Logística -...

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Vanessa Alessandra Silva Braga Logística

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Vanessa Alessandra Silva Braga

Logística

Vanessa Alessandra Silva Braga

LOGÍSTICA

Belo HorizonteNovembro de 2015

COPYRIGHT © 2015GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO

Todos os direitos reservados ao:Grupo Ănima Educação

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empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.

EdiçãoGrupo Ănima Educação

Vice PresidênciaArthur Sperandeo de Macedo

Coordenação de ProduçãoGislene Garcia Nora de Oliveira

Ilustração e CapaAlexandre de Souza Paz Monsserrate

Leonardo Antonio Aguiar

Equipe EaD

Conheça a AutoraVanessa Alessandra Silva Braga é formada

em administração com ênfase em comércio

exterior e mestre em administração. Mais

de dez anos de atuação na área de logística

internacional e comércio exterior, adquirindo

assim ampla experiência em operações

logísticas de importação e exportação,

além de logística nacional. Experiência na

coordenação de transações comerciais com

empresas estrangeiras, de acordo com as

normas mercantis, alfandegárias e fiscais de

cada país, além da vivência na elaboração de

estratégias de negócios, visando conquistar

novos parceiros comerciais e novos

mercados com o objetivo de atingir metas de

lucratividade. Responsável pela coordenação

e acompanhamento de processos de

exportação e importação. Mais de seis anos

de experiência em docência em disciplinas

relativas à logística, produção e comércio

exterior para cursos de graduação e MBA.

Experiência em orientação de TCC de pós-

graduação e elaboração de materiais virtuais

para cursos de EaD.

Nossa disciplina, Logística, aborda essencialmente a logística dentro da

empresa e em ambientes globalizados, mas sempre com o intuito de

buscar resultados empresariais. A disciplina tem como eixo principal a

introdução de novos conceitos da logística empresarial como diferencial

competitivo e as principais decisões envolvidas nas diferentes etapas do

fluxo de materiais, bem como o sistema de informações que permite o

controle destes fluxos. Além disso, existe a preocupação com a relação

empresarial de redes de organizações e a cadeia de suprimentos com

suas parcerias entre empresas, que permitem resultados maiores e

melhores aos participantes da rede de relacionamento.

Desta forma, são de suma importância a leitura e estudo deste livro para

um primeiro embasamento teórico a respeito da logística empresarial,

pois eles serão as bases para que você possa ser capaz de entender a

logística e seu funcionamento, e desta forma contribuir para a elaboração

da estrutura de gestão do fluxo de materiais de uma forma integrada

ao longo da cadeia de suprimentos, propondo abordagens alternativas à

realidade das organizações.

Apresentação da disciplina

UNIDADE 1 003Entendendo a logística 004Origem e história . 006Conceitos 011Evolução logística 012Diferenciação entre produto e serviço 017Revisão 021

UNIDADE 2 023 As atividades logísticas e a integração das operações logísticas 024Classificando as atividades logísticas 025Logística integrada: uma tendência empresarial 031Barreiras à integração interna 032Revisão 035

UNIDADE 3 037A logística integrada 038Entendendo a logística integrada 039Revisão 047

UNIDADE 4 049 Cadeia de suprimentos (SCM – Supply Chain Management) 050Conceituando a cadeia de suprimentos 051Gerenciamento da cadeia de suprimentos 053Relacionamentos na cadeia de suprimentos 057Objetivos e desafios 060Revisão 062

UNIDADE 5 064Custos logísticos 065Os custos logísticos conceitos 066Elementos dos custos logísticos 070Trade off (trocas compensatórias) 074Gestão dos custos logísticos 076Revisão 077

UNIDADE 6 079Serviço ao cliente 080Serviço ao cliente conceitos e elementos 081A importância do serviço logístico para o cliente 083Fatores importantes para o nível de serviço 083Interação: logística e marketing 085Revisão 087

UNIDADE 7 088A logística e a estratégia 089A logística e a estratégia competitiva 091Cadeia de valor 093Obtendo vantagem competitiva por meio da logística 096Os desafios da gestão logística e a importância para as empresas 097Revisão 102

UNIDADE 8 104Tendências logísticas 105Sustentabilidade x logística 107 A logística e o e-commerce 109A logística internacional 112A tecnologia da informação e a logística 115Revisão 119

REFERÊNCIAS 121

Entendendo a logística

• Origem e história

• Conceitos

• Evolução logística

• Diferenciação entre produto e

serviço

• Revisão

Introdução

A logística não é uma atividade recente. Desde quando nos

entendemos por homens, já existia a necessidade de transporte,

armazenagem e outras atividades relacionadas à logística.

Como se transportariam os alimentos e água necessários para a

sobrevivência? Como seriam armazenados? Se observarmos bem,

a logística existe desde a antiguidade, porém só recentemente

teve reconhecimento por parte das organizações. Olhando para

o passado, podemos identificar a logística, por exemplo, na

construção das pirâmides, nas grandes navegações, nas grandes

batalhas e também, de forma muito importante, no período entre

guerras, em que a ela foi usada de forma estratégica pelos países.

Contudo, o curioso é que no passado não existia a consciência sobre

a logística e sua importância. Somente no período entre guerras é

que se começou a formar a consciência da sua “importância”, de

como uma logística bem planejada e realizada poderia oferecer

certa vantagem em relação ao outro.

A logística, ao longo dos anos, vem recebendo diferentes conceitos,

diferentes denominações. Apesar de estar em foco de alguns

poucos anos para cá, muitas vezes as pessoas ainda entendem

como logística apenas o transporte e a armazenagem de produtos.

Mas é importante saber que transporte e armazenagem são apenas

duas atividades da logística, e que ela vai muito além de transportar

e armazenar. A logística inclui várias outras atividades, entre elas

aquisição, manuseio de materiais, embalagem, gestão de pedidos,

entre outras. O fluxo logístico está cada vez mais complexo e

estratégico.

Nesta primeira unidade temos como objetivo estudar o surgimento

da logística e sua evolução até chegar à cadeia de suprimentos, que

envolve todas as atividades relacionadas a um produto e/ou serviço,

desde o primeiro fornecedor até o cliente final, seja em execução,

seja em acompanhamento. Veremos também a diferença entre

produtos e serviços. Bons estudos!

LOGÍSTICA

unidade 1006

Origem e históriaAs atividades logísticas existem há muito tempo, contudo,

faz apenas alguns poucos anos que ela foi reconhecida pelas

empresas e utilizada de forma estratégica para conferir vantagem

à organização em relação aos concorrentes. Desde o surgimento

do homem, já existiam necessidades como transportar, armazenar,

entre outras. Como se transportava a caça, que era seu alimento?

Como ela era guardada? E a água? Como era transportada e

estocada? Como se conservavam os alimentos para as épocas de

baixa produção? Se pensarmos bem, a logística é utilizada há muito

tempo e, muitas vezes, mesmo hoje em dia, realizamos logística

sem sabermos.

Trocava-se o excesso da produção de uma comunidade

pelo excesso de outra comunidade.

Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/0BKMk>. Acesso em: 02 de jan. 2015.

FIGURA 1 - Os homens e a logística no passado

Caminhando na evolução da organização social, quando surgiu o

comércio, ainda na época do escambo, ou seja, quando se trocavam

produtos entre comunidades, já existia a necessidade de se

trabalhar a gestão de estoque, armazenagem e transporte. Trocava-

se o excesso da produção de uma comunidade pelo excesso de

outra comunidade.

Por um longo período da história da humanidade, as comunidades

LOGÍSTICA

unidade 1007

Era preciso mantê-los

conservados para que se realizasse

a troca com outras comunidades.

produziam seu próprio alimento, mas não se conseguia produzir

tudo de que precisavam. Cada comunidade produzia determinados

produtos, ou seja, uma produzia trigo, a outra criava galinhas, a outra

criava porcos, e assim por diante. A sobra, o excesso do que cada

comunidade produzia, era trocado pelo excesso da produção das

outras comunidades. A comunidade que produzia porcos trocava

um porco por cinco sacas de trigo; outra comunidade trocava

galinhas por trigo e assim sucessivamente. Esse tipo de transação

é o que se chama de escambo.

FIGURA 2 - Escambo

Fonte: Acervo Institucional.

Então, reflita: onde está a logística nisso?

Quando uma comunidade produzia sua mercadoria e essa produção

gerava algum excesso, as pessoas tinham de fazer a gestão do

excesso ou, muitas vezes também, da falta do que produziam.

Dessa forma estavam gerindo seu estoque. Mas, além do estoque,

era preciso cuidar da armazenagem dos produtos. Era preciso

mantê-los conservados para que se realizasse a troca com outras

comunidades. Dessa forma, fazia-se a gestão de armazenagem.

LOGÍSTICA

unidade 1008

Ainda era necessário cuidar do transporte. As comunidades

ficavam distantes geograficamente umas das outras, e era preciso

transportar os produtos trocados, realizando então a gestão de

transporte – escolhia-se o melhor caminho a se fazer, a melhor

forma de se transportar a mercadoria, etc.

FIGURA 3 - Comunidades antigas

Fonte: Acervo Institucional.

Existem diferentes linhas teóricas que abordam o surgimento da

logística, mas grande parte dos autores clássicos aponta a época

das grandes guerras, mais precisamente após a Segunda Guerra

Mundial, na década de 1940, como o marco para o “boom” da

logística. Foi a partir desse período que ela passou a ser reconhecida

pelas organizações e, dessa forma, ganhou mais espaço dentro das

empresas.

LOGÍSTICA

unidade 1009

Numa guerra, é necessário ter

suprimentos (alimentos e água)

suficientes para toda a tropa.

Bem, se o período entre guerras é considerado um marco para a evolução logística, fica a pergunta: por que a logística militar foi tão importante? Já pensou a respeito?

Vamos pensar em tudo que está envolvido numa guerra.

• Milhares de pessoas.

• Armamento, equipamentos.

• Geralmente, deslocamento geográfico de grandes distâncias.

Pensando em uma guerra e nos pontos citados acima, podemos

fazer a seguinte análise.

Numa guerra, é necessário ter suprimentos (alimentos e

água) suficientes para toda a tropa. São necessários, também,

medicamentos, transporte da tropa, transporte do armamento, dos

suprimentos, dos medicamentos, de material para abrigo, entre

outros. Quando se fala em guerra, é preciso pensar na logística

do deslocamento da tropa, para saber se haverá possibilidade

de ataque inimigo ou se a tropa poderá atacar ou não inimigos

durante o deslocamento. É preciso saber onde se abrigará a

tropa caso falte suprimento, se o local oferece alimento e água. É

necessário também saber como serão armazenados suprimentos,

medicamentos e armamento.

FIGURA 4 - Logística militar

Fonte: Acervo Institucional.

LOGÍSTICA

unidade 1010

Sabemos que, após a Segunda

Guerra Mundial, em 1945, vários países

se encontravam devastados,

principalmente na Europa.

Ainda é preciso escolher a melhor estratégia de ataque, se este

será por terra, mar ou ar, quando atacar, quando recuar, quantos

soldados da tropa colocar na batalha ou quando e quantos serão

poupados.

De suma importância há ainda a informação. Não podemos

esquecer a importância enorme da comunicação e da informação,

fundamentais para que as tropas aliadas dialogassem a respeito

dos inimigos. Resumindo, a logística militar demandou dos

comandantes excelência na realização de todas essas atividades.

O mínimo detalhe poderia ser o ponto determinante da vitória ou da

derrota na guerra. Christopher (2009) afirma que todas as guerras

da espécie humana foram ganhas ou perdidas por meio das forças

e capacidades logísticas, ou da falta delas.

Mas ainda assim fica uma pergunta: por que somente após o período entre guerras a logística evoluiu e passou a ser tratada de forma diferente pelas empresas?

Sabemos que, após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, vários

países se encontravam devastados, principalmente na Europa.

Esses países precisavam ser reconstruídos, o que gerou um grande

dinamismo econômico envolvendo uma logística extremamente

complexa que exigia homens, tecnologia e vários outros recursos.

Mudanças econômicas, desenvolvimento científico, tecnológico e

o período pós-guerra fizeram com que as empresas aprimorassem

seus processos industriais e produtivos. Com essa evolução,

elas aumentaram a capacidade produtiva e o mix (variedade) de

produtos e serviços oferecidos ao consumidor.

Porém, de nada adiantaria para as empresas melhorarem seus

processos, produzirem em maior quantidade e variedade, se não

conseguissem atender aos clientes. De nada adiantaria uma

empresa produzir mais e melhor, mas não conseguir armazenar

LOGÍSTICA

unidade 1011

Cada vez mais, então, os processos

logísticos tiveram que evoluir e

melhorar dentro das organizações.

adequadamente seus produtos, ou distribuí-los com atraso ou com

algum dano. Cada vez mais, então, os processos logísticos tiveram

que evoluir e melhorar dentro das organizações.

Agora que já conhecemos um pouco da história da logística, vamos

refletir: o que é a logística propriamente dita? Vamos descobrir?

Conceitos

De acordo com o dicionário Aurélio, o termo “logística” vem do

francês logistique e tem como uma de suas definições “a parte da

arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e

desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição,

reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou

administrativos”. Outros historiadores defendem que a palavra logística

vem do antigo grego logos, que significa razão, cálculo, pensar e analisar.

Agora que já sabemos o que é logística, quando e como surgiu,

vamos prosseguir com nossos estudos para entendermos de forma

mais aprofundada o conceito de logística e o seu papel.

Já vimos que a missão da logística, a essência dela, é disponibilizar um produto ou serviço correto, na quantidade correta, no local correto, ao menor custo possível.

Como isso se dá? Bem, imagine que você comprou um celular pela

internet, cuja entrega foi prometida em cinco dias úteis. Isso quer

dizer que o mínimo que você espera é receber o modelo de aparelho

escolhido, na quantidade certa, dentro do prazo prometido e no

local para onde foi solicitada a entrega, certo? Qualquer questão que

esteja em desacordo com sua requisição o(a) deixará insatisfeito(a)

com o produto e/ou serviço.

LOGÍSTICA

unidade 1012

Existem várias definições para o

conceito de logística. Até mesmo um único autor, às vezes, pode

apresentar mais de uma definição.

Existem várias definições para o conceito de logística. Até mesmo

um único autor, às vezes, pode apresentar mais de uma definição.

Contudo, todas elas sempre se baseiam na missão da logística

(dispor, disponibilizar um produto ou serviço correto, na quantidade

correta, no local correto, ao menor custo possível).

Ballou (2006) conceitua logística como todas as atividades de

movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos

e/ou serviços, desde o ponto de aquisição da matéria-prima até

o ponto de consumo final, assim como os fluxos de informação

que colocam os produtos em movimento, com o propósito de

providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo

razoável.

Já Christopher (2009) define a logística como o processo de

gerenciamento estratégico da compra, do transporte e da

armazenagem de matérias-primas, partes e produtos acabados

(além do fluxo de informação relacionado) por parte da organização

e de seus canais de marketing, de tal modo que os lucros atuais

e futuros sejam maximizados mediante a entrega de encomendas

com o menor custo associado.

Assim, pode-se conceituar logística como a área da gestão

responsável por prover recursos, equipamentos e informações para

que seja possível a execução de todas as atividades pertinentes a

uma empresa. Dessa forma, é necessária uma visão holística da

organização, pois a gestão trabalhará desde a compra e entrada de

materiais até o pós-vendas de um produto ou serviço (BALLOU et

al., 2006).

Evolução logística

Como vimos anteriormente, a logística passou por consideráveis

evoluções nas últimas décadas. Hoje em dia, a logística não

é realizada e gerida como era antes. Após a Segunda Guerra,

LOGÍSTICA

unidade 1013

A segunda fase da logística é a

chamada fase da integração rígida, e compreende o

período pós-guerras, em que a logística

começa a ser “enxergada” pelas

organizações e a ter “importância” para

as empresas

a logística evoluiu muito. Segundo BALLOU (2006), é possível

distinguir três fases distintas na evolução da logística: até 1950; de

1950 a 1970; após 1970.

1) Primeira fase (atuação segmentada) – até 1950

Durante essa fase, que foi até aproximadamente a década de 1950,

as atividades logísticas eram realizadas de forma “solta” dentro

das organizações, de forma pulverizada; não havia uma área

específica que realizasse a gestão de todas as atividades de forma

conjunta. As atividades eram fragmentadas, não existiam áreas

específicas responsáveis por sua gestão, ou seja, cada uma delas

era administrada por uma área ou setor diferente da organização.

Por exemplo, o transporte era administrado pela produção, o

estoque pelo marketing e assim por diante. Vale observar que, por

causa dessa fragmentação, ocorriam vários conflitos de objetivos e

responsabilidades entre as áreas de uma empresa. Conforme Ballou

(2006), até 1950, aproximadamente, a área da logística permaneceu

adormecida e não era guiada por nenhuma filosofia.

2) Segunda fase (integração rígida) – de aproximadamente 1950

até 1970

A segunda fase da logística é a chamada fase da integração rígida,

e compreende o período pós-guerras, em que a logística começa

a ser “enxergada” pelas organizações e a ter “importância” para as

empresas. Entre 1950 e 1970, a logística passou por um período de

desenvolvimento bastante relevante, pois o ambiente era favorável

para os novos pensamentos administrativos e as condições

econômicas e tecnológicas estimulavam o desenvolvimento

das atividades logísticas (BALLOU, 2006). Ainda conforme esse

autor, nesse período haviam quatro condições-chave para o

desenvolvimento dessas atividades logísticas, conforme podemos

ver no esquema a seguir.

LOGÍSTICA

unidade 1014

FIGURA 5 - Condições-chave do avanço logístico

Fonte: Acervo Institucional.

Pressão por custo na indústria

Avanços tecnológicos

Desenvolvimento das atividades

logísticas

Alterações nos padrões e atitudes de demanda dos

consumidores

A experiência militar

a. Alterações nos padrões e atitudes de demanda dos

consumidores: com o crescimento da migração da área

rural para os centros urbanos e dos centros urbanos para

os subúrbios circundantes, as atividades de distribuição,

estoque, entre outras, tiveram que sofrer alterações.

b. Pressão por custo na indústria: após a Segunda Guerra

Mundial, a economia cresceu muito e a esse crescimento

se seguiu uma fase de recessão, o que gerou para as

empresas um longo período de pressão por lucros.

c. Avanços tecnológicos: evoluindo cada vez mais, a logística

começou a se tornar cada vez mais complexa, e essa

complexidade podia ser administrada por meio das novas

tecnologias surgidas após a Segunda Guerra.

d. A experiência militar: a área militar já tinha consciência da

importância e da necessidade de uma boa coordenação

das atividades logísticas. Atividades como aquisição,

transporte, administração de estoques, entre outras, eram

LOGÍSTICA

unidade 1015

Iniciada após a década de 1970, essa é a fase da

integração total das atividades logísticas,

na qual a logística entra num estágio de

semimaturidade.

de suma importância para que se conseguisse sucesso nas

operações militares.

NOVAES (2004) comenta que, na segunda fase da evolução das

atividades logísticas, havia “uma busca inicial da racionalização

integrada da cadeia de suprimentos, mas ainda muito rígida, pois

não permitia a correção dinâmica, real time, do planejamento ao

longo do tempo”.

3) A terceira fase (integração total) – após 1970

Iniciada após a década de 1970, essa é a fase da integração

total das atividades logísticas, na qual a logística entra num

estágio de semimaturidade. As empresas passaram a controlar

custos, produtividade e qualidade. Atividades que antes não eram

controladas pelas empresas passaram a lhes despertar o interesse.

A logística passou a ser vista como um elo entre o mercado e a

atividade operacional da empresa. Como afirma CHRISTOPHER

(2009), entendeu-se que uma boa gestão logística leva a organização

a alcançar vantagem competitiva em custo/produtividade, além

de vantagem competitiva em valor. Os princípios e conceitos da

logística formulados durante essa fase passaram a ser usados em

larga escala e com sucesso pelas empresas.

Ocorre um salto qualitativo da maior importância: as empresas da cadeia de suprimento passam a tratar a questão logística de forma estratégica, ou seja, em lugar de aperfeiçoar pontualmente as operações, focalizando os procedimentos logísticos como menor gerador de custo, as empresas participantes da cadeia de suprimento passaram a buscar soluções novas, visando à logística para ganhar competitividade e para induzir novos negócios (NOVAES, 2004).

A figura abaixo mostra de forma esquemática a maneira como as

atividades ligadas à logística foram tratadas pelas empresas em

cada uma das três fases.

LOGÍSTICA

unidade 1016

Fonte: Adaptado de Ballou, 2004, p. 30.

FIGURA 6 - A evolução das atividades logísticas para a cadeia de suprimentos

Compras/Gerenciamento de materiais

Distribuição Física

Logística

Até 1950 Até 1970 Após 2000

Previsão de demandaCompras

Planejamento de necessidades

Planejamento da produção

Estoque de fabricação

Armazenagem

Manuseio de materiais

Embalagem

Estoque de produtos acabados

Planejamento da distribuição

Processamento de pedidos

Transporte

Serviços ao consumidor

Planejamento estratégico

Serviços de informação

Marketing/Vendas

FinanceiroG

ER

EN

CIA

ME

NT

O D

A C

AD

EIA

DE

SU

PR

IME

NT

OS

Com a evolução da logística e os novos conceitos de gestão, surge

um entendimento mais amplo da área e um maior interesse por ela.

A partir desse ponto, começa a se delinear o conceito de gestão da

cadeia de suprimentos, que será aprofundado na unidade 4.

Até aqui, já avançamos bastante no entendimento da logística, mas

ainda temos mais coisas para aprender. Então, reflita: se alguém

lhe perguntasse o que é um produto ou serviço do ponto de vista

logístico, será que você conseguiria responder? Vamos entender um

pouco mais sobre esse assunto?

LOGÍSTICA

unidade 1017

O produto para um mercado é

constituído por elementos tangíveis,

ou seja, elementos físicos que podemos tocar, sentir, ver, etc.

Diferenciação entre produto e serviçoOs conceitos de produtos e serviços são relativamente claros para

nós. Contudo, é preciso esclarecer algumas particularidades a

respeito desses conceitos. Como se sabe, produto é diferente de

serviço. Produtos e bens são coisas físicas, palpáveis, concretas

(um celular, um notebook, um eletrodoméstico, um carro, etc.).

Produto é, ainda, algo que pode ser oferecido a um mercado para

satisfazer um desejo ou uma necessidade (KOTLER, 2001). O

produto para um mercado é constituído por elementos tangíveis,

ou seja, elementos físicos que podemos tocar, sentir, ver, etc. Mas

é importante lembrarmos que nada impede que o produto seja

composto, também, de elementos intangíveis, ou seja, ele pode

ser composto por um ou mais serviços (garantia estendida, por

exemplo, em um notebook).

Serviço, por sua vez, é um trabalho realizado para alguém (serviço

de transporte, telefonia celular, TV a cabo, energia elétrica, etc.) e

tem as características descritas a seguir.

• Intangibilidade: qualidade do que não se pode ver, sentir,

provar, cheirar ou ouvir. Até comprarmos o determinado

serviço, pode-se considerar que são invisíveis.

• Inseparabilidade: não se pode produzir um serviço e depois

consumi-lo; os serviços são produzidos e consumidos ao

mesmo tempo. Pense, por exemplo, em um corte de cabelo:

nós consumimos o serviço ao mesmo tempo em que ele é

produzido.

• Variabilidade: serviços são variáveis, dependerão de

quem, quando e onde serão executados. A prestação de

um mesmo serviço pode ter resultados diferentes quando

executada em lugares ou para pessoas diferentes. Pense

em empresas aéreas e na prestação do serviço de lanche.

LOGÍSTICA

unidade 1018

Os intangíveis (como transporte,

seguros, dentre outros), quase nunca podem ser vistos ou

testados antes da sua aquisição.

Será que os serviços são iguais em todas elas?

• Perecibilidade: serviços são perecíveis, ou seja, não podem

ser estocados. Como estocar um serviço se sua realização

e entrega são feitas ao mesmo tempo e ele não é algo

“concreto”, algo físico?

Tangibilidade e intangibilidade

Normalmente se considera que “bens” são tangíveis (concretos) e

“serviços” são intangíveis (invisíveis, não concretos). Na maior parte

das vezes, os tangíveis são palpáveis, concretos, físicos e, assim,

podem ser vistos, tocados, cheirados e experimentados antes de

serem adquiridos. Os intangíveis (como transporte, seguros, dentre

outros), quase nunca podem ser vistos ou testados antes da sua

aquisição.

Nos últimos anos, pode-se notar que os produtos estão adquirindo

outras características além das físicas. Eles estão cada vez mais

ligados a percepções como qualidade, design, marca, etc. Conforme

KOTLER (1991), o desenvolvimento de um produto deve ser pensado

em três níveis.

1. Produto-núcleo: constituído dos benefícios ou serviço.

2. Produto básico ou tangível: composto por características,

estilo, marca, embalagem e nível de qualidade.

3. Produto ampliado: composto por serviços adicionais como

instalação, garantia, entrega, crédito, serviços pós-venda.

Produto logístico

Quando falamos em produto logístico, referimo-nos ao produto

propriamente dito, fornecido, ou seja, ao produto em si. Nesse caso,

produto logístico pode ser um produto físico ou um serviço. Valores

podem estar agregados a esse produto, e essa agregação de valor

pode gerar uma considerável satisfação no cliente.

LOGÍSTICA

unidade 1019

Os produtos logísticos

classificam-se em dois grupos: bens

de consumo e bens industriais.

Se o produto for um bem físico, é dotado de características físicas

como tamanho (dimensão), peso, odor, etc. Se o produto for

um serviço, é composto de traços intangíveis (invisíveis), como

qualidade, conveniência, entre outros. Os produtos logísticos

classificam-se em dois grupos: bens de consumo e bens industriais.

Fonte: Acervo Institucional.

FIGURA 7 - Bens de consumo

Bens de consumo

Aqueles que são direcionados para o consumidor (produtos alimentícios, automóveis, roupas, etc.).

Fonte: Acervo Institucional.

FIGURA 8 - Bens industriais

LOGÍSTICA

unidade 1020

Bens industriais

Aqueles que são direcionados para as empresas. Os bens industriais são usados na produção e/ou prestação de serviços (maquinário, matéria-prima, equipamentos, materiais de escritório, entre outros).

Até aqui já tivemos bastante informação a respeito de logística, não

acha? Mas ainda falta falarmos mais das atividades logísticas. Bem,

é isso que veremos na nossa próxima unidade. Vamos lá?

Que tal vermos um pouco da logística no nosso dia a dia? Quero que você

traga a logística para mais perto de você. Vamos pensar juntos?

Imagine a compra de supermercado da sua casa. Como ela é feita? De

forma aleatória? Em quantidades aleatórias? Certamente não! Aposto que

a compra é organizada, de maneira a repor os itens que estão acabando e

em quantidades que serão usadas em um período determinado, seja esse

período uma semana, 15 dias, um mês e assim por diante.

Fonte: Acervo Institucional.

FIGURA 9 - Logística no nosso dia a dia

Vamos tomar o feijão como nosso exemplo. Pense: em sua casa, vocês

esperam o feijão acabar completamente para colocá-lo na lista de

compras? Imagino que não! Quando percebem que tem uma quantidade

mínima de feijão, já fazem a nova compra.

LOGÍSTICA

unidade 1021

E na hora de consumir o feijão? Isso é feito de forma aleatória?

Provavelmente vocês o consomem sempre considerando o prazo de

validade, isto é, vocês usarão primeiro aquele cujo prazo de validade está

mais perto de vencer. Viu só como a logística está muito mais próxima de

nós do que imaginamos? Praticamos a logística várias vezes em nosso

dia a dia, seja em uma compra de supermercado, seja quando arrumamos

nosso armário ou ouvimos, pela manhã, as notícias sobre o trânsito no

rádio, para conseguirmos definir a melhor rota para chegar ao trabalho.

Toda a logística que praticamos em nosso dia a dia também é praticada

pelas empresas, porém de forma muito mais ampliada. Uma empresa,

como nós, não compra matéria-prima ou material de apoio de forma

aleatória, e não utiliza os materiais de forma aleatória também.

RevisãoChegamos ao final da nossa primeira unidade.

Até aqui aprendemos o que é logística, quando e onde ela surgiu.

Entendemos quando ocorreu o “boom” da logística para as

empresas e vimos que a logística militar foi de suma importância

para a evolução das atividades logísticas dentro das organizações.

Vimos também como se deu a evolução dessas atividades até

chegarmos à cadeia de suprimentos hoje em dia.

Estudamos os conceitos de logística e entendemos que sua

essência, seu objetivo básico, é disponibilizar um produto ou serviço

certo, na quantidade certa, no local certo ao menor custo possível.

Finalizando a unidade, aprendemos o que é produto e serviço e a

diferença entre os dois. Basicamente, podemos dizer que serviço é

algo intangível, enquanto produto é tangível.

E, finalmente, aprendemos que produto logístico é o produto fornecido,

propriamente dito, que pode ser um produto físico ou um serviço.

LOGÍSTICA

unidade 1022

Existem alguns sites com informações interessantes relacionadas à

logística. Vale a pena navegar por eles. Confira:.

GUIA LOG. Disponível em: <http://www.guialog.com.br>. Acesso em: 13 de

jan. 2015.

LOGISTICA TOTAL. Acesso em: <http://logisticatotal.com.br>. Acesso em

13 de jan. 2015..

ADMINISTRADORES.COM. Disponível em: <http://www.administradores.

com.br>. Acesso em: 13 de jan. 2015.

BRASIL LOG. Disponível em: < www.feiradelogistica.com>. Acesso em: 13

de jan. 2015.

ABRALOG. Disponível em: <http://www.aslog.org.br>. Acesso em: 13 de

jan. 2015.

As atividades logísticas e a integração das operações logísticas

• Classificando as atividades

logísticas

• Logística integrada:

uma tendência empresarial

• Barreiras à integração

interna

• Revisão

Introdução

Depois de vistos na primeira unidade alguns conceitos da logística,

que tal você compreender agora as atividades logísticas?

A logística empresarial procura prover o melhor nível de rentabilidade

nas atividades logísticas, por meio de planejamento, organização e

controle efetivos, visando facilitar o fluxo de produtos e serviços.

A nova gestão da logística visa administrar as atividades relacionadas

ao fluxo de produtos e serviços de forma agrupada, o que significa uma

evolução da maneira de administrar a logística dentro das empresas.

Você já viu que muitas atividades, por exemplo: transporte,

armazenagem e outras, se iniciaram nos primórdios da existência

do homem. Hoje, no entanto, as organizações devem realizar essas

mesmas atividades, com o intuito de atender aos seus clientes com

bens e serviços. Por isso, o sucesso da logística está na boa gestão e

execução das suas atividades, tanto as primárias quanto as de apoio.

Nesta unidade, os objetivos serão aprender um pouco mais sobre as

atividades logísticas e suas particularidades, além de entender como

acontece a integração dessas atividades e suas barreiras internas.

LOGÍSTICA

unidade 2025

Agora vamos entender cada uma

delas, de forma que consigamos

compreender sua importância e seu

impacto quando se trata da realização

da logística.

Classificando as atividades logísticasJá não é mais novidade que a logística busca otimizar, melhorar

os fluxos de materiais, serviços e informações desde o ponto

de aquisição (ponto de origem – primeiro fornecedor) até o

consumidor (ponto de destino final). O objetivo da logística é

melhorar constantemente o nível de atendimento aos clientes, com

a finalidade de satisfazer suas necessidades com o menor custo

possível ou razoável.

Para uma organização conseguir atender aos objetivos acima,

são necessárias algumas atividades logísticas. Pelos conceitos já

apresentados na unidade anterior, podemos identificar algumas

atividades que são de suma importância para a realização da

logística. Alguns autores, como ALVARENGA e NOVAES (2000) e

BALLOU (2006), classificam essas atividades da seguinte maneira:

atividades primárias e atividades secundárias ou de apoio.

Agora vamos entender cada uma delas, de forma que consigamos

compreender sua importância e seu impacto quando se trata da

realização da logística.

Atividades primárias

Conforme BALLOU (2006), as atividades primárias são as atividades

que contribuem com a maior parcela do custo total da logística

realizada pela organização, ou são atividades essenciais para a

coordenação e o cumprimento de uma determinada tarefa logística.

Essas atividades são aquelas consideradas como básicas,

primordiais para que aconteça o processo logístico. Elas são

essenciais para o começo e fim de um ciclo logístico, ou seja, por

meio delas, têm-se o início, o meio e o fim de um processo logístico.

LOGÍSTICA

unidade 2026

É a partir do processamento de

pedidos que se inicia a movimentação de produtos e entrega de bens e serviços

aos clientes.

As atividades primárias são: transporte, gestão de estoque e

emissão de pedidos. Para ficar mais fácil de entender, considere

que sem uma das atividades principais, o processo não acontece.

Pensemos juntos: como acontece a necessidade de uma entrega de

serviço ou produto?

1º - Para que exista a necessidade de entregar algum

produto, é necessário que se haja um pedido para

aquilo. É preciso que algum cliente tenha feito um

pedido para um produto.

2º - Tenho o pedido do cliente, agora preciso ter o produto

para entrega. Como atender um pedido de um cliente

sem ter o que ele deseja? Dessa forma, é necessário

que se tenha estoque.

3º - Já temos pedido e estoque, mas ainda precisamos

entregar o produto ao cliente. Assim, precisamos de

transporte.

Que tal conhecermos essas atividades detalhadamente?

Emissão de pedidos

A gestão de pedidos é uma atividade menos onerosa do que as

outras duas atividades primárias: transporte e gestão de estoque;

porém, é tão importante quanto as outras duas, uma vez que é o

ponto de partida para que a logística aconteça (BALLOU, 2006).

É a partir do processamento de pedidos que se inicia a movimentação

de produtos e entrega de bens e serviços aos clientes.

Gestão de estoque

A gestão de estoque é a segunda atividade logística mais onerosa

LOGÍSTICA

unidade 2027

O estoque é capital, é dinheiro da

empresa que está “parado” em forma de matéria-prima,

produtos acabados, entre outros.

para uma empresa. Estoque é matéria-prima, insumo, componente,

produto em processo e produto acabado que estão “parados”

dentro da empresa.

E por que o estoque torna mais caro o processo logístico? Já pensou

sobre isso?

Como foi dito, o estoque é tudo o que uma empresa tem

armazenado de insumos, matéria-prima, produto intermediário e

produto acabado. O estoque é capital, é dinheiro da empresa que

está “parado” em forma de matéria-prima, produtos acabados,

entre outros.

Esta é uma das razões de existir tanta pressão por parte das empresas

em manter o nível de estoque o mais baixo possível. A administração

de estoques envolve a responsabilidade de manter seus níveis de

estoque tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo em que provê

a disponibilidade desejada pelos clientes, (BALLOU, 2006).

O mesmo autor também cita que o estoque, assim como o

transporte, absorve boa parte dos custos logísticos; porém,

é importante sua existência, uma vez que o estoque serve de

“amortecedor”, considerando a oferta e a demanda, ou seja, os

clientes poderão ter os produtos quando requisitados.

Transporte

O transporte é a atividade que vai prover a movimentação de

materiais de uma empresa, ou seja, se refere aos meios de

movimentar matérias-primas, produtos acabados, entre outros. O

transporte é considerado a atividade logística que mais onera, que

deixa mais caro o processo logístico de uma empresa.

BALLOU (2006) comenta que o transporte é considerado a atividade

de maior importância dentro da logística, uma vez que absorve a

maior parte dos custos, por ser uma atividade onerosa.

LOGÍSTICA

unidade 2028

As atividades secundárias ou de

apoio são: obtenção, planejamento

de produto, armazenamento,

manuseio de materiais,

embalagem e informação.

Atividades de apoio ou secundárias

As atividades secundárias ou de apoio, como o próprio nome já

diz, são atividades que suportam, dão sustentação às atividades

primárias. Pense bem: como fazer gestão de estoque e não ter

o local para armazená-lo? Como atender ao pedido e não ter

embalagem para entregar o produto? Essas atividades suportam as

primárias, mas não impedem que o fluxo logístico aconteça.

As atividades secundárias ou de apoio são: obtenção, planejamento

de produto, armazenamento, manuseio de materiais, embalagem e

informação.

Conforme BALLOU (2006), embora o transporte, manutenção

de estoques e processamento de pedidos sejam os principais

elementos que contribuem para a disponibilidade e a condição

física de bens e serviços, há várias atividades adicionais que apoiam

essas atividades primárias.

Conheça agora as atividades secundárias.

Armazenamento

Essa atividade está ligada ao espaço físico onde se guarda o

inventário de uma empresa. Segundo BALLOU (2006), armazenagem

é a atividade que se refere à administração do espaço físico

necessário para se estocar os produtos. Relaciona-se a ações

como: localização, arranjo físico, configuração do armazém, entre

outros. A gestão da armazenagem trata da forma como vamos

administrar a alocação dos nossos produtos em um determinado

espaço físico, além de ser a terceira atividade mais onerosa na

logística.

LOGÍSTICA

unidade 2029

A movimentação de matérias vai tratar de toda a

movimentação de qualquer produto

dentro da empresa.

Fonte: Disponível em: <http://www.fotolia.com/id/19244970>. Acesso em: 12 jan. 2015.

FIGURA 10 - Armazém

Manuseio de materiais

Essa atividade trata da movimentação de produtos no local de

armazenagem. Relaciona-se com: equipamentos de movimentação

(empilhadeira, paleteiras, entre outros), procedimento para

formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho.

A movimentação de matérias vai tratar de toda a movimentação

de qualquer produto dentro da empresa. Por exemplo, movimentar

matéria-prima para a linha de produção, ou movimentar produto

acabado da linha de produção para o almoxarifado e assim por

diante.

Embalagem

A atividade de embalagem se relaciona com a proteção dos

produtos. É ela que vai garantir que o produto não sofra nenhum

dano, pois o objetivo é preservar a integridade física e a qualidade

do produto.

Assim, um bom projeto de embalagem do produto ajuda a garantir

movimentação sem quebras. Além da função de proteção, a

LOGÍSTICA

unidade 2030

A obtenção é a atividade que deixa

o produto disponível para o sistema

logístico.

embalagem, muitas vezes, agrega valor ao produto. Quantas

vezes compramos um produto pela embalagem? (BALLOU, 2006).

A embalagem também influencia o manuseio e a armazenagem,

tornando-os eficientes ou não.

Obtenção

Esta é uma atividade que demanda uma atenção especial, pois

muitas vezes é confundida com compras. Apesar de serem

atividades similares, elas são diferentes. A obtenção é a atividade

que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Por meio

dela se faz a seleção das fontes de suprimentos, das quantidades a

serem adquiridas e da forma como o produto vai ser transportado

(BALLOU, 2006).

A atividade de compras inclui muitos outros detalhes (negociação,

preço, dentre outros) do que a obtenção. Esses detalhes são

pertinentes somente à atividade de suprimentos. Dessa forma,

a programação da produção de uma empresa vai influenciar

diretamente na obtenção de materiais.

Planejamento de produto

Atividade diretamente ligada ao departamento de produção

de uma empresa. É nessa atividade que se determinará o quê,

quando e quanto deverá ser produzido. BALLOU (2006) comenta

que a programação de produtos se relaciona com a programação

de necessidade de produção e seus respectivos itens da lista de

materiais. Essa atividade se refere, primariamente, às quantidades

agregadas que devem ser produzidas e quando devem ser

fabricadas.

Manutenção de informação

Essa é uma atividade que tem sido cada dia mais importante dentro

das empresas. A gestão de informação hoje é básica e primordial

LOGÍSTICA

unidade 2031

Com o passar do tempo e com as

novas necessidades impostas pelo

mercado, as atividades foram

passando pela integração dentro das organizações

e começaram a ser geridas de forma

conjunta.

em qualquer empresa. Como sobreviver em um mercado com

informação e comunicação falhas?

Fonte: Disponível em: <http://www.prosperpolska.eu/>. Acesso em: 12 de jan.2015.

FIGURA 11 - A informação dentro das organizações

A informação influencia diretamente não só a logística, mas todas

as áreas de uma empresa. Conforme BALLOU (2006), essa atividade

é importante para um correto planejamento e controle logístico. É

com uma administração adequada da informação que a logística

empresarial vai atender aos objetivos de proporcionar ao cliente

produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades.

Logística integrada: uma tendência empresarialJá vimos, na unidade anterior, a evolução das atividades logísticas

e que, em épocas passadas, elas eram realizadas de forma

fragmentada dentro das organizações. Com o passar do tempo e

com as novas necessidades impostas pelo mercado, as atividades

foram passando pela integração dentro das organizações e

começaram a ser geridas de forma conjunta.

LOGÍSTICA

unidade 2032

A partir dessa definição, você pode

perceber a amplitude da logística.

Conforme BALLOU (2006):

Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes BALLOU (2006).

A partir dessa definição, você pode perceber a amplitude da

logística. A visão da logística integrada é desde o foco mais

estratégico, que é o atendimento ao cliente, até o nível mais

operacional, que envolve os fluxos de materiais e de informações.

Desta forma, quando se fala em logística integrada em uma

empresa, fala-se de um esforço integrado com o intuito de criar

valor para o cliente ao menor custo possível.

Segundo BOWERSOX & CLOSS (2001), a missão da logística

integrada exige a integração de esforços para criar valor para o

cliente pelo menor custo total possível, sendo que estes esforços

devem estar concentrados em três áreas: fornecedores, empresa e

concorrentes.

Para conseguir atingir este objetivo, a empresa tem que trabalhar

completamente de forma integrada, mas não só nas atividades

logísticas, como também entre as diversas áreas da organização

(por exemplo: marketing, produção, engenharia).

Barreiras à integração interna Apesar de se ter a consciência e ser notória a necessidade da

integração logística, ainda sim existem barreiras que dificultam que

isso aconteça de forma “suave”. Geralmente são barreiras internas

à própria organização, tais como: cultura, hierarquia e comunicação.

Esses entraves tornam o fluxo logístico difícil de acontecer.

LOGÍSTICA

unidade 2033

As empresas precisam ter

estratégias para que consigam superar

várias barreiras que surgirão.

CHRISTOPHER (2009) descreve as principais barreiras internas à

integração logística.

• Estrutura organizacional por funções: essa estrutura

diz respeito às estruturas tradicionais, divididas em

departamentos, em que há maior grau de especialização

em cada função. Esse tipo de estrutura forma barreiras

naturais à integração, visto que a organização está

acostumada a trabalhar de uma única forma.

• Sistema de medição tradicional: nesse sistema, falta

capacidade para medir a agregação de valor aos produtos

ou serviços. Os sistemas gerenciais e contábeis mais

comuns não medem isso. Dessa forma, a empresa não

consegue mensurar onde precisa melhorar ou se tornar

mais competitiva em relação ao concorrente.

• Foco exclusivo na produtividade: esse fato leva ao excesso

de estoque. Produz-se mais do que o necessário e isso faz

com que o capital de giro da empresa fique imobilizado.

• Tecnologia da informação mal aplicada: a falta da

integração da TI com as diversas áreas da empresa. Isso

impede a troca de informações e dificulta a gestão da

cadeia como um todo.

• Capacidade técnica e gerencial insuficiente: a gestão

fragmentada até alguns anos atrás fez com que as pessoas

ficassem especialistas em somente algumas atividades,

sem desenvolver a capacidade da gestão do todo, da gestão

integrada. Perde-se visão estratégica e percepção do todo.

Dessa forma, é possível perceber que não é tão simples e fácil

administrar as atividades logísticas. As empresas precisam ter

estratégias para que consigam superar várias barreiras que

surgirão.

LOGÍSTICA

unidade 2034

CLIENTES AVALIAM O SERVIÇO DE TRANSPORTE OFERECIDO PELA GIDION

A Gidion realizou duas pesquisas de opinião para conhecer a percepção

dos usuários em relação ao serviço de transporte coletivo de Joinville e

avaliar o nível de satisfação dos contratantes do serviço de fretamento

em 2011. As pesquisas foram feitas pela empresa Delfos Informações

Estratégicas. A pesquisa analisa perfil do usuário, característica de

deslocamento, hábitos de utilização do transporte coletivo e satisfação em

relação ao sistema. Desde 2002, a Gidion realiza anualmente a pesquisa

de satisfação dos clientes, para acompanhar os hábitos, aprimorar

continuamente a qualidade dos serviços prestados e reforçar os aspectos

positivos hoje praticados pela empresa.

Transporte coletivo urbano

A nota média de satisfação dos clientes do transporte coletivo de Joinville

nos itens pesquisados foi de 8,2, mantendo–se na média dos últimos três

anos. Os clientes entrevistados avaliaram atendimento dos motoristas,

segurança dos veículos, pontualidade, bilhetagem eletrônica, transporte

nas faixas exclusivas, limpeza dos carros, integração, atendimento do SAC

e dos guichês, entre outros itens. O atendimento dos motoristas recebeu

avaliação 8,6, dos guichês foi 8,7 e do SAC, 8,9. Os clientes também

demonstraram estar satisfeitos com as faixas exclusivas para ônibus, que

receberam nota média 9,1. A pesquisa foi realizada de 7 a 10 novembro.

As pesquisas foram feitas pela empresa Delfos Informações Estratégicas.

LOGÍSTICA

unidade 2035

Fretamento mantém satisfação

As 13 empresas atendidas pelo serviço de fretamento da Gidion

responderam à pesquisa de satisfação de 1º a 22 de novembro. A nota

média de satisfação dos clientes foi de 9,1, mesmo índice de 2010, quando

o serviço era prestado para 11 empresas da região. Os representantes

das empresas avaliaram o trabalho dos motoristas, dos supervisores

e gerentes, facilidade de contato, respostas aos problemas, veículos e

segurança.

Fonte: Disponível em: <http://www.gidion.com.br/wp-content/pdf/trans_janeiro.pdf>. Acesso em: 13 de jan. 2015.

RevisãoNesta unidade foram contempladas cada uma das atividades

logísticas e suas respectivas classificações. Você aprendeu que

a tendência exige que o gerenciamento logístico integre cada vez

mais as atividades e as diferentes áreas dentro de uma organização,

objetivando atender aos clientes com níveis cada vez mais altos e

custos mais baixos.

Vimos que as atividades primárias são chamadas assim por

serem essenciais para que aconteça o fluxo logístico. Essas são

as atividades que mais oneram o custo logístico de uma empresa.

As atividades de apoio ou secundárias, por sua vez, sustentam as

LOGÍSTICA

unidade 2036

atividades primárias.

Também lhe foram apresentadas as principais barreiras para que

a integração logística aconteça dentro de uma organização. E, por

fim, você percebeu que o conceito de logística integrada vai muito

além do que apenas realizar suas atividades. É preciso acelerar o

movimento por meio da logística e tornar todo o sistema logístico

mais flexível e sensível a esse mercado em mutação rápida. A

logística tem como essência a preocupação em obter vantagem

competitiva em mercados cada vez mais voláteis, sobrevivendo

apenas as empresas que conseguirem adicionar valor ao cliente em

prazos e custos cada vez menores.

Você pode saber mais a respeito das atividades logísticas nos livros abaixo:

FILHO, João Severo. Administração

de logística integrada: materiais, PCP

e marketing. Rio de Janeiro: E-papers

Serviços Editoriais Ltda. 2006

HARRISON, JEFFREY S. Administração

Estratégica de Recursos e

relacionamentos. Porto Alegre:

Bookman, 2005.

A logística integrada

• Entendendo a logística integrada

• Revisão

Introdução

Você viu na unidade anterior que com o passar dos anos as

atividades logísticas foram sofrendo integração interna nas

empresas. Com a integração das atividades logísticas, as empresas

conseguiram ampliar a eficiência e os níveis de serviço.

Nesta unidade veremos que a competência da logística integrada é

criar uma estrutura integrada de tal forma que seja possível atuar

em seus três níveis de operações logísticas (suprimentos, produção

e distribuição), de maneira a facilitar o fluxo básico das operações.

Além disso, temos por objetivos aprender mais a respeito de cada

uma das três áreas da logística integrada e como elas integram

suas operações. São elas: logística de suprimentos (LS), logística

de produção ou interna (LP ou LI) e logística de distribuição (LD).

Porém, é importante notar que alguns autores consideram como

outra área da logística integrada a atividade de logística reversa (LR).

Na unidade 8, por sua vez, daremos atenção especial à logística

reversa. Além disso, iremos compreender os conceitos principais

relacionados à logística e seus vários níveis de integração. Será

abordada cada uma das áreas da logística integrada, mostrando o

campo de atuação de cada uma delas.

Bons estudos!

LOGÍSTICA

unidade 3039

Entendendo a logística integradaÉ importante lembrar que a quantidade de ciclos de operações

logísticas irá depender do segmento de atuação da empresa e da

sua posição na cadeia de suprimentos, mas nem por isso será

considerado de menor importância.

Por meio das duas figuras abaixo você pode compreender melhor

a logística integrada, suas três áreas e como elas se integram –

logística de suprimentos (LS), logística de produção (LP) ou interna

(LI) e logística de distribuição (LD).

Fonte: Elaborado pela autora.

FIGURA 12 - Logística integrada

FORNECEDOR(SUPRIMENTOS)

F Á B R I C A(PRODUÇÃO)

C L I E N T E(DISTRIBUIÇÃO)

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS

GERENCIAMENTO DE MATERIAIS GERENCIAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO

LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO

LOGÍSTICA INTEGRADA

LOGÍSTICA

unidade 3040

FIGURA 13 - Funcionamento da logística integrada

Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/SI8Cy0>. Acesso em: 12 de jan. 2015.

Para facilitar o entendimento, traduzimos os termos em inglês

presentes na ilustração sobre o funcionamento da logística

integrada.

Receiving - área de recebimento.

Quality / returns - área de qualidade/devolução.

Satellite control - roteirização e controle por satélite.

Cross-dock / transfers - “atravessamento de docas” / transferência.

Put-away - movimentação ou colocação no armazém, baseado em

informações de tempo real sobre o status do uso de prateleiras.

Picking / selection (RF, paper, voice) - separação e seleção (rádio

frequência, papel, voz).

Replenishiment – reabastecimento.

Inventory control - gestão de estoque, controle de inventário.

Value-added processing - processo de agregação de valor.

Labor&task managment – gestor.

Shipping – expedição.

Loading – carregamento.

LOGÍSTICA

unidade 3041

Com base na figura anterior, podemos perceber que a logística

integrada está relacionada a uma empresa em questão. Apesar

de envolver outros participantes, a logística integrada trata das

atividades realizadas para se colocar material dentro da empresa

e tirar material de dentro da empresa. Estas atividades fazem parte

do fluxo de matérias, e estão sempre amparadas pelo fluxo de

informação.

Os fluxos logísticos

As operações logísticas se iniciam quando um fornecedor expede

materiais ou componentes para uma empresa, e terminam quando

esta empresa fabrica um produto e o entrega a um cliente.

Para organizações de grande porte, as operações logísticas

consistem em vários movimentos que resultam na entrega de

produtos, seja para atender outras indústrias, seja para atender o

varejo, o atacado ou até mesmo o usuário final do produto: o cliente.

FIGURA 14 - Serviços integrados - indústria automobilística

Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/tf4zpn>. Acesso em: 12 de jan. 2015.

LOGÍSTICA

unidade 3042

Desta forma é interessante e

necessário que se divida o fluxo de materiais da

logística integrada em três áreas, pois assim facilita-se a

compreensão.

Quando se fala em fluxo de operações da logística integrada, é usual

e didático que se divida em dois fluxos: fluxo de materiais e fluxo de

informação. No decorrer dessa unidade você conhecerá detalhes

sobre esses dois fluxos.

Desta forma é interessante e necessário que se divida o fluxo de

materiais da logística integrada em três áreas, pois assim facilita-se

a compreensão.

É comum, nas empresas, a sobreposição das quatro áreas. É viável

e normal que se combine as três áreas (suprimento, produção

e distribuição) de forma a propiciar a gestão integrada do fluxo

de materiais e informação para atendimento ao cliente final da

empresa.

Que tal vermos do que se tratam e como funcionam estas áreas?

Fluxo de materiais

A logística de suprimentos (LS)

A logística de suprimentos é a área da logística integrada que trata

da administração de materiais, ou seja, é o momento em que se

decide a quantidade de materiais que serão comprados, quando e

como serão movimentados, quem será o fornecedor, etc., ou seja,

trata-se da compra e organização da movimentação de entrada

de materiais, insumos, matéria-prima e produtos acabados dos

fornecedores, para empresas, depósitos ou lojas de varejo. No

escopo a seguir, você pode perceber as áreas participantes da

logística integrada de uma determinada empresa.

LOGÍSTICA

unidade 3043

FIGURA 15 - Escopo da logística

Fonte: Acervo institucional.

ESCOPO DA LOGÍSTICA

DENTRO DA EMPRESA

Recebimento

Fornecedores

Consumidores

MATÉRIA-PRIMA

FABRICAÇÃO

TRABALHO EM PROCESSO

MONTAGEM

ARMAZÉM

Expedição

Varejo

Atacadista

FORA DA EMPRESA

INBOUND

OPERAÇÕES

OUTBOUND

Esta área, a logística de suprimentos (inbound), tem início no

momento que o material (recursos) está pronto para expedição

no fornecedor e finaliza no momento da entrada deste material

(recursos) na empresa (recebimento). É a área que trabalha o fluxo

de produtos para a empresa, sendo responsável pelo abastecimento

da empresa. A atividade de interface da logística de suprimentos

com a logística de produção ou logística interna é o planejamento e

controle de estoque. A interface se dá quando o estoque é adquirido

por suprimentos, mas para a utilização da produção. Ele é de

responsabilidade tanto de suprimentos quanto de produção.

Pela figura a seguir vocês podem perceber as atividades básicas da

logística de suprimentos.

LOGÍSTICA

unidade 3044

SUPRIMENTOS

TRANSPORTE

ARMAZENAGEM E MANUTENÇÃO DO ESTOQUE DE MATÉRIA-PRIMA

ADM. DE SUPRIMENTOS

DESENVOLVIMENTO DE FORNCECEDORES

GLOBAL SURCING

FOR

NEC

EDO

R

PEDIDO DE COMPRA

INFORMAÇÕES

INFORMAÇÕES

TRANSPORTE DE PRODUTOS

FIGURA 16 - Logística de suprimentos

Fonte: Adaptado de CÉSAR e NETO (2009).

A logística de produção (LP) ou logística interna (LI)

Logística de produção ou logística interna, basicamente, se inicia no

portão de entrada da fábrica (recebimento de matéria-prima) e se

desenvolve dentro da empresa até o momento de se ter o estoque

do produto acabado, ou seja, produto finalizado e pronto para

distribuição. A principal responsabilidade da logística de produção

é participar da realização de uma programação de produção e

providenciar a produção em tempo correto.

Esta atividade envolve, como já falado, o planejamento,

organização e controle de atividades e pessoas que têm algum

tipo de relação com o fluxo de materiais dentro da empresa,

como por exemplo: plano de estoque, controle de estoques

(matéria-prima, produto semiacabado, ou seja, em processo, e

produto final), embalagem, etc.

A atividade de interface entre produção e distribuição é o

planejamento de recursos de distribuição. Esta atividade é

responsável pelos recursos, equipamentos e informações para que

a distribuição seja realizada de forma adequada. O planejamento de

recursos de distribuição tratará de planejar o transporte, a separação

e embalagem dos pedidos, além do correto gerenciamento de

LOGÍSTICA

unidade 3045

informações para conseguir entregar o produto ao cliente e então

ter a sua satisfação.

A figura a seguir mostra as atividades básicas da logística de

produção.

FIGURA 17 - Fluxo básico da logística de produção ou logística interna

Fonte: Adaptado de CESAR e NETO (2009).

FOR

NE

CE

DO

R

CL

IEN

TE

ENTRADAS

ALMOXARIFADO

COMPRAS

FINANCEIRO (CONTAS A REC.)

VENDAS

PR

OD

UTO

SSER

VIÇ

OS

INFO

RM

ÕES

INTERNO

PCP

PRODUÇÃO

CONTABILIDADE

CUSTOS

RH

SAÍDAS

EXPEDIÇÃO

FINANCEIRO (CONTAS A PAGAR)

VENDAS

MKT

PR

OD

UTO

SSER

VIÇ

OS

INFO

RM

ÕES

PR

OD

UTO

SSER

VIÇ

OS

INFO

RM

ÕES

PR

OD

UTO

SSER

VIÇ

OS

INFO

RM

ÕES

EMPRESA

Logística de distribuição (LD)

A logística de distribuição é responsável pela entrega do produto

físico até a porta do cliente final na fábrica e no depósito das

empresas. Inicia-se na saída do material da empresa (estoque de

produto acabado) e termina no cliente. Trata do fluxo de produtos da

empresa para o cliente. É a gestão das atividades de movimentação

de produto acabado, administração do pedido e entrega ao cliente. A

logística de distribuição é fundamental para o trabalho de marketing.

Se ocorrer de os produtos não serem entregues de forma correta,

no local correto e no tempo correto, boa parte do marketing poderá

ser colocada em risco.

Na próxima figura você perceberá as atividades básicas da logística

de distribuição.

LOGÍSTICA

unidade 3046

Fonte: Adaptado de Cesar e Neto (2009).

FIGURA 18 - Fluxo básico da logística de distribuição

ATIVIDADES IMPORTANTES

- PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DA DISTRIBUIÇÃO- FRETE- MV. E ARMAZENAMENTO DE PRODUTO ACABADO - EMBALAGEM- PROCESSAMENTO DE PEDIDO- ESTIMATIVA DE DEMANDA DAS VENDAS- CONTROLE DE ESTOQUE DE PRODUTO ACABADO- SERVIÇOS AO CLIENTE

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

- ASSISTÊNCIA TÉCNICA- SUPORTE AO MERCADO- LOCALIZAÇÃO DE ARMAZÉNS E CD

CL

IEN

TE

PEDIDO DE COMPRA

INFORMAÇÕES

INFORMAÇÕES

TRANSPORTE DE PRODUTOS

Fluxo de informação

A informação é primordial para o bom funcionamento de qualquer

organização. As informações abrangem não só as três áreas vistas

anteriormente, mas toda a cadeia. O ideal é que a informação seja

via de mão dupla e que flua de fornecedor a cliente e cliente a

fornecedor, além de fluir, também, em todos os sentidos dentro de

uma empresa.

Desta forma, compartilhar informações diminui possibilidades

de erros, garantindo a boa execução da logística e consequente

satisfação do cliente. A informação facilita a realização das

atividades logísticas dentro de uma organização. A gestão

da informação logística trata tanto de informações entre os

participantes da cadeia logística quanto das informações

pertinentes às operações para receber, produzir e expedir, seja

dentro da organização ou para algum outro cliente fora da empresa.

LOGÍSTICA

unidade 3047

Apesar do fluxo de materiais (LS, LP e LD) e do fluxo de informações

estarem sendo tratados de forma isolada na nossa disciplina,

não quer dizer que é desta forma que elas precisam ser tratadas

dentro de uma organização. A consideração de operações internas

isoladamente é útil para mostrar a importância fundamental da

integração de todas as funções e atividades envolvidas na logística.

Embora muitas empresas levem mais em consideração os

números obtidos, as empresas estão cada dia mais preocupadas

em satisfazer o cliente e desta forma conseguir atingir um nível

de serviço excelente. E as empresas perceberam que este objetivo

pode ser conseguido por meio da logística integrada. Por isso,

cada vez mais as empresas usam a logística integrada e seu bom

funcionamento para conseguir estar à frente dos seus concorrentes.

Hoje em dia, quando se fala em logística, se fala em algo estratégico

para as empresas.

Acesse o link abaixo e assista ao vídeo que mostra a incrível gestão de

logística integrada da FEDEX. A FEDEX é uma empresa de courier (correio

expresso) que possui uma das melhores gestões logísticas do seu

segmento.

LOGISTICA FEDEX – IMPRESSIONANTE. Canal de Engenharia de Produção:

(15 min. 13 seg.): son. color. Português. Disponível em: <http://goo.gl/

pRHsEF>. Acesso em: 14 de jan. 2015.

RevisãoVamos agora rever os principais pontos e aspectos da logística

integrada?

Você sabe que hoje, já não basta satisfazer o seu cliente, é

necessário encantá-lo. Os consumidores são cada vez mais

exigentes em qualidade, agilidade e atentos aos preços. Tendo

LOGÍSTICA

unidade 3048

esta consciência, é necessária uma boa gestão logística em que

seja possível planejar, implementar e controlar da maneira eficaz

e eficiente o fluxo de produtos, serviços e informações, desde a

compra de matérias-primas ou produtos acabados, passando pela

produção, até o ponto de distribuição (atender ao cliente). Entende-

se por logística integrada todas as operações logísticas da empresa,

incluindo trânsito de materiais e informações.

A logística integrada se divide em dois fluxos: materiais e

informação.

O fluxo de materiais se subdivide em três operações. A primeira

é a logística de suprimentos, que trata de toda a logística ligada

à aquisição, seja de matéria-prima, insumo, produtos acabados,

etc. Este fluxo termina quando o material chega ao recebimento

da empresa. A segunda operação é a de logística de produção, ou

logística interna, que trata todo o fluxo logístico dentro da empresa,

incluindo movimentação de matérias, produção, etc. A terceira e

última é a distribuição, que trata de todo o fluxo da expedição da

empresa até o produto final chegar ao cliente.

É importante lembrar que existe interface entre estas operações.

Isto que dizer que existem ações e responsabilidades pertinentes a

mais de uma operação ao mesmo tempo. Uma operação começa

quando a outra ainda não terminou completamente.

Selecionamos o link de um vídeo bastante interessante. Neste vídeo,

você poderá conhecer mais a respeito da logística integrada da empresa

Transpiratininga. Não deixe de conferi-lo!

LOGISTICA INTEGRADA. Estratego On-line: (07 min 01 seg.): son. color.

Português. Disponível em: <http://goo.gl/Gh0BVg>. Acesso em: 14 de

jan. 2015.

Cadeia de suprimentos (Scm – supply chain management)

• Conceituando a cadeia de

suprimentos

• Gerenciamento da cadeia de suprimentos

• Relacionamentos na cadeia de suprimentos

• Objetivos e desafios

• Revisão

Introdução

Nas unidades anteriores foi apresentado a você o histórico da

logística nas organizações. Conforme vimos, é um processo que

tem passado por algumas transformações. Após a década de 1990,

notavelmente a logística tomava cada vez mais espaço dentro das

empresas. A integração interna das atividades logísticas já não era

mais suficiente para se conseguir atingir a satisfação dos clientes,

sendo necessária uma nova forma de gestão. Após o ano 2000, as

empresas começaram a fazer a gestão da cadeia de suprimentos,

também chamada de gestão da cadeia de fornecimento ou suplly

chain management.

A gestão da cadeia de suprimentos trata da administração de todo

o fluxo de materiais, financeiro e de informação, desde o primeiro

fornecedor até o último consumidor.

Nesta unidade aprenderemos a diferenciar logística de cadeia

de suprimentos, conheceremos o que é a cadeia de suprimentos,

entenderemos seu funcionamento e, por fim, analisaremos a

importância da cadeia de suprimentos para as organizações

nos dias atuais. Desta maneira você poderá aplicar os conceitos

aprendidos na empresa onde trabalha, contribuindo então para

bons resultados empresariais.

LOGÍSTICA

unidade 4051

Os esforços da gestão da cadeia

de suprimentos têm como objetivo

principal A SATISFAÇÃO DOS

CLIENTES.

Conceituando a cadeia de suprimentosCom a evolução das atividades logísticas e de sua gestão, surgiu

um novo conceito da integração logística, por volta do ano 2000,

que chamamos atualmente de cadeia de suprimentos.

É importante observar que é normal que se confunda a cadeia

de suprimentos com logística. Para minimizar essa confusão, o

Council of Logistics Management (CLM) (entidade americana de

profissionais de logística), modificou sua definição de logística,

mostrando que ela não é sinônima de cadeia de suprimentos, e sim

um subconjunto dela.

Conforme o Council of Logistics Management, logística é a parte

dos processos da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e

controla o efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações

correlatas desde o ponto de origem até o ponto de consumo,

com o objetivo de atender às necessidades dos clientes. Já o

gerenciamento da cadeia de suprimentos tem o seguinte conceito:

SCM (suplly chain management) é a integração dos processos

de negócios desde o usuário final até os fornecedores originais

(primários) que providenciam produtos, serviços e informações que

adicionam valor para os clientes.

Os esforços da gestão da cadeia de suprimentos têm como objetivo

principal A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES.

Sendo assim, podemos entender que a cadeia de suprimentos

envolve todas as empresas que têm alguma relação com a produção

e o fornecimento de determinado produto ou serviço. A figura a

seguir mostra um desenho esquemático do que seria uma cadeia

de suprimentos. Pelo desenho, podemos notar que ela é uma rede

complexa de relação e dependência em que uma empresa central

se liga a várias outras empresas, clientes e fornecedores.

LOGÍSTICA

unidade 4052

Por meio da cadeia de suprimentos se

busca conseguir sinergia com a integração dos

processos-chave.

EMPRESACENTRAL

FIGURA 19 - Rede de suprimentos

Fonte: Adaptado de: CHRISTOPHER, 2009, p.5.

Veja o que BOWERSOX et al (2009) e BALLOU (2004) dizem sobre a

cadeia de suprimentos.

BOWERSOX et al (2009) afirmam que a cadeia de suprimentos

estende a integração a todas as empresas referentes à cadeia de

produção do material ou do produto, desde a aquisição de matéria-

prima até a chegada do produto ou serviço ao posto de consumo.

BALLOU (2004) relata que o gerenciamento da cadeia de

suprimentos vai além da essência da logística, uma vez que a

GCS (gestão da cadeia de suprimentos) destaca as interações que

ocorrem entre marketing, produção e logística em uma organização.

Por meio da cadeia de suprimentos se busca conseguir sinergia com

a integração dos processos-chave. O intuito é satisfazer e atender

o consumidor final da forma mais eficaz e eficiente possível, o que

quer dizer prover produtos e/ou serviços com maior valor agregado,

maior valor percebido pelo cliente final ao menor custo possível.

CHRISTOPHER (2009) também diferencia cadeia de suprimentos de

logística. Veja abaixo.

LOGÍSTICA

unidade 4053

O relacionamento na cadeia de suprimentos

representa um enfoque

de parceria.

O gerenciamento logístico está basicamente preocupado com a

otimização de fluxos dentro da organização, enquanto a gestão da

cadeia de suprimentos se preocupa com a integração como um

todo, ou seja, o SCM entende que a integração interna por si própria

não é suficiente.

A cadeia de suprimentos se torna bem mais complexa que a

logística, uma vez que envolve significantes transformações

políticas e tecnológicas: mudanças na regulamentação do

transporte, comercialização, revolução da informação, adoção

dos movimentos da qualidade e desenvolvimento de parcerias e

alianças estratégicas (BOWERSOX e CLOSS, 2001).

Gerenciamento da cadeia de suprimentosSegundo CHRISTOPHER (2009), a cadeia de suprimentos é uma

rede de empresas conectadas e interdependentes (uma dependendo

da outra) trabalhando para controlar, gerenciar e aperfeiçoar o fluxo

de matérias-primas e informação, desde os fornecedores até os

clientes finais.

Para o Supply Chain Council (www.supply-chain.com), uma cadeia

de suprimentos envolve todos os esforços necessários na produção

e liberação de um produto final, desde o (primeiro) fornecedor

do fornecedor até o (último) cliente do cliente, sendo que quatro

processos básicos definem esses esforços: o planejamento, o

abastecimento, a produção e a entrega. O relacionamento na cadeia

de suprimentos representa um enfoque de parceria, ao contrário

daqueles antigamente usados, que eram baseados no poder do

adversário e na conduta oportunista. Você conhecerá melhor essas

relações mais adiante.

LOGÍSTICA

unidade 4054

Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/NtxcL> (com adaptações).Acesso em 08/02/2013.

FIGURA 20 - Direção do fluxo de demanda e direção do fluxo de produto

Forn. M. PrimaConsumidor

Final

Forn. Nível I Varejo

Forn. Nível II

Fabricante

Centros de Distribuição

DIREÇÃO DO FLUXO DE DEMANDA DIREÇÃO DO FLUXO DE PRODUTO

Na próxima figura, você pode notar, de forma resumida, o fluxo

de materiais da logística integrada, sendo que a parte interna da

empresa é dividida em compra, produção e distribuição.

Fonte: Elaborado pela Autora.

FIGURA 21 - Logística integrada

PLANEJAR

Fo

rnec

edo

r

Clie

nte

COMPRAR PRODUZIR DISTRIBUIR

Na figura a seguir podemos notar o que é uma cadeia logística,

seus vários e principais “atores” e suas relações.

LOGÍSTICA

unidade 4055

Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/UP7lr>. Acesso em: 06 de dez. 2012.

FIGURA 22 - Cadeia de abastecimento da logística

Fornecedores

Terceiros

Recebimento Almoxarifado de matérias-primas

Fabricação Estocagem em processo

LOGÍSTICA DA PRODUÇÃO

Montagem

Expedição

Centro de Distribuição

Armazém Central

Distribuidor atacadista

Armazém de produtos acabados

Varejo

Consumidor

Montadora

LOGÍSTICA

CADEIA DE ABASTECIMENTO

ADMINISTRAÇÃODE MATERIAIS

MOVIMENTAÇÃODE MATERIAIS

MANUFATURA

DISTRIBUIÇÃOFÍSICA

• Suprimentos• Transportes• Armazenagem da matéria-prima

Planejamento e controle de estoques

Planejamento dos recursos da distribuição

• Planejamento, programação e controle da produção• Estocagem em processo• Embalagem

• Armazenagem do produto acabado• Transportes• Processamento de pedido

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

Você pôde perceber o funcionamento da logística integrada e a

relação entre as suas diversas atividades, além de perceber as

atividades de interface (comuns) entre uma área e outra. Conseguiu

identificar as atividades pertinentes à administração de materiais, à

movimentação e à distribuição.

Para compreender melhor a cadeia de suprimentos, conheça

detalhadamente cada uma de suas atividades.

O PLANEJAMENTO

No planejamento estão envolvidas ações como: previsão de

demanda - trata da criação de previsões realistas de quanto produto

LOGÍSTICA

unidade 4056

Esta atividade envolve a seleção de fornecedores, não só

pelo melhor preço, mas também pela

garantia de um fluxo correto e contínuo

de fornecimento de materiais.

será necessário comprar, seja usado direta ou indiretamente na

produção; envolve também a precificação do produto, ou seja, o

processo de valoração dele; e por fim a gestão de estoque, na qual

será definida a estratégia com relação à quantidade de material que

será armazenado e seu fluxo para atingir as metas planejadas.

O COMPRAR

Esta atividade envolve a seleção de fornecedores, não só pelo melhor

preço, mas também pela garantia de um fluxo correto e contínuo

de fornecimento de materiais. Ou seja, é por meio dessa atividade

que se escolhe os fornecedores qualificados, de modo a manter a

empresa sempre abastecida, seja de produtos diretos (envolvidos

diretamente na produção) ou indiretos (não envolvidos diretamente

na produção) ao melhor custo possível e com qualidade.

O PRODUZIR

Nesta atividade está envolvida a produção propriamente dita, ou

seja, envolve ações como a definição do cronograma de produção,

definição do que produzir, quanto e quando produzir, sempre em

função da demanda, para que seja possível uma redução de custos

da operação.

O ENTREGAR

Esta é a atividade na qual se trata a gestão de distribuição,

envolvendo o transporte, ou seja, a movimentação de materiais

pelos diversos meios de transporte disponíveis. Trata de atender ao

pedido, ou seja, fazer a gestão de pedidos e entrega deles. Coordena

com áreas administrativas os pedidos dos clientes, melhorando os

tempos de entrega e mantendo os custos operacionais sob controle.

É importante que você sempre se lembre de alguns pontos

pertinentes à cadeia de suprimentos.

LOGÍSTICA

unidade 4057

Dentro da cadeia de suprimentos,

seus participantes são classificados

em dois tipos: membros primários

e secundários (também chamados

de apoio).

• A cadeia de suprimentos inclui todas as ações, todas as

atividades, todos os processos que são necessários para

que uma empresa consiga fornecer um produto ou serviço

ao cliente final.

• A cadeia de suprimentos permite que qualquer número de

empresas possa ser ligado à cadeia.

• Numa cadeia de suprimentos, um cliente pode ser o

fornecedor de outro cliente. Desse modo, a cadeia total

possui muitas relações do tipo fornecedor-cliente.

• O sistema de distribuição pode ser diretamente do

fornecedor para o cliente, mas, dependendo dos produtos

e dos mercados, poderá também possuir distribuidores,

como atacadistas, depósitos e varejistas.

Relacionamentos na cadeia de suprimentosA cadeia de suprimentos, por envolver vários atores, preza muito

pelo relacionamento com eles. Para Bowersox e Closs (2009),

a formação de relacionamentos cooperativos na cadeia de

suprimentos aumenta a competitividade das empresas.

Dentro da cadeia de suprimentos, seus participantes são

classificados em dois tipos: membros primários e secundários

(também chamados de apoio).

Entenderemos, a seguir, cada um desses membros da cadeia de

suprimentos.

Membros primários

São aquelas empresas ou unidades de negócios responsáveis pela

realização de atividades operacionais ou gerenciais que geram

LOGÍSTICA

unidade 4058

Esses membros são empresas

ou unidades de negócio que

fornecem recursos, conhecimento e

qualquer produto ou serviço de

suporte à cadeia de suprimentos.

alguma agregação de valor ao longo da cadeia. Os membros

primários se relacionam diretamente à cadeia produtiva de um

determinado produto ou serviço, ou seja, são os membros que

participam de forma direta do fornecimento de produto e/ou serviço.

Exemplo: fornecedores, clientes, operadores logísticos, etc.

Membros secundários ou de apoio

Esses membros são empresas ou unidades de negócio que

fornecem recursos, conhecimento e qualquer produto ou serviço de

suporte à cadeia de suprimentos. Eles não participam diretamente

do processo de agregação de valor do produto e/ou serviço.

Exemplo: bancos, empresas de conservação e limpeza,

contabilidade, etc.

É importante saber que uma empresa pode ao mesmo tempo ser

membro primário em um processo na cadeia de suprimentos e ser

membro de apoio em outro processo, bem como pode executar

esses papéis em cadeias de suprimentos distintas. Uma empresa

não tem que estar única e exclusivamente em apenas uma cadeia,

pelo contrário, ela muitas vezes participa de várias cadeias de

suprimentos ao mesmo tempo.

Além da classificação de seus membros, as cadeias de

suprimentos podem ser divididas em três níveis: cadeia imediata,

cadeia interna e cadeia total.

CADEIA IMEDIATA

A cadeia imediata é formada pelos fornecedores e pelos clientes

com os quais a empresa faz negócios diretamente.

CADEIA INTERNA

A cadeia interna é formada pelos fluxos de informações, materiais,

LOGÍSTICA

unidade 4059

pessoas, entre departamentos, células ou setores dentro da

empresa.

CADEIA TOTAL

A cadeia total, como o próprio nome já menciona, é o nível que

envolve todas as relações entre clientes e fornecedores, desde a

matéria-prima até o consumidor final.

Veja como esses três níveis da cadeia de suprimentos se relacionam.

Fonte: SLACK, 1993 (adaptação).

FIGURA 23 - Níveis da cadeia de suprimentos

FornecimentoREDE TOTAL

REDE INTERMEDIÁRIA

REDE INTERNA

Distribuição

Cliente Final

Na figura acima a cadeia interna está representada pela cor lilás,

é o nível no qual a interação acontece dentro da organização, da

empresa. Na cor verde, temos a cadeia imediata representada.

Podemos notar que existe a interação da empresa (lilás) com as

organizações verdes, que representam clientes e fornecedores

diretos. Finalmente, em cinza, tem-se o nível da cadeia total, em

que já se incluem os fornecedores de segunda e terceira camadas,

também conhecidos como subfornecedores, e os clientes finais.

LOGÍSTICA

unidade 4060

Essa gestão pode ser muito favorável às empresas, mas,

para se conseguir o sucesso, é preciso

superar desafios.

Objetivos e desafiosUma boa gestão da cadeia de suprimentos exige das organizações

planejamento e estratégia. Essa gestão pode ser muito favorável

às empresas, mas, para se conseguir o sucesso, é preciso superar

desafios.

Os principais objetivos da cadeia de suprimentos são:

• redução de custos;

• aumento da eficiência;

• aumento dos lucros;

• diminuição dos tempos dos ciclos da cadeia de

fornecimento;

• melhoria do desempenho nos relacionamentos com

clientes e fornecedores;

• desenvolvimento dos serviços de valor agregado;

• obtenção e disposição do produto certo, no lugar certo, na

quantidade certa e com o menor custo;

• manutenção de um menor estoque possível.

Alcançando os objetivos, uma empresa estaria aprimorando a sua

eficiência e competitividade da sua cadeia produtiva, por meio do

aumento das sinergias, interações e da simplificação de atividades,

que resultarão em diminuição de custos e ampliação dos valores

agregados.

Contudo, a cadeia de suprimentos é consideravelmente recente

para as organizações, e ainda apresenta muitos desafios a serem

superados, sendo que os principais são:

• mudança cultural dentro da empresa;

LOGÍSTICA

unidade 4061

• fronteiras entre departamentos;

• falta de apoio da diretoria;

• baixa utilização de TI e resistência à troca de informação;

• procedimentos e políticas perpetuadas;

• disponibilidade de bons parceiros (fornecedores,

prestadores de serviços, etc.).

A cadeia de suprimentos tem como competência o desenvolvimento

de uma estrutura integrada ao longo de toda essa cadeia, de forma

que fluam os aspectos básicos das operações logísticas, assim

como o aspecto estratégico central da empresa. As empresas que

almejam um futuro, certamente terão na gestão de suas cadeias

de suprimentos a efetivação de seus meios de vender, produzir e

atender aos clientes. Dessa forma, elas se mantêm competitivas no

mercado frente aos seus concorrentes.

A figura a seguir ilustra a cadeia logística da empresa Argos. Ela desenvolve

serviços customizados adequando-se às necessidades de seus clientes.

Oferece soluções em diferentes mercados e busca oportunidades de

racionalizações logísticas, assim como reduções de custos. A empresa

oferece o serviço de integração da cadeia de suprimentos, comprando

materiais dos atuais fornecedores em nome próprio com as mesmas

condições comerciais de seus clientes e realiza as atividades do dia a dia

de compras, logística e qualidade. Você pode saber mais a respeito da

logística desta empresa pelo site http://www.argosgps.com

LOGÍSTICA

unidade 4062

FIGURA 24 - Cadeia logística da empresa Argos

Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/VFl8k>.Acesso: 08 de fev. 2013.

RevisãoNesta unidade estudamos a cadeia de suprimentos. Entendemos

seus conceitos, origem e evolução. Vimos como funciona

o gerenciamento de uma cadeia de suprimentos e suas

particularidades.

Você entendeu também a questão do relacionamento dentro da

cadeia de suprimentos. Compreendeu que a relação entre os diversos

atores deve ter mais sinergia que nos modelos antigos de gestão

logística. Viu as atividades essenciais da cadeia de suprimentos:

planejamento, abastecimento, produção e distribuição, e estudou a

classificação de seus membros (primários ou secundários/apoio).

Conheceu os três níveis da cadeia de suprimentos: cadeia imediata,

cadeia interna e cadeia total, sendo que a cadeia interna se refere

unicamente às atividades internas da empresa; a cadeia imediata,

às atividades da empresa com os clientes e fornecedores com

os quais tem contato direto; e a cadeia total envolve todos os

fornecedores e os clientes finais.

LOGÍSTICA

unidade 4063

Finalizamos a unidade entendendo os objetivos e os desafios da

gestão da cadeia de suprimentos.

Vale lembrar que uma boa gestão da cadeia de suprimentos é

essencial para que uma empresa tenha vantagem competitiva no

mercado.

Selecionei para você o link de um vídeo bastante interessante a respeito da

gestão da cadeia de suprimentos. Esse vídeo mostra uma entrevista com

o professor Paulo Resende, que é especialista em cadeia de suprimentos.

Não deixe de conferi-lo.

GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS. Fundação Dom Cabral: (35 min.

05 seg.): son. color. Português. Disponível em: <http://goo.gl/UAKWzD>.

Acesso em: 14 de jan. 2015.

Custos logísticos

• Os custos logísticos conceitos

• Trade off (trocas

compensatórias)

• Gestão dos custos logísticos

• Revisão

Introdução

É comum as pessoas apresentarem dificuldades para definir o que

é logística e o que compõe o processo logístico. Toda empresa, para

ter uma boa gestão, precisa conhecer quais são seus componentes

logísticos e como é possível economizar em relação aos custos

dessa área.

Hoje, um dos grandes problemas das empresas é que os clientes

têm demandado um maior serviço, mas não estão dispostos a

pagar mais por isso. Com o preço qualificador e o nível de serviço

cada vez mais exigido, as atividades e os custos logísticos acabam

tendo influência direta no sucesso da empresa.

Contudo, nem todos os custos logísticos podem ser controlados

totalmente pelas empresas. Existem fatores que podem aumentar

um determinado custo logístico. Entretanto, a empresa não

consegue intervir nesses fatos. É o que acontece, por exemplo,

na manutenção das estradas no Brasil. Esse é um fator que

pode aumentar o custo logístico da atividade de transporte e que

independe da empresa, pois extrapola, foge a sua responsabilidade.

Por meio desta unidade, objetivamos estudar os principais custos

logísticos e discutir os impactos provocados por eles no resultado

da empresa.

LOGÍSTICA

unidade 5066

Custos são gastos realizados

para fabricar um determinado

produto ou prestar determinado serviço.

Os custos logísticos conceitosAntes de entrarmos nos custos logísticos de forma mais específica,

vamos esclarecer alguns conceitos básicos e importantes para

a compreensão do assunto. Quando se fala em custo, o que você

entende?

Custos são gastos realizados para fabricar um determinado produto

ou prestar determinado serviço.

Para começar, saiba que os custos podem ser diretos ou indiretos,

bem como fixos ou variáveis. Conheça cada um deles a seguir.

Custos diretos e indiretos

Custos diretos: aqueles que estão diretamente relacionados com o

produto ou serviço.

Exemplo: em uma fábrica de motocicletas, alguns produtos são

essenciais para a fabricação delas, como os pneus, bancos, rodas

etc. Esses itens são facilmente identificáveis em cada motocicleta

produzida. Além disso, seus gastos podem ser medidos. Esses itens

são o que chamamos de custos diretos da produção. Por exemplo:

custo com matérias-primas usadas na fabricação das motocicletas,

custo com mão de obra direta etc.

Custos indiretos: aqueles que não se relacionam diretamente

com um produto ou serviço. Seu cálculo é estimado, subjetivo e

geralmente se usa o rateio.

São exemplos de custos indiretos na fábrica de motocicletas: o

pagamento a prestadores de serviço ou mão de obra em outras

áreas (controle de qualidade etc.), compra de materiais indiretos

(aqueles usados em atividades auxiliares de produção – graxas,

LOGÍSTICA

unidade 5067

Custos variáveis: como o próprio

nome já diz, esses custos podem

variar. Geralmente, a variação é em função

da quantidade e do volume de produção.

lubrificantes etc.) e outros custos, como depreciação de maquinário,

manutenção de equipamentos etc.

Custos fixos e variáveis

Custos fixos: aqueles que são constantes, que não se alteram.

Independem do volume de produção.

Exemplo: na fábrica de motocicletas, o salário dos gerentes,

supervisores, coordenadores da fábrica são gastos fixos, pois

independem do volume de produção da fábrica.

Custos variáveis: como o próprio nome já diz, esses custos podem

variar. Geralmente, a variação é em função da quantidade e do

volume de produção.

Exemplo: na indústria, a compra de pneu e banco utilizados na

produção de uma motocicleta é exemplo de custo variável, pois,

quanto mais unidades forem produzidas, mais pneus e bancos

serão consumidos na produção.

Mas nada impede que um mesmo custo seja fixo em um determinado

momento e variável em outro. Os gastos com as comissões dos

vendedores são despesas variáveis, pois acompanham o volume

de vendas e são necessários para colocar o produto no mercado.

Já os gastos com a administração de vendas são fixos, pois não

acompanham o volume das vendas.

Você já consegue entender o que são os custos logísticos?

Sintetizando: custos logísticos são aqueles relacionados à realização

da logística de uma empresa, como a armazenagem, os custos de

estoque (existência ou ruptura), os custos de pedido e os custos

de transporte. Geralmente, custos logísticos são bem onerosos

para a empresa e a forma como são geridos podem determinar a

sobrevivência ou não dela. Veja os exemplos na figura a seguir.

LOGÍSTICA

unidade 5068

Para a maioria das empresas, a

atividade logística que representa o

maior percentual dos custos logísticos é o

transporte. É o que veremos agora!

FIGURA 25 - Exemplo de custos

FORNECEDOR MÁQUINÁRIO CUSTO FIXO

MATÉRIA-PRIMA MÃO DE OBRACUSTO VARIÁVEL E DIRETO

CONTROLE DE QUALIDADECUSTO FIXO E DIRETO

CLIENTE

Fonte: Acervo Institucional.

Para a maioria das empresas, a atividade logística que representa

o maior percentual dos custos logísticos é o transporte. É o que

veremos agora!

No caso do transporte, os custos se dividem em fixos e variáveis.

FIXOS

Consideramos a depreciação da frota, salários e manutenção. Esses custos são permanentes, pois não dependem do volume da produção. O salário dos responsáveis pelos transportes não será alterado, já que independe do volume de produção.

VARIÁVEIS

Incluem combustíveis, pneus, lubrificantes, entre outros. Esses custos variam conforme o volume de produção. Por exemplo, se uma empresa aumentar a quantidade de mercadoria a ser entregue, automaticamente a quantidade de combustível aumentará também.

LOGÍSTICA

unidade 5069

custo do estoque é composto por elementos, tais

como: o próprio valor do que se tem

em estoque e a manutenção desse

estoque (seguros, obsolescência,

perdas etc.).

Os estoques também compõem os custos logísticos. Eles são,

geralmente, a segunda atividade logística que mais onera os custos

logísticos de uma empresa.

O custo do estoque é composto por elementos, tais como: o próprio

valor do que se tem em estoque e a manutenção desse estoque

(seguros, obsolescência, perdas etc.). Caso a gestão de estoque não

seja bem feita, a empresa corre o risco de sofrer falta ou excesso

de estoque. Em ambos os casos, será gerado aumento no custo de

estoque, porém, quando o custo for por falta de estoque, será mais

difícil de ser mensurado.

A armazenagem é outra atividade que compõe o custo logístico.

Esse custo envolve, por exemplo: impostos, luz, conservação ou

aluguel (caso o armazém seja alugado), manuseio de materiais,

equipamentos, salários, encargos etc.

Outra atividade considerada como custo logístico, mas em

níveis bem menores do que as outras três citadas, é a atividade

de processamento de pedido. Ela relaciona custos como papel,

materiais de escritório, computadores, custos com funcionários e

custos indiretos (luz, telefone etc.)

Os elementos básicos dos custos logísticos de uma empresa são

quatro, conforme apresentados na figura abaixo.

LOGÍSTICA

unidade 5070

ELEMENTOS DOS CUSTOS LOGÍSTICOS

CUSTO DE TRANSPORTE

CUSTO DE ESTOQUE

CUSTO DE ARMAZENAGEM

CUSTO DE PEDIDO

FIGURA 26 – Elementos dos custos logísticos

Fonte: BRAGA, Vanessa Silva. (Autora).

Elementos dos custos logísticosComo já dissemos, é comum e errado as pessoas acharem que

logística refere-se somente ao transporte e que custo logístico são

apenas os custos relacionados a essa atividade.

Os custos logísticos são formados por quatro elementos básicos:

custos com pedidos, custos com armazenagem, custos com

estoque e custos com transportes. Conheça os detalhes de cada

um deles a seguir.

Para você compreender os custos logísticos, começaremos pela

atividade de menor custo e finalizaremos pela de maior custo. Fique

atento(a)!

- Custo de pedido

Custo de pedido é o valor gasto pela empresa para que determinado

lote de compra de um produto seja solicitado ao fornecedor e

LOGÍSTICA

unidade 5071

entregue à empresa compradora. Esse custo está relacionado

aos custos administrativos e operacionais da área de compras

(suprimentos). Ele é composto por custos fixos, tais como mão

de obra, aluguel rateado (caso se aplique), gastos referentes à

área de compras, impostos e seguros, equipamentos, luz, telefone

etc. e também por custos variáveis, como frete, seguro de carga,

desembaraço alfandegário (se pertinente) etc. Esses custos estarão

sujeitos a algumas variáveis, por exemplo, ao tamanho e à urgência

do pedido.

- Custo de armazenagem

Esse elemento, apesar de ter um custo considerável, é o terceiro

maior custo relacionado à logística. Ele não recebe a devida e

necessária atenção das áreas responsáveis pelos custos e pela

gestão dentro das empresas. Além do mais, a maior parte dos custos

de armazenagem é fixa e indireta, o que dificulta o gerenciamento

da operação e a alocação de custos.

Os custos de armazenagem se dividem, conforme a figura abaixo.

FIGURA 27 – Custos de armazenagem

SALÁRIOS E ENCARGOS

CUSTOS DE ARMAZENAGEM

MANUSEIO MÃO DE OBRA

EMPILHADEIRA

PALETEIRA

GUINDASTES

LUZ

ALUGUEL

IMPOSTOS

SEGURO

ARMAZÉM

Fonte: Acervo Institucional.

LOGÍSTICA

unidade 5072

- Custo de estoque

É comum, dentro de uma empresa, ouvir que estoque custa dinheiro,

ou que é dinheiro parado, ou é obsoleto, que é dinheiro jogado

fora. E isso é verdade. Esse custo está relacionado ao inventário

de uma empresa. Trata-se de bens e materiais disponíveis em

estoque, dentro ou fora das empresas, mas que pertencem a elas.

O inventário pode ser utilizado na fabricação de bens ou ainda ser

considerado um bem. Dependendo do segmento da empresa, o

inventário pode ser dividido em: inventário do estoque de matéria-

prima, inventário do material em processo e inventário dos produtos

finais.

O custo de estoque é basicamente dividido em: custo de aquisição,

custo de manutenção e custo de ruptura. Veja o quadro a seguir.

QUADRO 1 - Tipos de Custo de estoque

Representa o custo do processo de aquisição de um determinado material. Contempla o custo de capital (o qual se refere ao que a empresa gastou comprando material), o próprio custo do material, custo de inspeção, frete especial, custos ligados à manutenção de pedidos.

É o custo referente à manutenção do estoque e administração do inventário de uma empresa. Envolve, por exemplo: maquinários especiais de movimentação, software de controle de estoque e seguro de matérias.

Este é um custo de difícil mensuração. Ele é subjetivo, pois diz respeito ao custo que uma empresa tem por falta de estoque de um determinado material.

CUSTO DE AQUISIÇÃO CUSTO DE MANUTENÇÃO CUSTO DE RUPTURA (FALTA)

Fonte: BRAGA, Vanessa Silva. (Autora).

Se falta estoque, então temos um pedido não atendido. Se temos um

pedido não atendido, será que teremos um cliente satisfeito? Qual é o

custo desse não atendimento para a empresa? Qual é o custo da imagem

da empresa afetada perante o cliente? São custos difíceis de serem

mensurados.

LOGÍSTICA

unidade 5073

Os custos de transporte referem-

se às despesas geradas para

transportar um produto da sua

origem até o destino.

- Custo de transporte

Finalmente, chegamos ao último elemento e o de maior impacto no

custo logístico de uma organização. Sabe-se que transporte não

é somente o rodoviário. Temos o aeroviário, aquaviário, ferroviário

e dutoviário. Porém, para nosso estudo, vamos considerar as

características do modal rodoviário, que é o predominante no Brasil.

Os custos de transporte referem-se às despesas geradas para transportar

um produto da sua origem até o destino. O transporte pode ser próprio ou

terceirizado, dependendo da estratégia adotada pela empresa.

É importante lembrar que vários fatores poderão influenciar no

aumento ou na baixa de um item da composição do custo, por

exemplo, o petróleo. Se as ações da Petrobras caem, com certeza

o mercado ficará instável e o preço do petróleo subirá, o que

ocasionará a alta do preço do diesel e, consequentemente, a alta

do valor do frete de um transporte.

Vários são os fatores que influenciarão na composição do custo de

transporte. São alguns deles:

• características da carga;

• distância a ser percorrida;

• velocidade;

• densidade (peso e volume);

• fragilidade;

• valor;

• carga completa ou fracionada.

Os custos do transporte no processo logístico podem ser:

fixos: depreciação, remuneração do capital, pessoal (motorista),

LOGÍSTICA

unidade 5074

É importante que você tenha uma

visão sistêmica da logística, que é a

visão holística.

custos administrativos, seguro do veículo, IPVA/seguro obrigatório.

variáveis: pneus, combustível, lubrificantes, lavagem, lubrificação,

manutenção e pedágio.

A boa gestão logística consegue fazer com que a cadeia de

suprimentos seja lucrativa – desde os fornecedores até os clientes

– por meio de relacionamentos baseados em parcerias, em

cooperação. Com uma logística eficiente, faz-se o controle dos

estoques, insumos e produtos acabados. Mas essas não são as

únicas estratégias utilizadas logisticamente para se conseguir estar

à frente do concorrente. Cada vez mais, têm-se aumentado ações

de trade off (trocas compensatórias) para se manter no mercado.

Trade off (trocas compensatórias)Como você já sabe, não podemos pensar na logística de forma

isolada. É necessário pensar na interligação existente entre as

atividades logísticas e entre elas e outras áreas da organização,

bem como entre a organização e outras empresas (clientes,

parceiros, fornecedores etc.).

É importante que você tenha uma visão sistêmica da logística, que é

a visão holística. O que quer dizer isso? Quer dizer que é importante

enxergar a logística de todos os “lados”, sob qualquer prisma e

saber os impactos que uma determinada ação pode causar na

cadeia como um todo.

A expressão trade off pode ser entendida e traduzida como “perde-ganha”. Está relacionada à ideia de relação compensatória, ou seja, perde-se algo por um lado, mas ganha-se algo por outro. Para facilitar seu entendimento, pense na seguinte situação: você pode deixar de viajar nas suas férias, mas, por outro lado, irá economizar um dinheiro, que poderá ser usado, por exemplo, para trocar de carro ou reformar a casa.

LOGÍSTICA

unidade 5075

Uma decisão precisa ser bem

analisada para que se tenha a clara

compreensão dos ganhos e das perdas

consequentes dela.

É importante ter consciência de que o trade off implica várias

decisões dentro de uma organização. Uma decisão precisa ser bem

analisada para que se tenha a clara compreensão dos ganhos e das

perdas consequentes dela.

O trade off é muito trabalhado na logística quando se fala em

custo. As atividades da logística integrada (logística de suprimento,

logística de produção e distribuição) geram custos para a empresa,

tais como: custos de transporte, estoque, armazenagem, compras,

processamento de pedidos, vendas e etc.

Dessa forma, o trade off é usado de modo estratégico, justamente

procurando encontrar o balanceamento dos custos dessas

atividades, levando-se em conta o princípio das compensações, de

forma a conseguir o menor custo total da operação.

Trade off também é muito usado nas estratégias das organizações.

Quando isso acontece, geralmente se fala de resultados mais a

médio e longo prazo.

As montadoras chinesas, quando entraram no mercado brasileiro,

colocaram os carros à venda com um valor bem mais barato que as

montadoras nacionais. Porém, as montadoras nacionais optaram por

manter os seus preços mesmo sabendo que perderia uma boa fatia do

mercado. Dessa forma, deram preferência à rentabilidade, enquanto os

chineses optaram por ganhar mais mercado.

Resumidamente, trade off é você perder conscientemente por

um lado, para ganhar mais por outro, seja em custo, que é o mais

trabalhado no trade off, ou valor (agregação de valor).

LOGÍSTICA

unidade 5076

Três pontos fundamentais podem ser levados em conta

no gerenciamento eficiente dos

custos logísticos: o suprimento, o

apoio à produção e a distribuição física.

Gestão dos custos logísticosÉ importante que você saiba que alguns autores tratam a gestão

dos custos logísticos nos três processos macros da logística

integrada: logística de suprimento, logística de produção e logística

de distribuição. Para gerir os custos logísticos, o primeiro passo é

estabelecer quais as prioridades de controle, o que se quer controlar

e se isso pode ser estabelecido, respondendo a algumas perguntas,

que são essenciais, conforme apresentado abaixo.

Qual é o tipo de análise desejada? Será de curto ou longo prazo?

O que se pretende custear: produtos, canais de distribuição, regiões

de atendimento ou clientes?

Três pontos fundamentais podem ser levados em conta no

gerenciamento eficiente dos custos logísticos: o suprimento, o

apoio à produção e a distribuição física.

A gestão de custos logísticos poderá ser mais orientada, mais

focada quando respondidas às perguntas acima. Dessa maneira,

é possível traçar estratégias capazes de atender apenas a uma

atividade (custos de transporte), um conjunto de atividades (custo

de armazenagem e controle de estoque) ou até mesmo todas as

atividades logísticas da empresa.

Na questão do suprimento, é importante que a empresa consiga escolher

bem seus fornecedores, determinar os tamanhos de lote de compra e

definir as políticas de estoque. Muitas vezes, administrando um ou todos

os elementos da área de suprimentos, a empresa consegue adquirir seus

produtos de forma mais racional, diminuindo seus custos.

Na questão do apoio à produção, a empresa deverá ter algumas

precauções, principalmente no que se refere ao modelo contábil de

LOGÍSTICA

unidade 5077

rateio de custos indiretos, que acabam por supertaxar os produtos

que mais vendem e sobretaxar aqueles que menos vendem.

Para a Logística, a ferramenta de custos de produção deverá estar

voltada às necessidades do planejamento e controle da produção, a

fim de apoiar decisões referentes aos tamanhos de lote e alocação

da produção entre as plantas e as linhas de produção.

Na distribuição, faz-se necessário o controle de custos, abrangendo

todas as atividades, desde a saída das mercadorias até a entrega. O

importante é conseguir rastrear os custos pela estrutura logística,

tentando evitar, ao máximo, o rateio indiscriminado dos custos.

Um exemplo claro de boa Logística pode ser encontrado no livro Administração

de logística integrada: materiais, PCP e marketing, de Filho (2006 – p. 124; 125)

em que o autor faz comentários a respeito de uma empresa que opera com um

sistema de distribuição com cinco depósitos. Obviamente, ela terá um custo

maior do que outra empresa que opera apenas com três depósitos. Contudo, essa

empresa, apesar do aumento de seu custo de operação de armazenagem e dos

depósitos a mais, conseguiu reduzir os custos de transporte. E ainda conseguiu

um aumento nas vendas. Fazendo a análise compensatória, a empresa chega

à conclusão de que o custo de se manter os cinco depósitos compensa para

a empresa, porque vai gerar mais benefícios para ela. Segundo o autor: “(...)

ocorreu um aumento de custos da operação dos depósitos e da armazenagem

e, em consequência, obteve-se a redução dos custos de transporte, do estoque

esgotado e talvez tenha até ocorrido um aumento das vendas (...). (...) do ponto

de vista teórico, o método ideal de distribuição seria aquele que proporcionasse

maior lucro líquido ao fabricante”. (FILHO, 2006, p.124).

RevisãoNesta unidade, estudamos os custos logísticos. Começamos

definindo o conceito de custo e suas derivações: fixo e variável, bem

como direto e indireto.

LOGÍSTICA

unidade 5078

Acesse o link abaixo e leia a reportagem do

jornal virtual Estadão “Custo logístico consome 13,1% da receita das

empresas”. Essa reportagem é de outubro de 2012 e fala exatamente o

quanto custa para uma empresa a realização de suas atividades logísticas.

Disponível em:

GERBELLI, Luiz Guilherme. Custo logístico consome 13,1% da receita

das empresas. 31 out. 2012. In: Estadão. Disponível em: <http://goo.gl/

zu3r1n.>. Acesso em: 05 jan. 2015.

- Acesse também o artigo:

“Conceito de custo total e prática das trocas compensatórias ou trade-

off”, por meio do link: CONCEITO de custo total e prática das trocas

compensatórias ou trade-off. In: Administradores.com – Produção.

Disponível em: <http://goo.gl/VRLvJ9>. Acesso em: 05 jan. 2015.

Entendemos o conceito de custo logístico, que são os custos

relacionados com a realização da logística de uma empresa.

Vimos os elementos que compõem o custo logístico: custo de

pedido, armazenagem, estoque e transporte, sendo que o último é

o mais oneroso.

Compreendemos o que é trade off na logística, ou seja, a relação

compensatória, quando se perde algo por um lado, mas se ganha

algo por outro.

Por fim, estudamos a gestão dos custos logísticos e os três pontos

fundamentais para o gerenciamento eficiente: suprimento, apoio à

produção e distribuição física.

Esperamos que você tenha compreendido os conceitos abordados nesta

unidade, visto que são fundamentais para o sucesso de uma empresa.

Serviçoao cliente

• Serviço ao cliente conceitos

e elementos

• A importância doserviço

logístico para o cliente

• Fatores importantes para o nível de serviço

• Interação: logística e

marketing

• Revisão

Introdução

A maioria das empresas delega a responsabilidade do serviço ao

cliente aos departamentos de marketing ou vendas, em vez de

integrá-lo ao sistema logístico.

A logística dos serviços ao cliente poderia ser aperfeiçoada e

melhorada se houvesse o conhecimento da relação entre vendas

e níveis da logística, ou seja, que só ocorrerá aumento nas vendas

quando houver uma mudança dos níveis logísticos.

Como se sabe, as empresas hoje se encontram em um cenário

onde a concorrência está muito acirrada, uma vez que possuem

uma “equidade” grande de capacidade de fornecimento de bens e

serviços. Elas não “ganham” mais o cliente unicamente pelo preço,

mas por oferecer algum benefício além do que o concorrente

oferece e por detalhes como disponibilidade imediata do produto ou

serviço, prontidão de atendimento, manutenção pós-venda, etc.

Para se conquistar um cliente não adianta somente satisfazer as

necessidades dele, é preciso ir além e superar as suas expectativas.

Assim, o serviço ao cliente passa a ser um fator de vantagem

competitiva entre as empresas, visto que criar valor tem sido

considerado parte de suas estratégias.

Mas e a logística nisso? Qual é a sua relação com o serviço ao

cliente? Nesta unidade teremos como objetivos entender os

principais conceitos de serviço, compreender a influência do serviço

na logística e entender a ligação entre o marketing e a logística.

LOGÍSTICA

unidade 6081

Diz respeito à disponibilidade de estoque, ou seja, à capacidade de ter estoque quando o

produto é desejado pelo cliente.

Serviço ao cliente conceitos e elementosÉ comum encontrar entre as empresas conceitos diferentes do

que seria serviço ao cliente. Para algumas delas, seria obedecer ao

prazo de entrega; para outras, seria disponibilidade de estoque e

assim por diante.

Tentando delinear um conceito unificado, leia a definição de serviço

ao cliente.

Serviço ao cliente é o resultado dos esforços de todas as atividades

logísticas envolvidas para a disponibilização de um produto ou

serviço a um determinado cliente, ou seja, é o resultado de ações

realizadas com o objetivo de fornecer, de maneira eficiente, um

produto ou serviço a um preço justo. Serviço ao cliente seria

composto por uma série de ações responsáveis por fazer o produto

disponível (CHRISTOPHER, 1997).

BOWERSOX e CLOSS (1996) comentam que o serviço ao cliente

básico seria composto por três dimensões.

1 - Disponibilidade

Diz respeito à disponibilidade de estoque, ou seja, à capacidade de

ter estoque quando o produto é desejado pelo cliente. Relaciona-

se à frequência de estoque e à expedição de pedidos completos ou

incompletos.

2 - Desempenho operacional

Diz respeito à pontualidade e velocidade das entregas, flexibilidade

operacional (modificação de um pedido de acordo com a

necessidade do cliente e recuperação de falhas - programas para

evitar falhas).

LOGÍSTICA

unidade 6082

São ações e atividades que

antecedem o serviço propriamente dito, ou seja, ações que

estão por trás da comercialização de um bem ou serviço.

3 – Confiabilidade

Cumprir o prometido, o combinado com o cliente, em termos de

entrega, preço, qualidade, etc.

Agora que você já sabe o que é serviço ao cliente, já é possível

pensar em nível de serviço? Por que serviço ao cliente e nível de

serviço são diferentes?

Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma. É o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. (BALLOU, 1993, p. 73)

Ainda de acordo com o BALLOU (1993), nível de serviço seria o

somatório das atividades relacionadas à transação do produto,

divididas em elementos pré-transação, transação e pós-transação.

Conheça agora detalhes dessas atividades.

Elementos pré-transação

São ações e atividades que antecedem o serviço propriamente

dito, ou seja, ações que estão por trás da comercialização de

um bem ou serviço. Esses elementos são responsáveis por

proporcionar um “clima” para que se tenha um nível de serviço

satisfatório. Exemplo: lead time de entrega do produto ou

serviço é o prazo de entrega após a colocação de um pedido.

Procedimentos em geral: regras de troca e devolução, ações no

caso da falta de algum produto, etc.

Elementos de transação

Atividades e ações que resultarão na entrega do produto ou serviço

ao cliente. Exemplos: disponibilidade ou não de estoque, ação caso

ocorra algum atraso, qualidade no atendimento, etc.

LOGÍSTICA

unidade 6083

Hoje, devido à grande concorrência entre empresas, elas

se tornaram muito próximas em relação

ao que oferecem ao cliente. Então não existe muita

diferença no que diz respeito ao preço e à

qualidade.

Elementos pós-transação

Atividades e ações usadas para apoiar os produtos já entregues

aos clientes. Exemplos: instalação, garantias, reclamações de

clientes, etc.

A importância doserviço logístico para o clienteHoje, devido à grande concorrência entre empresas, elas se

tornaram muito próximas em relação ao que oferecem ao cliente.

Então não existe muita diferença no que diz respeito ao preço e à

qualidade. As empresas têm usado o nível de serviço como algo

que pode ser decisivo para o cliente escolher entre uma empresa ou

o seu concorrente.

É importante você lembrar que, atualmente, não adianta

somente vender. Se o nível de serviço não estiver adequado às

exigências dos clientes, somente vender não adiantará de nada

para a empresa, pois ela irá perdê-los para seu concorrente.

Um bom nível de serviço pode influenciar a escolha do

cliente, gerar sua satisfação, aumentar as vendas se o nível

for bom ou diminuí-las se o nível for ruim, resultar em maior

competitividade, etc.

Fatores importantes para o nível de serviçoAlguns fatores destacam-se na avaliação do nível de serviço em

uma empresa. Vamos conhecê-los?

LOGÍSTICA

unidade 6084

Acontece quando a empresa presta o serviço ou fornece

o produto dentro das especificações

acordadas.

A confiabilidade

Acontece quando a empresa presta o serviço ou fornece o produto

dentro das especificações acordadas.

Pense na seguinte situação: quando alguém compra um

determinado produto ou serviço, o mínimo que a pessoa espera é

receber o produto ou serviço que foi comprado. Imagine se você

entra em uma loja, compra uma camisa do seu time de futebol e

quando chega à sua casa e abre o embrulho vê que lhe foi entregue

a camisa do time rival? Você ficaria feliz? Você certamente perderia

a confiança naquela determinada empresa, não é?

Imagine se é aniversário de alguém querido seu, e você resolve

prestigiar a pessoa com um buquê de rosas brancas. Você faz o

pedido na floricultura, informa o endereço e a data a ser entregue. Em

vez de entregar um buquê de rosas brancas, a floricultura entrega

um buquê de rosas vermelhas, no dia seguinte ao solicitado. Como

ficaria sua confiança em relação a essa floricultura? Provavelmente

você jamais efetuaria outra compra nessa loja.

A disponibilidade

É a frequência de disponibilidade de estoque.

Quando você entra em uma loja ou site para comprar um determinado

produto, você não quer esperar para tê-lo, ou esperar um tempo maior

que o previsto, além de não querer receber o pedido parcialmente.

Imagine você comprando um jogo de quarto para sua casa nova:

guarda-roupas, cama e cômoda. Então você espera que a empresa na

qual fez a compra lhe entregue todos os produtos de forma imediata

ou que o tempo de espera seja o menor possível. Também deseja

receber os três produtos juntos na data da entrega prometida. Caso

contrário, isso gerará insatisfação e talvez até o cancelamento da

compra, uma vez que a concorrência é acirrada e sempre terá outra

empresa querendo conquistar o cliente de um concorrente.

LOGÍSTICA

unidade 6085

Queremos que uma empresa nos trate

bem e de forma diferenciada, que esteja disposta a

fazer de tudo para atender nossa

solicitação.

O tempo do ciclo de pedido

É o tempo de recebimento e processamento do pedido, tempo da

aquisição de estoques faltantes e tempo de entrega ao cliente.

A flexibilidade

É a capacidade que a empresa tem de lidar com solicitações

extraordinárias, seja de novos pedidos ou qualquer outra solicitação

por parte do cliente.

Hoje somos clientes exigentes e queremos ser bem tratados.

Queremos que uma empresa nos trate bem e de forma diferenciada,

que esteja disposta a fazer de tudo para atender nossa solicitação.

Por exemplo, você leva seu carro na concessionária para fazer

revisão e a oficina da autorizada está lotada, mas você não pode

ficar sem carro, pois ele é seu instrumento de trabalho. Então você

explica a situação e informa que não pode esperar três dias para

receber o carro revisado. O que você espera da autorizada? No

mínimo que ela se esforce e tente entregar o seu carro antes, ou

então que solucione o seu problema, lhe disponibilizando um carro

durante esses três dias.

Interação: logística e marketingConforme mencionado, o serviço ao cliente tem sido muitas vezes

fator determinante para uma empresa “ganhar”, atrair ou até mesmo

conquistar e fidelizar um cliente. O serviço ao cliente está ligado à

logística, mas a satisfação do cliente está ligada ao marketing. A

boa gestão do marketing e da logística gerará um resultado positivo

ou negativo sob a visão do cliente. Esse resultado positivo ou

negativo será avaliado sob a perspectiva do mix de marketing, que

são o produto, o preço, a praça e a promoção.

LOGÍSTICA

unidade 6086

Você pode perceber que a interface entre o marketing e a logística é

o serviço ao cliente que resultará no objetivo principal do marketing,

que é a satisfação do cliente.

É importante lembrar que não se pode considerar essa interligação

somente entre marketing e logística. O ideal é que a alta gestão das

organizações tenha consciência de que a empresa funciona como

uma engrenagem de relógio. Uma área depende da outra e influencia

outras e assim por diante. O sucesso de uma depende de outra e o

sucesso da empresa depende do sucesso de todas as áreas.

A logística está fortemente presente no planejamento estratégico da

empresa. Dessa forma, ambos devem ser coerentes para que os objetivos

estipulados sejam atingidos. Dentro de qualquer estratégia que venha

a ser desenvolvida, a questão do nível de serviço oferecido ao cliente é

fundamental, considerando desde a recepção do pedido até a entrega

do produto ao cliente e, em alguns casos, continuando com serviços ou

manutenção do equipamento ou outros tipos de apoio técnico.

Imagine, por exemplo, que você abasteça seu carro em um posto de

combustível. Ao abastecer um carro, observe e reflita.

Existe muita diferença de preço dos combustíveis entre os postos

de gasolina? A forma de pagamento difere muito? E a qualidade do

combustível?

Apesar de terem características particulares, existe pouca diferença.

Mas, então, o que faz você escolher um posto, ou se manter “fiel” a

abastecer sempre em um determinado posto de gasolina?

Aí é que entra o nível de serviço. Provavelmente você optará por aquele que

tiver um nível de serviço melhor do que o outro. Seja na cordialidade dos

atendentes, seja na agilidade, ou qualquer outro detalhe que te faça sentir

mais confortável em um determinado posto de gasolina do que em outro.

LOGÍSTICA

unidade 6087

RevisãoNesta unidade, você estudou sobre os assuntos seguintes.

• O conceito de serviço ao cliente.

• Os conceitos de serviço e nível de serviço. Compreendeu

os três fatores que compõem o serviço ao cliente, que são:

disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade.

• Os elementos do nível de serviço: elementos pré-venda,

elementos de venda e pós-vendas.

• A relação e importância da logística para o serviço ao

cliente. Hoje não basta mais vender, é preciso conquistar

o cliente e só preço não representa mais um grande

diferencial. Cliente quer ser bem atendido, quer ter suas

necessidades atendidas quase de forma personalizada.

• A interface entre marketing e logística. O marketing resulta

na satisfação do cliente, mas para se ter um cliente

satisfeito é preciso um serviço eficiente, ou seja, é preciso

que o nível de serviço seja excelente, e então a logística

entra nesta parte. É ela que realizará todas as atividades a

fim de entregar um produto ou serviço ao cliente de forma

satisfatória.

Selecionamos o artigo “Perspectivas logísticas para 2015”, em que

se faz uma análise das perspectivas para a logística em 2015, e dentre

estas perspectivas está a questão de serviço ao cliente e nível de serviço

logístico. Não deixe de lê-lo, pois ele ajudará você a entender a importância

dessa interface. Para enriquecer seus conhecimentos, acesse o artigo pelo

link: <http://goo.gl/7mqjDN>.

A logística e a estratégia

• A logística e a estratégia competitiva

• Cadeia de valor

• Obtendo vantagem

competitiva por meio da logística

• Os desafios da gestão logística

e a importância para as empresas

• Revisão

Introdução

Olá! Nesta unidade, você conhecerá a estratégia e mais

especificamente a de natureza logística. Entenderá o surgimento

dela, os conceitos e a importância da estratégia na logística. Além

disso, compreenderá a cadeia de valores e sua relação com a

logística.

Assim como a logística, a estratégia não é uma atividade recente.

Desde quando nos entendemos como homens, já se havia a

necessidade de se agir de forma estratégica. A diferença do passado

para os dias de hoje é que, atualmente, a estratégia é primordial e

“vital” para qualquer organização. É com boas estratégias que uma

organização consegue obter vantagem comparativa em relação aos

seus concorrentes. Um fato difícil, atualmente, é pensar na logística

e estratégia separadamente.

Veremos que a logística e a estratégia “andam” juntas e que a

logística passou a fazer parte da estratégia das empresas. Por

intermédio da logística, as empresas traçam estratégias para

conseguir vantagem em relação aos concorrentes. Se feita uma

boa gestão logística, as empresas conseguem redução de custos e

aumento do nível de serviço ofertado aos clientes.

Vantagens competitivas vêm sendo trabalhadas nas estratégias

de várias organizações ao longo de toda a cadeia de suprimentos,

seja empresa do segmento varejista, industrial ou qualquer outro.

A cadeia de valor tem sido muito usada pelas empresas, para que

consigam agregar valores aos produtos e/ou serviços, melhorando

a qualidade dos produtos e o nível de serviço para os clientes

finais. Nesta unidade, temos como objetivo entender os principais

conceitos de estratégia e seu surgimento, além de compreender

como a logística é usada como diferencial competitivo.

LOGÍSTICA

unidade 7091

Este conceito só veio a ser usado muito

tempo após o nosso surgimento.

A logística e a estratégia competitivaDesde que nos entendemos como seres humanos, já se usava de

estratégias em vários momentos. Pensem no passado, no tempo

das cavernas: como os homens saíam para caçar? Quais os

horários? Que armas usavam? Que caça escolhia para atacar?

A resposta é simples! Todas essas decisões dependiam de

estratégias que eram traçadas por eles. Mas será que eles sabiam

que estavam sendo estratégicos? Certamente, não!

Eles não tinham a consciência de que estavam trabalhando a

estratégia de caça para conseguir seus alimentos. Não sabiam o

que era estratégia. Este conceito só veio a ser usado muito tempo

após o nosso surgimento.

Com o passar dos anos, não bastava mais, para as empresas,

somente a elaboração de um plano estratégico, pois ter isso

somente passou a ser pouco para se manterem no mercado.

Elas começaram a ter de definir estratégias melhores do que as

adotadas pelos concorrentes.

E a logística nisto tudo? Onde e como ela entra?

Você saberia responder o que é estratégia competitiva e qual a sua

relação com a logística?

O que é estratégia competitiva?

Qual a ligação da logística com a estratégia?

A estratégia competitiva é o plano de ação que auxiliará e guiará a

empresa a conseguir vantagem competitiva em relação aos seus

concorrentes. Esses planos de ação geralmente agregam valor

LOGÍSTICA

unidade 7092

Por intermédio da boa gestão logística,

de um bom fluxo e processo logístico,

é possível que se obtenha vantagem

competitiva em relação ao nosso

concorrente.

ao produto e ou serviço, fazendo com que as empresas sejam

reconhecidas pelos clientes.

A estratégia começou a ser percebida pelas empresas a partir da década de 1960, aproximadamente, e continuou até os anos de 1980. Esse período de 1960 a 1980 representa o grande período de evolução para o planejamento estratégico e para o estrategista “profissional” (HORWITCH, 1986).

Após a década de 1980, começa a surgir um novo cenário econômico no mundo. As empresas começam a passar por pressões internas e externas e se encontravam, cada vez mais, em novas situações e desafios. Este fato fazia com que os pontos fracos das organizações fossem evidenciados de forma mais fácil.

A Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição,

movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos

acabados e os fluxos de informações correlatas – através da

organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar

as lucratividades presente e futura através do atendimento dos

pedidos a baixo custo. (CHRISTOPHER, 1997, p. 2)

Por intermédio da boa gestão logística, de um bom fluxo e processo

logístico, é possível que se obtenha vantagem competitiva em

relação ao nosso concorrente.

Além disso, vocês se lembram de que é, na logística, que se têm

duas das atividades que mais aumentam os custos de uma

empresa? São elas: gestão de estoque e transporte. Se uma

empresa conseguir trabalhar de forma eficiente essas duas

atividades, muito provavelmente ela conseguirá reduzir custo, ser

mais eficaz e atender os clientes de forma mais rápida, garantindo,

então, a preferência deles. Sendo assim, com uma eficiente e eficaz

gestão logística, ou seja, tornando a logística parte da estratégia

da organização, pode-se garantir supremacia em relação à

concorrência, obtendo a preferência dos clientes e se mantendo no

mercado.

LOGÍSTICA

unidade 7093

A cadeia de valor é formada

por atividades executadas por

uma empresa que criam valor desde o fornecedor até o

cliente final.

O cliente tem acesso a respectiva organização ou a do concorrente,

mas sempre busca ter as próprias necessidades atendidas,

amparadas por benefícios e preço justo. O diferencial que se

oferece ao cliente será responsabilidade e fator de sustentação da

organização. O cliente optará pela empresa que conseguir oferecer

mais benefícios e menor custo. O sucesso de uma empresa está

em ela conseguir obter vantagem em custo e ou vantagem em valor,

ou seja, a empresa conseguirá ser bem-sucedida quando obtiver o

maior lucro com o menor custo (gastando-se o menos possível) e

maior produtividade, além de oferecer mais benefícios ao cliente do

que o concorrente.

Cadeia de valor

A cadeia de valor empresarial trata de atividades de uma empresa,

que vai desde os fornecedores, passa pelos ciclos de produção e

de venda, até a chegada ao cliente. Existe, também, a visão “valor

agregado” às compras, aos processos internos, às funções etc. Na

cadeia de valor empresarial, basicamente, o custo e a qualidade dos

produtos são responsáveis pelas vantagens competitivas de uma

organização.

A cadeia de valor é formada por atividades executadas por uma

empresa que criam valor desde o fornecedor até o cliente final.

As atividades de valor são formadas pelos processos utilizados por

uma empresa, para se fazer um produto ou se realizar a prestação

de um serviço. A cadeia de valor é um conjunto de atividades

interdependentes e que envolve manufatura, fornecedores,

fornecedores dos fornecedores, varejistas, atacadistas,

representantes, distribuidores, dentre outros atores (de influência

direta ou indireta), da cadeia até o consumidor final.

Segundo PORTER (2001), a cadeia de valor se caracteriza pelo fato

de ser um conjunto de atividades executadas por uma empresa com

LOGÍSTICA

unidade 7094

O objetivo da cadeia de valor é agregá-

lo a um produto ou serviço, ou

seja, adicionar o máximo de valor aos processos da cadeia

de maneira menos onerosa possível.

o intuito de criar valor e aumentar a própria capacidade competitiva.

Importante observar que, quando se fala em agregar valor, não

significa adicionar custo. Não se esqueça disso! Agregar valor

é tornar um determinado produto ou serviço mais “valioso” aos

olhos do cliente. É fazer com que o cliente escolha o seu produto

ou serviço em vez de o concorrente fazê-lo, pois apesar de ser o

mesmo produto ou serviço, o seu oferecerá algo a mais, algum

benefício ao cliente que o concorrente não oferecerá. Então, agregar

valor a um produto ou serviço é oferecer algo a mais, algo diferente

do que o concorrente oferece.

O objetivo da cadeia de valor é agregá-lo a um produto ou serviço,

ou seja, adicionar o máximo de valor aos processos da cadeia de

maneira menos onerosa possível.

Hoje em dia, de forma muito maior do que antigamente, os clientes

não compram apenas produtos e ou serviços de uma determinada

organização. Os clientes compram sua satisfação, benefícios

para si. Dessa forma, hoje em dia, ninguém mais compra apenas

um produto ou serviço pelo que ele é, mas compra pelo que ele

pode proporcionar. Pensando em satisfazer o cliente mais do que

o concorrente, uma empresa pode obter vantagem em relação à

concorrência de duas formas:

• Vantagem em produtividade.

• Vantagem em valor.

A boa gestão logística atrelada a uma boa estratégia pode

dar condições a uma empresa de obter tanto a vantagem em

produtividade quanto a vantagem em valor. Mas qual a diferença

entre vantagem produtiva e vantagem de valor?

Veja os respectivos conceitos:

Vantagem em produtividade é quando uma empresa consegue

LOGÍSTICA

unidade 7095

O ideal é que uma empresa trabalhe

e trate a cadeia de valor de forma

ordenada e sem interrupções, como

uma corrente ligada por elos,

com o intuito de obter uma melhor

competitividade de toda a cadeia de

suprimentos.

produzir mais a um custo menor. Ela produz bem e bastante

gastando menos. E quando uma empresa consegue uma economia

de escala, consegue aperfeiçoar, melhorar a própria produção, ou

seja, produz mais e melhor, com um menor custo. Dessa forma,

existe maior diluição dos custos fixos, gerando redução no custo

unitário de produção. O custo para se produzir uma peça é menor.

Vantagem em valor, como já visto antes, é quando uma empresa

oferece um benefício a mais ao cliente, algo a mais do que

simplesmente o produto em si. A organização oferece ao cliente

algo diferente do que oferece o concorrente. Por exemplo: uma

entrega diferenciada, uma embalagem exclusiva, um serviço de

pós-venda, uma assistência técnica adicional e etc.

O ideal é que uma empresa trabalhe e trate a cadeia de valor de

forma ordenada e sem interrupções, como uma corrente ligada por

elos, com o intuito de obter uma melhor competitividade de toda a

cadeia de suprimentos.

Mas e a logística nisso tudo? Onde ela entra?

Bem, a logística está cada vez mais inserida nas estratégias

traçadas pelas empresas, participando fortemente nas fases

do planejamento, implementação e execução desses planos

estratégicos das organizações.

Nos dias de hoje, a logística é vista como ferramenta para obtenção

de vantagem competitiva frente aos concorrentes. Segundo

CHRISTOPHER (1997), uma boa logística pode proporcionar a uma

empresa adquirir vantagem competitiva, ou seja, uma posição de

superioridade sobre os concorrentes, que pode ser alcançada

por meio da logística. Esse mesmo autor também comenta que a

fonte da vantagem competitiva é encontrada na capacidade de a

empresa se diferenciar de seus concorrentes aos olhos do cliente,

seja esta diferenciação em custo ou agregação de valor. Fica

evidenciado então que a vantagem em relação a um concorrente

LOGÍSTICA

unidade 7096

O conceito de vantagem

competitiva está, sem dúvida, ligado a um desempenho

superior das empresas.

pode ser oferecer ao cliente um mesmo produto ou serviço, porém

a um preço mais barato do que seu concorrente ou oferecer algo

diferenciado ao cliente, um benefício a mais do que seu concorrente

oferece.

Obtendo vantagem competitiva por meio da logísticaA logística tem como objetivo primário planejar e coordenar os

processos, desde a aquisição de matéria-prima até a entrega ao

cliente final, ou seja, de produto ou serviço, mas sempre focando

em níveis desejáveis de qualidade e com menor custo possível.

A vantagem competitiva está na essência da estratégia empresarial,

por meio da qual se discute como as empresas devem-se comportar

para atingi-la e quais os fatores que influenciam na obtenção de

vantagem competitiva pelas organizações. O conceito de vantagem

competitiva está, sem dúvida, ligado a um desempenho superior

das empresas.

No que tange a obtenção de vantagem em produtividade, a boa

gestão logística pode tratar de várias ações para se produzir mais,

a um custo menor. Pode-se trabalhar isso, desde a aquisição de

matéria-prima até a entrega do produto, otimizando processos de

aquisição, produção, transporte, gestão de estoque etc.

Hoje em dia, na logística, uma das formas de se obter redução

de custo, e muitas vezes também agregar valor, é por meio da

terceirização. A terceirização permite que as empresas se foquem

nos respectivos negócios, no que elas sabem fazer, no que elas têm

de know how. Dessa forma, por meio da terceirização, é possível

se conseguir obter vantagem competitiva tanto em valor quanto em

custo.

LOGÍSTICA

unidade 7097

Logicamente que, a cada dia que passa,

o desafio para se gerir empresas

também aumenta.

Quando terceirizamos uma determinada atividade que não é uma

atividade fim do nosso negócio, estamos delegando para um

especialista a execução dela. Isso significa que esse especialista

tem conhecimento suficiente para realizar tal atividade, de uma

forma melhor e a um menor custo do que se nós estivéssemos

fazendo tal atividade.

Mas será que as coisas funcionam sempre de forma tranquila?

Será que existem problemas que interferem em tudo isso? Existem

sim empecilhos que irão influenciar a gestão logística e a cadeia

de valor, impactando a gestão estratégica das empresas. Isso você

verá na sequência.

Os desafios da gestão logística e a importância para as empresasLogicamente que, a cada dia que passa, o desafio para se gerir

empresas também aumenta. A logística bem como a definição e

execução das estratégias das organizações, como vocês já viram,

vem se tornando cada vez mais complexa devido às mudanças

econômicas.

Hoje em dia, os problemas mais comuns que afetam as estratégias

logísticas das empresas são:

• tempo escasso;

• globalização;

• a complexidade da integração organizacional, que aumenta

cada vez mais;

• o nível de serviço ao cliente cada vez mais exigente.

Entenda melhor cada um deles:

LOGÍSTICA

unidade 7098

A cada dia, a complexidade das

relações entre as empresas aumenta, ou seja, aumenta-se

a integração.

Tempo escasso

O tempo escasso é o tempo que tem se tornado cada vez mais

curto. A cada dia que passa, o ciclo de vida dos produtos está mais

curto, ou seja, o tempo, desde o lançamento de um produto até a

sua obsolescência, está cada vez mais rápido.

Globalização

A globalização é algo indiscutível para toda e qualquer empresa,

além de ser um desafio para o gerenciamento logístico. As

empresas precisam elaborar estratégias de fabricação flexíveis e

processos logísticos eficientes, uma vez que atendem ao mercado

mundial e têm de atender diferentes mercados, com necessidades e

características culturais próprias.

Integração organizacional complexa

A cada dia, a complexidade das relações entre as empresas

aumenta, ou seja, aumenta-se a integração. Assim, as empresas

precisam desenvolver e aprimorar uma gestão integrada voltada

para o mercado e para pessoas que valorizam os serviços.

Alto nível de serviço ao cliente

Estamos cada vez mais exigentes como clientes. Hoje em dia, não

aceitamos mais qualquer produto ou serviço. Queremos nosso

produto e ou serviço na quantidade certa, na hora e lugar exigidos,

pagando um preço justo. Nesse ponto, a vantagem competitiva

pode ser conseguida por meio de uma estratégia de serviços e um

sistema de entregas bem desenvolvido e ordenado.

Além dos tópicos citados anteriormente, a tecnologia e o novo perfil

de demanda do consumidor fazem com que o mercado se torne

mais volátil, obrigando as organizações se tornarem “camaleões”

para se adequarem às necessidades dos clientes.

LOGÍSTICA

unidade 7099

A logística fica, então, obrigada a

ser mais flexível e sensível a esse

mercado em mutação rápida.

Hoje, muitos produtos quase se tornam obsoletos, quase tão

logo são lançados, e uma boa gestão logística, nesse caso,

é primordial, pois as empresas terão prazos menores de

planejamento, aquisição de matéria-prima, fabricação e entrega

do produto final. A logística fica, então, obrigada a ser mais

flexível e sensível a esse mercado em mutação rápida. Dessa

forma, a gestão logística enfrenta o desafio de diminuir o fluxo

logístico, melhorar a visibilidade do fluxo logístico e gerenciar a

logística como um sistema.

A diminuição do fluxo logístico

Pode ser conseguida por meio da adoção de práticas como, por

exemplo: just in time, desde a aquisição de matéria-prima até a

entrega ao cliente. Isso agilizará a colocação dos produtos no

mercado.

(Conforme consta na wikipedia.org Just in time é um sistema de

administração da produção que determina que nada deve ser

produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode

ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os

custos decorrentes.)

A visibilidade do fluxo logístico

É importante porque, dessa forma, as empresas conseguem

visualizar o local em que estão os problemas, os gargalos das

respectivas atividades logísticas, para aperfeiçoarem, então,

os processos e, nesse sentido, se tornarem mais eficientes e

eficazes.

A gestão logística como um sistema

Inegável a importância de nos inter-relacionamentos e interligações

da cadeia de suprimentos. É muito importante uma empresa

entender o impacto de uma decisão em qualquer parte do sistema.

LOGÍSTICA

unidade 7100

Uma das maneiras é usar a logística.

Por meio desta, uma empresa consegue reduzir custos e/ou

agregar valor aos produtos e serviços

dela.

Essa decisão poderá causar reflexos no sistema inteiro. Ou seja,

uma atitude de uma empresa no processo logístico dela pode

impactar toda a cadeia, podendo o reflexo chegar até o cliente final

e de volta à própria empresa.

Depois de tudo que já viram e estudaram, fica mais fácil perceber

a importância da logística para as empresas não é mesmo? Após

meados da década de 1990, aproximadamente, as empresas

começaram a se encontrar diante de mudanças econômicas

devido à globalização, que trouxe para as empresas novas

exigências competitivas e incertezas econômicas. Nós nos

tornamos clientes cada vez mais exigentes. Diante desse cenário,

a logística foi se tornando cada vez mais importante e estratégica

para as empresas.

Assim, a logística passou a ser usada como fator de obtenção

de vantagem competitiva frente ao concorrente. O cenário é de

concorrência cada vez mais acirrada e a necessidade de redução

de custos.

Então, como conseguir reduzir os custos? Como conseguir agregar

valor ao seu produto ou serviço? Como fazer seu produto ou serviço

ter um “valor” diferente do produto ou serviço do seu concorrente

aos olhos do cliente?

Uma das maneiras é usar a logística. Por meio desta, uma empresa

consegue reduzir custos e/ou agregar valor aos produtos e serviços

dela.

O desafio da logística é tornar-se uma “competência essencial”

nas empresas, envolvendo a gestão das cadeias físicas e virtual

de valores, como afirmam BOWERSOX e CLOSS (2001). Por meio

de uma boa gestão logística, uma empresa pode determinar sua

sobrevivência ou não no mercado.

LOGÍSTICA

unidade 7101

O texto, a seguir, trata da estratégia da logística de distribuição traçada

pela Apple. Nele, você vai ler como a Apple planejou sua nova estratégia de

distribuição, visando maiores lucros para a empresa.

Os segredos da estratégia de distribuição da Apple

por Pedro Fernandes (Edigma) – 10 de Julho de 2012 por Rita Gonçalves

A Apple é uma empresa de inegável sucesso, e parte desse sucesso deve-

se também à sua estratégia de distribuição, que passa por uma rede de

retalho própria, ao contrário do que é norma no sector.

Vale a pena conhecer melhor o retalho Apple.

A marca detém actualmente mais de 360 lojas próprias; cada loja vende,

em média, cerca de $12 milhões por trimestre e receberam 85 milhões de

visitantes no mesmo período de tempo.

Um estudo recente indica um volume de facturação de 5.600$/m2. Como

comparação, a Tiffany ficou em 2º lugar com cerca de 3.000$/m2.

Os candidatos são muitos e uma das principais preocupações dos

recrutadores é perceber se o candidato é afável e pró-activo, mais do que

ser especialista em tecnologia. A lógica subjacente a este raciocínio é que

as características humanas são inatas, o conhecimento apreendido. Outra

das preocupações é perceber se o candidato em questão seria capaz de

um atendimento ao cliente digno do “Ritz-Carlton”.

Boas práticas

Os vendedores têm sempre que pedir autorização antes de mexerem

no iPhone ou outro equipamento de um cliente. Todos os ecrãs de

computadores portáteis são abertos sempre no mesmo ângulo, antes da

loja abrir, por forma a incitar os visitantes a ajustarem o ecrã e interagirem

com o produto. Todos os computadores e iPads são carregados com as

aplicações mais populares e mais recentes, usufruindo de rápidas ligações

à Internet existentes nas lojas. Os visitantes podem estar a utilizar os

equipamentos de demonstração por tempo ilimitado.

A marca detém actualmente mais de 360 lojas próprias; cada loja vende, em média, cerca de $12 milhões por trimestre e receberam 85 milhões de visitantes no mesmo período de tempo.

LOGÍSTICA

unidade 7102

O pessoal de apoio técnico tem instruções para usar a expressão “as it

turns out” (acontece que) e nunca “unfortunately” (infelizmente) quando

informa um cliente que não conseguiu resolver um problema técnico. Se

no decorrer de qualquer conversa o cliente se enganar a referir o nome do

seu produto (chamar iTouch a um iPod touch, por exemplo), as instruções

são claras: é proibido corrigir o cliente.

A Apple não paga comissões sobre as vendas, ao contrário daquilo que

é norma no retalho porque isso poderia inviabilizar um dos principais

objectivos do vendedor: ajudar o cliente a encontrar o produto mais

adequado para si, e não o mais caro. Há quem defende que esta decisão

apenas é sustentável porque o marketing da marca é tão forte que os

vendedores na loja têm um papel mais de processar pagamento do que

propriamente de convencer os visitantes da loja que os produtos são

realmente os melhores.

É claro que o facto de estas técnicas resultarem na Apple não implica

que resultem em qualquer lado. O seu contexto é decisivo e influencia o

sucesso da implementação destas boas-práticas. Cada um deve reflectir

sobre os diferentes cenários resultantes da sua implementação, antes de

partir para a sua implementação em diferentes contextos.

Fonte: GONÇALVES, Rita. Os segredos da estratégia de distribuição da Apple, por Pedro Fernandes (Edigma). 10 jul. 2012. In: Site “Hipersuper”. Disponível em: <http://www.hipersuper.pt/2012/07/10/os-segredos-da-estrategia-de-distribuicao-da-apple-por-pedro-fernandes-edigma/>. Acesso em: 30 out. 2014.

RevisãoNesta unidade estudamos o conceito de estratégia e cadeia de valor,

bem como seus objetivos. Aprendemos que a tendência exige que

o gerenciamento logístico integre o mercado, a rede de distribuição,

o processo de fabricação com a atividade de aquisição, objetivando

servir aos clientes com níveis cada vez mais altos e custos mais

baixos. A vantagem competitiva será alcançada com a redução de

custo e agregação de valor.

Vimos, também, que o encurtamento do ciclo de vida tem sido

um grande desafio para o gerenciamento logístico. O efeito

LOGÍSTICA

unidade 7103

das mudanças da tecnologia e da demanda do consumidor

produz mercados mais voláteis em que um produto pode ficar

obsoleto quase tão logo seja lançado, exigindo prazos menores

de planejamento, aquisição de material, fabricação, montagem e

entrega do produto final, e a gestão logística tem que se adaptar a

esta realidade.

Por fim, concluímos que o meio de alcançar o sucesso no mercado

atual é acelerar o movimento através da cadeia de suprimentos

e tornar todo o sistema logístico mais flexível e sensível a este

mercado em mutação rápida. A logística tem como essência a

preocupação de obter vantagem competitiva em mercados cada vez

mais voláteis, sobrevivendo empresas que conseguirem adicionar

valor ao cliente em prazos cada vez menores.

Selecionamos um vídeo de uma reportagem interessantíssima na qual é

feita a comparação da produção de soja no Brasil com a do EUA. Por meio

dela você vai perceber que no Brasil existe a vantagem em produtividade,

se produz mais e mais barato, mas esta vantagem é perdida na logística.

Não deixe de assisti-lo, pois ele mostra a relação entre vantagem

competitiva e os custos. Para acessá-lo, clique no link seguinte:

JORNAL DA GLOBO – VANTAGEM DA PRODUÇÃO DE SOJA BRASILEIRA É PERDIDA NA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE. Postado por Aprosoja Mato Grosso. (07 min. 56 seg.): son. color. Port. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ekS9PZTm88s>. Acesso em: 29 jan. 2015.

Tendências logísticas

• Sustentabilidade x logística

• A logística e o e-commerce

• A logística internacional

• A tecnologia da informação e a

logística

• Revisão

Introdução

A logística tem mudado de algumas décadas para cá, como já

vimos em outras unidades. Cada vez mais, as empresas definem

suas estratégias de negócios com base em um mercado altamente

competitivo e globalizado. Assuntos como sustentabilidade,

comércio eletrônico, logística internacional e tecnologia de

informação têm cada dia mais tomado espaço importante na

gestão logística. Nesta unidade, vamos ver os principais assuntos

da tendência logística.

A sustentabilidade tem sido praticada pelas empresas na utilização

do recurso finito de forma responsável de modo a atender a

necessidade atual, sem prejudicar as gerações futuras. Usar os

recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham

no futuro é um dos grandes desafios da logística.

Com a globalização, a era da inovação pela qual o mundo

atravessa nos torna cada vez mais pessoas “tecnológicas”, ou

seja, dependentes da tecnologia. O comércio eletrônico, aquele

realizado de forma virtual, tem aumentado consideravelmente e,

para isso, a logística teve que se adaptar a essa nova realidade.

A Logística pode se tornar o fator determinante para fidelizar os

clientes de uma loja virtual.

A globalização trouxe a oportunidade de expansão de mercados.

A importação e exportação entre países vêm aumentando e a

logística, evidentemente, para concretizar o comércio entre países

distintos, não pode ser tratada da mesma forma que a logística

nacional de um comércio realizado dentro de um determinado país.

Hoje, a informação é primordial para o sucesso de qualquer empresa,

independente do seu segmento. Para a logística, a informação é

um fator de diferencial competitivo, pois hoje a logística está tão

rápida que muitas decisões são tomadas baseadas unicamente em

informação e, se essa não for correta, pode causar sérios problemas

a uma organização.

Nesta unidade, temos por objetivos entender as tendências da

logística para as organizações e conhecer os assuntos que terão

maior foco na logística, pelas empresas.

LOGÍSTICA

unidade 8107

As empresas têm cada dia mais

disputado recursos não renováveis, ou

seja, recursos finitos.

Sustentabilidade x logísticaComo vocês sabem, a economia está cada vez mais em constantes

mudanças. Acompanhando a economia, as empresas também têm

se tornado “camaleões” para conseguir sobreviver no mercado. As

empresas têm cada dia mais disputado recursos não renováveis, ou

seja, recursos finitos. Essa realidade tem fomentado discussões a

respeito do consumo sustentável. Percebe-se hoje uma tendência

à exploração descomedida, resultado de um cenário consumista e

de um ambiente com fenômenos naturais cada vez mais intensos:

muita chuva, muito calor, tsunamis e etc.

Mas o que é sustentabilidade?

São práticas que propiciam a configuração da humanidade e

suas atividades, de forma que as necessidades presentes sejam

supridas e, ao mesmo tempo, se preservem a biodiversidade e os

ecossistemas naturais.

No site da empresa PRODER Manutenção Industrial Ltda.

(http://www.proderbrasil.com/empresa.php), o conceito de

sustentabilidade é sistêmico e se relaciona com aspectos

econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.

Confira!

A sustentabilidade abrange desde a vizinhança local até o planeta

inteiro.

É comum associar a sustentabilidade com a preservação do

meio ambiente somente, mas isso é apenas um ponto tratado na

sustentabilidade. Como falado, a sustentabilidade trata, também,

além do meio ambiente, o social, a economia e etc.

E você, já pensou quais seriam as correlações entre a logística e a

LOGÍSTICA

unidade 8108

Portanto, pensar em sustentabilidade diz respeito a decisões

que envolverão o futuro do planeta, e essas decisões são de responsabilidade

não só das empresas como também do

governo.

sustentabilidade?

Certamente, a sustentabilidade tem sido um ponto importantíssimo

tratado pelas empresas. Políticas sustentáveis ligadas à logística

tais como embalagens sustentáveis, logística reversa, reavaliação

dos processos que envolvem a dinâmica da produção, dos

transportes, dentre outras, têm sido trabalhadas pelas organizações

para poder ajudar o meio ambiente. As cadeias de suprimentos

têm demandado práticas tais como produção limpa, boa gestão

da logística reversa, avaliação de fornecedores com indicadores de

desempenho relacionados ao respeito ambiental e etc.

Portanto, pensar em sustentabilidade diz respeito a decisões

que envolverão o futuro do planeta, e essas decisões são de

responsabilidade não só das empresas como também do governo.

Os pilares da sustentabilidade

Conforme SCHREIBER (2012), os pilares, os eixos da

sustentabilidade são:

Sustentabilidade econômica

é a capacidade de produção, distribuição e utilização equitativa das

riquezas produzidas pelo homem.

Sustentabilidade social

Propõe-se o bem-estar da sociedade de hoje e de amanhã em iguais

medidas para a sociedade das riquezas produzidas pelo homem.

Sustentabilidade espacial

É o equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações,

desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas

mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo

LOGÍSTICA

unidade 8109

É o respeito aos diferentes valores

entre os povos e incentivo a

processos de mudança que

acolham as especificidades

locais.

sustentado das florestas e industrialização descentralizada.

Sustentabilidade cultural

É o respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a

processos de mudança que acolham as especificidades locais.

Sustentabilidade política

No caso do Brasil, é a evolução da democracia representativa para

sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços

públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e

descentralização da gestão de recursos.

Sustentabilidade ecológica ambiental

O uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos sistemas de

sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição,

reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias

limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção

ambiental.

A logística e o e-commerceA cada dia, cresce mais a realização de comércio eletrônico em todo

o mundo. Essa é uma tendência da qual não há como fugir. Quem

nunca realizou uma compra ou transação via internet?

E então, você já consegue compreender o que é o comércio

eletrônico? E o que você entende por e-commerce?

O comércio eletrônico diz respeito a transações realizadas por

meio de computadores e comunicação de dados. É a realização

LOGÍSTICA

unidade 8110

A resposta é sim! Existem diferenças

sim, entre a logística convencional e a logística virtual.

de uma negociação comercial via ambiente eletrônico, por meio de

tecnologias de comunicação e de informação.

O crescimento do comércio eletrônico, automaticamente, fez com

que as operações logísticas se expandissem tanto em tamanho

quanto em complexidade. A logística se tornou uma chave para o

comércio eletrônico. A logística do comércio virtual é um componente

essencial do e-commerce, compreendendo desde a recepção e

acondicionamento de produtos, estocagem e picking (separação

e montagem dos pedidos) a intervenção das transportadoras

assumindo a entrega. Todas essas etapas são usadas no

rastreamento dos pedidos, dando aos clientes informações em

tempo real da fase em que se encontra o produto adquirido.

Você acha que existe diferença entre a logística convencional e a

logística no e-commerce?

A resposta é sim! Existem diferenças sim, entre a logística

convencional e a logística virtual. A seguir, você saberá

detalhadamente em que elas se diferem.

Diferenças entre a logística tradicional e a logística no e-commerce

A logística convencional está “preparada” para atender ao comércio

entre empresas, que, na maioria das vezes, tem um grande volume

de pedidos e, por meio do que, em boa parte das vezes, as entregas

são feitas em lojas ou centros de distribuição (CD).

Já a logística do e-commerce, por sua vez, tem a característica

de ter que atender a um grande número de pequenos pedidos. A

quantidade de pedidos é grande, mas são pequenos volumes, sem

contar que a entrega já é feita diretamente ao consumidor final,

dispersos em distintas áreas geográficas.

Existem alguns estudos os quais citam que a logística virtual, de

LOGÍSTICA

unidade 8111

entrega porta a porta, pode, às vezes, chegar a custar de duas a três

vezes mais do que a convencional.

Dessa forma, no comércio eletrônico, a boa logística é que vai

determinar o sucesso ou fracasso de uma empresa.

Imagine a seguinte situação: você entra em um site de artigos

esportivos e compra um artigo qualquer. O site dá o prazo de

entrega de, no máximo, três dias. Pense... O que vai determinar o

fato de você ficar satisfeito ou não com a empresa na qual você

comprou? O atendimento do prazo? A chegada correta do pedido? O

seu acompanhamento passo a passo da evolução do pedido?

O sistema de distribuição é determinante para o sucesso ou

fracasso das empresas que trabalham com o e-commerce. Dessa

forma, fica fácil compreender o papel fundamental das atividades

logísticas no novo mundo do e-commerce. As empresas precisarão,

cada vez mais, investir em inovação para as estruturas logísticas,

de forma a conseguir realizar a logística para o comércio eletrônico

de forma eficaz e com custos competitivos.

Vamos tentar fazer uma diferenciação mais clara entre a logística

tradicional e a virtual?

QUADRO 2 - Logística tradicional x logística virtual

LOGÍSTICA TRADICIONAL

Gestão de Pedidos

LOGÍSTICA E-COMMERCE

Vários pedidos, porém de menor volume. São muitos pedidos, porém pequenos.

Pedidos maiores, mais volumosos, e menos quantidade, por exemplo, 2 pedidos maiores ao mês.

Demanda destes

pedidos

Como qualquer cliente, em qualquer lugar e em qualquer momento, pode comprar, não existe fidelização, e na verdade a demanda se torna instável.

Por serem clientes conhecidos e geralmente os mesmos, a demanda é estável.

Aquisição e produção dos

pedidos

Puxada. Compra-se ou se produz baseado no pedido recebido. Como a demanda é incerta, não se pode produzir ou comprar baseado em produção.

Empurrada. Se compra ou se produz baseado em previsão. Na logística, isso é possível porque o cliente é conhecido, compra com uma frequência já determinada

LOGÍSTICA

unidade 8112

Geralmente para entregas maiores, tanto em volume quanto em valores. Entregas em pallets. Entrega em centros de distribuição ou então em lojas, para só depois ser distribuído ao cliente final.

Várias entregas menores, maior quantidade de entregas, mas em pacotes menores e valores menores. Entrega diretamente ao cliente final.

Distribuição dos pedidos –

A entrega

Fonte: elaborado pela autora.

Dessa forma, fica clara a necessidade de se ter uma gestão logística

adequada e diferenciada da tradicional para se atender ao comércio

eletrônico.

A logística internacional

Já sabemos que a logística tem um papel cada vez mais

imprescindível nas empresas e que torná-la mais eficiente é

essencial para reduzir os ciclos de fabricação, acelerar a entrega

dos produtos ao consumidor final, diminuir os custos de distribuição

e transporte e, logo, gerar resultado positivo para as organizações.

Com o advento da globalização, a logística internacional passou a

ter grande importância também. As empresas bem-sucedidas, no

comércio internacional, são aquelas que não estão preocupadas

somente com a oferta de bons produtos a preços competitivos,

mas as que, além disso, têm um bom fluxo logístico.

A logística internacional é a parte da logística que administra e

aperfeiçoa os “sistemas logísticos externos” que ligam o fabricante

aos seus parceiros da rede industrial, como fornecedores,

transportadores e operadores e assim por diante.

A logística internacional assim como a logística nacional mantém

interface com vários departamentos e setores dentro de uma

empresa. Por meio das figuras seguintes, observe estas interfaces:

LOGÍSTICA

unidade 8113

Fonte: Elaborado pela Autora.

PRODUÇÃO

OUTRAS... RECEBIMENTO

PROGRAMAÇÃO

ENGENHARIA

FINANCEIRO INFORMÁTICA

COMERCIAL JURÍDICO

EXPEDIÇÃO

FIGURA 28 – Interfaces da logística internacional dentro da organização

Fonte: Elaborado pela Autora.

RECEITA FEDERAL

OUTRAS... INFRAERO

ANVISA

BACEN SEGURADORAS

AGENTE DE CARGA COMPANHIAS MARÍTIMAS

COMPANHIAS AÉREAS

DESPACHANTES ANUANEIROS

FIGURA 29 – Relação da logística internacional com entidades externas à empresa

Conheça os fatores preponderantes na logística internacional:

• Diferenças culturais, tais como língua, fuso horário, forma

de comercialização;

• adaptação dos produtos, embalagens etc.;

• moeda e situação econômica;

• condições e custos de transporte;

• infraestrutura aeroportuária;

• protecionismo;

• burocracia;

• impostos etc.

LOGÍSTICA

unidade 8114

O comércio internacional é a

troca de produtos e ou serviços de todos

os tipos, além da movimentação de

capital entre diversos países.

Comércio Exterior e comércio internacional

É bastante comum que se confunda Comércio Exterior com

comércio internacional e, às vezes, com logística internacional. Isso

se dá devido à relação existente entre os diversos assuntos. Dessa

forma, mesmo tendo uma relação bastante próxima, as atividades

são distintas.

O comércio nacional interno está sujeito às legislações internas de

cada país. Já o comércio internacional é um pouco mais complexo,

uma vez que os atores da negociação (comprador e vendedor) não

estão sujeitos apenas às legislações internas de seus respectivos

países, mas também devem obedecer à legislação internacional.

O comércio internacional é a troca de produtos e ou serviços de

todos os tipos, além da movimentação de capital entre diversos

países. Inclui, também, tudo que tiver relação com a respectiva

execução, por exemplo: transporte e pagamento.

No comércio internacional, existem normas que são aplicadas

da mesma forma, de maneira uniforme a mais de um país. Essas

normas são criadas por organismos tais como a Organização das

Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC)

etc., e visam a facilitação dos negócios internacionais.

Agora, uma vez que existe o comércio internacional, existem essas

transações internacionais e a necessidade de que os países tenham

normas internas para que essas transações aconteçam. Essas

normas visam facilitar e dar maior segurança aos países no que diz

respeito ao que entra e sai do país, sempre “cuidando” do mercado

interno. E, então, os países passam a tratar com o seu Comércio

Exterior.

O Comércio Exterior, por sua vez, está ligado a regulamentos e

legislação. É uma atividade econômica regulada, tanto internamente

LOGÍSTICA

unidade 8115

no país, quanto externamente, por meio de acordos comerciais,

tarifários etc. São regras e normas nacionais aplicadas à realização

do comércio internacional. Essas normas vão regulamentar a

entrada e saída de mercadorias e ou serviços do país. Sendo assim,

podemos afirmar que cada país tem seu Comércio Exterior próprio

que estará vinculado à política do país, à economia, à sociedade e

à jurisdição. Essas normas impactam diretamente em áreas como

tributária, comercial, financeira, administrativa e aduaneira. Observe

o esquema a seguir:

COMÉRCIO EXTERIOR DO

BRASIL

LOGÍSTICA INTERNA

NACIONAL

LOGÍSTICA INTERNA

NACIONAL

LOGÍSTICA INTERNANACIONAL

IMPORTAÇÃO OU EXPORTAÇÃO

COMÉRCIO INTERNACIONAL

COMÉRCIO EXTERIOR DOS

EUA

Fonte: Elaborado pela Autora.

FIGURA 30 – Comércio Exterior

A tecnologia da informação e a logísticaO aumento da competição entre as empresas deixa clara a

necessidade de maior agilidade, eficiência e segurança no fluxo

de informações, entre fabricantes e distribuidores, ao longo da

cadeia de suprimentos. As tecnologias de informação logísticas

desempenham papel fundamental nesse cenário, pois permitem

reunir maior volume de dados, reduzir custos de tratamento de

dados e eliminar as barreiras das distâncias geográficas.

LOGÍSTICA

unidade 8116

Por meio da TI, pode-se criar e

modelar sistemas de informação

destinados a dar suporte à tomada

de decisão no gerenciamento da

cadeia logística.

A Tecnologia de Informação tornou-se um facilitador no

gerenciamento da logística, pois possibilitou o gerenciamento

dos sistemas de suprimento em tempo real, em que se pode

hoje enxergar de uma ponta a outra da cadeia de suprimentos,

proporcionando aumento de eficiência.

Os executivos de logística veem a tecnologia de informação

como uma fonte importante de melhoria de produtividade e

competitividade, conforme apontam BOWERSOX e CLOSS (2009).

Você sabe diferenciar os conceitos de informação e tecnologia da

informação (TI)? Veja: informação é todo dado coletado, tratado

e estruturado que tenha algum sentido e auxilie na tomada de

decisão. Já TI pode ser considerado como sendo um conjunto de

tecnologias de utilização simultânea e integrada de informática

e telecomunicações, ou seja, tecnologias para coletar, tratar,

interpretar e distribuir as informações em tempo hábil e de maneira

adequada, com o intuito de melhorar a produtividade, a eficácia e a

competitividade das organizações.

Tecnologia da informação como vantagem competitiva na logística

O cenário organizacional e econômico atual exige das empresas

que tenham informações precisas, além de trabalharem com

elas, de forma cada vez mais on-line e com o fluxo de materiais.

Não basta apenas reduzir o lead time de fabricação, se o material

fica parado em algum ponto da cadeia logística devido à falta de

informação. O grande potencial de redução do lead time total é a

troca de informações e de materiais entre empresas.

Por meio da TI, pode-se criar e modelar sistemas de informação

destinados a dar suporte à tomada de decisão no gerenciamento

da cadeia logística. A TI deve ser capaz de agilizar os processos

logísticos dando não apenas maior velocidade, mas também

fidelidade à informação.

LOGÍSTICA

unidade 8117

Ferramentas da tecnologia da informação na logística

Alguns exemplos de tecnologias da informação bastante utilizados

na logística são:

• Sistemas de posicionamento e comunicação Automatic

Vehicle Location (AVL): permitem o conhecimento da

posição de um veículo e a realização de operações

associadas, por meio de tecnologias que suportem os

seus componentes, como, por exemplo, a utilização de

receptores GPS embarcados ou de radiofrequência.

• Software Pedido Perfeito: é um software resultante da

parceria entre a Interchange, a Xplan Tecnologica e a

Zanthus, que, a partir da análise de vendas, recomenda a

quantidade de produtos a ser pedida.

A reportagem, a seguir, é do site Pequenas Empresas e Grandes negócios,

e trata da netshoes, que hoje é uma das empresas modelo de e-commerce

do Brasil. Não deixe de ler a reportagem, pois ela é muito interessante.

Bom exemplo de e-commerce nacional

Netshoes é um exemplo de boas práticas no uso de estratégias de

marketing digital.

Por Sandra Turchi*

Há muitas dúvidas de empresários sobre como entrar no mundo do

e-commerce, por isso resolvi trazer um caso de sucesso de uma empresa

nacional, voltada à comercialização de artigos esportivos. Trata-se de uma

marca até pouco tempo desconhecida, mas que vem despontando pelos

bons resultados obtidos e pelas boas práticas no uso de estratégias de

marketing digital.

A Netshoes tem por volta de 550 funcionários e existe há dez anos, tendo

LOGÍSTICA

unidade 8118

Recentemente, optaram por investir na marca fora do mundo on-line, utilizando, entre outras ações, o patrocínio de um time de futebol, bem como em filmes na TV.

surgido inicialmente no mundo físico, com lojas em São Paulo e hoje é

um dos maiores anunciantes da web. É um varejo de nicho, pelo foco em

artigos esportivos.

Uma das ações que merece destaque é a realização de pesquisas

com clientes após três semanas que adquiriram algum item, para

identificar como está sua satisfação com o produto. Com isso, já têm

52 mil avaliações que se tornam recomendações de cliente para cliente.

Sabendo-se que mais de 80% das pessoas pesquisam na web antes de

adquirir um produto, torna-se imprescindível estimular essa interação,

visto que nesse caso 40% das compras são influenciadas por indicações

de outros usuários.

Outra estratégia bastante interessante é a gestão dos sites de diversos

times de futebol e das vendas de artigos esportivos com as respectivas

marcas.

Todo o processo de acompanhamento é baseado no uso inteligente

de dados e métricas, tanto do lado da agência como do cliente, o que

demonstra outro ponto crucial para o sucesso, que é a gestão a quatro

mãos. Com isso, avaliam os investimentos feitos em marca e divulgação.

Fazem uso também de e-mail marketing, com ações segmentadas por

perfil, por exemplo, homem ou mulher, por torcida, há quanto tempo

esse cliente interagiu pela última vez, entre outras abordagens. Essas

adequações melhoram a performance técnica e evitam que as mensagens

sejam vistas como spam. Além disso, esse cuidado com o uso dos dados

evita correr riscos, como enviar uma promoção de camisetas do Palmeiras

a um corinthiano.

Recentemente, optaram por investir na marca fora do mundo on-line,

utilizando, entre outras ações, o patrocínio de um time de futebol, bem

como em filmes na TV.

Dentre as estratégias de marketing digital utilizadas ressalta-se o SEO –

“Search Engine Optmization”, que é a implementação de técnicas para

melhorar o posicionamento do site da empresa em buscadores, como o

Google, fazendo com que se eleve seu “pagerank” e posicionando o site na

primeira página dos resultados de busca, além de utilizar paralelamente

LOGÍSTICA

unidade 8119

links patrocinados nesses mesmos sites. Essa estratégia é recomendável,

pois ao mesmo tempo em que há maior exposição por meio da busca

orgânica, simultaneamente empregam-se os links patrocinados para

promoções com prazos limitados.

Mais um exemplo de boas práticas é disponibilizar meios de contato

ao cliente, como chat e call center, visto que os clientes se sentem

profundamente insatisfeitos quando não recebem nenhum tipo de

resposta das empresas.

Além disso, como não poderia deixar de ser, monitoram a marca nas redes

sociais. E falando em redes sociais, segundo a empresa, o uso do Twitter

não representou um sucesso de vendas, mas foi um caminho interessante

de relacionamento empresa-cliente, principalmente em tempos de

crescimento do poder do consumidor.

* Sandra Turchi é Superintendente de Marketing da ACSP – Associação Comercial de São Paulo e SCPC, coordenadora do curso “Estratégias de Marketing Digital” na ESPM e VP de Marketing da ABRAREC.

Fonte: TURCHI, Sandra. Bom exemplo de e-commerce nacional. In: Site “Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI138403-17141,00-BOM+EXEMPLO+DE+ECOMMERCE+NACIONAL.html>. Acesso em: 30 out. 2014.

RevisãoNesta unidade, você conheceu as tendências da logística na

atualidade. Viu que a sustentabilidade está sendo trabalhada

na logística e a relação da logística com a sustentabilidade;

conheceu também os pilares da sustentabilidade (sustentabilidade

econômica, social, política, ambiental, espacial e cultural).

Além disso, estudou as diferenças da logística convencional e

logística do e-commerce. Compreendeu que a logística é fator de

sucesso para o e-commerce. Conheceu as áreas e organizações

de interface com a logística internacional, tanto dentro, quanto

fora da empresa e também os fatores preponderantes da logística

internacional, bem como a diferença entre logística internacional,

comércio nacional e Comércio Exterior, que, geralmente, são

LOGÍSTICA

unidade 8120

conceitos confundidos pelas pessoas.

E, por fim, entendeu a relação de TI e logística e os conceitos de

informação e tecnologia de informação. Assim, compreender

como a tecnologia da informação pode ser um fator de diferencial

competitivo entre as empresas, uma vez que a logística, hoje em

dia, exige informação correta, ágil e em tempo real.

Finalizamos estudando as principais e mais citadas ferramentas da

TI usadas na logística: sistemas de posicionamento e comunicação

Automatic Vehicle Location (AVL); Software Pedido Perfeito; ECR

(Efficient Consumer Response – Resposta Eficiente do Consumidor);

EDI (Eletronic Data Interchange ou Troca Eletrônica de Dados); Data

Warehouse (DW); O ERP (Enterprise Resource Planning).

Bem, querido aluno, nossa disciplina termina por aqui e foi um

prazer estar com você. Espero que tenha gostado e que, em breve,

nos encontremos novamente.

Até breve e um forte abraço!!!

Para enriquecer seus conhecimentos, selecionamos dois vídeos

extremamente interessantes:

Por meio do link seguinte, você poderá assistir ao vídeo “A logística como

estratégia para fidelizar compradores – minuto do e-commerce”, o qual

contempla a importância da logística para o e-commerce: http://www.

youtube.com/watch?v=cTxdVma_tY4.

O segundo vídeo “Gestão eficaz – logística: tendências, oportunidades

e desafios” é uma entrevista que aborda a logística como um todo e

sua importância para as empresas atualmente. É como se fizessem um

apanhado geral do que vimos na nossa disciplina. Acesse-o por meio

desse link http://www.youtube.com/watch?v=sSivEveLQCs.

LOGÍSTICA

121

A LOGÍSTICA como estratégia para fidelizar compradores – minuto

do e-commerce. Postado por Minuto do E-commerce. (1 min. 1

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