LOGSTICA DE DISTRIBUIO DE ALIMENTOS PERECVEIS: O ESTUDO DOS FATORES QUE INFLUENCIAM NA EFICINCIA DA FRUTICULTURA NO SEGMENTO SUPERMERCADISTA.

PRODUTO ALVO:

BANANA.

A competitividade pode ser considerada como um indicador de resultado e medida de desempenho de empresas de mercado, refletindo vantagens adquiridas ao longo do tempo. Depende de relaes sistmicas, j que muitas vezes as estratgias empresariais podem ser dificultadas por gargalos de coordenao vertical ou de logstica (JANK & NASSAR, 2000).

No processo de aquisio de competitividade em sistemas agroalimentares, de fundamental importncia a coordenao e monitoramento dos agentes de produo, agroindstria, atacado, varejo e consumidor final (SPERS,1993). A organizao mais eficiente nessas cadeias depende das caractersticas do produto e do mercado. Lideranas tradicionais, relaes rgidas de classe, individualismo, disperso espacial e falta de comunicao entre os agentes ao longo da cadeia dificultam uma coordenao mais eficiente (WEISS & RAMPONI,1981).

As perdas ps-colheita dos produtos agrcolas podem refletir um grau de desarticulao nestes sistemas, influindo diretamente na competitividade. O conhecimento pelos agentes da cadeia de influncias dessas perdas em cada elo no se apresenta de forma transparente. Segundo Brant (1980) e Barros (1987), os produtos perecveis e com maiores taxas de perdas, como hortalias e frutas, apresentam margens totais de comercializao relativamente maiores que produtos menos perecveis, como cereais e gros.

Conceitualmente, perdas so redues na quantidade fsica do produto disponvel para consumo, em razo de depreciao da sua qualidade diminuindo o valor comercial ou nutritivo do produto (CARVALHO, D. 1994; VILELA, N.J. et al.,2003). Para a Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO) a reduo das perdas uma soluo para o aumento da oferta de comida. As causas primordiais desse prejuzo so os maus hbitos de alimentao e o gerenciamento inadequado, desde o plantio at a chegada do produto mesa do consumidor.

A oferta inadequada de alimentos em pases em desenvolvimento tem sido invariavelmente, um dos problemas mais atacados por parte dos organismos internacionais asseguram MARTINS & FARIAS (2002). Para se colocar alimento ao alcance das pessoas no questo apenas aumentar a produo global, mas sim que esses alimentos tenham a garantia de produzir, distribuir at o consumidor final. Porm, esse deslocamento dos alimentos deve ser monitorado de tal forma que um nvel mnimo de perdas ocorra. Essa postura quanto minimizao dos desperdcios deve envolver todos os atores participantes da cadeia produtiva.

Segundo Carvalho (2009) um estudo da FAO de 2004, revela que o Brasil est entre os 10 pases que mais desperdiam comida no mundo. Cerca de 35% de toda a produo agrcola vo para o lixo. Isso significa que mais de 10 milhes de toneladas de alimentos poderia estar na mesa dos 54 milhes de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.

Antonio Gomes Soares, qumico industrial pesquisador da Embrapa, afirma que o ndice de perdas no Brasil maior do que se consegue calcular, basta observar a quantidade de lixo orgnico gerado nas centrais de abastecimento das grandes capitais.

A rota do desperdcio no setor agrcola inicia-se na produo e termina no consumidor final passando, obrigatoriamente, pelas diversas formas de transporte, armazenamento e comercializao de produtos (CAMPOS, 2011).

Carvalho (2009) ainda comenta que em meio a tantas formas de desperdcio, a alta conta gerada pelas perdas no fica diluda ao longo da cadeia. Segundo a Embrapa, agricultor e consumidor so os mais prejudicados. Isso acontece porque o investimento para produzir, manipular e transportar o alimento j foi feito. Antes do produto se perder, a rede varejista faz uma previso de perdas e repassa tanto o preo pago ao produtor, quanto ao que cobrado do cliente. O agricultor recebe menos e o consumidor paga mais Rioseco (2007) refora as afirmaes do Instituto Ethos (2005), sobre os altssimos nveis de perda e desperdcio de alimentos no Brasil, tanto ao longo das cadeias produtivas e de distribuio, incluindo o varejo (27% a 30% do total produzido), como no preparo e armazenamento de alimentos.

Segundo Bordin (1998), desde o instante em que colhido at o momento de ser preparado ou consumido, o produto hortcola sofre uma srie de efeitos essencialmente mecnicos que, dependendo da sensibilidade do produto, podero causar danos que comprometero a qualidade final do mesmo. Estudos mostram que, dependendo do produto, as perdas de produtos hortcolas por causas mecnicas podem chegar a 20 25% do total. Basicamente, o manuseio, a vibrao, o impacto e a compresso iro causar ferimentos e/ou amassamentos superficiais que levaro deteriorao do vegetal ou facilitaro o desenvolvimento de doenas.

ndice de perdas das principais frutas no brasil (desperdcio)

Banana 40%

Morango 39%

Abacate 31%

Mamo 30%

Manga 27%

Abacaxi 24%

Laranja 22%

Mdia 30%

Fonte: Embrapa Agroindstria de Alimentos (2009

A banana uma das frutas onde esta questo relevante. De todas as frutas tropicais, a banana sem dvida alguma, a de maior importncia no Brasil, pois considerada como alimento bsico do povo brasileiro (DURIGAN & RUGGIERO, 1995). Seu cultivo realizado em todos os Estados da Federao, desde a faixa litornea at os planaltos do interior (ALVES, 1999). O Brasil o maior mercado consumidor desta fruta. O consumo mdio estimado em 34 kg per capita e consumido principalmente in natura, em razo do preo geralmente acessvel (SOTO, 1992).

Segundo Instituto Ethos (2005) a colheita e o transporte das bananas ainda seguem processos antigos. O produto levado at o mercado consumidor em embalagens inadequadas, resultando numa grande quantidade de frutas amassadas, condio no aparente enquanto esto verdes, visveis apenas aps seu amadurecimento. O elevado ndice de perdas na comercializao de banana no Brasil faz com que apenas uma parcela, entre 50 a 60% da produo chegue mesa do consumidor (MASCARENHAS, 1999). Entre as principais perdas ps-colheita esto: falta de transporte adequado, uso de embalagens imprprias, falta de amadurecimento controlado e a no utilizao da cadeia do frio para armazenagem. Segundo Camargo (2002), as perdas ps-colheita ocorrem em qualquer etapa do processo, iniciando-se na colheita e depois dela, durante a distribuio e, finalmente, quando o consumidor compra e utiliza o produto. Estudo desenvolvido por Souza et al., 1995, determinou as perdas em diferentes etapas na cadeia da banana no Brasil: na lavoura (mais de 5%); no processo de embalagem (mais de 2%); no atacado ( de 6% a 10%); no varejo (de 10% a 15%) e, no consumidor (5% a 8%). Segundo Lichtemberg (1999), a falta de cuidados no manejo ps-colheita responsvel pela desvalorizao da banana no mercado interno e pela perda de oportunidade de exportao da fruta brasileira. As causas das perdas das frutas esto associadas a todos os agentes envolvidos na produo, distribuio e comercializao. Que estratgias podem ser adotadas ao setor supermercadista de forma a contribuir para seu melhor desempenho?

1.FORNECEDOR PRODUTOR ATACADISTA

1.1 Tcnicas Prprias de Produo e Colheita

1.2 - Seleo, Classificao e Embalagem

1.3- Armaz. e Climatizao (Cadeia do Frio / Etileno)

1.4 - Transporte Prprio (Entrega)

Loja A Supermercado

Infraestrutura de Recepo e Armazenagem s/ climatizao

Infraestrutura p/ Movimentao, Manuseio e Exposio

2. FORNECEDOR ATACADISTA

2.1 Faz a coleta do produto (SC) e traz embalado (produtor)

2.2 Armaz. e Climatizao Prprio (Cadeia do Frio / Etileno

2.3 Transporte Prprio (Entrega)

Loja B SupermercadoInfraestrutura de RecepoArmazenagem c/ climatizao da frutaInfraestrutura p/ Movimentao, Manuseio e Exposio.