Manejo Sanitario e Mineralizacao de Equinos
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MANEJO SANITÁRIO E MINERALIZAÇÃO DE EQÜINOS
PROF. JAIR SOARES MADUREIRAUNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
CAMPO GRANDE - MS
MANEJO SANITÁRIO
ENDOPARASITOSES
• HELMINTOSES (VERMES REDONDOS)
• CESTODAS (VERMES CHATOS)
• GASTEROFILOSE
ASPECTOS A CONSIDERAR
• SUSCEPTIBILIDADE DE ANIMAIS JOVENS E ADULTOS• ESTACIONALIDADE• ESPECIFICIDADE DE PRINCÍPIO ATIVO• DESENVOLVIMENTO DE RESISTÊNCIA• ALTERNÂNCIA DE PRINCIPIO ATIVO• PESQUISA DE PREÇOS• QUANDO VERMIFUGAR
ASPECTOS A CONSIDERAR
• CICLO VITAL• PRINCIPIO ATIVO DO ECTOPARASITA• DESENVOLVIMENTO DE RESISTÊNCIA• ROTAÇÃO DE PASTAGENS
DOENÇAS INTECTOCONTAGIOSAS• ANEMIA INFECIOSA EQÜINA• ENCEFALOMIELITE EQÜINA• TÉTANO• INFLUENZA EQÜINA• ABORTO EQÜINO A VIRUS / RINOPNEUMONIA• RAIVA• LEPTOSPIROSE• GARROTILHO• ERLIQUIOSE MONOCÍTICA EQUINA (CHURRIO/FEBRE DE
POTOMAC)
• TRIPANOSSOMÍASE (MAL DE CADEIRAS)• RODOCOCOSE
• SALMONELOSE• COLIBACILOSE• CLOSTRIDIOSE• ROTAVIROSE
RECOMENDAÇÕES1) Elaborar um calendário de anual de vacinação
contra as doenças mais comuns.2) Considerar a estacionalidade de determinadas
doenças e o fluxo de animais na propriedade.3) Elaborar esquemas de vacinação considerando as
diferentes categorias animais: éguas prenhes, potros, etc.
4) Utilizar vacinas de boa qualidade, e bem conservadas.
CÁLCIO:• compõe aproximadamente 35% da estrutura óssea.• está envolvido em outras funções, inclusive contra -ção muscular e coagulação do sangue.
• a capacidade de absorção declina com a idade(70% para jovens e 50% para adultos).
• Dentre outros fatores, influenciam na absorção:1) teor do elemento na dieta.2) teor de oxalatos e fitatos. 3) Relação cálcio : fósforo da dieta (abaixo de 1:1 reduz a
absorção de Ca).
* 1% de acido oxálico na dieta provoca uma redução de 66% na absorção de cálcio.
* Concentrações totais de oxalatos na dieta de 2,6 a 4,3% provocam balanço de cálcio negativo, com graves conseqüências para animais jovens e adultos.
* O hiper-paratireoidismo nutricional secundário pode ocorrerquando o índice cálcio : oxalato é menor que 0,5.
* Os requisitos de cálcio estão bem estabelecidos pelo NRC, variando de acordo com a categoria animal, sendo os mais exigentes animais em crescimento e éguas no terço final da gestação e lactação.
* Pastagens de gramíneas, especialmente as cespitosas(Setaria sp, Brachiaria sp. e Panicum sp. apresentam altos teores de oxalatos.
* Em relação aos bovinos, o cálcio é mais importante que o fósforo. Misturas minerais para bovinos são inadequadas paraeqüinos.
* Desde que níveis adequados de fósforo sejam propiciados, aproporção Ca : P na dieta pode ser de até 3:1, (ou 6:1, seg. SCHRYVER, 1971) sem nenhum efeito deletério.
* Misturas minerais para animais em pastagens das gramíneas citadas podem ter uma relação Ca : P de até 6:1.
FÓSFORO:* Participa de 14 a 17% da estrutura óssea do eqüino, além de
participar de outras funções, especialmente nos processos de transferência de energia (ATP>ADP).
* A eficiência de absorção varia de 30 a 45%, dependendo da idade e da concentração na dieta.
* Os eqüinos podem utilizar fósforo das moléculas dos fitatos(ação da fitase no intestino grosso).
* Os requisitos nutricionais de P estão bem estabelecidos,variando de acordo com a categoria animal, sendo os maisexigentes animais em crescimento e éguas no terço final dagestação e em lactação.
POTÁSSIO:* É o maior cátion intra-celular, estando envolvido no equilíbrio
ácido-básico e na manutenção da pressão osmótica.* As forragens verdes e as sementes oleaginosas suprem a
maior parte dos requisitos nutricionais deste elemento, enquanto que cereais (milho, aveia e trigo) possuem teoresbaixos.
* Os requisitos nutricionais estão bem estabelecidos, variando entretanto com a idade e o status fisiológico.
* A deficiência de potássio é rara, podendo ser corrigida com ainclusão de carbonato ou iodato de potássio nas misturas minerais.
CLORO:* Importante ânion extra-celular, participando do equilíbrio
ácido-básico e da regulação da pressão osmótica, da bile e do ácido clorídrico estomacal.
* Os requisitos de cloro para eqüinos ainda não estão bem estabelecidos, embora se saiba da sua importância.
* Forragens e concentrados possuem baixos teores de cloretos, o que implica na necessidade de suplementação.
* A suplementação é adequada quando da suplementação de sódio com cloreto de sódio.
* Os eqüinos são mais tolerantes aos altos níveis de sal na dietaque os bovinos, e o uso deste como regulador de ingestão não é tão eficiente quanto para estes últimos.
MAGNÉSIO:* Constitui aproximadamente 0,05% da massa corporal do
cavalo, sendo que 60% deste peso participa da ossatura. Atua também com ativador de várias enzimas.
* A absorção varia de 40 a 70%, dependendo da idade, do status fisiológico. Óxido ou sulfato de magnésio se constituem nos melhores suplementos, com 70% de real absorção.
* Os requisitos nutricionais estão bem estabelecidos pelo NRC, variando com a idade e status fisiológico.
* Deficiência de magnésio, relatada em eqüinos, pode apresentar nervosismo, tremores musculares, ataxia, pedalarconvulsivo e morte. Níveis inadequados têm sido associados à osteocondrose discecans.
ENXOFRE:* Responde por aproximadamente 0,15% do peso corporal do
eqüino, na forma de aminoácidos sulfurados, heparina, biotina, insulina e sulfato de condroitina.
* O enxofre orgânico é mais utilizado pelos eqüinos que o inorgânico.
* Proteínas de alta qualidade possuem pelo menos 0,15% deenxofre orgânico, o que parece suprir quase a totalidade dos requisitos nutricionais.
* Eqüinos mantidos em pastagens de baixa qualidade devem receber enxofre adicional através de sal mineralizado.
* A deficiência de enxofre em eqüinos ainda não foi relatada, eos níveis máximos de tolerância não estão fixados.
COBALTO:
* Integrante da cianocobalamina (Vitamina B12).* Os requisitos nutricionais para eqüinos não foram
estabelecidos, mas parecem inferiores aos dos bovinos: pastagens deficientes para bovinos não o são para eqüinos.
* A inclusão de traços de cobalto nas misturas minerais temsido indicada mesmo assim.
COBRE:* Essencial para enzimas cobre-dependentes envolvidas na
síntese e manutenção do tecido conectivo elástico, na mobilização dos estoques de ferro, na preservação da integridade mitocondrial, na síntese de melanina e na desintoxicação dos peróxidos.
* Seu metabolismo interage com diversos outros elementos, como molibdênio, selênio, zinco, prata, cádmio e sulfatos.
* Os requisitos nutricionais ainda não estão bem definidos.* Há registros de que a osteodisgenia e a osteocondrose
discecans em potros de raças de crescimento rápido esteja relacionada à deficiência de cobre.
* A inclusão de sulfato de cobre nas misturas minerais é indicada
FLÚOR:* Participa da formação dos ossos e dos dentes.* Os requisitos nutricionais ainda não foram fixados.* Ainda não foi descrita a deficiência em eqüinos, e a inclusão
de fontes de fósforo ou de cálcio como suplementos parecesuprir as necessidades dos eqüinos.
* Os eqüinos parecem ser mais tolerantes a níveis elevados de flúor na dieta que os bovinos, podendo tolerar até 5-mg/kg dadieta.
* A fluorose nos eqüinos é caracterizada por manqueira, lesõesósseas, descoloração e erosão dos dentes.
SÓDIO:* É o maior cátion extra-celular e está envolvido no equilíbrio
ácido-básico e na regulação da pressão osmótica.* Os requisitos nutricionais estão bem definidos, variando com
a idade e o status fisiológico. A dieta deve ter um teor de 1,6a 1,8 g/kg de matéria seca.
* A concentração de sódio nos alimentos em geral é menor que0,1%, o que implica na necessidade de suplementação através do cloreto de sódio mineralizado, ad libitum.
* A deficiência provoca redução do turgor da pele, da ingestão de água (compactação de ingesta) e redução do apetite.
IODO:* Essencial para a síntese de tiroxina e triiodotironina, que
regulam e metabolismo basal.* Os requisitos nutricionais para eqüinos estão fixados em
0,1mg/kg de matéria seca da dieta.* A concentração de iodo nos alimentos utilizados pelos eqüinos
varia de 0 a 2mg/kg de matéria seca, dependendo do tipo de solo, o que parece ser insuficiente.
* A suplementação de iodo se torna então necessária, atravésda utilização de misturas minerais contendo pelo menos 70mg de iodo/kg.
* Potros de éguas deficientes podem ser abortados ounascerem fracos, com dificuldade para mamar e quase semprecom sinais evidentes de bócio.
* Éguas com deficiência podem apresentar ciclos estrais
anormais, tanto em duração quanto em intensidade.* Iodismo tem sido associado a ingestão excessiva de iodo
(acima de 5mg/kg de matéria seca) e resulta em alopecia.* O excesso de iodo, tem sido também associado à osteo
condrose discecans.
FERRO:* Um cavalo de 500kg de peso corporal contém aproximada-
mente 33 gramas de ferro, sendo que 60% deste está presente na hemoglobina e 20% na mioglobina, e o restante na forma de citocromos ou outras enzimas.
* A absorção estimada é de 15%, aumentando ligeiramente com dietas deficientes, e diminui com a elevação dos níveis de cádmio, cobalto, cobre, manganês e zinco.
* Os requisitos nutricionais ainda não foram fixados para os eqüinos, e os alimentos normalmente utilizados pela espécie parecem suprir as necessidades, não havendo a necessidadede suplementação.
* Deficiência de ferro não tem sido observada na espécie.
MANGANÊS:* Essencial para o metabolismo de lipídios e carbohidratos, para
a síntese de condroitina e das cartilagens.* Os requerimentos para eqüinos ainda não foram estabeleci-
dos, porém baseando-se em estudos com outros monogás-tricos o NRC recomenda 40mg/kg de MS da dieta.
* Forragens em geral contêm de 40 a 140mg/kg MS e os concentrados de 15 a 45mk/kg.
* A inclusão de traços de manganês na mistura mineral previne eventuais deficiências.
* Altos teores de cálcio e zinco podem aumentar os requisitos na dieta (síndrome da fumaça branca).
* A deficiência de manganês em éguas gestantes e nos potros
resulta em desenvolvimento anormal das cartilagens, encurtamento de ossos longos, deformidades articulares e na osteocondrose discecans.
* A deficiência tem sido também associada ao emboletamentoem potros, embora maiores evidências sejam necessárias.
SELÊNIO:* Componente essencial da peroxidase glutatiônica, que atua na
dexintoxicação dos peróxidos de hodrogênio e de lipídios.* O requerimento para eqüinos foi fixado em 0,1mg/kg de MS
da dieta.* A concentração nos alimentos varia de 0,05 a 0,3 ppm, sendo
influenciada pela concentração de selênio no solo bem como pelo pH deste.
* É absorvido rápida e eficientemente pelos eqüinos (77%) emcontraste com observado em bovinos (29%).
* O selenito ou o selenato de sódio são os suplementos ideais.
* O status de selênio nos eqüinos pode ser avaliado através damensuração do teor de Se no soro, no plasma e através da peroxidase glutatiônica sérica.
* Valores séricos abaixo de 65ng/ml são indicativos dedeficiência.
* As manifestações clínicas de deficiência de selênio são afetadas concomitantemente pelo “status” de vitamina E.
* A miopatia nutricional (doença dos músculos brancos) afeta também a musculatura cardíaca, e tem sido relacionada à morte súbita de eqüídeos selvagens durante a captura (CavaloPrzewalskii e zebras)._
* O nível máximo tolerado pelos eqüinos é de 2mg/kg da dieta,sendo letal níveis acima de 3,3mg/kg de peso vivo, que pode aumentar com o pré-tratamento com cobre.
* A intoxicação crônica por selênio é caracterizada por alopecia,especialmente da crina e cauda, e rachadura de cascos ao nível da coroa.
* A aguda é caracterizada pela cegueira, pressão da cabeça contra obstáculos, diarréia, cólica, aumento dos ritmos respiratório e cardíaco, letargia e morte.
ZINCO:* Componente de metalo-enzimas como a anidrase carbônica, a
fosfatase alcalina e as carboxipeptidases. Seu papel bioquími-co é intimamente ligado a estas enzimas.
* A absorção é regulada pelo nível de zinco do animal e da dieta e pode variar de 5 a 10%.
* Os requisitos nutricionais foram estimados em 50mg/kg deMS da dieta, para todas as faixas etárias.
* A deficiência está associada à inapetência, ritmo reduzido de crescimento, paraqueratose (especialmente nos lábios superiores), alopecia e concentrações séricas e teciduais baixas.
* A deficiência de zinco tem sido associada à osteocondrosediscecans em potros de raças de crescimento rápido, sendorecomendado para estes 90mg/kg de MS da dieta.
* Os eqüinos parecem ser mais tolerantes aos altos níveis dezinco que os ruminantes.
* A efusão tíbio-tarsal foi relatada em potros da raça Árabe submetidos a níveis elevados de zinco.
* Potros alimentados com 90mg de zinco por dia desenvolveram epifisite, locomoção dolorosa, manqueira e aumento dos níveis séricos, provavelmente devido a uma deficiência secundaria de cobre (como no síndrome da fumaça branca).
RECOMENDAÇÕES GERAIS
• Por melhor que seja a dieta, sal mineralizado deve estar constantemente à disposição dos eqüinos, ad libitum.
• As industrias de sais minerais devem formular suas misturas le –vando-se em consideração os requisitos nutricionais, as categorias animais, o tipo de solo, o tipo de pastagem e a época do ano e a inter-relação entre alguns elementos.
• Animais em crescimento (período pós desmama) não apresentam um consumo voluntário suficiente de misturas minerais, sendo indicada a inclusão desta na porção concentrada.