LUAgares D'Ouro Mai2014

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Primavera no Douro 2014 FORMATO DIGITAL | DISTIBUIÇÃO GRATUITA | Pelos Lugares e Lagares D’Ouro da nossa Terra Ano VIII | n.º 85 | Maio de 2014 ***** Croças e Capas de Burel O nosso Passado... A ÁGUA DE LOUREIRO de PESO DA RÉGUA

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Nr 85 - Mai2014

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Primavera no Douro

2014

FORMATO DIGITAL | DISTIBUIÇÃO GRATUITA | Pelos Lugares e Lagares D’Ouro da nossa Terra Ano VIII | n.º 85 | Maio de 2014

*****

Croças e Capas de Burel

O nosso Passado...

A ÁGUA DE LOUREIRO

de PESO DA RÉGUA

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Primavera no Douro

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com Bebiana Teixeira

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III ROTEIRO ÀS ADEGAS DE VALDIGEM, LAMEGO, DOURO - Guimarães repetiu o êxito…

A Associação Amigos de Valdigem, Lamego, DOURO, levou a efeito no passado dia 26/04/2014 a realização do III Roteiro às Ade-

gas em Peddy Paper, calcorreando, subindo e descendo socalcos, caminhos e vinhas na Vila de Valdigem, visitando as adegas de

quintas e pequenos produtores e degustando e bebendo os produtos dos vinicultores (vinhos brancos, tintos e vinho (fino) do

Porto. A prova teve início com a visita às Quintas da Sta. Eufémia, Gracia, Valdalágea tendo os concorrentes sido transportados

em viaturas pela organização. O secretariado do evento foi montado no Campo de Futebol de Valdigem, onde foram confirmadas

as inscrições e feita a entrega aos participantes dos roteiros às 22 Adegas de Valdigem. De início a organização ofereceu aos con-

correntes e a todo o staff do evento um pequeno-almoço constituído por café e chá, confeccionados num pote de ferro, e acom-

panhados de bolos, bolas e folar da Páscoa, mais enchidos, azeitonas, presunto, acompanhados do famoso pão de centeio e rega-

dos por vinhos de mesa e do Porto dos produtores locais. Este agradável pequeno-almoço foi acompanhado de animação musical

ao som de concertina, acordeão e viola. O III Roteiro às Adegas teve o início cerca das 10h20m. Os primeiros concorrentes a che-

gar à meta fizeram-no cerca das 14h10m, tendo o evento terminado cerca das 14h35m com a chegada dos últimos concorrentes.

Participaram mais de quatro dezenas de concorrentes, integrados em 13 equipas, masculinas e mistas, oriundas de Guimarães,

Fafe, Lamego, Peso da Régua, Santa Maria da Feira, Penafiel e Amarante .A realçar de que nas 22 adegas visitadas, e conforme o

regulamento que a isso obrigava, os concorrentes petiscaram os mais variados produtos tradicionais oferecidos pelos vinicultores

locais e beberam os vinhos directamente das vasilhas (cubas, tonéis, pipas) onde os mesmos se encontram acondicionados

(brancos, tintos e vinho do Porto). O repasto foi constituído de um porco no espeto acompanhado de animação com músicas,

instrumentos e cantigas tradicionais. Guimarães foi a equipa vencedora, repetindo o êxito da edição anterior com 61 pontos,

constituída pelos concorrentes Paulo Oliveira, José Machado e José Carlos. O segundo lugar, com 60 pontos, foi atribuído à equipa

de Amarante, constituída por Luís Teixeira, Carlos Alves e Alexandre Leite. O terceiro lugar, com 60 pontos, foi para a equipa de

Fafe, constituída por Paulo Lopes, António Mendes e Óscar Costa.

A organização esteve a bom nível e contou com o apoio do Município de Lamego, Junta de Freguesia da Vila de Valdigem, adegas

e pequenos viticultores locais, jornal Notícias do Douro e Fotógrafos do Douro, na cobertura do evento. Estão de parabéns os

Amigos de Valdigem e o Douro pela fantástica e brilhante divulgação e promoção das potencialidades existentes em Valdigem,

Douro, quer pelas paisagens únicas da natureza, quer pelos vinhos de altíssima qualidade e dos produtos regionais...Eventos e

atitudes desta natureza são na realidade a melhor forma de promover o DOURO... Venha já a 4ª edição de 2015!...

Texto e Fotos: Bruno Miguel | Fotógrafos do Douro

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A ÁGUA DE LOUREIRO - PESO DA RÉGUA, FOI SEMPRE FAMOSA

Quem não se lembra da zona alta da cidade da Régua (PESO), ser durante muitos e longos anos abastecida com água de quali-

dade ao domicilio vinda da freguesia de Loureiro (Mourinho), concelho de Peso da Régua.

A existência da nascente de água termal, considerada ser um tesouro no seio vinhateiro em LOUREIRO, Peso da Régua. Situada

no lugar do Reguengo, na Quinta de Sequeiros em Sequeirós, com as características da pureza bacteriológica de montanha,

sendo bicarbonatada (HCO3), muito leve e ligeiramente gaseificada, uma semelhança com a famosa “Água de Vidago” é muito

evidente. Esta nascente é de propriedade privada, e pertence a um famoso médico em actividade na cidade de Peso da Régua

tesouro pode vir a constituir uma importante valia na economia no concelho de Peso da Régua e região do Douro, se devida-

mente captada e explorada. Na terra de vinho, torna-se interessante que se fale também de água, tendo sempre em conta

com as características geológicas do subsolo da região no aparecimento de outras nascentes de água, pois é sabido da existên-

cia de outras, de muita qualidade. É conhecido um relatório químico-biológico datado de 1983 pelo Instituto Superior Técnico,

as quais poderão continuar a manter as qualidades justificando um olhar atento comercial sobre a nascente “água Sequeiros

ou Reguengo”.

Fotos de www.r4vinhos.com

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A Croça e a Capa de Burel usadas no Nordeste de Portugal

Uma croça (capa de juncos) com "polainitos" e chapéu de palha. Um bordão com uma "cabaça" para transportar água ou vi-

nho. Atrás um "carro de bois". Ao fundo, a Serra do Marão. (In http://etnografiaemimagens.blogspot.pt/2010/05/croca-e-capa

-de-burel-usadas-em-tras-os.html)

Croceira / Croceiro Entre Agosto e Setembro, os jungos já estão atempados; são cortados ou arrancados nas jungueiras,

que principalmente se encontram nos sítios mais lentos. São escolhidos e atados em mandas, que seguidamente se maçam,

delubando-as (mas somente metade, para o lado da raiz, a outra metade fica intacta, para fazer pano à croça).

Expõem-se depois em riba da beira para curarem, durante quinze dias, mais ou menos. Findo este tempo, a croceira pode co-

meçar a fazer as croças, que são de dois tipos e cujos chamadoiros são: croça de ombros, usada pelos homens, e croça de ca-

beça, usada pelas mulheres. Esta última pode ter ou não ter pêra (espécie de pêra, como o nome indica, feita de juncos, por

onde a croceira começa a fazer a croça).

A croça de ombros compõe-se de duas partes: a croça de ombros propriamente dita e o croço (com o feitio da croça de cabeça,

mas de tamanho menor, que apenas serve para cobrir a cabeça e os ombros). A croça de ombros propriamente dita tem uma

parte chamada cabeção e é envergada por meio de duas aberturas formadas por um conjunto de cordas, a que se dá o nome

de maneias.

A parte interior da croça, chamada o pano da croça, assenta sobre tranças intercruzadas no sentido transversal (carreiras) e no

sentido vertical (cordas). A parte exterior, por onde a água escorre, chama-se a colma da croça (Barroso).

Num apontamento, que parece ter algumas dezenas de anos, o Autor diz que se trata de indústria caseira de mulheres pobres

(coceiras). Contudo, numa informação de 1965, também do Barroso, diz-se que esta indumentária é feita por homens. A mes-

ma moderna informadora definiu croças ( croças=coroças) como capas de junco, pelos ombros, usadas pelos homens, que

tapam a cabeça com chapéus de palha, às capas de junco usadas pelas mulheres e que cobrem a cabeça chamou croços

(cróços). A croça de ombros compõe-se de duas partes: a croça de ombros propriamente dita e o croço (com o feitio da croça

de cabeça, mas de tamanho menor, que apenas serve para cobrir a cabeça e os ombros). A croça de ombros propriamente dita

tem uma parte chamada cabeção e é envergada por meio de duas aberturas formadas por um conjunto de cordas, a que se dá

o nome de maneias.

A parte interior da croça, chamada o pano da croça, assenta sobre tranças intercruzadas no sentido transversal (carreiras) e no

sentido vertical (cordas). A parte exterior, por onde a água escorre, chama-se a colma da croça (Barroso). Cont… 33

Foto de www.folclore-online.com Foto: Maximiano Pinto

[Foto de http://www.folclore-

online.com/profissoes_antigas/

croceira.html]

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BUREL

Uma das tradições mais populares da Região da Beira Alta é o burel. Trata-se de um tecido artesanal 100% de lã, de alta dura-

bilidade e resistência. Depois de lavada e fiada, a lã vai ao tear para ser urdida. De seguida, é colocada no pisão, uma máquina

que bate e escala a lã de modo a tornar o tecido mais compacto e resistente. Muito utilizado na confecção de trajes beirões,

nomeadamente calças, capuchas, mantas e casacos, o burel sempre acompanhou a vida na serra, sendo que cada família pro-

duzia as suas peças para uso domestico. Hoje em dia, o artigo mais famoso é a capa utilizada pelos pastores. Outrora as rogas,

que vinham para a poda e vindimas ao Douro, faziam-se acompanhar e usavam algumas destas peças…

Foto de www.folclore-online.com Foto: Maximiano Pinto

Foto de www.diariobistro.blogspot.com

Num apontamento, que parece ter algumas dezenas de anos, o Autor diz que se trata de indústria caseira de mulheres pobres

(coceiras). Contudo, numa informação de 1965, também do Barroso, diz-se que esta indumentária é feita por homens. A mes-

ma moderna informadora definiu croças ( croças=coroças) como capas de junco, pelos ombros, usadas pelos homens, que

tapam a cabeça com chapéus de palha, às capas de junco usadas pelas mulheres e que cobrem a cabeça chamou croços

(cróços).

Informações retiradas de "ETNOGRAFIA PORTUGUESA" - Livro III - José Leite de Vasconcelos

[In http://www.folclore-online.com/profissoes_antigas/croceira.html]

EM CIMA

Uma Capa de Burel original, adquirida na aldeia de Te-

lões, concelho de Vila Pouca de Aguiar.

Localidade onde foram tiradas as fotos: Meneses, fre-

guesia de Torgueda - Vila Real.

(In http://etnografiaemimagens.blogspot.pt/2010/05/

croca-e-capa-de-burel-usadas-em-tras-os.html)

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Ano VIII | n.º 85 | Maio de 2014

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«Muitas capas de burel, muitas formas de as talhar. Muitos buréis apisoados de modos distintos. As fotografias

pertencem a Benjamin Pereira e fazem parte do acervo fotográfico que pode ser visto na Casa do Capi-

tão (Ecomuseu de Barroso) em Salto, Montalegre.

A fotografia de cima foi tirada em Travassos do Rio e, a de baixo, na Reboreda, a terra dos alfaiates, como é ainda

hoje chamada pelos seus habitantes.

Diz a D. Benta que para se fazer uma capa de burel são precisas três ovelhas bravas castanhas. Diz o sr. Francisco

de Tabuadela, filho do último pisoeiro da aldeia, que para se fazer uma capa de burel são necessárias três varas de

burel.

Três ovelhas e três varas nas contas que se faziam para tapar o corpo do frio.»

Fotos e artigo de www.umaovelhanoquintal.blogspot.pt/2013/03/muitas-capas.html

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FICHA TÉCNICA

Director: Bruno Miguel

Composição e Redacção: Bruno Miguel | Hugo Pinto

Fotografia: Bruno Miguel | Hugo Pinto | Natália deQueiroz |

M.deQueiroz | C.Teixeira | P.Alem

Colaboração: Fotógrafos do Douro

Publicidade: Brumi e hJMp

APOIOS & PARCERIAS: TvT - Televisão Transmontana | Rádio Alagoas - Douro | Fotógrafos do Douro

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