Lv 1175 web
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No dia 06 de junho uma grande vitria dos Celesquianos foi confirmada. A Celesc, aps inmeras reunies com o procurador do Ministrio P-blico do Trabalho (MPT), Sandro Sard, assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) comprometendo-se a manter em seu quadro prprio n-mero de trabalhadores suficiente para cumprir com a legislao que de-termina um intervalo de no mnimo 11 horas entre jornadas de trabalho. O debate comeou com a manifestao do MPT sobre a Celesc no cumprir o intervalo entre as jornadas dos eletri-cistas de emergncia, alm de no cumprir o in-tervalo de almoo estipulado pela lei. J epoca os sindicatos que compem a Intercel acompa-nharam o desenvolver do debate, auxiliando na argumentao do procurador e deixando claro que a nica forma de resolver o problema que causa a sobrecarga e expe os trabalhadores a riscos de sade e segurana era a contrata-o de eletricistas atravs de concurso pblico. Alm disso, os sindicatos deixaram claro a posi-o histrica contrria terceirizao das ativi-dades-fim, uma vez que os trabalhadores terceirizados so explorados e expostos a riscos de sade e segurana comprovados pelos trgicos acidentes ocorridos no final de 2012, onde um trabalhador perdeu a vida na rede da Celesc. O MPT, tambm contrrio terceirizao, move uma Ao Civil Pblica contra a Celesc onde a Procuradora Quzia Arajo Duarte de Aguiar, deixou clara a postura do Ministrio: no h sentido em haver empresa pblica se os trabalhadores forem terceirizados.Neste meio tempo a organizao dos trabalhadores, junto com os sin-dicatos da Intercel, realizou duas manifestaes que contriburam para o debate. No fim de 2012, durante reunio do Conselho de Administra-o, trabalhadores de todo o Estado paralisaram atividades nos portes
da Celesc cobrando pela deliberao do Conselho pela realizao do Concurso Pblico, que vinha sendo protelada pela presso dos acionis-tas minoritrios. A manifestao foi vitoriosa e, mesmo fora da pauta, o assunto foi debatido e a realizao do concurso aprovada para feverei-ro de 2013. As tentativas de no contratar trabalhadores em favor da terceirizao ficaram claras no fatdico episdio do concurso realizado em fevereiro. Sob o pretexto de que a empresa responsvel pela reali-
zao das provas havia "errado a mo", o concur-so que previa a aprovao de 130 trabalhadores aprovou apenas 17. Novamente os trabalhadores paralisaram as atividades, clamando por morali-zao e pela realizao de novo concurso. Alm disso os trabalhadores cobravam a contratao imediata de mais trabalhadores, pois o nmero apresentado pela diretoria era claramente insufi-ciente para suprir a necessidade de mo de obra, agravada pela sada de companheiros no PDV. Em paralelo a todas as manifestaes, a Intercel trabalhava em defesa da aplicao do trabalho
aprovado pelo GT da Fora de Trabalho Operacional, que determinava a necessidade de contratao de 260 eletricistas para que a Celesc cumprisse as legislaes trabalhistas. A presso dos trabalhadores e a ao do MPT foram determinantes para a vitria da categoria.Com a assinatura do TAC, a Celesc no apenas se compromete a com-pletar o quadro de pessoal, acabando com a sobrecarga e os riscos laborais aos quais os trabalhadores esto expostos, mas tambm se compromete a no utilizar mo de obra terceirizada para realizar ativi-dades-fim. Apesar da vitria, importante que permaneamos unidos e fiscalizando o cumprimento do TAC, que s contribui na luta pela Celesc Pblica.
No 1175 - 13 de junho de 2013
PGINA 2
CELESC ASSINA TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA COM MINISTRIO PBLICO
UM BALANO DAS NEGOCIAES NOS LTIMOS 5 ANOS PGINAS 2-3
INTERCEL DEBATE COM CELESC OTIMIzAO DOS CODS E fUTURO DOS PAS
INTERSUL E INTERSINDICAL SE RENEM hOJE PGINA 3
"Os sindicatos da Intercel acom-panharam o debate deixando cla-ro que a nica forma de resolver o problema que causa a sobrecarga e expe os trabalhadores a riscos de sade e segurana a contra-tao de eletricistas atravs de concurso pblico"
Procurador do Trabalho, Sandro Sard, e sindicatos da Intercel cobraram a contratao de pelo menos 260 trabalhadores atravs de concurso pblico
foto: Intercel
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Seminrios RegionaisOs Seminrios Regionais preparatrios para o 9 Congresso dos empregados da Ce-lesc entram em sua ltima semana. Depois do debate sobre as representaes dos trabalhadores passar por quase todas as Agncias Regionais, o evento termina nesta sexta-feira, dia 14, em Florianpolis. Na avaliao dos sindicatos da Intercel o debate sobre o papel das representaes dos trabalhadores nas mais variadas instncias con-tribui para a construo de uma Celesc Pblica onde cada vez mais os trabalhadores
sejam ponto fundamental na gesto da empresa. As instncias representativas so parte de um modelo de gesto compartilhada que defendido pelos sindicatos que compem a Intercel desde os primeiros Congressos dos trabalhadores, tendo inclusive o representante dos empregados no Conselho de Administrao da Celesc poca, Luiz Czare Vieira, publicado um livro sobre a experincia dos trabalhadores na gesto da empresa.
Os sindicatos que compem a Intercel estaro reunidos com a Diretoria da Celesc nesta quinta-feira, dia 13, a tarde, para debater duas questes de grande importncia para os trabalhadores: o processo de otimizao dos Centros de Operao da Distribuio (CODs) e o futuro dos Postos de Atendimento (PAs).A reunio inicia com a pauta dos despachantes que, aps o encontro promovido pela Intercel em Lages, retiraram em conjunto com os diri-gentes sindicais correspondncia de consenso elencando as prioridades e necessidades absolutas que condicionam a continuidade do processo de otimizao dos CODs. Alm disso, trabalhadores de todas as regies do estado participaro da reunio com a Diretoria da empresa, apresen-tando as argumentaes construidas com os problemas vivenciados no cotidiano.Logo aps a reunio com os despachantes a situao dos operadores volta pauta. Depois do acerto de respeitar as regras pr-definidas no grupo de trabalho que debateu o futuro dos PAs, resguardando a con-tinuidade do posto quando a empresa demonstrava a inteno de extin-guir a atividade, e de reunies entre os trabalhadores, os sindicatos da Intercel e a Associao dos Operadores de Subestaes (APOUS), uma contra-proposta apresentada pela empresa foi construda com base no debate. Os sindicatos da Intercel continuaro no debate, certificando-se que sejam dadas condies de trabalho tanto aos despachantes quanto aos operadores. imprescindvel que a categoria permanea unida em defesa de melhores condies de trabalho e de uma gesto que respeite os trabalhadores.
Intercel se rene com Diretoria da Celesc para debater otimizao dos CODs e futuro dos PAs
CELESC
Acontece entre os dias 17 a 21 de junho a VII Sipat do Sinergia. Em funo disto o expediente no sindicato vai sofrer alteraes.Nos dias 18 e 19 haver expediente interno das 13h30min s 17h30min. No dia 21 o expediente interno ser das 8 horas s 17h 30min.
VII SIPAT do SinergiaSINERGIA
O Coletivo Nacional dos Eletricitrios se reuniu ontem (12 de junho), em Braslia, para avaliar os rumos da negociao do ACT 2013/2014 e formular novos encaminhamentos. A direo do grupo Eletrobras adia propositalmente a discusso da pauta nacional de reivindicaes. A 2 reunio de negociao, prevista para dia 05 de junho, foi mudada unilateralmente pela Holding para o dia 21/06 e sem nenhuma explicao, o que demonstra, por si s, uma atitude de desrespeito com as entidades repre-sentativas.Do ponto de vista dos dirigentes sindicais, em qualquer circunstncia a unidade dos traba-lhadores necessria, mas neste momento, mais do que necessria, ela imprescindvel! Como temos alertado, sem unidade dificilmente teremos condies de fortalecer a luta frente s investidas da gesto da Eletrobras que se utiliza comodamente do discurso da reduo de receitas (uma das consequncias da MP 579) para justificar demisses (disfaradas de PID) e propor retirada de direitos. A preocupao dos gestores do grupo Eletrobrs com a sobrevivncia das empresas est focada ba-sicamente na reduo dos gastos com pessoal, podendo provocar uma baixa na qualidade dos servios
prestados, em funo da perda do conhecimento tcnico acumulado ao longo dos anos e do desestmulo dos empregados remanescentes que no enxergam perspectiva de valorizao atravs do Plano de Car-reira e Remunerao (PCR). O contexto de dificuldade das negociaes dos acordos coletivos nos ltimos
anos est na contramo da retomada dos investimentos no setor eltrico federal. como se pudesse imaginar o crescimento das empresas, sem considerar e reconhecer a importncia dos empregados neste contexto. O que se presencia atualmente um ataque deliberado as conquistas e direitos dos trabalhadores. Assim como aconteceu no ano passado, o conjunto dos eletricitrios do grupo Eletrobras est sendo de novo desafiado. Uma coisa certa, no h alternativa ou sada individual numa campanha de data base. A res-posta queles que somente enxergam na reduo dos direitos e benefcios dos trabalhadores a sada para as dificuldades conjunturais ser a unio e a luta coletiva. Continuem todos aten-tos ao chamado dos sindicatos para fazer valer um acordo coletivo digno, que no vir por obra
do acaso. Ao final desta edio, o LV no dispunha de maiores informaes sobre os encaminhamentos da respectiva reunio do CNE, que sero divulgados oportunamente atravs de boletim especfico.
CNE avalia rumos da campanhaELETROBRAS
Com o objetivo de estabelecer aes conjuntas na campanha de data-base deste ano, a exemplo da exitosa greve de julho do ano passado, os sindicatos que compem a Intersul e a Intersindical esto reunidos hoje, (13/06), em Florianpolis. A aproximao das entidades sindicais fruto do desejo dos empre-gados da Eletrosul e faz parte de uma estratgia que visa melhores resultados categoria. Independentemente do cargo e da funo que cada um exerce na empresa, a verdade que todos so eletri-citrios e usufruem das conquistas obtidas pelo esforo do coletivo. Neste sentido, tanto os dirigentes sindicais que integram a Intersul, como a Intersindical, contam com o envolvimento efetivo dos traba-lhadores nesta campanha de data-base cuja unio dos sindicatos em nvel regional e nacional fez a grande diferena em 2012.
Intersul e Intersindical se renem hoje
ELETROSUL
LINHA VIVA uma publicao da Intersindical dos Eletricitrios de SCJornalista responsvel: Paulo Guilherme Horn (SRTE/SC 3489) | Conselho Editorial: Leandro Nunes da SilvaRua Max Colin, 2368, Joinville, SC | CEP 89206-000 | Fone (047) 3028-2161 | E-mail: [email protected]
| Site: www.sindinorte.orgAs matrias assinadas no correspondem, necessariamente, opinio do jornal.
Um balano das negociaes nos ltimos cinco anosOs empregados da Tractebel tm percebido que as negociaes tm ficado mais difceis nos ltimos anos, exigindo mais reunies para a obteno de uma proposta de Acordo. O econo-mista do DIEESE, Daniel Passos, que tem assessorado a Intersul nas negociaes, fez um balano dos resultados de algumas clusulas econmicas negociadas nos ltimos cinco anos, mostrando a importncia que cada conquista tem na remunerao do empregado ao longo da sua vida profissional na empresa. Nessa edio estamos reproduzindo alguns pontos desse balano, destacando o Aumento Real, entendido como a correo dos salrios acima da infla-o medida pelo INPC/IBGE.A correo dos salrios acima da inflao tem sido uma prtica comum na maioria das nego-ciaes coletivas no Brasil nos ltimos anos. De acordo com o banco de dados do DIEESE, entre 2008 e 2012 foi crescente o nmero de acordos e convenes coletivas com ganho acima da inflao, passando de 76,6% para 94,6% do total de negociaes. Esse cenrio reforou os argumentos dos dirigentes na negociao com a Tractebel, exigindo propostas que contemplassem ganho real de salrios. Por outro lado, o argumento da empresa tem sido buscar a aplicao de ganhos salariais individuais, utilizando para isso seus mecanismos dis-cricionrios como a avaliao de desempenho ou pesquisas de mercado.Apesar dessa diferena de vises, o aumento real acumulado nos ltimos cinco anos na negociao com a Tractebel foi de 4,34% expressando uma mdia anual de 0,85%. Em uma economia em que baixo o patamar inflacionrio, qualquer aumento real de salrio tem um efeito importante na renda do trabalhador. A Tabela demonstra o ganho na remunerao em 12 meses em razo do aumento real verificado a cada ano desde 2008. Nesse caso foi consi-derado o efeito sobre toda a remunerao no decorrer do ano, considerando os doze salrios mensais, mais dcimo terceiro, gratificao de frias e um valor mdio de trs salrios de PLR, totalizando 16,666 remuneraes.
Destaca-se a relevncia do aumento real, pois o seu efeito replicado nos anos seguintes. Assim, o ganho verificado em 2008 replicado no ano seguinte, adicionando-se ao ganho de 2009, e assim sucessivamente. Desse modo, observa-se que um ganho pequeno de 3,73% de uma remunerao ao longo de 12 meses no ano base 2008 se eleva para 16,85% em 2009 e alcana 71,22% de uma remunerao no ano base 2012. O efeito cumulativo nos cinco anos de quase duas remuneraes (181,53%), com a garantia de que continuar se replicando nos anos seguintes. Importante destacar ainda esses efeitos nas outras verbas trabalhistas e indenizatrias como o FGTS, Plano Previdencirio e outras que sero refletidas ao longo de toda a trajetria pro-fissional do trabalhador na empresa.
Negociao Tractebel EnergiaGanhos de remunerao no ano* em razo do aumento
real 2008-2012
ANO GANHO REMUNERAO
2008
2009
2010
2011
2012ACUMULADO
3,73%
16,85%
34,40%
55,34%
71,22%181,23%
Fonte: IBGE; Acordos Coletivos. Elab: DIEESE SC(*) Foi considerada 16,666 remuneraes mensais ao longo de 12 meses
Pelas prximas edies do Linha Viva continuaremos a apresentar um diagnstico das ltimas 5 negociaes na Tractebel. Acompanhem e comentem!
fotos: Intercel
fotos: Intercel
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CULTURA
CANES DE TRABALHOO gnero musical Blues foi uma das prin-cipais fontes de todos os outros gneros musicais, entre eles o Rock. O Blues nas-ceu com a voz dos escravos nos campos de algodo do sul dos Estados Unidos. Eles cantavam nas plantaes para aliviar a dureza do trabalho. Enquanto os negros soltavam suas emoes, os brancos viam o lado prtico da coisa. As work-songs (canes de trabalho) ajudavam a im-primir um ritmo ao trabalho no campo e deixavam os escravos mais alegres. Por volta da dcada de 50, a capi-tal Kingston era a terra dos sonhos dos habitantes das zonas rurais da Jamai-ca. Apesar da cidade no oferecer muito trabalho, multides dirigiam-se para l, para fatalmente engrossarem a popula-o das favelas. A maior e mais miservel dessas favelas era Trench Town (Cidade do Esgoto), foi para l que Dona Cedella se mudou junto com seu filho, Bob Mar-ley, no final dos anos 50. O menino cresceu nesse ambiente junto com outros meninos de rua, com quem comeou a tocar latas e guitarras improvisadas em casa. O som que faziam era influenciado pelo Blues, tocado nas emissoras do sul dos Estados Unidos que conseguiam captar nos seus rdios. Bob conseguiu um emprego numa funilaria, mas j tinha a msica como grande objetivo de sua vida. A busca desse sonho ganhou dedicao exclusiva quando uma fagulha da solda com que trabalhava queimou-lhe o olho. O acidente de trabalho no teve gravidade, mas contribuiu muito para Bob Marley decidir largar o emprego e investir unicamente no aper-feioamento da sua msica.
Em 1965, no distrito industrial de Birmingham, na Inglaterra, ocorreu outro acidente de trabalho, um acidente que iria mudar o som do Rock para sempre. Tony trabalhava em uma indstria metalrgica, quando foi chamado para substituir um empregado que havia faltado naquele dia. Sem qualquer experincia com a mquina, sofreu um acidente de trabalho que decepou a ponta de seus dedos. Foi uma perda pessoal muito grande porque sua pretenso era largar o emprego e se tornar um guitarrista pro-fissional. Porm, um dia, j desanimado, foi apresentado a um guitarrista que tocava Blues apenas com os dedos indicador e mdio. Ao ouvir aquilo ficou encorajado e resolveu tocar de novo. Derreteu a ponta de duas garrafas plsticas, as modelou para encaixa-rem nos dedos, e folgou as cordas da guitarra para ficar mais fcil de tocar, por consequncia, o som ficou mais pesado. E assim nasceu o Rock Metal do Black Sabbath. Hoje as work songs esto nos fones de ouvidos dos executivos, na musica ambiente dos escritrios, no fundo musical de filmes motivacionais que vemos no emprego, nos fazendo companhia nas viagens a servio. As batidas do techno ainda lembram o rit-mo das mquinas, muitas letras dizem respeito as nossas condies de trabalho. Nos prximos fins de semanas, inevitavelmente, ouviremos Bob Marley e ficaremos satisfeitos de ns todos - ele tambm - termos sobrevividos a mais uma jornada de trabalho.
por Rodrigo Luis GalvoTrabalhador da Eletrosul
imagens de Robert Crumb retiradas do www.google.com