LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONAL AJUDA DE...
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Diana Maria Castro Martins
LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONALAJUDA DE EMERGÊNCIA NO NEPAL
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NO
NEP
AL
Universidade do MinhoEscola de Engenharia


janeiro de 2016
Tese de MestradoMestrado em Engenharia Industrial
Trabalho efetuado sob a orientação doProfessor Doutor José Manuel Henriques TelhadaProfessor Doutor Filipe Pereira e Alvelos
Diana Maria Castro Martins
LOGÍSTICA HUMANITÁRIA INTERNACIONALAJUDA DE EMERGÊNCIA NO NEPAL
Universidade do MinhoEscola de Engenharia

iii
AGRADECIMENTOS
O espaço limitado desta secção de agradecimentos, seguramente, não me permite
agradecer, como devia, a todas as pessoas que, ao longo do meu Mestrado em Engenharia
Industrial me ajudaram, direta ou indiretamente, a cumprir os meus objetivos e a realizar mais
esta etapa da minha formação académica. Desta forma, exprimo, assim, a minha gratidão e
apreço:
Ao meu orientador, professor José Telhada, e ao meu co-orientador, professor Filipe
Alvelos, pela dedicação e interesse demonstrados ao longo da realização de todo o
estudo, pois, apesar dos seus múltiplos afazeres, sempre se disponibilizaram
incondicionalmente, a colaborar com as suas úteis sugestões que constituíram uma
preciosa e indispensável ajuda.
Ao diretor da organização NHEDF, Samrat Basnet, por ter tornado realidade o sonho
de fazer voluntariado internacional no Nepal e por me ter dado oportunidade de
conhecer outra perspetiva de vida ao estar em contacto com vítimas do terramoto de
2015.
A Ivo Saruga, diretor adjunto do departamento internacional da AMI e à Siokkun
Jang, diretora da zona logística da Ásia-pacífico da FICV, pela disponibilidade,
amabilidade e simpatia que demonstraram em colaborar com este projeto. Foram
simplesmente impecáveis.
À minha família, em especial à minha prima Ana Aires, um enorme obrigada por
acreditar sempre em mim e naquilo que faço e por todos os ensinamentos de vida.
Espero que esta etapa, que agora termino, possa, de alguma forma, retribuir e
compensar todo o carinho, apoio e dedicação que, constantemente me ofereceu.
A José Pereira, colega de mestrado, o meu profundo e sentido agradecimento pelo seu
contributo para a concretização desta dissertação, estimulando-me intelectual e
emocionalmente.

iv

v
RESUMO
As organizações de ajuda humanitária trabalham em ambientes inconstantes,
envolvendo a participação de vários atores com diferentes aptidões e conhecimentos. O
serviço de emergência às vítimas de desastres naturais obriga tomadas de decisão num curto
espaço de tempo. Torna-se extremamente difícil atribuir tarefas a quem é menos experiente e
há poucas ferramentas para auxiliar os dirigentes nestes ambientes de alta tensão.
Esta dissertação apresenta uma análise à importância do estudo da cadeia de
abastecimento humanitária e às dificuldades encontradas pelos vários atores que a constituem.
Primeiramente são estudados os processos logísticos adotados em resposta a desastres
naturais que ocorreram nos últimos anos, de forma a identificar as principais práticas,
problemas e desafios destas operações humanitárias pós-desastre.
Em seguida, apresenta-se um modelo para a localização das instalações humanitárias
no mundo, assim como a capacidade do armazém para o tipo de bens necessários.
Entendidos os conceitos, a exigência na resposta e a imprevisibilidade da procura,
analisam-se os indicadores macroeconómicos do Nepal e os efeitos socioeconómicos
provocados após os sismos que ocorreram de 25 de abril a 12 de maio de 2015.
Com base nesse estudo e após entender as relações estabelecidas, é apresentada uma
análise estruturada das operações logísticas seguidas por organizações que atuam em
diferentes domínios. Enfatiza os procedimentos logísticos de algumas organizações
(WFP,AMI e FICV) aquando da necessidade de prestar auxílio ao povo Nepalês.
Após entendido o contexto, esta dissertação confronta os modelos de optimização com
o que realmente ocorreu no Nepal.
Por fim, dá especial atenção às operações logísticas que são necessárias e urgentes
numa emergência, como também apresenta as dificuldades encontradas pelas pessoas que
ficaram desalojadas. Apresentam-se alguns exemplos das regiões mais afetadas e as respetivas
soluções de construção temporária.
Palavras-Chave: Logística; Logística Humanitária; Planeamento Estratégico, Procura
(Processos, Necessidades)

vi

vii
ABSTRACT
Humanitarian aid organizations work in unpredictable environments, involving the
participation of several actors with different skills and knowledge. The emergency services to
victims of natural disasters require decisions to be taken in a short time. It becomes extremely
difficult to assign tasks to those who are untrained and there are few tools to assist leaders in
these high-voltage environments.
This dissertation presents an analysis of the importance of the study of humanitarian
supply chain and the difficulties faced by its actors.
Firstly, it presents a study of the logistics processes adopted in response to natural
disasters that have occurred in recent years in order to identify key practices, problems and
challenges of these post-disaster humanitarian operations. Then, it presents a model for the
location of relief facilities in the world, as well as storage capacity necessary for the type of
goods.
After understanding the concepts of the requirement in the response and the demand´s
unpredictability, following the analyis of the Nepal´s macroeconomic indicators and the
socio-economic effects caused after the earthquakes that took place from 12th May to 25th
April in 2015.
Based on this study and further understanding of the relationships established, it´s
presented a structured analysis of logistics operations followed by organizations that worked
in different fields. It emphasized the logistical arrangements of some organizations (WFP,
AMI and IFRC) after the need to provide assistance to the Nepalese people.
This dissertation confronts the optimization models with what really occurred in
Nepal.
Finally, it gives special attention to the logistics operations that are necessary and
urgent in an emergency, but it also presents the difficulties found by people who were
displaced. It presents some examples of the most affected regions and their temporary
construction solutions.
Keywords: Logistic: Humanitarian logistics; Strategic planning, Demand (Processes,
Needs)

viii

ix
ÍNDICE
ÍNDICE ...................................................................................................................................................... IX
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................................. XIII
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................... XV
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................. XIX
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1
1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO ...................................................................................................................... 1
1.2. OBJETIVO DO ESTUDO .......................................................................................................................... 4
1.3. PROPÓSITO E PERGUNTA DA PESQUISA................................................................................................ 4
1.4. MÉTODO DA PESQUISA ......................................................................................................................... 5
1.5. LIMITAÇÕES DO MÉTODO ..................................................................................................................... 5
1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................................................. 5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................................... 7
2.1. DEFINIÇÕES ........................................................................................................................................... 7
2.2. GESTÃO DA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA EM DESASTRES NATURAIS ....................................................... 8
2.3. CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA...................................................................................... 10
2.4. ATORES DA CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA ................................................................... 13
2.5. COORDENAÇÃO NA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA .................................................................................. 14
2.6. INTEGRAÇÃO ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPETENTES ................................................................... 15
2.7. CAPACIDADE DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO ....................................................................................... 18
2.8. CAPACIDADE DA GESTÃO DO FORNECIMENTO ................................................................................... 20
2.8.1. ARMAZENAMENTO ..................................................................................................................... 20
2.8.2. TRANSPORTE ............................................................................................................................... 26
3. LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES HUMANITÁRIAS ................................................................................ 29

x
3.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.................................................................................................................. 29
3.2. MODELO DE PROGRAMAÇÃO INTEIRA................................................................................................ 33
3.3. ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS ............................................................................................................ 36
4. ESCOLHA DO CASO .............................................................................................................................. 39
4.1. INDICADORES MACRO-ECONÓMICOS ................................................................................................ 39
4.2. INFORMAÇÃO REFERENTE AO DESASTRE NATURAL ........................................................................... 45
4.3 EFEITOS ECONÓMICOS E SOCIAIS PÓS-SISMO ..................................................................................... 49
5. FASE DE RESPOSTA .............................................................................................................................. 51
5.1. COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL DO SISTEMA HUMANITÁRIO ......................................................... 51
5.2. CASO WFP ........................................................................................................................................... 53
5.2.1. SISTEMA CLUSTER ....................................................................................................................... 53
5.2.2. “UNITED NATIONS HUMANITARIAN RESPONSE DEPOTS” (UNHRD) ........................................... 56
5.2. CASO AMI ............................................................................................................................................ 59
5.3. CASO FICV ........................................................................................................................................... 61
6. FASE DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE .............................................................................................. 65
6.1. ETAPA DE TRANSIÇÃO ......................................................................................................................... 65
6.1.1. CAMPO BHATTEDADHA, LALITPUR – ORGANIZAÇÃO “CHANGE FUSION NEPAL” ...................... 66
6.1.2 CAMPO DE APOIO À VÍTIMA EM SINDHUPALCHOCK – ORGANIZAÇÃO “UNICEF” ....................... 68
6.1.4 EXEMPLO DE UM ABRIGO TEMPORÁRIO – MISSÃO “OBRIGADO PORTUGAL. NÓS TAMBÉM
SOMOS NEPAL” ............................................................................................................................................ 70
6.2. ETAPA DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 71
7. CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................ 75
ANEXOS ................................................................................................................................................... 81
ANEXO 1- QUESTIONÁRIO CONEXÃO VOLUNTÁRIOS EM CAMPO ............................................................. 81
ANEXO 2- ENTREVISTA AMI ....................................................................................................................... 85

xi
ANEXO 3- QUESTIONÁRIO Nº1 IFRC ........................................................................................................... 91
ANEXO 4- QUESTIONÁRIO Nº2 IFRC ........................................................................................................... 93
ANEXO 5- GRAVIDADE E FREQUÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS, POR GRUPO DE RENDIMENTO .......... 95
ANEXO 6- POPULAÇÃO DO NEPAL EM 2011 DIVIDIDA POR DISTRITOS ...................................................... 97
ANEXO 7- VALORES RELATIVOS AOS EFEITOS PÓS-SISMO ......................................................................... 99
ANEXO 8- LISTA DE ORGANIZAÇÕES ........................................................................................................ 101
ANEXO 9- EXEMPLO DE ABRIGOS TEMPORÁRIOS PARA DIVERSOS CENÁRIOS ........................................ 107
ANEXO 10- LISTA DOS SISMOS (1990- 2014) QUE PROVOCARAM MAIS DE 1000 MORTES ...................... 109
ANEXO 11- NÚMERO DE AFETADOS POR SISMO (1990- 2014) ................................................................ 111
ANEXO 12- PREÇO MÉDIO DE ARRENDAR UMA PROPRIEDADE POR M2 (2015) ....................................... 115
ANEXO 13- MATRIZ DE DISTÂNCIA ............................................................................................................... 1

xii

xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Definições relacionadas com desastres naturais (Fonte: Adaptado de PNDC, 2007) ...... 8
Tabela 2- Classificação 5B´s (Fonte: Tomasini e Van Wassenhove, 2009)...................................... 11
Tabela 3- Mecanismos de coordenação “Top-down” e “multi-stakeholder” em situações pós
desastre (Fonte: Adaptado de http://lib.icimod.org/record/30799/files/ICIMOD_WP_15.6.pdf) ...... 17
Tabela 4- Comparação sumária dos modos de transporte ............................................................. 27
Tabela 5- Nº de sismos que ocorreram entre 1900 e 2014 (Fonte: Autora) .................................. 30
Tabela 6- Itens não alimentares (Fonte: Global Logistics Service -GLS) ......................................... 31
Tabela 7- Dimensões dos itens alimentares da figura 16 ............................................................... 32
Tabela 8- Dados demográficos do Nepal e de Portugal .................................................................. 40
Tabela 9- Distritos do Nepal (Fonte: Autora) .................................................................................. 41
Tabela 10- Lista dos sismos ocorridos no Nepal (Fonte: Adaptado de Earthquake Hazards
Program- Usgs) ...................................................................................................................................... 45
Tabela 11- Distritos em que as pessoas foram afetadas com maior intensidade .......................... 47
Tabela 12- Distritos onde as casas foram afetadas com maior intensidade (Fonte: Autora) ........ 48
Tabela 13- Resumo do efeito pós-sismo nos 4 setores (Fonte: Adaptado de PDNA 2015)............ 49
Tabela 14- Preço de construção de um abrigo temporário (Fonte: José Batalha) ......................... 70
Tabela 15- Severity and frequency of natural disasters by income group (1994-2013) (Fonte:
World Bank, 2014) ................................................................................................................................. 95
Tabela 16- População do Nepal, 2011 dividida por distritos .......................................................... 97
Tabela 17- Valores relativos aos efeitos pós-sismo (Fonte: http://drrportal.gov.np/) ................ 100
Tabela 18- Descrição dos materiais necessários para a construção (Adaptado de IFRC.2011) ... 107
Tabela 19- Dados relacionados com as diferentes construções ................................................... 107

xiv

xv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Número de desastres naturais reportados por continente (1994 a 2013)........................ 2
Figura 2- Número de desastres naturais reportados no mundo (1994 a 2013) ............................... 2
Figura 3- Número de mortes absolutas por continente (1994 a 2013) ............................................ 3
Figura 4- Número de mortes por tipo de desastre (1994 a 2013) .................................................... 3
Figura 5- Modelo das Três Fases (Fonte: Adaptado de Tufinkgi, 2006) ........................................... 9
Figura 6- Ciclo de vida de uma missão de ajuda (Fonte: Adaptado de Beamon,2004) .................. 10
Figura 7- Cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora) .................................................. 12
Figura 8- Atores da cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora) .................................. 14
Figura 9- Exemplo do mecanismo de coordenação “multi-stakeholder ........................................ 18
Figura 10- Funções da Autoridade Nacional de Proteção Civil (Fonte: Autora) ............................. 19
Figura 11- Setores do armazém e zonas de circulação (Fonte: Autora) ......................................... 22
Figura 12- Divisão da zona de armazenagem em três subzonas correspondentes à análise ABC.
(Fonte: Adaptado de Carvalho & Guedes, 2010) .................................................................................. 23
Figura 13- Módulos do SUMA (Fonte: Autora) ............................................................................... 24
Figura 14- Módulos do Helio (Fonte: Autora) ................................................................................. 25
Figura 15- Instalações Humanitárias e locais de risco (Fonte: Autora) .......................................... 30
Figura 16- Exemplo de uma doação Humanitária dos EUA ao Afeganistão (2011) (Fonte:
http://www.mreinfo.com/other-us-rations/current-us-rations/humanitarian-daily-ration/) ............. 32
Figura 17- Representação do Nepal por distritos ........................................................................... 40
Figura 18- GDP (PPP) per capita (int’l $), 1990–2014 ..................................................................... 42
Figura 19- Índices de competitividade global (Fonte: World Economic Forum) ............................ 43
Figura 20- Fatores mais problemáticos para estabelecer relações comerciais no País (Fonte:
World Economic Forum) ....................................................................................................................... 43

xvi
Figura 21- Gravidade e frequência dos desastres de acordo com o grupo de rendimentos (1994-
2013) (Fonte: World Bank, 2014) .......................................................................................................... 44
Figura 22- Esquema da região afetada (Fonte: http://data.unhcr.org/nepal/).............................. 45
Figura 23- Datas de sismos de grande magnitude registados na região (Fonte: Adaptado de
Google Earth) ......................................................................................................................................... 46
Figura 24- Representação gráfica do nº de mortes por distritos (Fonte: drrportal.gov.np) .......... 47
Figura 25- Representação gráfica do nº de casas totalmente destruídas ...................................... 48
Figura 26- Organizações envolvidas na assistência humanitária no Nepal .................................... 52
Figura 27- Coordenação dos Clusters das Nações Unidas (Fonte:Autora) ..................................... 53
Figura 28- Densidade rodoviária (Fonte: Adaptado de World Food Programme) ......................... 54
Figura 29- Acessos rodoviários (Fonte: Adaptado de World Food Programme) ............................ 55
Figura 30- Armazéns de resposta humanitária no Mundo (Fonte: http://www.unhrd.org/) ........ 56
Figura 31- Localização dos armazéns (Fonte:WFP Logistic Cluster) ............................................... 58
Figura 32- As 3 Fases de intervenção da AMI no Nepal (Fonte: Autora) ........................................ 60
Figura 33- Intervenção da NCRS depois do sismo (Fonte: Autora) ................................................. 62
Figura 34- Serviços logísticos globais (Fonte: IFRC Global Logistics Sevice) ................................... 62
Figura 35- Desdobramento da FICV em ERU´S (Fonte: Autora)...................................................... 64
Figura 36- Relação logística entre o NRCS e a FICV (Fonte: Autora) ............................................... 64
Figura 37- Estrutura do abrigo construído no campo Bhattedadha ............................................... 67
Figura 38- Abrigo número 38 (Fonte: Portal Bikes) ........................................................................ 68
Figura 39- Abrigo temporário (Fonte: Autora) ............................................................................... 69
Figura 40- Campo de Refugiados em Sindhupalchok (Fonte: Autora) ............................................ 69
Figura 41- Condições da habitação (Fonte: Autora) ....................................................................... 69
Figura 42- Representação esquemática de uma habitação (Fonte: José Batalha) ......................... 70
Figura 43- Estrutura de abrigo construída na Indonésia, Java Ocidental em 2009 (IFRC.2011)... 108
Figura 44- Estrutura de abrigo construída na Indonésia, Sumatra em 2009 (IFRC.2011) ............ 108

xvii
Figura 45- Estrutura de abrigo construída no Peru em 2007 (IFRC.2011) .................................... 108
Figura 46- Estrutura de abrigo construída no Paquistão em 2010 (IFRC.2011) ........................... 108
Figura 47- Estrutura de abrigo construída no Haiti em 2010 (IFRC.2011) .................................... 108
Figura 48- Estrutura de abrigo construída no Peru em 2007 (IFRC.2011) .................................... 108
Figura 49- Estrutura de abrigo construída na Indonésia em 2005 (IFRC.2011) ............................ 108
Figura 50- Estrutura de abrigo construída no Vietname em 2004 (IFRC.2011) ........................... 108

xviii

xix
GLOSSÁRIO
ADDHU Associação de defesa dos direitos humanos
AMI Assistência Médica Internacional
ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil
CE Central Estratégica
CNPCE Conselho Nacional de Planeamento Civil de Emergência
COGIC Centro Operacional de Gestão Interministerial de Crises
CRED Collaborating Centre for Research on the Epidemiology of Disasters
ECHO European Commission
EMA Empresa de Meios Aéreos
EOC Emergency Operation Centre
ERC Emergency Response Committee
ERU Emergency Response Units
FACT Field Assessment and Coordination Team
FEMA Federal Emergency Management Agency
FICV Federação Internacional da Cruz Vermelha
GLS Global Logistic Service
HSA Humanitarian Staging Area
IASC Inter-Agency Standing Committee
ICRC Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho
IHOL Instituição Humanitária de Operações Logísticas
IOM International Organization for Migration
MAI Ministério da Administração Interna
MSH Médicos sem fronteiras
MUS Mobile Storage Units
NRCS Nepal Red Cross Society
OCHA Office for the Coordination of Humanitarian Affairs
OIT Organização Internacional do Trabalho
OMS Organização Mundial de Saúde
ONG Organização não governamental
PIPOL Projetos Internacionais em Parceria com Organizações Locais
PDNA Post Disaster Needs Assessment

xx
PNDC Política Nacional de Defesa Civil
PRACE Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado
RDRT Regional Disaster Response Team
UNHAS United Nations Humanitarian Air Service
UNHCR The UN Refugee Agency
UNJLC United Nations Joint Logistic Centre
USAID US Agency for International Development
USGS United States Geological Survey
WFP United Nations World Food Programme

1
1. INTRODUÇÃO
1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
A tendência crescente das catástrofes naturais e a escala maciça dos recentes esforços
de relevo mundial conduziram à necessidade de operações de resposta a desastres que sejam
eficazes e eficientes. O número de desastres naturais e as pessoas afetadas por catástrofes têm
aumentado nos últimos anos. O número médio anual de desastres durante 2000-2004 foi 55%
maior do que durante 1995-1999, e os desastres afetaram mais 33% das pessoas no período
2000-2004 do que durante 1995-1999 (IFRC 2005).
O Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (“Collaborating Centre
for Research on the Epidemiology of Disasters”- CRED) encontra-se ativo há mais de 30 anos
nas áreas de estudos internacionais especializadas em desastres e conflitos de saúde, com
atividades de investigação e formação que promovem a assistência, reabilitação e
desenvolvimento. Este centro de apoio informativo criou uma base de dados dos desastres de
emergência internacional, o EM-DAT, no qual consta que num período de 20 anos,
compreendido entre 1994 e 2013, ocorreram cerca de 6873 desastres naturais em todo o
mundo. As consequências destes desastres apontam para 1,35 milhões de mortes (em média
68 mil vidas por ano). Estima-se que aproximadamente 218 milhões de pessoas foram
afetadas por desastres naturais em média por ano no período referido. Exemplos como o
terramoto da China, em 2008, os terramotos no Haiti, em 2010, terramoto e tsunami no Japão,
em 2011, tufão nas Filipinas, em 2013 e ainda, as enchentes e deslizamentos de terra
ocorridos no Rio de Janeiro, em 2011, entre outros, demostram a gravidade dos desastres
naturais que ocorreram recentemente.

2
Com base nos dados fornecidos pela EM-DAT relativamente ao período de 1994 a
2013, é possível constatar que o continente Asiático é o mais vulnerável a desastres naturais,
seguindo-se a América, tal como sugerem as figuras 1 e 2.
Figura 2- Número de desastres naturais reportados no mundo (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)
Figura 1- Número de desastres naturais reportados por continente (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)
Mundo África América Ásia Europa Oceânia
Nº de desastres

3
Dos desastres que ocorreram nesse período, metade das vidas perdidas foram
de pessoas que habitavam países do continente asiático. Assim, podemos concluir
que este continente é fortemente afetado quer em número de incidentes quer em
número de vidas perdidas.
Legenda:
■ Ásia ■ América ■ Europa ■ Oceânia ■ África
Contudo, importa especificar a que tipo de desastres esta análise diz respeito. Embora os
sismos e tsunamis não sejam os desastres que ocorrem com maior frequência, são aqueles que
provocam mais danos materiais e sofrimento humano. Segundo a figura 4, 55% das mortes
registadas no período em análise, resultaram do tipo de desastre referido anteriormente.
Legenda:
Figura 3- Número de mortes absolutas por continente (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)
Figura 4- Número de mortes por tipo de desastre (1994 a 2013) Fonte: Adaptado de EM-DAT (www.emdat.be, acedido em 06/07/2015)
Sismo e Tsunamis Tempestade Inundação Temperatura extrema Seca Outros (movimentos de massa, vulcões, incêndios florestais)

4
1.2. OBJETIVO DO ESTUDO
A presente dissertação tem como objetivo investigar as causas para problemas
logísticos da cadeia de abastecimento humanitária aquando da urgência de aliviar o
sofrimento das vítimas pós-desastre. Encontrados os principais problemas, pretende-se
analisar as decisões tomadas pelas organizações envolvidas.
1.3. PROPÓSITO E PERGUNTA DA PESQUISA
Esta dissertação tem como propósito “Investigar a gestão logística na fase de resposta e
reconstrução de uma região que sofreu um desastre natural e propor modelos de
optimização”.
Para tal considerou-se necessário indagar o papel das organizações neste processo e
receber feedback. Seguem seis questões relevantes para o estudo:
Planeamento:
- Foi elaborado algum plano de resposta e reconstrução da região afetada?
-Caso a resposta seja sim, fez-se um levantamento dos recursos necessários para cumprir o
plano de forma a atender a população local?
Integração Interna:
- Como foi a participação das organizações não-governamentais (ONG´s) na fase de
recuperação?
- Existiu colaboração entre as várias organizações intervenientes nessa fase?
- Como foi a participação de fornecedores?
- O que foi feito para que a informação circulasse pelos meios de comunicação?
Avaliação das medidas de desempenho:
- Caso as organizações tenham sido ineficientes, os papéis e responsabilidades foram
revistos?

5
1.4. MÉTODO DA PESQUISA
A metodologia de qualquer estudo de investigação deve ser definida com base nas
questões que se pretendem investigar, na medida em que são estas que determinam o quadro
conceptual e a metodologia a seguir. Desta forma, a investigação pode adquirir um cariz
quantitativo, qualitativo ou ainda a conjugação de ambos (GUERREIRO, 2003).
Atendendo ao âmbito da presente dissertação, aos seus objetivos e às suas questões de
investigação, os instrumentos utilizados para a recolha de dados foram: inquérito por
entrevista, inquérito por questionário e análise de documentos (livros, dissertações, artigos,
documentos, mapas e informação obtida através da comunicação social).
Para o estudo de caso foi elaborado um inquérito por entrevista a Ivo Saruga, director
adjunto da AMI, responsável pelo departamento internacional; um inquérito por questionário
a Filipe Almeida, membro do Comité - Representando os Jovens da ONG Conexão de
Voluntários em Campo; um inquérito por questionário a Siokkun Jang, diretora de logística da
zona da Ásia-Pacífico da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente
Vermelho, uma entrevista pessoal a José Batalha, voluntário na missão “Obrigada Portugal
nós também somos Nepal”.
1.5. LIMITAÇÕES DO MÉTODO
O método de pesquisa adotado possui algumas limitações. A subjetividade da recolha
de dados, através de entrevistas, pode resultar em interpretações erróneas e existe pouca base
para ser possível generalizar.
Contudo, conhecidas as limitações do método, procurou-se evitar fatores de
enviesamento na fase de interpretação, evitar generalizar conclusões e evitar a perda de
objetividade na análise dos dados.
1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
Este estudo encontra-se organizado em sete capítulos. Neste primeiro capítulo é
apresentado o objetivo e pertinência da dissertação. No segundo capítulo é efetuada uma
revisão da literatura sobre a gestão logística após a ocorrência de desastres naturais e o
funcionamento da cadeia de abastecimento humanitária.
O terceiro capítulo apresenta um modelo para a localização das instalações humanitárias
no mundo. Apresenta ainda o tipo de abastecimentos necessários e a capacidade do armazém
com base numa previsão da procura.

6
O quarto capítulo dedica-se à apresentação do caso de estudo. O quinto capítulo é
dedicado à fase de resposta. Será dada especial atenção ao atendimento das necessidades das
pessoas afetadas por um desastre natural e à integração entre as organizações competentes.
Este capítulo destaca e pormenoriza os dados de maior relevância relacionados com o caso de
estudo.
O sexto capítulo é dedicado à fase de recuperação pós desastre. Neste capítulo é dada
especial atenção à etapa de transição, onde se encontram exemplificados alguns abrigos
temporários atualmente presentes no Nepal de forma a minorar as necessidades e urgências
vivenciadas.
Por fim, o sétimo capítulo visa concluir os temas abordados ao longo da pesquisa e
evidenciar as principais limitações.

7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. DEFINIÇÕES
Segundo a Política Nacional de Defesa Civil (PNDC, 2007, pag.8), “Desastre é o
resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre o ecossistema
vulnerável, causando danos humanos, materiais e consequentemente prejuízos económicos e
sociais.”
Os desastres de origem natural podem estar relacionados com a dinâmica interna ou
externa da terra, ou seja, acontecimentos internos causados pela movimentação das placas
tectónicas, que têm reflexo na superfície do planeta (sismos, tsunamis e atividade vulcânica);
ou de origem externa gerada pela dinâmica atmosférica (tempestades, tornados, secas,
inundações, movimentos de massa, etc)
Os desastres são normalmente súbitos e fortuitos, de uma gravidade e magnitude capaz de
produzir estragos e prejuízos diversos, resultando em mortos e feridos. Portanto, exigem
ações preventivas e restituidoras, que envolvem diversos setores governamentais e privados.
A Tabela 1 apresenta os conceitos associados aos principais termos utilizados na definição
de desastres na PNDC.
Termos Conceito
Risco
Medida de danos ou prejuízos potenciais, expressa em termos de probabilidade
estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza das consequências
previsíveis. É a relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de
evento adverso ou determinados acidentes se concretizem, com o grau de
vulnerabilidade do sistema recetor a seus efeitos.
Dano
Intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais induzidas às pessoas,
comunidades, instituições, instalações e/ou ecossistemas, como consequência de
um desastre.
Vulnerabilidade
Condição intrínseca ao corpo ou sistema recetor que, em interação com a
magnitude do evento ou acidente, carateriza os efeitos adversos, medidos em
termos de intensidade dos danos prováveis. É a relação existente entre a
magnitude da ameaça, caso ela se concretize, e a intensidade do dano
consequente.
Ameaça
Estimativa de ocorrência e magnitude de um evento adverso, expressa em termos
de probabilidade estatística de concretização do evento e da provável magnitude
da sua manifestação.
Segurança
Estado de confiança, individual ou coletivo, baseado no conhecimento e no
emprego de normas de proteção e na convicção de que os riscos de desastres

8
foram reduzidos, em virtude de terem sido adotadas medidas minimizadoras.
Defesa Civil
Conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas,
destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e
restabelecer a normalidade social.
Situação de
Emergência
Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por
desastre, causando danos suportáveis à comunidade afetada.
Estado de
Calamidade
Pública
Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por
desastre, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade
ou à vida de seus integrantes.
Desenvolvimento
Sustentável
É o uso e gestão responsáveis dos recursos naturais, de modo a propiciar maior
benefício às gerações atuais, mantendo, porém, as suas potencialidades para
atender às necessidades e aspirações das gerações futuras, pelo maior espaço de
tempo possível.
Tabela 1- Definições relacionadas com desastres naturais (Fonte: Adaptado de PNDC, 2007)
2.2. GESTÃO DA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA EM DESASTRES NATURAIS
Na ausência de uma definição clara de assistência humanitária, os termos "socorro",
"logística de emergência" e "logística humanitária" são utilizados na literatura (KOVACS e
SPENS 2007). O autor SHEU (2007), (p. 655) fornece a definição de logística humanitária de
emergência como "um processo de planeamento, gestão e controlo dos fluxos eficientes que
aliviam o sofrimento, informações e serviços a partir dos pontos de origem até aos pontos de
destino para atender a necessidades urgentes das pessoas afetadas". De uma forma geral,
logística humanitária pode ser definida como "o processo e sistemas envolvidos na
mobilização de recursos, habilidade e conhecimento para ajudar as pessoas vulneráveis
afetadas pelo desastre" (VAN WASSENHOVE 2006).
O impacte sobre a população afetada pode ser reduzido pela eficiência e infalibilidade das
operações de repostas humanitárias às emergências. Uma vez que cerca de 80% dos esforços
de atenuar os danos envolvem logística e cadeia de abastecimento, concluiu-se que estas
operações representam o elemento mais importante no alívio da população e determinam a
diferença entre um sucesso e um fracasso (VAN WASSEBHOVE 2006).
O planeamento da Função Logística deve fazer parte do Plano de Emergência a
desastres naturais. ARAÚJO (2000) cita 5 requisitos que devem estar presentes neste plano:
simplicidade (elaborado de forma clara e concisa), flexibilidade (não pode ser rígido de
forma a permitir a sua adaptação a situação), dinamismo (deve estar atualizado), adequação
(adequado à realidade) e, precisão (deve ser claro na atribuição das responsabilidades).

9
Para o sector agrícola, o estudo da logística humanitária é relevante, pois as cadeias de
abastecimento comerciais também são afetadas pelos desastres. As questões de
sustentabilidade e resiliência no plano empresarial podem ser minimizadas através do estudo
de casos da logística humanitária. Segundo BEAMON e BALCIK (2008), a crescente
complexidade nas cadeias de abastecimentos globais requer que as empresas tenham as
mesmas capacitações das agências humanitárias, como rapidez, adaptabilidade e versatilidade.
As cadeias globais possuem ciclos de desempenho mais extensos e incertos que cadeias
domésticas, sendo mais suscetíveis a incertezas, interrupções, atrasos e maiores riscos. Por
essa razão, a logística humanitária tem conquistado recentemente mais atenção de
académicos.
Para APTE, (2009), na logística humanitária, o ciclo de desastre é baseado em três fases:
preparação, resposta e ajuda humanitária. O TRB (2010) divide o ciclo de emergência em
quatro ações: preparar, responder, recuperar e mitigar. FERNANDES (2010) relata que a
Política Nacional de Defesa Civil, também divide o ciclo em quatro fases distintas:
prevenção, preparação e alerta, assistência de emergência e reconstrução.
LIMA, OLIVEIRA E GONÇALVES (2011) defendem um modelo de três fases:
Preparação, Resposta e Recuperação (figura 5). Estes autores defendem que a fase da
preparação abrange atividades de planeamento que antecedem a ocorrência do evento e
objetivam melhorar a capacidade de resposta operacional durante uma emergência, visando a
prevenção do desastre. A resposta refere-se ao evento em curso, a qual abrange a
conformação dos recursos disponíveis de forma imediata antes, durante ou após a emergência,
com o intuito de reduzir perdas materiais e humanas. Por fim, a recuperação carateriza-se pelo
restabelecimento dos serviços afetados e o retorno às atividades no nível anterior ao desastre,
se possível com aperfeiçoamentos funcionais.
Figura 5- Modelo das Três Fases (Fonte: Adaptado de Tufinkgi, 2006)
PrevençãoMitigação
Preparação
Advertência Impacto Emergência
Transição Reconstrução e Desenvolvimento
Fase de Preparação Fase de Resposta Fase de Recuperacão Pós-Desastre

10
A presente dissertação irá dar especial atenção às fases de resposta e recuperação pós
desastre (etapa de transição; reconstrução e desenvolvimento).
O ciclo de vida de uma missão de ajuda, segundo BEAMON (2004), encontra-se
compreendido em quatro fases sequenciais (figura 6). A primeira fase corresponde à
avaliação. Nesta fase são identificadas as necessidades baseadas nas caraterísticas específicas
da ocorrência. Após a avaliação no terreno segue-se a organização, a definição do projeto de
ação. Nesta fase a necessidade de recursos cresce de acordo com a avaliação realizada. A
terceira fase diz respeito à sustentação, ou seja, ao período de tempo no qual as operações são
suportadas e os recursos mantidos. Por último, a etapa da reconfiguração corresponde à fase
em que as operações e recursos são reduzidos até finalizarem por completo.
2.3. CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA
BEAMON e BALCIK (2008) consideram que o objetivo de uma cadeia de ajuda
humanitária é prestar suporte humanitário na forma de alimentos, água, remédios, abrigo e
fornecimentos para as áreas afetadas por emergências de grande escala. Assim como nas
cadeias de abastecimento comerciais, os fluxos materiais transitam pela cadeia em etapas – de
curta ou longa distancia- até chegaram ao beneficiário final.
De uma maneira mais detalhada, os abastecimentos partem de diversas localidades para
um armazém central, geralmente localizado adjunto a um porto ou aeroporto e, consistem,
principalmente, de stock preposicionado em armazéns, aquisições feitas por fornecedores e de
doações de comida e de outros itens básicos. Em seguida, os recursos são expedidos para um
segundo armazém, em geral localizado numa grande cidade, onde são armazenados,
classificados e transferidos para os centros de localização locais, ou armazéns terciários. Por
fim, os bens são distribuídos para quem os necessita (BEAMON e BALCIK,2008). Os bens
Figura 6- Ciclo de vida de uma missão de ajuda (Fonte: Adaptado de Beamon,2004)
Avaliação
Organização
Sustentação
Reconfiguração
Tempo
Recursos
Fase de Resposta Fase de Recuperacão

11
adquiridos de fornecedores locais podem também entrar para os armazéns secundários ou
terciários ou ainda serem distribuídos diretamente para a população afetada.
Pode-se definir segundo TOMASINI e VAN WASSENHOVE (2009) 5Bs que auxiliam
na classificação da gestão da cadeia de abastecimento. Esta classificação encontra-se na tabela
2 acompanhada de uma breve descrição.
Classificação Descrição
BOXES
Fluxo de produtos físicos (Materiais)
Devido a urgência no início de um desastre, as
mercadorias devem estar disponíveis o mais rápido
possível, independente do custo. Entre 90 a 100 dias,
a resposta torna-se razoavelmente eficaz, ou seja, é
possível socorrer com um custo razoável e priorizar
a compra de produtos a nível local. Uma quantidade
significativa de doações não solicitadas podem
tornar-se um fardo para o sistema. O fluxo de bens
deve ser monitorizado e comunicado para melhorar a
eficiência e eficácia da resposta.
BYTE
Transmissão de pedidos
A informação no início do desastre é limitada, mas é
fundamental para entender o impacte em áreas
específicas e as necessidades em diferentes níveis; é
essencial para projetar e coordenar a resposta. É
preciso identificar a necessidade da população; evitar
a duplicação de esforços; saber quem vai estar
envolvido na resposta e isto depende da partilha da
informação.
BUCKS
Fluxo financeiro (doações, pagamentos)
As fotografias das regiões atingidas pelos desastres
são fundamentais para as agências de recolha de
recursos. Contudo, apenas as crises com grande
exposição nos media são capazes de comover,
levando a doações significativas.
BODIES
Pessoas envolvidas na cadeia
As organizações humanitárias precisam de contar
com as equipas com formação e com voluntários
locais com vontade em ajudar.
BRAIN
Conhecimento e valências
É necessário transparecer conhecimentos para criar
soluções. Cada desastre deve ser uma oportunidade
para a transferência de conhecimento especializado e
de experiência de prática local.
Tabela 2- Classificação 5B´s (Fonte: Tomasini e Van Wassenhove, 2009)
OLORUNTOBA e GRAY (2006) defendem que não há uma forma única de cadeia de
abastecimento humanitária pelo que a ajuda não passa necessariamente por todos os
intervenientes num só sentido e sempre pela mesma ordem (figura 7). A literatura aponta para
a heterogeneidade das cadeias de abastecimento humanitárias. Seja qual for a sua estrutura,
Aquisição
Trabalho de Campo
Programa Staff
Vendedor
Distribuição
Instituições Locais
Armazém
Doador Beneficiários
Monitorização e Avaliação
Carrinha
Programa Staff Gestão de frota
Armazém em trânsito
Gestão de ativos
Stock Pré-posicionado

12
uma questão importante a reter é que são necessariamente distintas das cadeias comerciais
uma vez que as primeiras são temporárias (JAHRE et al, 2009). Quando um desastre ocorre
há sempre um processo de criação e, posteriormente, um processo de “destruição” da cadeia
de abastecimento. Como o tempo é um elemento crucial, a divisão de responsabilidades e a
coordenação entre organizações são questões importantes que podem e necessitam de ser
previstas.
Figura 7- Cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora)

13
Para SCHOLTENS (2008), a necessidade de colaborar torna-se óbvia uma vez que todos
os autores intervenientes procuram o mesmo propósito. Considerou-se fundamental explorar
quem são estes atores para entender as dificuldades e oportunidades de coordenação.
Tal como acontece na logística empresarial, a logística humanitária enfrenta desafios, tais
como (MEIRIM, 2006):
Infra-estrutura: Quer esteja danificada ou destruída dificulta o acesso aos recursos e
impede a entrada/saída de pessoas.
Recursos Humanos: Excesso de pessoas (voluntários) sem formação adequada dos quais
destacamos os heróis que agem somente com a emoção, as celebridades que só querem
aparecer no momento e as pessoas que vão para o local e não conhecem o idioma local.
Materiais: Torna-se necessária uma definição clara do que é necessário e para onde deve
ser transportado. Existem desequilíbrios de doações de umas semanas para as outras o que
gera desperdícios, avarias, excesso de itens inadequados (produtos alimentares com prazos de
validade muito curtos).
2.4. ATORES DA CADEIA DE ABASTECIMENTO HUMANITÁRIA
KOVÁCS e SPENS (2007) consideram que os atores que participam na rede da cadeia de
abastecimento humanitária podem ser categorizados em seis grupos: doadores, agências de
ajuda, outras organizações não governamentais, governos, forças armadas e provedores de
logística (figura 8). Esta dissertação estuda o papel das agências de ajuda e dos provedores de
logística e, a relação estabelecida entre cada ator num desastre natural específico.
No caso das agências de ajuda, elas podem ser divididas em três grupos (anexo 9).
As agências governamentais são organizações que se dedicam à prestação de ajuda
humanitária, como por exemplo a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA). As
agências multilaterais resultam da parceria de dois ou mais governos tal como as Nações
Unidas. A Conexão Voluntários em Campo é um exemplo de uma organização não
governamental (ONG).
As ONG´s são associações da sociedade civil, sem fins lucrativos, com especificidades
que as diferenciam do Estado e de outras organizações e/ou instituições privadas. A sua
criação está relacionada com condições diversas, como por exemplo diversas tradições e
culturas, e classificam-se segundo as atividades que desenvolvem. Contudo, guiam-se pelos
princípios do respeito pelos Direitos Humanos e fomentam a participação da sociedade civil,
pois acreditam na importância de uma ação solidária dirigida às comunidades para as quais
dirigem as suas intervenções.

14
As agências de ajuda controlam a cadeia de abastecimento humanitária uma vez que
estabelecem a ponte entre os fornecedores (doadores e provedores de logística) e os
beneficiários (população afetada). A título de exemplo, no caso do tsunami que ocorreu na
Ásia (2004), a empresa TNT Logistics ajudou a WFP a distribuir alimentos para os
sobreviventes.
2.5. COORDENAÇÃO NA LOGÍSTICA HUMANITÁRIA
BALCIK ET AL. (2009) analisam o desenvolvimento de práticas de coordenação na
logística humanitária e quais são as tendências e desafios que o assunto terá no futuro. Os
autores revêem e comparam ferramentas de coordenação existentes no mercado com as
utilizadas pelas organizações humanitárias para responder a um desastre natural e reconhecem
que grandes avanços foram feitos na aproximação das organizações na logística humanitária.
BALCIK ET AL. (2009) também definem que o próximo desafio para a coordenação
logística será o aumento do uso de recursos comuns na criação de uma cadeia global e
integrada de abastecimentos.
JAHRE E JENSEN (2010) analisam o sistema Cluster e sua eficiência no campo
conceitual da coordenação vertical (dentro dos clusters) e horizontal (entre os clusters) e
apontam as dificuldades de ação deste sistema de coordenação dicotómico. Os autores
concluem que a especialização de agências em coordenação de áreas isoladas pode gerar
perdas de eficiência no objetivo final de fornecer uma resposta completa a um desastre pela
Figura 8- Atores da cadeia de abastecimento humanitária (Fonte: Autora)

15
falta de comunicação entre os clusters e alinhamento da resposta. O sistema de Cluster será
analisado mais à frente.
SCHULZ E BLECKEN (2010) analisam a cooperação na logística humanitária pela ótica
da relação entre os atores na ação humanitária, inclusive as relações entre o setor humanitário
e o setor privado buscando entender os benefícios e desafios destas parcerias. Por meio da
análise de três casos de cooperação, os autores determinam quais são os benefícios
(diminuição de custos, aumento de sinergias na preparação e planeamento de respostas e
ganhos de eficiência no uso de recursos comuns) e impedimentos (falta de alinhamento de
valores das organizações e escassez de recursos em situações de pico que geram
competitividade) da cooperação.
TOMASINI E VAN WASSENHOUVE (2009) também analisam a coordenação na
logística humanitária por meio dos múltiplos atores que influenciam no trabalho humanitário,
incluindo militares, organizações humanitárias e os media. Os autores analisam quais são os
níveis de coordenação necessários na ajuda humanitária (internacional, nacional e local) e
quais são as características e dificuldades de cada nível, concluindo pela necessidade do
fortalecimento das lideranças, principalmente na gestão de informação durante uma situação
de desastre.
2.6. INTEGRAÇÃO ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPETENTES
A coordenação dos esforços de resposta e reconstrução em situação pós-desastre é
amplamente reconhecida como o fator mais importante que contribui para resultados eficazes.
A atribuição clara de papéis entre os atores institucionais e a definição dos processos de
tomada de decisão são essenciais para a resposta rápida em situações de emergência. A
liderança habilitada em diferentes níveis, e uma estratégia vigorosa de comunicação com
todos os intervenientes são essenciais para uma boa coordenação. Existem dois principais
mecanismos de coordenação para resposta a desastres: um mecanismo de coordenação
conhecido por “top-down”, que envolve uma abordagem do governo centralizada e um
mecanismo de coordenação “multi-stakeholders”. Esta última estratégia envolve uma
multiplicidade de organizações que se unem para responder ao desastre. Não existe uma
estratégia mais eficiente que a outra uma vez que, elas dependem da complexidade do pós-
desastre e da capacidade existente.
A dependência de um mecanismo de coordenação tradicional “top-down” pode ser
justificada quando as agências governamentais não têm capacidades institucionais
comprovadas, experiência prévia para responder a situações de pós-catástrofe, e os recursos

16
adequados. Neste caso, existem protocolos de resposta a catástrofes pré-planeados que
definem a alocação de papéis entre as organizações. No entanto, se não há experiência prévia
e conhecimento construído para orientar, a resposta do governo pode ser mais adequada para
pôr em prática.
A logística de aquisição e transporte de pessoas e materiais na região afetada é um aspeto
crítico que apela para a experiência de agências militares. O setor privado também pode
desempenhar um papel de apoio em determinadas áreas, tais como sistemas de apoio à
decisão baseados em tecnologias de informação. Às organizações internacionais com
conhecimentos técnicos específicos do setor e uma presença no país pode ser atribuída a
responsabilidade de planeamento e implementação de atividades relacionadas com a
recuperação, em parceria com organizações da sociedade civil. Estes grupos podem trazer
profundidade estratégica de planeamento e “prender” os “media”, fator crucial para uma
comunicação eficaz.
Na tabela 3 encontram-se cinco exemplos de desastres naturais que ocorreram desde o ano
2004 ao ano 2010 e, consequentemente as vantagens e desvantagens da escolha da estratégia
“top-down” ou da estratégia “multi-stakeholder”. Para responder ao primeiro desastre
enunciado na tabela, terramoto e tsunami na Indonésia (2004), foi optada a estratégia “top-
down”. Para os restantes desastres foi adotada a estratégia “multi-stakeholder”.
Com base na informação presente nesta tabela, podemos verificar que no primeiro
exemplo, a vantagem em utilizar a estratégia “top-down” prende-se com o facto de a
informação estar centralizada em apenas um organismo e não existirem perdas de dados.
Contudo, a capacidade para coordenar as respostas não foi a suficiente uma vez que não
existiam departamentos especializados nos municípios afetados.
Nos restantes desastres, tal como referido anteriormente, foi adotada a estratégia “multi-
stakeholder”, com a qual foi possível a partilha de experiências entre organizações que atuam
no mesmo domínio e, com a criação de uma plataforma de diálogo, as negociações ocorreram
naturalmente. Estabeleceram-se procedimentos padronizados na forma de orientação. No caso
específico do terramoto no Haiti (2010), uma organização internacional juntamente com o
governo trabalharam lado a lado de forma a mobilizar recursos técnicos e financeiros, criando
dessa forma, uma rede que ambicionava os mesmos objetivos. No caso do tsunami na Índia
(2004), esta estratégia originou dificuldades de atribuição de papéis e responsabilidades,
dificultando a coordenação da concentração de respostas pós-desastre.

17
Desastre Natural Mecanismos de Coordenação Vantagens Desvantagens Fonte
• O ministério do estado do desenvolvimento nacional e
planeamento (Bappenas - "State Ministry of National
Development Planning" ) iniciou e concluiu um processo
participativo para desenvolver um plano de reabilitação e
reconstrução.
• A reconstrução foi coordenada por uma agência do ministério
criada pelo governo (BRR- "a Badan Rehabilitasi dan
Rekonstruksi" )
• Sem delinear papéis,
responsabilidades, resultados e
prazos, foi difícil aliviar a população e
concentrar em respostas pós-desastre
• As autoridades municipais assumiram a liderança em
atividades especializadas, tais como gestão de detritos
• Era necessário criar departamentos
municipais para aumentar a
consciência de riscos de desastres e
melhorar a capacidade para coordenar
as respostas
• As agências governamentais receberam uma responsabilidade
adicional para a gestão da recuperação e da reconstrução
• A Agência de Reconstrução e Desenvolvimento do Sri Lanka
(RADA) foi a única agência governamental responsável pelas
questões de recuperação ao abrigo do Secretariado
Presidencial e coordenou os diferentes setores
•As agências atuavam a nível nacional
e sub-nacional, mas a nível local foi
necessário atribuir responsabilidades
adicionais
• Foram criadas novas agências do governo para fornecer uma
capacidade adicional
• As agências a nível local foram
dominados por representantes do
setor privado que não tinham ligações
com os ministérios
• O IASC foi presidida pela ONU e incluía os directores
executivos de organizações como o UNHCR, UNICEF, FAO,
WHO, etc.
• A capacidade de coordenar as
atividades entre as agências
governamentais de forma eficiente foi
prejudicada
• TNTRC,"Tamil Nadu Tsunami Resource Center" , uma joint
venture entre sete organizações como o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) e o governo do estado,
reuniu uma variedade de partes interessadas
• Boa plataforma para a
defesa de políticas e
disseminação de informação
• Equipa das Nações Unidas de Apoio à Recuperação (UNTRS)
• Plataforma de diálogo e
negociação entre as
organizações envolvidas;
Procedimentos
padronizados na forma de
orientação
•A falta de compreensão clara do
alcance do conceito de
«coordenação». A clarificação dos
papéis e responsabilidades no âmbito
do mecanismo de coordenação teria
sido útil
• A organização BEDROC, "Building and Enabling Disaster
Resilience of Coastal Communities" , iniciada por três
organizações locais, reuniu com governo e ONGs
• A existência de várias
agências da ONU ajudou a
reunir conhecimentos de
diferentes áreas
• Agências Governamentais
• Organizações da sociedade civil
• Governos locais
• Coordenação da equipa nacional de saúde através da
assistência internacional
• O Fundo de Reconstrução do Haiti foi um fundo de longa
duração e deveu-se a uma parceria entre o governo ea
comunidade internacional
•O PDNA foi liderado pelo governo por
isso foi centralizado na natureza;
alguns fundos fluiram diretamente para
os governos locais
• A comissão Interina de Recuperação do Haiti (CIRH) resultou
de um esforço de colaboração entre o governo e uma
organização internacional. Foi formada por 18 meses para
mobilizar recursos técnicos e financeiros
• A necessidade de uma maior
sensibilização do contexto do país
para a melhoria das competências
linguísticas e culturais por parte de
especialistas internacionais
Aceh and Nias,
Indonésia, 2004:
terramoto e tsunami
• A coordenação
centralizada levou a um
impressionante progresso
físico, apesar das
condições desfavoráveis
Leitmann
2007
Sri Lanka, 2004:
tsunami
• Um conjunto de
organizações / actores que
trabalham em conjunto
ajudou a trazer experiência
diferente para a mesa (por
exemplo, o UNHRC -
resolução de conflitos,
abrigo de emergência; WHO
- saúde; UNICEF - nutrição)
Yahampath
2015
Haiti, 2010: terramoto
• A plataforma de
coordenação das ONG´s do
governo foi uma boa
ferramenta para trabalhos
em rede, partilha de
experiências e recursos, e
advocacia para governos
locais ou nacionais
Patrick
2011
Tamil Nadu, India,
2004 tsunami
Raju and
Becker
2013
Yogyakarta and
Central Java
provinces,
Indonésia, 2006:
terramoto e tsunami
• A clarificação da
designação do mecanismo
de coordenação foi útil para
facilitar a recuperação e
socorro
• A grande dimensão do desastre e
inacessibilidade de algumas áreas
exigiam melhores mecanismos de
coordenação
Leitmann
2007
Tabela 3- Mecanismos de coordenação “Top-down” e “multi-stakeholder” em situações pós
desastre (Fonte: Adaptado de http://lib.icimod.org/record/30799/files/ICIMOD_WP_15.6.pdf)

18
Para uma melhor compreensão de como os vários intervenientes se relacionam entre si,
encontra-se representado na figura 9 um exemplo de um mecanismo de coordenação “multi-
stakeholder”.
2.7. CAPACIDADE DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO
A Gestão da Informação, conforme ZORRINHO (1991, p.21), significa “tratar, de forma
racional, a documentação e é atuar sobre o sistema de informação organizacional de
maneira a dotá-lo de um carácter estratégico”. No âmbito do conceito de gestão, para
ZORRINHO (1995, p.11-27) gerir “significa decidir em cenários de incerteza; processar a
informação”. WILSON citado por SAUR (2005, p.15) refere que a gestão da informação é a
“utilização eficaz e eficiente dos dados e da informação disponível na organização e visa
procurar maximizar os benefícios obtidos da utilização dos dados e da informação enquanto
se procuram atingir os objetivos estratégicos da organização”.
FRAUNHOFER, citado por MEISSNER et al. (2002), realizou um estudo sobre a gestão
de informação em contexto de desastres naturais e consequentes sistemas de gestão de
emergência. Na referida investigação registaram-se algumas falhas relativamente aos
principais requisitos, imprescindíveis para uma eficaz e eficiente gestão da informação. As
principais falhas residiam nos seguintes aspetos: falta de integração e articulação da
informação, disponibilidade da comunicação, acesso rápido aos dados e pontualidade na
atualização da informação e padronização da informação.
Agentes da sociedade civil
Agências governamentais
de nível regional
Agências governamentais
de nível nacional
Organizações de
investigaçãoAgências do governo Agências doadoras
Agências governamentais
a nível local
Agências governamentais
estaduais / distritais
ONG´s e outras organizações de ajuda
Figura 9- Exemplo do mecanismo de coordenação “multi-stakeholder (Fonte: Adaptado de http://lib.icimod.org/record/30799/files/ICIMOD_WP_15.6.pdf)

19
Para combater estas lacunas, torna-se essencial a criação de organizações humanitárias
centralizadas, uma vez que evita que os trabalhos sejam replicados e reduz o erro. Estas
organizações devem ser responsáveis pelo: levantamento, previsão, avaliação e prevenção de
riscos coletivos de origem natural ou tecnológica; análise permanente das vulnerabilidades;
informação e formação das populações; planeamento de emergência; inventariação de meios e
recurso e auto-proteção de pessoas e bens, entre outros.
A FEMA nos Estados Unidos e o Centro Operacional de Gestão Interministerial de Crises
(COGIC), sediado em Beauveau (Paris) são dois exemplos de organizações que embora sejam
governamentais, a gestão de informação é centralizada.
No caso português, a ANPC, criada em 2007, substitui o antigo Serviço Nacional de
Bombeiros e Proteção Civil. Alargou as suas funções, em 2012, aquando da extinção do
CNPCE.
A entrada em vigor da lei de bases de proteção civil redefiniu o sistema de proteção civil
e, de acordo com a referida lei, foram imputadas à ANPC funções determinantes ficando esta
com poderes de “autoridade, regulação e fiscalização” no âmbito do “planeamento,
coordenação e execução” de políticas de proteção civil com enfoque na segurança das
populações e a salvaguarda do património, com vista a “prevenir a ocorrência de acidentes
graves e catástrofes”, assegurar a gestão dos sinistros e dos danos e apoiar a reposição das
funções que reconduzam à normalidade nas áreas afetadas.
Em 2014, no seguimento do processo de extinção da EMA, a ANPC passou também a ter
atribuições na área da gestão dos meios aéreos. Atualmente está sob a jurisdição do MAI.
Na figura 10 encontra-se uma representação esquemática da história da ANPC após a
fusão das funções de vários organismos, centralizando desse modo a gestão da informação.
Figura 10- Funções da Autoridade Nacional de Proteção Civil (Fonte: Autora)

20
2.8. CAPACIDADE DA GESTÃO DO FORNECIMENTO
2.8.1. ARMAZENAMENTO
A armazenagem propriamente dita não acrescenta valor ao produto mas contribui para
que todo o sistema logístico possa cumprir com a proposta de valor, sendo que um sistema
logístico sem armazenagem só seria possível se existisse uma perfeita sincronização entre a
produção e o consumo (CARVALHO J. C., 2010). Ou seja, a armazenagem de produtos
compensa os desequilíbrios existentes na cadeia de abastecimento, conferindo maior
flexibilidade à cadeia e ao mesmo tempo estabilizando-a.
A logística humanitária rege-se pelos mesmos princípios da logística empresarial pelo
que numa situação de emergência os bens devem ser armazenados até que possam ser
distribuídos ou utilizados. O armazém deve ser organizado e cumprir as normas vigentes para
proteger a qualidade e a segurança dos produtos recebidos.
Segundo o “Department of Emergency and Humanitarian Action”, não é simples para
as organizações humanitárias encontrarem um armazém com as dimensões ajustadas para
guardarem os bens doados pelos vários agentes (privados e/ou organizacionais). Na maioria
das situações de emergência, os agentes humanitários contentam-se com qualquer espaço que
esteja disponível, quer sejam escolas, ginásios, centros comunitários, etc. Seja qual for o
espaço livre para armazenagem, ele deve seguir um sistema organizado de forma a facilitar o
controlo do tipo de produto e quantidades recebidas. Deve ainda assegurar a segurança no
carregamento, na descarga e no manuseio da mercadoria.
De acordo com o “Emergency Preparedness and Disaster Relief Program”, os
armazéns podem ser agrupados em 4 grupos dependendo da sua função. Na realidade, eles
raramente estão separados, mas podem pertencer a diferentes setores da mesma construção,
dependendo essencialmente da disponibilidade do espaço. São eles:
Armazém geral de entrega: este é o tipo de armazém onde os produtos são mantidos por um
longo período de tempo. Em geral, eles encontram-se na capital ou em pontos-chave de uma
determinada região.
Armazém de rotação lenta: neste armazém são guardados os itens que não são de
necessidade urgente ou aqueles que não são habitualmente utilizados, tais como peças,
equipamentos, ferramentas, etc.
Armazém de rotação rápida: neste tipo de armazém encontram-se os bens de emergência
que tendem a mover-se rapidamente de dentro para o exterior, diariamente ou numa base

21
regular. Estes armazéns são mais comuns perto da zona afetada, e tendem a armazenar
mercadorias que exigem distribuição imediata.
Armazém Temporário de Recolha: no curso de uma emergência, é comum utilizar todo o
espaço disponível para armazenar abastecimentos que chegam ao país. Contudo estes
armazéns, por não terem condições de segurança, constituem pontos provisórios para
posterior alteração. Enquanto os agentes humanitários não encontram um lugar mais
adequado, utilizam estes armazéns para classificar os produtos e aloca-los a determinados
destinos.
Normalmente, 70% do espaço disponível num armazém é usado para o armazenamento, e
os restantes 30% como áreas de trabalho para manipulação e movimentação do produto,
embalagem, e acesso. Para fazer um depósito mais funcional e prático, é necessário identificar
os seus setores específicos e as operações básicas de armazenagem (figura 11).
Receção: dar entrada física no sistema de todos os produtos que são recebidos no
armazém. Nesta fase existe o controlo, a classificação (prioridade 1, 2 e 3) e o registo
do tipo e quantidade de bens recebidos. Por último, a terceira etapa é direcionar os
produtos para a secção de armazenagem ou para as outras áreas onde estes são
requeridos (FRAZELLE,2002).
Put-Away: arrumação dos bens no armazém de acordo com a sua classificação.
Normalmente os bens alimentares e medicinais estão armazenados em locais distintos
do vestuário.
Order Picking: os produtos são retirados da posição de armazenagem para serem
agrupados por destinatários. É o processo inverso do put-away (LIEBESKIND, 2005).
Segundo D’ANGELO (2010), esta é uma das atividades que mais tempo e recursos
consome, pelo que é considerada como primordial no momento da escolha do layout
do armazém.
Expedição: os abastecimentos devem ser mantidos em paletes, separados e rotulados
de acordo com o seu destino.
Em missões de ajuda de emergência, é frequente ser utilizado o sistema cross-
docking, criado por Wal-Mart. Refere-se a um método em que os produtos passam
diretamente da receção à expedição sem serem armazenados.

22
Segundo CARVALHO (2004), existem dois tipos de layout: armazém de fluxo
direcionado (tipo straight-throught ou straight-line) e armazém de fluxo quebrado ou em “U”.
Os produtos dentro do armazém seguem um fluxo direccionado quando a zona de expedição
se situa no extremo oposto à zona de receção e a zona de armazenagem se localiza entre
ambas. Se a receção e expedição se situarem na mesma zona, os produtos dentro do armazém
seguem um fluxo quebrado. Segundo RAMOS (2010) ambos podem apresentar vantagens: o
fluxo direccionado tem possibilidade de diminuir congestionamentos nos fluxos de operação
de um armazém e nas operações de carga/descarga de cais, enquanto que o fluxo quebrado
permite reduzir a distância média da viagem, permite rentabilizar o espaço de
receção/expedição e melhorar a organização do espaço de armazenamento por volume
movimentado.
Seja qual for o layout escolhido pela organização humanitária, ela deve posicionar os
artigos segundo o critério da metodologia ABC (figura 12).
Categoria A: são os itens de prioridade 1 (artigos de distribuição imediata);
Categoria B: são os itens de prioridade 2 (distribuição não urgente). Estes itens não
são necessários na fase de emergência, mas podem ser úteis durante a reconstrução ou
desenvolvimento;
Categoria C: são os itens de prioridade 3 (artigos não prioritários). Estes artigos
deverão estar afastados dos restantes porque são artigos que se encontram danificados, que
são inúteis ou que não estão devidamente identificados.
Figura 11- Setores do armazém e zonas de circulação (Fonte: Autora)

23
THOMAS E KOPCZAK (2005) consideram que o uso inadequado da tecnologia, a
falta de pessoal profissional e a colaboração limitada entre organizações humanitárias estão
entre os principais desafios que precisam de ser enfrentados. Uma possível solução para estes
problemas é o uso padronizado e integrado de softwares de “Supply Chain Management”
(SCM). Este tipo de softwares melhora a visibilidade da cadeia e da capacidade de resposta,
bem como cria a documentação adequada e mecanismos de notificação.
Quando ocorre uma emergência, os oficiais de gestão de informação da OCHA
começam imediatamente a trabalhar com parceiros-chave para a produção de produtos
informativos padronizados de forma a apoiar a coordenação de todas as organizações
humanitárias e a operação de resposta.
Esta secção tem ainda como propósito apresentar os softwares de SCM mais utilizados
pelas organizações humanitárias: SUMA/LSS, Helios, LogistiX e Sahana.
O sistema de gestão de fornecimento SUMA foi uma das primeiras ferramentas de
SCM projetado especificamente para crises humanitárias. O projeto SUMA foi desenvolvido
em 1992, como um esforço conjunto dos países da América Latina e das Caraíbas, sob a
orientação da organização Pan-Americana da saúde. O objetivo era melhorar a gestão de
fornecimento de bens às vítimas de catástrofes. A coordenação das mercadorias,
independentemente da origem e as tarefas associadas como classificação, gestão de stocks e
definição de prioridades, estão entre os elementos centrais do SUMA e pretende melhorar a
coordenação e a eficiência na resposta a desastres.
Na figura 13, encontra-se os três módulos que constituem este software: SUMA
Central, Unidade de Campo, e Armazém.
Figura 12- Divisão da zona de armazenagem em três subzonas correspondentes à
análise ABC. (Fonte: Adaptado de Carvalho & Guedes, 2010)

24
O SUMA Central destina-se a ser usado sempre que as autoridades nacionais estão a
gerir um desastre ou emergência.
A este nível, os principais deveres incluem:
Definir os parâmetros a serem utilizados pelas unidades de campo, tais como os locais
de acolhimento, os locais de embarque, as identidades dos principais usuários;
Criação e montagem de unidades de campo;
Integração de informações enviadas pelas unidades de campo (consolidação);
Proporcionar consultas e criar relatórios que sirvam para auxiliar o processo de
tomada de decisões e para promover a coordenação interinstitucional;
Criação de um banco de dados.
As unidades de campo são responsáveis por operacionalizar os pontos de entrada ou locais
de receção, como fronteiras, portos marítimos e centros de armazenamento de grande porte
(aeroportos).
As principais tarefas neste nível são:
Triagem e identificação das fontes que utilizam etiquetas de prioridade
Classificação dos abastecimentos por categorias, subcategorias e itens
Controlos seletivos dos itens
Criação de relatórios
Emitir recibos de entrega para os destinatários
O módulo de gestão de armazém é uma ferramenta que regista a chegada e a entrega de
abastecimentos. Isto permite a gestão interna, controlo e coordenação com outras instituições
e organizações que estão a prestar auxílio humanitário na mesma emergência. Por exemplo, a
Figura 13- Módulos do SUMA (Fonte: Autora)

25
Cruz Vermelha pode alocar uma doação de medicamentos ao ministério da saúde, e o
software SUMA permite o acompanhamento sólido e eficiente de tais permutas.
Para além destes três módulos, há um outro módulo disponível - o módulo de promessas.
Este módulo gere as informações sobre os bens antes da sua chegada efetiva no local. Ele
serve para o acompanhamento de compromissos assumidos pelos doadores e as necessidades
expressas pelos países beneficiários.
O Sistema de Apoio Logístico (LSS) é um sucessor direto de SUMA e é uma ferramenta
SCM que está disponível gratuitamente para todas as organizações humanitárias. Este sistema
foi desenvolvido tendo em conta a experiência do SUMA e as recomendações dadas pelos
diferentes países, ONGs e entidades da ONU. Os principais objetivos do LSS é otimizar as
operações relacionadas com a gestão do stock e da capacidade do transporte (LSS, 2006).
O Software Helios foi desenvolvido pelo Instituto Fritz. Esta organização trabalha em
parceria com governos, ONGs e empresas para inovar soluções e facilitar a adoção de
melhores práticas de resposta a desastres que seja rápida e eficaz. O Software Helios é o
sucessor do “Humanitarian Logistics Software” (HLS) e atualmente é testado em várias
organizações humanitárias, como a Oxfam, World Vision International e a International
Medical Corps. Na figura 14, encontram-se os módulos que constituem este software.
LogistiX é uma ferramenta de SCM para a logística humanitária que foi desenvolvido em
2006 pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O software é executado em dois
níveis organizacionais diferentes: Missão de coordenação e Coordenação de projetos. A
Missão de coordenação lida principalmente com as aquisições e os problemas de
Figura 14- Módulos do Helio (Fonte: Autora)

26
administração. A Coordenação de projetos preocupa-se com o consumo real dos bens e com a
gestão dos mesmos.
O Sistema de gestão de desastres Sahana é um projeto que foi desenvolvido na
sequência do tsunami no sudeste asiático do final de 2004. O objetivo deste software é
fornecer um sistema automatizado para gerir os esforços de alívio. Foi utilizado para auxiliar
as vítimas do terramoto no Paquistão (2005) e da Indonésia (2006). Sahana é um projeto que
incide sobre várias questões de alívio de desastres, como o registo de feridos e desaparecidos,
bem como a coordenação de organizações e voluntários.
Nesta secção foram mencionadas cinco ferramentas de SCM para operações humanitárias.
Verificou-se que essas ferramentas têm sido desenvolvidas no âmbito de prioridades e
objetivos diferentes. O SUMA foi uma das primeiras ferramentas de SCM especificamente
para o domínio humanitário e foi desenvolvido para pequenas operações humanitárias.
Contudo, devido à evolução crescente da tecnologia, o SUMA tornou-se obsoleto, dada a
complexidade das operações humanitárias. O LSS sucedeu ao software SUMA, no entanto
carece de acompanhamento no módulo do rastreamento. O Helios e o LogistiX oferecem
funcionalidades de SCM bem adaptados ao domínio humanitário e o software Sahana tem um
grande potencial para futuros desenvolvimentos.
2.8.2. TRANSPORTE
Segundo CHOPRA E MEINDL (2008), o transporte mobiliza o produto entre os
diferentes estágios da cadeia de abastecimento e exerce influência tanto na responsividade,
quanto na eficiência. O tipo adotado por uma organização afeta o nível de stock e a sua
escolha ocorre por meio da análise do custo de um determinado produto (eficiência) e da
velocidade com que este produto é transportado (responsividade). Desta forma, o desafio para
as agências humanitárias é planear uma estratégia de resposta que tenha por base o equilíbrio
entre ambos, tendo sempre em atenção a particularidade do caso que enfrentam e da urgência
de atender às necessidades no momento.
Na tabela em seguida apresenta-se as principais vantagens e desvantagens dos vários
modos de transporte.
Em situações de emergência, dependendo da natureza do desastre, o acesso a
determinadas áreas pode ser um grande desafio. O transporte por tração animal é muitas vezes
a solução. Contudo embora seja de baixo custo e não necessitar de estradas com bons acessos,
é um meio muito lento e com capacidade limitada.

27
O transporte aéreo aparece assim como o mais conveniente para uma resposta rápida,
nestas circunstâncias, mas os custos das operações são muito elevados. A colaboração e a
participação entre organizações torna-se conveniente, uma vez que, permite dividir os custos
relacionados com as operações aéreas pelas organizações envolvidas.
As organizações humanitárias que fornecem transporte aéreo podem ser divididas em
três grupos, e para cada grupo seguem alguns exemplos:
Empresas comerciais: DHL e Mission Aviation Fellowship (MAF);
Organizações humanitárias: Samaritan Purse e IFRC;
Serviços de coordenação: United Nations Humanitarian Air Services (UNHAS) e Air
Serv International.
O United Nations Humanitarian Air Services (UNHAS) é um serviço comum da ONU
gerido pelo World Food Programme (WFP). Fornece serviços para toda a comunidade
humanitária, especialmente para locais remotos onde, devido à falta de infra-estruturas e
insegurança não existem alternativas comerciais. Este serviço pode distribuir os bens
directamente para os hubs, dos hubs para a zona afetada ou directamente para a zona afetada.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• Rede de acessos muito ramificada • Elevada sinistralidade.
• Prático e económico para curtas distâncias • Elevado consumo energético
• Mobilidade e flexibilidade nos itenerários • Congestionamento nas áreas urbanas.
• Estacionamento (custos ou dificuldades).
• Reduzida capacidade de carga (face aos
transportes ferroviário e marítimo)
• Grande capacidade de carga. • Fraca flexibilidade – Limitações da rede
• Pequeno consumo de energia, por cada • Necessidade de transbordos.
unidade transportada.
• Rápido, não tem congestionamentos.
• Fraca sinistralidade.
• Elevada capacidade de carga. • É lento, não se adequa a mercadorias perecíveis
• Transporta toda a espécie de carga. • Exige transbordos adequados.
• Permite percorrer longas distâncias. • Custos operacionais muito elevados.
• Seguro • Capacidade limitada para o transporte de mercadorias
• Adequado para transportes urgentes, • Elevado preço das deslocações.
de valores ou mercadorias perecíveis. • Localização problemática dos aeroportos
(distância à cidade)
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
TRANSPORTE MARITIMO
TRANPORTE AÉREO
Tabela 4- Comparação sumária dos modos de transporte (Fonte: Adaptado de FLEURY ET AL., 2000)

28

29
3. LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES HUMANITÁRIAS
3.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Neste problema de localização procura-se instalar um tipo de serviço, para servir com
um menor custo possível, um conjunto de comunidades cujas localizações e necessidades são
conhecidas. Contudo, torna-se necessário decidir o número e a localização das instalações, a
capacidade de cada uma e, a afectação dos locais de procura aos armazéns instalados de forma
a optimizar a função objectivo.
Antes de introduzir a metodologia a ser utilizada para a criação do modelo de
otimização, torna-se importante diferenciar dois conceitos relacionados com as instalações
humanitárias. Uma Central Estratégica (CE) encontra-se diretamente relacionado com fase
de preparação e existe permanentemente enquanto que uma Instalação Humanitária de
Operações Logísticas (IHOL) para situações emergenciais contempla a fase de iminência de
um desastre. Esta localização é temporária e procura analisar os aspetos das tarefas
operacionais. Na ocorrência de um desastre, os bens de emergência são transportados da CE
para a IHOL mais próxima do local de risco. Por fim, os bens são distribuídos da IHOL às
comunidades afetadas.
O modelo pretende decidir a localização das Centrais Estratégicas e das Instalações
Humanitárias de Operações Logísticas tendo em conta os locais de risco e as restrições
específicas da instalação em causa.
Primeiramente identificaram-se as áreas de risco de desastre e, para tal, considerou-se
a localização geográfica dos sismos que ocorreram entre 1900 e 2014. Dentro destes sismos
foram selecionados aqueles que provocaram a morte de mais de 10 mil pessoas. Na tabela 5
encontram-se o número de sismos que ocorreram por ano.

30
Na figura 15, encontra-se representada a relação entre as instalações descritas. As
restrições para esta relação são referenciadas na seção 3.3 assim como é justificada a
metodologia a seguir para os “sismos que se encontram em localizações especiais”
([1];[2];[3]). Os sismos/locais de risco podem ser agrupados em diferentes áreas de actuação
mediante as proximidades geográficas.
.
Pretende-se minimizar o custo total das instalações (CE+IHOL) sabendo que:
i) cada local de risco tem de estar a uma distância que permita, em tempo razoável, o
seu abastecimento a partir de uma IHOL numa situação de desastre e que
ii) cada IHOL tem de tem de estar a uma distância que permita, em tempo razoável, o
seu abastecimento a partir de um CE numa situação de desastre.
Importa ainda, fazer referência aos bens alimentares e não alimentares necessários
para aliviar o sofrimento humano numa situação de emergência.
Tabela 5- Nº de sismos que ocorreram entre 1900 e 2014 (Fonte: Autora)
Figura 15- Instalações Humanitárias e locais de risco (Fonte: Autora)

31
Na tabela em baixo, encontram-se descritos os bens não alimentares que a GLS
armazena preventivamente nas suas instalações e é com base nas dimensões e quantidades
necessárias por pessoa de cada item que se estimou o volume (m3) por pessoa.
*Considerou-se que cada mulher tinha em média, no mundo, 3 filhos e, portanto uma família é constituída por 5 elementos.
Esse valor foi calculado com base na média de filhos por país e foram para tal, utilizados os dados do World Bank de 2013. [6]
“w- width” (largura); “h- height” (altura); “l- lenght” (comprimento)
A soma total do volume(m3) por pessoa é de 0,6299 m
3. Este valor será considerado
em 3.3.
As rações diárias humanitárias (HDRs) são porções de alimentos destinados a crises
humanitárias. Cada pacote é destinado a servir como fonte de alimento completo diário para
uma pessoa e, contêm cerca de 2.200 calorias. O tempo médio de vida é de aproximadamente
3 anos, e o conteúdo alimentar é projetados para ser aceitável para uma variedade de grupos
religiosos e étnicos. Este tipo de ração foi utilizado pela primeira vez na Bósnia em 1993. É
importante referir ainda que é possível lançar estes pacotes do ar, sem necessidade de uso de
pára-quedas. Na tabela em seguida apresentam-se as dimensões de cada componente e da
embalagem final.
Tabela 6- Itens não alimentares (Fonte: Global Logistics Service -GLS)
ITEM FOTOGRAFIA DESCRIÇÃO TAMANHO (Cm)VOLUME (m3) /
PESSOA *ITEM FOTOGRAFIA DESCRIÇÃO TAMANHO (Cm)
VOLUME (m3) /
PESSOA *
1 Blanket Light L88 X W55 X H58 0,003 7 Jerrycan L78 X W59 X H68 0,124
2 Blanket Medium Thermal L88 X W57 X H58 0,291 8 Kitchen Set L28 X W28 X H21 0,003
3 Tarpaulins L61 X W43 X H18 0,019 9 Mosquito net L75 X W56 X H35 0,060
4 Plastic Bucket L116 X W31 X H31 0,022 10 Mosquito Net Curtains L80 X W46 X H32 0,023
5 Family Tent L230 X W43 X H25 0,050 11 Shelter Tool Kit L1110 X W230 X H100 0,005
6 Hygienic Parcel L39 X W37 X H28 0,008 12 Household Kit L62 X W43 X H38 0,022

32
“w- width” (largura); “h- height” (altura); “l- lenght” (comprimento)
O volume(m3) por pacote é de 0,0048 m
3. Este valor representa o volume necessário para
satisfazer as necessidades de uma pessoa por dia e será considerado em 3.3.
12
3
4
5
6
7
8
Tabela 7- Dimensões dos itens alimentares da figura 16 (Fonte: http://www.mreinfo.com/other-us-rations/current-us-rations/humanitarian-daily-ration/)
Figura 16- Exemplo de uma doação Humanitária dos EUA ao Afeganistão (2011)
(Fonte: http://www.mreinfo.com/other-us-rations/current-us-rations/humanitarian-daily-ration/)
Nº DESCRIÇÃO TAMANHO (Cm)
1 Fig Bar H8 X W3.5
2 Shortbread H5.5 X W4
3 Crackers/Vegetable Crackers H5.5 X W5.5
4 Peanut Butter H5 X W2.5
5 Strawberry Jam H5 X W2.5
6 Fruit Pastry H7 X W5.5
7 Lentil Stew/Red Beans & Rice (brown pkgs) H8.25 X W4.75 X L0.5
8 HDR Package H12 X W8 X L0.5

33
3.2. MODELO DE PROGRAMAÇÃO INTEIRA
Parâmetros
𝐴 – 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜
𝑑𝑘 − 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑘 (𝑒𝑚 𝑚2), ∀𝑘 ∈ 𝐴
𝑎𝑖𝑗 = {1, 𝑠𝑒 𝐶𝐸 𝑖 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑟 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑗
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑏𝑗𝑘 = {1, 𝑠𝑒 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑗 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑟 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑘
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
Os parâmetros 𝑎𝑖𝑗 e 𝑏𝑗𝑘 permitem incluir restrições relacionadas com as distâncias.
𝑓𝑖 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑒𝑚 𝑈. 𝑀. ), ∀𝑖 ∈ 𝐴
𝑐𝑖 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚2 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑈. 𝑀./𝑚2), ∀𝑖 ∈ 𝐴
𝑔𝑗 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑒𝑚 𝑈. 𝑀. ), ∀𝑗 ∈ 𝐴
ℎ𝑗 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚2 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖 (𝑈. 𝑀./𝑚2), ∀𝑖 ∈ 𝐴
𝑙𝑖𝑗 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑜𝑢 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜) 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑖 𝑒 𝑗, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑙𝑚𝑎𝑥 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑜𝑢 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜) 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜
𝑒 𝐶𝐸 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑜 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜
Variáveis de decisão
𝑥𝑖 = {1, 𝑠𝑒 é 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴

34
𝑦𝑗 = {1, 𝑠𝑒 é 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑢𝑖𝑗 = {1, 𝑠𝑒 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗 é 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝐸 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑖
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑣𝑗𝑘 = {1, 𝑠𝑒 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑘 é 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, ∀𝑗 ∈ 𝐴, ∀𝑘 ∈ 𝐴
𝑤𝑗 − 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗 (𝑒𝑚 𝑚2), ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑧𝑖𝑗 − 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝐶𝐸 𝑖 𝑎𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 à 𝐼𝐻𝑂𝐿 𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑗 (𝑒𝑚 𝑚2), ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
Modelo
𝑀𝑖𝑛 ∑ (𝑓𝑖𝑥𝑖 + 𝑐𝑖 ∑ 𝑧𝑖𝑗
𝑗∈𝐴
)
𝑖∈𝐴
+ ∑(𝑔𝑗𝑦𝑗 + ℎ𝑗𝑤𝑗)
𝑗∈𝐴
sujeito a:
∑ 𝑎𝑖𝑗𝑢𝑖𝑗
𝑖∈𝐴
= 1, ∀𝑗 ∈ 𝐴
∑ 𝑏𝑗𝑘𝑣𝑗𝑘
𝑗∈𝐴
= 1, ∀𝑘 ∈ 𝐴
Os locais de risco/IHOL têm de ser servidos e por um só um IHOL/CE, respectivamente.
𝑢𝑖𝑗 ≤ 𝑥𝑖, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑣𝑗𝑘 ≤ 𝑦𝑗 , ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
Se CE/IHOL serve IHOL/ local de risco então tem de ser instalado.
𝑤𝑗 ≥ 𝑑𝑘𝑣𝑗𝑘 , ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴

35
A capacidade do IHOL tem de ser maior que a maior das procuras dos locais de risco que
serve.
𝑧𝑖𝑗 ≥ 𝑤𝑗 − ∑ 𝑑𝑘(1 − 𝑢𝑖𝑗)
𝑘∈𝐴
, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
Se CE i abastece o IHOL j então tem de ter capacidade suficiente, uij = 1 e fica
𝑧𝑖𝑗 ≥ 𝑤𝑗
Se CE i não abastece o IHOL j então não tem de ter capacidade, uij = 0 e fica
𝑧𝑖𝑗 ≥ 𝑤𝑗 − ∑ 𝑑𝑘
𝑘∈𝐴
como
𝑤𝑗 ≤ ∑ 𝑑𝑘
𝑘∈𝐴
então
𝑧𝑖𝑗 ≥ 0
que é redundante.
∑ 𝑙𝑖𝑗
𝑖∈𝐴
𝑢𝑖𝑗 + 𝑙𝑗𝑘𝑣𝑗𝑘 ≤ 𝑙𝑚𝑎𝑥, ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
Restrição das 72 horas
𝑥𝑖 ∈ {0,1}, ∀𝑖 ∈ 𝐴

36
𝑦𝑗 ∈ {0,1}, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑢𝑖𝑗 ∈ {0,1}, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑣𝑗𝑘 ∈ {0,1}, ∀𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑤𝑗 ≥ 0, ∀𝑗 ∈ 𝐴
𝑧𝑖𝑗 ≥ 0, ∀𝑖 ∈ 𝐴, ∀𝑗 ∈ 𝐴
3.3. ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
No caso das Centrais Estratégicas, o objectivo é minimizar os custos de
armazenagem e de transporte, garantindo que cada CE tem capacidade suficiente para
abastecer uma IHOL durante 2 meses por sismo.
Como a média de sismos nos anos considerados é de 1,6, será considerado por
prevenção que existem em média 2 sismos por ano no mundo. Assim, a capacidade de uma
CE por ano deverá ser o suficiente para socorrer a população por 4 meses.
Para calcular o custo de armazenagem é necessário considerar:
Número de anos para que a CE é projectada até nova análise do ponto de
situação (valor estipulado para 5 anos);
O número de CE necessárias (valor a ser dado pelo modelo)
[3]: Contudo, será assumida a restrição de que a cada CE só podem ficar alocados
IHOL que estejam dentro de um raio de 3000 km (valor estipulado) e que por
razões logísticas cada local de risco deve ser servido por uma e só uma IHOL e
cada IHOL por uma e só uma CE;
A procura do local de risco, ou seja, o número de afetados x capacidade em m2
para satisfazer um afectado:

37
Número de afetados:
É sabido que a magnitude do sismo está relacionada com a energia libertada no foco
sísmico e que a intensidade é uma medida qualitativa (resulta da observação dos danos e de
inquéritos à população afetada), que descreve os efeitos produzidos pelos sismos em locais na
superfície terrestre. Isto significa que, não é possível fazer uma correlação entre a
magnitude/intensidade e os estragos provocados e, nesse sentido, foi analisada a informação
histórica disponível.
Como não existem dados disponíveis do número de afetados para todos os sismos
considerados, calculou-se a média da relação do número de afetados e do número de mortos
para os 73 sismos que foi possível recolher informação. O valor da média é de 23.
Uma vez que existem dados do número de mortos para todos os sismos, multiplicou-se o
mesmo por 23 de forma a calcular o número de afetados para os sismos que não tínhamos
informação.
Capacidade em m2:
Considerando que 1 pessoa precisa de bens que ocupam no armazém 48cm3 para itens
alimentares (ver pacote nº 8 da tabela 7 - H12*W8*L0.5) para cada dia (48*120 = 5760cm3
ou seja 0.00576m3) e uma estimativa de 0,6299m
3 para itens não alimentares para o período
de resposta considerado (4 meses). Esta necessidade de capacidade perfaz um total de
0,6299m3 para 4 meses para 1 pessoa.
Para fazer a conversação de m3
para m2 divide-se o número por 3 assumindo-se que é
possível ocupar 3 metros de altura (empilhar 3 caixas de um metro de altura). Assim, a
0,63278m3
correspondem 0,21093 m2.
Importa referir ainda que a capacidade da CE depende da procura máxima da IHOL ou
seja, a CE tem de ter capacidade suficiente para servir o local de risco com maior número de
afetados. Pelo que diferentes CE´s devem ter diferentes capacidades.
O tempo necessário para satisfazer as necessidades básicas do local de risco
(valor estipulado de 4 meses);
O custo de arrendar um armazém por m2
(valor conhecido, ver anexo 12)

38
Para calcular o custo de transporte é necessário considerar:
A localização das CE´s e das IHOL´s e a distância entre si:
Para calcular as distâncias (em Km), consideraram-se as coordenadas
geográficas (latitude e longitude) e utilizou-se a seguinte fórmula:
= 6371*ACOS(COS(PI()*(90-C2)/180)*COS((90-C1)*PI()/180)+SEN((90
C2)*PI()/180)*SEN((90-C1)*PI()/180)*COS((D1-D2)*PI()/180)),
Sendo, C1 e C2, a latitude do ponto 1 e 2, respectivamente.
D1 e D2 a longitude do ponto 1 e 2, respectivamente.
A matriz das distâncias entre todos os pontos geográficos onde ocorreu sismo
consta no anexo 13. O custo de transportar um Kg por Km/O meio de transporte escolhido
sabendo que,
o transporte rodoviário tem custos inferiores para pequenas distâncias – até 150
Km; o ferroviário para médias distâncias- de 150 a 600 Km; e o marítimo para
longas distâncias- para além de 600 Km [7];
No caso das Instalações Humanitárias para Operações Logísticas, o objectivo é
garantir que todos os locais de risco possam ser satisfeitos no prazo máximo de 72 horas com
o menor custo.
Para garantir esse objectivo é necessário considerar
A distância entre as CE´s e as IHOL´s.
A distância entre as IHOL´s e os locais de risco.
A soma da distância das CE´S às IHOL´s e das IHOL´s aos locais de risco terá
de ser possível percorrer em menos de 72 horas para a solução ser válida.
[1]: Os locais possíveis para instalar os IOHL podem coincidir com os locais de
risco a servir.
[2]: Na eventualidade de um local de risco estar mais próximo de uma central
estratégica do que de uma instalação humanitária de operações logísticas, a
comunidade.

39
4. ESCOLHA DO CASO
4.1. INDICADORES MACRO-ECONÓMICOS
O Nepal, oficialmente conhecido como República Democrática do Nepal, é um pequeno
país montanhoso do centro-sul da Ásia sem costa marítima.
Encontra-se situado entre a China e a Índia, próximo da cordilheira dos Himalaias onde se
encontra o ponto mais alto do mundo, o monte Evereste (8.848 m de altitude). O norte
montanhoso do país possui 8 das 10 montanhas mais altas do mundo, sendo por isso, um país
bastante procurado pelos praticantes de montanhismo e atrai turistas de todo o mundo. O lado
nepalês ao ser o mais fácil para se chegar ao cume do monte de Evereste torna a região mais
procurada.
O país tem uma área de 147.181 km2 e 29.154.247 habitantes (alta densidade
demográfica). Dada a diversidade de altitudes, climas e solos, o Nepal reúne uma das maiores
diversidades de flora do mundo. Estimou-se “a existência de aproximadamente 7.000
espécies de flores de plantas e aproximadamente 5% delas não nascem noutras regiões”. [1]
A tabela 8, apresenta os principais valores referentes a dados demográficos do Nepal
comparativamente aos de Portugal. De acordo com os dados, 78% da população portuguesa
tem idades superiores a 18 anos enquanto que no Nepal apenas 48% da população é
considerada adulta. No Nepal mais de metade da população são crianças e 10% têm idades
inferiores a 5 anos. Este indicador está relacionado com a taxa de natalidade, pelo que é
nitidamente visível que a taxa no Nepal é muito superior à de Portugal. O mesmo não
acontece com a esperança média de vida nem com a população urbanizada. No Nepal
predomina um quadro de extrema pobreza e de fraco desenvolvimento socioeconómico,
agravado por uma instabilidade política.
Neste contexto, a ADDHU- “Associação de defesa dos direitos humanos” realiza
intervenções de cariz humanitário e da cooperação para o desenvolvimento. Esta associação
objetiva melhorar as condições de vida das populações desfavorecidas, promovendo o
desenvolvimento das zonas rurais e urbanas de forma a contribuir para a redução da pobreza e
para a melhoria das condições de vida das populações locais.

40
Ainda relativamente a aspetos geográficos deste país, será feita referência de acordo com
os 75 distritos que o compõem, tal como é possível observar na figura 17 e na tabela 9.
Dados Demográficos Nepal Portugal
População (milhares) 2013 Total 27797,46 10608,16
Menores de 18 11525,92 1890,81 Menores de 5 2911,11 479,22
Taxa de crescimento anual (%) 1990-2013 1,86 0,30 2013-2030
α 0,98 -0,10
Taxa bruta de mortalidade 1970 21,21 10,96 1990 12,45 10,07 2013 6,65 10,29
Taxa bruta de natalidade 1970 42,33 21,00 1990 37,86 11,47 2013 20,97 8,67
Esperança de vida 1970 42,43 67,15 1990 55,06 74,29 2013 68,41 79,95
Taxa de fertilidade 2013 2,30 1,32
População Urbanizada (%) 2013 17,88 62,34
Taxa média anual de crescimento da população urbana (%)
1990-2013 4,92 1,44 2013-2030 2,97 0,63
Tabela 8- Dados demográficos do Nepal e de Portugal (Fonte: Informação fornecida pela UNICEF)
Figura 17- Representação do Nepal por distritos

41
O Nepal é muito pobre, sendo a sua economia baseada na agricultura e no turismo.
Importa referir ainda que embora a localização geográfica e condições existentes no país
(topografia acentuada e rios perenes) convidasse à existência de estações hidroelétricas,
estima-se que apenas cerca de 1% do país é servido por energia eléctrica. [2]
Outro dado interessante diz respeito ao sistema viário do país ser reduzido.
“Aproximadamente 60% das estradas existentes tornam-se intransitáveis na época das
monções”. [3]
A maior parte da população nepalesa vive em vilas e aldeias, nas montanhas, sendo a
maior parte das casas feitas com uma estrutura de bambu, cobertas com barro e com uma
mistura de esterco de vaca, o que faz com que sejam frescas no verão e quentes no inverno.
A taxa de desemprego e sub-emprego é muito alta, atingindo metade da população em
idade ativa.
Importa ainda fazer referência ao rácio da dependência da população. Este rácio é a
proporção de pessoas que não estão geralmente na força de trabalho (os dependentes) a força
de trabalho de um país (a parte produtiva da população). A parte dependente inclui a
população com menos de 15 anos de idade e pessoas com idade acima de 65 anos. A parte
Nº Distrito Nº Distrito Nº Distrito
1 Achhaam 26 Ilaam 51 Panchthar
2 Arghakhanchi 27 Jajarkot 52 Parbat
3 Baglung 28 Jhapa 53 Parsa
4 Baitadi 29 Jumla 54 Pyuthan
5 Bajhang 30 Kailali 55 Ramechhap
6 Bajura 31 Kalikot 56 Rasuwa
7 Banke 32 Kanchanpur 57 Rautahat
8 Bara 33 Kapilbastu 58 Rolpa
9 Bardiya 34 Kaski 59 Rukum
10 Bhaktapur 35 Kathmandu 60 Rupandehi
11 Bhojpur 36 Kavrepalanchowk 61 Salyan
12 Chitawan 37 Khotang 62 Saptari
13 Dadeldhura 38 Lalitpur 63 Sarlahi
14 Dailekh 39 Lamjung 64 Shankhuwasabha
15 Dang 40 Mahottari 65 Shyanja
16 Darchula 41 Makawanpur 66 Sindhuli
17 Dhading 42 Manang 67 Sindhupalchowk
18 Dhankuta 43 Morang 68 Siraha
19 Dhanusha 44 Mugu 69 Solukhumbu
20 Dolakha 45 Mustang 70 Sunsari
21 Dolpa 46 Myagdi 71 Surkhet
22 Doti 47 Nawalparasi 72 Tanahu
23 Gorkha 48 Nuwakot 73 Taplejung
24 Gulmi 49 Okhaldhunga 74 Terhathum
25 Humla 50 Palpa 75 Udayapur
Tabela 9- Distritos do Nepal (Fonte: Autora)

42
produtiva da população nesse sentido consiste em população entre 15 e 64 anos. Esse índice
mostra a pressão sobre a população produtiva produzido pela parte dependente da população.
O rácio de dependência total da população no Nepal é de 63,7% (valor calculado por
estatística demográficas e sociais realizadas em 2015 pela United Station Statistics Division).
Este valor mostra que a parte dependente da população é mais do que uma metade da
população total. Isto significa que a população ativa (força de trabalho) no Nepal deve
fornecer bens para si e para cobrir as despesas com crianças e pessoas idosas.
“A educação ainda é um sério problema no Nepal, cuja taxa de escolaridade é
baixíssima (24%).” [4]
O gráfico da figura 18 apresenta o produto interno bruto (PIB) em paridade de poder
de compra (PPP) per capita no Nepal e nos restantes países da Ásia. Este indicador rondava
os 19.6 biliões USD, valor que comprova uma vez mais que a economia deste país é baseada
na agricultura e no turismo. Conforme dados de 2012 divulgados pelo Banco Mundial,
aproximadamente 25,2% da população nepalesa vive abaixo da linha de pobreza.
De acordo com o relatório “The Global Competitiveness Report 2015-2016”
desenvolvido pelo World Economic, os índices de competitividade global no Nepal são os
que estão expressos no diagrama da figura 19. Para este estudo foi considerado uma
pontuação de 1 a 7. Este estudo permite analisar os factores de competitividade económica
segundo três pilares:
Requisitos básicos: 3.4. instituições, 2.2. infraestruturas, 5.4. ambiente macroeconómico,
5.6. saúde e educação primária;
Potenciadores de Eficiência: 3.2. educação secundária, 3.9. eficiência do mercado de
trabalho; 4.0. eficiência do mercado de bens; 3.8 desenvolvimento do mercado financeiro, 3.3.
tamanho do mercado e 2.6. tecnologia;
Figura 18- GDP (PPP) per capita (int’l $), 1990–2014 (Fonte: World Economic Forum)

43
Fatores de inovação e diferenciação: 3.3 sofisticação dos negócios e 2.7 inovação.
Após analisados os índices de competitividade do país, considerou-se relevante observar
os principais fatores que impedem o estabelecimento de relações comerciais e, tornando desse
modo, este país desinteressante para os restantes. A Word Economic questionou várias
organizações no sentido de atribuírem 5 ao fator que consideram mais problemático e 1 ao
que consideram menos problemático. Tal como se observa figura 20, o fator com maior peso
nas respostas e portanto destacado em primeiro lugar como sendo o mais problemático é a
instabilidade governamental. Em seguida, consideram a estrutura de fornecimento inadequada
e, com 12,2% das respostas consideram a instabilidade política elevada.
Figura 19- Índices de competitividade global (Fonte: World Economic Forum)
Figura 20- Fatores mais problemáticos para estabelecer relações
comerciais no País (Fonte: World Economic Forum)

44
Dados sobre desastres no mundo apontam para uma maior gravidade nos países com
menores níveis de desenvolvimento económico e social. Os danos provocados pelo sismo no
Nepal estão de acordo com essa teoria, provando que o Nepal é um país extremamente
vulnerável.
O conceito de vulnerabilidade é multidimensional e relaciona-se com o risco. Assim,
dependendo do risco específico, várias abordagens adicionam definições diferentes ao
conceito. Em economia, vulnerabilidade é tratada em dois diferentes níveis: micro e macro
(UNU-WIDER, 2010).
Como observado no título do relatório do Banco Mundial de 2011, “Natural Hazards,
UnNatural Disasters”, os desastres são produzidos socialmente e a vulnerabilidade das
sociedades ou comunidades encontra-se estreitamente e inversamente relacionada ao nível de
desenvolvimento económico e social. Na figura 21 encontram-se esquematizados 4 grupos de
países de acordo com o seu grupo de rendimentos e encontra-se presente a relação dos danos
humanos e frequência de desastres com o respetivo país. O Nepal engloba o grupo dos Low-
income, como é possível verificar na tabela 14 em anexo.
500,000
450,000
400,000
350,000
300,000
250,000
200,000
150,000
1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
Total number of disasters
To
tal
nu
mb
er
of
death
s
Low-income
Lower-Middle-income
Upper-Middle-income
High-income
Figura 21- Gravidade e frequência dos desastres de acordo com o grupo de
rendimentos (1994-2013) (Fonte: World Bank, 2014)

45
4.2. INFORMAÇÃO REFERENTE AO DESASTRE NATURAL
No dia 25 de abril de 2015, o Nepal foi atingido por um terramoto de magnitude 7.8.
Cerca de duas semanas depois, a 12 de maio, outro terramoto, de magnitude 7.3, atingiu a
região. Na tabela em baixo encontram-se os sismos de magnitude maior que 6.0 que
ocorreram no Nepal entre 25 de abril e 12 de maio.
Magnitude Data Hora Localização Coordenadas geográficas
Profundidade
7.8 25/04/2015 06:11:25 UTC
36km E of Khudi 28.230°N 84.731°E 8.2 km
6.1 25/04/2015 06:15:22 UTC
1km E of Banepa 27.628°N 85.540°E 10.0 km
6.6 25/04/2015 06:45:21 UTC
44km E of Lamjung 28.224°N 84.822°E 10.0 km
6.7 26/04/2015 07:09:10 UTC
21km SSE of Kodari
27.771°N 86.017°E 22.9 km
7.3 12/05/2015 07:05:19 UTC
19km SE of Kodari 27.809°N 86.066°E 15.0 km
6.3 12/05/2015 07:36:54 UTC
33km NNE of Ramechhap
27.625°N 86.162°E 15.0 km
Tabela 10- Lista dos sismos ocorridos no Nepal (Fonte: Adaptado de Earthquake Hazards Program- Usgs)
A cruz vermelha britânica explicou, em outubro de 2014, que o Nepal é a 11a região do
mundo sob risco de terramotos, em especial o vale de Katmandu. A cordilheira dos
Himalaias é resultado do movimento entre placas tectónicas sob a Ásia Central, que
convergem cerca de 4 ou 5 centímetros a cada ano. As escaladas ao Everest e a outros picos
da região costumam ser acompanhadas de tremores, e a região regista grandes terramotos a
cada 70 anos, aproximadamente.
Na figura 22 encontra-se representado a região do Nepal afetada pelos sismos de
magnitude 7.3 e 7.8 que ocorreram no dia 12 de maio e 25 de abril, respetivamente.
Figura 22- Esquema da região afetada (Fonte: http://data.unhcr.org/nepal/)

46
Este sismo ainda teve a particularidade de se registar muito próximo da superfície
terrestre, tendo o epicentro sido localizado a poucos quilómetros de profundidade. Ou seja, a
placa tectónica indiana que desliza na zona sul do Tibete, encontra-se "praticamente" em
contacto com a zona habitacional, representando um perigo adicional devido a uma menor
dispersão das ondas sísmicas.
O terramoto de Kathmandu pode ter lançado uma reação em cadeia na falha sísmica
central, numa região de cerca de 600 quilómetros ao sul de Nepal, abrangendo uma grande
falha que tem estado "estranhamente" sossegada há pelo menos 500 anos. [5]
Na figura em baixo encontram-se os sismos que provocaram mais estragos entre o ano
1842 e 2015.
Surya Mohan Adhikari, uma autoridade local no distrito de Gorkha, perto do epicentro do
terramoto, disse à agência AP – “Associated Press” que, nas áreas rurais, "90% das pessoas
foram afetadas por essa calamidade". O sismo foi ainda sentido em regiões da Índia, China,
Tibete e Bangladeche.
Este desastre natural teve como consequência a morte de 8.856 pessoas e 22.309
pessoas ficaram feridas. Na figura 24 encontram-se representadas as regiões onde se registou
maior número de mortos.
Figura 23- Datas de sismos de grande magnitude registados na região
(Fonte: Adaptado de Google Earth)

47
Em seguida, apresentam-se os distritos mais afetados e o total de mortos e feridos que
advieram (tabela 11). Destaco o distrito com maior número de feridos, Kathmandu. Este
distrito e capital do Nepal sofreu a perda de 1.233 pessoas e reage perante 7.950 feridos. No
distrito de Sindhupalchowk foram registados 3.557 mortos e 1.569 feridos. Este distrito foi
fortemente atingido pelo desastre natural.
Tabela 11- Distritos em que as pessoas foram afetadas com maior intensidade (Fonte: Autora)
Após analisar o número de mortos e feridos é possível afirmar que os distritos onde as
pessoas foram mais afetadas, são aqueles onde se registaram maiores estragos habitacionais.
Em termos de habitações privadas, ficaram totalmente destruídas 604.930 casas e ficaram
parcialmente destruídas 288.856 casas (figura 25).
0100020003000400050006000700080009000
Bh
akta
pu
r
Dh
adin
g
Do
lakh
a
Go
rkh
a
Kat
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and
u
Kav
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alan
cho
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Lalit
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Mak
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Ras
uw
a
Sin
dh
uli
Sin
dh
up
alch
ow
k
10 17 20 23 35 36 38 41 48 56 66 67
Total Mortos
Total Feridos
Figura 24- Representação gráfica do nº de mortes por distritos (Fonte:
http://drrportal.gov.np/)

48
Kathmandu é o distrito que apresenta o valor da soma do número de casas privadas
totalmente destruídas e do número de casas privadas parcialmente destruídas, mais elevado.
São ao todo 98.936 casas afetadas (tabela 12). Em Sindhupalchowk registou-se um total de
66.636 habitações privadas atingidas, sendo o 6º distrito mais afetado.
Tabela 12- Distritos onde as casas foram afetadas com maior intensidade (Fonte: Autora)
Segundo o consulado do Nepal em Portugal, foram afetadas 963 instalações de saúde,
das quais 503 ficaram totalmente destruídas e 460 parcialmente destruídas. No que diz
respeito a estabelecimentos de ensino, o Governo do Nepal contabilizou que 42% de escolas
foram afetadas.
Para além da destruição dos estabelecimentos e habitações, importa fazer referência ao
clima adverso do Nepal. Visto que 80% da precipitação anual do Nepal ocorre na “estação da
monção” (depois do terramoto) a urgência da resposta dos intervenientes humanitários
tornou-se clara, de acordo com o departamento meteorológico da Índia (IMD).
Figura 25- Representação gráfica do nº de casas totalmente destruídas (Fonte: http://drrportal.gov.np/)
0100002000030000400005000060000700008000090000
Bag
lun
g…B
hak
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Bh
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asa…
Shya
nja
…Si
nd
hu
li…Si
nd
hu
pal
cho
…So
lukh
um
bu
…Ta
nah
u…
Casas Privadas TotalmenteDestruídas
Casas Privadas ParcialmenteDestruídas

49
O Nepal é propenso a deslizamentos de terra devido ao seu terreno montanhoso e estes
riscos foram agravados pelo terramoto e tremores subsequentes (DAHAL E HASEGAWA
2008). O terramoto destabilizou as encostas, tornando as áreas afetadas mais suscetíveis a
deslizamentos de terra, quando a estação das monções chegou.
4.3 EFEITOS ECONÓMICOS E SOCIAIS PÓS-SISMO
O sismo e deslizamentos de terra associados tiveram um grande impacte socioeconómico
no Nepal uma vez que quase todos os aspetos de vida foram afetados e os meios de
subsistência de 8 milhões de pessoas foram diretamente ameaçados (NPC 2015b). Pôs em
causa a saúde da população, a segurança alimentar, e interrompeu a produção, o emprego,
negócios, comércio e serviços.
Na tabela 13 encontra-se uma estimativa do efeito do terramoto nos 4 setores
socioeconómicos, realizada por uma equipa do PDNA (“Post Disaster Needs Assessment”).
A percentagem dos efeitos estimados revela que o setor mais afetado foi o sector social com
58% dos quais 86% diz respeito a “estabelecimentos e habitações”.
A este setor, segue o setor produtivo com 25%, o setor infraestrutura com 10% e o setor
das questões transversais com 5%.
Tabela 13- Resumo do efeito pós-sismo nos 4 setores (Fonte: Adaptado de PDNA 2015)
Perdas no rendimento
pessoal (NPR milhão)
Danos Perdas Total Privado Público
Setor Social 355,028 53,597 408,625 363,248 45,377 -
Estabelecimentos e habitações 303,632 46,908 350,54 350,54 - -
Saúde 6,422 1,122 7,544 1,394 6,15 -
Educação 28,064 3,254 31,318 2,365 28,953 -
Património Cultural 16,91 2,313 19,223 8,948 10,274 -
Setor Produtivo 58,074 120,046 178,121 158,079 20,043 17,124
Agricultura 16,405 11,962 28,366 25,813 2,553 4,603
Irrigação 383 - 383 - 383
Comércio 9,015 7,938 16,953 16,953 - 2,667
Indústria 8,394 10,877 19,271 19,271 - 3,654
Turismo 18,863 62,379 81,242 75,105 6,137 6,2
Finanças 5,015 26,89 31,905 20,937 10,969 -
Setor Infraestrutura 52,46 14,323 66,783 17,281 49,502
Eletricidade 17,807 3,435 21,242 15,569 5,673 -
Cominucações 3,61 5,085 8,695 1,712 6,983
Infraestrutura comunitária 3,349 - 3,349 - 3,349 -
Transporte 17,188 4,93 22,118 - 22,118
Àgua e Saneamento 10,506 873 11,379 - 11,379 -
Setor das questões transversais 51,872 1,061 52,933 1,755 51,178 -
Governo 18,757 - 18,757 - 18,757 -
Redução do risco de desastre 155 - 155 - 155 -
Ambiente e Floresta 32,96 1,061 34,021 1,755 32,267 -
Total 517,434 189,027 706,461 540,362 166,1 17,124
Total (US$ milhão) $5,174 $1,890 $7,065 $5,404 $1,661 $171
*NRP- Rupia Nepalesa
Efeitos do desastre (NPR
milhão)
Distribuição do efeito
do desastre (NRP
milhão)

50
Em seguida apresenta-se a informação mais relevante dos efeitos pós-sismo por setor.
Setor Social
A OIT estima que 150 milhões de dias de trabalho foram perdidos em 31 distritos nas
primeiras semanas após o terramoto e que foram perdidos mais de 31 mil anos de vida o que
afetará a produtividade a longo prazo (este valor foi calculado pela, APVP- “Anos Potenciais
de vidas perdidas”, com base numa estimativa do média de anos que uma pessoa teria vivido
se ela não tivesse morrido prematuramente. Considerou-se a expectativa de vida feminina
como 70, e a expectativa de vida masculina como 67,3, como sugerido pela, OMS, em 2013).
Setor Produtivo
Ainda que a agricultura sustente a maioria da população, o Nepal abriga algumas das
montanhas mais altas do mundo e apostou no turismo nos últimos anos como motor de
crescimento futuro. Por ano, aproximadamente 800 mil turistas chegam ao país,
maioritariamente para o desporto, o que permite ao setor contribuir diretamente com 4% do
PIB e até 8% considerando os efeitos indiretos. A economia conseguiu crescer 5,5% em 2014,
mas após o terramoto, Rajiv Biswas, economista chefe da Ásia-Pacífico, considera difícil que
o Nepal alcance os 5% calculados pelo fundo monetário internacional.
Setor Infraestrutura
Os deslizamentos de terra após o sismo e a época das monções que se seguiu, dificultou o
trabalho das organizações humanitárias, dado que muitas vias ficaram obstruídas o que
tornava complicado guardar os bens de socorro num lugar seguro. Segundo a FICV, em 2014,
os deslizamentos afetaram a rede de comunicação limitando-a às áreas afetadas e,
imediatamente após, as inundações destruíram 2 centrais hidroelétricas reduzindo o
fornecimento de energia eletrica no vale de Kathmandu.
Setor das questões transversais
A aprovação da nova constituição a 20 de Setembro de 2015 provocou uma instabilidade
governamental e colocou o país numa situação de insegurança civil. Isto porque o governo da
Índia ao não concordar com este acordo, bloqueou as fronteiras e impediu o fornecimento do
petróleo. Esta crise complicou o papel dos agentes humanitários. De acordo com a AFP
(“Agence France-Presse”) a 25 de outubro, a China concordou em fornecer ao Nepal 1,3
milhões de litros de combustível em regime de concessão.
O terramoto criou muitos problemas sociais e causou traumas psicológicos. Homens,
mulheres e crianças foram obrigados a viver em tendas, o que colocou as mulheres e crianças
numa posição particularmente vulnerável, uma vez que crescem os relatos de tráfico de
mulheres e crianças.

51
5. FASE DE RESPOSTA
5.1. COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL DO SISTEMA HUMANITÁRIO
Os principais avanços na organização da ajuda humanitária provenientes da Resolução
46/182 (ONU, 1991) foram a criação do IASC e a implementação do cargo de Coordenador
de Ajuda Humanitária (ERC). A função do IASC é servir de plataforma de diálogo e
coordenação de tomada de decisão que englobasse, além das agências das Nações Unidas,
organizações não governamentais importantes para o sistema humanitário. O IASC é o único
comité na área que cumpre esta função de diálogo entre o sistema ONU e outras organizações
(IASC, 2011).
O OCHA é órgão ligado diretamente ao Secretário-Geral das Nações Unidas responsável
pela coordenação e liderança de todas as atividades humanitárias desenvolvidas pela ONU e é
o principal responsável pela ativação do Cluster em situações complexas, pela gestão de
informação e de financiamento das operações humanitárias internacionais (OCHA, 2011).
Sob estas ferramentas de coordenação, o sistema de ajuda humanitário da ONU é
composto por 6 organizações chaves que operacionalizam o trabalho em áreas específicas de
ação e também são as lideranças das divisões do sistema Cluster, coordenando as atividades
de ONG´s e outras organizações menores. Estas organizações são:
United Nations High Commissionier for Refugees (UNHCR), responsável pela
administração de pessoas reconhecidas como refugiados por conflitos;
World Food Programe (WFP), responsável pelos programas de assistência
alimentar;
Food and Agriculture Organization (FAO), que é a organização responsável
pelo desenvolvimento e garantia da segurança alimentar;
World Health Organization (WHO), que administra as ações na área de saúde
(tanto em prevenção quanto na área clínica/cirúrgica),
United Nations Development Program (UNDP), responsável pelos programas de
desenvolvimento e recuperação pós-desastre;
United Nations Children’s Fund (UNICEF), que atua com projetos para
proteção da infância.

52
Além das agências das Nações Unidas, outras organizações realizam papel importante no
sistema humanitário internacional, tal como a FICV que congrega as Sociedades Nacionais e
atua em situações de desastres, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) e a ONG
Assistência Médica Internacional (AMI).
Nos últimos 15 anos, a criação e legitimação de ferramentas de coordenação na área de
logística humanitária melhorou significativamente a capacidade das organizações de
trabalharem alinhadas na resposta humanitária, principalmente após 2005 com a reforma
humanitária realizada no sistema das Nações Unidas e com a significativa importância do
papel do IASC. As principais ferramentas criadas e, que serão referidas mais à frente, são:
Sistema Cluster
“United Nations Humanitarian Response Depots” (UNHRD)
Na figura 26, apresentam-se as organizações que prestaram apoio nos mais diversos
domínios ao Nepal a 30 de setembro.
Figura 26- Organizações envolvidas na assistência humanitária no Nepal (Fonte: USAID, 30 de Setembro)

53
5.2. CASO WFP
5.2.1. SISTEMA CLUSTER
O objectivo da coordenação pelo sistema Cluster é “combater” as falhas e aumentar a
eficácia da ação humanitária através da construção de parcerias. Esta abordagem garante que
as respostas internacionais às emergências humanitárias são previsíveis e o responsável pelo
cluster (o líder), consegue claramente dividir o papel de cada interveniente dentro da sua área
de intervenção. Desta forma a comunidade internacional humanitária está mais organizada e
atua de forma mais responsável e profissional. Maximiza ainda, a utilização dos recursos
disponíveis, evitando a duplicação de esforços e permite um fluxo ininterrupto de material de
emergência.
Este sistema é constituído por 11 áreas que são coordenadas pela IASC e pela OCHA
(figura 27).
O Cluster Logística é um mecanismo de coordenação responsável pela gestão da
informação, e, se necessário, presta serviços de logística para garantir uma resposta eficaz e
eficiente em missões de emergência humanitárias. Devido à sua experiência na área de
logística humanitária, o WFP foi escolhido pelo IASC para ser a agência líder deste Cluster.
Figura 27- Coordenação dos Clusters das Nações Unidas (Fonte:Autora)

54
O Cluster Logística foi formalmente ativado no Nepal no dia 27 de abril. Desde o
início da operação, este Cluster estabeleceu uma coordenação regular com o MAI para evitar
erros logísticos, e um representante foi disponibilizado em Kathmandu, para aconselhar a
comunidade humanitária sobre os procedimentos aduaneiros. O Cluster Logística
disponibiliza regularmente mapas de estradas de acesso/zonas de aterragem de helicópteros
para auxiliar as operações aéreas, e distritais e mapas de trilhas de trekking para facilitar as
operações de reparos. As células foram estabelecidas em Kathmandu, Deurali, Chautara,
Charikot e Dhadingbesi. Toda a informação é disseminada numa base diária, tanto através da
lista de organizações no terreno como através do site da Logística Cluster, facilitando a
partilha atualizada de informação.
No que se refere aos meios de transporte escolhidos, o WFP optou pelo transporte
rodoviário, transporte aéreo e pelo transporte de acesso remoto (tração animal- normalmente
utilizado o laque).
No que diz respeito ao transporte via terrestre (rodoviário), estima-se que foram expedidos
mais de 8 mil camiões e tratores de Kathmandu, Deurali, Chautara, Charikot e Dhadingbesi
para os seis distritos mais afetados: Gorkha, Dhading, Rasuwa, Nuwakot, Sindhupalchok e
Dolakha. Contudo, tal como se pode observar nas figuras 28 e 29, muitas vias ficaram
obstruídas, o que impediu a chegada de bens a essas zonas. Assim, o modo de transporte
aéreo e de acesso remoto foram fulcrais no atendimento à população afetada.
Figura 28- Densidade rodoviária (Fonte: Adaptado de World Food Programme)

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O Cluster Logística coordena as solicitações de movimentação de carga a ser transportada
por UNHAS. Este organismo possui um helicóptero AS350 para missões de avaliação e
evacuações (máximo 4 passageiros) e três helicópteros Mi8 (capacidade de carga de 2-2,5 mt)
para o transporte de carga. Entre 29 de abril e 12 de outubro, UNHAS realizou um total de
4.156 deslocações para 173 locais diferentes, 3.183 passageiros foram transferidos e 2,225mt
de carga foram transportados em nome de 116 organizações.
No âmbito da operação de acesso remoto, o objetivo do Cluster Logística não é apenas
fornecer abastecimentos essenciais para os locais inacessíveis e de alta altitude no Nepal, mas
também para reabilitar as principais trilhas de forma a reabrir rapidamente o acesso ao
mercado. Os distritos alvo abastecidos por esta operação são Gorkha, Dhading, Rasuwa,
Sindhupalchok e Dolakha. Estima-se que 77.747 pessoas foram aliviadas, 783 quilómetros
(189 trilhas) foram reabilitados e reabertos, 75 km (13 pistas) estão atualmente em
reabilitação, 789mt de carga foram entregues, das quais 394mt eram itens alimentares e
394mt itens não alimentares.
Figura 29- Acessos rodoviários (Fonte: Adaptado de World Food Programme)

56
5.2.2. “UNITED NATIONS HUMANITARIAN RESPONSE DEPOTS” (UNHRD)
O UNHRD é o conjunto de depósitos regionais que servem a comunidade humanitária
como hubs para resposta rápida em situações de emergência e iniciou o seu funcionamento
em 2000 a partir de uma iniciativa unilateral do WFP, o qual criou o primeiro depósito em
Brindisi na Itália e, posteriormente, replicou o modelo para a Cidade do Panamá (Panamá),
Accra (Gana), Dubai (Emirados Árabes) e Subang (Malásia), todos localizados próximos de
aeroportos ou portos e mantém uma área funcional de no mínimo 10 mil m² por hub
(UNHRD, 2012a).
Na figura 30 encontram-se mapeados os seis hubs da UNHRD.
Atualmente o sistema de depósitos é utilizado por 50 organizações entre órgãos da ONU,
a IFRC e outras ONGs e tem capacidade de disponibilizar materiais para um desastre em
qualquer parte do mundo em uma janela de 48 horas, com atuação global do depósito de
Brindisi e regional para as outras localizações, o que permite a regionalização da capacidade
de prontidão e diminui o lead time da resposta. Os depósitos servem como prestadores de
serviço para que as organizações possam manter bens e equipamentos disponíveis em uma
situação de desastre e para a utilização dos depósitos, o WFP desenvolveu um conjunto de
normas que devem ser seguidas pelas organizações chamado Standard Operating Procedures
(SOP) que definem os tipos de itens que as entidades podem manter nos hubs, quais são os
custos e serviços disponibilizados pelo UNHRD e quais são as exigências técnicas para
movimentação de material e armazenagem. Com isto, ao criar um serviço atrativo para as
organizações e definir regras para sua utilização, o WFP consegue determinar os padrões de
administração de material adequados para a eficiência do sistema humanitário levando as
organizações a se alinharem na qualidade dos procedimentos tomados na logística
humanitária.
Figura 30- Armazéns de resposta humanitária no Mundo (Fonte: http://www.unhrd.org/)

57
De forma a prestar auxílio ao povo Nepalese, foram transportados bens de emergência do
armazém de Dubai, Kuala Lumpur e Panama City por via área. No caso do transporte de
Kuala Lumpur para Kathmandu foi também utilizado o meio marítimo.
Relativamente ao armazenamento local, a 15 de outubro, a capacidade total oferecida no
país para a comunidade humanitária ascendeu os 9.640 m2 em Kathmandu, Deurali (Ghorka),
Chautara (Sindhulpachok), Bharatpur (Chitwan), Dhulikhel (Kavrepalanchok), bidur
(Nuwakot), Dunche (Rasuwa), Charikot (Dolkha) e Dhadingbesi (Dhading District). Isto
perfez um total de 1,200 mt de carga que é armazenada nos 9 armazéns (figura 31).
Como parte do Plano de Resposta Logística redigido em 2013, o WFP, estabeleceu
uma área de preparo Humanitária (HSA) no aeroporto internacional de Kathmandu (aeroporto
Tribhuvan), como um plano de contingência em caso de um desastre natural. Isso evita o
congestionamento nos principais pontos de entrada das zonas afetadas e facilita o fluxo de
mercadorias salva-vidas durante as operações de socorro de grande escala. Em Bharatpur foi
criado também um HSA para lidar com as cargas provenientes da Índia, bem como
proporcionar uma capacidade adicional de armazenamento para a operação.
Em Kathmandu estão operacionais, 8 Unidades Móveis de Arrumação (MSU), com
uma capacidade total de armazenamento de 2.640 m2. Foi criada uma instalação de
armazenamento (4MSUs) em Dhulikhel (Kavre) de forma a aumentar a capacidade da HSA e
oferecer um armazenamento de longo prazo para embarques aéreos internacionais. A
capacidade total de armazenamento é de 1.280 m2. Em nome da comunidade humanitária, a
“Handicap International” gere o hub.
O governo do Nepal forneceu 12 MSUs a fim de ajudar as operações logísticas.
Em suma, o Cluster Logística operacionalizou até 15 de outubro, um total de 64.899
m3 (28.52 mt) de carga em nome de 151 organizações diferentes.

58
O WFP para além de ser líder do Cluster Logística, desempenha funções no domínio de
vários clusters através da criação de parcerias. Trabalha com os principais parceiros
governamentais, agências da ONU, ONGs e outras partes interessadas para a realização eficaz
dos programas. Esta ONG estabelece pareceria com o Ministério de Assuntos Federais e
Desenvolvimento Local, KOICA e Good Neighbours Internacional de forma a apoiar as
comunidades, oferecendo oportunidades de emprego que visem a geração de ativos
sustentáveis. A parceira do WFP com o Departamento de Educação, a UNICEF, o Nepal
Sociedade da Cruz Vermelha (NRCS) e uma ONG local, visa melhorar a qualidade e o acesso
à educação nas escolas primárias. Estabele ainda contacto com o departamento de serviços de
saúde e com ONGs locais para implementar programas de nutrição.
O WFP, UNHCR, IOM, ECHO e USAID estão a trabalhar em conjunto para apoiar a
operação de refugiados, sob a orientação geral do MAI. O WFP também trabalha com o
Ministério na identificação e registo de inundação e deslizamento de terra.
Figura 31- Localização dos armazéns (Fonte:WFP Logistic Cluster)

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5.2. CASO AMI
“ No início ninguém sabe nada ou sabe-se muito pouco. Estamos a falar de todos os
atores que atuaram na fase imediata de emergência. Andamos todos a recolher informações/
dados.”
Ivo Saruga, AMI
Com base na entrevista realizada a Ivo Saruga, diretor adjunto do departamento
internacional da AMI, foi elaborado o seguinte diagrama (figura 32) que representa as 3 fases
de intervenção desta ONG após o sismo.
Na fase da preparação foram angariados bens financeiros através do apelo realizado
em campanhas e peditórios nacionais e foram estabelecidos contactos com diversas
organizações. Os dados recolhidos alimentaram a informação contida nas campanhas de
sensibilização.
Na fase de avaliação, um grupo de voluntários da AMI deslocou-se ao local em missão
exploratória. A partir da análise das relações estabelecidas, pode-se verificar que a estratégia
desta ONG em não transportar bens materiais é justificada pelos custos de transporte e pelo
facto de os bens não serem adequados à cultura Nepalesa. Esta opção origina um
fortalecimento da economia local.
A fase de resposta foi maioritariamente dirigida pelo parceiro da AMI na Índia,
“Friend´s Society in Social Services”. Este parceiro com as informações da equipa
exploratória, deslocou-se ao local e distribuiu bens (alimentares e não alimentares). Este
parceiro foi selecionado por questões de proximidade à zona de atuação (Baragaon,
Sindhupalchock). Segundo Ivo Saruga, “Foi uma intervenção circunscrita a essa região. Era
uma zona de acessibilidade bastante complicada mas que ainda era possível por via terrestre
e foi feito assim.”

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Figura 32- As 3 Fases de intervenção da AMI no Nepal (Fonte: Autora)

61
5.3. CASO FICV
“A supply chain route works around the types of transport mode used and also the most
feasible points of entry into the country”
Siokkun Jang, FICV
A FICV é a maior organização humanitária do mundo com 189 sociedades-membro.
Realizam operações de socorro para ajudar vítimas de catástrofes em todo o mundo, e
contribuem para reforçar as capacidades dos estados nacionais. O Programa da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho consegue acompanhar aproximadamente 158 milhões de
pessoas vulneráveis por ano. Este número mostra a extensão do alcance desta organização e a
escala das suas operações.
A intervenção da Cruz Vermelha rege-se por 7 princípios fundamentais: humanidade
(prevenir e aliviar o sofrimento humano em todas as circunstâncias); imparcialidade (o
movimento não discrimina); neutralidade; voluntariado; unidade (estende a ação humanitária
à totalidade do seu território); universalidade e independência. Estes princípios resumem a
ética do Movimento, constituindo a essência do seu enfoque para ajudar as pessoas afetadas
por conflitos armados, desastres naturais e outras situações de emergência.
De acordo com a entrevista realizada a Siokkun Jang, diretora da zona logística da Ásia-
Pacífico da FICV, a NRCS esteve fortemente empenhada na coordenação e prestação de
serviços de resposta em todas as áreas afetadas, realizou também uma rápida avaliação inicial
na coordenação. Até ao dia 15 de outubro já tinham sido mobilizados para o campo mais de
2.200 voluntários.
Após o sismo, a Cruz Vermelha do Nepal (NRCS) realizou um comité de resposta de
emergência (ERC) com o intuito de analisar a situação e delinear o plano de ação. A NRCS
NHQ ativou o centro de operação de emergência (EOC). Os EOC em alguns distritos afetados
no vale de Kathmandu foram também activados (figura 33).
A FICV trabalhou estreitamente de forma a coordenar e apoiar a NRCS em todas as
operações. Ativou todas as suas ferramentas de resposta globais e desdobrou as operações de
emergência: Equipa de avaliação de campo e coordenação (FACT); Equipa de resposta a
catástrofes regionais (RDRT) e Unidades de resposta de emergência (ERU). A FICV também
ativou ainda o sistema de logística em Kuala Lumpur e Dubai de forma a estar apta a
mobilizar materiais de ajuda adicional para a resposta.

62
Geograficamente, a NRCS tem seu próprio armazém em Kathmandu com algum stock de
prevenção pré-posicionado. O stock disponível no dia 15 de Outubro conseguia abastecer
cerca de 20 mil famílias.
Em termos globais e uma vez que a FICV não tem capacidade para socorrer as 150
milhões de pessoas a cada ano através dos seus 189 membros, subcontratou os serviços
logísticos da GLS (“Global Logistic Service”). Desta forma, aumentou a sua capacidade de
armazenamento e assegurou os serviços de preparação e todas as tarefas operacionais. Desde
2007 a GLS através da sua rede global, garante stock suficiente atender às necessidades
imediatas de 450 mil pessoas a qualquer momento, dentro do prazo de 24 a 48 horas. Por mês,
a GLS suporta 60 operações humanitárias em todo o mundo.
No caso específico do Nepal, a FICV tem um “hub armazém” em Kuala Lumpur e no
Dubai que apoiam as regiões em toda a Ásia Pacífico (figura 34).
Figura 33- Intervenção da NCRS depois do sismo (Fonte: Autora)
Figura 34- Serviços logísticos globais (Fonte: IFRC Global Logistics Sevice)

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Nesta operação, durante a fase de ajuda de emergência, a NRCS distribuiu um valor
estimado de 2 mil toneladas / 6200 m3 de bens de socorro (itens não alimentares), que
consiste em toldes, cobertores, kits para abrigos temporários, mosquiteiro, conjunto de
cozinha, kit de higiene, etc.
As ERU´s foram criadas pela FICV em 1994 e são constituídas por equipas de
especialistas e técnicos formados. Estas equipas encontram-se aptas para serem deslocadas
num curto espaço de tempo para as regiões afetadas. Dentro das unidades de resposta à
emergência criadas por esta federação, será feito especial destaque à ERU Logística (figura
35).
A função da ERU Logística é gerir efetivamente a chegada de grandes quantidades de
bens de socorro. Após os bens/materiais serem rececionados, cabe a esta unidade armazenar
nos locais disponíveis para o efeito e posteriormente encaminhar para os pontos de
distribuição. Além deste processo, esta unidade é ainda responsável pela elaboração de
relatórios sobre estes itens de forma para facilitar uma melhor perceção da FICV sobre o
desenvolvimento da ajuda humanitária. Os itens devem ser criteriosamente descritos e
quantificados assim como todas as transações efetuadas de forma a que os custos sejam
facilmente apurados.
Após o sismo que ocorreu no Nepal, a Cruz Vermelha disponibilizou 8 mil voluntários
para auxiliarem a zona. Com as doações que angariou foi possível a distribuição de 28 mil kits
de socorro em que cada kit continha 2 toldos, 2 cobertores, 1 conjunto de cozinha, 1 conjunto
de ferramentas de abrigo). Estes kits foram distribuídos por 139 mil pessoas. No que se refere
unicamente aos toldos, 111 mil foram distribuídos para 555 mil pessoas de forma a que as
vítimas se pudessem abrigar temporariamente e proteger-se das chuvas intensas.
Para além da distribuição de todos estes bens, os voluntários garantiram serviços de saúde,
cuidados médicos e suporte psicossocial a cerca de 75 mil pessoas. No que diz respeito à
higienização cerca de 866 itens constituídos por pasta dentífrica, sabonete e 1 kit de higiene
foram distribuídos a 620 mil pessoas.

64
Tal como é possível verificar na figura 36, o NRCS NQR assume a liderança na
coordenação das operações logísticas do Nepal, apoiado pela ERU Logística (FICV).
Figura 35- Desdobramento da FICV em ERU´S (Fonte: Autora)
Figura 36- Relação logística entre o NRCS e a FICV (Fonte: Autora)

65
6. FASE DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE
6.1. ETAPA DE TRANSIÇÃO
"Preliminary assessment findings indicate that shelter is the primary overall
humanitarian need."
United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (UNOCHA)
O abrigo é uma necessidade humana básica. A privação de abrigo para além de
implicar falta de segurança e riscos para a saúde das populações, gera um grande impacte a
nível psicológico e traumas pós-desastre. Torna-se extremamente importante as organizações
apoiarem a reconstrução das regiões afetadas uma vez que, para além de zelarem pelo bem-
estar das vítimas, faz com que enriqueça o seu estado psicológico e acelere o processo de
recuperação emocional, no momento em que o sofrimento das vítimas devido a recentes
perdas é incalculável (SHKRADA RESK, 2012).
Após uma catástrofe as pessoas cujas casas foram parcial/totalmente destruídas, ou
que foram obrigadas a deslocarem-se para outra localidade, procuram ver essa necessidade
elementar atendida.
Em muitos casos, as vítimas procuram, com os meios que possuem, recuperar a sua
casa. Na impossibilidade, improvisam abrigos temporários (com materiais recuperados da
mesma). No caso de a sua casa ter sido totalmente destruída, optam por tendas, lonas de
plástico ou outros itens humanitários fornecidos pelas equipas de socorro.
Nos locais onde a resposta de emergência planeada para a assistência pós-desastre é o
fornecimento de abrigo temporário coletivo, as famílias afetadas vão procurar iniciar a
restauração e/ou reconstrução das suas casas, assim que for seguro e possível fazê-lo
(BRILLEMBOURG, KLUMPNER e COULOMBEL, 2011). Torna-se portanto necessário,
uma resposta rápida, mediante a aplicação sustentada de materiais e tecnologias, com vista à
garantia de um habitat digno num período de tempo determinado. Este habitat deverá ir ao
encontro das necessidades básicas humanas (alimentação, descanso, higiene, comunicação),
em processos de auto suficiência e autogestão.
Ao longo desta secção, pretende-se dar a conhecer soluções eficazes para um abrigo
humanitário, que possam conjugar as seguintes premissas: baixo custo, sustentável,
provisório, unifamiliar, de fácil transporte e de simples montagem.

66
Nesta secção será dado destaque a abrigos temporários presentes no distrito de
Lalitpur, Sindhupalchock e Kathmandu.
6.1.1. CAMPO BHATTEDADHA, LALITPUR – ORGANIZAÇÃO “CHANGE
FUSION NEPAL”
A “Change Fusion Nepal” é uma organização não-governamental fundada em
setembro de 2008 que defende o empreendedorismo social de forma a procurar criativamente
oportunidades para aspirar mudanças no mercado. A sua intervenção rege-se pelo apoio de
voluntários locais.
“Change Fusion Nepal” identifica os 4 pontos essenciais que devem estar sempre
presentes nos empreendimentos sociais:
1. Intenção: o motivo da criação; se é lucrativo ou bem-estar social;
2. Impacte: a magnitude do efeito positivo e contribuição do empreendimento para a
sociedade, meio ambiente e comunidades;
3. Inovação: a capacidade dos empreendedores sociais de adotar novas ideias;
4. Rendimento: a perspetiva do risco de negócio de escala e a avaliação das suas fontes
de geração de renda sustentáveis.
Após a aprovação de um novo projeto, esta organização fornece assistência em 4
áreas-chave: Conhecimento (desenvolver, adaptar e difundir conhecimentos e ferramentas
necessárias para o projeto); Rede (apoia o contacto com investidores e mentores
interessados); Orientação (ajuda o programa e o plano a seguir o caminho mais viável) e,
Financiamento (encontra doadores ou investidores para fornecer subsídios iniciais).
A “iniciativa Dharti” foi liderada por esta ONG e consistia na construção de abrigos
temporários em Bhattedanda, Lalitpur. Assim, esta organização em parceria com a
organização “Portal Bikes” formou seis voluntários sobre o plano para construir casas na
comunidade. Todas as etapas de construção de um abrigo foram trabalhadas de forma a que os
voluntários que receberam a formação fossem capazes de conduzir o projeto e ensinar novos
voluntários.
A fundadora desta missão, Luna Shrestha Thakur, mostrou a sua alegria no jornal
“The Kathmandu Post” afirmando que o senso de comunidade e união mostrada durante o
trabalho foi louvável.
“They were really keen on helping one another. Even after one of their houses was
built, they would come help the others. The community was really together,”
“The Kathmandu Post”, 28/05/2015

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A primeira fase seguida pela ONG “Change Fusion Nepal” foi analisar os danos
causados pelo sismo no município de Bhattedadha, distrito de Lalitpur. Considerou-se um
total de 475 pessoas, 104 chefes de família, 5 crianças abaixo de um ano de idade, 42 crianças
com idades compreendidas entre o 1 e os 5 anos, 27 idosos e apenas 2 enfermeiras. Este
município estava dividido em 6 pequenas áreas e 100 dos chefes de família dedicava-se à
agricultura, enquanto que, os restantes 4 comercializavam chá. De acordo com os dados
recolhidos das 104 famílias, 84 foram afetadas pelo terramoto (80,77% do agregado familiar).
No que diz respeito a propriedades privadas e terrenos, 5 famílias não têm terra nem casa, 5
famílias têm casas e as restantes 95 famílias não têm casas mas têm um terreno em seu nome.
Esta primeira fase torna-se fulcral para estabelecer o plano de ação no qual se
encontram mensurados o total de fundos necessários a recolher para cumprir o projeto. É
essencial também para contabilizar o número de mão-de-obra disponível de acordo com os
critérios e perfil do voluntário previamente estabelecido.
Após conhecidos e construídos os abrigos necessários, a instalação de painéis solares,
a restauração da escola para as crianças, o projeto de desenvolvimento da agricultura e
fornecimento de água potável são outras prioridades desta ONG.
A construção de um abrigo temporário tem o custo de 11 mil rupias nepalesas
(aproximadamente 100 euros). Os materiais (“shelter kit”) necessários para a construção
deste abrigo são: 8 hastes de ancoragem, 4 tubos em arco, 9 peças de coberturas metálicas e 8
fios de metal (figura 37). Para além destes materiais, o comprador deverá ter 1 martelo, 1
cortador de estanho, 1 alicate, 1a fita métrica e um 1 tubo fino. Todas as etapas de construção
podem ser consultadas na página oficial da organização.
Figura 37- Estrutura do abrigo construído no campo Bhattedadha
(Fonte: Portal Bikes)

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É importante reforçar que estes abrigos são estruturas de transição e não pretendem ser
uma solução de habitação permanente.
Em seguida, apresenta-se um exemplo de um dos abrigos temporários construídos no
campo Bhattedadha (abrigo nº 38 em 100). Neste abrigo habita uma família de 5 elementos
(figura 38). Esta família encontra-se muito agradecida à ONG “Change Fusion Nepal” e
segundo o chefe de Família, Raj Kumar Tamang:
“We would be living in open fields or would have probable died had we not had these shelter.
I had previously heard about solar but never used. Thank you for giving me a chance to use
it.”
6.1.2 CAMPO DE APOIO À VÍTIMA EM SINDHUPALCHOCK – ORGANIZAÇÃO
“UNICEF”
Ao iniciar a realização da presente dissertação, suscitou-me curiosidade em ver de
perto estes campos de apoio aos desalojados e, tive a oportunidade de ser acompanhada pela
equipa “UNICEF” ao campo Sindhupalchock. Segundo dados fornecidos pela equipa local no
dia 25 de setembro, estavam presentes cerca de 480 pessoas (ao todo 110 famílias). Das
famílias presentes 82 eram crianças com idades inferiores a 10 anos e havia cerca de 170
crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos.
Figura 38- Abrigo número 38 (Fonte: Portal Bikes)

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Neste abrigo temporário não existem condições que satisfaçam as necessidades
humanas mais básicas isto porque dentro do mesmo espaço, dividido por panos, vivem muitas
famílias. Tratou-se de um improviso por parte da equipa de voluntários uma vez que era
antigamente uma capoeira (figura 39,40 e 41).
Figura 39- Abrigo temporário (Fonte: Autora)
Figura 40- Campo de Refugiados em Sindhupalchok (Fonte: Autora)
Figura 41- Condições da habitação (Fonte: Autora)

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6.1.4 EXEMPLO DE UM ABRIGO TEMPORÁRIO – MISSÃO “OBRIGADO
PORTUGAL. NÓS TAMBÉM SOMOS NEPAL”
A missão “Obrigado Portugal. Nós também somos Nepal” foi fundada por Pedro
Queirós e Lourenço Santos e conta com a colaboração de voluntários de todo o mundo (um
total de 62 voluntários entre o período de 26 de abril a 1 de outubro de 2015).
O “projeto Saudade” ambiciona alojar a população da vila de Bistagoun, junto à
cidade de Chapagoun, em pleno vale de Katmandu. Nesta vila encontram-se 350 pessoas que
foram “obrigadas” a deslocarem-se. Ao todo já foram construídas 10 casas e 12 encontram-se
em processo de acabamento (figura 42).
Esta iniciativa foi fortemente divulgada pela comunicação social portuguesa e cresceu
com o apoio da rede social Facebook. Segundo Pedro Queirós, a missão conseguiu angariar
cerca de 118 mil euros.
De acordo com a entrevista a José Batalha, voluntário português nesta missão e na
ONG “Nepal Healthcare Equipment Development Foundation” (NHEDF), a construção deste
abrigo pode ser dividido em tarefas sequenciais (criar fundações; trabalhar o bamboo; formar
os 4 pilares base; colocar a estrutura do telhado e o pavimento; revestir as paredes) e o custo
total é cerca de 580 euros (tabela 14). Os custos logísticos de transporte representam 7%.
Tabela 14- Preço de construção de um abrigo temporário (Fonte: José Batalha)
Item Quantity Price Total Amount Unit Item Quantity Price Total Amount Unit
Bamboo Structure 35 रु240,00 रु8 400,00 Unid Cutting Wheel 4" 5 रु25,00 रु125,00 unid
Bamboo Walls 40 रु240,00 रु9 600,00 Unid JK Drill Bit 10mm 1 रु350,00 रु350,00 unid
Bricks 800 0 0 Unid Jigsaw Blade 1 रु200,00 रु200,00 unid
Cement 12 रु730,00 रु8 760,00 Bags Gasoline 1 रु1 090,00 रु1 090,00
Gravel 0,33 रु5 500,00 रु1 815,00 Truck Huxa Blade 2 रु20,00 रु40,00 unid
Sand 0,67 रु6 500,00 रु4 355,00 Truck TOTAL MACHINE ACCESSORIES रु1 805,00
Metal Bars (Concrete Pilars) 37 रु79,00 रु2 923,00 Kg
Metal Bars 7mm 28,25 रु81,00 रु2 288,25 Kg
Corrogated Sheets 18 रु787,50 रु14 175,00 Unid Item Quantity Price Total Amount Unit
Metal Wire(GI) 2,5 रु120,00 रु300,00 Kg Loading Bamboo 1 रु400,00 रु400,00
Metal Wire (Thin) 0,5 रु110,00 रु55,00 Roll Transport Bamboo 1 रु2 800,00 रु2 800,00
Nuts 250 रु4,00 रु1 000,00 Unid Loading Cement 1 रु100,00 रु100,00
Washers 250 रु4,00 रु1 000,00 Unid Transport Corrogated Sheet 1 रु700,00 रु700,00
Full Threaded Rod 20 रु230,00 रु4 600,00 Kg TOTALTRANSPORT रु4 000,00
Screw 80 रु6,00 रु480,00 Unid
Rope 0,5 रु200,00 रु100,00 Roll TOTAL AVERAGE PER HOUSE WITHOUT WALLS रु56 056,25 497,00 €
TOTAL WITHOUT WALLS रु50 251,25
TOTAL WITH WALLS रु59 851,25 TOTAL AVERAGE PER HOUSE WITH WALLS रु65 656,25 581,50 €
MACHINE ACCESSORIES
LOADING & TRANSPORT
BULDING MATERIALS
Figura 42- Representação esquemática de uma habitação (Fonte: José Batalha)

71
6.2. ETAPA DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Após o desastre e a contagem de vítimas do terramoto no Nepal, torna-se inevitável a
contagem de danos e de iniciar os planos de reconstrução da economia local. Contudo tal
como foi referido ao longo da dissertação, esta tarefa é praticamente impossível para um
Governo que trabalha com escassos recursos e que se encontra imerso num cenário
politicamente fraturado.
A construção de novas habitações envolve um grande esforço, requer elevados
investimentos e exige a participação das autoridades locais. Muitas organizações humanitárias
não colaboram com projectos de reconstrução, uma vez que todo o processo intrínseco é
complexo, caro, multidisciplinar, envolve uma área altamente técnica, e podem existir
obstáculos logísticos, legais ou políticos significativos..

72

73
7. CONCLUSÕES
Uma vez que a garantia do bem estar físico e social ambicionado por todos os seres
humanos pode ser ameaçada por catástrofes naturais, com graves consequências e elevado
impacte, perante a ocorrência de tais situações, a atuação das ONG assume particular
importância. Assim, este estudo procura compreender melhor a cadeia de abastecimento
humanitária e o ciclo de operações logísticas para uma conduta eficaz e os mecanismos que
estas organizações utilizam para comunicar entre si.
O estudo realizado sobre o desastre que ocorreu no Nepal permitiu concluir que o
processo logístico de ajuda humanitária atual apresenta problemas semelhantes às operações
de socorro a vítimas de outros desastres.
Os mais frequentes são: dificuldade de avaliação da extensão do desastre e
necessidades iniciais, nível de atendimento à procura das vítimas, preparação e expedição de
socorro e triagem do material recebido. Para além destes problemas de carácter interno, foi
destacado ao longo desta dissertação, a influência de fatores externos, tal como o clima e a
instabilidade política, e a sua implicação no desempenho das operações logísticas. A incerteza
e imprevisibilidade que caracteriza uma cadeia de abastecimento humanitária obrigam a que
as organizações sejam flexíveis e tenham a capacidade de se adaptar rapidamente às
mudanças.
Se não existir um planeamento adequado dos processos logístico em situações de
emergência, os reflexos estão diretamente relacionados com perdas e desperdícios de tempo,
recursos logísticos de armazenagem e transportes, e sobrecarga do fluxo da cadeia de
abastecimento humanitária.
Desta forma, a criação de uma cultura efetiva e a formalização de processos de
atuação torna-se de significativa importância dentro do contexto humanitário, a fim de
difundir conceitos que, em todas as instâncias, possam ser adotados, incentivando as melhores
práticas já efetivadas em operações de resposta a desastres deste tipo.

74

75
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80

81
ANEXOS
ANEXO 1- QUESTIONÁRIO CONEXÃO VOLUNTÁRIOS EM CAMPO
METODOLOGIA DE PESQUISA: Inquérito por questionário
NOME: Filipe Costa de Almeida
ORGANIZAÇÃO: Conexão Voluntários em Campo
FUNÇÃO NA ORGANIZAÇÃO: Membro do Comitê - Representando os Jovens
DATA: 31/08/2015
PLANEAMENTO:
1) Foi elaborado algum plano de reconstrução da região afetada? Se sim, é
possível conhecer os objetivos presentes no plano?
Realizamos uma primeira ação de envio de alguns voluntários para estudarem as
maiores necessidades e levarem os materiais na área de saúde e alimentação de mais
urgência.
É possível indicar-me o número de voluntários que se deslocaram?
A primeira equipa foi com apenas três voluntários;
Por quanto tempo os voluntários estiveram no local e em que data?
Por cerca de duas semanas;
Que tipo de material foi transportado e em que quantidade?
Conexão Voluntários em Campo enviou doações (20 barracas familiares e 32 Kg
de medicamentos e materiais de primeiros socorros) em (07/05) para o Nepal
Como é que os voluntários estudaram as necessidades do povo do Nepal? Qual
foram os critérios de avaliação utilizados?

82
O envio destes voluntários foi para estabelecer mais contactos e entender mais a
necessidade, mas de qualquer forma tínhamos parcerias já presentes no Nepal que
nos enviaram informações;
Existem anotações deles? É possível enviar-me por email?
Não temos anotações registadas para enviar, temos vídeos em nossa página no
facebook.
Quantos mais grupos de voluntários se deslocaram a Katmandu até à presente
data?
Ainda não enviamos um outro grupo, mas sim mais um voluntário para entender
mais a situação;
Tencionam enviar mais voluntários?
Sim, futuramente queremos enviar mais voluntários.
2) Realizou-se algum levantamento dos recursos necessários para cumprir o
plano de forma a atender as necessidades da população local?
Sim, realizamos. A nossa divulgação foi através das redes sociais e desta maneira
levamos uma ajuda considerável para comunidades específicas.
INTEGRAÇÃO INTERNA:
3) Como foi a participação das organizações não-governamentais (ONG´s) na
fase de recuperação?
O trabalho em parceria com algumas instituições foi de extrema relevância para que
nossas ações fossem eficazes, com o envio de voluntários que estudaram os locais e as
possíveis ações e agiram de modo pontual com aquilo que precisava ser realizado de
imediato.
4) Existiu colaboração entre as várias organizações intervenientes nessa
fase?
Existiu a cooperação de algumas instituições.
Quais foram as organizações envolvidas?
É possível indicar-me alguns contactos?
Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira

83
5) Como foi a participação de fornecedores?
Foram através de depósitos bancários especificamente para esta ação, sem ser
empresas parceiras, mas sim entrega de donativos e auxílio de modo individual.
Quando me referia à participação de fornecedores, gostaria de saber se foram
comprados bens materiais no Nepal e, se os fornecedores locais
(retalhistas/grossistas) deram algum tipo de ajuda/desconto?
A maioria foi de doação de recursos financeiros que recebemos, mas não conseguimos
um desconto diretamente por esse motivo;
AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE DESEMPENHO:
6) Caso as organizações tenham sido ineficientes, os papéis e
responsabilidades foram revistos? Se sim, que alterações foram
realizadas?
O trabalho realizado com as instituições parceiras foi muito bom, cada uma assumiu
muito bem suas responsabilidades.

84

85
ANEXO 2- ENTREVISTA AMI
METODOLOGIA DE PESQUISA: Inquérito por entrevista
NOME: Ivo Saruga
ORGANIZAÇÃO: AMI- “Assistência Médica Internacional”
FUNÇÃO: Director Adjunto do Departamento Internacional
DATA: 16/10/2015
APOIOS EXTERNOS
De forma foram realizadas as doações? Bens monetários ou bens físicos?
Quantidades?
Quais foram os pontos de recolha?
Como foi realizado o peditório realizado (utilizada as redes sociais, alertas
televisivos, jornais?)
“A AMI abriu uma campanha e o peditório nacional foi direcionado para essa
resposta. A coleta foi realizada em termos financeiros e não em termos de matérias e
equipamentos.
O transporte, os custos associados a esse transporte e a própria adequação dos
equipamentos e materiais ao terreno tem que ser pensados se realmente vale a pena estarmos a
investir nesta metodologia ou se passamos por uma vertente financeira onde isso permite
adquirir os bens no terreno. Adquirir os bens no terreno tem vantagens para o fortalecimento
da economia local e os bens à partida são adequados à população. Existem vários exemplos
onde isso não se verifica. Em termos de medicamentos se nós enviamos daqui com uma bula
de identificação toda em português num pais em que português seja desconhecido,
obviamente que representa uma inadequação e é um próprio factor de risco para a população
que utiliza esses fármacos. Por essas e por outras razões, esses bens foram portanto
comprados no terreno.”

86
ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO AFETADA
Que bens foram distribuídos para além dos que foram doados?
Em que quantidades?
Onde foram comprados esses bens? No local do sismo? Ou tinha em stock em algum
armazém?
Onde estão localizados os vossos armazéns? Quantos? Foi realizado algum estudo
das zonas criticas? Que stock têm disponível? Como tem acesso a essa informação…
existe algum sistema informático utilizado?
Como se procedeu à distribuição? Meio de Transporte escolhido?
Foi realizada uma análise ao estado do terreno antes de reagir?
Que distritos receberam auxílio? Como foi realizada a análise aos distritos mais
afetados? Tiveram acesso a essa informação?
“A nossa intervenção baseou-se na fase de resposta imediata. Atualmente o nosso
parceiro local está a desenvolver um novo projeto que apoia a nível de construção e
posteriormente pretendemos apoiar a nível de financiamento. Contudo esse projeto ainda não
iniciou, encontramo-nos neste momento na fase de desenho.
Não temos nenhum armazém no terreno. Alguns materiais foram enviados da Índia.
Isto através da facilidade com o nosso parceiro que trabalha na Índia, “Friends’ Society in
Social Services” e que na altura se dirigiu imediatamente ao Nepal. Ele tem contactos de
pessoas que lá trabalham. A AMI só tem armazéns nos países onde tem locais de Missão. Na
Guiné temos um armazém que está enquadrado na nossa missão. No Haiti também tivemos
um armazém. Em termos de preparação para a resposta temos um armazém na sede de lisboa
e eventualmente podemos contar com o armazém que temos no porto.
O transporte da Índia para o Nepal foi feito por via terrestre. No início ninguém sabe
nada ou sabe-se muito pouco. Estamos a falar de todos os atores que atuaram na fase imediata
de emergência. Andamos todos a recolher informações/ dados. A missão exploratória tem
essencialmente em vista fazer uma avaliação inicial no local e que nos permite de certa forma
recolher informação parra planear a intervenção. Entretanto quem fica aqui na sede trabalha
em todo o apoio em toda a questão de construção de projetos, recursos humanos, questão de
recursos materiais e financeira. Há aqui este trabalho. Quando se trata de grandes catástrofes
em que existe uma destruição generalizada, em que as estruturas que já existiam no país estão
fortemente danificadas, não se consegue recolher informação no momento imediato pós-
desastre sem ir ao terreno. Contudo há situações onde, de facto, o raio de destruição acaba por

87
ser muito específico a determinadas zonas, por exemplo, o caso dos tsunamis e a questão de
cheias rápidas, são situações que provocam uma elevada destruição mas em zonas muito
específicas. No primeiro caso em zonas litorais e no segundo nas zonas de risco às passagens
de águas. Nesses casos, as restantes zonas do pais não ficam afetadas e há possivelmente
entidades no terreno que imediatamente que começam a recolher e a partilhar a informação.
Isto será depois coordenado através das Nações Unidas, dos vários clusters (iniciativa
resultante da reforma humanitária). Esta iniciativa já decorre há alguns anos e, portanto o
sistema encontra-se a funcionar bastante bem. Nós sabemos que é libertada informação a
partir do terreno, a qual podemos usar e ajudar a guiar e a tomar decisões em determinadas
situações.
Após enviarmos a primeira equipa de avaliação decidimos se deverá ir ou não uma
equipa à posteriori. Podendo ser no domínio da saúde. Embora, as nossa intervenções não se
centrem unicamente neste domínio. Esta equipa exploratória estabelece este acesso que nos
vai permitir ver a situação. No caso do Nepal esta avaliação foi feita pelo parceiro que por
questão de proximidade se deslocou imediatamente ao Nepal e, de facto, avaliou o país em
termos de condições.
Nós trabalhamos na altura em Baragaon que fica a aproximadamente 60km de
Kathmandu. É uma zona rural, nas montanhas. Os 60km traduziam-se em 4 horas de viagem.
No distrito de Sindulpachok. Foi uma intervenção circunscrita a essa região. Era uma zona de
acessibilidade bastante complicada mas que ainda era possível por via terrestre e foi feito
assim. Na altura dedicamo-nos à segurança alimentar e ao apoio à população dentro desse
sector. Foram distribuídos também alguns bens não alimentares como cobertores e auxílios de
cozinha.”
INTEGRAÇÃO ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPETENTES
Que organizações estavam no terreno que tivessem conhecimento?
Trabalharam em colaboração com alguma dessa organização? Como? Foi realizada
distribuição de papéis?
Quantos voluntários da AMI estiveram no local? Por que período de tempo?
Estavam definidos à priori as responsabilidades de cada voluntário?
Estabeleceram algum contacto com o governo no Nepal? Com que objetivo?
“Uma vez que estávamos a trabalhar no sector da alimentação, contactamos o cluster
desta área que neste caso é o PAM- “Programa Alimentar Mundial”, e falamos com pessoas

88
da OCHA- “Office for the Coordination of Humanitarian Affairs” que são os que coordenam
toda a intervenção.
No Nepal o que se verificou foi que a resposta em termos intervencionais foi bastante
escassa. Não havia a afluência habitual de organizações que se verifica nos outros desastres
como, por exemplo, se verificou no Haiti ou no caso das filipinas. Foram desastres que
tiveram uma resposta ampla. São sempre subfinanciadas. Existem sempre gaps de
financiamento. No caso do Nepal não se verificou na dimensão habitual destas respostas e
nem existiram os contactos necessários, isso também porque, as organizações estão sempre a
correr contra o tempo. Contudo esses contactos servem para assegurar que nós não vamos
atuar dentro dos mesmos domínios que outra organização na mesma zona, e que portanto
vamos prevenir a duplicação de serviços e vamos criar algum equilíbrio na distribuição de
serviço. Alguma equidade, de forma a tentar não deixar as zonas negligenciadas/ao abandono.
Desta forma fomos para aquela zona, Baragaon, porque não tinha sido alvo de
qualquer intervenção. No dia que chegamos, os militares também chegaram lá (depois do
nosso parceiro). Não havia lá organizações e essa zona era muito afetada e precisava de apoio.
Nós temos uma prática em termos de desenvolvimento, que não é exclusiva da ação
humanitária e que nós utilizamos em grande escala, que são os “Projetos Internacionais em
Parceria com Organizações Locais”, sigla PIPOL. Estes projetos visam dar ferramentas a
parceiros locais para desenvolverem as suas soluções para os problemas que encontram nos
seus países. As ferramentas passam pela questão do apoio financeiro, obviamente mas não só.
Não é um financiamento convencional. Uma vez que existe todo um trabalho de capacitação e
de apoio ao parceiro quer na questão da gestão quer na questão de construção de um projeto,
quer na questão de sugerir boas práticas ou metodologias de intervenção. É portanto um
projeto interativo onde nós procuramos de facto esta capacitação sendo que a implementação
neste modelo é deixada à responsabilidade do parceiro uma vez que, obviamente, o facto de
nós estarmos a introduzir equipas nossas iria condicionar fortemente a ação do parceiro e
perdia-se aqui também o propósito. Para além de existem desvantagem de as nossas equipas
irem para o local. Contudo também existem muitas vantagens quer em termos de práticas,
quer em termos dos próprios elementos. A questão de terem mecanismos automatizados,
terem experiência de terreno, terem soluções no domínio da saúde, serem pessoas bastante
adaptáveis às circunstâncias e manter um bom nível de resposta.
Não é possível ignorar as barreiras culturas e linguísticas que demoram o seu tempo e
nós não pretendemos que o voluntario que se desloca para qualquer país fale a língua local.
Nós utilizamos, obviamente, tradutores especialmente em ações humanitárias. Em ações de

89
desenvolvimento já é diferente, mas em ações humanitárias não estamos a espera que a pessoa
aprende a língua e os costumes. Utilizamos elementos que nos servem como pontes
nomeadamente tradutores ou outros elementos, Agentes comunitários, por exemplo, que nos
fazem uma integração muito rápida e acompanham para a debelação desses obstáculos.
Tendo o parceiro uma boa integração e nós trabalharmos inclusivamente com ativistas
das próprias zonas afetadas, este grupo era a equipa de resposta e como tal não foi para lá
outra.
As autoridades locais são os responsáveis para coordenação da resposta e a questão
das Nações Unidas surge aqui como um mecanismo de coordenação à organização entre
atores internacionais mas tudo isto conta com as autoridades locais. As autoridades locais
podem dirigir esta coordenação e sendo apoiadas única e exclusivamente pelas Nações
Unidas. Nós contatamos sempre as autoridades locais. Nós, a AMI, falamos com o Cônsul
Honorário de Portugal que tem ligações com as autoridades do Nepal. Falamos com a
embaixada do Nepal em Portugal também, para trocar várias informações antes da partida da
primeira equipa. Em termos distritais, tivemos uma reunião de coordenação local.”
CAPACIDADE DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO
Quais são os meios de comunicação e sistemas de alerta utilizados? (comunicação
entre os voluntários da organização e entre outras organizações)
“A resposta depende do país e do desenvolvimento da ação. No Nepal existiu uma
grande descoordenação. Existem sites que nós podemos consultar externamente o ponto de
situação, temos por exemplo, a “Reliefweb” e a “Humanitarian Response.” Isto para dizer que
existe centralização de informação. Nestas páginas, existe informação não só a cerca de
documentação mas em termos também de informação que é libertada por diferentes atores
sobre determinado desastre. A “Reliefweb” é um ponto de centralização da OCHA e em
termos mundiais. É bastante utilizado e é uma prática comum de todos os intervenientes
acederem e fornecerem informação a partir daí.
Ao contrário do Nepal, existem respostas onde há claramente um bom sistema de
coordenação. Cada novo ator inscreve-se no cluster em que vai trabalhar. Estes clusters estão
divididos em 11 grupos temáticos de resposta. Alguns são em termos de serviços diretos e
outros em termos de apoio, como por exemplo, o cluster da logística.
Quando há essa inscrição, existem reuniões que podem ser diárias ou semanais
dependendo da situação. Nestas sessões, todos os autores que estão a trabalhar em termos de

90
resposta desse sector específico, reúnem-se. Ouvem, de facto, os outros parceiros,
identificam-se novos problemas, fazem-se pontos de situação das fases da resposta. Pensam-
se em soluções. Geram-se consensos. Não é mais do que um fórum para se criarem consensos.
As organizações seguem os mesmos princípios humanitários: Independência, Imparcialidade,
Neutralidade e Humanidade. Não se pode coagir uma organização humanitária a fazer algo
que não seja algo que ela aceite ou que tenha sido planeada por ela. Como tal, estas reuniões
são a busca de consenso para que todos não contrariem as intervenções uns dos outros. A
abordagem deve ser construtiva, direccionada. Não pode ser dispersa. Quando há inscrição
existe partilha de contacto. O email é bastante utilizado porque qualquer informação desse
sector. Mas cabe ao líder do cluster organizar essa informação. Para cada cluster, há um líder
já pré-identificado. No Nepal não houve muito essa questão de informação. Existiram
relatórios de pontos de situação libertados pelas nações Unidades e follow-up.
Os terramotos são sempre desastres que provocam elevados números de mortos e
feridos graves, habitualmente com destruições amplas, generalizada e que, por exemplo no
terramoto do Haiti, atingiu a capital, destruiu toda a zona urbana, incluindo edifícios
importantes (ministérios, palácio residencial, entre outros). Não destrui apenas as construções
em si mas as pessoas que lá trabalhavam ficaram subterradas. Essas estruturas estratégicas e
operacionais foram fortemente danificadas. No Nepal isso não se verificou. A destruição é
inegável. O terramoto criou, em termos de precursão das suas ondas, zonas específicas de
destruição. Há zonas que não tinham sido afetadas e que permitiu ter alguma possibilidade de
resposta imediata. As estruturas principais e de responsabilidade poderão continuar a fazer o
seu papel. O que facilitou. Existe um período entre o evento e a resposta que pode variar entre
24h e 72h onde não existe resposta a não ser a resposta local. Os primeiros que respondem em
termos de socorro acaba por ser a população local.”

91
ANEXO 3- QUESTIONÁRIO Nº1 IFRC
RESEARCH METHODOLOGY: Survey by questionnaire
NAME: Siokkun Jang
FUNCTION: Zone logistics officer for Asia Pacific
ORGANIZATION: International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies
DATE: 17/10/2015
1) When you became aware of the damage caused by the earthquake in Nepal which
were your first steps? Did you evaluate the land? Did you send volunteers?
Following the earthquake, Nepal Red Cross Society (NRCS) held an emergency response
committee (ERC) meeting and activated the emergency operation centre (EOC).
Following the initial activation of the EOC at NHQ, it also activated EOCs in some
affected districts of Kathmandu Valley as well. All response operations are being
coordinated by the EOCs. NRCS are heavily engaged in coordinating and rendering
response services in all affected areas, as well as carried out initial rapid assessment in
coordination. More than 2200 volunteers were deployed to the field to support various
activities related to the earthquake response operation. IFRC is working closely
coordinating and supporting NRCS in the operation. The IFRC have activated its global
response tools deploying the Head of Emergency operations, a field assessment and
coordination team (FACT), regional disaster response team (RDRT) and emergency
response units (ERU)., relief, basic health care, rapid deployment hospital, logistics, IT &
Telecom & mass sanitation. IFRC has also activated its logistics system in Kuala Lumpur
and Dubai in readiness to mobilize additional relief materials for the response.

92
2) Red Cross has warehouses located in what geographical areas? Is there any
warehouse close to Nepal?
Geographically, NRCS has their own warehouse in Kathmandu with some disaster
preparedness stock pre-positioned. IFRC has its own hub warehouse in Kuala Lumpur
supporting regions across Asia Pacific including Nepal. We also have another nearby hub
warehouse in Dubai which stocks were also mobilised from there for this operation
3) Is there stock in the warehouse for an emergency? How much?
IFRC Warehouse in Kuala Lumpur has a pre-positioned stocks for 20,000 families for
immediate mobilization during emergency
4) How Red Cross operates the stock? Do you use some electronic program?
Our stocks in the hub warehouses are managed by the IFRC Inventory Management
software called LogIC.
5) How the goods (food products,...) were sent to the affected area? What was the
means of transport chosen? What were the transport costs? How much goods
had been sent?
Being a landlocked country, the international mobilization of the relief goods are by airlift
in the initial first few days of the operation and subsequent by sea/land mode. For this
operation, during the emergency relief phase, we have dispatched an estimated of 2003
Metric ton / 6230 m3 worth of relief goods (non-food items) which consists of tarpaulin,
blanket, shelter toolkit, mosquito net, kit
chen set, hygiene kit etc.
6) In what Nepal zone did you work? Which district?
In the emergency phase, the main logistics hub and warehouse are set up in Kathmandu
and few other hub warehouses are set up spreading across Bharatpur, Charikot and
Chautara.

93
ANEXO 4- QUESTIONÁRIO Nº2 IFRC
RESEARCH METHODOLOGY: Survey by questionnaire
NAME: Siokkun Jang
FUNCTION: Zone logistics officer for Asia Pacific
ORGANIZATION: International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies
DATE: 23/10/2015
1) What is the role of NHQ and what is your relationship
The NRCS NHQ is the lead in Red Cross Movement coordination in this Nepal
earthquake operation, supported by IFRC in accordance with the Movement-wide
operational framework. IFRC Logistics (as part of the IFRC) in this case is supporting the
NRCS NHQ in the coordination of the logistics management for this operation
2) What is the responsibility of the "FACT" and "RDRT"?
FACT is a group of disaster managers within the IFRC and National Societies with
different expertise in relief, logistics, health, nutrition, public health and epidemiology,
water and sanitation, finance, administration, psychological support, shelter and early
recovery , as well as language capabilities trained and deployed immediately to the
disaster area in coordination with local counterpart, partners and local authorities to
carries out an assessment of the situation and identifies the most urgent needs.
RDRT is introduced as a response tool of the IFRC with the aim of optimizing human
resources and expertise effectively within each region. RDRTs normally consist of
experienced National Society staff and volunteers who can be deployed to respond to a
disaster.

94
3) Why does the IFRC has ERU'S working in various groups (logistics, ...). Why
these ERU'S are not included in the Clusters of United Nations(UN)?
As you have read quite a bit about the ERUs within the Movement, it is a standardised
package of trained personnel and modules of equipment, ready to be deployed at short
notice. ERUs are developed for international disaster response, with the understanding
that an ERU may be deployed anywhere, based on an assessment of needs and that access
is agreed to by the host NS and relevant authorities. The assessment needs might be differ
depends on each disaster area albeit whether it is logistics needs, water & sanitation,
health or IT & Telecom which command different skills set and maintenance, hence it is
deployed as individual working groups.

95
ANEXO 5- GRAVIDADE E FREQUÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS, POR
GRUPO DE RENDIMENTO
High Income Upper Middle Income Lower Middle Income Low Income
Australia Albania Armenia Afghanistan
Austria Algeria Bolivia Bangladesh
Belgium Angola Cameroon Benin
Canada Argentina Congo Rep. Burkina Faso
Canary Is. Azerbaijan Cote d´Ivoire Burundi
Chile Belarus Egypt Cambodia
Croatia Bosnia-Herzegovina El Salvador Central African Rep.
Czech Rep. Botswana Georgia Chad
Denmark Brazil Ghana Eritrea
Finland Bulgaria Guatemala Ethiopia
France China Peop. Rep. Hounduras Gambia
Germany Colombia India Guinea
Greece Costa Rica Indonesia Guinea Bissau
Hong Kong (China) Cuba Kyrgyzstan Haiti
Ireland Dominican Rep. Lao Peop.Dem.Rep Kenya
Israel Ecuador Lesotho Korea Dem. Peop.Rep.
Italy Gabon Mauritania Liberia
Japan Hungary Moldova Rep. Madagascar
Korea Rep. Iran Islam Rep. Mongolia Malawi
Kuwait Iraq Morocco Mali
Latvia Jamaica Nicaragua Mozambique
Lithuania Jordan Nigeria Myanmar
Netherlands Kazakhstan Pakistan Nepal
New Zeland Lebanon Palestine (West Bank) Niger
Norway Libyan Arab Jamah Papua New Guinea Rwanda
Oman Macedonia Fry Paraguay Sierra Leone
Poland Malaysia Philippines Somalia
Portugal Mexico Senegal Tajikistan
Puerto Rico Montenegro Rep. South Sudan Tanzania Uni.Rep.
Russia Namibia Sri Lanka Togo
Saudi Arabia Panama Sudan Uganda
Slovakia Peru Syrian Arab Rep. Zaire/Congo Dem.Rep.
Slovenia Romania Ukraine Zimbabwe
Spain Serbia Uzbekistan
Sweden South Africa Vietnam
Switzerland Taiwan (China) Yemen
United Kingdom Thailand Zambia
United States Tunisia
Uruguay Turkey
Turkmenistan
Venezuela
Tabela 15- Severity and frequency of natural disasters by income group (1994-2013) (Fonte: World Bank, 2014)
Legenda
Low Income: até $ 1.045 Lower Middle Income: $ 1,046 - $ 4,125 Upper Middle Income: $ 4.126 - $ 12.745 High Income: $ 12.746 ou mais

96

97
ANEXO 6- POPULAÇÃO DO NEPAL EM 2011 DIVIDIDA POR DISTRITOS
0 500000 1000000 1500000 2000000
1-Achham2-Arghakhanchi
3-Baglung4-Baitadi
5-Bajhang6-Bajura7-Banke
8-Bara9-Bardiya
10-Bhaktapur11-Bhojpur
12-Chitawan13-Dadeldhura
14-Dailekh15-Dang
16-Darchula17-Dhading
18-Dhankuta19-Dhanusa20-Dolakha
21-Dolpa22-Doti
23-Gorkha24-Gulmi
25-Humla26-Ilam
27-Jajarkot28-Jhapa29-Jumla30-Kailali
31-Kalikot32-Kanchanpur
33-Kapilbastu34-Kaski
35-Kathmandu36-Kavrepalanchok
37-Khotang38-Lalitpur
39-Lamjung40-Mahottari
41-Makwanpur42-Manang43-Morang
44-Mugu45-Mustang
46-Myagdi47-Nawalparasi
48-Nuwakot49-Okhaldhunga
50-Palpa51-Panchthar
52-Parbat53-Parsa
54-Pyuthan55-Ramechhap
56-Rasuwa57-Rautahat
58-Rolpa59-Rukum
60-Rupandehi61-Salyan
62-Sankhuwasabha63-Saptari64-Sarlahi
65-Sindhuli66-Sindhupalchok
67-Siraha68-Solukhumbu
69-Sunsari70-Surkhet71-Syangja72-Tanahu
73-Taplejung74-Terhathum
75-Udayapur
Tabela 16- População do Nepal, 2011 dividida por distritos (Fonte: Adaptado de Central Bureau of Statistics)

98

99
ANEXO 7- VALORES RELATIVOS AOS EFEITOS PÓS-SISMO
Nº Distritos Casas Privadas Totalmente Destruídas
Casas Privadas Parcialmente Destruídas
Total Mortos
Total Feridos
1 Achhaam 0 55 0 0
2 Arghakhanchi 258 1053 0 0
3 Baglung 1959 1963 1 14
4 Baitadi 0 0 0 0
5 Bajhang 0 0 0 0
6 Bajura 0 1 0 0
7 Banke 0 81 0 1
8 Bara 50 0 2 62
9 Bardiya 0 40 0 2
10 Bhaktapur 18900 9054 333 2101
11 Bhojpur 3194 6316 2 13
12 Chitawan 472 754 10 143
13 Dadeldhura 0 1 0 0
14 Dailekh 1 216 0 1
15 Dang 7 1080 0 10
16 Darchula 0 0 0 0
17 Dhading 81313 3092 680 1218
18 Dhankuta 929 1500 0 5
19 Dhanusha 4 47 1 45
20 Dolakha 48880 3120 178 661
21 Dolpa 1 5 0 0
22 Doti 0 0 0 0
23 Gorkha 59527 13428 449 952
24 Gulmi 2624 5114 1 11
25 Humla 0 0 0 0
26 Ilaam 375 2647 0 10
27 Jajarkot 0 1877 0 3
28 Jhapa 95 144 1 25
29 Jumla 0 2 0 2
30 Kailali 0 4 0 1
31 Kalikot 4 21 0 0
32 Kanchanpur 0 0 0 1
33 Kapilbastu 0 66 0 6
34 Kaski 1793 4947 3 38
35 Kathmandu 43805 55131 1233 7950
36 Kavrepalanchowk 49933 23714 318 1179
37 Khotang 6167 12780 0 8
38 Lalitpur 17444 8064 180 3051
39 Lamjung 10695 11535 5 40
40 Mahottari 500 600 4 16
41 Makawanpur 20035 17383 33 229

100
42 Manang 63 285 0 1
43 Morang 3 112 2 59
44 Mugu 0 0 0 0
45 Mustang 76 409 0 1
46 Myagdi 115 1077 1 10
47 Nawalparasi 910 3500 1 41
48 Nuwakot 75562 4200 1109 1050
49 Okhaldhunga 10031 3107 20 61
50 Palpa 1434 2665 1 16
51 Panchthar 229 926 0 9
52 Parbat 3542 7735 0 21
53 Parsa 0 35 6 50
54 Pyuthan 3 66 0 9
55 Ramechhap 26743 13173 42 134
56 Rasuwa 11368 267 660 771
57 Rautahat 70 472 3 38
58 Rolpa 62 159 1 2
59 Rukum 117 328 1 6
60 Rupandehi 1 79 0 39
61 Salyan 24 282 0 2
62 Saptari 0 1161 0 24
63 Sarlahi 0 0 2 70
64 Shankhuwasabha 1886 4443 0 8
65 Shyanja 5003 11829 1 23
66 Sindhuli 18197 10028 15 230
67 Sindhupalchowk 63885 2751 3557 1569
68 Siraha 0 540 1 39
69 Solukhumbu 9172 11137 22 100
70 Sunsari 7 375 9 35
71 Surkhet 1 31 0 3
72 Tanahu 4877 14474 0 27
73 Taplejung 4 28 1 7
74 Terhathum 180 1901 1 14
75 Udayapur 37 1069 1 35
Tabela 17- Valores relativos aos efeitos pós-sismo (Fonte: http://drrportal.gov.np/)

101
ANEXO 8- LISTA DE ORGANIZAÇÕES
1) AGÊNCIAS MULTILATERAIS
Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP)
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) promove e apoia as atividades
de preparação para catástrofes nos países membros. Em situações de desastre, o Escritório
Nacional (PNUD) ajuda os governos a direcionar os pedidos de assistência internacional.
Coordena uma Equipa de Gestão de Desastres (UN-DMT), composta por representantes das
várias agências das Nações Unidas, cujo objetivo é prestar assistência iminente que seja
eficaz. Coordena ainda as atividades durante os esforços de recuperação e reconstrução
subsequentes.
Web site: http://www.UNDP.org
Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas
(OCHA)
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que
em 1998 substituiu o Departamento dos Negócios Humanitários, coordena a resposta do
sistema da ONU para emergências. A sua missão, em colaboração com outras instituições
nacionais e internacionais, é mobilizar e coordenar ações humanitárias destinadas a aliviar o
sofrimento humano em desastres e emergências.
Defensor dos direitos das vítimas de catástrofes e outros grupos afetados, promove a
prevenção e preparação, e incentiva a criação de soluções sustentáveis para os problemas
provocados por desastres naturais ou provocadas pelo homem.
Web site: http://www.reliefweb.int/ocha_ol
As equipas de avaliação e coordenação de desastres das nações unidas (UNDAC) são grupos
de profissionais que pode ser convocada pela Organização das Nações Unidas sob a
coordenação do OCHA, a pedido de um país afetado, para realizar a avaliação rápida das
necessidades prioritárias e apoiar as autoridades nacionais.
Estas equipas são nomeadas e financiadas pelos governos dos países membros das Nações
Unidas e pelo OCHA,
Web site: http://www.reliefweb.int/undac

102
World Food Programme (WFP)
O WFP proporciona e coordena a assistência alimentar e é frequentemente responsável pela
coordenação da logística geral em emergências de larga escala. O seu programa "Food for
Work" fornece meios de subsistência temporários para a população afetada durante a
reabilitação e a fase de reconstrução.
Web site: http://www.wfp.org
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
A missão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) foi criada
com o intuito de proteger os refugiados e procurar soluções sustentáveis para os seus
problemas.
Web site:http://www.unhcr.ch
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
As principais preocupações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) são a
saúde, a educação e o bem-estar de mulheres e crianças nos países em desenvolvimento.
Web site: http://www.UNICEF.org
Organização Mundial de Saúde (OMS)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) é responsável pela coordenação da ação de saúde
internacional. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e outros escritórios regionais
da OMS agem como pontos focais para as autoridades nacionais de saúde e doadores quando
ocorrem catástrofes.
A OMS pode fornecer cooperação técnica destinada a avaliar as necessidades de saúde,
coordenando a assistência à saúde internacional, gestão dos stocks e distribuição de
abastecimentos e realização da vigilância epidemiológica. Estabelece medidas para o controlo
da doença, avaliando a saúde ambiental, a gestão de serviços de saúde, e estima os custos dos
projetos de assistência. A OMS promove ainda a implementação e utilização do sistema
SUMA para a gestão de abastecimento humanitária.
Web sites: http://www.who.org e http://www.paho.org

103
2) AGÊNCIAS GOVERNAMENTAIS
Serviço Humanitário da Comunidade Europeia (ECHO)
O Serviço Humanitário da Comunidade Europeia (ECHO) trabalha em colaboração com
organizações não-governamentais, especializadas das agências das Nações Unidas e outras
organizações internacionais, fornecendo alimentos e assistência de emergência. Ajuda os
refugiados e as populações deslocadas e, investe em projetos direcionados para a prevenção
de desastres em regiões de alto risco.
Web site: http://www.europa.eu.int/comm/echo/
Organização dos Estados Americanos (OEA)
A Organização dos Estados Americanos (OEA) é um organismo regional que oferece suporte
aos estados membros por avaliar a sua vulnerabilidade aos riscos naturais e implementa
medidas para aliviar o impacte dos desastres.
A OEA fornece assistência técnica no planeamento do desenvolvimento, na elaboração de
projectos e formação. É responsável pela gestão do Fundo Interamericano de
Assistência em Situações de Emergência (FONDEM).
Web site: http: // www.oas.org
Desastres das Caraíbas e da Agência de Resposta de Emergência (CDERA)
A CDERA é uma organização regional instituída pela comunidade das Caraíbas com 16
estados membros. A sede desta organização é em Barbados. As suas principais funções são
coordenar a resposta a qualquer membro afetado e contribuir para a redução de desastres.
Web site: http: // www.cdera.org
Centro de Coordenação para a Prevenção de Desastres Naturais na Central
América (CEPREDENAC)
CEPREDENAC é uma organização oficial dentro do Sistema de Integração da América
Central (SICA). Trabalha em conjunto com agências científicas de operação nacional para
reforçar a capacidade local para a redução da vulnerabilidade. O seu objetivo é promover a
redução de desastres na América Central através de troca de experiências, tecnologia e
informação, a análise conjunta de problemas estratégicos comuns, e canaliza a cooperação
estrangeira.
Web site: http://www.cepredenac.org

104
3) AGÊNCIAS NÃO GOVERNAMENTAIS
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho
(IFRC)
A IFRC é uma organização humanitária internacional que reúne organismos nacionais de 175
países. O secretariado internacional desta organização tem sede em Genebra. Coordena a
assistência humanitária internacional e intervém nos países afetados através das sociedades
nacionais. A sua experiência em campo e flexibilidade, assim como os recursos que possui,
tornam a FICV a fonte não governamental mais útil de cooperação e apoio para o setor da
saúde.
Web site: http://www.ifrc.org
Médicos Sem Fronteiras (MSF)
Os MSF é uma organização europeia composta por vários organismos nacionais
independentes (MSF Espanha, MSF França, MSF Holanda, etc.). O foco das suas
intervenções é na assistência médica, mas também tem grande experiência e capacidade em
logística, purificação de água, saneamento, e conhecimentos na provisão de abrigos
temporários.
Web site: http://www.msf.org
Doctors of the World
ONG de médicos de todo o mundo que intervém em emergências e realizam projetos de
desenvolvimento de médio e longo prazo.
Web site: http://www.doctorsoftheworld.org/
Cooperativa de Assistência e Socorro em toda a parte (CARE)
A CARE é uma confederação de 10 agências nacionais da América do Norte, Europa, Japão e
Austrália. Com sede na Bélgica, ela gere projetos de desenvolvimento e de ajuda em 62 países
na África, Ásia, América Latina e Europa Oriental. A CARE EUA, tem sede em Atlanta, e,
supervisiona os pojetos na América Latina e fornece assistência de emergência para as
comunidades afetadas por desastres.
Web site: http://www.care.org

105
World Vision International
A World Vision International é uma organização cristã que intervém nas atividades de ajuda
durante os desastres e no desenvolvimento.
Web site: http://www.wvi.org
CARITAS
A Caritas é uma confederação internacional de 146 agências católicas romanas que trabalham
em 194 países. Promove, coordena e apoia a ajuda de atividades de reabilitação de
emergência de longo prazo.
Web site: http://www.caritas.org
OXFAM
O Comitê de Oxford de combate à fome (OXFAM) é uma rede de 11 grupos humanitários da
Austrália, Bélgica, Canadá, Hong Kong, Irlanda, Países Baixos, Nova Zelândia, Espanha,
Reino Unido e Estados Unidos. Esta ONG fornece fundos e assistência técnica para a ajuda
imediata e de longo prazo em situações de desastre.
Web site: http://www.oxfam.org
Action Against Hunger
É uma organização europeia que incide sobre a segurança alimentar e distribuição. Apoia
projetos para reabilitar a agricultura e a produção de alimentos.
Web site: http://www.aah-uk.org
Conselho Mundial de Igrejas
O Conselho é um órgão de coordenação que representa mais de 330 cristãos e denominações
ortodoxas de 120 países e territórios em todo o mundo. Suporta esforços de socorro através de
suas igrejas-membro em vários países.
Web site: http://www.wcc-coe.org/wcc/english.html
Save the Children
Esta organização intervém em projetos de desenvolvimento de longo prazo. Dentro das
situações de emergência, fornece abastecimentos humanitários e de reabilitação. Presta ainda,
assistência à reconstrução.
Web site: http://www.savethechildren.org/home.shtml

106
Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV)
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização humanitária suíça,
estritamente privada e neutra, com sede em Genebra. O objetivo é proteger e ajudar as vítimas
dos conflitos armados ou dos distúrbios civis. Monitora a aplicação do direito internacional
humanitário.
Web site: http://www.icrc.org/eng
Organizações Voluntárias para a Cooperação em Emergências (VOICE)
Rede de organizações não-governamentais europeias que fornecem emergência e ajuda à
recuperação e contribuem para a preparação de catástrofes e prevenção de conflitos. VOICE
frequentemente colabora com o ECHO (ver acima).
Web site: http://www.oneworld.org/voice

107
ANEXO 9- EXEMPLO DE ABRIGOS TEMPORÁRIOS PARA DIVERSOS CENÁRIOS
Esta secção visa dar a conhecer alguns dos abrigos temporários desenvolvidos pela Cruz
Vermelha de forma a mostrar que os abrigos construídos adequam-se à situação em causa,
sendo para o efeito utilizados diferentes materiais (tabela 12). Dependendo do desenho
técnico da estrutura do abrigo, o tempo previsto para a construção e a vida útil do mesmo
variam substancialmente.
Conhecidas as várias alternativas adotadas seguem na tabela a baixo a constituição
das equipas de trabalho, o número de construções realizadas e os custos dos materiais e do
projeto final.
Descrição Catástrofe Natural MateriaisTempo previsto
para a construção
Vida útil
prevista
Indonésia, Java
Ocidental (2009)Terremoto, 2009
Estrutura em Bambu e paredes feitas de esteiras de bambu com fundações
em betão e telhas de terracota3 - 4 dias 1 - 5 anos
Indonésia,
Sumatra (2009)Terremoto, 2009
Estrutura de madeira, telhado em fibra de palma, fundações em betão e
paredes feitas de painéis de palma2 dias 6-12 meses
Paquistão (2010) Cheias, Julho de 2010Estrutura de madeira, cobertura de folha de aço ondulado e lona plástica
(tijolos e isolamento de telhados de origem local fornecida pelos proprietários)3 dias 24 meses
Peru (2007) Terramoto, 2007 Estrutura de madeira Bolaina com revestimento de madeira e folha de metal 2 dias 24 meses
Peru (2007) Terramoto, 2007Postes de madeira de eucalipto, esteiras de bambu, lonas de plástico,
arames e pregos, laje de betão2 dias 12 meses
Haiti (2010) Terramoto, 2010
Estrutura de aço galvanizado, pregos de madeira, paredes com lonas de
plástico, chapa de aço ondulada no telhado, fundações em betão, parafusos e
pregos
3 dias 24 meses
Indonésia,
Achém (2005)Tsunami, 2004
Estrutura de aço galvanizado, cobertura em chapa de aço, tábuas de Pinus
radiata/Abeto de Douglas ou tábuas de madeira tratada equivalentes, chapas
e buchas de fundação de aço, pregos, porcas e parafusos
4 dias 5 anos
Vietname (2004) Tufões e cheias desde 1997 Estrutura de aço galvanizado e chapa de telhado galvalume ondulado 4 dias 5 anos
Descrição Catástrofe NaturalEquipa de
construção
Nº de
construções
Custos aproximado
do material
necessário/abrigo
Custos aproximado
do projeto/abrigo
Indonésia, Java
Ocidental (2009)Terremoto, 2009 3 - 4 pessoas 430 1 207 € 1 263 €
Indonésia,
Sumatra (2009)Terremoto, 2009 5 pessoas 7000 1 280 € 1 400 €
Paquistão (2010) Cheias, Julho de 2010 4 pessoas 10 000 2 500 € Desconhecido
Peru (2007) Terramoto, 20074 pessoas e
2 engenheiros2 020 Desconhecido 2 450 €
Peru (2007) Terramoto, 2007 4 pessoas 3 000 1 800 € 2 730 €
Haiti (2010) Terramoto, 2010 Desconhecido 5 100 1 364 € 3 445 €
Indonésia,
Achém (2005)Tsunami, 2004 4-5 pessoas 20 000 3 838 € 4 110 €
Vietname (2004) Tufões e cheias desde 1997 6 pessoas 215 Desconhecido 1 210 €
Tabela 19- Dados relacionados com as diferentes construções (Adaptado de IFRC.2011)
Tabela 18- Descrição dos materiais necessários para a construção (Adaptado de IFRC.2011)

108
Figura 41- Estrutura de abrigo
construída na Indonésia, Java Ocidental em
2009 (IFRC.2011)
Figura 42- Estrutura de abrigo
construída na Indonésia, Sumatra em
2009 (IFRC.2011)
Figura 43- Estrutura de abrigo
construída no Paquistão em 2010 (IFRC.2011)
Figura 44- Estrutura de abrigo construída
no Peru em 2007 (IFRC.2011)
Figura 45- Estrutura de abrigo
construída no Peru em 2007 (IFRC.2011)
Figura 46- Estrutura de abrigo
construída no Haiti em 2010 (IFRC.2011)
Figura 49- Estrutura de abrigo
construída na Indonésia em 2005 (IFRC.2011)
Figura 47- Estrutura de abrigo
construída no Vietname em 2004 (IFRC.2011)

109
ANEXO 10- LISTA DOS SISMOS (1990- 2014) QUE PROVOCARAM MAIS DE
1000 MORTES
Nº ANO LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE
1 2010 Haiti region 18,44 -72,57
2 1976 Tangshan, China 39,60 118,00
3 2004 Sumatra 3,30 95,87
4 1920 Haiyuan, Ningxia (Ning-hsia), China 36,50 105,70
5 1923 Kanto (Kwanto), Japan 35,30 139,50
6 1948 Ashgabat (Ashkhabad), Turkmenistan (Turkmeniya, USSR) 37,95 58,32
7 2008 Eastern Sichuan, China 31,00 103,32
8 2005 Pakistan 34,53 73,58
9 1908 Messina, Italy 38,15 15,68
10 1970 Chimbote, Peru -9,36 -78,87
11 1990 Western Iran 37,00 49,40
12 1927 Gulang, Gansu (Kansu), China 37,50 102,70
13 1939 Erzincan, Turkey 39,80 39,38
14 1915 Avezzano, Italy 41,98 13,65
15 2003 Southeastern Iran 28,99 58,31
16 1935 Quetta, Pakistan (Baluchistan, India) 29,60 66,50
17 1939 Chillan, Chile -36,25 -72,25
18 1988 Spitak, Armenia 41,00 44,20
19 1976 Guatemala 15,30 -89,10
20 2011 Japan 38,30 142,37
21 2001 Gujarat, India 23,30 70,30
22 1974 China 28,20 104,00
23 1905 Kangra, India 33,00 76,00
24 1999 Turkey 40,70 30,00
25 1960 Agadir, Morocco 30,45 -9,62
26 1978 Iran 33,20 57,40
27 1962 Bu'in Zahra, Qazvin, Iran 35,60 49,90
28 1907 Qaratog (Karatag), Tajikistan (Turkestan, Russia) 38,50 67,90
29 1949 Khait, Tajikistan (Tadzhikistan, USSR) 39,20 70,80
30 1968 Dasht-e Bayaz, Iran 33,90 59,02
31 1934 Bihar, India-Nepal 26,50 86,50
32 1931 Near Fuyun (Koktokay), Xinjiang (Sinkiang), China 46,80 89,90
33 1970 Tonghai, Yunnan Province, China 24,12 102,49
34 1993 Latur-Killari, India 18,10 76,50
35 1985 Mexico, Michoacan 18,20 -102,50
36 1933 North of Maowen, Sichuan (Szechwan), China 32,00 103,70
37 1944 San Juan, Argentina -31,50 -68,60
38 1976 Mindanao, Philippines 6,30 124,00
39 1909 Silakhor, Iran (Persia) 33,40 49,10
40 1925 Near Dali (Talifu, Ta-li), Yunnan, China 25,70 100,20
41 2006 Indonesia -7,96 110,45
42 1995 Kobe, Japan 34,60 135,00
43 1974 Pakistan 35,00 72,80
44 1972 southern Iran 28,40 52,80
45 1949 Ambato, Ecuador -1,50 -78,25
46 1972 Nicaragua, Managua 12,40 -86,10
47 1976 Turkey-Iran border region 39,10 44,00
48 1980 El Asnam, Algeria 36,10 1,40
49 1902 Andijon (Andizhan), Uzbekistan (Turkestan, Russia) 40,80 72,30
50 1914 Burdur, Turkey (Ottoman Empire) 37,82 30,27
51 1943 Ladik, Turkey 40,97 33,22
52 1945 Makran Coast, Pakistan (Baluchistan, India) 24,90 63,50
53 1998 Afghanistan-Tajikistan Border Region 37,10 70,10
54 1906 Valparaiso, Chile -33,00 -72,00
55 1929 Koppeh Dagh, Iran (Persia) 37,85 57,75
56 1948 Fukui, Japan 36,10 136,20
57 1903 Malazgirt, Turkey (Ottoman Empire) 39,10 42,60
58 1923 Near Luhuo, Sichuan (Szechwan), China 31,30 100,80
59 1935 Miao-li, Taiwan (Formosa) 24,30 120,80
60 1927 Tango, Japan 35,80 134,80

110
CONTINUAÇÃO
61 1906 San Francisco, California 37,75 -122,55
62 1933 Sanriku, Japan 39,25 144,50
63 1969 Yangjiang, Guangdong, China 21,61 111,83
64 1981 southern Iran 29,90 57,70
65 1912 Murefte, Turkey (Ottoman Empire) 40,75 27,20
66 1931 Zangezur Mountains, Armenia-Azerbaijan border (Armeniya-Azerbaydzhan, USSR) 39,20 46,00
67 1982 Yemen 14,70 44,40
68 1944 Gerede, Turkey 41,11 33,22
69 1935 Hsin-chu (Shinchiku), Taiwan (Formosa) 24,60 120,80
70 1980 southern Italy 40,90 15,30
71 1966 Varto, Turkey 39,10 41,48
72 1930 Salmas, Iran (Persia) 38,15 44,70
73 1931 Managua, Nicaragua 12,15 -86,28
74 1992 Flores Region, Indonesia -8,50 121,90
75 1999 Taiwan 23,70 121,00
76 1998 Hindu Kush region, Afghanistan 37,10 70,10
77 1975 Turkey 38,50 40,70
78 2003 Northern Algeria 36,90 3,71
79 1923 Torbat-e Heydariyeh, Iran (Persia) 35,20 59,20
80 2010 Southern Qinghai, China 33,17 96,55
81 1998 Papua New Guinea -2,96 141,90
82 1902 Quezaltenango and San Marcos, Guatemala 14,00 -91,00
83 1975 Haicheng, China 40,60 122,50
84 1991 Northern India 30,80 78,80
85 1995 Sakhalin Island 52,60 142,80
86 1945 Mikawa, Japan 34,70 137,00
87 1917 North of Daguan, Yunnan, China 28,00 104,00
88 1960 Temuco-Valdivia, Chile -38,29 -73,05
89 1990 Luzon, Philippine Islands 15,70 121,20
90 1997 Northern Iran 33,90 59,70
91 1950 Near Zhamo (Rima), Xizang (Tibet), China 28,70 96,60
92 1917 Bali, Indonesia -9,00 115,80
93 1977 Romania 45,80 26,80
94 1981 southern Iran 30,00 57,80
95 1930 Irpinia, Italy 41,05 15,37
96 1946 Ancash, Peru -8,50 -77,50
97 1946 Nankaido, Japan 33,00 135,60
98 1983 Turkey 40,30 42,20
99 2005 Northern Sumatra, Indonesia 2,07 97,01
100 1946 Ustukran, Turkey 39,33 41,10
101 1906 Chia-i, Taiwan 23,60 120,50
102 1954 Chlef (Orleansville, El Asnam), Algeria 36,28 1,47
103 1957 Near Sang Chai, Mazandaran, Iran 36,14 52,70
104 1943 Tottori, Japan 35,50 134,20
105 1999 Colombia 4,46 -75,82
106 1957 Sahneh, Iran 34,35 47,67
107 2009 Southern Sumatra, Indonesia -0,72 99,87
108 1942 Erbaa, Turkey 40,90 36,50
109 1963 Skopje, Former Yugoslav Rep. of Macedonia 42,10 21,40
110 1970 Gediz, Turkey 39,06 29,54
111 1953 Yenice-Gonen, Turkey 40,01 27,49
112 1903 Gole, Turkey (Ottoman Empire) 40,90 42,70
113 1906 Off coast of Esmeraldas, Ecuador 10,00 -81,50
114 1907 Kingston, Jamaica 18,20 -76,70
115 1918 Nan'ao, Guangdong (Kwangtung), China 23,50 117,20
116 1940 Vrancea, Romania (Rumania) 45,80 26,70
117 1951 Cosiguina, Nicaragua 13,00 -87,50
118 1966 East of Longyao, Hebei (Hopeh), China 37,35 114,92
119 1966 Southeast of Ningjin, Hebei (Hopeh), China 37,50 115,10
120 1971 Turkey 38,83 40,52
121 1976 northeastern Italy 46,40 13,30
122 1986 El Salvador 13,80 -89,20
123 1987 Colombia-Ecuador 0,20 -77,80
124 1988 Nepal-India border region 26,80 86,60
125 2002 Hindu Kush Region, Afghanistan 35,90 69,20

111
ANEXO 11- NÚMERO DE AFETADOS POR SISMO (1990- 2014)
Nº MORTOS AFETADOSAFETADOS/
MORTOS
ESTIMATIVA DE
AFETADOS
TOTAL DE
AFETADOS
1 316000 1850000 6 1850000
2 242 769 799000 3 799000
3 227 898 1700000 7 1700000
4 200 000 1900000 10 1900000
5 142 800 5000 0 5000
6 110 000 374177 3 374177
7 87 587 69000 1 69000
8 86 000 72133 1 72133
9 72 000 59000 1 59000
10 70 000 150000 2 150000
11 50 000 460000 9 460000
12 40 900 n.a 940 700 940700
13 32 700 n.a 752 100 752100
14 32 610 n.a 750 030 750030
15 31 000 105600 3 105600
16 30 000 4000 0 4000
17 28 000 n.a 644 000 644000
18 25 000 519000 21 519000
19 23 000 76000 3 76000
20 20 896 136241 7 136241
21 20 085 166836 8 166836
22 20 000 n.a 460 000 460000
23 19 000 n.a 437 000 437000
24 17 118 550000 32 550000
25 15 000 12000 1 12000
26 15 000 n.a 345 000 345000
27 12 225 2 776 281 175 281175
28 12 000 n.a 276 000 276000
29 12 000 n.a 276 000 276000
30 12 000 n.a 276 000 276000
31 10 700 n.a 246 100 246100
32 10 000 n.a 230 000 230000
33 10 000 30000 3 30000
34 9 748 130000 13 130000
35 9 500 n.a 218 500 218500
36 9 300 n.a 213 900 213900
37 8 000 12000 2 12000
38 8 000 10000 1 10000
39 6 000 n.a 138 000 138000
40 5 800 7200 1 7200
41 5 749 638568 111 638568
42 5 502 346896 63 346896
43 5 300 17000 3 17000
44 5 054 1700 0 1700
45 5 050 103200 20 103200
46 5 000 20000 4 20000
47 5 000 n.a 115 000 115000
48 5 000 9000 2 9000
49 4 700 n.a 108 100 108100
50 4 000 n.a 92 000 92000

112
CONTINUAÇÃO
Nº MORTOS AFETADOSAFETADOS/
MORTOS
ESTIMATIVA DE
AFETADOS
TOTAL DE
AFETADOS
51 4 000 n.a 92 000 92000
52 4 000 n.a 92 000 92000
53 4 000 818 0 818
54 3 882 n.a 89 286 89286
55 3 800 n.a 87 400 87400
56 3 769 22203 6 22203
57 3 500 n.a 80 500 80500
58 3 500 n.a 80 500 80500
59 3 270 12000 4 12000
60 3 020 7806 3 7806
61 3 000 225000 75 225000
62 3 000 12053 4 12053
63 3 000 n.a 69 000 69000
64 3 000 n.a 69 000 69000
65 2 800 n.a 64 400 64400
66 2 800 n.a 64 400 64400
67 2 800 701500 251 701500
68 2 790 n.a 64 170 64170
69 2 740 6000 2 6000
70 2 735 403000 147 403000
71 2 529 109500 43 109500
72 2 500 n.a 57 500 57500
73 2 500 n.a 57 500 57500
74 2 500 40500 16 40500
75 2 400 n.a 55 200 55200
76 2 323 608700 262 608700
77 2 300 818 0 818
78 2 266 3400 2 3400
79 2 200 190261 86 190261
80 2 200 10000 5 10000
81 2 183 12135 6 12135
82 2 000 9500 5 9500
83 2 000 150000 75 150000
84 2 000 1800 1 1800
85 1 989 750 0 750
86 1 961 n.a 45 103 45103
87 1 800 n.a 41 400 41400
88 1 655 n.a 38 065 38065
89 1 621 3000 2 3000
90 1 567 52300 33 52300
91 1 526 n.a 35 098 35098
92 1 500 n.a 34 500 34500
93 1 500 10511 7 10511
94 1 500 51000 34 51000
95 1 404 n.a 32 292 32292
96 1 400 n.a 32 200 32200
97 1 362 2600 2 2600
98 1 342 25534 19 25534
99 1 313 340 0 340
100 1 300 2600 2 2600

113
CONTINUAÇÃO
Nº MORTOS AFETADOSAFETADOS/
MORTOS
ESTIMATIVA DE
AFETADOS
TOTAL DE
AFETADOS
101 1 250 n.a 28 750 28750
102 1 250 3000 2 3000
103 1 200 n.a 27 600 27600
104 1 190 n.a 27 370 27370
105 1 185 254750 215 254750
106 1 130 900 1 900
107 1 117 452214 405 452214
108 1 100 n.a 25 300 25300
109 1 100 4000 4 4000
110 1 086 1260 1 1260
111 1 070 n.a 24 610 24610
112 1 000 n.a 23 000 23000
113 1 000 n.a 23 000 23000
114 1 000 n.a 23 000 23000
115 1 000 n.a 23 000 23000
116 1 000 4000 4 4000
117 1 000 n.a 23 000 23000
118 1 000 n.a 23 000 23000
119 1 000 n.a 23 000 23000
120 1 000 15000 15 15000
121 1 000 1700 2 1700
122 1 000 210000 210 210000
123 1 000 20000 20 20000
124 1 000 6553 7 6553
125 1 000 4000 4 4000

114

115
ANEXO 12- PREÇO MÉDIO DE ARRENDAR UMA PROPRIEDADE POR M2 (2015)
Fonte: http://www.numbeo.com/property-investment/rankings_by_country.jsp
PaísPreço
médioPaís
Preço
médioPaís
Preço
médioPaís
Preço
médioPaís
Preço
médio
Albania 22 Croatia 30 Iran 16 Morocco 24 Slovakia 16
Algeria 33 Cuba 6 Iraq 11 Mozambique 5 Slovenia 27
Argentina 28 Cyprus 25 Ireland 21 Myanmar 31 South Africa 10
Armenia 18 Czech Republic 23 Israel 29 Namibia 8 South Korea 37
Australia 22 Denmark 20 Italy 30 Nepal 33 Spain 24
Austria 26 Dominican Republic 16 Jamaica 7 Netherlands 16 Sri Lanka 17
Azerbaijan 16 Ecuador 16 Japan 52 New Zealand 18 Sweden 30
Bahamas 16 Egypt 13 Jordan 14 Nicaragua 16 Switzerland 31
Bahrain 12 El Salvador 38 Kazakhstan 19 Nigeria 13 Syria 29
Bangladesh 27 Estonia 25 Kenya 25 Norway 21 Taiwan 83
Belarus 19 Ethiopia 8 Kosovo 22 Oman 8 Tanzania 3
Belgium 13 Fiji 9 Kuwait 13 Pakistan 32 Thailand 27
Belize 50 Finland 24 Latvia 19 Palestinian Territory 19 Trinidad And Tobago 16
Bolivia 19 France 28 Lebanon 21 Panama 12 Tunisia 19
Bosnia And Herzegovina 29 Georgia 12 Libya 8 Papua New Guinea 11 Turkey 16
Botswana 26 Germany 26 Lithuania 23 Peru 20 Uganda 34
Brazil 25 Ghana 8 Luxembourg 20 Philippines 37 Ukraine 21
Brunei 12 Greece 28 Macao 42 Poland 22 United Arab Emirates 10
Bulgaria 17 Guatemala 15 Macedonia 30 Portugal 18 United Kingdom 21
Cambodia 12 Honduras 13 Malaysia 27 Puerto Rico 15 United States 10
Canada 17 Hong Kong 40 Malta 21 Qatar 12 Uruguay 19
Chile 21 Hungary 18 Mauritius 49 Romania 20 Us Virgin Islands 17
China 38 Iceland 13 Mexico 15 Russia 17 Uzbekistan 15
Colombia 21 India 29 Moldova 18 Saudi Arabia 15 Venezuela 10
Costa Rica 13 Indonesia 20 Montenegro 32 Serbia 33 Vietnam 19
Singapore 34 Zimbabwe 26
Preço médio de arrendar uma propriedade por m2

116

1
ANEXO 13- MATRIZ DE DISTÂNCIA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61
2 13468
3 17286 4612
4 13903 1130 3827
5 13148 1952 5722 3032
6 11916 5079 5419 4152 7005
7 14500 1636 3178 650 3383 4156
8 13123 3941 4167 2902 5893 1419 2798
9 8606 8302 8924 7612 10009 3700 7757 5117
10 3168 16259 19125 16962 15178 14692 17598 16054 11044
11 11360 5843 6036 4940 7752 794 4950 2193 2958 13996
12 13775 1349 3866 289 3282 3866 725 2629 7327 16882 4652
13 10453 6487 6960 5675 8334 1649 5755 3067 2051 13074 926 5387
14 8344 8170 9119 7548 9809 3790 7742 5191 460 10909 3094 7267 2168
15 12558 5507 4885 4465 7459 996 4311 1567 4041 15054 1217 4195 2105 4239
16 13103 4776 4257 3707 6724 1196 3522 863 4728 15772 1786 3445 2712 4880 797
17 6082 19043 16154 19829 17162 15679 19302 16928 12234 3064 14893 19545 14162 12304 15365 16124
18 10741 6062 6634 5246 7917 1257 5331 2667 2454 13440 632 4957 429 2533 1849 2377 14592
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