MANDATO XI ATA Nº. 9/2014 SESSÃO ORDINÁRIA DE 12 DE ...€¦ · SESSÃO ORDINÁRIA DE 12 DE...
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MANDATO XI
ATA Nº. 9/2014
SESSÃO ORDINÁRIA DE 12 DE DEZEMBRO DE 2014
Aos doze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e catorze, nesta cidade de
Braga, no Auditório da Empresa InvestBraga, pelas vinte e uma horas, reuniu,
em sessão ordinária, a Assembleia Municipal de Braga, sob a Presidência da
Senhora Hortense Lopes dos Santos, com a assistência do Senhor Serafim
Figueiral Rebelo, como Primeiro Secretário e do Senhor João Manuel Tinoco
Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª.
PRESIDENTE DA MESA comunicou que havia quórum, tendo-se verificado a
presença de setenta e quatro membros. ESTIVERAM PRESENTES OS
SEGUINTES MEMBROS: João Alberto Granja dos Santos Silva, Filomena
Maria Beirão Mortágua Sousa Freitas Bordalo, Maria do Pilar Araújo Teixeira,
Américo dos Santos Afonso, Bento Duarte da Silva, João Filipe Monteiro
Marques, Rosa Maria Macedo da Cunha, Tânia Correia da Cruz, Natacha Sofia
Miranda Fontes, Maria Manuela de Freitas Marques, Arlindo Henrique Lobo
Borges, Carlos Alberto Sousa Duarte Neves, Gonçalo Nuno Lopes de Castro
Pimenta de Castro, Daniel Fernandes Pinto, Manuel Maria Beninger Simões
Correia, Sílvia Maria Rodrigues de Oliveira, José Marcelino da Costa Pires, Ilda
de Fátima Gomes Esteves Carneiro, Ana Paula Enes Morais Pereira, Bento
Ferraz Gomes de Faria, Sebastião Marques Quarenta, Rui Alberto Alves de
Sousa e Silva, João Gilberto Dias Sousa, Marta Filipa Azevedo Ferreira, Rui
Sérgio Ferreira da Silva Dória, Carlos Joel Barbosa Pereira, Manuel António
Gomes Pinto, Francisco Marques de Oliveira, Ana Filipa Gonçalves Rocha Costa
Carla Maria da Costa e Cruz, Raúl Alfredo Cardoso Peixoto da Silva, Bruno
André Ferreira Gomes da Silva, Pedro Miguel Rodrigues Simões Casinhas,
Manuel Carlos Ferreira da Silva, João Manuel Mouta Gomes, Agostinho
Fernando Monteiro Fernandes, José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe Paiva da
Mota Pedroso, João José da Costa Pires, Raquel Naír Carvalho Cerqueira Pinto,
Eva Paula Sousa, José Manuel Ferreira Gomes, António Araújo Fonseca Veiga,
José Maria Machado da Silva, Orlando Agostinho Marques Fernandes Gomes,
Joaquim de Oliveira Rodrigues, José António Ferreira Bastos, Manuel António
Veiga de Carvalho, João Manuel Faria da Costa, Marco Paulo Ferreira de
Oliveira, João António Matos Nogueira, Augusto Vieira de Carvalho, João
Martins Alves, Manuel da Silva Dias, Carmindo João da Costa Soares, Ricardo
José Pinto dos Anjos Ferreira, José Magalhães Soares Gomes, Manuel de
Azevedo Martins, Maria Goreti Sá Maia da Costa Machado, João Lamego
Moreira, José António Vieira Peixoto, Hilário Fernandes Lopes, Carlos Alberto
Ferreira de Sá, Francisco Manuel Pereira da Silva, António Martins de Araújo,
Mário José Reis Vieira, Sandra Maria Araújo Costa, Alexandre José de Sá
Vieira, José António de Araújo Vilaça, Marcelino Moreira de Sá e José Manuel
Gomes Martins. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE MANDATO: A Assembleia,
em face dos pedidos apresentados, deliberou aceitar a suspensão de mandato dos
seguintes membros: Hugo Alexandre Lopes Soares, Paulo Alexandre Lopes de
Carvalho Viana, Maria Ester da Silva Taveira, Alexandre Amoedo da Cruz
Lourenço, Adelino da Costa Correia, Domingos da Silva Abreu, Mário Alexandre
Peixoto Gomes, José João Pereira Correia, Luís Jorge Vaz Santos Antunes
Coelho, Rui Manuel Martins Ribeiro Leite, João Vasconcelos Barros Rodrigues,
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Maria Filomena Carvalho Ferreira, Rui Manuel Rebelo da Silva Pereira, Maria
Isabel Magalhães Mexia Monteiro da Rocha, Pedro Miguel Pereira de Sousa,
Nuno Álvaro Freitas Barbosa de Alpoim, Cláudia Patrícia Serapicos Alves, Vítor
Manuel de Sousa Leite Cibrão Coutinho, Catarina Lourenço Ribeiro, José
Manuel Lopes Ferreira, Diana Sofia de Sá Carneiro Gonçalves Basto, Tiago
Jorge de Assis Caldeira da Cruz Corais, Joana Maciel Ferreira da Costa, Artur
Jorge de Oliveira Feio, Márcio Alexandre Martins Ribeiro, Bárbara Seco de
Barros e Paula Cristina Barata Monteiro da Costa Nogueira. FALTOU O
SEGUINTE MEMBRO: José António de Oliveira Rocha. PERÍODO DE
INTERVENÇÃO ABERTO AO PÚBLICO. Neste período registou-se a
intervenção do SR. HENRIQUE MANUEL PINTO GONÇALVES, que revelou
ser a terceira vez que ali se deslocava, sendo que o motivo de hoje se prendia
com a conclusão do encerramento da Escola de Vilaça. Em primeiro lugar,
queria agradecer a aprovação da moção de protesto pelos presentes. Depois,
demonstrar o seu desagrado com as palavras do Sr. Deputado daquela
Assembleia, João Granja, pela maneira como reagiu à sua proposta e que a
comparasse com as afirmações do Sr. Deputado Pedro Sousa. Disse ter recebido
a resposta do Ministério da Educação, da qual passou a ler um excerto: ”A
Escola Básica de Vilaça, pertencente ao Agrupamento de Escolas de Trigal Santa
Maria, não fez parte da proposta de reordenamento da rede escolar do concelho
de Braga para o ano escolar de dois mil e catorze, dois mil e quinze, apresentada
por estes serviços ao Município de Braga, atendendo que tinha uma frequência
de vinte e cinco alunos no ano escolar de dois mil e treze, dois mil e catorze. Em
reunião realizada com o Município, no dia quinze de abril de dois mil e catorze,
concluiu-se pela inclusão no reordenamento da Escola com a integração dos seus
alunos na EB um de Fradelos da mesma União de Freguesias”. O que significava
que se não tivesse havido a reunião na Câmara Municipal de Braga a Escola de
Vilaça não tinha fechado. Fizeram uma assembleia extraordinária da Assembleia
de Freguesia. Uma manifestação no local com acompanhamento pela SIC. Uma
providência cautelar, tendo recorrido e apresentado uma queixa-crime, conforme
havia prometido. A resposta ao Tribunal estava naquela resposta oficial do
Ministério da Educação. Aquilo que o movia era o princípio da segurança
jurídica. Havia uma lei que aprovava o encerramento das escolas com menos de
vinte e um alunos e a Escola de Vilaça foi encerrada sem se saber o motivo. O
Tribunal não esclareceu o motivo por que a Escola encerrou, tendo somente dito
que não foi por ter mais de vinte e um alunos, ou pela previsão de ter menos de
vinte e um. Respeitavam a Carta Educativa de Braga, que dizia que enquanto a
Escola de Vilaça tivesse o número de alunos suficiente, não encerrava. Não
houve respeito pela Carta Educativa de Braga, pelo que consideravam uma
imoralidade democrática. Tinha pena que se tivesse entortado o que estava
direito, mas que não se conseguisse endireitar o que estava torto. O único erro
que tinham cometido na freguesia, foi terem ganho as eleições. Aquilo era um
sintoma da doença do nosso regime. Nunca mais se esqueceria daquele caso e
iria continuar a lutar por ele. Sentiu-se na obrigação de ali ir esclarecer a
situação. Registou-se uma segunda intervenção, agora pelo SR. LUÍS MATEUS,
que começou por agradecer a possibilidade que lhe deram e que iria falar em
nome de um coletivo, de um movimento que esteve presentemente a crescer em
Braga e que tinha a ver com a defesa do interesse público na Agere. Esse
movimento criou-se em torno de um manifesto e resultou de uma reação de
cidadãos de Braga perante a eventualidade de um contrato de gestão delegada,
ou de um novo contrato de gestão delegada, que lhes parecia não assegurar
minimamente o interesse público naquele serviço municipal. Muitos ainda se
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lembrariam, outros mais novos já não, mas o saneamento e a utilização da água
nas sociedades tradicionais, estava muito ligado ao ir buscar água à fonte, ou ao
poço, ou á mina, consumindo-se muito pouco em casa, porque era trabalhoso ir
de cântaro à fonte ou à mina buscar água. Poucas casas tinham água canalizada,
em Braga só a partir do fim do século dezanove começou a haver, com as Sete
Fontes e com a distribuição da água e mesmo assim grande parte das casas iam
buscar água à fonte, aos fontanários que hoje existiam na cidade decorativos,
todos eles eram fontanários de abastecimento público. Se vissem fotografias ou
postais antigos veriam que à volta das fontes de Braga estavam sempre pessoas a
recolher água. O saneamento era feito muito à base do esterco na cidade, nas
aldeias era o porco que consumia grande parte dos detritos que não
consumíamos e no fim comia-se o porco. E grande parte das coisas, o que era
lixo orgânico, também fazia estrume para a lavoura. Havia lavradores que
vinham à cidade recolher o esterco das casas e nessas fotografias antigas
frequentemente se viam uns carros de bois a fazer esse serviço. Era assim que se
vivia há cem ou cento e cinquenta anos. Hoje era impossível viver-se assim. Hoje
vivíamos em apartamentos, com aglomerados muito densos de população e o
saneamento e fornecimento de água doméstica era essencial. Ouviu-se há pouco
tempo falar sobre a legionela, que era um problema de uma bactéria que se
deixou proliferar num ambiente que não foi desinfetado, que gerou uma dúzia de
mortes e quatrocentos e tal internados com pneumonia. Isto eram serviços
essenciais no tipo de vida que existia hoje para garantir que uma população
extensa, como a de Braga, pudesse sobreviver. Não havia a hipótese de um
serviço daquele tipo, que era essencial, ficar insolvente ou abrir falência ou
fechar como uma mercearia de bairro, como um prestador de serviço, até como
um consultório médico. Era uma questão muito sensível e continuavam, com
alguma apreensão, a não ter uma informação muito clara sobre aquilo que se
estava a preparar. As interpelações que fizeram diretamente ao Presidente da
Câmara não obtiveram resposta. Estavam disponíveis e foi para isso, sempre, que
se apresentaram para secundar as diligências dos autarcas, Câmara e Juntas de
Freguesia que iriam ser interpeladas para falar sobre esse assunto e tomar uma
decisão, talvez no princípio do próximo ano. Estavam apreensivos por que não
estavam a ver a transparência naquele processo, que gostavam de ver. Era esse
apelo que gostava ali de deixar. Por um lado, disponibilizarem-se para apoiar
tudo o que fosse a defesa do interesse público nesse serviço essencial, por outro
lado, solicitar maior transparência naquilo que eram os desenvolvimentos
próximos daquele processo. Depois, uma terceira, pelo SR. PEDRO PINHEIRO
AUGUSTO, que disse também falar em representação de um movimento de
defesa do interesse público na Agere e que a sua intervenção visava apresentar
algumas dúvidas que suscitavam o atual projeto de contrato de gestão delegada
que estava em discussão. Primeiro, estava previsto que o contrato tinha um prazo
de validade de cinquenta anos. Aquilo era para os seus netos virem a resolver,
aparentemente. Era automaticamente renovável. Portanto, poderia ser eterno,
salvo indemnização, caso a Câmara Municipal pretendesse cancelar o contrato.
Nesse caso, teria que indemnizar os sócios da Agere, que detinha quarenta e nove
por cento da empresa, no valor da empresa, mais trinta por cento. Ora, existia
uma dúvida. Quanto valia a empresa? Quanto valia hoje e quanto valeria daqui a
cinquenta anos? Parecia-lhe que uma empresa que tinha um contrato vitalício
com lucro assegurado, valeria muito dinheiro. Faltava saber quanto. Estava
assegurada, na proposta de contrato em discussão, uma remuneração garantida
anual de oito vírgula vinte e meio por cento sobre os capitais próprios da
empresa. Existia alguma análise que apresentasse o reflexo nas tarifas ao longo
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dos cinquenta anos? Estava previsto no contrato que a empresa tinha que dar
lucro. Ou seja, as tarifas tinham lá um mecanismo, poderiam ser revistas sempre
em função desse desígnio. Caso não o fossem, entrava-se em deficit tarifário era
a Câmara Municipal que assumia esse deficit, ou seja, todos os Bracarenses.
Alguém teve em conta a evolução demográfica prevista para os próximos
cinquenta anos, ou para os próximos cem ou mil na cidade de Braga? Portugal
estava em contração. Daqui a vinte ou trinta anos, havia estudos que diziam que
iríamos ter seis milhões de Portugueses. Partia-se então do princípio que iriam
existir dois terços dos Bracarenses. Mas os oito vírgula vinte e cinco por cento
sobre os capitais próprios estavam garantidos. Qual seria o reflexo nas tarifas?
Se os capitais próprios aumentarem, por algum motivo, em que se ficava? Quais
eram os mecanismos de controlo que a Câmara Municipal de Braga iria ter em
seu poder para controlar todas aquelas questões? Aquelas eram algumas dúvidas
que julgava serem pertinentes. Parecia-lhe estarem prestes a embarcar num
negócio ruinoso do qual não haveria sequer saída. Era uma dúvida que o
preocupava muito. Julgava que aquela questão deveria ser analisada com o
devido cuidado, precisamente para se evitar uma situação que duvidava que
tivesse retorno. Viam-se os exemplos dos nossos vizinhos, nomeadamente a
Câmara de Barcelos, pelo que era de evitar aquele tipo de situações. Estavam
muito a tempo de se poder negociar. A Câmara tinha o apoio dos Bracarenses e
estavam ali para ajudar no que fosse preciso, mas também os Bracarenses não
aceitariam de ânimo leve uma situação que tivesse assim uns contornos tão
dúbios. Por fim, interveio o SR. HERMÍNIO VEIGA DA SILVA, de Mire de
Tibães, para falar sobre a freguesia de Mire de Tibães que fazia fronteira com o
rio Cávado, à volta de um quilómetro, que não tinha nenhum acesso direto ao rio,
que se pudesse chamar público, porque subitamente, alguém se apropriou ou se
intitulou dono de um caminho que, pelo menos, há cento e quarenta anos as
pessoas passavam lá livremente. Esse caminho, que alguém se intitulou dono,
tinha também uns sobreiros. Esses sobreiros o dono cortou-os com o pretexto de
que eles tinham uma doença. Sabia também que tomaram por pretexto um pedido
da Junta de Freguesia em que solicitava o corte de um ramo. O corte de um ramo
levou á destruição de todos os sobreiros de uma só vez. Não queria criticar que
avaliou a saúde dos sobreiros, que pelos vistos estavam todos doentes. Tinha
fotografias em que eles não estavam assim tão doentes e que mostravam que
eram saudáveis. Provavelmente alguém extrapolou o pedido da Junta e a licença
ou a autorização da Câmara para o corte do ramo e fizeram então o corte total
de todos os sobreiros. Queriam duas coisas garantidas pela Câmara e tinha ali
um conjunto de perguntas que colocaria ao Sr. Presidente da Câmara. Duas
coisas essenciais, as pessoas que cometeram o crime de cortar uma árvore que
era protegida, aproveitando um pretexto que era o corte de um ramo de um
sobreiro, que tivessem alguma penalização. Não podiam ficar impunes. Iria citar
uma frase de uma carta muito conhecida de um chefe índio ao grande chefe
branco e que não se cansava de ler, porque em cada dia representava uma
história de que quem respeitava a natureza, se respeitava a si próprio: “O
homem não teceu o tecido da vida. Ele é simplesmente um dos seus fios. Tudo o
que fizer ao tecido, fará a si mesmo”. Se não protegermos as poucas riquezas que
tínhamos e seguramente eramos dos países mais ricos em cortiça. Se não
protegêssemos isso, o que iríamos proteger? O que iríamos legar aos nossos
netos? A falta de tempo e o facto de não ter muita experiencia não o deixavam
expressar bem toda a revolta que levava. O acesso ao rio, que tinha os sobreiros,
ficou um sítio triste, com o aspeto de uma fábrica que faliu e que agora mostrava
a miséria que os sobreiros escondiam. Os sobreiros protegiam o ambiente que se
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vivia. Como podia uma via pública, utilizada há muitas dezenas de anos
livremente por todos, não ser do domínio público? Como se poderia garantir o
acesso a um bem comum, que era o rio Cávado, se esse acesso era limitado por
uma presumível propriedade privada? Como podia a Câmara Municipal exigir a
construção de um parque de estacionamento por um acesso supostamente privado
de outro proprietário? Havia um senhor que pediu a construção de um pavilhão e
foi-lhe exigido que virado para esse acesso, que era privado, fosse lá colocado
estacionamento. Se era privado, a Câmara não podia exigir que tivesse
estacionamento. Como se poderia garantir continuidade a um projeto, ciclovia
junto ao rio, se os acessos podiam ser limitados? Passou-se depois ao PERÍODO
DE ANTES DA ORDEM DO DIA que teve início com a apresentação de dois
Votos de Pesar, pelo PRESIDENTE DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE
MAXIMINOS, SÉ E CIVIDADE, SR. LUÍS FILIPE PAIVA DA MOTA
PEDROSO, referindo o primeiro que o Grupo do Partido Socialista na
Assembleia Municipal, apresentava um sentido voto de pesar pelo falecimento do
Senhor Manuel Joaquim Araújo, falecido no passado dia seis de dezembro.
Manuel Joaquim Araújo, nascido a vinte e dois de junho de mil novecentos e vinte
e três, natural de Braga, veio trabalhar para o Município de Braga em um de
outubro de mil novecentos e quarenta e sete, tendo-se aposentado por limite de
idade em vinte e dois de junho de mil novecentos e noventa e três. Trabalhou
durante uma vida no Município de Braga, quarenta e seis anos, tendo
desempenhado com brio e correção a sua função ao serviço dos Bracarenses. Era
um bom homem, um bom chefe de família e um trabalhador de referência no
Município de Braga. Assim, pelo seu percurso e exemplo de vida, propunha-se
que a Assembleia Municipal deliberasse: Um - Aprovar o presente “Voto de
Pesar” pelo falecimento do Senhor Manuel Joaquim Araújo; Dois - Manifestar à
sua família as mais sentidas condolências, transmitindo o teor deste “Voto de
Pesar”. E o segundo dizia que o Grupo do Partido Socialista na Assembleia
Municipal apresentava um sentido voto de pesar pelo falecimento do Senhor Dr.
Luís José Teixeira da Silva, de sessenta anos de idade, falecido no passado dia
vinte e dois de novembro, após doença prolongada. Luís José Teixeira da Silva,
nascido em quinze de maio de mil novecentos e cinquenta e quatro, natural de
Joane, Vila Nova de Famalicão, veio trabalhar para o Município de Braga em
um de março de mil novecentos e setenta e quatro, tendo-se aqui radicado e
casado. Licenciado em Finanças pelo IPCA, foi Chefe de Divisão da
Contabilidade desde dois de setembro de mil novecentos e noventa e seis, tendo-
se aposentado em um de junho de dois mil e catorze. Era há longos anos a esta
parte responsável pela Contabilidade e pelas contas do Município. Uma pessoa
simples, autentica, leal, um bom colega, um bom amigo, um homem de bom
coração, um bom chefe de família, um distinto profissional, de uma
disponibilidade à causa pública ímpar. Um homem a quem o Município de Braga,
pelo seu profissionalismo, pelo seu empenho e pela sua ajuda será eternamente
reconhecido. Assim, pelo seu percurso e exemplo de vida, propunha-se que a
Assembleia Municipal deliberasse: Um - Aprovar o presente “Voto de Pesar”
pelo falecimento do Dr. Luís José Teixeira Silva; Dois - Manifestar à sua família
as mais sentidas condolências, transmitindo o teor deste “Voto de Pesar”. Postos
à votação foram os dois votos de pesar aprovados por unanimidade, seguidos de
um minuto de silêncio, proposto pela Mesa da Assembleia Municipal. Foi
depois apresentado pela Srª. Deputada do P.S.D., ROSA MARIA MACEDO DA
CUNHA, um Voto de Congratulação, realçando que no passado dia vinte e sete
de novembro se celebrou o primeiro centenário do nascimento do Professor
Lúcio Craveiro da Silva, uma das mais ilustres e prestigiadas figuras da cultura
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portuguesa, mas também, o que lhes importava ali realçar, uma das mais ilustres
e prestigiadas figuras da cultura bracarense. Sacerdote por vocação e filósofo de
formação, para além dos cargos que desempenhou na Companhia de Jesus,
dedicou grande parte da sua vida à criação e ao desenvolvimento inovador de
instituições do ensino superior, desde o Instituto Superior Económico e Social de
Évora até à Universidade Católica Portuguesa e à Universidade do Minho. Foi
três vezes Diretor da Faculdade de Filosofia de Braga, membro da Comissão
Instaladora e primeiro Reitor eleito da Universidade do Minho e Presidente do
seu Conselho Cultural (durante mais de vinte anos) até ao final dos seus dias. Foi
também um académico de nível superior que se dedicou essencialmente às áreas
da cultura portuguesa, da história do pensamento filosófico português e da
temática ética-social. Bracarense por adoção (nascido na Covilhã, Tortosendo),
foi um homem que se dedicou inteiramente a Braga, à cultura, ao ensino e à (s)
sua (s) universidade (s), pelo que, numa decisão de justa homenagem, em boa
hora (na passagem do seu nonagésimo aniversário), a Universidade do Minho e a
Câmara Municipal de Braga decidiram atribuir o seu nome à nova Biblioteca de
Leitura Pública da cidade, inaugurada em dezembro de dois mil e quatro. Era
nesse contexto que, enquanto representantes da comunidade, o grupo municipal
do Partido Social Democrata propunha que a Assembleia Municipal, na sua
sessão de doze de dezembro de dois mil e catorze, deliberasse: a) Exprimir, neste
primeiro centenário do seu nascimento, o profundo reconhecimento e
congratulação pela importante obra, de pensamento e de ação, que o Professor
Padre Lúcio Craveiro da Silva nos legou marcando, inevitavelmente, a história
de Braga. b) Saudar, nesta mesma ocasião, a Câmara Municipal de Braga e a
Universidade do Minho pelo décimo aniversário que, no próximo dia vinte e um
de dezembro, assinalava a Biblioteca, que, numa justa homenagem a este ilustre
pensador, foi designada de Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Faziam votos que
esta Instituição pudesse continuar a materializar e aprofundar, por muito e
longos anos, uma salutar e saudável cooperação institucional ao serviço da
comunidade. Posto à votação foi o presente voto de congratulação aprovado por
unanimidade. De seguida foi presente um Voto de Louvor, pelo Sr. Deputado do
C.D.S.-P.P., DANIEL FERNANDES PINTO, que dizia que o Colégio D. Diogo
de Sousa comemorava, neste ano, o sexagésimo quinto aniversário da sua
fundação. Estabelecimento de ensino particular inspirado no seu Ideário e
Projeto Educativo nos princípios da moral cristã, tinha vindo, à semelhança de
outros estabelecimentos de ensino, quer públicos, quer privados, a distinguir-se
no seu percurso de vida como um estabelecimento de ensino, ao serviço da
comunidade educativa, de exaltados méritos, quer na formação dos seus
educandos, quer no agrado com que as famílias o reconheciam e, ainda, na
inserção curricular e profissional dos alunos que se acolhiam ao seu magistério.
Procurando propiciar às famílias, aos alunos e à comunidade o melhor na
formação integral da pessoa humana e oferecer o grau de exigência mais elevado
no aproveitamento escolar, em sintonia com os desígnios de uma educação sã
para a vida, tinha vindo a obter o reconhecimento público do seu trabalho e da
sua dedicação à causa do ensino. Esse reconhecimento era visível todos os anos,
nas diferentes listagens que eram publicadas por diversos órgãos de
comunicação social, em que o Colégio D. Diogo de Sousa, tinha sido
invariavelmente um dos estabelecimentos de ensino que ombreava com algumas
escolas de Lisboa e do Porto, ocupando os lugares cimeiros. Contudo, em dois
mil e catorze, segundo os diferentes órgãos de comunicação social, várias escolas
de Braga, obtiveram igualmente lugares de destaque. Esse desempenho resultava
de um esforço levado a cabo por todos os agentes educativos, constituindo o
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mesmo um incentivo extra a que se desse continuidade ao trabalho realizado.
Com efeito, estabelecimentos de ensino como a Escola Artística do Conservatório
de Música Calouste Gulbenkian, a Escola Secundária Carlos Amarante, o
Externato Infante D. Henrique, o Colégio João Paulo II, o Colégio Teresiano, o
Externato Paulo IV, o Externato Nossa Senhora das Graças e a Escola Básica de
Arentim, eram cada vez mais presença assídua nos lugares cimeiros das listagens
acima referidas. Assim sendo, a Assembleia Municipal de Braga, reunida a doze
de dezembro de dois mil e catorze, por iniciativa do grupo municipal do CDS-PP,
aprovava o seguinte: Um: que aquela Assembleia Municipal, endereçasse ao
Colégio D. Diogo de Sousa, um voto de louvor pelos seus sessenta e cinco anos.
Dois: que fosse endereçado a todos os estabelecimentos de ensino do concelho,
um agradecimento pelo serviço público prestado à comunidade. Posto à votação
foi o presente voto de louvor aprovado por unanimidade. Depois, foi apresentada
uma Proposta de Recomendação pelo Sr. Deputado do P.S., RUI ALBERTO
ALVES DE SOUSA E SILVA, que revelava que tendo em conta que o Executivo
Municipal, em reunião de vinte e quatro de novembro de dois mil e catorze,
aprovou uma proposta de redução de preços, para dois mil e quinze, de alguns
serviços dos Transportes Urbanos de Braga, designadamente, o preço dos
cartões, sob proposta da respetiva Administração, sob o pretexto de
“transferência para os clientes da eficiência das compras dos Transportes
Urbanos de Braga”; Tendo em conta que essa redução não tinha qualquer
impacto no preço que os atuais utentes pagavam mensalmente pelo carregamento
dos seus títulos de transporte, pelo que, na prática, os utentes de passes sociais e
pré - comprados, ou seja, as pessoas socialmente mais necessitadas, não
sentiriam qualquer benefício com essa medida; Tendo em conta que o preço
médio dos combustíveis em Portugal, designadamente o preço do gasóleo,
comparando dezembro de dois mil e treze com dezembro de dois mil e catorze,
segundo dados oficiais da DGEG (Direção Geral de Energia e Geologia),
reduziu-se em cerca de treze por cento; Tendo em atenção os mais recentes
relatórios previsionais de diversas Agências Financeiras, bem como de Agências
de Energia, designadamente o último relatório da conceituada EIA (Agência
Norte Americana de Energia) de dezembro de dois mil e catorze, o qual reviu em
baixa a evolução dos preços do petróleo para dois mil e quinze, prevendo-se,
assim, que os preços dos combustíveis no próximo ano fossem ainda mais baixos
do que se verificava atualmente; Tendo em conta que os combustíveis
representavam cerca de vinte por cento dos gastos dos Transportes Urbanos de
Braga, conforme se podia constatar pela leitura do Relatório e Contas de dois mil
e treze dessa empresa municipal; Tendo, por fim, em conta, o princípio defendido
pela Administração dos Transportes Urbanos de Braga de transferência para os
clientes das poupanças obtidas, sendo que essa poupança, com o preço dos
combustíveis tinha um impacto óbvio, direto e positivo, nas contas dos
Transportes Urbanos de Braga; A Assembleia Municipal de Braga, reunida em
sessão ordinária no dia doze de dezembro de dois mil e catorze, recomendava ao
Executivo Municipal o seguinte: Aprovar, já para janeiro de dois mil e quinze, a
redução do tarifário dos Transportes Urbanos de Braga, designadamente do
preço dos passes sociais e dos pré-comprados, na proporção justa da poupança
direta com a baixa de preços dos combustíveis, ou seja, cerca de dois vírgula seis
por cento. Posta à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO
ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA, para dizer que a atual
Administração dos TUB tinha vindo a implementar um conjunto de reformas e
uma política de transparência de comunicação, que lhes tinha permitido
percecionar a revolução que tinha vindo a ser feita naquela casa. A todos os
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níveis. Nos tarifários, nas carreiras, nas relações com a comunidade, na
promoção de iniciativas, o que, pela amplitude das medidas que tinham vindo a
tomar, tinha ficado clara a diferença em relação aos seus antecessores e a
grande sensibilidade em relação à componente social que aquela casa,
naturalmente, tinha para todo o Município. Razão pela qual tinha a confiança da
sua bancada para que à medida que o cenário económico do país o permitisse,
fossem implementadas as medidas necessárias que traduzissem uma adequada e
equilibrada transposição para benefícios daquilo que fossem as condições do
mercado, de forma genérica. Isso significava, naturalmente, que partilhavam da
recomendação que o Sr. Deputado ali levou, em nome do Grupo Municipal do
P.S.. Agora, o que achavam, era que lhes cabia produzir recomendações e ideias
gerais, não lhes cabendo governar milimetricamente a instituição. Nem era um
tipo de instituição que fosse gerido a partir da Assembleia Municipal, onde
tivesse que ficar amarrado a percentagens que iam à décima sob a forma de
recomendação. Por isso, acolhendo a proposta de recomendação do P.S., iriam
votá-la favoravelmente, na convicção de que era a ideia principal que ali ficava e
que, quem governava a casa, saberia fazer com adequação e com mestria a
aplicação, na medida em que a economia o permitisse, traduzindo um equilíbrio
de distribuição de benefícios naquelas que fossem as prioridades de gestão da
casa que, obviamente, era a partilhada também pelo Executivo. Posta à votação
foi a presente proposta de recomendação aprovada por unanimidade. Interveio
de seguida o Sr. Deputado da C.D.U., PEDRO MIGUEL RODRIGUES
SIMÕES CASINHAS, para proceder à apresentação de outra Recomendação,
que começava por dizer que poderiam, a propósito da teimosia do Sr. Presidente
da Câmara, relativamente às trinta e cinco horas, dissertar um vasto leque de
motivos sociais, políticos e mesmo ideológicos, para demonstrar a falta de razão
que lhe assistia nessa matéria. Poderiam também especular sobre se as suas
motivações não seriam meramente do foro político-partidário. Mas não o iriam
fazer. O que os fazia ir ali hoje, levantar novamente o assunto, era a convicção de
que poderiam mudar o rumo à atual situação, de que poderiam sensibilizar os
Srs. Deputados, mas principalmente os Srs. Presidentes de Junta. Desde logo,
porque também eles tinham nas respetivas freguesias trabalhadores a quem foi
retirado o direito da jornada de trabalho semanal de trinta e cinco horas. Movia-
os, por isso, a convicção de que aquela Assembleia Municipal, contando com o
apoio dos Srs. Presidentes de Junta, que, sem receios, deviam assumir a sua
posição ao lado dos funcionários do município, podia repor a justiça e devolver
um direito inalienável dos trabalhadores. Assim, considerando que a Câmara
Municipal de Braga tinha a possibilidade de, por via da celebração de um acordo
coletivo de empregador público com o Sindicato dos Trabalhadores da
Administração Local, repor a jornada de trabalho nas trinta e cinco horas por
semana e sete horas por dia; Considerando, também, que uma larga maioria de
trabalhadores do universo municipal se tinha manifestado contra a aplicação das
quarenta horas, contestação bem expressa na participação massiva nos plenários
do STAL do dia treze de novembro e de hoje mesmo; Mais, considerando que os
níveis de motivação e eficiência dos trabalhadores e serviços municipais tinham
sido negativamente afetados pela imposição das quarenta horas, o que, em última
análise, piorava o serviço público prestado aos cidadãos; Considerando, ainda,
que o município de Braga estava praticamente isolado no distrito nessa matéria,
sendo um dos dois que ainda não repuseram as trinta e cinco horas e que foi o
próprio Presidente da Câmara que disse estar atento à realidade do distrito e que
acompanharia as decisões tomadas pelos restantes municípios; A Assembleia
Municipal de Braga, reunida em doze de dezembro de dois mil e catorze,
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deliberava recomendar ao Executivo Municipal: Um - A revogação do artigo
décimo quinto do Regulamento Interno de Horários de Trabalho do Município de
Braga, que determinava o período de trabalho semanal de quarenta horas; Dois -
A aplicação imediata no município da jornada de trabalho de trinta e cinco horas
por semana e sete horas por dia através da celebração de um acordo coletivo de
empregador público com o STAL; Três - Que a aplicação da jornada de trabalho
das trinta e cinco horas por semana e sete horas por dia, fosse extensiva a todos
os trabalhadores do universo municipal, incluindo escolas, serviços e empresas
municipais, independentemente do vínculo e relação contratual com a autarquia.
Posta à discussão, usou em primeiro lugar da palavra o Sr. Deputado do P.S.D.,
JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA que, a propósito, realçou
que esta matéria não era uma matéria pacífica e foi objeto de discussão, análise e
deliberação do Tribunal Constitucional. Ficou claro que os municípios podiam
optar pelas trinta e cinco ou pelas quarenta horas. E essa realidade levou a que o
nosso Executivo Camarário optasse por consagrar no Regulamento de Horários
as quarenta horas. Sobre essa matéria havia, no entanto, outros aspetos que
deviam ser sublinhados. Primeiro, a regulamentação interna de horários,
permitirá alargar os direitos consignados a todos os trabalhadores,
independentemente da celebração de quaisquer acordos coletivos de trabalho,
honrando os compromissos assumidos com os sindicatos. Segundo, e era um
aspeto de grande importância na ótica do serviço aos munícipes, sendo que o
alargamento do período de atendimento ao público podia ser uma realidade,
precisamente, porque o horário passava de trinta e cinco para quarenta horas e
vinha, obviamente, criar condições para que acontecesse com mais facilidade.
Em terceiro lugar, permitia que todos os profissionais que reunissem as
condições legais pudessem beneficiar da jornada contínua ou flexibilidade de
horário de trabalho. E, antes, só os trabalhadores sindicalizados, abrangidos por
acordo coletivo de trabalho, podiam aceder a essa situação. Quarto, a redução
efetiva de uma hora de trabalho na jornada contínua, antes não havia qualquer
redução. Cinco, a possibilidade de opção entre três modalidades de horário
rígido e duas plataformas nos horários flexíveis. Braga era uma das autarquias
que apresentava um maior número de opções a esse nível. Seis, a possibilidade de
efetuar compensações de tempos de trabalho. Sete, as sextas-feiras interativas,
embora não alargadas ao universo total municipal, porque não abrangia a Agere
e os TUB. Ou seja, quando na discussão sobre aquela matéria, muitos diziam que
mais uma hora não servia para nada, não era verdade, porque essa hora
permitia, ao nível dos serviços, haver mais trabalho efetivo, maior serviço
prestado, maior serviço à comunidade. Se, por exemplo, na Agere, isso se
aplicasse à varredura, era óbvio que isso permitiria alargar e criar novos
circuitos o que, obviamente, se traduzia em melhoria e aumento do serviço
prestado à coletividade. Essa realidade permitiu uma redução objetiva de mais de
dois por cento ao ano nas horas extraordinárias. O sacrifício adicional que era
pedido aos trabalhadores, era compensado com soluções diversificadas e
alternativas. Por exemplo, problemas que havia na Agere, em que havia equipas
mistas, que tinham que se desmembrar, porque tinham muitas vezes horários
diferentes, esse problema deixou de existir, porque passava a haver uma
determinada harmonização. Muitas pessoas julgavam que isso não era realidade
em alguns dos serviços da Câmara, a Agere era um bom exemplo, porque dos
seus quinhentos e tal trabalhadores, quase seiscentos, trezentos já cumpriam o
horário das quarenta horas e nunca veio por aí nenhum mal ao mundo. Em suma,
o Executivo fez uma opção e fez uma opção fundada no objetivo de servir a
comunidade e deter melhores condições para servir os munícipes. Fez uma opção
67
legítima e legitimada que entendiam que devia ser respeitada. E quando alguns
atacavam o Município por não ser sensível relativamente àquelas matérias com a
sua importância e impacto nas famílias, queria lembrar, curiosamente, que foi
aquele Executivo que, pela primeira vez, conseguiu que Braga fosse classificada
como Município familiarmente responsável pelas medidas que iam sendo
aplicadas em vários campos e que levou a que uma entidade externa ao
Município reconhecesse esse estatuto que, aliás, foi público, mas que muitos
tinham dificuldade em reconhecê-lo. Registou-se depois a intervenção do Sr.
Deputado do P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA, para referir que,
desde logo, o P.S. defendia ali que sempre foi arauto no cumprimento e na defesa
das trinta e cinco horas do horário de trabalho. De resto, a Câmara não tinha,
certamente, assim pensavam, medido sequer a produtividade da aplicação dessa
lei, que impunha as quarenta horas semanais aos trabalhadores. Mas, de resto, a
Câmara foi, pelos vistos, até distinguida como sendo amiga das famílias.
Sinceramente não sabiam como se era amigo das famílias, quando se obrigava
essas famílias a trabalhar ainda mais, ou seja, não dedicava tanto tempo assim à
família. Mas mais, a desculpa no que se referia ao cumprimento do horário de
trabalho, era também falsa. A flexibilidade do horário de trabalho permitia,
obviamente, adequá-lo às necessidades do trabalho dessa mesma empresa
municipal. Nada impedia que o trabalhador começasse a trabalhar às nove, e
outro às dez, sem que daí adviesse o que quer que fosse, em termos de
produtividade. Sempre defenderam que o horário de trabalho se desenvolvesse
dentro das trinta e cinco horas semanais. Posta à votação foi a presente
recomendação rejeitada com quarenta votos contra; com uma abstenção e com
vinte e sete votos a favor. Para apresentar uma Declaração de Voto, usou da
palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS
SILVA, que disse ter expendido ali a sua argumentação para justificar o seu
sentido de voto e fê-lo na perfeita convicção da sua extensão, da sua realidade e
do seu suporte legal. Mas muito os espantava que alguém fosse justificar votos a
favor de uma posição daquela natureza, invocando alegadas auditorias ou
avaliações que, obviamente, nesta altura, não podiam ser feitas, mas que eram
objetivas. Porque se havia aumento de prestação de trabalho objetivo, era óbvio
que o saldo de trabalho prestado era superior. Mas, de facto, insistiam em
auditorias e perderam a memória, a mais recente que tiveram no Município, se
calhar era capaz de valer a pena, a breve trecho, que ela fosse produzida, para
que aquelas coisas ficassem claras. Em segundo lugar, registar a falta de
coerência de quem era tão sensível e descobria tantas virtualidades no horário de
trinta e cinco horas, mas nunca se lembraram disso para os trezentos
trabalhadores da Agere, que já estavam sujeitos a esse regime e que nunca
obtiveram qualquer compreensão da parte do Executivo, em relação á sua
situação. Para apresentar outra Declaração de Voto, usou da palavra o Sr.
Deputado da C:D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO PEIXOTO DA SILVA,
dizendo que votaram a favor por uma razão muito simples e podiam dar as voltas
que quisessem, falar dos problemas de gestão como entendessem, mas a
realidade era simplesmente uma. Era fazer com que trabalhadores trabalhassem
mais cinco horas por semana, com o mesmo salário. Isso era exploração pura e
simples. E depois fizessem o que entendessem com esse tipo de exploração. Se
fosse necessário que os trabalhadores trabalhassem ainda mais dez horas para
satisfazer os interesses do munícipe, então tinham que aprovar mais dez horas de
trabalho. Mas, o que naquele momento se estava ali a aprovar era um roubo de
cinco horas de salários aos trabalhadores do Município de Braga. Passou-se
depois à apresentação de uma Recomendação da C.E.M., pelo Sr. Deputado
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JOÃO MANUEL MOUTA GOMES, que dizia que várias escolas do Município
de Braga tinham cobertura de fibrocimento, uma material que incluía amianto na
sua composição. Era sabido que o amianto era um material perigoso, um
carcinogénico potencial, razão pela qual a Direção Geral de Saúde divulgava
informações sobre riscos, gestão de material e resíduos de amianto, bem como
legislação aplicável. O Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Nacional
de Saúde, Doutor Ricardo Jorge alertava também sobre o risco de exposição a
partículas de amianto em suspensão no ar, provenientes de placas de
fibrocimento, com especial impacto na saúde, caso se tratasse de material
degradado ou sujeito a agressão direta. A Lei número dois barra dois mil e onze,
de nove de fevereiro, estabelecia procedimentos e objetivos com vista à remoção
de produtos que continham fibras de amianto em edifícios, instalações e
equipamentos públicos, bem como o levantamento dos edifícios que continham
amianto na sua construção (artigo terceiro) e, ainda, a obrigatoriedade de
informar os utilizadores desses espaços públicos do prazo de remoção desse
material (artigo sétimo). A Portaria número quarenta barra dois mil e catorze, de
dezassete de fevereiro, estabelecia as normas para a correta remoção dos
materiais contendo amianto e para o acondicionamento, transporte e gestão dos
respetivos resíduos de construção e demolição gerados, tendo em vista a proteção
do ambiente e da saúde humana. Tendo em conta o exposto, a Assembleia
Municipal de Braga, reunida a doze de dezembro de dois mil e catorze,
recomendava à Câmara Municipal de Braga: Que, para além dos Jardins-de-
infância e Escolas EB um fossem também alvo de intervenção no âmbito do Plano
e Orçamento para dois mil e quinze as escolas EB dois, três do concelho que
possuíssem revestimento em fibrocimento, uma vez que pareciam terem sido
esquecidas e, na verdade, eram da responsabilidade da Câmara Municipal de
Braga; Nos casos em que a degradação fosse evidente ou o material se
encontrasse acessível a agressão direta e frequente, conforme acontecia em
ambiente escolar frequentado por adolescentes, fossem ponderadas medidas
urgentes de revestimento, enquanto a remoção não fosse concretizada; Que a
Câmara Municipal de Braga desencadeasse, com a máxima urgência, os
mecanismos necessários à resolução desse grave problema de contaminação do
ar exterior e/ou interior, conforme definido na Lei número dois barra dois mil e
onze. Posta à votação foi a presente recomendação aprovada por unanimidade.
Depois foi a vez do Sr. Deputado do P.S., JOSÉ MARCELINO DA COSTA
PIRES, apresentar uma Moção subordinada ao tema “Em defesa da Segurança
Social Pública” que referia que o Instituto de Segurança Social notificou cerca
de setecentos trabalhadores para os colocar no novo sistema de requalificação.
No Centro Distrital de Braga foram cinquenta os funcionários afetados. O
Governo invocou a necessidade de reorganização, por existirem postos de
trabalho a mais e pela necessidade de extinguir funções que não se enquadravam
na missão do Instituto de Segurança Social. O Governo alegou que tinha
funcionários sem funções, depois de já ter esbanjado para as mãos do setor
privado a gestão de alguns equipamentos sociais. Face às perspetivas de
privatização de outros serviços públicos, a potencial privatização das
competências do Instituto de Segurança Social era um perigoso atentado à
função social do Estado. Um dos grandes méritos do serviço público era
proporcionar a todos a acessibilidade aos seus serviços, principalmente numa
altura em que havia inúmeras famílias fragilizadas com o desemprego e o
empobrecimento. Defendiam serviços públicos de qualidade, disponíveis em
igualdade de acesso a todos os cidadãos. Consequentemente era indispensável ao
País uma Segurança Social Pública, Universal e Solidária. Reciprocamente, os
69
profissionais tinham um papel fundamental na promoção das condições de vida
dos beneficiários. Retirar os funcionários que acompanhavam as famílias mais
necessitadas quando estas mais precisavam, era perder anos de formação e
experiência, enquanto se flagelavam diariamente as populações com filas
intermináveis nas instalações da Segurança Social. A requalificação dessas
centenas de trabalhadores, mais não era do que o prelúdio de um despedimento
coletivo. Que os trabalhadores fossem requalificados ou despedidos, era uma
alteração semântica. Posto isto, prestavam a sua solidariedade aos profissionais
do Instituto de Segurança Social e juntavam-se à luta desses trabalhadores pela
dignificação da sua profissão, em defesa da Segurança Social Pública e dos
beneficiários que a ela recorriam. Assim, os eleitos do Partido Socialista
propunham que a Assembleia Municipal deliberasse: Um - Prestar total
solidariedade para com os trabalhadores afetados por esse processo; Dois - Que
a Câmara Municipal de Braga desenvolvesse todos os esforços junto da
Administração Central para travar esse processo, na defesa dos direitos dos
trabalhadores e da Segurança Social Pública; Três - Mais deliberasse que da
presente moção fosse dado conhecimento ao Senhor Ministro da Solidariedade,
Emprego e Segurança Social, à Senhora Presidente do Conselho Diretivo do
Instituto de Segurança Social, IP, aos representantes dos trabalhadores e aos
sindicatos. A este propósito registou-se a intervenção do Sr. Deputado do P.S.D.,
JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA, para dizer que ouviram com
atenção a intervenção do Sr. Deputado Marcelino Pires e queria dizer que lhe
parecia excessivo os termos em que colocou ali aquela questão, na medida em
que não lhes parecia que estivesse em causa a função social do Estado traduzido
pela Segurança Social e, por isso, não lhes parecia que fizesse sentido afirmações
com a extensão como algumas ali foram produzidas. Em segundo lugar, dizer
apenas aquilo que o Sr. Deputado Marcelino Pires disse, colocar-se ali um
bocadinho na pele da virgem pura, de pouca memória, não lhe parecendo que
ficasse bem, sobretudo quando foi o P.S. que assinou o memorando com a troika,
que previa a redução da administração pública, o que, obviamente, só se
conseguia com reduções nos Ministérios. Aliás, era sabido que foi pedido a cada
Ministério, na sua proporção, que fizesse um esforço para acomodar essa medida
de forma a ter o menor impacto possível. Casos houve onde tiveram reformas
antecipadas. Casos houve onde se convidaram as pessoas voluntariamente para
se disponibilizarem para essa situação e houve outros Ministérios, como o da
Segurança Social, que optaram pelas medidas que enunciou. O Sr. Ministro da
Segurança Social já foi publicamente dizer que não iria haver despedimentos. O
P.S. também disse já, publicamente, pela sua parte, em qualquer cenário, se um
dia viessem a ter responsabilidades, também não haveria despedimentos. Em
qualquer dos casos, aquele era um assunto sério e um assunto que também
merecia a preocupação do P.S.D.. Daí a disponibilidade da sua bancada em
subscrever um conjunto, naturalmente que os considerandos não, mas uma vez
que era a parte vinculativa que constituía as deliberações, que os vinculava,
havia disponibilidade para votar integralmente o ponto um, onde se prestava a
solidariedade para com os trabalhadores. O ponto três, onde se dava a
comunicação da deliberação ao Ministro, ao Conselho Diretivo do ISS, IP, ao
representante dos trabalhadores e dos sindicatos e sugeriam, em relação ao
ponto dois, uma redação que caso o P.S. acolhesse essa formulação permitiria,
julgava, produzir uma posição consensual na Câmara. E a redação que propunha
era a seguinte: “Que a Câmara Municipal de Braga desenvolva todos os esforços
junto à Administração Central para reanalisar este processo na busca de outras
alternativas”. Julgava ser uma redação equilibrada, que poderia justificar uma
70
posição unânime de toda a Assembleia Municipal e pensava que, em relação aos
trabalhadores da Segurança Social, em concreto de Braga, seria para o P.S.D.
um contributo que depois seria encaminhado para o Ministro e para os
representantes dos trabalhadores. Aceite a alteração e posta à votação foi a
presente moção aprovada por unanimidade. Foi ainda apresentada uma outra
Moção, pela C.D.U., através do Sr. Deputado BRUNO ANDRÉ FERREIRA
GOMES DA SILVA, que começava por revelar que recentemente foi anunciado
pelo governo, em particular pelo ministro Pedro Mota Soares, a intenção de
conduzir para requalificação profissional, seiscentos e noventa e sete
trabalhadores do instituto de segurança social, que no caso concreto do distrito,
correspondia a mais de meia centena de profissionais. Afirmado como processo
de requalificação, este processo não era mais que o despedimento encapotado
daqueles profissionais. Tanto mais que se enquadrava numa ambição mais vasta
de “requalificar”, que era como quem dizia despedir, cerca de doze mil
funcionários públicos. Da mais de meia centena de profissionais deste instituto,
no distrito de braga, dezasseis integravam a carreira docente, dos quais catorze
estavam afetos ao núcleo de crianças e jovens, um ao acompanhamento de
famílias de acolhimento de idosos e deficientes, um na área da cooperação e
acompanhamento das IPSS. Dos catorze afetos ao núcleo de crianças e jovens,
sete representavam a Segurança Social nas CPCJ (Terras de Bouro e Vila Verde,
Amares, Braga, Cabeceiras de Basto e Guimarães), para além do
acompanhamento às CPCJ, algumas tinham funções de assessoria aos tribunais e
outras às Amas. Havia ainda seis motoristas, sendo os restantes assistentes
operacionais. Ou seja, desmentindo as declarações do Governo, todos esses
trabalhadores tinham funções e trabalho atribuídos, tornando claro que toda essa
operação não era mais que um processo de destruição e desmantelamento da
Segurança Social, do direito à proteção social dos cidadãos e à sua
universalidade, transferindo responsabilidades, que o Estado tinha para com as
populações, para a esfera dos privados. Entendiam que esse processo era da
maior gravidade, representava o desrespeito pelo trabalho e dignidade desses
trabalhadores, com sério prejuízo para as suas vidas e desempenho dos serviços
fundamentais que integravam. Lembravam ainda o já sobejamente conhecido
recurso daquele instituto, bem como de outros serviços públicos, a Contratos de
Emprego – Inserção e estágios profissionais, explorando assim desempregados
para colmatar a sua falta de trabalhadores ao mesmo tempo que escamoteava as
estatísticas do desemprego. A saída desses trabalhadores da Segurança Social só
ia degradar ainda mais o serviço público prestado pela Segurança Social, com
maiores tempos de espera na resposta. Entendiam que esse processo era
inseparável do objetivo em curso de desmantelamento das funções sociais do
Estado e de destruição dos serviços públicos, em particular da Segurança Social
pública e universal. Foram já várias as ações de luta desses profissionais, um
pouco por todo o país, com vista à manutenção dos seus postos de trabalho e das
suas justas ambições, mas sobretudo, na defesa das funções sociais do estado.
Ações que tinham tido sempre a solidariedade das populações. Salientavam, com
particular relevância, os dois protestos ocorridos em frente ao centro distrital da
segurança social de Braga onde se juntaram centenas de pessoas. No último
protesto foi lida uma mensagem do Vice-Presidente da CMB, Firmino Marques,
em que manifestou a solidariedade e preocupação com aqueles trabalhadores.
Nesse contexto, deliberou a Assembleia Municipal de Braga: Um - Manifestar a
sua solidariedade com os trabalhadores do instituto de segurança social na sua
luta pela defesa dos seus postos de trabalho; Dois - Manifestar junto do governo
português a sua preocupação quanto ao desmantelamento dos serviços de uma
71
Segurança Social que se queria pública e universal. A palavra foi dada ao Sr.
Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA, para
informar que pelas mesmas razões que puderam votar e que agradeciam a
abertura do P.S. para a alteração da moção, naturalmente que com aquele tipo
de considerandos, com aquele tipo de linguagem e com a parte deliberativa que,
de facto, fazia afirmações daquela natureza que não podiam, obviamente,
subscrever, iriam votar contra aquela moção. Usou ainda da palavra o Sr.
Deputado do P.S., JOSÉ MARCELINO DA COSTA PIRES, para realçar que
as afirmações agora produzidas pelo Sr. Deputado João Granja, em seu
entender, não condiziam com o teor do texto que ali foi lido. Efetivamente os
considerandos, tal como há pouco disse, e muito bem, não eram votados. Eram
votadas apenas as conclusões finais. As conclusões, que o Sr. Deputado que
apresentou a moção, ali enunciou, não estavam, nem pouco mais ou menos,
afastadas das conclusões ou do teor das conclusões que o P.S. ali apresentou.
Por isso, não via razão para que da parte do P.S. não devessem votar
favoravelmente, por que no seu contexto global se entrecruzava com aquilo que
ali foi enunciado na moção que há pouco leram, votaram e que foi aprovada por
unanimidade. Daí, por essas razões, votariam favoravelmente a moção
apresentada pela C.D.U.. Posta à votação foi a presente moção rejeitada com
trinta e dois votos contra; com seis abstenções e trinta e um votos a favor.
Passou-se depois à apresentação de uma Moção do C.D.S.-P.P., pelo Sr.
Deputado GONÇALO NUNO LOPES DE CASTRO PIMENTA DE CASTRO,
que começou por revelar que no último Quadro Comunitário de Apoio de dois mil
e sete, dois mil e treze, em termos de candidaturas ao PRODER, Braga teve uma
prestação bastante reduzida. Tiveram investimentos de pequena dimensão na
exploração agrícola bastante baixo. Na instalação de jovens agricultores
também. Capacitação de empresas agrícolas igualmente e a nível de ovídeos para
reconversão da vinha também houve um baixíssimo número de candidaturas. A
Assembleia Municipal de Braga, reunida a doze de dezembro de dois mil e
catorze, por iniciativa do grupo municipal do CDS-PP, aprovou a seguinte
Moção na Assembleia Municipal de Braga: Um – Entendia o CDS-PP de Braga
que o Município Bracarense deveria estar mais próximo dos agricultores e
colaborar na dinamização do tecido agrícola do Concelho. O CDS-PP conhecia e
era solidário com as limitações e constrangimentos que o nosso Município
estaria obrigado; porém, não sendo uma medida a adotar de imediato, mas logo
que existisse essa disponibilidade, vinham propor a criação de um Gabinete de
Apoio Técnico ao Agricultor na Câmara Municipal de Braga, cujo objetivo era o
de dar apoio técnico aos agricultores (atuais e futuros) que quisessem dinamizar
explorações agrícolas, silvícolas e pecuárias no Concelho de Braga. As linhas de
orientação desse Gabinete Técnico seriam as de prestar um serviço gratuito e
personalizado, que visasse, por um lado, apoiar, orientar, informar, acompanhar
e impulsionar o tecido agrícola e, por outro lado, prestar informação e apoio a
todos os empreendedores e futuros empresários agrícolas que pretendessem
iniciar a sua atividade no Concelho. Esse gabinete teria como principais
objetivos: apoiar e promover a utilização continuada das terras agrícolas; a
manutenção da paisagem rural do Concelho; e promover e incentivar a utilização
de sistemas de exploração agrícola sustentáveis. Uma das bases da economia do
Concelho assentava na atividade agrícola, o Município tinha um papel
fundamental na dinamização deste tecido empresarial, devendo fomentar o
conceito “produzido localmente, consumido localmente”, promovendo a
atividade de produção e de valorização das espécies e dos produtos endógenos.
Esse Gabinete faria, também, uma gestão em parceria com as juntas de freguesia,
72
de uma bolsa de terrenos com vocação agrícola disponíveis; divulgaria
informação e avisos relacionados com a atividade agrícola; divulgaria novas
oportunidades e apoios financeiros; e, prestaria aconselhamento técnico, em
especial no que às culturas predominantes da região dissesse respeito. O Grupo
Municipal do CDS-PP de Braga vinha colocar à votação daquela Assembleia a
votação daquela moção, propor a criação de um Gabinete de Apoio Técnico ao
Agricultor na Câmara Municipal de Braga. Posta à votação foi a presente moção
aprovada com quatro votos contra da C.D.U.; com uma abstenção e com os
restantes votos a favor. Usou da palavra a Srª. Deputada da C.D.U., CARLA
MARIA DA COSTA E CRUZ para, numa Declaração de Voto, dizer que a
C.D.U. votava contra a moção apresentada pelo Grupo Municipal do C.D.S., por
a considerar, por um lado, demagógica e, por outro lado, anedótica. Explicava
porquê. Anedótica, porque quem detinha o pelouro do desenvolvimento rural na
Câmara Municipal, era um Vereador do C.D.S.. E a questão que colocavam era,
como vinha agora o Grupo Municipal do C.D.S. propor ao Vereador do C.D.S.
que criasse um Gabinete de Apoio ao Agricultor. Demagógica, porque o Governo
P.S.D./C.D.S.-P.P., à semelhança de anteriores governos, aquilo que tinham feito
era desmantelar o Ministério da Agricultura, os serviços do Ministério da
Agricultura que tinham a função e a missão de fazer esse apoio aos agricultores.
O P.C.P. e a C.D.U. consideravam, de facto, que era muito importante o apoio à
agricultura, mas não era com a criação daqueles pseudogabinetes com a
assunção, por parte do Município de responsabilidades que competiam à
Administração Central. O que queriam que ali ficasse claro, era que a C.D.U era
favorável ao desenvolvimento da agricultura. A agricultura era um setor
fundamental ao país. Não podiam era compactuar com medidas que pretendiam
“tapar o sol com a peneira”, daquilo que tinham sido as opções políticas de
sucessivos governos, relativamente à agricultura e aos setores estratégicos
nacionais. Mais uma Moção foi presente, agora pelo Sr. Deputado da C.E.M.,
MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA, que referia que o Ministério da
Segurança Social decidiu dispensar seiscentos e noventa e sete trabalhadores do
Instituto da Segurança Social, através da “requalificação”, um mecanismo que
mais não era do que a antecâmara do despedimento, de um elevado número de
trabalhadores que eram fundamentais para o cumprimento da missão da
Segurança Social. Considerando que os argumentos em que se fundamentou essa
decisão eram falsos, pois os trabalhadores afetados com essa decisão tinham
funções atribuídas; Considerando que os critérios de seleção dos funcionários
não tinham por base nenhum estudo rigoroso sobre as verdadeiras necessidades
de recursos humanos; Considerando que entre os trabalhadores a dispensar
estavam docentes em funções de técnicos superiores, que desempenhavam
funções relevantes em áreas tão sensíveis e complexas como a intervenção social
e a proteção de crianças e jovens; Considerando que só no Distrito de Braga
estava prevista a dispensa de cinquenta e um trabalhadores; Considerando que
entre os trabalhadores a dispensar estavam funcionários com funções tão
diversas como motoristas, administrativos, que prestavam um serviço relevante
quer no atendimento dos cidadãos, quer no apoio ao trabalho dos técnicos;
Considerando que só no Distrito de Braga a dispensa de catorze docentes poderá
levar ao colapso dos serviços que trabalhavam na intervenção e
acompanhamento de centenas de crianças e jovens em risco; Considerando que a
falta de recursos humanos na Segurança Social era uma evidência, confirmada
diariamente por centenas de cidadãos que recorriam e/ou trabalhavam em
articulação com os diversos serviços da Segurança Social; A Assembleia
Municipal de Braga, reunida a doze de dezembro de dois mil e catorze deliberou:
73
Um – Solidarizar-se com a luta dos trabalhadores da Segurança Social do
Distrito de Braga, na defesa dos seus postos de trabalho, mas também de um
serviço de Segurança Social público, universal, que contribuísse para a coesão
social. Dois – Exortar o Executivo, na pessoa do Presidente da Câmara
Municipal de Braga, a solidarizar-se publicamente com a luta dos trabalhadores
da Segurança Social de Braga e a sensibilizar, pelas vias Institucionais, o
Ministro da Segurança Social, para a necessidade de reverter essa decisão. Posta
à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO
GRANJA DOS SANTOS SILVA, para dizer que, obviamente, se demarcavam
dos considerandos e atinham-se apenas à parte deliberativa, permitindo associar
a esse apelo ao Senhor Presidente da Câmara, para que interviesse, naquele
processo. No mesmo sentido, com que votaram a moção do P.S., iriam dar o seu
acordo à sua aprovação. Posta à votação foi a presente moção aprovada com
uma abstenção. De seguida foi apresentada uma outra Moção pelo Sr. Deputado
do P.S., BENTO FERRAZ GOMES DE FARIA, que destacava que o tempo
transcorrido desde o passado dia um de setembro, com a instalação em Vila Nova
de Famalicão das duas Secções de Execução da Comarca de Braga, que serviam
os concelhos de Braga, Amares, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Barcelos e
Esposende, já foi suficiente para se constatar a incapacidade das mesmas para o
tratamento, em tempo útil, dos processos que lhes estavam afetos. A generalidade
dos processos que, em um de setembro, se encontravam prontos para decisão de
embargos de executado, oposições a penhoras e reclamações de créditos,
continuavam tal como se encontravam. E, pior quanto aos que exigiam produção
de provas. Sem capacidade, sequer, para informarem o estado dos processos ou
atenderem as reclamações por falta de movimento dos processos, os funcionários
limitavam o atendimento telefónico à parte da manhã, sendo muito difícil obter
disponibilidade de linha, tantas eram as chamadas. Mostrava-se necessária a
criação de uma terceira secção de Execução para servir a área dos concelhos em
causa e havia vantagem, para os concelhos de Braga, Vila Verde e Amares, em
que fosse instalada em Braga, que, em prejuízo dos cidadãos deste concelho,
sendo sede da comarca distrital, dispunha de menos valências que as cidades de
Guimarães e de Vila Nova de Famalicão. Assim: A Assembleia Municipal de
Braga, reunida em sessão ordinária de doze de dezembro de dois mil e catorze
deliberou: Solicitar à Excelentíssima Ministra da Justiça a criação, por
necessária, e a instalação em Braga, de uma nova Secção de Execução, para a
área dos concelhos de Braga, Vila Verde e Amares; Recomendar à Câmara
Municipal que cooperasse com o Ministério da Justiça no sentido de facilitar a
instalação, nesta cidade, da mencionada Secção de Execução. Aberta a
discussão, passou a usar da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO FILIPE
MONTEIRO MARQUES, para realçar que da parte do P.S.D., obviamente, que
partilhavam das preocupações com o sistema de justiça em Portugal e,
nomeadamente, aquela era uma questão importante, embora considerassem que
era, para uma reforma daquele tipo, daquela amplitude e daquela magnitude,
ainda precipitado, neste momento, avançarem já com uma propostas naqueles
termos. Mais uma vez, sem prejuízo da preocupação que partilhavam, sem
prejuízo também do espírito de colaboração que entendiam dever continuar no
futuro e poderiam, eventualmente, até chegar àquela conclusão dali a uns meses,
o que entendiam era que naquele momento seria pífio aconselharem o Ministério
da Justiça a criar esse novo juízo. Por um lado, se ele era assim tão necessário,
aconselhar parecia-lhe pouco, Mas, por outro lado, também lhe parecia
precipitado, desde logo, solicitar a sua criação. Julgava que deveriam ter alguma
ponderação sobretudo numa altura em que se sabia e até foi assumido pelo
74
Governo Central a questão dos problemas que houve com a aplicação da reforma
atual do sistema. Agora, entendiam também que era preciso dar tempo ao tempo
sobretudo na justiça, sem prejuízo, mais uma vez, de considerarem que eram
atendíveis as preocupações e que as pessoas estavam necessariamente
preocupadas com alguns atrasos que se iam registando aqui e ali. Não achava
ser este o momento, nem a bancada do P.S.D. entendia que fosse neste momento a
prioridade de aconselhar a criação de um juízo. Poderiam manifestar essa
preocupação. Poderiam até fazê-la chegar ao Ministério da Justiça. Agora, em
três meses, ter já a noção perfeita de que era necessária a criação desse juízo,
parecia-lhe, sinceramente, precipitado e só nessa medida votariam contra aquela
moção, sem prejuízo de poderem chegar a um entendimento agora e até no futuro
para medidas compensatórias de eventuais, problemas que, registando-se,
criavam, esses sim, prejuízos elevados para os cidadãos. Posta à votação foi a
presente moção rejeitada com trinta e cinco votos contra e trinta e um votos a
favor. Interveio o Sr. Deputado da C.D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO
PEIXOTO DA SILVA para, numa Declaração de Voto informar que votaram
favoravelmente aquela moção, mas que consideravam que era um simples
remendo num fato completamente roto, porque nem aquele mapa, nem aquela
Ministra tinham conserto nenhum. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do
P.S., RUI SÉRGIO FERREIRA DA SILVA DÓRIA, para proceder á
apresentação de uma Declaração Política, que começava por dizer, que no dia
três de dezembro foi comemorado mais um Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência. Assim se celebrava desde mil novecentos e noventa e dois, data
instituída pela Organização das Nações Unidas, complementado pela Convenção
das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada em
dois mil e oito, tendo por objetivo a sensibilização da sociedade para a
necessidade de se criarem igualdades de oportunidades, a promoção dos direitos
humanos das pessoas com deficiência e o combate à discriminação e
intolerância. De acordo com a mesma ONU, aproximadamente dez por cento da
população mundial, possuía algum tipo de deficiência. Na maioria das vezes,
esses problemas resultavam em motivo para a discriminação, o que dificultava
uma vida de qualidade e digna para as pessoas com algum tipo de deficiência.
Mas, na prática, e em pleno dois mil e catorze, na nossa europa, havia casos de
respostas em que pessoas com deficiência eram fechadas em jaulas dentro de
instituições. Pois também em Portugal havia muito por fazer, existindo pessoas
com deficiência escondidas em ambiente familiar ou inseridas em instituições sem
condições, provocado por falta de respostas, transportes ou mesmo informação
adequada. Em que áreas e momentos se estava a intervir: A intervenção precoce,
junto de crianças até aos seis anos, com alterações ou em risco de apresentar
alterações nas estruturas ou funções do corpo, constituía um instrumento crucial
na concretização do direito à participação e inclusão social dessas crianças e dos
jovens e adultos em que se iriam tornar. O investimento na intervenção precoce
era prioritária e também a atitude economicamente inteligente, desagravando
complicações futuras e podendo desenvolver os esforços necessários para um
planeamento de respostas e apoios mais eficiente. Mas na realidade sentiam-se
ainda muitas dificuldades no encaminhamento, na formação dos técnicos e na
articulação e ação efetiva dos organismos envolvidos e até total
desconhecimento. Na escola, a Constituição previa que o Estado devia
“promover e apoiar o acesso dos cidadãos com deficiência ao ensino e apoiar o
ensino especial, quando necessário” e, assim, o direito ao acesso ao ensino
destes cidadãos e o direito à igualdade de oportunidades, impunha medidas
adequadas para colmatar a desigualdade inicial dos cidadãos com deficiência.
75
No entanto, o que se percebia atualmente, era a própria legislação a excluir
alunos dos apoios de que eles, comprovadamente, necessitavam. Não obstante,
desta situação, em dois mil e catorze percebiam o desrespeito com que o Governo
tratava os cidadãos: a educação especial, onde se incluíam as crianças com
deficiências, reduziu os apoios disponíveis em quinze vírgula três por cento. Nas
ajudas técnicas, apoios concretos que as crianças e jovens com necessidades
especiais precisavam, do ponto de vista da saúde e do seu desenvolvimento, a
Associação Portuguesa de Deficientes deu nota que o Governo “condena
milhares de cidadãos” a não poderem ter uma vida ativa e produtiva, ao ter
cortado em mais de trinta por cento (quase quatro milhões de euros) no valor
disponível para o financiamento para ajudas técnicas. Mas, e após o ensino
obrigatório, o que acontecia? O que acontecia aos que não tinham apoio familiar
e/ou não encontravam respostas adequadas às necessidades? As instituições que
desenvolviam respostas sociais a esse público-alvo, estavam em grande parte
confrontados com momentos de dificuldades financeiras e de dependência de
financiamentos públicos, ao mesmo tempo que lhes era retirada a possibilidade
de inovar e reestruturar as respostas existentes. Ao contrário de acudir a essa
situação de crise, o Estado apresentava dívidas a instituições, que tinha vindo a
aumentar e que, por exemplo, ascendiam a mais de um milhão de euros no que
tocava às instituições de educação especial. Mais gravoso ainda, era a
insuficiência de respostas sociais, desde Centros de Atividades Ocupacionais,
programas concretos de Emprego Apoiado, Lares Residenciais e Residências
Autónomas para pessoas com deficiência. Nessa incompreensível realidade
havia, no entanto, a nível local, cidadãos, redes de país, instituições, escolas e
hospitais, autarquias e instituições públicas que trabalhavam, eram responsáveis
e procuravam respostas de proximidade e contribuíam para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas com deficiência. Uma comunidade, que na
adversidade tinha agido, cooperado e construído soluções. Desde instituições
com décadas de existência e experiência, até novas iniciativas de autoajuda,
autorrepresentação, e novas respostas/valências que, mesmo sem apoios ou
financiamento, atendiam a situação de clara emergência social. Assim, numa
altura que se projetava o Plano de Desenvolvimento do Município de Braga, e
que no novo quadro comunitário incluía um programa operacional dedicado à
inclusão, urgia um pensamento estratégico municipal que se apoiasse num
diagnóstico participado por todos os intervenientes, na priorização das
necessidades, eliminação de barreiras, otimização de recursos e investimentos,
para potenciar um concelho ainda mais acessível, inclusivo e promotor da
igualdade e dignidade humana, constitucionalmente estatuída no seu artigo
primeiro. A maneira como se tratava os cidadãos, especialmente os mais
desprotegidos, definia, em grande medida, a nossa natureza e o nosso nível de
desenvolvimento. E, após isto dito, comemorou-se mais um dia três de dezembro.
Apelavam, no entanto, para que este ano não fosse perdido e contasse para que o
próximo dia três de dezembro fosse uma celebração de conquistas. Outra
Declaração Política foi apresentada, agora pelo Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO
ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA, que referia que tinha aguardado
tranquilamente pelo final do período de antes da ordem do dia, na esperança que
alguém falasse do tema para poder sublinhar ali dois ou três reparos. Uma vez
que ninguém o fez, naturalmente que não poderia ficar de bem com a sua
consciência se não dissesse duas ou três coisas relativas a um tema que lhe
parecia sério e grave e convinha que ficasse registado, mais não fosse, para os
anais da Assembleia Municipal, como uma advertência para o futuro e que tinha
a ver com a solução de histórias e episódios tristes relacionadas com a Capital
76
Europeia da Juventude e que tinham vindo a público nos últimos dias. E, pelos
vistos, era uma novela que ainda não estava encerrada. Eramos uma cidade
académica que queria continuar a sê-lo e a sê-lo em grande e com qualidade.
Mas nem na mais desorganizada e negra queima das fitas havia tão tristes
exemplos e tão más práticas, como aquelas que viram na Capital Europeia da
Juventude. Carros devolvidos com danos, assentos queimados, retrovisores
partidos, prejuízos por pagar, dezasseis mil euros de portagens, estando a conta
na Câmara para pagar, porque os responsáveis davam-se ao luxo de passar com
os carrinhos, sem via verde, na via verde. Não participavam os factos e ficavam à
espera que algum dia, provavelmente, Nosso Senhor Jesus Cristo pagasse a
fatura. Mas não era assim. Na vida em sociedade não era assim. Havia regras e
havia que atuar com juizinho. Mas, pelos vistos, foi o que mais faltou naquele
tipo de comportamentos. Por que uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes,
acumulações sucessivas era que permitiam, com juros e com as penalizações,
chegar àquela fatura pornográfica de dezasseis mil euros de portagens para
pagar. Repetia, dezasseis mil euros de portagens para pagar. Por que não era
uma simples “scut”, ou duas, ou três, por que isso seria razoável. Agora passar,
sistematicamente, pela via verde, os carros às dezenas, era de facto um
comportamento que não se podia tolerar. Equipamentos informáticos só foram
devolvidos depois dos responsáveis serem instados por carta a devolverem aquilo
que não era deles e que ainda não tinha sido totalmente devolvido esse
equipamento. Viagens sistemáticas para Esposende, quando não constava que em
Esposende funcionasse alguma coisa da Capital Europeia da Juventude. Havia
exemplos dessa natureza, para além da irresponsabilidade de muitas das dívidas
contraídas que viriam a público, quando o relatório estivesse totalmente
encerrado, esperava que totalmente pago, porque a Câmara era uma entidade de
bem e essas dívidas tinham que ser saldadas. Tudo isso aconteceu sob o olhar
cúmplice do Vereador que tutelava o setor e que hoje liderava a oposição.
Esperavam que ao longo destes dias, que quando um dos responsáveis da Capital
Europeia da Juventude veio a público dizer que aquilo era tudo uma questão de
contabilidade, que era uma questão de má-fé, era o que vinha reproduzido na
comunicação social, estavam esclarecidos em relação ao sentido da
responsabilidade, que justificava, com aquelas duas afirmações, comportamentos
tão pouco idóneos, ou aqueles que estavam objetivados naquele tipo de
consequências. Sim, porque os dezasseis mil euros de portagens, estavam por
pagar. A reparação dos automóveis à empresa, que emprestou ao longo do ano,
mais de vinte e duas viaturas, estava para ser paga. E esse comportamento não
era normal em organizações tuteladas pelo Município com aquela dimensão e
que pretendiam ser um exemplo para a sociedade e para as instituições de
juventude. Por isso, a ideia era apenas que ficasse o registo, para que se
tomassem, no futuro, medidas e prevenções necessárias, para que aquele tipo de
práticas não se voltasse a repetir. A palavra foi dada ao Sr. Vereador do P.S.,
HUGO ALEXANDRE POLIDO PIRES, para salientar que tinha sido
recorrente, por parte da maioria, fazer um ataque sucessivo à gestão da Capital
Europeia da Juventude. Era evidente, que existiram coisas que não correram tão
bem como gostariam, mas a Capital Europeia da Juventude foi, se calhar, dos
maiores eventos que se realizaram em Braga, segundo um estudo da
Universidade do Minho, que a maioria não revelou, e que dizia, que a Capital
Europeia da Juventude teve um retorno de sete milhões à cidade e gostava de
saber onde estava esse estudo. Mas, a maioria tentava sempre lançar lama para
cima da gestão da Capital Europeia da Juventude, porque essa gestão, muito
embora não fosse um administrador executivo, era para o atacar a si próprio.
77
Mas não aceitava esses ataques. E isso era lançar lama para cima das pessoas,
por que se havia dezasseis mil euros de portagens, até poderia admitir que
houvesse, a Câmara ou a Fundação já tinham que ter recebido, pelo menos,
avisos para contestar. Por que não contestou? Por que deixou chegar até ali?
Era para engordar o porco e para dizer às pessoas que a Fundação devia
dezasseis mil euros. Mas existiam outras coisas, a maioria fazia aquilo para
esconder os negócios e para esconder a má gestão que tinha feito até aqui. Para
atirar lama para cima das pessoas, quando andava a fazer um negócio milionário
com privados para a Agere com oito ponto vinte e cinco ao ano. Quando pagava
cinquenta e sete mil euros a uma empresa, meros intermediários, sendo um dos
sócios mandatário duma candidatura e, por acaso, um irmão dum desses sócios
até era presidente de uma estrutura partidária. Por isso, tinha que haver algum
decoro. Precisava haver alguma vergonha. Na política não valia tudo. Estava de
consciência tranquila. O P.S. estava de consciência tranquila, porque hoje, via-se
o Sr. Presidente da Câmara a fazer grandes flores com o GNRation, e esse era a
Capital Europeia da Juventude. Via-se o Sr. Presidente da Câmara a fazer
grandes flores com a “Noite Branca”, essa era a Capital Europeia da Juventude.
Via-se o Sr. Presidente da Câmara a fazer grandes flores com o movimento
associativo, era a Capital Europeia da Juventude. Isso era um trabalho de muito
mérito e de muito trabalho da Capital e do P.S.. Não atirassem areia para os
olhos das pessoas, falando dos dezasseis mil euros. Gostava de saber qual era o
verdadeiro resultado da auditoria de que tanto falavam, por que houve uma
primeira e depois uma outra com um fato à medida feita pela maioria. Passou-se
de seguida à apresentação da ORDEM DE TRABALHOS: PONTO NÚMERO
UM – APROVAÇÃO DA ATA DO DÉCIMO PRIMEIRO MANDATO
NÚMERO OITO BARRA DOIS MIL E CATORZE, DE VINTE E SEIS DE
SETEMBRO. Submete-se à aprovação da Assembleia Municipal, nos termos do
número dois, do artigo quinquagésimo sétimo do Anexo um da lei número setenta
e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, a ata número oito barra dois
mil e catorze do décimo primeiro Mandato, referente à sessão ordinária da
Assembleia Municipal realizada em vinte e seis de setembro. Posta à votação foi
a referida ata aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO DOIS –
GRANDES OPÇÕES DO PLANO E ORÇAMENTO DA CÂMARA
MUNICIPAL DE BRAGA PARA O ANO DE DOIS MIL E QUINZE, BEM
COMO O MAPA DE PESSOAL. Submete-se à apreciação e votação da
Assembleia Municipal, nos termos da alínea a), do número um, do artigo
vigésimo quinto do Anexo um da Lei número setenta e cinco barra dois mil e
treze, de doze de setembro, proposta do Executivo Municipal, aprovada em
reunião de trinta de outubro do ano em curso, relativa às Grandes Opções do
Plano e Orçamento da Câmara Municipal para o ano de dois mil e quinze, bem
como o mapa de pessoal previsto no número três, do artigo vigésimo oitavo da
Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei número trinta e
cinco barra dois mil e catorze, de vinte de junho, nos termos da alínea o), do
número um do artigo vigésimo quinto do Anexo um da Lei número setenta e cinco
barra dois mil e treze, de doze de setembro e ainda a estimativa da despesa fiscal
decorrente de isenções e reduções, para o ano de dois mil e quinze, nos termos do
disposto no número dois, do artigo quadragésimo primeiro do Regulamento
Municipal de Taxas e Licenças e que aqui se dá por reproduzida e transcrita e
vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. Começou por usar da palavra
o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA, RICARDO
BRUNO ANTUNES MACHADO RIO para dizer que as Opções do Plano e
Orçamento para dois mil e quinze eram um documento estratégico que assentava
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em pilares muito claros. O primeiro, era impossível, ou era possível, mas não era
conveniente governar uma cidade sem ter uma visão estratégica para a mesma,
sem saber exatamente qual era o caminho que se queria trilhar e quais eram os
objetivos que se queriam atingir. E, em primeiro lugar, antes de tudo o mais,
aquele era um documento que tinha uma visão, que tinha um conjunto de
ambições e que tinham também bem traçado o caminho para atingir esses
mesmos objetivos, que passavam, obviamente, por políticas e iniciativas
concretas. E, em cada um dos setores da atividade municipal, da captação de
investimento e da dinamização económica, à regeneração urbana, à animação
cultural, às respostas sociais para a população, à preservação e qualificação do
ambiente, em todas as áreas sem exceção, foram apontadas medidas concretas.
Foram concretizados projetos. Foram dados passos para inovar e para qualificar
as respostas dadas para a população. Não havia, sem exceção, nenhuma área na
qual não se estivesse, de facto, a produzir mudanças significativas. Daquilo que
revertia para o exterior, àquilo que era organização interna do próprio
município. E era também a esse nível, que muita da transformação se estava a
fazer. Destacava, começando por aí, se calhar, porque era na nossa casa que
começávamos a mudança, com uma gestão rigorosa e transparente da nossa
casa, que se começava a mudança para erradicar práticas, como as que agora
foram evocadas, que, infelizmente, faziam escola noutros tempos no município
naqueles que eram os seus responsáveis mais diretos. Era através dum rigor na
gestão. Era através do falar verdade aos Bracarenses. Não estar a empolar
orçamentos para tentar viabilizar promessas que depois nunca eram
concretizadas, do ponto de vista da execução. E bastava recordar os anos dois
mil e doze, os anos dois mil e onze, até ao ano das eleições, onde mesmo aí, com
algum esforço, se atingiu apenas uma taxa de execução do plano plurianual de
investimentos na ordem dos cinquenta por cento. Mas nos anos anteriores todas
as obras que estavam inscritas não passaram trinta por cento do orçamento. Isso
era, claramente, enganar as pessoas. Portanto, falar verdade e gerir com rigor os
recursos do município, tinha que ser uma prioridade e era algo que estava
perfeitamente assente enquanto pilar base daquele documento. Mas, também, do
ponto de vista municipal, aquele era o ano em que se iria consolidar o
funcionamento do balcão único. Um momento de revolução, naquilo que era o
relacionamento dos cidadãos com a Autarquia. Que se iriam criar os espaços
cidadão descentralizados em diversas freguesias do concelho. Que se iria criar
um novo portal para potenciar ainda mais a interação entre os cidadãos e o
Município de Braga. Que se iria proceder a uma profunda revisão orgânica do
próprio município, para otimizar a gestão dos recursos e para ajustar a
organização dos diferentes serviços àquilo que eram as áreas prioritárias de
intervenção do atual Executivo Municipal. Também, para o exterior, se cada uma
das áreas estivessem bem delimitadas, neste momento, em termos daquilo que
eram os respetivos motores, como o caso concreto dos transportes urbanos, que
em termos de soluções de mobilidade e de apoio ao transporte da população
tinha dado muitos pequenos passos que qualificavam, e muito, a resposta que era
dada a toda a população, fosse no centro da cidade, fosse nas diferentes
freguesias. O que o Theatro Circo, uma vez ultrapassado o risco de extinção,
tinha feito, em termos de animação cultural da cidade, com uma capacidade
contaminadora para todos os agentes culturais sem exceção. O que do ponto de
vista do apoio ao tecido económico tinha sido feito pela Investbraga, em termos
de captação de novos investimentos e de novos projetos e de apoio aos projetos já
existentes na nossa cidade. Mas também o Município, do ponto de vista social,
com novas medidas na área da educação, como foi este ano o da generalização
79
da oferta dos manuais escolares a todos os alunos do primeiro ciclo. Do ponto de
vista das respostas sociais, como o projeto que se iria ali discutir ao nível da
recuperação dos edifícios mais degradados. Do ponto de vista daquilo que era o
novo programa de saúde oral, que iria possibilitar o acesso a essa valência a uns
largos milhares de Bracarenses ao longo dos próximos anos. Do ponto de vista
também daquilo que eram as medidas infraestruturantes, em termos do futuro e
da construção do futuro do concelho. A conclusão do plano da revisão do Plano
Diretor Municipal. A criação do conselho para a regeneração urbana. Os passos
que estavam a ser dados do ponto de vista da reabilitação do edificado, fosse em
espaços municipais, fosse em parceria com outras entidades. E, não era por
acaso que, no próximo horizonte, tinham também a expetativa de poder
concretizar projetos, para o Parque de Exposições, para o Mercado Municipal,
para a fábrica Confiança e vários outros que estavam a aguardar, precisamente,
a definição dos regulamentos dos Fundos Comunitários que teriam sido, no que
dizia respeito ao plano operacional regional, hoje mesmo aprovados e que ainda
não eram do conhecimento público, mas que seriam o garante da concretização
desses projetos, de acordo contactos múltiplos que tinham feito ao longo dos
últimos meses. Mas a vários outros níveis. Havia várias iniciativas como a
criação do novo quartel dos bombeiros. Uma concretização, finalmente, depois
de muito e muito tempo de arrastamento do processo da carreira de tiro. Do
ponto de vista daquilo que eram também as qualificações e as intervenções nas
diversas freguesias, com as quais continuavam a manter uma relação de absoluta
confiança. Não era só na disponibilidade de todos os dias, era também na
resposta àquilo que eram as pretensões das próprias freguesia e dos seus
executivos no diálogo com a Câmara Municipal. Era ao nível do investimento.
Era ao nível dos acordos de execução. Era ao nível do dia-a-dia da resolução de
muitos problemas, que tinham sido capazes de concretizar as respetivas soluções.
E, portanto, diria que aquele Plano e aquele Orçamento eram documentos que
não eram pouco ambiciosos. Eram documentos que, na sua dimensão financeira,
se ajustavam, claramente, àquilo que era a realidade da Câmara Municipal. Do
ponto de vista dos projetos, que consagravam, não perdiam, em nada, em relação
àquilo que se fez no passado, introduziam várias inovações que estavam no
caminho daquilo que eram as suas prioridades e, em termos de organização e de
modelo de gestão da Câmara Municipal, traduziam uma profunda transformação.
Por que, como também foi expresso naquele documento, a partir de agora, o que
queriam era criar um sistema integrado de gestão em que fosse feito o efetivo
planeamento e uma avaliação dos recursos e dos objetivos que se pretendiam
atingir. Que visse uma afetação dos recursos em função de reais prioridades e
que, depois, tudo isso pudesse ser devidamente escrutinado com verdade por
todos os Bracarenses. E, isso, de uma forma contínua e não apenas naqueles
momentos de discussão dos documentos de contas, fosse ao nível do orçamento,
fosse ao nível dos relatórios finais. Dizer, finalmente, que aquele era um
documento que não deixava de enfermar de um problema estrutural que, neste
momento, afetava a Câmara Municipal de Braga. Como foi feito um estudo por
parte dos serviços técnicos a rigidez da despesa corrente da Câmara Municipal
era hoje elevadíssima. Entre despesas com pessoal, os encargos com as empresas
municipais que tinha que, obviamente, continuar a prestar, pelo serviço público
que desempenhavam. Do ponto de vista dos custos de funcionamento e de
manutenção dos vários equipamentos municipais e dos serviços municipais. Do
ponto de vista dos encargos que tinham que suportar, em termos financeiros, com
os empréstimos bancários ligados ao estádio municipal e ao parque norte ou,
mais recentemente, com os mais de seis milhões de euros que todos os anos
80
teriam que pagar de rendas da SEGEB se nada conseguissem resolver também
nessa matéria e, a verdade, era que estavam de tal forma contratualmente
amarrados, que não era fácil encontrar uma solução para esse problema no
imediato, a verdade era que aquilo que ficava liberto para investimento, sem
contar com o acesso a fundos comunitários, era, de facto, muito exíguo. Mas a
verdade era que estavam a trabalhar com todos, para que esses poucos recursos
fossem utilizados da melhor forma possível e da forma mais justa e equitativa por
todo o concelho. Dizer também uma última nota, que não fazia sentido estarem a
advogar a inscrição de verbas relativas a financiamentos comunitários, quando,
como disse há pouco, não eram sequer, nem agora, em finais de dezembro,
quanto mais no momento em que aqueles documentos foram aprovados em
meados de outubro, conhecidos os objetivos, os regulamentos dos vários eixos
que seriam financiados quer nos programas regionais, quer nos programas
nacionais. Necessariamente, à medida que os avisos de candidatura fossem
surgindo, à medida que os projetos pudessem ser consagrados, iriam socorrer-se
desses financiamentos, porque eles eram cruciais para a concretização dos
muitos projetos que tinham para desenvolver. Mas uma coisa os Bracarenses
tinham a certeza, era que não havia forma de gerir melhor a Câmara Municipal
do que como ela era gerida nos dias que corriam. Posteriormente, registou-se a
intervenção da Srª. Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ,
para, por seu turno, realçar que, disseram-no há um ano, aquando da apreciação
e discussão das opções do plano e do orçamento para dois mil e catorze “a
montanha pariu um rato “ e poderiam continuar a dizê-lo relativamente aos
documentos para dois mil e quinze. Mas, este ano preferiram utilizar o adágio
popular “muita parra e pouca uva!”. De facto, a análise dos documentos
apresentados pela maioria PSD/CDS no executivo municipal não passavam de
um conjunto muito significativo de intenções, algumas até boas intenções, mas,
no essencial, o que viram e leram foram documentos pejados de chavões e de
jargão que os ditos partidos utilizavam para tratar de temas tão importantes
como o desenvolvimento, o crescimento, o interesse concelhio e nacional, e a vida
dos portugueses, no caso concreto dos Bracarenses. Os documentos estavam
eivados de expressões como – empreendedorismo, voluntariado, sociedade civil,
economia criativa, inovação, parcerias, entre outras, mas de concreto nada. O
ano passado, o Executivo desculpou-se por ter apresentado um plano e um
orçamento que não eram aqueles que gostariam de ter apresentado, e foi mais
longe, disse que o fez por que não teve tempo para conhecer bem a realidade e a
situação financeira do município. E este ano, Sr. Presidente, Srs. Vereadores qual
era a desculpa que apresentavam? O Grupo Municipal da CDU entendia que este
ano já não havia quem caísse no engodo. Já não podia haver desculpas
esfarrapadas. Se o Sr. Presidente dizia que não tinha orgulho no orçamento que
apresentou, pois bem, apresentasse outro. Fosse capaz de romper em definitivo
com o que de mau veio do passado. E não viesse, novamente, com a conversa dos
parcos recursos financeiros, ilustrados, segundo dizia, na famosa auditoria
externa. Essa também já não pegava. Quando queriam e decidiam, o dinheiro lá
aparecia. As prioridades estavam trocadas. Para o Grupo Municipal da CDU, os
documentos agora em análise traduziam o entendimento e o posicionamento que
os partidos que suportavam aquela maioria (PSD/ CDS) tinham acerca do
exercício autárquico e do modo como o deviam exercer. Um entendimento sobre
a gestão autárquica que não tinha o centro da sua atuação os princípios e os
primados de uma gestão democrática e participada, a salvaguarda inalienável do
serviço público municipal prestado às populações na área das competências do
poder local, mas antes um entendimento que o poder local se devia substituir ao
81
poder central, assumindo as competências e as áreas de intervenção deste.
Estavam pois, perante um orçamento e um plano que, na verdade, seguia a linha
política do passado. Um orçamento e um plano que optavam pela continuidade e
não pela rutura prometida. As opções de Plano para dois mil e quinze estavam,
como atrás diziam, pejadas de intenções, mas que não passavam disso mesmo.
Pois se cruzassem essas opções de plano com a proposta de orçamento
percebiam melhor o que acabaram de afirmar. Este orçamento prosseguia e
agudizava a política de cortes no investimento. Cortes na educação, na cultura e
no ordenamento do território. Redução brutal do investimento público. Corte
também nas transferências para as freguesias do concelho. A análise do PPI –
Plano Plurianual de Investimento - era aflitiva. O nível de investimento
continuava a ser residual. O investimento em Braga era praticamente nulo.
Veriam então alguns exemplos: Funções Sociais tinham uma taxa de crescimento
negativo, ou seja, crescerão menos sessenta e um vírgula vinte e oito por cento
Na Educação a taxa de crescimento era negativa (menos noventa e dois vírgula
noventa e quatro por cento), a Habitação e serviços coletivos tinham (menos
cinquenta vírgula onze por cento), muito contribuindo para este decréscimo o
corte na proteção do meio ambiente e conservação da natureza (menos setenta e
dois vírgula quarenta por cento), no ordenamento do território (menos vinte e
oiro vírgula noventa e seis por cento) e na habitação (menos onze vírgula
quarenta e um por cento). Os Serviços culturais, recreativos e religiosos tinham
(menos treze vírgula vinte por cento) sendo que a cultura tinha um corte de mais
de noventa por cento e o desporto, lazer, pesasse embora toda a propaganda em
torno da valorização e reforço desta área, tinha um decréscimo de mais de nove
vírgula nove por cento. Mas, os cortes não ficavam por aqui e atingiam também a
segurança e ordem públicas, nomeadamente na rubrica polícia municipal com
uma taxa de crescimento de (menos setenta e cinco por cento), ou seja, em termos
de plano plurianual de investimentos a polícia municipal, em dois mil e quinze,
apenas receberá vinte e cinco mil euros. Quando as famílias continuavam e iriam
continuar a passar por enormes dificuldades e privações por força das medidas
aplicadas pelo Governo PSD-CDS/PP devido à perpetuação de medidas que
diziam ser temporárias - cortes nos salários, nas pensões – elevada taxa de
desemprego. Assim como as empresas do concelho passavam por dificuldades, o
que era expectável era que a gestão municipal fizesse uma aposta no investimento
e o que constatavam era exatamente o contrário. Para além disso, aumentava o
peso dos impostos na globalidade das receitas do município em três por cento. O
Sr. Presidente, perante tais opções, continuava a desculpar-se com a situação
financeira que encontrou no município, com a existência de investimentos e
encargos já assumidos pelo anterior executivo. Mas, o Grupo Municipal da CDU
não o aceitou no passado essas desculpas, e continuava a não aceitá-las. Diziam-
no, mais uma vez, a coligação de direita - PSD/CDS - tinha outras opções, tinha
outros caminhos, mas não quis, optou por não desbravar esse caminho e
continuar a mesma política, com o mesmo rumo que foi seguido durante trinta e
sete anos. Dizia-se também que o orçamento estava condicionado com as quebras
das verbas transferidas da administração central (lesse-se governo) previstas
para dois mil e quinze, menos seis vírgula três milhões de euros do que o previsto
em dois mil e catorze. Mas, não era só confrangedor o PPI, quando tentavam
fazer a correspondência entre o Orçamento apresentado e as Opções de Plano a
perplexidade era total. Era que não havia qualquer correspondência entre um e
outro documento, como os exemplos abaixo ilustravam, visse-se o que era dito no
capítulo “Novas prioridades e realidades”. No domínio do ambiente “o
Município de Braga prosseguirá com o seu empenho na expansão e
82
modernização das infraestruturas ambientais, na valorização dos espaços verdes
e na promoção da educação ambiental da população”. E, qual os montantes
afetos a essas áreas? Como já ali foi dito, eram insignificantes. Na Cultura “ A
cultura é uma área de primordial relevo para a afirmação regional e
internacional do município de Braga. (…) a cultura não pode ser alvo de
menosprezo ou discriminação no que concerne ao investimento público.” E, onde
estava esse investimento público? Não havia investimento público, o que havia
era uma apropriação por parte da Câmara Municipal do trabalho que as
associações, a dita sociedade civil fazia e desenvolvia! Para além disso, o que
havia eram promessas!!!!! Na Educação, por detrás de um discurso elogioso da
importância da educação e do reforço da educação, o que constatavam era que o
executivo municipal, à semelhança do que sucedia com o governo, denotava uma
valorização da educação/escola privada. Esse privilegiar da escola privada e das
instituições de educação privada ia ao ponto de, apesar de ter um pelouro cuja
finalidade era estabelecer e estreitar a relação com a universidade do Minho,
escolhia como parceiro para a elaboração da carta educativa não a
Universidade Pública mas uma instituição particular. O executivo municipal
decidiu ainda intervir na área da promoção da natalidade, para tal ia
implementar uma medida “Nosso Enxoval” percebiam o carácter bondoso da
medida. No entanto, a promoção da natalidade não se fazia dando às famílias um
cabaz de bens essenciais para o bebé. A promoção da natalidade fazia-se com
políticas de promoção de emprego, de emprego com direitos, com a estabilidade
dos vínculos e não com políticas que destruíam o emprego, que fomentavam a
precariedade e os baixos salários, de que eram exemplo os mais de cento e
cinquenta trabalhadores do universo municipal ao abrigo de contratos emprego-
inserção. Eram favoráveis ao estabelecimento de parcerias, do trabalho de
cooperação com as instituições, mas este tipo de estratégias não podiam servir
para que fosse o município a assumir responsabilidades que competia à
administração central, falavam concretamente da saúde, e do programa que o
município dizia que ia iniciar em termos de saúde oral. Mas não só, o
investimento e o incentivo à economia eram da responsabilidade do estado
central ou ainda da coordenação de políticas de emprego e inserção profissional.
Eram muitas e profundas as suas divergências com as opções do plano e
orçamento apresentadas pelo executivo municipal e que ficaram bem patentes
com o que atrás acabaram de enunciar. O poder local constituía sem dúvida um
espaço privilegiado de resolução de problemas, mas também de afirmação de
direitos e de defesa dos interesses e aspirações populares, não era essa avaliação
que faziam dos documentos nem da ação desta maioria. Era, pois, por tudo o que
acabaram de dizer, e por que defendiam outro rumo e outro tipo de gestão
autárquica que o Grupo Municipal da CDU votaria contra as Opções do Plano e
o Orçamento para dois mil e quinze. Usou depois da palavra o Sr. Deputado da
C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA, para, a propósito do tema
em discussão, referir que a Cidadania em Movimento começava por registar
como positiva a atitude do Senhor Presidente da Câmara de auscultar e solicitar
propostas para o Plano e Orçamento de dois mil e quinze, corrigindo uma falha
em dois mil e treze - catorze, em que a CEM nem sequer foi ouvida, quando a lei
o prescrevia a respeito do estatuto do direito da oposição. Analisando as Opções
do Plano e Orçamento, a Cidadania em Movimento sublinhava o reforço do
Orçamento participativo, esperando que este fosse mais participado e plural na
medida em que o anterior foi lançado em plenas férias de verão, limitando uma
participação mais ampla. Relativamente à reabilitação dos bairros sociais,
embora tivessem estado na frente da proposta de reabilitação dos bairros sociais,
83
quer num colóquio organizado para o efeito – para o qual convidaram o Senhor
Presidente e representantes das diversas forças políticas na Assembleia
Municipal – quer nas propostas da Cidadania em Movimento para o Plano e
Orçamento, congratulavam-se com a aceitação parcial duma das propostas,
incluindo a demolição dos bairros Ponte Falcões e Picoto e subsequente
realojamento, proposta essa que veicularam junto do Senhor Presidente não só
pelo estado de degradação extrema desses bairros como por representar, no caso
do Picoto, um gueto de discriminação sócio – espacial. Tinham, porém, a objetar
o aproveitamento politico – partidário imediato da Câmara dessa proposta em
vésperas da Assembleia Municipal, lamentando que a sua concretização a médio
prazo, enquadrada no Plano Plurianual de Investimentos e dependente de fundos
comunitários, representasse um horizonte de execução demasiado lento e
longínquo. Prosseguindo a avaliação do Plano e programação de atividades,
algumas delas aliás decalcadas do programa da Cidadania em Movimento – o
que era até positivo, desde que se fizesse breve referência a esta, entre outras
fontes – tratava-se de um documento que, sendo farto na enunciação de planos,
projetos e atividades e contabilizando um extensíssimo rol de iniciativas (na
ciência, cultura, património, educação, na rede social), se revelava pobre na
execução, verificando-se ausência de uma estratégia articulada que desse
conteúdo às declaradas intenções. De modo ainda mais acentuado que em dois
mil e catorze o Plano para dois mil e quinze, que afirmava a rutura com o modelo
obreirista e sua substituição por novo modelo de gestão e uma nova visão
estratégica, acabava por prosseguir com maior expressão um somatório de ideias
e iniciativas desgarradas mas perpassadas de uma fraseologia retórica oca e
vaga em prol do desenvolvimento do território, do bem – estar das populações,
da sustentabilidade ambiental, da dinamização económica, da captação de
investimento e da criação de emprego, e, mais adiante, de “um desenvolvimento
integrado, sustentável e harmonioso que conduza Braga a ser reconhecida como
uma cidade do conhecimento e da inovação”, enfim, tornando Braga uma
mirífica cidade modelo para os seus residentes e um destino de referência para os
visitantes. À falta de uma estratégia acrescia um outro problema, já presente no
ano passado e que se reproduzia neste Plano e Orçamento e sobretudo no Plano
de Atividades: entre a enunciação e proclamação de múltiplos projetos e
iniciativas – bastantes delas louváveis – e o orçamento destinado não havia
correspondência. Em seu entender, essa pobreza de estratégia era mais manifesta
em áreas que consideravam nucleares de uma política pública municipal como
eram, mais ainda nestes tempos de crise, as áreas sociais, culturais e educativas
ou a mobilidade urbana ou outras como, por exemplo, o ambiente, a energia e o
desenvolvimento, não obstante a utilização retórica dos referidos conceitos e
chavões vazios como coesão social, desenvolvimento do território, qualidade de
vida e bem-estar das populações, quando o que se tinha verificado pelas políticas
nacionais afetando também os bracarenses era justamente o contrário, matéria
que o Plano e Orçamento de dois mil e quinze não corrigia, pois os cortes eram
inclusive mais incisivos que os do ano transato. Assim, salvo as funções gerais
relativas à segurança e ordem públicas que conheciam uma subida de trezentos e
cinquenta e um por cento, passando de trezentos e setenta e nove mil para um
milhão setecentos e nove mil euros, as demais funções sofreram decréscimos
acentuados no orçamento. Podiam enumerar a título de exemplo: As funções
sociais, a começar pela educação que sofreu diminuição de trinta e quatro por
cento para quatro vírgula oito por cento, conheceram uma tremenda redução de
sessenta e um por cento, passando de catorze vírgula um milhões para cinco
virgula quatro milhões (por exemplo, a segurança e ação social ficou sem
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qualquer expressão orçamental digna): A habitação e os serviços coletivos com
cinquenta vírgula um por cento, passando de cerca de cinco virgula dois milhões
para dois vírgula seis milhões; Os serviços culturais, recreativos e religiosos com
– treze virgula dois por cento, passando de dois virgula oito milhões para dois
virgula quatro milhões. As funções económicas, nomeadamente em transportes e
comunicações, sofreram redução de cinquenta e quatro por cento, passado de
dois vírgula cinco milhões para um vírgula um milhões. Com efeito, no plano de
atividades a Câmara Municipal de Braga interferiu com propostas detalhadas
para ações em várias frentes (nos campos económico e social, ambiental,
educativo, científico, cultural – artístico, associativo, patrimonial e religioso),
mas assumiu-se como um animador – mor que contava com a colaboração de
instituições e participação de pessoas sob a forma de voluntariado e/ou
empreendedorismo; estimulava a celebrar efemérides, comemorações
patrimonialistas e recriações históricas ou pseudo-históricas, por vezes num
quadro de revivalismo primordialista quase étnico de cariz luso e bracarense;
mas que ignorava ou deixava para segundo plano as profundas desigualdades e
exclusões sociais presentes na sociedade portuguesa e bracarense de hoje. Mais,
em vez de ter atitude crítica perante o desastre social desencadeado pelo governo
central e os (sub) mundos dos grandes interesses económicos e da finança
nacional e europeia, procurava propor ações desgarradas ou compensações
eivadas de uma estratégia assistencialista de modo direto ou indireto através
doutras instituições civis e para eclesiásticas. De resto, que monumentos
pretendia a Câmara estimular ou apoiar: Monumentos aos mortos da Guerra
Colonial que designava também de Ultramar ou de Libertação? A que libertação
se referia? Apoio ao monumento evocativo pela comunidade ucraniana de
Braga? Em que contexto, com que objetivo? Tal como, no ano passado, não
ignoravam os compromissos e a pesada herança da anterior gestão camarária
(com encargos de rendas onerosas em sete virgula cinco milhões para a SGEB)
as diminuições de quase quinze por cento, ou seja, de menos cinco milhões, em
comparticipações comunitárias via QREN e cerca de um milhão nas
transferências correntes e sobretudo de capital por parte da Administração
Central (FEF, Cooperação Técnica e Financeira) – mais umas prendas deste
Governo e desta Europa da austeridade, o que se verificava era uma simples
gestão corrente, sem rasgo nem meios, expectante em relação a beneméritos, ao
voluntariado e a bancos alimentares e/ou outros “bancos solidários”, promoção
do envelhecimento ativo ou de solidariedades locais da sociedade civil ou
simplesmente em “stand by” à espera de financiamento de verbas comunitárias?
Ou seja, não seria de evitar o alarido propagandístico quando se constatava, de
facto, uma correlação inversamente proporcional entre a retórica política de
propósitos e voluntarismos, mesmo que bem-intencionados, e a escassez ou
ausência de meios financeiros para inúmeras matérias e assuntos,
designadamente sociais. Pelas razões apontadas e considerando que
praticamente as propostas da Cidadania em Movimento entregues não tiveram
praticamente acolhimento para dois mil e quinze, a Cidadania em Movimento
manifestava a sua intenção de voto contra as Opções de Plano e Orçamento.
Depois foi a vez do Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO FILIPE MONTEIRO
MARQUES intervir para dizer que estavam hoje ali reunidos para apreciar e
votar as Grandes Opções do Plano e Orçamento para dois mil e quinze que foram
aprovadas na reunião extraordinária do executivo do passado dia trinta e um de
outubro com os votos contra dos partidos da oposição. O documento que hoje
lhes era presente traduzia a opção clara por um plano e um orçamento de
verdade e realismo que tinha em conta a real capacidade financeira do Município
85
e os seus compromissos. Ressaltava da análise do mesmo uma visão estratégica e
integrada, que apresentava de forma clara, as diversas medidas que se
pretendiam implementar, bem como o seu quadro de prioridades. A criação de
emprego, a captação de investimento, a colaboração ativa com todo o tecido
económico local e com as Associações Empresariais foram apresentadas como a
principal prioridade da gestão municipal para o próximo ano. A valorização do
património, a promoção da sustentabilidade ambiental, o reforço das respostas
sociais, a animação cultural ou o estímulo ao exercício pleno da cidadania foram
outras prioridades que o executivo municipal assumia, e muito bem, para a
governação de dois mil e quinze. Pensado, estruturado e delineado em torno de
uma preocupação de sustentabilidade, mas também de realismo, estes dois
instrumentos congregavam uma viragem substantiva de rumo e propunham a
Braga e aos bracarenses o regresso ao trilho da prosperidade e do crescimento
económico. Era certa e reconhecida a impossibilidade de ali verter a real
ambição do executivo municipal dados os fortes constrangimentos financeiros
que a edilidade atravessava. Era certo também, que esses constrangimentos,
resultantes dos compromissos assumidos por alguns, em nome de todos, mas
apenas em benefício de uns poucos, se refletiriam por muitos e maus anos. O
Senhor Presidente da Câmara já o disse, sem rodeios: este, à imagem do que
sucedeu no ano de dois mil e treze, não era o orçamento que gostaria de
apresentar aos bracarenses. Mas sendo tudo isto certo, há algo, não menos certo,
de que se podiam já hoje orgulhar. Terminou o tempo da irresponsabilidade, dos
gastos por conta, da despesa fácil de hoje, que tornava difícil a vida dos
bracarenses no amanhã. Acabou o tempo das vacas gordas e com ele o tempo das
vacas sagradas. Acabaram as ideias construídas sobre betão e cimento sobre o
que era ou devia ser um presidente de uma autarquia. Terminou a festa, agora
era tempo de recolher as canas e pagar o foguetório. Era justamente o reflexo
desta consequência que constituía o orgulho com que deviam olhar para o
caminho que era apontado por aquele orçamento. Orgulho na palavra dada, no
compromisso férreo com um mandato conferido pelo povo e baseado na
seriedade e confiança. Orgulho na ética do cumprimento das promessas feitas e
na honorabilidade das contas pagas sem refúgio conveniente nos limites mínimos
da lei. E orgulho, sobretudo, na capacidade de, apesar de todas as conhecidas
dificuldades, preparar o futuro com as pessoas no centro da ação política. Os
quatro eixos de desenvolvimento sobre os quais se construiu a visão estratégica
deste plano e orçamento, davam o mote para a consagração de Braga como polo
dinamizador de referência na euro-região Galiza-Norte de Portugal. Num
conjunto coerente de ideias, devidamente amparadas por linhas de ação, que lhe
conferiam o grau de concretização indispensável para que não se ficassem
apenas por palavras de circunstância, ficavam a saber ao que vinha este
executivo. Sabiam, então, que a marca “Braga” era um fator decisivo de
afirmação regional, nacional e internacional do concelho. Uma marca que queria
projetar o dinamismo económico ligado ao empreendedorismo jovem, mas que
não dispensava o valor acrescentado dos produtos e saberes tradicionais. Uma
marca cuja tónica de futuro se alicerçava num passado monumental, que era, ele
próprio, um ativo de referência no contexto internacional. Sobressaía ali o papel
da InvestBraga, uma aposta de sucesso que já foi capaz de apoiar dezenas de
“startups” no concelho. Um instrumento que tinha sabido estar à altura das
expectativas e que tinha granjeado o reconhecimento de inúmeros parceiros
nacionais e estrangeiros. Essa era a primeira porta que devia estar sempre, à
imagem de um célebre monumento bracarense, não aberta, mas escancarada
para receber e potenciar o investimento estrangeiro no concelho. Tinham já hoje
86
resultados palpáveis que significavam um acréscimo real dos horizontes de apoio
ao investimento para os empreendedores locais. E tinham também a garantia de
um futuro promissor, através dos protocolos de cooperação entretanto
estabelecidos com o IAPMEI, a AICEP e o IEFP. A esse sucesso não era estranho
o dinamismo cúmplice que as diversas partes, que compunham o Conselho
Estratégico da InvestBraga tinham garantido. A Universidade do Minho, a
Associação Comercial de Braga e a Associação Industrial de Braga, as
instituições públicas que referiram e as personalidades de relevo de António
Murta, de José Teixeira e de Miguel Cadilhe eram a face visível de uma
colaboração que se estendia para lá deste conselho de sábios e que pretendia
contribuir, decisivamente, para a mudança de paradigma no concelho. A essa
visão de futuro não era alheia a preocupação social evidenciada nas opções do
plano. O trabalho meritório das atuais administrações das empresas municipais,
com relevo, nesta matéria, estava espelhado nos resultados previsionais
apresentados. A capacidade de atrair novos utilizadores de transportes públicos
era uma evidência assente em factos. Com algumas medidas de reduzido custo,
mas de grande alcance, os transportes urbanos começaram a virar a página do
passado recente. A modernização da própria relação com os utentes e um serviço
cada vez mais preocupado com as suas necessidades, resultou na inversão da
tendência de queda quase ininterrupta dos últimos dez anos. Não foi necessário
revolucionar, foi apenas necessário dar lugar ao bom senso e à criatividade,
esses sim, ativos de valor incalculável. Na Bragahabit o esforço de dignificação
na atribuição de habitações sociais mandou que se parasse finalmente com
práticas inaceitáveis. Hoje e no futuro não se aceitava, nem se aceitaria, que
fossem atribuídas habitações que não tivessem as necessárias condições de
habitabilidade. Não se aceitava também que não fossem atualizados os valores
das rendas sociais, como a lei, de resto, obrigava. Por esse imperativo legal, mas
também pelo mais elementar bom senso, a atualização de rendas, para cima ou
para baixo, consoante o incremento ou redução do rendimento das famílias
apoiadas, passou a ser uma realidade. Repetia, a atualização das rendas socias,
resultasse ela no aumento ou na redução do valor pago era hoje uma realidade.
Isso era política social ativa. Hoje mesmo seria ainda analisada e
previsivelmente aprovada mais uma iniciativa de cariz social – o projeto
Bragasol - que visava apoiar os que menos podiam. A que se juntavam diversas
medidas de grande relevo, de menor ou maior impacto mediático, que se
destinavam a mitigar os efeitos nefastos sofridos por aqueles que conviviam com
a pobreza e a precariedade das condições de vida. Tudo isso, apesar das enormes
dificuldades financeiras com que o município estava confrontado. Mas não era só
nesses e noutros âmbitos sectoriais que se refletia a nova visão para a gestão do
município. A revisão de instrumentos de gestão de nível concelhio como a carta
educativa, ou a crescente aposta na participação ativa dos cidadãos na
construção da comunidade, de que era maior exemplo o orçamento participativo,
serviam bem para demonstrar que não foi só a agulha que mudou, a música era
também outra e bem diferente. Mais do que elencar uma a uma as medidas e as
apostas políticas que o plano e orçamento encerravam, importava fazer um
julgamento político da globalidade desses documentos e do contexto em que eles
foram preparados. Era, obviamente, importante destacar factos concretos de
inegável relevo para Braga, como seja o centenário do Theatro Circo que se
comemorava no próximo ano. Mas era sobretudo importante comemorar essas
efemérides com a certeza de que o horizonte de futuro garantia que as próximas
gerações tivessem o direito a idênticas celebrações. Não bastava ir àquela
tribuna ou dizer lá fora, de forma desgarrada, que este executivo demonstrava
87
falta de ambição porque não tinha cá mais cimento e betão. Não era sério pedir
maiores concretizações a quem tinha como grande limitação a realidade dos
números. Não era sequer politicamente sustentável dizer, como o PS, que “está
tudo feito, mas que afinal é preciso mais ambição”, era dizer, mais dinheiro, para
mais obra, para mais despesa, para mais desgraça. Como não era sustentável
estar anos na oposição, como o PCP, a gritar que “o rei vai nu”, que as contas
da autarquia eram um encargo insuportável, mas agora que a realidade era
assumida pela autarquia, vinha pedir mais realizações com menos dinheiro
disponível. As pessoas lá fora sabiam bem do que estava a falar. Elas conheciam
o legado ruinoso que lhes deixaram. Elas conheciam os negócios vergonhosos
que tinham tentado reverter. Como conheciam o ímpeto reformista do presidente
e do seu executivo. Reconhecia, porém, que o que as pessoas mais desejavam não
estava, porventura, suficientemente espelhado naquele orçamento e plano. O que
os bracarenses mais desejavam com a mudança que patrocinaram há pouco mais
de um ano, foi justamente o que obtiveram e não podia estar refletido nos papéis.
A autarquia era agora um parceiro próximo e não um desconfiado desconhecido.
O executivo tinha agora vários rostos que assumiam por inteiro a
responsabilidade, que dialogavam ativamente com a sociedade e que falavam
verdade, olhos nos olhos com as pessoas. Os bracarenses não queriam mais
parcerias ruinosas como a dos campos sintéticos. Não queriam obras infinitas
como a das piscinas olímpicas. Não queriam promessas incumpridas como a do
Parque Norte, das Sete Fontes ou do Parque da Cidade. Não queriam pagar
processos mal conduzidos que, invariavelmente, terminavam na justiça, com a
condenação do município em montantes inacreditáveis. Queriam ver renovado o
centro histórico sem serem obrigados a desconfiar do real motivo que o
determinou. Queriam um concelho liderante no contexto regional, nacional e
internacional. Liderança que Braga merecia e tinha feito, neste ano, por
reclamar. Os bracarenses queriam competência, queriam honestidade, queriam
frontalidade e queriam, acima de tudo, ser cidadãos por inteiro. Era esse mínimo
de respeito e consideração que eles mereciam e era isso mesmo que estava
vertido, sem efabulações ou cenários idílicos, naquele documento. Nem todos
gostariam desse novo estilo. Nem todos estariam preparados para o copiar. Mas
era bom que todos entendessem, mais cedo do que mais tarde, que era esse o
caminho único que a política podia trilhar para resgatar a confiança dos
cidadãos e a honorabilidade que o passado lhe retirou. Eram aqueles os “passos
firmes” que queriam dar para garantir a chegada ao futuro. Estavam fartos de
correr aos tropeções para lado nenhum. Era por isso que o Grupo Municipal do
P.S.D. votaria efusivamente a favor do Orçamento e do Plano. Registou-se outra
intervenção, agora do Sr. Deputado do C.D.S.-P.P., CARLOS ALBERTO
SOUSA DUARTE NEVES, para dizer que estavam confrontados com a
apreciação e votação das Grandes Opções do Plano e Orçamento para dois mil e
quinze. Tal como o Presidente da Câmara ali disse, e muito bem, tinham hoje
uma grande alteração relativamente ao passado, porque tinham um documento
que era um documento de estratégia e de execução orçamental também ao dispor
de todos. Se um tinha efetivamente uma visão, o outro ainda tinha uma herança,
um conjunto de condicionalismos que os amarravam a um passado que gostariam
rapidamente de se verem livres. Relativamente à visão, era absolutamente focada
no futuro e focada em tornar Braga numa nova cidade. Como foi dito, e muito
bem, no tempo em que a Coligação “Juntos por Braga” venceu as eleições em
setembro de dois mil e treze, estava inaugurado um novo tempo para Braga. E o
certo era que a visão estratégica que ali tinham disponível naqueles documentos,
a isso mesmo dava resposta, uma visão estratégica e aquilo que era o slogan do
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próprio Plano ”passos firmes rumo ao futuro”. E era nesse futuro que acreditava
que, efetivamente, o Plano de dois mil e quinze poderia dar fortes contributos,
começando com um pilar muito forte no âmbito da dinamização económica
preocupada na geração de emprego. Era importante que estimulassem a
atividade económica, mas ela tinha que ser, necessariamente, geradora de
emprego e isso estava bem plasmado nos desafios e nos objetivos do Plano. Por
outro lado, a preocupação com uma dimensão social inovadora, procurando
introduzir inovação na forma como se intervinha junto das pessoas, sem prejuízo
das outras grandes opções relativamente à cultura, à educação, ao património e
ao ambiente. Colocar Braga no radar, mas, mais do que fazê-lo, era importante
colocar Braga no mundo e posicioná-la como uma cidade de referência. Foi dito,
e bem, estava nos documentos “Braga cidade do conhecimento e da inovação”
era um pouco a marca agregadora e integradora que se pretendia. Uma marca
que fosse capaz de cruzar fronteiras, numa dimensão regional, nacional e
internacional, era obviamente um objetivo que estava bem plasmado na ambição
que pretendiam para Braga. Uma ambição que tinha também uma preocupação
muito forte com a cooperação. Não fazia sentido olhar-se só para Braga e pensar
que estávamos isolados. À nossa volta tínhamos um conjunto de municípios,
alguns dos quais faziam parte da nossa comunidade intermunicipal, outros
faziam parte da rede de cidades do quadrilátero urbano, outros faziam parte
duma região do norte e de uma euro região Galiza/Norte de Portugal. Portanto
essa dimensão de cooperação regional um pouco na proximidade, mas se
quisessem também fora dessa mesma proximidade à escala regional, euro
regional e até internacional era decisiva e alguns passos, como regularmente
tinham sido dados, com a integração com outras comunidades, com atração de
novos países, nomeadamente através dos corpos diplomáticos, embaixadas ou
consulados que regularmente visitavam Braga, estabelecendo pontes e elos de
cooperação à escala internacional. Os eixos de desenvolvimento que estavam
identificados nas Grandes Opções do Plano eram muito claros. Tornar Braga um
sítio mais atrativo e um município mais atrativo para viver. Isso significava um
sítio onde era possível trabalhar, desenvolver a atividade económica e ter
qualidade de vida para nós e para quem nos visitasse, numa preocupação muito
clara de tornar também Braga atrativa para os visitantes e dessa forma também
desenvolver atividades como o turismo com essa dimensão de exportação da
cidade para fora que tinha muito a ver com a forma como comunicávamos e com
a forma como promovíamos a nossa cidade além-fronteiras. Uma dimensão
importante, uma forma de atrair novo investimento. A atividade económica fazia-
se com investimento e para haver investimento era preciso haver financiamento e
esse financiamento do lado público, como sabiam, era escasso e tinham que o
fazer através de novas formas, novos atores que pudessem canalizar mais
investimento para a cidade. Por outro lado, uma cidade que também tivesse uma
ambição de se posicionar como uma cidade relevante à escala da Península
Ibérica. Esses eixos de desenvolvimento estavam bem concretizados nas várias
linhas de ação, eram dez, e muitas delas já foram ali identificadas, iria apenas
dar alguns tópicos e sinalizar algumas que lhe pareciam absolutamente decisivas
para aquele processo de dinamização económica. Em primeira instância,
aproveitar a capacidade instalada e desse ponto de vista, tanto do lado da
Universidade, como do lado das empresas já existentes, como do lado de algumas
infraestruturas de relevância, como era o caso do próprio Instituto Ibérico de
nanotecnologia, que estava muito abaixo da sua capacidade de aproveitamento
dessa extraordinária infraestrutura que era relevante à escala internacional. E,
portanto, a capacidade que tinham de, a partir daí, gerar novas oportunidades de
89
negócio, novo desenvolvimento económico. Foi ali dito, e bem, que receberam
algum legado também da Capital Europeia da Juventude e não tinha dúvidas em
dizer que o GNRation era um bom ativo que a cidade de Braga tinha e a partir
dele, não tinha dúvidas também, que a Startup Braga e no âmbito da Investbraga
iria desenvolver uma boa iniciativa, um conjunto de iniciativas muito
importantes, no âmbito da promoção do empreendedorismo. Um
empreendedorismo qualificado, não só na área das tecnologias, mas também na
área do empreendedorismo social, por que hoje empreender não era exclusivo de
ganhar dinheiro ou ter apenas orientações para o lucro. Empreender era fazer
acontecer e, seguramente, que no âmbito da “Startup Braga” iriam aparecer
novas empresas de âmbito tecnológico, porque essas tinham prioridade,
nomeadamente, até pela fonte de investimento e financiamento que lhe estava
associada, mas havia um conjunto de empresas noutras dimensões de
empreendedorismo que iriam surgir a partir daí, a partir de um equipamento
muito relevante financiado por fundo públicos. Também o próprio Parque de
Exposições, como ali foi dito, seria objeto de processo de requalificação que
necessitaria de apoios extraordinários, nomeadamente, de apoios que pudessem
vir de fundos comunitários, ou fundos europeus, dos respetivos programas
operacionais. Por outro lado, a dinamização económica como um vetor muito
importante que era o turismo, tendo focado esse mesmo aproveitamento nos seus
recursos endógenos, aqueles que eram inimitáveis, intransferíveis e aí tinham
uma história, um património e uma identidade que lhes permitia ter orgulho
nessa mesma cidade, fazendo dela novas fontes de dinamização económica.
Destacava algumas em particular, o processo de que Braga fazia parte, no Eixo
Atlântico, que era o coordenador do projeto dos caminhos portugueses de
Santiago e essa preocupação de ligar a região do norte com a Galiza e desse
ponto de vista tornar o produto turístico caminhos de Santiago muito mais
atrativo e muito mais rentável para todo o território. Por outro lado, um aspeto
muito importante que também, estava sinalizado e que tinha a ver com a
promoção e o posicionamento de Braga do ponto de vista da comunicação da
imagem e do marketing nas redes de operadores turísticos nacionais e
internacionais. Só assim era possível trazer turistas dos mercados emissores,
porque a promoção fazia-se precisamente aí. Do lado da educação, destacava um
conjunto de medidas, algumas delas já eram recorrentes, que tinha a ver com o
caso dos manuais escolares, já tinha sido ali dito, pela primeira vez, foram
distribuídos aos alunos do primeiro ciclo. Esse processo era para continuar e
para alargar, inclusive, do ponto de vista do material didático também aos alunos
do primeiro ciclo. Era também intenção e estava plasmada nas Opções do Plano
o transporte escolar e o alargamento com critérios de equidade a uma população
mais vasta, precisamente para dar mais apoio á nossa população, sobretudo a
que mais precisava. Foi ali sinalizado que iria haver menos investimento na
educação, se reparassem estavam previstas intervenções em seis escolas e a
requalificação das mesmas. O que não estava previsto, e não podia era que esse
investimento, à semelhança do passado, e à semelhança daquilo que foi feito nos
últimos anos, era financiado a taxas superiores a oitenta por cento por fundos
europeus, ou seja, não estando os programas aprovados, não era possível
sinalizar esse investimento no orçamento porque ele só podia ser identificado
após estarem aprovados os programas, após estarem publicados os
regulamentos, após serem lançados os avisos. No entanto, o investimento estava
identificado e ele seria feito assim que os programas estivessem abertos e esse
cenário aconteceria, seguramente, em dois mil e quinze. Havia um conjunto de
ações sociais que ali foram referenciadas e destacava uma que tinha a ver com
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um aspeto muito importante da nossa sociedade, o envelhecimento ativo e a
promoção de iniciativas que incentivassem esse mesmo envelhecimento ativo. Era
uma realidade. A demografia era o maior problema da nossa sociedade, em
particular na Europa e essa preocupação, essa identificação fazia todo o sentido.
Por outro lado também, a questão da habitação social, a preocupação que a
Bragahabit hoje tinha com o rigor na atribuição e com o rigor na monitorização
das habitações que eram facultadas aos nosso concidadãos, mas também na
requalificação das mesmas e na melhoria das condições para que pudessem
entregar aos cidadãos habitação de qualidade, com preços equilibrados com os
seus rendimentos. Do lado do património, do planeamento e do ordenamento, a
discussão pública e a aprovação do PDM seria um momento alto, mas não podia
deixar de destacar também a discussão e a conclusão do Plano de Pormenor
para salvaguarda das Setes Fontes, uma grande bandeira da Coligação e deste
Executivo. Do lado da valorização ambiental, destacava a continuidade dos
programas de eco escolas, o oxigenar e florestal Braga, mas intervenções
relevantes ao nível do rio Este que iriam requalificar ou continuar a
requalificação e renaturalização, mas também intervir em algumas áreas que
hoje eram problemáticas, designadamente o desassoreamento do respetivo leito,
a regularização do mesmo, a intervenção no troço a partir do complexo “Bosch/
Delphi” até ao Parque Industrial de Celeirós, que era hoje um troço muito
problemático e que tinha tido impacto muito significativo com períodos de
pluviosidade excessiva com inundações e danos significativos nas empresas que
estavam nesse mesmo trajeto e também a montante do mesmo. Estava já em curso
um processo de renaturalização do rio Este perto do INL, aproveitando em
parceria com a APA, com a RH Norte, um conjunto de verbas disponíveis, mas
esse processo seria continuado no próximo ano e iria tornar o rio mais
sustentável e mais requalificado e com mais capacidade de fruição para todos.
Destacava também medidas no âmbito da eficiência energética. Havia um
compromisso, havia uma meta da União Europeia que tinha a ver com os
famosos três vintes, vinte por cento de redução dos gases de efeito de estufa; vinte
por cento de aumento da eficiência energética e vinte por cento de produção de
energia a partir de fontes renováveis. Braga iria desenvolver medidas para esse
efeito e para cumprir essas metas, nomeadamente, ao nível de iluminação
pública, ao nível da eficiência energética dos edifícios, ao nível da produção e da
micro geração de energia, para os tornar mais sustentáveis e do ponto de vista
económico, menos onerosos. Foi ali dito e muito bem, a prioridade para a
requalificação dos serviços municipais e, portanto, para uma melhor qualidade
no atendimento ao público. O Balcão Único era provavelmente o maior emblema
desse processo, mas também o sistema de gestão integrada seria um instrumento
que permitiria ao Executivo melhorar, por um lado, os seus processos e os seus
procedimentos. Por outro lado, ajustar os recursos às necessidades. E, por outro
lado, olhar para a forma como hoje se tinha que prestar serviço público de nova
geração, um serviço público de proximidade, perto dos cidadãos e aí os espaços
do cidadão seriam um instrumento privilegiado, mas com ferramentas mais
tecnológicas que permitiriam às pessoas terem um melhor contacto, um melhor
serviço e uma maior rapidez na prestação desse mesmo serviço. Não tinha
dúvidas que, também do ponto de vista da qualificação dos serviços municipais,
esse processo iria decorrer segundo as melhores práticas, pois estavam
identificados alguns dos referenciais das melhores práticas de gestão municipal e
a Câmara, como ali foi apresentado pelo Sr. Presidente, manifestou esse mesmo
compromisso. Resumidamente, o Plano tinha, “grosso modo”, as grandes opções
que acreditavam ser decisivas para tornar Braga uma nova cidade. Do lado do
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Orçamento, a questão era ligeiramente diferente. Por um lado, havia um
orçamento que era muito condicionado pela herança que foi legada pelo P.S.. Já
foi ali dito, os compromissos eram para assumir, mas o certo era que quase sete
milhões de euros por ano de pagamentos eram as rendas da SEGEB, com os
equipamentos desportivos, os encargos com os equipamentos desportivos, uns
prontos, outros por acabar, do Parque Norte e todo um conjunto de despesa
corrente e da estrutura de despesa completamente desequilibrada, quase cerca de
oitenta por cento era despesa corrente, ou seja, ficava muito pouco para
investimento. Por causa disso foi que a C.D.U. apontou tanta redução do
investimento, mas essa redução estava ali justificada. A despesa corrente
absorvia a maior parte da receita disponível. O que não estava e que foi ali dito
pelo Sr. Presidente era que uma boa parte desse investimento teria a partir de
dois mil e quinze um novo instrumento chamado “Portugal vinte vinte”, no norte
“Norte vinte vinte” que poderia mudar drasticamente o cenário daquilo que era
hoje o orçamento que estava sujeito a votação. De qualquer maneira, não podiam
deixar de referenciar que mesmo naquele registo de rigor, de realismo e de
contensão, as tarifas dos TUB não iriam aumentar e as tarifas sociais da Agere
não iriam subir. Havia também aí uma preocupação social muito relevante para
que aquele orçamento, mesmo em momentos de crise, não prejudicasse os mais
desfavorecidos. Havia também uma preocupação muito grande com uma gestão
mais rigorosa, havendo uma redução de dois milhões de euros nas aquisições de
serviços e de cerca de meio milhão de euros nas aquisições de bens, portanto,
também uma preocupação de fazer mais com menos e fazer mais com aquilo que
tinham. Para terminar, dizerem que aquele Orçamento era, efetivamente, um
instrumento para concretizar um novo tempo para Braga, para concretizar e para
dar passos firmes para esse futuro que todos queriam. E era a pressa desse futuro
e desse tempo que tinham e, por causa disso, o Grupo Municipal do C.D.S. iria
votar favoravelmente as Grandes Opções do Plano e Orçamento para dois mil e
quinze. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do P.S., SEBASTIÃO
MARQUES QUARENTA, para, inicialmente realçar que gostaria que o Sr.
Presidente Câmara ali estivesse. E, depois, para dizer que tinham ouvido o
discurso do Sr. Presidente da Câmara e subdividia-o em duas partes distintas,
numa delas, havia um mundo cor-de-rosa, que era o dele e, no mundo do Sr.
Presidente, ele não era o melhor, nem era o perfeito, era o único. Era o único
todos os dias na imprensa. Depois dele, só o caos. Não havia outra coisa. Mas
estava a discutir naquela Assembleia as grandes opções do plano e o orçamento
para dois mil e quinze. Desde logo se reportavam às grandes opções do plano dos
quais transcrevia a seguinte passagem: “O município de Braga e, na atualidade,
o terceiro maior aglomerado urbano do território nacional, com um papel central
do ponto de vista administrativo, académico e no âmbito da dinamização
económica no território do Minho, constituído pelos distritos de Braga e Viana
do Castelo. Detém uma missão específica no desenvolvimento e na afirmação
regional”, (página quatro das grandes opções do plano). De repente, confessou,
julgava que estava a ler o manifesto do P.S. e não, obviamente do P.S.D. ou da
Coligação, porque nada fez desde que estava no poder para que pudesse
reconduzir Braga e dar-lhe aqueles atributos. Mas não, foi este Executivo que
verteu para os documentos essas mesmas virtudes. Depois, invocava o Sr.
Presidente, que estava tudo num descalabro financeiro e escondia a sua própria
inépcia para continuar na senda do desenvolvimento da cidade de Braga
consolidada pelo P.S.. Então, nada melhor do que arregimentar sociedades para
auditar contas que invariavelmente iam ao encontro das suas pretensões com a
maior distorção da real situação financeira. A esse propósito citou o Anuário
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Financeiro dos Municípios Portugueses, sempre esquecido pelo Sr. Presidente,
porque lhe convinha, editado desde dois mil e cinco, que referenciava entre
outras as seguintes fontes: Presidentes e responsáveis financeiros das câmaras
municipais; Instituto Politécnico do Cávado e do Ave; Presidente do Tribunal de
Contas e a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Assim, o Município de Braga
não constava, em dois mil e treze, e era bom que isso ficasse assente, tal como em
dois mil e onze e dois mil e doze do ranking dos municípios com maior volume de
juros e encargos financeiros, sendo que, nenhum desses municípios construiu
novos estádios de futebol (página cento e trinta e oito) desse Anuário. O
Município de Braga até dois mil e treze manteve investimentos que o
catapultaram para o sétimo lugar do ranking (volume de investimentos-
aquisições de capital). E, de acordo com esse estudo financeiro, o Município
tinha uma dívida de cerca de setenta e oito milhões de euros. Por muito que o Sr.
Presidente ali não dourasse a pílula, mas arranjava ali uma versão
completamente distorcida dessa mesma realidade. Esses setenta e oito milhões
resultavam, tendo em conta o endividamento médio, que estava claramente
abaixo do endividamento médio da maioria dos municípios. E, a título de
exemplo, citava municípios médios, mas era aí que surgia o Sr. Presidente como
arauto da desgraça, que propalava a sete ventos a situação desse descalabro
financeiro, suportado pelos tais estudos por si encomendados, potenciadores
desses mesmos constrangimentos. Nada mais erróneo. Se, com verdade,
pretendesse aferir da situação financeira do município, deveria, em termos
realistas, no local próprio, levantar a questão da falta de idoneidade das
Instituições que tinham promovido e divulgado tais estudos, nomeadamente, o
Tribunal de Contas, que era quem auditava essas contas. Na verdade, “à mulher
de César não basta ser, tem que parecer”. E era assim que, lamentavelmente,
este Executivo enxameava a comunicação social. Aparecia todos os dias, mais do
que uma vez, em mais do que uma página, já agora numa rúbrica que aparecia
no orçamento, outras despesas, mas nos quais não eram consignados esses
mesmos montantes e era notícia que distorciam a realidade financeira do
município. Para o executivo era a escolha entre ele próprio e o caos. E não era
verdade. Seria que o Tribunal de Contas e demais entidades não eram idóneas
para estudar, analisar e publicar os resultados nos sucessivos anuários? Com a
adulteração da realidade financeira este Executivo entrava na fase de
efabulação, romanceava e causava danos irreparáveis ao Município de Braga.
Sugeriam a este Executivo a leitura da obra de La Fontaine, considerado o pai da
fábula moderna, que, na sequência da nomeação para a Academia Francesa de
Lestras, na sua grande obra, seguindo o estilo do autor grego Esopo, escreveu “A
fábula é uma pintura em que podemos encontrar o nosso próprio retrato”, dizia o
P.S., a dele e não a da realidade. Braga corria mesmo o risco, findo este
mandato, que apenas conseguisse orgulhosamente exibir, num dos murais da
cidade à saída para Guimarães, a denominação: “Braga Património da
Humanidade”. Quanto ao Orçamento para dois mil e quinze, naquela
apresentação que constava que estava ali vertida, abstinha-se de reproduzir o
que aí constava, seria fastidioso para os presentes, seguramente, estariam todos a
dormir, quando acabasse de ler o que ali estava. Ricardo Rio invocou, em dois
mil e treze, na apresentação do Orçamento para dois mil e catorze, que não se
revia nesse documento. Apresentava-o tal como foi dado à estampa, por
imperativo da Lei. Esperavam agora, com expetativa, o orçamento para dois mil
e quinze. E aí estava para vigorar no próximo ano. Esse documento mudou,
efetivamente, para pior. O Orçamento deste Executivo ascendia a noventa
milhões de euros, montante manifestamente baixo, tendo em conta os orçamentos
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apresentados na gestão socialista. Como se sabia em dois mil e catorze ascendeu
a cem milhões. Como se sabia, em dois mil e treze a cerca de cento e quinze
milhões de euros. Só que o presente orçamento era um deserto de ideias e
frustrava as legítimas expetativas de todos os munícipes. A título de exemplo
extraía-se o seguinte do orçamento apresentado para dois mil e catorze na
rúbrica “Dinamização Económica”: Mercado Municipal – O Mercado Municipal
desempenha um papel relevante na economia local…é importante que o mercado
seja um espaço atrativo, com uma dinâmica própria, através da realização de
eventos e iniciativas, que consolidem os atuais clientes…potenciando as
atividades atuais e fomentando a instalação de novas. Em dois mil e catorze, será
elaborado o projeto e preparado o lançamento do concurso público para
intervenção no mercado municipal, para beneficiação e recuperação do edifício e
espaços de venda… Procuraremos desenvolver um conjunto de eventos e
atividades com os comerciantes do mercado, demonstrando a qualidade dos seus
produtos”. Onde estavam esses eventos? Onde estavam essas ligações e essas
reuniões? Nada mais ilusório e falacioso. No Orçamento de dois mil e quinze
estava cabimentada a verba astronómica de mil euros para a prossecução da
remodelação do mercado. Não sabia como. Saberia, seguramente, o Sr.
Presidente. O Orçamento apresentado para dois mil e quinze baixava
escandalosamente o investimento nas freguesias (cerca de setenta e quatro por
cento). O Orçamento não consagrava investimentos. Lesava os interesses dos
Bracarenses, do concelho e da afirmação de Braga no contexto nacional, que
cresceu o dobro da média nacional, nos mandatos socialistas, quer quisessem,
quer não. E era estranho que tal acontecesse, porquanto, outra verdade, existia
capacidade de endividamento da Câmara para investir no concelho, cujo
montante podia ascender até cerca de sessenta milhões de euros. Só que era um
deserto de ideias para fazer obra. Não havia obra e o Executivo não a queria
fazer. O Orçamento espelhava assim a conduta negligente do atual Executivo e
não consentâneo com a vontade expressa dos Bracarenses. Essa era, de facto, a
grande verdade. Mas o discurso do Sr. Presidente da Câmara era o daquele
Ministro do Iraque que, completamente derrotado, propalava a sete ventos, que a
vitória estava ganha. Interveio depois o PRESIDENTE DA JUNTA DE
FREGUESIA DE GUALTAR, SR. JOÃO ANTÓNIO DE MATOS
NOGUEIRA, para referir, que era por demais sabido, que as Juntas de
Freguesia tinham prestado um papel relevante no desenvolvimento do Município.
Foi uma pena que no “Programa Prós e Contras”, recentemente feito em Braga,
não estivesse lá alguém que representasse uma das autarquias de freguesia,
fazendo-se apenas representar nesse programa algumas pessoas que, se calhar, e
algumas entidades que ainda fizeram muito pouco por Braga. Isso importava, ali
e agora, reconhecer. O desenvolvimento a que Braga assistiu nos últimos trinta e
oito anos era efetivamente um desenvolvimento que corrigiu assimetrias entre o
mundo rural e o mundo urbano. E o que verificavam naquele Orçamento era,
efetivamente, um abaixamento daquilo que eram as expetativas. Das expetativas
que as freguesias colocaram, também, independentemente da sua coloração
política, naquele Executivo. Todas as freguesias do bem acabaram por acreditar,
que era preciso fazer e continuar aquele ritmo e aquela dinâmica no seu
desenvolvimento, porque apesar de muita coisa estar feita, havia ainda muita
coisa para fazer. Repararam que o Orçamento que estava previsto para as
freguesias estava muito abaixo das expetativas e também dos compromissos que,
numa campanha, onde as freguesias foram o mote para aquilo que era também
uma expetativa, acabaram por ser defraudadas com aquele Orçamento. Aquele
Orçamento correspondia já a cerca de cinquenta por cento dum mandato,
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existindo ali uma grave preocupação que passava por todas as freguesias,
independentemente, como disse, daquilo que era a sua origem partidária. A
expetativa estava gorada e as freguesias que durante os últimos trinta e oito anos
conseguiram desenvolver o concelho na construção de vias, na infraestruturação,
na construção de espaços desportivos, na construção de escolas, acabava por
ver, de certa forma, diminuída a sua intervenção. Reparassem que eram setenta e
cinco por cento daquilo que era o último Orçamento, para este que passava de
dezassete vírgula seis milhões de euros, para quatro milhões de euros. E essa
dinâmica iria perder-se, infelizmente, por que esses quatro milhões dificilmente
dariam para pagar as obras que foram feitas e as obras que estavam a ser feitas e
não dariam suporte àquilo que ia ser o próximo mandato. De qualquer forma,
não tendo a arrogância política que muitas vezes foi ali manifestada, dizer ao Sr.
Presidente, que os acordos de execução foram uma visão que achava correta
daquilo que devia ser a autonomia e o desempenho das Juntas de Freguesia. Mas
teria que ir mais longe e começar também a integrar esses acordos de execução
com outras obras que descentralizassem para as freguesias algumas das
competências que, feitas pelo Município, ficavam mais caras e cuja política de
proximidade não ia de encontro àquilo que era aquela política. Achava que,
relativamente aos parques infantis, sabia que tinha isso como intenção, mas não
esquecer a questão que muitas freguesias tinham vertido como preocupação, que
tinha a ver com os espaços de equipamento público. Realmente, acabava por ser
escandaloso, que muitos proprietários eram obrigados a limpar os seus terrenos
e o Município não limpava os seus, colocando, muitas vezes, em insegurança as
pessoas que moravam nas proximidades. Achava que deveria fazer esse esforço,
porque existiam municípios aqui bem perto, que foram mais longe do que aquilo
que foi feito por esta Câmara. Lembrava o Município de Barcelos, que tinha um
problema muito complicado sob o ponto de vista financeiro, por uma concessão
de águas que tinha sido ruinosa para esse Município, mas que acabou, sob o
ponto de vista dos acordos de execução, dar muito mais financiamento e ter uma
cobertura muito mais ampla daquilo que era feito. Ficava ali o desafio também.
Dizer ainda que o P.S., como foi dito, não só pelo P.S. mas também por outras
forças com assento naquela Assembleia, irá votar negativamente, porque o Plano
de Atividades e o Orçamento que o sustentava, não integrava aquela linha
estrutural que ali foi tão proclamada pelos partidos da coligação. Não estruturou
aquilo que era a expetativa e a necessidade dos Bracarenses e tinha o Orçamento
que não o vai permitir executar, apesar da míngua das atividades e da qualidade
das ações que ali foram mostradas. Dizer também que o P.S. reconhecia aos seus
Presidentes de Junta uma autonomia completa para poderem votar aquele Plano
de acordo com aquilo que era a sua consciência e aquilo que era o seu
compromisso. Por isso, respeitavam aquilo que era o poder das autarquias de
freguesia, dando-lhe a liberdade de voto, podendo votar da forma como muito
bem entendessem, porque os compromissos que cada freguesia assumiu com
aquele Executivo, eram pela sua parte, do máximo respeito e por isso estavam
livres de o fazer. Não precisavam de, depois de eleitos pelo P.S., passar para o
Grupo dos Independentes, porque davam a liberdade de voto naqueles
documentos que eram referência para a gestão do Município. Aliás, iria dar esse
exemplo, por que a freguesia de Gualtar iria abster-se naquela votação. No
passado votou contra, porque foram retiradas algumas obras muito
significativas, como a requalificação da Escola EB um de Gualtar, que agora
voltou ao Plano, depois de muita insistência da parte da Junta e também depois
da compreensão do Sr. Presidente da Câmara, mas, na verdade, era um projeto
que não sabia se poderia arrancar e se poderia começar a ser executado no
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próximo ano. Por isso era que, entre este e outros, se abstinha, porque não era
que duvidasse que o fizesse, mas não via orçamento e, se calhar, vontade, não
diria da parte do Sr. Presidente, mas, vontade para que aquele projeto e aquela
obra se fizesse. Terminava, dizendo, que o P.S. dava liberdade de voto aos seus
Presidentes de Junta e enquanto grupo eleito votaria negativamente aquele Plano
de Atividades e Orçamento. Usou da palavra o SR. PRESIDENTE DA
CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA, RICARDO BRUNO ANTUNES
MACHADO RIO, para prestar alguns esclarecimentos complementares, que as
várias intervenções que ali pode ouvir integralmente, lhe suscitaram. Em
primeiro lugar, gostaria de dizer, relativamente àquilo que foi a intervenção da
C.D.U. e da C.E.M., que promoveram a auscultação das propostas e não era
verdade, dirigindo-se ao Sr. Deputado Carlos Silva, que apenas uma das
propostas da C.E.M. estivesse vertida naquele Plano. Aliás, começou mesmo a
sua intervenção, por criticar um suposto aproveitamento político da maioria, por
na antecâmara da Assembleia Municipal vir anunciar intervenções nos bairros
sociais, que era uma das principais propostas desse mesmo documento que lhe
fizeram chegar e que constava no Plano de Atividades e do Orçamento
Plurianual da Bragahabit para os próximos anos. Como estava também a
componente da memória da cidade no palácio do Raio na parceria com a
Misericórdia. Como estavam as intervenções no rio Cávado e várias outras do
documento que apreciou e que na sua esmagadora maioria continha, de facto,
propostas positivas. E aí não havia direito de autor. Boa parte das propostas que
foram agora insertas naquele documento eram propostas que também a
Coligação “Juntos por Braga” perfilava de há muitos anos a esta parte em
relação ao futuro de Braga. Relativamente à C.D.U., também gostaria que boa
parte das críticas ali formuladas não fossem no tom e usando aquilo que
utilizaram para criticar os documentos apresentados, ou seja, que fossem, de
facto, concretos. Quando se apresentavam propostas ou contrapropostas tinha
que se ir ao concreto e não aos discursos vagos sobre alegados prejuízos ao
desempenho económico ou o que fosse, sem avançar com iniciativas concretas
para responder a esses desafios e, nomeadamente, também no ponto de vista
financeiro, para dizer onde o dinheiro estava mal empregue e onde o dinheiro
deveria ser empregue. Relativamente ao caso do P.S., diria que entraram num
foro um pouco mais patológico e, lamentavelmente, não poderiam ter o reforço
de inverno, nem agora do mercado de janeiro para, de uma vez por todas, o P.S.
resolver na sua bancada da Assembleia Municipal um problema com que se tinha
deparado ao longo de todo o mandato. Aparentemente não tinha ali ninguém apto
para falar sobre contas e sobre aquilo que eram as realidades financeiras do
Município. E as sucessivas intervenções do Deputado Sebastião Quarenta não
valorizavam muito bem, também, essa postura e essa prestação do P.S., ao ponto
de, como ali se ouviu hoje, criar efabulações que, infelizmente, vieram depois a
ser corroboradas pelo João Nogueira, pessoa que tinha outra experiência e outro
domínio das matérias da gestão municipal, para fazerem ali afirmações, como as
que ouviram, de que o investimento nas freguesias caía setenta e cinco por cento.
Qualquer um dos Senhores Deputados Municipais, qualquer um dos Senhores
Presidentes de Junta ali presentes, o recordasse qual foi o orçamento municipal,
quer em termos do orçamento, quer sobretudo em termos de realização e também
o tinha dito há um ano, acabou-se o tempo de enganar meninos, as obras
inscritas eram as que se faziam, não as que se prometiam para não se fazer, mas
qual foi o orçamento do Município de Braga que tinha investimentos nas
freguesias superiores, não a dezassete, mas a dez milhões de euros? Teriam que
recuar, seguramente, mais do que uma década, porque nem nos tempos em que
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estava enquanto Vereador da oposição alguma vez as verbas inscritas em termos
de transferências para obra em freguesias foram superiores a sete, oito, nove
milhões de euros e, muitas delas, não tinham sido executadas em ano nenhum.
Portanto, era claramente por distração, saltaram uma linha, talvez, foram ver o
total do investimento do ano passado que podiam dizer que havia uma redução.
De facto, havia uma ligeira redução, mas estava em linha com aquilo que foi a
queda do orçamento no seu todo e quanto à queda do orçamento no seu todo,
havia dois fatores que não tinha referido, pelo menos um deles não referiu, que
era objetivo e tinha a ver com a criatividade com que os orçamentos eram
geridos no passado. Neste momento, a lei obrigava a que, por exemplo, uma
rúbrica tão simples como a da venda de património, fosse inscrita pela média dos
três últimos anos. E a média dos três últimos anos em termos de venda de
património na Câmara Municipal de Braga foram cerca de cem mil euros. As
verbas inscritas em todos os orçamentos ao longo dos últimos anos,
inclusivamente no de dois mil e catorze, sobre o qual, não por desconhecimento
da realidade financeira, mas transposição de algumas das rúbricas não
ajustaram ainda essa realidade, era de mais de oito milhões de euros. O
Orçamento estava só aí empolado em oito milhões de euros que nunca se iriam
realizar e que nunca se realizaram ao que acresceu, obviamente, a supressão de
verbas de fundos comunitários, a inscrição de mais contratos-programa pela não
obtenção de visto a tempo e horas. Porque se inscreveu também a verba de quase
meio milhão de euros para o Fundo de Apoio Municipal para o qual teriam que
contribuir ao longo dos próximos sete anos. Do ponto de vista dos recursos,
aquilo que estava inscrito era aquilo que podiam inscrever. E não havia ali
criatividade nenhuma. Não havia nenhuma forma de engenharia financeira que
os pudesse permitir fugir àquela que era a realidade efetiva do Município de
Braga e, dissesse-se também nessa matéria, ao Anuários Financeiros nunca,
verdadeiramente, fizeram transparecer. Porque aquilo que eles refletiam era a
contabilidade da Câmara Municipal, não era a realidade financeira da Câmara
Municipal. E isso, não era com base no Anuário Financeiro que pagava dívidas,
dirigindo-se ao Sr. Deputado Marcelino Pires. E a verdade, também, era que o
escrutínio sobre a gestão financeira da Câmara Municipal de Braga ia ser feito
pelas entidades competentes. Não foi por acaso que mandaram os dados da
Auditoria, que foi realizada pela PricewaterhouseCoopers para a Inspeção Geral
de Finanças, para o tribunal de Contas, para a Procuradoria-Geral da
República, para a DGAL. E todas essas entidades, sem exceção, estavam já a
desenvolver atividades inspetivas sobre vários aspetos da atividade da Câmara
Municipal de Braga. Teriam novidades para o futuro e aí não seria o próprio a
tirar os esqueletos do armário, seriam eles a demonstrar os erros e a gravidade
de algumas das opções que foram tomadas pelos anteriores Executivos. E,
dirigindo-se agora ao Sr. Deputado Sebastião Quarenta, realçou que caos e
mundo cor-de-rosa eram duas palavras que iam bem juntas, mas que terminaram
no dia vinte e nove de setembro de dois mil e treze. Voltou a usar da palavra o Sr.
Deputado do P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA, para dizer que, face
à intervenção do Sr. Presidente, no P.S. ainda não estavam dispostos a dar a
permissão ao Sr. Presidente para escolher de entre eles, quem ia responder e da
forma como ele queria. Não abririam mão disso. E também não eram os únicos,
nem andavam todos os dias nos jornais. E também, já agora, a propósito e a
pretexto das tais famosas auditorias e dos famosos acordos que fazia, esses que
estavam a ser dirimidos no Tribunal para pagar um milhão de euros, essas tais
ações judiciais que era obviamente a Câmara que se punha a jeito para que se
lhe tirasse o dinheiro, era aí que devia reagir. Não havia fundamento nenhum. E
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até era profissional do foro. A ação depois de estar no Tribunal devia continuar.
Nem devia sequer comprar guerras, nomeadamente e entre outras coisas, pelo
parqueamento de superfície. Era mau que assim fosse, porque deveria saber
interpretar os contratos, para saber até que ponto, legitimamente, podia ou não,
resolver esse contrato ou denunciar o contrato, o que eram figuras jurídicas
distintas. Era isso que deveria fazer. E não fez. E o Sr. Presidente punha-se a
jeito. A jeito para que os munícipes, para que todos ficassem com menos de
dezenas de milhões de euros. E não os podia utilizar nos Orçamentos, porque,
entretanto, já malbaratou esse dinheiro, entregando a quem muito bem quis, sem
qualquer critério e sem qualquer rigor e isso não lhe ficava bem. Posta à votação
foi a presente proposta aprovada com quarenta e quatro votos a favor; com seis
abstenções e com dezoito votos contra. A SRª. PRESIDENTE DA MESA
informou ter sido solicitado pelo Sr. Presidente Câmara Municipal a introdução
de um ponto na ordem de trabalhos, o qual já foi distribuído. A possibilidade de
introduzir esse ponto estava prevista no artigo quinquagésimo, número dois, na
Lei número setenta e cinco, de dois mil e treze, que estava no Regimento da
Assembleia Municipal, que referia: “tratando-se de sessão ordinária do órgão
deliberativo e no caso de urgência reconhecida por dois terços dos seus membros
pode o mesmo deliberar sobre assuntos não incluídos na ordem do dia”. PONTO
NÚMERO DOIS PONTO UM – CONTRAÇÃO DE UM EMPRÉSTIMO A
CURTO PRAZO PARA O ANO DE DOIS MIL E QUINZE. Proposta de
Despacho: “Considerando que as propostas para contração de empréstimo de
curto prazo pelo Município, para o ano de dois mil e quinze, deram entrada no
Município em data posterior à última reunião do Executivo Municipal, o que
inviabilizou o seu agendamento para a presente Assembleia Municipal;
Considerando, ainda, a manifesta urgência na contração do referido empréstimo
de curto prazo, com efeito já a partir do mês de janeiro do próximo ano, para
fazer face a dificuldades de tesouraria, para assegurar o pagamento de
obrigações já contraídas e para garantir os necessários fundos disponíveis para
a assunção de compromissos para os primeiros meses do próximo ano;
Considerando, por fim, que foram obtidas seis propostas de entidades bancárias
que se juntam ao presente Despacho, nos termos dos artigos quadragésimo nono,
número cinco e artigo quinquagésimo da Lei número setenta e três, de dois mil e
treze, de três de setembro, proponho que seja solicitada autorização à Assembleia
Municipal, para a contração de um empréstimo de curto prazo para o ano de dois
mil e quinze, até ao limite máximo de cinco milhões de euros ao Banco Santander
Totta, nas condições da respetiva proposta, por ser a mais vantajosa (Euribor a
três seis meses em vigor no início de cada período de contagem de juros,
acrescido do spread de um vírgula dezassete, arredondada à milésima superior,
desembolsos e reembolsos livres de encargos e isenção de comissões). A
Assembleia Municipal poderá deliberar sobre o presente pedido de autorização,
nos termos do artigo quinquagésimo, número dois, da Lei número setenta e cinco,
de dois mil e treze, se a urgência for reconhecida por dois terços dos seus
membros. Este Despacho é praticado ao abrigo do número três, do artigo
trigésimo quinto da Lei número setenta e cinco, de dois mil e treze, de doze de
setembro, estando a urgência que fundamenta a sua proteção já devidamente
evidenciada no respetivo texto”. Passou a usar da palavra o Sr. Deputado do
P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA, para levantar apenas uma questão
técnica e para obviar qualquer questão que aparecesse na sequência da
aprovação daquele Despacho. Aquilo deveria ser, do ponto de vista técnico, uma
proposta de despacho e, nos termos da lei, por ter um caráter urgente, depois
tinha que ser ratificado pelo Executivo Camarário. Posta à votação a introdução
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da proposta de despacho na ordem do dia foi a mesma aprovada por
unanimidade. Posta à votação a proposta de despacho foi a mesma aprovada por
unanimidade. Interveio depois o PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA
DE GUALTAR, JOÃO ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA para, numa
Declaração de Voto, realçar que o P.S. votou favoravelmente aquele ponto da
ordem de trabalhos, porque tinha uma postura propositiva de colaboração
naquilo que devia ser a gestão, quanto mais eficaz possível do Município. Dizer
que não valia a pena estarem ali, à vezes, a abespinharem-se com os outros,
porque o que todos queriam era, efetivamente, que o Município ganhasse em
qualidade, ganhasse em competitividade, ganhasse empreendedorismo. E muitas
vezes algumas arrogâncias excessivas não levavam a bom caminho. Devia ser
com humildade democrática que deviam muitas vezes posicionarem-se para
votar. Não porque estava em questão uma linha ideológica, ou uma forma de ver,
mas aquilo que efetivamente interessava ao Município. E foi nesse sentido de
colaboração institucional e de perceção daquilo que deveria ser o desempenho
não só de quem governava, mas também de quem fazia oposição, que o P.S. votou
favoravelmente. PONTO NÚMERO TRÊS - AUTORIZAÇÃO PARA A
PRÁTICA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE ATOS DA COMPETÊNCIA DA
ASSEMBLEIA MUNICIPAL. Submete-se à apreciação e votação da
Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião
de trinta de outubro do ano em curso, com vista à autorização para a prática pela
Câmara Municipal de atos da competência da Assembleia Municipal. Postos à
votação foram o ponto um – aprovado por maioria com duas abstenções da
C.E.M.; ponto dois – aprovado por maioria com os votos contra da C.D.U. e da
C.E.M. e ponto três - aprovado por maioria com os votos contra da C.D.U. e da
C.E.M.. PONTO NÚMERO QUATRO – CONTRATOS-PROGRAMA
RELATIVOS ÀS EMPRESAS MUNICIPAIS PARA O ANO DE DOIS MIL E
QUINZE. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, nos
termos do número cinco, artigo quadragésimo sétimo da Lei número cinquenta
barra dois mil e doze, de trinta e um de agosto, os contratos-programa,
aprovados em reunião do Executivo Municipal de dez de novembro do ano em
curso, das seguintes empresas municipais: TUB – Empresa de Transportes
Urbanos de Braga - EM; BRAGAHABIT – Empresa Municipal de Habitação de
Braga – EM; Teatro Circo de Braga, E.M, S.A. e INVETBRAGA – Agência para
a Dinamização Económica, EM, para o ano de dois mil e quinze, documentos que
se dão como reproduzidos e transcritos e vão ser arquivados em pasta anexa ao
livro de atas. Postas à votação foram as propostas: TUB – Empresa de
Transportes Urbanos de Braga – EM – aprovado por maioria com os votos a
favor do P.S.D., do C.D.S.-P.P., do P.P.M., dos Presidentes de Junta de
Freguesia Independentes e de alguns Presidentes de Junta de Freguesia do
P.S.; com a abstenção da C.E.M. e treze do P.S.; BRAGAHABIT – Empresa
Municipal de Habitação de Braga – EM – aprovado por maioria com a
abstenção da C.D.U., da C.E.M. e treze do P.S.; Teatro Circo de Braga, E.M,
S.A. - aprovado por maioria com a abstenção da C.D.U., da C.E.M. e treze do
P.S. e INVETBRAGA – Agência para a Dinamização Económica, EM - aprovado
por maioria com a abstenção da C.D.U., da C.E.M. e treze do P.S.. A palavra foi
dada ao Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA,
para numa Declaração de Voto referir que, relativamente à Investbraga, e de
acordo com o que apuraram violava o artigo quadragésimo sétimo, número dois,
da Lei número oitenta, de dois mil e doze, de trinta e um de agosto, por nem
sequer fazer referência à eficácia, à eficiência que se pretendia atingir com o
contrato-programa, concretizando um conjunto de indicadores referenciais para
99
medir a realização desses objetivos. Foi nesse sentido que se abstiveram.
PONTO NÚMERO CINCO – PROPOSTA DE ALTERAÇÃO À TABELA DE
TAXAS E LICENÇAS PARA DOIS MIL E QUINZE. Submete-se à apreciação
e votação da Assembleia Municipal, nos termos do disposto na alínea b), do
número um, do artigo vigésimo quinto, do Anexo um da Lei número setenta e
cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, proposta do Executivo
Municipal, aprovada em reunião de vinte e quatro de novembro do ano em curso,
referente à alteração da Tabela de Taxas e Licenças para o ano de dois mil e
quinze, que aqui se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta
anexa ao livro de atas. Neste ponto da ordem de trabalhos usou da palavra o Sr.
Deputado da C.D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO PEIXOTO DA SILVA,
para dizer que, dado ao adiantado da hora, lhe apetecia dizer que dava ali por
integralmente reproduzido para todos os efeitos legais as intervenções da C.D.U.
há quarenta anos a esta parte sobre aquela matéria. O que significava, pelo
menos, que, naquela parte, a Câmara não fez nenhuma revolução e manteve a
mesma linha que o P.S. vinha detendo. Qual era o problema da C.D.U. desde
sempre? Era muito simples, era de que ninguém sabia por que pagava as verbas
que estavam inscritas nas taxas? Que houvesse verbas diferentes de Município
para Município, isso era perfeitamente compreensível, principalmente nas verbas
consignadas ou serviços consignados, porque dependia do valor base ser
diferente, nomeadamente as vistorias aos elevadores, que se supunha que a
Câmara pagava dezanove euros por cada vistoria e outros municípios que
pagavam entre sessenta e oitenta euros por cada vistoria. Verdade fosse dita que
as vistorias em Braga era uma coisa muito bizarra na medida em que se limitava
a cinco minutos, viam se os papéis lá estavam e ficava-se por aí. Agora, qualquer
munícipe que fizesse uma comparação das taxas que se pagavam nos diversos
municípios, ficava completamente desarmado, porque não percebia por que se
pagava determinadas verbas. Por exemplo, a simples fotocópia. Havia municípios
onde se pagava dezanove cêntimos por uma fotocópia, outros onde se pagava
setenta e cinco cêntimos. Qual era o valor desse serviço, dado que a lei impunha
claramente uma proporcionalidade, a não ser que fossem para a bizarria de
afastar as pessoas do exercício do serviço público. Isso foi introduzido para o
cálculo das taxas pelo P.S., P.S.D. e C.D.S. da Assembleia da República, que era
uma coisa muito engraçada. Assim como, também, ninguém percebia como em
municípios se pagava trinta euros por uma inumação e noutros cento e setenta
euros. Ou seja, os custos base desses serviços eram idênticos. Os custos materiais
de amortização de capital e os serviços humanos eram exatamente iguais em
cada um desses municípios. O que reclamavam e pensaram, inclusive, que a
Câmara Municipal, pela intervenção que fizeram o ano passado, iria proceder
neste ano, era que, pelo menos, dessem aos munícipes de Braga os cálculos que
serviram para verificar os valores que ali foram apresentados. E não era só nas
Câmaras Municipais, era nos Tribunais, nas Bibliotecas. Continuava-se, pura e
simplesmente, a chamar taxas a impostos, porque a única coisa que serve era
para as Câmaras se financiarem através desses serviços. Mas que não tinha nada
a ver com o custo dos serviços, nem com as regras de proporcionalidade que a lei
impunha. Por isso, o que se pedia, que vinham pedindo e que nunca se fez, mas
dado que o Sr. Presidente da Câmara queria revolucionar a gestão em Braga, ao
menos fornecesse aos munícipes os cálculos que serviam para fazer as taxas,
para que o munícipe de Braga pudesse compreender qual era o custo do serviço e
aquilo que tinha que pagar e a partir daí verificar, se sim, ou não, era exagerado
aquilo que se pedia. Sem isso, tal como foi apresentado, era pura e simplesmente
uma arbitrariedade pura. Interveio de seguida o SR. PRESIDENTE DA
100
CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA, RICARDO BRUNO ANTUNES
MACHADO RIO, para dizer que aproveitava a interpelação do Deputado Raúl
Peixoto para prestar um esclarecimento de que a lei obrigava a que qualquer
entidade pública, neste caso particular as autarquias locais, fundamentassem
tecnicamente a cobrança das respetivas taxas. E a Câmara Municipal de Braga
fez isso há sensivelmente quatro anos, quando a lei entrou em vigor. E essa
fundamentação de taxas era que estava em vigor ainda hoje. Era a
fundamentação técnica que estava nos mapas disponíveis nos serviços e em que
era feita a contabilização. Esse trabalho foi feito em parceria com o IPCA, em
que foi feita essa computação de valores, quanto cada serviço tinha de materiais,
com o custo horário dos trabalhadores, de amortização de equipamentos. E essa
fundamentação técnica existia taxa por taxa. Agora, diferenças de valores entre
municípios, poderia ter a ver com vários fatores. Poderia ter a ver com o custo
direto da própria organização do serviço ou poderia ter a ver com dois fatores
que a própria lei também permitia que tinha a ver com a introdução de
coeficientes de benefício ou coeficientes de agravamento do custo quando se
considerava que eles não eram socialmente úteis. Determinado tipo de serviços,
no caso concreto, no tempo era muito comum, o caso das licenças de publicidade
ou das ocupações de espaço público, que eram sensivelmente penalizadas,
precisamente para desincentivar a prática desses atos. A fundamentação existia,
taxa por taxa, nos serviços da Câmara Municipal e quem o quisesse consultar
podia solicitá-lo. A partir daí o que tinha havido eram pequenas alterações em
função de critérios políticos. No caso concreto da Tabela de Taxas para este ano
foi reduzido, por exemplo, o valor da taxa dos elevadores, porque se deduziu o
custo que estava inerente também, politicamente, à prestação desse serviço e, por
outro lado, porque o próprio custo foi sendo reduzido ao longo do tempo. Da
mesma maneira que houve uma reorganização das taxas inerentes a
determinadas atividades do cemitério, que não fazia sentido estarem
fragmentadas, quando para a prestação de um serviço de inumação, se tinha que
computar que era componente administrativa, que eram os coveiros que estavam
afetos a esse mesmo serviço. E daí algumas alterações pontuais que houve este
ano a que acresceu e dava agora essa nota, porque isso foi alvo de alguma
discussão no ano passado, àquele leque que tinham entre a aplicação dos
coeficientes que serviam de indexante para a atualização, a verdade era que, se
no passado pareceu injusto estarem a aumentar as taxas, quando havia um
cenário de deflação, neste momento, as taxas deste ano já foram reduzidas,
porque esse indicador passou a ser aplicado na tabela deste ano, tendo as taxas
deste ano uma redução de zero vírgula zero dois por cento. Retomou o uso da
palavra o Sr. Deputado da C.D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO PEIXOTO
DA SILVA, para reiterar que a C.D.U. fazia aquele discurso há muitos anos e
nunca ninguém lhes disse que esses cálculos estavam disponíveis para qualquer
pessoa. Mas o problema não era para si, o problema era para os munícipes, pois
eles tinham o direito de saber, se era ou não justo e se o cálculo estava ou não
bem feito. Se a Câmara tinha um site na internet, ao menos publicitassem esses
cálculos, para que qualquer pessoa tivesse acesso aos mesmos. Embora, claro, o
acesso à internet ainda fosse muito limitado ao universo dos munícipes de Braga
mas, pelo menos, seria um passo. Agora, escondido numa gaveta, não. Posta à
votação foi a referida proposta aprovada por maioria com os votos contra da
C.D.U. e a abstenção da C.E.M.. PONTO NÚMERO SEIS – RENOVAÇÃO DO
PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO DA LISTA DE CLASSIFICAÇÃO FINAL
DO PROCEDIMENTO CONCURSAL COMUM PARA OCUPAÇÃO POR
TEMPO INDETERMINADO DE UM POSTO DE TRABALHO NA
101
CARREIRA/CATEGORIA DE TÉCNICO SUPERIOR PARA A DIVISÃO DE
CONTABILIDADE. Submete-se à consideração da Assembleia Municipal, nos
termos do disposto no número três, do artigo sexagésimo quarto da Lei número
oitenta e três C barra dois mil e treze, de trinta e um de dezembro (LOE dois mil
e catorze), com vista a aprovação, a proposta da Câmara Municipal, aprovada
em reunião de vinte e quatro de novembro do ano em curso, relativa à renovação
do prazo para homologação da lista de classificação final do procedimento
concursal comum para ocupação por tempo indeterminado de um posto de
trabalho na carreira/categoria de técnico superior para a Divisão de
Contabilidade. Posta à votação foi a referida proposta aprovada por
unanimidade. PONTO NÚMERO SETE – RENOVAÇÃO DO PRAZO PARA
HOMOLOGAÇÃO DA LISTA DE CLASSIFICAÇÃO FINAL DO
PROCEDIMENTO CONCURSAL COMUM PARA OCUPAÇÃO POR
TEMPO INDETERMINADO DE DOIS POSTOS DE TRABALHO NA
CARREIRA/CATEGORIA DE ASSISTENTE OPERACIONAL/COVEIRO.
Submete-se à consideração da Assembleia Municipal, nos termos do disposto no
número três, do artigo sexagésimo quarto da Lei número oitenta e três C barra
dois mil e treze, de trinta e um de dezembro (LOE dois mil e catorze), com vista a
aprovação, a proposta da Câmara Municipal, aprovada em reunião de vinte e
quatro de novembro do ano em curso, relativa à renovação do prazo para
homologação da lista de classificação final do procedimento concursal comum
para ocupação por tempo indeterminado de dois postos de trabalho na
carreira/categoria de assistente operacional/coveiro. Posta à votação foi a
referida proposta aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO OITO –
REGULAMENTO DO PARQUE MUNICIPAL DE CAMPISMO E
CARAVANISMO DE BRAGA. Submete-se à apreciação e votação da
Assembleia Municipal, nos termos da alínea g), do número um, do artigo
vigésimo quinto, do Anexo um da Lei número setenta e cinco barra dois mil e
treze, de doze de setembro, a proposta aprovada em reunião do Executivo
Municipal de vinte e sete de outubro do ano em curso, relativa ao Regulamento
Interno do Parque Municipal de Campismo e Caravanismo de Braga, documento
que se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao
livro de atas. Posta à votação foi a referida proposta aprovada por unanimidade.
PONTO NÚMERO NOVE - REGULAMENTO PROJETO BRAGASOL.
Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, nos termos da
alínea g), do número um, do artigo vigésimo quinto, do Anexo um da Lei número
setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, a proposta aprovada
em reunião do Executivo Municipal de dez de novembro do ano em curso,
relativa ao Regulamento Projeto Bragasol, documento que se dá por reproduzido
e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao livro de atas. Posta à votação
foi a referida proposta aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO DEZ –
CORREÇÃO DO ACORDO DE EXECUÇÃO ENTRE A CÂMARA
MUNICIPAL DE BRAGA E A JUNTA DE FREGUESIA DE BRAGA (S.
VICENTE). Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, nos
termos da alínea k), do número um, do artigo vigésimo quinto do Anexo um da
Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, a
proposta aprovada na reunião do Executivo Municipal de vinte e nove de
setembro do ano em curso, relativa à correção do Acordo de Execução entre a
Câmara Municipal de Braga e a Junta de Freguesia de Braga (S. Vicente),
documento que se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta
anexa ao livro de atas. Posta à votação foi a referida proposta aprovada por
unanimidade. PONTO NÚMERO ONZE – CONTRATOS
102
INTERADMINISTRATIVOS DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NAS
JUNTAS DE FREGUESIA. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia
Municipal, as propostas aprovadas nas reuniões do Executivo Municipal de treze
de outubro e de dez de novembro do ano em curso, nos termos da alínea k), do
número um, do artigo vigésimo quinto, do Anexo um da Lei número setenta e
cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, relativas aos Contratos
Interadministrativos de Delegação de Competências nas seguintes freguesias: a)
- União das Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães para a execução da
obra denominada “Rede de águas pluviais no lugar do Espírito Santo”, em
Nogueira, no valor de cento e quinze mil cento e noventa e nove vírgula noventa e
nove euros, com IVA incluído; b) - Junta de Freguesia de Lamas, para a
execução da obra denominada “Requalificação do espaço do antigo cemitério,
junto à Igreja Matriz”, no valor de mil setecentos e quarenta e nove euros. Postas
à votação foram as referidas propostas aprovadas por unanimidade. PONTO
NÚMERO DOZE - ATRIBUIÇÃO DE APOIOS FINANCEIROS A
DIVERSAS JUNTAS DE FREGUESIA. Submete-se à apreciação e aprovação
da Assembleia Municipal, as propostas aprovadas nas reuniões do Executivo
Municipal de vinte e sete de outubro e de dez e vinte e quatro de novembro do
ano em curso, relativas à atribuição de apoios financeiros, nos termos do
preceituado na alínea j), do número um, do artigo vigésimo quinto, do Anexo um
da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, às
seguintes Juntas de Freguesia: a) - Junta de Freguesia de Mire de Tibães,
destinado ao pagamento de uma terça parte da despesa incorrida no arranjo de
mina com nascente de águas públicas que servem o fontanário público de Seixido
e Barrosa no valor de três mil quatrocentos e setenta e três vírgula trinta e três
euros acrescido de IVA; b) - Junta de Freguesia de Figueiredo, destinado à
execução da obra de “Reparação da cobertura da sede da Junta”, no valor de
três mil quatrocentos e quarenta e cinco euros; c) - Junta de Freguesia de
Tebosa, destinado à execução de “Alargamento da curva de Rossas”, no valor de
mil quinhentos e sessenta e oito vírgula oitenta euros; d) - União de Freguesias
de Guisande e Oliveira S. Pedro, destinado à ”Construção da capela mortuária
de Oliveira S. Pedro ”, no valor de doze mil e quinhentos euros; e) - Junta de
Freguesia de Gualtar, destinado às obras de “Reparação dos balneários do
polidesportivo de Lage/Barreiro”, no valor de dois mil noventa e três vírgula
cinquenta euros; f) - União de Freguesias de Santa Lucrécia de Algeriz e
Navarra, destinado à obra “Rua do Burgo”, no valor de nove mil quinhentos e
dezassete vírgula noventa e dois euros. Postas à votação foram as referidas
propostas aprovadas por unanimidade. PONTO NÚMERO TREZE –
ISENÇÃO DE TAXAS MUNICIPAIS. Para apreciação da Assembleia
Municipal, junto se envia informação sobre os benefícios fiscais concedidos pela
Câmara Municipal, nos termos do número três, do artigo quadragésimo primeiro
do Regulamento Municipal de Taxas e Licenças Municipais, que se dá por
reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas.
Usou da palavra o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA
DA SILVA, para dizer que entregaram um requerimento à Srª. Presidente para
diligenciar, junto do Sr. Presidente da Câmara, para terem uma resposta do Sr.
Dr. Rui Morais, relativamente a uma reunião que tiveram há um mês e meio e
que não tiveram, até o momento, resposta. Disse que o requerimento foi presente,
mas que gostava de dar uma palavra de esclarecimento, sobre o por quê do
requerimento. Não tiveram resposta sobre alguns documentos que pediram
relativamente ao Sr. Administrador Delegado da Agere, sobre o acordo
parassocial da empresa; a licença de utilização dos recursos hídricos para
103
efeitos da captação da água para abastecimento público; o documento da
renovação da referida licença; os estatutos da empresa e o estudo da
PricewaterhouseCoopers referido pelo Sr. Administrador. Eram esses os
documentos que pediram e, como oposição, tinham direito a tê-los. A SRª
PRESIDENTE DA MESA informou que iria dar sequência ao referido
requerimento. PONTO NÚMERO CATORZE – INFORMAÇÃO DO SR.
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL ACERCA DA ATIVIDADE DO
MUNICÍPIO. Submete-se à apreciação da Assembleia Municipal, informação do
Sr. Presidente da Câmara, acerca da atividade do Município, por escrito e que
aqui se dá como reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao
livro de atas. Passou a usar da palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA
MUNICIPAL, RICARDO BRUNO ANTUNES MACHADO RIO, para dizer
que a atividade passada já foi devidamente refletida nas páginas da comunicação
social, naquelas que não estavam compradas, nas outras que eram publicadas
por critérios editoriais, para aproveitar, para anunciar, que na próxima quarta-
feira, às três da tarde, seria feita no Theatro Circo a apresentação pública do
Plano de Desenvolvimento Estratégico Económico do Concelho, que foi
elaborado pela Investbraga, coordenando através do Conselho Estratégico várias
entidades do nosso território, nomeadamente as instituições de ensino superior e
as associações empresariais para a qual gostaria de convidar todos poderem
estar presentes. Também dar nota, que no próximo dia vinte teriam um dia com
múltiplas atividades na nossa cidade que também apelavam à participação de
todos, o “Natal na rua” e, nesse mesmo âmbito, aproveitar para desejar a todos
um santo Natal e um feliz ano de dois mil e quinze. A SRª. PRESIDENTE DA
MESA lembrou que a tomada de posse das Comissões iria ser no dia dezasseis de
dezembro, terça-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga, pelas
dezanove horas. APROVAÇÃO DA ATA EM MINUTA: A Assembleia
Municipal deliberou aprovar a ata em minuta, para produzir efeitos imediatos, na
parte respeitante aos pontos um, dois, dois ponto um, três, quatro, cinco, seis,
sete, oito, nove, dez, onze e doze da ordem de trabalhos, de conformidade com o
disposto no número três, do artigo quinquagésimo sétimo, da Lei número setenta
e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro. ENCERRAMENTO: À uma
hora e quarenta e cinco minutos, a Srª Presidente da Mesa deu por encerrados os
trabalhos desta sessão de doze de dezembro, de que para constar se lavrou a
presente ata que vai ser assinada pelos membros da Mesa.