Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE...

89
0

Transcript of Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE...

Page 1: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

0

Page 2: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

UNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL

CENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS B

DEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOL

PROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓS

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO NO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBCOMPCOMPCOMPCOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSA

Deborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite Kufner

-

UNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SU

CENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDEIOLÓGICAS E DA SAÚDEIOLÓGICAS E DA SAÚDEIOLÓGICAS E DA SAÚDE –––– CCBSCCBSCCBSCCBS

DEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLOGIA OGIA OGIA OGIA –––– DBIDBIDBIDBI

PROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓS----GRADUAÇÃO EM BIOLOGIGRADUAÇÃO EM BIOLOGIGRADUAÇÃO EM BIOLOGIGRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETALA VEGETALA VEGETALA VEGETAL

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO NO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUB----REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA:

OSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSA

Deborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite Kufner

Orientadora: Dra. Edna Scremin

Co-Orientadora: Dra. Adriana Guglieri

- Campo Grande 2009 –

1

DE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SULLLL

CCBSCCBSCCBSCCBS

A VEGETALA VEGETALA VEGETALA VEGETAL

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA:

OSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSAOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSA

Orientadora: Dra. Edna Scremin-Dias

Orientadora: Dra. Adriana Guglieri

Page 4: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

UNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL

CENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS B

DEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOL

PROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓS

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO NO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBCOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSA

Deborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite Kufner

UNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SU

CENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BCENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDEIOLÓGICAS E DA SAÚDEIOLÓGICAS E DA SAÚDEIOLÓGICAS E DA SAÚDE –––– CCBSCCBSCCBSCCBS

DEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLDEPARTAMENTO DE BIOLOGIA OGIA OGIA OGIA –––– DBIDBIDBIDBI

PROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓSPROGRAMA DE PÓS----GRADUAÇÃO EM BIOLOGIGRADUAÇÃO EM BIOLOGIGRADUAÇÃO EM BIOLOGIGRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETALA VEGETALA VEGETALA VEGETAL

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO NO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUBNO PANTANAL, SUB----REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSA

Deborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite KufnerDeborah Christiane Leite Kufner

Orientadora: Dra. Edna Scremin

Co-Orientadora: Dra. Adriana Guglieri

Dissertação apresentada ao Departamento de Biologia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Mato grosso do Sul como parte dos requisitos para obtenção do grau de MestreMestreMestreMestreBiologia Vegetal.

- Campo Grande 2009 -

2

DE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SUDE MATO GROSSO DO SULLLL

CCBSCCBSCCBSCCBS

A VEGETALA VEGETALA VEGETALA VEGETAL

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA: REGIÃO DE MIRANDA:

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSACOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E BIOMASSA

Scremin-Dias

Orientadora: Dra. Adriana Guglieri

Dissertação apresentada ao Departamento de Biologia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Mato grosso do Sul como parte dos requisitos para

MestreMestreMestreMestre em

Page 5: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

Dedico especialmente àqueles

que dão sentido real à minha vida,

minha mãe Bene, meu pai Demétrio

e a meu irmão Dudu, aos quais

amarei para todo o sempre...

3

Dedico especialmente àqueles

que dão sentido real à minha vida,

minha mãe Bene, meu pai Demétrio

e a meu irmão Dudu, aos quais

amarei para todo o sempre...

Page 6: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

4

Agradecimentos

Talvez esse seja o momento de maior prazer desde o instante em que ingressei no

mestrado em Botânica. Aqui ficará registrada minha gratidão e emoção por trás de cada

palavra, principalmente por ter consciência de que este trabalho não seria possível sem as

mãos generosas de muitas pessoas. Quero não somente agradecer àqueles que me auxiliaram

no desenvolver deste trabalho, mas às pessoas que me fizeram crescer, me ensinaram o que é

viver e o que é amar, e que fizeram realmente diferença em minha vida.

Em primeiro lugar ao autor da vida, meu Deus, que supriu todas as minhas necessidades

desde o dia em que cheguei a Campo Grande para cursar o mestrado. A Ele a gratidão eterna

do meu coração pelo seu infinito amor, por ser meu Pastor e nada me deixar faltar, por me

consolar na angústia e pela alegria que depositaste em meu coração nos momentos mais

difíceis. Por me proteger do mal e me dar sabedoria e bom ânimo para seguir em frente. Por ter

cuidado de cada detalhe de minha vida com perfeição e por nunca me fazer sentir sozinha,

mesmo sozinha. A esse DEUS maravilhoso, por ter criado com suas mãos o lugar mais incrível

que eu já fui, o Pantanal, e por ter me presenteado desenvolver minha pesquisa lá.

Ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de

Mato Grosso do Sul por disponibilizar todo apoio logístico e estrutural para realização deste

trabalho.

À minha orientadora professora Dra. Edna Scremin-Dias, por aceitar me orientar, por

confiar em mim e no meu trabalho, pela amizade, disponibilidade em ajudar, dedicação, pelos

valiosos conselhos e por ser exemplo de garra, integridade, responsabilidade e honestidade.

À minha co-orientadora professora Dra. Adriana Guglieri Caporal, por ter me aceitado

co-orientar mesmo sem me conhecer. Pelas doações de sorrisos constantes que me faziam tão

bem! Pela amizade, presteza, longas conversas e risadas, generosidade, compreensão e

dedicação.

Às instituições CAPES/Fundect por acreditar no meu projeto e no meu profissionalismo

ao conceder a bolsa, sem a qual não sei se conseguiria prosseguir.

Aos doutores, Antônio Fernando Monteiro Camargo e Arnildo Pott por aceitarem tão

prontamente o convite à banca examinadora da minha defesa de dissertação, pelas críticas

também, as quais me fazem refletir e crescer!

Sou eternamente grata aos meus pais, Bene e Demétrio e a meu irmão Dudu. Nem mil

palavras escritas aqui seriam suficientes para expressar meu agradecimento e meu amor.

Obrigada pelo incentivo e amor sem fim, por tudo o que sou e por respeitarem minhas escolhas

e decisões... Pelo sentido da vida e pelo oásis que é o nosso lar. Não posso esquecer do Prince,

que é o amigo verdadeiro.

Page 7: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

5

Aos meus avós maternos Maria (in memorian) e Jaques, que sempre torceram pelo meu

sucesso, me ajudando sempre que podiam. À minha vó, que vibrou alegremente quando fui

aprovada no mestrado, minhas eternas saudades... Aos meus tios e primos que sempre

torceram por mim, Dinho, Zeca, Anildes, Mariluci, Maria, Rose, Lucy, Lurdes, Tiana,

Daniel, Iolanda e Adamastor e primos Danny, Denny e Ronny, ‘Cristiane’, Léo, Cristina,

Eloísa, Daniela, Isla, Carolina, Gabriela e Jaqueline.

Quero agradecer de coração àqueles que sempre me acolheram carinhosa e

generosamente quando eu me sentia só, à Celinha, Evinha, Danuta e Davi! Por me fazerem

sentir como se eu fosse da família. Amo vocês!

Aos professores do mestrado por transmitirem todo conhecimento em botânica e suas

ramificações, por nos abrirem os olhos pra uma nova realidade. São eles em especial: Dra.

Adriana Guglieri Caporal, Dra. Alexandra Penedo de Pinho, Dr. Antônio Conceição

Paranhos Filho, Dra. Ângela Bagnatori Sartori, Dra. Edna Scremin-Dias, Dr. Geraldo

Alves Damasceno Júnior, o lindo casal Dr. Arnildo Pott e Msc. Vali Joana Pott, Dra. Maria

Rosângela Sigrist e Dr.Valdemir Antônio Laura.

Aos meus AMIGOS parceiros do mestrado, que me proporcionaram momentos

prazerosos que jamais esquecerei, pelas conversas longas, risadas, desabafos e tererés...

Quando penso em cada um de vocês a palavra que vem à minha mente é GENEROSIDADE. Fui

muito abençoada por Deus quando os conheci!

Ao grande amigo Marcelo (Prof. Bueno) pela bondade e generosidade, otimismo e força,

por ser exemplo de humildade e dedicação à botânica, por me ajudar tantas vezes nas coletas

sem medir esforços, não sei como seria sem sua ajuda! Ma, tudo vai dar certo! À querida amiga

Vanessa, cujas palavras seriam poucas por tudo que tenho a agradecer! Por sua generosidade,

almoços e jantas e bolos e tudo mais que você faz tão bem, pela pessoa maravilhosa que é,

pela ajuda na coleta de campo, pela amizade constante. Ao casal (Ma e Va) e ao Bruninho por

sempre me acolherem em vosso lar com a mesma alegria de sempre! À Gabis, com quem

simpatizei desde o primeiro dia que conversamos, por abrir sempre as portas de sua casa, pela

generosidade desse coração, pela alegria contagiante de sempre! À minha querida Morgana,

pelo coração gigante, a quem tenho como irmã, pelos cafés deliciosos, por tantas conversas e

desabafos que me fizeram tão bem, pela ajuda na coleta de campo. Ao grande e querido Elio,

que sempre me estendeu a mão sem pedir nada em troca, me socorreu generosamente com o

notebook, e por me fazer rir inúmeras vezes com sua franqueza hilariante. Ao Anderson, pelos

conselhos, compreensão, amizade e simpatia. Ao Danilo e a Suzy pelas caronas e por serem

sempre uma agradável companhia. À Carlinha pela pessoa bacana que é, bióloga defensora

dos animais e exemplo de pessoa de bem com a vida. Ao Tom, pelos tererés nas tardes quentes

e pelos bate-papos tão agradáveis. À Jaque, que sempre me recebeu com um sorriso, pelas

longas conversas e almoços no “bat”. Ao Fer, por ser sempre disposto a ajudar, pelos desabafos

e conselhos e por ser um amigo confiável. À Gisele, pessoa incrivelmente maravilhosa e

humilde, por ser tão atenciosa e cuidadosa comigo e pela ajuda na coleta. Ao Rogério (Roger),

Page 8: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

6

ecólogo dedicado, por ser sempre uma ótima companhia, por me ensinar tantas coisas de

estatística. Ao gaúcho Carlos, por ser um ser humano exemplar, corrigir meu trabalho, e

quebrar meu galho tantas vezes! Ao querido Fábio, pela atenção e por me ensinar muitas

coisas de botânica, principalmente sobre leguminosas. À Zilda, que tem me ajudado desde o

comecinho de tudo sem medir esforços e por me ajudar com as análises estatísticas. Esse

mestrado não teria sentido sem a amizade de cada um de vocês! Obrigada bixo!

Também quero agradecer às pessoas que me ajudaram com a coleta de campo e a

processar as macrófitas no laboratório, sem as quais esse trabalho seria muito mais árduo: Ana

Paula, Tamires, Silvana, Jane, Esther, Flávia e Juliana.

Ao pessoal da Base de Estudos do Pantanal (BEP), pela receptividade alegre de sempre.

Ao Cícero, sempre prestativo, às cozinheiras de mão cheia, ao seu Geraldo pelas cantigas

alegres. Ao piloteiro, Tião, que me ajudou nas coletas e me ensinou sobre a lagoa. À secretária

do programa, Camila, à D. Helena, D. Cida, à parceria Silvana do Herbário.

Desejo agradecer de coração aos meus amigos e irmãos na fé. Especialmente à Bianca e

Mauanã, por serem os amigos mais chegados que um irmão, em quem posso sempre confiar,

por me compreenderem e me aceitarem como sou. Pelas caronas e companhia

agradabilíssima. Quando penso em vocês eu penso em amor. Agradeço à Sônia de coração,

por ser tão especial em minha vida e por ser exemplo de um ser humano que evolui dia após

dia. Ao Luciano e a Simone, meus amigos-irmãos em quem vejo tanto amor. Também à

Cássia, Gleison, Ana Paula, Guto, Eli, e Giovana, pela amizade de cada um e pelas orações.

Quero agradecer ao Toni (agora como amigo) por ter me ajudado com as imagens,

sempre prestativo, pelos conselhos, churrascos, e pela amizade, que quero sempre ter o prazer

de desfrutar. À amiga Cláudia Wentland em quem me identifico e me espelho, simplesmente

por existir em minha vida. Ao Jeferson Galarça, cuja amizade é alegria em minha vida. Pelas

conversas intermináveis... À Lílian Queli amiga de infância, colégio, faculdade e daqui pouco

tempo de pesquisa em ecologia aquática! Ao Tiago Lopes por ser tão especial em minha vida

e por me trazer tanta alegria. E ao querido Thiago Surian, pelas sábias palavras, por ter me

confortado tantas vezes durante os traumas do mestrado, por torcer sempre por mim e pelas

orações.

À ‘quase’ Dra. Alessandra Ribeiro de Moraes, por me orientar mesmo na distância, pela

atenção, valiosos conselhos e por me ensinar tantas coisas sobre macrófitas aquáticas e

pesquisa científica.

Ao Dr. Sidinei Magela Thomaz, por esclarecer tão prontamente minhas dúvidas e pelos

trabalhos enviados.

A todos os queridos irmãos da Igreja Batista em Guaíra por orarem por mim nas

dificuldades.

Page 9: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

7

A todas as pessoas que contribuíram para realização deste trabalho e que não me

recordei neste milésimo de segundo, deixo aqui meus agradecimentos!

Muito Obrigada!

Page 10: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

8

ÍNDICE

RESUMO GERAL .............................................................................. 10

ABSTRACT ..................................................................................... 11

INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................... 12

CAPÍTULO 1: ESTUDO FLORÍSTICO EM LAGOA DE MEANDRO NO PANTANAL DE

MIRANDA, CENTRO-OESTE DO BRASIL............................33

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO ................................................... 34

RESUMO .............................................................................. 37

ABSTRACT ............................................................................ 38

INTRODUÇÃO ....................................................................... 39

MATERIAL E MÉTODOS .......................................................... 40

RESULTADOS ........................................................................ 42

DISCUSSÃO.......................................................................... 43

AGRADECIMENTOS ................................................................ 47

REFERÊNCIAS ....................................................................... 48

TABELA ................................................................................ 53

FIGURAS .............................................................................. 55

CAPÍTULO 2: INFLUÊNCIA DO PULSO DE INUNDAÇÃO SOBRE A

BIOMASSA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEANDRO

NO PANTANAL, CENTRO-OESTE DO BRASIL .................................. 57

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO ................................................... 58

Page 11: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

9

RESUMO .............................................................................. 61

ABSTRACT ............................................................................ 62

INTRODUÇÃO ....................................................................... 63

MATERIAL E MÉTODOS .......................................................... 65

RESULTADOS ........................................................................ 66

DISCUSSÃO.......................................................................... 67

AGRADECIMENTOS ................................................................ 74

REFERÊNCIAS ....................................................................... 74

TABELA ................................................................................ 79

FIGURAS .............................................................................. 80

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 83

Page 12: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

10

RESUMO GERAL

O Pantanal constitui-se na maior planície alagável do planeta, englobando um

mosaico de diferentes habitats que sustentam uma rica biota aquática e

terrestre. Dentre os variados corpos d’água formados na planície como resultado

do pulso de inundação frequente, destacam-se as lagoas de meandro, que são

curvas de rio abandonadas ao longo do tempo, cuja formação é bastante comum

em regiões de solo arenoso. Estes corpos d’água favorecem o desenvolvimento

de macrófitas aquáticas, que por sua vez são consideradas as maiores

produtoras no ecossistema aquático. Neste trabalho objetivou-se realizar

composição florística do meandro, e avaliar os efeitos do pulso de inundação

sobre a biomassa de Eichhornia azurea, E. crassipes, Pistia stratiotes e Salvinia

auriculata na lagoa de meandro Baía Negra, Pantanal, sub-região de Miranda.

Foram catalogadas 42 espécies, pertencentes a 34 gêneros e 25 famílias

botânicas. As famílias com maior riqueza foram Araceae, Asteraceae,

Onagraceae e Poaceae, com quatro espécies cada uma e o gênero mais

abundante foi Ludwigia. Das formas biológicas, a mais especiosa foi a

emergente, seguido por anfíbia e flutuante livre. O elevado número de famílias

com apenas uma espécie demonstra uma grande diversidade genérica local.

Todas as espécies avaliadas apresentaram diferenças significativas (p≤0,05) na

produção de biomassa ao longo de período de estudo. Não foi observado padrão

na variação temporal da biomassa das espécies avaliadas, entretanto houve

redução da biomassa da Eichhornia azurea e E. crassipes, concomitante a do

nível da água da lagoa de meandro. Provavelmente outros fatores ambientais

sejam importantes propulsores na incorporação de biomassa dessas plantas no

ambiente aquático.

Palavras chave: Pantanal, sub-região de Miranda, inventário florístico, macrófitas

aquáticas.

Page 13: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

11

ABSTRACT

The Pantanal constitutes in the biggest alagável plain of the planet, including a

mosaic of different habitats that they support rich biota aquatic and terrestrial.

Amongst the varied water bodies formed in the plain as resulted of the pulse of

frequent flooding, the oxbow lake are distinguished, that they are abandoned

curves of river throughout the time, whose formation is sufficiently common in

ground regions arenaceous. These water bodies favor the development of aquatic

macrófitas, that in turn are considered the producing greaters in the aquatic

ecosystem. This work aimed to carry through floristic composition oxbow lake,

and to evaluate the effect of the flooding pulse on the biomass of Eichhornia

azurea, E. crassipes, Pistia stratiotes and Salvinia auriculata in the lagoon of

meandro Black Bay, Pantanal, sub-region of Miranda. 42 species, pertaining had

been catalogued the 34 sorts and 25 botanical families. The families with bigger

richness had been Araceae, Asteraceae, Onagraceae and Poaceae, with four

species each one and the sort most abundant was Ludwigia. Of the biological

forms, most specious it was the emergent one, followed for amphibian and free

floating platform. The raised number of families with only one species

demonstrates a great local generic diversity. All the evaluated species had

presented significant differences (p≤0.05) in the production of biomass

throughout period of study. Standard in the secular variation of the biomass of

the evaluated species was not observed, however had reduction of the biomass

of Eichhornia azurea and E. crassipes, concomitant of the water level of the

oxbow lake. Probably other ambient factors are important propellants in the

incorporation of biomass of these plants to the aquatic environment.

Key words: Pantanal, sub-region of Miranda, floristic survey, aquatic

macrophytes.

Page 14: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

12

1. INTRODUÇÃO GERAL

1.1 O Pantanal

O Pantanal é considerado a maior planície inundável contínua do

planeta, abrangendo área de 138 mil km2 de extensão sobre terras

brasileiras (Fig. 1), com 64,4% de seu território no estado de Mato Grosso

do Sul e 35,6% no Mato Grosso (Silva & Abdon 1998). Esses autores

classificaram o Pantanal em 11 sub-regiões (Fig.1), cujo critério usado

para a delimitação está relacionado ao regime de enchente, relevo, tipo de

solo e vegetação.

A planície pantaneira estende-se pela Bolívia e Paraguai e sofre

influência dos rios que drenam a bacia do Alto Paraguai. Esse ambiente

peculiar favorece o estabelecimento de fauna e flora de raras belezas e

abundância, e é influenciada por quatro grandes biomas: Amazônico,

Cerrado, Chaco e Mata Atlântica (GEF 2004).

O rio Paraguai possui sua nascente localizada na Chapada dos

Parecis (MT) e, após percorrer os terrenos rebaixados da depressão do

Alto Paraguai, adentra a planície onde se desenvolvem os diversos

Pantanais, um dos maiores conjuntos de ambientes aquáticos do mundo

(Pereira et al. 2004). A baixa declividade do solo dificulta o escoamento

da água, permitindo que essa grande planície alague periodicamente

devido à influência do sobrefluxo lateral de rios e lagos, e pela

precipitação ou água subterrânea. O ambiente físico-químico resultante

Page 15: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

13

leva a biota a responder com adaptações morfológicas, anatômicas,

fisiológicas e fenológicas ao pulso de inundação (Junk et al. 1989).

Segundo Wilhelmy (1997), a planície do Pantanal é

extraordinariamente baixa, não existindo no mundo outra depressão desta

dimensão, localizada no centro de um continente numa altitude tão

próxima a do nível do mar, no qual os diversos rios procedentes do

planalto se unem e depositam suas cargas sedimentarias. Para Por (1995)

o Pantanal consiste em dez rios de grande porte, milhares de lagos e

salinas, entremeados por campos, cerrado, extensas áreas de mata ciliar,

fragmentos de cadeia de montanhas e morros isolados.

Figura 1. À esquerda imagem de satélite do Brasil, em destaque a localização do Pantanal, e à direita as 11 sub-regiões correspondentes (FONTE: http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/PANTANAL.HTM e http://viagem.uol.com

.br/guia/cidade/pantanal_index.jhtm, respectivamente).

Os diferentes habitats, tipos de solos e regimes de inundação são

Page 16: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

14

responsáveis pela grande variedade de formações vegetais e pela

heterogeneidade da paisagem, que abriga uma riquíssima biota terrestre e

aquática (Pott & Adámoli 1999).

O Pantanal foi reconhecido como Patrimônio Nacional pela

Constituição de 1988 e como Área Úmida de Importância Internacional

pela Convenção Ramsar. Em 2000 foi designado como Reserva da

Biosfera, pela Unesco, como Patrimônio Natural da Humanidade,

oferecendo uma oportunidade única para a conservação da biodiversidade

em conjunção com o desenvolvimento sustentável (Harris et al. 2005).

No contexto de singularidade e de prioridade de conservação, o

Pantanal é considerado por Olson et al. (1998) como uma região com

“destaque global, vulnerável e com grande prioridade para conservação

em escala regional”. Os dados existentes a respeito da diversidade

biológica do Pantanal são ainda escassos e fragmentados (Silva et al.

2001, Silva 2002).

1.2 Meandros

Em áreas alagáveis, um importante ambiente para o

desenvolvimento de macrófitas aquáticas são os meandros, resultantes

das características geomorfológicas de trechos dos rios que drenam a

planície. Os meandros, que são curvas do rio abandonadas ao longo do

tempo devido a novos traçados que o curso d’água assume, formam

Page 17: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

lagoas com formatos, e se dispõem

rios (Fig. 2). As lagoas de meandros podem estar conectadas

permanentemente à calha do rio, ou serem conectadas por alguns meses

durante a fase cheia. Alguns meandros podem estar conectados aos rios

durante a fase seca, por canais, recobertos por ve

auxiliados pela permeabilidade do solo arenoso mantêm a conexão

hídrica, mas torna os meandros aparentemente independentes neste

período.

Figura 2. Vista aérea de uma curva do rio Aquidauana, no formação de um meandro à esquerda. Meandrohttp://haroldopalojr.files.wordpresshttp://www.scielo.br/img/revistas/rem/v56n2/0028i01.gif

As diferentes formas de conectividade dos meandros são capazes

de produzir uma variedade de habitats, que dão suporte a ampla

biodiversidade, no entanto, se essas variáveis for

de dinâmica dos meandros podem

qualquer mudança na declividade do leito

formas dos meandros, uma vez que os efeitos das deformações dos

lagoas com formatos, e se dispõem como lagoas marginais ao lon

. As lagoas de meandros podem estar conectadas

permanentemente à calha do rio, ou serem conectadas por alguns meses

durante a fase cheia. Alguns meandros podem estar conectados aos rios

durante a fase seca, por canais, recobertos por vegetação herbácea que,

auxiliados pela permeabilidade do solo arenoso mantêm a conexão

hídrica, mas torna os meandros aparentemente independentes neste

de uma curva do rio Aquidauana, no Pantanal, em processo de de um meandro à esquerda. Meandro abandonado à direita (FONTE:

http://haroldopalojr.files.wordpress.com/2008/05/rio-aquidauana-745593.jpg e http://www.scielo.br/img/revistas/rem/v56n2/0028i01.gif, respectivamente)

As diferentes formas de conectividade dos meandros são capazes

de produzir uma variedade de habitats, que dão suporte a ampla

biodiversidade, no entanto, se essas variáveis forem alteradas, os padrões

de dinâmica dos meandros podem também ser alterados. Além disso,

mudança na declividade do leito também irá se refletir nas

formas dos meandros, uma vez que os efeitos das deformações dos

15

como lagoas marginais ao longo dos

. As lagoas de meandros podem estar conectadas

permanentemente à calha do rio, ou serem conectadas por alguns meses

durante a fase cheia. Alguns meandros podem estar conectados aos rios

getação herbácea que,

auxiliados pela permeabilidade do solo arenoso mantêm a conexão

hídrica, mas torna os meandros aparentemente independentes neste

Pantanal, em processo de à direita (FONTE:

745593.jpg e respectivamente)

As diferentes formas de conectividade dos meandros são capazes

de produzir uma variedade de habitats, que dão suporte a ampla

em alteradas, os padrões

Além disso,

refletir nas

formas dos meandros, uma vez que os efeitos das deformações dos

Page 18: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

16

meandros são progressivos e, conseqüentemente, podem interferir na

biota ali presente (Cebrac 2000).

De modo geral, nas planícies fluviais os processos de deposição e

erosão são constantes, fator evidenciado pela migração e abandono dos

leitos e pela formação de diques marginais (Calheiros & Ferreira 1997,

Girard 2002), responsáveis pela formação dos meandros (Fig.3).

Figura 3. Etapas de formação de meandro.

É visível a riqueza de plantas aquáticas em meandros do Pantanal,

bem como a influência do pulso de inundação sobre a assembléia de

macrófitas. Um aspecto interessante a ser avaliado refere-se ao quanto a

variação do nível de água do rio Miranda interfere na biomassa de plantas

aquáticas ao longo de um ciclo sazonal.

1.3 Macrófitas aquáticas e sua importância

A diversidade paisagística das planícies de inundação pode

contribuir com o aparecimento de grande diversidade biológica (alfa e

Page 19: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

beta) nestes ecossistemas (Pagioro 2002). Assim, o Pantanal favorece a

colonização de muitas plantas aquáticas em diverso

rios, corixos, vazantes, baías (lagoas), lagoas de meandro

campos alagáveis e caixas de empréstimo (Pott & Pott 2001). Em

sincronia com as alterações do ciclo hidrológico nas planícies de

inundação, diferentes espécies d

períodos distintos do ano (

pelas planícies afetam consideravelmente a dinâmica das comunidades

que vivem em habitats alagados ou em áreas de transição de planícies de

inundação (Junk et al. 1989

Figura 4. Comunidade de macrófitas aquno Pantanal, sub-região de Miranda, Centro

beta) nestes ecossistemas (Pagioro 2002). Assim, o Pantanal favorece a

colonização de muitas plantas aquáticas em diversos ambientes, como

rios, corixos, vazantes, baías (lagoas), lagoas de meandro (Fig. 4)

campos alagáveis e caixas de empréstimo (Pott & Pott 2001). Em

sincronia com as alterações do ciclo hidrológico nas planícies de

inundação, diferentes espécies de macrófitas aquáticas crescem em

períodos distintos do ano (Thomaz et al. 2004). As inundações sofridas

pelas planícies afetam consideravelmente a dinâmica das comunidades

habitats alagados ou em áreas de transição de planícies de

Junk et al. 1989).

acrófitas aquáticas da lagoa de meandro Baía Negra, região de Miranda, Centro-Oeste do Brasil.

17

beta) nestes ecossistemas (Pagioro 2002). Assim, o Pantanal favorece a

s ambientes, como

(Fig. 4), brejos,

campos alagáveis e caixas de empréstimo (Pott & Pott 2001). Em

sincronia com as alterações do ciclo hidrológico nas planícies de

e macrófitas aquáticas crescem em

2004). As inundações sofridas

pelas planícies afetam consideravelmente a dinâmica das comunidades

habitats alagados ou em áreas de transição de planícies de

áticas da lagoa de meandro Baía Negra,

Page 20: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

18

A definição de macrófita aquática ainda é distinta para diferentes

autores. Para Cook (1974) e Irgang & Gastal Jr. (1996) macrófitas

aquáticas são plantas visíveis a olho nu cujas partes fotossinteticamente

ativas estão permanentemente, ou por alguns meses, submersas e

flutuantes. Esses últimos autores englobam no grupo das macrófitas

aquáticas as plantas de margem que tem relação com água em

abundância e Irgang & Gastal Jr. (1996) ainda incluem plantas de

ambiente salobro e marinho. Segundo Weaner & Clements (1938 apud

Esteves 1998), macrófitas aquáticas são plantas herbáceas que crescem

na água e em solos cobertos ou saturados de água.

O termo macrófitas aquáticas engloba vários tipos taxonômicos,

dentre elas angiospermas, pteridófitas, briófitas, alguns grupos de

macroalgas, que se tornaram adaptadas à vida totalmente ou

parcialmente submersa em água, e assim, são principalmente

classificadas de acordo com o habitat em que vivem ao invés de sua

classificação taxonômica (Westlake 1975, Fox 1996).

As primeiras menções ao termo macrófitas aquáticas foram feitas

por Weaner & Clemens em 1938 (Esteves 1998). No Brasil, Hoehne na

década de 1940 foi o primeiro pesquisador a publicar trabalho sobre

macrófitas aquáticas, baseado na observação dessas plantas em diversos

corpos d’água doce no Estado de São Paulo, produzindo listagem com

breve descrição das espécies e aspectos de sua biologia e ecologia

Page 21: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

19

(Pompêo & Moschini-Carlos 2003). Durante muitos anos, a comunidade

das macrófitas aquáticas foi considerada pouco importante para o

metabolismo dos ecossistemas aquáticos e a mais negligenciada no

âmbito de pesquisas limnológicas em comparação às demais comunidades

aquáticas. No entanto, com a ampliação dos estudos ficou caracterizada a

importância dessa comunidade para os ecossistemas (Esteves 1988).

A distribuição das macrófitas aquáticas no ambiente é variável e,

dependendo do grau de adaptação da espécie, ocorre zonação seguindo

suas características morfológicas, fisiológicas e anatômicas. Irgang et al.

(1984), baseados em trabalhos anteriores, publicaram a classificação das

espécies aquáticas, que reflete esta zonação categorizando-as em:

Flutuante livre (Fl), com Folhas flutuantes (Ff), Submersa fixa (Sf),

Submersa livre (Sl), Emergente (Em), Anfíbia (An) e Epífita (Ep) (Fig. 5).

Estes grupos ecológicos ocorrem distribuídos paralelamente à margem dos

corpos d’água, de maneira organizada, formando um gradiente da

margem para o interior do lago, iniciando pelas plantas emersas,

passando pelas de folhas flutuantes até as submersas fixas. No entanto, a

turbidez da água e o vento podem influenciar nesta distribuição, podendo

ocorrer plantas submersas livres e flutuantes fixas, crescendo entre as

emergentes. Além do mais, o crescimento heterogêneo de macrófitas está

relacionado a condições ambientais, como turbidez, pH e concentração

iônica da água, e ecológicas, como a presença ou ausência de

competidores e predadores (Esteves 1988).

Page 22: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

20

Figura 5. Categorias de formas biológicas de macrófitas aquáticas (FONTE: Pott & Pott, 2000).

As macrófitas desempenham papel importante no funcionamento

dos ecossistemas aquáticos, sendo capazes de estabelecer forte ligação

entre o sistema aquático e o ambiente terrestre que o circunda. Estes

vegetais são importantes produtores de biomassa, fato atribuído à

capacidade de retirar nutrientes que se encontram em estado reduzido no

sedimento, incorporá-los à sua biomassa e liberá-los pela excreção de

compostos orgânicos. Além de participar da ciclagem de nutrientes, são

utilizadas como fonte de alimento por diversos animais herbívoros e

detritívoros. Ao mesmo tempo, fornecem abrigo para peixes, insetos

aquáticos, moluscos e também suporte para o desenvolvimento de

perifíton (Wetzel 1969, Scremin-Dias et al. 1999).

As macrófitas aquáticas podem ser consideradas o principal

produtor de matéria orgânica (biomassa), atingindo cerca de 100 t de

peso seco/ha/ano em alguns ambientes (Piedade et al. 1991), valor

Page 23: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

21

superior ao da cana-de-açúcar. Essa produção ocorre principalmente em

regiões tropicais, onde a maior parte dos ecossistemas aquáticos

apresenta baixa profundidade e extensas regiões litorâneas, possibilitando

o estabelecimento de grandes áreas colonizadas por esta comunidade

(Esteves 1998, Pereira et al. 2004).

As macrófitas aquáticas são especialmente adequadas para

“mapear” a variabilidade ambiental tendo em vista que as plantas

aquáticas respondem a diferentes gradientes ambientais. Do mesmo

modo, a variação da composição das assembléias de macrófitas aquáticas

pode determinar os padrões de diversidade de outras assembléias

biológicas (Pagioro 2002).

A oscilação do nível da água (pulsos de inundação) é considerada

como um importante fator determinante da variação da biomassa de

macrófitas aquáticas em regiões tropicais (Junk et al. 1989). Estudos têm

enfocado a influência da variação do nível da água sobre a biomassa,

crescimento e distribuição de diferentes espécies de macrófitas aquáticas

em regiões tropicais (Junk & Piedade 1993, Santos 1999 e 2004, Pompêo

et al. 2001, Murphy et al. 2003, Thomaz et al. 2003, Santos & Esteves

2004, Van Geest et al. 2005, Pedro et al. 2005).

Os trabalhos que abordam a influência da sazonalidade das chuvas

em regiões tropicais, fator que resulta em acentuada variação no nível da

água na maioria dos ecossistemas aquáticos continentais, mostram que a

comunidade vegetal pode responder de várias maneiras em relação ao

Page 24: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

22

pulso de inundação, onde algumas espécies apresentam picos de acúmulo

de biomassa durante o período de cheia, enquanto outras têm picos de

acúmulo de biomassa durante as água baixas refletindo, provavelmente,

uma estratégia a fim de minimizarem os efeitos da competição (Piedade

et al. 1991, Junk & Piedade 1993, Thomaz & Bini 1998).

Para Scremin-Dias (2000) é provável que a resistência ao déficit

hídrico por algumas espécies de macrófitas anfíbias esteja fortemente

relacionada à plasticidade morfológica e fisiológica de espécies que

acompanham as oscilações das condições ambientais.

Assim como os organismos conseguem viver somente entre os

limites inferiores e superiores de tolerância, de uma série de fatores

bióticos e abióticos, tais como, interações ecológicas, temperatura,

intensidade luminosa, nutrientes, entre outros (Henry-Silva & Camargo,

2005), as preferências de temperatura podem variar entre e dentro das

espécies, sazonalmente e geograficamente, destacando a necessidade de

pesquisar o crescimento de plantas ao longo das estações (Madsen &

Adams 1989).

O conjunto de transformações dos ecossistemas de águas

continentais (límnicos) tem sido demonstrado por diversos autores em

estudos que visam conhecer aspectos ecológicos e os fatores que

favorecem ou desfavorecem a ocorrência de algumas espécies de

macrófitas. Porém esses autores ainda propõem novas pesquisas a

respeito das relações de plantas em ambientes de lagoas e áreas alagadas

Page 25: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

23

de clima tropical (Esteves 1998, Moraes 1999, Pott & Pott 2000 e 2001,

Thomaz et al. 2002).

Compreender a maneira como as macrófitas aquáticas influenciam

diferentemente nos componentes estruturais de habitats naturais é

especialmente importante para o manejo apropriado de zonas litorâneas,

de reservatórios e de lagoas permanentes (Dibble & Thomaz 2006). Além

disso, o conhecimento a respeito das modificações resultantes de

perturbações é premente, uma vez que estas áreas são fortemente

ameaçadas em todo o planeta e grande parte já foi impactada, inclusive,

devido à drenagem de água para uso agrícola (Meirelles et al. 2004).

Quando a integridade de um ecossistema aquático é abalada pelo

mau uso, isto pode implicar, além da perda da biodiversidade, o

comprometimento da qualidade e quantidade de água disponível naquela

bacia hidrográfica. Informações sobre a integridade da diversidade

biológica destas áreas podem subsidiar o monitoramento para fins de

conservação da biodiversidade local.

Inventários realizados nesses ambientes podem determinar com

precisão a localização exata de áreas de alta diversidade e riqueza

biológicas. Isto se torna mais evidente para o Pantanal que, sendo a maior

planície alagada do mundo, rica em ambientes propícios ao

desenvolvimento de macrófitas, possui ainda poucas pesquisas

desenvolvidas até o momento, principalmente por se tratar de local onde

há grande diversidade dessa comunidade vegetal.

Page 26: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

24

A carência de estudos relativos às macrófitas aquáticas no Pantanal

e, principalmente, daquelas distribuídas em meandros, motivou a

elaboração deste trabalho, que objetivou inventariar a riqueza de

macrófitas aquáticas presentes na lagoa Baía Negra, meandro do rio

Miranda, parcialmente conectado a este. Também foram quantificadas as

alterações na biomassa das plantas aquáticas, decorrente da variação

sazonal do nível da água e da conseqüente conexão do meandro com o

rio, relacionando as alterações daquela comunidade ao longo de um ciclo

sazonal.

Nesta dissertação são apresentados dois capítulos com informações

distintas sobre uma lagoa de meandro com forte interferência do pulso de

inundação do Pantanal:

• “Estudo florístico em lagoa de meandro no Pantanal de

Miranda, Centro-Oeste do Brasil” trata da composição florística das

plantas aquáticas e as das margens da lagoa, bem como relaciona

algumas espécies que indicam o grau de antropização local. Este estudo

visa à publicação na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências.

• “Influência do pulso de inundação sobre a biomassa de

macrófitas aquáticas em lagoa de meandro no Pantanal, Centro-

Oeste do Brasil” avalia a biomassa de Eichhornia azurea, E. crassipes,

Pistia stratiotes e Salvinia auriculata, em dois pontos distintos da lagoa,

relacionando-as às flutuações do nível da água. Este trabalho visa à

publicação na revista Wetlands.

Page 27: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

25

1.4 Referências

CALHEIROS, D. F.; FERREIRA, C. J. A. 1997. Alterações Limnológicas no rio

Paraguai (“Dequada”) e o fenômeno natural de mortalidade de peixes

no Pantanal Mato Grossense - MS. Corumbá, MS EMBRAPA- CPAP, 51

p.

CEBRAC. 2000. Realidade Pantanal: Relatório final da expedição científica

realizada entre 3 e 14 de novembro de 1999, no trecho do rio

Paraguai entre Cáceres (MT e Porto Murtinho (MS). Brasília. 2000.

COOK, C. D. K., GUT, B. J., RIX, E. M., SCHNELLER, J., SEITZ, M. 1974.

Water Plants of the world. Dr. Junk b. v. Publishers. England, 561p.

DIBBLE, E. D., THOMAZ, S. M. 2006. A simple method to estimate spatial

complexity in aquatic plants. Braz. arch. biol. technol.

Curitiba, 49(3): 421-428.

ESTEVES, F. A. 1988. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro:

Interciências/FINP, 575p.

ESTEVES, F. A. 1998. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Ed.

Interciência/FINEP, 2ª ed. 602p.

FOX, A. M. Macrophytes In: CALOOW, P. E PETTS, G. E. 1996. River Biota –

Diversity and Dynamics. Blackwell Science London U. K. 257p.

GEF. Fundo para o Meio Ambiente Mundial. 2004. Implementação de

práticas e gerenciamento integrado de bacia hidrogáfica para o

Pantanal e a bacia do Alto Paraguai. Programa de ações estratégicas

Page 28: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

26

para o gerenciamento integrado do Pantanal e da bacia do Alto

Paraguai. Relatório Final. Brasília. Athalaia Gráfica e Editora.

GIRARD, P. 2002. Efeito cumulativo das barragens no Pantanal. Instituto

Centro Vida, Campo Grande-MS, Rios Vivos, Brazil, 27 p.

HARRIS, M. B., TOMAS, W. M., MOURÃO, G., DA SILVA, C. J., GUIMARÃES,

E., SONORA, F., FACHIM, E. 2005. Desafios para proteger o Pantanal

brasileiro: ameaças e iniciativas em conservação. Megadiversidade, v.

1, n.1, p. 156 –164.

HENRY-SILVA, G. G., CAMARGO, A. F. M. 2005. Interações ecologicas entre

as macrófitas aquáticas flutuantes Eichhornia crassipes e Pistia

stratiotes. Hoehnea. 32(3): 445-452.

IRGANG, B. E., GASTAL JR., C. V. S. 1996. Macrófitas Aquáticas da Planície

Costeira do RS. Porto Alegre: Ed. dos Autores, v. 1000. 295p.

IRGANG, B.E., PEDRALLI, G., WAECHTER, J. I. 1984. Macrófitos aquáticos

da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Rossléria,

6(1): 395-405.

JUNK, W. J., BAYLEY, P. B., SPARKS, R. B. 1989. The flood pulse concept in

river-floodplain systems. Can. Spec. Publ. Fish. Aquat. Sci., 106: p.

110-127.

JUNK, W. J. & PIEDADE, M. T. F. 1993. Biomass and primary-production of

herbaceous plant communities in the Amazon floodplain.

Hydrobiologia, 263: 155-162.

Page 29: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

27

MADSEN, J. D., ADAMS, M. S., 1989. The light and temperature

dependence of photosynthesis and respiration in Potamogeton

pectinatus. L. Aquatic Botany, 36: 23-31.

MEIRELLES, M. L., GUIMARÃES, A. J. M., OLIVEIRA, R. C., ARAÚJO, G. M.,

RIBEIRO, J. F. 2004. Impactos sobre o estrato herbáceo de áreas

úmidas do Cerrado. In: AGUIAR, L. M. S. CAMARGO, A. J. A. (Org.).

Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina: Embrapa Cerrados, v.

1, p. 41-68.

MORAES, A. R. Estimativa de estoque de elementos químicos em

macrófitas aquáticas do reservatório de Salto Grande (Americana-

SP). 1999. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia

Ambiental) – Universidade de São Paulo, São Carlos, 94p.

MURPHY, K. J., DICKINSON, G., THOMAZ, S. M., BINI, L. M., DICK, K.,

GREAVES, K., KENNEDY, M P., LIVINGSTONE, S., MCFERRAN, M,

MILNE, J. M., OLDROYD, J., WINGFIELD, R. A. 2003. Aquatic

communities and predictors of diversity in a sub-tropical river

floodplain: the upper Paraná River, Brazil. Aquatic Botany, v. 77, p.

257-273.

OLSON, D., DINERSTEIN, E., CANEVARI, P., DAVIDSON, I., CASTRO, G.,

MORISET, V., ABELL, R., TOLEDO, V. 1998. Freshwater Biodiversity of

Latin America and the Caribbean: a conservation Assessement.

Biodiversity Support Program, Washington, D.C. 70p.

Page 30: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

28

PAGIORO, T. A. 2002. Macrófitas aquáticas da planície de Inundação do

Alto rio Paraná: listagem de espécies e padrões de diversidade em

ampla escala. In: II workshop - PELD - A planície alagável do Alto Rio

Paraná, Maringá.

PEDRO, F., MALTCHIK, L., BIANCHINI JUNIOR, I. 2005. Hydrologic cycle

and dynamics of aquatic macrophytes in two intermittent rivers of the

semi-arid region of Brazil. Brazilian Journal of Biology, IIE, 66(4): 1-

12.

PEREIRA, E. S., SILVA, C. J., PINHO, C. R. S., PEREIRA, C. S. 2004.

Macrófitas aquáticas na Ilha da Mini Praia, Pantanal Norte, Cáceres

(MT), Brasil. IV Simpósio sobre recursos naturais e Sócio-econômicos

do Pantanal.

PIEDADE, M. T. F., JUNK, W. J. LONG, S. P. 1991. The productivity of the

C4 grass Echinochloa polystachya on the Amazon floodplain. Ecology,

72(4): 1456-1463.

POMPÊO, M. L. M., HENRY, R., MOSCHINI-CARLOS, V. 2001. The water

level influence on biomass of Echinochloa polystachya (Poaceae) in

the Jurumirim Reservoir (São Paulo, Brazil). Rev. Bras. Biol., São

Carlos, 61(1): 1-8.

POMPÊO, M. L. M., MOSCHINI-CARLOS, V. 2003. Macrófitas aquáticas e

perifiton, aspectos ecológicos e metodológicos. 1ª Ed., São Carlos SP,

Editora Rima, 130p.

POR, F. D., 1995. The Pantanal of Mato Grosso (Brazil), World’s Largest

Page 31: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

29

Wetlands, Kluwer Academic Publishers, Netherlands, 125 p.

POTT, A. & ADÁMOLI, J. 1999. Unidades de vegetação do Pantanal dos

Paiaguás. In: II Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-

econômicos do Pantanal: Manejo e Conservação. Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pantanal), Corumbá, Brasil. p.

183-202.

POTT, V. T., POTT, A. 2000. As plantas aquáticas do Pantanal, 1ª Ed.

Brasília: EMBRAPA, 404p.

POTT, V. J., POTT, A. 2001. Distribuição de Macrófitas Aquáticas no

Pantanal. III Simpósio Sobre Recursos Naturais e Sócio-Econômicos

do Pantanal, Embrapa Pantanal, v. CD-ROM, n. 003 pdf, p. 01-26.

SANTOS, A. M. 1999. Produção, densidade e biomassa da macrófita

aquática Eleocharis interstincta (Vahl) na lagoa de Jurubatiba (Macaé-

RJ). Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ecologia).

Departamento de Ecologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

74p.

SANTOS, A. M. Macrófitas Aquáticas da Planície de Inundação do Alto Rio

Paraná: Produtividade Primária, Decomposição, Ciclagem de

Nutrientes e Diversidade. 2004. Tese (Doutorado em Ecologia de

Ambientes Aquáticos Continentais). Departamento de Biologia.

NUPÉLIA. Maringá PR, Universidade de Maringá, 101p.

Page 32: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

30

SANTOS, A. M., ESTEVES, F. A. 2004. Influence of water level fluctuation

the mortality and aboveground biomass of the aquatic macrophyte

Eleocharis interstincta (Vahl) Roemer et Schultes. Brazilian Archives

of Biology and Technology, v. 47, n. 2, p. 281-290.

SCREMIN-DIAS, E., POTT, V. J., HORA, R. C., SOUZA, P. R. de. 1999. Nos

Jardins Suspensos da Bodoquena – Guia para identificação de plantas

aquáticas de Bonito e região. Editora UFMS, Campo Grande, MS,

160p.

SCREMIN-DIAS, E. 2000. A plasticidade fenotípica das macrófitas aquáticas

em resposta à dinâmica ambiental. In: Embrapa Recursos Genéticos

e Biotecnologia. (Org.). Tópicos especiais em botânica. Brasília:

Editora da Embrapa, v. 1, p. 84-90.

SILVA, C. J. 2002. Políticas e programas de conservação para o Pantanal.

In: E.L. Araújo, A.N. Moura, E.V.S.B. Sampaio, L.M.S. Gestinari &

J.M.T. Carneiro (eds.). Biodiversidade, conservação e uso sustentado

da flora do Brasil. Imprensa Universitária, Universidade Federal de

Pernambuco, Recife, Brasil, p. 68-70.

SILVA, C. J., WANTZEN J. M., DA CUNHA, C. N., MACHADO, F. A. 2001.

Biodiversity in the Pantanal Wetland, Brazil. In: B. Gopal, W.J. Junk &

J.A. Davis (eds.). Biodiversity in wetlands: assessment, function and

conservation. Backhuys Publishers, Leiden, Holanda. 2: 187-215.

Page 33: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

31

SILVA, J. S. da S., ABDON, M. M. 1998. Delimitação do Pantanal brasileiro

e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 33:

1703-1712.

THOMAZ, S. M., BINI, L. M. 1998. Ecologia e manejo de macrófitas

aquáticas em reservatórios. Acta Limnologica Brasiliensia, São Paulo,

10(1): 103-116.

THOMAZ, S. M., BINI, L. M., PAGIORO, T. A., MURPHY, K. J. 2002. Effect of

Reservoir Drawdown on Biomass of Three Species of Aquatic

Macrophytes in a Large Sub-tropical Reservoir (Itaipu, Brazil). In:

11ème Symposium on Aquatic Weeds, Moliets et Maar. Proceedings

of the 11ème Symposium on Aquatic Weeds. Moliets et Maar: EWRS,

p. 197-200.

THOMAZ, S. M., BINI, L. M., PAGIORO, T. A., MURPHY, K. J., SANTOS, A.

M., SOUZA, D. C. 2004. Aquatic macrophytes: diversity, biomass and

decomposition. In: Thomaz, S.M., Agostinho, A.A., Hahn, N.S. (Org.).

The Upper Paraná River ant its flooaplain: Physical aspects, Ecology

and Conservation. Leiden: Backhuys, p. 331-352.

THOMAZ, S. M., SOUZA, D. C., BINI, L. M. 2003. Species richness and beta

diversity of aquatic macrophytes in a large sub-tropical reservoir

(Itaipu Reservoir, Brazil): the influence of limnology and

morphometry. Hydrobiologia, Bélgica, 505: 119-128.

Page 34: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

32

VAN GEEST, G. J., H., WOLTERS, F. R., H. COOPS, R. M. M., ROIJACKERS,

A. D. BUIJSE & M. SCHEFFER. 2005. Water-level fluctuations affect

macrophyte richness in floodplain lakes. Hydrobiologia 539: 239-248.

WESTLAKE, D. F. Macrophytes In: WHITTON, B. A. 1975. Studies in

Ecology – River Ecology. University of California Press, California,

725p.

WETZEL, R. G. 1969. Factors influencing photosynthesis and excretion of

dissolved organic matter by aquatic macrophytes in hard-water lakes.

Verh. Int. Ver. Limnol, 17: 72-85.

WILHELMY, H., 1997. O Grande Pantanal de Mato Grosso – Uma

contribuição à geografia regional das planícies aluviais nos trópicos.

Tradução: Monika Röper e Ccilian Löwen, Cadernos do NERU,

Ecodesenvolvimento, 6: 99 – 156.

Page 35: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

33

Page 36: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

34

A�AIS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CI�CIAS

Aim and editorial policy

All submitted manuscripts should contain original research not previously published and not under consideration for publication elsewhere. The primary criterion for acceptance is scientific quality. Papers should avoid excessive use of abbreviations or jargon, and should be intelligible to as wide an audience as possible. Particular attention should be paid to the Abstract, Introduction, and Discussion sections, which should clearly draw attention to the novelty and significance of the data reported. Failure to do this may result in delays in publication or rejection of the paper. Texts can be published as a review, a full paper (article) or as a short communication. Issues appear in March, June, September and December.

TYPE OF PAPER Articles. Whenever possible the articles should be subdivided into the following parts:

1. Front Page; 2. Abstract (written on a separate page, 200 words or less, no abbreviations); 3. Introduction; 4. Materials and Methods; 5. Results; 6. Discussion; 7. Acknowledgments, if applicable; 8. Resumo and Palavras-chave (in Portuguese - assistance will be provided to foreign authors); 9. References. Articles from some areas such as Mathematical Sciences should follow their usual format. In some cases it may be advisable to omit part (4) and to merge parts (5) and (6). Whenever applicable, the Materials and Methods section should indicate the Ethics Committee that evaluated the procedures for human studies or the norms followed for the maintenance and experimental treatments of animals.

Preparation of manuscripts All parts of the manuscript should be double-spaced throughout. After acceptance, no

changes will be made in the manuscript so that proofs require only correction of typographical errors.

The authors should send their manuscript in electronic version only. Length of manuscript. While papers may be of any length required for the concise

presentation and discussion of the data, succinct and carefully prepared papers are favored both in terms of impact as well as in readability.

Tables and Illustrations. Only high-quality illustrations will be accepted. All illustrations will be considered figures including drawings, graphs, maps, photographs as well as tables with more than 12 columns or more than 24 lines (maximum of 5 figures free of charge). Their tentative placement in the text should be indicated. Only high-quality illustrations will be accepted.

Digitalized figures. Figures should be sent according to the following specifications: 1. Drawings and illustrations should be in format .PS/.EPS or .CDR (PostScript or Corel Draw) and never be inserted in text; 2. Images or figures in grayscale should be in format .TIF and never be inserted in text; 3. Each figure should be saved in a separate file; 4. Figures should, in principle, be submitted at the size they are to appear in the journal, i.e., 8 cm (one column) or 16.2 cm (two columns) wide, with maximal height for each figure and respective legend smaller than or equal to 22 cm. The legends to the figures should be sent double-spaced on a separate page. Each linear dimension of the smallest characters and symbols should not be less than 2 mm after reduction. Only black and white figures will be accepted; 5. Manuscripts on Mathematics, Physics or Chemistry may be typesetted in TEX, AMS-TEX or LaTEX; 6. Manuscripts without mathematical formulae may be sent in .RTF or WORD for Windows.

Front page. The front page of the manuscript should present the following items: 1.

Page 37: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

35

Title of the article (the title should be short, specific, and informative); 2. Full name(s) of the author(s); 3. Professional address of each author; 4. Key words (four to six in alphabetical order); 5. Running title (up to 50 characters); 6. Academy Section to which the content of the work belongs; 7. Name, address, fax number, phone number and e-mail address of the author to whom all correspondence, proofs and reprints (thirty reprints, per published paper, are offered free of charge) should be provided.

Acknowledgments. These should be included at the end of the text. Personal acknowledgments should precede those of institutions or agencies. Footnotes should be avoided; when necessary they must be numbered. Acknowledgments to grants and scholarships, and of indebtedness to colleagues as well as mention to the origin of an article (e.g. thesis) should be added to the Acknowledgments section.

Abbreviations. These should be defined at their first occurrence in the text, except for official, standard abbreviations. Units and their symbols should conform to those approved by the ABNT or by the Bureau International des Poids et Mesures (SI).

References. Authors are responsible for the accuracy of the References. Published articles and those in press may be included. Personal communications (Smith, personal communication) must be authorized in writing by those involved. References to thesis, meeting abstracts (not published in indexed journals) and manuscripts in preparation or submitted, but not yet accepted, should be cited in the text as (Smith et al. unpublished data) and should NOT be included in the list of references.

The references should be cited in the text as, for example, (Smith 2004), (Smith and Wesson 2005) or, for three or more authors, (Smith et al. 2006). Two or more papers by the same author(s) in the same year should be distinguished by letters, e.g. (Smith 2004a), (Smith 2004b) etc. Letters should also distinguish papers by three or more authors with identical first author and year of publication.

References should be listed according to the alphabetical order of the first author, always in the order SURNAME XY in which X and Y are initials. If there are more than ten authors, use et al. after the first author. References must contain the title of the article. Names of the journals should be abbreviated. For the correct abbreviations, refer to lists of the major databases in which the journal is indexed or consult the World List of Scientific Periodicals. The abbreviation to be used for the Anais da Academia Brasileira de Ciências is An Acad Bras Cienc. The following examples are to be considered as guidelines for the References.

Articles ALBE-FESSARD D, CONDES-LARA M, SANDERSON P AND LEVANTE A.

1984a. Tentative explanation of the special role played by the areas of paleospinothalamic projection in patients with deafferentation pain syndromes. Adv Pain Res Ther 6: 167-182.

ALBE-FESSARD D, SANDERSON P, CONDES-LARA M, DELANDSHEER E, GIUFFRIDA R AND CESARO P. 1984b. Utilisation de la depression envahissante de Leão pour l'étude de relations entre structures centrales. An Acad Bras Cienc 56: 371-383.

KNOWLES RG AND MONCADA S. 1994. Nitric oxide synthases in mammals. Biochem J 298: 249-258.

PINTO ID AND SANGUINETTI YT. 1984. Mesozoic Ostracode Genus Theriosynoecum Branson, 1936 and validity of related Genera. An Acad Bras Cienc 56: 207-215.

Books and book chapters DAVIES M. 1947. An outline of the development of Science. Thinker´s Library, n. 120.

London: Watts, 214 p. PREHN RT. 1964. Role of immunity in biology of cancer. In: NATIONAL CANCER

Page 38: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

36

CONFERENCE, 5, Philadelphia. Proceedings ... , Philadelphia: J. B. Lippincott, p. 97-104. UYTENBOGAARDT W AND BURKE EAJ. 1971. Tables for microscopic

identification of minerals, 2nd ed., Amsterdam: Elsevier, 430 p. WOODY RW. 1974. Studies of theoretical circular dichroism of polipeptides:

contributions of B-turns. In: BLOUTS ER ET AL. (Eds), Peptides, polypeptides and proteins, New York: J Wiley & Sons, New York, USA, p. 338-350.

Other publications INTERNATIONAL KIMBERLITE CONFERENCE, 5, 1991. Araxa, Brazil.

Proceedings ... Rio de Janeiro: CPRM, 1994, 495 p. SIATYCKI J. 1985. Dynamics of Classical Fields. University of Calgary, Department

of Mathematics and Statistics, 1985, 55 p. Preprint no. 600

Page 39: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

37

Estudo florístico em lagoa de meandro no Pantanal de Miranda, Centro-

Oeste do Brasil1

DEBORAH CHRISTIA�E LEITE KUF�ER2,4,, ED�A SCREMI�-DIAS3 E ADRIA�A GUGLIERI2

1Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora.

2 Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Cidade Universitária s/nº. Caixa Postal 549. Campo Grande/MS. CEP: 79070-900.

3Departamento de Biologia – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

4Autor para correspondência: [email protected]

RESUMO – O Pantanal constitui-se na maior planície alagável contínua do planeta, englobando

diversos habitats e sustentando rica biota aquática e terrestre. Possui diversos ambientes propícios ao

estabelecimento de macrófitas aquáticas, como as lagoas de meandro, corpos d’água permanente ou

temporariamente conectados ao rio. O presente levantamento florístico foi realizado em uma lagoa de

meandro do rio Miranda, no Pantanal, sub-região de Miranda, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do

Brasil. Foram realizadas cinco coletas abrangendo o perímetro da lagoa da periferia ao centro, de

novembro de 2007 a outubro de 2008, contemplando os períodos de seca e cheia. Para as

identificações foi utilizada literatura específica, e feita consulta ao herbário e a especialistas. Foram

identificados 42 táxons, inseridos em 34 gêneros e 25 famílias botânicas. Deste total, 16 famílias

apresentaram apenas uma espécie e as com maior riqueza foram Araceae, Asteraceae, Onagraceae e

Poaceae, com quatro espécies cada uma. O gênero com maior número de espécies foi Ludwigia. Das

formas biológicas, a mais especiosa foi emergente, seguida pela anfíbia e flutuante livre.

Palavras-chave: florística, macrófitas aquáticas, Mato Grosso do Sul.

Page 40: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

38

ABSTRACT - The Pantanal is the largest continuous flooded plains of the planet, encompassing

several habitats, supporting rich aquatic and terrestrial biota. It consists of different environments for

the establishment of aquatic macrophytes, such as the meander lakes, ponds permanently or

temporarily connected to the river. The floristic survey was conducted in a meander lagoon of the

Miranda river, at the Pantanal, sub-region of Miranda, Mato Grosso do Sul, Brazil's Central West. Five

random samples were conducted covering the perimeter of the lake's periphery to the center, from

November 2007 to October 2008, including the dry and flood. Identifications was used for literature,

and made consulting the herbarium and specialists. 42 taxa were identified, placed in 34 genera and 25

families. Of this total, 16 families had only one species and families with greater richness were

Araceae, Asteraceae, Onagraceae and Poaceae, with each of four species and was most abundant

genus Ludwigia. Of biological forms, the most specious was emerging, followed by amphibious and

floating free.

Key Words – floristic, aquatic macrophytes, Mato Grosso do Sul.

Page 41: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

39

I�TRODUÇÃO

O Pantanal é a maior planície de área contínua inundável do planeta, reunindo um mosaico

de diferentes ambientes que abrigam rica biota terrestre e aquática (Ministério do Meio Ambiente

2002). Está localizado no centro da América do Sul (Figura 1), na bacia hidrográfica do Alto Paraguai,

cuja área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no

Mato Grosso (Silva e Abdon 1998). Esses últimos autores ainda relataram que a planície pantaneira é

divida em 11 sub-regiões e a sub-região de Miranda ocupa 4.383 km2 (3,17%) de todo seu território.

O solo de grande parte do Pantanal é arenoso, e as inundações de ordem pluvial e/ou fluvial,

conferem à planície diversos ambientes com características distintas. Como resultado dessa

diversidade paisagística exibida pelas planícies de inundação, há grande diversidade biológica (alfa e

beta) nesses ecossistemas (Pagioro 2002). Rios, corixos, vazantes, baías (lagoas), lagoas de meandro,

brejos, campos alagáveis e caixas de empréstimo, moldados pela dinâmica das cheia, abrigam

considerável diversidade florística (Pott e Pott 2001). A vegetação associada a esses ambientes

compreende não apenas as plantas hidrófitas propriamente ditas, mas também aquelas que

periodicamente estão submersas ou as que margeiam estes ambientes, a exemplo das espécies anfíbias

(Bove et al. 2002).

As áreas alagáveis são de relevante importância biológica, além de serem vitais para

conservação dos recursos hídricos e mitigação de inundações (Pott e Pott 2000). Apesar disso,

as áreas úmidas de todo o planeta estão fortemente ameaçadas e grande parte já foi destruída,

inclusive, devido à drenagem para uso agrícola (Meirelles et al. 2004). Estes últimos autores

afirmaram que essas perturbações podem ser evidenciadas por meio de mudanças florísticas e

fitossociológicas em comparação com áreas similares preservadas.

Parte da vegetação do Pantanal tem sido destruída por queimadas que ocorrem comumente

durante o período de seca na região, o que tem ocasionado perda da diversidade vegetal e animal.

Além disso, o Pantanal tem sofrido impacto da crescente atividade pesqueira, fato comprovado pelo

acúmulo de lixo nos rios e lagoas marginais, e pela estabilização de espécies ruderais.

Page 42: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

40

De acordo com Sampaio (1916), as primeiras informações sobre a flora pantaneira foram

fornecidas pelos botânicos do início do século XIX. Posteriormente, em 1923 e 1948, a composição e

distribuição da flora do Pantanal foram abordadas por Hoehne.

Estudos recentes sobre a flora aquática na região sul do Pantanal foram realizados por Pott et

al. (1992), Pott e Pott (1997, 2000 e 2001) e Pivari et al. (2008). Destacam-se também os trabalhos

conduzidos por Marimon e Lima (2001), Prado et al. (1994) e Schessl (1997 e 1999), que incluíram

além de estudos fitossociológicos, a caracterização da sucessão sazonal de plantas em áreas alagáveis.

A flora é importante indicadora das condições ambientais de uma região, tanto no que se

refere à proteção do solo, quanto na definição de hábitats para animais silvestres (Abdon et al. 1998).

Além disso, quando o levantamento florístico é realizado de maneira adequada e criteriosa pode

fornecer informações para o manejo desses ecossistemas a fim de garantir sua efetiva preservação.

O objetivo deste trabalho é caracterizar a lagoa de meandro Baía Negra quanto à composição

florística existente, bem como sua respectiva forma biológica ao longo de um ciclo de seca e cheia.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi conduzido no Pantanal, na área de influência do rio Miranda, em um

meandro localizado às margens do rio Miranda, próximo à estrada Parque, entre as coordenadas S 19º

30’ 36.97” e W 57° 06’ 9.53”, na sub-região conhecida como Miranda-Abobral, município de

Corumbá, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil. O meandro estudado é conhecido localmente

por Baía Negra, devido à cor escura característica de suas águas. Possui cerca de 3 km de extensão,

aproximadamente 30 metros de largura e formato de “ferradura”, conectando-se ao rio Miranda por

uma de suas extremidades durante alguns meses do período de cheia.

Ao longo do ciclo sazonal estudado, a profundidade da lagoa variou, atingindo até 5,3 m na

região central durante o período de cheia e 0,40 m em uma das extremidades em outubro, no período

seco. A transparência variou de 0,3 a 1,3 m. A movimentação da água deu-se constantemente por ação

Page 43: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

41

do vento, promovendo o deslocamento para as margens de parte dos camalotes, nome regional das

macrófitas flutuantes que cobrem a superfície da água.

O Pantanal é localizado em região de clima Tropical, na faixa de classificação climática

nomeada por Köppen (1948) como Aw, onde A corresponde à zona climática tropical úmida, com

temperaturas e umidade relativa do ar sempre elevadas e a letra w corresponde, na região, à

precipitação anual entre 1000 e 1500 mm. As temperaturas médias anuais do Pantanal oscilam em

torno dos 23 - 25°C, com a máxima podendo atingir 40°C nos meses de outubro a janeiro, e as médias

mínimas ficam abaixo de 20°C. O inverno é seco e o verão chuvoso com 80% das chuvas

concentradas entre os meses de novembro a março (Bononi et al 2008).

Para o levantamento florístico, foram feitas coletas assistemáticas abrangendo todas as

comunidades existentes ao longo do perímetro do meandro, da periferia ao centro. Foram coletadas

exclusivamente as plantas que se encontravam na água e nas áreas marginais parcialmente alagadas no

período chuvoso. Medidas de transparência foram aferidas com auxílio de disco de Secchi e a

profundidade com corda graduada.

Foram realizadas cinco visitas à área de estudo de novembro/2007 a outubro/2008,

contemplando um ciclo de inundação. Para identificação taxonômica foi utilizada literatura específica,

e, quando necessário, comparação com material de herbário e consulta a especialistas. O material fértil

coletado foi herborizado conforme técnicas usuais e depositado no Herbário CGMS da Universidade

Federal de Mato Grosso do Sul.

A identificação das famílias de fanerógamas foi baseada no sistema de classificação do APG II

– Angiosperm Phylogeny Group (2003), para as pteridófitas seguiu-se Kramer e Green (1990), e para

as briófitas Clarke e Duckett (1979). A abreviação dos nomes de autores foi feita por consulta ao

Brummit e Powell (1992) e ao banco de dados do Missouri Botanical Garden's VAST - MOBOT

(www.mobot.mobot.org/W3T/Search/vast.html).

A forma biológica das macrófitas aquáticas foi baseada no proposto por Irgang et al.

(1984) que as classificaram em: (1) flutuante livre: espécie não enraizada no fundo; (2)

Page 44: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

42

flutuante fixa: enraizada no fundo, com caule e/ou ramos e/ou folhas flutuantes; (3) submersa

fixa: enraizada no fundo, com caule e folhas submersas, em geral somente a flor para fora d’

água; (4) submersa livre: não enraizada no fundo, totalmente submersa, geralmente só com as

flores para fora d’água; (5) emergente: enraizada no fundo, parcialmente submersa e

parcialmente fora d’ água; (6) anfíbia: capaz de viver bem tanto em área alagada como fora da

água, geralmente modificando a forma da fase aquática para a terrestre quando baixam as

águas; (7) epífita: que se instala sobre outras plantas aquáticas.

RESULTADOS

Na área inventariada foi constatada a ocorrência de 42 espécies, distribuídas em 34 gêneros e

25 famílias entre briófitas, pteridófitas e fanerógamas (Tabela 1). Deste total, 16 famílias apresentaram

apenas uma espécie. As famílias que apresentaram maior riqueza foram Araceae, Asteraceae,

Onagraceae e Poaceae com quatro espécies cada uma, representando 38% do total de espécies. As

demais famílias apresentaram duas espécies cada (Figura 2).

O gênero de maior riqueza específica foi Ludwigia (Onagraceae), com quatro espécies (9,5%),

seguido por Eichhornia (Pontederiaceae), Panicum (Poaceae), Polygonum (Polygonaceae), Salvinia

(Salvinaceae) e Wolffiella (Araceae), com duas espécies cada, totalizando 24% do número de espécies.

As principais espécies em número de indivíduos e área de cobertura foram Eichhornia azurea,

E. crassipes, Hydrocotyle ranunculoides, Lemna minuta, Salvinia auriculata e Pistia stratiotes, que

formaram diversos baceiros (macrófitas aquáticas de ilhas flutuantes) ao longo do meandro,

bem como extensas populações que atingiram cerca de 100 m2 em ambas extremidades da

lagoa no período de cheia.

As formas biológicas emergentes predominaram com 15 espécies, seguidas das anfíbias com

14 e flutuantes livres com 13 (Tabela 1). Ao longo do perímetro do meandro as espécies mais

freqüentes e que ocorreram durante todo o período de estudo foram Aspilia latíssima, Cyperus

Page 45: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

43

gardneri, Eichhornia azurea, E. crassipes, Enydra radicans, Hydrocotyle ranunculoides, Ipomoea

rubens, Lemna minuta, Oxycaryum cubense, Pistia stratiotes, Salvinia auriculata, Wolffiella

lingulata e W. oblonga. Algumas espécies apresentaram forma biológica variável, o que

permitiu seu pleno estabelecimento dentro e fora da água, tanto em fase vegetativa quanto em

floração, a exemplo de Eichhornia azurea (anfíbia e flutuante fixa), E. crassipes (anfíbia e

flutuante livre) e Ludwigia helminthorrhiza (anfíbia, flutuante fixa e flutuante livre)

DISCUSSÃO

O número de espécies catalogadas para a lagoa de meandro Baía Negra corroboram outros

estudos conduzidos por Pott et al. (1989, 1992 e 1996) em lagoas permanentes no Pantanal nas sub-

regiões de Abobral e Nhecolândia, onde foram inventariadas 37, 49 e 44 espécies, respectivamente,

estando Eichhornia azurea, Oxycaryum cubense, Pistia stratiotes e Salvinia auriculata presentes em

todas áreas. Aproximadamente 38% das famílias catalogadas apresentaram uma única espécie, o que

indica alta diversidade genérica local.

Cyperaceae, Fabaceae, Onagraceae e Poaceae que estão entre as famílias mais representativas

em número de espécies neste estudo (Figura 2), também foram citadas por outros autores como as

mais abundantes e importantes famílias das comunidades hidrófilas do Brasil (Irgang et al. 1984, Junk

e Piedade 1993, Bove et al. 2002, Thomaz et al. 2004).

A maior riqueza encontrada na lagoa de meandro para as famílias Poaceae e Cyperaceae

corroboram resultados obtidos para áreas úmidas inventariadas no Centro-Oeste, a exemplo do

trabalho de Meirelles et al. (2004) nas áreas do Planalto Central. Para o Pantanal, Pott e Pott (2000)

também reconheceram a família Poaceae como uma das principais e, para os covais – área peculiar de

nascentes do rio Sucuriú -, os dados publicados por Pott et al. (2006) corroboram os resultados obtidos

no presente estudo.

Page 46: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

44

Em áreas úmidas associadas a corpos d’água com pouca profundidade, e que possuem grande

extensão de área marginal parcialmente alagada ao longo do ano ou em época chuvosa, também é

comum a predominância de Poaceae. Exemplos desta condição foram observados em áreas do

Pantanal de Poconé por Nunes da Cunha e Vilhalva (1999), em ambientes aquáticos de Aquidauana

por Rocha et al. (2007), em lagos inventariados por Costa Neto et al. (2007) no estado do Amapá, bem

como em áreas antropizadas junto a açudes estudadas por França et al. (2003) na Bahia.

A maior representatividade para o gênero Ludwigia também foi obtida por Pivari et al. (2008)

estudando baceiros no Pantanal, nas sub-regiões do Abobral e Miranda. Para Pott e Pott (2000) a

riqueza demonstrada pela família Onagraceae, representada por espécies de Ludwigia, em algumas

áreas úmidas já estudadas pode ser explicada pela presença de espécies desse gênero em todos os

estádios de sucessão, sendo evidenciados indivíduos com formas biológicas que variam de palustres,

anfíbias a submersas, resultando na capacidade destas espécies explorarem diferentes ambientes.

De acordo com Esteves (1988), os grupos ecológicos de plantas aquáticas ocorrem

distribuídos paralelamente à margem dos corpos d’água, de maneira organizada, formando um

gradiente da margem para o interior do lago, iniciando pelas plantas emersas, passando pelas de folhas

flutuantes até as submersas fixas. No entanto, outros fatores como turbidez da água, vento, e partículas

em suspensão, podem influenciar nesta distribuição, podendo ocorrer plantas submersas livres e

flutuantes fixas, crescendo entre as emergentes. Tais ocorrências podem gerar certa dificuldade em

classificar uma espécie quanto ao seu hábito.

Das espécies inventariadas neste estudo sob mais de uma forma biológica, Eichhornia

azurea e E. crassipes foram observadas em zonas até mesmo distantes de corpos d’água no

Pantanal com indivíduos de tamanho bem reduzidos, como por exemplo no Paratudal,

formação vegetacional que é periodicamente alagada. De fato, Pott e Pott (2000) relataram

que uma espécie pode apresentar mais de uma forma biológica, dependendo da condição do

habitat, ou seja, do nível d’água, podendo passar de submersa a emergente, a terrestre e

anfíbia. Do mesmo modo, Bove et al. (2002) ao realizarem levantamento florístico em

Page 47: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

45

ambientes aquáticos da planície costeira do Rio de Janeiro, se depararam com essa mesma

questão. Esses autores ressaltaram a necessidade de realizarem-se levantamentos sazonais,

registrando a plasticidade ecológica destas espécies, bem como a inclusão de espécies anfíbias

em estudos de flora aquática, pois, algumas vezes, a delimitação dos tipos biológicos não é

muito definida, além de caracterizar de forma mais adequada estes ambientes.

Pott e Pott (2001) registraram que espécies das famílias Araceae e Salvinaceae com

forma biológica uniforme (flutuantes livres) tendem a ocorrer nas mesmas fases de sucessão em

estágios pioneiros, enquanto as de famílias com formas variadas, de anfíbias a submersas, como

Onagraceae e Poaceae, estão presentes em todos os estádios.

A elevada representatividade de espécies emergentes deveu-se às coletas no entorno da lagoa

principalmente durante o período de seca no Pantanal (Tabela 1). A distribuição dessa forma biológica

é comum nas plantas de região litorâneas de lagoas, uma vez que as espécies que habitam regiões que

alagam periodicamente possuem adaptações para suportar as flutuações do nível d’água (Scremin-Dias

et al. 1999, Scremin-Dias 2000, Cronk e Fennessy 2001). Vale ressaltar que não foram encontradas

plantas submersas em virtude da elevada turbidez e movimentação da água, fator que interfere na

distribuição desta forma de vida nos corpos d’água com abundância de partículas em suspensão

(Holmes e Klein 1987, Cronk e Fennessy 2001).

O número de espécies ruderais encontrados na área de estudo indica que o local está

antropizado, o que pode estar provavelmente relacionado a atividades agropecuárias e pesqueiras

usuais na região. De acordo com Pivello (2005), Mendonza et al. (1998) e Lorenzi (2000) várias

macrófitas aquáticas sul-americanas se tornaram potencialmente invasoras de lagos e represas

pantropicais como, por exemplo, E. crassipes, espécies de Salvinia e Polygonum acuminatum, muito

comuns na área inventariada. Segundo esses mesmos autores, todas as espécies invasoras são

altamente eficientes na competição por recursos, o que as leva a dominar as espécies nativas originais,

têm explosões populacionais periódicas devido à alta capacidade de reprodução e dispersão, diminuem

a oxigenação da água e levam à morte peixes e outros organismos aquáticos.

Page 48: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

46

Embora a antropização evidenciada pela presença de algumas espécies ruderais na área de

estudo não pareça no momento preocupante, práticas agropecuárias da região podem desencadear um

irreversível processo de alteração na composição florística original, o que reforça a necessidade

urgente de projetos de conservação desses ambientes aquáticos.

Este estudo concluiu que o nível da água pode regular a freqüência e a ocorrência de algumas

espécies e que estas não são excluídas, mas favorecidas em determinados períodos sazonais.

AGRADECIME�TOS

Os autores agradecem à MSc. Vali Pott e ao Dr. Arnildo Pott, que auxiliaram na identificação

do material botânico. A primeira autora agradece àqueles que a auxiliaram nas coletas e à

Fundect/CAPES, pela bolsa de mestrado e apoio financeiro. A terceira autora agradece a CAPES pela

bolsa PRODOC concedida.

Page 49: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

47

REFER�CIAS

ABDON MM, SILVA JS DA S, POTT VJ, POTT A E SILVA, MP. 1998. Utilização de dados

analógicos do Landsat-TM na discriminação da vegetação de parte da sub-região da

Nhecolândia no Pantanal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília 33: 1799-1813.

APG [= Angiosperm Phylogeny Group] II. 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny

Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Bot. J.

Linnean Soc 14: 399-436.

BONONI, VLR, OLIVEIRA, AKM, QUEVEDO JR E GUGLIOTA, AM. 2008. Fungos

macroscópicos do Pantanal do Rio Negro, Mato Grosso do Sul, Brasil. Hoehnea (São

Paulo), v. 35(4): 489-511.

BOVE CP, GIL ASB, MOREIRA CB E ANJOS RFB. 2002. Hidrófitas fanerogâmicas de

ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do Estado do Rio de Janeiro,

Brasil. Acta Botanica Brasilica 17: 119-135.

BRUMMITT RK AND POWELL CE. 1992. Authors of plant names. The Royal Botanic

Gardens: Kew 732p.

CLARKE GCS AND DUCKETT JC. 1979. Bryophyta Systematics. Academic Press, London.

572p.

COSTA NETO SV, SENNA C, TOSTES LCL E SILVA SRM. 2007. Macrófitas aquáticas das

Regiões dos Lagos do Amapá, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5: 618-620.

CRONK JK AND “E” ou “AND” VER OBSERVAÇÕES MINHAS MAIS

ABAIXO...FENNESSY MS. 2001. Wetlands plants: biology and ecology. CRC Press

462p.

Page 50: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

48

FRANCA F, MELO E, GOES NETO A, ARAUJO D, GOMES D, RAMOS H, CASTRO I E

BEZERRA M. 2003. Flora vascular de Açudes de uma região do semi-árido da Bahia,

Brasil. São Paulo, Acta Botanica Brasilica 17 (4): 549-559.

HOEHNE FC. 1923. Phytophysionomia do Estado de Matto-Grosso e ligeiras notas a respeito da

composição e distribuição da sua flora: estudo preliminar. Editora Nacional, São Paulo.

HOEHNE FC. 1948. Plantas aquáticas. Instituto de Botânica de São Paulo, São Paulo. ok

HOLMES MG AND KLEIN WH. 1987. The light and temperature environments. In: Plant life

in aquatic and amphibious habitats. Crawford, R. M. M. (Edit.) Blackwell Scientific

Publications, p. 3-22.

IRGANG B.E, PEDRALLI G E WAECHTER JI. 1984. Macrófitas aquáticos da Estação

Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Rossléria 6 (1): 395-404.

JUNK WJ AND PIEDADE MTF. 1993. Herbaceous plants of Amazon floodplain near Manaus:

Species diversity and adaptations to the flood pulse. Amazoniana 12(3/4): 467-484.

KÖPPEN W. 1948. Climatología. Buenos Aires, Fondo de Cultura, p. 152-192. ok

KRAMER KU AND GRENN PS. 1990. Pteridophytes and Gymnosperms. vol. i. In: K.

Kubitzki (Ed.), the families and genera of vascular plants. Springer-Verlag, Berlin, 404p.

LORENZI H. 2000. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas, tóxicas e

medicinais. 3. ed. Nova Odessa: Plantarum, 608 p.

MARIMON BS E LIMA ES. 2001. Caracterização fitofisionômica e levantamento florístico

preliminar do Pantanal do Rio das Mortes - Araguaia, Cocalinho, Mato Grosso, Brasil.

Acta Botanica Brasilica 15 (2): 213-229.

MEIRELLES ML, GUIMARÃES AJM, OLIVEIRA RC, ARAÚJO GM E RIBEIRO JF. 2004.

Impactos sobre o estrato herbáceo de áreas úmidas do Cerrado. In: AGUIAR, L. M. S.

Page 51: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

49

CAMARGO, A. J. A. (Org.). Cerrado: ecologia e caracterização. 1 ed. Planaltina:

Embrapa Cerrados 1: 41-68.

MENDONÇA RC, FELFILI JM, WALTER BMT, SILVA JUNIOR MC, REZENDE AV,

FILGUEIRAS TS E NOGUEIRA PE. 1998. Flora vascular do bioma Cerrado, p. 287-

556. In: SANO SM E ALMEIDA SP. (Org.). CERRADO: AMBIENTE E FLORA. 1 ed.

Planaltina-DF: Embrapa Cerrados, Planaltina, DF.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 2002. Panorama do Cerrado e do Pantanal In:

Biodiversidade Brasileira – Avaliação e identificação de áreas prioritárias para a

conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos

biomas brasileiros. Brasília – DF.

NUNES DA CUNHA C E VILHALVA DA. 1999. Lista preliminar de um campo inundável e

brejo, Fazenda Retiro Novo, Pantanal de Poconé, MT. In: III Simpósio sobre Recursos

Naturais e Sócio-Econômicos do Pantanal, 2001. III Simpósio sobre Recursos Naturais e

Sócio-Econômicos do Pantanal, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Brasilia:

EMBRAPA.

PAGIORO TA. 2002. Macrófitas aquáticas da planície de Inundação do Alto rio Paraná:

listagem de espécies e padrões de diversidade em ampla escala. In: II workshop - PELD -

A planície alagável do Alto Rio Paraná, Maringá.

PIVARI MO, POTT VJ E POTT A. 2008. Macrófitas Aquáticas de Ilhas Flutuantes (Baceiros)

nas Sub-regiões do Abobral e Miranda, Pantanal, MS, Brasil.. Acta Botanica Brasilica 22:

563-571.

PIVELLO VR. 2005. Invasões biológicas no cerrado brasileiro: efeitos da introdução de

espécies exóticas sobre a biodiversidade. http://www.ecologia.info/. Ecologia Info,

Suécia, v. 33.

Page 52: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

50

POTT VJ, BUENO NC, PEREIRA RAC, SALIS SM E VIEIRA NL. 1989. Distribuição de

macrófitas aquáticas numa lagoa na fazenda Nhumirim, Nhecolândia, Pantanal, MS. Acta

Botanica Brasilica, Suplemento 3 (2): 153-168.

POTT VJ, BUENO NC E SILVA MP. 1992. Levantamento florístico e fitossociológico de

macrófitas aquáticas em lagoas da Fazenda Leque, Pantanal, MS. Anais do VIII

Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo: 91-99.

POTT VJ, CERVI AC, BUENO NC E POTT A. 1996. Dinâmica da vegetação aquática de uma

lagoa permanente na fazenda Nhumirim, Nhecolândia, Pantanal-MS.. In: II Simpósio

sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal, 1999, Corumbá. Anais. Brasília:

Embrapa.

POTT VJ E POTT A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Brasília: Embrapa-SPI, 404p. ok

POTT, VJ E POTT, A. 2001. Distribuição de Macrófitas Aquáticas no Pantanal. III Simpósio

Sobre Recursos Naturais e Sócio-Econômicos do Pantanal, Embrapa Pantanal, v. CD-

ROM, n. 003 pdf, p. 01-26.

POTT VJ E POTT A. 2001. Distribuição de Macrófitas Aquáticas no Pantanal. III Simpósio

Sobre Recursos Naturais e Sócio-Econômicos do Pantanal, Embrapa Pantanal, (3): 01-26.

POTT A et al. 2006. Flora - Inventário das Angiospermas no Complexo Aporé-Sucuriu. In:

PAGOTTO TCS E SOUZA PR DE (Org.). Biodiversidade do Complexo Aporé-Sucuriu -

Subsídios à Conservação e Manejo do Cerrado - Área Prioritária 316. Campo Grande:

UFMS, p. 45-66.

PRADO AL, HECKMAN CW AND MARTINS FR. 1994. The seasonal sucession of biotic

communities in wetlands of the tropical wet-and-dry climatic zone: II. The aquatic

macrophyte vegetation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Internationale Revue der

Gesamten Hidrobiologie 79(4): 569-589.

Page 53: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

51

ROCHA CG, RESENDE UM E LUGNANI JS. 2007. Diversidades de Macrófitas em

Ambientes aquáticos do IPPAN na Fazenda Santa Emília, Aquidauana, MS. Revista

Brasileira de Biociências 5: 456-458.

SAMPAIO AJ. 1916. A flora de Mato Grosso – memória em homenagem aos trabalhos da

Commissão Rondon. Archivo do Museu Nacional 19: 1-125.

SCHESSL M. 1997. Flora und vegetation denördlichen Pantanal von Mato Grosso, Brasilien.

Wiehl: Martina Galunder-Velag, (Archiv naturwissenschaftlicher Dissertationen).

SCHESSL M. 1999. Floristic composition and structure of floodplain vegetation in the Northern

Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Phyton 39(2): 303-336.

SCREMIN-DIAS E, POTT VJ, HORA RC E SOUZA, PR. 1999. Nos Jardins

Submersos da Bodoquena – Guia para identificação de plantas aquáticas de

Bonito e região. Editora UFMS, Campo Grande, MS, 160p.

SCREMIN-DIAS E. 2000. A plasticidade fenotípica das macrófitas aquáticas em

resposta à dinâmica ambiental. In: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

(Org.). Tópicos especiais em botânica. Brasília: Editora da Embrapa 1: 84-90.

SILVA JS DA E ABDON MM. 1998. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília 33: 1703-1712.

THOMAZ DO, COSTA NETO SV E TOSTES LCL. 2004. Inventário florístico das ressacas das

bacias do igarapé da Fortaleza e do rio Curiaú. In: TAKIYAMA LR E SILVA AQ.

(Orgs.). Diagnóstico de ressacas do Estado do Amapá: Bacias do igarapé da Fortaleza e

do rio Curiaú. Macapá: GEA/SETEC/IEPA. p.13-32.

Page 54: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

52

Tabela 1. Relação das espécies vegetais coletadas na Baía Negra, Pantanal de Miranda, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil, seguidos do nome popular e forma biológica (FB): A = anfíbia, Ep = epífita, E = emergente, FF = flutuante fixa, FL = flutuante livre e * = ruderal ou invasora.

FAMÍLIA/Espécie �ome popular FB

Briófita

RICCIACEAE

Ricciocarpos natans (L.) Corda FL

Pteridófitas

AZOLLACEAE

Azolla filiculoides Lam. FL

PARKERIACEAE

Ceratopteris pteroides (Hook.) Hieron. pé-de-sapo FL

SALVI�IACEAE

Salvinia auriculata Aubl. * orelha-de-onça FL

Salvinia biloba Raddi orelha-de-onça FL

Fanerógamas

ALISMATACEAE

Echinodorus paniculatus Micheli chapéu-de-couro E

ARACEAE

Lemna minuta Kunth FL

Pistia stratiotes L. * alface d'água FL

Wolffiella lingulata (Hegelm.) Hegelm. FL

Wolffiella oblonga (Phil.) Hegelm. FL

ARALIACEAE

Page 55: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

53

Hydrocotyle ranunculoides L. f. chapéu-de-sapo FF

ASTERACEAE

Aspilia latissima Malme mirassol A

Byttneria filipes Mart. ex K. Schum. espinheiro A

Enydra radicans (Willd.) Lack A

Mikania micrantha Kunth jasmin-do-brejo A, E

COMMELI�ACEAE

Commelina schomburgkiana Klotzsch santa-luzia E

CO�VOLVULACEAE

Ipomoea rubens Choisy cipó-leiteiro A

CYPERACEAE

Cyperus gardneri Nees baceiro Ep

Oxycaryum cubense (Poepp. & Kunth) Lye baceiro Ep

EUPHORBIACEAE

Caperonia castaneifolia (L.) A. St.-Hil. erva-de-bicho-branca A, E

FABACEAE

Calopogonium caeruleum (Benth.) Hemsl. E

Vigna longifolia (Benth.) Verdc. feijãozinho E

HELICO�IACEAE

Heliconia marginata (Griggs) Pittier pacova, cana-de-macaco

A

HYDROCHARITACEAE

Page 56: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

54

Limnobium laevigatum (Humb. e Bonpl. ex Willd.) Heine camalotinho FL

LAMIACEAE

Hyptis sp. A

MALVACEAE

Pavonia laetevirens R.E. Fr. algodão-bravo E, A

O�AGRACEAE

Ludwigia elegans (Cambess.) H. Hara florzeiro E

Ludwigia helminthorrhiza (Mart.) H. Hara lombrigueira A, FF, FL

Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara cruz-de-malta A, E

Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven A,E

PHYLLA�THACEAE

Phyllanthus fluitans Benth. ex Müll. Arg. orelha-de-onça FL

PLA�TAGI�ACEAE

Angelonia salicariaefolia Humb. & Bonpl. A

POACEAE

Hymenachne donacifolia (Raddi) Chase E

Panicum elephantipes Nees ex Trin. capim-camalote E, FF

Panicum mertensii Roth felpudo E

Steinchisma laxa (Sw.) Zuloaga grama-do-carandazal E

POLYGO�ACEAE

Polygonum acuminatum Kunth * erva-de-bicho E

Polygonum ferrugineum Wedd. erva-de-bicho E

Polygonum hispidum Kunth erva-de-bicho E

Page 57: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

55

PO�TEDERIACEAE

Eichhornia azurea (Sw.) Kunth camalote FF

Eichhornia crassipes (Mart.) Solms camalote A, FL

RUBIACEAE

Staelia thymbroides (Mart. ex Mart. & Zucc.) K. Schum. A

VERBE�ACEAE

Lippia alba N. E. Br. cidreira-do-campo, sálvia

A

Page 58: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

56

Figura 1. Imagem de satélite da localização da área de estudo, lagoa de meandro Baía Negra, Pantanal, sub-região de Miranda, Centro-Oeste do Brasil (FONTE: Google Earth, versão 5.0.1).

Figura 2. Famílias botânicas mais representativas na lagoa Baía Negra no Pantanal, sub-região

de Miranda, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil.

4

4

4

4

2

2

2

2

2

1

Araceae

Asteraceae

Onagraceae

Poaceae

Cyperaceae

Fabaceae

Polygonaceae

Pontederiaceae

Salvinaceae

Outras

n° de espécies

Page 59: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

57

Page 60: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

58

�ormas para submissão de artigos

Journal WETLA�DS

Instructions for Authors Updated February 2008 Authors are encouraged to submit scientific manuscripts dealing with freshwater, marine, or estuarine wetland research from the viewpoint of any appropriate discipline or with relevant management or regulatory topics.

Editorial Contact Information

New manuscripts should be submitted electronically to: Dr. Darold P. Batzer Editor-in-Chief, Wetlands Department of Entomology University of Georgia Athens, Georgia, USA 30602 E-mail: [email protected]

Submission requirements

Authors should submit manuscripts to Wetlands electronically. Please send an e-mail that attaches a PDF of your original manuscript (prepared in MS-Word) to the following e-mail address: [email protected]. All tables and figures should be included in the PDF. (Authors should, of course, keep the original MS-Word file on hand in the event of revisions.) The subject title of the e-mail should read "Wetlands manuscript submission." The cover e-mail should include a statement that the information submitted has not been published elsewhere or describe the form of such publication and provide justification for consideration. The cover e-mail should also include the manuscript's abstract and the names and e-mails of two potential unbiased referees.

If authors do not have the capability to produce a PDF, send the file as a MS-Word attachment, and a PDF will be created in the journal office. That PDF file will be returned to the author for approval before it is sent out for review. If an author wishes to use an alternative form of submission (e.g., hard copy) first contact the Editor-in-Chief via e-mail for approval.

Manuscripts submitted should have the following format, and those not conforming to these guidelines will be returned without review. Manuscripts must be in English, double-spaced in 12-pt. font, and formatted for 21.5 x 28 cm pages (8.5 x 11 in) with 2.54 cm (1 in) margins on all sides. To facilitate electronic review, all pages and lines should be numbered. Line numbering in MS-Word (version 2003) is produced by:

1. On the File menu, click Page Setup, and then click the Layout tab.

Page 61: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

59

2. In the Apply to box, click Whole document.

3. Click Line Numbers.

4. Select the Add line numbering check box, and then select the options you want.

Authors should refer to a recently published article for other format details. However, some information is provided here. The title, running head, abstract, key words, headings, tables, list of figure captions, and figures should all be clear and concise. Double-spaced tables and figures prepared with a graphic font should follow the text on separate pages and be referenced in the text. Each table should be headed by a prose title, but for figures, prepare titles only in a single list placed just before the figures themselves. Scientific names should accompany the first use of common names for all species; taxonomic authorities should accompany all scientific names at the species level, either upon first use or in existing tables. Complete statistical information should be reported for all results identified as significant (e.g., df, p for ANOVAs).

A typical Wetlands submission does not exceed 35 manuscript pages in length, including all tables, figures and literature cited. However, longer manuscripts may be considered if the subject matter merits extra journal space. Abstracts should be approximately 200 words. Manuscript titles should be limited to 100 characters.

Headings and subheadings are as follows:

MAIN HEADING (centered, no bold) Sub Heading (on own line, left justified, first letter caps, no bold, no italics) Sub-Sub Heading. (left justified, first letter caps, italics, text continues immediately) Sub-Sub-Sub Heading. (indented, first letter caps, italics, text continues immediately)

Literature citations in the text should be organized in chronological then alphabetical order: Weller (1994) or (Winter and Rosenberry 1995) or Gorham et al. (1998) or (Brinson 1993, Wieder and Yavitt 1994, Mendelssohn et al. 1995). Citations in the Literature Cited section should conform to examples listed below, with special attention to proper punctuation and proper spacing between initials and volume/pages. Journal article: Grace, J. B. and R. G. Wetzel. 1982. Niche differentiation between two rhizomatous plant species: Typha latifolia and Typha angustifolia. Canadian Journal of Botany 60:46-57. Thesis: Meeker, J. E. 1993. The ecology of wild rice (Zizania palustris var. palustris) in the Kakagon Sloughs, a riverine wetland on Lake Superior. Ph.D. Dissertation. University of Wisconsin, Madison, WI, USA. Book: Mitsch, W. J. and J. G. Gosselink. 2000. Wetlands, third edition. John Wiley & Sons, Inc., New York, NY, USA.

Page 62: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

60

Edited book: van der Valk, A. G. (ed.). 1989. Northern Prairie Wetlands. Iowa State University Press, Ames, IA, USA. Edited chapter: Richardson, C. J., R. Evans, and D. Carr. 1981. Pocosins: an ecosystem in transition. p. 3-19. In C. J. Richardson (ed.) Pocosin Wetlands. Hutchinson Ross Publishing Company, Stroudsburg, PA, USA. Govt. report: Zedler, J. B. 1982. The ecology of southern California coastal salt marshes: a community profile. U.S. Fish and Wildlife Service, Office of Biological Services, Washington, DC, USA. FWS/OBS-81/54.

Preparing Final Versions of Manuscripts

If a paper is accepted, authors will be provided detailed instructions for preparation of the final version of their manuscripts. There are no page charges on final, accepted manuscripts submitted as computer files completely readable by Microsoft Word 2003 (or higher). Use of other software or submission of high quality hard copies, scannable by computer, may necessitate charges to the author ($10 or more per page). Color figures may be published at the authors’ expense.

Page 63: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

61

I�FLUÊ�CIA DO PULSO DE I�U�DAÇÃO SOBRE A BIOMASSA DE

MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM LAGOA DE MEA�DRO �O PA�TA�AL,

CE�TRO-OESTE DO BRASIL

Deborah Christiane Leite Kufner2,4, Edna Scremin-Dias3 e Adriana Guglieri2

1Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora.

2 Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul

Cidade Universitária s/nº. Caixa Postal 549. Campo Grande/MS. CEP: 79070-900.

3Departamento de Biologia – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

4Autor para correspondência: [email protected]

Resumo – Neste estudo foi avaliada a biomassa de Eichhornia azurea, E. crassipes,

Pistia stratiotes e Salvinia auriculata em relação às variações do nível da água em uma

lagoa de meandro no Pantanal de Miranda, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil.

As amostras para biomassa foram coletadas pelo método do quadrado (0,25 m2) em dois

pontos amostrais na lagoa (Pontos 1 e 2). As espécies analisadas apresentaram

diferenças significativas ao longo do período de estudo nas duas regiões de amostragem

(p≤0,05). Verificou-se que o pulso de inundação influenciou positiva e negativamente a

biomassa das espécies. Mesmo não apresentando um padrão na variação temporal da

biomassa, houve tendência à redução da biomassa da Eichhornia azurea e E. crassipes,

simultaneamente a do nível da água da lagoa. Provavelmente outros fatores ambientais

não analisados nesse estudo sejam importantes propulsores na incorporação de biomassa

dessas plantas no ambiente aquático.

Palavras-chave: flutuação do nível da água, biomassa, Eichhornia, Pistia, Salvinia

Page 64: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

62

Abstract - This study evaluated the biomass of Eichhornia azurea, E. crassipes, Pistia

stratiotes and Salvinia auriculata in relation to variations in the level of water in a pond

to meander in the Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brazil's Central West. Samples for

biomass were collected by the method of the square (0.25 m2) in two sampling points in

the lagoon (point 1 e 2). All the analyzed species had presented significant differences

throughout the period of study in the two regions of sampling (p≤0.05). Measures were

made of depth of the lagoon through the Secchi disk. It was found that the flood pulse

influence positively and negatively the biomass of the species. Although not presenting

a pattern in the temporal variation of biomass, there was a tendency to reduce the

biomass of Eichhornia azurea and E. crassipes, both of the water of the lagoon.

Probably other environmental factors not examined in this study are important drivers in

the incorporation of biomass of these plants in the aquatic environment.

Key Words: fluctuation of the water, biomass, Eichhornia, Pistia, Salvinia

Page 65: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

63

INTRODUÇÃO

A alta diversidade paisagística das áreas alagáveis oferece excelentes

condições para o crescimento de macrófitas aquáticas (Esteves 1998, Pagioro 2002). A

variação da freqüência e amplitude do nível da água e os diferentes graus de

conectividade de áreas alagáveis nas planícies de inundação são responsáveis pela

elevada biodiversidade desses ecossistemas (Ward & Tockner 2001). No Pantanal,

maior planície alagável contínua do planeta, diversos ambientes, como rios, corixos,

vazantes, baías, lagoas de meandro, brejos, campos alagáveis e caixas de empréstimo,

são propícios ao estabelecimento e proliferação das macrófitas aquáticas, em sincronia

com as alterações do ciclo hidrológico da planície, resultando na variação do

crescimento de diferentes espécies em períodos distintos (Pott & Pott 2001).

As macrófitas aquáticas desempenham importante papel na dinâmica de

ecossistemas aquáticos, cumprindo, juntamente com as microalgas, o papel de

produtoras primárias, participando da ciclagem e estocagem de nutrientes, formação de

detritos orgânicos e controle da poluição e eutrofização artificial (Esteves & Camargo

1986, Scremin-Dias et al. 1999, Pott & Pott 2000). Além de constituírem a principal

comunidade produtora de biomassa no ecossistema aquático (Neiff 2000), este grupo de

plantas tem papel chave na estrutura e funcionamento destes ecossistemas (Barrat-

Segretain et al. 1998).

Esteves (1998) relatou que em zonas temperadas, cujas estações climáticas são

bem definidas, a dinâmica da produtividade das macrófitas aquáticas reflete na alteração

da biomassa no decorrer do ano, mas em regiões tropicais, devido à maior

homogeneidade climática, há pequena variação na produtividade destas plantas.

Entretanto, este fator não serve como padrão para regiões de clima tropical onde há

Page 66: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

64

variações bruscas do nível hidrológico, uma vez que os períodos de chuva e seca, bem

como as flutuações do nível da água são fatores determinantes na variação da biomassa,

sendo este último de grande importância para ecossistemas que têm comunicação com

rios e áreas alagáveis (Wetzel 1975, Junk et al. 1989, Esteves 1998, Piedade et al. 1991,

Junk & Piedade 1993, Thomaz & Bini 1998). Processos ecológicos como sucessão e

produtividade são afetados pela variação do nível da água, e a produtividade primária

líquida de macrófitas aquáticas pode variar de acordo com a ocorrência de inundações

(Robertson et al. 2001). Nas planícies de inundação dos ecossistemas aquáticos tropicais,

o pulso de inundação pode atuar como o fator determinante na variação sazonal da biomassa

das macrófitas aquáticas (Junk et al. 1989, Camargo & Esteves 1995). Todavia, é provável

que a resistência de algumas espécies ao déficit hídrico esteja fortemente relacionada à

plasticidade morfológica e fisiológica que acompanha as oscilações das condições

ambientais (Scremin-Dias 2000).

Pesquisas sobre áreas alagáveis no Brasil são de extrema urgência, já que estão

submetidas a toda sorte de degradação (Esteves 1998). Ainda assim são escassas as

pesquisas a respeito das relações de plantas nesses ambientes, e isto se torna mais

evidente para o Pantanal, que carece de pesquisas que enfoquem os diversos aspectos da

biodiversidade e o efeito das variações sazonais do nível da água sobre ela. Alguns

trabalhos realizados no Brasil têm enfocado aspectos ecológicos de macrófitas aquáticas

em reservatórios (Pompêo 1999), distribuição no Pantanal (Pott & Pott 2001), fatores

que limitam sua produção (Biudes & Camargo 2008), biomassa de várias espécies, bem

como a variação destas em resposta às alterações do nível da água (Santos 1999,

Pompêo et al. 2001, Henry-Silva & Camargo 2003, Santos & Esteves 2004, Mauhs et al.

2006).

Os rios do Pantanal formam meandros, que podem estar ativos, ou ainda total

Page 67: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

65

ou parcialmente abandonados em relação à influência do fluxo hídrico dos rios que lhe

deram origem. A conectividade destas formações, em maior ou menor grau, pode

resultar em diferente escala de influência da elevação do nível da água sobre a biota ali

estabelecida. Há carência de estudos relativos às macrófitas aquáticas distribuídas em

meandros, propondo-se neste trabalho quantificar as alterações na biomassa de quatro

espécies, decorrentes da variação temporal do nível da água.

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo está localizada em um meandro parcialmente abandonado do

rio Miranda, entre as coordenadas S 19º 30’ 36.97” e W 57° 6’ 9.53”, próximo à Estrada

Parque, (Fig. 1) município de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil.

Localmente, a lagoa de meandro é conhecida como Baía Negra, devido à cor escura de

suas águas. Possui aproximadamente 3 km de extensão, com um de seus limites

conectado ao rio durante o período de cheia.

O clima do Pantanal é tropical sub-úmido do tipo Aw, segundo Köppen (1948),

com média pluviométrica de 1.110 mm e temperatura média de 26°C anuais. É

caracterizado por possuir duas estações bem definidas, uma chuvosa, que se estende de

outubro a março, e uma relativamente seca, de abril a setembro (Wilhelmy 1957).

Medidas de transparência foram aferidas com auxílio de disco de Secchi e a

profundidade com corda graduada, seguindo o procedimento descrito em Nunes (2003).

Foram realizadas cinco coletas (novembro/2007, fevereiro, junho, agosto e

outubro/2008), abrangendo um ciclo hidrológico. A amostragem foi realizada em dois

pontos localizados nas extremidades do meandro (Fig. 1), locais onde as populações

Page 68: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

66

atingiram cerca de 100 m2 no período de cheia (Fig. 3), e então selecionados os bancos

mais característicos e representativos.

Para os dois pontos de amostragem (Fig. 1) foram quantificadas as três espécies

mais abundantes e que ocorreram associadas: Eichhornia crassipes (Mart.) Solms,

Pistia stratiotes L. e Salvinia auriculata Aubl. para o Ponto 1 (P1), e Eichhornia azurea

(Sw.) Kunth, P. stratiotes e S. auriculata para o Ponto 2 (P2).

Para estimar valores de biomassa, utilizou-se como amostrador um quadrado de

madeira de 0,25 m2 (Westlake 1975), lançado cinco vezes em cada ponto amostral.

Todo material contido dentro do quadrado foi coletado com auxílio de facão e

acondicionado em sacos plásticos devidamente identificados. Em laboratório, o

material vegetal foi separado por espécie, lavado em água corrente para remoção de

perifíton, detritos orgânicos e partículas inorgânicas associadas. A fim de estimar

períodos de mortalidade das espécies Eichhornia azurea e E. crassipes, os espécimes

foram fracionados em biomassa viva (massa viva) e necromassa (massa morta),

utilizando o critério visual quanto à cor, considerando mortas as partes que perderam a

coloração típica verde e tornaram-se acastanhadas.

Após a secagem em estufa de aeração forçada a 65°C até atingir peso constante,

o material foi pesado em balança eletrônica para obtenção dos valores de biomassa,

expressa em gPS m-2. Por não ser possível estimar a necromassa de P. stratiotes e S.

auriculata optou-se por considerar nas análises apenas a biomassa viva.

Para verificar se houve diferença na biomassa entre o período amostral, foi

realizado ANOVA e teste Tukey ao nível de 5% de significância por meio do programa

Systat 11 (Wilkinson 2004).

Page 69: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

67

RESULTADOS

O nível hidrológico da lagoa de meandro Baía Negra variou ao longo do

período de estudo. O valor máximo de profundidade encontrado foi 5,30 m na região

central, e o mínimo, 0,40 m no P2 (Fig. 2), ao longo do período de estudo. A

profundidade da água oscilou entre 1,30 a 2,80 m para o P1 e 0,4 a 3,4 m para o P2.

O maior valor de transparência da coluna d’água observado entre as duas

regiões de amostragem foi atingido no P1, em agosto (1,10 m) no período de vazante, e

o menor valor (0,40 m) foi observado no P2, em outubro, no período de seca (Tab. 1).

Tanto no P1 quanto no P2 (Fig. 3) foram encontradas diferenças significativas

entre a biomassa das quatro espécies estudadas ao longo do período amostral (p≤0,05).

Em comparação aos períodos de cheia e seca, no P1 os valores médios de biomassa

obtidos para E. crassipes variaram de 280,8 gPS m-2 na cheia a 12,1 gPS m-2 na seca;

para P. stratiotes, a biomassa variou de 4 g PS m-2 na cheia a 25,1 gPS m-2 na seca, e S.

auriculata apresentou o maior valor na cheia, 22,4 gPS m-2, reduzindo para 6,5 gPS m-2

na seca.

No P2 os valores de biomassa para E. azurea, variaram de 741,6 gPS m-2 na

cheia a 397,5 gPS m-2 na seca. Pistia stratiotes teve maior biomassa na estação cheia,

com 39,2 gPS m-2 e a menor na seca, 11 gPS m-2. O contrário ocorreu para S.

auriculata, cujos valores de biomassa foram menores na cheia, 6 gPS m-2 do que na

seca, 8,9 gPS m-2 .

DISCUSSÃO

Durante o período de cheia, as quatro espécies estudadas abrangeram alguns

locais da lagoa de meandro, principalmente junto às margens e na região central, se

Page 70: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

68

estabelecendo densamente nas extremidades, onde a profundidade é menor em

comparação à da região central e a ação dos ventos é menos intensa. A extensão

ocupada pelas comunidades variou temporalmente em resposta ao pulso de inundação,

refletindo-se diretamente em alterações na biomassa das espécies, contudo a resposta

não foi padrão para todas as espécies (Fig. 3).

Muito embora a constância de estações climáticas em regiões tropicais reflita

uma pequena variação da biomassa das plantas, isso não se aplica para áreas alagáveis,

onde as variações do nível d’água são determinantes na variação da produtividade das

mesmas (Esteves 1998).

Não foram encontradas espécies submersas em virtude da elevada turbidez da

água, fator que interfere na distribuição das espécies (Holmes & Klein 1987, Cronk &

Fennessy 2001).

No P1, durante o período de cheia, Pistia stratiotes apresentou menor biomassa

em comparação à seca, no entanto o inverso foi observado no P2. Como estratégia

reprodutiva para esta espécie, Coelho et al. (2005a) relataram que em baixas densidades,

P. stratiotes investe em propagação vegetativa, cobrindo rapidamente o espelho d’água,

e sob altas densidades, investe na propagação sexuada, como resistência às condições

adversas. Isso sugere que para o P2, no período de seca essa espécie investe em

reprodução sexuada, germinando as sementes na época cheia.

Há de se levar em conta que no P1 o banco de macrófitas associado estava mais

denso que no P2, o que pode ser explicado pela morfologia das duas espécies de

Pontederiaceae. Eicchornia azurea apresenta ampla propagação vegetativa com leve

crescimento em zigue-zague por meio de estolão (Pott & Pott, 2000), favorecendo

espaçamento entre os limbos e então maior incidência solar para desenvolvimento de P.

Page 71: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

69

stratiotes. De fato, E. crassipes por apresentar crescimento vertical intenso, no P1,

principalmente quando estocada em altas densidades, foi favorecida mais eficientemente

pela energia solar (Knipling et al. 1970). Desta forma, P. stratiotes foi afetada em seu

desenvolvimento por E. crassipes, que apresentou redução de biomassa. O mesmo

resultado foi obtido por Camargo & Henri-Silva (2005) em experimento conduzido em

unidades experimentais com essas duas espécies.

Outros fatores ambientais associados podem ter gerado respostas diferentes na

produção de biomassa sobre a população de Pistia stratiotes, uma vez que, além da

variação no nível d’água, outras variáveis bióticas e abióticas podem servir como

padrões de crescimento de plantas aquáticas, como luminosidade, disponibilidade de

nutrientes, pH, alcalinidade, salinidade e processos ecológicos, (Madsen et al. 1998,

Neiff 2001, Murphy 2002; Henry-Silva & Camargo 2005).

Os diferentes resultados obtidos por Pistia stratiotes e Salvinia auriculata nos

dois pontos de amostragem revelaram que não há um padrão de produção de biomassa

em relação ao nível da água e que provavelmente essas espécies competem por um

mesmo recurso, fator observado pelo aumento de biomassa de uma e redução de outra

para mesmo período. Resultado semelhante foi obtido por Bini (1996), em estudo

conduzido na planície de inundação do rio Paraná. Benassi & Camargo (2000)

constataram um ganho significativo de biomassa de S. molesta em um experimento que

avaliou a competição com P. stratiotes em águas pobres em N e P. Porém em estudo

desenvolvido em reservatório, Junk & Willians (1984), revelaram que espécies como E.

crassipes, P. stratiotes e S. auriculata ocorrem em hábitats com maiores concentrações

de nutrientes e que as características reprodutivas desta última espécie aliadas à alta

concentração de nutrientes e a fatores climáticos (elevada temperatura e luminosidade),

parecem determinar seu sucesso.

Page 72: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

70

Para Salvinia auriculata foi possível observar que o aumento de biomassa

ocorreu concomitante à elevação do nível da água no P1. O mesmo padrão não foi

encontrado para esta espécie no P2 que pode ser explicado pelo grande desenvolvimento

de P. stratiotes no pico da cheia (fevereiro/2008), a qual provavelmente competiu por

espaço e/ou luz com S. auriculata.

Em estudo realizado por Coelho et al. (2005b) com Salvinia auriculata em

lagoas temporárias do Pantanal sul, sub-regiões de Miranda e Abobral, foi verificado

que essa espécie produz grande proporção de esporocarpos sob alta densidade

populacional, o que não foi observado para baixas densidades. Segundo Hoffman &

Stockey (1994), a alta produção de esporos é uma estratégia de sobrevivência ao

eventual período de seca, já que o aumento da densidade pode ser um indicativo de que

o nível da água está baixando. Coelho et al. (2005b) afirmaram ainda que em regiões

com alagamentos periódicos como o Pantanal, a propagação vegetativa pode assegurar a

rápida colonização da espécie quando o nível d’água sobe e o crescimento de clones se

torna possível, o que é corroborado pelo aumento da produção de biomassa de S.

auriculata obtido no presente estudo para o período de cheia. No entanto, este

desenvolvimento é interrompido quando o nível d’água diminui e num período de seca

as espécies sobrevivem pela formação de sementes ou esporos dormentes (Junk 1980).

Lloyd e Kleowski (1970) reforçaram que no sul do Pantanal muitas lagoas secam

completamente na maior parte do ano e S. auriculata não consegue sobreviver em forma

vegetativa sob tais condições, porém os esporocarpos em estado de dormência podem

permanecer viáveis por períodos muito longos, mesmo durante secas extremamente

severas.

Devido à conexão temporária da lagoa de meandro com o rio Miranda no

Page 73: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

71

período de cheia, o nível d’água elevou-se bruscamente influenciando na biomassa das

espécies estudadas. À medida que o nível hidrológico foi se reduzindo, as populações de

Eicchornia azurea e E. crassipes diminuíram nas duas áreas amostradas, fato justificado

pela redução de biomassa, limitada a poucos indivíduos menores observados na seca. No

período de seca (outubro/2008), o baixo nível da água favoreceu o aparecimento de um

banco de areia no P2, resultando no recuo e redução gradual dos bancos de macrófitas,

que se ancoraram às margens da lagoa de meandro (Fig. 2). A alteração no tamanho

médio dos pecíolos em função da variação do nível hidrológico parece ser plasticidade

fenotípica, característica das macrófitas aquáticas emersas a fim de assegurar a

sobrevivência em ambientes instáveis.

Durante o período de cheia, foi observado incremento de biomassa de

Eicchornia crassipes e esse ganho certamente está relacionado ao aumento da área

disponível para o desenvolvimento da espécie, que se propaga tanto sexuada quanto

assexuadamente, bem como pelo crescimento vertical, fato esse evidenciado pelo

alongamento de pecíolos que atingiram em média 60 cm de comprimento. Da Silva &

Esteves (1993) também verificaram, em estudo realizado no Pantanal de Mato Grosso,

aumento da biomassa dessa espécie na cheia devido ao crescimento horizontal e vertical

dessa população.

Em fevereiro ocorreu alta taxa de mortalidade de Eicchornia crassipes no P1

devido, provavelmente, a elevação repentina da coluna d’água que resultou na redução

da biomassa em 537% em relação à coleta anterior e no acentuado valor de necromassa

(479 gPS/m2). O contrário foi observado para E. azurea no P2, cuja taxa de mortalidade

demonstrou-se menor (58 gPS/m2) e a biomassa, no entanto, aumentou 80,7% em

relação à coleta do bimestre anterior.

Page 74: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

72

O distúrbio causado pela acentuada elevação da coluna d’água refletiu-se no

aumento nos valores de biomassa para esta última espécie que, aparentemente, está

muito bem adaptada a essa dinâmica ambiental. Perdas de biomassa por herbivoria na

lagoa de meandro também devem ser consideradas, tendo em vista que durante a

vazante, limbos e pecíolos de E. crassipes e E. azurea foram observados com injúrias.

Esteves (1988) explicou que as macrófitas aquáticas, especialmente as emersas

e com folhas flutuantes, estão enraizadas em sedimentos com concentrações de

nutrientes muitas vezes superiores àquelas encontradas na água e têm suas folhas

dispostas acima da coluna d’água, o que permite melhor eficiência fotossintética.

Segundo Westlake (1963), estas características ecológicas possibilitam que estas

comunidades alcancem elevados valores de biomassa. Maltchick et al. (2004) relataram

que, embora a composição e a produção de biomassa variem de acordo com a duração e

época dos pulsos de inundação, estes eventos não impedem o estabelecimento de

espécies dominantes de macrófitas aquáticas.

Resultados obtidos neste estudo corroboram trabalhos semelhantes realizados em

regiões tropicais. Nogueira (1989) em São Paulo, Bini (1996) no Paraná e Pedralli

(2003) em Minas Gerais observaram variação na biomassa de Eicchornia azurea

resultante de alterações no nível d'água. Silva & Esteves (1993) registraram o fato de

que, durante o período de cheia, E. azurea acumula biomassa e incrementa seu

crescimento no Pantanal.

A profundidade da água interferiu positivamente na cobertura de Eicchornia

azurea, que formou grandes populações principalmente nas extremidades da lagoa de

meandro no período de cheia. Souza et al. (2002) também encontraram o mesmo padrão

para esta espécie, em estudo que avaliou a profundidade da água para estimar a riqueza

Page 75: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

73

das espécies de macrófitas aquáticas em três lagoas da planície de inundação do rio

Paraná.

Para Pompêo et al. (2001), quando o nível da água é elevado, os recursos são

transferidos para produção de biomassa, sendo este padrão um indício de que o nível da

água

atua sobre a variação sazonal da biomassa de macrófitas aquáticas, conforme observado

no presente estudo. Além disso, Santos & Esteves (2004) e Enrich-Prast & Esteves

(2005) reforçaram que a pluviosidade também pode ser um importante fator responsável

pela variação sazonal da biomassa e produtividade de macrófitas; fato este corroborado

pelo observado no período chuvoso ocorrente de novembro a abril no Pantanal.

Provavelmente o grande aumento da população de Eicchornia crassipes no

primeiro mês de coleta (novembro/2007) se deveu à alta temperatura aliada à pequena

variação da coluna d’água ou até mesmo pela pequena redução do nível d’água em

comparação ao mesmo período de seca observado em 2008, favorecendo então o

estabelecimento dessa população no P1. Após o pico da cheia, tanto E. crassipes quanto

E. azurea reduziram os valores de biomassa gradativamente ao longo dos meses,

atingindo os menores valores no período de seca.

Devido à imprevisibilidade de eventos climáticos extremos como cheias e

secas, tem-se sugerido que a habilidade dos modelos de avaliação da produção de

biomassa por macrófitas aquáticas em longos períodos de tempo nos sistemas aquáticos

é baixa (Carr et al. 1997). De fato, a dificuldade em descrever matematicamente todos os

fatores que podem influenciar positiva ou negativamente a produção de biomassa pelas

macrófitas aquáticas foi observada no presente estudo, que por ser realizado em

ambiente natural não permitiu inferir quais variáveis são responsáveis pelas variações de

Page 76: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

74

biomassa, haja vista os dados geoquímicos do meandro não terem sido coletados. Da

mesma forma, Santos (2004) reforçou que, apesar disso, os modelos de produtividade

utilizados são bastante úteis do ponto de vista científico, pois eles podem elucidar

mecanismos de “feedback” nem sempre aparentes em estudos de laboratório que por sua

vez podem identificar áreas onde mais estudos sejam necessários.

Pode-se concluir com os resultados obtidos que variações significativas de

biomassa ocorreram ao longo do ciclo anual, corroborando outros trabalhos semelhantes

já realizados no Brasil. Houve forte relação entre valores de biomassa de Eicchornia

azurea e E. crassipes e o nível hidrológico da lagoa de meandro Baía Negra e que outros

fatores não observados neste trabalho possam regular o incremento e redução da

biomassa de Pistia stratiotes e Salvinia auriculata.

AGRADECIMENTOS

À MSc. Zildamara dos Reis Holsback Menegucci, pela ajuda nas análises

estatísticas, ao MSc. Carlos Rodrigo Lehn pelas valiosas críticas e recomendações no

manuscrito. Ao MSc. Marcelo Leandro Bueno pela ajuda nas viagens de coleta. A

primeira autora agradece à Fundect/CAPES pela bolsa de Mestrado concedida. A

terceira autora agradece a CAPES pela bolsa Prodoc.

LITERATURA CITADA

Barrat-Segretain, M. H., Bornette, G. and Hering-Vilas-Bôas, A. 1998. Comparative abilities of vegetative regeneration among aquatic plants growing in disturbed habitats. Aquatic Botany 60: 201-211.

Benassi, R. F.; Camargo, A. F. M. 2000. Avaliação do processo competitivo entre duas espécies de macrófitas aquáticas flutuantes, Pistia stratiotes L. e Salvinia molesta

Page 77: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

75

Mitchell. Revista de Iniciação Científica 1: 59-66.

Bini, L. M. 1996. Influence of flood pulse on the phytomass of three species of aquatic macrophytes in the upper River Parana floodplain. Arquivos de Biologia e Tecnologia 39(3): 715-721.

Biudes, J. F. V. e Camargo, A. F. M. 2008. Estudos dos fatores limitantes à produção primária de macrófitas aquáticas no Brasil. Oecologia Brasiliensia 12: 7-19.

Camargo, A. M. and Esteves, F. 1995. Influence of water level variation on fertilization of an oxbow lake of rio Mogi-Guaçu, State of São Paulo, Brazil. Hydrobiologia 299:185-193.

Carr, G. M., Duthie, H. C. and Taylor, W. D. 1997. Models of aquatic plant productivity: a review of the factors that influence growth. Aquatic Botany, Amsterdam 59: 195-215.

Coelho, F. F., Lopes, F. S. and Sperber, C. F. 2005a. Persistance strategy of Salvinia auriculata Aublet in temporary ponds of Southern Pantanal, Brazil. Aquatic Botany 81: 343-352.

Coelho, F. F., Deboni, L. and Lopes, F. S. 2005b. Density-dependent reproductive and vegetative allocation in the aquatic plant Pistia stratiotes (Araceae). Revista de Biologia Tropical 53 (3-4): 369-376.

Cronk, J. K. and Fennessy, M. S. 2001. Wetlands plants: biology and ecology. CRC Press, 462p.

Enrich-Prast, A. and Esteves, F. A. 2005. Flood pulse influence and anthropic impact on the chemical composition and energy content of Oryza glumaepatula in an Amazonian lake. Brazilian Journal of Biology 66(2): 451-458.

Esteves, F. A. 1998. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Ed. Interciência/FINEP. 2ª ed. 602p.

Esteves, F.A. e Camargo, A. F. M. 1986. Sobre o papel das macrófitas na estocagem e ciclagem de nutrientes. Acta Limologica Brasilica 1: 273-298.

Henry-Silva, G. G. e Camargo, A. F. M. 2003. Avaliação sazonal da biomassa da macrófita aquática Eichhornia azurea em um rio de águas brancas da bacia hidrográfica do rio Itanahém (litoral sul do Estado de São Paulo, Brasil). Hoehnea, São Paulo, 30(1): 71-77.

Henry-Silva, G. G. e Camargo, A. F. M. 2005. Interações ecológicas entre as macrófitas aquáticas flutuantes Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes. Hoehnea 32(3): 445-452.

Hoffman, G. L. and Stockey, R. A. 1994. Sporophytes, megaspores, and massules of Azolla stanleyi from the Paleocene Joffre Bridge locality, Alberta. Can. J. Bot. 72: 301–308.

Holmes, M. G. and Klein, W. H. 1987. The light and temperature environments. In: Plant life in aquatic and amphibious habitats. Crawford, R. M. M. (Edit.) Blackwell Scientific Publications, p. 3-22.

Page 78: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

76

Junk, W. F. 1980. Áreas inundáveis – Um desafio para a limnologia. Act.Amazon 10: 775-795.

Junk, W. J., Bayley, P. B. and Sparks, R. E. 1989. The flood pulse concept in river - floodplain systems. Can. Spec. Publ. Fish. Aquat. Sci. 106: 110-127.

Junk, W. J. and Piedade, M. T. F. 1993. Biomass and primary-production of herbaceous plant communities in the Amazon floodplain. Hydrobiologia 263: 155-162.

Junk, W. & Williams, H. 1984. Ecology of aquatic macrophytes in Amazônia. In: Sioli, H. (ed). The Amazon: Limnology of a mighty tropical river and its basin. Dordrecht: 269-293.

Knipling, E.D., West, S.H. & Haller, W.T. 1970. Growth characteristics, yield potential, and nutritive content of water hyacinth. Soil & Crop Society, 30: 51-63.

Köppen, W. 1948. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. Fondo de Cultura Econômica. México. 479p.

Lloyd, R. M. and Kleowski, E. J. 1970. Spore germination and aviabity in Pteridophyta: evolutionary significance of chlorophyllous spores. Biotropica 2, 129-137.

Madsen, T. V., Hahn, P. and Johansen, J. 1998. Effect of inorganic carbon supply on the nitrogen requirement of two submerged macrophytes, Elodea canadensis and Callitriche cophocarpa. Aquatic Botany 62: 95-106.

Maltchick, L., Rolon, A. S. and Groth, C. 2004. The effects of the flood pulse on the macrophytes community in a shallow lake of southern Brasil. Acta Limnologica Brasiliensia 16: 155-178.

Mauhs, J., Marchioretto, M. S. e Budke, J. C. 2006. Riqueza e biomassa de macrófitas aquáticas em uma área úmida na planície costeira do Rio Grande do Sul. Pesquisas. Botânica 57: 289-302.

Murphy, K. J. 2002. Plant communities and plant diversity in softwater lakes if northern Europe. Aquatic Botany 73: 287-324.

Neiff, J. J. 2000. Diversity in some tropical wetland systems of South America: 1-32. In: Wetlands Biodiversity, Vol II. B.GOPAL and W. JUNK (Eds.), Backhuys Publish. The Netherlands p. 31-60.

Neiff, J. J. 2001. Diversity in some tropical wetland systems of South America. p. 1–60. In W. Gopal, J. Junk, and J. A. Davis (eds.) Biodiversity in Wetlands: Assessment, Function and Conservation. Backhuys Publishers, Leiden, The Netherlands.

Nogueira, F. M. B. 1989. Importância das Macrófitas Aquáticas Eichhornia azurea Kunth e Scirpus cubensis Poepp. & Kunth na ciclagem de nutrientes e nas principais características limnológicas da lagoa de Infernão (SP). Dissertação de Mestrado. PPG Ecologia e Recursos Naturais. UFSCar, São Carlos, 147p.

Nunes, J. R. S. 2003. Dinâmica Espacial e temporal dos nutrientes na biomassa de Eichhornia crassipes (Mart.) Solms no Sistema de Baías Chacororé - Sinhá Mariana, Pantanal Mato-Grossense, Barão de Melgaço, MT. Cuiabá: Dissertação. Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade de mestrado, Instituto de

Page 79: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

77

Bio Ciências, PPG UFMT.

Pagioro, T. A. 2002. Macrófitas aquáticas da planície de Inundação do Alto rio Paraná: listagem de espécies e padrões de diversidade em ampla escala. In: II workshop - PELD - A planície alagável do Alto Rio Paraná, Maringá.

Pedralli, G. 2003. Macrófitas aquáticas como bioindicadoras da qualidade da água: alternativas para usos múltiplos em reservatórios. In: Thomaz, S. M. e Bini, L. M. (Ed.) Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas. EDUEM, Maringá, p. 171-188.

Piedade, M. T. F., Junk, W. J. and Long, S. P. 1991. The productivity of the C4 grass Echinochloa polystachya on the Amazon floodplain. Ecology. 72(4): 1456-1463.

Pompêo, M. L. M. 1999. As macrófitas aquáticas em reservatórios tropicais: aspectos ecológicos e propostas de monitoramento e manejo. In: M. L. M. Pompêo (ed.). Perspectivas da Limnologia no Brasil. p. 105-119.

Pompêo, M. L. M., Henry, R. and Moschini-Carlos, V. 2001. The water level influence on biomass of Echinochloa polystachya (Poaceae) in the Jurumirim Reservoir (São Paulo, Brazil). Rev. Bras. Biol. São Carlos 61(1): 19-26.

Pott, V. J. e Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal, 1ª Ed. Brasília: EMBRAPA, 404p.

Pott, V. J. e Pott, A. 2001. Distribuição de Macrófitas Aquáticas no Pantanal. III Simpósio Sobre Recursos Naturais e Sócio-Econômicos do Pantanal, Embrapa Pantanal 3: 01-26.

Robertson, A. I., Bacon, P. and Heagney, G. 2001. The response of floodplain primary production to flood frequency and timing. J. Appl. Ecol. 38: 126-136.

Santos, A. M. 1999. Produção, densidade e biomassa da macrófita aquática Eleocharis interstincta (Vahl) na lagoa de Jurubatiba (Macaé-RJ). Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Departamento de Ecologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 74 p.

Santos, A. M. 2004. Macrófitas Aquáticas da Planície de Inundação do Alto Rio Paraná: Produtividade Primária, Decomposição, Ciclagem de Nutrientes e Diversidade. 2004. Maringá. Tese (Doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais). Departamento de Biologia. NUPÉLIA. Universidade de Maringá, 101 p.

Santos, A. M. and Esteves, F. A. 2004. Influence of water level fluctuation on the mortality and aboveground biomass of the aquatic macrophyte Eleocharis interstincta (Vahl) Roemer et Schults. Brazilian Archives of Biology and Technology 47(2): 281-290.

Santos, A. M. e Thomaz, S. M. 2003. Diversidade de espécies de macrófitas aquáticas em lagoas de uma planície de inundação tropical: o papel da conectividade e do nível da água. In: IX Congresso Brasileiro de Limnologia, Juiz de Fora.

Scremin-Dias, E., Pott, V. J., Hora, R.C. e Souza, P. R. 1999. Nos Jardins Suspensos da Bodoquena – Guia para identificação de plantas aquáticas de Bonito e região. Editora UFMS, Campo Grande, MS, 160p.

Page 80: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

78

Scremin-Dias, E. 2000. A plasticidade fenotípica das macrófitas aquáticas em resposta à dinâmica ambiental. In: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. (Org.). Tópicos especiais em botânica. Brasília: Embrapa 1: 84-90.

Silva, C. J. da., F. A. Esteves. 1993. Biomass of three macrophytes in the Pantanal of the Mato Grosso, Brazil. International Journal of Ecology and Environmental Sciences, (19): 11-23.

Souza, D. C., Thomaz, S. M. and Bini, L. M. 2002. Species richness and beta-diversity of aquatic macrophytes assemblages in three floodplain tropical lagoons: evaluating the effects of sampling size and depth gradientes. Amazoniana 17(1/2): 213-225.

SPSS INC. 2000. Systat® version 10.0. Chicago, SPSS Inc.

Thomaz, S. M. e Bini, L. M. 1998. Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas em reservatórios. Acta Limnologica Brasiliensia, São Paulo 10(1): 103-116.

Ward, J. and Tockner, K., 2001. Biodiversity: towards a unifying theme for river ecology. Freshw. biol. 46(2): 807-819.

Westlake, D. F. Macrophytes In: WHITTON, B. A. 1975. Studies in Ecology – River Ecology. University of California Press, California, 725p.

Westlake, D. F. 1963. Comparisons of plant productivity. Biol. Rev. 38: 385-425.

Wetzel, R. G. 1975. Limnology. Philadelphia, Sauders. 743 p.

Wilkinson, L. 2004. SYSTAT 11. Richmond, CA, SYSTAT Software, Inc.

Wilhelmy, H. 1957. Das grosse Pantanal in Mato Grosso. Deutscher Geographentag, Wuerzburg. Pp. 45-71. In: Tagunsberichte und wissenchaftlichen Abhandlungen. Wiesbaden, Franz Steiner.

Page 81: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

79

Tabela 1. Valores de transparência (m) da coluna d’água em três locais eqüidistantes da lagoa

de meandro Baía Negra, Pantanal, sub-região de Miranda, Centro-Oeste do Brasil.

P1 Região central P2

�ovembro/07 0,60 0,80 0,40

Fevereiro/08 0,45 1,30 1,00

Junho 1,10 1,20 0,80

Agosto 0,80 1,10 0,50

Outubro 0,50 0,60 0,20

Page 82: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

80

Figura 1. Imagem de satélite da localização da área de estudo, lagoa de meandro Baía Negra, Pantanal, sub-região de Miranda, Centro-Oeste do Brasil (FONTE: Google Earth, versão 4.3.7284.3916).

Page 83: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

81

Figura 2. Perfis esquemáticos dos dois pontos de amostragem (P1 e P2) na lagoa de meandro Baía Negra, Pantanal, sub-região de Miranda, Centro-Oeste do Brasil, evidenciando a cobertura de macrófitas aquáticas nos períodos de seca e cheia.

Page 84: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

82

Figura 3. Variação do nível hidrológico e da biomassa nas duas regiões de amostragem (P1 e P2) na lagoa de meandro Baía Negra, no Pantanal, sub-região de Miranda, Centro-Oeste do Brasil.

Page 85: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

83

Considerações Finais

A lagoa de meandro avaliada apresenta grande diversidade

genérica, com poucas espécies por família. A antropização local

revelou que este ambiente está sendo modificado, devido

principalmente a atividade pecuária e pesqueira comuns na região.

Estudos florísticos que abranjam mais de um ciclo sazonal de

seca e cheia, incluindo avaliação fenológica das espécies de

macrófitas aquáticas podem contribuir significativamente para a

compreensão mais acurada do comportamento dessa comunidade de

plantas.

Os resultados obtidos neste estudo podem subsidiar novos

estudos de florística e fitossociologia de lagoas de meandro ou outras

áreas alagáveis, bem como os de produtividade, necessários para o

conhecimento da auto-ecologia das espécies e planos de manejo e

controle deste grupo de plantas em ambientes aquáticos.

Os valores da biomassa de Eichhornia azurea, E. crassipes,

Pistia stratiotes e Salvinia auriculata variaram temporal e

sazonalmente durante o período de estudo. As duas primeiras

espécies demonstraram alterações nos valores de biomassa em

virtude das oscilações do nível hidrológico, no entanto as demais não

apresentaram nenhum padrão.

Em se tratando de ambiente cujos dois pontos de amostragem

Page 86: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

84

(extremidades da lagoa) apresentam bancos relativamente extensos

de macrófitas aquáticas (100m x 100m), e desta forma variações na

composição de espécies devido à distribuição ao longo do tempo e

espaço, recomenda-se que o número de parcelas seja maior do que

as adotadas neste estudo (cinco), pois o maior número de repetições

poderia resultar na confirmação dos dados obtidos.

Mesmo não apresentando um padrão na variação temporal da

biomassa das espécies estudadas, houve tendência à redução da

biomassa da Eichhornia azurea e E. crassipes, simultaneamente à do

nível da água da lagoa. E. crassipes reduziu significativamente o

tamanho dos indivíduos, ao passo que E. azurea manteve-se igual ao

longo do estudo, porém com população menos densa no período da

seca quando comparada ao da cheia.

Seriam interessantes estudos mais detalhados sobre a

comunidade de macrófitas aquáticas em seu ambientes natural,

abrangendo mais de um ciclo sazonal de seca e cheia, além de outros

fatores que podem ser importantes propulsores na incorporação de

biomassa por essas plantas. Os elevados valores de biomassa

apresentados por Eichhornia crassipes (1591,4 gPS/m2) para o

primeiro mês de coleta (período de seca), mostraram diferenças

expressivas na biomassa em comparação à apresentada (11,6

gPS/m2) para o último mês e mesmo período, revelando que podem

Page 87: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

85

haver diferenças nas respostas destas plantas de um ciclo ao outro.

Page 88: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 89: Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp108603.pdf · -Dias . UNIVERSIDADE FEDERAL CENTRO DE CIÊNCIAS B DEPARTAMENTO DE BIOL ... à Celinha , Evinha , Danuta e Davi! Por me

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo