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LUIZ CARLOS CORREARD ASAS E CORES ________________________________________________________________________________

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LUIZ CARLOS CORREARD

ASAS E CORES

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LUIZ CARLOS CORREARD

Asas e

Cores

PESQUISA LOCALIZADA

EDIÇÃO DO AUTOR __________________________________________________________________________

Título

Asas e Cores © 2008 – Luiz Carlos Correard Pereira

Direitos de edição pertencentes ao autor. Todas as fotos foram obtidas na internet.

Revisão LCCP

Capa Sabiá-do-Campo (Mimus saturninus)

Foto de domínio público __________________________________________________________________________________

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A meus filhos.

Primum vivere, deinde tripaliare.

Verba volant, scripta manent.

Resende, Novembro de 2008.

Luiz Carlos Correard Pereira

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ......................................................................... 5 2. UMA PENINHA DE PROSA ................................................... 6 3. AS NOSSAS COMPANHIAS ................................................... 9 4. CURIOSIDADES ..................................................................... 48 5. REFERÊNCIAS ........................................................................ 51

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1. INTRODUÇÃO Desde que voltei a Resende - cidade onde passei minha infância, adolescência e iniciei minha vida profissional – uma imagem recorrente instalou-se de vez no antigo menino que se maravilhava com cada nova descoberta que fazia na Natureza, através dos ensinamentos do pai: será que ainda existem as matas ciliares do Paraíba e os bosques do bairro da minha infância, com toda a sua fantástica biodiversidade? Será que nesses lugares ainda existem os passarinhos pelos quais me interessei e estudei como hobby durante boa parte de minha vida? A resposta é SIM, claro, pelo menos em relação às aves (sei também que a resposta é NÃO se considerarmos a ictiofauna do Velho Paraíba, mas isso é assunto para um outro estudo).

Estamos vendo, todo dia, bem de pertinho, aves consideradas raras nos nossos tempos, como a Gralha Azul-e-Branca, como o coleirinho baiano, como o canário-da-terra, além das presenças eventuais de papagaios e tucanos outrora comuns em toda a Mantiqueira e Mata Atlântica – e, claro, da presença fácil do bem-te-vi, do chupim, do quero-quero, das andorinhas, do gaviãozinho-pinhé, das barulhentas maritacas e do tiê-sangue que todos os dias nos encanta com sua majestosa e brilhante roupagem vermelha, ao vir bicar as bananas maduras colocadas toda manhã no local estrategicamente montado para isso. Com toda a presença dessas avezinhas bem perto, senti-me motivado a divulgar a todos os admiradores da Natureza que porventura tiverem acesso a esse pequeno trabalho, um pouco do que se conhece sobre essa parcela de nossa biodiversidade, de forma organizada e cientificamente embasada. Observo que não falaremos aqui de TODAS as aves e pássaros que habitam essa região tão rica e biologicamente fascinante, aos pés do Itatiaia. Isso seria uma tarefa muito mais ampla e profunda, que demandaria uma dedicação e uma formação para as quais não tenho objetivo imediato. Pretendo, sim, mostrar SOMENTE o que vemos e ouvimos no nosso dia-a-dia bem pertinho de nós, no quintal de nossa casa, sem maiores pretensões do que simplesmente divertir. Claro, outras aves e pássaros também convivem por aqui, mas como não pretendo fazer nenhum tratado de Ornitologia, entendo que já temos bastante material apenas com os “escolhidos”. Para ordenar, apresentaremos os tópicos por Ordem biológica, alfabeticamente, deixando a Ordem mais rica em espécies por último. Boa diversão!

Luiz Carlos Correard Pereira

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2. UMA PENINHA DE PROSA Como surgiram as aves? Poderíamos responder de diversas maneiras, inclusive simplificando a questão: “da mesma maneira que surgiram todos os outros seres vivos”. Mas, como o assunto aqui é não é filosofia, respondo do jeitinho certo que a professora de biologia ensinou: Os paleontólogos, os biólogos e outros cientistas descobriram que as aves evoluíram a partir dos dinossauros. Sabe-se que durante este percurso evolutivo de milhões de anos, existiram criaturas possuidoras de estruturas intermediárias entre as placas características dos répteis e as plumagens das aves. O mais antigo fóssil que permite esta relação evolutiva dinossauros/aves foi encontrado em meados do séc.XIX no sul da Alemanha. O Archaeopteryx, como foi chamado, viveu há cerca de 150 milhões de anos. Do tamanho de um pombo, apresentava asas e o corpo coberto de penas. No entanto, ao contrário das aves dos nossos dias, o Archaeopteryx tinha dentes, possuía ossos na cauda como um pequeno dinossauro e três finos dedos em forma de garra nas extremidade das asas, que usava para se agarrar aos galhos e subir nas árvores. Provavelmente não era capaz de levantar vôo, devido ao fato de não possuir o esterno em forma de quilha, osso que as aves possuem no peito e onde se inserem os poderosos músculos que as permitem voar. Contudo, seria, sem dúvida, capaz não só de executar enormes saltos impulsionados pelas asas, bem como de "voar" planando. Vejam uma foto do fóssil encontrado e um desenho de como seria essa dino-ave:

De ancestrais como o Archaeopteryx, surgiram as primeiras aves semelhantes às dos dias de hoje, há cerca de 65 milhões de anos. Eram aves aquáticas que já não possuíam dentes, sendo os antepassados diretos de patos, flamingos e pelicanos. Outras aves que conhecemos atualmente evoluíram entre o período de 65 e 13 milhões de anos atrás. Entre estes se incluem os primeiros falcões, avestruzes, corujas, mochos e pingüins. Finalmente, há cerca de 11.500 anos, no fim do período glacial, sabe-se que já existia a grande maioria das espécies de aves que chegaram até aos nossos dias.

Ver http://www.informaves.hpg.ig.com.br/origem_evolucao.htm

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As penas A função das penas é proteger a ave dos elementos naturais (chuva, frio, vento etc), mantendo e regulando a temperatura corporal. Além disso, as penas formam um revestimento leve, flexível, e resistente. As penas das asas e da cauda formam, ainda, importantes superfícies de sustentação do vôo. O conjunto de todas as penas de uma ave é a sua plumagem. Durante o seu ciclo de vida as aves substituem a sua plumagem, num processo conhecido como muda, que normalmente acontece uma vez por ano, sem contar as mudas do crescimento (de filhote para juvenil e deste para adulto macho ou fêmea). As penas crescem a partir de folículos, tal como as escamas dos répteis ou os pêlos dos mamíferos. São formadas exclusivamente por queratina A cor é resultado da presença de pigmentos na pena ou por reflexão da luz nas barbas da pena. Os pigmentos são variados, nomeadamente melanina (castanho a preto) e carotenóides (amarelo, laranja e vermelho). A reflexão total da luz produz plumagem branca, enquanto a reflexão parcial origina as brilhantes plumagens azuis e a maioria dos verdes. Complementando o papel das penas, a cor tem duas funções básicas: mimetismo (escondendo a ave no ambiente) e atração sexual (o macho mais vistoso chama mais a atenção das fêmeas). A Classificação As aves (latim científico: Aves) constituem uma classe de animais vertebrados, bípedes, homeotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, asas, bico córneo e ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo, muitas com dimorfismo sexual (tamanho e/ou cor da fêmea diferentes da do macho). Como todos os seres vivos, as aves são classificadas taxonomicamente no padrão inicialmente estabelecido por Linneu (Carolus Linnaeus, criador do “Sistema de Classificação Binária” ou “Nomenclatura Binominal”, que lança as bases da Biologia moderna): Domínio, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, com subdivisões, quando necessário. Existe muita controvérsia entre classificações. Na classificação conhecida como Sibley-Ahlquist, são agrupadas 23 Ordens (*1). As principais, para o que pretendemos mostrar aqui, serão descritas a seguir. As classificações são dinâmicas, sendo atualizadas/modificadas constantemente, baseando-se em critérios de biologia molecular e em estudos de hibridização de DNA, além de muitas características morfológica/evolutivas (como a forma dos bicos e dos pés). Para a classificação completa, ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Aves . Mostraremos componentes das seguintes Ordens: Anseriformes: É uma ordem de aves aquáticas que contém 161 espécies distribuídas por 48 gêneros e 4 famílias – entre as quais a dos anatídeos, que incluem os patos, gansos e cisnes. Ciconiiformes: Inicialmente agrupando apenas cegonhas e garças, atualmente inclui também outros Grupos, como a antiga Ordem Falconiformes (gaviões, águias) e a família Cathartidae (urubus). Engloba 30 famílias; Columbiformes: Rolinhas, juritis, com apenas 01 família (Columbidae), com 27 gêneros e 301 espécies;

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Cuculiformes: Anu, Alma-de-Gato. Engloba 3 famílias, 29 gêneros e 145 espécies. Coraciiformes: Martim-Pescador e outros, com 5 famílias; Estrigiformes: Corujas, curiangos, noitibós, com 7 famílias; Piciformes: Tucanos e Pica-Paus, com 5 famílias e 350 espécies; Psittaciformes: Papagaios, Araras e periquitos. Apenas 01 Família (Psittacidae), com 80 gêneros e 360 espécies; Trochiliformes: Colibris e beija-flores; 01 família (Trochilidae), 108 gêneros e 322 espécies. Essa Ordem foi separada da Apodiformes; Passeriformes: O maior grupo de aves, abrangendo todos os tipos de pássaros, com mais de 5.400 espécies. A Ordem é dividida em 2 Subordens (Tyranni , com 7 famílias e 7 Subfamílias e Passeri , com 31 famílias e 30 subfamílias). As aves variam muito em seu tamanho, dos minúsculos beija-flores a espécies de grande porte como o avestruz e a ema. Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros. Os pássaros estão incluídos na ordem Passeriformes, constituindo a ordem mais rica, ou seja, com maior número de espécies dentro do grupo das aves. A filogenia dos grupos atuais de aves ainda está pouco elucidado, sendo difícil afirmar quais os grupos ancestrais e quais os mais derivados e de quem descendem. Atualmente aceitam-se dois grandes grupos de aves: Paleornithes (ratitas) e Neornithes (carinatas). Do ponto de vista morfológico, as aves constituem um grupo um tanto particular e uniforme dentro dos tetrápodes atuais. Particular porque se distinguem facilmente de outros grupos de animais vivos e uniformes porque, apesar do grande número de espécies e adaptações das mais variadas para diferentes nichos ecológicos, o grupo como um todo mantém sua morfologia bastante semelhante (diferentemente, por exemplo, dos mamíferos). Entre essas características morfológicas de grande importância ecológica e evolutiva, estão o formato do bico e dos pés e a proporção área alar/tamanho corporal. Do ponto de vista sistemático, a estrutura da siringe é de particular interesse, tendo sido de fundamental importância na divisão da ordem Passeriforme em Tyranni (Suboscines) e Passeri (Oscines). (*1) Ordens na classificação Sibley-Ahlquist: Struthioniformes, Tinamiformes, Craciformes, Galliformes, Anseriformes, Turniciformes, Piciformes, Galbuliformes, Bucerotiformes, Upupiformes, Trogoniformes, Coraciiformes, Coliiformes, Cuculiformes, Psittaciformes, Apodiformes, Trochiliformes, Musophagiformes, Strigiformes, Columbiformes, Gruiformes, Ciconiformes e Passeriformes.

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3. ASAS E CORES

Ordem Anseriformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Anseriformes) Embora outros apareçam, o representante dessa Ordem que mais pode ser visto por aqui é esse patinho abaixo, o Irerê, também chamado de “Paturi”. Aparece em bando ou em par, geralmente ao amanhecer e ao final da tarde, voando alto e emitindo seu chamado característico. De vez em quando, pousa nas valas ao lado da entrada da nossa casa, fugindo rapidamente se percebe a aproximação de pessoas. Ver http://www.avespantanal.com.br/paginas/31.htm

Irerê (Dendrocygna viduata, família Dendrocygnidae)

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Ordem Ciconiiformes ( ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciconiiformes ) A Ciconiiformes é uma ordem de aves de médio a grande porte com distribuição mundial. O grupo habita preferencialmente zonas costeiras, ou perto de lagos, rios ou estuários, mas inclui também aves terrestres. Alguns exemplos de ciconiformes são as garças, as cegonhas e os íbis. Estas aves alimentam-se à base de peixe, crustáceos e insetos.

Garça-Branca Pequena (Egretta thula, família Ardeidae)

Os falconídeos (do latim científico Falconidae) constituem uma família de aves pertencentes à mesma ordem dos Ciconiiformes (antigamente Falconiformes) e inclui cerca de 60 espécies de aves de rapina, distribuídas em 10 gêneros. Os falconídeos distinguem-se dos outros falconiformes por matarem a presa com o bico e não com as garras. Para isso, possuem a ponta da parte superior do bico curvada.

Gavião-Pinhé (Milvago chimachima)

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Gavião Carcará, Carancho (Polyborus plancus, família Falconidae)

A ordem dos ciconiiformes inclui também a família Charadriidae, aves de pequeno a médio porte com corpos compactos, pescoços curtos e asas normalmente pontudas, como os Quero-Quero, que habitam toda a nossa área. Alimentam-se de insetos, minhocas e outros invertebrados. Os quero-queros são famosos por não temerem nada na defesa de seus ninhos.

Quero-Quero (Vanellus chilensis, família Charadriidae)

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Ordem Columbiformes ( ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Columbiformes ) A ordem Columbiformes é exclusiva para todas as espécies de pombos e afins. As rolinhas e juritis são presenças constantes em nosso quintal.

Casal de Rolinhas (Columbina talpacoti, família Columbidae)

Juriti comum (Leptotila verreauxi, família Columbidae)

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Se a Juriti comum é presença constante, a Pomba-Rola é mais rara, mas quase todas as manhãs elas aparecem, voando entre as árvores do fundo da casa e desaparecendo em direção às margens do Paraíba.

Juriti Azul, Pomba-Rola (Claravis pretiosa, família Columbidae)

Ordem Cuculiformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Cuculiforme ) A Cuculiformes é uma ordem de aves com três famílias, que inclui aves conhecidas como cucos, corredores e o nosso anu. São considerados feios, mas são muito interessantes.

Anu, Anu-Preto (Crotophaga ani,família Crotophagidae)

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Anu-Branco, Alma-de-Gato (Guira guira, família Crotophagidae)

O anu-branco - também chamado de rabo-de-palha - é uma das aves mais comuns do Brasil, estando ausente praticamente apenas nas florestas contínuas amazônicas. Alimenta-se de grandes insetos, pererecas, pequenas aves e pequenos mamíferos como camundongos, além de frutas, bagas, coquinhos e sementes.

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Ordem Coraciiformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Coraciiformes ) As aves coraciiformes têm em geral um bico robusto. As pernas são curtas e terminam em patas pequenas, mas fortes. As asas arredondadas e curtas são especialmente adaptadas ao vôo curto. Por aqui, os representantes dessa Ordem são os Martim-Pescadores. Normalmente, podemos vê-los voando rápido sobre as árvores, sempre ao lado do Paraíba. Existe também um menorzinho (Martim-Pescador pequeno), mas ainda não o vi por aqui.

Martin-Pescador Grande (Chloroceryle torquata, família Cerylidae)

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Ordem Estrigiformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrigiformes ) A Strigiformes é uma ordem que inclui aves de rapina noturnas, tais como corujas, mochos, urutaus, curiangos e noitibós. São caçadoras eficientes, usando seus olhos extremamente aguçados e de movimentos rápidos. Além disso, são extremamente atentas ao ambiente, podendo girar sua cabeça em até 270° e voar silenciosamente devido a penas especiais muito macias e numerosas que compõem suas asas. São aves tímidas, geralmente solitárias ou em par, consideradas entre os predadores mais sofisticados do mundo.

Corujinha-Buraqueira, Caburé (Speotyto cunicularia)

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Ordem Piciformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Piciformes ) A Piciformes é uma ordem de aves que inclui cerca de 350 espécies, divididas em oito famílias, incluindo os tucanos e os pica-paus. Embora rara, a espécie abaixo de vez em quando aparece, voando de uma margem à outra do Paraíba.

Tucano-Toco (Ramphastos toco, família Ramphastidae)

Já o pica-pau pequenino só vê quem presta atenção...

Pica-pau pequeno (Picumnus cirratus, família Picidae)

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... mas o maior é mais fácil de ser visto:

Pica-pau grande, Pica-pau do Campo (Colaptes campestris, família Picidae)

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Ordem Psittaciformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Psittaciformes ) A Psittaciformes é a Ordem dos papagaios, araras, maritacas e periquitos. De forma geral, os psittaciformes caracterizam-se pelo bico encurvado, com a mandíbula superior recurvada sobre a inferior. Esta forma de bico é uma adaptação à alimentação à base de sementes e frutos. Estas aves são normalmente muito coloridas e algumas espécies são capazes de aprender a reproduzir sons de fala humana (muita gente acha que eles entendem o que repetem, mas isso é apenas mito).

Periquito-verde, Tuí (Forpus crassirostris, família Psittacidae)

Com seu rabinho curto e penas azuis sob as asas (o macho), o periquito-verde muitas vezes passa despercebido, eclipsado pelo barulho das maritacas.

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E por falar nelas, quase todo dia as ouvimos mesmo sem vê-las, tal a cantoria com que as maritacas se apresentam. O nome maritaca ou maitaca é a designação comum a diversas espécies desses psitacídeos.

Maritaca (Aratinga leucophthalma / Pionus maximiliani família Psittacidae)

Raro, mas aparecendo nas manhãs frias, temos o papagaio Tuipara:

Papagaio de asa azul, Tuipara (Brotogenis cyanoptera, família Psittacidae)

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Ordem Trochiliformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Trochiliformes ) A Ordem Trochiliformes inclui apenas a família Trochilidae , com 108 gêneros, onde se classificam as 322 espécies conhecidas de beija-flor ou colibri. O mais comum aqui é o beija-flor-tesoura, assim chamado pela forma de seu rabo longo e bifurcado:

Beija-flor tesoura (Eupetomena macroura, família Trochilidae)

Mas quem já observou com cuidado já deve ter visto o beija-flor pequenino abaixo:

Beija-flor (Colibri serrirostris, família Trochilidae)

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Ordem Passeriformes (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Passeriformes ) Os passerídeos (pássaros e passarinhos) são aves da Ordem Passeriformes. O grupo é bastante numeroso e diversificado, com cerca de 5.400 espécies, o que representa metade do total de aves conhecidas. Geralmente, os passerídeos são aves de pequenas dimensões, com alimentação baseada em sementes, frutos, pequenos insetos e invertebrados. A Ordem é dividida em 2 Subordens: Tyranni (Suboscines) e Passeri (Oscines). O que diferencia uma subordem da outra é a quantidade de músculos da siringe (laringe inferior das aves), que nos Oscines varia de 6 a 9 pares, enquanto que nos Suboscines varia apenas de 2 a 4 pares de músculos. Esses músculos tornam possível uma grande variação dos trinados. Por isso, os Tyranni são os “gritadores” e os Passeri os “canoros” (que cantam), embora nem todos o sejam. Subordem Tyranni No sistema Sibley-Ahlquist atual a classificação dos tiranídeos ainda se encontra em revisão, que conta com 7 famílias e 7 subfamílias. Os principais representantes dessa Subordem estão devidamente representados no nosso quintal:

João-de-barro: (Furnarius rufus, família Furnariidae)

O João-de-Barro é um dos mais conhecidos passarinhos, por seu característico ninho de barro em forma de forno (característica compartilhada com muitas espécies dessa família). É a ave símbolo da Argentina, onde é chamado de hornero (Forneiro). Existem várias lendas sobre esta espécie e a mais famosa, que virou até tema de uma canção intitulada “João-de-Barro”, diz que, se traído, o macho tranca a fêmea no ninho até que ela morra. Tal comportamento nunca foi registrado cientificamente. Algumas aves (como os periquitos) podem usar ninhos de joão-de-barro abandonados, mesmo com uma provável alta temperatura de interior ( o João-de-Barro tem forno tanto no nome científico Furnarius quanto no nome em espanhol, hornero. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o-de-barro

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Pouco conhecido, do mesmo tamanho, mas também muito barulhento, o primo de primeiro grau do João-de-Barro também aparece por aqui. É chamado de João Nordestino:

João-Nordestino: (Furnarius figulus, família Furnariidae)

De outra família, o passarinho a seguir é mais discreto, com um trinado relativamente baixo que deu origem ao nome pelo qual é conhecido. Pousa em locais abertos, como galhos isolados, postes, cercas e fios. Executa vôos curtos com agilidade, para capturar insetos, posteriormente retornando ao mesmo poleiro.

Siriri, Suiriri (Tyrannus melancholicus, família Tyrannidae)

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O mais conhecido da família Tyrannidae (e também um dos mais barulhentos) é o Bem-te-vi. Espalhado por todas as regiões do Brasil e da América Latina, começa sua gritaria característica assim que o sol se anuncia. É um habitante bem conhecido, podendo ser encontrado em cidades, matas e ambientes aquáticos como lagoas e rios. Pode-se vê-lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando-se nos tanques ou chafarizes das praças públicas. Como podemos ver, possui grande capacidade de adaptação. É uma das aves mais populares no Brasil. Anda geralmente sozinho, mas pode ser visto em grupos de três ou quatro. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Bem-te-vi

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus, família Tyrannidae)

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Geralmente pousando nos fios, a Tesourinha executa rapidamente vôos altos e verticais para caçar insetos. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Tyrannus_savana

Tesourinha (Tyrannus savanna, família Tyrannidae)

Existem vários outros pássaros com a mesma estrutura de penas em forma de tesoura, alguns disputando o mesmo espaço alimentar, como o chamado “Tesourão” (Tachornis squamata, família Apodidae), mas que ainda não vi nas nossas vizinhanças. Chegando bem pertinho das pessoas, a Lavadeira é presença diária e constante em nossa área. Também conhecida como Lavadeira-mascarada, Noivinha, Maria-branca, Maria-lencinho, Bertolinha ou Pombinho-das-almas é uma espécie que tem seu habitat perto da água. Vem frequentemente ao chão, mesmo barrento, em busca de alimento.

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluvicola_nengeta

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Lavadeira, Noivinha (Fluvicola nengeta, família Tyrannidae)

Bem mais difícil de ser visto e pouco conhecido, além de ser muito parecido com outro passarinho da mesma família (o Peitica, Empidonomus varius), esse passarinho aí de baixo é o Bem-te-vi Rajado e aparece quase todo dia ao lado da nossa casa.

Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Streaked_Flycatcher

Bem-te-vi Rajado (Myiodynastes maculatus, família Tyrannidae)

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Menos tímido, o Marronzinho passa o dia bem pertinho, nos fios ao lado da casa e nas árvores do fundo, capturando insetos em pleno vôo:

Marronzinho, Birro (Hirundinea ferruginea, família Tyrannidae)

O passarinho a seguir vive escondido entre as ramagens, sendo dificilmente visto. É pequeno, lembrando a Cambacica (que aparecerá mais à frente). Demorei um pouco para identificá-lo devidamente, mas valeu a pena:

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Ferreirinho (Todirostrum cinereum, família Tyrannidae)

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Subordem Passeri A Subordem Passeri (os pássaros considerados canoros, embora muitos não o sejam) é o maior agrupamento de pássaros de todas as classificações, com 30 famílias e 31 subfamílias. Da mesma forma que a Subordem Tyranni, esse grupo permanece em revisão, dada a diversidade de espécies e em função de estudos de DNA que buscam dar um caráter evolutivo na definição das famílias. O primeiro representante a ser mostrado aqui é uma ave grande, muito bonita com suas cores fortes - capuz preto, peito branco e costas azuis - que voa em bando de 4 a 6 indivíduos, chegando a assustar os pássaros menores quando tomam conta do espaço:

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Cyanocorax

Gralha Azul, Gralha-de-Topete (Cyanocorax cristatellus, família Corvidae)

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Os mostrados a seguir estão classificados em uma família de pássaros insetívoros dos quais descendem, mas agrupados numa subfamília própria, com 66 espécies, entre as quais melros e sabiás. Os Sabiás (junto com o Bem-te-vi) fazem parte dos pássaros mais conhecidos do Brasil, cantados em prosa e verso. Na nossa região, o mais comum é o Sabiá-Laranjeira – que é a ave-símbolo do Brasil. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabi%C3%A1-laranjeira

Sabiá Laranjeira (Turdus rufiventris, subfamília Turdinae, família Muscicapidae)

Embora mais discreta, a Sabiá branca também aparece:

Sabiá Branca (Turdus leucomelas, subfamília Turdinae, família Muscicapidae)

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Na seqüência, temos um passarinho bastante nosso conhecido, cujo nome o caracteriza perfeitamente (e é a nossa capa). Embora tenha sido considerada próxima às sabiás verdadeiras, as técnicas de hibridação de DNA mostram que esse gênero está mais próxima à família Sturnidae (estorninhos), onde foi classificada em uma tribo à parte (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabi%C3%A1-do-campo ):

Sabiá-do-Campo, Calandra, Arrebita-Rabo (Mimus saturninus, tribo Mimini, família Sturnidae)

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Do maiorzinho para um pequenino: quem não conhece uma Corruíra, presente em todos os cantinhos, aparentemente sem medo dos humanos?

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Carri%C3%A7a .

Corruíra, Cambaxirra (Troglodytes aedon , subfamília Troglodytinae, família Certhiidae)

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As próximas a serem mostradas são um grupo de aves da família Hirundinidae. A família destaca-se dos restantes pássaros pelas adaptações desenvolvidas para a alimentação aérea. São as andorinhas, que caçam insetos no ar e para tal desenvolveram um corpo fusiforme e asas relativamente longas e pontiagudas. Voam o dia inteiro, bem pertinho da gente, pousando nos fios, sendo a menorzinha menos arisca. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Hirundinidae

Andorinha pequena-de-casa (Notiochelidon cyanoleuca, família Hirundinidae)

Andorinha grande-de-casa (Progne chalybea, família Hirundinidae)

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Agora, o passarinho mais conhecido por todos: o Pardal. Os pardais são aves cosmopolitas e adaptam-se bem a áreas urbanizadas e à convivência com os seres humanos. Alimentam-se à base de sementes e insetos. O pardal-doméstico tem origem portuguesa, tendo sido introduzido em todos os continentes e é atualmente a espécie de ave com maior distribuição geográfica.

Pardal (Passer domesticus, subfamília Passerinae, família Passeridae)

Aparentado ao pardal, mas em uma subfamília diferenciada (que alguns classificam como família), aparecem por aqui, em bandos de 10 ou mais indivíduos, um passarinho pequeno, rajado e de bico bem vermelho que lhe vale o nome (Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Bico-de-lacre-comum )

Bico-de-lacre (Estrilda astrild, subfamília Estrildinae, família Passeridae)

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Os próximos passarinhos a serem mostrados pertencem à maior família de aves sob qualquer classificação: a Fringillidae (em português, os fringilídeos). A classificação é extensa, com divisões em subfamílias e tribos. São aves passeriformes que se alimentam de sementes e frutas. A maior parte das espécies conhecidas habita o hemisfério norte, ainda que se encontrem, em menor extensão, na África e na América do Sul. São de pequeno ou médio porte e todos apresentam a mesma estrutura de penas, com cores variáveis, algumas muito bonitas. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Fringillidae Mesmo estando pousado bem alto sobre a copa das árvores, identificamos esse famoso passarinho pelo seu canto, considerado dos mais belos da Natureza:

Pintassilgo brasileiro (Carduellis Magellanicus, tribo Carduellini, subfamília Fringillinae)

Curiosidade: Os criadores de passarinhos cruzam o pintassilgo macho com a fêmea do canário-belga (que não existe solto na Natureza) e obtém um híbrido chamado “Pintagol”, cujo canto é uma bela mistura do canto das duas espécies.

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Numa outra subfamília, a Emberizinae, existem cerca de 73 gêneros e 308 espécies de passarinhos, cuja classificação ainda se encontra em debate. São por vezes agrupados na subfamília Fringillinae, sob várias Tribos (já tendo sido considerado como família à parte, Emberizidae). O grupo ocupa uma enorme diversidade de habitats terrestres, em climas temperados, tropicais e sub-tropicais e regiões polares, que incluem zonas áridas, desérticas, agrícolas, de floresta, tundra e pântanos. Por aqui, os que mais aparecem são mostrados a seguir: Andando aos bandos, esse passarinho preto é famoso por ser um “parasita de ninhos” (põe ovos em ninhos de outros passarinhos, que criam seu filhote – daí o seu nome. Na foto abaixo, o chupim-filhotão é alimentado por uma pequena e inocente mãe tico-tico):

Chupim, Vira-bosta, Maria-Preta (Molothrus bonariensis, tribo Icterini, subfamília Emberizinae)

Observações: O Chupim é uma ave chamada de parasita de ninhos, pois tendo perdido tanto a habilidade de fazer o ninho próprio como o instinto de cuidar da prole, sincroniza sua postura com a de seus hospedeiros, sendo conhecidos vários casos de aves molestadas por esta espécie, principalmente o tico-tico (Zonotrichia capensis). O comportamento reprodutivo desse tipo de ave afeta o sucesso reprodutivo de seus hospedeiros e varia em intensidade de acordo com as táticas do parasita. Entretanto, o efeito geral do parasita sobre as populações hospedeiras não é muito conhecido. Sendo espécie generalista, pode ser favorecida pela degradação ambiental, aumentando suas populações conforme se altera o ambiente. Neste contexto, poderia afetar mais intensamente a reprodução de outras espécies em áreas alteradas. Ver http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-81752005000200002&script=sci_arttext

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Falando em Tico-Tico, esse pequeno e tímido passarinho tem um canto forte e característico, as muitas vezes é confundido com o pardal.

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Zonotrichia_capensis

Tico-tico (Zonotrichia capensis, tribo Emberezini, subfamília Emberizinae)

Primo de primeiro grau do Tico-tico, aparece aqui o Tiziu, pulando no ramo onde está pousado a cada vez que emite seu trinado característico.

Ver http://www.avespantanal.com.br/paginas/index.htm

Tiziu (Volatina jacarina, tribo Emberezini, subfamília Emberizinae)

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Também na mesma tribo, os coleirinhos marcam presença, em suas duas espécies mais características. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Coleirinho e http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa-capim-capuchinho

Coleirinho comum (Sporophila caerulescens, tribo Emberezini, subfamília Emberizinae)

Coleirinho baiano “amarelo” (Sporophila nigricollis, tribo Emberezini, subfamília Emberizinae)

Embora eu ainda não tenha visto por aqui, existe também o coleirinho-baiano “branco”, que não apresenta o amarelado típico do coleirinho mostrado acima.

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Do mesmo gênero dos Coleirinhos, a patativa vive escondida, mas nos brinda com seu canto forte:

Patativa (Sporophila leucoptera , tribo Emberezini, subfamília Emberizinae

Também temos entre nós, bem pertinho, outro dos pássaros considerados entre os mais belos e famosos por seu canto. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Can%C3%A1rio-da-terra-brasileiro

Canário-da-terra (Sicalis flaveola, tribo Emberezini, subfamília Emberizinae)

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De classificação difícil, sendo a única espécie de seu gênero, esse pequenino passarinho de vôo curto e bico levemente curvo alimenta-se de pequenos insetos e principalmente do néctar de flores, do mesmo modo que os colibris. Muitas vezes é difícil vê-lo, pois fica escondido entre os ramos das árvores.

Cambacica, Caga-sebo (Coereba flaveola, família Fringillidae)

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Para fechar essa pequena pesquisa, pensei em mostrar os mais belos passarinhos que por aqui aparecem, pela cor forte de suas penas. Embora tenham também sua classificação biológica ainda em estudo (principalmente levando em conta o aspecto da evolução de cada componente desse grupo), a tribo Thraupini reúne os mais coloridos e agitados pássaros brasileiros, já tendo sido considerada uma família à parte. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Thraupini e navegue nos links indicados. O primeiro a ser mostrado neste último grupo é um passarinho às vezes difícil de ser visto; voando alto entre as árvores do fundo da casa e as matas ciliares do Paraíba. Aparentado à cambacica, também se alimenta de insetos e néctar de flores. Como muitas espécies da família à qual pertence, catalisado pelas cores fortes do subgrupo, apresenta acentuado dimorfismo sexual: o macho é azul e negro, com as pernas vermelho-claras, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça azulada e pernas alaranjadas. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Dacnis_cayana

Saírinha, fêmea e macho (Dacnis cayana, família Fringillidae)

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Um outro tipo de saíra, também chamado de “tangará”, costuma aparecer para bicar as bananas que colocamos nos comedouros aos pés das árvores. Possui plumagem de coloração amarelo-prateado e uma notável máscara negra, a qual é diferente em algumas subespécies ou raças. Também apresentando forte dimorfismo sexual, a fêmea é mais pálida e não possui a cor negra. As asas apresentam uma coloração verde brilhante. Vive em capoeiras, cerrados e matas, podendo ser encontrado em quintais. Ocorre das Guianas e Venezuela à Amazônia, Brasil central e Nordeste até o Paraná e Paraguai

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Tangara_cayana

Saíra-Amarela, macho e fêmea (Tangara cayana, tribo Thraupini, família Fringillidae)

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Na seqüência, temos um passarinho aparentado de perto com a saíra-amarela. Bastante conhecido, mede aproximadamente 18 cm de comprimento, possuindo plumagem cinzenta ligeiramente azulada, com partes inferiores mais claras. As asas são verde-azuladas. Vive em árvores tanto em campo quanto em áreas urbanas. Ocorre na Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. No Brasil, está presente do Maranhão ao Rio Grande do Sul, além de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Sanha%C3%A7o-cinzento

Sanhaço (Thraupis sayaca, tribo Thraupini, família Fringillidae)

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Parente da saíra-amarela e do sanhaço, o mais belo passarinho que aparece por aqui, sendo facilmente visto, é o tiê-sangue. A plumagem rubro-negra do macho só é adquirida no segundo ano de vida. Também exclusivamente no sexo masculino, o gênero apresenta uma mancha branca na parte inferior do bico. Como em outras espécies, apresenta forte dimorfismo sexual (a fêmea é de coloração marrom). É frugívoro, sendo encontrado na porção oriental do Brasil, da Paraíba até Santa Catarina. Curiosamente, o tiê-sangue não canta.

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Ti%C3%AA-sangue

Tiê-sangue, macho e fêmea (Ramphocelus bresilius, tribo Thraupini, família Fringillidae)

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Embora seja pouco conhecido e na maioria das vezes confundido com o chupim, o tiê-preto está sempre presente nas redondezas da casa. Parente do tiê-sangue e do sanhaço, esse passarinho frugívoro aparentemente todo preto possui uma mancha vermelha na cabeça, que normalmente fica escondida, além das penas brancas que ostenta sob as asas. Também de forma semelhante a outros gêneros da família, a fêmea é de coloração marrom.

Tiê-preto, macho e fêmea (Tachyphonus coronatus, , tribo Thraupini, família Fringillidae)

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Por último, temos o Gaturamo, um passarinho que representa um grupo colorido dos mais belos da nossa fauna. Esse grupo inclui 20 espécies de saíra do gênero Tangara (cujo representante mais vistoso é a saíra-7 cores, que ainda não vi por aqui) e outras espécies de gêneros diversos, além das 27 espécies de gaturamo (gênero Euphonia), onde está classificado este que mostramos aqui. São tão parecidos na forma, no tamanho e nos hábitos, diferenciando-se apenas pelas cores, que poderiam estar classificados numa tribo à parte.

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Euphonia

Gaturamo verdadeiro (Euphonia violacea, , tribo Thraupini, família Fringillidae)

O gaturamo-verdadeiro habita partes da Argentina, Brasil e Venezuela. Também é conhecido pelos nomes de fi-vi, bonito-lindo, gaturamo-imitador, gaturamo-itê, gaturamo-verdadeiro, guriatã-de-coqueiro, tem-tem-de-estrela e tem-tem-verdadeiro. Os adultos medem cerca de 11 cm de comprimento. A espécie apresenta dimorfismo sexual: os machos são coloridos de preto brilhante e amarelo, enquanto as fêmeas e as aves imaturas têm cor olivácea.

Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaturamo-verdadeiro

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Gaturamo verdadeiro , macho e fêmea(Euphonia violacea, , tribo Thraupini, família Fringillidae)

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4. CURIOSIDADES Seja pela beleza, pela liberdade, pelos significados ou simplesmente por existirem, os pássaros sempre estiveram presentes na história do Homem. Assim, nada mais natural que também “vivam” no imaginário popular. A seguir, algumas coisas interessantes que achei: BEM-TE-VI - Pelo som do seu canto, o Bem-te-vi é chamado de “Triste-Vida”, “Tempo-Quer-Vier”, “Tique-Te-Vi” e “Te-Vi”. No Rio Grande do Norte, ele é malvisto porque teria gritado muito quando Nossa Senhora procurava fugir para o Egito com São José e o Menino Jesus. Mas o Bem-Te-Vi, que sabe de tudo, costuma também anunciar visitas. Pergunta-se "que tu vistes?" - se ele responder imediatamente, é visita de homem; se demorar, é mulher que vem. JOÃO DE BARRO - É tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho, sua casa. Um dia, conta-se, brigou com Tapera (andorinha), que chegou a dominá-lo e despejou-o do ninho ainda em construção. A fêmea, conhecida como "Joaninha-de-barro" ou "Maria-de-Barro" , ajuda na construção do ninho, mas parece não ser constante, abandonando o macho. O João-de-Barro é fiel até o fim e, por isso, quando percebe que a esposa mudou de amor, tampa a abertura da casa, fechando-a para sempre (conforme já havíamos citado).

Ver http://www.saudeanimal.com.br/lendas_brasileiras.htm BEIJA-FLOR - São várias as lendas sobre essa avezinha, mas a principal é essa: Existiam duas tribos morando à beira de um rio: uma tribo maior e uma tribo menor. A tribo menor plantava e pescava com muito afinco e, com isso,começou a ter mais peixe e maior abundância de alimentos. Isto gerou inveja na outra tribo, que começou a hostilizar seus vizinhos, primeiro com palavras, depois com gestos e por fim declarando guerra àqueles que, mesmo em menor número, eram mais trabalhadores e eficientes. Indiferente a estas questões, dois jovens se enamoraram, cada qual pertencendo a uma tribo. O rapaz pertencia à tribo menor e a jovem à tribo maior. Apesar da guerra, os dois se encontravam às escondidas. Um dia os guerreiros da tribo da jovem a seguiram e os encontraram namorando. Depois de espancar o rapaz e pensando que ele já estivesse morto, levaram a jovem de volta à tribo. O Conselho dos Anciãos foi convocado para o julgamento da pobre jovem. A acusação era de traição, já que as tribos estavam em guerra e eles acreditavam que ela passava segredos para a outra tribo. A sentença era de morte, mas por ela ser muito jovem e bela, convocaram os Xamãs que resolveram transformá-la numa flor.

O rapaz, socorrido por seus guerreiros, sobreviveu ao espancamento e, tão logo se recuperou passou a procurar desesperadamente pela sua amada. Ele chamou os anciãos e anunciou que iria até a outra tribo em busca de seu amor. Eles não permitiram tremenda loucura e tentaram, de toda forma, impedi-lo. Afirmaram que na sua tribo existiam lindas moças que poderiam ser boa esposa e dar-lhe filhos fortes e saudáveis. O rapaz estava irredutível e os anciãos, vendo tamanha decisão e tristeza do jovem, chamaram os xamãs para ajudá-los. Depois de muito pensar e sabendo que a jovem amada tinha sido transformada em flor decidiram transformá-lo em Beija-Flor. Segundo a lenda, é por isto que o Beija-Flor vai de flor em flor, sempre tentando achar a sua amada.

Ver http://www.nomads.com.br/Lenda.html

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Os indígenas deram nomes muito sugestivos para os beija-flores, que descreviam com perfeição esses pássaros encantadores. Para os índios caraíbas, eles eram os “colibris”, que significa “área resplandecente”; Os tupis os batizaram de “guainumbis”, ou seja, “pássaros cintilantes”;Já para os índios guaranis, os beija-flores eram os “mainumbis”, isto é, “aqueles que encantam, junto à flor, com sua luz e esplendor”. Seu relativamente enorme coração, que representa de 19 a 22% do peso total do corpo, facilita a rápida circulação do sangue; Num único dia, eles são capazes de ingerir, em substâncias nutritivas, até 8 vezes o peso do seu corpo. Alguns beija-flores desenvolvem velocidades médias que vão de 30 a 70 Km/h e a vibração das asas pode atingir 50 a 70 batidas por segundo. São as únicas aves que conseguem ficar literalmente paradas no ar, decolar e aterrissar verticalmente, e até dar marcha à ré em pleno vôo. O espetacular colorido dos beija-flores origina-se do fenômeno da refração da luz, através da microestrutura das penas. As mudanças de cores, observadas numa mesma ave, variam de acordo com o ângulo de incidência da luz solar ou com a movimentação do corpo. Dizem que Igor Sirkorski, que inventou o helicóptero, baseou suas idéias na observação contínua do vôo dos beija-flores. No entanto, o helicóptero não pode voar de cabeça para baixo. Os beija-flores podem. Fonte: The Hummingbird Garden, de Johan Dalgas Frisch e Christian Dalgas Frisch, Editora Dalgas-Ecoltec Ltda.

http://www.jardimdeflores.com.br/CURIOSIDADES/beija.html CAMBAXIRRA Dizem que no princípio do mundo as cambaxirras eram essencialmente silvestres e voavam sempre acompanhadas de outros passarinhos, principalmente as mariquitas (a nossa Cambacica), sugando o néctar das flores, de árvore em árvore... até que um dia, enquanto uma mariquita pousou num arbusto de trombetinhas vermelhas - uma plantinha que dá flores muito parecidas com pimentinhas malaguetas e de que as mariquitas gostam muito - a cambaxirra que a acompanhava pousou numa pimenteira cheia de frutos maduros que estava bem ao lado da trombetinha vermelha, e enquanto a mariquita sugava o néctar das flores, a cambaxirra bicava as pimentinhas, ficando com a boca e a garganta cada vez mais vermelhas e ardidas, e com o seu canto, que antes era extremamente melodioso, entrecortado de sussurros de aflição, parecendo mais um sininho tremido que avisa a todos os passarinhos para que tomem cuidado com as pimentas... E foi por isso que a cambaxirra nunca mais voou com os outros pássaros e agora está sempre por perto dos homens - nas casas, nas varandas, e nos beirais - para se proteger... - e também não suga mais o néctar das flores; comendo apenas coisas que se mexem , como os insetos, as larvas e os pequenos bichinhos que, assim, nunca serão confundidos com as flores e, principalmente, com as pimentas...

http://www.webartigos.com/articles/5390/1/a-lenda-da-cambaxirra/pagina1.html

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ANDORINHA Diz-nos a lenda que tudo começou em Nazaré num campo iluminado pelo brilhante sol em que o menino Jesus brincava com o barro fazendo passarinhos de asas abertas. Para secar colocou-os no chão. Entretanto passou lá um homem de mau coração que tentou esmagar os passarinhos que o menino Jesus fez. Jesus então bateu as suas mãos e as aves que tinha feito, voaram para longe. Outro dia, no beiral da casa onde Jesus morava construíram o seu primeiro ninho. E diz também a lenda que quando Jesus foi crucificado as andorinhas que ele tinha feito tiraram-lhe os espinho da coroa. Depois de tanta dor e sofrimento as andorinhas cobriram-se de luto e assim ficaram para sempre. E foi assim que nasceram as andorinhas.

http://www.eb1-louriceira.rcts.pt/lenda_andorinhas.htm TIÊ-SANGUE Conta a lenda que, certa vez, um homem de meia idade, bem aparentado e educado, vivia sozinho e raramente saía de sua casa. De aparência triste, não conversava com ninguém e pouco se alimentava. Até que, um dia, o homem encontrou um belo pássaro e resolveu mantê-lo numa gaiola para lhe fazer companhia. Acontece que a ave, de intensa coloração avermelhada, com o passar do tempo, perdeu a exuberância de sua cor e, lógico, sua beleza. O homem, desconsolado, não sabia o que fazer: dava-lhe todos os tipos de alimentos para pássaros, mas a ave parecia ter perdido a alegria, a vontade de viver. Passado algum tempo, ele resolveu soltar o animal para não vê-lo morrer na gaiola. E assim ele descobriu que o belo pássaro recuperou a sua primitiva cor. Moral da história: era a liberdade que lhe permitia ter aquele tom de vermelho tão intenso e o homem aprendeu a lição: ele também precisava de liberdade para espantar a tristeza e viver melhor sua vida. Como toda boa lenda, esta também tem um fundo de verdade, pois o tié-sangue (ou tiê-sangue) necessita de grande variedade de alimentos encontrados na natureza para preservar esse tom tão intenso de vermelho, que o destaca na mata ou no céu. SABIÁ-LARANJEIRA A escolha do sabiá-laranjeira como a ave símbolo do Brasil foi devido à sua presença em todo o território nacional e por ser, entre as aves, a mais inspiradora e, consequentemente, a mais aclamada e decantada pelo sentimento popular e cultural. Segundo o conhecido ornitólogo Dalgas Frisch, responsável pela campanha que elevou o sabiá-laranjeira à condição de Ave Nacional do Brasil, "as aves nacionais de outros países, à semelhança do nosso sabiá-laranjeira, são aclamadas não por sua plumagem ter algo a ver com as cores da bandeira daqueles países, e sim pelo folclore que as envolve. Assim, na Grã-

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Bretanha, o Robin (não o menino do Batman, mas um famoso passarinho europeu) foi escolhido como ave nacional porque inspirou o imortal poeta Shakespeare a escrever sua obra-prima Romeu e Julieta. Na Argentina, o pássaro el hornero,(o nosso joão-de-barro), é ave nacional porque representa o gaúcho se escondendo do frio vento minuano em sua casa de barro." Frisch afirma que "não adianta ter uma ave nacional com a qual o povo não convive. É preciso que a espécie faça parte da cultura popular, tenha presença na literatura, na poesia, na música e viva perto dos seres humanos. Nesse sentido, o sabiá é, verdadeiramente, um companheiro dos brasileiros, no campo e nas cidades."

Ver http://www.flickr.com/photos/bertrandocampos/2333873204/

5. REFERÊNCIAS http://www.avespantanal.com.br/paginas/index.htm http://www.aves.brasil.nom.br/frame.jsp?pageToShow=main.page http://www.informaves.hpg.ig.com.br/principal.htm http://www.informaves.hpg.ig.com.br/classificacao.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Aves http://www.colorfotos.com.br/amazonia/aves.htm http://www.aves.brasil.nom.br/frame.jsp?pageToShow=main.page http://www.avespt.com/p/dloads.asp Cantos: http://www.passarosdefibra.com.br/cantos.htm http://coisasdafazenda.uol.com.br/aves_cantos.asp http://www.geocities.com/ag_vet1/canto.html http://www.picarelli.com.br/clipping/clip25092003b.htm Dinossauros com penas em www.dinosaur-world.com (em inglês)

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