LONA 670 - 07.03.2012

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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 670 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, 7 de março de 2012 Imprensa brasileira sofre crise e convergência nos últimos anos. Pág. 3 Farmacêutico pode avaliar a legi- bilidade das receitas médicas. Pág. 4 Taça Libertadores da América ainda não está na TV a cabo Consumidores que buscam por exclusividade estão em des- vantagem com as transmissões da Taça Liberta- dores da Améri- ca. Enquanto o acordo não é feito, Sky e Net não transmitem os jogos. Pág. 3 Marco Regulatório Receita de médico Divulgação É instalada a primeira Unidade Paraná Seguro em Curitiba. Pág. 2 Paraná Seguro O Santos foi campeão da Copa Libertadores 2011 e está classificado para este ano, junto ao Vasco, Corinthians, Fluminense, Fla- mengo e Internacional

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quarta-feira, 7 de março de 2012

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lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 670Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, 7 de março de 2012

Imprensa brasileira sofre crise e convergência nos últimos anos. Pág. 3

Farmacêutico pode avaliar a legi-bilidade das receitas médicas.

Pág. 4

Taça Libertadores da América ainda não está na TV a caboConsumidores que buscam por exclusividade estão em des-vantagem com as transmissões da Taça Liberta-dores da Améri-ca. Enquanto o acordo não é feito, Sky e Net não transmitem os jogos.

Pág. 3

Marco Regulatório Receita de médico

Divulgação

É instalada a primeira Unidade Paraná Seguro em Curitiba. Pág. 2

Paraná Seguro

O Santos foi campeão da Copa Libertadores 2011 e está classificado para este ano, junto ao Vasco, Corinthians, Fluminense, Fla-mengo e Internacional

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Curitiba, quarta-feira, 7 de março de 2012 2 2 2 2

Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vitória Peluso.

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Joenal-ismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Com-prido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30Fone: (41) 3317-3044.

Opinião

Independente dos fatos Na academia, somos instigados a pensar a comunicação, entendendo

suas mazelas, sempre com a esperança de que é possível mudar o que temos em mãos. A tecnologia dimensionou a preocupação com o futuro do jornalismo, a agilidade da internet aumentou a competitividade do mercado e permitiu ao leitor e telespectador participarem do fazer notí-cia. Está ameaçada nesse momento a credibilidade dos jornalista e princi-palmente de seus veículos.

O jornalista e ex-ministro Franklin Martins diz, com ironia, que con-sidera o jornalismo brasileiro o mais independente - inclusive dos fatos... Para ele, há uma série de coberturas que deixam de lado a notícia, a infor-mação e a apuração - itens fundamentais no exercício da profissão. Mas a supremacia das grandes corporações está ameaçada por aquele que sem-pre lhe foi fiel, o público. Atualmente não exite uma revolta generalizada, mas existem ferramentas que estão à disposição daqueles que querem produzir críticas.

E esse parece o momento propício para discutir a viabilidade do Mar-co Regulatório para democratização das comunicações do país. Como ex-ministro da Comunicação do governo Lula, Martins considera funda-mental a instalação de um marco no Brasil, pois permitiria a pluralidade da mídia. Países desenvolvidos, entre eles Alemanha, França, Inglaterra e Estados Unidos, possuem legislações para o funcionamento da comu-nicação, delimitando quais são os deveres daqueles que produzem infor-mação, bem como dos cidadãos.

O Marco Regulatório contribuiria para contemplar questões relacio-nada pela Constituição que ainda não foram regulamentadas, apesar de a carta magna brasileira ter sido aprovada no já distante 1988. Entre os temas está a monopolização e os oligopólios, além da regionalização dos conteúdos. O debate chegou até Curitiba, onde recentemente houve com-pras de veículos por corporações maiores. Hoje, as pequenas empresas não conseguem sobreviver frente à voracidade econômica.

É preciso colocar o assunto em pauta e levá-lo à discussão. Alegar liberdade de impressa em um país que não regula sua comunicação é contraditório, ou tudo pode, ou quem detém o poder conduz a multidão. Difícil decidir qual é a realidade.

Espaço do leitor!

UPSs: agora os paranaenses estarão mais seguros

Oscar Cidri

Primeiro de março de 2012. A primeira Unidade Paraná Seguro (UPS) – que por enquanto será apenas um módulo móvel – foi instala-da no bairro Uberaba. Trata-se de uma cópia do que existe no Rio de Janeiro, porém com muitas melhorias, segundo o governo do Paraná.

A sensação de insegurança impera em todos os bairros da cidade. O clamor por mais policiamento e um Código Penal mais severo é quase unânime. Pelo visto, as UPSs vêm para solucionar ou, ao menos, miti-gar esta situação. Presença policial ostensiva, população mais segura e muitos delinquentes presos. É o Estado cumprindo sua função.

Mas se alguém – como aquele seu colega que atravessa a fala do professor e faz um questionamento “nada a ver” – perguntasse: qual é a função do Estado? Por que existem tantos delinquentes, por que esta sensação (e condição real) de insegurança? E, finalmente, por que precisamos da polícia?

Provavelmente, você rir-se-ia de maneira quase tão escandalosa quanto o uso desta insossa mesóclise. Parece óbvio, uma coisa leva a outra, mas por que não nos debruçamos em procurar entender o nexo entre elas e as causas que lhes dão origem?

A função do Estado é a de garantir o bem-estar de seus membros, da sociedade como um todo. Para que isto acontecesse, todos deveriam ter as mesmas oportunidades. Numa sociedade como a nossa, onde o acesso aos recursos e bens socialmente produzidos fica restrito a uma pequena classe - em detrimento de outras -, cria-se uma relação que conhecemos por injustiça social.

Esta situação divide e estratifica a sociedade entre ricos e pobres e se agrava à medida que os mesmos que possuem o poder econômico também detêm o poder político.

Na carência da igualdade de oportunidades, que deveria ser pro-movida pelo Estado, aos excluídos e marginalizados restam apenas as condutas desviantes. Quanto mais drástica for esta situação, mais ha-verá “delinquentes”, menos segurança patrimonial e, por conseguinte, uma maior necessidade de policiamento.

Stephany Guebur - 3º período de jornalismo da Universidade Positivo

Na edição de ontem LONA, no espaço que mostra os dois lados da comemoração do réveillon fora de

época, concordo com Pamela Castilho, pois a ideia é boa e o que falta mesmo é organizar melhor (ape-

sar de que este ano já foi melhor que o ano passado). Antes da festo do “réveillon” acontecer, muitos

moradores, comerciantes estavam reclamando. Nisso, o Ministério Público resolveu atuar, exigindo a

colocação de banheiros químicos e policiamento. Apesar dessas providências amenizarem o problema,

não acabaram com ele. O que vemos é que, além de os moradores sofrerem, a Praça da Espanha tam-

bém foi danificada, pois as pessoas pisam nos gramados e passam mal devido à bebedeira excessiva.

Além disso, é preciso lembrar que a praça não comporta 18 mil pessoas, conforme o evento do Face-

book havia mostrado. Agora só nos resta saber se terá próxima edição do evento? Espero que sim, mas

em um lugar onde todos possam comemorar sem estragar nada ou incomodar.

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O marco regulatório é um compromisso com ademocracia, diz Franklin Martins

A detentora dos direitos de transmissão da Copa Libertadores ainda não faz parte da grade de programação das maiores operadoras de TV paga do país

O ex-ministro de Comunicação Socia l esteve em Curi t iba e fa lou sobre a necess idade de regulamentar a radiodifusão no Brasi lLaura Beal Bordin

Na noite desta segunda-feira, o jornalista político e ministro de Comunicação So-cial do governo Lula, Franklin Martins, esteve em Curitiba para debater a necessidade de um marco regulatório para as comunicações.

Para Martins, a regulação não atinge a liber-dade de imprensa mas sim tem um c o m p r o m i s s o com a democra-cia. “Todo país democrático tem regulação das co-

municações, como a França e a Inglaterra, por exemplo. São democracias, não são?”.

“É importante lembrar que imprensa livre não quer dizer imprensa boa”, comentou o jornalista. E brincou: “Cos-tumo dizer que a imprensa brasileira é a mais indepen-

dente. É indepen-dente até de fatos concretos”.

M a r t i n s ainda falou sobre a convergência das mídias e a crise de credi-bilidade que a i m p r e n s a brasileira tem

sofrido nos últimos anos.Segundo o ex-ministro, a

regulação vale para veículos que dependem de concessão pública. “As concessões são públicas e, portanto, devem seguir regras”. Quando se fala em colocar regras para a imprensa, o fantasma da cen-sura sempre dá as caras. “Ter um marco regulatório não significa ter um censor dentro da redação dizendo: ‘isso sai e isso não sai’. É fazer com que a emis-sora não veicule conteúdos racistas e homofóbicos, por

exemplo. É prezar pela quali-dade do conteúdo apresentado na mídia brasileira”, disse.

O ex-ministro, que iniciou esse processo para a regula-ção das comunicações, disse

que o governo Lula ficou devendo na parte da Co-m u n i c a ç ã o , mas se disse confiante no trabalho do Ministro Paulo

Bernardo no debate.“Tanto o ministro quanto a

Presidenta Dilma reconhecem da importância desse proces-so. Estou otimista”, comentou.

“Qual é a o maior problema da

radiodifusão noBrasil?

A concentração.”

“O que precisaser feito com urgência para

regular ascomunicações?

Mudar oambiente.”

Para Franklin Martins, ter um marco regulatório é fazer com que a legislação seja cumpri-da. “Regular será um avanço para a democracia brasileira”, completou.

Barbara Zem

Fox Sports ainda não fechou acordo com Net e Sky

Fernando TakizawaFlávio Martins dos SantosTiago Francisco Pereira

A grande maioria dos usuários de tevês por as-sinatura ainda não pode assistir às transmissões da Taça Libertadores da América. Isso porque a Fox Sports, detentora dos direitos de transmissão da competição, não entrou em acordo com as três principais operadoras do mercado nacional para ter o seu canal nas grades de programação. Estima-se que Sky, Net e Via Em-bratel sejam donas de quase 80% do mercado de

televisões por assinatura no Brasil.

Hoje, as empre-sas que já aderiram à Fox Sports em seus pa-cotes são a Telefônica TV Digital, TVA, Nossa TV, Oi TV, CTBC TV, RCA e GVT TV. A Fox Sports também é dona dos canais FX e Speed Channel, e utilizou-os excepcional-mente na primeira rodada para transmitir os jogos dos clubes brasileiros, porém, já avisou que não fará mais isso.

Durante a transmissão dos jogos houve até in-centivo do apresentador para que os assinantes pressionassem as empre-

sas para ter o Fox Sports Brasil no seu menu de ca-nais.

O prejuízo fica como sempre para os con-sumidores, que pagam caro para ter as melhores pro-gramações da TV. O campe-onato que é o mais cobiçado pelos times tupiniquins , faz com que os times brasileiros que participam, Corinthians, Flamengo , Fluminense, Internacional, Santos e Vasco, também sintam-se prejudicados com perdas de imagens. A

Globo só pode transmitir as partidas de quarta-feira.

Para Adilson Gonçalves, cliente da Sky há 10 anos, isso “é tudo birra dos ca-nais Globosat com a Fox

Sports. Se não fosse isso, já teriam feito a c o r d o ” . Gonçalves t a m b é m se sente prejudicado sem o ca-

nal porque assim não pode ver o Flamengo na Liberta-dores. No ano passado, o Sport TV transmitiu todos os jogos da competição mais importante do conti-

nente.A Sport TV pertence às

organizações Globo, assim como a Globosat. Empresa esta que detém porcenta-gens da Sky e da Net. Es-taria aí o motivo para o imbróglio. A Fox Sports es-taria vendendo os direitos de transmissão a preço de ouro, o que inviabilizaria a compra, assim, a Globo es-taria dificultando o acordo para as empresas aderirem a Fox Sports para não perder a audiência na Sport TV. A expectativa é de que, com o início da Copa do Bra-sil, a Sport TV tenha pro-gramação para concorrer com a Fox e, quem sabe, sair o acordo.

A Globosó pode

transmitir as partidas de quarta-feira.

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Curitiba, quarta-feira, 7 de março de 2012

Garranchos e descaso 4 Comportamento

Lei que vigora desde 1973 que proíbe a prescrição de receitas ilegíveis não está sendocumprida. Em alguns casos, pacientes não conseguem comprar os medicamentos receitados

Fernando TakizawaFlávio Martins dos SantosTiago Francisco Pereira

Patrícia Soares Santana procurou o Centro Munic-ipal de Urgências Médi-cas do Campo Comprido para consultar sua filha Laura Soares Santana. O médico diagnosticou far-ingite e prescreveu-lhe um medicamento. Quando foi comprar o remédio, nenhum dos funcionários da farmácia, inclusive o farmacêutico, conseguiu entender o que estava es-crito na receita. A mãe da criança foi obrigada a re-tornar a unidade de saúde onde, a pedido do médico, uma enfermeira fez outra receita, desta vez legível. A resolução RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007, permite ao farmacêutico não aviar uma prescrição de acordo com sua avalia-ção de legibilidade.

Engana-se quem pen-sa que esses casos são raros. A farmacêutica Joys Abdullah conta que, para conseguir entender a letra dos médicos, demorou cer-ca de 6 meses trabalhando em farmácia. Mesmo assim existe a necessidade de, em alguns casos, ligar para o médico para descobrir o que ele escreveu na receita.

Isso, depois de consultar seus colegas de trabalho, e de perguntar ao paciente se ele lembra do nome do medicamento que o médi-co receitou. Quando é feito o telefonema, o profission-al de saúde, muitas vezes está atendendo outro paci-ente, ou não se encontra no hospital.

Uma criança consegue escrever legivelmente a partir da 5ª série inicial (an-tiga 4ª série primária), após muito incentivo à leitura e exercícios de escrita, conta a pedagoga e professora das séries iniciais Marta Tres. Ela sugere que os médicos escrevam receitas digitadas no computador, pois um adulto teria muita dificuldade em melhorar a escrita e desenvolver uma coordenação motora fina (letra bonita), mesmo com a ajuda de um caderno de caligrafia.

A Lei 5991 (artigo 35 – letra a), datada de 1973, diz que “somente será aviada a receita: que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo legível, observados a nomencla-tura e o sistema de pesos e medidas oficiais”. Além disso, o código de ética médica também traz um artigo referente à obrigato-riedade de receitar de for-ma legível. Muitos remé-dios têm o nome parecido.

Se não estiver prescritos de forma clara e legível pode acarretar erros prejudiciais à saúde do paciente. Vale ressaltar que o farmacêu-tico que vender um medi-camento errado por conta da receita estar ilegível também está passível de punições.

Andreia B u z z á , recém- for-mada em m e d i c i n a pela Uni-v e r s i d a d e P o s i -tivo, atu-almente fazendo Residência médica em Joinville, conta que alguns professores falaram que a escrita em receitas e pre-scrições médicas deve ser

legível, porém, o assunto não é aprofundado. Não chega ao ponto de se falar sobre as punições que po-dem ser aplicadas para o caso de um médico emitir uma receita ilegível. Para Buzzá, a ilegibilidade da escrita médica se dá por

dois motivos: “O primeiro é porque já se tornou algo s o c i a l m e n t e aceito, em se-gundo lugar, pela pressa”, explica.

Já o médico Dilermando Pereira de Almeida Filho, ginecolo-gista e obstetra, que hoje não dá mais aulas, diz que isso não é passado na uni-versidade. Almeida Filho

Tiago Francisco Pereira

diz que na cartilha do Có-digo de Ética do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) há ori-entações a respeito das re-sponsabilidades do médico.

O pneumologista Paulo César Buffara Boscardim justifica o “garrancho” dos colegas dizendo que “em função do aumento de ser-viço, os médicos têm que fazer tudo muito rápido”. Boscardim confirma que não entende a letra de al-guns colegas de profissão e diz que nesses casos é muito grande o risco de se administrar um medica-mento errado, porém afir-ma não conhecer nenhum médico que tenha sofrido algum tipo de punição por conta de escrita ilegível.

“O primeiro é porque já

se tornou algo socialmente

aceito, emsegundo lugar, pela pressa”,

explica.