Manejo de Plantas Daninhas

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MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

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MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

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CONCEITO ECOLÓGICO - planta que coloniza e domina o estágio inicial de uma sucessão vegetal numa terra perturbada pelo homem. Planta que se adapta com maior facilidade às condições edafoclimáticas criadas pelo homem.

CONCEITO BIOLÓGICO - planta com características específicas que facilita sua sobrevivência e dispersão.

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SINONÍMIA

Planta daninha - "daninho" é atributo humano . Mato - termo usado por profissionais do Paraná e São Paulo. Termo mais popular. Erva daninha - não engloba todas as espécies.

Planta infestante - pode não causar danos, o que significa um novo conceito. Planta invasora - a maioria das vezes não é ela que invade. Invasora - bastante geral e muito usado.

Erva má - pouco usado e dependendo do local ou situação pode não ser má. Inço - arroz, Rio Grande do Sul. Juquira - Pastagem.

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CARACTERÍSTICAS DE UMA PLANTA DANINHA

Nenhuma exigência para germinar Rápido crescimento Alta capacidade de florescimento

Alta produção de sementes Habilidade de dispersão Adaptação às práticas de manejo Tolerância à variação ambiental

Plasticidade fenotípica Germinação assincrônica Formação de raças fisiológicas

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PRINCIPAIS PROBLEMAS

Competição por espaço

Competição por Luz

Água e nutrientes

Alelopatia

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Prejuízos Causados pelas Plantas Daninhas

1. Produção mais baixa a) Efeitos químicos b) Efeitos competitivos

2. Menos eficiência de uso da terra a) Custos mais elevados (pois têm que serem controladas) b) Valor da terra decresce (devido a sua presença) c) Custo de colheita elevado d) Cultura danificada pelo cultivo e) Estrutura do solo destruída

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3. Custo mais elevado de proteção contra insetos e doenças

a) Abrigo de pragas e doenças b) Migração da praga para a cultura após o final do ciclo da planta daninha.

4. Qualidade de produto mais baixa

a) Sementes de plantas daninhas b) Restos vegetais de planta daninha em feno e algodão c) Odor de planta daninha no leite d) Sementes de plantas daninhas na lã e) plantas daninhas tóxicas diminui crescimento f) aumenta teor de umidade das sementes colhidas

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5. Manejo da água

a) Problemas para irrigação e drenagem b) Recreação e pesca c) Odor e sabor em suprimentos de água 6. Saúde do homem a) Irritação da pele – urtiga b) Tóxica – cuscuta, mamona c) c) Alergia – semente de capim gordura

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Corda-de-viola Tiririca

PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS DO BRASIL

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Salsa Fedegoso

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Caruru Malva

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CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS QUANTO AO CICLO

1 - QUANTO AO CICLO:

ANUAIS: germinam, desenvolvem, florescem, produzem sementes e morrem dentro de um ano.

Propagam por frutos e sementes.

Melhor época de controle - antes de produzir sementes.

Ex.: carurú (Amaranthus hibridus).

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BIANUAIS: plantas cujo completo desenvolvimento se dá em 2 anos.

No primeiro germinam e crescem.

No segundo, produzem flores, frutos, sementes e morrem. Devem ser combatidas no 1º ano.

Podem ser anuais em uma região e bianuais em outra.

Ex.: Rubim (Leonurus sibiricus), flor das almas, carrapichão.

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PERENES (ou vivazes): podem dar flores e frutos durante anos consecutivos. Reproduzem por sementes e por meios vegetativos. São melhor controladas através de herbicidas sistêmicos pois, sistema mecânico de controle fazem com que se multipliquem ainda mais através de suas partes vegetativas.

Ex.: Guaxuma (Sida rhombifolia).

Dentro das perenes, tem-se:

PERENES SIMPLES – reproduzem apenas por sementes. De fácil controle.

Ex.: Guanxuma, cuscuta.

PERENES COMPLEXAS – órgãos subterrâneos, superficiais.

Ex. grama seda, sapé.

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PERENES RIZOMATOSAS - produzem caule subterrâneo (rizoma) que se propaga e se reproduz à certa distância da planta mãe. Controle através de herbicida sistêmico. Ex.: capim massambará (Sorghum halepense).

PERENES ESTOLONÍFERAS - produzem estólons, os quais emitem nós e daí raízes e a nova planta. Ex.: capim angola (Brachiaria purpuracens).

PERENES TUBEROSAS - reproduzem basicamente por tubérculos (ou batatinhas). Ex.: tiririca (Cyperus rotundus).

PERENES LENHOSAS: perene, de porte maior. Infestam normalmente pastagens. Ex.: assa-peixe (Vermonia ferruginea).

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2 - QUANTO AO HÁBITO DE CRESCIMENTO Herbácea - tenra, de porte baixo. Arbustiva - ramificação desde a base. Arbórea - ramificação acima da base caule bem definido.

Trepadeira - usa outras plantas como suporte. Hemiepífita - iniciam seu desenvolvimento sobre outra e depois emitem sistema radicular.

Epífita - cresce sobre outra sem no entanto utilizar do fotossintato do hospedeiro.

Parasita - cresce sobre outra utilizando do seu alimento.

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3 - QUANTO AO HABITAT

PLANTAS DANINHAS TERRESTRES:

Vivem sobre o solo , algumas se desenvolvem melhor sobre solo mais fértil. Exemplos: carurú (Amaranthus spp), beldroega (Portulaca oleracea). São consideradas indicadoras de solo fértil, sendo que sua presença valoriza a terra.

Ao contrário, existem as espécies que se desenvolvem em solos de baixa fertilidade. Exemplos: capim barba de bode (Aristida pallens), guanxumas (Sida spp). São indicadoras de solo pobre e desvalorizam a terra.

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Existem ainda aquelas indiferentes à fertilidade. Exemplo: tiririca (Cyperus spp).

Plantas daninhas de baixada são aquelas espécies que se desenvolvem melhor em solos orgânicos e úmidos.

Exemplos: sete sangrias (Cuphea carthaginensis), tripa de sapo (Alternanthera philoxeroides).

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PLANTAS DANINHAS AQUÁTICAS

AQUÁTICAS MARGINAIS (ou de talude) - são terrestres que ocorrem às margens de rios, lagoas, represas, etc. Exemplos: tiririca, capim fino (Brachiaria purpurascens)

AQUÁTICAS FLUTUANTES - ocorrem livremente nas superfícies da água, com as folhas fora da água e as raízes submersas. Ex. aguapé (Eichornia crassipes).

AQUÁTICAS SUBMERSAS LIVRES - vivem inteiramente abaixo do nível da água. Ex. algas Aquáticas submersas ancoradas - submersas com as raízes presas ao fundo. Ex. elódea (Egeria densa).

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AQUÁTICAS EMERGENTES - possuem as folhas na superfície da água e as raízes ancoradas no fundo. Ex. taboa (Typha angustifolia). Plantas daninhas de ambiente indiferente. Vivem tanto dentro como fora da água. Exemplo: capim arroz (Echinochloa spp).

PLANTAS DANINHAS PARASITAS - Vivem sobre outras plantas e vivendo às custas delas. Exemplos: cipó chumbo (Cuscuta racemosa), erva de passarinho (Phoradendrum rubrum)

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PLANTAS DANINHAS COMO INDICATIVO DE FERTILIDADE DE SOLO

AMENDOIM BRAVO – Desequilíbrio de N e Excesso de Matéria Orgânica.ASSA-PEIXE – Pouca permeabilidade do solo à infiltração de água.AZEDINHA – Solo argiloso com pH baixo com falta de Cálcio e Molibdênio.BACURI - Solo fértil.BARBA DE BODE – deficiência de Cálcio, Fósforo e Potássio.BELDROEGA – Solo fértil.CAPIM ARROZ – Solo rico em alumínio.CAPIM AÇU – solo compactada e de baixa fertilidade.CARRAPICHO – Solo compactado e com deficiência de Cálcio.CABELO DE PORCO - Solo muito compactado e com deficiência de Cálcio.

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Beldroega Carrapicho

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Assa-Peixe Capim Arroz

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CAPIM FAVORITO – solos compactados.CAPIM CANINHA – solos encharcados e com deficiência de Fósforo.CAPIM MARMELADA – solo ácido.CAPIM RABO DE BURRO – solo compactado (0,8 a 1m) com baixo teor de Cálcio.CAPIM SEDA – solo muito compactado.CRAVO BRAVO – solo infestado por nematóides e excesso de N.CARAGUATÁ – húmus ácido.CARQUEJA – solo carente em Molibdênio.CAVALINHA – acidez elevada.CHIRCA - solo rico em Molibdênio.CAPIM FORQUILHA – solos pobres.

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Capim Marmelada Capim de Burro

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Carqueja Chirca

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DENTE DE LEÃO – solos ricos em Boros.GRAMÃO BATATAIS – baixa fertilidade.GRAXUMA – solo compactado.LINGUA DE VACA – excesso de N.MARIA MOLE – solo compactado e deficiência em Potássio.MAMONA – solo arrejado e com deficiência em Potássio.MENSTRATO – recupera solos pobres.MIO-MIO – deficiência de Molibdênio.NABISCO – deficiência de Boro e Manganês.PAPOULA – excesso de Cálcio.PICÃO PRETO – média fertilidade.PIÇÃO BRANCO – excesso de N e deficiência de Cobre.SAMAMBAIA DE TAPERA – solos ácidos com alto teor de Alumínio.SAPÉ – solos de pH baixo com deficiência de Magnésio.TABOCA – em solos de cerrado indica solos bons.TIRIRICA – solos ácidos, submetidos a encharcamento e carência de Magnésio.URTIGA – excesso de N e deficiência de Cobre.

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Guanxuma Picão Preto

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Tiririca Urtiga

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MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS

Controle Cultural

Controle Físico

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MÉTODOS DE CONTROLE

Controle manual

Controle Químico

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CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

ROÇADEIRA

ROLO-FACAS

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CONTROLE BIOLÓGICO

- Artrópodes

Agasicles higrofila (Coleóptera)

- Fungos

Cercospora spp, Acremonium zonatum, Uredo eichhorniae

- Animais

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTROLE QUÍMICO

Verificar as condições das culturas.

Identificar a planta daninha.

Tipo de folhagem.

Estádio de desenvolvimento.

Densidade de infestação.

Bico Leque - Baixa pressão (Faixa continua e descontinua)

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FITOTOXIDADE

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RECEITUÁRIO AGRONÔMICO

O conteúdo da Receita Agronômica está previsto no Decreto Federal 4.074/2002, art. 66, conforme segue:

Art. 66. A receita, específica para cada cultura ou problema, deverá conter, necessariamente:

I – nome do usuário, da propriedade e sua localização; II – diagnóstico; III – recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do produto;

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IV – recomendação técnica com as seguintes informações:

a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que deverá(ão) ser utilizado(s) e de eventual(ais) produto(s) equivalente(s);

b) cultura e áreas onde serão aplicados;

c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;

d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;

e) época de aplicação;

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f) intervalo de segurança;g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e da resistência;h) precauções de uso; ei) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de

EPI (Equipamento de Proteção Individual).

V – data, nome, CPF e assinatura do profissional que a emitiu, além do seu registro no órgão fiscalizador do exercício profissional (CREA).

Parágrafo único. Os produtos só poderão ser prescritos com observância das recomendações de uso aprovadas em rótulo e bula.

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Receituário Agronômico deve ser emitido por profissional legalmente habilitado (engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal).

Deve ser emitido em 5 (cinco) vias: 1 (uma) fica com o técnico, 1(uma) com o cliente e 3 (três) ficam na loja para ser uma via arquivada no estabelecimento comercial, 1 (uma) para receita federal e a outravia para receita estadual.

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