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Língua Portuguesa: resolução de questões Apresentação O material de Língua Portuguesa: Resolução de questões tem como objetivo treinar os alunos no que se refere ao formato e aos temas das provas de diferentes concursos de renome realizados no país. A parte de análise das questões ajuda a desenvolver o senso crítico do aluno, de modo a possibilitar a revisão da resposta e, em caso de erro, permite a compreensão do problema e a redefinição do raciocínio. Esse processo fami- liariza o candidato com as especificidades das provas, que, além de conhecimento gramatical, exigem boa desenvoltura na produção e na in- terpretação de textos e muita atenção na leitura das questões. São apresentadas a questão a ser analisada, a resposta correta e, em seguida, uma análise que justifica a resposta certa e explica por que as outras alternativas estão incorretas. Dentre os temas privilegiados, destacam-se interpretação de texto; relação do texto com as partes que o compõem; concordância e regência (nominais e verbais); colocação pronominal; acentuação; e as novas regras de ortografia. Verônica Daniel Kobs Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br

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Língua Portuguesa: resolução de questões

ApresentaçãoO material de Língua Portuguesa: Resolução de questões tem como objetivo treinar os alunos no que se refere ao formato e aos temas das provas de diferentes concursos de renome realizados no país. A parte de análise das questões ajuda a desenvolver o senso crítico do aluno, de modo a possibilitar a revisão da resposta e, em caso de erro, permite a compreensão do problema e a redefinição do raciocínio. Esse processo fami-liariza o candidato com as especificidades das provas, que, além de conhecimento gramatical, exigem boa desenvoltura na produção e na in-terpretação de textos e muita atenção na leitura das questões.São apresentadas a questão a ser analisada, a resposta correta e, em seguida, uma análise que justifica a resposta certa e explica por que as outras alternativas estão incorretas. Dentre os temas privilegiados, destacam-se

interpretação de texto; �

relação do texto com as partes que o compõem; �

concordância e regência (nominais e verbais); �

colocação pronominal; �

acentuação; e �

as novas regras de ortografia. �

Verônica Daniel Kobs

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Verônica Daniel Kobs*

1. Considere as orações abaixo.

Não conhecemos o lugar de onde provém aquelas mercadorias.I.

Têm muitos mistérios aquele olhar.II.

De acordo com a norma culta:

a) somente I está correta.

b) somente II está correta.

c) I e II estão corretas.

d) nenhuma está correta.

* Doutora em Estudos Li-terários, Mestra em Litera-tura Brasileira e licenciada em Letras português–latim pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Análise

Os itens I e II estão incorretos porque usam inadequadamente os verbos. No primeiro caso, o verbo provir, usado para indicar origem ou procedên-cia, está aplicado corretamente, no que se refere ao sentido. No entanto, ele aparece conjugado na terceira pessoa do singular (provém). Se, no período, o único termo que aparece no singular é lugar, temos de verificar se o verbo deve concordar com ele, e isso não acontece: temos um período composto em que lugar é objeto do primeiro verbo – conhecer. Sendo assim, o sujeito da segunda oração é “aquelas mercadorias”. Se o sujeito é plural, o verbo também deveria estar conjugado no plural. Esse é o erro do primeiro exemplo dado na questão. O correto seria: “[…] de onde provêm aquelas mercadorias.” Uma leitura desatenta não faz a relação correta entre verbo e sujeito porque leva em conta o singular de “o lugar” e a ordem indireta. A estrutura do período é a armadilha do item I, pois a ordem direta – “aquelas mercadorias provêm de…” – não deixa espaço a dúvidas.

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O item II também está incorreto porque o verbo, que está no plural (têm), não está concordando com o sujeito (“aquele olhar”). Novamente, é a ordem indireta que motiva a “pegadinha”. Pela proximidade entre “têm” e “muitos mistérios”, os leitores mais desatentos tendem a considerar correto o exemplo, sem atentar para o fato de que a ordem direta (“Aquele olhar tem muitos mis-térios.”) deixa claro que o sujeito (“aquele olhar”) está no singular e, portanto, pede o verbo também no singular. Dessa forma, o item II só estaria correto se fosse escrito deste modo: “Tem muitos mistérios aquele olhar.”

Mas atenção: na terceira pessoa do singular, ter não tem acento, mas as formas derivadas desse verbo recebem acento agudo (mantém, detém etc.), igualando-se ao verbo provir, que, quando conjugado na terceira pessoa do singular, recebe acento agudo (provém) e, na terceira pessoa do plural, acento circunflexo (provêm).

Embora alguns casos de acentuação tenham mudado com o novo acordo ortográfico, esse não teve nenhuma alteração.

2. Considere as orações abaixo.

Perdi meu óculos.I.

Machucou as costas.II.

De acordo com a norma culta:

a) somente I está correta.

b) somente II está correta.

c) I e II estão corretas.

d) nenhuma está correta.

Análise

Esta questão trabalha com a concordância nominal. Nos itens I e II, temos dois substantivos plurais, óculos e costas. Como eles estão no plural, devem concor-dar em gênero e número com os termos que os acompanham. No primeiro caso, a palavra óculos deve concordar com o pronome possessivo meu, que aparece no singular, mas deveria estar no plural: o correto é “Perdi meus óculos.”

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O item II faz a concordância de forma correta: considerando que costas é um substantivo feminino plural, o artigo definido as também é usado na forma feminina plural. Em razão disso, confirmamos que apenas o exemplo II está correto.

3. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas.

Não houve _____ para a sua contratação.I.

O gerente ________ o funcionário.II.

a) empecilho – destratou.

b) empecilho – distratou.

c) impecílio – destratou.

d) impecílio – distratou.

Análise

Aqui importam o domínio da grafia das palavras e a diferenciação entre as formas escrita e falada. Quando pronunciamos algumas palavras, às vezes mudamos o som de algumas vogais. É bastante comum trocarmos o e pelo i, assim como também é frequente a substituição do li por lh.

Para evitar a confusão, uma saída é automatizar o uso de algumas palavras. Outra forma é recorrer ao dicionário. E ainda outra, um pouco mais complica-da, é pensar no processo de formação das palavras.

Empecilho é um substantivo derivado do verbo empecer, que significa “pre-judicar, impedir”. Portanto, empecilho é um obstáculo, ou seja, o que impede que alguma coisa aconteça.

No caso de destratar, temos a junção do verbo “tratar” com o prefixo de negação des-, que resulta em um verbo que significa “tratar mal”.

O item II da questão também pede que o candidato saiba diferenciar as formas destratar e distratar, que não se resume a uma troca de vogais decor-rente da diferença entre fala e escrita, como no caso de empecilho.

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Destratar é o verbo mais adequado para completar o sentido do item II, porque teremos “O gerente destratou/maltratou o funcionário.”

Se fosse utilizado o verbo distratar, o período não faria sentido, porque distra-tar é sinônimo de desfazer ou anular um contrato ou um acordo, por exemplo.

4. Assinale a alternativa que indica correta e respectivamente a classifica-ção das palavras destacadas.

VivaI. , finalmente ele chegou.

Viva II. o campeão paulista!

a) verbo – verbo

b) substantivo – interjeição

c) interjeição – verbo

d) verbo – interjeição

Análise

No item I, viva é interjeição. As interjeições são invariáveis e não desem-penham função sintática na frase. Por essa razão, elas sempre aparecem pre-servadas, ou seja, separadas da informação básica do período pelo uso da vírgula ou do ponto de exclamação. Isso reforça a função da interjeição, que é expressar um sentimento ou uma emoção. O viva utilizado acima demonstra alegria, porque “finalmente ele chegou”.

No item II, viva desempenha a função de verbo no modo imperativo. Per-ceba que o termo não é desligado do restante do período, não há nenhuma vírgula no exemplo. No entanto, como os itens I e II são muito semelhantes na expressão de alegria e na exultação – no primeiro exemplo, dada pela interjei-ção e no segundo, pela exclamação – muitos candidatos tendem a considerar viva apenas interjeição ou apenas verbo em ambos os casos, sem atentar para a principal característica da interjeição: ela não pode integrar a informação básica do período e, portanto, é apenas complemento ou acessório e precisa ser se-parada dos termos essenciais da oração pelo uso da vírgula ou pelo ponto de exclamação, que isola a interjeição de modo mais enfático (“Viva! Finalmente ele chegou.”).

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5. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas.

Não revelou a razão _____ não havia mostrado as fotos.I.

Chegou tarde ________ o carro quebrou.II.

a) por que – porque.

b) por que – por que.

c) porque – porque.

d) porque – por que.

Análise

A questão trata do uso dos porquês.

Nas alternativas, temos por que e porque.

A forma separada e sem acento pode ser usada em início de pergunta (“Por que você não foi à festa?”) ou no meio do período. Em ambos os casos, note que as palavras razão ou motivo podem aparecer implícita ou explicitamente na oração: “Por que (razão) você não foi à festa?” / “Não sei por que (razão) ele não foi à festa.”

A forma porque (junto e sem acento) é usada para dar uma explicação ou jus-tificativa e, por isso, é bastante comum nas respostas. Supondo que alguém tente explicar por que (razão) ele não foi à festa, teríamos “Porque ele estava cansado.”

A partir dessa breve retomada, vamos entender por que (motivo) a respos-ta correta da questão é a letra a, que propõe que os períodos sejam comple-tados da seguinte forma:

I. Não revelou a razão por que não havia mostrado as fotos.

II. Chegou tarde porque o carro quebrou.

No I, temos explícita no período a palavra razão. Além disso, “por que” pode ser substituído por “pela qual”, mais um indício de que, nessa opção, a forma correta é “por que”.

O segundo exemplo usa porque, para dar uma explicação sobre o fato de o sujeito ter chegado tarde e, nesse caso, o correto é sempre porque, junto e sem acento.

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6. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacu-nas.

Não sei ________ você quer chegar.I.

________ está minha carteira?II.

a) onde – onde.

b) onde – aonde.

c) aonde – aonde.

d) aonde – onde.

Análise

A diferença entre onde e aonde é a preposição a – que, neste caso, é usada para dar ideia de movimento. O que define o uso de uma forma ou de outra é o verbo.

No item I, o verbo é chegar e a forma adequada de completar o sentido desse verbo é usando a preposição a (“cheguei à (a + a = à) praia” / “cheguei ao (a + o = ao) meu destino”). Portanto, como ficou comprovada a necessida-de do a, no uso correto do verbo chegar, quando o complemento for onde é preciso que o a apareça, formando aonde:

I. Não sei aonde você quer chegar.

Na opção II, o verbo é estar, que indica ausência de movimento, perma-nência, imobilidade. Quando esse verbo é utilizado com preposição, é recor-rente o uso do em, para indicar o lugar em que determinada pessoa ou coisa está (“Ele está no (em + o = no) estúdio.”). Se é assim, como o verbo estar não indica movimento, é dispensável o uso do a antes de onde. Desse modo, o correto, na opção II, é:

II. Onde está minha carteira?

7. Considere as orações abaixo.

De certo, ele não virá hoje.I.

O fato passou desapercebido.II.

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De acordo com a norma culta:

a) somente I está correta.

b) somente II está correta.

c) I e II estão corretas.

d) nenhuma está correta.

Análise

Nesta questão, nenhum dos exemplos dados está correto.

O primeiro usa a expressão decerto, mas escreve-a separando de e certo. Apenas isso é suficiente para tornar a opção incorreta: decerto escreve-se junto e significa “com certeza, certamente”.

O segundo exemplo apresenta as palavras escritas de modo correto, mas desapercebido não tem o mesmo significado que despercebido – apenas um a é suficiente para mudar o sentido dessa palavra. Nas duas formas, o des- é prefixo de negação. Entretanto, ele une-se a verbos diferentes. Aperceber é “dar munição, carregar, abastecer” e, sendo assim, desaperceber é “descarre-gar, desabastecer”. Já perceber é o mesmo que “notar, ver”, o que faz com que desperceber tenha o sentido de “não ver, não notar”. Esse é o sentido mais ade-quado para informar que um fato não foi notado. Logo, o item II da questão também está errado. Para corrigi-lo, é necessário mudar o verbo usado: “O fato passou despercebido.”

8. Nos versos abaixo, de Chico Buarque, encontra-se uma figura de lin-guagem.

“Deixe em paz meu coração

que ele é um pote até aqui de mágoa [...]”

Essa figura de linguagem é:

a) a metáfora.

b) a ironia.

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c) o eufemismo.

d) o paradoxo.

Análise

A resposta correta para a questão oito é a letra a (“a metáfora”) porque, nos versos, Chico Buarque usa a imagem de um pote para representar o cora-ção cheio de mágoa. Nesse processo, o coração é comparado a um recipiente que pode acumular coisas em seu interior, até ficar cheio. Essa propriedade é típica da metáfora. Outro exemplo bastante usado dessa figura de linguagem é “lábios de rubi”, em que o rubi empresta sua cor vermelha para os lábios, que são qualificados por associação com a pedra preciosa.

A ironia não se configura nos versos apresentados porque essa figura de linguagem trabalha com dois planos de informação: o explícito e o implícito. Em outras palavras, na ironia se diz uma coisa querendo significar justamente o oposto. Como exemplo, pensemos na situação de alguém comentando o mau resultado de uma partida de futebol e dizendo que seu time fez uma “ótima atuação”, enquanto a informação real seria a de que foi uma péssima partida para o time.

O eufemismo também não é adequado para classificar a figura de linguagem usada pelo escritor porque esse recurso tenta amenizar a informação. Usamos eufemismos quando, por exemplo, em vez de informarmos que alguém “está à morte no hospital” preferimos a forma “está internado em estado grave”.

A classificação da figura de linguagem usada como paradoxo também está errada porque o paradoxo trabalha com uma oposição absurda. O exem-plo mais conhecido desse recurso está nos versos de um soneto de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente.” O efeito pa-radoxal é provocado pelo fato de o poema mencionar um fogo que queima, mas que é invisível, e uma dor que não é sentida.

O texto a seguir é base para as questões 9 e 10.

(1) Sem uma pesquisa sistemática sobre o assunto,

(2) parece, à primeira vista, que os jornais cariocas são

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(3) mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas.

(4) É alarmante a escalada da anomia em seu território.

(5) Em menos de uma semana, invadiram-se duas

(6) instalações militares para roubar armas, com êxito

(7) absoluto. Os tiroteios são cotidianos nas vias de

(8) acesso ao centro urbano e mesmo nesse centro, onde

(9) quadrilhas organizam “bondes” para tomar de assalto

(10) pedestres e motoristas. Nem mesmo membros das

(11) famigeradas milícias estão inteiramente a salvo: na

(12) semana passada, roubou-se a moto de um miliciano

(13) encarregado de vigiar uma rua num subúrbio. Ou seja,

(14) as quadrilhas vitimizam-se mutuamente, do mesmo

(15) modo como costuma acontecer com as batalhas pelo

(16) controle de pontos de droga.

(SODRÉ, 2009. Adaptado.)

9. Assinale a proposição falsa a respeito do vocabulário do texto.

a) No contexto, o termo bondes (9), está sendo empregado no senti-do de “veículo de transporte coletivo urbano e suburbano, que se move sobre trilhos”.

b) No contexto, o termo anomia (4) significa “ausência de leis, situa-ção em que não se reconhecem regras de conduta”.

c) O adjetivo prolíficos (3) quer dizer “que produzem ou geram muito”.

d) A expressão “tomar de assalto” (9) tem mais força semântica que “assaltar”.

e) O adjetivo famigeradas (11) se aplica também a pessoas “famosas, célebres, muito conhecidas”, como em “famigeradas atrizes das te-lenovelas brasileiras”.

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Análise

A resposta correta desta questão é a a porque a alternativa afirma que bondes, no texto, refere-se a um meio de transporte e, no entanto, percebe- -se que o uso desse significado seria impróprio ao conteúdo do trecho em que o termo está inserido. As quadrilhas não poderiam organizar o meio de transporte: o que elas organizam são “filas” ou “grupos”. Portanto, bondes, no texto, é a gíria carioca que se popularizou há alguns anos, e não o vocábulo que indica um tipo de veículo.

As demais alternativas estão todas corretas.

Anomia significa, de fato, “ausência de leis”. Uma consulta ao dicionário comprova isso. Além do mais, essa palavra é formada pelo prefixo de nega-ção a- + nomia. O radical nom- pode ser encontrado em outras palavras cujo significado também se relaciona à lei, como é o caso de nômico, algo que é decorrência da lei.

A letra c informa corretamente que prolífero significa “aquele que gera muito”, o que pode ser comprovado facilmente pela associação da palavra dada com a palavra primitiva, ou seja, a que deu origem à derivada prolífero: prole significa “descendência” e tem total relação com o verbo gerar.

A alternativa d afirma que “tomar de assalto” é uma expressão mais enfáti-ca do que o verbo assaltar. Isso está correto porque, além de assaltar passar a ideia de alguém pegar o que não é seu, o verbo tomar pode ser associado a vários significados que fazem a ação parecer mais violenta (tomar = “apode-rar-se de, arrancar, pegar”).

Na letra e, a informação passada é de que o adjetivo famigeradas tem um significado positivo, relacionado a “ter muita fama”. Isso está correto. No en-tanto, observe-se que o mesmo adjetivo também tem um significado nega-tivo, em sua forma mais popular, situação em que passa a ser sinônimo de faminto, “aquele que tem fome”.

10. Assinale a afirmação falsa a respeito dos elementos linguísticos do texto.

a) A expressão “Nem mesmo” (10) pode ser substituída por “Até mes-mo”, sem prejuízo do significado do texto.

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b) Entende-se um predicado oculto em “Os tiroteios são cotidianos nas vias de acesso ao centro urbano e [são cotidianos] mesmo nes-se centro.”

c) “Invadiram-se duas instalações militares” (5 e 6) pode ser substitu-ída por “Duas instalações militares foram invadidas” sem prejuízo da correção gramatical.

d) O autor evita afirmar com plena certeza que os jornais cariocas são mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas.

e) O advérbio mutuamente (14) significa “reciprocamente”.

Análise

Essa questão também pede para se assinalar a opção falsa.

Entre várias opções de substituição ou afirmativas sobre termos ou expres-sões usados no texto, a a é a única incorreta. Nela, menciona-se que “nem mesmo” pode ser usado como sinônimo de “até mesmo”.

Recuperando o trecho em que a expressão aparece, temos “Nem mesmo membros das famigeradas milícias estão inteiramente a salvo […].”

Substituindo a expressão original por “até mesmo“, haveria total alteração no sentido da informação: “Até mesmo membros das famigeradas milícias estão inteiramente a salvo […].” Assim, com a substituição sugerida no exer-cício, aqueles que não estavam “a salvo” passam a estar “inteiramente a salvo”. Sendo assim, em vez de sinônimas, as expressões podem ser consideradas antônimas, porque expressam ideias completamente opostas.

As outras alternativas estão todas corretas.

A b explica que o predicado “são cotidianos” está implícito no período. Isso acontece frequentemente quando se tem uma enumeração. Se o texto está claro, o leitor irá entender que “os tiroteios são cotidianos nas vias de acesso ao centro urbano e [são cotidianos] mesmo nesse centro”, de modo que a re-petição literal do predicado é evitada.

Na alternativa c, informa-se corretamente que “‘Invadiram-se duas instala-ções militares” pode ser substituída por “Duas instalações militares foram in-vadidas.” Para entender a substituição proposta, é necessário passar o trecho

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da ordem indireta para a direta. Ao fazermos isso, teremos uma informação na voz passiva analítica, o que, na primeira forma, não fica tão evidente, porque é o pronome se que está desempenhando a função apassivadora. Além disso, perceba que em ambos os casos temos um sujeito simples (“duas instala-ções”) e, portanto, o verbo deve concordar com ele. Assim, “invadiram” está no plural – assim como, na locução verbal “foram invadidas”, o primeiro verbo também está no plural. Importante: em locuções verbais, apenas o primeiro verbo pode variar.

A letra d menciona o cuidado do autor do texto ao fazer uma afirmação sobre os jornais cariocas. A informação procede porque, no texto, o autor es-creve: “parece, à primeira vista”, o que comprova a recusa de uma afirmação categórica sobre o assunto.

Por fim, na alternativa e são associados os termos mutuamente e reciproca-mente. De fato, eles são sinônimos, porque, nos dois casos, há ideia de troca. A adoção de um termo ou outro não prejudica o sentido da informação: “[…] as quadrilhas vitimizam-se mutuamente/reciprocamente […].”

11. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Não levou muito tempo _____ tese do desacoplamento das economias emergentes em relação _____ países desenvolvidos ser destroçada, tamanha a rapidez _____ os efeitos recessivos da paralisia do sistema globalizado de crédito, a partir da falência do Lehman Brothers, _____ propagaram. Ali ficou claro que Brasil, China, Índia e outras economias em estágio equivalente de desenvolvimento não teriam condições de compensar o desaquecimento _____ Estados Unidos, União Europeia e Japão.

a) para que a – nos – de que – lhe – dos.

b) da – a – para – a – pelos.

c) na – em – que – o – com os.

d) para a – aos – com que – se – nos.

e) pela – com os – a qual – os – em.

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Análise

Essa questão abrange o conteúdo de regência. Cada nome ou verbo tem um modo próprio de se unir às outras palavras. A ligação pode ser feita com ou sem preposição. Além disso, quando há a necessidade de uma preposição, não é qualquer uma que serve. Inconscientemente, por usarmos diariamente a língua portuguesa, sabemos a regência de vários nomes e verbos. Por exem-plo: sabemos que o correto é “eu simpatizo com a professora” e, por isso, vou considerar como errada uma construção que abra mão da preposição com: “eu simpatizo a professora”.

Sendo assim, vamos justificar a marcação da letra d como a resposta corre-ta para completar as lacunas do trecho proposto, retomando outros casos em que a mesma regência aparece.

O primeiro espaço deve ser completado com “para a”: “Não levou muito tempo para a tese […] ser destroçada.” Alguns podem pensar que o para é o elemento principal na opção escolhida e, portanto, o espaço poderia ser com-pletado adequadamente também por “para que a”. Mas, se isso acontecesse, o verbo ser não poderia ser mantido no infinitivo. Ele precisaria ser flexionado como fosse, para que tivéssemos: “Não levou muito tempo para que a tese (…) fosse destroçada”. Como se vê, um que a mais pode fazer muita diferença. Então, o modo de manter a redação do texto proposto é preencher o primeiro espaço apenas com “para a”.

Passando ao segundo espaço a ser completado, logo depois de “em rela-ção”, concluímos que a preposição a é necessária (“em relação ao evento”, “em relação à festa”). Portanto, está correto o trecho “em relação aos países desen-volvidos”. Perceba que a preposição a junta-se ao artigo, que varia de acordo com o gênero e o número da palavra com a qual concorda: a + os (masculino plural) + países (masculino plural). Essa mesma regra de concordância foi se-guida nos exemplos:

“em relação � ao evento” = a + o (masculino singular) + evento (masculino singular)

“em relação � à festa” = a + a (feminino singular) + festa (feminino singular).

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A terceira lacuna pede o uso de “com que”: “[…] tamanha a rapidez com que os efeitos […].” A preposição com aparece também quando rapidez vem em exemplos como “Ele nadou com rapidez.” No entanto, na questão em aná-lise, o que é usado como ponte entre a preposição com e o restante do texto, já que estaria errado usar apenas “tamanha a rapidez com os efeitos”.

Continuando o preenchimento dos espaços, teremos “os efeitos recessivos […] se propagaram […]”. Uma das regências do verbo propagar exige o uso do pronome se. Quando isso acontece, o verbo é chamado pronominal e signifi-ca “multiplicar-se, difundir-se”. Outro exemplo de verbo pronominal bastante usado é machucar: “Ele machucou-se escalando a montanha.”

O último espaço do texto exige o uso de nos (em + os): “[…] não teriam con-dições de compensar o desaquecimento nos Estados Unidos […].” A preposi-ção em justifica-se pelo fato de ser necessário informar em que lugar acontece o “desaquecimento”. Quanto ao uso do artigo definido os, a justificativa é que o artigo deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere e “Estados Unidos” está no masculino plural.

12. Indique a opção que completa, com correção gramatical, os espaços do trecho abaixo.

Uma nova forma de gerenciamento chega ao mercado: a quarteirização. Ela pode ser entendida como a contratação de um executivo que administra os contratos e atividades de terceiros. Para as organizações que são abertas _____ realidade e _____ mudanças, que _____ muito _____ delegando para terceiros aquelas atividades intermediárias de sua empresa, a quarteirização é uma ótima opção. (BERNARDO, 2007. Adaptado.)

a) a – as – a – vem.

b) à – a – há – vem.

c) à – as – à – vêem.

d) à – às – há – vêm.

e) a – a – a – vêm.

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Língua Portuguesa: resolução de questões – Aula 2

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Análise

A alternativa d é a única que completa adequadamente os espaços do texto. Vamos fazer o preenchimento das lacunas: “Para as organizações que são abertas à realidade e às mudanças, que há muito vêm delegando para terceiros aquelas atividades intermediárias de sua empresa, a quarteirização é uma ótima opção.”

Nos primeiros dois espaços, usamos o acento grave. A crase é resultado da junção do a preposição com o a artigo. Evidentemente, o artigo deve con-cordar em gênero e número com o substantivo. Por essa razão, o primeiro à é resultado da combinação da preposição com o artigo no singular, porque rea-lidade também está no singular. Em contrapartida, às está no plural, porque se relaciona a um substantivo plural – mudanças. Mas por que a preposição a é exigida? O a é necessário para completar o sentido da expressão “ser aberto”, pois algo que é aberto é aberto a alguma coisa.

No terceiro espaço, aparece o verbo haver indicando tempo passado. O uso está correto e é similar a “Há dois anos ele fez uma viagem ao exterior.”

O último espaço é preenchido adequadamente com a terceira pessoa do plural do verbo vir, que forma uma locução verbal com o gerúndio delegando. O plural é usado apenas no primeiro verbo da locução e é necessário para fazer a concordância correta com o sujeito (organizações), que também está no plural. É importante perceber que o acento que indica o plural do verbo vir continua sendo usado. Isso não foi alterado pelo novo acordo ortográfico: o acento desapareceu das formas que indicavam plural e tinham a vogal e duplicada, como é o caso de creem, deem, veem etc., que antes tinham acento circunflexo no primeiro e e hoje não são mais acentuados.

13. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.

A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores condi-ções do que (1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade recuou desde o (2) fim de 2008 e o desemprego tem (3) crescido. As primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades fiscais deram resultado modesto, mas já (4) afetaram a arrecadação tributária. Além disso, o manejo da políti-ca orçamentária foi limitado pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso

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continuar usando os estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de contensão (5) das despesas improdutivas. (O ESTADO DE S. PAULO, 3 mar. 2009)

a) 1.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

e) 5.

Análise

A questão pede para o candidato analisar o texto apresentado e apontar a única opção que comete erro gramatical ou de grafia. O erro aparece no item 5, em que a palavra contenção aparece escrita com s e não com ç, como prevê a gramática. Nesse aspecto, a regra é clara: todos os substantivos formados a partir de verbos devem ser grafados com ç. Além disso, algumas gramáticas informam, de modo mais específico, que os verbos terminados em ter formam substantivos terminados em tenção, ou seja, com ç, e não com s. Isso ocorre com reter/retenção, ater/atenção etc.

As demais ocorrências numeradas no texto estão corretas.

Do que é usado para opor os dois polos da comparação, as condições do país neste ano e no ano passado. Sendo assim, “em melhores condições do que no passado” está correto.

O item 2 apresenta a construção “desde o fim de 2008”, também correta. O artigo o só seria dispensável se o trecho em análise fosse “desde 2008”. Qual-quer inclusão de termo que fracione esse período (“fim”, “começo” ou “meio”) exige que o artigo o seja colocado antes.

O exemplo número 3 é um caso simples de concordância verbal: “o de-semprego tem crescido”. “Tem crescido” é uma locução verbal. Por essa razão, apenas o primeiro verbo deve variar e é correta a conjugação do verbo na terceira pessoa do singular, já que o sujeito (desemprego) está no singular.

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No item 4, temos o advérbio já corretamente empregado: “As primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades fiscais deram resul-tado modesto, mas já afetaram […].” Não há outra possibilidade para a coloca-ção do advérbio senão a que foi adotada. Ocorrências como “já mas afetaram” e “mas afetaram já” colocariam em risco a coerência textual. Portanto, o uso exemplificado no item 4 está absolutamente correto.

14. Assinale a opção gramaticalmente correta quanto à concordância e regência.

a) A corrida em busca da fluência em outra língua pode ser medida pela quantidade de brasileiros que viajam para o exterior com o fim específico de estudá-la.

b) A exigência nos bons empregos, agora, é que se tenham fluência ao conversar numa língua estrangeira.

c) Antigamente, nas empresas, eram poucos os funcionários que do-minavam um idioma estrangeiro, e com eles recorriam os colegas quando precisavam traduzir uma palavra ou um texto.

d) A primeira pergunta que surge a quem se impõe ao desafio de fa-lar outro idioma fluentemente é: será preciso passar um tempo no exterior?

e) Não necessariamente. Um bom começo é identificar as estratégias que funciona melhor para cada tipo de pessoa.

(MORAES, 2009, p. 97-98. Adaptado.)

Análise

A única alternativa certa, nessa questão, é a a, que faz a concordância verbal adequada no trecho “[…] pode ser medida pela quantidade de bra-sileiros que viajam”. O verbo viajar pode concordar com brasileiros ou com a palavra quantidade. Quando há o uso de um partitivo (uma palavra que fracio-na o conjunto), a concordância pode ser feita com o partitivo (quantidade) ou com o substantivo que indica o grupo que foi dividido (brasileiros).

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As outras alternativas da questão estão todas incorretas.

A letra b traz “A exigência nos bons empregos, agora, é que se tenham fluência.” Nesse caso, o pronome se cumpre função apassivadora e quando isso acontece o sujeito é simples. No exemplo em análise, fluência é o sujeito, fato que pode ser comprovado com a passagem do período dado para a voz passiva analítica: “A fluência é tida agora como exigência nos bons empregos.” Com a confirmação da explicação e sendo fluência o sujeito, é necessário que o verbo (tenha) concorde com ele, devendo aparecer, portanto, no singular e não no plural.

O item c falha no uso da regência. Desfazendo a inversão que há no texto, temos “com eles recorriam os colegas”, “os colegas recorriam com eles”. O em-prego da preposição com para completar o sentido do verbo recorrer (“recor-riam”) é inadequado. O correto é recorrer a algo ou a alguém. Sendo assim, o correto é “a eles recorriam os colegas”.

Mais um erro de regência acontece na letra d: “quem se impõe ao desafio”. A preposição a está empregada de modo incorreto, porque a informação é que alguém impõe um desafio a si mesmo. Sendo assim, “um desafio” é objeto direto do verbo “impõe” e, portanto, não necessita de preposição. O trecho ficaria correto, se fosse escrito desta maneira: “quem se impõe o desafio”.

Finalmente, na letra e, também incorreta, o problema é simples, apesar de frequente, e diz respeito à concordância verbal. O erro está no trecho “as es-tratégias que funciona melhor”. O que está restringindo estratégias, porque está se referindo apenas àquelas “que funcionam melhor”. No entanto, o verbo funcionar continua tendo de concordar com o sujeito (estratégias). Se o substantivo que desempenha a função de sujeito está no plural, o verbo também deve ser usado no plural. Dessa forma, o correto é “as estratégias que funcionam melhor”.

15. As frases abaixo empregam corretamente os sinais de pontuação, ex-ceto uma. Indique-a.

a) Desertos irão aumentar; oásis, morrer; e fluxo de rios, diminuir, al-gumas vezes com resultados catastróficos.

b) Desertos irão aumentar. Oásis irão morrer e o fluxo de rios vai dimi-nuir – algumas vezes com resultados catastróficos.

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c) Desertos irão aumentar. Oásis, morrer. Fluxo de rios, diminuir. Al-gumas vezes, os resultados serão catastróficos.

d) Desertos irão aumentar, oásis vão morrer e o fluxo de rios vai dimi-nuir, algumas vezes com resultados catastróficos.

e) Desertos, irão aumentar; oásis, morrer, e fluxo de rios; diminuir – algumas vezes com resultados catastróficos.

(PEARCE, 2002. Adaptado.)

Análise

A única alternativa incorreta em relação à pontuação é a resposta e: “Deser-tos, irão aumentar; oásis, morrer, e fluxo de rios; diminuir – algumas vezes com resultados catastróficos.” Há duas coisas erradas nesse período.

A primeira é a vírgula que separa sujeito e predicado no trecho: “Desertos, irão aumentar”.

A segunda é o uso de ponto e vírgula no lugar da vírgula, comumente uti-lizada para indicar que está sendo omitido um verbo facilmente reconhecido, porque esse já foi mencionado antes. Sendo assim, em vez de ponto e vírgula, deveria ser usada a vírgula, que subentende o verbo ir (irão), de modo que a escrita correta do trecho em questão é “fluxo de rios, diminuir”.

As demais alternativas usam a pontuação corretamente.

Na a, temos “Desertos irão aumentar; oásis, morrer; e fluxo de rios, dimi-nuir, algumas vezes com resultados catastróficos.” Nesse exemplo, o ponto e vírgula é usado para separar os termos de uma enumeração. Geralmente, usa-se a vírgula nas enumerações, mas o fato é que alguns itens da lista apre-sentada são especificados, ganham aposto etc. Sendo assim, a vírgula é usada para separar o que é básico do que é complementar e ao ponto e vírgula cabe a função de separar os termos da enumeração.

Na letra b está escrito que “Desertos irão aumentar. Oásis irão morrer e o fluxo de rios vai diminuir – algumas vezes com resultados catastróficos.” Em vez de ponto e vírgula, utiliza-se o ponto final. Investe-se, portanto, em perío-dos mais breves. A outra novidade é o uso do travessão no lugar da vírgula (o que é permitido) para inserir em um período uma informação complementar ou secundária, e essa é a função do trecho que vem logo após o travessão.

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O item c traz a seguinte possibilidade de pontuação: “Desertos irão au-mentar. Oásis, morrer. Fluxo de rios, diminuir. Algumas vezes, os resultados serão catastróficos.” Não há erros no exemplo. Períodos curtos continuam a ser usados, a vírgula serve para indicar que um verbo já mencionado antes (ir, irão) está sendo omitido, exemplificando a figura de linguagem chamada zeugma e o que antes não passava de uma informação complementar, ao fim do período, também ganha um período próprio, o que significa que o trecho é elevado ao status de informação básica.

Antes de passarmos à análise da última alternativa, vale a pena ressal-tarmos a diferença entre zeugma e elipse. São duas figuras de linguagem. O zeugma omite um termo já mencionado antes no texto. Já a elipse omite um termo que ainda não apareceu no texto, mas que pode ser facilmente iden-tificado. Um exemplo de elipse é “São Paulo, minha cidade”, em que a vírgula substitui o verbo ser (é).

Analisemos agora a alternativa d, que apresenta “Desertos irão aumentar, oásis vão morrer e o fluxo de rios vai diminuir, algumas vezes com resultados catastró-ficos.” Concluímos que a opção foi a de fazer uma enumeração simples na qual a vírgula é usada para separar um termo do outro e o e aparece entre o último e o penúltimo item. Além disso, percebe-se que uma informação complementar é acrescentada ao último item da lista, do qual se separa também por vírgula.

Dicas de estudoA análise de algumas questões demonstrou que, mais que uma leitura atenta

do enunciado, é necessário que cada alternativa seja analisada com cuidado. Uma análise apressada pode ser corrigida com a passagem da ordem indireta para a direta, que apresenta primeiro o sujeito e depois o predicado.

Outra dica diz respeito às regras do novo acordo ortográfico. Muitas pessoas simplesmente resolveram abrir mão de todos os acentos e passaram a não usar mais o acento grave, o agudo e o circunflexo em alguns verbos. Atenção: a crase continua existindo, bem como a diferença entre os verbos ter e ver na terceira pessoa do singular e do plural. Então, não esqueça:

Ele tem Eles têm

Ele vem Eles vêm

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ReferênciasBERNARDO, Carlos Roberto. Terceirização: vantagens e desvantagens do con-trato de gestão de administração – Estudo de caso do Novotel São Paulo Center Norte. Dissertação (Mestrado em Hospitalidade). Universidade Anhembi Morum-bi. São Paulo, 2007.

MORAES, Renato. A corrida pelo domínio da língua. Veja, 4 mar. 2009.

PEARCE, Fred. O Aquecimento Global: causas e efeitos de um mundo muito mais quente. São Paulo: Publifolha, 2002.

SEM PREFERÊNCIAS. O Globo, 25 fev. 2009.

SODRÉ, Muniz. Ruas de Presas e de Caçadores. Disponível em: <www.observato-rioda imprensa.com.br/artigos.asp?cod=529JDB002>. Acesso em: 17 mar. 2009.

Sites consultados<www.esppconcursos.com.br>.

<http://concursos.correioweb.com.br>.

<www.dominiopublico.gov.br>.

Gabarito1. D

2. B

3. A

4. C

5. A

6. D

7. D

8. A

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9. A

10. A

11. D

12. D

13. E

14. A

15. E

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