LONA - 14/05/2007 - 296

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Curitiba, 14 de maio de 2007 1 LABORATÓRIO DA NOTÍCIA - Curitiba, segunda-feira, 14 de maio de 2007 Ano VIII - Nº 296 Jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Positivo - UnicenP - [email protected] ENSAIO Serra Gaúcha: lugar de raras belezas naturais aliadas ao clima aconchegante Página 8 Curitiba vacinou 90% de seus idosos contra a gripe A campanha de vacinação do ido- so, promovida pela Secretaria Muni- cipal de Saúde da Prefeitura de Cu- ritiba, terminou na última sexta-fei- ra. Foram vacinadas cerca de 137 mil pessoas, número que equivalente a mais de 89% do público-alvo. No pos- to central da campanha, localizado na praça Ouvidor Pardinho, em tor- no de 8 mil idosos foram vacinados. Participam da campanha apenas pes- soas acima de 60 anos. Segundo a assessoria da Secreta- ria de Saúde, a campanha foi reali- zada antes do início do inverno em função de o organismo humano pre- cisar de 10 a 15 dias para criar as defesas contra o vírus da gripe. Página 3 Paraná é destaque em prevenção de cisticercose Página 7 Recém-formados têm dificuldades de arrumar emprego Página 5 Daniel Mocellin / Lona

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, 14 de maio de 2007 1LABORATÓRIO DA NOTÍCIA -

Curitiba, segunda-feira, 14 de maio de 2007 Ano VIII - Nº 296

Jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Positivo - UnicenP - [email protected]

ENSAIO Serra Gaúcha: lugar de raras belezas naturaisaliadas ao clima aconchegante Página 8

Curitiba vacinou 90% de

seus idosos contra a gripe

A campanha de vacinação do ido-so, promovida pela Secretaria Muni-cipal de Saúde da Prefeitura de Cu-ritiba, terminou na última sexta-fei-ra. Foram vacinadas cerca de 137 milpessoas, número que equivalente amais de 89% do público-alvo. No pos-to central da campanha, localizadona praça Ouvidor Pardinho, em tor-no de 8 mil idosos foram vacinados.Participam da campanha apenas pes-soas acima de 60 anos.Segundo a assessoria da Secreta-

ria de Saúde, a campanha foi reali-zada antes do início do inverno emfunção de o organismo humano pre-cisar de 10 a 15 dias para criar asdefesas contra o vírus da gripe.

Página 3

Paraná é destaque em

prevenção de cisticercosePágina 7

Recém-formados têm

dificuldades de arrumar empregoPágina 5

Daniel Mocellin / Lona

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Curitiba, 14 de maio de 20072 - LABORATÓRIO DA NOTÍCIA

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Positivo – UnicenP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3044

Reitor: Oriovisto Guimarães,Vice-Reitor: José Pio Martins, Pró-Reitor Administrativo: Arno Antô-nio Gnoatto, Pró-Reitor Acadêmi-co: José Pio Martins, Pró-Reitorade Extensão: Fani Schiffer Durães,Pró-Reitor de Pós-Graduação e

Pesquisa: Luiz Hamilton Berton;Pró-Reitor de Planejamento e

Avaliação Institucional: CosmeDamião Bastos Massi; Diretor doNúcleo de Ciências Humanas e

Sociais Aplicadas: Euclides Marchi,Coordenador do Curso de Jor-

nalismo: Carlos Alexandre Gruberde Castro, Professores-orienta-dores: Elza Aparecida de OliveiraFilha e Marcelo Lima.

EQUIPE (ALUNOS)Editores-chefe: Felipe Glück e

Hendryo André.Alunos do 3o ano matutino: Aman-

da Lara, Anaisa Lejambre, Andréa Gon-çalves, Bianca Pelegrini, Brenda Linha-res, Denise Paciornick, Diego Ramos,Eloísa Parachen, Evelise Toporoski, Flá-vio Martins, Jefferson Zapelaro, JuliaMariotto, Vanessa Ramos. BárbaraGazola, Cecília Oliani, Denis Arashiro,Jianara Machado, Juliana Galliano, Ju-liane da Silva, Karina Draczynski, LuizMachado, Marion Ceschini, MaureenBertol, Mirella Pasqual, Phillipe Martins,Priscila Ramos, Rodrigo Truppel, Verô-nica Tomasoni, William Vesely, AdriellySlesinski, Aline Ferreira, Amanda Gui-

dolin. Alunos do 3o ano noturno: AnaMaia, Ana Rodovanski, Ana Alves, Antô-nio da Silva, Carolina Knopfholz, Caro-line Michel, Fernanda Ábila, FernandaCequinel, Greyce Farias, Jordana Fel-ler, Juliana Motta, Lais Machado, La-rissa Gercheski, Lisiane Amarante, Lu-ana Cristino, Márcio Bruggemann,Graciele Muraro, Marilucia Sabino Ne-ves, Pauline Machado, Suelen Ivano-vski, Amanda Mara, Guylherme Custó-dio, Márcio Laurindo, Mariana da Cos-ta, Mariliza Bonesso, Mateus Redivo,Maycon Dimas, Michelli Bueno, Moni-que Pimentel, Natasha Schiebel, NatuMarques, Pablo Arruda, Priscilla Fer-nandes, Rafael Kirchner, Renan Colom-bo, Renato Garcia, Riane Guisso, Ri-kardo Santana, Sonner Machado, Tai-aná Martinez, Taise Verdeiro, ThaynaScremim, Tiago Caroleski, Victor Pau-

lino, Wiliam Boruki. Alunos do 2º anomatutino: Gabriel Lopes, Bruna Go-mes, Daniel Mocellin, Danielly Ortiz,Bruna Cruz, João Nei Barbosa, TássiaZimmermann, Liana Suss, Fabíola Sta-belini, Marisa Rodrigues, Ana CristinyTigrinho, Diego Lopes, Rafaela de Bar-ros, Gabriela Ramos, Gláucia Canalli,Guilherme Sell, Bruno Duda, GustavoRibeiro, Daniela Piva, Anny Zirmer-mann, Juliana Fontes, Carolina Helm,Nefertiris Curi, Davy Nigro, CamilaAccorsi, Daniela Pauli, Luisa Ba-rwinski, Tatiana Zabot, Anne Lise Ale,Thiago Noronha, Tânia Mella, Caroli-ne Weber, Everson Palhano, DaltonBenik, Renata Penka, Ana Carolina Sil-veira, Rebeca Alcântara, Rodrigo Fer-raz, Ana Pellegrini, Tatiana Roseira,Robertson Luz, Felipe Waltrick, Ana

Pereira, Nathalie Sarah. Alunos do2o ano noturno: Alexandre Beltrão,Alexandro Barbosa, Aline Rakko, Au-gusto Klein, Amanda Laynes, Caio De-rosso, Camila Vida, Caroline Pires,Cássia Morghett, Cleusa Slaviero,Ednubia Ghisi, Edson Filho, Eduardode Almeida, Elise Cordeiro, Elusa Cos-ta, Fernanda Kuzma, Flávio Freitas,Franciele Lima, Gabriel Hamilko, Isa-dora Hofstaetter, João Pedro Scho-narth, Jolyne Domingues, Kamilla Fer-nandes, Karla Dudas, Karollyna Kram-beck, Katna Baran, Leônidas Vinício,Letycia Santos, Louise Possobon,Marcela Cerci, Marcos Dellatorre,Marie-Claire Devos, Michel Prado,Nicoli Mazzarolo, Rebeka Ribeiro, Ri-cardo Vieira, Roberto Lourenço,Sandro Graciano, Sandro Tives, Su-ziê Mari de Oliveira.

Leônidas Vinício

Foi lançada em Curitiba acampanha oficial para o ple-biscito pedindo anulação doleilão da Companhia Vale doRio Doce (CVRD).

O leilão cheio de irregula-ridades aconteceu há 10 anos.Na data referida, algumasmanifestações contra a nego-ciação foram feitas e um abai-xo-assinado foi entregue aoentão presidente da Repúbli-ca, Fernando Henrique Cardo-so, mas de nada valeu o docu-mento. A empresa foi vendidapor R$ 3,3 bilhões e o fatoquase foi esquecido.

O assunto voltou a ser pau-ta em 2005 quando o TribunalRegional Federal (TRF) de Bra-sília resolveu analisar as 107ações populares movidas con-tra a venda da empresa esta-tal. As ações populares — quepodem ser encaminhadas paraa Justiça por qualquer cidadãoque ache que o patrimôniopúblico foi lesado de algumamaneira — foram julgadas hátrês anos antes pela Justiça doPará, que tinha desconsidera-do a validade dos processos.

A Vale é a maior produtorade minério de ferro do mundoe a segunda maior empresabrasileira (atrás da Petro-bras). Ela nunca havia geradoônus ao Estado. Mesmo as-sim, o programa de desesta-tização a leiloou. Por quê? FHCdizia que o governo deixariade se preocupar com essasempresas, não gastaria maistempo e investimento comelas. O dinheiro da venda dasestatais pagaria a dívida in-

Será que vale?terna e diminuiria os impos-tos da população.

É difícil definir se esse foirealmente o motivo do leilão,pois a dívida pública internaà qual FHC referia-se diminuiquando o governo arrecadamais do que gasta. É ingenui-dade considerar que a vendada Vale foi corte de gasto,pois todo o valor investido naempresa voltava aos cofrespúblicos.

O estatuto da empresa pre-vê que 85% de seu lucro sejainvestido nos estados onde elaestá presente — premissa quepassou a ser ignorada a partirdo momento em que ela virouempresa privada e o lucro vaipara os acionistas, grandeparte no exterior. Em 2007,está previsto que a empresafature em torno de R$ 20 bi-lhões. Seriam no mínimo R$ 17bilhões a serem investidos nopaís.

Ao invés de vender estataise tentar arrecadar mais dinhei-ro aumentando impostos, nãoseria melhor cortar gastos po-líticos? Mas qual seria a saídapara diminuir as despesas daUnião? Uma alternativa é co-meçar pelos salários dos polí-ticos, valores que desrespei-tam a população brasileira,povo que em sua maioria épobre ou miserável.

Um deputado federal custaaproximadamente R$ 100 milpor mês. Para mexer nessesvalores e cortar benefícios énecessário ter coragem. O pre-sidente não deveria ter medode reestruturar uma empresaestatal mesmo que isso signi-ficasse despedir uma direto-

ria inteira. Mas FHC preferiuvender 70 empresas estatais,afinal salvar empresas cheiasde corrupção e de gente semter o que fazer, não é fácil, edá muito trabalho. E trabalhoé o que mais assusta os polí-ticos.

Mas a culpa não é só de-les. Onde estava o povo nahora da venda? O que fez paraimpedir? Será que só 20 milpessoas eram contra a nego-ciação? Pode ser que agoradepois de tanto tempo sejaquase impossível reverter avenda da Vale do Rio Doce,mas que o plebiscito sirva deexemplo à nação, e mostreque precisamos lutar pela so-berania nacional.

Não dá mais para ler notí-cias no jornal do tipo: A CVRDfoi vendida por FHC e ‘com-panhia’ por bem menos do que“vale”. Agora com ela os es-trangeiros irão ganhar um“rio” de dinheiro. Para eles foimais fácil do que roubar“doce” da mão de criança.

É necessário neste momen-to que a população reflita so-bre a importância das empre-sas estatais que ainda restamno Brasil, como a Petrobras, aCopel, entre outras.

Por ser um assunto impor-tante para a nação, todos osmovimentos sociais precisamaderir à campanha pela anu-lação do leilão. Esta é umacausa que está acima de qual-quer ideologia. Afinal, é a so-berania brasileira que está emjogo, é dinheiro do povo quedeveria ser investido aqui,indo para mão dos estrangei-ros. “Isso não vale!”

Luiz Felipe RosárioMarques

O Brasil deve. E muito. Nãose trata, porém, desta vez,de dívida externa, e sim dadívida que a grande mídiatem com a sociedade.

Foi assim o recente discur-so de Beto Al-meida, jorna-lista e grandepropagadorda idéia da TVdo Sul, umatelevisão edu-cativa para apopulação la-tino-america-na, promovi-do pelo Cen-tro de Formação Urbano Ru-ral Irmã Araújo – Cefuria.

Com o tema “A Importân-cia Estratégica da Comunica-ção na Luta Popular”, a dis-cussão levantou grandes ques-tões sobre o trabalho de co-municar e sua desvirtuação,que há muito vem ocorrendono país.

Deve haver o objetivo fun-damental da educação pormeio da informação em todoe qualquer meio de comuni-cação, o que é exatamente ocontrário do que é exercidohoje pelas mais notórias ins-tituições midiáticas.

Nas palavras de Almeida,essa manipulação feita é pra-ticamente uma “tentativa degolpe de estado diária”, le-vando em conta que o públiconão chega a uma consciência

A mídia nas

lutas sociaisdo que realmente acontece àsua volta.

O debate foi concluído pra-ticamente com um consenso:o nível de informações rele-vantes é baixo no Brasil, e amudança está nas mãos daimprensa, no compromissoque esta deve ter com o seu

público e maisninguém. Infe-re-se, então, anecessidade dademocratiza-ção da mídianesse país.Tudo isso nãodeve vir, entre-tanto, em for-ma de contro-le, censura do

que é veiculado, e sim numacesso maior à leitura, emmaiores incentivo à busca deinformações e informações deverdade, o que deve ser fei-to tanto pelo povo que gera econsome a comunicaçãoquanto por quem a divulga.

Se não este, qual é o pa-pel da mídia? No sonho de sefazer um jornalismo justo ecorreto, muito já foi perdi-do. Isso, porém, não podefazer com que os que acredi-tam nesta profissão, e os quejá vivem dela há muito tem-po, desistam do único obje-tivo que a deve acompanhar:a busca pela verdade dos fa-tos, que leva a um caminhotortuoso, duro, mas recom-pensador quando se vê comoresultado o avanço culturalda sociedade.

O nível deinformações

relevantes é baixo noBrasil, e a mudançaestá nas mãos da

imprensa

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Curitiba, 14 de maio de 2007 3LABORATÓRIO DA NOTÍCIA -

Isadora Hofstaetter

A Agência Nacional de Tele-comunicações (Anatel) deter-minou que as empresas de te-lefonia fixa têm até 18 meses- a partir da divulgação do Re-gulamento Geral de Portabili-dade, realizada dia 21 de mar-ço de 2007 - para adequaremseus serviços à portabilidadenumérica em todo o país. Estamedida irá possibilitar que ousuário troque de operadorasem precisar modificar o seunúmero telefônico, tanto natelefonia fixa, quanto na mó-

vel. Assim, o número passa aser do cliente e não mais daempresa de telefonia.

A portabilidade irá permitirtrês modalidades de alterações:uma que permite que o usuáriotroque de prestadora e mante-nha seu número, outra paramanter o número mesmo mu-dando de residência ou cidadee outra que permite a mobili-dade de serviços, ou seja, ousuário pode alterar o serviço(pré-pago, pós-pago, telefoniafixa, telefonia móvel), sem al-terar o número do telefone.

Em entrevista coletiva, o

Anatel determina prazo

para portabilidade numérica

conselheiro da Anatel, Pedro Jai-me Ziller de Araújo, afirmou quea intenção da portabilidade nu-mérica é aumentar a concorrên-cia entre as empresas e tam-bém fazer com que o usuáriotenha apenas dois telefones,

um fixo e outro móvel. Segun-do ele, mais de 50% da popula-ção brasileira poderá usufruirdesse direito, nos 260 municí-pios onde há mais de uma pres-tadora.

A exemplo de países comoEstados Unidos, Inglaterra, Itá-lia, Hungria, entre outros, épossível que aqui no Brasil nãohaja grandes movimentaçõesde clientes entre as operadoras.Essa falta de mobilidade deve-se, principalmente, à demora datransferência do número de umaempresa para outra. Na Fran-ça, esse prazo chega a ser de

dois meses. Mesmo com a de-mora do serviço nos outrospaíses, os consumidores bra-sileiros estão animados com anova tecnologia, principal-mente na telefonia móvel. Ju-liana Zimer, curitibana, afirmaque tem vontade de mudar deoperadora por causa do mauatendimento, mas não quer sedesvencilhar do número: “Te-nho esse telefone desde o meuprimeiro celular e se trocar, vouperder muitos contatos”. Atelefonia móvel tem aindamais dois anos de prazo paraconcluir as mudanças.

Em até dois anos, onúmero telefônicopassará a ser do

cliente e não mais daoperadora

Daniel Mocellin

A campanha de vacinação doidoso, promovida pela Secreta-ria Municipal de Saúde da Pre-feitura de Curitiba, terminou naúltima sexta-feira. Foram va-cinadas cerca de 137 mil pesso-as, número que equivalente amais de 89% do público alvo. Noposto central da campanha, lo-calizado na praça Ouvidor Par-dinho, mais de 8mil idosos foramvacinados. Par-ticipam da cam-panha apenaspessoas acimade 60 anos.

Segundo aassessoria daSecretaria deSaúde, a campa-nha foi realizadaantes do iníciodo inverno emfunção de o or-ganismo huma-no precisar de 10 a 15 dias paracriar as defesas contra o vírusda gripe. Aline Natal, de 22 anos,é auxiliar de enfermagem e par-ticipou da campanha aplicandovacinas em idosos. Segundo ela,não há restrições quanto ao usodo tratamento: pessoas cardía-cas, asmáticas, diabéticas, hi-

90% dos idosos foram

vacinados em Curitiba

Únicos pacientes que não puderam tomar a vacina foram os alérgicos a proteína do ovo

pertensas, com insuficiência re-nal ou hepática, portadores sin-tomáticos ou assintomáticos dovírus HIV puderam tomar o me-dicamento sem problemas. Osúnicos pacientes que não pude-ram tomar a vacina foram osalérgicos a proteína do ovo. Avacina deixa a pessoa imuniza-da por um ano, porém não exis-te a garantia de que ela tenhaeficiência máxima, já que a de-

fesa não previnecontra todos ostipos de vírus.Ela protege ape-nas contra osmais fortes,possíveis causa-dores de umadoença maisgrave futura-mente, como ap n e u m o n i a .Nancy Occ Leal,de 66 anos,toma a vacina hácinco anos e

está muito satisfeita com o re-sultado e a prevenção que elaoferece: “A vacina já me aju-dou bastante. Eu já tomo há cin-co anos. Sou muito suscetível àgripe, e então nunca mais fiqueigripada no inverno, ainda maisque caminho bastante na garoae ainda fumo”, afirma.

Daniel Mocellin / Lona

A campanha devacinação foi realizada

antes do início doinverno em função deo organismo humanoprecisar de 10 a 15dias para criar as

defesas contrao vírus da gripe

Nancy Occ Leal, de 66 anos, vacina-se há cinco anos e está muito satisfeita com a eficácia

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Curitiba, 14 de maio de 20074 - LABORATÓRIO DA NOTÍCIA

Padrão conservador e falta de divulgação são obstáculos para artistas plásticos

O Museu de Arte Contemporânea do Paraná: pouco espaço para novos artistas

Lisiane Amarante

Luana Cristino

Um dos poucos espaços queartistas recém-formados dispõepara apresentar seus trabalhosé o Museu de Arte Contemporâ-nea dp Paraná (MAC), localiza-do na Rua Desembargador Wes-tphalen, 16. Desde a década de70, ele faz parte do cenário cul-tural do Estado.

Além do acervo dedicado aartistas iniciantes, a maioriadas obras é de ex-alunos da Es-cola de Belas Artes. A oportuni-dade é oferecida para que os ini-ciantes possam expor seus tra-balhos e receber críticas do pú-blico e da área artística.

O artista plástico, orientadore curador Edílson Viriato afirmaque, apesar de haver este espa-ço, a curadoria atual do MAC nãofavorece a entrada do novo ar-tista nos mais diversos setoresculturais: “Eu fiz várias exposi-ções no MAC, mas, hoje, é maiscomplicado porque o atual con-selho é muito direcionado aquestões de custo e não dá im-portância ao trabalho e ao currí-culo. Eles não estão vendo isso,é um conselho tendencioso”.

EscolhaSegundo a coordenadora de

pesquisa do MAC, Iraí Casagran-de, é realizada uma curadoriapara escolher as obras de arteque irão fazer parte do acervodo museu. Professores de ArtesPlásticas e Belas Artes, além deartistas com vasta experiência,fazem parte do júri que escolheos trabalhos.

Quanto à verba que o Museurecebe do governo do estado, apesquisadora explica que o me-nor valor é destinado para aSecretaria da Cultura, e que oMAC arrecada a maior parte deseus recursos por meio de ven-das de livros.

A questão do orçamento es-tadual direcionado para a cul-tura também é citada por Viria-to: “O governo dá uma verbamuito precária. Desde a gestãopassada e agora deve continu-ar a mesma coisa. O governonão dá nada, mal fornece umconvite ou um folder”. De acor-do com Viriato, esse é um em-pecilho encontrado por jovens

Arte contemporânea tem

pouco espaço na cidade

artistas para conquistar o reco-nhecimento.

O fato de ser uma ponte en-tre artistas iniciantes e o públi-co ainda não é suficiente parao MAC ser um dos museus maisvisitados da cidade. Um dosmotivos do distanciamento dopúblico das salas de exposiçãoé o tempo de cada mostra. Ovalor abaixo do esperado rece-bido pelo governo é que deter-mina o período de exposição ea diversidade de trabalhos ex-postos no MAC.

Atualmente, as obras ficamtrês meses. Tempo que é ques-tionado por Viriato: “A gentenão suporta ver uma exposiçãotrês meses, é muito tempo,acho que tem que ter até ummês é meio. O Museu Oscar Ni-emeyer, que tem exposiçõesgrandes, aí sim pode ficar maistempo. Acho que o MAC não temnecessidade de ficar tanto tem-po, acaba com a oportunidadedos artistas exporem, além deser cansativo demais”.

O fato colabora para o MACser coadjuvante na preferênciapopular. Os museus mais visi-

tados e com maior apreço dopúblico são o Museu Paranaen-se e o Oscar Niemeyer. Para apesquisadora Iraí Casagrande,o motivo para o público não com-parecer com freqüência é a fal-ta de divulgação e incentivo.

Justamente para suprir a fal-ta de publicidade, o MAC estácom um livro emandamento paracontextualizaras diversas ex-posições e histó-rias interessan-tes que envolve-ram o museu.Uma delas foiprotagonizadaem 2005 por umgrupo de artistasanônimos, quedistribuiu váriaschaves com eti-quetas do mu-seu pelo centrode Curitiba. Oque inicialmenteera para ser apenas um toquede criatividade em um trabalhoartístico ajudou a trazer novosfreqüentadores. “Curitibano

não gosta de museu, só depoisda história das chaves começoua freqüentar, muita gente pas-sava aqui em frente e não sa-bia que se tratava de um mu-seu”, diz Sebastião Leonel, vi-gilante do MAC.

O curador Jewer Almeida Fi-lho aproveita o assunto que en-

volve a publici-dade e a divul-gação e alfinetao Museu OscarNiemeyer: “Nãopodemos fecharos olhos diantedo fato de a pri-meira-dama doEstado ser a di-retora do Nie-meyer, isso con-tribui para omuseu ser a‘menina-dos -olhos’ da nossacidade”.

Mesmo ci-tando uma pos-

sível má distribuição de verbase favorecimentos, Jewer dizque todos os museus são impor-tantes para a cidade, pois pro-

porcionam cultura aos visitan-tes, cada um com seu acervo es-pecífico. O Museu Paranaense,por exemplo, traz para Curitibaas obras dos artistas e objetosque documentam a história, nãosó paranaense, mas tambémbrasileira. O MAC expõe obrascontemporâneas, já o Niemeyeroferece e exposições e artistasjá consagrados pela crítica.

Espaços alternativosComo nem tudo são flores no

mundo artístico, a solução en-contrada foi inovar. Obstáculoscomo a burocracia para expor,barreiras impostas para obrasinovadoras e a linha conserva-dora que é seguida nas atuaisescolas de Curitiba (não só paraartistas novos, mas tambémpara profissionais graduados),foram superados. Alguns artis-tas se reuniram e fundaram nú-cleos sem vínculos com a pre-feitura ou governo para colocarem prática todo o conhecimen-to que adquiriram nos temposde aula. O número de artistasque procuram se aperfeiçoarnestes espaços alternativoscomo ateliês, galerias de arte,cafés e até mesmo memoriaisé cada vez maior. O objetivo dosespaços é oferecer propostas edar novas temáticas aos profis-sionais.

O lado alternativo da artepossibilita uma conciliação nãosó dos artistas formados na Fa-culdade de Belas Artes ou emescolas tradicionais como aUniversidade Federal do Para-ná (UFPR) ou a UniversidadeTuiuti do Paraná. O Ateliê deArte Viriato, localizado na RuaLamenha Lins, 725, é um exem-plo de local alternativo. Os fre-qüentadores são em maioriapessoas já formadas. Elas bus-cam no local inspiração e cria-tividade.

A freqüentadora do AteliêSandra Dequech Bonet, forma-da em 2000 em Belas Artes, de-clara que foi a necessidade delidar e fazer coisas mais con-temporâneas, que saíssem dopadrão acadêmico, que a incen-tivaram a procurar um ateliê.Outra justificativa apresentadaé referente ao nível de produ-ção: “Aqui produzimos mais, aocontrário da faculdade, onde agente sai cru”.

“Não podemos fecharos olhos diante dofato da primeira-

dama do estado ser adiretora do Niemeyer,isso contribui para omuseu ser a ‘meninados olhos’ da nossacidade”, JewerAlmeida Filho,

curador

Arquivo/ LONA

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Curitiba, 14 de maio de 2007 5LABORATÓRIO DA NOTÍCIA -

Carolina KnopfholzJordana Feller

Enfim, a formatura! Depoisde anos de dedicação, estudo,trabalhos, provas, chega o tãoesperado momento de receber odiploma. É o final de uma etapae o início de outra: o ingressono mercado de trabalho. Ou não.Hoje se formam mais pessoasdo que o mercado pode absor-ver. Segundo o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística(IBGE), em média, formam-se466.260 pessoas por ano e aoferta de vagas é menor que ocrescimento da demanda.

Conseguir um emprego logodepois de sair da faculdade é umgrande desafio.A arquiteta Tâ-nia Ribas Jamus sente o dramade estar com o diploma na mãoe sem emprego. Durante toda afaculdade de arquitetura, Ribastrabalhou em um escritório, noqual tinha certeza de que iria per-manecer.

“Foram quase quatro anosme dedicando ao estágio, dan-do o melhor de mim. Depois des-se tempo e de tanto empenho,tinha certeza de que iria perma-necer lá”, relata a arquiteta. Aex-estudante considerou a de-missão surpreendente: “Quandofui chamada pela minha chefe,logo depois da formatura, pen-sei que viria uma boa notícia,achei que seria contratada.

A arquiteta explicou que gos-tava muito do meu trabalho,mas não tinha condições finan-ceiras de bancar mais uma pro-fissional no quadro, assim, euteria que me desligar do escri-tório para que outra estagiáriafosse contratada”.

O estágio é obrigatório empraticamente todos os cursosuniversitários. Inclusive, a par-tir dele, muitos estudantes po-dem conseguir um trabalho fixo.Porém, há também o lado nega-tivo desta prática, já que pro-fissionais e empresas depositamem seus estagiários funções quedeveriam ser realizadas por pro-fissionais graduados.

Além disso, as empresasvêem no estágio uma forma demanter mão-de-obra barata. As-sim, a figura do estágio torna-se uma das grandes vilãs no casodos altos índices de desempre-go daqueles que acabaram desair da universidade.

Rafaella Jugend é formada

Diploma não garante empregoRecém-formados sofrem com a concorrência acirrada no mercado de trabalho

em Nutrição há um ano. Ela foiestagiária em um hospital duran-te o último ano da faculdade. Anutricionista relata que suas ati-vidades em nada se diferencia-vam do trabalho dos profissio-nais. Depois de sua formatura,Rafaella ficou na expectativa deuma contratação, mas continuaexercendo o mesmo trabalho,com o mesmo salário.

“O departamento de Recur-sos Humanos do Hospital aindanão me chamou para conversar,nem para me demitir, nem paraque a minha Carteira de Traba-lho seja assinada. Continuo como mesmo trabalho e a mesmacondição de estagiária, desde aformatura. Já tentei agendarcom a minha supervisora váriasvezes, mas parece que sou aúnica aqui que tenho pressa emregularizar esta situação”, con-ta Rafaella.

A questão do desemprego derecém-formados torna-se aindamais complexa quando a falta deempregos atinge os acadêmicosque ainda estão no último ano dafaculdade. Amanda Cecatto, de-sempregada e formada em Direi-to no ano passado, conta quedesde o penúltimo semestre dafaculdade procura emprego ouestágio. “Já deixei currículo emmais de 20 escritórios, mas qua-se todos me disseram que nãocontratam alunos do último anoda faculdade, pois não teriamoportunidade de efetivar depois,e desde aquela época estou à pro-cura”. A falta de experiência pro-fissional também pesa aos re-cém-formados na hora de conse-guir um emprego. A arquitetaTânia Ribas questiona: “De quemodo eu vou ter experiência pro-fissional se não me dão oportu-nidade de emprego?”.

O mesmo problema atingeAmanda Cecatto: “Sempre co-bram experiência, mas ninguémentende que nem tempo paraisso eu tive, e muito menosoportunidade”.

Diante dessa realidade, algu-mas empresas, visando à respon-sabilidade social, auxiliam aque-les que saíram das universida-des, ao promover programas deempregabilidade e integração.

O Centro de Estudos Superi-ores Estação IBMEC possui emseu quadro de funcionários doisex-estagiários e cinco estagiá-rios. Judas Tadeu Grassi Men-des, coordenador da instituição,

relata que os estagiários rece-bem um treinamento especialpara que possam ser contrata-dos ao final da faculdade.

“O nosso estabelecimentoconta hoje com funcionários ex-celentes, nas áreas de Marketinge Administração de Empresas.Estas duas pessoas entraramaqui na época da faculdade, se-guiram o nosso plano de treina-mento, e hoje são fundamentaisao nosso funcionamento”, dizMendes.

Entretanto, Grassi explicaque mesmo para a contrataçãode estagiários, há rigor na sele-ção: “Como o objetivo é trans-formar o acadêmico em parte danossa equipe, fazemos questãode escolher aqueles que são bonsalunos e pessoas dedicadas”.

Na mesma linha de raciocí-nio, os cursos superiores têm apercepção de que apenas o re-cém-formado mais bem prepa-rado vai conseguir um emprego.“Em todas as profissões existecompetição no mercado de tra-balho. A pessoa com mais conhe-cimento consegue a vaga”, afir-ma Alexandre Castro, coordena-dor do curso de Jornalismo doCentro Universitário Positivo(UnicenP).

A dedicação e bom desempe-nho também contam como dife-rencial para o professor univer-sitário Tomás Eon Barreiros:

“Uma universidade não é feitasomente para abastecer o mer-cado. Não é uma agência deempregos; ela faz muito mais doque preparar para o emprego.Como reflexo disso, os bons alu-nos nunca deixam de conseguiremprego”.

Projeto

Tramita na Câmara Munici-pal de Curitiba um projeto de leique poderá auliar os recém-for-mados na hora de encontrar umemprego. A proposta do verea-dor Mario Celso Cunha (PSDB)sugere a isenção fiscal para queo jovem estruture e organize seutrabalho e exercício da profissão,com um ônus a menos.

Ocorre que, apesar de inici-ativas governamentais, empre-sariais, e da conscientização arespeito do problema nas univer-sidades, poucos têm sucesso pro-fissional logo após a formatura.

A realidade é que mesmo osbons alunos sofrem com a com-petitividade do mercado e a fal-ta de oportunidade. A recém-for-mada Amanda Cecatto conta quesuas notas sempre foram altas,e sempre desempenhou com de-dicação suas atividades acadê-micas. Ela se sente injustiçadafrente à realidade: “Sempre es-tudei, sempre procurei estagiar,ler e me informar. Agora, recém-formada, estou desempregada

No Brasil, cerca de 3,5 milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos estão desempregados

enquanto vários colegas que nun-ca foram bons alunos têm óti-mos empregos. Muitos deles,apenas por terem parentes eamigos na área”.

A mesma sensação de revol-ta assola Rafaella Jugend, queaguarda sua contratação. “En-quanto isso, os filhos e sobrinhosdos diretores do hospital em quetrabalho já foram efetivados faztempo”, diz. Já Tânia Ribas, quetambém diz ter um bom históri-co acadêmico, considera que oproblema é a falta de experiên-cia, e também de oportunidades:“Todos elogiam o meu currículo,mas ninguém quer alguém quenão tenha experiência, ou, emmuitas vezes, a vaga acabou deser preenchida”.

As faculdades procuram pre-parar o acadêmico para o acir-rado mercado de trabalho comque vai se deparar ao términodo curso. “São muitas faculda-des em Curitiba, mas poucasprestam. O resto põe o que nomercado? O diploma ainda émuito valorizado, mas a compe-tência é de cada aluno”, diz Fran-cisco Johnscher, professor decursos preparatórios para vesti-bular . Outro ponto fundamentaldestacado por membros do cor-po discente é o fato de que a pes-soa precisa ter auto-crítica paraperceber seus pontos fracos etentar melhorar.

Carolina Knopfholz/ LONA

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Curitiba, 14 de maio de 20076 - LABORATÓRIO DA NOTÍCIA

Experiências no exteriorAs histórias dos estudantes brasileiros que foram fazer intercâmbio em outros países

Fotos: arquivo pessoal

Taynah aproveita para treinar um pouco de snowbording

Taynah e Thomazo aproveitam um dia de sol no Canadá

Mirella Pasqual

“Era meu aniversário, 26 desetembro de 2005, e eu estavano Canadá passando esse dialonge da minha família. Meuspais do Canadá nem me deramparabéns, muito menos um pre-sente. Revoltado, me tranqueino quarto, peguei a lata de lixoque estava lá e taquei fogo emuns papéis. Eles foram corren-do para ver o que estava acon-tecendo. Depois disso, resolve-ram colocar um sensor de incên-dio apenas no meu quarto paraevitar maiores problemas!”.

A história de Thomazo De-luque Rufatto, 17 anos, é ape-nas uma entre várias que acon-tecem com os estudantes quevão fazer intercâmbio, tentan-do ter uma liberdade que nãotêm em casa, em busca de di-vertimento, ou ainda para co-nhecerem mais sobre a culturado país escolhido.

Sua irmã gêmea, Taynah,também foi para o Canadá, sóque enquanto Thomazo ficouem Vancouver, ela ficou emSaskatoon, cidade na qual o ir-mão mais velho, João Paulo, de19 anos, tinha vivido dois anosantes.

“Para mim essa viagem foimuito boa em todos os senti-dos. Pois juntei diversão comaprendizagem. Me diverti mui-to, fiz muitos amigos com

quais tenho contato até hoje eaprendi muito sobre a culturacanadense. E por outro ladoacho que a viagem me ajudoua ser mais madura, responsá-vel. Cresci muito como pes-soa”, conta ela.

Ideni Deluque, mãe dos in-tercambistas, também concor-da com o amadurecimento dosfilhos. “Vejo que tanto o Tho-mazo como a Taynah crescerammuito. Voltaram muito maismaduros e responsáveis. Estãocom uma cabeça e pensamen-tos totalmente diferentes doque quando foram”.

Mas nem tudo é festa. Paraos pais é muito complicado“cortar o cordão umbilical”. Édifícil para eles verem seus fi-lhinhos indo embora para outropaís, com uma cultura totalmen-te diferente da qual estão acos-tumados. “Fiquei menos preo-cupado quando a Taynah e oThomazo foram porque meu fi-lho mais velho já tinha ido. En-tão tinha uma noção de comoera a vida lá. Mas sempre dáaquele friozinho na barriga dever o seu filho indo embora”,lembra Ideni.

Uma das dificuldades dos in-tercambistas é se adaptar aoscostumes e à cultura do país. “Oscanadenses são bem frios, nãosão como os brasileiros que seabraçam por qualquer motivo.Você não vê duas amigas de mãos

dadas lá. No começo senti umpouco de dificuldade em relaçãoa isso, mas aos poucos fui meacostumando”, lembra Taynah.

Outra dificuldade que os es-tudantes podem ter é a mudan-ça climática. “O Canadá é mui-to frio, você tem que usar vári-

as blusas, uma em cima da ou-tra e olhe lá. O bom é que o JoãoPaulo tinha comprado uns casa-cos quando foi então eu e o Thofomos preparados e com mil ca-sacos. Uma vantagem é que ascasas têm obrigatoriamente ca-lefação. Sem isso é impossívelviver”, conta Taynah.

Liberdade

Antes de viajar, os estudan-tes passam por uma entrevistacom a agência escolhida pelospais, para decidirem o país quegostariam de ir e depois sabe-rem mais sobre ele. E tambémpara que a empresa decida qualfamília é mais compatível como perfil do aluno.

Mas nem sempre isso fun-ciona. “Mudei de família trêsvezes, tive vários problemascom eles. Não me adaptei mui-to bem com as famílias esco-lhidas. Não tinha liberdadepara fazer nada, tinha que irpara a escola e voltar. Adorosnowbording e queria aprovei-tar para praticar, mas só tiveessa liberdade com a última fa-mília que fiquei”, lembra Tho-mazo.

Já Taynah não teve esse tipode problema. “Para mim foimais fácil, pois a família que

fiquei era a mesma que o meuirmão mais velho tinha ficado.Então foi bem mais fácil tantopara mim quanto para eles”.

Um desdobramento interes-sante que pode acontecer é quea família que está com o estu-dante vem para a cidade ondemora o aluno para conhecer maissobre sua vida. “Minha famíliado Canadá veio para o Brasil co-nhecer meus pais e rever o meuirmão mais velho. Acho legal essetipo de interesse, pois mostraque eles são preocupados. Nãoposso reclamar da família que fi-quei. Até hoje falo com eles”,completa Taynah.

Dois irmãos, com a mesmaidade, no mesmo país, só quecom histórias e experiências di-ferentes. Taynah, uma menina-mulher, olhos castanhos, cabeloenrolado, muito simpática e ale-gre. Thomazo, um menino-ho-mem com uma voz bem forte efirme, olhos e cabelos castanhos,sempre rindo.Os dois foramcomo crianças e voltaram comoadultos “Com certeza voltaría-mos para o Canadá e viajaría-mos para outros países também.A experiência que tivemos foimaravilhosa. Não trocaria essasensação por nada”, falam emcoro Taynah e Thomazo.

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Curitiba, 14 de maio de 2007 7LABORATÓRIO DA NOTÍCIA -

Amanda Laynes

A cisticercose, conhecidapopularmente como a doença do“bicho da carne de porco”, étransmitida a partir da inges-tão de cistos da Taenia solium –verme parasita do porco.

Já a teníase é manifestadaquando o ser humano se alimen-ta de carne suína crua ou mal-cozida infectada. Neste caso háingestão dos cisticercos conti-dos nela.

A transmissão da cisticerco-se acontece por meio de alimen-tos contaminados e ingeridoscom matéria fecal em frutas everduras. Também há possibili-dade de autocontaminação, queocorre quando não se tem a hi-giene pessoal necessária.

Programa de

Controle da teníase

Segundo Natal Jatai de Ca-margo, funcionário do “Centrode Saúde Ambiental”, a cisticer-cose é uma doença crônica, quedemora a se manifestar no or-ganismo. Por isso, a pessoa ge-ralmente é infectada durante ainfância, mas só percebe queestá doentequando adulta.

Ele fundou o“Programa deControle da Te-níase”, quetambém tratada cisticercose.Este é o primei-ro projeto comessa finalidadena América La-tina. “Fazemospalestras em ci-dades ruraispara informar oshabitantes sobre a doença. De-pois, os postos de saúde conti-nuam com o controle da popu-lação”, explica.

De acordo com o clínico ge-ral Gian Marcondes, depois deingerir os ovos, eles são leva-dos pela corrente sanguínea, dointestino até o cérebro. “Quan-do os cisticercos são deposita-dos no cérebro, há muitas com-plicações. Além de convulsões,o portador dessa doença podeser levado à morte”.

Estado registrou 500 casos da doença em 2006; em 10% dos casos houve morte

Paraná é pioneiro em

prevenção de cisticercose“Meu marido descobriu ter

cisticercose e ficou desespera-do. Ele ficou dois anos com adoença. Fez sete cirurgias nacabeça e os médicos nunca con-seguiam tirar tudo. Passou portodas as etapas. A cada cirur-gia regredia em seu estado fí-sico. Teve bengala, muleta, ca-deira de rodas, até que não le-vantava mais da cama. Termi-nou seus dias no Hospital SãoVicente de Curitiba, por paradacardíaca e falência múltipla dosórgãos”, conta Maristela Godói,casada durante 16 anos com El-vis Godói.

Raramente os indivíduos quenecessitam de cirurgias têm cri-ses de convulsão. “Meu irmãoera normal, tinha todos os mo-vimentos do corpo, o único pro-blema era que às vezes ele ti-nha algumas ausências, ficáva-mos preocupados, mas geral-mente durava cerca de dez mi-nutos. Ele ficava parado, olhan-do fixamente para algum ponto,então dali alguns minutos volta-va e continuava o que estava fa-zendo. Só que o médico dissepara ele não dirigir, porque eraperigoso, mas ele era muito tei-

moso. Tinha adoença haviatrês anos. Acha-va que comonunca tinhaacontecido ne-nhuma crise en-quanto dirigia,nunca iria acon-tecer. Até queentão bateu como carro na BR116e morreu”, dizLuíza Sulez so-bre seu irmãoJonathan Sulez.

Outro caso de convulsão é o deSalésio Erdmann, entregador demercadorias e morador de Arau-cária, e que também se tratouno Hospital Santa Casa de Curi-tiba. “Eu tive medo quando des-cobri o que eu tinha, mas agorasou mais tranqüilo. Meu médicodisse que se eu fizer tudo certi-nho, tomar os remédios certos,não ingerir bebidas alcoólicasvou poder levar uma vida nor-mal”, fala Erdmann. Ele não fazidéia de como foi contaminado.

Foto: Amanda Laynes/ LONA

Natal Jatai de Camargo é o fundador do Programa de Controle da Teníase no Paraná

“Fazemos palestrasem cidades ruraispara informar os

habitantes sobre adoença. Depois, os

postos de saúdecontinuam com o

controle dapopulação”.

Precauções e tratamento

para a cisticercoseAs maiores áreas de inci-

dência de cisticercose no Bra-sil estão no Centro-Sul. Os es-tados mais afetados são MatoGrosso, Minas Gerais, São Pau-lo, Paraná e Santa Catarina. Oindivíduo contrai a doença poringerir acidentalmente cisti-cercos contaminados com osovos da Taenia solium. Geral-mente, os cistos são encontra-dos nas fezes depessoas queestão conta-minadas coma teníase. Afalta de higie-ne pessoalpode provocar acontaminação.Há muitas pre-cauções que podemser tomadas para evitar este

mal: não defecar em solos, naágua e perto ou no local ondehá plantação ou conservação dealimento. Também não é reco-mendável que se use a água des-tinada à irrigação de pastagens;é de suma importância que ascarnes de bovinos e suínos se-jam congeladas a uma tempe-ratura abaixo de –5ºC por no mí-nimo quatro dias e depois, já

no processo do preparo doalimento ela deve

ser bemcozida.O pre-sunto eo u t r o sprodutos

do gênero são ali-mentos de especi-al risco.

O primeiro sintoma da do-

ença são fortes dores de ca-beça. Nos postos de saúde,após a consulta com um clíni-co geral, o médico poderá en-caminhar o paciente para quefaça exames como: tomogra-fia, ressonância e eletros, emhospitais públicos como o Hos-pital de Clínicas de Curitiba.

Quando os exames estive-rem prontos, o paciente seráencaminhado a um neurologis-ta, que poderá detectar o pro-blema e indicar o melhor tra-tamento. Nos postos de saú-de há filas para todos os tiposde exames e cirurgias. A cis-ticercose, por ser um proble-ma sempre muito grave, fazcom que os médicos agilizemo processo para que o pacien-te seja beneficiado o mais rá-pido possível.

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Curitiba, 14 de maio de 20078 - LABORATÓRIO DA NOTÍCIA

Texto e fotos: Daniel

Mocellin

A Serra Gaúcha é procu-rada por turistas do Brasiltodo devido às suas belezasnaturais, como o Lago Negroe a Cascata do Caracol, com131 metros de queda. NaSerra Gaúcha, mais precisa-mente na cidade de BentoGonçalves, é possível fazerum passeio com a única ma-ria-fumaça ativa no Brasil,criada em 1900.

A água percorre uma formação basáltica, até despencar do topo, e forma um grande arco-íris nos dias ensolarados

Encantos da Serra Gaúcha

Jardins mostram a influência da cultura européia na SerraO percurso feito pela maria-fumaça dura cerca de uma hora e meia