Livro Metodologia Completo
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bruna-myrella-de-carvalho -
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8/3/2019 Livro Metodologia Completo
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M e t o d o l o g i a
C i e n t f f i c a
S usana H in tzV a ld ir N ogueira

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Vedada a comercializacao ou a reproducao no todo ou em partes.
H556m Hintz, Susana
Metodologia cientffica / Susana Hintz, Valdir
Nogueira. - Jaraqua do Sui: Editora UNERJ, 2006.
82 p. : il. ; 21 cm
Inclui referencias
ISBN: 85-88535-
1.Pesquisa - Metodologia. 2. Ensino superior-
Pesquisa. 3. Teoria do conhecimento. I. Nogueira,
Valdir. II. Tftulo.
coo - 001.42COU - 001.8
Ficha Cataloqraflca elaborada pela Biblioteca Central da UNERJ
Todos os direitos reservados ao Centro Unlversltario de Jaraqua do Sui -UNERJ.
UNERJ - Centro Universltarlo de Jaraqua do Sui
NEaD - Nueleo de Edueac;ao a Dlstancia
Bloeo C - Sala 01
Jaraqua do Sui - SC
CEP - 89254- 430
Fone: (47) 32758240
Dlaqramacao e Capa
Lilian Mascarello
Revisao
Roserneri Maria Lucioli
Coordenacao Editorial
Suely Scherer

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Surnar io
Apresentac"'a""o'---- 05
TEMA 1 Universidade07
TEMA2 - Conhecimento: Cria<;:aoe Compromisso Social23
TEMA3 Pesquisa37
TEMA4 - Organiza<;:ao e Sistematiza<;:ao do TrabalhoAcademico51
03

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Apresen tacao
o presente livro foi elaborado para subsidiar 0 desenvolvimento da
disciplina de Metodologia Cientffica, na modalidade de Educacao a Distancia,
Esta obra e composta por estudos ternaticos relacionados aUniversidade, Conhecimento, Pesquisa e a Orqanizacao e Sistematizacao de
trabalhos academicos, As discuss6es decorrentes destes temas buscam
promover reflex6es e producoes relacionadas a vida academica, articuladas
com a formacao de um profissional, sujeito, conectado com os diferentes
movimentos da sociedade local e global.
Durante a disciplina, sera privilegiada a interacao mediadora atraves
da utilizacao de um ambiente virtual, onde serao disponibilizados recursos que
respeitem a cornunicacao e 0 uso das diferentes linguagens em um processo
educacional favoravel a construcao de conceitos e a aprendizagem deprocedimentos e atitudes.
Profa. Dra. Suely Scherer
Coordenadora de Educacao a Distancia
UNERJ
Agora e com voce. Leia, dialogue, questione, proponha,... os
professores estarao sempre com voce!
Bom Estudo,
05

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lem a 1U n i v e r s i d a d e
Este Tema tem como objetivo, possibilitar ao academico:
y Conhecer a forma pela qual a Universidade foi historicamente
constitu ida.
y Refletir sobre a funcao da universidade como produtora e
propagadora de conhecimento.
y Compreender 0 papel do(a) acadernicota) na universidade,
visando 0 desenvolvimento de uma postura aut6noma, critica,
etica, reflexiva e criativa na formacao academics e profissional.
Neste Tema vamos discutir quest6es relacionadas a Universidade. Levantar
alguns elementos que a caracterizam, pontuar outros que consideramosimportante. Por isso, sua participacao e fundamental. 0 modo como voce pensa,
imagina, conhece a Universidade e diferente do modo como os outros pensam,
imaginam, conhecem? Talvez. Para isso, vamos refletir sobre algumas
quest6es:
Fazer um primeiro registro
acerca destes questionamentos
para voce se perceber e se situar
neste espac;:o... No momento em que
registramos, pensamos, organizamos
nossas ideias, nos situamos no tempo
e espaco, refletimos, entramos em
contato conosco e com 0 nosso
entorno.
Vamos Registrar:
Voces ja se perguntaram 0 que estao fazendo na Educacao Superior? Por que resolveram
estudar numa instituicao de Educacao Superior e nao fazer um ensino profissionalizante ou
qualquer outro curso de capacitacao profissional? Talvez este seja 0 primeiro desafio para
pensarmos a Universidade: Por que me matriculei nesse curso? 0 que desejo com ele? Quais
as minhas expectativas profissionais e pessoais com esse curso? Como acredito que sera viverno ambiente/espac;:o universitario? Por que escolhi essa instituicao e nao outra? Em que
instituicao me matriculei: Faculdade, Fundacao, Centro Universitario, Universidade ...?
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e
Muitas vezes, ouvimos falar em Universidade, Faculdade, Centro
Universitario. Da mesma forma como ouvimos esses termos, tarnbem fazemos
uso deles em nosso vocabulario cotidiano. Nem sempre, entretanto, nos damos
conta do sentido e significado que tais termos tern na nossa vida, na nossa
comunidade e na nossa sociedade.
Que sentidos as pessoas que convivem com voce atribuem a universidade?Converse com elas, converse com pessoas que estudaram em universidades
publicas e privadas, em Centros Universitarios e Faculdades. Converse com
aqueles que nao passaram pelos bancos escolares da Universidade, mas tern
uma representacao do que e a universidade. 0 que sera que esses sujeitos, com
diferentes experiencias em relacao a universidade, pensam e acreditam que
seja essa instituicao?
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Vamos pesquisar I Anotacoes:a palavra Universidadenos dicionarios para _
ver 0 que nos dizem _
sobre esse termo? _
c = = = = = = = = = = = = = = = = = ~
o que e Universidade? Para conhecer a definicao de Universidade, fomos
pesquisar em dois tipos de dicionarios distintos: 0 dicionario da LIngua
Portuguesa (aquele mais conhecido por nos, que utilizamos frequentemente na
escola e no nosso dia-a-dia) e 0 dicionario Etimoloqico, Faca essa pesquisa
voce tarnbem, buscando outros autores ...
Qual sera a definicao que cada um desses autores traz do termo
Universidade?
Universidade "I...]qualidade ou condicao de universal [... ]
instituicao de ensino e pesquisa constitufda
por um conjunto de faculdade e escolas destinadas
a prom over a formacao profissional e cientffica de
pessoal de nfvel superior, e a realizar pesquisa teorica
e pratica nas principais areas do saber humanfstico,tecnoloqico e artfstico e a divulqacao de seus
resultados a comunidade cientffica mais ampla
[...]" (HOUAISS; VILLAR, 2001, p. 2807).
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Alem da pesquisa nos dicionarios, buscaremos em literaturas especfficas 0
sentido que outros autores atribuem ao termo universidade. Para isso, nos
lancaremos em um dialoqo com diferentes autores. Voce esta convidado para
entrar nesta conversa!
"Para mim, a universidade e um lugar - mas nao so ela - privilegiado paraconhecer a cultura universal e as varias ciencias, para criar e divulgar 0
saber, mas deve buscar uma identidade propria e uma adequacao a
realidade nacional. Suas finalidades basicas sao 0ensino, a pesquisa e a
extensao, Ela e a instituicao social que forma, de maneira sistematica e
organizada os profissionais, tecnicos e intelectuais de nivel superior que
as sociedades necessitam[ ...]" (WANDERLEY, 1999, p. 11).
Luiz E. W. Wanderley
"Nesse centro buscaremos 0maximo possivel de informac;:6es a todos os
niveis, a fim de que a realidade seja percebida, questionada, avaliada,
estudada e entendida em todos os seus anqulos e relacoes, com rigor,para que possa ser continuamente transformada [ ... ]" (LUCKESI et aI.,
1991,p.41).
~Cipriano Luckesi etal.._ _
Acreditamos que a universidade seja um dos espac;:os que contribui para a
producao do conhecimento e transrnissao do saber. Alern disto, ela
contribui para a nossa formacao pessoal e profissional.
Susana e Valdir
Suas Reflexoes:
"Art. 52. As universidades sao instituicoes pluridisciplinares de formacao dos quadros
profissionais de nivel superior, de pesquisa, de extensao e de dominio e cultivo do saber
humano, que se caracterizam por:
I producao intelectual institucionalizada mediante 0 estudo sistematico dos
temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista cientifico e cultural, quanta
regional e nacional [ ... ]" (BRASIL, [2001?], p. 32).
"[ . .. ] a universidade como um locus onde convivem todas as areas do conhecimento. Na
universidade, hoje, tudo deve ser criticado, analisado e, quando necessario,
confrontado. Ha uma dimensao fundamental na universidade que as vezes sua estrutura
acaba fragmentando: a convivencia das rnultiplas express6es do saber. Se quisermos
lembrar outras instituicoes onde ha uma tal diversidade em convivio, dificilmente
acharemos exemplos convincentes. As empresas? Nao, as empresas tern sempre uma
vocacao setorial [ ... ] Outro motivo superior para a universidade existir: ela e 0 melhor
lugar possivel para uma enriquecedora transicao da adolescencia para a juventude e,
depois, para a idade adulta." (MARCOVITCH, 1998, p. 22-23, grifo do autor).
Jacques Marcovitch
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Para compreendermos melhor por que falamos tanto em Universidade, esse
espaco que faz parte da vida academics dos estudantes por dois, tres, quatro
anos ou mais, acreditamos que seja imprescindfvel conhecermos como a
Universidade se constituiu ao longo dos tempos, ate mesmo para entendermos
as instituicoes denominadas Centro Universitarios, Faculdades ... 0 que as
distingue da Universidade e 0 que buscamos enquanto espaco que contribuipara a construcao da Educacao Superior no nosso pafs.
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d 1.1 Processo hlstorlco
ade Voltar ao passado, as vezes, parece perda de tempo. Muitos questionam:
Por que conhecer 0 passado se 0 que importa e 0 presente? Outros comentam:
Eu vivo 0 presente e espero 0 futuro, 0 que passou, passou, nao vale a pena
chorar 0 leite derramado.
Contudo, nos apoiamos na seguinte ideia:
Conhecer 0 passado, ou melhor, 0 olhar que outras pessoas lancararn sobre 0
passado, por meio de estudos e pesquisas, nos permite compreender melhor 0
presente, onde estamos e por que estamos, desta forma, neste lugar. Isto nos possibilita
lancar um olhar crltico e reflexive para 0 presente uma vez que 0 passado nos fornece
subsidios para levantarmos problernaticas da atualidade. A partir dal, temos elementos
para pensarmos 0presente e contribuirmos para 0futuro, conscientes das necessidades
do nosso tempo. Com isto, temos a oportunidade de fazer melhor porque olhamos aamplitude do nosso entorno, tendo em vista as ideias e os fatores que geraram os
tempos e espacos em que estamos situados, no caso, a universidade.
Daf 0 sentido de lancarmos um olhar para 0 percurso historico pelo qual a
universidade passou. Uma primeira pergunta poderia ser: Quando e como a
Universidade foi criada? Voce ja parou para pensar sobre isso? Vamos nos
lancar ao desafio de conheceressa historia?
o proprio termo Universidade traz em seu contexto historico a ideia deuniversalidade do conhecimento. De acordo com Luckesi et al. (1991, p. 30):
Na Antiquidade Classica, 0 Ocidente, principal mente na
Grecia e em Roma, [a dispunha de escolas tidas como de
alto nivel, para formar especialistas de classificacao
refinada em medicina, filosofia, ret6rica, direito.
Discfpulos se reuniam em torno de um mestre, cuja
consideravel bagagem de conhecimento era
zelosamente transmitida. Aos discfpulos cabia aprender
do mestre, espelho e modele de aperfeicoarnento. Cada
mestre conduzia a sua escola, fazia escola. Tinha-se,pois, nesses tempos, uma comunidade de discfpulos
gravitando em torno de um mestre, de um cabeca de
escola.
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Durante a Idade Media, a Universidade foi influenciada pelo forte clima
religioso, que era determinado pela Igreja Cat6lica. A igreja lancava um olhar
atento sobre a producao intelectual da epoca, tendo em vista manter suas
ideias, crencas e verdades em vigor. Havia todo um cuidado da Igreja Cat61ica
em cercear as ideias que questionavam aquilo que a igreja havia preconizado
como certo e verdadeiro.
Aqueles que questionavam suas ideias eram punidos severamente. Muitos
foram presos, outros foram submetidos a tortura e a morte por enforcamento ou
pela guilhotina. Voce ja imaginou viver num contexto como esse? Voce conhece
Universidades que foram construfdas nesse perfodo hist6rico? Seguem abaixo,
imagens de Universidade desse perfodo:
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Universidade de Evora, foi fundada em 1559, em
Portugal. pelo Cardeal D. Henrique
Universidade de Oxford sob 0 olhar de Robert
Hooke (1635-1703)
Ha varies filmes que retratam esse perfodo. Dentre eles, podemos sugerir
alguns para serem assistidos:
D [ ] ~ G ~ r n ~ ~ , : o [ ] [ ] D\-Lutero
Atividade-0 nome da Rosa
_ Em nome de Deus Complementar:
Vamos assistir00000000000000000000 aos filmes
sugeridos?
Nas palavras de Luckesi etal. (1991, p. 30-31):
[ . . . J A Igreja Cat61ica desse tempo e a responsavel pel a
unificacao do ensino superior em um s6 6rg80, a
'universidade'. Isto ocorre como resultante de todo um
esforco da Igreja no sentido de fundamentar a sua a<;;80polftica e religiosa, enquanto preparava seus quadros, 0
clero especificamente.
Com a Idade Modema, momenta marcado por inovacoes e descobertas
cientfficas, comeca-se a se configurar um outro modele de universidade,
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buscando-se romper com a ordem medieval. Contudo, segundo Luckesi et al.
(1991), embora haja 0 desenvolvimento da ciencia moderna nesse perfodo,
ainda havia muita resistencia para mudar 0 conceito de universidade como
guardia de verdades estaticas,
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eVamos refletir: Vamos pesquisar?
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.. Por que havia tantas resistencias as
mudanc;:as? ~ Vamos fazer uma pesquisa em livros,
.. A quem interessava manter a ordem ""r"-v' peri6dicos e na internet para ampliar e
eo poder que estava em vigor? aprofundar 0 nosso olhar sobre 0
.. Quem seria afetado com tais percurso percorrido pela universidade?
transformac;:6es?
o processo de industrializacao vem romper com 0 conceito de universidade
predominante na Idade Media.
[ ... ] em consequsncia das transforrnacoes impostas pela
industrializacao, uma outra mentalidade enderecada
para a pesquisa cientffica. Ha como que um despertar da
letargia intelectual vigente e a universidade, entao, tenta
retomar a lideranca do pensamento, para tomar-se
centro de pesquisa. 0 marco dessa transformacao
ocorre em 1810, quando da criacao da Universidade de
Berlim (Alemanha), por Humboldt. A universidade
modema, enquanto centro de pesquisa, e, portanto, uma
criacao alerna, preocupando-se em preparar 0 homem
para descobrir, formular e ensinar ciencia [... ] (LUCKESI
etal., 1991, p. 32-33).
Com 0 processo de industrializacao, novos interesses tomam conta do
cenario politico, econornico, cultural e social. A educacao e afetada por tais
transformacoes, uma vez que se projeta a formacao de um novo homem, uma
nova mulher. Busca-se 0 perfil de um sujeito que venha ao encontro das
necessidades e que de conta das prioridades impostas pelo novo tempo.
Wanderley (1999, p. 16-18) destaca algumas caracterfsticas que marcarama universidade na Idade Media e a universidade com a Revolucao Industrial,
como pode serobservado no quadro abaixo:
Universidade na
Idade Media
Universidade com a
Revolucao Industrial
.. Conservadora
.. Espirito universalista do professorado italiano .. exiqencia de especializac;:6es
.. Cursos longos de teologia
.. Regime de internato
.. Presenc;:a das aulas orais
.. Defesa de tese ao final do curso
.. busca-se a inteqracao entre 0 ensino e a
pesquisa
.. transformam-se em local para conceder aperrnissao para 0 exercicio da profissao
.. Saber como fim em si mesmo, desinteressado
Quadro01-QuadroComparativo
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A partir do quadro
anterior, voce percebe elementos
que caracterizam a Universidade na
Idade Media e a Universidade com a
Revolucao Industrial que estejam presentes
na instituicao em que voce esta
matriculado? Quais elementos sao estes?Sera que e apenas uma coincidencia? Que
interesses estao por detras disso? 0 que
mantemos e 0 que nao mantemos da
Universidade presente na Idade Media e da
Universidade ap6s a Revolucao Industrial?
Quais avances e retrocessos marcam a
trajet6ria da Universidade ate os dias
atuais?
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Vamos registrar:
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''''''---=====~
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\
E no Brasil, voce sabe como se deu a origem da universidade? Po is bem, a
universidade veio para0
Brasil juntamente com a famflia real. Como nos apontaLuckesi etal. (1991, p. 34) "Com a vinda de D. Joao VI para a Colonia, e institufdoaqui 0 chamado ensino superior. Nascem as aulas reqias, os cursos, as
academias, em res posta as necessidades militares da Colonia, consequencia
da instalacao da Corte no Rio de Janeiro." Sobretudo, ela vem consolidar-se
como ensino superior em forma de Faculdade ou Escola Superior apenas por
volta de 1900.
Embora existisse a ideia e a concepcao de universidade como centro de
pesquisa, defend ida por Humboldt, na Alemanha, a universidade brasileira foi
institufda e constitufda pelo 0 que os outros pafses ja construfram, ou seja, foi
constitu fda a partir da imagem e referencia de outras pessoas e culturas. Como
isto pode acontecer? Isto acontece quando copiamos modelos educacionais ou
importamos tecnologias de outros pafses sem considerar 0 contexto social,
cultural, economico e polftico no qual estamos inseridos. Quantos livros que
temos aces so sao traducoes? Sera que nos questionamos: quem fez a
traducao? Ha como uma traducao ser fiel ou aproximar-se da ideia do autor?
Conhecemos 0 contexto social, cultural e hist6rico do pafs no qual 0 autor
nasceu e viveu para compreendermos suas ideias? Com isso, nao queremos
negar a importancia de termos acesso a obras estrangeiras, contudo, temos
feito muita leitura sem considerar tais aspectos.
Talvez devessernos nos questionar: Quais as polfticas publicas voltadas ao
investimento de pesquisas realizadas no Brasil e a divulqacao de obras
brasileiras? Em relacao a esta questao, Wanderley (1999, p. 34-36) nos alerta
que:
Outro dado a se realgar se fixa no processo de eva sao de
cerebros, resultante do fato da safda do pals de pessoas
que vao aprofundar seus estudos no estrangeiro e 113
permanecerem, por encontrarem ali os meios
apropriados e facilidades ao seu desenvolvimento
cientffico e atividades criativas, retirando assim de nossopafs e dos pafses dependentes em geral as pessoas com
capacidade e prepare. Ainda h13 a considerar 0
expressivo contingente de professares e estudantes que
foram expulsos e obrigados a ir para 0exllio, par forca da
repressao e da persequicao que marcaram a triste
hist6ria polftica da vida do nosso pafs.
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Quem ja nao ouviu falar de artistas, professores e pesquisadores exilados no
perfodo da Ditadura Militar? A partir daf, podemos pensar como a producao do
conhecimento foi estabelecida nesse perfodo e como era 0 clima presente nas
universidades brasileiras.
Com isso, podemos perceber como 0 contexto hist6rico, polftico e social
influenciou a concepcao de universidade presente no nosso pafs. Da mesma
forma, a vinda da universidade para 0 Brasil provocou mudancas significativas
na nossa sociedade porque onde quer que ela esteja instalada ela promove um
movimento que vincula a imagem que temos de universidade a pesquisa e ao
pensamento crftico e criativo. Tal vinculacao acontece porque 0 espfrito
investiqativo, a criatividade e a criticidade sao elementos que fizeram parte da
trajet6ria hist6rica dos sujeitos que contribufram para a constituicao da
universidade.
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Momento de Producao
Com base nestes aspectos hist6ricos sobre a
universidade e outros que voce pode buscar na biblioteca por
meio de livros, artigos ou na internet, faca uma busca de
imagens, no minima duas, que retratem como era a
universidade na Idade Media e ap6s a Revolucao Industrial.
Ap6s selecionar as imagens, escreva um paraqrafo sobre as
impress6es que ficaram sobre a constituicao da universidade
ao longo da hist6ria.
1.2 Funl(oes da Universidade
o que e funcao universitaria? Que elementos caracterizam as funcoes da
universidade? Como elas interferem no cotidiano social, politico, econ6mico e
cultural em que vivemos? Como as pessoas que buscam uma formacao
universitaria contribuem na estruturacao das funcoes da universidade? Qual 0
papel de cada sujeito nessa estruturacao? Estas questoes podem nos ajudar a
refletir sobre as funcoes da universidade, seu sentido e significado, nos ajudam
a percorrer caminhos em direcao ao entendimento do modo como a
universidade e organizada para atender as demandas de formacao e de
comprometimento social.
Como sustentam Pimenta eAnastasiou (2002, p. 161-162), a universidade euma
[ ... ] instituicao edueativa euja finalidade e 0 permanente
exercfeio da crltica, que se sustenta na pesquisa, no
ensino e na extensao. Ou seja, na producao dos
eonheeimentos par meio da problernatizacao dos
eonheeimentos historieamente produzidos, de seusresultados na construcao da soeiedade humana e das
novas demandas e desafios que ela apresenta.
Esse modo de perceber 0 que cabe a universidade em sua finalidade, nos
leva a pensar sobre 0 que esta posto nos Projetos Pedag6gicos dos cursos de
qraduacao. Como esses projetos contemplam a funcao/tinalidade da
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universidade? Vamos fazer este exercfcio? Listamos 0 que encontramos em
alguns projetos. Agora, cabe a voce buscar outros projetos, ou 0 projeto do curso
que voce frequents e ler sobre 0 que esta escrito/pontuado em relacao auniversidade e suas funcoes.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -o estudante do Ensino Superior precisa encontrar no espac;:o universitario,
conhecimentos capazes de toma-to um profissional competente e critico, com a
cornpetencia produzindo a criticidade e a criticidade qualificando a cornpetencia. 0
Ensino Superior nao pode se resumir na difusao da inforrnacao. Para que 0 Ensino
Superior seja entendido como um processo multifacetado, abrac;:ando aos saberes
produzidos na sociedade, desenvolvendo sobre eles procedimentos de criticidade,
precisa se converter num espaco de discussao e de procura de cornpetencias para
, operacionalizar as informac;:6es e, com elas, produzir conhecimento. 0 Ensino Superior ,
precisa ser uma dinarnica marcada por tres preocupacoes: buscar e construir ciencia:
transformar as informac;:6es em conhecimento atraves de procedimentos criticos e
construir vida material, social e existencial para a humanidade.
v
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Projeto Pedaqoqico do Curso de Ciencias Contabeis - UNERJ (CENTRO
UNIVERISITARIO DE JARAGUA DO SUL, 2002, p. 8).
----------------------------------------------------------As universidades, assim como as instituicoes educacionais em geral, sempre foram ,
, questionadas como reprodutoras das ideologias vigentes. Este questionamento, por outro '
: lado, tarnbern serviu para fermentar as ideias democraticas, iqualitarias e libertadoras. Na :
, medida em que estas ideias contribuem para a formacao de novos cidadaos, cabe a elas '
, transmitir val ores que assegurem a confiquracao de uma sociedade mais justa e digna.
Nao existe nada de moderno neste conceito, pois ja 0 era na academia de Pia tao e no
liceu de Aristoteles, 0 saber possui dimens6es etico-polfticas das quais as universidades ,nao podem prescindir.
: Projeto Pedaqoqico do Curso de Adrninistracao - UNERJ (CENTRO UNIVERISITARIO DE :
: ~~~~~~~?_S_U_L~~0_2~~._2_1~. ,
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -A formacao universitaria que queremos consiste num processo intencional, proprio e
particular de ensino, pesquisa e extensao, com compromisso social e a service do ser,
que possibilite ao sujeito, de forma aut6noma, critica e criativa, a interpretacao, a
: invencao e a (rejconstrucao da realidade. Vivenciaremos esta concepcao de formacao na :, medida em que oportunizarmos 0 exercicio de praticas sociais pautadas na construcao do ,
: saber e no partilhar de experiencias, mediante constante acao e reflexao, tanto individual '
quanta coletivamente.
Projeto Pedaqoqico do Curso de Pedagogia - UNERJ (CENTRO UNIVERISITARIO DE
, JARAGUA DO SUL, 2002, p. 20).- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - _I
Ap6s a leitura cuidadosa e crftica do que esta escrito nos projetos
pedag6gicos dos cursos sobre a funcao da universidade, faca um registro comsuas conclusoes, Qual a funcao da universidade presente nesses projetos? Emomenta de escrita!
Para Pimenta e Anastasiou (2002, p. 163) as funcoes da universidade podem
ser assim sistematizadas:
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"I...] criacao, desenvolvimento, transmissao e crftica da ciencia, da tecnica e
da cultura; preparacao para 0 exercfcio de atividades profissionais que
exijam a aplicacao de conhecimentos e rnetodos cientfficos e para a criacao
artfstica; apoio cientffico e tecnico ao desenvolvimento cultural, social e
econ6mico das sociedades." ~l__----e
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e
A partir do contexto apresentado, vamos destacar os tres eixos que
constituem 0 tripe do modo de ser da universidade. Sao elementos que
configuram sua funcao e que nao podem ser vistos linearmente, mas inter-
relacionados como segue:
Esquema 01 - Funcoes da Universidade
Entendemos que essas funcoes da universidade se complementam. Ha uma
inter-relacao entre elas, de modo que uma funcao e condicao para que a outra se
desenvolva. Sendo assim, nao ha ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem
ensino e ambos sem extensao, Esses tres elementos estao na estrutura do
modo de ser da universidade.
Para Chiarello, ensino, pesquisa e extensao sao funcoes universitarias
indissociaveis na sua essencia, A autora sustenta que "[... ] Ensino e pesquisa
sao dois conceitos que, dentro da vida universitaria, interpenetram-se de tal
forma, que se tornam indissociaveis e tem um significado se voltados para a
comunidade dos homens." (CHIARELLO, 2004, p. 53). Ao tratar sobre 0ensino,
a pesquisa e a extensao como funcoes da universidade, Chiarello (2004) os
apresenta da seguinte forma:
a) ensino - uma das funcoes mais tradicionais da universidade, onde se faz
a sistematizacao dos conhecimentos, das experiencias e da cultura. Refere-se aaquisicao e pratica de novos conhecimentos, atitudes e valores. Tem por
finalidade propria a aprendizagem, como 0 objetivo primeiro de criar condicoes
favoraveis a aprendizagem, a aquisicao e a producao de conhecimentos;
b) pesquisa - constitui-se no segundo elemento do tripe sustentador da
universidade. A pesquisa e a busca diligente de dados na solucao de problemas
e na producao de um conhecimento novo. Ela precisa priorizar a busca de novas
verdades ou identificacoes da realidade, como tarnbern indagar novos modos de
atingir e expandir a verdade. Deve ser criativa e ultrapassar 0 conhecimento
adquirido, abrindo novos horizontes e descobertas;
c) extensao - e pela extensao que a universidade convive, analisa,
participa e dinamiza a sociedade em todos os seus setores e aspectos. Por isso,
a extensao constitui-se numa especie de ouvido da universidade junto acomunidade. A extensao investe-se da incurnbencia de minimizar problemas
socia is e suprir deficiencias do ensino e da pesquisa, sendo-Ihes lancados
problemas que outras funcoes da universidade nao conseguem atingir.
16

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Tendo explicitado essas funcoes da universidade, levantamos algumas
questoes para refletir:
v
e
............... u~;~i;e;sid'ad~ ••••••••••••••••
.. .. .. ..... ... de qualidade e aquela que tem um ensino de ponta? '"...........
•• ' Que desenvolve pesquisas e se ocupa da producao/construcao de novos '.
• conhecimentos? \... Ou sera aquela voltada para a extensao, aberta a comunidade, que desenvolve projetos para :
'. atender a demanda social de seu entorno? .'
U
n
•••• • • Ou e aquela que tem a extensao e 0 ensino como momentos de ••••••
........................................ _~e_s~~i:a.._ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
s
i
dEssas funcoes da universidade contribuem para que 0 estudante a
universitario possa desenvolver-se pessoal e profissionalmente. au seja, por d
meio dessas funcoes, entre outras, a universidade e os centros universitarios e
possibilitam ao estudante ampliar seus horizontes pessoais e profissionais,
desenvolver suas habilidades e competencias, compreender de modo mais
ampliado seu contexto social, agir eticamente e participar de modo mais crftico econsciente na sociedade.
Por meio dessas funcoes, a universidade abre espacos para estudantes e
outras pessoas poderem atuar no campo social, politico, econ6mico e cultural,
oportuniza a criacao e a proposicao de acoes que pod em provocar mudancas
significativas nos mais diferentes contextos.
1.3 Os sujeitos na Universidade
Certa vez alquern escreveu a hist6ria a seguir:
"Uma industria de calcados desenvolveu um projeto de exportacao para a India. Mandou
dois de seus vendedores a regi6es diferentes do pais para fazer as primeiras observacoes do
potencial daquele futuro mercado. Ap6s alguns dias de pesquisas, um dos vendedores enviou 0
seguintefax para a direcao da industria: 'Senhores, cancelem 0projeto de exportacao de sapatos para
a India. Aqui ninquern usa sapatos'. Sem saber desse fax, alguns dias depois, 0 segundo vendedor
mandou 0 seu: 'Senhores, tripliquem 0 projeto de exportacao de sapatos para a India. Aqui ninquern
usa sapato".
a que esse pequeno relato nos faz pensar sobre a relacao sujeito-
universidade? a que e ser um sujeito universitario ou um estudante
universitario? Quais os compromissos? Que atitudes? Que opcoes e escolhas
sao feitas a partir do momenta em que se entra em uma universidade? Como
agir frente aos diferentes modos de ensinar e aprender? Que dialoqos devem
ser estabelecidos? Que parceiros buscar? Quais os compromissos a serem
assumidos?
Algumas pessoas desistem nas primeiras dificuldades, nas primeiras
impressoes, outros seguem adiante e vao descobrindo 0 que e , como e , comoagir, como ser estudante, ser sujeito universitario. Talvez 0 posicionamento de
alguns seja como 0 do primeiro vendedor a enviar 0 fax: "cancelem a producao",Muitos pod em agir assim: cancelar matrfcula, desistir dos projetos, mandar
recados, faltar nos trabalhos, desistir de si e das responsabilidades assumidas,
etc. Outros podem agir como 0 segundo vendedor: "Tripliquem a producao",
Tripliquem os sonhos, os desejos, os ideais, a vontade de vencer, de ir adiante,
de enfrentar os desafios, de conhecer novas fronteiras, de descobrir novas
possibilidades.
17

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v
e
Vida de universitario e um encontro. Um encontro de tensoes, conflitos,
propostas, erros, acertos, anqustias, novidades e retrocessos.
Na universidade, os tempos e os espacos sao outros, tern outras dirnensoes.
Estao permeadas por rotinas diversas, por producoes, estudos, viagens,
projetos, pesquisas, avaliacoes, dialoqos, partilhas. Os tempos passam por
orqanizacoes sistematicas constantes e os espacos estao repletos de sentidose significados. Cada sujeito cria e recria estes tempos e espacos,
Vejamos algumas imagens de pessoas frequentando espacos e tempos
universitarios. Pode-se perceber em cada uma das imagens como se dao as
diferentes interacoes entre as pessoas e a universidade:
U
n
s
i
d
ad
e -, ,
Fotografia 01 -Socializacao no audit6rio Fotografia 02 - Sala de aula
1.4 A Universidade e a formacao dos sujeitos
No inicio desse Tema conhecemos a origem da universidade e as
concepcoes de universidade presentes ao longo do tempo. Em cada momentahistorico, a universidade teve como intencionalidade formar um tipo de ser
humano.
Na Idade Media, a universidade teve como intencionalidade formar um
sujeito dentro das prerrogativas da Igreja Catolica, que acreditasse e tivesse fe
em uma entidade divina, em um Deus. Com a Revolucao Industrial, buscou-se
formar rnao-de-obra especializada para trabalhar nas fabricas, ou seja, um
especialista. Desse modo, nas palavras de Wanderley (1999, p. 18)
[...] Paulatinamente, as universidades terao que se
adequar aos processos de desenvolvimento econ6mico
e social segundo as caracterfsticas peculiares de cada
nacao [ ... ] Pouco a pouco elas se transformaram no lugar
apropriado para conceder a perrnissao para 0 exercfcio
das profiss6es, atraves do reconhecimento dos tftulos e
diplomas conferidos por orqaos de classe e
governamentais [...]
Atualmente, qual a formacao que se deseja para 0 homem e a mulher do
nosso tempo, da nossa sociedade? Neste momento, nos propomos a refletir
sobre:
.. Qual 0 perfil do profissional que a universidade pretende formar?
.. Que tipo de formacao e esta? Sera que e uma formacao tecnica?
Ou a formacao de um sujeito criativo, critico, etico, humano ....?
18

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IFa<;;asuas anotacoes:
v
e
U
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\ ) s
i
dNao podemos perder de vista 0 aspecto legal que visa e legitima a formacao a
profissional dos sujeitos. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educacao d
Nacional, lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 43, afirma que a e
educacao superior tem, entre outras, por finalidade "I...] formar diplomados nas
diferentes areas de conhecimento, aptos para a insercao em setores
profissionais e para a participacao no desenvolvimento da sociedade brasileira,e colaborar na sua formacao contfnua [...]" (BRASIL, [2001 ?], p. 28).
Para a universidade pensar em tal formacao, muitas vezes, acredita-se que
ela precisa atender ao mercado de trabalho.
Sera que 0mercado de trabalho e que rege ou determina 0 profissional quedevemos formar?
Se acreditarmos nisto, qual 0 interesse do mercado de trabalho para a formacao deste
profissional?
Sera que tera como interesse formar um cidadao critico, questionador, que visa transformar
sua realidade tendo em vista os interesses da coletividade?
Embora nao possamos negaro contexto historico, social, politico, econ6mico
e cultural em que estamos inseridos, acreditamos que 0 mercado de trabalhonao pode determinar a formacao deste profissional. Se tal fato acontecer, nos
tornaremos refens do capital. Nesse contexto, qual 0 papel da universidade?
Pensando no ambito nacional, dadas as peculiaridades de cada reqiao
brasileira, acreditamos que nao podemos ter um perfil unico e imutavel para
formar um determinado profissional, por exemplo, um Administrador. Contudo,
as instituicoes nao podem fazer 0 que querem e pensam, e preciso ter
parametres curriculares que garantam conteudos mfnimos tendo em vista uma
formacao academics de qualidade. Para isso, temos orqaos governamentais
que instituem e regulamentam as diretrizes curriculares dos cursos de
qraduacao assim como os cursos de qraduacao trazem em seu projeto
pedaqoqico a matriz curricular do curso, os objetivos do curso, 0 perfil do
egresso .... Voce conhece 0 projeto pedaqoqico do seu curso? Voce lembra de
quando discutimos 0 conceito de Universidade a partir do projeto pedaqoqico do
curso? De uma espiada nele novamente, buscando estes elementos.
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U
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A partir das reflexoes trazidas ate aqui, acreditamos em que tipo de
formacao? Ate pouco tempo atras, ouvfamos muito falar que determinada
pessoa se formou na universidade e foi exercer sua profissao, sem preocupar-
se com sua formacao continuada. A universidade cumpria uma funcao: formar 0
sujeito para exercer uma determinada profissao. Assim que a pessoa safa da
universidade tinha a impressao de ter conclufdo seu percurso de formacao.e
s
i
d
ad
e
Momento de Reflexao
Sera que, nos dias de hoje, e possivel sair da universidade acreditando ter "concluido"
de vez 0 processo de formacao?
Que sentidos voce atribui ao termo "formacao"?
Para compreendermos tal conceito, vamos ao dicionario da lingua
portuguesa! Para Houaiss e Villar (2001, p. 1372), formacao e...
[...] ate ou efeito de formar, construir (algo); criacao,
construcao, constituicao [...] maneira como uma pessoa
e criada; tudo que Ihe mold a 0 carater, a personalidade;
criacao, origem, sducacao [ ... ] conjunto de
conhecimentos e habilidades especfficos a um
determinado campo de atividade pratica ou intelectual
[ ... ]
Em seu sentido restrito, 0 termo formacao esta vinculado a ideia de forma,
algo determinado, fechado e acabado. Quando ampliamos 0 olhar sobre este
termo, formacao traz consigo a ideia de construcao e constituicao da identidade
profissional (conhecimentos e habilidades especfficos de um campo de
atividade) e pessoal (maneira como uma pessoa e criada, carater,
personalidade ...) do sujeito. Desse modo, 0 termo traz elementos subjetivos e
objetivos que contribuem para a constituicao da identidade profissional do
sujeito.
Enquanto processo em construcao, a formacao nao e compreendida comoum processo de aprendizagem finito, acabado, imutavel,
Compreendemos a formacao como "I...] projeto que articula etica, estetica,
conhecimentos, valores, reflexao, crftica, verdades relativas, intencoes
provis6rias num dado momenta hist6rico-social e com ele se compromete, seja
para rnante-lo, seja para transforrna-lo." (BATISTA, 2001, p. 137).
Desse modo, pensamos a formacao como um processo continuo,
inacabado, em transformacao, Por isso, a necessidade da formacao de um
profissional que se inquieta com 0 contexto em que esta situado, questiona-se,
busca, investiga ... pesquisa.
Voce esta preparado(a) para esse desafio?
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v
e
U
n
Referenc ias
ABBAGNANO, Nicola. Dicionario de Filosofia. 4. ed. Sao Paulo: Martins
Fontes, 2000. 1014p.
s
i
d
ad
eBATISTA, Sylvia Helena Souza da Silva. Formacao. In: FAZENDA, Ivana C.
A. (Org.). Dicionario em construcao: interdisciplinaridade. Sao Paulo:
Cortez, 2001. p. 135-137.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educa«;ao Nacional lei n. 9394, de
20 de dezembro de 1996. 8. ed. Florian6polis: SINEPE/SC, [2001 ?].
CHIARELLO, IIze Salete. Ensino, pesquisa e extensao: uma visao
interdisciplinar. Extensao em Rede, Blumenau, n 2, 2004.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionario etimol6gico. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1986. 103p.
FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo dicionario da lingua
portuguesa. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [19--]. 1499p.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionario Houaiss da lingua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2922p.
JOHANN, Jorge Renato (Coord.). lntroducao ao rnetodo cientifico:
conteudo e forma do conhecimento. Canoas: ULBRA, 1997. 108p.
LUCKESI, Cipriano et al. Universidade criacao e producao de conhecimento.
In: __ . Fazer universidade: uma proposta metodol6gica. 6. ed. Sao
Paulo: Cortez, 1991. p. 29-44.
MARCOVITCH, Jacques. A universidade (im)possivel. Sao Paulo: Futura,
1998.
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Gracas, Docencia no
Ensino Superior. v.1 Sao Paulo: Cortez, 2002.
WANDERLEY, Luiz E. W. 0que e universidade. Sao Paulo: Brasiliense,
1999. (Colecao Primeiros Passos, 91).
21

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lem a 2C o n h e c i m e n t o :
Cr iacao e C o m p ro m i s s o S o c ia l
Este Tema tem como objetivo, possibilitar ao academico:
¢Compreender as implicacoes do conhecimento na sociedade
percebendo a relacao destas implicacoes com as atitudesassumidas no campo pessoal e profissional.
Neste Tema estaremos discutindo, refletindo as relacoes entre
conhecimento e inforrnacao, conhecimento e compromisso social,
conhecimento e ciencia. Por isso, consideramos seu envolvimento
imprescindfvel. Suas indaqacoes, suas ideias, suas contribuicoes sao de
fundamental irnportancia para que possamos articular as discussoes com os
pares ao longo da formacao.
2.1 Conhecimento e lnforrnacao
Vivemos na sociedade do conhecimento e da informacao. Tudo mudou
muito rapidamente nos ultimos anos ou nas ultimas decadas, Do seculo XIX ao
seculo XXI, principalmente, houve muitas mudancas que influenciaram,
afetaram a vida no planeta.
Nas sociedades humanas, 0 desenvolvimento tecnico cientffico afetou a
vida nas suas estruturas econornica, cultural, polftica, entre outras. Marcou
profundamente a historia. Frente a isso, podemos nos questionar: 0 que eproduzir, criar conhecimento? Quais as diferencas entre conhecimento e
informacao? Qual a funcao social do conhecimento? Como 0 conhecimento tem
contribufdo para mudar a sociedade, a vida, 0 planeta? Qual a relacao entre
etica e conhecimento? Que tipos de conhecimento influenciam a vida das
pessoas no cotidiano? Essas perguntas nos ajudam a iniciar este percurso de
reflexoes sobre 0 conhecimento, e outras pod em ser levantadas, entre elas,
aquelas que voce traz para a academia.
Ao pensar sobre 0 conhecimento, que questoes voce levanta? Que duvidas
voce tem? Voce ja se percebeu algum dia se perguntando sobre sua vida, sobrepor que esta aqui neste lugar, sobre qual 0 sentido do que voce vive, do que as
pessoas vivem? Sobre a destruicao do planeta Terra, as catastrofes provocadas
pelas guerras, pelas armas atomicas e bioloqicas, sobre a manipulacao de
formulas qufmicas, 0mapeamento do codiqo qenetico humano, a clonagem, os
transqenicos? Voce muitas vezes se questionou sobre a existencia de Deus, a
fe, as crencas, a relacao entre fe e razao? Essas perguntas transitam pelo
23

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conhecimento. Mas 0 que e 0 conhecimento? 0 que e conhecer? Vamos
dialogar um pouco.
No Novo Dicionario Aurelio, encontramos algumas definicoes do que pode
ser 0 conhecimento:
co
n
h
ec
i
m
en
t
0:
"Ato ou efeito de conhecer. ldeia, nocao, Pratica da vida, experiencia.
Processo pelo qual se determina a relacao entre sujeito e objeto. Apropriacao do objeto pelo
pensamento." (FERREIRA, 1999, p. 529).
ParaAssmann (1998, p. 149),0 conceito de conhecimento
[ . . . J se presta tanto para enfatizar 0 papel ativo dos
agentes cognitivos como para acentuar 0 seu carater
processual. Fala-se em agentes cognitivos quando os
receptores da inforrnacao sao, ao mesmo tempo,
classificadores, analisadores, processadores ativos da
mesma e, ao menos parcialmente como nos humanos,
construtores e reconstrutores ativos do conhecimento.
Podemos, assim, perceber que 0 conhecimento tem uma estreita relacao
com 0 vivido, com 0 experienciado pelo ser humano. 0 conhecimento e uma
relacao com a vida. E tarnbem e, principalmente, um processo de reflexao
critica, de analise sistematica, um elemento desencadeador de acoes e,
desencadeado por acoes, por isto, e relacao,
Para entender melhor essa relacao, vamos ao conceito de experienciaapresentado por Michel Foucault:
ci
a
Iiao
e
com
p"A experlencla e alguma coisa da qual saimos transformados."
(REVEL, 2005, pA7).
o
m
i VOCe pode perceber que os elementos com os quais nos relacionamos
S cotidianamente, sejam eles, as leituras que fazemos, os filmes a que assistimos,
S os dialoqos que estabelecemos com outras pessoas, os lugares que visitamos,
o as etnias e culturas com as quais mantemos contato, as acoes que
desencadeamos no contexto em que vivemos, entre outras, sao essas "coisas"
S sinalizadas no conceito de experiencia de Foucault que nos permitem
o compreender que 0 conhecimento e relacional. Um exemplo dessa relacao esta
c sistematizado no esquema apresentado a seguir:i
a
I
Conhecimento
do aquecimento
global
Fluxograma 01 - Conhecimento
24
l J ,Derretimento das
calotas pol ares
Mudant;as no clima
do Planeta Terrat
r- ~~~:------_,tI . . - - - - - - ! _ _ _ _ _ _ _ _ _ ,.. Novas desafios para
os homens
ISecas repentinas e I
roblemas na
agricultura

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a conhecimento e comprometimento responsavel e etico, uma vez que por
meio dele, os seres humanos provocam mudancas e se constituem como
agentes, sujeitos de rnudanca, Pelo conhecimento, libertamos, mas tarnbem
aprisionamos. Por isso, e importante ter claro que 0 conhecimento, como sugere
Morin (2000, p. 86), "[ ...] e a naveqacao em um oceano de incertezas, entre
arquipelaqos de certezas." Sao essas incertezas que demandam um tratamentoadequado, um uso criterioso e responsavel do conhecimento que produzimos
na academia, nos institutos de pesquisa e em outros lugares em que se
estabelece essa relacao entre experiencia e pensamento.
a conhecimento e sempre conhecimento de algo, de alguma coisa, de um
fato ou fen6meno. E por isso que se fala em objeto do conhecimento: aquilo que
se torna conhecido. E 0 que se torna conhecido ou 0 objeto do conhecimento e
seu produto, seus resultados, sao sempre provis6rios, incertos, sao objetos de
novas duvidas, novos questionamentos. Como sustenta Demo (1997, p.18)
"[...] 0 conhecimento, em vez de produzir certezas, e marcantemente uma
estrateqia de as desmontar. Parece ser mais uma habilidade de lidar
criativamente com a incerteza, com a qual convive dialeticamente [...]"
Frente ao que ja foi pontuado, refletido em linhas anteriores, e interessantefrisar 0que sustenta 0autor referenciado acima:
o conhecimento e uma habilidade.
Habilidade de lidar criativamente com incertezas.
Fique atento! Essas incertezas podem ser de ordem te6rica ou social. au
seja, podem ser incertezas produzidas no campo das investiqacoes cientfficas,
teol6gicas, filos6ficas ou aquelas que advern dos diferentes contextos com os
quais interagem os seres humanos e de onde emergem problemas, indaqacoes,
questionamentos que suscitam respostas, solucoes e que possibilitam certo tipo
de conhecimento.
• Consideramos importante que voce faca 0 Vamos Registrar:
registro de algumas incertezas com as quais
voce convive no campo pessoal eprofissional. Fac;:a isso ao lado, e volte a elas
no final deste processo formativo para
verificar que mudanc;:as houve.
No esquema a seguir, podemos visualizar os diferentes tipos de
conhecimento com os quais convivemos cotidianamente e sobre os quais
trataremos ao longo das reflexoes desencadeadas neste Tema.
Fluxograma 02 - Tipos de Conhecimento
co
n
h
ec
i
m
en
t
0:
ci
a
Iiao
e
com
p
o
m
i
ss
o
so
c
i
a
I
25

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Antes de abordarmos esses conhecimentos temos que voltar a uma das
perguntas levantadas no inicio deste dialoqo: quais as diferencas entre
conhecimento e informacao?
Um trecho da rnusica intitulada "Nao olhe pra tras" do grupo de rock Capital
Inicial ajuda a iniciar tal diferenciacao:
co
n
h
ec
i
m
en
t
0:
ci
a
Iiao
e
"Nem tudo e como voce quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser facil se voce
Ver 0 mundo de outro jeito
Se 0 que e errado ficou certo
As coisas sao como elas sao
Se inteligencia ficou cega de
tanta lnformacao
Se nao faz sentido
Discorde comigo
Nao e nada de mais
Sao aquas passadas
Escolha uma estrada
E nao olhe
Nao olhe pra tras [...J . "
C I" Parece ser isso, a principio, que vai nos ajudar a relacionar as diferenc;as: .......
o "inteligencia cega de tanta lnformacao", Poderiamos estar nos perguntando:
m quais as caracteristicas da informacao? Que aspectos a torna diferente do
p conhecimento? A informac;ao pode tornar-se urn conhecimento? Como? -"
o
m
i
ss
o
Vamos vercomo 0Novo Dicionario Aurelio define inforrnacao:
"Ato ou efeito de informar (se); informe. Dados acerca de alquern ou de
algo. Comunlcacao ou noticia trazida ao conhecimento de uma pessoa oudo publico." (FERREIRA, 1999, p. 1109).
so
c
i
a
I
A partir dos aspectos levantados pela rnusica e pelo dicionario consultado,
podemos conceituar informacao como um conjunto de dados ou de notfcias que
sao informados a alquem ou um grupo de pessoas e que dizem respeito a algo
ou algum acontecimento, objeto, etc.
Voce pode perceber que as inforrnacoes podem servir como fontes
interessantes para a elaboracao de conhecimentos. Nelas se encontram dados
que podem ajudar a elucidar determinados conflitos de ordem cientffica,
filos6fica ou teol6gica. Nas informacoes estao presentes opinioes expressadas
pelas pessoas e que podem ou nao ser validadas.
Apresentamos a seguir exemplos de inforrnacoes extraidas de um jornal e
exemplos de conhecimento retirados de alguns livros:
26

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lnforrnacoes Conhecimentos co
n
h
ec
i
m
en
t
0:
"Comercio define horatio especial para 0 fim de
ano."
"Secretaria da saude faz balaco das
atividades."
"A atencao da comunidade cientifica para uma
planta criqinaria das ilhas da Polinesia
Francesa a Morinda citrifolia ou mais
conhecida como Noni nao por acaso. 0 seu
suco e utilizado amplamente, pela medicina
popular, ha mais de dois mil anos, nesses
povos."
"Empresas de Santa Catarina sao alvo mais
uma vez de uma entidade fantasma que usa um
nome semelhante ao das associac;:6es
comerciais e industriais ou empresariais para
cobraruma mensalidade indevida."
(JORNAL DO COMERCIO, ed. 668.
Dez.l200S.)
"A situacao e paradoxal sobre a nossa Terra. As
interdependericias multiplicaram-se. A
consciencia de ser solidarios com a vida e a
morte, de agora em diante, une os humanos
uns aos outros. A cornunicacao triunfa, 0
planeta e atravessado por redes, fax, telefones
celulares, modems, Internet. Entretanto, a
incornpreensao permanece geral. Sem duvida,
ha importantes e multiples progressos da
co m p re e ns a o , mas 0 a v a nc o da
incornpreensao parece ainda maior." (MORIN,
2000, p. 93).
"Em relacao a teoria da acao, que serve de
referencia a todas as outras ideias de seu
sistema conceitual, podemos dizer que todas
as proposicoes se baseiam na acao de um ator
(individual actor) ou de uma coletividade de
atores (actors). Parsons salienta que os atores
individuais sao organismos fisiol6gicos e que
as coletividades de atores tarnbern estao
integradas por organismos que sao individuos
fisioI6gicos." (TRIVINOS, 1987, p.8S).
c
i
a
Iiao
Quadro 01- Exemplos de conhecimento e lntormacao,
e
Podemos afirmar que 0 conhecimento, em linhas gerais, exige um processo
sistematico de elaboracao, analise e reflexao. Sua construcao parte de
questionamentos, problematizacao, indaqacao da realidade. Alem disso, exige-
se que haja pesquisa cientffica, tratamento adequado de fontes e dados, e que
passe por uma validacao sustentada por criterios e princfpios eticos, seja no
campo da filosofia, da teologia, ou da ciencia,
A inforrnacao, por sua vez, nem sempre passa por um processo rigoroso de
sistematizacao, uma vez que seu objetivo e informar algo, apresentar,
comunicar algo a alquern como ja fora explicitado. Caracteriza-se mais como umrelato ou uma narrativa do que foi visto ou acompanhado pelo informante, ou
ainda, do contato que este teve com as bases de sua informacao: bancos de
dados, exposicoes orais ou imagens, etc.
Nas pr6ximas secoes,
abordaremos os tipos de
conhecimento e como eles se
caracterizam. Mas, antes de
iniciarmos estas abordagens,
consideramos importante que
voce faca um registro. Emomenta de producao:
co
m
p
o
m
i
s
so
so
c
i
a
I
Registre alguma inforrnacao veiculada em
jornais ou revistas e que tenha se tornado
um conhecimento. Ap6s registrar a
inforrnacao, escreva um paraqrafo
pontuando 0 que voce percebe de
diferencas entre a informacao e 0
conhecimento produzido. \ ~
L..--- __ _ _ _ , J r l / '
27

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C 2.2 Conhecimento Cientifico
o
n
h
ec
i
m
en
t
0:
o que sabemos ou 0 que conhecemos do mundo e como 0 conhecemos esta
em parte, representado pelas nossas vivencias, nossas experiencias de mundo
e, em parte, no que se produz enquanto conhecimento sobre 0 mundo. Nesta
direcao, conhecer cientificamente 0 mundo nos parece um grande desafio. E 0
que e 0conhecimento cientffico? Para Cruz e Ribeiro (2003, p. 20):
C
o conhecimento cientffico procura alcancar a verdade
dos fatos (objetos) e depende da escala de valores e das
crencas dos cientistas; ele resulta de pesquisas
met6dicas e sisternaticas da 'realidade'. E at raves da
classificacao, da cornparacao, da aplicacao de rnetodos,
da analise e sfntese, 0 pesquisador extrai do contexto
social, ou do universe, princlpios e leis que estruturam
um conhecimento rigorosamente valido e universal.
i
a
Iiao
Podemos perceber, a partir desses autores que 0 conhecimento cientffico se
caracteriza pela orqanizacao sistematica e rigorosa pelo qual passa quando
esta sendo construfdo ou elaborado. 0 conhecimento cientffico suscita assim,
atitude de investigador de quem 0 produz, ou constr6i. Ainda nessa direcao,
Cruz e Ribeiro (op. cit. p. 23), salientam que "0 conhecimento cientffico exige do
pesquisador crftica e que este seja objetivo, racional e imparcial". Afirmam
tarnbern que 0 conhecimento cientffico e diferente, por exemplo, do
conhecimento filos6fico, "[ ...] uma vez que as proposicoes ou hip6teses de um
conhecimento cientffico tem a sua veracidade ou falsidade conhecida nao pela
razao, mas atraves da experirnentacao." (idem, p. 23).
o conhecimento cientffico e 0 produto ou 0 resultado de um processo
criterioso e rigoroso de orqanizacao de dados, inforrnacoes e teorias. Sua
natureza e de ordem experimental. Ramos et. al. (2003, p. 12), apresentam
alguns dados hist6ricos do conhecimento cientffico, como segue destacado:
e
Co
m
p
o
m
i
ss
o
so
c
i
aI Esse tipo de conhecimento pode sustentar-se por tres concepcoes
filos6ficas distintas: 0 Positivismo, a Fenomenologia e 0 Marxismo. A primeira,
segundo Trivirios (1987) foi fundada por Augusto Comte no seculo XIX,
apresentando tres preocupacoes fundamentais: uma filosofia da hist6ria; umafundarnentacao e classificacao das ciencias e a elaboracao de uma disciplina
para estudar os fatos sociais.
"Iniciou na Idade Moderna com Galileiu Galilei (1564-1642),considerado 0 primeiro te6rico do rnetodo experimental; em 1604,
formula a lei da queda dos corpos; em 1610 inventa 0 telesc6pio;
em 1632, publica 'Dialoqos sobre os grandes sistemas do
universo' [...]"
A segunda concepcao, por sua vez, tem como representantes, entre outros,
Husserl, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, pensadores dessa corrente nascida
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tarnbem no seculo XIX. A fenomenologia tem como objetivo estudar a partir do
cfrculo herrneneutico (cornpreensao, interpretacao e explicacao) as essencias e
todos os problemas que segundo ela, tornam a definir as essencias,
A ultima concepcao apresentada, a marxista, tem como principais
representantes Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). 0marxismo compreende em linhas gerais, tres aspectos principais: 0
materialismo dialetico, 0 materialismo hist6rico e a economia polftica, por isto,
nesta concepcao, 0 foco de investiqacao ou de construcao dos objetos
cientfficos esta na sociedade.
Voce pode perceber que 0 conhecimento cientffico, para ser elaborado,
precisa estar sustentado em bases te6ricas que apresentem caracteristicas
metodol6gicas pr6prias.
Voce estudara as questoes metodol6gicas que envolvem a producao de um
conhecimento cientffico no terceiro Tema, ao tratarmos sobre pesquisa.
Podemos, entretanto, desde ja indicar as diferencas significativas entre rnetodo
e metodologia:
Esquema 01 - Metodo e Metodologia
Aatitude do pesquisadore seu objeto de pesquisa, de investiqacao, ou aquilo
que for transformado em um dado conhecimento cientffico, e que vai definir a
concepcao-base do estudo, ou seja, 0 modo como 0 pesquisador vai organizar
ou sustentar teoricamente sua pesquisa cientffica.
Por objeto de estudo voce pode entender como aquilo que vai ser
pesquisado. Alguns exemplos apresentados no quadro a seguir ajudam a
clarear tais definicoes:
CAMPO DE INVESTIGA<;AO OBJETOS DE ESTUDO
Administracao Marketing, Gestae,
Relacoes Humanas, etc.
Curriculo, Avaliacao, Processos de
Educa<;:ao Ensino e de Aprendizagem,
Relacao Professor-Aluno, etc.
Princfpios da Contabilidade,Ciencias Contabeis Compromisso social do contabilista,
Balanca Comercial, etc.
Esquema 02 - Campo de Investiqacao e objeto de estudo
co
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t
0:
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e
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Tendo apresentado esses exemplos de campo e objetos de estudo,
relacionamos alguns recortes de conhecimentos produzidos cientificamente:
Os recortes apresentados ajudam a identificar os procedimentos
com os quais opera 0 conhecimento cientffico. Se voce observar nosrecortes do quadro a esquerda, voce percebera a concepcao
filos6fica predominante no modo de pensar
do pesquisador Allen Gardner referenciado
por Fouts (1998, p. 25): "Allen Gardner
era um expoente da psicologia
experimental, exigente,
conhecido por seu rnetodo
rigoroso de laborat6rio
e precisao matematica."
co
n
h
ec
i
m
en
t
0:
"Allen Gardner era um expoente dapsicologia experimental, exigente,
conhecido por seu rnetodo rigoroso de
laboratorio e precisao maternatica. Sabia
que ele tenderia a olhar para um clinico
feito eu como um freudiano flexivel, que
ganhava a vida falando e nao era capazde
separar os sentimentos dos fatos."
(FOUTS, 1998, p. 25).
c
"0 fato do processo evolutivo que os
crentes da supremacia branca no seculo
XIX, como meu bisavo, nao poderiam
jamais aceitar, era que cad a humano
sobre a Terra e aparentado com todos os
demais somos todos uma so familia. 0
fato do processo evolutivo que nos ainda
nao aceitamos atualmente e que todos os
humanos sobre a Terra sao aparentados
com todos os chimpanzee, os gorilas e os
orangotangos sobre a Terra somos todos
membros da mesma familia hominidea."
(FOUTS, 1998, p. 373).
i
a
Iiao
e
com
p
Recortes da Obra de Roger Fouts
intitulada: "0 parente mais proximo: 0 que
os chirnpanzes me ensinaram sobre quem
somos" resultado de sua pesquisa de
doutorado publicado em 1998.o
m
i
ss
o
so
c
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a
I
30
"0 ponto de partida para a delirnitacao docampo de trabalho foi realizar um resgate
da minha vida profissional; das carencias
e necessidades enfrentadas e dos
caminhos muitas vezes trilhados para
garantir que a perrnanencia na escola
tivesse significado para 0 meu
crescimento profissional na realizacao de
um trabalho coletivo junto a professores e
alunos em atividades enriquecedoras do
ponto de vista intelectual, afetivo, politico
e social." (PONTUSCHKA, 1994, p. 10).
"0 desenvolvimento dos varies ramos da
ciencia, encontram-se em estaqios
diferentes, utilizando teorizac;:6es
diversificadas tanto no interior de um
mesmo campo de conhecimento e,
sobretudo em campos diversos. Esse fato
e verdadeiro inclusive para 0 ensino; por
exemplo, as chamadas ciencias exatas e
bioloqicas sempre receberam maiores
estimulos e financiamentos que
permitiram maior avanco em detrimento
das ciericias ditas humanas; as
metodologias utilizadas pelos variescampos tarnbem sao diferentes."
(PONTUSCHKA, 1994, p. 214).
Recortes da Tese de Doutorado intitulada:
"A formacao pedaqoqica do professor de
geografia e as praticas interdisciplinares"
defendida na USP no ana de 1994.
Qual sera a concepcao
filos6fica que indica 0
modo de pensar do
pesquisador Allen
Gardner? Discuta com
seus colegas.

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2.3Conhecimento Filosofico
Como 0 proprio nome indica, 0 conhecimento filosofico trata do universe da
filosofia. Sua diferenca especffica em relacao aos demais tipos de
conhecimento caracteriza-se pelo objeto e pelo rnetodo que emprega. SegundoCruz e Ribeiro (2003, p. 22)
A filosofia, atraves do conhecimento filos6fico, procura
conhecer e mais especificamente compreender a
realidade mais avancada ou universal que possa ser
percebida pelo homem. 0 conhecimento filos6fico
conduz a uma reflexao crftica sobre os fen6menos e
possibilita inforrnacoes coerentes.
o conhecimento filosoflco, entao, trata da natureza da realidade a ser
conhecida, percebida pelo homem, vai alern da razao, da pura rnensuracao,Encaminha 0 homem a pensar e desvendar os rnisterios a sua volta. 0recorte a
seguir, trata de um dado conhecimento fllosofico elaborado por um filosofo:
Parece que chegamos ao fim de nossa investiqacao, Reduzimos as coisas a totalidade
conexa de suas aparencias, e depois constatamos que as aparencias reivindicam um ser que
ja nao seja aparencia. 0 'percipi' nos remeteu a um 'percipiens', cujo ser se nos revelou como
consciencia. Alcanc;:amos assim 0 fundamento cntoloqico do conhecimento, 0 ser primordial
ao qual todas as demais aparicoes aparecem, 0absoluto em relacao ao qual todo fen6meno e
relativo. Nao se trata do sujeito, no senti do Kantiano do termo, mas da propria subjetividade,irnanencia de si a si.Ate agora escapamos ao idealismo. (SARTRE, 1997, p. 29).
o exemplo apresentado acima, nos ajuda a perceber 0 modo como se
organiza, como se conjectura 0conhecimento fllosofico.
2.4 Conhecimento Teologico
o conhecimento teoloqico esta relacionado a fe, as crencas no divino. Na
etimologia da palavra encontramos, do qreqo: theos, que significa Deus e logos,
que significa tratado ou discurso. No conhecimento teoloqico, segundo Cruz e
Ribeiro (2003), as verdades tratadas ou apresentadas sao infalfveis e
indiscutfveis, uma vez que sao revelacoes da divindade, do sobrenatural.
Esse tipo de conhecimento, conforme sustentam os autores referenciados
" I . .. ] apresenta respostas para questoes que 0 ser humane nao pode responder.
E um conhecimento sistematico do mundo (origem, significado, finalidade e
destine) como obra de um criador divino e, portanto, envolve a aceitacao, ou
nao." (CRUZ; RIBEIRO, 2003, p. 21).
o conhecimento teoloqico funda-se ou sustenta-se nas questoes voltadas a
fe, as crencas, ao significado que 0 homem da ao mundo a partirda existencia de
um ser supremo e que e responsavel pela relacao que 0 homem rnantern com 0
mundo, uma relacao criacionista. No recorte a seguir, voce pode perceber 0 que
foi explicitado anteriormente:
co
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0:
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"Segundo 0 autor sagrado, 0 esforc;:o da investiqacao nao estava isento da fadiga causada
pelo embate nas limitac;:6es da razao. Sente-se isso mesmo, por exemplo, nas palavras
com que 0 livro dos proverbios den uncia 0 cansac;:o provado ao tentar compreender os
misteriosos designios de Deus [ ... J Todavia, apesar da fadiga, 0 crente nao desiste. E a
forca para continuar 0 seu caminho rumo a verdade provern da certeza de que Deus 0
criou como um 'explorador', cuja rnissao nao e deixar nada sem tentar, nao obstante acontinua chantagem da duvida, Apoiando-se em Deus, 0 crente permanece, em todo 0
lado e sempre, inclinado para 0 que e belo, bom e verdadeiro." (ENCfCLlCA FIDES ET
RATIO, 1998, p. 26).
Recorte retirado da Carta Enciclica de Joao Paulo II versando sobre as relacoes entre fe
e razao.
co
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t
0: 2.5 Conhecimento Vulgar Ou Popular
c 0 conhecimento vulgar ou popular se fundamenta na vivencia, naexperiencia, no que e transmitido de pessoa para pessoa. Esse tipo de
i conhecimento pode ser dividido em algumas categorias como propos Ender-
a Egg (apud CRUZ; RIBEIRO, 2003): superficial, sensitive, subjetivo,
Ii assistematico e acrftico. No esquema a seguir, eles estao especificados.ao
e
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I
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SUPERFICIALIDADE:
Conforma-se apenas
com a aparencla.
\SUBJETIVO:
E 0 proprio sujeito que
organiza suas experiE'mcias
e conhecimentos.
SENSITIVO:
Refere-se as vivE 'mcias .._ Conhecimento
Vulgar Ou Popular
I ACRiTICO:
Verdadeiro ou nao,a pretensao de que esses
conhecimentos 0 sejam,
nao se manifesta sempre
ASSISTEMATlco:
A crqanlzacao daexperiE'mcia nao visa a uma
slstematlzacao das ideias,
Esquema 02 - Conhecimento vulgar ou popular
A irnportancia do conhecimento vulgar ou popular, segundo Cruz e Ribeiro
(2003, p. 21), e "[...] a sua unicidade na caracterfstica de identificacao de um
grupo ou de um povo. Este conhecimento tarnbem pode derivar de experiencias
casuais, atraves de erros e acertos, sem a fundarnentacao dos postulados
metodoI6gicos."
Ao enfocar 0 conhecimento vulgar, Ramos et al. (2003, p. 12) afirmam que
esse tipo de conhecimento "[...] exprime sentimentos e opinioes individuais e de
grupos, variando de uma pessoa para outra, dependendo do meio em que vive e
tendem a estabelecer relacoes de causa e efeito entre as coisas." Um exemplo
deste tipo de conhecimento: colocar sal debaixo da lingua regulariza a pressao,

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Percorremos uma caminhada refletindo os tipos de conhecimento. Por isso
consideramos importante que voce faca um levantamento sistematico sobre
eles. Voce podera organizar seu trabalho em PowerPoint ou reqistra-lo de outra
forma, para que 0mesmo possa ser socializado com seus colegas de formacao.
o quadro apresentado a seguir ajuda nesta elaboracao:
2.6 Conhecimento e Compromisso Social i
a
Iiao
Tipo de conhecimento Objetivos - Finalidades Exemplos Reflex6es Proprlas
CIENTiFICO
Descreva os objetivos ou Voce pode colocar comoAo final, escreva suas
FILOSGFICO as finalidades a que se exemplos, imagens que
destina cada tipo de ajudem a identificar os reflex6es sobre cada tipo
TEOLGGICOconhecimento, busque tipos de conhecimentos de conhecimento.
isto em outras fontes, ou textos que
outros auto res. caracterizem cada umVULGAR OU POPULAR deles.
co
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i
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t
0:
Quadro 03 - Tipos de conhecimento
c
Para rrucrarrnos esta discussao importantfssima sobre a relacao
conhecimento e compromisso social, apresentamos um pequeno texto extrafdo
da obra de Daniel Quinn (2001) intitulada "Alem da civilizacao" e uma pergunta
que elaboramos a fim de criar uma provocacao, Vamos a pergunta:e
o
m
Para que possamos nos indagar ainda mais sobre essa dimensao ou sobre a i
relacao que pretendemos discutir, 0 texto de Quinn: s
s
o ato de conhecer e de construir
conhecimentos nos compromete com a
vida, com a sociedade, com n6s mesmos?
Qual a dimensao deste comprometimento?
com
p
Nao existe apenas uma forma certa o
As pessoas costumam imaginar que seria maravilhoso se todos os seis bilh6es de seres humanos
do planeta comec;:assem a viver de uma forma nova arnanha. E o um de nossos memes mais
profundamente arraigados e um dos mais equivocados: que e absolutamente necessario existir
uma unica forma de viver que e boa para todos.
Admiro os gebusis da Nova Guine, mas (acreditem em mim) nem todos os habitantes do planeta
devem viver como eles. Admiro os ciganos, mas nem todos os habitantes do planeta devem viver
como eles e (por mais estranho que pareca), se vivessem, seu modo de vida nao seria bom.
Admiro os jalialis camel6s e artistas ambulantes do Afeqanistao -, mas nem todos os habitantes do
planeta devem viver como eles. Admiro os tuposas do Sudao, os rendilles do Ouenia e os karieras
da Australia Ocidental, mas nem todos os habitantes do planeta devem viver como eles. Nao se
trata de um raciocinio socicloqico e um raciocinio ecoloqico. As araras tern uma vida boa, masseus habitats entrariam em colapso se todos os passaros vivessem como elas. As girafas tern uma
vida boa, mas seus habitats entrariam em colapso se todos os mamiferos vivessem como elas. Os
casto res tern uma vida boa, mas seus habitats entrariam em colapso se todos os roedores
vivessem como eles.
Diversidade, e nao uniformidade, e 0 que da certo. Nosso problema nao e que as pessoas estejam
vivendo de uma maneira ruim e sim que estejam todas vivendo da mesma maneira. A Terra pode
acomodar muitos povos vivendo de uma maneira vorazmente predatoria e poluidora, mas nao pode
acomodar todos nos vivendo desse jeito.
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0:
Voce pode perceber, a partir do texto transcrito, uma primeira dirnensao, ou
ainda, um princfpio da relacao conhecimento e compromisso social: 0 respeito adiversidade. 0 conhecimento nao so nos leva a assumir responsabilidades com
populacoes, povos, seres vivos de diferentes especies, mas tarnbem nos
compromete com a diversidade, com a singularidade destes povos, populacoes,
seres vivos.
i
a
Iiao
A responsabilidade a qual estamos todos atrelados em relacao ao
conhecimento pode se caracterizar como responsabilidade social,
responsabilidade sustentavel ou sustentabilidade social, responsabilidade
natural (relacoes de conservacao e preservacao), responsabilidade polftica,
econornica, cultural, e por ultimo, a responsabilidade com a vida em todas as
suas dirnensoes e estruturas. Uma nao existe sem a outra, uma interfere na
outra e ambas coexistem ou devem coexistir com uma unica e primordial
intencionalidade: a manutencao da vida no Planeta.
o que fazemos com 0 conhecimento que apreendemos ou construfmos?Como agimos a partir daquilo que conhecemos? Que sentidos, significados sao
atribufdos aos conhecimentos com os quais trabalhamos ou nos formamos?
Como 0 conhecimento tem contribufdo para que sejamos mais humanos?
Conforme sustenta Demo (1997, p. 94-95),
c
e
o proprio caminho historico da ciencia tem mostrado
recorrentemente que cada novo resultado nao coloca
qualquer ponto final. Ao contrario, abre novas fronteiras.
Na trajetoria de sua emancipacao, 0ser humano precisa
lancar mao de todos os meios aptos. Aciencia merece al,com certeza, grande destaque.com
pA ciencia, ou 0 conhecimento de modo geral e, como sustenta Demo, esta
possibilidade de abertura, de incertezas, de novas buscas, novos rumos para a
vida, para a humanidade. A historia tem mostrado isso. A historia tarnbem
mostrou faces da ciencia e do conhecimento que precisam ser constantemente
repensados, principalmente quando se questiona sobre 0 sentido do que
conhecemos ou do que produzimos como conhecimento. Podemos perceber
isso no exemplo das carnaras de gas, dos armamentos, das formas de
extermfnio usadas nas grandes guerras mundiais,das bombas lancadas sobre
Hiroshima e Nagasaki, entre outras situacoes sobre as quais voce pode estar
pensando.
Podemos concordar com 0que afirma Mariotti (2000, p. 294):
o
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i
ss
o
so
c
i
a
I"Se foi possivel adquirir um modo de comportamento, e tarnbem possivel modlflca-lo, Isso
nao significa que conseguiremos faze-lo, mas que se trata de uma escolha nossa."
o nosso compromisso com os outros, com a vida, com nos mesmos e uma
escolha. E uma atitude responsavel e sustentada por princfpios eticos, por
atitudes que perpassam pelo valor que damos a vida, ao outro, ao que somos e
ao que pod emos vir a ser.
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o conhecimento nos atualiza, provoca desenvolvimento social, politico,
econ6mico e cultural, mas tarnbem, e principalmente, deve nos possibilitar ir
alern do que somos e vivemos. Ele deve nos possibilitar outras formas de ser,
viver, conviver, atuar na sociedade.
o conhecimento e esta possibilidade de abertura para 0 novo. Por isso, ele ecompromisso social e humano, 0 que demanda um outro olhar sobre 0 proprio
conhecimento e aquele que conhece. 0 poema de Fernando Pessoa (apud
MARIOTTI, 2000, p. 299) apresentado a seguir, ilustra essa necessidade de um
outro olhar sobre a relacao conhecimento e compromisso social.
E penso com as olhos e com as
ouvidos
E com as mtios e com as pes
E com a nariz e com a boca.
o essencial e saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se ve,
E nem pensar quando se ve
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (triste de nos, que
trazemos a alma vestida!),
Isso exige urn estudo profunda,
Uma aprendizagem de
desaprender.
co
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0:
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Iiao
e
o desafio do compromisso social e este: desaprender. 0 conhecimentocomprometido e aquele que aprende a desaprender, aquele que passa a olhar
as coisas, os sujeitos, 0 mundo e apreende esse mundo, esses sujeitos, essas
coisas, a partir da relacao com elas, a partir do que cada um tem a dizer. 0
compromisso social passa pela atitude de olhar 0 outro como um legitimo e
verdadeiro outro, como diversidade que comp6e uma totalidade, como agentes
de mudanca e de transformacao, 0 conhecimento e conhecimento com.
Para nao finalizarmos essa
dlscussao, mas buscarmos ainda
mais, uma concepcao do que sao
os seres humanos:
DOC · )
" E o caracteristicafundamental dos seres
humanos serem agentes -
terem intencoes, escolherem
cursos de acao, agirem para
alcancar alvos predeterminados,
buscarem realizar planes, pelo menos
durante grande parte do tempo -, e
assim eles tarnbern dotam suas
proprias acoes, objetivos e relacoes,
bem como a mundo em geral, deuma profusao de significados."
(LLOYD, 1995, p. 162).
com
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co
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i
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t
0:
Referenc ias
ASSMANN, Hugo. Reencantar a educacao: rumo a sociedade aprendente.
Petropolis: Vozes, 1999.
CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uira. Metodologia cientifica: teoria e pratica. Rio
de Janeiro: Axel Books, 2003.
DEMO, Pedro. Conhecimento moderno: sobre etica e intervencao do
conhecimento. 2. ed. Petropolis: Vozes, 1997.
cFERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Dicionario da lingua portuguesa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
i
a
Iiao
FOUTS, Roger. 0 parente mais proximo: 0 que os chimpanzee me
ensinaram sobre quem somos. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
LLOYD, Christopher. As estruturas da historia, Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1995.
eMARIOTTI, Humberto. As palxoes do ego: complexidade, polftica e
solidariedade. Sao Paulo: Palas Athena, 2000.
com
p
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessaries a educacao do futuro. 2.ed.
Sao Paulo: Cortez; Brasilia, DF, 2000.
___ . A cabeca bem-feita: repensar a reforma, reformar 0 pensamento.
o Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.m
i PAULO II, Joao. Carta enciclica "Fides et Ratio": sobre as relacoes entre fe
s e razao, 2.ed. Sao Paulo: Paulus, 1998.
s
o PONTUSCHKA, Nfdia Nacib. A formacao pedaqoqica do professor degeografia e as praticas interdisciplinares. Sao Paulo: USP, 1994. 280p.
S (Tese).
o
c
i
a
I
QUINN, Daniel. Alem da civilizacao: a proxima grande aventura da
humanidade. Sao Paulo: Peiropolis, 2001.
RAMOS, Paulo et. al. Manual pratico de metodologia da pesquisa: artigos,
resenha, projeto, TCC, monografia, dissertacoes e tese. Blumenau:
Academica, 2003.
REVEL, Judith. Foucault: conceitos essenciais. Sao Carlos: Claraluz, 2005.
SARTRE, Jean-Paul. 0 ser e 0 nada: ensaio de ontologia fenornenoloqica.
Petropolis: Vozes, 1997.
TRIVINOS, Augusto N. S. lntroducao a pesquisa em ciencias sociais: a
pesquisa qualitativa em educacao, Sao Paulo: Atlas, 1987.
36

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lem a 3P e s q u i s a
Este Tema tem como objetivo possibilitar ao academico:
¢Sensibilizar-se sobre a importancia da pesquisa na formacao
acadernica e profissional buscando 0 desenvolvimento de atitudecrftica e criativa frente a prcducao e socializacao do
conhecimento.
Quando estudamos 0 Tema1, conhecemos 0 contexto hist6rico e social em
que a universidade foi se constituindo. Vimos que uma das funcoes da
universidade e a pesquisa, juntamente com 0 ensino e a extensao, Mas sera
possfvel pensar a pesquisa na instituicao em que estamos inseridos? Qual 0
sentido da pesquisa nesse contexto? Como ela pode ser desenvolvida?
No Tema 2, vimos como a sociedade tem produzido 0 conhecimento ao
longo da hist6ria. Tarnbem discutimos sobre 0 compromisso da universidadecom a producao desse conhecimento. Novamente, nao da para pensar a
construcao do conhecimento sem a pesquisa, principalmente, na universidade,
espaco em que estamos inseridos.
Conhecer a irnportancia e 0 sentido da pesquisa na formacao academics
sera a intencionalidade deste Tema uma vez que buscamos, ao longo da
disciplina de Metodologia Cientffica, possibilitar 0 desenvolvimento do espfrito
investiqativo, inquiridor, questionador, curioso ... pesquisador.
Vamos Registrar:
3.1 Significado e irnportancia da pesquisa
o que e pesquisa? Por que pesquisar? Qual a funcao da pesquisa na
universidade? Qual 0 sentido da pesquisa no espaco universitario, na formacao
pessoal e profissional? Quem pesquisa? Como se faz pesquisa? Entre tantos
outros questionamentos, esses nos instigaram a pensar sobre 0 processo e a
vivencia da pesquisa na formacao academica. Sao questionamentos que nos
remetem a buscar definicoes, conceitos, normas, formas de registrar esse
processo.
Vamos reflelir?
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p
esq
u
i
sa
Para ampliarmos 0 olhar sobre 0 significado do termo pesquisa, seria
interessante buscarmos ajuda nos dicionarios e em autores que abordam esse
tema. Vamos la?
De acordo com 0 dicionario etimol6gico, pesquisa e a "I...] busca com
investiqacao [...]" (CUNHA, 1986, p. 600). 0 dicionario da lingua portuguesa
amplia essa definicao ao trazer a pesquisa como "[... ]1 conjunto de atividades
que tern por finalidade a descoberta de novos conhecimentos no dominic
cientffico, literario, artistico etc. 2 investiqacao ou indaqacao minuciosa 3 exame
de laborat6rio [...]" (HOUAISS; VILLAR, 2001, p. 2200).
Fomos pedir ajuda, tarnbem, ao dicionario da interdisciplinaridade. Nesse
dicionario, Mello (2001 , p. 132, grifo do autor) acentua que
o homem nao vive a margem dos processos produtores
da vida e, como supunha a modernidade, nao controla
total mente a interpretacao e a construcao da realidade.
No entanto, seu olhar nao descalca e, inquieto, interroga,
investiga, perscruta a partir e para alern do visto com 0
intuito de olhar bem. A este movimento chamamos
pesquisa [... J
E interessante perceber que os autores acima citados, vinculam 0 termo
investiqacao a pesquisa. 0 que isso quer dizer? Se investigar e "[...] seguir osvestfgios de, indagar [...]" (CUNHA, 1986, p. 444), pesquisar algo pressup6e
seguir os vestfgios do que desejamos conhecer. Para tanto, e preciso buscar,
nas minucias, as pistas que indicam 0 caminho a seguir, observar atentamente
cada detalhe, procurar ....
aca uma enquete com as pessoas da
sua casa, do seu trabalho ....
questionando-as:
o que e pesquisa para voce?
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A partir do que voce escreveu sobre 0 que e pesquisa, do que os dicionariostrazem sobre esse termo e da enquete que voce fez, podemos perceber que ha
diferentes concepcoes a respeito do que seja a pesquisa. Vamos, agora,
conhecer a concepcao de pesquisa de diversos autores que escrevem sobre
essa tematica:
000
Pedro Demo
A partir do que Demo nos coloca, pesquisa nao se traduz no que muitos
pensam, como c6pia e reproducao do que alquern ja estudou e escreveu. Tendo
em vista a criatividade e criticidade como elementos importantes na pesquisa,
ela transcende a mera c6pia e a reproducao do conhecimento.
Contudo, Demo tarnbern salienta que a pesquisa nao e uma atividade
especial com hora e dia marcado. Da mesma forma, 0 pesquisador nao deve ser
considerado como uma pessoa iluminada e especial. 0 autor acrescenta que:
p
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"Na condicao de principio cientifico, pesquisa apresenta-se como a instrurnentacao
te6rico-metodol6gica para construir conhecimento. Como principio educativo,
pesquisa perfaz um dos esteios essenciais da educacao emancipat6ria, que e 0
questionamento sistematico critico e criativo [... ]" (DEMO, 1997, p. 33).
"Trata-se de atitude cotidiana, nao de hora marcada, lugarespecifico, instrumento
especial, e e isto que se espera da cidadania moderna: um cidadao sempre alerta,
bem informado, critico e criativo, capaz de avaliarsua condicao socio-econornica,
dimensionar sua participacao hist6rica, visualizar seu horizonte de atuacao,
reconstruir suas praticas, participar decisivamente na construcao da sociedade e
da economia." (DEMO, 1997, p. 34, grifo do autor).
Pedro Demo
Para pesquisar, precisamos ler, investigar, buscar sempre mais e de uma
forma melhor a fim de aprofundar nossos conhecimentos, nos posicionarmos
frente 0mundo, construir argumentos sobre 0que pensamos, acreditamos ...
Provavelmente, voces devem se perguntar: Mas, como isso acontece no
dia-a-dia? Como fazer pesquisa? De que forma? Nao fiquem desesperados!!!
Pedro Demo nos ajuda a pensar sobre isso, dizendo que:
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Assim como 0 detetive, quem pesquisa ve alern do aparente, aquilo que esta
nas entrelinhas. Para ver alern do aparente precisamos tirar os veus, as
mascaras. Precisamos ver 0 que esta por detras, 0 detalhe, 0 que esta entre as
dobras do objeto a ser conhecido. Alem de Pedro Demo, ha outros autores que
abordam 0 conceito de pesquisa, trazendo a ideia de pesquisa de forma
sistematica, aquela pesquisa que acontece na universidade.
Antonio Carlos Gil
"Pesquisa e 0exercicio intencional da pura atividade intelectual, visando melhorar as
condicoes praticas de existencia [...]" (SANTOS, 2000, p.17).
Antonio Raimundo dos Santos o d J"A pesquisa e uma atividade voltada para a solucao de problemas te6ricos e praticos
com 0emprego de process os cientificos." (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63).
oOdilia Fachin 00
"Pesquisa e um procedimento intelectual para adquirir conhecimentos pela
investiqacao de uma realidade e busca de novas verdades sobre um fato (objeto,problema). Com base em metod os adequados e tecnicas apropriadas, 0
pesquisador busca conhecimentos especificos, respostas ou solucoes ao problema
estudado. No resultado de uma pesquisa nao se deve atribuirverdade absoluta, pois
as descobertas sao sempre renovadas e toda analise sobre um fato (objeto,
problema) apresenta varias implicac;:6es de ordem apreciativa e analitica." (FACHIN,
2001, p. 123).
Ir a biblioteca, pegar um texto ou artigo cientffico e apenas ler nao significa
pesquisar. Podemos fazer a leitura de algo e continuar a reproduzir 0 que foi lido
ou estudado, ou apenas nos informarmos acerca do que lemos. Pesquisar
significa resolver um problema, algo que nos inquieta enos instiga. Por isso,
toda pesquisa surge de uma pergunta. A pergunta e 0 elemento desencadeador
de uma pesquisa.
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oLaino Alberto Schneider 00
Um certa olhar sabre a pesquisa
Que alegria, diz a Eternidade,
Ver 0 filho de minha esperanc;:a
Apaixonar-se pela pesquisa,
Pois em sua mente
Coloquei inurneros de meus sonhos
E gostaria tanto que se tornassem realidade.
A pesquisa,
Comec;:ou a explicar a Eternidade,
E, antes de qualquer coisa, 0 gesto do jovem
carnpones
Que se vai,
Revolvendo a pedra dos campos,
Descobrindo lesmas e gafanhotos,
Ou milhares de formigas atarefadas.
A pesquisa,
E a caminhada pelos bosques e pantanos
Para tentar explicar,
Vendo folhas e flores,
Por que a vida apresenta tantos rostos.
A pesquisa,
E a fusao, em um so crisol,
De observacoes, teorias e hipoteses
Para ver se cristalizar
Algumas parcel as de verdade.
A pesquisa,E, ao mesmo tempo, trabalho e reflexao
Para que os homens
Achem todos um pouco de pao
E mais liberdade.
Gerard-B. Martin
Tarnbern e olhar para 0 passado
Para encontrar nos antigos
Alguns graos de sabedoria
Capazes de germinar
No coracao dos hom ens de arnanha.
A pesquisa,
Eo tatear em um labirinto,
E aquele que nao conheceu a embriaguez de
procurar seu rumo
Nao sabe reconhecer 0 verdadeiro caminho.
A pesquisa
E a surpresa, a cada descoberta,
De se ver recuar as fronteiras do
des con hecido,
Como se a natureza, cheia de rnisterios,
Procurasse fugir de seu descobridor.
A pesquisa,
Diz finalmente a Eternidade,
Eo trabalho do jardineiro
Que quer se tornar,
No jardim de minha criacao,
o parceiro de minhas esperanc;:as.
E VOCe?
Percebe a presenca do conceito de pesquisa em outrasformas de linguagens ou em outros espacos?
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P Por meio da concepcao de pesquisa apresentada por diversos autores,
e podemos perceber como alguns deles ampliam seus conceitos, enquanto que
S outros articulam tal conceito tendo em vista 0 espaco academico.
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S
aBusque em outras tontes
bibliogr<ificas 0co neeito de
pesquisa:
.. Dicionarios da lingua portuguesa;
.. Dicionarios especializados:
Filosofia, Sociologia, Psicologia ...;
.. Literatura especializada: livros,
artigos de periodos, trabalhos
apresentados em congressos.
Para registrar:
A partir do seu conceito inicial de pesquisa (a que nos chamamos de
conhecimento previo), das definicoes expressas nos dicionarios e das
diferentes concepcoes apresentadas por diversos autores, 0 que e pesquisa
para voce?
o que sao publlcacoes
peri6dicas?
"[ ... ] sao aquelas editadas em
fasciculos, em intervalos regulares
ou irregulares, com a colaboracao
de varies autores, tratando de
assuntos diversos, embora
relacionados a um objetivo mais ou
menos definido [ ... ]" (GIL, 2002, p.
44).
Faca seu registro aqui:
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Nota importante!
Voce percebeu 0 movimento que fizemos para estudar 0 P
conceito de pesquisa? e
escrita do conceito previo (0 que voce ja conhece sobre 0 conceito a s
serestudado); q
pesquisa da definicao do conceito nos dicionarios da lingua uportuguesa; i
pesquisa nos dicionarios especializados: Filosofia, Sociologia, s
Psicologia ... ; a
pesquisa na literatura especializada: livros, artigos de periodicos,
trabalhos apresentados em congressos;
Reconstrucao do conceito (apes a pesquisa, reconstruir 0 seu
conceito).
Com esse movimento, voce pode observar em que e como ampliou
o seu conhecimento.
Faca 0 registro de suas reflexoes:
Quadro 01 - Elaboracao realizada a partir da tese de doutorado "uma 16gica curricular interdisciplinar
para a formacao de professores -a estampa de um design", de Diva Spezia Ronghetti.
3.2 Espirito investigativo
Como vimos, a pesquisa nao se restringe ao uso e aplicacao de tecnicas
porque esta vinculada a atitude do sujeito frente 0 conhecimento. Atitude que se
expressa pela sua abertura diante do novo, pela humildade em querer sempre
aprender mais e melhor, pelo olhar crftico e questionador que lanca para si
mesmo e para 0 seu entorno, pelo movimento que cria ao sentir-se sempre
desafiado frente 0conhecimento.
o que isso implica? Implica assumir que nao nascemos pesquisadores, mas
nos tornamos pesquisadores a cada dia. Para tanto, precisamos desenvolver
em nos algumas habilidades. Neste sentido, ninquern nasce um pesquisador,
mas torna-se a cada dia na medida em que, na interacao com 0 outro e 0meio,
aprende a buscar, a investigar, a inquietar-se com 0 que nao conhece, a
questionar aquilo que, aparentemente, e familiar ...
E voce? Voce se percebe como
uma pes soa que tem um "espirito
investigativo"? Por que? 0 que
voce acredita que seja essencial
para uma pessoa ser consideradaalquern que tem um "espirito
investigativo"?
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Por que desenvolver 0 espirito investigativo na Universidade?
A universidade, como espaco de construcao e producao de conhecimento, e
um dos espacos que possibilita ao acadernico a formacao do espfrito
investiqativo uma vez que tem como sua essencia a articulacao entre 0 ensino, a
pesquisa e a extensao, Se nao ha ensino sem pesquisa e a extensao se da pela
pesquisa, a pesquisa torna-se 0 elemento articulador destas relacoes e inter-
relacoes, Para Nosella (2000, p. 59), na Educacao Superior " I . .. ] opera-se a
passagem definitiva da fase doqrnatica para a fase criadora do trabalho
intelectual autonorno e independente [...] na Educacao Superior 0 instrumento
principal de producao cultural e, sem duvida, a pesquisa [...]"
Nessa perspectiva, 0 espfrito investiqativo move e remove 0 acadernico na
busca de uma certeza que torna-se, a cada momento, provis6ria. Esse
movimento se estabelece na medida em que ha um sem fim de possibilidades,
que nos percebemos como sujeitos inacabados, quando nossa maior certeza e
a presenca constante da incerteza.
"[ ...] Os estudos univer-sitarios se interessam pelos assuntos sobre os quais
ninquern ate entao se interessou ou sobre os quais ainda muito pouco se sabe [ ...] 0
objeto especifico da Universidade e 0 nao-saber, e nao 0ja sabido. Todavia, trata-se
de um 'nao-saber' todo especial. E o um 'nao-saber' de que precisamos saber e quepodemos saber [ ... ] E o um 'nao-saber' parcialmente conhecido, que deixou rastros,
sobre 0qual se pode configurarhip6teses. E o um 'nao-saber' que lembra a brincadeira
do esconde-esconde, quando 0 escondido ja mostrou uma rninuscula e confusa
parcela de seu rosto e seu corpo. E o , sobretudo, um 'nao-saber' de que os homens,
ansiosos e necessitados (muitos homens; possivelmente, todos os homens)
precisam saber [...]" (NOSELLA, 2000, p. 59-60).
Paolo Nosella
Dar-se conta do "nao-sabido" faz parte de um movimento de busca pelo que"nao sei", pela identificacao do "ate onde sei" equal caminho trilhar para dar 0
saito do nao sabido para 0 saber. Podemos tracar alguns elementos que
consideramos essen cia is para nos acompanhar nessa trajet6ria:
Curiosidade: "ter a pulga atras da orelha" e 0 que nos movimenta a querer
saber mais porque nos sentimos inquietos, desafiados e desacomodados. 0
sujeito que se sente acomodado nao pesquisa porque nao se questiona, esta
satisfeito com 0 que e, 0 que tem e 0 que sabe. 0que seria essa curiosidade?
Para Freire (2003, p. 32)
A curiosidade como inquietacao indagadora, comoinclinacao ao desvelamento de algo, como pergunta
verbalizada ou nao, como procura de esciarecimento,
como sinal de atencao que sugere alerta faz parte
integrante do fen6meno vital. Nao haveria criatividade
sem a curiosidade que nos move e que nos poe
pacientemente impacientes diante do mundo que nao
fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.
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Aquela curiosidade que nos move, que nos faz avancar, que nos leva a lancar
um olhar inquietante sobre nos, 0outro e 0mundo.
Rigorosidade: significa aprender criticamente. Aprender criticamente,
entretanto, pressup6e uma leitura comprometida do texto, do contexto e do
mundo, isso significa ler nas entrelinhas. Para ler nas entrelinhas, preciso ler
varies livros, varias vezes 0que nao entendi. Preciso discutir com 0outro sobre 0
conteudo da leitura, conhecer a ideia de varies autores, interpretar 0 que dizem,
conhecer a interpretacao que outros ja fizeram dessa leitura. Ter rigorosidade
significa ter disciplina para 0 estudo, fazer 0 registro, anotar, analisar, refletir
sobre a ternatica ou a problematica estudada. Significa ter comprometimento e
seriedade com a pesquisa.
Humildade: ter abertura para 0 novo, acreditar que sempre podemos
aprender mais, questionar nossas certezas, ter certeza das nossas incertezas.
Ter humildade significa perceber-se como sujeito inacabado, que tem sempre
algo a aprender com 0 outro. "Humildade e conhecer os proprios limites. Aceitarque sa be algo de modo imperfeito, incompleto, que, a qualquer momento, pode
serquestionado, reformulado e mesmo superado [...]" (ALVES, 2001, p. 64).
Metamorfose: acreditar na transtorrnacao, que nada e , mas esta se tornandoa cada momenta diferente do que era ha um segundo. Acreditar que tanto 0
homem quanto 0 conhecimento nao e algo pronto e acabado. E acreditar no
movimento e na possibilidade da transformacao, Movimento esse que leva 0
acadernico ou professor a ver-se e rever-se a cada momento. Nas palavras de
Raul Seixas
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Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante [ ... ]
Do que ter aquela velha opiniao formada sobre tudo [ ... ]
Eu quero dizer
Agora 0 oposto do que eu disse antes [ ...]
Se hoje eu sou "estrela"
Arnanha ja se apagou
Se hoje eu te odeio
Arnanha Ihe tenho am or
Lhe tenho am or
Lhe tenho horror
Lhe taco amor
Eu sou um ator ...
E o chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opiniao formada sobre tudo [ ... ]
Sobre 0 que e 0 amor ...
Sobre 0 que eu nem sei quem sou [...]
Eu you desdizer
Aquilo tudo que eu Ihe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opiniao formada sobre tudo [ ... ]
Essa trajetoria torna-se rica em aprendizagens quando temos alguns
parceiros que nos acompanham. 0 professor, como orientador dessa
caminhada, os colegas que conosco entram neste desafio e os teoricos que nos
dao suporte para continuar a caminhada ...
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Essa trajet6ria pode ser seguida com a ajuda de um mapa que nos orienta e
nos conduz ... 0 mapa dessa trajet6ria pode ser representado pelas orientacoes
metodoI6gicas ... Tais orientacoes estao expressas no Tema 4.
Como entender a forma pela qual a pesquisa pode ser organizada ou
sistematizada? Para tal orientacao:
.. 0 texto "Tipos de pesquisa" nos indicara como diversos autores
classificam as diversas formas pelas quais a pesquisa pode ser
organizada, seja pelos objetivos, intencionalidade ou natureza da
pesquisa.
3.3Tipos de pesquisa
Quando desenvolvemos uma pesquisa, muitas vezes, nos questionamos:
Em qual area a minha pesquisa esta situada? Que tipo de pesquisa estoudesenvolvendo? Como posso classificar a minha pesquisa? As respostas a
essas perguntas nos ajudam a nos situarmos no espaco da pesquisa e da
academia.
Fazer uma pesquisa em Ciencias Contabeis, certamente, nao e a mesmacoisa que desenvolver uma pesquisa na Adrninistracao, Educacao, na Medicina
ou na Engenharia. Cada area exige formas e instrumentos especfficos para 0
desenvolvimento de uma pesquisa.
Marconi e Lakatos (2000) tarnbem sentiram a necessidade de compreender
a forma pela qual podemos classificar os diversos ramos de estudo da ciencia,Esses autores tarnbem perceberam que nao ha um consenso entre os autores
que abordam sobre essa ternatica. Frente a isso, Marconi e Lakatos (2000, p.
28) chegaram a seguinte classificacao das ciencias:
FORMAlS
CIENCIAS
FACTUAIS
Esquema 01 - Classificacao das ciencias
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Ap6s situar-se no esquema acima, voce deve questionar-se: Como posso
classificar a minha pesquisa? Ha uma forma de classificar as pesquisas?
Como? Uma das formas que podem ser utilizadas para classificar a pesquisa e:
BibliogrMica Campo Experimental Documental
p
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Tlpos de Pesquisa
te6rica
Nao dispensa a
pesquisa biblioqrafica
Exige que 0 pesquisador
se dirija ao contexto, par
meio de observacao,
entrevista e/ou questionario
Possibi li ta a integra gaoentre a universidade e a
comunidade
Representa 0
exemplo mais
adequado de pesqu isa
cientffica e e 0 que tem
maior prestlqio nos meios
cientfficos
Necessariamente, nao
precisa ser realizada emlaborat6rio
E manipulada e
controlada pelo
pesquisador
"Documentos sao as
fontes de informacao que nao
receberam orqanizacao,
t ratamento analft ico e publicacao
[ ... ]" (SANTOS, 2000, p. 29).
Existem as documentos que ainda
nao receberam qualquer analise
(documentos o ficia is, cartas, filmes,
fotografia .. ) e os documentos que [a
foram analisados (relat6rio de
pesquisa, relat6rios de
empresa ... )
Procura explicar e
responder problemas
dentro de uma dim en s ao
Os livros e os artigos
cientff icos sao ferramentas
basicasOferece facil idade na busca
do material
Nao pode ser feita em
torno de apenas uma
obra
Fluxograma 01 - Tipos de pesquisa
Goncalves (2001) amplia essa classificacao a partir de alguns criterios, 0
quadro a seguir apresenta a classificacao dos tipos de pesquisa segundo
Goncalves (2001, p. 64). Nele, estao contidas as pesquisas segundo osobjetivos, os procedimentos, as fontes de inforrnacao e segundo a natureza dos
dados, como segue:
Tipos de pesquisas Tipos de pesquisas Tipos de pesquisas
Tipos de pesquisas segundo os segundo as fontes de segundo a natureza dos
segundo os objetivos procedimentosde coleta lnformacao dados
.. Experimento
.. Explorat6ria .. Levantamento "Campo
.. Descritiva .. Estudo de Caso .. Laborat6rio .. Quantitativa
.. Experimental .. Biblioqrafica .. Biblioqrafica .. Qualitativa
.. Explicativa .. Documental .. Documental
.. Participativa
Quadro 02 - Tipos de Pesquisa
Para refletir . )
'---- Como voce percebe a pesquisa? _)
De que forma a pesquisa na area em que voce esluda pode
..___ ser desenvolvida?
De que forma voce, como acadernico, pode conlribuir para a_)'-- sua comunidade por meio da pesquisa?
______."..
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Tema4Orqan izacao e sisternat izacao
d o t r a b a lh o acadern ico
Este Tema tem como objetivo possibilitar ao academico:
¢Compreender a importancia e a utilizacao das normas de
orqanizacao e a estruturacao do trabalho acadernico para asistematizacao do estudo e da producao do conhecimento.
Para percorrer uma trajetoria, podemos utilizar um mapa para nos orientar e
nos conduzir... Esse mapa pode ser representado pelas orientacoes
metodoloqicas, ou seja, um conjunto de instrumentos que nos possibilitam trilhar
os caminhos da pesquisa.
Com as orientacoes rnetodoloqicas, organizamos e estruturamos essa
trajetoria, nao como um fim em si mesma, mas como a possibilidade de nos
comunicarmos por meio de uma linguagem comum. Daf a necessidade de
compreendermos a utilizacao das normas de orqanizacao e estruturacao dotrabalho acadernico como um importante elemento para a sistematizacao do
estudo e da producao do conhecimento, nao mais como uma "carnisa de forca",
o texto "Orqanizacao e sistematizacao do trabalho acadernico" nos indicara
as formas que pod emos utilizar para organizar 0 estudo e a apresentacao do
trabalho academico.
Como as normas de apresentacao do trabalho academico sao institufdas
pela Associacao Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT), 0 texto "Apresentacao
do trabalho academico", com a orientacao para a estrutura, dimensoes e
formatacao do trabalho bem como a escrita das citacoes e das referencias,
apresentado nesse modulo, reproduz 0 material divulgado pela ABNT. Como eum material que muda constantemente, ele sera frequentemente atualizado.
4.1 Orqanlzacao e slsternatlzacao da pesquisa
Enquanto processo, acreditamos que a pesquisa nao seja um fim em si
mesma. E preciso considerar que a pesquisa esta atrelada ao ensino e aextensao, dando assim um novo significado para a formacao academica.
Por isso, a acao de pesquisar entendida como 0 movimento questionador,
inquiridor e um processo que desencadeia projetos, contribui para a
reconstrucao do conhecimento e possibilita a reflexao sistematica sobre os
problemas sociais. A pesquisa e , dessa forma, um dos meios que sustenta 0
desenvolvimento de habilidades e a formacao de competencias,
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Voce [a ouviu falar na
palavra projeto? Muitas
vezes, falamos em projeto
de vida, ou sobre 0 projetoVamos registrar?
de uma casa .... E sobre 0
projeto de pesquisa, voce[a ouviu falar?
Agora lancaremos um novo
desafio: procure em
diversos livros 0 significado
do termo "Projeto de
Pesquisa".
o que e um projeto de
pesquisa? Que elementos
comp6em um projeto de
pesquisa? Como
sistematizar um projeto d~pesquisa?
Voce deve estar se perguntando: como desenvolver e organizar uma
pesquisa? Como colocar tudo no papel? Um elemento essencial para que a
pesquisa aconteca e 0 planejamento, outro elemento e a sistematizacao, Este
texto tem como intencionalidade ajuda-los a trazer elementos que contribuirao
para a sistematizacao e a formatacao de projetos de pesquisa, relat6rios e
trabalhos academicos,
Voce deve ter percebido que quando falamos em projeto de pesquisa, ha um
certo consenso entre os autores no que se refere ao conceito e a finalidade de
um projeto de pesquisa. Assim, utilizaremos 0 quadro a seguir como referencia
para a orqanizacao de um projeto e relat6rio de pesquisa:
Primeira Reflexao Projeto de Pesquisa Relat6rio de Pesquisa
Qual assunto? 1-TEMA
o que resolver? 2 - PROBLEMA 1 -INTRODUc;Ao
Por que resolver? 3 - JUSTIFICATIVAPara que? 4 - OBJETIVOS
Como? 5 - PROCEDIMENTOS 2 - PROCEDIMENTOS
METODOLOGICOS METODOLOGICOS
6 - FUNDAMENTAc;Ao 3 - FUNDAMENTAc;Ao
TEORICA TEORICA
Quanto? 7 - ORc;AMENTO
Quando? 8-CRONOGRAMA
4 - ANALISE DOS DADOS5 - CONSIDERAc;OES
Onde? REFERENCIAS REFERENCIASANEXOS ANEXOS
Quadro 01 - Elementos de Projeto e Relat6rio de Pesquisa
1Esse quadro foi elaborado a partir do quadro, inicialmente, produzido par Susana Hintz, Leonir Pessate Alves e Veronica Gesser para a
oficina "Elaboracao de Projetos de Pesquisa", desenvolvida no III Congresso de lniciacao Cientffica PROINPES, na UN ERJ, nos dias 22 e 23 de
agosto de 2002.

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Qual 0 sentido de cada um dos elementos acima indicados? Ao elaborar um
projeto de pesquisa, e preciso ter, inicialmente, uma pergunta que Ihe incomoda
ou uma ternatica a ser pesquisada. Uma pesquisa surge de algo que incomoda
ou instiga 0 pesquisador, tal inquietacao e expressa em forma de uma pergunta
ou problema.
A partir dai, na justificativa, indicam-se os motivos que 0 levaram a fazer tal
pesquisa. Nesse momento, e preciso convencer 0 leitor da irnportancia do
desenvolvimento da pesquisa.
Em um projeto de pesquisa, e preciso ter clara a intencionalidade da
pesquisa, 0 "para que" desenvolver a pesquisa.
A fundarnentacao te6rica e 0 momenta em que 0 pesquisador faz 0
levantamento biblioqrafico e 0 estudo do que outros autores ja pesquisaram e
escreveram sobre 0 tema em questao, "A pesquisa biblioqrafica compreende a
consulta a livros e peri6dicos. Os peri6dicos servem como meio de atualizacao,
uma vez que sao publicados mais rapidamente que os livros." (FACHIN, 2001, p.
126). Podemos dizer que a fundarnentacao te6rica acompanha todo 0 processo
de pesquisa, uma vez que, no primeiro momenta em que surge uma possivel
pergunta a ser investigada, precisa-se comecar a conhecer 0 terreno onde se
esta pisando, fazendo um levantamento biblioqrafico e leitura, ate mesmo para
verificar se tal pesquisa e viavel ou nao, possivel ou nao de ser desenvolvida.
Nos procedimentos metodol6gicos e preciso pensar no caminho a ser
percorrido. E por isso que busca-se responder a pergunta: Como desenvolver 0
projeto de pesquisa? Farei pesquisa biblioqraflca? Quais materiais serao
pesquisados? Farei coleta de dad os? Que instrumentos utilizarei para a coletade dados (entrevista, questionario ....)? ....
Em relacao aos tipos de fontes biblioqraflcas, Gil (2002, p. 44) traz um
esquema elucidativo:
9a
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9
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Livros I
I Obras Literarias I
I ~I---. . Obras de Divulga~ao
,------,
I ~ I Informativa1 LI-R-e-m-is-s-iva-I-a
c
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I De referencia
dlclonarlos
anclclopedlas
anuarlos
almanaques
a
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I De leitura corrente
I Jornais
I Impressos Diversos
I Revistas I
Esquema 01 - Fontes biblioqraficas
53

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Tanto no projeto de pesquisa quanto no relatorio e preciso apresentar as
o Referencias, Nesse momento, muitos questionam: Qual a diferenca entre
Referencias ou Referencias Biblioqraficas e Bibliografia?
Nos anexos, constam elementos indispensaveis para a compreensao do
texto, tais como: roteiros de entrevista ou questionario, fichas de observacao ....
E importante ter cuidado porque, muitas vezes, as pessoas se "empolgam" e
tudo vira anexo. Nesse caso, 0 anexo torna-se algo volumoso e acaba
"atrapalhando" mais do que informando. Em muitos casos, e conveniente que
materiais como fotografias e documentos sejam incorporados ao texto. Dessa
forma, 0 material facilita a leitura e compreensao do texto na medida em que 0
leitor nao precisa deslocar 0 seu olhar para 0 final do trabalho, rompendo com a
leitura.
Apes 0 desenvolvimento do projeto de pesquisa, vem 0 momenta do
relatorio de pesquisa. No relatorio, 0 pesquisador escrevera como a pesquisa foi
desenvolvida, tara analise dos dad os coletados e tratara suas proposicoes,
Como 0 processo ja foi vivido, nesse momenta da escrita, os verbos deverao ser
utilizados no tempo passado.
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54
Bibliografia
"A bibliografia difere da lista de
referencias biblicqraficas por se tratar de
um levantamento biblioqrafico sobre 0
tema ou com ele relacionado, incluindo
documentos nao consultados. Tem por
objetivo possibilitar ao leitor condicao
para um aprofundamento maior no
assunto." (FRAN<;:A, 1996, p. 109).
Referencias ou Referencias
Bibliogr<ificas
"E uma relacao dos nomes das
pessoas que escreveram as obras
consultadas para a elaboracao e
estudo do trabalho. E a reunlao de
elementos minuciosamente
descritivos com lndlcacoes precisas
que permitem a ldentlflcacao de
publlcacoes no todo. as elementos
essenciais nas referencias
bibliogr<ificas sao indispensaveis emtodos os trabalhos." (FACHIN, 2001, p.
167).
"Relaciona-se as referencias
blblloqraflcas em llsta propria,
incluindo-se todas as fontes
efetivamente utilizadas para a
elaboracao do trabalho I..]"FRAN<;:A,1996, p. 109).
Como podemos organizar e sistematizar 0estudo realizado durante a
pesquisa bibliogr<ifica?
omo podemos organizar e sistematizar 0estudo realizado durante a pesq;/
bibliogr<ifica?:

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4.2 Orqanlzacao e registro do estudo
----------17
Faca 0registro do conceito de fichamento
para diversos autores ...
Voce ja ouviu falar em fichamento?
Busque em diversos autores 0
conceito de fichamento, sua
clasalflcacao e forma de orqanlza-lo ....
17"
E importante tomar alguns cuidados durante 0 desenvolvimento da
pesquisa. Um deles e com a orqanizacao e sistematizacao das leituras feitas. 0
fichamento e um dos instrumentos que podemos utilizar para a orqanizacao da
leitura e a sistematizacao das nossas ideias e reflexoes a partir da leitura
realizada.
o fichamento e uma forma de organizar e registrar 0 estudo feito de um livro
ou artigo que possuem informacoes importantes acerca da ternatica estudada.
oregistro
efeito por meio de fichas, nas quais faz-se a referencia da citacao da
ideia do autor, a paqina em que determinada citacao se localiza no livro ou no
artigo e cornentarios sobre a ideia do autor. 0 fichamento e um instrumento
importante na realizacao da pesquisa biblioqrafica, pois possibilita ao leitor
identificar as obras lidas e as ideias centrais do autor assim como os
cornentarios feitos a partir da leitura. E importante trazer indicacoes
biblioqraficas precisas sobre 0 livro estudado (autor, tftulo da obra ..... ) e
transcrever as citacoes conforme as orientacoes da Associacao Brasileira de
Normas Tecnicas (ABNT).
A resenha de livros e outro instrumento que possibilita 0 contato com 0
pensamento de diversos autores. Assim como 0 fichamento, a forma de pensarna orqanizacao e sistematizacao da resenha esta relacionada ao objetivo a que
nos propomos para faze-la. Para Santos (2000, p. 34), " I . . . ] resenhar consiste
em examinar e apresentar 0 conteudo de obras prontas acompanhado ou nao
de avaliacao crftica [...]"
A resenha apresenta-se escrita em forma de texto. Santos (2000, p. 35, grifo
do autor) aponta algumas partes que sao essenciais em uma resenha:
ldentificacao da obra - Fichamento, que inclui: autor, titulo,
imprenta, total de paqinas resenhadas.
Credenciais do autor - Os creditos: Formacao, publ lcacoes,
atividades desenvolvidas na area.
Conteudo - As ideias principais, pormenores importantes,
pressupostos para 0 entendimento do assunto.
Conclus6es - l.ocallzacao (onde se encontram na obra) e
breve expllcacao da conclusao do autor.
Critica - Deterrnlnacao hist6rica e metodol6gica (cientif ica,
jornalistica, didatica) da obra, contribulcoes importantes,
estilo, forma, rneritos, consideracoes etlcas
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9a
E importante salientar que 0 autor pontua que a resenha crftica, de modo
geral, e feita por especialistas da area em que a obra foi escrita, uma vez que
para fazer a crftica e preciso ter conhecimento profundo na area.
o resumo e outra forma de organizar 0 estudo de um texto ou livro. "0
resumo do texto e , na realidade, uma sfntese das ideias e nao das palavras do
texto. Nao se trata de uma 'rniniaturizacao' do texto. Resumindo um texto com as
pr6prias palavras, 0 estudante rnantern-se fiel as ideias do autor sintetizado."
(SEVERINO, 2000, p. 130, grifo do autor).
Uma das habilidades do leitor, ao fazero resumo, e serfiel as ideias do autore estabelecer uma sequencia 16gica das ideias em sua escrita. Para fazer 0
resumo, nao basta ler a obra, mas estuda-la na medida em que e preciso
selecionar do texto as ideias principais do autor. Para tanto, e preciso conhecer a
obra e 0 seu autor.
o sernlnarlo e uma tecnica de estudo em que as pessoas se reunern para
estudar um tema ou investigar um problema sob a orientacao do professor. Os
resultados do estudo ou da pesquisa realizada sao socializados, abrindo-se
espaco para 0debate e a reflexao, Qual 0 significado do termo seminario?
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"0 nome desta tecnica vem da palavra 'semente', 0
que parece indicar que 0 serninario deve ser uma ocasiao de semear
ideias ou de favorecer a sua germinac;:ao. Talvez seja por essa razao que nas
Universidades 0 serninario constitui, em geral, nao uma ocasiao de mera inforrnacao,
mas uma fonte de pesquisa e de procura de novas solucoes para os problemas."
(BORDENAVE; PEREIRA, 2002, p. 171).ao
d
oJuan Diaz Bordenave eAdair Martins Pereira
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o
Um dos aspectos considerados importantes no seminario e a pesquisa. No
seminario, 0 estudante e sujeito do processo de aprendizagem. 0que isso quer
dizer? Tanto 0 professor quanto 0 estudante sao responsaveis pelo
desenvolvimento do seminario. Isso nao retira do professor a responsabilidadeem orientar os academicos durante a pesquisa, 0 estudo, a orqanizacao e a
socializacao do serninario.
Qual a finalidade do serninario? Para Bordenave e Pereira (2002, p. 171),
a
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- dentificar problemas
- examinar seus diversos aspectos
- apresentar informac;:6es pertinentes
- propor pesquisas necessarias para resolver os problemas
- acompanhar 0 progresso das pesquisas
- apresentar os resultados aos demais membros do grupo- receber cornentarios, criticas e sugest6es dos companheiros
e do professor
Podemos destacar alguns passos a serem dados para a orqanizacao do
seminario:
56

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~ Preparacao: nesse momento, 0 papel do professor e importante para
instigar e desafiar os academicos para a realizacao da pesquisa. Alem disso, eum espaco que 0 professor tem para orientar os acadernicos para a pesquisa,
sinalizando 0 tipo de pesquisa que podera ser desenvolvida. A orqanizacao do
calendario e a orientacao para os materia is a serem pesquisados, tarnbem sao
importantes para que nao se perca a intencionalidade do trabalho.
9a
o
~ Desenvolvimento: esse e um momenta crucial porque, muitas vezes, 0
professor motiva os acadernicos e da as diretrizes iniciais para a pesquisa a ser
desenvolvida, assim como planeja 0 caminho a ser percorrido "pelos"
academicos, Contudo, esse caminho precisa ser trilhado "junto" com os
academicos, Para nao perder 0 envolvimento inicial dos academicos, eimprescindfvel 0 acompanhamento constante do professor uma vez que esse eum espaco para a aprendizagem. Essencialmente, este e um dos espacos para
o estudante aprender a estudar, a organizar-se, a sistematizar a pesquisa
desenvolvida, a fazer 0 registro, a organizar a socializacao .....
z
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e
~ Apresentacao do Serninario: cabe ao professor organizar, junto aos
academicos, um roteiro que podera nortear a apresentacao do seminario. Nesse
momento, e importante ter claro: 0 que e essencial? Para a apresentacao eimportante deixar clara a ternatica ou problematica pesquisada, a relevancia
social ou intelectual do tema ou problema, 0 objetivo da pesquisa, como ela foi
desenvolvida (os caminhos percorridos), a fundarnentacao te6rica (autores que
contribufram no desenvolvimento da pesquisa) e as consideracoes (momento
em que os academicos colocam-se frente a pesquisa realizada, analisam,
refletem, propoem tendo em vista a problematica e 0objetivo da pesquisa).
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9
• Avaliacao: a avaliacao pode ser realizada pelo professor e pelos
acadernicos a partir de criterios de avaliacao que deverao ser discutidos com 0
grupo no momenta da preparacao do seminario
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Para pensar e pesquisar:
Qual a importiincia do registro para voce?
De que forma 0registro da leitura, analise e estudo de um texto ou livro pode contribuir
para a sua aprendizagem?Que outras formas voce poderia utilizar para estudar um texto ou livro?
Vamos pesquisar?
Como organizar e apresentar 0trabalho acadernlco?
Como fazer a apresentacao do registro escrito?
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4.3 Aprasentacao do trabalho acadernlco
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4.3.1 Estrutura, Dimensoes e Formatacao
o
9a
Os textos devem ser apresentados em papel branco, formato A4 (21 cm x
29,7 cm), digitados ou datilografados na cor preta, com excecao das ilustracoes,
a) Tamanho da fonte
Recomenda-se, para diqitacao, a utilizacao de fonte de tamanho 12 (Aria I ou
Times New Roman) para 0 texto e tamanho menor para citacoes de mais de tres
linhas, notas de rodape, paqinacao e legendas das ilustracoes e tabelas'
b) Margens
Margem superior e esquerda: 3 cm.
Margem inferior e direita: 2 cm.
c) Espaco
Todo 0 texto deve ser digitado ou datilografado com espaco duplo. As
citacoes de mais de tres linhas, as notas, as referencias, as legendas das
ilustracoes e tabelas, a natureza do trabalho, 0 objetivo, 0 nome da instituicao a
que e submetida e a area de concentracao devem ser digitados ou
datilografados em espaco simples. As referencias, ao final do trabalho, devem
ser separadas entre si por espaco duplo. Os tftulos das subsecoes devem ser
separados do texto que os precede ou que os sucede pordois espacos duplos.
d) Paqinacao
Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas
sequencialmente, mas nao numeradas. A nurneracao e contada a partir da
primeira folha da parte textual, em algarismos arabicos, no canto superiordireito
da folha. Nas paqinas em que ha tftulo nao se coloca 0 nurnero, mas elas saocontadas normal mente. Para evidenciar a sistematizacao do conteudo do
trabalho, deve-se adotar a nurneracao progressiva para as secoes do texto. Os
tftulos das secoes primarias, por serem as principais divisoes de um texto,
devem iniciar em folha distinta.
e) Secoes
Secoes sao partes em que se divide 0 texto de um documento, contendo as
materias consideradas afins na exposicao ordenada do assunto. Secoes
primarias: principais divisoes do texto de um documento, denominadas
capftulos. 0 indicativo nurnerico de uma secao precede seu tftulo, alinhado aesquerda por um espaco de caractere. Os tftulos, sem indicativo numerico
errata, agradecimentos, lista de ilustracoes, lista de abreviaturas e siglas, lista
de sfmbolos, resumos, surnario, referencias, qlossario, apendicets), anexo{s) e
fndice{s) devem sercentralizados, conforme a NBR 6024.
f) Alfneas
Quando for necessario enumerar os diversos assuntos de uma secao (itens),
estes podem ser subdivididos em alfneas. As alfneas sao ordenadas
alfabeticamente por letras minusculas, seguidas de parenteses, As alfneas,
exceto a ultima, sao separadas por ponto e vfrgula. 0 trecho ao final da secao
anterior das alfneas, termina em dois pontos. A materia da alfnea corneca por
letra minuscule e termina por ponto e vfrgula. Nos casos em que seguem sub-
alfneas, estas terminam em virqula.Aultirna alfnea termina em ponto.
g) Siglas
Quando aparece pela primeira vez no texto, a forma completa do nome
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"llustracao: desenho, gravura, imagem que acompanha um texto.
Tabela : elemento demonstrativo de sln tese que constitui unidade aut6noma.
58

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precede a sigla, colocada entre parenteses,
Exemplo: Associacao Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT);
h) llustracoes
Qualquer que seja seu tipo (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias,
qraficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros), sua
identificacao aparece na parte inferior, precedida da palavra designativa,seguida de seu nurnero de ordem de ocorrencia no texto, em algarismos
arabicos, do respective tftulo e/ou legenda explicativa de forma breve e clara,
dispensando consulta ao texto, e da fonte. A ilustracao deve ser inserida 0mais
proximo possfvel do trecho a que se refere, conforme 0 projeto qraflco.
9a
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9ao
4.3.2 Cita«;ao3
e
Citacao e a rnencao de uma inforrnacao extrafda de outra fonte. Ela se
apresenta de duas formas:Citacao direta: transcricao textual de parte da obra consultada.
Citacao indireta: texto baseado na obra do autor consultado.
s
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t
Nas citacoes, as chamadas pelo sobrenome do autor, pel a instituicao
responsavel ou tftulo inclufdo na sentence devem ser em letras maiusculas e
minusculas e, quando estiverem entre parenteses, devem ser apresentadas em
letras maiusculas,
Exemplos:
A ironia seria assim uma forma implfcita de heterogeneidade mostrada,
conforme a classificacao proposta por Authier-Reiriz (1982).
z
a
9
"Apesar das aparencias, a desconstrucao do logocentrismo nao e uma
psicanalise da filosofia [...]" (DERRIDA, 1967, p. 293).
ao
d
o
1. Especificar no texto a(s) paqinats), volume(s), tomo(s) ou secaotoes) da
fonte consultada, nas citacoes diretas. Este(s) deve(m) seguir a data,
separado(s) por vfrgula e precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de
forma abreviada. Nas citacoes indiretas, a indicacao da(s) paqinais)
consultada(s) e opcional.Exemplos:
A producao de litio comeca em Searles Lake, na California, em 1982
(MUMFORD, 1949, p. 513).
a
b
aI
h
o
Meyer parte de uma passagem da cr6nica de "14 de maio", de A Semana:
"Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que 0 Senado votou a
lei, que era regente sancionou [...]" (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).
a
c
a
d
e
Oliveira e Leonardos (1943, p. 146) dizem que "[... ] relacao da serie Sao Roque
com os granitos porfiroides pequenos e muito clara".
m
2. As citacoes diretas, no texto, de tres linhas, devem estar contidas entre aspas
duplas. As aspas simples sao utilizadas para indicar citacao no interior da
citacao.
i
c
o
3Associacao Brasileira de NorrnasTecnicas(ABNT) NBR 10520 AGO 2002.
59

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Exemplo:
Barbour (1971, p. 35) descreve: "0 estudo da morfologia dos terrenos [... ] ativos
o [...]"
9 "Nao se mova, faca de conta que esta morta." (CRALAC; BONNIN, 1985, p. 72).a
Segundo Sa (1995, p. 27): "I...] por meio da mesma 'arte de conversacao' que
abrange tao extensa e significativa parte da nossa existencia cotidiana [...]"z
a
9ao
3. As citacoes diretas, no texto, com mais de tres linhas, devem ser destacadas
com recuo de 4cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto
utilizado entre aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se
observar apenas 0 recuo.
Exemplo:
z
a
9
A teleconferencia permite ao indivfduo participar
de um encontro nacional ou regional sem anecessidade de deixar seu locar de origem. Tipos
comuns de teleconferencia incluem 0 uso da
televisao, telefone, e computador. Atraves de
audio-conlerencia, utilizando a companhia local de
telefone, um sinal de audio pode ser emitido em um
salao de qualquer dimensao, (NICHOLS, 1993, p.
181 ).
s
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t
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4. Devem ser indicadas as supressoes, interpolacoes, cornentarios, enfase ou
destaques, do seguinte modo:a) supressoes: [...]
b) interpolacoes, acrescirnos ou comentarios: [
enfase ou destaque: grifo ou negrito ou italico.d
o
a
b
aI
h
o
5. Quando se tratar de dados obtidos por inforrnacao verbal (palestras, debates,
cornunicacoes etc.), indicar, entre parenteses, a expressao "informacao
verbal", mencionando-se os dados disponfveis, em nota de rodape,
Exemplo:
Notexto:
o novo medicamento estara disponfvel ate 0 final deste semestre (informacao
verbal)'
a
c
a
d
e
6. Para enfatizar trechos da citacao, deve-se destaca-los indicando esta
alteracao com a expressao "grifo nosso" entre parenteses, ap6s a chamada
da citacao, ou "grifo do autor", caso 0 destaque ja faca parte da obra
consultada.
Exemplos:
" I . . . ] para que nao tenha lunar a producao de degenerados, quer physicos quer
Moraes, miserias, verdadeiras ameacas a sociedade." (SOUTO, 1916, p. 46,grifo nosso).
m
i
c
o
"[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que,
aparecendo 0 classicismo como manifestacao de passado colonial [...]"
(CANDIDO, 1993, v. 2, p. 12, grifo do autor).
4 Notlcia fornecida par JohnA. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Oenefica, em Londres, em outubro de 2001.
60

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7. Quando a citacao incluir texto traduzido pelo autor, deve-se incluir, ap6s a
chamada da citacao, a expressao "traducao nossa", entre parenteses,
Exemplo:
"Ao faze-lo pode estar envolto em culpa, perversao, 6dio de si mesmo [...] pode
julgar-se pecador e identificar-se com seu pecado." (RAHNER, 1962, v. 4, p.
463, traducao nossa).
9a
o
1) Sistema de Chamada
a) Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es), instituicaotoes) responsaveheis)
estiverem inclu fdos na sentenca, indica-se a data, entre parenteses,
acrescida da(s) paqinats), se a citacao fordireta.
Exemplos:
Em TeatroAberto (1963) relata-se a ernerqencia do teatro absoluto.
z
a
9ao
As cltacoes podem serfeitas de duas formas:
e
Segundo Moraes (1932, p. 32) assinala " I . . . ] a presence de concrecoes de
bauxita no Rio Cricon."
s
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a
t
b) Quando houver coincidencia de sobrenomes de autores, acrescentam-se as
iniciais de seus prenomes. Se ainda assim existir coincidencia, colocam-se
os prenomes porextenso ..
Exemplos:(BARBOSA, C., 1958)
z
a
9
(BARBOSA, Cassie, 1965) ao
(BARBOSA, 0., 1959) (BARBOSA, Celso, 1969)d
oc) As citacoes de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num
mesmo ano, sao distinguidas pelo acrescimo de letras minuscules, em
ordem alfabetica, ap6s a data e sem espacejamento, conforme a lista de
referencias,
Exemplos:
De acordo com Reeside (1927 a)
(REESIDE,1927b)
a
b
aI
h
o
d) As citacoes indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados
em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tern as suas datas
separadas porvfrgula.
Exemplos:
(DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)
CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999,2000)
a
c
a
d
em
e) As citacoes indiretas de diversos documentos de vanes autores,
mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vfrgula,
em ordem alfabetica.
i
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61

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o
Exemplos: Ela polariza e encaminha, sob a forma de "demanda coletiva", as
necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997).
Diversos autores salientaram a importancia do "acontecimento desencadeador'
no inicio de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986;
MEZIROW,1991).9a
2) Sistema autor-data
a
9ao
a) Pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade responsavel
ate 0 primeiro sinal de pontuacao, seguido(s) da data de publicacao do
documento e da(s) paqinais) da citacao. No caso de citacao direta, as
inforrnacoes sao separadas porvirgula e apresentadas entre parenteses:
Exemplos:
Notexto:
A chamada "pandectfstica havia side a forma particular pela qual 0 direito
romano fora integrado no seculo XIX na Alemanha em particular." (LOPES, 200,
p.225).
e
s
is
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a
t
Na lista de referencias:
LOPES, Jose Reinaldo de Lima. 0 Direito na Hlstorla. Sao Paulo: Max
Limonad, 2000.z
a
9Notexto:
Bobbio (1995, p. 30) com muita propriedade nos lembra, ao comentar estasituacao, que os "juristas medievais justificaram formal mente a validade do
direito romano ponderando que este era 0 direito do Imperio Romano que tinha
side reconstituido porCarlos Magno como 0 nome de Sacro Imperio Romano."
ao
d
o Na lista de referencias:
BOBBIO, Norberto. 0 positivismo juridico: licoes de Filosofia do Direito.
Sao Paulo: icone, 1995.
a
b
aI
h
o
Notexto:
De fato, semelhante equacionamento do problema conteria 0 risco de seconsiderar a literatura meramente como uma fonte a mais de conteudos ja
previamente disponiveis, em outros lugares, para a teologia (JOSSUA; METZ,
1976, p. 3).
a
c
a
d
e
Na lista de referencias:
JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura.
Concilium, Petr6polis, v. 115, n. 5, p. 2-5, 1976.
i
c
o
Notexto:
Merriam e Caffarella (1991) observam que a localizacao de recursos tem umpapel crucial no processo de aprendizagem autodirigida.
m
Na lista de referencias:
MERRIAM, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adulthood: a comprehensive
guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991.
62

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 63/82
Notexto:
"Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer circunstancia, sem
quaisquer restricoes estatais, pelas moedas dos outros Estados-membros." 0
(COMiSSAo DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 1992, p. 34).
Na lista de referencias:
COMiSsAo DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. A unlao europeia.Luxemburgo: Service das Publicacoes Oficiais das Comunidades Europeias,
1992.
9a
Notexto:
o mecanisme proposto para viabilizaresta concepcao e 0 chamado Contrato de
Gestae, que conduziria a captacao de recursos privados como forma de reduzir
os investimentos publicos no ensino superior (BRASIL, 1995).
z
a
9ao
e
Na lista de referencias:
BRASIL. Ministerio da Administracao Federal e da Reforma do Estado. Planodiretor da reforma do aparelho do Estado. Brasilia, DF, 1995.
s
i
s
t
e
m
a
t
b) Pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade responsavel
ate 0 primeiro sinal de pontuacao, seguido(s) da data de publicacao do
documento e da(s) paqinais) da citacao. No caso de citacao direta, as
inforrnacoes sao separadas porvfrgula e apresentadas entre parenteses:
Exemplo:
Notexto:
"As IES implernentarao mecanismos democraticos, legftimos e transparentes
de avaliacao sistematica das suas atividades, levando em conta seus objetivos
institucionais e seus compromissos para com a sociedade." (ANTEPROJETO ...,
1987, p. 55).
z
a
9
ao
d
o
Na lista de referencias:
ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates, Brasflia, DF, n. 13, p. 51-60, jan.
1987.
c) Se 0 titulo iniciar por artigo (definido ou indefinido) ou se for monossilabico,
devera ser inclu fdo na indicacao da fonte.
Exemplo:
Notexto:
E eles disseram "qlobalizacao", e soubemos que era assim que chamavam a
ordem absurda em que dinheiro e a unica patria a qual se serve e as fronteiras se
diluem, nao pela fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos
sem nacionalidade. (A FLOR. .., 1995, p. 4).
a
b
aI
h
o
a
c
a
d
eNa lista de referencias:
AFLOR Prometida. Folha de S. Paulo, Sao Paulo, p. 4,2 abr. 1995.
m
Notexto:
"Em Nova Londrina (PR), as criancas sao levadas as lavouras a partir dos 5
anos." (NOS CANAVIAIS ... , 1995,p.12).
i
c
o
63

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 64/82
Na lista de referencias:
o NOS CANAVIAIS, mutilacao em vez de lazer e escola. 0 Globo, Rio
deJaneiro, 16 jul. 1995.0 Pais, p. 12.
A exprassao apud ...
A EXPRESsAo apud citado por, conforme, segundo pode, tarnbern, ser
usada no texto.
Exemplos:
Notexto:
Segundo Silva (1983 apudABREU, 1999, p. 3) dizser[ ... ]
"[...]0 vies organicista da burocracia estatal eo antiliberalismo da cultura polftica
de 1937, preservado de modo encapucado na Carta de 1946." (VIANNA, 1986,
p.172apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).
9a
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t
No modele serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), 0 ate de ler envolve um
processamento serial que comeca com uma fixacao ocular sobre 0 texto,
prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.
4.3.3 Referencias5
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Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definicoes:
a) autor (es): Pessoa (s) ffsica (s) responsavel (eis) pela criacao doconteudo intelectual ou artfstico de um documento.
b) Autor (es) entidade (es): lnstituicao (oes), orqanizacao (oes), empresa
(s), cornite (s), comissao (oes), evento (s), entre outros, responsavel
(eis) por publicacoes em que nao se distingue autoria pessoal.
c) Capitulo, secao ou parte: Divisao de um documento, numerado ou nao,
d) Documento: qualquer suporte que contenha informacao registrada,
formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ouprova. Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais, sonoros,
rnaqneticos e eletronicos, entre outros.
e) Edicao: Todos os exemplares produzidos a partir de um original ou
matriz. Pertencem a mesma edicao de uma obra todas as suas
impressoes, reimpressoes, tiragens etc, produzidas diretamente ou
por outros metodos, sem modificacoes, independentemente do
periodo decorrido desde a primeira publicacao,
f) Editora: casa publicadora, pessoa (s) ou instituicao responsavel pela
producao, editorial. Conforme 0 suporte documental, outras
denorninacoes sao utilizadas: produtora (para imagens em
movimento), gravadora (para registros sonoros), entre outras.
Nota: Nao confundir com desiqnacao do editor, utilizada para indicar 0
responsavel intelectual ou cientffico que atua na reuniao de artigos
64
5 Associacao Brasileira de NormasTecnicas(ABNT) NBR6023 AG02002.

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
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g)
para uma revista, jornal etc. ou que coordena ou organiza a
preparacao de coletaneas,
Publicacao peri6dica: Publicacao em qualquer tipo de suporte, editada
em unidades ffsicas sucessivas, com desiqnacoes numericas e/ou
cronol6gicas e destinada a ser continuada indefinidamente.
h) Referencia: conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados
de um documento, que permite sua identificacao individual.
i) Subtftulo: lnforrnacoes apresentadas em seguida ao tftulo, visando
esclarece-lo ou complementa-lo, de acordo com 0 conteudo do
documento.
j) Titulo: palavra, expressao ou frase que designa 0 assunto ou 0
conteudo de um documento.
4.3.3.1 Transcricao dos elementos
Os pad roes indicados nesta Norma para apresentacao dos elementos que
compoern as referencias, aplicam-se a todos os tipos de documentos.
a)Autoria
Para indicacao da forma correta de entrada de nomes, pessoais e/ou de
entidades, deve ser utilizado 0 C6digo de Cataloqacao Anglo-Americano
vigente.
b) Autor pessoal
Indica(m)-se o(s) autor(es), de modo geral, pelo ultimo sobrenome, em
maiusculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes, abreviado(s) ou
nao, Recomenda-se, tanto quanto possivel, 0 mesmo padrao para abreviacao
de nomes e sobrenomes, usados na mesma lista de referencias, Os nomes
devem ser separados por ponto-e-virgula, seguido de espaco.
Exemplos:
ALVES, Roque de Brito. Ciencia criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A .; CHAVES, M. Alegria de saber:
matematica, segunda serie, 2, primeiro grau: livro do professor. Sao Paulo:
Scipione, 1995. 136 p.
o
9a
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o
Quando existirem mais de tres autores, indica-se apenas 0 primeiro, a
acrescentando-se a expressao et al. d
a
c
Exemplo:
URANI, A. et al. Constltulcao de uma matriz de contabilidade social para
o Brasil. Brasilia, DF: IPEA, 1994.
Nota: Em casos especfficos (projeto de pesquisa cientffica, indicacao de
producao cientffica em relat6rios para orqaos de financiamento etc.), nos quais a
rnencao dos nomes for indispensavel para certificar a autoria, e facultado indicar
todos os nomes.
m
i
c
o
65

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 66/82
o
Quando houver indicacao explicita de responsabilidade pelo conjunto da
obra, em coletaneas de varies autores, a entrada deve ser feita pelo nome do
responsavel, seguida da abreviacao, no singular, do tipo de participacao
(organizador, compilador, editor, coordenadoretc.), entre parenteses,9a
Exemplos:FERREIRA, Leslie Piccolotto (Org.). 0 fonoaudi61ogo e a escola. Sao
Paulo: Summus, 1991.a
9ao
MARCONDES, E. LIMA, I. N. de (Coord.). Dietas em pediatria clinica. 4. ed.
Sao Paulo: Sarvier, 1993.
e MOORE, W. (Ed.). Construtivismo del movimiento educacional:
soluciones. Cordoba, AR.: [s.n.], 1960.
s
is
t
e
m
a
t
LUJAN, Roger Patron (Comp.). Um presente especial. Traducao Sonia daSilva. 3. ed. Sao Paulo: Aquariana, 1993. 167 p.
c) Autor entidade
As obras de responsabilidade de entidade (orqao governamentais,
empresas, associacoes, congressos, seminaries etc.) tern entrada, de modo
geral, pelo seu proprio nome, por extenso.z
a
9Exemplos:
ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 10520:informacao e docurnentacao: citacoes em documentos: apresentacao, Rio de
Janeiro, 2002.
ao
d
oUNIVERSIDADE DE sAo PAULO. 0 cataloqo de teses da Universidade de
Sao Paulo, 1992. Sao Paulo, 1993.467 p.
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAQAo,
10., 1979, Curitiba. Anais ... Curitiba: Associacao Bibliotecaria do Parana, 1979.
3v.a
b
aI
h
o
Quando a entidade tem uma denominacao qenerica, seu nome e precedido
pelo nome do orqao superior, ou pelo nome da jurisdicao qeoqrafica a qual
pertence.
a
c
a
d
e
Exemplos:
sAo PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a
politica ambiental do Estado de Sao Paulo. Sao Paulo, 1993. 35 p.
i
c
o
BRASIL. Ministerio da Justica, Relat6rio de atividades. Brasilia, DF, 1993.28
p.
m
d)Autoria desconhecida
Em caso de autoria desconhecida, a entrada e feita pelo titulo. 0 termo
an6nimo nao deve ser usado em substituicao ao nome do autor desconhecido.
66

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 67/82
Exemplo:
DIAGNOSTICO do setor editorial brasileiro. Sao Paulo: Camara Brasileira do
Livro, 1993. 64 p.
4.3.3.2 Titulo e subtitulo
o tftulo e 0 subtftulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como figuram
no documento, separados por dois-pontos.
Exemplos:
PASTRO, Claudio. Arte sacra. Sao Paulo: Loyola, 1993.
PASTRO, Claudio. Arte sacra: espaco sagrado hoje. Sao Paulo: Loyola,
1993.343 p.
Quando nao existir tftulo, deve-se atribuir uma palavra ou frase que
identifique 0 conteudo do documento, entre colchetes.
Exemplo:
SIMPOSIO BRASILEIRO DEAQUICULTURA, 1., 1978, Recife. [Trabalhos
apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciencias, 1980. ii,
412 p.
4.3.3.3 Edi«;3o
Quando houver uma indicacao de edicao, esta deve ser transcrita, utilizando-
se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edicao, am bas na forma
adotada na lingua do documento.
Exemplos:
SCHAUM, Daniel. Schaums outline of theory and problems. 5th ed. New
York: Schaum Publishing, 1956. 204 p.
PEDROSA, Israel. Da cor a cor inexistente. 6. ed. Rio de Janeiro: L.Cristiano, 1995. 219 p.
Indicam-se emendas e acrescimos a edicao, de forma abreviada.
Exemplo:
FRANQA, Junia Lessa et al. Manual para normalizacao de publlcacoes
tecnico-cientificas. 3 ed. rev. e aum. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1996.
4.3.3.4 Local
o nome do local (cidade) de publicacao deve ser indicado tal como figura no
documento.
Exemplo:
ZANI, R. Beleza, saude e bem-estar. Sao Paulo: Saraiva, 1995. 173 p.
o
9a
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o
No caso de hornonimos de cidades, acrescenta-se 0 nome do estado, do
pais etc.
Exemplos:
Vicosa.Al,
Vicosa, MG
Vicosa, RJ9a
Quando houver mais de um local para uma s6 editora, indica-se 0 primeiro ou
o mais destacado.a
9ao
Exemplo:
SWOKOWSKI, E. w .; FLORES, V . R. L. F .; MORENO, M. Q. Calculo de
geometria analitica. Traducao de Alfredo Alves de Faria. Revisao tecnica
Antonio Pertence Junior. 2. ed. Sao Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. 2 v.e
Nota: Na obra: Sao Paulo Rio de Janeiro Lisboa Bogota Buenos Aires
Guatemala Mexico New York San Juan Santiago etc.
s
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t
Quando a cidade nao aparece no documento, mas pode ser identificada,
indica-se entre colchetes.
z
a
9
Exemplo:
LAZZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [Sao Paulo]: SDF Editores, 1994.
108 p.
ao
Nao sendo possivel determinar 0 local, utiliza-se a expressao sine loco,
abreviada, entre colchetes [s.I.]. [s.l.]
d
o
Exemplos:
OS GRANDES classicos das poesias Ifricas. [s.I.]: Ex Libris, 1981.60 f.
KRIEGER, Gustavo; NOVAES, Luis Antonio; FARIA, Tales. Todos os soclos
do presidente. 3. ed. [s.I.]: Scritta, 1992. 195 p.
a
b
aI
h
o
4.3.3.5 Editora
o nome da editora deve ser indicado tal como figura no documento,
abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que designam a natureza
juridica ou comercial, desde que sejam dispensaveis para identificacao.
a
c
a
d
e
Exemplos:
DAGHLlAN, Jacob. Logica e algebra de Boole. 4 ed. Sao Paulo: Atlas,
1995.167 p., il . Bibliografia: p. 166-167. ISBN 85-224-1256-1.
i
c
o
Nota Na publicacao: Editora Atlas.
LIMA, M. Tern encontro com Deus: teologia para leigos. Rio de Janeiro: J.Olympio, 1985.
m
Nota Na publicacao: Livraria Jose Olympio Editora.
Quando houver duas editoras, indicam-se ambas, com seus respectivos
locais (cidades). Se as editoras forem tres ou mais, indica-se a primeira ou a que
68

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 69/82
estiver em destaque.
Exemplo:
ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; MAlA, Carlos A. (Coord.). Hlstorla da
ciencia: 0 mapa do conhecimento. Rio de Janeiro: Expressao e Cultura; Sao
Paulo: EDUSP, 1995. 968 p. (America 500 anos, 2).
Quando a editora nao puder ser identificada, deve-se indicar a expressao
sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.].
Exemplo:
FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasilia, DF:
[s.n.], 1993. 107 p.
Quando 0 local e 0 editor nao puderem ser identificados na publicacao,
utilizam-se am bas as express6es, abreviadas e entre colchetes [s.l.: S.n.].
Exemplo:
GONQALVES, F. B.Ahlstorla de Mirador. [s.l.: s.n.], 1993.
Quando a editora e a mesma instituicao ou pessoa responsavel pela autoria
e ja tiver side mencionada, nao e indicada.
Exemplos:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIQOSA. Cataloqo de gradua«;ao, 1994-
1995. Vicosa, MG, 1994. 385 p.
RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memoria. AACR2, Anglo-American
Cataloguing Rules, t edition: descricao e pontos de acesso. 2. ed. rev. e
atual. Brasilia, DF, 2001.
4.3.3.6 Data
Adata de publicacao deve ser indicada em algarismos arabicos,
Exemplo:
LEITE, C. B. 0 seculo do desempenho. Sao Paulo: LTr, 1994. 160 p.
Se nenhuma data de publicacao, distribuicao, copirraite, impressao etc.
puder ser determinada, registra-se uma data aproximada entre colchetes,
conforme indicado:
Exemplos:
[1971 ou 1972] um ana ou outro
[1969?] data provavel[1973] data certa, nao indicada no item
[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20 anos
[ca. 1960] data aproximada
[197 -] decada certa
[197 -?] decada provavel
o
9a
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69

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 70/82
o
[18--] seculo certo
[18--?] seculo provavel
9a
FlORENZANO, Everton. Dicionario de ideias semelhantes. Rio de Janeiro:
Ediouro, [1993]. 383 p.
Em caso de publicacao peri6dica, indicam-se as datas inicial e final do
periodo de edicao, quando se tratar de publicacao encerrada.a
9ao
Exemplo:
DESENVOlVIMENTO & CONJUNTURA. Rio de janeiro: Confederacao
Nacional da Industria, 1957-1968. Mensal.
e
Os meses devem ser indicados de forma abreviada, no idioma original da
publicacao, conforme 0anexoA.
is
t
e
m
a
t
Exemplos:
AlCARDE, J. C.; RODEllA, A. A. 0 equivalente em carbonato de calcic dos
corretivos da acidez dos solos. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 53, n. 2/3, p.
204-210, maio/dez. 1996.
BENNETTON, M. J. Terapia ocupacional e reabilidade psicossocial: uma
relacao possivel. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de Sao
Paulo, Sao Paulo, v. 4, n. 3, p. 11-16, mar. 1993.z
a
9
a 4.3.3.7 Descricac fislca
o
d
o
Pode-se registrar 0 nurnero da ultima pagma, folha ou coluna de cada
sequencia, respeitando-se a forma encontrada (Ietras, algarismos romanos e
arabicos),
Exemplos:
lUCCI, E. A. Viver e aprender: estudos sociais, 3: exemplar do professor. 3.
ed. Sao Paulo: Saraiva, 1994. 96,7 p.a
b
aI
h
o
FELIPE, Jorge Franklin Alves. Previdencia social na pratica forense. 4. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1994. viii, 236 p.
JAKUBOVIC, J.; lElLlS, M. Matematica na medida certa, 8. serie: livro do
professor. 2. ed. Sao Paulo: Scipione, 1994. 208, xxi p.c
a
d
e
Quando 0 documento for constitu ido de apenas uma unidade ffsica, ou seja,
um volume, indica-se 0 nurnero total de paqinas ou folhas, seguido da
abreviatura p. ou f.
i
c
o
Nota: A folha e composta de duas paqinas: anverso e verso. Alguns trabalhos,
como teses e dissertacoes, sao impressos apenas no anverso e, neste caso,
indica-se f.
Exemplos:
70

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 71/82
PIAGET, Jean. Para onde vai a educacao, 7. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio,
1980.500 p.
TABAK, F. A lei como instrumento de rnudanca social. Fortaleza:
Funda<;:ao
Waldemar Alcantra, 1993. 17 f.9a
o
Nas teses, dissertacoes ou outros trabalhos acadernicos devem ser
indicados em nota 0 tipo de documento (tese, dissertacao, trabalho de
conclusao de curso etc.), 0 grau, a vinculacao academica, 0 local e data da
defesa, mencionada na folha de aprovacao (se houver).
z
a
9ao
Exemplos:
MORGADO, M. L. C. Reimplante dentarlo, 1990. 51 f. Trabalho de
Conclusao de Curso (Especializacaoj-Faculdade de Odontologia,
universidade Camilo Castelo Branco, Sao Paulo, 1990.
e
ARAUJO, U. A. M. Mascara inteiricas Tukuna: possibilidades de estudo de
artefatos de museu para 0 conhecimento do universe ind fgena. 1985. 102 f.
Dissertacao (Mestrado em Ciencias Sociaisj-Fundacao Escola de Sociologia
e Polftica de Sao Paulo, Sao Paulo, 1986.
s
i
s
t
e
m
a
t
ALENTEJO, Eduardo. Cataloqacao de postais. 1999. Trabalho apresentado
como requisito parcial para aprovacao na Disciplina Cataloqacao III, Escola
de Biblioteconomia, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.
z
a
9
4.3.3.8Abreviatura dos meses (Portugues) ao
janeiro jan.
fevereiro fey.
marco mar.
abril abr.
maio maio
junho jun.
julho jul.
agosto ago.
setembro set.
outubro out.
novembro nov.
dezembro dez.
d
o
4.3.4 Regras gerais de apresantacao
a
b
aI
h
o
As referencias sao alinhadas somente a margem esquerda do texto e de
forma a se identificar individual mente cada documento, em espaco simples e
separadas entre si, por espaco duplo. Quando aparecerem em notas de rodape,
serao alinhadas, a partir da segunda linha da mesma referencia, Observer-se-a
o espaco abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar 0
expoente e nao havera espaco entre elas.
a
c
a
d
em
Modelos de referencias
i
c
o
4.3.4.1 Monografia no todo
71

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 72/82
o
Inclui livro e/ou folheto (manual, guia, cataloqo, enciclopedia, dicionario etc.)
e trabalhos acadernicos (teses, dissertacoes, entre outros).
Os elementos essenciais sao: autor (es), tftulo, edicao, local, editora e
data de publicacao,9a
Exemplo:GOMES, L. G. F . F . Novela e Sociedade no Brasil. Niter6i: EdUFF, 1998.
z
a9 4.3.4.2 Monografia no todo em meio eletronico
ao As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para os documentos
monoqraficos no todo, acrescidas das informacoes relativas a descricao ffsica
do meio eletronico.
s
is
t
e
m
a
t
Exemplo:
KOOGAN, Andre; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopedia e dicionario
digital 98. Direcao geral de Andre Koogan Breikmam. Sao Paulo: Delta:
Estadao, 1998.5 CD-ROM.
Quando se tratar de obras consultadas on line, tarnbem sao essen cia is as
informacoes sobre 0 endereco eletronico, apresentado entre os sinais < >,
precedido da expressao Disponfvel em: a data de acesso ao documento,
precedida da expressao Acesso em:, opcionalmente acrescida dos dados
referentes a hera, minutos e segundos.
z
a
9
ao
Nota: Nao se recomenda referenciar material eletronico de curta duracao nas
redes.
d
o
Exemplo:
ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.I.]: Virtual Books, 2000. Diponfvel em:
<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/porULport2/navionegreiro.htm>
. Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.
a
b
aI
h
o
4.3.4.3 Parte de Monografia
Os elementos essenciais sao: autor (es), tftulo da parte, seguidos da
expressao "In:", e da referencia completa da monografia no todo. No final da
referencia, deve-se informar a paqinacao ou outra forma de individualizar a parte
referenciada.c
a
d
e
Exemplos:
ROMANO, Giovanni. Imagens da Juventude na era moderna. In: LEVI, G.;
SCHMIDT, J. (Org.). Hlstorla dos jovens 2. Sao Paulo: Companhia das
Letras, 1996. p. 7-16.
m
i
c
o SANTOS, F. R. dos. A colonizacao da terra do Tucujus, In:__ . Hlstorla do
Arnapa, 1° grau. 2. ed. Macapa: Valcan, 1994. cap. 3.
Quando necessario, acrescentam-se elementos complementares a
referencia para melhor identificar 0documento.
72

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 73/82
Exemplos:
ROMANO, Giovanni. Imagens da Juventude na era moderna. In: LEVI, G.;
SCHMIDT, J. (Org.). Hlstorla dos jovens 2: a epoca contemporanea, Sao
Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
SANTOS, F. R. dos. A colonizacao da terra do Tucujus, In:__ . Hlstorla doArnapa, 10 grau. 2. ed. Macapa: Valcan, 1994. cap. 3, p. 15-24.
4.3.4.4 Parte de monografia em meio eletronlco
As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para partes de
monografias, de acordo com 0 item que fala sobre a parte de monografia,
acrescidas das inforrnacoes relativas a descricao ffsica do meio eletr6nico
(disquete, CD-ROM, on line etc.).
Exemplos:
MORFOLOGIA dos artropodes, In: ENCICLOPEDIA multimfdia dos seres
vivo. [S.I.]: Planeta DeAgostini, c1998. CD-ROM 9.
POLiTICA. In: DICIONARIO da Ifngua portuguesa. Lisboa: Priberam
Informatica, 1998. Disponfvel em: <http://www.priberam.pUdIDLPO>. Acesso
em: 8 mar. 1999.
sA o PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e
orqanizacoes ambientais em materia de meio ambiente. In:__ .Entendendo 0 meio ambiente. Sao Paulo, 1999. v. 1. Dispon fvel em:
<http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.
4.3.4.5 Publlcacao periodica
Inclui a colecao como um todo, fascfculo ou nurnero de revista, nurnero de
jornal, caderno etc. na fntegra, e a materia existente em um nurnero, volume ou
fascfculo de periodico (artigos cientificos de revistas, editoriais, rnaterias
jornal fsticas, secoes, reportagens etc.).
• Publlcacao periodica como um todo
Os elementos essen cia is sao: titulo, local de publicacao, datas de infcio e de
encerramento da publicacao, se houver.
Exemplo:
REVISTABRASILEIRADE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939-
o
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d
e• Partes de revista, boletim etc. m
i
Inclui volume, fascfculo, nurneros especiais e suplementos, entre outros, c
sem titulo proprio. 0
Os elementos essen cia is sao: titulo da publicacao, local de publicacao,
editora, numeracao do ana e/ou volume, nurneracao do fascfculo, inforrnacoes
de perfodos e datas de sua publicacao,
73

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 74/82
o
Exemplo:
DINHEIRO. Sao Paulo: Ed. Tres, n. 148,28 jun. 2000.
9a
• Artigo e/ou materia de revista, boletim etc.
Inclui partes de publicacoes periodicas (volumes, fascfculos, nurnerosespeciais e suplementos, com tftulo proprio), cornunicacoes, editorial,
entrevistas, recensoes, reportagens, resenhas e outros.a
9ao
Os elementos essen cia is sao: autor(es), tftulo da parte, artigo ou materia,
tftulo da publicacao, local da publicacao, nurneracao correspondente ao volume
e/ou ano, fascfculo ou nurnero, paqinacao inicial e final, quando se tratar de
artigo ou materia, data ou intervalo de publicacao e particularidades que
identificam a parte (se houver).e
s
is
t
e
m
a
t
Exemplos:AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Economica, Rio de
Janeiro, v. 38, n. 9, set. 1984. Edicao especial.
MAo-DE-OBRA e previdencia, Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicilios, Rio de Janeiro; v. 7, 1983. Suplemento.
z
a
9
COSTA, V . R. A margem da lei. Em Pauta, Rio de Janeiro, n. 12, p. 131-148,
1998.
• Artigo e/ou materia de revista, boletim etc. em meio eletronicoao As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para artigo e/ou
materia de revista, boletim, etc., acrescidas das inforrnacoes relativas adescricao ffsica do meio eletr6nico (disquetes, CR-ROM, on line etc.).
o
Exemplos:
VIEIRA, Cassie Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo Interativa,
Rio de Janeiro, n. 2, inverno 1994. 1 CR-ROM.
b
aI
h
o
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. .Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. SecaoPonto de Vista. Disponfvel em:
<http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 28 nov.
1998.
RIBEIRO, P. S. G. Adocao a brasileira: uma analise sociojurfdica. Dataveni@,
Sao Paulo, ana 3, n. 18, ago. 1998. Dispon fvel em:
<http://www.datavenia.inf.br/frame.artig.html>. Acesso em: 10 set. 1998.
a
c
a
d
eWINDOWS 98: 0 melhor caminho para atualizacao, PC World, Sao Paulo, n.
75, set. 1998. Disponfvel em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em:10 set. 1998.
m
i
c
o• Artigo e/ou materia de jornal
Inclui cornunicacoes, editorial, entrevistas, recensoes, reportagens,
resenhas e outros.
74

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 75/82
Os elementos essenciais sao: autor(es) (se houver), tftulo, tftulo do jornal,
local de publicacao, data de publicacao, secao, caderno ou parte do jornal e a
paqinacao correspondente. Quando nao houver secao, caderno ou parte, a
paqinacao do artigo ou materia precede a data.
Exemplos:COSTURA x P.U.R. Aldus, Sao Paulo, ana 1, n. 1, nov. 1997. Encarte tecnico,
p.8.
NAVES, P. Lagos andinos dao banho de beleza. Folha de S. Paulo, Sao
Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.
LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de
Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.
• Artigo e/ou materia de jornal eletronico
As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para artigo e/ou
materia de jornal, acrescidas das inforrnacoes relativas a descricao ffsica do
meio eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).
Exemplos:
SILVIA, Ives Gandra da. Pena de morte para 0 nascituro. 0 Estado de S.
Paulo, Sao Paulo, 19 set. 1998. Disponfvel em:
<http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19
set. 1998.
4.3.4.6 Evento como um todo em meio eletronlco
As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para evento como
um todo, acrescidas das inforrnacoes relativas a descricao ffsica do meio
eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).
Exemplos:
CONGRESSO DE INICIAQAo CIENTiFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife.Anais eletronicos ... Recife: UFPe, 1996. Disponfvel em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.
4.3.4.7 Trabalho apresentado em evento
Inclui trabalhos apresentados em evento (parte do evento).
Elementos essenciais
Os elementos essen cia is sao: autor(es), tftulo do trabalho apresentado,
seguido da expressao In:, nome do evento, nurneracao do evento (se houver),
ana e local (cidade) de realizacao, tftulo do documento (anais, atas, t6pico
ternatico etc.), local, editora, data de publicacao e paqina inicial e final da parte
referenciada.
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8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 76/82
Exemplos:
BRAYNER, A . R . A .; MEDEIROS, C. B. lncorporacao do tempo em SGBD
o orientado a objetos. In: SIMPOSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.,
1994, Sao Paulo. Anais ... Sao Paulo: USP, 1994. p. 16-29.
9a
4.3.4.8 Trabalho apresentado em evento em meio eletronlco
z
a
9ao
As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para trabalhos
apresentados em evento, acrescidas das informacoes relativas a descricao
ffsica do meio eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).
e
Exemplos:
GUNCHO, M. R. A educacao a distancia e a biblioteca universitaria. In:
SEMINARIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS, 10., 1998, Fortaleza.
Anais ... Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD-ROM.
is
t
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m
a
t
SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedag6gicos do paradigma da
qualidade total na educacao, In: CONGRESSO DE INICIAQAo CIENTiFICA
DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletronicos ... Recife: UFPe, 1996.
Disponivel em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>.
Acesso em: 21 jan. 1997.
z
a
9
4.3.4.9 Documento juridico
Inclui leqislacao, jurisprudencia (decisoes judiciais) e doutrina (interpretacaoados textos legais).o
d 4.3.4.10 Legisla«;aoo
a
b
aI
h
o
Compreende a Constituicao, as emendas constitucionais e os textos legais
infraconstitucionais (lei complementar e ordinaria, medida provis6ria, decreto
em todas as suas formas, resolucao do Senado Federal) e normas emanadas
das entidades publicas e privadas (ato normativo, portaria, resolucao, ordem de
service, instrucao normativa, comunicado, aviso, circular, decisaoadministrativa, entre outros).
a
c
a
d
e
Os elementos essenciais sao: jurisdicao (ou cabecalho da entidade, no caso
de se tratar de normas), titulo, nurneracao, data e dados da publicacao, No caso
de Constituicoes e suas emendas, entre 0 nome da jurisdicao e 0 titulo,
acrescenta-se a palavra Constituicao, seguida do ana de prornulqacao, entre
parenteses,
i
c
o
Exemplos:
sAo PAULO (Estado). Decreto n° 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex:coletanea de leqislacao e jurisprudencia, Sao Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220,
1998.
m
BRASIL. Medida Provis6ria n° 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diario
Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasilia, DF,
14 dez. 1997. Secao 1, p. 29514.
76

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 77/82
BRASI L. Decreto-Iei n° 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex: coletanea de
leqislacao: edicao federal, Sao Paulo, v. 7, 1943. Suplemento.
BRASIL. C6digo Civil. 46. ed. Sao Paulo: Saraiva, 1995.
BRASIL. Constituicao (1998). Emenda constitucional n° 9, de 9 de novembro
de 1995. Lex: leqislacao federal e marginalia, Sao Paulo, v. 59, p. 1966,
out.ldez. 1995.
4.3.4.11 Documento juridico em meio eletronlco
o
9a
z
a
9ao
As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para documento
jurfdico, acrescidas das informacoes relativas a descricao ffsica do meio e
eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).
Exemplos:
LEGISLAQAo brasileira: normas jurfdicas federais, bibliografia brasileira de
Direito. 7. ed. Brasilia, DF: Senado Federal, 1999. 1 CD-ROM. Inclui resumos
padronizados das normas jurfdicas editadas entre janeiro de 1946 e agosto de
1999, assim como textos integrais de diversas normas.
BRASI L. Lei n° 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a leqislacao
tributaria federal. Diario Oficial [da] Republica Federativa do Brasil,
Brasflia, DF, 8 dez. 1999. Disponfvel em:
<http://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?ld=LEI%209887>. Acesso em:
22 dez. 1999.
4.3.4.12Imagem em movimento
Inclui filmes, videocassetes, DVD, entre outros. Os elementos essen cia is
sao: titulo, diretor, produtor, local, produtora, data e especificacao do suporte em
unidades ffsicas.
Exemplo:
OS PERIGOS do uso de t6xicos. Producao de Jorge Ramos de Andrade. Sao
Paulo: CERAVI, 1983. 1 videocassete.dez. 1999.
4.3.4.13 Documento lconoqraflco
s
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o
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Inclui pintura, gravura, ilustracao, fotografia, desenho tecnico, diapositivo, a
diafilme, material estereoqrafico, transparencia, cartaz entre outros. d
Elementos essenciais
Os elementos essenciais sao: autor, titulo (quando nao existir, deve-se
atribuir uma denominacao ou a indicacao Sem titulo, entre colchetes), data e
especificacao do suporte.
Exemplo:
KOBAYASHI, K. Doenca dos xavantes. 1980. 1fotografia.
m
i
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o
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8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 78/82
4.3.4.14 Documento lconoqraflco em meio eletronico
o
9a
As referencias devem obedecer aos padroes indicados para 0 documento
iconoqraflco, acrescidas das informacoes relativas a descricao ffsica do meio
eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).
z
a
9ao
Exemplos:
VASO. TIFF. 1999. Altura: 1083 pixels. Largura: 827 pixels. 300 dpi. 32 BIT
CMYK. 3.5 Mb. Formato TIFF bitmap. Compactado. Disponfvel em:
<C:\Carol\vASO.TIFF>. Acesso em: 28 out. 1999.
e
GEDDES, Anne. Geddes 135.jpg. 2000. Altura: 432 pixels. Largura: 376
pixels. 51 Kb. Formato JPEG. 1 disquete, 5 y" pol.
s
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m
a 4.3.4.15 Documento cartoqratlcot
ESTAQAo da Cia. Paulista com locomotiva eletrica e linhas de bitola larga. 1
fotografia, p&b. In: LOPES, Eduardo Luiz Veiga. Memoria fotoqrafica deAraraquara. Araraquara: Prefeitura do Municipio de Araraquara, 1999. 1
CD-ROM.
z Inclui atlas, globo, fotografia aerea entre outros. As referencias devem
a obedecer aos padroes indicados para outros tipos de documentos, quando
9 necessario,
a Elementos essenciaiso
d
o
Os elementos essenciais sao: autor(es), titulo, local, editora, data de
publicacao, desiqnacao especffica e escala.
Exemplos:
ATLAS Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Enciclopedia Britanica do Brasil,
1981. 1 atlas. Escalas variam.b
aI
h
o
INSTITUTO GEOGRAFICO E CARTOGRAFICO (Sao Paulo, SP). Regioesde governo do Estado de Sao Paulo. Sao Paulo, 1994. 1 atlas. Escala
1:2.000.
BRASI L e parte da America do SuI. Sao Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa.
Escala 1:600.000a
c
a
d
e 4.3.4.16 Documento son oro
m
i
c
o
Inclui disco, CD (compact disc), cassete, rolo, entre outros.Os elementos essen cia is sao: compositor(es) ou interpreters), titulo,
local, gravadora (ou equivalente), data e especificacao do suporte.
Exemplo:
ALCIONE. Duro e cobre. Sao Paulo: RCA Victor, p1988. 1disco sonoro.
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8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 79/82
Quando necessano, acrescentam-se elementos complementares a
referencia para melhor identificar 0documento.
Exemplos:
ALCIONE. Duro e cobre. Direcao artfstica: Miguel Propschi. Sao Paulo: RCA
Victor, p1988. 1 disco sonoro (45 min), 33 1/3 rpm, estereo., 12 pol.
4.3.4.17 Documento son oro em parte
Inclui partes e faixas de documentos sonoros.
Os elementos essen cia is sao: compositor( es), interpreters) da parte (ou faixa
de qravacao), tftulo, seguidos da expressao In:, e da referencia do documento
sonoro no todo. No final da referencia, deve-se informar a faixa ou outra forma de
individualizar a parte referenciada.
Exemplos:
COSTA, S.; SILVA, A. Jura secreta. lnterprete: Simone. In: SIMONE. Face a
face. [s.I]: Emi-Odeon Brasil, p 1977. 1 CD. Faixa 7.
GINO, A. Toque macio. lnterprete: Alcione. In: ALCIONE. Duro e cobre. Sao
Paulo: RCA Victor, p 1988. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 1.
4.3.4.18 Documento de acesso exclusivo em meio eletronlco
Inclui bases de dados, listas de discussao, BBS (site), arquivos em disco
rfgido, programas, conjuntos de programas e mensagens eletronicas entre
outros.
Os elementos essen cia is sao: autor(es), tftulo do service ou produto, versao
(se houver) e descricao ffsica do meio eletronico.
Nota: No caso de arquivos eletronicos, acrescentar a respectiva extensao adenominacao atribu fda ao arquivo.
Exemplos:
MICROSOFT Projectfor Windows 95. Version 4.1. [S.I.]: MicrosoftCorporation, 1995. 1 CD-ROM.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA. Biblioteca Central. Normas.doc.
Curitiba, 1998. 5 disquetes.
ALLIE'S play house. Palo Alto, CA.: MPC/Opcode Interactive, 1993. 1 CD-
ROM.
ACAROS no Estado de Sao Paulo. In: FUNDAQAo TROPICAL DE
PESQUISAS E TECNOLOGIA "ANDRE TOSELLO". Base de DadosTropical. 1985. Disponfvel em: <http://www.bdtJat.org.br/acaro/sp/>. Acesso
em: 30 maio 2002.
Quando necessario, acrescentam-se elementos complementares areferencia para melhor identificar 0documento.
o
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8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 80/82
o
Exemplos:
MICROSOFT Project for Windows 95: project planning software. Version 4.1.
[S.I.]: Microsoft Corporation, 1995. 1 CD-ROM.
9a ALLIE'S play house. Palo Alto, CA.: MPC/Opcode Interactive, 1993. 1 CD-
ROM. Windows 3.1.
z
a
9ao
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA. Biblioteca Central. Normas.doc:
normas para apresentacao de trabalhos. Curitiba, 1998. 5 disquetes, 3 Y z pol.Word for Windows 7.0.
e
AVES do Arnapa: banco de dados. Disponfvel em:
<http://www.bdt.org/bdt/avifauna/aves>. Acesso em: 30 maio 2002.
BIONLINE Discussion List. List maintained by the Bases de Dados Tropical,
BDT in Brasil. Disponfvel em: [email protected], Acesso em: 25 nov. 1998.
s
is
t
e
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a
t
GALERIA virtual de arte do Vale do Parafba. Sao Jose dos Campos:
Fundacao Cultural Cassiano Ricardo, 1998. Apresenta reproducoes virtuais
de obras de artistas plasticos do Vale do Parafba. Disponfvel em:
<http://www.virtualvale.com.br/galeria>. Acesso em: 27 nov. 1998.
z
a
9
ALMEIDA, M. P. S. Fichas para MARC [mensagem pessoal]. Mensagem
recebida por <[email protected]> em 12 jan. 2002.
ao
Nota: As mensagens que circulam por intermedio do correia eletr6nico devemser referenciadas somente quando nao se dispuser de nenhuma outra fonte
para abordar 0 assunto em discussao, Mensagens trocadas por e-mail tern
carater informal, interpessoal e etemero, e desaparecem rapidamente, nao
sendo recornendavel seu uso como fonte cientffica ou tecnica de pesquisa.o
4.3.4.19 Entrevistas
a
b
aI
h
o
Ao referenciar entrevistas, faz-se a descricao ffsica de acordo com 0 suporte
adotado. A entrada para a entrevista e dada pelo nome do entrevistado. Quandoo entrevistador tem maior destaque, seu nome e 0 primeiro a ser mencionado.
Exemplo:
MELLO, Evaldo Cabral de. a passado no presente. Veja, Sao Paulo, n. 1528,
p. 9-11, 4 set. 1998. Entrevista concedida a Joao Gabriel de Lima.a
c
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i
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80

8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 81/82
Referenc ias
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informacao e docurnentacao: referencias: elaboracao, Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 14724:
informacao e docurnentacao: trabalhos academicos: apresentacao, Rio de
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ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 10520:informacao e docurnentacao: citacoes em documentos: apresentacao, Rio de
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informacao e docurnentacao: nurneracao progressiva das secoes de um
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BORDENAVE, Juan Diaz; PEREIRA, Adair Martins. Estrategias de ensino-
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o
9a
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8/3/2019 Livro Metodologia Completo
http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 82/82
FRANQA, Junia Lessa et al. Manual para normalizacao de publlcacoes
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9a FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessaries a pratica
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z
a
9ao
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. Sao
Paulo: Atlas, 2002. 159p.
e
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HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionario Houaiss da lingua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2922p.
s
is
t
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m
a
t
KOCHE, Jose Carlos. Fundamentos de metodologia cientifica: teoria da
ciencia e pratica da pesquisa. Petr6polis, RJ: Vozes, 1997. 180p.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construcao do saber. Porto Alegre:
Artes Medicas, 1999. p. 278-279.
z
a
9
MARCONI; Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia
cientifica. 3. ed. Sao Paulo: Atlas, 2000. 289p.
ao
___ . Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos basicos,
pesquisa biblioqrafica, projeto de relat6rio, publicacoes e trabalhos cientfficos.
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oMELLO, Lucrecia Stringhetta. Pesquisa. In: FAZENDA, Ivani C. A. (Org.).
Dicionario em construcao: interdisciplinaridade. Sao Paulo: Cortez, 2001. p.
132-133.a
b
aI
h
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NOSELLA, Paolo. A pesquisa e a formacao do espirito academico. Saberes,
Jaraqua do Sui, v. 1, n. 1, p. 56-61, jan./abr. 2000.
pADUA, E. M. M. de. Seminario, In: CARVALHO, Maria Cecilia M. de.
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a