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    RelatórioPlaneta Vivo

    2014

    Sumário executivo

    © E u r o p e a n

    S p a c e

    A g e n c y

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    “Estamos todos juntosEsta última edição do Relatório do Planeta Vivo não é aconselhável acardíacos. Um ponto-chave é que o Índice do Planeta Vivo (LPI na siglainglesa), que mede as tendências de mais de 10.000 populaçõesrepresentativas de mamíferos, aves, répteis e peixes, diminuiu 52 porcento desde 1970. Dito de outra forma, em menos de duas gerações, osníveis das populações de espécies de vertebrados desceram parametade. Estas são as formas de vida que constituem o tecido dosecossistemas que sustentam a vida na Terra - e do barómetro do queestamos a fazer ao nosso próprio planeta, o nosso único lar. Ignoramoso seu declínio por nossa conta e risco.Estamos a usar o que a natureza nos dá como se tivéssemos mais doque apenas um Planeta Terra à nossa disposição. Ao tirarmos mais doque os nossos ecossistemas nos proporcionam estamos também acomprometer o nosso próprio futuro. Conservação da natureza edesenvolvimento sustentável caminham lado a lado. Não se trataapenas da preservação da biodiversidade e dos lugares prioritários paraa vida selvagem, trata-se também da salvaguarda do futuro dahumanidade - o nosso bem-estar, a economia, a segurança alimentar ea estabilidade social - na verdade, a nossa própria sobrevivência.Num mundo onde muitas pessoas vivem na pobreza, pode parecer queproteger a natureza é um luxo. Mas é exactamente o contrário. Paramuitas pessoas pobres no mundo, é uma tábua de salvação. Éimportante ressalvar, porém, que estamos todos juntos nesta luta. Todosnós precisamos de alimentos, água potável e ar limpo - em qualquerlugar do mundo em que vivamos.É tão preocupante que pode parecer difícil sentirmo-nos positivos sobreo futuro. Difícil é certamente mas não impossível - porque sendo nósque causamos o problema somos nós que podemos encontrar asolução. Temos que trabalhar para garantir que a próxima geraçãopossa aproveitar a oportunidade que temos tido até agora, sem lhedarmos valor, para fechar este capítulo destrutivo da nossa história econstruir um futuro onde as pessoas possam viver e prosperar emharmonia com a natureza.Estamos todos ligados e juntos, temos o potencial para encontrar eadoptar as soluções que salvaguardem o futuro do Planeta. ”

    Marco LambertiniDirector GeneralWWF International

    Devemos aproveitar a oportunidade para fechar este capítulo dhistória, e construir um futuro no qual as pessoas vivam e pros

    com a natureza.

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    ESPÉCIES E ESPAÇOS, PESSOAS E LUGARAs nossas sociedades e economias dependem de um planeta saudável

    O desenvolvimento sustentável tem um lugar proeminente na agendainternacional há mais de um quarto de século. As pessoas falam com sinceridadedas dimensões ambientais, sociais e económicas do desenvolvimento. No entanto,continuamos a construir a componente económica a um custo considerável para oambiente. Corremos o risco de pôr em causa os ganhos económicos e sociais aonão termos em conta a nossa dependência dos sistemas ecológicos.Sustentabilidade social e económica só é possível através de um planeta saudável.

    Os ecossistemas sustentam as sociedades que criam as economias. Não funcionaao contrário. No entanto, embora os seres humanos sejam um produto do mundonatural, tornaram-se também a força dominante que molda os sistemas ecológicose biofísicos. Ao fazermos isto, estamos não só a ameaçar a nossa saúde,prosperidade e bem-estar, mas o nosso próprio futuro. O Relatório Planeta Vivo2014 revela os efeitos das pressões que estamos a colocar no planeta. Este relatórioexplora as implicações para a sociedade do sobre-uso dos recursos naturais.

    Sublinha também a importância das escolhas que fazemos e dos passos que damospara garantir que este planeta vivo continue a suster as gerações actuais e vindouras.e vindouras.

    Relatório Planeta Vivo2014Este folheto é um resumoda décima edição do WWFRelatório Planeta Vivo -uma publicação bianualque documenta o estado

    do planeta, o estado dabiodiversidade, dosecossistemas e caracterizaa procura de recursosnaturais pela humanidadeexplorando o significadoque esta procura tem paraa humanidade.

    Faça o download dorelatório completo emwwf.panda.org/lprFigura 1 : Os ecossistemas sustentam as

    sociedades que criam as economias.

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    © N a t u r e p l . c

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    R o u s e

    / W W F - C a n o n

    If large images don’t need any text on topit can be removed

    Um Planeta VivoRestam apenas cerca de 880 gorilas da montanha quepermanecem em estado selvagem - cerca de 200 deles noParque Nacional do Virunga, na República Democrática doCongo (RDC). Embora permaneçam criticamente em perigo, sãoa única espécie de macacos de grandes dimensões cujosnúmeros estão a aumentar, graças a intensos esforços deconservação.Os gorilas das montanhas estão entre as 218 espécies demamíferos encontradas no Virunga, juntamente com 706espécies de aves, 109 espécies de répteis, 78 espécies deanfíbios e mais de 2,000 espécies de plantas. Mas asconcessões petrolíferas que foram permitidas em 85 por cento doparque, colocam o futuro desta espécie em causa, a longo prazo. A exploração de petróleo pode levar à degradação do habitat daespécie colocando em risco o seu estatuto de protecção etornando-a mais vulnerável.Globalmente, a perda e degradação dos habitats, a caça ilegal eas alterações climáticas são as principais ameaças para abiodiversidade no mundo. Estas têm contribuído para um declínio

    de 52 por cento no Índice do Planeta Vivo desde 1970 - poroutras palavras, o número de mamíferos, aves, répteis, anfíbios epeixes com os quais compartilhamos o planeta desceu parametade.

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    O número de populações de espécies vertebradas caiu para metade ao lo

    O estado da biodiversidade no mundo parece pior do que nunca. O ÍndicePlaneta Vivo (LPI na sigla inglesa), que mede as tendências em milhares depopulações de espécies de vertebrados, mostra um declínio de 52 por centoentre 1970 e 2010 (Figura 2). Por outras palavras, o número de mamíferos, aves,répteis, anfíbios e peixes em todo o mundo tem, em média, cerca de metade dosquantitativos que apresentava há 40 anos. A biodiversidade está em declínio

    tanto nas regiões temperadas como nas tropicais, mas este decréscimo é maiornas regiões tropicais. As 6.569 populações de 1.606 espécies das regiõestemperadas diminuíram 36 por cento entre 1970 e 2010. O LPI tropical apresentauma redução de 3.811 populações de 1.638 espécies no mesmo período, ouseja, 56 por cento. A América Latina mostra o declínio mais dramático - umaqueda de 83 por cento. A perda e degradação dos habitats e a exploraçãoatravés da caça ilegal ou em excesso e da sobre-pesca, são as causas destedeclínio. As alterações climáticas são a próxima grande ameaça comum aoshabitats das espécies, e é provável que coloque ainda mais pressão sobre aspopulações no futuro.

    O ÍNDICE PLANETA VIVO

    Figura 2: Índice PlanetaVivoO LPI mundial mostra umdeclínio de 52 por centoentre 1970 e 2010, o quesugere que, em média, aspopulações de espéciesde vertebrados têm cercade metade do tamanhoque tinham há 40 anos.( tendências observadasem 10.380 populações de3.038 mamíferos, aves,répteis, anfíbios e peixes). A linha preta mostra osvalores do índice e asáreas sombreadasrepresentam o intervalode confiança a 95 porcento em torno da média(WWF, ZSL, 2014).

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    LPI M RINHO As populações das espécies marinhas diminuíram39 por cento entre 1970 e 2010. No período de 1970até meados da década de 80 assistiu-se a umadiminuição mais acentuada, após ocorreu maiorestabilidade; recentemente registou-se um novo,período de declínio. As maiores diminuições verificaram-se nos trópicos e no Oceano Antárctico- espécies em declínio incluem tartarugas marinhas,muitos tubarões, e grandes aves marinhasmigratórias como o albatroz errante.

    LPI TERRESTRE As espécies terrestres diminuíram 39 por centoentre 1970 e 2010, uma tendência que não mostrasinais de abrandamento. A perda de habitat quetem na sua origem as mudanças de uso da terra -especialmente a conversão para agricultura,desenvolvimento urbano e produção de energia -

    continua a ser uma grande ameaça, agravado pelacaça ilegal.

    LPI ÁGU DOCEO LPI para as populações de espécies de água docemostra uma diminuição média de 76 por cento. Asprincipais ameaças às espécies de água doce são aperda e fragmentação de habitat, a poluição e as

    espécies invasoras. Alterações aos níveis da água econectividade do sistema de água doce - porexemplo, através de irrigação e barragenshidroeléctricas - têm um grande impacto sobreestes tipos de habitat.

    As populações de espéciesmarinhas diminuíram 39 porcento entre 1970 e 2010

    O LPI para as populações deespécies de água doce mostraum declínio médio de 76 por

    cento

    Os quantitativos das populaçõesde espécies terrestes diminuíram39 por cento entre 1970 e 2010

    -39%

    -76%

    -39%

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    A PEGADA ECOLÓGICAEstamos a usar mais do que a Terra pode fornecerDurante mais de 40 anos, a exigência da humanidade relativamente ànatureza ultrapassou o que o nosso planeta pode repor. Precisaríamos deuma capacidade de regeneração de 1,5 planetas Terra para fornecer osserviços ecológicos que são usados actualmente. “Ultrapassar os limites” éfácil porque podemos cortar as árvores muito mais rápido do que elascrescem, apanhar maiores quantidades de pescado do que aquelas comoque os oceanos se reabastecem, ou emitir mais carbono para a atmosferado que as florestas e os oceanos podem absorver. As consequências são adiminuição das reservas de recursos e os resíduos que se acumulam comuma taxa mais rápida do que aquela com que podem ser absorvidos oureciclados, tal como acontece com a concentração crescente de carbono naatmosfera.

    A Pegada Ecológica soma-se à procura de bens e serviços ecológicos nacompetição por espaço, incluindo a área biologicamente produtiva (ou biocapacidade) necessária para culturas, pastagens, áreas urbanizadas,áreas de pesca e de produção florestal. Também inclui a área de florestanecessária para absorver as emissões de dióxido de carbonocomplementares que não podem ser absorvidas pelos oceanos. Ambas, biocapacidade e Pegada Ecológica são expressas numa unidade comumchamada de hectare global (gha).

    O carbono gerado através da queima de combustíveis fósseis tem sido ocomponente dominante da Pegada Ecológica da humanidade, há mais demeio século, e continua a ter uma tendência ascendente. Em 1961, ocarbono constituía 36 por cento da nossa Pegada total; em 2010apresentava um peso de 53 por cento na nossa pegada.

    • Global Ecological Footprint by component (1961-2010)

    Figura 3: Componentes daPegada Ecológica: o carbonorepresenta mais de metade daPegada Ecológica total global(Global Fooptrint Network,2014).

    1 hectare global(gha) representaum um hectarebiologicamenteprodutivo, medidoem acordo com aprodutividademédia mundial

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    Os avanços tecnológicos, as matérias-primas agrícolas e a irrigaçãoimpulsionaram os rendimentos médios por hectare de área produtiva,

    especialmente para áreas de cultivo, aumentando a biocapacidade total doplaneta em 9,9-12 mil milhões de hectares globais (gha) entre 1961 e 2010.No entanto, durante o mesmo período, a população humana mundialaumentou de 3,1 mil milhões para quase 7 mil milhões, reduzindo a biocapacidade disponível per capita em 3,2-1,7 gha. Enquanto isso, a PegadaEcológica aumentou 2,5-2,7 gha per capita. Assim, apesar do aumento da biocapacidade global, há menos margem de manobra para responder a estesdesafios. Com projecções de população mundial em cerca de 9,6 mil milhõesde habitantes em 2050 e 11 mil milhões até 2100, a biocapacidade disponívelpara cada um de nós vai reduzir-se ainda mais - e será cada vez mais difícil

    manter a biocapacidade face à degradação dos solos, à escassez de água docee ao aumento dos custos de energia.

    Em 2010, a Pegada Ecológica global foi de 18,1 mil milhõesgha per capita. A Biocapacidade total da Terra era de 12 milou 1,7 gha per capita.

    Figura 4: A crescentePegada global: A PegadaEcológica que mede a áreanecessária para fornecer osserviços ecológicosutilizados - aumentou maisrapidamente do que a biocapacidade mundial –isto é a área terrestreefectivamente disponívelpara prestar esses serviços.O aumento daprodutividade da terra nãotem sido suficiente para

    compensar as crescentesexigências da populaçãomundial (Global FootprintNetwork, 2014).

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    EXIGÊNCIAS DESIGUAIS, CONSEQUÊNCI

    A maioria dos países ricos têm mantido Pegadas per capita maiores do que aquantidade de biocapacidade disponível por pessoa no planeta há mais de meioséculo, em grande parte dependendo da biocapacidade de outros países parasuportar os seus estilos de vida. As pessoas dos países de médios e baixosrendimentos têm tido apenas um pequeno aumento das suas pegadas per capitadurante o mesmo período de tempo.

    Figura 6 : A PegadaEcológica per capita(gha) em países dealto, médio e baixorendimento(classificação doBanco Mundial edados) entre 1961 e2010. A linha verderepresenta abiocapacidade médiamundial per capita(Global FootprintNetwork, 2014)..

    Países de baixo rendimento têm uma menor pegada, mas sofrem as maiecossistemas

    Source: Global Footprint Network, 2014; WorldBank, 2013

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    Comparando as tendências de LPI em países com diferentes níveis médios derendimentos mostra grandes diferenças. Enquanto os países de altosrendimentos parecem mostrar um aumento (10 por cento) em biodiversidade,os países de rendimento médio mostram um decréscimo (18 por cento), e ospaíses de baixo rendimento mostram uma dramática e marcada diminuição(58 por cento). No entanto, estes factos escondem uma perda de biodiversidade em grande escala antes de 1970 na Europa, na América doNorte e na Austrália. Também pode reflectir a forma como os países mais ricosimportam os recursos - efectivamente transferindo a perda de biodiversidade eseus impactos para os países mais pobres.

    Figura 7 :LPI erendimentos dospaíses porgrupo(Classificaçãodo BancoMundial),1970-2010(ZSL, WWF,2014):.

    AS TENDÊNCIAS NOS PAÍSES DE BAIXO RENDIMCATASTRÓFICAS,TANTO PARA A BIODIVERSIDADE COM

    Source: WWF, ZSL, 2014

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    Source: Global Footprint Network, 2014;UNDP, 2013

    O CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO

    Nenhum país terá ainda atingido um alto desenvolvimento humano comglobalmente sustentável - mas alguns estão a trabalhar na direcção certa

    Para um país alcançar o desenvolvimento sustentável a nível global, deve teruma pegada ecológica per capita menor do que a biocapacidade per capitadisponível no planeta, mantendo um padrão de vida decente. O primeirosignifica uma Pegada per capita inferior a 1,7 gha - o máximo que poderia serreplicado em todo o mundo, sem resultar em excedente mundial. O últimopode ser definido como uma pontuação de 0,71 ou acima do Índice da ONUdesigualdade-ajustada do Desenvolvimento Humano (IDHAD). Actualmente,nenhum país cumpre ambos os critérios.

    Figura 8: Correlação entrea Pegada Ecológica e adesigualdade-ajustada doÍndice de DesenvolvimentoHumano (para o ano maisrecente). Os pontos querepresentam cada país sãocoloridos de acordo comsua região geográfica eescalonados em relação àsua população. Nenhumpaís está ainda dentro doquadrante do

    desenvolvimentosustentável global no cantoinferior direito.

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    Source: Global Footprint Network, 2014; UNDP,2013

    No entanto, alguns países estão a trabalhar na direcção certa. O caminho doprogresso varia de país para país. A Figura 9 mostra que alguns países têmaumentado significativamente o seu desenvolvimento humano, com um aumentorelativamente baixo de Pegada, enquanto outros reduziram a sua pegadamantendo altos níveis de desenvolvimento.

    Figura 9: A PegadaEcológica em relaçãoao IDH. As tendênciastemporais (1980-2010)são amostras de umapequena selecção depaíses. As linhaspontilhadas marcam oslimites do IDH para, omédio, alto e baixodesenvolvimentohumano (GlobalFootprint Network,2014). NOTA: Como oIDHAD não foiintroduzido até 2010,neste gráfico IDH não édesigualdade ajustada.

    O DESENVOLVIMENTO HUMANO ELEVADO EMRENDIMENTO FOI CONSEGUIDO À CUSTA DE UECOLÓGICA. DISSOCIAR E INVERTER ESSA REGLOBAL FUNDAMENTAL.

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    Source: Stockholm Resilience Centre, 2009.

    LIMITES PLANETÁRIOSDenindo o espaço seguro para a vida na Terra

    Informações e indicadores complementares podem aprofundar e melhorar acompreensão acerca do Planeta Terra. Contribuem também para focar a atençãoem questões globais ou em regiões, abordando temas ou espécies específicasdessas regiões. Os seres humanos têm beneficiado enormemente de condiçõesambientais previsíveis e estáveis nos últimos 10.000 anos - o período geológico

    conhecido como Holoceno, permitiu a evolução de comunidades humanasestabelecidas que se transformaram nas sociedades modernas actuais. Mas omundo entrou num novo período - o "Antropoceno" – um período no qual asactividades humanas são os maiores factores de mudança à escala planetária.Dado o ritmo e a escala de mudança, já não podemos excluir a possibilidade deatingirmos pontos críticos de ruptura que poderão mudar de forma abrupta eirreversível as condições de vida na Terra.

    Figura 10: os limitesdo planeta: a definiçãode limites planetáriosestabelece um “espaçooperacional seguro para ahumanidade”, ondeexistem as melhoresoportunuidades dedesenvolvimento esobrevivência para asgerações vindouras(Stockholm Resilience

    Centre, 2009)

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    Source: Raworth, 2012

    O quadro de limites planetários identifica os processos ambientais que regulama estabilidade do planeta. Para cada um são definidos, com base no melhorconhecimento científico disponível, os limites de segurança. Para além desteslimites, podemos entrar numa zona perigosa na qual as mudanças negativas bruscas são mais susceptíveis de ocorrerem.Enquanto pontos de inversão exactos são impossíveis de determinar com algumgrau de certeza, três fronteiras planetárias parecem já ter sido transgredidas: aperda de biodiversidade, as alterações climáticas e o ciclo do azoto, comimpactos já visíveis sobre o bem-estar da saúde humana e as nossasnecessidades em alimento, água e energia.O conceito de limites planetários sugere que a existência do mundo que nósconhecemos e do qual lucrámos ao longo do Holoceno depende agora dasnossas acções como guardiões planetários.

    Figura 11: O DoughnutOxfam – um espaçooperacional seguropara a humanidade :Seguro na medida em queevita cruzar pontos deruptura ambiental, eapenas na medida em quegarante que cada pessoaalcança certos padrões desaúde, riqueza, poder eparticipação (Rawoth,2012)

    O conceito de limites do planetalevanta questões sobre justiça edesenvolvimento em acordo com osrecursos do Planeta. Tall como além deum limite ambiental ocorrem níveis destress ambiental inaceitáveis, abaixode determinada "base social" existe umnível de privação humana tambéminaceitável.

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    t R e p o r

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    Gerar energia nem sempre tem que danificar o meio ambiente. Estesoldador está a trabalhar num projecto de energia hidroeléctrica numacomunidade em Mutwanga, RDC, que depende da água do ParqueNacional do Virunga. O projecto, criado pela Wildlife Authority

    congolesa, fornecerá electricidade para 25.000 pessoas. Também vaifornecer energia a escolas, um hospital e um orfanato, e criaráempregos e oportunidades de negócios. Simultaneamente, osmoradores mais próximos terão um maior incentivo para cuidar dasflorestas e pântanos do parque, e que garantem o abastecimento deágua às populações. Ao contrário de muitos empreendimentoshidroeléctricos descabidos e mal planeados um pouco por todo omundo, este projecto terá impactos mínimos sobre os ecossistemas.Em todo o mundo, projectos como este mostram que odesenvolvimento e a conservação podem andar de mãos dadas, e queproteger o capital natural pode conduzir a um verdadeiro progressosocial e económico.

    F ÍSC S

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    Para muitos, o planeta Terra e a impressionante teia de vida à qual pertencemossão dignos de protecção para nosso próprio bem. Um sentimento de admiração eum profundo respeito pela natureza está enraizada em muitas culturas ereligiões. As pessoas relacionam-se instintivamente com o provérbio: Nós nãoherdamos a terra dos nossos antepassados , pedimo-la emprestada aos nossos filhos . No entanto, não nos temos apresentado como bons guardiões do nossoúnico planeta. A forma de atender às nossas necessidades actuais está acomprometer a capacidade das gerações futuras em suprir as suas - o oposto dodesenvolvimento sustentável.

    PORQUE NOS DEVEMOS PREOCUPARAs mudanças ambientais afectam-nos a todos

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    O bem-estar e prosperidade da Humanidade - na verdade, a nossa própriaexistência – depende de ecossistemas saudáveis e dos serviços que estesfornecem, desde a água potável até um tipo de clima habitável, à alimentação,aos combustíveis, à fibra e solos férteis. Tem havido progresso nos últimos anosna quantificação do valor económico do capital natural e dos dividendos que daíprovém. Estes tipos de valoração contribuem para criar um argumentoeconómico para a conservação da natureza e uma forma de vida sustentável -embora qualquer valoração dos serviços dos ecossistemas seja uma "estimativa bruta por baixo do infinito", já que sem eles não pode haver Vida na Terra.

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    ALIMENTOS, ÁGUA E ENERGIA

    As nossas necessidades estão ligadas à saúde da biosferaEstando previsto que a população humana atinja 9 mil milhões de habitantesem 2050, o desafio de proporcionar alimento, água e energia a todos estaspessoas é uma perspectiva assustadora. Hoje, quase mil milhões de pessoassofrem de fome, 768 milhões vivem sem água potável e 1,4 mil milhões nãotêm acesso a uma fonte de electricidade confiável. As alterações climáticas e oesgotamento dos ecossistemas e dos recursos naturais vão agravar ainda mais

    a situação. Enquanto os mais desfavorecidos continuam a ser os mais vulneráveis no mundo, os temas da segurança alimentar, água e energiaafectam-nos a todos.Segurança alimentar, água, energia e a “saúde” dos ecossistemas estãointimamente ligados. Essa interdependência significa que os esforços paragarantir uma das vertentes pode facilmente desestabilizar as outras vertentes-isto é, aumentar a produtividade agrícola, por exemplo, pode levar ao aumentode procura de água e de matérias-primas para energia,, com impacto directona biodiversidade e nos serviços do ecossistema. A forma como suprimos as nossas necessidades afecta a saúde dosecossistemas e a saúde dos ecossistemas afecta a nossa capacidade deassegurar essas necessidades. Isto é igualmente relevante para as comunidadesrurais mais pobres - que muitas vezes dependem directamente da naturezapara a sua subsistência - como para grandes cidades do mundo, que são cada vez mais vulneráveis a ameaças como as cheias ou a poluição, que podemresultar da degradação ambiental.Proteger a natureza e usar os seus recursos de forma responsável são pré-requisitos para o desenvolvimento e para o bem-estar humano, assim comopara a construção de comunidades mais resilientes e saudáveis.

    HOJE QUASE MIL MILHÕES DE PESSOAS SOFREM768MILHÕES VIVEM SEM ABASTECIMENTOOU ACESSO A FONTESDE ÁGUA POTÁVEL 1,4 MIL MILHÕES NÃO TEM DE ENERGIA ELÉCTRICA FIÁVEL

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    COMUNIDADES SAUDÁVEIS SÃO ABEM-ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIA. E A BASE DAS

    COMUNIDADES SAUDÁVEIS É USAUDÁVEL

    Figura 12: As inter-relaçõese interdependências entrea biosfera e a segurançaalimentar, a água e aenergia. Como produzimosalimentos, usamos água e ageramos energia provocaimpactos na biosfera quesuporta estas necessidades.

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    PRESERVAR O CAPITAL NATURALrestaurar os ecossistemas danicados, travar a phabitats prioritários, expandir signicativamentprotegidas

    PRODUZIR MELHORreduzir as matérias-primas e resíduos, gerir os rforma sustentável, aumentar a produção de enerenovável

    CONSUMIR MAIS SABIAMENTEatravés de estilos de vida com baixa Pegada, usenergia sustentável e padrões de consumo alimsaudáveis

    REDIRECCIONAR OS FLUXOS FINANCEIRvalor natural, contabilizar os custos ambientaisrecompensar e suportar a conservação, gestãosustentável dos recursos e inovação

    GOVERNAR DE FORMA MAIS JUSTA OS Rpartilhar recursos disponíveis, fazer escolhas juecologicamente informadas, medir o sucesso al

    SOLUÇÕES PARA UM PLANETAPodem ser usadas melhores soluções e existem soluções práticas

    A “PERSPECTIVA UM PLANETA” da WWF destaca-se em melhores escolhaspara a gestão, uso e partilha dos recursos naturais, respeitando os limites doplaneta, de modo a garantir a segurança alimentar, água e energia para todos.

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    Source: WWF, 2012

    Figura 13: perspectiva umplaneta em

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    Republica Democrática do Congo tem uma das mais jovenspopulações e com mais rápido crescimento em todo o mundo. Mas quetipo de futuro está reservado para estas crianças, a partir da vilapiscatória de Vitshumbi na margem sul do Lago Eduardo?

    O Parque Nacional do Virunga é a sua herança - e oferece um enormepotencial. Um estudo recente encomendado pela WWF sugere que,numa situação estável em que o parque esteja devidamente protegido,poderá gerar um valor económico de mais de mil milhões de US $ porano. O desenvolvimento responsável de indústrias como o turismodentro do parque poderiam dar emprego a 45.000 pessoas.

    SALTO PARA O FUTURO

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    MAIS À FRENTE

    Os mesmos indicadores que mostram onde temos errado podem apontar-nosum caminho melhor

    Não há nada inevitável sobre o declínio contínuo do LPI ou o crescimento danossa superação ecológica. A soma de milhões de decisões, feita com pouca ounenhuma consideração sobre a importância em proteger o mundo natural: amá governação local, nacional e internacional; as políticas de visão míopesobre o crescimento económico e os interesses estreitos; os modelos denegócios que incidem sobre os lucros a curto prazo e que não consideram asexternalidades e os custos de longo prazo; as formas ineficientes, obsoletas edesnecessariamente destrutivas de geração e uso de energia, de captura depescado, produção de alimentos, transporte de bens e pessoas; as estratégiasdesesperadas para ganhar a vida; o consumo excessivo que faz apenas algunsmais felizes ou mais saudáveis.Em cada caso, há uma escolha melhor. Alterando o nosso percurso eencontrando novos caminhos alternativos não será fácil. Mas é possível.Na conferência Rio + 20, em 2012, os governos do mundo afirmaram o seucompromisso sobre um "futuro economicamente, socialmente eambientalmente sustentável para o nosso planeta e para as gerações presentes

    e futuras". Esta é a "Nossa Visão Comum", o lugar para onde queremos ir. Estepode ser visto no quadro do desenvolvimento sustentável global – umterritório actualmente desocupado, onde todos possam desfrutar de um altonível de desenvolvimento humano com uma Pegada Ecológica que está dentrode biocapacidade global (Figura 8). Isto é essencialmente o mesmo espaçoprevisto na Oxfam Doughnut - o "espaço seguro, apenas operacional" que ficadentro dos limites planetários, assegurando que todos conseguem um nívelaceitável de saúde, bem-estar e oportunidades (Figura 11). A Perspectiva Um Planeta da WWF (Figura 13) dá uma ideia de como podemosalcançá-la, através de uma série de acções práticas: é preciso desviar oinvestimento para longe das causas dos problemas ambientais e dirigi-lo para

    as soluções; fazer escolhas justas, de longo alcance e ecologicamenteconscientes sobre a forma como gerimos os recursos que partilhamos; parapreservar o nosso restante capital natural, proteger e restaurar os ecossistemase habitats importantes; para produzir melhor e consumir com mais sabedoria.

    SABEMOS ONDE QUEREMOS ESTASABEMOS COMO CHEGAR LÁ

    AGORA É PRECISO COMEÇAR A CAM

  • 8/16/2019 Lpr2014 Sumario Pt

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