MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM POVOAMENTOS FLORESTAIS · MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM POVOAMENTOS...

51
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM POVOAMENTOS FLORESTAIS EM POVOAMENTOS FLORESTAIS unesp EM POVOAMENTOS FLORESTAIS EM POVOAMENTOS FLORESTAIS Prof. Dr. Carlos F. Wilcken FCA/UNESP - Botucatu

Transcript of MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM POVOAMENTOS FLORESTAIS · MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM POVOAMENTOS...

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

EM POVOAMENTOS FLORESTAISEM POVOAMENTOS FLORESTAIS

unesp

EM POVOAMENTOS FLORESTAISEM POVOAMENTOS FLORESTAIS

Prof. Dr. Carlos F. WilckenFCA/UNESP - Botucatu

1. INTRODUÇÃO

• As plantações florestais brasileiras ocupam área de 5,7 milhões de ha, representando aproximadamente 1,2 % da área florestal total do país (ABRAF, 2007).

PROBLEMAS• Plantios clonais x risco de pragas• Plantios clonais x risco de pragas• Controle de pragas x certificação florestal

Plantios clonais x risco de pragas

Plantios clonais x risco de pragas

Controle de pragas x Certificação florestal

O que é manejo integrado de pragas (MIP) ?

• “A filosofia e metodologia de restringir as populaçõesdas pragas a níveis não prejudiciais” (Huffaker. 1970)

• “A utilização de técnicas para a manipulação dosecossistemas agrícolas com o objetivo de manter aecossistemas agrícolas com o objetivo de manter apopulação dos insetos numa condição de não-praga , deforma econômica e harmoniosa com o ambiente.”(Crocomo, 1990)

Manejo Integrado de Pragas

• Avaliação do ecossistema

MIP

Tomada de decisão

(subjetiva)

Escolha do método de controle

MIP

Tab. 1. Distribuição das pragas do eucalipto, de acordo com a idade da floresta.

Pragas Plantio 0,5-1 ano

1-2 anos

2-3 anos

3-4 anos

4-5 anos

+ 5anos

Saúvas

Quenquéns

Cupins dasmudasmudas

Costalimaita

ferruginea

Lagartas

Psilídeo deconcha

Coleobrocas

Cupim docerne

Avaliação do ecossistema

É necessário o conhecimento doagroecossistema e de todos os fatores relacionados.

Implantação de um sistema de MIP � planejaro agroecossistema

Item fundamental: monitoramento (amostragens

periódicas)

Tomada de decisão

Efetuada pela análise econômica da cultura e da relaçãocusto-benefício do controle de pragas.

Nível de dano econômico (nde)

(custo de controle x 100)(custo de controle x 100)

NDE = f (D% , NP, P) D% = ------------------------------------

Valor da produção

NP: Nível populacional da praga que causa prejuízo à produção

P: prejuízo causado à produção (%)

Tomada de decisão

NDE = f (D% , NP, P)

Exemplos:

Eucalipto: Valor da produção = R$ 9600,00/ha

1) Cupins � custo de controle = R$ 60,00/ha

D% = (60,00 x 100)/ 9600,00 = 0,625 %D% = (60,00 x 100)/ 9600,00 = 0,625 %

2) Formigas cortadeiras � Custo de controle = R$ 10,00/ha

D% = (10,00 x 100)/ 9600,00 = 0,104 %

Dúvida: Qual a população da praga que causa prejuízo acima do D%?

CASO 1: Manejo de cupins-das-mudas

Cupins das mudas: Cornitermes spp. e Syntermes spp.

As perdas são expressivas. Para produtividade de uma floresta de eucalipto de 40 m3/ha/ano, ou seja, de 240 m3/ha na idade de corte (6 anos) e supondo dano médio de 10 % de mortalidade por cupins, (6 anos) e supondo dano médio de 10 % de mortalidade por cupins, teria-se o seguinte:

�Perda de 24 m3/ha ou 133 árvores/ha (em um stand de 1333 mudas/ha ou espaçamento 3 x 2,5 m).

�Os prejuízos podem chegar a R$ 960,00/ha no final do ciclo de produção.

Fig 1. Ataque de cupins em reboleira

•Dano nas raízes Danos no colo causado por

causado por Cornitermes spp. Syntermes spp.

Fig.5. Mortalidade (%) média acumulada de mudas de eucalipto causada por cupins. Três Lagoas - MS. 1994

10

12

14

0

2

4

6

8

10

mort.%

27 61 90 133 161 190

Tempo (dias)

•Fig. 7 & 8. Imersão de mudas com inseticida e aplicação por rega

Técnicas de monitoramento

� Monitoramento usando iscas (rolos de papelão corrugado) para Cornitermes e contagem de montes de terra solta para Syntermes

Tab. 1. Escala de notas baseada na infestação de cupins por isca (rolo depapelão) (modificado de Almeida et al., 1989).

No. de cupins / isca NotaNo. de cupins / isca Nota

0 01 a 10 1

11 a 100 2+ de 100 3

Fig. 9 & 10. Isca de rolo de papelão (mod. termitrap)

Fig. 11. Isca p/ cupins após 30 dias da instalação

Fig.12. Infestação por Cornitermes spp. em área de Eucalyptus grandis, avaliada com iscas de papelão corrugado (bloco de 10 ha, n= 231). Três

Lagoas – MS. 1997

S9

S10

S11

INFESTAÇÃO DE CUPINS ( CORNITERMES - HORTO RIO VERDE - 10HA )

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21S1

S2

S3

S4

S5

S6

S7

S8 3-4

2-3

1-2

0-1

Fig. 13. Infestação por Syntermes molestus em área de Eucalyptus grandis, avaliada pela contagem de montículos de terra solta (bloco de 10 ha, n= 231).

Três Lagoas – MS. 1997.

INFESTAÇÃO DE CUPINS (SYNTERMES - HORTO RIO VERDE - 10HA )

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Resultados

Cornitermes: Tamanho de amostra: 1 isca / 400 m2

Número de amostras: 1 isca/ha

Syntermes: Número de amostras: 1 bloco de 36 m2/ha

Custo da amostragem x custo de controle: Custo amostragem/ha: R$ 8,00Custo do tratamento/ha: R$ 60,00 (para 1333 mudas/ha)13,3% em relação ao controle da área total com inseticidas)

Malha quadriculada para mapeamento dos pontos de amostragem dentro dos talhões

Monitoramento operacional de cupins em plantios de eucalipto

Monitoramento

� Ensaios operacionais�Planilha de avaliação de riscos� Instalação de iscas na área com GPS�Avaliação após 30 dias�Recomendação de controle

�Redução entre 60 a 100 % na área tratada, sem ocorrência de danos por cupins.

Caso 2: Manejo integrado da mosca do

viveiro

Moscas do viveiro: Scythropochroa sp., Bradysia sp., Sciarasp. (Diptera: Sciaridae)

Figura 1: Scythropochroa sp. (ovo, larva, pupa e adulto)

Tabela 1. Parâmetros biológicos: Scythropochroa sp1. Mucuri - BA. 1998. Bradysia coprophila2. Viçosa – MG. 1993.

Duração (dias) Longevidade (dias)

Parâmetros Incubação Desenv. larval

Pupa Macho Fêmea nº ovos / fêmea

Scythropochroa 3 22 3 2 3 48Scythropochroa

sp.13 22 3 2 3 48

Viabilidade 83 % 90 % 85 % - - -

Bradysia

coprophila2

2,6 13 2,7 2 2,6 18,5

Viabilidade 42,5 % 59,5 % 93,4 %

- - -

Figura 2: Danos causados pela mosca do viveiro

• Danos

a) diretos

- raspagens superficiais na base da estaca- perfurações- desfibramentos generalizados (morte)

b) indiretos

- escurecimento do caulículo- amarelecimento das folhas

Figura 3: Danos causados pela mosca do viveiro

Figura 4: Danos causados pela mosca do viveiro

Figuras 5 e 6. Armadilha amarela adesiva

Figura 7. Monitoramento na casa de vegetação

Nível de controle para até 1 % de dano: 15 moscas/armadilha

Controle silvicultural

- qualidade da matéria orgânica - faixas adesivas amarelas

Fig. 8 – Matéria orgânica em decomposição (medas)

Controle biológico

• inimigos naturais desconhecidos em viveiros- Bacillus thuringiensis var. israelensis (B.t.i.) (560

mL/100 L água)- rega manual no substrato

Controle químico

- não há inseticidas registrados- imersão de estacas + rega manual (B.t.i.)

- Cyromazina, Imidacloprida, Deltametrina, Fipronil

- termonebulização com deltametrina

Outros casos:

� Sistemas de monitoramento de formigas cortadeiras� Monitoramento do psilídeo-de-concha� Monitoramento do besouro amarelo Costalimaita

ferruginea

Manejo silvicultural

Variedades resistentes � psilídeo-de-concha

Plantio em mosaico

Escalonamento do plantio

Alteração da época de plantio e/ou colheita (Costalimaita elagartas)

Adubação (lagartas)

Uso de árvores-armadilha (vespa-da-madeira)

Fragmentos de nativas

Plantio em mosaico

Escalonamento do plantio

Controle biológico

Controle biológico com parasitos e predadores

(percevejos predadores x lagartas, Xenostigmus x Cinara, P.

bliteus x psilídeo-de-concha)

Controle biológico com entomopatógenos

(nematóide x vespa-da-madeira, Bt x lagartas, TaV x T.

arnobia)

Controle biológico de lagartas desfolhadoras com percevejos predadores (Podisus nigrispinus

Ciclo biológico do Psilídeo-de-concha Glycaspis brimblecombei

Infestação em E.

camaldulensis

Fig. A)Fêmea de P. bliteus parasitando; B) ninfa mumificada e concha com orifício de saída do parasitóide

AB

Novas pragas exóticas do eucalipto

• Percevejo bronzeado – Thaumastocoris peregrinus

Adulto Ovos

• Percevejo bronzeado - Danos

Clorose do ramoSintoma em plantio na África do Sul

Infestação em clone híbrido de E. grandis x E. urophylla. Salto de Pirapora,SP, Outubro / 2008.

Novas pragas exóticas do eucalipto

• Vespa da galha – Leptocybe invasa

Adulto Galhas na folha

• Vespa-da-galha - Danos

Ramo com galhas Secamento de ponteiros

Desafios

• Desenvolver MIP para todas as pragas-chave florestais � melhor aceitação pelos órgãos certificadores– Técnicas de amostragem confiáveis e viáveis

economicamenteeconomicamente– Quantificação de danos– Transferência de tecnologia (pesquisa �

operacional)

Agradecimentos

Empresas florestais

Estudantes (G e PG)

http://www.ipef.br/protef/