LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONAL AJUDA DE...

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Diana Maria Castro Martins LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONAL AJUDA DE EMERGÊNCIA NO NEPAL Diana Maria Castro Martins janeiro de 2016 UMinho | 2016 LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONAL AJUDA DE EMERGÊNCIA NO NEPAL Universidade do Minho Escola de Engenharia

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Diana Maria Castro Martins

LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONALAJUDA DE EMERGÊNCIA NO NEPAL

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janeiro de 2016

Tese de MestradoMestrado em Engenharia Industrial

Trabalho efetuado sob a orientação doProfessor Doutor José Manuel Henriques TelhadaProfessor Doutor Filipe Pereira e Alvelos

Diana Maria Castro Martins

LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONALAJUDA DE EMERGÊNCIA NO NEPAL

Universidade do MinhoEscola de Engenharia

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AGRADECIMENTOS

O espaço limitado desta secção de agradecimentos, seguramente, não me permite

agradecer, como devia, a todas as pessoas que, ao longo do meu Mestrado em Engenharia

Industrial me ajudaram, direta ou indiretamente, a cumprir os meus objetivos e a realizar mais

esta etapa da minha formação académica. Desta forma, exprimo, assim, a minha gratidão e

apreço:

Ao meu orientador, professor José Telhada, e ao meu co-orientador, professor Filipe

Alvelos, pela dedicação e interesse demonstrados ao longo da realização de todo o

estudo, pois, apesar dos seus múltiplos afazeres, sempre se disponibilizaram

incondicionalmente, a colaborar com as suas úteis sugestões que constituíram uma

preciosa e indispensável ajuda.

Ao diretor da organização NHEDF, Samrat Basnet, por ter tornado realidade o sonho

de fazer voluntariado internacional no Nepal e por me ter dado oportunidade de

conhecer outra perspetiva de vida ao estar em contacto com vítimas do terramoto de

2015.

A Ivo Saruga, diretor adjunto do departamento internacional da AMI e à Siokkun

Jang, diretora da zona logística da Ásia-pacífico da FICV, pela disponibilidade,

amabilidade e simpatia que demonstraram em colaborar com este projeto. Foram

simplesmente impecáveis.

À minha família, em especial à minha prima Ana Aires, um enorme obrigada por

acreditar sempre em mim e naquilo que faço e por todos os ensinamentos de vida.

Espero que esta etapa, que agora termino, possa, de alguma forma, retribuir e

compensar todo o carinho, apoio e dedicação que, constantemente me ofereceu.

A José Pereira, colega de mestrado, o meu profundo e sentido agradecimento pelo seu

contributo para a concretização desta dissertação, estimulando-me intelectual e

emocionalmente.

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RESUMO

As organizações de ajuda humanitária trabalham em ambientes inconstantes,

envolvendo a participação de vários atores com diferentes aptidões e conhecimentos. O

serviço de emergência às vítimas de desastres naturais obriga tomadas de decisão num curto

espaço de tempo. Torna-se extremamente difícil atribuir tarefas a quem é menos experiente e

há poucas ferramentas para auxiliar os dirigentes nestes ambientes de alta tensão.

Esta dissertação apresenta uma análise à importância do estudo da cadeia de

abastecimento humanitária e às dificuldades encontradas pelos vários atores que a constituem.

Primeiramente são estudados os processos logísticos adotados em resposta a desastres

naturais que ocorreram nos últimos anos, de forma a identificar as principais práticas,

problemas e desafios destas operações humanitárias pós-desastre.

Em seguida, apresenta-se um modelo para a localização das instalações humanitárias

no mundo, assim como a capacidade do armazém para o tipo de bens necessários.

Entendidos os conceitos, a exigência na resposta e a imprevisibilidade da procura,

analisam-se os indicadores macroeconómicos do Nepal e os efeitos socioeconómicos

provocados após os sismos que ocorreram de 25 de abril a 12 de maio de 2015.

Com base nesse estudo e após entender as relações estabelecidas, é apresentada uma

análise estruturada das operações logísticas seguidas por organizações que atuam em

diferentes domínios. Enfatiza os procedimentos logísticos de algumas organizações

(WFP,AMI e FICV) aquando da necessidade de prestar auxílio ao povo Nepalês.

Após entendido o contexto, esta dissertação confronta os modelos de optimização com

o que realmente ocorreu no Nepal.

Por fim, dá especial atenção às operações logísticas que são necessárias e urgentes

numa emergência, como também apresenta as dificuldades encontradas pelas pessoas que

ficaram desalojadas. Apresentam-se alguns exemplos das regiões mais afetadas e as respetivas

soluções de construção temporária.

Palavras-Chave: Logística; Logística Humanitária; Planeamento Estratégico, Procura

(Processos, Necessidades)

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ABSTRACT

Humanitarian aid organizations work in unpredictable environments, involving the

participation of several actors with different skills and knowledge. The emergency services to

victims of natural disasters require decisions to be taken in a short time. It becomes extremely

difficult to assign tasks to those who are untrained and there are few tools to assist leaders in

these high-voltage environments.

This dissertation presents an analysis of the importance of the study of humanitarian

supply chain and the difficulties faced by its actors.

Firstly, it presents a study of the logistics processes adopted in response to natural

disasters that have occurred in recent years in order to identify key practices, problems and

challenges of these post-disaster humanitarian operations. Then, it presents a model for the

location of relief facilities in the world, as well as storage capacity necessary for the type of

goods.

After understanding the concepts of the requirement in the response and the demand´s

unpredictability, following the analyis of the Nepal´s macroeconomic indicators and the

socio-economic effects caused after the earthquakes that took place from 12th May to 25th

April in 2015.

Based on this study and further understanding of the relationships established, it´s

presented a structured analysis of logistics operations followed by organizations that worked

in different fields. It emphasized the logistical arrangements of some organizations (WFP,

AMI and IFRC) after the need to provide assistance to the Nepalese people.

This dissertation confronts the optimization models with what really occurred in

Nepal.

Finally, it gives special attention to the logistics operations that are necessary and

urgent in an emergency, but it also presents the difficulties found by people who were

displaced. It presents some examples of the most affected regions and their temporary

construction solutions.

Keywords: Logistic: Humanitarian logistics; Strategic planning, Demand (Processes,

Needs)

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ÍNDICE

ÍNDICE ...................................................................................................................................................... IX

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................................. XIII

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................... XV

GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................. XIX

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1

1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO ...................................................................................................................... 1

1.2. OBJETIVO DO ESTUDO .......................................................................................................................... 4

1.3. PROPÓSITO E PERGUNTA DA PESQUISA................................................................................................ 4

1.4. MÉTODO DA PESQUISA ......................................................................................................................... 5

1.5. LIMITAÇÕES DO MÉTODO ..................................................................................................................... 5

1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................................................. 5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................................... 7

2.1. DEFINIÇÕES ........................................................................................................................................... 7

2.2. GESTÃO DA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA EM DESASTRES NATURAIS ....................................................... 8

2.3. CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA...................................................................................... 10

2.4. ATORES DA CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA ................................................................... 13

2.5. COORDENAÇÃO NA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA .................................................................................. 14

2.6. INTEGRAÇÃO ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPETENTES ................................................................... 15

2.7. CAPACIDADE DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO ....................................................................................... 18

2.8. CAPACIDADE DA GESTÃO DO FORNECIMENTO ................................................................................... 20

2.8.1. ARMAZENAMENTO ..................................................................................................................... 20

2.8.2. TRANSPORTE ............................................................................................................................... 26

3. LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES HUMANITÁRIAS ................................................................................ 29

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3.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.................................................................................................................. 29

3.2. MODELO DE PROGRAMAÇÃO INTEIRA................................................................................................ 33

3.3. ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS ............................................................................................................ 36

4. ESCOLHA DO CASO .............................................................................................................................. 39

4.1. INDICADORES MACRO-ECONÓMICOS ................................................................................................ 39

4.2. INFORMAÇÃO REFERENTE AO DESASTRE NATURAL ........................................................................... 45

4.3 EFEITOS ECONÓMICOS E SOCIAIS PÓS-SISMO ..................................................................................... 49

5. FASE DE RESPOSTA .............................................................................................................................. 51

5.1. COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL DO SISTEMA HUMANITÁRIO ......................................................... 51

5.2. CASO WFP ........................................................................................................................................... 53

5.2.1. SISTEMA CLUSTER ....................................................................................................................... 53

5.2.2. “UNITED NATIONS HUMANITARIAN RESPONSE DEPOTS” (UNHRD) ........................................... 56

5.2. CASO AMI ............................................................................................................................................ 59

5.3. CASO FICV ........................................................................................................................................... 61

6. FASE DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE .............................................................................................. 65

6.1. ETAPA DE TRANSIÇÃO ......................................................................................................................... 65

6.1.1. CAMPO BHATTEDADHA, LALITPUR – ORGANIZAÇÃO “CHANGE FUSION NEPAL” ...................... 66

6.1.2 CAMPO DE APOIO À VÍTIMA EM SINDHUPALCHOCK – ORGANIZAÇÃO “UNICEF” ....................... 68

6.1.4 EXEMPLO DE UM ABRIGO TEMPORÁRIO – MISSÃO “OBRIGADO PORTUGAL. NÓS TAMBÉM

SOMOS NEPAL” ............................................................................................................................................ 70

6.2. ETAPA DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 71

7. CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................ 75

ANEXOS ................................................................................................................................................... 81

ANEXO 1- QUESTIONÁRIO CONEXÃO VOLUNTÁRIOS EM CAMPO ............................................................. 81

ANEXO 2- ENTREVISTA AMI ....................................................................................................................... 85

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ANEXO 3- QUESTIONÁRIO Nº1 IFRC ........................................................................................................... 91

ANEXO 4- QUESTIONÁRIO Nº2 IFRC ........................................................................................................... 93

ANEXO 5- GRAVIDADE E FREQUÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS, POR GRUPO DE RENDIMENTO .......... 95

ANEXO 6- POPULAÇÃO DO NEPAL EM 2011 DIVIDIDA POR DISTRITOS ...................................................... 97

ANEXO 7- VALORES RELATIVOS AOS EFEITOS PÓS-SISMO ......................................................................... 99

ANEXO 8- LISTA DE ORGANIZAÇÕES ........................................................................................................ 101

ANEXO 9- EXEMPLO DE ABRIGOS TEMPORÁRIOS PARA DIVERSOS CENÁRIOS ........................................ 107

ANEXO 10- LISTA DOS SISMOS (1990- 2014) QUE PROVOCARAM MAIS DE 1000 MORTES ...................... 109

ANEXO 11- NÚMERO DE AFETADOS POR SISMO (1990- 2014) ................................................................ 111

ANEXO 12- PREÇO MÉDIO DE ARRENDAR UMA PROPRIEDADE POR M2 (2015) ....................................... 115

ANEXO 13- MATRIZ DE DISTÂNCIA ............................................................................................................... 1

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Definições relacionadas com desastres naturais (Fonte: Adaptado de PNDC, 2007) ...... 8

Tabela 2- Classificação 5B´s (Fonte: Tomasini e Van Wassenhove, 2009)...................................... 11

Tabela 3- Mecanismos de coordenação “Top-down” e “multi-stakeholder” em situações pós

desastre (Fonte: Adaptado de http://lib.icimod.org/record/30799/files/ICIMOD_WP_15.6.pdf) ...... 17

Tabela 4- Comparação sumária dos modos de transporte ............................................................. 27

Tabela 5- Nº de sismos que ocorreram entre 1900 e 2014 (Fonte: Autora) .................................. 30

Tabela 6- Itens não alimentares (Fonte: Global Logistics Service -GLS) ......................................... 31

Tabela 7- Dimensões dos itens alimentares da figura 16 ............................................................... 32

Tabela 8- Dados demográficos do Nepal e de Portugal .................................................................. 40

Tabela 9- Distritos do Nepal (Fonte: Autora) .................................................................................. 41

Tabela 10- Lista dos sismos ocorridos no Nepal (Fonte: Adaptado de Earthquake Hazards

Program- Usgs) ...................................................................................................................................... 45

Tabela 11- Distritos em que as pessoas foram afetadas com maior intensidade .......................... 47

Tabela 12- Distritos onde as casas foram afetadas com maior intensidade (Fonte: Autora) ........ 48

Tabela 13- Resumo do efeito pós-sismo nos 4 setores (Fonte: Adaptado de PDNA 2015)............ 49

Tabela 14- Preço de construção de um abrigo temporário (Fonte: José Batalha) ......................... 70

Tabela 15- Severity and frequency of natural disasters by income group (1994-2013) (Fonte:

World Bank, 2014) ................................................................................................................................. 95

Tabela 16- População do Nepal, 2011 dividida por distritos .......................................................... 97

Tabela 17- Valores relativos aos efeitos pós-sismo (Fonte: http://drrportal.gov.np/) ................ 100

Tabela 18- Descrição dos materiais necessários para a construção (Adaptado de IFRC.2011) ... 107

Tabela 19- Dados relacionados com as diferentes construções ................................................... 107

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Número de desastres naturais reportados por continente (1994 a 2013)........................ 2

Figura 2- Número de desastres naturais reportados no mundo (1994 a 2013) ............................... 2

Figura 3- Número de mortes absolutas por continente (1994 a 2013) ............................................ 3

Figura 4- Número de mortes por tipo de desastre (1994 a 2013) .................................................... 3

Figura 5- Modelo das Três Fases (Fonte: Adaptado de Tufinkgi, 2006) ........................................... 9

Figura 6- Ciclo de vida de uma missão de ajuda (Fonte: Adaptado de Beamon,2004) .................. 10

Figura 7- Cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora) .................................................. 12

Figura 8- Atores da cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora) .................................. 14

Figura 9- Exemplo do mecanismo de coordenação “multi-stakeholder ........................................ 18

Figura 10- Funções da Autoridade Nacional de Proteção Civil (Fonte: Autora) ............................. 19

Figura 11- Setores do armazém e zonas de circulação (Fonte: Autora) ......................................... 22

Figura 12- Divisão da zona de armazenagem em três subzonas correspondentes à análise ABC.

(Fonte: Adaptado de Carvalho & Guedes, 2010) .................................................................................. 23

Figura 13- Módulos do SUMA (Fonte: Autora) ............................................................................... 24

Figura 14- Módulos do Helio (Fonte: Autora) ................................................................................. 25

Figura 15- Instalações Humanitárias e locais de risco (Fonte: Autora) .......................................... 30

Figura 16- Exemplo de uma doação Humanitária dos EUA ao Afeganistão (2011) (Fonte:

http://www.mreinfo.com/other-us-rations/current-us-rations/humanitarian-daily-ration/) ............. 32

Figura 17- Representação do Nepal por distritos ........................................................................... 40

Figura 18- GDP (PPP) per capita (int’l $), 1990–2014 ..................................................................... 42

Figura 19- Índices de competitividade global (Fonte: World Economic Forum) ............................ 43

Figura 20- Fatores mais problemáticos para estabelecer relações comerciais no País (Fonte:

World Economic Forum) ....................................................................................................................... 43

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Figura 21- Gravidade e frequência dos desastres de acordo com o grupo de rendimentos (1994-

2013) (Fonte: World Bank, 2014) .......................................................................................................... 44

Figura 22- Esquema da região afetada (Fonte: http://data.unhcr.org/nepal/).............................. 45

Figura 23- Datas de sismos de grande magnitude registados na região (Fonte: Adaptado de

Google Earth) ......................................................................................................................................... 46

Figura 24- Representação gráfica do nº de mortes por distritos (Fonte: drrportal.gov.np) .......... 47

Figura 25- Representação gráfica do nº de casas totalmente destruídas ...................................... 48

Figura 26- Organizações envolvidas na assistência humanitária no Nepal .................................... 52

Figura 27- Coordenação dos Clusters das Nações Unidas (Fonte:Autora) ..................................... 53

Figura 28- Densidade rodoviária (Fonte: Adaptado de World Food Programme) ......................... 54

Figura 29- Acessos rodoviários (Fonte: Adaptado de World Food Programme) ............................ 55

Figura 30- Armazéns de resposta humanitária no Mundo (Fonte: http://www.unhrd.org/) ........ 56

Figura 31- Localização dos armazéns (Fonte:WFP Logistic Cluster) ............................................... 58

Figura 32- As 3 Fases de intervenção da AMI no Nepal (Fonte: Autora) ........................................ 60

Figura 33- Intervenção da NCRS depois do sismo (Fonte: Autora) ................................................. 62

Figura 34- Serviços logísticos globais (Fonte: IFRC Global Logistics Sevice) ................................... 62

Figura 35- Desdobramento da FICV em ERU´S (Fonte: Autora)...................................................... 64

Figura 36- Relação logística entre o NRCS e a FICV (Fonte: Autora) ............................................... 64

Figura 37- Estrutura do abrigo construído no campo Bhattedadha ............................................... 67

Figura 38- Abrigo número 38 (Fonte: Portal Bikes) ........................................................................ 68

Figura 39- Abrigo temporário (Fonte: Autora) ............................................................................... 69

Figura 40- Campo de Refugiados em Sindhupalchok (Fonte: Autora) ............................................ 69

Figura 41- Condições da habitação (Fonte: Autora) ....................................................................... 69

Figura 42- Representação esquemática de uma habitação (Fonte: José Batalha) ......................... 70

Figura 43- Estrutura de abrigo construída na Indonésia, Java Ocidental em 2009 (IFRC.2011)... 108

Figura 44- Estrutura de abrigo construída na Indonésia, Sumatra em 2009 (IFRC.2011) ............ 108

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Figura 45- Estrutura de abrigo construída no Peru em 2007 (IFRC.2011) .................................... 108

Figura 46- Estrutura de abrigo construída no Paquistão em 2010 (IFRC.2011) ........................... 108

Figura 47- Estrutura de abrigo construída no Haiti em 2010 (IFRC.2011) .................................... 108

Figura 48- Estrutura de abrigo construída no Peru em 2007 (IFRC.2011) .................................... 108

Figura 49- Estrutura de abrigo construída na Indonésia em 2005 (IFRC.2011) ............................ 108

Figura 50- Estrutura de abrigo construída no Vietname em 2004 (IFRC.2011) ........................... 108

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GLOSSÁRIO

ADDHU Associação de defesa dos direitos humanos

AMI Assistência Médica Internacional

ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil

CE Central Estratégica

CNPCE Conselho Nacional de Planeamento Civil de Emergência

COGIC Centro Operacional de Gestão Interministerial de Crises

CRED Collaborating Centre for Research on the Epidemiology of Disasters

ECHO European Commission

EMA Empresa de Meios Aéreos

EOC Emergency Operation Centre

ERC Emergency Response Committee

ERU Emergency Response Units

FACT Field Assessment and Coordination Team

FEMA Federal Emergency Management Agency

FICV Federação Internacional da Cruz Vermelha

GLS Global Logistic Service

HSA Humanitarian Staging Area

IASC Inter-Agency Standing Committee

ICRC Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho

IHOL Instituição Humanitária de Operações Logísticas

IOM International Organization for Migration

MAI Ministério da Administração Interna

MSH Médicos sem fronteiras

MUS Mobile Storage Units

NRCS Nepal Red Cross Society

OCHA Office for the Coordination of Humanitarian Affairs

OIT Organização Internacional do Trabalho

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organização não governamental

PIPOL Projetos Internacionais em Parceria com Organizações Locais

PDNA Post Disaster Needs Assessment

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PNDC Política Nacional de Defesa Civil

PRACE Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado

RDRT Regional Disaster Response Team

UNHAS United Nations Humanitarian Air Service

UNHCR The UN Refugee Agency

UNJLC United Nations Joint Logistic Centre

USAID US Agency for International Development

USGS United States Geological Survey

WFP United Nations World Food Programme

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1. INTRODUÇÃO

1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO

A tendência crescente das catástrofes naturais e a escala maciça dos recentes esforços

de relevo mundial conduziram à necessidade de operações de resposta a desastres que sejam

eficazes e eficientes. O número de desastres naturais e as pessoas afetadas por catástrofes têm

aumentado nos últimos anos. O número médio anual de desastres durante 2000-2004 foi 55%

maior do que durante 1995-1999, e os desastres afetaram mais 33% das pessoas no período

2000-2004 do que durante 1995-1999 (IFRC 2005).

O Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (“Collaborating Centre

for Research on the Epidemiology of Disasters”- CRED) encontra-se ativo há mais de 30 anos

nas áreas de estudos internacionais especializadas em desastres e conflitos de saúde, com

atividades de investigação e formação que promovem a assistência, reabilitação e

desenvolvimento. Este centro de apoio informativo criou uma base de dados dos desastres de

emergência internacional, o EM-DAT, no qual consta que num período de 20 anos,

compreendido entre 1994 e 2013, ocorreram cerca de 6873 desastres naturais em todo o

mundo. As consequências destes desastres apontam para 1,35 milhões de mortes (em média

68 mil vidas por ano). Estima-se que aproximadamente 218 milhões de pessoas foram

afetadas por desastres naturais em média por ano no período referido. Exemplos como o

terramoto da China, em 2008, os terramotos no Haiti, em 2010, terramoto e tsunami no Japão,

em 2011, tufão nas Filipinas, em 2013 e ainda, as enchentes e deslizamentos de terra

ocorridos no Rio de Janeiro, em 2011, entre outros, demostram a gravidade dos desastres

naturais que ocorreram recentemente.

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Com base nos dados fornecidos pela EM-DAT relativamente ao período de 1994 a

2013, é possível constatar que o continente Asiático é o mais vulnerável a desastres naturais,

seguindo-se a América, tal como sugerem as figuras 1 e 2.

Figura 2- Número de desastres naturais reportados no mundo (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)

Figura 1- Número de desastres naturais reportados por continente (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)

Mundo África América Ásia Europa Oceânia

Nº de desastres

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Dos desastres que ocorreram nesse período, metade das vidas perdidas foram

de pessoas que habitavam países do continente asiático. Assim, podemos concluir

que este continente é fortemente afetado quer em número de incidentes quer em

número de vidas perdidas.

Legenda:

■ Ásia ■ América ■ Europa ■ Oceânia ■ África

Contudo, importa especificar a que tipo de desastres esta análise diz respeito. Embora os

sismos e tsunamis não sejam os desastres que ocorrem com maior frequência, são aqueles que

provocam mais danos materiais e sofrimento humano. Segundo a figura 4, 55% das mortes

registadas no período em análise, resultaram do tipo de desastre referido anteriormente.

Legenda:

Figura 3- Número de mortes absolutas por continente (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)

Figura 4- Número de mortes por tipo de desastre (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)

Sismo e Tsunamis Tempestade Inundação Temperatura extrema Seca Outros (movimentos de massa, vulcões, incêndios florestais)

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1.2. OBJETIVO DO ESTUDO

A presente dissertação tem como objetivo investigar as causas para problemas

logísticos da cadeia de abastecimento humanitária aquando da urgência de aliviar o

sofrimento das vítimas pós-desastre. Encontrados os principais problemas, pretende-se

analisar as decisões tomadas pelas organizações envolvidas.

1.3. PROPÓSITO E PERGUNTA DA PESQUISA

Esta dissertação tem como propósito “Investigar a gestão logística na fase de resposta e

reconstrução de uma região que sofreu um desastre natural e propor modelos de

optimização”.

Para tal considerou-se necessário indagar o papel das organizações neste processo e

receber feedback. Seguem seis questões relevantes para o estudo:

Planeamento:

- Foi elaborado algum plano de resposta e reconstrução da região afetada?

-Caso a resposta seja sim, fez-se um levantamento dos recursos necessários para cumprir o

plano de forma a atender a população local?

Integração Interna:

- Como foi a participação das organizações não-governamentais (ONG´s) na fase de

recuperação?

- Existiu colaboração entre as várias organizações intervenientes nessa fase?

- Como foi a participação de fornecedores?

- O que foi feito para que a informação circulasse pelos meios de comunicação?

Avaliação das medidas de desempenho:

- Caso as organizações tenham sido ineficientes, os papéis e responsabilidades foram

revistos?

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1.4. MÉTODO DA PESQUISA

A metodologia de qualquer estudo de investigação deve ser definida com base nas

questões que se pretendem investigar, na medida em que são estas que determinam o quadro

conceptual e a metodologia a seguir. Desta forma, a investigação pode adquirir um cariz

quantitativo, qualitativo ou ainda a conjugação de ambos (GUERREIRO, 2003).

Atendendo ao âmbito da presente dissertação, aos seus objetivos e às suas questões de

investigação, os instrumentos utilizados para a recolha de dados foram: inquérito por

entrevista, inquérito por questionário e análise de documentos (livros, dissertações, artigos,

documentos, mapas e informação obtida através da comunicação social).

Para o estudo de caso foi elaborado um inquérito por entrevista a Ivo Saruga, director

adjunto da AMI, responsável pelo departamento internacional; um inquérito por questionário

a Filipe Almeida, membro do Comité - Representando os Jovens da ONG Conexão de

Voluntários em Campo; um inquérito por questionário a Siokkun Jang, diretora de logística da

zona da Ásia-Pacífico da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente

Vermelho, uma entrevista pessoal a José Batalha, voluntário na missão “Obrigada Portugal

nós também somos Nepal”.

1.5. LIMITAÇÕES DO MÉTODO

O método de pesquisa adotado possui algumas limitações. A subjetividade da recolha

de dados, através de entrevistas, pode resultar em interpretações erróneas e existe pouca base

para ser possível generalizar.

Contudo, conhecidas as limitações do método, procurou-se evitar fatores de

enviesamento na fase de interpretação, evitar generalizar conclusões e evitar a perda de

objetividade na análise dos dados.

1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo encontra-se organizado em sete capítulos. Neste primeiro capítulo é

apresentado o objetivo e pertinência da dissertação. No segundo capítulo é efetuada uma

revisão da literatura sobre a gestão logística após a ocorrência de desastres naturais e o

funcionamento da cadeia de abastecimento humanitária.

O terceiro capítulo apresenta um modelo para a localização das instalações humanitárias

no mundo. Apresenta ainda o tipo de abastecimentos necessários e a capacidade do armazém

com base numa previsão da procura.

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O quarto capítulo dedica-se à apresentação do caso de estudo. O quinto capítulo é

dedicado à fase de resposta. Será dada especial atenção ao atendimento das necessidades das

pessoas afetadas por um desastre natural e à integração entre as organizações competentes.

Este capítulo destaca e pormenoriza os dados de maior relevância relacionados com o caso de

estudo.

O sexto capítulo é dedicado à fase de recuperação pós desastre. Neste capítulo é dada

especial atenção à etapa de transição, onde se encontram exemplificados alguns abrigos

temporários atualmente presentes no Nepal de forma a minorar as necessidades e urgências

vivenciadas.

Por fim, o sétimo capítulo visa concluir os temas abordados ao longo da pesquisa e

evidenciar as principais limitações.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. DEFINIÇÕES

Segundo a Política Nacional de Defesa Civil (PNDC, 2007, pag.8), “Desastre é o

resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre o ecossistema

vulnerável, causando danos humanos, materiais e consequentemente prejuízos económicos e

sociais.”

Os desastres de origem natural podem estar relacionados com a dinâmica interna ou

externa da terra, ou seja, acontecimentos internos causados pela movimentação das placas

tectónicas, que têm reflexo na superfície do planeta (sismos, tsunamis e atividade vulcânica);

ou de origem externa gerada pela dinâmica atmosférica (tempestades, tornados, secas,

inundações, movimentos de massa, etc)

Os desastres são normalmente súbitos e fortuitos, de uma gravidade e magnitude capaz de

produzir estragos e prejuízos diversos, resultando em mortos e feridos. Portanto, exigem

ações preventivas e restituidoras, que envolvem diversos setores governamentais e privados.

A Tabela 1 apresenta os conceitos associados aos principais termos utilizados na definição

de desastres na PNDC.

Termos Conceito

Risco

Medida de danos ou prejuízos potenciais, expressa em termos de probabilidade

estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza das consequências

previsíveis. É a relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de

evento adverso ou determinados acidentes se concretizem, com o grau de

vulnerabilidade do sistema recetor a seus efeitos.

Dano

Intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais induzidas às pessoas,

comunidades, instituições, instalações e/ou ecossistemas, como consequência de

um desastre.

Vulnerabilidade

Condição intrínseca ao corpo ou sistema recetor que, em interação com a

magnitude do evento ou acidente, carateriza os efeitos adversos, medidos em

termos de intensidade dos danos prováveis. É a relação existente entre a

magnitude da ameaça, caso ela se concretize, e a intensidade do dano

consequente.

Ameaça

Estimativa de ocorrência e magnitude de um evento adverso, expressa em termos

de probabilidade estatística de concretização do evento e da provável magnitude

da sua manifestação.

Segurança

Estado de confiança, individual ou coletivo, baseado no conhecimento e no

emprego de normas de proteção e na convicção de que os riscos de desastres

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foram reduzidos, em virtude de terem sido adotadas medidas minimizadoras.

Defesa Civil

Conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas,

destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e

restabelecer a normalidade social.

Situação de

Emergência

Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por

desastre, causando danos suportáveis à comunidade afetada.

Estado de

Calamidade

Pública

Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por

desastre, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade

ou à vida de seus integrantes.

Desenvolvimento

Sustentável

É o uso e gestão responsáveis dos recursos naturais, de modo a propiciar maior

benefício às gerações atuais, mantendo, porém, as suas potencialidades para

atender às necessidades e aspirações das gerações futuras, pelo maior espaço de

tempo possível.

Tabela 1- Definições relacionadas com desastres naturais (Fonte: Adaptado de PNDC, 2007)

2.2. GESTÃO DA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA EM DESASTRES NATURAIS

Na ausência de uma definição clara de assistência humanitária, os termos "socorro",

"logística de emergência" e "logística humanitária" são utilizados na literatura (KOVACS e

SPENS 2007). O autor SHEU (2007), (p. 655) fornece a definição de logística humanitária de

emergência como "um processo de planeamento, gestão e controlo dos fluxos eficientes que

aliviam o sofrimento, informações e serviços a partir dos pontos de origem até aos pontos de

destino para atender a necessidades urgentes das pessoas afetadas". De uma forma geral,

logística humanitária pode ser definida como "o processo e sistemas envolvidos na

mobilização de recursos, habilidade e conhecimento para ajudar as pessoas vulneráveis

afetadas pelo desastre" (VAN WASSENHOVE 2006).

O impacte sobre a população afetada pode ser reduzido pela eficiência e infalibilidade das

operações de repostas humanitárias às emergências. Uma vez que cerca de 80% dos esforços

de atenuar os danos envolvem logística e cadeia de abastecimento, concluiu-se que estas

operações representam o elemento mais importante no alívio da população e determinam a

diferença entre um sucesso e um fracasso (VAN WASSEBHOVE 2006).

O planeamento da Função Logística deve fazer parte do Plano de Emergência a

desastres naturais. ARAÚJO (2000) cita 5 requisitos que devem estar presentes neste plano:

simplicidade (elaborado de forma clara e concisa), flexibilidade (não pode ser rígido de

forma a permitir a sua adaptação a situação), dinamismo (deve estar atualizado), adequação

(adequado à realidade) e, precisão (deve ser claro na atribuição das responsabilidades).

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Para o sector agrícola, o estudo da logística humanitária é relevante, pois as cadeias de

abastecimento comerciais também são afetadas pelos desastres. As questões de

sustentabilidade e resiliência no plano empresarial podem ser minimizadas através do estudo

de casos da logística humanitária. Segundo BEAMON e BALCIK (2008), a crescente

complexidade nas cadeias de abastecimentos globais requer que as empresas tenham as

mesmas capacitações das agências humanitárias, como rapidez, adaptabilidade e versatilidade.

As cadeias globais possuem ciclos de desempenho mais extensos e incertos que cadeias

domésticas, sendo mais suscetíveis a incertezas, interrupções, atrasos e maiores riscos. Por

essa razão, a logística humanitária tem conquistado recentemente mais atenção de

académicos.

Para APTE, (2009), na logística humanitária, o ciclo de desastre é baseado em três fases:

preparação, resposta e ajuda humanitária. O TRB (2010) divide o ciclo de emergência em

quatro ações: preparar, responder, recuperar e mitigar. FERNANDES (2010) relata que a

Política Nacional de Defesa Civil, também divide o ciclo em quatro fases distintas:

prevenção, preparação e alerta, assistência de emergência e reconstrução.

LIMA, OLIVEIRA E GONÇALVES (2011) defendem um modelo de três fases:

Preparação, Resposta e Recuperação (figura 5). Estes autores defendem que a fase da

preparação abrange atividades de planeamento que antecedem a ocorrência do evento e

objetivam melhorar a capacidade de resposta operacional durante uma emergência, visando a

prevenção do desastre. A resposta refere-se ao evento em curso, a qual abrange a

conformação dos recursos disponíveis de forma imediata antes, durante ou após a emergência,

com o intuito de reduzir perdas materiais e humanas. Por fim, a recuperação carateriza-se pelo

restabelecimento dos serviços afetados e o retorno às atividades no nível anterior ao desastre,

se possível com aperfeiçoamentos funcionais.

Figura 5- Modelo das Três Fases (Fonte: Adaptado de Tufinkgi, 2006)

PrevençãoMitigação

Preparação

Advertência Impacto Emergência

Transição Reconstrução e Desenvolvimento

Fase de Preparação Fase de Resposta Fase de Recuperacão Pós-Desastre

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A presente dissertação irá dar especial atenção às fases de resposta e recuperação pós

desastre (etapa de transição; reconstrução e desenvolvimento).

O ciclo de vida de uma missão de ajuda, segundo BEAMON (2004), encontra-se

compreendido em quatro fases sequenciais (figura 6). A primeira fase corresponde à

avaliação. Nesta fase são identificadas as necessidades baseadas nas caraterísticas específicas

da ocorrência. Após a avaliação no terreno segue-se a organização, a definição do projeto de

ação. Nesta fase a necessidade de recursos cresce de acordo com a avaliação realizada. A

terceira fase diz respeito à sustentação, ou seja, ao período de tempo no qual as operações são

suportadas e os recursos mantidos. Por último, a etapa da reconfiguração corresponde à fase

em que as operações e recursos são reduzidos até finalizarem por completo.

2.3. CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA

BEAMON e BALCIK (2008) consideram que o objetivo de uma cadeia de ajuda

humanitária é prestar suporte humanitário na forma de alimentos, água, remédios, abrigo e

fornecimentos para as áreas afetadas por emergências de grande escala. Assim como nas

cadeias de abastecimento comerciais, os fluxos materiais transitam pela cadeia em etapas – de

curta ou longa distancia- até chegaram ao beneficiário final.

De uma maneira mais detalhada, os abastecimentos partem de diversas localidades para

um armazém central, geralmente localizado adjunto a um porto ou aeroporto e, consistem,

principalmente, de stock preposicionado em armazéns, aquisições feitas por fornecedores e de

doações de comida e de outros itens básicos. Em seguida, os recursos são expedidos para um

segundo armazém, em geral localizado numa grande cidade, onde são armazenados,

classificados e transferidos para os centros de localização locais, ou armazéns terciários. Por

fim, os bens são distribuídos para quem os necessita (BEAMON e BALCIK,2008). Os bens

Figura 6- Ciclo de vida de uma missão de ajuda (Fonte: Adaptado de Beamon,2004)

Avaliação

Organização

Sustentação

Reconfiguração

Tempo

Recursos

Fase de Resposta Fase de Recuperacão

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adquiridos de fornecedores locais podem também entrar para os armazéns secundários ou

terciários ou ainda serem distribuídos diretamente para a população afetada.

Pode-se definir segundo TOMASINI e VAN WASSENHOVE (2009) 5Bs que auxiliam

na classificação da gestão da cadeia de abastecimento. Esta classificação encontra-se na tabela

2 acompanhada de uma breve descrição.

Classificação Descrição

BOXES

Fluxo de produtos físicos (Materiais)

Devido a urgência no início de um desastre, as

mercadorias devem estar disponíveis o mais rápido

possível, independente do custo. Entre 90 a 100 dias,

a resposta torna-se razoavelmente eficaz, ou seja, é

possível socorrer com um custo razoável e priorizar

a compra de produtos a nível local. Uma quantidade

significativa de doações não solicitadas podem

tornar-se um fardo para o sistema. O fluxo de bens

deve ser monitorizado e comunicado para melhorar a

eficiência e eficácia da resposta.

BYTE

Transmissão de pedidos

A informação no início do desastre é limitada, mas é

fundamental para entender o impacte em áreas

específicas e as necessidades em diferentes níveis; é

essencial para projetar e coordenar a resposta. É

preciso identificar a necessidade da população; evitar

a duplicação de esforços; saber quem vai estar

envolvido na resposta e isto depende da partilha da

informação.

BUCKS

Fluxo financeiro (doações, pagamentos)

As fotografias das regiões atingidas pelos desastres

são fundamentais para as agências de recolha de

recursos. Contudo, apenas as crises com grande

exposição nos media são capazes de comover,

levando a doações significativas.

BODIES

Pessoas envolvidas na cadeia

As organizações humanitárias precisam de contar

com as equipas com formação e com voluntários

locais com vontade em ajudar.

BRAIN

Conhecimento e valências

É necessário transparecer conhecimentos para criar

soluções. Cada desastre deve ser uma oportunidade

para a transferência de conhecimento especializado e

de experiência de prática local.

Tabela 2- Classificação 5B´s (Fonte: Tomasini e Van Wassenhove, 2009)

OLORUNTOBA e GRAY (2006) defendem que não há uma forma única de cadeia de

abastecimento humanitária pelo que a ajuda não passa necessariamente por todos os

intervenientes num só sentido e sempre pela mesma ordem (figura 7). A literatura aponta para

a heterogeneidade das cadeias de abastecimento humanitárias. Seja qual for a sua estrutura,

Aquisição

Trabalho de Campo

Programa Staff

Vendedor

Distribuição

Instituições Locais

Armazém

Doador Beneficiários

Monitorização e Avaliação

Carrinha

Programa Staff Gestão de frota

Armazém em trânsito

Gestão de ativos

Stock Pré-posicionado

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uma questão importante a reter é que são necessariamente distintas das cadeias comerciais

uma vez que as primeiras são temporárias (JAHRE et al, 2009). Quando um desastre ocorre

há sempre um processo de criação e, posteriormente, um processo de “destruição” da cadeia

de abastecimento. Como o tempo é um elemento crucial, a divisão de responsabilidades e a

coordenação entre organizações são questões importantes que podem e necessitam de ser

previstas.

Figura 7- Cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora)

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Para SCHOLTENS (2008), a necessidade de colaborar torna-se óbvia uma vez que todos

os autores intervenientes procuram o mesmo propósito. Considerou-se fundamental explorar

quem são estes atores para entender as dificuldades e oportunidades de coordenação.

Tal como acontece na logística empresarial, a logística humanitária enfrenta desafios, tais

como (MEIRIM, 2006):

Infra-estrutura: Quer esteja danificada ou destruída dificulta o acesso aos recursos e

impede a entrada/saída de pessoas.

Recursos Humanos: Excesso de pessoas (voluntários) sem formação adequada dos quais

destacamos os heróis que agem somente com a emoção, as celebridades que só querem

aparecer no momento e as pessoas que vão para o local e não conhecem o idioma local.

Materiais: Torna-se necessária uma definição clara do que é necessário e para onde deve

ser transportado. Existem desequilíbrios de doações de umas semanas para as outras o que

gera desperdícios, avarias, excesso de itens inadequados (produtos alimentares com prazos de

validade muito curtos).

2.4. ATORES DA CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA

KOVÁCS e SPENS (2007) consideram que os atores que participam na rede da cadeia de

abastecimento humanitária podem ser categorizados em seis grupos: doadores, agências de

ajuda, outras organizações não governamentais, governos, forças armadas e provedores de

logística (figura 8). Esta dissertação estuda o papel das agências de ajuda e dos provedores de

logística e, a relação estabelecida entre cada ator num desastre natural específico.

No caso das agências de ajuda, elas podem ser divididas em três grupos (anexo 9).

As agências governamentais são organizações que se dedicam à prestação de ajuda

humanitária, como por exemplo a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA). As

agências multilaterais resultam da parceria de dois ou mais governos tal como as Nações

Unidas. A Conexão Voluntários em Campo é um exemplo de uma organização não

governamental (ONG).

As ONG´s são associações da sociedade civil, sem fins lucrativos, com especificidades

que as diferenciam do Estado e de outras organizações e/ou instituições privadas. A sua

criação está relacionada com condições diversas, como por exemplo diversas tradições e

culturas, e classificam-se segundo as atividades que desenvolvem. Contudo, guiam-se pelos

princípios do respeito pelos Direitos Humanos e fomentam a participação da sociedade civil,

pois acreditam na importância de uma ação solidária dirigida às comunidades para as quais

dirigem as suas intervenções.

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As agências de ajuda controlam a cadeia de abastecimento humanitária uma vez que

estabelecem a ponte entre os fornecedores (doadores e provedores de logística) e os

beneficiários (população afetada). A título de exemplo, no caso do tsunami que ocorreu na

Ásia (2004), a empresa TNT Logistics ajudou a WFP a distribuir alimentos para os

sobreviventes.

2.5. COORDENAÇÃO NA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA

BALCIK ET AL. (2009) analisam o desenvolvimento de práticas de coordenação na

logística humanitária e quais são as tendências e desafios que o assunto terá no futuro. Os

autores revêem e comparam ferramentas de coordenação existentes no mercado com as

utilizadas pelas organizações humanitárias para responder a um desastre natural e reconhecem

que grandes avanços foram feitos na aproximação das organizações na logística humanitária.

BALCIK ET AL. (2009) também definem que o próximo desafio para a coordenação

logística será o aumento do uso de recursos comuns na criação de uma cadeia global e

integrada de abastecimentos.

JAHRE E JENSEN (2010) analisam o sistema Cluster e sua eficiência no campo

conceitual da coordenação vertical (dentro dos clusters) e horizontal (entre os clusters) e

apontam as dificuldades de ação deste sistema de coordenação dicotómico. Os autores

concluem que a especialização de agências em coordenação de áreas isoladas pode gerar

perdas de eficiência no objetivo final de fornecer uma resposta completa a um desastre pela

Figura 8- Atores da cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora)

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falta de comunicação entre os clusters e alinhamento da resposta. O sistema de Cluster será

analisado mais à frente.

SCHULZ E BLECKEN (2010) analisam a cooperação na logística humanitária pela ótica

da relação entre os atores na ação humanitária, inclusive as relações entre o setor humanitário

e o setor privado buscando entender os benefícios e desafios destas parcerias. Por meio da

análise de três casos de cooperação, os autores determinam quais são os benefícios

(diminuição de custos, aumento de sinergias na preparação e planeamento de respostas e

ganhos de eficiência no uso de recursos comuns) e impedimentos (falta de alinhamento de

valores das organizações e escassez de recursos em situações de pico que geram

competitividade) da cooperação.

TOMASINI E VAN WASSENHOUVE (2009) também analisam a coordenação na

logística humanitária por meio dos múltiplos atores que influenciam no trabalho humanitário,

incluindo militares, organizações humanitárias e os media. Os autores analisam quais são os

níveis de coordenação necessários na ajuda humanitária (internacional, nacional e local) e

quais são as características e dificuldades de cada nível, concluindo pela necessidade do

fortalecimento das lideranças, principalmente na gestão de informação durante uma situação

de desastre.

2.6. INTEGRAÇÃO ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPETENTES

A coordenação dos esforços de resposta e reconstrução em situação pós-desastre é

amplamente reconhecida como o fator mais importante que contribui para resultados eficazes.

A atribuição clara de papéis entre os atores institucionais e a definição dos processos de

tomada de decisão são essenciais para a resposta rápida em situações de emergência. A

liderança habilitada em diferentes níveis, e uma estratégia vigorosa de comunicação com

todos os intervenientes são essenciais para uma boa coordenação. Existem dois principais

mecanismos de coordenação para resposta a desastres: um mecanismo de coordenação

conhecido por “top-down”, que envolve uma abordagem do governo centralizada e um

mecanismo de coordenação “multi-stakeholders”. Esta última estratégia envolve uma

multiplicidade de organizações que se unem para responder ao desastre. Não existe uma

estratégia mais eficiente que a outra uma vez que, elas dependem da complexidade do pós-

desastre e da capacidade existente.

A dependência de um mecanismo de coordenação tradicional “top-down” pode ser

justificada quando as agências governamentais não têm capacidades institucionais

comprovadas, experiência prévia para responder a situações de pós-catástrofe, e os recursos

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adequados. Neste caso, existem protocolos de resposta a catástrofes pré-planeados que

definem a alocação de papéis entre as organizações. No entanto, se não há experiência prévia

e conhecimento construído para orientar, a resposta do governo pode ser mais adequada para

pôr em prática.

A logística de aquisição e transporte de pessoas e materiais na região afetada é um aspeto

crítico que apela para a experiência de agências militares. O setor privado também pode

desempenhar um papel de apoio em determinadas áreas, tais como sistemas de apoio à

decisão baseados em tecnologias de informação. Às organizações internacionais com

conhecimentos técnicos específicos do setor e uma presença no país pode ser atribuída a

responsabilidade de planeamento e implementação de atividades relacionadas com a

recuperação, em parceria com organizações da sociedade civil. Estes grupos podem trazer

profundidade estratégica de planeamento e “prender” os “media”, fator crucial para uma

comunicação eficaz.

Na tabela 3 encontram-se cinco exemplos de desastres naturais que ocorreram desde o ano

2004 ao ano 2010 e, consequentemente as vantagens e desvantagens da escolha da estratégia

“top-down” ou da estratégia “multi-stakeholder”. Para responder ao primeiro desastre

enunciado na tabela, terramoto e tsunami na Indonésia (2004), foi optada a estratégia “top-

down”. Para os restantes desastres foi adotada a estratégia “multi-stakeholder”.

Com base na informação presente nesta tabela, podemos verificar que no primeiro

exemplo, a vantagem em utilizar a estratégia “top-down” prende-se com o facto de a

informação estar centralizada em apenas um organismo e não existirem perdas de dados.

Contudo, a capacidade para coordenar as respostas não foi a suficiente uma vez que não

existiam departamentos especializados nos municípios afetados.

Nos restantes desastres, tal como referido anteriormente, foi adotada a estratégia “multi-

stakeholder”, com a qual foi possível a partilha de experiências entre organizações que atuam

no mesmo domínio e, com a criação de uma plataforma de diálogo, as negociações ocorreram

naturalmente. Estabeleceram-se procedimentos padronizados na forma de orientação. No caso

específico do terramoto no Haiti (2010), uma organização internacional juntamente com o

governo trabalharam lado a lado de forma a mobilizar recursos técnicos e financeiros, criando

dessa forma, uma rede que ambicionava os mesmos objetivos. No caso do tsunami na Índia

(2004), esta estratégia originou dificuldades de atribuição de papéis e responsabilidades,

dificultando a coordenação da concentração de respostas pós-desastre.

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Desastre Natural Mecanismos de Coordenação Vantagens Desvantagens Fonte

• O ministério do estado do desenvolvimento nacional e

planeamento (Bappenas - "State Ministry of National

Development Planning" ) iniciou e concluiu um processo

participativo para desenvolver um plano de reabilitação e

reconstrução.

• A reconstrução foi coordenada por uma agência do ministério

criada pelo governo (BRR- "a Badan Rehabilitasi dan

Rekonstruksi" )

• Sem delinear papéis,

responsabilidades, resultados e

prazos, foi difícil aliviar a população e

concentrar em respostas pós-desastre

• As autoridades municipais assumiram a liderança em

atividades especializadas, tais como gestão de detritos

• Era necessário criar departamentos

municipais para aumentar a

consciência de riscos de desastres e

melhorar a capacidade para coordenar

as respostas

• As agências governamentais receberam uma responsabilidade

adicional para a gestão da recuperação e da reconstrução

• A Agência de Reconstrução e Desenvolvimento do Sri Lanka

(RADA) foi a única agência governamental responsável pelas

questões de recuperação ao abrigo do Secretariado

Presidencial e coordenou os diferentes setores

•As agências atuavam a nível nacional

e sub-nacional, mas a nível local foi

necessário atribuir responsabilidades

adicionais

• Foram criadas novas agências do governo para fornecer uma

capacidade adicional

• As agências a nível local foram

dominados por representantes do

setor privado que não tinham ligações

com os ministérios

• O IASC foi presidida pela ONU e incluía os directores

executivos de organizações como o UNHCR, UNICEF, FAO,

WHO, etc.

• A capacidade de coordenar as

atividades entre as agências

governamentais de forma eficiente foi

prejudicada

• TNTRC,"Tamil Nadu Tsunami Resource Center" , uma joint

venture entre sete organizações como o Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) e o governo do estado,

reuniu uma variedade de partes interessadas

• Boa plataforma para a

defesa de políticas e

disseminação de informação

• Equipa das Nações Unidas de Apoio à Recuperação (UNTRS)

• Plataforma de diálogo e

negociação entre as

organizações envolvidas;

Procedimentos

padronizados na forma de

orientação

•A falta de compreensão clara do

alcance do conceito de

«coordenação». A clarificação dos

papéis e responsabilidades no âmbito

do mecanismo de coordenação teria

sido útil

• A organização BEDROC, "Building and Enabling Disaster

Resilience of Coastal Communities" , iniciada por três

organizações locais, reuniu com governo e ONGs

• A existência de várias

agências da ONU ajudou a

reunir conhecimentos de

diferentes áreas

• Agências Governamentais

• Organizações da sociedade civil

• Governos locais

• Coordenação da equipa nacional de saúde através da

assistência internacional

• O Fundo de Reconstrução do Haiti foi um fundo de longa

duração e deveu-se a uma parceria entre o governo ea

comunidade internacional

•O PDNA foi liderado pelo governo por

isso foi centralizado na natureza;

alguns fundos fluiram diretamente para

os governos locais

• A comissão Interina de Recuperação do Haiti (CIRH) resultou

de um esforço de colaboração entre o governo e uma

organização internacional. Foi formada por 18 meses para

mobilizar recursos técnicos e financeiros

• A necessidade de uma maior

sensibilização do contexto do país

para a melhoria das competências

linguísticas e culturais por parte de

especialistas internacionais

Aceh and Nias,

Indonésia, 2004:

terramoto e tsunami

• A coordenação

centralizada levou a um

impressionante progresso

físico, apesar das

condições desfavoráveis

Leitmann

2007

Sri Lanka, 2004:

tsunami

• Um conjunto de

organizações / actores que

trabalham em conjunto

ajudou a trazer experiência

diferente para a mesa (por

exemplo, o UNHRC -

resolução de conflitos,

abrigo de emergência; WHO

- saúde; UNICEF - nutrição)

Yahampath

2015

Haiti, 2010: terramoto

• A plataforma de

coordenação das ONG´s do

governo foi uma boa

ferramenta para trabalhos

em rede, partilha de

experiências e recursos, e

advocacia para governos

locais ou nacionais

Patrick

2011

Tamil Nadu, India,

2004 tsunami

Raju and

Becker

2013

Yogyakarta and

Central Java

provinces,

Indonésia, 2006:

terramoto e tsunami

• A clarificação da

designação do mecanismo

de coordenação foi útil para

facilitar a recuperação e

socorro

• A grande dimensão do desastre e

inacessibilidade de algumas áreas

exigiam melhores mecanismos de

coordenação

Leitmann

2007

Tabela 3- Mecanismos de coordenação “Top-down” e “multi-stakeholder” em situações pós

desastre (Fonte: Adaptado de http://lib.icimod.org/record/30799/files/ICIMOD_WP_15.6.pdf)

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Para uma melhor compreensão de como os vários intervenientes se relacionam entre si,

encontra-se representado na figura 9 um exemplo de um mecanismo de coordenação “multi-

stakeholder”.

2.7. CAPACIDADE DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO

A Gestão da Informação, conforme ZORRINHO (1991, p.21), significa “tratar, de forma

racional, a documentação e é atuar sobre o sistema de informação organizacional de

maneira a dotá-lo de um carácter estratégico”. No âmbito do conceito de gestão, para

ZORRINHO (1995, p.11-27) gerir “significa decidir em cenários de incerteza; processar a

informação”. WILSON citado por SAUR (2005, p.15) refere que a gestão da informação é a

“utilização eficaz e eficiente dos dados e da informação disponível na organização e visa

procurar maximizar os benefícios obtidos da utilização dos dados e da informação enquanto

se procuram atingir os objetivos estratégicos da organização”.

FRAUNHOFER, citado por MEISSNER et al. (2002), realizou um estudo sobre a gestão

de informação em contexto de desastres naturais e consequentes sistemas de gestão de

emergência. Na referida investigação registaram-se algumas falhas relativamente aos

principais requisitos, imprescindíveis para uma eficaz e eficiente gestão da informação. As

principais falhas residiam nos seguintes aspetos: falta de integração e articulação da

informação, disponibilidade da comunicação, acesso rápido aos dados e pontualidade na

atualização da informação e padronização da informação.

Agentes da sociedade civil

Agências governamentais

de nível regional

Agências governamentais

de nível nacional

Organizações de

investigaçãoAgências do governo Agências doadoras

Agências governamentais

a nível local

Agências governamentais

estaduais / distritais

ONG´s e outras organizações de ajuda

Figura 9- Exemplo do mecanismo de coordenação “multi-stakeholder (Fonte: Adaptado de http://lib.icimod.org/record/30799/files/ICIMOD_WP_15.6.pdf)

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Para combater estas lacunas, torna-se essencial a criação de organizações humanitárias

centralizadas, uma vez que evita que os trabalhos sejam replicados e reduz o erro. Estas

organizações devem ser responsáveis pelo: levantamento, previsão, avaliação e prevenção de

riscos coletivos de origem natural ou tecnológica; análise permanente das vulnerabilidades;

informação e formação das populações; planeamento de emergência; inventariação de meios e

recurso e auto-proteção de pessoas e bens, entre outros.

A FEMA nos Estados Unidos e o Centro Operacional de Gestão Interministerial de Crises

(COGIC), sediado em Beauveau (Paris) são dois exemplos de organizações que embora sejam

governamentais, a gestão de informação é centralizada.

No caso português, a ANPC, criada em 2007, substitui o antigo Serviço Nacional de

Bombeiros e Proteção Civil. Alargou as suas funções, em 2012, aquando da extinção do

CNPCE.

A entrada em vigor da lei de bases de proteção civil redefiniu o sistema de proteção civil

e, de acordo com a referida lei, foram imputadas à ANPC funções determinantes ficando esta

com poderes de “autoridade, regulação e fiscalização” no âmbito do “planeamento,

coordenação e execução” de políticas de proteção civil com enfoque na segurança das

populações e a salvaguarda do património, com vista a “prevenir a ocorrência de acidentes

graves e catástrofes”, assegurar a gestão dos sinistros e dos danos e apoiar a reposição das

funções que reconduzam à normalidade nas áreas afetadas.

Em 2014, no seguimento do processo de extinção da EMA, a ANPC passou também a ter

atribuições na área da gestão dos meios aéreos. Atualmente está sob a jurisdição do MAI.

Na figura 10 encontra-se uma representação esquemática da história da ANPC após a

fusão das funções de vários organismos, centralizando desse modo a gestão da informação.

Figura 10- Funções da Autoridade Nacional de Proteção Civil (Fonte: Autora)

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2.8. CAPACIDADE DA GESTÃO DO FORNECIMENTO

2.8.1. ARMAZENAMENTO

A armazenagem propriamente dita não acrescenta valor ao produto mas contribui para

que todo o sistema logístico possa cumprir com a proposta de valor, sendo que um sistema

logístico sem armazenagem só seria possível se existisse uma perfeita sincronização entre a

produção e o consumo (CARVALHO J. C., 2010). Ou seja, a armazenagem de produtos

compensa os desequilíbrios existentes na cadeia de abastecimento, conferindo maior

flexibilidade à cadeia e ao mesmo tempo estabilizando-a.

A logística humanitária rege-se pelos mesmos princípios da logística empresarial pelo

que numa situação de emergência os bens devem ser armazenados até que possam ser

distribuídos ou utilizados. O armazém deve ser organizado e cumprir as normas vigentes para

proteger a qualidade e a segurança dos produtos recebidos.

Segundo o “Department of Emergency and Humanitarian Action”, não é simples para

as organizações humanitárias encontrarem um armazém com as dimensões ajustadas para

guardarem os bens doados pelos vários agentes (privados e/ou organizacionais). Na maioria

das situações de emergência, os agentes humanitários contentam-se com qualquer espaço que

esteja disponível, quer sejam escolas, ginásios, centros comunitários, etc. Seja qual for o

espaço livre para armazenagem, ele deve seguir um sistema organizado de forma a facilitar o

controlo do tipo de produto e quantidades recebidas. Deve ainda assegurar a segurança no

carregamento, na descarga e no manuseio da mercadoria.

De acordo com o “Emergency Preparedness and Disaster Relief Program”, os

armazéns podem ser agrupados em 4 grupos dependendo da sua função. Na realidade, eles

raramente estão separados, mas podem pertencer a diferentes setores da mesma construção,

dependendo essencialmente da disponibilidade do espaço. São eles:

Armazém geral de entrega: este é o tipo de armazém onde os produtos são mantidos por um

longo período de tempo. Em geral, eles encontram-se na capital ou em pontos-chave de uma

determinada região.

Armazém de rotação lenta: neste armazém são guardados os itens que não são de

necessidade urgente ou aqueles que não são habitualmente utilizados, tais como peças,

equipamentos, ferramentas, etc.

Armazém de rotação rápida: neste tipo de armazém encontram-se os bens de emergência

que tendem a mover-se rapidamente de dentro para o exterior, diariamente ou numa base

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regular. Estes armazéns são mais comuns perto da zona afetada, e tendem a armazenar

mercadorias que exigem distribuição imediata.

Armazém Temporário de Recolha: no curso de uma emergência, é comum utilizar todo o

espaço disponível para armazenar abastecimentos que chegam ao país. Contudo estes

armazéns, por não terem condições de segurança, constituem pontos provisórios para

posterior alteração. Enquanto os agentes humanitários não encontram um lugar mais

adequado, utilizam estes armazéns para classificar os produtos e aloca-los a determinados

destinos.

Normalmente, 70% do espaço disponível num armazém é usado para o armazenamento, e

os restantes 30% como áreas de trabalho para manipulação e movimentação do produto,

embalagem, e acesso. Para fazer um depósito mais funcional e prático, é necessário identificar

os seus setores específicos e as operações básicas de armazenagem (figura 11).

Receção: dar entrada física no sistema de todos os produtos que são recebidos no

armazém. Nesta fase existe o controlo, a classificação (prioridade 1, 2 e 3) e o registo

do tipo e quantidade de bens recebidos. Por último, a terceira etapa é direcionar os

produtos para a secção de armazenagem ou para as outras áreas onde estes são

requeridos (FRAZELLE,2002).

Put-Away: arrumação dos bens no armazém de acordo com a sua classificação.

Normalmente os bens alimentares e medicinais estão armazenados em locais distintos

do vestuário.

Order Picking: os produtos são retirados da posição de armazenagem para serem

agrupados por destinatários. É o processo inverso do put-away (LIEBESKIND, 2005).

Segundo D’ANGELO (2010), esta é uma das atividades que mais tempo e recursos

consome, pelo que é considerada como primordial no momento da escolha do layout

do armazém.

Expedição: os abastecimentos devem ser mantidos em paletes, separados e rotulados

de acordo com o seu destino.

Em missões de ajuda de emergência, é frequente ser utilizado o sistema cross-

docking, criado por Wal-Mart. Refere-se a um método em que os produtos passam

diretamente da receção à expedição sem serem armazenados.

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Segundo CARVALHO (2004), existem dois tipos de layout: armazém de fluxo

direcionado (tipo straight-throught ou straight-line) e armazém de fluxo quebrado ou em “U”.

Os produtos dentro do armazém seguem um fluxo direccionado quando a zona de expedição

se situa no extremo oposto à zona de receção e a zona de armazenagem se localiza entre

ambas. Se a receção e expedição se situarem na mesma zona, os produtos dentro do armazém

seguem um fluxo quebrado. Segundo RAMOS (2010) ambos podem apresentar vantagens: o

fluxo direccionado tem possibilidade de diminuir congestionamentos nos fluxos de operação

de um armazém e nas operações de carga/descarga de cais, enquanto que o fluxo quebrado

permite reduzir a distância média da viagem, permite rentabilizar o espaço de

receção/expedição e melhorar a organização do espaço de armazenamento por volume

movimentado.

Seja qual for o layout escolhido pela organização humanitária, ela deve posicionar os

artigos segundo o critério da metodologia ABC (figura 12).

Categoria A: são os itens de prioridade 1 (artigos de distribuição imediata);

Categoria B: são os itens de prioridade 2 (distribuição não urgente). Estes itens não

são necessários na fase de emergência, mas podem ser úteis durante a reconstrução ou

desenvolvimento;

Categoria C: são os itens de prioridade 3 (artigos não prioritários). Estes artigos

deverão estar afastados dos restantes porque são artigos que se encontram danificados, que

são inúteis ou que não estão devidamente identificados.

Figura 11- Setores do armazém e zonas de circulação (Fonte: Autora)

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THOMAS E KOPCZAK (2005) consideram que o uso inadequado da tecnologia, a

falta de pessoal profissional e a colaboração limitada entre organizações humanitárias estão

entre os principais desafios que precisam de ser enfrentados. Uma possível solução para estes

problemas é o uso padronizado e integrado de softwares de “Supply Chain Management”

(SCM). Este tipo de softwares melhora a visibilidade da cadeia e da capacidade de resposta,

bem como cria a documentação adequada e mecanismos de notificação.

Quando ocorre uma emergência, os oficiais de gestão de informação da OCHA

começam imediatamente a trabalhar com parceiros-chave para a produção de produtos

informativos padronizados de forma a apoiar a coordenação de todas as organizações

humanitárias e a operação de resposta.

Esta secção tem ainda como propósito apresentar os softwares de SCM mais utilizados

pelas organizações humanitárias: SUMA/LSS, Helios, LogistiX e Sahana.

O sistema de gestão de fornecimento SUMA foi uma das primeiras ferramentas de

SCM projetado especificamente para crises humanitárias. O projeto SUMA foi desenvolvido

em 1992, como um esforço conjunto dos países da América Latina e das Caraíbas, sob a

orientação da organização Pan-Americana da saúde. O objetivo era melhorar a gestão de

fornecimento de bens às vítimas de catástrofes. A coordenação das mercadorias,

independentemente da origem e as tarefas associadas como classificação, gestão de stocks e

definição de prioridades, estão entre os elementos centrais do SUMA e pretende melhorar a

coordenação e a eficiência na resposta a desastres.

Na figura 13, encontra-se os três módulos que constituem este software: SUMA

Central, Unidade de Campo, e Armazém.

Figura 12- Divisão da zona de armazenagem em três subzonas correspondentes à

análise ABC. (Fonte: Adaptado de Carvalho & Guedes, 2010)

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O SUMA Central destina-se a ser usado sempre que as autoridades nacionais estão a

gerir um desastre ou emergência.

A este nível, os principais deveres incluem:

Definir os parâmetros a serem utilizados pelas unidades de campo, tais como os locais

de acolhimento, os locais de embarque, as identidades dos principais usuários;

Criação e montagem de unidades de campo;

Integração de informações enviadas pelas unidades de campo (consolidação);

Proporcionar consultas e criar relatórios que sirvam para auxiliar o processo de

tomada de decisões e para promover a coordenação interinstitucional;

Criação de um banco de dados.

As unidades de campo são responsáveis por operacionalizar os pontos de entrada ou locais

de receção, como fronteiras, portos marítimos e centros de armazenamento de grande porte

(aeroportos).

As principais tarefas neste nível são:

Triagem e identificação das fontes que utilizam etiquetas de prioridade

Classificação dos abastecimentos por categorias, subcategorias e itens

Controlos seletivos dos itens

Criação de relatórios

Emitir recibos de entrega para os destinatários

O módulo de gestão de armazém é uma ferramenta que regista a chegada e a entrega de

abastecimentos. Isto permite a gestão interna, controlo e coordenação com outras instituições

e organizações que estão a prestar auxílio humanitário na mesma emergência. Por exemplo, a

Figura 13- Módulos do SUMA (Fonte: Autora)

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Cruz Vermelha pode alocar uma doação de medicamentos ao ministério da saúde, e o

software SUMA permite o acompanhamento sólido e eficiente de tais permutas.

Para além destes três módulos, há um outro módulo disponível - o módulo de promessas.

Este módulo gere as informações sobre os bens antes da sua chegada efetiva no local. Ele

serve para o acompanhamento de compromissos assumidos pelos doadores e as necessidades

expressas pelos países beneficiários.

O Sistema de Apoio Logístico (LSS) é um sucessor direto de SUMA e é uma ferramenta

SCM que está disponível gratuitamente para todas as organizações humanitárias. Este sistema

foi desenvolvido tendo em conta a experiência do SUMA e as recomendações dadas pelos

diferentes países, ONGs e entidades da ONU. Os principais objetivos do LSS é otimizar as

operações relacionadas com a gestão do stock e da capacidade do transporte (LSS, 2006).

O Software Helios foi desenvolvido pelo Instituto Fritz. Esta organização trabalha em

parceria com governos, ONGs e empresas para inovar soluções e facilitar a adoção de

melhores práticas de resposta a desastres que seja rápida e eficaz. O Software Helios é o

sucessor do “Humanitarian Logistics Software” (HLS) e atualmente é testado em várias

organizações humanitárias, como a Oxfam, World Vision International e a International

Medical Corps. Na figura 14, encontram-se os módulos que constituem este software.

LogistiX é uma ferramenta de SCM para a logística humanitária que foi desenvolvido em

2006 pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O software é executado em dois

níveis organizacionais diferentes: Missão de coordenação e Coordenação de projetos. A

Missão de coordenação lida principalmente com as aquisições e os problemas de

Figura 14- Módulos do Helio (Fonte: Autora)

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administração. A Coordenação de projetos preocupa-se com o consumo real dos bens e com a

gestão dos mesmos.

O Sistema de gestão de desastres Sahana é um projeto que foi desenvolvido na

sequência do tsunami no sudeste asiático do final de 2004. O objetivo deste software é

fornecer um sistema automatizado para gerir os esforços de alívio. Foi utilizado para auxiliar

as vítimas do terramoto no Paquistão (2005) e da Indonésia (2006). Sahana é um projeto que

incide sobre várias questões de alívio de desastres, como o registo de feridos e desaparecidos,

bem como a coordenação de organizações e voluntários.

Nesta secção foram mencionadas cinco ferramentas de SCM para operações humanitárias.

Verificou-se que essas ferramentas têm sido desenvolvidas no âmbito de prioridades e

objetivos diferentes. O SUMA foi uma das primeiras ferramentas de SCM especificamente

para o domínio humanitário e foi desenvolvido para pequenas operações humanitárias.

Contudo, devido à evolução crescente da tecnologia, o SUMA tornou-se obsoleto, dada a

complexidade das operações humanitárias. O LSS sucedeu ao software SUMA, no entanto

carece de acompanhamento no módulo do rastreamento. O Helios e o LogistiX oferecem

funcionalidades de SCM bem adaptados ao domínio humanitário e o software Sahana tem um

grande potencial para futuros desenvolvimentos.

2.8.2. TRANSPORTE

Segundo CHOPRA E MEINDL (2008), o transporte mobiliza o produto entre os

diferentes estágios da cadeia de abastecimento e exerce influência tanto na responsividade,

quanto na eficiência. O tipo adotado por uma organização afeta o nível de stock e a sua

escolha ocorre por meio da análise do custo de um determinado produto (eficiência) e da

velocidade com que este produto é transportado (responsividade). Desta forma, o desafio para

as agências humanitárias é planear uma estratégia de resposta que tenha por base o equilíbrio

entre ambos, tendo sempre em atenção a particularidade do caso que enfrentam e da urgência

de atender às necessidades no momento.

Na tabela em seguida apresenta-se as principais vantagens e desvantagens dos vários

modos de transporte.

Em situações de emergência, dependendo da natureza do desastre, o acesso a

determinadas áreas pode ser um grande desafio. O transporte por tração animal é muitas vezes

a solução. Contudo embora seja de baixo custo e não necessitar de estradas com bons acessos,

é um meio muito lento e com capacidade limitada.

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O transporte aéreo aparece assim como o mais conveniente para uma resposta rápida,

nestas circunstâncias, mas os custos das operações são muito elevados. A colaboração e a

participação entre organizações torna-se conveniente, uma vez que, permite dividir os custos

relacionados com as operações aéreas pelas organizações envolvidas.

As organizações humanitárias que fornecem transporte aéreo podem ser divididas em

três grupos, e para cada grupo seguem alguns exemplos:

Empresas comerciais: DHL e Mission Aviation Fellowship (MAF);

Organizações humanitárias: Samaritan Purse e IFRC;

Serviços de coordenação: United Nations Humanitarian Air Services (UNHAS) e Air

Serv International.

O United Nations Humanitarian Air Services (UNHAS) é um serviço comum da ONU

gerido pelo World Food Programme (WFP). Fornece serviços para toda a comunidade

humanitária, especialmente para locais remotos onde, devido à falta de infra-estruturas e

insegurança não existem alternativas comerciais. Este serviço pode distribuir os bens

directamente para os hubs, dos hubs para a zona afetada ou directamente para a zona afetada.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• Rede de acessos muito ramificada • Elevada sinistralidade.

• Prático e económico para curtas distâncias • Elevado consumo energético

• Mobilidade e flexibilidade nos itenerários • Congestionamento nas áreas urbanas.

• Estacionamento (custos ou dificuldades).

• Reduzida capacidade de carga (face aos

transportes ferroviário e marítimo)

• Grande capacidade de carga. • Fraca flexibilidade – Limitações da rede

• Pequeno consumo de energia, por cada • Necessidade de transbordos.

unidade transportada.

• Rápido, não tem congestionamentos.

• Fraca sinistralidade.

• Elevada capacidade de carga. • É lento, não se adequa a mercadorias perecíveis

• Transporta toda a espécie de carga. • Exige transbordos adequados.

• Permite percorrer longas distâncias. • Custos operacionais muito elevados.

• Seguro • Capacidade limitada para o transporte de mercadorias

• Adequado para transportes urgentes, • Elevado preço das deslocações.

de valores ou mercadorias perecíveis. • Localização problemática dos aeroportos

(distância à cidade)

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

TRANSPORTE MARITIMO

TRANPORTE AÉREO

Tabela 4- Comparação sumária dos modos de transporte (Fonte: Adaptado de FLEURY ET AL., 2000)

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3. LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES HUMANITÁRIAS

3.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Neste problema de localização procura-se instalar um tipo de serviço, para servir com

um menor custo possível, um conjunto de comunidades cujas localizações e necessidades são

conhecidas. Contudo, torna-se necessário decidir o número e a localização das instalações, a

capacidade de cada uma e, a afectação dos locais de procura aos armazéns instalados de forma

a optimizar a função objectivo.

Antes de introduzir a metodologia a ser utilizada para a criação do modelo de

otimização, torna-se importante diferenciar dois conceitos relacionados com as instalações

humanitárias. Uma Central Estratégica (CE) encontra-se diretamente relacionado com fase

de preparação e existe permanentemente enquanto que uma Instalação Humanitária de

Operações Logísticas (IHOL) para situações emergenciais contempla a fase de iminência de

um desastre. Esta localização é temporária e procura analisar os aspetos das tarefas

operacionais. Na ocorrência de um desastre, os bens de emergência são transportados da CE

para a IHOL mais próxima do local de risco. Por fim, os bens são distribuídos da IHOL às

comunidades afetadas.

O modelo pretende decidir a localização das Centrais Estratégicas e das Instalações

Humanitárias de Operações Logísticas tendo em conta os locais de risco e as restrições

específicas da instalação em causa.

Primeiramente identificaram-se as áreas de risco de desastre e, para tal, considerou-se

a localização geográfica dos sismos que ocorreram entre 1900 e 2014. Dentro destes sismos

foram selecionados aqueles que provocaram a morte de mais de 10 mil pessoas. Na tabela 5

encontram-se o número de sismos que ocorreram por ano.

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30

Na figura 15, encontra-se representada a relação entre as instalações descritas. As

restrições para esta relação são referenciadas na seção 3.3 assim como é justificada a

metodologia a seguir para os “sismos que se encontram em localizações especiais”

([1];[2];[3]). Os sismos/locais de risco podem ser agrupados em diferentes áreas de actuação

mediante as proximidades geográficas.

.

Pretende-se minimizar o custo total das instalações (CE+IHOL) sabendo que:

i) cada local de risco tem de estar a uma distância que permita, em tempo razoável, o

seu abastecimento a partir de uma IHOL numa situação de desastre e que

ii) cada IHOL tem de tem de estar a uma distância que permita, em tempo razoável, o

seu abastecimento a partir de um CE numa situação de desastre.

Importa ainda, fazer referência aos bens alimentares e não alimentares necessários

para aliviar o sofrimento humano numa situação de emergência.

Tabela 5- Nº de sismos que ocorreram entre 1900 e 2014 (Fonte: Autora)

Figura 15- Instalações Humanitárias e locais de risco (Fonte: Autora)

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31

Na tabela em baixo, encontram-se descritos os bens não alimentares que a GLS

armazena preventivamente nas suas instalações e é com base nas dimensões e quantidades

necessárias por pessoa de cada item que se estimou o volume (m3) por pessoa.

*Considerou-se que cada mulher tinha em média, no mundo, 3 filhos e, portanto uma família é constituída por 5 elementos.

Esse valor foi calculado com base na média de filhos por país e foram para tal, utilizados os dados do World Bank de 2013. [6]

“w- width” (largura); “h- height” (altura); “l- lenght” (comprimento)

A soma total do volume(m3) por pessoa é de 0,6299 m

3. Este valor será considerado

em 3.3.

As rações diárias humanitárias (HDRs) são porções de alimentos destinados a crises

humanitárias. Cada pacote é destinado a servir como fonte de alimento completo diário para

uma pessoa e, contêm cerca de 2.200 calorias. O tempo médio de vida é de aproximadamente

3 anos, e o conteúdo alimentar é projetados para ser aceitável para uma variedade de grupos

religiosos e étnicos. Este tipo de ração foi utilizado pela primeira vez na Bósnia em 1993. É

importante referir ainda que é possível lançar estes pacotes do ar, sem necessidade de uso de

pára-quedas. Na tabela em seguida apresentam-se as dimensões de cada componente e da

embalagem final.

Tabela 6- Itens não alimentares (Fonte: Global Logistics Service -GLS)

ITEM FOTOGRAFIA DESCRIÇÃO TAMANHO (Cm)VOLUME (m3) /

PESSOA *ITEM FOTOGRAFIA DESCRIÇÃO TAMANHO (Cm)

VOLUME (m3) /

PESSOA *

1 Blanket Light L88 X W55 X H58 0,003 7 Jerrycan L78 X W59 X H68 0,124

2 Blanket Medium Thermal L88 X W57 X H58 0,291 8 Kitchen Set L28 X W28 X H21 0,003

3 Tarpaulins L61 X W43 X H18 0,019 9 Mosquito net L75 X W56 X H35 0,060

4 Plastic Bucket L116 X W31 X H31 0,022 10 Mosquito Net Curtains L80 X W46 X H32 0,023

5 Family Tent L230 X W43 X H25 0,050 11 Shelter Tool Kit L1110 X W230 X H100 0,005

6 Hygienic Parcel L39 X W37 X H28 0,008 12 Household Kit L62 X W43 X H38 0,022

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“w- width” (largura); “h- height” (altura); “l- lenght” (comprimento)

O volume(m3) por pacote é de 0,0048 m

3. Este valor representa o volume necessário para

satisfazer as necessidades de uma pessoa por dia e será considerado em 3.3.

12

3

4

5

6

7

8

Tabela 7- Dimensões dos itens alimentares da figura 16 (Fonte: http://www.mreinfo.com/other-us-rations/current-us-rations/humanitarian-daily-ration/)

Figura 16- Exemplo de uma doação Humanitária dos EUA ao Afeganistão (2011)

(Fonte: http://www.mreinfo.com/other-us-rations/current-us-rations/humanitarian-daily-ration/)

Nº DESCRIÇÃO TAMANHO (Cm)

1 Fig Bar H8 X W3.5

2 Shortbread H5.5 X W4

3 Crackers/Vegetable Crackers H5.5 X W5.5

4 Peanut Butter H5 X W2.5

5 Strawberry Jam H5 X W2.5

6 Fruit Pastry H7 X W5.5

7 Lentil Stew/Red Beans & Rice (brown pkgs) H8.25 X W4.75 X L0.5

8 HDR Package H12 X W8 X L0.5

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33

3.2. MODELO DE PROGRAMAÇÃO INTEIRA

Parâmetros

𝐴 – 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜

𝑑𝑘 − 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑘 (𝑒𝑚 𝑚2), ∀𝑘 ∈ 𝐴

𝑎𝑖𝑗 = {1, 𝑠𝑒 𝐶𝐸 𝑖 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑟 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑗

0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑏𝑗𝑘 = {1, 𝑠𝑒 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑗 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑟 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑘

0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

Os parâmetros 𝑎𝑖𝑗 e 𝑏𝑗𝑘 permitem incluir restrições relacionadas com as distâncias.

𝑓𝑖 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑒𝑚 𝑈. 𝑀. ), ∀𝑖 ∈ 𝐴

𝑐𝑖 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚2 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑈. 𝑀./𝑚2), ∀𝑖 ∈ 𝐴

𝑔𝑗 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑒𝑚 𝑈. 𝑀. ), ∀𝑗 ∈ 𝐴

ℎ𝑗 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚2 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑈. 𝑀./𝑚2), ∀𝑖 ∈ 𝐴

𝑙𝑖𝑗 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑜𝑢 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜) 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑖 𝑒 𝑗, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑙𝑚𝑎𝑥 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑜𝑢 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜) 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜

𝑒 𝐶𝐸 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑜 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜

Variáveis de decisão

𝑥𝑖 = {1, 𝑠𝑒 é 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖

0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴

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34

𝑦𝑗 = {1, 𝑠𝑒 é 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗

0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑢𝑖𝑗 = {1, 𝑠𝑒 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗 é 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖

0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑣𝑗𝑘 = {1, 𝑠𝑒 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑘 é 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗

0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑗 ∈ 𝐴, ∀𝑘 ∈ 𝐴

𝑤𝑗 − 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗 (𝑒𝑚 𝑚2), ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑧𝑖𝑗 − 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝐶𝐸 𝑖 𝑎𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 à 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗 (𝑒𝑚 𝑚2), ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

Modelo

𝑀𝑖𝑛 ∑ (𝑓𝑖𝑥𝑖 + 𝑐𝑖 ∑ 𝑧𝑖𝑗

𝑗∈𝐴

)

𝑖∈𝐴

+ ∑(𝑔𝑗𝑦𝑗 + ℎ𝑗𝑤𝑗)

𝑗∈𝐴

sujeito a:

∑ 𝑎𝑖𝑗𝑢𝑖𝑗

𝑖∈𝐴

= 1, ∀𝑗 ∈ 𝐴

∑ 𝑏𝑗𝑘𝑣𝑗𝑘

𝑗∈𝐴

= 1, ∀𝑘 ∈ 𝐴

Os locais de risco/IHOL têm de ser servidos e por um só um IHOL/CE, respectivamente.

𝑢𝑖𝑗 ≤ 𝑥𝑖, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑣𝑗𝑘 ≤ 𝑦𝑗 , ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

Se CE/IHOL serve IHOL/ local de risco então tem de ser instalado.

𝑤𝑗 ≥ 𝑑𝑘𝑣𝑗𝑘 , ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

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A capacidade do IHOL tem de ser maior que a maior das procuras dos locais de risco que

serve.

𝑧𝑖𝑗 ≥ 𝑤𝑗 − ∑ 𝑑𝑘(1 − 𝑢𝑖𝑗)

𝑘∈𝐴

, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

Se CE i abastece o IHOL j então tem de ter capacidade suficiente, uij = 1 e fica

𝑧𝑖𝑗 ≥ 𝑤𝑗

Se CE i não abastece o IHOL j então não tem de ter capacidade, uij = 0 e fica

𝑧𝑖𝑗 ≥ 𝑤𝑗 − ∑ 𝑑𝑘

𝑘∈𝐴

como

𝑤𝑗 ≤ ∑ 𝑑𝑘

𝑘∈𝐴

então

𝑧𝑖𝑗 ≥ 0

que é redundante.

∑ 𝑙𝑖𝑗

𝑖∈𝐴

𝑢𝑖𝑗 + 𝑙𝑗𝑘𝑣𝑗𝑘 ≤ 𝑙𝑚𝑎𝑥, ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

Restrição das 72 horas

𝑥𝑖 ∈ {0,1}, ∀𝑖 ∈ 𝐴

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𝑦𝑗 ∈ {0,1}, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑢𝑖𝑗 ∈ {0,1}, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑣𝑗𝑘 ∈ {0,1}, ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑤𝑗 ≥ 0, ∀𝑗 ∈ 𝐴

𝑧𝑖𝑗 ≥ 0, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

3.3. ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS

No caso das Centrais Estratégicas, o objectivo é minimizar os custos de

armazenagem e de transporte, garantindo que cada CE tem capacidade suficiente para

abastecer uma IHOL durante 2 meses por sismo.

Como a média de sismos nos anos considerados é de 1,6, será considerado por

prevenção que existem em média 2 sismos por ano no mundo. Assim, a capacidade de uma

CE por ano deverá ser o suficiente para socorrer a população por 4 meses.

Para calcular o custo de armazenagem é necessário considerar:

Número de anos para que a CE é projectada até nova análise do ponto de

situação (valor estipulado para 5 anos);

O número de CE necessárias (valor a ser dado pelo modelo)

[3]: Contudo, será assumida a restrição de que a cada CE só podem ficar alocados

IHOL que estejam dentro de um raio de 3000 km (valor estipulado) e que por

razões logísticas cada local de risco deve ser servido por uma e só uma IHOL e

cada IHOL por uma e só uma CE;

A procura do local de risco, ou seja, o número de afetados x capacidade em m2

para satisfazer um afectado:

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Número de afetados:

É sabido que a magnitude do sismo está relacionada com a energia libertada no foco

sísmico e que a intensidade é uma medida qualitativa (resulta da observação dos danos e de

inquéritos à população afetada), que descreve os efeitos produzidos pelos sismos em locais na

superfície terrestre. Isto significa que, não é possível fazer uma correlação entre a

magnitude/intensidade e os estragos provocados e, nesse sentido, foi analisada a informação

histórica disponível.

Como não existem dados disponíveis do número de afetados para todos os sismos

considerados, calculou-se a média da relação do número de afetados e do número de mortos

para os 73 sismos que foi possível recolher informação. O valor da média é de 23.

Uma vez que existem dados do número de mortos para todos os sismos, multiplicou-se o

mesmo por 23 de forma a calcular o número de afetados para os sismos que não tínhamos

informação.

Capacidade em m2:

Considerando que 1 pessoa precisa de bens que ocupam no armazém 48cm3 para itens

alimentares (ver pacote nº 8 da tabela 7 - H12*W8*L0.5) para cada dia (48*120 = 5760cm3

ou seja 0.00576m3) e uma estimativa de 0,6299m

3 para itens não alimentares para o período

de resposta considerado (4 meses). Esta necessidade de capacidade perfaz um total de

0,6299m3 para 4 meses para 1 pessoa.

Para fazer a conversação de m3

para m2 divide-se o número por 3 assumindo-se que é

possível ocupar 3 metros de altura (empilhar 3 caixas de um metro de altura). Assim, a

0,63278m3

correspondem 0,21093 m2.

Importa referir ainda que a capacidade da CE depende da procura máxima da IHOL ou

seja, a CE tem de ter capacidade suficiente para servir o local de risco com maior número de

afetados. Pelo que diferentes CE´s devem ter diferentes capacidades.

O tempo necessário para satisfazer as necessidades básicas do local de risco

(valor estipulado de 4 meses);

O custo de arrendar um armazém por m2

(valor conhecido, ver anexo 12)

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Para calcular o custo de transporte é necessário considerar:

A localização das CE´s e das IHOL´s e a distância entre si:

Para calcular as distâncias (em Km), consideraram-se as coordenadas

geográficas (latitude e longitude) e utilizou-se a seguinte fórmula:

= 6371*ACOS(COS(PI()*(90-C2)/180)*COS((90-C1)*PI()/180)+SEN((90

C2)*PI()/180)*SEN((90-C1)*PI()/180)*COS((D1-D2)*PI()/180)),

Sendo, C1 e C2, a latitude do ponto 1 e 2, respectivamente.

D1 e D2 a longitude do ponto 1 e 2, respectivamente.

A matriz das distâncias entre todos os pontos geográficos onde ocorreu sismo

consta no anexo 13. O custo de transportar um Kg por Km/O meio de transporte escolhido

sabendo que,

o transporte rodoviário tem custos inferiores para pequenas distâncias – até 150

Km; o ferroviário para médias distâncias- de 150 a 600 Km; e o marítimo para

longas distâncias- para além de 600 Km [7];

No caso das Instalações Humanitárias para Operações Logísticas, o objectivo é

garantir que todos os locais de risco possam ser satisfeitos no prazo máximo de 72 horas com

o menor custo.

Para garantir esse objectivo é necessário considerar

A distância entre as CE´s e as IHOL´s.

A distância entre as IHOL´s e os locais de risco.

A soma da distância das CE´S às IHOL´s e das IHOL´s aos locais de risco terá

de ser possível percorrer em menos de 72 horas para a solução ser válida.

[1]: Os locais possíveis para instalar os IOHL podem coincidir com os locais de

risco a servir.

[2]: Na eventualidade de um local de risco estar mais próximo de uma central

estratégica do que de uma instalação humanitária de operações logísticas, a

comunidade.

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4. ESCOLHA DO CASO

4.1. INDICADORES MACRO-ECONÓMICOS

O Nepal, oficialmente conhecido como República Democrática do Nepal, é um pequeno

país montanhoso do centro-sul da Ásia sem costa marítima.

Encontra-se situado entre a China e a Índia, próximo da cordilheira dos Himalaias onde se

encontra o ponto mais alto do mundo, o monte Evereste (8.848 m de altitude). O norte

montanhoso do país possui 8 das 10 montanhas mais altas do mundo, sendo por isso, um país

bastante procurado pelos praticantes de montanhismo e atrai turistas de todo o mundo. O lado

nepalês ao ser o mais fácil para se chegar ao cume do monte de Evereste torna a região mais

procurada.

O país tem uma área de 147.181 km2 e 29.154.247 habitantes (alta densidade

demográfica). Dada a diversidade de altitudes, climas e solos, o Nepal reúne uma das maiores

diversidades de flora do mundo. Estimou-se “a existência de aproximadamente 7.000

espécies de flores de plantas e aproximadamente 5% delas não nascem noutras regiões”. [1]

A tabela 8, apresenta os principais valores referentes a dados demográficos do Nepal

comparativamente aos de Portugal. De acordo com os dados, 78% da população portuguesa

tem idades superiores a 18 anos enquanto que no Nepal apenas 48% da população é

considerada adulta. No Nepal mais de metade da população são crianças e 10% têm idades

inferiores a 5 anos. Este indicador está relacionado com a taxa de natalidade, pelo que é

nitidamente visível que a taxa no Nepal é muito superior à de Portugal. O mesmo não

acontece com a esperança média de vida nem com a população urbanizada. No Nepal

predomina um quadro de extrema pobreza e de fraco desenvolvimento socioeconómico,

agravado por uma instabilidade política.

Neste contexto, a ADDHU- “Associação de defesa dos direitos humanos” realiza

intervenções de cariz humanitário e da cooperação para o desenvolvimento. Esta associação

objetiva melhorar as condições de vida das populações desfavorecidas, promovendo o

desenvolvimento das zonas rurais e urbanas de forma a contribuir para a redução da pobreza e

para a melhoria das condições de vida das populações locais.

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Ainda relativamente a aspetos geográficos deste país, será feita referência de acordo com

os 75 distritos que o compõem, tal como é possível observar na figura 17 e na tabela 9.

Dados Demográficos Nepal Portugal

População (milhares) 2013 Total 27797,46 10608,16

Menores de 18 11525,92 1890,81 Menores de 5 2911,11 479,22

Taxa de crescimento anual (%) 1990-2013 1,86 0,30 2013-2030

α 0,98 -0,10

Taxa bruta de mortalidade 1970 21,21 10,96 1990 12,45 10,07 2013 6,65 10,29

Taxa bruta de natalidade 1970 42,33 21,00 1990 37,86 11,47 2013 20,97 8,67

Esperança de vida 1970 42,43 67,15 1990 55,06 74,29 2013 68,41 79,95

Taxa de fertilidade 2013 2,30 1,32

População Urbanizada (%) 2013 17,88 62,34

Taxa média anual de crescimento da população urbana (%)

1990-2013 4,92 1,44 2013-2030 2,97 0,63

Tabela 8- Dados demográficos do Nepal e de Portugal (Fonte: Informação fornecida pela UNICEF)

Figura 17- Representação do Nepal por distritos

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O Nepal é muito pobre, sendo a sua economia baseada na agricultura e no turismo.

Importa referir ainda que embora a localização geográfica e condições existentes no país

(topografia acentuada e rios perenes) convidasse à existência de estações hidroelétricas,

estima-se que apenas cerca de 1% do país é servido por energia eléctrica. [2]

Outro dado interessante diz respeito ao sistema viário do país ser reduzido.

“Aproximadamente 60% das estradas existentes tornam-se intransitáveis na época das

monções”. [3]

A maior parte da população nepalesa vive em vilas e aldeias, nas montanhas, sendo a

maior parte das casas feitas com uma estrutura de bambu, cobertas com barro e com uma

mistura de esterco de vaca, o que faz com que sejam frescas no verão e quentes no inverno.

A taxa de desemprego e sub-emprego é muito alta, atingindo metade da população em

idade ativa.

Importa ainda fazer referência ao rácio da dependência da população. Este rácio é a

proporção de pessoas que não estão geralmente na força de trabalho (os dependentes) a força

de trabalho de um país (a parte produtiva da população). A parte dependente inclui a

população com menos de 15 anos de idade e pessoas com idade acima de 65 anos. A parte

Nº Distrito Nº Distrito Nº Distrito

1 Achhaam 26 Ilaam 51 Panchthar

2 Arghakhanchi 27 Jajarkot 52 Parbat

3 Baglung 28 Jhapa 53 Parsa

4 Baitadi 29 Jumla 54 Pyuthan

5 Bajhang 30 Kailali 55 Ramechhap

6 Bajura 31 Kalikot 56 Rasuwa

7 Banke 32 Kanchanpur 57 Rautahat

8 Bara 33 Kapilbastu 58 Rolpa

9 Bardiya 34 Kaski 59 Rukum

10 Bhaktapur 35 Kathmandu 60 Rupandehi

11 Bhojpur 36 Kavrepalanchowk 61 Salyan

12 Chitawan 37 Khotang 62 Saptari

13 Dadeldhura 38 Lalitpur 63 Sarlahi

14 Dailekh 39 Lamjung 64 Shankhuwasabha

15 Dang 40 Mahottari 65 Shyanja

16 Darchula 41 Makawanpur 66 Sindhuli

17 Dhading 42 Manang 67 Sindhupalchowk

18 Dhankuta 43 Morang 68 Siraha

19 Dhanusha 44 Mugu 69 Solukhumbu

20 Dolakha 45 Mustang 70 Sunsari

21 Dolpa 46 Myagdi 71 Surkhet

22 Doti 47 Nawalparasi 72 Tanahu

23 Gorkha 48 Nuwakot 73 Taplejung

24 Gulmi 49 Okhaldhunga 74 Terhathum

25 Humla 50 Palpa 75 Udayapur

Tabela 9- Distritos do Nepal (Fonte: Autora)

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produtiva da população nesse sentido consiste em população entre 15 e 64 anos. Esse índice

mostra a pressão sobre a população produtiva produzido pela parte dependente da população.

O rácio de dependência total da população no Nepal é de 63,7% (valor calculado por

estatística demográficas e sociais realizadas em 2015 pela United Station Statistics Division).

Este valor mostra que a parte dependente da população é mais do que uma metade da

população total. Isto significa que a população ativa (força de trabalho) no Nepal deve

fornecer bens para si e para cobrir as despesas com crianças e pessoas idosas.

“A educação ainda é um sério problema no Nepal, cuja taxa de escolaridade é

baixíssima (24%).” [4]

O gráfico da figura 18 apresenta o produto interno bruto (PIB) em paridade de poder

de compra (PPP) per capita no Nepal e nos restantes países da Ásia. Este indicador rondava

os 19.6 biliões USD, valor que comprova uma vez mais que a economia deste país é baseada

na agricultura e no turismo. Conforme dados de 2012 divulgados pelo Banco Mundial,

aproximadamente 25,2% da população nepalesa vive abaixo da linha de pobreza.

De acordo com o relatório “The Global Competitiveness Report 2015-2016”

desenvolvido pelo World Economic, os índices de competitividade global no Nepal são os

que estão expressos no diagrama da figura 19. Para este estudo foi considerado uma

pontuação de 1 a 7. Este estudo permite analisar os factores de competitividade económica

segundo três pilares:

Requisitos básicos: 3.4. instituições, 2.2. infraestruturas, 5.4. ambiente macroeconómico,

5.6. saúde e educação primária;

Potenciadores de Eficiência: 3.2. educação secundária, 3.9. eficiência do mercado de

trabalho; 4.0. eficiência do mercado de bens; 3.8 desenvolvimento do mercado financeiro, 3.3.

tamanho do mercado e 2.6. tecnologia;

Figura 18- GDP (PPP) per capita (int’l $), 1990–2014 (Fonte: World Economic Forum)

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Fatores de inovação e diferenciação: 3.3 sofisticação dos negócios e 2.7 inovação.

Após analisados os índices de competitividade do país, considerou-se relevante observar

os principais fatores que impedem o estabelecimento de relações comerciais e, tornando desse

modo, este país desinteressante para os restantes. A Word Economic questionou várias

organizações no sentido de atribuírem 5 ao fator que consideram mais problemático e 1 ao

que consideram menos problemático. Tal como se observa figura 20, o fator com maior peso

nas respostas e portanto destacado em primeiro lugar como sendo o mais problemático é a

instabilidade governamental. Em seguida, consideram a estrutura de fornecimento inadequada

e, com 12,2% das respostas consideram a instabilidade política elevada.

Figura 19- Índices de competitividade global (Fonte: World Economic Forum)

Figura 20- Fatores mais problemáticos para estabelecer relações

comerciais no País (Fonte: World Economic Forum)

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Dados sobre desastres no mundo apontam para uma maior gravidade nos países com

menores níveis de desenvolvimento económico e social. Os danos provocados pelo sismo no

Nepal estão de acordo com essa teoria, provando que o Nepal é um país extremamente

vulnerável.

O conceito de vulnerabilidade é multidimensional e relaciona-se com o risco. Assim,

dependendo do risco específico, várias abordagens adicionam definições diferentes ao

conceito. Em economia, vulnerabilidade é tratada em dois diferentes níveis: micro e macro

(UNU-WIDER, 2010).

Como observado no título do relatório do Banco Mundial de 2011, “Natural Hazards,

UnNatural Disasters”, os desastres são produzidos socialmente e a vulnerabilidade das

sociedades ou comunidades encontra-se estreitamente e inversamente relacionada ao nível de

desenvolvimento económico e social. Na figura 21 encontram-se esquematizados 4 grupos de

países de acordo com o seu grupo de rendimentos e encontra-se presente a relação dos danos

humanos e frequência de desastres com o respetivo país. O Nepal engloba o grupo dos Low-

income, como é possível verificar na tabela 14 em anexo.

500,000

450,000

400,000

350,000

300,000

250,000

200,000

150,000

1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200

Total number of disasters

To

tal

nu

mb

er

of

death

s

Low-income

Lower-Middle-income

Upper-Middle-income

High-income

Figura 21- Gravidade e frequência dos desastres de acordo com o grupo de

rendimentos (1994-2013) (Fonte: World Bank, 2014)

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45

4.2. INFORMAÇÃO REFERENTE AO DESASTRE NATURAL

No dia 25 de abril de 2015, o Nepal foi atingido por um terramoto de magnitude 7.8.

Cerca de duas semanas depois, a 12 de maio, outro terramoto, de magnitude 7.3, atingiu a

região. Na tabela em baixo encontram-se os sismos de magnitude maior que 6.0 que

ocorreram no Nepal entre 25 de abril e 12 de maio.

Magnitude Data Hora Localização Coordenadas geográficas

Profundidade

7.8 25/04/2015 06:11:25 UTC

36km E of Khudi 28.230°N 84.731°E 8.2 km

6.1 25/04/2015 06:15:22 UTC

1km E of Banepa 27.628°N 85.540°E 10.0 km

6.6 25/04/2015 06:45:21 UTC

44km E of Lamjung 28.224°N 84.822°E 10.0 km

6.7 26/04/2015 07:09:10 UTC

21km SSE of Kodari

27.771°N 86.017°E 22.9 km

7.3 12/05/2015 07:05:19 UTC

19km SE of Kodari 27.809°N 86.066°E 15.0 km

6.3 12/05/2015 07:36:54 UTC

33km NNE of Ramechhap

27.625°N 86.162°E 15.0 km

Tabela 10- Lista dos sismos ocorridos no Nepal (Fonte: Adaptado de Earthquake Hazards Program- Usgs)

A cruz vermelha britânica explicou, em outubro de 2014, que o Nepal é a 11a região do

mundo sob risco de terramotos, em especial o vale de Katmandu. A cordilheira dos

Himalaias é resultado do movimento entre placas tectónicas sob a Ásia Central, que

convergem cerca de 4 ou 5 centímetros a cada ano. As escaladas ao Everest e a outros picos

da região costumam ser acompanhadas de tremores, e a região regista grandes terramotos a

cada 70 anos, aproximadamente.

Na figura 22 encontra-se representado a região do Nepal afetada pelos sismos de

magnitude 7.3 e 7.8 que ocorreram no dia 12 de maio e 25 de abril, respetivamente.

Figura 22- Esquema da região afetada (Fonte: http://data.unhcr.org/nepal/)

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Este sismo ainda teve a particularidade de se registar muito próximo da superfície

terrestre, tendo o epicentro sido localizado a poucos quilómetros de profundidade. Ou seja, a

placa tectónica indiana que desliza na zona sul do Tibete, encontra-se "praticamente" em

contacto com a zona habitacional, representando um perigo adicional devido a uma menor

dispersão das ondas sísmicas.

O terramoto de Kathmandu pode ter lançado uma reação em cadeia na falha sísmica

central, numa região de cerca de 600 quilómetros ao sul de Nepal, abrangendo uma grande

falha que tem estado "estranhamente" sossegada há pelo menos 500 anos. [5]

Na figura em baixo encontram-se os sismos que provocaram mais estragos entre o ano

1842 e 2015.

Surya Mohan Adhikari, uma autoridade local no distrito de Gorkha, perto do epicentro do

terramoto, disse à agência AP – “Associated Press” que, nas áreas rurais, "90% das pessoas

foram afetadas por essa calamidade". O sismo foi ainda sentido em regiões da Índia, China,

Tibete e Bangladeche.

Este desastre natural teve como consequência a morte de 8.856 pessoas e 22.309

pessoas ficaram feridas. Na figura 24 encontram-se representadas as regiões onde se registou

maior número de mortos.

Figura 23- Datas de sismos de grande magnitude registados na região

(Fonte: Adaptado de Google Earth)

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Em seguida, apresentam-se os distritos mais afetados e o total de mortos e feridos que

advieram (tabela 11). Destaco o distrito com maior número de feridos, Kathmandu. Este

distrito e capital do Nepal sofreu a perda de 1.233 pessoas e reage perante 7.950 feridos. No

distrito de Sindhupalchowk foram registados 3.557 mortos e 1.569 feridos. Este distrito foi

fortemente atingido pelo desastre natural.

Tabela 11- Distritos em que as pessoas foram afetadas com maior intensidade (Fonte: Autora)

Após analisar o número de mortos e feridos é possível afirmar que os distritos onde as

pessoas foram mais afetadas, são aqueles onde se registaram maiores estragos habitacionais.

Em termos de habitações privadas, ficaram totalmente destruídas 604.930 casas e ficaram

parcialmente destruídas 288.856 casas (figura 25).

0100020003000400050006000700080009000

Bh

akta

pu

r

Dh

adin

g

Do

lakh

a

Go

rkh

a

Kat

hm

and

u

Kav

rep

alan

cho

wk

Lalit

pu

r

Mak

awan

pu

r

Nu

wak

ot

Ras

uw

a

Sin

dh

uli

Sin

dh

up

alch

ow

k

10 17 20 23 35 36 38 41 48 56 66 67

Total Mortos

Total Feridos

Figura 24- Representação gráfica do nº de mortes por distritos (Fonte:

http://drrportal.gov.np/)

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Kathmandu é o distrito que apresenta o valor da soma do número de casas privadas

totalmente destruídas e do número de casas privadas parcialmente destruídas, mais elevado.

São ao todo 98.936 casas afetadas (tabela 12). Em Sindhupalchowk registou-se um total de

66.636 habitações privadas atingidas, sendo o 6º distrito mais afetado.

Tabela 12- Distritos onde as casas foram afetadas com maior intensidade (Fonte: Autora)

Segundo o consulado do Nepal em Portugal, foram afetadas 963 instalações de saúde,

das quais 503 ficaram totalmente destruídas e 460 parcialmente destruídas. No que diz

respeito a estabelecimentos de ensino, o Governo do Nepal contabilizou que 42% de escolas

foram afetadas.

Para além da destruição dos estabelecimentos e habitações, importa fazer referência ao

clima adverso do Nepal. Visto que 80% da precipitação anual do Nepal ocorre na “estação da

monção” (depois do terramoto) a urgência da resposta dos intervenientes humanitários

tornou-se clara, de acordo com o departamento meteorológico da Índia (IMD).

Figura 25- Representação gráfica do nº de casas totalmente destruídas (Fonte: http://drrportal.gov.np/)

0100002000030000400005000060000700008000090000

Bag

lun

g…B

hak

tap

ur…

Bh

ojp

ur…

Ch

itaw

an…

Dh

adin

g…D

han

kuta

…D

ola

kha…

Go

rkh

a…G

ulm

i…Ila

am…

Kas

ki…

Kat

hm

and

u…

Kav

rep

alan

cho

…K

ho

tan

g…La

litp

ur…

Lam

jun

g…M

aho

ttar

i…M

akaw

anp

ur…

Naw

alp

aras

i…N

uw

ako

t…O

khal

dh

un

ga…

Pal

pa…

Pan

chth

ar…

Par

bat

…R

amec

hh

ap…

Ras

uw

a…Sh

ankh

uw

asa…

Shya

nja

…Si

nd

hu

li…Si

nd

hu

pal

cho

…So

lukh

um

bu

…Ta

nah

u…

Casas Privadas TotalmenteDestruídas

Casas Privadas ParcialmenteDestruídas

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O Nepal é propenso a deslizamentos de terra devido ao seu terreno montanhoso e estes

riscos foram agravados pelo terramoto e tremores subsequentes (DAHAL E HASEGAWA

2008). O terramoto destabilizou as encostas, tornando as áreas afetadas mais suscetíveis a

deslizamentos de terra, quando a estação das monções chegou.

4.3 EFEITOS ECONÓMICOS E SOCIAIS PÓS-SISMO

O sismo e deslizamentos de terra associados tiveram um grande impacte socioeconómico

no Nepal uma vez que quase todos os aspetos de vida foram afetados e os meios de

subsistência de 8 milhões de pessoas foram diretamente ameaçados (NPC 2015b). Pôs em

causa a saúde da população, a segurança alimentar, e interrompeu a produção, o emprego,

negócios, comércio e serviços.

Na tabela 13 encontra-se uma estimativa do efeito do terramoto nos 4 setores

socioeconómicos, realizada por uma equipa do PDNA (“Post Disaster Needs Assessment”).

A percentagem dos efeitos estimados revela que o setor mais afetado foi o sector social com

58% dos quais 86% diz respeito a “estabelecimentos e habitações”.

A este setor, segue o setor produtivo com 25%, o setor infraestrutura com 10% e o setor

das questões transversais com 5%.

Tabela 13- Resumo do efeito pós-sismo nos 4 setores (Fonte: Adaptado de PDNA 2015)

Perdas no rendimento

pessoal (NPR milhão)

Danos Perdas Total Privado Público

Setor Social 355,028 53,597 408,625 363,248 45,377 -

Estabelecimentos e habitações 303,632 46,908 350,54 350,54 - -

Saúde 6,422 1,122 7,544 1,394 6,15 -

Educação 28,064 3,254 31,318 2,365 28,953 -

Património Cultural 16,91 2,313 19,223 8,948 10,274 -

Setor Produtivo 58,074 120,046 178,121 158,079 20,043 17,124

Agricultura 16,405 11,962 28,366 25,813 2,553 4,603

Irrigação 383 - 383 - 383

Comércio 9,015 7,938 16,953 16,953 - 2,667

Indústria 8,394 10,877 19,271 19,271 - 3,654

Turismo 18,863 62,379 81,242 75,105 6,137 6,2

Finanças 5,015 26,89 31,905 20,937 10,969 -

Setor Infraestrutura 52,46 14,323 66,783 17,281 49,502

Eletricidade 17,807 3,435 21,242 15,569 5,673 -

Cominucações 3,61 5,085 8,695 1,712 6,983

Infraestrutura comunitária 3,349 - 3,349 - 3,349 -

Transporte 17,188 4,93 22,118 - 22,118

Àgua e Saneamento 10,506 873 11,379 - 11,379 -

Setor das questões transversais 51,872 1,061 52,933 1,755 51,178 -

Governo 18,757 - 18,757 - 18,757 -

Redução do risco de desastre 155 - 155 - 155 -

Ambiente e Floresta 32,96 1,061 34,021 1,755 32,267 -

Total 517,434 189,027 706,461 540,362 166,1 17,124

Total (US$ milhão) $5,174 $1,890 $7,065 $5,404 $1,661 $171

*NRP- Rupia Nepalesa

Efeitos do desastre (NPR

milhão)

Distribuição do efeito

do desastre (NRP

milhão)

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Em seguida apresenta-se a informação mais relevante dos efeitos pós-sismo por setor.

Setor Social

A OIT estima que 150 milhões de dias de trabalho foram perdidos em 31 distritos nas

primeiras semanas após o terramoto e que foram perdidos mais de 31 mil anos de vida o que

afetará a produtividade a longo prazo (este valor foi calculado pela, APVP- “Anos Potenciais

de vidas perdidas”, com base numa estimativa do média de anos que uma pessoa teria vivido

se ela não tivesse morrido prematuramente. Considerou-se a expectativa de vida feminina

como 70, e a expectativa de vida masculina como 67,3, como sugerido pela, OMS, em 2013).

Setor Produtivo

Ainda que a agricultura sustente a maioria da população, o Nepal abriga algumas das

montanhas mais altas do mundo e apostou no turismo nos últimos anos como motor de

crescimento futuro. Por ano, aproximadamente 800 mil turistas chegam ao país,

maioritariamente para o desporto, o que permite ao setor contribuir diretamente com 4% do

PIB e até 8% considerando os efeitos indiretos. A economia conseguiu crescer 5,5% em 2014,

mas após o terramoto, Rajiv Biswas, economista chefe da Ásia-Pacífico, considera difícil que

o Nepal alcance os 5% calculados pelo fundo monetário internacional.

Setor Infraestrutura

Os deslizamentos de terra após o sismo e a época das monções que se seguiu, dificultou o

trabalho das organizações humanitárias, dado que muitas vias ficaram obstruídas o que

tornava complicado guardar os bens de socorro num lugar seguro. Segundo a FICV, em 2014,

os deslizamentos afetaram a rede de comunicação limitando-a às áreas afetadas e,

imediatamente após, as inundações destruíram 2 centrais hidroelétricas reduzindo o

fornecimento de energia eletrica no vale de Kathmandu.

Setor das questões transversais

A aprovação da nova constituição a 20 de Setembro de 2015 provocou uma instabilidade

governamental e colocou o país numa situação de insegurança civil. Isto porque o governo da

Índia ao não concordar com este acordo, bloqueou as fronteiras e impediu o fornecimento do

petróleo. Esta crise complicou o papel dos agentes humanitários. De acordo com a AFP

(“Agence France-Presse”) a 25 de outubro, a China concordou em fornecer ao Nepal 1,3

milhões de litros de combustível em regime de concessão.

O terramoto criou muitos problemas sociais e causou traumas psicológicos. Homens,

mulheres e crianças foram obrigados a viver em tendas, o que colocou as mulheres e crianças

numa posição particularmente vulnerável, uma vez que crescem os relatos de tráfico de

mulheres e crianças.

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5. FASE DE RESPOSTA

5.1. COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL DO SISTEMA HUMANITÁRIO

Os principais avanços na organização da ajuda humanitária provenientes da Resolução

46/182 (ONU, 1991) foram a criação do IASC e a implementação do cargo de Coordenador

de Ajuda Humanitária (ERC). A função do IASC é servir de plataforma de diálogo e

coordenação de tomada de decisão que englobasse, além das agências das Nações Unidas,

organizações não governamentais importantes para o sistema humanitário. O IASC é o único

comité na área que cumpre esta função de diálogo entre o sistema ONU e outras organizações

(IASC, 2011).

O OCHA é órgão ligado diretamente ao Secretário-Geral das Nações Unidas responsável

pela coordenação e liderança de todas as atividades humanitárias desenvolvidas pela ONU e é

o principal responsável pela ativação do Cluster em situações complexas, pela gestão de

informação e de financiamento das operações humanitárias internacionais (OCHA, 2011).

Sob estas ferramentas de coordenação, o sistema de ajuda humanitário da ONU é

composto por 6 organizações chaves que operacionalizam o trabalho em áreas específicas de

ação e também são as lideranças das divisões do sistema Cluster, coordenando as atividades

de ONG´s e outras organizações menores. Estas organizações são:

United Nations High Commissionier for Refugees (UNHCR), responsável pela

administração de pessoas reconhecidas como refugiados por conflitos;

World Food Programe (WFP), responsável pelos programas de assistência

alimentar;

Food and Agriculture Organization (FAO), que é a organização responsável

pelo desenvolvimento e garantia da segurança alimentar;

World Health Organization (WHO), que administra as ações na área de saúde

(tanto em prevenção quanto na área clínica/cirúrgica),

United Nations Development Program (UNDP), responsável pelos programas de

desenvolvimento e recuperação pós-desastre;

United Nations Children’s Fund (UNICEF), que atua com projetos para

proteção da infância.

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Além das agências das Nações Unidas, outras organizações realizam papel importante no

sistema humanitário internacional, tal como a FICV que congrega as Sociedades Nacionais e

atua em situações de desastres, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) e a ONG

Assistência Médica Internacional (AMI).

Nos últimos 15 anos, a criação e legitimação de ferramentas de coordenação na área de

logística humanitária melhorou significativamente a capacidade das organizações de

trabalharem alinhadas na resposta humanitária, principalmente após 2005 com a reforma

humanitária realizada no sistema das Nações Unidas e com a significativa importância do

papel do IASC. As principais ferramentas criadas e, que serão referidas mais à frente, são:

Sistema Cluster

“United Nations Humanitarian Response Depots” (UNHRD)

Na figura 26, apresentam-se as organizações que prestaram apoio nos mais diversos

domínios ao Nepal a 30 de setembro.

Figura 26- Organizações envolvidas na assistência humanitária no Nepal (Fonte: USAID, 30 de Setembro)

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5.2. CASO WFP

5.2.1. SISTEMA CLUSTER

O objectivo da coordenação pelo sistema Cluster é “combater” as falhas e aumentar a

eficácia da ação humanitária através da construção de parcerias. Esta abordagem garante que

as respostas internacionais às emergências humanitárias são previsíveis e o responsável pelo

cluster (o líder), consegue claramente dividir o papel de cada interveniente dentro da sua área

de intervenção. Desta forma a comunidade internacional humanitária está mais organizada e

atua de forma mais responsável e profissional. Maximiza ainda, a utilização dos recursos

disponíveis, evitando a duplicação de esforços e permite um fluxo ininterrupto de material de

emergência.

Este sistema é constituído por 11 áreas que são coordenadas pela IASC e pela OCHA

(figura 27).

O Cluster Logística é um mecanismo de coordenação responsável pela gestão da

informação, e, se necessário, presta serviços de logística para garantir uma resposta eficaz e

eficiente em missões de emergência humanitárias. Devido à sua experiência na área de

logística humanitária, o WFP foi escolhido pelo IASC para ser a agência líder deste Cluster.

Figura 27- Coordenação dos Clusters das Nações Unidas (Fonte:Autora)

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54

O Cluster Logística foi formalmente ativado no Nepal no dia 27 de abril. Desde o

início da operação, este Cluster estabeleceu uma coordenação regular com o MAI para evitar

erros logísticos, e um representante foi disponibilizado em Kathmandu, para aconselhar a

comunidade humanitária sobre os procedimentos aduaneiros. O Cluster Logística

disponibiliza regularmente mapas de estradas de acesso/zonas de aterragem de helicópteros

para auxiliar as operações aéreas, e distritais e mapas de trilhas de trekking para facilitar as

operações de reparos. As células foram estabelecidas em Kathmandu, Deurali, Chautara,

Charikot e Dhadingbesi. Toda a informação é disseminada numa base diária, tanto através da

lista de organizações no terreno como através do site da Logística Cluster, facilitando a

partilha atualizada de informação.

No que se refere aos meios de transporte escolhidos, o WFP optou pelo transporte

rodoviário, transporte aéreo e pelo transporte de acesso remoto (tração animal- normalmente

utilizado o laque).

No que diz respeito ao transporte via terrestre (rodoviário), estima-se que foram expedidos

mais de 8 mil camiões e tratores de Kathmandu, Deurali, Chautara, Charikot e Dhadingbesi

para os seis distritos mais afetados: Gorkha, Dhading, Rasuwa, Nuwakot, Sindhupalchok e

Dolakha. Contudo, tal como se pode observar nas figuras 28 e 29, muitas vias ficaram

obstruídas, o que impediu a chegada de bens a essas zonas. Assim, o modo de transporte

aéreo e de acesso remoto foram fulcrais no atendimento à população afetada.

Figura 28- Densidade rodoviária (Fonte: Adaptado de World Food Programme)

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55

O Cluster Logística coordena as solicitações de movimentação de carga a ser transportada

por UNHAS. Este organismo possui um helicóptero AS350 para missões de avaliação e

evacuações (máximo 4 passageiros) e três helicópteros Mi8 (capacidade de carga de 2-2,5 mt)

para o transporte de carga. Entre 29 de abril e 12 de outubro, UNHAS realizou um total de

4.156 deslocações para 173 locais diferentes, 3.183 passageiros foram transferidos e 2,225mt

de carga foram transportados em nome de 116 organizações.

No âmbito da operação de acesso remoto, o objetivo do Cluster Logística não é apenas

fornecer abastecimentos essenciais para os locais inacessíveis e de alta altitude no Nepal, mas

também para reabilitar as principais trilhas de forma a reabrir rapidamente o acesso ao

mercado. Os distritos alvo abastecidos por esta operação são Gorkha, Dhading, Rasuwa,

Sindhupalchok e Dolakha. Estima-se que 77.747 pessoas foram aliviadas, 783 quilómetros

(189 trilhas) foram reabilitados e reabertos, 75 km (13 pistas) estão atualmente em

reabilitação, 789mt de carga foram entregues, das quais 394mt eram itens alimentares e

394mt itens não alimentares.

Figura 29- Acessos rodoviários (Fonte: Adaptado de World Food Programme)

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5.2.2. “UNITED NATIONS HUMANITARIAN RESPONSE DEPOTS” (UNHRD)

O UNHRD é o conjunto de depósitos regionais que servem a comunidade humanitária

como hubs para resposta rápida em situações de emergência e iniciou o seu funcionamento

em 2000 a partir de uma iniciativa unilateral do WFP, o qual criou o primeiro depósito em

Brindisi na Itália e, posteriormente, replicou o modelo para a Cidade do Panamá (Panamá),

Accra (Gana), Dubai (Emirados Árabes) e Subang (Malásia), todos localizados próximos de

aeroportos ou portos e mantém uma área funcional de no mínimo 10 mil m² por hub

(UNHRD, 2012a).

Na figura 30 encontram-se mapeados os seis hubs da UNHRD.

Atualmente o sistema de depósitos é utilizado por 50 organizações entre órgãos da ONU,

a IFRC e outras ONGs e tem capacidade de disponibilizar materiais para um desastre em

qualquer parte do mundo em uma janela de 48 horas, com atuação global do depósito de

Brindisi e regional para as outras localizações, o que permite a regionalização da capacidade

de prontidão e diminui o lead time da resposta. Os depósitos servem como prestadores de

serviço para que as organizações possam manter bens e equipamentos disponíveis em uma

situação de desastre e para a utilização dos depósitos, o WFP desenvolveu um conjunto de

normas que devem ser seguidas pelas organizações chamado Standard Operating Procedures

(SOP) que definem os tipos de itens que as entidades podem manter nos hubs, quais são os

custos e serviços disponibilizados pelo UNHRD e quais são as exigências técnicas para

movimentação de material e armazenagem. Com isto, ao criar um serviço atrativo para as

organizações e definir regras para sua utilização, o WFP consegue determinar os padrões de

administração de material adequados para a eficiência do sistema humanitário levando as

organizações a se alinharem na qualidade dos procedimentos tomados na logística

humanitária.

Figura 30- Armazéns de resposta humanitária no Mundo (Fonte: http://www.unhrd.org/)

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De forma a prestar auxílio ao povo Nepalese, foram transportados bens de emergência do

armazém de Dubai, Kuala Lumpur e Panama City por via área. No caso do transporte de

Kuala Lumpur para Kathmandu foi também utilizado o meio marítimo.

Relativamente ao armazenamento local, a 15 de outubro, a capacidade total oferecida no

país para a comunidade humanitária ascendeu os 9.640 m2 em Kathmandu, Deurali (Ghorka),

Chautara (Sindhulpachok), Bharatpur (Chitwan), Dhulikhel (Kavrepalanchok), bidur

(Nuwakot), Dunche (Rasuwa), Charikot (Dolkha) e Dhadingbesi (Dhading District). Isto

perfez um total de 1,200 mt de carga que é armazenada nos 9 armazéns (figura 31).

Como parte do Plano de Resposta Logística redigido em 2013, o WFP, estabeleceu

uma área de preparo Humanitária (HSA) no aeroporto internacional de Kathmandu (aeroporto

Tribhuvan), como um plano de contingência em caso de um desastre natural. Isso evita o

congestionamento nos principais pontos de entrada das zonas afetadas e facilita o fluxo de

mercadorias salva-vidas durante as operações de socorro de grande escala. Em Bharatpur foi

criado também um HSA para lidar com as cargas provenientes da Índia, bem como

proporcionar uma capacidade adicional de armazenamento para a operação.

Em Kathmandu estão operacionais, 8 Unidades Móveis de Arrumação (MSU), com

uma capacidade total de armazenamento de 2.640 m2. Foi criada uma instalação de

armazenamento (4MSUs) em Dhulikhel (Kavre) de forma a aumentar a capacidade da HSA e

oferecer um armazenamento de longo prazo para embarques aéreos internacionais. A

capacidade total de armazenamento é de 1.280 m2. Em nome da comunidade humanitária, a

“Handicap International” gere o hub.

O governo do Nepal forneceu 12 MSUs a fim de ajudar as operações logísticas.

Em suma, o Cluster Logística operacionalizou até 15 de outubro, um total de 64.899

m3 (28.52 mt) de carga em nome de 151 organizações diferentes.

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O WFP para além de ser líder do Cluster Logística, desempenha funções no domínio de

vários clusters através da criação de parcerias. Trabalha com os principais parceiros

governamentais, agências da ONU, ONGs e outras partes interessadas para a realização eficaz

dos programas. Esta ONG estabelece pareceria com o Ministério de Assuntos Federais e

Desenvolvimento Local, KOICA e Good Neighbours Internacional de forma a apoiar as

comunidades, oferecendo oportunidades de emprego que visem a geração de ativos

sustentáveis. A parceira do WFP com o Departamento de Educação, a UNICEF, o Nepal

Sociedade da Cruz Vermelha (NRCS) e uma ONG local, visa melhorar a qualidade e o acesso

à educação nas escolas primárias. Estabele ainda contacto com o departamento de serviços de

saúde e com ONGs locais para implementar programas de nutrição.

O WFP, UNHCR, IOM, ECHO e USAID estão a trabalhar em conjunto para apoiar a

operação de refugiados, sob a orientação geral do MAI. O WFP também trabalha com o

Ministério na identificação e registo de inundação e deslizamento de terra.

Figura 31- Localização dos armazéns (Fonte:WFP Logistic Cluster)

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5.2. CASO AMI

“ No início ninguém sabe nada ou sabe-se muito pouco. Estamos a falar de todos os

atores que atuaram na fase imediata de emergência. Andamos todos a recolher informações/

dados.”

Ivo Saruga, AMI

Com base na entrevista realizada a Ivo Saruga, diretor adjunto do departamento

internacional da AMI, foi elaborado o seguinte diagrama (figura 32) que representa as 3 fases

de intervenção desta ONG após o sismo.

Na fase da preparação foram angariados bens financeiros através do apelo realizado

em campanhas e peditórios nacionais e foram estabelecidos contactos com diversas

organizações. Os dados recolhidos alimentaram a informação contida nas campanhas de

sensibilização.

Na fase de avaliação, um grupo de voluntários da AMI deslocou-se ao local em missão

exploratória. A partir da análise das relações estabelecidas, pode-se verificar que a estratégia

desta ONG em não transportar bens materiais é justificada pelos custos de transporte e pelo

facto de os bens não serem adequados à cultura Nepalesa. Esta opção origina um

fortalecimento da economia local.

A fase de resposta foi maioritariamente dirigida pelo parceiro da AMI na Índia,

“Friend´s Society in Social Services”. Este parceiro com as informações da equipa

exploratória, deslocou-se ao local e distribuiu bens (alimentares e não alimentares). Este

parceiro foi selecionado por questões de proximidade à zona de atuação (Baragaon,

Sindhupalchock). Segundo Ivo Saruga, “Foi uma intervenção circunscrita a essa região. Era

uma zona de acessibilidade bastante complicada mas que ainda era possível por via terrestre

e foi feito assim.”

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Figura 32- As 3 Fases de intervenção da AMI no Nepal (Fonte: Autora)

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5.3. CASO FICV

“A supply chain route works around the types of transport mode used and also the most

feasible points of entry into the country”

Siokkun Jang, FICV

A FICV é a maior organização humanitária do mundo com 189 sociedades-membro.

Realizam operações de socorro para ajudar vítimas de catástrofes em todo o mundo, e

contribuem para reforçar as capacidades dos estados nacionais. O Programa da Cruz

Vermelha e do Crescente Vermelho consegue acompanhar aproximadamente 158 milhões de

pessoas vulneráveis por ano. Este número mostra a extensão do alcance desta organização e a

escala das suas operações.

A intervenção da Cruz Vermelha rege-se por 7 princípios fundamentais: humanidade

(prevenir e aliviar o sofrimento humano em todas as circunstâncias); imparcialidade (o

movimento não discrimina); neutralidade; voluntariado; unidade (estende a ação humanitária

à totalidade do seu território); universalidade e independência. Estes princípios resumem a

ética do Movimento, constituindo a essência do seu enfoque para ajudar as pessoas afetadas

por conflitos armados, desastres naturais e outras situações de emergência.

De acordo com a entrevista realizada a Siokkun Jang, diretora da zona logística da Ásia-

Pacífico da FICV, a NRCS esteve fortemente empenhada na coordenação e prestação de

serviços de resposta em todas as áreas afetadas, realizou também uma rápida avaliação inicial

na coordenação. Até ao dia 15 de outubro já tinham sido mobilizados para o campo mais de

2.200 voluntários.

Após o sismo, a Cruz Vermelha do Nepal (NRCS) realizou um comité de resposta de

emergência (ERC) com o intuito de analisar a situação e delinear o plano de ação. A NRCS

NHQ ativou o centro de operação de emergência (EOC). Os EOC em alguns distritos afetados

no vale de Kathmandu foram também activados (figura 33).

A FICV trabalhou estreitamente de forma a coordenar e apoiar a NRCS em todas as

operações. Ativou todas as suas ferramentas de resposta globais e desdobrou as operações de

emergência: Equipa de avaliação de campo e coordenação (FACT); Equipa de resposta a

catástrofes regionais (RDRT) e Unidades de resposta de emergência (ERU). A FICV também

ativou ainda o sistema de logística em Kuala Lumpur e Dubai de forma a estar apta a

mobilizar materiais de ajuda adicional para a resposta.

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Geograficamente, a NRCS tem seu próprio armazém em Kathmandu com algum stock de

prevenção pré-posicionado. O stock disponível no dia 15 de Outubro conseguia abastecer

cerca de 20 mil famílias.

Em termos globais e uma vez que a FICV não tem capacidade para socorrer as 150

milhões de pessoas a cada ano através dos seus 189 membros, subcontratou os serviços

logísticos da GLS (“Global Logistic Service”). Desta forma, aumentou a sua capacidade de

armazenamento e assegurou os serviços de preparação e todas as tarefas operacionais. Desde

2007 a GLS através da sua rede global, garante stock suficiente atender às necessidades

imediatas de 450 mil pessoas a qualquer momento, dentro do prazo de 24 a 48 horas. Por mês,

a GLS suporta 60 operações humanitárias em todo o mundo.

No caso específico do Nepal, a FICV tem um “hub armazém” em Kuala Lumpur e no

Dubai que apoiam as regiões em toda a Ásia Pacífico (figura 34).

Figura 33- Intervenção da NCRS depois do sismo (Fonte: Autora)

Figura 34- Serviços logísticos globais (Fonte: IFRC Global Logistics Sevice)

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Nesta operação, durante a fase de ajuda de emergência, a NRCS distribuiu um valor

estimado de 2 mil toneladas / 6200 m3 de bens de socorro (itens não alimentares), que

consiste em toldes, cobertores, kits para abrigos temporários, mosquiteiro, conjunto de

cozinha, kit de higiene, etc.

As ERU´s foram criadas pela FICV em 1994 e são constituídas por equipas de

especialistas e técnicos formados. Estas equipas encontram-se aptas para serem deslocadas

num curto espaço de tempo para as regiões afetadas. Dentro das unidades de resposta à

emergência criadas por esta federação, será feito especial destaque à ERU Logística (figura

35).

A função da ERU Logística é gerir efetivamente a chegada de grandes quantidades de

bens de socorro. Após os bens/materiais serem rececionados, cabe a esta unidade armazenar

nos locais disponíveis para o efeito e posteriormente encaminhar para os pontos de

distribuição. Além deste processo, esta unidade é ainda responsável pela elaboração de

relatórios sobre estes itens de forma para facilitar uma melhor perceção da FICV sobre o

desenvolvimento da ajuda humanitária. Os itens devem ser criteriosamente descritos e

quantificados assim como todas as transações efetuadas de forma a que os custos sejam

facilmente apurados.

Após o sismo que ocorreu no Nepal, a Cruz Vermelha disponibilizou 8 mil voluntários

para auxiliarem a zona. Com as doações que angariou foi possível a distribuição de 28 mil kits

de socorro em que cada kit continha 2 toldos, 2 cobertores, 1 conjunto de cozinha, 1 conjunto

de ferramentas de abrigo). Estes kits foram distribuídos por 139 mil pessoas. No que se refere

unicamente aos toldos, 111 mil foram distribuídos para 555 mil pessoas de forma a que as

vítimas se pudessem abrigar temporariamente e proteger-se das chuvas intensas.

Para além da distribuição de todos estes bens, os voluntários garantiram serviços de saúde,

cuidados médicos e suporte psicossocial a cerca de 75 mil pessoas. No que diz respeito à

higienização cerca de 866 itens constituídos por pasta dentífrica, sabonete e 1 kit de higiene

foram distribuídos a 620 mil pessoas.

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Tal como é possível verificar na figura 36, o NRCS NQR assume a liderança na

coordenação das operações logísticas do Nepal, apoiado pela ERU Logística (FICV).

Figura 35- Desdobramento da FICV em ERU´S (Fonte: Autora)

Figura 36- Relação logística entre o NRCS e a FICV (Fonte: Autora)

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6. FASE DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE

6.1. ETAPA DE TRANSIÇÃO

"Preliminary assessment findings indicate that shelter is the primary overall

humanitarian need."

United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (UNOCHA)

O abrigo é uma necessidade humana básica. A privação de abrigo para além de

implicar falta de segurança e riscos para a saúde das populações, gera um grande impacte a

nível psicológico e traumas pós-desastre. Torna-se extremamente importante as organizações

apoiarem a reconstrução das regiões afetadas uma vez que, para além de zelarem pelo bem-

estar das vítimas, faz com que enriqueça o seu estado psicológico e acelere o processo de

recuperação emocional, no momento em que o sofrimento das vítimas devido a recentes

perdas é incalculável (SHKRADA RESK, 2012).

Após uma catástrofe as pessoas cujas casas foram parcial/totalmente destruídas, ou

que foram obrigadas a deslocarem-se para outra localidade, procuram ver essa necessidade

elementar atendida.

Em muitos casos, as vítimas procuram, com os meios que possuem, recuperar a sua

casa. Na impossibilidade, improvisam abrigos temporários (com materiais recuperados da

mesma). No caso de a sua casa ter sido totalmente destruída, optam por tendas, lonas de

plástico ou outros itens humanitários fornecidos pelas equipas de socorro.

Nos locais onde a resposta de emergência planeada para a assistência pós-desastre é o

fornecimento de abrigo temporário coletivo, as famílias afetadas vão procurar iniciar a

restauração e/ou reconstrução das suas casas, assim que for seguro e possível fazê-lo

(BRILLEMBOURG, KLUMPNER e COULOMBEL, 2011). Torna-se portanto necessário,

uma resposta rápida, mediante a aplicação sustentada de materiais e tecnologias, com vista à

garantia de um habitat digno num período de tempo determinado. Este habitat deverá ir ao

encontro das necessidades básicas humanas (alimentação, descanso, higiene, comunicação),

em processos de auto suficiência e autogestão.

Ao longo desta secção, pretende-se dar a conhecer soluções eficazes para um abrigo

humanitário, que possam conjugar as seguintes premissas: baixo custo, sustentável,

provisório, unifamiliar, de fácil transporte e de simples montagem.

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Nesta secção será dado destaque a abrigos temporários presentes no distrito de

Lalitpur, Sindhupalchock e Kathmandu.

6.1.1. CAMPO BHATTEDADHA, LALITPUR – ORGANIZAÇÃO “CHANGE

FUSION NEPAL”

A “Change Fusion Nepal” é uma organização não-governamental fundada em

setembro de 2008 que defende o empreendedorismo social de forma a procurar criativamente

oportunidades para aspirar mudanças no mercado. A sua intervenção rege-se pelo apoio de

voluntários locais.

“Change Fusion Nepal” identifica os 4 pontos essenciais que devem estar sempre

presentes nos empreendimentos sociais:

1. Intenção: o motivo da criação; se é lucrativo ou bem-estar social;

2. Impacte: a magnitude do efeito positivo e contribuição do empreendimento para a

sociedade, meio ambiente e comunidades;

3. Inovação: a capacidade dos empreendedores sociais de adotar novas ideias;

4. Rendimento: a perspetiva do risco de negócio de escala e a avaliação das suas fontes

de geração de renda sustentáveis.

Após a aprovação de um novo projeto, esta organização fornece assistência em 4

áreas-chave: Conhecimento (desenvolver, adaptar e difundir conhecimentos e ferramentas

necessárias para o projeto); Rede (apoia o contacto com investidores e mentores

interessados); Orientação (ajuda o programa e o plano a seguir o caminho mais viável) e,

Financiamento (encontra doadores ou investidores para fornecer subsídios iniciais).

A “iniciativa Dharti” foi liderada por esta ONG e consistia na construção de abrigos

temporários em Bhattedanda, Lalitpur. Assim, esta organização em parceria com a

organização “Portal Bikes” formou seis voluntários sobre o plano para construir casas na

comunidade. Todas as etapas de construção de um abrigo foram trabalhadas de forma a que os

voluntários que receberam a formação fossem capazes de conduzir o projeto e ensinar novos

voluntários.

A fundadora desta missão, Luna Shrestha Thakur, mostrou a sua alegria no jornal

“The Kathmandu Post” afirmando que o senso de comunidade e união mostrada durante o

trabalho foi louvável.

“They were really keen on helping one another. Even after one of their houses was

built, they would come help the others. The community was really together,”

“The Kathmandu Post”, 28/05/2015

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A primeira fase seguida pela ONG “Change Fusion Nepal” foi analisar os danos

causados pelo sismo no município de Bhattedadha, distrito de Lalitpur. Considerou-se um

total de 475 pessoas, 104 chefes de família, 5 crianças abaixo de um ano de idade, 42 crianças

com idades compreendidas entre o 1 e os 5 anos, 27 idosos e apenas 2 enfermeiras. Este

município estava dividido em 6 pequenas áreas e 100 dos chefes de família dedicava-se à

agricultura, enquanto que, os restantes 4 comercializavam chá. De acordo com os dados

recolhidos das 104 famílias, 84 foram afetadas pelo terramoto (80,77% do agregado familiar).

No que diz respeito a propriedades privadas e terrenos, 5 famílias não têm terra nem casa, 5

famílias têm casas e as restantes 95 famílias não têm casas mas têm um terreno em seu nome.

Esta primeira fase torna-se fulcral para estabelecer o plano de ação no qual se

encontram mensurados o total de fundos necessários a recolher para cumprir o projeto. É

essencial também para contabilizar o número de mão-de-obra disponível de acordo com os

critérios e perfil do voluntário previamente estabelecido.

Após conhecidos e construídos os abrigos necessários, a instalação de painéis solares,

a restauração da escola para as crianças, o projeto de desenvolvimento da agricultura e

fornecimento de água potável são outras prioridades desta ONG.

A construção de um abrigo temporário tem o custo de 11 mil rupias nepalesas

(aproximadamente 100 euros). Os materiais (“shelter kit”) necessários para a construção

deste abrigo são: 8 hastes de ancoragem, 4 tubos em arco, 9 peças de coberturas metálicas e 8

fios de metal (figura 37). Para além destes materiais, o comprador deverá ter 1 martelo, 1

cortador de estanho, 1 alicate, 1a fita métrica e um 1 tubo fino. Todas as etapas de construção

podem ser consultadas na página oficial da organização.

Figura 37- Estrutura do abrigo construído no campo Bhattedadha

(Fonte: Portal Bikes)

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É importante reforçar que estes abrigos são estruturas de transição e não pretendem ser

uma solução de habitação permanente.

Em seguida, apresenta-se um exemplo de um dos abrigos temporários construídos no

campo Bhattedadha (abrigo nº 38 em 100). Neste abrigo habita uma família de 5 elementos

(figura 38). Esta família encontra-se muito agradecida à ONG “Change Fusion Nepal” e

segundo o chefe de Família, Raj Kumar Tamang:

“We would be living in open fields or would have probable died had we not had these shelter.

I had previously heard about solar but never used. Thank you for giving me a chance to use

it.”

6.1.2 CAMPO DE APOIO À VÍTIMA EM SINDHUPALCHOCK – ORGANIZAÇÃO

“UNICEF”

Ao iniciar a realização da presente dissertação, suscitou-me curiosidade em ver de

perto estes campos de apoio aos desalojados e, tive a oportunidade de ser acompanhada pela

equipa “UNICEF” ao campo Sindhupalchock. Segundo dados fornecidos pela equipa local no

dia 25 de setembro, estavam presentes cerca de 480 pessoas (ao todo 110 famílias). Das

famílias presentes 82 eram crianças com idades inferiores a 10 anos e havia cerca de 170

crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos.

Figura 38- Abrigo número 38 (Fonte: Portal Bikes)

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Neste abrigo temporário não existem condições que satisfaçam as necessidades

humanas mais básicas isto porque dentro do mesmo espaço, dividido por panos, vivem muitas

famílias. Tratou-se de um improviso por parte da equipa de voluntários uma vez que era

antigamente uma capoeira (figura 39,40 e 41).

Figura 39- Abrigo temporário (Fonte: Autora)

Figura 40- Campo de Refugiados em Sindhupalchok (Fonte: Autora)

Figura 41- Condições da habitação (Fonte: Autora)

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6.1.4 EXEMPLO DE UM ABRIGO TEMPORÁRIO – MISSÃO “OBRIGADO

PORTUGAL. NÓS TAMBÉM SOMOS NEPAL”

A missão “Obrigado Portugal. Nós também somos Nepal” foi fundada por Pedro

Queirós e Lourenço Santos e conta com a colaboração de voluntários de todo o mundo (um

total de 62 voluntários entre o período de 26 de abril a 1 de outubro de 2015).

O “projeto Saudade” ambiciona alojar a população da vila de Bistagoun, junto à

cidade de Chapagoun, em pleno vale de Katmandu. Nesta vila encontram-se 350 pessoas que

foram “obrigadas” a deslocarem-se. Ao todo já foram construídas 10 casas e 12 encontram-se

em processo de acabamento (figura 42).

Esta iniciativa foi fortemente divulgada pela comunicação social portuguesa e cresceu

com o apoio da rede social Facebook. Segundo Pedro Queirós, a missão conseguiu angariar

cerca de 118 mil euros.

De acordo com a entrevista a José Batalha, voluntário português nesta missão e na

ONG “Nepal Healthcare Equipment Development Foundation” (NHEDF), a construção deste

abrigo pode ser dividido em tarefas sequenciais (criar fundações; trabalhar o bamboo; formar

os 4 pilares base; colocar a estrutura do telhado e o pavimento; revestir as paredes) e o custo

total é cerca de 580 euros (tabela 14). Os custos logísticos de transporte representam 7%.

Tabela 14- Preço de construção de um abrigo temporário (Fonte: José Batalha)

Item Quantity Price Total Amount Unit Item Quantity Price Total Amount Unit

Bamboo Structure 35 रु240,00 रु8 400,00 Unid Cutting Wheel 4" 5 रु25,00 रु125,00 unid

Bamboo Walls 40 रु240,00 रु9 600,00 Unid JK Drill Bit 10mm 1 रु350,00 रु350,00 unid

Bricks 800 0 0 Unid Jigsaw Blade 1 रु200,00 रु200,00 unid

Cement 12 रु730,00 रु8 760,00 Bags Gasoline 1 रु1 090,00 रु1 090,00

Gravel 0,33 रु5 500,00 रु1 815,00 Truck Huxa Blade 2 रु20,00 रु40,00 unid

Sand 0,67 रु6 500,00 रु4 355,00 Truck TOTAL MACHINE ACCESSORIES रु1 805,00

Metal Bars (Concrete Pilars) 37 रु79,00 रु2 923,00 Kg

Metal Bars 7mm 28,25 रु81,00 रु2 288,25 Kg

Corrogated Sheets 18 रु787,50 रु14 175,00 Unid Item Quantity Price Total Amount Unit

Metal Wire(GI) 2,5 रु120,00 रु300,00 Kg Loading Bamboo 1 रु400,00 रु400,00

Metal Wire (Thin) 0,5 रु110,00 रु55,00 Roll Transport Bamboo 1 रु2 800,00 रु2 800,00

Nuts 250 रु4,00 रु1 000,00 Unid Loading Cement 1 रु100,00 रु100,00

Washers 250 रु4,00 रु1 000,00 Unid Transport Corrogated Sheet 1 रु700,00 रु700,00

Full Threaded Rod 20 रु230,00 रु4 600,00 Kg TOTALTRANSPORT रु4 000,00

Screw 80 रु6,00 रु480,00 Unid

Rope 0,5 रु200,00 रु100,00 Roll TOTAL AVERAGE PER HOUSE WITHOUT WALLS रु56 056,25 497,00 €

TOTAL WITHOUT WALLS रु50 251,25

TOTAL WITH WALLS रु59 851,25 TOTAL AVERAGE PER HOUSE WITH WALLS रु65 656,25 581,50 €

MACHINE ACCESSORIES

LOADING & TRANSPORT

BULDING MATERIALS

Figura 42- Representação esquemática de uma habitação (Fonte: José Batalha)

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6.2. ETAPA DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Após o desastre e a contagem de vítimas do terramoto no Nepal, torna-se inevitável a

contagem de danos e de iniciar os planos de reconstrução da economia local. Contudo tal

como foi referido ao longo da dissertação, esta tarefa é praticamente impossível para um

Governo que trabalha com escassos recursos e que se encontra imerso num cenário

politicamente fraturado.

A construção de novas habitações envolve um grande esforço, requer elevados

investimentos e exige a participação das autoridades locais. Muitas organizações humanitárias

não colaboram com projectos de reconstrução, uma vez que todo o processo intrínseco é

complexo, caro, multidisciplinar, envolve uma área altamente técnica, e podem existir

obstáculos logísticos, legais ou políticos significativos..

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7. CONCLUSÕES

Uma vez que a garantia do bem estar físico e social ambicionado por todos os seres

humanos pode ser ameaçada por catástrofes naturais, com graves consequências e elevado

impacte, perante a ocorrência de tais situações, a atuação das ONG assume particular

importância. Assim, este estudo procura compreender melhor a cadeia de abastecimento

humanitária e o ciclo de operações logísticas para uma conduta eficaz e os mecanismos que

estas organizações utilizam para comunicar entre si.

O estudo realizado sobre o desastre que ocorreu no Nepal permitiu concluir que o

processo logístico de ajuda humanitária atual apresenta problemas semelhantes às operações

de socorro a vítimas de outros desastres.

Os mais frequentes são: dificuldade de avaliação da extensão do desastre e

necessidades iniciais, nível de atendimento à procura das vítimas, preparação e expedição de

socorro e triagem do material recebido. Para além destes problemas de carácter interno, foi

destacado ao longo desta dissertação, a influência de fatores externos, tal como o clima e a

instabilidade política, e a sua implicação no desempenho das operações logísticas. A incerteza

e imprevisibilidade que caracteriza uma cadeia de abastecimento humanitária obrigam a que

as organizações sejam flexíveis e tenham a capacidade de se adaptar rapidamente às

mudanças.

Se não existir um planeamento adequado dos processos logístico em situações de

emergência, os reflexos estão diretamente relacionados com perdas e desperdícios de tempo,

recursos logísticos de armazenagem e transportes, e sobrecarga do fluxo da cadeia de

abastecimento humanitária.

Desta forma, a criação de uma cultura efetiva e a formalização de processos de

atuação torna-se de significativa importância dentro do contexto humanitário, a fim de

difundir conceitos que, em todas as instâncias, possam ser adotados, incentivando as melhores

práticas já efetivadas em operações de resposta a desastres deste tipo.

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ANEXOS

ANEXO 1- QUESTIONÁRIO CONEXÃO VOLUNTÁRIOS EM CAMPO

METODOLOGIA DE PESQUISA: Inquérito por questionário

NOME: Filipe Costa de Almeida

ORGANIZAÇÃO: Conexão Voluntários em Campo

FUNÇÃO NA ORGANIZAÇÃO: Membro do Comitê - Representando os Jovens

DATA: 31/08/2015

PLANEAMENTO:

1) Foi elaborado algum plano de reconstrução da região afetada? Se sim, é

possível conhecer os objetivos presentes no plano?

Realizamos uma primeira ação de envio de alguns voluntários para estudarem as

maiores necessidades e levarem os materiais na área de saúde e alimentação de mais

urgência.

É possível indicar-me o número de voluntários que se deslocaram?

A primeira equipa foi com apenas três voluntários;

Por quanto tempo os voluntários estiveram no local e em que data?

Por cerca de duas semanas;

Que tipo de material foi transportado e em que quantidade?

Conexão Voluntários em Campo enviou doações (20 barracas familiares e 32 Kg

de medicamentos e materiais de primeiros socorros) em (07/05) para o Nepal

Como é que os voluntários estudaram as necessidades do povo do Nepal? Qual

foram os critérios de avaliação utilizados?

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O envio destes voluntários foi para estabelecer mais contactos e entender mais a

necessidade, mas de qualquer forma tínhamos parcerias já presentes no Nepal que

nos enviaram informações;

Existem anotações deles? É possível enviar-me por email?

Não temos anotações registadas para enviar, temos vídeos em nossa página no

facebook.

Quantos mais grupos de voluntários se deslocaram a Katmandu até à presente

data?

Ainda não enviamos um outro grupo, mas sim mais um voluntário para entender

mais a situação;

Tencionam enviar mais voluntários?

Sim, futuramente queremos enviar mais voluntários.

2) Realizou-se algum levantamento dos recursos necessários para cumprir o

plano de forma a atender as necessidades da população local?

Sim, realizamos. A nossa divulgação foi através das redes sociais e desta maneira

levamos uma ajuda considerável para comunidades específicas.

INTEGRAÇÃO INTERNA:

3) Como foi a participação das organizações não-governamentais (ONG´s) na

fase de recuperação?

O trabalho em parceria com algumas instituições foi de extrema relevância para que

nossas ações fossem eficazes, com o envio de voluntários que estudaram os locais e as

possíveis ações e agiram de modo pontual com aquilo que precisava ser realizado de

imediato.

4) Existiu colaboração entre as várias organizações intervenientes nessa

fase?

Existiu a cooperação de algumas instituições.

Quais foram as organizações envolvidas?

É possível indicar-me alguns contactos?

Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira

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5) Como foi a participação de fornecedores?

Foram através de depósitos bancários especificamente para esta ação, sem ser

empresas parceiras, mas sim entrega de donativos e auxílio de modo individual.

Quando me referia à participação de fornecedores, gostaria de saber se foram

comprados bens materiais no Nepal e, se os fornecedores locais

(retalhistas/grossistas) deram algum tipo de ajuda/desconto?

A maioria foi de doação de recursos financeiros que recebemos, mas não conseguimos

um desconto diretamente por esse motivo;

AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE DESEMPENHO:

6) Caso as organizações tenham sido ineficientes, os papéis e

responsabilidades foram revistos? Se sim, que alterações foram

realizadas?

O trabalho realizado com as instituições parceiras foi muito bom, cada uma assumiu

muito bem suas responsabilidades.

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ANEXO 2- ENTREVISTA AMI

METODOLOGIA DE PESQUISA: Inquérito por entrevista

NOME: Ivo Saruga

ORGANIZAÇÃO: AMI- “Assistência Médica Internacional”

FUNÇÃO: Director Adjunto do Departamento Internacional

DATA: 16/10/2015

APOIOS EXTERNOS

De forma foram realizadas as doações? Bens monetários ou bens físicos?

Quantidades?

Quais foram os pontos de recolha?

Como foi realizado o peditório realizado (utilizada as redes sociais, alertas

televisivos, jornais?)

“A AMI abriu uma campanha e o peditório nacional foi direcionado para essa

resposta. A coleta foi realizada em termos financeiros e não em termos de matérias e

equipamentos.

O transporte, os custos associados a esse transporte e a própria adequação dos

equipamentos e materiais ao terreno tem que ser pensados se realmente vale a pena estarmos a

investir nesta metodologia ou se passamos por uma vertente financeira onde isso permite

adquirir os bens no terreno. Adquirir os bens no terreno tem vantagens para o fortalecimento

da economia local e os bens à partida são adequados à população. Existem vários exemplos

onde isso não se verifica. Em termos de medicamentos se nós enviamos daqui com uma bula

de identificação toda em português num pais em que português seja desconhecido,

obviamente que representa uma inadequação e é um próprio factor de risco para a população

que utiliza esses fármacos. Por essas e por outras razões, esses bens foram portanto

comprados no terreno.”

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ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO AFETADA

Que bens foram distribuídos para além dos que foram doados?

Em que quantidades?

Onde foram comprados esses bens? No local do sismo? Ou tinha em stock em algum

armazém?

Onde estão localizados os vossos armazéns? Quantos? Foi realizado algum estudo

das zonas criticas? Que stock têm disponível? Como tem acesso a essa informação…

existe algum sistema informático utilizado?

Como se procedeu à distribuição? Meio de Transporte escolhido?

Foi realizada uma análise ao estado do terreno antes de reagir?

Que distritos receberam auxílio? Como foi realizada a análise aos distritos mais

afetados? Tiveram acesso a essa informação?

“A nossa intervenção baseou-se na fase de resposta imediata. Atualmente o nosso

parceiro local está a desenvolver um novo projeto que apoia a nível de construção e

posteriormente pretendemos apoiar a nível de financiamento. Contudo esse projeto ainda não

iniciou, encontramo-nos neste momento na fase de desenho.

Não temos nenhum armazém no terreno. Alguns materiais foram enviados da Índia.

Isto através da facilidade com o nosso parceiro que trabalha na Índia, “Friends’ Society in

Social Services” e que na altura se dirigiu imediatamente ao Nepal. Ele tem contactos de

pessoas que lá trabalham. A AMI só tem armazéns nos países onde tem locais de Missão. Na

Guiné temos um armazém que está enquadrado na nossa missão. No Haiti também tivemos

um armazém. Em termos de preparação para a resposta temos um armazém na sede de lisboa

e eventualmente podemos contar com o armazém que temos no porto.

O transporte da Índia para o Nepal foi feito por via terrestre. No início ninguém sabe

nada ou sabe-se muito pouco. Estamos a falar de todos os atores que atuaram na fase imediata

de emergência. Andamos todos a recolher informações/ dados. A missão exploratória tem

essencialmente em vista fazer uma avaliação inicial no local e que nos permite de certa forma

recolher informação parra planear a intervenção. Entretanto quem fica aqui na sede trabalha

em todo o apoio em toda a questão de construção de projetos, recursos humanos, questão de

recursos materiais e financeira. Há aqui este trabalho. Quando se trata de grandes catástrofes

em que existe uma destruição generalizada, em que as estruturas que já existiam no país estão

fortemente danificadas, não se consegue recolher informação no momento imediato pós-

desastre sem ir ao terreno. Contudo há situações onde, de facto, o raio de destruição acaba por

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ser muito específico a determinadas zonas, por exemplo, o caso dos tsunamis e a questão de

cheias rápidas, são situações que provocam uma elevada destruição mas em zonas muito

específicas. No primeiro caso em zonas litorais e no segundo nas zonas de risco às passagens

de águas. Nesses casos, as restantes zonas do pais não ficam afetadas e há possivelmente

entidades no terreno que imediatamente que começam a recolher e a partilhar a informação.

Isto será depois coordenado através das Nações Unidas, dos vários clusters (iniciativa

resultante da reforma humanitária). Esta iniciativa já decorre há alguns anos e, portanto o

sistema encontra-se a funcionar bastante bem. Nós sabemos que é libertada informação a

partir do terreno, a qual podemos usar e ajudar a guiar e a tomar decisões em determinadas

situações.

Após enviarmos a primeira equipa de avaliação decidimos se deverá ir ou não uma

equipa à posteriori. Podendo ser no domínio da saúde. Embora, as nossa intervenções não se

centrem unicamente neste domínio. Esta equipa exploratória estabelece este acesso que nos

vai permitir ver a situação. No caso do Nepal esta avaliação foi feita pelo parceiro que por

questão de proximidade se deslocou imediatamente ao Nepal e, de facto, avaliou o país em

termos de condições.

Nós trabalhamos na altura em Baragaon que fica a aproximadamente 60km de

Kathmandu. É uma zona rural, nas montanhas. Os 60km traduziam-se em 4 horas de viagem.

No distrito de Sindulpachok. Foi uma intervenção circunscrita a essa região. Era uma zona de

acessibilidade bastante complicada mas que ainda era possível por via terrestre e foi feito

assim. Na altura dedicamo-nos à segurança alimentar e ao apoio à população dentro desse

sector. Foram distribuídos também alguns bens não alimentares como cobertores e auxílios de

cozinha.”

INTEGRAÇÃO ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPETENTES

Que organizações estavam no terreno que tivessem conhecimento?

Trabalharam em colaboração com alguma dessa organização? Como? Foi realizada

distribuição de papéis?

Quantos voluntários da AMI estiveram no local? Por que período de tempo?

Estavam definidos à priori as responsabilidades de cada voluntário?

Estabeleceram algum contacto com o governo no Nepal? Com que objetivo?

“Uma vez que estávamos a trabalhar no sector da alimentação, contactamos o cluster

desta área que neste caso é o PAM- “Programa Alimentar Mundial”, e falamos com pessoas

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da OCHA- “Office for the Coordination of Humanitarian Affairs” que são os que coordenam

toda a intervenção.

No Nepal o que se verificou foi que a resposta em termos intervencionais foi bastante

escassa. Não havia a afluência habitual de organizações que se verifica nos outros desastres

como, por exemplo, se verificou no Haiti ou no caso das filipinas. Foram desastres que

tiveram uma resposta ampla. São sempre subfinanciadas. Existem sempre gaps de

financiamento. No caso do Nepal não se verificou na dimensão habitual destas respostas e

nem existiram os contactos necessários, isso também porque, as organizações estão sempre a

correr contra o tempo. Contudo esses contactos servem para assegurar que nós não vamos

atuar dentro dos mesmos domínios que outra organização na mesma zona, e que portanto

vamos prevenir a duplicação de serviços e vamos criar algum equilíbrio na distribuição de

serviço. Alguma equidade, de forma a tentar não deixar as zonas negligenciadas/ao abandono.

Desta forma fomos para aquela zona, Baragaon, porque não tinha sido alvo de

qualquer intervenção. No dia que chegamos, os militares também chegaram lá (depois do

nosso parceiro). Não havia lá organizações e essa zona era muito afetada e precisava de apoio.

Nós temos uma prática em termos de desenvolvimento, que não é exclusiva da ação

humanitária e que nós utilizamos em grande escala, que são os “Projetos Internacionais em

Parceria com Organizações Locais”, sigla PIPOL. Estes projetos visam dar ferramentas a

parceiros locais para desenvolverem as suas soluções para os problemas que encontram nos

seus países. As ferramentas passam pela questão do apoio financeiro, obviamente mas não só.

Não é um financiamento convencional. Uma vez que existe todo um trabalho de capacitação e

de apoio ao parceiro quer na questão da gestão quer na questão de construção de um projeto,

quer na questão de sugerir boas práticas ou metodologias de intervenção. É portanto um

projeto interativo onde nós procuramos de facto esta capacitação sendo que a implementação

neste modelo é deixada à responsabilidade do parceiro uma vez que, obviamente, o facto de

nós estarmos a introduzir equipas nossas iria condicionar fortemente a ação do parceiro e

perdia-se aqui também o propósito. Para além de existem desvantagem de as nossas equipas

irem para o local. Contudo também existem muitas vantagens quer em termos de práticas,

quer em termos dos próprios elementos. A questão de terem mecanismos automatizados,

terem experiência de terreno, terem soluções no domínio da saúde, serem pessoas bastante

adaptáveis às circunstâncias e manter um bom nível de resposta.

Não é possível ignorar as barreiras culturas e linguísticas que demoram o seu tempo e

nós não pretendemos que o voluntario que se desloca para qualquer país fale a língua local.

Nós utilizamos, obviamente, tradutores especialmente em ações humanitárias. Em ações de

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desenvolvimento já é diferente, mas em ações humanitárias não estamos a espera que a pessoa

aprende a língua e os costumes. Utilizamos elementos que nos servem como pontes

nomeadamente tradutores ou outros elementos, Agentes comunitários, por exemplo, que nos

fazem uma integração muito rápida e acompanham para a debelação desses obstáculos.

Tendo o parceiro uma boa integração e nós trabalharmos inclusivamente com ativistas

das próprias zonas afetadas, este grupo era a equipa de resposta e como tal não foi para lá

outra.

As autoridades locais são os responsáveis para coordenação da resposta e a questão

das Nações Unidas surge aqui como um mecanismo de coordenação à organização entre

atores internacionais mas tudo isto conta com as autoridades locais. As autoridades locais

podem dirigir esta coordenação e sendo apoiadas única e exclusivamente pelas Nações

Unidas. Nós contatamos sempre as autoridades locais. Nós, a AMI, falamos com o Cônsul

Honorário de Portugal que tem ligações com as autoridades do Nepal. Falamos com a

embaixada do Nepal em Portugal também, para trocar várias informações antes da partida da

primeira equipa. Em termos distritais, tivemos uma reunião de coordenação local.”

CAPACIDADE DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO

Quais são os meios de comunicação e sistemas de alerta utilizados? (comunicação

entre os voluntários da organização e entre outras organizações)

“A resposta depende do país e do desenvolvimento da ação. No Nepal existiu uma

grande descoordenação. Existem sites que nós podemos consultar externamente o ponto de

situação, temos por exemplo, a “Reliefweb” e a “Humanitarian Response.” Isto para dizer que

existe centralização de informação. Nestas páginas, existe informação não só a cerca de

documentação mas em termos também de informação que é libertada por diferentes atores

sobre determinado desastre. A “Reliefweb” é um ponto de centralização da OCHA e em

termos mundiais. É bastante utilizado e é uma prática comum de todos os intervenientes

acederem e fornecerem informação a partir daí.

Ao contrário do Nepal, existem respostas onde há claramente um bom sistema de

coordenação. Cada novo ator inscreve-se no cluster em que vai trabalhar. Estes clusters estão

divididos em 11 grupos temáticos de resposta. Alguns são em termos de serviços diretos e

outros em termos de apoio, como por exemplo, o cluster da logística.

Quando há essa inscrição, existem reuniões que podem ser diárias ou semanais

dependendo da situação. Nestas sessões, todos os autores que estão a trabalhar em termos de

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resposta desse sector específico, reúnem-se. Ouvem, de facto, os outros parceiros,

identificam-se novos problemas, fazem-se pontos de situação das fases da resposta. Pensam-

se em soluções. Geram-se consensos. Não é mais do que um fórum para se criarem consensos.

As organizações seguem os mesmos princípios humanitários: Independência, Imparcialidade,

Neutralidade e Humanidade. Não se pode coagir uma organização humanitária a fazer algo

que não seja algo que ela aceite ou que tenha sido planeada por ela. Como tal, estas reuniões

são a busca de consenso para que todos não contrariem as intervenções uns dos outros. A

abordagem deve ser construtiva, direccionada. Não pode ser dispersa. Quando há inscrição

existe partilha de contacto. O email é bastante utilizado porque qualquer informação desse

sector. Mas cabe ao líder do cluster organizar essa informação. Para cada cluster, há um líder

já pré-identificado. No Nepal não houve muito essa questão de informação. Existiram

relatórios de pontos de situação libertados pelas nações Unidades e follow-up.

Os terramotos são sempre desastres que provocam elevados números de mortos e

feridos graves, habitualmente com destruições amplas, generalizada e que, por exemplo no

terramoto do Haiti, atingiu a capital, destruiu toda a zona urbana, incluindo edifícios

importantes (ministérios, palácio residencial, entre outros). Não destrui apenas as construções

em si mas as pessoas que lá trabalhavam ficaram subterradas. Essas estruturas estratégicas e

operacionais foram fortemente danificadas. No Nepal isso não se verificou. A destruição é

inegável. O terramoto criou, em termos de precursão das suas ondas, zonas específicas de

destruição. Há zonas que não tinham sido afetadas e que permitiu ter alguma possibilidade de

resposta imediata. As estruturas principais e de responsabilidade poderão continuar a fazer o

seu papel. O que facilitou. Existe um período entre o evento e a resposta que pode variar entre

24h e 72h onde não existe resposta a não ser a resposta local. Os primeiros que respondem em

termos de socorro acaba por ser a população local.”

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91

ANEXO 3- QUESTIONÁRIO Nº1 IFRC

RESEARCH METHODOLOGY: Survey by questionnaire

NAME: Siokkun Jang

FUNCTION: Zone logistics officer for Asia Pacific

ORGANIZATION: International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies

DATE: 17/10/2015

1) When you became aware of the damage caused by the earthquake in Nepal which

were your first steps? Did you evaluate the land? Did you send volunteers?

Following the earthquake, Nepal Red Cross Society (NRCS) held an emergency response

committee (ERC) meeting and activated the emergency operation centre (EOC).

Following the initial activation of the EOC at NHQ, it also activated EOCs in some

affected districts of Kathmandu Valley as well. All response operations are being

coordinated by the EOCs. NRCS are heavily engaged in coordinating and rendering

response services in all affected areas, as well as carried out initial rapid assessment in

coordination. More than 2200 volunteers were deployed to the field to support various

activities related to the earthquake response operation. IFRC is working closely

coordinating and supporting NRCS in the operation. The IFRC have activated its global

response tools deploying the Head of Emergency operations, a field assessment and

coordination team (FACT), regional disaster response team (RDRT) and emergency

response units (ERU)., relief, basic health care, rapid deployment hospital, logistics, IT &

Telecom & mass sanitation. IFRC has also activated its logistics system in Kuala Lumpur

and Dubai in readiness to mobilize additional relief materials for the response.

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2) Red Cross has warehouses located in what geographical areas? Is there any

warehouse close to Nepal?

Geographically, NRCS has their own warehouse in Kathmandu with some disaster

preparedness stock pre-positioned. IFRC has its own hub warehouse in Kuala Lumpur

supporting regions across Asia Pacific including Nepal. We also have another nearby hub

warehouse in Dubai which stocks were also mobilised from there for this operation

3) Is there stock in the warehouse for an emergency? How much?

IFRC Warehouse in Kuala Lumpur has a pre-positioned stocks for 20,000 families for

immediate mobilization during emergency

4) How Red Cross operates the stock? Do you use some electronic program?

Our stocks in the hub warehouses are managed by the IFRC Inventory Management

software called LogIC.

5) How the goods (food products,...) were sent to the affected area? What was the

means of transport chosen? What were the transport costs? How much goods

had been sent?

Being a landlocked country, the international mobilization of the relief goods are by airlift

in the initial first few days of the operation and subsequent by sea/land mode. For this

operation, during the emergency relief phase, we have dispatched an estimated of 2003

Metric ton / 6230 m3 worth of relief goods (non-food items) which consists of tarpaulin,

blanket, shelter toolkit, mosquito net, kit

chen set, hygiene kit etc.

6) In what Nepal zone did you work? Which district?

In the emergency phase, the main logistics hub and warehouse are set up in Kathmandu

and few other hub warehouses are set up spreading across Bharatpur, Charikot and

Chautara.

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ANEXO 4- QUESTIONÁRIO Nº2 IFRC

RESEARCH METHODOLOGY: Survey by questionnaire

NAME: Siokkun Jang

FUNCTION: Zone logistics officer for Asia Pacific

ORGANIZATION: International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies

DATE: 23/10/2015

1) What is the role of NHQ and what is your relationship

The NRCS NHQ is the lead in Red Cross Movement coordination in this Nepal

earthquake operation, supported by IFRC in accordance with the Movement-wide

operational framework. IFRC Logistics (as part of the IFRC) in this case is supporting the

NRCS NHQ in the coordination of the logistics management for this operation

2) What is the responsibility of the "FACT" and "RDRT"?

FACT is a group of disaster managers within the IFRC and National Societies with

different expertise in relief, logistics, health, nutrition, public health and epidemiology,

water and sanitation, finance, administration, psychological support, shelter and early

recovery , as well as language capabilities trained and deployed immediately to the

disaster area in coordination with local counterpart, partners and local authorities to

carries out an assessment of the situation and identifies the most urgent needs.

RDRT is introduced as a response tool of the IFRC with the aim of optimizing human

resources and expertise effectively within each region. RDRTs normally consist of

experienced National Society staff and volunteers who can be deployed to respond to a

disaster.

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3) Why does the IFRC has ERU'S working in various groups (logistics, ...). Why

these ERU'S are not included in the Clusters of United Nations(UN)?

As you have read quite a bit about the ERUs within the Movement, it is a standardised

package of trained personnel and modules of equipment, ready to be deployed at short

notice. ERUs are developed for international disaster response, with the understanding

that an ERU may be deployed anywhere, based on an assessment of needs and that access

is agreed to by the host NS and relevant authorities. The assessment needs might be differ

depends on each disaster area albeit whether it is logistics needs, water & sanitation,

health or IT & Telecom which command different skills set and maintenance, hence it is

deployed as individual working groups.

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95

ANEXO 5- GRAVIDADE E FREQUÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS, POR

GRUPO DE RENDIMENTO

High Income Upper Middle Income Lower Middle Income Low Income

Australia Albania Armenia Afghanistan

Austria Algeria Bolivia Bangladesh

Belgium Angola Cameroon Benin

Canada Argentina Congo Rep. Burkina Faso

Canary Is. Azerbaijan Cote d´Ivoire Burundi

Chile Belarus Egypt Cambodia

Croatia Bosnia-Herzegovina El Salvador Central African Rep.

Czech Rep. Botswana Georgia Chad

Denmark Brazil Ghana Eritrea

Finland Bulgaria Guatemala Ethiopia

France China Peop. Rep. Hounduras Gambia

Germany Colombia India Guinea

Greece Costa Rica Indonesia Guinea Bissau

Hong Kong (China) Cuba Kyrgyzstan Haiti

Ireland Dominican Rep. Lao Peop.Dem.Rep Kenya

Israel Ecuador Lesotho Korea Dem. Peop.Rep.

Italy Gabon Mauritania Liberia

Japan Hungary Moldova Rep. Madagascar

Korea Rep. Iran Islam Rep. Mongolia Malawi

Kuwait Iraq Morocco Mali

Latvia Jamaica Nicaragua Mozambique

Lithuania Jordan Nigeria Myanmar

Netherlands Kazakhstan Pakistan Nepal

New Zeland Lebanon Palestine (West Bank) Niger

Norway Libyan Arab Jamah Papua New Guinea Rwanda

Oman Macedonia Fry Paraguay Sierra Leone

Poland Malaysia Philippines Somalia

Portugal Mexico Senegal Tajikistan

Puerto Rico Montenegro Rep. South Sudan Tanzania Uni.Rep.

Russia Namibia Sri Lanka Togo

Saudi Arabia Panama Sudan Uganda

Slovakia Peru Syrian Arab Rep. Zaire/Congo Dem.Rep.

Slovenia Romania Ukraine Zimbabwe

Spain Serbia Uzbekistan

Sweden South Africa Vietnam

Switzerland Taiwan (China) Yemen

United Kingdom Thailand Zambia

United States Tunisia

Uruguay Turkey

Turkmenistan

Venezuela

Tabela 15- Severity and frequency of natural disasters by income group (1994-2013) (Fonte: World Bank, 2014)

Legenda

Low Income: até $ 1.045 Lower Middle Income: $ 1,046 - $ 4,125 Upper Middle Income: $ 4.126 - $ 12.745 High Income: $ 12.746 ou mais

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97

ANEXO 6- POPULAÇÃO DO NEPAL EM 2011 DIVIDIDA POR DISTRITOS

0 500000 1000000 1500000 2000000

1-Achham2-Arghakhanchi

3-Baglung4-Baitadi

5-Bajhang6-Bajura7-Banke

8-Bara9-Bardiya

10-Bhaktapur11-Bhojpur

12-Chitawan13-Dadeldhura

14-Dailekh15-Dang

16-Darchula17-Dhading

18-Dhankuta19-Dhanusa20-Dolakha

21-Dolpa22-Doti

23-Gorkha24-Gulmi

25-Humla26-Ilam

27-Jajarkot28-Jhapa29-Jumla30-Kailali

31-Kalikot32-Kanchanpur

33-Kapilbastu34-Kaski

35-Kathmandu36-Kavrepalanchok

37-Khotang38-Lalitpur

39-Lamjung40-Mahottari

41-Makwanpur42-Manang43-Morang

44-Mugu45-Mustang

46-Myagdi47-Nawalparasi

48-Nuwakot49-Okhaldhunga

50-Palpa51-Panchthar

52-Parbat53-Parsa

54-Pyuthan55-Ramechhap

56-Rasuwa57-Rautahat

58-Rolpa59-Rukum

60-Rupandehi61-Salyan

62-Sankhuwasabha63-Saptari64-Sarlahi

65-Sindhuli66-Sindhupalchok

67-Siraha68-Solukhumbu

69-Sunsari70-Surkhet71-Syangja72-Tanahu

73-Taplejung74-Terhathum

75-Udayapur

Tabela 16- População do Nepal, 2011 dividida por distritos (Fonte: Adaptado de Central Bureau of Statistics)

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99

ANEXO 7- VALORES RELATIVOS AOS EFEITOS PÓS-SISMO

Nº Distritos Casas Privadas Totalmente Destruídas

Casas Privadas Parcialmente Destruídas

Total Mortos

Total Feridos

1 Achhaam 0 55 0 0

2 Arghakhanchi 258 1053 0 0

3 Baglung 1959 1963 1 14

4 Baitadi 0 0 0 0

5 Bajhang 0 0 0 0

6 Bajura 0 1 0 0

7 Banke 0 81 0 1

8 Bara 50 0 2 62

9 Bardiya 0 40 0 2

10 Bhaktapur 18900 9054 333 2101

11 Bhojpur 3194 6316 2 13

12 Chitawan 472 754 10 143

13 Dadeldhura 0 1 0 0

14 Dailekh 1 216 0 1

15 Dang 7 1080 0 10

16 Darchula 0 0 0 0

17 Dhading 81313 3092 680 1218

18 Dhankuta 929 1500 0 5

19 Dhanusha 4 47 1 45

20 Dolakha 48880 3120 178 661

21 Dolpa 1 5 0 0

22 Doti 0 0 0 0

23 Gorkha 59527 13428 449 952

24 Gulmi 2624 5114 1 11

25 Humla 0 0 0 0

26 Ilaam 375 2647 0 10

27 Jajarkot 0 1877 0 3

28 Jhapa 95 144 1 25

29 Jumla 0 2 0 2

30 Kailali 0 4 0 1

31 Kalikot 4 21 0 0

32 Kanchanpur 0 0 0 1

33 Kapilbastu 0 66 0 6

34 Kaski 1793 4947 3 38

35 Kathmandu 43805 55131 1233 7950

36 Kavrepalanchowk 49933 23714 318 1179

37 Khotang 6167 12780 0 8

38 Lalitpur 17444 8064 180 3051

39 Lamjung 10695 11535 5 40

40 Mahottari 500 600 4 16

41 Makawanpur 20035 17383 33 229

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100

42 Manang 63 285 0 1

43 Morang 3 112 2 59

44 Mugu 0 0 0 0

45 Mustang 76 409 0 1

46 Myagdi 115 1077 1 10

47 Nawalparasi 910 3500 1 41

48 Nuwakot 75562 4200 1109 1050

49 Okhaldhunga 10031 3107 20 61

50 Palpa 1434 2665 1 16

51 Panchthar 229 926 0 9

52 Parbat 3542 7735 0 21

53 Parsa 0 35 6 50

54 Pyuthan 3 66 0 9

55 Ramechhap 26743 13173 42 134

56 Rasuwa 11368 267 660 771

57 Rautahat 70 472 3 38

58 Rolpa 62 159 1 2

59 Rukum 117 328 1 6

60 Rupandehi 1 79 0 39

61 Salyan 24 282 0 2

62 Saptari 0 1161 0 24

63 Sarlahi 0 0 2 70

64 Shankhuwasabha 1886 4443 0 8

65 Shyanja 5003 11829 1 23

66 Sindhuli 18197 10028 15 230

67 Sindhupalchowk 63885 2751 3557 1569

68 Siraha 0 540 1 39

69 Solukhumbu 9172 11137 22 100

70 Sunsari 7 375 9 35

71 Surkhet 1 31 0 3

72 Tanahu 4877 14474 0 27

73 Taplejung 4 28 1 7

74 Terhathum 180 1901 1 14

75 Udayapur 37 1069 1 35

Tabela 17- Valores relativos aos efeitos pós-sismo (Fonte: http://drrportal.gov.np/)

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101

ANEXO 8- LISTA DE ORGANIZAÇÕES

1) AGÊNCIAS MULTILATERAIS

Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP)

O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) promove e apoia as atividades

de preparação para catástrofes nos países membros. Em situações de desastre, o Escritório

Nacional (PNUD) ajuda os governos a direcionar os pedidos de assistência internacional.

Coordena uma Equipa de Gestão de Desastres (UN-DMT), composta por representantes das

várias agências das Nações Unidas, cujo objetivo é prestar assistência iminente que seja

eficaz. Coordena ainda as atividades durante os esforços de recuperação e reconstrução

subsequentes.

Web site: http://www.UNDP.org

Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas

(OCHA)

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que

em 1998 substituiu o Departamento dos Negócios Humanitários, coordena a resposta do

sistema da ONU para emergências. A sua missão, em colaboração com outras instituições

nacionais e internacionais, é mobilizar e coordenar ações humanitárias destinadas a aliviar o

sofrimento humano em desastres e emergências.

Defensor dos direitos das vítimas de catástrofes e outros grupos afetados, promove a

prevenção e preparação, e incentiva a criação de soluções sustentáveis para os problemas

provocados por desastres naturais ou provocadas pelo homem.

Web site: http://www.reliefweb.int/ocha_ol

As equipas de avaliação e coordenação de desastres das nações unidas (UNDAC) são grupos

de profissionais que pode ser convocada pela Organização das Nações Unidas sob a

coordenação do OCHA, a pedido de um país afetado, para realizar a avaliação rápida das

necessidades prioritárias e apoiar as autoridades nacionais.

Estas equipas são nomeadas e financiadas pelos governos dos países membros das Nações

Unidas e pelo OCHA,

Web site: http://www.reliefweb.int/undac

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102

World Food Programme (WFP)

O WFP proporciona e coordena a assistência alimentar e é frequentemente responsável pela

coordenação da logística geral em emergências de larga escala. O seu programa "Food for

Work" fornece meios de subsistência temporários para a população afetada durante a

reabilitação e a fase de reconstrução.

Web site: http://www.wfp.org

Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)

A missão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) foi criada

com o intuito de proteger os refugiados e procurar soluções sustentáveis para os seus

problemas.

Web site:http://www.unhcr.ch

Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)

As principais preocupações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) são a

saúde, a educação e o bem-estar de mulheres e crianças nos países em desenvolvimento.

Web site: http://www.UNICEF.org

Organização Mundial de Saúde (OMS)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) é responsável pela coordenação da ação de saúde

internacional. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e outros escritórios regionais

da OMS agem como pontos focais para as autoridades nacionais de saúde e doadores quando

ocorrem catástrofes.

A OMS pode fornecer cooperação técnica destinada a avaliar as necessidades de saúde,

coordenando a assistência à saúde internacional, gestão dos stocks e distribuição de

abastecimentos e realização da vigilância epidemiológica. Estabelece medidas para o controlo

da doença, avaliando a saúde ambiental, a gestão de serviços de saúde, e estima os custos dos

projetos de assistência. A OMS promove ainda a implementação e utilização do sistema

SUMA para a gestão de abastecimento humanitária.

Web sites: http://www.who.org e http://www.paho.org

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103

2) AGÊNCIAS GOVERNAMENTAIS

Serviço Humanitário da Comunidade Europeia (ECHO)

O Serviço Humanitário da Comunidade Europeia (ECHO) trabalha em colaboração com

organizações não-governamentais, especializadas das agências das Nações Unidas e outras

organizações internacionais, fornecendo alimentos e assistência de emergência. Ajuda os

refugiados e as populações deslocadas e, investe em projetos direcionados para a prevenção

de desastres em regiões de alto risco.

Web site: http://www.europa.eu.int/comm/echo/

Organização dos Estados Americanos (OEA)

A Organização dos Estados Americanos (OEA) é um organismo regional que oferece suporte

aos estados membros por avaliar a sua vulnerabilidade aos riscos naturais e implementa

medidas para aliviar o impacte dos desastres.

A OEA fornece assistência técnica no planeamento do desenvolvimento, na elaboração de

projectos e formação. É responsável pela gestão do Fundo Interamericano de

Assistência em Situações de Emergência (FONDEM).

Web site: http: // www.oas.org

Desastres das Caraíbas e da Agência de Resposta de Emergência (CDERA)

A CDERA é uma organização regional instituída pela comunidade das Caraíbas com 16

estados membros. A sede desta organização é em Barbados. As suas principais funções são

coordenar a resposta a qualquer membro afetado e contribuir para a redução de desastres.

Web site: http: // www.cdera.org

Centro de Coordenação para a Prevenção de Desastres Naturais na Central

América (CEPREDENAC)

CEPREDENAC é uma organização oficial dentro do Sistema de Integração da América

Central (SICA). Trabalha em conjunto com agências científicas de operação nacional para

reforçar a capacidade local para a redução da vulnerabilidade. O seu objetivo é promover a

redução de desastres na América Central através de troca de experiências, tecnologia e

informação, a análise conjunta de problemas estratégicos comuns, e canaliza a cooperação

estrangeira.

Web site: http://www.cepredenac.org

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104

3) AGÊNCIAS NÃO GOVERNAMENTAIS

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho

(IFRC)

A IFRC é uma organização humanitária internacional que reúne organismos nacionais de 175

países. O secretariado internacional desta organização tem sede em Genebra. Coordena a

assistência humanitária internacional e intervém nos países afetados através das sociedades

nacionais. A sua experiência em campo e flexibilidade, assim como os recursos que possui,

tornam a FICV a fonte não governamental mais útil de cooperação e apoio para o setor da

saúde.

Web site: http://www.ifrc.org

Médicos Sem Fronteiras (MSF)

Os MSF é uma organização europeia composta por vários organismos nacionais

independentes (MSF Espanha, MSF França, MSF Holanda, etc.). O foco das suas

intervenções é na assistência médica, mas também tem grande experiência e capacidade em

logística, purificação de água, saneamento, e conhecimentos na provisão de abrigos

temporários.

Web site: http://www.msf.org

Doctors of the World

ONG de médicos de todo o mundo que intervém em emergências e realizam projetos de

desenvolvimento de médio e longo prazo.

Web site: http://www.doctorsoftheworld.org/

Cooperativa de Assistência e Socorro em toda a parte (CARE)

A CARE é uma confederação de 10 agências nacionais da América do Norte, Europa, Japão e

Austrália. Com sede na Bélgica, ela gere projetos de desenvolvimento e de ajuda em 62 países

na África, Ásia, América Latina e Europa Oriental. A CARE EUA, tem sede em Atlanta, e,

supervisiona os pojetos na América Latina e fornece assistência de emergência para as

comunidades afetadas por desastres.

Web site: http://www.care.org

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105

World Vision International

A World Vision International é uma organização cristã que intervém nas atividades de ajuda

durante os desastres e no desenvolvimento.

Web site: http://www.wvi.org

CARITAS

A Caritas é uma confederação internacional de 146 agências católicas romanas que trabalham

em 194 países. Promove, coordena e apoia a ajuda de atividades de reabilitação de

emergência de longo prazo.

Web site: http://www.caritas.org

OXFAM

O Comitê de Oxford de combate à fome (OXFAM) é uma rede de 11 grupos humanitários da

Austrália, Bélgica, Canadá, Hong Kong, Irlanda, Países Baixos, Nova Zelândia, Espanha,

Reino Unido e Estados Unidos. Esta ONG fornece fundos e assistência técnica para a ajuda

imediata e de longo prazo em situações de desastre.

Web site: http://www.oxfam.org

Action Against Hunger

É uma organização europeia que incide sobre a segurança alimentar e distribuição. Apoia

projetos para reabilitar a agricultura e a produção de alimentos.

Web site: http://www.aah-uk.org

Conselho Mundial de Igrejas

O Conselho é um órgão de coordenação que representa mais de 330 cristãos e denominações

ortodoxas de 120 países e territórios em todo o mundo. Suporta esforços de socorro através de

suas igrejas-membro em vários países.

Web site: http://www.wcc-coe.org/wcc/english.html

Save the Children

Esta organização intervém em projetos de desenvolvimento de longo prazo. Dentro das

situações de emergência, fornece abastecimentos humanitários e de reabilitação. Presta ainda,

assistência à reconstrução.

Web site: http://www.savethechildren.org/home.shtml

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106

Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV)

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização humanitária suíça,

estritamente privada e neutra, com sede em Genebra. O objetivo é proteger e ajudar as vítimas

dos conflitos armados ou dos distúrbios civis. Monitora a aplicação do direito internacional

humanitário.

Web site: http://www.icrc.org/eng

Organizações Voluntárias para a Cooperação em Emergências (VOICE)

Rede de organizações não-governamentais europeias que fornecem emergência e ajuda à

recuperação e contribuem para a preparação de catástrofes e prevenção de conflitos. VOICE

frequentemente colabora com o ECHO (ver acima).

Web site: http://www.oneworld.org/voice

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107

ANEXO 9- EXEMPLO DE ABRIGOS TEMPORÁRIOS PARA DIVERSOS CENÁRIOS

Esta secção visa dar a conhecer alguns dos abrigos temporários desenvolvidos pela Cruz

Vermelha de forma a mostrar que os abrigos construídos adequam-se à situação em causa,

sendo para o efeito utilizados diferentes materiais (tabela 12). Dependendo do desenho

técnico da estrutura do abrigo, o tempo previsto para a construção e a vida útil do mesmo

variam substancialmente.

Conhecidas as várias alternativas adotadas seguem na tabela a baixo a constituição

das equipas de trabalho, o número de construções realizadas e os custos dos materiais e do

projeto final.

Descrição Catástrofe Natural MateriaisTempo previsto

para a construção

Vida útil

prevista

Indonésia, Java

Ocidental (2009)Terremoto, 2009

Estrutura em Bambu e paredes feitas de esteiras de bambu com fundações

em betão e telhas de terracota3 - 4 dias 1 - 5 anos

Indonésia,

Sumatra (2009)Terremoto, 2009

Estrutura de madeira, telhado em fibra de palma, fundações em betão e

paredes feitas de painéis de palma2 dias 6-12 meses

Paquistão (2010) Cheias, Julho de 2010Estrutura de madeira, cobertura de folha de aço ondulado e lona plástica

(tijolos e isolamento de telhados de origem local fornecida pelos proprietários)3 dias 24 meses

Peru (2007) Terramoto, 2007 Estrutura de madeira Bolaina com revestimento de madeira e folha de metal 2 dias 24 meses

Peru (2007) Terramoto, 2007Postes de madeira de eucalipto, esteiras de bambu, lonas de plástico,

arames e pregos, laje de betão2 dias 12 meses

Haiti (2010) Terramoto, 2010

Estrutura de aço galvanizado, pregos de madeira, paredes com lonas de

plástico, chapa de aço ondulada no telhado, fundações em betão, parafusos e

pregos

3 dias 24 meses

Indonésia,

Achém (2005)Tsunami, 2004

Estrutura de aço galvanizado, cobertura em chapa de aço, tábuas de Pinus

radiata/Abeto de Douglas ou tábuas de madeira tratada equivalentes, chapas

e buchas de fundação de aço, pregos, porcas e parafusos

4 dias 5 anos

Vietname (2004) Tufões e cheias desde 1997 Estrutura de aço galvanizado e chapa de telhado galvalume ondulado 4 dias 5 anos

Descrição Catástrofe NaturalEquipa de

construção

Nº de

construções

Custos aproximado

do material

necessário/abrigo

Custos aproximado

do projeto/abrigo

Indonésia, Java

Ocidental (2009)Terremoto, 2009 3 - 4 pessoas 430 1 207 € 1 263 €

Indonésia,

Sumatra (2009)Terremoto, 2009 5 pessoas 7000 1 280 € 1 400 €

Paquistão (2010) Cheias, Julho de 2010 4 pessoas 10 000 2 500 € Desconhecido

Peru (2007) Terramoto, 20074 pessoas e

2 engenheiros2 020 Desconhecido 2 450 €

Peru (2007) Terramoto, 2007 4 pessoas 3 000 1 800 € 2 730 €

Haiti (2010) Terramoto, 2010 Desconhecido 5 100 1 364 € 3 445 €

Indonésia,

Achém (2005)Tsunami, 2004 4-5 pessoas 20 000 3 838 € 4 110 €

Vietname (2004) Tufões e cheias desde 1997 6 pessoas 215 Desconhecido 1 210 €

Tabela 19- Dados relacionados com as diferentes construções (Adaptado de IFRC.2011)

Tabela 18- Descrição dos materiais necessários para a construção (Adaptado de IFRC.2011)

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Figura 41- Estrutura de abrigo

construída na Indonésia, Java Ocidental em

2009 (IFRC.2011)

Figura 42- Estrutura de abrigo

construída na Indonésia, Sumatra em

2009 (IFRC.2011)

Figura 43- Estrutura de abrigo

construída no Paquistão em 2010 (IFRC.2011)

Figura 44- Estrutura de abrigo construída

no Peru em 2007 (IFRC.2011)

Figura 45- Estrutura de abrigo

construída no Peru em 2007 (IFRC.2011)

Figura 46- Estrutura de abrigo

construída no Haiti em 2010 (IFRC.2011)

Figura 49- Estrutura de abrigo

construída na Indonésia em 2005 (IFRC.2011)

Figura 47- Estrutura de abrigo

construída no Vietname em 2004 (IFRC.2011)

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ANEXO 10- LISTA DOS SISMOS (1990- 2014) QUE PROVOCARAM MAIS DE

1000 MORTES

Nº ANO LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE

1 2010 Haiti region 18,44 -72,57

2 1976 Tangshan, China 39,60 118,00

3 2004 Sumatra 3,30 95,87

4 1920 Haiyuan, Ningxia (Ning-hsia), China 36,50 105,70

5 1923 Kanto (Kwanto), Japan 35,30 139,50

6 1948 Ashgabat (Ashkhabad), Turkmenistan (Turkmeniya, USSR) 37,95 58,32

7 2008 Eastern Sichuan, China 31,00 103,32

8 2005 Pakistan 34,53 73,58

9 1908 Messina, Italy 38,15 15,68

10 1970 Chimbote, Peru -9,36 -78,87

11 1990 Western Iran 37,00 49,40

12 1927 Gulang, Gansu (Kansu), China 37,50 102,70

13 1939 Erzincan, Turkey 39,80 39,38

14 1915 Avezzano, Italy 41,98 13,65

15 2003 Southeastern Iran 28,99 58,31

16 1935 Quetta, Pakistan (Baluchistan, India) 29,60 66,50

17 1939 Chillan, Chile -36,25 -72,25

18 1988 Spitak, Armenia 41,00 44,20

19 1976 Guatemala 15,30 -89,10

20 2011 Japan 38,30 142,37

21 2001 Gujarat, India 23,30 70,30

22 1974 China 28,20 104,00

23 1905 Kangra, India 33,00 76,00

24 1999 Turkey 40,70 30,00

25 1960 Agadir, Morocco 30,45 -9,62

26 1978 Iran 33,20 57,40

27 1962 Bu'in Zahra, Qazvin, Iran 35,60 49,90

28 1907 Qaratog (Karatag), Tajikistan (Turkestan, Russia) 38,50 67,90

29 1949 Khait, Tajikistan (Tadzhikistan, USSR) 39,20 70,80

30 1968 Dasht-e Bayaz, Iran 33,90 59,02

31 1934 Bihar, India-Nepal 26,50 86,50

32 1931 Near Fuyun (Koktokay), Xinjiang (Sinkiang), China 46,80 89,90

33 1970 Tonghai, Yunnan Province, China 24,12 102,49

34 1993 Latur-Killari, India 18,10 76,50

35 1985 Mexico, Michoacan 18,20 -102,50

36 1933 North of Maowen, Sichuan (Szechwan), China 32,00 103,70

37 1944 San Juan, Argentina -31,50 -68,60

38 1976 Mindanao, Philippines 6,30 124,00

39 1909 Silakhor, Iran (Persia) 33,40 49,10

40 1925 Near Dali (Talifu, Ta-li), Yunnan, China 25,70 100,20

41 2006 Indonesia -7,96 110,45

42 1995 Kobe, Japan 34,60 135,00

43 1974 Pakistan 35,00 72,80

44 1972 southern Iran 28,40 52,80

45 1949 Ambato, Ecuador -1,50 -78,25

46 1972 Nicaragua, Managua 12,40 -86,10

47 1976 Turkey-Iran border region 39,10 44,00

48 1980 El Asnam, Algeria  36,10 1,40

49 1902 Andijon (Andizhan), Uzbekistan (Turkestan, Russia) 40,80 72,30

50 1914 Burdur, Turkey (Ottoman Empire) 37,82 30,27

51 1943 Ladik, Turkey 40,97 33,22

52 1945 Makran Coast, Pakistan (Baluchistan, India) 24,90 63,50

53 1998 Afghanistan-Tajikistan Border Region 37,10 70,10

54 1906 Valparaiso, Chile -33,00 -72,00

55 1929 Koppeh Dagh, Iran (Persia) 37,85 57,75

56 1948 Fukui, Japan 36,10 136,20

57 1903 Malazgirt, Turkey (Ottoman Empire) 39,10 42,60

58 1923 Near Luhuo, Sichuan (Szechwan), China 31,30 100,80

59 1935 Miao-li, Taiwan (Formosa) 24,30 120,80

60 1927 Tango, Japan 35,80 134,80

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110

CONTINUAÇÃO

61 1906 San Francisco, California 37,75 -122,55

62 1933 Sanriku, Japan 39,25 144,50

63 1969 Yangjiang, Guangdong, China 21,61 111,83

64 1981 southern Iran 29,90 57,70

65 1912 Murefte, Turkey (Ottoman Empire) 40,75 27,20

66 1931 Zangezur Mountains, Armenia-Azerbaijan border (Armeniya-Azerbaydzhan, USSR) 39,20 46,00

67 1982 Yemen 14,70 44,40

68 1944 Gerede, Turkey 41,11 33,22

69 1935 Hsin-chu (Shinchiku), Taiwan (Formosa) 24,60 120,80

70 1980 southern Italy 40,90 15,30

71 1966 Varto, Turkey 39,10 41,48

72 1930 Salmas, Iran (Persia) 38,15 44,70

73 1931 Managua, Nicaragua 12,15 -86,28

74 1992 Flores Region, Indonesia -8,50 121,90

75 1999 Taiwan 23,70 121,00

76 1998 Hindu Kush region, Afghanistan 37,10 70,10

77 1975 Turkey 38,50 40,70

78 2003 Northern Algeria 36,90 3,71

79 1923 Torbat-e Heydariyeh, Iran (Persia) 35,20 59,20

80 2010 Southern Qinghai, China 33,17 96,55

81 1998 Papua New Guinea -2,96 141,90

82 1902 Quezaltenango and San Marcos, Guatemala 14,00 -91,00

83 1975 Haicheng, China 40,60 122,50

84 1991 Northern India 30,80 78,80

85 1995 Sakhalin Island 52,60 142,80

86 1945 Mikawa, Japan 34,70 137,00

87 1917 North of Daguan, Yunnan, China 28,00 104,00

88 1960 Temuco-Valdivia, Chile -38,29 -73,05

89 1990 Luzon, Philippine Islands 15,70 121,20

90 1997 Northern Iran 33,90 59,70

91 1950 Near Zhamo (Rima), Xizang (Tibet), China 28,70 96,60

92 1917 Bali, Indonesia -9,00 115,80

93 1977 Romania 45,80 26,80

94 1981 southern Iran 30,00 57,80

95 1930 Irpinia, Italy 41,05 15,37

96 1946 Ancash, Peru -8,50 -77,50

97 1946 Nankaido, Japan 33,00 135,60

98 1983 Turkey 40,30 42,20

99 2005 Northern Sumatra, Indonesia 2,07 97,01

100 1946 Ustukran, Turkey 39,33 41,10

101 1906 Chia-i, Taiwan 23,60 120,50

102 1954 Chlef (Orleansville, El Asnam), Algeria 36,28 1,47

103 1957 Near Sang Chai, Mazandaran, Iran 36,14 52,70

104 1943 Tottori, Japan 35,50 134,20

105 1999 Colombia 4,46 -75,82

106 1957 Sahneh, Iran 34,35 47,67

107 2009 Southern Sumatra, Indonesia -0,72 99,87

108 1942 Erbaa, Turkey 40,90 36,50

109 1963 Skopje, Former Yugoslav Rep. of Macedonia  42,10 21,40

110 1970 Gediz, Turkey 39,06 29,54

111 1953 Yenice-Gonen, Turkey 40,01 27,49

112 1903 Gole, Turkey (Ottoman Empire) 40,90 42,70

113 1906 Off coast of Esmeraldas, Ecuador 10,00 -81,50

114 1907 Kingston, Jamaica 18,20 -76,70

115 1918 Nan'ao, Guangdong (Kwangtung), China 23,50 117,20

116 1940 Vrancea, Romania (Rumania) 45,80 26,70

117 1951 Cosiguina, Nicaragua 13,00 -87,50

118 1966 East of Longyao, Hebei (Hopeh), China 37,35 114,92

119 1966 Southeast of Ningjin, Hebei (Hopeh), China 37,50 115,10

120 1971 Turkey 38,83 40,52

121 1976 northeastern Italy 46,40 13,30

122 1986 El Salvador 13,80 -89,20

123 1987 Colombia-Ecuador 0,20 -77,80

124 1988 Nepal-India border region 26,80 86,60

125 2002 Hindu Kush Region, Afghanistan 35,90 69,20

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111

ANEXO 11- NÚMERO DE AFETADOS POR SISMO (1990- 2014)

Nº MORTOS AFETADOSAFETADOS/

MORTOS

ESTIMATIVA DE

AFETADOS

TOTAL DE

AFETADOS

1 316000 1850000 6 1850000

2 242 769 799000 3 799000

3 227 898 1700000 7 1700000

4 200 000 1900000 10 1900000

5 142 800 5000 0 5000

6 110 000 374177 3 374177

7 87 587 69000 1 69000

8 86 000 72133 1 72133

9 72 000 59000 1 59000

10 70 000 150000 2 150000

11 50 000 460000 9 460000

12 40 900 n.a 940 700 940700

13 32 700 n.a 752 100 752100

14 32 610 n.a 750 030 750030

15 31 000 105600 3 105600

16 30 000 4000 0 4000

17 28 000 n.a 644 000 644000

18 25 000 519000 21 519000

19 23 000 76000 3 76000

20 20 896 136241 7 136241

21 20 085 166836 8 166836

22 20 000 n.a 460 000 460000

23 19 000 n.a 437 000 437000

24 17 118 550000 32 550000

25 15 000 12000 1 12000

26 15 000 n.a 345 000 345000

27 12 225 2 776  281 175 281175

28 12 000 n.a 276 000 276000

29 12 000 n.a 276 000 276000

30 12 000 n.a 276 000 276000

31 10 700 n.a 246 100 246100

32 10 000 n.a 230 000 230000

33 10 000 30000 3 30000

34 9 748 130000 13 130000

35 9 500 n.a 218 500 218500

36 9 300 n.a 213 900 213900

37 8 000 12000 2 12000

38 8 000 10000 1 10000

39 6 000 n.a 138 000 138000

40 5 800 7200 1 7200

41 5 749 638568 111 638568

42 5 502 346896 63 346896

43 5 300 17000 3 17000

44 5 054 1700 0 1700

45 5 050 103200 20 103200

46 5 000 20000 4 20000

47 5 000 n.a 115 000 115000

48 5 000 9000 2 9000

49 4 700 n.a 108 100 108100

50 4 000 n.a 92 000 92000

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112

CONTINUAÇÃO

Nº MORTOS AFETADOSAFETADOS/

MORTOS

ESTIMATIVA DE

AFETADOS

TOTAL DE

AFETADOS

51 4 000 n.a 92 000 92000

52 4 000 n.a 92 000 92000

53 4 000 818 0 818

54 3 882 n.a 89 286 89286

55 3 800 n.a 87 400 87400

56 3 769 22203 6 22203

57 3 500 n.a 80 500 80500

58 3 500 n.a 80 500 80500

59 3 270 12000 4 12000

60 3 020 7806 3 7806

61 3 000 225000 75 225000

62 3 000 12053 4 12053

63 3 000 n.a 69 000 69000

64 3 000 n.a 69 000 69000

65 2 800 n.a 64 400 64400

66 2 800 n.a 64 400 64400

67 2 800 701500 251 701500

68 2 790 n.a 64 170 64170

69 2 740 6000 2 6000

70 2 735 403000 147 403000

71 2 529 109500 43 109500

72 2 500 n.a 57 500 57500

73 2 500 n.a 57 500 57500

74 2 500 40500 16 40500

75 2 400 n.a 55 200 55200

76 2 323 608700 262 608700

77 2 300 818 0 818

78 2 266 3400 2 3400

79 2 200 190261 86 190261

80 2 200 10000 5 10000

81 2 183 12135 6 12135

82 2 000 9500 5 9500

83 2 000 150000 75 150000

84 2 000 1800 1 1800

85 1 989 750 0 750

86 1 961 n.a 45 103 45103

87 1 800 n.a 41 400 41400

88 1 655 n.a 38 065 38065

89 1 621 3000 2 3000

90 1 567 52300 33 52300

91 1 526 n.a 35 098 35098

92 1 500 n.a 34 500 34500

93 1 500 10511 7 10511

94 1 500 51000 34 51000

95 1 404 n.a 32 292 32292

96 1 400 n.a 32 200 32200

97 1 362 2600 2 2600

98 1 342 25534 19 25534

99 1 313 340 0 340

100 1 300 2600 2 2600

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113

CONTINUAÇÃO

Nº MORTOS AFETADOSAFETADOS/

MORTOS

ESTIMATIVA DE

AFETADOS

TOTAL DE

AFETADOS

101 1 250 n.a 28 750 28750

102 1 250 3000 2 3000

103 1 200 n.a 27 600 27600

104 1 190 n.a 27 370 27370

105 1 185 254750 215 254750

106 1 130 900 1 900

107 1 117 452214 405 452214

108 1 100 n.a 25 300 25300

109 1 100 4000 4 4000

110 1 086 1260 1 1260

111 1 070 n.a 24 610 24610

112 1 000 n.a 23 000 23000

113 1 000 n.a 23 000 23000

114 1 000 n.a 23 000 23000

115 1 000 n.a 23 000 23000

116 1 000 4000 4 4000

117 1 000 n.a 23 000 23000

118 1 000 n.a 23 000 23000

119 1 000 n.a 23 000 23000

120 1 000 15000 15 15000

121 1 000 1700 2 1700

122 1 000 210000 210 210000

123 1 000 20000 20 20000

124 1 000 6553 7 6553

125 1 000 4000 4 4000

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114

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115

ANEXO 12- PREÇO MÉDIO DE ARRENDAR UMA PROPRIEDADE POR M2 (2015)

Fonte: http://www.numbeo.com/property-investment/rankings_by_country.jsp

PaísPreço

médioPaís

Preço

médioPaís

Preço

médioPaís

Preço

médioPaís

Preço

médio

Albania 22 Croatia 30 Iran 16 Morocco 24 Slovakia 16

Algeria 33 Cuba 6 Iraq 11 Mozambique 5 Slovenia 27

Argentina 28 Cyprus 25 Ireland 21 Myanmar 31 South Africa 10

Armenia 18 Czech Republic 23 Israel 29 Namibia 8 South Korea 37

Australia 22 Denmark 20 Italy 30 Nepal 33 Spain 24

Austria 26 Dominican Republic 16 Jamaica 7 Netherlands 16 Sri Lanka 17

Azerbaijan 16 Ecuador 16 Japan 52 New Zealand 18 Sweden 30

Bahamas 16 Egypt 13 Jordan 14 Nicaragua 16 Switzerland 31

Bahrain 12 El Salvador 38 Kazakhstan 19 Nigeria 13 Syria 29

Bangladesh 27 Estonia 25 Kenya 25 Norway 21 Taiwan 83

Belarus 19 Ethiopia 8 Kosovo 22 Oman 8 Tanzania 3

Belgium 13 Fiji 9 Kuwait 13 Pakistan 32 Thailand 27

Belize 50 Finland 24 Latvia 19 Palestinian Territory 19 Trinidad And Tobago 16

Bolivia 19 France 28 Lebanon 21 Panama 12 Tunisia 19

Bosnia And Herzegovina 29 Georgia 12 Libya 8 Papua New Guinea 11 Turkey 16

Botswana 26 Germany 26 Lithuania 23 Peru 20 Uganda 34

Brazil 25 Ghana 8 Luxembourg 20 Philippines 37 Ukraine 21

Brunei 12 Greece 28 Macao 42 Poland 22 United Arab Emirates 10

Bulgaria 17 Guatemala 15 Macedonia 30 Portugal 18 United Kingdom 21

Cambodia 12 Honduras 13 Malaysia 27 Puerto Rico 15 United States 10

Canada 17 Hong Kong 40 Malta 21 Qatar 12 Uruguay 19

Chile 21 Hungary 18 Mauritius 49 Romania 20 Us Virgin Islands 17

China 38 Iceland 13 Mexico 15 Russia 17 Uzbekistan 15

Colombia 21 India 29 Moldova 18 Saudi Arabia 15 Venezuela 10

Costa Rica 13 Indonesia 20 Montenegro 32 Serbia 33 Vietnam 19

Singapore 34 Zimbabwe 26

Preço médio de arrendar uma propriedade por m2

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116

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1

ANEXO 13- MATRIZ DE DISTÂNCIA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

2 13468

3 17286 4612

4 13903 1130 3827

5 13148 1952 5722 3032

6 11916 5079 5419 4152 7005

7 14500 1636 3178 650 3383 4156

8 13123 3941 4167 2902 5893 1419 2798

9 8606 8302 8924 7612 10009 3700 7757 5117

10 3168 16259 19125 16962 15178 14692 17598 16054 11044

11 11360 5843 6036 4940 7752 794 4950 2193 2958 13996

12 13775 1349 3866 289 3282 3866 725 2629 7327 16882 4652

13 10453 6487 6960 5675 8334 1649 5755 3067 2051 13074 926 5387

14 8344 8170 9119 7548 9809 3790 7742 5191 460 10909 3094 7267 2168

15 12558 5507 4885 4465 7459 996 4311 1567 4041 15054 1217 4195 2105 4239

16 13103 4776 4257 3707 6724 1196 3522 863 4728 15772 1786 3445 2712 4880 797

17 6082 19043 16154 19829 17162 15679 19302 16928 12234 3064 14893 19545 14162 12304 15365 16124

18 10741 6062 6634 5246 7917 1257 5331 2667 2454 13440 632 4957 429 2533 1849 2377 14592

19 1792 13295 17876 14049 12409 13187 14698 14179 10202 2965 12756 14016 11897 9891 13973 14378 5999 12124

20 12728 2106 6105 3225 420 7068 3635 6025 9918 14798 7794 3455 8324 9692 7584 6871 16961 7916 12002

21 13868 4809 3536 3688 6710 1988 3364 1289 5394 16391 2512 3461 3430 5584 1353 796 16154 3127 15173 6912

22 14816 1806 2900 937 3429 4347 318 2961 7985 17899 5138 1041 5966 7986 4433 3638 19053 5545 14977 3711 3408

23 13392 3799 3896 2730 5746 1690 2579 281 5390 16335 2455 2467 3339 5469 1742 978 17101 2942 14416 5897 1214 2724

24 9690 7133 7750 6385 8917 2444 6506 3859 1261 12272 1726 6098 802 1370 2875 3510 13457 1194 11184 8870 4215 6728 4133

25 6432 10533 11295 9975 12022 6167 10180 7584 2467 8601 5420 9697 4518 2438 6457 7175 9880 4918 8163 11837 7804 10421 7857 3725

26 12195 5368 5195 4377 7314 535 4298 1500 3777 14821 841 4097 1766 3931 476 951 15453 1454 13555 7407 1673 4454 1730 2561 6227

27 11486 5870 5926 4945 7790 794 4931 2153 3040 14084 162 4658 1036 3196 1079 1689 14887 779 12898 7843 2394 5110 2408 1825 5495 738

28 12461 4271 4832 3319 6210 839 3320 672 4492 15383 1632 3033 2453 4544 1378 998 16512 2039 13571 6296 1705 3517 952 3231 6953 1114 1627

29 12560 4008 4727 3060 5948 1093 3077 575 4710 15535 1884 2774 2683 4745 1613 1138 16771 2263 13605 6035 1769 3283 832 3450 7165 1373 1885 263

30 12260 5199 5110 4210 7145 455 4137 1339 3891 14932 937 3929 1862 4030 550 853 15620 1525 13586 7239 1611 4298 1577 2662 6348 169 854 946 1205

31 14531 3254 2766 2127 5091 2925 1713 1524 6621 17565 3670 1952 4571 6711 2781 1990 17732 4181 15343 5325 1671 1737 1244 5369 9088 2893 3607 2189 2030 2756

32 12550 2399 4871 1736 4274 2752 2099 1931 5934 15718 3481 1474 4089 5840 3370 2780 18129 3665 13109 4318 3145 2405 1933 4741 8254 3123 3526 2013 1762 2957 2277

33 15252 2253 2422 1410 3759 4433 770 3019 8117 18368 5211 1488 6076 8153 4403 3607 18575 5664 15455 4069 3271 478 2760 6857 10576 4479 5167 3625 3410 4331 1628 2760

34 14730 4638 2675 3513 6436 2827 3057 1850 6249 17187 3377 3339 4296 6447 2210 1632 16350 3990 15980 6690 866 3018 1658 5080 8641 2538 3260 2417 2410 2470 1388 3419 2773

35 3156 12337 16890 13250 11183 13458 13888 14137 11030 4015 13207 13283 12451 10661 14378 14571 6839 12590 1462 10793 15335 14120 14320 11835 9260 13914 13363 13631 13595 13900 14951 12681 14585 15977

36 14392 1539 3294 533 3316 4146 117 2804 7727 17484 4940 618 5734 7703 4330 3546 19413 5308 14582 3558 3414 424 2593 6479 10140 4303 4926 3308 3062 4141 1775 2022 884 3132 13774

37 5570 18935 16483 19250 17382 15177 19245 16493 11656 2681 14384 18976 13617 11710 14958 15740 626 14045 5645 17106 15881 19213 16698 12892 9280 14997 14391 16015 16267 15160 17536 17514 18815 16212 6605 19285

38 16718 3751 3134 3839 3593 7453 3491 6035 11147 17474 8220 4084 9101 11184 7308 6534 16296 8693 15649 4011 6035 3220 5767 9887 13608 7452 8164 6656 6443 7315 4559 5555 3033 5310 14233 3550 16922

39 11563 6046 5887 5095 7977 974 5050 2256 3044 14078 401 4811 1121 3236 1003 1701 14735 950 13017 8041 2352 5216 2496 1874 5477 771 255 1781 2043 920 3664 3725 5249 3213 13534 5051 14256 8222

40 15045 2265 2533 1309 3886 4145 664 2732 7827 18196 4925 1333 5787 7862 4132 3336 18640 5375 15346 4175 3031 468 2475 6567 10285 4198 4882 3336 3120 4049 1370 2516 290 2582 14551 779 18747 3323 4968

41 18805 5345 2045 4969 5694 7426 4398 6111 10969 17830 8069 5119 8995 11159 6929 6285 15091 8658 17737 6114 5579 4080 5832 9789 13328 7230 7964 6783 6646 7138 4622 6420 3670 4720 16277 4501 15626 2185 7931 3903

42 13436 1604 5329 2649 417 6681 2975 5531 9792 15574 7440 2907 8056 9616 7098 6352 17547 7635 12771 777 6315 3014 5374 8668 11887 6971 7471 5875 5612 6802 4686 3974 3341 6025 11570 2912 17794 3343 7650 3470 5391

43 13038 3989 4252 2959 5941 1334 2869 88 5031 15966 2111 2684 2982 5104 1519 843 16870 2580 14105 6067 1323 3037 369 3773 7498 1431 2075 585 500 1268 1612 1938 3101 1914 14079 2873 16427 6119 2182 2814 6198 5581

44 12168 6007 5339 4983 7958 1179 4846 2081 3590 14552 1008 4709 1766 3824 541 1338 14847 1605 13658 8067 1839 4973 2271 2484 5970 691 846 1791 2045 851 3321 3804 4944 2671 14192 4863 14426 7838 658 4674 7383 7604 2025

45 2303 15470 19332 16102 14602 14017 16730 15323 10454 877 13369 16011 12442 10276 14495 15154 3913 12783 2217 14201 15848 17037 15601 11646 8061 14207 13472 14651 14780 14301 16793 14849 17499 16699 3441 16617 3486 17490 13497 17319 18588 14974 15236 14027

46 1597 13718 18256 14439 12865 13302 15085 14373 10161 2548 12819 14391 11936 9876 14033 14498 5601 12190 457 12457 15287 15372 14621 11198 8028 13637 12955 13743 13798 13682 15616 13420 15848 16123 1872 14969 5226 16092 13055 15724 18139 13225 14294 13682 1772

47 10837 6168 6563 5322 8041 1251 5379 2669 2452 13478 527 5034 404 2571 1729 2311 14513 212 12252 8052 3038 5583 2939 1206 4919 1368 650 2066 2303 1459 4169 3776 5682 3904 12753 5362 13979 8704 781 5394 8596 7750 2585 1440 12843 12305

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