Macedo e as Poesias

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  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    A palavra e o mito.

    A palavra e o mito,

    Rapsodos e aedos,Cruzam trilhas e caminhos,Contam e cantam suas estrias.Lendas e mitos misturam-se em palavras,Navegam no tempo,Lana no espao o estado de si.

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    A morte do rio.

    A poesia surgiu derepenteComo quem surge do nadaEra a mar molhando as pedras,

    !orrindo para as casas de A"ade,# cu escuro pela "eleza da sereia de saias "ordadas pelas escamas depei$es de A"ade.%em no meio do rio,Canoa, remo e pescador.# mesmo dos causos da serpente que "ia nas mentes e nos rios daAmaz&nia.# canto da co"ra grande que "aila nas 'guas de ipomonga(enuncia o "arulho do moto-serra.(entes e unhas de )erro,!*o "rasas que queimam.

    +'ia m*e de todos#uve s o que te digoem c' "em perto de A"ade,ostrarei pedaos de li$o que vagueiam em suas 'guas./omens todos e mulheres,acacos e puraqu0s,e1am A )auna sumindo#s pei$es )ugindo,%em pra longe 1' se )oram,!omente penas so"raram.!o"re as ondas dos rios de A"ade.

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    eio con)uso

    em comigo agora,Chegou a luz,# tempo passa como um raio.

    !omente as estrelas que chamam a lua,!onham sozinhas no canto da sala.2' "ate o sino lentamente,%aratas e aguapsLevantam para v0# corte1o dos arcan1os3ue cruzam caminhos na tempestade.#nde est's que n*o te ve1o42' caminhas pelas som"ras43uero sempre o teu "ei1o,Cele"rando um novo canto.

    em "em perto,ou mostrar a "eleza da "risa mansa3ue corre tranq5ila na )ina pele do teu corpo.

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    (i'logo com a chuva

    Era uma tarde de tempo )echado6rove1ava no horizonte perdido de um amor partido,7erdido no vento da incompreens*o.

    A chuva caia )ina nas )olhas do coqueiro,E )alava "ai$inho no seu ouvido.N*o me molhe minha chuva,3ue regas o mundo sem parar,3ue molhas a )lor, a dor no mundo do amor,3ue )ica la longe,ove a solid*o da minha alma e grita perdida dentro de si.No di'logo da chuva,8 o ver"o a luva do amor da chuva que o )az chorar sozinhoNa )loresta que a chuva regou.A 'gua "atia na telha,

    Como a lua "ate na areia da praia da rosa )lor do meu 1ardim.

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    6ri"uto 9 chuva

    A chuva pingava no canto da casa,%atia "em )orte na palha do aa:,

    E corria na estrada que ela )loriu.!eu som encanta a curupira no leito do rio.

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    Rito de passagem.

    Numa sala de dia som"rio,#lhos sedentos de dor,Rezam em coro o tero do amor.

    Repousa na urna as velasE o velho morador do mundo.7s voltados pra porta de sa:da,Encenava sua partida.# cen'rio de tristeza co"ria com manto de l'grimas o corpo estendido.Rezas se alternam nas mentes e o rito ;isenta< o via1ante de suas peripcias.8 tardizinha,

    Curicas voavam no cu molhado de cinzas de tristeza.7elo caminho,Choro e lamenta=es se enroscam em cantos e rezas que soam no ar.7isadas lentas, marcham )irme pro campo sagrado.

    8 hora do adeus,Entranados de cordas descem no por*o escuro e solit'rio.*os tocam a terra,Co"rindo a semente que germinar' na memria.7lantado est's.>lores, velas e l'grimas misturam-se em ru:dos e sil0ncio.azio ou al:vio no cora*o4

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    A )lor e o per)ume

    Como per)ume,(a )lor que atrai,Chamando pra perto,

    #s animais.

    A )lor e o per)ume,Encanta o olhar,Nas noites, nos dias,Em algum lugar.

    !eus olhos s*o "rilhos,3ue )le$am os som"rios,undos das emo=es

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    !entimentos

    Ele chora e tam"m canta,ata o rio e cheira a )lor,ai nas asas do a"utre

    Encontrar o seu amor.

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    /armonia

    As cordas, Nos )alam da terra,

    (a 'gua, do )ogo,

    (as ondas do mar.

    As cordas, Nos )alam da morte

    (a vida "andidaurm?rios solar.

    As cordas,Agitam o mundoNos )alam das guerrasais canta a paz.

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    %or"oleta azul

    Certo dia algum apareceu,>alara de )iloso)ia e escava=es,(a g0nesis humana,

    E da poesia.(a transcend0ncia do mundo racional# que que h'4# que est' acontecendo4# planeta est' ruindo4...

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    @ncertezas

    8 tempo de graa,8 tempo de dor,>amintos na estrada,

    Com olhos sedentos de )umaa,Aquece o planeta, )ere a terra destri o amor.8 tempo de graa,8 o "ei1o a )lor,!*o monstros rugindo nos campos, guetos e pal'cios.!umiu as )lores,7artiu pra "em longe,Correndo da )?ria dos monstros da terra.# canto agora chora,7orque o amor anda triste nas som"ras,7ra n*o morrer no altar escuro.

    As pedras partiram em l'grimas,Ao verem a )umaa su"ir nos tetos do horizonte cinzento.#s )ilhos de gaia cele"ram a )?ne"re prociss*o.agueiam sozinhos no caminho.Ciganas e piaocas,2' n*o dormem 9s margens dos rios.

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    As luzes da cidade,

    As luzes da cidade@luminam neur&nios cansados e a)litos(as noites sem )im.

    (ias eternos,Con)undem palavras e n?meros.#rquid'rios de l'"ios coloridos,!apatos que saem do ch*o,Em"riagam olhos cedentos de dese1os que )lutuam na "risa )ina do amanh*.7aramentos suntuosos,(*o "rilho na aquarela tupiniquim nas praas e ruas guaranis.Culturas latinas se cruzam na palma )ina de assun*o.

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    # tempo.

    N*o e$istem dois tempos,# tempo um caminho que segue os rumos da estrada. tempo perdido

    3ue vagas sozinho na voz do sil0ncio# tempo segue seus passos lentos como quem espera o amanhecer nasareias "rilhantes de um cora*o partido.em devagar, pois 1' )az )rio.As )olhas ca:ram de dor.

    # dia estava )rio,Cora=es voavam ao tempo partido e con)uso nas ruas paraguaias.Ai que saudade do sol do meu ch*o6enho que )icar sozinho em meio a multid*o que so"e e desce ladeiras nasom"ra do vu da lem"rana.

    7ai$*o, dese1os e l'grimas envolvem o corpo )r'gil das )lores que choram"ai$inho no canto do quarto.#nde estou47arado na esquina, ve1o caminhos que se cruzam e vagam nos campossom"rios dos meus sonhos.

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    Lugar sagrado.

    8 a luz,8 a pedra sagrada que espera pela eternidade.Esp:ritos tri"ulados entram e saem levando no corpo os raios da certeza.

    Certeza que espera no in)inito.8 o )im do comeo,(o sonho que move a poeira instigante da esperana que pula na relvatranq5ila.

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    # menino e a pipa.

    # sol despontava no horizonte,As veias a"ertas viam correr o menino descalo.Nis escapavam por entre os dedos,

    Enquanto a pipa su"ia so"re as 'rvores molhadas pelo sereno da noite.#lhos atentos viam rasgar ao vento seu p'ssaro colorido.7assos longos,Respira ligeiro e pisa )irme nas pedras amareladas de poeira.

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    Ao entardecer.

    Na tardinha de domingo,%em no alto da palmeira,Canta, canta gavi*o para o p de pimenteira.

    7ula, pula meu correte,%em pertinho do sa"i',3ue se me$e, voa e canta s pro meu amor passar.8 )esta dominical,%em no centro da )loresta,#nde todos 1' cele"ram,uita pinga na estrada.!*o "esouros e )ormigas,3ue passeiam sempre aqui,7or de"ai$o dos coqueiros,Nos galhos do "uriti.

    +rita, grita inam"u,# crep?sculo 1' partiu,%em no tronco dessa moita,7assam noite e desa)ios.8B assim a vida aqui,7elas terras do 7ar',uito canto de curica,igiando o milharal.7apagaios 1' despontam,Entre nuvens em"ranquecidasCantam alto a ladainha,7ra espantar a curupira.

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    7odres poderes

    7arecia a primavera,m )rio cortava a "risa e o vento )alava de sonhos.# som da noite trazia por so"re suas asas o negro pano do horror.

    Era muito real,ais sem muita e$plica*o.Como entender os poderes a servio da morte4%:"lia crist* escudo de assassinos4L' em"ai$o,# sil0ncio )echava o mar tene"roso.7arados no rio,%arcos "rancos olhavam de longe os algozes do mar, da terra e do ar.onumentos suntuosos co"riam com seu manto o li$o e a dor.onstros latinos,omitam pelas narinas a"utres sedentos por carne humana.

    !*o )edorentos como carnias ao tempo.A 'rvore do sa"er um cardume de piranhas )amintas que descem o rio evielas em noites cinzentas.7lantas humanas,7ovoam a praa,Esperam tranq5ilas a chegada do sol, um mundo sem dor.7odres poderes, que e$piram de1etos e matam o amor.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    >olhas do ana1'

    As lindas )olhas do ana1',>alavam dos ventos de sonhos.Era a esperana caminhando por so"re as ca"eas de utopias li"ert'rias.

    As )olhas verdes sorriam,(iziam que as correntes que"raram.# vento soprava )orte,(eslizava so"re as )olhas e cantava a li"erdade.Estava pr$imo ao )im.# in:cio do )im. Era o )im, re)letiam em sil0ncio as lindas )olhas do ana1'.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    E$ist0ncia

    Nas ladeiras da e$ist0ncia,archam velas na escurid*o.7lan:cie e montanhas convivem nas som"ras das palmeiras.

    Ruas e vielas v*o )ormando as artrias.Escorrem no leito o sangue e a )lor.iver vale a pena quando se voa na "risa do amanh*.(ia e noite cantam e choram o amor.# sol e a lua escutam o curi que canta a aurora de sonhos e ilus=es.iver,8 sonhar sempre,

    8 voar nas asas do )irmamento.!umir nas estradas,!u"ir os montes,3uisera seu moo,

    !*o pedaos de ns.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # coli"ri dos olhos de prata

    As )inas )olhas do ara',Enchiam de per)ume os l'"ios do coli"ri.7assando de galho em galho,

    7ousava nalguma )lor.2' rompe a aurora,Aranco*ns e 1uritis avisam que o sol nascer'.oando na margarida,%ei1ou o girassol,Chamou a rosa dos ventos,7ra visitar o pantanal........4

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # tom"o do imprio

    (epois dos som"rios dias de ver*o, surge a primavera.Era o )ilho da seca mostrando ao mundo as )lores, os rios e o sonho.Ru:nas tom"am ao vento,

    Amanheceu, o pesadelo passou.Nas veias %rasil renasce a esperana.ilh=es de olhos sedentos de li"erdade.#s ventos sopram )elizes como o v&o da 1uriti.Retirante !everino,L' das "andas do sert*o,Ca"ra macho pra danar,Aos olhos de lampi*o.Dum"i da resist0ncia,+onzaga rei do "ai*o,Alceu alena e a viola,

    (irigiu-se ao Conselheiro,7ra pedir a sua "0n*o,E votou danando )revo,Cele"rando a ave aria,No repique do pandeiro.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    A estrela

    ndio peri que traz no peito,As )lechadas da misria,6raz de volta nosso rio,

    7ra molhar as plantas do leito.Algozes da noite,3ue est*o presos,%em no )undo da redoma do quarto,(ei$aram passar por so"re a 1anela o sol da manh*.# vento trazia o som dos pardais,#utro dia surge por tr's das palmeiras.#s cantos s*o sin)onias,Andorinhas e corretes,%em-te-vis e senhasusAnunciavam que o dia chegou,

    Anunciavam que o dia chegou.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    @nvas*o tupiniquim nas terras guaranis

    As )lores do ip0 se a"riram7ra v0 olhos espantados,7assos lentos parece en$ergar o perigo.

    Eram tantos que meus olhos n*o contavam.>alavam do sert*o,(o rio s*o >rancisco,!erra do tumucumaqueE at de Carlos (rumonnd de Andrade.#uvi )alar de curupiraEra o cheiro das terras, dos rios do 7ar'.Na manh* de primaveraA prociss*o seguia a p.# )rio leve guarani no romper do dia trazia de volta homens e mulheres)adigados.

    6riste e alegres caminhavam 1untos.!orriam, choravam, rezavam e cantavam pra espantar a solid*o.Longe dos pais, )ilhos e amantes,7ensavam sozinhos e gravavam nas paredes da memria dias e noitesintermin'veis.A solid*o. 7ois , companheira )iel.+uiva os aventureiros pra perto do sol.Chegara 9 voz da partida,entes e cora=es sumiam ao vento veloz.(e longe, l'grimas e sorrisos misturavam-se no ar e nos corpos.#s olhos voltaram a "rilhar.8 ver*o, a lua canta no cu. 8 )esta nos cora=es.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    @menso vazio

    /' um grande vazio no leito do rio.8 o amor que partiu para as nuvens.!omente a dor respira sozinha.

    >icou s ru:dos,Nas mentes dementes.#s passos na estrada vagueiam nas som"ras.8 o grito e o medo na contra m*o.8 a incerteza que paira so"re as mentes que passeiam entre o vazio imenso doser.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # canto do sa"i'

    A aurora aponta no in)inito,A "risa cai "em 1unto de mim,# sa"i' a"re os olhos,

    #uve o "arulho do sereno, 3ue vai partindo visitar meu cora*o que se )oi pra 1unto de voc0.Canta meu sa"i',Canta pra aurora partir em paz.!urgem raios por traz das estrelas,8 o amanhecer da Amaz&nia gritando para o tempo parar de correr.Canta meu sa"i',0 as )olhas caindo, voando no ar pra )esta do an1o que caminha em mim.6eu canto sa"i',Est' no cu da memria,Nos passos, em qualquer lugar.

    No canto do meu canto,7ousa leve um encanto,#nde canta o sa"i'.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    7oesia

    6odo dia, outro dia,Nasce o sol, cai a chuva,No meu rosto de cantador de trovador.

    Nasce aqui a poesiaA poesia nasce aqui.>ica aqui menina,#lha o cu azulEle te chama pra cantar a vida.Amanheceu cad0 a lua,Com seus raios de cristais.3ueria ser,m coli"ri,7ra "ei1ar a )lor(o meu 1ardim.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    !audade

    !audade tormenta.Como as 'guas do mar,3ue nos rochedos re"enta gotas de 'gua no ar.

    8 como despedaado ninho.3uando na carneCrava-se o espinho, golpeado por uma clava.8 estar e$ilado em terra alguma.8 andar na "ruma,Como )lutuando )ica a espuma,Nos mares, ondas, penum"ra.8 como correr sem ter para onde.8 tentar alcanar# andorinh*o de "onde,E se lanar no vagalh*o

    (o cume de um monte.8 sentimento amargo, )el.8 doce mel.8 estar nu"lado, o cu.8 cora*o co"erto vu.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # pensador

    Eu conheci um homemNa porta de um temploE penso nele como nas )lores

    3ue tem naquelas paredes@ndo e voltando da :ndia.

    As portas da sa"edoria,As grandes portas "rancas.encer na vida t*o di):cil.

    ais temos que ultrapassarEsses o"st'culos em nossa )rente.!e queremos algo adiante,

    (e grande importFncia6emos que ir em )rente

    E pegarmos com todasAs )oras que temos G...H

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    /istrias e Estrias

    7or so"re os sonhos,Nasceu a histria,(a gente daqui,

    %em perto do rio.

    # cheiro do mato,# riso da terra,atinta perera,6am"m estava l'.

    # canto dos p'ssaros,As )lores t*o "elas,# curupira,A traquine1ar.

    7apagaios e pipas,No cu de ver*o,>aziam as )estas,(e s*o 2o*o.

    7etecas trincavam,Na noite escura,(e "ai$o do galho,Com as saracuras.

    3uanta coisa "onita,Nas )estas de 1unho,ocinhas "em prontas,3uerendo amar.

    As noites s*o encantos,6razendo mistrios,7ro no"re caipira,Ao enluar'.

    As )lores as cores,3ue e$alam per)ume,Encanta a raposaNa escurid*o do luar.

    As lendas da terra,3ue trazem horrores,Nos contam cantigas,(e muitos amores. Gpro)I acedoH

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    6ri"uto as mulheres.

    ulher ind:gena da )loresta,3ue a terra lhe ungiu,Com o som da noite escura,

    uitas dores 1' sentiu,Em v0 seus entes queridos,6om"ados pelo )uzil.

    mulher negra que ternura,!eus )ilhotes escravizaram,(esde a J)rica at as Amricas,uitas vidas 1' cei)aram,Nas senzalas e )avelas, ruas e vielas...

    ulher da rua que tristeza,

    %em no li$o te 1ogaram,Entre o )rio e o dia quente,Na esquina apedre1aram,Comparando a adelana,No caminho lhe dei$aram.

    ulher que gera um novo )ilho,Neste mundo de incertezas,ais que reza todo instante,Nas ondas da correnteza.

    (iz a mulher preocupada,Chuva molhe o meu 1ardim,E que o vento tene"roso,Nunca passe por aqui,E que o canto do tucano,>aa o sonho emergir.

    !alve, !alve# dia das guerreiras mulheres. G7ro)I acedoH.

    *e de todos os viventes,+eneroso o teu ventre,# seu l'"io )ala ao vento,3ue a vida h'

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    Ela, a poesia.

    A poesia n*o rima com qualquer sentido,8 como um vinho no"re.

    8 preciso sa"er deliciar, sentir, torna-lo degust'vel,

    A poesia n*o s rima ritual, um sentir que se enche(e palavras, ver"o e carne.A palavra hipnotiza o poeta,A poesia hipnotiza o poeta e o ver"o Ga palavraHE o sentir, e um n*o querer,3uerer dizer,7re)ere a arte de viver.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # "ei1a )lor e a rosa

    olta aqui meu "ei1a )lor,6ua rosa est' sozinha,Com as )lores que dei$astes,Espalhadas no caminho.

    >ica s mais um pouquinho,!ente o cheiro do 1ardim,3ue se espalha na )loresta7er)umando o curumim.6ua presena "ei1a )lor,

    7'ra rios e igaraps,Com seu canto estridente,3ue em"eleza a serpente,

    E tam"m os mururs.G @n memria ao meu velho e no"re guru, papaiH

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    (el:rio

    >ica s um pouco,# arco-:ris passeia no cu,8 tarde, dia.

    7artiram as aves pra ver as asas do sol.A porta )echou,m som reK metal prendia meu corpo na 1anela da )rente.(el:rios, talvez

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    7arado$o ou preconceito

    !eu vestido amarelo,Es"an1ava cor e sensualidade.!apato e$travagante,

    7arecia que as nuvens apro$imavam de seus lindos ca"elos que "rilhavam noescuro da noite.

    No meio do sal*o,#lhares o"scenos#"servavam atentamente#s passos que acompanhavam# som de uma "anda.

    Algo estranhoCa"elos longos,

    Camisa de seda e sapatos de couro,(eslizava sua m*o por so"re a pele da musa da noite.!ensa*o de estranheza4

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    Aliena*o

    Cada descida um precip:cio3ue dei$a inertes mentesCora*o petri)icado pela

    !om"ra cinzenta do cinismo do poder.

    0 # mundo parado a"ai$o dos ps imundos(esse mundo sem cor,!em )ace e sem )lor que renova seu per)ume na primavera,Enche a terra de per)ume e grita de dor.

    Cad0 o mar4 #nde est's4Est' sumindo na usura virtual(a telas digitais,Como cegueira odiosa.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # nada

    Rapsodos e so)istasCantarolavam o ser e o nada,# nada e o tudo

    +ritavam ao longo da estrada

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    !a"edoria marginal

    em correndo no caminho,Entre pedras e espinhos.em rasgando o vu da noite,

    !olid*o seu lenol.# sereno )az dormir na madrugada.

    Chegou a aurora l' no horizonte )rio do seu corpo.Amanheceu o sono continua sol a dentro.No caminho da roa h' "risas,>lores e "or"oletas azuis.

    N*o nasci assim,ais trou$eram )el e dor.ais caminho no caminho onde tudo passar'.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # )ilho do sol

    Como voar4 7ensava no ninho,Ainda sem penas, como voar4

    m ponto distante,!urgiu l' no )undo,7or traz do in)inito, como voar4

    !omente o olhar,>itava o horizonte,7erdidos nos sonhos, como voar4

    m dia de sol,!umiu nas montanhas,Atraz das estrelas,

    3ue correm pro mar.# manto estranho,(a noite escura,Nos traz seus mistrios de como voar.

    # tempo,8 uma corrente,(e ventos soprando,Nos rios do 7ar'.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    A rosa

    As margens de um igarap,Nasceu uma rosa,!eu cheiro e sua cor e$alam per)ume entre o 1ardim.

    Rosa de ptalas3ue protege com seu cheiroRamalhetes patticos.

    !*o as cores da Amaz&nia3ue ha"itam aquela rosa.

    Rosa que chora,ais tam"m canta(e"ai$o das )lores da castanheira

    Entre "risas e "or"oletas.8 assim a sua estrada.

    No caminho dessa rosa,oa, voa passarada,!*o )ilhotes voadores,3ue ha"itam no per)ume da minha rosa.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    Eternas l'grimas

    As l'grimas,!*o 'guas puras e singelas,

    3ue 1oram as emo=es.

    !*o ondas,@ncandescentes,3ue nascem de dentro,Como )urac*o.

    Escorre nos olhos,Na )ace e no corpo,E tam"m no ch*o,

    As l'grimas,!*o vi"ra=es latentes,3ue passeiam,Nos campos da minha m*o.

    As l'grimas,>alam do amor,>alam da dor,ais )ala dos sonhos.

    As l'grimas,>alam dos pretos,(os negros a)ricanos,Nos )alam da histria.

    As l'grimas,Agitam herisNos mostram os guetos,!umir no lenol.

    !*o )le$as,

    3ue saem tranq5ilas,3ue molham a terra,(o meu pomar.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    ision'rio

    !eus olhos "rilham,Como as 'guas dos rios,Em noite de lua cheia.

    *os que nascem da terra,6em cheiro do mato,ais corta o p*o.

    A histria o levou,7ra 1unto dos montes,7ra longe dos tempos de amor.

    Lisos s*o seus ca"elos,Como um manto,

    3ue co"re a sa"edoria,ision'rio campesino4

    7s que cruzam,E cortam caminho,3ue dei$am pegadas,%em dentro de ns.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    Campesino %rasil

    Est's sozinho nas som"ras do vale,Na mente,No som,

    Em mim.

    Como as "or"oletas,oas e "rincas ;sozinho< nos vales,Em mares desconhecidos.

    Campesino %rasil,6eu sem"lante partiu43ue houvera contigo4e1a o campo!uas )lores

    As l'grimas4%rotam como )ontesL:mpidas de 'gua )ria.

    Campesino %rasil,6ua morada o cora*o,3ue guarda pra sempre,# pro)undo mistrio do amor.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    E$ist0ncia

    Nas ladeiras da e$ist0ncia,archam velas na escurid*o.

    7lan:cies e montanhas,oram nas som"ras das palmeiras.

    Ruas e vielas,*o )ormando as artrias.

    Escorre no leito,# sangue e a )lor.

    iver vale a pena quando se voa,Na "risa do amanh*.

    (ia e noite,Cantam e choram o amor.

  • 7/23/2019 Macedo e as Poesias

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    # tempo

    # tempo e o ventoe leva pra perto de ti.

    # tempo est' dentro(e ns.

    # tempo,8 o caminho da incerteza e do "elo,Cruza )ronteira,!egue tranq5ilo7ras nuvens azuis.

    Longe7erto de mim est's.

    7edaos de mim,# tempo 1untou,No mar de seus olhos.