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m privilégiopara 3000 membros

U• Usufruir para ti e até quatro acompanhantes, em qualquer época

do ano de um desconto de 30% sobre os preços de balcão no alojamento dos Aldeamentos Turísticos de Pedras D'El Rei e Pedras da Rainha em Tavira - Algarve;

• Usufruir, para ti e até quatro acompanhantes, em qualquer época do ano, de um desconto de 25% sobre os preços de balcão no alojamento (dormida e pequeno almoço) nas seguintes unidades do Grupo Hoteleiro Fernando Barata:

Mónica Isabel Beach Club (Albufeira)

Forte de S. João (Albufeira)

Hotel Sol e Mar (Albufeira)

Hotel Suiço-Atlântico (Lisboa)

Aparthotel Auramar (Albufeira)

Hotel Sol e Serra (Castelo de Vide)

Hotel Mar à vista (Albufeira)

Hotel Dom Fernando (Évora)

Oleandro Country Club (Albufeira)

Hotel São João (Funchal)

Residencial Vila Recife (Albufeira)

• Utilizar a messe de Marinha em Cascais;

• Usufruir de condições especiais na Estalagem da Quinta de Santo António em Elvas.

• Acesso às consultas do Hospital de Marinha, a todos os asso-ciados da AORN, conjuges, ascendentes e descendentes que integrem o respectivo agregado familiar.

Em turismo de habitação, extensivo até cinco acompanhantes, na margem esquerda do rio Douro. Em qualquer época do ano, na Vila de Resende, com desconto de 30% no alojamento (dormida e pequeno almoço).

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Publicação Periódica da Associaçãodos Oficiais da Reserva Naval

Nº 14 • Ano VIIJulho de 2002

Administração e RedacçãoFábrica Nacional da Cordoaria

Rua da Junqueira1300-342 Lisboa

Telefs.: 21 362 68 40 / 21 362 68 39 (Fax)

Design e paginação electrónicaM. LEMA SANTOS, LDA.

Fotolito e montagemGRAFILIS, SA.

Impressão e acabamentoGRÁFICAMONUMENTAL, LDA.

Tiragem3.000 exemplares

CAPITALASSOCIATIVO

1 – Na vida de cada empresa, não é preciso chamar a atenção para a importância do capital so-cial, do seu montante, estádio de realização, das facilidades de reforço como de dissipação, etc.Não é concebível a vida de uma empresa sem a existência de capital social adequado às suas ne-cessidades.O conceito de capital social tem, porém, aplicação e utilidade fora do âmbito das empresas.E isto quer como conceito de raciocínio quer como conceito operativo.2 – Desde há muito defendo que a vitalidade e coesão do País se constroem e reforçam mui-to na base da vocação e capacidade dos seus cidadãos se associarem livremente e traba-lha-rem em conjunto, segundo valores morais ou éticos, visando objectivos comuns, que nãoseriam atingíveis se não houvesse essa capacidade.Só de passagem – e tendo sempre em vista o discurso legitimador, que o Prof. BaptistaMachado incentivava – entendo por sociedade civil, para o efeito, o conjunto de todas asorganizações que os cidadãos criam e desenvolvem, prosseguindo objectivos de interessecomum, entre a Família e o Estado.Daí a satisfação e utilidade que tirei da leitura de Francis Fukuyama, no seu livroCONFIANÇA – Valores Sociais e Criação de Prosperidade (1997), quando define e justifi-ca o uso do conceito de capital social das nações: a capacidade (e o grau de esponta-neida-de desta) de os cidadãos, com base em vínculos morais de confiança social, criarem e de-senvolverem o conjunto de entidades activas intermédias da nação, com isto beneficiandoa prosperidade nacional.Estaríamos aqui, assim, perante o capital social nacional, relevante para a respectiva pros-peridade e para a competitividade internacional.3 – Dentro de cada organização, no entanto, é possível também partirmos de raciocínio se-melhante para apurarmos onde está e como se poderá definir o respectivo capital social.Aquilo que lhe dá força e permite realizar o seu objecto.Falamos, agora, de capital social de cada organização da sociedade civil, por oposição aocapital social de cada nação.No caso das associações civis, poderíamos até designar o seu capital social por CAPITALASSOCIATIVO.Onde está e como pode ser reforçado o Capital Associativo?4 – O Capital Associativo corresponde à facilidade com que a associação permite e incen-tiva o aparecimento e o trabalho dos associados activos, empenhados e competentes, e afe-re-se pelo número destes.Entendo por activos aqueles associados que já fizeram algo em prol do objectivo comum.Por empenhados aqueles que acreditam na bondade dos objectivos comuns e têm vontadee disponibilidade de contribuir para os atingir. Por competentes aqueles que executam sejaque tarefa for com utilidade para o objectivo comum. Esse capital é reforçado quanto maisassociados houver com as características supra – os associados relevantes para o capitalassociativo.5 – Claro que não basta o capital social para que uma empresa se desenvolva e seja lucra-tiva. De igual modo, também não basta um bom capital associativo para que uma associa-ção prossiga com eficácia os seus objectivos.Agora o que não há é uma associação capaz sem adequado capital associativo, nem uma as-sociação viva sem cuidar do seu capital, aplicando-o correctamente, mas também reforçan-do-o sempre que necessário. Reconheço e defendo a importância da associação se organi-zar visando o aproveitamento e a potenciação do seu capital associativo, designa-damenteconciliando, congregando e coordenando o trabalho de cada um dos associados relevantesem tarefas comuns, progressivamente mais exigentes ou complexas, visando objectivos as-sociativos cada vez mais ambiciosos.Em suma: Uma associação é tão melhor sucedida na sua actividade quanto mais e melhorfor capaz de detectar, congregar e incentivar o trabalho comum de mais associados rele-vantes, ou seja, quanto mais forte for o seu capital associativo.6 –Acresce que, sem prejuízo do antecedente e a partir de um determinado momento do seucrescimento, para a associação se manter dinâmica e eficaz, apresenta outras exigências.Trata-se dos requisitos de organização e de lucidez de liderança.Organização adequada aos meios e metas temporalmente assumidos e apta a optimizar oefeito comum dos esforços individuais dos associados relevantes; lucidez de liderança pro-gressivamente com mais exigência estratégica, mas sempre sem quebra do respeito pela im-portância do capital associativo.7 – Os considerandos supra aplicam-se à AORN, no momento do seu 7º aniversário.Temcapital associativo, mas que importa reforçar. Exige organização e lucidez de liderança, norespeito por aquele capital. É com esta consciência que estamos a trabalhar, convidando to-dos os Camaradas associados a juntarem-se no movimento de reforço do nosso capital as-sociativo.

Editorial

A. Castro MoreiraVice-Presidente da Direcção

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Oano de 1967 fica assinalado pelaincorporação, pela primeira vezna História da Reserva Naval, de

dois cursos de formação de oficiais RN.

O 10º CFORN, alistado em 2 de Feverei-ro desse ano, recebeu 38 cadetes, distri-buídos pelas classes de Marinha (16 cade-tes), Engenheiros Construtores Navais(1), Farmacêuticos Navais (1), uma clas-se introduzida pela primeira vez naReserva Naval, Fuzileiros Navais (19) eTécnicos Especialistas (1).

Foi patrono deste curso Diogo Gomes,navegador do século XV da casa doInfante D. Henrique que realizou, em

1456, uma viagem aos grandes rios daGuiné Bissau e a quem se atribui a suadescoberta. Participou, com António deNoli, navegador italiano, natural de Noli,na Ligúria e que se integrou nas viagenshenriquinas à costa africana, no reco-nhe-cimento das ilhas cabo-verdianas ociden-tais.

Era Comandante da Escola Naval oCALM Manuel Carlos Sanches e foiDirector de Instrução deste curso, oCTEN Carlos Manuel SalemaStattmiller de Saldanha e Albuquerque.

O “Prémio Reserva Naval”, por ter sidoo melhor classificado de entre todos os

10º CFORN

10º CFORN

1 – João António Lopes da Silva Leite2 – João António Rodeia Peneque3 – Manuel Augusto Lopes4 – João Manuel Sarmento Coelho5 – Albertino da Silva6 – António Augusto Martins da Costa7 – Raul Henrique Cardoso de Sena Belo8 – António Maria Romano Barroso9 – Raul Jorge Ramos de Lima10 – Mário Jorge Freitas Gomes11 – Fernando José T. Carvalho da Fonseca12 – José Manuel Conceição Grade13 – João Pedro do Amaral Alegria14 – António M. Ponce de Leão Bettencourt15 – José David Rodrigues Teixeira16 – Alexandre Ferreira de Almeida17 – Manuel Coutinho Ribeiro18 – Mário Artur Rodrigues de Almeida19 – José Manuel Braga Abecassis20 – Armando Valentim dos Santos Silva21 – Acácio Juvenal de Almeida Resende22 – José Francisco Madeira Costa23 – António José Alves da Rocha24 – Manuel Maria Pereira da Silva25 – Armando António dos Santos Martins26 – José António Simões da Silva Ramos27 – Cláudio José Lacerda Mendes28 – José António Fiúza Fernandes29 – Jorge Manuel Rodrigues Casals Braga30 – Casimiro Artur Vargues Domingues31 – Delfim de Carvalho32 – José Carlos da Cunha Baptista33 – Francisco Loureiro da Cunha Leão34 – Fernando Manuel Marinheiro Correia35 – José Armando Monteiro36 – Carlos A. Gassman Rodrigues de Oliveira

Contra-Almirante Manuel Carlos Sanches

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integrantes do curso, foi atribuído aocadete ECN Carlos Augusto DinisPimpão.

O cadete João Pedro do Amaral Alegriafoi o primeiro RN incorporado na novaclasse de Farmacêuticos Navais, tendoingressado no Quadro Permanente eatingido o posto de Capitão-de-mar-e--guerra.

Terminado o 1º ciclo do curso, realizadona Escola Naval durante 6 semanas, todos

os cadetes iniciaram os respectivos está-gios em diversas unidades e serviços daArmada. Dos 19 cadetes FuzileirosNavais, que a partir de Abril frequen-ta-ram o curso de Especialização emFuzileiro Especial, na Escola de Fuzi-lei-ros, 14 obtiveram aprovação e foram con-siderados especializados.

O juramento de Bandeira realizou-se a8 de Setembro e a partir desta data foramos cadetes promovidos a Aspirantes, em-bora os da classe de Fuzileiros apenas ti-vessem terminado o respectivo curso emOutubro.

Por este facto, a viagem de instrução fi-nal foi dividida em duas fases, sendo aprimeira para as classes de Marinha,Construtores Navais, Farmacêuticos eTécnicos Especialistas e realizou-se naFragata “Corte Real”, tendo por destinoos portos da Guiné, Cabo Verde, Madeirae Porto Santo. Era comandante deste na-vio o CFR Mário Dias Martins.

Por sua vez, os cadetes Fuzileiros reali-zaram a sua viagem na Fragata “DiogoGomes” e visitaram a Madeira, PortoSanto e as Selvagens. Era comandantedesta, o CFR António dos SantosGaspar.

Entretanto, a Marinha prosseguia o planode modernização e, em Julho desse ano,chegou a Lisboa a Fragata “João Belo”,o primeiro de uma série de 4 navios cons-truídos em França que, com as suas 2230toneladas de deslocamento, repre-sentavaum significativo salto tecnoló-gico.Ainda em 1967, a Marinha recebera ossubmarinos Cachalote e Delfim, con-cluindo o apetrechamento submersí-veldas 4 unidades da classe Albacora (oquarto era o Barracuda).

Também, deste curso, seguiram para co-missões quase todos os seus compo-nen-tes, como Comandantes ou oficiaisImediatos de navios, integrando Compa-nhias e Destacamentos de Fuzileiros, ouprestando serviço em Unidades em terra,no Ultramar, nos Açores ou no Continente.

De entre estes, referimos José ManuelConceição Grade, que foi Comandantedo NRP “D. Aleixo”, José António daSilva Ramos, Comandante do NRP“Algol”, Manuel Pereira da Silva,Comandante do NRP “Deneb”, RaulRamos Lima, Comandante do NRP“Bellatrix”, Manuel Coutinho Ribeiro,adjunto da Divisão de Operações doComando Naval de Angola, José Antó-nio Fiúza Fernandes, Imediato do NRP

Carlos Augusto Dinis Pimpão

José Manuel Conceição Grade

José António Fiúza Fernandes

José António da Silva Ramos

António Romano Barroso

Manuel Pereira da Silva

Casimiro Vargues Domingues

Raul Ramos Lima

José Armando Monteiro

Manuel Coutinho Ribeiro

José Madeira e Costa

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“Lira”, na Guiné, Fernando Ma-rinhei-ro Correia, no NRP “Boavista”, nosAçores, Delfim de Carvalho, no NRP.“S. Vicente”, em Angola, Acácio deAlmeida Resende, no NRP “Fogo”, nosAçores, António Martins da Costa, noNRP “Corvina”, no Continente, AntónioRomano Barroso, na Escola deElectrotecnia, no GR1EA, em VilaFranca de Xira, Casimiro Vargues Do-mingues, na Direcção de Serviço deElectricidade e Comunicações, João daCunha Baptista, ajudante de ordens doComandante Naval de Cabo Verde,CALM José Alcobia Freitas Ribeiro,José Armando Monteiro, no NRP“Azevia”, no Continente, José Madeira eCosta, no GR1EA, em Vila Franca deXira, e ainda os Fuzileiros Albertino daSilva, João Rodeia Peneque e MárioRodrigues de Almeida na Companhianº 4, em Moçambique, Alexandre Fer-reira de Almeida, na Companhia nº 1, emAngola, António Bettencourt, no DFE1,em Moçambique, António Alves daRocha, em Angola, Armando SantosMartins e Raul de Sena Belo, no DFE9,

em Moçambique, Armando dos SantosSilva e Cláudio Mendes, na Companhianº 2, em Moçambique, Benjamim Lopesde Abreu, no DFE22, Fernando Carva-lho da Fonseca , em Angola, João daSilva Leite e Francisco da Cunha Leão,na Guiné, João Sarmento Coelho, emAngola, Jorge Casals Braga, no DFE3,na Guiné, José Rodrigues Teixeira eManuel Augusto Lopes, no DFE4, emMoçambique, eMário de Freitas Gomes,na Companhia nº 11, em Angola.

Em Lisboa, prestaram serviço, até ao li-cenciamento, Carlos Dinis Pimpão(ECN) na Direcção de Construções Na-vais e Carlos Gassman Rodrigues deOliveira (TE), no Instituto Hidrográfico eainda João Pedro do Amaral Alegria, noHospital de Marinha e que iria per-mane-cer no activo, até atingir o posto deCapitão-de-mar-e-guerra, no QuadroPermanente da Marinha.

Como curiosidade, o facto de pela primei-ra vez na sua história a incor-poração deum curso RN não incluir cadetes da classede Administração Naval, nem da classe

de Engenheiros Maqui-nistas Navais.O resumido relato da passagem do10º CFORN pela Marinha, apenas atingeo objectivo de relembrar nomes e algu-mas situações, durante um curto períodode tempo.A História deste Curso, feita pelos seus38 componentes, é preenchida de actos eepisódios da maior relevância, em cená-rios de paz e de guerra, reconhecidos pu-blicamente em cerimónias solenes econstituindo mais um marco da maior im-portância para a vida de cada um e para adignificação da Reserva Naval a que per-tencem.

Também se atinge, desta forma, o objec-tivo de lembrar aqueles a quem, por des-tino, a vida foi entregue a Deus, certos deque a sua presença continua viva em cadaencontro dos seus camaradas.

João Rodeia Peneque Mário Rodrigues de Almeida Fernando Carvalho da Fonseca Mário de Freitas Gomes Carlos Gassman Rodrigues de Oliveira

NRP “Algol” – Entrega de Comando em Angola: CETEN António Fuzeta da Ponte, STEN RN JaimeSaraiva Canto Moreira (14ª CFORN) e 2º TEN RN José António Simões da Silva Ramos (10º CFORN)

Um grupo de Cadetes do 10º CFORN durante a viagem de instrução, na Guiné

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Num hotel de Cascais, no passadodia 15 de Março, a AORN pro-moveu um jantar de confra-terni-

zação com o objectivo de manifestar àMarinha de Guerra Portuguesa o agrade-cimento da Associação pelo apoio que re-cebeu ao longo dos últimos cinco anos dasua existência.A presença do Almirante Nuno VieiraMatias, Chefe do Estado-Maior daArmada, conferiu ao acto o maior simbo-lismo, sendo especialmente rele-vante apresença dos Almirantes e dos coman-dantes das unidades e directores dos ser-viços que, ao longo do referido período,mais directa e assiduamente mantiveramcontacto com a Associação dos Oficiaisda Reserva Naval.

Pretendeu a AORN que a saída doAlmirante Nuno Vieira Matias da chefiado Estado Maior da Armada, por força dolimite de tempo legal naquele cargo, fos-se assinalada com um encontro em que à

Marinha, representada pelas suas mais al-tas patentes, pudesse ser manifes-tado oempenhamento da sua Reserva Naval nadefesa do Mar, dos princípios que desdesempre nortearam a sua acção e daInstituição a que pertencem.

Quarenta e cinco oficiais da Armada tive-ram oportunidade de conviver com umacentena de associados da AORN, teste-munhando que a sociedade civil, repre-sentada nesta Associação, mantém vivo oespírito solidário e amigo iniciado quan-do, em plena juventude, fran-quearam pe-la primeira vez os portões da EscolaNaval.

No decurso do jantar usou da palavra oPresidente da Assembleia Geral daAORN, Professor Ernâni Lopes, que sereferiu ao Almirante Vieira Matias emtermos muito elogiosos, dizendo, desi-gnadamente, que “a cerimónia tinha umacomponente principal de carácter senti-mental, de honra e agradecimento e co-mo destinatários a Marinha e oAlmirante CEMA”.

E as razões tinham a ver com a concepçãoe a acção da AORN, que se desenvolvemem sete tópicos.

Assim, Ernâni Lopes referiu-se ao carác-ter civilista daAORN, ao traço comum decamaradagem entre cidadãos. Em seguidafalou da riqueza que “em conjunto vamoscultivando”, para logo citar o lema daAssociação: “E Bem Serviram SemCuidar Recompensa”.Ernâni Lopes não esqueceu a ligação e oamor ao mar, considerando ser “decisivaa ligação em termos conscientes, uma li-

gação estratégica, para darmos o saltoem termos da natureza do raciocínio”.

Considerou ser importante que a AORNajude a Marinha a explicar estes termos,que cada vez são menos percebidos.“Este é um problema da História futurade Portugal”, disse.

Outro factor a que se referiu foi o Tempo,para dizer que este requer capacidade desaber discernir entre aquilo que é superfi-cial e a realidade profunda, para concluirque “o momento é difícil e será aindamais difícil. Não podemos dar-nos ao lu-xo de nos deixarmos iludir pelas circuns-tâncias superficiais, pois vamos agudizá-las. É perigoso entrar numa espiral des-cendente. Temos o dever de ler o tempona realidade profunda. Vamos aguentar.Não vamos soçobrar, vamos preservar oque resta de energia para os próximos sé-culos. O nosso dever é fazer com que ga-nhe a realidade profunda”.

Ernâni Lopes terminou a sua intervençãoreferindo-se ao serviço a Portugal da ge-ração ali presente; o desenvolvimento dosanos sessenta, a guerra do Ultramar, adescolonização, a estabilização política esocial da sociedade portuguesa no perío-do pós 25 de Abril, a adesão à CEE, oajustamento pós-adesão, o desenvol-vi-mento dos anos oitenta. “E vamos ter defazer mais alguma coisa”, disse. “E sãoos mesmos. É a mesma geração, dos que

A AORN E A MARINHA DE GUERRA

António Caseiro Marques18º CFORN

Almirante Nuno Gonçalo Vieira MatiasProfessorErnâni Rodrigues Lopes

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vão dos 40 aos 65 anos”. “Esta gera-ção”, segundo o Professor, “tem umamissão discriminante, separando alter-nativas e uma delas vai ficar.Esta geração de pessoas tem de ser capazde transmitir aos vindouros, não as maniasdos anos sessenta, os lirismos, as tretas,mas sim os valores fundamentais e termosde referência. Se não o conseguirmos,

o que fizemos não dará fruto”, concluiu.OAlmirante CEMAusou da palavra logo deseguida para agradecer a homenagem e aspalavras que acabava de escutar, acrescen-tando, entre outras coisas, que “aMarinha émuito maior do que pensam algumas pes-soas”, para realçar o peso na sociedade civildaqueles que se preocupam com a Marinhae com o seu futuro. Isto está bem expresso

nas muitas associações de marinheiros exis-tentes no país e no estrangeiro, que dão oseu contributo a Portugal, alertando paraos problemas e sugerindo soluções, tentan-do criar uma mentalidade virada para o mar.Referiu-se em seguida à AORN “como umconjunto de cidadãos livres que honram aMarinha”.Entendeu o CEMA dar alguns esclareci-

CALM Lopo Cajarabille, Dr. Valdemar Porto e Serafim Lobato Carlos Neves Poças, Lourenço D’Orey e António Salvador Pinheiro

Pedro Norton dos Reis, João Estarreja e Manuel Morgado Sequeira CMG Loureiro Nunes, José Pires Branco e CMG Raúl Sousa Machado

CMG Brito Valle, CMG Joaquim Alves Gaspar e CALM Manuel Ferreira Pires Fernando Baptista Pereira, CMG José Lopes Moreira e Rogério Bordalo da Rocha

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mentos em relação às notícias vindas a pú-blico, dizendo que “a Marinha tem cumpri-do com honra e com orgulho o serviço aoPaís, mas só o pode fazer de acordo com osrecursos disponíveis”. E acrescentou: “duvi-dar do espírito de missão e de honradez dequem serve na Marinha, está errado e ma-goa-nos profundamente”.

Citou depois o esforço da Marinha ao “or-

ganizar forças para a Guiné, em período decinco dias, à portuguesa”, e a presença si-multânea de forças da Armada emMoçambique, Bósnia e Timor, em quatrocontinentes, e ainda em Entre-os-Rios, norio Douro, e na nossa costa marítima, parareafirmar que “não podemos inventar re-cursos e os que o país não nos der farãoapodrecer os navios e as pessoas”.

O CEMA terminou o seu discurso di-zen-do que é necessário recuperar a capa-ci-dade naval que ainda existe, pois são asmarinhas estrangeiras a reconhecerem e aadmirarem o esforço da Armada Portu-guesa, apesar das dificuldades.

O CEMA leva “um sentimento de des-gosto, desgosto sério, porque não foramatingidos os objectivos e não foi por cul-

Marques Pinto, CALM Beirão Reis, Joaquim Carvalho e CALM Jorge Correia Jacinto CALM Alves Correia, Rodrigues de Carvalho e CALM Primo Gonçalves

CALM Joaquim Espadinha Galo, Luís Mendes do Nascimento e Vasco Pereira da Silva Alfredo Lemos Damião, Vasco Quevedo Pessanha, CALM José Leiria Pinto e Manuel Lema Santos

VALM Pires Neves, José Luís Couceiro e CALM Alves Correia Vasco Pereira da Silva, CALM Roque Martins e José Honorato Ferreira

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pa da Marinha”.

Deixou uma palavra de esperança: – “osportugueses sempre olharam para o marnuma visão ampla, mas torna-se necessárioolhar mesmo, para descobrirmos as opor-tunidades que ele oferece através das liga-ções aos outros países com quem temos la-ços nas outras margens. O problema que te-mos é pequeno; Portugal existe há séculos,

a Marinha também e vão continuar – APátria Honrai, que a Pátria vosContempla” – disse a finalizar, citando o le-ma que acompanha, na roda do leme, todosos marinheiros.

Ao Almirante Vieira Matias foi feita aoferta do Brasão de Armas da AORN eum quadro com a serigrafia “Rumos”, ré-plica do quadro a óleo especialmente pin-

tado para a Associação pelos pintoresVieira Baptista, Victor Laje e GustavoFernandes.

A todos os convidados a AORN ofereceua medalha da sua fundação, um trabalhode escultura do mesmo grupo de artistas.

Rodrigues Maximiano, Forjaz Trigueiros e VALM Botelho Leal VALM Botelho Leal, Fernando Valente de Almeida e VALM Castanho Paes

VALM Monteiro da Silva, Alípio Dias, VALM Silva Santos e José Cruz Vilaça Guedes de Amorim, Hibon de Campos, Oliveira Brás e António Correia de Sá

António Castro Moreira, VALM Vidal de Abreu e Generosa Cardoso Folga Castro Guerra, VALM Mota e Silva e Rogério Sousa Ferreira

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Exmº Senhor

Professor Doutor Ernâni Rodrigues Lo

pes e

A poucos dias de deixar as funções de

Chefe do Estado-Maior da Armada, po

r atingir o limite de

tempo previsto na lei para o exercício

do cargo, não quero deixar de me des

pedir da Associação dos Oficiais

da Reserva Naval,na pessoa do Presi

dente da sua Assembleia Geral. Não o

faço por mero exercício proto-

colar, mas antes como um gesto do co

ração.

Os membros da AORN são, de entre o

s oficiais da Reserva Naval que passar

am pelas fileiras da

Marinha, aqueles que ficaram mais li

gados à instituiçãoe, também, os que

mais desejam preservar a me-

mória que guardamdesse período das s

uas vidas. AMarinha sente-se honrad

a com essa distinção e retribui-

a com o mesmo carinho e emoção.

Ainda jovens, vestimos com orgulho

a mesma farda, compreendemos o pl

eno significado daes-

fera armilar que está no centro da ban

deira nacional e adoptámos como mod

elo de conduta o lema “A

Pátria honrai que aPátria vos contemp

la” que vimos gravado no bronze dos

navios. Partilhámos valores de

sempre, conhecemos estados de alma

comuns e estabelecemos, para o futur

o, uma ligação denatureza ex-

cepcional que nosanima a cumprir co

m dignidade o papel da nossa geração

.

Senhor Professor Doutor Ernâni Lopes

e muito prezado amigo, peço-lhe que t

ransmita a todos os

sócios da AORN omeu profundo reco

nhecimento pelos serviços que têm pr

estado à Marinha eao País.

Lisboa, 1.04.02

Nuno Gonçalo Vieira Matias

Almirante

Na hora de cessar funções como Chefe do Estado-Maior da Armada, o Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias endereçouao Presidente da Assembleia Geral da AORN uma carta de despedida que reproduzimos:

A DESPEDIDA DO CEMA

Chefe

do

Estado-Maior da Armada

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No auditório do Instituto SuperiorNaval de Guerra, em Lisboa, rea-lizou-se no passado dia 6 de Abril

a Assembleia Geral Anual da AORN,com a seguinte Ordem de Trabalhos:1º Apreciar e votar o Relatório de

Actividades do ano de 2001;2º Apreciar e votar o Balanço e Contas

do exercício de 2001;3º Apreciar e votar proposta de alteração

dos Estatutos da AORN;4º Apreciar e votar o acerto do valor da

jóia e da quota da Associação, porforça da introdução do “EURO” comonova moeda em circulação;

5º Apreciar e votar proposta de eleição deSócios de Mérito e de Sócios Honorários;

6º Eleição dos Corpos Sociais para obiénio de 2002/2003.

Mais extensa do que nas anteriores assem-bleias, esta ordem de trabalhos decorreucom a celeridade habitual, dirigindo os tra-balhos o Presidente da Assembleia Geral,Ernâni Rodrigues Lopes.

Os dois primeiros pontos foram apresen-tados ao auditório que se pronunciou pe-la sua aprovação.

A alteração dos estatutos visou, essen-cialmente, a introdução de uma nova ca-tegoria de sócios, os Aderentes, cuja de-fesa foi feita pelo Presidente daDirecção, Rodrigues Maximiano e como objectivo de permitir a adesão de todosquantos, não sendo originários da Reser-va Naval, se manifestem com o espíritodesta, podendo, com o seu contributo aju-dar à concretização dos nossos projectosestatutários.Motivo de alguma controvérsia, com

sócios manifestando a sua discordânciacom algum receio de que a pureza dosprincípios que estão na origem da AORNpudesse ser desvirtuada, foi esta propostaaprovada por maioria.No entanto, cada sócio terá como limite aindicação de apenas três nomes para estanova categoria.A introdução da nova moeda europeia nosistema financeiro, foi a razão do ponto4º da ordem dos trabalhos, sendo apro-vados os valores da quota mensal e dajóia de, respectivamente, 10 € e 100 €.Seguidamente, a Assembleia pronun-ciou--se acerca de duas propostas paraeleição de Sócio Honorário e de Sóciode Mérito de duas personalidades que àAORN têm dado todo o seu apoio, con-tribuindo de forma sistemática e rele-vante para a concretização de muitosdos nossos objectivos. De referir ainda,o empenhamento e a responsabilidadedas referidas personalidades nos forteslaços que unem a Marinha de Guerra àsua Reserva Naval.A AORN sente-se muito honrada pelaeleição do Almirante Nuno GonçaloVieira Matias, como seu SócioHonorário e do Contra AlmiranteJoaquim Manuel Barreiros EspadinhaGalo, como seu Sócio de Mérito.Uma prolongada salva de palmas daAssembleia assinalou estas eleições.No início de novo biénio, e por obrigaçãoestatutária, procedeu-se à eleição dosCorpos Sociais para o período2002/2003.

ASSEMBLEIA GERAL ANUAL

Mesa da Presidência da Assembleia Geral: Castro Moreira, Marques Pinto, Rodrigues Maximiano, Ernâni Lopes, Alípio Dias e Jorge Teles

CMG Fernando Brito Vale saudando a AORN João Padrão Rodrigues de Carvalho

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Pela primeira vez na História da AORN,este acto ficou assinalado pela apresenta-ção de duas listas, lideradas respectiva-mente pelos associados Carlos MarquesPinto Pereira e Ricardo Migães deCampos, demonstrando a vitalidade daassociação e o interesse em levar a bomporto muitos dos projectos em carteira,através de programas de candidatura dife-renciados, mas claramente demonstrati-vos de que a Associação dos Oficiais daReserva Naval não é uma instituição aco-modada em seguir uma rota com marchão.

Como seria de prever, uma das listas ficouem primeiro lugar e outra em segundo.

Não sendo prováveis os empates, emboranão seja um resultado impossível nestesactos, os Corpos Sociais daAORN, eleitospara o biénio 2002/2003 são:Assembleia Geral:

Presidente:Ernâni Rodrigues Lopes

Vice Presidente:António Henrique RodriguesMaximiano

1º Secretário:Paulo Henrique Lowndes Marques2º Secretário:Fernando Amaro Valente deAlmeidaCasimiro da Rocha Barreto

Conselho Fiscal:Alípio Barroso Pereira DiasVice Presidente:José Luís da Cruz Vilaça1º Secretário:Alfredo Augusto de Lemos Damião2º Secretário:Manuel Ventura Carneiro Moreirada Silva3º Secretário:José Aníbal Xavier Pereira

Direcção:Carlos Alberto Marques PintoPereira1º Vice Presidente:Francisco Manuel Craveiro Duarte2º Vice Presidente:António Aurélio de Castro Moreira

Vogais Efectivos:José Gomes Honorato FerreiraJoaquim de Oliveira MoreiraJoão Sales Henriques BelchiorMartinho Afonso Vilar PereiraCoutinhoVogais Suplentes:Jorge Manuel de Moura Vieira TelesJosé António RuivoManuel Lema Pires dos SantosGenerosa Maria Cardoso da SilvaFolga

Mantendo a tradição, um almoço foi ser-vido na messe de oficiais do ISNG, no fi-nal desta Assembleia. A AORN foi, maisuma vez, recebida com toda a simpatia edignidade pela Direcção do Instituto, sen-do portador de uma mensagem de boasvindas o CMG Fernando Brito Valleque, no início dos trabalhos, se dirigiu aoauditório.

Os agradecimentos da Associação foramendereçados ao Director da Unidade, ViceAlmirante José Manuel Garcia MendesCabeçadas.

Luciano Ravara João Sarmento Coelho Manuel Cordovil

Marques Pinto e Ricardo Campos Almoço na Messe de Oficiais do ISNG

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Acerimónia da entrega do Prémio Reserva Naval, correspondente ao ano2001/2002, revestiu-se mais uma vez da máxima dignidade, e teve lugar nopassado dia 3 de Maio, na Escola Naval, sendo presidida pelo Vice Almirante

Luís Manuel Lucas Mota e Silva, Chefe do Estado-Maior da Armada, interino, nodia do juramento de Bandeira e entrega de espadas aos alunos do curso ”VALMMagalhães Correia”.O Prémio foi instituído pela AORN para “perpetuar e honrar a memória de um dosseus maiores, um jovem oficial da Reserva Naval morto em combate em Angola, noano de 1973, apontando-o aos senhores ca-

detes, futuros oficiais da Marinha de GuerraPortuguesa, como exemplo do camarada gene-

roso, altruísta e solidário, sempre disponível paraajudar e predisposto para dar sem cuidar compensa-

ção ou retribuição”. Recordado pela Marinha de Guerraem cerimónia solene anual, a memória do Sub Ten António Bernardino Apolónio Piteira éassim perpetuada, num prémio que é entregue ao “cadete da Escola Naval que no dia a diamelhor actue as virtudes da generosidade e do altruísmo, da disponibilidade para ajudar, dasolidariedade e da sã camaradagem”.O premiado deste ano, escolhido por votação de todos os alunos da Escola Naval, foi o cadetedo 4º ano, da classe de Marinha, do curso “Martim Afonso de Sousa”, Nuno José FigueiredoAgreiro, tendo procedido à respectiva entrega, em nome da AORN, o Presidente da Direcção,Carlos Alberto Marques Pinto Pereira.

PRÉMIO RESERVA NAVAL

CALM Joaquim Espadinha Galo, José Pires de Lima, CAD Nuno Agreiro, Carlos Pinto Pereira eCALM António Carlos Rebelo Duarte (Comandante da Escola Naval)

Cerimónia de entrega de Prémios Escolares, presidida pelo Vice Almirante Luís Manuel Lucas Motae Silva, Chefe do Estado Maior da Armada, Interino

O Presidente da Direcção da AORN, Carlos Alberto Marques Pinto Pereira, na entrega do PrémioReserva Naval ao Cadete Nuno José Figueiredo Agreiro

Na Sala Reserva Naval: o CALM Joaquim Manuel Barreiros Espadinha Galo (Sócio de Mérito daAORN) associando-se à entrega do Prémio ao Cadete Nuno José Figueiredo Agreiro

Nuno José Figueiredo Agreiro

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O7.º aniversário da AORN foi ce-lebrado, este ano, na Fragata“Álvares Cabral” que, atracada

na Base Naval do Alfeite, recebeu 210convidados para mais uma jornada deconvívio da Reserva Naval. Foi no passa-do dia 13 de Julho.

A presença do Chefe do Estado-Maior daArmada, Almirante José Manuel GarciaMendes Cabeçadas, conferiu ao eventoum significado especial, demonstrativo deque aMarinha deGuerra, tal como em anosprecedentes, mantém com a sua ReservaNaval uma convivência permanente.

Recebido ao portaló pelo CALMFernando de Melo Gomes, 2º Coman-dante Naval, o Almirante MendesCabeçadas deu entrada a bordo às 18.30horas.

7º ANIVERSÁRIO DA AORN

O embarque no NRP Álvares Cabral com Herculano Ferreira (18º CFORN) e elementos do Polo Norte liderados por João Marques Fernandes (12º CFORN)

A chegada do ALM Mendes Cabeçadas recebido ao portaló peloCALM Fernando de Melo Gomes, 2º Comandante Naval

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A feliz ideia desta data ser celebrada numnavio operacional da Armada permitiu atomada de conhecimento com a actual vi-da a bordo, para além de proporcionar amuitos dos nossos familiares, alguns des-cendentes muito jovens, o contacto vivocom a realidade naval.

Disponibilizando o transporte, desde aDoca de Marinha até à Base no Alfeite,numa Vedeta, a Marinha fez recordar em“velhos marinheiros” RN dezenas de tra-vessias realizadas em épocas distantes emarcantes da nossa juventude.

Inexcedível no apoio aos visitantes, oComando do navio permitiu uma visita aalgumas das zonas mais importantes abordo, dando-nos a oportunidade deconstatar diferenças técnicas relevantesrelativamente aos navios do “nosso tempo”.Uma descrição detalhada do navio foi-nos

dada pelo Oficial Imediato, CTEN RosaMendes.

A fragata Álvares Cabral é um dos trêsnavios da classe Vasco da Gama (tipoMEKO 200). É um navio moderno, cujaconstrução teve início no ano de 1985,dotado de armamento e sensores alta-mente sofisticados, utilizando tecnologiamilitar de ponta.

De realçar, o facto de ser uma das primei-ras unidades navais equipada com siste-mas de lançamento de mísseis Superfície– Superfície (SS) e Superfície – Ar (AS),para além de lhe serem atribuídos doishelicópteros para luta Anti–Submarina(AS).

Tem uma guarnição de 23 oficiais, 44 sar-gentos e 115 praças, pertencendo ao des-tacamento dos helicópteros, 4 oficiais, 5sargentos e 9 praças.

O Comandante do Navio, CFR Luís Filipe Correia Andrade, dirigindo uma saudação à Reserva Naval

Pinto Pereira assinando o Livro de Honra do Navio

O ALM Mendes Cabeçadas, com João Luís Gomes Durão(14º CFORN)

Carlos Marques Pinto Pereira, presidente da Direcção da AORN, no uso da palavra

A presença do Sócio Descendente nº 1, João Maria Teixeira Paula

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O navio tem um comprimento de 115,9 m,um calado de 6,0 m e desloca 3200 tone-la-das. Utilizando 2 motores Diesel, cada umcom3600Kw, atinge a velocidade de 20Nósou, fazendo uso de 2 turbinas de gás, cadauma com 19700 Kw, ultrapassa os 32 Nós.Na sessão de boas vindas o Comandante doNavio,CFR Luís Filipe Correia Andrade,saudou a AORN e manifestou o agrado pe-la oportunidade de ter a bordo tantos ofi-ciais da Reserva Naval de quem a Marinhaguarda tão gratas recordações e, com osquais se estabeleceram laços da mais pro-funda amizade ao longo de décadas.O Presidente da Direcção daAORN, CarlosMarques Pinto Pereira, agradecendo as pa-lavras do Comandante Correia Andrade re-feriu, a dado passo, que “a AORN e a

Marinha se confundem nos princípios enos valores e se prolongam, transver-sal-mente, na sociedade civil, quase se fun-dindo na História mais recente do País eninguém pode esquecer o contri-butooperacional e também civilista que aReserva Naval prestou à Marinha, comoninguém esquecerá, seguramente, o pri-vilégio que os cerca de três mil que so-mos teve, quando beberam na Armadatais princípios e tais valores, de tal formaque vêm orientando a nossa forma de es-tar na vida”.

Referindo que cada um dos oficiais daReserva Naval “é um Embaixador daMarinha”, lembrou que “o PIN da AORNse ostenta na lapela por esse País fora,em salas de conferências ou, porventura,

em gabinetes do poder e quando é repa-rado o brilho do Golfinho e da Rosa dosVentos, há sempre oportunidade paraperguntar: – Isso é da Marinha, não é?”

Agradeceu, seguidamente, ao Chefe doEstado-Maior da Armada a atenção quevem prestando à AORN e que “de hámuito vem demonstrando que é um dosnossos e para quem vai toda a nossa gra-tidão e afecto”.

Estendeu ainda os agradecimentos aoComando do navio, ao Comando Naval,Comando da Flotilha e da Base Naval,“permitindo a invasão tranquila das suaszonas de segurança” e, na sua interven-ção, o Presidente da Direcção não esque-ceu o apoio dado por todos os presentes,

Joaquim Falcão Reis (26º CFORN) e João Malheiro (22º CFORN) Ricardo Migães de Campos (11º CFORN) e Alfredo de Lemos Damião (15º CFORN)

Vista geral do encontro durante o jantar

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sem os quais não haveria “certamentebrilho no nosso 7º aniversário”, do mes-mo modo que referiu todos os que sedeslocaram de zonas afastadas deLisboa, nomeadamente os do Norte edos Açores, elogiando ainda as “jovenscolaboradoras, sentinelas alertas dosnossos incómodos controlos e antipáti-cas cobranças.Uma palavra de reconhecimento aonosso pessoal da taifa, a empresaUniself e à sua Directora Operacionale corres-pondente equipa, pela boavontade que revelaram, prolongando,para além do previsto, a fita de tempoprogramada para esta comemoração.

Por fim, lembro todos quantos já embar-caram para viagens de outras vidas, epor lá ficaram, quiçá, em parte incerta.

De cá lhes prestamos as nossas home-nagens. Um dia, por lá nos encontra-remos de novo…”

O Comandante Correia Andrade ofer-tou à AORN a cresta do NRP “ÁlvaresCabral” – Brasão de Armas com o es-cudo de prata, com duas cabras de púr-pura uma sobre a outra, coronel navalde ouro forrado de vermelho, sotopostolistel de prata ondulado com a legendaem letras negras, maiúsculas, tipo elze-vir – NRP “ÁLVARES CABRAL”.

Ao navio, foi oferecida a cresta repre-sentativa do emblema da AORN, golfi-nho de prata sobre rosa dos ventos azul eprata, sotoposto listel de prata onduladocom a legenda em letras negras, maiúscu-las, “ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAISDA RESERVA NAVAL”.

A cada um dos oficiais da guarnição foioferecida a medalha comemorativa dafundação da AORN.

Terminado o jantar, o regresso a Lisboafez-se na Vedeta, até à Doca de Marinha,onde atracou pelas 23.15 horas.

José Honorato Ferreira (11º CFORN), Martinho Pereira Coutinho (8º CEORN) e José AntónioRuivo (21º CFORN)

No momento do arriar da Bandeira

Rabindranath Capelo de Sousa (11º CFORN) uma presença assídua nas comemorações da AORN

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BIOGRAFIA

Nasceu a 14 de Julho de 1923, na freguesia de Paranhos, concelho do Porto.Veio para Lisboa em 1933, tendo frequentado os liceus de Camões e de PedroNunes, bem como os “Preparatórios” da Faculdade de Ciências.

Promoções:Cadete 15-09-1942; Guarda-marinha 1-03-1945;2º Tenente 1-03-1946; 1º Tenente 31-03-1954;Capitão-tenente 12-01-1960; Capitão-de-fragata 31-03-1967;Capitão-de-mar-e-guerra 1-07-1974;Reserva (por motivos de saúde) 12-04-1976;Reformado 9-11-1990

Louvores e Condecorações:Medalha Militar de Serviços Distintos (ouro); Medalha Militar de Serviços Distintos (prata); Medalha Militar de MéritoMilitar (2.ª classe); Ordem Militar de Aviz (Comendador); Medalha Militar de Comportamento Exemplar (ouro); MedalhaComemorativa das Campanhas (Norte deAngola 1963/65); Medalha Comemorativa das Campanhas (Moçambique 1972/74);Medalha Comemorativa de Comissões de Serviço Especiais (Timor 1945); Medalha Comemorativa de Comissões de ServiçoEspeciais (Índia 1955/56); Medalha Naval Comemorativa do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique (prata); Ordemde Mérito Naval do Brasil; Ordem de Mérito da República Italiana (cavaleiro)

Principais Comissões:1942/43 – Sagres (Cadete) – Cabo Verde, Buenos Aires e Montevideo; 1943/45 – Escola Naval (Cadete) – Ressureição doCNOCA; 1945/46 – Gonçalo Velho, Bartolomeu Dias, Gonçalves Zarco (Guarda-Marinha) – reocupação de Timor, levanta-mento hidrográfico do porto de Dili; 1946/47 – Dão, Lima (Chefe de Serv. deArtilharia) – Costa Portuguesa,Açores; 1947/48– Escola de Alunos Marinheiros (Instrutor); 1948/49 – Escola de Artilharia Naval (Aluno do Curso de Aperfeiçoamento);1949/51 – Bartolomeu Dias – Açores, périplo de África; 1951/54 – Escola de Alunos Marinheiros (Instrutor) – visita aosEUA, reorganização da E.A.M.; 1954/55 – Escola de Mecânicos (Ajudante) – visita aos EUA, reorganização da E.M.;1955/57 – Gonçalves Zarco (Chefe de Serv. Artilharia) – Índia e Macau; 1957/58 – Vouga, Tejo (Imediato) – manobras emLondonderry e Gibraltar; 1959/63 – Escola Naval (Instrutor de Infantaria e Comandante de Companhia); 1963/65 – S.Vicente (Comandante) – Angola; 1965/68 – Escola de Alunos Marinheiros (Director de Instrução); 1968/72 – Escola Naval(Professor de Organização e Arte de Comando, Política e Estratégia e História Marítima e Comandante do Corpo deAlunos);1970 – Vera Cruz (Capitão de Bandeira) – viagem de Luanda para Lisboa; 1972/74 – Comando da Defesa Marítima de PortoAmélia (Comandante e Capitão do porto); 1974 – Escola Naval (Imediato); 1975 – 2ª Repartição da Direcção de Serviço doPessoal (Chefe); 1977-90 – Centro de Instrução por Correspondência (Director até 1980 e daí para diante, colaborador “adhoc”) – organização do Centro; elaboração dos cursos programados de Matemática Básica (60 lições), Geografia Básica (22lições), Saúde e Trabalho (23 lições), Mundo Actual (23 lições), Organização e Gestão (10 lições); 1988 – Academia deMarinha (Membro correspondente); 1990 –Academia de Marinha (Membro efectivo); 1994 –Academia deMarinha (Membroemérito); 1994-98 – Presidente da Comissão Científica da História da Marinha

Obras publicadas:– Preparar o Futuro, Viver o Presente, edição do autor, Lisboa 1980– Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa (8 volumes), Sá da Costa, Lisboa 1990/1997– Liderança de Pessoal, edição do autor, Lisboa 1999– Organização do Ensino, edição do autor, Lisboa 2000

CMG ARMANDO DA SILVA SATURNINO MONTEIRO

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AHistória da Reserva Naval estáligada ao CMG Armando daSilva Saturnino Monteiro des-

de que o 2º CEORN entrou na EscolaNaval, em 1959. Como Comandante daCompa-nhia de Alunos e Instrutor deInfantaria, e mais tarde como Professorde diversas matérias, o ComandanteSaturnino é figura de referência paracentenas de oficiais RN.Símbolo do rigor e da disciplina, com a par-ticularidade destas qualidades se aliaremmais ao cumprimento correcto das tarefas, àlealdade e à camaradagem, e menos ao sim-ples aprumo militar, que sendo embora deconsiderar, nunca a Marinha entendeu co-mo qualidade prioritária.É aliás conhecida na Marinha, a frase:“Se é preciso organizar, o ComandanteSaturnino resolve”.Conversador, contador de histórias e pro-fundo conhecedor da História, de há mui-to que a Revista da AORN esperava aoportunidade para um encontro com oComandante Saturnino Monteiro.Na sua casa, em Oeiras, num intervalo dasua constante dedicação aos livros, man-tivemos uma conversa informal, sem re-tórica complicada, apenas e só com o ob-jectivo de registar algumas opiniões quetrouxessem mais algum conheci-mentopara a História da Reserva Naval.E foi assim:

AORN – O Senhor Comandante acom-panhou, praticamente desde o início, aintegração da Reserva Naval naMarinha de Guerra Portuguesa. Na al-tura, e como oficial do QP, como enca-rou esta decisão?

CMG SM – Sempre pensei que a“Reserva Naval” foi uma ideia particu-larmente feliz que, por razões fortuitasacabou por pôr ao serviço da Armada omelhor da Juventude do país, o que mui-to contribuiu para que pudesse desempe-nhar satisfatoriamente as funções que lhecouberam durante a Guerra do Ultramar.

Creio que não se estaria a pensar, na al-tura da sua criação, no que viria a ser aquestão do Ultramar. O pensamento iapossivelmente para as missões no âm-bito da NATO e era visível que aMarinha tinha falta de gente, por forçada expansão da NATO e do que essefacto representava, por se terem criadomais serviços a ela ligados.

A criação da Reserva Naval veio resol-ver o problema da falta de oficiais su-balter-nos, sem agravar a situação queresultaria de um aumento dos efectivosdentro do Quadro Permanente, o queindiscu-tivelmente iria entupir o acessoàs promoções e reduzir o nível qualita-tivo dos alunos da Escola Naval. A en-trada de uma elite como foi a dos cade-tes da Reserva Naval, resolveu de for-ma superiormente inteligente uma sériede problemas, e é certamente caso úni-co na nossa História a mobilização detão grande número de militares, por es-colha selectiva de entre o que de me-lhor existia no universo universitário.

AORN – Ao longo dos anos, em con-tacto com os oficiais da Reserva Naval,qual a opinião que tem destes?

CMG SM – Tive sob o meu comando,na Escola de Alunos Marinheiros, noSão Vicente, em Porto Amélia e no CIC,oficiais da Reserva Naval de quase to-das as classes, de quem fiquei com amelhor das impressões, sob o ponto devista profissional e pessoal. Recordo naE.A.M., o Sousa Santos, a quem chama-vam o “Comodoro”, e no São Vicente, o

Garcia Bentes, um oficial esplêndido.Mas muitos outros me deixaram umabelíssima recordação e a certeza de queconstituíam, na realidade, um grandereforço para a Marinha.

Como professor dos cadetes daReserva Naval, tive o privilégio de li-dar com uma elite intelectual que nãoserá fácil voltar a reunir em qualqueroutro tempo, ou em qualquer outro lu-gar.

AORN – Sendo uma figura com umaimagem de rigor e que impunha disci-plina, é recordado, no entanto, entre osRN, como um oficial com muita sim-patia e elevada noção de justiça.

Esse modo de estar tem que ver com oseu carácter ou era uma necessidadepor estar numa Escola cuja disciplinase exigia mais do que em qualquer ou-tra Unidade?

CMG SM – Não me considero um oficial“disciplinador” mas sim um oficial comelevada capacidade de organização, ho-nesto e entusiasta pela carreira que esco-lheu. A respeito da “disciplina”, semprepensei que não é sinónimo de “obediênciacega”, mas que não pode deixar de ser umrequisito essencial de qualquer militar,embora reconhecendo que a disciplinatem muito menos importância na Armadado que no Exército ou na Polícia.

O importante é existir organização, tãoperfeita quanto possível. A disciplina vi-rá, naturalmente, como consequência ine-vitável. Considero mesmo que a discipli-na é um sub-produto da organização.

Quando na E.A.M. consegui criar umaorganização baseada nos ensinamentosrecolhidos da visita que fizera aosEstados Unidos da América e aos méto-dos em uso nas suas escolas, com horá-rios rigorosos, turmas distribuídas porprofessores certos, livros e toda uma sériede regras bem determinadas, verificou-se,algum tempo passado, que as penas disci-plinares se tinham reduzido drasticamen-te. É a prova do primado da organizaçãosobre o da disciplina.

AORN – Tendo passado grande parte da

ENTREVISTA COM O CMG ARMANDO DA SILVA SATURNINO MONTEIRO

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sua vida de oficial superior em terra, no-meadamente como professor, consideraque foi sacrificado a um ideal marinheiroe que esse facto o prejudicou na carreira?

CMG SM – Considero que a minha car-reira foi a carreira normal de um oficialde uma Marinha pequena, alternandoas comissões de embarque com as co-missões em terra. A propósito da vidaembarcado, lembro que fui dos poucosoficiais que esteve em todas as antigasprovíncias do Ultramar, incluindo SãoJoão Baptista de Ajudá, quando em1951 prestava serviço no BartolomeuDias e este navio efectuou o périplo deÁfrica. A minha carreira não foi preju-dicada por nada, nem por ninguém. Senão tivesse tido um problema grave desaúde em 1975, seria certamente pro-movido a Comodoro.

Devo dizer que naquela altura essa pro-moção nada me interessava. Tinha anoção clara de que a Marinha, depoisda perda do Ultramar, teria de ser ne-cessariamente uma Marinha muito di-ferente da minha Marinha e que, por-tanto, não me entusiasmava.

Confesso que se não tivesse sido porrazões de saúde não teria pedido paranão ser promovido, mas dadas as cir-cuns-tâncias e uma vez que essas ra-zões eram um facto, acabei por ficarcontente.

Estando indigitado para a Super-intendência, iria passar por situaçõesmuito complicadas que na altura se vi-veram em todos os sectores da vida na-cional e na Marinha também, relacio-nados com os chamados saneamentosde pessoal.

AORN – Considerando o tempo de servi-ço em terra e nos navios, qual a fase davida de que guarda melhores recor-da-ções?

CMG SM – Sem dúvida as fases em quefui comandante de um navio de guerra emoperações (São Vicente), comandante daDefesa Marítima de Porto Amélia, emque tive sob as minhas ordens directasmais navios e unidades de fuzileiros doque a maioria dos oficiais generais de en-tão e como Director de Instrução daE.A.M. onde preparei milhares de jovenspara servir na Armada, em tempo deguerra.

Curiosamente, posso acrescentar queguardo as piores recordações do tempopassado em comissão na Escola Naval.Não na primeira comissão em 1959-1963,mas mais tarde, por volta de 1969-70, co-mo resultado da frequência de alunos in-filtrados com ideias anti militar e anti ul-tramar, com situações de incoerência en-tre quem escolhe a vida militar e se com-porta, simultaneamente, como anti milita-rista.

Foi, no entanto, nesse período que tive oprivilégio de ter como alunos os cadetesda Reserva Naval que, como referi, difi-cilmente se voltará a reunir, numa mobi-lização, com o nível intelectual que apre-sentavam.

AORN – Desde o século XV que aHistória de Portugal se confunde com aHistória da Marinha.

Que opinião tem o senhor Comandanteacerca da forma como a Marinha se ocu-pa da sua História, nomeadamente a maisrecente?

CMG SM – Penso que a Armada apenaspresta atenção aos DescobrimentosMarítimos, ignorando praticamente aHistória Militar da Marinha, o que nãome parece correcto.

Tentei contrariar esta tendência com a pu-blicação das “Batalhas e Combates”.

Que me lembre, apenas o AlmiranteBotelho de Sousa, o Almirante CostaQuintela e o Comandante Marques Es-parteiro trataram estes aspectos, emboraseja de louvar a decisão, que no âmbito

da Academia de Marinha se tomou, de le-var por diante o projecto da História Oralda Marinha, referente ao período de1958/1975 e sobre as acções no Ultramar.

É, inclusivamente, um aspecto da maiorimportância para o conhecimento da nos-sa História, contado de forma mais livre eaberta, uma vez que determinados aspec-tos ficam na memória ou caiem no esque-cimento de quem os viveu, porque nãopodem ser relatados por escrito.

Tenho verificado que os acontecimentosrelatados passados anos da sua ocor-rên-cia, não são já relatos fiéis, aumen-tandoas imprecisões que de outra forma se evi-tariam.

É assim a realidade, mas não há dúvidaque se poderia evitar se houvesse a preo-cupação de “tratar da História” todos osdias.

AORN – Qual o comentário que se lheoferece sobre o facto do Navio EscolaSagres, abatido em 1962, ser hoje umMuseu na Alemanha, onde o período emque esteve no activo e integrou o quadrodos navios de guerra portugueses, se en-contra bem documentado?

CMG SM – Penso que só se deve conser-var um navio como peça de museu quan-do isso não represente um encargo finan-ceiro significativo para a Armada.

Se os aspectos da rentabilização destaspeças de museu não forem acautelados,não são apenas as entradas de visitantesque poderão manter estes navios.

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No caso da Sagres ainda bem que o mes-mo se encontra tratado e contribuindo pa-ra a propaganda de Portugal, embora sejaum caso que nos poderia ajudar a pensarna importância e na viabilidade de tam-bém nós salvaguardarmos a memória donosso património naval.

Estou a pensar inclusivamente, naFragata D. Fernando II e Glória, que nãotem merecido do país o tratamento ade-quado.

AORN – Se o nosso património é assimtão mal tratado por nós, embora neste ca-so outros nos respeitem, que justificaçãoencontra para a existência de uma chama-da Comissão Nacional para osDescobrimentos Portugueses?

CMG SM – A Comissão dos Descobri-mentos destinava-se a comemorar os qui-nhentos anos dos Descobrimentos da Ín-dia e do Brasil. Creio que se desem-pe-nhou razoavelmente dessa tarefa no quetoca à publicação de numerosas obras re-lativas a esse período, trabalho que ficapara o futuro e desse projecto tive algumconhecimento pelos contactos mantidos,no início da sua actividade, com o pri-meiro Presidente da Comissão, oComandante Serra Brandão. No que tocaao aproveitamento que poderia ter feitoda Expo 98, parece-me que foi bastanteinfeliz, como se houvesse vergonha detratar da nossa História.

AORN – Sendo o Senhor Comandanteum estudioso da História, como encara ofacto do edifício da Fábrica Nacional daCordoaria não albergar um Museu emque, no mínimo, a História da própriaCordoaria ali estivesse contada?

CMG SM – Penso que o edifício daCordoaria deveria ser aproveitado paramuseus, bibliotecas, exposições, etc. rela-cionadas com a Marinha, mas sem que is-so representasse um encargo financeirosignificativo para a Armada.

Já sei que vai ser inaugurado um polo dememória relativo à História do edifício,mas o problema é sempre o da falta demeios para manter e conservar um espaçopara o qual são necessários grandes re-cursos financeiros. É necessário grandedinamismo para se conseguir rentabilizaro espaço, mas não vejo que ele exista nes-te campo.

Longa ia já a conversa com o Coman-dante Armando Saturnino Monteiro, mascom o relato de episódios que nos fizeramesquecer o tempo já passado.

Curiosa foi a descrição do tempo em queprestou serviço no Centro de Instruçãopor Correspondência, com um relato re-velador do entusiasmo com que levou acabo a tarefa de elaboração dos cursosprogramados e que nas notas biográficasse referem, contando-nos a sua “ambição

de poder contribuir para uma revoluçãono sistema de ensino, desejando que aMarinha introduzisse os novos métodosnos cursos de sargentos e praças, pas-san-do estes a serem adoptados pelos outrosramos das Forças Armadas e daí resultara sua aceitação nas escolas civis. Aliás,como aconteceu diversas vezes em que navida civil se adoptaram métodos experi-mentados com êxito nas Forças Armadas.Infelizmente a Marinha não pegou naideia”.

Cumpriu-se o nosso desejo de trazer àmemória RN, a figura do ComandanteArmando da Silva Saturnino Monteiro.

Para quem o conhece e com ele conviveuna longa ou curta passagem pela Marinhade Guerra, será certamente um reavivarde memória e a lembrança de muitos epi-sódios marcantes desse mais ou menoslongínquo tempo.

Para quem não teve o privilégio de se“cruzar” na vida com o ComandanteSaturnino, aqui fica esta despretensiosaapresentação e o agradecimento pela ami-zade e consideração que sempre demons-trou pela Reserva Naval.

Manuel Lema Santos (8º CEORN)José Pires de Lima (4º CEORN)

O Comandante Saturnino Monteiro, acompanhando o Ministro da Marinha ALM Quintanilha Dias no Juramento de Bandeira do 4º CEORN, em 1962

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ONúcleo do Norte da AORN, bapti-zado de POLO NORTE, nasceunum encontro realizado na estala-

gem do Lidador, em 6 de Dezembro de1999.Empenhado na abertura de uma sede cu-jo projecto poderá ser concretizado a cur-to prazo, o Núcleo reúne-se periodica-men-te, em cada uma das segundas 5ªsFeiras de cada mês, na sede da AEP (ex--AIPortuense), na Avenida da Boavista,nº 2671 (cruzamento com a Av. MarechalGomes da Costa, no Porto), desde Janei-ro de 2000.O encontro/jantar tem lugar às 20.00 horase as marcações poderão ser feitas de véspe-ra, através dos telefones 22 6158504 e 917513649 (senhores Artur ou AntónioCosta).

Tendo como pretexto a convivência, a pre-sença crescente de RN's justifica a discussãode temas fora do âmbito das realizações daAORN e, no próximo en-contro, a realizardepois do período de férias, a 12 de

Setembro, o António Aurélio de CastroMoreira, RN do 22º CFORN, Vice-Presidente da Direcção da AORN eAuditor dos cursos de Defesa Nacional,será o apresentador e coordenador do te-ma em discussão, “A Defesa Nacional eas Forças Armadas”.Fortemente empenhado na dinamizaçãodas suas actividades, foi criado um grupoliderado pelo Fernando Camisão, o qual jáapresentou um programa de realizaçõesque irá certamente dar um impulso im-por-tante na vida deste Núcleo, com especialatenção à nossa juventude. Não esquece-mos que a geração que nos segue se estimaem 8000 jovens, que têm como traço co-mum um Pai ou Avô que foi oficial daReserva Naval.Contam-se por várias centenas os oficiaisda Reserva Naval que habitam e exercem asua actividade profissional na região Nortedo País. Muitos serão contemporâneos dealguns dos membros do nosso grupo decontacto, cujos nomes se encontram noquadro destaque ao lado.

Contactos:João Marques Fernandes (12º CFORN) 91 7601832

Sérgio Tavares de Almeida (20º CFORN) 91 4287854

João Sérgio dos Santos Cardoso (22º CFORN) 91 9471883

Fernando Manuel Garcia Camisão (25º CFORN) 96 3039220

Mário Alberto Aires Martins (25º CFORN) 91 7240020

Manuel Ventura Moreira da Silva (25º CFORN) 91 9645011

Joaquim de Oliveira Moreira (25º CFORN) 91 7814402

Joaquim Falcão Reis (26º CFORN) 93 9320853

Carlos Neves Poças (39º CFORN) 96 4013011

Arito Ferreira (39º CFORN) 96 2714707

Estabelece ligação e junta-te ao Polo Norte, na Defesa do Mar.

NOTÍCIAS DO POLO NORTE

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Breves notícias das presenças da AORN:

07-01-2002 No Gabinete do Almirante CEMA, Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias, num almoço de trabalho.

29-01-2002 No Instituto Superior Naval de Guerra num painel subordinado ao tema “A nova dimensão do terrorismoe as implicações no quadro da segurança internacional”, moderado pelo Professor Adriano Moreira esendo oradores os Professores Gomes Canotilho, Dias Farinha e João Salgueiro.

13-02-2002 Num almoço preparatório do protocolo a estabelecer com a AORN, para livre acesso dos sócios daAssociação ao Museu de Marinha, a convite do respectivo Director, Comandante Adriano Beça Gil.

21-02-2002 Na Sociedade de Geografia de Lisboa, no debate promovido pela Comissão de Relações Internacionais,sob o título “As informações nas relações internacionais antes e após 11 de Setembro”, sendo oradores oEmbaixador João Manuel Guerra Salgueiro e o Dr. Rui Carlos Pereira.

06-03-2002 No Museu da Marinha, no lançaamento da emissão filatélica “500 Anos do Nascimento de Pedro Nunes”.

14-03-2002 Na Biblioteca Central de Marinha, na apresentação da obra “Lá de Longe”, do Comandante Oliveira Lemos.

12-04-2002 No Corpo de Fuzileiros, na cerimónia comemorativa do Dia do Corpo.

03-05-2002 Na Escola Naval, na entrega do Prémio Reserva Naval/STEN FZ RN António Bernardino Apolónio Piteirae na cerimónia do juramento de Bandeira e entrega de espadas aos alunos do curso VALM MagalhãesCorreia.

07-05-2002 No Palácio de Belém, na cerimónia de tomada de posse doactual Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante JoséManuel Garcia Mendes Cabeçadas.

20-05-2002 Na Praça do Império, nas cerimónias comemorativas do Diada Marinha.

25-05-2002 No Palácio dos Congressos da FIL, no Concerto pela Bandada Armada, integrado nas cerimónias do Dia da Marinha.

19-06-2002 Na Sociedade de Geografia de Lisboa, na sessão solene co-memorativa do 1º centenário da morte de Mouzinho deAlbuquerque, em que foram oradores o General AntónioMartins Barrento e o Professor Martim Albuquerque.

20-06-2002 Na Escola Naval, na cerimónia de entrega de Comando, doCALM António Carlos Rebelo Duarte para o CALM CarlosAlberto Viegas Filipe.

NOTÍCIAS

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Com o intuito de promover uma cada vez maior aproxi-ma-ção entre a AORN e a Marinha, o Clube Náutico dosOficiais e Cadetes da Armada – CNOCA procedeu, em

Assembleia Geral, à alteração dos seus estatutos de forma a per-mitir a adesão de uma categoria de sócios em que se enquadramos associados da AORN. Essa categoria tem a designação de só-cios auxiliares, sendo-lhe consignados os seguintes direitos:– Utilizar as instalações do Clube e as suas embarcações nas

condições estabelecidas;– Concorrer às competições desportivas em que o Clube se fa-

ça representar;– Assistir aos festivais e outros eventos organizados pelo

Clube, nas condições que forem estabelecidas;– Frequentar os cursos ministrados (vela, natação, mergulho),

nas condições que forem estabelecidas (especialmente desti-nadas aos filhos dos sócios);

– Sugerir à Direcção quaisquer medidas que julguem de inte-resse para o bom nome e prestígio do Clube;

– Usar os distintivos do Clube.

E os seguintes deveres:– Contribuir para o progresso e engrandecimento moral e ma-

terial do Clube;

– Cumprir e fazer cumprir os Estatutos, regulamentos e nor-mas em vigor;

– Pagar as quotas estabelecidas (valor actual 1,65 €);

– Responsabilizar-se pelos prejuízos causados por si ou sobsua responsabilidade no material e bens do Clube.

O CNOCA dispõe ainda de uma secção de GOLFE, que tem umacordo privilegiado com o Clube de Golfe da Aroeira, podendo osassociados da AORN entusiastas deste desporto, que entretanto sefizerem sócios do CNOCA, beneficiar de idênticas condições.

Para obter a qualidade de sócio auxiliar do CNOCA, e assim po-derem beneficiar das inerentes vantagens, os associados daAORN deverão solicitar ao secretariado a respectiva ficha deinscrição.

27-06-2002 A convite do Chefe do Estado-Maior da Armada, na sede da Companhia de Seguros Lusitânia, no Paláciode Porto Covo, na cerimónia de apresentação pública da obra inédita de SM o Rei D. Carlos, “Aves dePortugal”.

02-07-2002 Na Biblioteca Central de Marinha, na cerimónia de apresentação da obra “Setenta e Cinco Anos no Mar”.

03-07-2002 Na Base de Fuzileiros, na cerimónia comemorativa do Dia da Unidade.

16-07-2002 No Museu de Marinha, na cerimónia de apresentação da obra “Fragata D. Fernando II e Glória”, doComandante Ferdinando Simões e do Dr. Manuel Leitão.

18-07-2002 Na Academia de Marinha, na sessão cultural em que o Embaixador vitalício do Brasil, Dr. Dário de CastroAlves, apresentou uma comunicação subordinada ao título “As actividades marítimas no Velho e NovoTestamento”.

26-07-2002 Na Escola de Fuzileiros, na cerimónia de Juramento de Bandeira e imposição de boinas a alunos dos cur-sos de formação de praças.

29-07-2002 A convite do Director do Museu de Marinha, na inauguração do “Núcleo Memória da Fábrica Nacionalde Cordoaria”.

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Conforme referido no corpo desta revista, os sócios da AORN que se tornem também sócios do CNOCA podem, para além dasoutras vantagens mencionadas, beneficiar da utilização do Clube de Golfe da Aroeira em idênticas condições. Para os asso-ciados da AORN entusiastas deste desporto, indicam-se seguidamente algumas das condições que se consideram mais van-

tajosas, no acordo celebrado entre o CNOCA e a SILGOLF:

Com o objectivo de se constituir uma base de dados da Secção de Golfe da AORN bem como do CNOCA, de forma a facilitar oscontactos para a organização das diversas actividades relacionadas, solicita-se aos interessados que preencham, destaquem e enviemo formulário que se segue para a sede da AORN. Ser-lhes-á então enviada a ficha de inscrição de sócio do CNOCA.

Para mais esclarecimentos, podem os interessados contactar o secretariado da AORN.

Consultas na Internet em wwwwww..ccnnooccaa..oorrgg

NOTÍCIAS

Secção de Golfe

Sócio nº: _________________

Nome: ______________________________________________________________________________________

Telefone: ________________ Telemóvel: ________________

Morada: ______________________________________________________________________________________

Localidade: ____________________________________ Código Postal: __________________________

Recorte este cupão e, depois de devidamente preenchido, envie-o para a AORN – Associação dos Oficiais da Reserva Naval,Fábrica Nacional da Cordoaria, Rua da Junqueira, 1300-342 Lisboa

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Retenho na memória o dia 10 deJunho como o expoente anualdas cerimónias evocativas de

factos, histórias e feitos que guinda-vam, ao podium das medalhas e conde-corações, personagens de todos os qua-drantes sociais.Homenageados publicamente por mé-rito pessoal, encontravam nas artes, nasletras, nas ciências, na cultura em geralou até no simples exercício da cidada-nia uma forma de expressão superior.

O próprio serviço militar, obrigatórioou não, passou a enquadrar maoritaria-mente aquelas cerimónias, por via deuma guerra mantida em diversas fren-tes durante 13 anos.

A efeméride, de cariz marcadamentemilitar, evocava heróis que, defenden-do a Pátria, se distinguiram ou tomba-ram por actos de bravura, coragem ousacrifício justificativos da homenagem.

Na Praça do Comércio e em muitos ou-tros locais do País perfilavam-se os mi-litares a distinguir, de diversos postos eramos das Forças Armadas.

Também presentes viúvas, filhos, ir-mãos, pais ou familiares daqueles que,caídos ao serviço da cidadania que coma vida defenderam, tinham deles herda-do a representação.

Era assim o Dia de Portugal – Dia deCamões.

Com a extinção dos conflitos além-mar eo consequente redimensionamento, asForças Armadas foram sendo adaptadas aoutro tipo de missões, pretendendo-secontinuar a representar o garante da sobe-rania nacional, assumir os compromissosinternacionais e dar cumprimento às tare-fas que lhes passaram a estar cometidasno apoio à sociedade civil.

O escoar do tempo, sempre cúmplice doesfumar lento do sofrimento, encontrouna ausência de vontade política o melhoraliado para fazer esquecer aos vivos o di-reito a perpetuar a memória dos mortos.

Para com os diminuídos físicos e os que,de forma mais ou menos aparente, esca-param incólumes, a solidariedade mani-festada na reparação de injustiças e no di-reito ao reconhecimento de serviços

prestados ao Estado ou como parte in-tegrante da História, foi assaz escassaaté há bem pouco tempo.A construção de um Monumento aosCombatentes do Ultramar, junto à Torrede Belém, paradigma da homenagem aosmilitares portugueses, veio culminar numconjunto de medidas, para as quais váriasorganizações de ex-combatentes conse-guiram apoio institucional e político,após porfiadas diligências.

A Lei 9/2002 é disso o exemplo maistangível.Este ano, no dia 10 de Junho, consa-grado como sendo também o do 9ºEncontro Nacional dos Combatentes,cedo e durante toda a manhã, mais deum milhar de ex-combatentes dos di-versos ramos das Forças Armadas,acompanhados ou não por familiares,convergiram para Belém.Reputei o facto de importante e fui, só.Nuns casos a simples presença, noutroscabeças encimadas por boinas de fuzilei-ros, paraquedistas ou comandos, algumasnas cabeças dos netos. Não faltou quemempunhasse bandeiras e guiões de unida-des, em representação de associações dosmais diversos locais, medalhas no peito,reencontros também.Bancadas com literatura de referência efotos da época, tendas militares, muitacor, quiçá um ar de festa moderado; pa-ra encerramento a possibilidade de par-tici-par num almoço convívio, prepara-do e servido igualmente no local...

O 10 DE JUNHO E A LEI 9/2002

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Entrei na tenda da Manutenção Militare não resisti à tentação de comprar umaração de combate, em tudo semelhantea algumas que me serviram de alimen-tação, no Cacheu.

No final da manhã, a participação da fan-farra – neste caso a Banda do Exército –os toques de clarim, as palavras exaltan-do a homenagem, um minuto de silênciopelos mortos em combate, a cerimóniareligiosa e as flores – a emoção.

De repente, senti uma estranha sensa-ção de isolamento. Preferia-me reco-lhido.

Procurei o Piteira por entre os quase9000 nomes das lápides evocativas e láestava ele no topo, ano de 1973.

Senti-me simultaneamente envergo-nhado e orgulhoso.

Afinal não estava só.

Manuel Lema Santos8º CEORN

Em 11 de Fevereiro, foi publicada noDiário da República – I Série-A, a Leinº 9/2002 que regula o regime jurídicodos períodos de prestação de serviço mi-litar de ex-combatentes, para efeitos deaposentação e reforma.A referida Lei abrange os ex-combatentes,subscritores da Caixa Geral de Aposen-ta-ções ou beneficiários do Sistema deSolidariedade e Segurança Social, na si-tuação de reforma ou aposentação, os de-ficientes militares e aqueles que já efec-tuaram o pagamento das quotizações oucontribuições referentes ao tempo de ser-viço militar, e que se encontrem nas se-guintes condições:– Tenham sido mobilizados entre 1961

e 1975, para Angola, Guiné e Mo-çambique;

– Que se encontravam na Índia aquan-do da invasão do território;

– Que se encontravam em Timor-Lesteentre o dia 25 de Abril de 1974 e o dasaída das Forças Armadas Portugue-sas daquele território;

– Sejam oriundos do recrutamento lo-cal abrangidos pelas condições ante-riores;

– Os militares dos quadros perma-nen-tes abrangidos por qualquer das si-tuações anteriores.

Os requerimentos devem dar entrada, naDirecção-Geral de Pessoal e Recruta-mento Militar do Ministério da DefesaNacional, Avenida Ilha da Madeira nº 1,1400-204 Lisboa, ou nos Postos Consu-lares, até 31 de Outubro de 2002.Informações:

Linha Azul: 808 201 381(chamada local – dias úteis das10h-12h e das 14h-16h).

Atendimento presencial:Nos dias úteis das 9h30 às 17h, naRua Gonçalves Zarco nº 5, 1400 Lisboa(ao lado do edifício do Ministério daDefesa Nacional) e ainda em algunsCentros de Recrutamento, UnidadesMilitares e Delegações das FA.

Endereço electrónico do Ministério daDefesa Nacional:[email protected]

Também a nossa homepage na Internetpode ser consultada em:http://www.terravista.pt/baiagatas/2176Mantém actualizado o teu e-mail e utili-za o daAORN para comunicares connos-co:

[email protected]

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II.. OOss aanntteecceeddeenntteess ee oo eennqquuaaddrraammeennttoo ddaa rreeffoorrmmaa

De CIG em CIG (leia-se: de conferênciaintergovernamental em conferência inter-governamental), as instituições europeiastêm evoluído à procura de soluções quepossam dar resposta aos desafios que en-frentam.

Trata-se de encontrar um perfil que lhespermita adaptar-se à evolução do mundo eda própria Europa; mas trata-se, mais doque isso, de perseguir, sob pena de crónicadepressão institucional, uma identidadeinacabada e imperfeita.

No Acto Único Europeu lançaram-se asbases para a realização do chamado mer-ca-do único ou mercado interno europeu e pre-parou-se a primeira reforma de fundo no sis-tema jurisdicional comunitário, com a cria-ção do Tribunal de Primeira Instância.

Em Maastricht, instituiu-se a UEM, queconduziu ao euro, como moeda única eu-ropeia. Por outro lado, a Comunidadeabandonou o restrito âmbito da economiapara entrar, decididamente, no campo dapolítica: criou-se a União Europeia; abor-daram-se, nos II e III pilares, a políticaexterna e de segurança e a cooperação emmatéria judicial e policial; definiram-se oconteúdo e as condições de exercício dacidadania europeia; introduziu-se no Tra-tado o princípio da subsidiaridade comoprincípio “constitucional” de repartiçãode poderes entre a Comunidade e os

Estados-membros. Ao mesmo tempo,“democratizou-se” o processo de produ-ção legislativa com a participação directado PE através do procedimento de co--decisão, alargou-se o âmbito da maioriaqualificada na tomada de decisões doConselho, instituiu-se o princípio da res-ponsabilização da Comissão perante o PEe prosseguiu-se a reforma dos tribu-naiscomunitários.

O Tratado de Amsterdão, resultado pos-sível de uma CIG-96 privada da inspira-ção de Jacques Delors, promoveu a “co-munitarização” de quase todo o III Pilar,reforçou a democraticidade da construçãoeuropeia pela referência aos direitos fun-damentais e ao respeito do Estado de di-reito pelas instituições e pelos Estados-membros, criando meca-nismos de sus-pensão dos direitos de participação emcaso de violação grave da democracianum Estado-membro. Ao mesmo tempo,o papel do presidente da Comissão era va-lorizado e instituía-se um mecanismo deflexibilidade, aparentemen-te indispensá-vel ao prosseguimento da integração numaComunidade alargada: o mecanismo dascooperações reforçadas.

Houve duas coisas que o Tratado deAmsterdão deixou por fazer. Por um lado,embora tenha renumerado os artigos doTratado e eliminado velhas disposiçõestransitórias ou obsoletas, não procedeu auma simplificação do Tratado que tornas-se a sua leitura apetecível por qualquer ci-dadão.

Por outro lado, Amsterdão não preparouas instituições para o futuro alargamentoda União, como haveria de ter feito emcumprimento do mandato preciso confe-rido em Protocolo anexo ao Tratado deMaastricht. Os chamados “left-overs” deMaastricht converterem-se assim em “left--overs” de Amsterdão, deixados como le-gado para o Conselho Europeu de Nice.

Nice nasceu, contudo, sob mau signo.Logo no Protocolo de Amsterdão sobre asinstituições se tornou clara a clivagem en-tre grandes e pequenos países, que uns eoutros procuraram resolver através deuma troca contra natura do segundomembro da Comissão, a que os cincograndes tinham direito, por uma reponde-ração de votos ou uma dupla maioria noConselho de ministros. Ainda por cima, aperspectiva de um alarga-mento a 12 no-vos Estados-membros (em que avultauma larga maioria de pequenos Estados)perturbava substan-cialmente a definiçãode equilíbrios institucionais desejadospor todos, agravando a tensão entre a re-presentação demográfica e a representa-ção unitária dos Estados-membros. Emcontrapartida, é certo que a aplicação daregra da unanimidade em tais circunstân-cias se tornaria qualquer decisão pratica-mente impossível.

A heterogeneidade de pontos de vista ha-via-se, de resto, instalado entre osEstados-membros. Os de fora do euromantinham-se reticentes, ainda por cimaconfrontados com a angústia de futurosreferendos sobre a adesão à moeda única.O Luxemburgo nem queria ouvir falar devoto por maioria qualificada no domíniofiscal. A sinergia entre a França e aAlemanha marcava passo. A Bélgica re-

A UNIÃO EUROPEIA, DE NICE À CONVENÇÃO

UUMMAA CCOONNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOO PPAARRAA AA EEUURROOPPAA??

José Luís da Cruz Vilaça15º CFORN

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cusava-se a reconhecer à Holanda um es-tatuto diferente do seu. A Espanha davaprovas de pouco entusiasmo europeu.

Ainda por cima, depois da crise daComissão Santer, a instituição encon-tra-va-se, no início da gestão Prodi, sem cha-ma nem guia seguro; e o PE, no rescaldodas eleições de 1999, achava-se polariza-do ideologicamente entre o PPE (de novomaioritário) e os socialistas, limitado nasua capacidade de encontrar consensosfundamentais.

A atitude generalizada tendia a desvalo-rizar o alcance das negociações em curso,relegando-as ao nível de ajustamentos decarácter técnico. O recurso a “sábios” deencomenda (R. von Weitzacker, J.L.Dehaene e Lord Simon) não produziu re-sultados dignos de nota.

Não admira, por isso, que nenhum desíg-nio fundamental tenha presidido aos tra-balhos de Nice. Ainda por cima, osirlandeses recusaram-lhe a ratificação, o

que deixa, pelo menos, em suspenso a va-lidade de tudo o que foi decidido.

Não vale a pena, portanto, perder muitotempo com a súmula do decidido. Ao fime ao cabo, o mais importante do Tratadotalvez se encontre em vários dos seusanexos (protocolos ou decisões).

Mas, verdadeiramente, Nice valeu pelopós-Nice, como melhor se verá adiante.

Vale a pena, no entanto, recordar as prin-cipais modificações então decididas, atéporque não é teoricamente impossívelque o Tratado seja ratificado por todos epossa entrar em vigor.

Em primeiro lugar, quanto aos left-oversde Amsterdão:

a) o âmbito de aplicação do voto pormaioria qualificada foi alargado, masem matérias de menor importância(1);

b) no Conselho, em vez de optar entrea reponderação dos votos e a dupla

maioria, o Tratado combinou as duas,de forma extremamente complexa(2),tornando mais difícil alcançar a maio-ria e mais fácil(3) atingir a minoria debloqueio;

c) quanto à Comissão, o compromissofoi manter um comissário por Estado--membro até ao número de 27, pas-sando a partir daí o número de comis-sários a ser inferior ao de Estados-membros, por rotação entre estes;além disso, reforçaram-se formal-mente os poderes do presidente sobrea organização da Comissão e a con-dução dos seus trabalhos, mas formu-lou-se a exigência de um acordo damaioria dos comissários para levarum deles a demitir-se, em vez de bas-tar (como era o caso desde o início daComissão Prodi) um pedi-do do pre-sidente. A conclusão é, pois, sobre es-tes pontos, bastante reticente.

Os quinze Estados-membros da actual União Europeia Países candidatos com os quais já foram iniciadas asnegociações de adesão

Países candidatos com os quais as negociações deadesão ainda não foram iniciadas

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Quanto ao PE, a negociação limitou-se aum regateio entre grandes e entre peque-nos países, à custa sobretudo dos candi-datos à adesão. Alguns destes (Hungria eRepública Checa) já protestaram contra opeso que lhes foi reconhecido, o que, emtodo o caso, deverá justificar alterações aintroduzir nos acordos de adesão.

As condições para o lançamento de coo-perações reforçadas foram simplifi-cadas(mas não sem ambiguidades), sendo cer-tamente o III Pilar (justiça e administra-ção interna) o seu âmbito de eleição.Quanto ao II Pilar (política externa e desegurança), mantém-se aí o direito de ve-to, excluindo-se, das coope-rações refor-çadas as questões de defesa ou com im-plicações militares.

Neste último âmbito, a principal novi-da-de reside na criação de um Comité dePolítica Externa e de Segurança (COPS),com o objectivo de estimular a coor-de-nação das decisões de política externa emilitar. Não é, contudo, evidente como searticulará a sua actividade com a do CO-REPER, para além de a sua institu-ciona-lização, como órgão permanente, poderconduzir a uma certa “militari-zação” dapolítica externa da EU.

Em matéria de política comercial externa,não se introduziu clareza no sistema: alar-gou-se o domínio de competência exclu-

siva da Comunidade, mas em conjugaçãocom a manutenção da regra da unanimi-dade.

O sistema jurisdicional comunitário co-nheceu, por sua vez, algumas reformas,destinadas a conferir-lhe maior opera-cio-nalidade e capacidade de resposta, desig-nadamente através da possibilidade decriação de “secções jurisdicionais” parajulgar certos tipos de causas, asso-ciadasao Tribunal de Primeira Instância, cujopapel foi igualmente reforçado.

No âmbito da protecção dos direitos fun-damentais, a crise nas relações com a Áus-tria levou a flexibilizar o acciona-mentoda cláusula de sancionamento de umEstado-membro em caso de violação ourisco para a democracia, prevendo-se ummecanismo de aviso prévio, bem como aaudição do Estado em causa e um relató-rio independente, antes de qualquer deci-são. Mas a Carta Europeia dos direitosFundamentais não foi inserida no Tratado,apesar das pressões nesse sentido.

Finalmente, se, para realização do espaçode liberdade, segurança e justiça, se am-pliou a extensão do voto por maioria qua-lificada, tal foi feito segundo três diferen-tes modalidades, que muito complicam osistema legislativo neste âmbito.Reforçaram-se as condições de coopera-ção em matérias judicial e policial, pela

instituição, no Tratado, de EUROJUST,ainda que numa base puramente intergo-vernamental; mas não se criou, como erareclamado, um ofício comunitário de acu-sador público no domínio das fraudes eda corrupção.

Em suma: mal preparada, mal conduzidae mal negociada, a CIG-2000 não deufrutos que se vissem e pode passar àHistória como uma oportunidade perdida.

Cedo o perceberam alguns espíritos maislúcidos, como o Ministro dos NegóciosEstrangeiros alemão Joschka Fischer, que,logo em Maio de 2000, abriu o debate so-bre as futuras instituições da Europa. Tallucidez acabou por transmitir-se aos outrospolíticos presentes em Nice, que anexaramao Tratado uma Declaração nº 23, a anun-ciar nova CIG para 2004 e a incitar ao de-bate sobre o futuro da Europa.

É sobre esse debate, articulado em tornoda Convenção, que gostaria de reflectirna segunda parte deste artigo, a publicarno próximo número da nossa Revista.

José Luís da Cruz Vilaça

(1) De particular importância para Portugal é o facto de asdecisões relativamente aos Fundos estruturais se manteremna regra da unanimidade praticamente até 2013.

(2) Maioria de votos (ponderados), maioria de Estados, even-tualmente ainda maioria da população.

(3) Sobretudo numa Comunidade de 27 Estados-membros, eportanto contra as necessidades do alargamento.

Reproduções e elementos recolhidos de publicações autorizadas daComissão Europeia (Serviço de Publicações Oficiais das ComunidadesEuropeias), com data de Setembro de 2001

BULGÁRIA

Capital: SófiaPopulação: 8,2Superfície: 111PCH: 4,7

OOSS PPAAÍÍSSEESS CCAANNDDIIDDAATTOOSS AA EESSTTAADDOOSS--MMEEMMBBRROOSS DDAA UUNNIIÃÃOO EEUURROOPPEEIIAA

Legenda: População em milhõesSuperfície em 1000 Km2

PCH = Poder médio de compra por habitan-

REPÚBLICACHECA

Capital: PragaPopulação: 10,3Superfície: 79PCH: 12,5

ESTÓNIA

Capital: TallinPopulação: 1,4Superfície: 45PCH: 7,7

CHIPRE

Capital: NicósiaPopulação: 0,8Superfície: 9PCH: 17,1

LITUÂNIA

Capital: VilniusPopulação: 3,7Superfície: 65PCH: 6,2

HUNGRIA

Capital: BudapestePopulação: 10,1Superfície: 93PCH: 10,7

MALTA

Capital: La ValetaPopulação: 0,4Superfície: 0,3PCH: 8,8

POLÓNIA

Capital: VarsóviaPopulação: 38,7Superfície: 313PCH: 7,8

ESLOVÉNIA

Capital: LiublianaPopulação: 2,0Superfície: 20PCH: 15,0

ESLOVÁQUIA

Capital: BratislavaPopulação: 5,4Superfície: 49PCH: 10,3

TURQUIA

Capital: AncaraPopulação: 64,3Superfície: 775PCH: 5,9

ROMÉNIA

Capital: BucarestePopulação: 22,5Superfície: 238PCH: 5,7

LETÓNIA

Capital: RigaPopulação: 2,4Superfície: 65PCH: 5,8

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Aangariação de livros e documen-tos destinados à nossa Biblioteca,é uma das tarefas a que a AORN

tem dedicado cuidada atenção.

A quase totalidade dos volumes que aconstituem, cerca de 650 títulos nesta da-ta, resultou de doações diversas, de só-cios, serviços e unidades da Marinha, deoficiais da Armada para quem o projectodesta Associação merece o maior dos ca-rinhos e também de entidades públicasque corresponderam ao apelo feito pelaAssociação.

A Biblioteca do Comandante Artur CoralCosta, primeiro Director de Instrução daReserva Naval (1º e 2º CEORN), a colec-tânea sobre as Batalhas Navais, editada eoferecida pelo Comandante ArmandoSaturnino Monteiro, algumas das maisimportantes edições da ComissãoCultural de Marinha, dezenas de publica-ções editadas pela Comissão para asComemorações dos Desco-brimentosPortugueses, incluem alguns raros e va-liosos exemplares, constituindo um patri-mónio de que a Associação se orgulha,podendo vir a ser, quando utilizado roti-neiramente pelos nossos associados, umpolo de estudo de grande interesse.

Até ao momento, por circunstâncias abso-lutamente ocasionais, os títulos mais cor-rentes abordam a temática marítima, embo-ra outras áreas se encontrem repre-sentadas

em obras de nível técnico e científico ele-vado.

Ao assinalarmos a existência da Biblio-teca, e sobre ela deixarmos este comen-tário, move-nos o objectivo de apelar aosleitores da Revista da AORN para que senão desfaçam de algumas obras que todosnós, por vezes, não sabemos onde arru-mar no espaço reduzido que nos resta dasnossas próprias casas.

Algumas vezes são vendidas obras poratacado, ou mesmo em pequenas quanti-dades, que pouco ou nenhum lucro tra-zem, pese embora o valor cultural quepossam ter.

Se cada um dos sócios da AORN tiverpresente que a geração que nos segue, fi-lhos e netos, já nesta altura se estima emcerca de 8000 almas, poderemos con-tri-buir para um local de estudo de altíssimovalor apenas com uma pequena contribui-ção individual.

O apelo aqui fica, em simultâneo com asugestão de, em cada aniversário daAORN, que ocorre no dia 14 de Julho decada ano, cada associado fazer oferta deum livro destinado à Biblioteca.

E se quem considerar que se encontra emdívida, passados que são sete anos desdea nossa fundação, poderá acertar o calen-dário no aniversário deste ano.

A BIBLIOTECA DA AORN

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Se há um campo em que o país sepode orgulhar de ter sido pioneiro,é precisamente este.

D. João II, verificando a alta mortalidadedos marinheiros idos ao Norte de Áfricanas naus, tratou logo de organizar, no li-toral algarvio, pequenos hospícios quelhes dessem guarida e tratamento.

Com a abertura, vinte anos depois, doHospital de Todos–Os–Santos, foi trans-ferido para Lisboa o internamento hospi-talar requerido. Com a descoberta do ca-minho marítimo para a Índia, já no tempode D. Manuel, as armadas passa-ram a le-var “Físico”, e depois “Solorgião” e

“Boticário”, que improvisaram, em "po-rão" seco, a “Botica”.

Desde cedo foi necessário assegurar aevacuação dos feridos em combate paraas fustas com toldo, onde o “Solorgião”fazia pequenos tratamentos, ou mesmointervenções cirúrgicas.

Nas praças africanas, ao Norte deMoçambique, até à Índia – Coxim – ane-xo às fortalezas, criaram-se poços deágua doce, improvisando a engenharia sa-nitária que só nasceria dois séculos de-pois.

A maior mortalidade verificada na GoaVelha e que muito contribuiu para a suaevacuação, foi causada por repetidas epi-demias de tifo ou cólera – ao tempo difí-ceis de diferenciar – mau grado o cuidadoexistente na armazenagem e escoamentodas fontes de água doce.

Foi a partir de Coxim, cujo primeiro go-vernador foi um amigo pessoal deAlbuquerque, de nome Tomé Pires, quese introduziu, em pleno século XVI, o usode plantas ou extractos vegetais na farma-copeia ocidental e que se propagou poste-riormente a Macau, Malaca e Pequim, aarte das drogas criadas por Garcia deOrta, que promovia serões semanais deensino médico a que se julga ter assistido

o grande Camões, que mencionaria tãonobre arte nos Lusíadas.

Aleixo de Abreu, Cristóvão Costa e Froesforam outros cirurgiões de nomeada queescreveram tratados difundidos já duran-te o domínio dos Filipes, tanto em Castelacomo nos Países Baixos.

Foi com os Jesuítas, em plena corte im-perial, que juntamente com a astro-no-mia, a medicina ocidental com cariz luso-indiano passou a ser do conheci-mentodos mandarins e dos notáveis da corte.Simultaneamente, a cirurgia avan-çadafoi por eles levada a Tanegashima e aNagasaky.

Dada a dificuldade em obter produtosocidentais nessas paragens, os portu-gue-ses estudaram e aproveitaram as plantasdessas regiões, que passaram a abasteceras “Boticas”, quer de bordo quer das for-talezas, ou dos hospitais, e que eram daresponsabilidade directa do vice-rei ou dogovernador, conforme está relatado nascartas de Afonso de Albuquerque ao reiD. Manuel, estando eventualmente naorigem da detenção e castigo de Luís deCamões em Macau, quando foi Provedordos Defuntos naquelas paragens.

Estamos em crer que, tal como na artilha-ria, a eficácia das medidas tomadas nocampo da higiene e da prática médica, fo-ram a chave da superioridade de escassosquatro ou cinco mil homens, colocadosem lugares estratégicos, sobre as tropasturcas ou do Industão.

Com o progressivo declínio do domínioportuguês, agora filipino, nessas longín-quas praças orientais, passou tal esmero aser praticado nas armadas enviadas porD. Afonso VI e D. Pedro II para a recon-quista das cidades costeiras do nordestebrasileiro, assistindo-se à aber-tura demodernos hospitais de que ainda hoje hávestígios no Recife e em S. Luís doMaranhão, embora aqui à mistura com ainfluência holandesa ou francesa.

SAÚDE E MEDICINA

Luciano Pinto Ravara6º CEORN

MMEEDDIICCIINNAA EE SSAAÚÚDDEE NNAAVVAALL

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OGabriel era um rapaz “sui gene-ris”!

Penso que exercia a profissão de advoga-do na cidade de Braga, capital da provín-cia setentrional que foi berço da sua exis-tência.

O Gabriel, tal como eu, integrou o22º CFORN, na classe de Fuzileiros.

Um dia, no alvor de uma fria manhã deFevereiro do já longínquo ano de 1974,embarcámos, nove, para juntos, cum-prir-mos comissão de serviço na entãoProvíncia Portuguesa da Guiné.

Era um rapaz aprumado aquele quartooficial do 5º Destacamento de FuzileirosEspeciais...

Cioso das suas origens minhotas e orgu-lhoso por envergar a farda da Marinha,recordo, não raras vezes, vê-lo colocar,com inigualável altivez, a bóina azul fer-rete com o ferro doirado da Marinha, comque, naqueles tempos, eram distinguidosos melhores de entre os melhores.

Admirava-lhe o esmero, a fidalguia, o es-pírito indomável, a generosidade e aenorme voluntariedade e prontidão paratoda e qualquer missão, “por rios e tarra-

fos”, de que se havia com tranquila eficá-cia e rigoroso zelo.

Auscultava nele o sonho, grandioso, deservir a sua Pátria, acima de tudo, contraventos e marés, com honra, valentia einestimável dignidade... Era exemplar nobrio e na tradição!

Corriam, então, os anos meãos da sua efé-

mera passagem por este destino ter-renoque, precocemente, interrompeu.

A notícia chegou brutal, inexorável, há al-guns precisos meses!...

Uma curva da estrada atirou a moto queconduzia para um destino sem retorno.Ele, não tenho dúvida, seguiu o caminhoque leva a uma nova luz. E lá, no reinodos Justos, reservado terá o lugar de to-dos aqueles que têm um coração univer-sal, do tamanho desse Mar sem fim, quecruzámos, e que tanto deram na Terra!

Apesar de tardia (mea culpa), esta humil-de homenagem ao amigo que dava pelonome de GABRIEL CALDAS DE AN-TAS DE BARROS, não pode deixar deser feita!

Fomos, afinal, camaradas de armas ecompanheiros de missão.

Que Deus o receba na Luz da Sua infini-ta glória!

José Manuel Carrajola Horta 22º CFORN

Em Lisboa e até ao seu desaparecimentoem finais do século XVIII, o Hospital deTodos–Os–Santos continuaria a formarfísicos, cirurgiões e enfermeiros queexerceriam, indistintamente, quer a bordodas caravelas, quer nas fortalezas costei-ras ou nas cidades do interior, embora setivesse assistido a uma ocidentalizaçãodo primado do espírito galénico em detri-mento da medicina por nós criada, e queresistiria quase um século aos modernosensinamentos que a escola de Harveycriara na Europa.

A elite da medicina portuguesa fora ensi-nar e praticar para Paris, Bolonha ouBasileia, onde Francisco Castelo Branco,

Ribeiro Sanches e seus discípulos pontifi-cavam.

Com a separação do reino do Brasil do dePortugal acabaria, quanto a nós, aMedicina Naval como entidade autónomae criadora de cultura médica, que foi dostraços mais relevantes da expansão portu-guesa no mundo.

Fotografias obtidas na

Fragata D. Fernando II e Glória

IN MEMORIAM... ao saudoso Antas de Barros

Gabriel Antas de Barros (à esq.) e José Carrajola Horta (à dir.),dando as boas vindas a um novo “Pira di Marinha”, José RibeiroAndrade (ao centro)

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Ébrio da ilustre mater lusitana,Sentindo-me mui preso por saudades,Das longínquas terras da TaprobanaQueria tanto saber novidades.De Casablanca, Istambul, de TiranaE tantas outras míticas cidades.Senti então envolver-se a minha alma,Numa paixão tão violenta e tão calma.

Quisera pois o Fado que estes anos,Vivessem Lusitanas convulsões,Dessem ao povo muitos desenganos,E parissem grandes desilusões.Sofria nosso Império muitos danos,Confundiam-se aí as multidõesMuitos timoneiros foram ao lemeDuma nau que caturra e toda treme.

Rumando incerto ao vento e à vaga,Nesta nau naveguei por curtos anosExausto na ansiedade desta saga,Tão confundido nos valores humanos.Inunda-me o espírito e não se apagaA imagem tão eterna dos oceanos.Sentado na areia, alma a vaguear,Contemplei então longamente o mar

Que novos horizontes em si encerraO horizonte que a minha vista alcança?Nascido no manto verde da serra,Hoje p'lo mar ensaiando esta dança,

Que saudades senti da minha terra,Que saudades senti de ser criança,Sorriso nos lábios, cabeça erguidaTracei novos rumos na minha vida

Estudei nas escolas do InfanteAs belas artes de bem navegar.Foram anos belos, os de estudante,Que tanto apraz à minha alma invocar.Aprendemos o uso do sextanteE muitas outras cousas de pasmar.Num misto de encantos e desenganos,Salgámos a alma nos oceanos.

Todos a bordo que a nau vai partir,Ela está prestes a fazer-se ao mar.No cais fica qual lágrima a sorrir,Na nau partem corações a sangrar.São homens confundidos a fingirQue nasceram mesmo p'ra navegar.Buscam novos rumos, novos destinos,Sustentando-se nos poderes Divinos...

Perdemos nos astros, no firmamentoA última réstia das vaidades.Por ser tão curto o nosso pensamentoEnfrentando as cósmicas realidades.Entregamos nós hoje a alma ao ventoE às mitológicas realidades.Neptuno, Baco, Afrodite e MarteSão eleitos mestres da nossa arte.

Nos céus, os planetas e as estrelasSerão nossa futura companhia,Vão iluminar as manhãs mais belas,Colorir os céus ao final do dia.Autores de maravilhosas telas,Assim como da noite a estrela guia.Dormir sob o manto da naturezaSaborear o prazer e a rudeza.

Sentir novas ideias, novas gentesDesvendar sonhos, nobres ideais,Sentir prazer até ranger os dentes,Ser feliz até já não poder mais.E buscar naqueles que são diferentes,Resposta às nossas questões principais.Partir num sonho que de tão distanteUma viagem longa nos garante.

E ditar às cordas de uma guitarraO poema tão forte e apaixonadoDe quem vive a vida com tanta garraLonge daqui, mas amando o passado.Largar desta pátria a última amarra,Entregar-se de corpo e alma ao Fado.Viver a vida, enfrentar velhos medos,Voltar a ser menino e a ter segredos.

Nota: O Instituto Camões apoiou o lançamentodesta obra

NAVEGAMOS

Por mares já antes navegados...Obra de Casimiro Barreto, associado da AORN, editada pela Mensagem, foi tema deabertura da página dedicada aos nossos poetas, no número 13 da Revista.“Camões inspira-o e o oceano sustém-no. Homenageando o Poeta, revê-se nele na li-gação que tem com o mar”, escrevíamos então.Prometemos a publicação de textos desta obra. Aqui estamos a cumprir. Tal como aobra de Camões, estende-se do Canto I ao Canto X. No primeiro, “o homem espelhaatravés do mar toda a materialização dos seus sonhos. A descoberta, o medo, a cora-gem, levam-no a querer o conhecimento do que está do outro lado dos vastos ocea-nos”, escreve o autor. Deu-lhe o título de:

O CANTINHO DOS POETAS

OO FFAASSCCÍÍNNIIOO

Casimiro Barreto47º CFORN

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EEVVOOLLUUÇÇÃÃOO HHIISSTTÓÓRRIICCAA

Desde sempre que “comunicar” faz parteintegrante do relacionamento entre pes-soas. Das fogueiras aos sinais de fumo,dos estafetas aos pombos correios e, namodernidade, a utilização dos meios detransporte, marcaram em sucessão, a evo-lução da comunicação do primarismoempírico ao serviço postal público.

Talvez por três ou quatro vezes na nossahistória recente, a descoberta de uma no-va tecnologia transformou profun-da-mente a sociedade humana alterando aforma de comunicação das pessoas, umascom as outras, aproximando-as e conver-tendo as distâncias que as separam emdistâncias virtuais.

Morse em 1844, Bell em 1876 e Marconiem 1875 – prémio Nobel da Física em1909 – fizeram história na evolução dascomunicações.

Bastante mais tarde, em 1971, sem a mes-ma repercussão histórica, Ray Tomlinson,após ter enviado uma série de mensagensde teste para ele próprio, de um computa-dor lado a lado com outro, envia a pri-meira mensagem de correio electrónico:QWERTYUIOP.

Não deixa de ser curioso que a descober-ta de um meio de comunicação, tão indis-pensável quanto universalmente utiliza-do, tenha deixado na penumbra do esque-cimento o inventor do e-mail, sem o rela-cionar claramente com ele. O tempo en-carregar-se-á certamente de inscrever oseu nome na página correcta da história.

Ray Tomlinson, engenheiro da empresanorte-americana ARPAnet, estudou ecriou um programa que permitia às insti-tuições ligadas entre si a troca de mensa-gens em que cada ponto da rede era total-mente autónomo, podendo enviar ou re-ceber mensagens independentemente dopercurso.

A informação ou instrução de “estarem”/“at”, representada pelo símbolo“@”, permitia a cada utilizador saberexactamente onde se encontravam todosos outros.

Estávamos no auge da guerra fria e eraobjectivo prioritário da empresa a pre-servação dos sistemas de comunicaçõesmilitares, mesmo em caso de ataque ató-mico.

Mais tarde, com a utilização alargada aUniversidades e Instituições e com a cria-ção de protocolos como o TCP/IP(Transfer Control Protocol/Internet Pro-tocol), uma linguagem “entendida” portodos os computadores a ARPAnet veio aceder o lugar à Internet, em 1990.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS EE FFUUNNCCIIOONNAALLIIDDAADDEESS

O correio normal tornou-se tão lentocomparativamente ao e-mail que os utili-

zadores da Internet lhe chamam “snail-mail” (correio caracol).

O envio de uma mensagem de correioelectrónico para outro utilizador daInternet implica, naturalmente, o conhe-cimento do respectivo endereço que será doseguinte tipo: [email protected],em que aorn95 identifica o nome de utili-zador – POP account – no ISP (InternetService Provider) e a seguir ao símbolo@ (que se lê “at” ou “arroba”) vem oendereço do servidor da Internet onde es-tá alojada a conta de correio (nome de do-mínio): mail.telepac.pt.Os nomes de domínio contêm com fre-quência uma parte – tipo de domínio –que refere organizações ou instituiçõescomo “gov” – governamental –, “edu" –escola ou universidade –, “com” ou “co”– empresas comerciais –, “net” – empre-sas da Internet.

No exterior dos EUA, os nomes de domí-nio terminam frequentemente com o có-digo do país, no nosso caso “pt”.

Os endereços de e-mail nunca contêmvírgulas, espaços ou parêntesis, mas po-dem incluir hifens, espaços subli-nhadosou letras maiúsculas.

O e-mail não está limitado à recepção eao envio de mensagens permitindo:

O “e-mail“ – Parte I

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– Enviar mensagens só para uma ou pa-ra um qualquer número de pessoas,simultaneamente.

– Anexar sons, imagens, videos e qual-quer tipo de ficheiros, juntamentecom as mensagens.

– Adicionar assinaturas, criar livros deendereços, estabelecer prioridades noenvio, condicionar a recepção, etc.

– Organizar com extrema simplicidadeo arquivo de mensagens recebidas eenviadas

Embora o correio electrónico tenha comosuporte a Internet, sem a qual não teriaexistência, não é menos verdade que autilização massiva do correio electrónicoprovocou um enorme crescimento da pró-pria rede. Nesta altura, é suposto terem si-do ultrapassados os 450 milhões de utili-zadores.

Os próprios Serviços Públicos dão oexemplo e hoje mais de 90% dos organis-mos públicos possuem endereço de cor-reio electrónico em que a maioria é con-tactável directamente pelo comum cida-dão para sugestões, críticas, reclama-ções, informações, etc.

Em algumas repartições e serviços maismodernizados, o pedido de informaçõesou a apresentação directa de problemascom envio de formulários preenchidos jáé possível, incluindo a própria confir-ma-ção de recepção.

Outra característica curiosa docorreio electrónico consistenas “mailing lists” em que ca-da um se pode inscrever ousubscrever, caso esteja interes-sado.

Passando a integrar uma “mai-ling list”, ao enviar uma men-sagem, ela será distribuída aum conjunto mais ou menosnumeroso de utilizadoresigualmente subscritores. Deigual modo, cada um poderáficar com a caixa de correio aabarrotar pelas mensagens en-viadas por outros utilizadores.

São numerosos os programasde aplicação de correio elec-trónico.

Entre outros, citam-se o Eudora ePegasus – os pioneiros –, ou o Messengere o Outlook Express, sendo este último omais utilizado por vir integrado no pró-prio sistema operativo.

CCOONNFFIIGGUURRAAÇÇÃÃOO EE PPEERRSSOONNAALLIIZZAAÇÇÃÃOO

Admitindo já estar efectuada a configu-ração de acesso ao ISP – Internet, no ca-so do Outlook Express, a(s) respectiva(s)caixas de correio serão configuradas apartir do menu menu “ferramentas”(tools) e, dentro deste, seleccionando“contas” (accounts) para a configuraçãocompleta (Figura 1).

Será solicitado o preenchimento de várioscampos, nomeadamente:

– a informação da nossa “conta” (o ser-vidor POP account), tal qual nos éfornecida pelo nosso ISP –[email protected] (Figura 2);

– o “e-mail address” e o “reply ad-dress” idênticos à nossa conta;

– o servidor de correio POP 3 (PostOffice Protocol, version 3) – mail.te-lepac.pt, idêntico no envio e na recep-ção (Figura 3); e, finalmente,

– o nosso “username” e “password”,tal como nos são fornecidos pelo ISP.

Recomenda-se vivamente não deixar ha-bilitada a caixa “lembrar password” (re-mind password) para evitar o acesso sim-plificado ao correio electrónico por ou-tros utilizadores do computador – destaforma, será necessário introduzi-la sem-pre.

Outro procedimento importante será asua alteração periódica, efectuada direc-tamente nos serviços do nosso ISP, naprópria página onde temos acesso, difi-cultando tentativas de violação de cor-reio.

Figura 1

Figura 2 Figura 3

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OOSS AACCEENNTTOOSS EE AASS CCOORREESS

A Internet, com base na língua inglesa,não teve em conta a complexidade dosnossos caracteres especiais, como osacentos.

Mas, dentro das evoluções efectuadas,passou-se de 128 caracteres iniciais parao dobro, em que estão incluídos os acen-tos.

Assim, nas “opções” (options) – “enviar”(send), basta activar o envio de men-sa-gens em formato “MIME” e simultanea-mente aproveitar para activar ao mesmotempo o “Quoted Printable” – QP, quepermitirá a interpretação correcta do tex-to sem quebra de linhas (Figura 4).Também as cores poderão ser utilizadasnas mensagens (Figura 5) a opção de“formatar” (format) as mensagens em“Rich TEXT” (HTML) – como se se tra-tasse de uma página Internet.

Passa a estar disponível uma barra de fer-ramentas adicional para trabalhar a men-sagem.

EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO,, SSMMIILLEEYYSS EE AASSSSIINNAATTUURRAASS

Enquanto que, na escrita normal, se cono-ta o encarnado com má educação, emmensagens aplica-se o conceito à escrita

total em maiúsculas. Significa “gritar”,com difícil leitura e reacções negativas.Por outro lado, a amizade e cumplicidadepodem incentivar a utilização de “smi-leys”, não correspondendo a mais do queexpressões de rosto transmitidas com oscaracteres do próprio teclado: “;-)” ou “:-)” – no Word, ao digitar estes caracterestransformam-se automatica-mente num“smiley”.Finalmente, é possível personalizar o en-vio de mensagens assinando-as(Figura 6). Consoante a familiaridade de

relacionamento com o destinatário, essaassinatura pode ir desde um simples to-que pessoal, passando por uma frase ouum ditado, até à assinatura pessoal, infor-mal e digitalizada, introduzida a partir deum ficheiro do guardado no disco.

Manuel Lema Santos8º CEORN

(Continua)

Figura 4

Figura 5

Figura 6

Na pesquisa histórica uma presença permanenteFundação

Luso-Americanapara o Desenvolvimento

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OO EESSPPAAÇÇOO MMAARRÍÍTTIIMMOO

O oceano,... ou os oceanos, de novo.

O mar, a nostalgia, talvez mil e quinhen-tos, os navegadores, a cruz de Cristo, ouquem sabe os Lusíadas,... mas não.Apenas a enigmática imensidão azul queliga os continentes, que caracteriza as na-ções que banha e as torna dependentes desi própria. A permanência da naturezaafirmando a sua significância. Para umpaís ribeirinho, ignorá-lo poderá tornar-seum erro grosseiro.

Quando em conversa com alguns cama-radas sobre a sugestão de um contributopara a Revista da AORN, ocorreu-me umepisódio interrompido alguns anos atrás,mas que, pela sua actualidade, creio serde novo um desafio apetecido.

O desenvolvimento que o mundo co-nhe-ceu nas últimas décadas, conduziu o ho-mem a uma reflexão mais profunda sobreos oceanos. À medida que os recursos daterra firme se vão esgotando a uma velo-cidade incrível, o homem con-centra cadavez mais os seus esforços naquilo que seapresenta como o último recurso naturalda Humanidade.

Simultâneamente tenta desvendar os seusenigmas e utilizar o conhecimento que es-te lhe proporciona na inovação científica

e tecnológica numa multipli-cidade deáreas: o transporte marítimo, a explora-ção de recursos, o lazer, a investigaçãocientífica e a defesa.

É assim minha intenção, nos próximosnúmeros da nossa revista, apresentar umaabordagem mais específica sobre cadaum destes temas que, no seu conjunto, re-presentam as potencialidades económi-cas e estratégicas do espaço marítimoportuguês. No entanto, para que estaspossam ser convenientemente entendi-das, torna-se necessário conhecer o en-quadramento jurídico das diferentes áreasque o compõem.

Uma quantidade enorme de instrumentosjurídicos, quer de âmbito nacional querinternacional, definem as possibilidades eobrigações das nações no que se refere àgestão das actividades relacionadas como mar.

Definido e regulamentado pela UNCLOS(United Nations Convention on the Lawof the Sea), realizada em Montego Bay a10 de Dezembro de 1982, ratificada porPortugal através do Decreto nº 67–A/97,e ainda pelo Direito Interno Português, onosso Espaço Marítimo representa umaárea cerca de 18 vezes superior aoTerritório Continental, como se pode vi-sualizar através da Figura 1.

Diferentes direitos e deveres são aplicá-veis às diversas áreas que compreendemeste espaço, bem como diferentes regi-mes jurídicos lhes são imputados. Nãopretendendo fazer uma análise exaustivada questão jurídica, vamos no entanto na-vegar por algumas das suas noções bási-cas para um melhor entendimento dos li-mites, obrigações e potencialidades queestes representam para Portugal.

MMAARR TTEERRRRIITTOORRIIAALL

O Mar Territorial é constituido pelaságuas marítimas situadas para além do li-mite exterior das Águas Interiores doEstado, estendendo-se por uma faixa delargura uniforme seguindo os recortes dacosta ou a linha de base estabelecida. Temuma largura máxima de 12 milhas maríti-mas, contadas a partir da linha de baseque delimita as Águas Interiores doEstado (Figura 2).

O estado ribeirinho tem poderes sobe-ra-nos sobre o Mar Territorial, sobre o espa-ço aéreo sobrejacente, assim como sobreo seu leito e subsolo.

Estes poderes, porém, não são tão inten-sos como aqueles que recaem sobre a ter-ra firme. Os Estados costeiros não podemnormalmente opôr-se à passagem inofen-siva ou inocente, uma vez que esta cons-titui um direito de terceiros Estados, in-cluindo Estados interiores. Do mesmomodo, também lhe não é lícito opôr-se àpassagem, em trânsito, nos troços que seincluam em estreitos utilizados pela na-vegação internacional.

Conjuntamente com a Zona Contígua, es-te espaço representa actualmente a zonamais rica do nosso espaço marítimo, noque respeita à exploração de recursos.

ZZOONNAA CCOONNTTÍÍGGUUAA

Os Estados ribeirinhos podem estabe-le-cer uma zona adjacente ao seu MarTerritorial, que se designa por ZonaContígua, e que a UNCLOS fixou numalargura máxima de 12 milhas marítimas,

OS GRANDES DESAFIOS DOS OCEANOS – Parte I

Figura 1

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contadas a partir da linha limite exteriordo Mar Territorial (Figura 2). Portugal fi-xou a sua zona contígua nas 12 milhas.

Embora basicamente submetidas ao esta-tuto do Alto Mar, é permitido ao Estadoribeirinho exercer nestas águas poderesde prevenção e repressão de delitos emmatéria fiscal, aduaneira, sanitária ou deemigração, que venham a ser praticadosnesta zona.

Inicialmente criada para servir como zo-na de protecção ao Mar Territorial , os po-deres do Estado costeiro na ZonaContígua foram ampliados pela Conven-ção de Montego Bay no que respeita aachados de natureza arqueológica e histó-rica.

Considerando a protecção destes achadosum dever dos Estados costeiros, aConvenção veio permitir-lhes estabelecerque a remoção desses objectos do leito esubsolo, sem a sua autorização, possa serconsiderada como infracção cometida emterra firme, ou no Mar Territorial.

PPLLAATTAAFFOORRMMAA CCOONNTTIINNEENNTTAALL

Com a UNCLOS, o critério de definiçãoda Plataforma Continental, que até aí sefundamentava na profundidade, passou afundamentar-se na distância.

A Plataforma Continental de um Estadocosteiro compreende o leito e o subsolodas áreas submarinas que se estendemalém do seu mar territorial, em toda a ex-tensão do prolongamento natural do seuterritório terrestre, até ao bordo exteriorda margem continental ou até uma dis-tância de 200 milhas marítimas das li-nhas de base, a partir das quais se medea largura do mar territorial, nos casosem que o bordo exterior da margem con-tinental não atinja essa distância (UN-CLOS Art.º 76-1º).

A margem continental compreende o pro-longamento submerso da massa terrestredo Estado costeiro e é consti-tuída peloleito e subsolo da plataforma continental,pelo talude e pela elevação continentais.Não compreende nem os grandes fundosoceânicos, com as suas cristas oceânicas,nem o seu subsolo (UNCLOS Art.º 76-3º).

Na Plataforma Continental, o Estado cos-

teiro tem direitos exclusivos no que res-peita à exploração e aproveitamento dosseus recursos naturais, isto é, exerce di-reitos de soberania.

A Plataforma Continental portuguesa de-senvolve-se até cerca das 20 milhas marí-timas da costa, dando início ao talude quedesce até cerca dos 2000 m de profundi-dade. Têm sido praticamente remetidas aesta zona as nossas acti-vidades no querespeita à investigação e exploração derecursos, ou seja, até cerca das 24 milhasda costa. A partir daqui, e tanto quanto seconhece, sucede-se um grande deserto deáguas azuis e estéreis.

ZZOONNAA EECCOONNÓÓMMIICCAA EEXXCCLLUUSSIIVVAA

Definida pela UNCLOS como a área ad-jacente ao Mar Territorial, a ZonaEconómica Exclusiva é submetida a umregime específico, que não exclui os di-reitos e liberdades dos outros Estados eque se consubstanciam nas chamadas “li-berdades do Alto Mar”.

A ZEE estende-se por uma largura até aomáximo de 200 milhas marítimas, conta-das desde a linha de base a partir da qualse conta a largura do Mar Territorial.

Os poderes soberanos reconhecidos aoEstado ribeirinho na ZEE traduzem-senos direitos de gestão, conservação, ex-ploração e extracção dos recursos vivos enão vivos existentes na coluna de águaabrangida pela ZEE, bem como no apro-veitamento das potencialidades energéti-

cas dessa coluna e da camada aérea quesobre ela assenta.

A ZEE portuguesa, como já atrás foi refe-rido, estende-se por uma área cerca de 18vezes superior à terra firme. Contudo,apesar da sua extensão e tanto quanto seconhece, a nossa ZEE repre-senta hojeum potencial essencialmente estratégico.

Muito embora possamos normalmenteobservar navios de investigação científicaestrangeiros na nossa ZEE, durante prati-camente todo o ano, as actividades nacio-nais neste campo têm sido extre-mamen-te reduzidas.

Como podemos verificar através do dese-nho da nossa ZEE, esta prevê a exigênciade uma grande capacidade de investiga-ção e gestão dos seus recursos, assim co-mo de fiscalização e controlo das activi-dades que sobre ela forem exer-cidas. Aprevenção e combate à poluição, a fisca-lização e exploração dos nossos recursose a assistência e salvamento nesta vastaárea serão algumas das preocupações quedevem estar presentes na definição deuma estratégia para a nossa ZonaEconómica Exclusiva.

Casimiro Barreto47º CFORN

(Continua)

Figura 2

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OO DDIIRREECCTTOO DDOO CCAACCHHEEUU -- FFAARRIIMM

Cada combóio era um combóio.Quero com isto dizer, que todos ti-nham ingredientes suficientes para

que nunca se estabelecesse qualquer roti-na, para lá das normais tarefas do gover-no e da segurança, que uns, valha a ver-dade, respeitavam mais do que outros. Nunca troquei impressões com os meuscamaradas sobre combóios. Acho quenunca ninguém me perguntou, nem euperguntei: - Correu tudo bem? O facto departir e voltar, 15 dias depois, mais diamenos dia, era suficiente. Manifestá-va-mos a nossa alegria, muitas vezes discre-tamente, e pronto.O ORDMOVE era cumprido...Era? Era, era cumprido. Mas...Mas, no directo CACHEU-FARIM não foi.Nem para cima, a caminho de Farim, nempara baixo, rumo à passagem de S. Vicente.Tendo chegado a Vila Cacheu por voltadas 15 horas, com tempo para saudar oscamaradas do DFE e dar umas voltas pe-lo burgo, no caminho de regresso às

LDM's cruzei-me com o Calado.– Ó senhor tenente! A que horas é a saídaamanhã?Uns segundos de silêncio, embaraçosos,que o Ordemove até era confidencial (?)...logo interrompidos, também com algumembaraço, pelo Patrão:– Ó senhor tenente, fica só entre nós.Sabe, é que quem programa os combóios,com base nos elementos disponíveis, nemsempre conhece bem a realidade. Nós quepassamos aqui a vida, ganhamos outrasreferências que nos ajudam bastante e quenos levam a fazer as coisas à nossa ma-neira. Respeitando sempre o essencial.Na Lancha explico-lhe...E explicou. Ordmove em cima da mesa ea Tabela das Marés aberta na página cer-ta, eis os ingredientes para a 2ª lição – a1ª tinha sido, lembram-se, em Bissau, no1º combóio.– A maré começa a virar às 6 da manhã.Significa que às 5 está quase parada, oumesmo parada. Se sairmos por essa hora,a crista da onda vai apanhar-nos já acima– a montante, claro – de Jolméte, o quefaz que andemos mais depressa.– Está decidido, Calado.Foi assim que, por volta das 4 e 30, mo-tores a trabalhar e duas buzinadelas sono-ras, puseram toda a gente de pé em trêstempos e a andar, antes que pelo menosna outra Lancha – e o Popey também de-via ter consultado a Tabela e feito os seuscálculos – tivessem tempo de questionara sua surpresa: Já?Às 15, com duas horas de avanço sobre ohorário previsto, deixámos batelões emGanturé e, gasto o tempo suficiente para os

cumprimentos da ordem, aos camaradasresidentes, ala que se faz tarde a caminhode Binta, onde ficaram mais dois batelõese, sem detença, rumo a Farim, já o Sol abaixar significativamente no horizonte.Aportámos à Cidade Fim de Linha, pelas21 horas, já que no troço final, com a ma-ré a inverter o ciclo, a marcha se foi tor-nando lenta. Soube mais tarde que noEstado Maior, onde pontificavam, entre ou-tros, pelo menos na logística – patentes àsmalvas, o Almeida Carvalho, o JorgeSoares, o Aguillar e o Beato, este do meuCFORN, – se interrogaram, meio baralha-dos, ao receberem a obrigatória MENSA-GEM DE CHEGADA, identificada comum nome inglês que já esqueci “(...) não erapara chegar amanhã de manhã?...”Claro que a partir daqui, nos meus com-bóios, passou a ser respeitado apenas oenvio da Hora de Chegada ao Destino,nunca batendo certo com o referido naCarta de Movimento, – vulgo Ordmove –como é óbvio.Tive oportunidade, ainda neste combóio,de o justificar. É que, sem que alguém dospresentes, mais do que eu próprio, ima-ginava eu, soubesse da hora da saída, ameio da manhã apareceu um indivíduonegro a perguntar-me a hora da partida.Que tinha um motor...avaria reparada...para enviar..., aproveitando a boleia, jánem sei para onde. Claro que dei ordemde andamento com a antecipação de2 horas, depois de me ter certificado deque tudo estava aprontado – “a DEPART”essa, foi enviada à hora justa...

Elísio Alfredo Pires Carmona15.º CFORN

A LINHA DO CACHEU

Elísio Alfredo Pires Carmona

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