LONA 736 - 15/06/2012

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[email protected] @jornallona Ano XIII - Número 736 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, sexta-feira, 15 de junho de 2012 O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil lona.redeteia.com O protesto contra a precarização do ensi- no superior teve iní- cio às 9h de ontem e teve passeata da San- tos Andrade até Boca Maldita, na Rua XV. A passeata seguiu até a rua Amintas de Bar- ros, entrando na rei- toria. Estavam presen- tes cerca de 200 estudantes. Pág. 3 COLUNA Estudantes apoiam paralisação dos professores da UFPR, UTFPR e IFPR O idealizador da música de estourar os tímpanos: Phil Spector Pág. 6 CULTURA Orquestra Sinfônica do Paraná e o Balé Teatro Guaíra fazem nova apresentação juntos Pág. 7 GUIA Com tema de amor saiba o que irá acontecer nos teatros neste final de semana Pág. 8

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO,

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Curitiba, sexta-feira, 15 de junho de 2012

[email protected] @jornallona

Ano XIII - Número 736Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade PositivoCuritiba, sexta-feira, 15 de junho de 2012

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

lona.redeteia.com

O protesto contra a precarização do ensi-no superior teve iní-cio às 9h de ontem e teve passeata da San-tos Andrade até Boca Maldita, na Rua XV. A passeata seguiu até a rua Amintas de Bar-ros, entrando na rei-toria. Estavam presen-tes cerca de 200estudantes. Pág. 3

COLUNA

Estudantes apoiam paralisação dos professores da UFPR, UTFPR e IFPR

O idealizador da música de estourar os tímpanos: Phil

Spector

Pág. 6

CULTURAOrquestra Sinfônica do Paraná e o Balé Teatro Guaíra fazem

nova apresentação juntos

Pág. 7

GUIACom tema de amor saiba o

que irá acontecer nos teatros neste final de semana

Pág. 8

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Curitiba, sexta-feira, 15 de junho de 2012

Na próxima segunda-feira irão se completar três anos da não obrigatoriedade do diploma. Jus-to, válido ou necessário, não importa, o assunto já batido traz a reflexão toda vez que é posto em discussão. Receber o diploma é um direito de cada estudante universitário. Talvez muitos jornalistas exerçam sua função há anos sem um diploma, e, talvez, muito melhor que tantos outros diploma-dos. Mas como disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, Marcio Rodrigues, isso é um desrespeito com os profissionais e uma falta de consideração com quem dispõe quatro anos em uma universidade.

Um dos argumentos para a não diplomação do curso também é questionável: todo cidadão pos-sui o direito a liberdade de expressão, isso não pode se limitar apenas aos jornalistas.

Não faz sentido.Três anos de muito debate e luta da classe. A

liberdade de expressão de cada pessoa não depen-de do nosso diploma, depende muito mais da ati-tude de cidadão, que ao se expressar vai cumprir seu papel na sociedade.

A sociedade precisa e tem direito à informa-ção ética, de qualidade e democrática. Informa-ção esta que depende, também, de uma prática profissional igualmente qualificada e baseada em preceitos éticos e democráticos. E uma das for-mas de se preparar e se formar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em jornalismo.

Que esse assunto seja tema de conversas mais e mais vezes. Vamos falar novamente até que se torne absurda essa situação. A discussão vai além da obrigatoriedade de um diploma, os questiona-mentos devem ir a fundo e a reflexão quanto à liberdade de expressão deve ser feita. Enquanto jornalistas, o nosso desafio também é comunicar sobre comunicação. É fazer o leitor questionar seus direitos através de uma informação clara e objetiva.

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ExpedienteReitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cur-sos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Suelen Lorianny |Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Silva Pinto| Editorial: Redação l.ona

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Com-prido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

OpiniãoEditorial

O momento no qual a Rio +20, está ocorrendo parece não ser tão propício como há vinte anos, na ocasião da Rio-92. O objetivo de conciliar crescimento populacional, escassez de recursos naturais e progresso econômico ,a cada ano se torna mais similar à utopia do que ao desafio.

A população mundial, que era de aproximadamente cinco bilhões de pessoas em 1992, já superou os sete bilhões neste ano. Mediante este quadro, pode-se fazer uma analogia com a lei da oferta e da demanda, usada por economistas: quanto mais habitantes no nosso planeta, menor será a disponibilidade dos recursos naturais que ele oferece. Isso afeta o progresso econômico, caso não sejam desenvolvidos recursos alternativos e atrativos o suficiente em relação aos naturais.

Cabe aqui salientar os impactos da crise econômica europeia nos debates a serem feitos na Conferência Rio +20. Muito embora os países antes considerados periféricos nas negocia-ções da Rio-92 agora estejam encabeçando mudanças sustentáveis, a participação europeia na nova reunião é decisiva. A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, recentemente salientou que essa participação era feita por meio de investimentos em sustentabilidade e proteção ao meio ambiente. A crise, portanto, refreou o impulso para projetos de curto prazo discutidos na Conferência.

Apesar do momento desfavorável à fixação de novos acordos entre os negociantes, novas soluções precisam ser encontradas para tornar econômica e ambientalmente sustentável o futuro do nosso planeta.

Para falar novamente

Dilema de três facesFerreira Gullar escreveu o seguinte na abertura de seu poema “Nova concepção de mor-

te”: “Como ia morrer, foi-lhe dado o aviso / na carne, como sempre ocorre aos seres vivos; / um aviso, um sinal, que não Ihe veio de fora, / mas do fundo do corpo, onde a morte mora”. E após o momento fatídico, é a fé quem nos diz o que se procede a esse evento tão intrigante ao ser humano. Qual seja a crença, restarão as saudades.

Mas quando esse aviso não chega do desgaste natural a que estamos fadados, dói-se mais ainda para acreditar. Cercamo-nos da culpa, do ressentimento inevitável de ter impedir o acontecimento. Talvez atribuímos culpados a seus respectivos acontecimentos, mas os grãos de areia já atravessaram para o outro lado da ampulheta fixa do tempo.

E rezamos para que não nos cheguem mais notícias assim – mas se elas existem, cá estão os jornalistas para contá-las. Palavras enxutas dentro de um espaço de jornal ou ditas ao tempo cronometrado de um noticiário: registro formal, compromissado com a verdade, pro-fissional. Talvez vire números, estatísticas; talvez vire histórias, relatos. Mas existiu.

Porquanto registrados estarão, em minha memória, os poucos momentos que presenciei ao lado de uma estimada pessoa - pai de meus primos, encantador por seu carisma. José Ari Callaça, que encontrou seu aviso gullariano no acidente da BR-277, próximo a Laranjeiras do Sul, na madrugada de terça-feira.

Maximilian Rox

Camila Cassins

Rio +20: Futuro sustentável?

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Estudantes e professores universitários fazem manifestação no centro de Curitiba

Daniel MartiniMarcela AndressaPamela Castilho

Cerca de 200 estudantes e docentes caminharam pelas ruas do centro em protesto à precarização do ensino superior

Professores universitários estao em greve há 29 dias

Quem passou pela rua XV de novembro na manhã de ontem (14) encontrou uma movimentação inco-mum devido a uma mani-festação de professores e estudantes de universidades públicas. A paralisação teve início às 9 da manhã em frente ao prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade. Os manifestantes andaram até a Boca Maldi-ta, na rua XV de novembro e seguiram até a rua Amintas de Barro, onde adentraram o campus da universidade, seguindo até a reitoria.

No início do protesto, foram soltos balões de gás hélio que representavam, segundo os manifestantes, recados para a Presidente Dilma Rousseff chegando até Brasília. Os estudantes carregavam um caixão, en-quanto tocavam uma mar-cha fúnebre. O caixão con-tinha um capelo (chapéu usado em colações de grau) e um diploma.

A marcha representou o início do apoio dos es-tudantes à paralisação dos professores, que já se esten-de há 29 dias. Entre os ma-nifestantes, estavam alunos e docentes da Universidade

Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Ao longo da cami-nhada, os grevistas grita-vam, em coro, várias exi-gências. “Educação como direito público e não como mercadoria!” era uma de-las.

Entre as reivindicações estudantis estão o aumento da quantidade e do valor das bolsas, acesso gratuito aos cursos de línguas do Centro de línguas e Interculturali-dade (CELIN) para todos os estudantes e o aumento do acervo de livros e dados para pesqui-sa. As demais reivindicações podem ser li-das no blog do movimento (http://coman-doufpr.word-press.com/).

“A nos-sa principal luta é contra a precariza-ção do ensino superior. So-mos contra a presença do privado no en-sino público, porque essa é uma função do governo.”, diz o estudante de psicologia e membro do

centro acadêmico Matheus Landoski. “Há quarenta anos, 20% do ensino supe-rior do Brasil era privado. Hoje, esse número se inver-teu, e corresponde ao en-sino superior público”, diz Landoski.

O professor de Enfer-magem Paulo de Oliveira Perna afirma que a princi-pal reivindicação nacional dos docentes é a restrutu-ração da carreira. Já em plano regional, Paulo de Oliveira afirma que o esta-belecimento de no máximo 12 horas de aulas semanais e melhorias nas condições

mínimas de ensino são as principais exigências.

“Na manhã de quarta-fei-ra, em Brasília, o governo pediu uma trégua de 20 dias na nossa paralisação, dizen-do que dentro desse prazo teria uma nova reunião para atender as reivindicações. Nós não aceitamos porque já sabíamos que as nossas exigências não seriam aten-didas nessas condições, por isso continuamos em gre-ve.”, afirma o professor.

Segundo o técnico admi-nistrativo Bernardo Pilotto, não há previsão para o fim da paralisação. “A greve só

vai acabar quando formos ouvidos”, afirma. Os téc-nicos administrativos exi-gem uma reposição salarial de 22,8%. “O nosso salário deve aumentar de acordo com a inflação, como ocor-re com o ensino privado. Isso não está acontecendo”, diz Pilotto.

Ao todo, 51 instituições federais estão paralisadas no país. Na manifestação de ontem, compareceram aproximadamente 200 pessoas. A pauta com to-das as exigências do corpo docente pode ser conferi-da no site greveufpr.org.

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PERFIL

Nina, a menina

Mila Bastos

Meu nome é Antonina. Para os mais íntimos, Nina. Eu nas-ci no dia 12 de setembro de 1714, mas já estava na barriga da minha mãe desde 1648. Te-nho 298 anos. Apesar de toda a experiência, ainda sou uma menina. Meu pai era o Sargen-to-Mor Manoel do Vale Porto. Ele me batizou com o nome da minha mãe, Nossa Senhora do Pilar da Graciosa. Mas em 1797, eu tive autonomia para me cuidar sozinha e por isso, comemoro meu aniversário no dia 6 de novembro. A partir deste ano, também fui reco-nhecida e passei a me chamar Antonina, em homenagem ao Príncipe da Beira Dom Antô-

nio de Portugal.Eu moro no litoral do Pa-

raná, a 90 km de Curitiba e a 50 km de Paranaguá. Para che-gar até mim, você pode viajar pela BR-277, que corta a Ser-ra do Mar, ou pela bela paisa-gem da estrada da Graciosa, ou até mesmo pelo Porto Barão de Tefé, que já chegou a ser o quarto maior porto do Brasil, no início do século passado, quando a erva mate teve seu apogeu no Paraná. Ah, também é possível me encontrar atra-vés da ferrovia, recentemente reativada, mas por enquanto, apenas para transporte de car-gas. O que eu espero que mude, pois sinto tanta saudade de re-ceber turistas, na minha antiga estação ferroviária.

Minha mãe faz aniversário no dia 15 de agosto, e nesse dia, todos os anos, recebemos fiéis que rezam por ela, desde o seu nascimento. Nessa recep-ção, comemoramos o dia dela

com uma linda festa em casa. Em um palco, montado na rua principal da cidade, tem shows de cunho religioso, nas ruas barraquinhas que vendem rou-pas, brinquedos e comidas, e ainda um parque de diversões para as crianças. É uma co-memoração e tanto! E eu fico muito feliz e me arrumo muito nesse dia, com a ajuda do meu padrinho Carlos Eduardo Ma-chado, mais conhecido como Canduca. É ele que cuida de mim desde 2009.

Eu tenho um ótimo humor e temperamento muito equilibra-do. No mês de junho, quando as folhas do outono já estão caídas, e o inverno está quase dando as caras, recebo inúme-ros veículos antigos e espe-ciais, que se encontram para uma exposição. Muitos turistas vêm conferir esse encontro.

No inverno, sou bem tran-quila. O que me movimenta, nesta estação do ano, é o Festi-val de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O evento que sempre é realiza-do no mês de julho, em 2012, completa 22 anos. E em todas as edições, eu fico toda agita-da. Muitos estudantes vêm me visitar, prestigiar as atrações, que são diversas, como cursos, oficinas, exposições, espetá-culos e shows. Todos se mobi-lizam para que a cidade fique mais bonita. O clima de inver-no fica bem mais agradável junto com tanta cultura.

Já no verão, sou super ale-gre. Aos finais de semana, a casa fica cheia. É muita gente querendo saborear as minhas comidinhas. No cardápio estão: barreado, siri, peixe, camarão, caranguejo, etc. Quem quiser provar tem que aguardar na fila de espera, pois meus restau-rantes ficam lotados. Mas, no verão deste ano, tive uma febre de quase quarenta graus. Foi a

temperatura mais alta de todo o estado do Paraná.

No início de 2011, eu pas-sei por alguns problemas de humor. Fiquei um pouco bipo-lar. Choveu excessivamente, morros desabaram, pontes ca-íram. Meus 18.891 filhos, que são chamados de antoninenses ou capelistas, sofreram muito, ficaram desabrigados e muito preocupados comigo e com o nosso destino. A tragédia teve repercussão nacional. Eu en-trei em estado de calamidade pública. E depois de um ano que isso aconteceu, ainda não me recuperei totalmente do estrago. Os morros permane-cem destruídos e têm pessoas desabrigadas, que aguardam a construção de casas novas.

Eu nunca tinha passado por uma situação como essa. Foi extremamente difícil. Acon-teceu logo após o Carnaval. Eu, meus filhos e visitantes estávamos extremamente fe-lizes. Era um clima de festa, harmonia e agito. O Carnaval é a única época do ano em que eu me mostro de verdade. Dei-xo transparecer quem eu sou. Minha personalidade fica evi-dente. Minha alegria contagia as pessoas. Coloco à mostra até as minhas tatuagens. Tenho personagens desenhados por todo o meu corpo. Estão jun-tos de mim há anos e já fazem parte da minha identidade. De um lado do braço tem a freira, no outro a bailarina. Nas cos-tas está escrito “Respeite as velhas, como as novas”. É essa a minha essência. Essas são as minhas figuras.

Além disso, no meu Carna-val, também conhecido como o melhor do Paraná, há toda uma magia envolvida. A folia acon-tece na rua. Baile público, blo-cos carnavalescos, escolas de samba e o tradicional concurso das escandalosas. Esta é uma competição entre os homens. É o dia em que eles se realizam e se vestem de mulher. Pelas ruas, você encontra uma fanta-sia mais engraçada que a outra. Mas não é só isso, eles também incorporam a feminilidade, se

tornam delicados, sensuais e atraentes. Enquanto isso, as mulheres se reúnem em gru-pos e se fantasiam para saírem em blocos particulares. A cada passo é uma novidade. E a cada ano é uma grande expectativa conseguir elaborar a fantasia mais inusitada.

As escolas de samba e os blocos carnavalescos envol-vem os meus antoninenses. Meus filhos têm uma paixão tão grande por essas organi-zações, que trabalham nisso o ano inteiro. Aguardam ansio-samente pela chegada do car-naval, e mais especificamente, pelo momento dos desfiles na Avenida do Samba. Hoje, são seis escolas que brilham na rua Dr. Carlos Gomes da Costa. A Escola de Samba Filhos da Capela, a Escola de Samba do Batel, a Leões de Ouro da Cai-xa D’água, a Batuqueiros do Samba e a Brinca pra não cho-rar. Elas não competem mais por premiação e colocação. O único intuito é a diversão e a tradição da comunidade em se esforçar para realizar os des-files e escutar o povo cantar os sambas-enredos com toda a alegria dos antoninenses. O bloco mais conhecido é o do Boi Barroso. Não há nenhum filho meu, que quando criança não tenha desfilado nesse blo-co. Faz parte de mim, tradição familiar.

Após o Carnaval, eu des-canso até abril. Para repor mi-nhas energias e a casa encher de novo no feriado de Páscoa. Nessa data, minhas ruas ficam repletas de pessoas novamen-te. A cidade se movimenta para a encenação da paixão de Cristo. E é dessa forma que eu gosto. Sempre ter a casa cheia para mim é uma satisfação. Além dos meus filhos, os tu-ristas completam a minha vida. A presença deles me fotogra-fando e admirando contribuem para a minha felicidade. Ado-ro recebê-los e poder contar e mostrar mais da minha histó-ria. Quando puder, venha você também comer um barreado comigo!

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PERFIL

Entre tons e batons

Março de 1978, Teatro Univer-sitário da Canção (TUC), Curiti-ba, Paraná: nascia o Grupo Nym-phas. As jovens cantoras, que se definiam como garotas “bossa nova, barra limpa e papo firme”, trajavam kaftans feitas de tecido de fralda e tingidas caseiramente na cor rosa com efeitos de man-chas, além dos pés descalços so-bre o palco o que, com o frio de Curitiba, foi sendo substituído por alpargatas coloridas.

Neste período, o Brasil come-çava a reconquistar a liberdade de expressão confiscada pelo po-der político dos anos anteriores, resquícios evidentes da ditadura militar no país. Os ditos padrões morais, religiosos e de comporta-mento começavam aos poucos a sofrer transformações, mas ainda havia certo rigor que era transmi-tido e cobrado, principalmente das mulheres. Em meio a todas essas complicações a carreira das Nymphas começava a decolar, logo no primeiro show o público lotou as poltronas do TUC para assistir ao espetáculo de quem, anos depois, viria a se tornar o mais influente grupo musical fe-minino do Paraná.

Pioneiras na confraria musical integrada por mulheres no estado, o Grupo Nymphas é composto por Rosa Maria Michels Fontou-ra, Carminha (Carmen Bekker da Silveira), Tina (Critina Soto de Bekker), Soraya Tuma, Miroko (Mirian Lau), Rosa Lídia Fran-co Ploner, Cris (Cristina Lemos) e Mara (Maria Yvete Fontoura). Esta formação musical teve altos e baixos, entra e sai, mas atual-mente o grupo se mantém com as mesmas integrantes da origem e ainda acolhe uma nova voz, a

mascote Juliana Fontoura. Após o primeiro show, o grupo

passou a ser convidado diversas vezes a novas apresentações pela cidade. Este fato que fez as me-ninas partirem para um segundo show mais elaborado chamado “Natureza em Festa”, a primeira sessão foi no teatro da Universi-dade Católica do Paraná. Foi o pontapé para uma série de com-promissos que estavam por vir, as jovens fizeram turnês, espe-táculos tragicômicos mesclando música e teatro, circularam por todos os palcos da cidade e do es-tado, conquistando novos fãs por onde passavam e mostrando que vieram para ficar.

O Grupo Nymphas já come-morava dois anos e aos poucos amadurecia a ideia de realizar seu primeiro registro fonográfi-co. Entre umas economias guar-dadas dali, uma vaquinha daqui outra acolá as meninas, partiram para a gravação de um compacto simples. Intitulado “Chorinho e Desconsolo”, o disco teve arran-jos feitos gratuitamente pelo ma-estro Fernando Montanari, assim como o trabalho dos músicos e do estúdio de gravação. Todos que-riam ver o “grupo das meninas” crescer, e isso é uma das carac-terísticas que contribuiu para o sucesso e para que o grupo exista até os dias de hoje: a colaboração dos amigos e admiradores.

Depois que descobriram o caminho das pedras, elas não pararam mais. Sua discografia é composta por “Chorinho e Des-consolo” (o primeiro compacto simples, gravado em 1980), os LP’s “Grupo Nymphas” (1982), “Tons e Batons” (1984), “Nosso Jardim” (1993) e os cd’s “Lua Brasileira” (1995) e “Consonân-cia” (2006). Além das músicas remasterizadas para o livro em comemoração aos 30 anos do Grupo Nymphas, publicado em 2006.

Mas como nem tudo são flo-res, o caminho das pedras não era

tão simples assim, pois na época pouco se discutia políticas pú-blicas de patrocínio à cultura no Brasil. Para conseguir dinheiro para seus projetos as Nymphas batiam de porta em porta em em-presas locais. Com uma proposta embaixo do braço e um sorriso no rosto, as meninas foram, aos poucos, conquistando fiéis apoia-dores para a realização dos seus discos.

Nesta altura, as roupas feitas de tecido de fralda já pertenciam ao passado, elas passaram a ado-tar um visual padrão, escolhendo os chamados “uniformes” a cada show. Neste repertório de moda as cantoras passearam por: ves-tidos feitos com panos de corti-na brancos com flores, vestidos indianos comprados por elas em viagem ao Paraguai, calças e camisas da mesma cor, entre outros. As roupas eram padro-nizadas, mas cada qual com seu modelo exclusivo, assim como era exclusiva cada voz do grupo.

Paralelamente ao surgimen-to das Nymphas, muitos artistas locais nasciam e explodiam no cenário musical. Esta mesma geração registra cantores, gru-pos musicais e compositores que foram fundamentais na cultura do Paraná, como: Os metralhas, Grupo Blindagem, A Chave, Tatára, Fernando Vieira, Paulo Chaves, Carlos Careqa, Reinaldo Godinho, Lápis, Lydio Roberto, entre outros. Com tantos músicos bons na cidade fria, as meninas optaram em se dedicar a um re-pertório com músicas de parana-enses, ousando partir para o ce-nário da MPB nacional somente após alguns anos de estrada mu-sical.

O reconhecimento das jovens Nymphas era tanto, que chega-ram a dividir palco com nomes influentes do movimento MPB do Brasil, como o grupo MPB4, considerados como padrinhos do grupo feminino, e também o con-junto musical Boca Livre.

Priscila Pacheco

LiderançaTodo grupo sempre tem “um cabeça”, no caso das Nymphas

a pessoa que representa esta figura é a soprano Mara, referenciada pelas outras integrantes como a ‘Big Boss’. Nosso encontro acon-teceu em um típico dia curitibano, daqueles dias de frio que fez o grupo que cantava descalço aderir às alpargatas. O céu estava cinza e gotas finas de água caiam molhando as ruas.

Mara me recebeu no prédio da produtora cultural Gramofone, em que é sócia juntamente ao amigo Álvaro Ramos. Conversamos em seu escritório de trabalho; sua mesa é grande, recheada de pa-péis, livros, cds, projetos e diversas anotações. Nesta mesa já foram idealizados muitos projetos culturais que aconteceram em Curitiba, inclusive projetos do próprio Grupo Nymphas. Maria Yvete Fon-toura, a Mara, é uma articuladora cultural nata e sua escola foi a labuta diária para fazer das Nymphas a referência musical que são para o Paraná.

Na mesa ao lado, uma funcionária da produtora lacrava diver-sos envelopes de projetos, que na sequência seriam enviados para buscar aprovação na Lei de Incentivo à Cultura da Fundação Cultu-ral de Curitiba. Demos risadas da ironia que se observava na cena, afinal há mais de cinco anos Mara envia projetos para a Fundação Cultural de novos trabalhos das Nymphas à procura de financia-mento. Entretanto, ano após ano os projetos não são aprovados, sem ao menos uma justifica plausível para isso: “Curitiba passa por um momento infeliz na cultura, por conta de uma comissão que cuida do incentivo financeiro aos projetos enviados. A Fundação Cultural não está colaborando e apoiando afetivamente os projetos de música”, desabafa ela.

Mara aponta uma distribuição desequilibrada na aprovação de projetos musicais que afeta o Grupo Nymphas e vários outros importantes nomes da música curitibana. “Já unimos toda classe artística, fizemos reuniões, levantamos números que comprovam esse desinteresse e a má distribuição do dinheiro público, mas há cinco anos a situação se mantém a mesma”. E é exatamente ai que mora a ironia: enquanto Mara e sua equipe trabalham com afinco na elaboração, incentivo e idealização em projetos de terceiros, o do seu próprio grupo, se mantém engavetado à procura de incentivo. Seria cômico se não fosse trágico.

Com dificuldades financeiras para novos projetos, as musi-cistas foram submetidas a um exílio forçado do cenário musical, obrigando-se a cantar apenas quando existe alguma boa possibi-lidade, que não traga mais nenhum prejuízo financeiro - fato que, infelizmente, fez parte desta história. Aplaudidas pelo público, que-ridinhas da imprensa, amadas pelos fãs, as eternas “menininhas” deixaram de ter visibilidade na cidade e hoje são desconhecidas pela nova geração, restando saudades em quem vivenciou os tem-pos áureos de sua carreira.

Apesar das dificuldades e da falta de uma merecida valoriza-ção, as meninas - que hoje são mulheres maduras - continuam a ma-ratona de ensaios, composições e união musical. O projeto da vez é um cd que reúne músicas no estilo chorinho, além de um show que tem como tema a alegria, buscando apresentar um panorama da música popular brasileira, com canções que retratem a felicidade – sentimento que não falta neste grupo de irmãs do coração.

Otimistas, as meninas seguem a risca o que diz na letra de Tons e Batons, uma das músicas de sucesso do grupo: “A gente precisa cantar e buscar, são tantas portas fechadas, mas sempre algumas irão se abrir e deixar nova luz entrar.”

O Grupo Nymphas é uma verdadeira família, seu palco é Curi-tiba e seu público carinhoso é o Paraná. Não é para menos que as meninas foram tombadas como Patrimônio Cultural do Paraná.

Em março deste ano as Nymphas completaram 34 anos de cantoria. Em toda sua história vocal o grupo cultiva uma união e parceria de longa data. Quando questionei o segredo do principal conjunto vocal feminino de Curitiba estar unido até os dias de hoje, a resposta foi rápida e clara: “A amizade”.

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O que Phil Spector fez por nósMÚSICA

Luís Zavan [email protected]

Imaginem uma banda com sete guitarras sincronizadas, cinco baixos marcantes, inúmeras percussões e vo-cais de varias vozes, tudo isso em um volume altíssimo. Foi isso que Phil Spector imaginou quando criou o con-ceito “Wall of Sound”. Esse conceito se trata de gravar musicas e não deixar nenhum espaço de respiro para o ou-vinte. Ao invés de você simplesmente sentir as ondas sonoras, você é atin-gido por ela como se fosse um Tsu-nami. Varias bandas trabalharam com Spector e assimilaram essa técnica de gravação.

O único problema de trabalhar com ele era seu temperamento agressivo. Johnny Ramone, Guitarrista dos Ra-mones afirmou uma vez que teve que

decibéis” do livro, pois as bandas es-tavam literalmente estourando os tím-panos das pessoas. Phil Spector deixou algumas pessoas surdas. Phil Spector criou um caminhão sonoro em alta ve-locidade. Obrigado Phil Spector.

tocar por 8 horas o mesmo acordes en-quanto Spector apontava uma revolver para Johnny. Essa história foi confir-mada pelos outros Ramones que tam-bém receberam a mesma ameaça. É um absurdo o que o produtor fez, mas tinha um proposito. Quanto mais denso, alto e barulhento melhor.

Foi assim que começou a “Loudness War”, que era uma guerra entre bandas para ver quem fazia o disco com mais guitarras e baterias, quem fazia os sho-ws mais altos e qual banda tinha mais decibéis nas costas. Essa guerra foi im-portante, pois com ela surgiram bandas as bandas de metal que começaram a fazer um som mais agressivo. A Guin-ness World Records teve que tirar a categoria “show com maior numero d

ESPORTE LOCAL

A quedaOs dias do técnico Juan Ramón

Carrasco à frente do comando atletica-no chegaram ao fim. Na manhã desta terça-feira, sua saída foi oficializada pela diretoria rubro-negra por meio do site oficial do clube. Carrasco dirigiu o Furacão pouco menos de seis meses, e nesse período viveu momentos dis-tintos.

Desconhecido no cenário do fute-bol nacional, chegou e logo implantou uma filosofia de trabalho diferente da utilizada pelos técnicos brasileiros. Adotou uma estratégia ofensiva de jogo, com três atacantes, dois abertos pelos flancos, e um centralizado, exi-giu disciplina tática, improvisou atle-tas fora de suas posições de origem e promoveu alterações sem hesitar, logo na primeira etapa. Carrasco, ini-cialmente, foi alvo de elogios, princi-palmente por quebrar o pragmatismo tático empregado em nosso futebol, recebendo, por parte de alguns críti-cos, o rótulo de inovador.

Logo no início os resultados co-

meçaram a aparecer. A conquista do primeiro turno do Campeonato Para-naense mostrava que o trabalho esta-va, de um certo modo, dando certo. A queda de produção no segundo turno do Estadual, e o consequente relaxa-mento por parte dos atletas foi consi-derado, até certo ponto, normal, visto que o Atlético já estava classificado para a final da competição.

O princípio de sua queda foi anun-ciado quando perdeu o título do Para-naense para o Coritiba. Armou de for-ma errônea o time nas duas partidas decisivas. Deste modo, sua forma de trabalhar, suas convicções e principal-mente as improvisações – característi-ca imposta desde a sua chegada – co-meçaram a ser questionadas com mais veemência.

Carrasco foi muito criticado por não adotar um padrão de jogo, fazia um rodízio intenso de atletas em pra-ticamente todas as posições da equipe. Não conseguia retirar o potencial má-ximo de cada jogador, pois não dava

uma sequência aos seus comandados. A fragilidade técnica das equi-

pes do campeonato regional mascarou o quadro, uma vez que mesmo inven-tando e armando a equipe de forma inadequada, conseguia alcançar o re-sultado positivo e comemorar como se a linha de trabalho estivesse sendo seguida corretamente, já que a quali-dade técnica dos atletas rubro-negros era superior.

O que realmente serviu de parâme-tro para classificar a qualidade do tra-balho de Carrasco foi o Campeonato Brasileiro da Série B – considerada a principal competição do ano no ca-lendário do Atlético – e composta por equipes de maior expressão e atributo técnico superior às encontradas no Es-tadual.

Com duas vitórias e duas derrotas até o momento, a avaliação feita pela cúpula diretiva atleticana foi de que o trabalho realizado pelo uruguaio já estava desgastado e, por isso, seria providencial uma mudança no coman-

Victor Hugo [email protected]

do técnico da equipe, tanto para bus-car novos ares, quanto para encontrar novos métodos e conceitos que pudes-sem dar um padrão a um time ainda desfigurado.

A troca foi feita. Ricardo Drubs-cky é o responsável por tentar dar uma nova cara ao Furacão. Resta saber se o imediatismo e a falta de paciência pela busca de resultados expressivos, dei-xará o recém-contratado implementar suas ideias ou fará, apenas, mais uma vítima.

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Curitiba, sexta-feira, 15 de junho de 2012 7

Geral

Daniel MartiniMarcela AndressaPamela Castilho

Até o dia 18 de junho, OSP e Balé se apresentam no palco do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto

Orquestra Sinfônica do Paraná e Balé Teatro Guaíra se apresentam juntos

Orquestra sinfônica do Paraná

Karen Broocke

Neste último dia dos na-morados, um casal bem co-nhecido da capital paranaen-se voltou a se encontrar, com planos de deslumbrar Curiti-ba no final deste mês de ju-nho. A OSP - Orquestra Sin-fônica do Paraná, e o Balé Teatro Guaíra, se reuniram nesta terça feira dia 12 para dar início aos ensaios de um espetáculo que consiste na execução musical e de dança da obra “A Sagração da Pri-mavera”.

A composição quase cen-tenária do compositor russo Igor Stravinsky foi baseada em um sonho que o mesmo teria tido acerca de um ritu-al pagão, que envolve o sa-crifício de uma jovem ado-lescente, testemunhado por velhos sábios que observam a dança e o desespero da jo-vem, prestes a ser oferecida aos deuses em troca de co-lheitas fartas.

O tema musical de Stra-vinsky é tão popular que mesmo os que não admiram música erudita reconhecem o ritmo exultante dos vio-linos, que se destacam no trecho mais consagrado do

balé. ‘Homem’ do casal,

o Balé do Teatro Guaíra foi criado em 12 de maio de 1969, e é considerado uma das principais academias de dança do Brasil. Ele foi cria-do pelo governo do estado do Paraná, e hoje é geren-ciado pela Fundação Teatro Guaíra. Criado como “Corpo de Baile da Fundação Teatro Guaíra”, o Balé já contou com participações de direto-res e coreógrafos de renome internacional na montagem de peças ousadas e inovado-ras, como o bailarino polonês Yurek Shabelewski, grande bailarino da década de 70, que foi o primeiro diretor do Balé Guaíra, de 1970 a 1975.

Já a jovem Orquestra Sinfônica do Paraná, cria-da em 1985, possui mais de 500 apresentações dentro e fora do estado, e já tem por tradição acompanhar o Balé Teatro Guaíra em espetácu-los consagrados ou inéditos. A regência da orquestra será realizada pelo maestro re-gente da Orquestra Sinfônica do Paraná, Osvaldo Ferreira, que deu início a uma nova fase que busca construir uma nova identidade sonora, in-teragir com outras áreas ar-tísticas e valorizar os artistas locais e nacionais.

A coreografia esco-

lhida para a montagem de Sagração da Primavera foi a versão da artista portugue-sa Olga Roriz, e os figurinos e cenário ficaram por conta do bailarino Pedro Santiago Cal. Olga Roriz, que está em Curitiba para gerenciar a coreografia do Balé, também participará da mostra de três de seus filmes, nos dias 18 e 19 de junho. Felicitações Madame, A Sesta e Interio-res são as obras cinemato-gráficas que Roriz, em par-ceria com o Centro Cultural

Teatro Guaíra, irá expor. O bailarino Pedro Santiago Cal também participa da mostra, uma vez que trabalha com Roriz não só no Balé de Stra-vinsky, mas também partici-pou dos filmes. A mostra tem por objetivo destacar artistas que trabalham com várias linguagens, e também divul-gar o trabalho de Olga Roriz no Brasil.

Desde os dias 12 a 18 de junho, A Sinfônica e o Balé Guaíra irão ensaiar a partir das 19 horas no palco

do auditório Bento Munhoz da Rocha Netto, a sala prin-cipal do complexo Teatro Guaíra. Nos dias 19 e 20, os ensaios começam uma hora mais tarde, as 20:30 horas. O espetáculo em 21, 22 e 23 de junho, os três primeiros dias de apresentação, tem início as 20:30 horas. Já no dia 24, domingo, “Sagração da Pri-mavera” encerra a tempora-da com apresentação as 18 horas. Os ingressos saem a 10 reais, e meias-entradas são acessíveis.

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Ricardo Tortato

Guia Cultural

Um casal está se separando, em uma nova etapa da vida, eles tentam seguir adiante. Na trajetória, eles relembram suas histórias: como se conheceram, a primeira vez que ela disse “eu te amo”, e as tentativas frustradas de conhecerem outras pessoas. Após tantas reviravoltas, per-cebem que ainda se amam e decidem se render mais uma vez à vida a dois. Essa é a história de Pedro e Cris que juntos ou separados não con-seguem se esquecer, inventam maneiras de se desconectar, vivem várias histórias e situações inusitadas. Em determinado momento do espetá-culo, Pedro descreve para Cris como se dá a reação química que faz um fósforo acender. O elemento Phosphorus, que torna esse efeito possível, para surpresa de muita gente não está no palito, mas sim na lixa da caixa de fósforos. Os elementos podem provocar uma “química” muitas vezes em lugares que não supomos, e se revelam em lugares inimagináveis. A peça é interpretada pelo casal Ivan Mendes e Daniela Carvalho, ambos foram protagonistas de Malhação 2011, após grande sucesso na estreia da peça no Rio de Janeiro a atração cumpre pequena escala em Curitiba nos dias 16 e 17/06 no Teatro Regina Vogue. Os atores responderam algumas perguntas exclusivas para o Jornal LONA, confira logo abaixo:

LONA:Como surgiu a ideia de fazerem uma peça juntos?IVAN - Nós fazíamos Malhação juntos, e eu já estava há dois anos em turnê pelo Brasil com a peça “GAROTOS”. Eu contava pra Dani sobre as viagens, e ela disse que tinha muito vontade fazer parte de um projeto assim.DANI - Ele me matava de inveja com as histórias. Mostrava as fotos dos lugares lindos, falava do carinho do público.LONA: “Caixa de Phosphorus” como surgiu esse nome?DANI - A peça, na verdade, é a junção de vários textos curtos da Renata que, durante nossos ensaios, viraram uma história só. Um desses textos fala sobre uma menina que diz que está escrevendo uma dissertação de mestrado sobre caixa de fósforos, e acaba criando a maior confusão com o pretendente a namorado dela. É uma cena muito engraçada, eles acabam namorando por causa dessa “caixa de phosphorus”, mas se a gente contar muito estraga a surpresa...IVAN - É. E depois da peça pronta, com todos os textos formando uma história só, nós percebemos que esse nome dava a dimensão do espetá-culo. Ele é singelo, gostoso, intimista. Ele fala de um amor que a gente quer guardar agarradinho, pra caber numa caixinha de fósforos, e que vai estar sempre com a gente, onde quer que a gente vá. Esse amor guar-dadinho na caixa de fósforos é o que trazemos em nossa peça.LONA: Qual é o momento da peça que em qual mais se identificam?DANI - TODOS!!! Não tem como escolher. A gente já viveu, ou já co-nheceu alguém que viveu aquilo tudo que está no palco...IVAN - Eu gosto do beijo!DANI - Palhaço!IVAN - Gosto mesmo, ué...DANI - Ele gosta é de me sacanear, pra eu ficar sem graça...IVAN - É verdade. Eu gosto muito disso também!

Serviço Caixa de Phosphorus

Dias 16/6, às 21 horas, e 17/6, às 20 horas, Espaço Teatro Regina Vogue

Os ingressos custam R$30,00 Classificação indicativa: 12 anos.

Caixa de Phosphorus

Musical – Cabaret

O musical Cabaret, estrelado pela atriz Cláudia Raia chega á Curitiba nesta sexta-feira (15), para três sessões no Teatro Positivo – Grande Auditório. A história gira em torno da inglesa Sally, que se envolve com dois homens, um professor inglês e um nobre alemão. A trama se passa no Kit Kat Klub de Berlim, onde Sally trabalha e aonde sofre constantes ameaças de na-zistas. Com um grande sonho, Sally sonha em um dia receber o convite da UFA, grande estúdio de cinema alemão. O espetáculo é uma versão brasileira de Miguel Falabella do filme Cabaret

de 1972. O musical conta com 80 profis-sionais envolvidos, entre artistas e técni-cos, 150 figurinos, só Claudia Raia usa mais de dez figurinos, e possui um palco com mais de sete toneladas.

Serviço

Teatro Positivo – Grande Auditório Dias 15 às 21h - 16 às 17h30 e às

21h30 - e 17 às 19h.Ingressos a partir de R$70

Classificação Livre

Show – Rosas de Saron

Formada por Guilherme de Sá, Eduardo Faro, Rogério Feltrin e Grevão, o Rosas de Saron é uma banda brasileira católica de Rock que surgiu em 1988, porém só conseguiu o reconhecimento nacio-nal em 2007 após lançarem a música “Sem Você”. Recentemente o grupo lançou o CD “O Agora e o Eterno” pela gravadora Som Livre e conta com o sucesso “Casino Boulevard” que fala das escolhas e consequências. O grupo aterrissa em Curitiba no próximo dia 23, aonde realiza um show no Curitiba Master Hall.

Serviço

Rosas de SaronCuritiba Master Hal 23/06/2012 – 23h30

Ingressos a partir de R$ 29Classificação indicativa: 12 anos

Palestras – Curitiba Social Media Em um mundo onde as redes sociais como Facebook e Twitter incorporam até o ramo empre-sarial, o Curitiba Social Media em sua segunda edição, vem com o objetivo de retratar o que

está acontecendo na internet por meio de palestras, entrevistas e discussões. Estarão presentes grandes nomes da rede, como Fábio Rabin, PC Siqueira (Mas Poxa Vida), Rosana Hermann (R7.com) e Maurício CID (Não Salvo). O evento contará com 42 palestrantes e seis painéis, a lista completa dos palestrantes e a programação pode ser vista no site do Curitiba Social

Media (http://csm.befound.com.br/)Serviço

Curitiba Social MediaHotel Bourbon Dia: 23/06/12

Horário: 8h às 19hIngressos a partir de R$ 55

Classificação Livre