LIVRO Educacao a Distancia PEDAGOGIA

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EAD Pedagogia

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  • Pedagogia

    Educao a Distncia

    UEMA

    Universidade Estadual do MaranhoCentro de Educao, Cincias Exatas e Naturais

    Ncleo de Tecnologias para Educao

    Educao a Distncia

  • EDUCAO A DISTNCIA

  • EDUCAO A DISTNCIA

    ArAci HAck cAtApAnElisA MAriA QuArtiEronilzA Godoy GoMEsrosEli zEn cErny

    so lus2010

  • Governadora do Estado do MaranhorosEAnA sArnEy MurAd

    Reitor da uEMaprof. Jos AuGusto silvA olivEirA

    Vice-reitor da uEMaprof. GustAvo pErEirA dA costA

    Pr-reitor de administraoprof. Jos BElo sAlGAdo nEto

    Pr-reitora de Extenso e assuntos Estudantisprof. vniA lourdEs MArtins fErrEirA

    Pr-reitor de Graduaoprof. porfrio cAndAnEdo GuErrA

    Pr-reitor de Pesquisa e Ps-graduaoprof. WAltEr cAnAlEs sAntAnA

    Pr-reitor de Planejamentoprof. Jos GoMEs pErEirA

    assessor Chefe da Reitoriaprof. rAiMundo dE olivEirA rocHA filHo

    Diretora do Centro de Educao, Cincias Exatas e Naturais - CECENprof. AndrA dE ArAJo

    EdiounivErsidAdE EstAduAl do MArAnHo - uEMAnclEo dE tEcnoloGiAs pArA EducAo - uEMAnEt

    Coordenador do uemaNetprof. Antonio roBErto coElHo sErrA

    Coordenadora de Design Instrucionalprof. MAriA dE ftiMA sErrA rios

    Coordenadora do Curso de Pedagogia, a distncia prof. HElosA cArdoso vAro sAntos

    Responsvel pela Produo de Material Didtico uemaNetcristiAnE costA pEixoto

    RevisoliliAnE MorEirA liMAlucirEnE fErrEirA lopEs

    Diagramao JosiMAr dE JEsus costA AlMEidAluis MAcArtnEy sErEJo dos sAntostonHo lEMos MArtins

    Capa luciAnA vAsconcElos

    univErsidAdE EstAduAl do MArAnHoNcleo de Tecnologias para Educao - uemaNetCampus universitrio Paulo VI - So Lus - MaFone-fax: (98) 3257-1195http://www.uemanet.uema.bre-mail: [email protected]

    O contedo deste fascculo foi cedido universidade Estadual do Maranho - uEMa pela universidade Federal de Santa Catarina - uFSC que autorizou sua reproduo com atualizaes: reviso de linguagem, capa, cores e diagramao de uso exclusivo do Ncleo de Tecnologias para Educao - uemaNet.

  • Governo Federal

    prEsidEntE dA rEpBlicA: Luiz Incio Lula da Silva

    Ministro dE EducAo: Fernando Haddad

    sEcrEtrio dE Ensino A distnciA: Carlos Eduardo Bielschowky

    coordEnAdor GErAl dA univErsidAdE ABErtA do BrAsil: Celso Costa Veloso

    univErsidAdE fEdErAl dE sAntA cAtArinA

    Reitor: lcio Jos BotElHo

    Vice-reitor: Ariovaldo Bolzan

    Pr-reitor de Oramento, Administrao e Finanas:Mrio koBus

    Pr-reitor de Desenvolvimento Urbano e Social: luiz HEnriQuE viEirA dA silvA

    Pr-reitora de Assuntos Estudantis: corinA MArtins EspndolA

    pr-rEitorA dE Ensino dE GrAduAo: tHErEzA cHristinA MontEiro dE liMA noGuEirA

    Pr-reitora de Cultura e Extenso: EunicE suEli nodAri

    Pr-reitor de Ps-Graduao: vAldir soldi

    Pr-reitor de Ensino de Graduao: MArcos lAffin

    Diretora do Departamentos de Ensino de Graduao a Dis-tncia: ArAci HAck cAtApAn

    Curso de Licenciatura em Filosofia na Modalidade a Distn-cia

    Diretora Unidade de Ensino: MAriA JurAcy filGuEirAs tonEli

    Chefe do Departamento: lEo Afonso stAudt

    Coordenador de Curso: MArco Antonio frAnciotti

    coordEnAo pEdAGGicA: lAntEc/cEd

    coordEnAo dE AMBiEntE virtuAl: lAEd/cfM

    Projeto GrficocoordEnAo: prof. luiz sAloMo riBAs GoMEz

    Equipe: GABriElA MEdvEd viEirApricilA cristinA dA silvA

    Equipe de Desenvolvimento de MateriaislABorAtrio dE novAs tEcnoloGiAs - lAntEc/cEd

    Coordenao Geral: AndrEA lApA

    Coordenao Pedaggica: rosEli zEn cErny

    Material Impresso e HipermdiacoordEnAo: tHiAGo rocHA olivEirA

    Adaptao do Projeto Grfico: lAurA MArtins rodriGuEstHiAGo rocHA olivEirA

    Diagramao: lAurA MArtins rodriGuEs

    Ilustraes: tHiAGo rocHA olivEirAAndr rodriGuEs

    Hipermdias: EQuipE dEsiGn Grfico/lAntEc

    Reviso gramatical: GustAvo AndrAdE nunEs frEirEMArcos Eroni pirEs

    Design InstrucionalcoordEnAo: isABEllA BEnficA BArBosAdEsiGn instrucionAl: cHAlin zAnon sEvEro

    Copyright@2008, Universidade Federal de Santa Catarina Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada sem a prvia autorizao, por escrito, da Universidade Federal de Santa Catarina.

    In894

    Introduo educao a distncia / araci Hack Catapan ... [et al.] . Florianpolis : Filosofia/EaD/uFSC, 2008.

    113 p.

    ISBN 978-85-61484-04-0

    1. Educao a distncia. 2. Ensino superior. I. Catapan, araci Hack.

    CDD 374.4

    Elaborado por Rodrigo de Sales, supervisionado pelo Setor Tcnico da Biblioteca Universitria da Universidade Federal de Santa Catarina.

  • UNIDADE 1

    aPRENDER a ESTuDaR a DISTNCIa ...................................... 13Como o aluno adulto aprende ..................................... 13Construindo Estratgias de aprendizagem ...................... 16Orientaes para o estudo na modalidade a distncia ......... 19Explorando os materiais didticos de seu curso ................. 24Referncias .......................................................... 27

    UNIDADE 2

    REFLExES SOBRE EDuCaO a DISTNCIa ............................ 31Desafios para a formao do Ensino Superior .................... 31Definies e caractersticas da Educao a Distncia ........... 35Organizao e operacionalizao de cursos na modalidade a distncia .............................................................. 41Histrico da Educao a Distncia ................................ 43um cenrio futurista? ............................................... 58Referncias .......................................................... 60

    UNIDADE 3

    a EDuCaO a DISTNCIa NO ENSINO SuPERIOR NO BRaSIL ....... 65a EaD no Brasil ..................................................... 65a Educao a Distncia no Ensino Superior ..................... 66EaD e Formao de Professores ................................... 71Referncias .......................................................... 76

    SUMRIO

  • UNIDADE 4

    OS MEIOS DE COMuNICaO Na EDuCaO a DISTNCIa ........... 83a tecnologia como expresso da inteligncia humana ........ 83O uso dos meios na Educao a Distncia ...................... 87Referncias ......................................................... 109

    REFERNCIaS .............................................................. 111

  • CONES

    Orientao para estudo

    ao longo desta apostila, voc encontrar alguns cones utilizados

    para facilitar a comunicao com voc.

    Saiba, o que cada um signifi ca.

    SAIBA MAIS

    ATENO

    PENSE

    glOSSRIO

    SUgESTO DE SITES

  • APRESENTAO

    Caro/a aluno/a,

    Voc est iniciando um curso de graduao na modalidade a

    distncia. Para que tenha o melhor aproveitamento neste Curso

    importante que compreenda a constituio desta forma de fazer

    educao: a distncia. uma modalidade de educao que tem

    caractersticas prprias, um longo histrico e diversos autores que

    tm se dedicado a pesquisar e desenvolver conhecimento nesta

    rea.

    a nossa inteno nesta disciplina criar um espao de discusso

    sobre as concepes pedaggicas que envolvem esta modalidade

    de ensino, assim como estruturar alguns princpios que organizem

    o seu estudo durante o Curso.

    Nesse sentido, o primeiro captulo discute as caractersticas

    da aprendizagem do aluno adulto, os diferentes estilos de

    aprendizagem e finaliza apontando formas de organizao do

    estudo do aluno na modalidade a distncia. O segundo captulo

    apresenta a constituio histrica da educao a distncia, em

    nvel mundial e no Brasil, assim como as principais caractersticas

    e definies desta modalidade de fazer educao. No terceiro,

    discutimos diferentes projetos de educao a distncia organizados

    para o ensino superior, com nfase nos cursos de graduao. Os

    meios de comunicao que podem viabilizar a realizao de cursos

  • nesta modalidade ao aproximar professores e alunos distantes

    geograficamente, so analisados no captulo quatro.

    acreditamos que este embasamento indispensvel para que voc

    se localize em relao a esta modalidade de ensino e possa se

    entender como um aluno de um curso de formao de professores

    na modalidade a distncia.

    as autoras

  • 13

    APRENDER A ESTUDAR A DISTNCIA

    1UNIDADE

    Como o aluno adulto aprende

    Partimos do pressuposto de que o aluno, ao desenvolver maior

    conhecimento de suas caractersticas individuais de aprendi-

    zagem, poder planejar seu mtodo prprio de estudo, levando

    em conta os fatores que, de acordo com a auto-observao,

    so mais relevantes para o seu rendimento pessoal e para uma

    experincia significativa. Isso possvel se voc compreender as

    concepes, atitudes e habilidades que constituem e apoiam o

    seu processo de estudo. Para isso necessrio:

    desenvolver as capacidades de procurar, localizar, gerir e

    analisar criticamente a informao disponvel;

    delinear e cumprir um programa de gerenciamento pessoal;

    aprender por si prprio, mas sem esquecer que a interao

    com outros fundamental para que a aprendizagem

    acontea.

    OBJETIVO DESTA UNIDADE

    Neste captulo voc vai estudar as caractersticas da aprendizagem do aluno adulto, identificar suas estratgias de aprendizagem e, a partir da, organizar o seu estudo para a modalidade a distncia.

  • 14 CURSO DE PEDAgOgIA14

    Portanto, durante sua trajetria de estudante, procure formar um

    grupo de estudos com seus colegas para trocar ideias e discutir

    conceitos considerados importantes, seja presencialmente ou

    atravs das ferramentas de comunicao.

    as pesquisas sobre autoaprendizagem sugerem que no podemos

    oferecer um nico roteiro de estudo para todos os alunos, pois eles

    tm estilos de aprendizagem distintos e isto acabaria inibindo toda

    a riqueza da experincia adquirida anteriormente.

    Consideramos importante para o seu sucesso nesta trajetria na

    modalidade a distncia conhecer um pouco mais sobre aprendizagem

    em situao de educao formal. Voc sabe quais so os principais

    estmulos dos adultos em processo de formao?

    Estudiosos dessa rea identificaram algumas caractersticas que

    favorecem o processo de aprendizagem:

    atingir objetivos concretos: os adultos sentem-se motivados

    para a aprendizagem quando sabem que aquele conhecimento

    vai auxili-los em questes prticas do seu cotidiano. Pare e

    pense! Quais os objetivos que o levaram a escolher este curso?

    Por certo voc elencaria vrios motivos facilmente. importante

    t-los presentes para orientar a sua trajetria.

    valorizao da sua experincia de vida: os adultos ingressam em

    uma atividade educacional com uma quantidade e qualidade de

    experincias maiores do que os jovens, pelo simples fato de

    terem vivido muito mais tempo. Na sua atividade de estudo

    procure relacionar os novos conhecimentos s suas experincias

    e s situaes da vida real.

    motivao para aprender: os adultos respondem a alguns estmulos

    externos, utilizados para motivar o aprendizado (notas nas provas,

    premiaes, perspectivas de promoes ou melhores empregos),

    porm os motivadores mais potentes so internos, relacionados

    com maior satisfao no trabalho, elevao da autoestima,

    melhoria na qualidade de vida. Mesmo tendo presentes os

    motivadores internos citados, muitas vezes a aprendizagem

    bloqueada por barreiras, tais como um autoconceito negativo,

    A autoaprendizagem deve enfatizar a relao direta entre o estudante, os materiais didticos, seus contedos e a forma de mediao entre o estudante e o professor.

    Knowles, Malcon (1970); Houle, Cyril (1961); Swank, E. (2000)

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 1515

    falta de oportunidades e recursos e a escassez de tempo. Encare

    este curso como uma nova etapa de sua vida e acredite que sua

    dedicao ser o fator-chave para um bom desempenho.

    aretio (1994), pesquisador dos processos de educao a distncia,

    argumenta que a grande vantagem da aprendizagem dos adultos

    ser uma atividade que ocorre voluntariamente, apoiada numa

    grande bagagem de experincias. assim, ele aponta algumas

    caractersticas consideradas fundamentais para a aprendizagem na

    vida adulta:

    a aprendizagem uma atividade interna;

    regida por motivaes intrnsecas e favorecida pelos estmulos

    externos;

    mais rica quando baseada na interdisciplinaridade;

    mais efetiva quando os objetivos a atingir esto claros;

    o clima afetivo do grupo um condicionante para a

    aprendizagem;

    deve contemplar os diferentes estilos de aprendizagem,

    necessidades e experincias vividas dos alunos adultos.

    Um adequado conhecimento das dificuldades, situaes, estilos

    e motivos da aprendizagem do adulto auxilia na construo de

    estratgias que favoream a organizao e controle do processo de

    autoaprendizagem.

    importante que voc conhea e identifique as caractersticas

    dos adultos em processo de aprendizagem. Pelo fato de estar

    ingressando num curso a distncia, grande parte das estratgias

    de estudo devem ser desenvolvidas por voc mesmo, levando em

    considerao as especificidades do seu processo de aprendizagem.

    Para auxili-lo nesta tarefa, disponibilizamos um quadro com os

    fatores condicionantes da aprendizagem do aluno adulto. Faa a

    leitura e identifique aqueles fatores que voc considera vlidos a

    partir do seu prprio processo de aprendizagem e de seus colegas.

    De todos os fatores que influem na aprendizagem,

    o mais importante consiste no que o aluno j sabe

    (AUSUBEL, 1976)

  • CURSO DE PEDAgOgIA1616

    Sua turma ser heterognea em relao idade, interesses,

    ocupao, motivao, experincias e aspiraes.J estar inserido no mercado de trabalho.

    Seus interesses so: bem-estar, ascenso social e, no trabalho e

    na famlia, autoestima.Muita preocupao com os resultados (no posso fracassar, no

    posso perder tempo).Insegurana, suscetibilidade a observaes e crticas.

    Vergonha de se expor diante dos colegas. exigido pelo meio social e do trabalho, com a necessidade de

    satisfazer as expectativas criadas.Cansado pelo trabalho, s vezes mal alimentado, s vezes

    sonolento. Estuda enquanto os outros descansam.Conhecimentos adquiridos podem atrapalhar a aquisio de

    novos.Mente preocupada, raciocnio pausado e sempre fazendo

    relaes.Conhecimentos e fontes heterogneas, s vezes contraditrias.

    Traz o peso de experincias escolares frustrantes.Possui hbitos, valores, atitudes e padres de conduta

    estabelecidos.Integra o novo ao conjunto de suas aquisies anteriores. Busca

    consequncias prticas e reais. Pergunta para entender melhor.Fatores Condicionantes da Aprendizagem do Adulto (PALLADINO, 1981).

    acreditamos que conhecer pesquisas sobre a aprendizagem dos

    adultos auxilia os alunos a conhecer e identificar caractersticas

    comuns, estimulando a autonomia, a capacidade de autoavaliao

    e de trabalho em equipe, condies desejveis para quem ingressa

    em cursos na modalidade a distncia.

    Construindo Estratgias de Aprendizagem

    certo que o conhecimento e a aprendizagem nunca foram to

    valorizados como atualmente, tornando os processos de aquisio

    do conhecimento uma habilidade extremamente importante. a

    responsabilidade pela busca das informaes que podem gerar

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 1717

    conhecimentos no mais somente do professor. Os dados e

    informaes esto disponveis em diferentes meios, e cabe a voc,

    aluno, a busca por elas. a escola ser um entre muitos outros

    dos ambientes em que ser possvel adquirir conhecimentos.

    Neste cenrio, importante para o aluno gerar e no s consumir

    conhecimento (VaLENTE, 2000).

    Saber dar conta sozinho de situaes complexas, mas tambm colaborar, orientar-se nos deveres e necessidades mltiplas, distinguir o essencial do acessrio, no naufragar na profuso das informaes, fazer as boas escolhas segundo boas estratgias, gerir corretamente seu tempo e sua agenda. a exigncia conjugada de todas estas competncias representa ao mesmo tempo uma capacidade de gesto de sua prpria conduta.

    Na trajetria escolar de alunos, constatamos que, geralmente,

    so encorajados a ser receptores passivos de informaes e

    incorporam a crena de que a aprendizagem depende de um

    professor, aquele que sabe e conduz toda a dinmica das aulas. Esse

    modelo no auxilia os alunos a desenvolver a autonomia necessria

    para a sua aprendizagem e, assim, continuar aprendendo por toda a

    vida. O ideal seria um sistema educacional que estimulasse o aluno a

    buscar a informao, aprender como us-la, convertendo-a em algo

    pessoal, tornando-se um aprendiz permanente e desenvolvendo as

    habilidade de caador-ativo (VaLENTE, 2000).

    Certamente, as pessoas aprendem a adotar predisposies

    que variam num contnuo entre a de caador-ativo e a

    de receptor-passivo. adotar sistematicamente uma ou

    outra contraprodutivo. a de caador-ativo por ser

    efetivada nos primeiros anos de vida; porm, quando

    as coisas comeam a ficar mais complexas e exigem

    conhecimentos mais sofisticados, a leitura de um livro

    ou a busca de informao na Internet pode no ser

  • CURSO DE PEDAgOgIA18

    Como estudante na modalidade a distncia voc mesmo que

    vai organizar suas estratgias de estudo. O objetivo que se

    torne um aprendiz eficiente e autnomo. E isso s ser facilitado

    se compreender como aprende e como poder melhorar seu

    desempenho como aprendiz.

    Cavellucci nos auxilia a compreender o nosso estilo de

    aprendizagem. Inicialmente importante ter claro que diversos

    fatores influenciam positivamente ou negativamente o nosso

    modo de aprender, tais como o ambiente fsico, cognitivo, afetivo,

    cultural e socioeconmico.

    Entender como estes fatores nos afetam, conhecer nossos prprios processos de aprendizagem e aprendermos como aprender devem ser nossas principais armas para conseguirmos a exibilidade necessria a essa nova realidade, porm o caminho para atingirmos este objetivo to individual quanto o processo de aprendizagem em si (CaVELLuCCI, 2003, p. 1-2).

    suficiente. Por outro lado, assistir a aulas sobre todos os

    novos assuntos tambm no a melhor soluo.

    Entretanto, a soluo no substituir uma predisposio

    pela outra. Na verdade, o melhor saber quando us-las

    e em quais contextos, embora a nossa cultura, a escola e

    os meios de comunicao acabem reforando a atitude de

    receptor-passivo. as duas modalidades so necessrias para

    que o sujeito possa ser um efetivo aprendiz. fundamental

    que cada sujeito tenha conhecimento sobre o que a

    aprendizagem, sobre seu estilo pessoal de aprender e sobre

    quando pode adquirir conhecimento usando a estratgia

    de buscar e interpretar a informao ou participar de

    atividades especialmente planejadas para aprender um

    determinado assunto.

    VaLENTE, 2000

    O pior inimigo do estudante a distncia o adiamento. O hbito de deixar para depois as leituras, os trabalhos, os prazos, a soluo dos problemas de compreenso, a consulta ao professor nos casos de dificuldade.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 19

    alguns alunos esto mais propensos a focalizar mais fatos, dados,

    grficos, enquanto outros se sentem mais atrados por teorias e

    modelos matemticos. alguns podem responder positivamente a

    informaes visuais, na forma de figuras e vdeos, diagramas e

    esquemas, enquanto outros conseguem mais a partir de informaes

    escritas, e h ainda aqueles que respondem bem a informaes

    orais, a explanaes e discusses. uns preferem aprender em

    grupo, outros j preferem um estudo individual.

    Podemos ter maior sucesso no processo de aprendizagem

    se desenvolvermos diferentes estratgias para lidar com as

    informaes em suas diferentes formas. Ou seja, ter a capacidade

    de buscar, valorar, selecionar, estruturar e integrar a informao.

    Essas habilidades so consideradas centrais para a convivncia na

    sociedade da informao.

    a tomada de conscincia de todos estes aspectos, por uma

    constante retomada de suas prprias preferncias, das suas

    vantagens e limitaes, que pode favorecer o seu processo de

    aprendizagem, tornando seu aproveitamento acadmico um

    processo de aprendizagem signicativa.

    Orientaes para o estudo na modalidade a distncia

    Parece difcil comear a estudar sem a presena diria do professor,

    uma situao a que no estamos acostumados, mas acredite: pode

    ser muito interessante. Voc ter o desafio de descobrir qual seu

    estilo de aprendizagem e a partir da traar suas estratgias de

    estudo e ir adquirindo autonomia.

    a autonomia no uma simples qualidade, mas um modo superior de conduta integrada (meta-conduta); e, para a maior parte dos indivduos, esta conduta no faz parte de seu repertrio, ela deve ser aprendida (LINaRDI, 2000, p. 3).

    A Sociedade da Informao o advento de novas

    formas de organizao e de produo em escala mundial,

    redefinindo a insero de pases na sociedade

    internacional e no sistema econmico mundial. Fonte: Sociedade da Informao no

    Brasil: Livro Verde, 2000

    A aprendizagem dita significativa quando uma

    nova informao (conceito, ideia, proposio) adquire

    significados para o aprendiz atravs de uma espcie de

    ancoragem em aspectos relevantes da estrutura cognitiva preexistente do indivduo, i.e., em

    conceitos, ideias, proposies j existentes em sua

    estrutura de conhecimentos (ou de significados) com

    determinado grau de clareza, estabilidade e diferenciao

    (MOREIRA, 2005, p.5).

  • CURSO DE PEDAgOgIA20

    a primeira coisa a fazer organizar seu tempo de estudo e, dentro

    dele, em que momentos voc estar disponvel para interagir com

    seus colegas, professores e tutores. Para tanto, importante criar

    rotinas. uma das sugestes estabelecer metas dirias. Procure

    cumprir essas metas e, assim, voc ter a certeza de que capaz

    de vencer, em pequenas etapas, as tarefas que parecem um desafio

    muito grande. Caso contrrio, as tarefas se avolumam e na ltima

    hora ser impossvel dar conta de todas.

    Para o sucesso da aprendizagem, o engajamento do estudante fundamental. Voc precisa:

    a) dar valor ao estudo e s tarefas a serem cumpridas;

    b) manter viva a autoestima e confiar na sua prpria capacidade;

    c) evitar a recepo passiva e optar pela interao constante;

    d) planejar seu horrio e gerenciar seus prazos;

    e) definir os melhores locais de estudo (casa, trabalho);

    f) avaliar constantemente o desenvolvimento de sua aprendizagem;

    g) exercer o esprito crtico e autocrtico;

    h) descobrir formas adequadas de superar dificuldades momentneas;

    i) interagir sempre com os tutores e os professores.

    Fonte: http://www.univirtus.com.br

    Procure esclarecer suas dvidas rapidamente. No deixe que

    elas se acumulem porque podem bloquear o seu estudo para os

    contedos subsequentes da disciplina. uma boa opo discutir

    essas dvidas com seus tutores e colegas de curso. Para isso, use

    e abuse dos meios de comunicao disponveis neste curso.

    Para ajud-lo, indicamos um roteiro com os pontos principais a

    serem seguidos para melhor organizar seu estudo:

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 21

    1. Passo: Organize-se

    ao avaliar as disciplinas que compem a estrutura curricular de

    seu curso, voc poder considerar que tem uma tarefa muito

    grande pela frente. O estabelecimento de uma agenda do que

    e quando precisa ser feito o ajudar a estabelecer um mtodo

    prprio de estudo. Primeiramente, voc deve ter uma noo das

    tarefas de cada uma das disciplinas que est cursando durante o

    semestre. Isso vai suscitar dois tipos de problema: reservar um

    tempo suficiente e us-lo com eficincia.

    2. Passo: Administre o tempo

    Diariamente temos vrios compromissos: familiares (levar as

    crianas escola, ir ao supermercado, levar o carro oficina,

    levar a me ao mdico...), de trabalho (planejar as aulas, cumprir

    horrios, participar de reunies, corrigir trabalhos de alunos...) e

    de lazer (assistir quele filme, fazer uma caminhada, almoar com

    a famlia, sair com os amigos...). Todos eles so importantes. a

    primeira pergunta a fazer qual o espao na sua agenda que voc

    vai destinar para o seu curso? Essa uma escolha que pode mudar

    a sua vida. Para realizar uma boa formao e ser um profissional

    competente voc precisar dedicar um tempo para leituras e

    resoluo das atividades, acessar o ambiente de aprendizagem e

    participar dos encontros presenciais no seu polo de apoio.

    Para isso, um bom exerccio organizar um quadro de horrios,

    incluindo todas as suas atividades. Procure calcular o tempo de

    estudo de que voc ir dispor e sua localizao na semana.

    Veja o exemplo abaixo:

    seg ter qua qui sex sab dommanhtardenoite

    Tente ! Planejar a melhor alternativa.

    Planejar ver em longo prazo e seguir atentamente a progresso da aprendizagem.

    Um bom planejamento necessita de algumas ferramentas: um calendrio, uma agenda, um

    quadro de horrios dirio/ semanal, uma lista de tarefas a

    cumprir cada semana.

    Fonte: http://www.univirtus.com.br

    Estas orientaes esto baseadas no livro Tcnicas

    para Estudar com Sucesso, de Andrew Northedge.

  • CURSO DE PEDAgOgIA22

    3. Passo: Use o tempo com eficincia

    Muito bem, agora que voc j conseguiu organizar sua agenda de

    estudo, necessrio us-la com eficincia.

    s vezes no conseguimos aproveitar bem o tempo que destinamos

    para realizar determinadas tarefas, ocasionando um sentimento

    de frustrao por no ter conseguido cumprir o planejado. Para

    evitar isso, concentre-se no que voc se props a fazer, deixando as

    outras tarefas para o momento agendado. Procure fazer uma coisa

    de cada vez.

    Outra sugesto que voc aprenda a determinar quanto tempo

    precisa para certas tarefas e quanto tempo ficar trabalhando nelas.

    Voc ver que certas tarefas vo exigir que esteja razoavelmente

    descansado e com um perodo mais longo de tempo para realiz-las.

    Outras podem ser realizadas em perodos mais curtos ou executadas

    quando voc estiver mais cansado. Faa pausas peridicas durante

    as horas de estudo. Sugerimos uma pausa de 10 minutos a cada 50

    minutos de atividades.

    Para conseguir o melhor de si, importante que voc tenha

    presente seu estilo de aprendizagem, inclusive identificando os

    momentos mais propcios para o estudo. Procure fazer relaes

    entre o estudo das diferentes disciplinas: tarefas dedicadas a

    uma disciplina podem e devem contribuir para a aprendizagem de

    outras. Evite prender-se a um tpico isoladamente.

    4. Passo: Destine um local para estudar

    Procure determinar um local onde possa estudar cotidianamente,

    de preferncia sem ser perturbado, com possibilidade de espalhar

    seus livros e materiais num ambiente bem iluminado e arejado.

    Deixe disponveis calculadora, canetas, blocos de anotaes e

    um bom dicionrio. Comece a construir seu acervo de material

    bibliogrfico para eventuais consultas. Desde o incio do curso

    procure arquivar o seu material impresso, anotaes, leituras

    complementares em pastas ou arquivos identificados, permitindo

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 23

    facilmente sua recuperao. Mantenha sempre atualizado o seu arquivo, pois voc poder recorrer rapidamente aos dados, quando necessrio. Caso voc seja professor, esse recurso lhe ser muito til no seu trabalho docente.

    Localize um cantinho que seja seu, por mais simples que lhe possa parecer.

    5 Passo: Crie seu grupo de estudo

    To importante quanto criar hbitos individuais de estudo saber estudar em grupo. Trabalhar de forma colaborativa alimenta um sentimento de ajuda mtua em que a participao de cada um fundamental para o bom desempenho de todos. a presena de colegas e amigos ajuda a enfrentar desafios, compartilhar experincias e manter a motivao. as relaes interpessoais possuem a qualidade de estimular a estabilidade afetiva, na

    forma de confiana, autorrespeito e autoaceitao; alm do mais,

    proporcionam um clima positivo para aprender.

    6 Passo: Frequente o seu polo de apoio

    Neste Curso voc conta com uma estrutura de espaos fsicos especialmente organizados para auxiliar o seu estudo. Nele os estudantes podero contar com biblioteca, computadores conectados rede eletrnica, equipamentos para realizao de videoconferncias, salas de estudo e para os encontros presenciais, assim como suporte tcnico e administrativo de seus tutores.

    fundamental a frequncia regular ao polo para manter-se integrado ao curso. Voc vai encontrar os colegas de curso e estar em contato com seu tutor. Lembre-se de que o tutor responsvel por fazer a mediao entre voc, o professor e os contedos, acompanhando toda a sua trajetria durante o curso. O tutor o ajudar a no se sentir sozinho; ele estar disponvel para esclarecer suas dvidas, receber as atividades de aprendizagem e ir orient-lo sobre a melhor forma de estudar. O seu envolvimento e participao nas atividades propostas muito importante para o sucesso da sua formao.

  • CURSO DE PEDAgOgIA24

    7. Passo: Acesse regularmente o ambiente de aprendizagem

    Os ambientes virtuais constituem uma possibilidade fantstica de

    comunicao, interao e colaborao. as ferramentas disponveis

    so vrias e permitem:

    apoiar e ampliar os espaos de discusso e dilogo entre todos

    os participantes do curso;

    oportunizar um espao de pesquisa;

    favorecer o acesso a recursos de aprendizagem, como vdeos,

    animaes, simulaes, entre outros.

    Nesse sentido, voc dever ter uma participao ativa nesse

    processo, comprometendo-se consigo prprio e com o grupo de

    que faz parte, respeitando as regras estabelecidas.

    necessrio dedicar uma quantidade significativa de seu tempo

    semanal para acessar o ambiente de aprendizagem, pois nesse

    espao estaro disponveis todas as notcias e orientaes sobre as

    disciplinas e o curso, alm dos contedos programticos a serem

    estudados.

    Explorando os materiais didticos de seu curso

    Material Impresso

    Nas aes de educao a distncia contamos com um sistema

    especialmente planejado, com recursos para viabilizar o seu estudo.

    Voc dispe de tutoria, gesto, avaliao, comunicao, formao

    continuada, grupos de pesquisa, assim como materiais didticos

    elaborados para facilitar o ensino e a aprendizagem. Voc ter

    oportunidade para aprender a usar as mediaes das tecnologias

    na educao. use-as de forma crtica e criativa.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 25

    Procure utilizar o material impresso de maneira integrada com os

    demais recursos didticos: ambiente virtual, videoconferncias

    e os encontros presenciais.

    anote as dvidas que surgirem durante a leitura e esclarea-as

    com os tutores.

    Leia atentamente cada captulo para entender todo o assunto.

    Preste ateno nos quadros, links, glossrios e ilustraes, pois

    eles contm mensagens importantes.

    medida que for lendo, faa pausas para compreender o que

    foi lido.

    Tenha o hbito de fazer esquemas e anotaes ao longo dos

    textos.

    utilize a margem lateral das pginas para suas anotaes.

    Voc no aprender eficientemente a menos que se torne

    interessado pelo assunto de alguma maneira. Identifique no

    contedo que pontos mais lhe interessam e que tm mais

    relao com sua atividade profissional.

    Antes de prosseguir, volte ao incio de cada captulo e verifique

    se atingiu os objetivos. Caso no os tenha atingido, reveja os

    materiais didticos ou entre em contato com seu tutor.

    Ambiente Virtual de Aprendizagem

    O primeiro passo no uso do ambiente ter os conhecimentos

    bsicos no uso da Internet. Procure o apoio dos tutores.

    Seja aberto, flexvel, honesto e assuma a responsabilidade

    pela sua formao. Encare este espao como uma forma de

    interao com o outro.

    No uso das ferramentas de comunicao do ambiente tenha a

    mente aberta para compartilhar detalhes da sua vida profissional

  • CURSO DE PEDAgOgIA26

    e outras experincias educacionais. O compartilhamento das

    ideias crucial neste processo.

    algumas habilidades so importantes para o dilogo por meio dos

    recursos eletrnicos, entre as quais: saber elaborar perguntas

    e respostas; lidar com questes emocionais sob a forma de

    texto; criar uma imagem mental dos interlocutores durante a

    comunicao; personalizar o que comunicado.

    Participe dos fruns de discusso propostos. No uma boa

    estratgia ficar s observando. Se inicialmente voc se sente

    inseguro em manifestar sua opinio por escrito, ver que em

    pouco tempo a comunicao ir fluir naturalmente; mas

    preciso ser insistente.

    apenas acessar regularmente o ambiente de aprendizagem

    no configura sua participao; procure sempre contribuir nos

    espaos disponveis para troca de ideias e informaes.

    Quando navegamos na Internet, facilmente nos perdemos na

    profuso de informaes disponveis. aprenda a administrar

    seu tempo quando estiver navegando na rede e a manter seu

    objetivo de estudo.

    Por fim, verifique quando, onde e como voc aprende mais e

    melhor e siga em frente!

    acreditamos que voc poder planejar seu mtodo prprio de

    estudo levando em conta os fatores que definem a sua forma de

    aprender, criando estratgias que favoream este processo. a sua

    organizao e disciplina de trabalho so elementos centrais para o

    sucesso em um curso na modalidade a distncia.

    Resumo

    Neste captulo procuramos orient-lo para o estudo na modalidade

    a distncia. acreditamos que, se voc desenvolver maior

    conhecimento de suas caractersticas individuais de aprendizagem,

    Na EaD o aluno precisa aceitar o papel diferente do professor e saber que a aprendizagem vem da interao com todos os envolvidos (PALLOFF; PRAT, 2004).

    Procure conhecer seus colegas, acessando a ferramenta perfil.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 27

    poder planejar seu mtodo prprio de estudo, levando em conta

    os fatores que, de acordo com a auto-observao, so mais

    relevantes para o seu rendimento pessoal e para uma experincia

    significativa. O roteiro para organizao do estudo o ajudar a

    iniciar o desafio de ser um estudante na modalidade a distncia.

    Procure conhecer os materiais disponveis para esse curso e use-os

    de maneira integrada com todos os recursos didticos que esto

    sua disposio. Explore suas habilidades diante de todas as

    alternativas oferecidas ao longo da formao.

    aNDREW, Northedge. Tcnicas para estudar com sucesso.

    Traduo Susana Maria Fontes e arlene Dias Rodrigues. (s.l.): The

    Open university. Florianpolis: Ed. da uFSC, 1998.

    Tcnicas para estudar com sucesso um texto que se destina a

    oferecer ao estudante informaes especficas sobre o estudo,

    preparando-o para o bom desempenho no processo educacional.

    TaVaRES, Romero. Aprendizagem Significativa. Disponvel

    em http://www.fisica.ufpb.br/~romero/port/trabalhos.htm.

    Capturado em 01.08.2005.

    O autor discute que, na medida em que o indivduo autnomo,

    ele capaz de captar e apreender outras circunstncias de

    conhecimentos assemelhados e de se apropriar da informao,

    transformando-a em conhecimento.

    PRETI, Oreste. Autonomia do Aprendiz na Educao a Distncia:

    significados e dimenses. Disponvel em: http://www.nead.ufmt.

    br/documentos/autonomia_-_Oreste_i07.doc. Capturado em:

    25/07/2005.

    O estudar sem a presena regular de colegas e professores desafia

    o aluno a superar suas limitaes pessoais e desenvolver sua

    capacidade de aprender autonomamente - este o enfoque da

    discusso apresentada no texto do Prof. Oreste.

    Referncias comentadas

  • CURSO DE PEDAgOgIA28

    RefernciasaNDREW, Northedge. Tcnicas para estudar com sucesso.

    Traduo Susana Maria Fontes e arlene Dias Rodrigues. (s.l.): The

    Open university. Florianpolis: Ed. uFSC, 1998.

    aRETIO, Lorenzo Garcia. Educacin a distancia hoy. Madrid:

    uned, 1994.

    auSuBEL, David P. Psicologia educativa: um punto de vista

    cognoscitivo. Mxico: Editorial Trillas, 1976.

    BELLONI, Maria Luiza. O que mdia-educao. Campinas, SP:

    autores associados, 2001.

    CaRMO, Hermano Duarte de almeida e. Ensino superior a

    distncia: contexto mundial. Lisboa: universidade aberta, 1997.

    CaVELLuCCI, Lia. Estilos de aprendizagem: em busca das

    diferenas individuais (2002). Disponvel em: www.iar.unicamp.

    br/disciplinas/am540_2003/lia/estilos_de_aprendizagem.pdf.

    Capturado em: 20/08/2004.

    FERREIRa, Maria Lusa Ribeiro. a motivao nos adultos: fator

    fundamental de aproveitamento no ensino a distncia. In: Sinal:

    revista do instituto portugus de ensino a distncia. Lisboa, n. 1,

    Jul/set 1985.

    HOuLE, C. O. The inquiring mind. Madison, WI: university of

    Wisconsin Press, 1961.

    KNOWLES, Malcolm; HOLTON, Elwood; SWaNSON, Richard. The

    adult learner: the defi nitive classic in adult education and human

    resource development. 5. ed. Texas: Gulf Publishing Company-

    Houston, 1997.

    KOHL, Marta. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento

    e aprendizagem. In: RIBEIRO, Vera Massago (Org.). Educao de

    jovens e adultos: novos leitores, novas leituras. Campinas, SP:

    Mercado de Letras, 2001.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 1 29

    LINaRD, Monique. A autonomia do aprendende e as TIC.

    Palestra apresentada no II Rencontres Rseaux Humains/Rseaux

    Technologiques, organizado pelo Centro audiovisual da universidade

    de Poitiers, Frana. In Rseaux Humains/Rseaux Technologiques:

    prsence distance. Paris, Centre National de Doccumentation

    Pdagpgique, 2000. Traduo Maria Luiza Belloni. Disponvel em:

    http://www.comunic.ufsc.br/artigos/art_autonomia.pdf

    PaLaCIOS, Jess. O desenvolvimento aps a adolescncia. In:

    COOL, C. PaLaCIOS, J. e MaRCHESI, a (Orgs.). Desenvolvimento

    psicolgico e educao: psicologia evolutiva. Porto alegre: artes

    Mdicas, 1995. v.1

    PaLLaDINO, E. Educacin de adultos. Buenos aires: Numanitas,

    1981.

    PaLLOFF, R. & PRaTT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar

    com estudantes online. Trad. Vincius Figueira. Porto alegre:

    artmed, 2004.

    SWaNK, Constance et al. The why and How of adult Learning.

    Techknowlogia. V.2, n.5, set./out., 2000. Disponvel em: http://

    www.techknowlogia.org

    Takahashi, Tadao (Org.). Sociedade da informao no Brasil: livro

    verde. Braslia: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2000. xxv, 195p.

    VaLENTE, Jos armando. Criando oportunidades de aprendizagem

    continuada ao longo da vida. In: Ptio: Revista Pedaggica. Porto

    alegre: artmed, 2000.

  • REflExES SOBRE EDUCAO A DISTNCIA

    2UNIDADE

    Desafios para a formao do Ensino Superior

    as transformaes tecnolgicas, organizacionais e gerenciais

    esto apresentando novos desafios em todas as atividades, em

    particular aos trabalhadores e s instituies educacionais.

    Novas formas de organizar o trabalho educativo so

    colocadas. Entre elas, aparecem com destaque as discusses

    sobre a modalidade de educao a distncia, um tema no

    to recente, mas que ganha novo flego a partir dos atuais

    avanos tecnolgicos, proporcionados principalmente pelas

    tecnologias de informao e de comunicao. a expresso

    Tecnologia de Informao designa toda forma de gerar,

    armazenar, processar e reproduzir a informao, assim

    como a Tecnologia de Comunicao designa toda forma de

    veicular informao. Como meios de veiculao com maior

    crescimento na atualidade tm-se os computadores e a

    Internet.

    OBJETIVO DESTA UNIDADE

    Nosso objetivo neste captulo que voc possa se localizar em relao a esta modalidade de ensino, entendendo sua constituio e operacionalizao. Nesse sentido, caracterizamos a insero da educao a distncia nos processos de formao, em diferentes nveis educacionais, com nfase nos cursos de graduao. apresentamos as principais caractersticas e definies desta modalidade de fazer educao, assim como sua trajetria histrica, em nvel mundial e no Brasil, a partir dos diferentes estudiosos da rea.

  • CURSO DE PEDAgOgIA32

    No Brasil, principalmente na ltima dcada do sculo passado, a

    educao a distncia tem ocupado um grande espao nas discusses

    sobre a possibilidade de incluso de pessoas em idade adulta que

    querem estudar, principalmente em cursos superiores.

    as atuais tecnologias de informao e de comunicao provocaram

    a criao de novos hbitos de pensamento e de vida, ao mesmo

    tempo em que criaram novas perspectivas educacionais. a partir

    de inmeros campos de aplicao, as novas tecnologias oferecem

    ricas possibilidades para o ensino superior e a pesquisa, assim

    como para a promoo e a divulgao do saber. Tendo como

    ponto de partida uma formao bsica, o indivduo estimulado

    ou compelido pelas atuais transformaes do mundo do trabalho

    a complementar seus estudos, processo que recebe diferentes

    230.227 matrculas5,9% matr. pas7,7% da populao

    Figura 2.1 - Matrculas do Ensino Superior.Fonte: INEP

    624.692 matr.

    16,1% matr. pas

    27,8% da populao

    9,5% das matr. pas368.706 matrculas7,5% da populao

    1.918.033 matr.49,3% das matr. pas42,4% da populao

    745.164 matr. pas19,2% das matr. pas14,7% da populao

    Brasil 20033.887.022 matrculas176.506.041 habitantes

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 33

    denominaes: formao continuada, educao permanente,

    formao ao longo da vida, mas todas com o mesmo sentido: a

    necessidade de aprendizagem constante.

    Em 1993, quando a globalizao e a mundializao suscitadas

    pelo crescente desenvolvimento tecnolgico se manifestavam de

    forma contundente, a unesco (Organizao das Naes unidas para

    a Cultura e a Educao) constituiu a Comisso Internacional sobre

    Educao para o Sculo xxI. Essa Comisso, organizada por meio

    de um colegiado, tinha como responsabilidade definir a misso dos

    educadores e do ensino de maneira geral na passagem do milnio,

    considerando, basicamente, a internacionalizao da economia e

    a necessidade de democratizar o conhecimento para reduzir as

    desigualdades. a equipe foi liderada pelo francs Jacques Delors,

    ex-presidente da Comisso Europeia. as concluses da Comisso,

    conhecidas como Relatrio Delors, foram apresentadas em 1996.

    O texto reconhece o ensino como direito fundamental dos homens

    e mulheres, o que se constitui em avano conceitual importante

    para o novo sculo. Em outro segmento indica que, mais do que

    nunca, necessrio buscar respostas eficientes para pr fim

    angstia do profissional diante do avano ininterrupto e cada vez

    mais veloz das tecnologias e do conhecimento. O prprio Delors

    responde, de forma incisiva, a esta questo: O conceito de

    educao ao longo de toda a vida aparece como uma das chaves

    de acesso ao sculo xxI. Ou seja, a educao continuada fator

    condicionante do sucesso dos indivduos na nova ordem econmica

    mundial (JuLIO, 2002). Em consequncia, o ensino a distncia tem

    avanado exponencialmente em todo o mundo. Esta modalidade

    apontada como a forma capaz de conciliar a necessidade da

    educao continuada com a falta de tempo e as dificuldades cada

    vez maiores de um profissional estar fisicamente presente em uma

    sala de aula.

    no interior destas consideraes que se impe a discusso sobre

    a educao a distncia, pois ela se apresenta como a possibilidade

    de extrapolar a educao realizada no espao da sala de aula,

    face a face, dando conta das necessidades atuais de formao

    contnua. ainda na dcada de 60 do sculo xx, Marshall McLuhan,

    no seu artigo aula sem paredes (1968), apostava que a

    O termo globalizao refere-se homogeneizao

    de procedimentos e sentidos da economia entre

    os pases, o que envolve tecnologias de produo

    e sistema financeiro transnacionais. Quanto

    mundializao, usado em referncia aos processos de homogeneizao de valores,

    usos e costumes, isto , tem relao com a cultura.

    DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da

    educao. In: Educao: um tesouro a descobrir. So

    Paulo: Cortez, 1998.

  • CURSO DE PEDAgOgIA34

    universalizao dos meios eletrnicos faria do mundo uma grande

    sala de aula sem paredes, em que todos aprenderiam ao longo

    de toda a sua vida: a escola-clausura est a ponto de tornar-se

    escola-abertura, ou melhor ainda, escola-planeta (MaYOR, 1997,

    p. 23). Estas necessidades de escolaridade ultrapassam o formato

    da escola convencional, nascida em poca histrica distinta, com

    diferentes necessidades, e que hoje est sendo repensada, diante

    dos desafios contemporneos.

    H um consenso entre os pesquisadores da rea que a educao

    no pode mais ficar confinada ao ambiente de uma sala de aula,

    com o professor como nica fonte de conhecimento e experincia

    educativa. preciso enfrentar os desafios postos pelo mundo do

    trabalho e que esto afetando fortemente os profissionais de

    todas as reas, exigindo-lhes atualizao constante e acesso a

    novas fontes de informao que possibilitam a criao de novos

    conhecimentos. Assim, de um lado esto os profissionais procura

    de novos conhecimentos, e de outro as instituies educativas

    buscando novas formas de veicular estes conhecimentos. No

    entanto, a educao a distncia no pode ser vista como sendo

    apenas uma complementao ou como substituio educao

    presencial. De modo geral, esta modalidade de educao oferece

    condies para atender tanto parcela da populao que tem menos

    possibilidade de frequentar um curso de graduao convencional

    quanto para manter a populao altamente qualificada. Este nos

    parece ser o significado da educao a distncia no atual momento

    histrico. assim, a Educao a Distncia, muito mais do que ser

    um complemento ou substituio, deve ser concebida como uma

    aliada potencializadora do sistema educacional.

    Mas, o que diferencia a educao a distncia da educao presencial,

    j que ambas podem fazer parte do mesmo processo? Qual sua

    origem? Como defini-la? Quais suas principais caractersticas?

    Para que voc possa entender a constituio terica desta rea de

    conhecimento - a educao a distncia - importante conhecer a

    sua constituio histrica, assim como visitar alguns dos conceitos

    dos principais estudiosos sobre essa forma de educao.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 35

    Definies e caractersticas da Educao a Distncia

    Os autores da rea apontam como diferena entre a educao

    presencial e a educao distncia a interao entre a fonte do

    estmulo educativo e o destinatrio deste estmulo. Em ambas, a

    fonte de estmulo educativo o professor, e o destinatrio, o aluno.

    Entretanto, na educao presencial o professor est presente

    maioria das atividades do aluno; na educao a distncia o

    professor se faz presente pelo uso de algum meio de comunicao:

    o dilogo educativo no direto e imediato, mas mediado.

    ao descrever as caractersticas do ensino a distncia, Holmberg (1985)

    defende que toda a aprendizagem basicamente uma atividade

    individual, isto , um trabalho pessoal do aluno, com um maior ou

    menor grau de independncia e envolvimento com professores e

    tutores. Nesse sentido, a base do sucesso em cursos a distncia

    o autoestudo. Segundo ele, o aluno a distncia tem muito mais

    possibilidades de selecionar a que se dedicar do que os alunos da

    educao presencial, para quem a assistncia s aulas obrigatria.

    Isto ocorre porque provido de material autoinstrucional com o

    qual o aluno pode trabalhar sozinho, geralmente, acompanhado

    por vasta indicao bibliogrfica, assim como por instrues mais

    detalhadas sobre como estudar os contedos.

    Em consequncia, Holmberg vai definir a educao a distncia como um mtodo de conversao didtica guiada, ideia introduzida por ele em 1960 e ainda no superada nos dias atuais, com base no princpio de que o carter da boa educao a distncia o de assumir o estilo de conversao guiada, orientada para a aprendizagem, em que a presena de tal conversao facilita a aprendizagem (1985, p. 23). Para que ocorra esta conversao guiada, defende uma relao pessoal entre os alunos e os professores, a utilizao de um material autoinstrucional bem elaborado e uma adequada comunicao a distncia de ida e volta, tambm chamada de comunicao bidirecional. Este termo utilizado em ambientes de educao a distncia para caracterizar

    a comunicao em que h dilogo entre o aluno e o professor

    ou instituio, possibilitando um maior apoio no processo de

  • CURSO DE PEDAgOgIA36

    aprendizagem. Esse tipo de comunicao, no ensino a distncia,

    torna-se possvel atravs das tutorias, dos materiais didticos

    e das ferramentas de cooperao, que devem estabelecer uma

    intermediao tutor-aluno. O aspecto inovador do trabalho de

    Holmberg a ideia de que a aprendizagem pode ocorrer sem a

    presena direta do professor. a relao entre o professor e o aluno

    seria mediada pelos textos impressos e os meios de comunicao

    utilizados.

    alm de Holmberg, outros autores se dedicaram ao estudo e

    definio do que seja educao a distncia, salientando um ou outro

    aspecto, como por exemplo Aretio, 1987; Fainholc, 1994; Maroto,

    1995; Moore, 1996; Belloni, 1999; Barreto, 2001; alava, 2002.

    So diferentes concepes, o que dificulta uma definio mais

    precisa que contemple as caractersticas bsicas desta modalidade.

    Entretanto, Aretio (1987), aps analisar um conjunto de definies,

    observa que alguns conceitos se repetem. Estes so pontos que,

    segundo ele, aparecem em quase todas as definies, quando se

    intenta definir e caracterizar um curso realizado na modalidade a

    distncia:

    1. a separao professor-aluno;

    2. a utilizao sistemtica de meios e recursos tecnolgicos;

    3. a aprendizagem individual;

    4. o apoio de uma organizao de carter tutorial;

    5. a comunicao bidirecional.

    a separao professor-aluno considerada a caracterstica bsica

    que diferencia a educao a distncia da educao presencial,

    convencional. No entanto, admite aretio, estas caractersticas

    tambm podem ocorrer na educao presencial. Nesse sentido,

    no correto estabelecer definies de educao a distncia que

    possam induzir a concepes excludentes.

    Na educao a distncia, o distanciamento em tempo e espao entre

    as atividades de ensino e as atividades de aprendizagem, o que na

    prtica se traduz na separao professor-aluno, pode ser amenizada

    Aretio, 1987 - A educao a distncia um sistema tecnolgico de comunicao de massa e bidirecional, que substitui a interao pessoal, em aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ao sistemtica e conjunta de diversos recursos didticos e o apoio de uma organizao tutorial que propiciam a aprendizagem autnoma dos estudantes.

    Moore, 1996 - Educao a distncia a aprendizagem planejada que geralmente ocorre em lugar diverso do professor e, por causa disso, requer tcnicas especiais de desenho de curso, tcnicas especiais de instruo, mtodos especiais de comunicao atravs de vrias tecnologias bem como arranjos essenciais organizacionais e administrativos.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 37

    com momentos presenciais, em que h interao do grupo entre

    si e do professor e/ou tutor com os alunos. Nestes momentos, so

    realizadas diversas atividades e as provas individuais. Os estudiosos

    da rea partem do pressuposto de que os alunos que procuram esta

    modalidade de educao no so to jovens, j possuem uma certa

    autonomia de ao e no necessitam de tanta assistncia para

    realizar suas atividades. Nos encontros presenciais e nas atividades

    a distncia, o professor da disciplina e/ou o tutor atua como

    mediador da aprendizagem ao incentivar e auxiliar os alunos para

    superarem suas dificuldades e prosseguirem seus estudos.

    a partir de meados da dcada de 1970, no Brasil, comea-se a falar em ensino centrado nos alunos, atribuindo-se ao professor, cada vez mais, um papel de gestor das atividades da sala de aula em vez do seu papel tradicional de centralizador do processo educativo. O termo facilitador tornou-se expresso comum para caracterizar este papel do professor, mas a literatura disponvel hoje aponta a necessidade deste papel ser muito mais de um mediador entre o conhecimento e as necessidades e expectativas dos alunos. Por isso, estudam-se cada vez mais as formas de interao entre o professor/tutor e o aluno, para que este seja um interlocutor ativo. assim, pode ser superada a distncia entre as atividades de

    ensino e as de aprendizagem.

    a utilizao de vrios meios de comunicao a partir de diferentes

    recursos tecnolgicos permite criar condies para a motivao

    do aluno e constitui-se em um apoio definitivo para o seu

    aprendizado. a variedade de meios de comunicao objetiva

    tanto a complementao quanto o enriquecimento do processo

    educacional e depende dos objetivos a que se destina o programa

    ou curso e a populao a atingir. assim, na educao a distncia

    podem ser utilizados o vdeo, a televiso, o rdio, o fax, o

    computador e, pelo menos por enquanto, o material impresso.

    a educao a distncia est profundamente relacionada aos meios

    de comunicao de massa pela sua caracterstica de apresentar-

    se como democrtica ao proporcionar o acesso ao conhecimento

    a pessoas geograficamente distantes ou com outro impedimento

    para frequentar a escola presencial. a partir dessa caracterstica,

    os meios de comunicao de massa so considerados recursos

    Representados pelos meios de comunicao chamados de

    populares, ou seja, o rdio, a televiso e o jornal.

  • 38 CURSO DE PEDAgOgIA

    inestimveis para o trabalho educativo a distncia. ao analisar

    as potencialidades das novas tecnologias de informao e de

    comunicao, para arieto (2001, p. 60):

    [...] embora nem sempre disponvel, mas pela sua caracterstica de meio de transporte de informao verstil e muito veloz, o computador conectado rede Internet apresenta-se hoje como um dos meios mais eficientes para se fazer educao a distncia.

    Segundo Trindade (1992), ao proporcionar ao aluno adulto a

    motivao para que adquira novos conhecimentos e ao colocar

    ao seu dispor os materiais adequados, lhe sero oferecidas as

    condies de levar a efeito atividades de estudo de um modo

    autnomo e independente, sem a presena fsica do professor. A

    presena do professor estaria no material impresso produzido

    assim como em outros contedos ou atividades disponibilizadas em

    diferentes meios de comunicao, tais como vdeos e o ambiente

    virtual de aprendizagem.

    Nesse sentido, o aluno, a distncia, quem determina local e

    horrio que melhor lhe convm para estudar, pelo tempo que for

    mais conveniente e de acordo com suas habilidades, possibilidades

    e preferncias pessoais. ele quem determina o seu ritmo de

    aprendizado, o seu progresso educacional, assim como quem

    define quando precisa estudar mais. O uso do termo aprendizado

    ao invs de ensino coloca a nfase no usurio (o aluno) e no

    nos elementos que proporcionam a educao (a organizao, o

    professor, o tutor). Portanto, segundo Trindade (1992), a nfase

    deve ser colocada em quem aprende e no em quem ensina, pois

    a aprendizagem autodirigida.

    No sentido amplo, aprendizagem autodirigida descreve o processo

    no qual os indivduos tomam a iniciativa de, com ou sem a ajuda de

    outros, diagnosticar suas necessidades de aprendizagem, formular

    objetivos de estudo, identificar os recursos humanos e materiais

    para aprender, escolher e implementar as estratgias apropriadas

    e avaliar os resultados obtidos nessa atividade. Estudiosos tm

    optado por essa expresso por ser identificada com a expresso

    Termo utilizado em educao a distncia para caracterizar ambientes de aprendizagem acessados por meio de redes digitais de computadores que permitem a interao entre os alunos, professores e tutores.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 39

    inglesa self-directed learning, atribuda com mais frequncia

    aos projetos de aprendizagem desenvolvidos por adultos fora do

    sistema educativo formal. Dessa forma, ao procurarem adquirir

    competncias, conhecimentos e investigaes, os adultos contam

    com livros, revistas, programas de computador etc., todos eles

    criados com a finalidade de facilitar o desenvolvimento de

    competncias ou a aquisio de saberes.

    atualmente, a expresso aprendizagem autodirigida tem

    sido bastante utilizada como uma caracterstica do indivduo

    sintonizado com as rpidas transformaes do mundo

    contemporneo e no que se configurou como aprender a

    aprender, reconstruindo conhecimentos permanentemente.

    a Internet tem sido considerada, nesse contexto, ferramenta

    essencial para a aprendizagem autodirigida. Diversos autores,

    no entanto, acentuam que a aprendizagem autodirigida no

    centrada exclusivamente no indivduo como ser isolado, podendo,

    inclusive, ser promovida no espao escolar.

    apresentamos, at aqui, os atores principais do ensino

    realizado a distncia: o aluno, o professor e o tutor. agora,

    vamos destacar um pouco a figura do tutor em um curso de

    educao a distncia.

    A tutoria surge na educao presencial dentro do mtodo que ficou

    conhecido como ensino mtuo ou sistema monitoral e propunha que

    um aluno treinado ou mais adiantado (decurio) deveria ensinar

    um grupo de dez alunos (decria), sob a orientao e superviso

    de um inspetor. Ou seja, os alunos mais adiantados deveriam

    ajudar o professor na tarefa de ensino. Essa ideia resolveu, em

    parte, o problema da falta de professores no incio do sculo xIx

    no Brasil, pois a escola poderia ter apenas um educador com vrios

    monitores ou tutores. Esse mtodo, criado pelos ingleses andrew

    Bell e Joseph Lancaster, foi implantado oficialmente no Brasil pela

    Lei de 15 de outubro de 1827, e vigorou at meados do sculo xIx.

    Mais tarde, com o desenvolvimento do ensino superior, a figura

    do monitor incorporada a este nvel de ensino. Era exercida

    por alunos veteranos para auxiliar os alunos novos no estudo das

    disciplinas dos cursos superiores, prestando atendimento individual

  • CURSO DE PEDAgOgIA40

    a cada aluno em particular ou a grupos de alunos. Com o passar

    do tempo, esta funo de tutoria ganhou importncia e o aluno

    veterano foi substitudo por um professor.

    a tutoria passou a ser parte constitutiva da modalidade a distncia,

    onde ocupa um lugar fundamental no desenvolvimento de cursos

    nesta forma de fazer educao. por meio dela que est sendo

    mediado, orientado e acompanhado o trabalho pessoal do aluno.

    Professor, orientador de ensino, orientador de aprendizagem,

    orientador acadmico, tutor, professor-tutor, assessor pedaggico

    so denominaes utilizadas para identificar o profissional que faz

    a mediao entre o aluno e os meios didticos. Cabe tutoria,

    portanto, a mediao entre o aluno e os meios necessrios para

    a efetivao da conversao didtica.

    Na educao a distncia, as estratgias e os meios de comunicao

    como a correspondncia por correio postal e eletrnico, o

    telefone, o fax, os ambientes virtuais de aprendizagem, a

    videoconferncia e a teleconferncia so utilizados de forma

    a proporcionar a comunicao bidirecional entre o aluno e o

    seu professor ou a instituio educativa qual est vinculado.

    necessria essa via de mo dupla para que se estabelea uma

    comunicao contnua entre esses sujeitos e no s durante os

    encontros presenciais.

    Das primeiras experincias de ensino por correspondncia,

    expandidas e consolidadas no sculo xx, at o desenvolvimento

    de novas metodologias e tcnicas a partir do advento das novas

    tecnologias de informao e de comunicao, muito se fez no

    campo da educao a distncia.

    Pelas suas caractersticas, a educao a distncia, ao prescindir

    do professor como nica fonte de experincia educativa, por no

    ficar confinada ao ambiente de uma sala de aula e permitindo

    ao aluno organizar o seu aprendizado, apresenta-se como uma

    alternativa aos problemas da educao convencional em um pas

    de dimenses continentais como o Brasil.

    No captulo 3 deste material discutiremos com mais detalhes esses meios de comunicao.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 41

    atualmente, algumas tendncias esto se consolidando no campo

    de estudos da educao a distncia, conforme ressalta Lobo Neto

    (1998), ao analisar que:

    a) apesar de uma extensiva utilizao como reposio de escolaridade perdida - ou, mais propriamente, negada pela falncia das polticas pblicas de educao - nos dois ltimos decnios do sculo passado ntida a tendncia de relacionar a educao a distncia com a educao ps-secundria e a educao continuada;

    b) passado um primeiro entusiasmo ingnuo com as potencialidades das novas tecnologias, o campo de estudos da educao a distncia parece ter encontrado seu lugar em cuidadosos estudos de viabilidade, mais centrados nos objetivos educacionais a atingir do que no avano metodolgico proporcionado pelo uso de produtos tecnolgicos de ltima gerao;

    c) o sentido de cooperao interinstitucional e internacional neste campo vem se concretizando por meio de redes e consrcios, tanto promovendo o intercmbio de informaes como o de aes.

    No momento, h uma vasta literatura a respeito de educao a

    distncia, tanto em nvel nacional quanto internacional, como

    resultado dos muitos estudos e experincias realizadas. No dizer

    de Mata Maroto (1995, p.56), importante reconhecer que a EaD

    tem uma histria, com acertos e desacertos, xitos e fracassos, que

    precisa ser conhecida para se entender hoje, com mais clareza, seu

    alcance e suas possibilidades.

    Organizao e operacionalizao de cursos na modalidade a distncia

    Podemos dizer que, de um modo geral, um curso de educao a

    distncia precisa conter os seguintes elementos na sua estrutura:

    a) estrutura de planejamento, assim como de preparao e veiculao de materiais didticos (impressos, audiovisuais ou online);

  • CURSO DE PEDAgOgIA42

    b) estrutura para servios de apoio aprendizagem dos cursistas (tutoria, servios de comunicao, encontros presenciais);

    c) servios de comunicao entre alunos/alunos, alunos/professor, aluno/tutor, tutor/tutor;

    d) avaliao continuada;

    e) estrutura fsica, tecnolgica e de pessoal compatvel com a abrangncia da atuao da instituio e o tipo de curso oferecido;

    f) estrutura de monitoramento e avaliao do sistema de EaD proposto.

    ao analisar diferentes sistemas de formao a distncia, Linard

    (2002) constata que trs pontos so essenciais:

    1. uma relao de gesto institucional estreita e constante com os aprendentes;

    2. uma apresentao dos contedos concebida em funo das ne-cessidades da conduta de aprendizagem e de autonomia do aprendente e no apenas dos contedos;

    3. um acompanhamento pedaggico permanente dos estudantes.

    Na EaD, mais do que na educao presencial, o planejamento cru-

    cial para o bom andamento e qualidade do curso a ser realizado. a

    distncia geogrfica entre alunos e instituio de ensino exige que

    haja uma organizao e projeo das atividades acadmicas para um

    perodo maior do que aquele necessrio para atividades educacionais

    presenciais. No entanto, essa necessidade no deve fazer com que o

    planejado se torne algo imutvel, impossvel de ser alterado.

    Em um sistema de educao a distncia, devemos ter em conta

    diversos aspectos que precisam ser gerenciados: os recursos

    financeiros, as pessoas envolvidas no projeto de curso, a

    necessidade de formao, a produo e distribuio de materiais

    didticos, a tecnologia empregada, os processos acadmicos, o

    monitoramento e a avaliao das aes postas em andamento para

    a execuo do curso.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 43

    Os cursos a distncia, da mesma forma como funcionam os cursos

    presenciais, necessitam de uma organizao para o registro da

    vida acadmica do aluno. Isso pode incluir desde o modo como o

    aluno se inscreve nos cursos oferecidos, processo de seleo, e o

    registro de sua efetiva participao at a avaliao e certificao.

    Estamos levantando estes aspectos para que voc tenha uma ideia

    do significado da organizao de cursos na modalidade a distncia

    e que esto presentes na operacionalizao do que voc est ini-

    ciando neste semestre. Lembre-se:

    A aula no um espao determinado, fixo, mas tempo e espao contnuos de aprendizagem, que podem ser definidos pelos diferentes estilos de professores e alunos, tecnologias e contedos. O importante aprender e no impor um padro nico sobre onde e como ensinar (MORaN, 2001, p. 56).

    Histrico da Educao a Distncia

    Para que voc possa visualizar a constituio e o desenvolvimento

    da educao a distncia, optamos por apresentar uma linha de

    tempo, na qual so destacados perodos histricos, seus eventos,

    iniciativas que no conjunto ajudam a entender as diferentes

    formas de fazer esta educao. Queremos assinalar inicialmente

    as duas criaes humanas que foram as grandes responsveis pela

    ampliao e divulgao da educao a distncia, assim como a

    motivao central para a consolidao deste modelo de formao:

    a primeira foi a inveno da prensa de tipos mveis, que viabilizou

    a impresso em escala, permitindo a educao de contingentes

    cada vez maiores de pessoas; a segunda foi a criao de um sistema

    regular e barato de correio postal, que permitiu a expanso dos

    cursos realizados na modalidade a distncia, como veremos a

    seguir.

  • CURSO DE PEDAgOgIA44

    1728 - a Gazeta de Boston, em sua edio de 20 de maro, publica

    anncio com os seguintes dizeres: Toda pessoa da regio, desejosa

    de aprender esta arte [taquigrafia], pode receber em sua casa

    vrias lies semanalmente e ser perfeitamente instruda, como

    as pessoas que vivem em Boston, enviado pelo taqugrafo Cauleb

    Phillips oferecendo ensino a distncia.

    1833 - O nmero 30 do peridico sueco Lunds Weckoblad traz um

    anncio comunicando a mudana de endereo, durante o ms de

    agosto, para as remessas postais dos que estudam Composio

    por correspondncia.

    1840 - Um sistema de ensino de taquigra a com base em fichas

    e intercmbio postal com os alunos criado pelo ingls Sir Isaac

    Pitman (1813-1897); funda a Phonographic Correspondence Society,

    encarregada de corrigir os exerccios dos alunos. apesar de j

    existir um sistema de taquigrafia na poca, proposto por Taylor

    considerado o pai da taquigrafia moderna , ele criou um sistema

    prprio que passou a ser considerado mais til e seguro. Em 1837,

    Pitman lana a obra Stenographic Soundhand, em que explica

    seu mtodo taquigrfico, considerado por ele a arte-cincia de

    escrever rapidamente por meio de sinais convencionais, de acordo

    com regras preestabelecidas e de forma manual.

    1728 - Publicao do primeiro anncio oferecendo educao

    a distncia.

    1833 - Estudo de redao a distncia na Sucia.

    1840 - Curso de taquigrafia por correspondncia oferecido

    na Inglaterra.

    1856 - Em Berlim, ensino de francs

    por correspondncia.

    1856 - Sociedade para promoo do estudo

    em casa (Eua).

    1858 - Ensino por correspondncia na

    universidade de Londres.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 45

    Na era romana, um homem chamado Tiro (nascido no ano 103

    a.C.) foi o inventor/precursor da escrita taquigrfica. Vrios

    historiadores tm lembrado de Tiro como o secretrio de

    Marco Tlio Cicero. No entanto, Tiro inventou um mtodo

    taquigrfico para escrever as cartas ditadas por Cicero.

    Quantos sculos passaram desde o ano 63 antes de Cristo at

    1837 de nossa era, quando o ingls Isaac Pitman inventou

    sua taquigrafia?

    Fonte: (WILLIAMS, 2005, p. 1).

    1856 - Em Berlim, a Sociedade de Lnguas Modernas patrocina os

    professores Charles Toussain e Gustav Laugenschied para que se

    dediquem ao ensino de francs por correspondncia.

    1858 - A Universidade de Londres passa a conceder certificados a

    alunos externos que recebem o ensino por correspondncia.

    1873 - Surge, em Boston, Eua, a Sociedade para a Promoo do

    Estudo em Casa. O que em 1873 era uma necessidade devido s

    grandes distncias e precariedade do sistema educacional,

    atualmente adotado por muitas famlias como uma outra opo

    de estudo, a partir do apoio dos computadores e da rede Internet.

    1893 - universidade por correspondncia (Eua).

    1856 - Escola Calvert (Baltimore, Eua) cria um Departamento de

    Formao em casa.

    1893 - Ensino em casa para moradores das zonas rurais na

    austrlia.

  • CURSO DE PEDAgOgIA46

    Nos EUA, cerca de 15.000 famlias esto hoje educando seus filhos

    em casa, um aumento de 50% em relao ao ano de 2004, ou seja,

    a cada ms, mais de cem crianas esto deixando a sala de aula.

    Isso representa de 450.000 a um milho de crianas que esto

    sendo educadas pelo homeschooling. Os motivos citados pelos

    pais para no enviarem seus filhos escola so os mais diversos,

    mas entre eles destacam-se: a) as escolas no mais se adequam

    atual sociedade virtual criada pelos meios tecnolgicos; b) a

    criana ao ir para a escola est exposta a uma grande gama de

    violncia e aliciamento; c) o governo reconhece e certifica o

    estudo em casa, no sendo, portanto, necessrio ir para a escola.

    1883 - Comea a funcionar, em Ithaca, no Estado de Nova Iorque,

    Eua, a universidade por Correspondncia. Em 1892, o Reitor

    da universidade de Chicago, William R. Harper, que j havia

    experimentado a utilizao da correspondncia na formao de

    docentes para as escolas dominicais, cria uma Diviso de Ensino

    por Correspondncia no Departamento de Extenso daquela

    universidade. Na universidade de Wisconsin, os professores do

    Colgio de agricultura mantm correspondncia com alunos que

    no podem abandonar seu trabalho para voltar s aulas no campus.

    Nesse mesmo perodo, so criadas as Escolas Internacionais por

    Correspondncia, nos Estados unidos da amrica.

    1903 - Julio C. Baviera abre, em Valncia, na Espanha, a Escola

    Livre de Engenheiros.

    as Escolas Calvert de Baltimore, Eua, no mesmo ano, criam um

    Departamento de Formao em Casa, para acolher crianas de escolas

    primrias que passam a estudar sob a orientao dos pais. Inexistem

    registros precisos acerca da criao da EaD no Brasil. Tem-se como

    marco histrico a implantao das Escolas Internacionais em

    1904, representando organizaes norte-americanas. Entretanto,

    o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra na

    sua primeira edio da seo de classificados, anncio oferecendo

    profissionalizao por correspondncia, curso de datilgrafo.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 47

    1910 - Professores que atuam no curso primrio, em regies

    rurais, comeam a receber material de educao secundria pelo

    correio, em Vitria, austrlia. ainda na austrlia, com a inteno

    de minorar os problemas das enormes distncias, a universidade

    de Queensland comea a desenvolver uma experincia de estudo a

    distncia para solucionar essa dificuldade.

    1914 - Na Noruega, fundada a Norst Correspondanseskole e, na

    alemanha, a Fernschule Jena. Em 1920, na antiga uRSS, implanta-se

    tambm este sistema de educao a distncia por correspondncia.

    1919 - Com o final da Primeira Guerra Mundial, surgem novas

    iniciativas de ensino a distncia em virtude de um considervel

    aumento da demanda social por educao. William Harper, reitor

    da universidade de Wisconsin, j em 1886 escrevia: Chegar o dia

    em que o volume da instruo recebida por correspondncia ser

    maior do que o trasmitido nas aulas de nossas academias e escolas,

    em que o nmero dos estudantes por correspondncia ultrapassar

    o dos presenciais. Nesse perodo, o ensino por correspondncia

    envolve em torno de 350.000 usurios s na Europa.

    1922 - a New Zeland Correspondence School comea suas atividades

    com a inteno inicial de atender a crianas isoladas ou com

    dificuldade de frequentar as aulas convencionais. A partir de 1928,

    atende tambm a alunos do ensino secundrio. No Brasil, em 1923,

    ocorre a criao da Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro,

    por um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto,

    iniciando a educao pelo rdio. Em 1936, a Fundao doada ao

    Ministrio da Educao e Sade, que a transforma, em 1937, no

    Servio de Radiodifuso Educativa do Ministrio da Educao.

    1919 - Ensino por corresondncia tem 350.000

    alunos na Europa.

    1914 - Na Noruega fundada a Norst Correspondanseskole.

    1922 - Criao da New Zeland Correspondence School para

    atender alunos do meio rural.

  • CURSO DE PEDAgOgIA48

    1928 - a Britsh Broadcasting Corporation (BBC), de Londres, oferece

    cursos a distncia para a educao de adultos por meio do rdio.

    1934 - O Instituto Monitor inicia suas atividades. Primeira empresa

    de difuso de cursos a distncia no Brasil, criada em 1939 para a

    oferta de aulas profissionalizantes na modalidade de ensino por

    correspondncia.

    Os primeiros cursos oferecidos relacionavam-se eletrnica e

    formao de radiotcnicos. O Instituto Monitor adaptou-se s

    novas tecnologias e, atualmente, passou a oferecer vdeoaulas e a

    apresentar seus cursos pela Internet.

    1937 - Por meio da Radio Sorbonne so transmitidas aulas de quase

    todas as matrias literrias da Faculdade de Letras e Cincias

    Humanas de Paris. a Sorbonne, em Paris, inaugurou em 1927 o

    Institut radiophonique dextension universitaire, considerado

    como precursor da rdio educativa e da educao a distncia. a

    Radio-Sorbonne deixou de funcionar pouco tempo depois, com o

    incio da Guerra. Hoje, Radio-Sorbonne o nome dado a um site

    da Internet, a partir do qual podemos ouvir gratuitamente aulas

    proferidas por professores de cursos de Letras.

    1938 - No Canad, na cidade de Victria, realiza-se a Primeira

    Conferncia Internacional sobre a Educao por Correspondncia.

    http://www.francelink.com/radio_stations/sorbonne/srfgrille.html

    1928 - a BBC de Londres oferece cursos a distncia

    para adultos.

    1923 - Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro. 1934 - Instituto Monitor.

    1938 - Primeira Conferncia Internacional sobre a Educao

    por correspondncia.

    1937 - a Rdio Sorobnne (Frana) oferece curso na rea

    de Letras.

    1937 - criado o Centro Educacional de Teleducao na

    Frana.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 49

    1940 - Surge o Centro Nacional de Teleducao na Frana (CNTE), atualmente Centre National dEnseignement a Distance (CNED), destinado ao ensino por correspondncia. um centro pblico subordinado ao Ministrio da Educao Nacional. Nessa dcada, diversos pases do centro e do leste europeu iniciam projetos e criam espaos de educao a distncia. Nesse perodo, os avanos tcnicos possibilitam outras perspectivas que no s o ensino por correspondncia: o rdio e o videocassete comeam a ganhar espao como veiculadores dos contedos dos cursos a distncia. Em 1995, contava com 350.000 estudantes matriculados, da Frana e de outros 170 pases, em Programas de Educao a distncia.

    1941 - No Brasil, surge o Instituto universal Brasileiro objetivando a formao profissional de nvel elementar e mdio. O seu mtodo de ensino a distncia envolvia cursos de iniciao profissional em reas tcnicas, sem exigncia de escolaridade anterior, por correspondncia. Seu forte so os cursos supletivos. at hoje, quando a Internet vista como a principal ferramenta da EaD, o Instituto ainda opta por transmitir suas aulas por apostilas enviadas pelo correio. O motivo o perfil do pblico atendido, segundo seus responsveis: So pessoas na maior parte empregadas, com certa escolaridade [ensino mdio], mas que buscam um registro profissional. O computador restringe a possibilidade de estudo. Com as apostilas, o aluno pode estudar no nibus, por exemplo, declaram.

    1946 - a universidade de Sudafrica (uNISa) comea a ensinar por correspondncia. atualmente a nica universidade a distncia na frica que se dedica exclusivamente a desenvolver cursos a distncia, atingindo diversos pases. No mesmo perodo, o Servio Nacional de aprendizagem Comercial - SENaC inicia suas atividades e desenvolve, no Rio de Janeiro e So Paulo, a universidade do ar, ensino a distncia pelo rdio, sendo que, em 1950, j atingia 318 localidades. Em 1973, o SENaC inicia cursos por correspondncia, seguindo o modelo da

    universidade de Wisconsin/uSa.

    1946 - a universidade de Sul da frica comea a ensinar

    por correspondncia.1941 - Instituto universal

    Brasileiro.1950 - SENaC desenvolve, no RJ

    e SP, a universidade do ar SENaC, educao a distncia pelo rdio.

  • CURSO DE PEDAgOgIA50

    1960 - fundado o Beijing Television College, na China, que

    oferece educao a distncia pela televiso at ter suas atividades

    encerradas durante a Revoluo Cultural, em 1966. No Brasil, tem

    incio a ao sistematizada do Governo Federal na modalidade de

    EaD: realizado um contrato entre o Ministrio da Educao e a

    Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), visando expanso

    de um sistema de escolas radiofnicas nos estados nordestinos,

    a partir de experincia iniciada em Natal (RN) em 1959, sendo

    responsvel pela sua realizao o Movimento de Educao de Base

    (MEB). O MEB um organismo da Conferncia Nacional dos Bispos do

    Brasil CNBB, que tem na formao de lideranas e na capacitao

    de agentes de educao de base, atravs da alfabetizao de

    pessoas jovens e adultas, a sua ao de maior visibilidade. No

    perodo entre 1961 e 1992, o MEB atuou exclusivamente no Centro-

    Oeste, no Norte e no Nordeste, priorizando o interior destas regies

    e atingindo milhares de pessoas diretamente, atravs de uma ao

    centrada na criao e acompanhamento de grupos de letramento

    por meio de aulas radiofnicas. A adoo da metodologia ver,

    julgar e agir aliada filosofia de Paulo Freire, numa perspectiva de

    educao como ao libertadora, marca a interveno pedaggica

    do MEB em sintonia com os ideais da igreja progressista do Brasil

    (http://momidi.com.br/meb). O Movimento de Educao de Base

    foi um marco na EaD no-formal no Brasil.

    1962 - Inicia na Espanha uma experincia de Bacharelado

    Radiofnico, que d origem ao Centro Nacional de Ensino Mdio

    por Rdio e Televiso, transformado em 1968 no Instituto Nacional

    de Ensino Mdio a Distncia (INEMaD). Em 1963, oferecido na

    Frana ensino universitrio por meio de aulas transmitidas por

    rdio em cinco faculdades de Letras (Paris, Bordeaux, Lille, Nancy

    e Strasbourg) e na Faculdade de Direito de Paris.

    1960 - fundado o Beijin Television College, na China.

    1959 - Movimento de Educao de Base: EaD no formal no

    Brasil.1962 - Bacharelado Radiofnico

    na Espenha.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 51

    1965 - Incio dos trabalhos da Comisso para Estudos e Planejamento

    da Radiodifuso Educativa no Brasil. Entre 1966 e 1974, passam a

    funcionar oito emissoras de televiso educativa: TV universitria

    de Pernambuco, TV Educativa do Rio de Janeiro, TV Cultura de

    So Paulo, TV Educativa do amazonas, TV Educativa do Maranho,

    TV universitria do Rio Grande do Norte, TV Educativa do Esprito

    Santo e TV Educativa do Rio Grande do Sul.

    1967 - criada a Fundao Padre anchieta, com o objetivo de

    promover atividades educativas e culturais por meio do rdio e

    da televiso; ela inicia suas transmisses em 1969. Nesse mesmo

    ano constituda a Fundao Educacional Padre Landell de Moura

    (FEPLAM), instituio privada sem fins lucrativos, que passa a

    promover a educao de adultos por meio da teleducao. Instituda

    pelo governo do Estado de So Paulo, mantm uma emissora de

    televiso - a TV Cultura - e duas emissoras de rdio - a Cultura aM

    e a Cultura.

    1965 - Comisso para Estudos e Planejamento da Radiodifuso Educativo no

    Brasil.1963 - Ensino universitrio por

    meio de rdio (Frana).1967 - Criao da Fundao Padre

    anchieta.

    Outro projeto deste perodo o Projeto SaCI (Sistema avanado

    de Comunicaes Interdisciplinares), que tinha como objetivo

    estabelecer um sistema nacional de teleducao com o uso do

    satlite. Foi concebido e operacionalizado, experimentalmente de

    1967 a 1974, por iniciativa do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas

    Espaciais). Entre seus produtos destaca-se o ExERN (Experimento

    Educacional do Rio Grande do Norte), constitudo por dois projetos:

    um destinado a alunos das trs primeiras sries do 1 grau, e o outro

    capacitao de professores por meio do rdio e/ou da televiso.

    Outro produto importante derivado do SaCI foi a implementao

    de um curso de Mestrado em Tecnologia Educacional. O maior

    legado do projeto foi a interao dos vrios elementos dos sistemas

    tecnolgico e educativo. O objetivo maior do projeto SaCI um

  • CURSO DE PEDAgOgIA52

    satlite domstico para uso educacional foi abandonado. Outras

    agncias governamentais, com suas prprias agendas, passaram a

    dominar a discusso sobre a adoo de um satlite para outros fins,

    particularmente no setor das telecomunicaes.

    1969 - criada a British Open university, instituio verdadeiramente

    pioneira no que hoje se entende como educao superior a

    distncia. Inicia seus cursos em 1971, com 24.000 estudantes

    em diversos cursos, sendo que em 1997, j conta com 160.000

    alunos. Os cursos da Open so oferecidos para diversos pases que

    falam a lngua inglesa, a maioria deles na Comunidade Europeia.

    Organiza-se a partir de centrais de atendimento distribudas em

    12 cidades na Inglaterra. Dados levantados em pesquisa realizada

    pela universidade, em 2001, constatam que: 54% dos seus alunos

    a escolheram pela possibilidade de liberdade em relao ao lugar,

    tempo e ritmo de estudo; 68% dos alunos tm emprego fixo;

    melhorar as chances na carreira profissional desejo de 40% dos

    alunos ao inscreverem-se nos seus cursos. Os cursos so oferecidos

    em mdulos, e os exames escritos so realizados presencialmente

    em um dos 18 centros de atendimento distribudos pelo pas. Os

    materiais dos cursos so, em geral, enviados pelo correio. a partir

    desta data, a expanso da modalidade tem um grande avano.

    1967 - Projeto Minerva.

    1969 - British Open university.1969 - Criada a associao Brasileira de Teleducao.

    Em 1973, a segunda universidade criada dentro deste mesmo

    modelo a universidad Nacional de Educacin a Distancia (uNED),

    localizada em Madri, na Espanha.

    Em 1974, surge a universidade aberta de Israel, com cerca de 400

    cursos em diferentes reas.

    E em 1975, criada a Fernuniversitt, na alemanha, dedicada

    exclusivamente ao ensino universitrio.

  • EDUCAO A DISTNCIA | UNIDADE 2 53

    1970 - instituda, no Brasil, a portaria interministerial n 408/70,

    dispondo que as emissoras comerciais de rdio e televiso tm a

    obrigatoriedade de transmitir, gratuitamente, cinco horas semanais

    de 30 minutos dirios, de segunda sexta-feira, ou 75 minutos

    aos sbados e domingos, de programao educativa, visando

    educao de adultos. iniciada, ento, em cadeia nacional, uma

    srie de cursos, sendo o mais conhecido deles o Projeto Minerva.

    O seu nome uma homenagem deusa grega da sabedoria e seu

    objetivo contribuir para a renovao e o desenvolvimento do

    sistema educacional, alm da difuso cultural atravs da utilizao

    do rdio, em combinao com outros meios.

    1974 - Centro de Ensino Tcnico em Braslia.

    1973 - universidad Nacional de Educacion a Distncia (uNED).

    1978 - Telecurso do 2 Grau (Brasil).

    Tinha a seguinte estrutura:

    a) Recepo organizada: desenvolvida em radiopostos locais, onde 30 a 50 alunos eram reunidos sob a liderana de um monitor para ouvir a transmisso das aulas. O radioposto funcionava em escolas, quartis, clubes, igrejas.

    b) Recepo controlada: os alunos escutavam sozinhos a transmisso dos contedos dos cursos e reuniam-se semanal ou quinzenalmente com o monitor para tirar dvidas.

    c) Recepo isolada: os alunos recebiam as emisses em sua casa. O projeto se estendeu at o incio dos anos 1980. Mas durante todo o tempo de sua transmisso sofreu severas crticas. apesar disto, algo em torno de 300.000 pessoas tiveram acesso s emisses radioeducativas. Destes, 60.000 realizaram exames supletivos, no entanto, somente 33% deles foram aprovados.

    1971 - criada a associao Brasileira de Teleducao. atualmente chamada de associao Brasileira de Tecnologia Educacional, responsvel pela realizao dos Seminrios Brasileiros de

  • CURSO DE PEDAgOgIA54

    Teleducao (hoje denominados de Seminrios Brasileiros de Tecnologia Educacional). Foi pioneira na oferta de cursos a distncia, por meio de correspondncia, destinados capacitao de professores. Em 1972, surge o Programa Nacional de Teleducao (Prontel), que fortalece o Sistema Nacional de Radiodifuso Educativa.

    1973-74 - O Centro de Ensino Tcnico de Braslia (CETB) criado com

    a finalidade de formar e instruir recursos humanos, desenvolvendo

    programas e projetos para crianas, jovens e adultos, atendendo

    tanto em zonas urbanas como rurais. Os cursos por correspondncia

    tm uma grande difuso e abrangem desde cursos especficos de

    matemtica, por exemplo, at cursos de tcnicas de estudo. O

    CETEB tem tambm uma atuao junto a empresas, elaborando

    cursos de acordo com as suas demandas (aLONSO, 2005). Realiza o

    planejamento de cursos na modalidade a distncia para capacitao

    dos empregados da Petrobrs e para o projeto Logus