LONA 696 - 16.04.2012

4
[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 696 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, 16 de abril de 2012 7ª temporada do Paiol Literário começa nesta quarta-feira Divulgação Jornal Rascunho Temporada 2012 do Paiol Literário inicia na quarta-feira trazendo escrito- res importantes do país. O primeiro é Ivan Angelo, escri- tor mineiro e cronista da revista Veja de São Paulo Pág. 3 Opinião Futebol brasileiro é feito de chuteiras falidas Pág. 2 Economia 65% dos brasileiros não declararam o IR Pág. 4 Editorial TCE suspende repasse de verbas públicas para Arena Pág. 2

description

JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

Transcript of LONA 696 - 16.04.2012

Page 1: LONA 696 - 16.04.2012

Curitiba, segunda-feira, 16 de abril de 2012

reda

caol

ona@

gmai

l.com

@jo

rnal

lona

lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 696Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, 16 de abril de 2012

7ª temporada do Paiol Literário começa nesta quarta-feira

Divulgação Jornal Rascunho

Temporada 2012 do Paiol Literário inicia

na quarta-feiratrazendo escrito-

res importantes do país. O primeiro é Ivan Angelo, escri-

tor mineiro ecronista da revista Veja de São Paulo

Pág. 3

Opinião

Futebol brasileiro é feito de chuteiras

falidas

Pág. 2

Economia

65% dos brasileiros não declararam o IR

Pág. 4

Editorial

TCE suspende repasse de verbas públicas

para Arena

Pág. 2

Page 2: LONA 696 - 16.04.2012

Curitiba, segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nesses tempos de reclamações via Facebook, poucas vezes vemos algum protesto que saia do mundo virtual para o mundo real. Os al-vos são vários: carnaval, programação de televisão, protesto contra maus-tratos aos animais.

Pode-se encontrar, até mesmo, quem proteste contra aqueles que compartilham sua indignação com a violência contra bichos de esti-mação.

No meio de tantas reclamações sustentadas por argumentos extre-mamente frágeis, é de se espantar que um dos poucos alvos que con-seguiu espaço no mundo real foi a grande paixão nacional: o futebol.

O grande foco da revolta é a Copa do Mundo de 2014, que será realizada aqui. O torneio enfrenta, principalmente, dois tipos de acusações: o enorme investimento das reformas deveria estar sen-do aplicado em áreas como saúde, educação e segurança (esse tipo de acusação também estava presente no Pan-Americano de 2007) e que as obras estão extremamente atrasadas, o que comprovaria que o investimento bilionário em reformas está indo parar nos bolsos de muitos políticos.

O povo adora exibir que é patriota o suficiente a ponto de abdicar de uma grande paixão nacional em prol das áreas mais vitais que estão em estado precário. Afinal, é muito fácil dizer isso, principal-mente quando se sabe que de nada vai adiantar e ainda assim poderá ver algum jogo da seleção em sua própria cidade ou na televisão.

Parece que todo mundo esquece que o Brasil está crescendo ao mesmo tempo em que países mais ricos enfretam crises, e a Copa do Mundo é uma chance de firmar o país como uma potência. Além dis-so, o investimento não visa apenas a reforma de estádios. Aeropor-tos, rodovias e segurança também serão beneficiados com as novas estruturas. Não é de interesse político que o país dê vexame na frente do mundo todo.

A respeito da corrupção em volta do dinheiro das reformas, uma triste pergunta deve vir à tona: “Qual obra não é alvo de roubalhei-ra?”.

Na última quinta-feira, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) suspendeu o repasse de verbas públicas para a revitaliza-ção da Arena da Baixada. Com isso é possível observar que em obras de grande porte a fiscalização é maior e avanços inferiores ao espe-rado levantarão muitas suspeitas. Enquanto muitos tentam achar des-vios nas verbas para a Copa, deixam de lado a fiscalização de gastos menores onde é mais provável que a corrupção esteja dando as caras.

Já aqueles que duvidam que nada estará pronto até 2014, é inte-ressante se lembrar que logo após a Copa virão as eleições. E que tipo de político vai querer carregar durante a campanha eleitoral uma fracassada Copa do Mundo?

2 2 2 2

Reitor: José Pio Martins|Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani |Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino|Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira|Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima|Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vitória Peluso|Editorial: Julio Rocha

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Editorial

Copa do Mundo X Rebeldes sem causa

Expediente

Opinião

A eliminação dramática do Flamengo na primeira fase da taça Libertadores da América, após um gol aos 47 minutos do segundo tempo na outra partida do grupo, é bem mais elucidativo da crise de gerenciamento do futebol brasileiro do que a simples incapacidade do clube de maior torcida do mundo de se classificar em um grupo teoricamente simples.

O Flamengo é atualmente o principal símbolo da baderna administrativa que grassa na cartolagem esportiva nacional. É fenômeno antigo, mas cada vez mais evidente quando os valores envolvidos no futebol se tornam praticamente irreais.

Assim: 90% de todos os grandes clubes brasileiros são deficitários, pagam salários astronômicos para atletas em curva descendente na carreira, sucateiam suas estruturas e categorias de base por conta de seus interesses escusos e en-tregam aos torcedores-consumidores um produto de nível duvidoso.

Se o faturamento de televisão, publicidade e ingressos au-mentam, falta aos dirigentes nacionais capacidade técnica de executarem suas atividades com o mínimo de competência. Em um estudo realizado pela consultoria BDO RCS, apenas 4 dos 25 principais clubes apresentaram superávit no ano passado: Atlético-PR, Corinthians, Cruzeiro e São Paulo. Sozinho, o Atlético-MG deve mais de R$ 500 milhões aos seus credores. O Flamengo está em quinto, com dívida de R$ 342 milhões.

Como pensar o resultado isolado de uma partida sem anal-isar o contexto estrutural de uma equipe? O Brasil é, hoje, uma pátria de chuteiras falidas.

À última edição do LONA, que trouxe a discussão sobre a votação do Supremo Tribunal Federal, cabe uma crítica. Os títulos dos textos opinativos da edição não convêm com a decisão votada pelo STF. Acredito que tornar a questão do aborto em uma simples resposta de sim e não é levar o as-sunto complexo de forma rasa. A decisão do Supremo é do poder de decisão da mulher e não se ela deve ou não abortar um feto anencefálico, assim como falar da descriminalização do aborto de uma forma geral não é discutir se a atitude é ou não imoral, mas fazer com que o ato deixe de ser crime. A votação do STF não decide qual deve ser a atitude da mulher naquele tipo específico de gestação. Trata-se de dar poder de decisão à mulher e não dizer o que ela deve ou não fazer. Vale a reflexão!

Daniel Zanella

Modus operandi

Laura Beal Bordin, aluna do 7º período do curso de jornalismo na UP.

Carta do Leitor

Page 3: LONA 696 - 16.04.2012

Curitiba, segunda-feira, 16 de abril de 2012 3

De abril a novembro, acontece a sétima tempo-rada do projeto Paiol Lite-rário. O evento traz a Curi-tiba para bate-papos com o público alguns dos mais importantes escritores do Brasil. O projeto é idea-lizado pelo Jornal Rascu-nho.

Segundo a diretora do jornal, Cristiane Guanci-no, o primeiro convidado desta temporada é o escri-tor mineiro Ivan Angelo. Ele é cronista da revis-ta Veja São Paulo e autor dos romances “A festa” e “Amor?”, ambos vencedo-res do Prêmio Jabuti.

Ivan Angelo foi duas vezes premiado pela As-sociação Paulista dos Crí-ticos de Arte, pelo livro de contos “A face horrível” e pelo romance juvenil “Pode me beijar se quiser”.

Teve livros publicados em inglês, francês, alemão e espanhol. Desde 1999 é cronista da Veja São Paulo. Seu último livro, “Certos homens”, uma coletânea de crônicas, foi publicado em 2011.

Cristiane Guancino diz que, além deste, outros sete encontros vão acon-tecer até novembro: Jaime Prado Gouvêa (9 de maio), Paulo Lins (20 de junho), Daniel Galera (3 de Ju-lho), Marcia Tiburi (15 de

Ivan Angelo abre a temporada 2012 do Paiol LiterárioProjeto organizado pelo Jornal Rascunho traz a Curitiba a sétima temporada do Paiol Literário; até novembro oito escritores participam do evento

Amanda BacillaJessica RossignolIara Machado

agosto), Rodrigo Lacerda (19 de setembro), Fran-cisco Alvim (3 de outubro), Altair Martins (21 de novembro). To-dos os encontros têm entrada gra-tuita e começam às 20h, no Teatro Paiol.

De acordo com o editor do Jor-nal Rascunho, Rogério Pereira, o Paiol surgiu de seu interes-se pelas discus-sões em torno da leitura e da literatura. “Não é nada original: entrevista com um escritor, com perguntas do pú-blico”, afirmou. “O diferencial é que guardamos a memória de todos os encontros com a transcrição no Rascunho, com o áudio e o vídeo”, explicou Pereira.

Jornal literário

O Jornal Rascunho exis-te desde 2000, e o editor conta que reuniu um grupo de amigos para criar uma publicação literária. “Na época, éramos bastante jo-vens, acreditávamos que iríamos mudar o mundo”, conta. “Então, resolvemos

apostar em longos textos, longas entrevistas, espa-ço para textos inéditos — algo em franca decadência na imprensa brasileira na-quela época, tão apaixo-nada pelas novidades da internet”.

Pereira diz que era mui-to perfeccionista e exigen-te consigo mesmo, então, não poderia fazer um “jor-nalzinho” de literatura, era

preciso fazer o ‘melhor jornal de literatura do Bra-sil’, mesmo sem nenhum dinheiro, pouquíssima vi-sibilidade e conhecimen-tos mais do que frágeis. “O Rascunho cresceu, tomou corpo, importância e hoje é, apesar da arrogância do slogan, ‘o jornal de litera-tura do Brasil’”, finalizou.

O Jornal Rascunho tra-balha em parceria com o

Jornal Gazeta do Povo e o Grupo Paranaense de Co-municação (GRPCOM). Rogério Pereira conta que Imprimem o Rascunho nas gráficas da “Gazeta do Povo” com algumas vanta-gens. Em troca, oferecem todo o conteúdo do Ras-cunho para o site da Gaze-ta. “É uma ótima parceria. Mas não implica qualquer interferência na linha edi-torial”, ressalta.

O evento chega a re-ceber até 200 pessoas por encontro, e o tipo de públi-co do Paiol Literário varia bastante. São recebidos jornalistas, escritores lo-cais, jovens escritores, es-tudantes de Letras, Jorna-lismo, Pedagogia. Também participam pessoas das mais variadas profissões, formações e faixa etária, mas que em comum têm a consciência da importân-cia da leitura e da literatura na vida cotidiana e o gosto pela leitura.

Para mais informações sobre o Paiol Literário 2012, visite o site do Jornal Rascunho: www.rascunho.gazetadopovo.com.br, ou ligue para (41) 3527-2011.

ServiçoPaiol Literário, com Ivan An-gelo e mediação de Rogério

Pereira.Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n.º, Prado Velho), (41) 3213-1340.Dia 18 de abril, quarta-feira, às 20 horas. Entrada gratuita. Debate literário.

Ivan Angelo é cronista da revista Veja São Paulo e autor de romances.

Divulgação Jornal Rascunho

Page 4: LONA 696 - 16.04.2012

Curitiba, segunda-feira, 16 de abril de 2012 4 Economia

Prazo para declarar IR acaba em 14 dias

Amanda BacillaJessica RossignolIara Machado

17,6 milhões de brasileiros ainda não declararam seu imposto de renda

A duas semanas do térmi-no do prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda, ainda há 17,6 milhões de pessoas que não enviaram o documento ao fisco. Segun-do a Receita Federal, a ex-pectativa é de 25 milhões de declarações neste ano, até o dia 30 de abril, prazo final do recebimento.

O acerto de contas com a Receita precisa ser feito pelas pessoas que tiveram rendi-mento tributário acima de R$ 23.499,15 no ano passado. A não entrega da declaração terá multa de R$ 165,74 pelo atra-so.

A declaração só pode ser

feita pela internet. Não existe mais formulário nem disque-tes.

Para aqueles que têm im-posto a pagar, o contador João Carlos da Costa explica que a dívida pode ser parcelada em até 8 vezes. “Se a entrega for realizada até o prazo, o pa-gamento pode ser feito com o débito em conta corrente. Após este dia, o contribuinte terá que imprimir a DARF ge-rada pelo sistema e pagar na rede bancária”.

No site da Receita Federal www.receita.fazenda.gov.br, o contribuinte deve baixar o programa da Receita Federal para fazer declaração online. O primeiro passo é escolher o sistema operacional de seu computador. A Receita Fede-ral dispõe de programas para os diferentes tipos de siste-mas: Windows, Linux, Mac e

Solaris.É necessário juntar todos

os documentos que compro-vem os recursos que foram recebidos ao longo do ano passado, como aluguéis, salá-rios, compra e venda de casas, carros e ações. Também é pre-ciso reunir recibos e notas que atestem gastos passíveis de dedução, como despesas com educação, saúde e pensão ali-mentícia.

Apesar da facilidade de de-clarar pela internet, cuidados devem ser tomados, apesar da grande eficiência do siste-ma de declarações. Quando há acúmulo, o site sai do ar, e isso é um problema para os contribuintes que podem ficar sem declarar, e a Receita não se responsabiliza por quedas no servidor. Nessa caso, há cobrança de multa.

O jornalista Thiago Hen-

rique Noronha não declarou ano passado e agora terá de pagar a taxa. “Não declarei por relaxo, acabei deixando e agora terei de declarar dos dois anos”, relata Thiago. Quem era obrigado a declarar ano passado e não declarou terá que pagar a mesma multa por não ter enviado a decla-ração.

Ao efetuar o pagamento deste ano, uma DARF será gerada para que seja efetuado na rede bancária. Costa aler-ta: “O CPF da pessoa ficará irregular perante a receita, impedido de realizar compras a prazo, aberturas de conta corrente em bancos e aquisi-ção de bens”.

Também há pessoas que declaram seu imposto, mas esquecem de algo que deve-ria estar na declaração. Essas pessoas podem cair na malha

fina. O método para poder decla-rar o que faltou é entrar e fazer uma retificação do que esqueceu, pois em seu imposto estará constando inconfi-dência de dados.

A declaração nada mais é que o instrumento utili-zado pela Receita Federal para ava-liar se o contri-buinte pagou mais impostos do que deveria ao longo do ano ou se deve algum dinheiro aos cofres do go-verno.

Essa constata-ção é possível com o confronto das

informações enviadas tanto por parte das pessoas físicas quanto para jurídica.

Os brasileiros que saíram do país em um período de 12 meses também são obrigados a declarar o Imposto de Ren-da, bem como os estrangeiros que desde 2011 residem no Brasil, ou com visto tempo-rário de 180 dias, mesmo não tendo rendimento tributário. Essa é uma forma de a Recei-ta Federal controlar a entrada dos estrangeiros que chegam para residir no país.

Há um simulador no site da Receita, basta acessar e preen-cher com o número dos seus valores tributáveis mensais ou anuais para saber se deverá ou não declarar o seu imposto de renda e o valor a ser pago.

Malha fina

A Receita Federal liberou da malha fina lotes de decla-rações do Imposto de Renda Pessoa Física dos exercícios de 2011, 2010, 2009 e 2008. O dinheiro de mais de 60 mil contribuintes estará dispo-nível no próximo dia 16. A consulta poderá ser feita no site da Receita Federal do Brasil ou pelo telefone 146. Se o contribuinte não fizer o resgate em um ano, deverá requerê-lo pelo site da RF. Se-gundo o Fisco, pelo extrato, encontrado no site da receita, é possível ver se há pendên-cias que acarretam a retenção da declaração em malha fina e resolvê-las.

Fonte: João Carlos Costa