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Páginas 10 e 11 Páginas 10 e 11 MAIS RAPIDEZ E MENOS RESÍDUO em revista Publicação da Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS los profissionais interessados em construções secas. No light steel framing (LSF), por exemplo, que é considerado uma evolução do wood framing ao substuir, basicamente, a madeira por aço gal- vanizado formado a frio, trabalhar dentro das medidas específicas dos materiais evita cortes e emendas que levariam ao desperdício de tempo e dinheiro. Além disso, esse cuidado garante um impor- tante aspecto ambiental, a pequena geração de resíduos sólidos. “Nas nossas obras, não chegamos a rar uma caçamba de entulho. É como se fosse um lego, um sistema de montar”, compara Heloísa. Já o financiamento da obra, que era considerado uma das prin- cipais desvantagens dos sistemas secos, vem sendo facilitado. A Caixa Econômica Federal lançou, há cerca de um ano, uma diretriz para regulamentar o financiamento de casas seriadas em LSF, en- quanto outros bancos têm firmado parcerias com empresas do ra- mo, como é o caso do acordo entre o Santander e a construtora paranaense Tecverde, especializada em wood framing. A própria Caixa, aliás, está adotando a tecnologia seca. A instuição finan- ceira inaugurou, em maio, a agência Paranoá, em Brasília, a primei- ra no País a ser construída em LSF. O custo do metro quadrado é mais um fator em que as constru- ções secas têm ganhado compevidade nos úlmos anos. Em com- paravo de custos realizado pela editora Pini na primeira Vila Dig- nidade, programa habitacional em LSF promovido pelo governo paulista, o método empregado foi 7% mais caro do que um projeto similar em alvenaria. No entanto, o orçamento não levou em conta “a economia proporcionada pela racionalização e pelo tempo de execução da obra em LSF”. Essa economia é bastante significava principalmente em projetos comerciais, segundo o arq. Sidnei Pa- latnik, consultor do Centro Brasileiro da Construção em Aço. “O custo fica compevo por causa do uso antecipado do bem”, argu- menta. Tanto é que os segmentos que mais crescem em demanda pelo LSF são o comercial e o industrial, afirma o arq. Alexandre San- ago, da construtora mineira Flasan, especializada neste sistema. “A velocidade de execução significa retorno mais rápido de capital para obras comerciais. E a diminuição do conngente de pessoas em obras de áreas industriais significa redução de custo”, defende. Construções secas, sem cimento, jolos e argamassa, não são exatamente uma novidade no Brasil. “Há mais de 20 anos se u- lizam esses princípios construvos no País”, diz o engenheiro civil Renato Solano, professor do curso de engenharia civil da Poncia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Também não representam uma faa expressiva no mercado da construção civil – a esmava é de apenas 1% de parcipação. Porém, não se en- gane. A tendência é que se ouça falar cada vez mais em tecnologias como wood framing, light steel framing (LSF) e no uso de contêi- neres como técnicas construvas. Entre as razões favoráveis à ex- pansão das construções secas no Brasil estão o avanço tecnológi- co, a mentalidade sustentável e a carência de mão de obra no sistema convencional. “É um caminho sem volta”, avalia o vice-presidente do Sindus- con-RS e coordenador da Comissão da Indústria Imobiliária, Mau- ro Touguinha. Embora o sindicato não conte com pesquisas e esta- scas sobre o segmento seco, Touguinha percebe preocupação na classe patronal. “Todo mundo está apreensivo porque o método tradicional não dá mais e muitos não têm coragem de mudar”, re- vela. Segundo ele, a carência de mão de obra é o principal proble- ma do método artesanal, enquanto os sistemas secos, por serem industrializados, requerem menor número de profissionais. No en- tanto, se a demanda por projetos secos aumentasse rapidamente, o problema se reperia, alerta o professor Solano. “Teríamos falta de projestas, fornecedores e mão de obra especializada para pro- duzir e entregar as unidades em tempos viáveis”, alerta. A arq. Heloísa Pomaro, sócia-proprietária da construtora pau- lista Casa Micura Steel Frame e da MicTech Cursos & Treinamentos, concorda: “em geral, arquitetos, engenheiros e técnicos não estão preparados, ignoram o sistema. Mas eles são recepvos e abertos a respeito, o que é uma vantagem”. Um dos movos desse desco- nhecimento é o avanço tecnológico das construções secas, que em nada lembram as casas prefabricadas do passado. Um exemplo dessa evolução é o wood framing, um sistema estruturado em per- fis e painéis de madeira, que surgiu no século 19 e trouxe conceitos da Revolução Industrial, como pracidade, velocidade e produvi- dade. Hoje em dia, ele permite construir prédios de sete andares que suportam terremotos de 7,5 graus na escala Richter, como mos- trou o projeto NEESWood Capstone, realizado em julho de 2009 e cujo vídeo pode ser visto na internet. A padronização é outro aspecto que precisa ser assimilado pe- Definidos os representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo 2011 Ano X n º 57 Nov/Dez Página 14

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MAIS RAPIDEZ E MENOS RESÍDUO

em revistaPublicação da Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS

los profissionais interessados em construções secas. No light steel framing (LSF), por exemplo, que é considerado uma evolução do wood framing ao substituir, basicamente, a madeira por aço gal-vanizado formado a frio, trabalhar dentro das medidas específicas dos materiais evita cortes e emendas que levariam ao desperdício de tempo e dinheiro. Além disso, esse cuidado garante um impor-tante aspecto ambiental, a pequena geração de resíduos sólidos. “Nas nossas obras, não chegamos a tirar uma caçamba de entulho. É como se fosse um lego, um sistema de montar”, compara Heloísa.

Já o financiamento da obra, que era considerado uma das prin-cipais desvantagens dos sistemas secos, vem sendo facilitado. A Caixa Econômica Federal lançou, há cerca de um ano, uma diretriz para regulamentar o financiamento de casas seriadas em LSF, en-quanto outros bancos têm firmado parcerias com empresas do ra-mo, como é o caso do acordo entre o Santander e a construtora paranaense Tecverde, especializada em wood framing. A própria Caixa, aliás, está adotando a tecnologia seca. A instituição finan-ceira inaugurou, em maio, a agência Paranoá, em Brasília, a primei-ra no País a ser construída em LSF.

O custo do metro quadrado é mais um fator em que as constru-ções secas têm ganhado competitividade nos últimos anos. Em com-parativo de custos realizado pela editora Pini na primeira Vila Dig-nidade, programa habitacional em LSF promovido pelo governo paulista, o método empregado foi 7% mais caro do que um projeto similar em alvenaria. No entanto, o orçamento não levou em conta “a economia proporcionada pela racionalização e pelo tempo de execução da obra em LSF”. Essa economia é bastante significativa principalmente em projetos comerciais, segundo o arq. Sidnei Pa-latnik, consultor do Centro Brasileiro da Construção em Aço. “O custo fica competitivo por causa do uso antecipado do bem”, argu-menta. Tanto é que os segmentos que mais crescem em demanda pelo LSF são o comercial e o industrial, afirma o arq. Alexandre San-tiago, da construtora mineira Flasan, especializada neste sistema. “A velocidade de execução significa retorno mais rápido de capital para obras comerciais. E a diminuição do contingente de pessoas em obras de áreas industriais significa redução de custo”, defende.

Construções secas, sem cimento, tijolos e argamassa, não são exatamente uma novidade no Brasil. “Há mais de 20 anos se uti-lizam esses princípios construtivos no País”, diz o engenheiro civil Renato Solano, professor do curso de engenharia civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Também não representam uma fatia expressiva no mercado da construção civil – a estimativa é de apenas 1% de participação. Porém, não se en-gane. A tendência é que se ouça falar cada vez mais em tecnologias como wood framing, light steel framing (LSF) e no uso de contêi-neres como técnicas construtivas. Entre as razões favoráveis à ex-pansão das construções secas no Brasil estão o avanço tecnológi-co, a mentalidade sustentável e a carência de mão de obra no sistema convencional.

“É um caminho sem volta”, avalia o vice-presidente do Sindus-con-RS e coordenador da Comissão da Indústria Imobiliária, Mau-ro Touguinha. Embora o sindicato não conte com pesquisas e esta-tísticas sobre o segmento seco, Touguinha percebe preocupação na classe patronal. “Todo mundo está apreensivo porque o método tradicional não dá mais e muitos não têm coragem de mudar”, re-vela. Segundo ele, a carência de mão de obra é o principal proble-ma do método artesanal, enquanto os sistemas secos, por serem industrializados, requerem menor número de profissionais. No en-tanto, se a demanda por projetos secos aumentasse rapidamente, o problema se repetiria, alerta o professor Solano. “Teríamos falta de projetistas, fornecedores e mão de obra especializada para pro-duzir e entregar as unidades em tempos viáveis”, alerta.

A arq. Heloísa Pomaro, sócia-proprietária da construtora pau-lista Casa Micura Steel Frame e da MicTech Cursos & Treinamentos, concorda: “em geral, arquitetos, engenheiros e técnicos não estão preparados, ignoram o sistema. Mas eles são receptivos e abertos a respeito, o que é uma vantagem”. Um dos motivos desse desco-nhecimento é o avanço tecnológico das construções secas, que em nada lembram as casas prefabricadas do passado. Um exemplo dessa evolução é o wood framing, um sistema estruturado em per-fis e painéis de madeira, que surgiu no século 19 e trouxe conceitos da Revolução Industrial, como praticidade, velocidade e produtivi-dade. Hoje em dia, ele permite construir prédios de sete andares que suportam terremotos de 7,5 graus na escala Richter, como mos-trou o projeto NEESWood Capstone, realizado em julho de 2009 e cujo vídeo pode ser visto na internet.

A padronização é outro aspecto que precisa ser assimilado pe-

Definidos os representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo 2011

Ano Xnº 57Nov/Dez

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Estas empresas garantiram participação nos eventos e projetos da AAI Brasil/RS em 2011. Informações na Arte Sul:[email protected] ou fones: (51) 3228.0787 - 9981.3176.

Projeto Empresarial AAI Brasil/RS

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na Editorial2

DIRETORIA - Gestão 2010/2011

Presidência Silvia Monteiro Barakat Vice-Presidência Cármen Lila Gonçalves Pires Relações Acadêmicas Maria Bernadete Sinhorelli Exercício Profissional Gislaine Saibro Marketing Ana Paula Bardini Eventos Rosinha Rodrigues Sandra Nara Kury Berthier Tesouraria Elisabeth Sant´Anna

Conceitos e opiniões emitidas por entrevistados e colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião do informativo e de seus editores. Não publicamos matérias redacionais pagas. Todos os direitos são reservados. Publicação bimestral, com distribuição dirigida a arquitetos, entidades de classe, instituições de ensino e empresas do setor. Órgão oficial da Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul.

CONSELHO EDITORIALArq. Gislaine Saibro Letícia Wilson

EDITORAÇÃOPaica Estúdio Gráfico | Tiba

COMERCIALIZAÇÃOArte Sul Marketing & Comércio(51) 3228.0787 - [email protected]

JORNALISTA RESPONSÁVELLetícia Wilson (Reg. 8.757)[email protected]ção:Tatiana Gappmayer (Reg. 8.888)Mateus Boing (SC 01850-JP)Tiragem: 3.000 exemplares

Associação de Arquitetosde Interiores do Brasil –

Seccional Rio Grande do Sul

Rua Sport Club São José, 67/407Porto Alegre/RS CEP 91030-510

(51) 3228.8519www.aaibrasilrs.com.br

Um convite aos novos tempos. Nós, arquitetos, acabamos de participar de uma eleição histórica para composição do esperado Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU. E, para tal, utilizamos a Internet, inovação que viabilizou o processo elei-toral e que simboliza a transformação das comunicações. Viven-ciamos uma era tecnológica e um período de revisão de hábitos. Já tratamos deste assunto aqui na AAI em revista diversas vezes. E voltamos a abordá-lo com a matéria de capa desta edição. Sem-pre construímos com tijolos e cimento, mas cada vez mais estes materiais tradicionais são questionados e mesmo substituídos nos projetos e obras. Se uma edificação levava meses para ser erguida e finalizada, hoje pode ficar pronta em alguns dias. A inovação depende de planejamento e da técnica adotada, dos materiais especificados, do interesse do cliente e da vontade dos profissionais. Se não estivermos capacitados, abertos ao inusita-do e dispostos a rever paradigmas, será impossível o posiciona-mento profissional. Exercitamos a novidade também na AAI Bra-sil/RS, ao mudar o formato do Programa de Qualificação Profis-sional, realizado há mais de uma década na forma de seminário, quando oferecemos um encontro dinâmico e informal, um ‘bate papo’ com profissionais de destaque. Agora, vamos inovar tam-bém com o nosso conselho profissional. Parabéns a todos os arquitetos e aos eleitos em especial. Bom trabalho!

Arq. Silvia BarakatPresidente da AAI Brasil/RS - Gestão 2010/2011

REUNIÃO-ALMOÇOA reunião-almoço da AAI Brasil/RS realizada no dia 14 de setembro teve como tema “Di-cas para combater o estresse”. A palestra foi proferida pela nu-tróloga Paula Ibarra, nutricionista clínica e professora de filoso-fia. Nas Janelas de Produtos, as empre-sas Todeschini e Schneider Eletric apresentaram seus lançamentos.

em revista

AAI Brasil/RS

ELEIÇÕES NA AAI BRASIL/RSNo dia 22 de novembro serão realizadas as eleições para a nova pre- si dência e vice-presidência da Associação, gestão 2012/2013. O pro- ces so eleitoral iniciará em breve, com a inscrição de chapas. Participe!

ASSOCIAÇÃO E ARQUITETO DO ANO DO SAERGSEm 2011, a AAI Brasil/RS fará parte da Comissão de Seleção do Prê-mio ‘Arquiteto e Urbanista do Ano’, promovido há doze anos pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado do RS (Saergs). As indicações são feitas por quaisquer profissionais e entidades.

AAI BRASIL/RS NA EXPOACABAMENTOA AAI Brasil/RS integrou a equipe de jurados do Concurso Cultural Destaque Sustentabilidade em Ambientes, promovido pela Expoa-cabamento, realizada em outubro em Porto Alegre. Os candidatos deveriam projetar a suíte do casal, buscando produzir o menor im-pacto nocivo ao ecossistema. A arquiteta Gabriela Ordahy foi a ven-cedora deste concurso.

REUNIÃO-JANTAREm 5 de outubro, reunião mensal da AAI Brasil/RS foi realizada com jantar, com a palestra “Arquitetura religiosa da Ásia”, ministrada pe-lo arquiteto e eng. civil Beto Conte. Diretor de uma agência de via-

gens, ele já percorreu 124 países, e apresen-tou mesquitas, tem-plos hindus, templos budistas e os templos jainistas que com-põem a diversidade da arquitetura religiosa no continente asiático.

Fotos AAI Brasil/RS

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na Profissão4

ARQUITETURA E DESIGN JUNTOSUma arquitetura dinâmica que acompanha o movimento e as

rápidas transformações da sociedade foi uma das tendências apon-tadas pelo arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Índio da Costa, do escritório Índio da Costa A.U.D.T (Arquitetura, Urbanismo, Design e Transportes). Recurso esse que o profissional já adota em suas obras. “Se pudesse, faria casas de montar e desmontar”, brincou ele du-rante o Encontro da Associação de Arquitetos de Interiores Brasil/RS (AAI Brasil/RS), realizado no dia 25 de outubro, no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, em Porto Alegre.

A adoção de projetos flexíveis, nos quais é possível alterar o uso de espaços e integrar os ambientes internos e externos de uma edi-ficação, foi destacada por Índio da Costa. Para exemplificar, mostrou imagens de residências na cidade do Rio de Janeiro e no litoral flu-minense, onde uma fachada em painéis de vidros, quando totalmen-te recolhidos, transformam o estar em uma varanda. Em outra resi-dência, a solução para controle de luminosidade na varanda foi a instalação de um teto removível e, para proteção à chuva, a instala-ção de um trilho no piso, no qual correm grandes painéis de vidro que protegem a área.

A integração com a paisagem do local onde seus projetos estão inseridos, a busca por volumes diferenciados, ambientes amplos, iluminados e integrados são traços marcantes nas obras do arquite-to. Ao apresentar alguns dos trabalhos realizados ao longo de sua trajetória, o profissional comentou sobre a evolução tecnológica que vem permitindo detalhar e aprofundar os detalhamentos dos proje-tos e a expectativa que tem para a nova geração de arquitetos. Con-forme ele, a complexibilidade dos projetos, atualmente, é muito maior, exigindo a atuação de um grupo para cuidar de aspectos de automação, manutenção, segurança, luminotécnica, entre outros. Índio da Costa falou ainda sobre as mais recentes realizações do seu escritório, como a Marina da Glória e os quiosques da orla de Copa-cabana, na capital fluminense, desenvolvidos com seu filho, o desig-ner Guto Índio da Costa, que passou a fazer parte do escritório na década de 1990, ampliando o seu foco para novos setores, como o desenho de equipamentos urbanos. Os quiosques foram projetados com estrutura metálica, vidro, aço inox e outros elementos, permi-tindo uma conexão entre a praia e o mar ao contar com portas de vidro removíveis. Hoje, a equipe técnica do escritório é formada por aproximadamente 50 pessoas divididas entre as unidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Design com assinaturaGuto Índio da Costa, que também participou do evento, detalhou

os resultados da união entre a arquitetura e o design em alguns em-preendimentos executados em conjunto com o pai, entre eles o Rio Leblon, em que projetou o mobiliário urbano instalado no bairro, como postes de iluminação, paradas de ônibus e placas de ruas.

Em sua palestra, o profissional ressaltou trabalhos desenvolvidos para o segmento industrial, como o desafio de criar novas formas para produtos em sintonia com as necessidades dos clientes. “Cada vez mais é preciso observar as pessoas para descobrir seus desejos não explícitos”, afirmou. O designer contou que, na concepção de um equipamento para a Arno, passou um mês acompanhando como do-nas de casas lavavam suas roupas para perceber o que elas queriam. O resultado foi uma máquina de lavar que separa as peças delicadas, como lingerie, das demais, inovando o próprio conceito da lavagem de roupas. Citou ainda o lançamento de itens com a assinatura do designer, que considera um avanço, como a Cadeira IC Zero 1 e uma linha de puxadores de portas, com fechadura, concretizada com a empresa Obispa Design, de Bento Gonçalves. “Essa é uma experiên-cia inédita para nós. A maioria das pessoas não percebe que por trás de todos os objetos há alguém que os desenhou”, destaca.

O Encontro AAI Brasil/RS 2011 é uma iniciativa inovadora do Programa de Qualificação Profissional da entidade que apresentou um formato mais descontraído com temas abordados pelos pales-trantes convidados de modo informal. “Com novo formato, o pro-grama está mais sucinto, mais próximo dos associados e dos acadê-micos”, avalia a arq. Cristina Langer, ex-presidente da AAI Brasil/RS. Para a arq. Ana Rosa Cé, professora e representante da FAU da PU-CRS no Encontro, “receber o evento de uma entidade com a repre-sentatividade da AAI Brasil/RS e profissionais de expressão como Índio da Costa e Guto Índio da Costa é muito importante para a fa-culdade. Iniciativas como essa ajudam a aproximar os alunos da As-sociação”. Para o mercado, esta também foi uma ação de destaque. “Apoiar a AAI Brasil/RS e suas ações é muito importante para nós, ainda mais quando a Entidade traz profissionais com bagagem e co-nhecimento para compartilhar com os arquitetos gaúchos”, destaca Cristiano Bruxel, diretor da Todeschini Jardim Europa, da Capital. O evento contou com o patrocínio de Dell Anno, Expresso do Oriente, If Soluções Planejadas, Todeschini, Bello Bagno, Marel Móveis Pla-nejados e Obispa Design.

Revitalização da Marina da Glória, no Rio de Janeiro

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na Entrevista6

ARQUITETURA cOM TEMPERO cERTO

AAI em revista - Nesses 50 anos de carreira, quais foram as princi-pais transformações pelas quais passou a arquitetura brasileira?Luiz Eduardo Índio da Costa - A principal evolução aconteceu no instrumental tecnológico ligado à computação gráfica. Os projetos, hoje, são mais aprofundados e complexos, não só pelos recursos tecnológicos, mas, também, pela complexidade da vida moderna. Além disso, há atualmente uma liberdade formal maior, não tão pre-sa aos conceitos modernistas da Bauhaus.

AAI - Quais são os desafios que se impõem aos profissionais da área para os próximos anos?Índio da Costa - Ser focado em ética. Acho que teremos pela frente uma arquitetura cada vez mais polivalente e dinâmica, que possa acompanhar as grandes, e cada vez mais rápidas, transformações pelas quais estamos passando.

AAI - Qual a importância do trabalho em conjunto da arquitetura e do design? Que vantagens essa união traz ao projeto arquitetônico?Índio da Costa - A arquitetura tem uma visão mais macro, com um compromisso maior com a função. O design possui mais comprome-timento com a forma, vai a um detalhamento milimétrico e conta com uma interface maior com a indústria. Um complementa o outro. Trabalhar junto ao design ampliou a minha visão do objeto arquite-tônico e acredito, por outro lado, que este convívio também seja enriquecedor para o designer de produtos.

AAI - Como questões como a sustentabilidade, transporte, tecno-logia e contexto urbano são trabalhadas em seus projetos?Índio da Costa - O contexto urbano e a correta inserção do objeto ar-quitetônico no seu entorno talvez seja a minha maior preocupação. Não consigo projetar sem antes “sentir” o local no qual o empreendi-mento estará inserido. Da mesma forma, quando crio residências, te-nho muito cuidado em captar os sonhos, tanto quanto as necessidades dos seus futuros usuários. Nos projetos urbanísticos também preciso vivenciar a cidade e o bairro que serão modificados pelo meu trabalho e ficar muito atento às solicitações dos seus moradores. Quanto à sus-tentabilidade, ela é hoje uma questão que extrapola os projetos urba-nísticos e arquitetônicos para se transformar numa preocupação co-tidiana e constante em todas as atitudes e hábitos das pessoas.

AAI - Quais são as características presentes em seus projetos?Índio da Costa - Meus trabalhos caracterizam-se pela preocupação em gerar espaços volumetricamente novos, amplos, generosos, bem aerados e iluminados, com total liberdade de expressão.

AAI - Com mais de uma centena de empreendimentos desenvolvi-dos, quais são as obras mais marcantes de sua carreira? E por quê?Índio da Costa - Acho que há obras que assinalaram diferentes etapas evolutivas do meu trabalho, como marcos de evolução profissional. Posso citar a sede do Inmetro, como um deles, o Centro de Atividades do Sesc Madureira, o Rio Cidade Leblon, os quiosques da Orla e, ago-ra, a Marina da Glória, todos no Rio de Janeiro. Cada um deles repre-sentou um novo desafio que foi vencido. Mas, o projeto que sempre me empolga e anima é o que está sendo preparado para o futuro.

AAI - Atualmente, está desenvolvendo que trabalhos?Índio da Costa - Entre outras iniciativas menores, mas não menos importantes, estou trabalhando no projeto do MIS (Museu da Imagem e do Som), no Rio de Janeiro, em parceria com o escritório Diller Scofi- dio+Renfro (de Nova Iorque, EUA), que ganhou o concurso promovi-do pela Fundação Roberto Marinho em conjunto com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro para esse fim. Há, ainda, o pro-jeto da nova Marina da Glória, também na capital fluminense, que terá 100.000m² e investimentos do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, de cerca de R$ 200 milhões para as obras de revitalização.

AAI - O senhor já comentou que um projeto deve ser bonito, mas funcionar e emocionar, assim como estar inserido em seu contexto urbano e respeitar a natureza. Como equilibrar esses elementos?Índio da Costa - Quem conhece culinária vai entender bem o que quero dizer. O bom projeto é o que consegue o equilíbrio certo entre todos os elementos que o compõem, assim como a boa comida é a que funde temperos na proporção exata. É importante saber dar o valor correto a cada um desses elementos para que o projeto seja visto e sentido nos seus diversos aspectos.

AAI - Quais são atualmente as principais dificuldades enfrentadas pelas cidades brasileiras no que se refere ao desenho urbano?Índio da Costa - As maiores dificuldades das cidades brasileiras estão na área de transportes de massa, que geram, em grande parte, as construções ilegais pela necessidade de proximidade da moradia com o trabalho. Entretanto, há muitos outros problemas e desafios, como ampliar as cidades sem perder a sua escala humana e fazê-las mais seguras e propícias ao convívio das pessoas. Além de oferecer um número cada vez maior de opções aos seus moradores, que devem sentir a cidade como uma extensão natural da sua propriedade, não estabelecer barreiras de uso que isolem os seus usuários da convivên-cia em espaços públicos, como vem acontecendo gradativamente em muitos municípios do País, vítimas de um estado de violência doentio.

AAI - Qual a sua expectativa em relação ao Conselho de Arquitetu-ra e Urbanismo - CAU?Índio da Costa - Espero que ele não se ‘burocratize’ e se transforme num novo CREA.

Com meio século de atuação profissional completado em 2011, o arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Índio da Costa, acredita que um projeto de qualidade deve reunir os diversos elementos que o compõe, de forma equili­brada, assim como uma boa comida precisa mesclar os temperos harmoniosamente. O gaúcho, radicado no Rio de Janeiro, conta em sua trajetória com mais de 100 obras ideali za ­das, tendo recebido vários prêmios nacionais

e internacionais como a Comenda Niemeyer do Ins ti tuto de Arquitetos do Brasil (IAB), em 2006. O arquiteto, que participou do Encontro AAI Brasil/RS 2011, na PUCRS, no dia 25/10, concedeu entrevista à AAI em revista

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“Optei por fazer uma visita de um dia à Glasgow por indicação de alguns conhecidos e amigos que lá estiveram. Mas eles fizeram questão de alertar: ‘é uma cidade industrial, sem muitos atrativos, não tem muita coisa interessante para ver’. Minha única referência era o arquiteto, designer e artista Charles Rennie Mackintosh, na-tural daquela cidade.

Glasgow é uma cidade escocesa que se esforça para preservar suas fortes raízes celtas, com nomes de ruas e placas escritas no idioma gaélico e em inglês. Antigo porto fluvial importante, a pri-meira impressão que nos passa é de uma cidade feia, suja e quase abandonada pelo poder público. Quando se começa a circular por seus bairros, entretanto, seus segredos vão sendo revelados. O cen-tro está sendo revitalizado e reformado, com ruas transformadas em calçadões para pedestres, prédios belíssimos restaurados, hoje ocupados por grandes magazines, bancos ou shoppings centers. Ca-minhando pela Buchanan Street, pode-se apreciar exemplares mag-níficos de arquitetura em estilo Vitoriano, Neoclássico, Neogótico, Art Deco, Art Nouveau. Nota-se, ainda, grande preocupação com o tratamento urbanístico e paisagístico da cidade, que mistura o an-tigo e o novo em perfeita harmonia.

A cidade é cortada pelo rio Clyde e está sendo implantado um programa de renovação urbana e desenvolvimento das suas mar-gens, para gerar novos investimentos. Nesta área está um conjunto de modernas obras arquitetônicas, como o Centro de Ciências de

Glasgow, projetado pelo Building Design Partnership; a ponte Millenium ou Clyde Arch; o SECC Scottish Exhibition &

Conference Center e o Clyde Audithorium ‘The Ar-madillo’ (1), projeto de Foster & Partners, com-

plexo que engloba, também, a obra em andamento da Scottish National Are-

na; o Museu Riverside dos Trans-portes, trabalho im-

pressionante de Zaha Hadid; pa-

ra citar al-guns.

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na Detalhe8

UMA AULA DE ARQUITETURASeguindo a sugestão de amigos, a arquiteta associada Débora Schmitt Noronha

incluiu a cidade de Glascow no seu roteiro de visita à Escócia e não se arrependeu

Uma das mais consideradas figuras desta cidade é Mackintosh, que nasceu em Glasgow e ali trabalhou, deixando um importante legado, em parte preservado, em parte destruído. Foi na virada do século XIX para o XX, que o arq. Mackintosh ficou conhecido como um dos mais criativos e exclusivos designers, com seus móveis-escul-turas, cores sutis e grande sensibilidade em utilizar a luz e o espaço, tratando cada peça como um completo ‘trabalho de arte’. Sua inspi-ração vinha das tradições escocesas, misturadas ao estilo Art Noveau e a simplicidade das formas japonesas. Trabalhava em conjunto com sua mulher, Margaret Macdonald Mackintosh, também arquiteta, designer e artista, a quem conheceu na Escola de Arte de Glasgow. Ela criava e executava belos trabalhos com placas de metal em relevo batido, gesso e tapeçaria, que adornavam os ambientes criados por Mackintosh. Sua irmã e o marido dela, também colegas da Escola de Arte, às vezes trabalhavam com eles e o grupo ficou conhecido como ‘Os Quatro’, desenvolvendo o que foi batizado de ‘Glasgow Style’.

É na Hunterian Art Gallery da Universidade de Glasgow, que se pode visitar a Casa Mackintosh, perfeita reconstrução de alguns dos ambientes onde Charles e Margaret viveram. O objetivo foi tentar re-produzir os mínimos detalhes da residência original, localizada a 100 metros dali, inclusive as vistas e os efeitos da luz natural, utilizando os elementos de adorno da época. Neste museu, que parece uma mostra de arquitetura dos dias atuais, está o maior acervo de suas criações, inclusive reproduções de suas aquarelas. A visita é muito emocionante.

O projeto da Escola de Arte de Glasgow (2), dos anos 1900, é um prédio sisudo de estilo Neogótico, no qual Mackintosh utilizou gra-nito acinzentado, tijolo rebocado, ferro e vidro, com alguns interiores executados todos em madeira, como a biblioteca. Até os postes de ferro da iluminação pública, em frente ao prédio, foram detalhados por ele. Mackintosh projetou várias Casas de Chá, sobrevivendo ape-nas uma delas, em funcionamento até hoje, a Willow Tearooms. Nesta casa de chá, que ocupa a sobreloja, segundo e terceiro anda-res do prédio, predomina o branco e todos os detalhes, inclusive o saleiro, o porta-guardanapo e o cardápio foram desenhados por ele. O dia ficou curto para visitar e aproveitar tantas maravilhas. Glasgow realmente merece a visita e atenção de todos os arquitetos! Porém, lembrando a impressão que meus amigos tiveram, questiono-me: por que o visitante ou turista comum acha que não há nada interes-sante para visitar nesta cidade?”

Fotos Acervo Pessoal | arq. Débora Schmitt Noronha

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na Capa10

cONSTRUÇÃO SEcAVantagens e possibilidades construtivas a partir

de sistemas diferenciados vêm conquistando

mercado, a simpatia de profissionais e

a confiança dos clientes

O momento favorável para a expansão das construções secas no País reúne fatores como mercado mais receptivo a projetos susten-táveis e a características inerentes aos sistemas, como rapidez na execução da obra, baixa geração de resíduos sólidos e avanço tec-nológico que permite qualidade de acabamento e conforto térmico e acústico igual ou superior ao método tradicional.

Uma das empresas que apostou no novo conceito e vem obten-do bons resultados é a Container Ecology Store, uma rede de fran-quias que vende roupas multimarcas em contêineres adaptados. Criado em 2008 pelo empresário gaúcho André Krai, a partir de uma modelo semelhante que conheceu em Cingapura, o negócio conta com 40 lojas pelo Brasil, está em franco crescimento e tem fatura-mento previsto de R$ 20 milhões para este ano. A rapidez com que as lojas são montadas é um dos motivos do sucesso. Segundo Krai, o processo todo leva em torno de um mês. “O contêiner é cortado e pintado no porto. A montagem da loja, ou seja, parte elétrica, iso-lamento, mobília e revestimento, é feito no local onde será instalada”, detalha ele. As franquias seguem um projeto padrão. O que pode variar são os ângulos ou o tamanho, se o terreno for mais estreito. “Os projetos são desenvolvidos por arquitetos que trabalham em nosso escritório. A demanda é muito grande, não valeria a pena ter-ceirizar o serviço”, diz Krai. Sua equipe vem desenvolvendo projetos comerciais com o uso de contêiner para outras empresas, como ho-téis, cafeterias e temakerias.

Se o foco da Container Ecology Store é comercial, o da curitibana Tecverde é residencial. Especializada em wood framing, a constru-tora foi criada em Curitiba após dois anos de pesquisas e contou com o apoio de instituições e empresas nacionais e internacionais, como

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Casa de campo em São Francisco de Paula projetada pelo escritório Studio Paralelo com o uso de light steel framing

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a Federação das Indústrias do Estado do Paraná, o banco Santander, o instituto de tecnologia de British Columbia, no Canadá, e a alemã Homag-Weinmann, líder mundial no segmento de wood framing. “Conseguimos executar uma obra em um quinto do tempo de uma obra convencional; economizamos 10% nos custos; e geramos 80% menos gás carbônico na construção e 85% menos resíduos”, frisa o diretor Caio Bonatto. O que faz a diferença é a parede estrutural produzida pela Tecverde. A face externa conta com placa cimentícia que pode receber pintura, cerâmica e texturas; película para contro-le de umidade e vapor; chapa estrutural feita de OSB (Oriented Strand Board); manta para isolamento térmico e acústico e estrutura em pinus autoclavado resistente a cupins e outros insetos. Na face in-terna há outra chapa em OSB, que permite a fixação de quadros e prateleiras em qualquer ponto da parede; mais uma película para controle de umidade e vapor; e, por fim, gesso acartonado, sobre o qual pode se aplicar pintura ou qualquer outro acabamento.

A empresa comercializa casas à pronta entrega, como os mode-los Slim e Space, que foram desenhados pelo escritório curitibano Bacoccini Arquitetura. Também realiza projetos personalizados. To-dos são modulares, ou seja, o cliente pode, no futuro, comprar mais

um quarto, por exemplo. “Hoje o mercado aceita muito bem a nos-sa casa com estética e sensação de casa convencional, porém pro-duzida de forma mais eficiente. Estamos com a produção saturada até fevereiro e aumentaremos nossa fábrica em novembro para aten-der a demanda. Estamos com obras no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul”, ressalta Bonatto, que ainda está prestes a firmar parceria com uma grande construtora gaúcha.

De todos os processos construtivos a seco, o mais difundido no País, com maior número de empresas, escritórios e projetos, é, sem dúvida, o light steel framing (LSF). “Isso porque o parque siderúrgico brasileiro é muito grande. Temos uma cadeia produtiva bem estabe-lecida e capaz de atender a demanda”, argumenta o arq. Sidnei Pa-latnik, consultor do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA). Um exemplo do uso de LSF é o programa habitacional Vila Dignidade, que consiste em pequenas vilas de até 24 casas para pessoas com 60 anos ou mais e com renda de até dois salários mínimos. Promo-vido pelo governo paulista para ser implantado em diversos municí-pios daquele estado, o programa teve seu projeto elaborado pela Casa Micura Steel Frame. A arq. Heloísa Pomaro, sócia-proprietária da empresa, diz não ter sido a primeira construtora a usar LSF no País, mas foi a pioneira em adaptar o sistema para o padrão arqui-tetônico brasileiro, com vãos amplos. Hoje, Heloísa, que ministra cursos para engenheiros, arquitetos e técnicos, desenvolve projetos residenciais, comerciais e industriais com esta técnica. A Flasan, de Belo Horizonte, é outra empresa dedicada ao LSF. “A previsão para este ano é de cerca de 30% de crescimento em relação a 2010. Te-mos hoje em torno de dez projetos em andamento, entre montados pela própria empresa e os pelos clientes”, diz o arq. Alexandre San-tiago, do departamento técnico.

Em São Francisco de Paula, na serra gaúcha, a casa de campo em LSF projetada pelo escritório Studio Paralelo despertou interesse. “Recebemos muitas consultas de pessoas que viram a casa de ‘São Chico’ e buscam algo semelhante: uma residência pequena, na serra ou no litoral, para passar as férias e os finais de semana prolongados. Já projetamos um refúgio assim no interior de São Paulo e uma casa no Laranjal, em Pelotas”, conta o arq. Luciano Andrades, diretor. Com novos sistemas construtivos à disposicão, a dúvida é qual escolher. “Compete aos profissionais da arquitetura e da engenharia orientar seus clientes na melhor solução para a questão pontual. Seja qual for o sistema da estrutura, dos acabamentos, das vedações e das prote-ções, somente um profissional qualificado e habilitado pode dar a devida assessoria para atender as necessidades do usuário final”, reforça o professor de engenharia civil da PUC-RS, Renato Solano.

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Rede de franquias se destaca nacionalmente pela inovação do uso de contêineres reciclados como estrutura.

Sistema agiliza a montagem das lojas, que ficam prontas em apenas um mês. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto

Ronze Guerra, de São Leopoldo

Casa projetada com sistema wood frame pela construtura curitibana TecVerde. Estrutura recebe qualquer tipo de acabamento. O projeto é do escritório Bacoccini Arquitetura

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na Projeto12

IDEIA+PARcERIA = cASA cONTAINER

Entre os meses de maio e junho deste ano, centenas de profissionais, estudantes e empresários do setor visitaram esta casa construída num condomínio na Granja Viana, em Cotia (SP). Todos queriam conhecer em detalhes a técnica construti-va e as soluções adotadas pelo arq. Danilo Corbas na residência de 196 m2 que veio a se tornar uma referência nacional. Na oportunidade, os visitantes também conheciam os materiais e os produtos “verdes” das 17 empresas que participaram do Projeto Casa Container, idealizado por Corbas há dois anos. En-cerrado o período de visitação, o arquiteto mudou-se para a casa, com a esposa e os animais de estimação.

O ponto de partida do projeto foi a aquisição de quatro con- têineres no porto de São Vicente, no litoral paulista, suficientes para dotar a casa de uma ampla área social – com estar, jantar e cozinha gourmet integrados –, escritório, garagem coberta, área de serviço, varandas, três quartos e três banheiros, distri-buídos em dois pavimentos. Reaproveitamento da água da chu-va, aquecimento solar e iluminação econômica foram algumas das soluções adotadas. Para garantir um eficiente isolamento tér mico – um ponto crítico quando se utiliza aço como estrutu-ra –, o profissional projetou um telhado verde, utilizou telhas brancas, projetou ventilação cruzada e especificou mantas iso- lan tes fabricadas a partir de resíduos de garrafa PET. Danilo re- força a viabilidade da edificação também no campo econômico: “os custos foram 35% menores do que os de uma casa de alve-naria do mesmo padrão”. A economia com as fundações, apenas superficionais, foi fundamental, em função da estrutura ser mais leve. E no quesito ambiental, não resta dúvida sobre sua efici-ência: as obras resultaram em apenas duas caçambas de entu-lhos contra 50 normalmente geradas em construções conven-cionais. Além de conquistar a casa dos sonhos, o arquiteto tam-bém garantiu novos negócios a partir deste projeto piloto. Ele está trabalhando nos projetos de quatro residências com o uso de containeres e já foi prospectado para projetar um hotel.

Saiba mais: http://projetocasacontainer.ad7comunicacao.com.br

O arquiteto paulista Danilo Corbas planejava construir sua residência utilizando apenas soluções sustentáveis. Com o projeto em mãos, atraiu empresas que o ajudaram a viabilizar a casa dos seus sonhos. As amplas aberturas da residência projetada a partir de quatro containeres favorecem iluminação e ventilação naturais. Janelas basculantes acima das paredes de vidro permitem a entrada de ar no ambiente, mesmo quando a casa está fechada

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na Profissão14

cAU ELEGE cONSELHEIROS

Milhares de arquitetos participaram do pleito histórico, no dia 26 de outubro em todo o Brasil. A chapa 3,

apoiada pela AAI Brasil/RS, venceu a eleição no RS

Em nenhuma outra unidade da federação, as eleições do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) foram tão disputadas como no Rio Grande do Sul. Quatro chapas se inscreveram para o pleito, realizado no dia 26 de outubro pela internet. A vencedora foi a Chapa 3, apoiada pela AAI Brasil/RS e pelas demais entidades do Fórum das Entidades de Arquitetura no RS (IAB, AsBEA e SAERGS), além da ABEA, Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – ABAP, Sociedade de Engenharia – SERGS, Federa-ção Nacional dos Arquitetos – FNA e Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetu-ra – FENEA, tendo conquistado 74,31% dos votos.

Na maioria dos estados (17), houve o registro de apenas uma chapa. Em Alagoas e em Goiás, três chapas concorriam ao CAU. Em outros sete estados, duas chapas dispu-tavam. “O resultado demonstrou a força e a coesão da classe. Precisamos nos manter assim para garantir que o CAU seja, na prática, o que tanto planejamos”, enfatiza a arq. Gislaine Saibro, coordenadora da Câmara de Arquitetura do CREA-RS, ex-presidente e atual diretora de Exercício Profissional da AAI Brasil/RS, eleita conselheira federal para o CAU/BR como suplente do arq. Cesar Dorfman. No Estado, 6.763 arquitetos registra-ram o seu voto. Quem recebeu a senha pelo correio e não votou, terá até 120 dias, a partir da instalação do CAU, para justificar-se, conforme determina o Regulamento Elei-toral desta primeira eleição. O procedimento será noticiado.

A transiçãoA posse dos conselheiros do CAU/BR será dia 17 de novembro, em Brasília, quando

serão dados os passos iniciais para a instalação do novo conselho, aproveitando o que foi elaborado neste período de transição pela CCEARQ – Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Arquitetura do Confea, composta por todos os Coordenadores de Câmaras de Arquitetura do País. Os CAUs devem estar instalados até o dia 19 de de-zembro, em todo o Brasil.

Assim que houver a primeira sessão plenária do CAU/BR, o presidente do CAU/BR será eleito entre os conselheiros federais, em Brasília. Os conselheiros dos CAUs esco-lherão os presidentes de cada CAU entre eles, em cada estado e Distrito Federal.

A arq. Maria Bernadete Sinhorelli, diretora de Relações Acadêmicas da AAI Brasil/RS e eleita para o CAU/BR, lembra que o período de mandato desta primeira plenária do CAU terá início na data de posse, encerrando no dia 31 de dezembro de 2014.

O primeiro processo eleitoral do CAU, realizado este ano, seguiu os parâmetros es-tabelecidos no Edital de Eleição publicado no Diário Oficial da União, no dia 22 de julho pela CCEARQ. A organização do próximo pleito ficará a cargo do CAU/BR, que poderá al-terar tais procedimentos. Importante destacar que, quando a totalidade da lei entrar em vigor (hoje vigoram apenas dois artigos) com a posse dos conselheiros federais e eleição do presidente do CAU/BR, todos os arquitetos e urbanistas e engenheiros arquitetos dei-xarão de fazer parte do atual Sistema Confea/CREA, passando automaticamente ao CAU.

ELEITOS NO RSConsiderando o princípio da proporcionalida- de entre as Chapas, adotado para a de finição do resultado das eleições para o CAU/BR e CAUs dos Estados e Distrito Federal, a com po- sição do plenário CAU/RS ficou assim defi nida:

CONSELHEIROS TITULARES E SEUS RESPECTIVOS SUPLENTES, DO CAU/RS:

Roberto Py Marcos Antonio FradolosoAlberto Fedosow Cabral Marcio Gomes LontraCarlos Eduardo Mesquita Pedone José Carlos Freitas LemosLuiz Antônio Machado Veríssimo Eduardo SpeggiorinCarlos Alberto Sant’Anna Carmen Anita HoffmannJoaquim Eduardo Vidal Haas Nelson Moraes da Silva RosaClaudio Fischer Gabriel Cruz GandróNino Roberto Schleder Machado Tiago Holzmann da SilvaNirce Saffer Medvedovski Geraldo da Rocha OzioMaria Bernadete Sinhorelli de Oliveira Marcio de Mendonça Lima ArioliCristina Duarte de Azevedo Claudia Rembowski CasacciaNúbia Margot Menezes Jardim Rafael Pavan dos PassosSérgio Luiz Duarte Zimmermann Daniela Marzola FialhoFernando Oltramari Ricardo Bertoldo LângaroPaulo Iroquez Bertussi Ednezer Rodrigues FloresPaulo Ricardo Bregatto Alexandre Couto GiorgiMarcelo Petrucci Maia Katie Pereira Macedo LimaAlvino Jara Raquel Rhodem BresolinClarissa Monteiro Berny Eduardo Viola MartyRosana Opptiz Osório Queiroz Jr.Fausto Henrique Steffen Rafael Weber

CONSELHEIROS DO CAU/BR:Com a vitória da Chapa 3 no pleito, os arqui-tetos Cesar Dorfman, como titular, e Gislaine Saibro, como suplente, são os representantes do Rio Grande do Sul no Conselho de Arquite- tura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR.

Resultado das eleições para o CAU/RS 10.330 eleitoresCHAPA VOTOS % VÁLIDOS VAGAS CORRIGIDO

Chapa 1 250 3,70 4,00 1Chapa 2 733 10,84 11,73 2Chapa 3 4.645 68,68 74,31 16Chapa 4 623 9,21 9,97 2Brancos 256 3,79 4,10 0Nulos 256 3,79 4,10 0

TOTAL 6.763 100,00Fonte: www.cau.org.br

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INSPIRADO POR FRANK LOYD WRIGHT

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na Galeria16

O projeto da casa da cascata, do pai da arquitetura moderna, fez Salus Finkelstein escolher a profissão que exerce há 50 anos

A cadeira Sayl, assinada pelo designer Yves Béhar,

é o exemplo mais recente da receita de sucesso da Herman Miller. A empresa norte-americana revolucionou

o layout dos escritórios na década de 1960 ao propor as estações de trabalho. Para a Sayl, o jovem designer francês inspirou-se nas pon-tes suspensas, como a Golden Gate de São Francisco, na Califórnia, para criar um produto visualmente impactante, que tem 93% de componentes recicláveis e já foi premiado pelo design diferenciado. No Rio Grande do Sul, a Tradesign é a distribuidora exclusiva da Her-man Miller. Saiba mais em www.tradesign.com.br

“Foi uma revelação, ao me deparar com o pôster da Casa da Cascata, de Frank Loyd Wright”, resume o arq. Salus Finkelstein sobre o que o motivou a escolher a sua profissão, em 1956. Medi-cina, Odontologia, Direito, Farmácia... eram poucas as opções ofe-recidas na época. “A engenharia me pareceu muito limitada. Ainda bem que existia a Arquitetura”, diz. Salus formou-se quatro anos mais tarde, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde então, sempre trabalhou de forma autônoma, com escritó-rio próprio. Durante a faculdade, atuou como estagiário com o arq. David Léo Bondar, por um ano, e com o arq. Irineu Breitman, por dois anos, “além de uns bicos no Palácio do Governo no tempo do Brizola”. Se não fosse aquele pôster, Salus estaria trabalhando com algo relacionado à marcenaria, segundo ele próprio.

Antoni Gaudi, Santiago Calatrava, Richard Meier, Oscar Nie-mayer, Sérgio Bernardes e Sérgio Rodrigues (“como designers”) são outros arquitetos que admira. Entre as cidades, as de sua preferên-cia são Florença, Verona, Milão, Paris, Praga, Jerusalém e Nova Iorque. No topo da lista, entretanto, figura sua terra natal. “Eu amo Porto Alegre, com suas ruas arborizadas, a proximidade do Guaíba, a vista dos seus morros. Pena que a exploração imobiliária tenha deformado o perfil da minha infância: os bairros de casas, as vizi-nhanças, as matinés do Imperial aos domingos, a rua da Praia”, lamenta, saudoso. “Necessitamos de um Jaime Lerner para ter co-ragem de inovar e aprimorar a matéria-prima que possuímos”, sen-

tencia Salus Finkelstein, um dos fundadores da AAI Brasil/RS.Casado, Salus tem uma filha e um filho, também arquiteto, e

dois netos. Seu hobby é viajar e não abre mão de praticar basque-te. Prefere comida italiana e, na cultura, teatro, música clássica e popular. “Sou fã dos Beatles e dos Bee Gees”, confessa o arquiteto. Sobre o trabalho que desenvolve, considera ser fruto de tudo o que vivencia. “É um reflexo do meu dia a dia. Sinto-me responsável em proporcionar uma melhor qualidade de morar e trabalhar a meus conterrâneos”, afirma.

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Perfil

O KNX da Schneider Electric propõe um sistema decontrole abrangente que in-tegra todas as principais funções de con-trole de um edifício como iluminação, ar-condicionado, persianas, entre ou-tros. A solução reduz os custos opera-cionais e o tempo gasto na instalação, resultando em uma solução flexível e adaptável a futuras modificações, com considerável economia de energia. Veja mais em www.schneider-eletric.com.br

Indicada para o aquecimento de água de piscina, a placa solar PS-345 é um lança-mento da Hidrasul à venda na Aquasport. O produto é fabricado em módulos com

resinas termoplásticas de alta qualidade, resistente a ação dos raios UV. De fácil instalação, tem baixo custo de manutenção. Saiba mais pelo fone 51 3337.1855.

A Bortolini Móveis acaba de firmar parceria exclusiva no Brasil com a fabricante de cadeiras alemã Interstuhl, que está entre as três maiores do setor na Europa. A Bortolini produzirá e comer-cializará os produtos da marca, ampliando seu portfólio de cadeiras com design ergonômico, premiado e altamente tecnológico. Mais em www.bortolini.com.br

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Produtos e Serviços

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