Luceni Caetano - Gazzi de Sá um personagem de romance

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1 GAZZI DE SÁ: UM PERSONAGEM DE ROMANCE Luceni Caetano da Silva/ Doutorado Este trabalho é um relato de pesquisa onde mostra o empenho e a importância de Gazzi de Sá para o desenvolvimento da música na Paraíba. Mostra também as suas raízes familiares e a importante contribuição que ela deu para o desenvolvimento econômico e cultual da Paraíba. Menciona sobre seus estudos preliminares e sua decisão de seguir definitivamente o caminho da música. A origem da Escola de Música Anthenor Navarro e o seu lado de promotor cultural que trazia músicos nacionais e internacionais para se apresentar na cidade. Conta sobre sua ida para o Rio de Janeiro e sua constante preocupação em dá continuidade sua obra de educador musical. Palavras chave: Gazzi de Sá, educador musical e História da Música da Paraíba. Ao Pesquisar sobre a música “erudita”, da primeira metade do século XX, na Paraíba e perceber a riqueza do material levantado nos jornais e arquivos, compreendi que este trabalho deveria ser voltado para as décadas de 1930 a 1950, tendo como personagem principal Gazzi de Sá. A escolha deu-se por duas razões: a primeira por ter sido responsável pelo intenso movimento do canto orfeônico na Paraíba, em 30 e 40 - um projeto criado por Villa-Lobos, implantado no país pelo presidente Getúlio Vargas, mas pouco visto e estudado fora do território do Rio de Janeiro, local onde o projeto era desenvolvido pelo próprio Villa-Lobos; a segunda diz respeito ao seu papel de grande educador e promotor cultural na Paraíba, portanto, merecedor de uma pesquisa que mostrasse a sua relevância para a história da música na Paraíba. Dessa forma, percebi que pesquisando as décadas de 30 a 50, a contribuição deste estudo seria maior, até mesmo para a história da educação musical do país, se escrevesse sobre a importância de Gazzi de Sá na educação musical da Paraíba, ressaltando a sua atuação como um grande professor, responsável pela criação de um método de musicalização. Além disso, havia a necessidade de trazer à tona a história desse paraibano, tendo em vista ser um nome mais conhecido no Rio de Janeiro que em seu próprio Estado, por ter fixado residência naquela cidade a partir de 1947. As novas gerações de músicos da Paraíba desconhecem a história do homem que praticamente estruturou a música e especificamente a educação musical em nosso Estado. Recentemente, ao comentar com um colega músico acerca desta investigação, esse qualificou Gazzi de Sá como um carioca que escreveu um método baseado em quintas. O exemplo serve para confirmar a necessidade de trazer para o centro dos estudos o registro da trajetória da música na Paraíba, especialmente um protagonista como Gazzi de Sá, impedindo que o tempo o torne cada vez mais imerso no desconhecimento da nossa história musical.

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GAZZI DE SÁ: UM PERSONAGEM DE ROMANCE

Luceni Caetano da Silva/ Doutorado

Este trabalho é um relato de pesquisa onde mostra o empenho e a importância de Gazzi de Sá para o desenvolvimento da música na Paraíba. Mostra também as suas raízes familiares e a importante contribuição que ela deu para o desenvolvimento econômico e cultual da Paraíba. Menciona sobre seus estudos preliminares e sua decisão de seguir definitivamente o caminho da música. A origem da Escola de Música Anthenor Navarro e o seu lado de promotor cultural que trazia músicos nacionais e internacionais para se apresentar na cidade. Conta sobre sua ida para o Rio de Janeiro e sua constante preocupação em dá continuidade sua obra de educador musical. Palavras chave: Gazzi de Sá, educador musical e História da Música da Paraíba.

Ao Pesquisar sobre a música “erudita”, da primeira metade do século XX, na Paraíba e

perceber a riqueza do material levantado nos jornais e arquivos, compreendi que este trabalho

deveria ser voltado para as décadas de 1930 a 1950, tendo como personagem principal Gazzi de

Sá. A escolha deu-se por duas razões: a primeira por ter sido responsável pelo intenso movimento

do canto orfeônico na Paraíba, em 30 e 40 − um projeto criado por Villa-Lobos, implantado no

país pelo presidente Getúlio Vargas, mas pouco visto e estudado fora do território do Rio de

Janeiro, local onde o projeto era desenvolvido pelo próprio Villa-Lobos; a segunda diz respeito

ao seu papel de grande educador e promotor cultural na Paraíba, portanto, merecedor de uma

pesquisa que mostrasse a sua relevância para a história da música na Paraíba.

Dessa forma, percebi que pesquisando as décadas de 30 a 50, a contribuição deste estudo

seria maior, até mesmo para a história da educação musical do país, se escrevesse sobre a

importância de Gazzi de Sá na educação musical da Paraíba, ressaltando a sua atuação como um

grande professor, responsável pela criação de um método de musicalização. Além disso, havia a

necessidade de trazer à tona a história desse paraibano, tendo em vista ser um nome mais

conhecido no Rio de Janeiro que em seu próprio Estado, por ter fixado residência naquela cidade

a partir de 1947.

As novas gerações de músicos da Paraíba desconhecem a história do homem que

praticamente estruturou a música e especificamente a educação musical em nosso Estado.

Recentemente, ao comentar com um colega músico acerca desta investigação, esse qualificou

Gazzi de Sá como um carioca que escreveu um método baseado em quintas. O exemplo serve

para confirmar a necessidade de trazer para o centro dos estudos o registro da trajetória da música

na Paraíba, especialmente um protagonista como Gazzi de Sá, impedindo que o tempo o torne

cada vez mais imerso no desconhecimento da nossa história musical.

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Na Paraíba, no século XXI que se inicia, tornou-se comum presenciar o crescimento do

número de pessoas que produz música, a considerada “música erudita”, bem como o crescimento

do número de orquestras, principalmente de orquestras jovens, além do surgimento de grupos de

música de câmara.

Essa expansão musical é fruto de um trabalho muito bem estruturado pelo professor Gazzi

se Sá, que se responsabilizou, em nosso estado, pelo movimento nacional de música estabelecido

no país, inclusive com o ensino obrigatório de música nas escolas, preparando excelentes alunos

para ajudá-lo nessa tarefa a fim de dar continuidade aos seus ensinamentos. Gazzi de Sá criou

uma escola oficial de música e trouxe excelentes músicos para se apresentar na cidade de João

Pessoa, se esforçando para criar, nos cidadãos paraibanos, um gosto pela música erudita. Aliado

ao fato de Gazzi de Sá ter sido um dos primeiros paraibano a iniciar a educação musical

sistematizada em nosso Estado, soma-se o impulso que houve a partir dos anos de 1980, no

governo de Tarcísio de Miranda Burity, configurando, dessa forma, iniciativas, com formações

sólidas, capazes de resistir ao tempo, quando até hoje são visíveis os resultados.

Descobri a origem dessa estrutura ou movimento musical quando comecei pesquisar a

década de 1950 e quis saber por que e quando se organizou a efervescência musical na Paraíba

daquela década. Desse modo, fui retornando ao tempo e, depois de um longo percurso, através de

várias entrevistas, fotografias, leituras bibliográficas, pesquisas de jornais e, principalmente, após

o conhecimento da história da Paraíba de 1930, descobri que tudo começou com Gazzi de Sá no

ano de 1929.

Antes, porém, de comentar sobre os acontecimentos de 1930, considero relevante

apresentar a origem do principal personagem desta pesquisa, mostrando discursos de outros

personagens que até o momento encontravam-se no silêncio, apesar de terem sido de suma

importância para o desenvolvimento da Paraíba.

A família Gazzi de Sá se origina do nome Henriques de Sá, Manoel Henriques de Sá e

Ana Jacinta Medeiros Henriques de Sá, avós paternos de Gazzi de Sá, que moravam em Catolé

do Rocha, uma cidade localizada no sertão da Paraíba. Fugindo das inúmeras secas que

assolavam o sertão paraibano, resolveram sair da cidade de origem para a capital do estado, que

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ainda se chamava Parahyba, em 1873, antes da grande seca de 1877, quando o pai de Gazzi tinha

apenas três anos de idade.

Conta Manoel Henriques de Sá Campos, sobrinho de Gazzi de Sá, em entrevista, que o

menino pai de Gazzi de Sá, “veio dentro de um caçuá, que é um tipo de cesto que se coloca no

lombo do burro ou de um cavalo, um cesto em cada lado do animal, naquela época não havia

trem e o único meio de transporte era esse, o cavalo ou o burro”. Esse relato representa um pouco

da “família ilustre”, a que se refere Domingos de Azevedo Ribeiro (1977, p. 15). Tal

denominação à família aguçou a minha curiosidade em saber qual era o seu real significado. Eis

algumas descobertas:

Seus avós vieram para capital e aqui se estabeleceram na rua Duque de Caxias onde ainda

hoje existe a antiga casa, embora permaneça somente de pé a sua parte frontal, contendo na parte

superior de sua fachada as iniciais do nome do avô de Gazzi, Manoel Henriques de Sá – MHS.

O avô de Gazzi de Sá era um homem adepto às inovações. Gostava, especialmente, de

comercializar objetos que na época eram novidades, como, por exemplo, a fotografia. Foi o

primeiro paraibano a colocar uma casa de fotografia quando ninguém entendia o funcionamento

do processo químico de fixar a imagem no papel. Criou uma gráfica, porque a falta de uma na

cidade era um problema muito sério no período; além disso, instalou uma importadora de móveis

e utensílios domésticos, produtos que só chegavam à cidade graças aos serviços de importação de

Seu Manoel Henriques. Por sua vez, o seu filho, aquele que veio aos três anos para a capital, além

de ter herdado o nome do pai, Manoel Henriques de Sá Filho, herdou o seu lado empreendedor.

Quando adulto, casado e já sendo pai de Gazzi de Sá, apresentou a primeira fita de cinema na

capital, no teatro Santa Roza, dessa forma fundou o cinema na capital, ou melhor, do Estado. A

princípio, as apresentações aconteciam no teatro Santa Roza; posteriormente, nos três outros

cinemas construídos por ele: dois em João Pessoa e um na cidade vizinha de Santa Rita, cidade

natal de sua esposa. Dois deles receberam os nomes de Cine Edson e Cine Morse. Infelizmente

não foi possível descobrir o nome do terceiro cinema. Esses nomes foram dados em homenagem

a dois dos oito filhos, frutos do casamento com Maria Leopoldina Galvão de Sá.

Em entrevista, o sobrinho de Gazzi de Sá, filho da sua irmã Amanda, que também tem o

mesmo nome do avô – Manoel Henriques de Sá Campos – revela outra façanha do avô: foi ele

quem colocou a primeira empresa de telefone em João Pessoa, evidentemente a primeira do

Estado. Tudo aconteceu casualmente. O pai de Gazzi foi levar sua filha mais velha, Alice, para

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estudar na Suíça. Chegando lá, tomou conhecimento desse novo meio de comunicação e resolveu

trazer um par do aparelho. Colocou um na sua casa e o outro na casa do seu pai. “As pessoas

vendo aquela novidade, foram querendo também, e ele começou a comprar para as pessoas.

Quando viu, já eram vinte telefones. Então, ele criou uma empresa”1.

A primeira empresa, cuja razão social é denominada Sá Filho & Cia, foi instalada na

ladeira Feliciano Coelho, que começa na rua General Osório, próxima à loja maçônica Branca

Dias, numa casa de primeiro andar pequena, de frente à rua São Mamede.

A mãe de Gazzi foi a primeira telefonista, era filha de senhor de engenho na época dos

escravos, era considerada uma mulher muito dinâmica para o seu tempo. Além de auxiliar o

marido na empresa de telefone, fazia bolos artísticos para a alta sociedade pessoense da época.

Quando o pai de Gazzi de Sá faleceu, em 1937, a sua mãe assumiu a empresa com a filha

Amanda, de 1937 a 1946, quando, já cansada, decidiu vendê-la a Ericsson, empresa de telefone

que até hoje atua no mercado brasileiro. Como a venda foi bastante rentável, a mãe não quis

aplicar em fazendas, decidindo, então, dividir o dinheiro em partes iguais entre ela e os oito

filhos.

Quando Gazzi de Sá nasceu em 13 de dezembro de 1901, a família já estava estabelecida

economicamente. Dessa forma, a situação financeira dos seus pais permitia que os filhos tivessem

uma boa educação e estudassem nos melhores colégios da capital da Paraíba: o primário, no

tradicional Colégio Nossa Senhora das Neves; e o secundário, no Colégio Pio X.

Seguindo os estudos, Gazzi foi para Salvador fazer o curso de medicina, pois seu pai o

considerava muito inteligente, ademais alimentava o sonho de ter um médico na família.

Chegando em Salvador, consciente de sua tendência para música, Gazzi, com o dinheiro

mandado pelo pai destinado ao pagamento do curso que o tornaria médico, pagava professores

para ter aulas de piano e teoria musical. . Quando o pai descobriu a sua dedicação extrema à

música, retirou-lhe a mesada. Felizmente, a mãe, solidária com o gosto do filho, continuou

enviando dinheiro às escondidas. O fato, porém, não o impediu de desistir da medicina

definitivamente, partindo de Salvador para o Rio de Janeiro, onde “estudou piano com o

renomado mestre do piano e crítico musical, Oscar Guanabarino e fez estudos preliminares de

fuga, harmonia e contra-ponto com outros mestres da época” (RIBEIRO, 1977, p. 15).

1 Entrevista com o sobrinho de Gazzi de Sá, Manoel Henriques de Sá Campos, realizada em 09/04/2005. Gravada em fita magnética de 60 minutos.

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O pai de Gazzi, então, exigiu que ele voltasse à Paraíba para assumir um cargo na

Empresa Telefônica, da qual era presidente e dono.

Segundo Domingos de Azevedo Ribeiro, ao regressar à terra natal, Gazzi de Sá também

continuou seu estudo de piano com uma conceituada professora alemã, Maya Fauser, que havia

conquistado uma excelente receptividade do público paraibano pelas inúmeras apresentações nos

meios culturais da cidade. Considerada virtuose do piano, Fauser era professora do Instituto

Spencer, instalado na rua Visconde de Pelotas, nesta Capital.

Sem demora, Gazzi de Sá saiu da empresa telefônica do pai e passou a ser professor de

piano, pois havia conhecido novos repertórios com seus estudos no Rio de Janeiro. “Basta dizer

que foi Gazzi quem introduziu BACH no ensino de piano em nossa terra” (NÓBREGA, 1979,

apud SÁ, 1990, p.6). Apesar da sua pouca idade, Gazzi de Sá desde cedo já se destacava pela sua

particular didática musical. A primeira apresentação de seus alunos aconteceu em 16 de maio de

1925

Algum tempo depois, o pai de Gazzi de Sá, após assistir a uma das apresentações dos

alunos de seu filho, reconheceu o seu talento para música.

Gazzi de Sá casou no dia 26 de maio de 1926 com Ambrosina Soares de Sá, conhecida

por Dona Santinha. Em 1929 criaram um curso de música em sua própria casa: Curso de Piano

Soares de Sá. Ele era professor de piano, teoria musical e coral; ela, professora também de piano,

coral e de dança, foi quando tudo começou.

Para situar melhor, na história da Paraíba, o momento em que foi criado este curso de

música, é importante ressaltar que, apesar dos conflitos políticos por que passava o Brasil e

especificamente a Paraíba, na década de 1930, Gazzi de Sá estava preocupado com a música,

com a sua escola que já começava a se consolidar.

Anthenor Navarro, amigo de infância de Gazzi de Sá, ajudava João Pessoa na campanha

da Aliança Liberal para Presidência. Com a morte de João Pessoa, José Américo, que era o

Secretário de Segurança do Estado, assume o Governo da Paraíba, mas logo em seguida passa o

cargo de Interventor Federal da Paraíba para Anthenor Navarro. Amante das artes,

principalmente da música, era um incentivador da Escola de Música de Gazzi de Sá. A

construção do prédio para o funcionamento da Escola de Música que Anthenor Navarro e Gazzi

de Sá planejaram não se concretizou, devido ao falecimento do Anthenor Navarro, em 26 de abril

de 1932. Gazzi de Sá, então, viu seu sonho e do seu amigo se dissipar. Como forma de

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homenagear o amigo, Gazzi de Sá modificou o nome da escola, que passou a se chamar Escola de

Música Anthenor Navarro, como é chamada até hoje e ainda não tem sede própria. Depois de

passar por diversas casas, passou a funcionar na FUNESC – Fundação Espaço Cultural.

Em 1930, Gazzi de Sá criou a Sociedade Musical que trazia músicos nacionais e

internacionais e promovia concertos. Ao mesmo tempo, criou uma coluna no jornal A União, que

a mantinha e divulgava todas as apresentações e atividades musicais e de artes em geral que

aconteciam na cidade. Além disso, era envolvido com a sua Escola de Música, com o movimento

de canto orfeônico nas escolas e as apresentações das concentrações orfeônicas e com as escolas

que ele ensinava música, a exemplo da Escola Normal e a Escola Nossa Senhora das Neves. Fez

isto até ir para o Rio de janeiro, local que fixou residência com toda família a partir 1947, quando

foi convidado por Villa-Lobos para ensinar no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico.

Apesar de sua ida para o Rio de Janeiro, Gazzi continua acreditando no canto orfeônico

como instrumento de educação. Ele não deixa de lutar para melhorar as atividades musicais que

deixou na Paraíba. A prova disso é que consegue, juntamente com sua “discípula” Luzia Simões,

que assumiu todas as suas atividades musicais na Paraíba, por intermédio do então governador do

Estado José Américo de Almeida, criar o Conservatório de Canto Orfeônico da Paraíba. Foi

reorganizada a Divisão de Educação Artística, através da Lei nº 838 de 28 de novembro de 1952,

dando-lhe uma estrutura mais ampla com a criação do Canto orfeônico, Serviço de Bandas e

conjuntos musicais, Serviços de Dança, Teatro e Artes Plástica (RIBEIRO, 1977). Dessa forma,

Gazzi de Sá vê, após 21 anos de sua criação, a Escola de Música Anthenor Navarro ser

oficializada, pois no mesmo decreto ela passa para a jurisdição do Estado e é criado o

Conservatório de Canto Orfeônico da Paraíba.

Gazzi de Sá viveu no Rio de Janeiro 36 anos, totalmente dedicados à música, onde

desenvolveu o seu método de musicalização, foi reconhecido como grande professor e fez muitos

amigos. Faleceu aos 80 anos na cidade do Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 1981, devido a

problemas cardíacos. No dia seguinte de sua morte, é publicada uma manchete no jornal “O

Globo” anunciando o falecimento e comunicando o local (Cemitério São João Batista) e o horário

do enterro (às 9h). Junto à reportagem, continha uma pequena biografia homenageando o grande

mestre e educador.

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REFERÊNCIAS RIBEIRO, Domingos de Azevedo. Gazzi de Sá. João Pessoa: Secretaria da Educação e Cultura do Estado da Paraíba, 1977, ilust. SÁ, Gazzi Galvão de. Musicalização: método Gazzi de Sá. Rio de Janeiro: Os Seminários de Música Pró-Arte, 1990. (Obras completas de Gazzi de Sá n º 6) SILVA, Luceni Caetano da. Gazzi de Sá compondo o prelúdio da educação musical da Paraíba: uma história musical da Paraíba nas décadas de 30 a 50. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Letras. Universidade Federal da Paraíba, 2006.