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Manejo sanitário dos ovinos Dra. Fernanda Bovino Andradina - SP Março/ 2015

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Manejo sanitário dos ovinos

Dra. Fernanda Bovino

Andradina - SP Março/ 2015

Boas práticas agropecuárias

• Conjunto de normas e procedimentos

• Produtores

• Garantir a produção de alimentos seguros em sistemas produtivos sustentáveis

– Qualidade do produto – Sistema de produção

• Legislação ambiental em vigor • Socialmente justo • Economicamente viável • Bons tratos com os animais

Boas práticas agropecuárias

• Vantagens para o produtor – Aumento do desfrute do rebanho

– Redução das perdas de matéria-prima e do produto final

– Sistemas de produção mais competitivos,

– Carne de qualidade

Manejo Sanitário

• Conjunto de medidas com finalidade de proporcionar aos animais ótimas condições de saúde

• Procedimentos para – Evitar – Eliminar – Reduzir ao máximo a incidência de doenças

• Objetivos

– Melhorar a produção – Melhor aproveitamento da genética

Saúde

• Estado de ausência de doença • Bem-estar físico, mental e social

• Educação sanitária das pessoas envolvidas na criação • Correta alimentação dos animais

– “Rebanho bem alimentado resiste melhor às doenças” – Bem alimentado = alimentos com qualidade e quantidade

suficiente para atender necessidades de mantença e produção

• Instalações adequadas – Construções adequadas = conforto e proteção – Facilitam o manejo

Indicadores de saúde

• Vivacidade e altivez • Apetite normal • Seleciona e ingere os alimentos com avidez • Pelos lisos, sedosos e brilhantes • Fezes firmes e em forma de bolotas • Urina amarelada e de odor forte • Ruminando • Condição corporal boa e compatível com

idade e raça

Indicadores de doença

• Tristeza • Isolamento do rebanho • Diminuição ou ausência de apetite • Apetite depravado

– Comendo terra, ossos, madeira, parede etc • Queda de pelos (lã) • Pelos arrepiados, ásperos e sem brilho • Fezes diarreicas com mau cheiro, com sangue ou

coloração escura • Urina escura, vermelha e cheiro diferente • Magreza exagerada

Procedimentos sanitários preventivos

São aqueles relacionados a aplicação de medidas que evitem o aparecimento ou a introdução de doenças no rebanho

Vacinação

• Um dos métodos de prevenção e controle de doenças mais importantes na criação de animais

• Microrganismos vivos, atenuados ou mortos incapazes de causar a doença, mas que estimulam o sistema imune do animal

• O calendário de vacinação

– Varia de região para região e para cada estado – Secretária de Agricultura – Doenças presentes naquela região e em critérios

veterinários

Calendário de Vacinação

• Qualquer categoria de animal na primeira vacinação tem que ter reforço

• Vacina de Aftosa

– Não se vacina

• Vacina Clostridioses + tétano

– Obrigatória – Fêmea gestante: 30 dias antes do parto – Cordeiro: 45- 60 dias de idade (15-20 dias pré-desmame) – Reforço cordeiros: 21-30 dias após primeira vacina – Borregas e borregos: revacinar 6 meses após reforço (no

encarneiramento) – Adultos: revacinar a cada 6 meses (5 a 7)

Calendário de Vacinação

• Vacina Raiva – De acordo com a legislação – Através da Resolução SAA – 29, de 24 de setembro de 2001,

estabeleceu-se a obrigatoriedade da vacinação no Estado de São Paulo de: bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e eqüídeos contra a raiva, em municípios previamente determinados pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária - CDA.

– As vacinações são realizadas, nos meses de maio e novembro, em municípios pré-estabelecidos pela CDA, priorizando as áreas de maior risco de de ocorrência da doença.

– Mogi das Cruzes, Guaratinguetá e Pindamonhangaba

• Vacina Linfadenite – Optativa, porém é muito importante adotá-la em função da

prevalência da doença e dos danos provocados por ela

– Utilizar mesmo calendário da vacina de clostridiose

Calendário de Vacinação

• Vacina Ceratoconjuntivite – Optativa – Duas vacinas com intervalo de 30 dias em todo

rebanho – Reforço anual – Cordeiro com 45-60 dias – Reforço em cordeiros 21-30 dias

• Vacina Pasteurella

– Optativa, caso o desafio seja elevado deve ser adotada

– Mesmo calendário da vacina de clostridiose

Calendário de Vacinação

• Vacina de Foot-rot

– Utilizá-la eventualmente caso o desafio seja muito elevado

– Duas vacinas com intervalo de 30 dias em todo rebanho

– Reforço anual – Cordeiro com 45-60 dias – Reforço em cordeiros 21-30 dias

• Vacina de Ectima

– Eventual e somente em cordeiros quando ocorrer a primeira infecção ou prevalência alta

Cuidados necessários para uma boa vacinação

• Observar a indicação da vacina

• Verificar o número de lote, data de fabricação e de validade

• Verificar via de aplicação, dose e tipo de armazenamento

• Não realizar mistura de vacinas na mesma seringa

• Transportar e manter as vacinas de acordo com o fabricante

• As vacinas que necessitam de refrigeração devem ser mantidas entre 2 e 8C e não podem ser congeladas

Quarentena

• Melhor maneira de minimizar introdução de nova doença

• Os ovinos podem ser portadores e introduzir no rebanho diversas doenças não percebidas a olho nú

• Exames laboratoriais para todas as doenças possíveis de serem introduzidas no rebanho são caros e inviáveis

• Área específica para quarentena – Afastada dos outros animais – 21 a 30 dias isolados – Piquete quarentenário ou pasto adjacente (gado) – Realizar:

• Vermifugação e vacinação

Isolamento

• Isolar animais doentes – Evitar contaminação dos outro animais

– Pode ser associado ao quarentenário

Higiene • Contaminação do ambiente com microrganismo presentes

nas fezes e outras secreções – Transmissão de várias doenças

• Higiene das instalações

– Limpeza dos bebedouros • Retirar algas e sujidades (ração, folhas, etc)

– Limpeza diária dos comedouros • Retirar restos de alimentos e fezes

– Limpeza dos currais/ tronco com recolhimento de fezes para esterqueira ou pasto em desuso; utilizar cal ou outro desinfetante

– Manter o ambiente limpo sem sacos plásticos, sacos de ração, arames, garrafas etc.

• Homem

– Lavar as mãos – Zoonoses – De um ovino para o outro pela mão do homem.

Combate a vetores

• Controle de moscas e outros insetos

• Controle de roedores

Cuidado com a ovelha

• Vacinações

• Observação diária do rebanho

• Piquetes maternidade

• Evitar estresse – Nutricional – Transporte – Movimentação excessiva

• Predadores

• Cascarreio

– Limpeza de úbere e vulva em raças lanadas

Parto

• Simples / múltiplo

• Peso ao nascimento – 2,5 – 5 Kg – Peso > = < mortalidade

• Merino entre 4,1 – 4,5 kg

• Limpeza do cordeiro – Estimula a circulação – Estabelece vinculo mãe-filhote

• Expulsão da placenta

–Até 24 horas

Cuidados com o recém-nascido

• Observação diária

• Pesagem

• Identificação

• Cura do umbigo – Importante para se prevenir doenças – Cortar com tesoura limpa – Iodo (tintura de iodo, iodo a 10%); Clorexidine (1%);

Umbicura®

Ingestão de Colostro

• Rapidamente após o nascimento – Até 2 horas para levantar – Até 3 horas para mamar (3 – 12 horas) – Ideal em 30 minutos em estação e mamando

• Absorção de imunoglobulinas

– Ideal até 12 horas

• Energia – hipoglicemia/hipotermia

• 10 a 20% do PV em 24 horas

• 50 a 200 mL de colostro

– Ordenha – Banco de colostro – Colostro de caprino ou bovino

• Hemólise após colostro bovino

Corte da cauda

• Fêmeas de reposição e animais de cabanha

• Diminui o acúmulo de fezes e urina na lã

• Diminui moscas

• Após a primeira semana de vida

• Anéis de borracha

• Ferro quente

• Cirurgia

• Problemas!!!!

Corte da cauda • Local:

– 2a / 3a vertebra coccígea – Cobrir períneo

• Ingaterra, Austrália e Nova Zelândia – Fêmeas: cobrir vulva – Machos: cobrir ânus

• Complicações

– Miíases – Infecções – Tétano – Mielite – Fotossensibilização – Prolapso retal/uterino

Caudectomia • Complicações

– Prolapso retal • Corte curto - 7,81% • Corte médio (2,5-3,8cm) 3,97% diminuição de 49,2% • Corte longo (5-7,5cm) 1,85% diminuição de 76,3%

Procedimentos sanitários curativos

• São procedimentos relacionados à medidas a serem tomadas imediatamente a constatação da doença com o objetivo de tratá-la

Vermifugação

• Vermífugos são drogas administradas para tratar, controlar e prevenir infecções parasitárias nos rebanhos ovinos, minimizando as perdas econômicas associadas as infecções parasitárias

• Os vermífugos também são utilizados para tratar animais exibindo sintomas de doença parasitária

Verminose

• Diagnóstico – Métodos ou exames efetuados para detectar a

presença de uma doença

– OPG

– Coloração de mucosa

– FAMACHA

• OPG

– Técnica de Gordon e Whitlock modificada

Verminose

• Tratamento – Qual princípio ativo utilizar???

– Eficácia

– Pastejo consorciado

– Pastejo rotacionado

– Suplementação alimentar

Ectoparasitoses

• Sarnas

• Ácaros – Psoróptica

• Sarna nas orelhas

• Início pavilhão auricular interno

• Crostas + parasitas

• Miíase

• Queda desempenho produtivo

• Prurido

• Hiporexia/ Anorexia

• Morte

• Tratamento – Limpeza

– 1 acaricida: 3 óleo

– Cada 3 dias

– Transmissão animal para o outro

Ectoparasitoses

• Sarna demodécica

– Corpo: pescoço, paleta, e tórax

– Nódulos

– Ivermectina

• Sarna sarcóptica

– Menos comum

– Intenso prurido • Cabeça, narinas, ao redor

dos olhos

– Manchas avermelhadas

– Banhos • Fosforados ou piretróides

• Cada 10 dias

Ectoparasitoses

• Miíase (bicheira)

– Cochliominia hominivorax

– Repelentes

– Limpeza

– Retirar as larvas

– Substâncias larvicidas

– Ivermectina/ Doramectina

• Pediculose (Piolho)

– Higiene ruim

– Linha dorso

– Irritação

– Prurido

– Escarificação da pele

– Banhos • Piretróides ou

organofosforados

• Cada 10 dias

Utilização de medicamentos

• Grande variedade

• Tratamentos de doenças de ovinos

• Antibióticos e quimioterápicos – Escolha correta: cultivo e antibiograma – Depende da sensibilidade do agente e das

características da droga (dose, via de adm.), local da infecção, toxicidade, resíduos e custo

• Prescrição médico veterinário • Utilização

Descarte

• Objetivo de se controlar ou erradicar a doença

• Retirar do rebanho – Doenças crônicas

– Portadores de zoonoses

Considerações finais

• Manejo sanitário

– Necessita continuamente de reavaliação

– Constantes modificações

– Resultados econômicos