Madrid Lisboa em BTT (Oxigénio Out2011)

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Madrid-Lisboa Madrid-Lisboa Aventura 22 OXIGÉNIO Outubro 2011

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Travessia Madrid Lisboa em BTT na revista Oxigénio Outubro 2011

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Para os amantes do BTT e da aventura, a busca de novos desafio e novos trilhos é uma constante. Depois de já termos percorrido e voltado a percorrer os imensos e bonitos caminhos por esse Portugal fora, ocorreu-nos um dia a ideia de tentar fazer a ligação desde Madrid a Lisboa nas nossas BTT’s mas tentando evitar ao máximo possível o alcatrão... Por Filipe Gomes :: Fotos: António Gavinho e Miguel Faria

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O Neo-ClássicoO Neo-Clássico

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O itinerário parecia fácil de fazer, logo que a ideia surgiu… “saindo de Madrid, podemos rumar a norte e subir à Serra de Guadarrama e de seguida virar a Este e fazer a ligação ao maciço de Gredos, passando de seguida à Serra da Gata, bem ao lado da Malcata e já estamos em Portugal, daí em diante é fácil…” Ora este plano em jeito de conversa de café era fácil demais, claro que faltavam todos os detalhes para que se pudesse cumprir todo o traçado cumprindo o principal objectivo que seria evitar o máximo de estradas alcatroadas! Depois de alguns meses de preparação, de estudo do itinerário e recolha de informação acerca dos trilhos existentes, para que esta travessia fosse o mais fiel possível às intenções iniciais deste grupo de amigos, apurou-se que seria possível fazê-

lo em dez etapas, se bem que eram etapas bem puxadas… Nesta altura começaram a verificar-se as primeiras desistências, que aumentaram quando finalmente se marcou a data para esta expedição. Numa primeira fase chegou a planear-se para a Páscoa, mas depois de ponderar as dificuldades que iríamos enfrentar e as altitudes que iríamos passar foi decidido deixar a travessia mais próxima do Verão!

Km 0Rumaram à capital espanhola apenas quatro bravos, que iriam fazer esta viagem épica e fazer história! No Centro de Madrid, na Plaza del Sol é de onde partem todas as estradas e onde se encontra o mítico km 0, que será também o ponto de partida desta aventura. Depois de tiradas as

fotos da praxe junto ao monumento mais carismático da Plaza del Sol (o urso que sobe à arvore para lhe retirar as maçãs) deu-se o início do primeiro dia. Apenas15 km depois com uma hora de caminho já é possível pedalar em terra batida apesar de Madrid ser uma metrópole de 3 milhões de pessoas. Assim o destino seria Serra de Guadarrama (local procurado pelos madrilenos para praticarem actividades de montanha, pela sua proximidade). Para o segundo dia, e apesar de não ser uma etapa longa tinha de acumulado de subida uns impressionantes 2000 mt, e o prazer de fazer caminhos de alta-montanha e junto a bosques de pinheiros e abetos. Para a terceira etapa o prato principal seria os imensos planaltos em altitude e a chegada a Ávila, local de elevado interesse cultural com a

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sua catedral e vila medieval, que surpreendeu pelo single track perfeito para terminar o dia. Daqui o destino era novamente paisagens de alta-montanha já que seguimos para Gredos, que nos recebeu com toda a sua beleza e pela companhia do rio Tormes com as suas pontes romanas que nos ajudaram no nosso trajecto.Para o quinto dia desta aventura esperava-se um dia bem complicado, já que pela frente havia a serra de Béjar, com toda a sua imponência e dificuldade, cheia de subidas de piso difícil e descidas bem técnicas que tornam o andamento mais lento, mas sempre cheio de emoções. Para além disso, os bosques de carvalhos e a pitoresca vila de Candelário compunham bem o dia. Na sexta etapa, e já na segunda metade da expedição, havia pela frente um dos dias mais longos em termos de quilometragem, que nos levavam à serra da

Gata, já bem perto de Portugal. Daqui tínhamos como destino a terra das cerejas bem junto à Gardunha, e para isso teríamos que passar a fronteira e descer pela serra da Malcata até chegar ao Fundão. Para o grupo esta foi uma sensação de regresso a casa, apesar de ainda estarmos a uns bons quilómetros dela, mas pelo menos a língua falada já era a nossa e os cheiros e sabores eram bem conhecidos, o que serviu para ganhar uma força extra necessária para equilibrar os nossos corpos já bastante “maltratados”.A etapa 8 foi a etapa rainha, já que batemos um recorde de altimetria acumulada, e a distância que também ultrapassou bem a centena de quilómetros, pelas serras da Gardunha, Moradal e Alvelos, sempre em caminhos de cumeada e atravessando os enormes parques éolicos da Gardunha e

Oleiros. Na penúltima etapa, as máquinas também já começavam a evidenciar os maus tratos dos últimos dias, e o terreno que se apresentava nesta etapa fazia a ligação entre a Sertã e Alcanena, atravessando eucaliptais imensos e cruzando a albufeira de castelo de Bode, para finalmente chegarmos a Alcanena, bem junto à serra de Candeeiros.Na derradeira etapa, e já com o objectivo bem perto, rolámos os 129 quilómetros finais para fazer a chegada à Praça do Comércio, local onde fomos recebidos pelos amigos e família com champanhe e carinho, coroando os heróis desta travessia épica – António Gavinho, Hugo Noronha, Pedro Pires, Miguel Moniz!www.facebook.com/pages/Madrid-Lisboa-BTT/223643217665313.

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Etapas Partidas Chegadas Km Ac. SubidaEtapa 1 Plaza Mayor (Madrid) Miraflores (Sierra Guadarrama) 64 1080Etapa 2 Miraflores (Sierra Guadarrama) Cercedilla (Sierra Guadarrama) 68 2050Etapa 3 Cercedilla (Sierra Guadarrama) Avila 90 1980Etapa 4 Avila Bohoyo (Sierra Gredos) 112 1950Etapa 5 Bohoyo (Sierra Gredos) Soto Serrano 102 2130Etapa 6 Soto Serrano Hoyos (Sierra da Gata) 128 2480Etapa 7 Hoyos (Sierra da Gata) Fundão 114 2460Etapa 8 Fundão Sertã 116 3900Etapa 9 Sertã Alcanena 100 2400

Etapa 10 Alcanena Lisboa (Pr.Comércio) 129 940Totais 1023 Km 21370 Mt