Machado de Assis - O Nascimento Da Crônica

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  • 8/19/2019 Machado de Assis - O Nascimento Da Crônica

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    Machado de Assis

    Menu do Autor:

    Biografia e Bibliografia

    A Desejada das Gentes

    Soneto de Natal

    Um Apólogo

    A Cartomante

    O Empr stimo

    S!je"se Gordo#

    Cantiga de esponsais

    $d ias do can%rio

    O nascimento da cr&nica

    Último texto

    O nascimento da crônica

    Machado de Assis

    Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. Édizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto a itando aspontas do lenço "ufando como um touro ou simplesmentesacudindo a so"recasaca. #esvala-se do calor aos fenômenosatmosf$ricos fazem-se al umas con%eturas acerca do sol e dalua outras so"re a fe"re amarela manda-se um suspiro a&etr'polis e La glace est rompue ( está começada a crônica.

    )as leitor ami o esse meio $ mais vel*o ainda do +ue ascrônicas +ue apenas datam de ,sdras. ntes de ,sdras antesde )ois$s antes de "ra o /sa+ue e 0ac' antes mesmo de

    1o$ *ouve calor e crônicas. 1o para2so $ provável $ certo +ueo calor era mediano e n o $ prova do contrário o fato de d oandar nu. d o andava nu por duas raz3es uma capital e outraprovincial. primeira $ +ue n o *avia alfaiates n o *aviase+uer casimiras( a se unda $ +ue ainda *avendo-os d oandava "aldo ao naipe. Di o +ue esta raz o $ provincial por+ueas nossas prov2ncias est o nas circunst4ncias do primeiro*omem.

    Quando a fatal curiosidade de ,va fez-l*es perder o para2socessou com essa de radaç o a vanta em de uma temperaturai ual e a radável. 1asceu o calor e o inverno( vieram as neves

    os tuf3es as secas todo o corte%o de males distri"u2dos pelosdoze meses do ano.

    1 o posso dizer positivamente em +ue ano nasceu a crônica(mas *á toda a pro"a"ilidade de crer +ue foi coet4nea dasprimeiras duas vizin*as. ,ssas vizin*as entre o %antar e amerenda sentaram-se 5 porta para de"icar os sucessos do dia.&rovavelmente começaram a lastimar-se do calor. 6ma dia +uen o pudera comer ao %antar outra +ue tin*a a camisa maisensopando +ue as ervas +ue comera. &assar das ervas 5splantaç3es do morador fronteiro e lo o 5s tropelias amat'riasdo dito morador e ao resto era a coisa mais fácil natural eposs2vel do mundo. ,is a ori em da crônica.

    Que eu sa"edor ou con%eturador de t o alta prosápia +ueirarepetir o meio de +ue lançaram m os as duas av's do cronista$ realmente cometer uma trivialidade( e cont6do leitor seriadif2cil falar desta +uinzena sem dar 5 can2cula o lu ar de *onra+ue l*e compete. 7eria( mas eu dispensarei esse meio +uase t ovel*o como o mundo para somente dizer +ue a verdade maisincontestável +ue ac*ei de"aixo do sol $ +ue nin u$m se deve+ueixar por+ue cada pessoa $ sempre mais feliz do +ue outra.

    1 o afirmo sem prova.

    8ui *á dias a um cemit$rio a um enterro lo o de man* numdia ardente como todos os dia"os e suas respectivas *a"itaç3es.,m volta de mim ouvia o estri"il*o eral: +ue calor! Que sol! Éde rac*ar passarin*o! É de fazer um *omem doido!

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    9amos em carros! peamo-nos 5 porta do cemit$rio ecamin*amos um lon o pedaço. sol das onze *oras "atia dec*apa em todos n's( mas sem tirarmos os c*ap$us a"r2amos osde sol e se u2amos a suar at$ o lu ar onde devia verificar-se oenterramento. 1a+uele lu ar es"arramos com seis ou oito*omens ocupados em a"rir covas: estavam de ca"eçadesco"erta a er uer e fazer cair a enxada. 1's enterramos omorto voltamos nos carros c dar 5s nossas casas ourepartiç3es. , eles;