M ARP _ Museu de Arte de Ribeirão Preto

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caderno tgi2

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U n i v e r s id ad e d e S ão P a u l o - E sc o l a D e E ng e n ha r i a d e S ã o C a r l o s

Departamento de Arquitetura e Urbanismo - Trabalho de Graduação Integrado II

M A R P - M u s e u d e A r t e d e R i b e i r ã o P r e t o

P r i s c i l a C e r r i I m p e r a t r i z

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................1

PROCESSO .................................................................................................................................. 6

ÁREA ......................................................................................................................................... 18

MARP ........................................................................................................................................ 32

A FORMA .............................................................................................................................. 37

PROJETO_ MARP ..................................................................................................................... 47

DESENHOS TÉCNICOS .............................................................................................................. 51

SUBSOLO 2 ............................................................................................................................ 51

SUBSOLO 1 ............................................................................................................................ 53

TÉRREO ................................................................................................................................. 54

PAVIMENTO 1 ....................................................................................................................... 56

PAVIMENTO 2 ....................................................................................................................... 58

ÁREA DOS ESPAÇOS ............................................................................................................ 59

PERSPECTIVAS ......................................................................................................................... 62

DETALHAMENTO .....................................................................................................................68

FLUXOS E VISUAIS ...............................................................................................................68

RAMPAS................................................................................................................................ 70

BLOCO VERMELHO ............................................................................................................... 71

SUMÁRIO

ESQUEMA ESTRUTURAL e MATERIALIDADE ........................................................................ 72

FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO ............................................................................................. 73

Museu Nacional de Arte do Século XXI _ MAXXI ............................................................... 74

MARP_ ESTRUTURA ............................................................................................................ 74

ESQUEMA ESTRUTURAL MARP .......................................................................................... 75

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 76

SUMÁRIO

1

Durante todo o curso muitos foram os questionamentos levantados e que me

levaram a pensar e repensar uma posição crítica sobre a arquitetura, o urbanismo, suas

relações internas e a cidade real.

É importante a observação da memória na cidade, da arquitetura como formadora

de uma identidade urbana e dentro disso pensar qual é o papel do arquiteto na

construção dessa identidade: devemos ser notados? E se notados, de qual maneira?

Pensar a cidade é algo intrigante, pois muitas vezes a realidade não é a esperada

para o projeto. Obras deslocadas da realidade em que se inserem tornam-se assim tão

comuns ao olhar, principalmente ao olhar do simples transeunte, que acabamos por nos

acostumar com, o que muitas vezes é uma agressão ao tecido urbano.

Muitos hoje em dia veem a realidade imposta - a cidade com suas temporalidades e

contradições - como algo a ser negado e superado. Creio que olhar para a cidade com

receio e temor não é benéfico a projeto algum, independente se sua escala é urbana,

arquitetônica ou paisagística.

À medida que as camadas da cidade são identificadas, revela-se muito mais do que

meras construções de tempos distintos, revela-se a própria história urbana construída e

em permanente construção. Reconhecer essas camadas é um passo importante na

identificação da própria identidade da cidade.

INTRODUÇÃO

2

“A cidade é muito mais do que um mero espaço onde diferentes atividades

acontecem”, essa frase dita em uma das aulas de Introdução ao TGI1, mostra bem o que

acredito ser uma cidade, ela está para além do caos, ela é também suas ruas, suas

vivências e relações, é muito mais do que um simples espaço físico e material. Assim

quanto mais nos aproximarmos dessa cidade que se desvela aos olhos e que muitas vezes

tentamos negá-la, mais forte será a nossa ação enquanto pessoas ativas na construção

das cidades. Quando a obra se insere em um contexto conhecido, aceitado e discutido

onde a história, a cultura e até mesmo a rotina local são dados primordiais ao ato de

projetar e não mero obstáculo a ser removido, a intervenção torna-se peculiar, pois esta

será muito mais do que um simples espaço, será um lugar.

O projetar tem que construir acima de tudo um sentido de pertencimento, de forma

a dar àquilo que desenhamos uma maior aproximação e identidade com o local e com a

cultura na qual se insere. Entretanto, acredito não ser apenas por meio da arquitetura

que se tornará possível a realização de transformações em uma sociedade, acredito que

para isso ocorrer é necessário ainda ações políticas, culturais e sociais.

É comum nos dias de hoje, apesar de muitas vezes ser apenas em discurso, a

colocação do arquiteto e urbanista como uma entidade capaz de, com sua obra, mudar

totalmente a realidade dada. É preciso despir-se de uma idealização para conseguir

mudar algo, é preciso antes entender as próprias limitações – suas e do projeto-, o local, a

1 Citação feita na aula da disciplina Introdução à T.G.I., no segundo semestre do ano de 2009.

3

rotina, a dinâmica na qual se pretende agir; pensar em antes de mudar a realidade em

fazer bons projetos à população para que ela possa melhor usufruí-los. Acredito que

dessa maneira, por mais que o projeto não abranja tudo o que se pretende, será dado um

primeiro e importante passo que o tornará muito mais do que uma mera construção em

uma cidade com tantas outras e será uma obra usada pela sociedade onde estará

embutido muito mais que concreto, tijolo ou o que seja, aonde será possível encontrar

um tensionamento crítico da realidade.

Nas suas intervenções a arquitetura tem que buscar, para além da simples

construção de espaços, a criação de novas relações físicas, pessoais, urbanas e, porque

não, artísticas, enfim buscar a construção de um lugar. Por meio dela relações podem ser

repensadas, é possível exaltar aspectos antes escondidos ou renegados, resgatar

memórias e referências e até mesmo criar novas. A obra arquitetônica só tem a ganhar ao

abranger estes aspectos, ao dar àqueles que a habitam ou frequentam algo mais do que

apenas a sensação de cobertura.

A grande força da arquitetura está exatamente em criar espaços de con[vivência],

somos capazes de por meio dela criar fluxos, cruzamentos, estranhamento,

reconhecimento, reflexões, tensões e sentimentos, onde o indivíduo não é mais um mero

dado, é um ser que habita e vive a cidade.

A arquitetura deve levar à ela a vitalidade encontrada no urbano e nas relações

pessoais, a própria arquitetura deve ser um espaço vivo, onde a cidade acontece, onde as

4

pessoas possam se encontrar, estar, passar. O espaço criado pela intervenção

arquitetônica deve ser sincero em suas intenções e pensar naquele que o usará e no

impacto que terá sobre a cidade.

Para uma intervenção de qualidade a análise da área de projeto é sempre

primordial, considerar o existente é também projetar. A obra de arquitetura e sua

inserção na cidade devem ir além de uma mera construção, deve olhar para o todo que a

rodeia, considerá-lo, mas também saber separá-lo e criar uma arquitetura própria que

dialogue com este e que, ao mesmo tempo, se destaque respeitando e reforçando a

identidade local.

A arquitetura e suas diversas instâncias de intervenção devem ser sempre motivo de

reflexão e questionamento, pois só assim nossas cidades contarão com obras

preocupadas em levar muito mais do que belas formas e programas aos locais onde se

inserem; com obras que buscam tencionar as relações dadas, em respeitar a história e sua

própria época.

Pretendo com a visão colocada aqui dar início a um ato projetual, que não deixará

de ser rodeado de dúvidas e questionamentos arquitetônicos e urbanos da construção do

local que viveremos e deixaremos de herança. Intervir em uma cidade ou mesmo em uma

edificação real, para mim, é uma tarefa árdua a grata quando feita com consciência e

respeito, quando usamos do nosso conhecimento – artístico, urbano, arquitetônico, de

5

cidadão e vivente da cidade- em prol da criação de situações que visem agregar à

realidade qualidade e crítica.

Assim, neste caderno é possível encontrar como esses questionamentos viraram

projeto, como tudo o que me ansiava transformou-se em leituras, deslocamentos, em

tentativas falhas e acertadas, enfim transformou-se no Museu de Arte de Ribeirão Preto.

6

PROCESSO

7

Durante o processo de decisão sobre o tema do meu Trabalho de Graduação

Integrado [TGI], busquei referências teóricas e projetuais nas quais eu reconhecesse

minhas próprias intenções arquitetônicas. Sempre tendo em vista meus

questionamentos iniciais uma ideia de projeto se fez concreta, um museu, e um local de

implantação ganhava força, a cidade de Ribeirão Preto.

São muitas as discussões feitas através de museus, questões já colocadas pela

historiografia de como um museu deve ser. Um museu deve ser um cubo branco, neutro

na paisagem; uma obra de destaque tão importante quanto àquelas que pertencem ao

seu interior, que choca e causa estranhamento quando relacionada com o que o circunda;

qual deve ser sua abrangência cultural e simbólica – deve ser um polo de transformador

do espaço e das pessoas ou agir como uma peça de marketing para instituições

comerciais?; entre outras que me surgiam e que foram de extrema importância na

definição do que seria o projeto aqui apresentado.

Antes de abordar mais a fundo essa questão vale ressaltar um processo cultural que

vem acontecendo atualmente. O acesso à cultura tem se tornado cada vez mais fácil e

democrático. Com a tecnologia cada vez mais presente, a cultura ficou mais acessível,

todos podem ter acesso a grandes obras por meio de um clique no computador sem sair

de suas casas, mas ao mesmo essa experiência pouco tem de autêntica.

Havia um receio de que a tecnologia distorcesse a distinção entre o real e o virtual,

de que a experiência da cultura ficasse apenas na esfera virtual e não estimulasse a real

8

vivencia desta. Entretanto, o que se verifica atualmente é uma busca por experiências

reais com as pessoas e com a própria obra de arte, pois o que é real é raro. As pessoas

querem andar pelas ruas, estar em lugares reais, mas elas também querem que esses

espaços sejam especiais e ofereçam algo além do que elas podem ter por meio de seus

computadores.

Essa ânsia por espaços públicos especiais, ao mesmo tempo em que é observado o

aumento do poder da autenticidade e o crescimento do número de pessoas em busca de

cultura, arte, educação; resulta em um aumento também dos lugares que propiciem essa

vivência completa, como são os museus. Como diz Paul Goldberger em seu texto

Architecture, Museums and Authenticity:

“In truth, museums have become the most important public buildings of our time.

They seem to embody our culture’s ideals […] They are repositories of the past, as

cathedrals are; they represent a set of shared values […] they function as community

centers as well as places of enlightenment; they are places in which the wealthy often

find it useful to memorialize themselves, and they are places in which the very idea of

immortality seems always to hover above us, as we hopefully experience some degree of

transcendence from daily life.”2

O espaço do museu tornou-se atualmente um espaço público por excelência,

espaço da multiplicidade e da pluralidade, onde a esfera pública realmente se efetiva. A

2 GOLDBERGER, Paul. Architecture, Museums and Authenticity. Pag. 3 Disponível em:www.paulgoldberger.com/lectures/11. Acesso em: fev 2010.

9

partir do momento que os espaços culturais funcionam como espaços públicos, é

estimulado a troca de informações, ideias, vivências e formações, enfim é estimulado que

o leigo passe a fazer parte mais ativa da cultura. O museu deixou de ser guardião de

acervos para ser elemento estruturador de políticas culturais das cidades, estruturador de

seus espaços públicos.

A acessibilidade da arte, como discussão, reconhecimento, troca e produção de atos

e palavras, como defende Arendt3, torna-a objeto questionável também em si, sendo

mais um instrumento de emancipação crítica da sociedade.

O espaço museológico e sua forma externa, assim como a relação entre estes, são

também importantes pontos de discussão. A possibilidade de esse objeto ser um marco

por estranhamento ou sutileza, de seus prédios serem muito mais expressivos do que

qualquer outro tipo de edifício tornando-se assim símbolos arquitetônicos dominantes

em diversas cidades, cria indagações e merecem maior atenção. Assim, o livro “Museus

para o Século XXI”, de Josep Maria Montaner, e “No Interior do Cubo Branco”, de Brian

O’Doherty, são referências bibliográficas importantes no estudo desse fenômeno, assim

como outras.

Montaner, no livro acima citado, identifica o fenômeno presente na elaboração de

museus ao redor do mundo e os separa segundo a forma que se colocam no local e suas

relações. Dentre as tipologias tratadas do texto, destaca-se aqui o que o autor considera

3 Citação retirada do artigo Relações entre cidade e museus contemporâneos: Bilbao e Proto Alegre, da Revista RISCO 9.pag. 156.

10

museus como organismo extraordinário, onde o destaque é sua forma não repetível,

monumental e específica, verdadeiras esculturas gigantescas como é o Museu

Guggenheim em Bilbao de Frank Gehry; e os museus como caixa polifuncional ou

container, neutra, aperfeiçoável e repetível, um espaço neutro que alia tecnologia e

qualidade, servindo de exemplo o Centro Pompidou de Renzo Piano e Richard Rogers.

Entretanto, essas classificações são restritas, sendo difícil usá-las separadamente.

É notável a busca pela forma nos edifícios de museu atuais, o uso de diferentes

filosofias em suas concepções, mas o que fica claro é que todos querem, de uma forma

ou de outra, construir verdadeiros espaços de vivência pública, espaços adequados a arte

que pretende abrigar.

A concepção de museu mudou muito ao longo do tempo e continuará mudando. Há

tempo deixarão de ser meros depósitos de obras de arte de grande valor, estimulando

agora que a arte permaneça viva, se cria e recrie em seus espaços.

“O museu vive, e vive porque exibe amostras eletivas de suas coleções para que o

público tenha uma experiência, antes de tudo, sensorial, física, sensual. Essa é a

experiência do aberto. Seu tempo é o durante. E por mais informado que alguém chegue

às suas portas, ao percorrer seus espaços, estará sempre exposto à descoberta ou

11

reencontro. Reencontro com o museu, ou com a cidade, ora mostrando algo novo, ora

nos levando ao reencontro de coisas não tão novas.”4

Assim busquei agregar ao Museu em projeto o que considero as principais e mais

importantes características encontradas, busquei compor um espaço onde os sentidos

fossem estimulados, que se destacasse da paisagem sem agredi-la apenas atribuindo um

valor emblemático e simbólico à ela, mas ao mesmo tempo um espaço neutro, adaptável

ao caráter sempre mutante do museu contemporâneo capaz de abrigar os mais diversos

tipos de exposições.

“Um museu não pode se constituir nem um

‘sarcófago’ e nem um depósito de luxo de obras de

arte e cultura, por mais sofisticado e moderno que

seja, mas que deve conseguir aliar à sua função de

‘expositor’ e ‘apresentador’ de produtos reconhecidos

e institucionalizados da cultura, aquela de

proporcionar o desenvolvimento do potencial criativo

de cada um dos seus visitantes.” 5

4 JUNIOR, Antonio Aparecido Fabiano. Relações entre cidade e museus contemporâneos. RISCO n.9, pag.154-167, 1|2009. 5 SEGALL, Maurício. O Museu Lasar Segall e sua política cultural. São Paulo, 1977. In: 30 anos à frente do

Museu Lasar Segall. Pag. 13

imagem_ 1: Interior do MoMA NY. Fonte: autora.

12

“A arquitetura é o jogo sábio, habilidoso e

grandioso de volumes expostos à luz. Nossos

olhos são feitos para ver formas na luz; a luz e a

sombra revelam estas formas ...” 6

Na busca por referências projetuais me aproximei muito dos arquitetos que

trabalhavam com as questões formais, ou com os quais esta se fazia marcante em alguns

projetos. Assim, os projetos do arquiteto português Álvaro Siza merecem destaque no

processo de elaboração teórica e física do meu objeto de trabalho desde o início e se fez

cada vez mais presente ao longo do processo. A sua preocupação com o local, o

contraponto de materiais, o uso diferenciado da luz natural e artificial, as rampas,

enquadramentos e a plasticidade de suas formas, serviram de inspiração para o

desenvolvimento do projeto. Principalmente seu projeto para o Instituto Iberê Camargo,

suas soluções e uso da forma como uma resposta à natureza complexa do projeto, sua

crença que os arquitetos nada inventam apenas transformam a realidade, me

acompanharam durante o desenvolvimento e o desenho do MARP (Museu de Arte de

Ribeirão Preto). Como o próprio Siza coloca, “Cada desenho deve captar, com o máximo

6 Le Corbusier: Por uma arquitetura. In: CHING, Francis D.K.. Arquitetura: forma, espaço e ordem. São Paulo, 1998. Ed. Martins Fontes

imagem_ 2: Contemporany Arts Center – Zaha Hadid. Fonte: Autora.

13

rigor, um momento preciso da imagem palpitante, em todas suas tonalidades, e quanto

melhor puder reconhecer essa qualidade palpitante da realidade, mais claro será.”

(REGO,2001)

Juntamente com os projetos do arquiteto Álvaro Siza, alguns outros projetos, como

o do MoMA NY do Yoshio Tanigushi, o Museu Hergé do Portzamparc, o Contemporany

Arts Center da Zaha Hadid, o Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Estúdio

América, as obras do Renzo Piano, os espaços museológicos do Paulo Mendes da Rocha,

a questão formal de Peter Eisnman, tiveram forte influência na composição formal e

conceitual do projeto. E assim Eisnman merece um destaque, pois a questão abordada

por ele da forma, seus deslocamentos e lógica, estiveram bastante presente no início do

desenvolvimento do projeto do MARP, essa era uma esfera que queria trabalhar e que no

começo era mais forte, marcante e ao longo do processo, foi se limpando e tornando-se

mais simples.

Assim para um maior embasamento teórico entrei em contato com estudos

existentes na arquitetura acerca do tema. Nesse momento me aproximei de autores

como Francis Ching [Arquitetura: Forma, espaço e ordem]; Wucius Wong [Fundamentos

del Diseño di-y-tridimensional] e com o qual considero mais importante neste processo,

Peter Eisnman e suas obras e processos mais explicitados em seu livro Diagram Diaries.

14

“My work on the diagram is one such

examination. It concerns the possibility that

architecture can manifest itself, manifest its

own interiority in a realized building. The

diagram is part of a process that intends to

open architecture to its own discourse, to its

own rhetoric and thus to potential tropes witch

one latent within it.”7

Por meio dessa pesquisa formal e projetual, a ideia de museu que pretendia foi se

formando e tomando forma. E é interessante observar como muito do que estava nessa

etapa se faz agora presente, de uma forma ou de outra, no projeto finalizado.

Com base em tudo lido, visto e pesquisado, houve a definição das intenções

projetuais, um amadurecimento da ideia de nesse projeto a questão formal ganhar

destaque e ser trabalhada aprimoradamente, de ser ainda trabalhada a materialidade, o

deslocamento dos volumes e a relação interior-exterior em uma situação climática como

a da cidade de Ribeirão Preto.

7 EISNMAN, Peter. Diagram Diaries. Universe Architecture Series. Thames and Hudson, 1999.

imagem_3: Estudo volumétrico. Fonte: Autora.

15

A ideia clara de elaborar um Museu para o Trabalho de Graduação Integrado, o

escopo deste definido e a intenção de inseri-lo na cidade de Ribeirão Preto, permitiram o

desenvolvimento do projeto como um todo.

imagem_ 3: Referências projetuais – volumes. Fonte: Autora

16

imagem_ 4: Referências projetuais – volumes e formas. Fonte: autora

imagem_ 5: Referências projetuais – volumes e formas. Fonte: autora.

17

imagem_ 6: Referências projetuais - interior de museus quanto à luz. Fonte: autora

imagem_8: Referências Projetuais - Interior do Museu da Língua Portuguesa, Paulo Mendes da Rocha. Fonte: autora

18

A cidade de Ribeirão Preto localiza-se no interior do Estado de São Paulo, distante

313 km a noroeste da capital estadual. Seu território de 651 km² abriga uma população

estimada em 563 107 habitantes pelos dados de 2009 do IBGE, o que torna o município o

nono mais populoso do estado de São Paulo e o sexto mais populoso do interior do

Brasil. Quanto a área urbana a cidade é a 17º maior do Brasil.8

8 Área urbanizada de Ribeirão Preto segundo o órgão federal Embrapa – Embrapa. Disponível em:

http://www.urbanizacao.cnpm.embrapa.br/conteudo/base.html

ÁREA

imagem_9: Região Administrativa de Ribeirão Preto. Fonte: SEADE. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.

Região Administrativa de Ribeirão Preto

19

Em um raio de pouco mais de 200km do município, encontram-se importantes

cidades do interior de São Paulo e de Minas Gerais como: Franca, Barretos, Araraquara,

São Carlos, São José do Rio Preto, Campinas, Bauru, Limeira, Americana, Passos, poços de

Calda, Uberaba entre outras, sendo o acesso facilitado pelas rodovias que ligam o

município a estas cidades.

Ribeirão Preto é considerado um dos principais polos de turismo de negócios do

país, sendo escolhida pelo Ministério do Turismo como cidade indutora do

desenvolvimento turístico regional9. Em 2010, a cidade foi a primeira do estado de São

Paulo a receber o título de Capital Brasileira da Cultura pela entidade CBC - Capital

Brasileira da Cultura, em conjunto com o Ministério do Turismo e da Cultura10. Durante

esse ano a cidade, prefeitura e comunidade local, com o apoio da ONG CAC, organizadora

dessa inciativa, deverá desenvolver uma série de atividades culturais como eventos

artísticos, exposições, feiras, workshops, concursos, entre outros a fim de projetar,

divulgar e potencializar a cultura local e ainda ser uma ferramenta de transformação

social.

9 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Ministério do Turismo . Disponivel em: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33principal.php?id=6962 . Página visitada em 04 de maio de 2008. 10 CBC Capital Brasileira da Cultura. Disponível em: http://www.capitalbrasileiradacultura.org/cbc/?Url=Noticia2009_08_31. Página

visitada em 05 de setembro de 2009

20

Apesar dos crescentes investimentos na área de cultura, há uma visível carência na

cidade e na região de equipamentos culturais públicos de qualidade. Alguns museus se

destacam no município como o "Museu do Café Francisco Schimdt" conhecido por

guardar a mais importante coleção de peças do Estado de São Paulo sobre a História do

Café, e o MARP - Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi, localizado em

um antigo casarão no centro da cidade estimula a exibição de artistas locais além de

nacionais e mesmo internacionais. A cidade dispõe ainda de outros museus, como o

imagem_10: Mapa Museus -2003 – Regiões Administrativas. Fonte: SEADE. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.

Museus no Estado de São Paulo

21

Museu da Imagem e do Som e o Museu da II Guerra Mundial. Outras iniciativas culturais

se fazem presentes em Ribeirão Preto como a Feira do Livro e o Parque do Rock, a cidade

conta ainda com uma universidade pública e diversas universidades particulares.

Entretanto, tanto os museus quanto os outros espaços de exposição da cidade não

comportam grandes exposições privando a cidade da presença de obras de grandes

imagem_11: Centros Culturais e Casa de Cultura -2003 – Regiões Administrativas. Fonte: SEADE. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.

Centros Culturais no Estado de São Paulo

22

artistas, fato este também observado nas cidades da região. Na região de Ribeirão Preto -

área que abriga 25 cidades entre elas Cravinhos, Sertãozinho, Jaboticabal, Brodósqui,

Jardinópolis- existem 18 Centros Culturais e 16 Museus, sendo que destes 5 Museus e 4

Centros Culturais se localizam na cidade de Ribeirão Preto. Uma região tão grande e em

forte desenvolvimento econômico e, porque não cultural, precisa de melhores espaços

artísticos e culturais.

O potencial da cidade para abrigar um equipamento cultural de grande porte, não

apenas para o município mas também para toda a região, é latente. A cultura deve fazer

imagem_ 12: Mapa Cultural da Cidade de Ribeirão Preto. Fonte: autora

23

parte da vida dos cidadãos, a cidade deve oferecer alternativas e possibilidades de

vivenciar a arte. Assim proponho para Ribeirão Preto e sua região a implantação de uma

nova sede para o Museu de Arte de Ribeirão Preto [MARP].

Atualmente localizado em uma antiga casa no centro da cidade que foi construída

no início do século passado para ser a primeira sede da Sociedade Recreativa de Ribeirão

Preto. No ano de 1992, após passar por adaptações o prédio passou a abrigar o MARP

com o objetivo de reunir todo o acervo de artes plásticas da Prefeitura, ou seja, as obras

do SARP (Salão de Arte de Ribeirão Preto) e do SABBART (Salão Brasileiro de Belas

Artes), adquiridas pelo poder público, bem como obras doadas e também promover a

recuperação do acervo. O museu sempre foi voltado a exibição de arte contemporânea

nos seus 18 anos de existência.

A construção de um novo prédio daria ao MARP aumento na qualidade e tamanho

das exposições, visibilidade, facilidade de acesso, abrangendo não só a população

ribeirão-pretana, mas de toda a região. Estimularia a atividades de recuperação de acervo

e o aumento do mesmo ao contar com espaços maiores e apropriados para este fim;

estimularia a população a apreciar os diferentes tipos de arte, ao ter espaços

diferenciados para suas exibições.

Decidido a cidade em que se implantaria o projeto, a escolha da área não podia

deixar de considerar importantes pontos como facilidade de acesso pelos automóveis e

pelos pedestres –já que se trata de um equipamento de alcance regional - e ser uma área

24

com uma vitalidade própria. Assim o local escolhido para a implantação do projeto situa-

se no cruzamento de três importantes avenidas da cidade, a Av. Presidente Vargas, a Av.

Nove de Julho e a Av. Independência, as quais tem ligação direta com outras vias

principais da cidade e mesmo com a rodovia, facilitando o acesso de quem vem de

cidades da região. A proximidade com o Centro, encontra-se em uma das quinas do

quadrilátero central, e o fato de estar localizada no entremeio de áreas de características

sociais e de uso diferentes, está próximo a comunidades de diversas classes sociais e de

estabelecimentos de comércio, serviço e residência o que cria uma dinâmica própria e

extremamente importante para a vitalidade e uso continuo do equipamento cultural a ser

instalado.

sem escala

imagem_ 13: Planta de Situação. Fonte: Autora

25

A partir da análise da área, alguns pontos se destacaram e foram relevantes

posteriormente no ato projetual. Em uma primeira análise observou-se a dinâmica do

local, pontos de encontro, arborização, áreas de destaque e outras sub-utilizadas,

conforme pode ser observado na imagem abaixo.

Planta de Situação – Fluxos de veículos

imagem_ 14: Planta de Situação. Análise do fluxo de veículos. Fonte: Autora sem escala

26

Leitura da Área de Intervenção

imagem_ 15: Leitura da Área de Intervenção. Fonte: Autora

27

Praça Salvador Spadoni

Leitura da Área de Intervenção

imagem_ 16 : Leitura da Área de Intervenção. Fonte: Autora

28

Leitura da Área de Intervenção

imagem_ 17: : Leitura da Área de Intervenção- imagens do local. Fonte: Autora

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Primeiramente, ao analisar os fluxos de carros e pedestres, optei pela junção das

duas quadras, formando uma grande área que interagisse diretamente com as avenidas

que a rodeiam.

As árvores existentes na região também tiveram grande peso nas decisões. Na

quadra logo a frente localiza-se a Praça Salvador Spadoni, local de grande uso pelos

moradores da região e com uma arborização densa e consolidada. Situação semelhante é

encontrada no canteiro central da Av. Nove de Julho, umas das mais antigas da cidade.

Essa densa camada arbórea foi preservada e considerada no ato de projetar a área

externa do museu.

Os visuais tidos pelas avenidas da área foram realçados, criando linhas de força no

projeto. Destacou-se o eixo diagonal do terreno, voltando as fachadas principais para o

entrocamento das avenidas. Criou-se ainda um contraponto com a torre residencial

imagem_ 18: Imagens da Praça Salvador Spadoni. Fonte: Autora

30

existente na quadra ao lado marcando o projeto, na diagonal oposta, com um elemento

vertical.

A implantação do prédio no terreno ainda levou em consideração a orientação solar

e a direção das curvas de nível. A área se encontra em um nível elevado da cidade, o que

permite bons visuais desta em uma de suas faces.

Para melhor elucidar tais pontos, foram criados os esquemas a seguir.

31

figura_ 3: Estudo da Área. figura_ 4: Análise da Área de Intervenção.

32

O PROCESSO

A pretensão de um espaço público de qualidade, onde a população tivesse livre

acesso a cultura, foi um mote importante para o início do ato projetual. Busquei maneiras

de que o projeto não fosse apenas mais um, mas um chamativo para população vivenciar

e usufruir o espaço criado. Assim a relação interior-exterior fortalece-se levando tanto o

museu à cidade quanto a cidade para dentro do museu. Essa relação ocorre ainda

respeitando o clima local; Ribeirão Preto é uma cidade de clima, predominantemente,

quente e seco, marcado por suas altas temperaturas, sol forte e pouco vento, por tanto

não favorável à criação de grandes aberturas envidraçadas no projeto, tendo que buscar

MARP

Imagem_19 : Primeiros estudos da forma e seus deslocamentos. Fonte: Autora

33

maneiras diferentes de marcar essa relação pretendida. Havia ainda a questão climática

inerente aos projetos museológicos, e a qual não poderia deixar de considerar.

Traçado as diretrizes principais do projeto, considerando a análise feita da área,

elaborei os primeiros estudos de implantação e da volumetria do museu. O trabalho com

deslocamentos na composição da forma e dos volumes neste momento ganha força, a

busca por eixos e modos de implantação culminou em diferentes estudos que serviram

para repensar as diretrizes colocadas e para que posteriormente definissem a ação

projetual final.

Foram muitas as especulações a cerca da forma, do modo de implantação, das

volumetrias. Essa experimentação deu-se principalmente durante o processo de

desenvolvimento do TGI I, que ocorreu durante o primeiro semestre do ano de 2010.

imagem_ 20: Estudos de implantação e forma. Fonte: autora

34

imgem_21: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

35

imagem_22: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

imagem_23: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

36

imagem_24: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

1 pavimento 2 pavimento 3 pavimento

37

A FORMA

Os estudos pela melhor forma

de implantação foram pautados

pela busca de linhas de força, que

pudessem dar a esta e aos

deslocamentos pretendidos, lógica

e coerência. Os deslocamentos se

deram na busca por eixos de

referência e pela rotação desses.

Com o eixo principal traçado, as

rotações acontecem a partir desse e

de maneiras diferentes em cada um

dos andares, mas uma equivalência

entre eles pode ser observada.

Os deslocamentos levaram em

conta ainda a criação de vazios e

cheios a fim de possibilitar a criação

de espaços com qualidades

diferenciadas, tanto na área externa quanto na área interna. A sombra por eles criada ora

serve de abrigo para a entrada principal, ora como uma extensão da área interna.

imagem_25: Estudos de forma e deslocamentos. Fonte: Autora

38

As próprias rampas externas podem também

ser entendidas como descolamentos do volume

principal, à medida que seguem suas angulações,

sugerem prolongamentos de sua forma e criam

uma continuação desprendida deste. Enquanto que

o bloco de circulação vertical, um deslocamento

mais abrupto, coloca-se como um contraponto as

formas presentes, se destacando do todo e ao

mesmo tempo se adaptando e moldando aos

volumes existentes; tornando-se muito mais que

um simples bloco de serviços e circulação.

Por meio dos estudos de deslocamentos

pode-se observar a evolução do desenho, até o projeto apresentado no final do primeiro

semestre deste ano. Foram muitas as mudanças para o aprimoramento deste, a fim de

que o volume respondesse não só as questões formais, mas também as questões

impostas por seu programa.

Neste ponto já haviam sido tomadas importantes decisões acerca da implantação, e

foi a partir daí que se desenvolveram os estudos apresentados a seguir.

imagem_ 26 : Estudos de forma e deslocamentos. Fonte: Autora

39

imagem_ 27: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

40

imagem_ 28: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

41

imagem_ 28: Estudos de forma e implantação. Fonte: Autora

42

Com a elaboração dos estudos, o objeto começou a tomar forma concreta e a área a

dar as diretrizes à melhor implantação.

Entretanto, junto com o desenvolvimento do projeto, houve a necessidade da

definição de um programa para o museu, o intuito era por meio dessa definição, saber a

necessidade de espaços e daquelas intrínsecas a cada um, o que possibilitaria uma melhor

elaboração e organização das formas e seus deslocamentos.

Assim um programa básico foi elaborado. Este é composto por grandes Áreas de

Exposição que comportariam exposições temporárias e permanentes de artistas da

região, brasileiros e mesmo internacionais; pelo Café que junto com a Livraria e a Loja

conformam um ambiente único ligado diretamente ao museu e a área externa, dando ao

projeto um ambiente aberto à população não apenas no período de funcionamento do

museu, mas durante todo o dia; uma Biblioteca com o acervo voltado às artes em geral e

que conta com uma área externa de leitura e discussão; a Bilheteria Municipal e o Centro

de Informações Culturais onde ficaria disponível a programação cultural da cidade assim

como atuaria como um ponto a mais de venda de ingressos para as mesmas; a

Administração; o Acervo e o Restauro para que as obras recebam o tratamento

indispensável à sua conservação; uma Maquetaria para a elaboração dos painéis e objetos

necessários a realização das exposições; um Depósito para a locação dos materiais de uso

da maquetaria e exposições.

43

A definição desse programa levou em conta a dinâmica pretendida para o MARP.

Os espaços expositivos foram pensados de forma que possam se adaptar a diferentes

tipos de exposições; espaços com diferentes graus de iluminação e que possam ser

subdivididos por meio de painéis feitos na própria maquetaria do Museu. A decisão por

um acervo permanente veio da possibilidade de incentivar a cultura local; esse acervo

seria majoritariamente composto por obras de artistas regionais, como o pintor de

Brodoski, mundialmente famoso, Candido Portinari. A sala de restauro servirá de apoio ao

acervo e às obras que por ventura virem ao Museu.

Definido o programa avançou-se ainda mais nos estudos de implantação. As

características que colaboraram para a sua escolha final

foram, entre outras, o fato de nesta orientação as fachadas

principais ficarem na face Norte-Sul; por estar no sentido

das curvas de nível do terreno e, acima de tudo, por

destacar o volume e permitir melhor integração entre o

Museu e o que o circunda, além de realçá-lo do entorno ao

propor uma implantação centralizada e em diagonal

chamando a população a penetrar por ele nos caminhos do

dia-a-dia.

Do projeto apresentado no TGI I até a finalização

deste para esta apresentação, ocorreram mudanças

imagem_ 29: Implantação MARP – TGI I. Fonte: Autora

44

importantes, entretanto foram mantidas suas principais características.

Inicialmente o projeto buscava a integração entre as áreas externas e internas ao

projeto por meio de uma grande rampa de acesso que cortava o edifício e permitia o livre

trânsito dos transeuntes. Para isso havia sido criado no subsolo uma grande área de

passagem permanentemente aberta e acessível por meio de uma grande rampa que

cortava o terreno nos dois sentidos, entretanto esse ato acabava por segregar o terreno,

dificultando a passagem entre os lados desse. Com o aprimoramento do projeto essa

rampa deixou de existir e o acesso ao subsolo e suas atividades ainda se dá por meio de

uma rampa, porém esta restrita a área do edifício.

Outra mudança ocorrida foi quanto a configuração e desenho das rampas externas,

que ligavam internamente os diferentes níveis do museu. Antes estas não apresentavam

tanta ligação com o edifício, e agora se tem uma maior integração com o volume,

parecendo sutis descolamentos desse.

A questão estrutural também foi fundamental para a adequação da volumetria do

edifício, afim de melhor compatibilizá-los, os deslocamentos foram repensados tornando

o edifício mais limpo e simples.

Entretanto a mudança mais significativa ocorreu após uma releitura da área,

promovendo a rotação do eixo do projeto, o que colocou as rampas externas voltadas

agora para a esquina da Av. Independência com a Av. Nove de Julho, ao invés de estar do

45

lado oposto, possibilitando um visual tanto da praça quanto da cidade. Tal fato permitiu

ainda que a torre vermelha criasse um contraponto com o edifício alto existente em uma

das esquinas do entorno.

Além dessas mudanças foram repensados a área externa e desenvolvidos os

interiores dos espaços, quais seriam suas dinâmicas e configurações.

imagem_ 30: Comparação entre as implantações feitas no TGI I e no TGI II. Destaque a mudança nas rampas, rotação do projeto e no paisagismo. Fonte: Autora

46

imagem_ 31: Comparação entre os projetos feitos no TGI I e no TGI II. Destaque a mudança na implantação e na configuração das vistas. Fonte: Autora

47

O MARP apresenta-se como um equipamento cultural de alcance regional à cidade

de Ribeirão Preto. Sua localização facilita o acesso e seu programa convida a integração

entre a população e o museu.

O museu conta com amplas áreas de exposição que permitem que obras

importantes sejam abrigadas e um grande acervo de arte contemporânea possibilita a

população contato com obras de renome internacional. Para que toda essa estrutura seja

aproveitada pela população as exposições são gratuitas, estimulando o público a se

envolver com a esfera cultural criada. Visando ainda a maior participação dos cidadãos a

área externa do MARP conta com espaços destinados a locação de esculturas, obras e

intervenções. Seu térreo conta com um área de passagem permanente, permitindo ao

transeunte cruzar por ele a qualquer momento.

Grandes áreas de exposições de grandes pés-direitos e que permitam subdivisões

para abrigar diferentes tipos de intervenções e exposições foram criados. Subdivididas

em três níveis, as áreas de exposição integram-se por meio de rampas que marcam a

volumetria e permitem ao visitante diferentes experiências espaciais.

O Museu é composto por cinco níveis, sendo dois subsolos e três pavimentos

superiores, onde seu programa se distribui.

As exposições, tanto temporárias quanto permanentes, se localizam nos três

últimos pavimentos. O espaço destinado a elas foram pensados de maneira a propiciar

PROJETO_ MARP

48

exposições dos mais diferentes tipos de obra de arte e quando necessário possibilitar a

criação de espaços diferenciados à medida que permite a subdivisão das grandes áreas de

exposição. Conta ainda com áreas de pé-direito duplo que foram pensadas de modo a

não atrapalhar o fluxo dentro do museu e de possibilitar a integração entre os diferentes

andares deste.

As exposições podem ainda avançar para a cidade à medida que foram criados

prolongamentos do piso do térreo em direção à área externa e que, no período de

funcionamento do museu as portas desse mesmo andar se abrem criando um grande e

único espaço de integração.

O espaço expositivo da maneira que foi projetado permite uma flexibilidade muito

grande e a montagem de diferentes tipos de intervenções, por isso foram criados

espaços que contam com níveis de iluminação diferenciada. Rasgos foram criados na

elevação sul, aproveitando-se da pouca insolação recebida por essa face na maior parte

do ano. Esses rasgos foram criados apenas em alguns espaços e ora se localizam na altura

dos olhos de quem anda pelo ambiente, ora na extremidade superior ou inferior das

paredes.

Uma característica marcante desse espaço, entretanto, é a integração entre as

exposições existentes em cada nível por meio das rampas externas. Essas rampas levam o

público a percorrer os andares, por meio de uma esteira rolante, que permitem visuais

por todo seu percurso, tanto da cidade quanto do museu.

49

As rampas e o bloco vermelho se destacam por sua força, materialidade e cor,

ajudando na criação de uma identidade própria ao Museu.

É latente a importância da circulação neste projeto, os grandes gestos ocorrem em

seus espaços. As fachadas principais receberam tratamento diferenciado por meio dos

volumes de circulação, enquanto uma se destaca pelas rampas, a outra se destaca pelo

grande bloco que perpassa todos os andares, serve de apoio às áreas internas ao abrigar

as escadas de emergência, os banheiros e a circulação verticais, e rompe com a

horizontalidade presente. Há ainda a circulação permanente que ocorre pelo térreo,

permitindo uma maior integração entre as diferentes áreas do terreno, tornando o

edifício não um entrave e sim um local de passagem e estar.

O MARP conta com um acervo permanente que abrigará, em sua maioria obras de

artistas da região e brasileiros, incentivando o desenvolvimento artístico regional e

nacional, mas também contará com obras internacionais. O acervo se localiza no

segundo subsolo e é totalmente isolado a fim de manter a integridade das obras ali

armazenadas. Conta com um monta carga próprio de acesso restrito e interligasse a área

de exposição por meio do bloco de circulação vertical. Com o intuito de assessorar a

preservação das obras foi criada uma sala de restauro próximo ao acervo. Ainda nesse

subsolo, mas com total separação do acervo, encontra-se a maquetaria e o depósito.

No primeiro subsolo há o acesso de um lado da biblioteca e sua área externa de

estudo, a bilheteria pública (onde serão vendidos ingressos de atividades culturais de

50

todo o município e região) e o local de Informações Culturais de Ribeirão Preto e Região;

e de outro a administração do museu.

imagem_ 32: Vista aérea MARP. Fonte: Autora

51

Todo o prédio foi pensado para melhor comportar as necessidades de programa e

estruturais inerentes a ele. No bloco vermelho, que perpassa todos os andares do museu,

localizam-se os equipamentos de circulação vertical – escada e elevadores - e a área

molhada. As demais particularidades de cada pavimento será mais bem descrita abaixo.

SUBSOLO 2

Neste pavimento encontram-se o Acervo, o Restauro, a Maquetaria, o seu Depósito

e uma área de estar dos funcionários.

O acervo tem uma área de 580m² climatizada apropriadamente para este fim. As

obras chegam nele por meio de um monta carga exclusivo, com acesso no térreo e

ligação direta e restrita a este pavimento e as demais áreas de exposição. As obras aqui

são recepcionadas em uma área própria, que se localiza junto com o gabinete técnico.

Ainda nesse pavimento há um espaço para restauros de 283m², com salas munidas

com equipamentos especializados e uma área de reparos e gerais. Para assegurar um

controle mais rígido entre essas áreas foram criadas antecâmaras, providas de armários e

espaço para a higienização.

A maquetaria e seu depósito (430m²) auxiliam a montagem das exposições

fornecendo painéis, divisórias ou outras peças necessárias a montagem das mesmas. Os

materiais e as peças já feitas ficaram guardados no depósito. Essa parte é totalmente

DESENHOS TÉCNICOS

52

isolada das demais deste pavimento, devido a possíveis partículas de sujeira que

poderiam entrar em contato com o acervo.

Há ainda um estacionamento de 38 vagas, por onde podem ser descarregados

materiais necessários ao funcionamento do museu.

Por todo o segundo subsolo as paredes externas são duplas, duas paredes de

concreto armado separadas por um espaço de ar, fornecendo maior segurança e

conforto térmico ambiental.

53

SUBSOLO 1

No Subsolo 1 encontra-se toda a área administrativa. Com 421m² ela comporta a

secretaria, sala de direção, salas de reunião, financeiro, contabilidade, almoxarifado,

espaço de arte e marketing e copa para os funcionários. A partir dela tem-se acesso ao

subsolo 2 e aos demais pavimentos do prédio. Sua iluminação é feita por meio de

aberturas localizadas em duas laterais, essas aberturas são fechadas e compostas por

vidros duplos devidamente tratados.

No espaço central deste pavimento localiza-se a rampa de acesso ao térreo

conformando um ambiente de encontro diferenciado. Por este hall tem-se acesso a

Bilheteria Municipal e ao centro de Informações Culturais, e a Biblioteca.

Instalada em um espaço de 487m², a Biblioteca conta com um acervo voltado as

artes e cultura em geral. Há espaços para leitura, pesquisa e estudos, que se expandem

para uma área externa composta por mesas e espaços de estar.

O estacionamento neste pavimento tem 80 vagas e é aberto ao uso do público em

geral.

54

TÉRREO

O acesso principal ao museu se dá pelo térreo. Por meio de seu hall de passagem

permanente é possível ter acesso ao Café, a Livraria e a Loja de um lado e do outro as

áreas de exposição. Ainda tem-se acesso a Biblioteca e a Administração pelas rampas ali

localizadas.

55

O espaço expositivo deste nível, com seus 363m², permite uma forte integração

com o entorno e mesmo com aqueles que circulam pela praça. Através da rampa externa

esse espaço se conecta ao segundo pavimento.

Nesse pavimento encontra-se em um único espaço que permite a livre circulação e

integração entre as partes a Loja com artigos de design e souvenirs do museu, a Livraria

especializada e o Café, totalizando 434m². O espaço do café ainda conta com um

mezanino, que se insere na parte inferior do auditório.

O prédio aqui busca se integrar com a área externa, expandindo o museu para a

cidade e levando esta para dentro do museu. Linhas de força foram traçadas na diagonal

perpendicular à implantação do MARP, essas cruzam o edifício chamando quem por ali

passa a entrar e estar no museu. O paisagismo pretende criar áreas não apenas áreas de

estar, como também áreas de passagem e contemplação. Espaços foram destinados a

receber grandes esculturas e expressões da arte urbana, fazendo com quem passa de

veículo ou mesmo a pé entre em conta com a arte.

Buscou-se a criação de áreas de estar por vezes arborizadas e outras umidificadas

por meio dos splinters ou espelhos d’água. A locação das árvores levou em conta o visual

pretendido das elevações e a criação de um contraponto com a praça densamente

arborizada existente logo a frente do MARP. Há um espelho d’água localizado junto ao

bloco vermelho, que tem por objetivo dar a quem por ali passa a sensação de que este

continua para baixo da terra, o que realmente acontece.

56

O paisagismo cria um desenho por meio do uso de diferentes texturas [grama,

água, pisos de cores diferentes...] que pretende dar a quem por ali transita uma dinâmica

e vitalidade.

PAVIMENTO 1

No segundo pavimento há uma grande área de exposição, são 1.009m² que podem

ser subdivididos ou mantidos em sua integridade, dependo da necessidade da exposição.

57

Esse espaço foi pensado sem grandes aberturas com o fim de poder ser usado,

quando necessário, para abrigar exposições mais tradicionais ou mesmo que utilizam

novas mídias.

58

PAVIMENTO 2

É no terceiro pavimento que acontece a entrada do auditório. Este comporta 187

pessoas em uma área de 340m² e foi criado para comportar palestras, debates culturais e

workshops; a entrada de portadores de necessidade especiais se dá pelo nível inferior.

A área de exposição deste pavimento tem 1.017m² e conta com grandes aberturas

horizontais localizadas na extremidade superior e inferior da parede sul.

escala 1:500Implantação

escala 1:500Subsolo 2

escala 1:500Subsolo 1

escala 1:500Térreo

escala 1:750

Térreo - Paisagismo

escala 1:500Pavimento 1

escala 1:500Pavimento 2

escala 1:500Cobertura

escala 1:500

escala 1:500

escala 1:500 escala 1:500

escala 1:500

59

ÁREA DOS ESPAÇOS

Para uma maior elucidação das áreas do projeto e suas articulações, elaborei um

esquema em que as áreas do projeto são separadas por cores e onde consta a área dos

espaços projetados por pavimento.

_ 99m²

_ 331m²

_ 283m²

_ 580m²

_ 1.221m²

60

_421m²

_24m²

_487m²

_160m²

_2.647m²

_434m²

_330m²

_363m²

61

_108m²

_340m²

_1.009m²

_340m²

_1.017m²

62

PERSPECTIVAS

63

64

65

66

67

68

FLUXOS E VISUAIS

Os fluxos neste projeto foram pensados de maneira a propiciar aos visitantes

diferentes experiências e sensações. Muito disso é possibilitado pelas aberturas feitas nos

ambientes, que ora permitem apenas a entrada de luz e outras desvela a cidade para

quem o usa.

Durante todo o percurso da escada e das rampas há aberturas que permitem visuais

e diferentes enquadramentos da cidade. Nas escadas aberturas permitem visuais da Av.

Independência, enquanto que nas rampas pode-se observar principalmente a Av. Nove de

Julho e a Av. Independência, além é claro do próprio museu.

Nas áreas de exposição, como já dito anteriormente, foram criados rasgos

estrategicamente posicionados a fim de proporcionar aos ambientes iluminação

diferenciada e, em certos momentos, vista do entorno.

Os fluxos entre os diferentes andares se dá por meio dos elevadores e escada

presentes no bloco vermelho e por meio da rampa externa que possibilita que o visitante

vá de um andar inferior ao superior através de uma esteira rolante apreciando o que

acontece em volta.

Esquemas de fluxos e visuais foram criados para melhor elucidar os pontos

colocados anteriormente.

DETALHAMENTO

69

70

RAMPAS

As rampas externas funcionam com o sistema de esteira rolante, o que permite ao

visitante atravessá-la usufruindo ao máximo as vistas por ela proporcionadas durante o

percurso.

Elas são feitas em aço, no sistema sanduiche para oferecer maior conforto térmico e

acústico aos seus usuários. O maquinário da esteira localiza-se na parte inferior, segundo

especificações técnicas do fabricante.

Uma faixa de vidro duplo de 1,5m se estende por toda sua extensão de ambos lados,

permitindo àquele que a utiliza ter visuais amplos do entorno. Essa face de vidro é

coberta por uma chapa perfurada que ajuda a proteger da intensa insolação sem ocultar a

vista.

imagem_ 33: Esquema da Rampa e sua conformação. Fonte: Autora

71

BLOCO VERMELHO

Neste bloco localizam-se as áreas molhadas e a

circulação vertical por meio da escada e dos elevadores.

Aberturas foram criadas em uma das faces da escada e em

alguns banheiros.

O bloco é inteiramente revestido por uma chapa

perfurada, criando uma textura diferenciada em toda sua

extensão, conversando com as rampas localizadas no outro

lado do edifício e que também utilizam esse material.

imagem_ 34: Textura da Chapa Perfurada

72

Na busca por um modelo estrutural que se enquadrasse nas exigências do projeto

[grandes balanços e vãos, rampas suspensas, entre outros] pesquisei construções que

tivessem as mesmas características, a fim de observar as soluções estruturais adotadas e

poder elaborar a melhor solução estrutural para o MARP.

Nesse processo duas obras se destacam: o Museu Iberê Camargo, do arquiteto

Álvaro Siza localizado em Porto Alegre, e o Museu Nacional de Arte do Século XXI

[MAXXI], da arquiteta Zaha Hadid e localizado em Roma.

imagem_ 35: Fundação Iberê Camargo e MAXXI.

ESQUEMA ESTRUTURAL e MATERIALIDADE

73

FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO

Todo o prédio é feito em concreto armado branco aparente, dispensando outros

acabamentos. O concreto armado cinza foi apenas utilizado nos elementos não

aparentes.

Não conta com estrutura convencional, são as paredes maciças que suportam o

carregamento e dão estabilidade horizontal ao edifício. O sistema só funciona em

conjunto com a cobertura que trava o sistema.

Há paredes que não são maciças, sendo estas constituídas por painéis pré-moldados

de concreto armado branco e preenchimento de fibra de vidro, o que ainda permite a

passagem de dutos e da parte elétrica por dentro dessas.

As rampas são feitas em concreto armado branco e tem reforço na estrutura no

local de encontro desta com a parede do museu.

“ O MUSEU NÃO TEM PILARES, NEM VIGAS, SUA OSSATURA É

MONOLÍTICA, SEM JUNTA DE DILATAÇÃO ” Calculista Nunes da Silva

74

Museu Nacional de Arte do Século XXI _ MAXXI

Sua estrutura base são as paredes de concreto armado aparente. Há o uso

de colunas estrategicamente posicionadas na entrada do edifício sob a projeção

do 2º pavimento. Usa-se ainda uma armadura de vigas de aço espaçadas

uniformemente e posicionadas paralelamente às paredes de concreto laterais,

essas vigas relativamente pequenas são visualmente reforçadas por vigas

maiores de concreto reforçado com fibra de vidro.

MARP_ ESTRUTURA

Após a análise da solução estrutural e da materialidade dos edifícios aqui citados e

de outros, além do atendimento com professores de estrutura dessa faculdade, decidi

pelo uso de concreto armado branco como estrutura base do meu projeto.

Assim, há paredes estruturais de concreto que trabalham em conjunto com vigas

treliçadas de aço que ajudam a vencer os grandes vãos e balanços sem a necessidade de

pilares intermediários. Onde há a necessidade de aberturas ou não é necessário que a

parede seja estrutural, as vedações são compostas por painéis de concreto armado

75

branco preenchidos por lã de rocha, afim de um melhor controle térmico e acústico dos

ambientes.

A materialidade do museu externamente é composta por concreto branco no corpo

do edifício - o que colabora com a manutenção da temperatura interna - ; e a torre é

revestida por uma chapa perfurada vermelha. Cabe ressaltar que todos os vidros do

museu são duplos.

ESQUEMA ESTRUTURAL MARP

Para melhor elucidar a estrutura pretendida ao museu, foram feitos esquemas de

todos os pavimentos.

Viga treliçada de aço

Tela perfurada

SUBSOLO 2 SUBSOLO 1

TÉRREO PAVIMENTO 2PAVIMENTO 1

76

Todo o processo de desenvolvimento do TGI foi gratificante e estimulante.

Desde o início foi estimulado a experimentação; a busca por diferentes formas esteve

presente por todo o processo e o contado com referências diversas foi de extrema

importância.

O desenvolvimento do projeto partiu de preocupações levantadas

anteriormente e que me levaram a ideia de museu, foi um processo de construção do

objeto a ser desenhado ao longo do ano.

A ideia de museu me estimulou a pesquisa de formas e referências. Me fez

pensar e repensar o que são os museus, que tipo de cultura esperava para o projeto,

me fez enxergar que a arte e sua relação com a população tem que ser mais

abrangente e próxima. Percebi que um museu de arte contemporânea não pode mais

ser tratado como uma simples caixa neutra que armazena as mais diversas obras de

arte segundo certa lógica, mas tem que encarar as novas maneiras de representação

e apresentação da arte contemporânea o que implica em uma nova concepção de

museu, que passa a ter funções que antes não se faziam presentes.

Acredito que a intenção de elaborar um espaço público de qualidade foi

alcançado, espaços diferenciados foram criados que acima de tudo focam a

importância da obra de arte como estrutura fundamental do projeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

77

“When the museum can be an architectural monument as well as a respectful

container for art, it becomes all the more reason to celebrate. The museum can continue

to be a treasure house and a place of scholarly research, but it is also, more and more, the

public square of our age, the place of our coming together.”11

11 GOLDBERGER, Paul. Architecture, Museums and Authenticity. Pag. 3. Disponível em:

www.paulgoldberger.com/lectures/11. Acesso em: fev 2010.

78

CBC-Capital Brasileira da Cultura. Disponível em:

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GOLDBERGER, Paul. Architecture, Museums and Authenticity. Pag. 3. Disponível

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79

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80

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