Mandaguari Marcas de um crime...para ocupar um enorme espaço na vida de cada pessoa. Tudo mudou....

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Distribuição Gratuita Marcas de um crime 29 de fevereiro a 6 de março de 2020 | Ano VIII | N° 338 www.portalagora.com Mandaguari Jornal Agora tem acesso a documentos sigilosos da investigação da morte de Magó. Bailarina lutou pela vida e fotos de Flávio Campana no inquérito comprovam inúmeros hematomas provocados no dia do crime. Homicida se contradiz, muda versão e admite relação com a vítima. Autor de outros crimes, apucaranense deve ir a juri popular por feminicidio

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Distribuição Gratuita

Marcas de um crime29 de fevereiro a 6 de março de 2020

| Ano VIII | N°338

www.portalagora.com

Mandaguari

Jornal Agora tem acesso a documentos sigilosos da investigação da morte de Magó. Bailarina lutou pela vida e fotos de Flávio Campana no inquérito comprovam inúmeros hematomas provocados no dia do crime. Homicida se contradiz, muda versão e admite relação com a vítima. Autor de outros

crimes, apucaranense deve ir a juri popular por feminicidio

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2 29 de fevereiro a 6 de março de 2020 | Ano | VIII | N°338www.portalagora.com

editorialOpiniãOJúlio César Raspinha

Rogério CurielDiagramação e Arte

A equipe:Júlio César RaspinhaDiretor e Jornalista ResponsávelRosana OliveiraDepto. FinanceiroRoberto JuniorRedação

Sede:Avenida Amazonas, 1472 - Centro CEP: 86975-000 Mandaguari/PRAtendimento geral:(44) 3133-4000E-MAIL: [email protected]ão:Grafinorte - ApucaranaTiragem:2.000 exemplares

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Espaço Aberto Memória

em imagem

Farmácias de

plantãoMandaguari - (29/2 a 6/3)

Os artigos publicados com assinatura não expressam necessariamente a opinião do jornal. O intuito, com as publicações, é esti-mular o debate e a reflexão sobre temas di-versos, históricos e da contemporaneidade.

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- Farmácias Super Popular, na Avenida Amazo-nas. Fone: (44) 3233-1715

- Farmácia Mega Popular, na Avenida Amazo-nas, próximo à Praça Bom Pastor. O telefone é o (44) 3233-7888

A máxima que o ano começa somente após o carnaval é uma meia verdade, ou seja, há compo-nentes que não condizem com a realidade, mas também é possível encontrar fatores que acabam se confirmando reais.

Por anos, as emissoras de te-levisão lançavam seus novos pro-gramas e produtos somente após as festividades de momo. Primei-ro, porque as férias de janeiro e fevereiro lhe tiravam muito da

E agora, José?audiência, mas também pelo mo-tivo de a vida das pessoas ainda não ter assumido sua rotina tra-dicional.

Os tempos são outros, mui-tos costumes também, e a inter-net e as redes sociais chegaram para ocupar um enorme espaço na vida de cada pessoa. Tudo mudou.

Este ano de 2020 possui um componente curioso, que são as eleições municipais, além dos Jo-

gos Olímpicos, que acabam mo-bilizando menos, mas no noticiá-rio acabam predominando por ao menos três semanas do ano. Disputadas em Tóquio, no Japão, serão entre julho e agosto.

Quanto à disputa eleitoral, cada grupo se utiliza de uma estratégia. Há os mais afoitos e precipitados, que largam primei-ro, ora por necessidade, ora pela ansiedade. Na outra ponta estão aqueles que esperam até o último

momento para “por o time em campo”, por motivos parecidos: necessidade, estratégia, articula-ção.

Na Patota da saudosa dona Zélia, as noites de carnaval do Clu-be Recreativo terminavam com a famosa canja. Ao fim, servia-se o “chorinho”, isto é, um pouquinho a mais daquele prato saboroso. Na política, quem se programou para “depois do carnaval”, acaba de en-trar no chorinho.

Por motivos pessoais, prefiro não me identificar, porém, o con-vido a ler e refletir sobre as situa-ções que serão trazidas a seguir:

No dia 13/02/2020 (quinta-feira), estava realizando minha caminhada habitualmente pela manhã em uma praça que fica próxima da minha casa. Aproxi-madamente às 07 horas, percebo que se forma um “grupinho” de rapazes que aparentemente esta-vam se dirigindo à escola. Inicial-mente, passo por eles e me sinto um pouco constrangida com os olhares, porém, resolvo seguir com a minha caminhada. Quan-do realizei outra volta na praça, escuto algumas falas de assédio sexual. Até pensei em continuar meus exercícios, mas acabei de-sistindo e voltando para casa.

No outro dia, por volta do mesmo horário, o “grupinho” novamente se forma. Assim que os avistei no mesmo local do dia anterior, decide abortar minha caminhada e voltar para minha residência.

No caminho de volta, passa-ram vários pensamentos em mi-

Medo e violêncianha cabeça. Imaginei que seria melhor pegar outro caminho ou talvez acordar mais cedo e assim não “correr o risco” de coincidir de encontrar aqueles rapazes no-vamente.

Após alguns minutos refle-tindo pensei, por qual motivo EU PRECISO MUDAR MEU HORÁRIO OU CAMINHO para me exercitar?!

Talvez você lendo esse relato possa pensar: - Você deveria ter chamado a polícia!

Ou então, - Você deveria ter “encarado eles”/ ter respondido/ ter gritado/ chamado ajuda ...

REALMENTE, eu poderia ter feito alguma coisa.

Talvez ter chamado a polícia, e correr o “risco” de não dar em nada (?!)

Perdoe-me as autoridades competentes, sei que não deveria generalizar, mas esse pensamento me veio à cabeça, pois já presen-ciei duas situações de agressão contra mulher e as autoridades não tomarem nenhuma provi-dência. NA MINHA OPINIÃO, nas duas ocasiões mencionadas,

houve despreparo entre os poli-ciais responsáveis.

Por esse motivo, acredito que os militares (policiais, bom-beiros...) deveriam ser CAPA-CITADOS para oferecer melhor assistência às mulheres vítimas de violência.

Eu poderia, também, ter “encarado eles”/ ter respondido/ ter gritado/ chamado ajuda ... Mas, tive medo. Sim, tive medo de que aqueles rapazes fizessem algo contra mim. Infelizmente, a violência tomou uma proporção gigantesca em nossa sociedade, que hoje, se tem medo de até bu-zinar para o carro da frente!

Em fim, não querendo me justificar, mas já me explicando (não que haja necessidade de explicações), eu não tive reação na hora, também, porque já sofri violência sexual quando criança. Isso me deixou com traumas que carrego até hoje, mesmo sendo adulta. Então, em situações de cunho sexual, ainda sofro e me escondo como forma de me pro-teger.

Além disso, a questão aqui

não deveria ser: “O QUE VOCÊ DEVERIA TER FEITO”, até por-que, a vítima de tudo isso sou EU. Os agressores é que deveriam ser julgados e cobrados!

Trago MEU RELATO PES-SOAL, mas entendo que diaria-mente diversas mulheres passam por situações semelhantes (ou piores) na rua, no trabalho ou em casa, seja no Brasil e no mundo.

Então, convido você a refle-tir, até quando a mulher será tra-tada dessa forma?! Por acaso, o fato de ser mulher é pré-requisi-to para não poder sair sozinha?! Não poder sair a noite?! Não po-der sair vestida como bem enten-der?!

No caso Magó, ouvi muitos justificarem que o ocorrido com ela se deu pelo fato de estar sozi-nha e no “meio do nada”.

- PELO AMOR DE DEUS! Quem pensa dessa forma, poupe a sociedade pensante de tamanha imbecilidade!

A vítima, SEMPRE será a vítima, essa deverá ser ACOLHI-DA e PROTEGIDA.

O vilão é o agressor, esse

deve ser julgado, penalizado e ar-car com seus atos!

Por fim, alguns podem até argumentar que tudo que trago é “mimi” ou discurso de feminista.

- Ok, é seu direito achar o que bem entender.

Ou até alguns podem pen-sar: “- homem também sofre as-sédio!”

- Sim, claro! Mas, toda via, porém, entretanto... Basta ver alguns dados estatísticos para entender que a MAIORIA das violências de cunho sexuais, ocorrem com mulheres! E o pior, muitas, acabam em tragédia!

Sendo assim, reafirmo que violência contra mulher é algo real, pode ocorrer de forma “leve” como uma “simples canta-da” no meio da rua ou até agres-são sexual propriamente dita, de qualquer forma é agressão! E isso precisa acabar!

Carnaval no Clube Boliche, no ano de 1974 com a Banda Aquarius. Este ano a banda foi di-vidida em duas partes, uma ficou no Boliche e outra foi para AABB de Londrina.

Colaborou: João Talles Simão

MANDAGUARI

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Investimento O prefeito Romualdo Batista anunciou em entrevista a Agora FM investimento de R$ 6 milhões em asfalto para recupe-rar ruas centrais do município nos pró-ximos meses.

CâmaraO projeto, inclusive, aguarda aprovação da Câmara Municipal e o recurso está no caixa do município. Entre os trechos, estão as ruas René Tácola, parte comple-mentar da rua Padre Antônio Lock, In-terventor Manoel Ribas e Manoel Antu-nes Pereira, todas extensas e com grande fluxo de veículos.

ÂnimoBatistão, por sinal, recebeu números de levantamentos internos que apontam melhora em sua popularidade e por con-sequência na avaliação de sua adminis-tração.

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Júlio César RaspinhaEmail: [email protected] agora?

Balanço O presidente Agnaldo Esteves mostrou bastante otimismo na assembleia de prestação de contas durante a semana, para associados de Mandaguari. Houve ainda a eleição para coordenadores de núcleo.

CampanhaNa programação dos 35 anos da coope-rativa serão distribuídos quase R$ 500 mil em prêmios, incluindo uma cami-nhonete Frontier zero quilômetro. Na próxima semana haverá a assembleia ge-ral do Sicredi Agroempresarial.

Bruno e MarroneA dupla sertaneja de renome nacional, Bruno e Marrone, deve se apresentar em Man-daguari no dia 17 de setembro, uma quinta-feira, ocasião em que o Sicredi completa 35 anos de fundação.

EXPOO show, gratuito para associados, será parte das atrações da Expo Mandaguari, organi-zada pelo empresário Hiran Pelosi. O evento tem uma programação inicial de quatro noites, entre 17 e 20 de setembro.

AtraçõesA Hiran Produções está negociando as atrações para a feira. Com uma banda de pago-de as conversas estão adiantadas, mas ainda sem acordo fechado. O formato do evento será anunciado nos próximos dias.

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Novo investimentoO segmento de farmácias e drogarias anda em ebulição em Mandaguari. A rede São João, sediada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, que é a quarta maior rede de farmácias do Brasil, deve inaugurar unidade no município nos próximos meses.

ImóvelO proprietário da rede, esteve com o prefeito Romualdo Batista essa semana e contou que vai investir R$ 5 milhões, entre aquisição de imóvel e construção da loja, que deve oferecer 12 vagas de estacionamento e gerar 18 empregos diretos, incluindo dois farmacêuticos.

ExpansãoA rede São João está em projeto de expansão e já possui 44 lojas somente no Estado do Paraná e 755 em toda a rede. Antes disso, a rede Nissei inaugura unidade na pró-xima semana na cidade.

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MudançaA Lotérica Las Vegas deve atender em novo endereço a partir dos próximos dias. A mudança ocorrerá para oferecer mais conforto aos clientes, em frente ao prédio atual, na avenida Amazonas, onde funcionava a loja Luck Clover.

AutorizaçãoA mudança depende de autorização da Caixa Econômica, que regulamenta a atua-ção das casas lotéricas, mas o imóvel já teria sido aprovado pelo banco. Haverá cadeiras para que os clientes aguardem sentados ao atendimento.

BazarO Observatório Social de Mandaguari realizará bazar com artigos doados pela Re-ceita Federal. Será entre os dias 5 e 8 de março, no salão da Igreja Bom Pastor.

EsperaA autorização saiu no último dia de 2019, e era aguardada a meses pela entidade, que sobrevive graças a essas promoções e doações de membros da comunidade. Senhas serão distribuídas para atendimento ao público.

AgitaçãoO meio político deve se agitar a partir da quinta-feira, dia 5. É quando começa o prazo da chamada “janela” de filiações partidárias, quando vereadores podem tro-car de partido.

PrazoAs mudanças de sigla são permitidas até 4 de abril, quando faltarão seis meses para a eleição. Nessa data, as chapas com os nomes dos pré-candidatos também precisa estar formada. Diferente de outras eleições, a regra não permite coligações na dis-puta legislativa em 2020.

A SUPERBAC INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE FERTILIZANTES S.A - SUPERBAC, inscrita sob o CPNJ nº 02.599.378-89, torna público que requereu ao IAP a renova-ção de sua Licença de Operação de Ampliação até a data 04/04/2020, para a Fabrica-ção de Adubos e Fertilizantes, localizada na Estrada Vitória de São Pedro, 685, Gleba Ribeirão Vitória, Mandaguari - PR.

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6 29 de fevereiro a 6 de março de 2020 | Ano | VIII | N°338www.portalagora.comcaso magó

Redação do Jornal AgoraReprodução

Caso Magó: 32 dias de agonia

Entenda o caminho da polícia até chegar ao principal suspeito de cometer o crime

Na quarta-feira (26) fez um mês que a bailarina maringaense Maria Glória Pol-tronieri Borges, 25 anos, foi encontrada morta. Seu corpo foi encontrado por fa-miliares na manhã do dia 26 de janeiro na Zona Rural de Mandaguari, próximo da Cachoeira do Massambani.

Maria Glória chegou a uma chácara, que fica a poucos metros da cachoeira, na tarde de sábado (25/1), acompanhada pela mãe, Daísa, e pela irmã, Ana. A chá-cara é uma propriedade particular desti-nada a acampamentos e retiros espirituais e muito frequentada por pessoas da região e de outras cidades.

Conforme declaração da proprietá-ria da chácara, Magó ficaria acampada no pátio, próximo à casa da família, porque naquele dia estava acontecendo um trei-namento de brigadistas no local, mais por voltadas 16h30 ela deixou a propriedade dizendo que iria acampar as margens da cachoeira.

Naquele mesmo dia assim que não notaram mais a presença da bailarina a equipe que fazia treinamento iniciou uma busca, mais não localizaram Maria Glória. No domingo, seu corpo foi localizado em uma trilha, com evidencias de violência sexual e estrangulamento como causa da morte. “Acreditamos que ela foi morta em um local distante e depois foi deixada na trilha”, comentou Maurício Borges, pai da vítima na época do crime.

Quem era Maria GlóriaFilha dos maringaenses Daísa Poltro-

nieri e Maurício Borges. Magó atuava profissionalmente na

dança desde 2008 onde ingressou na Cia Pavilhão D (São Paulo-SP) para aprofun-dar o meio das linguagens corporais em técnicas como o Ballet Clássico, e a Dança Contemporânea, com diversos Maestros da dança.

Ministrava aulas de Ballet Clássico Avançado, Contemporâneo e Contato-Im-provisação na Academia Daisa Poltronie-

ri. Graduanda em Artes Visuais na UEM (Universidade estadual de Maringá) e Ca-poeirista na ACCAME (Associação Cultu-ral de Capoeira Mandinga-Ê).

Em uma entrevista para a Agora Co-municação, Maurício Borges, contou sobre as mudanças na rotina da família após o brutal assassinato da jovem. “A gente está muito devastado com tudo o que aconte-ceu, e esperando que a Justiça seja feita. Pra nós tem sido cada dia uma batalha nova, pra poder suportar essa dor”, deta-lha.

A investigaçãoA investigação foi comandada pelo de-

legado da 55ª Delegacia da Polícia Civil de Mandaguari, Zoroastro Nery do Prado Fi-lho, que ouviu mais de 50 pessoas, entre as que estiveram no local no dia do crime, fa-miliares e suspeitos.

Nesses 32 dias, uma força tarefa foi montada no intuito de identificar o mais rápido possível os autores do assassinato. A Polícia Civil fez diligencia na cidade de Apucarana e Marialva. Em Apucarana foi ouvido pessoas que estiveram na chácara

e foi cumprindo um mandado de busca e apreensão na cidade. Após receber uma de-nuncia anônima que informava que um gru-po de pessoas de Marialva esteve no local no mesmo dia do assassinato, os policiais foram averiguar as informações e tentar identificar quem seriam essas pessoas para intimá-las e serem ouvidas.

No dia 19 de fevereiro a Polícia Civil esteve no local do assassinato, junto com os policiais estava um dos três suspeitos que tiveram o seu material genético coletado e enviado ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba.

Segundo informações o delegado Zo-roastro Nery queria que o rapaz esclarecesse por onde ele passou na noite em que Magó foi assassinada. Mais outras duas pessoas tiveram materiais genéticos coletados, a Polícia Civil não divulgou detalhes sobre os suspeitos para que não atrapalhe o ruma das investigações.

Na quarta-feira no dia que o assassinato completava um mês, Zoroastro Nery, decla-rou que aguardava os resultados exames e que acreditava que esses resultados sairiam na primeira quinzena do mês de março.

30 diasA morte de Maria Glória mobilizou

seus familiares e amigos em um grande manifesto que reuniu centenas de pessoas em repúdio ao feminicídio em Maringá no dia 1 de fevereiro. Outras cidades fizeram atos em memória de Magó, e manifesto contra a violência sofrida por mulheres foram realizados em estados brasileiros e fora do país.

Na quarta-feira (26) dia que marcou um mês, uma missa foi celebrada nas Pa-róquias Menino Jesus de Praga e São Fran-cisco Xavier em Maringá. No mesmo dia, Maurício Borges, pai da bailarina, divul-gou em suas redes sociais um vídeo para lembrar a data. Nele Mauricio relata o so-frimento vivido pela família, e para que crimes como o feminicídio não permane-çam impunes.

No próximo dia 8 de março, Dia In-ternacional da Mulher, das 8 às 11 horas, no gramado da Catedral Nossa Senhora da Glória, centro de Maringá, acontece a manifestação Criação Coletiva – Painel de Cerâmica – Homenagem à Magó. O ato é para não deixa cair no esquecimento a morte brutal de Maria Gória.

Corpo da bailarina foi encontrado em uma trilha próximo a cachoeira Maurício Borges, pai da Magó

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caso magó

Dia 4 de fevereiro: exatos dez dias após a morte de Maria Glória Poltronieri Borges, 25 anos, o delegado de Mandaguari, Zo-roastro Neri do Prado Filho, passou a ter certeza que o soldador Flávio Campana, 40 anos, havia não só matado, mas estuprado e lutado violentamente contra a bailarina ma-ringaense.

Os indícios estão em documento ob-tido com exclusividade pelo Jornal Agora, com inúmeras fotos do apucaranense, que mesmo preso, nega de maneira fria a autoria do crime. Em sua versão, Campana reafirma que as escoriações são provocadas por seu trabalho, no segmento de calhas e rufos.

Em seu relatório, o médico legista Ro-berto Oliver Lages, da Secretaria de Segu-rança Pública do Paraná, é categórico: as lesões em seu corpo são de uma ação con-tundente, ou seja, provocada por outra pes-

Homicida e Magó lutaram violentamente antes do crimeEscoriações no corpo de soldador fizeram delegado ter certeza da autoria do crime

soa, e descarta totalmente a possibilidade de terem sido provocadas por outros meios.

DesconfiançaPara chegar até o criminoso, a Polícia

Civil contou com um exaustivo trabalho de investigação e até uma dose de sorte. Isto porque no dia da morte da bailarina, um grupo de bombeiros de Arapongas fa-zia treinamento no local, e inúmeras fotos foram feitas na região da cachoeira onde Magó estava acampando.

Com as imagens em mãos, os investi-gadores observaram dois rapazes no local, e iniciaram uma busca no banco de dados da policia que eventualmente os identifi-casse. Dias após, ao cruzarem informações, descobriram que um dos frequentadores da região era Campana.

Em sua ficha criminal, uma condena-

ção por estupro na região Vale do Ivaí e seis anos de prisão pelo crime cometido anos atrás. Atualmente o soldador está solteiro, após o fim de um relacionamento, e tem um filho pequeno.

DNADiante de todos os indícios, restava à

polícia ter a certeza da autoria, e um exame de DNA tirou qualquer dúvida dos dele-gados e investigadores. Suas impressões digitais estavam espalhadas pelo corpo da vítima. E mais: havia esperma de Flávio Campana na vagina e em roupas íntimas de Maria Glória.

Em 24 horas, com um mandado de prisão em mãos, uma operação foi mon-tada para a madrugada de sexta-feira (28) em três possíveis endereços do criminoso em Apucarana, com equipes da polícia ci-

vil de plantão nos locais.Antes das 8 horas da manhã, Flávio foi

preso na residência de sua mãe, na Avenida Curitiba, centro da cidade, em um aparta-mento antigo. Acordado pela ação policial, não esboçou qualquer reação e se entregou.

Mudança de versãoApós negar ter tido contato com Magó

ou mesmo tê-la visto no dia do crime, Flá-vio Campana mudou a sua versão para o caso na tarde de sexta-feira (28), horas após sua prisão.

O acusado disse à polícia que praticou sexo com Maria Glória no dia do crime, mas que a relação teria sido consentida pela jovem. A admissão ocorreu após o soldador constituir advogado de defesa no caso. Sobre a morte, manteve a negativa da autoria.

A polícia ainda tem 30 dias para con-clusão do inquérito que culminou na mor-te de Maria Glória, e novos fatos ainda podem surgir, mas uma coisa é provável: Flávio Campana deve ser denunciado por homicídio com inúmeros agravantes, e ir a júri popular no Fórum de Mandaguari.

Dois advogados mandaguarienses atuam junto a família de Magó. Um deles é César Moreno, radicado em Maringá, ex-presidente da OAB (Ordem dos Advoga-dos do Brasil, subseção regional), e a advo-gada Ana Adélia Vasques, que acompanha diariamente o andamento do inquérito.

“Há uma possibilidade bastante gran-

Soldador deve ir a júri popularde que isso ocorra, mas preferimos aguar-dar com cautela os próximos passos da in-vestigação, conduzida brilhantemente até aqui”, explica Moreno.

AcompanhanteNo local do crime, Campana estava

com outra pessoa. Ouvido pela polícia e alvo dos mesmos exames do autor do cri-me, a polícia concluiu que o mesmo não teve participação direta no crime.

Segundo os mesmo exames, não há qualquer sinal que o mesmo tenha tocado em Magó. Os próximos depoimentos serão conclusivos para um eventual pedido de

prisão ou não deste rapaz, que seria usuá-rio de drogas e estaria na região com esse propósito.

TrabalhoJunto com policiais da delegacia de

homicídios, a Polícia Civil de Mandaguari deve entregar o inquérito para o Minis-tério Público até o final de março com as conclusões das investigações e fatos novos que possam surgir.

Trabalhando diretamente no caso, os investigadores Cléber Cassiano e Fabiano Teixeira, e o servidor Hélio Nascimento, continuará à frente dos trabalhos, ouvindo

testemunhas e colhendo novas informa-ções.

Em princípio, Flávio Campana ficará preso na carceragem da 9ª subdivisão po-licial de Maringá, podendo ser transferido para outro local na próxima semana.

Nos próximos dias haverá a recons-tituição do crime, e o mesmo será levado novamente para o local onde cometeu um dos mais bárbaros crimes da história de Mandaguari, a morte da bailarina que se tornou símbolo nacional da luta contra o feminicídio. Pagou, lamentavelmente, com a vida, a luta por uma causa não só das mulheres, mas de toda a sociedade.

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Um número que não para de crescer. Paralelo a ele, questões que impactam direta-mente na mobilidade urbana. De acordo com dados do Departamento de Trânsito do Para-ná (Detran-PR), a frota de veículos em Man-daguari mais que dobrou em doze anos, pas-sando de 12.107 em 2007, para 25.305 no ano de 2019. O primeiro levantamento que consta no site do órgão é relativo ao ano de 2007.

Somente em 2019 foram emplacadas 949 veículos em Mandaguari, o que repre-senta quase três novos registros por dia no município. Outro número que chama a aten-ção neste doze anos, é o aumento da frota de motocicletas e motonetas, que saltou de 2.817 em 2007 para 6.297 em 2019.

E nestes doze anos, o sistema viário manteve-se praticamente o mesmo, o que significa que é preciso planejar melhor o trânsito da cidade, o que foi justamente es-tudado e discutido com a comunidade na elaboração do Plano de Mobilidade Urbana, que está sendo analisado pela Câmara Mu-nicipal. O trabalho está inserido nos Planos Integrados, que incluiu também a revisão do Plano Diretor e Planta Genérica do Municí-pio. Por lei, este trabalho deve ser elaborado de dez em dez anos.

Frota de veículos mais que dobra em 12 anos

O plano foi entregue ao Legislativo em outubro de 2019, após 1 ano e sete meses de detalhado estudo dos técnicos da Prefeitura e da Funpar, seis oficinas comunitárias e três audiências públicas.

De acordo com a legislação, o Plano Di-retor do município deve ser revisto a cada dez anos, garantindo o crescimento organi-zado e equilibrado das cidades e oferecendo melhor qualidade de vida para seus mora-dores. Através de estudos minuciosos foram definidas as áreas com maior vocação para comércio, residência e indústria que são cha-madas de zoneamento.

Também foram estudadas as dimensões mínimas das vias de circulação de veículos, pedestres e ciclistas, bem como as dimensões dos terrenos (área e frente), a quantidade de área permeável, a altura das edificações.

Prefeito Ditão recebe a Doutora Joaci Machado para preparar o Programa Justiça no Bairro em

Jandaia do Sul

O Prefeito Ditão recebeu na ma-nhã desta quarta feira (19), a Desem-bargadora do Estado Joaci Macha-do, para a preparaçãodo programa Justiça no Bairro, que acontecerá em Jandaia do Sul nos dias 08 e 09 de maio. Estiveram presentes ainda os juizes João Gustavo Rodrigues Stolsis, Letícia Li-lian Kirschnick Seyr e Raffael Antonio L. Vizzotto da comarca de Jandaia , re-presentantes do Sesc, Policia civíl - Setor de Identificação, representantes tam-bém de diversos setores da Prefeitura. O Justiça no Bairro, programa de respon-sabilidade social do Tribunal de Justiça do

Paraná (TJPR), iniciou suas atividades no Estado no ano 2003. Instituído pelo decreto judiciário de número 039/2003, o progra-ma surgiu com o propósito de aproximar o Poder Judiciário dos jurisdicionados eco-nomicamente carentes, oferecendo-lhes condições dignas de acesso à Justiça. Há 17 anos, ele vem cumprindo esse propósito. No projeto "Justiça no Bairro" será realizado vários serviços, tais como: Atendimento Judiciario, Divórcio, re-tificação de nomes, reconhecimento de pa-ternidade, casamento coletivo, entre outros. Os interessados deveram procurar o CRAS para mais informação e inscrição.

SÚMULA DE RECEBIMENTO DE LICENÇA DE OPERAÇÃOA NUCLEOPAR IND E COMERCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA inscrita no CNPJ sob o n. 80.581.579/0001-41, torna público que recebeu do IAP, com vencimento em 03/02/2019, Fabricação de Rações Balanceadas e de alimentos preparados para animais a ser implantada Rodovia BR 376 KM 387– Pq Industrial I – Cidade de Mandaguari – Cep: 86975.000 – Estado do Paraná.

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929 de fevereiro a 6 de março de 2020 | Ano | VIII | N°338www.portalagora.com especial

Rogério CurielJornal Agora

Rogério Curiel e Leandro Soares

O Jornal Agora inicia nesta edição uma nova série de reportagens, onde con-taremos a história de alguns comércios tradicionais em Mandaguari. São estabele-cimentos que estão de portas abertas algu-mas décadas, em alguns casos passados de uma geração para outras.

Alguns resistindo ao tempo e moder-nidades do século 21, conservando costu-mes que mantém uma clientela fixa e fiel. Alguns desses lugares ainda têm aquele gostinho da velha venda das localidades rurais, que ficavam à beira das estradas rurais.

Lugares que tudo parece ter um gos-tinho a mais, algo que não se encontra em uma grande rede de lojas, além do bom papo com os amigos.

Para a primeira reportagem a equipe do Jornal Agora esteve em um dos comér-cios que mais desafiam os avanços tecno-lógicos e prova que pessoas de todas as idades se encontram para tomar uma pin-ga com algum tipo de raiz ou uma cerveja gelada, encontrar uma ferramenta ou ba-ter papo. A Mercearia Avenida, ou como é mais conhecido a Máquina do Carlinhos.

O proprietário, José Carlos Maio, Car-linhos, conta que adquiriu o comercio a 16

A máquina do CarlinhosO local ideal para quem procura um ambiente

simples e com uma grande variedade de produtosanos, de origem rural, ele é ex-morador da Estrada Alegre Km 7. Carlinhos relata que resolver se mudar para a cidade por causa dos filhos que estava crescendo e mesmo sem experiência no comércio resolveu comprar o estabelecimento que já era uma maquina de arroz. mas que estava fechado.

Maio conta que resolveu investir numa maquina de arroz por ser um dife-renciado, “Não existia mais, como antiga-mente, e resolvi tocar porque só existiam os supermercados, como eu vim do sitio, queria seguir algo que lembrasse a roça”, relata Carlinhos.

A máquina que é o atrativo que bati-zou o estabelecimento não faz mais o be-neficiamento de arroz, apenas de milho, mais por outro lado, o que chama a aten-ção é a variedade de produtos vendidos. A pessoa que for até o local vai encontrar desde as tradicionais miudezas de mer-cearia, ferramentas e alguns implementos agrícolas, rações e além das bebidas.

Com o passar dos anos o local se tor-nou um ponto de referência, tanto para uma reunião com os amigos no fim de tarde ou nos finais de semana, para tomar uma cerveja, como também para o pessoal que reside na zona rural que sempre da uma paradinha para bater um papo, além dos tradicionais frequentadores que “ba-tem ponto”, diariamente.

Carlinho atribui toda essa procura pela simplicidade do comércio que é um estabelecimento familiar.

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Felicidades para Paulo

Roberto Bonfim, que comemorou aniversário no último dia 27. O versículo que ele

sempre diz é “O senhor é meu Pastor e nada me faltará”

A linda Laura completou 16 anos de idade em fevereiro, seus pais

Alexandre Duque e Néia são só orgulho da filhona.

A princesa Luana Borges completou o tão sonha-do 15 anos, seus pais Luciana e José Ailthom a

parabenizam pela data tão especial.

Gestor do Grupo de En-

sino Benevenuto e do Pólo da Unicesumar,

Clóvis, fez aniversário

no último dia 19, e recebe a homenagem de amigos e

familiares. Na foto aparece

ao lado de sua esposa Angélica.

CLICK DO JHONES

o pré wedding de Renata e

Vinícius

CLICK DO JHONESo Casamento de

Amanda e Brener

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