Livro Quimica Perto de Você

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Experimentos de baixo custo

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    A Qumica Perto de Voc: Experimentos de

    Baixo Custo para a Sala de Aula do

    Ensino Fundamental e Mdio

    Sociedade Brasileira de Qumica - SBQ

    So Paulo | Sociedade Brasileira de Qumica | 2010

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    Sociedade Brasileira de Qumica

    Projeto Comemorativo da Diretoria e Conselho da Sociedade Brasileira de QumicaAno Internacional da Qumica-2011 (AIQ-2011)

    Editores-chefesClaudia Moraes de Rezende e Hugo Tubal Schmitz Braibante

    RevisoresNbia Moura Ribeiro, Csar Zucco, Maria Joana Zucco, Hugo T. S. Braibante eClaudia M. Rezende.

    Arte grfica e editoraoCabea de Papel Projetos e Design LTDA (www.cabecadepapel.com)

    IlustraesHenrique Persechini ([email protected])

    Ficha CatalogrficaWanda Coelho e Silva (CRB/7 46) e Sandra Beatriz Goulart da Silveira (CRB/7 4168)

    Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    S678q Sociedade Brasileira de Qumica (org.).A qumica perto de voc: experimentos de baixo custo para a sala de aula do ensino

    fundamental e mdio. / Organizador: Sociedade Brasileira de Qumica. So Paulo:Sociedade Brasileira de Qumica, 2010.

    146p.il.

    ISBN 978-85-64099-00-5

    1. Qumica (Ensino fundamental). 2. Qumica (Ensino mdio). 3. Qumica - Experincias.4. Prtica de ensino. I. Ttulo.

    CDD 540CDU 54(076)

    Todos os direitos reservados proibida a reproduo total ou parcial, de qualquer forma ou por outro meio.

    A violao dos direitos de autor (Lei n 5.988/73) crime estabelecido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

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    Os editores agradecem equipe da

    Universidade Federal de Santa Maria

    pelo apoio na realizao

    dos experimentos, em especial a:

    Cristina V. dos Santos

    Ediane M. Wollmann

    Giovanna Stefanello

    Marcele Cantarelli Trevisan

    Maurcius Selvero Pazinato

    Leandro da Silva Friedrich

    Vinicius Benedetti

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    Caros leitores

    O Ano Internacional da Qumica-2011 (AIQ-2011) veio para celebrar aQumica em todas as partes do planeta: seus grandes feitos e os enormes benefcios

    que trouxe humanidade.

    Sabemos que a Qumica nos cerca, por dentro e por fora. s vezes no

    entendemos bem como se d isso, tantos nomes e frmulas de difcil alcance... .Ah,

    deixa para l!Mas deixar para l e no apreci-la? Quem sabe possamos faz-lo numa

    outra linguagem, com menos formalismo cientfico. Ou, talvez, observando melhor

    as coisas ao nosso redor, aguando a curiosidade e parando alguns minutinhos para

    ver melhor... Olhe s, tudo to belo!

    Partculas se movimentando alucinadamente, molculas interagindo umascom as outras, tudo isso para oferecer o espetculo que observamos a cada

    segundo. Um desses exemplos a prpria natureza. Vejamos a comunicao entre

    os insetos. Formigas que vo umas atrs das outras, param, se olham de frente,

    parecem conversar e continuam seu caminho. Papo de formiga? Claro que no, so

    as substncias qumicas atuando nessa conversa, os chamados feromnios! E,

    por dentro deles, os elementos qumicos, os tomos, os eltrons... No os vemos

    isoladamente, mas sim o todo, que a formiga, o formigueiro, seus odores, o efeito

    da picada e o medicamento para anestesi-la.

    Apesar de ser mais complicado observar fenmenos to detalhados fora do

    laboratrio, existem inmeros experimentos, muito simples, que podem ser

    realizados e nos levam a compreender as tantas coisas que nos cercam.

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    Assim, com grande satisfao que apresentamos esta compilao de

    experimentos temticos, para que nossos jovens leitores possam desfrutar da

    Qumica um pouco mais perto de si.

    A idia foi colher experimentos de baixo custo, fcil operao e seguros, que

    gerassem a menor quantidade de resduos, de modo que pudessem ser realizados

    at mesmo na sala de aula. Em comemorao ao AIQ-2011, a Sociedade Brasileira

    de Qumica fez uma chamada aberta sociedade, convidando todos a enviar

    experimentos com tais caractersticas, o que resultou nesta primeira compilao.

    Atravs de um olhar mais aprofundado e conceitual, os experimentos soaplicveis ao ensino mdio. Numa observao generalizada e curiosa, podem ser

    inseridos no contexto do ensinamento inicial das cincias, sendo perfeitamente

    aplicvel ao ensino fundamental.

    Desejamos que faam bom uso do material, este que o incio da

    compilao de uma srie de experimentos qumicos que viro por a.

    Um timo Ano Internacional da Qumica-2011 para todos!!

    Os Editores

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    Prefcio

    Este livro traz um srie de experimentos de baixo custo e fcil

    execuo, os quais, em sua maioria, podem ser preparados com materiais

    encontrados no ambiente domstico. Essas caractersticas favorecem o uso

    destes experimentos como instrumentos pedaggicos para professores que

    buscam reformular sua prtica docente.

    Figuram no livro temas como sade, alimentos, metais, gua, energia,

    sabes e detergentes, polmeros; h, tambm, conceitos qumicos essenciais

    como reatividade, separao de substncias, energia, estequiometria,

    molculas da vida, dentre outros. Educadores dos diversos nveis escolares

    encontraro, nesta malha temtica e conceitual, experimentos que podem

    enriquecer o planejamento e a prtica de ensino, e, se assim o desejarem,

    podero criar pontos de articulao com temas e conceitos presentes nas

    diretrizes curriculares oficiais.

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    Finalmente, h de se considerar que os experimentos foram

    selecionados dos repertrios das sociedades cientficas qumicas do Brasil e

    do Reino Unido, e foram testados e submetidos ao crivo de especialistas darea de ensino de cincias. O leitor encontrar, ainda, remisso aos artigos

    originais, indicando, assim, caminho venturoso para extrapolar o repertrio

    do prprio livro.

    Guilherme Andrade MarsonInstituto de Qumica

    Universidade de So Paulo

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    ndice

    1. Construindo um extintor de incndio ...................................................................13

    2. procura da vitamina C ....................................................................................... 21

    3. Separao de corantes presentes em doces comerciais ....................................... 29

    4. Jogo pedaggico que explora a propriedade indicadora de pH

    de extratos de antocianinas de espcies brasileiras .................................................. 35

    5. Preparando um indicador cido-base natural de aa (Euterpe oleracea).............. 45

    6. Quanto ar usado na oxidao do ferro? ............................................................. 51

    7. Descontaminao da gua por eletrofloculao .................................................... 57

    8. A esponja de ao contm ferro ? ..........................................................................65

    9. Experimentos com hidrogis: gel de cabelo e fraldas descartveis ...................... 71

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    10. Fractais qumicos ............................................................................................... 79

    11. Remoo de cor e de odor de materiais com o uso do carvo ativado .............. 85

    12. Cola derivada do leite ......................................................................................... 91

    13. Extraindo ferro de cereais matinais .................................................................... 97

    14. Cal + gua com gs: conhecendo os xidos .................................................... 103

    15. Tenso superficial Ser que a agulha afunda? .............................................. 111

    16. Corrida brilhante .............................................................................................. 117

    17. O que sobe e o que desce? .............................................................................. 121

    18. A bolinha que quica ......................................................................................... 127

    19. Ovo engarrafado .............................................................................................. 133

    20. Utilizando uma luminria do tipo Lava-Luz para o ensino de densidade,dilatao trmica e transformaes de energia ...................................................... 139

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    Construindo um extintor de incndio

    Contribuio de Marcelo Delena Trancoso

    Colgio Brigadeiro Newton Braga, Ilha do Governador, Rio de Janeiro- RJ, Brasil

    [email protected]

    Palavras-chave: extintor, bicarbonato de sdio, vinagre.

    Objetivo

    O experimento tem por objetivo a construo de um extintor de

    incndio caseiro, que visa mostrar aos estudantes a importncia da Qumica

    em sua vida prtica.

    Alm disso, o experimento permite apresentar aos alunos conceitos

    sobre reaes qumicas entre cidos e bases, empregando reagentes de seu

    cotidiano, como o vinagre e o bicarbonato de sdio.

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    Material utilizado

    a- 1 frasco de refrigerante de 600 mL

    b- 1 tubo de conta-gotas

    c- 1 tubo de ensaio de 35 mL

    d- 450 mL de vinagre

    e- bicarbonato de sdio (NaHCO3)

    Experimento

    1. Com o auxlio de um estilete, fure a tampa do frasco de refrigerante de 600

    mL, no mesmo dimetro do tubo do conta-gotas que ser utilizado. A seguir,

    introduza o tubo do conta-gotas no orifcio criado na tampa do frasco derefrigerante, como mostra a Figura 1. O furo feito na tampa deve permitir que

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    o tubo do conta-gotas passe o mais justo possvel, visando evitar vazamentos

    que podem prejudicar o experimento, devido perda de reagentes. O tubo do

    conta-gotas pode ser mais bem fixado com o uso de uma fita de teflon ao seu

    redor, antes de inseri-lo na tampa.

    Figura 1-Tampa do frasco com conta-gotas adaptado.

    2.No frasco de refrigerante, coloque 450 mL de vinagre comum e, no tubo de

    ensaio, adicione o bicarbonato de sdio de modo que o vinagre fique 2 cm

    abaixo da borda do tubo (como mostra a Figura 2).

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    Figura 2-Frasco de refrigerante com vinagre e tubo de ensaio com

    bicarbonato de sdio.

    Tenha cuidado para que o bicarbonato de sdio no entre em contato

    com o vinagre, pois isso dar incio imediato reao qumica. Em seguida,feche o frasco de refrigerante com a tampa, mostrada na Figura 1, apertando-

    a bem.

    3. Para o extintor entrar em funcionamento, tampe o furo de sada do conta-

    gotas com o dedo indicador e sacuda vigorosamente o extintor, no intuito de

    provocar a reao qumica entre o vinagre e o bicarbonato de sdio.

    4. Em seguida, incline o extintor para baixo, dirigindo-o para a regio que

    voc deseja atingir e tire o dedo da tampa, liberando assim a sada do lquido.

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    A mistura de gua e etanoato (acetato) de sdio ser expulsa do

    extintor devido presso provocada pela formao do dixido de carbono

    (CO2). Para as quantidades de vinagre e bicarbonato de sdio utilizadas, o jato

    inicial do lquido emitido pelo extintor ter um alcance aproximado de trs

    metros de distncia. Mantendo-se o extintor inclinado para baixo, como

    mostra a Figura 3, o lquido continuar a ser expelido durante

    aproximadamente 30 segundos.

    Figura 3-Utilizao do extintor de incndio.

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    Entendendo o experimento

    Reaes cido-base fazem parte do nosso cotidiano. Entre vrios

    exemplos, podemos citar: os aspectos relacionados higiene, como a

    eliminao dos resduos cidos, deixados pelos alimentos em nossa boca,

    pelas pastas de dentes que possuem carter bsico; na ao dos anticidos,

    tais como os hidrxidos que so usados contra a acidez estomacal e na

    correo da acidez do solo, para fins agrcolas.A equao qumica responsvel pelo jato observado produz etanoato

    de sdio (acetato de sdio) e cido carbnico, o qual se decompe em gua e

    dixido de carbono (gs carbnico, CO2):

    H3CCOOH (aq) + NaHCO3 (s) H3CCOO-Na+(s) + CO2(g) + H2O (l).

    O gs produzido na reao aumenta a presso interna do extintor e,

    sendo esta maior do que a presso externa, a gua e o sal formados na

    reao so expelidos para fora do extintor. O extintor s pode ser empregado

    quando o fogo estiver em um nvel inferior ao do frasco com a mistura

    reacional, pois necessrio que o gs carbnico empurre a gua e o sal

    formados na reao para fora do extintor.

    Visando mostrar a importncia do experimento, podemos comentar

    sobre as classes de incndio: A (materiais que queimam em profundidade esuperfcie, como madeira, papel, etc.); B (lquidos que queimam na

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    superfcie, como gasolina, lcool, etc.); C (aparelhos eltricos e eletrnicos

    energizados, como computadores, etc.) e D (materiais que requerem

    extintores especficos, como sdio, magnsio, etc.). Este extintor exclusivo

    para a classe A, mas pode ser empregado na classe C desde que os aparelhos

    incendiados no estejam ligados rede eltrica.

    Pode-se tambm orientar os estudantes quanto importncia da

    preveno de incndios, como a criao de brigadas de incndios, colocao

    de sensores de fogo em ambientes e recomendaes quanto aos cuidadossobre a evacuao de locais fechados em casos de incndios.

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum. As garrafas de plstico (PET) devem ser encaminhadas para a

    reciclagem.

    Referncias

    - Reekos Mad Scientist Lab. Disponvel em:

    http://www.spartechsoftware.com/reeko/experiments/ExpFireExtinguisher.htm.

    Acesso em 23/10/10.

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    - Ferreira, L. H., Hartwig, D. H., Rocha-Filho, R. C. Algumas experincias

    simples envolvendo o princpio de Le Chatelier. Qumica Nova na Escola, v.5,

    p.28, 1997.

    - Tolentino, M., Rocha-Filho, R. C., Silva, R. R. O azul do planeta: um retrato da

    atmosfera terrestre. So Paulo: Ed. Moderna, Coleo Polmica, 1995, 119p.

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    procura da vitamina C

    Experimento adaptado do peridico Qumica Nova na Escola

    http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc02/exper1.pdf

    Palavras-chave: cido ascrbico, vitamina C, xido-reduo.

    Objetivo

    Com este experimento procura-se desenvolver um procedimento

    simples para a verificao da presena de vitamina C em sucos de frutas

    variados.

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    Material utilizado

    a- 1 comprimido efervescente de 1 g de vitamina C

    b- tintura de iodo a 2% (comercial)c- sucos de frutas variados (por exemplo: limo, laranja, maracuj e caju)

    d- 5 pipetas de 10 mL (ou seringas de plstico descartveis)

    e- 1 fonte para aquecer a gua (aquecedor eltrico ou secador de cabelo)

    f- 6 copos de vidro

    g- 1 colher de ch de farinha de trigo ou amido de milho

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    h- 1 bquer de 500 mL ou frasco semelhante

    i- gua filtrada

    j- 1 conta-gotas

    k- 1 garrafa de refrigerante de 1 L

    Experimento

    1. Coloque 200 mL de gua filtrada em um bquer de 500 mL. Em seguida,

    aquea o lquido at uma temperatura prxima a 50 C, cujo

    acompanhamento poder ser realizado com um termmetro ou com a

    imerso de um dos dedos da mo (nessa temperatura difcil a imerso do

    dedo por mais de 3 s). Em seguida, coloque uma colher de ch cheia de

    amido de milho (ou farinha de trigo) na gua aquecida, agitando sempre amistura at atingir a temperatura ambiente.

    2. Em uma garrafa de refrigerante de 1 L, contendo aproximadamente 500

    mL de gua filtrada, dissolva um comprimido efervescente de vitamina C e

    complete o volume at 1L.

    3. Escolha 6 frutas cujos sucos voc queira testar, e obtenha o suco dessas

    frutas.

    4. Deixe mo a tintura de iodo a 2%, comprada em farmcias.

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    5. Numere seis copos de vidro, identificando-os com nmeros de 1 a 6.

    Coloque 20 mL da mistura (amido de milho + gua) em cada um desses seis

    copos de vidro numerados. No copo 1, deixe somente a mistura de amido e

    gua. Ao copo 2, adicione 5 mL da soluo de vitamina C; e, a cada um dos

    copos 3, 4, 5 e 6, adicione 5 mL de um dos sucos a serem testados. No se

    esquea de associar o nmero do copo ao suco escolhido.

    6. A seguir pingue, gota a gota, a soluo de iodo no copo 1, agitando

    constantemente, at que aparea uma colorao azul. Anote o nmero de

    gotas adicionado (neste caso, uma gota geralmente suficiente).

    7. Repita o procedimento para o copo 2. Anote o nmero de gotas necessriopara o aparecimento da cor azul. Caso a cor desaparea, continue a adio de

    gotas da tintura de iodo at que ela persista, e anote o nmero total de gotas

    necessrio para a colorao azul persistir.

    8. Repita o procedimento para os copos que contm as diferentes amostrasde suco, anotando para cada um deles o nmero de gotas empregado.

    A partir desse experimento, algumas questes podem ser propostas

    aos alunos:

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    Em qual dos sucos houve maior consumo de gotas de tintura de iodo?

    Atravs do ensaio com a soluo do comprimido efervescente possvel

    determinar a quantidade de vitamina C nos diferentes sucos de frutas?

    Procure determinar a quantidade de vitamina C em alguns sucos

    industrializados, comparando-os com o teor informado no rtulo de suas

    embalagens.

    Entendendo o experimento

    A vitamina C, tambm conhecida como cido L-ascrbico (1), foi

    isolada pela primeira vez sob a forma de um p cristalino branco, em 1922,

    pelo pesquisador hngaro Szent-Gyrgi. Por apresentar comportamento

    qumico fortemente redutor atua, numa funo protetora, como antioxidante;na acumulao de ferro na medula ssea, bao e fgado; na produo de

    colgeno (protena do tecido conjuntivo); na manuteno da resistncia s

    doenas bacterianas e virais; na formao de ossos e dentes, e na

    manuteno dos capilares sanguneos, dentre outras.

    cido L-ascrbico(1)

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    Segundo a literatura, as principais fontes naturais de cido ascrbico

    esto no reino vegetal, representadas por vegetais folhosos (bertalha,

    brcolis, couve, nabo, folhas de mandioca e inhame), legumes (pimentes

    amarelos e vermelhos) e frutas (cereja-do-par, caju, goiaba, manga, laranja,

    acerola, etc.). Entre esses, quais contm a maior quantidade de vitamina C?

    Ao se cozinhar um alimento h perda de vitamina C? Existe diferena entre a

    quantidade da vitamina quando uma fruta est verde ou madura?

    Essas e outras perguntas podero ser facilmente respondidas

    realizando-se a experincia acima proposta.

    Este tema poder tambm ser objeto de pesquisa a ser realizada pelos

    alunos e seu levantamento apresentado e discutido em sala de aula ou

    exposies de cincias.

    A adio de iodo soluo amilcea (gua + farinha de trigo ou amidode milho) provoca uma colorao azul intensa no meio, devido ao fato de o

    iodo formar um complexo com o amido.

    Graas a sua bem conhecida propriedade antioxidante, a vitamina C

    promove a reduo do iodo a iodeto (I-), que incolor quando em soluo

    aquosa e na ausncia de metais pesados. Dessa forma, quanto mais cido

    ascrbico um alimento contiver, mais rapidamente a colorao azul inicial da

    mistura amilcea desaparecer e maior ser a quantidade de gotas da soluo

    de iodo necessria para restabelecer a colorao azul.

    A equao qumica que descreve o fenmeno :

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    C6H8O6+ I2 C6H6O6+ 2HI

    (cido ascrbico + iodo cido deidroascrbico + cido ioddrico)

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum. As garrafas de plstico (PET) devem ser encaminhadas para a

    reciclagem.

    Referncias

    - Conn, E. E., Stumpft, P.K. Introduo Bioqumica. Trad. Llia Mennucci, M.

    Julia M. Alves, Luiz J. Neto et al. So Paulo: Edgard Blcher, 1975, p.184-185.

    - Experimento 09. Determinao do teor de vitamina C em comprimidos.

    Disponvel em: http://www.catalao.ufg.br/siscomp/sis_prof/admin/files/sil-

    freitas/data23-04-2009-horas13-50-41.pdf. Acesso em 23/09/10.

    - Silva, R R, Ferreira, G.A.L., Silva, S L. Procura da Vitamina C. Qumica Nova na

    Escola, n.2, p.1, 1995.

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    Separao de corantes presentes em

    doces comerciais

    Experimento adaptado da Royal Society of Chemistry

    http://www.practicalchemistry.org/experiments/chromatography-of-sweets,194,EX.html

    Palavras-chave: cromatografia, corante, mtodos de anlise.

    Objetivo

    Com o experimento pretende-se apresentar aos estudantes uma

    tcnica de anlise rotineira usada em laboratrios de anlise e, paralelamente,

    abordar aspectos que facilitem o entendimento da natureza dos aditivos que

    so empregados em alimentos, a exemplo dos corantes.

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    Material utilizado

    a- bquer de 100 mL

    b- pincel pequeno com ponta arredondada

    c- 2 clips de plsticod- papel para cromatografia (pode ser usado um papel de filtro qualitativo ou papel

    de coador de caf; nesse caso a separao das substncias fica menos ntida)

    e- 1 lpis

    f- 1 borracha

    g- 1 secador de cabelo (opcional)

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    h- 1 saquinho de balas coloridas, de preferncia da marca M&MS, conforme a

    referncia original.

    Experimento

    Para obter resultados melhores neste experimento, recomenda-se o uso de

    papel de filtro qualitativo, prprio para laboratrio. Caso no se tenha acesso a esse

    tipo de papel, aceitvel o uso de papel de coador para caf.

    No procedimento original, foi sugerido o uso do confeito M&MS, quepossui em torno de 6 a 7 cores. Outros confeitos ou corantes podem ser usados,

    inclusive corantes lquidos para bolos.

    1. Corte um pedao de papel de filtro, na forma de um retngulo, que caiba num

    bquer de 100 mL, de modo que o retngulo cortado fique afastado das laterais dobquer em 1 cm de cada lado e 1 cm da borda. Em seguida, marque com um lpis

    uma linha na horizontal que esteja afastada 1,5 cm da base do papel.

    2. Use um pincel umedecido para remover a cor do confeito M&MS e faa, com

    esse pincel, um crculo pequeno na linha traada sobre o papel.

    3. Lave o pincel e aplique outra cor, da mesma forma, mantendo os crculos

    afastados em pelo menos 0,5 cm, at preencher a linha com vrias cores.

    4. Anote com lpis o nome da cor embaixo de cada crculo (no use caneta!).

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    5. Ponha gua no bquer, de modo que seu fundo seja preenchido com um pequeno

    volume de gua (a quantidade de gua deve preencher cerca de 0,5 cm).

    6. Leve o papel com os crculos coloridos ao bquer. O papel deve ficar com suaborda inferior mergulhada na gua, porm sem que a gua toque nas manchas

    coloridas. A base do papel deve ser deixada o mais reta possvel para que, com a

    passagem da gua, as manchas se movimentem ao mesmo tempo e no borrem.

    7. Deixe a gua subir pelo papel. Quando ela chegar prximo ao topo do papel,remova-o do bquer.

    8. Marque a altura final que a gua alcanou no papel.

    9. Deixe o papel secar ao ar ou seque-o com um secador de cabelos.

    E d d i

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    Entendendo o experimento

    Este experimento trata de uma das tcnicas de separao mais

    empregadas em Qumica, a cromatografia, amplamente utilizada em

    laboratrios, na pesquisa ou no controle de qualidade nas reas de alimentos,

    farmacutica, dentre outras. Aqui, ela usada para separar corantes

    presentes em doces usualmente apreciados pelos estudantes. Alm disso,

    conceitos como solubilidade, partio e adsoro podem ser introduzidos.

    Aspectos gerais sobre corantes alimentcios tambm podem ser discutidos.

    A cromatografia um mtodo fsico-qumico de separao, onde

    ocorre a migrao dos componentes de uma mistura entre uma fase

    estacionria (no caso, o papel) e uma fase mvel (no caso, a gua).

    possvel empreg-la tanto na anlise de misturas simples quantocomplexas, o que a torna uma tcnica de grande utilidade.

    O termo cromatografia foi criado, em 1906, por um botnico russo

    que trabalhava com a separao de constituintes qumicos presentes em

    plantas. Por ter sido observada a separao de cores na anlise, o termo

    dado ao processo foi cromatografia (chrom= cor e graphie = escrita). Mas a

    tcnica empregada para diversos tipos de amostras, muitas das quais

    incolores e que precisaro do auxlio de um agente revelador para que se

    possa observar o resultado da separao.

    Algumas perguntas que podero servir de guia aos estudantes:

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    A Qumica perto de voc| 34

    Algumas perguntas que podero servir de guia aos estudantes:

    a) Por que alguns corantes mantm uma nica cor durante o processo

    cromatogrfico e outros se desdobram em vrias cores?b) Por que alguns corantes se movimentam mais, ficando mais prximos do topo do

    papel que os outros?

    c) Verifique se, no rtulo do confeito, est descrito quais corantes foram usados e

    tente associar essa informao ao seu resultado.

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

    Referncias

    - Fonseca, S.F., Gonalves, C.C.S. Extrao de pigmentos do espinafre e

    separao em coluna de acar comercial. Qumica Nova na Escola, v.20,p.55, 2004.

    - Ribeiro, N.M., Nunes, C. R. Anlise de pigmentos de pimentes por cromatografia

    em papel. Qumica Nova na Escola, v.29, p.34, 2008.

    - Silva, S. L. A., Ferreira, G. A. L., Silva. R. R. procura da Vitamina C. Qumica Nova

    na Escola, n.2, p.1, 1995.

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    Sociedade Brasileira de Qumica| 35

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    Jogo pedaggico que explora a propriedade

    indicadora de pH de extratos de antocianinas deespcies brasileiras

    Contribuio de: Accia Adriana Salamo, Adriana Vitorino Rossi*, Aline

    Seemann Alves, Gustavo Giraldi Shimamoto, Martha Maria Andreotti Favaro e

    Thas Blume Coelho

    GPQUAE - Instituto de Qumica UNICAMP, Campinas-SP, Brasil

    *[email protected]

    Palavras-chave: extratos de frutas, antocianinas, indicador de pH, cido/base

    Objetivo

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    A Qumica perto de voc| 36

    Objetivo

    O experimento faz uso de extratos de antocianinas (ACiS) de espcies

    vegetais tpicas do Brasil (ou mesmo nativas), explorando sua capacidade

    tintorial para desenvolver aplicao grfica. O objetivo criar um kit ldico-

    pedaggico barato, de fcil acesso e manipulao, sem envolver reagentes

    txicos nem gerar resduos que precisem ser tratados, explorando a

    caracterstica corante e a propriedade de indicador de pH das ACiS.

    Material utilizado

    A quantidade descrita a seguir suficiente para cerca de 40 cartelas

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    Sociedade Brasileira de Qumica| 37

    A quantidade descrita a seguir suficiente para cerca de 40 cartelas.

    a- 30 g de fruta que contenha antocianinas, de acordo com a disponibilidade

    da regio e sazonalidade. Sugestes: amora, jussara, uva, jabuticaba ejambolo

    b- 90 mL de etanol de uso domstico (92,6 GL)

    c- papel de filtro ou coador de papel e funil, para a filtrao do extrato

    d- folhas de papel sulfitepara produzir as cartelas do jogo

    e- superfcie impermevel (placa de vidro ou granito) para a secagem das

    cartelas

    Observao: ao ser usada na secagem das folhas, a superfcie pode ficar

    manchada.

    f- 2 pincis pequenos que podem ser substitudos por pena de ave ou penade nanquim

    g- 20 mL de soluo cida: tampo de pH 3 (cido actico / acetato de sdio)

    ou vinagre

    h- 20 mL de soluo alcalina: soluo tampo de pH 10 (amnia / cloreto de

    amnio) ou limpador domstico tipo multiusoi- lpis para desenhar as cartelas ou impressora

    Observaes:

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    A Qumica perto de voc| 38

    O desenvolvimento do experimento pode ser facilitado, pois

    possvel fazer adaptaes caso algum material no esteja disponvel e para

    atender s regionalidades, como na escolha da fonte de ACiS. Alm disso, oexperimento dispensa infraestrutura laboratorial, podendo ser ajustado para

    mnima disponibilidade de recursos.

    Experimento

    Figura 1-Corantes naturais do grupo das antocianinas.

    Com este experimento, foi desenvolvido um jogo de cartela, a ser

    preenchida pelos participantes e no estilo de ligar pontos, para explorar a

    propriedade corante de ACiS, com estrutura genrica ilustrada na Figura 1. O

    jogo criado foi nomeado SHIMAGAME e tambm aproveita a propriedade

    O+

    OH

    OH

    OR

    R'

    OH

    R

    glicoseHOCH3Peonidina-3-glicosdeo

    glicoseOCH3OCH3Malvidina-3-glicosdeo

    glicoseHHPelargonidina-3-glicosdeo

    glicoseOHOHDelfinidina-3-glicosdeo

    rutinoseHOHCianidina-3-rutinosdeo

    galactoseHOHCianidina-3-galactosdeoglicoseHOHCianidina-3-glicosdeo

    Grupo RGrupo RGrupo RAntocianina

    das ACiS como indicador de pH. O extrato adequado para diferenciar as

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    Sociedade Brasileira de Qumica| 39

    p q p

    solues cidas de alcalinas, pois se torna vermelho em meio cido e azul em

    meio alcalino.

    1. Os extratos de ACiS so obtidos por imerso das fontes (qualquerfruta ou vegetal que seja rico em ACiS como jussara, amora, uva, jambolo

    ou jabuticaba) em etanol, levemente aquecido em banho-maria, na proporo

    aproximada 1:3 fruta/solvente (m/v),por 30 minutos. Em seguida, o extrato

    filtrado em papel de filtro ou coador de caf, com o auxlio de um funil. O

    PREPARO DOS EXTRATOS DE FRUTAS EM ETANOL DEVE SER REALIZADO

    FORA DA SALA DE AULA E COM ACOMPANHAMENTO DO RESPONSVEL,

    POIS EMPREGA AQUECIMENTO DE MATERIAL INFLAMVEL.

    2. Para produzir o jogo, uma folha de papel sulfite mergulhada no extrato deACiS e colocada sobre a superfcie plana e impermevel (placa de vidro), para

    secar temperatura ambiente. Depois, no papel tratado com ACiS,

    imprimem-se (impressoras comerciais) ou desenham-se (a lpis, de

    preferncia) pontos sequenciais separados por, no mnimo, 2,0 cm,

    formando uma tabela com aproximadamente 10 linhas por 10 colunas depontos, como apresentado na Figura 2.

    3. Em cada folha de sulfite cabem 2 cartelas. So necessrios 2 pincis

    (substituveis por pena de ave ou pena de nanquim) e 2 solues, sendo uma

    cida e outra alcalina, para funcionar como as canetas do jogo. Podem-se

    usar solues tampo de pH 3 (H3CCOOH/H3CCOO-) e pH 11 (NH3/NH4

    +), ou

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    A Qumica perto de voc| 40

    3 3 3 4

    produtos domsticos como vinagre (cido) e limpador multiuso (alcalino),

    respectivamente.

    4. Ao passar a soluo cida no papel tratado com extrato de ACiS, surge um

    trao de colorao vermelha, enquanto que a soluo alcalina produz um

    trao de colorao azul no papel, devido propriedade indicadora de pH das

    ACiS. Cada um dos jogadores, com suas respectivas canetas (solues de pH

    diferentes), vai traando retas e unindo dois dos pontos a cada jogada. O

    jogador que conseguir o maior nmero de quadrados completos da sua cor

    ser o vencedor. A Figura 2 apresenta uma ilustrao da dinmica do jogo,

    que envolve uma cartela a ser colorida pelos participantes.

    Figura 2-Ilustrao do jogo SHIMAGAME.

    Na ilustrao da cartela (Figura 2), h um exemplo do jogo em

    andamento, no qual o jogador que usa a soluo alcalina para unir os pontos

    est ganhando, pois foram formados dois quadrados completos de cor azul,

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    Sociedade Brasileira de Qumica| 41

    contra apenas um quadrado vermelho (colorao obtida com o uso da

    soluo cida).

    Entendendo o experimento

    Na natureza, existem diversas fontes de corantes naturais, dentre elas

    frutas e flores tpicas do Brasil, que apresentam colorao caracterstica

    devido a alguns compostos orgnicos como as antocianinas (ACiS).

    Atualmente, sabe-se que as ACiS so responsveis por cores que variam

    entre laranja, rosa, vermelha, violeta e azul em flores, frutas, folhas e razes.

    Uma das principais funes das ACiS nas flores e frutas atrair agentes

    polinizadores e dispersores de sementes. As antocianinas (ACiS) soformadas estruturalmente por duas partes, uma sacardica e outra conhecida

    como aglicona, neste caso chamada de antocianidina.

    O fato de solues de ACiS apresentarem diferentes cores,

    dependendo do pH do meio, faz com que essas solues possam ser

    utilizadas como indicadores de pH. Diversos autores tm estudado a

    propriedade indicadora de pH das ACiS para aplicaes didticas, como a

    determinao do pH de materiais domsticos e a indicao do ponto final de

    titulaes cido/base, dentre outras.

    O experimento proposto permite introduzir, ilustrar e demonstrar

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    A Qumica perto de voc| 42

    conceitos como acidez, basicidade, indicadores de pH, dentre outros. Alm

    disso, o uso de extratos obtidos a partir de frutas permite abordar outros

    aspectos relacionados com a composio e a disponibilidade de espciesvegetais, sua ocorrncia e uso popular, alm de expandir a discusso para

    questes interdisciplinares, possibilitando abordar aspectos relacionados

    com a biodiversidade e a ecologia (j que espcies em extino, como a

    jussara, podem ser utilizadas de forma sustentvel). Isto contribui para

    articular estratgias interdisciplinares, contextualizadas, que favorecem o

    desenvolvimento de habilidades e competncias importantes para a formao

    do cidado.

    A partir desta abordagem, a conceituao de cidos, bases e pH

    favorecida, sendo associada aos sistemas reais e acessveis, como aimportncia do pH controlado do sangue para a sade; as faixas de pH de

    solos adequado para crescimento das plantas, com desdobramentos sociais

    e econmicos; a acidez ou basicidade de diversos produtos de limpeza e

    materiais de uso domstico e o efeito destacado do pH em fenmenos de

    impacto ambiental, como a chuva cida.O gosto das frutas pode indicar a presena de cidos ou bases: limo

    e laranja contm cido ctrico, enquanto a banana verde tem sabor

    adstringente caracterstico de substncias alcalinas, mas no se deve levar a

    boca qualquer substncia para testar sua acidez ou basicidade; para isso

    servem os indicadores de pH.

    Resduos, tratamento e descarte

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    Os resduos gerados no experimento no envolvem solues de

    compostos txicos e nem condies drsticas de pH, de forma que podem

    ser descartados na pia. As cartelas de papel impregnadas com extrato e

    usadas nos jogos podem ser levadas para a reciclagem.

    Referncias

    - Antunes, M., Adamatti, D. S., Pacheco, M. A. R., GIovanela, M. pH do

    solo:determinao com indicadores cido-base no ensino mdio. Qumica

    Nova na Escola, v.31, p.283, 2009.

    - Cortes, M.S., Ramos, L.A., Cavalheiro, E.T.G. Titulaesespectrofotomtricas de sistemas cido-base utilizando extrato de flores

    contendo antocianinas. Qumica Nova, v.30, p.1014, 2007.

    - Huizinga, J. Homo Ludens: O Jogo como elemento da Cultura. 5 Edio.

    So Paulo: Editora Perspectiva, 2004.

    - Terci, D. B. L., Rossi, A. V. Indicadores naturais de pH: usar papel ou

    soluo?Qumica Nova, v.25, p.684, 2002.

    - Terci, D. B. L. Aplicaes analticas e didticas de antocianinas extradas de

    frutas.Tese de Doutorado. Instituto de Qumica UNICAMP. Campinas, So

    Paulo, 2004.

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    5

    Preparando um indicador cido-base

    natural de aa (Euterpe oleracea)

    Contribuio de: Adriana Marques de Oliveira*, Nilca de Ftima Silva

    de Jesus e Lubervnia Carvalho Balieiro

    Laboratrio de Qumica, Universidade Federal do Par, Breves-PA, Brasil

    *[email protected]

    Adaptado de:

    http://www.prp.ueg.br/06v1/conteudo/pesquisa/inic-

    cien/eventos/sic2005/arquivos/exatas/aplicacao_extrato.pdf

    Palavras-chave: aa, antocianinas, acidez, basicidade, indicador de pH

    Objetivo

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    Este experimento tem como finalidade utilizar o aa como indicador

    natural para classificar substncias cidas e bsicas. Trata-se de umaatividade que atende ao contedo de funes inorgnicas (cidos e bases),

    trabalhados atualmente na nona srie do ensino fundamental.

    Material utilizado

    a- 3 unidades de filtros de papel para caf n102

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    b- 5 copos (de vidro ou plstico) de 200 mL

    c- 3 seringas descartveis (2 de 5 mL e 1 de 10 mL)

    d- 1 vidro de cor marrom (mbar) de 100 mLe- 1 funil ou coador de caf

    f- 1 colher de sopa

    g- 50 g de vinho de aa ou polpa de aa

    h- 100 mL de lcool etlico a 70%

    i- 5 mL de suco de limo

    j- 5 mL de hidrxido de magnsio (leite de magnsia)

    k- 5 mL de detergente

    l- 5 mL de vinagre

    m- 30 mL de gua. Duos

    Experimento

    O experimento compreende dois procedimentos:

    1. Preparo do extrato do aa:dissolva 50 g do vinho ou polpa do aa em

    100 mL de lcool etlico a 70 %. Agite vrias vezes usando uma colher. Com

    auxlio de um funil, filtre a mistura para um dos copos de 200 mL. Em

    seguida, armazene o filtrado no vidro mbar. ESTA ETAPA DEVE SER

    PREPARADA FORA DA SALA DE AULA POR MANUSEAR MATERIAL

    INFLAMVEL

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    A Qumica perto de voc| 48

    INFLAMVEL.

    2. Realizando o experimento com o indicador natural de aa: numere quatrocopos de 200 mL de 1 a 4. Utilizando seringas descartveis, mea e adicione

    no copo N 1 o volume de 5 mL de suco de limo, 10 mL de gua e 5 mL de

    extrato de aa; no copo N 2, adicione 5 mL de hidrxido de magnsio (leite

    de magnsia), 10 mL de gua e 5 mL de extrato de aa; no copo N 3,

    adicione 5 mL de detergente, 10 mL de gua e 5 mL de extrato de aa; e, no

    copo N 4, adicione 5 mL de vinagre, 10 mL de gua e 5 mL de extrato de

    aa, respectivamente. Observe o que acontece em cada recipiente e promova

    com os alunos uma discusso sobre o comportamento de cada material

    adicionado ao extrato de aa.

    Entendendo o experimento

    O vinho ou polpa do aa, cuja espcie botnica conhecida como

    Euterpe oleracea, um alimento presente na refeio da maioria dosparaenses da regio amaznica. Estudos indicam que o aa pode ser

    utilizado como energtico. Por isso, est sendo amplamente comercializado

    em todo Brasil.

    Alm disso, o aa contm antocianinas (ACiS), substncias

    responsveis pelas coloraes nos tons de azul, vermelho e arroxeado em

    diversos tecidos vegetais, especialmente em flores e frutos. As ACiS mudam

    sua colorao conforme a acidez ou basicidade do meio em que se

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    sua colorao conforme a acidez ou basicidade do meio em que se

    encontram. Isso faz com que o extrato de aa possa atuar como um

    indicador cido-base, tornando-se um exemplo interessante para ser utilizadoem aulas de Cincias e introduzir os conceitos de acidez e basicidade.

    As frutas so abundantes em todas as regies geogrficas brasileiras,

    tornando-se um material alternativo importante para experimentos simples. O

    extrato do aa, por exemplo, torna-se avermelhado em solues cidas

    (pH7) e roxo claro em solues

    neutras (pH 7).

    Como sugesto, aps a realizao da atividade, o aluno deve ser

    indagado quanto ao comportamento dos materiais usados, como por

    exemplo:

    A) O que voc observou quando adicionou extrato de aa ao suco de

    limo? Ao vinagre? Ao leite de magnsia? Ao detergente? B) Aps

    sua observao, diga em que copo h substncias cidas, bsicas ou

    neutras?

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

    Referncias

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    - Ribeiro, G.D. Aa-solteiro, Aa-do-Amazonas, uma boa opo de

    explorao agrcola em Rondnia. Ambiente Brasil. 2005.Disponvel em:www.ambientebrasil.com.br/agropecuario/artigos/acaisolteiro.html. Acesso em

    24/09/10.

    - Sardella, A. Qumica- Srie Novo Ensino Mdio. Volume nico. Rio de

    Janeiro: Ed. tica, 2003.

    - Terci, D. B. L., Rossi, A.V. Indicadores naturais de pH: usar papel ou

    soluo?Qumica Nova, v.25, p.684, 2002.

    - Aplicao de extrato de aa no ensino de qumica. Disponvel em:

    http://www.prp.ueg.br/06v1/conteudo/pesquisa/inic-

    cien/eventos/sic2005/arquivos/exatas/aplicacao_extrato.pdf . Acesso em 24/09/10.

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    6

    Quanto ar usado na oxidao do ferro?

    Experimento adaptado da Royal Society of Chemistry

    http://www.practicalchemistry.org/experiments/intermediate/oxidation-and-

    reduction/how-much-air-is-used-during-rusting,208,EX.html

    Palavras-chave: oxidao, ferro, ferrugem

    Objetivo

    Este experimento tem como finalidade apresentar aos estudantes os

    conceitos bsicos relativos oxidao que ocorre nos metais, to presente no

    nosso cotidiano. Visa introduzir aspectos gerais sobre os processos de

    oxidao no dia a dia.

    Material utilizado

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    a- 1 tubo de ensaio

    b- 1 bquer

    c- 1 rgua

    d- fios de ferros ou palha de ao (como usadas na limpeza de panelas)e- gua filtrada

    Experimento

    1.Coloque aproximadamente 3 cm de fios de ferro ou palha de ao no fundodo tubo de ensaio e umedea com gua.

    2. Adicione gua em um bquer como demonstrado na Figura 1. Inverta o

    tubo de ensaio contendo o fio de ferro e coloque-o no bquer com gua,

    conforme mostrado na Figura 1. Mea a altura da coluna de ar dentro do tubo

    com a rgua.

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    gu

    Figura 1 - Demonstrao do experimento

    3. Deixe o material descansar por uma semana.

    4. Aps esse perodo, sem retirar o tubo da gua, mea novamente a coluna

    de ar dentro do tubo.

    Entendendo o experimento

    O processo de corroso provoca inmeros prejuzos indstria, e traz

    muitos transtornos no nosso dia a dia, a exemplo dos estragos provocados

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    A Qumica perto de voc| 54

    , p g p

    pela ferrugem nos aparelhos eletrnicos, eletrodomsticos e mesmo nos

    brinquedos.Grande parte dessa perda se deve corroso do ferro e do ao (uma

    liga metlica formada basicamente por ferro (Fe) e carbono (C) ) , embora

    muitos outros metais tambm sofram corroso.

    Em relao ao ferro, a gravidade dos prejuzos deve-se muito ao fato

    de que seu xido, formado na sua oxidao, no se adere superfcie do

    metal que sofreu a oxidao, e assim descama facilmente. Isto provoca

    fraqueza estrutural e desintegrao do metal.

    A corroso ocorre na presena da umidade. Quando o ferro exposto

    ao ar umidecido, ele reage com o oxignio formando a ferrugem, Fe2O3. xH2O.

    A quantidade de gua complexada com o xido de ferro (III) (Fe 3+)

    varia, como indicado pelo x na frmula anterior. Essa quantidade

    tambm determina a cor da ferrugem, que pode variar de preto a amarelado,

    chegando ao laranja escuro.

    A formao da ferrugem um processo complexo, que envolveinicialmente a oxidao de Fe(0) a Fe(II):

    Fe (s) Fe+2(aq) + 2 e-

    Para as prximas etapas, tanto a gua quanto o oxignio so

    necessrios. Os ons de Fe(II) so novamente oxidados, agora a Fe(III):

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    Fe+2

    (aq) Fe+3

    (aq) + 1 e-

    Os eltrons liberados nesses processos so usados para reduzir o

    oxignio:

    O2(g) + 2 H2O (l) + 4e- 4 OH- (l)

    Os ions frricos Fe(III) se combinam com o oxignio para formar o

    xido frrico que , ento, hidratado, variando com a quantidade de gua

    presente. A equao global de formao da ferrugem a partir do Fe (II) pode

    ser descrita como:

    4 Fe+2 (aq) + O2 (g) + [4 + 2 x H2O (l)] 2 Fe2O3. x H2O (s) + 8 H+ (aq)

    A presena de gua acelera a formao da ferrugem, o que justifica

    que as ferrugens se tornem muito mais presentes em metais expostos aos

    ambientes mais midos do que nos secos.

    Alm da umidade, muitos outros fatores afetam a taxa de corroso.

    Por exemplo, a presena de sal acelera a oxidao de metais. Isso se deve ao

    fato de que o sal, em contato com a gua, aumenta a condutividade da

    soluo aquosa formada na superfcie do metal, aumentando a taxa de

    corroso. Por isso materiais de ferro tendem a corroer muito mais

    rapidamente quando expostos ao sal (como o usado para derreter a neve ou

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    A Qumica perto de voc| 56

    gelo nas estradas) ou ao ar salgado mido perto do mar.

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados nesse experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

    Referncias

    - Bocchi, N., Ferracin, L.C., Biaggio, S.R. Pilhas e baterias: funcionamento e

    impacto ambiental. Qumica Nova na Escola, v.11, p.3, 2000.- Meron, F., Guimares, P. I. C., Mainier, F. B. Corroso: um exemplo usual

    de fenmeno qumico. Qumica Nova na Escola, v.19, p.11, 2004.

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    7

    Descontaminao da gua por eletrofloculao

    Contribuio de: Sidney Aquino Neto* e Adalgisa Rodrigues de Andrade

    Departamento de Qumica, Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de

    Ribeiro Preto, Universidade de So Paulo, Ribeiro Preto - SP, Brasil

    *[email protected]

    Palavras-chave: eletrofloculao, tratamento de resduos, educao ambiental

    Objetivo

    A proposta desse experimento demonstrar aos estudantes que a

    descontaminao da gua pode ser realizada por eletrofloculao, por meio

    de um desenvolvimento prtico simples. Para uso em aulas do Ensino

    Fundamental ou Mdio, visa alertar e despertar os alunos s questes

    ambientais, introduzindo uma postura mais crtica quanto ao tema.

    Material utilizado

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    a-bateria de 9 V

    b- 2 pregos comuns

    c- 2 fios de cobre (aproximadamente de 20 cm comprimento)

    d- garras do tipo jacar

    e-1 bquer de 50 mL

    f- cloreto de sdio (sal de cozinha)

    g- corante alimentcio, caf ou refrigerante de cola

    h- filtro de papel de poro fino e coador (do tipo para caf)

    Experimento

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    1. Adicione aproximadamente 30 mL de H2O em um bquer (ou um pequeno copo

    1): Adicione aproximadamente 30 mL de H2O em um bquer (ou um pequenocopo de vidro) de 50 mL, contendo cerca de 100 mg (1 colher de caf) de sal

    de cozinha (NaCl) (que atua como eletrlito ou carregador dos eltrons) e

    algumas gotas de corante alimentcio, caf ou refrigerante de cola.

    2. Monte o sistema como demonstrado na Figura 1, de forma que os dois

    pregos fiquem completamente imersos na soluo em lados opostos.

    Figura 1 -Esquema experimental para a realizao

    do experimento de eletrofloculao.

    3. Os pregos sero, a seguir, conectados a uma fonte de corrente contnua

    (DC, uma bateria de 9 V ou 3 pilhas em srie), por meio de fios de cobre

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    A Qumica perto de voc| 60

    comuns utilizando garras do tipo jacar. Os pregos no devem ser tocados

    para impedir a ocorrncia de um curto-circuito. A partir desse momento, oanodo da clula comea a ser lentamente dissolvido por oxidao, enquanto

    possvel observar bolhas de hidrognio sendo produzidas sobre o catodo.

    4. O corante imediatamente comear a mudar de cor ao redor do catodo e

    uma espcie de lama (contendo hidrxido de ferro, como descrito acima)

    comear a se formar. Dentro de poucos minutos haver lama suficiente para

    absorver a maior parte do corante e o experimento poder ser encerrado.

    Agite bem a clula e seu contedo; ento, derrame a soluo em um funil

    contendo filtro de papel de poro fino (coador de caf) e colete o filtrado.

    Entendendo o experimento

    A atividade humana, sobretudo em ambientes industriais, uma

    grande agente geradora de resduos, com srias consequncias ambientais.Alm disso, por muitos anos, os seres humanos vm utilizando de maneira

    insensata os mais variados recursos naturais. Esses fatores tornam a

    problemtica ambiental uma questo de extrema urgncia, que exige bastante

    conscientizao por parte da populao mundial. A educao ambiental tem

    um papel fundamental na formao daqueles que, num futuro prximo,

    arcaro com as consequncias deste modo de vida.

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    Em vista da escassez dos recursos hdricos esto sendo

    desenvolvidas, atualmente, diversas alternativas e tecnologias para otratamento de guas residuais. Dentre os conhecidos processos verdes,

    uma das tcnicas mais utilizadas para o tratamento de poluentes a

    eletrofloculao, tambm chamada de eletrocoagulao ou eletroflotao.

    O mtodo de eletrofloculao caracterizado por instrumentao e

    operao simples, num curto tempo, apresentando boa eficincia na remoo

    de poluentes de guas residuais. Os currculos dos cursos de Cincia no

    Ensino Fundamental pouco mostram sobre os mtodos de tratamento de

    efluentes e, consequentemente, poucas so as proposies de

    experimentao.

    Neste experimento, para a remoo de corantes, um eletrodo de ferro

    (prego) usado para fornecer ons metlicos para a formao de hidrxido

    de ferro (II ou III), pouco solvel, que absorver o corante presente na

    soluo. Adicionalmente, bolhas de gs so produzidas no outro eletrodo,

    que arrastam alguns dos flocos formados pelo hidrxido e ajudam no estgiode separao (eletroflotao). Os corantes so de uso alimentcio, facilmente

    obtidos no comrcio.

    Anodo: Fe (s) Fe2 + (aq) + 2e

    Fe2+ (aq) + 2 OH (l) Fe(OH)2 (s)

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    Catodo: 2 H2O (l) + 2e H2 (g) + 2 OH

    (l)

    Global: Fe (s) + 2 H2O (l) Fe(OH)2 (aq) + H2 (g)

    A partir deste experimento, busca-se alertar os estudantes sobre

    como o ser humano vem utilizando e se apropriando do mundo natural,

    levando a discusso para a dimenso das perturbaes na hidrosfera

    provocadas pela ao humana e possveis aes preventivas ou corretivas de

    maneira individual ou coletiva. Alm disso, temas especficos relacionados

    Qumica (como a destilao, decantao, filtrao, e conceitos como

    potencial eletroqumico e transporte de eltrons) e tratamento de esgoto

    tambm devem ser abordados.

    Este experimento abre ainda a possibilidade de trabalhar contedos

    da escala macro para a microscpica, temtica bastante discutida em

    disciplinas pedaggicas de Licenciatura.

    Aps a aplicao desse experimento, anteriormente realizado em salade aula, foram feitas entrevistas e aplicados questionrios de opinio com os

    alunos. Para todos os alunos entrevistados, o experimento enriqueceu a sua

    formao pessoal, alm de estimular bastante a atuao como cidado. Os

    principais aspectos positivos citados pelos alunos foram as relaes feitas

    entre os temas apresentados com as atividades do dia a dia como o

    tratamento de gua, o descarte de efluentes por indstrias, o custo da gua, a

    poluio de rios, o consumismo, etc.

    E t b lh f i li d l d d bli d Rib i

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    Esse trabalho foi realizado em escolas da rede pblica de Ribeiro

    Preto So Paulo, no estgio da disciplina Atividades Integradas deEstgio, do curso de Licenciatura em Qumica da FFCLRP-USP.

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

    Referncias

    - Crespilho, F. N., Rezende, M. O. O. Eletroflotao: Princpio e Aplicaes.

    So Carlos: Rima, 2004.

    - Ibanez, J. G. Saneamento ambiental por mtodos eletroqumicos. Qumica

    Nova na Escola, v.15, p.45, 2002.

    - Ibanez, J. G., Tellez-Giron, M., Alvarez, D., Garcia-Pintor, E. Laboratory Experimentson the Electrochemical Remediation of the Environment. Part 6: Microscale Production of

    Ferrate. Jounal of Chemical Education, v. 81, p.251, 2004.

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    A esponja de ao contm ferro?

    Contribuio de: Elton Simomukay

    Colgio Estadual Professor Joo Ricardo Von Borell,

    Ponta Grossa PR, Brasil

    [email protected]

    Palavras-chave: matria e suas propriedades, ligas metlicas, solues e

    reaes qumicas

    Objetivo

    Com este experimento prope-se discutir a constituio da matria e

    a formao de substncias a partir de reaes de oxidao, introduzindo

    aspectos relativos ao cotidiano.

    Material utilizado

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    a- 2 garrafas PET

    b- 1 esponja de ao

    c- gua oxigenada 10 volumes (podem ser usada outras concentraes)

    d- 1 garrafa de refrigerante de limo

    Experimento

    1. Lave bem 2 garrafas PET e adicione em cada uma delas pedaos deesponjas de ao.

    2. Preencha a primeira com gua suficiente para cobrir a esponja, feche a

    tampa da garrafa e agite por alguns instantes. Observe o que ocorre e anote

    os resultados.

    3. Em seguida, repita o procedimento anterior adicionando segunda garrafa

    PET o refrigerante de limo at cobrir totalmente a esponja de ao Feche a

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    PET o refrigerante de limo, at cobrir totalmente a esponja de ao. Feche a

    garrafa e agite bem por alguns minutos. Deixe repousar e observe acolorao que se forma. Voc pode decantar a soluo para frasco

    transparente. Os alunos devero anotar a mudana que ocorre.

    4. Abra a garrafa e despeje uma pequena quantidade de gua oxigenada.

    Novamente tampe a garrafa e agite por alguns minutos. Voc pode decantar asoluo para um frasco transparente para melhor observao. Verifique o que

    ocorre aps deixar repousar. Observe a mudana da colorao da soluo.

    Observao:

    Os estudantes devem pesquisar sobre a composio qumica do ao e

    as cores dos ons de ferro em solues cidas. Depois, devem responder se,

    de acordo com as observaes, pode-se concluir que a esponja contm ferro.

    Entendendo o experimento

    A curiosidade natural fez do homem um explorador do mundo que o

    cerca. Observar, analisar, perceber e descobrir, atravs da experimentao,

    constitui uma formao fundamental na explicao do porqu das coisas e

    contribui para o crescimento do saber cientfico e educacional. Muitos desses

    conhecimentos so usados para melhoria da qualidade de vida.

    Neste experimento vamos identificar se a composio de uma esponja

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    Neste experimento vamos identificar se a composio de uma esponja

    de ao contm ferro e o que ocorre com ela na presena de determinadosprodutos.

    Em meio cido (refrigerantes de limo contm cido ctrico) ocorre a

    dissoluo de ons ferro. Com a adio da gua oxigenada (H2O2), os ons

    ferro passam para ons Fe3+ o que indicado pela colorao amarelada. Se

    adicionarmos soda custica soluo, esta ir adquirir tonalidade

    avermelhada pois os ons Fe3+passaro a hidrxido de ferro.

    Fe2+ (aq) + 2H2O2 (aq) + H+ Fe3+ (aq) + (OH-) (l) + HO (soluo amarela)

    Fe3+ (aq) + (OH-) (l) Fe(OH)3 (aq) (soluo avermelhada)

    O professor pode trabalhar inicialmente com assuntos referentes matria e sua composio, formao de substncias e seus constituintes. No

    cotidiano do aluno podem-se inserir informaes referentes presena de

    ons ferro na gua, suas influncias e efeitos na sade humana.

    Algumas questes importantes sobre este experimento que devem ser

    instigadas:

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    1-Por que s ocorreu mudana de colorao na soluo com refrigerante?2-Por que se adiciona a gua oxigenada?

    3-Qual a diferena entre os ons de ferro existentes?

    4-O que oxidao?

    Resduos, tratamento e descarte

    As garrafas de plstico (PET) devem ser encaminhadas para descarte.

    O experimento proposto no gera resduos agressivos ao meio

    ambiente, podendo, ento, ser utilizado de forma segura.

    Ainda assim, as solues formadas podero ser encaminhadas

    estao de tratamento de gua e efluentes da sua cidade para que sejam

    dados os devidos fins de tratamento. tambm uma tima oportunidade dos

    alunos visitarem uma estao onde a gua tratada.

    Referncias

    -Masterton, W.L., Slowinski, E.J., Stanitski, L.C. Princpios de Qumica. Trad.

    J.S. Peixoto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990.

    - Palma, M. H. C., Tiera, V. A. O. Oxidao de metais. Qumica Nova na

    Escola, v.18, p.52, 2003.

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    Experimentos com hidrogis: gel de cabelo e

    fraldas descartveis

    Experimento adaptado da Royal Society of Chemistry

    http://www.practicalchemistry.org/experiments/experiments-with-hydrogels-hair-

    gel-and-disposable-nappies,143,EX.html

    Palavras-chave: hidrogel, polmero

    Objetivo

    Com este experimento, busca-se mostrar ao estudante a natureza

    qumica do gel e do hidrogel, suas aplicaes e comportamento em

    condies variadas, de modo a enriquecer o contedo sobre materiais menos

    convencionais no dia a dia.

    Material utilizado

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    Para o gel de cabelo (1 tubo pequeno):

    a- sal de cozinha (cloreto de sdio, NaCl)

    b- 1 pote de vidro pequeno, de preferncia daqueles mais resistentes

    quebra

    c- 1 colher de ch ou 1 esptula

    Para a fralda descartvel (1 pacote pequeno ou mesmo uma fralda do tipo ultra-

    absorvente):

    d- 1 tesoura

    e- 1 basto de agitao

    f- 1 colher de sobremesa

    g- 1 recipiente plstico grande, com capacidade mnima de 600 mL

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    ExperimentoGel de cabelo:

    1. Coloque a medida de 1 colher de ch do gel de cabelo no pote de vidro.

    2. Salpique gentilmente o sal de cozinha, com a esptula, sobre o gel.

    3. Observe o que ocorre.

    Fralda descartvel:

    1. Corte a fralda ao meio e busque especialmente a parte que designada

    para absorver a urina do beb (normalmente h indicaes na embalagem

    externa). Descarte as outras partes.

    2. Desfragmente o material separado da fralda e que se presta absoro da

    urina. Podero ser observados pequenos gros esbranquiados, que devero

    ser separados. Colete, com a colher, quantos gros conseguir. Faa essa

    operao delicadamente para evitar o levantamento de material particulado e

    de ps. aconselhvel o uso de uma mscara simples para p.

    3.Descarte toda a parte que no interessa da fralda, ficando somente com os gros.

    4. Ponha numa proveta ou qualquer frasco que permita medir o volume e

    i l d

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    estime o volume dos gros.

    5. Coloque os gros na vasilha, com aproximadamente 100 mL de gua

    (preferencialmente destilada).

    6. V adicionando gua at perceber que no est ocorrendo mais absoro por

    parte dos hidrogis. Agite a cada adio de gua. Mea o volume final do hidrogel.

    7. Adicione 2 colheres de ch de sal, agite e observe.

    Entendendo o experimento

    O estudo dos gis traz uma proposta interessante, na qual o estudante tem a

    possibilidade de observar o comportamento fsico dos materiais de uma forma

    menos convencional que a diviso entre slido, lquido e gasoso.

    O gel aparentemente slido, de consistncia gelatinosa, onde o materialque se dispersa est no estado lquido e o meio dispersante est no estado slido.

    Um de seus exemplos a gelatina. Naqueles usados na higiene, como os

    hidratantes, e em contato com a pele, o gel se liquefaz e deixa uma camada fina no-

    gordurosa.

    Gis so obtidos de misturas de materiais naturais ou sintticos, na gua ou

    em mistura de solventes. So muito usados para enrijecer os cabelos.

    Os hidrogis, por sua vez, so polmeros que podem reter muitas

    i S id d l d t i l

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    Sociedade Brasileira de Qumica| 75

    vezes seu prprio peso em gua. So considerados um exemplo de material

    inteligente, porque mudam de forma quando h mudana em seu ambiente

    nesse caso, a mudana resultante da alterao na concentrao dos ons.

    Essa atividade pode ser usada para aprofundar o ensino da ligao

    inica e covalente.

    O hidrogel (tambm chamado aquagel) uma rede de cadeias depolmeros, insolveis em gua. Algumas vezes, encontrado como um gel

    coloidal, em que a gua o meio de disperso. Hidrogis so altamente

    absorventes.

    Em geral, hidrogis so polmeros de cidos carboxlicos que se

    ionizam em gua, deixando o polmero com vrias cargas negativas ao final

    da cadeia (Figura 1). Isso tem dois efeitos: em primeiro lugar, as cargas

    negativas se repelem e o polmero forado a se expandir; em segundo

    lugar, as molculas de gua, polares, so atradas para as cargas negativas.

    Isso aumenta ainda mais a viscosidade da mistura resultante, a cadeia

    polimrica passa a ocupar mais espao e causa resistncia ao fluxo de

    molculas de solvente em torno dele.

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    Figura 1-Ilustrao da ionizao de um polmero de hidrogel.

    O polmero do hidrogel fica em equilbrio com a gua que o envolve,

    equilbrio esse que pode ser perturbado com o aumento da fora inica, por

    exemplo, com a adiao de sal. Nessa situao, os ons positivos do Na +iro

    neutralizar as cargas negativas do polmero, que ir colapsar.

    Muitos hidrogis so sensveis ao pH, s mudanas de temperatura e

    s diferentes concentraes inicas. A mistura de diferentes monmeros

    pode criar hidrogis com propriedades especficas.

    Hidrogis so usados em curativos, em sistemas de liberaoprolongada, em biossensores e em lentes de contato, entre outras vrias

    aplicaes.

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

    Referncias

    - Curativo de nova gerao utiliza pele de r. Jornal da Cincia. Disponvel em:

    h // j ld i i b /D lh j ?id 11542 A 24/09/10

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    http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=11542. Acesso em 24/09/10.

    - Hydrogels. Disponvel em: http://thesis.library.caltech.edu/1774/1/Chapter1.pdf.

    Acesso em 24/09/10.

    - Curi, D. Polmeros e interaes moleculares. Qumica Nova na Escola, v.23,

    p.19-22, 2006.

    - Marconato, J. C., Franchetti, S. M. M. Polmeros superabsorventes e as fraldas

    descartveis: um material alternativo para o ensino de polmeros. Qumica Nova na

    Escola, v.15, p.42-44, 2002.

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    Fractais Qumicos

    Contribuio de Elton Simomukay

    Colgio Estadual Professor Joo Ricardo Von Borell,

    Ponta Grossa PR, Brasil

    [email protected]

    Palavras-chave: fractais, tenso superficial, misturas, colides

    Objetivo

    Este experimento tem como objetivos apresentar os conceitosqumicos de misturas e demonstrar que o leite faz parte de uma classe de

    misturas conhecidas como sistemas coloidais. Com ele, pode-se demonstrar

    como os detergentes afetam a tenso superficial e a solubilidade de

    compostos. Alm disso, visa ilustrar conceitos gerais sobre fractais, usando

    os resultados de demonstraes artsticas.

    Material utilizado

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    Material utilizado

    a- copos plsticos

    b- corante lquido orgnico de vrias coresc- leite

    d- cola branca tipo PVA

    e- detergente lquido

    Experimento

    1. Preencha a metade de um copo plstico com leite.

    2. Adicione lentamente gotas do corante de modo que se formem padresgeomtricos, como tringulos, quadrados, crculos, entre outros.

    3. Pingue gotas do detergente lquido, de preferncia incolor, para no alterar

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    as cores formadas.

    4. Observe o que acontece. Tente reconhecer se fractais foram formados.

    5. Agora, em vez de utilizar leite, tente usar cola branca para comparar osresultados.

    6. Tire foto dos padres formados. Use diversas cores e mostre-os em aulas

    de artes. Ao usar cola, espere endurecer e depois corte os padres

    geomtricos formados.

    Entendendo o experimento

    Essa proposta tem como objetivo a elaborao de um projeto

    interdisciplinar para o ensino dos conceitos qumicos de mistura no EnsinoFundamental, baseado na formao de padres matemticos chamados

    fractais e na concepo artstica do que um objeto de arte.

    Temos como pressuposto que os conceitos qumicos devem e podem

    ser introduzidos nesse nvel de ensino, atravs de experimentos interativos e

    contextualizados na sua rotina de vida, seja caseira ou escolar, possibilitando

    o acesso s explicaes cientficas acerca do ambiente em que est inserido.

    A articulao interdisciplinar aprender a ensinar, com uma viso

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    A Qumica perto de voc| 82

    global e unificada de conhecimentos, que se interligam atravs do dia a dia deuma pessoa. Compreender um fenmeno uma contextualizao crtica de

    um resultado obtido, reconhecer-se como parte integrante de um mundo

    em que os significados comeam a fazer sentido e so entendidos por meio

    de um conhecimento cientfico obtido.

    Um fractal um objeto que no perde a sua definio formal medida

    que ampliado, mantendo a sua estrutura idntica original. Existem duas

    categorias de fractais: os fractais geomtricos, que repetem continuamente

    um padro idntico, e os fractais aleatrios.

    Nessa experincia, possvel interagir conceitos qumicos demisturas e suas propriedades de miscibilidade e tenso superficial com a

    matemtica e as artes.

    O estudante ser instigado a entender como a constituio do leite,

    dos corantes e dos detergentes influencia nas suas interaes. O leite de

    bovino uma mistura heterognea que apresenta dois sistemas coloidais:

    a) uma suspenso em que as protenas se encontram suspensas com a gua;

    b) uma emulso da gordura com a gua.

    Deve-se ainda citar a presena dos minerais e hidratos de carbono.

    Ao olho nu, o leite uma mistura homognea, mas vendo o leite

    atravs de um microscpio, pode-se observar minsculas gotculas de

    gordura suspensas em gua.

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    O corante alimentcio usado neste experimento um compostoorgnico polar, que no se mistura ao leite devido inexistncia de

    compostos polares na gordura do leite. A adio do detergente modifica a

    tenso superficial e permite que o corante se espalhe e interaja com a gua,

    resultando na formao de micelas coloidais.

    Um colide micelar um sistema formado por partculas

    denominadas micelas, que so aglomerados de tomos, molculas ou ons.

    Como as molculas do corante so polares e as molculas da gua tambm,

    interagem umas com as outras e se reorganizam. A sua reorganizao cria

    um aspecto artstico no leite.Agora, o estudante dever tentar compreender se os padres se

    formam segundo o conceito de fractais. Pode ser necessria a realizao de

    vrios experimentos e o uso de diversas formas geomtricas para que este

    objetivo seja alcanado.

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

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    lixo comum.

    Referncias

    - Fractal. Wikipdia. Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fractal. Acesso em

    24/09/10.

    - Experincia Arte com leite. Disponvel em:

    http://quimicaparacriancas.blogspot.com/2009/05/experiencia-arte-com-leite.html. Acesso

    em 24/09/10.

    - Colide. Wikipdia. Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloide. Acesso

    em 24/09/10.

    - Silva, R. C. da; Escobedo, J. P., Gioielli, L. A.. Comportamento de

    cristalizao de lipdios estruturados por interesterificao qumica de banha

    e leo de soja.Qumica Nova, vol.31, p. 330-335, 2008.

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    Remoo de cor e de odor de materiais com o

    uso do carvo ativado

    Experimento adaptado da Royal Society of Chemistry

    http://www.practicalchemistry.org/experiments/decolourising-and-

    deodorising,198,EX.html

    Palavras-chave: carvo ativado, adsoro, odor, cor

    Objetivo

    Com este experimento pretende-se mostrar ao estudante operaes e

    materiais utilizados em laboratrio e que fazem parte de sua rotina, aqui

    exemplificados pela desodorizao de geladeiras e pela purificao de gua

    com o uso de filtros recheados.

    Material utilizado

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    a- 1 bquer de 100 mL

    b- 1 funil simples

    c- papel de filtro (do tipo usado para coar caf)

    d- 2 tubos de ensaio

    e- 1 suporte para tubosf- 1 esptula

    g- carvo ativado (sero usadas 10 pontas de esptula cheias)

    h- tinta para caneta tinteiro, de preferncia lavvel (1 gota)

    i- vinagre (100 mL)

    Experimento

    1. Coloque o papel de filtro num funil, apoiado no suporte em que se

    encontra o tubo de ensaio (Figura 1).

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    2. Adicione 5 pontas de esptula de carvo ativado no papel de filtro, que j

    se encontra no funil.

    3. Coloque 1 gota da tinta em 100 mL de gua no bquer.

    Figura 1-Ilustrao da montagem do experimento.

    4. Verta a gua colorida sobre o carvo, que se encontra no funil. Compare a

    cor que sai aps a filtrao com a cor original da soluo.

    5. Repita a operao usando vinagre com corante em vez de gua, numa

    outra aparelhagem semelhante. Compare os cheiros antes e aps a filtrao

    no carvo ativado.

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    Entendendo o experimento

    Este experimento auxilia na compreenso inicial de fenmenos como

    a adsoro e a absoro. Facilita a introduo dos conceitos de reasuperficial e introduz aspectos gerais sobre as ligaes qumicas na matria.

    O aquecimento da madeira a uma temperatura muito elevada, na

    ausncia de ar, produz o carvo vegetal. Quando esse aquecimento ocorre a

    uma temperatura ainda mais alta - cerca de 930 C ocorre a remoo das

    impurezas e forma-se o carvo ativado.

    O carvo ativado uma forma de carbono altamente poroso, capaz de

    remover materiais coloridos e substncias volteis presentes em misturas,

    pelo processo de adsoro. Tem ampla aplicao em laboratrios de Qumica

    e na indstria, especialmente para a remoo de gosto e odores

    desagradveis da gua potvel.

    O processo de adsoro do carvo ativado tambm usado para remover

    resduos no escapamento dos carros, gases nocivos no ar e cores no desejadas

    em determinados produtos, bem como odores desagradveis em geladeiras (ele

    o recheio dos desodorizadores comerciais de geladeiras).

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

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    Referncias

    - Mimura, A. M. S., Sales, J. R. C., Pinheiro, P. C. Atividades experimentais

    simples envolvendo adsoro sobre carvo. Qumica Nova na Escola, v.32,

    p.53, 2010.

    - Decolourising and deodorising. Disponvel em:

    http://www.practicalchemistry.org/experiments/decolourising-and-

    deodorising,198,EX.html. Acesso em 24/09/10.

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    Cola derivada do Leite

    Contribuio de Erika Fernanda Lucas*, Patrcia Franchini Morilo**e

    Rubens Francisco Ventrici de Souza

    Instituto Federal de So Paulo, Campus Sertozinho,

    Jardim Cana, Sertozinho - SP, Brasil

    Adaptado de http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc06/exper2.pdf

    * [email protected] **[email protected]

    Palavras-chave: casena, leite, cola

    Objetivo

    Com este experimento, pretende-se demonstrar o preparo de uma

    cola, de forma bem simples, utilizando o leite como matria-prima. Pode ser

    utilizado para implementar a discusso sobre materiais polimricos presentes

    nos alimentos, como a casena, e suas propriedades fsico-qumicas.

    Material utilizado

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    Material utilizado

    a- 1 proveta de 50mL ou seringa plstica

    b- 2 pedaos de pano de aproximadamente 30 x 30 cm (malha de algodo

    fornece bons resultados).c- 1 g de bicarbonato de sdio (NaHCO3)

    d- 100 mL de leite desnatado

    e- 1 limo

    f- papel toalha

    Experimento

    1. Esprema o limo e coe o suco utilizando um pedao de pano.

    2. Adicione 30 mL do suco de limo a 100 mL de leite desnatado e agite bem.

    3. Sobre um segundo recipiente, coloque o outro pedao de pano e coe

    mistura de casena e soro obtida. Adicione pequenas quantidades da mistura,

    t i ti d d A d ti d

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    sempre com a posterior retirada da casena. As pores de casena retiradas

    (quase secas) podem ser colocadas sobre um pedao de papel toalha, para

    que seja reduzida a umidade da massa obtida.

    4. Aps a separao da casena, que dever ter aparncia semelhante a umqueijo cremoso, adicione o bicarbonato de sdio e misture bem at que a

    mistura se torne homognea.

    5. Acrescente 20 mL de gua e agite at que toda a massa seja dissolvida. A

    reao do cido restante (do limo) com o bicarbonato de sdio deverproduzir uma pequena quantidade de espuma, que em pouco tempo se

    desfar.

    6. Utilize pequenos pedaos de papel para testar a sua cola. O resultado

    poder ser observado em algumas horas.

    Entendendo o experimento

    As colas so utilizadas h milhares de ano para vrias aplicaes. As

    principais matrias-primas utilizadas no seu preparo eram de origem animal

    t l Al d l d id t lt d d d

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    A Qumica perto de voc| 94

    ou vegetal. Algumas das colas produzidas apresentam alto poder de adeso e

    a cola de carpetes, por exemplo, apesar de ser eficaz, pode apresentar

    problemas para a sade por eliminar substncias orgnicas volteis.

    A casena a principal protena presente no leite (aproximadamente

    3% em massa), sendo um polmero natural muito solvel em gua por seapresentar na forma de um sal de clcio. utilizada para a fabricao de

    adesivos base de gua.

    As formulaes de casena so solveis em solues alcalinas e em

    gua, porm sua solubilidade afetada pela adio de cidos que, pela

    diminuio do pH, reduz a presena de cargas na molcula, fazendo com que

    a sua estrutura terciria seja alterada, levando-a precipitao. Com a

    reduo do pH, ocorre a perda do clcio na forma de fosfato de clcio, que

    eliminado no soro.

    A formao do caseinato de sdio ocorre com a adio de

    bicarbonato de sdio e possui propriedades adesivas. Na indstria, a

    precipitao da casena favorecida pela adio de cido clordrico ou cido

    sulfrico ou ainda pela adio da renina, que uma enzima presente no

    estmago de bovinos. Quando a precipitao da casena visa produo de

    alimentos, como o queijo, so utilizados microrganismos que produzem

    cido ltico, a partir da lactose.

    Com esta atividade os alunos podem observar que possvel

    produzir, eficientemente, produtos a partir de matrias-primas naturais,

    obtendo-se resultados comparveis aos produtos industrializados

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    obtendo-se resultados comparveis aos produtos industrializados.

    A interdisciplinaridade tambm deve ser ressaltada nesse

    experimento, para explicar os processos qumicos e suas reaes bem como

    os processos biolgicos, de uma maneira simples e interligada.

    Resduos, tratamento e descarte

    O experimento no gera resduos nocivos ao meio ambiente. As

    garrafas de plstico (PET) devem ser encaminhadas para reciclagem.

    Referncias

    - Linhares, S., Gewandsznajder, F. Biologia. 1aEd. So Paulo, Ed. tica, 2005.

    - Nbrega, O. S., Silva, E. R., Silva, R. H. Qumica. 1aEd. So Paulo, Ed. tica,

    2005.

    - Ferreira, L. H., Rodrigues, A. M. G. D., Hartwig, D. R., Derisso, C. R.

    Qualidade do leite e cola da casena. Qumica Nova na Escola, v.6, p.32, 1997.

    Disponvel em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc06/exper2.pdf. Acesso em

    24/09/10.

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    Extraindo ferro de cereais matinais

    Experimento adaptado da Royal Society of Chemistry

    http://www.practicalchemistry.org/experiments/extracting-iron-from-breakfast-

    cereal,222,EX.html

    Palavras-chave: cereal matinal, ferro, nutrientes

    Objetivo

    Por meio de um experimento simples, prope-se interligar conceitos

    qumicos e fsicos e lig-los rea de nutrio, demonstrando, assim,

    aspectos importantes relativos interdisciplinaridade das cincias no nosso

    cotidiano.

    Material utilizado

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    a- gral e pistilo de tamanho suficiente para macerar 50g de cereal matinal

    (pode ser usado um pilo)

    b- bquer de 1 mL

    c- barras magnticas recobertas por plstico, de preferncia com teflon

    branco. Os ms mais potentes so os de neodmio, presentes em sucatas de

    computadores e em fones de ouvido mais modermosd- pina longa

    e- cereal matinal contendo ferro, de preferncia com teor aproximado de 14 a

    20% de ferro (veja o item Entendendo o experimento)

    Experimento

    1. Coloque de 5 a 15 flocos de cereais numa mesa limpa.

    2. Mantenha a barra magntica ou o magneto prximo aos flocos e veja se

    eles se movimentam na direo do magneto ou mesmo se aderem a ele.

    3. Reduza a frico dos flocos colocando-os num bquer com gua.

    Aproxime o magneto e veja se h aproximao ou movimentao dos flocos.

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    4. Reduza o tamanho dos flocos secos triturando-os no gral ou pilo. Espalhe

    o p num papel limpo.

    5. Coloque o magneto por baixo do papel e movimente o papel por cima do

    magneto. Observe se h movimentao do p dos flocos. No coloque o

    magneto diretamente em contato com o p.

    Observao:

    Olhando-se atentamente, sobretudo quando testado o p do gral, pode-se

    observar que algumas partculas acinzentadas de Fe(0) se deslocam do p do

    cereal, seguindo na direo do movimento do m.

    Entendendo o experimento

    Diversos cereais matinais contm ferro como suplemento mineral. O

    ferro metlico [Fe(0)] pode ser extrado desses cereais com o uso de um

    magneto.

    Magnetos so usados para atrair ou repelir diversos tipos de

    materiais metlicos, e esse conceito pode ser introduzido para discutir

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    A Qumica perto de voc| 100

    aspectos da matria em nvel atmico e suas propriedades, at chegar s

    observaes no cotidiano.

    Outro ponto interessante refere-se nutrio e aos sais minerais. Os

    estudantes podem ser esclarecidos sobre sua importncia na alimentao eno funcionamento do organismo humano, inclusive esclarecendo o papel da

    hemoglobina no sangue.

    De acordo com o experimento original, a melhor indicao sobre

    o cereal a ser usado o Kelloggs Special K, que possui o maior teor de

    ferro entre os cereias citados, ao redor de 20 mg/ 100 g de flocos. Comoeste cereal no facilmente encontrado no Brasil, foi feita uma consulta

    ao contedo do sitedessa empresa e verificou-se que o teor mais alto de

    Fe est no produto Froot Loops, com 14 mg/100g. Recomenda-se que

    seja verificada a composio de ferro em outros marcas de cereais

    oferecidas no mercado.

    pouco provvel que os estudantes consigam observar a

    movimentao dos flocos de cereal inteiro, j que o atrito com a madeira

    do tampo da mesa alto. Submet-lo floculao na gua reduzir o

    atrito, mas o movimento ainda poder ser dificultado. A melhor forma ,

    ento, reduzir as partculas a p, onde possvel separar o ferro

    acinzentado do p do cereal.

    O ferro adicionado a vrios produtos alimentcios, inclusive s

    farinhas. Caso os estudantes desejem confirmar quimicamente a presena do

    ferro, possvel adicion-lo a uma soluo de hexacianoferrato de potssio

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    Sociedade Brasileira de Qumica| 101

    (III) para gerar uma cor intensa de azul prussiano (esta operao dever ser

    realizada, de preferncia, em laboratrio, seguida de descarte adequado).

    Resduos, tratamento e descarte

    Os resduos gerados neste experimento podem ser descartados no

    lixo comum.

    Referncias

    - Magnetismo e eletricidade. Cincia Hoje das Crianas. Disponvel em:

    http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/fisica-e-quimica/magnetismo-e-

    eletricidade/. Acesso em 24/09/10.

    - Magnetismo, farmacologia e medicina. Cincia Hoje. Disponvel em:

    http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/do-laboratorio-para-a-

    fabrica/magnetismo-farmacologia-e-medicina . Acesso em 24/09/10.

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    Cal + gua com Gs: Conhecendo os xidos

    Contribuio de Nilcimar dos Santos Souza

    LCQUI-UENF, Laboratrio de Cincias Qumicas, Universidade Estadual do

    Norte Fl