Made in Curitiba

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CURITIBA, ABRIL DE 2011 - ANO 15 - Nº 192 - 2º ANO DE JORNALISMO NOITE DA PUCPR - [email protected] ESPORTE: Ogrobol – Jogo criado por alunos na década de 80 continua em alta nas quadras da UFPR | Pág. 10 ECONOMIA: Empreendedorismo – Loja móvel circula pelas ruas da cidade atraindo novos consumidores | Pág. 08 SAÚDE: Apoio à Gestante - Mãe Curitibana: Programa ultrapassa 200 mil atendimentos e ampliará os serviços para todo o Estado | Pág. 13 TRANSPORTE: Referência Internacional - Curitiba exporta inovações para outros países como Chile e África do Sul | Pág. 04 Foto: Júlio Cezar Glodzienski Foto: Virgínia Crema Foto: Daphine Augustini Foto: Rafaela Carvalho

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Jornal Comunicare - Edição 192 - Abril/2011 - 2° Ano de jornalismo NOITE Made in Curitiba Primeira produção de um jornal-laboratório do 2° ano de Jornalismo-noite da PUCPR em 2011. Nesta edição, os alunos abordaram temas relacionados com a capital paranaense. Nas páginas à seguir, o leitor poderá conhecer mais sobre curiosidades e criações da cidade de Curitiba

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Page 1: Made in Curitiba

CURITIBA, ABRIL DE 2011 - ANO 15 - Nº 192 - 2º ANO DE JORNALISMO NOITE DA PUCPR - [email protected]

ESPORTE: Ogrobol – Jogo criado por alunos na década de 80continua em alta nas quadras da UFPR | Pág. 10

ECONOMIA: Empreendedorismo – Loja móvel circula pelas ruas da cidade atraindo novos consumidores | Pág. 08

SAÚDE: Apoio à Gestante - Mãe Curitibana: Programa ultrapassa 200 mil atendimentos e ampliará os serviços para todo o Estado| Pág. 13

TRANSPORTE: Referência Internacional - Curitiba exporta inovações para outros países como Chile e África do Sul | Pág. 04

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FALA, ALUNA

“ Você tem duas escolhas: ou fica bem informado ou se torna um mero receptor de informação. Com o

Comunicare você sempre fica com a primeira

opção”.

Gisela Santos, aluna do 3º período do Curso de

Música da PUCPR

a cidade é berço de grandes inovações, mas há pouca divulgação

Quanto mais valorizarmos as boas criações curitibanas, com mais frequência elas acontecerão e mais positivos serão seus impactos

curitiba, abril de 2011 opinião02

Curitiba: contrastes e inovaçõesTecnologia, economia, com-

portamento e preocupação com o meio ambiente, são fatores que influenciam muito na vida em so-ciedade. ao consumirmos esses recursos, nem sempre paramos para pensar como e onde surgi-ram. Assim como por vezes, não temos noção de que aquela ideia para um produto ou para um novo projeto pode estar mais perto do que se imagina. curitiba, assim como muitas cidades, é berço de grandes artistas e de grandes avanços. Porém, o interessan-te de se observar, não é fato de algumas criações terem nascido especialmente aqui, mas sim o anonimato de seu criador.

De um réveillon fora de épo-ca que reuniu mais de quatro mil pessoas à um sistema que facilita o pagamento de tarifa de ônibus, curitibanos se destacam em vá-rias inovações. Uma constante

é que inúmeras vezes, não valo-rizamos o que é feito em nossa própria cidade. embora isso não seja novidade, a questão que nos leva a esse pensamento é também pelo fato de que nem ao menos sabemos o que é criado aqui.

numa época em que, cada vez mais, o lema é: “nada se cria, tudo se copia”, fica ainda mais difícil conhecer as verdadeiras mentes brilhantes que protago-nizam as grandes descobertas. mas, se existem boas ideias cria-das na capital paranaense, por que não ficamos sabendo? Uma possibilidade é a existência de um interminável jogo de poder e interesse, no qual não há vanta-gem para a prefeitura em divul-gar, por exemplo, que uma ong curitibana criou um instituto internacional de pesquisa e res-ponsabilidade socioambiental. em contrapartida, existem bons

motivos para se falar de projetos como o mãe curitibana, que des-de a prefeitura que o implantou até a atual, vem colhendo bons frutos eleitorais graças a esta ini-ciativa.

Embora Curitiba inove com várias ações, também possui problemas de ordem social, ha-bitacional e de locomoção, assim como qualquer outra cidade. a capital paranaense figura entre várias do país onde o trânsito caótico e a violência invadem as ruas, além dos buracos que di-ficultam a circulação de carros e pedestres.

Com o objetivo de contar um pouco sobre invenções, projetos e contrastes da cidade, o comuni-care traz ao leitor, algumas ações que vem acontecendo no cenário curitibano. a proposta é mos-trar que além de serem produzi-das aqui, essas ações, tem sim,

uma utilidade que ultrapassa a fronteira paranaense. como, por exemplo, os ônibus biarticula-dos, famosos por circularem nas canaletas da cidade e que hoje também estão nas ruas de países como chile, colômbia e áfrica do Sul, além de várias cidades do brasil.

Curitiba possui muitas novi-dades e bons projetos que deve-riam ser mais conhecidos, bem como seus autores. e como essas novidades acontecem diariamen-te, se não estivermos atentos, elas passarão despercebidas. Deve-mos ficar sabendo de tudo que acontece na cidade e usufruir de todos os seus espaços da melhor maneira possível, afinal, nós so-mos a cidade. nós a mantemos em movimento. Nós a criamos e a recriamos, porém, nós mesmos às vezes não a enxergamos.

o Tema veio a calhar, porém os alunos precisam buscar mais fonTes

Falta apuração no jornal Comunicare Tendênciasfalar de tendências é prati-

camente uma tarefa diária do jornalismo, portanto a ideia de juntar as novidades de Curitiba com a mudança gráfica, mesmo que leve, do Comunicare veio a calhar na edição de dezembro de 2010. Por ser um jornal universi-tário e temático, que leva algum tempo para ser produzido, no entanto, talvez a equipe tivesse de ter ido um pouco além do que apontou como novo.

Os adesivos nos carros, o batel soho, a riachuelo, as es-colas gratuitas de informática e o mercado de luxo de curitiba são fatos comentados muito antes de novembro do ano passado – o que falar da quantidade de carro por habitante na capital paranaense. Por outro lado, o vício nos jogos, o movimento Comfort Food, o futebol não mais tão popular, entre outros temas, são, sim, ten-dências.

Houve também certa confu-são entre tendência e moda ao longo do caderno. embora as

duas palavras sejam usadas, mui-tas vezes, como sinônimos, elas são, na verdade, complementa-res. é a leitura das tendências de determinado período que fazem a moda, sendo esta última, porém, muito mais passageira que a pri-meira. O cubo mágico na capa funcionou bem graficamente, mas não dá a ideia de tendência porque ele foi apenas uma moda.

de forma geral, senti falta de mais apuração por parte da tur-ma. reportagens com uma fonte

só? Ninguém consegue retratar uma tendência sem procurar es-pecialistas que estudam o tema há tempos para dizer realmente o que é novo ou não; pesquisas atuais – nada de dados antigos do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (ibge), que além de tudo são pouco confiáveis (per-guntem aos estatísticos); e tam-bém sem achar um bom número de exemplos sobre assunto (exis-te apenas uma feira orgânica em Curitiba?). Dediquem-se mais a

EXPEDIENTE

Jornal Laboratório da Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Edição nº 192 | Abril/2011

PUCPRRua Imaculada Conceição 1.155, Prado Velho - Curitiba/PRwww.pucpr.br

ReitorClemente Ivo Juliatto

Decano do CCJSRoberto Linhares da Costa

Decano-Adjunto do CCJSMarilena Winters

Diretora do Curso de JornalismoMônica Fort

COMUNICAREJornalista ResponsávelCícero Lira - DRT 1681

Coord. de Projeto GráficoAlessandro Foggiatto de Andrade

EDITORESEditora-chefe: Camila GalvãoEditora de arte: Etiene Mandello

EDITORIAS

Capa: Etiene MandelloComportamento: Fellipe GaioCultura: Patrícia Ihle De Lima PereiraEconomia: Virginia CremaEducação: Gabriela Ribeiro de CamposEntrevista: Ana Evelyn de AlmeidaEsporte: Jhonny de CastroGeral: Mariana Kais De AzevedoMeio Ambiente: Aline PrzybysewskiOpinião: Camila K. BarbieriSaúde: Maruza Silverio GozerTecnologia: Rafael Ribeiro Da SilvaTrânsito: Letícia Donadello

esse trabalho braçal da entrevis-ta, fundamental até mesmo para que tenham plena segurança de que o que estão dizendo reflete um momento. e o pequeno espa-ço para os textos não é desculpa. Aproveitem melhor boas ideias como o tema tendências.

FALA, PROFESSOR

“ O Comunicare é um dos melhores jornais

laboratórios que existem nas universidades. Sua

principal vantagem é a prática que o aluno

adquire”.

Leomar Ferreira, professor do Curso de Com. Social da PUCPR

NOSSA CAPA

“A capa dessa edição possui diagramação

que além de destacar as principais matérias,

reforça, através do código de barras, a ideia de fabricação/criação.”

Etiene Mandello

Camila K. Barbieri

Fabiane Ziolla MenezesRepórter - Vida e Cidadania

Gazeta do Povo

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Projeto que começou no Paraná salva vidas Pelo mundo

o primeiro projeto aconteceu em Florestópolis (Pr) e hoje a Pastoral da criança está presente em todos os estados do paísFilho de Zilda Arns continua missão

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“seu exemplo inspira e fortalece

funcionários e voluntários”

o médico nelson arns neu-mann, filho da fundadora da Pastoral da criança, é o novo coordenador internacional da Pastoral. Para ele a organiza-ção precisa continuar desenvol-vendo seus projetos, mas agora com mais responsabilidade, para manter acesa a chama de todo o trabalho de sua mãe. a médica Zilda arns neu-mann foi fundadora e coordena-dora internacional da Pastoral da criança. em março deste ano a câmara dos deputados decidiu encaminhar o nome dela como candidata ao Prêmio nobel da Paz, ao qual já foi indicada out-ras três vezes e recebeu diversas menções especiais e título de cidadã honorária do país. a ben-feitora morreu em um terremoto no Haiti em 2010, onde estava para realizar palestras e prestar ajuda humanitária. Zilda levou a primeira ação da entidade a Florestópolis, no Paraná, onde o índice de mor-talidade chegava a 127 mortes a cada mil crianças. após um ano de atividade, o índice recuou para 28 mortes a cada mil nascimen-tos. o sucesso inicial incentivou a igreja a expandir a Pastoral da criança para todos os estados do país e em 19 países do mundo. a sede da Pastoral esta localizada em curitiba, no bairro mercês.

Comunicare - O nome Zilda Arns é quase um sinônimo da Pastoral da Criança. Como fi-cou a Pastoral sem ela?Nelson Arns - a missão da Pas-toral, o trabalho de Zilda arns está mais vivo do que nunca. com muita sabedoria, ela sem-pre pensou na continuidade dos projetos que foram sendo desen-volvidos ao longo dos anos. a organização está mantida e todos sabem os caminhos que a Pasto-ral deve seguir.

Comunicare - O que vocês mais sentem falta hoje, com a ausên-cia de Zilda?Nelson Arns - sem falar na perda familiar que é imensa, sentimos falta do ser humano especial que

ela era. Humilde, fraterna, líder inspiradora que soube unir forças para realizar ações em defesa da vida e da família nas comunida-des mais pobres do país.

Comunicare - O senhor perce-beu mudança de comportamen-to dos funcionários e voluntá-rios sem a presença da Zilda?Nelson Arns - a comoção pela perda da dra. Zilda foi geral, ela tinha amigos e admiradores de seu trabalho no Brasil e no ex-terior. mas seu exemplo inspira e fortalece funcionários e voluntários a continuarem o seu trabalho e superar os no-vos desafios.

Comunicare - A Dra. Zilda possuía gran-de reconhecimento. Como é a reação das pessoas quando o senhor visita os locais que Zil-da costumava ajudar?

Nelson Arns - a sabedoria dos nossos voluntários é grande, e eles sabem que cada pessoa na Pastoral da criança tem uma missão. a reação das pessoas tem sido normal. eles sentem que agora Zilda está presente em to-dos os lugares, como inspiração e fortaleza para o trabalho.

Comunicare - O que o senhor mais aprendeu com a Dra. Zil-da, como mãe e como coordena-dora da Pastoral?Nelson Arns - nossa relação

familiar foi marca-da pela sincerida-de. na Pastoral da criança somou-se a este valor a vontade de contribuir para melhorar a vida de todas as crianças.

Comunicare - Qual a importân-

cia do trabalho voluntário na Pastoral?Nelson Arns - “em primeiro lu-gar as líderes”, assim se expres-

sava minha mãe em referência à importância da participação dessas voluntárias na ação da Pastoral. Há participação de vo-luntárias em diversas atividades do nosso trabalho, mas as líderes são aquelas pessoas da própria comunidade que vão realizar as ações básicas de saúde junto às famílias.

Comunicare - Quais as mudan-ças sociais ocorreram no Brasil com a criação da Pastoral?Nelson Arns - a mortalidade infantil, entre as crianças acom-panhadas pela Pastoral, é de 11,0 óbitos no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos (dados de 2009). segundo o mi-nistério da saúde, a mortalidade infantil no país, em 2009 foi de 23,3 mortes no primeiro ano de vida para cada mil crianças nas-cidas vivas. Comunicare - Como é fazer parte de um projeto como o da Pastoral?

Nelson Arns - de alguma ma-neira todos os anos milhares de crianças deixam de morrer pre-cocemente com nosso trabalho. além disso, elas têm a oportuni-dade de crescer e se desenvolver. enxergar os resultados é com-pensador.

Comunicare - Quais são os pro-jetos que a Pastoral está desen-volvendo atualmente?Nelson Arns – nossas ações es-tão voltadas para a sobrevivência e desenvolvimento integral da criança até a melhoria da qua-lidade de vida das famílias ca-rentes, no plano físico como no espiritual. apoio às gestantes, in-centivo ao aleitamento materno, vigilância nutricional, controle de doenças diarréicas, obesidade, incentivo à vacinação e preven-ção da violência contra a criança no ambiente familiar.

Nelson Arns em discurso: Filho segue os passos da mãe

Ana Evelyn de AlmeidaLucas Molinari

curitiba, abril de 2011entrevista 03

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cicloativistas defendem modelo alternativo de transporte

Um trânsito menos violento, pedalar em grupo e o cuidado com o meio ambiente são motivos para deixar o carro em casa

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Mobilidade urbana sobre duas rodas

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Ciclista se arrisca na rua devido à má condição da ciclovia

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Modelo de vias exclusivas de circulação para expressos em Curitiba

curitiba é apontada como a quarta entre as dez melhores ci-dades do mundo para se andar de bicicleta. a capital paranaen-se inovou na década de 1970 ao criar os primeiros quilômetros de ciclovia na cidade e, nos anos 90, já concentrava 50% da malha cicloviária do país.

em contrapartida, usuários reclamam do péssimo estado de conservação das ciclovias. “elas são mal sinaliza-das, mal cuida-das, atravessam cruzamentos pe-rigosos e muitas vezes o meio fio é alto”, ressalta Jorge Brand idea-lizador do coleti-vo interlux (grupo pró-bicicleta).

de acordo com maria de miranda, responsável pela coor-denação de mobilidade e trans-

portes do instituto de pesquisa e planejamento Urbano de curi-tiba (ippuc), está em andamento o plano diretor cicloviário com o objetivo de “estimular o uso da bicicleta não só como lazer ou prática esportiva, mas também como meio alternativo de trans-porte”. esse projeto tinha inicial-mente previsão de término para 2009, mas ainda não foi conclu-

ído. não investin-

do nesse modal de transporte, a prefeitura optou por prestigiar o automóvel, fa-zendo com que curitiba lidere o ranking de ci-dade mais moto-

rizada do país. “o desrespeito é uma consequência direta do pla-nejamento centrado, na tentativa de aumentar a fluidez e capaci-

dade do trânsito motorizado, que obviamente está saturado”, co-menta luis patrício, 33, analista de sistemas, que vendeu seu car-ro e optou pela bicicleta. “É um meio saudável, menos poluente e fácil de estacionar”, completa.

outro grande equívoco desta-cado pelos usuários é o conceito de ciclovia compartilhada. dos cerca de 100 km de extensão, 70% são compartilhados com pedestres, o que é desconfortável para ambos. além disso, existe o conflito com os motoristas. “Aca-ba ficando perigoso, porque você nunca sabe quando um ‘maluco’ vai passar por cima”, conta lua castilho, 31, arte educadora. se-gundo o código de trânsito Bra-sileiro, ciclistas têm tanto direito à rua quanto condutores de auto-móveis.

tendo isso em vista, cicloati-vistas se manifestam e lutam em busca de melhores condições e

maior espaço para bicicleta como meio de transporte. para eles, dis-cussão sobre o tema não falta, é necessário apenas que atitudes sejam tomadas. “o que falta, na verdade, é vontade por parte dos gestores”, comenta Brand. o ci-

cloativista ainda finaliza: “Se você cria condições, os ciclistas vão se sentir mais seguros”.

Julio Cesar GlodzienskiLetícia Martins DonadelloRubia Lorena Curial Oliva

“o que falta, na verdade é vontade

por parte dos gestores”

sistema criado em 1974 proporciona a cUritiBa reconhecimento no eXterior

Curitiba se torna referência internacional e exporta modelo de transporteo sistema de transporte Brt

(Bus rapid transit), vias segre-gadas para ônibus, desenvolvido em curitiba, está sendo exporta-do para países como chile, co-lômbia, África do sul e também implantado em outras cidades do Brasil. a capital se destacou no-vamente ao implantar o ligeirão azul em 2011, maior ônibus do mundo, que permite transportar 250 pessoas, com prioridades nos semáforos e menos pontos de parada tendo como objetivo reduzir o tempo de viagem.

no ano de 1974, dentro do modelo rit (rede integrada de transporte) foram construídos os primeiros 82 km de vias exclusi-vas, em que apenas os expressos transitariam. na época, elas li-gavam apenas dois eixos, santa cândia – rui Barbosa e capão raso – Generoso marques. atu-almente, esse sistema chama-se Brt e conta com oito linhas na capital.

Quando os biarticulados en-traram em circulação, em 1992, a capacidade de 170 passageiros nos expressos passou para 230 no modelo novo. segundo duca Ba-tiston, assessora de imprensa da UrBs, cerca de 100 delegações, entre técnicos, universitários e dirigentes de governos vêm, anu-almente, buscar informações so-bre o sistema.

líderes de 14 agências, ges-toras de sistemas de transporte, criaram a associação latino-americana de Brt e sit em curitiba em 2009. a entidade proporciona a comunicação en-tre os órgãos responsáveis. os membros fundadores são Bra-sil, chile, colômbia, equador e méxico. “criar essa associação é fortalecer esses sistemas de transporte junto a formadores de opinião, políticos, etc.” aponta fagner Zbinef Glinski, coorde-nador de comunicação da asso-ciação latino-americana de sit

e Brt. “o principal foco é stan-darizar os sistemas para que eles se tornem mais baratos e mais fá-ceis de implantá-los”, completa o coordenador.

o objetivo é melhorar a qua-lidade de vida das grandes cida-des e promover uma ampliação de projetos para transportes urba-nos. “o benefício atenderá cerca de 50 milhões de pessoas, busca-rá fortalecer esse sistema tornan-do-o a melhor opção de transpor-te público”, afirma Glinski. No exterior

em 2007, o governo do chile implantou o sistema transantia-go. pela má administração esse sistema gerou um caos no país. Não havendo ônibus suficientes a população superlotava o metrô que, por sua vez não conseguia atender à demanda. a presidente michelle Bachelet obrigou-se a buscar uma alternativa, a melhor

Julio Cesar GlodzienskiLetícia Martins Donadello Rubia Lorena Curial Oliva

encontrada foi o Brt, que deu a cidade a mobilidade esperada.

a cidade de Bogotá, na co-lômbia, também implantou esse projeto, viabilizando a locomoção da cidade, com mais de 3 milhões de habitantes, evitando o trânsito. “antes da implantação do mode-lo, levava três horas para cruzar a cidade, agora com o Brt leva 45 minutos”, aponta Walter cruz, Gerente de marketing da marco-

polo, empresa parceira no desen-volvimento da engenharia para a fabricação dos ônibus.

a África do sul foi outro país que adotou o modelo curitibano a fim de agilizar o fluxo de veí-culos durante a copa do mundo de 2010.

Page 5: Made in Curitiba

Réveillon inusitado Reúne quase 10 mil pessoas na pRaça da espanha

Evento foi divulgado por redes sociais e recebeu mais de 5 mil confirmações no Facebook, além de 16 mil visitas no TumblrCuritiba inova com ano novo fora de época

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Os idealizadores do evento: Isbella Fonseca, Iuri Castelo e Nat Petry

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Praticidade, segurança e agilidade se aliam à comodidade da internet

no dia 19 de março, ocorreu um evento diferente na praça da espanha, em Curitiba: um Ré-veillon fora de época, com direi-to a roupas brancas, uvas e cham-pagne. o evento reuniu quase dez mil pessoas para comemorar à moda brasileira, colocando em prática o famoso ditado: “no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval”.

segundo is-bella Fonseca, iuri Castelo e nat petry, ide-alizadores do evento, a inicia-tiva foi indepen-dente e sem fins lucrativos, tendo como objetivo convidar pessoas para um encontro inusitado com resultado muito maior do que o esperado. “a divulgação foi feita exclusivamente por redes sociais

em um período de quatro dias, atingindo cerca de 27 mil pessoas no Facebook [site com a finalida-de de conectar pessoas e que pos-sui um mural de recados como principal ferramenta], com mais de 5 mil confirmações de pre-sença na página do evento. além do Facebook, utilizamos também o tumblr [um site com formato semelhante a um blog, porém de

conteúdo mais limitado] onde registramos mais de 16 mil visitas, vindas de 136 ci-dades do Brasil e outros 34 pa-íses”, informou Castelo.

os três ide-alizadores do

evento contam que se surpreen-deram ao ver tanta gente chegar na praça. “por se tratar de uma ação sem precedentes na cidade,

e talvez até mesmo no país, não pudemos estimar com antecedên-cia se o público confirmado de fato estaria presente”, comentou iuri.

Ricardo miyaki, que esteve presente no dia, também ficou sa-bendo do evento pelo Facebook. “um dia antes comentei com uns amigos e, de repente, haviam quase 5 mil pessoas confirma-das”, conta ele.

para Carolina Costa, o encon-tro teve pontos positivos e negati-vos. “a ideia do evento foi muito bem bolada, pois realmente o ano só começa depois do Carnaval, ainda mais pelo fato deste ano ter acontecido mais tarde, em março. também foi bem divulgado, pelo número de pessoas que havia lá. Mas o ponto negativo ficou por conta das pessoas que estavam bebendo em excesso. isso acabou sendo uma ‘poluição visual’ para um evento interessante como

este”, analisa a estudante de ad-ministração.

os criadores do evento se mostraram bastante contentes com a realização da festa ao di-zer que “por essas e outras inicia-tivas, acreditamos que Curitiba está cada vez mais despontando

no cenário nacional como pólo de cultura. e essa é a Curitiba que acreditamos. a Curitiba que fazemos parte”, finalizou Nat Pe-try.

Felipe DalkeFellipe Gaio

“essa é a Curitiba que fazemos

parte”

“CompoRtamento FRio” é um dos FatoRes deteRminantes, segundo usuáRios

Curitibano é o que mais usa serviços bancários pela internet no paíssegundo dados do painel da

indústria Financeira, estudo rea-lizado em 2010 pelo instituto de pesquisas Fractal, Curitiba lide-ra o ranking dos brasileiros que mais utilizam os serviços de ban-co pela internet. os curitibanos sugerem que isso ocorre devido à “frieza” ligada ao comporta-mento dos habitantes da capital paranaense.

sérgio Rodrigues pinheiro, 49 anos, engenheiro civil e clien-te de banco através da internet, disse que “a internet Banking combina bem com o nosso tem-peramento mais frio. Faz sentido não só pelo comportamento do Curitibano, mas pelo próprio cli-ma da cidade, que não dá vontade nem de tirar o nariz de casa”.

segundo a psicóloga débora trindade lanna, que também utiliza os serviços de internet Banking, esse fato está ligado mais à praticidade e ao próprio comportamento. “a utilização da

internet Banking vem crescendo por ser uma ferramenta que pro-porciona comodidade ao cliente, pois o mesmo faz várias transa-ções, e tudo sem sair de casa ou de seu local de trabalho. Fora a questão de segurança, que hoje muitas instituições bancárias disponibilizam”, lembra a psicó-loga.

para márcio Roberto Regis, psicólogo e usuário de internet banking, essa mudança compor-tamental dos consumidores de serviços bancários realmente se deve à comodidade e aperfeiço-amento na segurança dos bancos online. mas, além disso, um fa-tor que contribui fortemente é o uso desse serviço através de apa-relhos móveis. “o cliente pode acessar e consultar seu extrato ou fazer pagamentos apenas usando seu smarthphone”, disse Regis.

Caio Bleggi, estudante uni-versitário de 18 anos, que utiliza internet Banking através, diz que

“uma série de fatores contribuem para que seja o curitibano”. se-gundo Caio, a facilidade e a rapi-dez para se realizar operações são os principais motivos que o levam a escolher esse serviço. além disso, “há também a segurança ao fazer transferências bancárias por não ter que sacar os valores e transportá-los”, completa.

de acordo com a Federação Brasileira de Bancos, é importan-te que o usuário mantenha seus programas antivírus atualizados para ter acesso aos serviços ban-cários. no caso de internet de alta velocidade com conexão direta à rede, deve-se utilizar um pro-grama de segurança, que possa proteger a máquina de invasões e acessos externos não autoriza-dos, os quais, muitas vezes, pas-sam despercebidos.

para Caio, a segurança é um fator real nos sites de banco. “trabalho na área de desenvolvi-mento, voltada à internet e tenho

Fellipe Gaio

ciência de que os atuais sistemas virtuais voltados às transferên-cias e compras são altamente se-guros, principalmente no Brasil”, esclarece.

sérgio conta que opta pelo serviço de internet Banking pela agilidade e praticidade que o ser-viço proporciona, pois enquanto

o horário de funcionamento de um banco é restrito, pela inter-net é possível realizar operações bancárias a qualquer hora do dia. “não precisa deixar nada de lado para ir ao banco”, disse ele.

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Page 6: Made in Curitiba

ReseRvas natuRais estimulam educação ambiental em cuRitiba

Ponto turístico curitibano abriga reserva da árvore símbolo do Paraná, quase em extinção no território do estado

curitiba, abril de 2011 educação06

Jardim Botânico ensina a preservarFo

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Eliseu de Souza ensina sobre sementes das Araucárias

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Professores avaliam o novo sistema de ensino

este ano o Jardim botânico, um dos principais ponto turís-ticos de curitiba, completa 20 anos. além de comemorar duas décadas, um dos cartões postais de curitiba celebra oito anos de muita educação ambiental. o tra-balho de conscientização aconte-ce desde 2003 e busca informar quem participa sobre o cuidado com o meio ambiente.

o local abriga um remanes-cente da Floresta de araucárias, árvore símbolo do Paraná, sendo toda visita em torno deste tema. segundo eliseu souza Pinto, Gestor ambiental do Jardim bo-tânico, apenas 0,1% do território paranaense é coberto por este tipo de vegetação e muitos ani-mais endêmicos da região estão em extinção devido a degrada-ção de seu habitat natural, o que justifica a importância em inves-tir na educação ambiental.

em uma das salas do museu

botânico, destinada exclusiva-mente para exposições ambien-tais, é possível ver e saber mais sobre o tema. souza explica qual

a função de animais como a cotia e a Gralha azul, e o quanto eles são imprescindíveis no processo da dispersão da semente do pi-

nheiro. ainda, aprende-se sobre a árvore simbólica e são mostra-dos arquivos históricos do assun-to. “somente relacionando fauna e flora é que podemos mostrar como ambos são interdependen-tes”, argumenta eliseu.

após essa etapa vem o pas-seio pela trilha, aberta exclusi-vamente para aqueles que estão participando da dinâmica. souza explica que é em contato com a natureza que os visitantes per-cebem e assimilam tudo o que ouviram e aprenderam duran-te a palestra. Para completar o programa de atividades, todos têm a oportunidade de passear pelo Jardim das sensações. de olhos vendados, cada um identi-fica cheiros, texturas e formas de plantas típicas do estado.

O Gestor Ambiental afirma que mesmo o incentivo sendo pouco, o Jardim botânico se des-taca nos eventos e feiras relacio-

nados ao meio-ambiente na cida-de. em curitiba existem demais iniciativas como esta espalhadas pela cidade, como as desenvolvi-das pela secretaria do meio am-biente e pelo museu de História natural do Paraná, por exemplo.

Visitas

somente no mês de janei-ro, 3.510 pessoas passaram pela sala de educação ambiental e 35.277 circularam pelo Jardim das sensações. o agendamento das visitas ocorre de terça a sex-ta e são atendidas escolas muni-cipais, estaduais e particulares, faculdades e demais visitantes. Para saber mais, os interessados podem entrar em contato com o museu botânico no telefone (41) 3362-1800.

Gabriela Ribeiro de Campos

“o bloco veio mesmo para

diminuir a evasão e o índice de reprovação”

ensino médio PoR blocos é utilizado em 15 coléGios de cuRitiba

Novo método de educação gera polêmica entre alunos e professoresProjeto desenvolvido pela se-

cretaria estadual de educação do Paraná gera discussões e polêmi-cas entre pedagogos, professores e alunos. 15 colégios da capital paranaense implantaram o cha-mado ensino médio por blocos há três anos.

o novo méto-do de ensino di-vide as matérias do ensino médio em dois blocos. o primeiro deles abrange biologia, educação física, filosofia, histó-ria, português e inglês, enquanto o segundo bloco é composto por artes, física, geografia, matemá-tica, química e sociologia. em caso de reprovação em até duas matérias, o aluno faz o bloco se-guinte e realiza a dependência no contra-turno.

Para a pedagoga susana Pe-reira da silva, do colégio esta-dual Professor Guido arzua (um dos colégios que utilizam o siste-ma), a novidade é muito positiva. ela explica que o aluno tem que se esforçar mais, já que tem ape-

nas cem dias (ou dois bimestres) para concluir um bloco de discipli-nas. “um bloco passa muito rá-pido e se o aluno ver que está indo mal nos primei-ros cem dias, ele tem que correr muito atrás do prejuízo”. caso o aluno reprove

em até duas matérias do bloco, passará ao bloco seguinte e assis-tirá as matérias que reprovou no contra-turno.

a professora de matemática taise campanini também acre-

dita que o sistema é eficiente, e justifica: ”O bloco veio mesmo para diminuir a evasão e o índice de reprovação”. dessa forma, os alunos reprovariam só meio ano e não ficariam tão atrasados, o que acaba desestimulando os estu-dantes à refazer um ano letivo.

vinicius de lima madureira é aluno deste novo método de ensino desde o início do projeto, e afirma que a única diferença entre o ensino médio por blocos e o ensino médio Regular é que o aluno enjoa mais fácil da ma-téria.

apesar dos prós, também houve quem levantou os contras. O professor de Filosofia Frank Canton afirma: “Quando não há professor para a matéria, a de-mora para chegar um substituto é muito grande, e quando vê já está no fim do semestre”. Erasmo Car-los leciona matemática e física, e também se coloca contra o en-sino médio por blocos, pois, se- Tiago Andre dos Santos

gundo ele, as disciplinas perdem a continuidade, atrapalhando a aprendizagem, quando chega o final do ano letivo e o aluno vai fazer uma prova do enem ou para uma universidade ele já se esqueceu do conteúdo do primei-ro bloco.

mesmo com suas opiniões ad-versas, todos os professores con-cordam em um ponto específico:

ainda é cedo para saber quais se-rão os resultados do novo método de ensino médio. de acordo com os entrevistados, a previsão é de que somente daqui cinco anos ou mais todos poderão ter uma opinião mais consolidada sobre o assunto.

Page 7: Made in Curitiba

ESPAÇO CULTURAL PROMOVE CIDADANIA COM PROGRAMAS CULTURAIS

Ao contrário de muitas críticas, os faróis do saber sobreviveram à fama de “elefantes brancos”, diz administradoraFarol do Saber oferece cultura e lazer

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Karine Gomes Martins, estagiária do espaço Emílio de Menezes

A rede de bibliotecas do Farol do Saber possui 45 unidades es-palhadas por Curitiba. Cada uma delas possui um acervo de apro-ximadamente 7000 obras sub-divididas em diversos assuntos, tais como literatura americana, italiana, brasileira e alemã.

Todas as unidades possuem as mesmas ca-racterísticas físi-cas, oferece com-putadores com telas de LCD, mesas para estu-do, equipamento exclusivo para os que tem difi-culdade de loco-moção e internet de 1 a 4 MEGA de velocidade. Qualquer cidadão pode usufruir do serviço fazendo o cadastro junto a unidade de sua preferência.

“A atualização é feita pe-

riodicamente pela Prefeitura e também por toda a população, que ajuda com doações. Isso até contraria a ideia de que as nossas bibliotecas eram “elefantes bran-cos”, desabafa Clarisse Gil da Silva, uma das responsáveis pela administração da unidade Emílio de Menezes, junto com Marilene

Xavier da Cos-ta e Ilda Garcia Kolling.

Todos os Faróis possuem f u n c i o n á r i o s concursados pela Prefeitura, bem como estagiários contratados pelo IMAP (Instituto Municipal De

Administração Pública), como é o caso de Karine Gomes Martins. Ela costuma passar o dia ajudan-do as responsáveis pela unidade, e quando sobra um tempo, gosta

de acessar a internet para cum-prir suas tarefas diárias, e até mesmo relaxar. Além do tran-porte público curitibano, que já foi até exportado para outros pa-íses, os Faróis do Saber também serviram de exemplo para outras cidades do Brasil, como é o caso de Sâo Luís, no Maranhâo. Com pequenas diferenças, os mara-nhenses também podem usufruir de livros e programas culturais promovidos pelo espaço aos es-tudantes da região.

Homenagens

O espaço foi criado em 11/02/1995, pelo então Prefeito Rafael Greca, e tinha como obje-tivo funcionar como uma opção para quem morasse distante da biblioteca pública. Cada uma das 45 unidades possui nome próprio em homenagem a alguma perso-nalidade.

O espaço Emílio de Mene-zes, por exemplo, recebeu este nome em homenagem ao célebre escritor curitibano de crônicas e poesias. Menezes viveu de 1866

a 1918, e era também membro da Academia Brasileira de Letras.

André RecchiaPatrícia Ihle

“A atualização do acervo é feita pela prefeitura e também pela

população”

André RecchiaPatrícia Ihle

FATORES MARCAM COMPORTAMENTO SOCIAL

Curitibano se destaca pelo seu sotaque CuritibanidadesVINA - Salsicha para cachorro quente

GALINHA DE PORÃO - Curitibano branquelo

MIMOSA - A fruta tangerina, pokan.

ARREGADO - Quando alguém se dá bem.

CANALETA - Espaço asfaltado exclusivo para ônibus biarticulado.

ADEVOGADO - Pronúncia curitibana para a palavra advogado.

DE VOLTA - De novo, novamente. Ex: Você vai para o centro de volta?

AIPIM - Mandioca.

BIARTICULADO - Ônibus exclusivo de curitiba que é biarticulado.

CIDADE - Referente ao bairro Centro. Ex: você vai para a cidade no final de semana?

PALHA - Algo démodé, fora de moda, ridículo.

Segundo especialistas em linguística, a maneira de se ex-pressar do curitibano é fruto da colonização de imigrantes que povoaram a região em Curiti-ba. Palavras que terminam em “ente” como “plenamente”, pro-nunciadas com o “t” dental, são peculiaridades de quem nasce na capital paranaense.

Segundo a professora Cristi-na Myiaki, coordenadora do cur-so de Letras da PUCPR, a língua não se resume a fala. Ela acres-centa que cada povo possui uma identidade para se afirmar, isto é, defender seus ideais e até mesmo lutar pela sobrevivência.

“O processo de identifica-ção é uma construção social. O povo colonizado herda de seus colonizadores a maneira de agir e falar. Por exemplo, os alemães e poloneses que aqui estiveram possuem um comportamento frio e discreto, que futuramente irá influenciar a maneira de ser

de quem é colonizado”, afirma Sandra Mattar, coordenadora do curso de Sociologia da PUCPR.

Imigração Em 1829, chegam os primeiros

imigrantes alemães na região que hoje é Curitiba. Foram eles que trouxeram de seu país de origem, a salsicha vienense que somente os curitibanos e ponta-grossenses conhecem como “vina”.

Logo após 1853, quando o Paraná passou a existir consti-tucionalmente, vieram suíços, poloneses, italianos, japoneses e ucranianos. Mais tarde, no perí-odo da segunda guerra mundial, esses povos (italianos, japoneses, poloneses), sofreram forte opres-são, não podendo se comunicar na sua língua materna, o que dificultava muito a sobrevivência deles no Brasil.

O Estudante Rodrigo Amaral mudou-se para curitiba em 2005,

e diz que o choque cultural foi bem grande. “Depois da vinda de São Paulo, pela convivência com colegas de faculdade acabei aderindo o jeito de eles falarem. Meus pais até caçoam de mim quando falo com eles ao telefone. Acho o jeito de falar do curitiba-no muito peculiar e engraçado. Quando eu mudei de São Paulo para cá, eu nunca tinha ouvido palavras como vina, penal, mi-mosa. Aliás achei que mimosa era uma vaca típica do Paraná, e uma vez, ao pedir informaçao, percebi as variantes linguísticas do povo paranaense.”

“Tenho orgulho do meu sota-que e não abro mão dele. Quando estou em viagem, por exemplo, e as pessoas me perguntam de onde eu sou, encho o peito e digo com orgulho que sou curitibano”, diz

Curitiba, abril de 2011cultura 07

Page 8: Made in Curitiba

Grandes empresas e seus pequenos começosO salto de duas empresas Curitibanas no tempo: o crescimento, reconhecimento local e nacional e as principais fontes de lucros do Grupo Positivo e do Grupo Boticário

Etiene MandelloVirginia Crema

Curitiba, abril de 2011 economia08 Curitiba, abril de 2011 09EmprEEndEdorismo inusitado Em Curitiba

O sucesso da van, transformada em loja, que surpreende os curitibanos com seu layout arrojado e a sua diversidade de produtos Inovações nas empresas curitibanas

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A sócia Juliana Almeida e um novo cliente escolhendo produtos na loja

Com o objetivo de se destacar no mundo empresarial, Juliana almeida, 30 anos, e alessandra brito, 34 anos, resolveram criar uma loja móvel: a pink Cereja Cosméticos e acessórios, que foi projetada dentro de uma van. po-rém a loja não fica atrás de nenhu-ma outra no mercado. apesar do espaço pequeno e inusitado, ele possui: vitrines, armários, espe-lho, iluminação, araras, som e tV, além, é claro, de todos os produtos que qualquer mu-lher gostaria de encontrar na cor-reria do dia a dia: batom, cremes, perfumes, linge-rie, bolsas, entre outros.

Alessandra, que hoje é forma-da em administração com espe-cialização em recursos Humanos, conta que a Loja Móvel surgiu da necessidade de expor os produtos às clientes de uma forma organi-

zada, em um ambiente agradável e inovador, e que ao mesmo tempo oferecesse toda a comodidade de uma loja convencional.

a inspiração veio dos Estados unidos e de são paulo, onde a ideia de venda direta já dava muito certo. Aberta há 7 meses e com o investimento de r$ 160 mil, as do-nas estão satisfeitas com o negó-cio. “O retorno já existe quanto ao

reconhecimento da nossa marca e carteira de clien-tes, e estamos ca-minhando para o retorno financei-ro”, conta Juliana Almeida, que hoje estuda Ciências Contábeis.

a ajuda do sEbraE foi primordial para o início do projeto. a pink Cereja entrou para lista de pequenas em-presas que surgiram com a ajuda da instituição.

apesar de a loja ser pratica-mente um outdoor ambulante,

nem sempre é fácil achá-las por ai. no site – www.pinkcereja.com.br – não encontra-se a programação, com os dias e locais onde a van es-tará. O motivo apresentado é que as sócias acreditam que para o bem do negócio indicar o endereço ain-

da não é produtivo: para elas, ao avisar o point do dia perderiam o elemento surpresa e chamariam a atenção da concorrência. por ou-tro lado, a loja trabalha com agen-damento de visitas. Quem quiser pode entrar em contato com a

pink Cereja e pedir que no dia se-guinte elas estacionem em frente ao trabalho, faculdade ou no salão de beleza mais próximo.

Isadora DominguesVirgínia Crema

“O retorno já existe quanto ao reconhecimento da nossa marca”

Com um jeito novo e saudável de se fazer iogurte o faturamento anual da Yoguland chegou a 8 mi-lhões no final de 2010. Criada no ano anterior, na cidade de Curiti-ba, a empresa reinventou a forma de saborear uma sobremesa com os Frozen Yogurt.

depois de se formar na Carson-Newman College, em Tennessee nos Estados Unidos, e trabalhar como Sales Management Trainee, controlando todas as vendas das ilhas Havaianas, Rafael Soares, 27 anos, retornou ao brasil com uma ideia inovadora. uniu-se ao seu amigo de infância, Tiago Campos, e juntos criaram a Yoguland.

a primeira loja teve um in-vestimento inicial de r$ 300 mil. Mesmo começando o negócio em uma cidade fria, a empreitada teve um rápido crescimento, “hou-ve uma aceitação muito positiva por parte dos clientes. Curitiba é uma cidade ótima para se abrir um novo negócio”, conta Rafael. atualmente, a marca conta com 30 lojas em 8 estados do brasil, sendo 12 filiais na capital parana-

ense e ainda a espera de outras 14 a serem inauguradas em diversas cidades.

Com o crescimento acelerado, a Yoguland tem meta para que até o final de 2011 tenham 100 lojas comercializadas. os sócios ain-da querem levar o negócio para o exterior, e em setembro desse ano uma filial será aberta no Paraguai. a empresa conta com o sucesso que os Frozen fazem nos Estados Unidos, onde tiveram uma grande aceitação e reconhecimento. To-mar o “sorvete de iogurte” já faz parte do dia a dia dos norte ame-ricanos.

Rafael conta que teve dificul-dades para conseguir fornecedo-res com credibilidade, ele acredita que para ser um bom empreen-dedor no brasil é preciso contar com pessoas que queiram entrar na mesma aventura. “Eles preci-sam cair de cabeça no negócio”, afirma o empresário. Por conta disso, seus colaboradores e fun-cionários são bem selecionados.

A loja fornece vários sabores de iogurtes que podem ser mes-clados com frutas, coco ralado,

Saborear o iogurte com gosto e cara de sorveteJovens empreendedores lançam em Curitiba a Youguland, após estudarem nos EUA e batalharem para conseguir fornecedores

noVa manEira dE ComEr iogurtEs Vira mania na Capital

Campeã de vendas no mercado brasileiro, a Positivo Informática, lidera o ranking nacional há seis anos. um em cada quatro compu-tadores comprados no brasil é da marca positivo. Com mais de 4 mil funcionários a Positivo Informáti-ca é hoje uma das fontes de maior renda do grupo positivo, que con-ta ainda com a Gráfica Positivo, toda rede de ensino, a Editora po-sitivo e diversas outras prestações de serviços. Segundo o presidente da Po-sitivo Infomática, Hélio Bruck Ro-tenberg, 49 anos, ela é a única no

mundo que não perde a liderança em seu país para uma empresa es-trangeira. Os principais produtos da rede são os computadores, que hoje representam em torno de 96% da receita anual. “Começamos vendendo para escolas e posterior-mente para o governo, somente em 2003 entramos para o varejo, e foi aí que ocorreu a grande virada. antes de 2003 vendíamos cerca de 23 mil computadores anualmente, essa marca subiu para 2 milhões em oito anos”, conta Hélio.

O inicío

o professor renato ribas Vaz, 68 anos, cofundador e diretor do Curso Positivo, afirma que a rede de informática começou dentro da então Faculdade positivo, com cerca de 15 alunos. nos anos 90 o número de funcionários subiu para 300, e com a guinada em 2003, chega hoje á mais de 4 mil. Estes estão espalhados nas fábricas de Manaus, Ilhéus, porém o grande contingente ainda permanece no Paraná. O Positivo, fundado em 1972,

tinha o objetivo inicial de aplicar uma nova metodologia de ensino preparatória para os vestibulandos da capital paranaense. “Queríamos uma escola de qualidade, nossos diferenciais eram os materiais di-dáticos, elaborados pelos próprios professores, e claro, a metodologia de ensino”, afirma o professor Re-nato. Hoje o grupo se diversificou e a marca positivo é referência na-cional. o ramo da educação não é mais a principal fonte de lucro, nem a de maior reconhecimento fora de Curitiba. “no resto do país a maioria das pessoas associa o

nome positivo aos computadores, a educação também é marca forte, porém é mais reconhecida pelos próprios curitibanos”, afirma Hé-lio Rotenberg.

Parcerias curitibanas

Em parceria com o grupo Boticário, o qual investiu em torno de R$ 4 milhões em equipamentos de última geração, a Universida-de positivo disponibilizou espaço para infra-estrutura física, que tem 110m², para inaugurar o La-boratório de Biologia Molecular –

labim. os estudos realizados no labim tem foco no cultivo celular e biologia molecular, fenômenos bioquímicos envolvidos no en-velhecimento da pele e de ingre-dientes naturais da biodiversidade brasileira.

O Boticário

Criado também em Curiti-ba o Grupo Boticário teve rápida expansão e atualmente é a maior rede de franquias de perfumaria e cosméticos do mundo. o funda-dor Miguel Gellert Krigsner, atual

presidente do Conselho de Admi-nistração, investiu inicialmente us$ 3 mil (dólares), na época em-prestados por seu tio. Empregando cerca de 1500 pessoas na fábrica em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, e em torno de 16 mil na rede de lojas em todo o brasil, o Grupo Boticário encerrou 2010 com 3 mil pontos de vendas em 1570 municípios brasileiros, o fa-turamento cresceu em torno de 25%, comparado com 2009, e o investimento de R$ 70 milhões na fábrica, foi direcionado para

recursos humanos, infraestrutura, inovação, tecnologia da informa-ção e pesquisa e novos produtos. andré Zielonka, 33 anos, proprietário de três lojas e um quiosque O Boticário herdados de sua mãe, Eloísa Farias, con-ta que a primeira loja foi aberta em 1985 e a segunda em 1987. planejando abrir mais duas lojas nos próximos dois anos, Zielonka afirma ser um negócio que vale a pena, pois o mercado de cos-méticos e perfumaria está cada vez mais em alta. “O último natal foi um dos melhores nos últimos

três anos e teve em média 30% de crescimento nas vendas”, afirma. Empregando 14 funcionários, An-dré alega ter encerrado 2010 com aproximadamente R$ 2 milhões de faturamento bruto. “Esse ano, a economia está mudando, a princí-pio achamos que será melhor que 2010, teremos um crescimento maior”. Além de empregar um nú-mero cada vez maior de pessoas, o Grupo Boticário possui forte atu-ação na área ambiental, o que deu ao seu criador o prêmio de “brasi-leiro Imortal” em 2008. Krigsner

é membro fundador do Fórum Curitiba sobre Mudanças Climáti-cas e em parceria com a prefeitura da capital paranaense, mobilizou e envolveu em torno de 25 mil pessoas no apoio ao “Hora do pla-neta” em 2009. ainda no mesmo ano, o grupo investiu r$ 684 mil, em 12 meses, para a manutenção do Jardim Botânico de Curitiba, um dos principais pontos turísti-cos da cidade.

ELMA CHIPS MADE IN CURITIBAA Elma Chips, líder no setor de salgadinhos no Brasil, nasceu em Curitiba, no bairro Bo-queirão. Com faturamento de R$ 1.2 bilhões por ano, a marca teve origem com os imigran-tes alemães Viktor Unger e Eugen Vagner e suas mulheres, Elfride e Maria e, em seu iní-cio, chamava-se Elma Produtos Alimentícios. O primeiro sucesso da marca foi o Stiksy, os palitinhos de trigo assados e bem temperados, logo depois vieram o Pingo d’Ouro e o Fan-dangos. 15 anos depois a empresa americana PepsiCo adquiriu e uniu as empresas Ameri-can Potato Chips de São Paulo e a Elma Produtos Alimentícios, surgindo assim a Elma Chips.Hoje, a marca faz parte da divisão Frito-Lay, o maior produtor de salgadinhos do mundo, quinto maior produtor de alimentos e bebidas do mundo, e vende mais de 560 mil pacotes de salgadi-nhos por dia. A produção, centralizada nas unidades de Itu (SP), Sete Lagoas (MG), Recife (PE) e Curitiba (PR) conta com uma equipe de mais de 5 mil funcionários diretos. Os produtos são distri-buídos para as filiais de vendas espalhadas pelo Brasil e para mais de 210 mil pontos-de-venda.

O produto da Youguland, vem gelado direto pro cliente

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: Virg

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Penélope LourençoVirgínia Crema

caldas de chocolate e outros. O produto é versátil e o cli-ente deve usar da imaginação.

para quem quer começar um negócio, o fundador acon-selha a formatar um plano, para entender o processo e diminuir o risco de investimento. ter um foco e saber aonde quer chegar. E ainda da uma dica: “não escute pessoas negativas. Se a idéia é boa, coloque no papel e realize-a”.

Page 9: Made in Curitiba

Grandes empresas e seus pequenos começosO salto de duas empresas Curitibanas no tempo: o crescimento, reconhecimento local e nacional e as principais fontes de lucros do Grupo Positivo e do Grupo Boticário

Etiene MandelloVirginia Crema

Curitiba, abril de 2011 economia08 Curitiba, abril de 2011 09EmprEEndEdorismo inusitado Em Curitiba

O sucesso da van, transformada em loja, que surpreende os curitibanos com seu layout arrojado e a sua diversidade de produtos Inovações nas empresas curitibanas

Foto

: Virg

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A sócia Juliana Almeida e um novo cliente escolhendo produtos na loja

Com o objetivo de se destacar no mundo empresarial, Juliana almeida, 30 anos, e alessandra brito, 34 anos, resolveram criar uma loja móvel: a pink Cereja Cosméticos e acessórios, que foi projetada dentro de uma van. po-rém a loja não fica atrás de nenhu-ma outra no mercado. apesar do espaço pequeno e inusitado, ele possui: vitrines, armários, espe-lho, iluminação, araras, som e tV, além, é claro, de todos os produtos que qualquer mu-lher gostaria de encontrar na cor-reria do dia a dia: batom, cremes, perfumes, linge-rie, bolsas, entre outros.

Alessandra, que hoje é forma-da em administração com espe-cialização em recursos Humanos, conta que a Loja Móvel surgiu da necessidade de expor os produtos às clientes de uma forma organi-

zada, em um ambiente agradável e inovador, e que ao mesmo tempo oferecesse toda a comodidade de uma loja convencional.

a inspiração veio dos Estados unidos e de são paulo, onde a ideia de venda direta já dava muito certo. Aberta há 7 meses e com o investimento de r$ 160 mil, as do-nas estão satisfeitas com o negó-cio. “O retorno já existe quanto ao

reconhecimento da nossa marca e carteira de clien-tes, e estamos ca-minhando para o retorno financei-ro”, conta Juliana Almeida, que hoje estuda Ciências Contábeis.

a ajuda do sEbraE foi primordial para o início do projeto. a pink Cereja entrou para lista de pequenas em-presas que surgiram com a ajuda da instituição.

apesar de a loja ser pratica-mente um outdoor ambulante,

nem sempre é fácil achá-las por ai. no site – www.pinkcereja.com.br – não encontra-se a programação, com os dias e locais onde a van es-tará. O motivo apresentado é que as sócias acreditam que para o bem do negócio indicar o endereço ain-

da não é produtivo: para elas, ao avisar o point do dia perderiam o elemento surpresa e chamariam a atenção da concorrência. por ou-tro lado, a loja trabalha com agen-damento de visitas. Quem quiser pode entrar em contato com a

pink Cereja e pedir que no dia se-guinte elas estacionem em frente ao trabalho, faculdade ou no salão de beleza mais próximo.

Isadora DominguesVirgínia Crema

“O retorno já existe quanto ao reconhecimento da nossa marca”

Com um jeito novo e saudável de se fazer iogurte o faturamento anual da Yoguland chegou a 8 mi-lhões no final de 2010. Criada no ano anterior, na cidade de Curiti-ba, a empresa reinventou a forma de saborear uma sobremesa com os Frozen Yogurt.

depois de se formar na Carson-Newman College, em Tennessee nos Estados Unidos, e trabalhar como Sales Management Trainee, controlando todas as vendas das ilhas Havaianas, Rafael Soares, 27 anos, retornou ao brasil com uma ideia inovadora. uniu-se ao seu amigo de infância, Tiago Campos, e juntos criaram a Yoguland.

a primeira loja teve um in-vestimento inicial de r$ 300 mil. Mesmo começando o negócio em uma cidade fria, a empreitada teve um rápido crescimento, “hou-ve uma aceitação muito positiva por parte dos clientes. Curitiba é uma cidade ótima para se abrir um novo negócio”, conta Rafael. atualmente, a marca conta com 30 lojas em 8 estados do brasil, sendo 12 filiais na capital parana-

ense e ainda a espera de outras 14 a serem inauguradas em diversas cidades.

Com o crescimento acelerado, a Yoguland tem meta para que até o final de 2011 tenham 100 lojas comercializadas. os sócios ain-da querem levar o negócio para o exterior, e em setembro desse ano uma filial será aberta no Paraguai. a empresa conta com o sucesso que os Frozen fazem nos Estados Unidos, onde tiveram uma grande aceitação e reconhecimento. To-mar o “sorvete de iogurte” já faz parte do dia a dia dos norte ame-ricanos.

Rafael conta que teve dificul-dades para conseguir fornecedo-res com credibilidade, ele acredita que para ser um bom empreen-dedor no brasil é preciso contar com pessoas que queiram entrar na mesma aventura. “Eles preci-sam cair de cabeça no negócio”, afirma o empresário. Por conta disso, seus colaboradores e fun-cionários são bem selecionados.

A loja fornece vários sabores de iogurtes que podem ser mes-clados com frutas, coco ralado,

Saborear o iogurte com gosto e cara de sorveteJovens empreendedores lançam em Curitiba a Youguland, após estudarem nos EUA e batalharem para conseguir fornecedores

noVa manEira dE ComEr iogurtEs Vira mania na Capital

Campeã de vendas no mercado brasileiro, a Positivo Informática, lidera o ranking nacional há seis anos. um em cada quatro compu-tadores comprados no brasil é da marca positivo. Com mais de 4 mil funcionários a Positivo Informáti-ca é hoje uma das fontes de maior renda do grupo positivo, que con-ta ainda com a Gráfica Positivo, toda rede de ensino, a Editora po-sitivo e diversas outras prestações de serviços. Segundo o presidente da Po-sitivo Infomática, Hélio Bruck Ro-tenberg, 49 anos, ela é a única no

mundo que não perde a liderança em seu país para uma empresa es-trangeira. Os principais produtos da rede são os computadores, que hoje representam em torno de 96% da receita anual. “Começamos vendendo para escolas e posterior-mente para o governo, somente em 2003 entramos para o varejo, e foi aí que ocorreu a grande virada. antes de 2003 vendíamos cerca de 23 mil computadores anualmente, essa marca subiu para 2 milhões em oito anos”, conta Hélio.

O inicío

o professor renato ribas Vaz, 68 anos, cofundador e diretor do Curso Positivo, afirma que a rede de informática começou dentro da então Faculdade positivo, com cerca de 15 alunos. nos anos 90 o número de funcionários subiu para 300, e com a guinada em 2003, chega hoje á mais de 4 mil. Estes estão espalhados nas fábricas de Manaus, Ilhéus, porém o grande contingente ainda permanece no Paraná. O Positivo, fundado em 1972,

tinha o objetivo inicial de aplicar uma nova metodologia de ensino preparatória para os vestibulandos da capital paranaense. “Queríamos uma escola de qualidade, nossos diferenciais eram os materiais di-dáticos, elaborados pelos próprios professores, e claro, a metodologia de ensino”, afirma o professor Re-nato. Hoje o grupo se diversificou e a marca positivo é referência na-cional. o ramo da educação não é mais a principal fonte de lucro, nem a de maior reconhecimento fora de Curitiba. “no resto do país a maioria das pessoas associa o

nome positivo aos computadores, a educação também é marca forte, porém é mais reconhecida pelos próprios curitibanos”, afirma Hé-lio Rotenberg.

Parcerias curitibanas

Em parceria com o grupo Boticário, o qual investiu em torno de R$ 4 milhões em equipamentos de última geração, a Universida-de positivo disponibilizou espaço para infra-estrutura física, que tem 110m², para inaugurar o La-boratório de Biologia Molecular –

labim. os estudos realizados no labim tem foco no cultivo celular e biologia molecular, fenômenos bioquímicos envolvidos no en-velhecimento da pele e de ingre-dientes naturais da biodiversidade brasileira.

O Boticário

Criado também em Curiti-ba o Grupo Boticário teve rápida expansão e atualmente é a maior rede de franquias de perfumaria e cosméticos do mundo. o funda-dor Miguel Gellert Krigsner, atual

presidente do Conselho de Admi-nistração, investiu inicialmente us$ 3 mil (dólares), na época em-prestados por seu tio. Empregando cerca de 1500 pessoas na fábrica em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, e em torno de 16 mil na rede de lojas em todo o brasil, o Grupo Boticário encerrou 2010 com 3 mil pontos de vendas em 1570 municípios brasileiros, o fa-turamento cresceu em torno de 25%, comparado com 2009, e o investimento de R$ 70 milhões na fábrica, foi direcionado para

recursos humanos, infraestrutura, inovação, tecnologia da informa-ção e pesquisa e novos produtos. andré Zielonka, 33 anos, proprietário de três lojas e um quiosque O Boticário herdados de sua mãe, Eloísa Farias, con-ta que a primeira loja foi aberta em 1985 e a segunda em 1987. planejando abrir mais duas lojas nos próximos dois anos, Zielonka afirma ser um negócio que vale a pena, pois o mercado de cos-méticos e perfumaria está cada vez mais em alta. “O último natal foi um dos melhores nos últimos

três anos e teve em média 30% de crescimento nas vendas”, afirma. Empregando 14 funcionários, An-dré alega ter encerrado 2010 com aproximadamente R$ 2 milhões de faturamento bruto. “Esse ano, a economia está mudando, a princí-pio achamos que será melhor que 2010, teremos um crescimento maior”. Além de empregar um nú-mero cada vez maior de pessoas, o Grupo Boticário possui forte atu-ação na área ambiental, o que deu ao seu criador o prêmio de “brasi-leiro Imortal” em 2008. Krigsner

é membro fundador do Fórum Curitiba sobre Mudanças Climáti-cas e em parceria com a prefeitura da capital paranaense, mobilizou e envolveu em torno de 25 mil pessoas no apoio ao “Hora do pla-neta” em 2009. ainda no mesmo ano, o grupo investiu r$ 684 mil, em 12 meses, para a manutenção do Jardim Botânico de Curitiba, um dos principais pontos turísti-cos da cidade.

ELMA CHIPS MADE IN CURITIBAA Elma Chips, líder no setor de salgadinhos no Brasil, nasceu em Curitiba, no bairro Bo-queirão. Com faturamento de R$ 1.2 bilhões por ano, a marca teve origem com os imigran-tes alemães Viktor Unger e Eugen Vagner e suas mulheres, Elfride e Maria e, em seu iní-cio, chamava-se Elma Produtos Alimentícios. O primeiro sucesso da marca foi o Stiksy, os palitinhos de trigo assados e bem temperados, logo depois vieram o Pingo d’Ouro e o Fan-dangos. 15 anos depois a empresa americana PepsiCo adquiriu e uniu as empresas Ameri-can Potato Chips de São Paulo e a Elma Produtos Alimentícios, surgindo assim a Elma Chips.Hoje, a marca faz parte da divisão Frito-Lay, o maior produtor de salgadinhos do mundo, quinto maior produtor de alimentos e bebidas do mundo, e vende mais de 560 mil pacotes de salgadi-nhos por dia. A produção, centralizada nas unidades de Itu (SP), Sete Lagoas (MG), Recife (PE) e Curitiba (PR) conta com uma equipe de mais de 5 mil funcionários diretos. Os produtos são distri-buídos para as filiais de vendas espalhadas pelo Brasil e para mais de 210 mil pontos-de-venda.

O produto da Youguland, vem gelado direto pro cliente

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Penélope LourençoVirgínia Crema

caldas de chocolate e outros. O produto é versátil e o cli-ente deve usar da imaginação.

para quem quer começar um negócio, o fundador acon-selha a formatar um plano, para entender o processo e diminuir o risco de investimento. ter um foco e saber aonde quer chegar. E ainda da uma dica: “não escute pessoas negativas. Se a idéia é boa, coloque no papel e realize-a”.

Page 10: Made in Curitiba

Curitiba, abril de 2011 esporte10Com uma bolinha e duas traves, alunos da uFPr se reúnem Para PratiCar um esPorte diFerente

Ogrobol: o jogo que é mania na Reitoria

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Universitário se prepara para tentar fazer um gol

Seja no fim das aulas, em uma tarde movimentada, ou em dia de campeonato, a quadra localizada no pátio central da reitoria está sempre ocupada por um grupo jogando o Ogrobol. Alguém grita “Ogro!!” e logo aparecem candida-tos para jogar. Uma pequena trave em cada extremidade do campo, uma bolinha que corre de um lado pro outro e as vezes vai parar no meio da rua. São meninos e meni-nas que se mis-turam nesse jogo que é tradição na UFPR e é um dos principais símbo-los da reitoria.

O início da his-tória do Ogrobol é um tanto obscu-ro, ninguém sabe como ele começou a ser praticado. É mais um daqueles jogos que vão passando de geração em geração, mas que não tem um início cer-to. A história do Ogrobol é quase uma lenda. Alguns acreditam que ele tenha começado com os alunos de Direito da UFPR em meados da década de 80, com algumas regras diferentes das de hoje. De-pois de esquecido durante um pe-ríodo, nos anos 90, os estudantes de História voltaram a praticá-lo. Posteriormente o aluno conhecido como Hermann, mobilizou a co-munidade acadêmica e “resgatou” o Ogrobol, que voltou a ser mania. Hermann passou a ser o símbolo do jogo e também da Reitoria.

Para jogar são necessárias duas traves, uma bolinha muito semelhante às de tênis e três joga-dores de cada lado. Nas partidas mais casuais, que podem aconte-cer a qualquer momento no pátio da reitoria, não existe um tempo determinado para o jogo. Gol de cabeça, que é um dos mais difí-ceis de ser feito, vale dois pontos. É permitido empurrar, cair, jogar com a cabeça, puxar a camisa, esbarrar, enfim, vale quase tudo. Fazer um gol é bem complicado e exige muita concentração e prepa-ro do atleta.

É proibido colocar a mão na bola, e não se pode pedir falta, sempre usando o bom senso. A

bola só é considerada “fora” quando bate no chão ao sair da quadra, e se isso acontece é con-siderado lateral ou escanteio. A concentração tem que ser gran-de, pois a bola é pequena e cada jogada é um desafio.

O jogo é principalmente pra-ticado pelos alunos de história e Ciências Sociais, mas qualquer pessoa, independente do curso, é

convidada a jogar e se divertir com o Ogrobol. Por ser um jogo parecido com o futebol, atrai bastante as pessoas. “Quem estiver pelo pá-tio pode jogar, e tem aqueles que sempre estão jo-gando.”, comenta

Vanessa Bortolozzi, aluna de Design.

Mania Universitária

Os alunos consideram o Ogrobol um jogo viciante. Qual-quer momento vago pode ser aproveitado para praticá-lo. A estudante Hellen Cris de Lima, do curso de História, diz que o

Ogrobol “é uma forma da galera conseguir praticar um esporte na Reitoria, além de ser um espaço de sociabilidade”. Luis Henri-que, de Ciências Sociais diz não conseguir ver a bolinha quican-do em sua frente sem pensar em jogar.

Campeonatos

Os campeonatos acontecem todo ano, desde 2006. Nesta

época aconteciam até dois de-les por ano. Eles são organizado pelo CAHIS, o Centro Acadêmi-co de História, e levam o nome de “Taça Hermann” (em home-nagem ao aluno que resgatou o jogo), para a disputa do torneio os times são divididos por curso. O grande clássico do campeona-to, é protagonizado pelos cursos de História x Sociais, os maiores rivais do Ogrobol. Existem até

musiquinhas para cada partida e o público canta em coro, mas as rixas ficam só em tom de brin-cadeira. Nos campeonatos existe um tempo fixo de jogo, mas as outras regras continuam as mes-mas. Os alunos comparecem em peso, cantam, torcem e vibram. O dinheiro que é arrecadado pe-las inscrições é dividido entre os próprios alunos, que promo-vem uma comemoração depois dos jogos. As alunas da UFPR não ficam de fora do esporte, elas estão sempre presentes nas partidas e nos campeonatos. Fa-zem times próprios e disputam a ”Taça Hermanas”, categoria mista do campeonato. Segundo as jogadoras, os meninos geral-mente pegam mais leve com as moças, demonstrando o quão de-mocrático é o Ogrobol.

Daphine Augustini

“Não consigo ver a bolinha na

minha frente sem pensar em jogar.”

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Partida em andamento no pátio da Reitoria

Contato para jogar:

UFPR Campus Reitoria Rua: DR. Faivre Nº360Centros Acadêmicos de História no 6º andar e Ciências Sociais no 9º andar.

Page 11: Made in Curitiba

Piá Bom de Bola traz incentivo para atletas

Felipe Martins

Hevelin Buss é atleta beneficiada pelo projeto

O sonho de se tornar um jo-gador de futebol não é mais ex-clusividade para meninos. Cada vez mais, meninas se aventuram nesta árdua jornada, buscando ser vistas por olheiros de times profissionais, e também alcançar a convocação para a seleção bra-sileira. Para chegar lá, muito es-forço é necessário, e projetos são desenvolvidos para dar apoio. Em Curitiba, a iniciativa de Aparecido Brito – o Cido – de juntar um grupo grande de meni-nas tem ajudado garotas de 12 a 18 anos a batalharem para cres-cer no futebol. Entre elas está He-velin Buss, de apenas 17 anos. A garota - apaixonada por futebol - treina desde os 12, em uma dura rotina que alter-na entre treinos e estudo. Embo-ra tenha projetos para a univer-sidade, Hevelin não esconde o verdadeiro so-nho. “Vou fazer faculdade, mas quero é jogar futebol”, revelou a atleta, sempre esperançosa. Dife-rente de suas colegas de equipe – que, em sua maioria, pretendem fazer educação física – Hevelin conta que prestará vestibular para os cursos de administração e arquitetura. Em 2007, Cido organizou um time feminino em Colombo, que participaria de um projeto até então freqüentado apenas por garotos. “Éramos novidade. Chegamos a treinar contra me-ninos, e perdemos muitas vezes”, comentou Hevelin. “Quando che-gou no torneio, estávamos bem preparadas. Só perdemos lá no Couto Pereira, contra o time da capital”, explicou, se referindo ao jogo final, disputado no estádio do Coritiba Football Club. O Piá Bom de Bola, primeiro grande desafio na vida de muitos atletas paranaenses, é também uma das principais portas de entrada ao profissionalismo. Hevelin, que já treinou em ou-tros clubes amadores da capital e região metropolitana, espera um dia poder jogar em uma grande equipe, e então chegar na sele-ção. “Nunca sabemos quem está nos vendo, então tem que sem-

pre jogar bem e levar a sério”, completou, falando sobre a pos-sibilidade de olheiros nos jogos do projeto. A atleta agradece ao Bom de Bola pela oportunidade. “Deu muita visibilidade, fora o incentivo a não deixar o sonho de lado”, concluiu.

O Projeto

O Bom de Bola, originalmen-te de Santa Catarina, encontrou em Curitiba e região um campo promissor para o projeto. A união entre o Governo do Estado do Pa-raná e a empresa Parati Massas e Biscoitos possibilitou a criação de tudo, com idealização do en-

tão vereador Ney Leprevost. “A idéia do projeto é a criança poder se divertir com o esporte que ela gosta, e em troca levar os estudos a sério”, contou o deputado Ney

Leprevost. Na primeira edição, o Piá Bom de Bola contou com um total de 18.000 garotos de 752 es-colas. O auge foi em 2004, com a participação de 25.280 crianças, de 1264 escolas. Porém, a falta de apoio financeiro fez o projeto

perder forças. Na última edição, ocorrida em 2009, apenas 4.000 participaram, entre meninos e meninas. Ney Leprevost conta que, para 2011, a organização ainda procura investidores, para assim voltar com a força de an-tes. O projeto provavelmente terá sequência no segundo semestre do ano.

Em âmbito nacio-nal, o projeto se es-tende por três estados do sul do país: Rio Grande do Sul, com o Guri Bom de Bola; em Santa Catarina, com o Moleque bom de Bola; e em Curitiba. Tem em sua essência a idéia de formar melhoers cida-dãos, tendo o esporte como medida sócio-educativa e cultural. O projeto tem ainda como principais valo-res o respeito mútuo entre as crianças, e o espírito de equipe. Os treinos ocorrem nas terças e quintas, a partir das 15:00 no Golaço - Estrada da Ribeira, ao lado do Sam’s Clube

Futebol mudando a vida dos jovens

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Jhonny Castro

A primeira corrida da tem-porada 2011 da Stock Car Brasil realizada em Curitiba, no Autódromo Internacional de Pinhais, teve presença curitibana no pódio: o piloto Ricardo Zonta, que já dispu-tou a Fórmula 1, terminou em terceiro lugar.

Nascido em Curitiba em 1976, Zonta começou a car-reira automobilística no kart, disputando provas na capital paranaense, e com uma rápi-da ascenção chegou à Fór-mula 1 em 1997 como piloto de testes, disputando várias corridas nos anos seguintes.

Zonta afirma que Curitiba é uma cidade ótima para cor-ridas, oferecendo as mesmas condições que São Paulo, com uma pista boa para os padrões internacionais, além de muita paixão pelo esporte por parte da torcida parana-ense. O piloto destaca a im-portância da cidade em sua carreira: “Curitiba é minha casa, é minha base sempre que estou no Brasil”.

Após o bom início na tem-porada da Stock Car, Zonta continuará representando Curitiba em 2011, disputando

simultaneamente à compe-tição nacional, as provas da FIA GT, campeonato de Turis-mo que conta com pilotos do mundo inteiro.

Ricardo Zonta

Vitória made in Curitiba

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CRiaDo Em 1999, pRojEto ajuDa CRiaNças E aDoLEsCENtEs

Curitiba, abril de 2011esporte 11

“A ideia é a crian-ça se divertir com o esporte e levar o

estudo a sério”

Page 12: Made in Curitiba

Destinação correta para e-lixo

Iniciativa de ONG curitibana ajuda a preservar o meio ambiente dando destinação correta para resíduos eletrônicos em nosso estado

curitiba, abril de 2011 meio ambiente12

Meio ambiente X Lixo eletrônico

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Luiz Alberto Poplade e Mauricio Beltrão mostrando doações de e-lixo

Aline Przybysewski

“percebo que nas comuidades

do interior há uma concientização

maior”

Rosane Cadena

preservação ambiental nas comuniDaDes

Instituto preserva meio ambiente no PR Você Sabia?A Campanha Lixo que não é lixo, foi criada em Curiti-

ba no ano de 1989, com a intenção de separar o lixo or-gânico do reciclável nas residências, gerando vantagens econômicas e ecológicas.

A coleta de lixo reciclável na capital paranaense au-mentou 192% nos últimos cinco anos. De 7.662 tonela-das em 2005, os caminhões do programa Lixo que não é Lixo, coletaram 22.419 toneladas em 2009, número que vem se mantendo em 2010.

O Lixo que não é Lixo faz a coleta seletiva porta a porta em 100% do território da cidade, numa freqüência que varia de uma a três vezes por semana, dependendo da região. A Prefeitura tem ainda outros programas de incentivo à separação de lixo, como o Câmbio Verde, que faz a troca de lixo reciclável por hortifrutigranjeiros nas áreas mais periféricas da cidade.

Todo material é encaminhado à Usina de Valorização de Rejeitos, administrada e mantida pelo Instituto Pró-Cidadania de Curitiba. Depois de separado por tipo, os materiais são vendidos para indústrias que transformam o lixo em matéria prima e novos produtos. A renda é re-vertida para ações sociais.

O campeão de separação é o papel, representa 37% de todo o lixo reciclável que segue para a Usina. Em se-guida, 23% de plástico, 20% de vidro, 14% metais e 4% de embalagens longa vida (tetra pack), entre outros.Fonte: Prefeitura Municipal de Curitiba

a partir da constatação de que o e-lixo (lixo eletrônico), não estava recebendo destina-ção correta, ambiental e social, foi criado o instituto brasileiro de ecotecnologia (biet). onG de caráter científico e educa-cional, que trabalha com a re-ciclagem do lixo eletrônico.

a criação do instituto é resul-tado de ações que tiveram inicio a partir do projeto robótica sem mistérios – um Desafio para Futuros campe-ões. o curso foi criado no ano de 2003 por mauri-cio beltrão Fraletti, atual presi-dente da ONG, para seu filho, na época com dez anos. nas aulas é utilizada como matéria prima das invenções, lixo eletrônico doado

pela população. o projeto desen-volve a criatividade, trabalho em equipe, o interesse pela robótica, e outros campos das ciências exa-tas. como conseqüência tornar-se uma profissão, gerando emprego e renda, um dos principais obje-tivos do projeto, além de cons-cientizar as crianças sobre como

o lixo eletrônico deve ser tratado.

maurício e luiz alberto poplade, que au-xilia a adminis-tração da onG, perceberam a grande quantida-de de e- lixo que as pessoas doa-vam, assim sur-

ge em 2009 o instituto. o projeto cresceu, ganhando parcerias de instituições públicas e privadas e de pessoas físicas, que fazem a doação de seu lixo eletrônico- re-

síduos da indústria mineral, par-tes de componentes ou resíduos de equipamentos de informática, aparelhos eletrodomésticos e ele-troeletrônicos - todo esse mate-rial é separado, algumas partes são vendidas para empresas que o reciclam, e as demais peças permanecem na onG, para se-rem usadas no curso de robó-tica e também em futuros pro-jetos idealizados pelo instituto.

segundo dados do instituto, o e-lixo, contém uma série de me-tais pesados e preciosos, porém a extração desses metais exige re-cursos técnicos avançados de alto custo, além de muitos desses mé-todos de separação não existirem em nosso país. por esse motivo, o lixo eletrônico produzido pela população e por empresas, acaba sendo descartado junto ao lixo co-mum, e sendo reciclado pelo setor informal, como os sucateiros, de forma incorreta, acarretando da-

nos à saúde e ao meio ambiente.para o presidente do instituto,

o maior problema é a que muitos dos principais produtores, que são as empresas, são menos cons-cientes que as pessoas comuns. “percebo que nas comunidades

do interior há uma conscienti-zação muito maior do que por parte das empresas e nas grandes cidades”, acrescenta maurício.

com intenção de desenvolver ações que contribuam com a con-servação e a proteção ambiental, promoção humana e inclusão so-cial, aliado geração de renda, di-fusão de técnicas e conhecimen-to, além de eventos pesquisas e projetos de ação, foi fundado em curitiba, o instituto internacional de pesquisa e responsabilidade socioambiental chico mendes.

com o objetivo de valori-zar a criatividade e eficácia das empresas que contribuem para a melhor qualidade de vida e qualidade ambiental da humani-dade, um grupo de amigos criou o prêmio socioambiental chico mendes. entre eles, vito mila-no, imigrante italiano e o biólogo leverci silveira Filho. para con-cretizar e difundir o projeto, foi fundado o instituto, que leva o nome de um defensor da proteção ambiental em nosso país. como principal objetivo, a fundação quer tornar-se uma instituição

referência em mobilização socio-ambiental através da educação.

a onG atua em escolas, uni-versidades e empresas, com cur-sos, palestras e projetos. entre eles o pea – programa de edu-cação ambiental, que é aplicado durante o período letivo, dentro das escolas, com materiais didá-ticos que incentivam os alunos a difundirem a cultura da pre-servação. Já o procert, visa certificar empresas comprometi-das com a gestão socioambien-tal responsável e orienta aquelas que não atingiram boas médias em uma avaliação técnica para que melhorem seu desempenho.

a ideia do programa nas es-colas visa unir o capital de res-ponsabilidade socioambiental de empresas fazendo uma parceria pública privada. assim, a empre-sa que contribui ganha visibili-dade por investir na comunidade em que está inserida e o municí-pio ou estado ganha o programa

sem custos. “nos tornamos refe-rência por aplicarmos um método próprio à educação ambiental de maneira formal, dentro das esco-las somos a única instituição com programa do gênero”, diz leverci.

Foi criada recentemente a Gincana universitária, que em forma de competição, faz com que acadêmicos ofereçam servi-ços socioambientais para a co-munidade. “É muito importante que as pessoas conscientizem-se e assumam sua responsabilida-de de cuidar do nosso planeta”, acrescenta roberto carlos da silva, participante da gincana realizada no litoral do paraná

a onG também tem atuação nos estados do amazonas, minas Gerais, são paulo, maranhão, ce-ará, mato Grosso e pernambuco.

Page 13: Made in Curitiba

Modelo pioneiro é exportado para outras cidades do país

Com 200 mil acompanhamentos no apoio à saúde das gestantes e crianças em Curitiba, o programa é ampliado para todo o ParanáMãe Curitibana completa 12 anos

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A médica Claudete e casal atendido pelo programa após a oficina

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Após largar o cigarro Vera Mendes atua no combate ao fumo

Método criado eM curitiBa teM aproVaÇÃo dos participantes

“Eu Parei” baseado na neurolinguística ajuda contra o tabagismo “eu parei! o caminho para

parar de fumar” visa ajudar pes-soas a largarem o vício do cigar-ro. o método usado baseia-se na programação neurolinguís-tica (pnl), o foco é a melhoria de vida que os fumantes terão sem o uso da nicotina. o pro-grama está na 55ª edição e tem 75% de resultados positivos.

Vera Mendes, criadora do programa, fumou por 26 anos. ela fez o curso de pnl em cu-ritiba, no qual aprendeu como a mente funciona. com isso dire-cionou o seu aprendizado para conseguir parar de fumar, e após obter sucesso contra o ví-cio passou a ensinar o método a outras pessoas, no ano de 2007.

“a neurolinguística analisa apenas os aspectos positivos. o fumante não quer saber o que o cigarro pode fazer a saúde dele porque já se acostumou com o fato, então não é uma boa estra-tégia”, diz a palestrante. o pro-

grama ressalta a melhoria que o fumante terá se parar de fumar. “estava tão apaixonada por aquele alívio, eu podia assistir a um filme com a minha famí-lia sem ter que sair no meio para fumar um cigarro”, revelou Vera.

uma exigência do curso é que não haja falta, caso a pes-soa falte ela não terá mais direito de participar das palestras. “na época, ao invés de minha mul-her me pedir para acompanhá-la ao velório do pai dela, me falou para não faltar ao programa, isso me incentivou”, declara tatsumi noguti, empresário, fu-mou por 44 anos. “eu chorava e pedia para ele parar, estávamos nos distanciando por causa do cigarro, eu tinha medo porque isso destrói o relacionamento”, conta a esposa leandrina noguti.

Geraldo Bolzani, advogado, fumou durante 53 anos e optou por largar o cigarro após ver sua saúde debilitada. “cheguei a fu-

mar 2 maços por dia e já havia tentado até tratamento com remé-dio, mas não me adaptei”, conta Bolzani. durante as palestras os fumantes marcam o dia em que irão parar de fumar, Ger-aldo lembra a hora exata do úl-timo cigarro, que foi há três anos.

ivaldina Farias, costureira, atualmente grávida de 6 meses, fumou por 26 anos e há 4 meses participou do seminário. ela con-ta que ainda lembra do cigarro, mas a vontade passa. ivaldina fu-mou durante as outras gestações que teve, mas a oportunidade oferecida pelo curso fez com que ela quisesse largar o vício. “chega um tempo na vida que você precisa parar e fazer a coisa certa. com o apoio de outras pes-soas é melhor ainda”, finaliza.

contato: www.euparei.com.br(41) 9922-2979

Maria Elisa Brenner BuschMaruza Silverio Gozer

Rafaela Carvalho

Olhar médico

a médica Maria de Guadalupe cota, pós-graduada em tisiolo-gia e pneumologia, comenta que, em se tratando do combate ao fumo, acredita em métodos fun-damentados em estudos científi-cos e em consensos obtidos junto aos conselhos e sociedades

científicas da área de saúde. A médica ressalta que os tratamen-tos devem ser feitos com a asso-ciação da psicologia e remédios.

Maria Elisa Brenner BuschMaruza Silverio Gozer

Rafaela Carvalho

Mãe curitibana completou 12 anos de serviço a saúde da mulher e criança, no último mês de março. o programa foi criado com o objetivo de diminuir os riscos na hora do parto e orien-tar as mães para essa fase de suas vidas. considerado modelo de sucesso, foi exportado para outras cidades do país, como são paulo.

“o Mãe curitibana tem o propósito de cuidar da gestante e do bebê até 2 anos, principal-mente na questão das doenças infecto contagiosas”, diz clau-dete closs, médica da unidade de saúde Mãe curitibana e coordenadora do programa de aleitamento materno (proama). após ser cadastrada em uma uni-dade de saúde próxima a sua casa, a mulher fica sabendo qual será a sua maternidade. a grávida tem a sua disposição uma consulta por mês, na qual será sempre acom-panhada de uma enfermeira ou

de um médico para ser avaliada.“conheci o programa com 4

meses de gravidez, quando fui fazer o meu pré-natal na uni-dade de santa Felicidade. por ser uma gestação de risco fui indicada para a unidade Mãe curitibana”, disse Geslaine aparecida rosa, balconista, 28 anos. Geslaine conta também que gosta muito do atendimento e principalmente das oficinas oferecidas. o progama promove rodas de conversas com as mães para orientar e tirar as dúvidas sobre os cuidados que ela deve ter com a sua saúde, como uma alimentação saudável, cuidados com o bebê e até o que levar para a maternidade na hora do parto.

“esse é meu segundo bebê. conheci o programa em 2005 quando engravidei pela primeira vez, e acho muito bom, não tro-caria por plano de saúde”, declara edvanda Monteiro dos santos,

auxiliar de caixa, 36 anos. ela também conta que tinha alguns problemas de saúde, e por isso, médicos particulares haviam recomendado que não engravi-dasse. Quando estava esperando seu primeiro filho procurou o programa, participou das ofi-cinas e, apesar do parto ter sido cesárea, tudo correu bem.

claudete closs também desta-ca a importância do pré-natal para evitar doenças e agravos durante a gravidez, como a diabetes ges-tacional e outras que podem gerar riscos para saúde da mulher e da criança. “o importante pra nós é a redução da mortalidade tanto materna quanto infantil, porque se a mãe não faz o pré-natal o bebê se torna de risco, até para a própria mãe”, adverte a médica.

durante os 12 anos de pro-grama 200 mil acompanhamen-tos foram realizados. a taxa de mortalidade materna caiu de 60,5

em 1999, ano que o programa foi criado, para 38,6 por 100 mil nos últimos 5 anos. o programa também registra a menor taxa de mortalidade infantil que é de 8,9 entre cada 100 nascidos. o gov-erno do estado do paraná pre-

tende estender a abrangência do Mãe curitibana para o Mãe para-naense. estados como pernam-buco também já aderiram a ideia.

curitiba, abril de 2011saúde 13

Page 14: Made in Curitiba

A TECNOLOGIA REDUZ ASSALTO NO TRANSPORTE COLETIVO

Sistema desenvolvido pela empresa curitibana CINQ Technologies, em parceria com a prefeitura, é inovação mundial no setor

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Smart card facilita cobrança em ônibus

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Usuária do smart card no serviço de transporte coletivo de Curitiba

Maximiliano Vargas, diretor de operações da Tech Result

O uso de smart card no sis-tema de transporte coletivo de Curitiba, para pagamento de passagem, é pioneiro no Brasil de acordo com a prefeitura. De-senvolvido e implantado pela empresa paranaense CINQ Tech-nologies, o sistema é considerado referência mundial no setor, pelo caráter multi-aplicação.

O projeto começou com o Cartão Quali-dade, criado em 1996 na área de recursos huma-nos da Prefeitura de Curitiba, que, por ter um centro de processamen-to de dados an-tigo e caro, resolveu inovar. Foi criado então o Instituto Curitiba de Informática (ICI), que passou administrar a folha de paga-mento municipal e elaborou um novo conceito em parceria com

a empresa curitibana Qualipro, que hoje se chama CINQ Tech-nologies. Trata-se de um cartão inteligente com um microchip que, além de atender os quesitos de identificação e de controle de acesso do colaborador, permite o armazenamento, com total segu-rança, de várias informações do portador.

Aprimorado para a utilização no transporte coleti-vo, o sistema come-çou a ser inserido para uso da popula-ção apenas em 2003. Para comunicação com a central é usa-da uma tecnologia de radio frequência que

transmite os dados da catraca dos ônibus, bem como aquelas loca-lizadas nos terminais e estações tubo, sempre baseado em um ci-clo de 1 dia. Existe uma câmera de compensação centralizada,

conhecida como clearing house, de todas as transações, similar aquela existente em bancos, onde os créditos e débitos são contabi-lizados todos os dias. O cartão é de uso pessoal, não descartável e armazena créditos de passagens a serem utilizados pelos usuários do sistema de bilhetagem eletrô-nica da Rede Integrada de Trans-porte (RIT).

O Diretor de Serviços e Pro-jetos Corporativos da CINQ Te-chnologies, Edson Althoff, expli-ca como são os cartões e também o reconhecimento que a cidade teve com a empresa fornecedora. “Usamos cartões híbridos, com e sem contato, de uma empresa francesa chamada Schlumberger. O case de Curitiba foi matéria de uma revista mundial do fornece-dor como algo inovador”, contou o diretor.

Segundo a URBS, a tecnolo-gia foi desenvolvida buscando um

melhor gerenciamento do sistema de transporte coletivo, possibili-tando prestar melhores serviços aos usuários. Além disso, visou maior segurança nos ônibus, esta-ções tubo e terminais, em virtude da redução do volume de dinhei-

ro e vales circulantes, facilitando também a ação dos cobradores, que não precisam trabalhar com

Miguel Rezende

“Os cobradores não precisam

trabalhar com o troco”

EMPRESA CURITIBANA DESTACA-SE NO MERCADO INTERNACIONAL

TechResult qualifica profissionais com a Microsoft CorporationSucesso mundial, a Micro-

soft Corporation, faz parceiros em Curitiba e ajuda a qualificar profissionais. Em seu Centro de Treinamento de Profissionais da Microsoft (MIC), alojado na Universidade Positivo, muitos funcionários são capacitados para trilhar uma carreira de su-cesso e inovação na informática. Profissionais estes que, quando se destacam individualmente, são chamados parar trabalhar na própria Microsoft Corporation em São Paulo ou mesmo na ma-triz em Nova York, o que talvez seja o grande objetivo para quem trabalha nesta área.

Outra empresa beneficiada pela Microsoft é a TechResult, uma das mais renomadas em Curitiba no ramo da informática. A parceria, iniciada em 2003, foi conquistada devido a proximida-de de Profissionais que trabalha-vam na empresa e eram envolvi-dos com projetos que a Microsoft

Corporation desenvolvia.Segundo Maxiliano Vargas,

PHD em Processos operacionais e diretor de operações na TechRe-sult, ‘‘O diferencial da empresa são os funcionários qualificados com o MVP (Microsoft Valuable Professional) e MCP (Microsoft Professional Certified)’’. Para conseguir a aprovação da Micro-soft, os instrutores devem fazer uma prova em inglês, elaborada pela própria empresa. A qualifi-cação, aliada a inovação, criação e força levaram a empresa curiti-bana a sociedade internacional.

Para Roseli Oliveira, instru-tora de operações, ´́ tornar-se ins-trutora da TechResult é um traba-lho árduo e complicado, pois é necessário possuir inglês fluente, além de passar por provas de 6 em 6 meses.” O lado positivo, ressalta Roseli, é a qualificação oferecida pela TechResult através de cursos e incentivo ao estudo de seus profissionais.

As grandes vantagens para a TechResult, em ser uma empresa que tem parceria com a Microsoft, são a credibilidade e o acesso li-vre a qualquer material produzido pela empresa norte-americana, como softwares e jogos. Além de cursos gratuitamente fornecidos para todos os instrutores aumen-tarem sua habilidade e capacida-de profissional.

Em Curitiba, a TechResult é uma das empresas que mais vem crescendo neste ramo em Curiti-ba, e apesar da forte concorrência e a falta de profissionais capaci-tados, é considerada por muitos a melhor empresa da cidade nesta área, o que pode ser comprovado pelos vários prêmios conquista-dos.

Segundo dados da TechRe-sult a empresa teve um fatura-mento anual de aproximada-mente R$ 12 milhões, ganhado o prêmio FINEP de inovação no ano passado.

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Page 15: Made in Curitiba

MoraDorES aPoNTaM oS DIFErENCIaIS Da CIDaDE DaS arauCárIaS

Considerada a cidade modelo e capital ecológica do país, Curitiba comemora 318 anos de história e particularidades

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Curitiba é o segundo maior pólo automotivo brasileiro, segundo o IBGE.

O sistema de ônibus da cidade é tido por especialistas como um dos mais modernos e eficientes do país.

Aqui, foi inaugurado o primeiro edifício com apartamen-tos giratórios do mundo.

Segundo estimativas, Curitiba é considerada a capital do rock, com o maior número de bandas de garagem por metro quadrado do mundo.

Medições recentes indicam que a área verde de Curitiba é de 51,5 m² por habitante - cerca de três vezes superior à área mínima recomendada pela ONU.

Curitiba é o centro econômico do estado do Paraná e o quinto maior PIB do país.

Segundo dados da FIPE, é a terceira cidade a receber turistas estrangeiros para fins de negócios.

Em 2010, o IBGE realizou uma pesquisa e constatou que a frota de automóveis da capital superou a média nacio-nal.

Curiosidades

O Jardim Botânico com 245 mil m² de área verde: um dos cartões postais da cidade

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Localizada no meio da cidade, a Praça do Japão é uma das opções de lazer mais utilizadas pelos curitibanos

Curitiba comemorou 318 anos no dia 29 de março. a capital pa-ranaense, que possui 1.746.896 habitantes (dados do IBGE), des-considerando a região metropo-litana, tem o nome derivado do Guarani: kur yt yba - que signifi-ca “grande quantidade de pinhei-ros, pinheiral”, na linguagem dos índios, primeiros habitantes do território.

Fundada em 1693, a “cidade sorriso” sofreu forte influên-cia pela chegada de imigrantes europeus e asiáticos, durante o século XIX, e ainda mantém ca-racterísticas dessa colonização. as praças espalhadas pela cida-de, intituladas com o nome dos países que mais participaram da construção do povo curitibano, como a Praça da Espanha e da ucrânia, são frequentadas por descendentes desses povos e ou-tros cidadãos comuns, trazendo um pouco da arquitetura, cultura e estilo dos países. “Passear em um lugar que traz a história do país de origem da minha família, é muito prazeroso e importante para mim e, com certeza, para os outros descendentes” conta Tiago Hayashi, 20 anos, neto de japoneses e visitante da Praça do Japão aos finais de semana.

Curitiba é reconhecida nacio-nal e internacionalmente, pelos seus parques e jardins, e possui um dos melhores índices de áre-as verdes do país, com 52 metros quadrados por habitante. “acho que o diferencial da cidade é que possuímos uma área verde que não encontramos em outros lu-gares, isso encanta ainda mais”, diz a estudante curitibana Thais Thomazini, 21 anos.

outros aspectos positivos são o desenvolvimento plane-jado, a educação ambiental e a preservação do patrimônio his-tórico, que sempre foram muito considerados por seus adminis-tradores e até mesmo pelos ha-bitantes. a capital do Paraná é conhecida como cidade modelo e possui grande reconhecimento da área de sustentabilidade, com diversos programas de recicla-gem e coleta seletiva. Já recebeu

o united Nations Environment Program (Unep), prêmio máximo na área de meio ambiente, o que comprova o ideal da capital bra-sileira campeã em preservação da natureza. “Nasci e cresci em São Paulo. Quan-do me mudei para cá, no final de 2009, achava es-tranho as pessoas não jogarem lixo nas ruas. São pe-quenos detalhes como esse que, ao todo, realmente fazem de Curitiba a cidade modelo do país”, acen-tua a psicóloga Pryscilla Vaz, 26 anos.

o estudante Henrique Ka-minski, 23 anos, diz que o trans-porte coletivo da cidade é muito bom e completo. “Já viajei pra outros locais e sei que os ônibus

daqui são muito melhores que os de inúmeras cidades, e que as estações-tubo são sem sombra de dúvidas muito eficientes”. Atual-mente, existem 351 estações-tubo em Curitiba, não existindo em

nenhum outro local do país. “Se eu quiser sair para comer sushi do outro lado da cidade, por exemplo, eu posso, já que há inúmeras linhas de ônibus, com diversos traje-

tos”, conclui.a gastronomia variada de

Curitiba também atrai muitos tu-ristas, o que faz a cidade crescer cada vez mais. a grande mistura de raças e nacionalidades, devido à imigração, contando com italia-nos, japoneses, poloneses, entre

outros, traz para a capital um va-riado campo de opções. “Vim do interior do Paraná passar os dias na casa de uma amiga, e saímos para jantar várias vezes, mas são tantas alternativas que nem sa-bíamos para onde ir”, afirma a jovem estudante Cássia Moreno, 18 anos.

apesar das diversas opções

de lazer ao ar livre, o local mais visitado pelos curitibanos nas horas de folga são os shoppings. Com a quinta maior economia do Brasil, Curitiba tem um for-te poder aquisitivo comparada a outras grandes capitais do país, e isso movimenta a economia lo-cal, principalmente nos shoppin-gs. a cidade conta com mais de 30 shoppings e as maiores mar-cas do comércio nacional estão aqui.

a diversidade cultural, so-mada a gama de opções de lazer e turismo da cidade, fazem de Curitiba um lugar agradável para se viver, de acordo com a sua população. os parques, museus e praças estimulam o curitibano a sair e se divertir. Mesmo nos dias em que o conhecido clima curitibano está fechado, não fal-tam opções diversificadas para a população.

“a capital do Paraná é

conhecida como cidade modelo”

Curitiba, abril de 2011geral 15

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