LivroI_CapsIVaVII

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Henrique Cunha Viana – 2012005416 Leitura Dirigida em Teoria Econômica II - Professor Hugo Eduardo da Gama Cerqueira Resenha Livro I – A Riqueza das Nações – Adam Smith Em seu capítulo quarto do Livro I da Riqueza das Nações, Smith discute a origem do dinheiro. O autor explica que uma vez estabelecida a divisão do trabalho, a única forma de obter certos produtos é por meio da troca. Com a generalização, a parcela da produção que excede o consumo é permutada pelo excedente de quem tiver necessidade de seus produtos. Mas a troca de produtos traz alguns inconvenientes, como a dificuldade de achar outra pessoa que queira e esteja disposta a trocar seus produtos no momento em necessário ao primeiro produtor. Desta forma, o homem prudente deve ter naturalmente se esforçado para trazer consigo uma certa quantidade de mercadorias que seriam mais facilmente aceitas por vários produtores diferentes. Por poderem ser conservados sem perder valor e pela facilidade da divisão, os metais foram reconhecidos e preferidos, ao que parece, em todos os países, como as melhores mercadorias para este fim. Smith faz uma análise conjectural sobre a história da moeda e diz que pelas dificuldades de medir os metais e sempre conferir a quantidade e o quilate dos metais utilizados nas trocas, considerou-se necessário fazer uma gravação oficial para garantir o quilate e posteriormente estabeleceu-se a cunhagem para mostrar o peso. Conclui dizendo que "Foi dessa maneira que em todas as nações civilizadas o dinheiro se transformou no instrumento universal do comércio, através do qual só compradas e vendidas - ou trocadas entre si - mercadorias de todos os tipos" (p. 61). Mas ainda resta a questão sobre quais normas são utilizadas pelas

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Resenha de três capítulos da Riqueza das Nações de Smith

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Henrique Cunha Viana 2012005416

Leitura Dirigida em Teoria Econmica II - Professor Hugo Eduardo da Gama Cerqueira

Resenha Livro I A Riqueza das Naes Adam Smith

Em seu captulo quarto do Livro I da Riqueza das Naes, Smith discute a origem do dinheiro. O autor explica que uma vez estabelecida a diviso do trabalho, a nica forma de obter certos produtos por meio da troca. Com a generalizao, a parcela da produo que excede o consumo permutada pelo excedente de quem tiver necessidade de seus produtos. Mas a troca de produtos traz alguns inconvenientes, como a dificuldade de achar outra pessoa que queira e esteja disposta a trocar seus produtos no momento em necessrio ao primeiro produtor. Desta forma, o homem prudente deve ter naturalmente se esforado para trazer consigo uma certa quantidade de mercadorias que seriam mais facilmente aceitas por vrios produtores diferentes. Por poderem ser conservados sem perder valor e pela facilidade da diviso, os metais foram reconhecidos e preferidos, ao que parece, em todos os pases, como as melhores mercadorias para este fim.

Smith faz uma anlise conjectural sobre a histria da moeda e diz que pelas dificuldades de medir os metais e sempre conferir a quantidade e o quilate dos metais utilizados nas trocas, considerou-se necessrio fazer uma gravao oficial para garantir o quilate e posteriormente estabeleceu-se a cunhagem para mostrar o peso. Conclui dizendo que "Foi dessa maneira que em todas as naes civilizadas o dinheiro se transformou no instrumento universal do comrcio, atravs do qual s compradas e vendidas - ou trocadas entre si - mercadorias de todos os tipos" (p. 61).Mas ainda resta a questo sobre quais normas so utilizadas pelas pessoas para avaliar quais quantidades de produtos devem ser trocadas. Isto , qual o valor relativo ou valor de troca dos bens. Smith diz que valor pode significar "valor de uso" e "valor de troca" e se prope a investigar o valor de troca. As dimenses a serem analisadas so o critrio para a medida real, quais os componentes do valor e por que o preo de mercado difere deste valor ou preo natural.

No captulo quinto Smith discute o preo real e o preo nominal das mercadorias. A discusso iniciada a partir da exposio de que "o valor de qualquer mercadoria, para a pessoa que a possui, mas no tenciona us-la ou consumi-la ela prpria, seno troc-la por outros bens, igual quantidade de trabalho que essa mercadoria lhe d condies de comprar ou comandar.". Desta forma, Smith conclui que o trabalho a medida real do valor de troca assim como o preo real de compra de uma mercadoria o trabalho que a pessoa poupa a si mesma e imputa aos outros.No decorrer da sua anlise, Smith argumenta que a riqueza , neste sentido, o poder de comprar trabalho, apesar de ser difcil utiliz-lo como medida de valor pelas dificuldades envolvidas em levar em conta o engenho, o aprendizado e a dificuldade envolvida em cada atividade. Por isso, o dinheiro utilizado com maior frequncia para calcular o valor, apesar do seu preo varivel, significando ora mais e ora menos dispndio de trabalho, bem como a fora de trabalho ora pode ser contratada com menor e ora com maior quantidade de bens. Smith explica que no caso do trabalho ser comprado ora com menor e ora com maior quantidade de bens, os bens que esto mais baratos ou mais caros, posto que o trabalho o nico padro universal, mesmo que nas transaes comuns se utilize o preo monetrio.

Ao se debruar sobre os fatores que compem o preo das mercadorias, em seu captulo sexto, Smith retoma a questo do padro do valor, mas fazendo distino entre a situao antes e depois da acumulao de capital. Na primeira situao, o produto integral do trabalho pertence ao trabalhador, mas quando h capital investido o valor decomposto em salrios e lucros. Ests ltimos no podem ser confundidos com salrios de inspeo e direo, na medida em que regulados por princpios diferentes, uma vez que o lucro do capital deve-se ao adiantamento dos salrios e dos materiais para os trabalhos dos operrios. Smith argumenta que a renda da terra constitui-se em terceiro componente do preo das mercadorias uma vez que a terra tambm vira propriedade privada e que "o valor real dos diversos componentes do preo medido pela quantidade de trabalho que cada um deles pode comprar ou comandar. O trabalho mede o valor no somente daquela parte do preo que se desdobra em trabalho efetivo, mas tambm daquela representada pela renda da terra, e daquela que se desdobra no lucro devido ao empresrio". Nas sociedades evoludas esto presentes os trs componentes e, uma vez que o valor de troca no provm exclusivamente do trabalho, no toda a renda que usada para aumentar a quantidade de produto via maior contrato de fora de trabalho. Parte da renda , pois consumida pelos ociosos e o valor mdio da produo depende da proporo entre ativos e ociosos.

O ltimo captulo que discute o valor de troca uma anlise do preo natural e do preo de mercado das mercadorias. Smith diz que h certas taxas naturais, que sero discutidas em captulos posteriores, que so comuns e mdias para salrios, lucros e renda da terra. Quando as taxas pagas so estas naturais, a mercadoria vendida a seu preo natural, ao seu custo real, exatamente o que vale. J o preo de mercado o preo efetivo ao qual uma mercadoria vendida, que pode diferir do preo natural. Smith explica que a determinao do preo de mercado se d atravs da demanda efetiva. A dinmica do preo de mercado regulada pelas relaes de oferta e demanda, e dada uma quantidade colocada no mercado esta naturalmente ajustada demanda: se a quantidade posta no mercado superar a demanda efetiva algum dos componentes do preo ser pago abaixo de sua taxa natural, enquanto no caso contrrio algum dos componentes remunerado acima da taxa natural. Mas ao mesmo tempo a quantidade produzida flutua e h uma tendncia ao preo natural uma vez que os trabalhadores e detentores de capital mudam a aplicao dependendo da situao do preo de mercado. Apesar disso, h contingncia na convergncia para o preo natural: devido falta de conhecimentos sobre lucros acima de taxas naturais, de segredos de manufaturao ou monoplios os preos de mercado podem estar permanentemente acima do preo natural.