Livro Matriz_Versão 3_ 15 09 pdf

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Francisco Antonio de Toledo 1ª Edição 2014 Sumaré - SP Editora Seta Regional

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Igrejas e monumentos

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Francisco Antonio de Toledo

1ª Edição

2014Sumaré - SP

Editora Seta Regional

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Paróquia de Sant´Ana,

2014, Sumaré - SP

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Apresentação ................................................................................ 00

Prefácio .......................................................................................... 00

Dedicatória .................................................................................... 00

A igreja de Sant´Ana – origens ..................................................... 00

A vida religiosa em Rebouças antes de 1914 ................................. 00

Criação da Paróquia ...................................................................... 00

Os primeiros tempos da Paróquia ................................................. 00

As Associações Religiosas e a festa da padroeira ........................ 00

Os novos vigários a partir de 1920 ................................................ 00

Nova fase da vida da Paróquia ...................................................... 00

Padre José Giordano ..................................................................... 00

Padre Carlos Augusto Malho ......................................................... 00

As mudanças trazidas pelo Vaticano II ........................................ 00

Padre Constantino Gardinalli ........................................................ 00

Padre Pedro Tomazini .................................................................... 00

Padre Angelo Marighetto .............................................................. 00

Sumário

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Padre Luis Antonio Guedes ........................................................... 00

Padre Mansur Rodrigues Mansur .................................................. 00

Padre Cláudio Zacarias Menegazzi. ............................................... 00

Padre Paulo Crozera ...................................................................... 00

Padre Carlos José Nascimento ...................................................... 00

Padre Elisiário César Cabral .......................................................... 00

Histórico das Comunidades ........................................................... 00

Sant´Ana: Vida e Culto ................................................................. 00

Dom Joaquim Mamede, o bispo que nasceu em Sumaré............... 00

As capelas antigas da Paróquia de Sant´Ana ............................... 00

A pedra fundamental da Igreja Matriz ........................................... 00

Lista dos párocos da Paróquia de Sant´Ana (1914-2014) .............. 00

Datas Expressivas na História da Paróquia ................................... 00

As Comemorações do Centenário.................................................. 00

Bibliografia .................................................................................... 00

Anexos

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ApresentaçãoCom grande alegria faço a apresentação do livro PARÓQUIA DE SANT´ANA – 100 ANOS

do professor Francisco, carinhosamente conhecido por nós como professor Chico. Ele vem fazer

o coroamento das festividades do Centenário de nossa Paróquia de Sant’Ana em Sumaré. Trata-

se de uma obra histórica, seja pelo seu conteúdo, seja igualmente por marcar este momento da

história dos paroquianos de Sant’Ana que comemoram: “Cem anos celebrando a vida”.

Desde a festa da nossa padroeira no ano passado, quando fizemos a abertura do “Ano

do Centenário”, o lema: “Recordem as Maravilhas que Ele fez” dirigiu e inspirou as nossas

atividades e celebrações, que foram tantas e belas. Esse livro vem, portanto, enriquecer e dar

maior vigor à nossa história, pois reconhecemos que Deus fez maravilhas em nosso meio. Quem

busca conhecer a história, aprende a respeitar e admirar suas origens. Sabe ainda analisar e

compreender melhor o seu presente, que não representa apenas um tempo cronológico, mas é

presente-dádiva, uma graça que recebemos dos outros, que deixaram experiências através do

tempo como heranças para nós. Enfim, conhecer a história ajuda-nos a planejar melhor o futuro,

pois não construímos nada de exclusivamente novo. Construímos juntos. Na fé, isso é o dom da

partilha que eu venho aprendendo, dia após dia, a construir com esta comunidade paroquial e

seus agentes.

Parabenizo todos os paroquianos de Sant’Ana pela beleza de sua história e da qual

Deus concedeu-me a graça de participar. Se na beleza contemplada, eventualmente pudermos

identificar alguma fraqueza humana, vejo também que as virtudes para superá-las são o maior

exemplo deixado como tesouro e testemunho nessa história. Agradeço ao professor Chico

pelo seu trabalho cuidadoso e pelo presente que nos deixou. Agradeço também à equipe de

editoração, que igualmente ao autor do livro, ofereceu gratuitamente seu importante trabalho

de diagramação e arte final. Agradeço ainda ao Pró-Memória por nos autorizar acesso ao seu

arquivo de fotos e informações. Finalmente, desejo a todos uma boa leitura e que se inspirem

nos versos 78:“O que nós ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o

esconderemos a seus filhos. Nós o contaremos à geração seguinte: os louvores do Senhor e seu

poder, e as maravilhas que realizou.”

Sumaré, 9 de outubro de 2014.

Cônego Elisiário Cesar Cabral

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Tirar do baú coisas novas e velhas é fazer a ligação entre o novo e o

velho. O novo sentido para as coisas que aparecem todo dia só se encontra

no passado. O passado não determina o presente, mas é lá que reside

o substrato da História. Sem o passado não existe o presente e sem este

não se constrói o futuro. Cabe à Igreja anunciar a mensagem nova lendo o

passado e os sinais do tempo presente na perspectiva do futuro.

Registrar por escrito o que aconteceu nesses 100 anos da Paróquia

de Sant´Ana é tarefa da maior relevância para os paroquianos, para o

cidadão sumareense e para toda a Igreja. É missão do historiador trazer à

memória o que o tempo teima em esquecer, para que se reconheçam os erros

do passado, se valorizem os acertos e se construa um futuro melhor.

Na primeira edição deste livro, publicado em 1998, escrevi que é

“tarefa quase impossível escrever a história das cidades brasileiras sem falar

das suas igrejas. Algumas cidades nasceram mesmo a partir de uma capela,

como é o caso de Aparecida do Norte, ou de uma missão religiosa, como é o

caso de São Paulo. Outras vilas coloniais, cuja origem está ligada à pecuária,

à mineração, à defesa, aos entroncamentos de caminhos ou rotas comerciais,

também têm sua história marcada pela presença da Igreja. Ricas e espaçosas

como as do barroco mineiro do século XVIII, simples e despidas como as do

litoral no século XVI, as igrejas compõem a paisagem obrigatória da vila

colonial: câmara, cadeia e igreja”.

Desde a Colônia até hoje, a presença da Igreja Católica não foi simples

peça decorativa na paisagem urbana e rural brasileira, e também não passou

despercebida na vida social e política do Brasil desde a Colônia até hoje. Em

Sumaré, o primeiro núcleo urbano teve como centro a Estação Ferroviária, a

Capela e o Largo da Matriz; teve como padroeira da cidade o nome de uma

santa, cuja festa litúrgica marca oficialmente o aniversário do município, e

teve como primeiro Prefeito um sacerdote.

Prefácio

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A presente edição, agora com aparência

mais bem cuidada e bonita, foi revisada, corrigida

e atualizada. Não pretende ser obra definitiva

nem completa, mas foi elaborada com seriedade e

fidelidade às fontes documentais escritas, orais e

iconográficas. A preocupação foi o rigor documental,

haurido em especial do Livro Tombo da Paróquia, dos

Livros de Atas do CPP e do EACP. Minha proposta é

que o leitor se sinta participante e construtor dessa

história.

Nessa longa caminhada de cem anos, cheia

de altos e baixos, a missão da Igreja foi cumprida.

Como seu fundador Jesus, ela às vezes foi pedra de

escândalo, foi sinal de contradição. Mas, serenadas

as turbulências sazonais, foi também o farol que

iluminou a treva, a luz que mostrou o caminho.

Neste início do segundo milênio do nascimento

de Jesus, a Paróquia celebra seu jubileu agradecida

ao Senhor pelas maravilhas que Ele operou entre

nós, e se renova na alegre esperança da construção

do Reino.

Agradecimentos à Secretaria Paroquial, à

Associação Pró-Memória de Sumaré, à Maria Teresa

pelos momentos que lhe roubei de atenção, e aos

amigos Leandro e Andressa da Editora Seta Regional

pela preciosa colaboração presenteando a Paróquia

com a diagramação deste livro.

Sumaré, outubro de 2014

Francisco Antonio de Toledo

Ao papa Francisco,

enviado de Deus para mostrar ao mundo moderno

a face alegre da Igreja,

a simplicidade franciscana do Poverello de Assis,

a ternura do bom Deus,

e a esperança de dias melhores para um mundo tão difícil.

A ele dedico este livro como minha mais cordial homenagem.

Dedicatória

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Segunda Capela de Sant´Ana (1904) com os sinos e o rancho coberto de sapé.

(Acervo Pró-Memória)

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A Igreja de Sant´Ana Origens

Diferente de muitas outras cidades brasileiras, Sumaré nasceu ao

redor da Estação, ao lado da ferrovia. Era lugar de embarque e desembarque

de mercadoria e de gente. Muito mais de mercadoria do que de gente. A

principal atividade econômica desse local era a agricultura cafeeira para

exportação. No final do século dezenove, a região de Campinas era grande

produtora de café. As fazendas de café se espalhavam por toda a região, e

com a construção da Estação, devagar foram aparecendo algumas casas nas

imediações formando o povoado. A Estação ferroviária tinha sido construída

em 1875 e se chamava Estação de Rebouças, mudando depois o nome do

povoado para Vila de Rebouças, depois Bairro de Rebouças. O nome era uma

homenagem ao engenheiro Antonio Pereira Rebouças Filho, que falecera

durante a construção da ferrovia. Passados alguns anos, os católicos

construíram sua primeira igrejinha no bairro. Foi em 1889. Até essa data,

vinha padre de Campinas ou de Monte-Mor para as missas, casamentos e

outros serviços religiosos.

A capela do povoado de Rebouças pertencia à Paróquia de Santa Cruz,

hoje Paróquia do Carmo, em Campinas. Esta paróquia foi criada em 8 de

maio de 1870, desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de

Campinas, hoje Catedral. Até 1908 as duas paróquias pertenciam à Diocese

de São Paulo, cujo bispo era D. Duarte Leopoldo e Silva.

As primeiras referências documentais que se tem sobre a vida religiosa

em Rebouças são de 1887. No Livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz da

cidade de Campinas pode-se ler:

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“Neste ano começou-se a edificação de uma pequena capela no bairro de Rebouças, único ponto da paróquia afetado pelo protes-tantismo”.

Era vigário da Paróquia de Santa Cruz nesse ano o Padre João Batista

Nery, que escreveu as linhas acima.

O historiador campineiro Jolumá Brito também cita essa data (dezembro

de 1887) para o início da construção “de uma capela no então incipiente

bairro”1. Mas, o historiador nada diz sobre a inauguração da capela, o que foi

feito pelo Padre Nery, que assim relata, na página 7 do referido Livro Tombo:

“No mês de dezembro, de 1889, as (sic) 15, realizou-se a inaugura-ção da pequena capela de Rebouças diante de grande concurso de povo. Houve missa cantada e procissão”.

Assim, com singeleza documental, é fora de dúvida que a primeira

capela de Rebouças é de 1889. O texto não faz supor a existência de nada

anterior. “começou-se a edificação de uma pequena capela”.

O documento não diz: “de mais uma capela”, ou de “uma nova capela”.

É pouco provável a construção de alguma capela antes de 1889, pois no

Livro Tombo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição (atual Catedral),

à qual Rebouças pertencia antes de 1870, e no Livro Tombo da Paróquia

de Santa Cruz (1870-1914) não há nenhuma referência ao fato. Se tivesse

havido a construção de alguma capela antes de 1889, ela certamente teria

sido inaugurada com a presença de um padre da Matriz e isso constaria por

escrito no Livro Tombo. Era acontecimento religioso importante a ereção de

1 Brito, Jolumá. História da cidade de Campinas, vol. XVIII, p. 178).

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capelas.

Ainda mais: Numa entrevista dada ao jornal “A Gazeta de Sumaré”

em abril de 1955, Dona Mariquinha Raposeiro, que nasceu em Jacuba em

1863 e se mudou para Rebouças em 1879, diz que no seu tempo as missas

eram celebradas na casa de Antonio do Valle. Ora, se houvesse capela antes

de 1889, obviamente as missas seriam rezadas na capela e não numa casa

particular. As leis eclesiásticas eram rigorosas quanto a isso, e as missas ou

casamentos religiosos só eram celebrados fora da igreja em casos especiais

e com autorização do bispo.

A grande preocupação naquele momento era construir uma capela

porque o protestantismo estava avançando2.

Cabe lembrar que a origem de Americana se deve aos migrantes

americanos fugidos da Guerra de Secessão. Com eles vieram evangélicos

presbiterianos. Situada entre Campinas e Americana, o bairro de Rebouças

sofreu a influência deles, mesmo porque antes já havia aqui algumas famílias

de origem americana, como a de Guilherme Mills, por exemplo. Em 1870, já

havia a Igreja Presbiteriana de Campinas e o Colégio Internacional, fundados

pelo Reverendo Eduardo Lane.

Conforme depoimento de João Jacob Rowedder, antigo morador de

Sumaré, em 1904 foi construída outra capela porque a primeira era muito

pequena para atender a população. A primeira capela tinha ao lado um

2 No livro Sumaré – Edição Histórica. Editorial Focus, São Paulo, s/d, se lê que em 1886

Guilherme Miller “doou um terreno nesse ano para a construção de uma igreja presbiteriana” e

cita como fonte documental o Livro 4, Registro 1112 de 20 de março de 1886. Mas, o documento

citado não diz isso. Diz apenas que a Igreja Presbiteriana de Rebouças vende uma casa e terreno a

Luiz do Valle e Irmão. Essa casa era provavelmente onde os presbiterianos se reuniam, mas não era

uma igreja. De qualquer maneira, esse documento ajuda a entender a preocupação dos católicos

de Rebouças, que não tinham sequer uma capela. Isso fica claro nas palavras do vigário: “único

ponto da paróquia afetado pelo protestantismo”, para justificar a construção da primeira capela.

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Igreja de Sant´Ana, reformada em 1927, com a torre

(Acervo Pró-Memória)

Filhas de Maria, no Coreto da Praça da República - 1916

(Acervo Pró-Memória)

rancho coberto de sapé, que talvez funcionasse

como coreto e onde, na parte mais alta, estavam os

sinos. Construída a segunda capela, pouco maior

que a primeira, fez-se em cima dela o campanário

para os sinos.

A nova igreja foi reformada em 1927 e recebeu a

torre que a anterior não tinha. Conforme depoimento

de um antigo morador de Sumaré, Dr. Leandro

Franceschini, no interior dessa igreja, bem no alto,

sobre o altar, estava escrito: “Tudo no mundo passa.

Só Deus é eterno e sempre bom”. Foi demolida em

1949 dando lugar à Matriz atual.

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A Vida Religiosa em Rebouças antes de 1914

A Paróquia de Sant´Ana de Rebouças foi criada em 1914.

Pouco se sabe sobre a vida religiosa em Rebouças desde a construção

da primeira capela até 1914, quando foi criada a Paróquia. Os padres de Santa

Cruz vinham para Rebouças celebrar missas, batizar, atender confissões etc.

Alguns moradores antigos de Sumaré se referem ao Padre Abel como o mais

antigo padre de Sumaré, antes mesmo de 1889. Houve pelo menos dois

padres com esse nome em Campinas nas últimas décadas do século XIX.

Um deles se chamava Padre Abel Alves Barroso que foi coadjutor do 16º

Vigário da Catedral entre 1884 e 1885. Dele quase nada sabemos. Outro

Padre Abel, muito mais conhecido que o anterior, assinava A.C. Lacerda,

isto é, Abel Camargo Lacerda. Jolumá Brito diz que Abel era seu apelido,

pois seu nome correto era Antonio Manoel. Nascido em 1819 em Campinas,

foi um personagem curioso esse Padre Abel. Depois de algumas peripécias

interessantes, foi ser padre. Encontramo-lo vigário de Monte-Mor, Santa

Bárbara e Limeira entre 1863-1869. Era muito bom latinista, boa pessoa,

alegre, amigo de todos. Conta-se que era muito rico e dono de uma fazenda

pelos lados de Salto Grande. Tinha escravos, mas os deixava soltos e não os

castigava. Faleceu em 1902, em Campinas.

Talvez tenha sido este último Padre Abel, com sua figura simpática,

que andou por Rebouças antes de 1889 e que ficou na memória dos mais

antigos moradores de Sumaré. Não se pode esquecer que Rebouças e

Monte-Mor eram muito ligadas naquele tempo, como também, Campinas e

Santa Bárbara, lugares que o Padre Abel devia conhecer e palmilhar com

certa frequência.

Os casamentos religiosos não eram feitos aqui, mas em Monte-Mor,

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Campinas, ou raramente em alguma capela quando

autorizados pelo Bispo. No ano de 1909, temos a

notícia de uma Irmandade de Sant´Ana, no Bairro

de Rebouças, cujo presidente era Antonio Rodrigues

dos Santos, e que não durou mais que três meses. Foi

dissolvida “não por falta de espírito religioso, mas

sim por descuido dos nossos irmãos da Diretoria”,

esclarece o presidente. Na época havia também a

Irmandade das Almas do Purgatório, da qual não se

tem notícia.

Além do Padre Nery, outro que trabalhou em

Rebouças foi o Padre Miguel Angelo Ronsini. Em

1910 ele foi nomeado capelão da Igreja de Rebouças,

por um ano, “para celebrar, pregar e confessar”,

conforme se lê no Livro de Provisões3 de 1908-1911.

Em fevereiro, março e abril de 1913 começou a

haver missa aos domingos na capela de Rebouças,

com batizados, confissões etc. pelo Monsenhor

Francisco Garófalo. Em 25, 26 e 27 de julho foram

realizadas as Missões por ocasião da Festa da

Padroeira Sant´Ana e para preparar espiritualmente

o povo para a nova Paróquia. Mas o padre deixou

escrito no livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz

que “pouco resultado conseguiu”, e se refere à

3 Provisão é um documento que antigamente a Igreja

usava para autorizar o exercício de certas funções e exercícios

ministeriais. Ainda hoje ela usa esse documento, principalmente no

desempenho da função ministerial.

“frieza dos seus paroquianos”.

A partir de 15 de maio de 1913, o Padre

Joaquim da Fonseca foi provisionado para o uso de

ordens, passando a residir em Rebouças. O Padre

Fonseca – como era conhecido – também dava aulas

particulares. Ele morava na casa de Antonio do Valle

e aí lecionava. José Lopes, um antigo morador de

Sumaré, que foi aluno desse padre se lembra:

“Bastava esquecer qualquer lição que o Padre

puxava a orelha da gente sem dó. Mas valeu a pena”,

diz José.

Nesse mesmo ano de 1913, certamente por

sugestão do Bispo e, com a ajuda do povo, construiu-

se uma casa para o Padre e, em agosto de 1914, o

Padre Miguel Guilherme passou a residir na Casa

Paroquial “recentemente construída”. Era um passo

para a criação da Paróquia. A casa paroquial ficava

no Largo da Matriz, hoje Praça da República, ao lado

do atual Restaurante Makey (2014).

Ao fundo, Igreja de Sant´Ana. (Acervo Pró-Memória)

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A Criação da ParóquiaEm 1914 Rebouças tinha 65 prédios e perto de 500 habitantes no

núcleo urbano. Na zona rural, onde havia muitos sítios e grandes fazendas,

a população era de 4 mil habitantes.Todo o território, que hoje abrange o

município de Sumaré e Hortolândia, com seus 4.500 habitantes, fazia parte

da paróquia de Sant´Ana. A economia do distrito baseava-se na produção

de café (em crise, mas ainda lucrativa), algodão, cana-de-açúcar, arroz,

milho e pecuária. Na cidade, havia armazéns de secos e molhados, açougue,

lojas de tecidos, padaria, oficina de ferreiro, máquina de beneficiar arroz,

café e algodão, serraria, pensões, pequenos hotéis e pequenas indústrias

(de macarrão, cerveja, aguardente, sabão...). Era bastante expressiva a

presença de imigrantes estrangeiros, em especial portugueses e italianos.

Rebouças tinha 3 escolas primárias, cadeia pública, Juiz de Paz, Cartório

de Registro Civil, farmácia, iluminação elétrica nas ruas, botequins, coreto,

banda musical. Em outubro de 1913 foi inaugurado o prédio da Subprefeitura

que acaba de festejar seu centenário e, é hoje, a sede da Associação Pró-

Memória.

Era bispo de Campinas Dom João Batista Correa Nery4 que conhecia

Rebouças e já trabalhara aqui. Era Vigário da Paróquia de Santa Cruz o

4 Dom Nery foi o primeiro bispo de Campinas. Foi um homem extraordinário, culto, cheio

de virtudes e de zelo apostólico. Reorganizou a vida religiosa em Campinas e deu exemplo de

extrema dedicação ao próximo quando a cidade foi assolada pela epidemia de febre amarela,

matando quase 2 mil pessoas. Campinas lhe rendeu justa homenagem com estátua em praça

pública, nome de ruas e estabelecimentos, colocando-o entre os maiores nomes de sua terra.

Sumaré ainda não pagou essa dívida.

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Cônego Otávio Chagas de Miranda, mais tarde bispo

de Pouso Alegre. Em Roma, acabava de falecer o

Papa Pio X (agosto), sendo logo substituído por

Bento XV. Na Europa explodia a Primeira Guerra

Mundial entre as potências européias (1914-1918).

No dia 9 de outubro de 1914 saiu o Decreto da

criação da Paróquia de Sant´Ana de Rebouças e no

dia 11, domingo, deu-se sua instalação oficial.

Vale a pena deixar a palavra ao Cônego Otávio

Chagas de Miranda, que assim escreveu:

“No dia 11 de outubro, com a presença do Ex.mo Visitador Diocesano Mons. Joaquim Mamede5, do Vigário desta Pa-

5 Dom Joaquim Mamede era natural de Rebouças. Sua

Bispo Dom

João Batista

Correa NeryVista de Sumaré por volta de 1920. No primeiro plano em baixo, o Ribeirão Quilombo e as lavadeiras; no

centro a Estação Ferroviária; à esquerda a Rua Sete e no alto à direita a Igreja. (Acervo Pró-Memória)

róquia de Santa Cruz, do Padre Miguel Guilherme, deu-se a instalação solene da Paróquia de Rebouças, desmembrada desta, provida de paramentos e utensílios mais necessários e com um patrimônio constante de excelente casa paroquial” (Livro Tombo).

O ponto alto da festa foi no domingo, dia 11.

Na parte da manhã, alvorada pela banda musical

“Recreativa Reboucense”; às 8 horas, missa com

cânticos e primeira comunhão de 30 crianças. Às

biografia está em outro lugar deste livro. Como Rebouças era

um bairro de Campinas, algumas biografias dele colocam seu

nascimento em Campinas.

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10 horas, Mons. Mamede cantou missa solene

e ao Evangelho leu o decreto da criação da

paróquia, pronunciando em seguida um discurso de

congratulações, ao tempo em que dava posse ao

novo vigário Padre Miguel Guilherme, que já tinha

sido pároco em Souzas.

Às 13 horas, inauguração da casa paroquial com

discurso do Cônego Otávio Chagas, que ofereceu o

prédio ao bispado. Respondendo, o Senhor Visitador

teve palavras de entusiasmo e carinho para com o

povo de Rebouças, em especial, para a Comissão

da Paróquia e para Antonio do Valle, que doara o

terreno para a construção da casa paroquial.

Observa “O Mensageiro” que para a

construção da casa paroquial e para a fundação da

Paróquia contribuíram Antonio do Valle, Antonio

Jorge Chebabi, Albino de Souza Aranha, Antonio

Joaquim de Souza, Miguel Rodrigues dos Santos,

João Francisco Ramos, Atílio Foffano, Francisco

Noveletto e Antonio Basio (sic).

Após a inauguração da casa paroquial houve

nova administração do crisma, depois procissão de

Sant´Ana, bênção do Santíssimo e canto solene

do te-déum. As cerimônias decorreram com muita

ordem e grande participação do povo, pois tratava-

se de acontecimento importante para Rebouças.

As músicas sacras ficaram por conta de um coral

de Campinas, sob a direção do maestro João

Brandemburgo, que executou músicas excelentes,

contribuindo para o realce da festa.

Às 20 horas Dom Mamede e comitiva

regressaram a Campinas em trem especial, levando

as melhores impressões dos festejos.

A nova paróquia levava o nome de “Paróquia

de Santa Ana de Rebouças”, cujo titular era Nossa

Senhora Sant´Ana6. Esse tratamento honroso,

comum no antigo devocionário católico, lembra que

Sant´Ana é a mãe de Maria e por isso leva, como a

filha, o título de “Nossa Senhora”.

Ao mesmo tempo em que se criava a nova

Paróquia, era encarregado o Padre Miguel

Guilherme, que já residia em Rebouças, de cuidar

dela “até última deliberação”. Esse sacerdote ficou

como vigário aqui até 1920. Foi o primeiro pároco de

Rebouças.

6 Conta uma antiga moradora de Sumaré – Dona Mariquinha

Raposeiro – que quando se escolhia o nome de um santo para

orago da capela de Rebouças, em 1889, Domingos Franklin

Teixeira, descendente dos velhos Teixeira Nogueira e proprietário

de terras nesta região, sugeriu o nome de São Domingos. Era

comum os fazendeiros colocarem em suas fazendas o nome do seu

santo protetor. Mas, o Padre Nery preferiu colocar a capela sob

a proteção de Sant´Ana, devoção tradicional no Brasil. Domingos

se rendeu ao argumento do Padre e mais uma igreja ganhou o

nome da mãe de Maria.

É certo que o Padre Nery foi

ordenado sacerdote em 1886 e esteve em Rebouças várias vezes,

como atestam antigos moradores. Ora, é claro que o diálogo entre o

padre e Domingos só pode ter acontecido entre 1886 e 1889, numa

de suas vindas a Rebouças, não antes. Este é mais um argumento

a favor da construção da capela em 1889 e não em 1868. Dom Neri

nasceu em 1863, e em 1868 tinha apenas 5 anos!

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Manuscrito do Decreto da

Criação da Paróquia de Sant´Ana

(Transcrição ao lado)

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Decreto da Criação da Paróquia de Sant´Ana em RebouçasCampinas, 9 de outubro de 1914

Decreto criando a parochia de Santa Anna de Rebouças

Dom João Baptista Corrêa Nery, por mercê de Deus, Bispo de Campinas, Conde Romano, Prelado Domestico de S.S.

e Assistente ao Solio Pontificio. Aos que o presente decreto virem saudação, paz e bênçam no Senhor. Fazemos saber que,

atendendo à representação que nos fez o Revmo Conego Octavio Chagas de Miranda, Vigario da Parochia de Santa Cruz

de Campinas e ao maior bem das almas, depois de termos ouvido o Revmo Cabido Diocesano, usando da nossa jurisdição

ordinaria diocesana e, em caso de necessidade da que nos é delegada pelo S. Concilio Tridentino (Sessão XXI, Cap. IX De

Reform) Havemos por bem separar, dividir e desmembrar da parochia de Santa Cruz de Campinas, o territorio que em seguida

vai indicado e nelle constituir nova parochia que se denominará de Santa Anna de Rebouças elevando a actual Capella de

Sant´Anna à cathegoria de Matriz e o território que comprehende essa filial à cathegoria de Parochia.

.A nova parochia de Santa Anna de Rebouças terá os mesmos limites dos distritos de paz de Rebouças, a saber:

Parte da linha divisoria do municipio de Monte-Mor no ponto de intersecção com a estrada pública que vai de Monte Mor a

Campinas passando pela Boa Vista, estrada esta denominada de Terra Preta e segue pela mesma estrada até a linha ferrea

Paulista, procurando um pequeno curso d´agua para o lado dos Amarais e desce por este até o tanque denominado do

“Mariano” continuando pela mesma agua, até encontrar o Ribeirão do Quilombo e por este abaixo até a fazenda do Santiago

na confluencia do corrego que vem da fazenda Deserto, à margem direita; d´ahi segue em rumo na direção do ponto de

passagem da estrada publica de Limeira, no Rio Atibaia, até à divisa do districto de paz de Villa Americana na fazenda Saltinho,

continuando pelas divisas actuais com Vila Americana, Santa Bárbara e Monte-Mor, até o ponto de partida na estrada da Terra

Preta. Terá a parochia assim constituida como titular Nossa Senhora Sant´Anna, cuja festa se há de celebrar annualmente

com pompa e religioso esplendor. Submetemos à jurisdição e cuidado espiritual do Vigario que para ella for nomeado e aos

que canonicamente lhe sucederem no Cargo, os habitantes do territorio aos quais mandamos que tanto para o Revmo Vigario,

como para a Fabrica da Egreja contribuam religiosamente com os emolumentos, oblações e benesses que respectivamente

lhes sejam devidas, por estatutos e leis desta nossa diocese. Concedemos também à Egreja de Santa Anna, que servirá de

Matriz da nova parochia pleno direito e faculdade para ter tabernaculo em que se conservará o Augusto Sacramento da

Eucharistia, com o necessario ornato e decencia e com a lampada acesa, de dia e de noite, bem como a faculdade para alli

se estabelecer o Baptisterio e Pia Baptismal, para ter os livros de Tombo, de Registro de Baptismos, Casamentos, Obitos

etc. e todos mais direitos, honras e distinções de uma igreja parochial. Dando, portanto, por erigida e constituída em nossa

Diocese a nova parochia acima descripta, o Revmo Secretario do Bispado, depois de sellar e transcrever este Decreto no

livro competente de nossa Camara Ecclesiastica, o fará publicar na integra no orgam official da Diocese e o remeta ao Revmo

Vigario de Rebouças para que seja lido à estação da missa de um dia festivo, do que passará certidão no verso deste Decreto

que também integralmente será transcripto no1º Livro Tombo da nova parochia de Rebouças. Mandamos também que officie

aos Revmos Vigários das parochias limitrofes comunicando o objeto principal deste Decreto e arquive os documentos a que o

mesmo se refere. Dado e passado na Camara Ecclesiastica de Campinas sob nosso signal e sello de nossas armas aos nove de

outubro de mil novecentos e quatorze. E eu Mons. Manoel Ribas d`Avila, Secretario Geral do Bispado o escrevi. Ass. + Dom

João Baptista Nery, Bispo Diocesano.

(Transcrito do Livro de Provisões da Cúria Diocesana de Campinas, de 1911-1914, p. 96-99 e respeitada a grafia do texto

manuscrito original)

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Os Primeiros Tempos da Paróquia

São escassos os dados sobre os primeiros 24 anos de vida religiosa

da Paróquia de Sant´Ana. A principal fonte histórica seria o Livro Tombo

da Paróquia que, por razões desconhecidas, não se encontra no Arquivo da

Cúria Metropolitana de Campinas. Talvez tenha sido perdido ou até mesmo

destruído em algum incêndio. Resta a esperança de que um dia apareça essa

preciosa relíquia, se é que ainda existe.

Sabe-se, por outras fontes, que, em 1915, a pedido dos paroquianos do

Bairro dos Amarais e vizinhanças, foram modificados os limites da Paróquia

de Rebouças. Era muito difícil para essas pessoas frequentarem a Matriz

de Sant´Ana, estando tão perto da Matriz do Carmo. Por isso tornaram-se

paroquianos do Carmo. Mas, consta que em 1922 os antigos limites voltaram

a vigorar.

Consta ainda, que em 1919, o já, então, Cônego Miguel Guilherme

recebeu provisão para benzer uma capela da família Gazzeta, situada no

Cemitério de Rebouças e que ainda existe. Não se trata da capela atual do

cemitério, que foi construída mais tarde. No ano seguinte, consta também a

provisão para ele celebrar missa na capela de Santo Antonio, em Rebouças,

e no Núcleo Colonial Nova Veneza. Provavelmente trata-se da capela de

Nossa Senhora do Rosário, construída pela família Dall´Orto, em 1917, bem

próximo à rodovia Anhanguera.

Em 1916, a Sociedade Recreativa Musical Reboucense conseguiu da

Câmara Municipal de Campinas 300.00 (trezentos mil réis) para construir um

coreto no largo da Matriz. Logo ficou pronto e nele a banda alegrava a praça

aos sábados, domingos e nas festas da igreja. O leilão era feito no coreto.

Compulsando o Relatório publicado pela Diocese de Campinas verifica-

se que o movimento religioso de Rebouças era bom. Em 1915, houve na

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Paróquia 35 batizados, 4 casamentos, 20 primeiras

comunhões e havia 38 crianças no catecismo.

A título de curiosidade, vejam-se aqui os nomes

dos primeiros batizados, dos primeiros casamentos

na Paróquia e dos primeiros encomendados.

As primeiras crianças batizadas foram

(respeitada a grafia original):

Ataliba, filho de Jacob Hoffmann Filho e

Francisca de Paula Mendes. Padrinhos: João

Gonçalves Dias e Ana Barbosa.

Amelia, filha de Manoel Francisco de Camargo

e Juventina Francisco de Jesus. Padrinhos: Frederico

Argentão e Maria Gavioli.

Francisco, filho de João Pucci e Magdalena

Lopes. Padrinhos: Jozia de Souza e Ameliça Queiroça.

João, filho de José Ignácio da Silva e Gertrude

Maria da Silva, sendo padrinhos: Atilio Foffano e

Antonia Foffano.

Vitalina, filha de José Portela Dias e Roza

Navarro Dias, tendo como padrinhos Francisco Peres

e Maraia Carnaccini.

Fioravante, filho de José Mancini e Marian

Alpina, sendo padrinhos José Noveletto e Antonia

Mancini.

Eduardo, filho de Olivio Costa de Oliveira e

Durcinda Maria de Jesus e sendo padrinhos Eduardo

Galvão e Maria do Carmo Galvão.

Maria Aparecida, filha de Joaquim Antonio e

Antonia da Silva, sendo padrinhos Francico Manoel

de Souza e Maria Francisca.

João, filho de Cesar Geraldelli e Theresa

Gaviota, sendo padrinhos Alexandre Bufferá e

Josepha Geraldelli.

Todos esses batizados foram realizados pelo

Pro-Vigário Padre Miguel de Guilherme (é como ele

assinava seu nome), no mês de outubro de 1914. No

mês de dezembro foram batizadas crianças muito

conhecidas na história de Sumaré: Francisco, filho

de Manuel Miranda e Jose (sic) Miranda, tendo como

padrinhos José Maria Miranda e Maria Piedade

Miranda; Eulina, filha de Antonio do Valle Sobrinho

e Elvira Biancalana do Valle, cujos padrinhos foram

Francisco Biancalana e Thereza Buschianeli; e

o último batizado do ano, de Durvalina, filha de

Antonio Vasconcellos e Emília Vasconcellos tendo

como padrinhos Manoel de Vasconcellos e Carlota

Vasconcellos.

Os primeiros casamentos realizados na

Paróquia foram de João Baptista e Anna Maria. Ele

era filho de Pedro Baptista e Jovina Sposito e ela era

filha de Gabriel de Campos Oliveira e Maria Angelina

das Dores.Já eram casados no civil e casaram-se com

dispensa de proclamas. Seus padrinhos foram José

Mancini e Francisco Noveletto.

Mais alguns casamentos: João Costa e Cecília

Maria. Os pais dele eram João Costa e Maria Costa,

e os dela eram Benedito Reauyyal (?), não constando

o nome da mãe. Já eram também casados no civil e

foram dispensados dos proclamas. Ele com 50 anos

e ela com 45.

Joaquim e Verdulina Baptista. Ele era filho de

Manoel do Valle e Maria do Carmo Camargo e ela era

filha de Manoel Antonio de Pinho e Maria Baptista

de Pinho. Os padrinhos foram Luiz Duardo (sic) e

Antonio do Valle.

João e Amélia: ele filho de José Marques

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e Josepha de Jesus. Ela filha de João Fructuoso e

Maria do Valle Mello, sendo padrinhos Francisco do

Valle Mello e Antonio do Valle Mello.

Carlos e Ida: ele filho de César Biondo e Maria

Busado Biondo e ela filha de Eugênio Coltro e Ana

Faiella (de Monte Mor). Foram padrinhos Mariano

Frasqueti e Angelo Padula.

Os primeiros óbitos registrados na Paróquia

só o foram a partir de 1921. O primeiro Vigário não

registrou os nomes dos mortos encomendados na

Paróquia. Os primeiros óbitos lançados no Livro são

de Maria Rita, filha de Adolfo Caetano Andrade e

Cândida Machado do Amaral; Antonio, filho de Pedro

Rodrigues dos Santos e Maria Pereira dos Santos;

José filho de Ucílio Matioli e Barbarina Bortolacci;

Gabriela, filha de Felipe Cantoso e Maria Francisca

de Moraes; Marcelino, filho de pais desconhecidos;

Ana Maria, filha de Hermenegildo Gigo e Theresa

Petroni(sic); Santo, filho de João Noveletto e Angela

Noveletto; Antonio, filho de João Secon e Joana

Basso.

Maria de Lourdes Raposeiro, demais não

identificados - 1º Comunhão-dec.1930

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As Associações Religiosas e a festa da Padroeira

Em janeiro de 1915, o Secretário Geral do bispado pediu ao padre

Miguel Guilherme que criasse na Paróquia a Irmandade de São Benedito.

Não se sabe se ela foi criada ou não. Em novembro de 1917 o Padre Miguel

Guilherme pediu licença ao bispo para fundar na Paróquia a Irmandade das

Almas do Purgatório. O bispo auxiliar Dom Joaquim Mamede parece não ter

gostado da idéia, e respondeu: “Não permitiremos fundação de Irmandade

a não ser a do Apostolado da Oração. O Revmo Pe. Vigário trabalhará para

fundar o Apostolado da Oração e não pensará em outras irmandades, a não

ser também na Liga de São José”.

O Apostolado da Oração era uma associação que existia no Brasil

desde meados do século XIX, existe até hoje em muitas paróquias brasileiras,

e foi trazida pelos jesuítas. Tem milhões de membros em todo o mundo. O

objetivo da Irmandade é rezar, evangelizar e integrar oração e vida.

No Relatório da Diocese de Campinas, de 1921, aparecem também a

Liga de São José, a Associação da Doutrina Cristã e o Apostolado da Oração.

Dessas duas últimas associações era presidenta Cândida Rodrigues.

Na época, a Igreja incentivava a criação de associações religiosas; elas

serviam de sustentação da vida cristã na Paróquia. Cada associação tinha

um objetivo específico: uma era voltada para o culto da oração, outra para a

devoção ao Santíssimo Sacramento ou à Nossa Senhora; outra para o estudo

da Doutrina Cristã, e assim por diante. Tinham normas rígidas e exigiam dos

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seus membros determinados compromissos, além

de terem uma organização regimental interna como

qualquer entidade social.

Outra associação, era a Pia União das Filhas

de Maria composta de moças, muito antiga na Igreja,

desde a Idade Média, depois incentivada por Pio

IX. As meninas eram admitidas na associação, a

partir dos 16 anos. Usavam vestido e véu brancos,

fita verde no pescoço com uma medalha de N.S. das

Graças. Depois de um certo tempo de aspirantado,

eram admitidas como efetivas e passavam a usar

fita azul no pescoço e faixa na cintura. Rezavam o

ofício de Nossa Senhora, faziam retiro espiritual,

incentivavam a devoção à Virgem e ajudavam as

crianças na Igreja. Quando se casavam, deixavam a

associação e ingressavam em outra.

A festa da Padroeira

Não havia muitas festas antigamente em

Rebouças. Mas, as poucas que havia eram muito

boas, principalmente a festa de Sant´Ana. Vinha

gente de toda a redondeza, a pé, a cavalo, de carroça,

carro-de-boi, trole, cabriolé, trem... A população de

Rebouças quase dobrava. Distâncias de cinco, seis

ou dez quilômetros não desanimavam ninguém de

ir à missa ou às festas religiosas. Os que vinham do

sítio, a pé, tiravam os sapatos e só os calçavam ao

chegar à cidade. Lavavam os pés, em alguma casa,

arrumavam-se e iam à igreja. Festa era dia de roupa

nova, chapéu novo, sapato novo.

Coreto na Praça da Matriz construído em 1916

(Acervo Pró-Memória)

Andores, Festa de Sant´Ana. (sem data)

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Os Novos Vigários a par tir de 1920

Em fevereiro de 1920, falecia o bispo de Campinas D. João Nery e logo,

em julho, era nomeado para substituí-lo outro campineiro, D. Francisco de

Campos Barreto, cuja posse foi em novembro. Nesse mesmo mês, o Padre

Guilherme deixava a Paróquia de Rebouças, sendo substituído pelo Padre

Antonio Maria Vieira.

No seu tempo, foram restituídos os antigos limites da Paróquia

de Sant´Ana, agregando-se, novamente, a ela os bairros do Matão e dos

Amarais. Logo que tomou posse, a 31 de dezembro de 1920, o Padre Vieira

pediu e obteve do Bispo a autorização para reformas na Matriz. Não consta

que elas tenham sido feitas, embora antigos moradores de Sumaré mencionem

reformas da igreja, em várias épocas. O padre pediu também autorização

para completar a escrituração dos livros de batizados, casamentos e Fábrica7

que seu antecessor deixara incompleto8.

Pelo Relatório da Diocese de Campinas de 1921, fica-se sabendo que

7 Livro Fábrica era onde se lançavam os bens e os rendimentos da paróquia.

8 Como o Padre Vieira não se refere ao Livro Tombo, é provável que esse livro estivesse

em dia. Se não estivesse em dia, ou se ele não o tivesse encontrado, o novo Vigário teria disso se

queixado. Parece então razoável supor que o primeiro Livro Tombo da Paróquia de Sant´Ana de

fato existiu, embora se desconheça seu paradeiro.

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Rebouças tinha, nessa época,

4.687 habitantes. Essa era a

população de todo o distrito,

não apenas da área central. O

certo, porém, é que a população

aumentava e o movimento

religioso também. Segundo

o Relatório citado, Rebouças

teve nesse ano 65 primeiras

comunhões e 186 batizados.

Em janeiro de 1923, tomou

posse da paróquia o Padre José

Murillo, que era coadjutor da

igreja do Carmo. O Padre Antonio

Vieira foi nomeado pároco de

Valinhos. Pouco mais de um ano

paroquiou, em Rebouças, o Padre Murillo. Criou a

Legião da Boa Imprensa, cuja primeira presidenta foi

Brasília Almeida de Carvalho.

No relatório da Diocese consta que, em 1924,

havia na Paróquia de Rebouças, quatro capelas: a

de São Luiz, no Núcleo Colonial Nova Veneza, a de

Santo Antonio (particular), a do Cemitério Municipal

(particular) e a de Nossa Senhora do Rosário, em

Nova Veneza, à margem da Via Anhanguera. A de

Santo Antonio ficava no Bairro do Cruzeiro, na

Fazenda de Laurindo Caetano. A capela do Cemitério

era da Família Gazzeta e existe até hoje.

Em maio de 1924, o Padre Murillo era nomeado

vigário de Monte-Mor. Rebouças ficou sem padre até

Padre Epiphanio Estevam.

(sem data)

setembro. Nesse período, a Paróquia de Sant´Ana

foi anexada à Paróquia de Americana. Aqui deram

assistência religiosa os Padres Miguel Andery e

Victor Randuá. Este último era vigário de Americana

e foi “encarregado” da Paróquia de Sant´Ana, não

podendo ser contado entre os seus vigários.

O quarto vigário de Rebouças foi o Padre

Epiphanio Estevam que assumiu a paróquia em

outubro de 1924 e também aqui permaneceu pouco

tempo. Um ano depois, em setembro de 1925, foi

nomeado vigário de Monte Mor. Essa frequente troca

de padres não era boa para a Paróquia, como se pode

imaginar. Os próprios relatórios da Diocese nada

publicaram de Rebouças em 1924/1925 e o número

de batizados e casamentos caiu muito. A impressão

que se tem é que a vida religiosa da paróquia caiu

bastante.

Desde setembro de 1925, o novo Vigário de

Rebouças foi o Padre Estanislau Mosciaro. Este

padre italiano ficou quase nove anos como vigário,

mas se ausentou de Rebouças por várias vezes e

longos períodos: a primeira vez, por seis meses,

a segunda, por onze e a terceira, por cinco meses.

Em sua ausência quem ajudava na paróquia eram

os padres de Campinas. De junho de 1930 a maio

de 1931, na segunda ausência do Padre Mosciaro, a

Paróquia foi anexada ao Curato da Catedral. Nesse

período quem respondeu por Rebouças foi o Cônego

João Sebastião Loschi. Ajudaram-no o Padre Manoel

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Assinando está o Padre

Epiphanio Estevam. (sem data)

Simões Lima e o Padre Francisco Marcondes9.

Foi no tempo do Padre Mosciaro, precisamente em 1927, que a Matriz

recebeu algumas reformas, quando o seu campanário foi substituído pela

torre, dando-lhe mais imponência. A igreja recebeu também nova pintura e

instalações elétricas mais modernas.

9 Nesse tempo, o bairro de Jacuba (atual Hortolândia) pertencia à Paróquia de Sant´Ana.

Ficou muito conhecida então a “Santinha de Jacuba”, que mereceu reportagens de vários jornais,

como Correio Popular de Campinas, Folha da Manhã, Folha da Noite, o Estado de S. Paulo e até de

um jornal carioca. Tratava-se da menina Maria Apolônia, que dizia ver Nossa Senhora e conversar

com ela. Multidões de pessoas das cidades mais distantes vinham em busca de milagres. Alegando

que essas manifestações populares eram contrárias à moral e aos bons costumes, as autoridades

policiais de Campinas, a mando do Juiz de Menores apreenderam a menina, que ficou reclusa por

seis meses no Patronato São Francisco, em Campinas. O pai da menina chegou a perder o pátrio

poder. Não se tem notícia da intervenção da Igreja nesse episódio, e nada consta nos documentos

da Paróquia de Sant´Ana, nem nos arquivos da Cúria Metropolitana.

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Ao centro, o coreto em frente

à Matriz e à direita barraca

construída em 1937 para

quermesse. (Acervo Pró-Memória)

De maio de 1931 a fevereiro de 1934, o Padre

Mosciaro voltou a exercer o paroquiato, mas, em

fevereiro, afastou-se novamente e a Paróquia foi

outra vez anexada à Catedral, até junho. Desta data,

até abril de 1935, Rebouças ficou sem vigário. Quem

aqui trabalhou, nesse período, foi o Padre Francisco

Marotta Schettini, que foi designado para vice-

pároco, o que não lhe confere no direito de estar

entre nos párocos de Sant´Ana.

Em 14 de Abril de 1935, tomou posse o novo

Vigário de Rebouças. Era o Padre Manoel Guinot

Bernat, o sexto Vigário na linha sucessória. Esse

sacerdote ficou apenas sete meses à frente da

Paróquia. Deixou Rebouças em novembro, quando

mais uma vez os católicos de Rebouças ficaram sob

os cuidados dos padres da Catedral.

Vale registrar que, em 1935, saiu uma Provisão

da Cúria aprovando os Estatutos da Irmandade

São Francisco de Assis, em Jacuba, que pertencia à

Paróquia de Sant´Ana. A devoção a São Francisco

fazia sentido, pois o orago da capela de Jacuba foi o

santo de Assis durante muitos anos seguidos.

Logo depois da posse do Padre Bernat foi

constituída uma Comissão para providenciar a

“reconstrução da Igreja Matriz de Rebouças”,

composta das seguintes pessoas: Sebastião Perrot

Luchini (Presidente), Ignacio de Carvalho (Vice-

Presidente), Vitório Pansan (Tesoureiro) e Libório

Pires de Almeida (Secretário). Nada mais consta nos

documentos sobre essa Comissão. O pouco tempo

à frente da Paróquia tornou impossível uma obra

desse porte. Sabe-se que a Matriz só foi reconstruída

quinze anos depois. Mas, fica o registro e a prova de

que a idéia de uma igreja maior era bem antiga.

Após três meses sem Vigário, isto é, em março

de 1936, foi nomeado para Rebouças o Padre Manoel

Soares Pinheiro. Foi o que menos tempo ficou à frente

da Paróquia: apenas cinco meses. Em julho ele se

despedia dos reboucenses.

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Nova Fase da História da Paróquia

A partir de julho de 1936, temos informações amplas e preciosas sobre

a vida da Paróquia. É que nessa data tomou posse o Padre Thiers Pelicce

Licio. Como vigário, ele começou o novo Livro Tombo da Paróquia, onde

assim se expressa:

“Após quase vinte e quatro anos de paróquia... agora somente ini-ciamos o novo Livro Tombo da Paróquia, onde, com clareza, par-ticularidade e precisão se vão lavrando aqueles mesmos aconteci-mentos e fatos...” 10.

As associações religiosas, como já vimos, existiam na paróquia

desde o início. Elas eram muito fortes e organizadas e duraram décadas. O

Apostolado da oração, a Congregação Mariana, as Filhas de Maria, a Cruzada

Eucarística e a Liga de São José duraram muitos anos e aos poucos foram

desaparecendo, após o Vaticano II. Em 1960, ainda havia a Pia União das

Filhas de Maria, a Congregação Mariana, a Obra das Vocações, a Cruzada

Eucarística, a Doutrina Cristã, a Legião de Maria (presidium) e os Irmãos do

Santíssimo.

10 Como já notamos, não foi encontrado o primeiro Livro Tombo da Paróquia. O que até aqui

se relatou foi tentativa de preencher essa lacuna, socorrendo-nos de outras fontes, quase sempre

isoladas e incompletas.

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A “Pia União das Filhas de Maria”, para as

moças, e a “Congregação Mariana” para os moços,

eram muito fortes e organizadas nesse tempo. Os

católicos mais antigos de Sumaré ainda se lembram

delas com entusiasmo.

Havia, também, a Conferência de São Vicente,

que não era propriamente uma associação religiosa,

mas um grupo de paroquianos que cuidava,

especialmente, dos pobres, num trabalho muito

bem estruturado de visita e ajuda aos mais carentes.

Ela foi fundada em 1937, tinha dez confrades e

nove famílias assistidas. Até 1947 encontram-se

referências sobre a atividade dos vicentinos, quando

havia apenas quatro confrades. Provavelmente,

a Conferência deixou de existir, só voltando a se

organizar em 1980, no tempo do Padre Ângelo

Marighetto. E persiste até o presente.

Parece que a atividade religiosa foi intensa

no tempo do Padre Thiers. Aumentou o número

de casamentos, confissões, comunhões, tríduos,

novenas, retiros espirituais, festas, catecismo às

crianças etc.

Foi também, por volta de 1937, feita a

ampliação do pátio da Igreja e a construção de uma

barraca com telhado, por Manoel de Vasconcellos,

para leilões e “kermesses”, como se escrevia na

época. Essa barraca, durante muitos anos, fez parte

da praça da Igreja e pode ser vista em fotos antigas.

A parte interna da Matriz foi decorada pelo pintor

Antonio Dedona e suas janelas foram pintadas. O

altar de mármore de Nossa Senhora ficou pronto.

Em Jacuba foi feita a reforma da capela de São

Francisco (julho de 1937) e na Matriz de Sant´Ana foi

refeita a instalação elétrica e também uma reforma

na Casa Paroquial (outubro de 1938). Esta ficava

onde hoje é o prédio nº 236 da Praça da República.

O Padre Thiers era ativo e dinâmico, mas

depois de quase cinco anos de luta, estava cansado.

Lamentava-se da indiferença dos paroquianos

e parecia sentir o peso do trabalho à frente de

Rebouças. Prova disso é que, em abril de 1940,

passou a residir em Campinas, vindo para Sumaré

só aos sábados, domingos e dias santos, ou quando

fosse necessário. Finalmente, em janeiro de 1941, ele

foi designado para Posse de Ressaca. Escreveu no

Livro Tombo:

Padre Thiers Pelicce Licio

(Acervo Pró-Memória)

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“Continuamos aquela vidinha de traba-lhos paroquiais sentindo ainda bem de perto o espírito frio e indiferente desta localidade, principalmente entre os ho-mens... nesse terreno duro de se plantar”.

O lamento do padre talvez se possa explicar:

a troca contínua de padres que o precederam. O

padre Epiphânio, por exemplo, tinha ficado só um

ano e meio à frente da paróquia, o padre Mosciaro

ficou 9 anos, mas ausentou-se três vezes por longos

períodos, o padre Bernat ficou apenas 7 meses e o

padre Manoel Soares que o precedeu ficou quatro

meses. Essas mudanças constantes com certeza

atrapalhavam a vida da paróquia e não propiciavam

o desenvolvimento de um trabalho continuado e

eficaz.

No mesmo mês de janeiro de 1941, tomou

posse o novo Vigário Padre Cristovam Porphirio de

Almeida Machado. Pouco consta dos dois anos que

ele ficou aqui. Segundo testemunho de uma antiga

moradora, Padre Cristovam era muito bravo e, às

vezes, áspero com o povo. Quando algum membro

das irmandades faltava às reuniões, missas ou rezas

várias vezes, ele convidava o povo para o enterro do

faltoso. Dizia que, se faltava tanto, é porque tinha

morrido. Por outro lado havia os que gostavam dele

e o admiravam pela sua rigidez e austeridade. Em

julho de 1942, na festa da Padroeira, só 23 crianças

fizeram a primeira comunhão. O padre registrou:

“Isso deveu-se à negligência dos pais”.

A vida paroquial continuava sustentada

pelas associações religiosas e irmandades. No seu

paroquiato faleceu D. Francisco Barreto, bispo

diocesano (22 de agosto de 1941), sendo substituído

por D. Paulo de Tarso Campos, em primeiro de março

de 1942.

Em 11 de janeiro de 1943, a Paróquia foi

novamente anexada à Freguesia de Americana, onde

era vigário o Padre Epiphanio Estevam, já conhecido

dos reboucenses. Nesse ano, Rebouças ficou sem

pároco, mas durante todo o ano de 1943 o Padre

Epiphanio deu atendimento aqui, ajudado por um

padre estigmatino de Nova Odessa e por alguns

padres de Campinas, como o Padre Loschi, o Padre

Albejante, o Padre Hilário e outros.

Padre Cristovam Porphirio

(Acervo Pró-Memória)

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Cap

ítulo

1 |

Padre José Giordano

Na véspera de Natal de 1943, tomou posse

o novo Pároco da Freguezia de Sant´Ana: Padre

José Giordano. Esteve à frente da Paróquia por dez

anos e oito meses. Foi no seu tempo que a velha

Rebouças passou a se chamar Sumaré (01/01/1945),

em homenagem à bela orquídea, outrora comum, nas

matas da redondeza.

Segundo o Padre José, a igreja, a casa paroquial e o barracão (sede

da Congregação Mariana) se achavam em situação precária, mas o povo é

simples e bom. Durante os anos em que esteve como vigário, o movimento

religioso era muito bom e o povo “crescia pela fé e boa vontade”, escreveu

ele no Livro Tombo.

Em julho de 1947, foi feita, ainda na Matriz velha, a ereção canônica

da Via Sacra, pelo padre franciscano Frei Antonio Shaefer. Os quadros

foram doados por duas piedosas senhoras da paróquia. Vários paroquianos

estiveram presentes à Semana da Ação Católica organizada em Campinas

pela Diocese (junho de 1947) e no Congresso de Campinas (setembro de

1946).

Era papa o Cardeal Eugênio Pacelli, com o nome de Pio XII, era

presidente da República o General Eurico Gaspar Dutra, era governador do

Estado de São Paulo Adhemar de Barros, e era bispo de Campinas Dom Paulo

de Tarso Campos.

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Cap

ítulo

1 |

Santinho da Festa de Sant´Ana em

1944 (Acervo Pró-Memória)

Pe. José Giordano, Armando Togneta e demais não identificados.

Na gestão do Padre Giordano foi criada

a paróquia de Nossa Senhora das Dores, em

Nova Odessa, (agosto de 1948) com território

desmembrado da Paróquia de Santo Antonio de

Americana e de Sant´Ana de Sumaré.

Nas realizações materiais, a ênfase foi grande

nesse período: reformou-se a casa paroquial,

compraram-se vários objetos do culto, deu-se início

à construção da nova Matriz. Em 6 de abril de 1947,

foi lançada a pedra fundamental, cuja planta era de

autoria de Benedito Calixto de Jesus Neto, o mesmo

que projetou a Basílica Nacional de Nossa Senhora

Aparecida. Em 5 de maio, do ano seguinte iniciava-

se a sua construção sob a responsabilidade do

engenheiro Dr. Eduardo Edargê Badaró. A nova igreja

foi construída na Praça Treze de maio, propriedade

de Atílio Foffano e por ele doada à Igreja com data

de 29 de abril de 1948. Em 1949 foi demolida a

antiga Matriz.

Ainda por terminar, foi inaugurada a Matriz

a 19 de março de 1950. Mas, segundo testemunho

de uma antiga moradora, a primeira missa na Matriz

nova foi em 24 de dezembro de 1949. A inauguração

oficial foi em meio a ruidosa festa, com a presença

do Prefeito Municipal de Campinas Miguel Vicente

Cury, do Bispo Diocesano D. Paulo de Tarso Campos,

de vários padres e outras autoridades. No átrio

(entrada ) da igreja foi colocada uma placa de bronze

em homenagem ao Padre Giordano.

Em 1951 prosseguiram as obras da Matriz, sendo

feita a concretagem do forro, a alvenaria da torre,

o reparo do telhado danificado por um temporal.

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Cap

ítulo

1 |

Santinho comemorativo da inauguração

da Matriz (Acervo Pró-Memória)

No ano seguinte, mês de julho, foi inaugurada a

imagem de Cristo na Praça da Igreja, no mesmo lugar

onde existia a antiga Matriz e o antigo cemitério,

desativado em 1900. Foi doação dos irmãos Cia.

Lamentável incidente ocorreu em setembro

de 1953, quando um incêndio na sacristia queimou

as alfaias e objetos de culto. Muitas pessoas

correram para apagar o fogo com baldes de água e

outras vasilhas. Nesse ano, também realizou-se o

plebiscito (novembro de 1953) quando Sumaré se

emancipou,politicamente, de Campinas.

Na campanha política para a eleição do

primeiro prefeito de Sumaré, um dos candidatos era

o Padre José Giordano. Era o ano de 1954. Sendo

difícil conciliar campanha política com trabalho

pastoral, D. Paulo achou por bem exonerar o Padre

José do cargo de Vigário, em agosto. Ele foi eleito o

primeiro prefeito de Sumaré e tomou posse no dia 1º

de janeiro de 1955.

A Paróquia ficou sem Vigário de agosto de

1954 a abril de 1955. Aos sábados e domingos

vinha de Americana o Cônego Nazareno Magi

para missas, confissões, casamentos etc. Coisas

estranhas aconteceram nesse período, segundo

depoimento do Cônego Magi: muitos membros das

associações religiosas da Paróquia – mais de cem

– pediram demissão sem alegar motivo algum. Mas

a explicação era simples: a entrada do Padre José

na política dividira a população, que transferiu as

preferências partidárias para o âmbito religioso. Na

Câmara Municipal havia os vereadores que apoiavam

o prefeito e os da oposição. Os apoiadores do

prefeito eram chamados de “a turminha do padre”.

Essa situação era o reflexo do que acontecia na

cidade. Um jornal local escreveu:

“A cidade ficou dividida ao meio com duas correntes políticas disputando a preferência do eleitorado. Os grupos for-mavam-se aqui e ali, cada qual com seu banheiro, com seu armazém, com sua farmácia, e assim por diante. A paixão política era tão grande que até parentes chegaram ao ponto de romper relações”. 11

Por causa disso, várias famílias deixaram a

religião católica e tornaram-se evangélicas.

11 Tribuna da Cidade, 01/10/1963

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Cap

ítulo

1 |

Esboço arquitetônico da

Igreja Matriz feito pelo

arquiteto Benedito Calixto.

(Acervo Pró-Memória)

Igreja Matriz de Sant´Ana recém-construída (1950)

(Acervo Pró-Memória)

Igreja Matriz de Sant´Ana em construção.

(Acervo Pró-Memória)

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Cap

ítulo

1 |

Padre Carlos Augusto Malho

Houve claro recesso na vida religiosa da

comunidade católica, que não duraria muito. Em

maio de 1955, Sumaré tinha novo Vigário na pessoa

do Padre Carlos Augusto Gomes Malho. Porém, antes

mesmo de sua posse, o Padre recebia telegramas

anônimos de protesto contra sua nomeação, e

até ameaças. Algumas pessoas tentavam semear

discórdia jogando o padre Carlos contra o prefeito. O novo pároco iniciou

os trabalhos com coragem e prudência, mas enfrentou enormes dificuldades:

a Matriz inacabada, o salão paroquial abandonado, a Casa Paroquial em

situação precária. Além disso, as associações religiosas acéfalas, as crianças

sem catecismo por falta de catequistas, a vida eucarística diminuída. Na visita

pastoral realizada por D. Paulo em abril de 1956, o Bispo deixou lavrado no

livro do Tombo um elogio ao Padre Carlos, que assumiu “os pesados encargos

da paróquia em fase de lamentável indisciplina”.

Aos poucos a Paróquia foi se reorganizando: novas diretorias das

associações foram eleitas, incentivou-se a participação de todos na Igreja,

foram dados cursos de formação religiosa para os marianos, os jovens

começaram a frequentar mais a sede paroquial, rezava-se o terço e lia-se o

Evangelho nas casas, as crianças frequentavam a Cruzada Eucarística, foram

organizadas romarias à Aparecida do Norte.

É digno de registro outro fato acontecido por essa época. No dia 13

de janeiro de 1957, na quermesse que preparava a festa de São Sebastião,

Anúncio da Corrida

Ciclística de Sant´Ana (1957)

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1 |

Inauguração Estação Rodoviária

República - (Acervo Pró-Memória)

Anúncio da Corrida

Ciclística de Sant´Ana (1957)

Marianos no tempo do Padre Carlos Malho

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Cap

ítulo

1 |

um soldado armado de revólver, atirou no Prefeito Padre José Giordano,

ferindo-o sem gravidade. Houve tumulto, corre-corre, e alguns mais exaltados

foram à cadeia para linchar o soldado, mas nada de mais grave aconteceu.

O prefeito logo voltou às atividades normais e o soldado foi, posteriormente,

julgado e absolvido.

Ainda nesse ano, foram retomadas as obras da Matriz, e em Nova

Veneza foi lançada a pedra fundamental para a construção da capela de Nossa

Senhora do Rosário, por iniciativa da Família Dall´Orto, em substituição à

antiga capelinha que ficava perto da Via Anhanguera.

Em 1958, três fatos merecem destaque na história da paróquia: a

Diocese de Campinas passou a ser Arquidiocese (julho), faleceu em Roma

o Papa Pio XII e foi eleito João XXIII (outubro). Nesse ano, inaugurou-se

também o relógio da Matriz, na véspera do Natal, às 23:45h..

Por essa época (1959-1960), são criados na Paróquia o Curso de

Noivos, que era chamado de Curso de Orientação para o Casamento e o

Curso de Preparação para o Crisma; organiza-se a Semana Bíblico-Mariana

com palestras e debates; difunde-se o costume da Entronização do Sagrado

Coração de Jesus nos lares; funda-se a Legião de Maria, realizam-se as Festas

da Juventude, muito concorridas, e as Missas dos Esportistas, que enchiam

a igreja. Foi nessa época também (1958) que se criou o Instituto Assistencial

Pio XII – a Creche - para atender as crianças de famílias necessitadas. Em

1961 foi lançada sua pedra fundamental. Os marianos celebravam todos os

anos a festa de São Luiz Gonzaga, e as Filhas de Maria a festa de Santa Maria

Goretti, com a procissão dos lírios e tríduo preparatório.

No final do de 1960, foi assentado o piso da Matriz e em abril do ano

seguinte começou a reforma da Casa Paroquial, a aquisição de bancos novos

para Matriz e os dois confessionários.

Em 8 de dezembro de 1959, foi criada a Paróquia de São Francisco de

Assis, em Nova Veneza, sendo a maior parte do seu território desmembrada da

Paróquia de Sant´Ana. A nova paróquia foi entregue aos Frades Capuchinhos

que, depois construiriam aí o Seminário, cuja pedra fundamental foi lançada

em 19 de março do ano seguinte

Inauguração Supermercado Gigo

Pe. Carlos Malho (1962).

(Acervo Pró-Memória)

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1 |

Igreja Matriz e Praça Manoel de Vasconcellos nos anos sessenta. (Acervo Pró-Memória)

Padre Carlos Augusto Malho. (Acervo Pró-Memória)

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Cap

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1 |

As Mudanças Trazidas pelo Vaticano II

Para a vida da Igreja, o Concílio Vaticano II foi o acontecimento mais

importante do século XX e dos mais importantes de sua história. Cinquenta

anos depois, ainda não se pode avaliar com justeza o que ele significou de

transformação, de revisão, de reorientação pastoral no caminhar da Igreja.

Mas, pode-se falar com certeza numa Igreja antes do Vaticano II e numa

Igreja depois dele. Serviu de marco divisório. Essas mudanças se fizeram

sentir em Sumaré.

Na Semana Santa de 1960, os católicos puderam acompanhar, pela

primeira vez, as cerimônias com um folheto na língua pátria. Logo, foram

permitidas as comunhões fora da missa. Mais tarde, pôde-se celebrar missa

em vernáculo, o que aconteceu em julho de 1964. Finalmente, em maio

de 1965, começou-se a celebrar a missa vespertina, aos sábados, para

cumprimento do preceito dominical.

Continuavam as Associações religiosas. Em março 1959, foi fundado

o Presidium da Legião de Maria e no fim de 1969 tomaram posse as diretorias

da Pia União das Filhas de Maria, da Congregação Mariana, da Obra das

Vocações, da Cruzada Eucarística e da Doutrina Cristã.

Mas outras mudanças mais significativas começaram a se processar.

O Concílio fizera a Igreja abrir-se para o mundo, organizando e valorizando

a ação pastoral, chamando os leigos para maior participação na vida das

comunidades. Foi assim que, em Sumaré, as associações religiosas da

Paróquia foram convidadas a replanejarem as atividades, foram ministrados

os cursos de “Mundo Melhor”, a catequese foi revalorizada, a liturgia

começou a ser mais estudada, promoveram-se debates e estudos sobre o

Concílio Ecumênico. Havia grande preocupação em renovar a vida paroquial.

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Cap

ítulo

1 |

preocupação. Pela primeira vez a Arquidiocese fala

de um “planejamento mínimo para as paróquias da

Diocese”. Em maio de 1963, saía a Encíclica Pacem

in Terris.

Foi nesse tempo que a Paróquia comprou a casa

do Padre Giordano para ser a nova casa paroquial

(agosto de 1962) ao lado da Matriz.

Mas, em junho de 1963, o Padre Carlos era

transferido para a paróquia do Bonfim, em Campinas,

alguns dias após a morte do Papa João XXIII.

Na década de 1960, Sumaré começou a

crescer rapidamente e a tomar feição de município

rico e desenvolvido. A população passava dos 10 mil

habitantes. Grandes e médias indústrias se instalam,

migrantes acorrem de todo o lado, novas famílias,

novos meios de comunicação. O padre já começa

se preocupar com o número de evangélicos que

aumentava com a vinda dos migrantes e mostrava-se

também atento com a infiltração de ideias socialistas

entre os trabalhadores. A Paróquia tinha que cuidar

de novas realidades e o Vigário deixava clara essa

Igreja Matriz de Sant´Ana, 1966. (Acervo Pró-Memória)

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Cap

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1 |

Pe. Constantino Gardinalli Igreja Matriz dec.1970

(Acervo Pró-Memória)

Padre Constantino

GardinalliEm junho de 1963, o novo vigário passou

a ser o Padre Constantino Gardinalli. A vida

paroquial prosseguia em ritmo normal, mas com

novas mudanças, especialmente na liturgia: missas

com violão, missas comentadas e com leitura em

português, missas de jovens.

Em outubro de 1964, a Paróquia fez 50 anos. Houve comemorações

durante uma semana, com a presença de vários padres e do Arcebispo de

Campinas Dom Paulo de Tarso Campos.

Com o término do Concílio, em dezembro de 1965, iniciaram-se em

todo o mundo estudos sobre os documentos conciliares. Sumaré também

organizou, estando um deles a cargo do reitor do Seminário São Francisco,

Frei Lauro Maria de São Paulo.

Como obras materiais destacou-se, nessa década, a compra feita pela

Paróquia de uma casa ao lado da Casa Paroquial (1965), a troca do telhado

da nova igreja Matriz (dezembro de 1965), a construção da nova igreja de

Hortolândia (janeiro de 1966), o início das obras da Igreja de N.S. Aparecida

na Vila Sant´Ana (janeiro de 1969), depois Centro Pastoral, e a inauguração

da nova capela do Cemitério Municipal em novembro de 1970.

Na época do Padre Constantimo desenvolveram-se vários movimentos

de Igreja, como os “Cursilhos de Cristandade”, o “Treinamento de

Liderança Cristã” (TLC ou TOLOCO), o “OVISA”, (Orientação para a Vivência

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Cap

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1 |

Pe. Constantino Gardinalli Igreja Matriz dec.1970

(Acervo Pró-Memória)

Inauguração da Praça Manoel de Vasconcellos

(Acervo Pró-Memória)

Solenidade Dr. Leandro Franceschini (Acervo Pró-Memória)

Inauguração da Ultrafértil. (Acervo Pró-Memória)

Inauguração da Escola

Estadual Wadih J.Maluf.

(Acervo Pró-Memória)

Pe.Constantino Gardinalli - Em Solenidade

(Acervo Pró-Memória)

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Cap

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1 | Valter Pedroni recebendo hóstia

(Acervo Pró-Memória)

Praça da Republica 1967. (Acervo Pró-Memória)

Inauguração da Biblioteca

Municipal Plinio Machado da

Silva. (Acervo Pró-Memória)

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Cap

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1 |

Páscoa do Serviço Social de Sumaré, abril de 1969. (Acervo Pró-Memória)

Igreja Matriz, vista noturna 1968. (Acervo Pró-Memória)Instituto Assistencial Pio XII. (Acervo Pró-Memória)

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Cap

ítulo

1 |

Sacramental), o “Fermento na Massa” (FNM), dos

quais participaram centenas de pessoas e que

marcaram época pela sua organização dinâmica

e pela sua empolgação. É nesse período (1964),

que se iniciaram as “Campanhas da Fraternidade”,

organizadas pela CNBB para todo o Brasil, que

continuam até hoje em nossa Paróquia. O tema da

primeira Campanha foi “Igreja em Renovação” e o

lema: “Lembre-se: Você também é Igreja”.

No paroquiato do Padre Constantino houve

a investidura de vários leigos como Ministros

Extraordinários da Eucaristia. Eles podiam distribuir

comunhão na igreja e levar o viático para os doentes.

Era uma novidade na época.

Depois de nove anos à frente da Paróquia, o

Padre Constantino foi transferido para Americana

(junho de 1972), sendo substituído pelo Padre Pedro

Tomazini, que vinha de Santo Antonio da Posse e

assumiu a Paróquia em outubro.

Largo da Matriz no início

dos anos sessenta.

(Acervo Pró-Memória)

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Cap

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1 |

Inauguração Vila Zilda Natel.

(Acervo Pró-Memória)

Largo da Matriz no início

dos anos sessenta.

(Acervo Pró-Memória)

Matéria do Jornal A Tribuna de 1964 com programação do Jubileu de Ouro da Paróquia de Sant´Ana.

1º Centenário de SumaréSolenidade na Igreja Matriz (1968) - (Acervo Pró-Memória)

Encerramento 1º Centenário de Sumaréna Igreja Matriz (1968) - (Acervo Pró-Memória)

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Cap

ítulo

1 |

Padre Pedro Tomazini

Segundo relato do Padre Pedro, ele

encontrou a Paróquia com problemas financeiros,

desorganização pastoral e povo carente de formação

básica. Enquanto esteve à frente da Paróquia,

promoveu vários encontros de jovens, reuniões

com cursilhistas, visitas freqüentes às escolas,

celebração de Missas nas fábricas, nas escolas, no

Fórum local, em residências particulares e promoveu os famosos “retirinhos”

com as crianças das escolas, antes da primeira comunhão.

Embora tenham sobrevivido algumas associações religiosas antigas,

como a dos Irmãos do Santíssimo, por exemplo, o pároco não se refere

nenhuma vez à presença delas.

Em junho de 1974, após longa preparação, realizaram-se na Paróquia as

Missões Redentoristas com a presença de 8 sacerdotes, que, por 15 dias, se

dedicaram dia e noite ao trabalho na paróquia. Todo o povo se movimentou

e participou desses dias especiais. Houve muitas confissões, comunhões,

missas, rito penitencial, vias sacras, procissões, conferências, batismo de

adultos, primeira comunhão de adultos, legitimação de casamentos, visita

aos doentes, reza de terços, palestras etc. Antes das Missões, procedeu-

se a um levantamento religioso completo da paróquia, como o número de

católicos, evangélicos e de outras religiões; número de casados, desquitados,

divorciados...

Depois das Missões, foram organizados muitos grupos de reflexão

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1 |

Pe. Pedro Tomazin

Matriz Sant´Ana

Helena Breda Hungaro - Batismo

Pe. Pedro Tomazini em solenidade

Pe. Pedro Tomazini

Formatura

de Patrulheiros

Inauguração do Hospital déc.1970

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Cap

ítulo

1 | nos quarteirões. Eram as chamadas “reuniões

de quarteirão”. Era uma tentativa de achar uma

“linha nova para a renovação cristã”, como dizia

o padre. Mas, o próprio padre confessava que

essa experiência não deu tão certo, porque “os

movimentos independentes não querem aceitar a

coordenação paroquial”.

Não está claro sobre o que seriam esses

movimentos independentes. O que se sabe é que

mais de um paroquiano procurou Dom Gilberto para

se queixar da atuação do pároco e que o próprio

padre mencionou, no livro Tombo, a publicação de

artigo contra ele num jornal local.

“Hoje”, dizia o padre, “a Igreja quer a va-lorização dos leigos, proporcionado-lhes ampla participação e responsabilidade na direção das comunidades cristãs”.

Pe. Wilson Denadai

e Frei Francisco Beloto

Missa ao Trabalhador - 1º Maio

Missa de Pe. Pedro Tomazini

Novos bairros de casas populares – década de 70 (Acervo Pró-Memória)

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Cap

ítulo

1 |

Nunca se deu tanta força aos cristãos. E nunca se exigiu tanto deles em formação, cultura, consciência, responsabilidade... A paróquia também vai entrar por estes caminhos novos, iniciando sua primeira Comissão Pastoral”.

Por isso, era necessário criar um grupo para

repensar a Paróquia. O Padre Pedro escolheu, então,

algumas pessoas e constituiu a Primeira Comissão

Pastoral. Porém, nem todos os escolhidos eram

pessoas totalmente comprometidas com a Igreja. No

fim do ano seguinte (dezembro de 1975), o próprio

vigário verificava que “a Comissão Pastoral está

funcionando em estado precário”, e “seus membros

não estão plenamente treinados, mas estão tomando

consciência”.

Por ocasião da visita pastoral de outubro de

1976, Dom Gilberto escreveu no Livro Tombo:

“Insisti... para que esta Comunidade Pa-roquial continue seu bom trabalho em ordem à constituição de Comunidades de Base”.

O mês de dezembro marcou também a

nomeação de D. Gilberto Pereira Lopes como

Arcebispo Coadjutor de Campinas.

No segundo semestre de 1975 esteve como

vigário coadjutor na Paróquia o Padre Wilson Denadai,

filho da terra. No primeiro dia de 1976, ele deixou

Sumaré para ingressar na Ordem dos Capuchinhos,

em Piracicaba.

No tempo do Padre Tomazini, várias vezes,

estiveram em Sumaré o escritor Neimar de Barros e o

cantor Jean Carlo, fazendo palestras para o povo que

lotava a igreja para ouvi-los. Começava a aparecer,

nessa época, o Grupo de Oração (da Renovação

Carismática Católica).

O Vigário queria elaborar um plano de

pastoral paroquial, mas encontrou dificuldades

– segundo ele - por falta de formação dos leigos.

Promoveu um Curso sobre Teologia da Libertação

e sobre Religiosidade Popular (setembro de 1976),

e escolheu quatro prioridades pastorais, porém

os resultados foram mínimos. Para ele, “não havia

corresponsabilidade do leigo”. Finalmente em 1978,

ficou decidido que os assuntos da Paróquia seriam

resolvidos pelos Ministros da Eucaristia.

Em outubro de 1976, depois de muitas reuniões

e debates, decidiu-se pela construção de um salão

comunitário na Vila Sant´Ana, aproveitando-se os

alicerces da igreja que ali tinha sido projetada.

No final do seu paroquiato, o Padre Pedro

deixou escrito:

“ Estou ciente de que não pude agradar a todos nem realizar tudo o que devia, mas convicto também de que orientei a formação de agentes e os movimentos da paróquia com muita responsabilidade pastoral” .

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Padre Angelo Marighetto

Em fevereiro de 1979, o Padre Pedro deixava

a Paróquia, sendo substituído pelo Padre Angelo

Marighetto, que tomou posse nesse mesmo mês. O

Papa era então João Paulo II, eleito em outubro de

1978.

Em outubro de 1979, era criada a Paróquia de

Hortolândia, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana

de Sumaré.

Apesar da precária saúde, o Padre Ângelo trabalhou, incansavelmente,

em todos os setores da Paróquia. Sua atenção para com os doentes foi muito

grande, ao lado de sua enorme disposição em visitar as famílias da cidade,

sem excluir as pessoas de outros credos religiosos.

Por volta de 1980, começaram a surgir os núcleos que constituem hoje

a Matriz da Paróquia São Paulo Apóstolo, os Centros Comunitários, a Vila

Sant´Ana, a Vila Santa Terezinha, o Jardim São Carlos e a Vila Menuzzo.

Eram grupos de pessoas que ali se reuniam para a catequese, para

estudar a Bíblia, para alguma reunião enfim. Em 1992, na Visita Pastoral, D.

Gilberto pediu expressamente que se desse especial atenção à formação

de Centros Comunitários, para se iniciarem aí novas comunidades. Nesse

ano já funcionavam os citados centros, em prédios próprios, e começava-

se a construir a sede de São Benedito no Jardim Marchissolo e de Santa

Terezinha, na Vila Valle.

Enquanto isso, era dado um Curso sobre Comunidades Eclesiais de

Base (CEBS) no Centro Comunitário Santo Antonio, fundava-se, na Paróquia,

a segunda Equipe de Nossa Senhora (casais), e estimulava-se a celebração

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Pe. Angelo Marigheto na inauguração da Seccional da CPFL

Pe. Angelo Marighetto em celebração de Primeira Comunhão.

do Natal em família, realizavam-se ritos penitenciais

na Matriz, cursos do OVISA e, no começo de 1983, a

Missão Popular no Jardim João Paulo II.

Em 1983, o Padre Ângelo comemorou 40

anos de sacerdócio com muita solenidade. O

povo rendeu-lhe grandes homenagens e a Câmara

Municipal conferiu-lhe, no ano seguinte, o título de

Cidadão Sumareense. Cansado e com problemas de

Batismos Pe. Angelo Marigheto

Homenagem do Colégio Dom Jaime.

saúde agravados, o padre deixou Sumaré, em maio de

1987, indo residir em Serra Negra. Para substituí-lo foi

nomeado pároco o Padre Luiz Antonio Guedes e vigário

paroquial o Padre Júlio Cesar Calusni, empossados

no dia 13 de abril do mesmo ano pelo Arcebispo de

Campinas. O Padre Júlio foi, logo depois, transferido

para Santo Antonio da Posse. O Padre Guedes foi o

15º pároco de Sumaré.

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Padre Luiz Antonio Guedes

A fim de planejar as atividades pastorais à luz dos objetivos

da Arquidiocese, são feitas reuniões frequentes com todas as

comunidades da Paróquia, inclusive com as paróquias vizinhas,

como de Nova Veneza. Procura-se valorizar as peculiaridades

de cada comunidade e ao mesmo tempo incentivar na unidade

Paroquial. Cada comunidade tem sua catequese, prepara suas

crianças para a Primeira Comunhão, pratica suas devoções,

realiza suas festas e celebra a palavra de Deus. Em momentos

mais solenes do ano litúrgico, como Natal, Páscoa, Festa da

Padroeira, todas as comunidades se reúnem e celebram juntas, a fim de consolidar a comunhão

paroquial e eclesial. A Paróquia passou a ser vista, então, como uma “rede de comunidades”, e

a Matriz como a comunidade-mãe, centro irradiador e aglutinador de unidade.

Às antigas comunidades vão se somando outras. Em dezembro de 1986, a Paróquia tinha 10

delas: Nossa Senhora Aparecida (Vila Sant´Ana), Santo Antonio (Vila Menuzzo), Santa Terezinha

(Jardim Santa Terezinha), São Paulo Apóstolo (Vila Yolanda Costa e Silva), São Benedito (Jardim

São Carlos), São Francisco (Jardim Consteca), Nossa Senhora da Candelária (Cruzeiro), Senhor

Bom Jesus (Taquara Branca), São José (Jardim Primavera) e Sant´Ana (Matriz).

Mudança pastoral importante aconteceu no fim de 1986, quando foi reorganizado o

Conselho Paroquial de Pastoral, de maneira que dele participassem representantes da várias

comunidades paroquiais escolhidos pela comunidade. Foi também renovado o Conselho para

Assuntos Econômicos, cujos membros foram nomeados por D. Gilberto. A Paróquia organizou

ainda, pela primeira vez, o calendário paroquial com as atividades mais importantes, a fim de

evitar o acúmulo de atividades e para que todos soubessem o que estava acontecendo na

Paróquia.

O Padre Guedes ficou até 31 de maio. De junho a setembro de 1987, esteve na Paróquia

o Padre Walfrides Praxedes como Administrador Paroquial. O Padre Walfrides deixou escrito

no Livro Tombo: “Neste período exerci o ministério sacerdotal nesta paróquia no cargo de

Administrador Paroquial. Não houve nenhum fato que merecesse registro neste período”. Ele

ficou até outubro, quando foi nomeado Pároco de Sumaré o Padre Mansur Rodrigues Mansur, que tomou posse no dia 31 de outubro de 1987.

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Padre Mansur Rodrigues Mansur

Disposto a dar continuidade ao trabalho

de descentralização da Paróquia, animando os

Centros Comunitários e criando novos, o Padre

Mansur trabalhou nessa direção. Os resultados

desse esforço foram os Centros Comunitários: Divino

Espírito Santo, no Parque Virgínio Basso (hoje na Paróquia de São Pedro

Apóstolo), São Sebastião, no Planalto do Sol; Nossa Senhora de Fátima,

no Parque Residencial Casarão; Santa Rita de Cássia, (hoje na Paróquia

Santa Teresinha); Cristo-Rei, no Jardim Luiz Cia (hoje na Paróquia de Santa

Teresinha), São Judas Tadeu (hoje na Paróquia São Pedro Apóstolo), no

São Domingos; Nossa S. do Perpétuo Socorro, no Altos de Sumaré (hoje na

Paróquia de Santa Teresinha ); Sagrado Coração de Jesus, no Parque Emília;

São Pedro, no Jardim Picerno (hoje na Paróquia de São Pedro Apóstolo); São

João Batista, no Assentamento I e Santa Luzia (hoje na Paróquia São Pedro

Apóstolo).

Foram também construídas capelas nas seguintes Comunidades:

Senhor Bom Jesus (Taquara Branca), São João Batista, São Sebastião, Nossa

Senhora de Fátima, Cristo Rei, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São

Judas Tadeu e Santo Antonio.

Essas mudanças na estrutura material da paróquia dão bem a idéia do

seu significado para a vida religiosa. A presença do Padre Mansur imprimiu

novo dinamismo às atividades religiosas e sociais. Fica difícil traçar com

exatidão todo o caminhar da Igreja nesses onze anos. O que se registra,

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1 |

porém, é bastante para se ter uma idéia do que aqui

foi feito.

Em fevereiro de 1988, receberam as Ordens

Menores (Acólito e Leitor), na Paróquia, os

seminaristas João Batista Silvestre e Sebastião dos

Santos, que aqui já trabalhavam. Em 30 de junho

de 1989, receberam o Diaconato e, na mesma data,

era ordenado sacerdote o diácono João Pereira de

Abreu, por D. Gilberto Pereira Lopes. Foi uma festa

inesquecível e a primeira ordenação diaconal e

presbiteral realizada na história da Paróquia.

O diácono João Batista continuou a trabalhar

na Paróquia e, em 15 de dezembro de 1989, foi

solenemente ordenado Presbítero, numa cerimônia

igualmente memorável, no Ginásio de Esporte da

cidade. Em 4 de março do ano seguinte, o Padre

João Batista tomava posse como Vigário Paroquial,

auxiliando o Padre Mansur.,

Outro fato marcante neste Paroquiato, foi

a passagem da imagem da Imaculada Conceição,

padroeira da Arquidiocese, por Sumaré, em

dezembro de 1987, por ocasião do Ano Mariano.

Milhares e milhares de pessoas participaram desse

evento. Ainda merece lembrada a criação da romaria

à Aparecida do Norte, realizada todos os anos

levando para lá centenas e centenas de pessoas, em

dezenas de ônibus.

Em 1992, foi feita a reforma e a ampliação

do Instituto Pio XII (Creche Santa Rita) e renovados

seus Estatutos; foi criada a Paróquia de São Paulo

Apóstolo (25/01/1992), desmembrada da Paróquia

de Sant´Ana, tendo tomado posse seu primeiro

Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes

em visita à Paróquia

Pe. Mansur - Solenidade

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Pe. Mansur e Dom Gilberto Pereira Lopes

Abertura de Festa - Pe. Mansur

Pároco Padre Sebastião dos Santos (06/03/1992);

foi fundada a Associação de Sant´Ana (26/07/1992)

com a finalidade de divulgar, vivenciar a devoção à

Padroeira e rezar pelas vocações sacerdotais, além

de trabalhar pela promoção humana.

Revisão Ampla

Nesse período, a Arquidiocese viveu momentos

importantes de sua organização pastoral, numa

busca mais eficaz do que se chamou “Planejamento

Pastoral Participativo”. Todas as paróquias e as

lideranças leigas respiravam esses novos ares de vida

eclesial, repensando a prática pastoral e buscando

responder às necessidades daquele momento. Nos

anos de 1990/1991, as paróquias da Arquidiocese

desenvolveram grande esforço de participação

na Revisão Ampla, que propunha mudança nos

processos de evangelização, criando estruturas

mais participativas e de co-responsabilidade

pastoral entre leigos e padres, promovendo uma

maior diversidade ministerial. Este processo ajuda

a compreender a grande riqueza dos trabalhos

pastorais em nossa paróquia neste período.

A Revisão Ampla encerrou-se no dia 8 de

dezembro de 1991, festa da Imaculada Conceição,

com uma grande celebração e participação de muitos

fiéis de todas as paróquias da Arquidiocese. Naquela

data, foi entregue aos representantes de todas

as paróquias o documento final da Revisão Ampla

intitulado: “Uma Igreja respondendo aos novos

Organograma da

Paróquia de Sat´Ana

(1987-1998)

Homenagens - Instituto Assistencial Pio XII

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desafios”, promulgado por Dom Gilberto Pereira

Lopes, sendo assumido como orientação geral para

todos os trabalhos pastorais das paróquias em nossa

Arquidiocese.

Após seis anos à frente da Paróquia, o Padre

Mansur teve sua provisão renovada por mais um

sexênio, em 31/10/1993. Nesse ano, ocorreu na

Paróquia o encerramento da Jornada Missionária

arquidiocesana (21/11/1993) com grande afluxo de

fiéis daqui e de várias cidades vizinhas.

Dignas de registro, em 1994, foram a profissão

religiosa das primeiras noviças brasileiras das

Irmãs Carmelitas Missionárias (30/01) e a chegada

das Carmelitas para fixar residência em Sumaré

(02/02/1992). Registre-se também o lançamento

da pedra fundamental da igreja de Santo Antonio,

na Vila Menuzzo, com a presença de Dom Gilberto

(01/05) e a bênção do terreno da Comunidade de

Cristo-Rei, no Jardim Luiz Cia, na mesma data; a

Visita Pastoral à paróquia feita pelo Padre Arlindo

de Nadai, que terminou com a comemoração do 80º

aniversário da criação da Paróquia; e a entrega do

título de “Cidadão Sumareense” ao Padre Mansur

pela Câmara Municipal de Sumaré, em sessão solene,

na Escola Municipal José de Anchieta (16/12).

Quase por terminar o ano de 1996, foi

realizada a solene abertura de preparação para

o Terceiro Milênio (01/12). Também, nesse ano, o

pároco foi nomeado Juiz do Tribunal Eclesiástico da

Arquidiocese.

O ano mais rico de realizações desse

paroquiato talvez tenha sido o de 1997, seja pelo

volume de eventos, seja pela importância deles na

vida da Paróquia e da cidade. Abriu-se ano com a

nomeação, em janeiro, de Dom Luiz Antonio Guedes

para bispo auxiliar de Campinas. Como já referimos,

neste ano, foi criada a Rádio 26 de julho e aberta

a Livraria Sant´Ana. Nele também a Associação de

Sant´Ana ganhou foros de entidade civil (04/02/97)

e foi lançada a pedra fundamental da “Casa da

Associação de Sant´Ana”, na Vila Sant´Ana, ao

lado do Centro de Pastoral N. S. Aparecida (26/07);

o Padre Mansur foi indicado para Vigário Forâneo

(03/97), na capela de Cristo-Rei (23/11), em grande

concentração da Forania.

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Os dez anos de Paroquiato (31/10/1997) foram

comemorados com missa solene e jantar festivo,

reunindo parentes, amigos e autoridades. Duas

iniciativas do maior alcance social e pastoral foram

o lançamento da pedra fundamental do “Centro de

Recuperação e Nutrição” na Vila Valle (26/07/1997),

inaugurado no mês de julho de 1998, e a aprovação,

em assembleia, das “Diretrizes para uma Ação

Pastoral”, seguindo as orientações da “Revisão

Ampla” e do 5º Plano de Pastoral da Arquidiocese de

Campinas, em setembro. Ainda nesse ano recebeu a

ordenação diaconal, na Matriz, o seminarista Paulo

César Gonçalves Ferreira (16/12), que aqui prestou

serviços pastorais.

Cumpre anotar ainda a reorganização da

Secretaria Paroquial, parcialmente informatizada e

com novo mobiliário, e o início das reformas da igreja

Matriz. Elas se iniciaram com a reforma da torre e do

relógio, em abril de 1995, e prosseguiram até agosto

de 1998. Foi nesse ano, também, por iniciativa do

pároco, a publicação do livro “História da Paróquia

de Sant´Ana”, do paroquiano Francisco de Toledo.

O Padre Mansur esteve à frente da Paróquia

até agosto de 1998, por um período de dez anos e dez

meses. Em sua missa de despedida disse: “Cumpri

minhas obrigações, fui fiel a este povo santo que,

sempre direi, nos faz sacerdotes santos”. No livro

Tombo deixou consignado: “Agradeço a Deus por

ter me chamado para este ministério de Pároco aqui

nesta Paróquia de Sant´Ana – Sumaré, agradeço

a Dom Gilberto meu Arcebispo pela confiança

depositada, agradeço a todo o povo pela confiança

e paciência, agradeço a proteção materna de Nossa

Senhora - mãe de nosso Salvador – agradeço a

Sant´Ana pela constante proteção”.

Conforme depoimento pessoal do Padre

Mansur, suas maiores realizações à frente da

Paróquia foram: a elaboração das “Diretrizes

para uma Ação Pastoral” que daqui para frente

nortearão toda a atividade da Paróquia, a criação

da “Associação de Sant´Ana” e a construção do

“Centro de Recuperação e Nutrição da Criança”,

também chamado “Espaço Criança”.

Interior da Matriz de Sant´Ana

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Padre Cláudio Zaccaria

MenegazziO novo pároco Padre Cláudio Zaccaria

Menegazzi tomou posse em 13 de setembro de

1998. Tinha como auxiliar o Padre Martin, natural

do Haiti, que já estava na paróquia desde junho.

Desde o primeiro dia, o novo pároco agradecia a Deus “pela confiança a

mim depositada, no pastoreio dessa grande Paróquia” e dizia que “um dos

perfis do seu projeto evangelizador era a Missão, e que toda a Forania está

atualmente empenhada nesse processo”. Trabalhava também na Paróquia

nessa época a carmelita missionária Irmã Teresa Augusta.

A Paróquia tinha, então, o CPP (Conselho de Pastoral Paroquial),

composto do Pároco, do Coordenador de cada Comunidade, do Coordenador

de cada Pastoral e de quatro membros da Ação Missionária. Algumas

comunidades tinham o CPC (Conselho de Pastoral da Comunidade). As

pastorais eram as seguintes: Adolescentes, Catequese, Crisma, Exéquias,

Liturgia, Sociais (Criança, Saúde, Vicentinos e Carcerária), Batismo,

Comunicação, Família e Vocacional. A Paróquia estava organizada em três

setores: Santa Teresinha, São Benedito e Santo Antonio, num total de 15

comunidades, mais a Matriz, que não era considerada uma Comunidade.

Todos pensavam que ela era a Paróquia, pois não havia consciência de que a

Paróquia é uma Comunidade de Comunidades.

Nos dois primeiros meses, o Padre Cláudio se reuniu 16 vezes com

Pe. Cláudio e Zulmira

Silva Yanssen

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Pe. Cláudio e Zulmira

Silva Yanssen

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1 |

Comunidades e Pastorais. Mesmo assim, ainda faltou

conversar com o pessoal das Exéquias, Comunicação,

Ação Missionária, Equipe de Formação Política,

Acolhimento, Vicentinos e Diretoria da Creche Pio XII,

trabalho que foi realizando em seguida. Visitou todas

as Comunidades, ouviu todas as pessoas, indagou

sobre tudo o que acontecia, projetos e realizações.

Conversou sobretudo com os coordenadores,

lideranças e agentes de todas as pastorais e serviços.

Foi observando, ouvindo, anotando e sugerindo.

Projetos e propostas

Aos poucos, foi deixando claro a todos quais

projetos e propostas teológico-pastorais norteariam

sua atuação: a) a participação de todas as pessoas

e um profundo espírito de comunhão fraterna e

eclesial; b) o exercício do poder como puro serviço; c)

a colegialidade e a co-responsabilidade pastoral; d) a

partilha dos bens, dos dons, dos recursos financeiros

e materiais; e) a concreta opção preferencial e

evangélica pelos pobres, excluídos, oprimidos e

marginalizados; f) o diálogo permanente em todos

os níveis; g) a Missão como eixo impulsionador

do Evangelho; h) a criação de Ministérios Leigos

conforme a necessidade.

A partir dessa visão, a Paróquia, em todas

as atividades pastorais, em todos os serviços, na

liturgia, nos momentos celebrativos, na rotina do dia

a dia, iria procurando novos caminhos, novo modo de

ser Igreja.

Na primeira reunião com o Conselho

Econômico, o Padre deixou bem claro que a Igreja

não existe para capitalizar, mas para colocar os bens

e recursos a serviço do Evangelho e que ele não era

favorável a nenhuma cobrança de taxas para nenhum

sacramento, inclusive pelas “intenções” da Missa.

Dizia que o Dízimo bem organizado era uma solução.

Para que houvesse uma participação e mais

co-responsabilidade, foi criada (fevereiro de 2.000)

a EACP (Equipe de Animação e de Coordenação

Paroquial), com uma “estrutura mais participativa,

descentralizadora, de co-responsabilidade, de

colegialidade pastoral e ministerial”, da qual

faziam parte: os padres, religiosos e seminaristas

que trabalham na Paróquia, dez leigos (5 homens

e 5 mulheres) mais duas pessoas escolhidas pelo

Pároco. Na palavra do Padre Cláudio, começava-

se “uma Igreja mais desafiadora e mais rica na

convivência, na comunhão e na construção da

fraternidade”. Alguns meses depois, o próprio padre

Cláudio escrevia que “ a experiência da EACP estava

sendo excelente”. Contudo, o CPP, com caráter mais

deliberativo, continuava a existir.

Cuidado maior com os aspectos sociais

Com uma visão de Igreja mais voltada para a

realidade social e comprometida com as exigências

do mundo moderno, a Paróquia promoveu várias

ações importantes. Em setembro de 1998, aconteceu

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uma grande concentração de pessoas na Praça

da Bíblia, caminhando depois até a Matriz. Foi a

Caminhada da Paz. Em Sumaré aumentava o índice

de violência, o número de crimes, estupros, falta de

escola, problemas de saúde pública... Na caminhada,

as pessoas foram convidadas a vestirem roupa

branca e levarem uma bandeirinha branca, rezando

pela família, pela cidade, pela paz.

Na Campanha da Fraternidade, a Paróquia

reuniu (março de 1999) centenas de desempregados

no Centro de Pastoral N.S. Aparecida. O objetivo

era formar grupos para estudar as questões sociais

e trocar experiências. Noutra oportunidade (abril

1999) houve uma Missa na Praça das Bandeiras,

em Sumaré, em memória pelo 3º ano do Massacre

em Eldorado dos Carajás. A Paróquia de Sant´Ana

participou junto com mais 5 paróquias do Município.

Em fevereiro de 2.000, a Paróquia organizou

um encontro sobre a Dívida Externa para esclarecer

diversos pontos sobre o assunto. Para ajudar na

discussão esteve presente o deputado Renato

Simões. O evento teve repercussão nos jornais da

cidade e da região. Em março de 2000, a Paróquia

promoveu no Centro de Pastoral, um Encontro com

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1 |

trabalhadores desempregados com a participação

de todas as paróquias da Forania Cristo Rei. Havia

mais ou menos 200 pessoas. Os trabalhos foram

dirigidos por Carlos Signorelli e pela teóloga Brenda

Carranza.

Outra atividade social relevante, na linha

do social, é o serviço prestado por um grupo de

paroquianos, ligados à Renovação Carismática

Católica, que faziam visitas periódicas aos presos na

Cadeia Pública de Sumaré e às famílias deles. Em

mais de uma oportunidade, o Padre Cláudio celebrou

missa na Cadeia, quando no final houve também

confraternização entre todos.

Na linha de formação e atendimento

psicológico, o Pároco escolheu 12 paroquianos para

fazer o Curso de Escuta Cristã, em Campinas, a partir

de maio de 2.000. Da Paróquia de Santa Teresinha

e de São Paulo Apóstolo foram enviadas também

seis pessoas de cada uma. O Curso tinha um ano de

duração.

Ainda no campo social, um dos temas levantados

e debatidos, na Assembleia Paroquial, (fevereiro

de 2.000) foi a prioridade do trabalho pastoral

específico com os favelados e desempregados da

nossa Paróquia. Nessa linha de preocupação com os

excluídos, a Paróquia também aceitou (abril 1999)

o Assentamento II dos Sem-Terra - Divino Espírito

Santo - como comunidade- membro da Paróquia.

Ela nasceu em 1985 como fruto dos grupos bíblicos

dos sem-terra, mas não era oficialmente reconhecida

como comunidade. Há vários anos não era celebrada

missa, nesse local.

A Conferência de São Vicente também mereceu

a atenção da Paróquia nessa época. Em novembro

de 1998, foi inaugurada a sede do Conselho dos

Vicentinos de Sumaré. Ela foi construída no terreno

do Centro de Pastoral N.S.Aparecida. No dia da

inauguração, o Padre Cláudio frisou a necessidade

de socorrer os mais desfavorecidos, mas falou da

necessidade de conhecer as causas da pobreza e

não ficar só no assistencialismo.

Sobre a Pastoral da Saúde e da Criança, o

Pároco elogia essas atividades e diz que se trata

de um trabalho belíssimo de dedicação. É a íntima

ligação do Evangelho com a vida e a vida dos pobres.

Diz que já foi realizada muita coisa, no campo social,

e há muitos projetos, mas ainda há um campo imenso

de trabalho pela frente.

No paroquiato do Pe. Cláudio foi criada a

Paróquia de Santa Teresinha, em 1º de outubro de

1998, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana. A

nova Paróquia compreendia as Comunidades de

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1 |

Santa Luzia, São Judas Tadeu, Nossa Senhora do

Perpétuo Socorro, Cristo-Rei, São Pedro, Santa Rita

de Cássia e Santa Teresinha. Seu novo pároco, padre

Carlos Roberto da Silva, tomou posse em 11 de março

de 1999.

Novas mudanças

Uma mudança significativa em termos de

colegialidade, foi a transformação, em dezembro

de 1999, da Matriz de Sant´Ana em Comunidade:

uma Comunidade dentre as Comunidades, uma irmã

dentre as irmãs. A partir de então, a Comunidade

Matriz teve sua equipe de Coordenadores, como as

demais. O sentido da mudança é a compreensão da

prática maior de comunhão, de participação, de co-

responsabilidade e de colegialidade entre todas as

Comunidades da Paróquia.

Na Assembleia Paroquial (novembro de 1999),

o eixo principal foi Missão e “fazer da formação uma

atividade constante”. E para 2001, ficou resolvido

que a Paróquia iria tomar como Eixo Evangelizador

Missão, ponto de partida e de impulso para a vida

eclesial. A Paróquia vai priorizar o trabalho com

favelados, a Liturgia, os Jovens e os Desempregados.

Para 2002, pensou-se em elaborar o Plano de

Pastoral da Paróquia à luz dos Atos dos Apóstolos,

da realidade em que vivemos e da Eclesiologia do

Vaticano II. A prática desse projeto é a formação

e o acompanhamento de Áreas Missionárias na

Paróquia, tanto nas áreas urbanas como rurais.

Essa linha de trabalho, em que todos deverão

se enquadrar, não se coadunava com a visão eclesial

da Renovação Carismática (RCC). Procurado por seus

representantes, o Padre Cláudio conversou várias

vezes com eles e lhes deixou claro que não era

favorável ao Movimento pelas seguintes razões: 1) Os

carismáticos mostram uma fé simplista e desligada

da realidade, pois a vida não é só a fé, embora esta

seja um dos fundamentos da vida; 2) a RCC valoriza

em excesso o emocionalismo e o fundamentalismo (“o

que não está na Bíblia, não serve”), pois não levam

em conta as estruturas sociais, econômicas, políticas,

culturais e psicológicas; 3) tem visão dualista do bem

e do mal; 4) cria práticas “pastorais” paralelas à

organização da paróquia e divide a comunidade ao

invés de uni-la.

Por essas e outras razões, o Pároco disse que

não aprovava a RCC na Paróquia e que desejava

ampliar e aprofundar com a Paróquia toda “uma

espiritualidade mais própria dos anseios do ser

humano, de Cristo e da Igreja”. Disse, finalmente,

que estava aberto ao diálogo, que mantinha

boas relações com os carismáticos, que inclusive

trabalhavam em várias pastorais da paróquia, mas

que enquanto fosse pároco não aceitaria, por dever

de consciência eclesial e social, a RCC oficialmente

aprovada e organicamente vinculada à Paróquia.

O Padre Cláudio ficou na Paróquia até janeiro

de 2003. Porém, nos arquivos paroquiais, em

especial no Livro Tombo, faltam registros sobre os

dois últimos anos do seu paroquiato.

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Padre Paulo Crozera

No dia 6 de fevereiro de 2003, saiu a nomeação

do Padre Paulo Crozera para ser o novo pároco de

Sant´Ana de Sumaré. Dia 9 ele tomou posse na missa

presidida por Dom Gilberto Pereira Lopes, arcebispo

de Campinas

Ajudavam na Paróquia o Padre Israel Martinez

Sossa, missionário dos Santos Apóstolos, o diácono

José Rubens Fernandes e o seminarista Alexandre Nardari. Em 2004,

trabalhou também na Paróquia o seminarista Leonardo H. Piacenti, que aqui

ficou 3 anos e, em 2006, o diácono Marcelo de Oliveira, que em julho de

2006 foi nomeado Vigário Paroquial. Nesse mesmo ano também trabalhou na

Paróquia o seminarista Victor da Silva Filho. Em dezembro de 2006 estiveram

por aqui o diácono Luis Fernando Angelotti Junior e o Padre Marcelo de

Oliveira, que foi embora em janeiro de 2007. Em julho de 2007, o Padre Luis

Fernando foi removido e, em seu lugar, veio o Padre Angel Pedro Fernandes,

como Vigário. 12

12 Apesar da ausência de informações manuscritas no Livro Tombo da Paróquia, o Padre

Paulo Crozera deixou no Arquivo da Paróquia um Relatório de 898 páginas em papel A4, intitulado

“RELATÓRIO PARA O LIVRO TOMBO” – com subtítulo: “Acontecimentos na Paróquia Sant´Ana de

Sumaré” - Período de 2003-2007. É a principal fonte deste relato.

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No começo de 2003, a Paróquia estava assim

organizada: havia o EACP (Equipe de Animação e

de Coordenação Paroquial) e o CPP (Conselho

Paroquial de Pastoral) .

A Paróquia tinha 13 comunidades, contando

a Matriz, sendo 7 urbanas, 4 rurais, 2 em

Assentamentos e 14 Núcleos Missionários. Tinha as

seguintes pastorais: Batismo, Catequese, Liturgia,

Saúde, Criança, Carcerária, Família, Comunicação,

Dízimo, Exéquias e Escuta Cristã. Para cuidar das

Pastorais havia 15 ministros da Palavra, 20 da Saúde,

7 da Eucaristia, 5 das Exéquias e 12 da Escuta

Cristã. Havia também o Conselho Econômico e

Administrativo, a Associação de Sant´Ana e a Creche

Santa Rita, também chamada Centro Assistencial

Pio XII.

Nesse primeiro ano de gestão do Padre

Paulo, a Paróquia aprovou vários projetos pastorais,

como: Formação Bíblica e Espiritualidade, Família,

Juventude, e Desempregados. O novo Pároco se

propôs também a conhecer a realidade de cada

comunidade e de cada Pastoral, dando continuidade

ao trabalho do Padre Cláudio, ouvindo em especial a

EACP. Ele acreditava no importante papel da EACP

que assumia, com o pároco, a “co-responsabilidade

na coordenação da vida paroquial” com uma

participação efetiva nas decisões. E dizia, já em

2003, que a paróquia tinha um “laicato com grande

participação, espírito de liderança e com muita

potencialidade”.

Logo na primeira reunião com a EACP, o

novo pároco elogiou a composição dessa equipe

manifestando desejo de que ela funcionasse bem

e agilizasse a vida da Paróquia. Isso realmente

aconteceu, como se pode ler no livro de Atas das

reuniões da EACP, cuja atuação foi decisiva na vida

paroquial, durante todo o paroquiato do Padre

Crozera, até novembro de 2007.

Formação e Comunicação

No aspecto de formação, a Paróquia dedicou

seu melhor esforço para que os agentes e os

paroquianos em geral se aprofundassem em seus

conhecimentos e vivenciassem melhor sua fé e os

agentes tivessem uma atuação mais eficaz. Assim,

em maio de 2004, teve início o “Curso de Formação

Política” para os agentes da Pastoral, num trabalho

conjunto com as três paróquias da região central:

São Paulo Apóstolo, Santa Teresinha e Sant´Ana.

Houve também o Curso de Verão de Teologia

para Leigos, em São Paulo (janeiro 2004); Curso

de Formação para agentes de Pastoral da Saúde

(fevereiro e março 2004); I Encontro de Preparação

para Ministros da Comunhão Eucarística (maio de

2004); Curso de Formação de Acólitos (2005);

Encontros sobre a Dimensão Vocacional da Igreja

(agosto de 2005); Curso Bíblico sobre o Evangelho

de Marcos (setembro-outubro de 2005); Curso de

Formação Bíblica (fevereiro de 2006). Em janeiro de

2007, aconteceu o Curso de Música e Liturgia, e

palestras para os Coordenadores sobre Liderança

pelo psicólogo Laércio Barros dos Santos. Em janeiro

de 2006, a Semana de Formação Catequética. Nesse

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período, criou-se também a equipe do Cerimonial de

Casamento, introduziu-se o costume de distribuição

da Eucaristia sob duas espécies e houve o Curso de

Canto Litúrgico.

A fim de que a formação fosse divulgada e

alcançasse um público maior, a Paróquia criou, em

junho de 2005, o BOLETIM IN-FORMATIVO. Era

uma publicação mensal que formava e informava,

destinada aos agentes das comunidades, das

pastorais, aos movimentos e associações. Ele visava

uma comunicação mais eficiente entre os agentes e

ministros, favorecendo assim o espírito de comunhão,

de participação e de co-responsabilidade. O boletim

durou até dezembro de 2007. O Informativo tinha

o objetivo de completar o “Gênesis”, jornalzinho já

existente na Paróquia destinado a todo o povo.

Desde 2003, a paróquia editou o folheto

“Formação Bíblica e Espiritualidade” destinada aos

grupos da Leitura Orante. Eram subsídios de 4

páginas produzidos para os Encontros e durou até

final de 2007.

Nesse tempo do Pe. Paulo, deu-se forte ênfase

à Espiritualidade Bíblica, com a prática da Leitura

Orante da Bíblia, proporcionando crescimento

espiritual aos grupos que assumiram o projeto.

Alguns desses grupos perduram até hoje.

Em agosto de 2006, houve o Primeiro Encontro

dos “Pequeninos do Senhor”, com crianças de 4 a 8

anos. Elas participavam da missa das 10 horas, na

Matriz. Era uma iniciativa do seminarista Victor da

Silva Filho. Trata-se de um projeto que visava tornar

a liturgia dominical mais acessível às crianças.

Conduzidas e orientadas por uma casal, elas saám

da igreja antes da Liturgia da Palavra, vivenciavam

de forma mais lúdica a mensagem dominical, depois

voltavam para a Liturgia Eucarística.

No fim de 2003, realizou-se uma grande

Assembleia Paroquial com mais de uma centena

de pessoas. Eram Coordenadores, Tesoureiros das

Comunidades, Coordenadores de Pastorais, membros

da EACP, Diretores da Associação de Sant´Ana,

Coordenador dos Vicentinos, da Creche, do Conselho

Econômico, Ministros da Palavra, Equipe de Liturgia

e Coordenadores da RCC (Renovação Carismática

Católica). Foi feita a avaliação do 6º Plano de Pastoral

Orgânica e tiradas propostas para tornar viáveis os

projetos, “adequando-os à realidade do possível,

segundo os recursos existentes no momento”.

Logo no início do seu paroquiato, o grupo de

oração da RCC manifestou ao pároco o desejo de ser

acolhido na Paróquia. Ouvindo a EACP, o pároco

decidiu aceitar, cabendo a ele pároco o direito de

escolher a coordenação do grupo. Decidiu também

que o lugar das reuniões não seria a Matriz, mas o

Centro de Pastoral N.S. Aparecida; que não deveriam

ocorrer práticas que não estivessem em comunhão

com as orientações da Igreja (como curas e orações

em línguas); que deveriam ter clara a diferenciação

entre o Movimento e a Comunidade; que deveriam

permanecer como Grupo de Oração e que caberia

ao pároco aprovar o convite às pessoas de fora

para assessorarem o grupo. “A acolhida foi feita no

sentido de somar esforços no trabalho pastoral da

Paróquia” – dizia o Padre Paulo.

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De maneira geral, pode-se dizer que nesse

paroquiato, se intensificou o trabalho da EACP, que

caminhava mais próximo do padre, no sentido que

aumentava a participação de todos nas decisões

da vida paroquial. Nas Comunidades, criou-se a

Equipe de Coordenação de Pastoral (CPC) e criou-

se novo Conselho de Pastoral Paroquial (CPP)

composto agora pelo pároco e vigário paroquial,

um representante de cada um das 6 Dimensões de

Pastoral: Comunitário-participativa, Missionária,

Bíblico-catequética, Litúrgica, Econômica e Sócio-

transformadora, conforme o Organograma anexo.

Fazia parte também do CPP: o representante

da Forania, o representante do Conselho de

Organograma da Paróquia de Sant´Ana (2003-2007)

Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas

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Assuntos Econômicos, o representante da EACP,

7 representantes da Pastoral das Comunidades

maiores, o representante dos atendentes paroquiais

e algum convidados dos membros do Conselho

Municipal.Toda essa organização imprimiu à Paróquia

um dinamismo novo que fez aumentar a comunhão e

a participação.

Desde o tempo do Padre Cláudio, já se

falava na necessidade de ampliar o número de

ministros. Assim, em 2004, foram criados novos

ministérios, intensificou-se a atividade pastoral

e produziu-se muito material “para promover a

comunhão, a participação e a co-responsabilidade

nas comunidades e pastorais” (Relatório do Padre

Paulo).

Recém empossado bispo de Campinas, D.

Bruno investiu, no mês de agosto, 11 ministros da

Escuta Cristã, 21 da Palavra, 6 das Exéquias, 44 da

Saúde e 65 da Comunhão Eucarística, num total de

147 ministros, na Paróquia de Sant´Ana. Em maio do

ano seguinte, foram investidos mais 45 ministros da

Eucaristia. Já nesse ano, o pároco chegou a pedir

ao arcebispo a criação de ministros leigos para

assistência ao Matrimônio, que, porém, foi negada.

Realizações materiais

Em 2003, teve início uma pequena reforma

interna da Matriz, que não pode ser concluída, mas o

foi no ano seguinte.

Essa reforma incluiu mudança no sistema

de som, iluminação e ventilação. Trocou-se o altar,

o ambão, a fonte batismal e a cadeira presidencial.

Foi construído banheiro para uso durante as

celebrações, sala para atender confissões e para a

Escuta Cristã, um espaço devocional para a imagem

de Sant´Ana e de N.S.Aparecida, foi ampliada a

capela do Santíssimo, a sacristia foi remodelada. E

foram tirados da Matriz os quadros da Via-Sacra.

Em 26 de julho de 2004, inaugurou-se a Casa

de Sant´Ana, idealizada pelo Padre Mansur e iniciada

pelo Padre Cláudio. Em maio do ano seguinte, foram

feitas reformas na capela do Cruzeiro e a cobertura do

estacionamento no Centro Pastoral N.S.Aparecida.

Em 2006, a Paróquia comprou terreno para a

Comunidade do S. B. Jesus, na Taquara Branca, para

construção do salão, e, em 2007, comprou terreno

no Núcleo Missionário Santa Clara, área verde, no

Parque Franceschini. Em julho desse ano, teve início

a perfuração do poço artesiano do CenFEL (Centro de

Formação, Espiritualidade e Lazer N. S. Aparecida)

e em setembro, começou a terraplenagem para a

construção. Nesse mesmo ano, a Paróquia pediu

ao Conselho de Defesa do Patrimônio Municipal

(Condephaea) o tombamento da Igreja Matriz, que

não chegou a ser efetivado.

Atividades Sociais e Políticas

Ao lado das iniciativas e realizações pastorais,

a Paróquia se abria para o campo político e social,

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na certeza de que a espiritualidade não excluia o

cuidado com a vida do cotidiano.

Por isso, era necessário debruçar-se sobre a

realidade e as necessidades das comunidades e da

cidade como um todo. Assim, , desde o começo de

2004, a Paróquia promoveu um Curso de Formação

para agentes da Pastoral da Saúde. Começou

também a pensar num Convênio com a FEBEM,

mediante o Instituto Pio XII, para promover o “projeto

de liberdade assistida aos menores em conflito com a

lei”. Em junho de 2006, foi então firmado o convênio,

e o projeto se chamou “Ação para Vida”. O projeto foi

instalado na Casa de Sant´Ana, ao lado do Centro

de Pastoral N. S. Aparecida, e tinha o apoio do

Governo do Estado, do Instituto Pio XII, da Paróquia,

da Prefeitura Municipal e dos Vicentinos. Mais tarde

passou a atender na Avenida Rebouças.

Expressivo trabalho pastoral de cunho social a

Paróquia desenvolveu no Centro de Ressocialização

de Sumaré, realizado por membros da RCC, chegando

a batizar um reeducando dessa instituição.

Em junho de 2005, importante evento

aconteceu na Paróquia: encerramento da 4ª Semana

Social da Arquidiocese, com a participação de todas

as Foranias e várias centenas de participantes.

Na linha do social, a Paróquia também

mantinha o pequeno núcleo missionário na Área

Verde do Parque Franceschini, atendendo essa

clientela mais carente, com atenção especial às

crianças e com celebrações da Palavra, nos fins de

semana.

No campo político a paróquia teve importante

papel. Mais de uma vez, o Pároco se reunia com os

colegas das paróquias da cidade e promovia encontro

com o Prefeito, apresentando-lhe, pessoalmente,

e por escrito, suas preocupações quanto à gestão

pública municipal e às necessidades da população

mais pobre. Em 2006, foi fundado na Paróquia

um grupo de leigos para que, junto com o Pároco,

debatesse a situação do Município. Segundo o Padre

Paulo, o grupo foi fundado para ”refletir, debater

e assumir posicionamentos diante das necessidades

do município e da atuação dos poderes públicos”. O

grupo se chamou “Desperta Sumaré” e se reunia uma

vez por mês.

Convidado pela CNBB para trabalhar em

Bogotá, como Vice-Reitor Acadêmico do Instituto

Teológico Pastoral para a América Latina (ITEPAL),

o Padre Paulo deixou a Paróquia em dezembro de

2007.

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Padre Carlos José Nascimento

O novo pároco, Padre Carlos José Nascimento,

tomou posse no dia 4 de janeiro de 2008, durante a

celebração Eucarística, na Igreja Matriz de Sant´Ana,

presidida por Dom Bruno Gamberini, arcebispo

Metropolitano de Campinas.

Um das primeiras medidas do novo pároco foi

implantar na Paróquia, com aprovação da EACP, do Conselho Econômico e de todas as Comunidades, o sistema de Caixa Único

para todas as Comunidades, que entrou em vigor no final de fevereiro de

2008. Nesse sistema, quem faz o controle e gerencia o Caixa Unificado é um

Conselho presidido pelo pároco e composto por um coordenador de cada

comunidade da paróquia. Nas palavras do pároco, “começava um trabalho

mais profundo do ser igreja neste chão” e convidava a todos “para ajudarem

na condução do novo projeto”. 13

Ainda nessa linha de mudanças, ficou decidido (agosto de 2008),

em Conselho, o encerramento das atividades da EACP, passando suas

atribuições ao CPP (Conselho Paroquial de Pastoral) e ao CEP (Conselho

13 A escassez de informações no Livro Tombo, com apenas 12 páginas de texto manuscrito,

dificultou o trabalho do historiador.

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Econômico Pastoral).

Por sua vez, o CPP passou a ter nova

composição: um representante de cada Pastoral, um

representante do CEP, um da Forania, o Pároco, o

Vigário Paroquial e o(a) Secretário(a).

Dando continuidade a um antigo costume, o

novo Pároco participou, no ano de 2008, juntamente

com outros párocos da cidade, de vários encontros

com os candidatos a prefeito. Trataram de vários

problemas que há tempo afligem o povo, em especial

da violência e da falta de água.

Com a aprovação do Conselho, também foi

mudada a composição das Comunidades e Núcleos

da Paróquia. A partir de novembro de 2008, as

Comunidades de São João Batista, Divino Espírito

Santo e Nossa Senhora da Primavera passaram a ser

apenas Núcleos Missionários, por causa “da falta

de interesse em criarem em seu meio a estrutura

necessária para serem comunidades, pois só

acontecia missas”, como se lê no Livro Tombo. A partir

de então, a Paróquia ficou com oito comunidades.

O Centro de Pastoral N.S. Aparecida, onde

tradicionalmente um grupo de pessoas se reunia para

rezar ou participar de missas, passou a ser, desde

começo de 2009, apenas um Núcleo Missionário.

Apesar do protesto dos freqüentadores, o pároco

não voltou atrás.

Em junho desse ano, chegou à Paróquia o

novo Vigário Paroquial Padre Émerson de Almeida

Amaral, substituindo o Padre Angel Pedro Fernandez

Sanches, que era vigário paroquial desde julho de

2007. O Padre Émerson permaneceu na Paróquia

menos de um ano, vindo em seu lugar o Padre

Francisco de Assis Júnior como Vigário Coadjutor.

Este, por sua vez, ficou aqui dez meses, quando

foi substituído pelo Padre Manoel Messias Pereira

Martins, que permaneceu na Paróquia até maio de

2013. Em novembro e dezembro de 2009 foram

investidos novos Ministros da Saúde, da Eucaristia

e da Palavra, bem como novos acólitos para as

Comunidades.

Preocupado com a Família, ainda em 2009, o

Padre Carlos propôs ao Conselho que se repensasse

o trabalho da Pastoral com a Família, e dizia que

era preciso despertar mais pessoas para esse

serviço. Achava que se deveria pedir ajuda ao

OVISA (Orientação para a Vivência Sacramental) ou

ao ECC ( Encontro de Casais com Cristo), que têm

mais estrutura para preparar casais para trabalhar

com a família. Após consulta, o Conselho aprovou a

escolha do OVISA. Em outubro de 2009, a Paróquia

realizou a JUPAC (Jovens Unidos por Amor a Cristo)

com a presença de muitos jovens.

No aspecto material, nesse período, a Paróquia

adquiriu a Casa Central, vizinha à Casa Paroquial,

com uma reserva financeira guardada havia tempo

para esse fim. A aquisição do imóvel era um desejo

antigo que só não se concretizara pela resistência

da proprietária em vendê-lo. Tendo ela falecido,

no final de 2007, os herdeiros puseram o imóvel à

venda, ocasião em que a Paróquia o comprou, no

início de 2008.

Desde abril de 2009, a Paróquia começou

uma campanha para reformar o Centro de Pastoral,

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embora “com grande oposição”, segundo o pároco. A

reforma foi realizada, mas não concluída totalmente,

por falta de recursos. Também a Sacristia e a

Secretaria Paroquial foram reformadas, bem como

as paredes do presbitério.

Entre as comunidades, a obra mais importante

foi na Comunidade do Sagrado Coração de Jesus,

quase totalmente remodelada, com a construção da

capela e de anexos.

Franciscanos

Com o intuito de divulgar a espiritualidade

franciscana e ajudar nos trabalhos pastorais, há

alguns anos existia na Paróquia, sob a liderança do

Diácono Luiz Antonio Ferreira Quental e sua esposa

Cristina, a Ordem Franciscana Secular. Luiz Antonio

é diácono permanente e foi ordenado em 9 de agosto

de 2009, na Igreja de São José, em Campinas.

A Fraternidade Franciscana congrega algumas

dezenas de irmãos, que se reúnem, desde 2005, para

a Leitura Orante da Bíblia, para rezar, se aprofundar

no espírito franciscano e planejar ações pastorais

na Paróquia. Com a aprovação de Dom Bruno e do

Pároco, realizou-se, em maio de 2009, oficialmente,

a ereção canônica da Fraternidade Franciscana,

com profissão de 18 membros, no Centro Pastoral

N.S. Aparecida, numa bela celebração litúrgica.

A Fraternidade foi bem aceita na Comunidade e

cresce a cada dia com novos irmãos, que assumem

várias tarefas pastorais na Paróquia.

Diácono Luiz Antonio Ferreira Quental

Espiritualidade e Formação

Logo no começo, na gestão do Padre Carlos à

frente da Paróquia, foi inaugurado o CenFEL (Centro

de Formação, Espiritualidade e Lazer) próximo à

Comunidade da Candelária, no Bairro do Cruzeiro.

Centro de Formação, Espiritualidade e Lazer – (CenFEL)

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O espaço se destinava a sediar reuniões, cursos,

encontros e retiros organizados pela Paróquia. Em

julho de 1993, tinha sido fincado o marco – uma

cruz - da fundação do CenFEL, no tempo do Padre

Mansur, num terreno de 5 mil metros doado pelo

empresário Geraldo Bordon. A inauguração foi em

17 de dezembro de 2008.

Nas reuniões do CPP (2010), sempre vinha

à tona a discussão sobre ações para incrementar

a Espiritualidade, com Encontros, Treinamentos,

Retiros, Leitura Orante e realização de Cursos de

Oratória e Técnicas de Reuniões. Aconteceram

também cursos de Formação sobre a Bíblia, com

28 aulas duas vezes por semana (maio 2010), e

um concorrido Encontro de Jovens. Nesse mesmo

ano, em outubro, cinco paroquianos concluíram o

Curso de Formação para Escuta Cristã, e aconteceu

a investidura de mais ministros da Eucaristia. E

também, em dezembro, a investidura de Ministros

da Palavra, da Saúde e das Exéquias.

Desde abril de 2009, a Paróquia trabalhou

no sentido de se engajar nas exigências do 7º PPO

- Plano de Pastoral Orgânica – da Arquidiocese.

Foram apresentados os temas para serem estudados

na paróquia e depois serem levados para o Conselho

decisório da Arquidiocese. Os temas estudados na

Paróquia foram: ”Como a Igreja lê a Bíblia”, “Igreja

Participativa” e “Igreja Acolhedora”.

Em julho de 2009, o Padre Emerson deixou a

Paróquia, sendo logo substituído pelo Padre Francisco

de Assis Júnior, que ficou na Paróquia até junho

de 2010, quando chegou o padre Manoel Messias

Pereira Martins, agostiniano, como novo vigário

auxiliar. Este ficou responsável pelas pastorais da

Família, Noivos, Cerimonial de Casamento, Batismo,

Coordenadores de Comunidades, Catequese de

Adultos, Eucaristia e Enfermos.

Na reunião do CPP, de 11/08/2009, foram

apresentados os projetos enviados pela Paróquia ao

7º PPO: Igreja Participativa, Igreja Evangelizadora

e Igreja Acolhedora. Ficou definido que se fariam

encontros nas casas, convidando as pessoas (Igreja

participativa), trabalhando na formação bíblica com

toda a comunidade (Igreja evangelizadora) e indo ao

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encontro dos membros da Comunidade que passam

por dificuldades (Igreja acolhedora).

Em agosto de 2010, a RCC realizou na Igreja

Matriz o Cerco de Jericó. Foram oito dias de missa,

oração e exposição do Santíssimo, durante 24 horas,

com grande afluxo de fiéis.

Situação Financeira

Desde 2009, era recorrente a reclamação do

pároco sobre a situação financeira da Paróquia que,

segundo dizia, não conseguia cobrir os gastos normais

da Paróquia. Em fevereiro de 2010, voltou-se a falar

em reestruturação do Dízimo, porque a paróquia

apresentava déficit mensal enorme. Na reunião do

CPP de fevereiro de 2010, foi apresentada a situação

financeira da Paróquia com um déficit de 10 mil reais

mensais. Era preciso melhorar a arrecadação do

dízimo, pois segundo ele, as despesas aumentavam

gerando um déficit em torno de 15 mil reais (junho de

2010). Mas, em outubro, a arrecadação melhorou.

Disse que houve uma grande oposição, quanto

à reforma dos banheiros do Centro de Pastoral,

realizada em 2009.

Numa reunião do CPP, no final de 2009, o

Padre Carlos se referiu a um grupo que, segundo ele,

sempre se opôs ao seu modo de conduzir os trabalhos

da Paróquia. Apresentou, em seguida, ao Conselho

uma carta enviada por um grupo de paroquianos

ao Bispo e ao Vigário Forâneo. Disse que essa carta

tinha conteúdo semelhante a um e-mail que lhe fora

enviado pelo padre Paulo Crozera “dizendo de como

deveria ser sua conduta ao chegar aqui”.

O pároco se mostrava muito aborrecido nessa

reunião e “colocou-se à disposição do Conselho

para deixar a Paróquia”. O Conselho solidarizou-se

com ele, pediu que ele continuasse na Paróquia e

escreveu uma carta a Dom Bruno e ao Vigário Forâneo

sobre o “verdadeiro sentimento dos paroquianos”.

Em 5 de janeiro de 2011, saiu a nomeação e a

provisão do Cônego Elisiário Cesar Cabral para a

Paróquia de Sant´Ana de Sumaré.

No término do seu paroquiato, em dezembro

de 2010, o Padre Carlos deixou registrado no Livro

Tombo a seguinte mensagem:

“Com as missas de Natal e Ano Novo que houveram (sic) grande fluxo de pessoas, encerro minhas atividades na paróquia de Sant´Ana. Termino desejando ao novo pároco Pe. Elisiário Cesar Cabral e ao vi-gário Pe. Messias, muitas benção (sic) e graças de Deus para o seu profícuo minis-tério neste local e cidade”.

Em 30 de janeiro de 2011, ele foi transferido

para a Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe,

em Campinas.

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Padre Elisiário César Cabral

Dia 10 de fevereiro de 2011, na Igreja Matriz

de Sant´Ana tomou posse o novo pároco Padre

Elisiário Cesar Cabral. Vinha com a recomendação

de Dom Bruno para que ouvisse muito as pessoas e

afrouxasse um pouco os ânimos dos paroquianos.

um tanto divididos entre si. Logo na primeira reunião

do CPP (Conselho Pastoral Paroquial) o novo pároco

se propôs a ouvir o depoimento de cada membro

do Conselho e sua função na Paróquia, mostrando o desejo de conhecer a

realidade da Paróquia e colocando-se à disposição para trabalhar junto. Ficou

assentado que, nesse primeiro momento, não haveria grandes mudanças

no andamento da Paróquia, mas se daria continuidade ao que tinha sido

planejado.

Assim, conforme combinado no ano anterior, se deveria trabalhar na

formação bíblica, seguindo a proposta do 7º PPO (Plano de Pastoral Orgânica)

da Arquidiocese. Como, porém alguns membros do Conselho não conheciam

o 7º PPO, ficou combinado que todos lessem o texto e se aprofundassem um

pouco, direcionando a atenção para a formação bíblica.

Em junho desse ano, realizou-se o Encontro de Formação dos Agentes

do 7º PPO que foi bastante proveitoso. Mas ficou claro que é necessário

retomar a Formação em outros momentos. Na continuidade dessas reflexões

e, a partir do resultados dos estudos do PPO, em 2012, o Padre Messias,

Vigário Paroquial, apresentou proposta da criação do COMIPA (Conselho

Missionário Paroquial), objetivando formar “uma Igreja que acolhe e se renova

no serviço solidário”. O Pároco apoiou a idéia e achou que “é preciso criar

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Padre Tadeu

Francisco Bonetti

um espírito missionário na Paróquia, pois a missão

principal da Igreja é ser missionária”. As reflexões

sugeridas , em especial a partir do texto: “È hora de

Ousadia” do Padre Piazza, forneceram subsídios para

novas posturas pastorais, que exigem, por exemplo,

a ampla participação de todos os agentes pastorais

nessa tarefa, inclusive a RCC (Renovação Carismática

Católica) e a Ordem Franciscana Secular.

O novo Conselho de Pastoral

A partir de outubro de 2011, o CPP ganhou

novo formato. Ele foi, durante anos, um conselho

de caráter mais deliberativo, como se coubesse

a ele a última palavra nos assuntos pastorais. Na

verdade, o Conselho deve ser um grupo que irradia

ações e provoca as comunidades e pastorais para

novos desafios. O Conselho deve ter um aspecto

mais reflexivo sobre as questões de pastoral que

a Arquidiocese e a CNBB lançam. No Conselho,

o aspecto fundamental é a espiritualidade. Seu

foco principal é evangelizar, através da Missão e

da Espiritualidade – como preconiza o 7º PPO.

Pensando assim, o Conselho terá, a partir de agora,

a seguinte composição: padre (pároco), vigário,

diácono(s), Coordenador, Secretário. Em seguida:

um representante da Iniciação Cristã (representando

a Catequese com adultos e Batismo, Catequese dos

Adolescentes, Catequese do Crisma, Comunhão

Eucarística, Catequese Paroquial, Catequese da

Primeira Eucaristia); um representante da Família

Cristã (representando a Pastoral da Família e o

Encontro de Casais com Cristo); a Caridade Cristã

(representando a Pastoral da Criança, o Instituto

Educacional e Assistencial Pio XII, a Escuta Cristã,

a Pastoral da Saúde, as Exéquias, a Associação

de Sant´Ana, os Vicentinos, o Dízimo e a Pastoral

Carcerária); Espiritualidade, Missão e Animação

Missionária (representando a Renovação Carismática

e a Ordem Franciscana Secular); Animação Litúrgica

(representando os Acólitos e o Canto Litúrgico);

Forania (representando a Forania) e um representante

de cada comunidade paroquial.

Formação

Em outubro de 2011, o Pároco apresentou

ao Conselho a proposta de um Curso de Formação

Permanente na Paróquia, com a duração de dois

anos, com início em fevereiro de 2012. A idéia teve

aprovação unânime do Conselho e levou o nome de

Escola Sant´Ana de Formação de Agentes (ESAFA).

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Familia Fuji,

abertura

da Semana

da Família 2013

Abertura da Semana

da Família 2013

Os temas do Curso foram: Sagrada Escritura,

Magistério da Igreja, Noções do Pensamento

Teológico, Ação Pastoral, e teve boa presença e

participação dos agentes de pastoral. O curso teve

muito boa aceitação e despertou o interesse para

aprender mais. Ele veio de encontro a uma antiga

aspiração de muitos paroquianos que há tempo o

esperavam. Neste ano de 2014, nova turma iniciou

o Curso que agora terá apenas um ano de duração.

Em setembro de 2012, houve três encontros

para formação de Ministros das Exéquias em nível

de cidade e, logo em seguida, a investidura deles

para o exercício dessa pastoral.

A partir de setembro de 2013 começou a

trabalhar na Paróquia o Padre Tadeu Francisco

Bonetti como Vigário Paroquial, substituindo o Padre

Messias. Desde junho de 2013 a Paróquia conta

também com a presença do seminarista Idalírio

Oliveira Olini.

Comunidades

Desde que foi desativada, os moradores da

Vila Sant´Ana, queriam reativar a Comunidade que

se reunia, há anos, no Centro de Pastoral Nossa

Senhora Aparecida. Atendendo a esse desejo, o

pároco convidou as pessoas para uma reunião

com o intuito de ouvi-las, ocasião em que sentiu a

sinceridade delas e o desejo de serem novamente

acolhidas nesse espaço. Ficou acordado então que a

celebração da festa de Nossa Senhora Aparecida, em

outubro, desse mesmo ano de 2011, seria realizada

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aí. Nesse dia, a comunidade se reuniu novamente, e

recebeu a promessa de ter missa, uma vez por mês,

o que realmente aconteceu, a partir de então. Além

disso, ficou a promessa de que, assim que fosse

possível, seria construída uma capela nesse espaço.

Quanto à importância das Comunidades na

Paróquia, o Padre Elisiário várias vezes trouxe o

assunto à baila. Repetiu, mais de uma vez, que a

comunidade não pode ser vista como uma pequena

paróquia, uma cópia da Igreja Matriz. Cada

comunidade tem sua individualidade e não precisa

imitar a Matriz. Tem espaço próprio para celebrar

a fé, formar-se e educar-se. Daí a necessidade de

haver um novo projeto para a Liturgia, que descubra

e valorize o jeito de ser de cada comunidade.

Qual é o modelo de comunidade? Deve ser

um espaço alternativo de crescer na fé, onde se

pratica a oração de modo mais espontâneo, como,

por exemplo, na prática da Leitura Orante. Mas

a Leitura Orante não é o foco da espiritualidade.

O foco é a comunidade em si. A comunidade é o

chão da Paróquia, é onde brota a água... Se não se

tiver cuidado, pode acontecer muito trabalho na

comunidade e pouca espiritualidade, advertiu ele.

Para fortalecer o vínculo entre as pessoas da

comunidade, o padre propôs, no final de 2012, que

os Ministros da Palavra e da Comunhão Eucarística

sejam membros da Comunidade e que permaneçam,

pelo menos um ano, atuando nela. A sua permanência

na comunidade permitirá que ele conheça melhor as

pessoas, identifique-se mais com elas e crie vínculos

na vivência da fé. A partir de 2013, introduziu-se

também, nas comunidades e núcleos missionários,

o uso de um folheto próprio para a Celebração da

Palavra, diferente do folheto usado para a missa. A

novidade agradou a todos, por ser um texto mais

leve e adaptado à celebração.

Pastorais e Movimentos

Por ocasião da Campanha da Fraternidade de

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1 |2012, cujo tema era Fraternidade e Saúde Pública, a

Pastoral da Saúde e a Escuta Cristã promoveram, no

dia 12 de abril, uma palestra sobre “Como cuidar dos

doentes sem ficar doente”. O tema foi apresentado

pela geriatra Dra. Renata A. S. Pupo Silveira, reuniu

mais 200 pessoas e teve grande participação dos

presentes.

Em maio desse mesmo ano realizou-se também

um debate sobre a Saúde Pública, promovido pela

Missa de Abertura das Comemorações do Centenário Paróquia (2014)

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Pastoral Familiar, quando estiveram presentes o

Secretário Municipal de Saúde e o Presidente do

Conselho de Saúde. Nele, questionou-se com

inúmeras perguntas do público presente, a situação

da saúde no município. O encontro foi esclarecedor

e teve um bom público.

A Pastoral do Dízimo, nesses quase quatro anos

de paroquiato do Padre Elisiário, tem desempenhado

bem suas funções e atingido os objetivos. O padre se

diz contente e com frequência apresenta ao CPP os

resultados do dízimo, devidos ao aumento crescente

de dizimistas. Mostra em que o dinheiro do dízimo

está sendo usado na paróquia e quais os projetos

que pretende realizar.

Em vista do desejo da RCC de melhor participar

na Paróquia, em especial no que se refere à Pastoral

Familiar, desde 2011, a Semana da Família é realizada

em conjunto com esse movimento. E os resultados

foram muito positivos.

Em abril de 2011, realizou-se o 1º ECC (Encontro

de Casais com Cristo) com casais das quatro

paróquias da cidade. Segundo vários comentários,

foi muito bom e proveitoso. Nesse mesmo ano,

em agosto, houve também o “Cerco de Jericó” na

Matriz, organizado pela RCC, que vem acontecendo,

anualmente, com boa presença dos fiéis da paróquia

de Sant´Ana e das paróquias vizinhas.

Uma nova postura vai se introduzindo na

Paróquia (a partir de 2012) quanto à realização do

batismo. É um momento importante de acolhimento

dos pais e padrinhos, uma vez que muitos não

possuem sua vida sacramental regular, e também

um momento de instrução e encaminhamento para a

catequese de adultos, para também eles receberem

os sacramentos da Iniciação Cristã.

Presença dos jovens

Quanto aos Jovens, há anos que não se pode

falar de uma Pastoral dos jovens na Paróquia. Mas

o que se pode observar é que a presença deles

na Paróquia é expressiva. Em várias pastorais e

movimentos, como na Catequese e no Crisma, eles

estão presentes trabalhando junto com os adultos.

Forte e constante é também a presença deles nas

missas de domingo à noite, fato observado há muitos

anos.

A Paróquia participou da Jornada Mundial da

Juventude ocorrida no Rio de Janeiro, em julho de

2013, onde estiveram presentes vários jovens da

Paróquia, acompanhados de um casal responsável

da comunidade. Eles voltaram felizes, cheios de

alegria e esperançosos em poder cumprir seu papel

na Igreja e no mundo.

Em abril de 2013, aconteceu a Gincana Bíblica

na Paróquia, com a participação dos jovens do Crisma

e do pessoal da Catequese. Pelo depoimento deles,

o evento foi muito bom e proveitoso.

A partir de 2014, se esboça na Comunidade

Matriz um movimento no sentido de atrair os jovens

para reuniões onde eles se manifestem a respeito

do assunto. Várias reuniões estão acontecendo e a

expectativa é que a iniciativa tenha continuidade e

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seja a semente de uma nova pastoral da juventude na Paróquia. Também em

algumas comunidades nota-se o desejo de formar grupo de jovens, como é o

caso da Comunidade do Senhor Bom Jesus, na Taquara Branca.

Comunicação

Recorrente nos relatórios das reuniões do CPP é o tema da Comunicação

na Paróquia. Sente-se necessidade de uma pastoral mais efetiva e dinâmica.

Atualmente existem na Paróquia o horário da Ave-Maria pela rádio, o

Programa “Decidindo pela Vida e Caminhando com a Igreja”, no ar há quase

vinte anos e a transmissão da Missa de sábado à noite pela emissora local.

A partir de julho de 2013, é publicado mensalmente o Boletim Informativo

da paróquia com pequenos textos, breves notícias e fotos da vida paroquial.

A Paróquia mantém ainda um site atualizado e o facebook, com quase 1 500

seguidores... A Rádio Comunitária 26 de julho, antes clandestina, a partir

2009 está com sua situação legal normalizada, transmitindo só música em

sua programação.

Fala-se do retorno da PASCOM, mas sente-se a falta de pessoal para

formar uma equipe que assuma efetivamente essa difícil tarefa.

Obras sociais

Em 2012, a Paróquia participou da coleta de assinaturas para o

“Movimento de Cidadania”. Foram dois abaixo-assinados: um propondo

emenda constitucional defendendo a vida desde a fecundação e outro

pedindo 10% da Receita Bruta da União para a saúde pública. Nesse ano, a

Paróquia também preparou e distribuiu milhares de folhetos conscientizando

a população sobre a importância do voto nas eleições municipais de Sumaré.

Continuam operantes na Paróquia algumas instituições importantes

pelo trabalho que desempenham, se não no âmbito estritamente religioso,

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especial às crianças, adolescentes e famílias. Foi

fundado em 1958, por algumas senhoras católicas

da Paróquia de Sant´Ana, para cuidar das crianças

carentes, dando-lhes desde o enxoval do neném e

tudo o mais de que as mães precisavam. A entidade,

que hoje atende por volta de 120 crianças, tem o

mas todas voltadas para o bem-estar e a promoção

social, formas legítimas de caridade e de amor ao

próximo.

Assim, o Instituto Educacional e Assistencial

Pio XII, conhecido popularmente como Creche Santa

Rita, oferece serviços de proteção básica e serviço

Instituto Educacional e Assistencial Pio XII - a Creche Francisco Bonetti Casa de Sant´Ana

Conselho Particular de Sumaré Sociedade São Vicente de Paulo

Projeto “Ação para Vida”

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Dom Airton José dos Santos, arcebispo de Campinas desde 15 de abril de 2012

pároco como seu diretor espiritual que, por força do Estatuto, participa das

reuniões da Diretoria.

Ligado ao Instituto Pio XII, há também na Paróquia o Projeto “Ação

para Vida”, de que já falamos neste livro. O projeto se dirige a adolescentes

de ambos os sexos, na faixa de 12 a 18 anos, e excepcionalmente acima

dessa idade, inseridos nas medidas socioeducativas de Liberdade Assistida

e Prestação de Serviço à Comunidade, familiares e responsáveis. A entidade

atende em média 80 adolescentes por mês.

Fundada em 1992, a Associação de Sant´Ana, tem se dedicado a

divulgar a devoção à Sant´Ana, na Paróquia, através das “casinhas” (hoje

são mais de 200) que durante 30 dias, passam de casa em casa, ocasião em

que a família se reúne para rezar. A livraria da Paróquia também está sob

os cuidados da Associação, e atende à demanda dos que procuram livros,

objetos sacros, CDs e outros.

Desde 1937, existe na Paróquia a Conferência de São Vicente. A

entidade esteve ativa nos primeiros quinze anos, e depois desapareceu. Em

1980, no tempo do Padre Angelo Marighetto, foi reativada e se estendeu por

outros bairros de Sumaré. Hoje existem 14 grupos de vicentinos no município,

com 160 voluntários que visitam centenas de famílias carentes, distribuindo

toneladas de alimentos, além de roupas, utensílios domésticos e outros.

Além da Conferência de Sant´Ana, existem a Conferência de São Benedito e

de Santo Antonio. Pelo seu importante

trabalho social, a entidade recebeu da

Câmara Municipal de Sumaré o título de

Utilidade Pública, em 1989.

Inaugurado em julho de 1998, a

Paróquia alugou o imóvel do Espaço

Criança, fundado pelo Padre Mansur,

que passou para os cuidados do

Instituto Bem Querer, a partir de 2013,

motivado por dificuldades encontradas

pela Paróquia, em desenvolver ali a

Pastoral da Criança.

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Comunidade de Sant´ana Esta é a comunidade mais antiga da Paróquia. É a mãe, a geradora

de todas elas e por isso se chama Matriz. Nasceu em 1887, quando os primeiros moradores do vilarejo de Rebouças se reuniam para rezar ou participar de uma missa numa casa de família.

Segundo o depoimento de uma antiga moradora, a missa era rezada na casa de Antonio do Valle, perto da Estação. Antes de construir a capela, os católicos conseguiam de vez em quando algum Padre de Campinas ou de Monte Mor para darem assistência religiosa à pequena comunidade que nascia. Depois que a capela foi construída, em 1889, as pessoas se reuniam na igrejinha dedicada a Sant´Ana e foram formando e consolidando a comunidade. O padre mais conhecido nessa época e que mais trabalhou aqui foi o Padre João Batista Nery, que depois se tornou bispo de Campinas.

Devagar, a comunidade foi crescendo até tornar-se paróquia, em 1914. Nesses cem anos, a comunidade paroquial cresceu tanto que precisou subdividir-se em outras comunidades, formando assim outras paróquias.

No território da antiga paróquia, que abrangia todo o atual município de Hortolândia e de Sumaré, existem hoje dezenas de outras paróquias com centenas de comunidades. É a árvore frondosa que estende seus ramos e onde os pássaros procuram abrigo. É a semente da Palavra plantada em terra fértil, que produz frutos abundantes.

A n e x o sHistórico das Comunidades da Paróquia de Sant´Ana

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Comunidade de São SebastiãoNo ano de 1990, tiveram início os Encontros de

Círculos Bíblicos nos novos bairros que iam surgindo na cidade: Planalto do Sol, Parque Florença e Parque Versalhes. A visita de Dom Gilberto Pereira Lopes, em outubro desse ano, trouxe muito ânimo a esses grupos de reflexão. Para servir de exemplo, o bispo lembrou aos fiéis o nascimento das comunidades na Igreja primitiva, como narram os Atos dos Apóstolos.

No ano seguinte, foi escolhido o nome do patrono para a comunidade nascente, quando o pároco Padre Mansur celebrou a primeira missa na comunidade, que viria a ser a Comunidade de São Sebastião. Depois disso, começaram as celebrações semanais da Palavra em cada um dos bairros e, em 1992, foi eleito o primeiro coordenador da Comunidade, na pessoa do saudoso Paulo Sérgio Paduan. Em 20 de janeiro, celebrou-se a primeira Missa do Padroeiro com procissão e grande presença de fiéis Nesse dia foi lançada a pedra fundamental da capela.

Prosseguiam os Círculos Bíblicos, a catequese e as celebrações da Palavra, até que, em 2 de junho de 1995, foi inaugurada a capela do Planalto do Sol.

Hoje, a Comunidade de São Sebastião tem celebração Eucarística todos os sábados com grande participação dos fiéis.

Celebra-se o dia do Padroeiro em 20 de janeiro.

Comunidade de Nossa Senhora de Fátima

No começo dos anos noventa, foram criadas várias comunidades novas na Paróquia, entre elas, a de Nossa Senhora de Fátima, no Parque Casarão. As famílias católicas sentiam necessidade de se reunirem para rezar. Reuniam-se então nas casas e pediam a presença do pároco para missas e celebrações da Palavra.

Devagar, foi aumentando o número de pessoas até que, em janeiro de 1993, foi eleito o primeiro Coordenador da Comunidade e um Tesoureiro. Nascia assim uma nova Comunidade na Paróquia de Sant´Ana.

Com muita dificuldade e com muito trabalho e perseverança, sempre com o apoio decidido do Padre Mansur, foram organizadas pequenas festas, até poderem comprar um terreno e construir a sede da Comunidade.

As festas eram improvisadas em barracas de lona e a água era carregada em baldes. Foi enfrentando chuvas e ventos, com choro, reza, perseverança e fé, que nasceu essa pequena comunidade.

O dia da Padroeira é celebrado em 13 de maio.

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Comunidade de Santo AntonioA comunidade nasceu, em 1974, com a realização de uma

jornada missionária dos Padres Redentoristas de Aparecida do Norte.

A partir do trabalho realizado pelas missões, um grupo de pessoas começou a reunir-se nas casas para rezar o terço, fazer a Campanha da Fraternidade e as novenas de Natal. Aos poucos o grupo foi se fortalecendo e, em 1979, por votação entre seus membros, foi designado como padroeiro Santo Antonio, realizando então nesse ano sua primeira festa num terreno vago, ao lado do DAE (depois escritório e almoxarifado da Administração do DAE).

A comunidade teve como seu primeiro coordenador o senhor Santo Denadai. Em razão do crescimento e fortalecimento do grupo, a Paróquia adquiriu um terreno na esquina da Rua Marcos Liaschi com a Av. José Ferreira Gomes, onde foi construído o primeiro ponto de encontro da Comunidade para orações, celebrações e catequese. Mais tarde, o local foi transformado em capela que só foi demolida para a construção da igreja.

Em 1º de maio de 1994, foi lançada a pedra fundamental para a construção da igreja, pelo Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes, no tempo em que o Padre Mansur Rodrigues Mansur era pároco. Em 11 de setembro do mesmo ano, foi iniciada a extração da terra e feito o nivelamento do terreno, para que então, no dia 24 de outubro de 1994, se desse início à abertura dos alicerces da igreja.

Em 1º de junho de 1998, foi celebrada a primeira missa na igreja atual, presidida por D. Gilberto Pereira Lopes e a presença do Padre Mansur. O Dia do Padroeiro se celebra em 13 de junho.

Comunidade de Nossa Senhora da Candelária

Igreja de Nossa Senhora da Candelária no Bairro do Cruzeiro

O bairro do Cruzeiro, onde está a igreja Nossa Senhora da Candelária, é muito antigo na história de Sumaré. Há mais de 150 anos, o lugar se chamava Cruzeiro de Santa Bárbara, e até hoje existe uma grande cruz de madeira no cruzamento da estrada que ia em direção a Santa Bárbara e Montemor. Foi nesse cruzamento que os católicos antigos construíram a capela, num terreno doado pelo fazendeiro Horácio Lavras, dono da Fazenda Candelária.

A pedra fundamental da atual capela foi colocada em 10 de março de 1943 pelo Cônego Ciríaco, então pároco de Montemor. A construção foi em forma de mutirão pela comunidade do bairro e adjacências, bem como a doação de todo material utilizado.

A comunidade se caracteriza até os dias de hoje como um local que aglutina as famílias de pequenos e médios produtores rurais, embora o desenvolvimento e a expansão da cidade se aproximem dessa região do município cada vez mais. A sua festa anual ainda preserva algumas características do passado, como bênção dos animais, das sementes, dos equipamentos agrícola e um animado leilão com novilhos e outros animais doados pelos produtores locais. A festa da

Padroeira é dia 22 de fevereiro.

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Comunidade do Sagrado Coração de Jesus

Por volta do ano de 1.980, os católicos do Parque Emília se reuniam nas casas para rezarem o terço, fazerem os Círculos Bíblicos e a Novena de Natal. As missas eram na Capela da Comunidade São Benedito ou na Igreja Matriz de Sant´Ana. Nessa época, era pároco o padre Mansur R. Mansur e estava acontecendo uma peregrinação da Imaculada Conceição em Sumaré. Já em 1988, foi escolhido de comum acordo o nome para a nova comunidade: Sagrado Coração de Jesus.

Um paroquiano, que acompanhava a carreata visitando as comunidades, sugeriu ao Pároco que visitasse também sua comunidade. O Padre Mansur ficou surpreso e justificou não ter conhecimento dessa comunidade. Era verdade, mas prometeu dar um retorno a respeito. E ela veio logo. Durante a missa da despedida da Imagem Peregrina, o Padre saudou e agradeceu a todas as comunidades presentes, e anunciou a mais nova Comunidade da Paróquia, a do Sagrado Coração de Jesus, no Parque Emília, em dezembro de 1988. Nos anos seguintes, a Comunidade passou a ter missas e celebrações da Palavra nos lares da comunidade que abrangia o Parque Emília, a Vila Juliana e o Jardim Paulista.

Em 1992, a Comunidade recebeu a visita de Dom

Gilberto Pereira Lopes, que presidiu a Missa na casa de Jose Antonio da Rosa, no Parque Emilia. No ano seguinte, no dia do padroeiro, houve a primeira festa da comunidade, num barracão improvisado. A festa foi motivo de elogios por toda paróquia, mas sentiu-se necessidade de adquirir local próprio para a sede da comunidade. Formou-se uma comissão de moradores que pediram um lote de terra a José Basso, proprietário de extensa área nas imediações. E conseguiram dele um terreno de 496 m ali no Parque Emília.

No dia 19 de janeiro de 1993, foi escolhida a primeira Coordenação oficial da Comunidade. Aos poucos, através de festas e campanhas diversas, foram sendo construídos barracão, muros, cozinhas e banheiros. Mas havia o anseio da construção da igreja. E em março de 2003, a Comunidade recebeu o apoio do Rotary Club-Ação para o projeto arquitetônico.

Por ocasião da Visita Pastoral em Sumaré, a Comunidade recebeu a visita de Dom Bruno Gamberini, em maio de 2005. Cabe também registrar com alegria e saudade a passagem marcante dos párocos Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi, Paulo Crozera e Padre Carlos Nascimento, que com muita competência e amor souberam conduzir esse rebanho.

Durante os anos 2007 e 2008 priorizou-se a construção da tão sonhada igreja, com recursos reforçados através do Caixa Único, na Paróquia. Em 6 de fevereiro de 2009, a Comunidade foi agraciada com a Missa inaugural da nova igreja do Sagrado Coração de

Jesus há tempo esperada.

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Comunidade do Senhor Bom Jesus

Comunidade do Senhor Bom Jesus da Taquara Branca

Por volta de 1940, um morador da Taquara Branca doou terreno aos católicos do bairro para construírem uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus, que logo ficou pronta.

Mais ou menos uns 15 anos depois da construção, o Padre Ciríaco de Monte Mor vinha rezar missa uma vez por mês. Essa devoção era muito antiga, motivada pela existência de uma imagem de madeira do Senhor Bom Jesus. Nas reuniões de oração o povo sempre rezava o terço na presença dessa imagem.

Segundo tradição de antigos moradores, essa imagem era do tempo da escravidão e era guardada em oratório da casa do senhor João Batista Bilis. Todos os anos, dia 6 de agosto, seus vizinhos se reuniam para festejar, fazer procissão, rezar o terço e cantar. Depois da reza havia comes e bebes para todos.

Diz a tradição também que certa vez um forte temporal derrubou a capelinha quebrando todas as imagens de santos, menos a do Bom Jesus. Imediatamente todo o povo se reuniu e começou a reconstruir a capela.

Conta-se também que, em outra ocasião, pegou fogo na capela onde estava a imagem, queimando tudo. Depois de apagado o fogo, uma surpresa: a imagem do Senhor Bom Jesus, que era de madeira, estava apenas chamuscada. Mais uma vez o povo se reuniu e restaurou a imagem, que é venerada até hoje na comunidade.

Assim, a fé tem sido o motivo dessa pequena comunidade que, na simplicidade, continua a caminhar na Igreja de Deus.

A festa do Padroeiro é celebrada dia 6 de agosto.

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Núcleos MissionáriosAlém das Comunidades, a Paróquia possui

também os Núcleos Missionários, locais em que pessoas se reúnem para rezar o terço, participar de uma celebração da Palavra ou de uma missa, fazer a novena de Natal ou praticar a Leitura Orante.

Os Núcleo são os seguintes: Nossa Senhora da Primavera (Chácaras Recreio Primavera), que começou com a reza do terço nas casas e em janeiro de 1999 foi rezada a primeira missa pelo Padre Cláudio Menegazzi. Foi então feita uma votação para escolher o nome da padroeira, que acabou sendo Nossa Senhora da Primavera, com a festa no dia 22 de setembro – início da primavera. Todo fim de semana havia celebração nas casas, até ser adquirido um terreno para a comunidade, e aos poucos se construiu Centro Comunitário. A imagem da Padroeira foi encomendada pela paróquia e feita especialmente para a comunidade.

Outros Núcleos: São João Batista (Assentamento I), Divino Espírito Santo (Assentamento II), São Francisco de Assis (Assentamento III), Santa Isabel (Vila Santana), São Vicente de Paulo (Jardim Macarenco), São Lucas (Bairro Três Pontes), Madre Teresa de Calcutá (Parque Franceschini), Santa Margarida Maria (Vila Juliana), Nossa Senhora de Guadalupe (Parque Florença) e Santa

Luzia (Dante Marmirolli).

Comunidade de São BeneditoA comunidade de São Benedito teve início em

meados dos anos 80, quando alguns moradores do Jardim Marchissolo, inspirados pelos movimentos sociais e pela experiência das Comunidades Eclesiais de Base, sentiram a necessidade de formar uma comunidade católica local, onde pudessem rezar e manifestar sua fé.

Tudo começou com quermesses na praça, em frente à comunidade, com barracas cedidas pela prefeitura. Essa festa se manteve por dois anos consecutivos e para realizá-la era utilizado o material de cozinha da Comunidade Santo Antonio.

A comunidade era para ser na Rua Abraão Jorge Maluf, mas o terreno era pequeno e não dava para construir um barracão para quermesses. Foi quando, Dona Santa, uma da integrantes da comunidade, viu o proprietário do terreno em frente à praça em que eram realizadas as quermesses e perguntou se ele fazia a troca de terreno com eles. O proprietário aceitou a troca, e então foi feita uma reunião com o pároco padre Ângelo Marighetto. Ele mandou um oficio para o bispo, que aceitou a troca.

Em 1984, um grande grupo de pessoas começou as obras da comunidade com doações do comércio local. Logo se começou a construção da capela e havia missa uma vez por mês. Também se realizava a Catequese e o estudo da Bíblia uma vez por semana.

Assim que a comunidade ficou pronta, foi realizada a primeira feijoada, com empréstimo de talheres, pratos e panelas de um restaurante local, de uma creche e da Comunidade Santo Antonio. Com essa feijoada a Comunidade conseguiu comprar 100 cadeiras de madeira e material de cozinha para fazer as próximas feijoadas que duraram anos.

Daí por diante a comunidade foi crescendo e se consolidando, e até hoje continua firme na caminhada com Deus e os irmãos. Celebra-se o dia do Padroeiro em 5 de outubro.

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Sant´Ana – Vida e Culto Quase nada se sabe ao certo sobre os pais de Maria Santíssima,

pois os livros do Novo Testamento nada dizem sobre eles. O pouco que se

sabe sobre Sant´Ana vem dos livros apócrifos, como o Proto-Evangelho de

São Tiago, o Pseudo-Mateus e o Evangelho de Maria. São livros escritos nos

primeiros tempos do Cristianismo na tentativa de completar informações não

encontradas nos Evangelhos. A Igreja não os reconheceu como inspirados,

porém não os condenou. São livros que apresentam sempre um núcleo de

verdade e de história.

Segundo esses livros, os pais de Maria foram Joaquim e Ana; o pai de

Ana chamava-se Matan e era de Belém; Joaquim era galileu. É uma tradição

muito antiga e universal na Igreja que Ana e Joaquim eram velhos e estéreis

quando Deus os premiou com o nascimento de Maria.

O nome de Ana é hebraico e se escreve Hannah e exprime a idéia de

“graça”. Joaquim também é hebraico e significa “Javé prepara e fortalece”.

Pelos seus nomes se vê que eles tinham uma missão divina: preparar o

caminho para a vinda de Jesus.

O culto de Sant´Ana na IgrejaSegundo São Gregório Nisseno (século IV) e Santo Epifânio, o culto de

Sant´Ana é muito antigo entre os cristãos orientais. Os hinos gregos e as

homilias dos Santos Padres também o comprovam.

No ano 550, o Imperador Justiniano I construiu, em Constantinopla,

uma igreja dedicada à “avó de Jesus Cristo e Mãe da Virgem Maria”, Como diz

o escritor francês Monsenhor Mermillod, “a cidade imperial não era a única

privilegiada...” Nas ilhas mais remotas do Ocidente e nas regiões longínquas

do Oriente nos séculos passados erguiam-se majestosas igrejas a Sant´Ana.

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Em 636, quando Jerusalem foi tomada pelos

muçulmanos, existia uma basílica dedicada a

Sant´Ana. Hoje essa igreja magnífica está restaurada.

No seu altar-mor, há uma estátua famosa: Sant´Ana

ensinando a Sagrada Escritura à sua filha Maria, tema

que inspirou muitos artistas, como por exemplo, o

grande pintor espanhol Murilo.

Em 705, Justiniano II construiu outra igreja a

Sant´Ana na capital do Império Romano do Oriente.

Os cristãos sírios cultuavam Sant´Ana com o

nome de Dina, no dia 25 de julho. Mas os orientais,

em geral, celebravam junto a festa da Natividade de

Nossa Senhora ou com a festa da Assunção.

No Ocidente, o culto de Sant´Ana é conhecido

só depois do século VIII. É desse século, uma

curiosa pintura existente no nicho da Basílica de

Santa Maria Antiga, em Roma, que mostra três

mães, cada uma com seu filho: Maria com o Menino

Jesus, Isabel com João Batista e Ana com a Virgem

Maria. Na Idade Média, a devoção é encontrada em

vários países da Europa Ocidental. O Papa Urbano

VI, em 1378, atendendo ao pedido de vários bispos

ingleses, permitiu que na Inglaterra fosse celebrada

com pompa litúrgica a festa de Sant´Ana. Em 1425,

Copenhagem, na Dinamarca, um Concílio Provincial

ordenou a celebração da festa de Sant´Ana, no dia 9

de dezembro. Na Áustria, Hungria, Boêmia, Polônia

e França havia templos dedicados à mãe de Maria.

Mas foi só em 1584, no tempo de Gregório

XIII, que a festa da Santa Mãe de Maria começou a

ser celebrada com Missa e festa litúrgica. Em 1621,

Gregório XIV quis que a festa de Sant´Ana fosse de

preceito.

Finalmente, em 1879, o Papa Leão XIII

determinou que a festa de São Joaquim e Sant´Ana

fosse elevada a rito de segunda classe e obrigatória

em toda a Igreja.

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O culto de Sant´Ana no BrasilForam os jesuítas que trouxeram a devoção a Sant´Ana para o Brasil

desde os primeiros tempos coloniais. Em quase todas as cidades brasileiras

mais antigas encontram-se capelas, igrejas ou imagens de Sant´Ana. Hoje,

há 29 cidades no Brasil com o nome de Santana, (só perde para São José,

com 61 municípios com seu nome), sem contar as centenas de fazendas,

sítios, paragens, colégios e instituições. O nosso caboclo se refere a ela com

respeito, dizendo: “Nossa Mãe Senhora Sant´Ana”.

Sant´Ana é padroeira principal nas arquidioceses de Botucatu e de

São Paulo e nas dioceses de Caicó, Coari, Goiás. Itupeva, Tianguá, em todo

o Estado de Goiás e na Prelazia de Óbidos. Ela é titular nas catedrais de

Botucatu, Barra do Piraí, Caetité, Coari, Feira de Santana, Iguatu, Itapeva,

Mogi das Cruzes, Óbidos, Ponta Grossa, Tianguá e Uruguaiana. É titular

também nas cidades de Caicó, Coari, Goiás, Itapeva e Ponta Grossa. É

padroeira secundária na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Na Arquidiocese de Campinas, há seis paróquias sob a invocação de

Sant´Ana: Campinas (2) Vinhedo, Valinhos, Souzas e Sumaré. Assim, fica fácil

entender porque os primeiros moradores de Sumaré construíram, há mais de

cem anos, uma capela e a dedicaram a Sant´Ana.

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Sant´Ana de Suimaré.

Em 1921 – Antenor Bianchi

Em 1923 – Sebastião Lucchi

Em 1924 - Sebastião Lucchi

Em 1935 - Oscar Nulli

Em 1937 – Nicolau Licio

Em 1938 – Francisco Lício

Em 1944 – Wadih Maluf

Em 1948 – Milton Roberto

Em 1989 - Fernando Fova

Em 1995 - Francisca Telma Bastos de Souza

De 1997 a 2014 - Aparecida Garcia Zancheta

De 2013 a 2014 – Elina Ap. Amaral da Silva

Sacristães da MatrizÉ interessante notar como o sacristão era uma figura importante na

Igreja. Antigamente, ele aparecia até nos relatórios que o Vigário enviava,

anualmente, à Cúria, e aparecia às vezes no Livro Tombo da Paróquia. A título

de curiosidade registramos aqui alguns nomes de sacristães na Paróquia de

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Dom Joaquim Mamede, o Bispo que Nasceu em Sumaré

Joaquim Mamede da Silva Leite era filho de Bento da Silva Leite e Benta de

Cravalho da Silva Leite. Bento nasceu em Atibaia (1836), e em 1876 era agricultor

em Rebouças. Nesse ano, a 18 de agosto, nasceu Joaquim, que dez dias depois,

era batizado pelo padre Francisco de Abreu Sampaio, como consta no Livro de

Batizados da Paróquia de Santa Cruz, em Campinas. Foram padrinhos Antonio

Firmino de Carvalho e Silva e Dona Luiza Monteiro de Carvalho e Silva.

Segundo o testemunho de Dona Mariquinha Raposeiro (nascida em

Jacuba em 1863 e em 1879 moradora de Rebouças), Dom Mamede nasceu em

Sumaré na fazenda que hoje (1995) é propriedade dos Vaughan. Há poucas

referências sobre a infância de Joaquim. Sabe-se que ele estudou em Rebouças

com o professor Joaquim Ladeira. Consta também que estudou em Campinas

na Escola Particular “Ghirlanda” de Malachias Ghirlanda e na “Escola Paroquial

dos Acólitos” sob a orientação do Cônego João Batista Nery, amigo da família

Leite. Conforme declaração de próprio punho, em 1889 Joaquim estudava com

o Padre Nery, na Matriz Velha, e morava na casa dele.

Em 21 de maio de 1890, morreu o pai de Joaquim e dez dias depois morreu-

lhe também a mãe, ambos vítimas da febre amarela que assolou Campinas, na

época. Joaquim e seu irmão Maximiano ficaram sob a tutela do tio Francisco

Monteiro de Carvalho e Silva, que autorizou a entrada dos dois para o Seminário.

Em agosto de 1890, Joaquim foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde

ficou até 1895, quando recebeu as ordens menores. Nesse mesmo ano foi enviado

a Roma e ali formou-se em Filosofia pela Universidade Gregoriana.

Quando o Padre Nery foi sagrado bispo do Espírito Santo, convidou Joaquim

para concluir seus estudos de Teologia no Seminário da Penha. Em 1900, no

dia 24 de maio, Dom Nery conferia a ordenação sacerdotal ao diácono Joaquim

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Mamede da Silva Leite. Logo depois, ele foi nomeado

Administrador do Santuário da Penha e Vigário de Vila

Velha. Quando, em 1901, Dom Nery se transferiu para

a Diocese de Pouso Alegre (MG), o Padre Joaquim

Mamede o acompanhou como secretário particular,

depois Cura da Catedral, depois reitor do Seminário e

Diretor do Ginásio Diocesano. Em 1904, foi nomeado

Cônego Honorário da Catedral de Pouso Alegre e dois

anos depois o Papa Pio X concedeu-lhe o título de

Monsenhor e Prelado Doméstico de Sua Santidade.

Em 1908, foi criada a Diocese de Campinas e

D. Nery foi escolhido para ser seu primeiro bispo.

Dom Mamede permaneceu em Pouso Alegre até 1912,

quando, após uma viagem à Europa, em companhia

do irmão Maximiano, foi convidado pelo bispo de

Campinas para encardinar-se na Diocese. Amigo de

longa data, D. Nery nomeou-o Visitador Diocesano com

amplos poderes.

Em 1916, foi eleito e sagrado bispo Titular de

Sebaste de Laodicéia e Auxiliar de Campinas. Já

com idade avançada e saúde enfraquecida, D. Nery

teve no amigo um colaborador infatigável. Dois anos

depois, D. Mamede foi nomeado bispo de Caratinga

(MG). Sentindo o agravamento de saúde de D. Nery,

achou por bem pedir à Santa Sé que o conservasse em

Campinas. Em fevereiro de 1920 Dom Nery faleceu e

foi eleito Vigário Capitular da Sede Vacante D. Joaquim

Mamede, ocupando esse cargo até a nomeação do

sucessor D. Francisco de Campos Barreto.

Em agosto de 1920 D. Mamede foi novamente

para a Europa e, quando voltou, foi convidado por

seu amigo D. Sebastião Leme para morar no Rio de

Janeiro. Na antiga Capital Federal D. Mamede exerceu

seu apostolado, principalmente com os pobres, os

encarcerados, os inválidos, as empregadas domésticas,

infância pobre e mendigos. Disse Monsenhor Henrique

de Magalhães que “o campo predileto de ação do

saudoso bispo eram os hospitais e as prisões... os

redutos onde vão ter os vencidos da vida”.

Durante 17 anos D. Mamede foi também

Comissário da Ordem Terceira do Carmo, como ainda

foi Diretor do Apostolado da Oração e de outras

confrarias religiosas no Rio de Janeiro.

Falecendo D.Leme, a arquidiocese carioca teve

como sucessor D. Jayme de Barros Câmara, que

também muito prestigiou nosso biografado. Dom

Jayme tem seu nome ligado à História de Sumaré por

causa de uma escola com seu nome.

Em março de 1947, já com 71 anos, foi o velho

bispo convidado pelos padres Lazaristas de Petrópolis

a fazer algumas ordenações. Aceitou com satisfação.

Antes, porém, de realizar as cerimônias, faleceu na

madrugada do dia 22, no Seminário dos Lazaristas.

As Capelas Dom Joaquim Mamede da Silva Leite

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Antigas da Paróquia de Aant´Ana

A fé e a religiosidade do povo brasileiro sempre se manifestaram no

expressivo número de capelas, santas-cruzes e cruzeiros encontrados em

todo o território nacional. Sumaré não fugiu à regra. Consultando fontes

manuscritas do Arquivo da Cúria Metropolitana de Campinas e, ouvindo

algumas pessoas mais antigas, encontramos várias capelas pertencentes a

Rebouças nas primeiras décadas do século.

No Bairro de Santo Antonio havia uma capela, em 1920. Era particular.

Chamava-se Capela de Santo Antonio. Provavelmente, ficava na fazenda dos

Bordon. No Cemitério de Rebouças, havia uma capela particular desde 1919.

Era da família Gazzeta e existe ainda hoje. Não tem mais que seis metros

quadrados, mas é bonita e está bem conservada. A capela atual do Cemitério

é de data bem mais recente.

Em 1920 há uma autorização do bispo de Campinas para celebração de

missa no Núcleo Colonial Nova Veneza. Não se sabe se a missa foi celebrada

em alguma capela ou numa casa particular. O certo é que em 1924 havia em

Nova Veneza a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Ela foi construída pelos

Campo Dall´Orto. Há referência também a uma capela de Nossa Senhora do

Rosário, na Fazenda Pindaúba, que ficava na região de Nova Veneza atual.

Será a mesma ou se trata de outra? O que se sabe é que, em 1867, existiu

essa fazenda. Por isso é difícil saber se a capela da fazenda Pindaúba é a

mesma de Nova Veneza. Outra capela, que pertencia a Rebouças, é a de

Nossa Senhora Aparecida que ficava no Bairro dos Amarais e aparece nos

documentos desde 1924. Mas, segundo José Bosco, 71 anos, que nasceu e

sempre morou no Bairro do Matão, existiu uma capela dedicada à Nossa

Senhora Aparecida desde 1908, construída por João Carlos do Amaral, pai

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1 |

do ex-prefeito de Campinas Francisco Amaral. Essa

capela durou até 1947/1948, quando foi demolida.

Ficava em frente à atual igreja da Aparecidinha, na

Via Anhanguera. A igreja atual é de 1948.

O Bairro do Matão também tinha sua capela: a

do Senhor Bom Jesus, que aparece no relatório anual

da Cúria de 1923. Ainda, segundo José Bosco, ela foi

construída em 1917, quando a maleita ceifava muitas

vidas no bairro. Foi dedicada, primeiramente, à Nossa

Senhora do Bonte Bérico e, logo depois ao Senhor

Bom Jesus. Esse templo foi tombado pelo Conselho

de Defesa do Patrimônio de Sumaré (CONDEPHAEA)

e o povo do Matão espera há tempo sua restauração

arquitetônica. Essa igreja está muito ligada à história

do lugar, pois as festas religiosas eram tradicionais,

muito concorridas, e reuniam todos os moradores do

Matão e vizinhança.

No Matão, havia outra capela, muito pequena,

mas muito antiga. Era dedicada à Santa Clara. Ficava

ao lado do antigo Grupo Escolar, na atual Avenida

Emilio Bosco. Era primitivamente uma Santa Cruz,

das muitas que existem por todo o Brasil.

No Núcleo Colonial Nova Veneza, na Fazenda

São Luiz, que fora adquirida pelo Estado, em 1910,

havia a capela de São Luiz, desde pelo menos 1923.

Não há sinais dela atualmente.

A capela de São Francisco, em Jacuba, só

é mencionada a partir de 1936, mas deve ser mais

antiga. Do mesmo modo, é a referência à capela de

Santa Cruz, no Bairro de Santa Cruz, sobre a qual

nenhuma alusão encontramos. No Bairro Paraizo,

em 1935, há indicação de outra Capela Santa Cruz.

Parece tratar-se de duas capelas distintas, pois

estão em bairros diferentes.

O Bairro da Terra Preta, hoje em Hortolândia,

também possuía sua capela. Pelo menos em 1935, há

referência à capela de Santo Antonio nesse local. No

Bairro do Cruzeiro, havia a Capela de São Sebastião,

desde 1935. Nesse ano, há notícia também da

Capela de São Gonçalo, no Bairro do Quilombo, que

ficava perto de Nova Odessa. Aliás, bem antes, em

1924, um jornal de Monte Mor anunciava “leilão de

prendas” na capela de São Gonçalo, no Bairro do

Quilombo.

No Bairro da Taquara Branca, finalmente, havia

a Capela do Senhor Bom Jesus. Ela é certamente

bem antiga, mas só encontramos referência a ela em

1942, quando o padre Cristóvão Porfirio, vigário de

Rebouças, teve procuração para recebê-la a favor da

Mitra Diocesana.

Como se vê, são bem limitadas as informações

que temos sobre as capelas antigas da Paróquia

de Sant´Ana. Todavia é preciso registrá-las para a

história, antes que essas poucas notícias se esvaiam

no tempo.

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A Pedra Fundamental da Igreja Matriz

Dentro das comemorações do 75º aniversário da criação da Paróquia

de Sant´Ana,em 1989, e com a autorização do Arcebispo Metropolitano de

Campinas, foi aberta urna contendo os documentos da pedra fundamental

da Igreja Matriz. A urna, que estava embutida numa das paredes da sacristia,

tinha sido colocada a princípio (no ano de 1947) atrás da antiga Igreja,

aproximadamente, onde hoje se encontra a estátua de Cristo Redentor, na

Praça em frente da atual Matriz.

Na urna de mármore branco havia o pergaminho do lançamento da

pedra fundamental da nova Igreja Matriz, cinco moedas de metal, a saber, de

dez, vinte e cinquenta centavos, uma moeda de um cruzeiro e outra de dois

cruzeiros; cinco medalhas, a saber, de N. Senhora Aparecida e Coração de

Jesus, do Coração de Jesus e do Coração de Maria, de N. Senhora Aparecida

e da Basílica de Aparecida, de São Domingos e de N.Senhora Aparecida e,

finalmente, uma de São José. Havia também dois exemplares do jornal “A

Tribuna”, um exemplar dos jornais “Correio Popular”, “Jornal de São Paulo”,

“Diário de São Paulo”, “Lar Católico”, um exemplar da revista ”Ave Maria” e

um “Boletim Mariano”, todos de março e abril de 1947. Havia também um

“Agnus Dei” de tecido. E finalmente, dois selos postais comuns. Tudo estava

em bom estado de conservação. No pergaminho de papel vegetal lia-se o

seguinte:

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1 |

Assinam o documento: José Ricatto, Amador

Menuzzo, Nicolau Carone, Alfredo Teixeira, Plínio

Giometti, Caetano Giordano, Antonio Hebert, Lauro

de Castro, F. Giordano Filho, Cônego José Nardin,

Dionísio Giordano, Luiz Fructuoso, Juvenal de

Vasconcellos, Pe. José Giordano, Eugênio Graupner,

Eduardo Vasconcellos (Presidente), Quintino de

Paula Mandonet, Manoel de Vasconcellos, Padre

Carlos Menegazzi, Atilio João Giordano, Sebastião N.

EM NOME DA SANTÍSSIMA TRINDADE. AMEM. ESTA PEDRA FUNDAMENTAL DA NOVA MA-TRIZ DE SANT ´ANA DE SUMARÉ RECEBEU A BÊNÇÃO LITURGICA PELO EXMO E REVMO SNR D. PAULO DE TARSO CAMPOS E FOI AQUI SOLENEMENTE LANÇADA.

NO ANO DA INCARNAÇÃO DO VERBO DE MCMXLVII NO IX ANO DO PONTIFICADO DE S.S. PIO XII NO IV ANO DA TRANSFERENCIA DE S. EXMA REVMA DOM CARLOS CARMELO DE VASCONCELLOS MOTTA CARDEAL PRESBÍTERO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMA-NA NO TITULO DE SÃO PANCRACIO PARA TERCEIRO ARCEBISPO DE SÃO PAULO NO VI ANO DA TRANSFERENCIA DE S. EXCIA REVMA DOM PAULO DE TARSO CAMPOS PARA III BISPO DE CAMPINAS NO II ANO DO GOVERNO DO EXMO SNR GENERAL EURICO GASPAR DUTRA PRESIDENTE DA REPUBLICA DO BRASIL NO I ANO DO GOVERNO DO EXMO SNR ADEMAR DE BARROS NO ESTADO DE SÃO PAULO NO IV ANO DO PAROQUIATO DO REVMO SNR PE. JOSÉ GIORDANO PÁROCO DE SUMARÉ FALANDO NA SOLENIDADE O EXMO E REVMO SNR DR. EMILIO JOSÉ SALIM VICE REITOR DA PONTIFICIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO NO II ANO DA INAUGURAÇÃO E NO I DE PONTIFICIA DA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SÃO PAU-LO NO DIA 6 DE ABRIL.

RESSALVA: POR FORÇA MAIOR NÃO COMPARECEU O ORADOR ANUNCIADO USANDO A PALAVRA O REVMO SNR CGO JOSÉ NARDIN.

PAULO DE TARSO Bispo de Campinas

Bazan, Rodrigo G. Guimarães, Arquiteto B. Benedito

de Jesus Netto.

Depois de fotografada a urna, e todo o seu

conteúdo anotado e recolocado em seu lugar de

origem, ela foi novamente lacrada. Ao invés, porém,

de recolocá-la na sacristia, onde estava antes, a

sobredita urna foi embutida na parede lateral da

atual igreja matriz, à esquerda de quem entra pela

porta da frente.

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Lista dos Párocos da Paróquia de Sant´Ana de Sumaré (1914-2014)

Pe. Cristovam Porphirio de

Almeida MachadoPe. Miguel Guilherme

Pe. José Murillo

Padre AntonioMaria Vieira Pe. Epiphanio

Estevam

Pe. Estanislau Mosciaro

Pe. Manoel Soares Pinheiro

Pe. Manoel Guinot Bernat

Pe. Thiers Pellice Licio

Pe. José Giordano

11914

2 4

5

6

7

8

9

10

3

8 de setembro de 1925 a 14 de fevereiro de 1934. No período de 10 de fevereiro a 10 de agosto de 1928 o Padre Mosciaro se ausentou da paróquia, ficando em seu lugar vários padres de Campinas. Outra ausência sua foi de 20 de junho de 1930 a 1º de maio de 1931. Nesse período, quem respondeu pela paróquia foram os padres de Campinas, especialmente o Cônego João Alexandre Loschi. O terceiro afastamento do vigário foi de 14 de fevereiro a 24 de julho de 1934 quando novamente a paróquia ficou anexada ao Curato da Catedral.

9 de outubro de 1914 a novembro de 1920.

25 de novembro de 1920 a 18 de janeiro de 1923.

18 de janeiro de 1923 a 7 de maio de 1924. No período de 28 de junho de 1924 a 19 de setembro desse mesmo ano a freguesia de Rebouças foi anexada à Vila Americana. O atendimento religioso era feito pelo Padre Victor Randuá, de Americana.

19 de setembro de 1925 a 8 de setembro de 1925.

14 de abril a 4 de novembro de 1935. No período de 4 de novembro de 1935 a 15 de fevereiro de 1936, a paróquia ficou anexada ao Curato da Catedral.

20 de março a 15 de julho de 1936.

17 de julho de 1936 a 7 de janeiro de 1941.

23 de janeiro de 1941 a 27 de dezembro de 1942. No período de 11 de janeiro a 11 de dezembro de 1943, a Paróquia ficou anexada à Paróquia de Americana.

11 de dezembro de 1943 a agosto de 1954. No período de 4 de agosto de 1954 a 25 de abril de 1955, quem respondeu pela Paróquia de Sant´Ana foi o Cônego Nazareno Magi, de Americana. O cargo de vigário de Rebouças estava vago.

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Lista dos Párocos da Paróquia de Sant´Ana de Sumaré (1914-2014)

Pe. Carlos Gomes Malho Pe. Pedro

Tomazini

Pe. Luiz Antonio Guedes

Pe. Cláudio Menegazzi Pe. Carlos José

Nascimento

Pe. Paulo Crozera

Pe. Elisiário Cesar CabralPe. Constantino

Gardinalli

Pe. Angelo Marighetto Pe. Mansur

Rodrigues Mansur

201411

12

13

14

15

16

17

18

19

20

25 de abril de 1955 a 24 de junho de 1963.

24 de junho de 1963 a julho de 1972.

28 de agosto de 1972 a fevereiro de 1979.

16 de fevereiro de 1979 a 13 de abril de 1986.

15 de abril de 1986 a 31 de maio de 1987.

31 de outubro de 19876 a agosto de 1998.

agosto de 1998 a 31 de janeiro de 2003.

de 6 de fevereiro de 2003 a 3 de dezembro de 2007.

2 de janeiro de 2008 a 5 de dezembro de 2010

05 de janeiro de 2011 (nomeação).

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Cap

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1 |

23/03/1947 - Falece em Petrópolis Dom Mamede24/08/1948 - Criação da Paróquia de N.S. das Dores

em Nova Odessa, desmembrada da Paróquia de Santo Antonio de Americana e da Paróquia de Sant´Ana

1949 - Demolição da antiga Matriz19/03/1950 - Inauguração oficial da nova Matriz1954 - Chega de Portugal a imagem de N.S. de Fátima

doada por Joaquim Ferreira Gomes1957 - Lançamento da Pedra fundamental da nova ca-

pela de N.S. do Rosário, em Nova Veneza, depois Igreja de São Francisco

1958 - A Diocese de Campinas torna-se Arquidiocese.09/10/1958 - Falece em Roma o Papa Pio XII28/10/1958 - É eleito o novo Papa:João XXIII24/12/1958 - Inauguração do relógio da Matriz às 23h45

minutos21/04/959 - É realizado na Paróquia o primeiro Curso de

Preparação para o Casamento15/1/1959 - Lançamento da pedra fundamental da Igreja

de São Francisco de Assis, em Hortolândia (que fazia parte da paróquia de Sant´Ana)

08/12/1959 - É criada a Paróquia de São Francisco de Assis, em Nova Veneza, desmembrada da Paró-quia de Sant´Ana de Sumaré e entregue aos Fra-des Capuchinhos

13/03/1960 - Lançamento da pedra fundamental do Se-minário São Francisco em Nova Veneza

21/05/1961 - Lançamento da pedra fundamental do Ins-tituto Assistencial Pio XII no Jardim São Paulo (creche)

11/10/1962 - abertura do Concílio Vaticano II03/06/1963 - Falecimento do Papa João XXIII

1870 - Criação da Paróquia de Santa Cruz, hoje paróquia do Carmo, em Campinas, à qual pertencia Rebouças.

18/08/1876 – Nasce em Rebouças Dom Joaquim Mame-de da Silva Leite.

1887 - Início da construção da primeira capela de Sant´Ana no povoado de Rebouças.

1889 - Inauguração da capela de Rebouças.1904 - Construção da nova capela em lugar da antiga1908 - Criação da Diocese de Campinas desmembrada

da Diocese de São Paulo1910 - O Padre Angelo Ronsini é nomeado capelão de

Rebouças1913 - O Padre Joaquim da Fonseca vem morar em Re-

bouças e é construída a Casa Paroquial09/10/1914 - Decreto criando a Paróquia de Sant´Ana

de Rebouças11/10/1914 - Instalação oficial da Paróquia de Sant´Ana

por Dom Mamede1915 - São modificados os limites geográficos da Paróquia1916 - Construção do coreto no Largo da Matriz1920 - Falecimento de Dom João Nery e nomeação de Dom

Francisco de Campos Barreto para substituí-lo na Diocese de Campinas

1927 - Reformas na Matriz: torre, pintura e nova insta-lação elétrica

1937 - Fundação da Conferência de São Vicente na Paró-quia e reforma da igreja e da Casa Paroquial

1939 - 25º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana

1941 - Falecimento de Dom Francisco Barreto, substtuido por Dom Paulo de Tarso Campos no ano seguinte

1947 - Inauguração da Via-Sacra na Matriz e lançamento da pedra fundamental da nova Matriz

Datas Expressivas na História da Paróquia

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21/06/1963 - Eleição do Papa Paulo VI10/07/1964 - Primeira missa em português na igreja Matriz1964 - 50º aniversário da criação da Paróquia12/1965 - É trocado o telhado da igreja Matriz por telhas

francesas24/01/1966 - Início da construção da igreja Matriz de

Hortolândia06/12/1966 - Posse de Dom Antonio Maria Alves de Si-

queira como Arcebispo de Campinas27/09/1968 - Dom Paulo de Tarso Campos renuncia e

assume Dom Antonio M.A. de Siqueira02/11/1970 - Inauguração da capela do Cemitério Muni-

cipal de Sumaré21/08/1971 - Pela primeira vez são investidos três Mi-

nistros Extraordinários da Eucaristia na Paróquia24/12/1975 - Nomeação de Dom Gilberto Pereira Lopes

como Arcebispo Coadjutor de Campinas06/08/1978 - Falecimento do Papa Paulo VI1978 - Pontificado de João Paulo por 33 dias16/10/1978 - Eleição do novo Papa João Paulo II15/10/1979 - Criação da Paróquia de Hortolândia, des-

membrada da Paróquia de Sant´Ana30/06/1989 - Ordenação diaconal dos seminaristas

João Batista Silvestre, Sebastião dos Santos, e presbiteral do diácono João Pereira de Abreu, as primeiras acontecidas em Sumaré

1989 - 75º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana

15/12/1989 - Ordenação presbiteral do diácono João Batista Silvestre

25/01/1992 - Criação da Paróquia de São Paulo Apóstolo26/07/1992 - Criação da Associação de Sant´AnaJaneiro/1997 - Nomeação de Dom Luiz Antonio Guedes

para Bispo Auxiliar28/07/1998 - Entregues oficialmente aos Coordena-

dores de Comunidades e Pastorais as “Diretrizes para uma Ação Pastoral”

11/08/1998 - Aprovada pelo Conselho de Presbíteros a

criação da Paróquia de Santa Teresinha16/08/1998 - Ordenação presbiteral do diácono Paulo

César G. FerreiraAgosto/1998 - Lançamento do livro História da Paróquia

de Sant´Ana em sua primeira edição, obra escrita a pedido do Padre Mansur.

01/10/1998 - Criação da Paróquia de Santa TeresinhaFevereiro 2.000 - Criação do EACP – Equipe de Anima-

ção e de Coordenação Paroquial2001 - 14º Congresso Eucarístico Nacional na Arquidio-

cese 2003 - Reformas na Matriz: altar, pia batismal, ambão e

cadeira presidencial em granitoJulho 2004 - Inauguração da Casa de Sant´AnaAbril 2005 - morte de papa João Paulo II e eleição de

Bento XVIJunho 2006 - assinatura do projeto “Ação para a Vida”2009 - Inauguração do CenFel 2009 - Reformas no Centro Pastoral Nossa Senhora

AparecidaMaio 2009 - Ereção canônica da Ordem Franciscana Se-

cular na Paróquia09/09/2009 - Ordenação diaconal de Luiz Antonio Fer-

reira Quental28/08/2011 - Falecimento de Dom Bruno Gamberini15/04/2012 - Nomeação de Dom Airton José dos Santos

para a Arquidiocese de CampinasFevereiro 2013 - Renúncia de Bento XVI e eleição do

Papa Francisco2013-2014 - Celebração do Centenário da Criação da

Paróquia09/10/2014 - Lançamento do livro Paróquia de Sant´Ana

100 Anos.