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LÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESA

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QUESTÃO 01Perto do Abaeté tem um nego mandingueiroDescendente dos Malês, povo nobre e guerreiroFaz dali o seu terreiroNa roda de Capoeira ou orando ao Deus AllahVeste branco às sextas-feirasUsa xale e patuá(seu avô era um Alufá)Esse nego um dia fez revoltaA Revolta dos Malês, foi na Bahia que se fezA Revolta dos MalêsO canto de apear o boi(foi o Malê que trouxe)E se você vestir um abadá(foi o Malê que trouxe)O misticismo e a superstição(foi o Malê que trouxe)A moda de viola do Sertão(foi o Malê que trouxe)Tapas, Haussás, baribasNegos e mandingasA Revolta dos Malês foi na Bahia que se fezA Revolta dos Malês

“Revolta dos Malês”, de Rafael Pondé.

A canção “Revolta dos Malês”, de Rafael Pondé, revela uma série de contribuições da cultura africana à sociedade brasileira. O texto também apresenta palavras advindas de línguas trazidas pelas mulheres e homens que foram forçados a vir para a América para serem escravizados. Ao fazer uso de um léxico que incorpora palavras de origem africana, o artistaA apresenta a religião islâmica como principal

adversária dos escravos que lutavam pela liberdade.B destaca que a inferioridade deste conjunto de palavras

as condena ao esquecimento e ao ostracismo.C promove o empoderamento da cultura trazida pelo

europeu, tornando as contribuições indígenas e africanas desimportantes.

D evidencia a pobreza da cultura trazida pelos africanos, pois a identifica apenas no universo folclórico, principalmente no carnavalesco.

E resgata a memória e a ancestralidade afro-brasileiras que colaboraram para diferenciar a língua portuguesa do Brasil da falada em Portugal.

QUESTÃO 02Nisto de manifestações populares, o mais difícil é

interpretá-las. Em geral, quem a elas assiste ou sabe delas ingenuamente as interpreta pelos fatos como se deram. Ora, nada se pode interpretar pelos fatos como se deram. Nada é como se dá. Temos que alterar os fatos, tais como se deram, para poder perceber o que realmente se deu. É costume dizer-se que contra fatos não há argumentos. Ora só contra fatos é que há argumentos. Os argumentos são, quase sempre, mais verdadeiros do que os fatos. A lógica é o nosso critério de verdade, e é nos argumentos, e não nos fatos, que pode haver lógica.

PESSOA, Fernando. A ilusão política das grandes manifestações populares. In: _____. Alguma prosa. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p. 213.

O ponto de vista defendido pelo texto se apoiaA nos fatos levados em conta por si próprios.B na falta de fatos suficientes para julgar.C nos participantes das manifestações.D na interpretação dos fatos à luz do contexto.E na tese de que contra fatos não há argumentos.

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QUESTÃO 03

EXCERTO I“Esta [língua tupi] é mui branda, a qualquer nação

fácil de tomar (...): carece de três letras, convém saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei e desta maneira vivem desordenadamente sem terem além disto conta nem peso, nem medida.”

Pero de Magalhães Gandavo – cronista português do séc. XVI. História da província de Santa

Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.

EXCERTO II“Ora sabereis que a sua riqueza de expressão

intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. (...) Nas conversas, utilizam-se os paulistanos dum linguajar bárbaro e multifário, crasso de feição e impuro no vernáculo, mas não deixa de ter o seu sabor e força nas apóstrofes, e também nas vozes do brincar. (...) Mas se de tal desprezível língua se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de Lineu exprimindo-se numa outra linguagem (...), que, com imperecível galhardia, se intitula: língua de Camões!”

Mário de Andrade. Macunaíma, cap. IX — “Carta pras Icamiabas”, 1928.

Assinale a alternativa que contém a asserção correta sobre os excertos anteriores.AO comentário do cronista sobre a língua e a

cultura indígena contém uma ironia carregada de preconceito. Ao contrário disso, não há ironia cultural, só linguística, no que Macunaíma diz da língua portuguesa.

BO cronista colonial observa a ausência de três letras na língua indígena, F, L e R, para concluir daí, sem nenhuma ironia, o estado de desordem em que viviam os aborígines. Também não há ironia no que Macunaíma diz da língua portuguesa.

CA visão do colonizador português, contida no excerto I, é idêntica à do colonizado, expressa no excerto II. Ambos se igualam na compreensão que revelam das diferenças linguísticas e culturais.

DA ironia do colonizador (excerto I) desmerece a língua e a cultura indígena. A ironia do índio Macunaíma (excerto II) ridiculariza a colonização cultural dos brasileiros, quando escrevem numa suposta “língua de Camões”, latinizada e pomposa, que o próprio Macunaíma parodia em sua carta.

EO texto de Gandavo mostra uma compreensão da cultura indígena incomum para a sua época, ao tratá-la com respeito e seriedade, sem nenhum traço de ironia. O mesmo não se pode dizer do texto de Macunaíma: carregada de humor e de deboche, sua carta não permite nenhum conhecimento acerca da cultura brasileira.

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QUESTÃO 04O termo Foco equivale ao ponto de concentração

do ator. O nível de concentração é determinado pelo envolvimento com o problema a ser solucionado. Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo de Guerra: o Foco desse jogo reside em dar realidade ao objeto, que nesse caso é a corda imaginária. A dupla de jogadores no palco mobiliza toda sua atenção e energia para dar realidade à corda. Quando a concentração é plena, a dupla sai do jogo com toda evidência de ter realmente jogado o Cabo de Guerra - sem fôlego, com dor nos músculos do braço etc. A plateia observa em função do Foco.

KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990.

De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso do foco da cena teatral permiteA transformar um objeto imaginário em um objeto

concreto, produzindo sobre o espectador uma sensação igual à que ele teria em um espetáculo de mágica.

B produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento dos atores, imagens e/ou situações capazes de ativar seu imaginário e seu conhecimento de mundo.

C provocar efeito físico no ator, o que lhe confere a certeza de que seu corpo foi trabalhado adequadamente para a produção da cena.

D acionar no ator a atenção a múltiplas ações que ocorrem concomitantemente, tornando-o mais disponível para a atuação em cena.

E determinar uma única leitura da ação proposta, explicitando qual entendimento o espectador deve ter da cena.

QUESTÃO 05

Div

ulga

ção

Rep

rodu

ção

Por intertextualidade entende-se a relação de um texto com outro preexistente. A intertextualidade pode apresentar funções diferentes, as quais dependem diretamente dos textos e contextos em que ela é inserida, ou seja, das diversas situações e propósitos comunicativos. Analisando as relações textuais estabelecidas entre os textos não verbais apresentados, percebe-se que a relação intertextual entre ambos representa A uma paródia.B uma paráfrase.C um pastiche.D um plágio.E um epílogo.

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QUESTÃO 06Linhagem

Eu sou descendente de ZumbiZumbi é meu pai e meu guiaMe envia mensagens do orumMeus dentes brilham na noite escuraAfiados como o agadá de OgumEu sou descendente de ZumbiSou bravo valente sou nobreOs gritos aflitos do negroOs gritos aflitos do pobreOs gritos aflitos de todosOs povos sofridos do mundoNo meu peito desabrochamEm força em revoltaMe empurram pra luta me comovemEu sou descendente de ZumbiZumbi é meu pai e meu guiaEu trago quilombos e vozes bravias dentro de mimEu trago os duros punhos cerradosCerrados como rochasFloridos como jardins.ASSUMPÇÃO, Carlos de. Linhagem. In: QUILOMBHOJE (Org.). Cadernos Negros: os

melhores poemas. São Paulo: Quilombhoje, 1998. p. 31

É possível estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. Com base nisso, pode-se inferir que o sujeito poético desse poemaA se situa na esfera de um ser envolvido com uma

religiosidade de matriz católica, apostólica e romana.B aparece como uma figura multifacetada, que tende a

acentuar tanto a igualdade quanto a diferença entre ele e Zumbi.

C é fruto de um nascimento predestinado, que tem como objetivo de vida a preservação de sua individualidade.

D herda uma condição adversa, mas tem consciência de que nasceu para alterar a ordem encontrada.

E assume uma posição coletiva com ideal de pacificação social e imposição de uma crença mítica.

QUESTÃO 07Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de

vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.

TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. (adaptado)

Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma padrão da língua portuguesa é empregada com a finalidade deA demonstrar a clareza e a complexidade da nossa

língua materna.B situar os dois lados da interlocução em posições

simétricas.C comprovar a importância da correção gramatical nos

diálogos cotidianos.Dmostrar como as línguas indígenas foram

incorporadas à língua portuguesa.E ressaltar a importância do código linguístico que

adotamos como língua nacional.

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QUESTÃO 08

TEXTO IAs mulheres são metidas em um trabalho inteiramente

maquinal, no qual só se lhes pede rapidez. Quando digo maquinal, nem imagine que seja possível sonhar com outra coisa enquanto se trabalha, e muito menos refletir. Não. O trágico dessa situação é que o trabalho é maquinal demais para fornecer assunto ao pensamento e, além disso, impede qualquer outro pensamento. Pensar é ir menos depressa; ora, há normas de rapidez estabelecidas por burocratas sem piedade e que é preciso cumprir, para não ser despedido. (…)TEXTO II

O mistério da fabricaçãoÉ claro, o operário ignora o uso de cada peça: 1) a

maneira como se ajusta às outras; 2) a sucessão das operações por que passa; 3) o uso final do conjunto. Mas tem mais: a relação de causas e efeitos no interior do próprio trabalho não é apreendida. Não há nada de menos instrutivo que uma máquina (…).

WEIL, Simone. A condição operária e outros estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 68 e 96.

Esses excertos descrevem as condições de trabalho em uma fábrica no início do século XX. Indique o elemento que faz parte do processo de trabalho fabril, conforme descrito pela autora.ASem o pensamento criativo, não há desenvolvimento

da indústria.B O desconhecimento da técnica pelos trabalhadores é

um obstáculo para a produção fabril.CA crescente ignorância do trabalhador dificulta a

mecanização.DA maior produtividade resulta no desenvolvimento de

novas técnicas.EA crescente mecanização aumenta a ignorância do

trabalhador.

QUESTÃO 09A escrita é uma tecnologia intelectual que vem

auxiliar o trabalho biológico. E como uma nova memória, situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais necessário reter todos os relatos – este auxiliar cognitivo vem, portanto, relativizar a memória para que a mente humana possa desviar sua atenção consciente para outros recursos e faculdades.

Se é arriscado associar diretamente o surgimento da ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma, afirmar que a escrita deu impulso e desempenhou um papel fundamental na construção do discurso científico. O distanciamento possibilitado pela grafia no papel traz o registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento especulativo, o documentário de comprovações, a compilação de teorias e de paradigmas em torno dos quais as comunidades científicas vão se agrupar.

RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

O advento da escrita como tecnologia intelectual está diretamente ligado a uma série de mudanças na forma de pensar e de construir o conhecimento nas sociedades. A partir do texto, constata-se que, na elaboração do discurso científico, a escritaA determinou de que modo a sociedade científica

deveria se organizar para avançar.B possibilitou que os pesquisadores se distanciassem

de informações presentes na memória.C permitiu que fossem documentados conceitos e

saberes advindos de experiências realizadas.D facilitou que as informações ficassem armazenadas

igualmente na memória e no papel.E consentiu que a atenção dos homens se desviasse

para os saberes antigamente inalcançáveis.

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QUESTÃO 10Embora particularidades na produção mediada pela

tecnologia aproximem a escrita da oralidade, isso não significa que as pessoas estejam escrevendo errado. Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso da linguagem ao suporte utilizado: “O contexto é que define o registro de língua. Se existe um limite de espaço, naturalmente, o sujeito irá usar mais abreviaturas, como faria no papel”, afirma um professor do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Cefet-MG. Da mesma forma, é preciso considerar a capacidade do destinatário de interpretar corretamente a mensagem emitida. No entendimento do pesquisador, a escola, às vezes, insiste em ensinar um registro utilizado apenas em contextos específicos, o que acaba por desestimular o aluno, que não vê sentido em empregar tal modelo em outras situações. Independentemente dos aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego social da língua revela-se muito mais significativo do que seu uso escolar, conforme ressalta a diretora de Divulgação Científica da UFMG: “A dinâmica da língua oral é sempre presente. Não falamos ou escrevemos da mesma forma que nossos avós”. Some-se a isso o fato de os jovens se revelarem os principais usuários das novas tecnologias, por meio das quais conseguem se comunicar com facilidade. A professora ressalta, porém, que as pessoas precisam ter discernimento quanto às distintas situações, a fim de dominar outros códigos.SILVAJR., M. G.; FONSECA, V. Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012. (adaptado)

Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de informação e de comunicação, usos particulares da escrita foram surgindo. Diante dessa nova realidade, segundo o texto, cabe à escola levar o aluno aA interagir por meio da linguagem formal no contexto

digital.B buscar alternativas para estabelecer melhores

contatos on-line.C adotar o uso de uma mesma norma nos diferentes

suportes tecnológicos.D desenvolver habilidades para compreender os textos

postados na web.E perceber as especificidades das linguagens em

diferentes ambientes digitais.

QUESTÃO 11Leia tirinha a seguir.

I. A primeira interpretação da frase está correta devido à não utilização da vírgula, o que reforça o título da tirinha.

II. Independentemente do uso ou não da vírgula, ambas as interpretações da frase são equivocadas quanto à intencionalidade da letra, pois não consideram o teor metafórico da canção à qual se referem.

III. A intertextualidade da tirinha reserva uma crítica à falta de conhecimento gramatical por parte das novas gerações.Considerando as intencionalidades da canção, é correto o que se afirma emA I, somente.B II, somente.C III, somente.D I e II, somente.E I, II e III.

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QUESTÃO 12

De Caio Fernando Abreu. Disponível em: <http://conexaobuenosaires.wordpress.com/tag/caio-fernando-abreu/>.

Acesso em: 31 maio 2019.

É próprio da escrita de Caio Fernando Abreu apreciar a visão labiríntica da existência. No poema acima, essa apreciação é expressa por meio da linguagemA prosaica, porém expressiva no uso de metáforas

para definir o cotidiano do eu lírico.B referencial, para criticar o excesso de formalismo da

poesia brasileira contemporânea.C denotativa, para evidenciar a oposição entre ilusão e

beleza na concepção do olhar.D rebuscada de neologismos que valorizam elementos

próprios do mundo moderno.E hiperbólica, para identificar a preocupação do poeta

com a temática da ausência da memória.

QUESTÃO 13

Paw

el K

uczy

ński

Ilustração do artista polonês Paweł Kuczyński.

A composição da imagem anterior manifesta uma figura de linguagem caracterizada pela oposição ideológica de elementos não coexistentes, chamada

A antítese.

Bmetonímia.

C catacrese.

D paradoxo.

E hipérbato.

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QUESTÃO 14TEXTO I

É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quando em contato com outras substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o peso do material embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao total produzido, ainda é irrelevante.

Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6. (adaptado)

TEXTO IISacolas plásticas são leves e voam ao vento.

Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm um custo incalculável para o meio ambiente.

Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas, predominantemente, estratégias argumentativas queA atraem o leitor por meio de previsões para o futuro.B apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de

animais.C orientam o leitor a respeito dos modos de usar

conscientemente as sacolas plásticas.D intimidam o leitor com as nocivas consequências do

uso indiscriminado de sacolas plásticas.E recorrem à informação, por meio de constatações,

para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.

QUESTÃO 15Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado. Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento. Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.

SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>.

Acesso em: 1 mar. 2013. (adaptado)

Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetivaA criar relação de subordinação entre leitor e autor, já

que ambos usam as novas tecnologias.B enfatizar a probabilidade de que toda população

brasileira esteja aprisionada às novas tecnologias.C indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje

as pessoas são controladas pelas novas tecnologias.D tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que

ele manipula as novas tecnologias e por elas é manipulado.

E demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias controlem as pessoas.

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QUESTÃO 16O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns

casos, até mesmo exige – a participação de diversos autores na sua construção, a redefinição dos papéis de autor e leitor e a revisão dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da comunicação e a aquisição de informação de maneira cooperativa.

Embora haja quem identifique o hipertexto exclusivamente com os textos eletrônicos, produzidos em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa forma organizacional que tanto pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. É claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, são praticamente inviáveis: a conexão imediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela, o “mergulho” nos diversos aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos.

RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Considerando-se a linguagem específica de cada sistema de comunicação, como rádio, jornal, TV, internet, segundo o texto, a hipertextualidade configura-se como um(a)A elemento originário dos textos eletrônicos.B conexão imediata e reduzida ao texto digital.C novo modo de leitura e de organização da escrita.D estratégia de manutenção do papel do leitor com

perfil definido.Emodelo de leitura baseado nas informações da

superfície do texto.

QUESTÃO 17

Leia a tirinha a seguir.

Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/156273528909/tirinha-original>. Acesso em: 31 maio 2019.

O texto verbal da tirinha apresenta dois termos de pronúncia semelhante, mas de grafias e significados diferentes: “incomum” e “em comum”. Sobre a constituição desses termos, é possível afirmar que

A “em comum” apresenta grafia inadequada, pois não se pode separar prefixo e radical.

B em “incomum”, têm-se o adjetivo “comum” acrescido do prefixo de valor negativo “in”.

C “em comum” quer dizer conjuntamente e é uma variante de “incomum”, que tem mesmo significado.

D “incomum” apresenta prefixo de valor negativo e significa “o que não pode ser feito conjuntamente”.

E tanto em “incomum” quanto em “em comum” têm-se vocábulos simples acrescidos de afixos de valor negativo.

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QUESTÃO 18

A magia do futebolSÃO PAULO – O futebol é mágico. Tem o dom

de fazer pessoas inteligentes defenderem posições que, dificilmente, sustentariam em outros campos de atividade. Refiro-me à decisão da Conmebol de punir o Corinthians, excluindo sua torcida de todas as partidas da Libertadores. À primeira leitura, essa pode parecer uma sanção razoável, diante da enormidade que foi a morte do garoto boliviano atingido por um sinalizador disparado pelas hostes corintianas na última quarta-feira, em Oruro. A esmagadora maioria dos comentaristas que li aprovou a medida. Pessoalmente, tenho medo da lógica que sustenta o código de punições da Conmebol e de outras confederações – que se apoiam numa ética puramente consequencialista, na qual só o que importa são os resultados das ações. Tudo o que produza mais bem do que mal fica inapelavelmente autorizado. Para evitar novas mortes e disciplinar o mau comportamento das torcidas organizadas, torna-se lícito fechar os portões do estádio para corintianos, mesmo que isso prejudique os jogadores e milhares de simpatizantes do time, que não fizeram nada de errado. Não sou um inimigo do consequencialismo. Ao contrário, tenho grande simpatia por ele, notadamente na bioética. Mas não podemos perder de vista que, em estado puro, ele leva a paradoxos. Numa visão estritamente consequencialista, o Estado pode deter um criminoso, ameaçando matar sua família, e o médico pode sacrificar um paciente saudável para, com seus órgãos, salvar a vida de cinco pessoas na fila do transplante.

Hélio Schwartsman. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/1236682-a-magia-do-futebol.shtml>. Acesso em: 1o mar. 2013.

O jornalista Hélio Schwartsman procurou expor uma ideia acerca da violência nos estádios de futebol, em decorrência das torcidas organizadas. Quanto à sequência textual apresentada, a tese apresentada pelo colunista se baseia na ideia de queA concorda plenamente com a ação do estado de

punir o time do Corinthians, proibindo quaisquer manifestações de torcedores.

B aceita que as punições impostas pela Conmebol são suficientes diante da problemática da violência nos estádios.

C a violência nos estádios de futebol não necessariamente se encontra atrelada à presença de torcidas organizadas.

Dmantém um equilíbrio quanto ao que pensa, pois, embora não concorde com a violência nos estádios, acredita que certas punições são exageradas.

E sempre que existirem punições elas devem também devem pensar no nível em que vão atingir os torcedores não membros de torcidas organizadas.

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QUESTÃO 19A revista TPM no 40 (p. 58) convidou a atriz Alinne

Moraes para servir de guia aos jornalistas paulistanos “nas areias escaldantes das praias cariocas”. Como diz o texto, Alinne, “pra virar uma carioca autêntica, só falta deixar de chamar padaria de padoca”. Vejamos um dos passeios que a atriz recomenda a quem vai ao Rio de Janeiro: Mesmo sendo longe da minha casa, sempre que posso vou ao Cine Odeon, no Centro, para uma sessão de cinema. Lá, tudo é especial: a pipoca parece mais caseira, o cinema tem cara de cinema, as poltronas são fofinhas, tudo com aquele glamour que só as coisas antigas têm. Se você estiver com fome antes ou depois da sessão, aproveite que lá dentro tem uma filial do “Ateliê Culinário”, um dos meus restaurantes prediletos. Peça uma das quiches com salada. Se estiver frio, vá de chocolate quente. Coisas simples que lá são super bem feitas. Por que o Odeon é meu cinema preferido? Sabe quando a gente sente saudades do que você não viveu? É meio isso: lá eu tenho essa sensação. Gosto de coisas que me remetem ao passado. Sou um pouco assim com tudo.Como ocorre com qualquer texto, esse foi escrito com determinados objetivos: toda comunicação tem uma determinada função. Nesse sentido, a análise do texto anterior permite concluir queA ocorre no texto apenas a função referencial da

linguagem: o enunciador dá informações sobre o Rio de Janeiro de forma objetiva, usando uma linguagem informal.

B há no texto apenas a função apelativa, como se percebe nos trechos “aproveite”, “peça”: a atriz quer convencer o leitor a visitar o Rio, usando uma linguagem informal para criar um efeito de aproximação com o público, como nos trechos “fofinha” e “super bem feitas”.

C a única função da linguagem presente no texto é a emotiva, como se nota por meio da relação emocional entre a atriz e o espaço descrito: o efeito de subjetividade está presente no uso de uma linguagem despojada, mais próxima do leitor, e de termos como “saudades”, “preferido”, “tenho essa sensação”.

D no texto, estão presentes as funções referencial, apelativa e emotiva. A linguagem utilizada é, predominantemente, informal, de acordo com os trechos “fofinha” e “super bem feitas”. A construção “que me remetem ao passado”, contudo, apresenta maior formalidade.

E há no texto três funções: a referencial, a emotiva e a apelativa. Como se trata de um texto jornalístico, apenas a função referencial deveria ter sido explorada, para criar uma impressão de objetividade no relato. A linguagem, também, deveria ser mais formal.

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QUESTÃO 20Devemos dar apoio emocional específico,

trabalhando o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. O principal problema que vivenciamos é quanto ao aleitamento materno. Além do sentimento muito forte manifestado pelas gestantes de amamentar seus filhos, existem as cobranças da família, que exige explicações pela recusa em amamentar, sem falar nas companheiras na maternidade que estão amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior desafio. Assim, criamos a técnica de mamadeirar. O que é isso? É substituir o seio materno por amor, oferecendo a mamadeira, e não o peito!

PADOIN, S. M. M. et al. (Org.). Experiências interdisciplinares em Aids: interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006. (adaptado)

O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de gestantes e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao drama de mães que não devem amamentar seus recém-nascidos, observa-se um recurso da língua portuguesa, presente no uso da palavra “mamadeirar”, que consisteA na manifestação do preconceito linguístico.B na recorrência a um neologismo.C no registro coloquial da linguagem.D na expressividade da ambiguidade lexical.E na contribuição da justaposição na formação de

palavras.

QUESTÃO 21

Rep

rodu

ção

O Google fez uma homenagem, na sua página principal, ao 125o aniversário de nascimento do maior maestro e compositor da música erudita do Brasil, Heitor Villa-Lobos. Ele, que também é conhecido como um revolucionário que provocou um “rompimento” com a música acadêmica no Brasil, compôs mais de mil obras. Relacionando as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem, pode-se inferir queA apesar de registrada na memória individual de muitos

brasileiros, a música de Heitor Villa-Lobos ainda sofre com o descaso de grande parte da população.

B a construção da obra de Heitor Villa-Lobos reflete a busca por um estilo inovador e singular, capaz de captar as nuances do Brasil.

C a obra de Heitor Villa-Lobos é atemporal e não há limites para o seu diálogo com o mundo musical pós-moderno.

D as novas tecnologias procuram recriar espaços artificiais de memória que muito têm auxiliado na construção da memória da nação.

E a massificação da obra de Heitor Villa-Lobos desqualifica sua produção e o transforma em um adereço banal da Pop Art.

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QUESTÃO 22A crítica de arte clássica e, com mais estreiteza,

neoclássica tomou a obediência à perspectiva como critério regulador da correção pictórica. Um quadro pintado fora das leis da perspectiva geométrica seria um quadro errado. A Arte Moderna, pós-impressionista, relativizou o sentido da perspectiva, assim como a música atonal do século XX deixou de pautar-se pelo sistema de tonalidade vigente entre os séculos XVII e XIX. Por outro lado, a arte medieval (bizantina e gótica) desconheceu a perspectiva; quanto à pintura greco-romana, não há elementos cabais para afirmar que a tenha ignorado totalmente. Assim, o problema é histórico-formal e pode colocar-se nestes termos: Há uma relação significativa entre modos de compor e períodos culturais?

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 43.

Analisando o conceito de Arte durante os séculos de desenvolvimento social, encontram-se diferentes formas de manifestações artísticas que utilizam variadas técnicas, ou ainda divergem em características específicas. Segundo o texto, o conceito de certo e errado em ArteA está relacionado aos pontos divergentes dos estilos

bizantino e gótico.B possui uma vinculação com as mudanças da música

atonal do século XX.C está mais ligado ao pictórico do que a outras

manifestações artísticas.D é relativo, porque não existe ligação comprovada

entre perspectiva e arte greco-romana.E varia, porque existe uma relação temporal entre

diferentes manifestações artísticas.

QUESTÃO 23A Jovem Guarda foi um movimento que entreteve

a juventude brasileira, com diversos programas de televisão, shows pelo país e dezenas de discos gravados, entre LPs e compactos. Além disso, foi com a Jovem Guarda que se consolidou uma música específica para o consumo jovem. Foi uma das primeiras grandes vendas de discos nacionais como reflexo da beatlemania e a invasão do rock britânico nos Estados Unidos.

SOUSA, Rainer. Jovem Guarda. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com>. Acesso em: 24 mar. 2016.

Mesmo tendo adquirido um espaço marcante entre os jovens brasileiros das décadas de 1960 e 1970, a turma do iê-iê-iê foi tachada como alienada, poisA não expressava um ideal politizado em suas letras,

restringindo-se apenas a apresentar os modismos juvenis da época.

B criticava a Bossa Nova, apresentando inovações musicais provocativas, como o uso da “fala cantada”.

C apresentou um apoio explícito aos membros da Tropicália, mostrando ao Brasil uma postura exclusivamente direitista.

D usou da postura idealizada dos jovens da época, a fim de subverter a juventude brasileira com ideais falsos.

Emanteve fiel ao ideal do movimento hippie, apresentando a liberdade acima de tudo, por meio de letras complexas.

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QUESTÃO 24Mostra homenageia centenário do mestre Vitalino

Exposição será aberta nesta sexta (12), no Museu de Arte Popular, em Recife. O público poderá conferir 32 peças do artista, além de obras dos seguidores: Zé Caboclo, Manuel Eudócio, Zé Rodrigues, entre outros.

No ano do centenário de um dos maiores mestres da arte em barro, Vitalino Pereira dos Santos, o mestre Vitalino, a Prefeitura de Recife vai aproveitar os festejos juninos para homenagear o artesão reconhecido pelo rigor estético próprio, com uma exposição no Museu de Arte Popular. A mostra, intitulada “Vitalinos”, será inaugurada nesta sexta-feira. Durante a exposição, o público poderá conferir 32 peças do artista, além de obras de Zé Caboclo, Manuel Eudócio, Zé Rodrigues, entre outros seguidores do mestre que formou uma verdadeira escola de ceramistas. Reconhecendo as diferentes funções da arte e do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais, podemos inferir que a obra de Mestre VitalinoA desvincula-se do universo popular, pois dedica-se a

um público erudito de Recife.B refere-se a um trabalho tridimensional realizado com

argila queimada, técnica que caracteriza a cerâmica.C representa a “Vaquejada”, festa cultural nordestina

em que o boi é sacrificado como prenda para o pai da noiva.

D é figurativa e tem como matéria-prima a terra, caracterizando-se como manifestação rupestre no que se refere à simplificação das formas e temáticas.

E notabilizou-se por constituir figuras inspiradas nas crenças eruditas, em cenas do universo rural e urbano e no imaginário da população do sertão nordestino.

QUESTÃO 25

CARAVAGGIO. Deposição de Cristo. 1601-1604. 1 original de arte, óleo sobre tela, 300 cm × 203 cm. Pinacoteca do Vaticano.

O jogo de luz e sombra dessa obra de Caravaggio revela aA influência do Barroco na produção do artista.B dicotomia clássica vivida pelo homem renascentista.C busca por elementos que dessem verossimilhança à

cena pagã.D falta de interesse pela perspectiva, dado que essa

contraposição confere volume à obra.E intenção do artista de fugir dos cânones

greco-romanos de composição estética.

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QUESTÃO 26

O juramento dos Horácios (1784), de Jacques-Louis David.

O CONTEXTO DA CENAO quadro O juramento dos Horácios retrata um

tema histórico da Roma Antiga. As cidades de Roma e Alba estavam em guerra e um acordo definiu que a disputa seria resolvida por um combate mortal entre três homens de cada lado. Os romanos enviaram os trigêmeos Horácios, e os albanos enviaram os trigêmeos Curiácios. O vencedor e único sobrevivente foi um dos Horácios, que, ao chegar a Roma, descobriu que sua irmã Camila (a mulher do meio) estava noiva de um dos Curiácios. Enraivecido, matou-a. Foi condenado à morte, mas conseguiu revogação da pena. A cena retrata o momento em que os três irmãos Horácios juram ao pai lealdade à República.O resgate à cultura greco-romana caracterizou o neoclassicismo nas artes plásticas. Neste movimento estético, é possível notarA a busca da mitologia como forma de idílio bucólico

conforme apresenta a pintura de Jacques-Louis David.

B o jogo Wz x Sombra identificador do conflito existencial pelo qual passava a burguesia.

C a representação de temas da cultura antiga em busca de racionalidade, equilíbrio e valorização das formas humanas na arte.

D a identificação de pintores como Jacques-Louis David na busca da hipertrofia da forma, do exagero que também era comum na arte sacra.

E a presença de temas heroicos como uma forma de fuga, de evasão da realidade cotidiana.

QUESTÃO 27

Rep

rodu

ção

A imagem acima, do aclamado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, mostra que as fotografias sempre devem ser lidas com atenção e acuidade. A opção de colocar, no primeiro plano, figuras humanas provoca no espectador uma atitude de

A questionamento sobre a hostilidade da natureza.B admiração pela beleza do cenário.C surpresa pelo jogo de luz e sombra.Dmobilização para combater as injustiças sociais.E reflexão sobre desamparo e fragilidade.

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QUESTÃO 28Dança na escola: uma educação pra lá de físicaMovimentos ritmados, acompanhando uma música,

ajudam a despertar a consciência corporal da garotadaPaulo Araújo ([email protected])

Karin

e Ba

silio

Primeiros passos: com as típicas sombrinhas, turma de Educação Infantil aprende frevo na escola Espaço Brincar, em São Paulo.

Dançar é uma das maneiras mais divertidas e adequadas para ensinar, na prática, todo o potencial de expressão do corpo humano. Enquanto mexem o tronco, as pernas e os braços, os alunos aprendem sobre o desenvolvimento físico. Introduzir a dança na escola equivale a um tipo de alfabetização. “É um ótimo recurso para desenvolver uma linguagem diferente da fala e da escrita, aumentar a sociabilidade do grupo e quebrar a timidez”, afirma Atte Mabel Bottelli, professora da Faculdade Angel Viana e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E o melhor: o trabalho pode ser feito com turmas de todas as idades e de forma interdisciplinar, envolvendo as aulas de Artes e de Educação Física.

Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/199/ danca-escola-educacao-pra-la-fisica>. Acesso em: 31 mar. 2019.

Diante do exposto, é possível perceber que a dançaA desenvolve a consciência corporal, mas limita os

movimentos.B auxilia as atividades artísticas, mas desvia o foco das

atividades físicas.C educa os movimentos do corpo e desenvolve a

motricidade do indivíduo.D contribui para o aumento dos problemas

psicomotores.E corrige problemas de postura, mas não interfere na

respiração.

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QUESTÃO 29TEXTO I

Os Retirantes, Cândido Portinari.

TEXTO IIO que desejava... An! Esquecia-se. Agora se recordava da viagem que tinha feito pelo sertão, a cair de fome. As

pernas dos meninos eram finas como bilros, sinhá Vitória tropicava debaixo do baú de trens. Na beira do rio haviam comido o papagaio, que não sabia falar. Necessidade. Fabiano também não sabia falar. Às vezes largava nomes arrevesados, por embromação. Via perfeitamente que tudo era besteira. Não podia arrumar o que tinha no interior. Se pudesse...

[...] Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que segurava era a família. Vivia preso como novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. O que lhe amolecia o corpo era a lembrança da mulher e dos filhos. Sem aqueles cambões pesados, não vergaria o espinhaço não, sairia dali como onça faria uma asneira.

[...] Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinhá Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 119. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 36

Cândido Portinari e Graciliano Ramos, recorrendo a distintas manifestações artísticas, respectivamente, pintura e literatura, retrataram a realidade dos retirantes em época de seca. Com base na leitura da imagem e do texto, é correto afirmar queA pintor e escritor, independentemente de uma posição temporal e de um lugar social, oferecem uma interpretação

da sociedade brasileira que acentua as mudanças no mundo do trabalho no campo.B os dois artistas representam com imparcialidade o trabalhador rural brasileiro de suas épocas, sem intenção de

problematizar a relação capital-trabalho.C as duas obras oferecem uma compreensão plena sobre o mundo do trabalhador rural, sendo excludentes em

suas narrativas, uma vez que a pintura representa uma situação fictícia que rompe com o passado.D o texto supera a interpretação anterior do pintor, eliminando o valor e a necessidade dela para se compreender

o mundo do trabalho no campo.E em ambos os textos, está presente a ideia de degenerescência, ou seja, os personagens vão perdendo, em meio

ao sofrimento, aquilo que os identifica como humanos. No quadro, os aspectos físicos. No texto, a capacidade de falar.

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QUESTÃO 30

STUCKERT, R. Palácio da Alvorada. Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 28 abr. 2010.

Rompendo com as paredes retas e com a geometrização clássica acadêmica, os arquitetos modernistas desenvolveram seus projetos graças também a um momento de industrialização e modernização do Brasil. Observando a imagem apresentada, analisa-se queANiemeyer projetou os edifícios de Brasília com a

intenção de impor a arquitetura sobre a natureza, seguindo os princípios da arquitetura moderna.

B o Palácio da Alvorada, em Brasília, na posição horizontal permite fazer uma integração do edifício com a paisagem do cerrado e o horizonte, um conceito de vanguarda para a arquitetura da época.

CNiemeyer projetou o Palácio da Alvorada com colunas de linhas quebradas e rígidas, com o propósito de unir as tendências recentes da arquitetura moderna, criando um novo estilo.

D os prédios de Brasília são elevados e sustentados por colunas, deixando um espaço livre sob o edifício, com o objetivo de separar o ambiente externo do interno, trazendo mais harmonia à obra.

ENiemeyer projetou os edifícios de Brasília com espaços amplos, colunas curvas, janelas largas e grades de proteção, separando os jardins e praças da área útil do prédio.

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QUESTÃO 31

Resenha do livro As meninas, de Lygia Fagundes Telles

D

ivul

gaçã

oNo livro de Lygia Fagundes Telles As Meninas, a autora traça o perfil e conta a história de três moças: Lorena

Vaz Leme, Lia de Melo Schultz e Ana Clara. As três garotas, que são discussão central do livro, vivem no pensionato “Nossa Senhora de Fátima” e, apesar das diferenças, são boas amigas. Lorena é uma moça rica e sonhadora, conhecedora de bons livros, música e arte. É sempre muito solícita com as amigas e passa toda a narrativa a sonhar com um telefonema do doutor Marcus Nemesius, homem mais velho e casado; porém, esse telefonema nunca acontece. Lia, conhecida também como “Lião”, é o oposto de Lorena. Ela é forte e determinada, possui ideias revolucionários e almeja dias melhores para seu país (Brasil). Já Ana Clara é uma moça com menos condições que as outras amigas; filha de pai desconhecido e mãe prostituta, sempre sofreu muito na vida. Está noiva de um médico rico, no qual enxerga a solução de seus problemas em relação a dinheiro, mas paralelamente a esse noivado, Ana mantém um romance secreto com Max, o homem que ela realmente ama, e por causa dele acaba se envolvendo com drogas e se torna uma dependente. Ana estuda Psicologia e sonha em ter seu próprio consultório para atender à burguesia da cidade.

Disponível em: <http://fabio-marques.blogspot.com.br>. Acesso em: 25 nov. 2012.

Buscando-se identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação, pode-se perceber que a resenha anterior apresenta a seguinte preocupação:A elaborar um resumo criativo que supere as qualidades estilísticas do autor do texto literário.B erigir uma visão abrangente da obra por meio de um relato carregado de traços de pessoalidade do leitor.C construir um texto crítico capaz de salientar os aspectos simbólicos negativos da obra de arte literária.D nortear o julgamento de valor da obra de arte literária, estabelecendo novos parâmetros para sua leitura.E edificar uma visão geral da obra de arte literária, procurando se desvencilhar dos traços de pessoalidade.

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QUESTÃO 32

GONSALES, Fernando. Folha de S.Paulo, 14 dez 2010.

A tirinha anterior exemplifica que as histórias em quadrinhos constituem um gênero textualA em que prevalece a ausência de interação nos

propósitos comunicativos, como se vê no terceiro quadrinho.

B cuja sucessão cronológica é dispensável para percepção do processo narrativo, como se vê em toda a tira.

C em que, geralmente, há equilíbrio entre os elementos verbais e os não verbais utilizados, como se pode perceber em toda a tira.

D no qual se utilizam elementos gráficos, como o negrito no último quadrinho, para destacar as intenções do autor.

E em que a imagem pouco contribui para facilitar a compreensão da mensagem textual, como se vê no primeiro quadrinho.

QUESTÃO 33Posso mandar por e-mail?

Atualmente, é comum “disparar” currículos na internet com a expectativa de alcançar o maior número possível de selecionadores. Essa, no entanto, é uma ideia equivocada: é preciso saber quem vai receber seu currículo e se a vaga é realmente indicada para seu perfil, sob o risco de estar “queimando o filme” com um futuro empregador. Ao enviar o currículo por e-mail, tente saber quem vai recebê-lo e faça um texto sucinto de apresentação, com a sugestão a seguir:

Assunto: Currículo para a vaga de gerente de marketing

Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva e gostaria de me candidatar à vaga de gerente de marketing. Meu currículo segue anexo.

Guia da língua 2010: modelos e técnicas. Língua Portuguesa, 2010. (adaptado)

O texto integra um guia de modelos e técnicas de elaboração de textos e cumpre a função social deA divulgar um padrão oficial de redação e envio de

currículos.B indicar um modelo de currículo para pleitear uma

vaga de emprego.C instruir o leitor sobre como ser eficiente no envio de

currículo por e-mail.D responder a uma pergunta de um assinante da

revista sobre o envio de currículo por e-mail.E orientar o leitor sobre como alcançar o maior número

possível de selecionadores de currículos.

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QUESTÃO 34

Disponível em: <http://pt-br.facebook.com/pages/RoxTirinhas/179243268777864>. Acesso em: 2 fev. 2012.

A tirinha leva à conclusão de que seu criadorA usa recurso verbais destoantes dos não verbais na

composição da tira.B faz uso dos recursos típicos desse gênero textual

para tecer críticas a respeito do isolamento virtual.C apresenta o “internetês” como o código mais

adequado para uma conversa entre locutor e interlocutor.

D apresenta o virtual como meio responsável pelas uniões conjugais contemporâneas.

E admite ser o recurso verbal inferior ao não verbal.

QUESTÃO 35Segurança exige tempo

As estatísticas sobre a criminalidade em São Paulo, relativas a janeiro, divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública, devem ser consideradas de dois ângulos. Se comparadas com igual período do ano passado, o aumento da criminalidade continua preocupante, tanto na capital como em todo o estado. Esta é uma realidade a ser enfrentada sem subterfúgios. Mas, se elas forem comparadas com dezembro do ano passado, embora os números continuem elevados, há uma clara desaceleração em seu ritmo de crescimento. Este é também um dado da realidade, igualmente importante, que não pode deixar de ser levado em conta. O aumento dos homicídios dolosos, em comparação com janeiro de 2012, ficou muito próximo na capital e no estado, respectivamente de 16,7% e 16,9%. Tiveram também forte aumento na capital outros crimes, especialmente o latrocínio – um dos que mais assustam a população –, com 114% (de 7 para 15 ocorrências), os estupros (23,4%), roubos diversos (10,3%), roubos de carro (10,1%), roubos a banco (42,9%), furtos diversos (13,8%) e furtos de veículos (16,8%). No estado, os latrocínios cresceram 61%; os roubos diversos, 9,3%; e roubo de carros, 18,7%. Há alguns dados positivos como a queda das lesões corporais na capital (4,9%) e a de roubos de cargas tanto na capital (2,4%) como no estado (1,55%). O mais importante no que se refere à redução de crimes é a de extorsões mediante sequestro, crime também muito temido pelos paulistas. Segundo os dados levantados pela Secretaria, ela foi de 36,26% nos últimos 12 meses, o que não é nada desprezível. Embora a situação seja sem dúvida grave, como se vê, há pelo menos um sinal animador que também merece destaque. Quando a comparação dos homicídios dolosos de janeiro é feita com dezembro do ano passado, na capital e no estado, fica evidente que o ritmo de crescimento desse crime teve significativa diminuição. Respectivamente de 37% e 21,36%.

O Estado de S. Paulo. Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: 1o mar. 2013.

O texto defende uma série de ideias acerca do aumento dos índices de violência em São Paulo e a demanda de tempo para sanar tal situação. Tal defesa de pontos de vista se faz por meio do gênero textualA expositivo.B argumentativo.C descritivo.D epistolar.E injuntivo.

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QUESTÃO 36Os anúncios fazem parte de uma campanha do

Governo Federal que expõe os efeitos do alcoolismo no trânsito.

O emprego dos recursos verbais e não verbais nesse gênero textual adota como uma das estratégias persuasivasA evidenciar o descaso das pessoas com os bens

materiais na sociedade contemporânea.B indicar com precisão a quantidade de álcool que

pode desencadear um acidente.C apontar para o aspecto escatológico e pouco

educativo das campanhas do Ministério da Saúde.Dmostrar a relação direta entre o uso de álcool e os

acidentes de trânsito.E indicar que os que mais sofrem as consequências do

alcoolismo são os pedestres.

QUESTÃO 37Fim: um belo começo

Em seu romance de estreia, Fim, Fernanda Torres parte das derradeiras horas de cinco personagens para narrar suas histórias, dando ênfase às que viveram juntos, e tratando-as com a devida humanidade, mas também com muito humor. Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro conheceram-se na praia, foram companheiros de farra no Rio de Janeiro dos gloriosos e tumultuados anos 1960 [...]. Na época, os então trintões curtiam os anos do desbunde feito adolescentes desbundados e, principalmente, desmiolados, como se para eles a vida fosse terminar ali, no dobrar da esquina. [...] Torres pratica um humor refinado que se vale da fina ironia, do sarcasmo, do cinismo para, na perfeita avaliação do escritor Sérgio Rodrigues na contracapa do livro, “transformar histórias noturnas de velhice humana numa ensolarada comédia carioca de costumes”. Esse é o aspecto mais fascinante da obra: individualmente, as cinco histórias são banais, desgraciosas, por vezes até sombrias; vistas na perspectiva de um conjunto, ganham brilho e leveza, pois se completam para compor a crônica de uma época que começa nos anos do desbunde [...].

FACCIOLI, Luiz Paulo. Fim: um belo começo. Gazeta do Povo, jan. 2014. Disponível em: <http://rascunho.gazetadopovo.com.br/>. Acesso em: 27 jan. 2015.

Com base na leitura do texto proposto, é possível defini-lo comoA uma crítica literária, por se tratar de uma análise

pessoal de determinado produto: o livro Fim, de Fernanda Torres.

B uma sinopse, já que apresenta detalhes da trama citada, Fim, situando o leitor sobre elementos de seu enredo.

C um artigo de opinião, pois o autor expõe seu pensamento acerca de um tema bastante atual: os devaneios da juventude.

D uma crônica sobre a juventude libertina no Rio de Janeiro, tendo como exemplo as personagens do livro de Fernanda Torres.

E uma notícia, tendo como principal componente do lide o lançamento do livro Fim, de Fernanda Torres.

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QUESTÃO 38Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e

familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

BRASIL. Presidência da República. Lei no 11 340. Brasília, DF, 7 ago. 2006.

A clareza inerente ao gênero lei manifesta-se no alto grau de formalidade da linguagem empregada. Essas características são expressas na estruturação do texto por meioA da intensa presença de hipérbatos e hipérboles.B de vocábulos empregados com valor denotativo.C da despreocupação com a coerência e com a coesão.D de um número significativo de substantivos

compostos.E da abundante presença de palavras de sentido

figurado.

QUESTÃO 39

Natureza-morta

A charge anterior propõe uma crítica acerca do desmatamento no Brasil. Para isso, o chargista Angeli procurouA aliar os signos verbal e não verbal e as possibilidades

semânticas da língua portuguesa, a fim de dar nova significação a expressões usuais em outros contextos.

B promover a ideia de sinonímia entre expressões linguísticas, a fim de apresentar as inúmeras limitações que uma imagem pode impor a uma expressão.

C denotar o conceito de “natureza-morta” por meio de uma representação artística da morte, para reforçar o real sentido da expressão.

D denunciar a ideia de morte como consequência do crescente desmatamento, por meio de propostas linguísticas de antonímia.

E expor parodisticamente o desmatamento, tendo no humor o conceito linguístico ideal para expressar uma crítica explícita ao problema.

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QUESTÃO 40Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.

Disponível em: <http://www.passeiweb.com>. Acesso em: 1o maio 2009.

Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se deA fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter

realista, relativos à vida de um renomado escritor.B representações generalizadas acerca da vida de

membros da sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana.

C explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como tema seus principais feitos.

D questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos.

E apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva.

QUESTÃO 41

CAPÍTULO PRIMEIRO DO TÍTULO

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

— Continue, disse eu acordando. — Já acabei, murmurou ele. — São muito bonitos. Vi-lhe fazer um gesto para

tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro.

Dom Casmurro, de Machado de Assis.

Dentre as características básicas do texto literário, aquela que fica mais evidente no capítulo lido é aA subjetividade, pois predominam o modo de pensar e

o estilo do narrador.B função estética, evocada pela beleza dos versos

apresentados pela personagem.C ficcionalidade, considerando que é clara a ideia de

que a situação contada não é verossímil.D conotação, pois a maioria das palavras desvia-se do

sentido denotativo e assumem outras significações.E plurissignificação, pois há diversos sentidos no

trecho, e o leitor pode extrapolar os limites do que está sendo dito.

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QUESTÃO 42

Os inocentes do LeblonOs inocentes do Leblonnão viram o navio entrar.Trouxe bailarinas?trouxe emigrantes?trouxe um grama de rádio?Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,mas a areia é quente, e há um óleo suaveque eles passam nas costas, e esquecem.

Carlos Drummond de Andrade

Em Drummond, considerando-se o contexto histórico da poesia “Os inocentes do Leblon”, a consternação do eu lírico em relação à possível chegada de “um grama de rádio” no texto se relaciona, provavelmente,A à excessiva busca de civilização pela sociedade

brasileira.B ao aumento das importações de produtos eletrônicos

para o mercado do país.C ao risco radioativo, cada vez mais evidente no mundo.D aos crescentes crimes de contrabando sem vigilância.E à imposição da cultura norte-americana aos

brasileiros.

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QUESTÃO 43

Confidência do ItabiranoAlguns anos vivi em Itabira.Principalmente nasci em Itabira.Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.Noventa por cento de ferro nas calçadas.Oitenta por cento de ferro nas almas.E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,é doce herança itabirana.De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;este orgulho, esta cabeça baixa...Tive ouro, tive gado, tive fazendas.Hoje sou funcionário público.Itabira é apenas uma fotografia na parede.Mas como dói!

ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.

Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acimaA representa a fase heroica do modernismo, devido ao

tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.

B apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.

C evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.

D critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira.

E apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.

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QUESTÃO 44Leia com atenção:

“Efetivamente, a representação de Guernica – no espírito de muita gente que não tem mais o cuidado de saber exatamente de onde isto surgiu – é um quadro de Picasso. Observei, em Paris, a forma como Picasso foi solicitado a dar explicações sobre sua obra e, depois, vi o nome Guernica aparecendo seguidamente na imaginação das pessoas. Guernica tornou-se a representação de um fato preciso. O fato preciso está esquecido, a representação continua. Admito totalmente que isto tenha uma certa importância, mas devemos estar atentos, pois esses jovens, que sabiam que Guernica é um quadro de Picasso, não conheciam o fato político que o gerou. Ora, tratasse da primeira manifestação daquilo que foi o grande drama da Europa dos anos 30 e 40.”

VILAR, Pierre. História e representação. In: D’ALESSIO, Marcia Mansur. Reflexões sobre o saber histórico. São Paulo: UNESP, 1998. p. 30.

Pode-se entender que o texto faz uma críticaA à pretensão e incompetência da arte em se dedicar

a temas políticos.B ao desconhecimento do local onde foi encontrado o

quadro de Picasso após a guerra.C ao violento massacre de Guernica, ocorrido durante

a Guerra Civil Espanhola.D à ignorância das pessoas que nunca conseguiram

entender o que Picasso pintou.E à maior importância dada ao quadro Guernica do que

ao episódio ocorrido em Guernica.

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QUESTÃO 45

TEXTO I

FormosaFormosa, qual pincel em tela finadebuxar jamais pôde ou nunca ousara;formosa, qual jamais desabrocharaNa primavera a rosa purpurina;

Formosa, qual se a própria mão divinalhe alinhara o contorno e a firma rara;formosa, qual jamais no céu brilharaAstro gentil, estrela peregrina;

formosa, qual se a natureza e a arte,dando as mãos em seus dons, em seuslouvores,jamais soube imitar no todo ou em parte;

mulher celeste, oh! anjo de primores!Quem pode ver-te, sem querer amar-te?Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!

MONTEIRO, Maciel. In: FARACO, Sérgio (Org.). Livro dos sonetos: 1500-1900 (poetas portugueses e brasileiros). Porto Alegre: L&PM, 1996.

TEXTO II

CantadaVocê é mais bonita que uma bola prateadade papel de cigarroVocê é mais bonita que uma poça d’águalímpidanum lugar escondidoVocê é mais bonita que uma zebraque um filhote de onçaque um Boeing 707 em pleno arVocê é mais bonita que um jardim floridoem frente ao mar em IpanemaVocê é mais bonita que uma refinaria da Petrobras de noitemais bonita que Ursula Andressque o Palácio da Alvoradamais bonita que a alvoradaque o mar azul-safira da República Dominicana

Olha,você é tão bonita quanto o Rio de Janeiroem maioe quase tão bonitaquanto a Revolução Cubana

GULLAR, Ferreira. Dentro da noite veloz.

Os poetas Maciel Monteiro, do século XIX, e Ferreira Gullar, do século XX, escolhem o mesmo tema para compor seus poemas: a beleza da mulher amada. No entanto, o distanciamento temporal dos dois autores revela uma grande diferença nas maneiras de olhar a figura feminina e de construir seus textos. Essa diferença reside no fato de Maciel MonteiroA escolher uma forma tradicional, construindo um ideal

distanciado de beleza e Ferreira Gullar criar certo humor ao aliar a figura feminina ao contexto político a qual pertence.

B eleger elementos considerados de alto valor, como a natureza e a arte, para compor a imagem feminina e Ferreira Gullar utiliza imagens consideradas menores que, ao invés de enaltecer, acabam diminuindo a beleza da mulher.

C usar vocabulário raro para mostrar o caráter divino da beleza feminina e Ferreira Gullar preferir termos coloquiais para mostrar que a beleza feminina pode ser revelada na banalidade.

D seguir regras redigidas de métrica e rima para enaltecer a figura feminina e Ferreira Gullar preferir a liberdade formal para construir a imagem distanciada da beleza da mulher amada.

E utilizar recursos de linguagem incomuns para compor a forma poética que escolhe a fim de enaltecer a mulher amada e Ferreira Gullar ser coerente à liberdade formal para descrever sua figura feminina.

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QUESTÃO 46 Contam no cais da Bahia que quando morre um

homem valente vira estrela no céu. Assim foi com Zumbi, com Lucas da Feira, com Besouro, todos os negros valentes. Mas nunca se viu um caso de uma mulher, por mais valente que fosse, virar estrela depois de morta. Algumas, como Rosa Palmeirão, como Maria Cabaçu, viraram santas nos candomblés de caboclo. Nunca nenhuma virou estrela. Pedro Bala se joga n’água. Não pode ficar no trapiche, entre os soluços e as lamentações. Quer acompanhar Dora, quer ir com ela, se reunir a ela nas Terras do Sem Fim de Yemanjá. Nada para diante sempre. Segue a rota do saveiro do Querido-de-Deus. Nada, nada sempre. Vê Dora em sua frente, Dora, sua esposa, os braços estendidos para ele. Nada até já não ter forças. Boia então, os olhos voltados para as estrelas e a grande lua amarela do céu. Que importa morrer quando se vai em busca da amada, quando o amor nos espera? Que importa tampouco que os astrônomos afirmem que foi um cometa que passou sobre a Bahia naquela noite? O que Pedro Bala viu foi Dora feita estrela, indo para o céu. Fora mais valente que todas mulheres, mais valente que Rosa Palmeirão, que Maria Cabaçu. Tão valente que antes de morrer, mesmo sendo uma menina, se dera ao seu amor. Por isso virou uma estrela no céu. Uma estrela de longa cabeleira loira, uma estrela como nunca tivera nenhuma na noite de paz da Bahia.

Capitães da areia, de Jorge Amado.

Pode-se afirmar corretamente que a atitude de Pedro Bala após a morte de Dora (descrita no texto) se compara com a deA Leonardo Pataca, de Memórias de um sargento de

milícias, que tenta correr atrás de sua esposa após ela o abandonar.

BBrás Cubas, de Memórias póstumas de Brás Cubas, que quase entra em estado de depressão devido à morte de Marcela.

C Jacinto, de A cidade e as serras, que procura desculpas em aspectos metafísicos para justificar os problemas que ocorrem na sua casa.

DPiedade, de O cortiço, que acaba tomando atitudes inconsequentes após a perda de seu marido, Jerônimo.

EFabiano, de Vidas secas, que fica imaginando o destino do papagaio que teve de matar, para saciar sua fome.

QUESTÃO 47Capítulo LIV — A pêndula

Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tiquetaque soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim:

— Outra de menos... — Outra de menos... — Outra de menos... — Outra de menos... O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-

lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre.

Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. (fragmento)

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porqueA o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em

seus encontros adúlteros.B como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a

inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo.C na contagem das horas, o narrador metaforiza o

desejo de triunfar e acumular riquezas.D o relógio representa a materialização do tempo

e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas.

E o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

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QUESTÃO 48TEXTO I

O meu nome é Severino,não tenho outro de pia.Como há muitos Severinos,que é santo de romaria,deram então de me chamarSeverino de Maria;como há muitos Severinoscom mães chamadas Maria,fiquei sendo o da Mariado finado Zacariasmas isso ainda diz pouco:há muitos na freguesia,por causa de um coronelque se chamou Zacariase que foi o mais antigosenhor desta sesmaria.Como então dizer quem falaora a Vossas Senhorias ?NETO, J. C. de M. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994. (fragmento)

TEXTO IIJoão Cabral, que já emprestara sua voz ao rio,

transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços biográficos são partilhados por outros homens.

SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.

Com base no trecho de “Morte e vida severina” (texto I) e na análise crítica (texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta: “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio daA descrição minuciosa dos dados biográficos do

personagem-narrador.B construção da figura do retirante nordestino.C representação, na figura do personagem-narrador,

de outros Severinos que compartilham sua condição.D apresentação do personagem-narrador como uma

projeção do próprio poeta, em sua crise existencial.E descrição de Severino, que, apesar de humilde,

orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.

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QUESTÃO 49A pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera, Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste!

BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.

Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em queA a paisagem natural ganha contornos surreais, como

o projeto brasileiro de grandeza.B a prosperidade individual, como a exuberância da

terra, independe de políticas de governo.C os valores afetivos atribuídos à família devem ser

aplicados também aos ícones nacionais.D a capacidade produtiva da terra garante ao país a

riqueza que se verifica naquele momento.E a valorização do trabalhador passa a integrar o

conceito de bem-estar social experimentado.

QUESTÃO 50O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim:

esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.

ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

No romance Grande sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a)A diário, por trazer lembranças pessoais.B fábula, por apresentar uma lição de moral.C notícia, por informar sobre um acontecimento.D aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras.E crônica, por tratar de fatos do cotidiano.

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RESOLUÇÕES

Resolução 01Resposta correta: E

O léxico trazido pelos africanos tornou singular a língua portuguesa escrita e falada no Brasil. Assim como exemplos dados no texto, palavras como caçamba e moleque ajudam a perceber o quanto a memória e a ancestralidade linguística permanecem vivas entre os brasileiros.

Resolução 02Resposta correta: D

O trecho em questão afirma que qualquer dado não pode ser analisado isoladamente; somente com a compreensão dos argumentos, do contexto em que o referido fato se deu, é que podemos chegar a total compreensão de um fato, contrariando a máxima popular de que contra fatos não há argumentos.

Resolução 03Resposta correta: D

O texto de Pero de Magalhães Gandavo expressa a visão do colonizador português acerca da língua e da cultura dos índios do Brasil no século XVI, uma visão limitada por preconceitos eurocêntricos; no fragmento de Macunaíma, Mário de Andrade, através da opinião de um índio sobre a língua e a cultura dos brasileiros do início do século XX, mostra que incorporaram, na escrita, a visão dos colonizadores portugueses. Há ironia em ambos os casos, mas os objetos ironizados são invertidos, de modo que a aproximação dos dois fragmentos revela "a condição humana como fenômeno diverso e complexo", tal como propõe a habilidade 18 formulada pelo ENEM.

Resolução 04Resposta correta: B

Como "A plateia observa em função do Foco", conforme encerra o texto, as situações criadas, com base no imaginário e no conhecimento de mundo dos espectadores, produzem efeitos similares aos reais em quem assiste.

Resolução 05Resposta correta: A

A paródia é um processo criativo pelo qual o artista constrói sua obra a partir de outras preexistentes (livros, filmes, músicas, quadros etc.); em geral, mas não obrigatoriamente, apresenta efeitos cômicos e/ou satíricos. Há a preocupação de não se descaracterizar totalmente a obra da qual se origina, a fim de que a relação intertextual seja percebida pelo leitor.

Resolução 06Resposta correta: D

No poema "Linhagem", por meio do verso "Eu sou descendente de Zumbi", o poeta evoca uma ancestralidade que tem a ver com a trajetória de batalhas dos afrodescendentes no Brasil. Uma trajetória cujas raízes remontam a Palmares e ao guerreiro que melhor simbolizou a trajetória do quilombo, e que atualmente consta do panteão oficial dos heróis brasileiros.

Resolução 07Resposta correta: B

O autor, ao afirmar para o público que busca utilizar a linguagem desse mesmo público, pretende colocar os dois lados da interlocução na mesma posição.

Resolução 08

Resposta correta: E

Os textos referem-se claramente a uma característica do processo da Revolução Industrial: o embrutecimento dos trabalhadores, resultante de sua alienação do processo produtivo.

Resolução 09

Resposta correta: C

O “registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento especulativo, o documentário de comprovações”, trecho do texto, comprova que a documentação de ideias e experiências foi uma das grandes vantagens do advento da escrita.

Resolução 10

Resposta correta: E

Na questão, o aluno deve identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e infor mação. O texto espera que o aluno compreenda que cabe à escola levar o aluno a perceber as peculiaridades das linguagens em diferentes ambientes digitais.

Resolução 11

Resposta correta: B

Não há crítica à falta de conhecimento gramatical quanto ao uso da vírgula, muito menos com relação às novas gerações. O que está explícito na tirinha é uma interpretação equivocada, mesmo em diferentes situações de uso da vírgula, com relação à intencionalidade discursiva presente na letra da canção citada. Na letra, o eu poético revela, nos versos, a ideia metafórica de que a pessoa a qual ele se dirige está sozinha, fria, "na geladeira". Na primeira frase, há utilização da vírgula, o que torna a afirmativa I incorreta.

Resolução 12

Resposta correta: A

Caio faz uso de uma linguagem simples para descrever o cotidiano e as angústias envoltas no tecido complexo da memória.

Resolução 13

Resposta correta: D

O paradoxo é identificado quando os elementos gráficos ou textuais não correspondem à lógica ou ao senso comum. Nele, dois sentidos se fundem em uma mesma ideia, criando um efeito de contradição. Na imagem, esse recurso aparece na mistura entre símbolos associados à guerra e à paz. É importante lembrar que o paradoxo é diferente da antítese, pois nessa última predominam ideias opostas que não causam uma estranheza de sentido, como “estou acordado e todos dormem”.

Resolução 14

Resposta correta: E

O texto I apresenta as vantagens de se usar o plástico, embora alerte o leitor para o uso consciente desse material. Já o texto II tenta dissuadir o leitor de usar o plástico.

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RESOLUÇÕES

Resolução 15Resposta correta: D

Com a utilização das formas verbais na 1a pessoa do plural, o autor tem a intenção de mostrar que o leitor também tem participação tanto no ato de manipular quanto ao fato de serem manipulados pelas tecnologias.

Resolução 16Resposta correta: C

A questão trata de hipertexto, o qual vem auxiliar o ser humano na questão da aquisição e assimilação do conhecimento. O candidato deve perceber que a hipertextualidade se configura como um novo modo de leitura e de organização da escrita.

Resolução 17Resposta correta: B

Enquanto a expressão “em comum” significa “conjuntamente”, o vocábulo “incomum” significa “algo que não é comum” e constitui-se do adjetivo “comum” com o prefixo de sentido negativo “in”.

Resolução 18Resposta correta: D

A tese do autor, embora um tanto equilibrada, acaba determinando a ideia de que as punições aos torcedores corinthianos são exageradas.

Resolução 19Resposta correta: D

A função referencial, a apelativa e a emotiva estão presentes no texto. A primeira pode ser percebida pelo seguinte dado: o texto dá informações a quem não é do Rio sobre um lugar (o referente) que vale a pena conhecer, descrevendo-o para o leitor. A segunda, por sua vez, mostra-se claramente no segundo parágrafo: Alinne Moraes dá conselhos usando a forma imperativa (“aproveite”, “peça”). Quanto à terceira, revela-se por meio da relação emocional da atriz com o espaço: nota- -se a presença da primeira pessoa (“meu”) e de palavras e expressões com maior teor subjetivo (“preferido”, “saudades”, “tenho essa sensação”). O texto apresenta o tom de uma conversa informal. O trecho “que me remetem ao passado”, contudo, é mais formal do que o restante do texto, que é marcado predominantemente por termos como “é meio isso”, “fofinhas” etc.

Resolução 20Resposta correta: B

A possibilidade que a língua portuguesa tem de transformar praticamente qualquer palavra em verbo por meio da colocação de um sufixo faz com que seja comum a criação de neologismos facilmente entendidos.

Resolução 21Resposta correta: D

Rep

rodu

ção

Na questão, é preciso relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem. É possível perceber que a homenagem do Google ao músico Heitor Villa-Lobos mostra quão importante são as memórias artificiais na preservação da memória nacional.

Resolução 22Resposta correta: E

A Arte está ligada ao período em que foi concebida, de tal forma que uma mudança de perspectiva, por exemplo, pode ser considerada errônea em um período, mas para a produção de outro período histórico este elemento pode não ser fundamental para os objetos artísticos.

Resolução 23Resposta correta: A

Ao abordarem as temáticas juvenis em suas letras e em seu estilo, a Jovem Guarda foi classificada como alienada, por não expressar um ideal politizado contra o regime militar.

Resolução 24Resposta correta: B

O trabalho do mestre Vitalino é feito em cerâmica, isto é, um trabalho tridimensional, realizado com a queima de argila.

Resolução 25Resposta correta: A

Na arte barroca, o jogo de luz e sombra está, na maioria das vezes, associado aos conflitos existenciais típicos do ser humano do século XVII. Trata-se de um período de grande turbulência histórica e social, que acaba por refletir-se existencialmente. Dividido entre razão e fé, homem e Deus, antropocentrismo e teocentrismo, o artista acaba por valer-se da dicotomia escuridão e claridade para manifestar seus conflitos e suas visões de mundo.

Resolução 26Resposta correta: C

O Arcadismo corresponde a uma atitude estética neoclássica à medida que adota temas ligados aos padrões greco-latinos: uma arte apolínea, um entendimento da beleza a partir do equilíbrio e da racionalidade conforme se indica no item C.

Resolução 27Resposta correta: D

Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais é o principal objetivo da questão. Nela, o candidato deve reconhecer que o trabalho de Sebastião Salgado dialoga com uma perspectiva sociológica ao mostrar os sabores e dissabores da condição humana.

Resolução 28Resposta correta: C

A dança auxilia o desenvolvimento do aspecto psicomotor do indivíduo, tornando seus movimentos mais apurados e rítmicos.

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RESOLUÇÕES

Resolução 29Resposta correta: E

O quadro de Portinari retrata figuras esquálidas, que estão descaracterizadas enquanto seres humanos, aparentemente em decorrência do sofrimento da seca. Da mesma maneira, o texto de Graciliano Ramos traz uma família que está suprimida de um traço identificador de humanidade: a linguagem.

Resolução 30Resposta correta: B

Considerando que Brasília, assim como o Palácio da Alvorada que lá se encontra, foi construída no cerrado e no planalto, a horizontalidade do prédio sugere uma convivência entre arquitetura e natureza.

Resolução 31Resposta correta: E

A resenha é um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor e não deixar transparecer julgamentos de cunho pessoal.

Resolução 32Resposta correta: C

A tirinha em análise exemplifica o texto misto, em que há elementos verbais e não verbais. Tirinhas são, basi camente, desenhos em que há a apresentação de per sonagens em situações diversas, dispostas, em sua mai oria, horizontalmente. Em muitos casos, o texto verbal ajuda a compor o contexto.

Resolução 33Resposta correta: C

Integrando um guia de modelos e técnicas de elaboração de texto, espera-se que o aluno identifique a função social que o texto cumpre: instruir o leitor acerca de como ser eficiente no envio de currículo por e-mail.

Resolução 34Resposta correta: B

Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos. No caso acima, o autor da tira preocupa-se em mostrar que, apesar do computador e da internet, o contato humano ainda é imprescindível para a sedimentação das relações.

Resolução 35Resposta correta: B

O gênero textual que engloba a argumentação e a defesa de ideias e pontos de vista é o gênero argumentativo.

Resolução 36Resposta correta: D

A campanha do Ministério da Saúde contra o alcoolismo e sua relação maléfica com o trânsito utiliza-se de textos verbais e não verbais. Nela, a estratégia persuasiva, ou seja, de convencimento do destinatário a não beber, evidencia as consequências trágicas da relação entre o álcool e o trânsito.

Resolução 37

Resposta correta: A

A crítica literária consiste em um texto discursivo acerca de determinado texto ou obra literária, geralmente um livro recém-publicado, cuja função é realizar uma análise de forma que seja possível fornecer ao leitor informações sobre tal obra. A crítica é composta por aquilo o que o seu responsável, o crítico, pensa a respeito da obra resenhada, por uma breve sinopse do enredo e, muitas vezes, por referências a outras obras, relação de intertextualidade e referências à realidade. No caso do texto citado, Luiz Paulo Faccioli tece uma crítica sobre o livro Fim, de Fernanda Torres, apontando a trama central e fazendo julgamentos sobre o produto.

Resolução 38

Resposta correta: B

Como é uma lei, a linguagem deve ser clara, denotativa, objetiva e direta, pois, caso contrário, geraria inúmeros problemas de interpretação.

Resolução 39

Resposta correta: A

A interação entre o não verbal (a imagem de uma caveira) e o verbal (“Natureza-morta”) proporciona maior chance de entendimento da mensagem apresentada.

Resolução 40

Resposta correta: E

A sequência verbal ressalta a cronologia principal dos fatos da vida do grande mestre Joaquim Maria Machado de Assis. O texto vale-se de um estilo marcado por linguagem objetiva e ordem tipológica da narração, característica típica dos textos de natureza biográfica.

Resolução 41

Resposta correta: A

O narrador assume a função de protagonista, o que torna toda a obra Dom Casmurro, incluindo o trecho apresentado, extremamente subjetiva.

Resolução 42

Resposta correta: C

A obra Sentimento do mundo possui características da fase social de Drummond, tendo sida escrita no período da Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, o medo da guerra era frequente, inclusive, em relação ao risco radioativo (vale lembrar que já existiam usinas nucleares e que o Brasil acertava um acordo com a Alemanha para a montagem de algumas dessas aqui no país). O rádio citado é o elemento químico (que é radioativo).

Resolução 43

Resposta correta: C

Drummond e a sua análise da condição existencial parecem encontrar na sociedade mineira, com suas vielas e sobrados históricos tão arraigados de humanismo, o tema ideal para a construção de uma poesia que transita entre o individual e o universal na formação de seu tecido lírico.

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RESOLUÇÕES

Resolução 44Resposta correta: E

Em 1937, o pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) reagiu ao bombardeio da cidade espanhola de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola, com a elaboração de um grande painel mostrando a tragédia em sua forma mais crua. Dessa forma, Picasso engajou sua arte na denúncia à violência do fascismo, em franca expansão pela Europa e pelo mundo na década de 30. O teste aborda a questão da representação de episódios históricos através da arte e a forma como essa representação acaba adquirindo “vida própria”, desvinculando-se da realidade concreta que lhe serviu de inspiração.

Resolução 45Resposta correta: C

Ambos os autores compõem seus textos tendo como tema principal a beleza da mulher amada. Percebe-se, contudo, que há diferença na maneira com que cada um deles olha a mulher e a representa em versos. Maciel Monteiro, por exemplo, usa vocabulário não usual para referir-se à beleza feminina; Ferreira Gullar, por sua vez, por meio do banal, usa termos coloquiais para revelar a beleza da mulher.

Resolução 46Resposta correta: D

Em O cortiço, Piedade entrega-se à bebedeira e a uma vida mísera após seu marido, Jerônimo, deixá-la por causa de Rita Baiana. Essas atitudes inconsequentes por causa de um amor perdido podem ser comparadas às de Pedro Bala.

Resolução 47Resposta correta: D

O bater da pêndula do relógio concretiza, materializa a ideia de tempo para o narrador e, assim, redireciona seu possível idealismo romântico após saborear um beijo. Além disso, o relógio traz em si uma aguda consciência da passagem do tempo e a certeza dos instantes perdidos.

Resolução 48Resposta correta: C

O texto literário, via de regra, mantém estreita ligação com o contexto histórico, social e político em que foi produzido. No caso da poética de João Cabral de Melo Neto, temos um autor “engajado”, comprometido com a causa dos que são nordestinos como ele. Em seu poema, “Morte e vida severina”, o personagem-narrador Severino compara-se a outros que, como ele, são deserdados da sorte, produtos da pobreza e do desequilíbrio social da região.

Resolução 49Resposta correta: B

O projeto ideológico em construção na primeira repú blica "vendia" para o mundo a ideia de uma terra brasileira próspera e fecunda, portanto perfeita para o enriquecimento de quem nela trabalha. A riqueza e exuberância da terra é tratada como fonte de riqueza e prosperidade individual e isso independe de políticas governamentais como se diz no item B.

Resolução 50Resposta correta: D

Os aforismos são tipos de textos associados a comportamentos culturais de grupos humanos. Trata-se de um gênero que reflete traços coletivos e que está associado a identidades sociais na fala de Riobaldo em Grande sertão: veredas, vê-se a aproximação com o aforismo pelo fato de ele tentar expor uma máxima comportamental em poucas palavras.