, R.I ;CARVALHO, A.J.C.; THIEBAUT, J.T.L.; SOUZA, M.F. Teores Foliares de Nutrientes em Mudas do Abacaxizeiro ‘smooth cayenne’ em Resposta à Adubação. REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS.2009. Disponível em http://www.nutricaodeplantas.agr.br/site/culturas/outras%20culturas/abacaxi.php Acesso em 25/01 2013 COELHO, R.I; LOPES, J.C.; CARVALHO, A.J.C; AMARAL, J.A.T.; MATTA, F.P. Estado Nutricional e Características de Crescimento do Abacaxizeiro Cultivado em Latossolo Amarelo Distrófico em Função da Adubação com npk. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 6, p. 1696-1701, nov./dez., 2007. Disponívem em <http://www.scielo.br/pdf/pab/v42n2/01.pdf> Acesso em 29/01/2013. COELHO, R.I; CARVALHO, A.J.C; MARINHO,C.S.; LOPES, J.C; PESSANHA, P. G. O. Resposta à Adubação com Uréia, Cloreto de Potássio e Ácido Bórico em Mudas do Abacaxizeiro ‘smooth cayenne’. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 29, n. 1, p. 161-165, Abril 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v30n3/31210.pdf> Acesso em 28/01/2013. RAMOS,M.J.M. Caracterização de Sintomas de Deficiência de Macronutrientes e de Boro em Abacaxizeiro. CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ Janeiro– 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 204X2004001000008 >Acesso em 20/01/2013.

Page 49: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

47

NUTRIÇÃO POTÁSSICA E MAGNESIANA EM BANANEIRA, CULTI VAR NANICA, IRRIGADA COM ÁGUA SUBTERRÂNEA NO NORTE DE M INAS

GERAIS

Kivison Raysllan Ferreira Sobral¹, Wallison Fagundes Jacome², Sérgio Ferreira Alcântara³, Dilermando Dourado Pacheco4

¹Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária.Bolsista de iniciação científica do CNPq. Email: [email protected] ²Acadêmico de Agronomia - IFNMG/Januária.Email: [email protected] “in memorian”. ³Acadêmico em Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Januária, D.Sc Fitotecnia. Email: [email protected] Resumo: Ao contrário das águas superficiais, as águas subterrâneas têm elevada concentração de carbonato de cálcio, o que promovem alterações nas características químicas do solo, elevando o pH e os teores de cálcio e sódio, o que ocasiona complicações nutricionais nos bananais, quando estas são utilizadas para irrigação. O presente trabalho tem como objetivo determinar a produção e os aspectos de nutrição mineral de magnésio e potássio em bananeira Nanica, irrigada com água subterrânea no norte de Minas Gerais. Os tratamentos foram definidos pela combinação de doses de Mg e K, testando-se as doses de 0; 10,0; 20,0 30,0 e 50,0 g/família/trimestre de Mg e de 0, 40,0; 80,0; 120,0 e 160,0 g/família/mês de K2O, utilizando as fontes sulfato de magnésio e cloreto de potássio. Estão sendo coletadas amostras de folhas no momento em que a planta entra no estádio de florescimento e também, mensura as relações alométricas de folha e pseudocaule. A amostragem de folha é feita coletando a porção mediana da terceira folha, que serão secas, ensacadas, moídas e analisadas, determinando-se a composição química. A produtividade da bananeira será determinada quando da colheita dos cachos. Não se podem tirar conclusões por não ter finalizado este experimento, que encontra-se em andamento e ainda sem dados amostrais suficientes para gerar possíveis análises. Palavras chave: água subterrânea; equilíbrio nutricional; Musa sp; relação Ca:Mg:K

Introdução

O cultivo de banana irrigada com água subterrânea tem se intensificado na região semi árida do norte de Minas Gerais, devido, principalmente, ao clima favorável e a expansão de fronteiras agrícolas de frutíferas. O cultivo de banana vem crescendo a cada ano e demonstrado uma grande fonte de emprego e renda no Brasil. Em Minas Gerais, mais especificadamente na região norte, tem ocorrido uma expansão produtiva de bananeira. Um bom exemplo é o Projeto Jaíba, que produz banana de alta qualidade com alto investimento tecnológico para abastecer o mercado nacional e internacional. Em regiões semi áridas, como o norte de Minas Gerais, onde não se tem água superficial que comporte a irrigação em grandes áreas de cultivo, o recurso é trabalhar com água subterrânea, mas esta tem fatores que agravam o desenvolvimento satisfatório da cultura. O principal fator que afeta o desenvolvimento da bananeira são os altos teores de carbonato de cálcio presente nas águas. Bananeiras exigem uma adequada relação de Ca (cálcio): Mg (magnésio):K (potássio), normalmente 3:1:0,5. As elevadas quantidades de Ca fornecidas pela água subterrânea faz com que a recomendação de fertilizantes contendo Mg e K seja elevada, o que é quase sempre economicamente inviável. Assim, os fertilizantes devem ser fornecidos da maneira mais parcelada possível, pois a saturação por base do solo, normalmente acima de 90%, dificulta a retenção de nutrientes no complexo de troca e facilita a perda dos mesmos por lixiviação.

O objetivo desse trabalho é determinar a produção e os aspectos da nutrição mineral de magnésio e potássio em bananeira Nanica irrigada com água subterrânea no norte de Minas Gerais.

Page 50: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

48

Materiais e métodos

O experimento está sendo conduzido no setor de fruticultura do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Norte Minas Gerais - Campus Januária, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa media de 60% e precipitação média anual de 850 mm.

O presente experimento está sendo realizado com a bananeira Nanica (segundo ciclo), espaçadas em 3,0 x 2,5 m, irrigada com água subterrânea. Os tratamentos foram definidos pela combinação de doses de Mg e K, testando-se as doses de 0; 10,0; 20,0 30,0 e 50,0 g/família/trimestre de Mg e de 0, 40,0; 80,0; 120,0 e 160,0 g/família/mês de K2O, utilizando as fontes sulfato de magnésio e cloreto de potássio, respectivamente, combinadas de acordo com a matriz experimental do Quadrado Duplo, totalizando 13 tratamentos, dispostos no delineamento de blocos casualizados, com três repetições. As combinações das doses de Mg e K2O, em g/família, pela referida matriz serão respectivamente as seguintes: (0, 0); (20, 0); (50, 0); (10, 40); (30, 40); (0, 80); (20, 80); (50, 80); (10, 120); (30, 120); (0, 160); (20, 160) e (50, 160). Cada parcela corresponde um total de 4 plantas. As doses dos demais nutrientes, incluindo N, P e micronutrientes, foram determinadas de acordo com as exigências nutricionais da bananeira, seguindo as recomendações sugeridas por SILVA et al., 1999 a partir das análises regulares de amostras de solo e de folha.

Estão sendo coletadas amostras de folhas no momento em que a planta entra no estádio de florescimento. As amostras de folhas será feita coletando a porção mediana da terceira folha. As amostras foliares serão secas em estufa de circulação forçada de ar a 65 ºC por 72 horas e posteriormente ensacadas, moídas e analisadas, determinando-se a composição química. Os teores de N-total (nitrogênio total) serão determinados pelo método Kjeldahl (TEDESCO, 1985), de P pelo método da vitamina C (BRAGA e DEFELIPO, 1974), de S por turbidimetria de sulfato, de Ca, Mg, Cu, Zn, Fe e Mn por espectrofotometria de absorção atômica e de B por digestão via seca (MALAVOLTA et al., 1989).

No momento da coleta das folhas mensura-se a altura de emissão da inflorescência, comprimento e largura da terceira folha, circunferência do pseudocaule a 0,30 e 1,30 metros de altura e contagem do número de folhas na planta

A produtividade da bananeira será determinada quando da colheita dos cachos, mensurando a massa total destes. Também será feita a contagem de frutos por cacho, número de pencas, massa do engaço, massa e número de frutos só da segunda penca e coleta de três frutos na região central da segunda penca e suas respectivas massas para efetuar análises da composição química destes.

Os dados de produção, características das plantas e de composição mineral das folhas indicadoras e frutos serão submetidos à análise de variância. Em seguida, havendo significância entre os tratamentos, será aplicada análise de regressão, selecionando o modelo com maior significância dos coeficientes dos parâmetros e de melhor explicação biológica.

Resultados e discussão

O presente experimento encontra-se em andamento e as atividades estão sendo desenvolvidas de acordo com o programado.

Page 51: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

49

Conclusões

O presente experimento encontra-se em andamento e as atividades estão sendo desenvolvidas de acordo com o programado. Portanto, ainda não se podem tirar conclusões por não ter finalizado este experimento.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela concessão de bolsa, ao Instituto Federal do Norte de Minas – campus Januária, pela disponibilização das instalações e equipamentos.

Literatura citada

BRAGA, J. M.; DEFELIPO, B. Determinação espectrofotométrica de fósforo em extrato de solos e plantas. R. Ceres, v. 21, p. 73-85, 1974. SILVA, J.T.A. da; BORGES, A.L.; MALBURG, J.L. Solos, adubação e nutrição da bananeira. Informe Agropecuário, v.20, p.21-36, 1999. TEDESCO, H.J.; VOLKWEISS, S.J. & BOHNEN, H. Análises de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Rio Grande do Sul, 1985. 50p. (Boletim Técnico, 5) MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: POTAFOS, 1989. 201p.

Page 52: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

50

RESPONSIVIDADE DA CULTURA DO MILHO, CULTIVADA EM SO LO ARENOSO EUTRÓFICO, A DIFERENTES DOSES DE ESTERCO DE GALINHA

POEDEIRA

Maurício Ferreira Lopes1, Márcio Adriano Santos1, Reginaldo Santos Calixto1, Orlando Gonçalves Brito1, Jeane Barbosa Martins1, Neidson Dias da Mota1, Alberto Luiz Ferreira Berto2

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista voluntário de Iniciação Científica do IFNMG – Campus Januária. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária. Email: [email protected] Resumo: O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da fertilização do solo com esterco de galinha poedeira sobre o desenvolvimento e componentes de produção do milho grão, cultivado em solo arenoso eutrófico. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 4 repetições, sendo que os tratamentos consistiram de cinco doses de esterco de galinha poedeira: 0,0; 5,0; 10,0; 15,0 e 20 t ha-1. Houve resposta positiva e estatisticamente significativa da cultura do milho grão, cultivada em solo arenoso eutrófico, a diferentes doses de esterco de galinha poedeira para as variáveis de produtividade e altura de plantas. Com a dose de 15,0 t ha-1 de esterco, obteve-se as maiores alturas de plantas e a maior produtividade do milho grão e a dose de 20,0 t ha-1 ocasionou o decréscimo dos valores dessas duas variáveis, indicando um limite entre as doses testadas. O uso de esterco de galinha poedeira em lavoura de milho grão, cultivada em solo arenoso eutrófico, não influenciou estatisticamente a altura de inserção de espiga, número de espiga e de folhas planta-1, diâmetro do caule e massa de cem grãos. Palavras-chave: adubação, resíduo orgânico, sustentabilidade, Zea mays

Introdução

O aumento do uso e dos custos dos fertilizantes químicos de alta solubilidade e a crescente poluição ambiental faz do uso de resíduos orgânicos na agricultura uma opção viável do ponto de vista ambiental e econômico. De acordo Theodoro et al. (2009), alternativas ao uso de fertilizantes químicos vêm sendo pesquisadas em função dos recentes aumentos dos custos de aquisição destes insumos e dos impactos ambientais causados pela aplicação continuada de formulações a base de N-P-K.

Há poucos estudos sobre a resposta da cultura do milho com adubação orgânica em solos de alta fertilidade. Esses solos são tidos como eutróficos (apresentam saturação por bases maior que 50%). Segundo Oliveira (2012), os solos eutróficos, por si só, não garantem um adequado suprimento nutricional às plantas, pois o fato de um nutriente estar presente no solo não é condição para a sua disponibilidade às raízes, além disso, o caráter eutrófico não será importante se não estiver atrelado a um valor alto de CTC.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da fertilização do solo com esterco de galinha poedeira sobre o desenvolvimento e componentes de produção do milho grão, cultivado em solo arenoso eutrófico.

Material e métodos

O estudo foi realizado na área experimental do setor de Grandes Culturas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária, no período de novembro de 2011 a abril de 2012. A área experimental vinha sendo cultivada com as culturas de milho e feijão, adubadas com a formulação N-P-K, em sucessão há mais de dez anos.

A análise do solo da área experimental (antes da implantação do experimento) na profundidade de 0 a 20 cm apresentou as seguintes características físico-químicas: pH (H2O) = 7,38; matéria orgânica = 0,9 dag kg-1; Ca = 2,8 cmolc dm-3; Mg = 0,4 cmolc dm-

Page 53: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

51

3; K = 43 mg dm-3; Al = 0,00 cmolc dm-3; H + Al = 0,83 cmolc dm-3; P = 253,3 mg dm-3; V (%) = 79,8; areia = 76 dag kg-1; silte = 9 dag kg-1 e argila = 15 dag kg-1.

O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 4 repetições, sendo que os fatores em estudo (tratamentos) consistiram de cinco doses de esterco de galinha poedeira: 0,0 (controle); 5,0; 10,0; 15,0 e 20 t ha-1. A variedade avaliada foi a BR 106 da Embrapa. As parcelas experimentais foram constituídas por quatro linhas de milho com 5 m de comprimento e 0,8 m de largura (16 m2), sendo que para a área útil da parcela foram consideradas dez plantas das duas linhas centrais, desprezando-se um metro de cada extremidade.

As doses de esterco de galinha foram aplicadas metade no sulco de plantio na profundidade de 10 cm, sendo incorporadas ao solo um dia antes do plantio do milho e a outra metade superficialmente, ao lado da linha de cultivo quando as plantas apresentavam 7 a 8 folhas. O esterco utilizado foi proveniente de aves poedeiras do IFNMG – Campus Januária e apresentava as seguintes características: pH = 6,3; P = 25,50 g kg-1; K = 24,30 g kg-1; matéria orgânica = 320 g kg-1 e umidade de 46%.

Foi feita irrigação suplementar com sistema de aspersão convencional, visando manter o solo na capacidade de campo. As avaliações do desenvolvimento da cultura do milho ocorreram aos 90 DAS (dias após semeadura) e os componentes de produtividade foram avaliados aos 120 DAS.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância com emprego do teste F. Detectada significância estatística, foi empregado o teste Skott knott ao nível de 5% de probabilidade de erro com auxílio do programa Sisvar.

Resultados e discussão Na tabela 1 são apresentados os resultados das variáveis do desenvolvimento das plantas de milho. Tabela 1 Altura de planta e de inserção de espiga, número de espiga e de folhas planta-1 e diâmetro do caule das plantas de milho grão, variedade BR 106, aos 90 DAS em relação às doses aplicadas de esterco de galinha poedeira.

Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade de erro; CV = coeficiente de variação

A análise de variância foi significativa para a variável altura de planta. Esta foi

favorecida pela adição de doses crescentes de esterco de galinha (Tabela 1). O maior valor encontrado para essa variável foi de 176,25 cm e ocorreu quando foi aplicada a dose de 15,0 t ha-1. Esse aumento na altura das plantas ocorre, possivelmente, ao alto teor de fósforo do esterco de galinha. Segundo Taiz & Zeiger (2006), o fósforo tem um papel importante na síntese de proteínas, refletindo em um maior crescimento das plantas.

A análise de variância não foi significativa para as variáveis altura de inserção da espiga, número de espigas e de folhas planta-1 e diâmetro do caule das plantas de milho aos 90 DAS (Tabela 1).

Page 54: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

52

Na tabela 2 são apresentados os resultados das variáveis dos componentes de produção do milho. Tabela 2 Produtividade e massa de cem grãos da cultura do milho grão, variedade BR 106, aos 120 DAS em relação às doses aplicadas de esterco de galinha poedeira.

Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade de erro; CV = coeficiente de variação

O tratamento controle apresentou a menor média de produtividade (6.712,5 t ha-1)

(Tabela 2). Ainda assim, o valor produzido foi superior à média nacional de produtividade da cultivar BR 106 em estudo. De acordo Noce (2004), a produtividade média nacional dessa cultivar é de 5.500 kg ha-1. A alta fertilidade do solo da área experimental, típica de solos eutróficos, aliada ao sistema de irrigação complementar, proporcionaram um bom desempenho produtivo das plantas no tratamento controle.

Os tratamentos onde foram testadas as maiores doses de esterco (15,0 e 20,0 t ha-1) aumentaram o rendimento de grãos em relação à testemunha. Figueroa (2008), encontrou resultado similar quando aplicou 13,4 e 26,8 t ha-1 de esterco de galinha na adubação da cultura do milho, obtendo 8.971 e 9.344 kg ha-1 de grãos, respectivamente.

A produtividade de milho respondeu de forma quadrática e positiva à elevação dos níveis de esterco de galinha (Figura 1). Pelo modelo de resposta, observa-se que a máxima produtividade de milho foi obtida com o tratamento 4 (15,0 t ha-1) e tendeu a decrescer com a aplicação da dose maior que esta, indicando um limite dentro das doses testadas.

Figura 1 Produtividade de milho grão, variedade BR 106, em função das doses aplicadas de esterco de galinha poedeira.

Para o componente da produção massa de cem grãos, não ocorreu diferença significativa (Tabela 2). A magnitude de variação obtida com o efeito dos tratamentos

Page 55: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

53

sobre essa variável, por sua vez, foi pequena, sendo de apenas 10,55% entre a menor e a maior média apresentada.

Conclusões

A dose de 20,0 t ha-1 de esterco de galinha ocasionou o decréscimo dos valores das

variáveis altura de planta e produtividade, indicando uma provável fitotoxidez à cultura do milho grão em decorrência dos altos níveis de nutrientes aplicados.

As plantas de maior altura apresentaram as maiores produtividades para a cultura do milho grão.

Demais trabalhos devem ser conduzidos com diferentes doses de esterco de galinha poedeira nesses níveis de fertilidade do solo, porém com texturas diferentes e comparando-se as adubações orgânica e química.

Agradecimentos

Ao IFNMG - Campus Januária pelo apoio técnico para realização deste trabalho.

Literatura citada

FIGUEROA, E.A. Efeito imediato e residual de esterco de ave poedeira em culturas de grãos. 2008, 129f. (Dissertação de Mestrado, Produção vegetal) – Universidade Federal de Passo Fundo, Passo Fundo, 2008. NOCE, M.A. Milho variedade BR 106: técnicas de plantio. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2004. 5 p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular técnica, 109). OLIVEIRA, F.H.T de. Gênese, morfologia e classificação de solos para graduandos. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/69020104/APOSTILA-DE-GENESE-JUNHO-2007> Acesso em: 14/11/2012, 21:33:12. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2006. 722p. THEODORO, S.C.H.; BERGMANN, M.; HOFF, M. Rochagem: viabilizando o uso sustentável dos descartes de mineração no Distrito Mineiro de Ametista do Sul (DMAS), RS, Brasil. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, Planaltina. Resumos... Planaltina: Embrapa Cerrados, 2009. p. 137.

Page 56: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

54

ACÚMULO DE POTÁSSIO E FÓSFORO EM FEIJOEIRO IRRIGADO COM ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA

Rodrigo Nobre Santana1, Ygho Jackson Muniz de Assis2, Fernando Matos Pereira3, Dilermando Dourado Pacheco4, Sérgio Ferreira Alcântara5, Wallisson da Silva Freitas6

1Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG - Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica do PROBIC/IFNMG. E-mail: [email protected] 2Graduando em Agronomia – IFNMG – Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica do PROBIC/IFNMG. E-mail: [email protected] 3Zootecnista, Prof. M.Sc. do IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected] 4Engº Agronômo, Prof. D.Sc do IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected] 5Graduando em Agronomia – IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected] 6Engº Agrícola, Prof. D.Sc do IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected] Resumo: A criação de suínos é uma atividade de grande potencial poluidor devido ao volume de dejetos produzidos diariamente. A utilização da água residuária de suinocultura como fonte de fósforo (P) e potássio (K) pode constituir uma fonte de renda econômica quando bem manejada sem causar danos ambientais. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos casualizados, com nove tratamentos e três repetições, sendo a espécie vegetal Taboa (Typha latifolia) (50%), Tífton (Tífton 85 – Cynodon dactylon) (25, 50 e 100%) e Brita (25, 50 e 100%). Todos os tratamentos do experimento foram mantidos com irrigação, a água residuária foi aplicada a partir de 30 dias pós-plantio, ao final do ciclo do feijoeiro foram colhidas as plantas das parcelas e feita à análise química do tecido vegetal. Os feijoeiros submetidos aos tratamentos Tifton 100 % e Brita 50 e 100 % apresentaram conteúdos de P comparado aos demais tratamentos, enquanto que os teores de K foram maiores naqueles submetidos aos tratamentos testemunha e Taboa 50 %. Apesar de diferenças matemáticas, não houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo assim, as doses de ARS não influenciaram no teor e acúmulo de P e K pela planta. Palavras–chave: Phaseolus vulgaris, composição mineral, reuso de água

Introdução

A suinocultura brasileira é uma atividade predominante de pequenas propriedades rurais e uma atividade importante do ponto de vista social, econômico e, especialmente, como instrumento de fixação do homem no campo. No entanto, esta atividade tem uma enorme capacidade poluidora, principalmente com manejo tradicional feito no Brasil. Utilizando-se o conceito de equivalente populacional, um suíno polui, em média, o equivalente a 3,5 seres humanos (Diesel et al., 2002). O uso e reuso de águas residuárias para fins agropecuários, industriais e municipais são comuns em vários países e se tornaram uma prática essencial para o desenvolvimento sustentável. Em muitos países a reutilização da água faz parte do planejamento de recursos hídricos (Tanji, 1997; Bouwer, 2000). A adição de doses crescentes de fósforo (P) aos solos promove aumento dos componentes relacionados ao crescimento do feijoeiro, principalmente matéria seca e conteúdo de P. O histórico de uso do solo tem influencia na absorção como também na eficiência de utilização de P pela cultura, entretanto, as condições que promovem maior absorção diferem daquelas que permitem maior eficiência de utilização do nutriente, sobretudo nas condições de solo já cultivado (Santos et al., 2011). A produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) está relacionada entre outros fatores com a disponibilidade hídrica e a fertilidade do solo. Assim, para a obtenção de elevadas produtividades é necessário o manejo adequado da fertilidade do solo e da disponibilidade hídrica.

Page 57: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

55

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no setor de suinocultura no Instituto Federal do Norte de Minas - Campus Januária (IFNMG), Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. O clima da região é do tipo Aw na escala de Köppen, tropical úmido com inverno seco. Foi utilizado o delineamento de blocos casualizados (DBC), com nove tratamentos e três repetições, sendo a espécie vegetal Taboa (Typha latifolia) (50%), Tífton (Tífton 85 – Cynodon dactylon) (25, 50 e 100 %) e Brita (25, 50 e 100 %).

O experimento foi instalado em setembro de 2012, e a área experimental contou com um sistema tratamento primário da água residuária (decantação), seguida de uma reservatório de 5000 L. Todo efluente do reservatório foi transportado para seis caixas d’água de 200 L sendo duas destas preenchidas com brita unidade 0, sem cobertura vegetal e as demais plantadas com as espécies vegetais de Tífton e Taboa. O material drenado para as caixas de armazenamento (volume de 200 L), posteriormente, foi aplicado de maneira parcelada, totalizando cinco aplicações. Aplicação do liquido drenado foi realizada com o turno de rega do dia, sendo a solução composta por metade da irrigação do dia mais três concentrações de 25%, 50% e 100% de ARS. Como cultura utilizou-se feijão de ciclo precoce (60 dias), semeado em três fileiras espaçadas 50 cm contendo 12 plantas por metro linear. Para adubação da cultura foram utilizadas as recomendações da Comissão de Fertilidade do Solo do estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999). As adubações constaram de 70 kg ha-1 de P2O5, 30 kg ha-1 de K2O e 40 kg ha-1 N (15 kg no plantio e duas coberturas realizadas aos 20 e 30 DAP) e 2 kg ha-1 de Zn. Para controle de pragas e doenças, realizou-se aos 25 dias após o plantio a aplicação do inseticida Bakamo® e do fungicida Cercobim®. A Et0 foi obtida através do tanque Classe A da estação meteorológica próxima a área do experimento. A lâmina de irrigação para a cultura foi estimada de acordo com o kc (coeficiente cultural) da cultura do feijão. Após a identificação da lâmina requerida foram efetuadas as irrigações com a ARS de modo parcelado em intervalos de sete dias após a primeira irrigação. Após a colheita das vagens, todas as plantas de cada uma das parcelas foram coletas, secas e trituradas, posteriormente, as amostras foram submetidas á análise laboratorial para a detecção da composição mineral do tecido vegetal.

Resultados e Discussão

De modo geral as plantas de todas as parcelas apresentaram bom aspecto visual em

respostas ao tipo de tratamento submetido. A Figura 1 mostra uma visão geral da área experimental no primeiro mês pós-plantio.

Figura 1 – Área experimental, IFNMG- Campus Januária – MG, 2012. Fonte: Rodrigo N. Santana.

Page 58: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

56

As características MS, teor e conteúdo de K e P não foram influenciadas significativamente pelos tratamentos (Tabela 1). Tabela 1. Valores médios de teores foliares e conteúdo de potássio e fósforo em feijoeiro irrigado com água residuária de suinocultura. IFNMG- Campus Januária – MG, 2013.

Teste Scott -Knott a nível de 5% de probabilidade

Em ambientes salinos a disponibilidade de nutrientes para as plantas é afetada por fatores como o pH do solo, influenciando assim, a disponibilidade de nutrientes, a concentração e as relações entre nutrientes que podem afetar a absorção e transporte de um determinado nutriente e, indiretamente, afetar a absorção e a translocação de outros (Grattan & Lamenta, 1994 apud Ferreira et al., 2007).Visto que a concentração salina e aumento do pH afetam o potencial osmótico do solo de modo a dificultar a absorção dos sais de potássio pela planta, pode-se então, caracterizar o visível acumulo superior deste elemento na testemunha em relação aos demais tratamentos (tabela 1). A adubação química permitiu plantas com produção superior de massa seca sobre os demais tratamentos, com exceção do Tífton 100%, porém, o teor de P acumulado foi inferior a maioria dos tratamentos, somente a testemunha e parcela contendo Taboa 50% apresentaram teores inferiores ao encontrado no tratamento com adubação química (tabela 1). Segundo Fia (2009), a taboa é uma espécie amplamente utilizada na remoção de nutrientes de ARS. Tal tratamento apresentou valores intermediários para massa seca e conteúdo de P, mas mostrou expressividade em teor e conteúdo de K (tabela 1). A aplicação de ARS forneceu para que as plantas de feijoeiro auferissem maior teor de P, exceto para o tratamento Taboa 50%. O tratamento Tífton 25%, em relação à testemunha, devido à menor produção de massa seca, consequentemente teve menor conteúdo de P em seu tecido vegetal (tabela 1), porém, a concentração desse mesmo nutriente foi maior em resposta ao fornecimento da ARS. O tratamento Brita 100% contribuiu para que o feijoeiro aumentasse em 88,9% e 16,4% de K e P, respectivamente, quando comparado a testemunha (tabela 1). Devido ao elevado valor de matéria seca, as plantas que receberam o tratamento Tífton 100% apresentaram menor conteúdo de P e K, se comparado ao Brita 100%.

Conclusões

O feijoeiro (Phaseolus vulgaris) não apresentou diferença estatística no teor e

conteúdo de P e K em função dos tratamentos. Embora as plantas irrigadas com ARS apresentassem maior produção de massa seca, elas não acumularam maior quantidade de nutrientes que plantas sob condições normais de cultivo.

Page 59: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

57

Agradecimentos

Os autores agradecem ao IFNMG - Januária pela concessão de duas bolsas de iniciação científica cedidas ao projeto, ao professor José Alberto e aos acadêmicos; Carlos Henrique, Flávia, Heider Rodrigo, Luís Antônio, Orlando e Pedro Henrique pela contribuição dada por eles ao longo da pesquisa.

Literatura citada

DIESEL, F.; MIRANDA, C.R.; PERDOMO, C.C. Coletânea de tecnologias sobre dejetos de suínos. Concórdia: EMBRAPA, CNPSA, 2002. 31p. (Boletim Informativo). FERREIRA, P. A.; GARCIA, G. de O.; NEVES, J. C. L.; MIRANDA, G. V.; SANTOS, D. B. dos. Produção relativa do milho e teores folheares de nitrogênio, fósforo, enxofre e cloro em função da salinidade do solo. Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE. Revista Ciência Agronômica, v.38, n.1, p.7-16, 2007. ISSN 0045-6888. FIA, R.; FIA, F. L. R.;MATOS, A. T. Efeito do fenol sobre o desempenho agronômico da Tipha latifólia L. Espírito Santo do Pinhal. Engenharia Ambiental. V. 6, n. 3, p. 641-659, set/dez – 2009. PESSOA, A. C. dos S.; KELLING, C. R. S.; POZZEBON, E. J.; KÖING, O. Concentração E Acúmulo De Nitrogênio, Fósforo E Potássio Pelo Feijoeiro Cultivado Sob Diferentes Níveis De Irrigação. Ciência Rural, Santa Maria, v. 26. n. 1, p. 69-74, 1996. ISSN 0103-8478. SANTOS, J. Z. L.; NETO, A. E. F.; RESENDE, A. V. de; CARNEIRO, L. F.; CURI, N.; MORETTI, B. da S. Resposta Do Feijoeiro À Adubação Fosfatada Em Solos De Cerrado Com Diferentes Históricos De Uso. R. Bras. Ci. Solo, 35:193-202, 2011. TANJI, K.K. Irrigation with marginal quality waters: issues. Journal of Irrigation and Drainage Engineering, v.123, p.165-169, 1997.

Page 60: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

58

Área temática: Florestal

Page 61: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

59

BIODIVERSIDADE DE NEURÓPTEROS (NEUROPTERA: INSECTA) EM POMARES DE GOIABEIRA E FRAGMENTOS DE MATA SECA NO N ORTE DE

MINAS GERAIS.

Valdeir Celestino dos Santos Junior1, Renildo Ismael Félix Costa2, David Lopes Teixeira3, Yndhira Sarmento de Britto Vieira3

1 Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Cientifica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Professor, doutor em Entomologia, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária, 3 Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected], [email protected]

Resumo: A biodiversidade de crisopídeos encontrados nos mais variados ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados, vem sendo estudada a fim de se identificar espécies com características adequadas para o controle biológico devido seu hábito alimentar predador, na fase larval. Este trabalho foi realizado no IFNMG-Campus Januária em Fragmento de Mata Seca e Pomar de goiaba. Os crisopideos foram coletados e identificados em nível de morfoespécie. As coletas se procederam manualmente ou com auxílio de rede entomológica, durante duas horas semanais em cada habitat, no período de julho a agosto de 2012. Foi observado que a tribo mais abundante nas capturas destes insetos foi a Chrisopini, correspondendo a 73,23% do total de insetos coletados. A espécie mais abundante foi a Chrysopeerla externa, totalizando 104 exemplares coletados, respondendo por 51,49% do total de insetos coletados nos ambientes. O aumento da temperatura influenciou de maneira negativa a população de insetos no ambiente do pomar de goiabeira, fenômeno não registrado no Fragmento de Mata Seca, onde a população se manteve relativamente constante, provavelmente devido a maior estabilidade ambiental proporcionada pela vegetação nativa.

Palavras-chave: biodiversidade, predadores, controle biológico

Introdução

A transformação de ambientes naturais em agroecossistemas formados por monocultivos, modificam drasticamente a composição da entomofauna, sobretudo pela simplificação da diversidade do habitat e aplicação de agrotóxicos. Como conseqüência, freqüentemente observa-se o desaparecimento ou redução no número de insetos que atuam como inimigos naturais das pragas e a a multiplicação de insetos danosos aos cultivos agrícolas, trazendo danos econômicos significativos ao produtor.

Os crisopídeos constituem-se como importantes agentes reguladores de populações de insetos fitófagos em ambientes naturais e agroecossitemas (Lira & Batista, 2006). Na fase larval estes insetos são predadores vorazes, se alimentando de várias espécies de artrópodes (Costa et all. 2003), auxiliando na mantença de populações de insetos danosos em níveis populacionais aceitáveis à cultura.

Nesse sentido, este trabalho objetiva inventariar as principais espécies de crisopideos, assim como avaliar a abundancia e riqueza destes insetos em pomares de goiabeira e fragmentos de mata seca, na região do Norte de Minas Gerais.

Material e Métodos

O trabalho foi realizado em condições de campo, nas dependências do IFNMG –

Campus Januária, em fragmento de Mata Seca e pomar de goiabeira, no período de 05 de julho a 31 de agosto do ano de 2012 no município de Januária. A região apresenta clima Aw (tropical úmido com inverno seco e verão chuvoso) de acordo com a classificação de Köppen. Foram inventariados apenas insetos adultos coletados através da captura manual ou através de redes entomológicas, perfazendo duas horas de coleta semanal em cada

Page 62: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

60

ambiente, conforme metodologia adotada por Costa et all. (2010). Os insetos coletados condicionados em tubos de acrílico devidamente identificados.

A triagem e identificação do material entomológico se deu no laboratório de entomologia do IFNMG – Campus Januária com auxílio de estereomicroscópio. Os dados meteorológicos do período de coleta foram solicitados a estação meteorológica localizada dentro das dependências do IFNMG – Campus Januária.

Resultados e Discussão

No período da amostragem, foram coletados nos dois ambientes estudados, 202

exemplares, distribuídos em 3 famílias, quatro tribos, seis gêneros e doze espécies. No pomar de goiabeira observou-se maior abundancia de neurópteros, destacando-se a família Chrysopidae com 144 espécimes capturados, enquanto nos fragmentos florestais foram coletados maior número de insetos da família Mantispidae, com 37 indivíduos capturados. A tribo Chrysopini foi a mais abundante com 98,01% do total de insetos da família Chrysopidae, e representando 73,27% do total de neuroperos coletados (Tabela 1). Esses resultados são corroborados pelas avaliações de Silva (2008), que observou 77,9% de Chrysopini, dentre os 244 neurópteros inventariados. A tribo Chrysopini também apresentou a maior riqueza, com três gêneros e sete espécies. Tabela 1 Insetos da Ordem Neuroptera coletados em fragmento de mata seca e pomar de goiabeira no Norte de Minas Gerais, nos meses de julho/agosto de 2012. Januária. IFNMG – Campus Januária

Famílias Fragmento de mata seca Pomar de goiaba Total

N %

Chrysopidae 7 144 151 74,75

Mantispidae 37 - 37 18,32

Myrmeleontidae - 14 14 6,93

Total 44 158

Apenas as espécies de Ceraeochrysa sp2 e Chrysoperla externa foram encontrados em ambos os ambientes, onde juntas respondem por 52,48% de insetos coletados (Tabela 2). Este aparecimento em ambos os ambientes é explicado pela alta adaptabilidade a agroecossistemas e grande distribuição geográfica, no caso de C. externa (Berti Filho et all., 2000).

Page 63: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

61

Tabela 2 Tribos e espécies da família Chrysopidae (Neuroptera) coletados em fragmento de mata seca e pomar de goiaba no Norte de Minas Gerais, nos meses de julho/agosto de 2012. Januária. IFNMG – Campus Januária

Tribo/espécie Fragmento de mata seca Pomar de goiaba Total

N* %

Chrysopini

Ceraeochrysa cubana - 36 36 23,84

Ceraeochrysa sp1 - 2 2 1,32

Ceraeochrysa sp2 1 1 2 1,32

Ceraeochrysa sp3 1 - 1 0,66

Ceraeochrysa sp4 - 1 1 0,66

Chrysoperla externa 1 103 104 68,87

Chrysopodes sp1 2 - 2 1,32

Subtotal/tribo 148 98,01

Leucochrysini

Leucochrysa sp1 1 - 1 0,66

Leucochrysa sp2 1 - 1 0,66

Leucochrysa sp3 - 1 1 0,66

Subtotal/tribo 3 1,99

Total 7 144 151 100

N* - numero de insetos coletados nos dois ambientes

A população dos insetos inventariados no Fragmento de Mata Seca se manteve constante ao longo dos meses das avaliações, isso pode ter se devido a maior complexidade observada nos ambientes naturais, proporcionando melhores recursos de abrigo e alimentação, bem como atenuando as interferências do clima. Por outro lado, no pomar de goiaba, verificou-se que, a partir do dia 19 de julho, o número de insetos decresceu com o aumento temperatura média (Figura 1). Esse fenômeno pode ter sido devido a composição de espécies no pomar ser típicas de formação aberta, com abundância da espécie C. externa, que tem apresentado maior abundância nos períodos mais secos e frios do ano, conforme corroborado nos estudos realizados por Souza e Carvalho (2002) e Costa et al. (2010).

Page 64: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

62

Figura 1 Flutuação População de Chrysopidae nos meses de julho/agosto de 2012, coletados em Fragmento de Mata Seca e Pomar de goiaba, no Norte de Minas Gerais. Januária. IFNMG – Campus Januária.

Conclusão

A espécie Chrysoperla externa, juntamente com Ceraeochrysa sp2, apresentaram-se

em ambos ambientes estudados trabalhados. C. externa foi a espécie que apresentou maior abundancia em Pomar de goiaba,

enquanto os insetos da família Mantispdae predominaram no fragmento de Mata Seca. O aumento da temperatura influenciou negativamente a população de neurópteros no

pomar de goiaba, por outro lado, não foi observada influência desse fator no Fragmento de Mata seca, onde os níveis populacionais desses predadores apresentou constante.

Se faz necessário pesquisas que avaliem características de manutenção destes insetos a fim se chegar a espécies que apresentem características desejáveis para programas de controle biológico, incluindo a adaptabilidade à criação massal e adaptabilidade a cada região.

Agradecimentos

À FAPEMIG, pela concessão da bolsa ao primeiro autor

Literatura Citada

COSTA, R.I.F.; SOUZA, B. DE FREITAS, S. Dinâmica espaço-temporal de taxocenoses de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopide) em ecossistemas naturais. Neotropical Entomology. V.39, p.470-475, 2010. COSTA, R. I. F.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B.; LORETI, J. Influência da densidade de indivíduos na criação de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera Chrysopidae). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, p. 1539-1545, 2003. Edição especial.

Page 65: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

63

LIRA, R. S, BATISTA, J. L. Aspectos biológicos de Chrysoperla externa alimentados com pulgões da erva-doce, Revista de Biologia e Ciências da Terra, Volume 6- Número 2 - 2º Semestre 2006 PESSOA, L.G.A., DE FREITAS, S., LOUREIRO, E. DE S., Efeito da variação da temperatura sobre o desenvolvimento embrionário e pós-embrionário de Chrysoperla raimundoi freitas & penny (Neuroptera: Chrysopidae), Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.76, n.2, p.239-244, abr./jun., 2009 SILVA, C. G. Biodiversidade de Musicae (Diptera), Braconidae (Hymenoptera) e Chrysopidae (Neuroptera) (Insecta) coletados nas serras de Carrancas, Cipó e Canastra, MG, Tese (doutorado), Universidade Federal de Lavras, 2008. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Populations dynamics and seasonal occurrence of adults of Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) in a citrus orchard in southern Brazil. Acta Zoologica Academiae Scientiarum Hungaricae, Budapest, v. 48, p. 301-310, 2002. Supplement. 2.

Page 66: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

64

CORRELAÇÕES ENTRE A DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA E PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO CARVÃO VEGETAL ( ETAPA II)

Angélica Lorena dos Santos Oliveira¹, Wagner Patrício de Sousa Júnior², Vinicius Orlandi Barbosa

Lima³, Rian Guilherme Correa Montalvão4

¹Acadêmica do 6º período do curso de Engenharia Florestal IFNMG – Campus Salinas. Bolsista da FAPEMIG. e-mail:[email protected] ²Professor do IFNMG - Campus Salinas – MSc. Ciência Florestal - UFV. e-mail: [email protected] ³Engenheiro florestal do IFNMG - Campus Salinas – MSc. Ciência Florestal. e-mail: [email protected] 4Acadêmico do 4º período do curso de Engenharia Florestal IFNMG – Campus Salinas. Bolsista PROAPE. e-mail:[email protected] Resumo: O teor de umidade da madeira e o diâmetro das peças são fatores que têm grande influência sobre a qualidade do carvão produzido. Este trabalho teve por objetivo verificar a variação da umidade da madeira de dois clones de Eucalyptus em função do tempo de secagem e do diâmetro das peças. As toras de madeira utilizadas foram classificadas em 5 classes de diâmetro (7 a 8,4 cm; de 8,5 a 10,9 cm; de 11 a 13,4 cm; de 13,5 a 17,4 cm; de 17,5 a 22,5 cm) e empilhadas logo após o corte das árvores. Avaliou-se a perda de umidade das toras durante o período de 5 meses, nas condições climáticas do município de Salinas-MG. Pode-se observar que o tempo ideal para que a madeira estabilize sua umidade foi de 4 meses. O diâmetro das peças também influenciou sobre a variação do teor de umidade das peças, sendo recomendado que as peças de menor diâmetro sejam separadas das maiores, já que estabilizam seu teor de umidade em um tempo menor, podendo então ser utilizadas primeiro. Palavras–chave: umidade da madeira, carvão vegetal, diâmetro de peças

Introdução

A qualidade da madeira é um fator de extrema importância quando o objetivo é a produção de carvão vegetal com alto rendimento, baixo custo e elevada qualidade. Para tanto, deve se atentar para o teor de umidade da madeira a ser carbonizada, que deve ser menor do que 30% para que se obtenha um carvão com bom rendimento gravimétrico, pouco quebradiço e com um menor tempo de carbonização.

Segundo GALVÃO (1975), os fatores que mais influenciam a perda de umidade da madeira são temperatura e umidade relativa do ar. Entretanto, o diâmetro das toras também tem grande influência sobre a velocidade de perda de umidade, já que SILVA (1997) evidencia que o processo de secagem depende tanto da evaporação da umidade superficial quanto da movimentação da umidade interior para as zonas superficiais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de umidade de toras de madeira de dois clones de Eucalyptus durante a secagem ao ar em função do tempo de secagem (meses) e das diferentes classes de diâmetro das toras, nas condições climáticas do município de Salinas-MG.

Material e Métodos

O material necessário para a realização dos testes de perda de umidade da madeira em função do diâmetro das peças foi coletado em um plantio de Eucalyptus no município de Taiobeiras – MG. Coletou-se material pertencente aos clones 144 e GG100, em talhões vizinhos, de um plantio com 4,5 anos. As árvores abatidas foram seccionadas em toras de 1,5 m de comprimento e separadas por classe de diâmetro. As classes adotadas foram: de 7 a 8,4 cm; de 8,5 a 10,9 cm; de 11 a 13,4 cm; de 13,5 a 17,4 cm; de 17,5 a 22,5 cm. Foram feitas duas pilhas com formato “box” em ambiente não coberto, uma para cada um dos

Page 67: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

65

clones, no município de Salinas-MG. O teste de umidade da madeira foi realizado uma semana após o corte e, a partir daí uma vez por mês nos 5 meses subseqüentes, conforme o seguinte procedimento: selecionou-se aleatoriamente 4 peças de cada classe de diâmetro para cada um dos clones, totalizando 20 peças de cada clone. De cada uma delas foram retirados três discos de aproximadamente 2 cm de espessura na posição mediana da peça. Determinou-se a massa dos discos imediatamente após o fracionamento das toras, com balança de precisão de 0,01g. Logo após os discos foram secos em estufa a 103°C ± 2°C até permanecerem com massa constante, obtendo-se então a massa absolutamente seca dos discos. A umidade foi calculada em base seca pela seguinte fórmula: Teor de umidade (%) = (massa atual – massa seca)/massa seca x100. Os dados obtidos foram submetidos à avaliação estatística por meio de análise de variância (p<1%) e submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Os valores de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação para o município de Salinas-MG durante o período de secagem das peças se encontram na Tabela 1. Tabela 1 Valores médios de temperatura (°C), umidade relativa do ar (%) e valores mensalmente acumulados de precipitação (mm) para o município de Salinas-MG durante o período de secagem das peças de madeira (16/04/2012 a 16/09/2012).

Fonte: INMET

De acordo com a análise de variância, o tempo de secagem da madeira, o diâmetro das peças e a interação desses dois fatores apresentaram correlação altamente significativa (P<1%) sobre a perda de umidade da madeira, sendo que o tempo foi o fator mais influente sobre a variação da umidade das peças.

Neste estudo os diferentes clones não apresentaram influência significativa sobre a perda de umidade.

A partir do teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 2) pode-se observar que houve diferenças significativas no teor de umidade da madeira entre os 4 primeiros meses, porém não houve diferenças significativas entre os meses 4 e 5. Pode-se concluir que, para as condições climáticas de Salinas-MG o conjunto das toras de madeira estabilizam o seu teor de umidade em um período de 4 meses após o corte, não sendo necessário um tempo de secagem superior a esse. Tabela 2 Teste Tukey a 5% de probabilidade para as médias dos teores de umidade da madeira de clones e diâmetros em função do tempo.

Page 68: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

66

Com relação aos diferentes diâmetros das peças, aplicando-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 3), pode-se observar que para 4 classes de diâmetro houve diferenças significativas. Apenas a classe de diâmetro de 8,5 a 10,9 cm permaneceu em posição intermediária. Esse resultado mostra que é vantajoso que se separe as toras de madeira em função de seu diâmetro no momento do empilhamento para a secagem. A partir da análise do gráfico presente na Figura 1, pode-se perceber que a madeira com diâmetro menor, compreendendo as classes de 7 a 8,4 cm, de 8,5 a 10,9 cm e de 11 a 13,4 cm, chegaram ao teor de umidade igual ou menor do que 30% no terceiro mês de secagem, estando então em condições adequadas para a carbonização. Já a classe de 13,5 a 17,4 cm necessitou de um tempo de 5 meses para atingir esse percentual e a classe de 17,5 a 22,5 cm não atingiu esse valor durante o período deste experimento. Dessa forma, recomenda-se que no momento do empilhamento faça-se pelo menos duas pilhas de madeira, separando as peças com diâmetro menor das de maior diâmetro. Tal procedimento evitaria que peças já secas permanecessem paradas por tempo desnecessário, diminuindo assim o tempo necessário para que possam ser carbonizadas. Ao mesmo tempo evita que se carbonizem as toras de maior diâmetro ainda com teores de umidade elevados. Tabela 3 Teste de Tukey a 5% de probabilidade para as médias dos teores de umidade de clones e tempos em função das classes de diâmetro das peças de madeira.

Figura 1 Médias dos teores de umidade da madeira de ambos os clones, para cada classe de diâmetro, em função do tempo de secagem das peças.

Page 69: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

67

Conclusões

O tempo de secagem e o diâmetro das toras de madeira são variáveis que influem diretamente sobre a perda de umidade. O tempo médio em que a madeira atinge o teor de umidade apropriado para produção de carvão vegetal nas condições climáticas de Salinas-MG foi de 4 meses. Peças com menor diâmetro tendem a secar mais rápido (3 meses), sendo recomendado que sejam separadas das peças de maior diâmetro, que secam em mais de 5 meses. Fazendo-se tal separação, as peças que secam mais rápido podem ser utilizadas antes e as peças de maior diâmetro não serão carbonizadas com teores de umidade inadequados.

Agradecimentos À FAPEMIG, pelo apoio financeiro na forma de bolsa de Iniciação Científica, ao empresário Eder Marques pela doação da madeira utilizada e aos colegas Carlos Henrique Soares Silva e Artur Oliveira Cavalcanti pelo auxílio durante o processamento das amostras.

Literatura citada GALVÃO, A. P. M. Estimativas da umidade de equilíbrio da madeira em diferentes cidades do Brasil. IPEF n.11, p.53-65, 1975. SILVA, J. R. M.; MENDES, L. M.; WENZEL, M. K. Secagem ao ar livre da madeira de Eucalyptus grandis para a produção de móveis. Cerne, v. 3, n. 1, p. 170-186, 1997

Page 70: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

68

ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DA CULTURA DO EUCALIPTO PA RA A PORÇÃO MINEIRA DA BACIA DO RIO PARDO 1

Bárbara Mendes Oliveira2, Ronaldo Medeiros dos Santos3, Rhagnya Sharon Ferreira Martins4 Marcelo Rossi

Vicente3 1Parte do projeto de pesquisa do primeiro autor, financiada pela FAPEMIG 2Graduanda do Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas; Bolsista PIBIC - IFNMG/FAPEMIG. e-mail: [email protected] 3Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. e-mail: [email protected]; [email protected] 4Graduanda do Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. e-mail: [email protected] Resumo: O objetivo desse trabalho foi mapear a distribuição espacial das terras propícias ao estabelecimento de maciços florestais na porção mineira da bacia do Rio Pardo, levando-se em consideração restrições ambientais e aptidão em relação às espécies do gênero Eucalyptus. A metodologia teve como base o mapeamento das Áreas de Preservação Permantente – APP’s (critério restritivo) e de fatores edafoclimáticos chave ao desenvolvimento da cultura (critérios de aptidão, variando entre apto e não apto). A partir do cruzamento dos mapas de restrição (APP’s) e de aptidões quanto ao tipo de solo, (textura, classe e fertilidade) e quanto à disponibilidade hídrica, gerou-se um mapa de aptidão da bacia ao plantio de eucalipto. Como resultado, constatou-se que 60% da área da Bacia do Rio Pardo é agroecologicamente apta para o cultivo das espécies consideradas. Palavras–chave: bacia do Rio Pardo, cultivo do eucalipto, geoprocessamento, zoneamento agroecológico

Introdução

No cenário socioeconômico regional, a bacia hidrográfica do Rio Pardo ocupa uma área de destaque. Possui um setor florestal em expansão e de expressiva importância, sendo considerado um dos principais responsáveis pela elevação, em 37%, do IDH de 14 municípios da região, com atividades predominantemente florestais. Em outras cidades mineiras, onde a referida atividade econômica não tem presença significativa, observa-se que a evolução desse mesmo índice tem sido mais lenta (AMS, 2010).

Botelho & Andrade (2012), no entanto, reportam uma série de impactos negativos, de ordem ambiental econômica e social, associados à atividade silvicultural e seu processo de expansão. Segundo esse autor, conflitos pelo uso da terra, desertificação, assoreamento de cursos d’água e êxodo rural, estão entre os problemas que têm ocorrido na região leste do Estado do Maranhão, hipoteticamente associados à cultura do eucalipto. Para Sperandio et al. (2010), por outro lado, a atividade em si não pode ser estigmatizada e responsabilizada por eventuais impactos negativos decorrentes de sua implantação, uma vez que o principal fator gerador de problemas, como os exemplos acima citados, é o plantio em áreas inadequadas.

Nesse sentido, o zoneamento agroecológico se apresenta como ferramenta de fundamental importância, por meio da qual a expansão e a necessidade de aumento da produção podem ser planejadas e ordenadas, ocupando áreas que, ao mesmo tempo, sejam aptas ao desenvolvimento da cultura e atendam à legislação ambiental em vigor (Sperandio et al., 2010).

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi a geração de um mapa de aptidão florestal para a porção mineira da bacia do Rio Pardo, considerando fatores necessários ao estabelecimento de espécies do gênero Eucalyptus, e as restrições ambientais impostas pela legislação.

Page 71: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

69

Material e Métodos

A região de estudo se localiza na zona norte do Estado de Minas Gerais,

abrangendo uma área aproximada de 12.700 km². Apresenta clima de transição entre Cerrado e Caatinga, variando de sub-úmido a semi-árido, classificado majoritariamente, segundo Köppen, como sendo Aw, de inverno seco e verão chuvoso (Toledo et al., 2009). O material utilizado consistiu em planos digitais de informação (mapas) em formato digital referentes aos temas “solo”, “hidrografia” e “relevo”, em imagens de satélite do sensor sino-brasileiro CBERS, em softwares de sistemas de informações geográficas (Spring e ArcView), onde todas as análises espaciais foram executadas, e em dados climato-meteorológicos, obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET.

A metodologia compreendeu as seguintes etapas: (1) mapeamento das APP’s (critério ambiental); (2) mapeamento do fator “solo” de aptidão à cultura do eucalipto (textura, classe e fertilidade); (3) mapeamento do fator “disponibilidade hídrica” à cultura do eucalipto.

O mapeamento das APP’s foi realizado adotando-se um método automático baseado em sistemas de informações geográficas, apresentado por Ribeiro et al. (2005), utilizando-se o modelo digital de elevação. Foram obedecidos os critérios estabelecidos pelo Código Florestal Brasileiro e pela Resolução CONAMA nº 303. O fator “solo” foi mapeado a partir de um mapa solos de Minas Gerais sendo consideradas aptas os Cambissolos, Latossolos e Podzolicos, e inaptas as unidades de Solos Aluviais, Afloramentos Rochosos e Terra Roxa Estruturada (Sperandio et al. 2010). Por último, o fator “disponibilidade hídrica” foi mapeado a partir do cálculo do balanço hídrico via modelo de Thornthwaite e Mather (1955), utilizando os dados de precipitação e temperatura. Foram consideradas aptas as áreas onde ao armazenamento de água se apresentou igual ou superior à demanda hídrica média do eucalipto. O mapa final foi obtido a partir do cruzamento dos fatores de aptidão e da restrição ambiental, sendo consideradas agroecologicamente aptas as áreas nas quais todos os critérios foram conjuntamente atendidos.

Resultados e Discussão

A partir da metodologia descrita na seção anterior, foi gerado o mapa final do zoneamento agroecológico para a cultura do eucalipto na bacia do Rio Pardo, apresentado na figura 1.

Page 72: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

70

Figura 1. Zoneamento agroecológico da cultura do eucalipto para a porção mineira da bacia do Rio Pardo

Em termos percentuais, 60% da região estudada foram consideradas apta à cultura do eucalipto, concentrando-se na porção leste da bacia. A maior parte das regiões consideradas inaptas está relacionada a APP’s e à presença de afloramentos rochosos, no lado oeste (mesmo local do Parque Estadual de Serra Nova). A demanda hídrica também foi considerada um importante fator de inaptidão, pois embora este possa ser revertido com o uso de irrigação nos plantios, tal prática não é muito utilizada em empreendimentos florestais.

Dentre os municípios abrangidos pela bacia, São João do Paraíso foi o que apresentou a maior área considerada apta, com 124.480 hectares. Quanto à proporção entre áreas aptas e não aptas em um mesmo município, Berizal foi o que obteve o melhor desempenho, com aproximadamente 84% de suas terras agroecologicamente consideradas aptas.

Conclusões Levando-se em consideração a metodologia aplicada e as discussões efetuadas sobre os resultados alcançados, chegou-se às seguintes conclusões:

• O zoneamento agroecológico foi realizado de forma a atender as condições ideais para o desenvolvimento da cultura. No entanto, é possível que existam regiões dentro da área de estudo que, apesar de não possuírem todas as características favoráveis, possam ser devidamente manejadas, de forma a contornar as limitações apresentadas por, para que a cultura em análise possa se desenvolver satisfatoriamente;

• A porção mineira da bacia do Rio Pardo apresenta uma aptidão consideravelmente grande para a cultura do eucalipto;

• As áreas aptas se concentram principalmente na porção leste da bacia. • O zoneamento agroecológico apresentado neste trabalho indica as áreas potenciais a

florestamentos e reflorestamentos de eucalipto. Porém, deve-se ressaltar a necessidade de estudos (ambientais, econômicos e sociais) com um maior nível de

Page 73: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

71

detalhamento/aprofundamento, antes da implantação de cultivos pontuais, além de conhecer e estudar a viabilidade de outras espécies.

Agradecimentos

À FAPEMIG e ao IFNMG – Campus Salinas, pela concessão de bolsa de iniciação científica, e ao INMET, pela disponibilização gratuita dos dados meteorológicos.

Literatura citada AMS - Associação Mineira de Silvicultura. Florestas plantadas: um caminho para o desenvolvimento sustentável. AMS: Belo Horizonte, 2010. 40p. Botelho, A. C.; Andrade, M. P. A expansão da silvicultura: impactos socioambientais em territórios camponeses no leste maranhense. In: XXI Encontro Nacional de Geografia Agrária. Uberlândia, 2012. 13p. Ribeiro, C. A. A. S.; Soares, V. P.; Oliveira, A. M. S.; Gleriani, J. M. Odesafio da delimitação de áreas de preservação permanente. Revista Árvore, v. 29, n. 2, p. 203 – 212, 2005; Sperandio, H. V.; Campanharo, W. A.; Cecílio, R. A.; Nappo, M. E. Zoneamento agroecológico para espécies de eucalipto no Estado do Espírito Santo. Caminhos de Geografia, v. 11, n. 34, p. 203 – 216, 2010; Thornthwaite, C.W.; Mather, J.C. The water balance. Centeron, Drexel Institute of Technology, Laboratory of Climatology, 1955. 104 p. (Publications in Climatology, v.8, n.1). Toledo, L.O.; Anjos, L.H.C.; Couto, W.H.; et al. Análise multivariada de atributos pedológicos e fitossociológicos aplicada na caracterização de ambientes de cerrado no norte de Minas Gerais. Revista Árvore, v. 33, n. 5, p. 957 – 968, 2009.

Page 74: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

72

QUALIDADE DE MUDAS DE CORUMBYA CITRIODORA PRODUZIDAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS ORGÂNICOS

Emerson Delano Lopes1, Viviane Borges Soares2, Lidiane Rodrigues da Silva3

1Professor do IFNMG/Araçuaí, MSc. Fitotecnia. Email: [email protected] 2Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental do IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica. Email: [email protected]; 3Estudante do curso Técnico em Agroecologia. IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica Júnior. Resumo: O objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade de mudas de Corumbya citriodora produzidas em diferentes substratos orgânicos alternativos em comparação com um substrato comercial por meio da avaliação dos parâmetros morfológicos. O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação no IFNMG/Campus Araçuaí e em Laboratório para avaliação das características morfológicas das mudas. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado constando de nove tratamentos e cinco repetições. Aos 105 dias após a implantação do experimento avaliou-se os parâmetros: altura da parte aérea, diâmetro do colo, peso fresco da parte aérea, peso fresco do sistema radicial, peso fresco total, peso seco da parte aérea, peso seco do sistema radicial e peso seco total. Ficou evidenciado, nas condições em que foi desenvolvido o estudo, que os substratos obtidos da mistura de composto orgânico e moinha de carvão vegetal, apresentaram os melhores parâmetros morfológicos em relação aos demais tratamentos, podendo ser uma opção viável para a substituição dos substratos comerciais. Palavras–chave: Corumbya citriodora, qualidade de mudas, substrato.

Introdução

A crescente expansão do consumo de madeira e de derivados, conduz à busca de novas tecnologias para o estabelecimento de florestas cada vez mais produtivas e viáveis. O sucesso na implantação de um projeto de reflorestamento depende de muitos fatores, entre eles, da qualidade das mudas a serem produzidas, as quais devem responder a sofisticação das técnicas utilizadas, visando o aumento da produtividade do povoamento florestal. Por essa razão, a produção de mudas deve ser considerada como atividade estratégica num empreendimento florestal, pois, o maior controle sobre a qualidade do material propagado resulta em efeitos diretos na sobrevivência das plantas no campo (Finger et. al, 2002).

Vários pesquisadores têm procurado definir as melhores composições de substratos para a produção de mudas florestais de alto padrão de qualidade que permita a obtenção de altas taxas de sobrevivência e de desempenho após o plantio. A composição adequada de um substrato para produção de mudas, segundo Gonçalves e Poggiani (1996), via semente e estacas, pode ser obtida a partir da mistura de um componente principal (70 a 80% da mistura) com um componente secundário, usado para elevar a macroporosidade (20 a 30% da mistura). Para os mesmos autores, deve-se dar prioridade de uso para os substratos que constituem resíduos agrícolas, industriais ou urbanos, pois além de diminuir possíveis problemas ambientais, constitui numa garantia de fornecimento de matéria-prima a longo prazo.

Além disso, a correta utilização desses resíduos para a composição de substratos corrobora para a redução dos custos da produção florestal e diminuição da dependência dos produtores florestais por insumos externos, contribuindo dessa forma, para o desenvolvimento florestal sustentável.

Neste sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade de mudas de Corumbya citriodora, produzidas em diferentes composições de substratos orgânicos alternativos, provenientes de resíduos da produção agrícola e florestal, por meio da avaliação dos parâmetros morfológicos.

Page 75: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

73

Material e Métodos

O experimento foi realizado em duas etapas distintas: a primeira em casa de vegetação e a segunda em laboratório no IFNMG/Araçuaí, para onde as mudas de C. citriodora, produzidas em tubetes de 50 cm³, foram levadas para as avaliações após um ciclo de produção de 105 dias.

Os substratos utilizados constaram de diferentes combinações de resíduos orgânicos e de um substrato comercial bioestabilizado de casca Pinus, que foi utilizado como testemunha. A formulação dos tratamentos alternativos ao substrato comercial foi elaborada a partir da mistura manual da moinha de carvão (MC) com o esterco bovino (EB) e composto orgânico de bagaço de cana e esterco bovino 3:1 (CO) obtendo-se nove composições de substratos (Tratamentos): Tratamento 1 (controle): substrato comercial; Tratamento 2: 100% EB; Tratamento 3: 80% EB + 20% MC; Tratamento 4: 70% EB + 30% MC; Tratamento 5: 60% EB + 40% MC; Tratamento 6: 100% CO; Tratamento 7: 80% CO + 20% MC; Tratamento 8: 70% CO + 30% MC; Tratamento 9: 60% CO + 40% MC.

O experimento foi estabelecido no delineamento inteiramente casualizado, com 5 repetições e com 10 mudas/repetição. Avaliou-se os parâmetros: altura da parte aérea, diâmetro de colo, peso fresco (parte aérea, sistema radicial e total) e peso seco (parte aérea, sistema radicial e total). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão A Figura 1 mostra os dados de altura da parte aérea das mudas onde se constatou que as maiores médias obtidas no estudo couberam às mudas produzidas nos substratos alternativos ao substrato comercial (Tratamento 1). Para Gomes & Paiva (2004), a utilização da altura da parte aérea de mudas de espécies florestais constitui um importante parâmetro para prever o crescimento das mudas no campo, além de consistir numa medida de fácil adoção.

Figura 1 – Altura das mudas (cm) de Corumbya citriodora nos nove tratamentos. *Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Duncam a 5% de probabilidade de erro

Na Figura 2, onde são apresentados os dados referentes ao diâmetro de colo das

mudas, observa-se que houve diferença significativa entre o tratamento da mistura de 80%

Page 76: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

74

de composto orgânico e 20% de moinha de carvão com os demais tratamentos, evidenciando que esse substrato proporcionou melhores condições de crescimento das mudas de C. citriodora. De acordo com Gomes & Paiva (2004), o padrão de qualidade de mudas de várias espécies florestais, possui alta correlação com esse parâmetro e isso pode ser observado nos significativos aumentos de taxas de sobrevivência e crescimento das plantas no campo.

Figura 1 – Diâmetro de colo das mudas (mm) de Corumbya citriodora nos nove tratamentos. *Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Duncam a 5% de probabilidade de erro

Os pesos das partes radicial e aérea representam um critério eficiente para a determinação da qualidade de mudas de espécies florestais. Na Tabela 1 são apresentados os pesos frescos e secos das mudas de C. citriodora, onde foi observado que as maiores médias couberam as mudas produzidas nos substratos obtidos a partir da mistura de composto orgânico e moinha de carvão vegetal. As piores médias de peso fresco e peso seco foram observadas no substrato comercial utilizado como testemunha no experimento. Tabela 1 Peso de matéria fresca da parte aérea (PFA), peso de matéria fresca do sistema radicial (PFR), peso de matéria fresca total (PFT), peso de matéria seca da parte aérea (PSA), peso de matéria seca do sistema radicial (PSR) e peso de matéria seca total, das mudas de Corumbya citriodora

Page 77: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

75

Conclusões

Ficou evidenciado que o substrato do tratamento 7 (80% de composto orgânico e

20% de moinha de carvão vegetal), demonstrou ser o mais adequado para a produção de mudas de C. citriodora em razão de apresentar os melhores parâmetros morfológicos em relação aos demais tratamentos. Assim, pode ser utilizado como alternativa para substituir o substrato comercial na produção de mudas dessa essência florestal.

Agradecimentos Agradecimentos ao Instituto Federal do Norte de Minas - IFNMG pelo financiamento das bolsas de Iniciação Científica e de Iniciação Científica Júnior.

Literatura citada FINGER, C. A. G. et al. Estabelecimento de povoamento de Pinus elliottii Engelm pela semeadura direta no campo. Ciência Florestal, v. 13, n. 1, p. 107-113, 2002. GOMES, J. M.; PAIVA, H. N. Viveiros florestais – propagação sexuada. 3. ed. Viçosa: UFV, 2004. 116 p. GONÇALVES, J.L.M.; POGGIANI, F. Substratos para produção de mudas florestais. In: SOLO 96 –SUELO CONGRESSO LATINOAMERICANO DE CIÊNCIA DO SOLO, 13, 1996. Águas deLindóia, SP. Resumos expandidos... Águas de Lindóia: SLCS: SBCS: ESALQ/USP:CEA-ESALQ/USP:SBM, 1996. Publicação em CD-ROM.

Page 78: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

76

MANEJO E ENRIQUECIMENTO COM ESPÉCIES FRUTÍFERAS DO CERRADO: ANÁLISE DO CRESCIMENTO E DA SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS

DO USO O GEL HIDROREDENTOR

Gabriel Muller Valadão1 ,Franciele Cezar Silva Moura2 ,Aline Cristina Marins3, Maria Isabel Dantas Rodrigues4,

1 Professor do IFNMG/Arinos, Especialista em Gestão Ambiental. Email: [email protected] 2Acadêmica de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] 3Acadêmica de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos.Email: [email protected] 4 Analista Ambiental do Instituto Estadual de Florestas, [email protected] Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar o estabelecimento e o crescimento de cinco espécies frutíferas nativas do cerrado, avaliando principalmente o efeito do polímero hidroretentor no estabelecimento das mesmas. Foram plantados sessenta e sete mudas de cinco espécies do cerrado. O plantio foi realizado durante o período de seca e irrigação realizada uma vez a cada semana. Após cinco meses foram mensurados a sobrevivência, a altura e o diâmetro do colo das mudas. Como resultado geral do estudo verificou-se a mortalidade de 28,36 % das mudas e 71,64% de sobrevivência das mesmas. A espécie Caryocar brasiliense Camb apresentou a mortalidade mais significativa de 87,50% dos indivíduos, sobretudo, às espécies Dipteryx alata Vog e Eugenia dysenterica DC se destacaram com 100% de sobrevivência. Palavras–chave: manejo e enriquecimento, frutas do cerrado, recuperação de áreas degradadas

Introdução

A intensificação das atividades humanas está acelerando a degradação dos recursos naturais, levando a destruição dos ecossistemas e, consequentemente, a perda da biodiversidade. Ao propor a conciliação entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade, temos que desenvolver tecnologias de manejo e utilização racional dos recursos naturais.

As áreas de cerrado do município de Arinos e região são caracterizadas, em geral, por vegetações provenientes de regenerações naturais, onde sua diversidade foi afetada principalmente por grandes desmatamentos no passado. As regenerações naturais geraram tipologias vegetacionais de baixa diversidade, caracterizado por espécies nativas colonizadoras e espécies exóticas invasoras.

Boa parte do conhecimento já acumulado sobre recuperação de ecossistemas florestais não se aplica à vegetação do cerrado, sendo necessárias muitas pesquisas para esclarecer desde mecanismos reprodutivos e de regeneração, ciclo de vida, processos de sucessão secundária, (DURIGAN, 2003). Os processos de recuperação através de plantios de enriquecimento poderia favorecer o estabelecimento das espécies de cerrado sentido restrito, onde o efeito de proteção que as espécies arbustivas e florestais já presentes na área favoreceriam a sobrevivência e o estabelecimento das mudas plantadas. Uma das tecnologias existentes que contribuem com o estabelecimento, refere-se ao uso de polímeros hidroabsorventes, amplamente disponíveis no mercado e que são adicionados às covas de plantio das mudas na forma hidratado. Esses polímeros hidroabsorventes melhoram a capacidade do solo em reter água e nutrientes para as plantas, atuando como condicionadores de solo. Em contato com a água, esses polímeros absorvem as moléculas de água e formam rapidamente um gel (OLIVEIRA et al., 2004).

Dentro do exposto o objetivo desse trabalho é analisar a viabilidade de enriquecimento para uso sustentável do cerrado em áreas de Reserva Legal degradada utilizando polímeros hidroretentores como um instrumento de facilitação do estabelecimento das mudas florestais.

Page 79: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

77

Material e Métodos

O estudo foi desenvolvido em uma área de tipologia vegetacional de cerrado sentido restrito, localizada na Reserva Legal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Arinos, pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, mais precisamente na Sub-bacia Mineira do Rio Urucuia. A área do experimento possui 3.750 m² e coordenadas geográficas 15°55'09.68'' S e 46°08'14,45'' W. O clima é considerado tropical com estação seca, classificado como Aw, conforme Köppen-Geiger.

O plantio das mudas florestais ocorreu em Junho de 2012, nessa ocasião foram plantadas 67 mudas de cinco espécies fruteiras nativas do cerrado, sendo elas: quinze (15) mudas de Hymenaea courbaril L.(Jatobá), vinte e três (23) mudas de Dypteryx alata Vog (Baru), cinco (5) mudas de Eugenia dysenterica DC (Cagaita), oito (8) mudas de Hancornia speciosa Gomes (Mangaba) e dezesseis (16) mudas de Caryocar brasiliense Camb (Pequi). As mudas utilizadas variaram conforme a disponibilidade dos viveiros regionais tanto públicos quanto particulares.

Foi realizado o combate a formigas cortadeiras dois meses antes do plantio, o experimento foi cercado para evitar a entrada de animais. As espécies invasoras presentes, principalmente o capim Andropogon (Andropogon gayanus) foram roçados e o material foi espalhado na área onde existia solo desprotegido, para proteção de processos erosivos. As covas foram abertas manualmente com cavadeiras articuladas, com covas de 40 x 40 x 40 cm, espaçamento entre plantas respeitou a lógica de abertura do dossel, o plantio das mudas foi realizado em clareiras na vegetação nativa, o espaçamento médio entre plantas foi de 5 metros. A adubação de base seguiu a metodologia proposta por Silva et al. (2001), onde cada cova recebeu 32g de P2O5, 6g de K2O, 64g de calcário dolomítico (100% PRNT) e 04 litros de esterco bovino, adicionado 750 ml de polímero hidroabsorvente e acrescidos aproximadamente 5 litros de água por muda através da irrigação uma vez por semana durante um mês, após esse período a irrigação foi cessada. A seguinte hipótese foi levantada que ao realizar o plantio de mudas fruteiras no período de estiagem utilizando um polímero hidroabsorvente e irrigando somente um mês foi o suficiente para estabelecer e manter as mudas durante o restante do período de estiagem.

Logo após o plantio foi mensurado os dados referentes à altura total e o diâmetro do coleto. As medições das alturas foram efetuadas com o auxílio de uma vara graduada em milímetros com um tamanho total de um metro e meio (1,5 m) de comprimento e para a medição do coleto foi utilizado um paquímetro digital. Após três meses foi realizada a segunda medição e posteriormente aos cinco meses de plantio foi realizada a terceira medição.

Resultados e Discussão

Foi constatado a mortalidade de 28,36 % das mudas e 71,64% de sobrevivência das mudas plantadas. CORRÊA (2004) apresentou uma compilação de dados sobre a taxa de mortalidade de várias espécies plantadas em áreas mineradas no cerrado, dentro do estudo em questão, o valor de 40% é considerado uma taxa normal de mortalidade nessas condições. Malinovski et al., 2006, citado por Venturoli., 2011, consideraram aceitável uma mortalidade de até 20% dentro dos parâmetros para plantios comerciais. O plantio deste experimento, portanto, pode ser considerado viável. As espécies que possuíram a mortalidade mais significativa foram às espécies Caryocar brasiliense Camb, com 87,5% de mortalidade e Hancornia speciosa Gomes, com mortalidade de 37,5%, conforme Tabela 1.

Page 80: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

78

Tabela 1. Taxa de sobrevivência e mortalidade das espécies utilizadas

Os resultados foram influenciados pela heterogeneidade de tamanho e estado fitossanitário das mudas, a alta mortalidade de Hancornia speciosa Gomes, foi devido ao nível fisiológico de desenvolvimento intermediário das mudas, conforme Tabela 2. Os números significativos de mortalidade das espécies Caryocar brasiliense Camb, se devem a dois fatores, alguns indivíduos não sobreviveram porque foram afetados pelo déficit hídrico e pela dificuldade natural de estabelecimento dessa espécie, em concordância com o trabalho desenvolvido por Sano, 2008, onde o índice de sobrevivência foi de 20% em um ano de plantio.

Ao cessar a irrigação, após três semanas foi observado que ocorreu uma murcha fisiológica da maioria das mudas plantadas, que logo foi associada ao déficit hídrico no solo, decorrente da ausência de irrigação. Desde então foi retomada a irrigação semanal, visando o restabelecimento de boas condições fisiológicas das mudas, demonstrando assim que a hipótese central não foi aceita. Devido a essa murcha o incremento em altura e diâmetro foi afetado, conforme Tab. 2, as espécies sobreviventes mais afetadas no incremento em altura foram Jatobá e Mangaba e a espécies mais afetada no diâmetro foi a Cagaita apesar do valor poder ser considerado insignificante. Somente a espécie de Dipteryx alata Vog tiveram os dois índices de incremento positivos, indicando uma alta rusticidade quando plantadas em condições adversas. Tabela 2. Incremento periódico do diâmetro do coleto e altura das espécies utilizadas.

Conclusões

Como resultado geral do estudo em questão verificou-se que a mortalidade de 28,36 % das mudas, implantadas no período de cinco meses de monitoramento, esse resultado é aceitável dentro das literaturas supracitadas. Considerando a metodologia de irrigação adotada no período de um mês não foi suficiente para garantir a sobrevivência das mudas durante o período de estiagem. O período de avaliação é curto, sendo necessárias novas medições. No entanto, o estudo mostra a prática do enriquecimento como promissor mesmo submetido a estresse hídrico a mortalidade foi aceitável. A espécie D. alata Vog apresentou melhores índices de sobrevivência e incremento dentro das condições desse estudo.

Page 81: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

79

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Norte de Minas Gerais pelo fornecimento de apoio financeiro e logístico.

Referências Bibliográficas CORRÊA, R.S. Recuperação de áreas degradadas no Cerrado: técnicas de revegetação – curso. Brasília: CREA-DF, 31 de maio a 05 de junho de 2004. 163p. DURIGAN, G. Bases e diretrizes para a restauração da vegetação de cerrado. In: KAGEYAMA, P. Y., OLIVEIRA, R. E., MORAES, L. D., ENGEL, V. L., GANDARRA, F. B. Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu: FEPAF. 2003. p.187-201. OLIVEIRA, R. A.; REZENDE, L. S.; MARTINEZ, M. A.; MIRANDA, G. V. Influência de um polímero hidroabsorvente sobre a retenção de água no solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 160-163, 2004. SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. Cerrado: ecologia e flora. Brasília: Embrapa, 2008. v. 2, 1279p. VENTUROLI, F. Manejo de floresta estacional semidecídua secundária , em Pirenópolis, Goiás. 2008. 188 p. (Tese de Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília. 2008. VENTUROLI, F.; VENTUROLI, S. Recuperação florestal em uma área degradada pela exploração de areia no distrito federal. Ateliê Geográfico. Goiânia, v. 5, n. 13, p.183-195 2011.

Page 82: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

80

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TURNOS DE REGA NO CRESCIME NTO INICIAL DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO 1

Jéssica Costa de Oliveira2, Tiago Reis Dutra2, Marília Dutra Massad3, Mateus Felipe Quintino Sarmento2,

Priscila Silva Matos2 1 Trabalho de Iniciação Científica da primeira autora, financiado pelo IFNMG 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Fazenda Varginha, Km 02, Rodovia MG-404, Zona Rural, 39.560-000, Salinas-MG; [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] 3 Instituto Federal do Paraná, Rua Pedro Koppe, 100, Vila Matilde, Irati-PR, [email protected] Resumo: O intervalo de dias entre duas irrigações sucessivas em um mesmo local, denominado de turno de rega, é determinado pelo período máximo em que a água disponível para as plantas vai ser consumida, e em que passará a haver deficiência hídrica às plantas. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes turnos de rega no crescimento inicial de mudas clonais de eucalipto. O delineamento experimental adotado foi o em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 3 x 4, sendo estudado o comportamento de três clones de Eucalyptus urograndis e o efeito de quatro turnos de rega (7, 14, 21, 28 dias). Cada unidade experimental foi constituída por 6 mudas. Avaliou-se o diâmetro do coleto, altura e produção de fitomassa seca total. Foi possível, observar em todas as variáveis, uma redução na produtividade quando se aumentou o período de irrigação. Palavras-Chave: Períodos de irrigação, deficiência hídrica, Eucalyptus urograndis, manejo da água.

Introdução

O Norte de Minas Gerais esta localizado em uma região de baixa pluviosidade e altas temperaturas. Deste modo, o conhecimento das variáveis ambientais da região é de grande importância desde a escolha da espécie a ser trabalhada ao crescimento inicial no campo. A irrigação tornou-se um fator importante para se ter uma eficiência na produção, de forma moderna e com garantia de qualidade dos produtos, tendo destaque para o ganho de produtividade. Mas para isso a quantificação da água utilizada na irrigação para o crescimento inicial das mudas no campo é de grande importância, uma vez que a falta ou excesso pode limitar o seu desenvolvimento.

O intervalo de dias entre duas irrigações sucessivas em um mesmo local, denominado de turno de rega, é determinado pelo período máximo em que a água disponível para as plantas vai ser consumida, e em que passará a haver deficiência hídrica às plantas (HOPPE et al. 2004).

Para se adotar turnos de rega variáveis, com o objetivo de manejar o uso da água, é necessário aquisição de sensores de umidade e uso de mão de obra para leitura dos mesmos, o que gera custos muito altos. Assim recomendações para manejo de água com base em turno de rega fixo, devem ser determinadas para condições específicas (MONTE et al., 2009). Daí a necessidade de se conhecer espécies que apresentam maior resistência as condições hídricas da Região Semiárida Mineira e o correto dimensionamento da frequência de irrigações visando otimizar a produção das mesmas, para atender às necessidades de mercado. Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de diferentes turnos de rega no crescimento inicial de mudas clonais de eucalipto.

Page 83: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

81

Material e Métodos O trabalho foi conduzido sob condições de viveiro telado localizado no Setor de

Agricultura I do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG – Câmpus Salinas).

As mudas clonais de Eucalyptus urograndis foram doadas pela Empresa Carvovale Industria e Comércio de Produtos Agroindustriais e Florestais Limitada localizada no município de Taiobeiras-MG. As mesmas foram selecionadas considerando-se características como a altura e diâmetro do coleto em estágio de expedição (idade de aproximadamente 85 dias) com o intuito de representar uniformidade entre as plantas.

Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 3 x 4, sendo estudado o comportamento de três clones de Eucalyptus urograndis e o efeito de quatro turnos de rega (7, 14, 21, 28 dias). Cada unidade experimental foi constituída por 6 mudas.

O solo utilizado como substrato para o crescimento inicial das mudas clonais de eucalipto foi retirado de áreas do Setor de Zootecnia II da mesma instituição na camada de 20 a 40 cm de profundidade, posteriormente sendo caracterizado quimicamente no Laboratório de Fertilidade do Solo da UFMG. Com base nos resultados não foi necessário realizar nem uma correção.

Realizou-se uma adubação dois dias antes do transplantio das mudas para os vasos aplicando-se, por solução, 200 mg dm-3 de P, 100 mg dm-3 de K e 40 mg dm-3 de S, tendo como fontes NaH2PO4.H2O (Fosfato de sódio), KH2PO4 (Potássio hidrogenofosfato) e K2SO4 (Sulfato de potássio), respectivamente, conforme sugerido por Passos (1994). Foi aplicada também uma solução de micronutrientes nas seguintes doses: 0,81 mg dm-3 de B (H3BO3; Ácido bórico), 1,33 mg dm-3 de Cu (CuSO4.5H20; Sulfato de cobre), 0,15 mg dm-3 de Mo [(NH4)6Mo7O24.4H20); Molibdato de amônio], 3,66 mg dm-3 de Mn (MnCl2.H20; Cloreto de manganês) e 4,0 mg dm-3 de Zn (ZnSO4.7H20; Sulfato de zinco), de acordo com Alvarez et al. (2006).

O nitrogênio foi aplicado na forma de sulfato de amônio [(NH4)2SO4] em duas datas: no momento do transplantio das mudas e aos 60 dias, ambas na dose de 100 mg dm-3 de N. Aos 60 dias, além do N, foram aplicados também 50,0 mg dm-³ de K, utilizando-se como fonte o KCl (Cloreto de potássio).

Para o crescimento das mudas clonais de eucalipto o solo foi acondicionado em vasos plásticas de polietileno com capacidade de 8 dm³ e organizadas em canteiros.

Durante o período experimental as irrigações foram realizadas de acordo com as frequências previamente estabelecidas para cada tratamento (7, 14, 21, 28 dias) mantendo-se a umidade do solo próxima de 60% da capacidade de campo.

Aos 120 dias foram mensurados a altura (H, cm), diâmetro do coleto (DC, mm) e massa seca total (MST g planta-1). A altura da parte aérea das mudas foi realizada com o auxílio de uma régua milimetrada posicionada no nível do solo até o meristema apical das mesmas. O diâmetro foi medido através do uso de um paquímetro.

Em seguida, toadas as plantas foram colhidas, lavadas em água corrente e secas em estufa com circulação forçada de ar, a aproximadamente 65 ºC, até peso constante. Feito isso avaliou-se a matéria seca total (MST).

Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando o efeito dos principais fatores avaliados (espécies de eucalipto e turno de rega) for significativo, as médias serão comparadas pelo teste Tukey (p < 0,05). Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o software Sisvar.

Page 84: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

82

Resultados e Discussão

Não houve efeito significativo da interação entre os principais fatores avaliados nesse trabalho (clones de Eucalyptus urograndis e quatro turnos de rega 7, 14, 21 e 28 dias) para nenhuma das características avaliadas, ocorrendo somente efeito isolado entre os clones e os quatro turnos de rega.

Com relação à altura o clone 1 diferenciou-se dos demais, destacando-se com o maior valor médio (Tabela 1). Fernandes (2012) avaliando o crescimento inicial de clones de Eucalyptus urograndis sob diferentes regimes hídricos, observou comportamento semelhante. Em relação aos turnos de rega, observou-se que o aumento do período de irrigação causou prejuízo ao crescimento em altura de todos os clones devido a sua resposta linear decrescente (Tabela 1), isso se deve ao fato das plantas sobmetidas à deficiência hídrica, apresentarem reduções na condutância estomática, causando diminuição do influxo de CO2 às folhas e a consequentemente paralisação do crescimento (TATAGIBA, 2006).

O crescimento em diâmetro não diferiu significativamente entre os clones (Tabela). Este resultado assemelha-se ao encontrado por Pereira et al. (2006). Comparando-se os turnos de rega, os diâmetros de colo se mostram maiores em plantas com menor frequência de irrigação, independentemente do clone utilizado (Tabela 1). Tal fato pode estar relacionado com a redução ou interrupção dos ritmos de crescimento, devido à redução na diferenciação celular, influenciada pela deficiência hídrica.

Para a matéria seca total foi observado redução na produtividade média de todas as plantas, em períodos mais tardios de irrigação (Tabela 1), evidenciando que o ganho em massa seca para o bom desenvolvimento inicial das mudas no campo está diretamente relacionado à disponibilidade de água.

Diante das respostas lineares decrescentes das variáveis altura, diâmetro e MST ao turno de rega, ou seja, não atingiu o máximo desenvolvimento, abrem-se possibilidades de futuros estudos com maior frequência de irrigação visando melhorias no crescimento inicial das mudas clonais de eucalipto nas condições em que foram estudadas. Tabela 1 Altura, diâmetro e matéria seca total mensurados aos 120 dias

Page 85: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

83

(1)MST – Matéria Seca Total; (2) y = 58,27 – 7,63*x, R² = 0,923; (3) y = 6,26 – 0,94*x, R² = 0,853; (4) y = 7,88 – 1,50*x, R² = 0,771; (5) Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Conclusões

Em todas as variáveis avaliadas houve uma redução na produtividade, de acordo o

aumento no período de irrigação. O clone 1 apresentou altura da parte aérea superior aos demais.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) pela concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citada HOOPE. J. M. et al. Produção de Sementes e Mudas Florestais. 2. ed. Santa Maria: UFSM, 2004. 316 p. MONTE. J. A. et al. Influência do turno de rega no crescimento e produção do tomateiro no verão em Seropédica. Horticultura Brasileira , v. 27, n.2, p. 222-227, 2009. FERNANDES. Emanuel Tássio. Fotossíntese e crescimento inicial de clones de Eucalipto sob diferentes regimes hídricos. 2012. 92 - 109 f. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação de Mestrado em Agronomia, 2012. TATAGIBA, S. D. Crescimento inicial, trocas gasosas e status hídrico de clones de eucalipto sob diferentes regimes de irrigação. Universidade Federal do Espírito Santo. 2006. 128p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal), Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo - ES. PEREIRA, M. R. R. Comportamento fisiológico e morfológico de clones de Eucalyptus sp. w. (hill ex. maiden) submetidos a diferentes níveis de água no solo. 2006. 69p. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem), Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu – SP.

Page 86: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

84

FENOLOGIA DA COMUNIDADE ESPÉCIES ARBUSTIVAS E ARBÓR EAS EM ÁREA DE CERRADO, NA APA DA CHAPADA DO LAGOÃO, ARAÇU AÍ (MG).

Joelbe Alves Cardoso1, Juvenal Martins Gomes2, Tarsila Esteves Gonçalves de Paula3 1Acadêmico de Gestão Ambiental - IFNMG/Araçuuaí. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Araçuaí, M.Sc. Ciências de Florestas Tropicais. Email: [email protected] 3Estudante do curso Técnico em Agroecologia. Email: [email protected] Resumo: A fenologia gera importantes conhecimentos sobre os eventos reprodutivos para as espécies vegetais. Estas informações possibilitam entendimento do comportamento de comunidades e espécies, condição necessária para estabelecer estratégias conservacionistas. O objetivo deste estudo foi avaliar os eventos fenologicos para a comunidade de espécies lenhosas, numa área de cerrado na APA da Chapada do Lagoão, Araçuaí(MG). As observações fenológicas foram realizadas mensalmente, no período de maio de 2012 a janeiro de 2013. Foram selecionados e acompanhados mensalmente 100 indivíduos de espécies lenhosas com CAP > 10 cm. Os eventos de flora��o, frutifica��o e dispers�o ocorrerram durante todo o período de observação, com o pico destes eventos concentrados em: outubro a janeiro de 2013 (floração); maio a julho de 2012 e janeiro de 2013 (frutificação); e outubro a novembro de 2012 (dispersão). Palavras-chave: eventos reprodutivos, habito, sazonalidade

Introdução

A Fenologia estuda a ocorrência de eventos biológicos, tanto vegetativos quanto reprodutivos, expressando caráter repetitivo e suas causas de ocorrência em relação às forças seletivas bióticas e abióticas, bem como da inter-relação entre fases caracterizadas por estes eventos, numa mesma e em diferentes espécies (LIETH, 1974).

Segundo Umaña & Alencar (1993), a fenologia representa uma importante ferramenta para o acúmulo de informações necessárias ao melhor planejamento da colheita de sementes, otimizando a logística envolvida no processo com diminuição de custos e potenciais resultados. Este conhecimento pode auxiliar na caracterização de tipologias florestais, possibilitando assim estratégias conservacionistas para a área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Lagoão e região.

O objetivo desta pesquisa foi caracterizar o comportamento fenológico para espécies arbustivas e arbóreas em uma área de cerrado, na APA da Chapada do Lagoão.

Material e Métodos

O estudo foi realizado na área da APA da Chapada do Lagoão - Unidade de Conservação da categoria de Uso Sustentável - a 25 km da sede do município de Araçuaí, com 24.180 hectares, altitude média de 850 metros. As curvas de nível de cota acima de 500 metros fazem parte da APA (EMATER/MG, 1990).

A área amostrada possui 23 hectares de vegetação nativa, com predominância de cerrado stricto sensu e cerradão antropizados, situada na comunidade Santa Rita de Cássia na fazenda de mesmo nome, localizada na coordenada S 16° 54' 31'' e W 41° 54' 50'' , com altitude próxima de 794 metros.

A região possui temperatura média anual de 25,8°, com média máxima anual de 31,40° e a media mínima anual de 19,25°, com clima semiárido a úmido apresentando uma taxa pluviométrica média anual de 817 mm, com maiores precipitações nos meses de dezembro a janeiro (OLIVEIRA et al., 2002).

Page 87: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

85

Demarcou-se três transectos de 10 metros de largura por 100 metros de comprimento, seleciononando espécies úteis e de interesse das comunidades da APA da Chapada do lagoão, com circunferência à altura do peito (CAP) > 10 cm. Os indivíduos selecionados foram plaqueados em sequência, com placas de alumínio e amarradas com fio de nylon. As coordenadas geográficas foram tiradas com auxilio de GPS e croqui de localização e acesso para cada indivíduo.

Os dados foram coletados entre os meses de maio de 2012 a janeiro de 2013, com observações mensais das fenofases: floração, frutificação, brotação e queda foliar que foram avaliadas de acordo com a metodologia de Bencke e Morellato (2002a). As síndromes de dispersão foram classificadas com base na morfologia dos frutos.

Resultados e Discussão

No estrato arbustivo e arbóreo foram demarcados 100 indivíduos, pertencentes a 18 espécies e 10 famílias botânicas (Tabela 01). Para as espécies: figo, mamoninha do campo, pau sapo e pau terra não foram encontrados o número mínimo de cinco indivíduos ao longo da área. Espécies de maior interesse, da população local (pequi, jatobá do cerrado, jacarandá, pau santo, pau d`óleo e sucupira), em função do potencial de uso e geração de renda foram selecionados um número maior de indivíduos com a perspectiva de estudos fenológicos específicos para estas espécies.

As síndromes predominantes entre as espécies observadas constatou-se a zoocoria (dispersão) e a entomofilia (polinização), o que coincide com o trabalho de Lenza & Klink (2006) estudando o comportamento fenologico em áreas de cerrado no DF. Tabela 1 Número de árvores matrizes observadas na APA da Chapada do Lagoão, com a identificação botânica, caracterização das síndromes de polinização e dispersão.

Page 88: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

86

N - número de indivíduos selecionados para cada espécie; Ento - Entomofilia; Meli - Melitofilia; Orni - Ornitofilia; Quiro - Quiropterofilia; Ane - Anemocoria; Auto - Autocoria; Baro - Barocoria; Zoo - Zoocoria

O evento de floração, compreendido desde os botões florais até o desenvolvimento completo das flores, para a comunidade observada ocorreu em todos os meses acompanhados, com maior percentual de indivíduos entre os meses de outubro/2012 a janeiro/2013 (figura 1). O processo reprodutivo de emissões de botões florais e flores concentrado nos meses acima relatados é esperado como comportamento fenológico padrão para a vegetação de cerrados, pois este período do ano coincide com o aumento da precipitação que estimula as plantas a iniciarem os eventos reprodutivos (LENZA & KLINK, 2006).

A frutificação das espécies observadas concentra-se nos meses de maio, junho e julho, todavia ao longo dos dez meses de observação existe uma disponibilidade de frutos (figura 1). Esta disponibilidade de frutos por um maior período do ano torna se uma fonte de recursos alimentares para a fauna presente na área. Este comportamento ecológico para a comunidade observada pode estar relacionado com a sazonalidade climática e a disponibilidade de dispersores (LENZA & KLINK, 2006).

O evento de dispersão demonstrou tendência de maior concentração de espécies no período mais seco do ano para a região (junho a setembro). As informações geradas com o registro das épocas e das intensidades de dispersão das espécies subsidiam a etapa de planejamento para a coleta de sementes.

Figura 1 Percentagem de espécies agrupadas por eventos fenológicos, observadas na APA da Chapada do Lagoão, Araçuaí (MG).

A sazonalidade nos eventos fenológicos não permitiu estabelecer padrões gerais para a comunidade de espécies arbustivas e arbóreas, carecendo de observações em um maior período de tempo.

Conclusão

O comportamento fenológico observado para a comunidade da tipologia de cerrado na APA da Chapada do Lagoão não permitiu estabelecer um padrão para os eventos. Isto se deu em função dos poucos meses ainda de observação, sendo necessária a continuidade da

Page 89: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

87

pesquisa. As informações geradas para as espécies sobre as épocas de frutificação e dispersão permitirá o planejamento da coleta de sementes.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFNMG pelo apoio financeiro ao projeto e pela concessão de bolsas, e ao Campus Araçuaí pelo apoio operacional.

Agradecemos pelo apoio ao Conselho Gestor da APA da Chapada do Lagoão, ao proprietário da fazenda Santa Rita de Cássia, José Ferreira Vieira, ao Sr. Antônio Gomes Santos, João Eudes Prates e aos motoristas Pedro Alves da Silva e Farley de Souza Barbosa.

Literatura citada BENCKE, C.S.C.; MORELLATO, L.P.C. 2002. Comparação de dois métodos de avaliação da fenologia de plantas, sua interpretação e representação, Rev. Bras. Bot. Vol. 25 nº 3, São Paulo. EMATER-MG. Área de proteção ambiental: APA da Chapada do Lagoão, Araçuaí-MG. Relatório técnico. Araçuaí. 81 p. 1990. LENZA, E. & KLINK, C.A. 2006. Comportamento fenológico de espécies lenhosas em um cerrado sentido restrito de Brasília, DF. Revist. Bot., V.20, n.4,p.627-638, out-dez. LIETH, 1974. Purpose of a phenology book. In: Phenology and seasonality modeling. (H. Lieth, ed.). Springer, Berlin, p. 3-19. OLIVEIRA, F.R.; DUARTE, U.; MENEGASSE, L.N. 2002. Levantamento hidrogeológico da área de Araçuaí no médio vale do Jequitinhonha-MG. Rev. Águas Subterrâneas, nº 16, pg 39-56. UMAÑA, C.L.A. & ALENCAR, J.C. 1993. Comportamento fenológico da Sucupira-Preta (Diplotropis purpurea Ricj. Amsh. Var. Coriacea Amsh.) na Reserva Florestal Ducke. Acta Amazonica, 23(1):199-211

Page 90: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

88

INFLUÊNCIA DO CONSÓRCIO COM COBERTURAS VEGETAIS NA RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES

Laís Gonçalves Martins1, Rafael Viana de Souza², Ane Marielle Monteiro Matos3, Renildo Ismael Félix da

Costa³, Ricardo Gonçalves Fernandes1, Lidicy Macedo². 1Acadêmico de Agronomia - IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG Januária. Email:[email protected]; [email protected]. ¹ ²Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected] ²Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental- IFNMG/Januária. E mail: [email protected]. 3Professor(a) do IFNMG/Januária. Resumo: A mata ciliar é compreendida como a vegetação que margeia as nascentes e cursos de água sendo fundamental para conservação da biodiversidade daquele local como também pela manutenção da quantidade e qualidade das águas. O objetivo deste trabalho foi testar técnicas de recomposição florestal através do plantio consorciado em quatro sistemas de cobertura vegetal. O delineamento adotado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições, os tratamentos consistiram no plantio de mudas consorciadas às seguintes coberturas: culturas (milho, mandioca, feijão catador, abóbora), cobertura verde (mucuna preta, feijão-de-porco, guandu e crotalária), cultivo no limpo (capina manual) e pousio (vegetação espontânea). Buscou-se avaliar porcentagem de emergência, sobrevivência e crescimento das espécies em função dos tratamentos implementados. A pesquisa em restauração florestal de matas ciliares por sistemas agroflorestais biodiversos é uma área recente, necessitando ainda, de experimentos e técnicas que validem esta tecnologia. Palavras–chave: restauração florestal, plantio consorciado, cobertura vegetal, mata ciliar

Introdução

A vegetação ciliar que margeia nascente e cursos de água é fundamental para manutenção da qualidade e quantidade de água, contribuindo ainda para conservação da biodiversidade no local. O manejo de sistemas ambientais tem preocupado de forma crescente nos últimos anos, fato este, que têm levado legislações a procurar envolver a restauração de ecossistemas degradados no intuito de caracterizar problemas e conceituar ações (Reis, 2006). Estudos realizados em restauração florestal geralmente baseiam-se em silvicultura, envolvendo o plantio de mudas de espécies arbóreas nativas com uso de adubação, práticas mecanizadas e controle seletivo por meio de defensivos. Discussões são feitas sobre número de espécies, classes sucessionais, espaçamento entre mudas e uso de sementes, bem como diferentes métodos utilizados dependendo do bioma e condição da degradação. A atividade de revegetação fornece os ingredientes iniciais necessários para o início de um processo de recuperação. A manutenção e a proteção dessas áreas darão condições para que o meio se encarregue da continuidade dos processos ecológicos mais detalhados (Macedo et al., 1993)

O objetivo desse trabalho foi realizar a recomposição de matas ciliares com mudas de espécies florestais consorciadas com diferentes coberturas vegetais, na busca de viabilizar ações de restauração de áreas degradadas.

Material e Métodos

O experimento foi implantado nos dias 5 e 6 de Dezembro de 2012 na Fazenda São Geraldo, sede do IFNMG – Campus Januária, Januária – MG. A área utilizada localiza-se à margem do córrego Santana que limita a lateral esquerda da sede. O delineamento adotado foi o de blocos ao acaso, com quatro tratamentos e três parcelas. Os tratamentos corresponderam, respectivamente, ao plantio de mudas florestais consorciadas com culturas

Page 91: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

89

agrícolas (mandioca Manihot esculenta, milho Zea mays, feijão catador Vigna unguiculata e abóbora Cucurbita máxima), com cobertura verde (feijão de porco Canavalia ensiformis, crotalária Crotalária spectabilis e mucuna preta Mucuna aterrina e feijão guandu Cajanus cajans), no pousio (vegetação espontânea) e cultivo no limpo. As mudas florestais selecionadas compreendem pau-jaú (Triplaris gardneriana), jamelão (Syzygium jambolana), goiaba (Psidium guajava).

Para a implantação do experimento o solo foi roçado e gradeado. Em cada parcela, foram plantadas 6 mudas nativas, sendo duas de cada espécie, distribuídas nos espaçamentos de 2m x 2m, e afastadas um metro da extremidade da parcela. A linha das coberturas foi implantada em fileira dupla entre as espécies florestais, obedecendo os espaçamentos indicado para cada cultura. A área de cada parcela foi de 24m² (6m x 4m), totalizando 288 m2. O plantio ocorreu entre os dias 7 e 8 de Dezembro de 2012. O controle de plantas daninhas foi realizado por meio de capina manual.

Os caracteres avaliados para as espécies utilizadas na cobertura do solo foram: porcentagem de emergência, sobrevivência e crescimento das espécies. Para determinação do efeito de coberturas no crescimento e desenvolvimento das espécies florestais foram realizadas medidas da altura da planta e diâmetro do caule à altura do solo, por meio de paquímetro digital, como também a contagem do número de folhas expandidas em cada muda. As avaliações foram realizadas a partir do primeiro mês após o plantio.

Resultados e Discussão

Os dados coletados apenas na primeira avaliação, aos 30 dias após a implantação do experimento são insuficientes, considerando o ciclo das culturas de cobertura e espécies florestais (Tabela 1). Nesse sentido, será dada a continuidade na coleta de dados visando a validação dos caracteres avaliados, considerando as características dos Sistemas agroflorestais biodiversos (Silva, 2010).

Page 92: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

90

Tabela 1: Influência da cobertura vegetal no desenvolvimento de espécies florestais utilizadas na recomposição de matas ciliares.

Tratamentos (cobertura vegetal) Espécies

florestais

Características avaliadas

Diâmetro

do caule

(mm)

Altura

(cm)

Número

de folhas

Culturas agrícolas

Jamelão 2,89 10,47 10,33

Goiaba 4,34 29,00 7,67

Pau jaú 8,75 46,93 9,83

Cobertura verde

Jamelão 2,57 16,33 10,67

Goiaba 4,72 30,92 5,17

Pau jaú 8,14 6,50 6,83

Plantas espontâneas

Jamelão 2,45 10,67 7,33

Goiaba 4,54 26,50 7,67

Pau jaú 8,47 47,92 3,33

Cultivo no limpo

Jamelão 2,84 11,45 8,67

Goiaba 4,26 25,47 10,83

Pau jaú 8,46 43,50 5,50

Conclusões

A recomposição florestal de matas ciliares através do plantio consorciado é uma promissora na restauração florestal, no entanto, será necessária a continuidade na coleta de dados para a obtenção de resultados conclusivos sobre o tema estudado.

Agradecimentos Ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais Campus Januária pela concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citada MACEDO, A. C.; KAGEYAMA, P. Y.; COSTA, L. G. S. Revegetação: matas ciliares e de proteção ambiental. Revisado e ampliado por KAGEYAMA, P. Y.; DA COSTA, L. G. S. São Paulo: Governo do estado de São Paulo, Secretária do Meio Ambiente/Fundação Florestal, 1993. 27p.

Page 93: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

91

REIS, A., et al. Curso: Restauração de áreas degradadas – imitando a natureza: Florianópolis, 2006. 90p. SILVA, J. O. Eficiência técnica e custo de recuperação de área degradada com agroflorestas biodiversas no Bioma Cerrado: um estudo de caso do Sítio Felicidade/DF. Brasília: Departamento de Engenharia Florestal, UNB. 2010. 100p (Trabalho Final de Graduação).

Page 94: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

92

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA CILIAR COMO SUBSÍDIO À RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO DO RIO

BANANAL, SALINAS - MG

Mariana Caroline Moreira Morelli1, Maria Clara Oliveira Durães2, Hugo Henrique Cardoso Salis3 1Acadêmica do 6º período do curso de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/IFNMG. e-mail: [email protected]. 2 Professora do IFNMG/Salinas, M.Sc. Ciências Agrárias/UFMG.e-mail: [email protected] ; 3Acadêmico do 6º período do curso de Engenharia Florestal–IFNMG/Salinas. e-mail: [email protected] Resumo: As florestas ciliares são ecossistemas de relevante importância para a manutenção dos recursos hídricos, representando importantes áreas de preservação de toda a biodiversidade local. Dessa forma o presente estudo teve como objetivo conhecer a composição florística de um fragmento de floresta ciliar do Rio Bananal, Salinas – MG e selecionar espécies para serem utilizadas na recomposição. Realizou-se o levantamento florístico, utilizando o método do Caminhamento; método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Foram anotadas e identificadas todas as espécies, pertencentes a indivíduos arbóreos com DAP ≥10cm ocorrentes no fragmento. Foi amostrado um total de 102 indivíduos, pertencentes a 29 espécies e 19 famílias. As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Fabaceae (35), Anacardiaceae (21) e Moraceae (10). Essas três famílias correspondem a 64,7% dos indivíduos amostrados, enquanto que as outras 26 famílias dividem os 35, 3% restantes. Fabaceae contribuiu com 9 espécies, seguida por Anacardiaceae com 2 espécies e Moraceae com uma espécie. As espécies mais abundantes no fragmento foram a Myracrodruon urundeuva (17) e Inga sessilis (18). O fragmento apresenta características da floresta estacional decidual, devido à influência desta fitofisionomia na formação e heterogeneidade florística do ecossistema. Fazem-se necessários estudos posteriores sobre a dinâmica e comportamento da floresta. Palavras–chave: floresta ciliar, levantamento florístico, rio Bananal

Introdução

Estudos ecológicos em florestas ciliares são fundamentais para orientar medidas de preservação e conservação dos poucos remanescentes florestais ainda existentes (DURAES, 2008). Esse tipo de formação vegetal é imprescindível para a manutenção dos ecossistemas aquáticos, pois auxiliam na infiltração de água no solo, facilitando o abastecimento do lençol freático, mantendo a qualidade da água (LIMA e ZAKIA, 2004).

As florestas ciliares são Áreas de Preservação Permanente (APPs) Código Florestal ( Lei nº 12.651/2012). Entretanto, ao lado das evidências de sua importância e mesmo protegidas por legislação ambiental específica, a cobertura vegetal presente nas áreas ciliares vem sendo alteradas, principalmente por atividades agropecuárias associadas ao uso de queimadas e extrativismo florestal causando a fragmentação e a degradação destes ecossistemas (MEYER et al. 2004).

Nas últimas décadas a cobertura vegetal do rio Bananal tem sido ocupada sem levar em consideração a preservação da vegetação, sendo grande parte da floresta ciliar removida para as atividades agrícolas bem como para a formação de pastagens. Como resultado destas ações, extensas áreas encontram-se descaracterizadas, principalmente nos trechos no qual a vegetação foi completamente suprimida para a construção de barragens e vias de acesso.

Dessa forma o presente estudo teve como objetivo determinar a composição florística de um fragmento, importante como subsídio à seleção de espécies para serem utilizadas na recomposição da floresta ciliar do Rio Bananal em Salinas – MG

Page 95: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

93

Material e Métodos

O rio Bananal localizado no município de Salinas, Norte de Minas Gerais, é

tributário do rio Salinas, este por sua vez, afluente do rio Jequitinhonha pela margem esquerda. A bacia hidrográfica do rio Bananal se encontra em altitude média de 478 m e possui área total de 411,03 km². Fisionomicamente a região está inserida em uma área de transição entre os domínios do Cerrado e da Caatinga com forte interferência da Floresta Estacional Decidual (MATA SECA) na área de estudo. Os solos da região caracterizam com predomínio de Argissolos e Planossolos. O clima da região de acordo com a classificação de Koppen é do tipo semi-árido, com temperatura máxima registrada em dia mais quente de 41º e a precipitação máxima atingida de 120,9 mm (MAGALHÃES et al, 2010). Figura1: Micro bacias componentes da Bacia Hidrográfica do Rio Salinas-MG

Fonte: Atlas Ambiental de Salinas-MG, 2010.

Para o estudo do perfil florístico do rio Bananal, foi selecionado um fragmento de floresta ciliar, que apresentou melhor estado de conservação. O levantamento das espécies foi realizado no período de junho a dezembro de 2012, utilizando o método do Caminhamento; método expedito para levantamentos florísticos qualitativos (FILGUEIRAS et al., 1994), que consiste basicamente na descrição sumária da vegetação da área a ser amostrada, listando-se as espécies. A identificação da vegetação arbórea processou-se por caminhadas aleatórias na margem esquerda do fragmento, com duração de 2 horas processando-se registros fotográficos e descrições morfológicas da vegetação arbustivo-arbórea identificada. Foram anotadas todas as espécies, pertencentes a indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro à altura do peito) igual ou superior a 10cm. A identificação das espécies em campo se processou através da consulta a especialistas e à bibliografia especializada. A seqüência das famílias segue o Sistema de Classificação do APG, Angiosperm Phylogeny Group II.

Resultados e Discussão

Foi amostrado um total de 102 indivíduos no fragmento. No levantamento florístico, foram identificadas 29 espécies de 18 famílias botânicas. As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Fabaceae (35), Anacardiaceae (21) e Moraceae (10). Essas três famílias correspondem a 64,7% dos indivíduos amostrados, enquanto que as outras 26 famílias dividem os 35, 3% restantes. Fabaceae contribuiu com 9

Page 96: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

94

espécies, seguida por Anacardiaceae com 2 espécies e Moraceae com uma espécie. As espécies mais abundantes no fragmento foram a Myracrodruon urundeuva (17) e Inga sessilis (18).

Fabaceae foi a família mais representativa floristicamente, apresentando o maior número de indivíduos e de espécies. Estes mesmos resultados têm sido encontrados em diversos estudos florísticos em áreas de floresta ciliar (DURÃES, 2008; LIMA E ZAKAYA, 2004) demonstrando a grande distribuição e poder adaptativo desta família a diversos tipos de solo e clima. A abundância expressiva e a ampla distribuição da família Fabaceae, pela sua capacidade de fixação do nitrogênio atmosférico, favorecem o processo de sucessão e o surgimento de espécies mais exigentes, atuando como facilitadora e, portanto tem importante papel na recomposição da vegetação do rio Bananal.

Anacardiaceae também esteve amplamente distribuída no fragmento, apresentando 21 indivíduos representados por apenas duas espécies, demonstrando se tratar de um caso de dominância, em especial de Myracrodruon urundeuva com 17 indivíduos ocorrendo em locais que apresentavam afloramento calcário. Myracrodruon urundeuva, é uma espécie adaptada a solos com afloramentos calcáreos e apresenta boa interação biótica, podendo chegar a ser a espécie dominante, se sobressaindo em relação às demais.

A floresta ciliar do rio Bananal é enriquecida por espécies da formação adjacente, apresentando abundância de espécies arbóreas encontradas na Floresta Estacional Decidual. Com ocorrência das espécies típicas: Myracrodruon urundeuva, Anadenanthera colubrina, Amburana cearensis, Schinopsis brasiliensis, o que demonstra a influência desta fitofisionomia na formação e heterogeneidade destes ecossistemas. A interferência da Floresta Estacional Decidual é uma ocorrência comum na região, sendo demonstrada em diversos estudos a contribuição destas espécies na formação florestal dos ecossistemas ciliares da região (DURÃES, 2008; LIMA E ZAKAYA, 2004).

Além de espécies típicas da Floresta Estacional Decidual, ocorreram também no fragmento, espécies características de floresta ciliar: Inga sessilis, Celtis iguanea e Croton urucurana citadas na literatura com ocorrência relacionada a cursos d’água ou em áreas de elevado teor de umidade (LIMA E ZAKAYA, 2004).

Conclusões

O fragmento de floresta ciliar do rio Bananal é enriquecido por espécies da Floresta Estacional Decídua, demonstrado a grande influência desta formação vegetal adjacente na composição florística deste fragmento.

Torna-se de extrema importância, estudos posteriores sobre a dinâmica e comportamento da floresta em resposta aos efeitos antrópicos sobre estas comunidades, bem como pesquisas sobre a interface das florestas ciliares com formações vegetais adjacentes podendo-se obter dados consistentes sobre a conservação dos remanescentes de florestas ciliares em enclaves de Floresta Estacional Decídua.

Agradecimentos Ao IFNMG, pelo apoio financeiro na forma de bolsa de Iniciação Científica.

Literatura citada BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de

Page 97: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

95

1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/2012/lei-12651-25-maio-2012-613076-publicacaooriginal- 136199-pl.html.> Acesso em: 09 Fev. 2012. DURÃES, M.C.O. Levantamento florístico de mata ciliar como subsídio para recuperação da bacia do rio Cedro. Montes Claros, UFMG, 2008. 20p. FILGUEIRAS, T.S.; NOGUEIRA, P.E.; BROCHADO, A.L.;Guala II, G.F. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12, 1994. 39-43p. LIMA, W.P.; ZAKIA, M.J.B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES, R.R.; LEITÃO-FILHO, H.F. (Ed.). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Edusp, Fapesp, 2ª ed, 2004. 320p. MAGALHÃES, et al. Recursos Hídricos. Atlas Ambiental de Salinas-MG, 2010.158,165,166p. MEYER, S.T. et al. Composição Florística da Vegetação arbórea de um trecho de floresta de galeria do Parque Estadual do Rola-Moça na Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, Brasil. Acta Bot. Bras, v. 18, n. 4, p. 701-709, out./dez. 2004.

Page 98: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

96

PRODUÇÃO DE MUDAS DE UMBURANA ( AMBURANA CEARENSIS) EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E FÓSFORO

Mateus Felipe Quintino Sarmento1, Tiago Reis Dutra3, Marília Dutra Massad4, Jéssica Costa de Oliveira2,

Priscila Matos2 1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG – Câmpus Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG – Câmpus Salinas [email protected]; [email protected] 3Professor do IFNMG – Câmpus Salinas. Email: [email protected] 4Professora do IFPR, Câmpus Irati. Email: [email protected] Resumo: A umburana é uma espécie ameaçada de extinção, sendo utilizada para diversos fins, principalmente na região de Salinas, onde participa da cadeia produtiva da cachaça artesanal, principal produto da região. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de fósforo e nitrogênio na produção de mudas de umburana. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com quatro repetições no esquema fatorial 5x4. Os tratamentos foram compostos por cinco doses de nitrogênio (0, 75, 150, 225 e 300 mg dm-3) e quatro doses de fósforo (0, 150, 300 e 450 mg dm-3) e. Foram avaliadas as seguintes variáveis: altura e diâmetro aos 125 dias, massa seca da raiz, massa seca da parte aérea e índice de qualidade de Dickson. A melhor dose estimada de nitrogênio foi 166,67 mg dm-3 e de fósforo foi 450 mg dm-3,para a produção de mudas de qualidade da espécie. Palavras–chave: Amburana cearensis, fósforo, nitrogênio, produção de mudas

Introdução

A umburana (Amburana cearensis (Allemão) A.C. Smith) espécie arbórea da família Fabaceae é encontrada no Nordeste do país e nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A madeira é utilizada para fabricação de móveis finos, esculturas, balcões, tanoaria e marcenaria em geral, por possuir uma densidade moderadamente pesada e por ser macia e durável quando exposta a intempéries (Lorenzi, 2008). As entrecascas e as sementes são utilizadas na indústria alimentícia, no curtimento de couro, perfumaria e medicina popular, devido aos seus compostos químicos principalmente a cumarina, combatendo diversas enfermidades como dor de barriga, reumatismo, tosse, bronquite, coqueluche, gripe, asma e afecções pulmonares, sendo utilizados como lambedor, “rapés” e na formulação de chás (Almeida et. al., 2010).

Na região de Salinas além das utilidades citadas a umburana participa da cadeia produtiva do principal produto da região, a cachaça artesanal, sendo utilizada para a produção de dornas e tonéis, atuando na etapa de envelhecimento desse produto. Esse processo consiste em agregar qualidades fisioquímicas e sensoriais, como o decréscimo do pH,concentrações de cobre, álcool etílico, aumentando assim a cor, o aroma, concentrações de ácidos e aldeídos aromáticos, resultando em produto de características inigualáveis sendo muito apreciado pelos consumidores (Parazzi et al., 2008).

Devido essas utilidades e a exploração predatória, a umburana está listada como espécie em extinção, sendo de suma importância estudos que visem à produção de mudas de qualidade.

Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio e fósforo sob a produção de mudas de umburana.

Page 99: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

97

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido sob condições de viveiro telado localizado no Setor de Agricultura I do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG – Campus Salinas).

O experimento foi conduzido em um delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 5 x 4, sendo estudado o efeito de cinco doses de nitrogênio (0, 75, 150, 225 e 300 mg dm-3) e quatro doses de fósforo (0, 150, 300 e 450 mg dm-3). Cada unidade experimental foi constituída por 6 mudas.

As mudas foram produzidas através de substrato proveniente da camada de 20 a 40 cm, retirado no setor Zootecnia II da mesma instituição, sendo caracterizado quimicamente pelo Laboratório de Fertilidade do Solo da UFMG. O solo foi seco ao ar, peneirado em malha de 4 mm de diâmetro, porém não houve a necessidade de ser corrigido, uma vez que a análise estava ideal para a produção das mudas.O solo foi acondicionado em sacolas plásticas de polietileno com capacidade de 0,6 dm³ e organizados em canteiros suspenso.

As sementes foram coletadas em matrizes localizadas na zona rural no município de Salinas, sendo destinadas ao laboratório. Após a coleta foi realizado o processo de quebra de dormência, destinando-as a um recipiente com água pré-aquecida à 80ºC, deixando-as em repouso fora do aquecimento em temperatura ambiente por 24 horas. Em seguida a esse procedimento, as sementes foram colocadas em solução de hipoclorito de sódio (2%) por 3 minutos, realizando a desinfecção.

Aos 15 dias após a emergência foi realizado o primeiro raleio, deixando apenas 2 plantas por embalagem. Após 30 dias realizou-se o segundo raleio deixando-se apenas uma muda por embalagem. Nesse momento também foram aplicadas as doses de fósforo (0, 150, 300 e 450 mg dm-3) através de superfosfato simples (P2O5) e a primeira aplicação das doses de nitrogênio, proveniente de sulfato de amônio [(NH4)SO4] nas doses de 0, 75, 150, 225 e 300 mg dm-3, sendo essas aplicadas em porções iguais aos 45,60,75,90 e 105 dias. Aos 75 dias além do N foi aplicado 55,8 mg dm-3 de potássio, utilizando como fonte nitrato de potássio (KNO3).Aos 125 dias foram avaliados as seguintes variáveis: altura (H; cm), diâmetro do coleto (DC; mm) das mudas, massa seca da parte aérea (MSPA; g planta-1), massa seca da raiz (MSR; g planta-1) e o índice de qualidade de Dickson. A mensuração da altura da parte aérea foi realizada com o auxílio de uma régua milimetrada posicionando no nível do solo até o meristema apical. O diâmetro foi medido através do uso de um paquímetro digital.

Em seguida as mudas foram colhidas e separadas em parte aérea e sistema radicular, destinadas à estufa com circulação forçada de ar, aproximadamente 65ºC, até peso constante, sendo avaliado matéria seca da parte aérea e matéria seca da raiz. Após secagem em estufa, as amostras foram mensuradas em balança analítica.Esses parâmetros foram transformados em índice de qualidade de mudas: (MSR/MSPA) e no Índice de Qualidade de Dickson – IQD (Dickson et al.,1960) sendo calculado por: IQD = MST(g)/[H(cm)/DC(cm) + MSPA(g)/MSR(g)].

Os efeitos das doses de nitrogênio e fósforo foram analisados por meio de regressões, e o valor de F foi corrigido; sendo apresentadas somente as equações cujos coeficientes de maior grau forem significativos (p < 0,05). Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o software Sisvar.

Page 100: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

98

Resultados e Discussão

Houve efeito significativo das doses de nitrogênio e fósforo para todas as variáveis

avaliadas nesse trabalho. A dose nitrogênio que proporcionou, aos 125 dias, o maior crescimento em altura (Figura 1) das mudas de umburana foi a de 191,79 mg dm-3 gerando mudas com 18,58 cm.

Ao analisarmos a Figura 2 podemos notar o crescimento da massa seca da raiz (MSR) em relação às doses fósforo estudadas, demonstrando que a melhor dose foi 450 mg dm-3. Uma maior produção de MSR é de extrema importância, pois reflete diretamente na sobrevivência das mudas em campo, principalmente em épocas menos favoráveis ao desenvolvimento das mesmas. Devido a resposta linear crescente das doses de fósforo, o estudo não atingiu o máximo desenvolvimento das raízes, deixando em aberto novos estudos com a umburana, utilizando doses superiores a 450 mg dm-3. A adubação de nitrogênio e fósforo é de suma importância para a produção de mudas de umburana. Ramos (2004) avaliou os efeitos de sombreamento com mudas de Amburana cearensis, porém o experimento não utilizou adubação de arranque. Os resultados obtidos aos 19 meses foram: altura de 20 cm e massa seca de raiz de 8,44 g, demonstrando a importância da adubação para o desenvolvimento inicial de mudas dessa espécie.

Contudo não devemos relacionar essas variáveis isoladamente, logo devemos analisar o Índice de Qualidade de Dickson (IQD) que comprova a influência de diversos fatores para produção de mudas de qualidade. Assim ao avaliarmos a Figura 3, notou-se que a melhor dose estimada de nitrogênio foi a de 166,67 mgdm-3.

Page 101: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

99

Conclusões

Nas condições avaliadas a dose estimada de nitrogênio que produziu mudas com maior IQD foi a de 166,67 mg dm-3. Aliado a isso, a dose de fósforo que proporcionou maior produção de matéria seca de raiz foi a de 450 mg dm-3.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pela concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citada DICKSON, A.; LEAF, A, L.; HOSNER, J.F. Qualitty appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. Forestry Chronicle, v. 36, p. 10-13, 1960. PARAZZI, C.; ARTHUR, C.M.; LOPES, J.J.C.; BORGES, M.T.M.R. Avaliação e caracterização dos principais compostos químicos da aguardente de cana-de-açúcar envelhecida em tonéis de carvalho (Quercus sp.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 28, n. 1, p. 193-199, 2008. ALMEIDA, J.R.G.S; GUIMARÃES, A.G.; SIQUEIRA, J.S.; SANTOS, M.R.V. ; LIMA, J.T.; NUNES, X.P; QUINTANS-JÚNIOR, L.J. Amburana cearensis – uma revisão química e farmacológica. Scientia Plena, v. 6, 2010. RAMOS, K.M.O.; FELFILI, J.M.; FAGG, C.W.; SILVA, J.C.S.; FRANCO, A.C. Desenvolvimento inicial e repartição de biomassa de Amburana cearensis (Allemao) A.C. Smith, em diferentes condições de sombreamento. Acta Bot. Bras. 18 (2), p. 351-358, 2004

Page 102: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

100

MUDAS DE CAVIÚNA-DO-CERRADO ( DALBERGIA MISCOLOBIUM ) E CAROBINHA-DO-CAMPO ( JACARANDA CUSPIDIFOLIA) EM RESPOSTA A

DOSES CRESCENTES DE NITROGÊNIO1 Priscila Silva Matos2, Tiago Reis Dutra2, Marília Dutra Massad3, Mateus Felipe Quintino Sarmento2, Jéssica

Costa de Oliveira2 1 Trabalho de Iniciação Científica da primeira autora, financiado pelo IFNMG 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Fazenda Varginha, Km 02, Rodovia MG-404, Zona Rural, 39.560-000, Salinas-MG; [email protected], [email protected], [email protected] 3Instituto Federal do Paraná, Rua Pedro Koppi, 100, Vila Matilde, Irati-PR, [email protected] Resumo: Os teores de nutrientes no substrato, principalmente nitrogênio tem grande influência na qualidade das mudas produzidas e no desenvolvimento das mesmas em campo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de doses crescentes de nitrogênio no crescimento inicial e qualidade de mudas de caviúna-do-cerrado (Dalbergia miscolobium) e caroba-do-campo (Jacarandá cuspidifolia). O delineamento adotado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 5 x 2, sendo estudado o efeito de cinco doses de nitrogênio (0, 75, 150, 225 e 300 mg dm-3) e o comportamento de duas espécies nativas da Caatinga Mineira (caviúna-do-cerrado e carobinha-do-campo). Avaliou-se a altura, diâmetro, matéria seca da parte aérea (MSPA) e o índice de qualidade de Dickson (IQD). As mudas de caviúna e caroba responderam significativamente à adição de doses crescentes de N, sendo que a melhor dose foi a de 300 mg dm-3. Dentre as duas, aquela que apresentou maior IQD, e portanto, melhor desenvolvimento foi a caroba. Palavras-Chave: Espécies florestais, qualidade de mudas, adubação nitrogenada

Introdução

A região do Norte de Minas Gerais apresenta-se como área de transição do cerrado, caatinga e remanescentes de mata atlântica. As formações nativas desse ecossistema estão sendo intensamente degradadas pela ação antrópica, com isso aumentam-se as exigências legais e a discussão sobre a necessidade de recuperação de áreas degradadas e recomposição florestal.

Dentre as arbóreas nativas da Região Semiárida Mineira a caviúna-do-cerrado (Dalbergia miscolobium) e a caroba-do-campo (Jacaranda cuspidifolia) apresentam grande destaque para participarem de programas de revegetação de áreas degradadas. A produção de mudas florestais, em qualidade e quantidade, é uma das fases mais importantes para o estabelecimento de bons povoamentos florestais.

Para que essas e outras espécies sejam cultivadas, é necessário maior conhecimento sobre a sua silvicultura, incluindo-se a nutrição mineral, com vistas a aperfeiçoar o sistema de produção das mesmas. Os teores de nutrientes no substrato, principalmente nitrogênio tem grande influência na qualidade das mudas produzidas e no desenvolvimento das mesmas em campo.

Devido à escassez de informações sobre as exigências nutricionais de espécies florestais nativas quanto à nutrição nitrogenada, objetivou desse trabalho foi avaliar o efeito de doses crescentes de nitrogênio no crescimento inicial e qualidade de mudas de caviúna (Dalbergia miscolobium) e caroba-do-campo (Jacarandá cuspidifolia).

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido sob condições de viveiro telado localizado no Setor de Agricultura I do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG – Câmpus Salinas).

Page 103: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

101

As sementes de caviúna-do-cerrado (Dalbergia miscolobium) e as de caroba-do-campo (Jacaranda Cuspidifolia) foram coletadas de matrizes localizadas no município de Salinas.

Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 5 x 2, sendo estudado o efeito de cinco doses de nitrogênio (0, 75, 150, 225 e 300 mg dm-3) e o comportamento de duas espécies nativas da Caatinga Mineira (caviúna e carobinha-do-campo). Cada unidade experimental foi constituída por 6 mudas.

O solo utilizado como substrato para produção das mudas de caviúna-do-cerrado e caroba-do-campo foi coletado de áreas do Setor de Zootecnia II da mesma instituição, da camada de 20 a 40 cm de profundidade, posteriormente sendo caracterizado quimicamente no Laboratório de Fertilidade do Solo da UFVJM. Com base nos resultados não foi necessário fazer correção.

Foi realizada uma adubação básica que consistiu na aplicação, por solução, de 300 mg dm-3 de P, 100 mg dm-3 de K e 40 mg dm-3 de S, tendo como fontes NaH2PO4.H2O (Fosfato de sódio), KH2PO4 (Potássio hidrogenofosfato) e K2SO4 (Sulfato de potássio), respectivamente, conforme sugerido por Passos (1994). Foi aplicada também uma solução de micronutrientes nas seguintes doses: 0,81 mg dm-3 de B (H3BO3; Ácido bórico), 1,33 mg dm-3 de Cu (CuSO4.5H20; Sulfato de cobre), 0,15 mg dm-3 de Mo [(NH4)6Mo7O24.4H20); Molibdato de amônio], 3,66 mg dm-3 de Mn (MnCl2.H20; Cloreto de manganês) e 4,0 mg dm-3 de Zn (ZnSO4.7H20; Sulfato de zinco), de acordo com Alvarez et al. (2006).

Aos 125 dias após a semeadura foram mensurados altura da parte aérea (H; cm), diâmetro do coleto (DC; mm), matéria seca da parte aérea e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). A mensuração da altura da parte aérea das mudas foi realizada com o auxílio de uma régua milimetrada posicionada no nível do solo até o meristema apical das mesmas. O diâmetro foi medido através do uso de um paquímetro.

Em seguida coletou-se a parte aérea das mudas , onde posteriormente foram secas em estufa com circulação forçada de ar, a aproximadamente 65 ºC, até peso constante para avaliação da matéria seca da parte aérea (MSPA; g planta-1). De posse dos dados anteriores determinou-se também o Índice de Qualidade de Dickson - IQD (Dickson et al., 1960).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, quando o efeito de espécie a serem estudas for significativo, as médias serão comparadas pelo teste de F (P<0,05). Os efeitos das doses de nitrogênio foram analisados por meio de regressões, e o valor de F foi corrigido; sendo apresentado somente as equações cujos coeficientes de maior grau forem significativos (p < 0,05). Todas as análises estatísticas serão realizadas utilizando-se o software Sisvar.

Resultados e Discussão

Não houve efeito significativo da interação entre os principais fatores avaliados nesse trabalho para nenhuma das características avaliadas, ocorrendo somente efeito isolado das doses de nitrogênio e as espécies estudadas.

Observa-se que a caviúna-do-cerrado foi a espécie que apresentou maior crescimento em altura durante todo período do trabalho, ao passo que a caroba-do-campo teve um crescimento inferior (Tabela 1). Esse fato pode estar relacionado às características de cada espécie; principalmente, o tipo de germinação. A caviúna apresenta germinação fanerocotiledonar-epígea-armazenadora (FEA) e a caroba fanerocotiledonar-hipogeal-de-

Page 104: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

102

reserva (FHR). Essa diferença no tipo de germinação pode definir diferentes condições na absorção de luz, proteção de tecidos nutritivos e funcionalidade, influenciando o crescimento e estabelecimento da planta.

Notou-se que ao final de 125 dias o maior crescimento em diâmetro foi o da caroba (Tabela 1). Franczak et al. (2008), em estudo sobre o desenvolvimento de mudas de caroba, sem adição de N, observaram que, ao final de 120 dias as mudas apresentaram diâmetro do coleto de 2,47 mm, o que está abaixo dos resultados encontrados nesse trabalho. Tal fato confirma a viabilidade do uso de N para o desenvolvimento e crescimento desta espécie.

Quanto à massa seca da parte aérea, a caroba apresentou maior média (1,256 g planta-1) (Tabela 1), isso significa que a muda desta espécie apresentaria maior capacidade de adaptação no período pós-plantio, uma vez que as folhas constituem uma das principais fontes de nutrientes e fotoassimilados (açúcares, aminoácidos, hormônios, etc), que servirão de suprimento de água e nutrientes para as raízes no primeiro mês de plantio.

Em relação ao índice de qualidade de Dickson, a espécie que obteve o maior valor foi a caroba-do-campo (0,715) (Tabela 1), sendo que quanto maior for esse índice, melhor será a qualidade da muda produzida. Estabelecendo-se como valor mínimo desejável para IQD de 0,20; recomendado por HUNT (1990), observa-se que as mudas dessa espécie apresentaram valores superiores aos mencionados pelo autor, indicando que as mudas apresentam qualidade para serem plantadas no campo. Tabela 1 Altura (H), diâmetro de coleto (DC), massa seca da parte aérea (MSPA) e índice de qualidade de Dickson (IQD) de caroba-do-campo e caviúna-do-cerrado aos 125 dias

Valores seguidos de letras distintas na mesma coluna diferem entre si pelo teste F.

À medida que se aumentaram as doses de nitrogênio, o crescimento das mudas de

caroba e caviúna também aumentaram linearmente, como foi verificado para a altura e massa seca da parte aérea (Figura 2a e 2b). Isso demonstra que os maiores valores dessas características serão obtidos com doses superiores a 300 mg dm-3 de nitrogênio. No entanto, Goulart (2011) estudando o efeito da adubação nitrogenda em mudas de jequitibá-rosa, observou efeito quadrático para as variáveis morfológicas analisadas e obteve como melhor dose 300 mg dm-3 de N.

Page 105: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

103

Figura 1 Altura e massa seca da parte aérea das mudas de caroba e caviúna, aos 125 dias, em resposta às doses crescentes de nitrogênio.

Conclusões As mudas de caviúna e caroba responderam significativamente à adição de doses crescentes de N, sendo que a melhor dose foi a de 300 mg dm-3. Dentre as duas, aquela que apresentou maior IQD e portanto, melhor desenvolvimento foi a caroba.

Agradecimentos Ao Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), pela concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citada ALVAREZ, V. H. et al. Poda de raízes e adubação para crescimento do cafeeiro cultivado em colunas de solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.30, n.1, p.111-119, 2006. DICKSON, A.; LEAF, A, L.; HOSNER, J.F. Qualitty appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. Forestry Chronicle, v.36, p.10-13, 1960. FRANCZAK, D. D. et al. Adição de dosagens de lodo de curtume em substrato comercial para produção de mudas de caroba (Jacaranda cuspidifolia Mart.) In: VI ENCONTRO NACIONAL SOBRE SUBSTRATOS PARA PLANTAS MATERIAS REGIONAIS COMO SUBSTRATO, 2008, Fortaleza- CE, Anais... Fortaleza: Embrapa Agroindústia Tropical, SEBRAE/CE e UFC. HUNT, G.A. Effect of styroblock design and cooper treatment on morphology of conifer seedlings. In: TARGET SEEDLINGS SYMPOSIUM, MEETING OF THE WESTERN FOREST NURSERY ASSOCIATIONS, Roseburg, 1990. Proceedings… p. 218-222. Fort Collins: United States Departament of Agriculture, Forest Service, 1990. (RM-GTR-200). GOULART, L. M. L. Crescimento e qualidade de mudas de ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl.) Nich.), jequitibá-rosa (Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze) e jequitibá-branco (Cariniana legalis (Mart.) Kuntse), em resposta à adubação nitrogenada. Viçosa – MG: UFV, 2011. 83p. ( Dissertação – Mestrado em Ciência Florestal)

Page 106: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

104

CONFECÇÃO DE UM MOSAICO SEMI-CONTROLADO PARA A BACI A DO RIO PARDO – MINAS GERAIS 1

Rhagnya Sharon Ferreira Martins2, Ronaldo Medeiros dos Santos 3, Bárbara Mendes Oliveira4

1Parte do projeto de pesquisa do primeiro autor, financiada pelo IFNMG/Salinas 2Graduanda do Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas; Bolsista PIBIC - IFNMG/Salinas. E-mail: [email protected] 3Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. E-mail: [email protected] 4Graduanda do Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. E-mail: [email protected] Resumo: O presente estudo teve como objetivo construir um mosaico semi-controlado para a bacia do Rio Pardo – Minas Gerais, uma vez que esta bacia está localizada na interface entre várias cenas de alguns dos principais satélites de sensoriamento remoto e divide-se entre duas zonas UTM. A metodologia incluiu os seguintes passos: i) uniformizar os sistemas de coordenadas das cenas, ii) seleção de pontos de controle utilizando cartas topográficas; iii) correção geométrica das cenas individuais e, iv) união das cenas por meio da operação mosaicagem. O resultado mostrou um RMS em torno de 177 metros, compatível com mapeamentos em escalas entre 1:1.000.000 e 1:750.000, e facilitará futuras operações de classificação para o uso atual da terra / cobertura de mapeamento e análise espacial dos fenômenos ambientais ou antropogênicos / processos a nível de bacia hidrográfica. Palavras–chave: bacia do Rio Pardo, mosaico semi-controlado, processamento de imagens orbitais

Introdução

A maioria dos sensores orbitais é caracterizada por uma grande capacidade de cobertura espacial, variando entre dezenas e milhares de quilômetros. Graças a essa capacidade, fenômenos ou processos de grande abrangência geográfica podem ser vistos ou estudados até mesmo a partir de uma única cena. Existem, no entanto, algumas situações para as quais tal afirmação não é aplicável, dentre as quais podem ser mencionadas: a) o tamanho da área de trabalho é maior do que a área coberta por uma cena ; b) a área de trabalho situa-se entre duas ou mais cenas do sensor utilizado. Essas situações representam um problema e a principal solução adotada é a construção de mosaicos.

O mosaico consiste em uma imagem gerada a partir da junção de várias cenas, ou fragmentos, que em conjunto, abrangem ou cobrem a totalidade da área de interesse. Proporcionam uma melhor visualização e, consequentemente, uma melhor interpretação espacial de elementos relevantes para o estudo e desenvolvimento de projetos diversos, podendo ser de cunho cientifico, ambiental, econômico e social. Também são utilizados em monitoramento ambiental sinóptico, análise da evolução do crescimento urbano e inventário de recursos naturais em grandes áreas (Rezende Filho, 2001).

A porção mineira da bacia do Rio Pardo bem ilustra a situação ora caracterizada, por ser uma área localizada na interface de várias cenas de alguns dos principais sistemas sensores, como o Landsat e o CBERS, e se encontrar dividida entre dois fusos UTM (23 e 24). Além disso, não existe disponível um produto, com resolução espacial adequada, que possibilite o tratamento da área por meio de uma única vista, ou cena. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo confeccionar um mosaico semi-controlado para a referida região, a partir de imagens digitais dos satélites CBERS e LANDSAT.

Page 107: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

105

Material e Métodos

A área de estudo abrangeu a porção mineira da bacia do Rio Pardo, localizada na região norte do Estado de Minas Gerais. Compreende uma superfície de aproximadamente 12.700 km², situada entre os paralelos 15º e 16º de latitude sul e entre os meridianos 41º e 43º a oeste de Greenwich. Os materiais utilizados neste trabalho consistiram basicamente em quatro cenas CBERS (resolução espacial de 20 metros) e quatro cenas Landsat (resolução espacial de 30 metros), obtidas gratuitamente junto ao Catálogo de Imagens do DGI – INPE (INPE, 2012); base cartográfica em formato digital, composta por cartas topográficas da região, na escala 1:100.000, obtidas gratuitamente junto ao banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (IBGE, 2012a); e o software IDRISI, versão Andes (licença demonstrativa gratuita) (Clark Labs, 2006).

A metodologia consistiu nos seguintes passos: a) Compatibilizou-se os sistemas de coordenadas das cenas utilizadas, adotando o sistema geográfico no qual a posição bidimensional de um ponto é definida por uma latitude e uma longitude, expressas em graus decimais. Esta mesma operação foi efetuada sobre a base cartográfica do IBGE. Para a definição de pontos de controle foram consideradas confluências da rede hidrográfica mapeada; b) Uma composição colorida 2-3-4 (canais verde, vermelho e infravermelho próximo) foi construída, com o objetivo de se identificar mais facilmente a rede hidrográfica, e sobre esta foram projetados os vetores de hidrografia das cartas topográficas (coordenadas de referência); c) Em seguida, através de análise visual, selecionaram-se pontos homólogos aos dois planos de informação, anotando-se as suas coordenadas. De posse das coordenadas dos pontos de controle, efetuou-se a correção geométrica das cenas utilizando-se o módulo “Resample” do Idrisi, adotando-se função de mapeamento do tipo “cúbica” e método de reamostragem do tipo “vizinho mais próximo”; d) Por último, as cenas corrigidas geometricamente foram unidas, por meio da função “Mosaic”, do Idrisi.

A qualidade do resultado foi avaliada a partir do erro médio quadrático e da análise visual da coincidência entre a rede hidrográfica da base cartográfica, tomada como referência posicional, e a rede hidrográfica visualizada nas imagens.

Resultados e Discussão

Apesar de possuir melhor resolução espacial que o Landsat, o resultado obtido com as cenas CBERS não foi considerado aceitável. A qualidade visual da composição colorida das cenas “brutas” não foi adequada à interpretação visual, o que dificultou o procedimento de identificação precisa de pontos de controle. Além disso, problemas radiométricos do CBERS, conforme relatado em Silva (2012), ocasionaram distorções ao aspecto visual dos resultados finais, neste caso, para a composição colorida 1- 2-3 (cor verdadeira). Melhores resultados foram alcançados com as cenas Landsat.

Para a correção geométrica das cenas, foram definidos cerca de 120 pontos de controle, o que proporcionou um erro médio quadrático da ordem de 0,0016 graus, o equivalente a cerca de 177 metros. Segundo IBGE (2012b), este erro posicional é compatível com produtos cartográficos de escala entre 1:750.000 e 1:1.000.000, o que representa uma degradação da acurácia das imagens originais, cuja escala seria da ordem de 1:150.000.

Page 108: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

106

Figura1- Mosaico semi-controlado para a porção mineira da bacia do Rio Pardo: composição colorida em falsa cor (canais 2, 3 e 4)

Visualmente, observou-se uma melhora na precisão posicional das imagens, comparando-se as mesmas antes e depois da correção geométrica. Observouse-se também que em alguns casos o ajuste não é perfeito, a que se atribui como causa a própria resolução espacial da imagem e a escala da base digital do IBGE, que comprometem a acurácia dos pontos de controle.

O resultado final da metodologia encontra-se apresentado na Figura 1, no qual se observa o mosaico elaborado para área de estudo em uma composição do tipo falsa cor (2-3-4), na qual se destacam, na cor vermelha, as áreas ocupadas por vegetação verde fotossinteticamente ativa.

Conclusões

Entre os dois imageamentos orbitais testados, CBERS e Landsat TM, o segundo se mostrou mais adequado à elaboração de mosaicos para a área de estudo, por proporcionar melhor identificação de locais para o estabelecimento de pontos de controle e por proporcionar melhor aspecto visual ao resultado final.

A correção geométrica, efetuada a partir da definição visual de pontos de controle com base em cartas topográficas na escala 1:100.000, proporcionou considerável melhoria à precisão posicional individual das imagens, tomando-se por base a hidrografia das cartas topográficas.

O erro médio quadrático foi da ordem de 177 metros. Consequentemente, em termos de precisão, o mosaico confeccionado é compatível a mapeamentos efetuados em escalas entre 1:750.000 e 1.1.000.000. Até o presente momento, trata-se da melhor solução encontrada, uma vez que não se têm disponíveis cartas topográficas em escalas maiores

Page 109: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

107

para a área de estudo, nem imageamentos orbitais com cobertura e resolução espaciais adequadas. O levantamento de pontos de controle em campo, por meio de GPS, pode contornar parcialmente o problema.

O mosaico confeccionado possibilitou a representação da área de estudo por meio de uma única vista e sob um mesmo arquivo, o que facilitará eventuais operações de análise de contexto em nível de bacia e de classificação, para o mapeamento do uso/cobertura do solo atual. A disponibilização do mesmo a interessados será gratuita.

Agradecimentos

Ao IFNMG – Campus Salinas, pela concessão de bolsa de iniciação científica; ao Instituto Nacional de Pesquisa Espacial – INPE, pela cessão gratuita das imagens orbitais; ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, pela cessão gratuita das cartas topográficas.

Literatura citada Clark Labs. IDRISI Andes. Worcester: Clark Labs, 2006. 327p. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cartas topográficas vetoriais do mapeamento sistemático, 2012a. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapeamento_sistematico/topograficos/ escala_100mil/vetor/>. Acesso em: 01 out. 2012. INPE – Instituto Nacional de Pesquisa Espacial. Catálogo de Imagens. 2012. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/CDSR/>. Acesso em: 01 out. 2012. Rezende Filho, F. V. Mosaico digital semi-controlado obtido de aerofotos coloridas não métricas. 2001. 37 p. Monografia (especialização em geoprocessamento) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2001. Silva, D. C. Restauração radiométrica de faixas e listras de imagens CCD do CBERS 2b com máscaras. In: III Simpósio Brasileiro de Geomática, 2012, Presidente Prudente. Anais... Artigos, p. 146-150. On-line. ISSN 1981-6251. Disponível em:<http://docs.fct.unesp.br/departamentos/cartografia/ eventos/2012_III_SBG/_artigos/A083.pdf>. Acesso em: 13 out. 2012.

Page 110: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

108

Área temática: Informática

Page 111: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

109

UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA AUXILIA R A GESTÃO EDUCACIONAL¹

Hevellin Ferreira Aguiar e Ferraz², Jansen Moreira Silva², Yuri Bento Marques³

¹Projeto financiado pela Coordenadoria de Pesquisa do IFNMG Campus Almenara. ²Alunos do IFNMG Campus Almenara e bolsistas do IFNMG Campus Almenara. Email: [email protected], [email protected]. ³Professor do IFNMG Campus Almenara. Bacharel em Sistemas de Informação. Coordenador do projeto. Email: [email protected]. Resumo: O alinhamento do Planejamento Estratégico da Informação com os objetivos estratégicos da gestão permite uma maior flexibilidade, agilidade, competividade, aumento da qualidade dos produtos e serviços, diminuição de custos dentre outras vantagens estratégicas. Independentemente do tipo e tamanho da organização, seja ela governamental, micro empresa ou multinacional. Visando melhorar a qualidade, eficiência, eficácia e minimizar e/ou evitar a perda da qualidade do ensino no IFNMG Campus Almenara, este projeto vem desenvolvendo um software livre, baseado em tecnologias Web (PHP, MySQL, HTML, CSS, JavaScript), com que permite informar e manter os nomes dos cursos, disciplinas, turmas, professores para que estes sejam utilizados nas demais funções do sistema; publicar e recuperar os dados relativos ao diário do professor: como presença, notas, impressão do diário, permitir ao setor pedagógico o acompanhamento em tempo real das presenças e notas dos alunos e possibilitar aos gestores visualizarem relatórios consolidados das informações geradas pelo sistema para que os auxiliem nas tomadas de decisão. O fato da plataforma do Sistema ser Web permite o acesso ao mesmo de qualquer lugar e com qualquer dispositivo que possua Internet. As informações que são inseridas no Sistema permite um acompanhamento pedagógico mais eficiente dos cursos assim como possibilidade de gerar relatórios estratégicos customizados que auxiliam na tomada de decisão dos gestores. Palavras-chave: dados, ensino, gestão, informação

Introdução

A utilização da tecnologia da informação para auxiliar a gestão educacional permite uma maior flexibilidade, agilidade, aumento na qualidade dos serviços e diminuição de custos. Apesar de existirem ferramentas disponíveis, não havia uma que conseguia suprir às necessidades do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais Campus Almenara.

Materiais e Métodos

Este projeto vem desenvolvendo um software livre, baseado em tecnologias Web, que permite aos docentes efetuarem chamadas, informarem os resultados das avaliações dos alunos e demais informações.

Resultados e Discussão

O fato da instituição não possuir nenhuma solução de tecnologia da informação na gestão educacional gerava uma série de incidentes, como erros nos diários e demora na entrega à secretaria, dificuldade em fazer uma análise detalhada dos discentes e consequentemente a gestão ficava impossibilitada de entender os rumos tomados pelo ensino. Neste contexto que, através deste projeto, iniciou-se o desenvolvimento do Diário Web que, atualmente, mantem cadastrados todos os alunos com suas notas e presenças, professores e suas respectivas matérias e turmas, bem como uma série de funções úteis na gestão educacional do Campus Almenara.

Page 112: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

110

Conclusões

A implementação do Diário Web vem agilizando todo o processo de gestão educacional no Campus Almenara e a recepção, por partes dos docentes, vem sendo bastante positiva. Através dos dados inseridos no software, o Núcleo Pedagógico, assim como proposto pelo projeto, dispõe de melhores informações sobre os discentes, e a Coordenadoria de Ensino tem sobre o ensino.

Agradecimentos

Este projeto só é possível graças ao incentivo e apoio do IFNMG em conjunto com

o PIBIC-Jr.

Literatura Citada CONVERSE, Tim; PARK Joyce. PHP 4 a Bíblia. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 697p. GARCIA, Paulo S.. Redes Eletrônicas no Ensino de Ciências: Avaliação Pedagógica do Projeto Ecologia em São Caetano do Sul. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Mackenzie-SP, 1997. PHP.Net, disponível em: www.php.net. Acesso em: 10 de Abr. de 2012, página oficial da linguagem php na internet. MILANI, André. Construindo Aplicações Web com PHP e MySQL. São Paulo: Novatec, 2010. MORGAN, C., PARK, J., CONVERSE, T. PHP 5 and MySQL Bible. Indianapolis: Wiley Publishing,Inc. 2004. MySQL.com, www.MySQL.com Acesso em: 10 de Abr. de 2012, página oficial do MySQL na internet.

Page 113: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

111

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA

Claudianne Myllene Morais de Almeida1, Josiely Mendes Pereira1, Cleiane Gonçalves Oliveira2, Felipe Lisboa Guedes3, João Felipe Souza4

1Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – IFNMG / Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected]; [email protected] 2Professora do IFNMG/Campus Januária, Bacharel em Sistemas de Informação. Orientadora do Projeto. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Campus Januária, Licenciado em Ciências Econômicas, M. Sc. Economia. Orientador do Projeto. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Campus Januária, M.Sc. Engenharia Agrícola e Bacharel e Ciência da Computação. Orientador do Projeto. Email:[email protected] Resumo: O projeto buscou pesquisar e analisar a importância do uso da tecnologia na gestão de projetos de pesquisa do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, com o objetivo de desenvolver e implantar um sistema de informação responsável pelo gerenciamento dos processos relacionados aos projetos de pesquisa da Diretoria de Pesquisa do Campus Januária. O software foi desenvolvido segundo o modelo espiral, empregando-se linguagens de programação web como PHP, HTML e CSS, bem como o serviço de banco de dados Mysql. No decorrer do trabalho buscou-se alcançar o desenvolvimento de uma ferramenta de fácil interação, que permite uma melhor comunicação entre os atores envolvidos, além de proporcionar uma redução do tempo gasto nos processos de gestão de projetos de pesquisa e redução de desperdício de materiais. Palavras-chave: gerenciamento, projetos de pesquisa, software

Introdução

A Diretoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Januária é responsável, entre outras atividades, por gerenciar e acompanhar todas as atividades relacionadas à pesquisa da instituição.

Os projetos de pesquisa desenvolvidos devem ser cadastrados na Diretoria que por sua vez repassa as informações para a Pro-Reitoria de Pesquisa e Inovação. Projetos que pleiteiam bolsas de pesquisa também participam do processo de aprovação que envolve Campus e Reitoria.

A estrutura organizacional do IFNMG - Campus Januária prevê a descentralização das ações de pesquisa, ensino e extensão. A instância decisória da organização está sediada a muitas centenas de quilômetros dos locais de execução das ações e projetos institucionais.

Esta estrutura descentralizada exige um tratamento protocolar dos processos inovador, uma vez que foi adicionada um desafio novo a intermunicipalidade da instituição e o caráter multicampi, que de certa forma, se configura como uma nova forma de organização das instituições de ensino técnico e tecnológico do país.

É justamente este caráter multicampi do IFNMG que tem interposto obstáculo a dinâmica dos processos de pesquisa implantados nos diversos campi, ao ponto do registro de um projeto de pesquisa demorar até 120 (cento e vinte) dias para acontecer.

Sendo assim, se faz necessário pensar em um modo de tornar o processo de gestão de projetos de pesquisa dinâmico, permitindo rápida divulgação dos projetos dentro dos diversos setores institucionais e dando subsídio à tomada de decisões em tempo hábil exigido pelas agências de fomento a pesquisa.

Page 114: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

112

Diante deste desafio, a Pró-Reitoria de Pesquisa e as Diretorias de Pesquisa dos diversos campi não podem abrir mão das Tecnologias da Informação como ferramenta imprescindível na tomada de decisões no que diz respeito a pesquisa institucional.

A teoria dos Sistemas de Informações Gerenciais procura encurtar os caminhos criados pela burocracia, se utilizando de processos informatizados para coletar e tratar dados, transformando-os em informações úteis na tomada de decisões.

Segundo Alves (2007), a informática hoje está presente em quase todos os setores e níveis de uma organização. Quanto maior o volume de dados, a estruturação de atividades, as exigências de flexibilidade, integração e controle, a necessidade de rapidez nos processos, maior a utilização de recursos informacionais: hardware e software.

A automação consiste em todo o esforço de transformar tarefas manuais repetitivas em processos automáticos, realizados por uma máquina. O desenvolvimento de um software especifico permite que este se adéqüe perfeitamente as necessidades da organização.

Com as vantagens que um software especifico permite ao ambiente para o qual é desenvolvido, justifica-se, diante do apresentado, o desenvolvimento de um software para acompanhamento dos projetos de pesquisa, a fim de agilizar e deixar mais eficiente o processo de pesquisa.

O presente trabalho buscou desenvolver e implantar um software para gestão de projetos de pesquisa especifico para a demanda do IFNMG - Campus Januária, como instrumento gerador de informação de forma mais rápida e atualizada para comunidade escolar.

Material e Métodos

O projeto foi desenvolvido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG

/ Campus Januária. Para o desenvolvimento do software foi utilizado o Adobe Dreamweaver como ferramenta de auxílio na elaboração das interfaces, o PHP e o JavaScript como linguagens de programação que atualmente são bastante utilizadas no desenvolvimento de aplicações web. Para elaboração do layout empregou-se a linguagem CSS, enquanto que o sistema gerenciador de banco de dados utilizado foi o Mysql.Além disso, o software foi desenvolvido segundo o modelo espiral (SCHACH, 2010), que permite fazer modificação em qualquer que seja o ciclo de iteratividade do processo.

O estudo foi composto por cinco módulos principais, sendo eles: Gestão de Usuários, Gestão de Projetos, Gestão de Editais, Processo de Seleção e Emissão de Relatórios.

Resultados e Discussão

O Projeto Sistema de Gerenciamento de Projetos de Pesquisa iniciado em junho de

2012 passou pela execução das seguintes atividades: análise de requisitos, realização de entrevistas, análise de documentos, criação do projeto de software e codificação.

O software desenvolvido, denominado Sistema de Gerenciamento de Projetos (SGP) é constituído pelos seguintes módulos: Gestão de Usuários, que permite cadastrar novos usuários do sistema com diferentes níveis de restrição de acesso; Gestão de Bolsistas, destinado ao cadastro dos bolsistas e de todas as informações a eles destinadas; Gestão de Pesquisador, responsável pelo cadastro do pesquisador, sendo que, somente a partir desse cadastro é possível ao pesquisador submeter um projeto à avaliação, realizar o pré- cadastro dos bolsistas e ter acesso as demais informações a eles pertinentes; Gestão de

Page 115: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

113

Editais, cuja função é realizar o cadastro e o gerenciamento de editais; Gestão de Projetos, responsável pela gerência dos projetos que são submetidos a um edital; e, Emissão de Relatórios.

Nota-se a importância da informatização desses processos que envolvem os projetos de pesquisa do IFNMG, uma vez que informatizar é estabelecer os mecanismos e as ferramentas necessárias à obtenção de informação sobre tudo o que se passa na organização, a tempo e de forma útil.

Sendo assim, espera-se que o software SGP possa ser capaz de suprir o processo de submissão e avaliação de projetos de pesquisas, permitindo assim, informações mais precisas geradas em um pequeno intervalo de tempo. Além disso, o sistema contribuirá para redução do desperdício, diminuindo a utilização de papel e tinta.

Conclusões

O sistema desenvolvido, SGP, possui características adequadas para atender ao

processo de cadastro e avaliação de projetos de pesquisa de forma ágil e eletrônica. Ressaltando que com a utilização do sistema, as informações estarão mais seguras e não haverá possibilidade de extravio de dados, além de evitar desperdício e também manter os pesquisadores e bolsistas atualizados sobre os editais e sobre o andamento do processo de cadastro e avaliação dos projetos.

Agradecimentos

A Deus, que permitiu realizar este trabalho nos dando força e coragem. Ao IFNMG

– Campus Januária, pelo incentivo no desenvolvimento dessa pesquisa, que possibilitou uma forma para aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso de graduação, além de contribuir para engrandecimento de nossa vida profissional. Ao orientador, pelas estimadas sugestões e discussões durante o tempo de execução do projeto.

Literatura Citada

ALVES, R. M. Sistemas de Informação. Lavras: UFLA/FAEPE, 2007. NAKAGAWA, M.; Introdução à controladoria: conceitos, sistemas e implementação. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1993. SCHACH, S. R. Engenharia de Software: os paradigmas clássicos e orientados a objetos. 7 ª Ed. Porto Alegre: Dados Eletrônicos, 2010.

Page 116: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

114

DESENVOLVIMENTO DE PSEUDOCÓDIGO QUE VISA O MAIOR ENTENDIMENTO QUE TRATA SOBRE ALGORITMO DE AGRUPAMEN TO

COM BASE EM COLÔNIA DE FORMIGAS.

Gabriel Lopo Silva Ramos¹, Arthur Faria Porto² 1Estudande do curso Técnico em Informática Integrado – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Montes Claros, Incentivo a Pesquisa em Computação Natural com foco na Inteligência Coletiva. Email: [email protected] Resumo: Com a constante necessidade de soluções computacionais para diversos problemas, a tendência é que surjam meios para que tais soluções possam ser alcançadas. A importância da Computação Natural (CN) que consiste segundo Castro e Zuben (2004) atualmente na apresentação de uma abordagem computacional mais próxima da natureza e suas cadeias evolutivas é a solução otimizada para problemas, que muitas vezes também vinda da inteligência coletiva que por um Ciberespaço é aquela inteligência distribuída para todos agentes de um grupo que resulta na execução de competências por cada membro do grupo segundo Piere Lévy(1998) em seu livro A Inteligência Coletiva. Problemas em que a CN pode apresentar solução estão relacionados a agrupamento, menores distancia entre dois pontos, Maximo de uma função entres outras. A proposta desse artigo é demonstrar o trabalho e fruto provido do Projeto de Iniciação Cientifica do incentivo a pesquisa em Computação Natural com Foco na Inteligência Coletiva, que o aluno Gabriel Lopo Silva Ramos juntamente com o Orientador Professor Arthur Faria Porto desenvolveram o trabalho com o objetivo desenvolver pseudocódigos para representar o agrupamento baseado em colônias de formiga de forma que facilite o entendimento, onde pode contribuir para o crescimento cientifico do Aluno, Orientador e a todos que participaram do seminário promovido durante o trabalho. O principal problema no qual foi objeto de estudo é a partir dos conhecimentos sobre Computação natural, inteligência coletiva e agrupamento é o desenvolvimento de um pseudocódigo capaz de representar passo a passo e de forma simples de um algoritmo de agrupamento baseado em colônia de formigas. Palavras–chave: computação natural, pseudocódigo

Introdução

A Computação Natural é vista como novas abordagens computacionais que se caracterizam pela maior proximidade com a natureza. Atualmente já é aplicada em eletrodomésticos, brinquedos e jogos eletrônicos. Algumas razões para o estudo dessa área é o desenvolvimento de soluções para problemas complexos e emular sistemas naturais. Soluções propostas pela CN abordam diversos problemas, passando por Maximo de funções chegando até a Mineração de dados que por sua vez foi o problema estudado durante a pesquisa. A mineração de dados atualmente é uma área em constante crescimento aplicada também em diversos problemas tais como Big Datas e localização de padrões. Em sua maioria os algoritmos propostos para cada caso são de alta complexidade, e requerem altos conhecimentos sobre o tema, e os pseudocódigos que retratam tais algoritmos não são isentos de dificuldade de entendimento. O problema na dificuldade de compreensão de pseudocódigos é mais comum do que se imagina. Com isso o aluno por meio de orientações do professor ao final do projeto desenvolve um pseudocódigo capaz de solucionar os problemas já listados com os pseudocódigos atualmente.

Material e Métodos

O método usado para o desenvolvimento do projeto, inicial mente era a produção de resumos e textos dissertativos para incentivar pesquisa e um conhecimento do assunto. A partir do momento que os integrantes já obtiveram maior maturidade na área, é de extrema importância o compartilhamento do conhecimento adquiridos, uma vez que o projeto de

Page 117: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

115

pesquisa envolvia a Extensão. Formas para que esse conhecimento seja compartilhado é o incentivo ao desenvolvimento de seminários e debates nos quais permitem maior proximidade da comunidade acadêmica com o tema proposto pelo projeto. Para o desenvolvimento do Pseudocódigo e seminários, ferramentas como a leitura, o estudo, a capacidade de sanar duvidas e o incentivo a pesquisa com foco no conhecimento foram cruciais para o avanço do projeto como um todo.

Resultados e Discussão

Ao final do projeto os objetivos foram alcançados superando as expectativas dos integrantes e da comunidade acadêmica que pode assistir o amadurecimento intelectual dos envolvidos no projeto. Os principais resultados foram alcançados sendo eles, a promoção do conhecimento desse ramo da computação na universidade por meio de seminários e debates propostos, desenvolvimento de textos e resumos sobre o tema, o incentivo a pesquisa, pratica de conhecimentos teóricos obtidos durante as pesquisas, o desenvolvimento de um pseudocódigo de fácil entendimento que é o principal objetivo do projeto que é apresentado e analisado a seguir.

INICIO 1° Declarar todas variáveis fundamentais para o agrupamento, e acrescentar aquelas que julgarem necessárias para o agrupamento. 2° Posicionar os itens que serão agrupados e os agentes que irão ser responsáveis pelo agrupamento. Ou seja, posicione os itens e formigas de forma aleatória no ambiente. 3° Definir caso necessário o número de ciclos que o agrupamento terá. Definir T � 1 4° Enquanto T for menor que o limite de ciclos: 4.1- Selecione de forma aleatória uma formiga; 4.2- Movimente o agente selecionado para uma direção aleatória; 4.3- Se a formiga não porta item e o local que ela parou tem um item: 4.3.1- Calcule F, calcule Pp; 4.3.1- De acordo com o Pp a formiga vai pegar o item encontrado; Caso o 4.3 não aconteça faça: 4.4- Se a formiga porta e item e o local que ela parou esta sem item 4.4.1- Calcule F, calcule Pd; 4.4.1- De acordo com o Pd a formiga vai soltar o item que ela tem; 4.5- Incrementar T; T � T+1; 4.6- Imprimir posição atual de itens e formigas 5° Imprimir localização final dos itens processados FIM Legenda: T: interações; F: visibilidade da formiga; Pp: Quando não carrega nada e o lugar que ela parou tem item, deve-se calcular o Pp que é a probabilidade de pegar o item encontrado ; Pd: Quando a formiga carrega algum item e onde ela parou não tem nada, deve-se calcular a probabilidade de soltar o item;

O pseudocódigo desenvolvido durante o projeto passou entorno de 10 versões até

chegar a seu estagio final. Medidas para tornar o entendimento do processo de

Page 118: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

116

agrupamento baseado em colônias de formiga através de um pseudocódigo mais fácil se implicam em usar o “Passo a passo” que na maioria das ocorrências serve para orientar a pessoa que lê o pseudocódigo, caso ela não se lembre da ordem dos processos na tarefa como um todo, assim poderá recorrer à colocação ordenada de processos no pseudocódigo. A adição de legendas no pseudocódigo permite que o leitor possa se orientar, caso não esteja por dentro do tema abordado. Ao colocar a legenda não descarta a importância de que as informações que a legenda trata não sejam estudas de maneira mais especifica anteriormente, a legenda apenas permite uma visão rápida e dinâmica da informação, mas não deve substituir um estudo das informações previamente. Os estudos do projeto não foram capazes de alcançar uma maneira de deixar o pseudocódigo o mais informativo possível a ponto de retirar o texto que o deverá preceder o pseudocódigo em um artigo, texto ou dissertações. Ainda á a necessidade de um prévio estudo do assunto antes do pseudocódigo para que o entendimento seja o mais próximo do máximo esperado para o mesmo.

Conclusões

O projeto permitiu o crescimento acadêmico de todos que participaram dele de forma direta ou indireta.

A espontaneidade no desenvolvimento de qualquer projeto de pesquisa é uma forte característica de qualquer projeto, projeto onde os participantes não se sentem a vontade para expor idéias não há muito que fazer a não ser seguir ordens.

Seminários promovidos a prol da pesquisa e extensão são cruciais para o desenvolvimento de qualquer instituição de ensino, porém instituições ainda estão presas a metodologias menos eficazes.

Pseudocódigo é uma grande ferramenta desde que acompanhado de um bom texto informativo sobre o assunto, não se sabe ainda como torna um pseudocódigo tão informativo quanto um bom texto.

Agradecimentos

Ao IFNMG pelo apoio à realização deste trabalho.

Literatura citada de Castro, L. N.; Von Zuben, F. J.,(2004), “From Biologically Inspired Computing to Natural Computing”, In L. N. de Castro e F. J. Von Zuben (eds.), Recent Developments in Biologically Inspired Computing, Chapter I, Idea Group Incorporation, pp. 1-8. Lévy, P., (1997), “L'intelligence collective. Pour une anthropologie du cyberespace”, Parte 1 , Definições. Maia, R. D.;(2008), “Matemática, Biologia e Computação: Um Passeio pela Computação Natural ”. .

Page 119: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

117

PROGRAMA DE TUTORIA NO IFNMG - CAMPUS ARINOS: FERRA MENTA DE AUXÍLIO AO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Hilton Lopes Galvão1, Charles De Assis Oliveira Rocha2, Maria Da Penha Laia3, Alana Laís Boza4, Thauane

Ariel Valadares De Jesus5, Lara Cordeiro Pitangui6, Larissa Cordeiro Pitangui7

1Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Fitotecnia. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Arinos. Email: [email protected] 3Professora do IFNMG/Arinos. Em ail: [email protected] 4,5 Acadêmicos do Técnico em Agro pecuária – Campus Arinos; 6,7Acadêmicos do Técnico em Informát ica – Campus Arinos Resumo: Este trabalho visa relatar resultados preliminares alcançados por u m programa de tutoria instituído pelo IFNMG - Campus Arinos para os alunos ingressos no curso técnico em agropecuária, a partir do ano de 2012, no intuito de reduzir os índices de evasão neste curso. É apenas o primeiro ano de experiência mas que, neste curto período de tempo, apresenta resultados que merecem ser divulgados. As disciplinas ofertadas foram m atemática, química e física. A seleção foi feita de acordo com o rendimento nas provas do processo seletivo. Alunos com rendimento igual ou inferior a 50% participaram da tutoria das disciplinas de matemática e química ou física, sendo a freqüência nas atividades do programa, voluntária. Durante o ano d e 2012 foram atendidos mais de 20% dos alunos recém ingressos no curso técnico em agropecuária. De um modo geral os grupos dos alunos que freqüentaram a tutoria obtiveram índices de aprovação superiores aqueles que não freqüentaram o programa. Estes índices, considerando as diferentes disciplinas, variaram entre 10 e 40%. Foi possível concluir que com o programa de tutoria é possível aumentar, significativamente, o percentual de aprovação em disciplinas básicas. Concluiu-se é necessário o envolvimento e acompanhamento pedagógico e principalmente um planejamento de cronograma de atividades e eventos da Instituição para não haver conflitos entre os Projetos Institucionais. Palavras–chave: evasão, educação, ensino técnico, rendimento escolar

Introdução Nos últimos anos, sistema educacional brasileiro tem sido alvo de considerável número de programas que visam ao aumento de oferta de vagas nos vários níveis da educação, tendo em vista a inclusão social. No entanto, constata-se que o índice de evasão de alunos que ingressam em cursos de educação profissional, seja ele de nível técnico ou superior, vem aumentando, a cada ano. Apesar de todo este investimento e esforço, o IFNMG – Campus Arinos, assim como outras escolas técnicas, enfrenta todos os anos um acréscimo de evasão escolar. Oliveira (2001) citado por Machado (2009) identificou que a evasão escolar e o trancamento de matrícula têm representado grandes problemas para a instituição de educação profissional. A evasão se refere justamente aos fatores que levam o estudante a não permanecer nos estudos. É, portanto, uma questão relacionada à democratização da escola técnica no país. Também pode ser vista com o uma questão de exclusão, o que é mais um elemento para evidenciar a importância de investigarmos um tema muito atual, propondo medidas preventivas que contribuam para a permanência do aluno na escola e para a sua formação. Entre as causas da evasão e da formação deficiente dos alunos dos cursos técnicos integrados de informática e agropecuária podemos destacar a falta de conhecimento prévio dos mesmos ao ingressar no Instituto Federal. Pode ríamos aqui mencionar diferentes mecanismos para minimizar este grave problema, a maioria deles com efeitos de médio e longo prazo. Mas, para controlar o problema, segundo Dore e Lusher (2008), não é suficiente examiná-lo em suas conseqüências e buscar soluções quando ele já está se manifestando. A o contrário, o que as pesquisas têm enfatizado é a necessidade de formular políticas cujo objetivo seja a prevenção da evasão escolar. Entre as soluções possíveis podemos mencionar: o aumento da pontuação mínima eliminatória na seleção de ingresso (estabelecer ponto de corte no processo seletivo) ou a implementação

Page 120: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

118

de um programa de atendimento aos novos estudantes, no sentido de sanar ou minimizar suas deficiências de formação básica. A primeira alternativa é, sem dúvida, a mais fácil e, em contrapartida, a m ais anti-social e pouco desafiante. A segunda é a solução proposta neste projeto de pesquisa, o Programa de Tutoria para os alunos recém-ingressos. Se por um lado o cenário atual exige esforços dos Institutos Federais pelo aumento do número de vagas oferecidas a cada ano, por outro lado faz-se necessária uma política institucional que garanta a qualidade acadêmica. Parâmetros de produtividade e eficiência, e programas de acompanhamento acadêmico devem ser buscados e implementados. Com vista a obter maior eficiência no processo de aprendizagem de seus alunos e minimizar o índice de evasão nos cursos ofertados, propõe-se ao IFNMG - Campus Arinos levantar indicadores de reprovações em disciplinas básicas e da evasão do estudante e a implantação avaliação do Programa de Tutoria para o Curso Técnico Integrado em Agropecuário.

Material e Métodos

Os Tutores que cursavam o Ensino Médio foram selecionados pelos respectivos professores das disciplinas. Após participarem de seleção específica foi oferecido um treinamento onde foi ressaltada a proposta do Programa, bem como a metodologia a ser empregada nas sessões de tutoria. Participaram do Programa as disciplinas de M atemática, Química e Física.

Atividades da tutoria: 02 Sessões de resolução de problemas, sendo um a de 50 minutos com a turma de 20 alunos (Matemática (MAT)) ou 10 alunos (Química (QUI) ou Física (FIS)) e outra sessão também de 50 minutos em grupos menores (5 alunos). Nesta atividade, conjuntos de problemas ou temas de debates, preparados semanalmente pelos professores, foram resolvidos/debatidos com alunos num ambiente interativo, em salas de aulas ou respectivos laboratórios. Cada tutor-estudante foi responsável por 10 alunos e dispensou ao programa 8 horas semanais de atividades. Os horários de funcionamento das sessões de trabalho sempre aconteceram após às aulas regulares do Curso (17:3 0 às 18:30).

Critérios para matrícula no Programa de Tutoria: Obedecendo a ordem de classificação no Processo Seletivo serão matriculados no programa os 15 estudantes que obtiveram os piores desempenhos e que efetivarem suas matrículas no Curso Técnico Integrado em Agropecuária. Outras 05 vagas foram disponibilizadas para alunos de melhores rendimentos, que foram convidados a participar do Programa.

Conceito Final no Programa de Tutoria: Os dados de reprovações e desempenho dos estudantes matriculados no I FNMG – Campus Arinos foram coletados na secretária de registro escolar de Ensino Médio. Todavia, para este estudo apresentando tabulamos e discutimos a penas os resultados de Química e Física, que foram disponibilizados, e optamos por uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso. Para efeito de análise de resultados obtidos pelo Programa de Tutoria consideramos a comparação dos seguintes grupos: Grupo A = Alunos que tiveram mínimo de frequência na tutoria; Grupo B = Alunos que não tiveram o mínimo de frequência; Grupo C = alunos que não foram convidados para tutoria.

Resultados e Discussão

Esperava-se, com o presente projeto, melhorar o desempenho dos estudantes nas disciplinas regulares do IFNMG – Campus Arinos das turmas do 1º ano do Curso técnico Integrado em Agropecuária ofertado, conseqüentemente, reduzir os índices de reprovação em disciplinas e o tempo de permanência do estudante no Curso, com incremento na

Page 121: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

119

qualidade da formação. Vale aqui ressaltar o efeito dos índices de reprovação no número de vagas oferecidas pelo IFNMG – Campus Arinos para uma determinada disciplina. Verifica-se que, por exemplo, se o índice de reprovação na disciplina for elevado será necessário o oferecimento de menos vagas no ano seguinte, haja vista que temos numero fixo de 40 vagas nas salas de aulas para compor a turma. Assim, a redução dos índices de reprovação poderá, além das vantagens qualitativas, influenciar significativamente em aspectos quantitativos do processo.

As Tutorias de Química e de Física foram eficientes para melhoria do rendimento dos alunos que tiveram a frequência mínim a, obtendo maior aproveitamento em relação aos de mais alunos (Figura 2). Lembrando que estes alunos entraram no Instituto com conhecimento prévio inferior aos demais. O aproveitamento médio de todos os alunos de química decresceu no 2º trimestre em relação ao 1º trimestre, e foi mais significativo para os alunos que não tiveram o mínimo de frequência na tutoria (Figura 2 a). Praticamente todos os três Grupos de alunos obtiveram média de aproveitamento superior aos 60 %. A média das notas dos estudantes na disciplina de Física aumentou no 2º Trimestre, exceto para os que foram convidados para a tutoria e não tiveram a frequência mínima (Figura 2 b).

Figura 2 – Resultados da Disciplina de Química(a) e Disciplina de Física (b). Grupo A = Alunos que tiveram mínimo de frequência na tutoria; Grupo B = Alunos que não tiveram o mínimo de frequência; Grupo C = Alunos que não foram convidados para tutoria.

Os resultados corroboram com os obtidos pelo Programa de Tutoria da Universidade Federal de Viçosa(UFV) apresentados por Passos et al. (2001), também em fase de implementação na época da avaliação do programa. De u m modo geral os grupos dos alunos que freqüentara m as tutorias obtiveram índices de aprovação superiores aqueles que não freqüentaram o programa. Estes índices, considerando as diferentes disciplinas, variaram entre 10 e 60%. De acordo com Passos et al. (200 1), foi possível concluir que com o programa de tutoria é possível aumentar, significativamente, o percentual de aprovação em disciplinas básicas. Vale ressaltar as dificuldades apresentadas ao longo do desenvolvimento das atividades do Programa de tutoria do Campus Arinos principalmente devido o volume de trabalho acumulado pelos professores e pelo setor pedagógico. A falta de tempo para o acompanhamento por parte desses servidores implicaram diretamente em melhor sucesso do Programa. Vale ressaltar também a dificuldade em termos de freqüência nas sessões de tutoria, por inúmeras vezes ocorreram outras atividades no mesmo horário das respectivas sessões, ocasionando a ausência dos mesmos tutorandos. Os resultados do

Page 122: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

120

3º trimestre não foi repassado e portanto será realizado posterior mente a reavaliação do Programa de Tutoria, incluindo também a disciplina de matemática.

Conclusões

Os resultados demonstram que o Programa de tutoria foi eficiente na melhoria de rendimento dos alunos que obtiveram freqüência mínima nas sessões de química e física. Concluí-se também que é necessário o envolvimento e acompanhamento pedagógico e principalmente um planejamento de cronograma de atividades e eventos da instituição para não haver conflitos entre os outros Projetos Institucionais.

Agradecimentos

IFNMG – Campus Arinos pelo apoio Financeiro.

Literatura citada DORE, R.; LÜSCHER, A. Z. Educação Profissional e evasão escolar In: Anais III Encontro Internacional de Pesquisadores de Políticas E ducativas – Associação de Universidades Grupo Mo ntevidéu, Porto Alegre : UFRGS/FACED, v.1, p.197–203, 2008. GENTILE, P. Crescem as matrí culas, mas a evasão preocupa. Revista Nova Escola, ano 20, n. 184, p. 50-57, nov. dez. 2005. MACHADO, M. R. A evasão nos cursos de Agropecuária e Informática/ nível técnic o da Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes-MG (2002 – 2006). Dissertação (Mestrado). 136 p. Universida de de Brasília, Brasília – DF, 2009. PASSOS, F. J. V. ; GUERREIRO, M. ; BRAATHEN, P. C. ; ARRUDA, M. A. Pro grama de tutoria: uma esperança. In: XXIX Congresso Brasileiro de Engenharia, 2001, Porto Alegre. Anais, 2001b. v. 1. Disponível em: <http://www.pp.ufu.br/Cobenge2001/trabalhos/CBE014.pdf>. Acesso em: 24/02/2012.

Page 123: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

121

“SOFTWARE EDU CACIONAL PARA INTRODUÇÃO A PROGRAMAÇÃO WEB – APRENDA BRINCANDO”

Jean Carlos Dias da Silva1, Willan Orran Lacerda Soares2, João Felipe Souza 3

1Estudante do Curso Técnico em Informátic– IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica BIC Jr da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Estudante do Curso Técnico em Informátic– IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica BIC Jr da FAPEMIG. E-mail: [email protected] 3Professor do IFNMG/Januária,Co ordenador do Projeto. Mestre em Engenharia Agrícola e Bacharel em Ciência da Computação. Email:[email protected] Resumo:Este artigo descrev e as ações desenvolvidas no projeto “Softwar e educac ional para introdução a Programação Web – aprend a brincando” em execução no IFNMG – Campus Januári, financiado pela Fundação de Amparo à Pesq uisa do Estado d e Minas Gerais(FAPEMIG). O obj etivo deste estudo esta focado no desenvolvimento d e objetos de aprendizagem como material de apoio a o professor e aos alunos das disciplinas de Introdução a Programação Web. A partir da coleta de dado s, análise e discussões. Espera-se que o software de senvolvidopossa contribuir de maneira significativa na melhoria do processo de ensino-aprendizagem dos alunos das disciplinas de Introdução a Programa ção W eb . Palavras–chave: software d ucacional, ensino-aprendizagem, programação web

Introdução

O complexo desenvolvimento da internet, evidenciado, sobretudo nos últimos anos, tornou os computadores parte do cotidiano dos jovens. Em termos pedagógicos, o computador, quando bem utilizado, pode se tornar uma ferramenta importantíssima no auxílio ao ensino das mais diversas disciplinas. Esta característica se deve, em partes, ao fato de que o computador produz um ambiente eletrônico que atrai o interesse dos jovens.

Segundo Moratori (20 03), a introdução do computador na escola pode ser justificada pelo fato de que este possibilita o aumento da motivação dos alunos. O computador deve ser visto como instrumento amplo, que permita a construção da habilidade no al uno, permitindo ao próprio aluno a absorção de novos conhecimentos. Isto significa que o uso da informática vai além da melhoria do processo de ensin - aprendizagem, mas também como ampliação deste processo.

Nos primeiros semestres dos cursos de informática, uma disciplina que demanda muita dedicação por parte dos alunos é a Introdução à Programação. Nesta disciplina são vistos os conceitos iniciais de Linguagens de Programação, sendo requisitados ao aluno sua iniciação à construção e interpretação de algoritmos computacionais. Esta é a primeira disciplina de linguagens de programação e a que é responsável por um grande número de reprovações. O uso de um software p ara auxílio na prática educativa desta disciplina po de diminuir o número de reprovações no curso e, con sequentemente redu zir o número de evasões e tranca mentos de matrícula dos alunos do primeiro semestre letivo.

O objetivo desse projeto [que é realizado com financiamento da FAPEM IG em parceria com o IFNMG – Campus Januária], é desenvolver umsoftware educacional para auxílio ao processo de ensino-aprendizagem de disciplinas introdutórias de Linguagens de P rogramação Web.

Material e Métodos

No intuito de desenv olver um software de aprendizagem com qualidade, oi realizada análise de alguns softwares já desenvolvidos, para compreenderas características,

Page 124: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

122

as tecnologias usadas em sua construção, e possíveis falhas que podem vir a sere m corrigidas.

Para o desenvolvimen to de um software educativo, énecessário conhecer o ambiente para o qua ele será construído. Esta inf ormação foi obtida através de entre vistas com os c olaboradores do setor, observação da realização do processo, e análise dos documentos pertinentes. Os dados coletados são usados para a definição do documento de Proposta de especificação do software. Após detectar asdificuldades dos educando s, foram elaborados os principais aspectos do soft ware educativo, com o propósito de contribuir com o processo de ensino-aprendizagem, principalmente nos conteúdos em que historicamente eles possuem maior dificuldade em assimilar.

Os materiais didáticos são ferramentas fundamentais para o processo en sino-aprendizagem, os jogos, por sua vez, caracterizam-se como uma importante e viável estratégi a para auxiliar em tais processos, por favorecer a construção do conhecimen to pelo aluno (CAMPOS; BO RTOLOTO; FELÍCIO, 2003).

Para o desenvolvim ento do software e do material de apoio, foi ad otada a linguagem de programação HTML em conj unto com a linguagem Javascript. Também foi utilizada a linguagem CSS para proporcionar uma interface mais amigável e intuitiva ao usuário. Todo o projeto foi desenvolvido na ferramenta Notepad++.

Resultados e Discussão

Com o desenvolvim ento de um software educacional para apoio ao ensino de Introdução a Programação Web, espera- se alcançar uma melhoria no processo de ensino -aprendizagem dos alunos dos cursos técnicos de informática do IFNMG, bem como edoutras instituições de en sino. Todo o material produzido encontra-se dispon ível em uma home-page para livre acesso de todos. Figura 1 – Tela do Software disponível na home-page desenvolvida.

Foi elaborado o material de apoio ao professor, (é válido lembrar ue cada professor dev analisar e oferecer atividades adequadas a cada fase de desenv olvimento dos alunos (SPIGOLON,2006) )e o material didáticode apoio para o aluno, para que este possua um roteiro de estudos. Todo o material encontra-se disponível juntamente com o software educacional.

Page 125: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

123

Figura 2 – Material didático de apoio online

Conclusões

O software de aprendizagem voltado para o ensino de linguagem de programação desenvolvido é uma ferramenta de suporte ao ensino com características que podem contribuir efetivamente na melhoria do processo de ensino-aprendizagem dos alunos de cursos Técnicos em Informática do IFNMG Campus Januária, bem como de outras instituições de ens ino, colaborando para o aperfeiçoamento tecnológico destes estudantes, preparando-os um pouco melhor para o mercado de trabalho.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Ge rais (FAPEM IG) pela concessão de bolsa de Iniciação Científica em parceria com o IFNMG – Campus Januária, à diretoria de Pesquisa do IFNMG – Campus Januáriae a todos os colaboradores para execução deste trabalho .

Literatura citada CAMPOS, L. M. L.; BORTO LOTTO, T. M.; FELICIO, A. K. C. A Produção de jogos didáticos para o ensino de Ciências e Biologia uma proposta para favorecer a aprendizagem. São P aulo: UNESP, 2003. Disponível em: <http://www .unesp.br/prograd/PDFNE2002/aproducaodejogos.pdf>. MORATORI, P. B. Por que utilizar jogos educativos no processo de ensino aprendizagem? UFRJ. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em <http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/PatrickMaterial/TrabfinalPat rick2003.pdf> SPIGOLON, R. A importância do lúdico no aprendizado. 2006. Monográfica (Conclusão de Curso de Graduação) – Universidade d e Campinas, Faculdade de Educação, Campinas.

Page 126: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

124

CONSTRUÇÃO DE UM HARDWARE PARA ENSINAR PRINCÍPIOS B ÁSICOS DE FUNCIONAMENTO DE UM COMPUTADOR

Marcos Goncalves de Melo1, Joaquim Pinto Gomes 2

1Acadêmico de Física – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email:[email protected]. 2 Professor do IFNMG/Januária. Email: [email protected] Resumo: O presente trabalho trata-se da construção do circuito lógico de um hardware que aqui será denominado “computador elementar”. Esse dispositivo é na realidade uma calculadora capaz de realizar a operação de adição. Para realizar esta função este hardware possui uma entrada que recebe números na forma binária, circuito lógico para processar as informações recebidas, e sistema de saída que apresenta os resultados também na forma binária. Para a realização deste trabalho, construímos e testamos as portas lógicas (OR, AND e NOT), que são os elementos fundamentais de qualquer sistema digital. De posse das portas lógicas construídas, desenvolvemos os blocos dos circuitos lógicos geradores Vn e Sn, que representam respectivamente o “vai um e vai zero” e a soma na operação de adição usual. Realizamos vários testes individuais com os blocos geradores de Vn e Sn obtendo resultados satisfatórios. A fase atual do trabalho consiste nas interligações dos blocos lógicos e na arquitetura final do hardware. Palavras–chave: binária, circuito lógico, computador elementar, dispositivo.

Introdução

Atualmente não é raro encontrar equipamentos no cotidiano que se baseia na tecnologia digital. Essa tecnologia é desenvolvida com base na lógica digital, ou seja, circuitos lógicos que os equipamentos utilizam para executar todas as suas funções. A tecnologia digital tem contribuído intensamente para a transformação da sociedade, pois ela é aplicada diretamente ou auxilia nas diferentes áreas do conhecimento. Neste sentido é importante conhecer os princípios básicos de funcionamentos de tais aparelhos que se baseiam na lógica digital.

Tocci e Widmer (2000) destacam a crescente aplicação de técnicas digitais em dispositivos eletrônicos, uma vez que, os sistemas digitais em sua maioria são mais fáceis de projetar. A álgebra booleana proposta pelo matemático inglês George Boole é a ferramenta matemática utilizada nos sistemas digitais. Essa álgebra necessita que se recorra ao sistema binário de numeração, permitindo relacionar as quantidades (níveis lógicos) que entram com a quantidade que sai de cada porta lógica que compõe os sistemas digitais (IDOETA; CAPUANO, 2007).

Stalling (2002) afirma que o bloco principal de construção de circuitos lógicos digitais é a porta lógica. Funções lógicas são manipuladas pela conexão de portas lógicas. Portanto, para Tocci e Widmer (2000) as portas OR, AND, e NOT são elementos fundamentais dos sistemas digitais. Qualquer circuito, mesmo sendo complexo, pode ser descrito utilizado as três operações booleanas básicas.

A proposta deste trabalho é construir um computador elementar capaz de executar a operação de adição de números binários. Esse dispositivo será de grande relevância, uma vez que, contém uma arquitetura lógica que é capaz de mostrar de forma simplificada, o princípio de funcionamento de um computador real. Este hardware será de grande relevância como equipamento de laboratório para Engenharia da Computação e áreas afins.

Material e Métodos

Page 127: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

125

Para construção do computador elementar, desenvolvemos os blocos dos circuitos lógicos geradores de Sn e Vn, utilizando as portas lógicas OR, AND e NOT.

Analisando as operações de adição binária, percebe-se a utilização dos tradicionais “vai um ou vai zero” representados pelos Vn,,e Sn que representa a soma conforme a Figura 1.

Figura 1 - Representa os valores genéricos adição binária.

Nesta operação temos Vn que é uma resposta aos valores, (Vn-1, An-1, Bn-1). Devemos destacar que Vn será de nível alto quando pelo menos dois dos valores dos elementos (Vn-1,An-1 e Bn-1) forem nível alto. O Sn é uma resposta dos elementos (Vn, An e Bn), e será de nível alto quando a resposta dos elementos forem quantidades ímpares de níveis altos. Da mesma forma Sn será nível baixo quando os elementos (Vn, An e Bn) forem quantidades pares de nível alto.

Para a construção das portas lógicas cortamos uma placa virgem de fenolite em retângulos menores com as dimensões 3 cm x 2,5 cm, destinadas às portas OR, portas AND 3 cm x 2cm e portas NOT 3 cm x 1,5 cm. Em seguida limpamos as placas com uma esponja de aço, desenhamos as trilhas com um marcador para confeccionar as placas de circuitos.

Em seguida, utilizando uma recipiente de plástico colocamos um litro de Per cloreto de ferro e mergulhamos as placas confeccionadas para a corrosão, de tal forma que elas não ficassem uma sobre a outra. Após 30 minutos, retiramos as placas do recipiente contendo per cloreto de ferro. O per cloreto utilizado foi colocado em um recipiente de plástico, pois o material é corrosivo para metal. O próximo passo foi enxaguar as placas com água corrente e secá-las com uma flanela. Identificamos que as trilhas ficaram de acordo com o esperado. Prosseguindo, furamos todas as placas nos devidos lugares utilizando uma furadeira de bancada. Estes furos são os locais determinados para conectar os componentes eletrônicos.

O bloco gerador de Vn foi construído utilizando as portas AND de duas entradas e porta OR de três entradas. Antes de construirmos os blocos testamos todas as portas (AND e OR) e o resultado foi o esperado. Depois dos testes, soldamos a saída da porta AND na entrada da porta OR. Esse procedimento foi feito de forma que as entradas das portas AND ficassem livres para colocarmos os níveis de entrada desejada, uma vez que esses passos foram feitos para os quatro blocos. Testamos os blocos aplicando uma diferença de potencial de 5V, e o resultado foi o esperado.

O bloco gerador de Sn foi desenvolvido utilizando as portas OR, AND e NOT. Antes de construir o bloco Sn, testamos as portas, cada uma individualmente, e o resultado foi satisfatório. Após o teste soldamos as saídas das portas NOT nas entradas das portas AND, em seguida fizemos as conexões das saídas das portas AND com as entradas das portas OR, conforme a exigência do circuito Sn. Esse procedimento foi feito para os outros cinco blocos.

Page 128: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

126

Para testar os blocos aplicamos uma diferença de potencial 6V, e o resultado foi o que esperávamos.

Resultados e Discussão

De posse das portas construídas desenvolvemos os blocos do circuito lógico geradores (Vn, Sn). O resultado obtido foi exatamente o esperado. Realizarmos vários testes com os blocos Vn, aplicando no circuito lógico uma diferença de potencial de 5V e obtivemos nível alto (LED aceso) quando pelo menos dois dos valores da entrada eram níveis altos. No caso do bloco gerador de Sn aplicamos uma diferença de potencial de 6V e o resultado foi satisfatório, ou seja, obtivemos nível alto ( LED aceso) quando os níveis de entrada eram quantidades ímpares de níveis altos. O trabalho ainda não foi totalmente concluído, pois nos resta fazer as conexões entre os blocos. No entanto, uma simulação feita com a utilização de programas de computadores já mostrou o funcionamento do hardware, apontando que em sua arquitetura final ocorrerá o resultado desejado.

Conclusões

O projeto está dentro do esperado. O cronograma proposto para esta etapa de

construção dos blocos foi cumprido. As portas lógicas, os blocos (Sn e Vn) foram construídos e testados apresentando resultados satisfatórios. Teremos, portanto, um equipamento de laboratório que no caso de nossa instituição de ensino (IFNMG_Januária), poderá ser utilizado por quatro cursos; a saber: Matemática, Física, Tecnologia e Análise de Sistemas, bem como o Curso Técnico de Informática.

Agradecimentos

Expomos aqui nossos agradecimentos à FAPEMIG pelo apoio financeiro, no que se refere à bolsa de Iniciação Científica; ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais por proporcionar minha formação acadêmica; e ao departamento de Física do IFNMG-Januária por ceder a estrutura de laboratório para a realização deste trabalho.

Literatura citada COSTA, C. M.de Álgebra Booleana e Sistemas Digitais: Conhecendo os Princípios Básicos do Funcionamento de um Computador. 2011, 32f. (Monografia) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Norte de Minas Gerais- Campus Januária, Januária 2011. IDOETA, Ivan Valeiji; CAPUANO, Francisco Gabriel. Elementos de Eletrônica Digital. 40.ed. São Paulo: Érica, 2007. STALLINGS, Willian. Arquitetura e organização de computadores. 5°ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. TOCCI, Ronald; J. WIDMER, Neals. Sistemas Digitais. Princípios e aplicações. 7°ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

Page 129: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

127

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE EDUCATIVO SOBRE RESÍDUO S DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Tiago Mendes Rodrigues1, Karine Fróes2, João Felipe Souza3

1 Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Januária. Tecnólogo em Irrigação e Drenagem. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Professora do IFNMG/Campus Januária. Bacharel em Enfermagem. Email: [email protected] 3 Professor do IFNMG/Campus Januária, M.Sc. Engenharia Agrícola e Bacharel e Ciência da Computação. Email:[email protected] Resumo: O presente trabalho objetivou mostrar o desenvolvimento de um software que busca auxiliar no ensino da temática resíduos de serviços de saúde. O software é composto por duas partes, sendo uma teórica e outro simulado. A parte teórica foi desenvolvida em HTML e tem como objetivo repassar conceitos e conteúdos ao usuário a respeito dos resíduos de serviços de saúde. O simulado foi desenvolvido em Javascript e Flash, este será o material onde o usuário poderá verificar os conhecimentos adquiridos na parte teórica. No simulado o usuário encontrara situação em que os resíduos estão acondicionados de maneira incorreta, devendo-o então dar o destino correto. De modo geral, espera-se que o uso deste software educativo venha a contribuir de maneira significativa no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Palavras–chave: resíduos de serviços de saúde, software educativo

Introdução

A cada dia que passa a informática vem adquirindo cada vez mais relevância na vida das pessoas. Sua utilização é vista como um instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida entre as pessoas. “Na educação, o computador tem sido utilizado tanto para o ensino de computação, para adquirir conhecimentos computacionais, quanto para ensinar praticamente qualquer assunto, ensino através do computador” (AGUIAR & HERMOSILLA, 2006). Atualmente não podemos mais adiar o encontro com as tecnologias possíveis de aproveitamento didático, uma vez que os alunos admiram a internet e informática.

Entender o binômio “Computador e Educação” é ter em vista o fato de que o computador se tornou um instrumento, uma nova forma de aprendizagem, desenvolvendo habilidades intelectuais e cognitivas, levando o indevido ao desabrochar das suas potencialidades, de sua criatividade, de sua inventividade (SILVA, 2004). Por isso o uso da informática nas escolas é fundamental, tanto para alunos quanto para professores.

O Software Educativo “é um conjunto de recursos informáticos projetados com a intenção de serem usados em contexto de ensino-aprendizagem” (SOFFA & ALCÂNTARA, 1998). Devendo, portanto ser criados para atender as necessidades dos usuários e possuir objetivos pedagógicos. O uso destes softwares tem como objetivo introduzir o computador na vida das pessoas, se tornando uma maneira diferente, agradável e adequada ao desenvolvimento de cada uma delas.

Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) “são produtos residuais, resultantes de atividades exercidas por estabelecimentos de saúde” (ANVISA, 2006), podendo tornar-se risco à saúde, devido as suas características. O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que, em muitos casos, os resíduos sejam ignorados. Este trabalho tem como objetivo mostrar a criação de um software que auxiliara no ensino da temática resíduo de serviços de saúde.

Page 130: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

128

Material e Métodos

O software educativo “RSS” foi desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – campus Januária. Financiado com Bolsa de Inicialização Científica na modalidade Bic-junior com recursos da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). No intuito de obter um software de qualidade foi realizado um levantamento bibliográfico com a finalidade de identificar os dados essenciais para a modelagem do programa educativo RSS. O desenvolvimento do software foi dividido em duas partes: a teórica e o simulado. A parte teórica foi desenvolvida em HTML e engloba texto e animações, abordando conceitos, tipos, símbolos de identificação e as formas de acondicionamento dos resíduos. A tecnologia aplicada na construção dos botões, textos em formato de imagem foi o Macromidia Fireworks MX. O simulado foi desenvolvido em Flash, e é a parte onde o usuário aplicará o conhecimento adquirido na parte teórica.

Resultados e Discussão

O software educativo foi criado para auxiliar o ensino de conceitos associados a RSS. O software foi desenvolvido em 2 partes: a teórica e o simulado. A parte teórica tem como objetivo repassar conceitos e conteúdos ao usuário. O simulado é um material onde o usuário ira testar o seu conhecimento adquirido na parte teórica. O material resultante da parte teórica está composto por 17 frames ou quadros. Na parte superior da tela de abertura, que pode ser observada na Figura 1, há o nome da equipe executora e da instituição de ensino.

Figura 1. Tela de abertura do software educativo.

Logo abaixo do título está o botão para iniciar, que permite o acesso à tela seguinte. Nas telas seguintes encontra-se o botão anterior e próximo que permite que o usuário controle o acesso e controle a própria a velocidade. No simulado, após a tela de boas-vindas, que apresenta o título do modulo, é apresentada a situação-problema que deve ser solucionada pelo usuário, em que alguns resíduos estão acondicionados de maneira incorreta (Figura 2).

Page 131: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

129

Figura 2. Simulado Resíduo de Serviço de Saúde.

O usuário deve então solucionar o problema, redistribuindo os resíduos para seus

devidos lugares. Como se pode observar na parte inferior da tela está exposto os recipientes para o acondicionamento dos resíduos com seus respectivos símbolos de identificação. O usuário poderá iniciar seu trabalho clicando em um dos recipientes da tela. Ao escolher um deles, serão exibidos na parte acima os resíduos contidos neste recipiente. O usuário deve então, dar o destino correto aos resíduos. Para isso, ele deve clicar sobre a imagem do resíduo e arrastá-lo até o recipiente a qual julgar ser o certo para descarte do resíduo.

Conclusões

O desenvolvimento do software educativo em HTML e Javascript, usando software Flash MX e o Macromidia Fireworks MX demonstrou bom resultado devido aos múltiplos recursos que estes oferecem.

Podemos concluir que o uso de software educativo torna-se aspecto importante no auxílio do processo de ensino aprendizagem. Em que, o uso do computador permite o desenvolvimento de uma série de habilidades que ajudam a solucionar problemas, levando o aluno a aprender através do próprio erro.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, campus Januária, pela oportunidade da realização do curso Técnico em Informática.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo apoio financeiro ao projeto.

Literatura citada Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ministério da Saúde. Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília, 2006.

Page 132: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

130

AGUIAR, J.; HERMOSILLA, L. A Importância da Informática na Educação. Revista Científica Eletrônica de Psicologia. 2006; ano III n. 5. SILVA, W.J. Informática na Educação: O Binômio Computador e Educação. Setembro, 2004. SOFFA, M.M; ALCÂNTARA, P.R.C. O Uso de Software Educativo: Reflexão da Prática Docente na Sala Informatizada. PUCPR. 2008.

Page 133: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

131

Área temática: Meio Ambiente

Page 134: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

132

COTIDIANO SUSTENTÁVEL

Alice Soares Brito1, Vinícius Orlandi Barbosa Lima2 1Acadêmica de Engenharia Florestal do IFNMG campus Salinas. Bolsista PIBEX. Email: [email protected] 2 Professor do IFNMG campus Salinas, M.Sc. Ciência Florestal. Email: [email protected] Resumo: Diante da necessidade de conscientização e incorporação de atitudes sustentáveis no dia-a-dia das pessoas, foram realizadas capacitações com alunos de quatro escolas da zona rural do município de Salinas/MG, com o objetivo de disseminar conceitos e técnicas em agroecologia. Os participantes tiveram palestras sobre métodos agroecológicos de produção e em seguida construíram canteiros de hortaliças em formato de mandala nos quintais das escolas. O projeto beneficiou a comunidade escolar com a transferência de conhecimentos e a implantação da horta, que servirá de modelo, onde as hortaliças cultivadas poderão ser utilizadas no preparo das refeições das escolas, ampliando a qualidade e diversidade dos alimentos consumidos. Palavras-chave: agroecologia, horta, mandala

Introdução

A agroecologia constitui-se de um campo que visa contribuir para formação e manejo de ecossistemas sustentáveis, sendo o seu grande desafio produzir sem arriscar a conservação e a renovação dos recursos naturais com o passar dos anos (Paulus et al., 2000). Segundo Altieri (2001) essa técnica tem como objetivo, não somente a produção, mas a interação de um padrão produtivo que busca de forma equilibrada a interação entre o ser humano e o meio ambiente.

A horta mandala é um exemplo de sistema agroecológico, onde os canteiros são dispostos de forma circular, permitindo às plantas se ajudarem mutuamente, diferentemente dos desenvolvidos pela agricultura tradicional. Esse tipo de horta otimiza o aproveitamento do espaço, trabalha com a diversidade e a rotação de culturas, economiza água, faz uso apenas de fertilizantes orgânicos, resguarda o solo e ainda é um meio de geração de renda (Fagundes, 2009).

No entanto, a introdução de práticas agroecológicas ainda se depara com limitações, tanto no ambiente urbano quanto no rural. Estas restrições baseiam-se muito no caráter ideológico da agricultura ecológica, na ausência de informações e capacitação para os produtores, além da falta de percepção das pessoas da possibilidade de melhorar a própria alimentação com redução de gastos e reutilização de resíduos (Machado & Machado, 2005).

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo conscientizar alunos de escolas municipais e estaduais do município de Salinas/MG sobre alternativas e práticas agroecológicas a serem adotadas em seu cotidiano e construir hortas em formato de mandala nos quintais das escolas.

Material e Métodos

O presente trabalho foi realizado em quatro escolas públicas da zona rural do município de Salinas/MG: Escola Municipal de Jacurutu (Fazenda Jacurutu), Escola Estadual João José Ferreira (Povoado de Ferreirópolis), Escola Estadual Paulo Teixeira Costa (Povoado de Curralinho) e Escola Municipal de Nova Fátima (Povoado de Nova Fátima).

Foram apresentados aos alunos os conceitos e as vantagens dos sistemas agroecológicos na produção de alimentos e matéria prima, bem como orientações sobre a importância da adoção dos métodos sustentáveis de produção sobre a qualidade dos alimentos e conservação dos recursos naturais.

Page 135: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

133

As capacitações envolveram práticas de agroecologia, com foco principalmente em quintais agroecológicos, onde os participantes construíram canteiros de hortaliças em formato de mandala, com 2 a 3 metros de raio, seguindo os princípios da diversificação cultural e colocando em prática a teoria abordada.

As mudas de hortaliças plantadas foram produzidas no viveiro do setor de Agricultura I do IFNMG campus Salinas, onde foram contempladas mudas de couve, quiabo, alface, tomate, salsa e cebolinha. O espaçamento entre plantas na horta respeitou a área a ser ocupada por cada espécie e o arranjo espacial adotado intercalou as diversas culturas, de modo a explorar a sinergia entre indivíduos.

Resultados e Discussão

O projeto teve a participação de crianças e adolescentes que foram capacitados com uma palestra em sala de aula e com a construção da horta em formato de círculo. As áreas escolhidas para a instalação das mandalas, nos quintais das escolas, foram locadas sobre canteiros antigos ou áreas inutilizadas. Os alunos realizaram a prática com motivação, auxiliando a demarcar os canteiros, preparar o substrato, adicionar o fertilizante orgânico, intercalar e plantar as mudas.

A conscientização sobre as práticas agroecológicas e a troca de experiências com a comunidade escolar proporcionou o sucesso das ações. O objetivo principal do projeto foi alcançado através da divulgação dos conceitos atuais sobre agroecologia e sustentabilidade, onde a participação do público foi marcada por questionamentos e relatos de casos que enriqueceram o conteúdo abordado. Em geral as discussões aconteceram de forma espontânea e tiveram ênfase nos cuidados pós-plantio, que levou a divulgação de técnicas alternativas de manejo e combate de pragas e doenças.

As mandalas que ficaram expostas nas escolas constituem um modelo de produção que irá ser visualizado por outros estudantes, professores, funcionários e pelos pais dos alunos, servindo como referência e que pode ser difundido nos quintais da comunidade. Além disto, as hortaliças implantadas neste sistema agroecológico podem ser opção no cardápio das merendas escolares e proporcionar maior diversidade nutricional com melhoria na qualidade e variedade dos alimentos.

Apesar dos resultados significativos, constatou-se que a presença dos pais dos alunos e de pequenos agricultores poderia ter elevado os efeitos do projeto sobre as comunidades, uma vez que aumentaria o número de pessoas beneficiadas com a divulgação das técnicas agroecológicas e proporcionaria maior troca de experiências, além de favorecer o resgate e a disseminação de conhecimentos tradicionais sobre a agricultura.

Conclusões

A transferência de conhecimentos sobre agroecologia favoreceu a conscientização do público sobre a importância da adoção de práticas sustentáveis no cotidiano, possibilitando-lhes maior interatividade e responsabilidade com o meio ambiente.

A implantação das hortas pelos alunos estimulou o desenvolvimento socioambiental nas escolas públicas contempladas do município de Salinas/MG.

Agradecimentos

Ao IFNMG campus Salinas pelo suporte à execução do projeto e concessão da bolsa de extensão.

Page 136: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

134

Literatura Citada ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Terceira Edição - Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001. FAGUNDES, G.G. Produção de hortaliças em mandala. EMBRAPA Meio Ambiente, 2009. Disponível em: <http://redeagroecologia.cnptia.embrapa.br/boletins/hortalicas/producao%20de%20hortalicas%20em%20mandalas.pdf> Acesso em 01/02/2013. MACHADO, C.T.T., MACHADO, A.T. Agricultura de base ecológica em sistemas urbanos: potencialidades, limitações e experiências. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2005, 37p. PAULUS, G., MULLER, A.M., BARCELLOS, L.A.R. Agroecologia Aplicada: práticas e métodos para uma agricultura de base ecológica. Porto Alegre: EMATER/RS, 2000.

Page 137: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

135

COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DOS INDIVÍDUOS RESIDENT ES ÀS MARGENS DA VEREDA BARRA DA VACA EM ARINOS-MG

Hilton Lopes Galvão1, Ivo Dos Reis Quintal De Brito2, Aline Cristina Marins3, Sebastião Lourenço Henrique4,

Gabriel Muller Valadao5, Reginaldo Proque 6 1Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Fitotecnia. Email: [email protected] 2Acadêmico de Tecnologia em Gestão Ambiental– IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica - I FNMG. Email: [email protected] 3 Acadêmico de Tecnologia em Gestão Ambiental. Bolsista de Iniciação Científica - IFNMG..Email: a [email protected] 4Professor do IFNMG/Arinos, Especialista Meio Ambiente. Email: Sebastiã[email protected] 5Professor do IFNMG/Arinos, Especialista Meio Ambiente. Email: [email protected] 6Professor do IFNMG/Arinos, MSc. Agroecologia Email: [email protected] Resumo: Um dos pontos considerados a cerca da consciência da utilização racional do ambiente está relacionado com a percepção e conhecimento da temática de desenvolvimento sustentável. Foi desenvolvido um estudo para avaliar a percepção ambiental de indivíduos residentes às margens da Vereda Barra da Vaca, situa da na área urbana de Arinos, no Noroeste de Minas Gerais, sobre o impacto de suas atividades no ambiente, assim como a relação cognitiva e emocional com o mesmo. Foram visitadas 70 residências, entr e os dias de 24 de setembro a 01 de outubro de 2012, onde foi apresentada aos moradores a proposta do projeto de pesquisa e o questionário que abordava a relação indivíduo/ambiente; ações individuais em favor da área ambiental; preocupação co m o impacto ambiental e consumo; hábitos pessoais e ambiente. Com base na análise das respostas dos demais indivíduos, foi observada que a maioria c onsiderou a importância da Vereda para o municíp io. Todavia, a mesma maioria respondeu que não t inham conhecimento sobre desenvolvimento sustentá vel ou Código Florestal Brasileiro. Quanto ao uso da área, com exceção de dois moradores, todos resp onderam que possuíam algum tipo de plantação na Vereda. Este resultado demonstra que os programas de educação ambiental nesta localidade devem ser voltados para esclarecimentos, uma vez que os in divíduos respondentes apresentaram grande dificuldade em responder os questionamentos apontados. Palavras–chave: Código Flo restal Brasileiro, Vereda, sustentabilidade, educação ambiental

Introdução

A percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência das problemáticas ligadas ao a mbiente, ou seja, o ato de perceber o ambiente em que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo (VILLAR et al. 2008). A educação e percepção ambiental despontam como armas na defesa do meio natural e ajudam a reaproximar homem da natureza, garantindo um futuro com mais qualidade de vida para todos, já que despertam m aior responsabilidade e respeito dos indivíduos em r elação ao ambiente em que vivem (ROSA et al. 2002 citado por VILLAR et al. 2008). Um dos pontos c onsiderados a cerca da consciência da utilização racional do ambiente está relacionado com a percep ção e conhecimento da temática de desenvolvimento sustentável. O entendimento a respeito do Código Florestal Brasileiro torna-se essencial neste processo. O Bioma do Cerrado inclui considerável variedade de fitofisionomias, incluindo formações florestais, savânicas e campestres. As veredas est ão incluídas nas formações savânicas e ocorrem, e m geral, em áreas de nascentes tendo em sua peri feria vegetação de cerrado sentido restrito (RIBEIRO & WALTER 1998). Essas fisionomias são ocupa das por vegetação herbáceo-graminosa, que ocorrem n a maior parte da área e outra arbustivo-arbórea com predomínio da palmeira buriti (Mauritia flexuosa L.f.). Sob o ponto de vista geomorfológica as veredas presentam depressões abertas, rasas e alongadas, c om vertentes suaves e fundos planos. Essas áreas fu ncionam como bacias coletoras das águas absorvidas pelos platôs adjacentes (GUIMARÃES et al. 2002). Em Minas Gerais, as veredas ocorrem nos plat ôs das bacias dos rios Paranaíba, São Francisco e G rande compreendendo as regiões do Triângulo Mineir o,

Page 138: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

136

Alto Paranaíba, Alto São Francisco e Paracatu (CARVALHO 1991, RAMOS 2004), mas também pod em ser abundantes em todas as chapadas do Brasil central (LIMA & QUEIROZ NETO 1996). A micror região Urucuia Grande Sertão onde se localiza o mu nicípio de Arinos constitui-se uma das 7 (sete) micro bacias da mesorregião de Águas Emendadas, esse nome está associado ao Rio Urucuia e Parque Nacional Grande Sertão Veredas. Essa microrregião, caracterizada pelas veredas, possui na área urbana de Arinos a denominada Vereda Barra da Vaca que assim como outras está ameaçada pela degradação pela ação humana, principalmente. Foi desenvo lvido um estudo para avaliar a percepção ambiental d e indivíduos residentes às margens de uma Vereda em área urbana sobre o impacto de suas atividades no a mbiente, assim como a relação cognitiva e emociona l com o mesmo, de forma a traçar um diagnóstico sóc io-ambiental local para fornecer subsídios às ações e aos projetos de gestão ambiental e educação sanitária nessa localidade.

Material e Métodos

O Município de Ari nos está localizado na região Noroeste do Estado e Minas Gerais, com extensão territorial de 5.322.795 km2, é o 4º maior Município do Estado. Sua p opulação estimada em 2002 é de 20.472 habitantes. Está a meio caminho entre a Capital Federal e norte do estado, que apresenta a pecuária como s ua principal fonte de renda. Localizado a mais ou me nos 720 km da Capital do Estado de Minas Gerais, a cidade de Belo Horizonte e a 200 km de Brasíli a-DF, Capital Federal. Banhada pelo rio urucuia u m dos maiores afluentes do São Francisco. A micror região do Vale do Rio Urucuia representa uma sínt ese do profundo contraditório social brasileiro, embora dispondo de grandes potencialidades econômicas em alguns municípios, destacando com pequenas bolh as de riquezas devido à presença do agronegócio em forte crescimento, 68% de sua população encontra-se próxima à linha da pobreza, precárias estradas e terras, baixa cobertura de telefonia fixa, pouquíssima eletrificação rural, alto índice de analfabetismo, baixa média de escolarização, insuficiente sistema de saneamento urbano e rural, e principalmente baix o capital social e serviço de assistência técnica e extensão rural (serviço de ausência ou insuficiência té cnica). A fim de fornecer subsídios para implantação de um projeto de educação ambiental na preservação da Vereda Barra da Vaca, no Município de Arinos, foi elaborado um estudo prospectivo, com del ineamento transversal, tendo como instrumento um q uestionário contendo 4 domínios (A - Relação indivíduo/ambiente; B- Ações individuais em favor do ambiente; C- Preocupação com o impacto ambiental e consumo; D - Hábitos pessoais e ambiente). Foram visitadas 70 residências localizadas às margens da Vereda Barra da Vaca, entre os dias de 24 de setembro a 01 de outubro de 2012, onde foi apresentada aos moradores a proposta do projeto de pesquisa e o questionário. Em seguida, os dados foram tabulados e realizada a análise descritiva.

Resultados e Discussão

Dessas 70 residências , 10 moradores recusaram participar da pesquisa, sob argumento de que se tratava de algum órgão fiscalizador e que poderiam ser penalizado por alguma irr egularidade. Com base na análise das respostas dos demais indivíduos, foi observada que a maioria considerou a importância da Vereda para o município. T odavia, a mesma maioria respondeu que não tinham conhecimento sobre desenvolvimento sustentável ou Código Florestal Brasileiro (Figura 1).

Page 139: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

137

Figura 1 – Percentual de resp ostas dos indivíduos residentes à margem da Vereda Barra da Vaca a respeito de possuírem ou não conhecimento sobre Desenvolvimento Sustentável e Código Florestal Brasileiro. Arinos-MG (2012).

Verificou-se que a mesma maioria tem costume de queimar lixo no quinta l e não sabia o que era coleta seletiva de lixo (Figura 2). Quanto às causas da poluição da Vereda foi verificado o senso comum de que as principais estão relacionadas ao esgoto doméstico, apesar de que em muitas residências já terem esgoto tratado, e também aos animais mortos, embalagens, latas e etc. Quanto ao uso da área, com exceção de dois moradores, todos responderam que possuíam algum tipo de plantação no quintal (Vereda) sendo que apenas dois utilizavam de adubação química e agrotóxicos/herbicidas.

Figura 2 – Percentual de resp ostas dos indivíduos residentes à margem da Vereda Barra da Vaca a respeito de Queima de lixo e c onhecimento sobre coleta seletiva de lixo. Arinos-MG (2012).

Quanto à utilização do recurso da Vereda para extrativismo, observou-se que apenas

cinco moradores exploravam o bu riti, retirando a sua polpa para comercialização. A maioria cria galinhas em suas propriedades, e foram notadas muitas cabeças de gado ao longo da Vereda.

Conclusões

Os resultados demo nstram que as concepções existem a cerca da importân cia da Vereda Barra da Vaca para o Município, poré m, as percepções quanto ao impacto promovido

Page 140: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

138

pel o mau uso do ambiente em que vivem e a negligê ncia a respeito do desenvolvimento sustentável e da legislação ambiental implicam na necessidade urgente de campanhas e ações de recuperação e preservação da Vereda Barra da Vaca.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao IFNMG – Campus Arinos pelas Bolsas PIBIC aos estudantes.

Literatura citada CARVALHO, P.G.S. 1991. As Veredas e sua importância no domínio dos cerrados. Informe Agropecuário 168:47-54. GUIMARÃES, A.J.M., AR AÚJO, G.M. & CORRÊA, G.F. 2002. Estrutura fi tossociológica em área natural e antropizada de uma vereda em Uberlândia, MG. Acta Botanica Brasilica. 16:317-329. LIMA, S.C. & QUEIROZ N ETO, J.P. 1996. As veredas e a evolução do relevo. Sociedade e Natureza 15:481-488. RAMOS, M.V.V. 2004. C aracterização dos solos, da estrutura fitossociológica e do estado nutricional da vegetação de veredas em diferentes superfícies geomorfológicas no Triângulo Mineiro. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília. RIBEIRO, J.F. & WALTER, B.M.T. 1998. Fitofisionomias do bioma cerrado. In Cerrado ambiente e flora (S. Sano & S.P. Almeida, eds.). EMBRAPA-CPAC, Brasília, p.89-166. Villar LM, Almeida AJ, Li ma MCA, Almeida JLV, Souza LFB, Paula VS. Percepção ambiental no Noroeste Fluminense. Esc Anna Nery Rev Enferm 2008 set; 12 (3): 537 -43. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ean /v12n2/v12n2a13.pdf>. Acesso em: 04/12/2012.

Page 141: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

139

BIODIGESTORES EM GALÕES REMOVÍVEIS OPERANDO NA REMO ÇÃO DE SÓLIDOS TOTAIS, FIXOS E VOLÁTEIS NA CIDADE DE JANUÁ RIA, NORTE DE

MINAS GERAIS

Marcus Vinícius Araújo Marques1, Willyan Caldeira Corte1, Marco Aurélio Rodrigues de Souza1, Wallison da Silva Freitas2

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected],[email protected], [email protected]. 2Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Recursos Hídricos e Ambientais. Email: [email protected] Resumo: O município de Januária, localizado na região Norte de Minas Gerais, possui um considerável plantel de suínos, em criação extensiva, com pouca ou nenhuma tecnologia. No que tange a criação de suínos sabe-se que são grandes produtores de efluentes líquidos e sólidos. Na região a ser estudada verificou-se pouca atenção ou até mesmo a inexistência de sistemas de tratamento e aproveitamento dos resíduos gerados nestas atividades. Foi construída uma série de seis biodigestores removíveis para tratamento da água residuária da suinocultura (BDARS), em laboratório se estimou a quantidade de sólidos totais, fixos e voláteis, para determinação do tempo de detenção hidráulico (TDH) da água residuária da suinocultura, considerando que o efluente teve três diluições distintas 1/1, 1/2, 1/3 (água/efluente), assim a diluição 1/1 teve uma remoção máxima de 65% de sólidos totais, a diluição 1/2 teve uma remoção máxima de 64% e a diluição 1/3 uma remoção máxima de 61,3%. Palavras–chave: água residuária, biodigestor, suinocultura

Introdução

Na visão de desenvolvimento sustentável, temos que o crescimento de um país, estado ou região deve estar conciliado com a preservação dos recursos ambientais que por ventura poderão sofrer impactos ocasionados por este crescimento. Tais impactos poderão estar relacionados, por exemplo, com a deterioração do ar, do solo e de ambientes aquáticos, quando há lançamento de efluentes gerados pelas atividades industriais. Além disso, há uma tendência real das empresas se adequarem às normas ambientais para terem uma maior aceitação de seu produto beneficiado, tanto pelo mercado nacional quanto internacional.

A suinocultura é considerada, pelos órgãos de fiscalização e proteção ambiental, como atividade de grande potencial poluidor, face ao elevado número de contaminantes contidos nos seus efluentes, cuja ação individual ou combinada representa uma fonte potencial de contaminação e de degradação do ar, dos recursos hídricos e do solo, os dejetos suínos são constituídos por fezes, água desperdiçada pelos bebedouros e de higienização, resíduos da ração, pêlos, poeiras e outros matérias decorrentes do processo criatório, o esterco, por sua vez é constituído pelas fezes dos animais que, normalmente, se apresentam na forma pastosa ou sólida. Os dejetos podem apresentar grandes variações em seus componentes dependendo do sistema de manejo adotado e, principalmente, da quantidade de água e de nutrientes em sua composição (DIESEL et al., 2002).

O município de Januária, localizado na região do Norte de Minas Gerais, há uma preocupação com os impactos gerados pela produção de carne suína, onde envolve pouca ou nenhuma tecnologia. Como a produção está crescendo de forma significativa na região fazem-se necessários estudos voltados para impactos gerados e suas formas de tratamentos.

A utilização de processos anaeróbios para reduzir o poder poluente de resíduos vem se destacando, pois além de reduzir a poluição ambiental, permite aproveitar o potencial energético do resíduo em forma de fertilizante e biogás. (SOUZA, C. F. et. al, 2008).

Diante do exposto foram construídos biodigestores em galões removíveis para o pré-tratamento de efluente bruto das águas residuárias da suinocultura do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, campus Januária, com a finalidade de obter dados pertinentes a região do norte de Minas Gerais, para servir de subsidio para projetos de tratamento de efluentes.

Page 142: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

140

Material e Métodos

A área experimental de tratamento e aproveitamento alternativo da água residuária da suinocultura (ARS) foi montada nas dependências do Instituto Federal do Norte de Minas, Campus Januária (IFNMG), a ARS foi coletada periodicamente nas respectivas dependências da Suinocultura do IFNMG.

O experimento foi constituído por 6 galões cilíndricos, de 250 L cada, com dimensões aproximadas de 0,60 m de diâmetro e 0,90 m de altura total. Os efluentes foram aplicados nos galões por batelada, ou seja, foram colocados de uma só vez e retirados após o TDH (Tempo de Detenção Hidráulico) estimado, de maneira a não haver mistura do líquido no galão.

Os galões foram dispostos em fila, interligando todas as saídas de gás para um destino final, cada biodigestor foi montado com três saídas distintas e em diferentes alturas 35, 50 e 65 cm, o que serviu para analisar o comportamento do tratamento ao longo do tempo. A cada dois biodigestores foram colocados um mesmo tipo de diluição, tendo uma repetição para cada diluição, assim pode se afirma qual é a melhor diluição para que se tenha um resultado de tratamento, 1/1, 1/2 ou 1/3 (água/dejeto).

Análises do perfil de sólidos e de avaliação da eficiência nos biodigestores foram realizadas com o objetivo principal de determinar as condições operacionais, o momento para o descarte do lodo excedente e, consequentemente, a manutenção das condições ideais para sedimentação dos sólidos em seu interior.

Para determinação da concentração de Sólidos totais, fixos e voláteis da ARS, foi coletada uma amostra de 100 ml, em todas as três alturas, efetuando previamente a homogeneização da mesma. A amostra foi levada imediatamente ao laboratório do IFNMG – Campus Januária, onde foi analisado pelos métodos apresentado por ABNT/NBR 10664 (1989), seguindo os seguintes procedimentos: 1) Determinação de sólidos totais – ST a) Uma cápsula de porcelana foi aferida deixando-a em mufla a (550 ± 50) °C por uma hora, seguido por esfriamento em dessecador e pesagem com precisão de 0,1 mg; b) Foi transferido para cápsula 50 ml da amostra, medidos em proveta e evaporado em banho maria até a secura; c) Após evaporação da amostra, secamos a cápsula com resíduo em estufa a 103-105 °C por uma hora; d) Deixamos esfriar em dessecado até temperatura ambiente e pesamos em seguida. 2) Determinação de sólidos fixos – SF a) Submetemos os sólidos totais obtidos conforme o (procedimento 1), a calcinação em mufla a (550 ± 50) °C por 1 hora; b) Deixamos pesar em dessecador e pesamos com precisão de 0,1 mg. 3) Determinação de sólidos voláteis – SV a) Efetuamos a diferença de valores obtidos dos sólidos totais (procedimento 1) e dos sólidos fixos (procedimento 2) o valor encontrado implica no teor de sólidos voláteis.

Resultados e Discussão

Durante 45 dias foram analisados a quantidade de sólidos totais, fixos e voláteis, bem como o comportamento ao longo do tempo, e para isso os biodigestores montados seguiram o seguinte esquema:

Page 143: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

141

Figura 1 – Galão com as distintas saídas, com contagem a partir do solo. Figura 2 – Seqüência dos biodigestores com saídas de gás interligadas.

Dessa forma o tempo de detenção ideal foi de 35 dias para os biodigestores com diluição 1/1, de 40 dias com diluição de 1/2 e de 43 dias para diluição de 1/3, resultados esperados pelo teor de matéria orgânica encontrada nos biodigestores ser alta. A tabela abaixo mostra a porcentagem de redução em cada biodigestor dos sólidos totais, fixos e voláteis ao fim do seu respectivo tempo de detenção citados a cima. Tabela 1 – Redução em porcentagem de sólidos totais (ST), sólidos fixos (SF), sólidos voláteis (SV), com as diferentes diluições 1/1, 1/2, 1/3 (água/dejeto), com as diferentes alturas de coletas, onde 35 cm, 50 cm e 65 cm, correspondem às letras A, B e C respectivamente.

Dessa forma, após o tempo de detenção a concentração de sólidos totais foram de 1200 mg/L, 1350 mg/L e 1500 mg/L, para as diluições 1/1, 1/2 e 1/3 (água/dejeto), respectivamente. Estes valores são relativamente altos, mais por se tratar de água residuária de suinocultura, esse valor teve uma grande redução, chegando a uma alta eficiência se comparados com resultados por Otiz et al. (2010).

Conclusões

Nestas condições, pode-se concluir que o sistema montado de biodigestores em galões

removíveis, foi eficiente para a remoção de sólidos totais, fixos e voláteis, sendo indicativo de uma alta degradação de matéria orgânica. Mas que mesmo com o tratamento em biodigestores

Page 144: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

142

a água residuária ainda não pode ser descartada em cursos d’água, onde o limite de sólidos totais aceito pelo CONAMA (2005) é de 500 mg/L.

Agradecimentos

Os autores agradecem a instituição financiadora Fundação de Amparo a Pesquisa do

Estado de Minas Gerais – FAPEMIG e ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Januária, pelo apoio.

Literatura citada

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma Brasileira. NRB 10664, 1989. CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução N° 357, 17 março, 2005. DIESEL, R.; MIRANDA, C. R.; PERDOMO, C. C. Coletânea de tecnologias sobre dejetos de suínos. Concórdia: Embrapa, 2002. 30 p. (BIPERS, 10). ORTIZ, F. C. G; CAPPI, N; SANTOS, T. M. B. Redução de Sólidos em Água Residuária de Suinocultura Tratada em Biodigestores Anaeróbios, 2010. SOUZA, C.F; CAMPOS, J. A; SANTOS, C. R; BRESSAN, W. S; MOGAMI, C. A. Produção volumétrica de metano-dejetos de suínos. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 32, n. 1, p.219- 224,jan./fev., 2008.

Page 145: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

143

ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DE EXEMPL ARES DA ICTIOFAUNA DO RIO SALINAS E DETERMINAÇÃO DE FATORES ABIÓTICOS NOS PONTOS COLETA (PERÍMETRO URBANO E RURAL) NO MUN ICÍPIO DE

SALINAS-MG

Rair Ramires Gomes1, Jadston Crisóstomo e Guedes2, Felipe Augusto Soares3, Roberta Garibalde Clemente3, Luciano Xavier4, Gabriel Domingos Carvalho5

1Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária do IFNMG - Campus Salinas. Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/FAPEMIG/IFNMG). E-mail: [email protected]. 2Estudante do Curso Técnico em Agropecuária do IFNMG - Campus Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Júnior (PIBICJR/FAPEMIG/IFNMG). E-mail: [email protected]. 3Acadêmico(a) do Curso de Ciências Biológicas do IFNMG - Campus Salinas. Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/FAPEMIG/IFNMG). E-mail: [email protected], [email protected]. 4Zootecnista da FADETEC, Salinas-MG. E-mail: [email protected]. 5Professor do IFNMG - Campus Salinas. Doutor em Medicina Veterinária. E-mail: [email protected] Resumo: Estudos sobre a ictiofauna e parâmetros de qualidade da água são importantes para a identificação das espécies regionais e também para a avaliação do impacto antrópico nos cursos hídricos e bacias hidrográficas. Este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento, por amostragem, da ictiofauna do Rio Salinas, analisando-se as características morfométricas dos peixes capturados e a determinação de fatores abióticos (pH, temperatura, transparência e dureza) da água, nos pontos coleta em áreas urbanas e rurais do Rio Salinas, no município de Salinas-MG. As coletas foram realizadas no período de julho a dezembro de 2012. Os parâmetros de qualidade da água apresentam pouca variação entre as zonas rurais e urbanas. Foram analisados os parâmetros biométricos: peso corpóreo, comprimento total do corpo, comprimento da cabeça, largura do corpo e circunferência do pendúnculo caudal, medidas dos raios das nadadeiras peitoral, dorsal, anal e caudal. A maioria dos peixes (92,3%) foi coletada nos pontos da zona rural do município e os exemplares capturados foram: traíras (Gênero Hoplias) 84%; carás (Gênero Geophagus), 8%; e cascudo (Gênero Rhinelepis), 8%. Este estudo pioneiro é importante para uma caracterização preliminar da ictiofauna e de alguns fatores abióticos do Rio Salinas. Palavras–chave: fauna, peixes, preservação

Introdução

O Brasil é considerado um país diverso em relação à fauna de peixes de água doce, devido à grande diversidade e ao tamanho de suas bacias hidrográficas. Abrigando cerca de 3.000 espécies de peixes de água doce, o país ocupa a 1ª posição em relação aos outros países (MCALLISTER et al., 1997).

A microrregião de Salinas, na região do Norte de Minas Gerais, apesar dos baixos indicativos socioeconômicos, possui uma boa disponibilidade hídrica, principalmente após a criação da barragem do Rio Salinas. Dentro deste cenário, a pesca é uma importante fonte de renda alternativa para a população ribeirinha, sendo que a pesca de subsistência é uma atividade relativamente pouco desenvolvida nas comunidades locais (MAGALHÃES et al., 2010). A bacia do Jequitinhonha abrange uma área de 70 mil km², com vários afluentes que a abastece, dentre os quais está o Rio Salinas (MAGALHÃES et al., 2010).

A construção de barragens altera as características hidrológicas e ecológicas de um rio, alterando as características físico-químicas da água, influenciando dessa forma nas comunidades de peixes (GODOY,1995). Nas áreas urbanizadas, os cursos d’água são modificados, recebendo esgotos industriais e domésticos “in natura”, além de sedimentos e lixo. Consequentemente, os ecossistemas aquáticos vêm perdendo suas características naturais e sua diversidade biológica (SCHEPP e CUMMINS, 1997).

Page 146: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

144

Neste sentido, este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento, por amostragem, da ictiofauna do Rio Salinas, analisando-se as características morfométricas dos exemplares capturados, e a determinação de fatores abióticos da água, nos pontos coleta no perímetro urbano e rural, de Salinas-MG.

Material e Métodos

Foram realizadas tentativas de captura de exemplares de peixes e coletas de amostras de água em dois pontos da barragem do Rio Salinas (perímetro rural) e em dois pontos no percurso do Rio Salinas (perímetro urbano). Os pontos de coleta foram determinados após a realização de uma entrevista informal com os pescadores locais. As coletas foram realizadas no período de julho a dezembro de 2012. Para a coleta dos espécimes, foram utilizadas tarrafas (malha de 50mm, com rufo e roda de 15m), com a padronização de 10 arremessos em cada ponto de coleta, também se utilizou redes de espera (malha de 50mm e 20m de comprimento), na qual as redes permaneceram durante 12 horas nos locais de coleta.

Também foram realizadas pescarias com varas de bambu, fio de nylon e anzol, utilizando-se minhocas como isca. Após a captura, os exemplares foram acondicionados em caixas térmicas sob refrigeração, para serem posteriormente pesados em balança digital e medidos com o auxílio de um paquímetro.

Foram avaliados os parâmetros biométricos: peso (em gramas), comprimento da cabeça (em centímetros, que compreende a medida da extremidade anterior da cabeça até a borda caudal do opérculo), comprimento total do corpo (medida da extremidade anterior da cabeça até a extremidade distal da cauda), largura do corpo; circunferência do pendúnculo caudal e medida do raio das nadadeiras peitoral, dorsal, anal e caudal. Após a realização da biometria, os peixes foram fixados em solução de formalina a 10% e conservados em álcool 70%, para posterior classificação taxonômica.

As amostras de água coletadas foram avaliadas com relação à temperatura (ºC) e pH, utilizando-se analisador automático e as análises de transparência (NTU – Unidades Nefelométricas de Turbidez) e dureza (mg/L, presença de sais alcalinos, cálcio e magnésio) foram realizadas no laboratório de Química do IFNMG - Campus Salinas.

Resultados e Discussão

Foram realizadas 11 tentativas de coleta, onde somente em seis (54,5%) destas foi possível a coleta peixes, Foram capturados 26 exemplares, dos quais, 24 (92,3%) foram coletados em pontos da zona rural. Das técnicas de coleta utilizadas, a mais eficiente neste estudo foi a da pesca com vara, sendo que nenhum exemplar foi coletado com tarrafa e somente três foram pegos com armadilha-rede.

Dos 26 exemplares coletados, 22 (84%) foram traíras (Gênero Hoplias), sendo todas coletadas na zona rural, dois (8%) exemplares eram carás (Gênero Geophagus), também coletados em zona rural e dois (8%) exemplares de cascudo, ou “peixe-gato” (Gênero Rhinelepis), capturados em área urbana. Todas essas espécies são comuns a bacia do Rio Jequitinhonha (NETO, 2010).

Na tabela 1 encontram-se os parâmetros biométricos do peso corpóreo, comprimento total do corpo, comprimento da cabeça, largura do corpo e circunferência do pendúnculo caudal e na tabela 2 as medidas dos raios das nadadeiras peitoral, dorsal, anal e caudal. Essas medidas morfométricas, ou de conformação, contribuem para a descrição da forma do corpo do peixe, que variam de acordo com as características de cada espécie e por influência do ambiente (CIBERT, 1999).

Page 147: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

145

Tabela 1 Valores das médias do peso corpóreo (em gramas) e do comprimento total do corpo, comprimento da cabeça, largura do corpo e circunferência do pendúnculo caudal (em centímetros) dos espécimes coletados e respectivo local de coleta.

*EPM - Erro Padrão da Média.

Na tabela 3 estão os valores médios do pH, temperatura, transparência e dureza das amostras de água coletadas nas áreas urbana e rural do Rio Salinas. De acordo Magalhães (2010), no município de Salinas-MG, a água represada apresenta condições de temperatura ideal para a reprodução dos peixes de água quente, além de condições de pH, níveis de oxigênio dissolvido e abundância de alimentos naturais (plânctons), que proporcionam um maior desenvolvimento dos peixes.

Tabela 2 Valores das médias do raio das nadadeiras, em centímetros, dos espécimes

*EPM - Erro Padrão da Média. Tabela 3 Valores das médias do raio das nadadeiras, em centímetros, dos espécimes coletados.

*EPM - Erro Padrão da Média.

Conclusões

O maior número de coletas bem sucedidas ocorreu nos pontos de coleta na área rural, e os parâmetros da qualidade estão dentro da normalidade, tanto na zona rural como urbana. Este estudo pioneiro é importante para uma caracterização preliminar da ictiofauna e de alguns fatores abióticos do Rio Salinas. Estudos futuros serão importantes para se avaliar as correlações entre as medidas morfométricas das espécies da região e suas correlações com os fatores abióticos, que podem influenciar no desenvolvimento e manutenção da ictiofauna, tendo em vista as peculiaridades do clima no Norte de Minas.

Page 148: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

146

Agradecimentos

Ao Programa de Iniciação Científica do IFNMG e a Fundação de Amparo à Pesquisa

do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pela concessão das Bolsas de Iniciação Científica e IC Júnior. Ao professor do IFNMG – Campus Salinas, Wesley Antunes Meireles pelo auxílio na identificação dos exemplares.

Literatura citada

CIBERT, C.; FERMON, Y.; VALLOD, D.; MEUNIER, F. J. Morphological screening of carp Cyprinus carpio: relationship between morphology and fillet yield. Aquat Living Resour v.12, p.1-10. 1999. GODOY,M.P. Piracema: peixes brasileiros também tem história. Anais de Etologia, cap.13, p.3-19, 1995. MCALLISTER, D.E.; HAMILTON A.L.; HARVEY. B. Global freshwater biodiversity: striving for the integrity of freshwater ecosystems. Sea Wind v.11, p.1-140, 1997. MAGALHÃES, M. A. et al. Recursos Hídricos do município de Salinas, Minas Gerais. In: MAGALHÃES, M. A. Atlas Ambiental de Salinas-MG, 2010. p.175-176. NETO, F. R. A.; Estado atual do conhecimento sobre a fauna de peixes da bacia do Jequitinhonha. MG. BIOTA, v.2, n.5, p.23-35, 2010. SHEPP, D. L.; CUMMINS, J. D. Restoration in an urban watershed: Anacostia River of Maryland and the district of Columbia. In: WILLIAMS, J. E.; WOOD, C.A.; DOMBECK, M. P. (Ed.). Watershed restoration: principles and practices. Bethesda: American Fisheries Society, p.297-317, 1997.

Page 149: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

147

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO UMA FERRAMENTA PARA A POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS DOMÉSTICOS NO MUNICÍPIO DE A RAÇUAÍ –

MINAS GERAIS

Roseane Aparecida Santos1, Marcelo Henrique F. de Faria Rocha1, Christiany Pereira da Silva1, Eliane Macedo Sobrinho Santos2, Hércules Otacílio Santos3, Jéssyca de Fátima Macedo Sobrinho4.

1Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFNMG/Araçuaí, MG. [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Professora do IFNMG/Araçuaí, M.Sc. Ciências Agrárias. Email: [email protected] 3Professor da Funorte/Montes Claros, M.Sc. Biotecnologia. Email: [email protected] 4Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis da Unimontes/Montes Claros, MG: [email protected]

Resumo: Este trabalho teve por objetivo atuar na preservação ambiental, em especial na defesa e proteção animal, e na conscientização da população para a posse responsável. O trabalho foi realizado na cidade de Araçuaí, Minas Gerais, no período de novembro de 2011 a agosto de 2012. A condução sócio educativa do projeto foi dividida em três etapas: Etapa 1: Elaboração de material informativo Etapa 2: Cadastro e visita às escolas da rede pública que foram assistidas pelo projeto. Etapa 3: Minicurso de Formação de Defensores da Fauna Urbana. A parte gráfica do trabalho teve como resultado: (1) A confecção de um modelo de cartaz contendo fotos de animais domésticos em harmonia com seres humanos e com mensagens; (2) Elaboração de um logotipo para aderir marca ao projeto; (3) Confecção de um modelo de folder com dicas para a promoção dos cuidados e bem-estar animal e fizeram parte do material usado nas palestras. Cerca de 2.080 crianças e adolescentes de ambos os sexos nas 9 instituições de ensino participaram das palestras durante a etapa 2 do projeto. No minicurso foram formados 27 Defensores da Fauna Urbana aptos a multiplicar conceitos sobre posse responsável. Concluiu-se que a educação ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais e exercer a cidadania na esfera ambiental, uma vez que questões relacionadas à posse responsável e até mesmo os maus-tratos aos animais, são ainda pouco conhecidas e discutidas. Palavras–chave: cães, gatos, bem-estar animal, maus tratos

Introdução

A notável afinidade entre os homens e os animais não é de hoje, principalmente, na relação entre o homem e os animais por ele domesticados, tornando-os verdadeiros companheiros. A compreensão dos conceitos de posse responsável de animais de companhia ou de estimação, então, vem a ser fundamental para que a relação homem- animal torne-se cada vez mais harmoniosa. Sendo assim, deve-se entender que, “posse responsável significa não apenas cuidar com carinho e propiciar bem-estar ao animal, mas também as medidas para que ele cresça sadio e não transmita doenças ao homem” (GALLANI et al., 2010).

A educação ambiental para a posse responsável destaca tanto a necessidade de respeitar pessoas, animais e meio ambiente quanto à de reconhecer a interdependência existente entre eles. A afinidade demonstrada pelos seres humanos por animais, principalmente os domesticados, exige informação e orientação que lhes possibilitem relações mais responsáveis com animais e meio ambiente, buscando uma forma de modificar e aprimorar esse convívio.

Dessa forma, este trabalho teve por objetivo atuar na preservação ambiental, em especial na defesa e proteção animal, e na conscientização da população para a posse responsável, de forma a contribuir com o equilíbrio ambiental e o convívio harmonioso dos cidadãos com os animais, abordando temas de agravos à saúde pública.

Page 150: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

148

Material e Métodos

O projeto foi consolidado com o intuito de enriquecer as políticas sócio-educativas a respeito da posse responsável de animais doméstico. Foi realizado na cidade de Araçuaí, Minas Gerais, no período de novembro de 2011 a agosto de 2012, com o foco direcionado a problemática dos maus-tratos e o abandono dos animais domésticos no Brasil. O público alvo foram crianças, adolescentes e adultos de escolas públicas de ensino fundamental e médio, além do público que a divulgação do projeto alcançou. A condução sócio educativa do projeto foi dividida em três etapas:

Etapa 1 - Elaboração de material informativo (cartazes, folders, panfletos, cartilhas): Esta etapa consistiu na preparação de folder, apostila e cartazes de uso contínuo e massivo caracterizando a responsabilidade dos cidadãos, para com os seus animais, como forma de conscientização da população. A condução desta etapa do projeto foi construída com o objetivo de multiplicar a mensagem alvo, atingindo um número máximo de pessoas. O tema posse responsável de animais domésticos foi discutido a fim de criar um produto visual com linguagem apropriada para as mais diversas faixas etárias, nível social e econômico.

Etapa 2 - Cadastro e visita às escolas da rede pública que foram assistidas pelo projeto: As escolas cadastradas no projeto foram abordadas com palestras, apresentação de vídeos e outras atividades educativas sobre educação ambiental, em especial a posse responsável de cães e gatos, bem como os cuidados necessários para promover a saúde e o bem-estar animal. Para atingir esse objetivo as palestras foram planejadas de forma a abordar os seguintes temas: Zoonoses e cuidados veterinários com os animais, maus-tratos, raças caninas com potencial de periculosidade, manejo de dejetos animais, controle reprodutivo, imunizações e controle de parasitos. Foram selecionadas 9 escolas que possuíam público desejado e que se dispusessem a integrar às atividades propostas pelo projeto.

Etapa 3 - Minicurso de Formação de Defensores da Fauna Urbana: No dia 18 de agosto de 2012 foi ofertado um minicurso, com carga horária de 8 horas e direito a certificado, para a Formação de Defensores da Fauna Urbana, com o objetivo de capacitar recursos humanos para o manejo etológico de cães e gatos e para serem multiplicadores dos conceitos sobre guarda e posse responsável dos animais de estimação. O Minicurso para a formação de Defensores da Fauna Urbana foi destinado às pessoas comprometidas com os direitos dos animais domésticos e teve o propósito de trabalhar não apenas o lado profissional, mas também o emocional. Durante a condução do minicurso foi utilizada uma apostila, produzida pela equipe executora do projeto, contemplando diversos temas.

Resultados e Discussão

Etapa 1: A parte gráfica do trabalho teve como resultado: (1) A confecção de um

modelo de cartaz contendo fotos de animais domésticos em harmonia com seres humanos e com as seguintes mensagens: “Eu faço a minha parte, e você?” “Seja um proprietário responsável. Adote procedimentos e cuidados que garantam o bem-estar do seu animal. Assim ele crescerá saudável e feliz. Sem riscos para você e sua família.”; (2) Elaboração de um logotipo para aderir marca ao projeto; (3) Confecção de um modelo de folder com dicas para a promoção dos cuidados e bem-estar animal e fizeram parte do material usado nas palestras (mesmo modelo dos cartazes).

Etapa 2: Cerca de 2.080 crianças e adolescentes de ambos os sexos nas 9 instituições de ensino participaram as palestras durante a etapa 2 do projeto. É importante ressaltar que o quantitativo de alunos participantes das palestras foi obtido a partir de informações das coordenações escolares quanto ao número de alunos matriculados nas turmas participantes. A

Page 151: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

149

educação ambiental infantil tem fundamental relevância na formação da consciência sobre a responsabilidade ambiental no ser humano, para que cada cidadão perceba a sua responsabilidade em relação aos valores de preservação e ao cuidado com o mundo que nos cerca, levando esse conhecimento consigo e utilizando-o em toda a sua vida. Conscientizar a criança é promover a futura gestão de um mundo melhor e mais sustentável. Trabalhar as questões relativas à posse irresponsável com um enfoque educacional é de extrema importância, uma vez que, a sociedade, muitas vezes, subestima ou mesmo desconhece o real problema. As escolas, por sua vez, trabalham o problema ambiental de uma forma transversal com ênfase em assuntos como o aquecimento global, o desmatamento, as queimadas, entre outros. No entanto, com pouco enfoque para a posse responsável e bem-estar animal. As crianças se mostraram extremamente sensíveis a respeito da questão dos maus-tratos, retratando, durantes as discussões nas palestras, inclusive animais em situação de perigo ou até mesmo morte em consequência do abandono. Espera-se que as crianças transformem-se em multiplicadores do conhecimento e disseminem a mensagem aos seus pais, parentes, vizinhos e colegas.

Etapa 3: No minicurso foram formados 27 Defensores da Fauna Urbana. Ao término do evento, os participantes demonstraram-se, por meio das discussões realizadas em sala de aula, aptos a: multiplicar conceitos sobre comportamento de cães e gatos, comunicação corporal, componentes da relação homem animal, programas de controle de populações de cães e gatos, manejo animal e apresentação de equipamentos apropriados, a importância do manejo humanitário, a socialização e educação de cães e gatos, missão dos oficiais de controle animal, envolvimento da comunidade, atividades educativas, estresse, a importância do Oficial de Controle Animal para a comunidade, prevenção de mordeduras, definição de bem-estar animal em CCZ, o trabalho em conjunto com instituições, aspectos legais do controle animal, o elo entre a violência humana e os maus-tratos a animais, educação humanitária. E que, ao se depararem em alguma situação de maus-tratos e abandono de animais ou presenciarem o sofrimento dos mesmos, possam exercer seu papel cidadão denunciando e participando do combate à violência aos animais.

Conclusões

Conclui-se que a educação ambiental, nas suas diversas formas, abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais e exercer a cidadania na esfera ambiental, principalmente no tocante à posse responsável de animais domésticos. Embora tenha sido percebido que os temas mais frequentemente abordados em sala de aula, local de importância singular e essencial para a formação de pessoas mais humanas, gira em torno de assuntos destacados pela mídia como a questão do aquecimento global, reciclagem de resíduos, poluição e desmatamento. Assim, questões relacionadas à posse responsável e até mesmo os maus-tratos aos animais, são ainda pouco conhecidas e discutidas. Por isso é de fundamental importância a inserção de ações que promovam a difusão de temáticas dessa natureza. Foi gratificante e interessante notar a facilidade com que as crianças assimilaram as informações, apesar da pouca idade. As manifestações particulares das crianças mostraram, em geral, a preocupação dos alunos com o bem estar dos animais e a sua compreensão dos atos ilícitos que envolvem a fauna sob um ponto de vista bem particular. Isso deixa transparecer a importância dessas crianças e adolescentes no futuro de uma nação mais responsável pelos animais e nos deixa satisfeitos uma vez são agentes propagadores em seus lares, em sua vizinhança e nos demais cantos de convivência.

Page 152: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

150

Agradecimentos Ao IFNMG pelo apoio financeiro.

Literatura citada

GALLANI, S. U.; QUEIROZ, L. H.; VALLADÃO, G. M. R; RODRIGUES, T. O.; PIRES, M. M.; PIRES, M. C.. Conceitos e práticas de posse responsável e controle populacional de cães e gatos dos moradores de bairros próximos ao campus do curso de medicina veterinária da UNESP – Araçatuba. São Paulo, 2010. NOGUEIRA, Fernanda T. A. Posse responsável de animais de estimação no Bairro da graúna –Paraty, RJ. REVISTA - Educação Ambiental BE-597, Volume 2, 2009. Resumo Executivo do projeto Rede de Defesa e Proteção Animal da cidade de Curitiba. Prefeito de Curitiba, 2009.

Page 153: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

151

Área temática: Produção Animal

Page 154: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

152

USO DE VERMICOMPOSTO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CORUMBYA CITRIODORA

Viviane Borges Soares1, Emerson Delano Lopes2, Lidiane Rodrigues da Silva3, Wanessa Casteluber

Lopes4

1Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental do IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica. Email: [email protected]; 2Professor do IFNMG/Araçuaí, MSc. Fitotecnia. Email: [email protected] 3Estudante do curso Técnico em Agroecologia. IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica Júnior. 4Professora da Funorte. Email: [email protected] Resumo: O presente estudo avaliou o efeito do uso de vermicomposto associado com moinha de carvão vegetal, por meio da avaliação dos índices de qualidade morfológica das mudas, na produção de mudas de Corumbya citriodora. O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação e em Laboratório no IFNMG/Araçuaí. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado constando de 5 tratamentos e 5 repetições/tratamento. Aos 105 dias após a implantação do experimento avaliou-se os parâmetros: relação H/D e o Índice de qualidade de Dickson (IQD). Ficou evidenciado, nas condições em que foi desenvolvido o estudo, que os substratos obtidos a partir da mistura de vermicomposto com moinha de carvão vegetal, são adequados para a produção de mudas de C. citriodora. Palavras–chave: Corumbya citriodora, moinha de carvão, vermicomposto.

Introdução

O aumento do consumo de produtos florestais aponta para a necessidade de se introduzir nos programas florestais do Brasil, espécies que permitam um ciclo de corte relativamente curto, associado à alta produtividade e boas características silviculturais (Santos et al.,2000). Dentre as inúmeras espécies florestais aptas a serem utilizadas nos programas de reflorestamento, destaca-se a Corumbya citriodora em razão do seu comportamento silvicultural em condições de déficit hídrico e pela qualidade superior da sua madeira.

Em razão da tendência de ocupação de terras com futuros plantios florestais de forma equilibrada, faz-se necessário produzir, avaliar e selecionar substratos de fácil aquisição e que atenda às exigências das espécies. Segundo Brito (2002), os produtores florestais devem buscar fontes alternativas que independam, ao máximo, da aquisição de insumos externos à propriedade. Os resíduos orgânicos produzidos nas propriedades agrícolas podem constituir fonte alternativa de substrato para a produção de mudas.

O esterco bovino, bagaço de cana, compostos orgânicos, cama de frango, casca de arroz carbonizada, vermicomposto e a moinha de carvão, são alguns desses substratos que podem ser utilizados, isolados ou em misturas, na produção de diversas espécies florestais.

Segundo Guirado (2007) os resíduos orgânicos são as fontes de nutrientes de uso mais frequente na composição de substratos, pois atuam de forma relevante na melhoria dos seus atributos físicos e estimulam os processos microbianos, como é o caso do vermicomposto ou húmus de minhoca. Segundo Longo (1987) o húmus produzido pelas minhocas é, em média 70% mais rico em nutrientes que os húmus convencionais e apresenta a vantagem de ser neutro, uma vez que as minhocas possuem glândulas calcíferas corrigindo assim, ou pelo menos, facilitando a correção do pH do substrato.

Outro resíduo utilizado na formação de substratos é a moinha de carvão vegetal. A moinha de carvão quando misturada a componentes orgânicos, melhora a macroporosidade do substrato, favorecendo a drenagem e o bom crescimento do sistema radicular das mudas.

Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de vermicomposto e moinha de carvão como opção na produção de mudas de Corumbya citriodora em proporções de 100 a 60% comparados a um substrato comercial.

Page 155: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

153

Material e Métodos

O experimento foi realizado em duas etapas distintas no IFNMG/Araçuaí: a primeira em casa de vegetação e a segunda em laboratório, para onde as mudas de C. citriodora, produzidas em tubetes de 50 cm³, foram levadas para as avaliações após um ciclo de produção de 105 dias.

Os substratos utilizados constaram de diferentes combinações de vermicomposto e moinha de carvão (Vermicomposto 100% ; Vermicomposto 80% + moinha de carvão 20%; Vermicomposto 70% + moinha de carvão 30%; Vermicomposto 60% + moinha de carvão 40%). Como testemunha foi utilizado um substrato comercial bioestabilizado produzido a partir de casca Pinus sp.

O experimento foi estabelecido no delineamento inteiramente casualizado, com 5 repetições e com 10 mudas/repetição. Foram avaliados os seguintes parâmetros: Relação altura da parte aérea/diâmetro de colo (H/D) e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

A Figura 1 apresenta a relação H/D das mudas de C. citriodora onde foram constatadas diferenças significativas entre os substratos testados. Os substratos com maiores proporções de vermicomposto (100% a 70%) apresentaram as maiores relações H/D. Possivelmente, esta resposta, esteja relacionada com a boa oferta de nutrientes presentes nesses substratos, o que possibilitou um maior crescimento em altura, sem um significativo incremento em diâmetro do colo das mudas. Já as menores médias da relação H/D foram atribuídas ao substrato comercial e ao substrato obtido da mistura de 60% de vermicomposto e 40% de moinha de carvão. Para Gomes & Paiva (2004), quanto menor for o valor deste índice, maior será a capacidade das mudas sobreviverem e se estabelecerem no campo.

Figura 1 – Relação H/D de mudas de Corumbya citriodora produzidas em diferentes fontes de substrato.

Page 156: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

154

*Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Duncam a 5% de probabilidade de erro. S.C: Substrato comercial; VE: Vermicomposto; MC: Moinha de carvão.

O IQD é um indicador que considerada a robustez e o equilíbrio da distribuição da biomassa na muda, ponderando os resultados de vários parâmetros importantes (DICKSON et al., 1960). Os valores de IQD obtidos nos substratos constituídos de 60% a 80% de vermicomposto evidencia que, as mudas de C. citriodora produzidas com esses tratamentos, apresentam maior qualidade em relação ao substrato comercial e ao substrato com 100% de vermicomposto. Tabela 1 Índice de qualidade de Dickson (IQD) das mudas de Corumbya citriodora

Conclusões

Dentre os substratos estudados, a proporção de 80% a 60% de vermicomposto pode ser utilizada em mistura com moinha de carvão nas proporções de 20% a 40%, sendo portanto indicada como fonte substitutiva ao substrato comercial utilizado no estudo.

Agradecimentos

Agradecimentos ao Instituto Federal do Norte de Minas - IFNMG pelo financiamento das bolsas de Iniciação Científica e de Iniciação Científica Júnior.

Literatura citada

BRITO, T.D.; RODRIGUES, C.D.S.; MACHADO, C.A. Avaliação do desempenho de substratos para produção de mudas de alface em agricultura orgânica. Horticultura Brasileira, v. 20, n.2, jul. 2002. ICKSON, A.; LEAF, A.L.; HOSNER, J.F. Quality appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. Forest Chronicle, v.36, p.10-13, 1960. GOMES, J. M.; PAIVA, H. N. Viveiros florestais–propagação sexuada. 3. ed. Viçosa: UFV, 2004. 116p. GUIRADO, ADRIANA; PESSÔA DA CRUZ, M.C.; FERREIRA, M. E.; BARRETTO, V.C.deM.; YAGI, R. Esterco bovino e calagem para formação de mudas de guanandi. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.42, n.6, p.843-850, jun. 2007. LONGO, A.D. Minhoca, de fertilizadora do solo a fonte alimentar. São Paulo: Ed. Ícone, 1987. 79p.

Page 157: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

155

SANTOS, C. B. et al. Efeito do volume de tubetes e tipos de substratos na qualidade de mudas de Cryptomeria japonica (L. F.) D. Ciência Florestal, v. 10, n. 2, p. 115. 2000

Page 158: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

156

PALMA FORRAGEIRA COMO ALTERNATIVA PARA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO

Alisson Araújo Vieira1, Tiago Leal de Souza1, Jussara Barros Silva2

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected]: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Zootecnia. Email: [email protected] Resumo: A atividade pecuaria tem sido uma alternativa de renda para muitos produtores localizados na região do semi-árido brasileiro. Essa região, no entanto, é bastante desfavorecida pelas suas condições climáticas. Dentre as alternativas, a palma forrageira tem se constituído fonte potencial de água e forragem para os animais. Seriam avaliadas duas espécies de palma, a Opuntia ficus-indica Mill com as cultivares gigante, redonda e a Nopalea cochenillifera Salm Dyck, cuja cultivar é a palma miúda. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com cinco repetições e duas condições experimentais (variedade e espaçamento) em esquema fatorial 3x2 totalizando trinta unidades experimentais.* Palavras–chave: bovinos, nutrição, opção forrageira, período seco

Introdução

Os prolongados períodos de estiagem verificados na região semi-árida do Brasil tem limitado o desempenho da pecuária. Obter fontes alimentares alternativas foram os meios encontrados para minimizar essa situação. Dentre as alternativas, a palma forrageira tem se constituído em fonte potencial para os animais. Em alguns estados do nordeste como Pernambuco, por exemplo, existe significativa área de palma forrageira, utilizada principalmente por produtores de leite para alimentação do rebanho no período da seca.

A importância da utilização da palma na alimentação animal é principalmente por sua riqueza em água e mucilagem, bem como pelo elevado coeficiente de digestibilidade da matéria seca e alta produtividade (COSTA et al., 1973). Outra vantagem da palma é devido ao seu baixo custo, já que sua implantação minimiza gastos com outras fontes de alimentos como a silagem e cana-de-açúcar. As pesquisas até o momento mostram à necessidade de se avaliar mais a fundo a palma forrageira para melhorar suas condições de uso. O objetivo desse trabalho é desenvolver tecnologias de produção e utilização de forrageiras para alimentação de ruminantes no período de estiagem na região do semi-árido.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na fazenda São Geraldo km 6, no Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas gerais - campus Januária. Seriam avaliadas duas espécies de palma, a Opuntia ficus-indica Mill com as

cultivares gigante, redonda e a Nopalea cochenillifera Salm Dyck, cuja cultivar é a palma miúda. A palma forrageira foi implantada entre os meses de julho a setembro de 2010, ocupando uma área de um hectare.

Cada variedade foi plantada em dois diferentes espaçamentos (1,0m x 0,5m; 1,0m x 0,25m). Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com cinco repetições e duas condições experimentais (variedade e espaçamento) em esquema fatorial 3x2 totalizando trinta unidades experimentais.

Foi feito correção do solo com calcário na medida da necessidade revelada pela análise do mesmo. As adubações de plantio foram realizadas com NPK utilizando a fórmula 20:10:20 em quatro níveis de adubação (zero; 200; 400 e 800 kg por ha).

Page 159: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

157

Seriam avaliados a produção total de matéria seca (MS) e o valor nutricional dos diversos materiais. As amostras de forragem fresca serão analisadas quanto aos conteúdos de matéria seca (MS) a 105° C, segundo recomendações de Silva e Queiroz (2006); proteína bruta (PB), pelo método Kjeldhal, segundo AOAC (1995), matéria mineral (MM) segundo SILVA e QUEIROZ (2006), extrato etéreo determinado em extrator Soxhlet, conforme AOAC (1995). Os teores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose e lignina serão determinados pelo método sequencial proposto por VAN SOEST et al. (1965). A porcentagem de carboidratos totais (CT) será obtida pela equação: CT = 100 – (%PB + %EE + %cinzas) (SNIFFEN et al., 1992). Seriam avaliadas as ocorrências de pragas e doenças comparando os diversos materiais utilizados.

Os dados coletados seriam submetidos à análise de variância, e quando significativa às médias de tratamentos iriam ser comparadas utilizando o teste de Scott e Knott ao nível de 5% de significância, por meio do programa SISVAR (FERREIRA, 2000).

*Resultados e Discussão e Conclusão não foram apresentados já que o experimento não foi iniciado devido atraso na compra de equipamentos e reagentes.

Agradecimentos

Ao IFNMG, pelas bolsas concedidas e ao professor José Vieira Lima pela colaboração

no projeto. Literatura citada

AOAC - ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY. Official methods of analysis. 16 ed. Arlington: AOAC International, 1995. 1025 p. COSTA, B. N. de C.; MENDONÇA, C. A. G; CALAZANA, J. A. M. de. Forrageiras arbóreas e suculentas para formação de pastagens. Cruz das Almas: IPEAL, 1973. 24p. (IPEAL, Circular, 34). FERREIRA, D.F. Sistema de análises de variância para dados balanceados. Lavras: UFLA, 2000. (SISVAR 4. 1. pacote computacional). SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análises de alimentos (métodos químicos e biológicos). 3.ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2002. 235p. SNIFFEN, C.J.; O´CONNOR, J.D.; Van SOEST, P.J. et al. A net carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets: II. Carbohydrate and protein availability. Journal of Animal Science, v.70, n.11, p.3562-3577, 1992. Van SOEST, P.J. Symposium on factors influencing the voluntary intake of herbage by ruminants: voluntary intake in relation to chemical composition and digestibility. Journal of Animal Science, v.24, p.834-843, 1965.

Page 160: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

158

PERSPECTIVAS DE USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA PRODUÇÃO ANIMAL NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS

Antonina de Fátima Esteves dos Santos1, Roseane Aparecida Santos1, Luane Stefane Miranda Santos2, Nayane Jorge Silva2, Eliane Macedo Sobrinho Santos3, Hércules Otacílio Santos4

1Acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica e Iniciação Científica Voluntária. Email: [email protected]; [email protected] 2Estudantes do Curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio – IFNMG/Araçuaí. Email: [email protected]. 3Professora do IFNMG/Araçuaí, M.Sc. Ciências Agrárias. Email: [email protected] 4Professor da Funorte/Montes Claros, M.Sc. Biotecnologia. Email: [email protected] Resumo: O objetivo deste trabalho consistiu em realizar a etapa inicial da validação científica de plantas medicinais, com perspectivas de uso na produção animal, existentes nas propriedades rurais do município de Araçuaí – MG, como forma de estimular nos produtores rurais a adoção de um manejo sanitário alternativo agroecológico. A metodologia do trabalho foi dividida em duas etapas. A primeira etapa teve início com a aplicação de questionários. As informações adquiridas foram armazenadas em um banco de dados, utilizando o Excel 2007. A segunda etapa consistiu na elaboração de pesquisas bibliográficas que foram relacionados na Ficha de orientação ao levantamento bibliográfico. A partir da aplicação do questionário aos 32 proprietários rurais, do sexo masculino e em sua maioria com Ensino Fundamental Incompleto, foi possível obter os seguintes resultados: penas 19% dos produtores entrevistados relataram a utilização de plantas medicinais para tratamento dos animais. No entanto, mostraram-se conhecedores de muitas espécies de plantas com potencial terapêutico. Foi mencionado 40 espécies de plantas medicinais para tratamento dos animais. As partes mais utilizadas de plantas são as raízes, folhas e casca. Grande parte das plantas com potencial terapêutico na produção animal destina-se a tratar enfermidades que acometem o sistema digestivo (36%). Conclui-se que as plantas medicinais, no município de Araçuaí – MG são pouco empregadas com finalidades terapêuticas na produção animal. Palavras–chave: fitoterapia, agroecologia, saber popular

Introdução

Uma valiosa herança que o homem contemporâneo traz consigo é o uso das plantas medicinais, que seus antepassados desde as primeiras civilizações vêm transmitindo a seus herdeiros por sucessivas gerações. Schuch (2007) relata que “através da aprendizagem por tentativa, acerto ou erro, as várias culturas tradicionais forjaram um acervo de produtos – unguentos, xaropes, chás e outros – que deram sustentação às práticas de cura de enfermidades e promoção da saúde”. Contudo, o ser humano compreende a relevância de respeitar, legitimar e empregar as propriedades curativas das plantas, tanto para o tratamento de enfermidades humanas como animais (OLIVEIRA et al. 2005). Schuch (2007) ainda afirma que “também, na atenção primária e secundária em medicina Veterinária o estudo e a utilização da medicina tradicional vêm ganhando espaço”. O movimento da agoecologia, busca entre outros enfoques a sustentabilidade na produção agropecuária, essa procura fundamenta-se na necessidade de se alcançar um conhecimento mais holístico, sistematizado, contextualizado, pluralista e subjetivo, original das culturas locais e fortalece a busca por meio de trabalhos acadêmicos para resgatar e estabelecer bases científicas para os saberes populares (SCHUSC, 2007).

Neste contexto, este trabalho teve por objetivo realizar a etapa inicial da validação científica de plantas medicinais, com perspectivas de uso na produção animal, existentes nas propriedades rurais do município de Araçuaí – MG, como forma de estimular nos produtores rurais a adoção de um manejo sanitário alternativo agroecológico.

Page 161: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

159

Material e Métodos

Este estudo foi realizado no Município de Araçuaí que está localizado no Nordeste do Estado de Minas Gerais, na microrregião do Médio Jequitinhonha, bem no centro do Vale do Jequitinhonha, e, por isso, polariza vários municípios do Médio Jequitinhonha. Métodos de procedimento

No presente trabalho foi adotado como métodos de procedimentos o descritivo-analítico e o correlacional. O método descritivo-analítico foi utilizado no estudo do perfil socioeconômico dos produtores rurais, através da aplicação de questionário e do levantamento e classificação das plantas medicinais, além da priorização das plantas medicinais para a conservação.

O método correlacional foi adotado quando foram estabelecidas as associações entre o senso comum e o conhecimento científico. 1° etapa: Aplicação de questionários

O trabalho teve início com a aplicação de questionários aos proprietários das propriedades produtoras de animais de produção, tais como: bovinos, caprinos, ovinos, suínos, peixes, aves e abelhas. O questionário abordou informações sobre as plantas medicinais presentes na propriedade, como: nome popular, indicações de uso, parte utilizada, forma de preparo, frequência de uso, destinação humana ou animal e formas de cultivo e colheita das plantas.

As informações do questionário aplicado em cada propriedade foram armazenados em um banco de dados, utilizando o Excel 2007. 2° etapa: Revisão bibliográfica

A etapa consistiu de uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo de verificar, na literatura, os relatos sobre as plantas medicinais, com potencial de utilização na produção animal, apontadas pelos produtores rurais que responderão ao questionário aplicado na 1° etapa de condução do projeto. Os dados pesquisados na literatura estão relacionados na Ficha de orientação ao levantamento bibliográfico (Anexo I). Para a elaboração da revisão de literatura, foram utilizadas as bases de bancos de dados como: Medline, Pubmed, Bireme e o portal periódico CAPES, priorizando as publicações mais recentes.

Resultados e Discussão

As entrevistas semi-estruturadas, por meio da aplicação de questionários, realizadas

em 32 propriedades rurais, sendo que em algumas ocasiões os próprios proprietários responderam e em outras seus vaqueiros, no qual 87,5% dos entrevistados eram do sexo masculino e 12,5%, do sexo feminino.

Entre os produtores entrevistadas, apenas 19%, quantidade insignificante, relataram a utilização de plantas medicinais para tratamento dos animais e 81%, a não utilização, o que diverge dos resultados obtidos por Marinho et al. (2007) onde “constatou-se que 100% dos entrevistados, na região de estudo, não só utilizavam plantas medicinais na terapêutica dos animais domésticos, como também aceitariam esta forma de tratamento como prescrição do médico veterinário”. No entanto, a grande maioria dos entrevistados, mostraram-se conhecedores de muitas espécies de plantas com potencial curativo para muitas enfermidades de animais de produção. Segundo Galdino et al (2001), tão importante quanto o cuidado com a saúde das pessoas, o tratamento adequado dos animais de produção, garante um alimento de qualidade e seguro para o consumo humano.

Os produtores rurais entrevistados mencionaram 40 (quarenta) espécies de plantas medicinais para tratamento dos animais. Dentre as quais, 37,5% foram citadas por mais de um produtor, sendo que as espécies conhecidas popularmente como Jalapa ou Jalapinha e Polista

Page 162: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

160

se destacaram por terem sido citadas 25% e 20% dos entrevistados, respectivamente. Verificou-se que a maioria das espécies é cosmopolita, ou seja, sem habitat específico, e de fácil propagação. A parte das plantas mais utilizadas são as raízes 37%, seguido das folhas 23%, cascas 18%, fruto (14%) e as sementes (3%), sendo a forma de uso predominante a infusão (chás).

Observou-se também que as espécies utilizadas no tratamento dos animais seguem, de forma geral, a mesma indicação farmacológica aplicada aos seres humanos. Os relatos dos produtores mostraram que a maior parte das plantas com potencial terapêutico na produção animal destina-se a tratar enfermidades que acometem o sistema digestivo, sem, contudo, deixar de relatar a importância da utilização das mesmas para o combate à enfermidades que afetam os demais sistemas corporais (Figura 1).

Figura 1 Sistemas corporais passíveis de serem tratados com a utilização de plantas medicinais, conforme relato de produtores entrevistados.

Conclusões

A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que as plantas medicinais, no município de Araçuaí – MG são pouco empregadas com finalidades terapêuticas e preventivas na produção animal, embora os produtores rurais reconheçam o poder medicinal de muitas espécies de plantas nativas da região. E o saber popular obtidos por meio dos relatos dos produtores, são coincidentes com os relatos da literatura consultada.

Agradecimentos

Ao IFNMG pelo apoio financeiro e logístico.

Page 163: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

161

Literatura citada

GALDINO, M.; STAMATO, B.; TASSI, M.E.; MOREIRA, R.; PESTELLI, M.; BERGAMO, A.PEREIRA, S. Incentivo da Utilização de Produtos de Plantas Medicinais dos Coletivos de Mulheres do Assentamento Rural Pirituba II em Animais de Produção. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.3, p.70-85, jul/set. 2001. MARINHO, M. L.; ALVES, M. S.; RODRIGUES, M. L. C.; ROTONDANO, T. E. F.; VIDAL, I. F.; SILVA, W. W.; ATHAYADE, A. C. T. A utilização de plantas medicinais em medicina veterinária: um resgate do saber popular. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v. 9, n. 3, p. 64-69, 2007. OLIVEIRA, L. S. T., SILVA, S. L. C., TAVARES, D. C., SANTOS, A. V., OLIVEIRA, G. C. B. O uso de plantas medicinais no tratamento de animais. Centro Científico Conhecer - Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v.5, n.8, 2009. SCHUCH, Luiz Filipe Damé. Plantas medicinais com atenção primária veterinária: atividade antimicrobiana frente a bactérias relacionadas com mastite bovina e a dermatófitos. 2007. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias na área de concentração Medicina Preventiva) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

Page 164: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

162

OCORRÊNCIAS DE MASTITE BOVINA EM REBANHOS LEITEIROS DO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ - MINAS GERAIS

Camila Souza de Matos1, Hugo Alves Rodrigues1, Larissa Fernandes Reis1, Roseane Aparecida Santos2, Eliane Macedo Sobrinho Santos3, Hércules Otacílio Santos4

1Estudantes do Curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio – IFNMG/Araçuaí. Iniciação Científica Voluntária. Email: [email protected]. 2 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí.Bolsista de Iniciação Científica. Email: [email protected]. 3Professora do IFNMG/Araçuaí, M.Sc. Ciências Agrárias. Email: [email protected] 4Professor Funorte/Montes Claros, M.Sc. Biotecnologia. Email: [email protected] Resumo: O presente trabalho objetivou verificar a incidência de mastite clínica e subclínica em rebanhos leiteiros, na região de Araçuaí – MG, em decorrência da ausência de dados na literatura sobre a ocorrência da doença no município. Foram investigados 60 animais em 03 propriedades. Para o diagnóstico da mastite bovina, procedeu-se exame clínico geral e especial dos animais, além do exame complementar: Califórnia Mastite Teste (CMT). Complementarmente foi aplicado, aos produtores visitados, questionário diagnóstico referente ao manejo e higiene da ordenha. O alto percentual de tetos (40%) reagentes ao CMT pode ser atribuído às más condições de higiene do ordenhador bem como dos tetos e úberes das vacas, já que nas propriedades até então avaliadas não era adotado o procedimento de lavagem do úbere. Também se verificou não existir maiores preocupações no tocante a animais em tratamento, o que pode ser considerado como importante fator adjuvante no estabelecimento dos coeficientes verificados na presente pesquisa, dada a não-separação entre animais sadios e em tratamento. Medidas devem ser tomadas com o objetivo de evitar a ocorrência e a transmissão da mastite bem como a conscientização dos produtores, no que se refere aos prejuízos causados pela mastite, a aceitação de novas técnicas de manejo por parte dos produtores e técnicos e a educação sanitária dos tratadores e ordenhadores são pontos de extrema importância. Palavras–chave: sanidade animal, leite de qualidade, ordenha, higiene

Introdução

A mastite bovina continua sendo um dos mais importantes problemas que afetam a bovinocultura leiteira, representando grandes perdas na produção.

Os prejuízos totais são muito elevados. Segundo Holanda Júnior et al. (2005), essas perdas correspondem ao leite descartado (2%), ao descarte dos animais (2%), à diminuição da produção devido à mastite subclínica (60%) e clínica (15%), às perdas correspondentes aos quartos afuncionais (12%), aos gastos com medicamentos (2%), serviços veterinários (2%), além da mão de obra necessária às medidas profiláticas e curativas (2%).

O levantamento epidemiológico referente à prevalência e incidência de mastite nos rebanhos leiteiros determinará a eficiência das estratégias de controle e tratamento (SANTOS, 2006).

Em decorrência da ausência de dados na literatura sobre a ocorrência da doença no município de Araçuaí, o presente estudo objetivou verificar a incidência de mastite clínica e subclínica em rebanhos leiteiros, na região de Araçuaí - MG.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido em Araçuaí - MG. Preliminarmente, objetivou-se conhecer a

incidência da mastite bovina na região supracitada; independentemente do sistema de produção, seja ele agroecológico ou tradicional. Dessa forma, investigou-se 60 animais em 03 propriedades. Relata-se ademais, que o estudo ainda encontra-se em andamento, de forma a aumentar o universo amostral da pesquisa.

Para diagnóstico da mastite bovina, procedeu-se exame clínico geral e especial dos animais, além do exame complementar: Califórnia Mastite Teste (CMT). Esta análise foi

Page 165: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

163

realizada, em raquete plástica própria, com quatro compartimentos iguais de 1,5cm de altura. Coletou-se 2 cm3 de leite de cada quarto mamário em cada compartimento separadamente e adicionou-se, em igual volume, o reagente lauril sulfato de sódio à 3%, detergente aniônico corado com bromocresol púrpura. Por meio de movimentos circulares realizou-se a mistura por 20 segundos e o resultado positivo foi avaliado de acordo com a formação de gel (uma cruz), formação mais espessa com mamilo central (duas cruzes) e formação de gel muito espesso aderente ao fundo da raquete (três cruzes). O quarto mamário foi considerado positivo para mastite subclínica quando apresentou traços, uma ou mais cruzes, e negativo na ausência de reação (SCHALM e NOORLANDER, 1957).

Complementarmente foi aplicado, aos produtores visitados, questionário diagnóstico referente ao manejo e higiene da ordenha. Verificou-se estrutura, instalações, tipos de sistema de ordenha, manutenção dos equipamentos, mão de obra predominante, utilização de desinfecção dos tetos, entre outros aspectos que se fizeram relevantes para cada uma das propriedades visitadas.

Resultados e Discussão

Embora o universo amostral seja ainda pequeno, percebe-se um alto percentual de

tetos (40%) reagentes ao CMT o que pode ser atribuído às más condições de higiene do ordenhador bem como dos tetos e úberes das vacas, já que foi observado a não realização da lavagem do úbere, ao longo do procedimento de ordenha. Sobre isso, HILLERTON (1996) afirma que a limpeza da teta é um ponto de partida, embora a “limpeza bacteriana” não é necessariamente só a prevenção de sujeiras visíveis.

Com relação à adoção de práticas de desinfecção pré e pós-ordenha, observou-se que nenhuma das propriedades utilizava esses procedimentos. Isso muito contribui para os resultados encontrados no presente estudo, conforme sugerido por LARANJA (1996). Conforme relata esse autor, fatores externos como condições ambientais inadequadas no período entre as ordenhas (presença de lama e dejetos) diminuem a ação desinfetante dos produtos em relação ao tempo de ação e eficácia. O único procedimento de prevenção à mastite observado, por parte dos ordenhadores, foi a lavagem das mãos no início da operação da ordenha e alguma vezes a utilização de um pano no úbere de alguns animais.

Dessa forma, a falta de práticas de controle que previnam mastite bovina, pode explicar, em parte, alto percentual de tetos reagentes ao CMT nos rebanhos pesquisados. Ademais, os animais acometidos da forma subclínica da doença permanecem no rebanho, o que favorece a sua disseminação. Embora tenha sido relatado que os animais acometidos com a mastite subclínica sejam ordenhados por último, não foi este o procedimento observado no acompanhamento da rotina dos ordenhadores.

Dentre os fatores importantes no processo produtivo de leite há de ser considerada a ejeção do leite por parte da vaca. A dupla ordenha diária vem, desse modo, atender a um requisito na prevenção de mastite, qual seja, a não prolongada permanência de leite no úbere. No entanto, no presente estudo foi verificado que, na maioria das vezes, uma única ordenha é realizada por dia, o que encontra-se em desacordo com as afirmações de LINS (1988).

Outro fator de grande importância a ser considerado no que diz respeito à ejeção do leite está relacionado à estimulação da vaca para a ordenha. Embora, em 100% dos animais, o bezerro encontre-se ao pé da vaca, no momento da ordenha, fator que é considerado importante no controle da doença (LINS, 1988), práticas inadequadas de manejo, higiene dos ordenhadores, higiene da ordenha, baixa escolaridade, alta rotatividade de mão-de-obra, baixo nível de profissionalização, entre outras práticas, podem explicar os resultados até então encontrados nos plantéis estudados. Além disso, verificou-se não existir maior preocupação

Page 166: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

164

em tratar os animais ou com os animais em tratamento, o que pode ser considerado como importante fator potencializador do aparecimento de casos de mastite subclínica nos rebanhos abordados na presente pesquisa, dada a não-separação entre animais sadios e em tratamento. 2º Figura 1 Resultado do teste CMT dos quartos mamários de 60 animais. Graus de mastite subclínica (à esquerda), positividade para a mastite subclínica (à direita).

Conclusões

Conclui-se que uma quantidade considerável dos animais acometidos apresenta

mastite subclínica. Por isso, diversas medidas devem ser tomadas com o objetivo de evitar a ocorrência e a transmissão da mastite, que vão desde a higiene da ordenha até o manejo sanitário das instalações e do ambiente da vaca, e da própria vaca, garantindo a sanidade do rebanho e a qualidade do leite. A conscientização dos produtores, no que se refere aos prejuízos causados pela mastite, a aceitação de novas técnicas de manejo por parte dos produtores e técnicos e a educação sanitária dos tratadores e ordenhadores são pontos de extrema importância.

O trabalho terá continuidade em outras propriedades da região, aumentando assim o universo amostral e fornecendo conclusões melhor comprovadas cientificamente.

Agradecimentos

Ao IFNMG pelo apoio financeiro e logístico.

Literatura citada

HILLERTON, J.E. Controle da mastite bovina. In: WORKSHOP SOBRE PROGRAMA INTEGRADO DA MASTITE BOVINA – EMBRAPA/CNPGL. Juiz de Fora, MG, 1996. Anais... Juiz de Fora, MG, 1996, p. 6-24. HOLANDA JR., MADALENA, F. E., HOLANDA, et al . Impacto econômico da mastite em seis fazendas de Araxá – Minas Gerais, Brasil. Archivos Latinoamerican Products Animal. v.13, n.2, p.63- 69, 2005. LARANJA, L.F. A higiene dos tetos e a mastite. Gado Holandês, São Paulo, v. 24, n.448, p.17-19, 1996. LINS, J. L. F. H. A. Mastite bovina: pressão intramamária em sistema de retiro modificado, no Estado de Minas Gerais.1988, 68 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte 1988. SANTOS, M. Monitoramento da mastite em rebanhos leiteiros – parte 1. Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br> 2006. Acesso em 6/3/2006. SCHALM, O.W., NOORLANDER, D.D. Experiment s and observations leading to development of the California Mas titis Test. Journal American Veterinary Medical Association, v.130, p.199 - 204, 1957.

Page 167: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

165

COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACAS MESTIÇAS RECEBENDO DIF ERENTES FONTES LIPÍDICAS

Dérek Freitas Ferreira1, Elber Gomes Sousa1, Dermeval Magalhães Guedes Júnior1, Fabio Lino dos Santos2, Rogério Mendes Murta3, Fabiano Pereira Matos4

1Acadêmicos em Medicina Veterinária – IFNMG/salinas. Bolsistas de Iniciação Científica da FAPEMIG/ IFNMG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/salinas. Bolsistas de Iniciação Científica - Jr da FAPEMIG/ IFNMG. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. em Zootecnia - Nutrição de ruminantes . Email: [email protected] 4Zootecnista do IFNMG/Salinas, M.sc em Zootecnia - Nutrição de ruminantes. Email: [email protected] Resumo: Objetivou-se, com este estudo, avaliar o efeito de diferentes fontes lipídicas na dieta de vacas leiteiras sobre a composição do leite. O trabalho foi conduzido no setor de bovinocultura do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas. Utilizou-se nove vacas mestiças holandês x zebu, distribuídas em três quadrados latinos 3 x 3. Os três tratamentos foram constituídos de diferentes fontes lipídicas como se segue: dieta sem fonte extra de lipídeos, dieta com óleo de soja e dieta com óleo de soja de fritura. As dietas foram calculadas para suprir as necessidades de mantença e produção de 20 kg/leite/dia, com 3,5 % de gordura. Não observou-se efeito significativo da utilização de fontes extras de lipídeos nos teores de gordura do leite, lactose e sólidos totais, porém foi observado efeito negativo nos teores de proteína bruta e caseína. Dietas para vacas leiteiras com produção média de 20 kg/leite/dia contendo óleo de soja ou óleo de soja de frituras não exercem efeito sobre os teores de gordura, lactose e sólidos totais do leite. Palavras–chave: bovinos, gordura, óleo, proteína

Introdução

Fontes de lipídeos têm sido utilizadas nas dietas de vacas leiteiras, sendo que cada uma delas possui características especificas, que conferem diferentes efeitos sobre a fermentação ruminal, digestibilidade de nutrientes, consumo de matéria seca, produção e composição do leite (MURTA, 2012).

Alguns tipos de gorduras suplementares podem alterar a composição e as características físicoquímicas do leite. As variações na composição do leite podem ocorrer devido ao efeito de diluição em função de aumento de produção ou podem estar relacionadas a alterações no ambiente ruminal, no consumo de matéria seca e no metabolismo do animal (FREITAS JUNIOR et al., 2010).

Devido à diversidade das fontes extras de lipídeos, que podem ser incrementadas na dieta animal, se faz necessário o estudo a fundo de cada uma, para que se possa determinar a influência delas na composição do leite, parâmetro este que serve para avaliar a qualidade do leite. Objetivou-se com esse trabalho, avaliar a influência da utilização de fontes lipídicas como óleo de soja e óleo de soja residual de frituras, na composição do leite de vacas mestiças.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no setor de bovinocultura do Instituto Federal do Norte

de Minas Gerais - Campus Salinas, nos meses de agosto e setembro de 2012. Foram utilizadas nove vacas mestiças Holandês x Zebu, com aproximadamente 150

dias de lactação no inicio do experimento, distribuídas em três quadrados latinos 3 x 3

Page 168: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

166

balanceados. O experimento constituiu-se de três períodos experimentais, com duração de 14 dias cada, sendo nove dias destinados para o período de adaptação e os últimos cinco dias para coleta de dados.

Os três tratamentos constituíram-se de diferentes fontes de lipídeos, como se segue: dieta sem fonte extra de lipídeos, dieta com óleo de soja e dieta com óleo de soja de fritura. O óleo de soja de fritura foi fornecido por uma pastelaria da cidade. As dietas foram calculadas para suprir as necessidades de mantença e produção de 20 kg/leite/dia, com 3,5 % de gordura.

As vacas foram mantidas confinadas em baias individuais de 22,5 m2. A alimentação foi fornecida diretamente no cocho duas vezes ao dia, na forma de dieta completa (volumoso + concentrado), com uma relação volumoso:concentrado de aproximadamente 80:20 (Tabela 1).

As vacas foram ordenhadas duas vezes ao dia, às 07:00 e 15:30 horas. Registrou-se a produção diária de cada vaca, durante os cinco dias destinados a coleta de dados, em todos os períodos experimentais. As amostras de leite foram coletadas no 13º dia de cada período, coletando-se 1ml para cada litro de leite produzido. As amostras foram acondicionadas em um frasco plástico contendo como conservante bronopol e enviadas no dia da coleta para a clínica do leite da Universidade de São Paulo – USP, em Piracicaba-SP, para fins de análise dos teores de proteína bruta, gordura, extrato seco desengordurado, lactose e caseína. Tabela 1 – Proporção dos ingredientes das dietas, em percentagem de matéria natural.

1Guabiphos 80 leite®

Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de médias, aplicando-se o teste Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Não observou-se diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos para o teor de gordura no leite (Tabela 2). Murta (2012), trabalhando com óleo de soja de fritura, óleo de soja e caroço de algodão em dietas para vacas leiteiras a pasto, também não verificou efeito significativo para o teor de gordura do leite para as diferentes fontes de lipídeos. Divergindo com o resultado encontrado, Eifert, et al. (2006) observaram efeito negativo na utilização de fontes extras de lipídeos na gordura do leite.

Foi constatada uma diminuição (P<0,05) nas quantidades de proteína do leite dos tratamentos que possuíam óleo de soja e óleo de soja residual de frituras, fato esse que vem corroborar os resultados encontrados por (MURTA, 2012). O uso de alguns tipos de gorduras suplementares tem diminuído a percentagem de proteína. Quando há substituição de carboidratos disponíveis no rúmen pelo lipídio, esse tem efeito tóxico sobre os microrganismos do rúmen, causando redução no crescimento microbiano e efeito sobre o

Page 169: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

167

transporte de aminoácidos na glândula mamária. Assim, o conteúdo de proteína do leite pode diminuir por causa da deficiência de um ou mais aminoácidos (SANTOS, et al. 2001).

Observou-se diferença significativa (P<0,05) para o teor de caseína do leite com a utilização das fontes extras de lipídios. As fontes lipídicas provocaram uma redução na sua concentração, esse comportamento foi semelhante ao que aconteceu para a proteína do leite.

De acordo com Eifert et al. (2006), a concentração de lactose e de extrato seco desengordurado (ESD) foi reduzida em dietas contendo óleo de soja. Neste trabalho não foi observado efeito significativo (P>0,05) para lactose, entretanto, os resultados encontrados para o ESD mostraram diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos, ausente de fonte lipídica e o tratamento com óleo de soja de fritura como fonte lipídica. Observou-se uma redução no teor de ESD, entre os tratamentos. Um dos fatores responsáveis por essa redução no teor de ESD foi o efeito observado para o teor de Proteína Bruta no leite. Murta (2012), também observou diferença significativa entre os tratamentos que utilizavam fontes extras de lipídios quando comparados com o tratamento que não as possuíam, mostrando que a utilização de fontes extra de lipídeos reduz os teores de ESD.

Tabela 2 - Composição do leite de vacas mestiças suplementadas ou não com fontes de lipídeos.

Letras diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Não se observou efeito significativo no teor de sólidos totais entre os tratamentos. Santos (2001) quando submeteu vacas leiteiras a fontes extras de lipídeos como se segue: soja integral moída e óleo de soja, não evidenciou diferença significativa nas quantidades de sólidos totais do leite.

Conclusões

Dietas para vacas leiteiras com produção média de 20 kg/leite/dia contendo óleo de soja ou óleo de soja de frituras não exercem efeito sobre os teores de gordura, lactose e sólidos totais do leite.

Agradecimentos À FAPEMIG/IFNMG/CNPq pela concessão da bolsa de iniciação cientifica. Ao IFNMG - Campus Salinas por disponibilizar recurso financeiro e a estrutura necessária para condução do experimento.

Literatura citada EIFERT, E.C. et al. Consumo, produção e composição do leite de vacas alimentadas com óleo de soja e diferentes fontes de carboidratos na dieta. Revista brasileira de zootecnia. v.35, n.1, p.211-218, 2006.

Page 170: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

168

FREITAS JUNIOR, J.E.; RENNO, F. P.; SANTOS, M.V. et al. Productive performance and composition of milk protein fraction in dairy cows supplemented with fat sources. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.4, p.845-852, 2010. MURTA, R.M. Fontes lipídicas na alimentação de vacas lactantes. Itapetinga-BA: UESB, 2012. 78p. (Tese - Doutorado em Zootecnia – Produção de Ruminantes). SANTOS, F. L. et al. Produção e Composição de Vacas Submetidas a Dietas Contendo Diferentes Níveis e Formas de lipídeos. Revista Brasileira de Zootecnia, 30 (4): 1376-1380, 2001.

Page 171: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

169

CONSUMO E PRODUÇÃO DE LEITE DE VACAS MESTIÇAS RECEB ENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS

Dermeval Magalhães Guedes Júnior1, Dérek Freitas Ferreiras1, Elber Gomes Sousa1, Fábio Lino dos

Santos2, Rogério Mendes Murta3, Fabiano Pereira Matos4 1Acadêmico de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária..Email: [email protected]; 3Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. em Zootecnia -Nutrição de ruminantes. Email:[email protected] 4Zootecnista do IFNMG/Salinas, M.sc em Zootecnia - Nutrição de ruminantes. Email: [email protected] Resumo: Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito da inclusão de diferentes fontes lipídicas na dieta de vacas leiteiras, analisando o consumo voluntário e produção de leite. Foram utilizadas 9 vacas leiteiras mestiças Holandês X Zebu com aproximadamente 150 dias de lactação. Os tratamentos foram avaliados em 3 quadrados latinos (3x3) com períodos de 14 dias, sendo 9 dias para adaptação e 5 dias para coleta de dados com os seguintes tratamentos: dieta sem fonte extra de lipídeo; dieta com óleo de soja e dieta com óleo de soja de fritura. As dietas experimentais eram fornecidas duas vezes ao dia na forma de mistura completa. Não houve efeito significativo para produção de leite e produção de leite corrigido à 3,5% obtendo médias de 18,70 e 20,36 kg leite/vaca/dia, respectivamente. Também não foi observado efeito significativo para o consumo de matéria natural, obteve-se média de 36,03 kg MN/animal/dia. As fontes lipídicas não provocaram alteração na produção de leite, produção de leite corrigida para 3,5% e consumo de matéria natural. Palavras–chave: bovino, desempenho, gordura

Introdução

Diante do intenso melhoramento genético em bovinos leiteiros nos últimos anos, o consumo de energia para vacas leiteiras tornou-se fator limitante para a produção de leite, no qual estes animais têm grandes demandas energéticas excedendo em muitas ocasiões a capacidade de consumir energia da dieta, o que pode resultar em redução do desempenho produtivo e saúde destes animais (ALLEN, 2006).

Em razão do aumento no custo dos insumos e da redução das margens de lucro da atividade

leiteira, têm sido estudadas outras fontes lipídicas interessantes do ponto de vista econômico que amenizam o balanço energético negativo no período de lactação e que possuem pouco impacto sobre o metabolismo do rúmen. A utilização de óleo de soja de fritura, além de contribuir para a redução do impacto ambiental, contribui para a produção de proteína de origem animal com custo inferior, tornando o produto final mais acessível a todas as classes sociais (MURTA, 2012).

Objetivou-se com essa pesquisa avaliar o efeito da utilização de diferentes fontes lipídicas sobre o consumo de matéria natural, produção de leite e produção de leite corrigida para 3,5% de gordura.

Material e Métodos

O experimento foi introduzido no setor de bovinocultura do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Salinas. Utilizou-se 9 vacas mestiças Holandês X Zebu com proximadamente 150 dias de lactação, peso corporal médio de ±490 Kg e produção média de 20 Kg/leite/dia. Os animais foram distribuídos ao acaso em 3 quadrados latinos 3X3, estabulados em baias individuais com a área de 22,5 m2, parcialmente cobertos com telha de amianto e tela sombrite. Cada baia era equipada com comedouro, bebedouro com água

Page 172: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

170

potável, piso parcialmente cimentado na parte coberta próximo ao comedouro e o restante de terra batida. O experimento foi constituído de 3 períodos experimentais com duração de 14 dias cada, sendo os 9 primeiros dias de adaptação e os cinco últimos para coleta de dados.

Foram estudados os efeitos de três tratamentos: dieta sem fonte extra de lipídeo; dieta com óleode soja e dieta com óleo de soja de fritura. O óleo de soja de fritura foi fornecido por uma pastelaria da cidade de Salinas-MG. As dietas foram calculadas para suprir as exigências de mantença e produção de 20 kg/leite/dia.

O volumoso utilizado nas dietas experimentais foi a silagem de sorgo e o concentrado a base de milho moído, farelo de soja, sal mineral para vacas em lactação, uréia, calcário e fosfato bicálcio. Os ingredientes e suas participações quantitativas são apresentadas na tabela 1.

As dietas experimentais eram pesadas e fornecidas duas vezes ao dia após cada ordenha na formade dieta completa (volumoso + concentrado). A relação volumoso:concentrado das dietas experimentais foi de aproximadamente 80:20. As vacas foram ordenhadas duas vezes ao dia, às 7:00h e às 15:30h em ordenha mecânica tipo balde ao pé. As sobras do fornecido foram pesadas diariamente antes da alimentação pela manhã para determinação do consumo de matéria natural. No 1° dia de cada período os animais eram pesados dando inicio ao período de adaptação até o 9° dia, a partir de então, do 10° ao 14° dia era feito o registro de produção pesando o leite após cada ordenha e coletando amostras de silagem, concentrado e sobras. Tabela 1 – Proporção dos ingredientes das dietas, em percentagem de matéria natural.

1Guabiphos 80 leite ®

As variáveis, consumo de matéria natural, produção de leite e produção de leite corrigido à 3,5% foram avaliadas por meio de análise de variância e teste de médias, aplicando-se o teste Tukey a 5% de probabilidade pelo Sistema para Análises Estatísticas – SAEG.

Resultados e Discussão

O consumo de matéria natural (CMN) não foi influenciado pela inclusão das fontes

lipídicas na dieta (Tabela 2). A média de CMN observada foi de 36,03Kg vaca/dia, fato que pode ser explicado pelo fato de todos os tratamentos terem recebido a mesma fonte de volumoso, silagem de sorgo, diferenciando apenas o tipo de concentrado. Vargas et al. (2002) utilizaram silagem de sorgo como volumoso e diferentes fontes lipídicas para tratar vacas leiteiras no início da lactação e observaram diferença no consumo de alimento, no tratamento que se utilizou óleo de soja, ocorreu uma redução na ingestão da mistura total, entretanto, a redução no consumo não afetou na produção de leite.

Page 173: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

171

Tabela 2 – Consumo de matéria natural (CMN), produção deleite (PL), produção de leite corrigida (PLC) e coeficiente de variação (CV) de vacas suplementadas ou não com fontes lipídicas.

Não foi observado efeito significativo para a produção de leite e produção de leite corrigida para 3,5% de gordura (Tabela 2). Esses resultados se reforçam quando comparados com os relatados por Murta (2012) que trabalhou com óleo de soja de fritura, óleo de soja e caroço de algodão para vacas leiteiras em pastejo com brachiaria brizantha, no qual não verificou efeito significativo para produção de leite e produção de leite corrigida com médias de 12,2Kg e 11,7Kg leite/vaca/dia, respectivamente. É importante ressaltar que os animais utilizados neste experimento apresentaram médias de produção de 18,70Kg e 20,35Kg leite/vaca/dia para produção de leite e produção de leite corrigido, respectivamente, médias superiores às relatadas por Murta (2012). Essa diferença na produção pode ser explicada pelo sistema de criação utilizado neste experimento (confinamento), pelo tipo de volumoso e também pela diferença genética dos animais. Freitas júnior et al. (2008) verificaram resultados semelhantes com a utilização de 5,5% de extrato etéreo (EE), em dietas contendo óleo de soja, grãos de soja ou sais de cálcio.

A média de produção de leite corrigida (20,35kg/leite/dia) foi exatamente a produção que as dietas foram calculadas, isso mostra a efetividade das formulações da dieta utilizada neste experimento. Além disso, como se observou, a resposta a uma suplementação alimentar corretamente balanceada mantém um limiar de controle em relação à mantença do animal e sua boa capacidade produtiva.

Conclusões

Dietas contendo óleo de soja ou óleo de soja de fritura não alteram o consumo de matéria natural, produção de leite e produção de leite corrigida para 3,5% de gordura para vacas leiteiras confinadas.

Agradecimentos

À FAPEMIG/IFNMG/CNPq pela concessão da bolsa de iniciação cientifica.

Ao IFNMG - Campus Salinas por disponibilizar recurso financeiro e a estrutura necessária para condução do experimento.

Literatura citada FREITAS JUNIOR, J. E. Utilização de fontes de gordura em rações de vacas leiteiras. [Fat Sources in Dairy Cows Rations]. 2008. 93 f. dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e zootecnia, Universidade de são Paulo, Pirassununga, 2008. HARVATINE, K.J.; ALLEN, M.S. Effects of Fatty Acid Supplements on Feed Intake, and Feeding and Chewing Behavior of Lactating Dairy Cows. Journal of Dairy Science, v.89, p.1104- 1112, 2006.

Page 174: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

172

MURTA, R.M. Fontes lipídicas na alimentação de vacas lactantes. Itapetinga-BA: UESB, 2011. 78p. (Tese - Doutorado em Zootecnia – Produção de Ruminantes). VARGAS, L.H. et al Adição de Lipídios na Ração de Vacas Leiteiras: Parâmetros Fermentativos Ruminais, Produção e Composição do Leite. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n-1, p.522-529, 2002.

Page 175: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

173

COMPARAÇÃO ENTRE IOGURTE TAMPONADO E LEITE DESNATAD O COMO MEIO DILUIDOR DE SÊMEN CANINO RESFRIADO

Elber Gomes Sousa1, Wesley Ferreira Guimarães2, Rebeca Marques Mascarenhas3, Leonardo Lara e

Lanna4

1Acadêmico de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Júnior da FAPEMIG. Email: [email protected] 3Escola de Veterinária/UFMG. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] Resumo: objetivou-se com o presente trabalho comparar a eficácia entre meio diluidor contendo iogurte tamponado e leite desnatado, tradicionalmente utilizado para conservação de sêmen canino resfriado a 4ºC. Foi coletado sêmen de dois cães adultos da raça Rottweiler, sendo cada ejaculado dividido em duas amostras. Após avaliação de motilidade progressiva, vigor e concentração espermática, a primeira amostra foi diluída em meio contendo iogurte pasteurizado acrescido de citrato de sódio para correção de pH, enquanto adicionou-se leite UHT desnatado à segunda. Ambas foram resfriadas em caixa térmica com gelo e mantidas na geladeira em temperatura de 4ºC. Após 24 e 48 horas avaliou-se motilidade progressiva e vigor espermático. Após 48 horas de preservação, o sêmen diluído com iogurte tamponado apresentou motilidade e vigor ligeiramente inferiores ao conservado com leite desnatado, 53,0 + 13,0 e 3,0 versus 62,0 + 17,0 e 3,5, sem diferença significativa. Conclui-se que o iogurte tamponado é eficaz para preservar as características espermáticas in vitro quando comparado ao leite desnatado. Palavras–chave: cão, meio diluidor, sêmen resfriado

Introdução

Nas últimas décadas tem-se visto grande crescimento na utilização de técnicas de inseminação artificial em diversas espécies domésticas, o que por sua vez fomenta o interesse em metodologias de conservação do sêmen. Comparando as duas técnicas de criopreservação de sêmen canino, o congelamento e o resfriamento, notamos que o congelamento oferece a vantagem de conservar o sêmen por períodos extremamente longos, sendo por isso mais indicado quando se objetiva o armazenamento de material genético. Já a utilização do sêmen resfriado é tecnicamente mais simples, oferece melhores resultados de fertilidade a um custo mais baixo, sendo por estes motivos mais indicado como ferramenta facilitadora do intercambio de material genético (Peña et al., 2006).

O primeiro nascimento obtido com uso de sêmen resfriado na espécie canina data de 1954. Nos dias atuais, o resfriamento de sêmen tem sido amplamente difundido em todo o mundo, pois além de facilitar o intercâmbio de material genético, possibilita a obtenção de bons resultados de fertilidade e prolificidade, mesmo com a deposição intravaginal do sêmen (Peña et al., 2006).

As macromoléculas proteicas, em especial as lipoproteínas, são sabidamente importantes para a preservação da integridade das membranas espermáticas. Estas interagem diretamente com as membranas e/ou com proteínas do plasma seminal favorecendo a manutenção da estabilidade e integridade das membranas. Sua presença no meio diluidor é vital para sobrevivência dos espermatozoides caninos durante o resfriamento e armazenamento em geladeira, por isso o leite desnatado é considerado um bom diluente para conservação do sêmen de cães (Bergeron e Manjunath, 2006).

O iogurte, produto de fermentação do leite, é rico em proteínas, açúcar e cálcio, desejáveis para um meio diluidor, porém apresenta pH ácido. Carecem informações sobre os efeitos do iogurte tamponado, com correção de pH, sobre a conservação do sêmen canino

Page 176: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

174

resfriado. Objetivou-se com o presente trabalho comparar a eficácia, in vitro, entre o iogurte tamponado e o leite desnatado na preservação das características seminais do cão a 4ºC. Os dados apresentados são resultados preliminares do estudo ainda em andamento.

Material e Métodos

Dois cães adultos da raça Rottweiler, com idade entre três e quatro anos, foram utilizados no experimento após avaliação andrológica de rotina. Foi colhido sêmen pelo método de manipulação digital com presença de fêmea em estro e auxílio de funil e tubo de centrífuga graduado. Após mensuração do volume e análise visual subjetiva, uma gota de sêmen foi transferida para lâmina e lamínula e avaliada em microscopia óptica quanto à motilidade progressiva (0 a 100%) e vigor (1 a 5). A concentração espermática foi determinada com auxílio de câmara de Neubauer.

Após avaliação inicial, o ejaculado foi dividido em duas amostras, sendo a primeira diluída em iogurte tamponado e a última em leite UHT desnatado (Grupo Controle), ambas até a concentração de 50 x 106 espermatozoides/mL. O meio diluidor à base de iogurte foi preparado utilizando-se iogurte pasteurizado acrescido de citrato de sódio a 5% até alcançar o pH neutro.

O sêmen diluído foi resfriado em caixa térmica com gelo e mantido em geladeira na temperatura de 4ºC por 48 horas. Após 24 e 48 horas, foram realizadas avaliações de motilidade e vigor. Os resultados foram tabulados e apresentados como média e desvio-padrão. A análise estatística foi realizada com teste t de Student para comparação de médias.

Resultados e Discussão

O sêmen fresco apresentou motilidade e vigor de 83 + 8,0 e 4,0, respectivamente. A

concentração espermática média foi de 284 x 106 espermatozoides/mL, valores considerados satisfatórios para cães. Após 24 horas de conservação em geladeira, o sêmen acrescido de meio diluidor à base de iogurte apresentou motilidade 61,0 + 9,0 e vigor 3,5, em contraste com o Grupo Controle, 73,0 + 11,0 e 4,0. Decorridas 48 de preservação a amostra com iogurte mostrou motilidade e vigor 53,0 + 13,0 e 3,0, respectivamente, versus 62,0 + 17,0 e 3,5 no leite desnatado.

Os resultados indicam que existe redução dos parâmetros de motilidade e vigor espermáticos após 24 e 48 horas de conservação do sêmen canino a 4ºC nos diluidores à base de iogurte tamponado e leite desnatado. Apesar da redução dos valores, o iogurte acrescido de citrato de sódio se mostrou adequado quanto à preservação dos parâmetros seminais in vitro quando comparado com o leite desnatado, tradicionalmente utilizado em inseminação artificial canina com sêmen resfriado. Mais estudos são necessários para avaliar o efeito do meio diluidor de iogurte tamponado sobre a preservação do sêmen canino e a taxa de fertilidade do mesmo.

Conclusões

Conclui-se que o sêmen canino resfriado diluído em iogurte tamponado com citrato de

sódio preserva de maneira satisfatória as características seminais quando comparado com o leite desnatado, podendo ser armazenado por até 48 horas em geladeira a 4ºC.

Agradecimentos

Ao PIBIC e PIBIC-Jr. FAPEMIG/CNPq/IFNMG.

Page 177: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

175

Literatura citada BERGERON, A.; MANJUNATH, P. New insights towards understanding the mechanisms of sperm protection by egg yolk and Milk. Molec. Reprod.Devel., v.73, p.1338-1344, 2006. PEÑA, F. J.; NÚÑEZ-MARTÍNEZ, I.; MORÁN, J. M. et al. Semen technologies in dog breeding: an update. Reprod. Dome. Anim., Supp.l2, v.41, p.21-29, 2006.

Page 178: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

176

COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS LACTANTES RECEBEND O DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS

Fábio Lino dos Santos1, Rogério Mendes Murta2, Fabiano Matos Pereira3, Dermeval Magalhães Guedes Júnior4 ,

Dérek Freitas Ferreira4, Elber Gomes Sousa4, Thales Felipe Lucas Sena1

1Discente do Curso Téc. em Agropecuária do IFNMG – Campus Salinas. Bolsistas de Iniciação Científica-Jr – FAPEMIG/CNPq Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. em Zootecnia - Nutrição de ruminantes. Email: [email protected] 3Zootecnista IFNMG - Campus Salinas. MSc. – Produção de Ruminantes. Email: [email protected] 4Discentes do Curso Superior em Medicina Veterinária – IFNMG/salinas. Bolsistas de Iniciação Científica da FAPEMIG/ IFNMG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; Resumo: Objetivou-se, com o presente trabalho descrever e comparar o comportamento ingestivo de vacas em lactação alimentadas com dietas contendo diferentes fontes lipídicas. O projeto foi conduzindo no setor de bovinocultura do IFNMG - Campus Salinas. Foram utilizadas 9 vacas mestiças Holandês x Zebu, com aproximadamente 150 dias de lactação, distribuídas em três quadrados latinos 3x3. Os três tratamentos foram constituídos de diferentes fontes lipídicas, como se segue: dieta sem fonte extra de lipídio; dieta com óleo de soja e dieta com óleo de soja de fritura. As dietas foram calculadas para suprir as exigências de mantença e produção de 20 kg de leite/dia, com 3,5% de gordura. Não foi observado efeito das dietas experimentais (P>0,05) sobre o comportamento ingestivo para as variáveis tempo de alimentação, ruminação em pé, ruminação deitado, ócio em pé e ócio deitado. Fontes extras de lipídios quando comparadas com uma ração sem a fonte extra de lipídio não ocasiona efeitos significativos no comportamento animal. Palavras–chave: alimentação, ócio, ruminação.

Introdução

A plenitude na produção animal está diretamente relacionada ao consumo de nutrientes, digestibilidade e metabolismo, no qual é determinado pelo comportamento ingestivo. Comportamento é tudo aquilo que se consegue perceber das reações de um animal ao ambiente que o cerca. O gado leiteiro pode modificar o comportamento ingestivo de acordo com o tipo, a quantidade e acessibilidade do alimento, bem como, as práticas de manejo (OLIVEIRA, et al. 2011). A avaliação do comportamento ingestivo em vacas lactantes visa aprimorar o fornecimento de dietas no intuito de maximizar o consumo de alimentos, podendo ser influenciado pelo teor de fibra e concentração energética da dieta. Objetivou-se, com este estudo, descrever e comparar o comportamento ingestivo de vacas em lactação alimentadas com dietas contendo diferentes fontes lipídicas.

Material e Métodos

O trabalho experimental foi conduzido no setor de bovinocultura do IFNMG – Campus Salinas, localizado no município de Salinas, Norte de Minas Gerais.

Foram utilizadas nove vacas mestiças Holandês x Zebu, com aproximadamente 150 dias de lactação no início do período experimental, distribuídas em três Quadrados Latinos 3 x 3 balanceados.

O experimento foi conduzindo nos meses de agosto e Setembro, constituído de três períodos experimentais, com duração de 14 dias cada, sendo os primeiros nove dias considerados de adaptação e os cinco últimos para coleta de dados.

Os três tratamentos foram constituídos de diferentes fontes lipídicas, como se segue: dieta sem fonte extra de lipídio; dieta com óleo de soja e dieta com óleo de soja de fritura. O

Page 179: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

177

óleo de soja de fritura foi fornecido por uma pastelaria da cidade. As dietas foram calculadas para suprir as exigências de mantença e produção de 20 kg/leite/dia com 3,5% de gordura.

As vacas foram mantidas confinadas em baias individuais de 22,5 m2. A alimentação foi fornecida diretamente no cocho duas vezes ao dia, na forma de dieta completa (volumoso + concentrado), com uma relação volumoso:concentrado de aproximadamente 80:20 (Tabela 1).

A ordenha foi realizada duas vezes ao dia, às 7:00 h e às 15:30 h, registrou-se a produção diária de leite de cada vaca, durante os cinco dias de coleta, em todos os períodos experimentais.

No décimo quarto dia as nove vacas, foram submetidas à observação visual a cada 5 minutos durante 24 horas, utilizando cronômetro digital para determinação dos tempos despendidos com alimentação (TA), ruminação (TR) e ócio (TO) (MARTINS, et al. 2012).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa estatístico SAEG, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (RIBEIRO JÚNIOR, 2001). Tabela 1 – Proporção dos ingredientes das dietas, em percentagem de matéria natural.

1Guabiphos 80 leite®

Resultados e Discussão

Não foi observado efeito das dietas experimentais (P>0,05) para o tempo de alimentação (Tabela 2), esse resultado mostra que o aumento na densidade energética da dieta não influenciou o tempo que os animais permaneceram alimentando. O fato do alimento volumoso ser o mesmo (silagem de sorgo) para todos os tratamentos, aliado a pequena diferença na relação volumoso:concentrado colaboram para esse resultado. O tempo despendido para alimentação médio foi de 350,18 minutos/dia, esse resultado está relacionado ao fato dos animais estarem confinados, necessitando de menor tempo para busca e apreensão do alimento, uma vez que, o mesmo era fornecido diretamente no cocho. Oliveira et al. (2007), avaliaram o comportamento ingestivo de vacas em lactação recebendo silagem de milho ou cana-de-açúcar, e registrados valores de 306,0 e 246,0 min/dia para a atividade de alimentação, respectivamente. Murta (2012) relatou tempo médio de alimentação de 550 minutos/dia para animais em pastejo, mostrando que animais em confinamento realmente permanecem menor tempo na atividade de alimentação.

Os tempos de ruminação, em pé ou deitado, também não foram influenciados (P>0,05) pelas dietas experimentais. Como não ocorreu efeito para o tempo de alimentação e com a utilização do mesmo volumoso para todos os tratamentos em uma relação volumoso:concentrado próxima, podemos firmar que esses fatores influenciaram para o não

Page 180: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

178

efeito nos tempos de ruminação. O tempo de ruminação total foi de 558,33 minutos/dia, sendo este valor próximo aos valores relatados por Oliveira et al. (2007) que observaram valores de 546,0 e 438,0 minutos/dia para a atividade de ruminação para vacas em lactação recebendo silagem de milho ou cana-de-açúcar respectivamente. O tempo de ruminação deitado foi maior que o tempo de ruminação em pé para todos os tratamentos, esse resultado mostra o bem estar dos animais durante o período experimental.

Os tempos de ócio, em pé ou deitado, também não foram influenciados (P>0,05) pelas dietas experimentais. Esse resultado pode ser explicado pelo não efeito no tempo de alimentação e tempo de ruminação dos animais. O tempo de ócio total foi de 531,48 minutos/dia, sendo este valor próximo aos valores relatados por Oliveira et al. (2007) que observaram tempo médio de 594,0 minutos/dia para a atividade de ócio para vacas em lactação recebendo silagem de milho. Eifert et al., (2005) afirmaram que vacas mestiças holandês x zebu, não alteram o comportamento ingestivo com adição de 2,25% de óleo de soja na MS. Tabela 2 – Tempo de alimentação (TA), tempo de ruminação em pé (TRP), tempo de ruminação deitado (TRD), tempo de ócio em pé (TOP) e tempo de ócio deitado (TOD) de Vacas Lactantes Recebendo Diferentes Fontes Lipídicas.

Médias com letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de significância. 1Coeficiente de variação

Conclusões

As fontes lipídicas óleo de soja e óleo de soja de fritura não provocam alteração no comportamento ingestivo de vacas lactantes confinadas.

Agradecimentos

À FAPEMIG/IFNMG/CNPq pela concessão da bolsa de iniciação cientifica. Ao IFNMG - Campus Salinas por disponibilizar recurso financeiro e a estrutura

necessária para condução do experimento.

Literatura citada EIFERT, E.C.; LANA, R.P.; LEÃO, M. I. et a. Efeito da combinação de óleo de soja e monensina na dieta sobre o consumo de matéria seca e a digestão em vacas lactantes. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p.297-308, 2005. MARTINS, S.C.S.G.; OLIVEIRA, G.G.P.; PIRES, A.J.V. et a. Intervalos entre observação na estimativa do comportamento ingestivo em vacas mestiças em lactação. In: 49º REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA. Brasília. 2012.

Page 181: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

179

MURTA, R.M. Fontes lipídicas na alimentação de vacas lactantes. Itapetinga-BA: UESB, 2012. 78p. (Tese - Doutorado em Zootecnia – Produção de Ruminantes). OLIVEIRA, A.S.; CAMPOS, J M.S.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Substituição do milho pela casca de café ou de soja em dietas para vacas leiteiras: comportamento ingestivo, concentração de nitrogênio uréico no plasma e no leite, balanço de compostos nitrogenados e produção de proteína microbiana. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.1, p.205-215, 2007. OLIVEIRA, P.A.; MARQUES, J.A.; BARBOSA, L.P. et al. Aspectos metodológicos do comportamento ingestivo de vacas lactantes em pastejo de Brachiaria decumbens. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 12, n. 1, p. 166-175, 2011. RIBEIRO JÚNIOR, J.I. SAEG Sistema para análises estatísticas e genética, versão 8.0. Viçosa: Fundação Arthur Bernardes, 2001,301 p.

Page 182: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

180

LEVANTAMENTO DAS PLANTAS TÓXICAS DE INTERESSE PECUÁ RIO NA MICRORREGIÃO DE SALINAS-MG

Felipe Matheus Ferreira Chagas1, Gilmar Breno Oliveira Guimarães2, Thales Felipe Lucas Sena1, Gabriel

Domingos Carvalho3 1Estudante do Curso Técnico em Agropecuária do IFNMG - Campus Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Júnior (PIBICJR/FAPEMIG/IFNMG). E-mail: [email protected], [email protected]. 2Estudante do Curso Técnico em Agropecuária do IFNMG - Campus Salinas. Bolsista de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM/CNPq/IFNMG). E-mail: [email protected]. 3Professor do IFNMG - Campus Salinas. Doutor em Medicina Veterinária. E-mail: [email protected] Resumo: O setor de agropecuária no Norte de Minas Gerais apresenta papel de importância socioeconômica, com destaque para a bovinocultura de leite e de corte. Os períodos sazonais de secas prolongadas e a falta de forrageiras resistentes tornam um desafio o desenvolvimento agropecuário da região, necessitando, neste contexto, de adoção de estratégias para evitar a ocorrência de casos de intoxicação por plantas. Este trabalho teve como objetivo caracterizar as principais plantas tóxicas causadoras de morte em bovinos na microrregião de Salinas, Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. Foram realizadas entrevistas com produtores rurais, com a aplicação de um questionário estruturado contendo perguntas que incluem a área da propriedade, o número de animais na propriedade, o tipo de assistência técnica utilizada, o uso de inseminação artificial, se houve ocorrência de intoxicação, o número de mortes por intoxicação, nome vulgares das plantas e a época de ocorrência das mesmas. Dos proprietários entrevistados, 51,5% já tiveram casos de intoxicação de bovinos por plantas tóxicas, nos quais 70,6% culminaram em morte dos animais. Esses casos de intoxicação ocorreram em 88,2% na época das secas. As plantas tóxicas relatadas foram: braquiária (Brachiaria sp.); cafezinho ou erva-derato (Paulicourea marcgravii); coerana ou dama-da-noite (Cestrum sp.); mamona (Ricinus communis); salsa-rosa ou rama-amarela (Mascagnia rigida); samambaia (Pteridium aquilinum); tamburil ou orelhade-macado (Enterolobium sp.) e vaqueta (Thiloa glaucocarpa). Palavras–chave: bovinos, gado, intoxicação, Minas Gerais

Introdução

No Brasil, as causas mais frequentes de mortes súbitas em bovinos são as intoxicações por plantas. Há uma carência de dados sobre a frequência das mortalidades, o que torna difícil estimar as perdas de animais ocasionadas por plantas tóxicas (RIET-CORREA et al., 2001). Algumas mortes nos rebanhos bovinos são atribuídas a doenças, como carbúnculo hemático, ou confundidas com picadas de serpentes venenosas, quando o verdadeiro motivo é a ingestão de plantas tóxicas (TOKARNIA et al., 2000). Além disso existe também algumas crendices presentes na cultura regional que dificultam o diagnóstico dos casos de intoxicação por plantas (CARVALHO e ARRUDA, 2011).

O método mais eficaz para se evitar mortes dos animais por plantas é o estabelecimento de um diagnóstico preciso dos casos de intoxicação e a prevenção de novos casos. Deve-se então atentar para uma boa anamnese, fazer um levantamento do histórico de cada caso de intoxicação, levando-se em consideração as características da região (CARVALHO et al., 2009).

Apesar dos inúmeros estudos sobre o assunto plantas tóxicas, ainda existem muitas dúvidas a respeito do mesmo e algumas informações são insuficientes, contraditórias ou mesmo inexistentes (CARVALHO et al., 2009). Neste contexto, este trabalho teve como objetivo caracterizar as principais plantas tóxicas causadoras de morte em bovinos na microrregião de Salinas, Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil (Figura 1).

Page 183: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

181

Material e Métodos Foram realizadas entrevistas com produtores rurais da micorregião de Salinas-MG, que se dedicam a produção de gado bovino. Foi aplicado um questionário estruturado contendo perguntas que incluem: a área da propriedade, o número de animais na propriedade, o tipo de assistência técnica utilizada, o uso de inseminação artificial, se houve ocorrência de intoxicação, o número de mortes por intoxicação, os nomes vulgares das plantas e a época de ocorrência das mesmas.

Figura 1. Microrregião de Salinas, pertencente à mesorregião do Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. Fonte: Wikipédia, 2013.

Resultados e Discussão

Foram aplicados 33 questionários, com produtores dos municípios de Salinas, Fruta de Leite, Indaiabira, Josenópolis, Novorizonte, Rio Pardo de Minas, Santa Cruz, Rubelita e Taiobeiras. Das 33 propriedades dos entrevistados, 18 (54,5%) possuem assistência técnica, sendo 33,3% por médicos veterinários, 22,2% por zootecnistas e 44,4% por técnicos agrícolas ou agropecuários. Dentre estas propriedades, 42,4% são destinadas a produção de gado para corte, 27,3% são propriedades leiteiras e 30,3% são de atividade mista, corte e leite. As propriedades de atividade mista, não usam inseminação artificial. Três das propriedades de corte, e três das de leite (21,4%), usam inseminação artificial, sendo que todas estas possuem assistência técnica conferida por médicos veterinários ou zootecnistas. O número de animais nas propriedades variou de 15 a 800 animais nas propriedades de corte e, de 5 a 100 animais nas de produção de leite. A área dessas propriedades variou de 3 a 600 ha.

Das 33 propriedades, 17 (51,5%) já tiveram casos de intoxicação de bovinos com plantas tóxicas. Destas, em 12 (70,6%) ocorrem mortes de animais, sendo que 52,3% dos

Page 184: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

182

casos não ocorreram diagnóstico para confirmação dos casos. Os casos de intoxicação relatados ocorreram, em 88,2%, na época das secas.

As plantas tóxicas relatadas pelos proprietários (Figura 2) foram: braquiária (Brachiaria sp.); cafezinho ou erva-de-rato (Paulicourea marcgravii); coerana ou dama-da-noite (Cestrum sp.); mamona (Ricinus communis); salsa-rosa ou rama-amarela (Mascagnia rigida); samambaia (Pteridium aquilinum); tamburil ou orelha-de-macaco (Enterolobium sp.) e vaqueta (Thiloa glaucocarpa).

As espécies de plantas citadas pelos produtores são de ocorrência no estado de Minas Gerais (CARVALHO e ARRUDA, 2011) e, o período de seca é a época de maior ocorrência das intoxicações. Os problemas de intoxicação por plantas ocorrem eventualmente em qualquer época do ano e agravam-se na época da seca ou após queimadas, quando a falta de alimentos obriga os animais a ingerir essas plantas (CARVALHO et al., 2009).

Figura 2. Plantas tóxicas citadas pelos produtores entrevistados que já tiveram casos de intoxicação em sua propriedade.

Conclusões

As espécies de plantas citadas pelos produtores e a época das intoxicações coincidem com a realidade no estado de Minas Gerais.

É de grande importância identificar as plantas tóxicas invasoras das pastagens e observar as características regionais para se evitar estabelecer diagnósticos precisos dos casos de intoxicação e prevenção a ocorrência de novos casos.

Este estudo pioneiro na região é importante para uma caracterização preliminar das espécies de plantas tóxicas de ocorrência na microrregião de Salinas, Norte de Minas Gerais.

Agradecimentos Ao Programa de Iniciação Científica do IFNMG, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão das Bolsas de Iniciação Científica Júnior.

Page 185: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

183

Literatura citada CARVALHO, G. D.; ARRUDA, V. M. Caderno sobre Plantas Tóxicas: Principais Plantas Tóxicas Causadoras de Morte Súbita em Bovinos. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2011. v.1. 28 p. CARVALHO, G. D.; NUNES, L. C.; PORFIRIO, L. C.; BRAGANÇA, H. N. Principais plantas tóxicas causadoras de morte súbita em bovinos no Estado do Espírito Santo - Brasil. Archivos de Zootecnia, v.58, p.87 - 98, 2009. RIET-CORREA, F.; SCHILD, A. L.; MENDEZ, M. C.; LEMOS, R. A. A. Doenças de ruminantes e eqüinos. Vol. 2. São Paulo: Varela, 2001. TOKARNIA, C. H.; DÖBEREINER, J.; PEIXOTO, P. V. Plantas tóxicas do Brasil. Rio de Janeiro: Helianthus, 2000. 310p.

Page 186: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

184

DIAGNÓSTICO SOBRE MANEJO SANITÁRIO ANIMAL EM PROPRI EDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS

Luane Stefane Miranda Santos1, Roseane Aparecida Santos2, Antonina de Fátima Esteves dos Santos2, Nayane

Jorge Silva1, Eliane Macedo Sobrinho Santos3, Hércules Otacílio Santos4 1Estudantes do Curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica – Jr e Iniciação Científica Voluntária. Email: [email protected]. 2Acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí. Email: [email protected]; [email protected]. 3Professora do IFNMG/Araçuaí, M.Sc. Ciências Agrárias. Email: [email protected] 4Professor da Funorte/Montes Claros, M.Sc. Biotecnologia. Email: [email protected] Resumo: O objetivo deste trabalho consistiu em identificar as práticas de manejo sanitário atualmente adotadas, pelos produtores rurais do município de Araçuaí – MG, para o controle das principais enfermidades que acometem os rebanhos da região, de forma a relacionar as práticas de manejo sanitário identificadas com as desejadas e propor alternativas agroecológicas. A metodologia do trabalho foi dividida em duas etapas. A primeira etapa teve início com a aplicação de questionários. As informações adquiridas foram armazenadas em um banco de dados, utilizando o Excel 2007. A segunda etapa consistiu na avaliação das práticas de manejo sanitário identificadas em relação às desejadas. A partir da aplicação do questionário aos 32 proprietários rurais, em sua maioria com Ensino Fundamental Incompleto, foi possível obter os seguintes resultados: a pecuária mostrou-se diversificada, sendo os bovinos a principal espécie animal criada em 100% das propriedades visitadas. A produção de leite e carne são os tipos de atividades de exploração oriundas da bovinocultura, sendo o sistema de criação predominante em todas as propriedades o extensivo (96%). As enfermidades que mais preocupam os produtores da região são a presença de ectoparasitas (22%), tristeza parasitária (16%), infecções inespecíficas (14%), febre aftosa (11%), carbúnculo sintomático (11%) e raiva (7%). O que demonstra a necessidade de novas alternativas agroecológicas de tratamento para doenças dos animais de produção. Palavras–chave: sanidade, agroecologia, produção animal

Introdução

Muitos relatos afirmam que as enfermidades animais são responsáveis por perdas econômicas significativas na pecuária. Estas perdas ocorrem em função da redução na produção de leite, diminuição no ganho de peso, depreciação da qualidade da pele e do couro, queda nas taxas de fertilidade, gastos com medicamentos e, até mesmo, por aumento da mortalidade (BRESCIANI et al., 2003). Quando os produtores optam pelo tratamento de muitas enfermidades animais, geralmente é o clássico. O que significa dizer que utilizam drogas farmacêuticas convencionais que além de elevarem o custo de produção, comprometem o ecossistema através da persistência de seus resíduos, provocam graus de intoxicação variados, dificultam o escoamento da produção devido, também a persistências de seus resíduos nos subprodutos de origem animal e, de forma extremamente efetiva induzem ao aparecimento de microrganismos resistentes (URQUHART et al., 1996).

As práticas alternativas de prevenção e controle sanitário, que incluem a homeopatia, fitoterapia assim como a utilização de outros compostos presentes na propriedade, são estratégias que substituem os medicamentos alopáticos, em função de seu menor custo e por não eliminarem resíduos de medicamentos. Isso possibilita que os produtos de origem animal possam ser consumidos sem riscos à saúde humana e ao ambiente (CAMPANHOLA e VALARINI, 2001). Por isso, é importante desenvolver tecnologias dentro de um sistema de produção agroecológico para que as perdas produtivas não sejam grandes e a exploração da propriedade como um todo, continue sendo feita de forma racional. Preservando, dessa forma, a natureza e oferecendo para o consumidor um produto livre de resíduos que até então pouco se conhece sobre a ação dos mesmos para a saúde humana (LUND e ALGERS, 2002).

Page 187: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

185

Assim, este trabalho teve por objetivo identificar as práticas de manejo sanitário atualmente adotadas, pelos produtores rurais do município de Araçuaí – MG, para o controle das principais enfermidades que acometem os rebanhos da região, de forma a relacionar as práticas de manejo sanitário identificadas com as desejadas e propor alternativas agroecológicas.

Material e Métodos

Este estudo foi realizado no Município de Araçuaí que está localizado no Nordeste do Estado de Minas Gerais, na microrregião do Médio Jequitinhonha, bem no centro do Vale do Jequitinhonha, e, por isso, polariza vários municípios do Médio Jequitinhonha.

O trabalho teve início com a aplicação de questionários aos proprietários das propriedades produtoras de animais de produção, tais como: bovinos, caprinos, ovinos, suínos, peixes, aves e abelhas. O questionário abordou, além do perfil socioeconômico dos produtores rurais, tipo de criação, manejo sanitário, doenças que acometem os animais, formas de tratamento e produtos químicos utilizados. Neste questionário foi dado ênfase ao levantamento dos problemas sanitários que afetam os animais de produção das propriedades participantes do projeto, ressaltando os principais problemas ou entraves que eles enfrentam na criação animal. As informações do questionário aplicado em cada propriedade foram armazenadas em um banco de dados, utilizando o Excel 2007.

Após a realização do levantamento das práticas de manejo sanitário utilizadas pelos produtores rurais entrevistados, por meio da aplicação dos questionários, as mesmas foram avaliadas confrontando-as com as práticas de manejo sanitário agroecológico desejadas. Sendo as análises realizadas nesta etapa, a base para propor as medidas alternativas de controle sanitário para cada propriedade.

Resultados e Discussão

As entrevistas semi-estruturadas, por meio da aplicação de questionários, realizadas em 32 propriedades rurais, sendo que em algumas ocasiões os próprios proprietários responderam e em outras seus vaqueiros, no qual 87,5% dos entrevistados eram do sexo masculino e 12,5%, do sexo feminino. A escolaridade da maioria dos entrevistados é o Ensino Fundamental Incompleto, 72%, 13% não relataram sua escolaridade, 9% informaram ter ensino fundamental completo e apenas 6% possuíam ensino técnico. Com uma renda mensal variando de 622,00 a 3.000,00 reais. As propriedades rurais selecionadas para fazerem parte da pesquisa foram aquelas que possuíam com atividade principal, a criação de animais de produção. Embora, 59% propriedades tenham apresentado a integração entre lavoura e pecuária e 41%, a pecuária com atividade principal. A pecuária exercida nas propriedades mostrou-se diversificada, abrangendo as seguintes espécies animais: caprinos 8%, suínos 26%, aves 37%, abelhas 2%, equinos 27% e, bovinos que foi a principal espécie animal criada em 100% das propriedades visitadas. Dentre os tipos de exploração oriundos da bovinocultura, foi relatado entre os produtores entrevistados, a exploração de leite por 45% destes, de corte por 6% e de mista por49%, sendo o tipo de criação predominante em todas as propriedades o extensivo 94% e os 6% restantes o semi-confinamento.

Quanto ao estado sanitário dos animais mantidos nas propriedades, os produtores rurais relataram algumas doenças / distúrbios que os preocupavam, conforme verificado tabela 1, e que algumas delas, ocorriam com frequência na região.

Page 188: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

186

Tabela 1 Informações acerca do controle sanitário empregado pelos produtores rurais entrevistados

O elevado índice de enfermidades que acometem os animais de produção estudados evidência a necessidade da adoção de novas práticas de manejo sanitário alternativo. Em um trabalho de comparação entre sistema de produção convencional referente à incidência de doenças, Sundrum (2010) descreve que em sistemas produção orgânica a incidência de doenças metabólicas é menor. Isso deve-se, possivelmente, ao fato da menor produção neste sistema. O autor também aponta que alguns problemas de saúde animal podem ser menores no sistema orgânico, afinal o sistema exige maior qualificação do produtor, garantindo assim que as medidas profiláticas sejam executadas de maneira satisfatória. Neste contexto, as práticas de manejo sanitário agroecologicas tornam-se viáveis a produção animal, visto que a adoção da agroecologia como sistema de produção deve-se por considerar o sistema agrícola convencional produtivo apenas quando só considera o custo de produção, e não o passivo ambiental gerado, além de que este sistema recarrega-o sobre as futuras gerações e ser um modelo insustentável em longo prazo.

Conclusões

A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que as práticas de manejo são produtos de um comportamento sociocultural e que os produtores da região estudada, há muito tempo deixaram de lado a utilização de plantas medicinais, aderindo à terapia química. Identificar e compreender os usos e costumes dos agricultores que geram essas práticas facilita a percepção de que aspectos dessas práticas devem ser modificados para que um sistema agroecológico seja implantado. A sanidade é uma forte candidata a ser responsável pelo baixo desempenho dos animais de produção da mesorregião do Vale Jequitinhonha, sobretudo do município de Araçuaí. Ademais, acrescenta-se que a população da mesorregião do Vale do Jequitinhonha tem baixo poder aquisitivo. E para exercer as atividades necessárias para a produção rural, o pequeno produtor da região de Araçuaí, depara-se com o alto custo de produção, o preço dos medicamentos para os animais, o que os deixa receptivos à novas alternativas de tratamento para doenças dos animais de produção, como o manejo sanitário agroecológico.

Agradecimentos

Ao IFNMG pelo apoio financeiro e logístico.

Page 189: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

187

Literatura citada BRESCIANI K.D.S., FREITAS D., BUZZULINI C., CHECHI J.P., SILVA G.S., COSTA G.H.N., OLIVEIRA G.P. & COSTA A.J. 2003. Efeito da associação ivermectina + abamectina (3,5%) no desenvolvimento ponderal de bezerros Nelore mantido sob pastejo. Hora Vet. 23(5):36-40. CAMPANHOLA, C.; VALARINI, P.J. A agricultura orgânica e seu potencial para o pequeno agricultor. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.18, n.3, p.69-101, set./dez. 2001. Disponível em: http://atlas.sct.embrapa.br. Acesso em: julho de 2006. LUND,V. e ALGERS,B. Research on animal health and welfare in organic farming. A literature review. Livestock Production Science. v. 80, n.1/2, p. 55-68, 2003. URQUHART, G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J.L.; JENNINGS, F.W. Parasitologia Veterinária, 2ª Ed. Ed. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, p. 273, 1996.

Page 190: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

188

ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DO SOLO SOB FORRAGEIRA I RRIGADA (Panicum maximum) E PASTEJO ROTACIONADO VISANDO A PRODUÇÃO DE

LEITE NA REGIÃO DO BAIXO JEQUITINHONHA¹ Mairon Neves de Figueiredo2, Laureni Maria de Oliveira3, Ricardo de Matos Silva3, Joan Brálio Mendes Pereira

Lima4, Vico Mendes Pereira Lima5 1Projeto financiado pela Coordenadoria de Pesquisa do IFNMG Campus Almenara. 2Aluno do IFNMG Campus Almenara e bolsista do CNPq. Email: [email protected] 3Alunos do IFNMG Campus Almenara e bolsistas do IFNMG Campus Almenara. Email: [email protected], [email protected] 4Professor do IFNMG Campus Almenara. Médico Veterinário, M.Sc., Doutor em Zootecnia. Email: [email protected] 5Professor do IFNMG Campus Almenara. Engenheiro Agrícola, M.Sc., Doutor em Ciência do Solo. Coordenador do projeto. Email: [email protected] Resumo: Apesar da importância das pastagem para atividade pecuária, tanto no estudo quanto no estado como em todo o Pais, tem-se observado uma elevada degradação física, provocada principalmente pela compactação dos solos, devido ao pastejo incorreto, em condições inadequadas de umidade e uma degradação química provocada pela deficiente manutenção da adubação. Assim, este trabalho tem por objetivo avaliar as alterações físico-químicas do solo, em três áreas, sob forrageiras irrigadas (Panicum maximum) e pastejo rotacionado visando a produção de leite na região do Baixo Jequitinhonha. Foram realizadas a descrição morfológica e classificação dos solos, a avaliação do desenvolvimento radicular do Panicum maximum, a avaliação da produtividade da cultura e as determinações físicas e químicas de laboratório. As amostragens dos solos foram realizadas durante a estação seca do ano de 2012, onde se inicia o momento de maior importância da irrigação, e o projeto se mostra de grande impacto sobre produção se comparada a criações normais a pasto. Foram coletadas, nas profundidades de 0-10, e 20-30 cm, 3 amostras indeformadas em anéis volumétricos de 100mm de diâmetro por 100mm de altura com o monitoramento da unidade e 3 amostras deformadas, em 3 repetições para cada profundidade, totalizando 18 amostras de solo. A hipótese principal e que o uso intensivo do solo em sistemas de produção com forrageiras irrigadas e pastejo rotacionado provoca degradação dos atributos físico-químicos reduzindo a capacidade produtiva e as funções ambientais do solo. Palavras–chave: pastejo-rotacionado, estrutura do solo, degradação física do solo, manejo do pastejo.

Introdução

As pastagens de gramíneas, quando bem formadas e conduzidas, representam um componente ambiental importante pelo papel que exercem na cobertura dos solos, pela ação de suas raízes na formação e estabilização dos agregados e quebra de estruturas compactadas. Deste modo e possível associar o desenvolvimento radicular ao crescimento aéreo e a maior produção vegetal, porém este potencial benefício não é verificado quanto o manejo do pastejo não respeita a capacidade de suporte de carga do solo e os limites físico-químicos do solo.

Material e Métodos

O experimento está localizado em áreas regionais que adotam o programa de produção leiteira “balde cheio”. Após mapear a localização de produtores que utilização do programa o grupo buscou implantar no instituto uma área que reproduzisse as mesmas condições químicas e físicas do solo, adotando um sistema semelhante ao planejado no programa “Balde Cheio”. Nos locais escolhidos foram coletadas, por meio dos anéis, 3 amostras indeformadas de solo a 0-10 cm, 3 amostras de solo a 20-30 cm e foram cortados 5 touceiras escolhidas ao acaso que possam representar o experimento testado. Considerando como parte aérea toda a área da forrageira acima de 10 cm. Através das amostras obtidas foi avaliado o crescimento da forrageira Panicum maximum cv. Mombaça por meio do crescimento radicular e relacionando

Page 191: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

189

com o crescimento aéreo. Com as amostras de solo e de parte aérea serão avaliado suas características físico-químicas através de analises laboratoriais descritas em artigos.

Resultados e Discussão

O projeto ainda está em andamento, em fase de análise de amostras coletadas. Sendo assim ainda não se tem um resultado preciso. Mesmo sobre adversidades o grupo de pesquisadores já tem resultados preliminares que apontam que sobre o pastejo rotacionado proposto pelo projeto “Balde Cheio” as raízes da forrageira Panicum maximum apresentam-se super concentradas em camadas superficiais e sob um manejo incorreto ou que induz uma superlotação animal, essas raízes se tornam cada vez mais prejudicadas.

Assim o uso abusivo destes solos exigem cada vez mais adubações ao ponto de tornarem o ciclo de produção da forrageira cada vez mais caro, por gastos promovidos por um manejo (corte e restauração da cultura). Assim o projeto por mais que se mostre altamente produtivo após 4 anos de condução, pode com o tempo provocar maiores gastos e perdas devido ao uso continuo e desenfreado de adubos e de pastejo superconcentrado em um pequeno local, que aumentam cada vez mais a compactação do solo.

Considerações

Foi possível observar que o sistema “Balde Cheio” apresenta enormes vantagens se comparados a sistemas a pasto de produção de leito, porem o uso inadequado e uma falta de controle na condução da forrageira, adubação e irrigação, causam enormes desperdícios ou perdas produtivas.

Deste modo a forrageira por mais que apresente uma genética altamente produtiva, se conduzida de maneira incorreta, não apresenta ganhos esperados capazes de suprir os gastos. Assim são necessários mais estudos e procedimentos que avaliem o que ocorre com a condução do programa “Balde Cheio” na região do Baixo Jequitinhonha que apresenta um grande potencial para a produção leiteira que pode ser significativamente elevada em épocas secas, que são comumente severas na região.

Agradecimentos

Agradecemos aos Programas Institucionais da FAPEMIG, CNPq e IFNMG pelo apoio

financeiro na condução deste projeto.

Literatura citada EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisas de Solos. Manual de métodos de análises de solo, 2.ed., Rio de Janeiro, 212p, 1997. IMHOFF, S.; SILVA, A.P.; TORMENA, C.A. Aplicações de curva de resistência no controle da qualidade física de um solo sob pastagem. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.7, p.1493- 1500, 2000. LEÃO, T.P.; SILVA, A.P.; MACEDO, M.C.M.; IMHOFF, S.; EUCLIDES, V.P.B. Intervalo hídrico ótimo na avaliação de sistemas de pastejo contínuo e rotacionado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v.28, p.415-423, 2004.

Page 192: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

190

MAGALHÃES, E. N. ; OLIVEIRA, G. C. ; SEVERIANO, Eduardo C. ; COSTA, K. A. P. ; CASTRO, M. B. Recuperação estrutural e produção de capim-tifton 85 em um argissolo vermelho-amarelo compactado. Ciência Animal Brasileira. (UFG), v. 10, p. 68-76, 2009. OLIVEIRA, G.C.; DIAS JÚNIOR, M.S.; RESCK, D.V.S.; CURI, N. Caracterização química e físico-hídrica de um Latossolo Vermelho após vinte anos de manejo e cultivo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28, p.327-336, 2004.

Page 193: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

191

AVALIAÇÃO DE RECURSOS FORRAGEIROS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NO VALE DO JEQUITINHONHA¹

Matheus Gobira Lacerda2, Leandro Mendes Brito3, Otavio Batista Neres Neto3, Bianca Kastembal4, Joan Brálio

Mendes Pereira Lima5, Vico Mendes Pereira Lima6 1Projeto financiado pela Coordenadoria de Pesquisa do IFNMG Campus Almenara 2Aluno do IFNMG Campus Almenara e bolsista do CNPq. Email: [email protected] 3 Alunos do IFNMG Campus Almenara e bolsistas do IFNMG Campus Almenara. Email: [email protected], [email protected] 4 Aluna do IFNMG Campus Almenara e estagiária voluntária. Email: [email protected] 5Professor do IFNMG Campus Almenara. Médico Veterinário, M.Sc., Doutor em Zootecnia. Coordenador do projeto. Email: [email protected] 6Professor do IFNMG Campus Almenara. Engenheiro Agrícola, M.Sc., Doutor em Ciência do Solo. Email: [email protected] Resumo: O projeto tem objetivo avaliar os efeitos do diferimento de pastagem de Brachiaria decumbens em diferentes períodos e estratégias de manejo, durante a transição águas-seca. Espera-se disponibilizar aos produtores rurais uma tecnologia viável de manejo de pastagens e formar um banco de dados sobre as práticas de diferimento aplicáveis à região do Médio-Baixo Jequitinhonha. Palavras-chave: diferimento, braquiária, pastagens

Introdução

O Vale do Jequitinhonha apresenta grande potencial para a produção de bovinos em pastagens. No entanto, possui dificuldades ligadas às condições climáticas, baixa utilização de tecnologias, pouca assistência técnica e carência de mão de obra qualificada, assim tal potencial é prejudicado, comprometendo a viabilidade econômica desta atividade rural. As pastagens constituem a base da alimentação dos ruminantes em nosso país e região. Contudo, o regime pluviométrico irregular prejudica a produção de forragem para o período seco (Euclides et al., 2007).

Quando bem manejadas as pastagens propiciam aumentos na produtividade, na rentabilidade e diminuição dos gastos alimentares. Diversas tecnologias podem ser implantadas, de forma a contribuir para o desenvolvimento regional. No entanto, muitos produtores ainda procuram a “forrageira ideal”, deixando de lado a possibilidade de melhor utilização de alternativas no manejo e de tecnologias, para garantir a alimentação animal para o período seco. Aliado a isso, observa-se uma grande carência de pesquisas aplicáveis às realidades do Médio-Baixo Jequitinhonha. Dentre as tecnologias disponíveis, o diferimento se destaca por sua praticidade e baixo custo (Lima et al., 2012). O diferimento das pastagens ou “feno em pé” consiste em suspender a utilização de parte da área do pasto, em algum momento da estação das águas, geralmente, no final do verão e/ou no outono. Dessa forma, é possível reservar o excesso de forragem produzida no período das chuvas, para pastejo direto durante o período de escassez (Santos et al., 2009).

Materiais e Métodos O projeto de campo foi conduzido no período de fevereiro a julho de 2012, no Campo

Agrostológico do IFNMG_Campus Almenara. Avaliaram-se os efeitos do diferimento em diferentes períodos e estratégias de manejo, em pastos de capim braquiária (Brachiaria decumbens), durante o período de transição águas-seca.

Page 194: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

192

A área experimental foi dividida em 24 canteiros, com dimensões de 2x2m. Foram avaliados dois períodos de diferimento, 90 e 130 dias, e quatro tratamentos: 1. Sem adubação N e irrigação (Controle); 2. Adubação de 50kg.ha-¹ de N; 3. Adubação com 100kg.ha-¹ de N; 4. Adubação com 50kg.ha-¹ de N + irrigação, sendo três repetições representadas por cada canteiro experimental. O período de irrigação dos canteiros aconteceu durante os primeiros 45 dias do início do diferimento, sendo o manejo de irrigação realizado buscando-se manter sempre 80% da capacidade de campo da pastagem. Visando eliminar possíveis efeitos de borda dos canteiros, em cada canteiro foi descartada a área de borda de 0,5m, sendo avaliada a área útil de 1x1m, perfazendo, portanto, 1m².

No fim dos períodos foi avaliada tanto a parte aérea como a parte radicular. Na parte aérea será determinada a matéria seca das porções folha verde, colmo e material morto, a produção de matéria seca/hectare e o valor nutritivo. Para a determinação da matéria seca foi utilizada a metodologia descrita pela Embrapa, no Circular Técnica 33, em que prevê a secagem em forno de microondas doméstico (Souza et al., 2002). No procedimento, a amostra é colocada no forno microondas e submetida a uma rampa de aquecimento. As análises químico-bromatológicas serão realizadas no laboratório da Escola de Veterinária da UFMG. Na porção radicular, as amostras de solo foram pré-secas, na estufa aquecida a 105°C, e posteriormente separadas as raízes do solo. Com isso, as raízes eram secas na estufa a mesma temperatura por 72 horas e os solos por 24horas, para assim determinar a matéria seca de raiz e a densidade do solo.

Resultados e Discussão

Com o desenvolver do projeto observou-se, a nível de campo, que as estratégias de adubação e irrigação se destacaram em relação ao controle, quando a produção de matéria seca por hectare, mostrando o quanto a irrigação ou adubação provem vantagens ao crescimento forrageiro.

A nível de campo, observou-se que a estratégia de manejo que teve melhor desenvolvimento forrageiro foi com pastos adubados com 100kg.ha-¹ de N e diferidos por 90 dias. Os pastos que foram irrigados e adubados com 50kg.ha-¹ apresentaram tombamento do capim, o que prejudica a estratégia de diferimento, uma vez que, pode aumentar a quantidade de material morto e com isso, diminuir a eficiência de utilização da forragem. Cabe ressaltar que não podemos afirmar qual a melhor estratégia de manejo de diferimento a ser recomendada para produtores da região, pois as análises de determinação da matéria seca, da produção, do valor nutritivo e do perfil do solo ainda não foram ainda realizadas, bem como as análises estatísticas de comparação dos dados.

Considerações Finais Os sistemas produtivos de bovinos do Médio-Baixo Jequitinhonha são carentes de

tecnologias que atendam suas realidades e principalmente, que possuam viabilidade econômica em sua implantação. Dentre as tecnologias de conservação de volumosos para alimentação no período seco, o diferimento de pastagens apresenta grande potencial de uso na bovinocultura de Corte e Leite.

Com o presente trabalho, almeja-se iniciar uma série de pesquisas, a serem conduzidas no IFNMG_Campus Almenara e em propriedades da região do Médio-Baixo Jequitinhonha, com a proposta de gerar e difundir tecnologias viáveis aos produtores e sistemas produtivos regionais.

Page 195: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

193

Agradecimentos Agradecemos o apoio concedido pelo CNPq e IFNMG_Campus Almenara pela

concessão das bolsas de iniciação científica e financiamento do projeto e a Escola de Medicina Veterinária da UFMG.

Literatura citada EUCLIDES, V.P.B.; FLORES, R.; MEDEIROS, R.N.; et al. Diferimento de pastos de braquiária cultivares Basilisk e Marandu, na região do Cerrado. Pesq. Agropec. Bras., v.42, p.273-280, 2007. LIMA, J.B.M.P.; MARTHA JÚNIOR, G.B.; et al. Suplementação de novilhos Nelore sob pastejo, no período de transição águas-seca. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.64, n.4, p.943-952, 2012. SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.; et al. Produção de bovinos em pastagens de capim-braquiária diferidas. R. Bras. Zootec., v.38, p.635-642, 2009. SOUZA, G.B.; NOGUEIRA, A.R.A.; RASSANI, J.B. Determinação de matéria seca e umidade em solos e plantas com forno de microondas doméstico. Embrapa. Circular Técnica, n° 33. 9p. 2002.

Page 196: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

194

Área temática: Recursos Hídricos

Page 197: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

195

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DO EUCALIPTO PARA A S REGIÕES DE TAIOBEIRAS E SALINAS (2008-2010)

Glauson Wesley Lacerda Dutra¹, Pedro Henrique de Melo Rocha¹, Celina Arcanjo dos Santos2, Marcelo

Rossi Vicente3 1 Estudantes Tec. em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsistas do PIBIC-Jr/IFNMG/FAPEMIG. Email: [email protected] , [email protected] 2 Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG/FAPEMIG. Email: [email protected] ³ Professor, Eng. Agrônomo, D.Sc Eng. Agrícola - IFNMG/Salinas. Email: [email protected] Resumo: A relação entre a disponibilidade hídrica e a produtividade florestal é concernente aos efeitos diretos e indiretos da deficiência de água no crescimento das árvores. O presente estudo tem por objetivo estimar a demanda de água na cultura do eucalipto para as Regiões de Salinas e Taiobeiras no Norte de Minas Gerais. Após a análise do triênio 2008-2010, observaram-se que os valores estimados de ETc são próximos as precipitações, com exceção do ano de 2010. Observou-se também um grande período de déficit hídrico a partir de maio estendendo-se até os meses de novembro, independente do ano. A baixa precipitação, em 2010, aliada ao período de déficit pode justificar a mortalidade de florestas nas regiões em estudo. Palavras–chave: Eucaliptus SP, Norte de Minas, déficit hídrico

Introdução

O setor de florestas plantadas no Brasil desempenha um papel fundamental no cenário socioeconômico do país, ao contribuir com a produção de bens e serviços, agregação de valor aos produtos florestais e para a geração de empregos, divisas, tributos e renda. Em 2006, o setor produziu R$ 9,2 bilhões de tributos e exportou US$ 7,4 bilhões, gerando cerca de 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos (AMS, 2007).

Segundo inventário dos reflorestamentos de Minas Gerais, realizado em 2005, aproximadamente 24% das florestas de eucalipto estão na mesorregião do Norte de Minas (INDI, [20--]). Souza et al. (2006) afirmaram que a relação entre a disponibilidade hídrica e a produtividade florestal é concernente aos efeitos diretos e indiretos da deficiência de água no crescimento das árvores.

Estabelecer relações entre as necessidades hídricas da cultura do eucalipto e a disponibilidade de água no solo pode contribuir na predição do potencial produtivo dos plantios florestais, tendo em vista que as distintas condições climáticas, às quais a cultura está exposta nas diversas regiões em que é feito seu cultivo, influenciam na sua produtividade e duração do ciclo (ALVES, 2009). Em decorrência dos aspectos abordados, o presente estudo tem por objetivo estimar a demanda de água na cultura do eucalipto para as Regiões de Salinas e Taiobeiras no Norte de Minas Gerais.

Material e Métodos

As localidades e regiões de interesse da Pesquisa 1 serão Salinas-MG e Taiobeiras - MG durantes os anos de 2008 a 2010, em função de possuírem um banco de dados climáticos. As estimativas da evapotranspiração de referência (ETc) foram realizadas pelo software Irriplus (MANTOVANI et al, 2009) utilizando uma série de dados climáticos diários da estação localizada em Salinas, cedidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e para Taiobeiras utilizou-se uma série de dados climáticos diários obtidos em uma estação Davis localizada em uma propriedade rural. Os dados climáticos diários disponíveis para a estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) foram: temperaturas máxima, mínima e

Page 198: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

196

média do ar, radiação, umidade relativa e velocidade média do vento, além de precipitação. Para a estimativa de evapotranspiração da cultura (ETc) do eucalipto utilizou-se a metodologia proposta por Allen et al. (1998) apresentada na Equação 1. ETc = ETo x Kc x Ks Eq. 01 em que: ETc = evapotranspiração da cultura, mm d-1; ETo = evapotranspiração de referência, mm d-1; Kc = coeficiente da cultura, adimensional. Ks = coeficiente de estresse hídrico, adimensional.

Para a determinação da ETc utilizou-se o valor de Kc corresponde a 1,1 para florestas acima de 3 anos (DESCHEEMAEKER et al. 2011) e o valor de Ks igual a 0,5, uma vez que não encontra-s na literatura valores de Ks para cultura de sequeiro, com o caso.

Resultados e Discussão

Observa-se na Tabela 1 os valores totais de evapotranspiração de referência (ETo), da cultura (ETc) e de precipitação nos anos em estudo para Salinas e Taiobeiras. A maior demanda foi encontrada para a cidade de Salinas, que também apresentou as maiores precipitações. Tabela 1 – Totais de evapotranspiração de referência (ETo) e do eucalipto (ETc) e precipitação total para os anos em estudo.

Para as duas regiões em estudo, observou-se que os maiores valores de ETo ocorreram nos períodos que apresentaram maiores temperaturas médias, como demonstra a Figura 1, como se esperava, umas vez que a temperatura exerce grande influencia sobre a ETo.

Figura 1 – Temperaturas médias (°C) e evapotranspiração de referência (mm d-1) para as regiões de Salinas e Taiobeiras.

Page 199: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

197

Os valores totais de precipitação foram de 2283,7 e 2498,18 mm para Salinas e Taiobeiras, respectivamente, sendo a concentração das precipitações nos meses de novembro a março (Figura 2).

Figura 2 – Totais de precipitação, em mm, mensais para Salinas e Taiobeiras.

Conclusões

De posse dos resultados, pode-se concluir que os valores estimados de ETc são próximos as precipitações, com exceção do ano de 2010. Observa-se também um grande período de déficit hídrico a partir de maio estendendo-se até os meses de novembro, independente do ano. A baixa precipitação, em 2012, aliada ao período de déficit pode justificar a mortalidade de florestas nas regiões em estudo.

Agradecimentos

À FAPEMIG, pelo apoio financeiro, e a todos que colaboraram direta e indiretamente neste trabalho.

Literatura citada ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Guidelines for computing crop water requeriments. Rome: FAO, 1998. 308 p. (FAO Irrigation and Drainage, 56). ALVES, M. E. B. Disponibilidade e demanda hídrica na produtividade da cultura do eucalipto. 2009. 136p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE SILVICULTURA – AMS. Florestas plantadas: um compromisso com o desenvolvimento social. Belo Horizonte, 2007. 32 p. DESCHEEMAEKER, K.; RAES, D.; ALLEN, R.; NYSSEN, J.; POESEN, J.; MUYS. B.; HAILE, M.; DECKERS, J. Two rapid appraisals of FAO-56 crop coefficients for semiarid

Page 200: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

198

natural vegetation of the northern Ethiopian highlands. Journal of Arid Environments, Amsterdam, v.75, p. 353-359, 2011 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE MINAS GERAIS. Dimensionamento do potencial de oferta e demanda por produtos florestais nas Mesorregiões do Norte de Minas, Vale do Rio Doce, Jequitinhonha e Mucuri. Disponível em: <www.indi.mg.gov. br/img/estudos/57Analisecadeiasilvicultura.pdf> Acesso em 26 fev. 2012. MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios e métodos. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2009. 355 p. SOUZA, M.J.H.; RIBEIRO, A.; LEITE, H.G.; LEITE, F.P.; MINUZZI, R.B. Disponibilidade hídrica do solo e produtividade do eucalipto e, três regiões da Bacia do Rio Doce. Revista Árvore, Viçosa, v. 30, n. 3, p. 399-410, 2006.

Page 201: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

199

CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO USO DE ÁGUAS SUBTER RÂNEAS PARA CONSUMO HUMANO NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE S ALINAS -

MG: QUANTIDADE E QUALIDADE

Hugo Henrique Cardoso de Salis1, Mariana Caroline Moreira Morelli1, Isaac Alves Oliveira1, Rafaela Letícia

Ramires Cardoso1, Ronaldo Medeiros dos Santos2, Wagner Patrício de Sousa Júnior2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Extensão - PIBEX . Email: [email protected];[email protected];[email protected];[email protected] 2Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected] Resumo: O presente trabalho procurou caracterizar e diagnosticar qualitativa e quantitativamente a utilização de águas subterrâneas para consumo humano na zona rural do Município de Salinas – MG. A metodologia utilizada compreendeu-se em campanhas de campo, coletas de amostras e observações in situ, bem como trabalhos de laboratório e escritório com o intuito de obter informações e sistematizá-las para compor o banco de dados georreferenciados que, por sua vez, permitiu a confecção de mapas de Risco de Contaminação e Superexploração das águas subterrâneas. Tais mapas foram integrados com informações básicas sobre o abastecimento e fornecimento de água tratada no município para a elaboração do Mapa de Risco de desabastecimento. Os resultados obtidos revelaram que esse tipo de intervenção permite realizar avaliações de parâmetros e de características que ilustram a realidade da forma e do tipo de manejo do recurso natural nessas localidades. Existem localidades rurais com um alto risco de desabastecimento, o que preocupa devido ao fato dos possíveis impactos serem ocasionados por atividades antrópicas, apontando para a necessidade de ações mais efetivas para um melhor gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos. Palavras–chave: Água subterrânea, contaminação, superexploração

Introdução

As águas subterrâneas constituem a maior parte das reservas de água doce potencialmente aproveitáveis do planeta. Tal fato implica em uma grande importância, que tem crescido tendo-se em vista o cenário atual e as tendências futuras de esgotamento das reservas superficiais, armazenadas em rios e lagos (Bekesia e McConchieb, 1999; Scanlon et al., 2005; Takounjou et al., 2011).

Mesmo evidenciando-se o seu papel ecológico, econômico e social, é cada vez maior a degradação das suas fontes, os aqüíferos, seja por contaminação decorrente de atividades humanas, ou por exploração intensiva e desordenada. Esse cenário é resultado de um histórico de exploração empírica, improvisada e não controlada, assim como também da falta de planejamento do uso e ocupação do solo (Rebouças, 2002). Em localidades rurais, espera-se uma freqüência maior de contaminantes como, por exemplo, nitrato, defensivos e microorganismos patogênicos, devido à prática de atividades agrícolas, à presença de animais e à falta de saneamento básico adequado. Nesse caso, deve-se considerar que eventos de contaminação ou super-exploração representam um sério risco de perda definitiva de um manancial subterrâneo, uma vez que a recuperação de aqüíferos, em termos de quantidade e qualidade, pode ser impraticável do ponto de vista técnico e/ou econômico (Bekesia e McConchieb, 1999).

Diante do exposto e da atual conjuntura, de busca da sustentabilidade e da otimização de recursos, é evidente que a melhor solução para a exploração sustentável das águas subterrâneas deve passar, obrigatoriamente pelo gerenciamento. Este, por sua vez, deve ser precedido por estudos diagnósticos ou inventário, para que sejam levantadas as informações necessárias à adoção das medidas cabíveis, preventivas, educativas ou punitivas, que promovam o uso racional e sustentável do recurso natural em discussão. Por fim, a falta de

Page 202: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

200

critério e controle sobre as formas de exploração praticadas (poços tubulares profundos ou poços manualmente escavados) nos referidos locais, termina por ocasionar duas situações de risco, à saúde dos usuários e ao meio ambiente: o consumo de água imprópria, devido à construção e operação de poços sem o devido isolamento sanitário e cuidados com a higiene; a conversão de poços “mal operados” e/ou abandonados em focos de contaminação de todo o aqüífero. Este é o contexto geral no qual se situa o presente projeto.

Material e Métodos

A área de trabalho abrangeu a zona rural do Município de Salinas, que está localizado na porção norte do Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas 16º04’47’’ e 16º07’12’’ S e 42º25’04’’ e 41º50’56’’ O, com área de 1.887,646 km² (IBGE, 2010). O material utilizado na execução do projeto compreendeu: (a) um receptor GPS do tipo navegação, utilizado para o rastreamento das coordenadas geográficas dos poços, (b) uma trena graduada de 50 metros acoplada a um peso metálico, para a medição do nível freático, (c) recipientes de vidros, esterilizados, para a coleta e armazenamento das amostras de água subterrânea; (d) uma caixa térmica de isopor e compressas de gelo para a conservação das amostras; (e) um software em Sistemas de Informações Geográficas para a confecção de mapas; e (f) uma câmera fotográfica para o registro visual das condições sanitárias dos poços e área de entorno.

Quanto aos métodos executados, realizou-se, primeiramente, o mapeamento dos pontos de captação de águas subterrâneas; a medição do nível freático, coleta de amostras de água e execução de análises de potabilidade, a estimação dos volumes de água extraídos do aqüífero em cada poço e o diagnóstico da qualidade do isolamento sanitário e da higiene no entorno dos poços analisados. Posteriormente, em escritório, foram confeccionados os mapas preliminares de risco de contaminação e de superexploração, bem como um protótipo de uma cartilha ilustrada de boas práticas para o uso racional e sustentável das águas subterrâneas.

Resultados e Discussão

Foram identificadas na área estudada diversas formas de exploração do recurso hídrico subterrâneo, como, por exemplo, poços tubulares profundos, poços freáticos, cisternas, e cacimbas. Os resultados obtidos através da análise microbiológica revelaram que em vários locais há a presença de Coliformes Totais e Coliformes Fecais na água. Quanto às análises físico-químicas, os resultados obtidos revelaram a turbidez (expressa em Unidades Nefelométricas de Turbidez – NTU) como parâmetro que mais apresentou discrepância em relação aos valores máximos permissíveis, estabelecidos pela portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde.

Os resultados sistematizados, obtidos através das observações e medições realizadas in situ, bem como os resultados das análises físico-química e microbiológica das amostras de água subterrânea, coletadas em diferentes pontos estratégicos da área rural do município, foram reunidos para formar o banco de dados georreferenciados para a elaboração dos mapas preliminares de risco de contaminação e risco de superexploração. Estes, por sua vez, foram integrados com informações básicas sobre o abastecimento de água tratada do município para formar o mapa temático de risco de Desabastecimento, conforme ilustra a figura 1.

Page 203: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

201

Figura 1 – Mapa de Risco de Desabastecimento

Observa-se no mapa, elaborado a partir do processo de interpolação de dados, a existência de quatro classes distintas de risco de desabastecimento, quais sejam: Muito baixo, Baixo, Médio e Alto. É possível assinalar que os extremos presentes na identificação de risco consistem, coerentemente, em: (1) áreas habitadas próximas a rios, represas e beneficiadas pelo atendimento da COPASA/COPANOR com um risco muito baixo de desabastecimento; e (2) nas áreas localizadas, aproximadamente, a sudeste do Município, e nas demais áreas ilustradas com a coloração escura, apresentou-se um risco alto em função da presença elevada de micro-organismos e da exploração excessiva e desordenada do recurso, o que gera uma preocupação quanto à saúde dos habitantes das localidades e o risco de contaminação e de esgotamento por superexploração do aquífero.

No que diz respeito às observações e entrevistas realizadas, constatou-se que a falta de conhecimento para o manejo dos poços, a insatisfação com a falta de sistema de abastecimento de água tratada e a insegurança quanto à durabilidade do recurso na propriedade/localidade, foram os problemas mais frequentemente relatados pelas comunidades/localidades visitadas.

Conclusões

As técnicas de coleta, análise e sistematização dos dados obtidos por meio das campanhas de campo foram de grande valia para a elaboração da cartografia de riscos que permitiu diagnosticar e caracterizar o uso de águas subterrâneas para consumo humano na zona rural do Município de Salinas- MG.

Esse é um trabalho preliminar, que devidamente interpretado, poderá ser utilizado pela sociedade e órgãos responsáveis como uma ferramenta do planejamento do uso e exploração das águas subterrâneas, uma vez que a região é desfavorecida de conhecimentos e informações que promovam o uso racional e sustentável do recurso natural em discussão.

Os mapas preliminares de risco de contaminação e superexploração obtidos por meio de técnicas de geoprocessamento poderão ser utilizados como fonte de dados para o desenvolvimento de trabalhos futuros, contribuindo assim com a gestão dos recursos hídricos

Page 204: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

202

subterrâneos e melhores condições tanto em questão de quantidade quanto na questão de qualidade da água para a população.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - IFNMG - Campus Salinas pela concessão da Bolsa no Programa Institucional de Extensão (PIBEX/IFNMG). Aos colaboradores pelo empenho e dedicação, aos participantes pela disposição e boa vontade, ao orientador pela confiança e consideração e aos entrevistados pela receptividade e atenção.

Literatura citada BEKEISIA, G.; MCCONCHIEB, J. “Groundwater recharge modelling using the Monte Carlo technique, Manawatu region, New Zealand”. Journal of Hydrology , 224, 137-148.1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, 25 de março de 2005. IBGE. Censo Demográfico 2010. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 >.Acesso em: 01 fev. 2013. REBOUÇAS, A. C. A política nacional de recursos hídricos e as águas subterrâneas. Revista Águas Subterrâneas. (16). p.1-13. 2002; SCANLON, B. R.; REEDY, R. C.; STONESTROM, D. A.; PRUDIC, D. E.; DENNEHY, K. F. Impact of land use and land cover change on groundwater recharge and quality in the southwestern US.Global Change Biology,.11, 1577-1593.2005. TAKOUNJOU, A. F.; NGOUPAYOU, J. R. N.; RIOTTE, J.; TAKEN, G. E.; MAFANY, G.; MARÉCHAL, J. C.; EKODECK, G. E. Estimation of groundwater recharge of shallow aquifer on humid environment in Yaounde, Cameroon using hybrid water-fluctuation and hydrochemistry methods. Environ Earth Sci. 64, 107-118.2011.

Page 205: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

203

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE HARGREAVES PARA A ESTIMATIV A DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O VALE DO JEQU ITINHONHA

Juscelina Arcanjo dos Santos1, Nondas Ferreira da Silva2, Marcelo Rossi Vicente3, Ronaldo Medeiros dos Santos3

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG/FAPEMIG. Email: [email protected] e ²Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBEX/IFNMG. Email: [email protected] ³ Professor D.Sc - IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected] Resumo: Utilizar métodos mais simples de estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) é uma alternativa para pequenos e médios produtores agrícolas uma vez que no Brasil a disponibilidade de informações meteorológicas é reduzida. O presente trabalho tem o objetivo de comparar a evapotranspiração de referência (ETo) calculada por meio de um método simplificado (Hargreaves) ao método-padrão (Penman-Monteith) nos municípios do Vale do Jequitinhonha. Verificou-se que o método de Hargreaves superestima a média diária de ETo, entretanto após o ajuste proposto os valores médios tendem a se aproximar. O método simplificado gerou bons resultados apresentando uma boa correlação com o método padrão. O método de Hargreaves determina valores de estimativa de evapotranspiração de referência confiáveis podendo ser recomendado com seus devidos ajustes como uma alternativa para pequenos e médios produtores agrícolas. Palavras–chave: estações meteorológicas, Salinas, Penman-Monteith

Introdução

A determinação da evapotranspiração de referência (ETo) é um parâmetro básico de extrema importância para a definição das necessidades hídricas das culturas. A utilização de estações meteorológicas automáticas nem sempre é possível em propriedades agrícolas em razão do seu elevado custo inicial e da infra-estrutura necessária, tornando o uso de estações simplificadas que medem temperatura e precipitação uma das únicas opções viáveis. Nesse caso não é possível o emprego da metodologia-padrão, de estimativa de ETo, de Penman-Monteith, sendo necessário o uso de outros métodos mais simples e menos precisos.

Conhecer métodos mais simples de estimativa da evapotranspiração é uma alternativa para pequenos e médios produtores agrícolas uma vez que no Brasil a disponibilidade de informações meteorológicas é reduzida. A confiabilidade da estimativa da evapotranspiração de referência (ETo), pelos métodos simplificados, pode ser definida pelo seu grau de aproximação com o valor estimado pelo método padrão (VESCOVE e TURCO, 2005).

O presente trabalho teve como objetivo comparar a evapotranspiração de referência (ETo) calculada por meio de um método simplificado (Hargreaves) ao método-padrão (Penman-Monteith), além de ter verificado a melhoria dos ajustes para otimização dos métodos simplificados para os municípios do Vale do Jequitinhonha.

Material e Métodos

As localidades e regiões de interesse da pesquisa foram: Araçuaí, Itamarandiba, Diamantina, Pedra azul, Grão Mogol e Salinas. As estimativas da evapotranspiração de referência (ETo) foram realizadas pelo software Irriplus (MANTOVANI et al, 2009), utilizando uma série de dados climáticos diários de estações meteorológicas localizadas nos municípios supracitados, cedidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Os dados climáticos diários disponíveis para a estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) foram: temperaturas máxima, mínima e média do ar, radiação ou horas de brilho solar, umidade relativa e velocidade média do vento.

Page 206: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

204

Os métodos utilizados para estimativa dos valores da ETo foram o método Padrão de Penman-Monteith-FAO (ALLEN et al., 1998) e o de Hargreaves (HARGREAVES e ALLEN, 2003).

Para comparação e análise dos resultados, foram utilizados os critérios propostos por JENSEN et al. (1990), seguindo-se procedimentos empregados por Bonomo (1999) e França Neto et al. (2011), que envolvem o erro-padrão de estimativa (SEE), o erro-padrão de estimativa ajustado (SEEa) e o coeficiente de ajuste das equações lineares completas, bem como os respectivos coeficientes de determinação (r²).

Resultados e Discussão

As análises feitas se referem à comparação do método simplificado de Hargreaves com o método padrão Penman-Monteith baseada nos valores médios diários estimados de ETo (Tabela 1). Verificou-se que o método de Hargreaves superestima a média diária de ETo em todas as localizadas estudadas.

Observou-se que em Itamarandiba e Araçuaí os valores de ETo determinado pelo método de Hargreaves apresentaram os maiores coeficientes de determinação (r²) e maiores valores do erro Padrão (SEE), todavia depois do ajuste os valores tornaram-se bem próximo em relação ao método padrão.

Comparando os valores de SEE com os do erro padrão de estimativa ajustado (SEEa) notou-se que as regiões de Diamantina e Pedra Azul apresentaram menores valores, isso pode indicar que ambos os métodos se aproximaram antes mesmo do método simplificado ser ajustado, como observado para Diamantina na Figura 1.

As regiões de Salinas e Grão Mogol apresentaram menores valores de coeficiente de determinação (r²), no entanto depois do ajuste proposto as regiões apresentaram bons resultados, aproximando da curva do método padrão.

Tabela 1 - Comparação dos valores de ETo estimados pelo método padrão (PM) e pelo método de Hargreaves

Page 207: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

205

Figura 1 - Equação e coeficiente de determinação obtido dos valores de ETo estimada pelo método de Hargreaves, com os valores de ETo diárias determinadas pelo método Penman-Monteith (a) e valores médios diários de ETo (mm d-1) estimados pelos métodos estudados (b), para a cidade de Diamantina – MG.

Conclusões

A partir das análises dos resultados, pode se concluir que o método simplificado superestima os valores de ETo, entretanto gerou bons resultados apresentando uma boa correlação com o método padrão que é comprovada através da regressão linear. Assim, o método simplificado pode ser recomendado para os pequenos e médios produtores agrícolas, das Regiões estudadas, como uma alternativa para a estimativa de ETo.

Agradecimentos

À FAPEMIG, pelo apoio financeiro, e a todos que colaboraram direta e indiretamente neste trabalho.

Literatura citada ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Guidelines for computing crop water requeriments. Rome: FAO, 1998. 308 p. (FAO Irrigation and Drainage, 56). BONOMO, R. Análise da irrigação na cafeicultura em áreas de cerrado de Minas Gerais. 1999. 224p.Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. FRANÇA NETO, A. C.; MANTOVANI, E. C.; VICENTE, M. R.; VIEIRA, G. H. S.; SEDIYAMA, G. C.; LEAL, B. G. Comparação entre métodos simplificados de estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) para regiões produtoras de café brasileiras. Coffee Science, Lavras, v. 6, n. 2, p.159-171, 2011 HARGREAVES, G. H.; ALLEN, R. G. History and evaluation of Hargreaves evapotranspiration equation. Journal of Irrigation and Drainage Engineering, New Yorkk, v. 129, n. 1, p. 53-63, 2003. JENSEN, M.E.; BURMAN, R.D.; ALLEN, R.G. Evapotranspiration and irrigation water requeriments. New York: ASCE, 1990. 332 p.

Page 208: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

206

MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios e métodos. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2009. 355 p. VESCOVE, H. V.; TURCO, J. E. P. Comparação de três métodos de estimativa da evapotranspiração de referência para a região de Araraquara, SP. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 25, n. 3, p. 713-721, 2005.

Page 209: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

207

PRODUÇÃO DE ÁGUA E ALIMENTOS NO SEMIÁRIDO MINEIRO

Marco Aurélio Cardoso Murta1, Taftiany Camila Blum e Silva1, Natalino Martins Gomes2, Adriene Matos dos Santos3, Andressa Silva Santos4

1Acadêmicos de Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG e bolsista de extensão IFNMG – Campus Araçuaí. Email: [email protected] e [email protected] 2Professor do IFNMG/Araçuaí, D.Sc.Engenharia de Água e Solo. Email: [email protected] 3Engenheira agrônoma do IFNMG/Araçuaí. E-mail: [email protected] 4 Estudante do curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio. Bolsista de Iniciação Científica Júnior do IFNMG. Email: [email protected] Resumo: A necessidade de se adaptar a condições adversas faz com que a população do semiárido experimente e desenvolva as mais variadas técnicas de captação e armazenamento dos parcos recursos hídricos que dispõem. As barraginhas, recentemente estão sendo utilizadas não somente para a interceptação do escoamento superficial direto, mas também para a produção de alimentos nas franjas úmidas. Na Fazenda Agroecológica do IFNMG – Campus Araçuaí foi implantado um experimento com a construção de três barraginhas, após, foi feita a caracterização físico-química do sítio experimental. Na área foram cultivadas as culturas de milho e feijão para analise de produtividade, e ocorreu o monitoramento da umidade nas franjas úmidas pelo método padrão de estufa, sendo todo o processo repetido e comparado com a gleba testemunha. As barraginhas demonstraram influência positiva nas avaliações do monitoramento da umidade, apresentando umidade superior à gleba testemunha. Este fato evidencia outro efeito benéfico das barraginhas, devido a maior umidade do solo, as culturas plantadas nas franjas úmidas, milho e feijão, apresentaram maior produtividade quando comparado com a gleba testemunha. Assim, as barraginhas mantêm a água presente no sistema por um maior período, possibilitando que o agricultor familiar do semiárido permaneça na zona rural. Palavras–chave: barraginhas, produção de alimentos, retenção de água

Introdução

A escassez de água no semiárido é um dos principais entraves no que tange à melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. Ao longo dos anos, esta parcela da população tem experimentado diversas alternativas para mitigar os impactos deste fenômeno natural, que não pode ser combatido, mas sim ter seus efeitos amenizados. Cerca de 46% da população do semiárido brasileiro vive em áreas rurais, sujeitas a grande vulnerabilidade social e econômica, assolada também por um conjunto de características climáticas e geomorfológicas peculiares, que resultam em dificuldades de acesso aos recursos hídricos SILVA (2012).

A adoção da técnica das barraginhas ganhou maior visibilidade no início da década de 90, quando, pesquisador da EMBRAPA MILHO E SORGO, passou a difundir essa tecnologia social, treinando multiplicadores para sua replicação. Assim, as barraginhas se popularizaram em várias regiões do Brasil, dentre elas a semiárida, onde as barraginhas são utilizadas não só para interceptação do escoamento superficial direto, mas também, para a produção de alimentos nas franjas úmidas e sedentação de animais.

O motivo da pesquisa justifica-se na necessidade de responder, cientificamente, por quanto tempo as barraginhas garantem a umidade no solo e se este período é suficiente para que as culturas implantadas desenvolvam seu ciclo completamente. Neste contexto, objetiva-se, avaliar o desempenho das barraginhas como alternativa para contenção de água e produção de alimentos no semiárido mineiro e quantificar a produtividade das culturas nas franjas úmidas.

Material e Métodos

O experimento foi implantado na Fazenda Agroecológica do IFNMG – Campus Araçuaí, em Latitude de - 16° 50’ 59”, Longitude de - 42° 04’ 13” e altitude 307 metros, à

Page 210: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

208

margem direita da BR 367, no km 278, sentido Araçuaí - Itaobim. Três barraginhas foram construídas em locais que evidenciaram ser caminho preferencial do escoamento superficial direto. Após a construção das barraginhas foi feita a caracterização físico-química a montante e a jusante dos taludes, a qual esta apresentada na Tabela 1. Tabela 1 Caracterização físico-química a montante e a jusante dos taludes da barraginhas.

A área de cultivo a jusante das barraginhas possui 20 metros de comprimento, no

sentido de maior declividade do terreno (perpendicular ao talude) e 23,4 metros de largura, sendo esta parcela dividida em quatro células de 117,0 m2 cada uma. Nestas células, foram implantadas as seguintes culturas: utilizou-se uma cultivar criola de milho denominada “Sangue de Cristo”, que vem sendo melhorada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçuaí e amplamente plantada pelos agricultores familiares da região. O milho foi consorciado com o feijão de corda, sendo semeado em 16 de novembro de 2011, em espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,20 m entre plantas, conforme recomendações de Landu et al., (2010).

No momento do plantio, foram semeadas três sementes de milho e feijão por cova. Aos 15 dias após a germinação fez-se o desbaste, deixando apenas uma e duas plantas de milho e feijão por cova, respectivamente. As sementes de milho e feijão foram adquiridas junto a agricultores familiares do município de Araçuaí. No momento da semeadura não se utilizou adubos/corretivos, pois a saturação de bases, o pH e a concentração de demais íons no solo, estava aceitável, na faixa recomendada para as culturas, conforme Ribeiro et al.; (1999), não comprometendo o desenvolvimento das culturas implantadas. Os tratamentos testemunha foram instalados em área próxima às barraginhas, porém, não existe uma barraginha a montante.

Após o enchimento das barraginhas, a jusante dos taludes, utilizou-se o método padrão de estufa para monitorar a umidade do solo nas franjas úmidas em uma área de 20 x 22 m (440 m²) em períodos semanais, totalizando 15 pontos de coleta por barraginha. Para avaliar a influência das barraginhas na umidade do solo, monitorou-se a umidade também da gleba testemunha ao lado.

Resultados e Discussão

Observa-se na Figura 1, tendência nítida de comportamento decrescente da umidade do solo no período de 20/01/12 a 20/03/12, o que pode ser explicado pela ausência de precipitações, consequentemente, redução natural do conteúdo hídrico armazenado no solo. Esta tendência foi interrompida no início do terceiro decêndio de março/12, quando se registraram precipitações na ordem de 26 mm.

Page 211: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

209

Figura 1 Comportamento da umidade do solo: A - jusante dos taludes das barraginhas; B - gleba testemunha.

No início do monitoramento da umidade (20/01/2012), todos os pontos a jusante das barraginhas apresentaram umidade superior a 6% (g g-1) chegando a até 13% (g g-1), enquanto na gleba testemunha, os valores da umidade variaram entre 4 a 7% (g g-1), ou seja, as franjas úmidas apresentaram aproximadamente o dobro de umidade em relação à gleba testemunha. Este fato, logo no início das avaliações, demonstra a influência positiva, ou seja, a promoção da infiltração de grandes volumes de água no solo, garantindo assim a presença da água no ecossistema, o que provavelmente influenciará na produtividade das culturas ali implantadas.

Interpretando um pouco mais a Figura 1, nota-se que as barraginhas apresentaram maior teor de umidade nas franjas úmidas entre 15 e 20 m de distancia do talude durante todo o período avaliado. Em uma das barraginhas, observou-se que o comportamento da umidade não foi o mesmo, ou seja, a franja úmida recuou para a faixa de 10 a 20 m de janeiro a maio de 2012, quando a partir de então, recuou para a faixa de 5 a 10 m. Este fato, provavelmente, está associado às dimensões da barraginha (profundidade) e ao relevo do terreno. Entre as três, esta foi a barraginha que apresenta a menor profundidade, fazendo com que à água infiltrada fique mais próxima à superfície, aflorando a uma menor distância do talude.

Observa-se na Figura 2 a produtividade média (kg ha-1) das culturas de milho e feijão nas franjas das barraginhas e na parcela testemunha.

Figura 02 – Produtividade das culturas nas franjas úmidas das barraginhas e na parcela testemunha.

A Figura 2 evidencia o efeito benéfico e o aumento do potencial produtivo de alimentos nas franjas úmidas das barraginhas. A produção de milho foi 3,26 maior na distancia de 0 – 10 m e 2,89 vezes maior na distancia de 10 – 20 m comparado com a produção da gleba testemunha. Fato este também observado para a cultura do feijão, ou seja, a

Page 212: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

210

produtividade na distancia de 0 – 10 m foi de 4,85 vezes maior e na distancia de 10 – 20 m 5,60 vezes maior que a gleba testemunha, respectivamente.

Conclusões

1. As franjas úmidas apresentaram maior umidade que a gleba testemunha durante a avaliação;

2. As franjas úmidas produziram entre 3,26 a 5,60 a mais que a gleba testemunha; 3. As barraginhas potencializam a permanência do agricultor familiar na zona rural.

Agradecimentos

Os autores agradecem à FAPEMIG pela concessão dos recursos financeiros; ao

IFNMG pela concessão da BIC Jr e aos funcionários que auxiliaram nos trabalhos de campo da presente pesquisa.

Literatura citada BARROS, L. C. de. Tecnologia Social. Parceria entre EMBRAPA MILHO e SORGO e FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL. 2003. 12p. LANDU, F. C.; SANS, L. M. A.; SANTANA, D. P. Cultivo do milho – EMBRAPA MILHO E SORGO, Sistema de produção, 1. Versão eletrônico, 6a edição, setembro, 2010. RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T.G.; ALVAREZ, V. H. Comissão de Fertilidade do solo do Estado de Minas Gerais para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - – 50 aproximação. Editora UFV, Viçosa, MG, 1999. 359p. SILVA, O. J. da. A escassez de água no semi-árido brasileiro. Disponível em: http://www.tamandare.g12.br/IsimposioCD/extra/aescassez.pdf. Acesso em 25 de abril de 2012.

Page 213: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

211

QUALIDADE DA ÁGUA DE CHUVA ARMAZENADA EM CISTERNAS DE PLACA EM COMUNIDADES RURAIS DE ARAÇUAÍ – MG

Natalino Martins Gomes1, Taftiany Camila Blum e Silva2, José Ramalho dos S. Neto2, Marco Aurélio Cardoso

Murta2, Adriene Matos dos Santos3 André da Fonseca Tanure4, 1Professor IFNMG/Araçuaí, D. Sc em Engenharia de Água e Solo. E-mail: [email protected]; 2Acadêmicos de Gestão Ambiental IFNMG/Araçuaí. Bolsistas de Extensão IFNMG/Araçuaí e Bolsista de IC/FAPEMIG. Emails: [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Engenheira Agrônoma IFNMG/Araçuaí. Email: [email protected] 4Estudante do Curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio IFNMG/Araçuaí. Email: [email protected] Resumo: A captação de água de chuva em cisternas de placa é usada há vários séculos em regiões áridas e semiáridas. Águas de chuvas captadas e armazenadas com a devida segurança sanitária são de boa qualidade e podem ser usadas para consumo humano. O desvio das primeiras águas de cada evento de chuva se constitui numa importante barreira sanitária por descartar de forma automática águas que transportam poluentes da atmosfera, da área de captação e dos dutos. O presente trabalho tem como objetivo avaliar em escala real a qualidade da água de chuva armazenada em cisternas de placas de três comunidades rurais do município de Araçuaí – MG. Indicadores de qualidade da água serão utilizados mensalmente para atestar ou não esta qualidade. São eles: temperatura, dureza total, pH, oxigênio dissolvido, coliformes totais. A qualidade da água mostrou-se imprópria para o consumo humano, em função de elevada presença de coliformes totais, que provavelmente têm origem no sistema de tomada de água das cisternas utilizados pelos moradores. As cisternas não são abastecidas somente com água da chuva, o que contribui para a variação da qualidade da água armazenada ao longo do ano. Palavras–chave: captação de água de chuva, contaminação da água, semiárido

Introdução

A água é um bem fundamental à manutenção da vida no planeta, e sua qualidade está intimamente ligada com o bem estar dos seres vivos e do ambiente no qual estão inseridos. A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001) destaca que todas as pessoas, em quaisquer estágios de desenvolvimento e condições socioeconômicas, têm direito a um suprimento adequado de água.

O acesso limitado à água de boa qualidade e em quantidade suficiente acarreta o aumento da pobreza, das doenças e da fome, problemas que poderiam ser amenizados com um eficiente abastecimento d'água que atenda aos padrões de potabilidade. O problema fica mais evidente no semiárido brasileiro com os longos períodos de estiagem típicos da região e a falta de aproveitamento adequado das águas no período chuvoso.

A captação e armazenamento de água de chuva é uma pratica usada há vários séculos em regiões áridas e semiáridas, onde chove pouco ou as chuvas estão irregularmente distribuídas em poucos meses do ano. Para o uso humano, a captação de água de chuva necessita de um sistema de captação, constituindo uma unidade denominada sistema de captação de águas pluviais, composto basicamente de três elementos: área de captação (telhado ou calçadão); subsistema de condução (calhas e dutos) e reservatório (cisterna) (MEIRA FILHO et AL., 2005).

No semiárido brasileiro, o sistema de captação e armazenamento de água de chuva em cisterna pode ser uma solução alternativa não coletiva de abastecimento de água. É uma forma simples de obtenção de água que permite conseguir, mesmo com baixo índice pluviométrico típico da região, quantidade de água suficiente para suprir as necessidades básicas de uma família (beber e cozinhar) durante o período de escassez.

A qualidade de qualquer água é determinada pela qualidade da fonte, por sua exposição a contaminantes durante o processo da produção (captação, armazenamento,

Page 214: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

212

tratamento) e pela forma como chega ao consumidor. Assim a qualidade da água da chuva captada em cisternas depende da pureza da atmosfera, dos materiais usados para construir a área de captação e das impurezas depositadas na sua superfície, geralmente o telhado (onde há exposição a raios ultravioleta, calor e dessecação que elimina grande parte das bactérias), das calhas e bicas, que conduzem a água para a cisterna, da “ecologia da cisterna”, da maneira como se tira a água da mesma, do contato humano e do tipo de tratamento antes do consumo (GNADLINGER, 2007). Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar a qualidade da água de cisternas de placa em três comunidades rurais do município de Araçuaí – MG, sob diferentes condições de manutenção e tomada da água armazenada.

Material e Métodos

As avaliações ocorreram nos meses de agosto, setembro e outubro de 2012, nas comunidades rurais dos Quatis, Malhada Preta e Aguáda Nova. O trabalho ocorreu nestas comunidades em função de alguns fatores, dentre eles: proximidade com o centro urbano do município de Araçuaí; facilidade de acesso, tendo em vista as condições das estradas rurais e, a existência de um mobilizador local nas comunidades.

Em cada uma destas comunidades foram avaliadas, mensalmente, a qualidade da água de quatro cisternas de placa, totalizando doze cisternas. As variáveis monitoradas foram: a) pH e oxigênio dissolvido (OD), por colorimetria; b) dureza, por titulação; c) temperatura – termômetro de mercúrio e d) coliformes totais - Colipaper® . Para tais anállises, utilizou o Kit de potabilidade da “Alfa kit”, que permitiu conhecer o comportamento das variáveis avaliadas in loco, exceto coliformes totais. Para estes últimos, as cartelas microbiológicas ficavam incubadas, por quinze horas, em caixa de isopor. Após este período fazia a contagem das colônias.

Resultados e Discussões

Os resultados obtidos para as variáveis analisadas nos meses de ago/12 a out/12 estão apresentados na Tabela 01. Tabela 01 Valores obtidos para as variáveis pH, oxigênio dissolvido (OD), temperatura, dureza e coliformes totais, para as doze cisternas de placas avaliadas na comunidade rural da Malhada Preta, no município de Araçuaí - MG.

Page 215: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

213

OD em mg L-1; Temperatura em °C; dureza em CaCo3 mg L-1; coliformes totais em UFC/100 mL

Nota-se na Tabela 01 o comportamento das variáveis analisadas, destacando-se o elevado número de coliformes totais presentes em duas das três avaliações. Tais resultados evidenciaram que a água armazenada nas cisternas avaliadas era imprópria para o consumo humano. Durante as visitas de avaliação, constatou-se que algumas cisternas ficavam sem a proteção de uma tampa o que possibilita a entrada de pequenas partículas transportadas pelo vento. Outro fator que corroborou para a perda da qualidade da água é o sistema de captação, ou seja, um balde preso a uma corda. Este conjunto é uma das principais fontes de contaminação, pois na grande maioria, o balde e corda não são utilizados somente para este fim, o que lhes coloca em contato com micro-organismos patogênicos e matéria orgânica no geral, justificando os elevados valores de coliformes encontrados.

No mês de outubro apenas uma cisterna apresentou contaminação por coliformes totais, sendo este resultado atípico, quando comparado aos anteriores, mas justificado pelo fato das cisternas de placa terem sido abastecidas por água da COPASA, segundo os próprios moradores. O comportamento uniforme do pH, OD e dureza, pode ser visto também como uma confirmação de que as cisternas de placas foram abastecidas por água tratada pela COPASA.

Conforme relatos dos moradores, as cisternas têm capacidade de armazenar dezesseis mil litros de água, o que não é suficiente para o consumo durante os meses secos do ano, o que lhes obriga a buscar fontes alternativas para abastecê-las, como a COPASA. Ainda segundo os próprios moradores as cisternas construídas são pequenas e quase sempre, esgotam a sua capacidade de armazenamento antes do término do período chuvoso. Esta pequena capacidade de armazenamento, faz com que os moradores não lavem as cisternas no início da estação chuvosa, pois como as chuvas são insertas, não podem dispor da água armazenada no ano anterior para esperar uma nova estação de armazenamento.

Esta prática contribui para a deterioração da água, pois com o passar dos anos há naturalmente um acúmulo de lodo e matéria orgânica nas paredes laterais e fundo das cisternas, que precisam ser removidos para que estas garantam a qualidade da água nelas armazenadas. Os valores da variável dureza, para os meses de ago/12 e set/12 permitem inferir que pode estar havendo interações entre a água armazenada e os materiais de construção da cisterna (cimento, cal e outros), pois não era de se esperar que a água da chuva apresenta-se valores “elevados” para este índice.

Observa-se também na Tabela 01 que a temperatura apresentou valores mais elevados para o mês de setembro, fato este relacionados aos elevados índices térmicos para Araçuaí neste período. Maiores temperaturas com a presença de matéria orgânica, potencializam a redução do OD e alterações no pH, o que por sua vez deteriora a qualidade da água.

Conclusões

1. A qualidade da água armazenadas nas cisternas de placa é influenciada pelo sistema de tomada da água utilizados pelos usuários;

2. As cisternas de placa geralmente não são lavadas no início da estação chuvosa, o que contribui para deteriorar a qualidade da água armazenada;

3. As cisternas de placa não são abastecidas somente com água de chuva, mas também por fontes alternativas.

Page 216: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

214

Agradecimentos Os autores agradecem ao IFNMG pela concessão das bolsas de extensão para os alunos bolsistas. Agradecem também aos proprietários das cisternas de placas que permitiram a avaliação da qualidade da água armazenada.

Literatura citada GNADLINGER, J.; SILVA, A. S.; BRITO, L. T. DE L. Programa uma terra e duas águas para um Semi-Árido sustentável in Potencialidades da água de chuva no Semiárido brasileiro. Embrapa Semi-Árido Petrolina-PE, 2007. MEIRA FILHO, A. S.; NASCIMENTO, J. W.; PAES, B. P.; LIMA, V. L. A. Telhados para captação de água de chuva no semi-árido. 5º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA. Teresina – 2005.

Page 217: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

215

ANALISE TÉCNICA DOS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO NO MUNICÍ PIO DE SALINAS/MG

Nondas Ferreira da Silva¹, Juscelina Arcanjo dos Santos2, Marcelo Rossi Vicente3 1 Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBEX/IFNMG. Email: [email protected] 2 Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG/FAPEMIG. Email: [email protected] e 3 Professor, Eng. Agrônomo, D.Sc Eng. Agrícola - IFNMG/Salinas. Email: [email protected] Resumo: A escassez de água na região do norte de Minas Gerais é um dos principais entraves ao desenvolvimento da região. Fatores climáticos como distribuição irregular de chuvas durante o ano, se concentrando em um curto período (novembro e marco) obrigam a população a utilizar a prática da irrigação como alternativa. O presente trabalho, teve como objetivo a avaliação da uniformidade de aplicação de água de cinco sistemas de irrigação, sendo três por aspersão, um por microaspersão e um por gotejamento. Determinaram-se o Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC) e o Coeficiente de Uniformidade de Distribuição (CUD) de cada sistema. Dos cinco sistemas avaliados, apenas dois apresentaram valores de CUC e CUD abaixo de 80%, entretanto ainda assim considerados adequados para satisfazer as necessidades dos produtores. Palavras–chave: Uniformidade, aspersão, gotejamento, microaspersão

Introdução

Um dos principais entraves ao desenvolvimento regional no norte de Minas Gerais está ligado aos fatores climáticos, à distribuição irregular das chuvas durante o ano, que se concentram em um curto período (novembro a março), o que obriga a população da área a conviver, no restante do ano, com acentuada escassez de água (MAGALHÃES, 2003).

A construção das barragens representa um passo adiante na busca de alternativas para solucionar ou pelo menos minimizar os efeitos da falta d’água, seja para o consumo humano, seja para o desenvolvimento de alguma atividade capaz de gerar renda para uma parte da população do município, dentre elas a prática da irrigação.

Um dos aspectos mais importantes a serem observados no manejo da irrigação é a uniformidade de distribuição de água pelo sistema. De acordo com Chen et al. (2004), o rendimento das culturas depende da uniformidade de distribuição de água na zona radicular; mesmo sistemas com potencial para aplicar água com alta uniformidade de distribuição podem apresentar, na prática, baixa uniformidade, que pode ser causada pelo dimensionamento incorreto, falta de manutenção do equipamento e entupimento de emissores.

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivou avaliar a uniformidade de aplicação de água nos sistemas de irrigação utilizados na região de Salinas/MG.

Material e Métodos O trabalho foi realizado no município de Salinas na região Norte de Minas Gerais,

onde foram avaliados 5 sistemas de irrigação, sendo 3 por aspersão (2 fixas e 1 convencional), 1 por micro aspersão e 1 por gotejamento, localizados em três propriedades rurais.

As avaliações dos sistemas de irrigação por aspersão foram realizadas entre quatro aspersores, onde se utilizou uma malha de pluviômetros espaçados eqüidistantes de 3 metros, de modo a cobrir toda a área molhada pelos aspersores. De posse das lâminas coletadas, determinou-se o coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC).

Já as avaliações de uniformidade de aplicação de água nos sistemas de irrigação por localizada foram realizadas segundo as metodologias propostas por KELLER e KARMELI

Page 218: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

216

(1975) e modificada por DENÍCULI et al. (1980), calculando-se o coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) e o CC (CUC).

Merriam e Keller (1978) propuseram uma classificação dos sistemas de irrigação localizada em função dos valores encontrados de CUD. Valores de CUD menores que 70% são considerados inaceitáveis; entre 70 e 80%, aceitáveis; de 80 a 90%, bons; e acima de 90%, excelentes para esses sistemas.

Resultados e Discussão

Os valores do coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) e do coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) para os sistemas de irrigações avaliados estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 - Sistema, horário da avaliação, tempo de coleta, valores de CUC e CUD encontrados nas avaliações realizadas.

Dos sistemas de irrigação por aspersão avalizados, apenas o sistema 3 apresentou valor de CUC inferior a 80%, valor este inferior ao recomendado (88%) apara culturas de alto valor econômico e sistema radicular pouco profundo (Bernardo et al. 2006). Os sistemas 1 e 2 apresentaram valores dentro da faixa recomendada (80 a 88%). Vale ressaltar que o sistema 3 apresentou mistura de aspersores e todas as avaliações foram realizadas em períodos de elevada insolação, o que favoreceu as perdas de evaporação e arraste.

Na Figura 1 observa-se a distribuição das lâminas coletadas pelos pluviômetros durante a avaliação do sistema, nota-se que as maiores lâminas foram observadas próximas aos aspersores.

Page 219: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

217

Figura 1 - Distribuição das lâminas coletadas na área de sobreposição dos aspersores. Dentre os sistemas de irrigação localizada (sistema 4 e 5), o sistema 5 apresentou

valores considerados inaceitáveis de CUC e CUD (abaixo de 70%) segundo Mantovani (2001), já o sistema 4 apresentou valores considerados excelentes, segundo a classificação proposta pelos mesmos autores.

Durante a avaliação do sistema 5 observou-se entupimento em diversos emissores, acarretando diferentes vazões dos gotejadores ao longo do sistema, conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Vazão dos emissores (L/h) ao longo das linhas laterais avaliadas (sistema 5).

Conclusões

Dos resultados obtidos, pode-se concluir que os 40% dos sistemas avaliados apresentaram valores de uniformidade (CUC e CUD) considerados inadequados. Todos os sistemas por aspersão fixos apresentaram valores de CUC considerados bons. O sistema de irrigação por microaspersão foi o que apresentou melhor uniformidade de todos os sistemas avaliados. Os principais problemas encontrados durantes as avaliações foram: mistura de emissores (Sistema 3) e entupimento de emissores (sistema 5).

Agradecimentos

Ao IFNMG pelo financiamento da bolsa PIBEX.

Literatura citada BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de Irrigação. 8. Ed. Viçosa, MG: UFV, 2006. 625 p. CHEN, J. Y. et al. Measurement and analysis of the redistribution of soil moisture and solutes in a maize field in the lower reaches of the Yellow River. Hydrological Processes, Chichester, v. 18, p. 2263–2273, 2004.

Page 220: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

218

DENÍCULI, W. et al. Uniformidade de distribuição de água, em condições de campo, num sistema de irrigação por gotejamento. Revista Ceres, Viçosa, v. 27, n. 50, p. 155-162, 1980. KELLER, J.; KARMELI, D. Trickle irrigation design . Glendora: Rain Bird Sprinkler Manufacturing,1975. 133 p. MAGALHÃES, A. M; LIMA, C. S. A seca e as humanidades no processo de acesso à água : as barragens do Rio Salinas e o desenvolvimento regional. Caminhos de Geografia, 2003. P.1-16. MERRIAM, J. L.; KELLER, J. Farm irrigation system evaluation: a guide for management. Logan: Utah State University, 1978. 271 p. MANTOVANI, E. C. AVALIA : Programa de Avaliação da Irrigação por Aspersão e Localizada. Viçosa, MG: UFV, 2001.

Page 221: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

219

ACÚMULO DE MASSA SECA E PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris) IRRIGADO COM ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA

Ygho Jackson Muniz de Assis 1, Heider Rodrigo Ferreira Silva2, Sérgio Ferreira Alcântra2, Rodrigo Nobre

Santana3, Fernando Matos Pereira4.

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista do IFNMG/Januária . E-mail: [email protected]. 2 Acadêmico da Agronomia – IFNMG/Januária. 3Acadêmico da – IFNMG/Januária.

4Professor do IFNMG/Januária.

Resumo: Objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da água residuária da suinocultura (ARS) sobre a produtividade de vargens e o acúmulo de massa seca do feijoeiro. O tratamento que obteve a melhor média de produção foi o que recebeu adubação química com 3.163.333 vargens por hectare. Os resultados de massa seca de raiz demonstram o tratamento ARS/Tifton 100% com a melhor produção de massa seca de raiz com uma produção 1,91 g. A melhor média de produção total de massa seca foi obtida no tratamento que recebeu adubação química com 20,96 g massa seca, destacando negativamente o tratamento ARS/Tifiton 25% com produção de 9,30 g massa seca. Palavras–chave: Phaseolus vulgaris, reuso de água, espécies aquáticas.

Introdução

Água considerada de boa qualidade presente em nosso planeta é um recurso natural, finito e impressendivel á vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social. Na região semi-árida, a técnica irrigação é fator imprescindível para se obter uma produção agropecuária economicamente viavél, porém há grande escassez de água de boa qualidade.

A suinocultura brasileira destaca-se como uma atividade predominante em pequenas propriedades rurais, atuando principalmente como fator social de fixação do homem no campo. No entanto, esta atividade possui uma grande capacidade poluidora, gerando quantidade de resisduos, sendo um animal equivalente a 3,5 humanos. (Diesel et al., 2002).

Com o objetivo de dar destino adequado a ARS esse trabalho foi realizado para obter informações do efeito da ARS sobre a produtividade de vargens e o acúmulo de massa seca do feijoeiro (Phaseolus vulgaris).

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no setor de suinocultura no Instituto Federal do Norte de

Minas - Campus Januária (IFNMG), Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. O clima da região é do tipo Aw na escala de Köppen, tropical úmido com inverno seco.

O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados (DBC), com nove tratamentos e três repetições, sendo a espécie vegetal Taboa (50%), Tifiton (25%, 50% e 100%) e Brita (25%, 50% e 100%).

O experimento foi instalado em setembro de 2012, e a área experimental contou com um sistema de tratamento primário da água residuária (decantação), seguida de um reservatório de 5000 L. Todo efluente do reservatório foi transportado para seis caixas d’água de 200 L sendo duas destas preenchidas com brita unidade 0, sem cobertura vegetal e as demais plantadas com as espécies vegetais deTífton (Tífton 85 – Cynodon dactylon) e Taboa (Typha latifolia). O material drenado para as caixas de armazenamento (volume de 200 L), posteriormente, foi aplicado de maneira parcelada, totalizando cinco aplicações. Aplicação do líquido drenado foi realizada com o turno de rega do dia, sendo a solução

Page 222: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

220

composta por metade da irrigação do dia mais três concentrações de 25%, 50% e 100% de ARS.

Como cultura utilizou-se feijão ciclo precoce (60 dias), semeado em três fileiras espaçadas 50 cm cotendo 12 plantas por metro linear. Para adubação da cultura foram utilizadas as recomendações da Comissão de Fertilidade do Solo do estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999). As adubações constaram de 70 kg ha-1 de P2O5, 30 kg ha-1 de K2O e 40 kg ha-1 N (15 kg no plantio e 2 coberturas realizadas aos 20 e 30 DAP) e 2 kg ha-1 de Zn. Para controle de pragas, realizou-se aos 25 dias após o plantio a aplicação dos inseticidas Bakamo® e Cercobim®.

A Eto foi obtida através do tanque Classe A da estação meteorológica próxima a área do experimento. A lâmina de irrigação para a cultura foi estimada de acordo com o Kc da cultura do feijão. Após a identificação da lâmina requerida foram efetuadas as irrigações com a ARS de modo parcelado em intervalos de sete dias após a primeira irrigação.

Resultados e Discussão

Os resultados de produtividade de vargens do feijoeiro demonstram que o tratamento

com ARS/Tifiton 25% difere estaticamente dos outros tratamentos apresentando uma produtividade média de 72.000 vargens por hectare. Entre as médias de produtividade a que apresentou maior produção de vargem por hectare foi a que recebeu adubação química com 3.163.333 vargens por hectare. Tabela 1. Número de vagens, massa seca de raiz, parte aérea e de total de plantas de feijoeiro submetidas a aplicação de água residuária de suinocultura.

Tratamento Número de Vagens

Massa seca de raiz (g)

Massa seca parte aérea (g)

Massa Total (g)

Tifton 25 72.000 b 0,94 e 8,36 c 9,31 c Tifton 50 2.103.333 a 1,28 cd 16,083 ab 17,36 ab Tifton 100 2.260.000 a 1,91 a 18,61 a 20,52 a Brita 25 2.603.333 a 1,15 cde 13,86 b 15,00 b Brita 50 2.026.667 a 1,01 de 15,88 ab 16,89 ab Brita 100 1.906.667 a 1,31 c 16,51 ab 17,82 ab Água + Adubação química

3.163.333 a 1,67 ab 19,29 a 20,97 a

Água pura 2.045.000 a 1,39 bc 14,33 b 15,71 b Taboa 50 2.456.667 a 1,40 bc 18,68 a 20,08 a Média 2.070.778 1,34 15,73 17,03 CV (%) 27,2 7,5 9,3 8,5

Segundo GOMES FILHO, et al, (2001) as ARS podem apresentar nutrientes em

quantidades satisfatórias para serem utilizados pelas culturas agrícolas, proporcionando aumento de produtividade. Geralmente, a ARS possui dois terços do nitrogênio e um terço do fósforo, além de fornecer a maior parte do potássio na sua forma mineral, sendo prontamente assimilável pelas culturas.

Após trabalhar com ARS avaliando o efeito da aplicação de quatro lâminas de água e ARS, bruta e peneirada, sobre os componentes de produção da cultura do milho Freitas et al. (2004) constatou que houve aumento expressivo nos componente de produtividade como altura de plantas, índice de espigas e peso de espigas..

Page 223: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

221

Entre as lâminas da brita a que melhor apresentou média de produção foi a de 25% de ARS com 2.603.333 vargens ha-1, porém não diferiram estaticamente das demais lâminas, ou seja as três concentrações de 25%, 50% e 100% proporcionam aumento na produtividade de vargens do feijão.

A produtividade média de vargens do feijão submetido à água pura foi superior ao Tifton 25%, com uma produtividade de 2.045.000 vargens por hectare. Segundo Silva (2008), tais resultados decorrem do curto intervalo de tempo de avaliação o qual não possibilitou a avaliação da liberação dos nutrientes contidos nos adubos orgânicos. Portanto, a matéria orgânica quando adicionada ao solo, principalmente na forma de adubos orgânicos, depende do seu grau de decomposição para se observar os efeito imediatos ou residuais no solo (VIDIGAL et al., 1995).

Os resultados de massa seca de raiz apresentam diferença significativa entre os tratamentos, destaque para o tratamento ARS/Tifton 100% com uma produção 1,91 g de massa seca de raiz.

Aplicação da ARS na concentração de 25% utilizando o Tifiton resultou na menor produtividade de massa seca de raiz, resultado que pode ter influenciado a produtividade de vargens, uma vez que as raizes são os principais órgão de absorção de nutrientes do solo.

Os resultados de massa seca de parte aérea apontaram que a adubação química permite aumento na produção de massa seca, quando comparado aos tratamentos restrito a aplicação de água pura, Brita 25% e ARS/Tifiton 25% com uma produção de 19,29 g de massa seca. Os resultados de massa seca total indicam que entre os tratamentos o que teve a maior média de produção de massa seca total foi adubação química com 20,96 g massa seca, destacando negativamente o tratamento ARS/Tifiton 25% com produção de 9,30 g massa seca.

Conclusões

Entre os parâmetros estudados, o único que apresentou diferença signicativa foi o

ARS/Tifiton 25%, tanto a produtividade de vargens por hectare, produção de massa seca da raiz, parte aérea e total.

Agradecimentos

Agradeço a IFNMG-Campus Januária pela concessão da bolsa, aos Professores

Fernando Matos Pereira, Wallisson Freitas e Dilermando Dourado Pacheco e aos colegas Heider Rodrigo, Rodrigo Nobre Santana e Sergio Alcântra pela ajuda na execução do projeto.

Literatura citada

FREITAS, W. da S. et al. Efeito da aplicação de águas residuárias da suinocultura sobre a produção de milho para silagem. Revista de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 120-125. 2004. GOMES FILHO, R, R. et al. Remoção de carga orgânica e produtividade da aveia forrageira em cultivo hidropônico com águas residuárias da suinocultura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 5, n. 1, p. 131-134. 2001. SILVA, J.K.M. et al. Efeito da salinidade e adubos orgânicos no desenvolvimento da rúcula. Caatinga, v. 21, n. 05, p. 30- 35, 2008.

Page 224: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

222

VIDIGAL, S. M. et al. Resposta da alface (Lactuca sativa L.) ao efeito residual da adubação orgânica: I. Ensaio de campo. Revista Ceres, Viçosa, MG. v. 42, n. 239, p. 80 – 88, 1995.

Page 225: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

223

USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE AGROINDÚSTRIA NO CULTIVO DE CAFÉ CONILON NO SEMIÁRIDO MINEIRO 1

Vinícius Lopes de Melo2, Thais Carvalho Camelo3, Mauro Franco Castro Mota4, José Wilquer5, José Alberto Alves de Souza6.

1Parte dos resultados da bolsa de iniciação cientifica do primeiro autor, financiada pela Fapemig. 2 Estudante de Agronomia do Instituto Federal do Norte do Minas Gerais (IFNMG) - Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica da Fapemig. e-mail: [email protected] 3 Estudante de Engenharia Agrícola e Ambiental do Instituto Federal do Norte do Minas Gerais (IFNMG) - Campus Januária 4 Estudante de Agronomia do Instituto Federal do Norte do Minas Gerais (IFNMG) - Campus Januária. 5Estudante do Técnico Agropecuário do Instituto federal do Norte de Minas Gerai (IFNMG) – Campus Januária 6 Professor Dr. Engenharia Agrícola do Instituto Federal do Norte do Minas Gerais (IFNMG) - Campus Januária Resumo: O Brasil possui 12% da água doce do planeta, porém ela é mal distribuída, com maiores volumes nas regiões de baixa densidade demográfica. Além disso, há comprometimento da sua qualidade nas regiões próximas aos grandes centros. No semiárido brasileiro há grande escassez de água. O reuso de águas residuária para irrigação pode trazer benefícios econômicos, com sustentabilidade ambiental, para os produtores rurais. O experimento é conduzido no IFNMG Campus Januária, MG, testando café conilon em duas situações de cultivo: irrigado sob manejo convencional combinada à adubação segundo a Recomendação para Uso de Corretivos e Fertilizantes do estado de Minas Gerais – 5ª aproximação (1999); e irrigado com manejo água residuária na ausência de adubação. A aplicação de água residuária favoreceu aumento nos teores de K no solo nas profundidades de 0-20 e 40-60 cm. Também as concentrações de Na elevaram na camada superficial do solo em resposta à adoção do manejo de irrigação com água residuária. Palavras–chave: água residuária, efluentes agroindustriais, fertirrigação

Introdução

A água é um recurso natural finito e essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social. O Brasil possui cerca de 12% da água doce do planeta, mas ela é mal distribuída, com os maiores volumes nas regiões de baixa densidade demográfica. Além disso, há comprometimento da sua qualidade, principalmente nas regiões próximas aos grandes centros (Souza, 2005). Na região semiárida brasileira, justamente onde a irrigação é imprescindível, há grande escassez de água de boa qualidade.

O uso e reuso de águas residuárias para fins agropecuários, industriais e municipais são comuns em vários países e se tornaram prática essencial para o desenvolvimento sustentável. Em muitos países o reúso da água faz parte do planejamento de recursos hídricos. Em alguns casos, como Jordânia e Arábia Saudita, há uma política nacional para reutilização de todos os efluentes gerados (Pescod, 1992). No México e no Peru, o desequilíbrio dos recursos hídricos e o crescimento explosivo das grandes cidades obrigaram a priorização do uso das águas superficiais para o abastecimento público e a geração de energia elétrica; conseqüentemente, as atividades agrícolas, desenvolvidas na periferia das cidades, foram seriamente afetadas e, assim, o uso das águas residuárias tornou-se a única alternativa para sobrevivência. Nesses países há mais de 400.000 ha irrigados com água residuária, de forma direta (Léon e Cavallini, 1999).

No Brasil, a cultura de reúso de água ainda é incipiente. Apesar de ser uma prática utilizada há vários anos (reúso não planejado), sua utilização sofre preconceito de parte do público. Experiências nacionais e internacionais têm demonstrado tendência à expansão do reúso no Brasil, para fins diversos, especialmente para a irrigação, cabendo, ao setor público, regulamentar e fiscalizar a atividade, coibindo abusos de seus praticantes; e à pesquisa, a definição de parâmetros técnicos para garantir o uso adequado e seguro dessa técnica. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a viabilidade do uso de águas residuárias provenientes

Page 226: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

224

de agroindústria, na produção de café conilon (Coffea canephora), analisando-se os seus efeitos sócio-ambientais, de modo a proporcionar benefícios econômicos, com sustentabilidade ambiental, para os produtores rurais, principalmente para a agricultura familiar.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG - campus Januária , cujas coordenadas geográficas são: 44° 22’ 42” de longitude W e 15° 28’ 54”de latitude S e altitude de 473 m. O clima é do tipo Aw, caracterizado por uma estação seca durante o inverno, de acordo classificação climática de Köppen. A temperatura média anual é de 24,5º C e a precipitação média anual de 950 mm. A fitogeografia da região é classificada como zona de transição cerrado-caatinga. O solo é classificado como Neossolo Quartzarênico eutrófico com relevo caracterizado como plano. A unidade foi abastecida com água residuária proveniente da agroindústria do IFNMG -campus Januária, conjugada com um sistema de irrigação localizada que permite a aplicação do efluente no solo para o cafeeiro (Conilon Vitória). O plantio do café conilon ocorreu em 13/07/2011, espaçado em 3 x 1 m. Foram dispostas 240 plantas, sendo 12 clones do café Conilon (Conilon Vitória). A unidade foi composta por um reservatório, onde a água residuária foi armazenada, passando por um filtro de areia, para filtragem de sólidos suspensos. Após a filtragem, a água residuária foi armazenada num tanque com a capacidade de 5.000 L. Um conjunto motobomba captava a água no tanque e abastecia um sistema de irrigação localizada, após filtragem da água em filtro de disco. Também utilizou-se um reservatório de 1.000L com água de boa qualidade, dentro do qual, uma bomba tipo “sapo”, acoplada a um filtro de disco, possibilitava a aplicação de água limpa nas parcelas do tratamento convencional,. As plantas foram irrigadas diariamente com a água residuária e com água de boa qualidade, de acordo com os tratamentos. Já as práticas preventivas para reduzir o risco de entupimento do sistema de aplicação (emissores) foram realizadas semanalmente e consistiram-se na abertura dos finais das linhas para remoção dos sólidos que, por ventura, se acumulavam. Os tratamentos avaliados foram: manejo convencional – MC (T1), com irrigação com água convencional (AC) e adubação segundo a Recomendação para Uso de Corretivos e Fertilizantes do estado de Minas Gerais – 5ª aproximação (1999); e manejo água residuária– MR, com irrigação com água residuária AR e sem adubação (T2). O período de monitoramento das alterações químicas do solo foi de 365 dias, realizando-se, a cada trimestre, coleta de amostras de solo. Elas foram coletadas paralelamente à linha de plantio, nos dois lados da planta, distante 0,10 m do caule do cafeeiro, em quatro plantas centrais de cada unidade experimental, com o auxílio de um trado tipo rosca, nas faixas de profundidade de 0 – 20; 20 – 40 e 40 – 60 cm. Nas amostras de solo foram determinados os valores de pH, K+, Na+, matéria orgânica (MO).

Resultados e Discussão

De maneira geral, os valores das características químicas do solo, a diferentes profundidades, foram influenciadas pelo manejo de irrigação com água residuária de origem agroindustrial (tTabela 1). Os valores de pH ajustaram-se aos modelos de regressão, sendo linear positivo para a faixa de 0-20 cm e quadrático para a profundidade de 20-40 cm, mas não detectou-se efeito na camada de 40-60 cm de profundidade.

Os teores de MOS foram significativamente alterados, tanto para manejo convencional quanto para aplicação de água residuária, na faixa de profundidade de 0-20 cm, sendo o ajuste linear negativo (Tabela1). Possivelmente, o aporte contínuo de MOS pouco estável ao solo e

Page 227: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

225

as condições ambientais favoráveis à atividade microbiológica no solo contribuiram para acelerar os processos de mineralização dos materiais orgânicos fornecidos pela água residuária (SOUZA, 2005).

Nas profundidades de 0-20 e 40-60 cm, os teores de K ajustaram-se ao modelo linear de regressão, apresentando aporte crescente de K ao longo do tempo, tanto no manejo convencional com água limpa quanto no manejo com água residuária (Tabela 1). Dentre os dois manejo, o efetuado com água residuária resultou em maior acumulo de K nas duas referidas faixas de profundidade, sendo a faixa superficial (0-20 cm) aquela com maior incremento de K ao solo.

A adoção do manejo de irrigação com água residuária aumentou linearmente o teores de Na no solo em todas as faixas de profundidade do solo ao longo do tempo (Tabela 1), notavelmente em razão da alta movimentação do elemento no perfil do solo. O acréscimo nos teores de Na no solo em resposta ao manejo de água foi mais intenso na primeira faixa de profundidade, ocorrendo possivelmente em razão da alta concentração desse elemento na água residuária.

Tabela 1. Equações de regressão para pH, M.O, K e Na no solo em diferentes profundidades, em função da aplicação de água residuária de origem doméstica ao longo de 12 meses. Fonte: IFNMG, campus Januária, 2013.

Page 228: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

226

Conclusões

Com a aplicação de água residuária no solo os valores de pH foram elevados, os teores de MOS foram diminuídos e os teores de K foram aumentados ao longo do tempo. Também ocorreu o aumento de Na ao longo do tempo com adoção do manejo de irrigação com água residuária, sendo este aumento mais intenso na primeira faixa de profundidade.

Agradecimentos

À FAPEMIG, pela concessão de recursos financeiros para execução do trabalho e bolsa de Iniciação Científica.

Literatura citada COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª Aproximação. RIBEIRO, A. C.; GUIMARAES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. Viçosa, MG, 359 p, 1999. LÉON SUEMATSU, G.; CAVALLINI, J.M. Tratamento e uso de águas residuárias industriais. trad. Campina Grande: Universidade Federal da Paraíba, 110p, 1999. PESCOD, M.B. Wastewater treatment and use in agriculture. FAO. Irrigation and Drainage Paper, 47. Rome: FAO, 125p, 1992. SOUZA, J. A. A. de. Uso de água residuária de origem doméstica na fertirrigação do cafeeiro: efeitos no solo e na planta. 2005. 147f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

Page 229: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

227

Área temática: Saúde

Page 230: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

228

AVALIAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE IDOSOS RESI DENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA

Ariane Manoela Francisca Mendes 1, Thatiane Lopes Oliveira2, Patrícia Sousa Fernandes3, Karine Alencar Fróes4 1Estudante de Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária. Ms. em Ciências da Saúde. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Januária. Especialista em Saúde da Família. E-mail: [email protected] 4Professor do IFNMG/Januária. Graduada em Enfermagem. E-mail: [email protected] Resumo: A funcionalidade do idoso se relaciona diretamente com a qualidade de vida dessa população e a sua avaliação pode orientar a conduta dos cuidadores e proporcionar uma melhor adequação das instituições de longa permanência. Como a institucionalização pode aumentar a probabilidade desse declínio funcional, objetivou-se com esse estudo avaliar a independência funcional de idosos residentes em instituições de longa permanência no município de Januária – MG. O estudo do tipo descritivo e transversal, foi realizado nas duas instituições de longa permanência do município de Januária-MG. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o Índice de Katz. Dos 41 idosos, 60,98% eram do sexo masculino, com faixa etária acima de 80 anos (48,78%), 31,7% foram considerados independentes para realizar as atividades de vida diária e 7,3% eram dependentes para todas as atividades. Essa identificação aponta a necessidade de adequação da estrutura física e dos cuidados prestados nessas instituições. Palavras–chave: avaliação, independência funcional, saúde do idoso institucionalizado

Introdução

A funcionalidade de um indivíduo é um indicador de saúde mais completo do que a morbidade, relacionando-se diretamente com a qualidade de vida1. Ela pode ser entendida como a possibilidade de conseguir cumprir as funções diárias adequadamente, se sentir bem e viver de forma independente5.

A caracterização da funcionalidade de um idoso é baseada no estado real e não na habilidade de realizar a tarefa sem auxílio de terceiros. Ao avaliar essa funcionalidade, objetiva-se medir se o idoso é ou não capaz de, independentemente, desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesmo e de seu entorno e, caso não seja, verificar se essa necessidade de ajuda é parcial ou total6.

Considerando que a avaliação da capacidade funcional vem sendo vista como um novo paradigma de saúde para o idoso e que a institucionalização pode aumentar a probabilidade desse declínio funcional, objetivou-se com esse trabalho avaliar a independência funcional de idosos residentes em instituições de longa permanência do município de Januária-MG .

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal com caráter quantitativo descritivo exploratório. A amostra foi composta por todos os idosos residentes nas duas instituições de longa permanência do município de Januária, totalizando 41 idosos. O critério de inclusão foi idade igual ou superior a 60 anos. Para a coleta dos dados foram utilizados um questionário estruturado com informações referentes às características sociodemográficas, condições sistêmicas e uso de medicações e o Índice de Katz para o rastreio do grau de funcionalidade.

Os dados foram tabulados e processados em banco de dados eletrônico no programa Microsoft® Excel 97, sendo obtidas tabelas de freqüência para a classificação dos idosos em diferentes graus de dependência.

Page 231: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

229

A pesquisa foi apresentada ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros.

Resultados e Discussão

Foram entrevistados 41 idosos, sendo 60,98% do sexo masculino e 39,02% do sexo feminino. Houve prevalência de idosos com idade acima de 80 anos (48,78%), seguido daqueles com 60-69 (26,83%) e, por fim, pelo grupo de idosos entre 70-79 anos (24,39%) (TAB. 1).

Do total dos entrevistados, 60,97% eram solteiros, 24,39% viúvos e 12,19% casados (TAB. 1). Outros estudo realizados com idosos institucionalizados também diagnosticaram uma prevalência de idosos solteiros, seguidos dos viúvos2,4. Essa ausência de um parente próximo pode contribuir para a institucionalização do idoso, outro motivo da institucionalização é o despreparo dos familiares para lidar com o envelhecimento, principalmente quando este vem acompanhado de deteriorações significativas4.

Conforme a Tabela 1, 9,75% dos entrevistados relataram ser etilistas e 36,58% tabagistas. Resultados semelhantes foram encontrados em estudo realizado em Londrina- PR4 e em Itauna-MG2.

Em relação à presença de patologias, 43,90% dos idosos relataram ser hipertensos, 12,19% possuem diabetes, 2,44% possuem Alzheimer e outros 2,4% possuem doença de Parkinson (TAB. 1). A idade avançada contribui para o aparecimento de doenças crônicas degenerativas, sendo a hipertensão arterial uma das patologias mais comum nessa faixa etária.

Desses idosos, 80,48% fazem uso de algum medicamento, sendo que 48,78% relatam usar antihipertensivos, 29,26% relatam o uso de analgésicos, outros 29,26% utilizam antidepressivos e 21,95% possuem a necessidade de utilizar antipsicóticos (TAB. 1). O predomínio dos antihipertensivos é encontrado por vários autores, seguido do uso de neurolepticos ou psicotropicos2. Tabela 1 – Principais características de idosos residentes nas Instituições de Longa Permanência do Município de Januária –MG. Januária-MG. 2012.

Variáveis (n) (%)

Gênero

Feminino 16 39,02

Masculino 25 60,98

Faixa Etária

60 a 69 anos 11 26,83

70 a 79 anos 10 24,39

80 anos ou mais 20 48,78

Estado Civil

Solteiro 25 60,97

Casado 05 12,19

Page 232: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

230

Divorciado/desquitado 01 2,45

Viúvo 10 24,39

Etilismo

Sim 04 9,75

Não 37 90,25

Tabagismo

Sim 15 36,58

Não 26 63,42

Doença

Hipertensão 18 43,90

Diabetes mellitus 05 12,19

Doença de Alzheimer 01 2,44

Doença de Parkinson 01 2,44

Uso de medicamento

Não 08 19,52

Sim 33 80,48

Neste estudo, conforme demonstrado na TABELA 2, detectou-se que dentre os 41

idosos institucionalizados, 31,7% foram considerados “independentes para realizar as atividades de vida diária”, corroborando com outros estudos4. 7,3% dos idosos foram avaliados como “independentes para todas as atividades menos uma”, resultados semelhantes foram encontrados em outro estudo3. Quase 20% dos idosos foram considerados “independentes para todas as atividades menos banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência e mais uma adicional” e 7,3% “ dependentes para todas as atividades”.

A dependência para o banho foi a mais prevalente, seguido pelo ato de vestir-se, continência, uso do sanitário, mobilidade e alimentação. Percebe-se que a habilidade para realizar as funções mais complexas declina primeiro, preservando assim por mais tempo as funções que tem um impacto na sobrevivência3.

O avanço da idade demonstrou uma grande contribuição na ocorrência de incapacidade funcional. O progresso da idade cronológica, aliado ao próprio processo de envelhecimento, se relaciona diretamente com os maiores níveis de incapacidade funcional3.

O alto índice de dependência encontrado é influenciado pela concepção de que o idoso é um ser desprovido de autonomia e dependente em virtude das alterações decorrentes do processo de envelhecimento e das doenças associadas. Muitas vezes, em resposta ao declínio funcional desses idosos, os profissionais de saúde optam por realizar as tarefas para os idosos, por ser mais fácil e rápido. Essa atitude deve ser substituída pelo estímulo na realização das atividades, promovendo assim maior autonomia e independência nesta população.

Page 233: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

231

Tabela 2 – Avaliação da independência funcional de idosos residentes em Instituições de Longa Permanência do Município de Januária –MG. Januária-MG. 2012

Variáveis (n) (%)

A) independente para todas as atividades

13 31,7

B) Independente pra todas as atividades menos uma

03 7,3

C) Independente para todas as atividades menos banho e mais

uma adicional

04 9,8

D) Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se

e mais uma adicional

06 14,6

E) Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se,

ir ao banheiro e mais uma adicional.

01 2,4

F) Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se,

ir ao banheiro, transferência e mais uma adicional

08 19,5

G) Dependente para todas as atividades

03 7,3

OUTRO) Dependente em pelo menos duas funções, mas que não

se classificam em C, D, E, e F.

03 7,3

Conclusão

Observou-se que 31,7% dos idosos institucionalizados eram considerados”

independentes para realizar as atividades de vida diária” e 7,3% eram “dependentes para todas as atividades”. A dependência para o banho foi a mais prevalente. Muitas vezes, as instituições de longa permanência não permitem que os idosos tenham total autonomia sobre suas vidas. Esse comportamento pode ser fator de piora do quadro do idosos quando limita as atividades e os estímulos fornecidos a essa população. Portanto é de extrema importância que as instituições de longa permanência estejam estruturadas tanto física quanto organizacionalmente para acompanhar e impedir o declínio funcional dos idosos.

Page 234: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

232

Agradecimentos

Agradecemos aos Programas FAPEMIG e CNPq pela concessão da Bolsa de Iniciação Científica – Jr, o que possibilitou a realização desse estudo.

Literatura citada 1- Grundy EMD. Epidemiology of aging. In: Tallis RC, Fillit HM, editors. Brocklehurst’s textbook of geriatric medicine and gerontology. Edinburgh: Churchill Livingstone, p. 3-20. 2003. 2- Lisboa CR, Chianca TCM. Perfil epidemiológico, clínico e de independência funcional de uma população idosa institucionalizada. Rev Bras Enferm, 65(3): 482-7. 2012. 3- Silva AH, Mazo GZ, Benedetti TR, Santos SMA, Marques S et al O idoso institucionalizado: avaliação da capacidade funcional e aptidão física. Cad. Saúde Pública, 26(9):1738-1746. 2010. 4- Smanioto FN, Haddad MCFL. Índice de Katz aplicado a idosos institucionalizados. Rev Rene; 12(1):18-23. 2011 5- Spidurso WW, Cronin .L. Exercise-dose response effects on quality of life and independent living in older adults. Med Sci Sports Exerc, p.598-698. 2001. 6- Wilkins S, Law M, Lets L. Assessment of functional performance. In: Bonder BR, Wagner MB. Functional performance in older adults. Philadelphia: F. A. Davis; cap. 12, p. 236-51. 2001.

Page 235: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

233

LEISHMANIOSE EM CÃES NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ - MINA S GERAIS: QUAIS AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS?

Brenda Gonçalves Pereira¹, Sarah Pereira Costa1, Marco Túlio Jaques Pereira1, Roberta Naany Dias Prates1, Nayane Jorge Silva1, Roseane Aparecida Santos2, Eliane Macedo Sobrinho Santos3, Hércules Otacílio Santos4 1Estudantes do Curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio – IFNMG/Araçuaí. Bolsistas de Extensão e Estudantes de Extensão Voluntária. Email: [email protected]. 2 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí.Email: [email protected]. 3Professora do IFNMG/Araçuaí, M.Sc. Ciências Agrárias. Email: [email protected] 4Professor da Funorte/Montes Claros, M.Sc. Biotecnologia. Email: [email protected] Resumo: Este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento de dados que possam ser associados à ocorrência da Leishmaniose no município de Araçuaí – MG. A metodologia do trabalho consistiu no levantamento de dados que possam ser associados à ocorrência da Leishmaniose no município, como faixa etária, sexo, presença de animais no peridomicílio, coleta de lixo e renda familiar, dentre outros, por meio da aplicação de questionários em residências aleatoriamente determinadas. Foram aplicados 133 questionários para proprietários de cães. A renda dos entrevistados variou de 622,00 a 7.000,00 reais. Dentre os animais avaliados, 46% eram do sexo masculino, 54% do sexo feminino. Com relação à distribuição etária, a população de cães era bastante heterogênea, apresentando animais com idade de 3 meses até mais de 10 anos. A criação, no peridomicílio, de outras espécies animais que podem servir de fonte para repasto sanguíneo dos flebotomíneos foi relatada por 38% dos proprietários entrevistados. A análise da co-habitação de outras espécies animais mostrou que as galinhas foram as mais frequentes. A coleta de lixo era realizada na maioria das residências, pelo menos uma vez por semana. Os resultados preliminares são sugestivos de que alguns fatores presentes em residências que contém cães podem contribuir para a ocorrência de Leishmaniose no município de Araçuaí – MG. No entanto, os resultados conclusivos serão obtidos ao término das investigações. Palavras–chave: posse responsável, limpeza ambiental, presença de mosquito, co-habitação

Introdução

A leishmaniose visceral (LV), causada por protozoários do gênero Leishmania, é uma zoonose, de transmissão vetorial, considerada um problema de saúde pública no Brasil, tendo em vista sua magnitude, letalidade e expansão geográfica. Essa doença envolve três componentes principais: vetor, reservatório e homem susceptível, sendo o cão o principal reservatório doméstico e importante fonte de infecção para o vetor. As medidas de controle utilizadas atualmente pelos órgãos de saúde baseiam-se nas indicadas pela Organização Mundial de Saúde que são: diagnóstico e tratamento dos casos humanos, borrifação com inseticida contra o vetor e diagnóstico e eliminação dos cães positivos (RONDON, 2007).

O baixo padrão de vida da população, a maior densidade dos flebotomíneos e cães infectados são fatores predisponentes para implantação desta zoonose. Por isso, a prevalência da leishmaniose visceral canina (LVC) tem sido objeto de estudo em diferentes regiões do Brasil com resultados que variam de acordo com as características da população, bem como com a metodologia empregada na avaliação.

A região de Araçuaí, no estado de Minas Gerais, tem registrado casos humanos de leishmaniose visceral e as medidas aplicadas no município para o controle desta enfermidade têm sido a identificação e tratamento de casos humanos, sem nenhuma ação específica sobre os cães soropositivos e o controle vetorial. Dessa forma, o conhecimento de parâmetros epidemiológicos, além da quantificação da doença, pode auxiliar quando da implementação de medidas de controle no município, reduzindo a ocorrência de casos em humanos.

Assim este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento de dados que possam ser associados à ocorrência da Leishmaniose no município de Araçuaí – MG, como faixa etária, sexo, presença de animais no peridomicílio, coleta de lixo e renda familiar.

Page 236: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

234

Material e Métodos

Este estudo foi realizado no Município de Araçuaí que está localizado no Nordeste do Estado de Minas Gerais, na microrregião do Médio Jequitinhonha, bem no centro do Vale do Jequitinhonha. Na cidade de Araçuaí, no período de março/2012 a outubro/2012, foi realizado um levantamento de dados que possam ser associados à ocorrência da Leishmaniose no município de Araçuaí – MG, como faixa etária, sexo, presença de animais no peridomicílio, coleta de lixo e renda familiar, dentre outros, por meio da aplicação de questionários em residências aleatoriamente determinadas, onde habitam cães.

Resultados e Discussão

Foram aplicados 133 questionários para proprietários de cães. Alguns achados, ao final da aplicação dos questionários, estão apresentados na figura 1.

Figura 1 Porcentagem de proprietários que relataram ter o conhecimento sobre a Leishmaniose (superior). Porcentagem de proprietários que relataram utilizar produtos químicos nos animais (inferior esquerdo). Porcentagem de proprietários que relataram utilizar produtos químicos no ambiente (inferior direito).

Além dos resultados apresentados acima, foram obtidos dados importantes que estão

discutidos a seguir. A renda dos entrevistados variou de 622,00 a 7.000,00 reais. Embora alguns autores relatem que não foi observada associação estatística entre a renda familiar e a

Page 237: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

235

soropositividade, a população de baixa renda pode estar vivendo em condições que favoreçam a manutenção desta zoonose.

Quanto aos cães, a maioria vivem soltos nos quintais das residências, os quais são geralmente higienizados. Dentre os animais avaliados, 46% eram do sexo masculino, 54% do sexo feminino. A ausência de associação estatisticamente significativa entre soro-prevalência e sexo tem sido relatada por autores como Cabrera et al. (2003) e França-Silva et al. (2003) embora, Dantas-Torres et al. (2006) tenham observado maior prevalência em cães machos de Paulista, PE.

No que diz respeito à distribuição etária, a população era bastante heterogênea, apresentando animais com idade de 3 meses até mais de 10 anos. Oito dos proprietários entrevistados não possuíam as informações sobre a idade dos animais e por isso não foram anotadas. Feitosa et al. (2000) relataram maior positividade em animais entre três e seis anos de idade (29,0%), neste caso a avaliação foi realizada somente em animais positivos para LVC. A grande maioria dos quintais das residências avaliadas era de terra. Em geral, encontrava-se em boas condições de sanitárias, embora em algumas residências tenha sido observado o escoamento de água residual da cozinha e lavanderia.

A criação, no peridomicílio, de outras espécies animais que podem servir de fonte para repasto sanguíneo dos flebotomíneos foi relatada por 38% dos proprietários entrevistados, sendo que de 8% dos domicílios que participaram da pesquisa não foram obtidas essas informações. A análise da co-habitação de outras espécies animais mostrou que as galinhas foram as mais frequentes, sendo que em alguns domicílios a espécie animal não foi anotada. Moreira Jr. et al. (2003) se referiram a maior risco de LVC quando da presença de outras espécies no peridomicílio e observaram associação significativa da LVC com a presença de suínos. A coleta de lixo era realizada na maioria das residências, pelo menos uma vez por semana. Costa et al. (2005) avaliaram a influência dos serviços e saneamento básicos da cidade de Teresina,PI e observaram maior risco de infecção humana quando da ausência de rede de esgoto e coleta de lixo regulares. Apesar da pesquisa ter sido realizada na zona urbana, foi observado a presença de vegetação e algum tipo de matéria orgânica em 100% das residências.

Conclusões

Os resultados preliminares, tomando-se por base relatos da literatura, são sugestivos de que alguns fatores presentes em residências que contém cães podem contribuir para a ocorrência de Leishmaniose no município de Araçuaí – MG. No entanto, os resultados conclusivos serão obtidos ao término das investigações. Pois, a próxima etapa do trabalho é realizar o exame sorológico (ELISA e RIFI) nos cães de todos os proprietários entrevistados, de forma a correlacionar os fatores levantados com a aplicação dos questionários com os resultados dos testes sorológicos, corroborando ou não relatos da literatura.

Agradecimentos Ao IFNMG pelo apoio financeiro.

Literatura citada

CABRERA, M.A.; PAULA, A.A.; CAMACHO, L.A.; MARZOCHI, M.C.; XAVIER, S.C.; SILVA, A.V.; JANSEN, A.M. Canine visceral leishmaniais in Barra de Guaratiba, Rio de

Page 238: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

236

Janeiro, Brazil: assessment of risk factors. Revista do Instituto de Medicina Tropical, v.25, n.2, p.79-83, 2003. COSTA C.H.; WERNECK, G.L.; RODRÍGUEZ, L. Jr.; SANTOS, M.V.; ARAUJO, I.B.; MOURA, L.S., MOREIRA, S.; GOMES, R.B.; LIMA, S.S. Household structures and urban services: neglected targets in the control of visceral leishmaniasis. Annals of Tropical Medicine and Parasitology, v.99, n.3, p.229-236, 2005. DANTAS-TORRES, F.; BRITO, M.E.F.; BRANDÃO-FILHO. Seroepidemiological survey on canine leishmaniasis among dogs from an urban area of Brazil. Veterinary Parasitology, v.140, n.1-2, p.54-60, 2006. MOREIRA Jr., E.D.; SOUZA, V.M.M.; SREENIVASAN, M.; LOPES, N.L.; BARRETO, R.B.; CARVALHO, L.P. Peridomestic risk factors for canine leishmaniasis in urban dwellings: new findings from a prospective study in Brazil. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v.69, n.4, p.393- 397, 2003. RONDON, Fernanda Cristina Macedo. Estudo transversal da leishmaniose visceral canina na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. ____. Fortaleza, 2007. 60p.

Page 239: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

237

AVALIAÇÃO DO DÉFICIT COGNITIVO EM IDOSOS INSTITUCIO NALIZADOS

Dayane Pereira Félix1, Thatiane Lopes Oliveira2, Patrícia Sousa Fernandes3, Karine Alencar Fróes4 1Estudante de Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária. Ms. em Ciências da Saúde. E-mail: [email protected] 3Professor do IFNMG/Januária. Especialista em Saúde da Família. E-mail: [email protected] 4Professor do IFNMG/Januária. Graduada em Enfermagem. E-mail: [email protected] Resumo: Os transtornos cognitivos possuem alta prevalência em idosos. A institucionalização pode contribuir para o aparecimento desses déficits e a identificação desses pode auxiliar no planejamento dos cuidados prestados aos idosos residentes em instituições de longa permanência. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de déficits cognitivos em idosos residentes em instituições de longa permanência. O estudo do tipo descritivo e transversal, foi realizado nas duas instituições de longa permanência do município de Januária-MG. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o Mini-Exame do Estado Mental. Dos 41 idosos, 60,98% eram do sexo masculino, a faixa etária predominante foi acima de 80 anos (48,78%), 56,09% eram analfabetos e 68,30% apresentavam déficit cognitivo. A identificação dessas perdas cognitivas pode orientar os profissionais de saúde na prestação dos cuidados. Palavras–chave: Avaliação, déficit cognitivo, saúde do idoso institucionalizado

Introdução

A demência, patologia crônica caracterizada por déficits cognitivos múltiplos, é considerada um problema médico e social em crescimento, além de ser um importante problema de saúde pública mundial. Sua prevalência aumenta exponencialmente com a idade, passando de 5% entre aqueles com mais de 60 anos para 20% naqueles com idade superior a 80 anos2.

O reconhecimento desses déficits em idosos institucionalizados pode colaborar para a elaboração e planejamento de políticas de atendimento à saúde voltada para esse público. O acompanhamento e tratamento podem ser elaborados de forma individualizada e os benefícios do ambiente institucional podem ser potencializados na busca da qualidade do processo de envelhecimento.

Distintos instrumentos foram desenvolvidos com o objetivo de auxiliar na investigação de déficits cognitivos em populações de risco, como é o caso dos idosos1. O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), tem sido o instrumento mais utilizado na avaliação do comprometimento cognitivo e de demência em idosos 1. Considerando que a institucionalização pode aumentar a probabilidade desse déficit cognitivo, esse trabalho objetivou-se avaliar a prevalência de déficits cognitivos em idosos residentes em instituições de longa permanência.

Metodologia

Estudo do tipo exploratório, descritivo e transversal. A amostra foi composta por todos os idosos residentes nas duas instituições de longa permanência do município de Januária, totalizando 41 idosos. O critério de inclusão foi idade igual ou superior a 60 anos.

Para a coleta dos dados foram utilizado um questionário estruturado com informações referentes às características sociodemográficas e o MEEM para o rastreio de déficit cognitivo.

Os dados foram tabulados e processados em banco de dados eletrônico no programa Microsoft® Excel 97, sendo obtidas tabelas de freqüência para a classificação dos idosos em diferentes graus de dependência.

Page 240: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

238

A pesquisa foi apresentada ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros.

Resultados e Discussão

Foram entrevistados 41 idosos, sendo 60,98% do sexo masculino e 39,02% do sexo feminino. A faixa etária predominante foi composta por idosos com 80 anos ou mais (48,78%), seguido daqueles com 60-69 (26,83%) e, por fim, pelo grupo de idosos entre 70-79 anos (24,39%) (TAB. 1). Concernente à faixa etária, os resultados deste estudo foi semelhante aos encontrado em estudo realizado em Uberaba-MG4 e em Curitiba – PR6. A partir da sexta década, as perdas cognitivas estão entre os sintomas mais comuns nos idosos. Esse déficit cognitivo aparece principalmente depois dos 65 anos e aumenta com o passar dos anos, principalmente em idades mais avançadas3.

Do total dos entrevistados, 56,09% eram analfabetos, 34,15% possuíam o ensino fundamental incompleto e, somente 4,87% possuíam o ensino médio completo (TAB. 1). Resultados semelhantes foram encontrados por outros autores que concluíram que o baixo nível de escolaridade pode ter associação direta com a perda da função cognitiva, ou seja, quanto maior o tempo de estudo, melhor o desempenho nos testes cognitivos3,4.

Quanto ao tempo de institucionalização, 12,19% dos idosos residiam na instituição há menos de 1 ano, 29,26% de 1 a 3 anos, 21,95% de 7 a 10 anos e, 14,65% eram idosos institucionalizados há mais de 15 anos (TAB. 1). Estudo realizado nas instituições de longa permanência no município de Curitiba – PR comprovou que metade dos idosos residiam na instituição há menos de dez anos6. Tabela 1 – Principais características de idosos residentes nas Instituições de Longa Permanência do Município de Januária –MG. Januária-MG. 2012.

Variáveis (n) (%)

Gênero

Feminino 16 39,02

Masculino 25 60,98

Faixa Etária

60 a 69 anos 11 26,83

70 a 79 anos 10 24,39

80 anos ou mais 20 48,78

Escolaridade

Analfabeto 23 56,09

Ensino fundamental incompleto 14 34,15

Ensino fundamental completo 01 2,45

Ensino médio incompleto 01 2,45

Page 241: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

239

Ensino médio completo 02 4,87

Tempo de Instituição

Menos de 1 ano 05 12,19

1 a 3 anos 12 29,26

4 a 6 anos 07 17,07

7 a 10 anos 09 21,95

11 a 15 anos 02 4,88

Mais de 15 anos 06 14,65

Em relação à presença de déficit cognitivo, a grande maioria dos idosos apresentavam transtorno cognitivo (68,30%), sendo que esse déficit estava presente em todos os analfabetos, representando 82,14% dos idosos com transtorno, e em 17,86% dos alfabetizados (TAB. 2). Entre os idosos institucionalizados do município de Curitiba –PR, 55,8% apresentavam déficit cognitivo, essa prevalência estava associada à idade mais avançada e ao analfabetismo6. Em idosos não-institucionalizados essa prevalência caiu para 18,3%5, demostrando a influência da institucionalização na função cognitiva de idosos. Tabela 2 – Avaliação do nível de cognição pelo Miniexame do Estado Mental de idosos residentes nas Instituições de Longa Permanência do Município de Januária –MG. Januária-MG. 2012.

MEEM (n) (%)

Transtorno Cognitivo 28 68,30

Sem transtorno cognitivo 13 31,70

Total 41 100,00

Conclusão

Observou-se elevada prevalência de declínio cognitivo, segundo o MEEM, na amostra

estudada. No entanto, essa alta prevalência deve ser investigada com exames complementares mais apurados, uma vez que o MEEM é somente um teste de rastreio clinico cognitivo, não permitindo o diagnóstico definitivo.

O reconhecimento dessas perdas cognitivas levanta a necessidade de atitudes e cuidados por parte dos profissionais de saúde que atendem a essa população. Esses cuidadores devem encorajá-los a realizar suas atividades do dia-a-dia por si mesmas, considerando o comprometimento cognitivo presente. Assim, esse estudo pode orientar a conduta dos profissionais.

Page 242: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

240

Conclui-se que o trabalho proposto apresenta algumas limitações, como viés de amostra e não-aplicação de outro instrumento de rastreio para atividades de vida diária, o que aumentaria a sensibilidade e especificidade do estudo.

Agradecimentos

Agradecemos aos Programas FAPEMIG e CNPq pela concessão da Bolsa de Iniciação Científica – Jr, o que possibilitou a realização desse estudo.

Literatura citada

1- Almeida, OP. Mini Exame do Estado Mental e o diagnóstico de demência no Brasil. Arq Neuropsiquiatr, v. 56(3-b), p. 605-12. 1998. 2- Beard, CM. et al. The prevalence of dementia is changing over time in Rochester, Minnesota. Neurology, v. 45, p. 75-79. 1995. 3- Correia MVG, Teixeira CCG, Araújo JF, Brito LMO, Neto JAF, Chein MBC, Coimb ra LC, Mesquita ERRBPL. Perfil cognitivo em idosas de dois serviços públicos em São Luís – MA. Correia MVG, et al. / Rev Psiq Clín;35(4):131-7. 2008. 4- Ferreira PCS, Tavares DMS, Rodrigues RAP. Características sociodemográficas, capacidade funcional e morbidades entre idosos com e sem declínio cognitivo. Acta Paul Enferm;24(1):29-35. 2011. 5- Gurian MBF, Oliveira RC, Laprega MR, Júnior ALR. Rastreamento da função cognitiva de idosos não-institucionalizados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 15(2):275-283. 2012. 6- Lenard MH, Michel T, Wachholz PA, Borghi ASB, Seima MD. O desempenho de idosas institucionalizadas no miniexame do estado mental. Acta Paul Enferm;22(5):638-44. 2009.

Page 243: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

241

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI EM DOIS BAIRROS DE SALINAS – MG, E SUA IMPORTÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA NAS AÇÕES DE COMBATE À DENGUE Felipe Augusto Soares1, Jefferson Bruno Bretas de Souza Oliveira2, Jéssica Coutinho Silva2, Filipe Vieira Santos

de Abreu3 1Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. Bolsista PIBIC/FAPEMIG/IFNMG, Salinas-MG. E-mail: [email protected] 2Acadêmico(a) do curso de Ciências Biológicas. Bolsista Voluntário – IFNMG, Salinas-MG. 3Professor do IFNMG – Campus Salinas, MG. Mestre em Parasitologia. Orientados PIBIC/IFNMG. Resumo: O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor do vírus da febre amarela urbana e da dengue no Brasil. O comportamento de oviposição é importante para sobrevivência e dispersão do A. aegypti. Fêmeas desta espécie realizam “skip-oviposition” e depositam ovos acima da linha d’água. O objetivo deste trabalho foi avaliar estes comportamentos e sua relação com fatores climáticos. Instalaram-se vinte armadilhas ovitrampa em dois bairros de Salinas – MG. Estas foram inspecionadas semanalmente para contagem e identificação dos ovos presentes na água e na palheta. Paralelamente, analisaram-se dados meteorológicos da região. Resultados mostraram que o Índice de Positividade de Ovitrampa (IPO) variou muito (0 a 90%) entre as semanas/bairros amostrados, possivelmente em resposta ao tratamento focal realizado no município. O número de ovos encontrados na palheta foi significativamente maior que na água (p<0,05). Não observou relação entre os valores da quantidade de ovos na palheta e água com fatores climáticos. Através do baixo número de ovos (<30) encontrados em 60% das armadilhas positivas, constatou-se a ocorrência do comportamento de skip-oviposition que parece contribuir para prevalência do mosquito em todo o período amostrado. Notou-se um aumento significativo do Índice de Densidade de Ovo (IDO) em semanas precedidas de chuva intensa. Conclui-se que a oviposição na água foi maior do que o descrito na literatura e esse resultado pode gerar falsos índices entomológicos. Palavras-chave: Aedes aegypti, comportamento, fatores climáticos, oviposição

Introdução

O mosquito Aedes aegypti, em sua forma antropofílica, é o principal vetor do vírus da febre amarela urbana e da dengue no Brasil e constitui um sério problema de saúde pública no mundo. No mundo moderno o A. aegypti se adaptou facilmente às áreas urbanas e vive preferencialmente no domicílio ou peridomicílio humano (Ministério da Saúde, 2010).

A transmissão da dengue ao homem se faz pela fêmea do A. aegypti, durante a hematofogia. As fêmeas grávidas de A. aegypti possuem a habilidade de distinguir potenciais criadouros que irão sustentar o desenvolvimento e a sobrevivência de sua prole. Uma escolha errada pode resultar na morte de muitos juvenis e na perda do investimento reprodutivo (Zahiri e Rau, 1998). O comportamento de oviposição é importante para sobrevivência e dispersão do A. aegypti. Além desta alta seletividade na escolha do criadouro, as fêmeas destes insetos ainda distribuem seus ovos ao longo de vários criadouros, comportamento denominado de “Skip-oviposition” conforme observado por Chadee (2010). Segundo Chadee (1995) o mosquito A. aegypti raramente deposita seus ovos na superfície da água, e admite que apenas 3% do total de ovos são colocados diretamente sobre a água, mas na parede do recipiente.

A armadilha de oviposição – Ovitrampa – é o método mais sensível e econômico para detectar a presença de A. aegypti, em situações onde a densidade populacional é baixa, e em estudos epidemiológicos e comportamentais (Marques et al., 1993). No Brasil, é preconizado pelo Ministério da Saúde a utilização das armadilhas ovitrampa para obtenção dos Índices de Positividade de Ovitrampa (IPO) e de Densidade de Ovo (IDO). Porém, nestes levantamentos são desprezados os líquidos presentes nas ovitrampas sem qualquer tipo de análise ou contagem dos ovos, pois parte-se do pressuposto que a oviposição na água é desprezível

Page 244: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

242

(Chadee, 1995). Estes resultados têm importância epidemiológica já que a desconsideração dos ovos depositados na água pode gerar falsos índices entomológicos e ineficiência das medidas de controle da dengue no país (Ministério da Saúde, 2010).

Devido à falta de estudos do comportamento de populações de A. aegypti no Brasil, principalmente na região do Norte de Minas Gerais, que apresenta altos índices de epidemias pelo vírus da dengue. O presente trabalho vem da necessidade de estudos que avaliem o real comportamento de oviposição do A. aegypti nos criadouros utilizados para monitoramento da dengue no Brasil. Diante do exposto, objetivou-se avaliar o comportamento de oviposição do A. aegypti e sua relação com fatores climáticos.

Material e Métodos

Para realização deste trabalho, foram confeccionadas, manualmente, 20 armadilhas do tipo ovitrampa, utilizando de material reciclável (garrafa pet) para sua construção. A armadilha é constituída de um recipiente de cor preta e fosca, contendo 300 ml de água de torneira. Em seu interior será fixado verticalmente um substrato de oviposição (palheta de madeira compensada), com superfície rugosa exposta. Estas armadilhas foram instaladas em dois bairros (São Geraldo, Boa Vista) do município de Salinas – MG. As armadilhas foram distribuídas de forma homogênea nas residências escolhidas nos bairros, permitindo uma maior amplitude da área amostral.

Uma vez por semana as armadilhas foram vistoriadas. A água e a palheta contida em cada uma das 20 ovitrampas foram recolhidas, identificadas individualmente com auxílio de etiquetas e transportadas ao Laboratório de Biologia do IFNMG – Campus Salinas. As coletas de dados ocorreram entre os meses de junho a outubro (caracterizando a estação seca) e de novembro a janeiro (caracterizando a estação chuvosa). Em laboratório, os ovos presentes na água e na palheta de cada ovitrampa foram contabilizados com o auxílio de um microscópio esteroscópico (20X) e um contador manual. As palhetas positivas foram colocadas em bandejas contendo água. Após a eclosão as larvas foram identificadas para confirmação da espécie A. aegypti.

A partir destes dados foram calculados os índices entomológicos “Índice de Positividade de Ovitrampa = número de armadilhas positivas x 100/número de armadilha vistoriada” e “Índice de Densidade de Ovo = número de ovos/número de armadilhas positivas”. No entanto, ao contrário da rotina preconizada, as análises serão feitas considerando também o número de ovos encontrados na água da armadilha. Paralelamente, analisaram-se dados meteorológicos do município disponibilizados pela Estação Meteorológica de Salinas, pelo site do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), possibilitando, assim, correlacionar as variáveis de (Temperatura, Umidade Relativa e Precipitação) com os valores de oviposição palheta/água das ovitrampas.

Resultados e Discussão

Os resultados mostraram que o (IPO) variou muito de 0 a 90% (Figura 1) entre as semanas/bairros amostrados, possivelmente em resposta ao tratamento focal realizado no município. O número de ovos encontrados na palheta foi significativamente maior que na água (p<0,05).

Page 245: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

243

Figura 1 – Índice de positividade dos bairros por semana

Não foi observada correlação entre variáveis climatológicas de temperatura máxima/mínima, umidade máxima/mínima e o número de ovos da água e pallheta das ovitrampas. Diferente do valor encontrado por Chadee (1995), em 96% das coletas a quantidade de ovos na palheta excedeu o valor de 3% de ovos, chegando até a 50% de ovos na água em uma coleta (Tabela 1).

Tabela 1 - Porcentagem de ovos na palheta e água por semana.

Através do baixo número de ovos (<30) encontrados em 60% das armadilhas positivas, constatou-se a ocorrência do comportamento de skip-oviposition, que parece contribuir para prevalência do mosquito em todo o período amostrado. Notou-se um aumento significativo (p<0,05), no IDO quando precedido de chuva com intensidade acima de 40 mm semanais, possivelmente por favorecer as condições ideais para novos criadouros e o desenvolvimento de fêmeas.

Conclusão

A partir dos resultados apresentados, pode-se concluir que as variações climáticas não influenciam no comportamento de oviposição do mosquito A. aegypti. Os resultados do percentual de ovos na água são superiores ao encontrado por outros autores. Este resultado,

Page 246: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

244

associado ao comportamento de “skip-oviposition” comprovado neste trabalho, são fatores que podem contribuir para a prevalência do mosquito durante todo o período amostrado.

Agradecimentos

Gostaria de apresentar meus agradecimentos à FAPEMIG e ao IFNMG - Campus Salinas pelo apoio e concessão da bolsa de Iniciação Científica, e aos estagiários e orientador que sempre estiveram presentes e atuantes na realização deste trabalho. Obrigado!

Literatura citada CHADEE, D.D.; CORBET, P.S.; TALBOT, H. Proportions of eggs laid by Aedes aegypti on different substrates within an ovitrap in Trinidad, West Indies. Med Vet Entomol;v 9: 66-70 1995. CHADEE, D.D. The diel oviposition periodicity of Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae) in Trinidad, West Indies: effects of forced egg retention. Bull of Entomol Resea; 1-5. 2010. MARQUES, C.C.A.; MARQUES, G.R.A.M.; BRITO, M.; SANTOS-NETO, L.G.; ISHIBASCHI, V.C.; GOMES, F.A. Comparative study of the efficiency of larval and ovitraps for surveillance of dengue and yellow fever vectors. Rev. Saúde. Pública; 27: 237-41. 1993. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_epidemias_dengue_11_02_10.pdf. 2010. Cited: 1 Fev. 2010. ZAHIRI, N.; RAU, M.E. Oviposition attraction and repellency of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) to waters from conspecific larva e subject to crowding, confinement, starvation, or infection. J Med Entomol; 35:782-787. 1998.

Page 247: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

245

AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA AO AUTOCUIDADO DE PACIENTES DIABÉTICOS

Isla Naiane Melo Fernandes¹, Patrícia de Sousa Fernandes2, Thatiane Lopes Oliveira3, Karine Alencar Fróes4

1Discente do curso Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Professora do IFNMG/Januária. Especialista em Saúde da Família. Coordenadora do projeto. E-mail: [email protected] 3 Professora do IFNMG//Januária. Mestre em Ciências da Saúde. E-mail: [email protected] 4 Professora do IFNMG/Januária. Enfermeira. E-mail: [email protected] Resumo: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que apresenta alta morbi-mortalidade, com perda importante na qualidade de vida. Dessa forma, avaliar o autocuidado dos pacientes diabéticos é de grande importância, haja vista que a adoção de hábitos de vida saudável e adesão à terapêutica medicamentosa, podem promover qualidade de vida e prevenir possíveis complicações. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa realizado com 30 pacientes com DM de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Januária – MG, cujo objetivo foi verificar a adesão ao autocuidado dos indivíduos envolvidos através do Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes. Notou-se a necessidade de intervenções práticas e específicas junto aos pacientes no sentido de demonstrar-lhes a importância do autocuidado no tratamento da doença para a manutenção e/ou promoção de qualidade de vida, uma vez que a adoção de hábitos saudáveis por parte dos mesmos ainda é bastante deficiente. Palavras–chave: diabetes mellitus, autocuidado, qualidade de vida, atenção básica

Introdução

O DM é a doença metabólica mais comum e apresenta sérias implicações na qualidade de vida dos pacientes em decorrência das suas complicações microvasculares e macrovasculares (CASTRO et al., 2006). Essa situação leva as pessoas à necessidade de cuidado integral de saúde, envolvendo os aspectos biológicos, culturais, sociais, econômicos, psicológicos, entre outros (OLIVEIRA E ZANETTI, 2011).

Dificuldades como usar corretamente a medicação prescrita, seguir a dieta ou modificar o estilo de vida, de acordo com as orientações da equipe multidisciplinar, estão sempre presentes na prática clínica (GIMENES et al., 2006). A educação para o autocuidado às pessoas com problemas crônicos de saúde, como o DM, deve promover o suporte para o desenvolvimento das habilidades de autocuidado, a fim de co-responsabilizá-las por sua saúde e ajudá-las a aprender a conviver melhor com a enfermidade (BAQUEDANO et al., 2010).

O objetivo dessa pesquisa foi verificar a aderência ao autocuidado dos usuários com DM tipo 2 de uma Unidade Básica de Saúde de Januária – MG.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa que foi desenvolvido em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Januária – MG. A amostra foi composta por 30 pacientes com diagnóstico médico de DM que são acompanhados na ESF.

A coleta de dados foi realizada através de visitas domiciliares. Os pacientes foram caracterizados de acordo com o gênero, a idade, a escolaridade, o estado civil, renda familiar e o tempo de diagnóstico de DM 2. Foi aplicado o Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes (QAD), traduzido e adaptado do Summary of Diabetes Self-Care Activities Questionnaire (SDSCA).

Page 248: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

246

Os dados foram tabulados e processados em banco de dados eletrônico no programa Microsoft® Excel 97 (Sistema Operacional Windows98, Microsoft Corporation, Inc.).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE), sob o parecer 114.528.

Resultados e Discussão

Nota-se no gráfico 01 que a minoria dos participantes (n=6) segue uma orientação

alimentar específica durante toda semana. Para Baquedano et al. (2010), é necessário que a pessoa com DM tenha participação ativa no monitoramento da sua doença: escolha de alimentos, número de refeições, qualidade e quantidade de alimento ingerido.

Gráfico 1. Durante o último mês, QUANTOS DIAS POR SEMANA, em média,

seguiu uma orientação alimentar dada por um profissional de saúde (médico, enfermeiro, nutricionista)?

De acordo com Brasil (2006), a prática regular de atividade física é indicada a todos os

pacientes com DM, pois, melhora o controle metabólico, reduz a necessidade de hipoglicemiantes, ajuda a promover o emagrecimento nos pacientes obesos, diminui os riscos de doença cardiovascular, além de melhorar a qualidade de vida. Apesar dos grandes benefícios, cerca de 53% (n=16) dos participantes não praticavam nenhuma atividade física contínua (Gráfico 02).

Page 249: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

247

Gráfico 2. Em quantos dos últimos SETE DIAS realizou atividade física durante pelo menos 30 minutos? (minutos totais de atividade contínua, inclusive andar).

No tocante a utilização dos medicamentos para o controle do DM, nota-se uma boa

adesão por parte dos participantes, uma vez que cerca de 83% (n=25) dos participantes afirmaram seguir a terapêutica medicamentosa durante os 07 dias da semana (Gráfico 03). Esse dado é de grande relevância, pois de acordo com Gimenes et al. (2006), muitos pacientes acreditam ser dispensável a terapia medicamentosa, devido ao caráter assintomático da doença. Gráfico 3. Em quantos dos últimos SETE DIAS tomou seus medicamentos do diabetes, conforme recomendado?

Page 250: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

248

Conclusões

O portador de DM deve ser continuamente estimulado a adotar hábitos de vida saudáveis. Neste contexto e com base nos resultados alcançados, nota-se que os usuários com DM, necessitam de um acompanhamento sistemático por uma equipe multiprofissional de saúde que ofereçam as ferramentas necessárias para o manejo da doença com vistas ao autocuidado, especialmente no que diz respeito ao tratamento não farmacológico da doença.

Agradecimentos

Agradecemos à FAPEMIG, pelo apoio financeiro na forma de bolsa de Iniciação Científica BIC-Jr.

Literatura citada BAQUEDANO, I.R.; SANTOS, M.A., TEIXEIRA, C.R.S.; MARTINS, T.A.; ZANETTI, M.L. Fatores relacionados ao autocuidado de pessoas com diabetes mellitus atendidas em Serviço de Urgência no México. Rev Esc Enferm USP 2010; 44(4):1017-23 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. CASTRO, S.M.; MATOS, H.J.; GOMES, M.B. Parâmetros Antropométricos e Síndrome Metabólica em Diabetes Tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab., vol 50 nº 3 Junho 2006 GIMENES, H.T.; ZANETTI, M.L.; OTERO, L.M.; TEIXEIRA, C.R.S. O conhecimento do paciente diabético tipo 2 acerca dos antidiabéticos orais. Rev Ciência, Cuidado e Saúde. Maringá, v. 5, n. 3, p. 317- 325, set./dez. 2006 OLIVEIRA, K.C.S; ZANETTI, M.L. Conhecimento e atitude de usuários com diabetes mellitus em um Serviço de Atenção Básica à Saúde. Rev Esc Enferm USP 2011; 45(4):862-8

Page 251: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

249

PREVALÊNCIA DO CONHECIMENTO DOS FATORES DE RISCO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA FEMININO

Nágila Meneses Carvalho de Miranda¹, Patrícia de Sousa Fernandes2, Thatiane Lopes Oliveira3, Ariane

Gonçalves Oliveira4 1Discente do curso Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Professora do IFNMG/Januária. Especialista em Saúde da Família. Coordenadora do projeto. E-mail: [email protected] 3 Professora do IFNMG//Januária. Mestre em Ciências da Saúde. E-mail: [email protected] 4 Professora do IFNMG/Januária. Especialista em Trauma e Terapia Intensiva. E-mail: [email protected] Resumo: O câncer de mama constitui-se num problema de saúde pública por ser a neoplasia maligna de maior incidência na população feminina. Trata-se de um estudo transversal tipo descritivo com abordagem quantitativa realizado com as usuárias de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Januária – MG, com idade entre 40 e 69 anos de idade, cujo objetivo foi verificar o conhecimento dessas usuárias sobre fatores de risco e medidas de detecção precoce do câncer de mama através da aplicação de um questionário estruturado utilizado na pesquisa de Batiston et al. (2011). Observou-se que a maioria das mulheres entrevistadas desconhecem os fatores de risco relacionados ao câncer de mama e uma parcela significativa desconhece a importância e não realizam o exame clínico das mamas e mamografia. Esses resultados demonstram a importância da elaboração de estratégias e políticas públicas que visem à prevenção e detecção precoce dos casos de câncer de mama, visando garantir o direito à saúde e a promoção da qualidade de vida da população feminina. Palavras–chave: câncer de mama, fatores de risco, prevenção

Introdução

O câncer de mama é um dos principais problemas de saúde pública por sua magnitude no Brasil e em todo mundo (LINARD et al., 2008). Batiston et al. (2011), em seus estudos, verificou que os fatores de risco para o câncer de mama são pouco conhecidos pelas mulheres, bem como pouco estudados pelos pesquisadores. Borges et al. (2010) revelam que as dificuldades na prevenção primária contribuem para o aumento da incidência e mortalidade por câncer de mama.

Dessa forma, o objetivo desse estudo foi averiguar o conhecimento das usuárias de uma ESF de Januária – MG sobre fatores de risco e medidas de detecção precoce do câncer de mama.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal tipo descritivo com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), devidamente cadastradas em uma unidade de ESF da zona urbana do município de Januária. Como critério de inclusão na amostra, as usuárias deveriam possuir uma faixa etária entre 40 e 69 anos de idade uma vez que, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), compreende os intervalos de idade de maior incidência do câncer de mama na população feminina. Foi considerado nível de confiança de 95% e um erro amostral de 5%. Foram acrescidos 10% a amostra, para substituição de possíveis perdas.

O instrumento utilizado foi um questionário estruturado utilizado na pesquisa de Batiston et al. (2011) que objetivou avaliar o conhecimento e prática sobre os fatores de risco

Page 252: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

250

para o câncer de mama entre usuárias da Estratégia de Saúde da Família do município de Dourados no estado de Mato Grosso do Sul.

Os dados foram tabulados e processados em banco de dados eletrônico no programa Microsoft® Excel 97 (Sistema Operacional Windows98, Microsoft Corporation, Inc.).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE), sob o parecer nº 152.889.

Resultados e Discussão

Em relação as características sociodemográficas, a maioria das entrevistadas possuíam idade entre 50 a 69 anos de idade (64%), eram de cor parda (69%), casadas (59%) e alfabetizadas (89%).

Sobre o conhecimento dos fatores de risco para o câncer de mama, 71% (n=78) das mulheres disseram não os conhecer (Gráfico 01). Pinho e Coutinho (2005) afirmam que por ser uma doença com uma base multifatorial, o conhecimento dos fatores de risco, especialmente os hábitos que podem ser alterados, são importantes na redução do número de casos. Gráfico 1. Em sua opinião o que aumenta as chances de uma mulher ter câncer de mama?

Embora cerca de 49% (n=54) das entrevistadas tenham dito que as suas mamas foram

avaliadas de 01 até 03 vezes nos últimos 03 anos por um profissional na ESF, um número significativo de mulheres (n=45) afirmaram que no mesmo período as suas mamas não foram examinadas por nenhum profissional (Gráfico 02). Borges et al. (2010) revelam que as dificuldades na prevenção primária contribuem para o aumento da incidência e mortalidade por câncer de mama. De acordo com Linard et al. (2008), esse tipo de neoplasia denuncia a vulnerabilidade da atenção primária à saúde da mulher no que se refere ao controle dos fatores de risco, assim como os procedimentos a serem implementados ante à instalação da referida doença.

Page 253: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

251

Gráfico 2. Nos últimos 03 anos quantas vezes suas mamas foram avaliadas por um profissional na Unidade Básica de Saúde?

De acordo com o Gráfico 03, cerca de 69% (n=75) das participantes responderam que

já realizaram a mamografia pelo menos uma vez. Vários estudos recomendam o desenvolvimento de programas de triagem mamográficas para reduzir significativamente a morbidade e a mortalidade do câncer de mama, uma vez que o exame viabiliza o diagnóstico em estágios onde ainda não há manifestações de sinais e sintomas, melhorando significativamente o prognóstico da doença (GONZÁLEZ-ROBLEDO et al., 2010). Gráfico 3. A senhora já realizou mamografia?

Page 254: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

252

Conclusões

Os resultados demonstram a importância de ações educativas e também de políticas públicas de saúde que busquem conscientizar a população de risco sobre a prevenção do câncer de mama através do exame clínico das mamas e mamografias. Além disso, é imprescindível que ocorra a expansão do conhecimento sobre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença na população feminina, principalmente aqueles relacionados aos hábitos de vida, uma vez que a adoção de hábitos saudáveis contribui não só para a prevenção do câncer como melhora significativamente a qualidade de vida e preveni outras patologias.

Agradecimentos

Agradecemos à FAPEMIG, pelo apoio financeiro na forma de bolsa de Iniciação Científica BIC-Jr.

Literatura citada BATISTON, A.P., TAMAKI, E.M., SOUZA, L.A., SANTOS, M.L.M. Conhecimento e prática sobre os fatores de risco para o câncer de mama entre mulheres de 40 a 69 anos .Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., 2011. 11 (2): 163-171 BORGES, J.B.R., GUARISI, R., LACERDA, A.A., POLI J.L., BORGES, P.C.G., MORAES, S.S. Active search of women as an efficacy factor for a breast and cervical cancer screening program in the city of Jundiaí, São Paulo, Brazil. Einstein. 2010, 8(1 Pt 1):34-9. GONZÁLEZ-ROBLEDO, L.M., GONZÁLEZ ROBLEDO, M.C., NIGENDA, G., LÓPEZ-CARRILLO, L. Acciones gubernamentales para la detección temprana del cáncer de mama en América Latina. Retos a futuro. Salud Pública de México. 2010, vol. 52, no. 6 LINARDI, A.G., SILVA, R.M., MENDONÇA, F.A.C. Práticas de saúde decorrentes dos fatores de risco para o câncer de mama em mulheres trabalhadoras. Rev. Rene. Fortaleza, v. 9, n. 3, p. 92-98, jul./set.2008 PINHO, V.F.S., COUTINHO, E.S.F. Risk factors for breast cancer: a systematic review of studies with female samples among the general population in Brazil. Cad. Saúde Pública. 2005, 21(2):351-360.

Page 255: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

253

Área temática: Social

Page 256: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

254

CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTOR, DO PROCESSO PRODUTIVO E DA COMERCIALIZAÇÃO DE HORTALIÇAS NO MUNICÍPIO DE JANUÁ RIA

Geraldo Rodrigues dos Santos Neto Oliveira1,Jomar Oliveira Vasconcelos2 1Acadêmico de Agronomia-IFNMG/Januária.. E-mail: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária . E-mail:[email protected] Resumo: O trabalho objetivou diagnosticar as características do processo de produção de hortaliças no município de Januária, Minas Gerais, através de entrevista semi estruturada como instrumento de pesquisa descritiva quantitativa/qualitativa. Através de informações obtidas na feira livre municipal e em sacolões, foram identificados 15 produtores que se dedicam comercialmente a atividade no município. Realizou-se as entrevistas no período de 22/12/2012 a 26/01/2013, visando caracterizar o produtor, o processo produtivo , o de comercialização e os aspectos que poderiam ser objetos de futuras ações para o incremento da atividade. Através dos dados obtidos pode se concluir que a atividade é desenvolvida por agricultores familiares, que tem nela sua principal fonte de renda, com baixo nível tecnológico, predomínio da comercialização direta, apresentando potencial para sua expansão e modernização. Palavras–chave: Horticultura, Agricultura Familiar.

Introdução

A produção de hortaliças apresenta é importante na agricultura familiar, seja para o autoconsumo ou para a geração de renda (JUNQUEIRA, 2011). Apresenta ainda uma capacidade de expansão, visto que o consumo per capita ainda é baixo no Brasil quando comparado aos padrões europeus (GILHOTO,2013 ). Dois fatores deverão contribuir para esse incremento: o aumento de renda da população e a percepção do valor das verduras e legumes como alimentos não apenas nutricionais, mas também funcionais, isto é, com capacidade de prevenir e ajudar na recuperação de enfermidades (CARVALHO, et al., 2006 ).

Tendo em vista esses aspectos, pesquisou-se o perfil do produtor de hortaliças do município de Januária, Minas Gerais, as características tecnológicas do processo produtivo utilizado e as formas de comercialização da produção , com vistas a subsidiar ações de fortalecimento dessa atividade no município.

Material e Métodos

Realizou-se uma pesquisa descritiva, de caráter quantitativo/qualitativo, através de entrevistas semi estruturadas, visto que esta apresenta possibilidade de acesso a informação além do que se listou e é adequada a situações em que o entrevistado não saiba ler ou escrever (BONI, V., QUARESMA S. J, 2005) A partir de informações obtidas na feira municipal e junto a sacolões e supermercados foram identificados 15 agricultores que se dedicam a produção comercial de hortaliças no município , com os quais foram realizadas as entrevistas ,no período de 22/12/2012 a 26/01/2013, visando identificar origem; tempo de atividade; área da propriedade rural, total e cultivada; e origem de mão de obra utilizada na atividade.

Resultados e Discussão

Observando-se os dados da tabela 1, os produtores podem ser considerados como agricultores familiares, pois a mão de obra predominante é familiar e as propriedades são inferiores à 384 hectares (4) , sendo que 73% deles tem o cultivo de hortaliças como atividade principal. Os dados da tabela também permitem observar uma grande dispersão geográfica

Page 257: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

255

entre os produtores, fato atribuído a significativa extensão territorial do município. Entre as demais atividades agrícolas , são mais comuns os cultivos de mandioca, milho e feijão. Apenas 13% dedicam-se exclusivamente as hortaliças.

A alface e o cheiro verde são as principais hortaliças cultivadas, sendo também citadas : almeirão, beterraba, brócolis ,cenoura, couve, couve flor, espinafre, jiló, mostarda, pepino,pimenta de cheiro, quiabo, rabanete, repolho, rúcula e tomate cereja. Tabela 1. Localidade dos produtores, tempo de atividade, área total das propriedades, área ocupada por hortaliças e tipo de mão de obra predominante. IFNMG,campus Januária,2013

O preparo do solo é predominantemente manual, a exceção de um produtor que utiliza

preparo mecanizado e outro que se dedica ao cultivo hidropônico. A análise e correção do solo não são praticadas bem como o uso de adubação mineral, sendo a adubação orgânica a mais usual. As mudas são produzidas pelos próprios produtores. Apenas 20% deles recorrem a produção de mudas em bandejas, os demais as produzem diretamente no solo.

O controle de plantas invasoras é manual. Para o combate a pragas e doenças os agricultores utilizam produtos naturais, como nim, urina de vaca, caldas à base de fumo e de pimenta, água de sabão e detergentes e calda bordalesa. Apenas um produtor referiu-se ao uso de Barrage®, um piretróide registrado apenas para uso veterinário.

Uma taxa de 33% dos entrevistados utilizam de regadores para a irrigação, sendo que a maioria restante faz uso de sistemas de irrigação por aspersão ou por microaspersão. A principal fonte de água são os poços artesianos, seguindo-se as cisternas. Apenas dois produtores fazem o cultivo em estufas.

As sementes e os insumos eventualmente utilizados são adquiridos, em sua maioria, no comércio local. Com relação à assistência técnica , a EMATER foi o órgão mais citado, mas não como um trabalho sistemático e sim eventual. Os vizinhos e amigos são citados como principais fontes de informação para a solução de problemas por ventura enfrentados. Apesar

Produtor Localização Tempo na Atividade (anos)

ÁreaTotal (ha)

Área Cultivada (ha)

Mão de Obra Predominante

1 Barreiro 8 1 0,06 Familiar 2 Barreirinho 10 1 0,06 Familiar 3 Barreirinho 33 5 2 Familiar 4 Bom Jantar 15 2 1 Familiar 5 Cochos 10 75 1,6 Familiar

6 Estância Nazaré

17 14,4 8,64 Familiar

7 Estância Nazaré

27 45 3 Familiar

8 Nova Odessa 5 15 2 Familiar 9 Pau D´OLeO 22 3 1 Familiar

10 Riacho da Cruz

15 20 2 Familiar

11 Tabua 8 4 3 Familiar 12 Tabua 10 1 0,06 Familiar 13 Tabua 5 19,36 1 Familiar 14 Sede 15 4,680 0,072 Familiar 15 Sede 11,6 0,036 0,036 Famiiar

Page 258: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

256

da maioria se dedicar a atividade há mais de 5 anos (tabela 1), apenas 33% deles já participaram de capacitação técnica relacionada as suas atividades produtivas.

A feira municipal é o principal canal de escoamento da produção, sendo o único para 33% deles. Apenas um produtor fornece diretamente as escolas , através do fundo nacional de desenvolvimento da educação para o programa nacional de alimentação escolar (PNAE).

Os agricultores manifestaram interesse de expandir e/ou modernizar a atividade numa taxa 80% dos entrevistados, mas relataram dificuldades para execução do objetivo . Foram citados como principais entraves à realização desses planos as faltas de recursos financeiros e de assistência técnica.

Conclusões

A horticultura no município é uma atividade desenvolvida por agricultores familiares cuja produção é é incapaz de abastecimento do município.

Há diversidade de cultivos, destacando-se a produção de alface e o cheiro verde. O nível tecnológico é baixo, em especial na etapa de produção de mudas, que ocorre diretamente no solo, Ao invés do uso de bandejas e de ambientes protegidos.

A feira municipal é ainda o principal canal de distribuição, em que pese o crescente papel dos sacolões e supermercados na comercialização desse tipo de produção.

O fornecimento de hortaliças direto as escolas, através do PNAE, é uma alternativa ainda pouco utilizada, o que pode ser provocado por desinformação ou de falta de capacitação.

Há utilização de formas alternativas , produtos naturais , no combate a pragas e doenças.

O incremento da produção pode ser efetivado, pois a maioria dos produtores possui áreas disponíveis e manifestaram interesse pela expansão e/ou modernização da atividade, tendo como obstáculos a serem removidos a falta de assistência técnica e de financiamento

Agradecimentos Aos produtores entrevistados, pela solicitude demonstrada.

Literatura citada BONI, V., QUARESMA S. J.; Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSc. Vol. 2 nº 1 (3), janeiro-julho/2005, p. 68-80 Carvalho PGB; Machado CMM; Moretti CL; Fonseca, ME N. 2006. Hortaliças como alimentos funcionais. Horticultura Brasileira 24: 397-404. GILHOTO, J. J. M. A importância da agricultura familiar no Brasil e em seus estados. Disponível em:<http://www.anpec.org.br/encontro2007/artigos/A07A089.pdf> acesso em:08 fev.2013. GUANZIROLI, C.; CARDIM, S. E. (Coord.). Novo Retrato da Agricultura Familiar: O Brasil redescoberto. Brasília: Projeto de Cooperação Técnica FAO/INCRA, fev/2000. 74 p. Disponível em:< http://www.incra.gov.br/fao/pub3.html.> acesso em:08 fev.2013.

Page 259: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

257

JUNQUEIRA, A. M; R.; A participação da agricultura familiar na produção de hortaliças e o mercado dos orgânicos, SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL on line – v.5, n. 1 – Set – 2011.

Page 260: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

258

PROCESSOS DECISÓRIOS NA ASSOCIAÇÃO DOS USUÁRIOS DA SUB-BACIA DO RIO DOS COCHOS: GESTÃO SOCIAL?

Hévilla Karine Ribeiro Santos1, André Aristóteles da Rocha Muniz² 1Acadêmica de Administração– IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG- Januária. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Januária, Ms. Gestão Social. Email: [email protected] Resumo: Neste trabalho, apresentamos os resultados da análise dos processos decisórios participativos na ASSUSBAC - Associação dos Usuários da Sub-bacia do Rio dos Cochos, tendo como base os conceitos de gestão social, cidadania deliberativa e associativismo. A pesquisa caracterizou-se por uma abordagem qualitativa, do tipo exploratório, tendo como técnicas de coleta de dados a análise documental, entrevista semi-estruturada e a observação. Em relação ao método de tratamento de dados utilizamos o “Modelo de análise de processos decisórios participativos deliberativos na implantação de políticas públicas”, construído por Fernando Guilherme Tenório e colaboradores (TENÓRIO et al, 2008). Os processos decisórios participativos foram analisados a partir das categorias: processo de discussão; inclusão; pluralismo; igualdade participativa; autonomia e bem comum. Os resultados evidenciam que a liderança busca a participação de todos para que as atividades se dêem de maneira dialógica, em que todo têm direito a fala sem coesão, no entanto ainda são encontradas muitas barreiras para que essa realidade se faça presente na ASSUSBAC. Palavras–chave: Cidadania Deliberativa, Gestão Social e Participação .

Introdução

A ocorrência do intenso debate sobre a participação nos processos decisórios e a cidadania deliberativa tem sido um assunto recorrente nas esferas públicas e privadas. Este assunto vem ao encontro com o termo democracia e a consciência de que a democracia representativa não é suficiente para atender as demandas da sociedade.

O que podemos notar nos dias atuais é um aumento expressivo da participação nos processos decisórios, no entanto o que se vê é a necessidade de analisar a qualidade dessa participação, a maneira que ela tem sido feita e quais os reais impactos que esse processo democrático vem causando na sociedade, ou avaliar se o que está ocorrendo é simplesmente um aumento na participação.

Assim este estudo foi de fundamental importância na medida em que analisou os processos decisórios participativos na implementação das políticas públicas na Associação dos Usuários da Sub-Bacia do Rio dos Cochos (ASSUSBAC), em especial o Programa de Recuperação e Preservação da Sub-Bacia do Rio dos Cochos, buscando assim analisar a relação entre articuladores dos projetos e beneficiários.

Material e Métodos Para desenvolvimento deste trabalho, adotou-se a abordagem qualitativa com pesquisa

do tipo exploratória combinada, com as seguintes técnicas de coleta de dados: observação, entrevista semi-estruturada e análise documental.

Tomando como ponto de partida o objetivo central de pesquisa – Identificar nos processos decisórios da ASSUSBAC evidências que possam caracterizar a sua gestão como gestão social. Orientamos o desenho do nosso estudo e as nossas escolhas metodológicas a partir da abordagem qualitativa de pesquisa (GODOY, 1995a).

Page 261: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

259

Resultados e Discussão

Buscando responder nossos objetivos de pesquisa, que consiste em analisar os processos participativos na ASSUSBAC, utilizamos o modelo de análise dos processos decisórios participativos deliberativos na implantação de políticas públicas, construído por Tenório (2008) e colaboradores e que sofreu alterações para efeito dessa pesquisa.

Quando estamos buscando analisar evidências de uma gestão caracterizada como gestão social, devemos levar em consideração a participação das pessoas nos processos decisórios, que nos últimos tempos estão passando por uma série de mudanças. As decisões que antes eram centradas nas lideranças, que por sua vez, partiam da prerrogativa de que as pessoas eram despreparadas para assumir as responsabilidades inerentes aos responsáveis pela escolha disso ao invés daquilo. Porém, nos últimos anos, grandes avanços foram conquistados, as pessoas foram reconhecidas como seres humanos capazes de pensar, de decidir e de ser motivado. Na ASSUSBAC esses processos são valorizados.

Por esse motivo, o que podemos notar nos processos de tomada de decisão na ASSUSBAC é a busca pelo envolvimento dos indivíduos nesses processos, na implementação dos programas, na divisão dos benefícios e na avaliação das decisões tomadas na associação, tendo em vista que, de acordo com o conceito de participação, todos têm o direito e o dever de participarem na solução dos seus problemas, terem responsabilidade de assegurar a satisfação de suas necessidades básicas, mobilizarem recursos locais e sugerirem novas soluções, bem como de criarem e manterem as organizações locais.

Na ASSUSBAC, a participação acontece na medida em que os associados buscam se envolver nos processos, nas reuniões, nas capacitações e seminários. As famílias residentes na sub-bacia do rio dos cochos que participam das ações de revitalização do rio dos cochos, o fazem por terem consciência da importância do rio para toda a comunidade, pessoas que não têm esse ideal começam a participar do processo, mas logo abandonam.

Outro fator de fundamental importância quanto estamos tratando de participação é o grau e os níveis de participação que estão relacionados com a intensidade com que pessoas as ou grupos se envolvem nas decisões. Para Bordenave (1983), a participação não ocorre com o mesmo grau de intensidade em membros que participam das mesmas atividades. Conforme defende o autor, os graus de participação vão desde a informação até auto-gestão.

Sobre esse assunto Tenório (2008, p. 6) adverte que “o maior grau de escolaridade deve ser usado como apoio as discussões, mas nunca como orientador primeiro das decisões”. Pinho (2010) também alerta que não há participação efetiva nas tomadas de decisões, se não por meio da educação. Nesse quesito, o estatuto da ASSUSBAC define que um dos objetivos da mesma é o estimulo à uma educação de qualidade.

[...] É preciso estimular o debate sobre a educação que temos e a educação que queremos, é preciso pensar na formação das famílias na comunidade: realizar reuniões comunitárias e contribuir com o processo de construção de conhecimentos para aumentar a capacidade de reivindicação, articulação, pressão. É preciso criar relações democráticas, valorizar a produção e a cultura. Até agora o programa tem proporcionado formação na linha de políticas públicas e formação para reivindicação (ASSUSBAC).

Por meio desse estudo, procuramos compreender em que medida a ASSUSBAC

fortalece o processo de construção da cidadania deliberativa, do agir comunicativo e da gestão pautada em um processo dialógico, em que todos têm direito a expor suas opiniões, sem se

Page 262: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

260

preocupar se essas estão certas ou erradas. Buscando compreender também como é feita abertura de espaços para processos deliberativos e para o fortalecimento da democracia participativa e da prática da gestão social.

O que pode ser verificado é que a democracia deliberativa, entendida como um modelo de político decisório que tem seus elementos fundamentais pautados na participação da população na definição das políticas públicas, ainda não ocorre de maneira completa na associação em questão, muitos desafios ainda devem ser superados para podermos definir a ASSUSBAC como uma promotora da gestão social.

A ASSUSBAC constitui-se uma nova forma de praticar a democracia, representada pelos processos de cidadania deliberativa que vêm produzindo mudanças, ainda que lentamente, na perspectiva pública dos indivíduos, na cultura da sociedade civil, na postura e modo de agir da sociedade política e no modus operandi da máquina burocrática e dos governos. É, entretanto, um processo de mudança a longo prazo, para o qual torna-se necessária uma prática contínua e não pontual. Trata-se de um processo dialógico que necessita ser construído e reconstruído permanentemente pelos participantes para evitar o risco do controle corporativo, político ou administrativo por meio da manipulação. Este caminho, ainda que longo, vem sendo percorrido de maneira bastante satisfatória, pois neste estudo tivemos a capacidade de vislumbrar uma gestão que caminha rumo aquela que foi proposta por Fernando Guilherme Tenório, pautada numa conduta voltada realmente para o social e não uma gestão estratégica camuflada, como estamos acostumados a ver nas associações, ONGs e entidades não- governamentais.

Conclusões

No presente trabalho, buscou–se identificar nos processos decisórios da ASSUSBAC evidências que possam caracterizar a sua gestão como gestão social e analisar os processos decisórios participativos deliberativos no âmbito da ASSUSBAC. Sendo assim, observou-se que a população é chamada a participar dos processos de discussão, porém, esta, muitas vezes, não o fazem de maneira eficiente, participando de maneira pontual.

Em relação aos programas que são implantados na ASSUSBAC, estes são sugeridos pelo presidente e pelos articuladores, que foram os responsáveis pela fundação da ASSUBAC, e tem como objetivo chamar a população e buscar novos canais de participação.

Uma constatação interessante diz respeito ao aumento da participação de jovens e mulheres que anteriormente acontecia de forma muito esporádica nas atividades que a ASSUSBAC se envolve.

Conclui-se que o caminho para a cidadania deliberativa não parece distante da realidade da unidade empírica estudada, se considerarmos as pessoas que realmente estão envolvidas no projeto.

Agradecimentos À FAPEMIG e ao IFNMG pela bolsa de IC e ao Prof. Cleber Carvalho (Pró-Reitor de

Administração IFNMG).

Literatura citada FRANÇA FILHO, G. C. Gestão social: um conceito em construção. In: Colóquio In-ternacional Sobre Poder Local, IX, 15-19 de junho de 2003, Salvador, Bahia. Anais do IX Colóquio Internacional sobre Poder Local, Salvador, 2003.

Page 263: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

261

GODOY, A. S. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 3, pp. 20-29, mar/abr. 1995 a. TENÓRIO, F. G. Gestão Social: uma perspectiva conceitual. In: Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro: EBAPE/FGV, v. 32, n. 5, p. 7-23, , set./out. 1998. _________. (Re) Visitando o Conceito de Gestão Social. Ijuí (RS): Ed. Unijuí, 2005 TENÓRIO, Fernando Guilherme; et al. Critérios para a avaliação de processos decisórios participativos deliberativos na implementação de políticas públicas.In: ENCONTRO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNANÇA, 2008 nov. 12 a 14, Salvador, BA Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração. Resumo dos trabalhos do EnAPG 2008: Encontro de Administração Pública e Governança. Salvador: ANPAD, 2008.

Page 264: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

262

A INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO INTERNA NOS PROCESSOS D E APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL NAS MICRO E PEQUENAS EM PRESAS

DE JANUÁRIA-MG

Karine Andrade Fonseca1, Marcos Sousa Rocha2, Edson Oliveira Neves3 1Acadêmica do Curso Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Acadêmico do curso Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária. Bolsista PIVIC – IFNMG. E-mail: [email protected] 3Professor MSc. do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária. E-mail: [email protected] Resumo: O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida junto às pequenas e micro empresas caracterizadas como intensivas em conhecimento da cidade de Januária-MG, tendo como objetivo analisar a influência da comunicação interna nos processos de Aprendizagem Organizacional. O estudo busca apreender elementos de significância na relação comunicação e aprendizagem considerando as peculiaridades das micro e pequenas empresas e o contexto em que atuam. A metodologia envolve um estudo exploratório e descritivo de cunho não-probabilístico acidental e intencional que envolveu empresas de grande representatividade em seu ramo de negócios, especificamente das áreas de tecnologia da informação, tecnologia em artes gráficas e comunicação. Palavras–chave: Aprendizagem Organizacional, Comunicação Interna, Conhecimento.

Introdução A comunicação interna nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs) tem um impacto nos

processos gerenciais bem diferente do que ocorre nas grandes organizações, isto em razão de suas peculiaridades, como o número de funcionários e recursos reduzidos, o forte empirismo nas ações empresariais e, uma perspectiva de valor diferenciada no tratamento das informações e conhecimento em relação àquelas. Esta comunicação ocorre predominantemente de maneira informal, não havendo o mesmo grau de preocupação com o registro de informações relevantes. Neste contexto, o desenvolvimento da Aprendizagem Organizacional (AO), considerado um fator de grande importância quando observado o prosseguimento das atividades empresarias e a competitividade organizacional, pode ficar comprometida nas MPEs. Este estudo busca traçar as bases iniciais para esclarecimento desta questão.

A AO é entendida como um processo que amplia o conhecimento criado a partir do indivíduo e se estabelece através do compartilhamento da informação, pela interação social e, pela sistematização dos processos e técnicas bem-sucedidas. Nesse sentido, o desenvolvimento de um processo de comunicação eficaz é fundamental para compartilhamento maciço de informações e difusão de conhecimentos, garantindo o crescimento da organização.

Pelas suas especificidades, o processo de AO nas Micro e Pequenas Empresas, ocorre de forma mais simples e menos planejada. Parte-se do pressuposto que esse processo acontece fundamentado numa perspectiva incidental, onde os erros, o empirismo, as premissas, as crenças é que dão significado à construção do conhecimento. Nesse sentido, assume um papel de relevância o processo de comunicação e de disseminação de informações dentro da empresa, já que tais elementos são fundamentais para o desenvolvimento e consolidação da AO nas organizações empresariais, especialmente nas MPEs.

Deste modo, o objetivo geral da pesquisa é constituído por: analisar como os processos de comunicação interna influenciam a dinâmica de AO nas Micro e Pequenas Empresas

Page 265: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

263

classificadas como intensivas em conhecimento do município de Januária, norte de Minas Gerais. Como objetivos específicos destacaram-se: caracterização das MPEs que compõem a amostra da população pesquisada; identificação e caracterização dos principais aspectos que permeiam o processo de aprendizagem nas micro e pequenas empresas pesquisadas; análise de como se dá o processo de comunicação interna nas MPEs pesquisadas; apresentação de uma descrição geral e abrangente da influência da comunicação interna no processo de aprendizagem da organização a partir da análise das informações obtidas do grupo pesquisado.

Material e Métodos Para alcance dos objetivos propostos buscou-se sustentação em uma metodologia que envolve um estudo exploratório e descritivo, utilizou-se a técnica de documentação indireta e, posteriormente, a documentação direta. O levantamento de dados na documentação direta foi feita através de pesquisa de campo na qual foi utilizada a amostra não-probabilística acidental e intencional. A amostra baseou-se em quatro empresas do município de Januária, atuantes na área de tecnologia da informação, tecnologia em arte gráfica e comunicação, identificadas como intensivas em conhecimento pelo alto uso da capacidade intelectual criativa de seus integrantes. Foram contatadas empresas consideradas de grande expressividade econômica e destaque mercadológico na região. Outro fato levado em consideração deve-se a melhor percepção dos processos de AO nestes tipos de empresas. Utilizou-se o instrumento do questionário pelo qual se coletou os dados através de uma série de perguntas estruturadas que foram respondidas sem a presença do entrevistador, dando liberdade e segurança nas respostas em razão do anonimato (MARCONI e LAKATOS, 2011).

Resultados e Discussão A partir da pesquisa de campo realizada envolvendo funcionários e direção das MPEs

analisadas foi possível verificar o quanto a comunicação interna influencia nos processos de Aprendizagem Organizacional.

Com base nos dados levantados, verificou-se que a maioria dos colaboradores possuem ensino médio completo, não havendo especialização na área em que trabalham. Já os gerentes são graduados ou estão com o curso superior em andamento. Constatou-se que a direção da empresa prefere contratar profissionais que já possuem alguma experiência na área e oferecer treinamentos esporádicos, o que implica numa transmissão de conhecimento cotidiana, a partir das necessidades de cada profissional em saber desenvolver sua tarefa dentro daquela organização, assim esta troca de experiência acontece de maneira predominantemente oral, de forma rápida e informal.

Através dos resultados, verificou-se que 53% dos colaboradores consideram a liberdade de manifestar suas opiniões como excelente e 47% consideram boa. Outra constatação evidenciada foi que 75% dos gerentes consideram muitas vezes as opiniões dos funcionários no momento de tomada de decisão enquanto 25% deles sempre consideram. Percebe-se que os colaboradores possuem liberdade para expressar suas opiniões, sendo estas consideradas relevantes pelas chefias nos processos de tomada de decisão. Essa relação entre os funcionários e gerentes mostra-se como fator de crítico de sucesso por possibilitar a identificação de forma rápida e proporcionar soluções embasadas para os problemas. Além disso, é interessante ressaltar que a comunicação livre e constante provoca maior envolvimento dos colaboradores com a organização, fazendo-os se sentirem essenciais e motivados. Torquato (2003, p. 162) afirma que a “Comunicação é um conceito que se liga a

Page 266: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

264

influência, poder, consentimento, cooperação, participação, liderança e solidariedade”, esta é capaz de alterar estados de comportamento do colaborador a fim de influenciar uma participação mais ativa, a cooperação com os colegas e o comprometimento com metas, objetivos e valores organizacionais.

Moreira (1997, p. 37) afirma que “o sistema de comunicações adotado por uma organização define a forma de transmissão e recepção de acordo com o relacionamento dentro da organização e com o grau de liberdade existente nas interações entre grupos e níveis hierárquicos”. Dessa forma, percebe-se que o alto grau de liberdade existente na interações entre os membros das MPEs e o reduzido número de níveis hierárquicos define o sistema de comunicação como informal, em sentido ascendente, lateral e descendente.

Conforme os dados obtidos, 63% dos colaboradores sempre trocam experiências com seus colegas de trabalho, 11% fazem isso muitas vezes, 21% o fazem com uma frequência menor e 5% raramente fazem isso. A partir disso, percebe-se que grande parte desses profissionais possuem o hábito de trocarem experiências entre si sobre as atividades desenvolvidas, sendo possível perceber que a transmissão de conhecimento ocorre por meio da comunicação informal e segundo a demanda exigida pelo ambiente de trabalho, não se caracterizando como um processo de aprendizagem planejado. Entretanto, não se pode desconsiderar a importância da comunicação informal para as empresas, pois ela provoca a aprendizagem individual e a contínua disseminação de informações gera aprendizagem em nível organizacional.

Observa-se que os colaboradores usualmente registram algumas informações inerentes ao desenvolvimento de suas atividades para serem usadas futuramente, entretanto essas anotações são de uso pessoal e a empresa não demonstra preocupação em documentar processos e procedimentos afim de organizar e facilitar a transmissão de conhecimentos adquiridos.

Conclusões A comunicação interna nas MPEs do estudo é caracterizada como predominantemente

informal como resultado de suas peculiaridades, como por exemplo, pequeno número de colaboradores, pequena quantidade de níveis hierárquicos e dimensões físicas normalmente reduzidas, o que incentiva a comunicação oral entre as pessoas. O diálogo entre os colaboradores no ambiente de trabalho se mostra como um dos principais meios de aprendizagem organizacional nas MPEs pois se manifesta em um ambiente de intensa liberdade de expressão, permitindo aos profissionais obter conhecimentos de seus colegas, analisar criticamente os processos da empresa e propor sugestões que possam ser efetivamente aplicadas.

As MPEs pesquisadas também não documentam seus processos, não havendo uma padronização de como as atividades são executadas. A transmissão dessas informações ficam por conta dos próprios colaboradores ou pela observação através da qual o colaborador aprende ao observar outro executando determinada atividade. Isso pode ser um ponto negativo, pois é possível que um funcionário ensine o outro de forma inadequada diferindo do que seria o correto. O que seria mais coerente é que essas empresas documentassem seus processos de forma que os profissionais tivessem acesso para guiá-los em seu trabalho, visto que a comunicação escrita minimiza a ocorrência de erros quanto à transmissão ou interpretação de uma mensagem.

A comunicação interna nas MPEs evidencia-se como um importante meio para o alcance da Aprendizagem Organizacional, entretanto verifica-se baixo grau de planejamento tanto dos conhecimentos a serem adquiridos quanto dos meios para isso, de forma que a

Page 267: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

265

aprendizagem ocorre de acordo com as demandas do ambiente de trabalho. Diante desse cenário, é importante que essas empresas planejem a aprendizagem alinhada aos objetivos organizacionais, estabeleçam canais de comunicação destinados à transmissão de conhecimentos e, por fim, documentem e padronizem os processos da empresa deixando-os acessíveis para que os colaboradores possam consultá-los.

Agradecimentos

Agradecemos a FAPEMIG, pela concessão de bolsa de iniciação científica, permitindo

assim a participação efetiva de acadêmicos graduandos nesta pesquisa. Ao IFNMG, por disponibilizar sua estrutura e recursos fundamentais para o bom andamento deste trabalho. Ressaltamos o papel de importância de ambas as instituições ao proporcionarem a possibilidade de desenvolvimento desta pesquisa de interesse econômico e empresarial e, pelo aprimoramento de conhecimentos dos estudantes, além da inserção dos mesmos no âmbito da pesquisa científica.

Literatura citada LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. MARCONI, Marina de Andrade. 7 ed. Atlas, São Paulo, 2011. MOREIRA, Claudia Maria M. Habilidades Gerenciais. Coelho, Ulysses F., Pinheiro, Anamaria S..4 ed. SENAC Nacional. Rio de Janeiro, 1997. TORQUATO, Gaudêncio. Cultura, Poder, Comunicação e Imagem: Fundamentos da nova empresa. 4. ed. São Paulo. Summus, 2003.

Page 268: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

266

PROTOCOLO DE IMPLANTAÇÃO DE MOEDAS SOCIAIS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE CHAPADA GAÚCHA – MG

Karine Dias Araújo1, Karla Thaís Lima de Morais1, Felipe Lisboa Guedes2, Celimar Reijane Alves Damasceno3. ¹Acadêmica do curso de Bacharelado em Administração - IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Cintífica do IFNMG. Email: [email protected]; [email protected]. ² Professor do IFNMG- Januária, Ms. Ciencias Econômicas. Email: [email protected]. ³ Professora do IFNMG- Januária, Licenciatura em Matemática. Email: [email protected]. Resumo: O projeto teve por base o município de Chapada Gaúcha – MG que se encontra com mais de 10.805 habitantes segundo o último censo do IBGE; cidade pequena, mas com grande potencial produtivo. A cidade nos mostra um grande avanço econômico com a utilização da Moeda Social, a “Veredas” Foi pesquisado a fundo sobre a circulação dessa nova moeda dentro do município, através de questionários aplicados em toda a cidade. Chegou-se a conclusão de que a “Veredas” ainda não está sendo totalmente utilizada no meio, principalmente das famílias com renda baixa, que seriam as mais favorecidas com a implantação dessa nova ferramenta. Mesmo com o Banco Chapadense a disposição dos moradores onde oferecem serviços em troca das “Veredas”, ainda observou -se que a sua procura ainda não atingiu um estágio satisfatório. Mas com um trabalho de maior conscientização sobre os benefícios trazidos através dessa nova proposta econômica, poderá num futuro bem próximo, garantir a subsistência dessa população, principalmente das pessoas de baixa renda. Palavras-chave: Economia Solidária, Banco Popular Chapadense, Moeda Social, Veredas, Chapada Gaucha.

Introdução

O modo capitalista de produzir não funciona de forma recíproca com relação à aqueles que contribuem no crescimento de seus bons resultados econômicos; é uma forma injusta e que poucos detém em suas mãos. Esta desigualdade nas relações humanas é fruto de uma economia globalizada e desigual; observou-se com o passar do tempo que as relações humanas se tornaram cada vez mais distantes e sempre baseadas em jogo de interesses, onde a busca contínua pelo lucro, por meio de grandes investimentos em produção e exploração de muitas pessoas se tornou frequente, um ato considerado normal.

A economia solidária surge em contraposição à esta ideia de competitividade, e parte do princípio da solidariedade.

França-Filho (2006), (p. 3); destaca as dimensões da economia solidária: comunitária e pública, voltada para a geração de trabalho e renda, preocupada com o desenvolvimento local, que pressupõe a ação no espaço público e uma construção coletiva democrática, pois o Estado não preenche as lacunas deixadas pelo mercado. É uma economia que nasce no espaço publico comunitário, a fim de proporcionar trabalho, renda e uma construção coletiva democrática.

Segundo Miranda,como conjunto de atividades para produção e distribuição de riquezas é economia, mas é solidaria por ter o objetivo de ter as atividades econômicas como meio para realização e consecução de outros ganhos de natureza social, política e cultural.

Com base neste assunto, concentramos no município de chapada Gaúcha que possui grande potencial produtivo; a economia local se baseia na agricultura com produção em larga escala de grãos e sementes de forrageiras. Porém o fluxo monetário não é mantido na cidade, e este é o principal problema, a evasão de recursos financeiros para outras cidades. É uma grande iniciativade um município tão pequeno com uma ideia tão inovadora,a utilização de uma ferramenta distinta dentro da Economia Solidária,a moeda social;étambém raridade por ser a única implantada no Estado de Minas Gerais. Partindo desta perspectiva de inovaçãona economia, buscamos analisar esta experiência na cidade de Chapada Gaúcha e a partir disso vimos se havia possibilidade de implantação em outros pequenos municípios. A finalidade de

Page 269: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

267

compreender todo mecanismo envolvendo o funcionamento das “Veredas” é a de que a partir dos resultados obtidos, analisamos se a economia local reduziu a desigualdade promovendo desenvolvimento para todas as classes sociais.

Material e métodos

Para alcançarmos os objetivos propostos, partiu-se da pesquisa e aprofundamento

metodológico e teórico sobre assuntos relacionados ao tema.A partir desta fase, fez-se um levantamento junto à população, utilizando uma amostra probabilística composta de 360 entrevistados, com o propósito de levantar informações para melhores análises, abordando diversas questões relacionadas diretaou indiretamente à implementação das “Veredas”. Em seguida, foi feito outro levantamento junto ao universo de comerciantes da cidade, totalizando 39 entrevistas, com o objetivo de avaliar o modo como a moeda é vista e o impacto da mesma junto ao comércio local. O que se observa é que a maioria da população utiliza as veredas para compras diárias no comércio, fato que está correlacionado com o grande número de estabelecimentos comerciais que aceitam a moeda. Entretanto ainda se observa resistência ao uso da moeda devido ao desconhecimento sobre o verdadeiro sentido da circulação das “Veredas” na cidade, que serve como incremento para maior giro monetário, resultando em um desenvolvimento local(GRAFIC. 1), outro dado importante é que uma parcela pequena da população recebe salário em veredas, mas significativa e vital para o projeto, pois, foi uma iniciativa que deu o pontapé inicial para maior circulação da moeda, é uma tática relevante para maior valorização da mesma(GRAFIC.2). Outra forma de aprimorar nosso conhecimento sobre o tema foi participando de um grande evento: o “VI Encontro de Bancos Comunitários da Região Sudeste”, que nos fez enxergar de perto, ter conversas e entender a realidade de alguns bancos comunitários em funcionamento há algum tempo. GRAFICO 1 - Utilização das Veredas 1 GRAFICO 2 - Salário em Veredas 1 Fonte: Pesquisa Própria Fonte: Pesquisa Própria

Resultados e discussão

Singer (2002), em análise sobre o efeito do crédito popular, percebeu-se que, ao emprestar dinheiropara pessoas que até então estavam excluídas do sistema bancário, ele

Page 270: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

268

oferece uma nova perspectiva de futuro e as inserena roda produtiva do capitalismo. E o mais importante, essa inserção não é uma elevação das classes por meio do consumo, mas uma inserção produtiva que ocorre por intermédio de orientação para alcançar a auto-subsistência.

O banco popular de Chapada Gaúcha, tem a prerrogativa de fazer micro empréstimos para a população carente, entretanto, de acordocom o GRAFIC.3, menos de 10% da população procurou a instituição em busca destes empréstimos. Sendo que quase 30% não tinham nem conhecimento desta modalidade de serviço. Isso requer que o banco desenvolva uma estratégia de publicidade dos seus serviços, garantindo assim, maior confiança e conhecimento por parte da população. GRAFICO 3- Empréstimos 1 GRAFICO 4- Serviços do Banco Popular 1 Fonte: Pesquisa Própria Fonte: Pesquisa Própria

A moeda social de Chapada Gaucha é movimentada pelo Banco Chapadense, que é um Banco Popular local, que administra a circulação da moeda (GRAFIC.4).O Banco popular criado pelo projeto ainda não é encarado como uma instituição financeira como as já conhecidas. Apesar da cidade só ter dois correspondentes bancários, além do banco popular, e nenhuma agência. O Banco chapadense só é usado por 40% da população, uma estimativa que deveria ser mais significativa a favor pois, é uma forma de divulgar e aumentar sua visibilidade e importância na cidade(GRAFIC.5).

GRAFICO 5 - Pagamento de contas 1 Fonte: Pesquisa Própria

Page 271: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

269

Lá é possível pagar as contas de água ou luz; mas a entidade tenta conseguir mais

recursos oferecendo alguns serviços à população, como aluguel de jogos de mesa, de aparelho de som e vídeo e também por meio da boutique popular. O que movimentaria o dinheiro ainda mais seriam os empréstimos que o Banco Popular pretendia oferecer, porém, o banco ainda não conseguiu levantar o capital necessário para oferecer esse serviço de forma permanente, poucos se interessaram e ainda não foi possível alavancar a circulação das “Veredas”.

Mais de 70% da população não se sente incomodado em receber a veredas, isso se deve à grande liquidez da moeda, que pode ser utilizada em todos os comércios da cidade e ainda pode ser facilmente trocada por reais, sendo utilizada da mesma maneira e tendo o mesmo valor que o dinheiro em “real”(GRAFIC. 6). Embora a moeda seja de grande aceitação, apenas uma pequena parcela da população, pouco menos de 30%, conseguem perceber melhorias nas suas condições de vida. Entretanto esse dado ainda é significativo, desde que esta parcela da população que teve melhorias nas condições de vida seja exatamente a parcela mais pobre (GRAFIC.7);

GRAFICO 6 - Aceitação da moeda 1 GRAFICO 7- Condições de vida população 1 Fonte: Pesquisa Própria Fonte: Pesquisa Própria

Conclusões

A partir dos dados levantados, chegou-se a conclusão de que a moeda implantada na cidade, com a intenção de fazer com que houvesse crescimento local, valorização do que se produz internamente e maior inclusão social por parte dos menos favorecidos; alcançou resultados parciais, pois, não houve significativa aceitação por parte dos mais tradicionais e da classe econômica mais alta. Mas a moeda já é uma realidade no município, amplamente utilizada e também aceita em todos os estabelecimentos comerciais.o projeto alcançou resultados parciais, pois, conseguiu manter parte dos recursos financeiros, que antes saiam do município; atualmente circulam no comercio local. Mas ainda não permitiu que a população de baixa renda melhorasse significativamente de vida, e também devido a que ainda não começou a realizar o serviço de micro empréstimos, atividade que ainda depende de maior capitalização do Banco Chapadense.Talvez a pouca divulgação e valorização tenha sido um dos pontos negativos, mas, que certamente passará por mudanças e adaptações a partir das análises feitas em nossa pesquisa, para atender de uma maneira mais eficaz toda a população da cidade, a fim de fazer com que alcancem mais melhorias para todos os envolvidos com as “Veredas”.

Page 272: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013

270

Agradecimentos

Ao IFNMG/ FAPEMIG

Literatura citada SINGER, Paul Israel. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo,2002. MIRANDA, Guacira Quirino. Painel de Moedas Sociais.

ANEXOS Moeda Social de Chapada Gaucha: Veredas

Page 273: LIVRO DE RESUMOS vers o final

2º SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 2ª MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Fev/Mar - 2013